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N.º 1.

OCHRISTIANISMO.
X
1.
PI\Y.ÇO O.\ SUII.SCI\IPÇ \ '0.

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Eis a~ nos:,;as intcn<:ões, eis tu<lo o


OCHRISTIAN ISM O. a q11 P. aspira.nos- Os h om ens bons q ue
nos auxiliem$ '} ll C Deus serà co mnosco .
..
Sauda mos o l.7u cturo ! -,..De.sele jà declaramo~, q ue, se pot' ,en -
Ao longe. onde se. fecham o~ h ori- tnra " Pf.> •\rere r nas columnas d o nosso
sontes escu ros cl 'e,le seculo qu e passa, ve- ·Se111tlna1·io, alg11n}a prn p1si<;ào ou phraze
m os o Anj o d.,-. r r enc;as des<·er, ir1·,,dia n- menos correcta , e por l'onseqncncia prc-
te de luz, suhre o bet'ço das gerações j11di,·ial á ct en ça , nos suj eitn mos em tu- .
do e pot· tudo ao que se arlrnr diíiniclo
p orvil' !
pela Egreja a tal re.c,poi to, e be m assim
Salve! home m <lo fucturo qn e le- ao~ Poderes Ec.!leilia-; licoc; ligilin.ia menlc
va ntas a front e Pª"ª <> te u Deus, e não Constitnido!-, pa,·a que faze ndo-nos co-
ten c; a ouvem da dt!..e nganad t,ra incerte- nhe ~ ã'd~ dê- nos loga r a reme-
za a inlurvat·-te a luz do e nle od iroe ato ! dia O-- Ul~tl p.ró.r.,e<lc.n t~ da nossa ignoran-
Sa lve' L onho sacro-sa nto , que se- e . t. f ..~~·· • ., "J ( •. .
pulta~tes o culto d os fal sos De use'I, e as r ~ecJi r:\?)fS .m\ i:-! ~IIC pe rrna necen-
orgias monstruosas de q ue fazia garbo o fÍvmer n_0S iijnacw 1os que ap on tamos
mundo ! S,~v e ! Cru1. sa nta. q11 e ar vo- r1~~º r:C~"J>Ct'l_o""; Jjma is ~oclcre~os
rando-Te como esta ndarte, d e~tes uma
~I~ P.t»fW~/ 1 111mu11w, artigo.
n ova epoca a huma nidade clecalcla , e a
liwlew.io., ~cum m11nicado al-
' gum, - , f'W1>u ram ent e religi1)so.
teus pés dei.t:1ste um novo mundJl ! .. . e d 'onde na rc .. ult e hon ra e r{l11ria á Re-
. Em tua d ,·feza h oje nos ap rest> nla- ligi:1o Ca th olica Apo;,, lulica Rumana que
m os n a nrena, para <J"ª· engrossu ndo as professamos..i
fileiras dos que defe11<len,, a Ca u"a ela Re.:
O C,m,.go Jlngistral . .1/rmoel Tarares da Sih:a.
dempçào, corn o · r1 'êH' t1 Era n11s una mos
O Guardião dt S . .A lll011io, Fr. Virente de J czus.
aos exfo n;os <l ns nos..,os CollE>gas, e Corre-
liginna rio:-. Oxa là pode,scm noc;.-.a.., for-
<:as, corre.-:pond er ª·º" nosso.., tão sa ntos e
cordeaes de,ej,,:- ! Oxn là que enc·o'ltctdos Breve ensaio sobre a historia
ao. . brado, <ln-. nn.,~oi,; <li~nos Comprovin- DO

cia n os Heda<'lorc., cl,, - EcC'T.RSJ.\STJCO- e


mais org.io:- pr11pa~adures da RPligiào do ),
Grucilid;1do, <Jlle por tocl.i a pa rte ~e e r-
gue m pa ra le mbra i' ~o povo adormecid o P arece que Oen~ qufa du rante q ua-
os sa nto, p re<'CÍtO• d o-Sg\fl DR - oxa l;1 tro mil annos, punil' o ) wme m elo se u
possa e~te te nro arbn-.lo, nulridn d:, mes- orgulho mo-.tranclo-lhe a sua nultiàade.
ma sei va procl111.ir uc; sabnro..,ns fr1wto-., C(;m o o m en ino . que nnh cla P!-c-a pa r à
qu e pre nde ndo o h ome m a Deos lhe as- vigilatwin pal<•rna l. a~~im o liomt> m ,,rio
~egura a hemaventurança. confiando na Sab edoria . Dh ina, tinha,
.

contra o prcreilo do seu Deu'-, e seu Se- impotencfa, lhe extende depois sua h enc-
nhor, tir.ido <la arvore probil>i<la o po- fica mii o e lhe envia a boa nova.
mo da sua perdiçam. Violado este uni-
co preceito Comrninativo, que lhe ha via . n.
sido imposto, fi co11 desde logo entregue
à sua propria scic ncia (a sciencia huma na)! Nos ron íins do ~Jcditerraneo, entre
De~ampara<lo por seu Creadur, entregue a Europa e a Azia, acha-se nm paiz este-
a si mesmo, e cônslituido senhor não so ril, montanhozo, onde o mar não offere-
da arvúre cujo pomo torara, como dos ce porto algum, e o deserto o fecha com
rios, montanhas, terras e mares, altivo uma cinta d'arêa; terra d'afilição junto
calca a propria terra d'onde à pouco das agradáveis margens do Eufrates o do
havia sabido. Nilo. Para esta terra se refugiou das se-
duc<;ões do Egypto, um Povo d 'a nligos
O bomcm logo que penlen a grac;a Pastore~, que abandonando s.ua vida no-
original d e que ao nascer hnvia sido rc-
mada, ~e vai immobilizat· nas montanhas
,·e~tido, desapa receu-lhe com pletamenle l .';
1 da Judêa. E:-te povo tendo por Ligisla- l... ...
1

o meio de transportar-:-e ale Aquello cu-


dor um homem an imado do cspirito de
ja mage!>lade tanto o offusca ra, e na .i~- Dem, foi o unico, q11e no meio <la an ti-
mcnsidadc cla sulidam , que soo e., (Hrtlo
guidade paga11, professo n o Dogma de
de um Deu.o; pode encher, conservava-se
- Um Deoi; uoico, e moral. Este Po vo,
a terrad'l de sua tão e1, tra nha melat·mo-
eia o Povo Judeu , que Lendo prehenchi-
phose. t\ú, lran!-ido 'de frio, e terror,
<lo a missam mais nobre e bella, que jà-
pro:-.lra-se por terrn, vem ·a tempestade,
mai" povo algum poderà ser chama do à
e e lle a ado rn. Vendo qu e anno:1.os car-
curnpr.ir, lloje er1·a e vaga mcocligando
valhos, e empinadas monlanba1, não cut·-
o ama rgo pão d o cxilio, por entt·e essas
-va vão suas sumidades ao furor da tem-
nações que lhe de Ye m a sua religião; e a
pestad e, ju]ga-os mais forter,, e po.r isso
fuce das quaes não podendo occultar os
pro~trado os adora. O Sol projertaodo
caracteres indele re is da sua maldiçnm
seus raios sol>re o solo, nquece a terra, que impres~os tras na fronte, <,erà por to-
d a-lhe o fructo, e o vivifica com o 1,eu ca- dos cunbecido, e fo,·c;ado :i uma continua
lôr, e o liome-m adora o Sol. ~fio te- pcrigrioac;.1m, até que se pre hencha sua
m endo jà a 1empe,1ad e, o raio, ad~ra o missam, que so termtoa rà com o fim dos
-Forle- levanta-lhe allarei;, s:-icrtGca-
s~culos ! E),te Povo, esta Nac;ão d evia set•
lbe víl'linias, e quando examinando os
separada <las outras, não importa o pre-
tumulos, não enrontra desses potentados
mais du que as <'im.as, então ex<'larna ço do~ sacrificios. Era nece:;c;ario que De-
- os Dco!'les são mortaes ! - Levanta us sa lii ..se do Sanetuario, pur que .i hu-
murmurios confuzos, e bra me com deses- manidade nã o e"'tava inteira mente des-
pero: não, não exi~tem Deoses ! Os tem- her<lada da verdade religiosa.
pos estaram prt> heo chidos. Da nu vem Os tempos marcados por Deos, e
sa liiram C!-isas palanas, que terrifica ram preditos pelos Profetas chega ram, e esse
os amigos de Job- « llomem que me pobre e pequeno ca nto ela terra. a Judêa.
r e,wgns , onde estí,v&s tu, qu ando criPi o
viu brilhar os fulgore~ ela luz divina: os
Ceu e a l crra ? Onde ei-tavas quando fixei
muros do an tign Te,oplu desmorônam-
o !-OI e êlS e~trellas no firmamento P On-
se, os Saoto'i dos Santos abisma-se, pot•
de e~tavai-, quando dil',i;e rl'i vagac. que en-
que « o pavime nto do novo Templo de-
trasse m no 1-1eio do mar, ~, terra que se
via ser ate rra ,.sua cupulaoCeu,seusalta-
vi1,ti~se de verdl,'t'n; aos nnimaes quP. nas-
res as mor:ltanhas, e o seu Sanctuario o
ce.s.i:em, e ali, ali que te fiz saLir do nn-
Coraçam do homem justo.
da P » Deos teve piedade do rnun~o, dei- T.
xando convencer o bom em da sua propria

AU~IA CRUZ.
Ai ! salve, ó throno
Do Martyr, Jezus !
No Golgotha erguida
Dos homens descrida
Remiste-nos Cruz !
Exangue , de rastos, as carnes rdsgadas
Caminha sem queixas, surfrendo, o Senhor;
Cercado d'ultrajes, aífronlas malvadas ,
Celeuma das turbas, quu brada is.Impostor !
Na Cruz o Messias
Cumpre as Prophecias,
Exulta, Siam ! ...•
. . . . . . . . . ...... .
Um grito' stridente
Ergueu-se· plangente
D'entre a multidam;
E Cbristo ness'hora
Por elles implora
ladulto , perdaap !
Conforta osquechoram
Ai! poucosqueoadoram,
Que tem contricçam !
Depois di·t em pranto-
u ~eu Pae soffrotanto: »
« Senhor com paíxa m.• »
« O mundo perdido t>
«'Ili fica remido1>
« Foi minha missam 1>

Apoz, transluzia
1'10 roto.to , a agonia !
D' extrema uffiiçam 1
Toldou-!'le de sombras o manto t•cle~,te!
Osaslros d'aS-<iombro, sumiram o fulg<'\ r;
Gemeu nas entranhas o corpo terre,.trc,
As agua:,, bramiram o' um solto fragor ! ...
As tu• ,na~. . o povo, mil vozes confuzas!
A um tempo a,, e~paço l-oltou. de pavôr ! ..
No rosto do «Martyrl) íulgin radiante
Dos Anjos um facho , de vivo e!iplendor .•
Um b y m no d ' Arc·b~njos vib,·ou penNraole •
.df • O mundo foi saho . • • . Deos foi Redemptor.~
J. Barboza e Silva
(.B~t.)
,e w

são, e alé repula1·mos nma iojnria o titu-


lo de -animal ? Todos di1·àm: a Razão,
I. e a lntelligencia.
Mas derà a mesma intelligencia~ ou
Sel' homem, não e comer. beber, o uzo que d'ella fazemos, qne estabelece
dormh·, como muitas pessoas imaginam. essa tam grande distancia entre nos, e os
O animal tudo isto foz, e muito mel!Jor bl'Utos ? Este e perfeito oo sen genero,
que nós. Elle come, e não geme- com rJOl' ÍSSO que ellc é ludo O que pode ser:
a indigestão; ellc bebe•, e não comballeia; usa largamente <las faculdades que rece-
e lle dorme e o sol sempre acha vazia beu e não occulta nenhum de seus talen-
sua cama. tos. Se o bomem desprezar o dom su-
Ser homem, não e edificar pl'ecli- blime da intelligcncia, ou o, que e peor,
os e cidades. E(ll quanto que laboa·iosa- se d'ella abusar, deixando de ser homem.
mente cornbinnmos o pJano de uma caza. desced, ubaixo elo animal.
o passaro pa1·a si cou:,true uma, que na- O homem pois não e homem senão
da deixa a desejar em rehu;ão ao gosto, em qu.iuto qne seguindo por guia a sua
solidez, e elegancia. O infante l'eal me- razão esclarecida, empregar a sua intel-
m•s deliciosamer:ite repôsa em seus dou- ligencia para o fim <1ue lbe foi dada.
radoe:, Palacios, do q11e o filho do coloLri
em seu ah·ergue aeriano. Os castores li.
construeru a !<lêas, e villótas, e nos:;os en-
~enheiros não cessam de admirar .1 pcr- A intelligencia sendo a facuJ<lade
.
teicào de suas obras.
Sei· homem, não e elevar-i;e ate ao
de discernir o verdadeiro do falso, o bem
do mal, nilo mo,tramos inte lligencia se-
e!,paço, ou ,1 oar pela su perücie da terra, não quando conhecemos a verdade rela-
eocobrindo-~e por cletras de ouvens de tivamen te à quelles pontos que mais nos
v.ipor. O mais peqwmo mo1,q11ito isto dizem re~peito, e que mais se coaduna a
im,ina ria aos melJ?ure:,, nereonauta!-, por nos!-a <'onducla.
islio qu elle excede em ligeresa a~ meluo- Por tanto quae!ó'i são as co:.1sas que ruais
res locomotivas. nos importam c·onLecer P Seram os ani-
É preciso crer qne as Artes no~ não maes que nos rodeiam, as plantas que
dam por si wesmas uma verd:.ideira su- calcamos aos pb·, o~ a1-tros que giram
perioridade sobre os anirnae.s. Oh,tina- por dma de nossas cabPças? E,tamos
dos a sat i., fazer nece,;sich1des que o ani- porsnadido~ que não. De todos o~ ani-
mal não experimt1nta, ou para cujo pro- maes que povoam o g lobo, os mais in-
vimento emprt>gam menos ex.for«}o~, el- teres•mntes, seg· rndo j11lgamos, somos
les são anlcs a prova da nost:n infP.riori- no-., os L1<,mens. Todos elles ~e occu-
dade phi:..ica. Nossas manulàcturas ja- pam de :.i, e por que não farú o homem
mais produsiràm um e:.tofo, que egm,le outro tanto ? i\ão sera mais natural sa-
em dura<;ão e belleza o que naturalmen- ber primeiro o que somos, do que inda-
te cob,·e n -Zil>ellina- Ni'ío à um gar o que sam aqueJle.::.? A mesma cou-
quadcnpede, que se commettes.'-emos a sa dirPmos a cerca dcts plantas e .dos as-
troca. quisesse mudar com nosco o seu tro~. Por tanto para nôs a questão prin-
calçado. cipal .~: O que somos? D'onde vie-
Geralmente em tndo aquillo que mos? Para onde vamos? Qual serà o
tende à conservação e bem e:-tttr do indi- ptinciplO e o fim de nossa exi~lenc:ia P
viduo e de sua eipecie, o animal.se apre- Na verdade, d'este ponto <lepen~
sen ta co1n muito melhor partilha, com todos os p,wsos da nos~a vi<la. Logo que
muita maior instrucção e moral qne nós. tivermos l'econ be<'i<lo que em uós t'xiste
Se o instincto da rep1·oducçào o arrasta um e:,,pirito immorlal, ou um pouco de
muitas ,·ezes às ex tra,·agandas, estes mo- pó organiz11do, que com o primeiro so-
mentos de aberra<;õe" são muito menos pro da roorte cessnrà de cxi5tir, devere-
longos, e menos furjosos comparativa- mos dar às nossas acções uma direc~ão
mente com os da nossa especie. bem divcr~a . Em quanto não souber-
O que é poi~ que dando-nos o cara- mos aquem nos del"ercmos _dirigir para
,cter de homens, fas-nos conceber aver- conhec~rmos tn<lo hto, obraremos ao ac-
-. :. ~ _ • .,... . xa e w-re.;::;:.;s:s '* r w ~

cil'io , ignoründo sempre se praticamos 1ar, bem longe d e parecer humilhante,


o bem on o mal, e se progredinJ1>s ou tem n5o sc)i o que de liso njeiro para ecr-
retrocedemos. Não ~eguindo em <JUal-
qncr cousa senã0 o impulso do!) nossos
.
tas illustracões littertirias e scicnLiCicas?
Como explical'-se, o conciderar-se qual-
appetites, seremos sem1lhantes ao bruto, quer homem de espirito completàmente
mas de ucoa condic;ão muüo peur e de- desacreditado, se um só momento pas-
grnd;,rnt~. Os appetites dos brutos diri- sasse cQmo occupado de Heligiào.
gidos por u.na razão superior, convet- 'J'. (Conlin,,a,·-se-ha).
tem-se em direito3 e não os ana~tam à ----QM06oi>O-
sua perda. Os nossos pelo contrario são
terriveis e perte1·sos, se por ventura n ra- BREVE DO PAPA.
são os não reprime e encaminha. Ao• Tcneravels lrn1iiol!I Db,po• vlgarlo8
E ponderando o homem tud<> isto a1to8t0Ueo8 , e aofJ an,atlos Olhos ftel8
podedl vangloriar-se de ser -bomem- ellrlstiioít dali nal88ÕC8 ,tas l11dlas Orl-
entaeM.
repellir·com energia a quatificac;ão d,a-
P.10 PAPA IX.
nimal, senão souuer -qual foi a sua
origem- D'on<lc veio P Yc11c1'avels irmãos, umudos frlhÔ;- s~udc e bcnejão opostolice.

Conheceis muito )Jom, vencraveis irmãos, e não


111. vos sao inteiramente occoltas, venera veis Olhos nossos,
as dllígencias que ha certo tempo leem feito os ronli-
D'on<le vem o homem ? fices nossos 11redecessorcs, 11ara, conforme o encargo
Podem 1·eduzir-se a quatro as solu- que por Deus em s. Pedro lhes foi commc.lli<lo, de
<:ões que ate hoje se tem d.,do a c.sta apascentar 11 defender todo o rel>aoho do Senhor, e
questão. segundo as obrigações do supremo npostolado, resta·
Eu o ignoro, e nem por isi;o m'en- belecerem e promoverem n' essas regiões à fé catho-
comruodu, responde o indifferente. lica, decahida pela injuria dos tempos.
O homem, diz o Puanteista, é uma São lllustres monumentos de tam inressantc vi-
gilancia d'esta Santa Sé as !curas apostolicas e as re-
das ionumeraveis fracções da - ' Un ida-
soluções dos mesmos nossos aatocessores. e princlpal-
de absoluta, uma modifica,~o. 11mn for-
menle de Gregorio XVI. Papa dcfollz recordação, com
ma pas.-;ageira, ou um leve exboço do as quacs clle, por meios sim extraordim1rios, mas exi-
Grande-Todo. gl(los, pelas cir<'Ul!Stancias, teve o cuidado uc dar pro-
Ohornem, di1. o Athcu .• é a obra da- videncias bastantes, e plem1s para o regimcm d'csscs
na tnrcza, aproducção spontanea da lerra, palzes e para as uccessldadrs dos fi eis, creando para
um c,,,.iosissimo effeito de:-te poder cégo isso Bispos vigarios npostollco11 e operarlos cv:mgcllicos.
que anima a materia eterna. Tambem sabeis tudo o que nós, collocados po1·
O lwrnem, diz o Pbilosofo Christão, incscrutavel desígnio do Divina rrovideuda, sobre estn
é a obra dr. urna iotelligenc'ia, e de um cadeira do Principt- dos Apostolos, tcmvs feito, por
poder infinito, que exi... tindo ab etero,,,, força da mcsl\J:i sollkitudc e obrigação que nos incum-
disse no principio dos tempos: -Exi~taro bt-, para continuarmos aqucllas diligencias, cmquonto
o Universo e o horuem-Fint- ~ o Un i- não fosse orcasião de crear ou relililuir a forma ordl-
-verso e o homem começaram a cxbtir. naria e as instituições das cgrejas.
E q11al destas quatt·o soluç1".les serà Occorrcn porem um SllCccsso doloroso, que apo·
a mais racional e a mais digna de um ~as se poderia fazer. nem apenas se podoria presumir.
home(ll? Bom•c mlre os proprios catholicos alguos que, arre-
batados tJOr inteiramente espc<;iosos e humanos pre-
1V. textos se atrc,·cram a combater tão salotares disposi-
ções, e a oppôr-se e rc~istir á suprema auctoridade do
-Solução do indi/fcrenle.- ,·igario de Christo Senhor Nosso na terra; e ainda pa-
Ê ~em con tradi,·t=i , qn e uma das rau- rec1:m miserabilissimamcnte obstinados no seu rriruc.
sas com que ninguem ~e vangloria é a de Bt"lll vôtlcs ,•cncr:iveis irmãos o amados lllhos,
qoe foliamos d';iqurlln :ibonâoavel disst-nção, que, jà
ser ign,orante. Em toda a p.arte o epi-
principiado ha multo tempo n'essas regiões por alguns
tbeto de - ignoran te- e encarado como
indignos preshyleros de Gõa, prevalece cada vez mais,
uma injuria atroz.. Ordinariamente a-
com grandíssimo perigo da salvação eterna dos fi eis;
quem profere um semelhante ataque, cos..:. e se precipita rapído e continuamente para cahir no
tum.1-sj!a,!fradecer com insultos e feri mea- mais feio einnegavel scisma.
tos: Ora vsendo nssim, comQ é que em A este mal, que sempre tem crPscldo. nãoclPixou
materia ele Religião., estes modo~ de fal- a Sé apostolica de oppõr-se desde o princirio, e stim
intcrrurupção, como sabeis; e com ~ã:i doutrina, pa- passadas da perlinacia, julgamos que as nossas dlli_
cicncia, e charida.dc, tem.pretendido chamar a bôa gencias mais cuidadosas devllm ainda ser applicadas
seara os extraviados presbyteros e a porção da plebe . aos mesmos presbytcros.
.chrislãa que elles trazem fascinada. Nós desejando Entre aquclles porém que ha jà muito trabalhão
imitar sobre este objecto a longanimidade e os extre- para manter e propagar a dissidencia, e para effectuar
mos cuidados do nosso antecessor Gregorio, t<!mos re- o scismo, e que por isso estão incorsos nas penas e
• corrido às advertencias, às exhortações e :is instruc- ccmuras ecclcsiaslicas, parece-nos muito opportuno
ções, para tirar do caminho da perdição os menciona- assigoalar por seus nomes os que lh'erão principal par·
dos presl>yleros e os seus sectarlos. te nos factos perpetrados pelo Bispo de l\lacau no dis-
Vbs porem veneraveis irmãos, tendes observado tricto de Bombaim-a saber-Mariano Antonio Soa-
que tudo tem sido em vão; por vossa propria experi- res, que se diz v1gario geral do Arcebispado de Gôa
encia avaliaes os damnos semJlre em augruento que a no paiz de Bombaim, e os presbyteros Gabriel da Sil-
Religião soffre por isso: e chorando comnosco a diVi· va, Braz Fernandes, e José de 3Jello.
são e dilacnàção do rebanho de Christo, conheceis Estes são os primeiros a quem amantissimamente
que são fina lmeute precisos remedias de maior ener· admoestamos e ex!1ortamos no Senhor, para que des-
gia. viando-se emfim de tão malvado modo de proceder,
Somos portanto obrigados; se bem que muito a não deixem de dar por m..is tempo a devida alleoção
nosso pezar, a pôr em exercicio o nosso poder, tudo ás suas proprias almas e á salvação eterna dos outros.
em consequencia dos factos que vbs sabeis que em Cei- E posto que elles não possão ignorar que lia mul-
Jão, em Bombaim e talvez em outros paizes, leem sido to tempo se achão iocursos nas penas canonicas e nas
praclicados por esses perturbadores, com ajuda do censuras da cgreja nos declaramos, designamos, e
Bispo de Macàu; factos que augmeotarão com grande 9enuncfamos aos povos fiPis que ;iqueUes quatro pres-
vebemencia a nossa tristeza e a dôr do nosso coração, byteros leem concorrido nas iorlicadas penas e cen-
por vermt>s que aquelle Bispo, sem com missão nem li- suras, e que de\'etn ser considerados como suspensos
cença apostolica, que nunca lhe demos, ousára cor- dos officios ·divinos, e como scismatlcos, e separados
rer ac1uellas regiões sujeitas ã jorisdicção dos nossos da unidade catbolica, se dentro de dois mezes da pu-
vigarios, e administrar n'ellas os sacramentos da con- blicação d'estas nossas lettras, não tornarem ao bo1D
firmação e da ordem, sendo para isso auxiliado e tal- caminho.
vez compelildo pelos presbyteros dissidentes, despre- Tam~em sabemos d'outros presbyteros que egual-
zando e menoscabando as regras canonicas e as cons- ruente ha muito foo1então em outras regiões (como
tituições apostolicas geraes e especiaes: atrevendo-se em Madrasta, Ceilão, e Maduré), o mesmo terrive1 ·
assim o mesmo Bispo, uão so com o exemplo, mas com scisma, e perlendem levai-o ao seu auge. !Uas por
a palavra e com indignas homilias, a arreigar a decep- ora absteruo-nos de os arguir por seus nomes, e de
ção no espírito dos povos fieis, e :r díslrahil-os e se- os castigar, porque esperamos que el,les, assim co.
parai-os câda vez mais da obediencia e sujeição que mo os quatro que ficam nomeados, dêem faceis e sub-
devem a seus legitimas pastores. missos ouvidos às nossas paternaes advertencias; e
Assim <1ue nos foram trazidas estas trislissimas no- para nos não vermos obrigados a procedimentos mais
ticias, dirigimos ao llispo de l\Jac:iu uma carta, na qual seyeros, se sujeitem, alies e as plebes por elles enga-
lhe mostramos a gravidade dos seus delictos, e o ex- nadas, aos pastores legítimos, isto e, aos vigarios no-
hortamos para que se abstivesse de os continuar, e meados por nós e pela Sé apostolica,
J)ara que altenllesse à sua consciencia, apressando-se E não obstante não baver·logar para questão ou
a reparar 0,5 seus reprchensiveis factos, e o escandalo duvida alguma sobre quem sejão os legllia.os pastores
que com clles dera aos fieis. das Judias Orlentaes; àvista dos decretos, constitui-
Tendo pouco depois rcreb.ido novas informações ções e resoluções <tUe esta Santa Sé ba tanto tempo
tem public.ido e repetido, comtudo, para tirar por
<la miss:10 de Bombaim, pareceu-nos necessario rllpe-
uma vez todos os subterfugios, de novo, e quanto
lir nossas advertem·ias àquelle Bispo, e lhe e!icrevemos for 1>reciso, expressamente declaramos que nos vi-
segunda vez, :icooselhando-lhe que olhasse pela sua carlados apostolicos ahi estabelecidos, toda a aucto-
alma, e que satisfizesse à devida reparação; e .confian- ridade e jurisdicção competem aos vigatios e adminis-
do que clle se conformaria com as no~sas patcrnaes tradores nomeados por nós e 1>ela Santa Sé, e lhes es-
admoestações, pedimos-lhe no Senhor q:ie nos não tão de tal modo encarregadas, que. sem licença e fa.
obrigasse a proceder contra :a sua pessoa com mais culdade por elles concedida, a ninguem de maneira
alguma seja licito exercer n'esses p2izes as sagradas
severidade; conforme os sagrados canones.
funcções oew administrar os sacramentos.
E posto que sejam tantos e taro exr.essivamente E nada pode haver mais vão do que aqu111o que
molestos os argumentos com que se prova a teima se cônta que ~hi divulgão os jà mencionados pres-
obstinada dos prcsbyteros acima ruenciooatlos; comtu- byteros, dizundo, para caplivar a simplicidade dos
do, para não abandonarmos inteiramente a esperança fieis, que muitas das nossas dctnruinações não são
obra da Se Aposlolica ne-m do romano Pontífice, mos
da sua salvação, e para de todos os modos que nos fo·
sim da sagrada congregação da p1 opagação da fê,
rem passiveis, defendermos das suas astucias e decep- sem conbeciwento nem consulta do mesmo Pontifice:
ções os povos fieis, e desviarruos do perigo da eterna a.ccrescentando que algumas d'aquellas determina:
perdição os que a clla estão Úpostos por seguirem as çõcs não devem ser cumpridas, porque lhes falta o

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
e
-
l>eneplacito da :iuclorid:,de de éivU.
St•ja por tau lo sabido que Ln cio quanlo a -csto res.
tlfl lt l :er:>l:c::-W ~ i i SZíi'A4-Ri-4W!

qu e pi·ati cara m, pa ra que confe!isando o


seu Ocos, pod o~sem gosar <la he maven-
~

peito se ncha disposto, foi publicado pelos ro111aoos


r ouli llccs, de ,motu proprio, com sciencl,1 rerta e turan<;a, o home m não pode fi ea1· incli-
delibcraçao, o pela plenitude do seu poiler. E se os ffP-ren te, o amor de Deos lhe arreba ta a
nossos prNleccssores de recente rccordaçf10, e nos
mes11,os algnma cousa drcrt•taoios por iutcrmedio tia alma, e quazi que ~pon taneame nle pro-
nossa sagrada congrrgac:10, lambem isso, longe de cura imitar aq uelles cujas acc;ôes lhe <le'l-
ser dachfülo sem conhecimento ou resolução dos ro-
manos Pootifl ces e nosso, foi dccret:ulo e consliLuhlo pertara m o desejo de hem 1'eL·vir à Deus.
qul.'re11do e ordenaudo· o elles e nó~. Todos coohe- Attendendo a este fr uto túo salutar
crm que a nossa sagrada congregação sen·,· sl) tl'aju- é que iremos dando semanalmente e cm
c.lar a Sanr:i Sé -com os seus const'lhos, e de fazer cULo-
prir as ordens e dPcrctos tll\ mesma Sê. resumo, a -vida dos Sa ntos confo n ue a
(.; porem ama fi cção f<'dorenta e in1pia :iquolla; Egreja no-los expõe ao culto designada-
'<lo\1trinn dr. que os direitos dividam(,lntc conferitlos n
So Aposlolira, f' o sonso o poder do i;uprerno regimcn mente em seus dia~.
da egrcja. recebirlos do Christo Senhor Nosso, possão :i.... . . . ..
s,•r estreil:tdos, limitados ou diminnidos pclns rcsolu •
çõcs e ,•ont :icle elas homens. Oehalde se ~loria de 1. 0
SEGU~D.t1.·~, EIB.t1.-0s Appos-
prrt('11cer â communhão c., llrnlica todo aquelle que lt1los S. Filippc e S. T hiago menor.
senão une à cad1•1ra de S. Pedro o ao ron1m10 Pon l ili-
C<'; e ,µ1l'm não e.<,t;i com elln, deve copfcssar que O pri m<' iro dc•pois de ler couve l'tido á fé
eslá contra i'llc e Cora da unidadê. Qul'm não njunta de Je~,1!'1-Cliri:-to q na-.i toda a Scytbia foi
• con,nosro. espalha. B oós não podemos j:unais rcco-
ol11~c1•r como unidos à cadeira de S. l•edro e ao roma- cro cifi cac.J o em Uierapo lis cidade eh Azia,
no Ponlifice aqut!llcs c1ue fori>m cnntrarios e recu- e i,endo depoi.; c.,berto <le ped ras o seu
sarem ohcdeccr aos vigarios constiluidos por nos e co rpo, a sua alma foi repo11sa1· no seio
pela S:mta Se para governar esses fil•ls.
Cumpre tamhem notar qno os jà ollodidoi; prP.s· cl'aqn ell e poe q uem perdera a viua. Es-
bylrros nr,o resistem somente ao lt·gilimo poclr.r tia te Appoi-tolo não nos d eixoi1 escriptos al-
egrt>j.1. d' cssr. moclo âs c.lisp,lsições di\'i11as. 1nac; pcr- gun~; e das suaf; ac·c;ões e dos se us tn1ba-
lendem tambem com estas discordias impedir que che-
guem ao etilo dc>sejaclo as negocia<;ões comrratlas cn- lhos nada mais sa bemos <lq que aq uillo
trC' nu,; e a nossa caríssima P IO r.hristo Filha ,1ar1a, qu e nos diz o Evange lh o. E preci1.o que
Jtnioha litlPlis,;in,a de r orlugal e tios Alg11rrrs. e o
S(IU gov<'rno ; e assim SP oppoem os meimlo c; prcs- não se c<mfunc{a E. Filippe o Appostaló
byteros aos votos da dita Hainha. :isscvcrnndo qne ro m S, Filippc um dos !-ele Diaco nos da
si> lh~ qnr mn rendt•r homenagf'l1s. E~reja de .Jernsalem , a q uem deverarh
E avo-, <'mílm. nmatloc; filhos nos~os, fi eis d1ris- ~ '
tfios, dirigi111os a nossa voz, e com tndo o amor vos os ,-inn1 a11tanos1
!ma ,·on ver.;:un, e o seu
arlmol'stamos e cxhorlamos . para que ('\'ilt'is com bnp tismo o .Eunuco da Rainha de C.in-:
diligm1ci:i nquf'll<>s que, perlendP11do separ:ir vos dos
pac;tores qoP. ,·os temos <lodo , \'OS q1H•r1•11i <l'rsse daça.
modo df>c;unir da nossa commun hão. Não sc,1Tr:1is que S. Tlt iago mf' nor foi o primeiro
vos aria 11qur 111 <la unida<!<~. fora da qual 1w11hu111a Ri . . po de JPrn1.1?lem; e :,;endo precipitado
salvaçãr, por!•• h:t\'C'r. Mn utc- lloi-vns rl' aqnellm: qn,•
vi10 tt•r romrnsco, cobrrtos de pcllc>s dr. ovl'lhas. do pin aC'ulo do Tt•mplo, fi cou t om as
s •ndo por dnntro lobos vorazes. Sr1rnnd:1 vez VO!: fa- .pernas qnehradas e aca baram de o m atar
Z"mos sahP.r que os presbyteros de Gôa e 11111 ros que
vo~ perturbi\o , não leem j urb dlrção ne111 :mctnri- esrnnganclo, lhe o cra neo com a vara de
dade, nnm po<lr r par:1 oxerciclo do mlnbterio n'e.;- um pi,.;eiro, e o enterraram perto do
sac; rrgii><'li onde ha lnsliluldos ,·iga rios no!:sos P da me!\tno templo.
Se 1postolica . Sô portanto rom pPrdlçiio das vos-
s:is almas ê (lUC poclerris ,•h•n unidoc: a cssrs prt's- 2. T,EHÇ.4-FEIR.tl.- S . Mapbalda-
byteros, em quanto houver separação entre ellcs e os vi11 vn. Era a rnai-. nov,, d as frec. irma ns·
legilimos prl'lados.
c.,,oftanc1o porem n'aqnelle que e anrtor ela paz Santa~ , infa nta-. de Portugal e fil bns de
e Dl'us rle lo<l'l a cóo<;olarão. raparitamo-no., <IP q11e,
pnhlir~ cl:1s entre ,•ó<; estac; nQss:is ll'tlr:r'i, viremoc; a
n. San,·ho. f\ 11nuindo c·om diílin 1ldade
saber quf' o.; que <'s lavfio no erro, volta rão para ;'1.0.: irn,tt1n<·ias de M' ll ir·n1~0 Aíl'o n!-o Jl ; ee-
o rnmil1ho ria justiça e rl:1 salv:i (';io, <' Qfl<' rm torta lehrn u ma1rirn 011io r om Henrique ele Cas-
a pnrt<· Ocon havl'n<i o um ~b..curral. lfo1 refon10 , \' P-
ncra,·,·is irmãos, rpp:,rll uHHi amanlissin1;11nrn1r com- tf'lla ;porem :rnfe•; de o co ns111uar l'eco-
vosco, e co,11 es,;es am•• ,Jos rP.hanhos e1_11regucs aos nhece u-se ser nullo por impedim ento de
vossos r ui,tatlos, a benção apostolica. parcnte5co , e por isJ-o so l'('co lhea ao
DJda cm Roma, 110 seLimo anno do nosso ponll fi cDdo.
P•o Pr111a lk. Mosteiro de Aronrn , que seu Pac lhe do-
ta ra, e que ella reedifi cou e reform ou.
AN~O CDfllST ÂO. Todos oc, gene1·os . de penite nria fo ram
A viela e.los Snntos é s<' rn duvida um aqui postos por eHa em pratica; jejuan-
d'quelle~ inrenti vos qu e operand o ~ohre do tres dias cad,i semnna a pão e agna ,
o no!-~O e-. pirito, o anima e forra lrrP pa- passava as noutcs inteiras ea, orn<:a m e
ra resi!-ti rinos a inron-.tanri;t d,l vida hn- essas poucas hora,; que tc,m ava de d e~cao-
mann. Admir!l nd n n 'arp1cllf'~ flProes do <:O, as passa va rucostada cm uma cortiça.
Christian bmo m, e~fo t·ços sobre humanos Haveo<l\.) trilhado se mpre o c.:acninbo da

L-~~~~~~~~~~ -~

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-{) r: e: JLl
virtude, foi por fim receber o premio im- já pela sua voz, e jà pelos seus exemplos,
rnarcessivel, que aos justos está prepara- em 28 de ago-;to de úBO foi gozar <la be-
do na Santa Gloria, em 1256. maventuranc.:a, contando í6 annos de
3. QU.clRT.1.·FElR.~ - Jnvenrlio idade e úO de sacerdote.
<la Santa Cruz, Depois que nCl :-tono ~Ú 2 6. s.~ uu.~oo.- S. J oão- ante
o Imperador Constantinú e se u pequeno portam !atinam. E' com este titulo que a
exe1·cilo, animados com a miraculoza vi- Egrej,, hoje celel>ra o modo milagroso
sã() de u:na Crnz., alcança ram urna corn- pelo q uai o Evangcfüta, co ndnsido preso
plesa victol'ia sobre \foxeoc io, Santa lle- de Epheso por ordem de Domiciano, e
lena, \ 1làe do mesmo Cuustantioo, foi lo- sendo por 1-\0nlença do Senàdo mettido
go a Jerm,alcm eo m o liin. de ver se en- em urna talha de azeite a ferver, sahiu il-
contrava a Cruz que havia servido de Al- leso, corno refere Tertulianov1sinuoàquel-~
tar ao sacrificio elo -ílomecn-Deus- les tempos.
pelos homem;. [í'ioalmente encontrou 7. noitnivGo.-3. º depois da Pas-
lres, e a5o podendo cli-;Lioguir qual d'el- choa. Pdtrocinio de S . .José Esposo de
làs era n de Jesus Clu-ii;t'), veio uin mila- N. Senuol'a. Era S. Jo1,c <li:1 nob1·e btirpe
gre declarai-lo. Com effeito, -havendo de David; porem e!o consequel'}ciadesua
S. ~1acario, Bispo de Jerusale111, tocado pobresa, usava do olllcio de,carapina. Poe .
uma mulh er d t!se-;peradameote enf.. rmri. grande innocencia e singular bondade
em cada uma cl'ellas, só n terceira lhP deu merecett a preciosa grnc;a <le ser Pae pu-
repentioa1wmte a ~audc. Santa Ilele na lati vo do Salvador, e cspúso venladciro
man dou logo edificar alli um maoniGco da Virgem Santis._.;iUla, aos quacs alimen-
Templo, onde dei.{•Ht parte do s~grado tou com o producto do seu trahalho. As-
L(! oh o, e a outra parte tL·ouxe-a a seu li~ si~tido de se u filho putativo, e da Virgem
lho Constautino, qae d epositou em ou- sua füposn, exbalou o ultimo s:.1spiro, e
u·o Templo que edificou em Boma com foi para o Limbo annunciar aos outros
o. titulo de S~nta Cruz-:: e_ decreto1J que Patriarcbas, que ~lli ei;peravam a feliz no-
moguem coai:, fos,;e su ppl1ciado em Cruz, va de estar prox.imo o dia, em que havia
a _qua l de objecto de oprobrio e ignomi- de abrir-se-lhes à porta do Ceu.
m a, se tornou elO em blema honorifi co e C:ml. . .,IWC:111. D IEL. G l l O S,. ..
honl'O'iO. · . Teve lugar no dia 23 (Domingo) do p. p., na
/J. QUl~T~~·FEIR..11.-S. \1onir.a-v i- JgreJa _dos Fr:wclscanos, a l•'estivllladc do r.torioso s.
nened1r.to, uma das primriras. e mais concorridas <1nc,
uva. Ten clo casado com um idolatra , pô- gosamo~ n' esta Capital. E' um dos :moos, c111 que 11
d e à fur,;a de seu., rogos e cH·açcle<; convel'- ternos ,·,~to com maior pompa, e clccencio: foi solümui-
tel-o à ve r<l.,d<!ira religião. Ficou viuva salla co~1 Vcspcras, {no sabhado a nollc) e :llic;$n a
gr.iocle trl!>lruiucnlal.; pronunciou, cm a occasião com .
restava-lb e um ~lho -o grande Agosti- peteutc, o panogyrico do Glorioc;o Sanlo o íle\'IO. Sr.
nho- que seg uira a heresia dos \fani- Coucgo lfüutherio, descrc\'endo-no·s a \'irtucle da hu-
mildade , c1uc tanto resplandccco em tão illustrc
q ueos, cuj a conversão era o ob.iecto <le lleroc, com aquella mesma sul.llimidade de pen:1a-
suas prece..; e <le suas lagrima.o,. Vindo el- mcnlos, claresa d'expressões, elcgancia ,1•eslylo, e
Je a ~Jilão~ elh. ? accompan'1011. e pôde presença magoslosa, de no,; ba multo conhecida, e que
o tem toruado 0111 dos bons oradores d'esta Cidade.
mo vei-o a !r ouvir a~ humiliar- puhlicn,; de A' lante sahio orn Procissão. co1110 é costume, a vc .
S. Awbros11), edep01s mc:,,mo n ler com cl- ncranda rrnagcm do r.lorioso Santo, cujo andol' he
scm1>re disput.iclo, oáo sb pelos irmãos da Confrnria,
Je ~onferencia~ partic11larc.. , o rine foi se- corno pl'los muitos ,lcvoto':l, que se apresentão para
gmdo de 11 rna srnceni con ver,ão. Volta nclo carregarem 1>or proruussa. Sendo acompanha(la do
para a Africa, sua Pa tria, adoec·eu na cida- 5. 0 Batalhão de Fusilrlros de lin'>a cm rico unifor-
me. de grande multidão de porn, e dos muitos nn-
d~ de O .. tia, onde tcr10in ou ~ati,íeita se us jos que a fazem ruais brilhante Alt~m do que fi ca
dias, po1• J eixar se u fill1 ,, renascicl'l na (e dicto , já no sabbado antecedente . ao meio dia e
5. SEXT.l.• FEIK,~· -Conrcrsão d; a noite, a bella banda de mu,ica do mencionado º 's.
llatalháo , havia ex.ecutarlo a,uiudad.is e ,·uiadas
S. Agosti nho, qu e te ve lun-ar 5
pelo'! fins marchas . trocando-as por outras :iincla no Oomln-
d? s~culo /.J. e ~elo modo qu e acima fi-
0 S? a nolt~. em que fo! entr~guc aos ares um •uag-
111fico balao. A a!llnenc1a de poro à lodos os actos
ca dito. ~ Agostmho,•o mais celebre dos ... d •es~a i''c?slivid:~ll~, a multidão d ·anjos que se apre-
Dt~utore-. ~a Egreja , e ariuelle cujos es- se orno fl ..r~oc1ssao, e ns os,nol;1s com ~ue concor-
V

criptos mn1:-; anvltão, foJ Bispo de Ilippo- rem os }' 1e1c; • nos denotao a drvoção , respeito. e
vcncraçno que c;e con~agra !I Imagem de tiío mila-
na na Afraca sua patna. Depois de ter groso Santo. lfüe nos a1111)arc sempre com o sco va..
pre..,tado os maiores, e mais relevant05 lhoento.

sen iços á Egreja, jà pelos seus escriptos, Mura11flão - ryp , ele J. G. .


li. da Cut1/w Tor1·es.
Rua dos Barbefros 11. S,
ANNO1. Segunrla-fcira 6. de lfaio de 1854. N. 2.

OCH-RISTIANISMO.
X
~
rneço D.\ SOBSCR ll'ÇA'O. ASSIG)iA-SE:

·~
Por um anno ......... 8SOOO.
I
!'a o ndianlado • wls mrics....... • 118$00.
g } , lrt'L mnes ..... . . :?SSOO.
\A fuJSl>s............... s~1,o. !
'V

à
N3 llua da Cruz o. 30, ena Tipo:;faphla.
deste Jornal.

.
,,·011 t•cnl tmltnns J)rrdcrt ,rd salc,1rc.
S. l,uc. e. 9. ,. . ~G.
-- - - - - - - - = - - ---- -~ - . ._. . . . .__
pois de haver livrado Deus aos Isra elita~
OCHRISTIANIS MO. do captivciro do EgJ plo, franqueando-
lhes mi lagrosamente, para sua retirada,
caminho livre, e a pé enxuto pot· entre
as ondas; as!)ÍID lhes manife~tou a sun Di-
vina vontaclc:-le.x Domini sempe,· sit ín
A Fe ~ nm dom pre<'io~o do Ceo: 01·e tuo c21 . - Conservai sem pre a minba
e uma lu1., com a qua l illm,rrado o ho- Lei µ- ra vacla profundamente no vosso
mem, as.,ente firmemente à todas as cou- cora<;ão: não sepa,·ai do vosso entendi-
sas, que Deo, ha revelado, e nos lta propos- menlo os meoq -\1.md-1mentos-; 1-e-
to pela sua san ta Igreja, para que as <·re- jam clles a regra d ....... vossas ac,;õ:1-; ~ ob-
amos, estejam ou não, _e.,cri1Ha~. - füla jecto elas vos.c;as med1t,H:ões de dia, e de
e a primoge nita filha de OP.11s entre todas noite; quando em vo~1;as C'aS.l~ d escanr,a-
as virtudes, e <'0 1110 tal hemdi<'ta do me~- ·dos, sejam o :l'-SIH!Jplu d c>S vos.e.os di ~cm,-
mo Deo~: hemaue11titrados os que nâo vi- sos -me.ditahn·is in eis sedem; iu ,iomu.
ram, e r.re1'am. 0~ t11aPl ;-quando no, vosso, pa.s~eios, se-
É o fundamento do Chri:-. tianis- jam a materia do VOS'-O entn:tenimento-
mo'; e a prineipal ~o lumna da lgl'ejn; e et nmbulan.~ iu itinere , dcrmiem,, atquc
a raiz de toda, a~ maí:-. ,·irt utle,; 1'• a fon- r.011sflrrrenl(,·-
... in c:11kni-oi: aos vossos Ci-
te per•mne de lodos o, bem,; é e m fim a lhos -11a1·1·abis cri fi!iis lui.~- : tende-os
porta da ~a lvac;ãu elE> rna, a qual ~e m el- sem pre diante. dos vossos olbos, e vene-
la, jamais poderem'1s aleanc;ar, e q11a l- rai-os comn n monumento dú vosso Deus
q11er tnib:dbo no!'-~o e vão, e se m e... pe- - qun:,i mmwmcnlo ,mie oculos luos- :
rançf'I de peo,·Pilo, e premio, t·nmo hem atai-os rumo sagr.ido ~i~nal, em rnssns
expli~·on S. Bernard1). - Deve ser ella, enfio'-. para r.onfirmar \'O-;sas ucc;iies-ti-
portanto, a an~~él c·on-.elheira em todas ...,,,nl,is ea .,mwsi ~i:-,rrnum in mmw /u(I, ,runl-
as nos~as 11cçõe, ; d'Plla no-. d,~vemu~ va- que, ct mol'el111uh1· in(er oculos tuos <4l.
ler em t,1das as nu.-.sas ohra!-; e ~ó ia ella Ainda prosegue o me~mo Deus, di-
sf'~nir cm todos os SC'hS dict,1 me:-; o qne zendo: esc,·evci c1,tes -Mandam cntos-
jamais poderemo:-1 dt•ixar de fat.""r, sem no lnmia'r, e nâs portas d.11- vos~as haLi-
uhrnial-a, e de,,1,int11 o ·.iraoter de Cbris- tac::ões, pal'a que os vejnes, e permane-
tãos," <'Olll qu e bon'Ve -D1•os - revestir- çnrn em vos.:a mem oria-sc,·ibesque e$l Út
nos, pela sua infinita miseril'ordia, uas liminc, et ostiis domus tum t:ii .
fonte'- do hnfJ tismo. Conbec·cnclo o Senhor a nossa fragi-
Todos
• sa hemoc; ( acl menos não de- lidade, e não menos o o o~so orgulho,
vemo.; ignorar ) qne a l...t•i de Oeos se aclrn qniz. com r-..tal- repelidas explica<;ões dos
~ontida, e firm:id ., na sna -Fé-, e qnf'. prcr.eitos de l-Ua Santis~irna Lei, ensinar-
por con ...eguinte, quando Deus no.-; folia n os a ser hum ildes, e dar- nos a en ten
de sua Lei t,,a nrti!'>sima, é o rnF!smo que der que se qu ist' rmos a nossa sê\l\'a-
nos fallar de sua -Fé IJivina; e i:-to se ção. devPmoc; profes:-ar l\in rera men te •
comprova
, com a Est·ritura Sao<'ta:-
. De- \:.''I) JiXOII,
(., Jltut. -
13, !),
G. 7.
til S. Joa11. _20 , 29. (tal 1(1. - , 8.
() Jd. ·- ' ,.
ea e+::t2UZ am:z'C/1P9íC"911Ce"+·, .,- o .A&"'6e<IJG... ..-: srr::ewm1www:ac

e obser va r a risca, com boas obras, a Lei eí'.a natural nosdcteem, não fazemos ex-
de Deus, e a sua -Fé- Divina, em forc;os, nem a mais pequena' violcncfa ;
a qual, como já di.;semoc,, se encerra a para procu ra rm os o nosso hem etemo;
sua Lei; e a'lsim nos manda, afim de não ::;ó noc; leva mo-; por nossas inclinações ,
praticarm os eousa alguma. contraria ao de!-ip rczaado a Penitencia, fugindo às mor-
<.f UC està ol'denado na m e1, ma Lei, e pa- tilic:ações, e julgando oào cab er-n os hem
r a qu e no~ ~i,·va de t'egra e m todos os nos- as lrnnaillrn<;ões; e por h so não consegui:-
sos de:,,iguio:-:, os quaes <l evP.m ser fat·ma- mos fürc;a, para melhor formarmos uma
<lo.; sobre ella. como sol>l'e u rn 1noclelo resolução ellic~z e pratic.1.
in l'a lli vel, e necc~sario a todas as nossas E que fa1.er em semelhante caso,
<lc lt bcra<;õm,. pergu ntar-nos-Lão ? -Pôr em cxecll(;ào
. Eis a vontade <le Deu-. a cerca do o avizo de Tertulianno: colloquatm· spi-
nosso reconheci,nento a -Fe- e eis o 1·,tn5 cum c<u-ne de comm,mi salute: fazet•
modo pelo qual cst<1mos obrigados a fi.illar o e.:pirito el e Deus à nossa carne, a
g ua r<l.1- la; e se•·ia não recouhecer a mesma nos..o,a prndcrn.'ia humana a ce1•ca <lo in-
nat11t·,!za cl.1 -Fé-, se nnsaramos recu- teressante ohj ecl<• da nossa :,;alva1;ào: con-
sa r- lhe UO"isa sujei<;ào, que lb c ó l,io le- sultai· it Fé, e ;1 ella ~ubmettcrmos todos os
gi timamen te di vida, e no,sa confia nça, n o~sos aclus: ava lin1· as suas grandes ver-
tnnt o glol'i o~a à mesma -Fe-. quanto <lades, cpw. como .superiores a todos· os
vantajosa .\ no~sa salvação. Ei,; tambem vã os prelextoli, e frivolas razões, n os fa-
o motivo por que nos communicou Deus rám de certo coohcce1· as illusões, de
e,la - ré-, tão recta, e segura, queren- que so mos infelismente viclisnas, e com-
do fossemos por ella e1>clarccido..,, e diri- preuender de melhor grado o va ntaj oso
gidos, p or exemplo; se preteudemos a nt>goc:io do nosso eterno be m. Firmados
nossa feliciddde eterna, e, por conseguin- n'estes priacipios poderemos tirar pet·
te fugir d .! nossas iniqnidr1des, se quere- consequeoc•ii, infali\'el que , Lodos os inte-
mo., <'uinprir com a Lei Divina, que pro- re~ses d'e!>la vida lr~nsitoria devcm.cedet'
fes:-i mos, .se viver como verdadeiros aos da elet'ua, e que_ele vemos com d eli-
Chri~tàos, tres.cou,;as havemos encontrar gencia rem over os obstaculos, -vencer mí
cm oppo~i,;ão ao nos."o designio, qne sãm dHUculdades, e trilhar. gu iados pela Fc,
as seguintes: u.s negocio-., que camam o os caminhos da mortifica<.;ào, p~ra não
e 1n ba raço-1.)s obsta cu los que promoyem precip~tarmo-nos no abisruo da.perpetua *
a din-i~uldade-e uma c,wta debilidc1de condemna<;ão.
e 1ibiew natu ral: a prim eira ocrupa toda Os suffrimenlos n'e~tc valle tlc l;\-
a nossa atlençãu: não tenho lugar, edi- grfrn as não nos devem pnl"e\·e1· a nluos,
zem muitos) os meos alfo1.eres me rou- e insuperavei.", an te;<;- aprasiveis, e foceis.
b,,m o tempo, a ponto tal cl(~ muitas ve- N'eMa co111ft,rmiclade júrnais trepidará
zes n5o :-.:iber, 11cm se q11er<le mim mci;- o nosso corn<;ào; j:'1 ni',o scn\ difíiril á Pe-
ruo: a ..,egun<la nost>i.p;int;1, milphantas- n iteocia. e pron1pt,1mente obrleceremos
nrn.; se uus representam i1 i,nagiaa<;ãn, jé\ aos chamados d:-1 Divina Cra<;a.
pelo pa:,sado, jú no pre.;e nte, e jú paru o· A Fc vencerá, e tri111upharà de nos-
fo1 1rt>: p11r outro lr1d l tanto, re-.peitos
1
sa covardia; não m:ti~ reccareu1os enga-
hnmano-. de iute1·cs:--e . :zràncle:- cJe..t~jos de nar-no~, e perd er-nt)-s, por quanto ella
honras e emprego:. nos fa1ig:1 w; .em uma no!-i in:-.pira o u('ert o <la elei<;ão, e nos mos-
pahn ra tudo no~ <·ombate, e cnllora em tra o caminlu~ da sal rnl;üo, que empre-
ta l su,prn:-ã•l, dH não sa herm o.., qual o l.icnd t>tnos. E oo!-i:.O dever, por tanto,
rumo , q11e deve tomar no., sa alma e is- como Chri:;t,fo:- navegantes no immenso
to me:-mu experimentou S. A~m,tinho:
pelogo do mundo, ter por norte a Fe
t•eficabrml ,,,,ste111 mea111. Et 11111 ,(itabant,
Di vina, para c·hcg,,nno" ao porto d.e sal-
et décebonl mil,i: 11.sq11r.,JflfJ dimilliii ·,ws?
va(;ào, ú Bemave11t11nrnça. A ella pcr-
i\Jeos pri111ci:·os de'il'egrados prazeres (di-
tenre guia r-nns, e a 110 ~ :.cguil-a em tu-
zia e te grnnc.le h,1n_t•)) inc suspendiam , do, e por tudo: ,..,1,1nos seu-; domesticos,
e tira ,·,un do rc~tido. Ao ouvido me ( di1. S. Paulo) e co mo taes temos obriga-
foliavam, e me dcmandJVHm por os lrn- <:ào de viver subm i..,so-: .\ q 1rn ntos ~Jbte-
ver d ix:1do. » rios, e J)l'eccilôs n'ella se incluem, e apren .. ·
Finalmente certa debilidaclé, e tibi- der d'ella u que nos pre~cre\'._e, e o que
r

condemna. o que nos orden a,. e o que e despresiveis nas sa:is mãos tornam-se prodígios. -
prohibe. para não errarmos, e irmos sem- O judeu sNu csludos caminha alé ao Santuorio do
pre confor mes ás suas regras em todos os Eterno, e os que presmuiam ler grandes luzes, não li·
actos da nossa vida. obam a menor noção das grauclcs verdades, que o céu
Oh! quanto mais fe iices seria~.os, lhes communicàra. Os l'rophetas eram os seusoracu·
si sempre consullaram~s à esta D1yma los: quando precisavam ser clcsperlallos por brilhan-
Preceptora, e se com cuidado apr·ove1tas- tes slgnaes, a naturesa sempre obdienle às ordens do
semos suas santas irn,tituic;ões, sem adop- Omnipotente, prodigalisava mnravilhas em seu favor.
tarmos outras opi ni ões, que, em vez d.e Mas Deus que não queria fazer brilhar as suas vivas
ill ucidar- nos. so
nos otfuscam o en tend1- luzes senão com a \'inda do :ues~ias, se occulta de-
baixo dos myslerios inpeuetravei~ da sua infinita sabe-
mento, e nos condnzem ao te nebroso er- doria.
ro da incredulidade! E com effei to se pro-
Do nada saem nllvns colonias. Roma e Athenas
fessássemos· a -Fé- em toda a sua pu- sam as Melropoles, e se apresentam t:omo arenas, co ..
reza, e sancticl,1de. Deus espalharia em mo lycl!os aonde se combatiam t:inlo os guerreiros
nossos olhos os ra ios de sua d ivina luz; corno os sal>ios; porem civilisam souientc, para com
:;e uniria a n~ssa humildade, paru forta- mais ardi lesa se destruirem, e se instruem para se af.
lece1· h<>s!.a fraqueza; nos concederia a faslarem mois da verdadeira Luz. Aqui a ter'ra se
,·erdadeira estimac;no de seus Mi~ lerios, ensopa do sangue d~ uma mullifüio de viclimas, que
nos far ia co nhecei· seu inel'ltimave l va lo1·, uma barbara an1bição immola uo furor; aco)à se cn- .. .
e fugir de tantos perigos que, a cada pas- cbe o Mundo de seilas e d~ escriplos, rque propa-
so nos assustam. gam o SCC'plicismo. e transvcrlem a verdade. Os Ro-
Finalmen te a me1-ma Fe nos reve- manos apesílr das suas Jnzes, dh·inisavam todas a$
laria os acertos cfo - Divina Sahedoria - crealurns, exccplo o Creador. Os Gregos erigem pu,
não só utei.s a n ossa ScJ IVa<;ão, como con- blicnmcnte altares ao Deus-ignolo,-dc certo que a
vementes ao n os"lo modo de viver n'este naturesa estava com as dores do seu parto, ate que os
desterro nue habitamos. Ceus tivessem produsido o justo, segundo a. expressão
lias Sant:is Escriplur~s.
F. V. ele J.
IV.

Breve ensaiosobi·e a historia Os tempos valicinado3 pelos Prnphetas, figarndos


por acoutecimcnlos, e symbolos entre o povo Rli?icto
DO do Senhor, chegaram. Em lodo o Oriente grassava o
murmurio. de que na Judea 3J>parcccria-Um Homem
que assumiria o Po<ler Universal. As 70 semanas enu-
(Conli1111oç,, o tio n. º t J.
tneradas por Daoicl taulos seculos antes, se tinham
coniplelado; o sreplro já não exislia na mão de Juda;
III.
e os Hel>reos esperavam o Salva(lor promf'ltido. afim
Decorrerão muitos scculos anteriores à missao rle que sua nacionalidade ultraj:~da, fosse vingacla, e
de Jesus Chrislo. Antes da sua vinda havia apenas quebradas as grossas cadc.,s qu~ roubando-lhrs a Li-
uns fracos crepusculos de luz sobre a terra, primeiro berdade, sepultavam sua gloria. Nci enlretaolo assim
que a luz clifuza se reunisse em um so corpo: so no não deverhi ser. As cadêas, coaquislas, e gloria a que
momento da appariçl.ío do Messias é que radiou ama all udiam os Prophctas, niíc eram as imagioadac;; mas
verdadeira claridade. -~JerguHiado o mundo o' um outras pouco susc<'ptivcis de serem penetradas por
profundo abysmo de corrupção, erãru calcados pelos espirilos tão pre:occup.ados de idcas matcrü,es. Só
pés do orgulho, d'ambição, e de todas ás mais vis e uma illuminaçf10 divina os poderiam fazer encarar es~a
pessimas paixões, (que iofclizmente provam de sobejo regPncração, n:io como particular :.. este ou aquelle
a que ponto levam- nos as aberrações do espiríto hu- Povo, mas estendendo-se a toda humanidade, resga-
mano) os mais santos principias. .\historiado Mundo é tada não de uma servidão temporal, mas da escrividao
um repertorio que, (com rasão disse um peosadot' mo- de origem, que pomto em desordem a razão, o inlen-
derno) devemos temer manuse:i-lo; porque abi en- dimenlo, e a ,·ontade, ei.:cluir:t o home1a não da Ju-
conlra~nos o irmão degolan<lo a irman, o filho insopan- dca, mas d' aquella habilação para cuj:i posse deveriãro
do as mãos no ,augue amante do seu Pae. e a Idola- sempre tender todos os seus exforros-do Paralso.
tria, que então dominava o Universo, ábraçada para Quando todo o Oniverso se achava no goso de
disfarçar os crimes e as atrocidades dos homens L . . uma par. prufuntla-lalo orl>.e ill pace composilo-di-
Não havia então senão um povo, que se olha- zem os Ev:ingeUstas. soon afinal a hora .que d'esde os
va com despreso, e que Deus pnr seas altos e inson- nossos primeiros pais ha,•in sido decretada para ope-
rar-se o grande mysterio que fosendo dos Povos ums~
daveis decretos, havia escolhido com prediieção, par-a
Povo, marcaria ama é{loca memoravcl nos annaes d.a
ensinar ao Uuivers:>, que os ol>jecto~ t0l i'I pequeaos bum aniclade,

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


. . . ~· • .. . ""' .. • , "' .. - .... . .. . . .- - - _. .. r ·- ~ - . . . .. . .

v.
Quando [oi.lo o Mundo cançaclo dos desv:irios da IV.
ra1,ão lntmí\11,a eslava ua posse t.lc uma tranquilidade
até cnLão exccpciooal. Augusto, queren<lo saber qual ( L'o11tlntta® do n. • 1 )
a população que consliluia o seu grande l mpcrio, e
<1uc Obedecia às suas leis, ordenou que se fizesse um 'l':füez seja porque nada bn mais popular do que
rece11scameuto geral. Maria, Joveo Judio, da estirpe a instruc(ão r.cligiosa. Mas isto não ser:i umn infun-
de Davlt.1, mas pobre, o casada com Josê, artista tle daàa e louca vaidade? St' ha gloria em sal>er o que o
Nasarclh, se poz a caminho parn que olledecen,fo a commum dos homens ignora, 11:io barcrà fa lta dera -
1ci do i\Jooarcha, fosse ioscripta uo nrrolomPnlo, e ciocínio e stupidez em ig11orar o que todo o mundo
coru este fim parliu para Dethlem, cidade síluada sabe;:>
uas rnontaulias da Galilêa, d'ondc seus paes eram
Que l a ignoraucii seria o llluto de um espirito
oriundos. E aqui cm uma groua íoi por Elia dado a
luz a Segunda r essoo da L'rindade S:.ulissiwa, J. Chris- elevado, o cunho do geuio ! l'or mais que se faça,
to, conccl>iuo por gr:iça tlo ~spi ri to Santo. Assim fo- µão esta no poder do homem descer tão fabaixo para
ram preenchidas parte das l'rorccias. com o bruto disputar :i palma da lgnornacia.
nem longe llc exterminar os pccc:1tlores, e idola- Na verdade n:io é muito quercutc, trazer :i fronte
tras antes de vir hnl>iwr a terra entre os homens, allh·a, quando baixo permanece o coração, e quando
cujo resgate ruais tarde Lhe custaria a 1;101•te ruais leva-se o dcspl'eso a po11 to de ser com plctamcntc indif-
atroz e tormentosa, vcio, por uru caulico entoado pe-
.. los Anjos. traser o paz a todos os homens de boa vou-
fcrcnle ao liomem saber-se clle é obra do acaso ou
,l'uma intelligencia superior íl Se o cale qu~ o'elle
tade-Pax bominlbus honro ,,oluntatis-Viodo ao
i.\lnndo para corar os infermos, e rcsuscilar os mor- pensa serà roido pelo v,mne do sepulchro, ou , descm-
tos, app.ircceo, nlio como um Potentado, mas-for- baraç,Hlo úc seu grosseiro iuvoltorlo, irá roposar en-
mau, scn ·i accipiens-debaixo dn forma de escr:irn: tre os immortaes?
escolheu para seu .berço um prescpio, em , ez de sump- Se remoolarmos o J,ase sobre que se firma esla
luosos Palacios, e chamou para Junto de si simples força d'espirilo que arrasta o homem ate abafar os dic-
Pastores, que pela suam ·temperatura tlc Dezembro Lames de sua rasUo, veremos que o seu peclestal é a
apascenta varu seus rchaullos uns eocostas das monta-
baixesa e a la'\idao que domina seu cornção. ;\l nilo lcm·
nhas.
Aquelle <1ue fechado tillba na sua ti extra o desti • po ha <Jae se diz:-0 implo não quer acredilar, por-
no dos homens, que dt•vla mudar a face do mundo, que aobcla o direito de Lodo pata icar, e f.lzer-Se eUe
lançar por terra a Idolatria, subslituir ao espirilo do se obslin11 a examinar os Pogmas, não serà porque
dominio e do orgulho, ii abuegaçãc e humildade, mos· n'e1les encontra a norma porque deve rr.gula1 sua vi-
tra-~e ao muudo sob a figura de uin menino sem for- da? Deixai-o adorar seos Uiesouros. cntrcgar·se li-
ça. e sem poder, e como aux!llares 1>ara a execução de vreme1Ho as suas orgl,1s, que coíiseguireis n sua crcn~
uma tão gralltle empresa, nada mnis tem do que um
ça :.inda u'a11uellas cousas mais incri reis. E h;\verá
prese pio , e uma cruz ! . ...
o seculo qo.! vio nascer o Opsejado <las naçõ11.s, o quem não taxe <l'abi-urdo esle modo de proceder;:> Os
Salvador, não foi um seculo obscurecido pcl;\ igno- castigos eternos destinados aos dcspresadores das leis
rancin: a inlloenclo de Augusto d:ivn entao ao Univer- do 0111 nipotcnle, por vcnlura scrànl LUenos horriveis
so um brilhante esplendor, e o:. l'hilo:.ophus, os Poe- porquu se desc_eu um véu sobre os scos olhos?
t:is, e os Oradores, que então taulo apparcciam na Quando aos ou,•ldos do indiffel'enle \'ai soar a pa-
aren~ da scicncia, n:\o o couheccrüm . foi si> drivido ao
vra-l nfcrno-destaca·sc de seus labios um sorriso
seu orgulho; e 1\ugu sto desgarrado no meio das luzes,
que o ccrcavain, não procurnn<lo Aqocllo, que era o mofndor, comu prova úa discrcoç:i; mas bastarà nm
fóco de toda êl luz. apesar do seu Decreto. não Jesco tal sorrir para destruir a crença do gencro humano?
briu a uuica person;1ge1u, que lhe importava 1:onbc- Um-não acn•dilo 0111 tal-fund ido sobre a ignoran-
cer I ci a, 1wevalcccra por \'entura á flrme com·icção de mi-
llerodes, a quem os Magos do Oriente, guiados 11.lão de milhares d'homcns:'
por um brílhauLc astro, peri;untaraui-oude existe O indill"crente j~mais podcr:1 Jizcr: Tenho cerlesa
uascido o nosso !lei da J uc.lêa-assaltado tio pressenli- de que a outra vida. a ,·ida fu tura, é pura chimcra;
iuentos, e como que vcudo lcrnntar-se uma espessa
porque ó' onde foi cllc buscar esta certeza, quan<lo
nuvelll para oll'u:.cnr seu poder, empr eendeu desdt!
logo exterminar A11uellc l30I' quem os Heis Gentios ha- nem um só iustanlt! se entregou a um tal exame, e
viam procurado para adorar. o Edicto publica-se e contra elle lem quase lodos os !teus somilhan Les, qu:e
milhares de ionocentes viclimas regam com o seu san_ contra os dc'>varios de sua rnsão, oppocm os fortes ar-
gue Angelical o solo onde ha,1ia de ser lançada a pri- g11111cnlos tf{' umn ,·asi'to esclo rcclcla í>
meira sl•mentc da rcdempçào l O Salvador do Mundo Coucluarnos: :,r o indilTcrr11Lc n'f10 podo racional.
avisado por um Anjo deixa o seu berço, e procura mente nlllrmar a f,1bida1lo dn Religião, e possh•el que
abrigo 110 F.gypto.
ella seja verclact1,ira, o se é possível. qual tle\Orá ser o
Passados os seus 30 primeiros annos na obscf1 ri-
seu raciocln!o í> O scgninlc: E poi.sivcl, que exista um
dnde, começou n'cs.1~1 edadea lançar os primeiros ali-
Oens CrcoJor, e Lcgisl3Jor; é possi,el qne Ellc tcoba
cerces do grande l!diticío que sb a mão de uru Deus
imposto ao homem d(W('rcs, por cuja ohscrvanci:i 1 um
podia trni:ar. T.
di,, serà rccompensddO com um:1 maguifü·en<'ía tli-vi-
(Co1Himt0). na, e por cuja transgro~são o mergulbarà n' um logíl,
de interminaveis tormentos. É pois possível, que a E quiz a creação..• . tremeu o càhos
minha ignorancia, ao !rahir d' esta vida, alfectada das Elo seus golphos sem fim, abysmos fundos,
leis do Ente Supremo prive-we d'uma felecidade in- Lançando aos turbilhões do seio em anelas
calculavcl, e mr prepare caslígos, que nada sam, com- Milhões de mundos!
parativamente com os da vida presente: E baverà Pela primeira \ICZ rolilp'c.u as sorabtas,
111csquinhez d'espirilo em quem s'occupa de tal qaes- Em torrentes, o sol do firmamento;
·tão ? Com muita rasão disse Pascal-que não sabia Cada corpo buscou, sujeilo à ordem,
qual o tehuo porque qualificar uma tão e"&Lravagaute o proptio assento.
crnatura !. • . .
Separaram-se as aguas: no seu leito
v. Encerraram-se as vagas d' Oceano:.
Nas orbitas -um hraço volve a terra
SOLUÇÃO DO PAN'J'OEIST.\, Mais qu'humàno.
O que d o Pant!teismo.
Foi a quéda dos tempos comcç:mclo
Se não soubessemas, que quando o homem pro- Para os seios do. Na lia à voz da sorte:
cura fugir a Deus, não ha loucura qae o seu orgulho O instante, que o mundo vln primeiro,
não pratique, não poderiámos conceber como podesse Cahiu na morte !
haver PanJ.heistas. Um Pbilosopho Chrislão fallarido Das camadas aereas nasce o vento:
com um criminoso disse-lhe: Vis fu9ere a Deo? fu- 1 Dos solidos a planta, ,, flo r primeira:
9e ad Deum-Quercs escapar-te a Deus 1 lança-te' E, à 'imagem de Deus, de Íimo a c'roa
em seus braços {* ). O Pautheisla pensou que seria Da terra inteira.
milhar lançar-se na essencia dirio:\-Eti sou Deus,
Ohomem, o Oceano, a terra, o vento
um.a fr11cção de De1,s,.diz elfo, como poderá to-
Enlôam na iouocencia hymnos profundos;
car-me sem. <JUC Etfo mcsm-0 participe o que me Que Deus contente escuta olhando a gloria
fa: soffr,,,.? Dos seus inundos 1 1
E neccssario, que cm rirtude Je milhares de os-
peculações transcendenlf's. uma intelligencia se ache Senhor I tu és o symlrnlo do posstvel
acostumada à absurdos para-0onfuudir o sen Ó1esqui- Infinito no bern, na magnilude l
O Presenta im111utavel i.empifcrno..•
nho Eu,, com o Eu !11/'foit(); para compor de todas
És o emblewa sublime da virtude 1 1
as unidades intellectuaes e rnateriaes-a unidade abso-
lula,-de todas :is existencias successivas-a eternida- Escondes-te nos seios do iofioilo
dc,-de lodos os seres imp-erfeitos, couUugentes, e Envolvido no véo dos teus 1úysterios:
corruptíveis, o ser incorrdpth•el, irnmutavel, in6nito; · Tua essencia, qual m3r sem ter limites,
é necessario . . .. . , mas oão estaremo~ a falla r em um Enche o tracto dos vastos heroispherios.
systema, que talvez ignorem a maior 1rnrte dos nossos Quanto foi, quanto é, e ha-de ser inda,
Leitores? Pode ser, e por isso ensaiaremos aprcsen- Seja verme,.ou monarcha, ou dor, ou crença;
Lar-lhes cm poucas p<1lavras, o que eesto S}'Stema, Desde sempre ante os olhos tens tlresente
grande bMe de lodos os erros religiosos, philosoficos, Quadro immenso, que traça a mente immensa l
polílicos, e lilterarios do nosso seculo. -E:q,o-lo co-
mo podermos, e refuta-lo segundo as nossas forças, Deste as for~as aos corpos, e os ligaste
Pelos l:i1;os d'incogníto systema;
T.
E foste, como nuclco; esconder-te
(Continâa). No amago profundo do problema ?

As vezes! quer o orgulho ali saud~r-te;


O finilo transpor sua barreira.• ,
Uas, quando pensa abrir os véos rasgados,
O ceo de.seu sonhai' tolda a poeira.
No p, incipio dos letripos, quando as orbes -No leu ll:rono dr glorias reclinad,,,

!São giravam dos ceus no ewaço immenso, Vês do opcrario da morte o braço duro
Sobre o cabos eslava, em seus mysterios,
Derrocar incessante o que to crias;
t>eus suspenso i
E livre caminhar para o fnluro l
Não tracára inda aos sec'Jos a carreira
Não creàra das canipasà rainha: Os imperios, que tambrm sobre imperios
O séu throno, do glorias coroado, Ruchendo as solidões de seu~ rnidos,
No espaço linh~. São mais fuleis p'1•a li tio qul'l'os murmnrios
Das aguas d'uJn ribeiro aos 1i10us ouvidos.
Sõ elle, ningorm ruais ! enchia os vacuos,
De que mede o infinito a immrnsidade; São mais vãos para ti. que d'aura tenua
Anlé o lhrooo oscillava o vasta Oceano Perdidos ()rios ceus tcnues ac<:entos
Dn etemilladc I Das nações, que debatem seus orgolh.9s
(") S. Jgosa11ho. Nas orgias de sangue, os vãos lamentos,

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


<D ~llllall~~IHliS'll~Ul(l)o
...,B &att:,14 , • e+ e-e tCtrSer+~~<:5ttt:>·r :::eo,,..,..,n e r4f'92;li:- w 4i4'i8N

És perfeito cm tua esrnncla: O tea braço toca a lerr.1,


Crcoa tua providencia Abaloda a lena é:
O pensar I Treme o vai, e treme a terra,
Ensinaste o verbo ao homem, E nada llca de pé 1
E os desejos que o consomem
A ancear ! ... 1'eu poder o tempo crln,
Quo ludo cou,·erte cm pó;
Désle à Lua o triste lume: Onde uma nação s' erguia
Ao nenupbar o perfume: O silencio fica sô.
Mimo á flor:
Ao mar os roloc; d'cspuma; Teu accesso amansa o ,•cnto,
Déste 'ao cysne a nedla pluma Cal:, do mar o rugir,
o•atva cor I Quando e torvo firmamento
Faz a bonança luzir:
Ás sombr.1s deste mysterio:
Ás noites o cnoto :icreo És bom, Senhor, és bom .•. vejo a mnldade
Do sonhar 1
A fronte erguer altiva pela torra:
Á montanha os livres ares;
A ·statua sacrosaota da vcrtJqde
As vagas azues aos Qlares
A oscllllar.
Morendo por sou mal pe1·petua guerra:
11) pocl'itas fingindo a santidade
Déste à mulher os enleios, tm que a n1cnte enganada incerta 1!rra,
De que tem os olhos cheios Não Yêem no leu braço o arco forte,
Para amar: rroinpta a setta a ,·oar p'ra dar-lhe a morte.
E depois de taes eucantos
Ainda lhe Jéste os prantos Todos querem c'roar-sc d'oliveira
A Baal ollerecentlo sacriOcios,
Do chorar 1
Sobre nuven ondeantes de poeira
Déste o suave mnrruurio Elevam-se a sonhar aos íulcls vícios I
Á agua do manso rio Embalados na creoça lisoogeira
A correr: Nao veem a seus ·pés os preclpicios,
Ensinaste a~ arvoredos Que cada vez mais largos e profundos
Uo pôr do sol os segredos Seus sonhos malarào os mais jacundos.
A gemer.••
Eu por mim, posto à sombra do meu nada,
ts eterno !-Quem póde, Eternidade, Entoando canções em teus louvores,
Sondar com visLas d'boruem tua essencia? Irei ao pé da cruz. fronte curvada,
Em qu·instanto encetou o võo ousado Ás vezes pendurar algumas Dores:
Tua existencla? E nella. Eterno Deus, a alma cani:ada
Rcmedios achar~ nos dissabores:
Vês os tempos e as eras vir nascendo Nas fontes cristalinas d' ussas aguas
Dos selos do não ser, el.lrios de villo, llel de sempre alfogar as minbas magoas.
.B como gouas d'agua no seu golpho
Acoar jazida .•• Seobor ! porque não \ ae quem não te1n crcui:a,
1

Depois que o sol descer p·lra o occidcnle,


Outros astros, talvez, leem CA.islido Do cume de um.a serra a gloria immcnsa
Antes d'estcs, qnc git'ülll nos espaços, Olhar do teu crlar omujpotente? 1. ••
E mil outros virão medir mais cursos Talvez, (fne essn alma, então triste e suspensa
<.:ocn novos passos Volva os olhos ao ccu na fé mais crente,
Lendo o nome de Deus u'ampla E:randeza
Cada um cantarà sua existencia Que se ostenta nos ,·éos e.lo natureza I
Pelo circ'lo dos séc'los, mais constante,
E lado a par de li é menos Inda Que, por mim, vi-te a luz do senllmento
Que um instante .•. 1 No mystico sonhar da plrnntesia;
És potente-A naluresa. E se esloa 111udido-cu me contcoco
Em volta em myslico véo, Bem me paga a illusão tonta.magia. ,.
Bem mostra tna grandeza llavla <le matar-me o apartamento
Na terra, no mar, no ceu r Das crenças da minll'alma, e da poPi;fa.
O Ocos l sejas phantasma, ou louco sonho
Dizem-no os vastos lmperios,
Jà derrocados por li Teu Nome bemdírei, sempre risonho.
Em arubos os hemispherios, Quando a mente s'eleva alem do mundo,
Tanto ao longe como aqui.
Nas azos do pensar, gra\'e e profundo
Dil-o Sar, dll-o-Sydonia Voando aos allos reus 1
E outros muitos assim: . Quando que, pelo ardor do 11cnsamento
Dil-o a antiga Rabylonia Das Yaslas regiões do firmamento
O pab; tle atlzralm, Rasgar os tleos'os vêos I

L-.~~~~~~~~~~~
- ~ --:1--:::,..

Quando aos tumulos demanda a morta historia cerlo aos mais restrlclos dPveres de gratidão, se p~r
De passados heroes, !ioda memoria . ventura não ar>roveitassc esta occaslão para assegu-
De csqueriüos anli:\es: rar a VV. SS. os votos <lc sua csLlma e considera(ão
Quando os olhos da Grecia volve a Roma
para com os dignos membros d'cssa Confraria.
Olha à Asia d'ahl, vê de ~Jafoma
. O Seobor queira fazer frucllficar assnppllcas qoc
Os tremidos fanacs.
cm slgnal de sincero agradeciruenlo, cita faz subir até
Entre ns eras do porvir e as.eras mortas junto do seu throno.
No seio de não sei' vendo abortas Deus Guarde a vv. SS. l\laranham cm 2 de ~laio
Infindas creações..• de iS5t,.-llltos. Srs. Jniz e mais :itcmbros da Con-
E outras. pullulaudo cm seu bulício,
fraria da Virgem SS. Senhora do nosario.
Ir brotando, e descendo ao prccipicio
Do mar das gerações ! O Conego-Joscl Anton'io úa Costa.
O Cooego-Eltutflerio Mmques do S. Rosa.
Então. . .. como esmagada e lrupotenlc O Cooego Magistral-Jlanoct 1',u,.ares "" Sil-
Por iucognita mão de força. ingente v.i, secretario do Cabido.
Se senle agriJho_ar•••.
Arcou forle, mas logo ao lçve allrilo
A centelha du loz erga o finito
ANNO CBR!STÃO.
No seu louco aspirar ! lTl,U.O.
8. SEGUNDA-FEIIU-Apparição 4e s. Miguel
Essa ldein, que involvc cm seus amplexos Arcbaojo-o prillleiro ll'cutrc os Anjos. l\Jultils sam
osefiluvios cm lim, lcnues reOexos,
as apparições d'este Archanjo, as quaes todas consta
Em sombras s•cscondeu. .•
!'.\las embora a razáo, oP.gUI) a sciencla, da Escriptura, e tradição dos Santos Padres; porem
Vêdc, como o scnllr da consclcncla aquella que a Egreja hoje celebra e uma acontecida
Cravil os olho;; no ceu .•. no allQ do monle-Gnrgano na Apulla no Pontificado
do Papa S. Gelasio, pelos fins do scculo 5. 0 , decla-
Oest•artc vão a por do mundo e lud.o rando ª? Bispo dos Sl1>ontioos que aquelle log:ir esta-
Tombar nos solidões do impcrio.mudo
va debaixo de sua tutell:i, e queria que alli fosse tribu-
Ov rorlico aos atllcus..•
Cac-lhc o louro do fronte macerada tado cullo a Deus.
Quanto são, quanto dilcm, tudo e nada 9. TEUÇA ·FEIRA.-S. Cregorio Nasianzeoo-
E l>cns é sempre Oeus ! que por sua vasta erudição cm mnlerias thcologicas
GUll.11EnmNO AUGUSTO. mereceu ser por antonomasia chamado-o Thcologo-
(Exir). Nasceu na Capadocia, sendo seu Pae um outro Gr~-
gorio, que de fdol:itra se tornara cnslgtJe christão por
O homem piedoso, e o ,Hhcu faliam sempre de instigação de Nona sua molhei', e dcpoi~, enviuvando,
religião: Um falia <lo que au,a; o oulro do que teme: foi Dis~o de Nazianzo. Tornaudo a S. Gregorio, dire-
o fim d'um é i11spirar amor por ella; e o objcclo do mos mais, que pas$ando trese annos rom seu parlicu-
outro é dc:.lroi-la no c~pirito dos homens. lar amigo S. liasilio vida eremitica, empregando-.se
· l.l11mt1i~guieu. todo na contemplaçiio e estudo, íol ordenado depois
~~~(«..:-
Bispo de Sazima, coadjutor <lc seu Pae na Dioecsc de
º Christianismo. sr.m11re em harmonia com ns
corações, não im1>Õl' virtu11es 4'bstractas. e solilarias,
Nazianzo, e t:imbem por :1lgum tempo regeu o llispa-
do de ronstantioopla, que clfc, expurgou completa-
mas ylnucJ,:s tiradas de nossas nec<lc;sidadcs, e utcis a mente da heresia Ariana. D'aqni se reti rou para sua
todos. ,\ caridade o co llorou como um poço d 'abua-
d,1ncia nos duscrlos lia , ida. dilecta solhl:10, onde nov:imentc se deu com mais par-
Clu1 Ucrnb ritmd. t.iculariclade à contempl!lção, estudo e escripta. As sna'i
orações, epistolas e poesias rcvt'lam um grande talen~
Lo, e a insrlrn<:ão ele 111111 fé mui viva e costumes aus-
,\ gloria quP. pro<'cdr <la rirtude, ésnperior áquel-
la que provém do n 1scimento. léros. Comulncto de merecimentos, foi para a mansão
* * • dos Santos no aano 389.
• 1o QVARTA-Fl!.IIIA.--Oil:l\'a da rnvcnçüo da
OFF1c10 Q'-'E o Cuun:, ••"•:~T A C~T11tmn ..u. Santa Crnz-Como j:\ no numero 1. 0 dissemos algu-
DIBIG I O ' ( 'o:nrn UU'. &. OE .l\O!iJ!ll.1. 8E:u1on.1. ma cousa relativamente a esta festividade, por isso
no Uos 1 n10. para là agora nos r1•por1aruos.
Jllm.ç. S nr.~. 1 t QUINTA-FEIRi\.-:S. João D11mascPno-Pa-
Summamenlc j)cnhoratia p11la prompta conrossão, dre da Egreja. Est11 Santo PadrP que viveu no 8.º se-
e bom acolhimento. que por esp:iço de ,rintc oilo me- culo dcbai~o Cio dominio dos Sarracr.iios. pc)de pela
2cs li\·c, an, \' V. SS. a extremá bondade de prestar à sua scicnria e ,•írtudes g:1nhar o re.~pelto, c.rt,níinn«:a dos
csla <:orporai:-ão, quc• fugindo n omint>otc rnino que \lahomctanos. Tendo go\'(•roalfo l>:nuasro, sua patrla,
ameaçava a S:iota Egrc-ja Calhctlral, foi ·à VV. !;S. pe- retirou-se para um mosteiro em Jt>ru~alcm onde tt•r-
dir bospllaliJade, aOrn úe qn(' lhe desse abrigo na mlnoo seus dias no anno 780 Deixou-nos varios ts-
Egreja perleneeutc a llluslre Confraria tia Virgem crlptos oê1de, comb·,trndo os \lanicheos, os ~Jouo-:-_
SaoUssima do Hosario~ esta Corporação faltaria por physilas, e os Iconoclastas 7 faz brilhar a vcrd:ide da

Religião que pNfessava. Existem lambem d' ellc algum, Jausenisln e protestante da Uoirersid:1de, e tambem
tratados contra os !\Jahomctanos, e relativamente ao coqtra a coóstrucção de Templos protestantes, cm um
Dogma e a ~loral, que se tornam dignos de menção. . paiz, r.elcbrado por sua ort.11odoxlo, anles que o màu
11. SEX'f,1-FEU\A-S. Joanoa-,•iuva-Prlu- genio d1 re,olução :Ílli predominasse.
ccza Portuguesa e filha de Atrouso 5.0 Ainda menina, -Em S. Paulo del~ou de sabir este aono a Procissão
soube no meio das delicias, fausto, e dessipação da de Penitencia, vulgo de Cinza, em virtude d'uma ques-
corte passar uma vida peoítcotc, sobrla e recolhida. tão travida entre o Juiz de Capellas, e os irmãos da
Era ella a herdeira presumptiva da corôa uo caso de Ordem Terceira clu S. Francisco; e assim ficaram pri-
morrer sem suçccssão seu Irmão, c1ue depois foi Hei ,•oclos aqucllcs nossos irmãos de tão edificante acto,
com o oorue de João JJ, e por isso, e por sua rara um dos 1>rinciJlaes, e o primeiro da Quaresma! • . ••
formosura que parecia augmentnr-se-lbe com os je- -No ultimo Oon1logo l30) do p. fi ullo., ua Esreja do
juns"e cilícios, foi preteudida por varios príncipes em Recolhimento elas Educaudas, tuve lugar a solemne
casamento; porem a sua resolução estava tomada; e Ceremonia da Commuohão Paschal para os Alumnos
com licença de seu Pae entrou para o Ccnveoto dos do Collegio de N. S. d1.,s Hemedios, dirigido r elo Sr.
Dominicas de Aveiro. Aqui se entregou toda á con- Dr. Perdigao. Presenciou este tão edificante acto s.
templação da paixão do seu Jesus; e não obstante não Ex c. ne,·m. • , assistido dos Revm. <>s Capitulares, e do
chegar e professar, (pelos embargos de seu irmão, e llevm. Concgo Mestre de Ceremonia do solio: Cele-
magnates do reino) íol fiel observante do voto a que brou o Sancto Sacrificio da Missa o nev. do Missionario
aspirava. foi gosar do premio de suas virluclcs e ln- Capuchinho 1-'r. Lourenço de Moole Leooe. A, c!e,•a-
nocencia no anno de Ch"isto de 1490, te ndo apenas ção da llostia e do <.;alix vozes augclicns ( os ditos
39 de nascida. alurunos) entoaram, a dueto e côro, o sublime hyrn-
13. SAB~_!\DO-S. Pio 5. 0 -Este S. Ponliílce, no ( range língua) do-Aogelico Doutor, Snóto Tho-
que havia oo Ra~ tismo recchido o nome de Miguel, maz. Anlt!S d'administror a sagrada CoinmunhHo, ô
nascC'u 0111 17 de JanPiró de {504 em Boscbo, logar mesmo Celebrante pronuoriou uma pl'qucna pratica,
proxlmo a Alcxanclria. e do Bispad~ dt! 'l'orlona. Fi- mostrando a graodcso de tão-A uguslo S:ictameoto;
lho ele Paolo Ghislcri e Dot,ina \ugcri, não obstante seo amor p:ira com os homens; seos effellos, e a dispo-
a sua pohrcsa foi edu,'a1lo na piectade e dc!VO('ào. na sição com qoe deve ser recebido este Divino Mano~.
idade de t 5 auoos reveslio-se com o habito de S. Do- Concluidn aquella ccremooia, S. Exc. Revm. con-
mingos, e de tal maneira romprchcn,leu o voto a que feria o Sacramento da Confirmação aos que alli se
se ligara, que em 1553 íoi por l'aulo 4. 0 nomeado Uis- achavarn dispostos para o receberem .' Tendo antes o
po <Jc Snlri r. Nepi, duas cidades vil,inbas de Roma, e mesmo Exm. e Revm. Sr rello uma breve allocução.
cm 1558 cardc:il da S. l~grcja, com o titulo ele Carde- reco111meudando a recortlaçrrn d'aqu<'lle pomposo e
n.t A lt'xnmlri110, pela visi11haoça qoe tinha a cidade feliz dia, dia de Graça, dla em que o Es1>irilo Sanrto
de Alexandria com o logar do St'U nascimento, e mois os havia fortificado na Fê, communicando·lhr.s seos
tarde (em 1566) recebeu a thcara que desde a muito dons ioem1vPis. Tnmlnou o acl<' rone<'deuclo 40 dias
suas ,•irtudes e !laher lhu haviam preparado. Depois de IntlulgPncia aos fi<'is que alH se achavam.
ele ter santa e sabiamcntr governado n barca de Pedro. -~'este 11lP11mo 111:i teve rabimrnto, na Egrrja dos
foi rolhcr a corôa da itnmortalllladc no t. 0 de Maio Religiosos Morcl'oarios . n ,~cstivldade da Virgr ru Se·
de 1572. nhora-Sancta Marin do Soccorro~com vrsperas, (na
1L,. DOlllNG0-3. ~ rlopois d:i P:isrhoa- \ F.gre- noite antecedente) ,Jissa solemnc. o Procis~f10 li tarde•
. .fa celebra n"esle clia a ~Jatrrnidode de Nt1ssa S,mho- Annunciun, por orc:isHío da lliss:i, :1s vcrdarlcs do
1'a. Teve n s:1missirna Virgem a inrommc•nsuravel dila Evangelho o '1uito llev.do mssion,1 rlo Capuchinho,
de (lnr a luz o ned1•ul1>tor do Uondo, P a humanidade l~r Dorot111•0. O rrooparecimPnto d'esta solemnidade,
adquiriu o direito a itreseoça dr l>cus, de que estava que ha annos não gos:wamos, be devido ao inca nsavc1
priv,u.la 1>elo pcccado de nossos pritutiiro~ Paes. Quom zelo do aclnal Commrndador d'aquella Corpo radio. /
preciosa nos deve ser a )laternidaclt> ele Haria, e como -Teve togar no Ilia :.! do corrr.ntc a Uissa so !em nc
dcvcriamos ser gralos àqudla \J:fo ião amorosa, que do Espírito S:into 110.l!grl!ja do Recolhimento. Assisti-
o foi do nomem-Deus, e o e do C.rnero-humano I Blln ram os Srs. De1>ut:i1l11s da Provincln, prestando d<'pois
nos queira auxiliar. P aplanar os nossos peccados para da Missa o juramrnto cio eslylo nas mão:i de S. Exc.
com Seu Filho e nc,temptor. Hevm. Esta festividade {lUC sempre costuma ter logar
-~·•.!1-G Eii'-- nn r.athedral, ícz-se este anno no Recolhimento, por
CB:DU\®~ll<IU~ llUE!tU©U<D~ llo se achar Impedida o mesma r.atheclra 1 c.om os aprestes
dils Exeq11ias de S. M. f. a Sra. O Maria H.
EUI\OPA-lloma - Sua Santidade concede 300
dias d'indulgcncia a quem resar uma Ave.. M11ria pela
conversão da Inglaterra. Tem-se forma<lo-Asso,·ia- ERII A.T..t.S DO NU.l'fIERO I .
ções <1' o;"çõe., partr esse fim. Os Bispos Francezes. rag. 2. col. 2. 1. 8. -~m vtt tle--o ,ta ~llo-lh·~-o <lo ;,;110;
a petlido de sua Bmlneocia o Sr. Cardeal Wisemam, o na mesma raslna 1. 2!) em ,e~ rtc -so •~nuinar:i-teu-sc-o.u renr.l-
fizeram preces nas suas Ueocescs, e por todà a chris- n.11 ~. Na l'c 1•sia em ,ez de -contrlc~~m- lea-,c ~ c:M1t1içam. fi3
p~g. te. t. 38 em , r• de - nan à- lc~·sc -nào ha; na 2. col. 1. w.
taodade se f:t1.em orações para o mesmo fim. Os nos- o.m vez de-scru-Je:i-sc -serà; o na mesma col. 1, tt(). em vez ele -uó$-
sos compatriotas ·dt>\'Pm t:unbem unir as soas orações 1ca-se - or\5. l\a ~g. ). 1. flll. ein ,ez dt-c:Husas-lca-tc -i:Ousos;
e na,. 2 col. 1, li. em .-cz de -concMerar -se - IC~·sc - considerar-se.
:is de todos os seos irmãos cul J. Chrislo; porque olem l'ia llil&· 11. cOI. 2. 1. 6 • .-m Tt• de -,oçismo- lca-se -m,ma, n.:i 1.
da obrigação (JO C temos de or:tr pela cooven;ão dos col. 1. 1, t1t. lea·so -qoc dirigimos: 03 2. col. 1. 8. c111 ,•e1. ilc -ínll<>-
1ofiels, temos a especial de orar pel., da Gram-Breta- lea-se -íructo; na 1. 23. cm •e~ ele -,\p<l\lalo - 1~-se -Aponolo-
na w lra-5e -PiSOt'lro. e na 'J2. lea·u-Arron~o li,. Na pagina 8. col. 1.
nh:I que tanto podia auxiliar com os seos meios e in- 1. S3 tca·~e Clll ,·n de -ornsllâo-avultam. ~

fluencia, para espalhar a boa ºº''ª por toda a parle.


~S,,nDENIIA-Os Bispos da Sardenha dirigiram, ai aranltão - Typ. de J. e. M. da c,m/u, Torres.
por pl'ovincias, um protesto ao Rei contra· o elisloo Jlua dos Bar()cfrOJ 11. s.
ANNO 1. Segonda-feira 15 de Maio de 1854. N. 3.

OCHRISTIANISMO.
rr.EÇOO\ scnsc111rç., •o.
{ l'ür ll lU UUIII)•• , , , •••• 8$000.
X
',1
t
A•
ASSIGNA·SE:
se.
" l•
J>;ino ~tli~nl:ulu 1 • 1,<•Í$ llll'Z<!S• • •• •• ,. (1$500.
Ire,; ute t<!S ....... 2~SOO.
X l'\a R113 da Cruz n. ena Tipo[!rupbi a
AI ulns.... ........... S2~0 • .,, 1 ti este Jorn31.
V
à à
J\ 1111 r c11l 1111l111as 111•r1tc1·, $eJI ~atuol'c,
S. l,uc. e. O. •. !í6.
::-- -- SI --- - - - ----=r-- =-·ry=- - - - ..;..:--_-:
nosso bem eterno, tem a Ye1·cladeira-&.-
OCHIR STIAN ISMO. pernnça-chl'isl,, o se u luga r, e i;ua séde,
e n 'isto con, i!--te a virt ucle; porque fasen-
do-nns ver a possibili.dade <le nossa sal-
t
a-E~peran<;a-uma virtude, in- var,i'io. nilo deixn lambem de mostt ar- nos 1

fundida divinamente, pela q 1.ial ao17 uarda- a diffiruldade em alcança-la; e ensinan-


, do-nos a comprcbender este embara-<;o,
(
rno-;, co m con ianc;a certa , a-beniaveo-
turam;a eterna-pelos merecimentos de n11s demonstra a muita facilid<:t de. Deve-
Cbrh,to S~nhol' nosso, e tambem ,pelos mos, por tanto, temer, esperando, e es-
no~so~, animado, pela sna graça.-g ella perar temendo, qu e é, em que con-
moa verdadeira amiga, e comp:lnhei,·a siste jnslamenfe o caracter proprio da
inseparavel da-Fé-; é a ancora firme, perfeita-Esperança.
e forte da nos.. . a alma; é o de.licioso man- O seo principio sam as boas obras:
jar dos attrihuladus ( é o ddce susten to 11
);
querer, pnr conc;egninte a felicidade per-
d os d e~terrados; é. em fim a vida da vida P.el.n.i, se m pratiearmos o bem, e pre-
mortal, como diz S. Agostiobo ,.. ). c1p1tar-nos (do que Deus nos queira li-
Fica portanto evidente. qoe o cihjeclo vrar) em uma heresia coademnada jà
de nossa-E-.perança-é a f li,·idade eter- nos ultimos seculos, pela S. M. Igreja.
no, i1 qu e devemos inces~a ntenwol e as- Em vão , pois, pensaremos, que Deos
pi1·c1r, como à centro, que é. pa.,~ncla esta uos h.irle foliritnr. e q•,e sua immensa
vida veloz e como à nosso ultim o fim. A hond ade, e miserico rdia não tem limite:
fruic;ão, e adquisic;ão d'este soberano bem inutilmente dcscjat•em ns cbegar felizmen~
é Pº""h-cl. e diffi<"il: estes penc;acnentos te ao fim, para que fomos creados , e
nunca eleve m c.,tar separa<los, anles mni- Deos nos ha promettid o; se a nossa-E s-
t~ t~ri_idn.., em n ossa mem1>ria; .p1lf quanto perança , -cren<;a-e desejo não forem
d1 v1dmdo-o..;, de certo nos arrisramos a acompanhadas de hoa.s ar<;ões, e melho-
transtornar toua a espCTan<:a chrill tà. res oLras ser.\: crenc:a vã, desejo engano-
O goso, e adqui,,;i<;úo da-ílcmaven- so, e então nosi.a-Erper:,nça-dever-se-
lnra?<~a.- , ha,·cmos dito, é possível; esta ha chamar, antes vi('io, <1ue virtucle. E
poss1b1ladadc. porem, tem limite; e se o quando assim , jamais pode liaver lingua
coolrario pensa rmos. (corno muitos) en-· humana, q~e pondere esta fallaz-Espe-
gaoar-nos-hemos ,'.ompleta mente, 1·esnl- ranç~;-po~s que nos faz abusar, com
tando-nos d'isto o esperar1nos folsameu- mamfesto n sco de nossa salvarão da mi-
sericordia de Ocos. · • '
te. presumindo que nos havemo~ salvar:
é diílioil, mas esta ditliculdade nüo nos Tanto, nem menos nàoacontecerà,
<1:eve parecer (assim como àlguns) muito se usa rm os rcctamente da Paciencia de-
rigorosa, afim de não enfraquecermos, e Deos- · , e não pro~eguirm os na obstin a-
desconfiarmos de nossa salva<'ào. ção do~ nossos vic·ios; !IC nielh ora nno11 os
Entr.e esteti extremos,-p()ssibilido- actos de nossa vida . (•onhcl'<' ndo a bon-
de-e d1fficuldado- em cooc;eguirmos o dade infinita clc-Deo.s-; !'-e c·on,'<icar-
mos à meruoriJ ,,s gra udt>s · pen go:., de
( •) Darid.
(' *) :J. Â(/, suv. ir!, 3. que nos tem livrado; po, que ~ube1 emo:;
i .~ -_(1) <lHD UUt ~ít ll l\ O ll (Oõ · •· ~-m
e~!!!!!!!!!!!!!!!!!~~~~!!!!!!!!!!~~~~~~~
~ - - . :
:::, - é não ou;;ammos funda,r
desaarava-lo, 6-s. Ey-ªris19·-Elei~o JlO anno 100,
em sua mis,e,ricorcjfa, confianças temera- e mo1·to ~o de lOtl-gçrvernou a Egre-
rias: pron~ptamenle acbaremos a defo!·- ja 9 apnof.
midad~ .<Ja-Esperé,\m;a-, com qoe H- 7-s, AJ"sp,n 4rc.--,Eleilo no au,:10 de
vemos; a con·igiremos com boas obras, 109, e morto no de 119-governou
alegres estaremos em o Senhor, que bon- a Egreja 1O annos.
doso cumpri1'à nossos desejos, e noss~s 8-._§. sa,oo.-Eleilo no anno de 119,
:mpplicas serám ouvidas, como nos ensi-
e morto segoado nos diz Muratori no
na o Propheta Rei:-delectare in Domi-
anno de 1 "17-governou a Egreja 8
no, el da bit tibi petitiones tüas (*): _ annos.
Jà de nós o temor se apartará; por-
9-s. Tlaele!i!ttl101•0.-Eleito em 1?.7, r.
que a sua inc.!omparavel bondade excede
morto, segundo o commum pensai·
assàs á nossa confiança: nossas almas sc-
em 139-governou a Egreja 12 annos.
ràm ditosas elevando-se, como a Esposa 10-s. Hyghao.-Eleito em 139, e mor-
d.os Cantares(**) de grào em grào. subin-
to em 1ú2-governou 3 nnnos.
do de virtude ~rn virtude, confiadas em
11-S. Pio•-Eleito em 1Lt2, e morlo em
o Séohor, e fortalecidas de sua Omnipo-
157-governou a Egreja 15 annos.
tencia, ate chegarem ao fün, que deve- 12-s.~.&nleeto.-Eleito em 157 e n,or-
mos aspirar, e que nos coube _por h~ran- to em 168-governou a Egreja 11
ça-a vida eterna. :urnos.
F. V. de J. 13-s. Sotero.-Eleito em 168 e morto
em 177-governou a Egreja 1 'l an-
nos.
TABELLA CU~PNOLOGICA 14-s Ele~d,aerlo.-Eleito em 177 , e
E ~orto em 1~2-governou 15 annos.
'P~-"'3'="-~~. 15-s. ' ' le&or. -Eleito em 193, e mor-
to em 202-govern.eu a Egreja 9 an-
doe Sobe.-auoa Pou"ftees •111edel!l,leo e&•
. taJJ~l4'ohnea~fo da E,;reJa acé· laoJe eeen, nos.
oe,u,1uulq a Ça~lc~ra de 80~111, e do• .'\19-, 16 -s. Zeplalrhao.-EJeito em 202, e
tl•P"lt"' tJue d'ef\'de então até laoJ.e tee111 morto em 21 R-governo.u 16 annos.
a1•.rareeldo.
17-s Calb.to.-EJeito em 219, e mor- •
~-s.•. De\J..,,·-0 qual fix'>•J a 1'ecle Pon- to a 1ú d~ outubro de 222-gover-
Li6cia em Roma no anno ú2 da era nou 3 annos. ·
Chdstao,. e.governou a Egreja até 29 18-S. Ur!tano·-Eleito em 223, e mor-
de Junho do aono 66 em que Deus to em 25, de Maie de 230-go,vernou
houve por bem findár a sua missão, a Egreja 7 annos.
, com a sua morte-governou a Egreja 19-S. Porelnuo. -Eleito em ~2 de Ju..,
2ú anuos. lho de 230, e m.orto em 28 de se teoo-
2-S. Llno,-0 qual succedeu a S Pe- b,1·0 de 235-governou 5 aonos.
dro, tendo sido·eleito no anno 66, e 2·0-Ji. A.•"8110.-E]eito ern 21 de no-
morto no anno 78-governou a_Egre- veanbro de 2·3 5, e morto em 3 de
ja 12 annos. Janeiro de ·236.
3-S• viet~·-Eleito no de 7.8 ou 79 , e 21-s. Pablauo. - · Eleito em. 1'0 de Ja-
m,orto no anno 91-governou a Egre- neiro de 236, e morto em 20 de Ja-
ja 12 armos.
neiro de 25 O-governou 1ú annos a
4_s. Clemerate.-EJeito no ao no de 91, Egreja.
" e uiort~ no :mno 100-governou a
22-S. ()o~nello.-Eleito a /J. de Junho.
Eg.reja 9 an1,1os.
de 25'1 e .morto a 11.! de setembro de
5-S, .tl11,&J:qi,~c;o.-Eleito no anno 100,, 252.
'

~ rnorto n'es.sc mesmo an.no-gover,,,.


nou. 5 mel(~s a Egreja.
23-,s. Imea-a •·-Eleito em, 25 de se-
.. tembro de 252 e morto a 4 ou 5 · ele
.
• (•) Ps. 116, t,, ~

('."J Cant. 8. S, · març_o de 253.


'

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
·2 ú-s Estewiio. - Eleito em Março c1e que aconteceu? Á tão racional theoria da creaçã·o,
253 e morto a 2 de Agosto de 257. sul>stiluio a tão rom~eira e tão louca thcoria da emana-
ção. Theoria, que dando origem as monstruosas cos-
25-S. SJxto n.-Eleito a 2ú de Agosto mogonias do Egypto, da India, e da Grecia, os ;o_
de 257 e morto à 6 de Agosto de 258. dernos pensadores Alemãts no-la apresentam hoje
(Continào). · · com o-baptismo de-Scicncfo do .d bsotuto; ouáa
Pliilosofi a transcendental.

VII.
O principio creador denominado diversamente
( Co111in11ado cio n.• 2 ).
nas antigas Cosmogonias eh ama-se indifferenterneute
nas ~scholas de Kant, Fichte, Schelling, Hegel, Her-
VI. dcr &:e, o 4ÍJsoiuto, o Unico; o Grftnde-:-Torlo, a
l dta, o Ser, o Eu a'hsoluto, Deus.
D' antes todos os Philosofos que sem theopbo- Este Absoluto, eterno, infinito, immorlal, tem a
bia (*) occupavam-se tia origem do Universo', ler- idea de si mesmo, mas uma idêa ainda muito confusa
min~vam rendendo homenagem e respeito ao facto da pnra que rlle a conceba totalmente. Demasia<!amente
creoçiio: Deus faUou, e tudo cxistio-« (.lue ~yste- curioso, como muito bêm se pode imaginar em saber
ma, diz J. J. Rousseau, que systema tão elevado, tão o que é, e para q11e serve, trabalha por elucidar e de-
consolador, tão subl1me. tão adequado pnra· arrebatar senvolver esta idea, afim de conhecer ao certo tudo o
a alma, e dar principio a virtud"e l que syslema tão lo- que é, o.u aqui!lo que se contem em o seu-Eu-E o
cante, tão luminoso, tão simples, e que menos incom- que r.11. ellc ;> O que fascmos quando procuramos de-
t,rehensibilidades offerece ao C!lpirito humano ; em senvolver uma idea que nos persegue; sendo incans,,_
guanto que so absurdos se encontra em todos os ou- veis cm exboça-la, não raramos senão quando encon-
tros 1 »· tr:mdo a períeila expressão de nossa idea, podemos
E verdade, que então, não se comprehcndia, ro· exclamar: eis-me <'lllfim chegado ao termo, á que as-
1no hoje,-como O roc1cr infinito havia feito existir pirava; eis a essencia, a base de meu pensalllento.
do nada, o Universo; mas era um facto anesladQ pelo Assim lambem, Deus ou o Absoluto, perseguido
.
testemunho divino, e, lambem pela rasão. Ar.redita- pelo desejo de conhecer- se, està eternamente occupa-
va-se pois na Creação, e ninguem corava! e porque? do em dar tratos ao seu pensamento, n se objcctivar
Por(Jue bem presentes tinham est.es dois ;ixiomas emi- çomsigo mesmo~ ou (para usar da linguagem lranscon-
nentemente philosoficos: Uma ;ntelligencin infinita pocl11 <lenlal) l'i se roltócar em fcJcc de si mesmo, ct>mo
fazer muitas ~ousas, que não cabe na . limitadíssima não ellc. f.0 •11 0 é cspirilo, e materia (ao menos em
esphera de uma intclligcncia finita; ao bruto, e não ao quanto ao poder) seu ser inlellcctnal se acha devidlclo
homem compete o privilegio de nada acreditar.. em um;i rnullidão d'i.nlelligencias, e sua unidade ma-
Se a rasão, naturalmente inimiga de mysterios, terial em uma infinidade de substancias sensh•eis.
continuava a joquirir como Deus podia fazer de sêres O que serfl o Universo segunrlo este. systema? É
possiveis seres reacs. e como t-stcs sê,rs podiam ser uma evoluçfto divina, um acto pelo qual o Absoluto se
de Deus. para neus, sem form~r um sõ todo com o desenvolve, e se mánHcsla à sua intclligencia para se
mesmo Deus, respondia-se-lhe: estulta, entra cm U, in\'eolariar.-Os homens n:iosaro, como até hoje teem
examina-te, e em ti mesma acharás phenomenos aoa- tid9 a simplir.idade de o acreditar, lndividuos que
logus :í creação. Todos os dias lua iotelligencia feri- gosam realmente do seu eu pessoal. Seu espirilo não'
da pela idêa d'algum objecto pucamenle possível, por ~ senaQ formas molliplas do espirito infinito: seu
exemplo, de um discurso, de um quadro, de uma cs- corpo, bem como todos os corpos, nada mais é do que
tatua, se apressa a realisa-b jà pela palavra, jà pelo um exaeto modelo da maleria universal. Em uma pa-
pincel, e já pelo buril. Estes ohjectosqne não existem lavra, o genero humano, os animnes, os vegetaes, os
senão para li, não seràm dislincto:. de ti, outros, mtneraes, transformações diversas da essencia divina,
que não a idêa de que sam a expressão, outros, não sam mais do que formulas nns <1uaes Deus procura
c1ue não a intelligeacia que os concebeu, a vonta- contemplar-se, e ler, para assim dizer, o sen--eu.
de que livremente os produsi.u? E ainda r~cusarás Oesgr3çadamente estas formulas, como resulta- •
acreditar, que o Ente Infinito. pelo poder de seu Ver- dos de um primeiro jaclo, sam incomplrtas, e mal re-
~!>· podesse realisar livremente uma parle cios scrês presentam o pensamento divino, d'ondc vem o .conti-
exboçados por sua intelligencia e que ,estes serês
J
nuo trabalho do-escriptor eterno-cm moc1ificar, e
saru d'Elle e por Elle, sem ser Elle ? aperfeiçoar scn thema. As revoluções incessantes do
Esta Pbilosofia Cosmogouica nem por isso é mà mundo moral, e do mundo phisico não tem outro fim
como vemos; mas aos olhos do orgulho, cuja proten- se11ão fezer triamph:ir a irlca dispindo-a de suas an-
ção e fazer ludo, ella tinha a falta impcr<loavol de ligns formas, e dando-lhe uma manifestação mais
haver tudo feito. Tornava-se-lhe pois necessaria uma lata.
sortida. ~ como as bases do o~gulho e a loucura, o Toda ~' destruiçao violenta é 'um progresso.
(*) Tonor excessivo ele. Deu.•, que vcrt11róa a l'as,io.
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Quando Deus tão de tepente apaga uma phrase ma
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sonante, é para cm seu logar escrC\'er outra sem com- ~Jas eu conheço em mim um ente cogitante, um Sf'r
paraçao ruilhor. Quem sal>e, se esta não serâ a ulti- abstracto das coisas lcrreoas, nm principio t'lc,·ado
ma, so formando completamente a itlea diviut,, clla de concepções grnncJlosas, que me obriga a Jastimal'-
11ão lmmobillsará clernnmente o-Deus-Universo na me na ruiuha dt•gradação, quando me vejo frente a
contemplaçao de si mesmo. Eis a theoria funda- frente contra as boas maximas d'alguns homens virtuo.
m~ntal do Pantbeismo moderno, ou da PM,losofia sos. Este ente, este ser, este principio, que me falla
trnnsct:nrl ente e 1Jrogressiva. no segredo da conscicncia, ó que eu chamo a minha
T rasão. Erguído por, ellc a um vôo de glorioso alcau·
(Contúwn) cc, como :\ ave que se levanta orgulhosa sobre as ci·
ladas dos homens, encontro-me no momento em que
o e hcfc do gcnero humano, despojado elas insignias
:JIES. ..t».. t!!!iiil Ãi..- --
divinas, que a mão do Omnipote;ute lbc vestira, perda
Exal!ados pela rasão rl Ideia sublime llo Creador. o candor de puresa iolellectual que fôra seu patrimo-
!leolimo-uos orgulhosos cl'esla prlmasia que nos avas-
nio, e caminha alrarez das gerações, corrumpldo e
sala a creação, e ao mesmo tempo, contrist.a-nos ,este
conlinno trnualhar <le instioclos 111aus, que parecem debilit:ulo e dccahido da sua prjmitiva naturesa.
rebaixar o 1t0mcUJ para os habllos gcracs tla nnimali· Livre no circulo de luz que a consr.icncia U1e mar-
ôade ! ca, e a sua propria fraqueza lhe impõe, é a minha
Sahfria cu assim das mãos <lo Deus? l Estas pro- propria rasâo que me explica tre.; dogmas fundameu-
pensões malditas que me fazem perde" o equilibrio tacs do Chrislianismo:
entre o crime e a virtude, quando 111e despenho no A existeuria de Deus;
mal, ser-me-hi:im entalhadas no cspirllo pelo sopro
A creação;
creador, que me dl'U o privilegio de o conhecer?
· Se eu sou o~ffelto corrupto de uma causa pura- E a c1ueda prilllitiva.
se assim brotei damuificaJo e máa do seio de Deus- Firmado na base eterna d·uma ideia-con\'encido
porquc não hei de cu obe<locer à minha rasão, que me dn differença entre o he:u e o mal, pude, s~m ln\'Ocar
aconselha o crime, e à minha naturesa, que me comi· o testemunho d:i Escriptura, nem as decisões huma-
da ao mal? nas ·dos PonllOces, nem os veoernveis canones dos
Feitura de Deus, emanação lia intelligencia iníi· concílios, prei.tar. como philosopho, uma homena-
nita, deverei eu temer que Deus me faça responder
gem li\'rc a Ires dogmas do Chrisllanismo.
pelos crimes que a minba rasão me aconselha ?
-Nãc.
&Jais são cinco os seus dogmas fundamentaes. Se
l~u fol posto aqui na sociedade, com os meus ins- en p1,dor conciliar a minha rnsão com a necessidade
tlnctos irasclvels, nsstm como o Olho da leõa, que me- do ilederoplor, e com o julgamento final, cun·arei o
drou no antro das selYas aíric:inas. F,u e elle que fa- meu joelho perante a cruz da Reclcmpção, e direi com
zemos? Não cumprimos a lei da uaturcsa? Quem pó- o Evangelista: cc Jesus Cbristo era a ,·erclaücira luz, e
de, acima d'uma socicdatlÔc1espola que algema o leão, todo o homem íoi illuruinacto com a sua vinda no mun-
e me castiga a mim, peclir-nos contas de nossos ac- do!» O homem ergueu-se na purosa e cahiu na do·
los? Ninguom. Ba uma lei humana que ousa cohebir-
me a satisfação dos meus :ipelitlls: detesto essa lei, gra~ac;ão. Alterada a sua constiluição primlti11a, as
J>orguc Lenho cm mim uma lei suprema, que t a mi- provas c1uc elle se d11 const:mlemeute d'essa traozição
nha rasi\o. Se alguem tentar reprimir a lei suprema desgraçada s;ío a guerra inquieta que o bem e o mal
da minha naturesa, eu hei-de a ferro e fogo dcsfazcr- pelejam no lutimo elas suas propeosõcs. Deve o ho-
mc d'uma aggrcssão tyranna, que intenta aoniquilal', mem coosiderar·se lrremetlla\elmcnle dcgr:1dado para
pela força, a Llase fun<lamenlal da minha organifação; sempre desse edco puro do seu primeiro dia í> O sol
i;ahi corrupto, mas sabi livre das mãc,s de D~us. O
da inlelligencia infinita, que o fecundoÜ no seio do nada,
Creador que me regenere, se cite tem interesse ern
que cu dê uma esmola a um neccs.silado, com esla
nunca mais lhe luzirá nas trerns do seu exilio? Ê per·
mão que enterra um punhal no seio do meu amigo I dida para o bomem a esperança de regenerar-se, como
Vêde o escorregar d'um delsta llClo dP.sOladeiro Jlara a nor esmaga<)a uru orvalho celeste, que lhe rc-
,1c seus raciocínios 1 \'êdc-o gul:ido pela rasao às verdeça a corotta? i: dizme o genio do mal, que tcn·
bordas d'um abysmo insondavel de amnrguras suas, e tn escurecer o bem com a venda tene1>1·osa da de-
maldições da sociedade, que teve a infelicidade de o sesperança.
nutrir cm seu seio I Não é-responde-me a rasfio, que se levanta im·
Que lh~ vale a cite .1 ideia do Cre:tdor, se entre pniosa entre os dois principios gigantes, qu? rcluctam
Deus o o homem uão existe ruais dllfercnça 11uc entre no meu cspirilo <lebililado pelos hnbilos IUilUS,
moa causa pul'a, que produz um clToito impuro ;> ! ra- Não é-rcspomlc-mc ainda a pbílosophia, que
ra <JUe é ess:1 eterna peleja do bem com o mal, se, marcha com rnagestade e lirmcsa sobre as eternas dc-
escravos d'uma rasüo loviolavel, d'dla pendemos, a ducçõcs d:i ,·erdade.
ell:i nos sujeitamos, como o cor(lO que pende r:1ra o Não é-;brada bem :illo a moral, c1110, em todos
centro da terra, como :1 flor que se .ibre oo ralo calo- os seculos, e cm todas as nações organlsadas, force-
rifico do sol ? ja por crcar leis q~ie premélcm a virtude, e castiguem
~sta rasão que me lisougcia os habitas màus, e me o vicio.
estimula à s:iborea~los, custe o que custar ao mc11 sc- Scparndo, paro todo o sempre, o homem rcpo-
meJbantc,JJão é a r~o quo Deus me deu, como guia. bro e arualdiroado, do rei.Do da justira, o bem ser-Ih&-

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~'JS..fltifJ2ffd W-i &;:?t > 5fdk&r...:..iikitt· i1c'MR1.e
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D , . ~ , - . . . ! I K,tt ,-, t11btfVt1Wti &+it
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hia uma cbymera, e o mal rasoavolmente deveria ser·
lhe o sco terno 1mperio. Já que o lapso lastimoso do 1;>911m11&fJ.
primeiro homem o condemnàra eternamente, que lhe C:BBAÇÃO.
importam a elle uma virtude escerll, ou um crime re-
cebido com despreso, entre seus irmãos l ? Para que 1• .
er:11u então es~as leis repressivas para as Inclinações
malreiloras, esses llctorf's para o assassino, e essas co • ln prtncipio crcult Dous
roas civi,~as para o bencmerllo da sociedade? ! O sa- ca:lum et 1emm.
crifiçio e.los prasercs renes do homem,.no altar da vir· Ccns1s. C.tr. 1.• V, 1,
tude, ser-lhe-hiam bem pa~osos, sem a coosolação
da propria ,•irtude J Os decantaaos versos de Bocage: Quiz Deus, à sua voz, tirar do nada,
« O premio da virtude é a virtude, Somente em dias seis, o inundo inteiro:
«E castigo do vicio o proprio vicio, Creou o Ceu e a Terra no primeiro,
Seriam entre os homens uma legenda de irrisão Qoiz que a Lua se creasse, e foi creada,
para insculpir no portico d'om hospital de phllo-
No segando formou essa morada
sophos dementes! Fcfü:mente, o poetn deist.,, a mais
Chamada firrunmcuto; e no terceiro,
livre e fogosa e desordenada cabera dos espiritos for·
Por seu poder immenso e verdadeiro,
tes em Portugal. rP,pelia duns maximns, ql.le embria-
A terra dividiu d'agua S(llgada.
gam os incredQlos d'um perfido licor, ao passo que
ensinam o philosopho a edillcar com ell:is o seu rc- No quarto fez brilhar no lirruatnento
duclo de defesa contra a incredualidade. . Dois corpos luminosos, e mandou,
« O homem pratica o nem, com esperança e com
Que ~egessew do tempo o movimento.
« ;ubilo... A sua queda não o arremessou ao fundo do
« abysmo: olio é irremediavel; uma reparação é-lhe· No·quinto aves e peixes sõ creou,
« possível. e principiou desde o dia da sua quéda, por- No sexto deu às feras \'ivo alento,
« qoc desde esse dia llcoo-lhe-a conscioncia dO' br.nt, e De barro a Imagem sua fabricou.
« o esforço voluntario contra o mal.»
A nossa consciencia é 'lºª nos julg:1. Repre-
hendemo-oos. antes qae Deus nos reprchcnda. So·
mos indignos aos nossos proprios olhos, antes de .º ADÃO NO PAR,USO. •
scrn1os na presença de Deus. Se o m:11 não se re-
ceia de uma cooderuaação ulterior, porque lançaremos
uma linha di\ lsor-ia entre clle e o bem 'l Provada a
li.
insensibilidade do bem e do mal nos juízos do Eterno,
com que proveito seremos nos sensiveis ao mal e ao Plan1avcral aotem Domlnus Deos Pa•
bem ?I rodisum vo111ptuls à princlplo , inquo
posult hominem ••.••
A brevidade ela r.xisten~la, a proste;s:i com que
Oi:tlt quoquc Oomlnus Dcm: Non est
aqui murcham as flôres da virtucle, alc:111çad:is com bonum esse homlocm solum, raclam~
sacrificlos, e almegações ,te nossos interess::s, não el adJ01orlum &imite •lbi.
convidariam :liguem a arrastar-se sobre os espinhos da Ct:.. C.tr. 2. V, 7, t 18.
honr~, para legar ao julgamento da posteridade nma
nomeada honrosa.
Depois do Ccu e terra haver crendo
IJa no homem ,•irluoso orna aspiração mcrllorln
para Oeus; nos :lctos transitor.ios d:1 vicia ao tumulo a O Supremo Senhor da immonsidade,
pr<'sciencia <l'um julgamento dlvino, cm que o preço Quiz dar om tesLemuobo d'amisade
da probidade tem um quilate. que na terra é o fal- Ao ente racional de pó formado.
so ouro ela adulação d'um dia. Onde não ha esta •
luz previdênte é nos corações obtluratlos pelo cri- « .\hl tens um jardim. onde cercado
me, e impnssiwels ao remorso, porqoe então os jul- « Oo rructos de exquisltn qualidade
zes da terra são-lhes lntJIITerentes, e a pedra do tu- (I.he disse) <r gosaràs a f'let!tdade
mulo, que tem a força de esmagar um cada ver in-
« Qlle para ti somente hei destinado.
sensível, é como a porta do tribunal divino, fechada
para sempre.
Uasão e coni;ciencla !-13aslarâm estos doas po- « Mas não loques no fruclo prohibldo,
tencias luminosas na minha alma para me re\'ellarem « Que, se a tanto chegar tua ousadia,
os cirreo dogmas fundarnentaes do ChrisUanisruo: << Da negra morte ficaràs vencido !»
Exlsteocia de Oéas;
Creaçiio; ncpols, ,·endo qae o homem so vi\'ia,
Que<l.:i primitiva;
De sua solidão compadecido,
Redempção;
E juizo final. Deu-Jhe.cmfim a mulher por companhia,
C,\ lllLLO CASTEU,ó•BnA:VCt'Y. YtEIR.\ .
( E:Dlr. ) (E~tr),
e 11 ,,. a :uz++ '3!

O maior escolho da Caridad e, ea Desafio o maior inimigo do Christianismo, quê


encontre ahi uma só palavra, que favoreça a doutrina
maledi'cencia. sanguinaria. A Egreja aborrece tanto o sangue, que
B astos. estabeleceu couio axioma:-Erctesia a'Miorri t a
sa,nguine, e que os magistrados ecclesiasticos não
julguem em causas crimes.
Como a Egrej11 condemna os des\'arfos e o orgu-
Do Espirito da Egreja. lho dos seus inimigos, eis o ruolivo porque estes a ca-
luwniam impulaodo-lbe injustiças, que ·sb se devem
Não chamo à Egreja imperlo. para não combater imputar aos particulares.
a doutrina de Jezus Christo. porf!tle expressamente _ l'ião se confnncla o espirita oa Egreja com o de
declarou. que o seu reino não é d' esle mundo, e que alguns pastores, IJDC procuram espalhar a sisania. A
os seus discipulos não s<,riam priucipes de nações. - Egreja o~ anathématisa, dc1 qual a severidade nunca
A Digo.que a Egreja, de que a synagoga era figura, é a oxclue a brandura. (Continua.)
mais santa sociedade que exi~lio; e que ha de existir
sobre a terra, e c1ue nenhuma humana potencia pode-
r à jàmals deslroir. ANNO CBBIS'i'ÃO..
lfüa iudistructivel Egreja sahiu do seio do mesmo lU ,I.IO.
Deus, no momeuto em c1ue foi formado Adão, e de-
baix-o dos nomes de Lei natural, Ld nscripta transfor- 15 SEGUNDA-FEJM.-Üs SS. Martyres
mou-se na Lei da graça , e inti tula-se no meio das mais irmãos .Neri e Achilles-os quaes tendo
brilhantes luzes, e s.ublimes virtudes, ~sposa de Jezus
C!Jristo. abraçado o cbristianismo pela interces-
o sangue do Homem-Deus deu origem aos sa- são do Apo~tolo S. Pe4ro., a quem deve-
cramentos, que a fecundam: o dos martyres o teste-
munho cl,1 sua verdade. Os Apostolas representaram- ram o seu haptismo, por não que, erem
"ª no <:oncilio de Jcl'llsalem, fallando em nome do renegar a verdadeira religiàO', foram fla-
Espírito Saulo . pelo mesmo Jesus Christo, pela virtude gellados, e açoutados; e como todos e1-tes
que n· elles reside; ella nãQ pódc errar, nem enga-
nar-se. tormentos os não movessem a ahracar a
Estou comv osco até ti roosumaçã o dos secu- · idolalria, subiram os tormentos a qnei-
t os, disse o Sup·r emo t epislatlor aos seus A1>osto-
los; quem vos out>e, m e ouve; quem VIJS drspreza marem.:.nos vivos.
d espresa-.me, porque ·vos 1iscolhi 71ara colwn11as « -S. Flavia' Domitillia , virgem
da Cid111leSanta. Rom~na-tendo votado-se à Deus, con-
Lê-se sempre iH> Evangelho, que o AornPru-Oeus
não deixaria orfãos os seus ,\posto los, mas qu e elle os sagrou-lhe sua virgindade recebendo
defenderá: é portanto uma prova inconLesLavel, que de S. Clemente Papa o véu da .pore-
esla socie.c.Ji.de .santa não pbde t~r outro espirilo senão
o de Jesus Christo, e &e suscitam erros ou escandalos sa. Sendo porem denunciada a Domi-
no seu seio, uem póde ensinai-os, nem tolerai-os: ciano que era chri:stã, foi por ordem
d'oolra maoefra não seria infali\'el, e Leri? Jesus Chris- d'este imperador deportada, e mettida
to creado um corpo mônsLruoso sujeilo à mentira e
corrupção. cm negro carcere onde soíl'reu os maio-
lnlcrroguemos todos os seculos. corramos todos res tormentos. Vindo do exilio para Ter-
os climas, e- veremos qut! desde o Concilio de Jerusa-
lem, até ao de Trento sempre a E~reja, nas soas de- racina, aqui mostrou-se ainda firme nps
cisões, tem mestrado um espirito <.le paz, de mode- principios sob cujos au~picios punha sua
ração e de caridade. salvação, e por quP.m mt1is tarde, sob
1\ Egreja da qual o soberano Ponlilice é ch·ere,
tem sempre. os olhos em Jesus Christo seu modelo e o imperio de Trajano, soffréu a morte re-
fun dador: sem cessar lê na sua alma divina quanto cebendo a palma do martyrio. ·
eJla cuslna na terra, dizendo a todo o lsrael, que ette
veio satvar os peccadores , e que q uem com. a es- «-S. Panêracio - Era natural da
pada mata, com, a 1Mpad11, morre. Pbr) gia, des<'endente de uma nobi·e li-
o mesmo espirita animou os Apostolos; e foram nhagem. Ainda meniao de 1 lt annos veio
os homens os m:tls pacier,tes a respeito dos pcccado-
res: S. Paulo nos caracteres que lrnça da caridatlc para Roma no tempo dos imperadores
nol-o representa sofücndo tudo, não desesperando de Diorleciano e Ma.ximiano. Tendo recebi-
nad,1, e coube-lhe cm partilha a p.,ciencia, dQçura, e
humildade, despresando os seus proprios itHernsscs, e do o Baptismo de J. Christo das müo5 do
fazendo ludo 'Para to'clos, para convencer, Locar, e Romano Pontiíice, e Lendo sido instruído
soccorrcr. na fé cbristan,. por não quei·er ser idola-
A primiliva Egrejü. tão severa J1a dcscíplina, sõ
empregou as armas esrirituaes. Solicitava pelos seus tra, morreu martyr da religião que abra-
Bispos, perante o throno, a graça para os criminosos, ('ara.
e com grande desgosto empregava as penas canonicas,
e mui poucas vezes a excomunhao. · 16 TERÇ·\-1rnm., -S. João Nepomnce-
Tal foí a couducta dos Santos, que se moJclc,·ão no-a1;sim chamado por ser natural de
p~la tle Jesus Chrislo, que não quiz ftlt.er cahir o fogo Nepornut pepuena villa da· Bohemia. Do-
do céu; que procw·ava a ovelba de~garrada, parn com
doçura a conduzir ao rebanho. tado de uma indole fe1iz e desenvolvida
Não se deve nas obras cios incredulos, dos hcre- por uma esmerada educação religiosa e
ticos, nem m·esmo dos orthordoxos , cnjo zelo ardente
se não conl'ormo com a scienoia de Deos, procurar o !itera da, seguiu por inteira vocacão ·a: vi-
espírito <)a EgrPja; mas sim examinar os seus concílios da cle~ical. ·Dado todo aos trab~lhos de
geraes, lílurgias, cano1tes. aclas de, e cn lão \'cremos
as max,mas,· que atlmilte, e os princípios que a diri-
seu mini:,teriq, eram infinita-s conver- as
gem. sões q~ie operava, 1>endu para todos eguai

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a ..sua caridade. Esmolér-mol' e confessor lutos, senio c.lo-lhc de modelo a regra de

,v
da rainha Joanoa, foi lentndo pelo rei
euce1,lau, cuj~ d-e, 1assidão fosia coo t ras-
te dinmctral com as vil'tn<les de sua mu-
S. Bento- .c os se us l'cligio!-.os i-n tn conhe-
cidos pelo nome do seu fundadol'. D'es-
de o c1·rno se divuJgon a fama de suas
lher, para que lhe r(!vellasse o riue na virtudes, e là u1esmo o fol'am busca r parn
confissão ella lh e di1,i11. O S,wto lhe rc- o PontiHcado, <ligni<laêle qne passados
pelliu como era seu dever, a sacrileg:l, seis mezes resignou para ,oltar ao ermo,
perfida e ioforne proposta; e como ne.: onde môrl'eu no anno de 1:2Dli.
nbumas torturas fossem capascs de u fa- 20. SAs1noo-S. fie1·nardino de Sc-
t.er · prcYnl'icar , o mandou lançar ao na.-Ainda mancebo, deu pl'ovas de sua
rio Moldava, e afogad o, é cootado como piedade, servindo aos infermos no hos-
um Martyr do sigi llo sam·ame111<1 l. No pital de S. Mélria ele Scala, durante um
anno 1 729 foi canomisado pelo papa <lesoln<.lor contagio que alli g,·assa\'a. Ue-
Bento 16. lirado depois para os sulmrbios-, incen-
17. Q uAR'r.\-l'EJR.\-S. Pascboal Ilay- !lantemente pedia a Deus que lbe mostras-
lão-natural da ,·ilia de Torre-Formosa se qual o modo (le vida que se d ev ia ~e-
no Bii-pado de Mon\'iedro na llespanba. gui r , e o rc~ultado foi não clu\'iclarda sua
Er.i pobre, e ciuaodn moço se empregou voca<;fio para a Ordem Serctfica, que effcc-
cm guardai· gado. Aprendendo a ler por tivamente abraçou. Feito pregador foi
sua proprin indn:,; tria, era o c11rido1io le- elle o missionario arrebatador, que, pe1·-
trado do sua a ldêa, defondindo as su;.,., cor1·,•udo varias l'idadfM; ela Italin, as dei-
lu~cs aos rn~tic0s ~eus visinbos, pre:,idin- xava toda., melLoradas de costumes. De-
<lo a se us simpl ices co ntra cto.,, e com- pois de urna vida tão santa e lnbo1·iosa,
pondo-os em ~uas duvidas. Conseguio foi descançar no Ceu pelo meado do se-
depois a ser adruittido em um Convento culo 15.
da Ordem de S. Fruuci.scô, onde ncgoci· 2 l. Do~t1Nao - 5. • depois da Pas-
ou um rico the:'iouro de bens e!.pirituaes, ch oa. - 0.s t rcs dias que se seguem, e que
cnjo goso foi achar no Ceu no anno de precedem a Ascenção , chamam-se das
1692. rogações. A Santa Egrcja determinou no
18. QuJNTA-FEJRA-S. Yenancio-Ain· anno de 5 l 1 que n'e~tes dias SE! cantas-
da mo<;o de 15 annos foi acc11sado romo sem publicamente as Ladafobas dos San-
chril)tào a Antiod10 pre:-idenle de Came- tos afim de que se noi. torne propicio o
rin o: soffreu tudo o que a barbal'idade, Supremo Destribuidordos fructosda terra.
na e!-.perança de !urrar um renegado com
a desesperac;ão, podia inventar. Engana-·
ra m-se porem; sua constaocia e pacicn-
cia, sustent,,<lo pol' c!-peeiaes favorC:, do AtBllAJ\ilA-A missão q1Je os Jesuitas
Ceu, foi a tudo superior; e·, e~n vez de acabam de terminar em Eupen na Prus-
tereµ1 elle., um renegado, lucrou o chris- sia comec,a a produzir o~ milhores fruc-
tianfamo m11ilos convertidos à vi11 ta de tos: to<los os livres pcn~adores d'aqnella
tanto heroísmo, e do modo miraculoso povo~çào foram vbtos á sagrada mesa da
porque clle sobre,·hia a tantos torm en- comunhão. Deus qneira, qu e apartados
tos. O obcecado presidente, não se ren- das erradas sendas que ha muito trilham,
dendo ao milagre de não consumirem as os homens vam coubecenclo que so na
chamas o corpo do nos~o Santo, e de o Egreja do Salvador, existe a anchora da
não devorarem os fc1mintos leões, que, nossa salvação.
lambendo-o, se pro.',lraram por terra, o -O' M. Ad vertiser de Londres foz a
mandou decapitar; e estaodo assim cum- seguinte resenha dos adiantamento.:; do
pridos os de:-ignios de Deu!-;, foi receber a Cat·holici:.,mo em Inglaterra durante o
palma do Martyrio no anno 250. anao pàssndo.
19. SExTA- 'FEm \-S. Pedro Cele.,ti- O anno que acaba de decorrer foi
no-E1;a natural de Esernia, fugiu do tu- mui prospero para o Catlfülicismo, não
multo do mundo para em um ermo se so pelo numero de conver!-õ·e s, senão
entregar todo á contempla<,:âo. Aílluin- ainda pelo angmento de Conventos e
do-lbe companbeil'os, fundou uma con- Egrejns. Não baixam de 25 Egrejas as
grcga<;.ê\O de-religiosos.,"a quem deu esta- que se abriram .em Inglaterra durante o
ultimo anno, cnti·e ellas se contam N. S, de Sua Exc. a ·providencia lhe deparou
das Victorias em Clafon, um convento e rnn a occa!-iào, em que ClCcuh:,mcnte , e
esco la em Brandlord Sq11:1rc, a 1%reja de longe da dd,,de poclesse e,t.capar a lantos
S. .João Evangclislíl, e a de N. S. da Es- punlu~cs, contra o !'iCU Mini:..tro levanta-
lt·ella do ~l.,r em Greenwiclt. Converle- dos. E o lllais a que pode chegal' a des-
1-.nrH.;e a Egreja <lc Homa 42 minil'<tros morali.sac;ão de um povo que se di1, illns-
cl., Egreja Anglicaua-islo em Londres. trado .... e o que ~e deverà julgar d'clle,
Nas p,·ovincias succede o mo~mo-0 Se- se não houverem medidas, que mostre
nhor queira illu111inar a Inglaterra, que ao mundo que o governo de um paiz ci-
tão 1·ebeldc se tem mostrado à uniclad~ vilisado não coadjuva os desvarios dé um
Ci>Lholica ! povo entre o qual nàô Lem segurança in-
Russu. -O Governador das Proyin- dividual um minii,lro extrangeiro, e este
cias do Oanubio tnandou fechar as Egre- . .
CIIJOIStl'O, NuncJO
. Apo~to1·ICO !')!.• ••
jas catbolicas sub o pretexto de manter Rio J\N1~1no-Depois do officio de
OF.
a tranquillida<lc pnblica, d'uncle resultou, Quinta-leira Santa celebrado na CapeUa
que os habitnntes <le uma pequena villa Imperial, 12 pobres cegos foraLD acolhi-
<lo districto de Vahivo tendo contravindo dos po1· S. ~l. o Imperador~ no pnço da
a esta ordem foram denunciados pelos cidade, e lavando-lhes os pl~~, enrceu o
sacerd11Les russos a dd idos ao Estado maior acto da mais completa humildade chris-
<l.o General Luders. e coodemnados a tao, a qual- ainda mnis exaltou alimen-
uma grande mulia, cujo pagament,> re- tando-os por aqnellc <lia. e clan<lo-lheH
cusaram pagar-attcnc;:w- ! Julgados poa· 6m-uma esmola, e um ramo. O
criminosos_, os seus bens foram confisca- E.un, Snr. Bi,po ele Cry~opolis, segundo
dos, e clfos lançados nol:i cnrceres dt! lbrai- o seu Cósiume, esteve servindo a me.e;,,
la. Eis a tollerancia religiosa da Russia, dos pobres, e à noute SS. U\J. arompa-
~ eis u1n completo desmintido a nov'1 re- nhadas por muitas pessoas de di~tin('c.;ão,
surreic;iio empreendida por e!se governo vi:-itaram as Egrejal,.
que ost~ntando-~e-lilho de Dem.-mas- PA1u'-Não teve este anno logat· o
sacra aquelles que o adoram em e.'lpirito e La rn-pés, que lia mais de um seculo se
verdade! ! ... costumava fa1.er pela Ordem Terc2ira.
-No Domingo 7 do corrente teve Jo- Estando tudo prorupto para a celebra~ào
gar no Convento dos Carmelitas d'esta d'esse acto Hio ediíicante de cal'idade e
cidade a fe!'lta da lnveo ção da Santa Cruz,
humildade, foi a Ot·dem Terceira ioti-
com ve!-peras no Sabhado a noute, Missa
so lemne e ~e1·rnão as 7 } horas da rna- madà qne um mini:.tro leigo ou seculal'
nhan. da mesma Ordem, não podia ser o mi-
F..sTAnos-UNrnos-'1onsenbo1· Bedini, nistro competente plua a celebra<;ào <le
~uncio Apostolico nomeado, para a Cor- semilhante acto, por isso que n-; rubrica~
te do Brasil, e encarregado ao mesmo e censoras canooicas exigem que seja um
tempo de uma mi,são para objeclos sacerdote! o qual so pude exercer a~ fun-
ecclesiasticos nos Estadol:i-Uoidos, <: por- ções que oa forma dos rituacs estam
tador de uma carta do Gabinete de Sua annc.xas ao Lava-pé,~. Esta intimac;ào foi
Santidade para o Presidente da Republi- feita pelo llev. Guardião do Convento de
ca. 1.!hegado que foi a New-Yol'k, por um
S. Antonio, avi . . ta de um ofücio de ~ua
milagre escapou de ser victima <lo dese~-
freamcnto d o povo. Em !iOciedadcs se-
Exc. Reno. o Sa·. D. Jo:iê actual Bispo
cretas foi dcciuidn a sua mo1!le, e eleito do Parà.
o assassínio!! ... Este porem, cuja coos-
ciencia lbc desdobrava os horrores de um
tal crime, corumullicou ao Nun cio o n'e - Erratas do n. 2.
gro projecto de cuja e.x.ecuc;ão era o ins- Pag. 8. e. 1. dia 14-onde estn-3.ª - rea-se
trumento, e a recompon.-,a do homem, li. a - Dia 12-om}e eslà-S. Joanna-viu,a-lên-se
qne evita manchar suas mãos no sangue Virgem.
do ·\1inistro do Altíssimo, foi a morte, que
por uro punhal occulto llie tirou a vida! atara11t,ão -Typ, de J. C. 31. da Cunlta To,-res.
Depois de varias tentativas contra a vida nua do~ B_arbeiros ,i, s..
- 1. •
ANNO t Segonda-feira 23 de ~laio de 1854. N. 4.

o·cnRISTIANISMO.
rne:ço 0.1 su11SCn1PÇA'O. lV ! ASSIC:'!A·Sfü

l
l"or um t ru10. ... , .. . , 8SOOO.
• 5~18. nlf'~Cii, • ·' • • • ' 6 S~OO, X V No II ua elo Cruz 11. SO. o na 'l1pogr3t>hiil
1>030 adian1ado
} • 11 . ,. ,u~ted, •••••• 2$800.
\ Avuly,s.. .. • .. • • • • .. .. $740. V 8
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d ei;tc Jorn11.

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?,011 t•t11I 11nlma, pcrw•, attl safl:111•t ,
S. Luc. e;. !l, •. ~ -
= .. -- ..J"

OCHIRSTIANISM O. VIII,
- Lado morul do Pa11theismo
Frncos co m o nos reco11 hececno.;, n ão
podemo~ d ei xar d e e xulta r pelo brilb a n- O homem n a tural menle ama a ve t·-
tc fach o que yeio illumi na r as columnas dadc, isto é um facto; e para q ue um e r-
clc:He Sc,u a na rio. O Hv. 111º Snr. Conego ro nns ca ptive, é mÍ!>ler q ue clle ampla-
Duu tor Joaquim Pereira Serva d e cuja men te iudi minize o coração das violen-
ca pacidade e conhecim e ntos d ' ha m uito cias, que fez á rasão~
<111e somos tc!'ltem u nllas, veio coadju var- Um syste ma quando se apresenta r e-
nos co m as suas luzes~ e fa ~.e r r aia r as- cheado d e indu c<:ões imm orae.s, e qu e d á
:-im ma is uma esperança animad ora p a ra largas a tod a\\ a~ paixões, é considerado
ós seus red actore,c;. Feiices pois nos r epu- como um bello sy~te ma , e a sua aceita
ta r mo.:; p or poder apt•eseotar o n om e ~ão e certa, ainda que seja u m occeano
d e~te d isliTicto ~foraobense .sellando a d'ab.sU1·dos os principias e m que esl'qbe-
dcfeza da redcmp(_;ão. - lecc a sua base.
Os ~~'ios. cuj o p ensa me nto eslà
ao ni v ,,. o~~\fà~go,
~ )• . . o adopta rà m e as
suas ~q ucnc.i,as, se.o::,.·q~ ao m en os se
inq ~ "rNn c~.lil ati,-·prhb iss.~ ·. Este ~yste-
VII. ma e ~ mryod~ _-slin\ii),. ~ ' es, e pouco
• ( Co111b1uad<.1 do 11.• 3 ), nos - :11 !rQU
.or~taf<1
r tie seJ':i ·a
i.~ ,.., , , .. . -1 '
ou
t,1.:o verdadeiro • .
Aqu . , · t C"" }.>füsono~ } e mora listas,
Se agora nos perguntassem como dir.'1m" _tie ..1.l1eol'.Ía par,, e nca ntar oco-
esté h orrível destcmpf! l'O tem achado na rac;ão, p ~rr~o serà ella conforme
Allemanb a e outros Paize\., bomens, alias com a ra!-fio . 1 111lito não tarrfa rà que a.
de recon h ecido talento, e profund eza de completa coucordia se não ache negocia-
scienda , que o tenham ab1·a<;ado, daría- da, por que a razão fecha os olhos quan-
mos d uM -razões. d o a lte nde as voses do co ração.
A primeim é toda Christa n. -Quan· Nada p oderà ha".er ma is commo<lo
elo um homem educado no ~cio da lur. qne a moral pa ntb eistica. Qu e m o não
evaogelica, ousa e m seu o rgulho re pudi- vê! fazer do boo,em um a parcella do
a r a philos.ophia simples e sublime que - Grande- Todo- , sem personalidade
o Diviol) \le!)lre, Jesus Christo, veio-nos propria, q ue mai11 e do que tirar- lbe to-
e nsina r com o pre~o d e seu san gue , o da a rcsponsc1bilidade de sens actos, di-
Espirito de Deus foge da sua ca beça, e o vi11isar todas as extravaga ncias q ue o seu
espirito da loucu ra r e m o'ell a entroni· espii'ito cria, todo~ os des<·jos qu e n ascem
• za r-se e m virtud e d a lei di vina- Aquel/e <lo seu ro rac;ào , por m ais mon<;ll·uosos
1''e se elevo , se,·à humiihac/o- que sejam ?
A ontra razão do successo das douc- O <1uc o ign ora nte cha m a um m al,
trioas panlbe i:,ticas exige um capitu lo on nm ,,icio, um c rim e, é sempre um be m
paragrafo esptciaJ. n J c:ite systema; pol' que q uer d' u m , q uer
a·outro modo ~empre rcdtmda em pro- o lem sempre soccorrido com tão promr,-
,1eito do -Todo- • tos e eflic.1ses remedios. Mas, peló coo-
O Ah.soluto precbando d'ac<;âo, e ti·a riot o howem não.só não sc1be agra-
movimento para operar suas evolm~ões, decer ao i-cu Creadot'. como até mesmo
ao homem compele coadjuva- lo o me- orn,a levantar a ,·01. contra clle, e a ne-
lhol' que poder, e trabalhar com energia gar me!>mO os benclicios., cp1e d'Elle tem
para dci,tniil' o que exi:-tc, aCim <le ap- recclJi<lo. O homem deveria ser pal'a o
parecer o qne não existe. Se por ventu- seu Creador tanto ou ainda mais agra-
ra na lce o homem com o set1 espirito in- d ecido, como o \'iajante que tendo a in-
c·lioac.lo.fo; vastas e 1wofundas meditações, lilicidade de oaufragãr, agradece àqucl-
diz o Pantbeista, é a -idea religiosa, le que cm tal accasiào o livrou do furor
philosophica, ou politica que n'elle bus- das ondas. Assim que o homem m m
ca tu11a nova ruanjfestat;ào; de que ser- clamar contra a confissão, meio tão efli..
,rem essas tbeorias antiqua~s qne teem c•az, e qne tanto rontribuc p~ra o rccon-
ale ·hoje dominado as intelligencías? cilia r com o seu Creador. E porem for-
Dae-nos cousas novàs, e não vos irnpoi·- çoso confe~sar que o geral elos homens
tei~ que os c~piritos cw·tos e mesquinhos não pensa as~im, i:,.to e, não nega quão
clamem -que e nbsurdo. poderoso seja este meio para a sua recon-
Se o homem é ornado com o estro ciliação. O homem saLio, por exemplo,
poetico, e com o genio das bellas-arles que teme profonar ns cousa!- santas, eri-
ainda é a -idea-que procura uma for- ge em !-.Cll corat;ão um tribunal tievero,
ma desconhecida; e aimla que C!'!ta for- onde chama em juízo as was paixões, e
ma ,·iole todas as regras do bello, ul- as suas virtudes. Cada <lia elle toma con-
traje o pudor ele. pouca importa, diz o la!-i à si tne!'.mo; cada dia interro~a diante
Pantbcista, não vos recuseis à inspi1·a- de Deus suas ncc;õc~, seus negocios, sua$
çào cliviaa ! Se o hemcm acha-se pela d'ispo:,içõcs as mai~ secreta'-; efle não aban-
sua posic;ão social constituido em tal grào dona sua vida ao acaso; cada dia elle ob-
que pm,sa dar um movimento .na ma- serva com cuidado t111al tem "ido as agi-
<p1Íaa politica, não deve liesilar fazei-o, tações do seu espirilo, 01, movimentos do
ainda diz o Panlheu;ta, não obstante seu cora(;ào, os oLjcctos que o tem occu:-
quebra-la. e fazer descer ao tnmulo pado, as erupre!-ias que tem formado; em
milhões de Yictimas; por que se estns o uma palavra elle e.tarnina o detalhe de
maldi ~erem, a hl)manidade que terà sua:. ac<"oes, seus entretenimentos, suas
avançado mn pa!i.~Oo cobrirá de benr,nos?! ! visita!-, ~uas occupa<:ões,suacomida mes-
Que moral ! e não serà uma impu- mo e seus gostos, afim de se cüspor por
clencia existir um codigo penal para re- estas fodagaçoes assídua~ a preencher p
frear os desenvohimenlns do Grande como é preêi-;o, a lei da Cooüssã~, e de
-Todo- da -idea-? ! ! Os Panthe- nada despre!,at· em um negocio em que o
i!,tas que juntem seu6 clamores, e fo<:am sangue de .J. Cbristo é iuteressado. Ei~
desapparecer esse cumulo da barbarida- aqui o que foz cada dia o sabio christão
de, para qne cabindo partida a es- que pen:,;a sinceramente em sua salva<;ào.
pada da justiç,a, não veja a opinião pu- Entl'e outrns muir.a~ vant~gens que
blica no crrme mais de que uma e.i·plosâo traz a confissão uma d'Pllas é-o n!pouso
tro,:rirn da -ldcn- ela conciencia. Quão doce não e it uma
'"' T
alma que gemeo a1gum tempo debaixo
(ConLinun), <la tyrania elo peccado, o tel' uma vez
aberto seu coração e deposto seus tl'istes
se"redo~ no seio d'um conficleote charita-
Algumas rcOexõcs sobre a n
tivo? Ah! quanto mais se d'l' 1t ere a con-
Confissão. fissão dos peccados, muito mais é a agi-
ta<:ão que se ~ente; uma coni-lante ioquie-
Se o J10mem, depois da queda de seu ta<;ão nos opprime até mesmo no meio•
primeiro pay, não ficasse tão fortemen- dos nossos pra1-eres. Traz coml,,igo, lam-
te inclinado para o mal, elle, de certo, bem a confis.,ão a grande e principal van-
melllor saberia agrádecer à Aquelle, que tagem de reconciliar o homem com o seu
depojs de umd tão grande infelicidade Creador. Foi Deus mesmo que quiz:qu~


a reconciliação do peccado estivesse liga- as mais degrir<lantcs. Pois se assim acon-
da com a coofü,sào de suas falttts, e Deus tece p,1ra com o corpo, muito mais deve
é o Senbor, que onsarà lhe perguntar: acontcccl' para com a alma, visto que
porque obrastes assim? Nu poder que aquelle acaba, e e5la tem, de na preson-
Elle deo ao, seus Apostolos, cle ligar e <;a <lo seu Crcadur prestar contas de todos
<le~Jigar, està contida a ley que Elle im- os seus actos nesta vida. J . P. s.
põe aos fieis de se descobrir á seus olhos.
Cooo eíl'eito e neccssario con hecer a n~-
tut'esa do crime para poderjulgal' clelles. TABELLl\ CDRONOLOGICA.
O,·a não é possivcl que os Ministros ~a- E

grados con he<:a m uma inGnidade de fal-


tas, sem que a,p1elles mes~nos que as do• Sol•erauoH Pou1Ul~es 1111e 1lei,11le o .. _..
comcneHeram, as revelem. I~ necessa rio t1ll1t.'lcchue11to ,111 E5reja ow hoje teean
descobrir seus laços. se se qller que elles oec111u\1lo " c,uleh·a ,te Uonaa, e tlo.!'1
Autl•J•111m8 •111e tl'esde eutiio n,.; bo~o
se desatem; e uma ley runclacla sob o teem opp11reeldo.
Evangrlho, suste ntada pela doutrina cons-
tante de l11dos os ~ecu lus, justificada por (.Cunti11u1Jçiío do 11.. 3.)
cnnoncs Ião respeiluvei-;, que a Egreja es- 26-s. Bhaiir..-Eleito em ~2 de JuUio
tabeleceo pn1·a a peniteac:ia, lei que do do anno de 25f>, morto em 6 de De-
Oriente ao Oceiden tc se tem constante- 1.embro de lG9-governou a Egreja
mente oh-;ervado ate ªº" no.ssos dias. O 1 O annus.
que sob a le)' de \l or,I.!:-. era reservado ao
27-s. I~ellx·-Eleito a 29 de Dezembro
juiio d e Deos. nos diiS. Amhro,;io. Jesus
Christo cocnmetteo ao juiso dü seus Apos- de 269, e morto a 22 e.lo mesmo mez
tolos: Quod a11le e1·nt Judiciis Dei, .rnis de 27li-gnvernou a Egl'eja pores-
dedit Aposlolis. Elle~ são jnizei, e nãé, pac:o de 5 annos.
devem olJrar com,1cegos: são \lledicnsdas 28-S, Eutlclae•·-Eleito em 6 de Janei·
alma:-, e não devem i1pplicar úS remedios ro de 275 e mol'lo a 7 ou 8 ele De-
~em conhecimento. A confissão faz poi-, z.eml,ro de 283-governou 8 annos
1ima parte do Sa(•r,unento que reconcilia a f•:greja.
o pecc,1dnr, e que o restahell ece nos di- 29-s. VAlo.-Eleito a 17 de Dezembro
reito., da felieiclacle eterna. \las, dizem 283., e morreu em 22 d' Abril de 2!)6
alg11n.s, a confüsão é nm jugo oneroso -governou 13 annos .a Egreja.
para a naturesa humana. 30 -S. !Unreelllno,-Eleito a 30 de J u-
Os que assim pensam de certo qlte nho de 296, e morto a 2li de 011tu-
não consideram bem no que seja a con- hro de 30ll-governou 8 annos.
fissão. Pois será oneroso o recobrar sua 31-S. lUnr~nl,-Ordenado a l f) de Maio
innoccncia, e entrar cm gru<;a junlo <lo dP 308. e n1orto em 16 de Janeiro
!-CU C,·ea<lor? sen\ peno . . o o livnu·-l,c do de 3 l O-governou a Egreja 2 annos.
inferno por meio de i,uplicas? serà mai~ 32-~· Em1clslo.- Eleito em 20 de \laio
feliz ~rrastar cadeias que as quebrar ? de 31 O, e mol'reu em 6 de Setem-
pe,·manecer no <'rime que sab ir delle? bro do mesmo annõ.
E' penoso, dizem ou ln>s, confes:;al' faltas, 33-S, llelel1lade11·-Eleito n 2 de Julho
eco que mi'nra mais ~e <levia pens,u·- de 311, e morto em 1 O de Junho
Ma~, perguntare,nos nos, de que vanta- de 31 lJ.
gens não são comre.nsadas essas penas e 3[j-§. Syh'e8tre,-Eleito em 31 ele Ja-
pesares. que cncontr'amos na Confissão
de nossas culpas? E. .sas graças, essas n eiro ele 31 !J, e morto 31 ele De-em
consola<:ões, esses sabias c'>nselhos, essa zem brn de 335-gornrnou a Egreja
por espa4,iO <le 21 .rnnos.
reconcifü1ção ,com Deus, seu amor, san
gloria; tantos bens não serão pois suffici- 35~. 1'1areoii.-Elcito a 18 de .Janeiro de
enles para a<loc;:,r a ,,ma rgura <le uma 336; e morto cm 7 de Out11bro do
confissão passageira? Ah l se se tratasse mesmo anno.
~a saude do corpo ele cer·toque os enfer- 36-s. J11llo t,-Eleít{l em 6 de Feve-
mt>s, que pensam, não teriam vexnmc cm r~iro <lc 337, e morto cm 12 d'Abril
relferir ao medico todas as ·cau~as ainda de 352--govornou a Egreja·5 aono~:.
,tr . ® <Bllllall~naai'iJJ~W(l)c
·df-1
• W I CPY-7F? 1 WE r- M tld ,ee+w• w + t
37-S. Llberlo.-Eleito em 22 de Maio 63-s. Horaulada.-Eleito em 26 de Ju-
de 352, e morto em 2ú. de Setembro lho de 51ú, e morto em 6 d'Agosto
de 366-goveroou 13 annos. de 523-governou 9 annos.
38-s. DRma•o·-Eleito em 1 de Outu- 5/J-s. J"oíio I.-Eleito a 13 d' Aa~~to o de
bro de 366. 523, e morto em 18 de Maio de 526
39-s. Slrlelo.-Eleito am 1 de Janeiro 55-s. Fells lll·-Eleito a ilt de Jull.io
de 385, e morto em 25 de Novem- de 526, e morto no comeco do mez
bro de 398-governou a Egreja por de Outubro do anno de 530.
espaço de 13 annos. 56-s. Bo11lfaelo u.-Eleito em 15 de
llO-s . .&naBlaelo •·-Eleito pelos fins Outubro de 530, e morto em 15 de
de 398, a morto segundo Tillemont Novembro de 532.
a 27 de Abril de 402. (Continua).
lt1-s.11111oeenelo,-Eleito com muita
virisimilbança a 27 de Abril de lt02,
e morto cm 12 de Março de ú t 7-
governou 15 annos pouco mlis ou
Do Espirito da Egreja.
menos (Contilm(l{IO d.o 11. S),

lt2-s. ~ozluao,-Eleito a 18 de Março A Religião, dizia o immortal Beoedicto XIV,


de ú17, e morto em 26 de Dezem- (tamberlioi) oào é madrast;i, mais sim terna mãe,
bro do seguinte anno. que quer a salvação dos seus filhos, e sem céssar
[i3_s. Bonlfaelo •·-Eleito em 28 de trabalha para os fa1.er feiices. De dia e de noute se
occupa tanto do judeu, como do infiel e idolatra, ro-
Dezembro de ú1.8, e morto a l& de
gando a Deus pela soa conversão, não desesperando
Setembro de li22. da sua sorte em quanto vivem, deixando a Deus o cui-
4ll-S· Vele11&lno.-Eleito a 10 de Se- d\do do juízo futuro.
tembro de lt22, e morto em 6 de Dizem que quando a Egreja pronuncia, que fora
Abril de ú32-governou a Egreja d'ella não ha salvação, profere a mais terrível c1nathe-
por espaço ,la 1 O annos. , ma contra todas as religiões; porem estas são as pa-
h5-s. Slxto 1n.-Ordenado em 20 de lavras ~o mesmo ·Jesus Christo, ás quaes nada se podl?
Abril de lt32, e morto em 18 <l'Agos- mudar; como não seria locrepada se qualquer se po-
desse salvar fora de soa cornmunbão ? Os mesmos
to de úú.O-go-ve1·nou 8 annus. que a accusam àcerca d'este modo de pensar lhe diri-
h6-s. Leão 1Uar;110,-Eleito em 29 de am com justiça: vos nãc sois o centro da verdade,
Setembro de l&úO, e morto em ú ou se as dilferentes seitas que existem sobre a tena,_
5 de Novembro de [161-governou a tem as mesmas prorogativas. Logo Jesus Chrlsto mor-
Egreja por espo,ço de 21 annos. reu em vão, porque qualquer pode obter o céu sem o
á7- · s. JUlario.-Eleito em 10 de No- conhecer, e sem o adorar; assim tudo quanto ensinaes
vembro de 76·1, e morto em 21 de tem tanto authentecidade como as illusões do paganis-
Fevereiro de á68. mo, e as Cabulas do alcorão.
De mais, o mesmo alcorão não amaldiçôa aguei·
48-S,Shupllcto.-Eleito em 25 de Fe-
lcs, que não creêru na doutrina de Mahomet? 1 D'on-
vereit•o de [168, e morto em 27 de Fe- de se deve concluir que injustamente se attaca a Rgre-
vereiro de lt83-governou 15 annos. ja arguindo-a de lal crime. A lei de Jesus Chl'lsto
49-S. :F4:t1x 11--Eleito a 2 de Março de não se pode oiudar porque a Egreja é uma, indi\'isi-
ú83, e morto em 2ú ou 25 de Feve- vel, e verd:uleirn, e a sua socied.ide é a dos escolhidos,
reiro de á92-governou 1 O annos. Porem, apesar d·isto, ábraça no seio da sua ca-
5Q-s .. Gelaslo.-Eleito em o 1. 0 de Mar- ridade a todos os homens .de qualquer communhão
que sejam, e roga a Deus por elles: outro tanto não~
ço de !&92 e mol'to a 1.9 de Novembro fazem os idolatras nem os protestautes pelos calho-
de lt96. licos.
51-S· Am.-caelo 11°-Eleito a 2á de No- Se o C$pirilo da Egrcja fosse sanguinario, sem ·du-
vemb1•0 de 496, e morto a 19 do vida que quando o numero dos christàos jà er~ gran-
mesmo mez do anno de 49'8. de, se teriam revoltado contra os Perfeitos <las Pro-
52-8, S,:mmaeo ........EJeito a 22 de No- videncias, que os condemnavam aos mais horrorosos
supplicios; mas os Annaes da Historia não fazem men~
vembt·o de á9-8, e morto em 19 de
ção de uma sõ rebellião ou morte, que elles praticas-
Julbo de 51ú-governou a Egreja sem.
por espaço de' 1 O annos, Lê-se o contrario: naa3 mais paciente qnc <1~ 1

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
ruarlyres, q1 e por loda n parte .;e deixavam t.lcgolnr ~ Admlrnl-vos, quo accusaes a Egrejâ de Intoleran-
coosen·am o cnr:ictcr de doçura, que Jc:;us Christo te, lendo na historia dos donalist;1s a condescendeocla
designa, quando disse aos seus disclpulos: Eu ,·os en- do S, Agostinho: offerecc a sun cauolra só com a. con-
vio como cordeiros no melo dos lobos. dição de abj urarem os seus erros, o se obriga a que
A Egrcja reprova os abusos commetlldos pelos os seus collegas façam o 01esruo. na longo tempo que
s:icerdotes fanalicos, e os olha como csc:indalos. a ~greja teria abraçndo os erros, e so seria uma fan-
Quando os berisiarcas tem excitado sedições, deusta· tasma, se tivesse perdido o espírito de Jesus Chrislo;
do cidades, incPndiando os templos, como na Fr:uu:a porem este espírito faz a sua csseocla, gloria e thesou-
Jlzer:,m os albi9,1ises; O'> pastores lanploraram a auo- ro. Serve-lhe de laz paro desccrnir os erros, de escu-
toridade real para fazer cessar Laes e:tcessos, mas não do para os combater: por elle é que se encontra o
cm razão da crença, que elles seguiam. •
meio de amar os incredulos, e de perseguir com um
A Egreja sabe que so a Dens é que pertence mu- efficaz zelo a incredulidade.
dar o coração, e que domina no nosso pensnmi,nlo: Quando Jesus Christo disse, amai o proximo co-
ora se elle não fórça a nossa vontnde parn adoptar as mo a vós mesmo. não e:cceptuou nem os bereUcos;
verdades evangelicas, clJa não pl>de uzal' de oulra inliei.s nem implos: quando o apostolo disse, que cllc
maneira. · todo era para toJos, não exccptua nlugoero.
Quando s. Poulo, na pessoa de Timolheo, disse n o espírito da ,·ingança, do odlo e dominação. é
todos os pnstures, <1ue com força e nlor rcp'rchendes- opposlo ao esplrilo de Jesus <:brlsto, e por conseqacn-
sem os prev:irlcadores, accrcsccula logo, iu om11i cla ao da Egreja; a inloleraocia diriva-se d'estcs vicios
putientia, com toda a paciencia. No coraçt10, e nas capilaes; cobrem isto co!D o nome do zelo, e eslo zelo
sut,lirncs e1>islolas d'cslc ,\poslolo é qnc se vC o espi- é opposto à sciencla de Dous, ou é uma obslloaçao,
rilo da !Igreja: so respiram caridade, e os peccallorcs que a misericorJla eterna anathematlsa.
se rt:ce11lc111 da sua clemencia. O mesmo so nota na Jesus Christo nos diz, que le pagão e publicano
co11tlucta de S. João, quo chêio de doçura e uocção, aqoelle, que esU\ separ:ido da Rgrcja; mas como ellc
uão cessa de recommendar o amor de Oeus e do pro- solTreu um e outro, taml>eru nós o deve01os sofl'rer•
ximo. M cu~ cttros filh11s, di: ell& aos do svu tem- Não tratamos do foro interno, masso da vida civil, que
po, amai-vos uns uos outros. liga todos os homens.
os ministros d:i Egreja, cm razão da saolidadc Os Apostolos soffriam os judeus e pagãos, e até
de suas fun cções, cstatn muilo acima dos homens or- hallllavam com elles, mas a nova phllosophia nos quer
cliuarios; por isso nao admil'a que alguns pastores, ou persuadir, que a Egreja não tolera nom uos nem ou·
pelo motivo da sua alla dignidade, ou do orgulho, tros; porem c1uem estava mais iustruido <lo espirilo de
creem pocler usar de um amargo 1.clo, para corubalcr Jesus c11risto, os seus tliscipolos, que e~tavam instrui-,
e punir os qut? combalenl a lleligião. Isto originou dos do son ec,pirilo, Lcslemuohas das suas pal:ivrai;, e
im mcnMs 11•111peslades, que por longo tempo agitaram acções, a quem tinha legado o seu leslarufnlo, a sua
a h:i!"ca de PeJro, e geravam no seio da mesma l\ell- paciencla e caridade, ou os que vieram 1,assados se-
gião íuuest:is dh>i~õcs. culos?
Enlíl<> gemiam os bons pastores, e a Egreja nas Podcr~1m dizer, qoe o P..spirito da Egreja enve-
suas colec.t:is, ora('Õe!i e sacrificlos rogavam a Deus lheceu; porem o cêu e a terra allestam a sua lofalibj-
pela paz e concordia. Este rucsmo espirilo anima sem- Jidade. As promessas de Jesus Chrlslo não são falllveis:
pre a Egrejn. No tempo da liga, verdade é, \'ir:11n-se isto é tanto verdade, que desenove seculos tem passa-
proç_issõcs de soldadesca armados, e nlguns sacerdotes do :itravez dos barbaros herislarc;u; sem comludo a
fanaticos, exaltados 1wr um falso zelo; mas não se en- surprehender pelos seus sopbismas, sem temer amea-
controu naquellas multidões nem um so esclarecitlo ças, nem consplraç~es.
Prelado. O foco da liga nfü.> foi gorado no seio da nc- A Egreja dispersa por toda a. terra, sempre teve~
llgião, mas $Ílll no cor:ição da! muilcs srnhores ambi- desde a sua origem, o mesmo bai>tismo. e a. me:,ma
ciosos, dos qoacs se conhecem hem as .s11!1s manobras fc: nada occulta aos seus Olhos, de que lhe faça mys~
cnomcr.. tcrio, nem da sna moral, nem dos seus tlogmas: ex-
Calumninm a Egrcj:i alrozmcnle ele um lal crime. poz o sua crença à face do universo, e por Isso uão
Elia sempre ohedcceu aos sollernnos, e ensina o que podia mud3r nem uma sb letra sem c:toitar de todas
mandou o soberano Legislat.101·, que a dirige e virifica, as partes as mais relevantes reclamações.
que se dê a Cezar o que é de Cezar: se vos não rece- Não pode desnaturallsar o seu cspirilo e ro, se-
berem em uma cidade aonde forois pregar o !!range.. não reunida ou dl~persa: sabo-sc que os bispos levam
lllo, hlt.le para outra p11r1e: e diz a redr(), que cmha- aos concílios as creoçac; das sll!'ls dioce~, o na dis-
i11f,e" pspada, que quem com ferro mata com persão elo concilio, qualquer que tcntns.se contra o
ferro morre dogma, o poro Jogo gritava contra o erro. Saber-se-ia
Os padres da Egrrjo nos lransmilliram estas gran· logo a data e o dia, Pm que a Rgrcja ino,·aS'se: se nos
des verdades, não só oos seus cscriplos, que so respi- primeiros seculos íol tolerante Tiara r.om os incredu-
ram cariJade, mas lambem por brilhantes acções, nã<• Jos, e se tivesse por 3Clos pralíca<lo o conlrario contra
se separnndo jánl!iis da moüeração chrlslã, e perse- esta lei de justiçll, de doçura e caridnde, os seus an-
guindo até ao ultimo baluarte a heresia, porem tra- naes nol-o leriam transmllliclo, e os seas Inimigos al~
tando os que a propagam como irmãos. nos marcariam a paglll:l.

-~
JC:·it'. lt: J_.,
..,..._~..._..i..-
Dlzer-se-ha que arrastada pela torrente dos secn- esse manecho ,•oluptuoso, que se entrrga aos excessos
los e pelJs pai xões, deixou lnlroduzlr este abuzo; po- da dJssolução ! Como esse prodigo, que dissipa lou-
rem não se pode confundir com ns soelcdades humanas camente a herançá de seus pacs, que infelicita, ou
que não tew prlnclplos eslaveis; que nriam s~gundo reduz a miscria a sua fa111illa, e aquellos aquem de11
os soberanos, as circunstancias e 1ogare.~ o ser?
Nlnguem p<Hlc ignorar, que a Egreja clama con- Como esse homem nmbirioso, qno l'Specula com
tra os tormentos iuíllogidos aos incredulos, e sempre a vida e fazenda dos outros, disposto a fazer millla-
aborreceu estes actos violentos, t>rova bem convlcen- res de ,·ictimas, a encher a terra de crimes, e al>o-
te que o Christlanismo não e inloleraole contra as pes· minações. a inundai-a de sangue, a cohril·a de lulo
soas, mas só contra ~s P.rros. e miseria, a sacrílicar II burnanilladc Inteira aos seus
Quei~aru-se injustamente cs cal~nistas, e lulhe- planos d'clevação e grandeza? Como se encara ci.so
raoos, por lhes prohlbfrem nos paizes claristãos o uzo homem, 11ue ardendo cm sctle ue riquezas invndo sa-
publico do seu cuJto, e não serem :idmillidos aos crilegaruenle a propriedad1~, consagrada a Deus, aui-
princlpacs empregos do reiM; porem elles praticam quilla ou profana os monumentos, c1ue a pietlade le-
nos seus reio os o .mesmo a respeito dos christãos. vaolllra p:1ra honra e gloria do seu nome, que conver-
• • * te em utilidade particular o palrimonio tias nações,
que esgota os seus recursos, que estanca as fontes, de
que emana,•a a 1ua prosperidade, que dcrrubn os
DA MORAL CHRISTAN. os estabclecimculos, que consliluiam o sua gran<lesa,
e que eram o brasão da sua gloria, que para le,·au·
A lei do E\'angelbo e uma lei, quo nos obriga a tar coloços de fortuna não <luvh.la a rruiuar milJ1arcs da
um continuado sacrificio: ella m::inda que sujeitemos familias e conduzil-as á mendicidade ?
o nosso espirito a Oeus, e :io de\'cr todas as nossas in- Como !-f> ,nnlia esse orgulhoso, que fez um syste-
clinaçõos. t~;pois, de necessidade íazcl-o por mais rua, cm que con$tlluiu a si mesmo cm llh'lmladc, que
que humilhe o nosso espírito, e solfra vlolencia o nos- poz por dlvisa-:idorae-mc; ou sou tutlo natla existe
so ·coração; é esta uma olirigação, de que oenhuu~ fora de mim, ou tudo o que existe é aboruiuaçao-
christão se pode escusar, de que se segue, que a lei qne não duvidou fazer o processo a todas as eclades e
do Evangelho e um coostrangimcnlo, mas sem isso a todos os seculos, conclemnar II Deus e os bomens.
não era, nem podia ser a norma da nossa cond ucla CJUe proscreveu como inulil a lic:ão da historia, a ex-
e :i regrn dos nossos deveres. periencia de todos os tempos, que aboliu, como io~
O homem lcm paixões, t~de oaluratmente para sensato a carta. porque o mundo se rege ba quasi seis
inclinações viciosas; é de necessidade vtlncel-::is. por mil :rnuos, que não duvidou escarnecer de tudo o quo
que é de necessid:idc sujeitar-nos á lei da ordem, isto fora julgado itwiol.i\·el pelo comwum cousenlimenlo
é a obedecer a Deui:, fazer a sua \'Onlnde por ruais dos homens , pel:is maxlmas d::1 a11llguldade , pela
que contrarie a nossa. Nada cllc tem feilo senão al- sancçào <los legii,ladores, pelo respeito doS- sablos, e
cança esta \'ictoria. pela autoridade dos seculos?
Ê certo que a lei do E,1aogelho é aaslera; não Como se encara esse homem ser·vil, que renuncia
}he escapou a mesma prohiuição dos mãos pensamel!- publica e solemnemente ,\ honra, à conscieucia e á
tos, ou ruins desejos; mas isto que prova? a sua ori- vergonha, que se emancipa Jo obedlencia e sujeição.
gem celeste. Como pode um Oeos mandar outra cou- devida a Deus, e das ol>rigaçõlls, conLrahidas na socíe-
sa, que não seja o que é grande, o que é perfeito dade, para que só escute a voz do itlolo, a qne serve,
e sublime ? t na verdade, cru que consiste a virtude sem que conheça oolra lei, que uão seja o capricho.
se 3 separarmos da grandeza d'alma, das acções il- ou a tirania da i,oa vontade, embora se atropelem as
lustres e do triumfo sobre o vicio ;> l!m todos os tem- leis divhrns e hum:mas, embora trimure a iniquidade.
pos não se julgou sempre digno de respeUo e admi· embora se olfenJa a Deus, e so escautlnlisem os ho-
ração, não recebeu os appl:iusos o homem, qoe teve mens, embora SP. arruinem as familias, e embora se
a coragem de sujeitar as suas pníxões a lei da rasão leve a morte, a confusão e o horror ao seio do estado
e do dovor, e que sahiu triurnfaote dr.sta lut~ ler- e da socictfode ?
rivel ?
~omo se avalia o homem abjeclo e imruortal, para
Corno foi sempre conceituado o homem cobarde-,
quem n:ula é o amor da gloria e o da estima, de\·Jda
(toe fugiu do ·con1bate contra o vicio, e se deixou do-
aos sentimentos nobres. ao desinteresse e ã probida-
minar d'elle? nãn mereceu elle sempre o despreso íl
Os philosophos antigos reconheceram que era de, que senão liga. a idcas moraes, em qoc os interes-
ses materloos saru o tudo a 11ue se propõe, e deseja
mais glorioso vencer-s~ o homem a si mesmo do que
ganhar Ct>rôas. Bllcs celebram como o ultimo remate obter í>
da perfciçao o ,,ator, que combate e vence todos os Como se avnli::1 esse egoista sorditlo e imruundo,
obslaculos da n.i.turesa, a clemencia, que se esquece que tudo materiallsa, como se tudo existisse no estrei-
dos ultrages, a virtude, que lriumfa das mais duras to circulo da vida, que senão iru_1;orta senão de sf,
p-rovas. que escarnece ac; lagrimas d'uns, e Insulta a mi6eria
Qual e o vicio, que nos não desbonra, ou a pai- dos outros, que faz de si o ídolo material, a que sa,,.
~ão, que nos não avilta? Com que olllos se cocara crific.a todos os <le,•cres l>
Como se encara Cl,SC homem, todo occupado cru
cnthesonr:\r os bcn?J da terra, ou <lotado dessa a vare. ~
(~~!9tts().
f,;, que é " turnuto da virtude, oa a raiz de que bro-
t:un lodos os males, scgun,lo a exprcssf10 do aposCo-
lo-rarli.r. omdurn 1111,lo,•um-ou dessa escravidão IV.
de e!plrilo, que nos avill.a, que nos degrada, que nos Aclo vero di~i!.• ln sndorc Yttl·
llts tni 1'CSCl,i is poucm, cto11cc ,·e-
intorpccc, qoe nos faz injui.los, J>aixos o rasteiros, , erlurls in terrom, ele quo sum1>111, :
reprohos para toda a obra .uo:i, que sulfoca, e :ipnga qufa pul\b b; rt ln puhcn:111
tudo o que enobrece o homem, tullo o que íaz gr:lude rucrtc.rl-.
C:1::I'. U1r. IU. 1•. 171 1~.
e lllustrn, que ll'OC,\, 1011:l's as ,·irtndcs pelo <lmor ao
seu Ht{!sooro, pela sul>s\ilni(ão do seu ganho e lnte- Oepois dn culp1 atroz, funesto crime
rt!s.~c Pl'S'itlnl, pela. indilforcu<:a ela mi$eri3 nlhcia, pela Atentação de Lucifer devido,
ap;1thia e inacc:ào para to,lo o que não s1•ja boru, ou Adão. ele seus remorsos combali<lo,
~m vão do ntroz deUelo a dôr exprima:
honra indlri1lual, e por essa. frieza ou lethargo moral,
<1uc, segundo o Evang1•1h,ta, é do tollos os L'Staôos o Acolcrn dívina não se exime,
mais desgraça,to? Como se encara esse viugath•o, qu~ Que Deus, cm seus preceitos offündido,
correndo a poz tl'uma p11ixão Infame sacia nelln co- Não póde pcrdonr, compadecido,
han.lcruentc o seu r:mcor? Como se avalia o ho111crn Dclktos gr&\'CS contra o Ceu sublime.
intlole1llC o c>regniçoso, para quem nacla é o nobreza
dns acc:õcs e o aU1or d;.1 gloria, que consome os seu,; Fulmina-lhe o senhor justa senteni:a,
dl:ts n'uma vergoohoc;a ociosltlsde, que sacrifica os Sentença, !)ela qnal condomu:ulo
seus cte,•cres aos i;eus gostos e comulodidacles pessoaes? A nunca mais gosar sua prcscnçn :
Qoc rcsL.i de toclos estes? a rileZ'l e a iofamia das
Sentença, pela qunl íica fH'iv;:uJo
.111:is acc:-õcs; em ,·cz de louvor. viluprrio, um dcspreso l>o goJo eterno da ventura iwmensa
eterno. E porque t:vcr:im 111113 sorte lam desgraçada? Pr'a 11ual fora no OlUudo destinado.
porqnc for:11u a1,oz da$ suas inclioaçõrs, e se entrega-
s:1111 colrnrdt~mente.ao inimigo; não combateram. e
por isso não merecerrim a corôa de gloria, de que
foll:i o aroslolo na l plstola 2. • a Thimotoo, que sõ
1

h:io de cingir os rcuce\lorcs, aqueJles qot! combaterem


cnlll furorntê ao Oro-Nemo ,·or,mal>itttr, uüi te-
9i.1ime cortavtril.
,,.
f; pois a ,·ida dó Christão om combate o o ccu o Cumquc csseut io 0310, comur-
rcxll Caim adversus rrotrem sumn
proço d'uma \'lctoria. Abel, ct lntcrít.tit cum.
Alvaro Vaz Corrê<& ,/e Seabra ela Situa. Gr.:"C. CAP. ir. "· '!.
(Ea:,,) i\ bel, íilho de 1tlao. sncrl(icava
A Deus, que os s:icrificios receLia;
Mas o mcsn,o ao Irmão não succcclia
Que Ueus, sendo elle wàu, lh'os regeltava.

Com Isto cada vez mais se angmenlava


A raiva, que o lrald~r n•ãtma oulrin,
A ponlo, que Lentou matar um dia,
A sed,~tlc Yingauça, que o matava.

111. Eis, que o l111perio, astuto cm f:1lsitln1le;


,\ rt>moto l(1g:ir leva illutlida
,1 ,·iclirun infeliz ela atrocidade l
Yltl lt !i;itur mulirr 1111od lrunum
('~,rc llg11um nd V~c:t'IHl<1111, CI 11111-
cbr um oculb, ~spec111quc ctclct~- ,\hi. sobrl' ella cahc mão fntriciJa
blle: N tlllil de fruct li tllius Cl COIIIC• no rnproho C:iim que, i,cm picdartc,
dlt, lletlicqu1• , Iro ~no ,,ui éomodlt. Sem rc,uo1sos, scru tJor, lhcarráuca a vida I
Gl:\tli[ll. C\r. 111. V. (i.
r ielra. (Exlr)
Adiio, primeiro Pl.l<' da humanidade, -:>»)O~
A quem a mão d<' Oeuc; formado hari:i, ANNO CB RIST Ã.O.
11\o fortil Parai1.o <'Ili pn1. , i,i:i, 19.1.:1..10.
Cumprindo as sunlas leis da Ohiindadt'.
2'2. SEGt;~0\- 1:1~m\-S. Quiteria, vir-
A seu lado a mulher, com laaldadc. gem-natu ral de Pombeiro, e filha de
Õ 11rccclto tle
Oca'i tambcm cumpria: paes iuíieis. Foi convC'nci<l~ das verda-
Em torno <l'ambos tudo erullm sorrfa. de,- <lt.1 chri!-!tiani~mo por n ma piedosa
l'romettcmlo elcroal felicidade.
mul~1er, qu e a ed uca ra; e ba ptisada, e
Porem do Aven,o a serpe raivn ncccsa, confessn nclo publicamente ~ua religião,
Vl'Ddo os homenc; {?Osar tão fclir. sor1c, seu proprio pne, tentando pri meirame nte
CHadas arma a feminil fraqucsn: o faze-la abj ttrn r, depois c1 mandou 111n-
Tenta cl' \dão a crC'c1ul:I ccmi:ortc, ta1' por seu..; !>it·arios. J un tamente foi
Que, viclima d'n~tula snblilell~. mart1saclu Lucianfl e oulros, que, baven-
No pomo, que comeu, tragou :i morte. <lo ,111ostn1aclo, outra vez se reconciliaram
com Deus, movidos das virtudes e cons- ser tão provada e geral a opinião de sua
tancia de Quiteria. santidade, que os mesmos libertinos o
23. 'frmÇA-FEIRA-S. Bita de Cassia, respeitavam, e por isso foi elle o reforma-
viuva-nt\tural de Roca Po1·ena, logar dor dos costumes do seu tempo. Para
proximo <le Cassia na Umbria. Passada crear operariós em sua escóla, fundou a
uma piedosa juveutude, e exercitando Congregat;ão do Ora tono, que tão l'espei-
depois as virtudes matrimoniaes com ta vcl e util se tornou pondo um dique a
exemplar cuidado, pa!isou, viuvando, a relaxação e impiedade. Chegando a urna
receber o habito de S. Agostinho. A me- prove~ta velhice, assim mesmo conff'ssava
ditac;ào na paixão de Jesus Chri.;to era o sempre, e havia recommenda<lo aos seus
seu principal emprego, e mereceu .que companheiros, que lhe guiassem a sella
elle lhe imprimisse ria fronte uma chaga, qualquer pessôa que o procurasse, e a
similbante áquella~, que os duros espi- qualquer hora que fosse. No anno de
nhos haviam aberto em sua sacro-santa 1595 recebeu o premio de tantas vir-
cabe<_:a. Clleia ele favores n'esle mundo, tudes.
foi no Olltro gosa-los ainda maiores. 27. SAnn.\oo-S. Maria Magda lena de
2lt. QuARTA-FBJnA-Resaa Egreja o'es· Pazzi, virgem-Era descendente de uma
te dia da Virgem Santissima, invocada das familias mais illustres de Florem;a.
sob o titulo de-Senhora do auxilio dos Tendo no Baplismo recebido o nome de
Cbristãos-Queira pois o Senhor, qun Catharina, quando com immcnso jubilo
nos deu em i-ua Mãe Santi-;sima a nossa recebeu o habito das Heligiosas do Mos-
esperança, faz~r com que as nossas sup- teiro de S. Maria dos Anjos da Ül'dem
plicas sejam po1· Elia ouvidas, e que mu- Cat·melitaoa, mudou o nome, tomando
nidos com o sorco1·ro de seu braço arros- então o de Maria Vlag<l..ilena, co,no exte-
temos n'esta vida transitoria o poderoso rior signal de morrer para o mundo e
inimigo que tanto nus convida à perdi- viver s<'> com Deu~, para cujo effeito
t;ão de nossas almas. abandonou completamente oseculo. Pas-
25. QmNTA-FEJR&.-Celebra a S. Egre· sados 3 annos que tão hem lhe iam cor-
ja hoje a Ascençlio de Nosso Senbo1· Jesus ren<lo os seus piedosos dias na adoração
Christo, que tendo apparecido por varias de seu Deus, o infernal inimigo corne<;ou
veses a seus Oisdpu\os de modo a tirar- a suscitar-lhe no espírito duvidas conlra a
Jbes toda a duvida a respeito de sua re- verJade cfa Fe, persuadindo a deixar o
!,llrrei<;ão, e promettendo enviar-lhes o SS. Sacramento, e as Sagradas Imagens
E!'lpirito Santo-se e.levou aos ceus, avis- da ~S. Virgem, e <los mais Santos. Com-
ta d'elles, ,quarenta <lias depois que re- batendo porem a Santa ta~s suggeslôes
suscititra. E dia santo de guarda~ com as armas da oração para com Deus,
26. SEXl'A-FEIRA-S. Felippe Ncry- do recurso ao Patrocinio de Maria SS.,
cra natural de Floren<:a. Renunciando a da humildade, jejuas etê, adquirio um
'!opiosa herança de um seu Thio, foi para precioso tbesouro de corôas, e de medtos
Roma hahiHta1·-secom os estudos para ser . para com Deus. Teve rndas revela<;ões e
1Jm l'espeitavel e util ecclesiaslieo; e mes- vi,ões, e extases quusi de continuo. Ac-
mo n'esta quadra da vida, que costuma comettida de urna dolorosa molestia fui
empregar-se em frivolidades, elle mostra- no dia 25 de Maio de 1607 receber a
va uma si,;udesa e recolbimento, que era palma elos Justos, tendo apenas át de
a edificru;ão de todos, visitando a miudo edade.
as sele Egrejas de Roma, e pensando mui- 28. Do.111NG0-lnfra Octava da Assen-
tas no.i tes em ora~-ão no cemiterio ch:una- ção.
do de Calisto. Ah! qué!nto incendidode •
.&0'1EHTENCI&~
fervor não sabiria clle d'esta solemne
Em virtude de jà se achar bastante
morada dos martyres do Cbrhtianismo !
.adiantada a composição do jornal, não
Ordenado Pt·esbytcro, passava dias e noi-
nos foi passivei di-.er cousa alguma sobre
tes confessando. a ninguem se negando;
as Exeqnias da Senhora D. Maria 2. a, o
e ·lendo o particular dom de mover it ve1·-
que faremos no pro.ximo numero.
dadeira penitencia, a todos despedia con-
solados na esperança de haverem alcan-
Mara111lão -Typ. <le J. e. M. da cunlw Torres.
çado o perdão ele seus crimes. Chegou a Rua cloJ Barbeiros ti. 8.

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
ANNO1. Segunda-feira 29 de ~laio de 1854. N. 5.

.OCRRISTIANISIO.
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l'l:l!ÇO 0.1 SüllSCr.tPÇ,1'0.
l'QI' um anuo •••••.. . • s,ooo.
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Pago Glllnu111du ' ,eh 111~i ,.,. •. • ••••• 4~~no. 't,1 X Na 11113 d~ Cru1. 11. ~e. cu) ~·i(IQgr~t•hfa
) • 111:1. ltll!Xll:I •• • • • •• 2SSIIO. 11,
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1Yo11 i:e11I <mimas 11<:r1t.-r, ,r1I salt-,in.
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der diJata<las navega<;<>e~, cm que as lor-·


OCHIRSTIANIS MO. mentas n os p od H iam enti midar; não nos
01·<l~na fo:tcr hrnga-; jornadas, em c1ue os
pcn gw;, e trabalh os cio ca ruinli o poder-
no~-hiam entrü,tecer; não a os de termina
Na m ona rchia elas vfrtudes a-Ga ri- jej uar, e traba lhar, porque o enfermo
rlade- é a Hainlaa ( l ); e por isso to<lns allegu ria-uiio tet· for<;as. Se n os ma n-
lhe re ndem v3ssailage111, e lhe offe l'eccm da ra d a,· esmol.is, n:i o p od e ràm os po-
a corôn , ou serr e m - lhe de corôa. De to- bre$; se lr:thall1.ir, <l isculpa·r-se- ham os
dt1s clh, é )1ãi; e, como diz S. Grc t'r o- fraco&; se dou ctrina r eximir-sc-ham os
rio ("2), a~'iim como mu itos ramos <l'u~na necios, e idiotas; em uma pa lavra, em
a rvo re sa l1em d ' um a ra .iz, as. .1m
. as mais tudo o~ homens ingratos buscarám escu-
virtu<lcs sa m geradas, e CO U\ O filhas, nas- sa ; porem para nifo amar a Deos, jàmais
cem <la- Caridade. · a pod e m adwr; porq ue nãó ha cousa
Dois manda mentos tcm ns <l'csta-Ca- n1í.lis fa cil, e mais stu:no, que o amar :.io
ridad e: -o primeiro é o de am ar a Deos no!'<so Creador , e Se11hor à qu.c n, d eve-
sob re LoJas as cousa!-: o senunclo o cle mos lodo o ser. O amo r que elJe nos pe-
o ' di! , é o nO.$SO rn csmo corar ão.
amar ao proximo co mo a né,s mesmo.
Dir~ruos nlgunlas pala vras ace l'éa elo pri- Sendo o <•u mprimcnto sub:,t:rncial
meiro. d 'este mandato do-Allissirno Deos- · tão
Nacfa mt1 is san clo, e justo , mais sua- f.ici l, n 'ell c n o:; offe, La a Sua Mancslatle
ve e d el icioso q110 o arua r a Deos, con- Divina, não só os bens eterons~ co mo
forme ello nos Ol'dena, isto é, <.:otn tndo lamhe1n n abunda nda de r iqu ezas tem-
o o ÓS'-O co ração, co m toda a no..;:-a :1lm n, ponte:,, e frnct os da terra, corno ex pres-
e com tod.-ts as nossas forc:.as (3) l~ste é o samcalc a os cn~iuam as Sagl'adas Le-
maximo e primeiro mandamento que tr.ls ( J).
Ellc poz ao!-, homens em a sua-DiYina Lei E pod fsO não cessa de reco mmen-
e!>Cl'Ípl,l- , oífe rerendo-n os a fe licidade c1.,r- nos o n osso a mo r para co msigo, de-
n'e~le mundo e na vida e te rna, se r um- mo11~trando- nos n graucle vont ad l', que
P:is~em o:. e :tacta rn cn te co m este j ustifi c:1 - te m d e vc r-n os-fol icc.s-c' cl1 1osos.
d m,1 mo m anda to; com o nos d ize m ns~a- Suspendamos aqui nossas poucas ex-
g radas Letras (Ú). . pres.!'i õcs sobre o am or de Deos, visto que
E para qu e não pensassemos que a tencionamo~ trn la1· d'~sle importan tissi-
sua iolinil3 b rmdadc nos ordena va cousa mo ol>jecto em um· oulro artigo especial.
<lifficultosa, ai nela nos foz ver no Dcn te- Pa.;.,c mos ao am o,· do pro1.imo, s<•gundó
ron omio (5), q ue este san ti~simo mr,ndct- mandamento, como dbsc mos, dn-Cu-
me nto é facil de cumprir; porqne nno riclacle:- e para que Lcm o en tendamos
n os manda pa•1.;a1· o mar , nem emprehen- decoremos as nuhre.s e b elfü:,imas cond i-
<.;Ões, q Lte n os cxplic~t"o Ap o1-itolo S. Pau-
( J) J-Corf11 rh.- 13.-t3.
(2) llom . 27 ln lfrn119. lo em uma de .,uas Ephlolas (2), em qge,
( 3) l/11111-22.-:lr.-38,
(à) » ~111.-6.- !>. (1 ) Vc11t. ~-li ct u1.
( )) ld,- 20- 15 et $<f. (2) 1. C11r(nl/1 t ~-~ er s<q ,
acerrn da Cc11·idade perfeita, diz: a--Ca-
ridade-é paciente, é Lcnigna; não é in-
-
E então eis lambem não alten<lida
segunda condição da perfeita-Cal'ida-
;l
vejosa, não foz mal á ninguem, porque de,-q ue é ~er-benigna.
não obra precipitadamente, não se enso- Po,· S. ~luthew; ( l) nos ordena o Re-
berbece, não e ambi<'iosa, não é amiga demptoa· do Mundo que sejamos humil-
do seu prnprio interesse, não se irrita, des, pac.:Hicos, suave:1, e benignos~ por-
nem se enfurece com pessoa alguma, não que é este o remedio mais cfücaz para
aclmille juízos temcnu·ios, não folga so- Lem vivermos n'e:,te valle de lagrimas, e
bre a iniquidade, mas sim se enche de que, amando ao pro:ciruo como fl nús
prazer pela verdade; tado soffre com mesmos • acharemos descanso parn as
paí!iencia, tudo o que é bom crê, tudo nossas almas, e na outra vida felicidade
espera em seu Ocos, e tudo supporta po.r eterna. Não de remos ser emulas uns dos .
seu Divino amor. outros, nem invejosos, sob pena de ma-
Se esta tão soberana virtude, ornada nifestanuos não conhecer a ttlrcei1·a con-
.de tüo preciosos, e brilhantes dotes, rei- di<;âo da Yer<ladeira-Cnri<lade-que e
nasse entre nos, de certo pa:;sal'iamos não ser invciosa.
n'este mundo uma vida, qunl d' Anjt:,s; Na verdadn quam triste, e lamenta-
pol'que, ainda quando por um lado esti- vel deve SEI' a vida do homem invejoso!
vessemos cheios de defeitos, seriamos co- O Sabio diz, que e semilhante lt do infor·
mo Santos, porque a verdodeira-Cari- no, oude nãv ha paz e quiel'a<;üo, e 1-im
dade-sabe occulta1~ todos os delictos, raiva, perturbac:io e perpetuo horrot· ! (2)
segundo a sentença do Sabio ('l ). 11'. V. de J.
Mas não nos mostra a cxperiencia (Contim'rn ).
outra cousa, senão a pratica contraria às
instrucções d'estasublime virtt1de.
De dia impacientes, de noute pertur- Foram celebradas com Loàa a solem-
bados. de m..anhã inquietos, eis como nidade no dia 15 do corrente, na Sancla
passamos os breves momentos da vida
Egreja Catbedntl, as-Exequias - pelo
n'este exilio; nascendo d'aqui a falta de-
eterno de1-, canso da alma da SE~uon.\ D.
Caridade-para com as nossas pr~prias MAnu II. Rainha de Portugal, e Irmã do
pessoa~., e paro com os nossos proxunos; nosso Angu.!>lO Moaarcha, o SExrron. D.
e não meno~ resultando muitos, e graves
PEnno li.
damnos, como se lê em um Proverbio de Tendo ja S. Ex.e. íle, m. pre~e<lido í1s
Salomão (2). \fatinns, que tiveram lugar t'H\ noite do
E com efü~ito, pela impnciencia Gca o dia anterior, <'Clcbrou lambem a Missa
homem priYado de possuir o E!>pirito de Puotitical n'este dia, no fim da qual pro-
Deo1-; por quanto sendo· o E., pirito do nunciou a Ora<'ão funebre o Hevro. 5111·.
Senhor, humano, aífavel, piedoso, e mi- >
Conego Magistral, Dr. Manoel Tavaresda
sericordioso(3), jámais po<lt> <lcmorar-l>e
Silva.
no coração imp,l<'ieote. E de que pro- Este distincto Maranbense, um <los
vem tudo isto P De não reconhecer-se a ornamentos da Cathedral, é nossoiotirRo
primeira condic;ão da perfeita-Carida- amigo; e por i~so parece que, todo o ~i-
de-q ue é se1'-paciente. Jencio de nossa parte a :-;eu rc!-lpeito i-eria
Que sejamos, uns para com os ou- o seu maior cncomio. Po1·em, convenci-
tros, 'benignos amorosos, não emulos, dos, como est~mos, de que as nossa~ fra-
não invejosos, e não perseguidores, nos
cas expressões não sam, e nt:m seràm.ja-
ensina ainda S. Pau,o h). Os que assim mai1', filhas da céga pai1ão, e do ,·il e
obram devem de certo gosar o grande pôdre incenso, e ~im do valor ao merito,
descan.;o em a alma, e mesmo em o cor- seja-no-. perrnittido dizer,(ainda que uon-
po; porem os q11e o ~ontrario praticam Lra a sua vontade) que o illustre Orador .
não podem ler paz com~igo. nem com os nJda deixou à desejar ao seu auditorio
~eus proxirnos, e pas~am infalivelmente respeitavel.
uma vida misera, muito embora seja
As primomsas flores da Orato1·ia aJli
por propria com;enicncia. se yiram- brilhando no immenso campo
f1J Sav. 1-23.
(2) l'roo. ,0-12, ( 1) Jl - 2!).
(3) Jrl. 19-1!).
(6) E(ci. '1-õ:I. ttJ t'a,11. 8-6.
elas virtudes, que ornáram à Alta Perso- generosos Portuguczcs, habitantes d'esta
. nagem, de quem fallava ~ particalarida- Capital para co~ a sua sempre chorada
de esta que o ton~ou tanto altendivel, Soberana. cuja ".ida preciosa, no augeda
quanto m:1is sonhe comprcbender que, gloda humana, parecia inac.cssivel aos
5uhia à Cadeira do Evangelho, nào_só golp~s da cruel parca. Virtuosa e verda-.
com o pensamento de renoY<1r em nossos deira Esposa que, soube ensinar a fideli ...
corações a iriste noticia da perda d'aquella da~e, e união conjngal; Mãe estremosa
a
Her<>i'na; não para 011tent~r em '1ào sua que, por melhor herança, .deu~ seus fi-
gloria à pre!'len<;a dos sacros Altares; não lhos a Religião e Mor:il; Soberaná em
para co'm uma csteril, ainda qu~ magni- fim amante da pobresa ••.•
fica narração de i;uas singuhn·es virtudes, O Seu· nome JÚ.nais poderà dei~ar de
interrompe·r a nossa atten<;ão devida, e ser repetido com veneração e respeito! ...
prestada aos Sanc~os Misterios; porem Não epossi vel :-D. Maria da Gloria,
sim persuadido de- que, sendo aquelle Prince:z.a doGrarµ~Parà, Nobre Fru.ctode
lugar improprio para elogi~s profanos, Braganc:a, RaiDba de Portugal, foi, quem.
ia tambem obrigado a satisfazer um de- a impla_cavel Lyranna dos viv-entes rou-
ver m;,1is conforme à seu 'Minis~erio, qual bou à Portugal. ·
o de instruit·-nos e mover-nos .à piedade As sua:- glorias n'este mundo tet'mi-
a vista <las humanas grandezas e do ter- naram, everdade; porem foram para on-
me fatal onde todas acabam: e assim de vam todas as grandezas da term.
cumpriu. Funesto termo da carreira d'uma vi-
As cinco ahsolvicõcsdo tumuloforam da, que, para perpetuar vi.rtudes, pare-
funccionadas, quall:o pelas Dignidades ce, deveria ter por limite a immortali-
Capitulal'es, ea ultima pelo Exm. e Revm. dade'!
Snr. Bispo Diocesano. · Mas ainda não · se findou a grarJdeza
Nada absolutamen.te faltou do que, de D. Maria H.
era devido à grandeza de tão Augu!ifa · A sua morte cobre de luto a Portu-
Personagem, tanto pela parte do poder gal, e ao Brasil; aos grandes, e pequenos
ecclesia~tico, como pela do civil. enche de tristeza; aquelles consideram
A Egreja se :-\Chava decentemente .01·- que, d'afiada, e mol'tife~a f~uce , pol·
na<la de preto, e no meio o sumpluçiso grandes, jà cnais se podem livrar, e estes
Catafolco, que, apresentando quatro fa- conhecem que. por pequeno~, não esca-
ces, continha em o ~entro uma magnifi- parám.
ca ec:a,' onde si viam. sobre uma ai mofa-. Ainda debaixo da fria lousa tem, e te-
da bor:da<la a ouro, a corôi e sceptro rea 1, rá, a JJlustre Rainha · de Portugal uma
cobertos com um véo preto; e nos aogu-. singular estima; porque todos una~imes
los superiores do monumento se avista- confessam, que falta uma virtuosa Sobe-
vam as armas entre os estandartes das rana no mU11do.
N~ões alliadas; assim como no centt·o da A sua alma descance em paz.
simalba, qt11} fozia frente à p•rta do ma-
. Anima ejt~s 1·equiescat i.Jz pace.
gc~t9so Templo se divi..avam os brasões e
vr. tle
co1·ôa de Portugal coberto tudo de negro
olepe.
.. P. J.

A concurrencia foi geral, e exlraor- TABELL.:\ CURONOLOGlCit


dinaria, corno era d'esperar a vista da
grandeza do objecto, e do tão tocante ac-
to que en.tão se celebrava.
As dernonstra<;ões de ·sentimento, e clott Sol1êra1108 Po111Uleef4 que de{'de o es-

dor nüo foram tambem menos ger.aes. tal1eleeln1e11to ,la E,r;l'ej~ até laoJe teem
oeeu1m1lo a C'Rtlelro 1le Ronaa, e elos
O Digno \11ce-Consul da Nação Por- A11tl•Pa11n@ «Jne d'escl~ eutiio nCé boJe
tug•rnza foi solicito, e a Uommissão en- teen, app11reel1lo.·
carregada do. fun erat'não menos incansa- ·· (Continuação elo n, li,)
'Vel no desempenho dos deveres, que tão
espóntaneameotc à si impo..;erarn. 57.-s. JoãoII.-Elejto em 22 de Ja-
Assim, poii;, foram prebenchidos os peiro do anno de 533, e mol'tO em
grandeselouvaveisdesejosdo1'} fü,~js, e dos . 27 de Maio de 536. _ ..

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


58.&r;av,·to.-Eleito em 3 de Junho de de ôlt9, e morto a 16 de Setembro
535 e morto a ~2 d' Àbril <loseguiole <le 655-govemou G annos.
anno. 76. -Eu1;eulo I--Eleito, ainda estando
51},-Sih·o.;ao.-Eleito a 8 de Junho de vivo o seu precleces!>or, ern 8 de ~e-
536 e morto a 20 de Junho de 538. temhro <le 65ú, e morto no 1. 0 de
60.-'t'i,;Ho.-Eleito a 2 2 de Novembro Junho de 657.
ele 537, e morto a 1O de Janeiro de 77.-,·unURuo,-Efcüo a 30 de Julbo
555-l'egeu a E'greja 12 annos. de 6'57, e morto a 27 de Janeiro de
61. --PcJn,;lo •·-Eleito em 16 <l' ALril G7'2-go,·ernou a Egreja pot· espuço
de 555, e mot·to no 1. º de Mal'ÇO de de 15 annos.
560. 78.-&•leodnto.-Eleito a 22dc Abril de
62~-Joiio lll.-Eleito a 18de Julho de 672,emorto no mezdeJunho de67G.
560, e morto a 13 do mesmo mez 79.-Donus,-Eleito. a 2 ele Novembro
de 573-govcrnou 13 anoos. de 676, e morto a 1 t d' Abril de 678.
63.-UeucdlcCo Dono,ia.-Elcilo a 3 de 80 .-§. Al!iact101..-Eleito em Juobo de
· Junho de 57/J, e morto a 30 de Julho 678 ou 679, e rnorto a 10 de Janeiro
de 578, de 682.
<M.i.-Pelngto II,-Eleito a 30 ele No- 81.-8, L eitu U--Eleilo a 17 d'Agosto
vembro de 578, e morto a 8 ele Fc- de 682, e mol'lo a 3 de JulJrn <le ô83.
. vcreiro de 5 90-regco a Egreja por 82.-Henedleto 11,-Eleilo a 26 de Ju-
espaço de 12 anno.s. nh,) de 68ú., e morto a 7 de ~Jaio de
65. -S. Gl'er;orlo 1'.ln1,;110,-Elcito a 8 ele 685.
Fevereiro de 590, e. morto a 12 de 83.-.Joiia "·-Eleito a 23 de Julho de
~1arço de 60/i-govern-ou pol' e.spaço 685, e mo1·to no 1. º d'Agosto de (;86.
de 'll1 annos. 8lt. -Conon,-Eleito a 21 de Outubro
6G. -Sal•hllonn,_EJeilo a 1 Oll 13 de · de 68G, e morto a 2 l de Seteruhro
Setembro de QOla, e morto em 22 de de 68.7.
f c~ereiro de 606. 85.-Ser3lo.-Eleito à 15 de Dezembro
67.- Bon~füeio 111.-Eleito a · ·19 de Pe- <le 687, e morto a 8 de Setembro de
vcreiro de ô07, e morto a 1O de No- 701-governou a Egreja por e!>pa~o
,,cm bro do roe~mo anno. de 1 Í1 annos. ·
68 -Boulfüeio IV,--Eleitoa 25 de Agos- 86. -.Yoão , ·1.-EJeito a 2-8 de Qutub1·0
lQ de 608, e morto a 7 de Maio de <le 701, e morto em 9 de Janeiro de
ôt5-governoti 7 ;moos. · 705.
69.-S. Doufil Dctlli--Eleito a 13 de No- 87. -.Ímio , ·n--Eleito no 1. 0 <le Março
vembro de Gl5, e m orto a 3 de De- de 705, e morto a 17 de Ontul>ro
zembro de 618. · de· 707.
70.-BonlfRt"io ' '·-Eleito a 23 de De- 88.-Slshmio -Eleito a 18 de Jan eiro
0

zembro de <Jt9, e morto a 22 ele Ou- de 708; e morto em 7 de Fevereiro


tubro de 625. do mesmo anno.
71.-Donorlo Jl·-EIP.ilo a· Z7 de Outu- 89. -Con~ca11t;J110.-Eleito a 25 de Mar-
. bro de 625, e morto a 12 do mesmo ço de 708, e morto em 9 d' Ahril de
mez de 638-governou a Egreja por 715-governou 7 annos.
espa<Jo de 13 'annos. 90. -S· Ga•e•orio I I , - Eleito a 19 de
72. -Se,·eriuo.-Elcito a 28 de \.laio de Maio <le í 15, e morto a 1 Ode Fe, e-
6ú0, e morto no 1. º d' Agos to domes- reiro de 7 ;>1-governoua Egreja por
mo anno. espaço de -16 annos.
73. -Joiio IV-Eleilo a 2ú <le Dezembro O1. -GN'501•lo JU,- . Eleitn a 18 de M.i t'-
de Gl10, e morto a 11 de Outubrode ço de 7::H , e morto a 27 de Novem-
'6lt2. . bro de 7ú l.
7/a. -'l'l1eo«10,·o.-Eleito a 2á de Nm1 crn- 92. -ZnelaRa-las.-Eleilo a 30 dç Novem-
b1·0 de 6ú2, e morto a 13 de i\lnio bro de 74 l, e morto a 1ú .de MM'=º
de '6á0. de 752- . govarnou á Egreja por espa-
75. -S· JIArtiulao, ..:.......Elcito a 5 de Julho ' «;o de 11 wnos. !
-Neste pequeno intenallofoi eleito Es- não n1)s pode esca par esta circunstancia
tevão 1. 0 , que por morret· logo não que muiw.s vezes nos fez reíleclir; colli-
teve occasião de ser sagrado. gi mos até mesmo nlgnmas not-4s sobre
93.-E~te,·üo 11.-EJcito a 26 de Março isto, e Li. oje · as p11Llicamos, deixando a
de 75'2, e morto a 25 d'Abril de 7 57. apreciação desses fe nomcnos ao livre ar-
94. -S. !."aulo,-Eleito a '29 de ~laio de bitrio do leitor.
757, e morto a 28 <le Jnnho de 768- .Jesus Chl'isto nascido, foi sa udado
governou a Egreja 11 anuos. por 3 magos ou sa l>ios do Oriente (fü1l·
95.-Es~,·iio 1.1.1·-Eleito a 7 de Agosto lhç1sa r, Gaspar e Belchio1·\ e pottt 3 pas-
de 768. e morto no 1. 0 <le Fevereiro tores (J o~é, Jacl)b e {saac); de 30 í\nnos
de 772-governou po1· Íl aunos a c<ime<;ou a sua divina ruis!iào (uume1·0
Egreja·. di,isivel pOl' 3). .Chamou para o aposto- .
96.-.~drtnnno I.-Eleito a 9 <lc Feve-
lado 12 homcns(nmnero divisível po,· 3);
r.eiro de 772, e morto a 25 ele Dezem- leve 3 apostolas predileclos cnll·e todos
bro de 795-governuu a Egreja po_r (S. João, S. ·Thiago, e S. Pedro); 3 vir-
e1;paço de 23 annos. tudes principaes reco mmend'lu como a
hase da religião, (Fé, Esperanc:a e Cari-
97. -S. Leuo UI.-Eleito à 27 ·de De-
dade); 3 milagres asso mbrosos de ressur-
zembro de 795, e morlo a 1 'l de Ju-
rei<;ões praticou; ô apostolos pl'esencia-
. nho de 8 16-governon a Egrcja por
ram a S1Ja.Traosfigura<:ào no Tbabot· (S.
espaço de 21 anoós.
Pedro, S. ·Juüo e S. Thiago), e~ pessoas
08. - lilf!lt,n·ãc, " '·-Eleito a 22 de Junho Yiram ellcs revestidos do explendor ccfes-
de 8 lô, e morto a 2á de Janeiro de te (Jews Chri:..f.o, Moyses e Elias). Aos
817. 33 ,moos termi nou com a SIJa Sacra tíssi-
99.-§. PnHeonl I,- Eleilo a 25 de Ja- ma Paixão, a grande obra da lledempc:;ão;
neiro de 817, e morto a 11 de Maio a 3 juizes foi levado ( Ann az, Caipbas e
tle 82lt.-governou por espaço de 7 Pifotos); ô ve1.es foi negado porS. Pedc·o;
ao nos. à hora 3. º (9 horas) foi pregado na cruz,
100. -Eoi;cnlo 11,-Eleitoem .Junho ou e com 3 ora.vo:-; 3 cruzes se acharam en-
r~vereiro de 826 , e lllOl' lO em Agos- tão no Golgota (a sua, a de Dismas e a de
to <lc 827. Gestas); 3 vezes faJlou na cruz; as 3 ho-
101 _ ,·a.e..?nthn-Eleito, e mo1·to em ras ela tarde expirou, a 25 de Março, .3. º
827. mez do anao, ou a 3 de Abril como al-
102. - G reíl>o.-Ao J v.-Elcito em 827, e. guns dizem.. A sua missão durou 3 nn-
morto no c:omec,:o elo aono de 8li~- nos; 3 dias depois ,le sua morte re~susci-
governou l 7 unaos. lou; 3 appari<;ões fez depois de resurgir,
103. -Ser~lo n .-Elei to no ('o meço do e 3 mufüere~ i;a ntas o prantearam e se-
. aon o ele 8áú, e morto a 27 <le J.-VJei- guiram ao suppli rio. E,n fim , 'l 2 di~ci-
. ro ele Sll 7. pulos te ve, (n11 mern divi.,ivel por 3); e 30.
106-1,0110 IV.-Eleito a 11 d'Abril de moedas recebeu o traidor Judas (nu mero
8117, emo1·toa l 7dc .lulho de 855- diri~ivel por 3, e representado por 3).
governou a Egrcja por cspa(;o de 8 (EJ·t~·.) .
anno!). •
i 05. -Den~«Ucto nt.-Eloito a 2f) do
Setembro de 855, e morto a 8 d' A-
bril de 858.
Ullimascousegucnci8s do Alheismo.
(Contináa). Em todo o tempo, ao lado llas arrogantcscolnm-
nas do palado do rico, ;ipparcceu a casinha de barro
~ 0 0Q? amas~llo pela nir10 do pobre. A desgrai:a e a opulen -
cia é de lo<l as as gerações e de tortas as épocas. Os
Jesus Cflristo e o Numero Trcs. risos folgido s da alegria, e as lagrimas inexhauriveis
ela penuria misturararn-sc sempre debaixo do mesmo
A vida de J e:-us Chl'isto, tão mple- céu, no seio da mesma sociedatlr, ao abrimi do toda'9
riosa como a esse ncia divina de que as ll'gíslaçõos, e sob a JnOuoncia de todas as íorruu-
·emanára, acha-se prodigiosamente liga- los religiosas.
da ao numero 3, sy mbolo talvez da di - O astro <lo Chrisli:mismo, porem. ecll(lsando os
-vindnde. Folheando os sagmdos li \TO~, .faustosos lumes dos s~lõcs dos ricos, ãllumia\'a mais

~
lf3]PíR,i]lt
~~........,.l...
dentro oaquellc escuro tl'alma, oude oão chego ore- suprema fclicidadr: « Sois felizes, quando os homens
flexo dos brilhantes arn, los da lcrl'n, e, na verllgcm vos cobrirem de un1lcli<·ões, e perseguirem, e contra
do gosc, gerava o scntlmentô da piedade por css:i \'ÓS, por miuha caus:,, vocifer:irem Lotlo o genero d'af-
porção de êrraturas, que não podiam ; do treme<.l:il da írontas. Alegrai-vos, estremecei de prazer eotáo,
pol>rcsa, allear-se a rebuscar os despcrdlcios dos porque uma grande reco,upeosa ,os é reservada nos
banquetes do afortunado. céus .•. ,>
Era grande o influxo do Chrislianismo na socie~ Esta voz soqu sempre tlos lablos de Christo, co-
dade. Era mais que sublime o seu preceito consólador mo nos dla!t da sua passagem entre os filhos da 1·c-
dos aIDlct~, e nunca inditforente para os mimosós da clcrupção. Não era preciso ao pobre seguir os ,·esti-
fortuna. Era esta tres. vezes santa religião ele Jesus gios tio sangue d' Aquelle, que a dissera; não lhe era
Chrlslo o mãe providcuclal dos lufclizcs, que não re- necessarlo fo lhear~ à tio1·ta do rico, o livro do Senhor,
ceava sentar-se, como um anjo lovisivel, á caõcceira para ensinar~ piedade a corações lnseoslvels: não lhe
da prodiga mesa do abastado, e mostrar-lhe seus .fi- era finalmente Imposto, como ~ondicional d'um plfa
lhos com a face annuvlada pela amarellldão da fome. negrc, de cada dia, renunciar a todas as alegrias deste
E, t:omtudo, o home'm desgraçado é de todos os mundo, para não enjoar com seus esqualidos andra-
tempos. A causa da pobresa tem atravessado as gera· jos a scuslhiliunde repellentc de seu· irmão, coberto
ções, como o scllo da snn degradação. Uru dia, r>o- d'Óuro.
rem, :11n:10bcco na vida nmargoraüa dessa porção des- Quem lhe admiulstrava o pão provitléocial, e n
valido da sociedade. A autora dessç dia é perfumada. palavra symbolic~ JUra.cutrar no reino do céu; quem
e bclla como uuoca a vlram ricos, dourando-lhe as lhe esLendia a w5o, nos grandes al>ysmos do seu lra~
purpuras de seus leitos. o desgraçado, erguendo-se balhoso caminho (>ara a sepultura, era o chamado
de suas 11alhas, para adiantar um dia ma'ls n:t. sua pe.,. por Oe1,1s; era o levita coberto d'uma tunica, pobre
regrioação doloros1, encontra um marco. levantado como a sua; acra o monge, que levantava os ;oelhoi;
entre as torturas do $CU pnssaclo, e a des,•speraçüo do da lago ~lo templo .Para derramar o pão cio corpo, e
seu futuro: encontra uns braços, qne o recebem no o orvalho ela alma nos queridos deJezas Cllristo, que.
seu manto d<,! farrapos; encontra uns lablos, que lhe tles~e o amanhecer, esperavam sentados 1t porta dQ
lêem o seu destino, na fronte, cndc a sociedade lhe mosteiro.
insculpíra um despreso perpetuo... e estes braços, e Um dia o sopro da tempestade apagou a tam-
estes lal>ios eram os Je Jesus Cbristo, que lho diz: pada que brilhava 110 topo do templo: esse farol, <1uo
« Bcma~euturndos os pobres ... beronvcnturados os chamava a si os perdidos n:is voragens deste mar <1a
que sollrem, porque é dclles o reino do céu. » vida, escureceu-o a nuvem d:\ Impiedade, qae lhe
Desde esse momento o pobre pôde levantar os passou por cimn, e os nauíragos, cansados de lactar
olhos enxutos p:ira o cêu, como para o seu thcsouro I contra os veutos encontrados da« Olosoíla » e da « fo-
Não descessem os Neros e osCallgulasas escadas d'ou· me» n'um so dia perderam o faual qoe os chamav:t
ro do seus thronos para deporem suas purpurns nos ao porto de salvamento, e a ancora da fê, que pode-
bombros do. pobre, mal cobertos d'um andrajo fcthlo ! ria, durante a tempestade, conte-los.. . reanima-los
Não viessem do fastígio das glorias terrestres os h y po- na esperança d'um melhor futuro l
crítns d.1s lamurias soci:ics bradar reformas, a favor •A fé I Essa llor, sempre viçosa no coração do
d'uma tribu_ tlt: prolctarlos, que se .issenlara à noite infellz, poderia 1csislir, quando o sopro abN1sador
no limiar da su:i · rossilg:1, vasia de tudo, esperaudo da irreligião lhe dP.sfolha\·a, cm cada desgraça, um!\
que a providtncia do dia seguinte lbe ministrasse um petalfl, cm cada petala uma dessas expansões d'alma ,
bocado de pão incerto I que o desgraçado tem cow Deus 1? O ouvido do In-
O desgraçado tiuha no seu íntimo o rcírigcrio de digente 1>oderia ensnrdeccr á voz do seculo, que co,,-
consolações, que, nesto desterro, não p'>diam tlar-lhe. tlouarncnte lhe bradava: « a tua fl), é uma meollra I
Embora a mão ela fome lhe cerrasse os olhos da face, Neste mundo, unlco po::;sivel, 011ue ha ~ um fa,do pe-
a h,1z da fê brilhava-lhe nos olhos tio espirito, e os sadíssimo uos horubros tio desgraçado, que uão teu\
borisoutcs da esperança cliiata,•am-sc-lhc nessa he- o valor de sacudi-lo!»
rança loOnila, que era suo, quo era a conquista das Estava cliscnliua a rasão do soffrimento. Estava
suas dores, a arvore regada pelas suas lagrimas, o o determinada o nada como complcmen~o cio homem.
tleposilo sagratlo, que, em suas mãos saulisslmas, Esta,·a constiluido o sepnlchro coruo um leito placido
Jes11s Ch risto lhe garantira. d'nm somuo i11íl11ilo. 1•:s1ova, finaltuentc, laorêado o
E Jesus Christo, sentado sobre o seu Lbrono de sulcidlo com a~ ovações da íntrrphlez !
justiça, estendendo sempre a mão da recompensa, e A escola do suiddlo funcclonava, sõ e livre do
alargando coullnuamcnle o con,ção da urisericorclia, embaraços, porque a il!l(\letlado lrancára, as portas do
não cessava de proferir, pela boca sagrad,t do seu re- mo~tciro, donde nflO podia sabir o anjo da salvação
pre;enlante na ter('a, aspa-lavras que proferira no allo p:ira sentar-se ~ sombra da ruorle ao lado do dcscs 4

tia montanha. quando os foragidos ao orgoll10 dos peraclo.


opulentos da Judea, seguiam o unico l>3l>io, o unico Tumos visto cm cada jornal, cm r.ada dia, o an-
piedoso, o unlco homem, que, semelhante a um Dous, nuncio d'alma, <111:is, trcs viclimas desse genero de
Unha a efoJLueocia tle conv~uccr o desgraçado da su.i morte, que obrigam os olhos .\ verter lagrlmas de plo 4
!LlCLV :xxs::::wwwz PS

dadc por essas almas, que cl'aqul partiram, laceradas mo, para quem a caridltde e um:i-palayra Stm sigoi-
pelas agoolas do dr.sespero, para um mundo, oudc a ficai:ão !
mlséricordla do ,rnissiu10 lhes serà tarcli-1 I Compun- C,\ i\llLLO Ci\STEl.l.o-IlnANCO.
ge n meditação nos lauccs lormenlosos, que, sem a (Exir).
consolação d'aJguem, debililaram as forças moraes,
que reagem inccssantemenLe contra a destruição d'a-
quelle que se faz ,·iclim-a do seu braço. Ê pavorosa a ANNO CBRISTÃO.
resolução d'nqueUe que se ::ilira ao sepulchro, alando
com suas proprias mãos o elo, que prende a c:uleia M~IO.
da vida à eternidade dos reprobos I
E não é sõ na taça <la inctlgencia, que muilos 29. SEGUND.l-YErnA, -S. Leão Magno,
desventurados, nestes ullimos mezes, tem tragado o Papa. -DeM·endente de uma da1' pl'imei-
veneno do suiclclio. Vemos que algumas viclimas infelizes rar,;, e m::iis illm,lres Familias da Toscana,
se precipitam nas ontlns,ou nas !ages das ruas. quando foi desde joven ednc·ado em Roma para
não é a fome que lhes perverte a rasão, nem a nudi,z, seguir a vida ec, lesinsliC'a. onde c·ocueçnu
que as cnv<.'rgouha de se olharem postas em especta- de~dc logo a mo:-lrar o tal\!n to de que era
culo de irrisão. Não é a fome, nem a nudez. dotado, talento que tornando-o de uma
E talvez a ,J~flonra-palavra tremenda de im- profunda ...alJt~dori~,, fez rom que l aJ\tO
piedade-que significa um enlace maldito entre a
re~plandçces~e o ~eu Pontifirado.-E:-tan-
pomba e o açor. t1uc te,·e o perversa coragem de des-
do e m França, e fol ecendo n'e:,~e tempo
virlu:tr a sua vicliiua. aponto de arrancar-lhe do co-
l'ação o temor de Deus, e as crenças na eLeroltlade,
o Papa Sixto (no an no de M10) o Clero de
primeiro e derradeiro amparo u'uma pobre mu- Roma parn elle logo voltou os olhos
lbcr ! elegendo-o seu ~ucccssor, eleição que foi
Não Caliguemos a imaginação <lebuxandc, com o approva<la por todo o mnodo Catboli-
sangue d'uma reafülade crut!l, os quadros variadíssi- ro. laçada de heresias, romo então ~e
mos do alheismo pratico. Balsamo, bulsamo para ac·hava a Egreja, o S:rn to Pontifil'P. procu-
tantas chagas ! rou oppôr um dique a todas citas, mas
Ê nccessario que todos os homens de bom cora- onde re~plandereu mai5 0 .;eu zelo na de-
ção se esforcem por destruir esse arrimo, que a im- feza <la Douctrina Cutbolica, foi contra a
moralidade construiu para os desgraçados. É neces- berei,ia dos Eutirhianos, q11e negavam
sarlo que os quu podem se uão recusem a valer ao in- haver em .ksus Cliri:-to dep1 i1. ele !- Ua En-
fortunio, que lhe ergue as mãos. pediudo-lhe um re- carnação, duas naluresas dbtinctas, di vi-
curso. muitas vezes pedido na vespera d'a(fuellc dia n a e hum ana, e con tra Ne~torio que ca-
cm que determina anniqullar-se.
hi o no <' l'rO oppo!,tO dizendo que em Je-
Não haja constrangimento em sondar muitos se-
~us Curi::i\o Laviam duas Pe~soa~. Depois
gredos, que, na escuridadc <l"um solão, elaboram o
veneno do suicídio, depois que o desfallticimento mo-
de ter prest:tdo a Egreja os mais valiosos
ral inen•ou o braço da religião. 11.lja picdado em to- e prestantisi,1mos serviços, foi gosn r da
dos os homens para que a mullrnr, ex.authorada do hernayenluraac:a em 1 O de Novembro de
seu diadema de virgem, não busque cobrir a vergo- li6·1.
nha da face com o vcu pallldo da morte. Yeoba a ca- 30. Trrnç,~-FmRA.-S. Ans"lmo-na-
ridade subsllluir esse sílrcasmo avillador, que con- lural dt> Prelol'ia Aos!a na Jtalia , ba-
0 11
vence pouco e pouco o ioícliz da sua indignidade en- ,·en<lo cu rsado os e!\l u<los <·om o :rprorei-
tre os hoiueus, ate arremessa-lo para fora dcllcs, lamen to e glol'ia de um talento e::x traor-
llando-lhe, como salvo-conducto um punhal, uma dioario, deixou a Palrit1 , e i.e recolheu
Jlislola, um despenh.ideiro, e por fim umo gargalhatla ao moi,teiro Bec·ceo:-e dn Or<l('m d~ S.
sobre o cadavcr. Qu:mllo d'eotrc ,·bs hou\'or u111 ho-
~ento, e a bi, d octf'inado na Tlleologia
mem, que a necessidacle forçou a degradar-se para
por Lanfranio prior do mesmo mosteiro,
um degràu vergonhoso na escala das infamias, não-o
professou a vida rnonastir~1 aos 27 annO!S
apupeis, como a 0111 maldito. porque o Senhor das
mise,·icordfas não delt.'gon em vi>s a vara do poder.. O
de edade. Trao:-ferfrlo Lanfranio para
homem, assim lacerado pi!las alfrontas d' uma socie- ALbi'ldc d<, moi-teiro Cadomeme, succe-
datlo inexoravel; a mulher assim rcpeUida pelos mo- deu-lbe Ani,elmo em seu em prego de
tejos d'uma sociedade bypocritamen~e ciosa das suas Prior. Morto llerluino, succecleu- lhe em
puresas, n:10 é jà um ~ulcida, quando se lauça nos Abbade do m o!<.teiro; e por morte de
braços da morte: é um assassioio da sociedade. E l..an fra~i o, qu.- <lo mosteiro Cac1omense
quando os princípios da irreligião procuram acober- ha\ ia !'>id,, tirado para rt>ger a Egrttja Me-
tar-se n•um véu hypocrita d'estremado pudor e hon- tropolitana de Cantuaria, surcedeu-lbe
radez, o suicidio é a c.lerradclra cof)scquencia doalbeis- tambe·m n ?e :,le aroebjspado. Em defesa
-
elos direilos <la Egrejn, que o rei ,,.ilhel-
mo queria usurpar, foi enmpellido a emi-
l!JG.MT EW~ W ZUJC!Si

E.,taYau1 por e1,la causá em Jcrmalcm in-


A _::..czczs:

uumernveÍ!- ,J11tle11s estahelleciclos em dif-


'95111

grar; porem depois que e1,te morreu e forente:; pruriucias <lo iiu perio Homano,
lhe succe<leu se u irmtio lfcnl'ique, foi e só á voz de Pc<lro$ccon verteram 3,000,
d1Ztmado e reslilui<lo ft sua ~é co m gra n- não podendo re~bti1· à unc:ão <.! sabedoria
de con ten tamen Lo de tudos. Suas obri- co m que lh es foliara, cx pr~s.sando-se e m
gaçôes pasloraes, e excrdcios espidtuacs, Lodas as línguas, e scnclu ai.e nlli conhe-
ainda lhe <leixaram tempo pal'a nos tra us- cido pot· u1n 1·ustico, itliota e velho pes-
millÍI' o fructo de sua va5ta eru<li<'ào cm cador.
algumas obras que nos <lei..rnu. ~Jorreu
cm Ca utnaria no anno i 100.
3 1. QuutTFFEffi.\, -S. Fiel de Sama-
rioga-que e urn a tilla da Suevia; ha-
vendo-se formado em direito canonico e Pn~~çi..-Entre os ~coíitos qu c foram
civil na uni versi<la<lc de Friburgo, <leu-se ~on{jnnados em Pari1. n ~l Cr,pella de N.
à rida de atl rogado; porem conhecendo ~. de Sião, notou-se aJ..,l'aclita Siona Lc-
os riscos que.corre aqui a snlvac;ào, pro· vy nctriz dilitiricta do Tlleall'o francez.
f~sou a Yida reli giosa na Ordem dos Ir- Um seu ir roão arti~la distincto, lendo a
mãos Menores Capuchinhos. A \'it'lude Bíblia pela primeira vez foi to<:àdo eh\
<1uc DO ·meio 1nesruo dos tumulto:; do gn1<:a, e tomoU-:$C o Apo~tolo de ma fa-
mundo conservou sempl'e illibada, foi no milia, provando corn o sagrauo li vro na
ª"Y'º do claustro medrando ordinaria- mão, que no CLrbt iau ismo se achavam
mente. A1·dcodo no de~ejo de soífrer o realisudns todas as profl'<:ia~ do Testa-
martyl'io em teslemunho da fé, que tão men lo Velho. Hecel>eu o Baplismo eni
,iva e pura elle tinha , se lhe proporcio- N. S. ele Sião aoncle se havia instrui<lo
nou esta gloria , morren<lo ás mãos dos antecjpa<lamente nus dogmas da noi,sa
hereges que tra çoeiramente o com•i<la- religifio, e pouco depois en trou em um
l'am à prega r, estan<lo ele rnissão em Se- Collegio para se habilitar pa t'a o saccr-
visio na Rbecia , DO aono de 1622. docio. Sua irmã foi ter com o sacerdote
direC'lor do Joven ch ri:-1 liio para lhe pedir
JlJXHO. que a ajndas!ic a dissuadi-lo da Hia ull i-
ma re$olu~ão, e illuminnda por aquclla
1. Qum1'A-rimu.-Dia oíctava rio ela luz que tocara -,eu irmão l'Cconheceu cm
.
Assenrão de Jesus Cbristo Senhor Nosso J esus CliPi lo o promeuido Mes,ias. Foi
r<'generada n as:,ao la~ aguns do bap ti.smo
"ºs Ceus.
pelo celebl'e P. llath,bona, da sociedade
2. SEXTA-FmM-S. Stanisluu-Abrn-
çundo a vida mooastica, e in~truindo-!iC de Jrsus, que tão rnilagrosameale largoll
nos sagracbs Canones, foi ti rn<lo pa ra Co- o Judaismo para se turnal' um. rigo roso
nego de Cracovia, e ultimamente por athlela da religião elo Crntilicatlo. Asse-
gura-se que a Jov-en cbri~tã , logo que
mol'te de Lampcrto, foi eleito se•1 ~ur-
cessor em Bispo cfa mesmo cidade. lfo· termi.oc o tempo de suas (:1,criplltri\s irá
prebendenclo com franque1.0 o rei Boles- recolher-se a um Cooycnto.
l au de sua esc:1 nd.ilosa incontinen<:ia, in- Ponroci1r..-O Governo apprôvou poL· .
corre11 em seu odio; e procurando pri- uma Carta regia ao Exm. Sr. Arcebis-
meira mente desacredita-lo com cn l11m- po-Jfo,po Cond e para que definitivamente
nias, por ultim;> o mnndou matar, rnere·- julgasse da extinc<;ào das Collegiada~ exis-
cendo assim ser contado enlre os Marty- ten tes em Coimbra; S. Exc. recebida a
res da Egreja. · Carta regia , publicou logo a sen tença da
3. SAnnADo-Vigilia ou Vespera do ex tin c,;ão, e !,upre~ão das Collegiadas do
dia de Pontcco~tes. Bispado, sendo os seus Lens anncxados
li. DoJn~co - De Pontecostcs. - A aos- do Sem-inario, e b-em assim reduzidos
descida do Espírito Santo sohrc os Apos- ':
Jos (que e justamen.te o que a Egreja co- e comu nta<los os encargos pios.
m emora) cuin,·idiu com a festividade dos
Judeus as~im chamada, i, é, a festa do JJaranftão -Typ. de J. e . .11. d<í. c1mlu1 Torres,
quinquago~imo dia depois da Paschoa. Rua dos Bar.beiros n. -S.
..
Segunda-feira 5 de Joullode I 854.
0

A~~O1. N. 6.

D~CHRISTIANISMO.
q
rnF.c,o 01 suuscnirÇ.\'O.
l'or um 1 11110••••••••• s,ooo. f
X
t
d ,\:i.'>IC::.A·SE:
l'i:1 llun 113 Cru,. n, 30. e na 'f lpograpW•
o •
l
Pa"o adlantgdo . • s.:i> m,•z,'ll, • • .. • • • ~$.\OO.
11 t7, ll\07,t$, •••••• 2$1100.
AI ufso)s.. • • • • • • .. .. • .. $2/j1), X ..\: tlcSlt, JútMI.
i
fl
\ !111 l'tlil nnlm11~ 11t 1·dert $fd ,ai MI,,
s. Luc. e. !l. ç. :-,o.
- - -- ~ - ---=-:::::;_ - ~-----:- -

Israel .. . não cLamon para junto de si


OCHR ISTIA NISMO. os ricos~ os grandes <lc Jsrael; pastores
sa m os seus primeiros auoradores: Ell e
qoii.receher as suas homcoageas primei-
Se o rico, no meio elos seus constan- ro que a dos Reis, que tinham ,·iodo das
tes folguedvs, se lembrasse, no menos es.tremiclacles dü Oriente; escolheo entre
uma \'eZ, de quanto soil're o pobre, que os pobres os primeiros Apo:,lolos cio seu
1ogo ao levantar-se da cama, o seu pri- Ernu ::-11·elho·' fui aos pobl'es <Jue Elle se
meiro cuidado é <leligendar o püo para a anunciou; foi por elles que. quiz operat·
1uatal' a terrível fome, <le que ó victima todos os seus procligios. -Ide, diz Elle aos
cunstanlcmentc; se se lembrasse ele quaâ- <liscipulos do seu precurso r, que vinham
to soffre o pohre, que coberto de \'elbos lbe perguntar $C Ellc era o Chri::,to, ou se
farrapo!-, mal pode resi~tii· a inte mperie elles de,•iam espcrat' um outro Messias,
das eslnc;õei.; ~e o rico em ~s occa.'i iões, i<le con tar á ,•osso me~trc o que tendes
ou mesmo fora dellns. se lernbr·asso o visto: os surdos ouvem, os côxos andam,
qua9to lhe ~eria penosa e cruel n exis- os cégos vêem, os leprosos sam curados,
tencia se elle se acuasse consti luido na o Evangelho ó annnncia<lo nos pobres. -
mc11 trn1 posição do pobre, se finalmente Poderia Deus dar aos l'icos e aos gran-
se l~mbra-;se quão generosa acc;ão practi- des ,,ma lição mais tocante do amúr que
ca ar1uelle que d,'t esmola, e quanto ella elles de,·iam aos t'racos e aos miseraveis ~
conlribue, qnan<lo é feita segundo or, Que um 111nn<lo sobed,o ouse desde-
preceitos elo E\·.mgclho, para alcançar- nha-l o~; rpie nü o oiHlesigne ~e não com no-
mos o perdão das oo:,:,as culpas perante o mes injuriosos; qu e r ecu"c conta-los en-
Juiz Supremo; se o r·ieo, disemos nós, tre os cidadãos, e ine;-;mo entre os homens!
pénsasse por um pouco eru tudo Í:,to, eJlc Não se pode na ,1 enlade fazer inaio t· in-
não negaria, de certo, no pobn~ os meios sulto ao homem do que nega r-lho tacs
para conter um tão forte e poderoso ini- pri\'ilegios só pot'qne te,·c a iofeliciclade
migo, a fome. Oh! quão amargorndos ele se r pobre. Se elle.porem teve essa in-
nàn devem ser os dias ele nm ente .'t quem felicidad e, não tern todav ia outra ainda
a ÍOl'tuna abandonou, e que para maior maior, a de sea· l'i:-cado elo numero dos ser-
cumulo de desg1·aç.a, se vê repelli<lo, e vos do Senhor, e daqucllcs por quem Elle
co,n despreso, por aquelles r, cnjas pot·tas , manifestou sempre o se u Divino Amol'.
vae mendigar o sustem')! Aquelles que · A maior parte das vezes a e~mola
assim procedem para com os pobres, ig- que recebe o poLre. depois de haver per-
noram o que seja amor do praximo e é corrido de poria em porl,,. e a scguintt:::
por ignorar esse amor, que mu itos tratam não pode ser, Deus o favorc<;a, vú traba-
o pob1·e como um ente despresi"el, sem lhar etc. Pode se dar maior cruelidade
se lembrarem que a pobresa foi a filha para com o <lesgroçado, que teve a infe-
predilecta do Di\' ino Mestre .•Je:ws Clu·is- licidade de, para suprfr as snas ne<'essi-
to tendo de vir .io mundo opei·:u a re- dudes, recorrer à semell rnnte meio P Naõ
demp<;ão do genero humano, escolhe<> desco nhecemos que alguns ha que rec-
para sua familia uma das rua is pobres de correm ás esmolassem estarem ainda es..

baustos os oulros meios de haver a suhsis- 11 O. -,~ctria110 III.-Efeito no fim de


tencia; que se negue á esses concordamos Maio de 88á, e mol'to em Setembro
nós, porque com is~o se presta um ser- de 885.
viço ao'i que tem verdadeira necessidade; 111.-Ef!lt.ewiío "·-Eleito no fim de Se-
porque dar eslliolas à quem naõ precisa, tembro de 885, e morto em Agosto
e R•·ivar d'ellas aos que precisam; mas de 891-regeu a Egreja por espaço
que se digam estas ~ outras cousas aos de 6 annos.
verdadeiros ne<.!essitados, eo que naõ po- 112.-For111oza.-Eleito em Setembro
demos tolerar, e nem taõ pouco acha- de 891, e morto em Abril de 896.
mos conforme com o preC'eito do Evan- 123. E11te,·ão v1:_Eleito eru Agosto de
gelho. Para os pobre!> não se pode dar, 896, e morto em 897.
po1· não haver, mas ha para sustentar 1 lá. -Ronu1110,-Eleito em Agosto de
outras cousas de que não resulta a menor
897, e morto em Novembro do mes-
utilidade tal e, por exemplo, o luxo--esse
mo anno.
implaca"el inimigo de muitas familias
115. -Tlaeodoa·o Ill,-Eleilo , e morto
que ainda ous~, florescer sobre os destro-
em 898.
ços da felicidade publica. E os ricos que
116.-..ono 1x. -Eleito em Julho de
ainda não cxperi.nentaram a miseria, go-
sam em· paz as delicias da molle~a e da 898, e morto a 30 de Novembro de
voluptuosidade, eotreos su~piros dos mi- 900.
sera veis l Dei-graçado de vos, dizia em 117.-Beuedleto IY·-Eleitoem Dezem-
outro tempo o Senbo1· aos grandes.de Is- bro de 900, e morto em Outubl'O de
rael-Vre ,·obis, optimates, capita popu- 903.
lorum-Desgraçados d~ vós, chefes dos 118.-Leiio Y.-Eleito a 28 de Outuhro
pm1os, que estabeleceis o fau.,to e a pom- de 903, e expulso em Novembro do
pa aos olhos deurn povo miseravel. Con- mesmo anno.
cluiremos lembrando aos ricos qne o ap- 119.-Vhrh1&0,·ão,-Apoderot1-se da S.
parecimento de um pobre á sua porta a Sé em Novembro de 903, e foi d'ella
pedir-lhe uma esmola, e uma occasião expellido em Junho de 90á.
que Deus lhe depara para dar um passo 120. -Serslo 111. - Eleito em 90á ou
agigantado no caminho da ~nlvaçaõ. . · 905, e morto em Agosto de 91 i.
........ s. 12-1.-.t1.11n8tnelo IIl·-Eleito em Agosto
de 911, e morto em Outubro de 913.
#

TABELLA CHRO~OLOGICA 122.-Laaulou,-Eleito cm 913 ou 91fl


E e morto a 26d'Abril ele 9iú.
«:::: llE.W.. - ~ - e::: .tl'ID.. 123.-..oiío X,-EleitoemAbril <le91ú,
do!ôt Soberanol!I PoutHleeM q11c clt."8cle o H,. e morto em Maio de 928-goveruou
taheleelnaento clll Ev;reja nté laoje tec1n
oeenpRtlo R Cadeira de Ro111R, e cios a Egreja pot' espa<;o de ili anaw,.
A..nd•Pnpa8 caaac el'e8dc então nlé hoje
teeua 11111mreel1lo. 12lt.-1,euo,'L-Eleito em Junho de
(Continuarão do n . 5.) 928, e morto em 3 de Fevereil'o de
929.
106. -·Xleolí,u 1--Eleilo em 24 d' Abril
de 858, e morto a 13 ,le Novembro 125.-E8tc,·õo YII·-Eleito ern Feve-
de 867-regeu a Egreja por espaço reiro de 929, e morto a 12 de Marco
·de9~mnos. · de 931. ·
107. -4dr1Rno 11--Elei to em 1 ú de De- 126.-.Jono Xl,-Eleito a 20 de Março
zembro de 867 ,, e morto em 8í~- de 931, e mo1·to envenenado em Ja-
gqvemon a Egreja por cspac;o àe 5 neiro de 936.
I aonos. 127.-Leõo ,·u,-Eleito em Janeiro de
108,-Jono ' ' III -Eleito a 1 lt de Oe-
0 936, e morto em Julho de 939.
zem bro de 872, e morto a 15 do 128. -Estc'l'iío , ·11•--Eleito em Julho
mesmo mez de 882-governou 1 O de 939, e morto em Novembro ele
annos. 962.
109.-Marh,110.-Eleito nos fins de De- 129.-Mnrlulm li, 011 l!lRrthtlao I U . -
zembro de 882, e morto em ·' 1aiode Eleito em 11 de Novembro de 942,
88lt. e morto em Janeiro de 9ú6.

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
130.-ilr;ttpito ·~·-Eleito em Março de ao seu estabelecimen to, e qne sua sf~·dou-
9[1.6, é morto em fins de 955~gover- trina teve de le.rnr de rojo para que fi-
nou a Egreja p·or espaço de 8 annos. casse vencedora, e fosse a reli 0 iào uni-
131.-.J'oão xu. -Eleilo em 955 ou versal. Consi<lel'emos em prirnciro logar.
956, e morto em 1 á de Maio de 96lt. as.seitas que então dividiam aos judeos, e
132. -Bcnetlieto V.-Eleito em Maio de depois os grandes prejuízos que reina-
96!i, e morto em exilio a 5 de Julbo vam por toda a parte.
de 965. O e'lpi11ito de dissenção, e de revoltar,
-Leão VIJI,-~e a demissão de Bene- que se havia espalhado por toda a Judea
dicto foi vercladeira-occupou a · S. no tempo dos Asmonianos, e de H~l'Odes,
Sé por espaço de 10 rnezes, morren- segundo nos parece, foi o primeiro e
do cm Abril de 965. mais fol'te obstaculo, quo retardou a mar-
153.-.Joiio XIll -Eleito no 1. de Ou-
0
0
che) da sublime e santa doutrina de Je-
t ubro de 965, e mo1·to a 5 ou 6 de sus-Cbrbto. Em verdade, que demais
~etembro de 972. opposto e contrat'io a uma religião que
13[1.--BenctUeto ' 'I,-Eleito em 972, sendo de paz, n' um tempo de discordias
e morto em prisão em 97 /.i. e de Liostilidades, prega o amu1· a todos
155..-Doiaus 11,-Eleito e mo1·to 97ú. em geral, a obediencía aós Soberanos, e
136.-Beueclieto ' '11° -Eleito DOS fins que prescreve aos homens, que conside-
de 97ll, ou nos principios de 775, e rem-se como irmãos, como filhos de um
morto a 1Ode Julho de 983- gover- mesmo pae, e de hum mesmo Deos ?
nou 8 annos. Devia por ventura esperai·, que tão pro-
13 7. -João XIV ·-Eleito em Novem hrn digioso numero de homens, que ranco-
de 983, e murlo em prisão a 20 de rosamente se odiavam e comLatiam uns
Ago~to de 98ú. aos outl'Os; que os Phal'iseos, os Sad-
-João xv.-ContadO'somente para ser-
duceos, e os Essenios, que existiam, na
maior , e mais ignomiosa dissenção ,
os
vir de numero entre Papas de seu
abraçassem-se, e de&;em-se, reciproca·-
nome.
mente, as mãos, esquecessem e despre-
138. -.João. x,rI,-Elcito em Julho de
sassem os letigios, deixassem suas opi-
980, e morto em 995. niões, para virem-se submetter á uma
139-Grcgoa•lo ' ' ·-Eleito a 3 de Maio de autoridade, que condemnava-os igual-
996, e morto em li de Fevereiro de 999 mente, e, a todos os momentos, repre-
140.-Slh·cstrelI-Eleito em 2 d'Abril henclia-os, em todas as occasiões que se
de 999, e morto a U de \faio de 1003. apresentavam, eem qualquer parte onde
1á1.-.Joiio X'l'U,-Eleito em 13 de Ju- se acbavé\m reunidos? Era, alem disto,
nho de 1003, e morto em 31 de ~u- possivel de~truil' e ar.ahat·, sem grande
tubro do mesmo annó. força de razões e de' verdades, com pre-
1á2.-.João X'\'111,-Eleito a 26 de De- j uisos invetern<los e arreigados em todos
zembro de 1003 e abdicou em Maio os cora<;ões, transmitticlu8 <le pae a fillios,
de 1009. de gera<;áo a geração, e de mais a mais
1[i3. -Sea·r;lo n '. - Eleito entre 17 de sustentados, e mais inraiiados- ainda, por
Junho ou 2ú. d'Agosto de 1009, e tantas <lesputa!,, por tantas guerras? ...
morto antes de 6 de .Julho de 1012. Observemos a natureza humana, e ahi
1lt4-Benédlcto , )111,-Eleilo depois de vere·mos, que ella, a proporc:ão que lut-
6 de Julho d.e 1012, e morto nos ta, e combate mais e mais se consolida
fins de Julho ele 102ú-regeu a Egre- em suas opiniões, e se a{ferra aos seus
ja por espaço de 12 ann,;,s. erro~, uma vez que a paixão, ei-te ter-
(Cc1111t1111a) rivcl movei, a tinhét' impellido para là
onde não exi.,te a verdade; porque então
Co118lderaçõe8 ,:;eracs so1trc os obstnculofõl, a logica só serve pa1·a encadear uns aos
1111e 111e 01•1•os~,1·a1n t\.t> e8tRIJellcci1ne11to
do Cl1rh1,1aalsmo, outros uma longa serie de erros. Não
Para apreciarmos judiciosümente a somente o cbri<;tianismo encontrou ohs-
propagac;ão milag.ros, da religiã.o cbristã, taculos em todas as opinioes, que domi-
convem necessanamente cons1deror os navam naquelle tempo, e que absolviam
innumeros obstaculos, que se opposeram , 6S espiritos, como tambem no cal'.acter

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


fffflftitXT-C:7PFWE'15fffl MZP

<los que as abraçavam: achou obsta~ulo riaes, segundo a sua ambição; imagina-
no desregl'a<lo orgulho elos Phariseos, vam um homem e.xlraordinario e omni-
qnc queriam governar toclo o povo, e potente, enviado por Deos para os tÍL'ar
mesmo o re i: achou obstaculo na ceguei- ela escravi,dão, da oppre$sào dos gentios,
ra dos Sadduceos, crue obstinadame~te e estender por todo a orbe o seu imperio,
negavam as maioL·es·ver.da<les: achou, fi- e nome, e que os foc npletassc de toda a
n almente, fortíssimo obstaculo no dcsa r- sorte de riquezas e bens tempot·aes. Es-
s:Qsoavel enthusiasmo dos Essenios, que tes prejuizoi; lisongeavam summamente o
nada ,presando acima de sua infame dou- seu amor pt·oprio a ponto de não verem
trina, julgavam-se emporcalhar, e cahir mais as b-umiliaçõesdo Messias, ou expli-
de sua dignidade, comrnunicc1 ndo as ou- carem-nas em sentido ínvet·so e figurado.
tras seitas. Tambern tinha sidq dito, q1.rn clles veriam
Alem disto, era preciso que o povo sem vel'_, que intenderfam sem compre-
abandonasse o cülto outt·'ora estau.eleci- bencler, que ouviriam se m ouvir, e que
do, e f undauo ,por tantos prodígios e rui- um n ovo povo, outr'ora infiel, entraria
Jagrcs, pot· tantos sabios e propbeta~; em a nova.e eterna alian ça. Niio foi senão
abandonasse ou rê nunciasse a qualida<le isto, que fel-os desconuecer e negar o Mes-
·privativa de povo escolhido; se confun- sias em Jesu-Christo pobre, despresado,
disse com os gen tios, que odiavam; e ti- injuriad o , desconhecido, sem esplen-
vesse com elles um mesmo Deus , um d or-, nem força, e nem poder temporal.
{Ct•nlitma)
mesmo culto, uma mesma rnligião, for-
- -s.-c~-
masse uma mesm a sociedade, um mes-
·mo co1·po: - o corpo dos fi eis. Cor-
~m~ oo,@ ~1lIT5ffi\j1J ® @mm ~
( Co,11i11Unç,10 ,lo 11,• h),
,tamente era isto novicl.udes com as qnaes
O Catbolioismo, é sem duvida cl'e ntrc
a indttle ·e ed.ucação do puyo hebreu
todos os meios apresentados ao homeID,
jà mais se podiam acostumar. Tambem
aquelle ·que com mais facHidade, e com
não era rn enor obstaculo ao estabeleci-
,toda a certesa ó p nde fazer tocar ao fim
mento ·e prog resso do Christiauisrno a
p a ra que foi creado--e urna prova é a
ideia fa l~..a , q11e muitosfasiam do Enviado
soa existenuia sempre progre!,siva não
<lo Senhor. ,, erdade é que esperavam o
obstante os milharcsd'obstaculos com que
Nles!-ias, e anciosame.nle, e qne tendo tem se mpre lutado. Seu cu lto, :;eus mo-
conhecimento dellc o d~viam. ter reco-
numento!-, e seus dogmas ainda exbalam
·nhecido em Jesus Cbristo, que veio sob
um não sei q ue de infinito que bem de-
todas as formas preditas p elos grandes
monstram que elle não é oLra do!i h o-
prophe tas. Com effeito, elJe,:; não igno-
mens.
1·avam , que o ~Jessias n a:scerfa da tribu de
Popularisem , os Srs. Pantheistas
.Ju<là , d a familia do Rei D:nid, e em Bc-
ql.Énto poderem e qui<ierem os seus bel-
thlem; não ignorava'm, que elle teria um
los princípios; iclentiíiqnem-se a seu bel-
precursor, que sua Yinda seria occulta e
prase1· com o Grande-Todo, que lhes
desconhecida, que viviria elcrnamente, promettemos, que tempo lia ver,\ em que
faria milagres a té então não vistos, e ou-
a uumaoidade lhe., for.'1 a vontade, for-
t1·as muitas circuustancias que Iodas com
mando a unidade . ..• mas ha-de sei· no
exaação cumpl'iram--;e na pei.soa do nos!io ·tumulo !
Salvador. Mas de outro lado, liam nas Solu f';io ,da ~ataco.
Escripluras, ·e achavam o Messias, ao mes- Se os Atheus raciocin:nn·, o gene1·0
mo Lempo, Deos e hom e m, Senbor e burnano está louco; porque entre o DLL-
.sel'\'O, grand.e re peqne no, ' Rei e sabclilo ,
-tn ero iofinito -d e po vos que habitam, e
rico e pob,,e, poderoso ~ sem força, su- habitaram o nosso planeta, um só não
geito a morte . .e vencedor da morte; e Louve, e não ba, d esde os mais civilisa-
e6tas misteriosas ideias Iã o g1·and io1ms, <los até aos mais se i vagens que não Lenham
como que se conlra-<lizendo, cm apa ren- reconhecido, e reconhe<;,am uma Divin-
cia, occultavam e co bria m aos scm1oluos d ade.
o verdadeiro sentido dos prnph etas. As- Para se livrarem, os Atheus, de um
-sim, pois, o maior numcco d os judeos, tão forlc argumen..t,p o que fisr ram P De-
ou quasi todos, imaginaYam um ~l e~sins pois de terem esq?adrinhado bem tanto
segundo ó : seu arbítrio e int~resses m ate- , .u.Ju como outro h enii,p beri~ ptwa ,ver?

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
11> <lÜ!l mll~~:ftl~~T!t1W@o
I d4 lf 8 0 ' f i r r Q S & t : D ~ ~~ SW?!.f~ffi!tí L@t!EiZCZ

e existia algum povo sem tal ci-ença, o que fe.i ? aganou-se n um r.osario, se
afinal, .como Ganimedes, excla.inaram- provou durante o tempo da tempestade,
invenimus. invenimus ! ... -A iniciativa que eJle sabia perfeitamente oPacl,:a nos·
d'esta cxtravagançia com todo direito ·soe A ve J}fm·ia ! Cabanls, que jurava ,pot•
pertence ao paiz das gl'nndes descober- sua cabeça, e pecante toda a Academia,
tas. So um espírito ioglez era capaz de que naõ havia iD ens, ·Cabanis confessava
conceber nutn tal projecto l !. .. que o Atheismo é contrario as impressões
Roberto Owen 1·eunio lia perto de directns, inevi ta veis, quotidianas, e ao
friata annos setecentos a oitoc~nlos indi- ,clamor uni-versai e constante de toda a
viduas de arpJ:>os os sexos.,. bastantes ar- naturesa (a).
raigados no Athei~mo para que não trans- Os Sahios do secu]o p. passado de---
mittissem a seus filhos a idea de ,Deus. rnm muita imporLancia ao Atheismo '
Escolheu um yasto ten1torio nos E3tados- hoje po1·em a unira arma mais rasoavel
Unidos, tra çou o·plano de uma pequena .. que.contra elles se pcrde empr;egar, e que
Cidade a que chamou -Nova-Hanno- mais o pode convencer é o despreso e
nia-e os fez jura1· permanecerem üeis· o rediculo; po1· quanto estamos comple-
unicamente as leis de sua Mãe, a Nature- tamente convencidos de que naõ existe
za, exhortando-os todavia á cultura das um só Atheu que o seja de boa fé.
artes industriaes, e a conservarem o ba- Que tenham havido, e ainda hoie exis·
J)ilo de andarem sobre os dois pés. afim tam entes bastante impudentes, que di-
de que ninguem poclesse ~luridm· de que gam, e escrevam att'.•, que o .h .imem é
eram homens ! Hecommendou-lbes prin- .1 obra do accasó. uma producçaõ esponta·-
cipalmente baoi1· de uma vez de sew, co- nea da naturesa .etc é am facto; mas que
rnc;ões a ·idea de um Ser Supremo; me- hajam outros tantos estupidos que o acre-
cliantc o que, por fé d' Atlieu, tocariam ditem, é o que naõ podemos conceder.
mn oO'ráo de felicic.lacle tal, q11t! o Universo O que pensa.riamos <l'aque.Jle que a
invejoso renunciaria a Religião, o Casa- vista de um bello quadro de ·íla phael, ot1
mento,. e a •propriedade particular-a de qualquer outro primor d'arte dicesse
mnis lwrrivel b ·indade de flagelos que pode com toda a singeleza - Como e rica a
pesar sobre a lwuutnidacle. Natureza em producç<1es ! Qüe feliz ac-
O tempo porem fez com que tão bel- caso, foi o que trac,ou n'este quadro for-
1as espcl'érnças não cliegassem a rea1idaclc. mas taõ divinamente trabalhadas ?! Cer-
N,ío sabem<ls que (Ia-gelo ou praga n5o ·tamenle que lamenlariamos a sua igno-
compreendida na horrivel trrnclade lan- rnncia. Outrn tanto, e um mi)baõ.de ve-
çou n d i~truiçaõ nos-Novos-lla,·monis- zes ainda m ais devemos lamentar aque.1-
tas-; po1· quanto d'escle então alé hoje Jes que attribuern a nossa exis tencia a
não mai5 se occoparam d 'elles, voltando obrn do àccaso; por <pianto ba incompa-
cnbiz-haixo pa1·a Inglaterra, o que tinha l'avelmente mnior for<,:a de intelligencia
empreendido semilbante projecto. Alem na formaçaõ, jà naõ diremos, de nosso
de que desuece:;saria era tal experiencia corpo, mas de nm cabello de nossa cabe ...
para termos conhecimento de qne os ça, do que no mai8 bem· ~cabado quadro
Atheus se multiplicam por inocnlfl<:ão, e do melhor artista. Existem no mundo
naõ por geraçaõ; e a oporaçaõ é bem sim- mais de cem Artistas capa.ses ele repre~en-
ples: porque p:11·a sei· Atheu o que e pre- tar em um quadro o m::iis perfeitnmente
ciso? Entorpecer de tal modo a consci- possível, qualquer individuo; mas· qual
encia, que o homem naõ po,;sa cogitar, d'clles aos farà um cabello? A naturesa
sem que a sua consciencia lhe brade co- nos fornece as diversas substancias, que"
mo um scntinclla-Acautella-te, se eKis- analyse tem descoberto n'e1,te fio taõ del-
te um Deus! ..• gado, ~ que.. orna o nosso corpo, o que
Mas qué\ntas e quantas vezes naõ . te- falta pois é combina-las mas-hoc opus
mo~ visto Atbeus d'este genero deixar-se hie labor est-!. .. o que prova que temos
levac pelo prejui.~o 1111i,•e1·:rnt ! Vanini, tantas demonstrac;.õ es de que existe uma
quando se achou diante da fogueira, que intelligencia superior ao homem, quan-
e:i..pressões pronunciâl'am os seus labios ? . tos sam os cabellos que po.ssuimos em
Ah meu Deus !-Volney, ql1anclo via a nossas cabeças !
morte diante ele si nas costas d't\mcrica, •n~.
(3) Ved. sul C.1r1:1
.
se!Jvc as ca u sas llrima ri:ls, 11ubflcadn por ã,i.

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


Onde.existirà uma imaginac;aõ taõ es:.. ··Ardia nos brandoes jà debil chama,
candec1da, que ouse sustentar serourade Um padl'c murmurava o, santos hyrunos,
urna força cega, os tecidos com que nos Nessa toada Lrisle que acalenta
cobrimos? Que o <tCCaso, p-reedispondo ao O soruno dos meninos.,
a.cc,aso todos os preparitivos necessarios Utn reílcxo d'esp'raoça ainda l>rilbara.
para a factura de tal ou tal tecido, pot' Nesses traços augustos da l>cldade;
A dor fugíudo, Ih 'imprimira a graça,
ultimo casualmente comecasse a existir 0
A morte, a magestode.
esse tecido? Se houvesse q uem tal affir-
Viam-se as tranças ondular-lhe ao vento,
masse, esse, seria mil vezes menos louco
E âs veze~ encobrir feições celestes,
do que o Atheu que nada mnis visse no Qual ondula no marmor de um sepulchro
nosso todú, senaõ ·a obra do accaso. A sombra dos cmrcstes.
Se o Atheu por um ~ó momento qui- Um do funcbre leito jà peocleute,
zesse acompanhar a ponta do escalpello Sobre o peito curvado inda outro braço,
anatomico, '1er as maravilhas do orga- . Parecia apertai· a santa Imagem
uismo humano, admirar a obra de ama N •um rnui eslreito abraço.
intelJigencia infinita, certamente, que Para beijai-a os labios se entre-abriam,
naõ daria ao accaso, o que. este jamais po- Dias nesse brijo o espirito !ugira,
deria produsir. « Se o Atheu quisesse set· Qual antes de os queimar, devora a chamma
consequente, diz um celebre religioso e Perfumes sobre a pyra.
anatomista moderno; eu lhe mostraria na Somno da morte a bocca lhe gelàra-,
analJse de sua p'ropria lingua, quantos Do peito o palpitar jà não so ouvia,
E nos olhos sem luz, pl!sada e triste,
argumentos desejasse, para acreditar ua A palpebra cabia.
existencia de um poder supremo, e crea- E eu, cru pé, cheio de um terror secreto,
do1·. »
Não ousava locar resto adorado,
« Dae-mcum caõ morto, dizia um Como se a morte na nudez sublime
antigo anatomico, que eu o farei urrar O houvera consagrado I
contt·a Epicuro.» Dfou silencio entendeu o sacerdole,
Para confundir o ALheu nada mais é Oas frias mãos tirando o crucifixo:
preciso do que um caclaver- « porque o << Bis, meu filho, a saucladl', e eis a esperança,
corpo humano ainda com vida e uma in- Oh! recebe-as submisso.»
commensuravcl harmonia, uma unidade Sim, serrís sempre ruioha, hcran~a funcbre l
perfeita resultante da variedade infinita; Sete vezes o arbusto que cu plaritel
é a mais fri:;ante feituea de uma intelli- Junto á campa, a folhagem tem mudado,
gencia sem limites, e uma protesta<;ão E ainda to 1,ão deixei.
infinita contra o occnso. » Sobre este coração mirrado e triste
Que, esta intelligencia humana, que Tu és perenne escudo contra o olvido,
i\Jcus olhos no marfim c'o pr~oto amargo
pensa, reil.ecte, calcula as leis da naturc-
O tem amollecido. •
sa, que tran~porta-se ao passado, cogita
0' conlidenta d'alma, que se aparta,
no presente, e se a-balança ao futuro, na-
Vem, repele outra vez llCS meus OU\'idos,
da mais será cio que obra do accaso ! Serà o que escutaste então, e ella te disse
ú materia inerte c1uc deve suas luzes, e Nesses toas tão sumidos.
sua actividade ! Ainda será o accaso quem Quando occulta nos veus, qu·esconde as \'islas,
a dotou com a liberdade! Aquelle que Toda em si a nossa alma concentrada,
naõ pensa, terâ feito o pensamento!? Surda ao ultimo aden,, se ,·ê do corpo
T. Nos gelos exilada:
(Conti11ua)
Quando entre .a vida e a morte vacillanta,
Como .um frocto do ramo a despegar-se,
O CRUCIFIXO. Treme de susto sobre o negro abysmo,
('l'raducç5o da XXlJ, medita ção poclica de !.amarline).
Onde vai mergulhar-se:
Dos psalmos e dos ais quando noss'alma
0' tu, que eu rP.colhi sobre os seus labios, Não ouve a melancolica harmonia:
Com seu ullimo alerito o extremo adeus, t'iel amigo, aos labios morilmndos
Symbolo santo, c.lom de um mul'ibundo,
Collado na agonia,
Imagem do rucu Deus I
Sobre teus pés sagrados quantas lagrimas rara allumiar-lhe o bórror do passamento,
Tem corrido, Senhor, desde esse instante, rara as vistas guiar-lhe para Deus,
Em que eu le recebi, anda quente Consolador dtviõo, o que lhe dises
Dos ais do asonisaote. Junto aos ouvidos seus-~ · ·"

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
Seobor tambem morreste, e as tuas lagrimas
N'cssa noite cm que tu oraste cm vão,
Do sag1·ado Olivetc. ale à aurora,
Cal:iram pelo chão! A~ & )IJ.Rt,\, C81TII, PL&'IL

Da c1·uz d'ondc sondaste o grão mystcrio Salve I Rai~lia dos ceus, astro da terra;
Viste o pranto correr da virgem pura, No mar da vida bonançosa estreita
Em luto a naturesa, e tu legando D•eterna loZ!
Teu corpo à sepultura. l\lãP complssiva, sêde nosso auxilfo,
Ao triste peccador, Jesus, permillo Pelos trances da rn,;sa magoa intensa
Seu suspiro exllalar sol>rc o teu seio, De ao r,ó da Cru2.
De mim te lcml>ra então, tu, que da morte Vida inelfavel, de delicias santo,
Não llvcc;te receio. Que és nossa esperança, nosso goso eterno
Quero o sitio buscar, onde ex11lraute La no porvir;
Sua bocca soltou o extremo adeuc;, Os nossos brados, e suspiros d'alma
Sou'spirito guiàra d'ali mloh'alma . De Deus ao throno tia gloria iníluda
Aos pôs do mesmo Deus. Fatel sul.lir.
Ah 1 \•enha, cotão um ente-amigo,
Vossos olhos do mãe, olhos piedosos
Como anjo de amõr triste, e magoado,
Aos degradados neste amargo exllo
Em soluços colhP.r-me sobre os lablos
Volvei clem~ote;
O preciso legado I
Seífe o lbesouro de infinitas graças,
Consolação e :irrimo ao moribundo,
Que em nós derrame com celestes bençãos
Amor puro e esperanças consagraudo,
O Omnipot,cnte.
Vae, ó saoto penhor, dos (JU'inua ficam
De mão cm mão pas:.ando I Do amndo filho vosso, a nugusta face
Fc que, dos mortos allulndo a abobada, Nesse da mor<c amargurado dia
Settc vezes a luba dê signal, Nos amostrai;
E acorde os que da cruz à sombra dormem Fazei que a luz do céu nos illumine;
O somno sepulcbral I Quando as trevas da morto a ni>s descerem,
p. Por nós rogai.
(Fxtr.) Ã . de Ta~ares.

~t,:,,-

F.xiste um Deus. As bcrvas do ,•alie e os cedros


das montanhas o bem-dizem; o lnsccto su$surra seus
louvores; o elefantc o saúda ao despontar do sol; "

,,,. ave o canta entre a folhag1>m; o raio faz brilhar o seu


poder; e o Oceano clcclHra a sua immenslda<le. O ho-
mem só tem dito: Não ha Deus. Q
f.n·e ci;o ;ddueam aq UJI~ dilo· Ch,ttcuubriand.
,·11 super terram, cl iu1trllclam
umnem ra roem, iu '1 u~ splrllus
-G-0&
T(la, est 1nb1er nelum •.• Domem, ama aos teus semelhantes: tu o clf'ves à
l'ooomque rretlus menm 1ccum;
CI lllRfCdierls nrc.,m IU CI Olil-
sociedade, e a ti mesmo. Vassallo, ama o teu prio-
tul ••• clpe; elle \'egla sobre os teus di.is, em quanto dormes.
GtY, Clr. vi, v. 17. 18. Esposo, ama a lua esposa; clla é a tua Imagem, e de,·o
Do mune.lo vendo Deus a corrupção, fazer Lt,H\S dilicias: respeita- a. porque é íraca: estima-a ,
porque é lua igual. t>ai. educa com ternura aos teus
E os maldades, que o homem comn,clleu, filhos; estende ~ohre cllcs lu:\ mão perpctuamrnte
Que todo, tudo cmlim se perrcrteu bcrnfullôra. ~lles sam o fructo do leu atnor, o a sua
Tõ quasi à derr:ideirn geração: cclocação :illiança a tun Midda<le, e a sua gratidão.
Amo, n1.io deixes cnlr sobre teus criados vistns de rlcs-
Querendo castigar a ingratidão preso, ou de indlgn·1ção. A naturesa os fez nascer na
Daquelles, a quem tanto protegeu, mesma linha de nlvel, que tu: se elles saru mal~ lnfc-
llzes, sam por isso mesmo mais respeita veis. Pratica a
Em sua nlto vontade concrbeu religião; para sustenta i-a não te sirvas <la espada do
Dos borucus a geral destruição. fanati smo. O cego tem direito à tua piedade, não ao
teu odio.
destn lei ~evera C'\coptuou
!\las Brissot.
~;)~<,..
Noé, santo varão, que em puro aUlor
Por Oeus coostantemcllle se abrasou. A folsa filosofia n5o poderia, sem ('ml>atgo das
suas lllusões e sofismas, escurecer jamais os re!!plaoclc-
Mandando que clle fosse o cot1struc.lor ccntcs princípios, cm que a l!'é se apôia, se as paixões
Da arca, onde a Onal Sl' preservou a não tivessem ajudatlo, corrompcntlo, ou abusando
da lnz <las scicnci:ls.
Das forias elo diluvio assolador. Evong. cm Tri'llrnp/10.

'~ , ,
~ ' 9 \ A l ka ~ ~
. , ..•

ANNO CHRISTÃO. -No dia 21 do p. passado celebrou-se


com toc.la a solemnidade, na S. Egreja
.rusuo.
Cílthedral, a festividu<le do Martyr S.
5. Sm:U:'\D.\-FRIR,\.-Descle hoje ate sah- João Nepomoceno. llouveram vespcras
llado 10 do corrente, resa a Egreja da no sabhado a noite, onde proferio uma
practica, o Reverendo ~linorista Candido
.oictava .de ·Penteco&tes.
Pereira de Lemos. Tanto na vcspcra
1 L DomNco-da SS. Tt•indade.-0
como no dia houve alguma concorrcncia.
mysterio da no&sa religião, que. c1 Egt·eja
tendo assistido a toda festividade, oo din,
n'este dia (oita-vo depois do Espírito San-
Sua Exc. Rvm. e o Corpo Capitular, e e!>te
to) celebra, estandú muitoclal'aeexpl'es-
tal1lbem nas vespe1·as. Ao Evangelho
samente consignado nas di\'inas es~riptu-
orou o Revm. Sr. lleoeficiado Manoel da
ras, e todavia o mais profundo e incom-
Coi,,ta Delgado, cujo tall'nto o publico
prtheosi vel à nossa rat-ão, e por isso
cl'ba muito qu~ já sabe apreciar. E~ta
nquelle, cuja crenc;a mais prova a inteira
fcsth·idade é feita as expensas dos Capel-
submissão da me.i.ma nossa. fraca rasão,
h'tes da Cathedral, que tomando o Santo
que pouco alcança, à palavra <le Deus, o
Martyr por seu advogado, nada poupa.t.
qual tudo comprehende, e nàú pode cn-
ram para que hem fosse festejado na ter-
g:rnar-nos. Confessemos pois altamente
ra, este hcroe do Chdstianismo, afim de
« que Deus: é um nd essenda, e b·ino cm
que por ellcs e por nós interceda junto
pessôas.» e respondamos ús snbtilesas ins- ao Throno elo Allis~imo.
piradas pelo orgnlho dos racionaljstas
-Na quinta-feira 1. º do conente co-
« que a r:,são humana não pode 5Cr a
meçaram as tresenus do Bemaventurado
medida do possivel:-e ella um facho que
S. Antonio, no Convento elo mesmo no-
apenas allumia em uma e~phern bem cur-
me. A f e::ita ha de fazer-se no dia proprio
ta, e fól'a d'es:ia e!-pllera ainda exbtcm
('l ô do corrente) e ao romper da Aul'Orn
muitas coisas:-os my:-terios oão se com-
lrnverà uma .Missa nova-e uma prdctica
prehendem porque estam fóra <l'essa es-
proferida pelo irmão <lo celebrante.
phera, e qualquer dos ela nossa religião
-Mais um passo acalm de dar a Tur-
não e mais incomprebensivel ao sabio,
quia onde deixa, como que raiaL' uma
<lo qu~ ao ignorante o sam algumas coi- e:-perança, de que a sua· mnrcba ainda
sas, que para aqucllc sam claras e pa-
que lenta, vae com tudo enca minbando-se
tentes.» para a luz Evangull1ica. Os Christàos,
que ate ha pouco nada t11aiseram na Tur-
qnia do que ilotas, passaram hoje, em vir-
tude de um tratado <·ele brado entre a Tur-
Ed u:i r-
bc1.1Tr.nn.1. -Conve,·sâo. -~1. quia e as Potencias occidentacs, a ter al-
do C. Scholefiekl, membro da Univet·i;i- guma rcpre:-entac,:ão, e gosarem de algu-
<lade de CarnLridge, filho do fallecidi> mas garantias, que foz-nos conceber nm
membro do Parlamento, pela Cic.lade <le farnravel futuro no Levante-Deu'> illn-
Dermingham, e irmão do memhro a<'tm,l wine os Orientaes.
pela mesma cidade, foi .recebido oa Egre- -Falleceu este anno em Portugal. o
j:t Catbolica na Capclla de S. Maria em dii-tincto litterato Padre José Vicenle de ·
Cbebea, nos anebalcles de Londre$, pelo ~loura, auctor ele varias obras clabsfoas,
P. Ignacio (o reverendo Gur~c Spencer) e nomeadamente de ~ma grammalica la-
a ô de Dczcm bro; recebeu o lSacr~mento tina, hoje admittida quase ern todas as
da Conffrmação das mãos de sua Eminen- escolas, e de um Dicciooario-Grego-La-
cia o Cardeal-Arcebispo de ,vestminster. tino-que ficou incompletot . posto que
no dia da l.te~ta da lmmacula<la Concei- ba!-itante adiantado.
ção. Sua &pôsa tinha sido recebida na - ~

nr11ra11fiiio - Typ. de J. e. :U. t111 Cunha Torres,


Egt·eja ante:; ele seu casamento, em 18lt'2. 1t11acfo5 Bqrbciros n. 8.

~
JBJPJB1f,
ANNO 1. Segunda-feira 12 de Junho de 1854

OCHRISTIANISMO.
rtuiço IH sunscn1PC, .\'O. X ; ASSlC:'IA·SE:
l'or um ,1111u., .... , .• l!SOOO, V l ~) llua lla Crnz;. n, 3e.
l
e na 'l'lpogra11llla
P~go o1J'a1.11at10 • ,,..1. ,111•l.e$ .. .. ... 4i500, V
1
• h'tt. lll~l.t,., ••.••• 2S,SOO.
Aruis,,,............... :,240.
,A_
u a Ileste Jornal.
V
A
,, 0,1 rc11I 1111lnuu perde,·t sril saloare.
S. Luc. e. ,. v. CIO.

Esteja o homem collocado na maior


OCHRISTIANISMO. grandeza da terra; esteja muito embora
revestido do mais eminente caracter de
dignidad e; possua ainda as nbundan ttS
(C:0111l11rmr,lo tio u.• 5). iiquezas, qne na verclnde !,Ó se nem pnra
A Cari<lade :-ilmrrece forma lmen te as o arruinar, e de charnarir. para a Sntt
falsidades, mentiras, erros, e embu:,te!'<; de~gra<;a, coruo nos tem mostra<lo e mos-
e por isso ella irn,lru e ao la on,em a r.o- tra a cxperiencin; nun ca deve por isso
nhccer mnis elos ~eu;; proprio.-; defeitos, meoús presa r os outros, de qua lquet• es-
<]Ue dos alh eio-.. O justo, diz a E-.criptn- tado, ou co ncli•;5'> que sejam.
ro ('1), é o primeir9 (p1e, ú si me~mo se E qu ando infelizmente se entregue
acrusn , que à seu proximo. Por con,e- ao execrando "icio da sc,herba, causa
guinte, o homem lque as~im não obrar, principal da nossa <le!-!lrui<;ào , o dos mui-
empregando-se ant~s cm pensai· malicio- tos e grandes male-,, de que a cada passo
saroeote, e declarar· as falta . . de .seu pro- somos viclimas, recorde-se de que pot'
ximo, não obedece li-Caridade -e de es.o;e motivo sed,, sem duvida, não aceito
certo 1-e assime\ha ao tentador das aln,as de-Deus,-eoa sociedade, aborn inavel,
cbristães, cujJ condiç5o rnnlevol a é estar e não atten<li, el, porque coc1Jm11mmon-
denunciando as creaturas hu,nanas, como te nada se pode be.n ecceber do animo
se lê no Li vro <l o Apocalyp., e (2), e cui- • presumpçoso.
dando em applicu to<los os se us arclis, As suas palavras sc~àm _como que
afim de ver se as perde totalmente. vi,to proferidas ao ar, que não aprnveitam
que elle jà eslÜ desgra<;ado d'uma vez. para com-Deus,-oern pal'a co m o pro-
Cruel e infernal inimigo da hum~ni- ximo, ne,u à si lllcsmo : ser:un C[Ual o to-
dacle ! .... <'ar do sino sem arte, e sem melodia. co-
A vista d'i .. lo cump re portanto ao ho- mo ponderas. J oãoChri'iOStoruo. n·aqui
mem nào se deixar le var pelas scdncc;ões o não servirem os homens presumidos
d'cste -verdugo do gencro hum ano: deve parn correcções caritativas, porque e,;tas
fazer sempre bom j11i1.0 de seu proximo, edificam, e a soberba destroe. E a pro-
usar de toda a equidade pura com elle, e va mais con\'incente c1·isto é, que en tre
nunca pensar mal clelle. Quando t•ver os homens soberbos se mpre ha conliouos
de julgar das cunsciencias alh.,ias de\'er- disturbios, como expressa mente nos di-
se-ha portar com toda a modera<;ão, ca- zem as-Divinas Letras. (1)
minhando com passos muito lentos, e E com e!fcito, muit:ts vezes temos
desconfiando das suas proprias luze!',, e visto, e a cada instante todos observ'a -
sabedoria, como bem explica Seio. D'cs- mos en tre nos n falta d'amord'uns para
te modo fará ver que tem em memoria a com os ou tros, e, pol' consequeucia, não
qual'ta condi<;ào da perfoita-Caridade- reinar a verdadei ra p.iz, e completo des-
para com o seu proximo, que é-náo canço; enr.ootrando-se, sim, corações in~
obl'a1' precipitadam ente. quietos, e perturbadores, agitados pela
(t ) Prov. f8-1?.
(:!) Apoc.-12-10. (1) rrov. 6 - 1·,.
soberba iolcrio1•; signal este o mais evi- ximo deve ser o objei!to, não da ambição,
dente de não se a<!har firmada em nos- mas sim <lo nosso maior praser e satisfa-
sos corações a quinta condição da subli- ção, como se cada um de .nus o gosasc,e,
me virtude da-Caridade-que é-náo porque este é o effeilo proprio dal-Ca-
ensoberbecer-se. ridade. -Quando as~im, poder-sc-ha di-
Certamente, onde não predomina a- zer que està entre nos observada a ~exta
tyranna e insupporlavel soberba, mãe de condic;ào da hem ordenada-Caridade-
todos os vicios, e tri11mpba a Soberana que é-nao se1· ambicio:;a.
tlas Virtude,-tudo é tranquilidade-tú- Umd das maiores, e prin cipaes cau-
do delieias-tudo contentamenlo-ttfdo . sa~, que promove viva guerra à· vfrtude
amor perfeito para com o proximo co- de que fallamos, e que impede o apreço
mo nos ensina o. nosso grande Me!ill'e e do ruelboramenlo do proximo, é o amor
Bedem pto r-Jcsu-Cll1'isto. p1·oprio, e o procurar cada um só para
Oli ! quanto agradav.el à Deus, e pro- !,J (vezes muitas seio reilexào,e por meios
veitoso para nos, se realmente tomasse- irnproprios) convenicocias, ínteresses , e
mos em con:-ideraçào, como devemo-;. os sem olhar os do proximo. Po1· esta ccrnsa
inaprecia veis em~ito& de tão t•xcellente convem muito ao homem conhecer o
'1il'tude I ... Os crimes e faltas de uns amor proprio. e te-lo sempre como seu
para com os Óutros seriam nenhuns, não inimigo <'apitai , on como ( cbama um Ex-
porque deixasse de os haver, (pois nin- positor da Regra de S. Agostinho) pe~te
guem està Jivre ele os commetter) mas ela vida, porque ludo infecciona, e deita a
porqueappareceria a-Caridé.tde-que os perder. E como de facto, este vicio com
encubriria com o rfro manto do amor do quanto i-eja commum inimigo de todas
proximo como diz o Principe dos Apos- as virtudes, e, é mais da-Caridade,-
tolos (1 ). porque esta deseja o bem de todos, e clle
O homem que, de todo o seu coração sõ busca o seu particular.
ama e eslima o seu proAimo, deseja-lhe
tanto o seu angmento, e bem-estar•. quan-
o
mesmo riome o condemna-amoi·
p1·op1·io-isto é, que tudo quer para si,
to para si propt'Í<l aspira. · e nada para os outros, o que e direcla-
S. Ago~tinho (2) explicando e~la dou- mente contra a-Caridade. ·
trina, e para a tornar mais clara refere o Ora procurando o homem só as sua[,,
exemplo do grande amor que tinha Jo- commodidades, e interesses, sem atten-
nathas á David-Oiz poi~ a Esf."riplu- der lambem aos do :-eu proximo, fal-
ra (3 ):-a alma de .lonathas se uniu, e tal'à o amor para com elle, infringindo
conglutinou com a de Da vid, e Jonathas a!-sim.a septima condic:ão da rerdadeira-
o amou como a•si mesmo. Sencl1J dous os Caridàde-que é-não se,· amiga do seu
corações, um o de Jonathai-, outro o de p1·oprio interesse.
David, pelo amor eram t~m só, e uma só
(Continúa).
alma. D'aqui seguiu-se que, sendo Jo-
nathas filho de Rei queria antes o Reino
para David. que para si:-ln reinarà:- so-
TABELLA CIIRONOLOGICA
bre Israel, e serei eu o segundo abaixo
E
de ti. ... (lt)
Tal era o amo1· de Jonatbas para r.om C:: . . . . - ~IC:::P.a..

Davicl, que SA alegrava tanto con:i o seu ,lo8 Sol,ernuos Ponilflees caoc tlf'flcle o rs•
taboleelnaeuto clR t;a;rf'JR até laoJe teena
bem e augmento, como se fôra seu pro- oceup,ulo R CRclelra ,le Roma., e dos
prio. Ainda mais nota S. Agostinho (5) A.11,l•PnpR@I •1oe d'ettde eutiío 11,é laoje
teena RftpRreeldo.
dizendo que : a-Caridade-e o amor
faz seu o bem alheio, não de~pojando a { Co11ti1iuação elo ,i, 6.)

uinguem d'elle, mais que com o glori- 145. -.João XIX.-Eleito em 102ú ou
ar-se, e regosijar-se com ellc. 1025, e morto em Maio de·1033.
Por ci:itc modo devemos ficar con- 1á6. -Beuedleto IX.-Eleito em 1033,
"\'enddos, (Ju~ a felicidade elo nusso pro- e morto em 104á.
(1) Petr. li-8. 1.lt7. -Grcr;orlo "•·-Eleito em Maio de
(2) S. Ag. lib. t. ele Aruicil-24.
(3) n eg. t 8-t. 10ú/1, e se retirou cm Dezembro de
(4) r.eg. 23-17.
(Sl l!om. 15, 10á6.

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
201-Innoeencio ,,1. -Eleito a
17 ele vindadc, n Alma, e o Corp o de Jesu-Clu·i.~-
Outubro de '1!105, e morto a G de Lv; Di vindade que, de toda a perfeição
Norcmhro de táOG. imagíoavcl é o original e prototypo; Al-
202-Ga·e~orlo x11.-Eleito a 30 de No- ma que, de todas assubstancias espil'Ítua-
es é a mais perfoita; Corpo <[ue. de to-
vembro de tl&OG, e deposto a la de Ju-
dos os entes ma teriae~ é a corôa e gloria:
lho de tliO!>. d'onde tira o Doutor Sera fi co a seguinte
( Conliu,,a) . e infalivel coa scquencia: logo n'este Di-
vino Sacramento es l~1 realmente o que ha
de mais nobre e sublime no céu e na
CG1>U1IP1ll~ (t!ltna:uao terra.
Ainda Jesu- Chri:,to, Salva<lur do ge- Basta o que aca bamos ele dizer, pa,·a
nero humano.: n'ào nos b,,via l'egenerado mostrar o qua nto re"peilo se deve ao
na Gl'1H,a, no Altal' da Cl'ui , pela a het·- SS. Sac,·a mcntu; Sacram ento , dise most
tura de ~nas cha ga~ precio.-.a~; ainda para Pão \'i vo, que nos cria, e· alimenta na
o céu não Pra mo~ mN·ido~ pelas pe ne tra n- mesa l~ucba ri,tica , e q ue nos di'f,:-com
tes dol'es d e s11a morte sacro-sa octa; F1 a minh a propria sulh taneia cu vos sus-
se achava predispo:-to pnra benigno dei- tento; nflo é coro os frn cl<>s conupti veis
X.ti' o m:rntinw n to da no--sa infunda no da lcl'l'a, (JllC VOS Cf•lel'O alimenlar; mas.
g re mio da Egreja ; ji\ n o Cenaculo em sirn para vosso mnntimenlo vos offerto
presenc;a de ~cus amad os Apo,tolos prom- am'>roso a minha Di vindade, d ou a alma,
0

pliíica o necta l'<Jlle, L,n ·ia destinado para entrego o cnrpo; não coin ca rnes, e sa n·
o noi:!'in sobre- natur.,1 alimento; e nã o é guc d 'nnim aes cle!-cjo nulril'-Vos; co nce-
C$la ai11dc1 a 11lti11,a prova do seu extre- do-vos libernl o meu proprio sangue para
moso a mor par,, l'O ll\ os h omc n . . ; na noi- beher, sang11e o mois limpo, e puro, ema-
te pre,·ede11le ao dia de l-iUa doloro,é\ Pai- nadu das vêas da maior, e ca~tissima <las
xã,>, n'c.,;sa noite c m que, os E:-cl'ibas !-e Virgens; sa ngue qu e, do Lenho da Re-
nrnniram, e preparara m para o -;catenciar dcmpçào no Golgú tha colhera m os Anj l)s,
ú mor~e a mais cruel e alfrontosa , e em e do qual a mais dimin11la goté\ era suín-
que os verdug')S se ÍOl'mam nrn1a<los para ciente para salvar muitos \l 11ndos. Oh !
U açonta r , e c·rava r deshumanamenlc no felicidade incompal'avcl.! Ou! quanto é
Lenho <la Hcdempc;ão: n 'aquelln mesma grande a nossa for.tmrafl '\[x,nt11rosos, e
occa~iào, 1-1m , em que a reeonb ec·idn, e mil vezes fovoleçis\~s'-ok~ql1:e. digo~~ente
execrau<la ingratid.io, e ferorid adc dos recebem ern §ef!êtcoraçol!s est~ D1 ~mo e
Judeus st! Linha c·onjura<lo contrn a :,;ua delicioso ~1al~l~ 1 ·1 ·,
honra, e vida illiba<la, bem longe ele fnt. Pore.n f/.'11~rrto é pn1·a lamentar ;q11e,
minar ,·nim, contra seus inimigos, e nd- um a5o peq\\~ no numero de €ah·istãos
,·crsarios, tomou, em :,;uas Oivinas ~Jãos , nr.o se queiracn aprl>veitar de t,i o esplen-
da mesa um boraclo de pão dando grac;as, <lido, magnifico) 9 nécêssariú 13ancp,ete,
e consagrando-se n'elle, dL•1xou aos seus, e mo~trar-se em extremo agradecidos á
o mai:-;rico penhor elo 1,eu illimitaclo a m1lr. tantas finezas cl'c1mor ! ! ...
e ioextimavel patrimonio du Mundo. (Jb ! Com saúde o desprc!-nm; nos ulticnos
Cal'idade Divina inexplicavel, e incorn- instantes ela "ida n:1o o procut·arn. como
prebensivel ! Oh! amor do:,; amnrcs, cua- re medio o mai-; effica1., " saudavel ! ! 1 E'
ma S. Berna1·do ! Oh! g rande Sacra rnen· muita ing ratidão: é nàn clcsejar o proprio
to d'a mcw, diz o Angeliro Doutor ! ... e inaprel·ia vcl be,n. Oi.1-; e noite ·, en·
E' pois rf'esle Pão sagrndn e m que, ~e cerrt1do no seu Tahern aculo, es t.\ nn Al-
apresenta .Testt-Chrislo Rei ela Gluria, Se- · tar especa a elo por toch s; ontt·as vezes ex.-
nhor d o Uni vcr!'i o~ ~1 onarcha dos \l o- posto à~ nossas vi,; l í1s nos cslà con vidarrd,,
narchas. Pae, e Libertndot·da tri~Le prole ao la uto e proveitllso 8antp1 ete, e se m-
d e Adam: é n 'estu co11.,idernçrto em que, pre olferecendo a sua Carne em comida,
se funda o respeito, e nmeraçõo qlle de- e sou Sangue cm b chi<la ; mas quanto e
vemos tril,utar à l flO Augn .,to \Ji..,terio da triste di:-;er-sc qn e, a ac~itar;ão ([UO fase-
nossa Fé. e Religià(). mos a t., o ca rinho..;o con vite :-àm as O ()S-
Tres inc~mpar:i veis substancias en- sas continuas rejeic.;õe~, e ac.;õcs ,nuirns
cerra em si a Duslia iinmacu1ada, a Di- vezes improprias, praticadas na sua pl'e-
- sença Divina! ! ! Sabe de sua casa, que
é o Templo Sancto, percorrnndo as ruas
cm solemnes Procissões. occasiões estas
aélmillir. Quer no-3 refiramos ao noi:.sa-
corpo, quer ao Universo, o füitio muito
imvorta ~1i ma teria; conceder um, e negal.'
em qne, soltnn<lo as redcas aos affectos a oulrn é mo~trar-se loucamente aYaro.
exteriores d'alegria, vcner-açào e · culto. Alem de que, se Deu:, não creou a natu-
com que n'ellas adoramos a Pessoa He3l, resá, eJla é eterna, rn·cessari,1 ; e .d 'esde
e verdadeira do Libertadot• do Genero logo aquelle que nâ<? for totalmeute ex-
humano, deviamo~ dar um testemunho trauho as primeiras no<;ões de rnetapbi-
publico de nossa Fé vim, apenas passà n- sica, . ver-se-lrn roclendo de ahs, Lrdos ine-
do O !mudam alguns com mediocre reve- vita veis.
rencia, e vezes muitas ainda mai-; infe- 1. º-Se a ma teria é necessa ria, sua
riol' ú que 1-e dá à pessoas indilferentes ! ! ! no<,âo fundamental implicn com a idea
D'este tnodo, é innPgavel, ousam of· de exi~tencia: seria impossivel conce·
fender, e agravar à \1agestade Suprema, ue-Ja não existente, qner e·m sua totali...
ao prnprio Creador do Mundo, S,>bera- dade, quer na menor de suas parles.
no alimento de nossas almas. Nüo se Esta proposiç,io-os gusanos, q11e devo-
atreveriam de certo a praticar tantas, e ram r:sle queij'o pode1'iam nc1o existi,,, se-
tão degradantes, como reprehensiveisac- ria tão revoltante ao bom senso, como
.ções na prc.~e nça elo Deus Omnipotente, est'outra-O ch·calo pode se,· quadrado.
se, ao menos n'essas O<'casiões, em que 2. º-Se a matcl'ia existia nece~sa ria-
é exposto aos nossos olhos, reílectisse m mente, suas moclificações, sem a'I quaes,
q11e, nos traz á memoria o grande bene- ella se não concebP., seriam tão neues.sa-
ficio da creação, com que nos deu o se r; rias> tão immutaveis, coow :ma (lSsenria.
a redempçiio, com qne se.aprouve livrar- por bso qne ellas exi:-tiria,u em virtude
nos do não sec; a Divindade podcrúsÍssi- do mesmo principio. D't:sde então esta
rna na fabrica do Unive rso; a infinita Mi- alternativa de vida e de morte, que mu-
sericorclia no resgate do genero humano. da n phy:-ionomia <lo mundo, :;el'ia uma
E é, sem duvida, todo o empenho d'um contradição repugnante. (1)
Deos extremamente bom,-que O l'e- 3. 0 -Se a maleria fosse eterna, suas
conhPçamos, real, e verdadei'r~mente revoluções o seriam lambem; e como ne-
presente na Hostia consagrada, como Pae nhuma d'e .. tas revolnções pode ser expri-
amante, e amanti~:,imo. mida pela unidade, teriamos oós de tra-
Na verdade deve ser a fonte de nossos gar o mais eFtranho ab,.urdo-de um<l
de1icias; o objecto do nosso amor, culto, serie actua[mente infinita ,t'unidades fini-
veneração, e respeito; porque da vida das tas.
nossas ai mas é o sw;leoto~ Exultabimus, et ú. º-O Ente necessario, é evidente-
lmtahimw· in te memol'es ube,·um illo1·wn. mente o Ser absoluto, a mesma fonte da
F. V. ele.!. existencia, o mais perfeito de todos os Sê-
t
res; porque não· podendo alguma cOU'la
existir senão por elle, as perfeições, que.
não tivesse seriam Ítopossiveis, irreálisà-
Solnçüo C!wl~c,u1. veis. E quem quereria attrihuir it mate-
' (CMlinuacto elo 11. 6.)
ria, não diremos todas as perfeições, mas.
somente as que em nós achamos, a vida,
É pois essencialmente verdadeiro, o sentimento, a intelligencfa, e a liber-
como aillrma o Cbril,tào, que existe uma
1· dade? Se teem havido ffilosofos assi1s
intelligencia, <Jll°C orclenára o homem e o
Universo. E ella sel'fl creadõra? Veja- sirnples para duvidãl' se a orgaDi~ação não,
mos. poderia dar a materia a facnlda<le de
Primeiramente é indubitavel a gran· pensa•; (Locke); não acreditamos que ha·
de necessida<le que temos de Deus para jam algU'Os tão estupidos, que avancem a
dar ordem a matel'ia; e- se assim é, mui- dizer, que a ma teria é essencial e extre-
to mais natural serú pensnrmos que ella mamente intel-lig1mte, e que haja ao me-
por Elle foi creada, a não <]lTere1·mos di-
, ser q11e a organisou com materiaes, qne (1) Qual<ruer que li~er feito uma justa idêa do Ser necessario,
acham na quooa de uma rolha, no na~címento ouºrrorte d.e u111a ' mosca,
lhe nüo pertenciam-o que não se pode uma demonstraç!o evidente da co111i11geucia da materl.i.

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
nos tanta força Íntellectual em uma pe-
.
dra;,como na caheca <lc Lamartine ! ! . .
A estes absurdos e a uma multidão
d'outros que saltam dl)s principios mate-
rialistas, o q11c contra-põe os Jefensores
da ma teria eterna? Escutemos o roais ce- . D'onde vinha o l'omor que alvoroçava
As !urbas d'Israel,
lebre materialista do seculo, Broussais,. E, surdo, murmurava
fascndo sua proHssão rlc fé em presença Nas ara'> dos pagãos, e amedronla\•a
d'este-nada-em que elle se ia abys- O Lelrarcba orgulhoso em seu doce!? l
mar. « En sinto, como muitos outros, Soava um hymoo accorde de alegrias
que uma intellígen<:ia infinita coordenou No reino de Jadã:
tudo o que vemos; exforço-me para con- Fallava-se cl'um rei naquelles dias
Prcscriptos para a vioda do Messias,
duir, que ella tenha tudo creado, mas
Egaal a Jehovà.
não posso, porque a experiencia me nüo
clà a representação de uma creação abso- Virgilio, o rei c:intor do paganismo,
Vencendo a corru1>ção,
luta. Se alguem dic~sse: A natul'cza não
Vencen·do o senilismo,
pode te t·-se feito a si mesmo, pot· conse- N"~m extasis <.l'amor, e mysticismo
quencia uma intelligepcia poderosa a Profeta, de~cantava a Reclempção.
fez-Sim, responderia eu; mas não posso
Nos ceus oricolaes todos filavam
fazera mais pequ ena id êa de tal podet' ..•
A mais brilhante luz:
Permaneço pois em que exi~te uma in- As nações do poente alli buscavam
tclligencia organisndôra, mas à qual não Um aslro, cujos raios fulgura vam
ousa chamar creadôra. Na fronte ele Jesus,
Não se rà tudo isto de uma evidencia O géliclo torpor da idolatria
aterradora! No cor~o de &uas numerosas Matára os co1·ações:
experiencias, Broussaisjamaisviu sair um Nos fogos d'uma orgia,
atomodo nada; jamais encoutrou nas suas O homem, sem destino, consumia
A vida, enredo vil de vls paixões.
investiga ções a força creadôra, e portan-
to, como admitti-la se m poder ao menos Apenas d' Abrahão restava um culto
imagina -la ?! ! No reino de Israel;
Como sen tiria Broussa is a inrelligeo- i\Jas cuUo, sem temor..• bt>m roais um insulto
No manto tle hypocritas, occulto,
cia or•":Hli1)adôra, e que clieirn lbe acha-
r" Como ullrage cruel 1
ria? E' peoa q oe sej a inodorifero o poder •
creador, porque se o não fo sse~ certa- Os homens, sem poder e sem ventura
Lembravam-se de Deus.
mente que o delicado olfato de Brouss.iis,
Ao verem que tortura
. senh"d o.T .' .' . . . E" n ' es l e ex.ces~o de
a Lena Lhes ralava na terra a vida escm·a,
idiotismo qne càem todos aquelle.:1, que Anceavam paz e luz chmtro dos célls.
vendo polverisados seus misel'ave is sofis.
O mundo, em seus delírios, corrompido
mas, procuram-aos tapar a bocca co m a Ao seu abysmo vae .•••
sua e!!lupida pergunta: Existe 11m Deus, Não sôa já um ecco enfraquecido
a11CtQr de torJ.,s as cousas, mnsrrae-nos, e Do rigido fragor outr'ora ouvido
disci-nos que figura tem? Existe o Pa- No alto elo Synai.
raíso, e o Inferno, fasei-no~ ver, que en- Nas vastas dimensões da altiva noma,.
tão âcreditaremos ! ! ! E nos lhes respon- Se um so justo passou,
deremos: Se nada acreclitaes alem d'a· t\o céu a mente assoma
quillo que toca os vossos sentido~, tende Prostrado como Loth, ao ver So<loma,
Que o Jogo de,·orou,
paciencia, mas coofessae que existe obli-
~
tera&i em vossa alma a principal de suas
faculdades-a raElào ! ! ! Rou<•e u rn justo. Era Baptista,
Era.o anjo precursor,
T. Que suspende a luz celeste
rcontimía). Sobre as trevas- do terror,


Outro anjo o revellàra « Penitencia !» era o seu brado
A sen pao, hcmem sem rc, Quando o fausto elas orgias
Que não crti, na estaril •sposo, Simula\'a a (cure ardente
Um poder, ,que seu uão é. Do que ruorrc em agooiits.

Quer nos labios a tlescreaça, «Penitencia!» era o seu brado


Infeliz, balbuciar; No portal do tariscu,
!\las a algema do castigo Alma torpe cm sacro manto,
Não lh'a deixou articular ! Que lentou mentir ao céu:

!\ludo escuto o brado alegre « Penitencia !» ero 6 seu l)ratlo


Que a fecunda esposa dêu, Nos co,•ls da indigcncfa,
Ao sentir, que, nas entranhas, Onde a fome era blasfcmin,
Seu lllbinho estremeceu. E a desgraça a impenilencia.

E que dentro em seu alverguc E na purpura no crime


Eotrára a Virgem l\laria O abastado trepidou:
Acantar mo santo hyinoo, E no aotlrajo da ,•irludc
Delirante ll'alegrla. O indigente exultou.

Joelho em terra I esérarns da seq>entc


Qu~ ~laria esmagou!
Quem é esse mtncebo, envolto em pelles,
Joelho cru terra I Vae passando o Chrislo
Errante nas agrul'as do deserto, Que dos astros baixou !
.Não tendo a quem pedir sustento incerto
Para a fome matar? Adora-vos, Senhor, immensa turba
Quem é esse Infeliz, que pede ~ fragas Com a race no chão !
Um leito onde repouse os membros laç-os, Hossana I rrr dos reis I po l>re entre os horneos
Nos instantes, que dà ao somno, escassos, Da mais pobre nação l
Sm que deixa d'orar.
Prostrado o« precursor» ou,·i-lhe a prece
Doplisln, o precursor dP Jesus Cbristo, Pelo Pº"º Infiel!
Aquelle, pelo anjo nnnunciaclo, Ouvidc-o, que seu pranto encerra as dores
Apenas de seu berço emancipado, Do reino d'lsrael I
Quer o excesso da tlôr I E ,·os lhe daes. a mão raseis erguei-o
Sosinllo, nas entralihas tlo deserto, Do sou humilde pb ...
Espr.ra ouvir do anjo a voz :11niga Ooviste no deserto os seus gemido:.
Que, mostrando-lhe a estracl:I, a ponte e diga:
Como outr•ora os de Joh.
<< Voe! wanda-te o Sonhor l
Nas margens do Jordão, das puras :iguas
E foi I As multidõrs, q111ndo esC'utaram A sncra fonte ungis:
Essa voz iuspirada, ostrerucceram João hcsit_.,, e tremo, e vbs, oh Christo,
.e confusas, e limiclas dísseram. O baptismo ped(s !
« Bchegado o Messias I
<< É este o ,womellido ! Ela ! adorcmoi; Precursor de Je5us I que amor inspira
<< O homem-rMemptor, o pae mais terno, Vossa augusta missão I
« O Snnlo, o Justo, o Bom, Filho do El<.'rno, « Eís o m:mso cordeiro ... -vos clisse~tes
« Segundo as profecias ln Votado á Redcmpção I

-Nao sou-lhes diz João-En represento <• Ris a viclima do amor! ... eis o chamado
-A voz que,. no deserto, e'!' ,·ão clama;
«-o cordeiro de Deus!
« Seu sangue vae descer da c1·n1. <lo oppt•obrio
-Mas do seio de Deus eu v<>jo a llammo,,
« Em r('sgole dos céus ! »
Que abrasa os cornções. . .
1:1,.~
-Tremei i•ôs, orgulhosos no fasliglo
E chama vã o « penitencia 1» ·
-Das grandesas da terra!. . . Otn•is o abafo
Pelac; margens do Jordão,
-Do grande d'lsracl? l Vinde adorai-o ...
Como estrclla matulioa
-Erguei-vos,.gerações 1- Na manhã da Rcdempçlio.
E cl:unnva « penitencia 1» « renitenci:i 1» cira o seu bra<Jo
Pelas marg-cns do Jordão,, Nas cabanas e doccis:
como eslrclla matulio:i, Sua voz fatiava altiva
Na manhã da redompção. Fossem pobres, fossem reis.

...~
_. -~- ,-· ... -
ffll?nd RI$ f illpi 1 MM d 4% MM M ?P ?PR ZCZ2

JIF.PBf:lllll~T,4LÇ,io que o~ Bl~IU)fil .. , 1 1"nrioH - são da fé e o bem da nação, a manuten-


Geraelil Ple111011tefile8 411\ girot.'hat>la ef'elc•
lillRH,lea ele T11rhu, dirl:;h•1u11 ao llei- ção dn Egreja Catholirn e a pre!lerva<JàO
" ietoa• En1n1ft1u1el.
da gloria be,·editaria da augusta dynastia
SENUOR.-Se o~homens illudidos con-
da ~a boia, que i.empre <.lcslinguiu-se pelo
templam a :;eparac;ãoda Egreja do estado, seu amor à Egreja. O interesse qnc V.
não conseguiram jamais pe1·suadi1· os bis- l\1. toma pela religião de nossos maiores
pos de que os intel'es~es do throno sam induz os abaixo os~ignados a esperarem
distinclos dos do altar; por e!'ta l'asào, que seus rogos e sua confian<;a le varam a
poi::, nós nos con:.ideramos obrigados a autoridade real a adoptar medidas cal-
chamar a alleoc;ão de V. M. para a pro- culadas para remcdi:ir os males qtte de-
paganda abertamente promovida n'esta ploram, e assegurar por con~eguinte o
cidade e seu territorio por hereges pro- commum iateresse do estado e da reli-
testantes, os quacs empregam todos os gião. (Seguem-se ns as!,ig·n aturas.)
meios para recrutar pa,tidarios, atacan- (ISJ;I.)
do, não somente em seus escriptos, senão
lambem viva voce e em publico, os <log- . ANNO CBRISTÃO.
mas cé'llhoJicos e praticando a seducçào, J UA---.i:O.
quanclo julgam ncce~sario, por meio de 12. Sü(,U~DFF1mu-S. João <le Saa-
dinheiro. Se nossa fé sa nti!;i;ima teve que gum, Confessor. -A cidade de Saagum
lamentar a _apostasia d'alguos homens, no Reino de Leilo, foi o berço que o vio
que já exbibiram sua impiedade por sua nascer cm 1á10-Seu-; paes, posto que
immorali<lade e perver. . idade, é manifes- pobres, o entregdt'am desde a infancia
to que a verdadeira rf> ligiüo do Divino aos cuicladns dos Monges Benedic.tinos
Salvador elo Mundo, sem pre dt?fendi<ln e tl'aquella ddnde, qne reconhecendo sum-
venerada por no:,:-os maiores, é objeclo ma ap ti<lfio. e e.< irnias virtudes no seu
<le cont innos ataques; que as leis sabia- no,·o edurando, se exfol'(;aram em sua
mP.n,c leitá~ por sua dcfeo!-~O pelos glo- educação. Tendo conseguido varios em-
riosos antepassado~ de V. M. e pelo .Au- pregos e di~tincções do Bi,;po de Burgos,
gusto rei Carlos Alberto, pac de V. M., não obstante os suas imtancias, d'ellas se
leis que estarn ainda ern vigor, sam in- dt!sonerou, consagrando-se aos deveres
teiramente desrespeitadas; que os direi- d' u..m~ Capellaoia, onde pregava a pala-
t,os as!-egUL·a<los pela con~tituição á Egre- vra do Senhor com tanto fructo, que
ja Catbolica Romana como religião do pouco era o seu tempo para esta,· no tri-
estado, prufossacln por todos os vassa llos bunal da Penitencia. Tendo corrigido
<le V. M., excepto sómente uns 20,000 grande parte ela i•moralidade que rei-
Yaoclemes e 7 ,000 .Judeu", sa cn menos nava então, por causa da franque.;a com
presados, bem como os juramcutos de que reprehendia o çicio, foi victima d e
obserrn r e fazer ob-;ervar a ron:-ti t uicão. uma seguuda Berodias, que irada pela
Os bispos não podem occuhar de V. ·\1. a reprehensão que lhe déra r1ltent., a sua
profana<:ão do ultimo dos dias festivos vida escand.ilo-;a, mandou propinar-1Le
consagrado-; à cclebra<:ào dos mysterios veneno, d·onde lhe resultou a mo, te eru
de nossa religião, ú atloraçào do Senhor, 11 de Junho de 1l179-~otando-sc que
da Bcmaventurada Serupre Virgem Ma- depois de uma grave molestia, tinha por
ria e e.los Santoc.. Pt:!dimos a V. M., tome um voto abrar.ado a Religião dos Padres
em considera<;ão esta rc."peitosa represell· Augustia n ia nos.
lação, em que os abaix.o a~sigoados pe- 13. Tmtr..\_-FEJI\ \. - S. Aritooio de Lis-
dem a adopc;ão de medidas proprias para hoa-Havendo sido por seus nobre.; pacs
prevenir a repetição do abuso e dos ma- educado na piedade, con~agrou-sc quan-
les, para os quíles chamam a attcm;ào de do mancebo, mai-; estreitamente a Deus
V. M. E.... ta suppliC'a nos é in-.pirada pelos na ordem dos Conegos n~grantes <le S.
sentimentos de cordial dedi<'ctc;i\o e con- Ago~tinho. Jnílamado no de!-lejo do mar-
fiança que ~inceramcnte nutrimos para tyrio, i1 vista das rel1quins do SS. Marty-
com \'. M. res de Marrol'os, que acabav:-im de seL'
O venera vel a rr.e hi:-po metropolita no, trasladada~ pará CoimhrA, pediu Jiccn~a
çuja amencia deploramo~. C'otnpartilha par., pa~sar para a Ordem Serafi~. e
comoosco dos sentimentos que nos levam con~ccu ti~1amente se vfft•recc u para ir pre-
a com,idera L' como iosepara veis a defeu- gal' aos Sarl'acenos; porem a erubarcaçãu
em que ia, impellida por um forte tem- quando se acurvam diante da magestade
poral, arribou i\ Sicilia, d'onde elle veio do céu.
pat·a Assis, e depois para um ermo do 16. Sex1·A-FEIRA.-Desde este dia ate
monte Paulo. Ordenadopresbytero. deu- o de Domingo ( 18) inclusive, resa a EgL·e-
se principalmente ao ministerio elo pul- ja da oictava de Corpus-Chri:;ti.
pito. e tão ini,igne se tornou, que o Sum-
mo Ponlifice , ouvindo-o preg,1r, lhe <Blll@llU3ll(tUl ln!:ml!alle&ll®~ íl º
chamou «a At'ca do Testamento.» Foi Ro;u.\. -Se esta organisando uma as-
empregado em Bononia, e outros Con- sociac:ào em Roma, composta ele varios
ventos da soa ol'dem no ensino dos No- Cardeas, entre outros-o Cnrdeal Lam-
viços. Finalmente em Padua entregou a bt·ucuini. afim de q ne se proceda n uma
Deus o espirito, adurnado de virtudes, nova reforma na admissão dos adeptos
no anno 'de 1.23'1. ús ordens religiosas, fazendo-os passar
1ó. Q uARTA-FE1IlA, -S. Basílio Mag- por um maior espac;o <le tetnpo de pro-
no, natural da Capadocia, havendo fre- vações, tendo antes apresentado doeu-
quentado as e:-icolas de Athena,;, passou . mentos valiosos acerca de sua conclucta, e
a instruir-se nas sciencias sagt'adas em vocação especia 1.
um mosteiro. Eusebio bispo de Cesarea -Domingo 1 'L do corrente, teve logaL'
o encarregou, na qualidade de coadju- na Egt·eja do Recolhimento, a Commn-
tor, de <l.uctrinar esta cidade. onde de- nbão geral <los Eclucar:;dos A,:-tifices. Este
pois, por morte do mesmo ~:usebio, ficou aclo eni tudo semillrnnte i'.IO que no mez
bi~po• . Acenimo defensor do dogma da passado se <leu n'aqnelle mesmo Templo,
consubstanciali<la<le, incorreu no odio do para com o~ Educandos do Collegio de
imperador Valente, o qual só deixou de N. S. da Aonunciacào e Remedios , foi
o perseguir e de la vrar ordem de dester- extremamente toc;rnte. A concorrencia
ro contra elle depois que rcpeti<lo~ mila- foi gl'ande; vimoi; alli pessoas·<le todas as
gres o imhibiram de o fazer. De um en- classes da socieddue pa1·n te.stemunh~rem
genho e erudiçfto profunda, e nm dos a distribuição do Pão Cele~lial, á uma
padres do lt. secu lo que melhor com men-
0
classe-que a todos toca pela sua orfan-
tou as sagradas E:,cripturas, e conforme dade e pobresa. Celebrou o Sancto sa-
diz. ~. Gregorio ~asianzeno <t ninguerb as crificio da Missa, o Rev. Capucbinbo "f'r.
explicou mais verdadeira e diífusame.n- Lourenc;o, que tanto antes, como depois
te » veriusautuberius. Foioreformador da Corncnuobào os e.xhurtou, molltrando-
dot; monge~ do seu t~po, edifica ado um lhes não. só qual deveria set· o seu amot·
mosteiro, cujos e:.t!ftutos combinavam para com Deus, e para com o proximo,
sabiamente a vida contemplativa com os como tambem a excellencia de tão Au-
diíferentes trabalhos. Os seus termina- gusto Sacramento. Termin1Jn toda esta
ram no dia 1. º de Janeiro pelos fios do solemne cerernonia, por uma breve a llo-
seculo lt. º; porem e:,te dia é o de~ign.,.do éução proferida por Sua Exc. Revrn .•
para em seu louvoL' se recitarem os offi- que tendo-os convidado à contemplação
cios ecclesiastico!-. · do precioso alimento espiritual, que ha-
15. Qm.~n-11EmA-Corpo de Deus. - · viam recebido, comecou a adrninistrar-
Esta festividade foi instituída por Urbano lhes o Sa<'rament<> da "confirmação.
lt. º no anno de 126li, para confusão dos e
A educação religiosa, sem duvida
hereges Valdenses, Albigenses, e Mani- nma das cousas que mais necc~saria se
cheos, que negavam a prescoça real de faz a um paiz-0 céu queÜ'a dar-no$ re-
Jesus Christo na divina Eucharistia, e petidas occasiões de presenciarmos ac!os
para mais afervorar os fieis na crenc;a de d'esta oaturez.a, que certamente seria-
um dogma, em que o amor do mesmo mos mais felizes-por que sem religião
Jesus Cbristo pelos homens apparece em não pode b~ver sociedade.
toda a sua latitude infinita. E' pois com -No dia 1 O do corrente teve lugar na
muita rai;üo que alguns monarchas, para Capella de S. Exc. Rvm. ::t ordenação
de Presbitero no Oiacono Autonio Ta,•nres da Silva,
dar á procissão d,, Corpns Christi toda a Jospector dos Aluruoos do Seininario Episcopal d'es-
pompa possivel, vàm pegando as vara~ ta cidade.
do palio, sendo certo, qoe nunca as ma- -· :sz . . - - ___, ~
Maranhão -Typ. de J. e. Ili. da Cuulta ToJ'i:cs,
gestades da terra tanto se elevam como füm elos Barbeiros n, 8,

6ibllotoea Publlca Benedito leito


ANNO 1. Segunda-feira 19 de Juuh-0 de 1854 N. ''8

OCBRrSTIANISMO. mmiiiãilAB!® 11'lm1L1~1t@~@>~


Pl\l!CO OI SUl'lSCIHPÇ,1'0. i',J l1 11 SSICM·SR:
•1 Por u III UllllO. , •• •••• • 1111~00.
J • t»(•I!' UU'l \•:) ••••••• tag_,{l,.
Paio ~1Jla111aclo) • 1,.1.i 111 cce• ....•.. 2Sil00.
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Na nua da Cro1.. 11. $0. ena Tipogl'llphio

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\"ulst;í. .. . .... .... ... s~~110.
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11e,tc lorn~1.

il A
,, 1)11 l'CIII IIIIÍtnfl• vcrt(et'I $('ti $11/vart .
s. Lut,. e. !I. ~. SO.
= _..:--

mas conserve-se ta virtuc1c a ~uperiori<lu- ·


OCHRISTIAN ISMO. de ciue lhe p~l'ten r.c, e não ~eja a vanglo-
ria elas letn,::; preferida aos int_eres~es sa-
Algumas considerações so- crrados elo.; cúst11ane?-. A educação todavÍ:l
;,ão c.levP. lin,it.t1· o sen zelo e ,·igilancin Íl
bi-e a educação. innoc·e nda cio~ ('Ostu,o cs; rorn o 1·e~peito
e amor <lo pttclôr inspire-!,e l,1mbem a.os
Em um secul o que se prosa ~er bio man1·e bos o ,1111or ele toda~ as outras vu·-
e~darecicl•i, parc1·e q11c nin~ucm dev ia tuJc-,; a fidelidade para t'Om os amigos,
jn·rHH'al' a r11•i·c;:--id ,de de form,u· o c ,pi-
a cquidé'l<lc pa,·a com tocl~s os .h?1~eas,
17to da ,n ul'idadc; 111;,-. q11a l não é a nc- me~mo- para O'i 1-c11s mnanres rn1m1go11;
c.rlicrc11ci.a da m:iÍt)l' parle <los. ch ~re.-; de
~ o im,píre á mocidade o de:-ip rcso ~l t 11do que
frlmilia ~uhre u111 objeelo lfHl tnlerPssanle os pode tornar froxos. Faça-lhes conhe-
por hon1·a mesmo da !'~.~ão humana P O cer .o quanto devem presar a honr~. mas
c1ue é qu.c um mundo ll'n:olu entende por a verdadeira honra, e ni", o a falsa honra
cd11ca<;à1l? A purcsa <la l1ng11agcrn, o es- do seculô: quanto clla deve te mel' mais
tudo de alaumas ;"'! a rtes frirnl .,-., a arte de qnl a mor tP. os remorsos du ~~a consci-
se lisonge... r rn11lu:imente_, que se ?e<·o- encia: quanto ella deve adm1rnr os ho-
rou com o bello ·nom e de hon estidade mens C')Ue praticaram ac<;õcs generosas.
que nãv pet·tfn<~e senão a virtude! e <111c Sem c~tar de posse destes predkados, a
<li.;pensn prc. . entem cn te a , erdade1 ra ltcr~ mocidade jamais pnderú p1·cver para
ne~Lidaçl \•; eis o q ne se chama por e.xcel- qne a s0cied~1de a clc~tina. Sabemos que
lenc:ia a ~l'Ít!ncia do mundo, o saher vi- tima orande fort11nit, 111'11 ,.s.rrancle. nome
~
ver; e o <1ue esgota todo o zelo paternal, sfln suffi<!ientes para alean<;ar a lh.1-; cargos
quer para com o sexo qu e niio foi <lc:ti- na sociccfade. Mas a n:1ais hrilhnnte fot-
nado sen5o para preencher as func<:oes t11na, o nom e o mais hrillunle podcrt,
domesticas, qner pa·ra com o que deve Ol'c upal' o lugilr da sabedoria, das lnzeq,
preencher as funcc;õ1:s as mah dilüC'eis doi. t•onlae{'imentos indi ... pem•a\'eis para o
como as mais importantes da ordem pu- bom d ettenipenho de. !-,(?molhante:- deve-
blica. Em um Lempn em 'lºª a educa<.;,1o res? nã o de <'erto. A sa bcd,l ria nüo pode
està sugeita á tant os ahnsos, no mnmen- nem poderà ter um \'e rd ,1deiro !itihstitu-
to em que a Pbiloso plaia do secnlo pet'-
ten<le. remedia-lo por outros abusos ain-
to; so
ella e que pode se r ~uh,tituta -de
si me'sm·a. _ g o C')Ue diremos da eclm:11ção
da mais funo:,tos, e espalhar por toda pat·-
. tarnbem tem sido victima
relit1iosa? essa
~
te os se us te mcrarios sy-.temas, é necessa- do clespreso, <; 11 pelo menos <.lo indfffe-
rio que a Heligião, rrue sempre ,·clou so- rentismo; e a tal ponto C')Ue n~o nos scrà ·
bre a ednca~ào dos bomen:;, faça tnmhem muito <1iltt\;il cncon lrnnnos al guns man-
ouvir sua voz. O amoras scienr.ia:i, é o cebos parêl quem os pritwipios os mais
mais hello dom que DP.os poclia fozcr ao lri viaes da n<1!-,:-1a 11oligiiio, :;i'io cousas in-
homem depois da virt u<le. Forme-se o teiramente nnrn ,;~ t.1lvc1. qnc mniros airl-
e,pirito da mo~idnde, q 11e se lli'e in!ipire da nu-TH'rl ~e lemhras.-.e m <le ci lJl'ir pela
o gosto da!> letras e ela sãa pbilosopbia; primeira, vez a Sag1·ada Esc,.iptura. Não
sabemos se comme.lleremos um erro em
· ~iz~rmus, que talrnz algons ai~da nunca
186-1tJa1·t1n110 n ·.-meito .
a 22 de Fc- '

Yei:eiro ele 1281, e q1orto a 28 de


a vissem. ; Mª io de '1 285-go,'eamou a EgTeja
J..AS. ,p or esp~ço de !.! annos.
187-Hónorio 1''-Eleito a 2 ·de Abril
TABELLA CHRONOLOGICA de J '285, e morto a 5 de Abril de
1287. . •
B
c::::: ......":111..~-c::::: ~ 188-Xl-eulíu> ' '""·-Eleito a 15 de Feve-
dos Sol•e1•111108 Po11•1Rees que tlNtde o e&•
tafteleeh11e11C,o da E5rt"Ja até l10Je te-ena reiro de 1288, e morto a de Abril de
oeeu1m1lo a C'ntlelrn de Ro111a, e elo• 1202.
A11'1•Pa1,as que tl'esde então até boje
teeiia Rftltftrccldo. 180-Celestluo , -.-Eleito a 5 de Julllo
( Conlinuação do n, 7.) de 129Li, e abdico_u a 13 de Dezem-
17 6. -Gregorlo 1x:- Eleito a 19 de bro elo mesmo anno.
Mnrço de 1227, e morto à 21 de Ou- l DO-
, no,,1rae10 , ·,n·-Eleito a 2á de
tubro dé 12ú 1-governou a Egreja DezemLro de 12Dú, e morto a 1.1 de
por espaço de 1ú aooos. Outubro de 13óõ.
177--Cclcfltlno 1v.-EJeito nos fins 191-Benedleto Xl,-Eleito a 22 de Ou-
de Ou tu Lro de 12Lt 1, e morto tendo tuLro de 1303, e morto a 6 on 7 de
sido consagrado, à 17 ou 18 de No- Junho de 150Lt.
vembro do mesmo anno. 192-Aavlgaaou Cleuae utc , . ·-Eleito a~
178-·I11noee11elo IV.-Eleito f1 25 de Ju-_ de Junho de 1305, e morto a 20 <ln
nho de 12lt3. Abril de 1BH1.
-1,uaoee11eio IV• - Contado· commu- 193-.Joõo XXll,-Eleito a 7 de Agosto
mente pelo :1 7 7 papa, porque seu de 1316, e morto a á de Dezembro
preàece:.i;or Cele:.tioo IV não foi sa- . t de 'lo3ú-governou a Egreja por es-
arado-morto à 7 de Dezen,bro de
t) . paço de 17' annos. •
125[i.
19á-Be11eclieto xu:. - Eleito a 20 de
1.79-Alexanilre IV.-Eleito ~ 12 de De-
Desembro de 1o3ls, e morto a 25 de
zembro ae 125Lt, e morto à 25 •de Abril d~ ·) BLJ2-gorernou a Egreja
Maio de 1261. :-. .
por espaço de 8 anno~.
180-Url,a110, 1,r.-Eleito a 29 de Agosto 195-Clc111e11te , 11.-EJeito a 3 de Maio
de 12G1, e morlu a 2 ·de Outubt•o de de 13ú2, e morto a 6 de Deseml.H·o
1266. de 1:)52-governou a Egreja· por es-
'181-C.leinente JV.-Eleilo a 5 de Fe- paço de 1 O annos.
vereiro de J265, e morto a 29 de 196-Junoeene.lo , ,.1.-Eleito a 18 de
Novt!mbro de 1268. · Desembro de 1352, e morto a 12 ele
.1 82-G-rl"1oorlo. X.-Eleito no 1. 0 deSe- Setembro de 1362.
temLro de 1271, e morto a •l O de 197-Uri,ano "'·-Eleito a 28de Setern-
Jarie1ro de 1276. bro de 1362,, ·e morto ·a 1Dde De.sem~
183-1J111oee11eln ' '·-Eleito a 21 de Fe-
bro de 1370.
vereiro de 1276, e morto a 22 de
Junho do mésmo anno. 30 de De·
198-Gi·oa;orlo ·X l·-Eleito-a
_ _..triano ,·.-Eleito a 11 de Julho de sembro de 1370,. e mor~o a 27 de
1276, e· morto a 1 ô de Agosto (não Mlir~o de 1378.
~agrado) elo mesmo ao no. 190-Urlmno ' "'·-Eleito a 9 ele Abdl
· 18lt-.Joiío xx1.-EJcito a 12 de Setem- de 1378, e morto a 18 <le Outubrq
bro ele 1276, e morto à 1 ô ou 17 de de 1389-go,ernou a Egreja .pores-
.Maio de i 277. paç·o de 11 arrnos .
185-Nicul,ío 01,-Eleito a ·25 do No- 200-BmalJ°nelo IX:e-Eleito a 2 ·, de No-
vembro de 1277, e morto à 2~ ele ~emhro de 1389, e morto no 1. 0 ele
Agosto ele 1280. Oulubro de 1 (!Olt.

6ibllotoea Publlca Benedito leito


II.-Eleito a 25 de De-
ift8.-C1en1e11te 16lt. - ·L uclo 11---Eleito a 12 de Março
zembro, e morto a 9 de Ouctubro de de 1 '1!.t4. e motito a 25 de Fevereil'o
10a7. • de 11lt5.
1ft9.-Dau,nzo 11·-Eleito a 17 de Julho 165. -Eoge•}jo. IU~-Eleito a 27 de Fe-
de 1 Oú8, e morto a 8 d' Agosto do vereiro de 1165, ·e morto a 7 ou 8 de
mesmo anno. Julho de '11 55.
150.-s. Leão I X .·-Eleito em 10ú8, e 166. -&1108«aeio IV -Eleito a 9 de Ju-
morto em 19 d'Abril de ·t 05h. lho de 11 5lt, e morto a 2 de Dezem-
151.-,·ictorII.-Eleito a 1.3d'Abrilde bro de f15ú.
1055, e mo1·to em 28 de Julho de 167. -&drlnno IV--Eleito a 3 de De-
1 Oã7. zembro de 11 5lt., e morto no 1. 0 de
152-Ellltevão IX -Eleito a 2 d'Agosto
0 Sembro de 1159.
de 105 7; e morto a 29 de Março de 168.-Ale'iu,nilre 111.-Eleito a 7 de Se-
1058. lembro de 1 '1 59, u mortQ :'.1 30 de
t53.-1,ncola11. I l.-Eleitoem 18 de Ja- Agosto de 1181-g<,vemou a Egreja
neiro de 1059, e morto a 2 l ou 22 por espa<;o de 22 annos.
ae Julho de 1.06'1. 169.-Lneio 111.-Eleito no 1. º de Se..
15[i-.1.lexn,ulre 11·-Eleito a 30 de Se- temLro d.e 1181, e morto à 24 de
tembro de 1061, e morto a 2t de Novembro de 1189.
Abril de 107 3-governou a EgreJa 170.-Ur11:1110 111.-E}eito a 25 de No-
por ~spa<;o de 11 annos. vembro de 1185, e morto à 19 de
155. -S. G,•egorlo ' 'il.-Eleito cm 30 Outubro <le '1187.
de .Junho <.le 1073, e morto a 5 <le 171. -Gre,;01•lo 'VIII._ Eleito a 20 de
~laio de 1085-governou a Egreja Outubro de 1187, e morto a 17 de
pôr espaço dê 11. annos e '11 mezes. Dezembro dQ mesmo anno.
156.-'11letor l11.-Eteito contra a sua. t 72.-Cle1,1e11te U1.-Eleito a 19 de De-
vontade em 24 de Maio de 1086, sa- zembro de 1187, e morto a 27 de
grado com extrema safr.,fação sua a 9 Março de 1191.
de Maio de 1087, e morto a 16 de 173.-CelestlnolU.-Eleitoa 30de Mar-
Setembro de '1 089.
ço de 1 '19'1, e morto á 8 de .Janefro
157.-IJrbauo II·-Eleito em 12 de de 1198.
Março de 1088, e morto em 29 de 17l.t. -11111oec11elo 111.-Eleito a 8 de Ja-
Julho de 1099.
neiro de 1198, e morto à 16 ou 17
158.-Pase,laal "·-Eleito a 13d'Agosto de Julho de 1216-govemàu a Egre-
de 1099, e n,orto a 18 ou 21 de Ja- ja por espaço de 18 annos.
neiro de 111 O.
t 75. -Jlu11orto 111.-EleilQ a 18 de Ju-
159. --Gelnalo ll--Eleito a 25 de Ja- lho de 1216, e morto à 18 de Março
neiro de 1118, e morto a 29 de Ja nei- de 1227°-governou 11 annos.
ro de 1119.
(Continúa).
160.-Callsto II·-E1eito no 1. 0 de Fe-
vereiro de 1119, e morto a 1'2 ·ou 13
de 112[J. DR l1Rr111011I" e ntre o Sneercluelo e o I111•
ltt~rlo 1te11e1ule o J,e~ Con11uur11 da so ..
161.-Hmaorlo It.-EJeito a 21 de De- efedaule. ·
zembrQ de 1124, e morto a 14 de Fe-
vei-eiro de 1130. · Quando a Egreja Catholica veiu es-
162.-lnnoeeuelo n.-Eleito a 15 de tabellecer-se no imperio romano, .não
Fevereiro de 1130. e morto a 2ú de encontrou aqui ~enão uma unica a·ucto-
Setcmbr·o de 12lt3. ridade,. a civil. ():, Imperadores, herdei-
ros da repqblica, tinham anexado à seus
163-Celestlno 11.-EJeito a 26 de Se- titulos de-Cesal'es, e Augustoc,-o de-
temh~o de 1143, e morto a 9 de Soberanos Pontiíice~; e a Egreja estabel~
Mal'ço ~e 11 ltlL. lecendo-se nà.o teve uma pretençào me...

~
JB3JP?JB3JL
nor que a d'elles-a pretenção de Lirar- crilica condemna. e que sam diametral-
llies este Litulo de Soberano Puntifices, e mente oppostas a idea de-Divindade-
c1e levantar a pai' do poder ch•il, um po- 1sto, porem nao - •nos deve causí}l' ad.mi·
Jer pul'amente espiritual. Fê-lo, e d'es- ração, se alteodermos. que. a sua religião,
de então e~tes doi,; podere.s tem m:il'cba- era uma religião e m tudo fabulosa, su-
do pai' a par, ora at,1xialiando-se, ora persticio~a, e de cerecnonias e ritos inu-
comba tendo-se. teis, uma religião que fasia adorar nos sP.-
Se lança rmos uma relance · d'oluos us altares o mesmo cl'imc personalisado ! !
sobre a Lii') toria, e ,1hi con templarmos não Tal e o quadro lastimosc>, mas vct·-
só o .passado, ma.-. até o prese nte dos po- dadeiro do Pagani!',mo, d'cssa religião que
vos, reremos, que a1-1 diffel'cntc-; fdzes então d o mina,•a o e"pirito <los p ovos,
porque tem pa~sado a humanidade, oru quando apparcceu o Clll'i~tiaoismo;·q uan-
gosaodo de uma completa pat, e coo1 esta do chegou o tempo em que segundo as
progredindo tanLO no seu mnra l. como divinas pl'oll'\e!,!-U:1 o gencl'O ·humano de-
nc) material, ora nc~l>runlH)d.t por guer- via receber um ílcde mplor, e uniu nova
r as. vicio8e milhares d 'on lro~ obstaculos, rc velac:ão. Entiio foram prei.c l'ipta~ todas
que de rramando a diM·ordia entre os po· as m,u:imas segu ida:-; ma.:\imas que nada
vos, os inhibcm <lc todo e qual<iuer pro- se compadeciam nem cúm a idca de um
gre.,;so lanto phi:-ico corno moral e reli- Deus, e nem com o bem proprio do ho-
gioso, sam devicl" ão tn?.iol' ou menor mem; ruaximas de '.,a ngue e crueldade~,
grào de rcligiao qnc existia e exi~te entré e legitimas c·onsequencias das aberl'ac;ões
es~es povos. do e.,pirito humano na in ven~ão de um
Negar-se a influencia heneíica do Ca- Deus, e de uma religião! E~Las mnxima1-,
tholirismo sobre o estado da sociedad e, disemos, foram prcscriptns, se ndo ~ub"-
é se m duncla negar um foctn que tem a Lituidas por oulras , que sornante acon-
sun pro~'~. e as mais clarns e frisau tes de- . selh am o amor do proximo, o perd;io d os
moastra<:õe.; na obser,'a<_;ão e experic.ocia inimigos, e a<lo 1·t1<;ào em e!'lpirito e ver-
de todos os tempos, e <le todos os clias. dade do D11ns Ünico, e Creador. Com
In:-ufficie nte para fa1.ee c11mpril' as c~ta oo,·:i ordem, comec:arnm a ~e r ba1ii-
obrigac;ões ruoraes e ciri.s do liomem, o <los os \'icios, crimes e torpcsas de que se
Pagani..,mo, el'a uma fonte mai-. que a bqu- achava inc:ada a humanidade, e a appa-
d,1nle de vicios, erros, e torpe1'aS ! Isto é recer as virtude~ civjca:-, mor~1cs, religio-
tno conhecido peln lri:..toritt, que quase sas 'e políticas, medida~ todas pelo cspi-
ôesnece:-sario era o apresentarmos pro- rito elo Evangelbo pelo amor, e cari-
yns; no ent1·clanto sempre lcmbra1·emos dade. E por \'entura uma religião tal não
os Philo.mfos do Paganismo, que entre- dt•veria dar uma nova trnnsforma(;f10 ás
ga ndo-se ora aos eKcessúS de suas pai- instituições humanas? E daodo não de-
xões, ora commetten<ll> as maiores lorpe- vel'ia n1nrcar nma epoca amai~ ootayel?
sas, send<;> estas favorc<·iclas não so pelo Não e ella pm· venlura a cau"a e o tbeL'-
cspirito da cpocn, como pelas suas maxi- mometro da civili-.arãu ? ~ão é ella a uní-
mas moracs e religiosas, no~.. clàm teste- ca religião, que d ep~is d e fazer as delicias
munho em abono do que disemos. As- do homem cà na terra, é ainda a causa
sim Aristol(~les admittia a intcmpel'ança, de ventura lá no Céu?
e negava a Provid~ncia; Pl.1tào approva- A Religião é urna das primeiras ne-
va o abôrlo, e confundia Deus com o ces~idades iotellertuaes do homem, um
mundo (boje douclrina dos Pantheistas). fim fundamental da sua Yid~, digno das
Não laouve Pbilosc.,fo d'antiguiclade, que suas mais sel'ias arnditaçõcs e u1na fonte
não estivesse persuadido, de que os des- de de,·eres e actos importantes. Se assim
varios de sua ras~o eram verdades con- é, com segurança podecnosconcluir, que
<lucentes ú felicidade para ']lle fora crea- o Catholi<"i~mo influe no e~ado da socie-
do o homem. E bto porque ~ pnrque a dade, de modo que esta tem interes!'le na
l'eligião, qruc os gnia,1a era insuilicienle. ma existencia e conset·vac;ão, afjm de me-
A sua rastlO, era o scn farol, e apoiados lhor garantir a execução de suas leis. E
nos <lbjectos extcq:ios, e sensíveis, não na verdade é da essencia do Cbri~tiaais_.
pL'aticavam, mas are ensin.lvarn <louctri- mo penell'al' na. vida ~ci\'il e publica, e-
nas, que a sã rnsão reprova, que a boa tram,formnr o corpo s?cial (?Ul ur:11 Esta-
do Christão~ no qu al a magestade da r e- gina<la pelos - religiona rios francezes- ·
ligião é reconh ccid,\, bonra<lu o p1·otcgi- Em quanto a religiaõ e o saccrdocio ahi
da pela mesma auctoridacle soberana. -- foram desacatados e qôeirnados ! ! . . . o
Coadjuv,un-se, poi-;, coLOo vemos, as<luas seu progresso foi d Ln-idoso ou ner. hum,
sociedades-a Ecclesiaslica e a Civil, e o governo veli pcndia<lo, o crim e conside-
não é facil operar-se mudon~a em a lgr t- racfo como C()usa de pnuca m onta e . • ••
ma d'ella~, principalmente na religiosa ern un1n palavr.,-era nm \'el'dadeiC'O in-
sem qne esta mudanc:a seja tran-.mcttida fe rn o, onde o terror estava infillrado em
à outra, podendo mesmo dizer-se co·,n todas as a 1mas l ...
ver<lacle, que as gra ndes mudanc:as poli- D'aq11i dcdui,imos uús um~ conse-
ti cas, ::.am ordmariatnente e/leitos das quencia sem duvida ver<lade il'a, e é: que
á ltera<;ões religiosa1'-. . quan to mais pura e inco rru pta fur a He-
- Na Yerdade, a bi:.lo1·ia nos mostra, ligiaõ Chri-.lan êm qualquer pniz, tanto
qu e jamais os Priucipcs gí.>sararn de um mais estavel e seguro sél'à o seu govc1·-
gl'àO mai ol' d'a mor e eslirna entr e os seus no-por quanto a!>sim como cxi:-tem ho-
suh<lit os, do que d epois elo cstabe ll eci- men~, qu e sam mas fo rt emen te aba lados
rn cnto do Cliri.stiar.i:.mo; e ao pas~o que pela san(.'çnõ dos pr~ceitos civis, assim
se vê ir a religião C:i lholica lan<;ancloseus tambem C.'.is tem ou tros, (la lvei a maior
fundamentos em nin Paiz, Yê-sc ao rnes- parle) qu e sa m movidos pelos preceitos
mo tempo o poder civil mah rcs pe1léld o, e sanc·raõ 1·e]io0 'io ...n-'fülle rcti0,rioncm et
>

e esse mesmo Paiz mais florescen te. O non inveuies subdilmn, qui pro pab·ta, f11'0
facto é incontes tavel, e p a r.1 não e!-ita r- republica, p)·o 1·ccto el justo, discrimen (01·-
roos n mencionar lmperios que tem sido !111utrnm, dignilalum, ritre que ipsiws sube-
vic:tima.; da st1<1 <liscrcnç:-i , sc>me nl c pro- al, si ell61·.~Í.'i aliu,·um 1·ob11s ipse COfiiwlere
<l11 . ;il'emos, o l)Cgu iole fa<·lo, d,,Jo na sibi, e/ ill /wnoro (ILque opule11tia vilmn
1"r,10~a. dace1·e pos.íi f. - di::. lei buit=.
Quando Francisco 1.. 0 fe:t. entra r na flaja por tan to Liarmonia entre os
Côrte os Litteralos e as \lulb cres; com dms Estado~; ajudem-se mntnamente o
esta sua medida fez na1<ce r uma relaxa- sacercl1JC'io e o Imperio, de maneira que-
<:ão de costum e", que tornou-se mais que aquelle reclarnan<lo do lmpcrio, que em
faeil a introduc•<.;i\o de principios helbo- vez ele ligar aos preceitos da Egreja leis,
rodoxos. I~ quando Hen rique 2. 0 as:m- q 11e os e~torvcm ou enfraq ue<:a m, os sus..
min as rcdeas do poder . a.s di \'en,as clas- lente com os sens regula meo tos, pn na os
ses do Reino ja se ach,H•a m c.1 ~ tal mílnei- ataques exlcrnos co ntra a Egreja eu Re-
rn imbuídas ao Calvinismo. qu e não obs· ligiaõ; prc, ina e soffoqueos::icismes; prn-
lan te o~ exforC'os, qu e emp regou para .l veja a sm,lent..1t;aõ ordi naria <lú cnlto, e
cx.Lirpac;t,o da l1eresin, encontrou muil a'i · dos .\1inistro,do Altar; lionrce recouhe-
dim cnl<ladesa , enrer, não llie <laudo oc- c;a por meio de cli:-.tinc<·õc,; rivL,, aquel-
ca~iãn parn o tieu triumpbo, a l'<lla m or te les q1re se nir,11\1 a Egrcja. Da sita parte
· tão prcmJ lnl'a. E ~o p<-H' ve111ura pol'c!itn n Egreja <lc\C~ te!\tcmunlrnr-luc umu con-
causa na<> li re ..i-c Llcnricpac 3." i11 tem- Lian<:a proporcionada .1 e~ta pt'olc<·c;aõ;
p esti,·a mcntc :-u bido ao tbrnn o, por cer- prestar-se a se us ju-;Los votos <! reclama-
to a íl.epuh1it'a, a cojo cstabe llecimen to ções a pr<> das in,tiruic;õed religiosa'i do
tendiam os flelis:ionurio.-.. leria .,ido fun- pn,z; fixai·, depni,; ele ~e h ave r ('nlendi<lo
dada so bro as r17in.1~ da \lonarchin. com clle, as l1•i ... , e medidus tenden te:,
Se dirigir1110- nos para a Suis:-a rnre- àqu elle íim; extirpa r qnaato cm si ca iba
mos, que a revolnçaõ nperad.t no Cantaõ os males P. a basa'-. que se lbe'assignnlem;
de Yaucl em 1831, e q11e d<'poi, c~ten- impeJir toda a in"ª"ªÕ ele seus ministros
dcu-se aos 001,·os Cantões. ch nmadus- na cspbera do Estado; yela1· co m elle no
regcnel'ados, foi uma r·e,·oltn em tudo e bem e~Lar geral, e nós lcm pos de cri:-e
por tudo origin:.1 da pelas perturbnc;ões ajuda-lo mesmo corri os seus haveres.
religiosas nlli lançada~ p1·lo~ \1 cthndi, t:u, D'csta arte os dois P oclel'es trabalhad1m
J>roclamando-a liuerdade rclirrio,;a-Fi-
n frnnca e <'oncor<lemenlc segundo o seu
U<\lmentc a revolm:ao .Frçlnce,a opcr.1da ohjccro; 11·~, la1·úm arn igavelm enre os ne-
em '1793 foi ~em duvida a cáu,a da deca- gocios commun~; soh•crúm as colli,ões
dencia da i\Jonarcbia. decadcncia ongt- por meio da model'a(;aõ, e concordaram
entre si como Membros de um so corpo, e de boa· fé não consideray~m senão os
o ela Chl'istancladc. inco nven ientes que ordinariamente resul-
Assim poi~: a Egreja sob a protec(;aõ ta da mudança de um culto, que por
elo E:;tado cumpl'il'à a sua missaõ facil e longo espaço d e tempo tem si<lo admitti-
gostosa m ente; e o Estado serà san tíG cadq do; e, julga ndo do cbristianismo por to-
e fortalecido pela acçaõ da Egreja cm das as mais religiões, sem exame algum
suas ultimas bases. regeitavaro-o, e lan<:.avam longe de ~i.
Parece eo tret.iolo que a grand e co-
ragem, que então app resentavam aquel-
Co118hlc1•R\'ÕNl ,,;oa•t\es soln•c osoltstac11lolil, les que da rnm o seu sangue pela f'e de-
iaue f!!c 01•1mse1•tun ao e11tnJ,eUe«-i111ento Yia attrnhir e Gxa,· as attenc;õe:;; porem
cio Cl11·i~tlanh11110. uotemos, que o ~loit•ismo naquella epo-
(Co11rl1,ua1to ,t.> 11• .5.) cha d om inaça asintelligencias; espalhado
por toda a ten·a , tiuLa ensin,\do os ho-
Os obslaculos que se encon tra vam da
mens encarar a morte com fria ind•Lle-
parte dos povos pagãos não eram meno-
ren<:a, com desprer-o, arrnstala; os mnr-
res do que aq11elles que acaba mos de
ty ,·es pois não admira,·am. Elles mol'l'Í-
considerar. Porque era preciso persua-
dir a esses povo'\: que os iclolos que ado- am por a doutrina, qne pregavam, t:,
sem se procurar , 011 indagar qual o m o-
rnvam uào era m dcoses: que os espccta-
culo.s, que as fe-; ta'S qu e celebrava m em tivo de i;na pel'suasão, os mnis moderados
bonra sua, o que faziam a principal pa1·- dos gentios oi; accnsam, os la"limam de
te do cullo, n5o eram concentaneos com serem tão obstinad os, tão aílerrados aos
a ideia da di,,iaclJdJ, send o-lbe pelo con- seus principios, aos principios que pro-
trario .muito rep ugnantes e injuriosos: pala m por toda a parte. Tal é o eflcito
que es'\~ prodigiosa multidüo de mythos <le prevent;ão; os milbo1·es espíritos nãv
em que luJViam se,opl'e crido, de~<le a examinam, e con<lecn nam. Os pbilo~o-
infaocia, nada f>igniücavam, eram erros phos Lambem m uito concorreram para
intollemveis, al,~urdos insuportaveis aco- que o Christia nismo não se esta belecesse,
bertados com a maravilhosn capa das al- e fosse regeitado. A principio obstinados
legorias: finalmente que o verd adeiro
cm seus 5ystemas, e cegos por elles, des-
Deos é um, q11e estf, nos ceos, e Cbl'i:ito,
seu Filho, que veio no mundo para os re- prl;\sa ram o Cbristiaoismo, e não curaram
mir da condetnnaçàl} etema, à que o or- <lc estuda-lo em !mas l>a1.e~. Ao depois,
gulbo, a malicia, e o e,raodalo os arre- qna ado já o Chri:.ti:,nismo ia tomando
messaram. Ao demais, a impostura lall'.l- vulto, c11,; piram-lhc sarrasmos, não se
hem p1·e:itou o seu vali o.,o contingente a ltreve ndo appre:-entar batal ha• arca a
para a obr~ da incredulidade em .Jesu- arca; e porque o Christian i~mo reprova-
Christo. Nu nca a Jud ea, Roma, e as va o seu 01·gulbo e coníian<,a, e prm,c re-
mais provia.das, se ,·i,·am tão inc;a~as de
via que cressem com humildade, doutri-
impostores,. de magicos, e astrologos co-
na esta, cujo espirita era contrario, edes-
mo nos lres primeiros seculos da l~ reja
Chrisffla. O povo pouco capaz de racio- favoravel c1s suas opiniões.
cionar, e sem pre le,ado a crer no que jà Em fim çon~idernndo todos os pre-
creu uma vez, sed11sido por todo-, os la- jursos que reinavam en tão, não podemós
d os, confundia, pm·uma ignorancia mons- deixar de nos admirar do como atraves-
truoim e prnfaoa, o Filho de Oeos, o nos- sou, entre tantos e tão perigosos escolho~,
so Redero plor, com esi;es vis e de.,;p1·esi- o Chrislianisrno. Quando ,•ernosamagia,.
veis impostores. Os inimigos da religião, a astrologia,ª"' ceremonias e supen,ti<;ões,.
não podendo por sorte alguma negar, ou que por tantos soculos estavam al'reiga-
occultar os immensos. e grandes mila-
dos, c~<ler lugar a r eligião d e Cbristo ~
gres, feitos por J esu-Chri:-to, aproveita-
vam-se desta disposição dos espi1•itos para não podemos de i.xar de cl'el-a verdadeira,.
a submergir no de~presot no eliqu.ecimen- e de com fo· e enlbusiasmo dar graças ao
to; e repre!)eotavom o Sah ador do mun- 1 Creador de haver visto a luz n' um secu-
do como um magico, como um homem lo, onde não mail> impere a impostura ..
instruído. Os homens mai~ esclai'ecidos '* .. .
. . .

, . Entrou no paço d'Oerodes, Aqui monte, que ao céu sobe orgulhoso,


Nos festins da corrupção; Cedl'l :\s furias d'agua condensada;
R mal disse o rei que espos:1 Alll soberba torre era innundada;
A mulber de seu irmão. Alem desappar'cia o ce<lro annoso.

Sente os poisos algem3dos Ai5slm de Deus o braço casligava


E, no carcere, seru luz, Oa triste humanidade o crime ins:ino,
o perdão do rei aduliero Que ajustiça do Cca desallava;
Supplica ao seu Jesus.
Sbmente sobranceira a tanto damno
Uma voz chama o seu uome, Do huml<lo etêmcoto lrlumravl\
Uu,a mão lhe solta as suas A arca, sobre as aguas do Occeano.
E seren:i a sua face,
Quando vê espadas nuas. Vieira .

Curva :1 fronte; e a mão do alfango


Fai rolar, em aurea taça,
Acabeça, premio e mimo Sabida da Arca.
Dos capi-íchos da devassa. Irls cl' ~llla u ra.

Nos tr:msportes d •um banquete, V}.11 ,


noudC'jando 1le praser,
Berotlias delirante, Locutus est nutem OcuJ all l'io~, c:li·
cens: Egrc1foro ti~ nrc.,, tu tt uxor tuo,
A cabera alll quer ve1-. lilii tul, ct uxorcm llliorum tuorum te·
curn.
Um adresse desencrava Gr.~·. CAI'. \ Ili. V, S~, tG.
Do dourado carmezi, Andava ha l~ngo tempo divagando
Alra,·t•ssa-Ih'o ua língua, A nrca salvadora cm ru:ir violento,
Ê, vingada, folga e ri! . • • Até que ao sopro tl':iglt:ido vento
D' Arroenln vai pr' a os montes na \'Cgando.

Alll do corvo apoz ioé sollando


J.igeira pomba, que es1>erou allento,
Herodes I que é do teu famoso exercito, A viu vollar, no bico a seu coulento
Qoe, ha pouco, :1 batalhar, marchava urano, Um raruo d'olivcira sustentando.
Qual hct'oc, que vcnc,eu i>
Vac !. .. levanta as bandeiras espargidas Então, vendo que Deus linha cumprido
Do sringue desses l>ravos, retalhados Promessas, que flzera, e que o propldo
Pélll espacln do ceu I l,he estava sendo o Ccu, qual linha sido.

Na concha da balança pesa o sangue Em troco de tamonho beneflcio


Dos viole mil, que alastram as compinM Erige um losco altar, e agradecido
Do reino de Jodã I Olf'rece a Deus solomo(sacrificio.
Nn outra pesa o sangue do Bapllsla, \ ' tE l fü\.
Vcràs equilibrado o sangue, e o Eterno (Extr.)
Entre acnl>os julgarà ....
Camitto Casttllo-Br anco;.
ANNO CBRISTÃO •
.;JUN HO.
Entrada na Arca,
19. SECONDA-FEin.\. -D·esde este dia,
vn. ate o de- Qui nta- feira 22 do corrente,
con ti ut1a a resa r a Egreja dn oictava de
Ui)it q9e dominas ai! eum: lngce-
tlcrc tu, ct om11ls domus tuo ln nrcAm• Cor pus-Christi.
te enlm \'fdl Jwlom coram me ln se,
uerali,•n~ hac. 23. Snxn-11 rmu. - O SS. Corarão de
GEi'I, C, VII, 1·. 1, Jesus. - A ~an ta Eg1·pja q uerend~ por
Apenas na arco entrcu Noé pie<loso, todos os modos a<!ccnder em nossos pei-
.A par de sua prnle al>ençoada, tos o fogó <lo a mor · ao nosso Deus expõe
Das ouvens grossa chu,•a desatada hoje it nossa veneração o Curação de J e-
Tornava a ,ten " cm mar tempestuoso: su~Gbristo, como um Objec:to bem capaz
d.e o excitar. Com efl~ito, flJi n'E~tc Co- ganc;a, aclrn-se jú confil'mado por Sna
rar~o onde ardeu uin :1 mor t5'3 intenso San tidade , e muito brcrc dererà sa-
peJoioi homens, que o fe1... sacrificar-se por grar-se. ~luito nos alegramos com a con-
elle.; ! fui este Coa·a<:ão .11no1·oso. que não firmação d'este novo Prelado, que cabcm-
permelliu a Jesus sepa1·a1·-se inteiramen- do-nos a honra <lc se i' seu discipul o, ti-
te de nós, e o fez institui,· a Divina Eu- remos occa::;iào de aprêciar os seus vastos
cbarislia, onde realmente exi~to ! é fi- conbeci1nento" e rirtu<les.
nalmente E::te Coraçaõ, qne, resuscita<lo, -Corre colllo certo, r1•1c o Bispõ de
ainda nada deseja tanto como a salv~u;üo ,\ la cáu se ~ubmellera a m ouitoria de Su.,
dos bornens, e esti, sempre prompto [t Santidade, com 1·cceiu de que lhe fosrnm
perdoa r-1 hc~, quando anepen<lidos o bus- effectivarnente fulminadas as ccmura~,
cam!! que lhe ha viam sicl,) eommioaclas. O que
'24. SAnruuo. -S. .Jo~w Baplista-·o é certo é, que peclio licr.nça ao governo,
precurso r de Jt!1;11s-Christo, foi por eUe e ao intern11n('ÍO monser.hor d e Piclro~
santificado ainda no ventl'e de sua \Jãe para regressa r ao remo, e qoe se cspe1·a
,Sánta Anna, que, ~endo csteril, o con- bre\•emente em Lisboa.
cebêra já velba, segundo uco Anjo pre- -No dia i 3 do corrente co ncluil'am-sc
dicera a Zacharias seu marido, o qual em no Convento dos Heligioso~ Capudiiuhos
castigo de uüo :-icrcdital' n 'esle vaticinto Pra nrisca no.e;, as lresc r:rns do Bema ventu-
ficou mudo ate clepoi~ de nascer seu ines- ra<lo Santo Antonio, q11c foram feita rom
. perado filbo. Quando crc.;cirlo foi para o toda a pompa e c~plcnuor. Em todos os
de... erlo p1·egar o haptismo da penitencia; lrese dias a cuncorrcncia fui bastante
e aos emmis·ml'ios <la Synagogn. qu e lhe grand e. No <lia 13 de m:ldrugada teve
pergunta'°am « quem ellc era? respon- logar no <li.to Convento mm1 \Jissa noYa,
deu que oà.11 era o Càris'to, mas ((Ue no celebrndn pdo Hev. Pa<lrc Antonio Ta-
meio d'elles e;itava qncru elles ignora- vares <la Sil va, ln, pectonlos /\tumnos do
"l'am. » Tambem .lesus-C ht'i ,;to disse «que SerninarioEpiscopa l. Ao Ernogelbo orou
elle era mai 'I do que profota » e foi sugei- o Revm. C,rne~o Dr. ~Janoel Taval'es da
tat·-i,;e ao seu baptismo. Havendo repre- Silva, irmão <lo novo celebra nte. A' fos-
h endido a Uerocl c:; telrafcha ele se us es- Lividacle do dia, orou o Renn. ~r. Cone-'
candalo-; com llerodiacles sua cunhada, go Eleulh erio \1arque.'i <l.1 Silva Ro\\a',
foi mettido em 11m carcel'c, e <ihi foi de- que disc·revendo u,; virtudes que oma ram
golado a pedido de uma filha de llero- tão iodyto beroe do Chrh,tianismo, em
<liades ~ quem seu thio, encantado d e a nada de:.meotio o conceito fovoravel que
"Ver

dancar
>
em um fe:-lim, prometteu a sen respeito forma o publico.
dar-llic o qu e lhe pedisse; e a cahec:a de -No dia 15-Teve Jogar a fe~tividade
J oão foi o q 11c ella, in,tigada por sua de Ccn:pus-Cbristi, feita com toda a pom-
ressen tida mãe, pecli11. pa. 1l0t1ve \1i -;sa na Cathcdr.il a gl'ao<le
25. DomNco.-Besa a Egreja n'e~ te instrum ental, d epoi-; da qual, sa1u a Pro-
dia d~l Puresa da Virgem Saotissimn.- cis~ào, le\'andCl o SS. Sacramento Sua Ex:c.
Ella aos queira ajudar, e d ar-nos aquclla Rev m. -Pefas rnns se achavam postadas
candidez, e innocencia, que faz o mol'tal, P.m linha os di,•e rsos corpos militares que
encarar com tt·anquillidade e resigna c;ão, ora ~q11i e.xbtem, vc:..tidos todos a grande
a morte. .. uniforme. DepQis de rccolb e1·-se a Pro-
cissão, Sua Exc. Revm. concedeu áO dias
de vercfodeiralnclulgencia, a todas as pes-
soas que se achavam presente~.
PonTUGAL.-0 Vice-R eitor da Univer.-
sidade de Coimbra D. José ~laouel de
íllara11/úfo - 'l'yp. tlc J. e. u. da Cunha Torres,
Lemos, que fôra nomeado Bispo de Bra- Rua elo$ Barbei?'os n. &.
· AN~ff I Segunda-feira 3 de Ju:irn de 18(i4

O.CHRISTIANISMO.
1·1: Er.o D\ :.u1'-A,r: 1r•ç , •o. X Q

I•• ~ • t !O \ •
( ! 1111·
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, o,, ft'lli 1111 fn111.• 11c1·1JrN u,: ~,t1,·11r~.
S. Lur. e, o. •, !KI.

OCHRISTIAN IS MO. cllcs não podiam conc.:chtn· c1 cstravogan-


c ia cfo a I bc u.
O cornt;ii u tamhc m tem sun s dcmons-
lrn<;õe~, <lcm o nslra<;ões sem rcpliea para
( t'o11ti111tf1llo do 11. 8). todo o homem a quem a 5e n-.ação brntn l
nüo cx ting uin scn tim en lo. F,, llurcmos da
Sl' ni"lo li a 11111 ato,nn no 11nive1·l'ln sc n-
leude11cia irrcsistivel de nossos corações
sivcl <pie nt,o prtH.:bme um Deus t·rca<lol'
parn o infinilo, ton<l enl!Ía q11e seria mui-
e nrcl cnutlcll', n~o lia um focto el a o rd em
to ah:,u rda posto c.iuc inco nlesta vo l seja,
i111e11eclual e moral que não <lcmo~tre a
se não exi . . tis:;e o infinito.
mosmn verdade ao c.;pirito meditativo.
Scjanios breve. O impio não pode nega ,· qne Deu~
1." O finito, o imperfeito existe: co- tenha ti<lo e ainda hoje tenlat, um grande
mo o infinito. <) perfeito não eÀi.;til'jn .! A nnm ern de crentes il l!is, di~po~lo a sof-
pcrfci<.;iio .se u<lo a exi.;lencia seri,, uma frer tu <lo pam n:io o d e..,agradar, e cujas
r:isão de não existcncia ? vidas nada mais .sum do que um lon «:r-o
. ' o
'2. º Nós temo,; a itlea do infini to cm smp11·0 pat'a o ccn.
p cr fc i<)i o: p(lr con-;equen<:ia c~istc ; se Elle que veja o ~Jii;sionario Catholi-
não existisse, poderianio11 idea-lo? nt"to. (n) co nrran can do-:-:c dos hl'ílÇ•>s de sua fa-
3. º Segnndo a <'on6,são do proprio milia, de se u-; am igos, ntravc~sando (na-
Athcu, Ocus é possi,·cl: logo exi-.te; por res dc1,conh cci<los: encar~ndo, com a
que sua uoc;ão impli<:a i<lea dê exislencia; crnz na rrúio, o!-· a nlropopha gos d as ilhas
e impos:-ivel concebêl-o não exisLindo. da ücca nia, arro.,tando com a foria do"
/1. º O que entende-se p01· Deus?- .h,ponescs, dos habitnntes tle Tong-King,
O Ent e ~upremo, ser do:; ~eres, aquellc cuj os su pplicios fa'l. lrc mi>1' a q uo m n'cl-
<i llC ~U pocle di--er: /.!,,'u SOll O que sou. le... pensn. O <ptc quer ellc :) Faser co-
~cg,11· a cxibtcneia clc.-;lesel', 6 dizer: fUJ 11cl- nh c1·cr e ama,,.~e11 l)cn ... , atPár em tódos
le '!"ª 6 11no 6 ! O q11e e.tis/e 11fin e.i:i.~lel os <.:orac;ôcs o f11~0 · qn c o nbras.1.
G. º O homem pcn-.n; mas o homem Que ,·ej,, n li lha de Vicc11te ,lc Paula
1
não se fo1.; f HH' con~N1ncrn·ia o h ome m é a caheceirn <lo leito do m0rih11ntlo.
obrn d e 1110 ser inteJligente. Que ,·ej I o P.,dre no l.i1,a1·e to dl)S pes-
[i:.,tcs prirJC'ipio-1 np rnfunc.l ndo,; pela ti foro., e rolerieos. Oue lrn d~ vel-o a fo-
reflexão, pareciam de u,na tnl evidenria " -
ce da ()mnipotencin philo"opbica , recu-
aos Descar te!!, aos Boss11ets, aos Fenelons, snt• a palavra que lhe !-.alvaria a vida e
aos ~'lalcbranches, ao'i Bonalds etc., qno cnrninhnr par., a morte co rno se fosse
{.>) T,-em·"' 1Mh tio: ctm ,c1.c~ nlljeç1~d n 1111c ~ ld t 3 elo infi 11ifo ,!
para urn a-. bodns. (h)
n cg;itlvn, e 0111r~~ 1,,it.J~ vc7c$ ~a t~m rc•11111uli<!11 11111· se cs1. r111ln\'T~
cuceir~ um, nr.;~~:,, (,,:,,, finlt>) "~" e wn:,,, 111 Corm, grnnu11:1llc~1
Pinalmcnle nã o ter~ ,•i-.t<i o .\1hcu, o
~•11ht•n •n,11lo un rsi,·ncln nm.1 c.ompJc tn :iO. 111ac~o. ll n.1 1rr<lndc , o chri... ti'io fen•nrn-.o, suspirn r, no seu leito
que i;,,r;, " ~t,· {t"llfl. S<"ll,1<1 n ><'f ()111: ICIII limltrl', ff ()IIClll Í•ft~ 111111
r,crM<,;111 ull~rlor 7 ,\ hl<"a 11,, fl11il11, p1>~1n q1111 c111111cl:1tl:1 1H1al,n 1lr. de m orte, pelo ,;cu Deu~ com e m ardol·
uma Corm~ afin11alha, i: ronJtutlo r«Nlrl~hn('nte n<~J~ IÍI n. ,\ í1lc3 ,lu mai ,n· e mais inten,n, cb que () viado,
infultn, t•do cnntr:11io, cncr.rrnndri n na~otln, :1h,0J111 :1 elo 10<13 11Cr1·
l"t ,, ,; n 111:oi< VMi!ln <1•1r P ·~,í•
•I ,,•jn ,nncc!Jer-<,e. P.., ide~ dr ni-1-
tMl:b cús1i11110, i,,• nta cnm pl t:1111~111c do- n~dJ, Vld F, 11c/1111, ,tç,,umt. (h) ll.,rrucl, lli s1ohe du clcr::• vc:illant la rcno!uliOII IQm ~1,'UndO
11111 /on d~ l'c:rl~tc11cc _d,; /Jtcu. p. !17.
1

que quando seq uioso rnlM, corre apoz do 20li-João x~mr-Elei to n 17 c1 c Maio
regalo para dosa Iterar-se P (Ps. ÀLI, 1.) de 1ltlO., e <léposto a 20 de ~Joio <lc
Digam-nos ng0ra; um se nlimcnto tão 1 /J J 5- gorcrnou a Egeeja po1· cspu-
profundo, liio inlern-o e t.io hcroÍl•@ em ço d e 5 anuos.
~eus efleitos, serà sem objecto rea l ~ O 205. - iUarOul,o ~-.-Eleito a 11 de No-
n ada i:erà capaz de toca r, de mover tão
Ycmbro ele 1ltl7, e morto a 20 de
poderohameo te o cor:1çüo do homem !
Fevereiro de 1 lt31-go vernou a Egrc-
!\1uitissimas vezes acontece toma r-se oco-
ja por esp:u:u de 14 annos.
bre pelo oiro; ma~ jàmais viram sncrHi-
car repouso, prasel'cs, a{feições as m~is 206. -IEo~enlo IV.-Ell!ilo a 3 ele Mar-
caras, em urna palavra a ,1ida po1· uma ço cle 1 ú3 l , eu1ortoa '23 de fev e-
a bsoluta cbimcra? Certo que não. reiro ele iltú.7-go vcrnou a Egrcja
Se a as~enção ec;pontanea do ferro não por cspa<;o de 15 an nos.
se explica ~cnào pcb aproximação <lo 207.-1\"leolnu ' '·-Eleito a 6 de ~larco

iroan, ,,ús q11e nega is o iman celeste, co- de 1 /1[17, e morto a 2L1 de Março de
mo explicareis a a llracc;5o religio!!a do 1lt 55-govern ou a Egreja por espac;o
coraçúo humnno, d'este coração não me- de 8 ;moos.
nos avassalado ao amo r das bellesas ter- 208-Calb.to 111,-Eleito à 8 de Abril de
J'estres como o ferro o é as leis d;1 gravi- 1
1lt55, e m orto a S de Agoslo
... de 1 ú58 ·.
dade! Mostrai-nos entre os-- vossos, o
amante apaixonado do arcaso, o dP.volo 209-Pio u.-Efeito a '27 <le AgoMo <lc
<la naturesa, o marlyl' do nada. 1 lt 58, e morto a 26 d o mesmo mez
Ainda não é tudo : Deus é odiado! ... de 1 /164.
Graças á filosofia d o seculo 18. º, ,·imos o 210-PRolo 11·-Eleito a 31 de Ão-osto ~
que jamais se ,•iu, assembleas numeeosas d e 1li6L1, e morto a 25 de Jullio de
entrar em com·ulc;ões ou-çindo pronun- 1l&7 l.
cia r o nome ele Deus! Vimos freneLicos 211-Slxto ' '"·-Eleito a 9 de Agosto
não recuar <liantedosattentadosparn anai-
de 147 1, e morto a 13 d e Agosto de
qnilar a iclea do se r Supremo l-~Jas po-
1liSLi-govcrnou a Eg,·eja por espaço
dia o nada inspirar ta nto odio? Uma tão de 13 aonos. ·
grand e reacção no cora(:fio elo impio não
212-lnnol'en~io 'l.'111,-Eleito a 29 de
sc rà uma pro~a <f llC elle ~C sente chocado,
fel'ido e calcado pela prescn<;.-a cJjvina P Ago:,,to de 1ú8lt, e morto a 25 de Ju-
Querei:-. que se"º" mo ,tre De ns? olhae lbo de l 692. •
poi : que o verei,; não ~ó nac; d oce,; lagri- 2 L3 -Alcxnaulrc , ·,. - Eleito a 11 de
mas que o seu peo,ao,enlo fazcnrrer <l •s Ago:-to de 1 lt!l2, e m c11·to a 18 ele
olhos d() moribundo ju, to e con tricto, co- Agosto ele 1503- go"·e.rn ou a Egreja
mo na espuma que ~en nome faz hurbu - por ei-pac;b de 1 ·J nnnos.
lbar so bre os labio., dos que o negam. 2 1ú-Julio n -1'..leito no 1. º el e Novem-
Por1·:wlo é indubiiavel_que e.o o chri-.-
hro de J 503, e morto a 2 de Feve-
tão se rnoslra lw1111:111 na so l11 <:ào que ell e
reiro de J 5 13.
dà a qttl':-la ó d a orige m d o uomcm. e as-
sim damos pôr tonr1inado este artigo. 215-I,ri"io X·-Elcito a 1 'l de Mnrco

T. d e 15 13, e morto no 1. 0 d e Dezem-
hro de ·152 1-gover nou 8 annos.
. 2 l 6 -A drl11110 VI. -Elei to a 9 de Ja-
TA BELl,A CURONOLOGlCA
E
neiro de 152'l , e morto a 16 de Se-
~JIBlt,.. I":JC' I ~ ~ tem bro de 15'23.
elos SoJ,t"rnuos Po111llleeH c111e tl"Jllcle o l'H• 2 l7-l' knumce ,·11. - Eleito a 1 (3 de Xo-
1aheleeln10 11to tlR Egrej11 a1é J10Jc tec111
oecu1mclo n C'nclelrn •lc llo111n . e dolit vem hro de 1L12:\~ e morto a 26 de
Antl•Popntl cauc tl ' Hde então Atê lloJe Setembro ºde 1536 .
"teem op1tnreeldo.
( Co11ti11uaçiio do 11, 8.) 21.8-1•11.ulo- 111.-Eleito a 13 de Outu-
1

203-,lle-souclre ' '·-Eleito a 26 ele Ju - bro d e 153ú, e morto a 10 <le No-


nho de H109, e morto u 3 de Maio de vembro de 15ltD-govcrnou a Egreja
1410. por es~ço de 1 5 annos.
219-Jullo 111.-Eleito a 8 de Fevereiro sorrir de innocencia, seos olhos não ser ...
ele 1550, e morto a ~3 de ~forço <lc mm de fon te â essa:; lagrima!-1 de <lOt·, quo
1555-gove rn ou ,1 Egrcja pol' e::pa- sú sabem desbot,,r a'i flores da bellesa, o
<;:o de 5 annos. se appnrcccm algumas, hÜO destas, quo
220-NIHlt'ccpo 11--El~ito a D de Abril são como gollns de orvalho, qu e c.!ào mai.s
de 1555, e 111orto no l. 0 de ~luio do graça e l,Hrc;ania as flore~ do 1wndo; .\ sao
co rac;üo ~i'.> move a ,·irluc.lc, e ~eo peo-;ar
mesmo anno.
é de ino ocenc·ia: ri,os sc1~1 susp iro~, Ja-
~2 1-Pn11io nl'.-Eleito a 23 ele ~laio grirn:-as l-Cm rl•'>r, <;orai;üo sern \'ieio, pen-
de 1555, e mort o a 18 ele Agosto de sa r de anjo é :-ó o que o hom em pa rtilha
1559. da 1uulhc1·. Ei..; o hn111 em, e a mu lher
2~2-1.-1" 1,·.-Eleito a 2ü de Dezem- !-U <1olhendo do mundo a., Clore·,. E quem
bro de l 559, e morto a D de Oe::;em· poderia turvar é1s c1·yst,dlin as aguas elo
bro ele 1 :,65. tempo qnc oo rril\, nodonr o ca ndido tra-
223--1:aio 'l f.-EJeito a 7 do Janeiro de jar ela inn oecncia, acahar l'Oot a harmo-
niosn pai do n1t111<lo fo,cndo amortece t· o
1 5<Jü, e morto no 1. 0 <le ~Jaio de
nobra sentim ~nto da gratidiio? Quem
15 72-•)'n,·ernou a EO-rc·1a
0 (>Or espnvo
V ~ •
podcriél tanto P ! A in rcjn <fnq11cllc. quo
ele G anno-;.
havia abusado das gra<:tl'i do To<lu-Podc-
Eleito a •13 ele
22ó-f.:ri'j;:.;Ol'IO XUI. -
ro"<), e o alrn ,o ·d 'c"la libcnl.adc, qu e so
Maio de 'I 5 72, e 1110:·to a 1 O<lc Abri I havia co111·e<lidn para o mcrito. Tl'ium-
de 1;j85. fou o ininiigo, e foi vic tir ua íl la11111 ~1nida-
225-~ih.t& ~ ·-Eleito a ó de Al,ril clé de. E"re m~1nd o, que era o j 1rdi111 <las
158G, e nio rto a 27 de Agos to de ílorcs lornn-$c aritl o ua ,npo ele el-ipinhos;
j 590-gorernou a Egreja por c~pa<;o C!->les an iu1aes, que re~pcilusa1nenle obe -
tlc 5 nnnos. clel'Ííl m, se l1>1·1w 1n i n i m i~os sú dispostos
22ü-!.•a·Jmno ~·u .-EJcito a 15 de Se- a fcrocicladc; estas pl,,nt.is, qu e produ.,.
siam a c.lol;urn em sem pomos,j.\ só pro-
te111 bro <le 1590, e morto a 27 ele
duscm o amargor, este candido trnjar da
Setembro do mesmo anuo.
innocencia jú niio é !'ienào o pallido véo
227-t:,·c;;orfo xn·.-Eleito a 5 de Oc- do pej,1; estes dias que pa~snvn m hrnnda-
~emhro de 1500, e morto a 15 de mcnlc, ji\ são tuna:,; agua", que passam
Ü11l11bro de 159 1. tropelpudo; e cstn harmonio~a pn1, do
228-.1m,ot"c11eao 1x·-Eleito n 29 de mundo j;\ uüo é :-cnão q coutin110 guer-
Out,,hro de '15!) 1, e morto a 30 de rear dc !->CO'I habitn nl c,. Tudo llH\dou, só
Dcscmbro do me:.roo anno. exi1'tC o crime, c~.lo l' ri 111c ... que trouxe
a maldição do , pai:., e a infoliciclade dos
229-Clenumte ,·m. - Eleito a 30 de
fi ll10s!
Jf1neiro de 1592, e morto n 3 de ~lat'-
c.o ele 'l 605-govP.rnou a Egrej~ por Pasc;o u-sc o lc1,1po de ,·irer pnl'a g~-
c~pn•~o de 13annos. 1.ar, e chegou o tempo de vivet· parn sof-
frcl'. O ,nundu é o ma,·, ciuc fe1·ve com
(Conlinún). a tempestade, e º" seoi; hahitanles o.; na-
Ycgan.les, qne núosahern o pórtr,, que os
aguarda. Gi·csc!e a h111nanid ada, acom,..
O Pf:t:C.:U tO E O UIIR.ISTl,1.lnSltlO.
panhada ~emprc do ricio, que mai:-. cora-
l~oi bastante o querer do Ente, cuj a çõe!l encontra para arruin nt· com o seo
idade é a etemidadc, e cajo poder é o contagio, e sómente um aornc;ão exi,te.
infinito, para que e.""<istisse o universo., no on<l.e o germen da virtude pode ser for-
nni\'el'l-O o munq.o, e uo mundo o homem, tili,ado~ Aqnelle que hu,,ia ronccdido
o homem-principio e fim 9a crea<;ão. tantos beneficio~, e que :-;e vê ludibriado,
• Ü:-, as tros, o mar, n terra, as plantas, e os de~tinn uma ptJnif;ão, í(llOl' cn,tignndo os
animaes.-tu<lo fo i par,., o homem; mt1s honic!n-;-rcno\'nr o impcrio d.1 virLude,
ellc desejon mais, e. mai~ teve, ter0 a e pnmli,ar n torrente d11, c~rirnc.,, De um
mulber-companheira no goso-dos so homem torna a principiar a human i-
\'erdadeiros prasel'cs <ln mu11cle1; a nrn- dade, 111as ~emp r" filha d,, ,\d:io, e pm·
Jher, que s1) pr,~sta cm scos la'1i ,s um isso c,c m p1'.C -.11j e; lJ :.J ') ptc :l!..l 1, l':lc-.
va m-sc imperio.;, edificl1m.-se cidades, se infcl'llnl, ti rnndo as Nações da inve terad;
estabdecem lei.; , a industria que t· facjli- cegueira, rasg:rn<lo c:om luz as trevas que
tar o trabalho, n sciencia dissipas: as tre- encobrem todo universo? Deos, ésó Dcos,
vas, e cada ve,r, mais 5e per-<le, porqne a filho de Adão.
luz da tradic;Jo é apHgada: esta idéa <b
un idade divina é csquccitla, e as divin- •
dades já são <li versas, porr1ue é d iverso o
imaginar dos homens. A. TaAei 1,e11at, ,4ue 1ua, u!a ue;;aa• a o 1, ee ..
c,a1l ,n• eua'bUcu OM §nc:ra:11cntos , 1u)de
Ven1 um Abrah.ão, um Isaac, um .Ja- 1•or•l!fe eu, exceauvão, n11tes da §euten\'&t.
cob, um Moy~és para eleva rem a tradi- clce!n1°atoria do Juiz? '
ção caLida, e manifestarem que esta idéa
Para que com mais facilidade possn-
de eter no e infini to so pode perlencel' a
mos folla r sobre este ponto de ~lora l,
um Ente, d'onde dimanam Lodos o.,; be-
ju.lgarnos a proposito, dizer o qne se en-
neficios,- e d 'onde vem n punição ao vi- ...
tenda por lei, e suas d ivisões pdncipaes:
cio, e o premio ú vrrtude; mas ·estas 1' 0 -
mos trnr a necessidade que l.rn de uma
zes não tem forc:a para chegar ao ou•.ii<lo
lei, c111e ordene a nega<;ão dos Sacramen-
da humanidade envelhecida nas ideas da
tos ao peccador publico, e ao mesmo
ido latria. e já tüo crescida como a pro- te.mpo a sua existencia.
pria terra. Só uma par te os ouve, e esta
fei é wn p1·eceilo commum, justo, e
flª L'te é a que soffreo longo cap ti veÍl'o dos
estai-el~ que diz 1·espeito ao bem publico.
Phar:'ios, a que faz a longa perigrinaçào
p1·omulgado por aquclle que se aclw en-
do <le'ierto, a que forma as afama<las tri-
cm·,·egado de ptomove-lo , e san cciov.odo
hus de Israel, e os importantes e~tados
com premws, e penas.
da Judéa, as~im mesrni>. é a propria,
Devide-se a Lei em divina e !utmana;
que muitas vezes se de ixa engana r pe las
esta em esc,,ipta , e não escripta a que
fa lsas idéas, que fasem -e~cu recer a ver-
costuma-se tambem cbama t· consuctudi-
dade.
naria, e em {<wo,·avet e odiosa. Esta sub-
Ain<la crescem os estados; Bahylonia div ide-se cm penal, que impõe tributos,
mostra o seo esplendor; Grecia a larclêa ou dos tributos, e i1Titante. Prescinclio-
sua sciencin; os 1\Jedos sua fo rça; Cartlrn- d.., das defi nições das e:-pecies supra de
go sua mi licia : Hori1a é edificada, e pou- Lei:;, somente daremos a de Lei-penal,
co a pouco usu rpa a sciencia da Grecia, que diremos ser aquella, que impõe pe-
o esplendor ele 13abylonia, a força, dos nas l1quelle1' que deixarem de praticar on
Medog, e a di~ciplina de Carthago. E Ho- omi ttir cer ta e determinada at'<~ão. · E'
ma a m1iea poderosa pelas suas conquis- por q uem ~am impostas estas penas? Pela
tas de Oriente it Occi<lentc. sentença do que se acha co nstituido pela
Q uando tudo i!)to se passava era sociedade, como o que hade relar pela
quando ia se approximando a época pro- mais perfeita e recta execu~ãu da jll!>li<;a,
mettida a Abrahiio, • prop h :!tisada por compl'indo a!->sim o unns de que a mes- .
Jacob, e wsp irada por David, I:-1aias, Za- ma sociedade o adiou digno <lc dcsem-
charias t, Dan iel. Oepois de <prnsi crua- penliar.
ren la seculos de co rrup(~ào, e depois de E:-ta senten,a poretn do Ju iz, pode
quarenta S<!culos de ma ldi<;ão, vem as ser con<lcmnatoria, em ri l't ude ela qua l
crystalli nas nguas para lavar a nodoa do o réo é condemnado a satisfa~e,· à pt na
pai, mais enegrecida pela torpeza dos fi - em que cneorreu pelo cri me commeltido;
l hos. Porem nur1ca mnis ~e volta tu.1quelle e dec1aratoria, em \'irtude da q ual -o l'éu
ºp riru iti,·o tempo dos verdadeiros prase- e ri a realidade declarado ta l, e por isso
r es do mu ndo..Ai n<la é necess:uioo snol' logo s11hjeito a pena, que é obrigado à
para fcrtilisar a terra, o esforç~ para do- sa tisfasel'. D'esta segunda e:-pecie de sen-
mar as feras, e as lagri(Uas pnra dimi- tença é q ue temos de falias·, e como já •
n ui r as uol'es: só nos vem um meio de sabemos, o que seja ')en ten<;a dedatoria
a lcançar o que pe rdemo:-:, não no mu n- do J uiz passarP.mos a ~·êr o que seja pena·.
do, mas .na ete mid ade, porque o mun do Pena, que é o me!>mO, que castiga,
jü não é senão o destino dos li lhos de Eva. não é ou t ra cot,sa mais do que o mal
E q uem pude trazer-nos uma regenera- que se inflingc i1quelle que t ransgrediu
ção, re~ga tando-nos do longo captireiro a hú, prati'c,mdo ou omillindo alguina

6ibllotoea Publlca Benedito leito


ac<;i:í.o n'clla prohibidn, ou ordenada. m d!l ad iante, porque é peculiar <l'à1it:1
l\luilas snm as ei;pecics du pena, mns as c:ipt!cic c.le pena o fazer com <JllC o reu
principacs .':iillll: positivas ou privativas, iui;orl'a- ·-ipsú focto-na pena imposta
mixtas, espirit11aes, le111poraes, lata• sc11- pela lei, i11cl cpendentcmcnle de qualtpteL'
ten.liw, e /'e1·e1;i<t1 sa1tlenliw. Diz-se pcna- .":ir.n ten<;a tio Juiz.
L atll! sc1ile11lue, aquclla em que incorre NtH p<>l'êtn inclinnmo-110" qne é-fc-
o iu<li viduo, sómenlc pelo foeto de ter re11dm ~eulcnlia:,-c que por isso rdo
tr::rn.-.g-rcdillo a lei. e iu<lepcB<lPut~ ele ter pode ter log-ar a pena se m quo Laja uma
h avido dcc:larac,;ão da pa1·Lc <lo .luil-e scnlc11<:a dcclaratoria do Juiz, por <]Han-
F'Cl'emlw se1tlenlire, nquclla cp,e some nte lo pode parecei' '1l1C no individuo se d àm
e i111 po~;ta po1· :-on tenc,;a d cela nHoria elo todo;; os l'equi.,itos ncccs:-nrio.,, quando
J uii, se m o que o nh1 permanece impu ne. erlect irnmcn te nos aclos por e lle p1•atica-
Ain<la que não encontremos expli- dni; ,1indu se niio enrol\'e,11 semelhantes
cita1nen le nas ~agrndtts escl'ipt11ras, a lei, rcrp1i"litú~. E' para que mnitns vezes não
<1uc manda p1·,;liibi1· a l'ruii;ão d os S.l- seja mos lcvndos a n•putnr mào1., aquclles
cramento:,, com ~mlo implicilameotc en- q11c !-iam. l>ons, 011 q11c o não snnclo, sa m
contrttmo-la 1w .seguinte pa.s-.,,gem e.lo S. soff,·i veis, e <Jue julgamos de \'ce lia ver
l\Jatlwu.s, oo<le .Je..;u.,-Ch ri-, to as-,i1n <lii- uma sentcn<;,, de ela 1'h to ria:
~e qua lq uer n:"io cscntHI' a Egrcja, o r:on- Ale.m de que sabemo!-, que as leis ci-
~idcrae-c:on,o E1 hnita), e Pu blicano: ,·'is impõe peua de m<..'r te ªº" as:,;ai.;sinos,
mas ao Pag5o, e l'uhli,·ano nilo é per- ladrões ele, e (p1e-isp:w faclo-n 'ella
lll('tlid o <, tl',o dos S,H·ramen to", logo inrorrelo; mas pu1· ventura o que matd,
l,unbem i1tt11dles. u que fur tn cumpre 1<.)gl) a pena, que lhe
Alem d i:.to ren1ontando a prnxe da é ii.nposta pela lei, ante,; da senter;c;n de-
Eg,·eja, remos qne no2." sec11 lo e!>cguÍl1· cl:1ratoria <lo .Jniz? E como c<.mhecer,
tcs.., os flispo:- julgarum , c1ue pnra n cdi- q:ic lal ou tal indi viduo matou, fu l'tou etc
tieac)o <los fi eis, e entre e lles nrnnter a se m <(IH! haja d'isso uma declal·a1~ão? Ar-
sa ntidade de costnmes, t?l'a nece:-isario, o gnmcn la n<lo agora clL>Civilpara o Eccle-
por is:-o e.x_igia-!-e, q11e aquclles que ti- ~iasr ico diremos: não obstante ser a mn-
\'esscm comcttitlo peccados grave,; de- teria-de nega r os Sncramento~ ao pcc-
poi~ <lo se u BupLi!.nW, fo.;,c,u prirados ca<lur publico, de grumle momento, e
dn participa(~ào <los santos mplcrios ,.. que por isso áqnelle que se acba consti-
con:,;c1·rndos em un, estado <lc CX\!Ommu- l11iclo e!D tal circ11nstancia deva-ipso fac-
nhiio, e li,es~cm peui,enc~1 publica. to-ser prohibicla a fr uit;ão d os Sa<Ta-
O tempo d'e~la penitendn, <[t1C éra mentr,s, c·omt11do nüo deve clle 5offrer
nusté1·í\ bn!; tanlc, variava se~11ndo os di- uma tal pl'iva<;ào sem <fne laaja lltn é\
Yersos 11.:;o-; <l,,s Egrtijas, se ndo porem em sco lenl;a <lecluratorin; porque segn n-00
todas ella-. prnhibido o uso d{)S Sacni- nos en.,ina a c,perienuia, <[11:-inlo mais
1ocn to.,--c só os commilfonles ou slc111tcs, justo e incnlpa rn l se :.1clrn o in<li\>itluo,
é qu e cl'el le:.. p<)deriatn gnsal'; oc; <Jiwe-; tanto tnai,; fa('ilmenlQ se entrega aos ca~.,
depois de tern u, cumpri<lo a penitencia, ligos, aind a ():. mai., inhumano,; e :-;o po-
recel>iam a absolvi<;ii11 peb impn.. i<;f\O das dci;se ter loftal' a cxeeu<;ão da pcirn devi-
mãos, e eram ndmiuiclos :\ purticipac,:ão d a ao peccacl~w publico, inderH'nd entede
da Eucharistia. Â<.herti11do, <J ue cm al- uma <leclm·ai:ãtJ, leriamo:1, <(llC algu .n.is·
guma~ Egrejas o rigor c.l'c:,la pcnilenria veze 1 ~e pode,·ia verifical' o a<l,igio-pa-
ch egava a ponto ele frearem os pcctado- gar o justo p~lo 11cccador.
1·~.; cm penitencio o re~to de sua vida, e
a muitos nem a ahsolvic;~o se <la \'íl in 111·-
litulo morli.... Por t:rnlo é fi'ira ele duvida
que consti\ nüo ~ó pela gseriptunt, como
pela Tra<lic;ão, que cxi,te mna lei penal,
qu e manda prohil>ir o uso dos Sacrn- \slro de luz, que cm céus t1·infausta trevas
mento:, ao pcccador p11blico. E se a:-sim Jllu111in~slcs a senda cio porvir;
é di re mos: se a lei penal, que mauda 11e- Que ,1os JlOVos :11nostr:islt!S a ,·era cslratl.1,
gal' ao pecca<lor publico os Sa<'ra1nenM:; Que ctc11i:i111 toma r ontlc cumpria
é -lata:- .sente11tice-cle:meees:inrio é irmos Pnra seu}pre existir!
A fi ergo meu canlo lrnmilde e ruàc dos sabios d'boje de~denha d'nma carrei-
!\las bem que rude santo l-Em li <l~ Deus ra, em que l'e<l u!-ido no rnerito de crôr,
'Vejo o sublime enviado que arrancàra
se naõ pode ter a glol'ia d'inven tar.
o mundo à impiedade e lhe applan:íra
O caminho elos ceus ! ·
Ev. em .l'1·iumfo;
"':WU(!;(:•
Vagava 110 deserto ímpio, perdido
O povo, q11c perdera a escravidão, Quando se qLJCr :ipurar n yerdnde, e
Foi Christo o Salvador; tu foste a base mister pôr freio à imagina<;aõ, e naõ se
Em que len!ou para viver nos seculos deixa r condusir mais que pebs t egr.1s do 1

Firmar a religião : boro juiso.


Ev . em Ttiu11ifo.
Surgiste qual fantasma no deserto
A fulminar os impios I Do Senhor
Pregaste a sao doutrina; o povo ouviu-te••• A p"er<la das vi1·tu<les tem sernpt1e sido
O mundo ;11ua voz corre a adorar o lermo da prosperidade dos imperio:,;.
L\ cruz do Redemptor !
Lmer11c.
Triurufaste !-Nos eccos da mont,;mba, -o:t,)f.1~...
Nos planos ao rugir da tempestade
O ímpio, que atc'li zombou de tudo
A reHgiaõ eo jugo dos povos, e o
freio dos reis.
Aterra-se... . tremendo curva o joelho
E adora a Oivind'.!tle !. .• Luse, ·11 e.
Ninguem ousa negar do Omoipolcnle -,>N :1-~<-41).(,c-

O immenso poder !-Já o impio crc:


ANNO CRiUSTÃO.
O crente busca asylo entre teus braços
I1ois em ti do que m,,stras Rei dos homens J!UXHO.
Um cnvi:1do vê i 2G. SEGUiXDA-11Em.\-S. João e S. Pau..
Soíl'reste muilo l-noma alfim busc:istc lo, irmfao~, havendo sido fam iliares <lo
Para a sede firmar da religião. ..• Constancia, filha de Cun~tanlino, furam
Era um asylo aos filhos do leu Mestre ..• por ella beiieficiacfo,_ c,,m ben~, que clles
Um monamcnlo ondij a Cruz alçaste empl'ega\·am 01 su~tent~1<;aõ dos pobres.
Signal da Hedempção ! Convidados por Juliano apo:-tala lamüem
para seus fon 1 iliare~, re~p() nd eram _fran ....
Jàmais no decorrer de immensos annos
lamente a q11~ nnô queriam ht1 bitnl' com
.Alguem pôde por lerra arremessar
O simbolo da fé, que ergueste outr'ora !. .•
aq11elle que havia aba nd onadoJesu!- Ch ris-
Ningucm o potleril !-De Chrislo a crença to. » Ao cabo.fie dez dia'i qne ainda lhe;
J11mais fia-de fiLdar ! · foram <lado:. para <lelihernrcm, foi Tc-
rcnciano, commnn<lante da Mhorle pre-
}:terna, como aqucllc em qnen. ó posla, toria, apre~entar-lh_es mna eíligie de Jn-
No mando, oh 1 11unca mais terminará!. . . piter, <li ..;end, ... lhes da r~rte do impera-
-Se ímpios, se nescios hoje zombam d'ella,
dor !!.que se naõ prestavam culto aos
Emllora '.-Um (li.\ sobre o vasto mnnd<1
Unh•crsal snà ! -
dew,es, e naõ annni~1 m ao <:onvite <lo mes-
mo imperador, eram mot·tos »; a l'espris-
E a (fuem se deve a inabalavel obra ta porem <l'elle!- foi aquella que era de
Que fir mou para sempre a religião .e:-perar, e por isso Tart1nciano logo alli
Po nosso Salvador ;l-A li somente, os degtilou, n,1õ querendo que este sup-
A fi, prin')eiro chefe que arvoraste plicio fos . .e publico com receio de algum
,\ cruz da Redempção !. .• , tumu lto. A' sua morte ~·E-guiram-se va ..
Ditoso alfim gosaste do mnrtyrio rios prodígio:-: e eomeçando Tarenciano
Que teu Mestre solTreu 1-Em \'ida a Cruz e um seu filho a se rem vexados pelo es-
Defendeste.•.. vivias junto d 'ella •. .. pírito immnndo, e ficando livres j untQ do ·
Na morte acompanhou-te 1-Alà na morte sepulchro d'estes martyrcs, se converte-
Seguiste o lsu Jesus! !...
ram, e até se crê, que (ôra o mesmu Te-
A. P. Sorornenlio.
renciano quem lhes ei,crevera a vida.
27. TnRÇ:\-FETM-,S. Bernàbé-cujo
Os nossos maiores, a pesar ,.ds1s nos!las nome signifil'a Filho de Co11solaçfto, e,
fraquezas, re!;pei tavatn os dogmas, O chamando-se antes José lhe foi posto pe-
nossQ seculo mutlon d'estilo, e o. orgulho los Apostolos por causa de seu dom parti..

6ibllotoea Publlca Benedito leito


cular de comolar os afll ictos, era natural preso e marl)TÍsado em .J erusalem pelos
de Cbypre e da tl'iLu de Levi. Depois <lo herege:,, cm cujas iras inco rrem por ba-
va,,ios 11·abu lhos a postolicos foi ordenado vel-os refutado victo l'io,;;amen te no dito
bispo juntamente cóm S. Paulo, e amLos concilio. Nã,) se confunda e1-te, qu e era
vieram a Sekucia e depois a Chypre. apenas diaco no"' com o outro Atlianasio
perco rrendo outras muitas terras com h ispo de i\ le., andria.
grande prO\'eito para a propagac;l,o da fé. Li. T1mC:\-FE1n \-S. lsc1hel, lilha de
Ultimamente scparaudo-l)c de S. Paulo, D. Pedro JÍI de Arag~o--Coi dada cm ca-
e ::iggregando-se-ll1e João por so bre-no- ~a ,nento a el-rei· D. Oiniz ele Portuga l,
me ~1 pr,•os, conlinuou os seus trabalhos ou<le por suas muitas e nun ca desme nti-
cm Cliypre, até que nn anno ô l da éra da~ vi rtudes mereceu P.e r appcllidada << a
d1l'istan ..,~ i colbeu a palma do mart) rio rain lrn 1:anta.11 Com elleilo, para sujeitar
durante a persegniçaõ el e Nero. co mpletamen te o corpo ao c~pirito, viria
28: Qu.uu1-v1rnu. -11esa a Egrej,, da mesmo no meio da côrte, em con tiouos
,·igilía tlo Espirit<1 Santo. jcjun:i e pe11itcncia,; sabiHl'le se u marido
29. Q1 t:'I.T\-HlR.\ - S. Pedro e S. P:m- era um tan to cJ era:;so em Clbtmries? naõ
Jo Apn!-lolo~-0 prim eiro era natural de rno11trava .:cios, nus set1 z.clo a levava a
Bethsaicle. e ,·h eudo da indu:;tri~1 de pes- prot·urar a bo~ educ.ic:ão é\O!- filhos adul-
cacfor, foi a prc-.c n lado por ~eu irmaõ S. terin o~ e a escogitar os mei os ue~uhlrahir,
1\ndré a .Jes u~ Cliri~tp. que 0 r<;tehen em se m irritar l}Cll ma,·iclo, as vir..:tisna s delu-
o numero de se us discípulos, mml nn<lo- bricidnde d'ell e; jü se mo, iéHn e~ercilos
Jue o no111c de .Simlio em o de Pt"drn. e cm guerra ci,·il e parrit· icla, entre seu fi-
con:-tituiudo-o co mo calicc;a dos outros lho Alfonso IV e o prop rio pne D. Oiniz.,
:1postolos. 01•pois <la m ô rte d~ Jesus ou entre o mesmo Aifonso I V com o cu-
Cbristo, havendo p~rC'orrido toda a .lu<léa nhado e primo rt'i <lc Ca,tella; era e11a o
e grande parte ela Asia, veio estabele- anjo da pai, q1.1e os obriga rn a '<lcp9r as
cer sua sé em ltom::i, onde, durante a n1·111ns. foscntlo convcnios j11stos e rasoa-
vcrsegtli(;ào de Nero, soll'feu o mar!J rio vcis; fina I mcn rc n ~lia ca ,·idade era illimi-
clll uma m·m., e segundo a tra<lic;à0, im- tada. e Dc1111 li/a premiou mesmo ncilta vi-
petrando dos .dgoses que o prega~sem da lll()rtal com varios milag, e-., scndoun1
,·o m a t'nue<;u pan, baixo, querendo qnc o de rno, c r let· em rosns , parn evitar en-
ella ti vei;se o lugar (1 ue na sua ti"eram os fndos ele se u marido, al~1rn1tl" mc)cdas qnc
p,~s de i-e u di,ino \·Je~tre, aquemout1·'ora dia cle:-lin~n·a para os pobres, e óulro o
nPgara. ele fi car promptumcnte sa n 11ma chaga
30. SEXTA-F1rn,:\-Comme111oraçào do rchc l<le, que ella por ln1mani<l,tdc lam-
Apostolo f. Paulo. be u e m 11ma mu lher pohl'e. .\ Jorto se1 t
JULHO. marido~ vestiu o habito da orde111 se rafi-
1. SAUMDo - Resa a Egrejn da oita rn <·a, e foi poi· :;11 n'ragio em pcl'cgrinnção a
de S. Jof,o Baptista. · Cornpostella. l~m Jt:, tremo1. tE> rm inou sua
2. Do\11:\GA-Ú. ~ depois do PenterO'- · vicia mora l; e em confo rmidaclc <le s~u
tes-Vi!-iita<;fro de N. Senlaor::i. Sabenuo te~tnmeuto fo i tra ~lntlaclo ~cu Cúr·po para
~Jaria Santíssima pelo e n,baixndor celes- o convento ele Santa Cl,11'é\ <le ,Coimbra.
te S. Gabriel, q ue sna prima S. Isabe l que elle ed iÍld1ra, e on<lc exi~tc 1110 \"e-
anelava gravida, foi logo congr~1tu lar-:;e tu1-to morrnmento <lo prec·itndo mi lagre,
com ella, ni\o ILJ e mettendo emharac:o o o qua l apon ta mos (éa por ia das rO!'las no
incommodo da jornada , que de Nasaretli anti~o e quasi de~ mcH·onado convento)
a llebron era longa e <liffic:il. Esta "{isita àquclles <111c .-o ,H'l'e<lita m avi, Lu de mú-
teve em resultado a sa ntificac;ào do ílaptis- numento~ de pt>Ul'a. Sua morte foi no
ta pela prcsen<;a do Hedcmptor, qne jà anno 1336; e ~"ª raooni ,a1;ão po1· Urba-
morava no casto seio da Virgem, em quem no 8. \ no de H,25.
sua primn, inspirada, reronbeceu a mãe 5. Q U\nT\-r-mnA-S. Antonino-na-
<lo SenLor, prerompendo nesta cxcla- tura l de Florcn<:a, profei-sou .lO!'i tlese::i~eis
rnaçaõ: ,< Quem sou eu para que a mãe annos o instituto de~. Do111ingos, decln--
do meu Senhor venha a minha casa'?~ rando perpetua gnerra aos prase res e ao
3. Si-:cu;-.oA-FETIIA-S. Athana~io-que ocioi. ::melando snrn prc t in~ ido ele celicios
assistindo ao c1mcHio d e Chalccd"n ia, foi e; à forea de vigilias, desa bituando-))e
«:ti a se s=::r: e:t, e ..,..,. e·i e:~ wft "la s r:::::f5uv :irz-re-' @ata

qunsi de dormir. Emprcga<lo ·em , arfr,s . o que pôde conseguir po1· :rn.\ ili o de Ho-
pt·elm,ias d e :ma ordclll, em o prim eiro herlo (;ni:rnrdo . duque \orlhomano.
no cxcrcicio da h11 mildadP; e nrni!i Lnr- ViucJo dalli ;1 Snlcrtno com o fim de ce-
<lc foi' 111istc1· que o pnpa Eugcnio l'V lh e 1eb rnr a d ediC':l<;iio do Lem'plo de S. Ma-
foliasse prccop ti v{1mcnlc Pª"ª <pie ellc -;e theuc;, adoeceu, e 110 an uo do 108:3 cn ...
resolrc.5sc :, acC'CÍlar o episco pado · <le tregou a De us a alma.
Florcnc;a , cm cujo rcgiinen mais aotorias ~). 0 0111.\G.\ -5." d cpoi" ti o Peutecos-
se torn a mm todas as Yirt11des e scien,·ias les. Fcsla do prcciosi~i,imo .sa ngue <le
<le que crn adol'n,,do. Atlmirt1 que ha- .Jesus Chri.s tu Se nhor No.-.rn.
vet1do foito qua~i Lodos os ~e11s eH udos
sem cue~lrc, tl1egasse a saber tanto; e
espccfo lme11te nn O,\ plicuçào dos eon r ilios
teve tal de~tcridade, qu e merece ser de- .
nominado A11 Lonino dos Concilios. D0- E1 noPA-E::.ladl)s Ho111:mos-Foi hap-
pois de mo!\ll'M o caminho <la salv,u;ilo, tbada rm Ft•1Tar,1 .i jorcn israelita Ben-
de viva , · 01. a muitas a lmas, e a todas ~m Yen ulé1 Am·<11H1 , pelo cardeal Vau 11icelli
:,;eus cscripto!l, cbcgou elle ao fim de s11a Ca. , onc nn f'i,! ' <'ja do conse rvatorio de San-
jorna<.la no anno <le 1lt5!J. to Apollinario e Philo1 neoa d I me~ma
6. Qt'1'\T1-FEm \-Bosa a Egf'eja n 'este cidade e dl'11-li1c os nonicq ele .Josefina
dia da oitava dos Santos ApostoJos S. Pe- ~Ja rinnna Philomena Xegrini.
dro e S. Paulo. No pl'im·ipio do co rren te :mno r. ~c-
7. SEX:rA-FEtnA-S. Pulchc1·ir1 V-íi- rarn c in i\'apo les a nhjurac;:io de ~c us e1·-
lba do imperador Arcadio e irman d e "º"' 6 pro te,ran tcs . . uisso..;, e en tn11 am n0
TLeodo.~io, loi na ment•ridade d'e..,lc, sPio da t>gr<•ja Ca th olit n, cnjo aeto rcli-
gio~o .:ittrahiu g-rnnde c·cm,·u ,·,o.
não n regen te, pol'que el la mesma .l inda
era muit o joven, mas d o tada el e Lào ace r- T moL. - ·O lwrüo el e Ke ueler, cura
tado juiso, que realmcnle por ~cus t1 icta- de Il 0p .. 1en, lend o co ncl11 i<lo o seu novi-
m es :-e gove rnava m os da regencia: e ella ciado nos ca pucbinlios de Chiu~a , pro-
no interior da <'íll'iíl era uma verdadeira fe:,sou nos fins do anno pn ~~ad-0, torna n-
rnàc de suas irmans mais nm•as e do mes- do o uome ele Fr. Boaventura, cm pre-
mo Theodosio, :i quem in!-pir:n·a a pie- ~ença de muitos inclividnos de sua nobre
dade e fal:iia amar a religião. Por cau~a
f.1milia, espc<·folmcnte de se n irmão o
de intrigas, que O!i hereges urdira m en-
tre ella e ~cu irmão, se retirou para ricb- bispo da Moguncfo, que oíliciou n ·a<] uel- '
<lomo, loga r \'i~inho :1 Ilysa nC'io; porém la solemnidade. .f ulga-rn q•1c Fr. I3oa-
logo que :,eu ir.mão abri u os olhos, e in- ~·enturn irá breve il \\ estfolia com muitos
'70C0 11 i,ua ClH>p e l'ii <;ão pn ra paci íiC'a r o reJ igiosos de s11a mc"1na ordem para se
impcrio. clla nn o ltc:-itou e descnvúlvcu nnir eo m os ca plu·ltinho.., cp1e alli foram
a mnio1· energia cm bem do impc, io e da resta belel·idos 111 tima mcn Ie.
1·cligiéio, mcrcl'•!lldú qu e os padres do ,Fn \",f:,L-0 gnrndc numero ele jesui-
<'onc.ilio de Clial<'t!CJonia, a apc llida~:-c m
la.i, que se cu1·onl ram na pro, incia elo
co m os 1n a i.., honrosos· t•pit hetos. Depois
de uma vida Loda emprcgacla no e:-.e r,·i- Leão deci<liu o Gera l ela Compr1nhi:1 a
cio das \'irlt1de-s chri~lilO!>, lui f'al'a O céu cli\idil-a cm d1w~. t\ de Leão de qn e foi
no anno de ú53. nom eadn pnn i nciàl o padre Botu r eÍIOL'
8. Sumrno-S. Grcgorio , II-que, da ca!-ia ele \'ais, junto de Poy ; e a de
qnanclo monge no celebre mostcil'O de Tontli11:-e de q 11 c foi nomeado pro vinci.il
Cluni, se t·hnma,·n [lildeh rnndo, foi, cm o veneravel pa<lre ~lnillartl._
atten,;iio a ~uns ,i rt 1Hlc:-. e letras, e let:1do _,forn,cn hor Tl1 iha 11l1 , 1,i:..:po de \font-
primoirnn1c11Lc fa di~riiclade de rardea l, e pellier, vnc !,Uh--'itui1· no !-,CII scminario,
. depois :1 d,! i-1 rn1111n pontífi ce por mol'lc
no prox im o anno lcc ti,o, pa ra o estudo
ele Ale.~.rndrc JJ. A1·e nimo d ~fo nsor <la
do g1•c•gu <" latim, o~ nt-H'lores pagãos por
liberdade cr,·le~iM1Ika, foi , cxad o e m l\')-
m n <'om 11m aper tado ccn·l> , C'J llC lli c puz g rande rrn mrl'o d 'a11cto rc, cbl'iii tüos.
o iniquo iinpcrn<lol' Henriqu e [V, e leve
Jl<lrcmliiiu -l'tJ1'· ele .1. r.. \/. ,,., Culllla 1'orrcs.
de r elirar-se pnrn o ruo~Lciro de Ca~~ioo, fü1c1 do:c CJarb,-fruI 11. S.
ANNO I Segunda-feira 1o de Juibo de 1854 N. º 1O.

OCHRISTIANISMO.
rl\ P.ÇO 1)\ SlJllSC llll'Ç.\'0, X X J\SSIG~A-SEt
' I ror nn~ º'~'z".;,"' '"' ·f~og. XT/ f l\n llua tio Crn7. n. 30. e na Tipoi;r~11hia
i; l.
r ~ •o o<lla1u:1do • s,•1., 111 ' •~.. • • • · " ..,0 •
IIU mexes ....... ,SIIOO.
,HUIS-1'....... . ....... 5240,
t d CSlc Jornnl. -
V
X ft
,Yo11 1'1!111 il11h111t.1 pcrrlcn s~d ~lll•11re.
• :,, J.uc. e:. !l . •. 50.

de Deus ab a•le1·,w, e unindo em sua pes .


OCHRISTIANISMO. soa por u m ir1eíli1,•el mil-iterio. :1 naluresa
incorrup ti,•el e n naturesa deca hida. E... ta
promessa , eis todo o fundame nto da Es-
cri ptura : eis o q ue protege a n.u:ão J u-
A BiLlia é o li vl'O mais ad miravel que daica cont l'a ns ern pl'esas dos copq11ita-
exi~te sobre a terra. Es te Ji vro que é o do1·es, ei:, o que co n:-errn s ua unida de. no
fundamento da religiüo chrislnn , se ad rn 1neio <l as ou trns nnções por onde seus
ligado, ha ma i!-i de li mil annos ao miste- perseg11id úresa Ji,persara m. E a Escrip-
rio:,O destino d o povo .Judeu. Em uma tnra se acha de tal mane ira liga<la ,\ cxis-
epoca e.n qu e " mundo intefro era idol:i- tencia das lri hus de Israel, qu e os Pro-
t ra, a unidade de Deus 1'C co nservou so- phetas annun cia ram , q ue co m a vinda do
mente na posteridade de Jacob. Ao pas- Mes....ias não ha\'eriam ma is barreiras en-
so que todas as tradições do mu ndo pri- tre as nações, e que os Assi,·ios e os Egyp-
miti vo se apaga m ou se corrom pem, um cios formarimn com os Is,·aelilas, tllll mes-
povo ~o guard a fi elmente sua genea logia mo povo de De11.'i.
e sua hhto ria q ue remon ta, po r uma se- Boje este pc,vo, e.p ie não lem mais
r ie não interrom pida de Patriarcbas, até conte mporaneo sohrc a terrn, vi\'e ainda
a cr~ação. E_..,te po,·v é ro<lea <lo de inimi- <l'e:,,ta prome~a. Sem templo, sem lei,
gos poderosos que lhe faze m uma guerra sem Prophetas, sem pallia, não tem ou-
cont inua ; os Egyp !ius, os Persas, os Pli i- tt·o lat,:o mais do q ue el-ile li vro, onde
listem,, i-e dei-pulam /oiUa hernnça. Duas cxh.tc os teslem unb()s de nossa f(., oode
fezes é levado e1p capti veiro para terra se acl1a m preditos seusrrimes, sua ceguei-
e·stranha; os mnros porem de Babilonia ra, e ima clispcr:,ão. Eu agitarei no meia
desmorol'lam-!-e. e o mar i-e en tre-abre dos P ,·ophclus o povo de Js,.ael, di-z •l Pro-
para dar li vre passage m ao povo de Deus. pheta Amos. cnmo .~e a.t.;·itn o h·i~o no
No meio de tan tas vici.,~itude!-1, q uando c,·iuo. - Os fi.llios de Is,'llei , diz Oseas,
tudo parc<:e coni-pira,· para destruil -o, e c.visl i1·,h11 clul'ftr1le mf(ilo.~ dias sem 1·ri e sern
com elle a VPrdadc de qu~ é depnsitario, 1n·incipe, :iem snuificio e sem aliar. As,irn
quando dentre bi me:-mo ~e levanta m ini- sua condemnél<;5o se :wha e•criptc1 na Bi-
migos, pa ra a rr~stul-o á idolatria, ince~- b lia , e se a Bil>lia não e~i tisse, hn mai~ de
sa ntem<' nle ou\'imos a \(l í', do1, P rophetas dois mil annos <Jlle teria de11a pparccido
q ue !>ll!,lentam sua fid elidade um pouco da ~uper fi<·ie da terra , j un tamen te co m
abalada, renovando-lhe as ameaças e as os p ovos qu e o tinha m avassa llado.
promessas do céu. Ot• poi-; de ~1oisés, qu antas nações pas~
E quacs eram ellas? Era o annu ocio saram -.cm deixa r trnçn ! ().,i Babilonios.
do Messias.-do Justo que dei•e,·ia de.<we,· os Phinicio~, os Médus, os Calcleus, os A.:..-
do céu como o orvalho, nasce,· da te1·1·n sil'ios , viram altern<1damentc <le~va nc-
como um ge1·me11; do Snlvorlor que, cm ce r-se seu poder e pere<'cr a lé :-.en nome.
11ascendo, deve1·ia frase,· a justi<:a. Era Povos ba rba ros j1:trtilhara m ,eu:- despoj os,
elle que devia recon<'iliar o cru e a terra, e dos im pcrio, ma i, nore:-.cc nl e.-., apenas
era u m filuo de .Oavid, gerado 120 seio resta urna vag,, lem bram;a na memoria
dos homens ! P ore m os Jndeus $Oh rcvi- contram em todas as poesias p.rimittvãs~
veram a todos os d esastres: l'iel.l imperio ~lns desd e a cpoca c in que os povos se
foi d ev idido e elles expulsos da tena de clispersamm,
. <lesappnrece m as aoalooiaf-l,
o
seus a vós. e cn<l a parz, tem suas tradicções e sua
Vespasiano arraso u as muralhas d e bistorh1.
J erusa lem, e o povo judeu escapa ndo as Explicou- se na Rµ sllo do C!n·istiani:,mo
proscrip<;õef d os imperad ores, espalhou- e~ta conformi<ladc das a atigas tradic<;ões
se po,· toda a terra, sem se confundir com be m como a~ diíle ren c;as que as dividP.m.
as outras füa;ões, conservando i;empre, Lê -se na introchtc·çào d'e:,ta obra (*)-
com uma fidelidaneinviolavel, este livro, .« Antes da confusão das Jin guas , os
sellaclo por e lle só, e do qual tem o mun- «acontecimento~; eram communs a tudos
do inteiro vi!>tO verifical'em-se os ora- « os povo~; df' pois tornaram-se parlicu-
culos. <1 lares, e cada nação redusida ao estado

Entre os livl'OS saiélos das mãos dos « de isulamento, mais ou menos cor-
« rompeu estas tradict,;ões primitivas, con-
...
homens, haverà um só que tenha tanta
irn porta o eia? Os livrossagrados do.!> Egyp- « ~idcraodo-a~ ao principio coruo alleao-
. . d
« nas que ma1s tar e pretende ra m reali-
o
cios perecera m. Os de Numa foram an-
niquilados pelos proprios Romanos. Os « sar nas hi:.Lorias imagina rias.. As-.in1
tão gabados livros dos Chinezes jà não « tramformaram es tes povos os factos em
sam vene l'ados senão em alguma aldêa· « ideas , convertendo mais tarde ei,tas
ela China; a d outrina de Coofucio foi « idéas em facto1,; per toda a pat te a<i my- 1

substituída pela de Fôe posto que nada « thologias succederam i1s religiões sym-
ocrescentasse a ·nova creo<:.a ás antigas « bolicas. · O espirito humano , se parado
tradições religiosas do imperio celeste. « de Deus, sempre oscillou entre a meta-
Ha mais de um secul o, que os conquista- « lisicn e a fabula. ~
dores Tartaros teem juntado sua idolatria Cada povo imprimiu seu caracter par-
à do po vo vencido., e em cada mudança ticular n'e~tas legendas; por toda a parte
de culto, a cadêa das tradicções se teem ellag participaram ou do risonho clorido
quebrado. ou do sombrio do C'lima. · Na Greeia fo-
Todavia a comparação dos livros da ram tran.,formada s em aUegwias enge-
antiguidade com a Bíblia niio deixa de nhosas e g raciosas: nas ma rgens dos lagos
produzir interesse e utilidade. Possuím os da Esrossia, nas praias geladas do Ocea-
os da China, da Persia, e da India, e d e- no revesliram-se d e umn ei-pecie de ma-
pois de alguns annos se reuniu uma col- gestadc selvagem. Os d euses da Grecia
Jecção não pequena de legendas e poesias habitam nos bosques sagrados, junto das
populares du Oriente. Semilbante tra- cristalinas fontes; Odin tem seu palacio
balho se opet·ou na Allemanha, relativa- nas nuvens. Mas atravésd'estes véus com
mente aos antigos cantico!? scaodinavos, que a imaginação dos povos revestiram
que os paisanos ainda repetem na L,lan- a:; verdades positiyas, facil é de.-1cobrir a
dia e no meio d,,s rocbedos da Norwega. identidade das tra<li<'ções religiosas.
Homero e Hesiodo fazem-nos conhecer a l\oé, diz a Bihlia, porque Deus o ha-
cosmogonia da Grecia. · via comervado, offereceu-lhe uru sacrifi-
Cn tamente ~am e,tes livros, d epoic, cio de re<'onbecimento, que lhe sendo
da Bíblia, os mais antigos monumentos agra<lavel fez apparecer nas nuven~ o ar- {

da Jitteratura. l\ús ahi encontra mos o d e- ro-Ír'is. E~te sym bolo da paz c01wh1ido
posito das crenças e dGs tradicções re ligio- ent re Deus e ps b<l rnens, se en contra po1·
sas dos. povos mais remotos e di v11rsos. toda a parte repetjdo; no Edd a '-Candina-
Mas se compararmc,s e~tas tradições en- vo, é o c.iminho la n<;ad o Hº " Qdin' dos
tre si, sel'emo.s tocados da C'onformidade céus à terra; entre os (,regos ~ a charpa
singular qne ellas apre~ent.am. A essen- d'Iris, mensageira dos Deuses. ·
cia é po r toda a parte a mesma, na Ju- Os livros dos Chineses, dos Indos, e
déa, na Iodia, º" Greeia, nas monta nhas dos Pe rf-as , sam ainda m.uito mais expJi-
l'Ítos f-o.bre a bi!'> loria ·cl'este grande a~un-
ela Srandina-via. A creaçào, a queda d os
é:.tnjo~, a do homem, o delu vio, a a.rca de le<"imento, e em geral sohre todas as tra-
Noé~ a ·torre de Babel, todos estes gran- di1,;ões. Lê-~e em um poeta Chinez « o
d es factos, . posto que alterados, se en- (•) M. de Geuoutle, l\ai~. dn Chr;slianbmc.

Blbllotoea Publlca Benedito leito


« desejo immodcraclo de saber precipitou 235.-&lcx,uuh·e.I.-EJcito a 7 de Abt'il
<e o homem cru sun perda. ·Não dês cre- tlc 1655, e morto a '22 de Maio de
« dito as pnlavras <la mulLer, porque ella ·i GG7-go\'ernou a Egr<•ja po1· espac,o
« é à fonle e ti rai1, do mal. » de J 2 annos.
Lopi acrrescenla ainda «<lepois que 236.-Clenaente .IX·-Elcito a 20 de Ju-
«o homem corrompeu-se, as feras, os nho de J(3(37, e morlo a 9 <le Desem-
« pobsnros, os ioséclos e ag serpentes 1hc
bro de 1G69.
« declnraram c:rua guerra. {\ penas a<l-
u quiriu a scie11cia, todas as creaturns se 237.-Clcmentc X·-Eleito a 29 de Abril
« lhe tornaram inimigas. Em poucas bo- ele Hno, e IUOl'lO a 22 de Julbo de
« raso céu mud{lu-sc e o homem desco- 1676-governou a Egrcja por espaço
« nheceu-sc.11 · de ô annos.
«Quando perdeu-se a innoccncin, diz •
'238. -Io1uoccnc!o Xl·-Elcito a 2 L de
Jl ciinnntscu, appareceo a mi:-t:i·icordin . » t;elc1nbrn ele 1676, e morto a 2'1 de
Os Genios do oriente, os Deuses inferio- Agosto de 1Go9.
l'CS du Grccin; no Norle, o lobo Feoris
239.-,u.lc~nu,h·~ ,.-1111.-Eleito a 6 de
que urra entre as urse~; as fadas malfase-
j:1s <rne encantam os reccm-nasci<los; es- Outubro <le '168!), e ru,)rlo no 1. º <le
ses horriYeis b arqu eiros que sulcam os Fevereiro de 169 J.
mares horeacs para <.le!>Ll'uir as barras aos 2(10. -lluuoeen~~o x1.1.-Eleilo a 12 de
J>C:,tadorc:-, es~as n Jº plrns estendidas so- Julho de 1 ô!)'I, e morto a 27 de Se-
bre a at·ê:1 d ar, praias, chamando com tembro de 1700-governou a Egreja
uma voz arreba tad ora o credulo viajante, 9 annos.
pnra o arrastar para o meio das ondas; '2li l . -Cleflllc n w xr.-Elcito a 23 de No-
todos esses gnon.).is, ~nmpiros, não se rà vembro ele 1,00, e morto a 19 de
lJma lembrança C]Ulli;i apagada da queda
~forço de 172 l.
dos anjos e do impe1·io f'nnesto que pos-
suem os demonios sobre os homens? 2lt2.-b1soce110lo XllU'.-Elcito a 8 de
Maio de 1721, e morto a 7 de Mal'ÇO
de 1724.
(Con liutí(1 ).
- ·»~<,&.;(• -
2á3. _Be=accUeto XUl·-Eleito n 29 de
Maio de 17"2.á, e morto a 2 L de Fe-
TABELLA cuno~OLOG!CA vereiro de l 730.
F.
c7l:::= .m:ur.. :a: "Jf!.""' me::: ~ 2úú. -C14'mC"uie x.n•--El eito a 12 de
do~ !ãio,~t·s-:uaos Pontlflc-t!s •11ie ch•scle o e8• Julho de 1730, cU1orto" 6 de Feve-
mlielec-hncnto dl, Er;.r~jn ai.; hoje tcecn1
oeeuvuulo ,, C:uleirll ele lRon}n, t" ''º"' reiro de 17lt0.
.~ntl•Pnt>RII c.aue d!esde etUito &lté ho!e 2ú5-Bcm~dleto xur.-El<•ito em 'l 7lt0,
teesn 01•1•nrecldo.
( Co11li1111Cl(iio <lo 11, 9.)
e morto a ô de \l aio de 'l 758.
230-Leito Xl,-Elcilo no 1. º de Abril 2 l16.-C1.-cau!ut0 ~ !!11,-Eleit<rn (3 Je.Tu-
de 1G05, e rnorlo a 27 de Abril do luo de 1758, e mÓrto a 3 de Feverei- ·
mesmo anno. ro de 1769.
231-Pnolo "·-Eleito a 16 de \faio <le 2ú7.-Cleanc11tex1,:.·.-Eleilo H 19 de
1605, e morto a 28 de Janeiro de Maio <le 176D, e mortu a 22 de Se-
1621. tembro de 177 li-governou a Egreja
232. -GE:."cgorb x~·--Eleito a 9 ele Fe- 5 ,rnnos.
Yereiro de 16~1, e morto a 8 de Ju- 268.-Plo ,·1,-Elciton 'l!.1 de Fevereiro
lho de 1623. de 1775, e morto a 29 ele Agosto de
233.-IJrl>ano "\·m.-Eleito a 6 de Agos- 1799-govcrnou a Egrcja por espaço
to de 1G23, e morto a 29 de Juluo de 2ú annos.
de 16!ilt. 2uV.-Peo vu, -Elcito a 16 de Março
23[i.-Innoecnclo X·-Elcito a '1 5 de de 1800, e tl!orto· a 20 de Ago-.to de
Scten1bro de 16/16, e morto a 7 de 1823-gurcrnou a Eg,·eja por espaço
Janeiro de 1055. de 23 anno~.

-~
JC:·it'. lt: J_.,
..,..._~..._..i..-
250. - Leão xur.-Elcito a 28 de Se- ílagellos,. ~ó saem da sua müo para pro-
tembro de 1823, e morto a 10 <le ''ª''ao umver~o a élUlhenticida<lc da sua
Fevereiro de 1829. missão: apparece tão poderoso, porque
251.-Pio w.1n. -Eleito a 3f de Março elle visi,;elmente annuncia o Me$sias, de
de 1829, e morto a 30 de Novem- quem é a figura.
bro de 1830. ' Se pega na penna para inst ruii· todas
as e<lades da n~aguifi<·a obra da ctea<;ão,
252. -Grego1·io XVI·-Eleito a 2 e co-
que iocrgia ! que ~implicidade ! Não é
roado a 6 de Fevereiro de 1831, e · um Lucrecio , que divinisa os ::lloroos;
morto no ·J. <> de Junho de 1865, nem um Epicuro, que os poem em mo-
253. -Pio IX--Eleito a 16 e coro~dQ a vimento; nem um Desca rtes, que imagi-
21 de Juf\ho de 18ú5. faquelle c1ue na t1ma matel'Ía suhtil; nem t1ci.1 Newton,
hoje dirige a Grande Barca de Pedro. que s.uppõe uma a llraçào; nem, final-
mente, algum philosopho, que balbucie
systeruas tão bizarros conio ioconsefJuen-
RETRATO DE I\IOYSES. ies: mas nm celeste mortal, que ,•ê cla-
ramente no mesmo Deus tudo qu,rnto
Adrnfravel na sua infancia; clivinoem el,e escrern, e que ofio tem nece~sidade
todo o d ecurso da sua ,·ida; appareceu senão da tra<liçào <lc oito bomenssirn ples-
soure a terra só para mo.strar um genio mente desde Adão ale elle, para nos
vasto, um corac:ão magnanimo, uma al- transmittir a mais santa e a mais fiel de
ma de fogo. O mesmo Deus foi o seu todas as hiEtorias.
primeiro mestre: . não teme a escriptura No principio creou Deus o céu e a ter-
dizer que elle lhe foliou como ao seu pro- ra. Quatro palavras, que Janc:nm por
prio amigo. Nenb1.1m mortal teve oo- terra todas as fabulas : que fozem ver a
nbecimentos mais e.xtensos: nenhum con- existencia ele um Deus: que annunciam a
quistador tanto valor. sua omnipotencia, a sua eternidade: qua-
Que1· na guerra, quer na paz paten- tro palavras que dizem mais à cerca da
tea da maneira a mais brilhante o carac- crea~ão, do que todos esses absurdos ra-
ter ele emhaixador do Todo-Poderoso, ciocinadores, que teem querido , e que-
trovejando na presença elo mesmo Pha- rem fazer a materia eterna, e fauricaL'
rào monarcha tão tyranno como impio. um uaiver·so a seu gosto.
E' necessario, com tudo, i-eguil-o tanto nas E bem mal em.pregado o tempo que
suas viagens, como nas suas operac;ões. se gasta lendo o miseravel systema da na,-
A a<'tividade de uma ardente fornalha, a turei-a; para se admittir ésta ex trn vagante
rapidez de uma caudelosa torrente, Hil é prod_U<;.ão é necessal'io renunciar o senso
a imagem do seu zelo, e do seu ferv_or. intjmo fechando osolho:; à estructura -dos
Nada teme, tudo ousa: ou o ultragem, ·céus, aonde a suprema inl ~Hige nrin, es-
ou o abeo<;oem passa atravez dos louvo- cripta em ca racteres de luz, ensinn ao
res, e das murmnraçõe;; como um ho- homem, ainda ao mais se lragem, a co~
mem, que já habita o céu, e se eslà na nhecer o seu Auctoi·.
terra é por necessidade de abi se conser- · Não temai~. qne ~Joysés vos diga, que
var. é necessa rio prostrnr-vos perante uma
A sua força corresponde ao seu valor. materi:i inerlc, render-lhe homenagens,
Lutando de çontinuo com uma mnltidãÕ dirigir-lhe votos, crel-a irnmensa, iullni-
de rebeldes e ingratos, quebra com as ta. Vê no curso elos scculos, e dos acon-
mesmas taboas da lei o bezerro de oiro, tecimenlos um agente esse1wiJI, que go-
objecto de um culta sacl'ilego. Suas re- verna à sua vontade a materia como lhe
lações com Deus no monte Sinai mani.: apraz, e o lol'oa sensível em todas as suas
festnm-se por via de trovões extl'a0t·dina.-· narrações. Elle pn rticipa muito de Jesm,
rios: quando desce, apparece uma·scinte- Christo, por isso não podia deixar de ser
)ba da magestade -divina no seu rosto, o orgam da ver<fode.
que 1·odêa, e sobre o monle que se abra- A benção d.1da a tod::\s as tribus, es-
za. Jàwais os secu los, diz a escripturn, tando para morrer, completa o seu elo-
tornaràm a ver um homem tão favoreci- . gio, e a sua gloria «Deus, lbe <lisse eJle,
do do céu. As bençãos, nssim como os «se dignou manifestar-se-vos. . . • Ellc

6ibllotoea Publlca Benedito leito


A-
4 -

« traz nn sua dexll'a uma lei de fogo, e que reconhece nn sua rreatura a obra
a todos o:; santos prostrados aos seu:; pé~, prima das suas m.ios, (JllC se dignã i11tc..
"- recebendo a sua doutrina ... » res~n r-:;e na sua sorlc !
« Não ua ou tro Deus, que seja como Pore[n pode-se, sem faltai· a verdade
11 aqnellc dos nossos pacs. ~11a omnipo- e à rasüo, accusn r de impo:, tor nm ho-
« ten t·in regula o curso das nurnn:.l. A su~ mem, que quer q110 u e~.queçam para
« habitac:ão t'· no cume dos cén~: no mun- senão pcn~a r senão no ~o bera oo Ser '.1 Um
.
a: elo foz senti e :ieu braco eterno, e anni-
« quilará os V<H:-os inimigos di~endo-lhes:
home111 de c1ucm jamais foram con tra-
dictos os prodigros, que operou, e obrou
a sêde r edu1,idos a põ. » na prct;e nc:a de urna mllltid5o de ruur-
« Quanto és foii,., oli ! farnel! Quem mt11·a<lores? Um homem se mpre pro1np-
«será semcllrnnte a ti, que encontras a lO a dar a :::ua Yida pela <lcfesn das grau-
(1 tua salva~iiu no Scn!Jor? ! Elle lc 1,ervc des verd.1dc,, quP. anoun \'. Ít\? Dizer-se-ha
« ele escirdo para le defender, e ele espa- que a fobul,, l cce11 a sua hi:itoria? Po-
<{ da para procurar-te o ruai:, glori•J!'JO trJ- i·cm e!'lla exi\tc no li rro o mais .lntigo do
« umpho.:,, mnndo, e <1ue g11arda<ln sempre pelos
Moysés en tf,o suLio da planice de judeos, inimigos do cllri.. tiani:,tno, ainda
l\loab p::ira a montanha de Ncbo: e ~loy- ;1te h1Jjc niw so{fre u cilter:H;Jo alg11rna.
sé., , o mais fiel dos. senos <lc Deus, ter- Alem dbso, como era posc;i\'cl persuaclit•
minou os ~eus dias, e se reunio à eterni- a um povo inteiro, que clle tinha pnssa-
dade. <lo o mnr vermelho a pé enxuto sendo
O seu corpo foi occultado a todo o urna consa inrentnda P Como havia de
lo,racl, po1·que Deus uão queria q·ue os lembrar-lhe Psln p:1-...;agcm sem lcanct· o
Il eb, eos se l'ize:;sem idolatras de um pro- sêr dcsmentid1, :> Moy">é" teria tido con-
phetn, q11c pnr tanta., Yez.e-, os tinha rc~ tra si tantas te:item11uhas, qnantos e1·am
prchendido ue idolatria. O se.n enthusi- os uebrços, para o confundirem, ou an-
.tsmo para com um tão grande horocm, tes para 0 apedrejarem. i\ão é assim que
os faria infalivelmcnleadoradol'es das suas se inveolu.
cinza-;, e mesmo do seu tumulo. Se foi intolerante a lei, q11e ellc es-
.Jo~ué, que lhe succcdco, foi igual- tabelecc,u, era nef'cs!iario impedir os i ·-
mente cheio do espirilo do ~cn bor, teo. raelitas, da<lus á idolatria, a frequenta-
do-o recebido pela imposic;üo da s mãos rem, e terem communicação com as na-
ele ~foy:-.é~ para ·continuar a ~na obra, e <;ões e:,lrangeiras. Todo o mundo sabe
conduzir o povo de hré\C l à lerra pro- quanto clles prevericavam n'e:,te gcmero
mettida. de pecca<lo, e qne \l oy!-és não cessava ele
Ou<:o gritar a incredulidade, supers- lhes rcpelil', 'luc 'não havia povo algum
tic;ão ! e que em seu freoetico transporte sobre ., terra, que ti ve'l!->Cdeuses tão pro-
trata ,1opes de imposto!', e seus prodígios ximos <l'ellP, e tão poclcroso,-i, como era
de cbirncra~: bto quer dizer; que nos de- em relat;5o n clle5 o só e uuil'o Deus.
vemos abandonal' uma crença de qua- Porem aqnillo que rnai~ no:i cleve es-
tt·o mil annos persuadir-nos, como os pantar veo<l,) c~te quadro, é que \loy-
nossos espfritos frivolos, que Deus é um ses, posto que inspirado, n.i o trata senão
ser apathico, que l\_e cansaria de estar de incutir tcrr.or, e o foz por duns 1,rio-
calculando, e dirigindo as nossas .lC<.:Ões, cipaes razõe.. : a primcil'a, afim <le fazer
e menos poderoso do que o mais pequeno de1'ejat· a vinda de Je~o .. Chri~to , CJUC de-
soberano. se vê encadeado por suas prn- , ia !'iet• n epocha elas mise ricordias, e o
prias lei.,, mi.o podendo ahc;olutamente reino da doç11ra; a s,igunda, com o dc:>ig-
uem i,.mpe ndel-a<l, nem mudai-as. ni~, de coovcneel' os j11cleo!-, que ellc oão
Se Moy.,é.., foi 11rn impostor, feliz ~c- era o l"gi::.latlor por excellenc·ia, pol'que
clução aquPllé't, que nos faz adornr um não possuía .1s suLlimcs qua1ídados par:t
Deus ju:,lo, um Dcusbernfaujo, um Deus O ~Cl'.
Como o caracter distincti vo do Messias Vê, Senhor:i, qoe cu hei poslo
Sb em li a ruinba espcran\a:
era o renunciar-se ri si mesmo, perdoar
Se de ruim foge 1:1 Leu rosto,
as injurias, toler~r os peccados; Moy:,eS Eu não fujo :io meu <le,goslo,
não podia ler estas prerogativas, tanto Que bem rapido me alcança.
mais porque fazendo os milagl'es 0:-1 mais
Invoquei-te na tristeza
espantos<.1s, não se podt:l'ia distinguir o
Do roeu Lão penoso exilio;
Salvador das nações: assim vemos nós que Dentro em mim seuU accesa
o Blptbta, precursor de Jesus Christo, Um:i luz, cuja vivcsa
não. o annuncin senão qualificando-o cor- Era a fé cm leu auxilio.
deiro ele Deus. Não o designa uem pelo Desde então, rua! sluto as dores
symbolo do lião, que denota for<;a, nem De quem fui escravo jà ...
pelo da aguia, que suppõe elevac;ão, mas Busco os dous animadores,
debaixo <lo emblema do animal o mais l\lando ao céu os meus clamores,
ll o céu graças me <.ltl.
doce. Ecce atruus
.... Dei .
1'. Mãe dos oríãos desv11litlos
A 1i devo quanto ai, ~rnço;
~udos foram meus gemidos. , .
Sam meus dias succedltlos
isas doi:uras do descanço.
C<llli c1 t~rrw ennarnnt glorium Déi I Mas se o teu divino amparo
JJi11/,n,
Me abandona um sô inst:iotc,
Qae diz a ílorinha brotando cntr.c llS rochas
É eolão que em mim reparo;
E abrindo ll)iuu,sa tla calma ao ardor?
E as fraquesas sõ dl!paro
-Que diz a rolinha gemcu<.lo nn seh•a
De pf!ccado lriumfaute.
Saudosos suspiros de goso ou de tlOr í>
Uru momento l)'esta \'ida
Que diz a fonllnba que d'cntrc os fraquedos
Não me deixe o teu au16i· !
T;io branda, tão doce se ve dcl-lisar?
Faz do fraco um hom em fertf!,
-Que diz o murmurio da aragem fagoeira E por mim pe1lc na morte
Que passa de noite oas praias do mar? Na prcsenc:-a tio Senhor.
Que dizem as vagas :iltivas l>ramiodo C.nm.1.0 C.\STEt.1.0-Bsu~co.
o· enconLro aos rochedos com lugubre som? (E.x:tr).
Que diz a tormenta rugindo no espaço ?
Que diz o medonho roncar do Lrov5o ?

Que diz a estrellinha brilbando nas trevas ? ANNO CBBISTÃO.


Que di7t~m os raios ardentes do sul ? .Ja.JI,110.
Que diz alta noite, trinantlo sosioho
Nn centro dos bosques, genlil rouxinol ? 1O. Sr.GUND.\-Fmn.\-Os i irmãos mal'-
tyres-que sendo <>xhnrtado~ por ~Wl
Que diz meiga lua sulcando de nuvens
Um mar procelloso ?-Que.: diz o chorar piedvsa mãe Santa Felici<la,le, preferi-
De mei~o inoocente que li luz ,•em do dia; ram morrer rodt!.idos <los mais Lorríveis
Que a dôr desconhece tle Intenso penar ? ! tormentos do que abjurar a fé q uc tinham
Que diz a ovelhinha balaodo no prado?
abrac:adú junto.3 dn Cruz. E~tcs sete ir-
Que diz a n:itureza nos caoticos seus i' mãos eram S. J aoua rio, ciue foi morto
Que diz dentro rt•?lma celeste harmonia;> com chumbo derretido; Peli.x e Philippe,
Que diz tudo isto ?-Sam bymoos a Deus 1 ! que morreram Íll!-tigaclos com varas; Sil-
* • * vano, que lançado do cume de u_m ele-
vado ponto, morreu todo de~locado; Ale-
~
w~ia{ilÓ i\
~~ illC b-t ~
G~ '°@" ((!1!5 1
xandre, Vidal e Marceal, que foram de-
golado~. E finalmente sua Mãe que de-
Rosa, na terra plantada, pois de os ver a legrcs se lia rem com o seu
Entre espinhos e abrolhos,
Volve a mim dessa morada sangue, a religião do Crucificado, passa-
Onde foste arrebatada dos quatro mezes, recebeu tambem a pai.-
Os teus compassivos olhos l ma do mal'tvrio.
.,

~~ -
-· .~
1 J. T1m<j.\-J11.mu-Hesa a Egrcja n'cslc fins da tcl'l'n, não teme u a temp e~tade
dia da oict.wa de Santa Isabel Rainha de movida pelo mesmo Trétjano, e foi mar-
Portugal. tyrha<l0 no anno 100.
12. Qu.unA-:rmnA.-S ..João ·Gualbcr- 1 [j. SEXTA-Fmn.\.-S. Boaventura -=
10 , n obre Flo rentin o-seguia a vida mi- natural <le Balneor'1gio na Etruria, en-
litar; e encontrando-se no <lia de Sexta trou pnra a orde m de S. Francisco em
fci,·a de Parescc,·es co1n o ashas:.ioo d e consNJuencia de u~n rnlo, que sua mãe
seu irrnão Ugo CID um logar que nãoº po- fü.cra por occasiüo de um a desesperada
dia escapar-lhe, e jà lhe pedia a vi.da enfermidade, que elleem menino tivera.
apon tando-lhe para uma cruz, lhe pe,·- Deu logo m06l ras de sua grande piedade
douu, e entr., ndo ambos em um lemploi e talen to, e cl.iegou a ser o ministro de
ccn quanto ell eadora~a um Crucifixo, viu b lHl ordem. Depois o papa Gregodo X o
o mesmo Cl'urifixo acenar- llie com a ~a- elegeu rar<leal e bispo Albanense, movi-
be<;a. Foi então que, ron tra vontade de do de ~ua erudi c,ão e san ti<lud~. Assh,tin-
se u pae, trocon o uniforme milita•· pelo do ao se~uncln Cll11cilio de Leão no anno
habito mona~tico, e indo aoe,·mo ca mal- de 'l 27ú fo i atlacado d e uma enfermi-
dutense fa ll,,r com S Rumoaldo, c:,,te lhe dade, que llic eon!'lt1mi11 as fon;aR íi:,icas,
va ti cinou, que haria de ser o fondado1· e enlào sc.11 e-.piri to, livre da:. pri,ões <lo
d e un.1a orde1ri, e com eflcito n o Valle- co1·po, foi go-.al' a hoa ,·en tura.
.
Umbroso lan<·ou 0 11 Cun<lamentos de uma
congregac;ão, que é contada entre as mu i-
'l 5. S,illc,no. - ·~. Ilcnriquc, o pie...
closo-nu11 c·a !-> C deixou offusca r pelo bri-
tas ramificações br. ne<lil'linas, e tfllt> clfa lho das corfü.11-, as quae,"' só luo ser'viam
mesma, muito :-e propagou. Deu-:.;e todo dt> peso, e lh e clt,i.la vurn ver novas ol,ri-
aos tl'alialhüs da propélga<:Jo da fé e ex- gac;õc:,, a cump l'ir, ele que lhe tiraria es-
tfrp.i ção <las h ere, ia~ e i-irnonfo, péfo treilas <'On l a-. o l'Ci <los reis. Duque de
que teve inimigM, que o guerrearam, e Bnvaria, rei da Gennania. e finalmen te
até lhe incendiaram o mo,tcit-o de S. imperador dos r oma nos, em todos e,tes
Sahio, ~a lvando-!:ie milngrosa mcn te, ao degràus porqne a Providencia o fez subir,
signal da cruz por elle feito, tudos os foi se mpre, pela virtude, a, isinhan do-se
monges. Corno diz a :,,ua lcgendn: « Ven- do céu, at§ qne no anno ele 102á l~
deu os a lfuias sagrada-,, para occo rrer às· chegou.
n eces~idades dos pobre~; para en frea r os
16. Dou1xoA-Ô. ª depois de Pente-
mal\'ado,. ,,in que os mesm os eleme ntos
costes-Fe,ta do anjo Custodio d o impe-
o segunda,·aa~; p:.u-a comprimir os de-
rio. A piedad e de nossos maiores, na
monios, era a <.'ruz nas sua:; mãos qna l
cren<:a «ele que Deus incumbe a guarda
uma espnda. » 11eli.,mente e!-.peran çado
de cada reino n um anjo em e1-pr.rinl »
aa bema,·enturança, e em quanto ,·epe-
instituiu C!-lla fe:-lividadc, para assi m tri-
Lia as palavras de Da dd, que bem ex-
butar louvor e gl'a tidào àquelle que vela
fJres:,,i\'amente revelam a m c~ma c,pe-
em nossos destin os. Possa elle faLer que.
rança. « A minha alma ei,,lái-equ iosa pelo
Deus se torne propirio; e que, esquecen-
Deu ... fut'tc e vivo: qua nd o ire i e a ppa re-
do nossas falta~, seja mos utoa nação fi"
Ct,"\rei diante cltt face de Ocw; ?:» ce.rrou os
delissima a religião do Crucificado!
olhos, e viu reali.;ar-se-lhe aquella rnn-
t ura, que sempre busd1ra, no anno 1073.
1 3. (JUJrmi-1:mn,. -S. ~nacleto-dc
nac;ã o alhemiense, foi eleito papa nomes-
mo tempo ri11e era irnpPrado r Trajemo. !NcuTEnn \-0 rcverctido George Plet-
Foi dle qtwm <l er>retou, que na sagrac;ão che r, membro do clero anglica no de
do~ l>ispos não assi~ti,~em tnt>nM de ou- Londre~, completo11, ha pouC'ú <·cnto o
tJ'O~ tres. SC" mprc co m 0 leme da eg,··eja seis anno.... E, tc v1>neravel p.adr e nüo
na mão para o fazot' na v-egnr até aos con- ol>.:,tante ~ua mu i avançada idade, gosa

L-~~~~~~~~~~---:~
iBrn.,, í8 J_,
~ ~ . . . . . . . - 0 .....
ainda de excellcnte ~aude, e sua vista é prestar identico serviço a outras nlma 5
tão bôa que não usa <le oculus. lia bem egüalmcnte 1·.eligiosas , para o q11e lla
poucos dias pregou um sermão na egl'e· sempr~ n bo,·do cerlo nutnero de. eccle-
ja <le S. Lucds. siasticos.
Rrn DE JANErno. -Por dec1·eto de 15 -Na provincia d'fokoutsk, na Sibe-
de Maio, fot'am concedidas ~s honras de ria, imilaram aqnelle exemplo os m1ssio-
conego: narios grego-rnsso: mandaram eonstruir
· Oa Sé do Lispaclo de Marianna aos uma egreja po1·tatil, que se pode armar
padres Candido Affon~o <los Santos Lage. e de$armar à v_onta<lc. E.. ta egrcja, cujas
e Manuel Hoberlo da Silva Diniz, viga- diversas partes !-am transportadas por
rios das freguesias de Betim e Taquarus- meio de carretas, percorreu o auno pas-
su,. do mesmo hispado. sado a maior parle d'aquella proviocia, e
Da Sé do bispado <le S. Paulo aos andou 2:200 leguas no espaço de oitt)
padres Prnncisco Mureil'a de Carva]bo, e mezes: '1:500 idolatras foram o'elJa I.Jap-
.Jose Carlos Martins, vigarios das fregne- ti~ados.
~ias de .lacuhy e Alfenas, do mesmo bis- BAm1.-Prcsistindo Sua Snntidadc na
pado e provincia de Minas Geraes. reforma das ordens religiosas, delegou no
Por decreto do mesmo mez: E.xm. e Revm Snr. Arcebi~po Metropoli-
Foi ap1:esentado o . padre Marianno tano a jurisdic<,:ão de abrir ê presidir ao
Antonio Corrêa, na freguesia de Sacra Capitulo geral da cung-regaçào Lenedictina
Pamilia do Tinguà do bispado e província do imperio, com o fim de melhorai-a.
do Rio de Janeiro. O que tomando Sua Exc. Rcvm. 1rn di-
Foi permettida aos padres Antonio vida con~idera<:ào, abriu o Capitulo a 3
Rodrigues da Custa e Jo~é de Noronha de Maio passado elegendo para D. Abhade
Napoles Massa, vigario~ das freguesias do o reverendo Snr. l?r. Saturnino de Santa
Espirito Santo da Cruz Alta, e. de Nossa Clara Antunes d ' Abreu. De uma egual
Senhora da Conceição de Peralioim, do missão para com as ordens r cligiosQs e.xis-
bispado do Rio Grande do Sul, a permut- . tentes n'esta provincia, se acha encarre-
ta entre si elas respectivas frpguesias. gado Sua Exc. Renn. nosso dignissimo
PAnA', -Acham-se <'onduida~asobras
Prelado o Snr. D. Manuel Joaquim da
do Palacio epi:,,coeal, que emportaram Siheira.
em 28,ú60:000. Podemo~di:ier, segundo
-Por permissão imperial de oito de
as informações que temos, que o predio
Janeiro do aono passado, foi conc·edido
so.ffreu uma completa reforma quer in-
ao Uevm. Snr. Vice-Prefeito dos Missio-
te,·ior quer exteriormente, tornando-se oaril)s capuchinhos <l'esrn provim·ia, Fr.
assim um fammo edificio, e talvez o me-
Dor otbeu de Dronero erigir um hospicio
lhor que no Brasil serve" de residcocias
na Capella de Sant'Yago d'esta cidade.
epii,copaes, e por isso felicitamos à Sua
-Domingo 2 do corrente te,·e Jogar na
Exc. Revin. pelo seu novo e digno alo-
Egreja Matriz ele Nossa ~enhora da Con-
jamento. .
ceição d' esta Cidade, a festividade do Es-
-Oxalà possamosem breve dar cguaes
parabens ao nosso Dign<> Prelado, que pirito Santo '!Om vesporas e Missa solem-
não pôde ainda ver concluidos todos os ne, feita pelos captivos. Ao Evangelho
seus boos e louvaveis desejos. orou o Rev'm. Padre Dr. Manuel An~onio
E.sTAoos-UNmos.-Existem n ' esle paiz da Paixão.
egrejas fluctuantes, que navegam jt1nto
E . . P,......,, s .
as costas, recebend'> a cada passo immen-
N.º 8-Pag. 8. 1. t6-Lêa-se-Santa Isabel.
sos habitantes d~aquelles si tios, e seus ar- N. o 9- « 7. (< 15 cc dos Santos Aposlol1,s
redores, que várn assü,lir ao ollicio divi-
no. Tt>1•minado elle. largam em terra
ftla1'miftão-'l'yp. de .!. C. :ll. dá Cunha 'l'or r es,
aquella bôa ge·a te, e vam mais adiante Rua dos lJarbeiros 11. 8.

6ibllotoea Publlca Benedito leito


ANNO I Segunda-reira 17 da Jullto de J854 N. º 11.

D.CHBlSTIANISMO.
~mâ&il1\lal9 llàl!\Lll(\!9PJ®~
1•neço 1n suoscn tl'ÇA '<>. X X .\SSIG:'\.\ -Sf:
l'or UIII UlllU\., • .... .. 8$000. v" I Na llua da Cruz'- 11. 31, e na 'l'i110gr~phia
l • s,·ls m•·1.~ . .•.•• . 4~uo.
.
P.ogo ad1au1a<1º·) • 111.,. mc.w, ••••••• 2$1100.
\A, uls•o,..... .. • .. • • .. . si1,o.
à
X IV dcsu, Jornal. ·
ft
,Yo11 t·t11 i animas perder, 1c,1 snluarc.
S. l.u( . e. O. ,•• !IU.
- -=- = - - __·::..~=--=-=- · - - - - - -

ça da r~til·idaclc. Elle nào fez mai~ do que


OCHRISTIANISMO. 1-11bsti111ir- lhe O!-i falso:- praseres de'-la vi-
da pelos Yer<l.ideit·os da outrél; e pel~ cur-
Co~8•DEB&ÇÕEM, li!IODBE O ESTA.no DO 110:tllEM ta privação de certos gôsos, que nem de
TF.lU)E~TUI A 8.t.l.,' AÇ,iO.
tal merece m o nome, lhes prom~lle óu--
Que maior de!-grac:a podia sobrevir ao lros eternos. A de~grac;a do homem é o
homem, <lepoi:; da queda de seus pri- não qu erer accomrn o<lar-!-c à esta sabia
meiros pais, do que a constante e perpe- <lispo:-.ic:üo e é o principal meio de que se
tua inclina<,.iw ela.sua vontade pa.-a o mal ? scrrn o dem onio para 'l le11 lar desviando-o
Elle de certo, desde a epocha desse fotal da obf'diencia às ordens do ,,en Creador.
acontecimento até hoje ••.inda nüo co m- Esse terrivel inimigo <lo homem <lJsco-
prehend eo, ou note, ainda não awtlio11 hre oelle o <le~··jo 11atural que o acom-
bem a perda qne !ioffreo; pul'que a ni'ío panha pa,·a os pni..,eres <ln mundo; mos-
~er as:,im, o homem , não ob.. t.mte os trando-lhe objt!cto-.; qu e li,,ongeam-lhe os
tropeços, e diffi euldades que encontra no sentidos, e prcvah,cen<lo-!-e do amor que
tran!-ito de~la klborio!',a vida, não :-e j11l- elle cunserrn pela fdicicl ade, lhe faz cre1·
ga ria feliz a ponto de ci,,qnecer a verda- que a encontrari1 oo gfü;o dos obJeclos
dei.-o felicidad e para qu e foi t•rcado; e se <JII C lhe tem mostra<lo, ele sorte que o
algumas \"C'le1' della se lembra, é rt'putan- ho1m:m e,qu e<'en<lo o estnclo de sua con-
d v-a l a nto, ou de menor va Jor do que a dic.:ão pre"ente q,wr ser fcli7. contra a O l'-
q11e elle gosa ne~ta vid.1. R em lirtude clem de Deu~; dei xando-se engana r por
d c~la fal sa pors unsüo q11c o acompanha falsa" apparent~i a-. de que o demonio se
qne nos veu1os o de!->pre:-.o c·om que ellc tra- i-;erve p;i ra o attrnhir, elle prúcura o que
ta o importante negocio da sa h·a<;ão. Deos jamai-. ent·ontrnr,\; emíim dcsgra<:,tdoem
creando o (}()mem não o fez para scL' tudos os t,nnpo,, ell e perde o direito á
. mise ravel, e~ tPt•ra teria:.ido se mpre para fi•lil-idade eter1rn preferindo uma foli<:i-
elle um lu~ar ele praser, 1-e não houvesse dad c imaa inal'ia rprn elle nfio gnsa , e que
perdido a innocem·ia <'Om <pie fôra crea- bem cara llte cu .. ta po,· is~o q ue tra1. com-
cfo; sem morrer e se m soffrer, elle teria sigo a perda dos benc. , da sau<le , dn
sido transportado do paraíso terre~lre d esr.aoço, e mesmo chi sa lvação l Em um
para o celc:,tia l. Mas tPndo decahido fO- tal estado não só a vida du horn e:n e!-tà
Juntariamcnle do eslado de ionocencia e su 0"eita à.-; lentaC'Õcs, mati é lambem uma
de felicid.ide em que Oeos o ba via forma-
.
'
verdadeira l9nt ac:ão. E verdade c1ue ellc
do, elle se achou logo redul-ido a misc- na mesma tentação acha meio~ d e a co m-
ria; a terra não lhe produ!-io mais seni'ío batter; exa111inando po1· um lado a na-
espinhos e ahrolho-., e jamais será sobl'e turesa do:-. ohj cNlls de qu e se serve o de-
ella que ,o homem gosa rà prasne~ e de- monin pHa o engarn1r, e por outro os
licial-. E -verdade qu e e~la jui,, tic:a que meios qu e emprega pu ra :-at isfàser a, ~uas
Deus exerce so bre -elle é temperacfa por condi<;ôe~, pt1 rq11 c em resultado adtarí\
condições bas1nnte fovora \·eb ; porque q11esem a inteira ob~erva ncia dos m_anda-
tornando-se o homem mi'-c ru -çel, o ~eu meolos <lo ~e 11 C1·e,1<lor jamais poderà
Creador não lht? tirou todavia a esperan- preencher o fim para que foi destinado.
.
011 ! que desespel'O não serà o elos fi- 26-1'.raghmJ_to-cbamado Silv,estre /J. º,
lhos de Adão, quando se '\'enclo ;1bando- eq1 11 ao.
nados de tudo, praseres, ric1uezas, des- 27-liau1•iclo ,Donrdlu-chamado Gre-
canço ele so
verem diante dos olhos ós
gorio 8. º? em 11 'l8.
seus crimes ! porque .to.das estas cousas,
morraes como os ho mens acabs1m, e para 28.-Peah•o ,1e Leiío-cbamado Anacle-
maior desgra<s-a sua acabam antes delles. to, em 1 '130.
Resta por tanto ao homem neste mun.- 29-Gregorio-chamado Victot· 6. º, en)
do, onde elle apparecendo foi logo infe- 1138.
liz, o empregar lodus os meios para qoe 30.-.Peah•o ,te C:01·l»iê1·e- condcmnado
não lhe aconle<;a egual t.orte na outra,
em 1528.
onde tem de viver eternamente.
3'1-C:Ae.111e11te ~'II-efeito em 21 de Se-
J. P. S.
tembro de 1378, e condemnadu em
16 de Setembro de 139[J. "' .
"
32-Be!aealieto XIll-eleitQ em 28 de
LISTA DOS ANTE-PAPAS.
Setembro de 139LJ, e deposto a 5 de
1-NowRclnno-condcrnnado cm 251. Junho cfe 1 '109.
2-Felb.-coodetnnado em 355. Pa- 33-Cleau ente ' 'II.i-e}eito e nuo reco-
rece que depois legitimamenteadmi- nhecido.
nil'jtrou o Pontificado.
3lt-Eelh. '\'-ante-papa desde' 1lt 39 n.té
3-1Jr11lcl110-coodemnado em 366. 1449.
ú-Eulallo-condemnado ec,n ú 18.
Estes sam todos os atrte-p~ pas que te-
5-Lourenço-condemnadu em LJ.08. em havido desde a fundação <la Egrejn,
· ·6-Dloseoro-condemnado em 530. até os nossos dias.
7 - ''iglllo-considerado a principio co-
ri10 ante-papa, em 537.
8-Pnscoal-condernnado em 687.
9. -Tl1eopi1Uneto-condemnado em Dom João da Purificoçcio MarquPs Perdi!Jtfo.
757. conego r·tgrunte de Snnto Agoslinlw, por grar,,
10-Conlitnadlno-condemnado em 767 · de Deos e drz Sauta Sé Apostolica, úispo de
l'ernnmóuco, e do comu,//Jo de S. ili. o I mpe-
1 '1-Zizh110-condemn~d , em 826.
rndor.
-12-A.uasta4'io-con<lemna<lo em 855.
A todos os nossos diocesanos paz, e bcnçáo cm
'1 3-Sca•glo-condemnado cm 891. nome de Jesus Cbristo.
1á-C:lu·l8to,·ão-condemnado em 90lt.
Posto que ainda amargurados pela
15-Leiío-cbamado 8. º, em 963. recordacào affiicti va dos considera veises-
16-:i'ra11C!o11io-cbamado Bonifacio 7. º tragos, ; gl'aves prejuisos, que a Per-
em 973. nambuç,o, :-ua circum vi~inhan<:a, e até a
17-P11lln,r;nt110-cbamado João. 1á. º, cidade da Victoria, segu ndo nos conl'jtn,
em 997. occilsionou a cbeia , superabundanle:-
18·-· Gre~orlo-condemnado em 1012. mente exlraordinarin , 1nanifc~tada n o
tempestuoso ,e aziago dia. 2·z do corrente,
19-Joõo-chamado Silvretre 3. 0 , em
e jamais anntinriada na historia per:nam-
iüúú. bucana, todavia não omittimos o de ver,
20. - B2ne.d ieto X - condcmnado em que o nos~o ministerio nos ill"•põe, per-
1058. suadindo antecipadamente nüo ,er casua l
21-CRdalous- cbamado llunorio 2. 0 , a inoente calamidade, que cterna.nente
em 106(). nos ~erà sen~ivt·l, como rec11rdativa do
iustrurnento flagelante com qn e a divina
~2-Gnlltei•to-chamado Clemente 3. º,
iocügna<;âo determinou corrigir os delin-
em 1081. . - quentes, que recusa m retractar-.se de seus
23-~n,c,•to-condemnadoeO) 1100. excess<>s, para viverem na obstioa<:ão com
2fl-Looa•enço-.-condemnado em 1 'l 00. total estiueaim~nto das leis divinas e hu-
25 -.'.l'lteo,lorlco-condemnado·eqt 1100 mana-~, ·que be-.forçoso observa~·,. paua.que

6ibllotoea Publlca Benedito leito


a plena dilecc;:ão do Creador, reine r.o Se o infinito poder, estende a mão
coraç.io da crentura, e a li tuna na socieda- percm·so ra , promctte~nos obedecer aos
de possa su bsistir. preceitos da lei; se po,· e~te motivo sus-
Sim, dilectos dioce!-ianos, vú~ estae! pende a espada de :ma jusli<;a , não cum-
certos de que os acontecimentos da pre- primos o qne nos cst;\ prc'ieripto.
toiente vida, não sno casos fortuito-., e que Se nos castiga, soppliearnos indulgen-
à deprarn~üo não permilte reflexionar na cia; se dissimula nossa desohediencia, se-
doutrina evangelica, <Jue condemna os gunda vez provocam oc; sua indignaçfio.
sentimentos dos que altribtJem ao acaso Dilectos filhos, co nvertamo-nos para
os sncce-.sos, aoc, quaes toclo vivente està Deos ('Oln n maior sinc:el'idnde decora<;ão,
sujeito. Será porém ella não digna de no jejum, e no pranto, como no~ diz o
credito, porqne não reífoctida? propheta Joel, assegurando-nos não ba-
Estaremos isen tos de a seguir, e ado- vct' meio mais proprio pa1·a applncar a
rar, não ~ó para cumprir nossos primei- ira cele:,le. A penitencia he a unica tabo~.
ros e essenciaes ~e veres, co mo para nego- em que no-, po<l.emos salvar do naufragio
ciar nossa salva<;5o, em qunnto não são da culpa.
i-cotenciados os DO!-SOs pensamentos,._ pa- O prophcta lsaias nos di·i em nome
lavras, e ob1·a1t? de Deos:-Al>nndone o impio seu pl'Oce-
Ovelhas do rebanho pernnmbncano, dimento: o homem ini rp10 deteste Sllt\S
persuadi-vos de que os castigos são indis- pessi mns indina~ões, e Deos, secop1·e mi-
pensaveis aos homens adultos, como he sericordioso, deite se compndeC'crà, para
inexcusa\'el aos filho-; menores o ensino, lhe perdoar-Alim entemos os que não
dirigido a instrui-los na religiosa e civil pode,n ter meios <le su bsistenci,l. Cu-
educação. Estas são as visla$ do autor da bramos a nudez dos indigen tes. P,·este-
uaturesa, que, (seg undo San lo Agostinho) mos protect;âo aos <le.,amparndo~. Prati-
julgou melhor e, uem resulrante dos ma- quemos íin:ilmeotc para com nosso pro-
les, que não us permitti,·. ximo todos os actos de hene volencia, que
Não nos queixemo5 da sapientissim~ para nós queremos ou desejamos.
Providencia, que argue nossos feitos, e Se urgente e pus!íivelfôr, ad,niltamos
reprova nosso demerito. qnando não tri- nas casas de nossn resiclenoia oi; que não
butamos sincera crença aos inexcrutaveis tem aonde po<;s:im habitar de modo al-
arcaoos, cuja c-ompreheni-ão he vedada gum, por occasião de gra'\'e vexoçüo, co-
ao fragil, e finito entendimento. Não mo aconteceu irnquelles, cujas habitações
queirami>s p~rscrntar o que lae imperscru- A grande inundac;ão destrnio até. aos ali-
tavel, ,foixan<lode ct·cr. e prc1ticar quan- cerce,11, a ponto <le somenle achareCtt t'e-
'
to nos esta determinado. . frigerio e consola1;ào na C'a~a de nossa re-
~e e~tas forem as disposições que de- sidencia, cujas portas de hoa mente lhes
"emos adnptar. não sere mo'! con~trangi- franqneamo", se m qu e até agora tenham
dos a so.fl'rc1· os rigores e ª"'Pel'esas, de expérimentauo Cal'eOl'Ítl de nutrição 52
<JllC sempre estJtl:los ame~çados por pro- pessoas, poi· benefirio d., Providencia.
pl'ia culpa. que castiga, mas não desn mpara; fere, e
Ile certamente amarga :i pena, que não mata.
sente o peccndor, attentos os espantosos Narramos este tàcto unicamente para
elfeitos elo crime perpetrado; maivr he que os nos• os diocesí\nos cngrande<;am, e
porém a de-;~ra<:.l que o 1·el'ca, e opprime exaltem a divina hcneliconcia, á qm1I de-
t1uando oã.o e\'ita a pcrtinal'ia na culpa. vemos eterna gra1idão, por nos enviar a
A nosrn enfermidade, diz am santo meredda puni<~io com a maiot· benigni-
padre, se atl'rra com os.ílagellosda divi- dade. Quanto a nus, sómente nos re~ta
na Omnipoleocid, mc1l- uào faz cessat' a o praser de sati.-.faz.er o dever pastoral, e
iniquidade que os motiva. caridoso.
Se Deos Cl\pel'a nossa corrccçüo, não Por esta occasião parece-nos conve-
nos retractamos. Qu:rndo censura, pela niente noticiar, para o mc,mo íim , a es-
pnniçào, nosso il'l'e~ular procedimento, pecial muoifil'encia com que, dur,\.nte a
apenas de n o<; 1,e apod~ra u temor, e pou- presenie trilmlac1ão, nos tem ag1·aciado a
co tempo depoi•,, nos e-quccemos de cum- celeste b cncvolenl'ia, permilliodo que no
prir nosso de ver. dia postet\ior ~\ espaotosa inundação np-

~
.;, 't'. ,t;j, . -d
IMolKa~----.....!
~ ___· ® TI!tilllWll~~llJl-i'SiJ~W~o~
,n/:.....az:-rce:,.;f:;H, - 4416 ;;.'f:-~Jl>?ãiiffit ~ r: i:S· -;a â""".b31 :"'ff ·z··~-h:.. ......,....,_., ... ..:ta&W.s?M.tZ=
t;'iÍ ... . . .. t

parecesse o sol claro até à larde, co~tra a todas as indignid tldes, e to<los.o.s ultra-
toda expectação para enxugar à roupa de jes, e a todas .as sacl'ilegas profonac:}Ões,
todas as fomiliac., que se tinhan~ refugia- das quaes a humana e dbbolica mufioia,
do com presteza em nossa lrnbitac:iio , ca- p odia se r cc1paz . .
miohan<lo por de ntro d'agua até â cintu- Queremos s,,ber se a nossa fé he ,i-
1•á, sendo d e notar, (Jne n os $Ubsequen- "ª? Excitemos em no~sos corações aq uelle
t~s dias, o sol se tinh a occuhado por espa- sin cero pezarda s faltas co m meu idas, p ara
<;o de li dias e meio. n os sere m perdoadas. -Tudo be p os.,ivel
Esta mos lines do pP.rigo e affiição, àquelle, que ·crê. -QL1eremos provar
por singt1 lar beneficio da Providencia, noi-sa religiosa concluç ta? Prosll'emo-nos
que se dignou atlender, pela fé nas· divi- aos pés de J e:.us Christo, repa ra ndo do
nas prom essas, nossos clamore5, e escutat' modo possíveis e à fa ce do céo e da terra ,
os gemidos de tantos infelizes, a cuja an- todas as irreve rencia~, aesprezos e ultra-
gustia accorremos com as consolantes pa- jé~, q11e este Deós e senhor, recebe so bre
l'avras de Jesus Christo, dirigidas a Mar- n ossos altares.-Tudo be possivel àquelle
tha, quando duvi<lon do poder do uni- que crê -Em presença dos proximosacon-
genito Cilho do Altíssimo em resnscitar a teci m entos, recorramos a J esus Christo
l..asaro seu imão, que jazia sep'C1ltado ba- com humildade, supplicando mil vezes o
vi.a quatro dias-No1111e dixi tibi, quoniam perdúo de nossas iniquidades, jà que não
si credideris, vi<lebis gl01·iam Dei ?-Ev. nos be pel'mittido regar com lagrim as de
Joan. e. 11 v. áO. ingenua contrirção os lugares, onde seu
Conveúiente be que passe mos a ex- S'agrado corpo foi horrivelmente ultraja-
I10rtar os filhos ele no~sa predilecçào, a d o, e os signaes de seu amor forn m des-
que p1·ocedam em perfeita armonia com pl'esados. Jà que dizemos, n:io nos ho
a fé professac.la, cujas obras de.~ignani p ossível constituir-no~ senhoi· dos cora-
qnaes são os verdadeiros crentes, a quem ções de todos os bomen,, para reparar,
Jesus Cbristo assevera toda a possibilida- por qualquer sac rificio, a ind olencia de
de cm obter todos os meios de consegui- todos os que não querem conhece r a Ocos,
rem sua predestinação. -Omnia possibi- ' ou qu ê conheceildo-o, não o · tenham
lia súnt c1·edenti. -Com memoramos par- amado.
ticularmente esta virtude, como a mais Manifestemos na divina presença a
util ao viandante no tempestuoso mar di~posição em que estamos d e soffrer tudo
deste tnundo, com a qual arma<lo, e for- que n écessa rio for , para repal'o da inno- ,
liÜcado, pode venre1· todas as difficul<la- cencia perdida pe la culpa, e patenteemos
<les e tropeços, que encontt·a r possa no a vontad e, riue temos de satisfiue1· u sem-
caininho da rectidão. piterna jusliç:.i, unindo nossa intenc:ã6
Pretende ca<la um <le nós convencer- àqueJla ·que Jesus Cbristo <lirigio a seu
se se he ou não, verda<leiro crente? Veja Pai sobre o cahario, satisfazendo pelos
se adora a Deos em espil'ito e verdade, e peccados de toaos os bom c ns.
do mesmo modo a Jesus Clirbto, existin- Imploremos a remissão de Lod os os-
do em estado de victima na Sacratissima e.xcessos voluntarios, e involuntarios pe1·-
Eucha ristia, pela qual :;e offerece um stl- petrados em todn o d ecurso d e rro~sa mor-
crificio pelos homens a seu Etemo Pai, tl\l carreira, determinando-nos a cum-
por um nxcesso da mais pr·odigiosa e ex- prir exa<>lainente no resto de nossos
·ceJlente caridade, ape~ar de oão divisa r dias todos ns deveres para com Oeos~
no cora<:âo da maior pal'te de suas crea- P?ra comaosco, e p.1ra com nosso pro-
toras senão formal ingratidão, não sendo x1mo.
b asta nte ter trilltado um caminho nimia- BemaYen tnrados eternamente se re-
mente arduo, para n.oR testemunhar ex- • mos, se pn1tirarmos esta doutl'ina verda-
trnmo zelo pela nossn perene ventura, e de irame nte ev~ ngelica.-Tuclo he possi-
pelos exemplo!<. e predica Evangelicn,
vcl ao verda<lei-ro crente.-
pará nos inf,, truir cm nossos de veres e não
:.eado sn lltcient c te r sid o abandonado ú Caldeireiro 2!) de junho de 185á. - _
desen fí·eada insolcncia, 11 b a rbara impie- João, bispo diocesa ~.
dade, e à inaudita crueldade dos· Judc os,
gucrendo ainda ser ex.pm,to tod os o~ dias (Do Dicll'io ele Pentambuco ) ..
..

6ibllotoea Publlca Benedito leito


IX. Quare rremuc'r e gentes, &e,

lmilaçáô do tlcspa11hol.
El'içit3r1s 3Rtc lSo6 n tino :cum didi-
cis,ct qore r,'Cerol, ei filius suus minor, ·couto a negra procella ao pego iratlo
ait: Matcdicius chall3DQ ....
Porque agita as nações feroz tumulto í>
GtN. CAl'. lX. 2~-25.
Porque alçando protervo, altivo brado
Noé com sua prole cm paz vh•ia, Intentam derribar da Oeus o cull9 ?
Das terras entrefülo ua cullura, Porque a guerra faminta, o audaz insulta
Bem longe de pens~r que d'amargura
As sacrilcgas tur~as hão guiado ?
Um filho os dias sc.us inda encllethi.
Porque n•um cego impulso. criminoso
Este filho ct·ael. que a5sàs tendia O hojllem elo seu Dou~ malcHz froso 'l
Ao seotiruenlo da malicia impur.t, Nutrindo as vfs paix{ies <rne inspira a terraf
Com riso mofa<lor zombar procura · 'torpes, negras paixões.as mais impuras,
Do Pae, que descomposto adormecia. ~fovem torpes monarr.has dora guerra
Noé sabe do filho a culpa borrenda, Ao ungido de Deus là nas alturas;
E, sem curar da <lõr, que a alma lhe parte, Ao rei de qµanlo em si o mundo enccrra 1
Lhe diz, lançando maldição tremenda: ~·oote de eternas glorias e venturas. . .•
ti-los para dar n,orte a seus cot:llrarios
« De filbo jà não posso o nome dar-te! Os ferros aguçando, temerarlos I
4
« Teu crime jà não pode ter emeuda ..•
No meio das }>halaqges corr~mpidas
<< Seràs de Deus maldito em toda a parle l»

VIEU\A,
Soltam seus chefes odientas voses,
Voltando ao extermínio imruensas vidas,
.
Dando à turba feroz lições feroses:
Escutando as palavras femenlidas
Úí cumpre a mullidã.~ ordens atr<fsés;.
Como occullo volcão se alfim estala
A guerra com furor jà tudo abala.
x.
Vão será o arrojo porteoto~o
Et dixornnt: Vcnl!e, facimnos nobis ci-
•J13tcn1 ct mrrim, c.ujus culm elY pettingat Da louca turba a0l1az, que-cego intento r
,,., c<etum ••• Antem Oomlous díxil•• ,con- l'fosca partir o sceplro poderoso
fundamus ihi liog'úll'm corum, Ili non nu-
.; . diat unusquisquc vocem p(othni sul, Qo que innundou de luz o firmamento;
GEN. CAP. XJ, tll-5-7. Vibrarà Deus o raio pavoroso
Dos homens a vaidade levantava 1\srnstando o traidor o mals cruento,
Em quanto na allo ceu côros divinos
No meio Jà d' Assyria populosa
A Torre de Babel, que caprictio~:t Ao podê'r do Senhor erguem mil _bymnos.
Commercio ter c·os astros inculcava. Eolâo à vlva luz do clarn dia,
Ao immenso fulgor do sol fagueiro,
Este povo insensato ali julgava Vlrà htrmida noite esr.ura e fria
Do Eterno sublrahir-se a mão pod'rosa,. J.ugnhre succeder na m~mclo il1leiro.
Se in& outra vez a l~rra criminosa lia de a 'pro.celta retumbar sombria
Das aguas entregasse á furia bra,•a. Com immetl's~ (tagor no ·fal e ouleiro;
E o'um throno de fogo, na eminencia,
!\Ias Deu~ sorri da louca humanidade, Brilhará do Senhor a O•unipotcocia.
E mostra que sua tlexHa vingativa
Só se pode a,branda'r P'Cla humildade; Deus dirá aos rebeldes mais c9rruplos:: •• ,
(< Eu sou author do sol e das estrellas:
Confunde-lt1e· a cooun1tm língua nati\la, « C9m verdes folhas e gostosos fruclos
E taz que esse paclrão d 'alta, vaidatfe << As arvores despidas torno bellas.

Mas alto não levante a fronte aIli \la, « Eu enxugo n~il pra1ttos, nuo~a criéhutos,
« Com acccnlos.de an1or, voses singelas;
VIEIRA. «.Eu sobre o ll'fonte de Siam me :is~euto,. • ,.
(Extr, «.Rejo a letra e o mar, c o firmam ento-.· "
« Eu sou, eo sou o filho do Eterno, Adeus segurança das fot·tuoas ... abi vac
« Sou eterno taml.icru, sou poderoso, commett er-se em toda a parte o vicio da
<< E arremesso os implos ao Inferno, restituir~o ! Porem, senhores a caso \'e-
« Coroo.ás ondas envio o norte iroso, mos frequent~r muito ne!,le seculo os tri-
« k"propria immensidade eu si, governo, hunaes da penitencia? Não ~ei qu e nté
u Eu aos que me Idolatram dou repouso, agora tenhamos grande moti,10 para nos
« Eu os barbaros infleis confundo,. lastimarmos dos perigos do at-rcpcndi-
« Qual a um monle<hicinza, ou.barro lmwundo.» mento.
Chaleaubriand.
Tremei, tremei sol.ierboc; potentados,
numlldõs abole! a torpe frente,
Escutac esses canlicos sagrados
ANNO CBBISTÃO.
Que repelem as auras do Oriente:
Quanto haveis sido màos e sido ousado-a JULHO.
Sede hoje bons, de coração clem~nle, 17. SEGUNO.\ -FEIR \-S. Aleixo-ill us-
Prostrae-vos antes Deus arrependidos tre romano, ba vendo passn<lo 17 annos
E sereis tambem vós seus protegidos. peregt·inando, e vi!>itando as principaes
Voae, ide á mansão da form osura egrejas do mundo, se recolheu outra vez.
Onde o sanw do! santos vh·e e mora à casa paterna, onde não foi j i1 coobeci-
Enlre mil anjos de bellesa pura, do, e por isso ahi viveu o resto de seus
Sobre nuvens de p1·ata seductorn: dias na conta ele um pobre; e c1mmdo
Ide e pascei ,•ossa ,•ista impura morreu lhe arharêtm um escripto em que
.Nesse occeano de luz encantadora; declarava quem era .
Oae a Deus vosso amor, e as suas planlos 18. Tm1çA-FEmA-S. Camillo de Lel-
Em ondas bebereis dellcias santas.
lis-de uma ill ustre familia deste apeJli-
Arrastando ama vida amargurada do, da diocese Tbeatina, ~egui11 em man-
F.m busca de praseres ,·enenosos. cebo a ca rreira militar, e um lanlo se
Pelos abysmos d'uma senda errada, deixou esco rrega r para os vícios. Aos 25
llasta, não prosigaes, ó desditosos; annos d'idade cahiu em si, e movido de
Não queiraei. a existencia condemnada uma vudacleira penitencia, parncia que-
Que espera là no Inferno os criminosos••• rer la va r com lagrimas a so rdidez d e sua
Ai do que desce ti região precita.
passada yjda. Pediu o haLito de C.ipu-
Venturoso o que sobe à que e bcmdlla !
(Emtr).
chioho, que teve de deixai' depois em ,·a-
sào de uma ulcera qnc lhe sobre,·cio a
-<CS'®-~
uma perna; e então foi para Homa, e
O sacerdocio não é um estado, é um no hoi-pital uha1uado a do~ Iocuraveis))
caraclct·: não confundamos cousas tão se empregava Am todos o.; l;ervic;os que a
dill'erentes. Um soldado, um magi,tra- mais ardente caridade pelos enfermos lbe
do , riue não é sustentado pelo tbesouro suggerla, e convertia tm delicias. Co-
publico, póde mudar <le proüssão, prn- nhecendo que p::1ra a assii.tencia aos .mo-
. curar um novo modo de Yida, porem o
ribundos eareria de mais alguma inslfu~-
sacerdote sem o seu ordenado, que púde
vir a ser ? Sacerdos in ccternum. <:ào, aprendeu o lutim; e ordenan<lo-se
Clwlcaubriand. de presbytero, fundou a congrega<;é\O de
-<"r.) 0~ clerigos regulares para soccorro d os en-
· Para se contar o numero dos seus fermo!<, fosendu elle e seus religiosos um
beneficios, seria mistét· poder contar o quarto xolo ide ~e naõ recusi~rem a pres-
numero das mi~erias humanas. tare,n seus ser~·iços a qualquer enfermo,
Clwteaubriand. mesmo contagia elo que fosse.» Só a re-
· ~~~ (,:(_... Jigiaõ cbristan apre..enta ex.em pios de urna
Os confessores sam outro ohjc<'lo de tal abnegaçaõ ele si proprio e das delicias
sa.;to. Cada confessor, disem, ~erà utn da terrn, para empregal'-se em Lencficios
saqueador occulto de qualcp1.er familia. dos outros; ·e ·merecer 1Jri1a elemicfode
iSMWo EEN59 IAM

felii . Com cffeilo e11e a foi gosar no aooó pa ra Roven a a pregar o ewmgdho. Os
<lc 1Gl lt. sacerdotes idolatras lhe declararam . crua
19. OuAnTA-fElRA-S.
... Yiccnte<le Pau- guel'l'a., porem elle sempre impa~ido, ,e
lo-devend o a e xistcncia aos nté e ntão por muitas veses tirnndo-~e mifogt·osa-
obscuros Guilherme de Pau lo e Beltrana m e nle de !)Uas cilladn-;, foi sempre aug-
d e ~l oraz, pob re,; ha bilanles da freguesia mcnlaoclo o nu me ro <l os r.rc nlC'-, até que
<lc Poy no bispado dú Ac<1:, no rein o de scllou t(Hn se u, sa ngue a doutrina que
F ra nça, pô<le eleva r-se ao snccrdocio ; e p.. egou .
emp regado por S. Fn;i ncisco d c Sallesc1n r
directo r d as freiras qn Vü,ita<;aõ, p e rcor-
ria ns aldêas vi.sinhas prcg::rnd<> com sum - t <G'lllta®~ ll<SJ.\. l.ll!m:i,U!Hl®~ u o
mo aproveitamen to, e leva ndo a con so- · H10 OB J.\NEir.O~!\'o relatol'iO que O
lac;aõ aos qu e por varios mvdos nttribu- Minii, tro da J11sti1;a apre:,,c utou a a:.~em-
la<l o~ carecia m d 'clla. ~fois tard e in~1it1,.1iu blea gemi lcgislati,•n le vou"º se u conhe-
a con grega<;uõ d os d e rigos {fo missaô, e cimé11tu a palpa,el Cdta qu e em todas as
tendo o go~tv d e a ,·ê r pro paga L"-~e e nor- Gnllt edraes do i rnpe ri o ~e no ta nos a t't'an-
rcsponder ao seu ti m, mc>1Tcu ua cidade j os ll CCel'i!>al'I OS, principzi lrocnte <.J e para-
de Pad ~ no anno ele 1(WO. m entos para·a cde bra<;aõ d o culto di vino
20. Qmr.'l'A- 1. Ern \- S. ~far<;al-fran- co m a d ccc1wia que lh e é devida, mos·-
cc7,, fo i bispo ele Le mo vico, e por .suas lrt:1 n<lo ao mesmo tem po quanto urgià,
virt ud es me receu qu e Deus o ,farn recesse alten tas as req ni~ic;ões dM dignos e res-
co l'P o d om dvs milagres. E in vocado p eitavcis l?reJa<los brasileiros, com.ignai·
como especia I pl'ole<:lor coul ra os inceo- no orc;amenlo um u verba pnra esse fim ·,
dios. rerua que naõ pod ia ser de1lil'id:i sem
21 . S-E)d'\- FmnA-i\ossa Se nhora d o grave inco nvenien te e dezar da religiuõ
Ca rmo. -Logo u os prim e iros te m pos d a d o e~tad o.
E"rreja r etira nd o-se muitos christa õs para Lemhrou lambem q11c muit o convi-
o ~\ llo elo munle Carmello, ahi começa- nha a confere ncia tlu gr:,os acad emicos
r a rn a ven erar co m especiaes cultos 11Sa n- e m theologia, .e a 11g m en ta 1· as co ngruas
tissima \ "irgc m , no m esmo log:ir cm qne dos parnch o:; e c:onegos dns C:1 th edraes
011tr'ora Efias ba via \'isto a ;1uve m su- q11c por u~csqu in h os naõ pod em con vida r
bi nd o. T a l é a ori Prrr.m d 'csta deno.
mina- Oli tale ntos e dedicat:<>es· especiaes; qu ão
çaõ <la Senhora, e tal o c·<,mec;o <la 1·es- u rgen te se tornavcl o e~ ta belecimenlo de
pcitar cl ordem 1·eligitli,a, <p1e a venera dotu1;õns a'lnu aes pa ra as obra~ e ma nu-
co1~\0 sua p ad roe ira . teoc;aõ dos Sem ina ri os e.l n imperio , a
2:!. SA1111Aoo-Sanla Maria ~fa~dalc- ma ior parle d os quac:, n aõ tcem as ren-
n a- fo rm o.~a , nol.H·c, mas esca r(da lo~a .das necc~sa riat-- para poderem censeguír
urn lb cr bebr ca, logo q11e 01 1\·j u a p ro paga- o scn fi m, poclen1fo-~c- lhe~ npli1·a1· os
Cfü) d e J esus Chri:- to fo i l (>Cad a d a d ivina bens dos cónvcnlos, q11e oaõ lee m com-
i raça ; e ch ora ndo a margn ine nt~ as ~uas m.1inidade, ('Onrc l'~aõ qu e dando muita
Jà ltas passadas, to<l:i ~e abraso u no amor fo rça á cd ul'a<;aõ e ill us't r,u;aô <lo clero ê
do mes mo .Jo:--u~ Cl11·i~to, c·nja di,·inda<lc c~igi<.h . 1 pelo e:.tado e peJa egrcj,a.
r el·onheceu. e me rerendo que cll e d ',11la Deus q ueira que n piedade d os dig-
cl issc~se « q uc Ih ~ ha riam sido pe rdoa~los n.os repre,'ic ntan lO!> d o Bra11il , naõ.acha n-
os mui tos pecea <los. po r i-.so qu e ta mbcm do inconveni1mt11:- a ·~stcs bencficios qu e
o a mam muito. ,, Duran te o:,; Lnuwes ela s,c p rocura fl prol do cle ro LH'at-jl c'iro, os
paixaõ <le .Je:::us Chri:--to tcre :-:cmprco rn- m()va a melhor contcmphl-1o, ti ra ndo-o
Jor de arompanlial-o, e p or isso me r ece u da penuria em <"{II C !-.Cm pre tem vi\·ido;
que fosse a ella <pie elle prim eiro se mos- pa ra dar-lhe a·q udle rea lce P. rofü, idera-
trns~e ressuscitado. Havendo <'omhinado <:aõ que b em m e rece m romo min istros
f1 virnr, ~o~ona nd o de m ais em mais 1)5 da Religiaõ , qu e é o tb crm ometro da ci-
frncto!l dP uma rerdadeirn penitencia., foi vili~a<;;,111, e prog resso <lo~ E~tados. O clc-
g()~a r .as d eli('ia~ do-Céu. r q, até hoje, te m l-iido muito ma l aqui-
· 23. Domxco- S. Apollinario-vindo nh oad o, ao pnsso 'l ll e sub re todas as Otf•
co m S. Pedro d e Antioc hia para Roma, Lt'as clas..,es t, ,dos os d•c1s ('bovcm bcn.e fi-
foi d'abi ' ordenndo Li:-po, e mandado cio::;. Quero, se naõ Jrn urc.r rec:ompensaA

~
lf3]PíR,i]lt
~~........,.l...
se quered1 dedicar ás fadigas do Apo~to- tes fieis ;\ reod~rern culto a ílainba dos
1ado? Serú a pl)hresa e o inen,)Scabo, o Anjos. Ao Evangcl110 01·ou o Ue,•n?. Sr.
c1ue deve por partilha caber a<) Padre ? ! ! Conego Eleuthel'io Alar<1ues da Sil\'a Ho-
Esperamo~ tudo d'estn legi:.h1tiu·a, e es- sa, que procurando demonsm.11· o a111or
p cl'amos gra tos tributar- lhe o nosso re- que devemos consagrar a tão carinliosn
çon hecimeoto, melhorando a nossa sorte, Mãe, preencheu a espectação dos seus n 11-
e dando-nos a con11iderac;ão de que care- mero1-os ouvintes-Damos os nos~os ~in-
cemos pela nossa pob1·esa. ceros parabens ao ReYm. Prior, que foi
·- Por ca rta imperial de 8 de Junho, tão so1icilo em honnu· a sua Pticfroeira
foram concedidas as honras de conego da com todo o esplenclo1·.
imperial capella ao Padre .Joaquim Pin- -Do.s Mappas appensos no relatorio
to de Campos; e apresentadoc. os Padres: do i\1foistro da Jusli<;a, roa~la: que o Ar-
José Cae tano d' Almeida Ta vare!;, no ceóispado da Bahia, e Bispados do Ri() de
beneficio vago na Ca lhedra l do bispado do .Janeiro, Par.i, ~Ja ranhào, Pernamb11co,
Paril, e Tbomaz de Aquino Carrêra, na Hio Grande d o Sul, S. Pau lo, e Mari~anna,
freguesia de S. Miguel da villa de Cintra, contem 1ú ,·igaral'ias geraes, 3 particu-
do mesmo bisp ado. lares, 1.80 fo ran ens, 3 al'ciprestados, DG l
-Domingo 9 do corrente houve no parochiai-, das quaes 585 com paroc:hos
conven to d e Santo Antonio a ÍC:,;tividade collacfo~. 308 com parochos cucomruen-
do Apostolo S. Pedro, feita p elos pes('a- dados, 68 vagas; 1 :j c111•t11os dos q1rnes,
d orcs. 'l O com cura e 3 v,1gas. l\ào fasem parte
-E o 'esle mesmo dia teve Jogai· n a d'e~ta recapitul.u;ão os Bispados ae ~lat-
capclla episcopal a ord<!naçãu d e pre~by- to-(irosso e Gnpz, por não ter a Scere·
tero no reverendo Diacono Pranci~co Pe- laria da Ju~ti<;a rccebiçlo em lempo at;
cko <la Cruz. informa<;õcs que se e~igil'am.
-Em virtude da grande cheia que teve -Por cartas p;,rtic ulares, consta-nos
Jogar em Pcrnambnco na noile <le 22 para que fi>ra o reverendo Padre Antonio Du-
23 do pl'oximo p. foram abaixo cinco ar- a rt e do \'alie, o apresentado no IJene-
cos da Egreja l\latriz de S. J osé d o lleci- ficio vago d'e~ta Catbedral. Damos- lhe
fe. O povo amedrontado corrfa para o por este meio os nossos cordcaes para-
paço epbcopal. bu.-w aodo lenilivo nas bens.
-Foram JUl!!ados
0

santas palavras do seu digno e respeitavel .... pela Conaren:wão


o o •
Prelado, q11c cheio de uncç~o. fazendo- dos Lentes do Semioario Episropal, como ,
lues sentir as snas faltas, ministrava-lhes tendo perdido o anoo os s()guintes alum-
o pão e o ve~ticlo. nos:
-Em 3 ele Janeiro d o corrente anno Silvioo Ali"gusto Diniz, estndantc de
h ouve S. Mo Imperad or por bem ,H•cor- Logica.
. .E . _.._ ..... 1911 ,
d!tr o seu imperial beneplacito ao decre-
08 RIUUIII08l
to consi.;torialde 10 dcSetembrodoaono
p. p., pelo qual, modifirando a hulla .Jusé Alves <le Oliveira.
Ecclesios que di,., foi cul/us que instituiu a Profiro Justino de Sousa.
cnpella imperial, co nlirmou a i,uspensàu llaymnn<lo .losé Pereira de Freitas.
rle 2 dignidades e 6 (•anonic..1tos da dita J oaquim Haymundo ela Silva.
capella, coafol'mc o derreio n. 697 de Jo:.lquim Leonel da Serl'a.
1 O de Setembro de 1850. Severino José Co rreia.
-Fol'am apo., eotados, em rasão de Paulino Gomes ele Faria.
011!: Jl1'11t,..l"lil«;:GZ.
seu~ longos ~e r viços, edacle e molestias in-
014 nlun111of!J:
cura v<•is, 2 rapellàe,; can tores, o thesou-
rciro da snrri... tiJ o um sacrisla da capella Joaquim Raimundo da Silva.
impet'iaJ, com os ot·den:-ido., que perce- Antonio Jose \ ' ieira da Sih·a Guimarães.
LinoAntoniodaSilfa Gu imarães.
biam.
Antonio Rodl'igues Sudrede Ca r valh o.
-Hontcm teve Jogar no Convento dos
Religioi;os Carmelita') <l'esta r i<lad e a feJ.- Sebastifto E<lu a rclo Leger Lobão.
J oaquim Lopes Lobão.
tividade da Virge m SS. S enhora do Car-
mo. Tanto às nov~oa:o;, como ás vespe- Jllar(mltãu-'l'yp . rle J. e. JJ . dít-C:1111,. u Torres .
ras, e rni~~a ~olemn e concorreram bastem- r.ua cws D,1rbeirt>s u. S.
ANN8t Segunda-feira 24 de Julllo de 1854 1Ili,. o 12•,;

OCHRISTIA·NISMO.
r•11eço üA soescn1r(:&'O. X V ASSIG:-iA·SE:
I Por um ~nno••••••••• ssooo. W ~., Na lwa tia Cruii o. 30. e U3 Tipogro11Wa
..._ .
, dgo ild1un1ado l,
1 • sei, me:in...••••. 11s.-..oo.
11 cz 111.1.e,.: ..... 2SROO.
V
1A A
A d tSlc


AVDl~'ls.. • • • • • • • • • • • • • s21,o. Jornal.

1
,Yon renf anima, perdtl't ud aaloart,
~. Luc. e. 9. ,.• !i6.
--=
instituições que lbe deu, os castigos que
OCHRISTIANISMO. lhe inílingiu se referem a conservação
d'este deposito, d'onde deveria sahir o
, christiani~mo e com elle a salvação do
mundo. ( l)
(CONTl:lll'1DO DO 1,.• 10.)
Agora se pensarmos que os m:iis bcl-
Não insi:,tiremos mais sobre as nume- los li vros da antiguidade profana saw
rosas semilbant~as que apresentam os can- precb;amcnte os mesmos que nos conser-
tos epieos, as historias, as leg~nrfos, em varam as tradi<;ões e as crem;as dos po-
uma palavra todas as poesias, e todos os vos antigos; que a bcllesa d'estes livros,
Ji vros primitivos. Os factos que citamo:-, ião diOerentcs em forma e linguagem
e qu~ se acham reproclusidos com mai:,, ~m conservam sobre tudo a grandesa ·dos
menos clal'e~a em Herodoto, na chronica acontecimentos que referem, a· sublimi-
<le ·sanchoniaton, e áté nas tradic;ões das dade das ideas de que f>lles sam os inter-
lrihusselvagens da America, bastam para prete~, qnal .nàD deve ser a beffe~a da
estabelet'er uma identidade perfeita no Escriptura que contem os mesmos factos
fundamento de todas as CL'cnças humanas. e as mesmas iclcas, mas com uma conse-
Por desgraça, estes li \'ros, que se har- quen<·ia, com um:\ or~cm, ~ co~ um.a
mouham em tantos pontos, diCferem em simplici4ade ad,01rnve1!-! «É aqui, diz
outros muito~. A verd.,de se encontl'a La FQntaine, que a sa bedoria divina apre-
n'elles rnisturada sempre com a meDtira, senta os seur,; oraculo!'I com aquella eleva-
e ·muitds veze1' é impossivel <lesco,·tinal-a ç..1o, marrestade e força que se não encon-
ntravez das tramformac;õcs porque ellr1 tram ne~ em Virgilio nem em ilomero . .,
tem passado. Apparece com<~ um raio de A i<lea d'uru Deus unico tinha sido
l uz nas trevas, nfio pctra des:,apar a som- esquecida na Grecin. Esta id.ea que so a
bra ruas para tornai-a ~e.n~i,c l. tribu d'L,rael tinha ~ido solicita em con ..
''
Ee:;ta uma·dasra~õespo1·quea B'bl' I ia servar em sua puresa, imprime na poesia
se torna um livro neccs'\al'io; :,em este li· sagra<la, não :;Ô nm caracter. mais philo-
vro, a hbt,:,ria do homem P. a do mundo :-opbfoo e moral, mas de. ma•~ a mais uma
estariam envolvidas em véus inpenetrn~ gra ndes::. infinita. Se os Prophetas apre-
veis. As lei~ da moral não teriam nem sentam a Deu~ corporco e fallando, é por
fundamento nem ccrtesa.; a sot·iedlade não que não ha lingua alguma humana que
conheceria nem ~ma origem , nem seu possa se exprimir, como diz «. Bossuet »
fim, nem seu d e:,lino. para com os homens carnaes senão l'e-
Porem se conrcbe se a corrupção <los presentando por im_agens sensiveis, ver-
factos primiti_vos por povos dic;pel'sos, pri- dades totalmente intellectuaes.
vados d'uma lingua commum, lambem Mas quem poderia se figurar um De~s
facilmente concebe-~e que o <lepnsito dos material lendo estas pala nas de Oav1~
arcbivos do t,crenero humano dever-~e-ia ,. «faliou e t11do foi feito, mandou e ludo fo,
conservar sobre a terra; a!-isim se cxp 1ca criado. Se e!t subo aos céuit, alzi estaes; so
a missão do povo ílebreu, que Deus sus-
tenta por um continuado milngre. As (1) ~. dé~euoude, lldis. du chrls1f3n, lntroc!acr,

L_~~~~~~~~~~ ~

"~1 ::--- Jb~,i -t


....-a PiMU a-dilo"*
desço ao infc1'1W, ai-vos lú; se vo11 habita,• so bl'ilbante e suhlime como nos Canti-
além dos mn1'es, sois vós que pa,·il a/ti me co.~; nme:1~adur e terrível c:omo no pro-
condus,s /p • phetJ. !saias, o &pirilo Santo conheco
Quando lemos no Psnlmbla • em todos 11s camiuhos pr~ra chegar ao ('Ora-
!saias, em Jacob, e crn todos os aucto- ~aõ humano, move-lo, internece-lo e at'-
1·es inspirados, as pinturas qut:J fo~em ele rehata-lo às a·egiõos somente conhecidas
Deus, de sua gloria, de sua bondade, de de Deus.
seu podcL' e de sua justiça; rpiando nos O Evangelho é a coosequencia nata-
.
abrem, para a55im <liscr, p
o <'éu, nosfasem ral e o complemento da Iliblia. ~Jas o
contemplat· esta luz Jn(\f'Íada, esta per- espírito do Erangelho nüo ó o elo antigo
fciçaõ infinita, ~ta ~abedoria eterna. naõ testamento. A lei antiga sepQrava as lri-
é mais admit'a<;~ o que esperimcatamos, bns d'hrael das outras nac;ões; a lei nova
mas sim um religio~o lerro1· que de nós estabelece ent1•e todos os povos uma com-
se aposs:1; jà naõ se aJJlaude, udora~se. munb.Jõ universal.
Ses~ abrir ao mesmo tempo a llia<la, vcr- No entrclant() estes dois Ji~·ros sam in-
se-ba que esse Jupiter da Grecia, que foz ~eparaveis; um diz.: o ~Jes:-ias de, e vir; o
~remer o Olimpo carrcganno ·as sobr.in- outro: veio o ~1essias. Um na<la mais con-
,c elhas, nacla ruais é do que uma sombra tem do qne oraculos; o ouLro nada mais
de Jebovab ! é do que a nanaçaõ de uma testemunha
Naõ é porem somente Deus que na que viu o qne diz. Se Jesus Chrislo naõ
Biblia apparccc, rerc~tido de uma graça houvesse :-ido predito, o Evaogelbo naõ
e belles~ novos, m~s o mesmo uomem e teri:t fundamento; se Jesus CJJl'isto naõ
toda a nature-;a. O C~l'ulptor Girardon viesse, a Biblia ~eria um ruytbo. As~im,
disfa, «queo~heróe~ de Homero tinham aioda·que o antigo e novo tc~tamento te-
dez pés; mas que nio<la eram pequenos nham um espfrito taõ clillerente teru um
relativ,unenle àquelles que se leem ua centro commum, cujo centro é o Messias.
.Biblia !» O que haverá' no uni,•erso que ex O Juclaii-rno diz M. de Genoude, é
se possa con,par.,r no hcroe christaõ? evidentemente um prefacio, uma intro-
;Dells, nos diz o Geoe!--i.. , creon o homero ducçaõ, por isso que oada mais é <lo que
a Sl.la imagem~ isto é, li\'re, inlc• lligcote, e o annnn.cio <l'um Mcs:.ias que dc,•e vir; e
imruortaf. Como os auctorel- profanos. o tempo em que a vinda <l'e.. tc Messias
c1ue haviam esquecido o verdadeiro Deus, foi predita se acha de tal modo passado,
podiam conhecer perf~itamcote sua ima- que os doutor'es da lei probihem calculaa·
gem? Comparae o homem da Biblia, os annos da:- predic<.;ões. Oemai.; o Messias
mesmo depois da sua cp1eda, entregue de"in apparecet· no segundo templo, e o
ainda as garras d..t materia e s<·nbor ab- ~eguudo le,11plo escà de:,truido; devia set•
soluto de seu de::,.lino; comparac esla crea- <la i-tirpe de David, e a !,lirpe de Da rid
tura dtca1da, mas que o i-;opro 'divino ha muito que não existe.»·
animou, e em cujo seio re~pira; ('ompa- 1'.
rae-o a()s Deuses de Ilomero. e vereis ciue (Co11tir11w).
os excede em dignidade. A E..criptura
faz o homem partiripar da nalutesa di-
vina, e a lliada d;'i a1J!, Dew,cs infermida-
(Con1(n11all.11/r> 11. 1.)
des da naturesa uumana.
Parerc-nosqnc e1'le cúnheeiroento de N:ío deve ser tão climinulo o fogo do amo1· do
proxiJ110 eln nossos corações, quf' poucas(,rolas d'agõo
Deus edo homem, que tinham os a~et<•-
o cheguem a extinguir. Expll()uemo-uos melhor:-
res sagrados, é a ·o rigem de toda a suhli- vlgilantcs nero s.ewpre podemos estar, que, por um
midade da, E-,rripturas. O e:-tJlo da Bi- descuido, muitas, pu algumas vcseci, uao sejamos le· •
blia é omaclo de L>ellesas di, inas e graças vados a dirigir palavras olfenslra.s ao nosso pro~imo;
~ó pr, prias da lingungem que fallava o por<Jue em fim somos homens, e como tacs sugeilos à
po,·o Prophela. A· Bíblia tem toda do- errar. Muilo, ('Tii \'('rdadc, é para clcsejar, que oin-
<:ura de Virgílio. e toda mc1ge~tade de guew dê occasião ao sru proximo. a qne lenha o me-
Homero. O \ erbo dirino ahi reveste-se nor aggravo, quer por obro, quer por palavra; po-
ele todas as forro.is. Ora simples e 'tocante rem não devemos lambem ignorar, que não dere ser
como em Ruth, e. . tc modelo arrebatador; o homem ião vii.Jrcnto, nem tão mcni110, e tenro !la
grave e profundo como em Job; pompo- virtude, que por cousa mui lcnuc logo se desmande,

~
lHY:JE</ I
me erre sw·,,.·nvrccteYr:effltlltl· , +ttt•••* Sett«Pit
rnfuraça, grite, e prrca a p:1z. Que aingucm reprc- homem, um:i, e a rn:iis principal e conhecida. ó con-
hcndr.sse à outrem, e ocm se iulromcllessc no officio duzi-lo a juizos, e suspeitas contra seu proxirno, para
:ilhcio seria muito melhor, ruas qnaollo acoutcccr que, que rapin:mfio-lhc a cstlmação1 e boa opinião, que
algum d'cstc principio so ap.irlc, não é prudente que, d'elle se tem, por sua porversa iaducção lhe arran-
o outro scru mais reflexão logo se dt!scomponha, e que lambem o amor, e caridade, ou oo menos o faça
lhe d~ com Isso em rosto, diseutlo-lhe, por exemplo; entibiar e esfriar n'ella: por esta mesma rasão cslà o
~e tem licença para arguir, ou reprehcmlcr. ou se sa- homem obrigado a procurar resistir à lão forte selluc-
be a regra que ha de niagucm se mellcr nas obrlga- ção, considerando-a como muito grave, principal.
çõrs alheia!>? mente por nos tocar em um ponto delicado, como é
D'esle proceder o menos que rcsulla é: tl'uma a-Caritladc-Qncrc~s éonsorv:ir, diz S. igostioho ( t ),
cousa que em si é nada callamlo-sc, e clisstmulando, o aruor, e caridade para com o vosso proximo, davels
lc,rnc-se um ohjccto serio e delicado. Dous corpos com muila deligenc la abstcr-rns de juisostemcrarlos,
rijos balcmlo-sc um com o outro soa m, e cslrondam; e sospollas, pois que este é o veneno da-Caritlade-
porem se um d •elJes íor brando. nem se ouve nem se A' este mesmo respeito ensina S. Bo:wcnlura (2) cti-
~cole. Sabemos que uma balJa d 'uma p<'ça columl>rl· sendu que: é peste occulla, e recouccnlrada, poreri,
na reduz a pedaços uma torre ainda que seja cons- • gra\'isshna; que poem o homem de Deus mui :.> parla-
truida Jo cantirla, e faz gran<lc estrepito; t!ntrelaoto do, e desiroo a Cnt'ldatle, e :11\lor do·proxitoo.
que, batendo em umas saccas d'algodilo, sr. abranda 4 lnfaniação do proximo quer corusigo mesmo,
de tal :,orle que, quebrado o Impulso, alfruuKa toda quer com outrem, eis, cm que consiste a malicfa e
a sua força: assim dev<> o ~omem portar-se para com grnvldntle do vicio, <l eque vimos de fallar; por isso
o seu pro, ímo quando d'cllc lénha ommsa; s~gulndO que ousa um ter o seu proximo em menos, dando-lhe
em tudo o que diz ~alom:io (1)-« 'l resposta branda e cm seu coração inOmo e injurioso lugar, por leves e
sua\·c <1uebrn :i Ira: e a espera suscita o furor ,> e suppostos intliclos de cousas muilas veses nao ex.is:
· accenJc maís. porque é lançar leuhn 110 fogo; contra tentes, nem ainda pensadas. Esta íalta para coru o
o que diz o Sablo (2):-<< não Jispulcs colll o homem proximo é tanto mais :1ggravaale, quaoto mai.s leve é
fallndor, e nem mellas lenha uo seu fopo: l> Isto é, 11ão a causa porque é detractado.
deve o ltomem a \'lvar ou augruentar o Í'ugo rom res- Ainda outra malícia e aggravo contem cm si este
1:ostns fortes, antes sim deixar-st• possuir tle sua,•iclade, vicio cleg1·adante, que é, a injuria reconhecida contra
e virtude, de maneira que, ainda quando lhe sl•jam Deus, e usurpar a jurisdicção, e juiso, que sõ ~ propri3
enderei:adas palavras duras, e as1H ras, ditos ()iC'antes,
1
do mesmo Deus, como nos ensina o Eva age lho {3):
e ralumrnatorias, não façam estrondo, uão se ou('am. Nolite jwlic<irr., et 11onjwli cabimiiti. N otite con·
e nem se cheguem a conhecer. ma'I abi mesmo se de,11.1wrc, et 11,011 con<lcrnnnbimini. Explicando
coosummam, e enterrem. Um modo muito facll e hu- S. Agostinho esla parte do Evangc!lho (4) diz:-aqul
milde, nos ensina s. Oorotbcu. para respondermos p1 ohibe Oeus os juisos temerarios, quaes, os de jul-
ri•eslas occ:1slões , e é: quando algum, esquecido gar a intenção do coração, ou outras ,·ousas Incertas,
d'amor ao prox.imo. com a~pPrcsa nos fallar, e com porque só pertence Isto ao conhecimP.nto de Deus; e
desabrimento nos arguir, ou rl'p1 ehcnder. :linda mes- assim manda que não nos entromntu.mos colli ellas.
mo anim:iodo-se :i dizer o que oao llsc•mos. que lhe &inda mais pal'licular <kclnra o Apo~tolo S. P,m -
. respondnruos coui huáilldado, pedlnclo-lllt! perdão, lo cm uma ()e suas Epistolas aos l10111at1os (3) , onde
como se hoo\'eramos dado cousa , com quanto a não diz: Tu qvisrs, qui judfrrt1, <tliewum .~t-rvum ?
tenhamos dado, e digamos: perdoai-me, pro-ximo D<1mi110 8US .vtilt, a,ttl ourli t: quem sob vo,;, que vos
meu, e rogai por mimá Ocus. Assim aroosélhava um animacs a julgar o servo alheio ? Julgar é o aclo de
d'aquéllos Padrrs anligos, d'ondc exlrahiu S. Ooro- snpPrior; esse homem não é vosso sul.Hlilo; dono tem,
thcu esln douctrina. qne é o Senhor; entrega-o :i el\P, que o julgue; não
Se andarmos d' est a l<orte pre\•cnidos. uns por usurpeis a jorh,dic<·ão do Deus: itaque uolitr ante
um lado com gramle cuidado a não olfünd,•r o seu tcmpw1jurfic11re, quo ntlu.,que venial Oomious,
proxlmo, e nem lho dar occasllio d~ desprascr, outros qui rt illumi.11abit1u 11bsro111/it,, ttnebr(lrem; ct
por outra parte muito preparados para sofl'rer, e le- m w11i/csfu brt ,:onsetia cordium, et time laus crie
var com uom aoimo, e ,ueJhor modo suppol'tar as in- wticiiique tt Deo. (6) ê ele corlo esta a maior rasão
jurias sem alll!rac:10 tl'espirito, de certa cumprire- que temos para não se atre\'er o homem a form:lr joisos
mos assim a oitava e nona coudlrçõcs da tão rccom- temerarios do seu proxlmo. e penetrar os pensamentos
mooJada virtude da-Caridade, que é- ru'io irritor- dos ;;llros, o qoe sb p@rlencc, (rrpetlmos), à Ocos,
se, nem enfurecer-se com ptssoa al9umo.-Escre- Um )longe (lê-se na vltla cios Padres} por signoa:.
vendo o Apostolo§. Paulo aos 1lom311os (3) lhes dis- lfwes, qu«' viu, e OU\'iu, fatiou mal d'outro Monge;
sc:-como é que vos atreveis a julgar o vosso irmão, urna voz do céu se lhe rez ouvir, e lhe disse: Os bomens .
a desprcsa-lo, e a deseslirua-lt> em ,·os.,;o coração :>•• ,
(1) s. Ag, lib. de Amlcit, ca11, 2l,
Entre muitas, e dh·Nsa,; tt>ntacões. com que o de-
(2) S. Bo)v. lu C$tlmul. amor, ca11. 10.
mllnio , inimigo do nosso bem, costuma aguerrear ao (~) Luc. 0-31.
{41 Aos. lih, deScriu. Oom. en Mont.cay,. 28,
(ti Pro•. 1:.-1.
121 Ecel, 8--h. (:,} Ad. nom. 1h- , .
13) S, p.,u1 ~d 110111 1~-10. -·t
'!.) J:it:,''· 4

~ ',
-p ,- ~ -=.._ -
...,._.,,,,...8',tl,ldilo .......
se bam levantado contra mim, usurpado ? meu juiso,
e temerariamente se ham mcltldo ua jurlsdlcção DO
alheia. Snr. arcebi.~po de Pari.ç sobre a obsa1:a11cia do
.Se isto dlseroos, e reforem os S:intos, alnd:i d'a- repouso do domingo. a f/Ulfi foi lida cm todns as
quellas coU,Sas, que apresentam 3lguns indicios de ruol, egrejas da diocese depois da mis~a 110 dornin90
que poder-se-ha disor d•aquelles que, nas cousas que de Pascoa.
em si sam boas, lançam o mortífero veneno, inclinan-
do-as à mà parte, considerando-as com m!I tenção, Smmon CURA. -íloje que celebramos
e lsLo a ruor parte das vezes por causa ue respeitos a solemnidade das soJemnidade·s e o gran-
hum:inos ? 1 A• tsto e c1ue mais propriamente se deve cle my~terio, qu e senio de base a insli-
chamar formar usurpação da jurisdlci::10, e juiso de tui<;ào do dowingo, ,·imos chamar a vos-
Dous: por qu:into mesmo dentro dos corações querem su atLenç5o e a do.s fieis soLre o cumpri-
os homens entrar, e penetrar as intenções e pensa- mento de unia lei, cuja violac:ào he uma
mentos do seu prox.imo.. . , /a cti eslis j udfrcs i11i- das chagas mais profundas elo nosso paiz.
']Uarum cogitationum; escreve o Apostolo Sant 'lago. Vos l'onlteceis a obra do repouso do
Confirma o Sllbio, e diz: atlvinhadores querem domingo, qu e alguns ferrnrosos chris-
ser julgando, e ~cltPndo-se no que não sabem. nem t5os jf'I comc<~a ram La tem!>o cm Paris.
podem saller: in semilitudillem t1rioli, d eonjtc·
Esta obra de ;,ma importa~cia tüo capi-
toris a:slinat, quod ignorai.
E claro portnnto que todo o homem, que assim
tal faz progressos. Numerosas ac.lhesües
praticar, já mais poderà ser protegido de Ocos. visto
chegam todos os dias e ,·em augme11ta1·
que, sem temor Infringe a decima condlc('ão da cx- as li:,tas abertas para receber os nomes
cellcnle-Caridade-que é não-odrnittir juisoa te· daquelles que promcttem não trabalha1·
mcrnrios. e não fazer trabalhar, não l"ender e não
Se o homem entretanto bem ponderar os grandes, comprar no domingo. B.a nisto sympto-
e magnificos effeílos da Caridade, e conhecer que, mas ele uma mudan<;a feliz nos u:-.os e
por ella est.'l obrigado a amar ao seu proximo, sem costumes e na opini:to publica. O go,•er-
dovlda não o dlsgostará à outrem com oifcnsas teme· no da o exemplo e farnrcce este impulso,
urlas; e quando seja agr:\\'ado, não dest1j:irà ,•lngar- fazcmlo que se Dt\O Lrnbalhe oos estalei-
se, como ensinou o Apostolo S. Paulo nos Romanos (1 ): ros do C!ita<lo. As pessoas occupacJas em
uulti ma h,m pro md to red c11 tes. receber a adhesão d'>s negociantes ou <los
A cada passo csL1mos vendo, que este, ou aquellc
se gloria com o caimento do seu o(fensor: não desejo
opera rios encontrnm geralmente por to<la
(diz um) que venha mal ao meu proximo, mas certa·
a parle um a<·olhimenlo, que os enche de
ruente Jlretcndo diser· lhe duas palavras, que elle sen- sati,..fac;ào. Os velho!- prejuisos de irreli-
tirá, e tah·ez conhccerà o mal que obrou: outro, que giito tem diminuído coo:-.i<lcrn,·elmenlc.
sú espora a vlngau('a vendo seu proxlmo veslido de Demais, se nüo he para i-antifica r o
uiquinldades, cheio de crlmtis, para regosljnr-se •lo domingo que se de.,eja a liberclade <lesse
casligo, ou rer,rebcosao: muitas cmfim costumam a dia, hc pelo meno:. para go!-ar-se de al-
expres.~r-se: não quero mal a fulano, mas não me gum sot'ego e de algum de:.ca n<:o. Fil'rn l-
ha de entrar mais dos dentes para dentro: conservam mente <l<~baix(1 da iníl11encfo destas idéos
dentro do cor:u:ão uma tal aversão que não podem e de:-.les esforço .., notam-sí• jà alguns quar-
tragar aquelle, que os iujuriou; e por isso crescendo teirões de Paris, oi, quaes tomam no do-
vai cada vez mais o desejo lia vin@ança contra seus mingo um a~pecto de fe:,ta e de repouse..>,
inimigos. i~ Isto cl:namente opposto ao amor do pro- que be muito 1-eosivel; outro~ quartei-
ximo. e que de certo deslumbra muilo o caracter de
rões se combinam oeste momento para
Cbristão; maxlme quando lemos no Livro dos prover-
bios (2), que: não devemos desejar ao proxlmo outro
seguir o mesmo cxemplp, e lie certo que
tanto como elle nos íez; porque, é iodubltavel, que
este movimento tend~ a propagar-se.
quer ver-se vingado e satisfeito. Devemos. sim, não ParP.ce-nos, :-.enbor cura, que be che-
alegrarn;o-nos com a Iniquidade; porque todo o ho- gado o momento em que nüo dcYemos
mem que tem-Cnridade, -veodo que Ocas, e o pro· limitar-nos a votos e esfo1·c;os i-;olados para
ximo ô offcndido, sente-se pcnetr:ido de dor: releva coadj uvar esta ohra do repouso do do-
os defeitos e faltas do proxlu10: tudo supporta por miogo, tão capitol debaixo do duplicado
amor de l>cus, crendo, e esperando r.a sua jusllça Dl· ponto de vi., ta religio:.o e social. E ~e a
vlna, e Infinita mlscricor<lla, à qucn) e.leve recorrer di- :,a hedoria nos ian p1Y1.c~~c uma certa l'l:'-er-
scado: perdoai ·nos Senhor assim como nós perdoamos va ao comec;at' outra vez uma empresa,
aos nossos devedores. cujo &u<·ce~i-o era tão inc<'1'lO em Pal'Ís,
F. 'fl. de ,1.
nosso devr r ºº" obriga agora a tomar os
,{1) Ad. nosn. 12-11.
(2) Prov. 2's-2ü.
pl'imciro!> fulgores deo.·peran<;a . que nos

~
3: . . 'bc zlbr'
brilha, e a empregar lodo o nosso zefo. tenho \1C<'e1isicla<le de vo-los apnntar lo-
toda a influencia moral, de que podemos dos aqui, uns dizem respeito a Deos, ou-
dispor, para tentarmossaoar º" pelo me- tros ao homem. este à 1·eligião, aquellec;
nus limitar ~ circumscrevet· o m::-il terri- lt sociedade; ha molivos para os interes-
tel, que dt!rnra a França ba mais de meio ses e~pirituacs, mas lambem os ha para
seculo. os temporaes: uns referem-se à alma e os
Nossos meios, senhor cura, se limitam outros ao corpo.
a tres, mas $ÜO hem poderosos sobre ag Pode haver uma sociedade sem 1·cli-
almas, por pouco di:-postas que ellas es- gião, uma religião sem culto, um cnlto
tejam. Podemos orar, podemos exhor- sem ora<;.,in PQue são por fim homens, que
tar, podemos obrar crida um na esph~rn não se reunem járnais para orai·, adorar
de suas attl'ibuiç_ões espidtuaes. a Oroi:, ouvir a vP.rcladP., aprender seus
Oremos para qt1e Deos aparte de nos deveres, ouyir foliar de sua 01·igem e de
o escandalo da violação flagrante de um se us de:,tino!- P Qne fazem elles sobre a
preceito essen cial de '.ma lei; oremos para terra, e quan<lo tiverem quebrado todos
tiue Oeos esclareça os e:-piritos sobre seus os la<;o!-1, que os prendiam a Oeos, como
, e rdadeit·os iotere~sc~; oremos para que
1 respeitarão os lnr,os, que os prendem aos
es!)e pobre povo, que nos hc tão charo e homens? Por mais que fac;am, os deveres
que ddle abusam, comprehenda linal- da c;ocieclode religiosa são os fundamentos
mente que Deos, or<leuan<lo-lhe o repou- dos deveres da so<'ieda<lc civil, e um povo
so do !!anto dia, q11iz proteger sua dig- ~cru l'eligião serà eternamente insociavel.
nidade de homem e de chri.,lão, os ínle- Direi a e:!ste~ homens, qne vus ouvem,
rcsses de sua almJ e de :-en corpo contra que e:~e nome de francezes, de que tão
apetites deslaumanos, que. para St!l' satis- justamente se nfaoam, e... tá manC'hado aos
feito, !-abem servir-se de sna ig1wrnncia olhos elas na<;ões esti·anaeiras, tanto civi- •
~

e !,Obretudu de suas paixõe!-i. Oremos e lisadas como barbaras, por esse verniz. de
foçamos orar, A violaçiio d'l santo dia he frreligião. que llies dá essa au;;encia do
uma especie de sacrilegio. Encha dt:? do,· cnlto publico, que vem sobretudo da não
esse pen.sarnento o cora<;à<> das sa ntas al- ob~ervação do domingo. Todosos povos,
mas, que se grupam em redor de nós quac~quer que :1ejarn, constituidos em re-
como a porção fiel do rebanho. Suham pubticac;, em aristocracia ou em mooar-
suas vozes ao céo como nma harmonia cbia, observam a lei do repouso do do-
<le ót1pplica:3 e ele coofis!-Ões publicas de mingo. Nos n encontramos na Amerira,
seu crime. Hogueinos a L>eos qqe poupe e os republiranos dos fütados-Unidos
a esse seu po,·u. object,, de no-.sa lüo ter- rreem não violar com ell:.1 a liberuade in-
na solicitude, e que o reconduza para o di vichrnl. PrE'1-a-se muito a liberdade, na
caminho da salva<:ão, que hc o de seu-, Inglaterrn, e onlrctaato alli se re.,peita a
mandamentos. lei de que foliamos. As monarcbias c,t-
Juntemos as e~hort.u:ões á i-upplira. tholica, on prote:-tnntes, qu e nos cet·cam,
l7a~amos-ll:ie compl'ehender a import,in- a ob,en'am ig11aln1elllc. O.,\ paizes do
da acsse grande mandamento do Senhor. Oriente, para onde vamos levar o apoio
Os fieis me~,mfJ nem :-empre o compre- e o terror de nos,as armas, a conhecem e
heodem bem e não o cumprem com mui- a respeit d m. E~!\CS gregos q ne va 01 os to r-
ta exacticlào. Consente-se nos clomiogoi., na r a vet' e~ses rus~os que vamos com-
muito roais do que nos outro,; dia!-, pe- bater, esses turcns qne vamos amparar,
quenos traballioi-; e se não yendem, não são escrupulsamentc ftcisa c... ta lei, Quan-
se f.t1. escrnpulo em comprar. Levante- do conquistamos a Africa, qunl foi o obs-
mos diques contra a torrente elo se<!tilo, taculn o mais sorio para o ei-laheled-
e não deixemos corromper as almas. mento de nosso dominio? Foi a appa-
Expliquemos bem, segundo a com- rcrn·ia de nos~a indiflerenc;a religio!la , a
prcheo:;ão <le nossos ouvintes, 01, pude- violação do repouso sunto, a ausencia da
mso!i mõtivos em que repoma esta santa orac;ão e do cnlto publico, o especL1culo
lei. esta lei universal, 'JllO encontramos em uma palavra, qne davamp'i a esses
cm todo\\ o~ povo!, e cm todas as nligiõe'i, povo~ de uma nação, cp1e lbcs parecia sem
tão divina e humana he ella an mesmo religi~o e sem Ocos.
tempo. Estes mCJ livos~ão nume,·o ·oi,; não Quct·em e:1colas para o Pº"º' querem
que sn.l int elligencia sc.csclttrec:n e se de- snlarfo fosse mais clerndo. Ora, de que
scnvolYa, e Le justo. A rcligifw tambern provem n baixa dos sa larios: Não he so-
<> quer. e eis-aqui pOr<JllC cada domingo bretudo da multiplici<l~·de dos brac,os:
olla abre urna grande escola. Elia faz des- ~fos os braços nãu ~ão nugmen tad o-. de
<'er d e seus pulpilos um ensino, q11c se um setirno, quando em rei. <le trabalhar
:icloptn, qne se proporciona i1'i diversas seis dia" o operario trabalha ~ete? Por-
necessidades das nlmas, quõ nutre os es- tanto ellc nada gonha com este augmento
píritos de Vel'dade, e os cor.ic;õcs de sen- de trabalho e ~e elle qu e, por uma ce-
timentos nobres, que eni,ioa aos homens gueira <leploravel, arilta o salario, qne o
o segredo de seu destino, a regra de seus nutre.
deveres, e lhes <li, em uma palavra, essa Que respondereis aoi; negociantes,
scieocin <la ,-rida, sem a qual toda omra quando clles vos disserem , que deseja,•nm
scicncin nada he. Mas para que sejam ob- fechar se u.~ armazens no domingo, roas
servaclos os gra ndes de.!,ignios da igreja, que o c11ida<lo <le ~eus ir1tc1·es<,es os obri-
para que sejam rc<'ehidos c~tes crn,inos ga a tê-los abertos? Oir-lhe1--heis que, se
tão uteis, b e miste1· do repouso <lo domin- de um commum accordo todos fechas.;
go, <leve lia ve r a interrupc.;ào dos h aLa- Hem no domingo, nã.o havel'ia perda para
"Jhos, cumpre que um dia sobre se te, co- ninguem ; e vos procurareis estalielecet·
mo Deo.s que1-, o templo se nbra, a offici- cntrn ellt•s e:-te feliz accordo. A cousa hc
na se feche. tal vez menos difficil em Pm·is que· em
Querem , que o homem seja rec;peita- outra qualquct· pn1·1c, porqlle ~illi todos
do, que i-un dignidade seja reconuecida, os corpos do estado estão bem organ isados,
que não seja ~ralado como uma macbina, e tendo cada corporação á sua frente ho-
ou como um vil instrumento de trab..,Jho, men~ intelligent ~s e honestos,. elles com-
e na Hrdade tecu-~c ra~ão. A. religiào prebendcrão bem <lep ressa , <le quanto
• tambem o q11e1·; e eis-nqui porque ella interesse seria para clles qucbra a· es!,a pe-
tem medido e limitado suas fadigas. fa- sada cadeia de ulll trabalho não interrom-
zendo do l'epouso :,;emanai uma lei. Eis- pido, e conquistar ~em perda algumn n
aqui porque ella di7. ao homem: Traba- liberdade de um dia de repo11so.
lha, h e uma lei de tua existenc•ic1, 110 es- Mas aiocla quando não se conseg11i:,.,"e
paço ele seis dia~ bàn lrn a terra ele teus estabelet•et• este accord,, lào cJe~ejavel, não
suo res, :-itormenta a naturcsa, obriga a se deveria por isto abandonaa- a obra do
que ella te alimente e vista Leu rorpo. domingo. ria compensaçôe~ qne se po-
Mas no i-e timo <.lia, descan~a, ergne a ca- dem oCfcrecer p~las perda~que pn<le~sE? m
bc<;a e lembra-te qne és homem, que resultai· da ob,ervac.;ào do sa nto dia. Em
Deos unio teu corpo a uma nlma immor- primeiro luga r Oc,>s tem recompenl'Jas in-
t:-.1. O sustento de~la alma niio he o pão, finitas para aquelle.s que :-Pg11ircm ~ua lei
J1 e a rcrdude, hc a virtude. Oeixa por e cumprirem 5eU <leve r ne1, te mundo;
um mo menl<> os cuidados ll\ê\.k riaes, q ne em ~egu nd1J lugar, não be prova \'el qu e
te ab,.orvem e tencl m a <legracla r-te. as ~ympathias d e u1h gra nde numero de
Vem receber o n1in1eoto, que tenuo pre- co rnpracl nres for,nen, naturalmente_uma
parado para tua alma. gn,e imm11 rt,1 l a clientella maior pa1·a os obsen'adore." do
tua patria não he e,ta terra; e~te hc o domiogu?
luua r de tua prova<;no, ele teu exilio; a E a eslc re~pcito, Sor. cu ra, pe1·milli
, •ida niio he o fim, he o caminho; le m- qne en d1;:ime vo~-;a allen<;ào sobre um
hra-Le df' Leus mognilicos cle~tino,, e por lado desta gr,rnde rp1e:,lão, o <J 11111 tem sido
mais rud e qneseju a prova<;,io , a esperan- el-qnerido nos esforços, que le•n &ido feito
<;n e a fé sus lcot ariin a tua corage m e fa- até boje para rc,l auclccer a lei do repou-
1·iio que e11a não se abata. so dorninira l. Apenas se ha diri-giclo nos
E qne direis ,•<'.Is a esses homens, que que vendem e ao!, que trabalham; a uns
quereru trabalhur nos i-ete dia:- <la sema- pedindo-se que fechem 1,eus armazcn"; a
na , porque dize m que devem co mer em outros que smpt! ndam seus lrabalhos;
todos ellcs? Besponder-lhes-hei~que cal- ma..; fC 111'0 houvc~se finalm en te compra-
culam mal: que ~e não trata de diminuir <lore~. nilo ha \•er-ia reodedores; e se aquel-
fe us recursos; que.elle-. poderiam gí:Jobar les que fazem lrnbalbar, se abt,tivessem
em seis· dias, o que ganham em :,ete, se o rigorosamente di.1to no domingo, hnvol'ia
muito poncos operados que violasse m esta pastor, tirando desse grande <lia ..alguma
santa lei. Portanto cumpre dirigir-se la m- consa de sua !,:O)eionidade, chegue aos co-
bem aos proprielarios, elles que compram rações dos fieis reunidos em multidão aos
e fozem trabalhar. Comprehendao1 elles pés d os altares, coi:n mais p oder e auto-
a immen1-u imporlancia desta lei d~baixo ridade! Possa ella parcce1·-l11es um échú
do ponto de visla e~piritual e temporal; da ,oz de Oeos, promulgando e.ste gran-
que uns por motivos de consciencia, ou- de preceito desde os primeiros dias do
tl'Os por motivos tirndo~ da conservação mundo, ren.o-v:mdo-o no Sinai, e consa-
da ordem sorial prometam não foLer tra- gra ndo-o para o poyo christão, pelo mys-
balhar no domingo; in:-iram esta clausula terlo da resurreição.
cru seus contratos com os ompreheode- Recebei, senho1· cura, a nova segu-
dorf>s; não obriguem !!Obrctudo por ca- rança de nossa aO'ecluO$a dedicação.
prich os ou necessidades pueris, seusope- Domingos Augusto Maria.
raríos a trabalharem no domingo , como
Arcebispo de Paris.
se vê frequen tement e; façam um dever (Journctl a,J Doba1t~.-J)la1·lo ,te Per111,mburo},
para si não so ele niío fazer trabalhar, co- _.,.,. o•*.,_
mo tamhcm de não comprar no domin-
go, e então se a estas obrig11<;ões, que sào
a pura expres~ão de um d evel' bem certo Oefroo(e d'um santoarlo,
e grave, juntar-se a promessa feila a si Sbsioha sem mais ningucru, •
m~smo de empregar toda n i;ua in1luen- Á Senhol'a do Cal vario
cia para trazer, no maior numero possi- Assim orava uma mãe. •
'fel, os operados e os negociantes à fiel bl, filhinho, meu lhesoiro
obsen:a~ào <la lei, a que~tão terà da<lo u1p Que dores sinto por u....
grande passo para a bua solu<;ão; e se o !\leu lindo baguinbo J'oiro
mal que d eplora mo~não for sanado, se t á .Não has de morrer assi.
ao menos atenuado. A atenuac;.io deste
mnl sHia j.'t um grand e bem, e não nos 'fende <lb do ionocenünbo
he permit tido despre~ar os.,neios qu e Le- J\Jãe de Deus, ai I que se Ona ••••
Quebrantae ao coitadinho
mo.. para o corn,eguil'.
Aquella febre 1000oa.
Juntemos finalmente à supplica e à
exhortaçaõ algumas medidas que nos au- É o Olho d'estas entranhas
xili~m pot· meio de uma ª"çáo permanen- Qo'este peito amamentou ••••
te a ohter o fim, qne prnpomos. Estabe- Que sotri·e dores tamanhas
leçamos co,oi,....,ões parocbiaes; e tenham Que o mal feio magoou. ·
ellaq J'ela<;ões com n commis!-iào central, Em ve1, de rosas e lyrlos
qu e ja e.xi-.te em Pari!-; trabalhem os mem- Que na fronte tinha outr'ora,
}>ros des~a~ cnmmissões em augmentar a Roxa c'rôa do 1m1Tlyrlos
li..;ta dos pa1·tid,1r-ios da observação d<). do- Lh'a cerca de dôr agora.
mingo; na e,phera de seu poder e no cir-
Se vou beijar-lhe a boquinha
culo ele suas relações, trabalhem em fa-
A febre m•a vem queimar:
zer penetrar as idéas d e religião, de mo-
Dias e noites sosinha
ralidade e de ordem em que e!>tà fundado Passo ao pé d'ellc a chorar.
este gra nde preceito; espalhem pelo po-
vo as pnhlicações da commissão. e e~pe- Virgem Santa, pelas dores
cinlmentc o opw,culo mensal publicado Qàe solTreste ao pe da Cruz,
com tl titulo de O obser,•ado>· do domingo. Pondo cobro aos meus temores
E se tudo i..,Lo for feito em cnda parochia Pedi por elle a Jesus I
rom per!-everan<;a e co m 1.elo, vere mos Vós sois mãe.•• tendes soffrldo;
JoO'o esta g rande causa faw1· novos e t'a- Sabeis quanto é p' ra carpir
::, progressos. ')~ rata-se da g 1orrn
pidos . d. e Ver um fllbo estremecido
Deos, da $alvaç5o. das almas e ta,obem da Na terra fria dormir.
sa lváçào da sm·iedade.
Onde oingnem o agasalha
Tereis n bondade <le ler, 'lrnhor cura, Onde carinhos não tem:
esta epbtola na missa ca11tada do diJ de Por- camisinha a morLalh:i,
Paschoa: Oxalà que a voz do primeiro A feia morte por mãe•.•

, . Que não dlfinbcm, Senhora,
Os mimos d11 ten.ra flõr .•.•
estabelecido, que enviou o seu carrinho a
Rosspara transportar os e1-posadosqunndo
Lembrae-vos que a es1losa chora
O seu primeiro penhor.
voltara a.. á sua aldeia. Quando chegaram
encontraram o caminho cobP.rto de povo,
Ai, filhinho, meu tbasoiro que ~e comprasia em lam.;ar-lhe flores; a
Que tJores sinto por ti._••• mesma estrada, ate à pol'ta de sua humil-
l\Jeu lindo bagoioho d'oiro de choupana, eslava guarnecida d'arcos
Não bas de morrer assi. de triumfo coro,\dos com a Cl'llz; batiam
Guitl,ermirn, A-ugmto. palmas, canta,·am hymnos, até quedam
tocar os sinos da parocl.tia, porem o mi-
nistro protestante recusou-se a isso. To-
dos exclamavam unanimemente: Eis uma
obra qae o prote:-lanlismo nunca leria po-
Conversão extraordinaria d'uma fmnilio protes- dido operar: só a religião catholica é capaz
tante, narrado no CatluJ(tc-Standard. de semilbantes milagres! O mesmo Little
Domingo 9 de Maio passado foram não cessava de <lizer: Sim, confesso-o ai.:.
recebidos solcmnemente no !,eio de nossa tamente, tenho até o presenle ~ido nm
Santa Madre Eg1·eja pelo R. D. Ferault, grande peccador; porem agora sou catho~
na egreja de Court6eld, no Herefordohi- fico, e com a graça de Deus repararei para
• re, na Inglaterra, Guilherme Liule Da-
o futuro os màus exemplos que tenho da-
vis, sua mulher e outros 2 protestantes.
do; leria feito a sua confissão geral puhli-
A converc,ão de Gúilherme Little Davis
féz muitissima sensae,ão, com especialida- camente se lh' o tivessem permettido.
de nos minii-tros protestantes de Welen, « N'esta extraordinaria ronversão teve
Rirkcnol', e Gooclricb, que fizeram todos o R. Pastor a prova mais e\·idente das van-
os esforços para impedir que Deus es- tagens das escolas dos pobres, porque,
teades~e seu braço mi~ericordioso sobre quem teria jamais podido acreditai' que
aquella. alma infeliz. Os m.eios que se um rapasinho devesse ser o in.,;trumento
empregaram para isso fariarn estremecer empregado por Deus n'ei-ta maravilhosa
de ho1·ror o homem menos rasoavel. Mas
obra de sua misericordia ? Guilherme
quis ut Deus? quem pode lutar contra
Little tinha um filho d'edade de 8 annos
Deus?
Assim não obstante o numero e a for- qi.1e era como um hrato, quando foi rece-
ça do~ obstaculos que encontrou, alcan- bido na escola catholica de Santa Maria .
cou
í
a ..,,e1·aça o triumfo mais • completo. Porem Deus que queria a conver~ào de
Little fez-se senhor de suas paixões, con- seus paes, tornou em breve o poLre ra-
fundiu os seus inimigos e respondeu à voz pasin bo tão virtuoso que os parentes fe-
d'aquelle Deus que com tanta paciencia conhecera o facilmente n'esta mudança a
o esperou. Ninguem gosava n'aquelle paiz voz de Deus. Del'lde este momento conce-
de tão pessima reputação do que esse pobre
beram o mais ardente desejo de abrac;ar
homem. equaatosoconheciam pensavam
e disiam que era impossivel desvial-o do n religião que havia feito seu filho tão per-
seu mào caminho. O R. Pastor (dr. F~- feito. e pediram para ser imtrnidos. Te-
rault) respondia i;empreque nada era im- mos Jogar de crêr que apôs ui:na com·e1·-
possivel a Deus. Obrigou-o a casar. legal- são tão surpreliendenle grande. numero
mente antes de lhe receber a abj~1ração. de nossos inft-li~es irmãos, que vivem à
Little dirigiu-se ao registo de Hoss para se sombra da morte, abriram os olbo1 ú luz
publicar o seu casament~.. Tres s~manas da fé catholica, e tel'àm assim a mesma
depois estava casado. E 1mposs~vel ex: ventura que Guilherme Little. Qua~ta-
pressar a consolação que exp~nme~te1
feira seguiote~ o me:-mo R. D. Perault re-
sendo testemunha da~ homenagens feitas
áquelle pobre homem e a sua mulher cebia um joven no seio da Egreja, na ca-
n'esta feliz circumstancia, não so para os pélla de Ross. J>
calholi(!os, senão ainda para os protestan-
tes. Um d'estes uhiruos ficou tão cheio !t1ara11/uio-1'yp. deJ. C. ill. da Cunlta Torres,
d'aleg1·ia de vêr este par fipalmente bem Rua dos Barbeiro.s n. 8•

6ibllotoea Publlca Benedito leito


ANNO I Segunda-feira 31 de Julho de 1854 N. º 13.

OCHRISTIANISMO.
rftllÇO O.\ SUllSÇll ll'ÇA •o. l\f X ASSIC:Xâ·SE:

, ~· ,,
Por u ')' anno .••.• . •. • 8$000.
I
, .54·1s m1•zcs•••••••• 4~00.
1 ~o a,uanrauo l • ht& m~U:s,. , , , •• 2;,ROO.
õ
"'
l Na llua da Cruz. o. 30, e na Tipogra111Jia

\ ,\ Vul~'>S ............... s1110. u A deste Jornal.


V
.d
,Yo,, u11I 1111lma1 rcr<lrrt srrl snlu11r,~.
S. Luc. t. li. ', :xl.
-=
do" homens, a luz das nações, surge em
OCHRIS TI ANIS MO. lsrclel. Nasce na mais pequena ald ca de
Judé't na ultima se mana <le D.tniel; uma
cstrell a de:,,ponla radiante no Oa:ieote no
dia ele se u O,\Sl'imcnlo, e os reis vee·m
(Co111i»11ntlo cl!' 11. 12.J
aclora-lo em s~u p.-e~e pio.
t assim que a religião cn tb olica jus- Pns"a os trint., primeiros annos na
tifi ca o nome de qne u.;a, por isso que ella olisru ridade, n cprn udn soo u a bom mar-
abrange em l-Ua universalidade todos Os cada pela me~ma pro, iderlC'in, l-ae da hu-
climas e todas ns cdadcs, e Jesw,-Christo, 111ilde dwupana do ca1·npi,1n , reune a si
cnja pa la\'ra te m le,•ac.lo à todo,; os pai ...es no logo de (~ 1ine:-a r1th l :2 p<!!-lr.aclorc:-. e
1

do mundo, tem 1,ido acreclitc1do de!ide o <li1. ~, uni d 'eotrc f' lles, d rnn ,ado Pedro:
come<;o do me.., mo mund o. de ixa ah i tnas rede:,; e segue-me, eu te
~Jovsés colheu as trn<licC'Ões dos pn- farei pe:-.c:1tlor d 'bo n1ens. Entra cm J eru-
triarcb~s qua~c em sna o rfge m, e cios !-a lc0t e ann11n<:ia a sua <lontrina: soa a
mesmo:- labios dos antigos que bav inm luz do 1111wdo; 111inha null'ÍÇLIO é (t1sar o.
conycr~adu com Abraham. Apozcle \l oy- 1•011/nde da 111m pac; aqt1elle que me em,iou
sés, os propbctas ~e succedem sem inter- cst,í comigo. P:..i r::i r l'OVar sua mis.,ão cl ' um
rup<:ào q11a~e durante dois mil .1 nno.s, .e rnorfo mni ... brilhante. Ürl ll'lilngrc-:, porem
de repcole <·a llam-,e su,,s YO!'les, porqne ruil;1gre .. tr1rn.1~, 11 0\'i\ nrdern. l\e..;1 it11e a
o tempo mareado pelo,; or~cul oo; iHappa- s:n'Hle ao;,, cl ,ente .. , a Yiqc1 aos eego:., a pn-
rerel'. A fé no ~le~:-.ia., se rea nimn cm lavrn nos mudo~. a forc:a ao . . para liticos.
Israel; o mund o inteiro pal'cce prepn- e a vida ªº" morto'-. .farnai.. mo:-.trn o se u
rar-se para a i,ua vinda; n Uiblia foi 11·n- pode r, ~cm m~in ifc:.t.ir H1a c-aricla<lc. Se
dusida em grego e e:-paJtrncla entre os foll.1 é c1 nwi-: c,,•)a rcri rl ,1 ra,;111 brillrnndo
gentios, para os iniciar no conhel·imen to a par cl.1 mai, inefo vcl tcr1Jur;1, Heenvia
do verbo; o mesmo silencio do, propbe- a mulher adultera. perd oa n \1agdalcoa
tas, qu e tinha sido annun ~iado -por Za- arrependicln, (> (]'li\fldo O!> Phariseus se
charias, é um silencio /H'ophclico. Roma, lev:rntam co ntra Piie, espantados cl'uma
sem o saber, torna-!-e o ini.;tl'umen to ela t.io ºº"ª co n<l11 ctn, ellc lh e:-1 teo;ponclc se m
próv iclcncia e coocOLTe para a rea lisa~ão pe1·1u rbar-sc: quol de vós me a·cct!.sará de
d os oraculos. Então, reinando Tiberio, f'CCcado? En-.i.Ju, depois a seus cli,cipulo~
no momento em qne o pnde,· romano se as verd.ide.,, que deviam prPgar ao mun-
est.enclia so bre todo,) uoiver,o conhecido, do, revcln- lh ,•s o <111c a nalure~a d irina
aquell e que de,•ia, segundo a1; palavras tem <le mais occul t,, e para as:.ian dizer
de David, subrneller toda n len·a po1' sua todo.., Oh :--egre<loi.; do s<>n LiHo. listou no
doçura , p01· sua tie1·d,1dr, po1· :wa j11.~tiça, cé11 e na tel'ra; mau pae é como Eu e Eu
cujo imperio não devia ter outl'os limites como meu pne; sou o 1't'$S11JTei1tio e a 11ida;
que os do mundo; aqnelle q11e devia re u- sou ·o comrço e o fim. e aquc/le q11c ouvú· e
nir os po vos em uma mesma familia. obser/lar a minha pata,,,·n mio mo,·,·e,·tí.
convidar os pobres e os ri cos para um ~o entretanto os J ude us se apnduram
mesmo banquete, o Messias, o Salvador d'cHc e o con <l t!!llntHn ao ~.upplicio. Jc-
.
sus se entrega aos carrascos.sem res1sten-
. de nosso folha. Conforme ás nossas pe-
cia, e aquelle qüe <'Olll uma só palavra quenas forc;as, jú havemos tratado do se-
t•essmc:ita va o~ mortos consente cm rnol'- gundo Mandamento, que é-o an1or· do
rer sobre u1na.crnz para p1·eeneher a von- proximo;-on<le promettemos apresen- •
tade de seu pne. Espirando, a terra seco- tar, em .\rtigo espe<'ial, nossos apoucados
bre de trevas, o véu do templo se rasga, pensamentos sobr~ o Amor de Deus; o
e o Deus crnci.ücado exclama cu11sw1w- que ~·amos cumprir.
tum e.st. E impos9vel caberem debaixo de al-
E com effeito, a reconcilia<;:ão foi fei- gúm numero as rasões, que, tem o ho-
ta: a verclade· succede à mentira, a liber- mem para a mar à Deus seu Creador. Pot•
dade distroe a escravidão, os idolo:; c.1em quanto sendo a bondadeoformal objecto,
por terra, e o mundo inteiro se regenera. e ;1 tractivo do amor, a de Deus que, con-
Apenas cspi1·a Jesus, desce o füpfrito tem em si infinitas bondades, in-numeras
Santo sobre os seus di.,cipulos congrega- rai,ões tem para ser amada. Por isso nat3
dos, e i,obre e11es espalha o dom das lin- he:-.itamos diser que, f-Ó o mesmo Senhor,
gnas. Oei-<le logo começam a pregarem qne perfeitamente se compreuende, cla-
em Je?u., alem, e espalham-se d'ahi pela ramente se }11na; commensurando os in-
Grecia, Homa e A...ia, pelà Gallia, Allcma- cendios de sua-Caridade-ás luses do
nlrn, Uêspanba e . Africa; annunciam o séu conceito; e sendo taõ infinita a Pessoa
Deu1- crucificado, o Deus ressuscitado, o do Espil'ito Santo, que procede pela von-
Deus que viram morrer e subir aos céus, tade anrnn<lo, cowo é a do Divino Verbo,
e em cujo nome óperam muitos milagres. quando proce<le pelo entendimento co-
PrPgam a pohre~a, a lrnmilda<le, a pa- nbecendo . . Entretanto faremoc, o que po-
cienc·ia, a <'é11'i<lade, a abnegac;ão, a casti- dermos para apontarmos summariameó-
dade, em uma palavra virtudes todas no- te alguns motivos principaes, que excite
vas e completameoteoppo:-.ta~a ideia, que o nosso coraçaõ ao desejo de sa li~faser a
entaõ se formava da virtude. ohrigaçaõ, que todos precisamente temos
lmmcnsos foram os ob~taculos que d:amar ao nosso Deus; senaõ quanto lhe
encontraram os Apostolos no estabeleci- devemos, e Elle merecç, ao menos tanto,
mento do Evangelho, ·e se considerarmos quanto ~os permillam as nos~as forças,
os meios humanos de · que dispunham conohoradas com o seu auxilio. Assim
pnra fnsel' triumfor sua-. doutrinas acha- poded1 o homem dizer ( unindo-se a S.
remos q11e a propnga<;ào da nova fé naõ é Bernrirdo) que ama :'1 :seu Deus, conforme
um prodígio inferior a perpetuidade do o tMec;mo Deus lhe permitte, e a sua ca-
juclai~mo. ~ahemos co mo, naó obstante pacidade lhe concede, menor, em Vfll'-
as perscgui~ões, as guerras e 0 ), desai,,tres., dade, <lo que era justo, igual, porem, ao
Israel consen ou religiosa ruente u depo1-,ito
1 que lhe é possivel. Porque se naõ po1e-
qne Deus lbe bav~a confiado; ·~ab Pmos mos em ignal do qne devemos, lambem
que e:- te depo..,ito jàmaif sauiLI de suas naõ nús e pos!'iivel com van:agem ao que
maõs, e que a lei nntiga naõ se e:,lendeu podemos. l?od(•remos, mais, quando Deus
nlém das dm.e tribos. Vejamos agora o mais nos <'oocedcr.
Evangelho, a quem el-tava promettida a Deu~ é absolutamente bom: eis um.t
conquista dq mt1ndo. E o que vemos? das ra~ões, pela qual deve o homem a ma-
Vemos o Evangelho c:-palbar-seem alguns io verdadeiramente; poL'que<lecerto nin-
im,t,intes como a luz até as extremidades guem é Lom, seoaõ unicamente Deus:
mais remotas. T. nemo bon11s 11isi solus De1ts, nos ensina S.
(Cobtinua ). Lucas(i). É verdadequenmcsmo Deu~;
quando creou o céu, e a terra, e tanta ~i-
versidacle ele creaturas, que em si encer-
® ~fil'JJ1®~ @m @m@~~ rnm, disse, qne todas eram hoas-Bom,
An1éu· á Deus rom lodo o nosso cora- e muito formoso é o sol, que alegra, e
«;aõ, com toda a nossa alma, e com todas vivitica: a fertilidade, e fre!:lcura dos pra-
as nossas forças , e ao proximo, .como á d.os tamberu bons, e apra!',iveis, ast-iro co.-
nós mesmos, eis o,; doi.,; ~1andacrientos, mo os arvoredos: às ave1;, peixes, e· ani-
que encel'l'a em :-.i n sublime virtude da maes, que occupam o 1. 0 2. º e 3. 0 anda-
0
(.;aridade, como deixamos dito em n. 5 {1) S. Luc. 18-19.

Blbllotoea Publlca Benedito leito


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res da casa <l'csto inferio1· mundo deu- allenção do governo para a excruc;i!o do
llles o nome de bon:i: bons a!- agoas, ou rnu projecto, que com algum sact'ifkio
já cnccrrridas nas concaridndes elo Ocea- pecuniario de sua parle fo-lo-hia ti1·tn'
no, on repartidas em rios pelo livre espa- immca~as e exorbitantes r:mtagens.
·ço dos earnpo!., ou <las nuYeus, jo<!iradas Não podemos todavia <lcixrc1r pns~:ir o
sobre u foro d a terra: mesmoaquellas t:rea- ensejo fovorarc l qne se nos offcrecc, es..
turas que, por minimas, e até noch·us.ao tandoabena a as~embléa geral, pat'a apre-·
11omem , e qu e m!.'nos Ih 'o mcrcoem, senta·rmos aos illustrcs legi~laclorcs do
li fera m o pred ica<lo de boa1>; o mo~q ui to paii as l>rcrns reflexões guc aiada nos
sa hindo elos humiclos luga res, · no areal suggerir a matcrin.
a couchn acamada, no rude domicilio de Que i111porla cstcj~, ella já por demais
suas tocas as se rpente~, e oo; bichos: ludo dcbntida? Ua sido pol' veotura .executa-.
o <f'1e fo7, Deus, e bom, e m 11ito bom: da? Poi11 bem, con tinuemos a i1nplorar
f/iditqll11 Deus c,mctn, quw (eccrunt, cl o auxilio e a protecc;ão <los eldtosdo povo
cnmt vatde bona. Não é csln bondade, em prol dos intcrcsseS<k,povo, c:.ija gran ...
porem, cssenciul, e !->im por accidcnle; de mola é a illw,traç~,o do clero; conti...
riaõ propria, mas emp1·estada; absoluta e nnemos a e.xigi r do governo esse <lireilo
pcrnrnnent e naõ, porem si1n limitacfo, e impre~criplivcl qne se nus nega, porquo
uefectivcl. Entre a bondade <la mulher temos o dil'eito de procm·ar a in~lrur.Gào;
crea tu ra, e a de seu Creador ruais dista n- por meio <lo governn, pnrn cuja e:-itnhili-
ci,i se inlerpocm, do que eotre o pinla<lo dndc tanto concorremos, pcc;amos, iw,te ...
e o ,·erdadeiro, ent re a sombra, e o corpo mos coin a con.,tituição por guia, o o go-
(.l'onde na:,,ce. Toclas as cspccies de crca· verno, palriotico e religioso como ó, não
Luras, que fez Deus no ce11, e na terra, repellirú nos~os esfor<:os, não opp~rà a
juntos, e ainda rnc:-mo todas, quantas nosi,;o~ votos umn baneira nc·into~n .e pat''"'
podera fozer muito ma is formosas cm ou- _eia!, dar-nos-lrn luzes e scicncias, de qqe
tros inr,u.meraveis mundos, postas diante tanto necessitamos.
da bondade e formosura de sou Crendor,
fica escura, dimenula, e em mudecidad~
~ sua bondade; c.am, como senaõ fossem,
Todos os dins ouvimos, com o c9ra...
oll como naõ sa bida:, niodu de seu oada.
ção dolo1·iclo, os hracfos qne de un:ia a Ott•
Fica por tanto evidente a infinita Yan ta- tr:l parte do Braiil retnmbi'io contra a ig..
gcin, que tem a bondade Oirina, sobre norancin do clero; e c:-tes brados, come.,
todas as mai . . bondades, creadas, e pos~i- çando nas <'ho11pa11ns de no.;so:-. l'-crtan~-
vcis: tvdas ~arn boas é verdade; porem jn.;, 'i'ÜO ecboa r até no p;1rlamen10 brm.h
b\mhem e certo, e inc·outesta vel que, só leiro ! ! E com que direito se nos arcma;
Deus é unica,nentc bom . •.Vemo úmws nisi ele onde pro,ém a cnu,a de tão ignomi-
solus D,ms. Por conseguinte só Dc11sdeve niosa ignorarwia; qncm tem cu lpa de sua
ser amndo; e ns mais <'reaturas, como só <!Ont iauac;ão e progre..:so?
por amOl' de l)cu:. ~am boas, soem Of;ns, Oll ! :-wjamo~ frrirn•o. Tcrn -,ido n go-
e para Deus de, em ser qucri<.las. D'.iquí verno, ou~ no..; niio lw d.te.lo n ill11Hral;ào
se vê mui hem, qnam errada cstej:i a von- de que precisamos, que nos mio I,.! for-
\ade <lo homo1n, qn,, udo naõ ama a seu necido os meios <le acompanharmos a ci-
Deus, qlle é pol' f'\:-sencia Lom, empre- vilisaçào~ nús q11<' pclu e~Íadn nobre e ele-
gando-se an tes em nmar as creamras, vado a que pcrtcn<'erno.::, dcviuo.1os collo-
com olfoosa d'aquellc mesmo, que as for- car-nos ;\ frenlc desta.
mou para n'cllas ~el' amado. E tod :.1 via, se alguma con.c-a sabemos,
F. T7. de J. se algum reltcxo da lu1, que illnmiua as
(Comi mio).
classes rn·ivil,•giadas , esclarece um pouco
os neo-rume." <le nvs.;a intelligencia, ao
Uma atademia para oClero. 0
douto prelado metropolitano do Braúl o
devemo~, a "ens dc::ivcllos. Sim, quem es~
•• l11clou a Bahia na parte cleric•a l ha qua-
Não é a primeira vez que ons paginas renta an nos, e a estuda agora que mndan..
do lVoticiado,· Catholico se discute seme- ça sMprcnded~1ra se lhe não é:1p rescntarà
lht.mte as$umptu; jà temos chauwdo ~ t1us olho.::, P Nnquella época quant,l j~no•
rancia na maior parte dos sacerdotes, que como amigos, e não à semelhança de des-
devem sei', segundo a expressão admira- confiados -rivaes.
vel de .1Esvs-C1m1srn a luz do mundo e o sal Toda a exclusão é odiosa, senhores 1 e
da te1·ra ? nesta que <.lesejo de aprender em ma teria de instruc<;ào tornn-se absur-.
e estudar! Naquella que apalhia, que ela e execravcl. Para que, pois, es!-a ex--
marasmo, e que deleixo ! nesta .q ue acti- clusão que exerceis contra nos? Da igno-
-vidade, que movimento e que gosto! ..• rancia ou il!ustraçào do e!ero depead·e rà
E' facto ! nossos pais nos hão deixado O' bom ou rnáo genio futuro cio Brazil, e
bastantes historias, .e m que caracterisão e se esta asserção é innegavel, para que esse
estigmatisào com vivas e energicas cores esquccimeolo, que pareceis l~r, de velar
a ignorancia do clero de então; e esse <les- em nossos interesses, que tambem são
preso, nos o dizemos com magoa, esse vossos? Protegeis a todas a~ demais clas-
despreLo que ainda sobre elle pesa, e de ses e ·repellis sómente a nossa ? E não te-
que temos nossa não pequena porção, esse remos o direito de reclamar, e de vos
desprezo grosseiro e insultante, que dos perguntarmos em fa(•e: « Acaso sois dis-
ministros do Evangelho vai passando l, cipulos eserretarios de Voltaire, ou filhos
doutrina sa{·rosanta do CrrnISTo, ainda é da religião de Jm;us-CumsTo adaptada peÍa
fructo ou coosequencia da ignorancia do carta constitucional que nos rege?»
antigo clero. O mundo em que vivemos é à seme-
Honra, pois, ao henemerito prelado lhança de uma longa e::itrada cheia de dif-
que, amante da scieocia, cuja corôa d-e fereote atalhos; um só delles nos conduz
custosos e immortaes rubis lbe circula a ao céo, para ondedidgimos todos os nos-
fronte, ha arrostado innumeraveis obsta- sos votos e esperanças; os mais nos vão ir-
culos., ba vencido insupperaveis difficul- remissivelmente atirai· em um abysmo
clades, para dar-nos um se mina rio <Jigno lào negro e tão medonho que só sua le,n-
de tal nome, em queº" j ovens aspirantes hraoça nos alerrorisa e confunde~-Este
se preparào para dignamente engrossar abysmo é o inferno. ,
as :6Jeiras podel'Osas ela Igreja. Os padre'S devem ser os guias, os CO•
nberedores desse caminho IDJ~terioso;-
-É necessario, pois, que o gove rno
mas se ('egos ta111ben1 o:i torn ais, negan-
procure auxilia-lo. As forças de S. Exc.
do-lhes a luz de que precisão, como cum-
estfio muito i1quem de seus desejos; sua
priràõ seu dever ?
p alavra é poderosa, seu exemplo anima-
dor; mas tudo is o valerà pouco se o go- Não! nós nos não queixamos das es-
verno não i-e lhes reunir e reforça-los; bulhaçõe"' qtie nos fa1.ei . . , do estreito cir-
junto1- poderàõ muito, :-.ós e isolados tere- culo em que nos ci,·cumscrcvei.,, não nos
mos ainda que gemer, sem que uma mão queixamos de-como cidadãos que so-
amiga se digne, compadecida, abrir-nos mos-privardes o paiz de nossos serviços
o caminho brilhante da sciencia e da il- nas carnaras e nos con~elho!-'i, uào nos
lustraçào, de oude, como profanos, have- queixamos de se1·des vo...-os secu la res, os
mos sido vergonhosamente expellidos. unicos .senhores, os unic·os dominadores
da politica e do paiz; ma~ sem oilender-
IH. mos a nossa comciencia nüo podemos
prescindir de dizer-vos: se quc1·eis pre-
A religião e o poder, o saccrdocio e encher as vbtas do paiz que .em vós attt!n-
o governo, devem-se mutuo e constante to considt>ra, se quereis providenciar ás
auxilio: se aquelle concorre para a e~ta.; nossas mais urgente:, nece~~idades, dai-nos
bilidade <lds leis, para o· respeito e acata- uma academia c,nde possamos beber as
mento ás autoridadesJegitimarnente cons- luzes e a instrucc;âo de que tanto havemos
tituidas, a este compete dar-lhe o subido mii-ter, porque não somos os unicos que
e~plendor f> brilho que tanto convem para soffl"emos e nos queixemos, a sociedade
sua autoridade e pre1:itigio. Um sem ou- tambem soffre, lambem se queixa!
tro não poderà consenar-se longo tem-
po, e sua de!>ha.rmooia ou embate traria IV.
comsigo perni<-ioi-ns e sempr·e fotaes con- Quereis s:ibei< .os ma1es que poderà
sequencias. It necessario, como dous po- causar ur.n clero ignorante e por conse-
deres iguues, que se tratem como irmãos, quencia immoral ?

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
Pois bem ! foliemos con tra nói-; nós, semin al'i os, a clcvac~ão destes cru academias
que por culpa vossa ainda vegetamos na trarja o inronvenicn lc de fi rn rem suj eitos
igoorn ncia de nossos deveres . no poder ciril , sendo aliás uma institui-
.H1 cst i vestes em urna cidade a que a <;ào eecle.\-iasli<·a. En tendemos que uma •
peste hom1e~se escolhido pa ra seu domi- cousa nüo nb!,01·vc n outra. O governo
tfüo, jú vbtes os estragos que elb a sa n- pódc autol'i-.ar os semi nerios n dar o gráo
gue,.frio prepa ra, as familias que iofeli- acaclem ieo, sem tod~via c.oto ndel' co m as
cit-a, os fil hos q ue torna orph ãos, as es- Lial>ilitac:ões exigidas parn a recepção das
posas yue faz viuvas ? Jà , istcs o lu to, a ordens. O se111 i11nrio da Babia, por exem-
co nsterna c;ão, a dôr e os goUl idos q uc por plo, ou o de l\io de Janeiro, habilita os
toda a parte espalha sem as Cl\OsohH;ões e a-; pi rantes pela freqnencia das aulas esla-
a u xílios de um clero dedicado e ca ridoso ? belceidas p,u·:i o sacerdo.cio.
Pois- sim ta os ~ão as conseq uencias Aqnelle porém q ue pretender o grào
e os fru ctos, taes :do os males de que se acadeiuico, terú <le freq 11entar, além dea·
pôde tomar culpado um clero ig noran te tas, as que fo rem esta belecidas para esse
e iln nrnralisa<lo. . firo , se as refed<la:, nu las não fo rem bas-
Jà esti rn1-tes em um paiz onde o odio tan tes. Aléll) disto é <lc e!-perar que u m
.~eparassc os cidadãos; ond~a guerra civ il , govern o catlrnlico, que dei'ieja seriamente
prcn he de todos os ~c us bol'rores, se ap re- re!,taurar o clero <lc seu pai1., deixe a di-
~e n tasse t, iumpha nte e orgulh osa? Co n- recc)io dessa:, academias ccd e:-iasticas in-
sidern!,les no e:-:peclaculo alerl'orisador de teiramente en tregue ao zelo dos prclados
suas prac;a!-, os Lilhos combatendo con lra dio('Ci'i:moi:; :;em de1' viar os se minarios de
os pais, os irmãos contra os irmãos, os sua nat ureza e deslino.
~en l1ores co nt ra os escravos, as fam ílias
A fo rma tu rà adqu irida nessas acade-
cont rtt as !'a mi lias, e <l espcda<;ados, e li- mias é sobre as :,cieneia:; th eologil'as, cu-
, i<los, e cobertos de sangue, c:: birem-
jos len te.'- e compe ndioi, é fora de d uvida
na lula frat ricida- ao pé do cadaver <l o qu e :.;iin e.lclu-;iva nw nte da competencia
irmào que ncabavão de assassinar P
<lo poder ecd e!>iasti,·o, porque tanto uns
l\:iis bem ! medes como e:-tes tambem
coruv ou tros se resoh t!m n a doutrina da
pode procluzil' um clero immoral e igno- ~greja, de qu e :.ão só mente juizes os Srs.
ra n te. bi,:; pos. Entend t•mos até q ue para a crea-
E serà is,;o vàa declamação ? Não, tres ção dessas facu ldades tbeologicas, que o
Tezes não I tendes a historia ao te ,1 ossos govern o deseja e devecrear, cumpri! baja
olbo1-, e de cuja1; paginas negras e ensan- a interfe rencia da Santa Sé, porque é na
guentadas co piamos o que ab i deixamos 1beologia e nos canontls quese coofe riràõ
escripto. os grãos academicos.
- Dai-aos ioslrucção, nus vo-lo pedi·
m os p or amor de vós mesmos;-dai- nos VI.
instru<'çâo para que dignamente possa mos
preencher neste mundo a su bia me missão Outra difficuldade é a localidade des-
de q ue fo,uos enca rrega dos; dai-nos ioi:;- sas academias. O Ex rn. Sr. Euse bio quan-
tr ucçào para que possamos fortalecer ns do ministrl) da ju!'l ti c;a. intcresi;ado pela
ovelhas que eslao fracas, curo,· as que eliftio re!-i la11raç,ào <lo cle ro, a favo r d o qnnl de u
cnfennas, fa::er voltar as que andt1o des- o pri meiro impu lso, indigitou no seu re-
gm'1'f1das, e bascm· as 1ue se ten/,ao pc,-di- lntll l'ÍO à assembléa ge ral co mo ruais ha-
do. ( Eseq. , Cap. 34, v. /J. ) uilitado-; pa ro esse f:tvor O!; seúlinarios do
Hioe da Bahfa, e além de:.ta razão sobre
v. u1ui tas accresce ser ari uella pro ,1incia côr-
Le, e e~La a mctropolc ecd esia~lica do im-
Insistiremos ainda, pedindo u ma aca- perio. Parel'e pois que q11o nto à escolha
para o clero , e como clifficultlades
cle1t1 ia
dos luga res nenh uma du vida pode rasoa..
surgem na consideração dessa necessida-
velmen te offorecer-se.
,de, vamos rliscuti-las para exa minarmos
se ellas são reaes e irrernediaveis. -A pri- vn.
meira é que tendo o Concilio Tridentino
n a :,;e~. 23, cap. '1 8, incu mbido aos pre- Do govem o e da a!-sembléa geral de-
lados diocesanos a ct·eação e governo d os pende esse melhoramento qne se teill rc..
particlo com tod.!s as classe~ e profissões
do Brazil, e de que só o clero se ncha _es-
bulbado, corno se fôra um titulo para
~[.
perder se os direitos de que grnào todos
D!ci1 nutem douiinus 3d Abraham ...
os Brazileiros. Receia-se talvez n dema- Facia11111ue 1e in geniem n,a~nam, et
bcncdíC"!II ti~i. et m~3n!Ocabo uo111tq
siada influencia do clero illustrado, seria tuu m, erbq ue hcneaictus. •
Gt:-.. G&P• .~11. ,·. 1, 2.
melhor ::icabar cc,m elle, porque essa
in[ln~nciu, alii\s tão legitima, so é peri- A par de Jfabilouia, alta cidade,
Que secolossem fim durar de,'ia,
gosa no meio da ignorancia e da immo- A pôr os fundamentos principia
ralidade; quando porém é filha desse A' soa Santa Egreja a Oivin<la<.lc.
prest igio que a reUgião encarna em seus
Do meio desse povo ele impiedade,
ministros pelo exercício da ·virtude e da
Engolfado na cega ic.lolatria,
scfoncia, elb é salutar, necessaria e ínse- Chama Deus Abrahao, e lhe anouncil\
paravel do caracter sacerdotal, po1'que a Projectos, que concebe na vontade.
mis~ão do padre no mundo é ser a luz e
Este santo varão, que inteir;i crença
o sal da terra, os guias do povo, os dil'ec- Presta ás voses do Ser Omnipotente,
tores -dc sua consciencia, seu amparo, seu Que pae o quer fazer de prole imm<'nsa,
consolo. Mas se quereis tudo isso. dai ao
Do céu cumpre os decretos, reverentes,
povo ministros dignos dessa missão subli- R Deus, de su~1 fé em recompensa,
me, ou então não lhes irrogueis a cada O faz progenito1· do Povo crente.
passo a injuria e o labéo de ignorancia. f/ ieira.
Seda ridiculo esse receio com o exemplo e-~@
oaioso ele uma classe dominnndo todasas ~~~/a.,ctio ele c:-ht" tJ cl :s>/~cufaõ,
oulras, e com uma exclusão que toclus us
dias se toma rnnis notavel ·e escandalosa. xu.
Oícil ergo Abram ad Lot .. , Ecce uni~
A iníluencia que em outros tempos e.x;er- versa lerrn corrn111 te est: recede a me,
ceu o clero foi consequenda de sun illus- obsecro: si ntl sínlstra,o ieris, ego de~le-
ram tcnebu: ,,; tu dextcr:1.111 clcgcris egq
ad $iuistrom pergam.
tração no meio da ignoraocia dos tem- G&:'1, CAP. :uu-v. 8. 9,
pos, e longe de e5c_onder a seiencia e mo-
Já Lot, é Abrallão, ambqs senh ores
nopolisa-la, elle a salvou, e diffundio-a I>'iunumeros corraes, d'immenso gado,
pelo_unive1·so que regenerou; huje, po- A' terra cJe llelhel tioham voltado
.rPm. se uma so classe domina pelas letras, Da fortu na a gôsar inda os farnres.
é porque l'eservou-as unicamente para si,
Enliío ela vil <liscorclia os dissabores,
ou negou a1> àquelles que pretcndêrào do- Por odio, que no peito era guardado,
minar. Vieram perturbar o repousado.
Ernbrntecer a intelligencia é o melhor Socego, que reinava entre os pastores;
meio de escravisa-la. · Jfüs ,\br'hi.io, que não quer ua paz ditos~
De que serve porém o dominio se a Ver mais o doce goso alli perdido;
sua base é Ião fraca quanto o povo for Impoem a Lot scpar.,ção forçosa:
menos religioso, e como haver religião E Lot, pelos d eleitos sedusiclo,
ministros, e como cumprir estes sua mis- Se retira a Sodoma criminosa,
são sublime de in!;truir e mora lisar o povo Que as iras do Senhor tinha allrabido,
se lhes faltaõ os meios? Quqmodo vç1·ó f/ieira,
predicabunt, nisi mittantw·? ('1) (Ex.tr),

Tudo confiamos da illusti·ac;.ão, reJi-


giosi<lade e patriotismo do governo e da '&racalJ',
o

assembléa geral. Oh I meu Pae ! Santificado


Esperemos. Sejasempr~ o nome teu!
Venha nõs a Eternidade I
(,,·01iciador CatholicÔ.-Jon:al do Commercio).
Faça~se a toa vontade ·
í1) llom;i 1o. Na terra, C()QlO no céu l

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
ill eu sustento quolitliauo Agripp~. Seu corpo foi depois trasladado
l>à-mc hoje taml>em, Senhor!
f.u perdoo a riucm me oll'cmlc para ~ ompoi.. tella, onde é ,·isitado pol"
Perd oa ao te.o olfcnsor ! peregrinos de todo o nrnr:ido, quealli vão
Não dcii\'.CS cahlr-m c em culpa I
f' roteja-mc o teu amor I
Jà pa_ra l~~l'arem a~ indulgencias a tal pe-
regrrnaçao conced1_das, jà esperançados
Avc li! arfo ! Cheia és de graça;
K comtigo o Sellbor ! d'ol>terem .po1· strn intercossào algum mi-
Abençoada 6s tu entre as mulheres; lagre, ou Jmalmente a cumprirem o vo-
llemdito e o teu amor l to por algum já impetrado.
Santa M" rfo , piedos:-1
A Leu .ülho ergue essa voz; 26. Q u.\Rl'.\.-Fnnu-S. Prancisco Ca-
Agora, como na bom racciolo - ela congregac,:ão dos clerigos
J)a ruortc- roga por nós I 1
menores regulares, e 1un<ladnr d.t mesma
Gloria seja ao Pae e ao Filho ordem. Chamado ao prineipio Ascaoio,
r~ao E spírito lambem I
Conto fô1 a no principio devotou-se d esde os seus primeiros :moos
Srja agora e sempre ! Amem I ao se u Deus, e partindo parn Nnpoles se
(Extr) . .,, * 1r
iniciou no saccrdorio, e entrego u-se com-
- ,o ...- - pletamente a r.on tcmplação, e sah•n<iiu das
ANNO CDB!STÃO. almas. Professa ndo na o rdem dos reau-
cJUl,HO. . o
1ares m enores no ermo Camn lclulenso pela
2ú. SEou~oA-FEII\A. - Resa a Egrf'ja
devoção que tinh:, com o veneqwcl S.
n'este dia da vigilia do Apostolo S. Ya- Franci...co de Assis. De Ascanio rnuclou o
go. e <le S. Jeroniruo Emiliano na tural
~eu non1e para Frnncisco. Teodo bl'ilba-
_de Venes:1, que ten1lo se entregue.lo nos
do n 'e lle todas as ,irtudcs so bre-saindo
primeiros annos de. sun mociadc à milicin
n'el las a da humildade reio pílra Roma
n os calamitoso~ tem pos da repuhlicR, sen-
onde se t·ecullicu no l10'- pithl elos lep rosos,
do vencido pelos inimigos, foi como pri-
onde lt• n r 1i 11011 se us dias, lendo a penas
sioneiro por eUes condw,ido cfobni_\O da
ú/J annos d'educle.
mais cscrupolosa .prisão, donde era in1-
possivel Lium;.rnamente e.:,c,1par. Aquillo 27. QoThn-FEmA-S. 1'orberto-ori-
pnt'ern que a elle era impossivel tornou- undo ele familia nobre, e len do na sua
se facil a Saolis~ima Virge m que ouvin- adolc.scencin ~ido imtruiclu nus dis,·iplinas ·
do os sens rogos dissolveu-lhe as pri~ões, libcraes enfiu,liado cio mundo deixou a
e são e i-éilvo cond 11:,iu-o até Tanii,.e le'Va n- mili<·ia ci,•il para dedica r-se a eccle~iastí-
do-o pot' meio de seus propeio~inimigos. c·.a. Iniciado nas cu11sassagradas abc.l1cou
Entrn<lo que roi na cidade rendou graQl'lS romplctam<'nle as pompas do mundo;
a ~1à e Santü,, imn que o b,-\\ ia libertado trnjé.1 11clu co m a p obresa, e repartindo
d e tão duro captiveiro. Voltando para com es ta o se u pntrim~oio. Entregou-se
Ve neza entrego u-se no~ cxerci<'1os de pie- totalmente em annunc·rnr a palana de
dade acolhendo crs. o•-fãos. recolhendo os Deu:-, <l 'n nde ti rou opl imos rc!'iullados,
<lc,graçn dos, , e:,ti~clo o~ ~~ts <'tr.. Con- já co m·crLP ndo os hereges a fc . jà cha-
verteu a penilent·ü, muitas mulheres; quo . ,i:-9,m<lo os pPc<'ado res a pcni teuC"ia, j:1 apa-
viviam na deva.. :-i<lilo, e partindo d'abí s1gL :'1.!1PS di,uordias. In:-titniu a ordem
para ~liliio com o fim de pre!-,\at· os mes-
mos ser viços que nté ali a buruanidade
premon.,tr',,\oJ...
regras de
~t·· -:"" . o 1>H
....
:S.
, '
Ago,t1
.
1
et·vando n'ella as
11t;,._ Como as suas
d'ellc havia rccehi<lo, depois; <lc ter foito muitas ,·il'tu<les clH•1
0Y.1s..,c, u ao ... ~ .'l!l'/c,
L~,.:_
muitas curas e milngrcs foi reunir-se ú ment o ele f()do:, recebeu l'Omo l't'Compen..._
m an,iio d l)s ju~tos no anao de 15~7 :-a c.'.t na terrn o Bnc.:ulo t\rchicpi ...copal de
25. T EncA - FEIR.L-S. Thiago-deno- ~Jagdcburgó, e tendo pre~ta<lo immcnsos
minaclo o Maio1' por ~cr udmittido scniçosno a ggrcja foi dor mir no seio do
Senhor no anno de 11 Bú .
ap'l:.Lola<lo pl'imeiro elo que outro do
me-.mo nome, era irmão do evangelillta 28 Sn;T \-Y.'EII\A, - He~m a Egreja.,._J
S: João, e por tanto filho de Zebedeu e n'e~tc dia do:. Santo:. Martyres Nasario,
Salomé. Uaven<lo, depois da A:-cea<;ão, Cel.so e Vir:tor , os quae:; Len<lo defendido
pregado o Evangelho na Judea e Samaria, com todo o afinco a verd ade e sub1imi-
Vl!io segundo a mais bem fundada tradi- cladt: da religiüo de ,Jesus hristo,. que e
çãQ, evangelisar tambcm as llespanhas, haviam professado foram perseguidos, e
d',mde ,1oltóu a J erusalem, e aqui soffreu martyri~ado, preferindo an te:,, confundir
. o martyrio por mandado de Ilcr-0des os seus. perseguidores sellaodo com o seu
sangue a ve rdade que deffendiam, elo que Ol'Clem eslava organisada, e j~ no ele 1 j4 l mandou
ouan miss[10 para as Iodias. O nosso sonto, <l<'Jlois do
compartilhar com a idolalria. . enriquecer-se de :merecimentos para com Deus, foi
29. SAnMoo-S. Ma rtha -irrna n <le gosar no eco de sua vista, e deve ser bem dlsliocto o
Santa Maria Mãgda lena e de S. La,.aro q ue lagar que :1Ui habita
.Jesus Christo fel t•essuscilar, mereceu a AGOSTO.
llonra de hospedar ao mel-lmo Jesus Chris- 1. T1mç.\ -FEHI A-ílesa a l!grcja-n·este tlia d a
to em sua casa , e ta nto se esfol'çou pa ra ollavn do àpostolo' S. Thiago.
que elle fosse bem serv id o, q ue ellc lhe 2. Q U.\ ,\T,\-FEIR,\ . - S. Pedro ad Vinculrr.-
Commemora hoje n Egrt'ja o moclo miraculoso pelo
estra nhou h,to, discndo-lhe com a bra n- trual S. Pedro, enca rcerado e agrilhoodo de ambas as
dura que costu ma~a « Martha, Martba, mãos por mandado de n erodes, e com soldados à ,•ista
tu tomas cuidado e te amofiuas e m mui- e em vclta do carccre, íoi solto e livre por um Anjo.
Goin eíl'clto, estando toda a Egreja, como se refere nos
tas coisa~. quando umn só coi~a é neces.- netos elos npostolos, em conUn ua oração. um Aojn
saria. J> Esla uma só coistt que Jesus Cbr1s. dc~ceu H1 d1• noite ao carcere. e allnmiando-o com o
seu resplendor, acordou a S. Pedro, e lhe mandou qu 0
to qu eria era qu e o amasse m como Dens prestes se lcvanlassc, e immetlialnmentt> os grilhões ~o
<1ue era; e com effeito d'e!'ite amôr lhe lhe desatar:un e cairam. Logo lhe mantiou que o se-
deu ella provus; pois foi sempre fi el ti gra- 3'Uissc, e :issirn fpram passando por LOll,1c:; ns guardas
até que, poslo S. Pedro a saho, o Aojo desappareceu'.
ça, vivendo exemplarmen te já em sua pa- 3. QUlXT.\ -n:tr.A-lnrer,~no de S. Esle\·iío. -
tria,jà em Man,ell1a onde milagrosn rn ente Por multo t1·m1lo se ignorou ologilr ooclc o corp1: d'csle
aport ou, !>endo, com ou lro3 cbristãos , prolom:irlyr do CltrisLit111ismo jn~ia; e no IClllflO do
lmp<'rador llonorio sendo dh•innmPnlo rewl,do ao
meuida em nma cm barc~c;ão sem leme 1>rcsl)ytero Lucjano onde cm e~le logar, cllc foi ler
pa ra qu e d é~se a piq ue. Finalmenlc, de- COUl O hi~f)O d1• Jern,;.1le111 , O qu:il, ('Oll\ OC:tclos os }JiS-
1)0$ e clero visiuhos, foi nlli e manda mio <':l\':tr, se en -
p ois de uma morte lào i;rnne como pu ra CC111lraram os quotro corpos-ele EstevfJo, Gamalicl,
lHnia sido a sua vicfo , chegou n patria ce- Nlcodemos e Ahion -c~halamfo-sc llc lodos clles um
leste. suavissimo cheiro. e ínsen,lo-se ao seu cootarto mui-,
los e incontcstavci~ milagrr•s. Foram cousoc:uliva111en -
30. Dorn~co --Dom ioga 1. ª de Agos- tc collocadns c~l:!S rcli~ui:ic; n:i <':trej:t tl:i Saula Sion
to, e oitava depois de Pcnte<>,05te-.-Hesa cm Jcrusalcm; depois, por m:in,hilo ,lo imperador
a Egreja <lc San ta Ann<l, \l àe de \la ria Th<'odo$lO Junior, foi P corpo de EslC'viío traslad:1tlo
para Conslnutinopla; e finalmente para !\orna no 1em-
Santii-l-lima, cm <lcsren<lent~ da tri bu de p1, do papa Pelagio l. 0
Levi , e foi r ecebida em matri monio por l1. fü::n,1-F:i rn ,.-S. nomingos de Cusmtio-
S. Joaqnia1, que dc:-cendia da tribu de Ju- de uma nobre familia dr: Calaroizo na llesp,mh:1, habi-
lit:inllo-so com os estados tlc bumnnidallCs e thcologia .
dá. Yi nte annos ,·ivcu no d e~go~to ela es- foi eleito conngo rcg11lnr da <'grl'jíl Oxornicuc:;c. Vendo
terilidade. po rem resignanclo-:-c sempre com gran<lc wagoa do seu cor;,çüo os ,,.,1ragos que a
her<'sia caos:i\'a, <'reou e.~~n millcia :irm:11la de rosari-
co m a ,•oo tad e de Deu•, mereceu qu e ao oc;, quo 150 form1t1avel se tornou nos AJl>lgcn'les. Com
ca bo <l'elles c·oncebc-;se e dés"e f1lm. Aq llcl- cffdto a ordem dos pregallarcs, appro\:icl:i por llono-
la q ue hav ia de conceber o He<lemptor do rio JH no anno ,te 1216. ro; 11111 drssc .. n11:ios exlraor·
din:irio, tlc salvação que a Provhleoria faz sempre ap-
mundo. Se m pre ca rita ti va-5e mpt•e in- parecer quando :i neccssida,lc o pcile.
cendida n o amor d e Oeus- cr eou e edu- 5. S.un., no. -~O'>S:'1 Sl'nl:ora ll;i<: Ne\'CS. -Xo
cou sun pri vi legiada Filha; cq nando e~la tempo do papn 1.a,ori11 ( e,,.:-•~ o anno rlc ~52 o 356)
nfio ten,t~ ..flhvs nm nobre palricio, omano, e pcuio<lo
tinh a do5e an ou11 de edade, clla, clepoi:, J" ...•• ,nt<'mcnlc elle e suo mulher a :Hari:t S,111lissima,
de nma morte suave, foi nu Lim b<? P~:· · • ·que lhes lnclicassc qual o pil'doso uso que devinm !'a-
r a r q ne se ópera~se · o 1·~~~'\.' " u11ire L·~a l, z<'!r ele sous bens, aconteceu que n' eslo din 5 tio Agos-
lo-na quadra cm que os calores costumam ser u;ais
Para d,• pois ;,1,.,,,. ;._ '=- ~~Ú.
e p1..;:.\ intensos cm lloma -apparereo o alto do monte E,qui-
Sf.O-' .• , · ~ .,it.,. -S. Jgnririo <li' Layola-nobro linio coberto de ncvP., lendo um sonho o mesmo pa-
]\,"l)~,~->rP.! i;ri1111•iramcnle empregado uo t õr1c, seguiu tricio, cm que s<' lhe revclaxa isto mesmo, e que era
depois a profissão elas armas. ~m quanlo se curava este o log:ir c:n <1ue a Sílnlis!>ima Virgem queria que
de uma grave íerí<.la rccchíiln no assalto de r ampelo- ellc lhe cdifica,se um ll!mplo. N:10 tardou cm por
na, lhe raiu Pntrc m;1os u111 lh ro mrs1ico, o então com-
1 mãos ã obra que t'llhou tão m.1g11ific:i como Rr:rndes
prebenden <1trnn10 é nr rlscada o sah ação por esses ca · eram suas riqtlf'Zí\s e fr1vor. l>cpois ele ,•a rios titulos
minhas cmboro nobres, embora gloriosos no conceito veio a tomar este templo o <.le Sa11tct Maria lll«ioi·.
dos homens. Logo que convalesceu foi depõr as ar- 6. OOlllNGO- Domlnga 2. 0 <.te Agosto, e 9.A de-
mas sobre o altar Je " ª ria S:intissim:i de Moutserral, pois de rcntecusles. -Trànsfignraçi.ío ele Chrislo. Le-
e partindo d 'aqui para ~Janr1•s:1 se deu ·a todos os exer- vando comsigo os apostolo!> Petl ro, Thíago e João,
clcios na penitr ncia. e cada ,·cz mais se conheceu
JClius Christo subindo ao alto de um monte ( o Thabor )
mais :illnmiado por essa l uz qoe deh:a ,,er a vaidaclP.
do mundo; e concebeu o grandioso plano ele rondar lhes patenteou sníl divindade, ar,parecendo n'csta vi-
uma milicla religiosa, que viesse em nuxilio da Egrc- são (que para estes predilectos :ipostolos se pode cha-
ja por tantos e t:10 astutos inimigos combatida. Com mar uma antecipada amostra da visão beatifica) ~loy-
effeilo íol l'lto o rondador <la Commmlii1t ""' J e3u1, scs e Elias foli ando com o fiedemptor.
cujos relcv3ntC's serviços em bom ,ta hum:initlade se
deixam \lêr mesmo atrave:i d'esses negros vcus com
qoo seus perversos inimigos O!> leem quPriclo encobrir. .Marm11túo-'f'!JV• dcJ . e. M. (la C1mha 'l'orrcs,
O aono de 1540 é aquelle CIO qae esta proviJcncial mia dos Baróelros n. 8.
ANNOI Segunda-feira 7 do Agosto de 1854 N. º 14.

O·CHRISTIANISMO.mmmawAi~~® liii!~ll©!.t(J}~®~
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V ASSIG~.\-SE:


l'l\t:ÇO U.\ $\lllSCíl ll'Ç.\'O.

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Í Nn llun do Cl'Uz. n •• 30. c:n~ 'Fipo6 rnphl3

\ Avur.-..... . ... . .. .. . . . f:40. A d c~te Jornal.


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.Vu,, ccul ,u,lma& f)l'J"1le1·, u tl sali:111·r .
S. Luc. e. g , , • ~,O.

p,·ofnndarain com mai:,:; scicncia a!I neces-


OCHRISTIANISMO. sidades humanac;, e modifi caram co nve-
nien tement e o rodigo d ivino, incompati-
A- Lei Dominical.. vel co m o ;,dianlaroenlo ti as cousas e das
O hui n;;n pntlr 1r~b~ fbnru11ve <llos se·
pessoas.
1utidu.. ; n-. fim tio ..c"to scuj mogíOOi, p:i-
r1•ce111 pi·llh ~- hora< 11,~rtuclo, pelo Cre:1-
Deuc;, cl.mdo no home m a lei do tra -
.Svr t•Jr• o repouw ,tu malv rc,11. balho, estabelecen o p rincipio fecundo
C1iatea11b1·iw1d.
d os de!-ien rnh imen tos da industria e da
Não ha provident·ia mnis c.~ ridosa , ir- ri <~Ue!-a; nia~ a íilol-loíia politica não com-
r isod ameul c faltand o, qu e a d os fil o,ofos prebende que o homem de ponlrn o lubo-
politicos ! Vi:-ta mai-; pcnefrnnt e, e que rioso in, trn mento, <'o m q11e exerC'e a pe-
m ais ao longe d escortine a son hada felil'i- sula co ndirão dn sua cxi . . tenc·ia, e levan-
dade do povo, la mbem a não ha ! Daga-!-e teª" m:1o~ ~grad ec·idas Aqudle, q ue mais
sinreramen te, que esta magica 61oso íb irnperio~a lhe fisera a ouriga<;ào de agra-
de n osso-; dias não iu ,•eja nc1<la aos fa mo- dece r os bcnelicios recebidos. O filo!-O-
sos prodígios <la ped ra rilosofal ! fü mo não se da à peno:-a ta refo <l c saLet·
Vira m os falosofos, oo e~tabelecimen- se a vi<la futura tem algnma relac;ao com ·
to do d omingo, ama le i prejudicia l aos os tH' tns d a vida presente.
1

iotel'esse~ do povo. · E que o pfeceito dominical ní,o ter~


O rep,mso do set imo dia fôra institui- cm ~i o profundo sigillo da elerniclàcle;
d o por Dem,. e respeitad o pe las gera ções e a e tern idade não ap presen la sensivel-
até n ós. Era oeces!m1·io por tanto decla- m ent e a ju ... tiça de Deu... Sam tudo pala-
r a r prejudiciaes as leis d o Ete rno ! Decla- vras pa ra os Lilosofos, e palavra~ que so f-
ra ra m prejudicial o d omingo. Invoca ram frem co rrec<'ào co m os tempo"i. ·
os respeitaveis direitos da humallrdade É falso que o re pou, o elo d omingo
pnL'a al>roga rem a lei odiosa do d omingo. pl'ejudiq ue os interes~cs do povo. Cessem
Chegaram mesmo a abolir o legi-l> lador, <le jogai' a traiçoacla mf'n le <·om es~a pu la-
par~ q ue a lei perdesse o ca racte l' di vino vra, porq ue o povo tem a com,cicncia do
q ue lhe fi.sera lavrar ra iscs n, soC'icdade. ,·alor qu e llio da m.
P roclama ram tyran na ~i lei qu e irn pu- O hom e m mlo püdc L1·abalhar sele
uha o d e"~''º"º a o co,·po, e lc111 brava ao cliac; se111 repou:-.o, q uando n'cs...,e traba-
espil'i to a-; obriga<;õe~ ela creatura para lho sa m o~ fo rc;as physic·as q ue pr edom i-
com A(p1elle, <Jll t! d era sei·, <lias ao ho- nam . As ro n:-equerH·ias fu ne~tas, qu e pro-
m em, e reservúra u n p,1ra "-i, 1•cm d<, lraba ll,o não interrompido, se
P1·ocla irrn 1·;un chJt:it111l'ia a sa bedoria não l>am immeô iatame ule scusivc i!4, ina-
d e Deus, q ue não pl'eti r.t ur:11a 011tr.1 rn- nife, t<1 m- e <lepoi., na .. gra~es <locrn<;as da
cied,~de , com outra.; necc,,idad ,•:-, n111i1u velhice, em qu e as <l cspe~as para pa liat·
di ve rsa ... tl'ê1q1tella.; p at'a qu em í.1 lei do a cxii> Leocia redohra m os lucros, que o
d escan'io e tlo culto <l omin ic,, l f0,1·a in,;- npcrario tiriH'a da l1'íln~gre:,~ão do p re-
lituida. l'eito. ·
É que o ... h omcnc;, a11<'tori-;ados oa c·or- · Um CM -rip l ôl' franrt:!1. o b,Pq-on que as
r ecçào elo d eca logo, e d il evangelho., ma nufocturas d,,i, fa bricas, cai q ue o re-=
)Ouso do domingo era despresaclo, eram rem foi mudado pelos primeiros christãos
.nferi~res eqi quabdade àquellas, que sa- para o seguinte, em memoria da resur-
hcru de estabelecimentos onde o domingo reição do Salvador·, que se operou no dia
8e observa no rigor do preceito. de domingo. -Po1·tanto e5te monum1ento
Como vivia,n os 'povos antes d'este da resurreiçà"o de Jesus Christo que foi
prurido reformador? estabelecidt1 pelas mesmas testemunhas
Eram menos os poures; e, comtudo, oculares, e festejado po1· aquelles que
não podia ser mais austera a observancia perto ~slavam da regeneração dtt huma-
dos domingos e dias festivos. A fé e a ca- nidade, que andaram, viram e fallaram
ridade eram entã9 os magestosos precei- com o mesmo Redemptor, ha de sempre
tos da filosofia cbristã. Os homens não repercutir com um ecco sonoro aos nos-
se afadigavam em érear sentimentos no- sos ouvidos, desde o Paraiso até o Sinai,
vos, que sub:-tituissem aquelles d'impres- desde o ~inai ~té ao Calvado, e ba de
são ingenita no coração da humanidade. continuar a soar desde o mesmo Calrnrio
Em Fr,mça adoptaram em algumas até ao fim dos seculos, porque é preceito
fabricas a segunda-feira cerno dia de des- univeri-al moral, qne tem por principal.
canso. Esse dia é o da libertinagem. Não objecto a honra e gloria do mesmo Deus,
ha Deus a quem adorar, porque o dia ela que é immutavel por essencia.
oração era o domingo, e esse foi abolido Se consultarmos a historia, achare-
por uma filo!lofia que, no entender do mos que os mesmos imperantes catboli-
artista, rigorosamente soube o que fez, cos desde Carlos l\lfagno, como protecto-
porque fez o que a sciencia lhe mandou . . re~ da religiüo de Jesus Christo e da sua
Os ternos vínculos de familia, doce liame, Santa Egreja, tem recommendndo e re-
que tão jubiloso tornava o domingo do commendam com uw zelo apo~tolico po1·
artista, quebt·ou-os a immoralidade do meio de edi<'los, de harmonia com os Pre-
a1bcism o, porque-não haja pejo em dise- lados· Dioéesanos, a ohl'lervancia da divina
lo-o homem desembara~,adu de Deus, é santificação não só nos domingos, mas
incapaz de preencher as condições de es- lambem nos cliasfestivosmandados guar-
pm,o, de pae, de irmão, de amigo, e de dar pela mesma Sanla Egreja.
cidadão. Constantino , primeiro imperador
« Os operarios habituados a violar as christão prohibiu que no domingo se tra-
leis de Deus e da Egt·eja-diz Heyroirol- balhasse, qualquer que fosi-e o genero de
perdem a moral, consomem ê:l segunda trabalho, uma vez que não bouves~e uma
feira nas ta,·ernas, nascacias de jogo e lu- necéssidade urgentissima' dictada pela ca-
pnnare~. e com o tempo consomem os ridade cbristan. A imitação d'esle tnpe-
lucros da semana, e sua immoralidade rante obraram muitos outros e n'estes ul-
faz perderaos patrões oganbo, que espe- timos tempos a falecid<1 e virtuosa Rainha
ravam receber do trabalho do domingo.» de Por1ngal, que annuindp às supplicas
Nem se supponha, que o preceito da do Eminentisi,imo Cardeal Patriarch~ de
santificação e repouso pela ab:,tensão das Li!,boa houve. por bem mandar expedir
obras servis é feito de nossos dias, não; é pelo competente mini:.tHio as ordens
antiquissi<no, lem a sua ol'igem com o cor,venientes afim de que se observassem
mundo, e .a Deus po.r seu Auctor, o qual Q domingo e dia~ fe~Livos.
faHando do alto do Sinai a Moy..és, assim Infeliz i,;em duvida se deverà consi-
lhe diz: Trabalhar·ás seis dias, e farás to- derar um fütado, qne blasonando-se de
das as tuas· uhras, mas o setimo é o sab- Catholico ' preci"a.
da virrra
~
.fe1·1·ea para
I' '
bado do Senhor teu Deus. N'este dia não leva-lo ao cumprimento de seus deveres !
farác; obra alguma, nem tu, nem teu fi- No entretanto assim acontece; e em todo
lho, nem a· tua filha, nem a tua besta de o mundo sárn uni,;(1nos as voses dos pas-
carga, nem .o estrangeiro que estiver em · tores para chamarem ao verdadeiro apris-
tua casa, porq11c o Senhor fez o Ceu, a co tantas ovelhas desgarradas.
Terra e o Mar em seis dias e tudo o que Cesse pois esses sophismas economi-
elles contem, e· descançou no setimo. E cos-filosoficos, que procuram nnte-vet•
por isso que o Senhor abençoou o dia de no mo tu-continuo do trabalho a fclicida.:
sabbado, e o santificou (1 ). Este dia p'>- de dos povos, porque por mais que tra-
{t) Éxodo 20,. 8. e 11. balhe a moderna economia por dm· tudo

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
m :::

aos homens e 11nda a Deus- as porias do Al't G. 0 Eicam rev() 0 ·adas as leis edis-
in(c,.no mir, p1·eiialcce1·lÍm conlra a Esposa posic;:ões ern contrario. º
do C,·ucificado. Oa·dinariamente pugnnm Mando por tanto a tn<l,ts as auclori-
pelo tt·aballio nos domiôgos e dias fcsti- dndcs, a quem o conhecimento e cxe\!u-
·vos, aquellcs, que jàmais trabalharam c;ão da 1·efcri<la lei pertencer, <pie a cum-
com seus hra<;os, e por co nseq nencia não
pram, e fac;am cumprir Ião inteframe nle
estam em estado <lc poder avaliar os es-
tragos, que no corpo do operado µro<luz como n•ella se contém. O secretado da
. o continuado trabalbo. llonl'a pois seja provinda a fac;~ imprimit· , publicar e
feita a lllu~lrc Asseniblea Legislati va Pro- correr. Pala rio elo governo do Maranb'ão
vincial, que legislou rontra c~te abu~o; e em víute e dois de Julho uc
mil oitocen-
louvo res mil ao Exm. Snr. Doutor Eduar- tos e cincoeota e quatro , trigesimo ter-
ilo Olimpio Machado, Digoissimo Presi- coiro <la iodepen<lencia e <lo lmperio.
denta <l'e1-ta Pl'ovincia p11r sanccionar a
E<luardo Olimpio Maclia<lo. )l
lei n. º 358 de 22 de Julho do corrente
anno, lonvol'Cs mil. J~ iocluhita\'cl que grande é jà o be-
• Eduardo Olímpio Machado, pre!,i- neficio que cstct sa bia lei deyc t1·,1zc1· i.\
d ente da proviucia ·do ~lnranhüo. Fac;o Lodo e qualquer ca tliolico, ruas qnfto me-
saber a todos O!- seus bahitantes, que a as- lhor não l:>eria, que no art. 3. 0 6e não en-
semblea legislativn prosiocial decretou, e con trassc as expressües-niio com1n·e/1e11-
eu su nccionei a lei seguinte: tle. os esc1·,wos, sal,,o se fo,.cm mandados
Art. 1. Nos domingos e dias santos
11
pm· seus senhores, (eit01·es, ou administr a-
as obras em construrção, oilicinas de dorcs;-porq ue senhores, digamos corn
qualque1· espccfe,;, mer(·ad M, casas de lei- 'V ullafre
lão, lr,ja~, annazens, quitanc.la1-, ou outras
<1uae~qt1er rasas <le commerdo cst,1rám Les ruorlt'ls soot ege:iux; n'csl point la maiss:rncc,
<.; ·csl la seule rerto; qui fail leur dilTcrt~llC(',
fochaclas, e não ta·afüitarfun pelas ruas e
prac.a:-1 publicns tabuleirns de fazendas e A côr é uma cousa merame nte acci·
ontros CJ 1aac'-q 11er ohj edos d<! commercin, dental, e como tal ainda que os negros
nem se podedt cooduzi1• materiaes para 'livam entre nús no estado borrivel da
qune~r111er obras, ou d'"IJas remo\'cr. c~rra,·idão, com tudo levados a pia haptis-
Art. 2. 0 Exc·cpt11am-se <la clispo~i<:ão mal t11rna1u-se no~so5 ir-mãos em Jesus
do artigo antecedenie: Christo, e c-omo os benefil'ios por E-.te co n-
§ 1. 0 As botica:; e casas de dentistas e
cedidos iup1clles que se nli . . tam em srn,~
sa ugradr,res.
S 2. º O merendo ele pf)1Xe fresco, hos- bandeiras, não sa m cuncecliclos por oc-
pedal'fos, casas <le pasto, padarias, co n- c11p:t1' o hom em na socicd r,dc esta ou
foitarias. e o matadouro publico. aquella C'a lhegol'ia, por ~er d'e:-;ta , 011
§ 3. º Os Ul(>rc:~dos de come1-tiv.cis, lo- d 'aqu ella c6r, como d n!ipc nsa r para os
jas armasen~, q111tandas. e tabuleiros em escra\'OS o pre<"eilo da l~i <lomioical P Po!·
qu ~ ellcs se m oderem, até o meio dia. ventura o e~c, nrn não preci:-a <le bons
S ó.º Os t:ilhos de carne verde até as obras para snà sahat;i'\o, e precisa ndo mio
duas ho1·as da tarde. Ca l'CCC clt1 rept>HSC)? S~111 cluvitla .
.A, t. 3. º Os infractores d'esta lei, a
Temos e:-pf' rt1rn;as, <JUC se não ji1, ao
qual não comprehende os escrdvos, .salvo
se forem man<la<los por seus senhore~, mcno5 para o l'11t11ro, ( e pral'ia aos Céus,
feitores, ou adrnini~tradores, scràm pu- qu e S<'ja brcye !) a lei dci:xand,1 <le c1won-
nidos com a mnkta de d ez mil reis, e <> lrar nos cscravvs ur,1a po1·çao de maLeria
dobro na rcinciclcnda, cujo producto fal'ê't simplcs111r11le , reconheecrú p~H'a com elles
parte das 1·endas das camaras municipaes os <lir·cito~, qu e como entes, qnc alem lo
<los termos, em <p"ac re~idirem os mulc- co rpo, tem uma alma adornada de facul-
tados. <lacles ~ublime~, prcci:-am de emp rega l•
" Art. ú. º Sam e~pecialanente enca rre- os rueios neccssarios à sua salvação, e mi-
gados da execução cl'esta lei nsa ucloridtt-
lhor C'Ônclif;ào nu sociedade.
<les a qu em cumpre velar no cumprimen-
to das pottluras chts camnras muoiripacs. T.
L-~~~~~~~~~~- ~

. ~t P c<C: .j:_.\
~~~....-.
· Se a no!,sa sanclissima Fé deplora a
dos apostazia declarnda de nlauns, que tecrn
., d t:)
Dl&11os ela J1ro-vb1elt~ eeele!!llnl!ltlca de Tu• Jª mostra o a sua impiedade, pelos seus
.
rh11 a !!i. 1'1. o llel ds s,u-dcnlan • .
cos,tumes, e pelas suat· intenções, é bem
SENHOR. certo qu~ esta Ueligiilo, unica e verdadei-
rn, elo Divino Salvadot· <lo mundo, sem-
Os bispos da província ecclesiastica <le
pre defendida e venerada por nosws an-:
Turim, r'-'unidos como outras vezes p..•ra
lepa~sados, é o objeeto de continuos ata-
tractar dos interesses religiosos das suas
ques; que as leis promulgadas sabiamen-
egrejas, consideram como um dos seus
te para :-ua defeza por vossos glorioso')
primeiros deveres oflerecer a v. m. a ho-
avós, e pelo angm,to rei Carlos Alberto,
menagem cfa sua sineera dedicação, e
pai ele v. m., leis ainda em ,igor, são
esperam que hoje corno das outrns vezes
despre~adas; que os direitos a~segurados
esta sua expressão set'à acolhida com be-
pelo estatuto i, Egrcja Calbolica Hon'lana,
nevolencfa.
como religião do e:-tado, e que é a ele lo-
Os sentimentos de amor e leal sub-
dos os subditos ele v. m., à e.xrepção de ·
missão, aos quaes os ditosos subditos da
vinte mil ralde:1.es e sete mil judeus, são
augm,ta casa de Saboia estão habituados
dei,prezados a~sim como osjuramentosde
desde .a infancia, e que se fortificam n'el-
observai'· e fazer ob.-,en-ar o estatuto.
les com os annos, $âü os mesmos que,
arreigado,; e augmentados nos cornções Os bi)'\pos nu nra poderão calar a ,·. m.'
dos abaixo assignados, os levam a sub- a profarn1<;ão que tem logar ha algum
melter a v. m. a representação que com tempo, dos diás de festa, consaarados á
. d t,
memona os mysterio~ da nossa Religiáo,
respeilo lhe apresentam.
Para nos não tornarmos inutilmente ao culto do Senbor, da Bemaventuracla
importuno~, e na esperança de que as Virgem Maria e dos Sanctos.
reclama~ões collectivas apt·esentadas em Se, de~de tempus antigos a impieda-
dezembro uhimo a v. m. pelos bispos do de tem pretendido fazer desapparecer da
Piemonte, da Liguria e da Sahoia, deter- terra os dias du Senbor, como se expres-
minariam o governo a .tomar algumas sa .a Escriplura, não pode deixar de con-
medidas inais ?Om,oladoras para as nos- fessar-se, como um resultado obvio do
sas egreja&. temos demorado até agora a testemunho da bi.,toria e da experiencia
execução de tudo quanto tinhamos adia- dos secnlos, que a proftrna<;ão dos dias re-
do para o mez de ago:,;to na nossa reumão servados ao culto divino parnlysa e torna
de Scarnafiggi. inefikaz a doce influeneia, que a Ileligiào
Desgrac;adamente illudidos nas nos- tende a exercer nús costumes, para tor-
sas esperanças, e sem outro iim senão o nar os po,·o~ melhores, P<"'ª os affast,u·
de cumprir \rn1 rigori)so dever. elo nosso do vicio e dos crimes, imprimindo-lhe!:: o
ministerio, nos decidimos a recorrer de salutar temor das suas verdades, e ensi-
uovc, à prolecçào soberrma, e a appellat· nando-lhe$ suas puras e sancta& ma xi-
para os religiosos sentimentos de v. m., mas.
e a levar aos pés do tbrono os votos e as Uma profana<;ào_ tão ,leploravel é a
supplicas de nossos coraçõ.es affiictos. ruina da sociedade e deis familias; de:-de
Se homens desvairados.aspiram á !)e- que a deixam introdnzir-!'-e, desapparece
para·ç áo da Egreja eª <l'> estado, nunca o bem estar, a dignidade humana é avil-
acontecerà que no espirito dos bispos os tada, e ai.; povoa<}Ões perdem o vigor da
interesses do tbrono SP.jam senarados dos suas furça& phy.sicas. São este~ males que
do allar. É por isso que elle; se conside- necessariamente se ve1·ão accumular so-
ram como obrigados de chamar a atteo- bre nossa cara patria, se Y. m nào faL
'i ção de v. m. sobre a prop2gan<la que u~o da $Ua so~e~ana auctoridade, para
abertamente exerce nesta cidade e em seu firmemente ex1g1r, neste ponto, as leis
· territorio a heresia protestante, que não em iigor no e~taao.
de~presa meio algum de fazer proselit9s, Jà queixas univPnae.; teem revelado·
atacando não só por escripto, mns de vi- ao:- e!'tado~ u111a dali maiores desrf'raças,
va voz e em publico, os dogmas catboli- que podem ãilligir os povos, isto i:, é, :os
cos, e exercendo, quando é preciso, a abosos, que se tecm introduzido na ins-
seducção a preço de oiro. trucção da mocidade, e es~es abusos te-

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
wt iWí

eru-se augmentado tão visivelmente, que se abusos taõ graves e taõ lnmentaveis se
os bispos julgal'iam faltar a um de seus ~· devem prolongar ao ab.l'igo do mesmo
mais imperiosos deveres, se não chamas- systcma.
sem sobre este objccto a soberana solli- Digoe-se v. 01. tomar cm considera-
citu<le de v. m. N'uma parte as licções çaõ as réspcitosas supplicas, pelas qu.aes
leem por fim preverter o espirito da mo- os abaixo as~ignaclos pedem que se cligae
cidade, n'outra corromper o seu coração: accudir ás deso rdens e aos mate~,. que
a historia tem servido para fazel' cahir o aqui llle denunciam. Estas suppli cas saõ-
odio e o desprezo sobre o Soberano.Pon- lbc inspiradas pelos sentimentos de affec-
tifice, sobre o episcopado, e sobre os mi- t.'uosn dedil'açaõ e confiança, quesinccm-
nistros da Egrejn; a geologia, a historia mente professam p or v. m.
natural, o desenho, para cminar o pan- O veneravel arceLispo metropolitano,
tbeismo para oflender o pudor, para pre- cuja sepa,:açnõ nó!> ainda deploramos,
parar a rorrup<:úo dos cm,tumes. partilha comnosco os sentimentos, que
Teem-~c banido essas praticas da Re- nos fazem considerar como insepal'aveis
]igião, tõo caras a nos~os antepas~ados, e a clefezn da Fé e o bem <la na<;aõ, a sus-
que só ellas podem forrnar a verda deira tenta<;aõ da Egreja Catholit•a, e a conser-
e solida virtude; leem quasi subtrahi<lo vaçaõ da gloria heredit:uia ela augusta
a mocid.ide a toda a qualidade de iu1lu- dymo:1~tia de Saboia, que sempre se dis-
encia da parte dos pastores de almas: le- tinguiu pela sua devoçaõ a Egrcja. ·
em tolerado, sem punir os anctores, a dif- A dedicaçaõ que v. m. mostra pela
fusão de maxima:, hereticas e anti-sociaes, religiaõ de :-.eus a\'Ós, fazespPraraosabai-
no seio da mocidnde; não tecm prevenido xo assigna<los, que os suai; snpplícns e a
nem reprimido os desvarios; teem deix~- sua coníian<;a poderaõ nbter ele sua real
do os mais adulto-. entregar-~e à occio~i- auctoridade, medidas taes que reparem
dade e ti desordem, e tudo concorre a utilmente os males que deploram, e que
corromper, a prevcrtcr, as gerc1c;ões fu- assegurem assim o intere~e comanuru do
turas. estado e 'da Heliginõ.
Os pnes tremem de ronÜal' os seus (Seguem-se as assigna lm·a~).
filhos a escholas 1 donde ·sahem quai-i
sempre, som temor de Oens. sem regra (l' Dnfrtrs. -A Narão de Lisboa).
d e co nducta, sem respeito a pessoa algu-
ma, e, o que mais ainda. sem morali-
dade.
Doe-nos o cora<:ão de ter que dizer
coisas tão deplorareis; mas se os bispos
Como é Iluda a montanha, que nas nuvens
e..,tão ainda depoi.; de á annos, na expec-
Esconde a fronte augusta, éoroada
t.itiva de que uo,a sa bia e sincera liber-
De purpuras e de ciro I Que harmonias
dade, em muh•ritt de ensino ponha em fim
Não solta a viração, l>rincando, à tarde,
um Lermo ao monopolio, que tem pre- relas sclv:is. elo bosque cnlre a ramagem l
valecido na 10!-ltl'lll'Çào, e lhes devolva o Para longe de mim viver do mundo ...
exercício do~ direitos inr.onte,tavcis, que Naturosa 1 comllgo, a sos, cu quero .-
pertencem á Egreja e ap mini~terio epis- Modular as canções das harpas d'alma !
copal, naõ podem, toda\1ia, dilipeosa r-sc
O' mont.1nlta por li deixo as cldacl~s.
de referir a v. m., que hoje nem a auc-
E os mur111orios das torbns retumbantes ...•
toridade dos paes de familia, nem a fé
Aborreço o gosar, calco as vaidades,
das novas gerac;õe~ catbolicai-, isto é, de
Folgarei de lhe ouvir cccos distantes:
toda a naçaõ, ~ão hoje respei tadas e ~aõ Aqui, 011s solidões, não ba maldades,
contmuamente despresada.. ; por isso os Orgulhosos palacios, fulgurantes..•
homens sensatos prevêem o roais tri.-.te na, em vez de invenções mcnlit.las d'artc,
futuro para a soci~<lade e para a Re1igiaõ, A graodcsa de Deus por toda a parte I
Uarmoulas do céu, de doce nccenlo C'o bolicio das turb3s, que murmuram:
Embriagam de sons nossos ouvidoci; !\hs alem ..• desenrola nas planices
Pelos ares murmura a harpa do vento; A campina os seus mantos variegados.
A voz das solit.lões solta gemidos.. . . Os eccos da solidão repelem tristes
Adormece no peito o -seulimet:Jlo, Triste dobre de morte pelos campos l
Emball:i~o nos sonhos mais queridos; Pobre verme ! humilhei-me•.. a minha mente
E nessa alma, <Jue eUJ amor de gow anceia, Se senliu confundida. • . a voz dos labios
Nas vastas regiões livre vagueia l l\fe escapou .•• n bradar extasiado:

Aqui respiro cm paz na pa_z do ermo 1 -llemdilo seja, oh Ueus, teu nome s:mto
.J!'ilo os dos céus na cup'la infinda Entre os povos do mundo! Os sec'fos toe.los
E a minha aspiração não aclla termo Pregoem teu louvor !
Outros mundos ignotos busca ainda •••. Cantem sempre nos céus, giraru.Je os astros
O espirilo a11sim estua enfermo, Pelas leis eternaes, que tu lhe déste
Das buscas illusõcs quer a mais linda
As glorias do Senhor l
l\las debolde no mondo busca o mytho Quem :is serras prendeu as longas serras
Que seu doido aspirar é iofiollo. Deu ao sol o fulgir, brilho as estrellas
Deu 1110\.'iir,ento ao mar?
Nos mystcrios de Deus 'slá a vcnturo
Na terra. ·..• é tudo vil, pequeno e immondo• • • Quem nos vacuos mostrou a orbita imrucosa
Verdade .... sõ alem do St>pullurn, Aos milhões das csferos scintillnntes
Nas planiclcs do ar?
Que la.grlmas e dOr sô ha no mundo.
Desbota-se o fulgir do formosura, Foste tu, que existindo antes cios tempos
Apoz do goso vem tedio profundo••. D'eolre o cabos tiraste o tempo, e a morte,
Pouco importa ter c'ro:i, ompuubar sceptro E as long:is gerações l
Salll grandesas de p<,, tudo é um espectro I Que marcaste no circ'lo dns idades
A cada ser procellas ct•cxistcocia
Assim eu. que'me cria no meu peito
,\ vltta das nações I
Para sempre feliz, ai I triste sorte .••
Vi meu souho d'amor calr desfcilo Tu és grande, meu Deus! do sol, que nasce
Esconder-se na campa, dar-se à morte No brilhante fulgir leio o teu nome
Embora ao callx d'olro o Jablo afTcilo, Teu eterno potler !
:Não cnnl no torpor porque era Corte, No crepusculo da tarde, quando em fogo
Pela angustia minh'ulma rescquida • Vae o astro dos céus suas madeixas
.Maldisse o meu sorr..er, máldisse a viela I Nas aguas e,;cooch.?r !

Mas depois. . • para Deus ergui meus olhos.•• Tu és granrle ! seus raios prateados
Pedi-lhe compailão quando gemio ..• Oéslc à luz <1ue vem faltar ás selvas
Os meus pés s'embotaram contra abrolhos Sol11t11·ias d'am1Jr I
rouco a J)ouco cessou minha agonia; Ás boninas da terra <léste a ,·ida:
Minhas forças tornaram-se cm escolhos E so por leu poder oo prado cresce
Em que o mar da desgraça em vão balia: A linda e meiga ílõr !
E agora na roontanh .. em liberdade, És to que ao rouxinol mandas que trorc,
A Deus venho ,·otar minha saudade. 1'1:las hur..,s da nolle entro as ramagens
Como é t1oce esta paz l nenhuns temores Trovar do cora(ão I
t\ minb'alma perturbam, que se expande E o quo a !.)risa ac'.>mpanhc em seus mur01111·io!.
\ arlado trJnor, soltos gorgeios
1
O sol desce dos ccus: a frente d'ouro
Nas l\lOnlauhas do occaso o immcrgc em wgo ! Do conlor da solidão I
Nas correntes do ar mil ,•oscs soam Bcmdilo seja, u Deus, teu nome santo
Nos llarpos da solidão repercutidos•.• Entre os povos do mundo os scc'los todos
A meus pés se dilata um va~lo espaco .•• Pregoem teu lou\'or I
Aqui torce-se cru giros de serpenlf, cantem sempre nos ccus, girando os astros
I\Jas de serpente immcmsa um rio lmmenso, Pelas leis cicruaes, que ta lho deste
E no curso caudal envolve espumas, As glorias do Senhor I
J\luromraodo :itra,·cz d1s serranias ! Guitl,crmino Augusto.
Alli surge a cidade dos mil torres { Elfü).

...~
_. -~- ,-· ... -
••
ANHO CIIRISTÃO. seu pae, por isso que era o primogenito.
AGOSTO. não sel' contente com i~to. Empregando-
7. SEGUNDA-FEIRA.-S. Cactano-des- ~e em pregar e confessar pelas aldeas. re-
cen<lt!nte d'urná nobre e opulenta fami- conheceu a necessidade urgentis&ima das
lia da cidade de Vieencia, havendo em- missões, e por isi;o em Nocera dei Pagani
pregado a sua herança em fundar e sub- lançou os fundamentos d'essa veneranda
sidiar hospitaes, onde elle, sem medo aos associaçaõ religiosa com e, titulo do San-
concagios, ia exercer• o.s serviço~, ainda tissimo Hedemptor, cuja obrigaçaõ espe-:-
os mais abjectos aos olhos dos homens. cia) é ir levar o pasto espirit~1al a essas
Inflacnmado do zelo da honra de Deus, ovelhas que vivem no solo infecundo da
todo se angustiava vendo a decadeocia ignorancict. Nioguem-e taõ occupado
dos costumes de .seu tempo, e para lhe era-escreveu mais, nem com mais éla-
oppôr um dique fundou uma congregação re~a e elegancia ~e estylo. Quase forçado
de Clerigos, osquaes nada podiam possuir, ac('citou o bi.-;pado <le Santa Agatha dos
nem menos mendigar sua sustentação, Godos, que, logo que pôde, resignou para
mas, coofiando tudo da Providencia. es- passar o re,,to de sua vida mortal no meio
pérassem as esmolas espontaneas que os de i-ua commu.nidacle. oude deu a alma a
fieis quisessem oilerecet·-lhes. Este ho- Deus no anno de 1787.
mem verdadeiramentcaposlolico, bavtn- 1 O. Q o rNTA-FEJRA. - S. Lourenco-
clo-:,e assim tornado um membro muito ~rcedfogo do papa S. Sixto II, mostran~
util e be.nemerito da Egreja militante, fui do-se p~~aroso de não qufohoar com elle
gosar da gloria triurufante no meado do da gloria <lo martyrio, alegre ouviu do
seculo 16. me~mo ~· Sixt? o ,·(lti<'inio « de que d'alli
S. T1rnçA-FE11u. -S. CJriaco e seus a tre~ dias havia de alean<:a1· um ainda
companheiros-que em Homa, na via mai~ glorioso triumfo. l) Haveod() pois
Sàlaria, soffreram heroicamente õ mar- di , tribnido pelos pobres OS tÚeSOUl'OS de
tyriu per ordem do cruel Dh.>clcciano. . q11? era depoi-itario, lbe reio o rupido Va-
Estando jà ha muito tempo preso!,ossan- lenan,) pedir conla~ d'<'ll e1,; e não os
to, Csl'iaco, Sisioio, Largo e Smaragdo, achando, n mandúu, dt•pois de exbarn,tas
foi Arthemia, filha de Diocleciano, Jivre todas as outra:, torturas, as~ar em uma
de vex.ações diaboliras pelas 01·ações de grelha. Tüdo soO'reu o nosi,o santo com
S. Cvriaco. Então Diocleciaao o& remet- a coni-tancia de heroe, ou antes rom a
teu para Sâpor rei dos Persas, cuja filha alegria de quem ,·ia abrirem-se-lhe as
Jobias lambem- soffria as mesma11 vexa- portas do l'éu, porque, como rlizS. Leão:
ções, e que igualmente ficou livre, bap- «_era .menos violent~) u fogo que extraor-
tbando-se em consequenria de um taJ dmanar~ent~ o que1c!tava, do_que aqneUe
prodígio seu pae e mais de Lt30 de seus· de que rnteraorm enre c~tava incendido.»
vassallos. Voltando a Ron.1 a, os mandou No anno de 258 da éra christan te,·e o
Diodecianoatormentar, fasendo-os ir adi- cltl'istirmi:smo e:,te trium fo.
ante de seu coche, e mandando que, es- 11. SEXTA-FJmlA. -Santa Tberesa-
tendidos no eguleo, lhes lançassem pez ·filba de Sauebo l de Portuoal foi dada
derrétido. Por ultimo lhes mandou de- ~ '
em matrimonio, quando ainda não tioba
cepar â cabec:..a. trese annos completos, a Aífonso de Leão.
9. QuAR1'A-FEIRA.. -S. Alfonso Maria Passados anuos, o romano pon1ifü·c lhes
de Ligorio-nobre napolitano, havendo- f~z saber que seu casamento fora nullo
se graduado e·m direito com a1-somhro de por fah~ r!e di,pensa do impedimento de
seus professores, que nüo imaginavam. c?n.~agu101dade, e então elle!-i, que até alli
que fosse dada ao homem e em tão ver- v1vrnm na bôa fé. se resolveram não a
des annos uma e1,f-era tão extensa de in- ~ollic·.itarem a di~pen~a, mas a .sep~rarem-
telligenda, se empregou por algum tempo se, vindo a no~~a santa para o mosteiro de
na profissão de advogado. Ac·ontecendo Lorvào, onde fiore '.;ceu .em virtude.
que na mel~or boa fé elle deífendes.~e 12. SABilf\l;)o-Santa Clara-natural
uma causa injw.ta, elle, logo que adver-
tiu o erro ern que li,borava, ret·onheceu
d: Assis e confemporanea d1> .sera fico· pa-
. tnarrha, pnr con1,elhol\ e direcção d'elle
o risco que por aq,,i conia a sua salva- .a..pira ya à perfeição P.vangelica. e por isso
ção, e re.sol \,eu ordenar-se, naõ ob:,tante dibtdbuindo todo.s os bens terrenos em

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite



esmolas, ·se d e u toda aos actos de peni- direito da. comarca de ltapinm'1 manclàra
teocia e contemplação. Aggregnndo-se- apresentar cm co n ·ei<;5o os li vros d os as-
lh c va1·ins companheiras funtlou o colJe- se ntos de ba ptiswos e obitos das egrej as
gio d e S. Damião, cujo governo quase parochiacs; ha por hem .S. ~1. o lmpera-
coacta tom ou. Todas as suas companhei- dor mandar declnrar a V. gxc. pnra com-
ras, a quem clla dirigia mais com exem- munica r ao r~ferido jlii-t. <le direito, que
plos do que com pala vras, admiravam os livl'<>s de n a:-cimen los e obitos das egre-
como com tüo poucoali,uenlo clla po<lcs- jas parochiaes não saru sujeit os à correi-
se viver: por muitos a nnos na<la tuuwva çào, por quanto o S 1 3 d o capitulo 3.ºdo
em tres dias de cada 11emana, e as qua- decreto n . 83ú <le 2 de Outubro ele 185 ·J ,
resmas jejuava a pão e agua ! Assim con- a rt. 22 que senão e"ila beleceram; se ndo
servou cita sempre puro u seu e~pirito. que o dito S 1 3 da lei é bem claro, visto
que voou ao c6u po m~ado do secnlo 1.3. comn é expressamente rctnissivo ao dito
1 3. Do.mxco-Doioinga B. ª d e Agos- decreto o. 708 <le 18 de Junho de 1851,
to e 1 O. ª d epois de P e ntcco~tes. art. 22.
Deus guarde a Y. Exc. - José Th om:-iz
NaLuco de Aranjo-Sr. presidente da
l'fJhalsterlo ,1,._ J11s1l~·n. pro,1in cia do ~J.1ranh~o.
Dl!CllllTO N.• lQOO-oc S DE JllLUO D& 18511. -Domingo 6 d o corrente teve Joga r
Declara de n enhum eíl'eito, e impli- na Egreja Ma triz de N. Seobora da Con-
citamente revoga do o decreto de 19 de cei<;ào, a fei-tividade da Mãe Santi~sima
Fevereit'o de 1838, que encarregou ús Senhora Nos.,a, :-ob a iovocac:ão- cla Se-
rela çõe'I o conhecimento dos recursos á nhora da Saúde.
corôa pelos abuso!'> das autoridades eccle- Dc~de as quatro aténs sete <la manhã
siasticas. tiveram loga r alg umas missas rei:,adas, e
-Hei por bem, d e conformidade com as oi:ize e meia a \lissa solemne, orando
a minha imrnediata e imperial resoluc:ão na devida o cca~iào o Hev. Capudlinh~Fr.
de \"Ínte e oito de Junho pr1)ximo passa- Oorotheu de Oronero. A tarde Louve um
do, tomad a so bre a <-'Of\sulta da ser<;ào de Te-Deum solemnc. ~o dia 5 (a noite) ti-
justi<;a elo conselbo d'estado, d eclara r de veram loga r as vesperas po1· mm,ica, fa-
n enhum effeito, e impli<'itaruente revo- sen<lo n'ellc1 uma pecruena pratica o Hev.
gado pela lei <lo viote e tres d e Novembro MinOl'i, ta Odorico Launé da Silv~ Azeve-
dn m l oitocentos quarenta e um, que do. assi1>lindo e locando durante ellas, e
Cl'euu o conselho d'e1:,tado, e attt·ibuiu à no dià seguinte pelo tem po do Te-Denm,
sua jurisdieção os recm·sos à corôa pelos a mu~ica dos Educandos artifir.es, o que
abusos das autodd~dt!s ecclesiasticas, o foi devido a generubi<lade do lllm. Snr.
d ecre to ele dese nove de Fevereiro de mil Dez. Antonio Joaquim de Albuqnerque
oitoce ntos e trinta e oito, qur encarregou \folio e da Exm. ª ~ra. O. Guilbermiua
às relações ,:, conhecimento dos ditos re- Hosa da Silva Tava re.·, que como juises,
cursos. e bons cb1-i-,tiios qui~eram a.ssá.s l>Olemni-
Jo~é Thomaz Nahuco de Araujo, do sa r esta fe:ilividade.
meu conselho, ministro e secretario d 'es-
tado <los n egocio~ da j usti<.a, assi rn o te-
--oo----
nha entendido e faça executar. Palacio Adve11ttencia.
do Hio do Janeiro, em t1·cs de .Julho de
-Roga-se aos Senhores assignantes,
mil oitocentos e rincoenta e q11 3t1·0 , tri-
gei:,i mo terceiro <lfl inclt>pendencia e do qu e ainda não ~ati,fi.~erarn o primeiro
imperio.-Com a l'ubrica d e Sua \1agcs- trimei,lre,. hajam de ler a bondade de o
ta,le o Imperador-Jo:;é Tbomaz. Nabuco fa.~e rem , aliru J c que não falte o princi-
de Araujo. . • pal impulso a tão justa e \'antajosa em-
- = - presa. Asi.im o esperamos.
-3. ~S BCÇAÕ, - 1}fhzistc1·ios dos negocios
da justiça. Hio de Janeiro, 4 de Julho de E:IRPAll.'r,,...
Nnmcro UJ133· 3. col. 1, 1. 19 por--mull1er-lc::t·se-melhor.
1R5ú.-11lm. e Exm. Snr.-Com.tando,
p or mei<' de l'el're.;enla<~ào d o bitopo dio- ,\Jaro111tãQ - Typ. ele J. C. .U. da c,mfla 'l'orl'cl,
ce~ano cl'e:,!iíl provincia, que o juiz de /lua cl.oJ Dar/Jeii'ó$ n. 8.
AN~O l Segunda-feira 14 de Agosto de 1854 N. º 15.

DCIRlSTIANlSMO.
~ X
C'J:E(.O DA SL'llSCn ll'I, \ 'O.
af} .,S.Stt;~.\-SE.
l'or 1101 811110 •••• •• •• ,l'iROOO.
i
.
' .. t
l
l'ogo ~,lla·ll" 10 • ,-Is 11wz~• ••• •• •• r1s)uO.
) • llt:'.t IUCAL'a • .. •... 2i"i00.
\ ,\rnls,1;... ............ $Zl 0.
K
f Nn !lua 1la Cruz n. 30, e m1 'flt1ogrn11hl;1
dCSl.b Jornol.

K
,Yo,1 l'C11/ animas 71e.rdtl'l' wl sa/11111·c.
S. l,uc. e. li, ç. 50.
=-=-;,.-;;..,.--nn---~--- - - - - - - ·-- - - -. -."'-_-;., --,,.-..,- - -__:-;;;- ._ - ~ ;;n=. ~ - -- --. ------§-
-::-,.;.~

Expliquemos: é formoso; e por isso en-


OC.HRISTIANISMO. che de prnse r, e nrrebuta eu1 amo1· eter-
no , e neccs~ario~ t11do$ os bemavenlnr.t'--
do~; e é :l sua sacro-~anta U11111a11id11de o
(Co11t111unr,10 d,• ' 11.• I SJ, Sol tptc alegra, consola, e vivifi ca a J er11-
A um
homem, p o r exemplo, que en- Ha le111 cele:,lc.
joasse c·um o nectar, e appctccei-::,e o ve- l~ SlHl\'C; por quanto a mais pequena
11eno; qu e nos ~c 11.-s <'ofres g11a,·da1-se sac- gota da torl'e ntc de se u!', inapreciavcis <le-
cos d'area, e lanças:;e ft>ra d'ellcs pedras lcile.., ·excede .sem com pn 1'a(.'àO á todas e
preciosas, thamaria111os, se m duvida lou.. q uaeMl tter coosoh1<;õesconceclidasaos sen~
to , ou barbaro, ou quand,1 menos nüo eo- ti<los; e fo1. mudar-se <lc repe nte em n1e-
nhecedor .d as cousas. Porem qnantas \'e- gria a tri"tcsa, e sepa ral'-SC da lemhl'an<;a
ses mais n ão cabem e~les prudi ca dos ao todo; os tr~L>alhos, a~1grn,tias, e alllic;ões.
h o mc1n ea, l'da<;ão f1 Deus? \l11iti:-.!ii rna~: E gcnero.,o; pni" ab elel'1w foi g<'rado
pol'que sendo Deu" unic.ã mcnte o bnm, <lo Principio, fem prin cipio, igual em
não O ama de corat;fü>, autes O tle:-pre!'a, magc· tade, e o mesmo oa natureza; e
e offende, emprcgao<lo o seu amor, e es- querendo que fos~emos nos (filhos de
tima<;ào nn ~ creatura-., cllja bondade é Adam) filhos de Oen .. , :.e diguou incar-
limitada, caduca, e enganosa: assim não uar, e na:.cer de \faria San ti:.~iurn, por
teme dar as co!,tas aQ Altar , e o rosto aos obra. do Espirito S,ioto.
idolos; e não procur.rndoa fontê <las agoas A todos os qu e, Ycrdadeiramente O
tivas, vai beber em char~os imnnmdos, amam, não dà mr nor pi·emio, que à si
e ci~ternas dis~ipadas. E até onde pode mc .. mu, que é a g lori~ etema; e em p,·o-
che(Tar a miseria humana ! Que nilo dei- va d'i1:t10, e por penhol', se api·onvc fica r
:xe aº pedra de l.mscar o l)Cll centro; a agu· cmre nos
real e verdadeiro no Di r inoSa-
lha de mostrar o ~e n nort e; o f11gu de pro- cramento <lo Alta,·: ei~ quanto é genero-
curar a sua e!,fera; e que, pelo contrario, so! ....
não saiba o col'adio do bomem tender ao I~, o que é ;-a p erfei<;ào-a for-
$Cll ccol l'o , proc~ rar <.> seu n o rte, e elc- mosura-a gloria-a honl'a-a vida-a
-var-se it sua e!,f~ra ,-q ucé Deus, se u Crca- virturlc-e o bem c:,scncialmente: é todo
d or ! ! E cel'tawenle isto uma c<Jgueira, bondoso.
tanto inconsidera,•el, quanto mais cul pa- A \I Í~ta do q11c ncahamos de diser, po-
vel ó no homem que :se presa diset·-sou <lerà por ven tnra o bomcm achar descul-
christ<lo. Não pode o corac;ilo l:iumanoes- pa para não amar a Deus? Não é possi-
tar ocioso, db~c Jesus Chrislo, pol'q11e foi vel. g sendo a:-:,im convencido, porque
creadu pat'a amar. E.\ te amor, porem, é não cumpre o ~eu dever para 'Co m o seu
que, em vc7, de ser empregado na& Cl'ea- Creadur? .•.
turas ou dado á Ceialda<le, à amargura, à Porcrnc anda cl1!st1·nido, e vaga bundo
igno.ninia, à bai.x.esa , deve o homem ?pli- pele, a mor <lai- c1'eatu ra s, e pol' co nscquen-
ca-li) com toda a t'asão, e ju,tiça no Se- cia l.nnent.H'é l es<tuecidodc.,cu Deus! l ! ..
nh or, que é por esscnda a fo l'mosura. a Pense portanto o h1Jmcru :;eriamcnle
suavidade, a genc'ro~idade, e bondade. J nos :;cus principac.r; de, ere~ para com

- SMAWA

Aq11dle de quem tudo depcncle, e acharú


@ <nIB mu~ a uA~ u~Hll\{)->
L -«LiEJ 9M1'1._...

nosso amol' se limite ú stn timcntos oc


sim muitlis moth•os que o obrigam a sos. Farei por elles, a ~crescen ta n ley,
ama-lo de todo o se u cor::tção; não só que elles já tem feito pol' vós. Lembr.
pMqne Elle é absolutamente bom, como vos, disia t, ~eu filho an_tes d 'espirar,
por<JUe manda cm sua Lei Santíssima que veneravel Tobias, lembrai-vos de honr
o amem. Continunremos a demonstl'ar vossa may em todos os cliai\ de vossa ,
pelo st.!gundo motivo. da, e não esqueçaes jamais o que el
F. 1". de J. soífrêo por vós. Com e.ffeito o que
nüo deve á ternura dasmays? «Que no
so corac;ão se recorde, corno escrevia !
Uo"'I&.& A. Tl!IT P A.E I! .& TI.T.& ltI,i.E É O ~IIAB'l'O Jeronymo à uma filha picdo~n que 1l
PBl'.C.ll•To DO Ol!C..II.000• havia confü,do !>Ua alma, que vos~o cor·,
ção se recorde dos grandes desgoi.lO!-, d,
Honra á teu pay e a tua may, diz a
grandes perigos porque passou VOS!
Jey deDeus. Ilonora palrem laum el ma-
trem tuam. Este preceito estabelecido
desgra<;a<la tt1ay quando vos lmuxc e1
se u ,,entre; os perigos e dores <f ue soffr·i
já na ley natural, o foi depois e com 1nais
esplendor pela revelac:ão. Na ley solem- para ver<les a luz do dia; C}' tantos cuida
ne que Deos deo ao seu pl'iiueiro povo, dos e lagrimas <lul'anlc as fraquesas d
ao p1·eceito de honrar ao pay e a may sc- vossa infancia; quantas vigí lias junto d
gue-!-e immediatamente ode respeita-los; vosso ber<;tJ, Com que affeiçüo cita ,1 <1
(
Elle quer que a aotboridade paterna seja trasi.l em i-eus braços, vos npertav,1sobt·
l con~idel'ada como uma emaouc:ão do teu
I
seu seio, enxugava vossas primeiras ]agd
e
poder·; declara qne hon ra-loi;, é ho~rar
à Elle mesmo; ordena que seja punido
mas; que em emoção ao menor grito, a,
6 ruen11r smpiro que vos escapava.» A'ind.
como se tivesse oOeodido a sua magesta-
<le, aquclle qnc oflcndct• á se u-1 pays; quer que o amor <los pays não se _rnanifest,
a que sua hen·t,iio decida a felicidade ou a d'umn maneira lào tocante, qual não ,
d de.,graça de sua posteridade, e su bmette tambem a sua ternura? Em quanto uru.
d por assim cli.;er a sua pl'ovidencia il seus carinhosa may se o~cupa cm fortalecei
]' votos. . Qual é pois a magestade do im- os deheis mero bro-. de seus filhos, vemo.
D
perio paternal ? é a irnagcL~I e a ecnana- que um bom pay f,,z todos os exforço.
g <;ão do impcrio de Deo,; é o modêlo e
à para o . becn estar dns mesmos filhos
origem do imperio dos reis. Os pc1ys são Soll're trabalhos, m~(l1ietfl<JÕes, e fadiga
e os reis de suas familia,; assim como estes
s pa1•a OC'COt-rer às suà-; neccs~i<l ades; em·
de,•em ~cr os pays de seu-i subditos-011-
a raate os primeiros seculos do mundo, a f5rega tod()s os meios para os faser mai.
d authol'idade .dos pays nã o tinha limiles folises quanto elle não tem ~i<lo. E é par.
o alouns. Na simplicidade dos primeiros lamentr:tr que muitos d'aq11elles que ha·
à bitaro em grandes palaciof , possuen
co~tumes, parecia iropossh•el que um pay
e abusasse dt, seu poder contra um Hlho; grandes dominios, dignidade!-, t1t11lo~ etc
e prasa a Deus que, sohre o prete.xto de devidos ao zêlo paternal, lbe sejam tã1
n
prevenir o tihuso desse poder, as leis hu- pouco reconhecidos. Alguns pays, po
t,
manas não ei-tivessem encerradas em li-
n sua infelicidade ainda ne!>la viela são vic
mites tüo C!>treitos ! J>rasa a Deus para a
d or<lt!m interior dé\s familias, e mesmo limas desse pouco reconhecimento. Ou
ll
para o bem das nac;ões, que em lugar· de tros o são na futura, e a tal ponto, qw
se não reconhcecl' outro freio senão o nem ao menos no seu nome se falia. (
freio ge rc1l d,ls leys, a ru11cidade pudes- prurido da sociedade lançando nos cora
se sor ~<hegaida pela authoriJadc pater- ções dos filhos a terrivel semente da in
d
nal! Prasa a Oeus que com a antiga au- gratidão, faz-los e-.querer, q;ie honrand1
thoridade dos pay,, nos vissemos reviver a ~em; pays, se pr~cnche a lei do Senhor
d,. a antiga 11impHcidade dos crn,l~mes I Amai e com ella o preceito da natures2,.-Sedc
vosso pay, diz o Senhor, e não esqueçai:i
1, bons cbristãos,. que sereis bons filhos
jamais o~ gemido~ de vossa may: llo1101·a
p, pall'tm tu11111, ct gemit11s matris tum ne bons pays, e bons cidadãos.
Ct
obüviscaris. Mas Deus nno qnel' que o · J. P. S.
?.SSUMPÇÃO DE NOSSA SENJORA. lnv0ca-La, chorar-Lhe a Qs pés as la- .
A poesia do Evangelista, cnlevado ria grimas de tantas angu!-l.Ía.'-, que oüo re-
-visão da ra inha dos anjos exclamava: nie<leiar.u os homens, é rer.onbece1·-Luc
« Ei-la no céu corno um signal pro:.. o poder sobre o infortunio, a superiori-
dade aos tormentos, e a piedade malel'..
digioso ! ... É uma mulhet·, que traja os
1·esplendores do sol, e tem a 'lua a seus nal, a que temos direito, n6s, os resga-
pés!» tado:; pelo sangue ele .seu Filho innoccn-.
tissimo, de seu espo:-.o espiritn11l, d o seu
El'a o discipulo amad·o quem foHava:
Deus, m oi.:Lo em seus brac:os!.
o companheiro, o confidente das amae-
Maria adt ptou, na pessoa do cliscipulo
guras da Virgem, o bcmaventurndo por
amado, todo." os homens púr seus filhos.
quem Jesus Christo <lissern a sua Mãe:
Maria , vi vendo , cgualou o sacrificio
« Mnlber ! ahi tens teu flluo !»
de .Tcst.s Chrbto expiran do. ·v i via nos
Levantem os bomens o seu ca.ntico :llagcHos <l ' uma sauda<l e inco mprecnsi-
d ' amor à estrella <l 'l srael, ~ serà poLre a vel. \' ivia o:i dolorosos in~ta11t e~ <l e mar-
sua lingna, e Libia a sua voz pat·a acom- ty r; cg11alava, vivendü , os rnarty res em
panhar a voz do diseipulo, a !ing ua do seu~ to rru entos, porq ue , ctiorta com Je-
inspirado 1 e o corac.:ão do ultimo, que su- sus Chri~~o , a sua ex iste nei a conve rteu-se
biu <la terra com o segredo das ultimas · n ' uma torrente de lagrim as , q 11c devi._1m
agonias do Hcdemptor. IJ lc, sim; que misturar-se com o· sn ng uc de seu Filho
enchugárn as ln grim as d'aquclla ~lü e ! no calix d<1 Ucclem p(;ào.
·Elb, sim, que a rira, trajando os re:5- Quinhoan <lo da so rte dos apo!-tolos,
plendorcs <lo sol, e al teando-se nas oiJdu- os <lena<leiros annos de Mari.1 d ecorre-
lâ<;ões da lna, entrai' no seio lumino~o das ram cm peregrina ções no snl o estrangei-
e~feras, que rodam áos pé:; do Eterno. ro. S. Joüo, illuminaclo pot' aque lla es-
A pennn do homem, <le:-.gastada neste trella, q11e o acompanhava em ~nas via-
prurido esteril das. glorias terrenas, n[10 gens, rJpúfei<;onu a maravilhosa scicu cia ,
pode trai:ar os elogios de \ilaria, sem <le:-;- que brilbn in:,piracla no seu Evangelho.
cair nas ova<;ões mc~quinha s <la li ngua- A' luz d'aquelle caodicil'o de se te lurnes,
gem commom. como os Sa ntos Padres a· dcnominalll, o
Pronunciar e~sc nome ~em cmo<;ào é EvaogelL.. ta penetrn u o mys te'rio inc0m-
sentir o verme d a inscn•,ibili<lade, corro- precã/> ivel da e~sc ncia,incrcada <l o Verbo~
endo o orgão das mais sublimes elevac;ões. e se 11 pPn . . nmc oto , voa mfo a uda eiosn,
Pronuncia-lo com 1·espeitu e teruura de parecia diviuisa r-se na intelligencia_ das
filho, é sentir pequeno o corac;ào p a ra . coi:ms iníinitns. apan agio dos céu!I.
Lamnnho sentimento, e dcbil ·n linguage m O npo!'l tolado tinh a c'u mpríd o a sua
para revclla -Jo. mi:-sào, e ~Jarin j11lgou tumprida a sua,
Mas o angnslo ontne da \J:'ie do 5c\l- porri uc a Egrcja, nas ~uas propri:u, fo r<;as,
vador attrahe, reanima, in~pira a confi- ti oba o:- talento~ do pcrpctui<lade.
ança, e de·,fere oos cural:õe:-., e-.c11rec i<l os 1\as montanhas de Sià!'l, pobre e bu-
pelo peccado. a füi sca da fé , a luz da e.s- Lnilc.lc, 1-ohre u m pobre e hu milde lei to,
pcran<:a, u inrcndio do .11nô1· diYin o, e o ace rco n-se de fi ei-. qu e se pro:-t nna m re-
divino <'ondào <le al'rebatar as alm ns, que gau<l u-l be ele lagriina,; o estrado. ü'im-
crêem e e-.pt!ram. com este ~imples e fll'U \' iso os .i po~tol os, c.li~pen,os no mun-
u1agoifico nome: Mariu ! do, 1,c encon tram c m l'<'<lur d'aq_uelle
Onde bate um cor~~<;ào eatlwlico, que leito de delit-ias. \ Jaria fa lb.u a todos pa-
não ~c11ti~1,e o e-.tranho j ubilo, as con:50- la 'i'ras de consoL1çaõ, e o:,tenlou um ros-
lac;ôes especiaes que .sam o myi,terío~o to ~ereoo , uma voz c.;eg11ra, e urna cora-
perfume cl'e!>ise nome incífctvel ! Os af- gem di vina, que eram, n'aqnclle la nce
:Clictos, e os desg ra c;a dos, que n ome in\'o- <le He pa,.ac;aõ, uma pro me~sa de he. m cedo
cam, e nben<;oam em recompensa das se cncoo trnrc m na rt!gi,1õ, onde as to rtu-
com,oJac;ões que recebem P Quem não es- 1·as oram g::llardoa<las, por m,,õ d' Aquelle
tremece de alegria , quando, a braços com que c:-cr~vera com :ieu ~aogne essa pro-
o infortunio, espera vencêr a dôt· com a mc:""ª·
protec~ào reanimadora da Virgem San- ~lctri,1 p~ reCl'l'a ad1w1n crer n' nm :;om-
tis~ima? no tranq11i lJ,J. _\ t1uell~ c:orac;nõ, abra~ndo

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


no amôr divino, deixara ele pulsa r na ao Uniuers e por elle publicada no seu
ter ra. Um brilhante claraõ innuoda1·a o numet·o do 1. º c1o corrente.
aposento d'nquclle cadaver. Os canticos « A 22 de maio o bailio Seu per, sem-
d os anjos rcsl)avam em volta da !-Un Rai- pre acompanhado do e1>crivão Ff/idmann,
nha. E os moradores de Jerusalem cor- e do commissario de policia Meclde,·, se
1·era rn a veneral' o corpo sa ntis~imo de apresentou de novo às 5 hor.as da tarde no
Maria. palacio de ~lon/'len. o arcebispo de Fri-
Um sc pulchro foi aherto em Gethse- b.urgo. Toda a gente nota que estes tres
mani, e .d1i cio$ liombros dos apostoros. horuens foram conhecidos particularmen-
desceu sobre um leito de rosas o precioso te em 1848 pela sua covardia em frente
cacfover. IJnrante tl'eS dias, diz Juvenal, dns revolucionurios. Quizeram de certo
patriarch a <le Constantinopla. os aposto- rehabilitar-se pelo modo porque desem-
las e fiêis oraram, e vcllaram, joelliados penharam sua mh,sào contra o pastor oc-
em redor do tumulo, misturando suas togenario. O fim de sua nova vi:;ita et'a
vosce e can tares aos canticos dos anjos, aprehen~ er e examinar todos os papeis
que naõ cala raro suas harmonias desde o do capellào, sec1·etario intimo do prela-
ex tremo su..:pit·o de ~faria. S. Thomai, d<>. Nada acharam de que pudesse fazet·-
c1uc viera clepois dos fun erncs , pedira se ca rgo ao corajoso ccclesiastico.
com instancia a consolac;aõ ele adorar o a: Feita a sua exploração, retirararn-
sa nto corpo de ~la ria. Vencidos pol' swts se para ,ultar às 7 horas e submetterem
supplicas, os apostolos liraram a pedra, Monsen. de Vicnr a um novo interroga-
que fecham a en trada <lo se pulcro; mas t9rio. que durou uma hora com pleta.
apenns encontraram murchas flores, so- As oito inlimaram o pt·elado que d et;de
bre as qu aes o cadaver repousàra, e os es3e mome nto Geava preso no seu p:1la-
véus de que fõ1·a reves~ido, exbalando cio. Desde então com effl~ito o h eroico
perfume~, que embalsamavam os ares, e ('Onfessor tem dois guardns ú porta de sua
extasiavam os fieis. cam ara. Apenas entra alguem é acom-
Cumpdram-se as palavras do profeta: ' panhado por um do~ guarda!,.
« Levan tae-vor-, Senhor, e entrae na « A clrnncellaria a,·chiepiscopal está
,·ossa pousada, vós e a arca, pela qual fech:1da, achanclc-se o ordinariado ~e m
g1orificashis vosso uome. chefe activo: todos os negocios ecclcsias- '
tico.s foram suspensos.
"Assegura-se que o ministro Ladez
- I,c-t1c n .a Jt'11piio d e lilsbo~:
qneria primeira men te fazer m archa r o
arcebispo para Rastad t, mas que o gover-
Que remos fallar hoje a nossos leito- nador desta praça repre~e ntara que se
res so bre as perseguic;ões que novam ente p1Jdia temer uma ovac;ão feita ao prelado
foram ioteatadas contra o vencravel ar- pelas tropas austria~ai,;. Então que hou-
ceLi,:.;po de Friburgo. vera a resulução de encerrar \1on:-en. de
Aproporç,ào que essas persegu ições Vicaria n a fortale1,a de K ú;{cw perl o <le
crescem, cresce a sym pathia do orbe ca- J(citdebe1·g: mas que os mcdicos <leclal'a-
I liolic·o para co m aquelle martyrdos se us ram qne isso equiyafia a uma sentença de
J e,'el'CS. . morte. Não houve pois outro ·t·emedio,
O gove rno de Badcn cotTendo pela senão deixat' ficar o prelado no seu palà-
se nda, por onde c:aminham os poderes cio; e o govern o qnet· <lnqui tirar argu-
rornluci0nariu~, tem achado sempre di- mento para affirmar em seus jornaes que
ante de i,i o vu lto veneravel claquelle pas- o arcebispo fôra lractado com toda a
tor, que se póde apontar como verdadei- considera<:ào. Mas suas affirmat;ões não
ro mod elo do apo~tolado. enganam ninguem : todo o paiz de llaclen
Aquelle:; que em Portugal tem so{l'ri- sabe como a!, cohas se passat•am em Fri-
do c1a parte do governo perseg uições por burgo.
seu amor ;1 Religião, acolà tem um bello « As noticias que démos são ainda
exemplo para a resigna~ào. presen tes à memoria d ~ nossos leitol'es.
Publicarem os pois uma noticia do qae Esperava-se que o eofraqneciruento do
ultimamente !,C tem pa~sadt> so bre este corpo trouxe:-se o da vo ntade: foi em
assumpto, noticia que foi communicada balde; o eoraçào do pa:,lor conservou to-
, _ , fD:iP't!'OIM
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da sua energia. Não se curvou: offerecen- ner· partira para floma, onde vai levar
do todos seus trabalhos ao Pastor Supre- explicações a respeito da:s ultimas medi-
mo, ora pelo seu rebanho de quem o se- ·das tomadas pelo governo badcz no con-
param;. Ol'a pelos seus perseguidores e fl.icto com o arcebispo de Friburgo. M.
carcereiros. Kaestle, vigario da catbedra1 de Fdburgo
« A ordem de prbão foi assignada foi pl'eso; um outro vigario foi chamado •
pelo regente no dia seguióte no do anni- perante o juiz de primeira instancia. A
versario natalício de sua augusta mãi a folha oficial de Carlesruhede 26 de maio
gran-duqueza Sophia. Todos os catholi- contem um decreto., que prohibe em to-
cos oram pol' esta princeza, que tem tan- do o grão ducado o .Tornai de Mayense,
tos direitos ao seu reconhecimnnto. e cu- que defende com tanto talento e dedica-
jos conselhos não são escutados. A 21 d.e ção a causa da Egreja. »
maio toda a familia granducal estava reu- « Do LAc.»
nid.a em seu castello de Bade-13ade; viam-
Oremos nós tambem os catholicos
~c là príncipes e princezas da. Prussia, e por aquelles nossos irmãos para que
falia-se do proximo casamento do prín-
não fraqueiem no meio elas persegl;)i-
cipe regente com uma princeza desta real
ções, sejam ~ignos da sorte que es~à
familia. Ella quizera (e oxalà o Todo-Po- promett1da aos qu e pudecem persegui-
deroso ouvisse seus votos) que esta união ções por amor da·justiça.
fosse contractada sob outros auspiáos.
-.:~~~
... « Os catholicos estão cm luclo, seus
inimigo'> na alegria. rJma ordem sabiu
de Friburgo, prohibiudo assolemnidades
religiosas cm todas as· parocbias durante
I.
a prisão de Monsea. o élrcebispo. Não ha-
ver.\ nem c,1ntico, nem orgaons, nem Que é de Jerusalem-a grande, a forte,
n,usica: não se tocarão mais ossioGs. Em Das gentes a senhora i> 1
Que é da rainha do orbe, tão altiva,
toda a parte os parocbos conformam-se.,
Nobre don1inadora ;> 1
com esta ordem; apenas em alguns Ioga- '
res os agentes du g,iverno npoderando-se Em vão a procuraes, que do merno
elos sinos fazem~os tanger pela manhã, ao A derrubou a mão;
meio dia, e à noite. As muletas e encar- Ergueu o anjo a mb .•• ouviu-se um brado .. ,
cerações recomeçam; não se respeita o i\torrcu uma nação !
secrredo
o d3s cartas dirigidas. a pessoas l1as folgas, elos banquetes, das orgias,
suspeila!i. Na semana passada todos os Cessou jà o estrondar;
parochos e t•oadjutores sem ex.cepção fo- Não se escutam as harpas e os psallerios,
ram intimados p:-tra depôrem na policia Nem os sons de baila1· !
a pastoral du arcebispo relativa aos bens
Cahiram as muralhas-o repairo-
ecclesia~ticos, e que devia se.r lida na ca- . Do homem vicioso;
deira. Os bailios tiraram por violencia a Là desabam os paços da luxuria
muitos parochos o~ archivos das fabricas Com baque estrepitoso !
. e fundações. Alguns ecclesiasticos, que
até agora pareciam menos zelosos, vão-se Là foge espavorido as mãos alçando
O velho ele Sião.••
desenganando de quaes são os fins que se
!\las que vale o fugir se estampa leva
tem em viátà, e todos rivafüam em Leio
Que diz «reprovação» 1?• ••
para haverem a pastoral e poder lel-a a
seus parochianos. Citam-se muitos que .. , ............................... .
· passaram nqites intei1·as a copiai-a. . II.
« Pergunta-se o que fazem agora os Là do cimo do Golgotha se ouvira
dois Jnda"i do con1'elbo s.uperior (tambem Um brado de tremer; ..
lá ba Judas aos pares !) oi; dois padres Responderam-lhe os pios da coruja, -
Lauhis e lJ1eyer; e ora-se por elles, afim D'oma mãe o gemer!
de que reconheçam, <letestem, e expiem Turbaram-se nos altos as estrellas,
o escandalo qne deram. As trevas condensaram,
De Carlesrube se diz a 26 de maio Estremeceu a terra-abriu-se o templo-
que o con~elheiro de ~~tado badez.Brún- As campas descimaram !

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


® <fHllll\ U~1:r ll ~~ll~W©o
a szr..11~...........~~-~~ t:l:......~,--e: H ··~o-,·cntrS'Sõ2ê fH!ditwNM

C'roa tlc espinhos cinge a fronte august:l
ào homem. do solfrer;
Até aos pés da cruz goleja o sangue
Par.i a tefl'a o heber ! X I V.
As carnes denegridas sam pendentes Agnr, que de ser !lae se vangloria
Sobre o lenho da dor!. •. Na sua trisle couclição cl'escrava,
-Soffrc o lilho do Eltoruo :moz soppliclo Os limites lrans(>oem, que lhe marcava
Dos bens pelo amor !. .. o respeito, que a Sara ter devia.
A lurbJ rl de escarnco , cosp~ aCTronlas ti.Jns Snra não ~oO'rendo a rebeldi:i,
Sohre o iua-rtyr da Cruz l. .• Com ciuc ao dever de serva lhe faltava,
E unida ao lenho parlilbando insultos Severa a cada passo castigava
'Stava a mãe de Jesus! . .. O lóaco arrojo seu, sua ousadia.
Sb tu, Jc1 usalcm, foste a culpada • •• Agar, d 'um Lal 'castigo horrorisacla,
A guarda a puol('ão !. .. Fugindo pr'o tlcscrto, desampara
Deus não le escuta lagrimns, ucm rogos.. . A casa, onde se vê tão mallratada;
P'ra ti não ha perdão! . •• .
Mí!S um .injo, que Deus alli mandara,
A tua hora é chegada !-Em ntevc um C':lmpo Afaz lornnr á cas:t abandonada
Seràs de luclo e db ! ... Pedir perdão da culpa aos pés de Sara.
Ermas as ruas, solitario o templo.• . r ieira.
Tudo arruinado e sõ 1. •• l lMr).
Se elll li o caminhante falig:ido
Quiser vir repoisar, ANHO CBRISTÃO.
Sõ ha-de uo logor onde exististe
.~GO§T@.
J\uiuas encontrar.
E entre cllas lerá:-Aqui oulr' Ol':t 1!1. SEGOXDA-nm \ . -ílcsa a Egl'eja-
Soberba uma nação n' esle dia da vi~ilia d'A!-i-trn1pçilo ele N.
Se erguia de seus crimes.... mas do Eterno ~., e de Si>nta .Juliana vil'gem, que sendo
A dcrrollou a mão ! 1 um fru cto obtido p<·l.i!'I ~11pplicas de scos
Ili Paes. ( que jà cm id:.ide dccl'epila o iio Li-
Somente ruioas encontro desertns•... nha,n tido semiJhantc con!-olac;ào) co- '
Procuro um asylo, não acho niogu_cm !. .. me<:on logo desde a ioíancin a mo~trar
-Ai l como encontra-lo íl ... Ninguem hoje <:>..istc g1·:rn des VÍl' ludc~, (r1e no :-Ctt c~pil'ilO
Aonde n'outr•ora foi Jcrusalcm ! 1 ' Lem i,oube inflilra1· S. Ale1xo, !-teu Tio e
A . P. So1•ouie1d10. um dos sete fundadores da or~m reli-
(~xlr). gio~a do;, Seno~ d o i\lc,ria. Tendo :,ido
muito pretendida em Matrimonio, a to-
dos rejeitou, exccp to Jesns-Chri),to n qut'm
s/J;aAitÕ dii1•a .!l{i,t ~ ~/Ú·tJCe?'O. se bavia ,·otado, em ,irtu<lc dl) <1ue to-
mando o bahi tn e véu dn 'ferreira Ordem
XIU. dos Seervosde )Jaria das mãos ele S. Filip-
Sldonin desgraçada, que seria, pe Benido, fui a primeira Superiora d'cs-
Que seria de ti ? d' essa riquesa ?••. !>.t Ordem que pcfo formn do habito que
A não ser d'Abrnhão a forla leso
a<luptou, cl1amou-sc-Mante/ata:-. -nc-
Contra a gente brutal que te tipprimia ?
pnis de baver edificado ris suas ~ubdi tas
'fah·ez por longo tempo á tyranoia com os seus exemplos e , irtudPs , foi gü-
Servisse o povo teu tl°'infausta presa ! sar da bemaven tu rnn<;a n H) de .Julho de
1~ Lot, vicLirua triste da 111,brcsa, 1366.
Grilhões de capti\'Ciro a1 rastaria ! 1?, Ti.rn<;,l-Fr.m \. -Assump<:uo de N.
I\Jas graças a l\l>rahão, que, conílaclo S. -E crenc;a geral <la ggrcja que ~fal'ia
No soccorro de ueus, que é jusllcciro, SS., depois de um lransito ou morlesua-
E sb dos servos seus ncompanhado. vc, re:-uscitára e fora o seu l'orpo e alma ,
Deslroe o grande exercito guerreiro . ..
elcva<lo ao céu, e alti coroad,1 como Rai-
Hccobra esse despojo :!nlcs roul.l..tdo, nha d'c llc e da terra. Esln, <JUe como di-
Sah·a Lot infeliz do capli\'eiro ! to 6rn. e u ma pia crenc;a e não d ogmn ,
Yie•ro. funda-~e rl'i m ciramcntc em que esta ~is-
tincc;ào convero aqudla que leve outras sensual: tamhem era ellc l:1o recatado,
tão ~ingulares~ e em segundo togar cm que, estando por algum tempo na CÔl'le
não apparecer na terra vi:.tigio algum do em quulidade de moço fidctlgo, nunca fi-
seu ·corpo, e parece que Deu3 que tem tou os olhos no rosto de Maria Austriaca.
milagrosamente mdicado aos bomens o Obti<la com difficuldade a annucncia de
Jogar incognito, ' onde clescançavam os seti pae, e transferido a um irmão o di-
corpos de alguns santos para que lhes fos- reito dos títulos, se Cl)nsagrou mais es-
sem rendiclos os deviclo.s cullos, outro t,·eitamente a Deus na sociedade de.Jesus;
tanto faria a respeito do de sua Santíssi- e empregando-se em servir nos hospitaes
ma Mãe, se elle na terra existisse. de Roma, onde gras."1ª'"ª uma peste mor-
16. QuAnn-1 Em.\. -S. Roq ue-fra n-
1 tífera, foi d'ella.contagiado, e acabou sua
cez - havendo repari.ido pelos pobl'es vida angelica, para it· gosal' a bemaven-
o seu rrno patrimonio, foi como péregl'i- turan<;a aos 2ll aonos de ~<lade. Bento
no vi:-itat' os sanltiarios da ltalia; e gras- Xlll em vi~ta de seus milagres o canoni-
sando por este tempo n'e~ta regi5o um sou, e ioaugm·ou como patrono dos ei,lu-
contagio desolador, elle cm varias cida- daole~.
des o afugentou com o ~igoal da Cru~ :W. DmnNco -Doruinga [J. ~ de Agos-
Qunn<lo voltava para a França , foi to e 1 l depois de Pcntecostes.-S..Joa-
· acommettido ern' um d ese rto por uma quim , que, re5ignado com .o opprobrio
grave enfcrmi<.lade; e cohrin<lo-se-ll1e o da e8lc1·ili<lade de ~ua mulher Santa An-
: r.orpo de ulcerai-, e foltanclo-lhes todos os ua, hwe depois o jubilo de se ver pae de
bnmanos soccorros, lhe mandou a Pro- uma li lha, que havia de :-er mãe de Deus,
videncia um cfio, ·q,1e nfw ~ó, lambenqo- .e a co-rede.mptora do genero humano.
Jlras, lhe curava as foridac:;, mas até lhe Em uma avançada edade desceu c· te san-
trasi:i o quot1di.1no i:mstento. Pode final- 10 patriarclrn ao tnmulo, cheio de C!,pe-
mente chegar à F1'éH1<~ ; porem, reputa- rança de e .. tar pf'rto o templo em que o
do explorado r mandacl() pelos inimigos céu havia <le abrir-se-lhe.
<la patria, foi presn, e do carcere, onde
penou 3 mezes, passou ao ceu no anno de
1327. <n1Il1R®I!llJlll Ul!:mllill'!Utl)$l ü ()
i 7. Qo~u-FEm \, -Resa a Egreja- GnECI\. - ,As ultimas noticias de Cons-
n 'esle din da oictava do ~lartyr S. Lou- tantino , la sam cx.cessivamente impor-
renço. tantes. A:.'iever.1- ·e que o principe Leão
de At·menia $0 espera cm Roru;, onde vae
18. SEnA-11em.\. -S. Jacinto, ~crvin-
negociar com o papa a . rccunciliar,ão da
do ao imperndm· Trajano na qualicla~c
Egreja Oriental com a ~e Homa. Este
de c.·ubiculario, {i,i ac>cw,acJo como rhris-
negoc·io, cbndu,idn pM uma das princi-
tào; e por isi,,o. cmava<las, cMno era do
pacs personag~ni- d.i Eg,·eja do Oriente,
co!ltume, as tortm·a:- para ver se o fa ..,fom
não pode deixar de-. ter · fovoravel resul-
abj urar, vii-ta sua C'<mi-tàDc·ia, o atiraram
tado nas pre!,lentes (•ircnmstan cias: Ac-
n uma masmorra em Cesarea de Capndo-
crescenta-11e, que o prin,•ipe Leão, her-
cia, onde consumido pela fome, foi sa-
deiro \egitimo e directo <lesrendente das
ciar-se dos eterno:-gosos, eé ('OD~a.doen-
familias reinantes <le Al'mcnia é joven e
tre os martyres da primitiva Egreja.
ardente, homem de talento e discrip<;ão,
19. SA1rnAnO. -S. Lui·1, Gonzaga-G- nem se duvida que o mesmo facilmente
lho <lc Fernando mtsrque1. dos Stiveros removerà todas as diffiruJclades que po-
na Castella, fasendu, de no\•e annos, voto deriam encontrar-se no effcctuar da uni-
de cal\lidade diante da imagem da San- ão entre ;\S duas Eg!'ejns, jà t,1o pouco se-
tissima Virgem em Florença. mereceu .paradas nma ela ou tra. A amalgamaç.ão
que nunca em sua Yida, que fyi cortada <l'ellas, eminentcme'n te util ao,,; interesses
na ílôr, sentisi;e· o menor movimento dos cbl'i5tilos do Oriente n'uin ponto de
,·ista religioso, seria lambem umdus mais -Foi recentcmeute criado a ªº"ª Fro_
imporl,rntesaconlecimentos da époc~ pre- guesfa <le San la Maria d 'i\ uajatul,a na po-
:-cntc. ,·oa(;ào <lo mesmo nome, e i~to pela lei
-\'lux1FIC\ uo.H;.\õ. - '.\ fr. Ricllnl'd De- · provincial n. 359 de 2~ <lo pro.xi mo pas-
vereux, ele \Vexfonl, que acaba de par- sado Julho.
tir para Homa com o pat·ochü da sua fre- -~o <lia 27 do proxi mo fMSsado faJle-
guesia. trnmferiu pa·évian,ente .'.1 sua pal'- <'eu no Coflvento de
N. S. Senhorn das
tida pa1·a a Cidade Eterna a somma <le ~Jcn·ês d'esta Cidade e, Rev. l?r. i\nLonro
1 ll,000 libras esterlinas, que deixou em Manuel dos Santos, Commendador ela
ijdei-commisso , par-a usos caritativos e mesma ordem, tendo apenas Gô annos de
religiosos cc1 tholico-ronrn·11os. Na di!>tri- edade.
.
buicão d'estn urnnifica doa,,ão, rru-. De-
vereu~ destitlou 1, 000 libras para «rnis-
-Po1· uma portaria <le 18 de .lulho
proximo passado foi pela presidcncia
sas pela sua familia»; e se sabe que lt,000 d'esta provinda, nomeado interinamente
libras snm para o fun.do que actualincnte para capcllão da colonia militar <lo Gu-
se està formando para o e!,tabeleciincnto 1·upi o Hev. Sr. Fr:mcclino Ocltnio P.a-
de uma uni versidade catholica romana. voal ic.l, tapellão numerilrio d'estrt Catbe-
Convém saher 1.0 que tah·ez muitos dral. Aprnvcilamos e!,ta oeca!'.liào para
leitores 'não sa bed1m )q ub, depo is do con- darmoc; ao Hcv. ngracíado os nossos tes-
cilio <le Tburles, na Irl,rnc.la, ba lt .mnos temunhos <le gratula<;ão.
(fechou-se a l O de se tem bro, 1850), se Ponn;G.\L.-A clrn-sc C'-lahellcciua na
determinou e.. tahelecer em Duhlic uma villa das Calda1:S ela Haínha uma co111mis-
univcr~i<lade ca thulica; onde todas as sci- são de bcaefü!enc·ia em fa, 0 1· <los pobr,!:-.
t:ncias podessem en:-ijnar-SE', sem a con- aífectados de m olestias culaneas, qne con-
tarninac;üo do prote.stanti~mo ir de mis- corr_ercm as ag1ias snlfureas frias em , 1at-
tura com tudo esse ensino, mais 011 me- le-dc-BanL05 prox_imo da mencion ada
nos, como succede na,y. uni ve,·sidadcs ac- villa. Esta commissão tem-se dirigi<lo a
tuaei-. Q11an<lo o lihe,·nli.~mo 1·eligio.'io, ou varias pessoas Pª"ª que se dignem coad-'
p,.olestuntismo, se apoderou de todas as juvar t[w louvavel empresa, muiras tem
funclac;ôcs scientificas e religiosas que a jà concorrido com o~ seus quantitatirn~,
piedade catholira tinha in.;tituido e dota- e t< elo o bom chri,tão ce1•tamen te louv,m-
do (já i-e sabe, para lhes empolg,n· os do-a, não deixarà de ajudar tão grande
bens e fendas, que é sempre o principal acto.
ohjecto rlos 1·e(01 matlores liberac~), apro.. -A 111ei;a dn irmandade do glorioso
priaram tudo o qun não foi para as mãos ~- João Bapti!,ta faz publico que tem lo·
dos indivicluos be,t'emeritos, ou patriotas, gar a ft!~ta da Degolar.ão <lo mesmo Santo
de então a usos protestante", e no inte- no dia 27 do rori·ente, visto o dia 2!) sei·
resse d 'essa negutira religião. Determi- <le servic;o, para o que com ida a todos o~
1

naram pois o~ Prelados catholicos o re- devotos que compare<;am para abri lhan-
correr ao pio zelo dos fieis pelo bem da tar o mesmo actn, tanto na vespora, co-
verdadeira crenc;a, sollicilando contribui- mo a mis~a · do dia, ~ prot•issão á tarde,
e ao .mesmo tempo convida que para
ções voluntarias, para do seu producto
maior augmento, e e:-.plendor. elo mesmo
formar uui fundo 04 dotação para seeri- santo hajam de conco, rer com %Uas es-
gir e su~ tentat• a mesma universidade. molas para o leilão e anjos para a procis-
Nào temos duvida que todo o bom chriS- são.
tão sabcrú com praser. que o resultado Jose Guithermiuo d' Almeida.
d'estc ai)pello à piedade catlrnlica de hoje Secretario dn irmandáde.
tem si<ln favoravel e productivo da ma-
Jlm·a111tão-1'y7'. tlc J·. e. /11. da Cunha Torres.
neira mai., animadora. Jlua <los JJarbeirós n. 8•

ANNO J Segunda-feira ~l de Agosto .4e 1854 N·. º 16.·

OCH-BlSTIANISMO.
l'P.EÇo 0.1 sonsc111rç.\ •o. X X ASSIG~A-SE:

.
[ Por u 1.u 011~0.'.' ..... , • 8$000.
1 • se,s 1.o tzcs.. ..... . 4$50~.
x!J 'O Na l\ua da Cruz .o. 30, e na 'l'ipogr apt1fo
l'3gO a<l13nlaclo) , irtz metes ...... . 2$800.
\ ,\l'ulsos....... , • .. .. • • • $240. V ir..i.
deste Jornal.

à !
N01t 1•e11l animas 11çrdert sttl satva,·c.
S. l,uc. e. O. ~, 50,
:< ' -
as suas vidas. ao perigo, só pa1:a salis~;.1se-
OCHRISllANISMO.
. rem o de:-ejo de 1,eu Hei _(.l ). Se cúm
tantas e tão gra.ves difficuld.,<les pratica-
ram os bomeus e:,fa acc:üo pa ra com ou-
(Co111i1111arão do 11.• 14), t ro homem; quanto mais deve o homem
Não podemos acreditar, que haja eo- ohrar para com o seu Deus e Creador,
racão tão duro, ou ainda tão aferrado ao maxime sa bPodo, (t~omo ·não deve ig oo-
a~oL' mundano. que não ~e desfaça, e · fdr} que EJ lc d e1-t>ja, e manda, que o nos-
al earé
t)
co.n o terno
.
convinte de seu Deus, so amor seja n'elle todo emp1·egado P...
vendi) que Elle quer, de!',eja, e manda Hi.l''erá co usa mais suave, e deliciosa, e de
que O amem, e isro _com túo grande en- ruaior int ere),se para o homem? ... lJm
.ca·recimento , como s~ só Elle fôra n'isto de\'cr faril d'execu<:ào, e de in r.onsidera-
O interessado, e como se nós em O amar vel conveni en<"ia·, para a sua pratica era
fiseramm; muito, e O~lO fôra. em nós re- nece~sarin preeeito manclativo P. . • So a
conhecido emprego · de maior proveito, bond..icle st11penda·cl'u m Deus nssim obra,
doçura, obrigação, e h onra: am((1·ds o Se- empenhando-1,e, qu e ·o am~rnos, 50 por-
11ho1· teu Deus de todo o fou coração , de to- que vê que n'isl? .es~t\ a no s~~ vida, e sal-
,la ·a. tua alma, e de totla!i as luas fm·- v'a<:ào : qui non dlltgtt manet rn morte.
,·as (1). . Ainda"re pc tunos, qn(\ por isto mesmo,
· 'c onsiderando-se bem o fim, porque que era para nós de· inexplicavel pt'ovei-
manda, Deus, qne O amemos, de certo to, pnz Dens toda a deligcncia ern per-
pocliamoi1 dizer, q!1e uào era nece~sa rio suadir ao homem , e ainda obriga r ao
prec·e ilo,. que ass11n nos o~denasse, bas- exerciC"io do ar11or para comsigo, d'onde
tando unicamente o conbec1mento do seu de certo tira toda a ventura, e fe.licidade.
desej o, para executnrm,os, éii~da sendo A' tantas fioesas que cle-çe o homem
causa de maior trabalfio! e pengo. qua l ao seu Deu:;; it tã o iuap re ~iavel bem que
será o ·rnssallo, que se prese <le fie l ,
n'elle acha, com que amor e agradeci-
que não ambicion_e advinhar os P:-nsa- mento pode pagai· P . . • Do h o mem é
mentos de ~eu Rei, e que sabendo de al- Deus -Pai, Amigo; Senhor Bemfoitor.
a ut.na ru3oeira, que cllc deseja alguma
Espirita, Vidu, Thesouro, e Po~!',e, e to-
~<>Usa, a nüo pratique para lhe offertar da~ as col,~a:;: contem todos os titulos
esse pra\er, muito em linra seja me:;~o para cunqu i:-ta r corações, e todos se acha-
com ri.;co de vid<1? . . . De..fo lhemos a l~s-
ràm <'om in finita vantagem em Deus.
criptura e <l'entreoutros exemplos, apre-
sentemos' aqui o 'iUCresso-de Dav1u, que ·~ Avil,ta d 'isto , poi.-., qua l serà a rasão, po1·-
q11e não acabemos o h omem de render-
opprimido, quando em campànba,d'uma sé a tanta, fo r~a~, e de se r ferid ,, de tão
gL·a nde ~ede, e que apenas ieclarando a grande multidão de 1ietas, co m que seu
vontade de beber da fonte de Bet~lebem, amor o cónqoi.,ta? Esem duvida <le a in-
-~s seus soldados ( tres) apenas ou~iraw
cornpreh -:!n ~ivc l, e inexplirave l ceguei ra,
isto, de prompto romperam por me10 dos
edureza,ern que ei;t.\ o. seu coração.
inimigos. e cheio~ de praser exposeram
(t) oeutcr. 6-5. (t) neg. '.?3-15-16.

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


.
(1) «! lll IB a~nr 11 u 11 a~ W'l).l

Descubra, por tauto, o homem o seu a sua scmilhança, principalmente l~flec-


peito, dispa o ·seu cora<;ão <lo vestido dó tindo-c;e no Jaberynto da vida ...•
amor ao creado; e assim tornat·-se-ha Pense o homem maduramente por
capaz de cumprir um dever a que està un, pouco sobre o seu ser, e pergunte-se
obrigado por Lei, e motivos pondcrosos. à t-i mc11m<,: que tenho eu de bom, que
Para contemplar, amar, servir, e dar aãn deva á Deus (1)? Era nada; e o sel'
culto à seu Deus, eis para que foi o ho- que tenho d 'onde me veio? Da mão Di-
mem crcado, como ensina S. Bernardo. vina, res ponder-lbe-ha uma voz. Sou;
E com ell'eito, olhe o homem p a ra si, ou mas podia ser pedr~ ou brulo, o ser ra-
melhor, para sna figura, e verà, corno cionnl, e de tão nobre naluresa, <l'onde
para este fim, foi de Deus creado. .Cre- me veiv? Da mão Divina. Sou livre; e
ou-o recto, e direito; ao passo que os quem me deve essa preciosa joia-liber-
mais aoimaes, inclinados para a tet·ra: dade ?-Deus. Ainda assim podia sel'
fecc1·et Deas homenem rectum (1 ). Barban>, 011 Gentio, e quem me condu~iu
E porque rasão ? perg1.. nta um anti- á Pé vP.rdadeira? A voz Divina.
go escripto1·. Responde que, os mais ani- Muitas vezes cahi,lo me acuo em pec-
maes saro brutos; e que na terra é, onde cados; e quem tantas vezes me tem res-
está tudo; o que podem appeteter, e por tituído à graça per<lida? Deus.
isso para ahi lheii inclinou os olhos; ma~ o Finalmente o homem <lotado, como
homem cocno se u principal emprego dc- é, de rasão, e sendo verdadeiro cht·istão,
''e ser conhecer, e amar ao seu Deus, e jà mais poclerà negar as causas que tem
não o lcneno; por isso o fez 1·ccto, e bÓ para aroa1• à seu Deus, de quem tudú o
para o céu elevado. bem recebeu, e ei,tit recebendo todos
Convenc:a-se o humem, e fique d'tHoa o, di:1s.
vez sa bendo que. o crea-lo, De11s, recto, Ül'a cheio o homem .de tantos, e tão
e collocar-lhe os oluos, boea, e. inLclli- grandes benel'i<'ios, e sendo, como foi, .
gencia no alto, não siio outra cousa, se- creado so
pora amar, e $Cn'ir a se u Deus,
não declarações. que o devem ern,ioar como é, que e~quet·ido do !'eu bonl'oso , e
que, as suas palavras só devem louvàr ao interessa nte emprego, para que foi ÍOl'-
seu Deus, sô á Elle elevar os seus olhos, roado, so
trata dos seus interesses e lucros
e que e.o para O entender e amar lhe deu terrenos P
a parte racional; e dever ser este o unic'o F1·. JT. de J.
emprego dos seus cuidados, e affectos. (Con ti núa).
Ouc;a il S. Bernardo nas .seguintes pala-
vras extraidas d'um Sermão; e então ain-
da mais convicto poderà f.icur: nam, et TABEL1A HlSTORICP., CRITICA E CRONOLOGiC!~
p1·oplerea reclum fecil hominem in co1·pore • DOS

ipso, et os ho_mini sublime dedit, cmn pro- EXÇELLENTISSJ\IOS E ll'R\')IS. Smmongs DISPOS ./
• DO
na utique speclcnl animmitia cmlet·a le1·-
1·am; ul attol/ent ad side1·a vultus, itlico E D.lS DtC'IIDADF.S, Co:.r.GOS li OEX&íll;IADOS DA SUA $A~tT,I li:GílEJA
CàLIIEJJIIAL D&SOI: A LPOC\ D\ Sll,\ PUXU.\ÇAÕ .\Tt IIOH:,
suspfret, ut tam hentmu 9 e/ pc1·enncm cons-
picit mansiouem. Parece-nos que uao lon- O Bi,pado <ln ,faranhão Í<>i erecto por·
ge es(nva cl'este juiso o Poeta que disse: Bullil do S,tnuuo Puntifü·ie Innocêncio
Os lwrninis sublimo dedit, XI em o anno 167G a In~tancia d'EL-R~y
D. Pedro II., então Pl'in<·ipe Rcgepte de
Ca:Lumque lueri possit. Portugal. ~ão telll Con:-titui<;õc~ proprias,
Avista cl'isto que po(lcl'emos nós <liser rege-.;e pel.s du Arrebi, pado da Bc.1hia; sua
<los que só appli<'am os olhos. amor, e Me tropoli. O'elle foi de~rr,embrad<J o Bis-.
intclligencia para as cousas ela ltH'rl, co- pado d,• Grão-Pará po.r Bulla elo Summo
mo se so para o goso do ct·eado, e terre- Pontificie Clernenle X1 em o anno de
no foram formados, como sám os mais •1720 a in~tan<·ia d'El-Hei D. ,João V..
nnimaes P A Cathcdral da CidHde do S. Luiz do
Outra cousa não podemos afirmar. Maranhão, ele que é Padroeira a Virgem
uoiodo-nos ao antigo escriptor quejà dei- SanthMma N. Senhora debaixo do titulo
xamos citado,~enão que, nos brutos tem da \"ictori.a. con:,ta da; seguintes digni-
(1) Ecclcs. 7-30. (1.) Corintll. á.- 1.
® tHllll$ Il~U'UA~J~W~a g
K!Cf.Mt#tWR FWS %t S t ; ;:;ss:.www IM>{R(W ' tM•tetc?t:?Wc:w.. , ,rm;~ ~ ~ ~ ~

dade5-Al'ct?diago ( em logar de Deão) em 169'1, d ,_onde se ausentou para Lis-


Arcipreste, Cha11tre, Mestre E--cbola, e boa em l700, e faleceu na Villa de Se-
dose Conegos, dos quaes um é Magistral, tubal (1 ).
outro Docloral: oito Beneficiados (que
todús sam da Ordem Pre. . hyteral) desoi-
D. Fr. Jo!i16 ll»eJ~1u·te .
to Capellàes, ()LJ \fan-,ionari ós; dous dos
tpiaes sa n,; um Organh,La\ e \fo:-tre da Natural da Cid~de de Coiml>r~~, Tri-
Capella; outro S11h-eento1·, e Mesfre de nitario-<'alçaclo da Ordem da Santissima
Canto-chúo; dois \fo..,tres d,1s Cere,nonias; Trindade da Ilede mp<;fio d o'i cnp livos,
um Sachrista; um Altarciro; e seis Mo- \1 e--tre na Sagr~da Theologia: foi Reitor
,;~s d\l CbOL·o; um Porteiro da \fassa; um dn Collegio eh sna Ordem em Coimhrn,
Armador; um Guare.la; e nm Sineiro. e Vigano gem i <la s:1a ReligiJo, in . . igne
f\:; pri1neiras Oign idad,·s, Conegos,
Pregt1 d or. Eleito e Con fi rmado Bi~po
Beneficiado~, e mai~ Mini:.tros da Catbe- d 'e!ile Bi . . pado chegou a elle em ·t 717,
<lral foram c1·eados t•1n virtude da dita aonde ·fa leceu e1n 23 cfo De~em hro de
172ú; e jaz sepulta do na Sachri:-lia do
Bulia da Fun<la<;ào do Bispado por AI va-
ra de 7 de Abril de l 7~9, que foi execu- Conve-nto d e ~. Senhora das Mercê-; da
tado em 18 de Novembro de 17ú5 ('1). Re<lemp<;ào d os capt iYos (2).
Hege-se C!'.ta Cathedral pelos E:.tat11tos h.º
ordenado, para a du Bi:,pado do Pará pelo n. Wr. ifln11nc! elo C1· m~ (3).
1'CU primeil'o Bi· po O: Fr. Bartliolomeu Da 01 dem Ci . . tercieme dns Monges
do Pillar. ele Sãó Bernardo, Doutor n:, Fac:ulch1de
C)_-1. T ... I.OGO nas ':eUSPO§. de Thel,Jogia pela llniver:-ic.ladc ,Ie Coim-
brn, ao nd~ foi Heitor do Colll!gio da ~ua •
Ordem , e NJe..,trc de Noviços no Beal
D, ,i:a-e;;o1•io clol!J .'-njol!.t ( :?),
\Jo . . teiro ele Alcobaça. Eleito, Cunfirmu-
Natural ela Cidade de Lisboa, Fa·egue- <lo, e Cun'-agrado Bi!-po d'e~ta Deocese
sia de Santa Maria M,agdalena, Conego em 1738; chegou a eHa em Junho de
Secubr da Congregação de Silo João Evan~ 17 39; e tendo -a governado pot· espa<;o
~eli~la , Doni:or em Theologia, fomo~-;o de 7 annos, f1..1i lran:.fcrido parn.. a nova
l)regad11r: foi Heitol' no 1-eu Convento de Deoce!,e ' cle M.irianna, sendo o.seu pri-
Sé!o J,,ão Evangeli:,la da Cidade de Evora; meiro Bi.~po; e .alli morreu (la).
e depois de ha\'et· cxerdtado na Curia 5. u
Roman:t o emprego de P1·ocu rador-gcml D. ::f'&- F1•n11e isco ,le São !l'la;.o.
da sua Congregação, foi nomeado Bispo
de ~falaca nà Io<lia Oriental; e, trasla<la- Da Ord em elos íleligiosoc, Menores de
do para este Bbpa<lo e((l oanno de 167!). Sio Franc-i:,co da Pru vincia de Portu :,<.ra},
Falece u n'esta Cida~ e,n 11 de Maio de natu,·al da Frc0aue.sio de São Tiaoob
do
1680; ·e jaz sepultado na Capella-rnór da •( t ) Primeiro que este Prelado, foi nomeado nispo
Cathedl'al no Presbyterio junto à Sede ,l'~sla Diocese D. Fr. 1'' rancisco <lc: Lima, llcligi11so
Episcopal. ~armelila-cal('ado <tos da :inlig:1. e regular Ol>servan-
cia, Doutor na Faculdade <1e Thcologiã pela Universi-
,
....
') o
dade de Coimbra; o qual íoi transferi1to para o Bispa-
D. i,•,•• Th11otl1~0 c!o Saea•amçnto ( 3).
do de Pernambuco.
(2) No tempo d'estc Prelado em o anno de 1720,
Da 'Ordem dos Ernmitas de São Pau- por Bulia Arostollca a lns1ancia d'F.1-1\cy O. Jo:10 V.
lo, da Congregação da Serra d ' Ossa; foi foi crcado o Bispado tio Grão- Par:.t, desmembrado
d 'este ,Jo Marauháo, e íl>i seu primeiro Htspo I>. Fr.
eleito Bi"'Pº da Oiocese <le Stio Tbomé, e llarlhulomcu tio l'ilhr, Heligiôso Carmelita-calçado,
depois transfe rido para e~ta do \·lan1nbào Mestrn na Sagrada Theologia.
('.{) Não se pôde descobrir a sua natur:11idade, mas
(1) Não faça duvjda ser o Bispa(lo do Parà desmem · sabe-se que era da illm,tllC e deslinrla 'f,11nilio dos
brado d' este do Maranhão, e governar-se a Cathedral Freires. ~lorrenr.lo em M.irianna, dPixou 1:000-u,OOO
d'cstc nclos Estalulos da d'aquelle mnls moderno; a ~grtija uo \laranhão, sua primeira l~sposa.
porque .\qoclla foi ra·caila primciro que esta; sendo-o (4, ,)uaodo em 1738 fc'ii eleito este Prelado. acha·
pelo scn l1. º Uispo D. Pr. Manuel da Cruz, o qual tam. va-se eo) Udioa, vin1lo da llnh·er~idade d ll Coimbra.
bem creou a de Mal'ianna para onde foi cransferido. o Hlwm. Dr Hlfppe Caowllo dt~ Bl'itto. A' iuslancias
l2) Anl<'s d'csto Prelado. foi nomeado O. Fr. An- ci.'ei.tc, o <li lo Prt la,1o 1>1omovou a creaçãp d'esta
tonio de Santa Mari:t, l\e1igio~o Capucho 1la Provin· E~n·ja Calhr.tlral. qur foi 11x1!cu1a1la cm 18 ele Novem-
eia de Santo Aulonio, o qual não veio ao llispado. e bro de 17115 cm virLu<lc tio \ 1vará de 7 <l' \ bril ,lc
nem t1·c11e 111autlou tomar posse. ·t 739; seudo aquellc nevm. Or. o primeiro ~lcslro
{:{) Ignora-se a naturalidade d. c;te Pr.:!1:ido . F.scllola da 111csma Gathc<lral.

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


- "±+±! w e?:eH za

Sopo no Termo d.1 Vill.1 de Caminha,


tt&1e+ a d1CA

Coma rra de Valença <lo \linho, Arcebis-


a,, w 1f:!!te: ..cCltZ"'fr1S'?', :;,ç:;--~ m ~... --..-.:.a& S

lnito !\ulli ... Direce:,i~. da 01 dem Mililac


de São Jo,1o de Jerusale111, e \il'oi lador
4

pado <lc Jlraga, ~1e--t:·c. Ju.bila<lo na Sa- das Egrejas de todo o Pl'inrn<lo da dila
grndn rrh eologia , Exnroinaclor-gernl dns Ordem du fleino de 'Pnrtugal. Foi Eleito
Tres Orcfous \liliLa1·c~, e Deputado da Bispo d'csta Diol'c~e, e Confirmado cm
Bulia da Crnsada: kJi , isítndor Aposto- Man;o tle 1778: to111ou pos~c cm 21 <lc:
lico dn Cui-todia, on Provincia de São Setembro 9-e 1 ííD por i-cu Procn rador o
.loào Evangelir.ta <la:; llba~cios A<;ôrcsdes- R. Clrnntre .João Duart e da Cmta. He-
membrada <ln d o:,; Algarves. Eleito, e ntrnciando em 1780, foi occ11pnr os Car-
Confirmado Bi"Pº d'e..,te Bi~pado do :\Ja- gos de Provisor, e Yigario-gcral do AL'cc-
ranhào cm 17lt5, chegou a esla Cidade bi:,p.ido d'Evora, _nonde moneu.
ctu '2 de Julho de 17á7: fo lleceu em 18 8. o
de Desemhro de 1752; e j~z sepultado na D. Fr• .'foké do ff_Ieuhao .Yelilntj.
Capella-mót· da Catliedral uo Presbylc-
rio, junto à Sede Episcopal (1). Natu rnl da Villa tla .Jacobina no A1·-
ceLispado dn Bahia, d~ Ordem dos C.\ r-
Ô.º rnelitas-<lescalr.os da Rcforrnn de Santa
D, Fa•. ,l11tonio ale São JollJé. Thcresa. Mos tt'e na 5agn1da T l1eologin,
Da Ordem dos Eremil:u,-calçados de Pregador Regio, e Examinc1<lo1· Synodal
Saoto Agostinho, natura l de Yianna , do Patriarchado de Li~boa : füi Eleito
Pl'a<:a d'Armas da Prorincia do Minho ffo,po d'esta Diocese, e Conftrmciclo cm
110 Àrcebispaclo de [fraga, Don torna Fa- Setembro cfo 1780: tomon ro~se por S<'tl
cul<lacle de Thcologia pela Uoirnrsi dade Procurador o R. Chantre .João Dua rl e <la
<l'e Coimbr:i; Leitor cni Oi verso~Conve n- Costa em Abril ele 1781; e foi trno!lfcrido
tos ela sua OrdC' m, em qu e foi •\lestn• Ju- para o Bispado de \'irnu, nonde moneu.
bilado, e ProYincial. Eleito, e Con fir- 9.º
m;.<lo Bispo cl'e:-.ta Deo<'ese em 17 56, to- D.· Jlo';o. Ar_.'iouao ,1e Pndcn.
mou pos C d'ella em 11 <lc Ahril <le 17 57
4

por se u Pn.1cL11·ador o H. OoutlH' A,·cipc·cs- . Na1u1•al de Bellas nos Suburbios de


te .João Rodrig11e .. Cuvcrc; e t•hegtrn o esta Lisboa, da Ordem do~ ~lenorcs Hcforma-
Cidade em 8 de Sc•tembro do mesmo dos da Prnviorin da Al'rabidn, i\l cf.trc Ju -
nnno. Cbamad,, ú Corte, e111bartou parn L,ilado na Sagrada Tbeolngia; foi ElciJ.(),
alli em 1ú dP FeYc1·<•i ro de 1767. Foi e Coufirmado Bispo dc~lc Bispado· cm
· d ep«>b lran--fcricln para n ,i_elropoli da Julh o de 1785; e d1t•gou n cst~ Cidade
Bahi,, ; e antes de l'erel>er o P,,llio, mor- em 20 de Outubro de 178ú. aonde to-
J'eu no C,mvcnto de ~- Senh ora ela Gra- mou posse cm 3 1 <lo mern10 mci e ann o.
ça da sua Ordem na Cidn<le de Lisbon. (2)
Ausen tou-se pélt'a Li~bon pdo Pnrá em
7. o 178!l: r enun ciou <le. ~oi-; o Bi!-(H\<lo; e mor-
D • .Jnch110 Cnu•2os dn Sih'<!'lrn. reu na Villa de Setubal.
Nnt nrnl da Gi<la<lc de Erora, Cleri:;o 10. º
Secular, Li,·enciado na Faculdade de Ca-
noues-pela Un i, en,id,1cle de U11imbrn, Yi- n. Jo:u,nhD:i Dl~a·rC"it•n clP q;io~·~·~Uto. /
no l}i:,, tril'lu da \ ill n de ~lon- Na tural ela Cichidc de Coimbrn , Clc-
caario-!!ernl
'-'
rign Se<"ular, Oppo:-ilor às Cadeiras ela
( 1) Este Prcln<lo. sniodo (cm virlllclc ck seus pa-
decimentos) a tomar ares em C:ijapib, ahi falleceu a
Faculdade de Theologia naqnella Ua i ver-.
1s de Oescrubto. o seu corpo sendo embalsamado sidade. Abbaclc ele S, ílomão de Corona-
p<ir u,n ~h:clico que o acompanh:.ra, veio para o fl:tÇ(l
Episcopal. cl'onllc fritas :t5 de, idn<; honras, c sulfragíos do no Bi~pa<lo do Porto: fui Eleito, e
do estilo, íoí lci·:nlo parJ a Callu?dral, ondejar., junto C,)nHrmndo Bi:-po d 1c1- ta Diocese cm Ju-
aos seus anti>ccssorcs.
(2) Este 'rrcl:ido no clecio10 anno tio seu Gornrno, nho de 1705; ,e tnmo u pos1<e por seu pro-
dE'pois de ter, isitado a Diort•sc até o scrl:ío do Piau- curador o n. Arciprel'olC .Jo-.é \fa ciel Arn-
hy, rol rhamado à Corte, e pnra alli embarcou cm 14
cJe Pnerciro de 1767. Chegou a l,ishoa, foi IÍl:rnriado nhn, em FevprE·iro de 1796. Cbegou a
recolher ao Convento de sua Or<ll'm d., Cidade de r.ei- esta Cidade em Julho de l 7DD; mot'l'cn a
1ia, aonde r esidiu ate o anno de l 777, em qac morreu
m-Itci o. Jo~c T., (? logo nó princip"lo do Reinado da 2ô de l\hril de 180 1, e jnz :mpultado na
naioha O. ~laria r. foi lran'lf!'ridJ para o ,\rcebispotlo Capclla-mól' da ratb eclral no Prc~bytel'io
da Uahi:i. Antes de receber o Pillllo, morreu oo Con-
YCDlo de N. Scnhóra da Graça da Cidade de Lisboa. junto tt Sede Episcopal.
$H M 8f womr:;;u; :r:L, &1;;;

11. o O seu corpo jaz sepultado no Presbytç..


D . lLtdz cio Dr.·Uo l[om<'m. rio d'ei>la Calhedral.
Natural do
Fund5o no Bispôdo da 1li.º
D . Fc·. e " 'l·! or; eles. Jo!ílé 4" §o.e:-1a.
Gnar<la, Clerig0 Secular\ ílacharel For-
tnfHlo em Canones pela Un i\'c1·sida<le dl! Nnt11ral de Pernamb uco, Rc:ligiúso ela
Coimbra, Prior da Collegiada, e Fre~ue- Ordem cios Carmelitas-Cal<;ados ; tendo
~ia dc·:i Bartbolomc11 da mesma Cidade, :-ido ProYi 11cia l da sua O relem. ·e Lente
e Acljuncto da ~lc~a Epi.;copnl. ·Fui Bi:-po de Philosofia O() Seminario l~cclc!-.Íal-LÍco
ele Angolfo, e <l'alli t ra n:.ferido para este el e sua Pro,·in cia, foi elt>ito Bi, p() µ'est.1
Ili..;pado do ~1aranhno em 'l80:l. Chegou Deol'c:.c cm "2/1 de .Janeiro c.lc 18Ml Che-
a esla Cidade err, J;inciro ele 18 l ~\: l9- gou íl e·ta Cid.ide o~.> dt•.f11nhodo mes-
mou po~se em 2:2 de Fevereiro do mes1no
~ -
mo anno, e tomou Pº""c ;1 :28. ílctiran-
an,11,, e morreu cm 1O ele De:-embro de dv-sc pnra PcrnarHlnico sna Pntria. ~ifirn
1 ~ 13: jaí'. sepultado na Ct1pella-mór da de resta hell ecer -,l~ <ln ~r ll mi'm c,lado d e
Cn thedral no Pre~b_yte rio, junlo à Séde :,auclc, nhi follecen a 3 tL\hril de 1850.
Epbcopal. 15. 0
12. 0 D, JVi~uueU ~ !i>~r:·1 ~1t':I ,la Sêh,~h·:•a .
Clerigo secu lar, nal11rai da Cidade d~
NHlu ral de Nasarcth . lognl' no Termo S. Schastrão do füo de Janeiro. Mom.e-
da Yilla d:t Pederneira, Comarca da Cid.i- nhor du Capclln Imperial, <lo Conselho
de de Ll!irin na
Pró,·in<'ia da g,trcmad11- tlê~- \J. o l111pcradl>r eCommcnd.iclor da
rn do lleioo de Portugal, Religiuso da Ordem cfo Chri~t(\. Foi Heilo1·, e Lente
Ord~m dos \ien o,·es ílcfonna<lns da Prn- de Th culogia do S1•mim11·io <le S. J osé,
rincia da Arrabi<la, ao n<le foi ~le~tre de que regeu por mqitol'> .,nnos. Foi eleito
Philoso{ia Eleito Bi~po Titula r de Leon-
Bi~po cl'esta Deore . . c em 17 ele ~ctcmhro
rh0pol i, e Prelado Orclinario de Moçam-
higuc, foi trarn.ferido para esta Dior.e'íe de 185 1, e Sagl'ado a '25 ds! Janeiro de
<lo Afor.rnhi,o. apn<le yhcgou a .3 de \lê.li o 1852. Chego u a es ta Dcoccsc a 9 d ',Hwil
de '1.820, e tomou po:-'\e em 11 do ;nes- <lo mesmo anno, nn<le actunlmcntc ex is-
mo mc:r. e apnu. Ausentou-se para Li... boa te , sab iam en te npMC'CtJlando o 1·ebnnlto,
em 7 ele Novembro de 1823, e nlli foi qu e lhe fôra cun(iado. Rog11en1ns ao Se-
deito Bi-.:po de Coimbn, Cor,rle cr.\rga- nh or pela stw <'onservação, tão essencial
ni l, Senhorde Coja, e Par do Hl! ino. Pvt• à sua santa Egreja.
múli vos politi ros Yoltou depo is para o
\Iaranbão, onde rnol'rcu em (\ 1. º ele Se-
tem bro de 185 1. Jaz sepultado no Pres.:..
hy tcrio <la Cathedral.
13. º
D . '.illoll't•os .~ntonio tic Scn:u.a. Eu te adoro, cstanuarlc glorioso,
Que o Padre :morou l
Clerirro l-ecular~ natnrnl da Cidade
Eu Lc venero, sacrosan_to lenho,
:::,
chi Bahia, \ ign.rio Collado d., 17
l•

regue~w Onde o Filho expirou !
de N. S. da Victoria da me!-ima Cidade.
F oi Deputado às Corte.; d e u . . boa, SeC're· Triumph:incc, cio (~olgôlha no cimo,
tal'Í o do Governo d e sua Provinr•iA; Com- Bem ouço o Lcu.s;tamar,
mcnJ ador da Ordem do Chrii- to, Ôep11ta- Da terra memorando :ios povos todos
do a As~emblca Legi..,lntirn ela Corte ·e [m- Quem os reio 'Sah•ar !
perio <lo Brasi l. F oi cleüo Bispo d'e:-la llu milhndo a teus pt1s, quero abraçar~tc,
Deoce~e ~m 12 ele Oul'luhro de 1H26. Gheio de gratiJiío !
Chego u a l l · ele Março d e l 830, tendo jn Mil ucijos<1ucro dnr·lc, o InsLrumenlo.
ante:- tornado posso por !-CU Procu r.i<loro Oa rulnhn redcmpção ! .. .
Muito Hev. Conflg<> J <1!1Ó Con, tanlino Ga- No hcllo céo do Sul Americano ,
mei, de Ca,lro. Fundou ás :-ll ;\ i; ex pcmas
Ontlc jàz meu llr11zil.
o Sominario 1-i:pi-.co pal de Sa nto Au lonio, Tua inrngcm s;igrada se retrata
e folleccu a 29 de Novcm brv de 18ú:2. No Cruzeiro gentil !
= =
Feliz da regllio c1ue 13oto prezas
l\lostrando-te a sorrir!
Escudado por li, feliz do Povo,
Onde estàs a existir l
l situr Do1Hl11us plu!I sup~r Sode>·
Quando a Turcos bater, e a Sarracenos, matn e1 Comhorram sulpbnr el lg~
Foi o egregio Chrlstao, ucru , Domino tle Cd!lo.
r.E:f . WI'. °'I'< \", 2l.
Proficuo talismao foste ao Cruzado
. Dos vicios de Sodoma populosa
No altaneiro pendão I
O grito lioba alfim ao.; céus chegado,
Em toda a natureza te retrat3s E Deus, por tantos modos ullr:ijado,
Para espanto do mal 1 Levanta do castigo a mão pod 'rosa;
• Abrlodo os braços, represenla o homem
Mas antes, que essa terra criminosa
De ti mesma o signal 1
Sentisse os golpes de seu braço Irado.
Salve! Padrão eterno do Cahario, Dous anjos para alli linha mandado
O qual Deus P:ic:lre C?rgueu, Que salvassem a Lot com mão piedosa.
Para attest:ir aos homens que por elles
Depois. de suas Iras fulminar,tes
Morrera o Filho seu I
Despede essa torrente desabrida
N'csse disco de luz que tal desprendes, Em chuveiros de fogo crepltaot~c;.
Com sacro respleotlor, Sodoma deixa a cinzas redusida,
O Sceptico se abraie, e consternado E faz assim pagar seus habitantes
Te voto o seu amor ! Com morte d 1amicção crimrs da vida.
Renuncianc.Io o erro, a impiedade, Vieira.
Prosterne-se o Alheo I (E:d r).
E na crença mais vivn adore Aquelle
Que na Cruz patleceo 1.••
ANNO CBRJSTÃO.
l\Jarnnhão-Agosto 7 de t 85l1.
AGOSTO.
J. de C. Ea,relta.
21. SEG~oA-rnrnA-S. Jonon a Fr~n-
C'isra Fremiot de Gbantdf-uma das diri-
gid<is do sabio e bon<lo--ú ~- Franci--t·o <la
Salles, ,·iurnndo, e sendo i-canpre ".xem-
plaris~ima em todo:-. os est.-,dos em que
vivera, por uhimo fundoa a ordem de
ncver1eiu ,eni3UJ a4 1e IU11Jl0rc
isto, vila comitt, et blbcllll llllum
Re)igioi.as com o titulo da visitaçao: e t·heia
San uxor 100. de mererimenlo!-, df•u a alma a Dens em
C!!:'1, ltVIII, \", 10. Mollina para Annel'io, onde t'ôra a pri-
Agar, a voz do anjo obediente, meira casa da sua ordem.
Voltou :i cas:i, <JUC deixado bnvla, 22. TEn<;A.-11mRA. - Resa a Egreja-
Ali um filho dnndo à luz do dia, n 'estc dia da oirtava da A~~umpc;ão de
Que linha de ser Pae d'lmmensa gente. Nus... .a Scnbora.
23. QuAnTA-FEJÍ\,\. -Resa n Egreja-
Então, ventlo o Senhor que descontente,
n'este dia da ' ' igilia do Apostolo S. Bar-
Por lambem não ser &lãe, Sara vivia,
tholomeu, e S. Filippe BeniC'io, cuja in-
E que ao consorte Idos! dar queria
fancia havia sido jà nottn•el pelo milagre
Do conjugal :uuõr fructo innor.entc. de, tendo ~·pena~, 5 annos de idade, fat-
Para mais estreitar essa alli:mçn, iar e exbortar a sua mãe pnrn que d'os:-;c .
Que entre ellc e Abr:iham Unh:i formado, esmola aos servos de Maria, se tornou
De novo lbê apparecc, e lhe affianc:a: ainda mais ~otavcl em sua juventude,
quando em Paris frequentava os estudos.
Que Sara lhe Jarà um lllho amado, sendo para seus comp.tnbeiros nm exem-
Que do ceu ba-de ser a confiançn, plar <le pnre!-a e fervor, qne lhes com-
E ae Deus para sempre al>cnço:ido. municava. Hctir.. ndo-!-e dPpois par.1 o
Tfieira. monte Seoal'io, onde profes:;ou o irn,tilu-
<D <!!11m1~ua.;.1 ~
aa~m D» ·
& &li!.S!ET~~~WWWitOXddJ!Jtaast~ tJ.IC::S i CES.J.::U.. a tPW&N

to dos sc1·vos de Maria, a]ii passou algum nava-se ncreqsivel n seus subditos. cujas
tempo entregue á peniten rias e a contem- necessidade!; e du, icfos ren:ícdiava e deci-
pla<:iio das sete. dôres de 1lla1·ia S,mtú1si- dia se mpre com n ma ior cal'idade e ju~-
ma; e parcol'rentlo toda a Europa e gran- ti r,a. J~m urun palavra e1·a urn rei sa nto,
de p arle da A1.ia, propagou consideravel- e aquelle debaixo de cnja prolecção esta-
m ente as associações das Dores. GonstL·an- mos, <'orno nos:-o Pa<Lroeit'o.
gido, foi por algum tempo Geral de sua 2ô. Sinn \oo. -S. Gnilherme-natu-
Ol'dem; e quando por morte de Clemente a·al de Vcr<!ellis na lnsu brin, havendo na
IV lhe constou que se lembravam d'elle eda<le ele l li annos feito uma peregrina ção
pa,·a successor , se escondeu no mon- a ,·isilar o coa·po de S. Tiagl) em Cospos-
te Sunfato, e :,Ó apparecen outt·a vez de- tclla , regressoo à ltali a, e virou por al-
pois de publicar-se a eleição de Gl'egorio guns nnno,; ercmitieamente no alto do
X. Fngindo sempre <lo mundo pôde cbe- mont~ Soliculo, Divtilgacla a fuma de sua
ga1' ao céu nn nano ele 1'285, morrendo san tid.,de, coani>çaram tl a1I111ir-lhc para
ern Tnderto abrnça<lo em u1na c1·u1.. · alli discipulos, e então fun<l uu um mos-
2ú. Qml\"u-1:imu.'-S. Barlh.olomeu teiro no monte Virgiliaoo, que d 1?sdee,c;e
Apostolo, a quem tocou evangelisnr a lo- tempo se fi co u cl.1:.1 111ando "º monte da
dia cilerior, harnndo ahi eou1 grandes Virgem » e à sua commnniJade deu esta-
fadrgas e obstaculos semeado a divina pa- tutos fund.tdos na 1·egra deS. Beato. Ain-
la n·a, reio para a Armenia maior, onde <la d epois fundou outros mo,;teiro~; e o
converteu o rei Polyroi() e do~c cidade!.. mesnao llngerio, rei de .'.«'poles, que du-
I~to lhe concitou o odio do."i saccrdoto~ ,•id.',rn de sua,; virtude.,, e, para o tentar,
idola tras, os quaes alll'ahiram aos sell5 mand,'t,·,, um,, mulher devassa , e veio fi-
interesse;; a Aotyagç:-, irmão de PolJmio, nalmente a respeitar, ~a bentl u como elle.
o ql1al o man<lou esfol:ir, e assim termi- rcpcllin<l'> a tent,H;ãn, co m ic.lou a tcnta-
nou barbaramente nma viela totla empl'c- uo ra a en tl'ar cm 111elhor tamiuho. Cheio
gu<la em destruil' a barbaridade. de ,·irtude;;, foi para o céu no nnno de
25. SEXTA-'PElR \. __:.S. Luiz , rei de 11ú2
Fran,;a-ficanclo orfão de pae aos 12 an- 27. DnM1~co-Doming:~ 5. n cfo Agos-
nos de edacle, e~teve debaixo da tutella . to, e t ·l." d,•poi" tle Pctenc1h.tcs. -O Sa-
d e Branca sua mãe, a qual ao mesmo g ra elo Coração de \1aria. Tem-.. e- n'este,
tempo que governa \'a o reino com uma ulLimvs tempos prnpngado por um m,,dl)
sal>etlol'ia e aclivi<ladc vn ronil, tratava de mnrnvilh oso a devoção e culto a este ter-
faser de seu filho. in ~pirantlo-lhe o amôt· no ohjec~o do .11osso amô1·, e por sua in-
e temor de Deu!-, uin digno e ~a nto rei. tercessão se Lee m opern<l 1> c:o n ver..õe~,.
Aos 20 annos ele euade se propoz à COO· c:0 111 (fllC a Santa Eg ..eja ex ulta. O pie-

quisla de Jc1·ui-a le111, onde, depoi,de al- doso p ,H'O<'h O da fregu~sia de Nos.ia Se-
ournas vantagens al(.'ançadas :-obre º" Sar- 11/wra das f/ictm·i11.~ d e P,u-is, formando
oracenos, f01. prew)utua•o
. . d'eli e!-, porque uma as~ociac~o ' <le oracõcs
• diri oaid.1s uc)
se u exercito fôra atucndo de um contagio, C1J1',1<;ào e.!., \L',c de 0 ,!11-., co n. . cg11i11 que
que muito o havia enfraquecido. Hc~ga- 01·a<:üe., f1 e,uhotaclo-; pela semualidade
tado com Lodos os ~eus, e empregando o ~e penetrassem ainda no viviri1·,rnlc calor
tempo de ~e u captiveiro em fa'let~amavel da caridade . .O .. estatuto-. d le:-i ta ~ssoda-
o inculcar :ma religião áquelles povos, ~ào furam apprnn.1dus pelo Suinmo Poa-
volto11 à França ; e passados aooo!-, outra tiÜ ré em 1838 , cfonoo-lhe o titui,.1 deA1·-
vez empreendeu a cnnquista da 1'cr1·n ~bi-ronfr. c1 ria e enriquecendo-a de IUJÜlas
Santa; pMe m foi ata cado, já cm frente graças, e incl1ilgo11cias. Pol' túdO o mun-
dos inimigo~. pela pc!!le de que morreu, do c.hri~tào ja cxilltem outras filia cs, que
não podendo assim alcam:a r a victoria ~o- contam milhões de associados.
bre os inimigos de Cbristo, porque e~le
Jbe quiz antecipar a g101·ia que tem pro-
mettido aos seus inimigos. Bra obi,;ervan- <nJlln1)~']-Gil lB~'.1l'!lã'J)~ !l()
fo,~imo dos preceitos tfo Egrcja; .e toman- ~IAr.1'\. -O nnmero dos protesta ntes
do alguma ... \101.cs o 1·ecreio da ca<:a, nun- Lcn 1-:-e con:-idel'a ,•el mente di,nin uido, ao
o
ca fo .,fa em dia de Jejum para lbe ser p,u,so que os .Je, uita.., traLMlha m coin tan-
possível a satbfa~ão d este preceito. Tor- .. to 1,elo, co mo ~occe:isu em en )ina1.· e edu-
car o po,-o nas sãs ide?as. O Arcebi.,po beada que se acba va vaga na Sé Motro-
Catholico consagra à obras de caridade a poli tana.
totalidade de sua fortuna particular , é -Pur Decreto da mesma <lata foram
adorado pelo ppvo, e a cada pe~oa.que o concedidas as honras de Conego dn Sé
vesíta diz csta spalavras-t•ogae a Marfa-- Metropolitana ao Viga rio da Freguesia de
faat.\TERRA.-Ecp 21 de Setembro o S. Goo<;alo dos Campos Vicente Ferreira
cardeal \Viserrrnn sagrou a mgr. Reskll, Gomes.
bispo de · Nollingbam. No domingo se- -Por Decreto de 1-5 de Julho foram
guinte sagrou a m gr. Gases, coadjutor de apresentados na Fregue~ia de Nossa Sc-
Liverpool. Ein 29 benzeu os sioos pnra a nbora da Coacei<;fio da ,ilia de Silves do
Egreja de FuU1am, pro1'imo a Londres. bispado cio Parà, o Padre Manuel Pedro
« As coa-versões multiplicam-se em ~largues <lc Oliveira.
todas as ordens da sociedade. Somente De nossa Senhora da Al,l>adia do Cnr-
n 'estes nltimos :mnos conlàm-se il12 mi- ralinJw, do bispado do Goyaz , o Padre
nistros protestantes, que se fiseram ca- Joaquim Jl<lefon:-o de Almeida.
tholicos. De Nossa Seobora do Soccorro da Ca·
« Ha pouco o Bispo de Birmingham tinguiba, do arcebispado da Bnliia, o Pa-
crismot1 190 pessoas em \Vcdnesbury; dre cm .
ario \'i eira Muniz Telles.
16 eram convertidos. O B~spo de Sou- -O Jornal catholiro d'A mesterdam
thovarck cristnou em Gravesend 60 pes- publica em d ata de 1 R d' t\ go.sto um bre-
soas; uma quarta pai'te eram con\lertidos, ve do santo padre o papa dirigido aos ca-
(J O Arcebispo protestante de Cam- tholicos da Nurlandia pela occa:-.ião da
torbery, que precedeu ao Arcebi..;po ac· nomeac;ão e consagra<;fio de m. llerma-
tua], tinha Íl 7 meninos, deu a cnda um nus IIeykamp como bispo jaosenista de
d 'elles 1 :000 liLras esterlinas antes de De\'.e nter. «O santo paclr~ derlara que e!-ila
morrer, afim'de que estas ú7:000 libras nomeação fcitd pelos jan:-t!OÍstas que illc·
não .tives!',e m a pagai· o direito de trans- gitimamente se denominam catl.iolrcos
missão. lla uma lei, que obriga os Bispos não podia ser apro,ada nem l'cco nheci-
protesta o tes a declarar ao gove rno a som- da pela Egreja ronwoa, aindu <.J'rn m.
ma total de huas renda!\: não se acha um · íleyknmp, MH'cessor ele Joi\o Sa ntcn que ··
nnico, que diga a rnrdade. f'gualn,entefoi e,'\communga<lo pelo papa,
« Q.:,, prole:-tno{e,; de Nowcastle aili- Leão Xll. dirigiu a ~a nta Sé os :.eus pro-
xam carta~es pela cidilde, pedindo que os le.:,,too.; de íitlelidadc e o.bediencia. »
mini~tros protc... tantes façaru como os pa- U hre ,e do papa termin a d 1e::.te modo:
dres catholicos, e que vam assistir aos in- « Em virtude ele nossos poderc~ apos-
felises colerfros que se acbarcm expiran- tolicos, excummungamo" o dito Ilorrua- '
do. Ha n'esta cidade dez padres cntholi-
nus UeJka mp e todo;; aqu elles que pol'
cos, e sa m chamados qua~i <'Om l,rnla fre-
quencia tan lu as casa.s dos p ro testantes,
qualqner forrna tomaram pat'te tanto na
como do:,; cntholic·os. suá nomc,ição, co mo consagrat;tlO, qu ere-
« Os po~ui::1 tas ,,c.,bam de dirigir urna mo~ e o,:d t•oamo.. formalmente a todos os
éarta aos P~tnarchas da Egreja grega, t•ath,1licos, e a vós parlicnlarm cnl c meus
a6ru de Ili~-; declarar que os reconhecem caros filh os, rp1e o~ con:-.ic.lercb como cx-
como fascndo parte da verdadeira Egreja. commuogados. J)

• « O parlamento redu~íu ultimamente -O con.:,,elho geral d'iheyron appli-


a renda dos Bispos anglicanos; aq uelle cou a quantia de 6.000 fran cos 1,080:000
(1Ue recebe mai-., o Arcebi:-po de Caulor-
pnra ~e erigir uma e~talua n mr. All're na
llery , nü o tem mais do <iue 15 .000 li-
brai,. O.) que teem menos, recebem ú:200 pequena (•i<lade de S. Home-de-Tran~
libras eslerlinas. patria d'C!,le glorioso martyr.
« O curato de Ileudon foi vendido, a -Domingo t l1 do corrente leve togar
20 de Setembro, em pra<:a de Londres, na Pregue.,ia· de N. S. dn Conceic;ão a
por 8:ltOO Jihras este,linas ! l !» festividade de S. Jo!->é, feita pelos opera.-
Rm nE JAwmno.-Por Decreto de 6 de rios carpinas.
Julho foi apresentado o Revm. Dr. Lino Maranhão -Ty1J. de J. e. 111. r/n Cunha Torres.
Regina Ido Alvim na cadeira de meia pre· Rita dos Barbeil'os n. 8.

-
~. - - ... -.oi - •
:$.,.: ;;, '
~~~ ..,.,,;
ANNO I Segunda-feira 28 de ~g·osto de 1854 N. º 17.

,OCHHISTIA-NISMO.
ssmm&m&là19 mimlli1~1t@ssê~
rnr.ço D.\ s1J1JScn1PÇ.\'O. JQ V ASSIGNA . $1,::
·. 1 Por u,;, anuo.•••.•••• 8S000,
1 • seis lll~ZCS .. , .... 4$500.
J'ago aaiantado 1 • tt·cz mci~s •...... 2S800.
J
A
iA Nn l\llll do Cruz n. 30. e 110 'J'ipogc3!'11ia

\ A VulSllS ............. " 8240. 'q h deste Jo1.nal.


-a
ri ().
)\"Oll 1,cnl a11tn.as perder, .~r,l satvarc.
:;, l.uc. e.

=
\J. , • so.
~,
OCHRIS l IANISMO. do co m todo o seu rigor, e com appn-
reucia <lc uon a nçosa l em caido sol>re elles.
Ei'i os pacs de1,consnlad_os e lamenlando-
08 no:w• PAEIJ oE,'IED D&B ~ 8EIJ8 FII.IIOM E8• fie; e eis os filhos <lesg ra,;ados, e prague-
T.&00 «:OlH'ORMEÁ. "0«:&Ç.iO, E "Ol'IT,I.DE DE•
C:E~TE ID08 ME8MOl!I FII.UOl!I.
jando-se ! ! ...
N'estes casos horrorosos, e dign os de
Se lodos aquelles, que se ac~am re- la.stimn, qu e peso en órme não calca .as
"e5ti<los do l:)arande, porem

mehoclroso, conscico<·ia" d 'e~ses pacs irl'eilecti<lu1, :' E"
caracter de pae reilectl:;sem, ao menos inco nsíder,, vel; e se nã o, diga m aquell~s
por poucos instantes no dia, sobre os que jú tiveram a de.,~it.a de p~s!->a ~ por
pontos'mais deli<'ados <la educac:ào d~ seus es!;eS dissabores, guas1 1rremedia ve1s •.•
filhos; ~e de rerto soubessem avaliar o Se tanto resulta p or nffeito d'umn mà
quanto importa para a f_elici?a~e ? 'a mbos, educacão, não me1Ms acontece d'uma
imbuir-lhes na mem oria prmc1p10s firmes elPicà~ d 1estado contraria à vucar,t\O dos
da san moral, e Religião, base so lida de filb~s. ·
toda a sua prosperidade futul'él; se consi- 0.-. incansa ve is cuid~dos, e deHelos
derassem nttenlamenteas fune.;tas conse-. dos bons piles para com os tilhos come-
quencios <JU~ podem p~ovir ~a '!1à ed·u<.'a- c;am desde qne se cóncebem, e <lt: dia em
ção á seus hlhos , muito prrnc1palmente dia se vai ,HJO'mentandu, até depois d e sua
ti '
sendo auxiliàda pela indole rué\ com que morte. Um só instante não passa m no
as vezes sam dotados pela natnresa; se dia sem que expressem-ai!-como que
conhecessem emfim a não pequena res- imaginando do peor que Jbes pode suc-
pons,lhiliclade que pesa sobre 1,eus ombr?s,
<'eder. Quando ao seu lado veêm os seus
não só parct ct>m Deu", como para a socte-
filhos, e os acham com saude, receiam
dade. acel'ca dos bon;; costumes, em que
não adoeçam; quando infermos temem
de,·em instruir os seus filhos, afim de
não morram; em uma palavra em tudo
o.~ tornar optimos e obedientes filhos,
temem os bons e prudentes paes, assim
fieis e verdadeii·os christàos, e estima veis
como o Sabio em tudo teme como diz o
cidadão.s , certa mente não teria mos de ver
Espírito Santo (1 ). •
a cada passo filhos infelicitados, e pacs
descontente11 lamentando a sua sorte ! Dar e:.tado à ~e us 6lhM, é à que es-
tam obrigado, os paes ~onforrne em,ina a
Mas não se nos pode negat• que, de
doutrina christan. Este estado porem é
todas essas desventuras sam 0 1' paes a cau-
que de ve ser não oppo~to ú decente von-
sa primordial; porqu: i~cor1~1der~dos_ se
tade dos filhos. Por hso <levem-se notat·
esquecem das suas prmc1paes ohngaçoes
aqlli dc ;u.. pont os mui di, Ünctos, e pl'in- ·
para bem formarem osanimos dos filhos,
dpaes, qu .? i;a m: 'l. º que deve ser o filho,
eosdeixam livremente tl'ilhar o tenebroso
caminho da perdi<,ào, e ao de:-;penbar-se
quem eleja o e:.tado; 2. º que d eve ser o
pae, qu em o di, ponha.
no precipicio, é então que se .recordam
do nome-pae;-e querendo hVl'a-los do E n'e, t, occallião, disemos nós, em
naufragio, mallogrados veêm os seus ex-
forços, porque jà a tempestade-00 n.iun- l que a m a teria é gravissirna, e os erros sam

(t) Eccl. 18-27.

\
pecc~d os de co nsequencfri, porq ue os se us homem_, e o cham,a. Procurem os pacs
defeitos se estend-e m, e va m até o ultim o a vocaçao de seus filhos, e não os fa <;a rn
<la vida. Não pode h,we1· duvida al rruma e!Tar .. Pirmado n ,ü,to, como ponto prin-
na criminalicfode dos paes, que viole~lam cipal, e qoé o noui·e Ilespanhol, o insig-
seus filh os a tomare m estad o contrario ne S. Ignacio d e Laiola recom.nen<lou
à sun vo nt ad e -<le<'cnte e honesta. Es- que seguisse cnda um à Di\·ina voc·•1·;-
u :i- "10 •
tes pecram mortalmente quando as!,im
obra m.
l"r. de J. r.
(Co ntinuaremos).
O poder· que teem os paes so bre seus
filfios,

não é pa ra os arruinar e pe1·de r t
e ~1m para os condusir à sua maior con-
ve niencia temporal, e edificação de suas (Co11l11111ar,10 tlo n. " 13).
<l imas, co mo c.xp t·essamente ensinou o·
ApostoloS. Pat lolo( l ). Em outros tem pos, Deus snlvava .o
Na eleição (!'estad o muito dernrn os se~ pav~ elo c,, pli véro, e protegia sua
pae!- atlender :\ vocac;ào dú sem, ftlll os pnra e:nstencia, ·porqu e elle era o depoiaitario
lhes daraquellc, qu e fo r confor me à clla. d e s11a pa lav ré1. a lé q ue c heg-a:;seo dia d a
Ex.ne tos e muito recros erarn os Atb e- redcmpção. IJ ~)j_e p.o rem, 'o cus entrega
nieóses .\ e~se respeit o: Chegado o tempo os se us mais a rle1c:oa<los e dedica d os se r!
favorave l pnrn ia r estado aos joven; de vidores aos ca rras~os, e su a pala\'l'a p or si
sua ~epu hlica, .cJles os d irigia m no estado mesma co11.:cn ':.! Ítl'me o sua base; o san-
conforme a.sua rn clinac;ào. D'aq ui o crea- gue d os ~lartyrcs corre durante tanlos
r em-se a lli homens in:-iga es e m todas as anno!-, e pure<'c q ue este ~a ngue, como o
nrtes, lil,eraes e meca nicas, qu e fo ram o orva lho, gera no,•os i-old.idos á Santa
asso mb1·0 <lo mundo. Crnz ! U Eva ngelho passa das mão., elas
Se os pae11. inconsideradamente obl'i- victi roas pa 1·a a dos perseguid9res, e to-
ga m a se us filhos a Lomarem e:-.tado co n- º?s as forc:?s humanas co nju ra uas, cae m
trario a sua inclioa<;tio, e isto muitas ve- drnn te <la fraq uesa dos pescadores ! Op-
ses pol' seus. fin s particu la res, podem fi- poem-~e ~ofüm :is e raciocinios às verda-
car con ve nt'1dos q ue , é d esse pri ncipio des E\'t1ngr li l'as, e toda a sabedoria lrn-
mana d er ro tada caie e mergulha-se na
que afina l se originam as tristes con~e-
9ue~<·~as que tem d e pesar 1-obre ~i, e
co nfu ~ão, e como diz S. Paulo: «O que
rnfelw1l a r os se us filho~: apparecem as parece c>m _Deus ~~a lo_ucurn, é um gn\o
<lesconsolaçõP.s; augmentam-se as amar- <le !,,a lw<luri a ,n_mto m aior duq ue aquelle
guras; repetl" m-~e uma e muitas veses os que pode po!--~11!r ü homem; o que parece
_arrepend imenl01>; mnltiplfram-se os pec... em Deus uma ír.1quesd, trm muito maior
c~dos; ~ q ue ma is? taJv ez q ue d epois fol'<;a, do qu e nqu ella qu e podem ter os
<l uma vida to~~ d e fél, q ue é pcor q ue a homens. Deu~ escolheu os iguorantes se-
morte, co mo dts~e o Espírito Sancto, se gundo o m undl). pa ra co nfundit·os sa bios
s,ga u ma coodt!nrna c;no ete,·n~, e Gque e escolheu o~ fracos para derribar e con~
todo perdido. f~tn~ir os fo rt e~; escolheu os -vis e despr~~
Esta,1·àm no fogo eter no muitos Ec- s1ve1s segundo o mund o, pa ra destruir e
a nniquila,· o q ue no m esmo mundo ha-
clesiw;ticos, q ue tah•ez estariam "Osa ndo
a mansao - dos Justo1-,
. ~
se houvesse m segu i- via e ha de mais elevado.» Assim todas-
do o estado ~ec ul.:ir, e cas~1dos. T er-se- as Pr11focias fo ram verificadas. Desde o
ham perdido rnnitos no cstadn se1!ular, P.•·imei1·0 :,.erulo, os Apnstolos <'O nsegui-
ra m levar ·o nome de Je~ns Christo de
q ue consngrand o-se a Deus, haveriam vi-
, •ido com o anjos. um a outro p_ôh~, derrn<'ar O!'> templos dos
Muitos ca!-ad os cslará m ar<lc!Ddo c m l<lo!os, s11!>1> t1lm1· aos mystea·ios im puros
cbarn?s perp_e l_ua:-, ao pa:,;so que &e ti\•es- da idolatna, os cai-tos my~terios do sacri-
sem sido ~ ehg ,osos gosa riam immensas ficio expiatorio, às ba<"bantes do pa"anis-
glorias. E certo que em todos os estados mo, o Qivioo banquete da Euc·ha~istia.
d a Eg1·cja Ca lholica podem os u omens Reuniram eru turno de i-i senndot·es, con-
nchar salvação: o perigo todo esHt na csco- sulcs, cavalleiros, artistas, e escrravos el'.)-
)ba do c:,tado para que Deus ha creado o sinanc1o à tud os o me1> mO Deus a·m;sm;
lei, as tp esmas virtudes, e pro:neltenilo-
(1) 2- Gorinlh. 13. lbes as me~mas r ecomp'onsas. Por estc6
meios é que elles lanc;ararn os fundam en- ca e ai:l<lu, nãn tcntlu grac;a e mugestrsde.
tos das sociedades futurns, ahnliram a es- não, porque julgamôs qu a nada Li a, mes-
cravidão, e astearam com coragem o pen- mo na Biblia, que e:,teja acima do subli-
dão da liberdade. fü._ a historia do E-.an- me como esta passagem - « Apeoximan-
gelho. Distaria nenhuma ha qne tenhn « do-se <la éidade, ei.; qu e se condusia um
em seu abono ma ior numero de testemu- « mono, filh o unico <lc sua mãe, que era
nhos, e e1>tes de maiol' nuctol'idade. Os « viuva, e uma grnnde populac;:1 da cida-
factos que temos referido pa ..sa ram-se a ~~.deo !-tcguia. Vendo-ooSenbpr, e tocado
face dr) mundo não lia ainda dois mil an- i'de compaixão para com e.lia, lbe disse;
nos; os Auctores profauos os referem; a (l não chorei-,; e :;e aproximou, e tocon o
sua memoria se acha gravada nos mQnu- o: fer-etro. O,·a ::tquelles que o levavam
mentos conlemporaneos, e o lestemunho « pal'aram e elle disse: Joven, eu te é.ligo,
da .Egrcja alii c~tà q ue no- los atte~ta. u leva nla- te; e aquelle qne era morto, se
Um Liv1·0 que pl'Od11siu tantos mil.\-
gres deve encerrar se m duvida gt·an<lcs
.
a.assent<ln, e coinecon a fallal' ' e J csuso
o. deu a sua \Jàe. • -Tudo n 'e-;ta narra-

hellesas ! O Antigo Teslamento como <lis- <;i'io é admira vol; não 'ha uma só palavrrt
semos, nada mais é d o que nm prefacio qne não accrescente novos em·antos, qne
do Evangelho. No Noro le:,tameoto porem aba lam o mais inliath) e.lo no:-sn alma.
não exi:,Le mais a pompa emagestadc <lqs Quando o h i,toriador sagra d() diz: q ne
Pl'ofetas, e o f'erbo feito carne , qwi vem J esus aproximando-se da cidade, oncon-
habitar t11lre 110.~; jà não é J ehova h f,1 J- lra um morto, que iam sepultar, acres-
1an<lo ú seu povo no meio do estampido ce nta e~tns palavra~-Fill.10 11niL:o ele sua
<l1>s rclninp,1gos <] 11cm alú apparecc, é o ~lite-Bu"l,\ ,ó e,te lrac;,, para entristecer
Ilomc111-Deu:,-f.tllanclo a seus irmãos. nalma,cpôl'em com anot;ãn o "Ol'a<;àn de
Hei nn n os cn -i nos divin os do Evangelho u111a 111,'ie qtJ e o h:ia. Ainda núo é tudo·
1.:.
0 .
L 11cas vae arn. <l,1 ruais
. longe-E esta'
uma uncc,ão e uma t,~l'n ura inelfareís;
nas nnrra<;ÕeH. um tom de simplicidade e era viuva, e uma grande multidão u se-
l'andura qn e :-e núo cncontr,1 em hi:.torin gu ia.-Que qu adrlj ! Uma \lãe, vi11rn
algn11rn. 1\.-. cousus iu.,b e~tupcac.lc1s, os .,companhando o l\! rotrn de se u filho uni-
milag re~ 1~,ii-. inauditos, a trnm,figuraçüo co. E.,ta fra _,,c sem reflexôc~, e orna to-;
so bre a m,mlan hn, a cu ra do'i d 1)entes, a diz. m.1 i-;, do q11 c todas as la1nen ta ~õcs
a·e-.urr ei<;ào d ns morto~. t11<lo é narrado qu e pot.l.esso suggerir a mel'.lte c.le um es-
coro conei,i'ú>, e ela resa , tomo se se fat- criptor profano.
iasse de un,a c,,mo or<linal'ia e commum. . .. ...... ... .... .. ... .. : ... .... .
Os factos mJis proprios a exalta,· as pai- E J esnc; o deu n sua \lãe-ha\'erá al-
xões, a mover o coraçüc, mais indefferen- gum ,n odelu <le narm c;ão mais bem aca.:.
le, a morte de tHU Ju -.to. os ultraje-. que bado? ! Se p ci·co1-r1• rrr11)c; Lod,,... a.:; pno-i-
e,te soll're ntc ao pé da Cruz, :m m reíl'e- nns do (~vnnge l ho l~icil é oncon trnrmo~· a
rido, com a mesma calma e simplicida- cada pas.,o e:- ta perfoiçáo, do<;ura, e su...
de. Tudo i:,lo crn para um historiador hlimidaclc.
vulgar oulra-, tantas. occaFiões de clc-;do- ~/:
hrar a sua eloquencia, e tocar o intimo (C.:onllmia).
das paixõe!i llnmanas. No Evangelho po-
r em a:-~i:n não nconlcce: não transpira TABELL.\ IIISTOHIC a\, CRl'r.!C A
uma p<da Ha ele in<ligoa çào contl'a os car- 1:

rascos, e ne10 um a ::,Ó se quer de admirn- CDRONC>LOGIC:.'"


DA~
c~ão e piedade pela victima. Quanlo mais
DtGl'\10.\DIC:.<;, CONEGOS, E Bci\Ú'ICI \I> lS O.\ SA?.T.\
as ac~ões ~a.u grande~ e sublimes, tanto f~G UEJA C .l'fll EOllÚ, 01':SJ)E A &O.\ .E'UND.lÇ \O ..\TI~
mais simples e singela se torna a lingua- UOJI!..
gem. L.to éq11e m11ito<lc,e mus nolarnoc; rnnrnuu 01G~m 10~~.
h~toriado re~ Evangelicos, porque. como A ttvcUai\'o ,
du. Rousseau, nãoét1s:.i111q11csc irwenla .• O,;Jn1 un.
p orque entaa o in vc11lor seria mais admira- Doulor José do-; 11evs ~lnreira a 18
va! do que o lwroc. rle ~ovem hl',> 17 [(:,.. t~ 1ra Hei t'l) na Or-
. Não pen:.emos porem, que a simpli- dem de Gltri.,to. C:ino11ista, foi Pa1•ocli ú
crda<lc q11c apparece no Eva ngelho ésec- de Oe ira~, Prutuu otario Ap~::.lolfrv, Pro-
v.i'i.o r e Vigario Geral do Bispa<lo. Fale- dor do füspado duas vezes. Falecco a 2
ceo a 28 <lc Outubro i 761. de Murc;o <le 1786:
Doutor Estevão Mauricio ·ac Valasco José Maciel Aran ha a 20 de Fevereiro
Molina a 19 de Abril 1766. Ca va lleir·o na de 1. 788. Cavalleiro na Ordem de Cl1ris-
Ordem d e Chri:,to. Cano.nista, foi Visita- to. Foi Governador do Bispado. Faleceo
dol' do Bispado. AusenlotH,e. pal'ao P arà a 18 de Setembro de ·t81!.i.
à 9 de Fevereiro 170!.i, onde faleceo. Luiz Maria <la Lm, e Sà a 19 de Se-
Doutor Antonio Coelho Zuzarte a &. tembro de 1815, CavaUeil'o da Imperial
,<le 'Ago,c;to 17V9. Cavalleiro na Ordem de Ordem do Cruzeiro, e de Cbr.isto. Foi
Cbristo. CanoniBL.i, foi Provi~or e Viga- Governador elo Bispado, e Membro da
ri o Geral do Bispado. Renunciou. Junta ComtitueionaL Faleceo a 28 de
Antonio Nicolàu de Sousa Pereira Agosto ela 1839.
Pinto a 7 d e Janéiro 1816. Cavalleiro ná João lgnario de Moraes Hego f\ 31 de
Ordem de Clll'isto. Foi Beneficiado de 011Lnhro de 1.839. Ca~·nll.eiro na Ordem
Santo Andl'ó na Collegiada de Santa Ma- ele Cbristo. Foi DE>putado ú Assembléa
ria Maior do Bispado da Guarda, Caval- Legi:,lativa Provincial, Vigario 'Ca pitular,
leil'o Fidalgo da C,,s.t Real. Falecco a 19 Pl'(H'Ísor, e Vign ri o Geral. Passo u a At·-
de Junho 1816. ci<liago n 1ô de Junho ele 18ú6.
1
.
.loiio Manoel <la Malta a 12 de Feve- Joaquirn José da Silva Sardinha em
reiro 1818. Ca valleiro na Oi·dem de Cbris- 18ú7. Foi Cavallci1·0 na Ordem deChris-
to. E~teve sc.>mpre em Lisboa, e reouo- . to, Exam inado!' Synodal, e Lepte de
ciou por a,ui;ente en, julgainento de Sen- Tlieologia \Jorc1l e Dogma tica no 5emi-
tença a 25 ele Outubro 1837. nario Episcopal. Faleceu a 6 <le Outubro
Joi;é .Constantino Gomes de Castro a ele 1867.
23 de Dezembt·o 1837. Commissario do José João dos Santos a 28 de .Junho
Santo Oficio, Protonotario Apostolico, dê 'l8l19. Foi Carnlleiro na Ordem d e
Commendado r da Ordem ele Cbristo, So- Cbristo, Examinado!' Synodal, V1gario
cio .Correspondente do ln!->Lituto Historico Capitnlar, Governador, ~rovi~or, e Yi-
. Geogl'afico Brasileiro. Foi -Vigar.io Capi- gario Geral. Faleceu uo 1. 0 de Maio dn
t1Jlar, Governador, Provisor, e Vigal'io 1853. '
Geral do Bispado. Faleceu em 1865. Candido Pereira de Lemos a 30 de
J oão Ignacio de Morae::; Rego a 16 de Novem brn de 1853. Cavallciro na Or-
Junho de 18ú6. Commendador e Caval- d em de f'hri.sto, Examinador Synoda l, e
leiro da Ordem de Cbrii,.to. Foi' Viga rio Secretario d~ Camarn Epi:;copal. E:us-
Capitular, Gove rnadot', Provi!;orio e Vi- Tfü'\TE.
gario Geral do Bispado. F~leceu a 13 de TEUCEIRA DIGNIDADE.
Junho de 18ú7. Cluuitre.
Antonio Lobato d' Araujo a 27 de Os !lli\J. Rfl.
Outubrn de 18!.i7. Cavalleiro na Ordem Baúlio de Almeida Mol'acs. Ca,·allei-
de Chl'isto, e Examinador Synodal. Exis- ro na Ordem de CL1+,to. Foi Conego da
tente. . Ordem Diaconal na Ct1thednil do Parà.
SEGUNDA DIGNIDADE.
Falecco a 9 de .Julho de 1762 .
Arelprestce. João Duar te da Co!, ta a 7 de Agosto ·
Os 1\IM. nn. .de 176ú. Passou a Arcipre:,te a 13 de Se-
Doutor João Rodrig':,les Covête a 1!) tembro de 1783.
de Setembro de 1750. Cavallciro na Or- Doutor Francisco Malabo~que a 1ú
dem de Christo; Canonista. Foi Vigario de Setembro de 1783, CavalleirQ na Or-
ele Oeiras. Capitular, Provisor, e Vig.u·io dem de Christo. Foi Cura da Cathedral,
Geral do Bispado. Faleceo a 28 de Ja- Promotor, Viga r.io Capitular, Provisor, e
neiro de 1772. Vigal'io Geral. Faleceó em o 1. 0 de Abril
João Duarte da Cos4i a '13 de Setem- de 1786.
bro de 1783. Cava lleiro na Ordem de i\gostinllo Maciel Aranha a 20 de Fe-
C hristo, Mestre em Artes. Foi Go.re rn a- verdtv de 1788, Cavallefro na Ord em de

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
.
(1) <a l.Illn l!~Plt!íll!â~ID®. ~
"f Q IE&itffhél'J(fll?Cl!Gt'<fli"IS'oJ'êll:;~te~ .,.,, . '7''\S<.'.'s '•:'fiM-~ ~

Cbl'isto, Mestre em Artes. Faleceo em 13 dente do 1n~1ituto Historico, e Geofl't•â:fico


de Agosto de 1806. Brasileiro. Foi Vi:-itadot· do Bispado, De-
Luiz Máfia da Luz ·e S,'t a 19 de Abril putado ;.) primefra Assembléa Léoii-fativa
0
de 1805. Passou a Arcipl'este a 19 de Se- Provincial, e a Assemblc., Geral do Im-
tcrnbro de 1815. perio, condecorndo coro o tratamento de
Bernardo Pereira de Abreu a 19 de Senhoria por Alvurà de 14 de Junho de·
Setembro de 1815. Cava!leiro na Ordem 1862. Faleceu a 25 cl' Agosto ele 1848.
de Cbristo. Falece.o a 13 de Novembrn Luiz Raymun<lo <la Costa Leite a 20
de 1826. de .Junho de 18M). Cav·allciro na Ordem
Mauricio ,José Berredo a 17 de Agos- de Christ{>, Viga1·io Geral e Provisor do
to de 1831. Cavalleiro na Ordem de Bi~pado. ExisrnNrn. ·
Cb1+,to. Falecco a H1 de Janeiro de
1833. Os UM. RR.
João Joaquim Lisboa a .23 de Dezem- João l\farqnes daSil v::i a 1Rde Novem-
bro de 1837. Cavalleiro na Ordem de bro de 17li.5. Ua va lleiro na Ordem de
CbriHo. Faleceo a i 7 de Janeiro de
Cbri~to. Não consta elo ~eu de!'l tino.
18Li0. .
&lanoel Pedro Soares ai 7 de Dezem- Manoel Ribeiro Soares a 18 de No-
bro <le 18ú1. Cavalleirn na Ordem de vembro de 17/1 5. C.ivalleiro na Ordem
Chri~to, E~nminaclor Synodal, e Lenlecle de Chri~to, e Mc!', (re cm Artes. Pnssou
para Conego de l\forfannQ.
Theolagia Moral no Seminario Episcopal.
Ex,srm,;rn. · · Ignacio Camcllo cfo. Brilto a 18 de
QUA RTA DIGNIDADE. Nove rubro de 1 í 45. Cavalteiro na Or_.
!J:es,1•0 Esehola. clem de Cbristo. Falccco a 28 ele Julho
Os l\.UI. nn. do 1783.
. Doutor Felippe Cnmellode Brito a 19
de Setembro de 1750. Cavalleiro na Or- Jo!>e Vfarinho Sampaio a 18 de No-
dem de Chrislo, Canoni">ta. Foi Vi(l'ario vembro de 176.5. Cqva1leirn na Ordem
~
eapitula1·, Pro,·isf>I', e Juiz <las Justifica- de·Cbrii,to . .Faleceo a 18 de- Outubro de
1786.
ções. l•'nlecco a 15 de Março de l 775.
Doutor .João de Bã .. tos d'Oliveira a {j • l<'ranci:-c·o Xavier de Ara t..jo a 18 de
de Junbo dê '178.1. Cavalleiro na Ordem Norembro de 17ú5. Cnvalleiro na Or-
·de Christt>. Canonista. -Foi ·vigario Ge- dem de Christo. Renunciou a 1.ô de Mar-
ral em Viseu, Vigario Capitular, Prnvi-· ço de 1759.
sor, e Vigal'ÍO Geral de:-.te Bispado. Fa- Manoel da G.raçn a 18 de No vembro
Jeceo a 29 de.Setembro de 1820. de 17á5. Cavallefro na Ül'dem de Chris-
José João Bekman e Caldai; a /.J. de lo. Henun ciou a 30 de Junho de 1765.
Março de 1823. Cavalleiro na Ordem de Manoel Teixeira Rebello a 2á de .Ju-
Cbristo. Poi provisor, e Vigario Geral do lho de 17á7. Cavalleiro na Ordam de
Bispado, Deputado às Côrtes Gera e~ da Cbri,to. Foi Vigario Parochial, e da vara
Nação Portugueza. Faleceo a 26 de Abril na freguesia <lo Cuiabà, e Cura de Loires
àe 18ld. em Lisboa. falece<> a 26 de Abl'il de
17 57.
Manoe] Igoacio de Mendonça. Foi
apresentado em 18ll1; niio tomou posse Antonio Luiz Coutinho a 2á de Julho
por molestias. Poi Prnmolor, e Exami- de 17ú7. Cavallciro na Ordem de Cllris-
nador Synodc1l. Faleceo a i3 deJulbocle to. l1oi. Promotor. Rennnc~ion passando
18ú3. á Vigario de Oeiras à 2 de Setembro de
1763.
Doutor Antonio Bcr·na1·do da Encar-
nação e t,ilva a 30 de Novem hl'o de 18á3. Theodoro Camello de Brito a 19 de
Bacharel Formado em Theologia pela Setembro de 1750. Cavalleiro na Ordem
Unive1·sid,1de de Coimbra, Examinaclo1· de Christo, ~fo!;tre cm A1•tes. Faleceo a
Synodal, Lec.te de Rbetorica, e Poeticd 1.2 de J unho àc 176.8.
no Lycêo de~ta Capital. Commeodador João Antonio Baldez a 7 de Agosto de
na Ordem de Gb1-i:.,to, Cavelleiro na Im- 1851. Cavalleiro na Ordem de Chri:.. to.
perial Ordem da Rosa, Socio Correspon- Renunciou a 11 dé Marc;o de 1759.
tl) IR E iH.HI à l"J :r ; m D
<n 11t,V~:::m:,e i
,,..
ucs::wwwa a
·- awSH c.Wf! Rlisr-s-"'1-v:,:::e;;-e~rz&u:a

Henrique ele Bal'ro~ Fronleira ú 2 de cf:mact' ttr/'tt~ /un-' Mkak/a.


Fevereiro de 1752. Cavalleiro na Ül'deru
de Christo, Não cnnsla do seu des tino. XVIII.
Vicente Gonçalves Jo rge J\lmei<la em SurrclJt Ahrabam m,ne , es1011cns p3
17 58. Cava lleiro na 01·dem de Cbl'isto, nem, c1 u1rcm ac1u30, hnpossult ~Cfll)uloo
eju,, tradidit que pucrnm, ct diruislt cam.
Mesti·c em Ar les. Passo u à Cqo;)go de Gt::o.. 11 v. l ~.
Mariann a. Tsac, fi lho de Sar:i, que fasia
Doutor Franrhco Matabosque a 27 Dos Paes, 11uc o ser lhe deraru, a ventura,
de Out ubro de 1758. Passou a Cbantre No peito d'lsruael ll:i invE>ja impura
a 14 d e Setembro de 1783. O fogo cada vez mais accendia:
José da Rocha Bravo a 27 de Outu- Então d' Jg:ir o fil ho, que assim via
bro de 1758. Cavalleiro na Ordem de Fugir-llle tias riquesas a doçura,
Christo. Renuncio u à 31 de Julb o de Tornou-se emílm ele condição tão dura
1761. l'ara aqucllc, a ,1uem so amar devia .
João D11at' le da Costa á 30 de On tn- Que Sara, p·ra atalhar um runt j1l certo,
hro <lc 1758. Passou à Chantre a 7 de Consegue d' Abrahão por seus peditlos,
Agosto de 1 763. Que expulse o filho, e mãe para o deserto.
.lo~é de Almeida Nob re em 1758.
Os quaes, somP.nte tl'agua e pão munidos,
Cavallei ro na Ordem de Cbristo. Pasrn n Là varu tia Solidão cnmioho incerto,
à Arcediago de Perna mb uco, e depois à Ao capricho da sorte condnsiclos.
The~ou reiro:-mor. fí' i cfra.
Miauel Ba l'bosa Albuquerque a 7 de (Extr).
Dezembro de 1758. Cavalleiro na Ordem
de Clu isto. Faleceo a 29 de Abril de
1759. ANNO CHRISTÃO.
Jo!,e ~lacicl Aranh a a 2/1de ,tarço de AGOST O.
i 759. Passou a Arcipreste n 20 de Fe-
,·e1·eiro de 1788. 28. SEr.CNO\-VmnA. - S. Agostinh o-
na lu ro l de Tagaste cm Africa, dotado de
Ago~tinho \faciel Aranh a a 11 de~- ,1m e ugcnh o cx traonli nario, leve n <les- ,
1•embro de 1760. Passou á Chantre a 20 gra~a de d t>ixar-M' fo:-l'i11 a r ·pelo,; erros
de Fevereiro de 1788. dos Manicheos. Sua mãe, Santa Mouica ,
-$)900(~
todos 05 dias di rigia ao céu Lro <;ões pela
a ilimiledi ;puní~o :p,o~ ;Deus. co nvcr~ão de filho, e ella me:-ma al-
se 11
a 1Hn :1s ve1.e:. lhe a ra um e nlarn con tra o s
XV II. b L' J
se us e rr os; mns q t1e podia 11ma po lre
• •• Soror me:i csl, W$it cr:,o Abisuelecll
rr, C:t~rll', u 111111 tJ01 . ..... . . .. , , • • · ,.
mulhc1· em nrg11m ento.s com um cspiritô
E t ,·rl!f) >Ckquod .J.uplic:1 cordc fucrfs: o mais sn hli me ? ! \' eio S. 1\ go!-tiohopa ra
01 i~eo custodh i ,~ ne ~arei. ln n11:, ct
non climl•i u1 t 3n;CrC$ cam. Millüo en ~inar rht> t<J ril'a, e i 11do por cu-
Gh:I, C.àP, 20. ,. , 2, 6. riô!-ic.lode ouvi,· as h••milia,; de S. Aru h ro-
Abrahão, tendo l3elhcl abandonado. sio, bi, po <l'e~ ta <.·idade, f, i p tHH'O e pouco
J\' terra de Gcrarc emfim ch<'gàra, abrin<lo os (.)lhos à luz da \' erdade, até
J\Ondn Ahimelech lhe roubàra que ahjuron se u-. P1·1·os, e se tornou o mais
l\lulber, que por irmao se tinha dado: polen te <l <'fr nsor da verdade. Hegrcs~an-
!\las Deus, de cul pa lanlo borrorlsad~, do á Afriea, fn i 0 1d enadn p rc,hytero pol'
nem como jà no ~ yplo cnsllg:\ra, Valcrio, bi, JHI de LJip pn nia, e cutào ins-
C:isliga cm breve o roubador dll Sara, tituiu uma 0 1c.lem religiosa. a qu r m deu
Qne do regio poder tinha auu~adu. austero:; regul,,ment os. Bispo coadj utor
d e·íli pponi~1 trnLa llio11 i-em pre, jà C!'iet·~-
Ameaças depois lhe f;rz do morte,
E diz-lhe, que a mulher, qne prel('odin,
vench,. já pregando~ <'tn defesa da reh-
giúo chri~tan, e por ,s.,o mere('eu ser con-
Não er:i irmao de Aur•11no mils sim consorte:
tadn <'o mo um dos doeture::; <la Egreja.
O Hei, qnc de sen crime não sabia Morn•11 no :1nno de /i 30.
J<:nlrPga togo Sara, e desta sorte 29. T mt(iA-1mrnA. -D.egolac;iio ele S.
Novq)l1enlo com Oo:is se coucfli;i.
P icir(l. Joà() l3apti ta - Pda:i ve,IH?rn~ <li'.! um a
'

li 5&rR":"C N N i

paschoa dos judeus; no dia natalicio de é que ella se patenteou em toda a sua foi·-
Herodes, te\lc logar este aco ntecimento, ça, pois se offereceu clle mesmo em pe-
que Pº " nm lado deixa vel' o quanto pode nhor por alguns, que~\ for<::a dcmàus tra-
o resentitnento d'uma mulher devassa, e tos já e:-.ta\·am muito tentado~ à apostnsia.
o pouco que pode o bo111em contrá os Com effcito, eil-o na condicção de cap...
encantos do amôl', e pelo ou tro, quanto ti11 0 ! ~las livre ~cmpl'e a sun ling~a para
é forte o justo êonl ra us respeitos huma- di1,er a verdade, t'onvertc<i muitos maho-
nos. t\nda va Ilerode;; arnaacebado com ~entaaos à fé, e por isso foi aspera men-
Ilerodiades sua cunhada, e sendo <l ' i:-,tO te lorturado, sobr evivendo comtudoa um
rcprehendido por S. .João , ai nda ?ssim , atu,·ado ll)artyrio. Em coo~iderar:ào por
ijCO'l emhnrgo de o ter e m custodia; de tão heroica via·tude o nomeou Gregorio
alguma·~')r te o respeitam; pore m flero- IX ca 1·clea l da Santa Egreja lfomana; e,
dindes é que só odio lhe vetara. Chegou qu ando resga tado, se dirigia a Roma~ en ..
o <lia natalido <lc lforodes, e dando ellc fermando gravemente em Cardona, pe-
um banquete a toda su,1 côrtc, ficon eurio diu os Sacramentos, e demorando-se o
de co ntentame nto ao ver a gé ntileiia o sa<·cnlote, mereceu que Deu~ fisesse um
garbo com que uma filha de Herodiades milagre, mandando que um aQjo, em H-
d,11wara, e lhe pro11tcllcu.dc1r-lhc o qoc g111"a de um religioso de sua Ordem, vi-
clla • quisesse « c111bora fosse metade elo es!--e mioist 1·a r-lhe o Viatico. Em amoro-
seu rcino. ll Por c·on-.ellio da mã e clla pe- sos colloquios com .le!'\US que ara l>a va Õe
diu a ,~abc<}a do Bapli~ta, e por tanto He- rccel>et· eneubcrlú com o véu eucbari:,ti-
roclc:..; arrepcnc.l id,) ~im da illimitacla e co, logo (: xpiro11 110 anno de 'l 2/10, e lo-
indiscre ta pro mcs:..a, mas não tetHfo a fol'- go foi gosa- lo palca lc uo céu.
<lª d o deixar de (•11rnpri-la, JH'omptamen- SE'!'~IGHO.
te mí\nd uu um algoz, qne lh'a trouxcs"e
crn u111 prato. Como ditoºli<:n , c .. te acon- 1. s,~XT,\-l'EIRA. - Hcsa a Egreja -
tecim ento foi pelo tem po ela Pasc!Joa, n'eiite dia da oictava ·do S. Luiz, rei de
mas lwj~ é o anfliH!r·ario do dia em qnc Fran<;a.
a cabCl~él de S. .Juâo roicfopoÍ:-.achaua. e, 2. SAnnAno-S. E!)tcvão-rei de flun-
tra~lac.ladti para Horn a, collucada na Egre- g ria, teve a sali~fação d e ver convertidos
j n de S. Silvc~t rcao ca mpo de .\Jarte. à te todos os seus su hllitos. Corn clleito,
30. OuAnTA-1..mn \.-Santa Hos.1 , d~ elle, não c,qu eceudo-~c de p,-omove1· a
Lima-ci~lade <lo Pe1·ú. logo de!-.de a eda- fortu na temporal d e seu~estaclo , , pc rsna
d e de 5 ,moos começQ11 a dar-"e toda á principal mira em aS!--egura1· para si e
oração e pcnite~cias. ~··oie:;san~o dep11is para os seus a eterna, e tan to nbto tra-
na o!'dcrn de S. O,,mrngos, fo1 sempre balhou, cyne mereceu ser apellidado o
su bindo em perfeü;ão, e cbeg,m a tal gTa u apo~tulo ela flungria, ,e pelo romano pon-
da escalo unitivo, que LUereccua gra ça de tifice foi t·ouced,da, e n ~eus successores
"lhe fo11ar varia~ veses o se u .le!--us, cuja a focnldade de leva rem diante de si, à
paixão elln, por sua~ m.i ce r~c;õe,: imitou, maneirá dos bh,po.;, a Cruz. llavcod~
llttanto po-.)'\ivel. l<m,tlw cnte foi gotta r a <'él~adn com Ghi!-.clla, ii·mã elo imperadOl'
perenne felicidade. Ilcni:ique de Bavien1, tcved'ella um filho,
31. QorNTA-Fr.YR·\. - .S. Raymunclo No- a quem poz o nom e de Emerico, e ein
nato-as~im cbamado por sei' tirado do cu,ia ed1wac;ão empr('gou todo ó se u dis-
ventre de snn mãe, qu e acnhava de expi· 'vello, para q ue tiesse a ser uro Lorn rei.
rar, viu a luz do dia em Po,·tello na Ca- Dc,·01issimo da raioli n dos céus, fall eceu
. talumba. ~luitu devo to da Virgem San- . n o dia da sua Ar-;s.ump~ão; . porem Inno-
tissima, 1be pedia lhe iodirc1sse q uai o es- cencio XI. mandou qne se fostejasse no
tado que devia abraçar, e se sentiu irn,pi- dia 2 de Setem bro em memoria da vic.-
.Tado para professar o io~Litulo recente ro:
nbe<'ido com o tituló da Ordem da \1ercc
no
.foria alca ncJa <la assalto dti Buda pelo
cxe1·t·ito de Leopoldo, imperador dos1·0...
da Hcder11pçào <los Captivos, o que logo
fez em Baréelona. lodo à Afri<'a par,\ tra- OJanos e rei de Hungria, contra os tur-
tar do re..,gatc de alcrun-. ch ri-,t5m; .ti li re- cüs.
o
tidos, e aca bamlo-i,c-lhe 1 .
!' dia 1eiro, oao
- • 3. DtmL~Go-Domioga 1. 3 <lc Setem-
se lhe extinguiu a caridade, antes. então }:>ro, e 13. º depois ele Pentecostes.
• • • . > _:.,

~Wfa(l)l!ll<CA. IB!PlLLtt(Blll)~.lQ bam o conéeder sepultura ecclesfostica


, -A Caa·tuxa de Florença possuia anti- ilquelle~ que se su icidnrem por clcse:pera-
gamente um precioso manuscri_rt~ con- çüo, ou colera, aos peccadores manifestos
tendo uma discripção do Caphveu·o de e publi<.:os que morrerem impenitente~.»
Pio VI. . a Por tanto rccusa ràm a sepultura
Este manuscripto tinha caldo (não se ecclesiaslica:
s·abé como) em poder d'ucn certo Pag~ion~ «·1. 0 Aos suicidados que não tiverem
celli. O nosso Santo Padre o papa Pio IX dado provas de aliena<;ão mental antes-d~.
mandou-o resgatar a peso de oiro; e .serà attentat· contra a sua vida.
depositado nos arcbivos do Vaticano. a 2. º Aquelles qu.e tendo vivido pub~i-
-Por um breve de 20 d~ Agosto ulti- ca e notoriamente entregues ao uso_das
mo o Santo Padre instituiu em Siniga- bebid.1s. e que morrerem accidental-
glia: sua patria, um grande esta?cleci- mente po1· causa de embriaguez:
0
meoto ele educacào para toda a diocese. « 3. Aqnelles qne despresarem oure-
Alem das classes' ordinarias dos collegios cusarem cooforinar-se com a~ leis da
ensinar-se-ha alli a filosofia, a theologia Egreja em relaçilo á celebrac::no do matri-
o direito canonico, o direito criminal e monio e morre1·~m em uma união pura-
civil. O Santo Padre confiou a direcção mente ci \·il, sem terem dado nen~um sig-
d'este gymnasfo aos R[t PP. jesuilas. nal de arr<•penditnento nem reparado em
-O Santo Padre acaba de confiar aos nada o esea ndalo do c;en concu biua lo lega 1.
« Qnando em tfualquer d'estes easos
irmãos das escólas cbri~tans um . quarto
occorre:r duvida~ particulare:;, tcràm o
estabelecimento. .É uma casa deslinqda.a
cuidado de nos consultar. :o •
recebe.r os condemnados que.t enham para
menos de 20 annos de edade, e onde se· -A Mesa da Irmandade da Vir gem e
ràm sujeitos a todas as pratica~ que pos- Marty1· Santa Filomena faLsaber a todos
sam iníluir bobre seus coraçoes perver- os habitantes d'e:-là Cidade, e com espe-
tidos para os condusir ~o ·caminho do cialidade a todos os lrmào1t e Jrmans da
referida Irmandade, que a festa da mesma
hem. .
Este novo pcnitenciario é esta.bel~c1- Santá Virgem e Marryr foi transferida
do no local chamado de Santa Balbrna, para odia 5 de Setembro proxim o, no
qual será celebrada com toda a pompa e
qu.e pertencia ao capitulo de S: Ped1·0 e
esplendor dos annos anteriores, corpe-
sitiado no meio de uma proprieda.de as-
çando as respectivas Novenas na noite de
sàs vas ta para exercitar os _mancebos re-
clusos nos trabalhos dd agricultura; alem 25 do corrente, e bavendo fogo de arti-
d'isto haveràm outras diversas officinas no ficio na vespera da Festa; ponanto.espe~a
interior da casa. a sobredita Mesa, que todos possmdos do .
-N'uma obra publicada recentemente amôr e dedicac;,io, que consagram a tão
que tem por tituloa-lnstituição e orde~ grande e milagrosa Santa concorrerà'!1
nações de Mlrr. o artebispo de Cambra1 com a sua presença, para tornar mais
em synoâo diocesano ~e 9 de Setembro hr.ilhallte os·dias d'esta Festividade, e te-
de 1853, lê-se o segmnte: nham a bondade de enviar suas joias ao
« Os suicídios, as mortes funestas•cau- leilà1), qne :-.e farà no dia da Fe~ta em be· .
nelicio da mesma.
sadas pela embriaguez e ontros escanda-
los immoraes multiplicam-se de um wo- O Secretario da Irmandade,
do bem afilictivo. . .• Antonio Carneiro Homem de Soutlo Maior.
i E do interesse não s6 da rehgiao - ' Domingo 20 do corrente teve lo~ar
mas tambem das familia·s e da sociedade, na Egreja de Nossa Sen~ora d~ Anunc!a-
que as perseauições canonicas que, punin· çào a festi, idade do Patnarc~a ~- Joa901rn
do éstes act~s cr·imioosos e degradantes com vesperas soleinnes a Ilútlc, e Missa a
usos tendem a di'minuir-lhes a frequen- instrumental no dia. orando depois do
e
cia e tanto quanto possivela suspende- Evan«elbo o Rev. Sm·. Dr. Manuel An~
o p . ~
los: sejam mais severamente obs~rvada<;. tonio da aixao.
«Ordenamos por coosequencJa ~ MM. Ea11.a11.,,a.'ll.',,a..

ós curas e l.nais sacerdotes que parll.lham No n.• t6-pag. 5. col. 2. 1. 23-léa-se-eleilo a 5 de Maio.

do seu minh,terio, de se conformal'e~ . /llaranhão -'l'yp. de J. c •. 111. da Cuitlla Tor,·es.


e1actamcnte as leis canonicas que proh1- · Rua dos Barbei1·os "· 8.
Segunda-reira 4 de Setembro de I 8tl4 N. º 18.

O·CHRISTIANISMO·.
l'I\ P.(:ô l).l $l,' ll$Cll lf>Ç,\ 'O. X lJ
~
. l
l\1 r um ~11111,1........ . 8$000.
. • tll'ls im·zes. ..... . , 1, 1>.500.
\i
'q X lia llu~ tia Cru< n. 30.. e 03 'tipo;;r111bla
Pago :it1:~:11 atlo) • ,rcJ; "'"" ''· • .. ••• 2$800. li. h d cSL~
\ A\ºU1~% .. . .. . . .... ... i2hO. X V
J oronl,

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,Yon 1·('111 a•lfma, vcr lferr srrr sal1"111·e.
:;, Luc. e. !>. ,•• r.o •

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téiie.;.., -
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e eeo:mtr:::encrw-·::- e
- r-
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·oCHRIS TI AN ISMo. não é re prehcn.,ive l anda rem os paes,


cO lllO que a porfia, com i'n:>tan<.'ias e ro-
gos, co m g·e:,los e accn o1o d e ce rto eofodo-
08 BO~II P.1.E!IJ DEVIEJI D.I R .l 81E l l jil F l l.1108 E8•
Til.DO CO'WFORUB ;. 'lºO C .4~.i o , E , ·o:\T~DE DE•
nhos a torce L' a eleic·ão d os seus fi-
CE~TE DOl!t M IEll,108 ll'.ILUOll. lhos P! ! . . . ·
(Co111i1111nçii.o do n. 17J.
É com estes e ou tros signaes q ue ex-
plicam n ~ua d ôr, d Noo n, tram o seu sen-
Seneca, co m l:.cr"gentio não deixou de ti me nt o, ve ncem os filb o.,, e os f:1sem se-
ak~nça r C.J lll a luz n atura l e~ ta verdade, guir o seu cli,·tamc. Acceitam é verdade
e por isso disse q ,te a maior <l e,;graça dos a pl'o posta d os p nei;; porem sem· vonta de ,
h omens est..,va c m q uerer e m faze r a elei- e i'iO' por sn h.;,i f'ai1e re m aos seus d esejos, aos
cão d o s~u e.;Lado pur ,ooli'~ os indign,,:;, q uac" ja mais não podia1n re.'iistir.
tll!sp L·e:-1 ando cin ludo a rasii o solid~1, np re- E cprn l :-.er.\ o futu ro de:lses fil hos?
scntada pelo entendirn ento•dt.?~n paixona- Yejamo~: c:1 lli1dos va m r ll es p assando os
ao. D'esle m áo pri nt·íp i.i pro,·e,n ta ntos . ,, so1 pa r:'! nao
~e us l lia - da1·c ru uespraser
.1
a'
e tão fortes de::.a~t1·e,. tan la'i eº tito grn,·cs se11, pac, , inuitns vc,c, fo rtes de geoio,
inco nve niencia'I, di..sc e,tc Fil11pho, q ue nlé q11 c, p or ser a \'ida hum ana sugeita
am ontuàndo- ,e un 'I sob , e 0 11ll'Os , ª~°'n l- lt mi-.cria-;, acaba-se a cu rta paciencia.
la n~ de tropel .~ m uitos l111m cns, º" :-·,1 f- q ue e nt ão o ... có nti nha.;.tle~ -.:;e o affccto ,
foca m e tornam necc),:-.aria inenle infe li- e conic<;a n liogua n tlci.;Htp:i~ t ·ontrn o~
zes. pacs, q ne sem nu,~ . reil exaul'
- ,.·...: · ~ \nlaram
. ,,.. ~
Não q ueremos d i-.cr qn c eslflj ,\ m os suas vt>ntatl es a seguH' n esta lf'A,~ m que
p:ies · inteiramente rohibi<l.os d e d!rigil'em por rnotura se acbam: e ondn . l em se
a seus filhos a 1l C!' lad o m n 1,;_perfo1to: pelo quer lhe-i a p1·oveita o ,fio , q11ê hc-i c.1.,m
c1utrari o qu ando assim obrem, O.\O po- a co mer : o va i i . . to d t! düt 1tfül d ia de müo
demos deixa r d e di,er q 11e ..nm merece- a peo r, e 1ma~ 1 e' u111a
. co.ol!.w-!a-'
:__./..../d e,gl'a(;a.
dores de lou rn1·, e é se m d u,·ida alguma Aqni se ,·ê vc ri íicad.i.,~>;g rand o scn-
um neto de virtude, e prurlenda; deiKrn- ten<;a do Filopho qne di,..,e: 1u io lw t•io-
do eutre tanto tl liherd ,1ue do'I filh os a lenlo pc1·p elL10. g ucm m enos pode acon-
c~colha do c~tauo mai:,; l'Onfurme á sna tecer; porqu e e•n -;imilha ntescaso., é· cer-
"/ontade d ercnle-, filha <le :-un vocação. to fJll C os fi lhos nnn uc m a ronl<i dc d os
É um acto de virt udt! e pr11ch•ncia , have- paes, é mai-. por deixarem vencc1·-sc, que
m os dito, o procnra rern oi. pae,; a que por sua llcliberac;ão. A sna vontade é
seus li lho,; tomem o C'- h1dn <l c maior per- violenta, e por ennseguio tc não po<le ser
feição; as),im pois seja-nos t ,1mbe1n lici t_o <l_11 radnuru. Allcntln mo:- á u m C'aso pra-
aílirrnar q ue oão se podem liv r~r do lt - hco-,1ulga 1rn1 p,tc a mhieio,,;o, qu e. se
tulo de màos aq11 clles que mu:ta'i veses i,eu fil ho f~>I' i-.l<:enfotc , c11trar- lhc-ha
pur co nveni cocias pru prrn.,, e inte rc-.~e14 pela p orta chrnlro não p~rp1cna so mrna
particnl are., q ttl! bram a vo nt ade do.-; fi lhos, de re11clas. Ül!chra- lhc o filho q nc nflo
jà ba-.la ntemente iot·lio.id a :l u,oa cousa se nc: h a com a rncrt ,H' vo,;a,;üo p:.u·t, o es-
deter minada, e por elles, filhos, mu itas ta( lo; in.,ta o poe, e ped e- lh e por rpmnto
vc~cs man ifo:,tu<.la. N'ebles ca:ios quanto lrn , <111 e cumpra o~scu:s du~rjo~; e o filh o
® <lHDUHl~ ~ tt .& lll :;} ffi '.Da
rww **~~~

não podendo dar mais a negativa f, seu da. A escbola d' Athenas tão maravilha-
pa.e , conforma-se com a sua vontade, e do ficou, que ·q uiz se inscrevesse a pri-
convem em ordenar-se, meira pagina d'este Evanaelho
0
nas portas
Que resultado tira1·á este filho? Uma da cidade. Lendo-se esta pagina, desde
grande. desventura: começa o demonio o principio que ficamos como que sus-
c~m sua bateria, que snm as torpei, ·pai- pensos a v~sta das profundidades quepe-
xoes, a combater ao infeHz joven, que netl'On a• vista du
.
Profet,l 1 Não o sc(Tui~
b
enfadado no estado, para o qu-al não ti- · mos sen~o com assomb1·0, até e!1sas re-
nha a mini.na inclinação, vai arroja1·-se giões onde ell~ rom um vôo seguro paira
no immenso t~amiubo do abysmo: elle se em oscillações. pelo qne sem duvida foi
condemnan'l; porem o pae causa princi- apellidado a Aguia de Pathrnos, porque
pal de seu mal ficará livre ? Leamos a como a Aguia, ponde suppol'tar os res-
profecia d'Ezequiel cap. 33, vv. 19, plendores cl'esse Sol, diante elo qual se
8 20. . feicham todas as palpehras.
Fr. 17. de J. Passar da Biblia para o Evaoaelbo e
do Novo Testamento para os Pad°res da
(Continuaremos). Egreja é uma transição bem 11atural.
Não ha ~o mun-00 uma Religião que pos.--
sa offerecer, como o Cbdstianismo, essa
admiravel unidade de douctrinas, unida
(.Co111im111f,io do 11.• 17). a esta continuidade. A Egreja repousa
Ainda que aconteça, como usemos sobre a dnpla aurtoridade da tradição
notar no nosso numero passado, enron- ~o poder , e ela tradição da palavra.
tral·-se por todd a Biblta essa perfeição, Sempre tem tido um Chefe visivel, e ou-
· doçura e sublimidade tão arrebatndoras, vido 1'empre a verdade. Em todos os se-
com tudo cada E,1:rngeli. . ta tem nm carac- <'ulos Deus fallou ao~homens, aproprian-
tel' particular. S. Matheus conserva a do seus con~elhos às neces!'-idades do~
maior pat·te· dos <livinoH preceitos queda- tempos. Ora clebaixo das tendas dos Pn-
va o Salvador á sem discipulo:, ; é breve triarelias, ora debaixo das palmeiras do
e sentencioso como o Ecclesiastes. S. dei,erto, ou nas alturas do Sinai; um dia
Marcos escreveu, disem, o seu Evange- no pala('io ele Salomão, nos campos da
lho, segund~ os dictames do Principe dos Juclêa, e outros nns Catácun1has. ,
Apostolos. E o mais conciso dq'> quatro O minhtcrio do.-. Padre:-. foi imtitnido
historiadores. S. L11cas, a dar-se credito ' pE>1o mc!-moJe.; ns-Chri-.tu: ldt!, diz Elle a
é\O que uos diz S. Jeronimo, era muito·
seus Apos lofos, insln1h· a todas as 11 aqôc.~
, 1 eL·sado no grego» e no laLim, e o seu b11plis rndv-a~, _e ficai ccréos de q11c cu esta-
1

Evangelho póde pa1'sar; por trabalho rei conwosc,> até a con.~mna(<JO dos secJtloS.
completo jà pelo que diz r_e ,peito ao gos- Lê-~e no~ Ae-tos do~ Apo1,tolos, que a ~mcto-
to, ejà à pufesa <l.a<licçào. Porem, se é a<l- ridad e e.spiritual, o 1--> 11dcr de ligar, e des-
mfasivel preferir algum d'estes escriplos ligar na terra, e no cen, eta conferido
seHados todos com o cunbo divino, é sem pela imposi~ão· das mãos. -Nao de~pre-
duvida o Evangelho de S. João aquelle seis a g,.a~a que esl~í e111 vós, esrreve S.
que ousariamos col111r.ar em primeiro to- . Paulo a Tirnoiheo, ~-q"e vos -foi d11da pela
gar. O discipulo predilecto, que ador- imposiçáo da.~ maos d 1s Pacfres. As>1io1
meceu reclinado sobre o peito do Divino ainda que os esrritvs do!'> Padres da
Mestre, que foi testemunha de sua ago- Egreja, não sejam como as Profecias, e o
nia no Jardim das Oli'\'eiras, que o acorn- Evangelho.., ohras toda,; di vinas, n'ellas
p,anhou até a montanha do Cal vario, pa- com tudo eocuntram-:-e in~pira~ões. A
rece tel' conservado alguma cousa da gra<:.i, que mora no cMaçào <lo Padre,
ineffavel ternura do Filbo de ~faria, e da e1-ta grac;a dt:> que falia S. Paulo e que não
Sabedoria do Filho de Oeus. Nada mais é outra coui,a .mai-. do que o Espirito de
bello '!o mo seja o r.omeço deste Evangelho: Deus, re.,pira em todas ·a.., suas obras, e
No p1·incipio e,·a o fle ,·bo, e o Vcrb9 esta- as liga por e~le l,1c;o a Biblia~ e ao Evan-
va com·Dcus, e o //erbo e,·a Deus. Bo cle- gelho.
senvolvirnento do \tlysteriu da SS. Trin- 1'.
dade; é um oceano <le lui que nos inun- (Continua).

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
'l'J\ BELLA HISTORICA, CRITICA Mauricio J osé Berredo em o 1. n de
16
Feverei1·0 ele '1805. Passou a ChantL'e a
VllONOLOGIC& 1 7 dn Agosto d e 183L
DAS
.To~é ronstantino· Gomes ele Castro a
DIGNIDADES ~ CONEGOS, E BENEFICIADOS OA SANTA
EGUEJA CATUEDR.1L, DESDE A Stl.\ F ONDl\ÇAO ATE
10 de Abril d e 1805. Passou a At·cedia-
II OJE, . go ern 23 de Dezembro de 1837.
(Continuação do n. t 6). Nicolau .José Vieirn a 20 de Novem-
Coner;os. bro <le 1807. Cavallciro na ordem de
João Pedro Gomes á 2 de Março d e
Cbri~to. F:illeceo a 26 de Ahril de 1811.
1 761. Commissario do Santo Oficio, J o~e João Rt•kmnn e Caldas a 1ú. de
subdelegado da Bulla ~a Cruzada, Caval- Nove mbro <le 1809. Pa ..snu a \lcstt·e Es-
Jeiro na orclern ele Cbristo. Foi Vigario chola a 4 de Mar(;o de 1823.
Capitular. Fallecco n 3 de Junho de t8lú. Jo:io José Barroso a l h de Nm'embro
de l 80t). C,H·alleiro na ordem de Chrb-
Jm.e Bernardes da Fonseca a 6 de Ju-
to. Falleceo a 2 <le .lunbo de '1 8 llt.
1110 de 1765. Cava)lciro na ordem de
Gnnralo Lournnco Pereira ele Abreu
Christo. falleceo a ô de Novembro de
á 29 de i )u 111 l>ro d e i 8 1 L. Ca vallefro na
1803. .
01<lem de Cbri, to. Fa llecco a 6 <le Abril
João ~Inria <la Luz Cúsla á ·1 9 de .Ju- de 1.827."
nho de 17 78. Ca,·alleiro na urdem de Ale.xancire Jo:-é dos Santos a 9 de Ou-
Chd~to, Co m missar io do Santo ollicio. tubro de 18 t ·2 . Cavall eiro na ordem de
l"?oi Vigario Copilular, Pc·ovisor, Vigario Chri, to. Pa ll cceo a 19 de Janeiro de
Geral, e Governador do Bi,patlo. F,,llc- 1-839.
cco a 22 de Abril de •t8J O.
.loúo RHin.'lnndo d e Sa ,l '10 de ~foio
Doutor Caetano Rodrigues de Almei- de 18 15. Carnlleiro na ordem de Chris-
da a 20 de Novembro de 1781. Cavallei- to. F'alecco a 18 <le .Junho de 182G.
ro na ordem de Cbri.. to , Bachal'el em André An tonio Ferreira a 30 de Se-
Canones. Fallereoa VdeJaneiro de 1807. tembro de 1815. c ~n·nll eiro no ordem de
Antonio Cordeiro Rocha a 28 de Cb1·i. . to. Palle<'co a 26 de Fevereiro ele
Agosto de 1783. Cavalleiro na ordem de . 'l8á3.
Cbrh,to. Falleceo a 3 <le Abril de 180ú.. João .loncpiim Li'ihoa n 30 de Setem- •
Manoel <los PaSl>O~ de .Jesus a 20 c1e bro de l 8 J 5. Pa......ou a Chantre n 23 de
Fevereiro de 1788. C~rnlleiro na ordem Dezembro de '18~7.
·de Cbri~to. Fa Jleceo a 23 de Outubro de Luiz da Fon-;eca Z111.arlc a 30 de Se-
181 o. tem ht•ú ele 1815 Cavall~iro na ordem
de Chri:,to, Palleceo a 'lú de ,\Ja io J e
Bernardo Pereira de Abreu a 15 de 1832.
Julho de 1700. Passou à Chantre a 19
Manoel lgnario <le \lC'nd onça a 1 O ele
de SetemLro de 181 5.
Mal'ÇO de 18 17. Foi aprese ntado cm
José de Oli veira \1a cedo a t 5 <le Ju- M~stre Esehola em 1841.
nho de 1. 790. Cavalleiro na ordem de .Jl)ão An tonio Vellez n 11 de Ou tubro
Chrii,,lO. l•\tlleceo a 7 de Fevereiro d e de 1826. C.,valle iro na ordem de Cbris-
1823. . to. f'aleceo a 13 de .Julho de 1838.
Luiz Maria da Luz e Sà a 26 de Julho Fe1ippc Beni<·in do., Pa.,~o-. Cardoso a
<le 1. 796. Passou a Chantre a 19 de Abril 19 de ~o\'embro de 182fJ. Cavalleiro na
de 1805. ordem <le Chri.:s to. Palleceo a 3 l de Ju-
lb u de J8 39.
Antonio Nicolau de Sonsa Pereira
Franri,co Joaq11irn dos Santos a 2 1
Piuto a 20 de \1a rco•
de 1797. Pas.,ou a
de \bio de 1831. Cavallciro na ordem
A rl:ediago a 7 de .la neiro d e 181 lt. de Cu ri~to. Palleceo a 2S de Outubro ele
l\lanoel Antonio Rarroso a 2 t de Ja- 1837.
neiro de 180Li. C,H n ll1>iro na ordem de .li1:.i o lgn:H'i•> de \l111·ac, Rego ein o
ChriblO. Fullcceo a 17-deJunh-0 de 182la. L dt! J11 uh,> de 183 1.
1) Pas50U a Atei-
• ••
preste a 31 de Outubro de 1839, e a Ar- O veoeravel servo de Deus, João de.
cediago e ni 16 de Junho de 18Li6. Bl'iêonasceu emLisboa no anno dc16lt.7,
Raimundo José Gomes a 25 ele .Junho exerceu po1· mu ito$ annos, com zelo ve1·-
ele 1831 . Cavalleiro na ordem <le Cbris- <ladeiramente apo:-lulico, o sagrado mi-
to. Fulleceo a 1lt. de Maio de 18lt0. nisterio de ~Jis~ionn rio em Madu ré, na
Costa <lo Ma labar, attrabindo com sua
Manoel Pedro Soares a áde Outubro p1·ega<;ào, Grrna<la na practica e exern-
de 1837. Passou a Chantre a 17 de De- plos das virtudes christã!'( , um sem nume-
1,em bro de 18lt.1. ~o de ~essoas ao gremio da Santa Egreja.
Luiz Baimundo da Co~la Leite a ú d(! e por hm, no anno de 1693, regou geoe-
Outubrode 1837. Cavalleiro na ordem L'Osamente com seu sangue a ter1:a que
de Cbri:,,lo. Passou a Mestre-Eschola a ba r ia fecundado com seus trabalhos. t!
20 de Junho de 18lt9. fadigas apostol icas.
Antonio Lobato de Araujo a 28 de Deus Nosso Senhor bavin, mesmoclu-
Maio de 1838. Cavalleiro na ordem de ranle a ,•ida do servo de Deus, aotbori-
Chri1-to, e fui Deputado àAssemblea LE'gis- sado a sua missão com mHagr.es e prodi-
lati,•a Provinti,d. P as~ou a A1·cediago a gios, fazen<lo conhecer q115o v'al1osa era a
27 de Ouctubro de 186 7. - sua intercessão, e os ·prelados que então
Anton io Rodrigues da Silve ira a 26 regiam as dioceses de Meliapor, Gôa e
ele Janeiro de 1839. Cavalleiro na or- Cocl1im , te o do eollegido as actas do se u
dem de Curisto. Fallecen eco 1Sli3. rnartJ rio e dos signaes e ma 1'a\'ilhas q ue
(Conlinúa ). o haviam pl'ecedido, entenderam dti vel'
5ubmetter tudo á Saota. Sé. Esta, com a
ma<luresa, e~rcun~pecçf\O e rigoro:,a pru-
dencia, <")Ue demandaYa nPgoeio de tanta
ponder,1,,.~o, r0mmetteu snb o Pontifica-
D. J fl'OnimoJ_o:e da AIafia, por ,1urr8 de Deus . do de Clemen te XP . em l 737, as neces-
e da Sant•J SI. Ap1J~tol ca bispo dr Jlacdu, do :-arias in ve· t1gaçõe:- ªº" em mi nen t issimos
Conselho de Sun. .l/"{/Pm1de Fidrtisflinw. rom- ca rdeac . . da :"')agrada Coogregjqão do Con-
missnrilJ D e!<'gaclo d'l Bullti da &nila Crusa- <'ilio; ('Olll o pa re('er deste~ re:-.olvcu o
da, etc. etc. Sa nfü~ituo Padre Benedieto Xl V, ení o
A todos os nossos muito amados dio~ .inno de 17 h 1, q nP, se procedcs~e aos ul-
• ccsanos, ecclrsiü:,ticos e seculares, i-aud e, teri or~~ termos, e Gnalrnente, depois de
paz e ben<;am, em Nos::io Seuho r .Jesus
eompleta" tudns as dilig-en cias e exames,
que ~ão e.l n e:-tilo em !o>Ímilhan tesoccasiões,
Chri~.to.
Acabamos de rcreber,.amndos filhos, o Santissi1n1> PadrP Pio ]X , que ora rege.
1_1m decreto ponti(ieio, do qual l'On . . ta a ft>liimente na Egn•ja de Deus, por Seu
heati(ieac;no do ven •r,1 veh,en·o d.! Deus, de<·relo <lti 18 de maio de 'l 852, ha so-.
.loãó de Brit11, port11g11e1., ~nccrdo te pro- le·n~uerne nte <ladara<lo no dito servo de
Deu~ no n11111cro <lo!i Bemarnnturados,
fo:-;!.~ da <'Ompanhia de J esu..;, e martyr
<la Sa nl_a Egn 1ja de Jesus CbrihtO nossa ron,·Nlt•nd,> qu e d o mesmo _se rese oficio
~ diga mis~a llíl dioce::-P. de Li . . boa e Vi-
müi. O no::i!-O jlrimriro pensamento an
recebermo'-, pór via do lnternunrio e caria to de \hduré, a~sim co mo nas casas
Del<•gado ele Sua Santidade na côrte de da Compa11hia, de .qur foi filho e oma-
Li1,boa , esta faustis~ima 1HrH1~ é de YOl-a. 1u t>n l<,, atP qué tenh a l oga r a·soa solem-
commun icnr !'ie1n dt!mora, a~-.iin para qtte ne Can nnilin<;ào. ·
~os acol:1panhcis no jubil o e grande 1·on- Oppo1•111nnmente finemos trasladar
:1-01ac;üo que ~e nlirno!'( , ao ver mais thn em liogua vulga r o citado decreto de
dos nossos nàcionaes elevn<lo üs honras Be;11Jfic..ic;üo, elo quu l vereis com ma is ex-
<los :_i!tares, como pa ra que a VQssa fé, es- tcnçàQ o q11c ~ó aqui loca mo~ e·m i·esumo
pcranc;a e carida de, se l'(H1ni111e m com a p:1ra n~v demorar- Nos cm pr1>por à vos-
com,iüern<~üo de que lemos no Céo mais sa piedade e edilirac;ào uma nova de tan-
um poderoso inter<'ei;sor, a quem pode- ta iu,porlanc:ia , e que c: pc ram os servirà
1~1 0 ..., recorrer nas ocwes~idades e trihula- pa rn mail'> a.virn1· o ,·o~so fer v<l r e clevo-
<;ões que DO'- cerr nm no va llc de lagrimas <:ão ne!,le santo tempo dn qua resma, em
de~te nlt.mdu. qnc somos entrados.

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
Sim, am ados filhos, é tempo em fim Cruznda, devemos, como filhos obetlien-
de nos mostrarmos <ligoos herdeiros da tes da Snnlà Egreja, cúnformar-nos com
fü e piedade dos antigos portuguezes , que as pias e rectis!-.imas intenções elo Supre-
tanto dilataram por estas terl'as da A~ia mo Pastor da me~ma Egreja, Vigario de
o ReinQ de Jesus Christo, propagando, à J1!SL.s Christo na terra, procurando ao
custa de imrnensos trabalhos, suoi·es, mesmo tempo ter parte nas muitas ou-
despezas e sa ngue, a Sua doutrina. que é tras gra ç~" e in<lulgen<:ias que nos são
a da salvacào eterna das alm as remidas conr.e dida s pela me~ma Bulla. ·
com o Seu, precioso ~aogue. Snmos !O- E parn qne esta· chegue· ao çonbeci-
dos, bemdito seja Deus, Catholicos Ro- mento de todos,, os Nossos sempre amà-
manos. estamos alistados ent1·e os fieis dos dioce~anos, mandamos que seja lida
que reconhecem a Santa Egreja Catboli- no proximo domingo, e depois affixada
ca Apostolica Hornana cornú unica ver- nas Egreja. . do estilo. Dac:.J.a em Macàu,
<la<leira, for:<t Ja qual nàn ba sal vaçào; sob o Nns~o Signal e SeUo das Nossas Ar-
Sejamos pois solícitos em sati~fa1.er, como .mas, aos 0 de mal'ço de lt854. -Jeroni-
taes, os noss<>s deveres 1 cumprindo c0 m cno, Bi-tpo de \facàu.-De ordem de S.
os di d nos auxilios os preceilos da Lei Exc. Revm. -O conego Francisco Caeta-
que seguimús, que é a <lo me.;mo Deus, OI) de Santa Anna e Costa, secretario.-
e da Egreja por Elle e:,tab~lecida. Logar dQ Sollo.
r'azei pcniten<'ia, clamam boje por (Da Na!,· ão-de Portugal),
. toda a ·p arle as vozes dos Pa . . tores a quem -~>:>} &Ett ~ ~«-
a Santa l~greja bn confiado ns divet':3:.\s
po r\ões do Hebanho que compõe o mun-
do Cntholico, fa ze i penitencia elas vosrns m
(~av f
@,«i~iltf(J t
~ .
« ~ rt13.
I~

culpas, co mec;ando por uma ~incera e in- I,


tcirn conGssüo d 'cll.is; abstendo-vos de Exulta ô homem ! jà vai longe o crime
reca bir no peccado e de seguir as maxi- Turbulento nefario,
mas do mundo corro,npido; tornai-vos O alfange do ímpio espedaçou-se
surdos aos di-.cursos dcs~es homens sem Nas pedras do Calvario.
Íe, nem Hdigiiro, q11e, COlll l:tnla levfrrn- Alçou-se sobre o Golgotba o estandarte
da<le como injq:- tiça, faliam contl'a os De nossa salvação.
preceitos ela disciplina da Egrcja Catho- ~ o sangue do Chrislo ali vertida
licn. ven<lo que em todo.., os tempo~ tem Santificara o chao.
ha vido pessoas eminente~ em virtudes a Espirava o l>eos homem: cada golla
santidades, que nunca duvidaram dar o llo sangoe dem,matlo
pruprio r-angue e ,ida em testemunho da
Sarvio para lavai· milhares d'almas
te, que fofo.mente professamos, e para Da nodoa do peccado:
ruais .seguramenl.e escapardes de cahir
Então se viu b:.mbado todo o monte
n'aquellcs laços,jejuai e orai, procuran-
Em torrentes de luz;
do mel'ecer º" auxilio.,; da gl'aça <le Deus,
sem a qu·al nã o é dado á no~sa naturesa Em meio as duas Cruzes-magestosa
corrupta ul,rar o bem e fugirdo mal. Avultar uma cruz.
É bt.o mesruo, amndos fill)ús, o qne A' cujo santo aspecto a mais sisuda
muito vos rccom111endamos, <'orno vosso l'las5o se abate, e humilha;
Pastor; a<lvertindo-vus de qnc, continu- Que plantada no eco, revela ao mundo
ando as causas <pe nos annos anleriures Prodigio maravilha.
Nos levaram a di' ,pensar em alguns dias Obra, que badc seguir do tempo os vôos
de ahstiner.cia e de jejnm, continuam . E como elle viver,
icrual mente em vitror e:.sa" dispo!-.Í<;Ões q ne E as leis d'um Deos as gerações futuras
" o
os ba,einos communicado.
, 1 e que se Eterna prescrever.
acham comignada.s na tabella respe<'t i va,
1(,
de '27 de maio de 1.8 68, com a decl.ira-
ção porém de que tendo sido, com nn- Da rida o bomem, porque insano buscas;
thorisacão do Santi:-;.simo Padre Pio IX, Anniqnilar :i esscncia?
dedarad.os ~uspen!'IOS todos os indultos Porque :ii m.la louco, e tcmerario alfrontas
ao:, que aào totfü\~tc m a Bulla da Santa A rr,üo d:t Pro\'idcnci:t ;>

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


•==
Aco~de, como uma harpa mysteriosa, Na prisão, no exilio, no palibulo,
Inteira a natureza Nos transes d'amargura
Em cada accento, em cada som a testa Elia chama por ti, abre seus braços,
De Ocos toda a grandesa. E abraçar-te procura.
Da terra o insecto minlmo o proclama; Ajoelha-te, pois, ante a Cruz Santa,
Do prado a inculta flôr; E cm devota ora1!ào
Ao Deos, que te cr11ou, que tu rejeitas
O perfume e o cantico das aves
Implora o teu perdão.
São hymnos ao Senhor. (Ex t7•).
Tu sõ, ente miserrimo, à impuresa
De mil vicios te entregar ! ~0-@>-

Tu sõ votado a perdição, e ao crime ANNO CBRISTÃO.


O teu Senhor renegar I
SETE1'1BRO.
Ah! que elle existe, incredulo, debalde
Ta procuras nega-lo: 4. Santa Rosn, de
SEGUNDA-'FEmA. -

Se não bastasse o mundo bastaria Viterbo. - E~ta ~erva ele Deus, que, pro-
A Cruz acom provai-o. fessa na terceira ordem se raílca, tantas
Ajoelha-te, ante a Cruz Santa, virtudes praticou quantos foram se us ac-
E em devota oração los, moneu no dia 6· de Mar<;o; porem
festeja-se h ~>je . por ser o am1ivers,,rio de
Ao Deos, que te criou, que tu rejeitàs,
sua trasladação do templo de Santa ~.l a-
Implora o teu perdão.
ria de Podio, onde fôra sepultado trinta
)li, meses antes, e se acliava inteiro e incor-
rupto para o n.oi,.teiro de Santa i\ifo riu de
Entre as rosas elo altar, ou entre nuvens
Rosas, que veio depobachamar-se o mos-
Do odorífero incenso teiro de Santa Ho:ia.
Ilacle a Cruz rcvellar-te a resniscicocia, . 5. TEnçA-FErnA - S. Lourenço Justi-
O amor d'um Oeos immenso. niano-natural de · Venesa. Tendo sido
. No cerro pelo verde engrinaldatla, desde os seus primeiros annos educado
Como arca d'alliauça, na es('bola da virtude, quando toco u a
Ella te íallarà, certificando edade de '19 ~moos foi ter com SCll tio
D'alem tumolo a esperança. ~1arin Qllirino, Conego Regular da Con- #

Sobre a eça do morto a levantnda gregação de S. Jorge, e manifestou-lhe


De negro do vestindo, o desejo que tinha de professar n'aquclla
De prompto vel-a-has p:ira o finado ordt?m. Depois de 1-alulares ronselhos,
Uma prece pedindo, allim profes~ou, merecend o pelos actos,
Em qualquer parle, c1ue procures sempre e sabedoria ser nomeado Prelado da sua
nas de encontrai-a erguida, ordem, e depois em 1633, Bi:-po de .sun
Como eterno padrão, feitura d'anjos, Patria, por instancias do Papa Eugcnio
E siml.lolo da vida. IV. 'lendo em lodos osseus dias merecido
os npplau~os de ~uas ovelhas, e de se us
IV.
superiol'es, foi goi;a r da bemaventurarn;a
Quando :i dor te pungir os seios d'alma em 8 de Janeiro ele 1 /J5 5, tendo se tenta
E os deliclos em terra ·e quatro annos de eêlade, vinte e dois
l\lorder · te a consciencin, e os Leus joelhos _de Bispo el.i de Patriarca.
Virgem sobre a terra; . 6. QuAnTA-PElll.\. -S. Bernardo, uo-
Se jà conlril.Lo os olhos moribunclos b1·e e gentil borgonhez-passando illeso
Elevares an céu por entre os escülbm, da juve ntude, f,1i
na~ de là encontrar um extremo d'cUa, no mosteiro benedictino de Ci~le1· faze r· os
Qual meneio d'um tropheu.
Se ao vollures à terra, compungido
votos da perfeic;ão eva ngeliC'a. BPm qui-
D' esta vida irrisoria,
se ram :-eus irmão.~ dissundil-o d"e~Le in-
Ahi has de encontrar um outro extremo; tento; porem elle os per~uadiu a que fi-
Que te afiance a gloria. sessem outro tanto, de so rte que nomes-
Se vago, e errante, lioilivo às magoas mo dia entraram para aquclle mosteirõ
Dos ecos pelos espaços trinta manC'(;lbos, <-pie o ornn<lo altrahi:..
Jntentar,:s ach~r, \'eràs ainda e de que elles fugiam. Eleito <l<>pois abba-
Dous bem abertos braços, de do mosteiro de Claravttl, fez algumas

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
A2C IP -mm § ES . W-LW#C+:WCl:A

reformas nos estatutos da ordem, e asairn 9. S:1.nnAoo. -Resa a Egreja-n'este


veio a set' con!-idel'ado como o fundador dia da c;rg1111da oict.a\'a da Nati\'í<ln<le de
d'essa ramificação da ordem benedictrna Nossa ScnLora.
que é conhecida com o titulo ele Cister. · t O. Doln~co. -Do minga 2. 3 de Se-
Dotado de um extraordioario e bem cul- t("m hro e. 1 lt. depois de Pentocostes-
tivado talen to, escreveu muito, e em seus Pesta do Santis:dmo Nome de Mo ria. ln-
escriptos transluz a unção e ao mesmo terpreta-i-e e1-te nowe <·onsolaclor e es-·
tempo a bellesa do estylo. Foi o anjo de pcran<;O!IO « Estrella do Mar. J) Com eífei-
paz d o seu seculo. fosendo que muitos to é \faria o nO:l:-0 faról no meio d'este
principes viessem à concordia quando já ag-itado mar, porque, mendic.eira da luz
.se fasiam pre.parativos para a guerra. Ao da gra<;a, nos mo-.tra ,e attralic para o
papa In.nocencio I! auxiliou elle m.uito porto dc1 sa lvação. « O tu, diz o me liíluo
na refutação do sc1sma de Pedro Lcao e S. Bernardo, que conheces, q,,e no cor-
llenrique de Jr.gl..1terra. Nunca quiz ac- rC?nle d 'estc seculo antes fluctua:i no meio
ocitar as alta-; dignidades eccle1-ia~ticus, e de procellas e tcmpeiitades, d o que andas
antes quiz morrer ~imples frade. o que sohre a terrn, não apartes d'este astro a
aconteceu aos õ3 aunos de sua eclade. ,·i-;ta. 1-c n.,o qucre, ~er submergido na
Alexand1·e III o t•aooni ..ou, e ultimamen- prorella. Se o·; \'ento."I d ,\S tenta<;ões si-
te Gregorio X VI o mandou considerar co- billarern, se.topares com os cachopos das
mo docto,· <la Egrrja. trihulat;ões. li xa· n vi ta n a e--trclla, cha-
7. Qu1i\n.-n1R.\. -S. José de Ca1a- ma por Mm·ia. Se fõres 11npelli<lo pelas
sans-nalura l de Petralta no reino d~ ondas da ~nbe rl>a, ela ambic:ào, da <le-
Aragão, p:,~sando a Roma ao tempo que trar<;ãn, da emol.u;ão, fixa na e:ilrclla os
alli "'rassava uma pe,te terrivel, ~e em- olhos, inv,wa Maria. Se a ira, a avaresa,
pregou com S. Camillo em prestar aos ou o, éstim11los da cerne açoitarem a
enfermo, t,,do:. ossoccorro.; ao seu alcan- harca do espirito, o1ha p.,ra Maria. Se
ce. Era d,>tado ele umà ion ucenc·ia e can- perturb:1do com a enor,nidade dos cri-
dura ~iogular, e de tonta caridade como me-., confo,;o pela fca l<ladc <la con,cien-
o comprova o pemameuto, pur elle le- cia, aterrado pelo borro,· d,>juiso; come-
vado ao e1ft!ito, de fundar um,1 congre- ç.ire1- a ser absorvidn no aby1>010 d a tris·
rração ol11·i1rada a in~trui1· na religião, e tesa edese'l pent<;no, lembra-te <le \lada. »
n~s letra!-. ºos menrnos.
ti · s· "·
, 11n, 101 e 11 e o Oepois de liio clo,ptenle clogip a11 nome
fundador da congregac;iio <l1J.,; clerigo, r~- d e \la,·ia, na<la no-. rci- lu aecrcscenlal',
gu lares das ehculas pia1-! 'lue tantos ~crv1- senão acon-;('}har a todos, por <(llêlltt11et•
ços tem p r e!:>tudo a .sor1e<lade. modo attrib11lad os, <p1e experimentem•
8. ~HX'l'\.-l'Em \,-Nati vidade de Nossa por 1111.rn h111oilclc e co nfiada in\'oca<;ão,
Scnuora.-Depois da l'e,·olU<;fto de tantos fe este nome tem a cllit·acia, ']UC d iz o
scculos, apparece esta cren tura tantas ve· i;anto cl1,rtor. \' nritm in .. tan tan eamcntc
ses promettida, e por tanto tempo espe- clc,apparcrer 011 d i:ninuir o moti\'O da
rada, ~olH'C q ucm oiit.> pôde e1-tcnd~r-se a níllirc•ào, e cm 1,,do o caso o babamo da
coromum maldi<;ào. Pormada debaixo dt:! resio~.irão
n , l rnn , formarà as Jores cl'c~ta
uma ordem de deçreto~ novos dados pnt'a "i<la em pmserc~.
clla su, ~ae d.ts m~,os dri Crt wlo,·, obra
prima de sua om nip1,t~11<'ia, di~no ohjPC-
to de suas com placem·rns as méus doces; o
infemo q11e1· ein rão e . . tender !-eu'I dil'eiLo.; -Contint'i" a per~egui<;fio :w d cro e
sobre ella I a gr;M;a preveniu; a p1·imeira c.i tlio li(·o:. de Bad<•n. euja conducta tem
1-ido exemplar e dignn de vm•<lndeirm, 'fi-
vista do C1·eac.lor sob1:e clla fui uma vj~1a
lhos de Je -.11-, Chri·to.
de amôr. Apresse-se toda a naturesa \
N.i Franc;a, na Belgfra, na Inglaterra,
render-lhe homenagem! Sim, nós YOS na All emi1nha e 0 11 11 o-. pa1, e,; abrem-se
:-.aú<laruos no vn. E1:a, ma is perfeita e mai'i s11 h,1·1·ipc.;õe-. a .fi1, 01· do Snr. a n·cbi-pn de
fiel do tine a pdmeim, Eva verdad eira, F1·iho11rgo, <'lero e c.·athnlil'O'- da sua .dio-
pois que fni por vosso Filho, fui sobre <'C."l'. O epi. . <·01Mdo fracH·c·,. niin ccsi,a ele
vosso modelo c1ue tudos Lia\'emos ~ido env iar H<i ma i, <·ar<l1•ac , nrnsolaçõcs e fi-
regenerados. litita<;Õe!>aO vencrandoarl'ebi:-po pelo ra-
lor, sabedoria e zelo apoc;tolico com que tem tornado frequentes de1-<le algum tem#.
.tem defendido e pngoado pelos direitos po a esta parte, as expericnt;ius chama-
e libel'c.ladc da Egrcja cathohca, apostoli- das me.rns da11rtmles e (aliantes, e a· <JUC
ca, romana. Bem dcsejaramos estampar ponto as imagina<;õesse leem pc.rturhado.
n'esta nossa folha todas nquellas felicita- « Depois de ter maduramente deli-
ções, pot·em o seu gran<l_c nuínero e o herndo com os membros do meu conse-
curto esp,u;o que temos, nos obrigam a lho,jL.lgo du meu dever probibir a Lodos
limitar-nos a seguinte, e por ella os leitores os ecclesiasticos da minba dfoccse o tomar
do-Cbristianismo-avaliar-àm do re~to. parte, debaixo de to<lo e qualquer, pre-
-S. em.ª o cardeal ~1atbeus, arcebis- texlo, em :;irnilhante pratica.
po de Be~ançon, e NN. SS. os bii-pos de S~ é um jogo, comprehendcis L.em
(1

Naocy, de Vel'dum, de Stra~bourg, de que um jogo d'ehla nalnrcsa niio se podo


Metez, de Saint-Dié e de Belleyenviaram conciliar com a gra \·ida do de vos~o cara-
a seguinte carta a mgr. o arcebispo de cter, e se no fundo de tud,J isso ba algu-
Fribourg: ma coisa que: ~eja necessa rio qualificat
« (fomem d'um animo heroico, com outro noll) e os motivos de vos abs-
u Eximia arcebispo ! terdes sam ainda mais <'Onsidernveis.
« Bendicto seja Deus, Pae de Nosso << Ü:, confessores dewiaràm e~pres-
Senbor Jesus Chri!',to, que con..,oJa a sua samenle d 'e:,tai; temerarias e perigosas
Eoreja no meio de todas as suas tribula- curiosidades as pessoas cuja lcvesa a ellas
ções, e lhe cºo mmnnica o poder e forças possa arrastar.
contra seus inimigos ! Tei,; temunbas da « Dignac-vos acceitar, snr. cul'a, a
coi:i~tnncia, da ju-;ti<;a e da moderação minhn nova dediea~ão e n (lecto.
cm que tendes desem penhado o vosso Felix, bispo de Orleans. )l

cargo nopresente conflicto, todos estamos -Doming-o 27 de Agosto te~e lo:5a1' li


admirados e damos a Deus snlemnes gra- festi vidade de S. Luiz Rei de Franc;a na
t.as. Na verdade, sa m os f undnmentos ~grej ~• Cathe<lrut Bouve missa Pontiff-
;:.1grados da divina gerarcbia que eht~,m cal, e ao Ev,rngeluo orou o Hevm. Sr.
a mearados: os rn esmos direitos C'Oncedi- Conego Eleutherio Marques da Silva Bosa.
dos p~r Cbri!'lto ú s 11:1 ·Egreja ~am con- -N'e~le mesmo dia teve logar a fesli-
testados, e muito mui~ abalados por m~o ridade da Deg<1lac;ão de S. João, na Egro-
sacrilega ! ,A resi,1encia é p ,ra vós uma ja do mesmo nome, lrnrnn<lo vesperas e
nece,sidade: hnmi'de e obediente nas mi sa :-ioh·mne. Orou depois <lo Evange-
c_oisa, ·tempor ,cs, no q ue toca ns c..;piri- () Rev. Sr. Beneticiado Manoel da Co:ita
tuaes lutac,; ~e,n poder ser ven<'icl.11, e vi- Dd()'a <lo. A lan.le houve prncissão , e
~
giacs com um indomavel animo, pela grnnde ·concurso, indo atraz do Palio o
gunrda do rebanho do Senhor. Glol'ia a 5. º batalhão de fnfoatarir-i e o corpo dos
vos da parle do Deus do CPU ! Louvor da Educandos artífices.
parte dos homens! da no:-sa parte ap-
plauso, soccorro, alliaoça: unidos a vos -A meza da Irmandade, por devo-
nüo somosscnüoum coraçãoem.naalma ! çüo, da Vir·gem Snntissirna Senhora do
<< Vossos muito dedicados, affeiçoa-
Rot:ario do BucTeiro, <]Ue se venéra na
dos, e diligentes ~e rvoc; Egn•ja elo Hecolbimenlo desta Cidr1de,
o'!!, Cesario, cardeal Matheus, arcebispo de . a\ isa ao respeitavel publico, que no dia
Bcsaoçoo. · 10 do corrente, se fad1 a festividade da
a.;'f;:c Aleixo, bispo de Nancy e de Toul; mesri1a ~enbora com vespera~, missa so-
t >'/..< l,uiz, L>isµo de Verdom;
«>l< André, bispo ele Strasbourgn; lemne, e sermão; roga ppr isso aos de,·o-
o}( Paulo, bispo ele Mt> tz; toi;, e bemfeitore~, hajam de comparecer
tt~ Luiz Maria, bispotJe Saiot-Dié; a m,te5 actos, afim de tornai-os m"i~ Lri-
«~ Gorgc, bispo t.le Bellcy, ao illustrissimo lbantes, enviando ao mesmo tempo snas
e reverendissimo pae em Deus.
Mgr. o arc.. bispo dé Fribourgo.» · joias ao leilão que terà lugar no referido
-O senhor bispo d'Orleansdirigiu ao dia, eco (irol, e manutenção do culto da
clero da sua diocese a seg uinte carta, re- mesma Senhora. Maranhão ú de Setem•
lativa as mesas dan<~anle5: · hro de 185lt.
« Orleans. ·
« Sr. cura-Não ignoraes o quanto se
aia;anhão _:'l'yp. de J
e. M. ;;a -;;1111ha Torres.
1!11~ do~ Barbeiros •· 8.

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
AN~O I Segunda-feira 1J de Setembrode 1854 N. º l fJ.
s
- z

OCHRISTIANISMO.
rneço DA StlllSCfilPÇA •o. 1l
ti V ASSIG!iA-SE:
d
.
I Por um anuo .•••••... 8$000.
l • s.,is 11,c,z~s ....... ~s:,oo.
Pago n<han1ndo l • irn mcLcs ••••••• 2~800.
W
l6
A
I Na l\ua da Crll7. n. 30, e na Tipogr~1,hia
\ Avulsos............... S~~o. X ll. ~Slc Jornnl.
V
A
No11 i·c,it a11fmas pcntcre sed satunrc.
S. Luc. e. (), <. 56.

OCHRISTIANISM O. C<""1"1bate.s do~ gladiadores; amava o bai-


les, e as danças do li~J pto, as pantomi-
rnas indecente!-, e tod os os dias era for-
çoso in ventar-se no\'os prase1·es para con-
tenta - lo. Não era sufficieote as l'iquesas
(Co111i1111nr,10 do 11.• tSJ.
da s Nações, que sendo conquistada!-, nflui-
Como pela [li.... toria sabemos, as obras am para Roma, os tributos, que cl'Asia,
dos Padre~ da Egreja, foram feitas n.o Afl'ica, ílespanba. e França derramavam-
meio das perseguições, e para a11~im d1- se em seus cofres, para entreter ~ua ocio-
ser, cc>m o sa ngne dos ma rtyres. Depois sidade, e apa-..iguar sua turbulencia. As-
do Concilio de Je1·usalem reuoido pelos sim, quando os chri!-tàos publi~aram suas
Apostolos, pouco mais ou menos no anno douct ri nas, e1,ta novidade amedrontou o
50 da éra vulgar, a perseguição ainda povo Homaoo. Elles leriam lucrado in-
mais se reanimou. Nero foi o ~·i,i>eiro . comparàvelmentP., se de~presassem seus
que do alto do Capilolio hasteou o pet~- deu!-tes, que desde Augusto, começavam
dão, a cuja somvni sendo abertas as pn- a ser esquecidos, e despresa<lo~; mas não
sões, preparadas logo foram ~s py,·as não querendo sacrificar seus praseres, e es-
so em Homa, como no Onente, e no tando cada espectaculo sob a invocação
Occidente até onde se esten<lia a inlluen- de um deus, a~sim como cada voluptuo-
cia do :-eu sceptr1J. S. Pedro e S. Paulo sidade, e cada vicio tinha um altar, dis..
receLeram o corôa do martyrio na capi- forçaram o odio que consagravam aos
tal do mundo, e do seii> d'estas mura lhas christào-; encobertos com a capa de Reli-
onde morreu o Principe dos Apostolos, gião. O povo corrompido pela adulaÇ<io,
d'oode partiam 0 1- d ecretos, e editos de pela idolatria. e ociosidade, odiou os es-
morte e de extermínio contra os cbristãos, tranhoi-, que lhe vinham pregar a abs-
os successores de S. Pedro, assentados so- tenenria, a ca~tidade, a mortifica ção e a
bre o throno dns Cesares , enviavam supplica. .
aJgnns seculos mai~ tarcle. os mini:1.tros O se nado enrequecido com os despo ..
" do Evangelho a levar apalavra da canda- jos do genero humano, orgulbo.'i O pela
de a todos os cou 6.ns da terra ! su~ acil iga origem, e poder, ll'•o u de todo
Pata agradar- ao povo, e transigir o seu credito para perd e r e~tes homen s
com o senado, cada Imperador ao subir que desprcsava cn as grandesa.s humanai.,
ao tbrono, renovava os cru eis editos de- e rollocaram a Caridade e a humildade
proscrip<:ão.-Os <!bristàus eram tratados acima de toda" as virtud es. Os mesmos
como inimigos publicos. imperadore!'t não podiam soffrer os cbris-
O povo logo que deixava dt?.ir ao Fo- tàos; porque estes adoravam um Deus
ram ouvit· seus oradore:;, e tr1buoos, e feito Homem, e aquelles queriam ali-
aos inspirad,,res deixava os negocios da mentado., pelo se u orgulho, se,· adorados
republica, o poro ·<li:-emos, qríeri.a pr~- como ~e fmsem deu~e:;. Attento o que
meiro que Ludo-di~tracc,:ão e d1vert!- podemos di!'ter que o Chri!-o tianbmo não
mentos. Pa!o\sava sua vida nas festa~, dl- tinha contra si mais do que os vi,·ios, os
vertfa-se com os jogos do Circo_. com os interesses, as p.iixõe:;, e o org ulho; i:,to, e

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


· . © ~filU\ll~Htll·ll~Lt~tm (J)Q . •
iW tlãts,,•141& tmw: , ' ü:z~i..uiuuze4.k1•2. Wi9fifÍii !! CM h !ii2WNU 9

so isto era o que su~t_enlnva a idolatria e Não lia\-ia entre· todos os Cbl'istãos
o arruinado edifido d'êt republica. Col- m~ü, do lJU e uma só vida, uma so alma,
lucados porem aa impotencia de attribu i.! para,asl'iim dizer, assim como não havia
rem aO:j christãos crimes reaes, condem- mais, do_ que uma só~?. Não porque o
na vam-nos por crimes, fifhossomentc ele· -e no, nao procurasse 1u trodnsir-se entt·e
sua orgnlhÕsa ob-;ecada imaginação. A os fie is. porque a Egreja d'esde o segun-
carta de Pllnio o moc;o à Trajano é um do scculo teve sempre a comLalcl' aquel-
testemunho isento de suspeita: Plinio les h omem,, que desva irados procuravam
pe1·gunla ao imperador, se nilo basta so- cravar o punhal n·aquella Mãe tão terna.,
mente o nome de C!iristào pa~a a execuçaó que os chamava para a"ºª salvaqüo; uma
do edicto de proscripções porque, « diz elLe, outra lucta porem para eUa mais doloro-
aquelles a quem accusam, affinnam, que o sa do q ne a primeira, a elo sangue, foi
seu tmico crime era. reunirem-se ante!; do aquella ('O~ que estava a bra<;os porqu e
raim· do Sol, pa1·a entoa,. Louvores ao Ch1·is- eram prec~as outras armas a lem da re- ·
to., como filho de Deus; de se ob,·igarem signac;fio, e pa<'icncia, afim de que fosse
por juramento á 11ao commette1· crime al- combando e extirpado oi- scísmos, e as
gum, e ob:$e1·vm· in violavelme11te sua pala- hcre~ius. Em quanto nada mais se lue
vra . • • • de se 1·ewii1·em pm·a cm commum e.xigia do que a vida dos Christâos, ufana
toma,·em sua 1·f'(eiçllo onde nada se passava per rua neda a sua fron le, porque gm,tosos
q11c fosse c,·íminoso. >)Todavia Plinio ~f- se enl'aminharam os m arl Jres para os
.f irma, que fez condnsir ao sup plicio to- supplirios; ,rrns a Verdade, o Evano-elho
dos aquelles qne per1-i~tirnw n'e:,te voto. a· '~'
.1 ra d.1c;ao
- d ~>~ A °
, posto 10:1 era um deposito '
Desde Nero até Constantino a perse- qu e ella de\'la cldTender, e transrui llit· à
guição o;ida ar1·oux,.mdo, O sangue já mais ..,ens ::.uc·ee!-sore~, 1-1em a menor altera<,:ào.
deixou de correr. Os principes ruais jus- Alem de que a maior p~l'te <los fieis que
tos e ,,irluoso!,, transform:-un-~e eu1 al- e!'>lavam prepa rados p.ira o martyrio, e
goses, logo que hajam <le pron n n<'ia r o que não t-e terinm curva<lo diante dos
:,en juiso a re~peito de urn Cbrii,tào ! Tra- su pplicios, não e1>tavnm em gnarda contra
j,ano, Adriano, Marco Anrelio, e Severo o~ inio1·igok, <pie e:- tavam e\lllfü si, e cu-
parecem quere r reÍlnJll' as suas barbari- jo fo l-io Zl'lv Hn m.,is p.el"igoso do que
eades, e esceder os Ne ros, e Domi('iaO()S. todas a~ :H11cac;as dos In1perad,1rcs. ;J_.'oi
Oir-sc-fo, q.oe Deus, tinha em ~eui; jui:-oc.., cnt.1o qne t-urgiram do ~cio da Eareja •.
resolvido, fazer locar a meta a maldade D<mtores e Filu~ofos para c~>mbnt~· as
(los uomcns, e a p«('ie ncin dos martyre~. lu'>1·etin1, n:-i~rc•ntes, e para ~\1stentar a
Todos os dias engendravam-se novo ... ~11p- auetnridade d-a tra<li<;ãn dos Apostol,~s, os
plíciO"-, e oi; Chri~t.fos corriam para ellcs, din•itos da Cétch'ira tle S. Pedro. A ebles
corn o se fossem para ns fe.:-tas. Doutore:- illu .. tr<'11, fo i a q11em a Egreja
No entretanto a Egreja em \ 'C'L. de en- <leu o nome ele Padres, portp1e eis pri-
fraquecer-se, rnch ye;,, mais dilatava-:-e. n1eiros <fcotre elle,, tae~., <:omo S. Poly-
J\ o passo que se multiplicav:Hn os Cliri~- ear~'º, S. l.gnaeio, ~- Irin( 11; foram dis-
1

tãos, enlre si estabelli<·Ütm, ~Pgun<ln o c·ipulo)'i ,,u t·ont.cn,pnmncoi- <los Aposto-


esp1rito <l n Evangelho, ns relnçõe:, de CA- lus, os ((ltae~ trarn.rni1 1iram a \"Crdade
ridade. Os Bispos se communicavam de aos honh! n~. <"oa:u iim Pae Lransmittc a
um a outro polo do m11n<lo; nos se us es- \'ida n seu!'> fil uos.
cl'iplos respirava uma troca <:oost,wte de Em l'cidos os pcm~o~ do nrnndo lernn-
oonselbM, ad vertcncias. e lu .. cs. J.'1 a tal'aru-:-e b ere~fo1-,; todat- :-is verdades fo-
Hiera'rcbia se ad1aYa estaLellec·i<la, C lo- l'am at:u·11clas. Po,·em Deus po1· toda a
dos os raios d'este C"irculo immenso <'On- parle ~w.cilou dcfen:,ores de sua Egrejn,
vergiam p:1ra um centro c:ommum, qt!e e as here~ias de nadn mais servi ram <lo
era Ho1:na, onde C5fara 1-entado na regia que adarar aqnillo, qne as ., uas questões
cadeira o S-.iccessor de S. Pedro. E en- prnruravam oh~c:ureccr. « As heresfas.,
tão o Cbefe da Egrcja dirigia á .:-eu,; filhos, <li1. G(~oonde m1 ~ua rni-ào e.lo Cu 1iistianis-
carta~ cheia:-. de sabedoria, afim de que nw, a~i-llll romo a~ per..,eguições dos pri-
fosse manlida a <li-,,·ipl111a, e consenada:. meiros ~e<:ulo-;, ogit,tndu o facho da fé,
,is trndiçõcs Apostoliens de que cHe cr.1 o n:-tda ,.na i~ {i!;cram do qne dar majs Juz e
dr po~iI nrio. Jwitlio ao lc:i~cmunho dn ~·erdadc, <! da

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
. ..

. . '
!l!!Sffe?!!!~~,.,.,.;;.;,s~~Wli;,~
· ~"~l!ER~
...M~":!'.!Pl(?;~,'\ffll.i~'oll!!~~~m~...!!!~!!!:!!!!!!!!!!:::l~-~ª~··l...l~-~:J~.. , ~~~~~~!11~.. . ,!:Q
.~~ !.~ncw;c,q~!:!!!:-~~!!!!.!:!•~
~ ·!!!'*~~!!!!!!!!!!! •....
,~~:....i.n
virtude prestado pelos pl'iineiros Cbris- ros seculos. De~cle o roinado de Constan-
tãos. » t tino. a Egreja fui collocnda em pm,ição do
Cada novo sectario, teve o <li~sabor, não poder prescendfr ele clescmpenhat•
ele ver nascer nm novo Doutor. A Egre... um papel nos negocios publicos; os Bis-
ja produsia Philosofos, assina como gera- pos saru co11.,ultaclos nas grandes empre-
va. martyre~. Basta lembrar os nomes dos sas, e ou vem~se a~ suas advcrlencias; os
Clementes d'Alexandria, dos Cyrillos, dos nnperado~es tomam parte nas querclJas· •
Joãos Chrisostomos, dos Origcnes, dos religfo~as; em uma p~lavra, a heoetica in-
Athanasios, dos Fclix, dos .lerooimos , 011enci.1 da religião christãjá se fazia sen-
Theodm·os. Tertulianos, Agostinhos, Gre- sível eU) todr,1 a parte, e para tudo o que
gorios, Basilios, Leões, e Ambrosios, pretendia o homem.
para nom ea r tu<l<! quanto de mais hello Esramos chegnc{os a clecnJencia · do
tem pt'odmido a Philo:iofia, e a Eloquen- imperfo; ordas de Barbaros se dirigem
cia. Ei·arn faclios accesos pela -mão de para a liespanha, França e Lomba·r dia,
Deus nas tt·evas do pcigani . . mo; porque e expellem as legiões c·omanas. Rechas-
estes grandes Doutores uào se limitaram saclos por Theodusio, com maior fon;a
a tractar na ~ suas obras ns q nestões dog- reapparcrem no tempo do reinado de
ma ticas da religião, mas fiserarn sair co- llonorio. Roma eufracpecida pelas guer-
mo qae de urna foute todos os preceitos ras internas t! <luas nzes tomada d'assal-
<la moral, Lodos os principiosda politica; to, e entregue a pilhagem. O.s Vaodalos.
~ inílu encia ele su;, s d:>11ctrinas sobre a e ç,s Francos dividem c.nti·e sls~u~ despo-
civilisa<;ào mudern.,, é um facto, que to- jos, e estabellecem o seu dominio na
dos os l1istoriadores sam unifol'mes em llespaoha, Franc,:a e ftalia; porem estes
reconhece r. Ba.rbaros, que deram vingar os marty-
Uma dilleren<_:a porem existe entre a res, de~lruindo o impcrio romano, p1·os-
Filosofia profàoa, e a L•'ilo,ofia Cbristàa, travam-se ao mesmo tempo aos pés de
e vem a ser, que a primeira em a ex- Jesus Christo, e as com1uistas da civilisa-
pressão de uma sócied,,de naoribunda, e c:i,o não c~s.savam un~ só momento de ga-
a segunda de uma socied,1<lc futura. nhar terreno em todo o Universo.
· Quando os perseguidol'es cansaram, Com effeito, a Heligião abriu um asi-
q u:rndu as foctueiras deixaram de arder, lo ás scienrias t, ~01ubra dos cfaustros,
n
~ que a Egreja t1·iumphante comec;o'u a e qur\ndo a ioilucncia do E~·angelbo
"Osar alaum repo11so, depois da conver- abrandou os co~tumes d os conq ,ii~tado-
são dos· "impera d1Jres, os e..ur1~taos
b · ~ sa1rarn
· re:;, quando o gm,to pelas Artes começou
das cataculllba,, o se e-;palharam pcLos a· espalbar-se, ad1~1ram-se r.~s Cooven-
Templos. A lilrnrdade clv cuho, então . tos tQda a litteratura a1l~icn grega cl)mo
appareceu e o..; Gtu:i:.tãos, que t·~deavam latina, e não só esta littera tura ali se ha-
8 Cadeira Apostohca para OU\'U'r.m as
via conservado, como outra nova mais
palavras de ,•i<la e nn<;ào Üsc~a1i:l nascer Le1L.t e rica <lo que a antiga ~havia nas-
um novo O'enero de eloquencia, a que :;e cido.
deu o oor~e de eloqucncia do palpito. Nos '1'.
Domingos, e dias fosti vos, o Bispo subia (Continua).

a sua Cacleirn e dcstribuia ao seu povo o
pão da vida. Eram in,trucções familia-
res sobre as vet·daàes da religião, medi- TABELL/\ DISTO RICA, CRITIC,\.
tações acerca d'alguo-; versos elo Evan. ge- . E
lho, ou solwe alguma paralJola do S~l- CRONOl,OGIC..I.
va<lor; outt·as veses eram adinoestaçoes D~tl

sobre a relaxa<;ão d ()s co ... tumes, e contra ºOIGXIDADES, Co~EGOS, E 8t-Xti:F ICIAOOS O,\ S,\NTA

os perio-os do mundo. A tenldtiva que Eonih, CATUEDM.L, DESDE A SU,\ FU~DAÇ.AO :1Tt
para suscitar os 1ºd.º-
o UOJE.
fez Juliano-Apostata
(Continuação do n. t SJ.
los, tinha reanimado no povo o <leseJO,
e gosto pelos espectd<'t,los. Cone"os,
Os discursos, e a~ obras dos Padres da Os UU. Rll.
EareJ·a
t, fasem-nos conuecer
• com uma in- José Joüo elos Santos a 5 de Março
~il:iivel lidelidacle a historia dos primei- de 1839. Cavnlleiro na ordem de Chris-
..
CO <ll lil ll\ ll $Jtf ll ú rlll ~ W1>~
a '• !tti!C1t.!.éii'-'õ,w,4mtia&tz:tu: d
.. ~ ~~ ·:?Jü..~ ~ ~&iWWWW'itSS

to, e Promotor Fiscal do Juizo Ecclesias- Juizo EclesiasLico, e Lente de Latinidade


Lico. Passou a Arcq>L·este em 28 de Ju- no Sem91ario Episcopal. EXISTENTE.
nho el e 18lt9.
Semeão Rodrigues da Camara a 2ú
Antonio Mauriciô da Costa Leite a 18 ele Fe vereiro de 1850. Foi Me~tre na
de tlunho de 183!>. Cavalleirona oracm sua Ordom. e Pl'elado no Convento dos
de Chri.s&o. ExrsTE~TE. ' Franciscanos d'esta Cidade. E XJSTEllTE.
Jo1'e Gonçalves da Silva, a 29 de Abril Ele utberfo Marq~1es da Silva Rosa a
de 18ú0. Commendador e Cavalleiro na 18 de Fevereiro de 1852. Foi ligario
ordem de Christo, ex-vice-Heitor do Se- Collado de S. Vicente l?errer de Gajapi<).
mina do Ecclesiastico. -Ex.:1sr ENTE. EXISTENTE.
Candido Pereira de Leru<,s a· 10 de Manoel Tavares da Silva a 20 de
Outubro de 1860. Cavalleiro na ordem AgosJo de 1.853. Bacharel Formado na
de CJ1rist~. Foi vigario clillado da Fre- Sagrada Theologia pela Universidade de
guesia de Parnag uá. Passou a Arcipres- Coimbra, Magi.-.tral, Lente de Theologia
te a 30 de Novembro de 1853. Dugmatica , Substituto da Cadeira de
· Manoel Joaquim Pinto Çardoso a 11 Moral no Seminario Epi~co pat. e actual
de Abril de 18lt2. Cavalleiro na ordem Secretario do Illm. e Hvm. CaLido.
de Cbristo. Hoje falleci.d o. .
Joaquim Pereira Serva a 20 de Mar- ·
Joaqnim José 'd.a Silva Sardinha a 1ú
de M.-1io qe 1842. Cavallt?iro na Ol'dem
"º de 'l 85á.. Bacharel Porrnado na Sa-
grada 'fheol ,,gia pela Uni ver!liclade d~
de Cbri:;to, gxaminador Synodal, e Len- Coimbra, Doctoral, Lente de Instituições
te -de Tbcologia Moral, e Dogmatjca. Canonicas e Substituto de .Theolog.ia
Passou a Arcipre1,te em 18ú7·. Dogmalica . no Seminario Episcopal de
Raimundo d'Almeida Sampaio a 22 quem tanibem é actualmcnle Vice-Reitor.
de Jolho de 18li3. Cavalle~ro na ordem
Bane.8e1Rtlos.
de Cbristo, Examinador Synodal. Poi
Vigario cnllaclo. da Freguezia de S. Bene- J oão Antonio Baldez a 18 de No..
<licto de Caxias. e Deputado à Assemblea rnmbro de 1 i 45. · Passou a Coneg<> a
· Legislativa Provincial. Exis:rEl\'TE. 7 de Agosto de 1751.
José Antonio da Costa a 20 de Setem- Antonio Filippe Ribeifo a 18 de
· Lro de 18ú3. Cavallciro na or<lem de , Novembro oe 1765. Renunciou.
Chri!,lO. Foi Prelado-maior na Ordem
Militar das Mercês, Actnal 'Penitenciario Domingos Barbosa de Albuquerque
da Santa Egreja Calh~dral. e Examina- eltl 1.7la5. Renunciou.. .
dor Synodal. EXIisTHNTE. Antonio Carvalho da Cunha em
João Felippe de Azevedo em o t. º de 17 45. Não con~ta de seu destino.
Dezembro µe 18á3. Ca valleirQ na ordem Paicboal Dias Pimenta do Amaral
de Christo, e hoj'e fallecido. em 1745. Renunciou.
.Joaquim Jeronimo de Castro em 18[J8. J o..,é Ferreira Mendes cm 17 4 5 .
Cav.alleiró na Ordem de Christo. l.i'oi Não cons~a do seu destino.
Prelado-maior na Ordem Militar das
Mercês, e acha-se boje em Portugal. Miguel de Moraes Rego em t.71!5.
Renunciou. ·
Camillo de Lellis de Moraes Rego a
4 de Setembro de 1868. Mestre de Ce- Antonio dos Reys Tavora Leal a 19
. remonias do Solio, e Contador da Cama- de Março de
'.l 7·la.9. Ausentou-se para
ra Ecclesiastica. Foi Vice-Reitot· dõ Se- Lisboa.
}Dinario Episcopal. Ex1sT.ENTB. · J osé Maciel Aranha· a 1.9 de Março 0

Antonio João de Carvalho a 20 de · de 1. 7 49 passou a Conego a 2á de Mal'-


Agosto de 18lt8. ~oi Escrivão da Gama- ço de ~ 759.
ra Episcopal. Falleceu a 13 de Abril de Alexandre Evert,m em 1750. Re-
1851. nuncfou.
Raimundo Alves dos Santos a 2lt d.e Francisco AlvaresTei~eira em 1750.
-~- FeYerciro de 1850. :&omotor füscal ~
do usentou-se oarà Minas de terr..asJno-va&.-
JRJP?JRJL
8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
José Antonio Alves e1ÍJ 1751. Não Antonio José de Azevedo: foi apL'é-
tomou ·posse. sentad<T em 18'15. Não tomou posse, e
·Felippe José Pereira Ramalho em falleceo em 1815.
1751. Não tomou posse.
Pedro Luiz Dutra em 1 de Feverei-
ro de 1753. Renunciou .a 10 de Dezem-
bro de 1758.
Miguel Búbosâ Albuquerque em 1 XIX.
de Fevereiro de 1753.- Passou a Cone-
• BJtenditque manu1n, et arripuit gla-
go a- 7 de Dezembro de· 1758. dlum, !Jl immol~rlt fillum suum, Etecce
oogelus dominl clamavlt............ ..
José Bernardes da Ponseca a 15 . <le l'er memetlpsum Juravl, dlclt Do-
Novembro de 1 7GO, Passou a Conego a mlnus; quln recistl bane rem, et noo pe,.
pérclsti retlo tuo•••• ,
6 de Julho de 1765.
PEN, C#.P, Xllll, V, 10, ti, 16,
. Aotonio Cordeiro Roxas a 2 de ~aio Abrahão, à voz de Deus obediente, j
de 1 779. P:,ssou a Conego a 27 de Agos- Com passos vagarosos lá subia
to de 1í83.
Ao alto mont~, onde immolar devia
Manoel dos Passos de Jesus - a li de O filho a quem amava ternamente.
. Abril de 1 783. Passou a Conego a 20
de Fevereiro de 1788. A viclima infeliz, que reverente
A pa_lernal vontade si> cumpria,
Bernardo Pereira de Abreu á 4 de
Qual tímido cordeiro, offerecia
Abril de 1783. Deu .ponto em 1788, e
Ao ferro cortador collo i,nnocente;
prssou a Conego a 15 de Julho de 1790.
· Manoel João de Araujo Cerveira a 16 Quando Deus finalmenl~ jà seguro
de Novembro de f 78li. Sem destino por Daquella obediencia.illimitada,
não apparecer no Livro de Janeiro de Nascida d'um amor siucero,'e puro.
·1 786. Ao vêr do triste Pa-e a dextra aiçada,
Carlos Melcbiades do· Na:-cimento a Um anjo manda alli, que o golpe duro
30 de Outubro. dé 1797. Ausente ·em Vibrar não deixe à fulmin'ilnte espada:
Lisboa. Renunciou po1· sentença de 18 Yieira.
de Abril de 18M..i..
Francisco A1etandre de Sà a 8 de Ju-
lho de 1798. Não consta de seu destino.
M,,noel Antomo Barroso a 30 .d'e Ju-
ll:io de 1799. Passou a Couego a 21 de
XL
Janeira ele 180[a. ·
Et innr111.a est (Snra) ••• , Venit que-
José de Mattos Vieira a 30 de Julho Abraham esl plaog~ret el fteret eam.
de 1799. Renunciou. Cumq11e surrtXlsset ab officlo runeris
locuu1s est ad.61ios He1h1 dloens: Adve
Juse Antonio de 01iveira a 30 de Ju- . nasum et peregrinus apudvos: 'ilate mi·
bi :lu• sepulcri V!)biscll01 ut sepelfi am
lho de i 799: Renunciou. mortuam mearn.
GEN, uvm• .-. 2, 3, li.
José Constantino Gomes de -Castro a
28 de Agosto de 1802. Passou a Cone·. Depois d'lmmeosos :moos ler gosado
go a 1lt. de Nove~nbro de 1805. D'uma sorte feliz a idosa Sara;
João José Barrozo a 12 de Nove·m- Depois de sele lustros, que passara
hro de 1806. Passou a Conego em llt Do seu amado Ilibo sempre ao lado.
de Novembro de 1809.
Luiz..da Fon1.:eca Z-uzarte-: foi propos-
Da vida o teoue fio, já delgado,
A morte finalmente lhe corlàra, ..
to em 1814. Passou a Conegó a 30 de Indo a alma, que <10 corpo se aparlàra,
Setembro·de 1815. Gosar do premio ao justo destinado.
Manoel Ignacio de Mendonça: foi Abr'hão J11mcnta.a sua .desventura,
proposto em 181á. Pa;,sou a Con~go a Mas, já que as-sim o quer a lei superna,
3.9 de Março de 1817. Sà cuida em dilr ao c.orpo-sépultara.

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


WWWHFI ma M M H!" .Jii&..,.WPft;.n,,,

Dr Gcth ao povo faz supplica lema,


,-~-=
Ouvidos abertos,
Qac, docll de seus rogos à.brandura, Nos patenteaes,
Lhe dà r,'ra sou jasigo uma caverna. Que serdos não sois
Vieira. Aos nossos ais.
(~xlr.) J. A. P.S.
( P.xtr.)

ANNO CHlUSTÃO.
Qual se~ o cego errado
Que boje um proleslo oão faça SETE.JIBRO.
D'enlregar-se sem reserva
Á mãe Sonhara da Graça ?
11. Snc aNo..\.-FETM. -S. Nicolà u To-
lenlioo-comt!çou a prevenir com rigoro-
.Elia bebea no Calvarlo sas penitencia& os a taq •ies da carne coi:i tra
As feses d'amarga taça,
Com que foi elaborado
o e,pidto logo em uma edade em que
O remedia ri nossa raça. taes atdques· afoda não costumani sen-
tir-se. Abra·çando o e~tado clerica I~ e
Jlotre o (ilho medianeira,
Elia o peccador congraQa,
feito conego, ou\'it1 elle pregar. sobre o
Quanélo pcoilente a busca, desprcso do mundo um religioso da or-
E na dor ã Cruz se abraça. dem <le S. Ago&tinho, e nào julgando
Ah I desta excelsa collina
ainda tiegura a salvélç.ào na posiçflo em
Parece ao eco se cs,·oaça I que se acuava; logo foi p1·ofcssa r na dita
'l'odos là nos juntaremos, ordem. Alli ainda redobrou as 11ua~ fodi-
Se Iôrmos fieis a graça. gas na jornada do céu, onde, sem embar-
·>.~(($- go de horríveis ltmtações que o inimigo
lhe sugeria, chegou, e foi canonisado
pelo papa Eugenia IV.
1~. TnnçA-FnrnA.-Resa a Egreja-
Senhor dos Afillctos,
n'este dia do 5. 0 da oictava da Nativida-
Que esp'rança inspirae~
A nós peccadores, de ele No~sa Senhora.
Aos miseros mortaes ! 13. Qu,\l\TA-FI~IRl. -Resa a Egreja do
6. º dia da oictava da mesma Nativ.idaue.
Com os pés pregados
A todos mostraes,
11!-. Qm~n-1'EIRA-Exalta<;ào da San-
ta Cruz-No começo do 7. º seculo foi o
Que rlão se arrecelem
Que vos lhe fuj ac.s.
imperio do oriente muito enfraqnecido
pelas ,,fotorias de Cbost0as, rei tia Persia,
C' os braços al.Jerlos, que oêcupou uma grande pal'te das pos-
Vos nos abraçaes:
sessões d'aquelle imperio, e entre ellas
Com as mãos pregadas,
Jerusalem. Ao Imperador. Phoca succc-
Não nos castlg-acs.
deu no anno de ô l O íleraciio, que n'es-
No lado rasgado te extremo não pôde, nem ainda sujei-
A estrada apootaes tando-se as iniquas condí<;ões, negociar
Do coração, onJe a paz. Recorreu pois ao auxilio· divino,
Vbs nos recebaes. preparando-se <'Om jejuns e orações, e
A vossa cabeça logo as com,as mudaram de face, vencen-
t\O peito lnclinaes, do tt·es generaes de Cbosroas com seus
Assim com acenos exercitos. Despeitado Siroe~, filho mais
Avos nos chamaes. vtlho de Cbosroas, pot· seu pae haver
Olhos scintlllantes nomeado Medarse, filho segundo, com-
Vós os enturvaes, panheiro no governo, os matou quando
Como que o peccado iam fugindo em conscquencia da men-
Jâ ver não qoeiracs. . cionuda derrota. Foi então que Hcraclio
celebrou paz com Siroes, uma con<liçãl) ma pl'o porção <l eYe lf'r com o fel'vor de
da qual foi, que este lhe restituiria a nossa!-, roga livas; e esta im·ocação, que
Cruz, que jà ha 1.6. ann os esta va em po- n os recorda, q11e eJln foi tebternunba de
der elos persas. Subsequ entemente foi todoi, o~ tormentos, qu e desd e a rua da
Be raclio a J erusale m, e propoz-se a le- Amargura até expirar na Crnz soffretl por
var em seus h ombros a té tte> Calva!·io es- no~so a rnôr o seu amantissi mo Filbo, e
ta arvore da vida; porem, vestido em to- portanto que so{freu ella lambem a mais
do o luxo d e m agestad e, !?enti u.-se co.no a turada e cruel tortul'n, d e"e compun--
detido á l)O rta que condu.sia para o Cal- , gir- nos, e à corn puncção segne-se esse
ya11io, e nijo ti nha forc;as para se mover fe rvor q ue faz éicceital' nossas 9rações.
alem. füte incidente ex traordinarío logo
pa receu milagroso a Zacbarias, .bispo de
.Terusalem, o qual ad vertiu ao rei, qne
Ili
as ga las e pedral'ia.s de que ia co berto es- Na acta do con!'\h,Lorio ultimo eru i9
laYam be m longe de imita r a pol>resa <le ·de Desem bro dignou-se SS. nom ear
Cbristo, e por isso rl erac.lio d t! po1. todas <'nrdea l deS. H. 1. o ex m. snr. D. Joaquim
as iosig mab reaes, e.immed ia tamontc põde Pecci, bi..--po de Per ugia; reservando in
lera r a Cruz, até q ue a collocou no luga r pcctore outro eminenti<.;simo.
onde ella servira de altar para o sacrifi - Dt,' pois prove u .~s Egl'ejas met~opoli- ·
<.:ÍO .q ue reconciliou us homens com Deu.,. tan,, de Pisa, e ca Lbedraes de Terracioa~
1 5. S.exn-FBIR:l. - Re!-a a Egreja - Bergam o, e \1orlrgliana. S. S. pronunciou
u 'este dia da mesma oictava da Nativida- n 'essa occasião u·ma allocU<;ão do que se
de de Nossa Senuora. ignora aiucla o contb eud o.
16. ~ABlHDO. - S. Cornelio-ha ve n- -Po1· .der l'eto da S. Congrega<:.ão do
clo, de com binac;ão eorn Lucioa, dado Index a 'l ú de Desembro e::itam prohibi-
, mai1- honrosa scp ultul'a a os corp os de S. <la!'! as !-eg nintes obras: ·
~
Pedro e S. Paulo, e procurando pelos 1. OiC' tionnairc ,politique, Encyclope-
meios ao seu all'a nce a11 gmentar o reba- di t• d11 LrngHge ct de la science politique,
nh o d e que era o pl'indpal pa:;tur, ÍcJi ré<ligée par une ~u <'Í eté de d éputés, de
delatado e p ü L' Ís.50 ex ilado. Entretend o • pnblici-.te~, e l <le jurtrnlbtes, avec une
no de.i.,terro co rrespo ndenci~ epist1 ,lar co m introducti on par Garaier Pagés.
S. Cyp ria no , cor'respon<lencia q ue não li- 2. Profc,,sion de foi du XL"\. siécle
nha ou tro objccto mai:- do qne l'Ccjprora- p.H~ Eug-ene Pelleta n. .
me nte se di rigirem pa laHas d e con c;ol a- 3. La religiunc de l seco\o XIX pet·
çào, fo i recondw,ido a (foma eo mo réu de A11.;(1niu Frnnclii.
lesa- rnage1-tad~, e all i, ai ra!ltado dian te ti . .Apo logia dei dil'i lto terrilo riale dei
da estnt 11a de \l art.e, a qnem elle recu, ou • pi1rroc.l1 i.
sac1·ifjcn r , fui dcc·npilé{do no ,/nn ode 252. 5. Voto legale deli' Awoca to Leopoldo
A piedu~a e iutn•pid,1 L n '; na se pu lto u Chia!'omnnn i.
cm um area l de seu q nin' ,1 ( o cada ve r - A A,·monia d e Turim 1t·ttz um lon-
d 'e~le sa nt o pontífi ce. go nrt igo d t• Plogio aos <:ai.bolicos ponu-
17. Oo.m:\GO-Dominga 3. ~ ele Se- gue~c." pCllo va lor mo~tra do na qnestão
t.em.bro e 15. º depoi.,; de Penl el'O!,trc;· - du pro t(~~to. No btipplemcnto ao mesmo
Fest a de ~OS!'>a Sen hora elas Dôre:;. Ecun, n u me ro ni ui los promenores sobre a per-
c..,·ta iu voca<;ão q11c a l~gl'eja na sex ta-feira segu ic,:ão a e 13n den-cl os qnacs oão extra-
d epois do domingo da Pai do celebra os foclo t11d11 pPr se r mui d1 ffuso liu,itamo ...
ofl.ieios d ivinos ern lh,n l'ê\ da " JJae de Deus. nos a do,-. exemplos.
A inda ip1e ella é a n,esm a Senhora, e estf1 - C,n joven de Lich tenthal, aacus::ido
Femprc prqm pta a se r no!'\sa rncdiuneirn, de ter espalhado copia~ da circular elo
cotntnclo o effeit() de sua protecçiio alg11- arcé bL,po foi pre50 l? tn 20 de Novembro,

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


posto na cadeia entre os méllfeitores, foi serva de Dens l\farianna dos Anjos da ci-
._lprcscntodo no dia 21 ao diretlor da ci- dade de Turim, para a &ua beatifica<;ão.
dade, que é protestante, e ao ch.anceller, SS. nomeou em seguida os prelados
CfUe é israelita. A questão versou sobt·e a para as Egrejas seguiutes:
coog,·egae;ào de Nossa Senhora a que o Tarso, ln pol'lihtts ir,fidelium arcbie-
piscopal para o revcren<li:..simo snr. An-
jovcn pertencia, e que foi julgada e com- tunio Xavier de Luca transferido da ca-
parada aos clubs radicacs, mas o joven thedral de Aversa.
su!-tcnton a sua fé e religião sem receio, Catbedral de Cadix, D..João José Ar-
~ú horas depois foi solto. E-.te novo con- boli.
fessor chama-se Carlos Multercr. Cathe<lral de Vicb (Catalunha) O.
- Um joven sacerdote foi pre~o porque Antonio Palnn y Zerruens.
tinha publi<·ado a circular apesar do vi- Catbedral de Pulcncia, D. JcronJmO
gario o pl'Ohibir. loterroga<lo pelo.dircc. Feroaades.
tor, rm;pondeu: « l1m cabo deve 'obede- Calhedral de Badajoz, D li'r. ~fonuel
Garcia Gil da or~lem do:; PP. pregador(~s.
cer ao ~eu gene1·al, ainda quando deL·
-Domingo 3 do eorrente festejou-~e
uma ordem contraria à que dá o subal-
com toda a solemnid,Hle a Virgem e ~lar·
terno.» E~ta resposla valeu-lhe oito se- tyr S. Filomena, cuja lm::igen; so aclia no
manas ele cn,·ccrc. Con,1eoto dos Fl'ades Carmelitas d·e!-lt.t
-A An11ouia de Turitn traz um m:i- Cidade. Na ,·ei-pera houve gl'ande c:on-
uifesto do:- bispos da pro,·iocia ecclesins- cul'rencia, nü'> ~6 no Templc>, que ficou
tica de Turim, dirigido ao senado do rei- completamente dleiQ, como na prn<;a
no com o fim <le rn oppôL' it lei que se oude se a<:bavn <lisposto algum fogo pre-
apresentou na <·amara clectira para in- so, que posto fos:-e pou<:o, sati!'fez a ex-
cluir oos recrutamento~ militares os alum- peclac;ào pela :-ua boa qualidade, e prin-
nos ecdesia~ticos. cipalmente pelo uh-imo qm1<lm,queapre-
seatou á vista do,'- fieis a eliigie da Vir-
-No mesmo periodico lê-se o seguinte:
gem ~JarlJr, entre dez <.·olumnas perfei-
Todo o fu1'or do ministerio pílrluguez tamente elaboradas. A., ve .. pera .. que fo-
contra o periodi ..·o a- · Na<;ão-e contra ram a grande in:-trnmental, ( betl} como
os 20 ruil siguatarios d,, protesto Ct•ntra tudos os outros 0ito dias de norena,)orou
a sessão de 20 de J 11lho e<;n>orereli dié:ln- o Rc, rn. Sr. Fr. Dornlhcu de Dronero,
te da fil'mesn e gencro~1dade •
do caracter • a quero lambem coube no dia expor aos
dos ratholfros port11gue1.es. O tribunal fieis os feitos da sancla licronia do Chrjs-
declara <p1e aào pó<.le npe, ar senão con- Liani~mo.
tra o gerente do perindiC"o. -Por portaria de 1G dn proximo pas-
Referindo cm i-~guida a carté"I elo Sr. sa cio fui elevad.1 a <'alhegoria d' Arcipres-
Ayre, Fl'edc, iro de Ca ... tro e Solla que :,e taclo, a comarca ecl'ie:.ia .. 1i<·n da 'I Lc, e, i-
publicou no Diario do Governo conclue na, em quanto for r.apital do Piauhy.
<lisendo: Ternns pena de n~o referir es- • -Por Lei pro, incial n. 368 de 2li ue
~C." prote ... to,, e !>Obretudo o do rnarquez Julho d'e:.te ann o. foi elevada a Céllhc-
de I..avrnclio no qual brilha aqnellu co- goria df} Preguesia de-Sé\ntn-Cl'lti-a
ragem que se torna mnior aonde maiores cepella curada da Barra da Corda.
sam os perigos e as .,mea<;as. -Na Se:\la-frira 8 do corrente ce-
-No jornal de Roma de 22 de De~cm- lebrou-se com toda a pompn na Egreja de
bro proximo pasl-ado recebemos n<.'li<·ia Santa Aunirtha c1·esla tidade a fbtividade
d'am noro consistorio celebrado por SS. ela-Senhora Santa Anna da Sagrada F.i-
po:;teriormenteao de que j:1 informamos; rnilia-CJouve ve...pel'as solemnes a que
teve c:-te logal' no dié1 22, e receberam aOnio ~rande Clln('lll'so de tieis, e à mis-
n'elle o drnpeu cardinalido o no,·o car- f;a do dia Ol'OU d~pois do Evannelho o
deal ~ecci_, e o cardeal Brunelli :rntigo Revm Sr. Fr. Yi<·entc de Jc,us, G~ardião
nnnc:10 cm Hespanha, <'ret1do cardeal uo <lo Convento dos Heligiosos Capuchinhos
consistorin ele 15 ele ~for~o de 1852. d'e~ta cidade.
No me~mo cor.;;i~torio o ad"ogado e:-= -
i1/ll1'll1tliiio -1'Y71. de J. e. ~I. t1a Cunha 1'or1·es.
consi~torial perorou a cam,a da veoeravel Rt1!1 elo$ Qarbeil'os 11. 8.
ANNO I Segunda-feira 18 de Setembro de 1854 N. º 20.

OCHRISTIANISMO.
V


rru·;ço D.\ souscn1rç\'<>.
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P~go ud1:m1ado } •
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Na llua cb Cru1, n. 39, cn11 'CipograpWa

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A clcSLc Jornal.

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difl'erentcs sam as cousas que cll es e.~ pri-
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Adverteneia. mem. Nüo apparece em geral aqueJla


linguage m harmoniosa, e polida, que ad·
Por rau~a de algnrnas f.dt.H, qne no minnuus cm Cicero; nflo sam a!) doçuras
no:iso n. 0 pa~..; aJo, apparel'e r:im, na Uisto- de Platão, nem a aridei ele Epilecto. A
ria Criticn et~. apressamo-nos a ::-ana-las sua cloquen cia, 6 uma eloquencia nalu~
no prese11te nucnero. ra J, uma mil-tura excflpcional de simpli-
Depoi., elo ílc,·111. Conegn o Sr. Sc- cidade e de sublime, de graça, e profun-
mcão Hodrigucs da Cain;trn-deve ir o cleza. de severidade e unl·~~hl: 1:- uma elo-
Re\'ín. Sr. Conego Thei,;oureiro mor- qucnein nova creada por ideas novns.
.Joaquim Quint ino Ca rclo..;o, que to.mo u O genio do.s Doutores tin>u um par-
pO'-!'le ;, :2í ele .J,rn?i,·o de 1851-o qual tido mara \ilhoso das lingnas gr<'ga, e la-
foi \'i,r,H'ÍO do ~lun11n. tina; linguas cheia~d'al'monias e 1roagens,
o'"'He,·m. Sr. CuOCf{O HnJJ11UOdo Al- se recusavam, para a'l~im diser, à expri-
ves do~ Sant o<;, àlcm do:. Titulas que no mir as verdades nh!'!l rar tas da religião·
numero pa:;~ado .1pparere1·am. a~cresre '-'hrblà, semi lbnntes à esses me taes, que
ainda o de-Sub:,titnlo da Cadeira de absol'\'{)tn os raio:; da luz. l\ós as vemos
Francez do Seminaril'i.Episcopnl. lrausfurm tu·em-se nos e,criptos dos Pa •
Os Hevms. Sri,;. Concgo..-.losé Gon- dres, e adquiri(· ai.li uma lramparencia
~tlves da Sih·a, e Dr . •Joaquim. Pereira aclm iravel. IYcsle modo é que foram
Sei·v3 , qne apparec~r,11? ro,_n o:- tJt_ulos de creadas as lingua-; modernas. Estas lin-
Vice-Reitores d,> Sen 1 10ArtO Ep111copal, guas tão claras, tão ülo:,;oficas, tão ah.i-
não O foram, mas ~im-Hc;itore5. . t nieta,;, saw toclJs filhas do Cb1·btia-
Ao Renn. Sr. ~Je:,lre-E,cb(,la, CUJO nisruo.
nome e titul as .1ppare~em no n: 17.-.- Terminaremos o q11e acabamos · de
deve-se accre:,centar a111da os de-\ Jl>t- dizer de), Padres da Egreja por uma oita-
tador, e Governadol' du Bi~pado. c;i,o de La ílruyerc- ll Que admiração,
diz t: lle, p,i rn aquelles que não leram os
OCHRISTIAN ISMO. Padre:, da Egrcj(1 • se vis~em em s.ua,
obras mai:-. dclic·adm,a, polidez e espiritos
maior riquesa d'expre.;~ão, e força de
l',H'iOC'ÍOÍO, 1raços fllrl l:, Vl\' OS, e graças
f G011tin11arl10 tio n.• to). mais natur·ae!'i , do que aquellas que se
\: impossível achar-se bocnens ~e um.a notam nos linos que 1-ana actualmente
sciencia ruais profunda, e eluquenc·in m?1s lidos, e lido!! com m ais gosto, porque
elevada, qnaes eram os Padres da ~grep. dà m nome e vaid.idt> aos se u" auctores !,
Seus Jivros contendo a Moral mah pcr- Qne pl'ai-;er em amai' a religião, vê-la
feit::i e san. apresen tam-nos o ali mento acrcdtta<la, sw,tentada e explicada por
• mais nutriente cl'1 e se1· possa dado ao Ião bello:; ge nioi-;, pl'ioripalmente quando
homem. "ecm-se :w conhe«·imcnto de que pela
P ~lo que diz respeito ao .se n estylo, extent,fto da~ lu~e.;. pela profundesa e pe-
differn tanto do estylo dos a1ll1gos, coino netraçà<J, J\elos principiob da ~ao filosofia,
@ <nlllma&nraa~u~m@~
.,.,,,,,,....,,, ll&~a'i • bii i > 'J!Ctc:M&a«WWWI~

pela sua aplica,<,:5o e influ encia, pelo seu taes, contando-lhe a queda do primeiro
d eseO\·oh·imcn to, e ju:,lc:,a das concln- Pae, e a historia elos primeiros mar-
:;ões, pela belle<ia da mMal, e sen timen- lyres.
tos, nocla ha que ser comparado ·possa Platão queria banir os Poetas da sua
com a linguagt!m de S. Agostinho ! Republica; a íleligião cbristan porem fez
A heran<;a dos Padres da Egreja se d'elles seus inteq>retes, e lhes abriu seus
acba·divididti en tre os Oradores, e os Templos, fa'sendo assim corn que se re-
Moralistas. A França é se m du vida a pa- conciliasse n o homem a irnaginação e a
tria dos maiores oradore, ehri:,l:3us. Na rasào.
epocha em que ell es apparecerarn cheios T.
de maior brilhantismo e gloria, foi no
reinado de Luiz XJ V, onde se completou
os trabalhos encetados pelos Padres; a TABELL,\ IllSTORICA , , CIUTICA
li agua é chl'i:;;tan, a l-lOciedade, as leis, e E
os costu.nes, tu<lo é cb ristão. Não se cui- CRONOLOGIC&
da então de formular dogmas, preparar D~II

institni<:ões novas, pelo contrario trata-se OIG~ IDt\DES, Co~EGOS, E llP.N~FICI.\DO!S O.\ S.\ N'fi\
EGREJA CATHEDl\t\L, 01!:SOI~ A SUA FU~l).H].\ O ATÊ
de bem Ürmar-se a base da sociedade, UOJE,
reprimir a tran~gressão chts leis, e glori-
( Cn11timwção do 11. '19).
ficar a Deus nas l-lUas f)bras. N'c~ta epo-
cha c1pparecerum tarubcm heregf!s e in- Be11eflcladoM.
credulus, para qn em de lemposu l~mpos os un.
et•a preciso \'Oltar a.,; Yi:,tas, mas e prin- J o:..é João <lo 7\liranda a G de .TnnLo
cipal papel elo Ol'ador, na epocha a que ele '1815. C,va ll ein; na Ordcu, de Chris-
nos reportarno<i, não ern comba ter-Não to. Fa ll eceo â 1 li de .(\fa io de 1 Sú 3.
ha1:ia então o Apostolo dus Gentios, e Antonio ílaimnndo de ~lfranda á 29
sim o elos Fiei:;-Enlào n."lO se dcscutem .de 0,1t11bro de 18 15. Ca~a1le iro na Or-
as verd.tdes que tod o o muodo t•ecebe, dem de Curi:,;to. Pa:-sou á Vigario do
· mas julgê1m-se por e,,ta:s verdades a!! ac- Miarim cm ~Jarço de 1821.
ções dos homens; e a revclac;ào cbrh,l,rn, Felip pe Benkio elos Pa~sos Cardoso a
que não descol.irio só B it alma humana os 8 do No vem brn de 181 5. Passou à Co-
ignorados myste11ios da antig\1idade. m- . neoo á H) ele ~ov~mbro de 1820.
.:,
,estiu os Mini:..t~·os da reli~ião com um
ca raNer nugust ,, que clandú aos seus di!-,- João Raimundo Pert'ira Caceres a '2/J.
curso~ uma auctoridade san tn, eram com- de Outubro do 1-818. F..1Uccco a 5 de
preh end icl vs, o re!-,peitados, c·omo aque l- Ago~to de 1825.
les, que l-iendo suc.!es...,ore.., dos Apo:,tolos, Jo!-6 João dos Sanlo!'t a 27 de Abril de
tinham recebido o E:..p iri to Oi,·in o, e o ·J 831. Passou ;1 Conego a 5 de ~Jar<:o de
mesmo fü,pirito poi:..,1va :-.Obt'e :..eus lahius. 183V.
Quando, á \'OZ doi- Pndre~ rla Egl'eja, \1anoe1 P<•<lro Sonres a 27 de Abril
a terra opera,·a a sua ll'an:..forma<;âo, mu- de 18:3 t. Pas..,ou a Conego a ú de Ou-
<lando suas lei,-;, costumes, e lin~uagem , tubro de 1837.
uma nova pocoia na~ccu lnmbem à ~orn- João Po~:-idonio l3nrhosa a 25 de Maio
bra do sanctuario. Não el'a mais essa \1u-:- ele ·t 8~H . Pa:isou a Viga rio do Cnrurupu
sa, que antigamente modulava nos bos- em 1837.
ques da Grec·ia a, queixas dos chrnses, e os Manoel Alexandre Pestana cm o 1. 0
amol'es dos heroes; que se dh·ertia no de Agosto do 183(1. Fallccco a l ô de Ou-
meio dos fe~tins, e ool,re a mci,mn lyra tubro de 1835.
celebrava a rn..,ão e a loucu ra, a yirtude
e o vicio, a sabedoria e o praser. Filha
Joaquim Quintino Cardoso a 31 de
<lo Cliri~lianhmo, a nova poei-ia ca nt~va Outubrn dt1 1837 . Pa:-~ou a "igario do
nas harpas <los Anjos a glQria du Dens que
~lun im a 1 ô de Julho de 18ú2. Passou
provou o Céu e a Terra. Em rez de con-
a Conego a 27 de Janeiro ele 1852.
"'"idar o h omem a oo~ar do-; ben~ terre- Franl'i-.<·o \1arianno Pcrreira a 31 de
~

nos caduco:..e tran;o.ilol'io.-.. lhc lembra 'iUil Onrnhro de 1837. Pa,snu a \ igario d e
origem celcoto, e seus <le!itioos immor- Sarita Helena a 19 de Maio 18ltlt. :' . de
Pedro Nicolau Hiheiro Pontes t\ 2lt de Estcvaõ Al\'es elos Rnisa 2 d'Abl'il de
Dczembl'o de 1837. Passou a Viga rio d'-, •1853. Lente cfo Cunlo-plano no Semina-
Conceição à 12 <le Mal'ÇO de 1839. rio l~piscopal, e sub-chantre da Catbe-
Antonio Mau1·icio da Costa Leite á 27 <lr.11. E~1srn~TE.
de Agosto de 1838. Passo u a Concgo n José Jonquim clu Prado a 18 de ~fal'-
48 de Junho de 1.839. ço de 1853. Capclliw cJe S. Exc. Revm.
Jose Gonçalves da Silva a 7 ele No- Ex1srn;-.;Tn.
ve mlJl'o de 1839. Passou a Conego a 29 A11tonio Duarte do Y.alle n 31. de Ju-
de Abril de 1fü1 O. lho de 185[1. Ex1srnt1.rn.
Manoel da Vera Cruz a 8 deMaiode
1839. Benuncion pa ra ~cr Capellaõ do Como 11'esle numero i:onclnimos coin
7. º Batalhaõ de 1. º Linha em 18á3. a Tabella llistori ca, Critica, e Chronolo-
~larianno Gn rn;al\'es Lima a 9 de Ou- gica do:; Ex,us. e Hcv ms. Srs. Bispos, e
tubro de L8á0. Pas:;o u a Vigario de S. das Bevmas. Dignidade!-l, Conegos, e Bc-
Bento. ncficiotlos, que desde a f11ndnc;aõ dct nos-
.José Aureliano <ln Costa Leite a 7 de sa Santa Egl'eja Catlicdral ,dé h oje n ·clla
Agosto d.e l 86 l. Rc1111nl·io11 em julga- l t>cm exi,tido, somente agora procura-
mento ele sen tenca >
a "2í <le Abf'il de i8ltlt. remos inteira r aos nosso~ leitores o por-
.loaõ Franei~c·o \lartins a 23 ele Se- c1ue e111 prcheodemos ei-se tl'abolho , e
tem bro de 1863. Pas:;o u a Viga rio de S. qua es os au xilios que tiv emos.
Bernarclo elo Pa1·nab_}'l>a. Urna E-.tati.-.ticà, naõ pode se r orgn-
Bernar<lo Franco Cardoso a 17 de uisach sctn que hajam fu nt e1, onde, aquel-
le que n empreende, vá beber o que naõ
Dezcm hro de 'l 8li 3. E-x.1sT111'iTf.
pode se r li lho de sua rasaõ, por isso mes-
Cn millo de Lelle:-, de 11oraei. Rago a mo, qu e sam factos. Fui o c111e fo;emos;
17 de Oezem hro de 18li ~. Passou a Co- compulsamos o qu e a tal respeito havia
l'lego a li de Setembro d e 18/~8. escriplo, quando foi eleüo Bispo d'esta
Raimundo Alves dos Santos a 28 ele Oeoce:-e o Ex.m. Sr. D. Ma1·cos Antonio de
Fevereiro de l Sliú. PassQu a Conego a Sonsa, o He vm. Sr. Arcediago José Cons-
'26 dé Fevet'eiru d~ 1850. tantino Gúmcs de Castrn, e bem assim o
J oaquim Pereira Serva n 1V dtdnoei- q11c em 'l86h publicà ra o entaõ Hevm.
ro de 18lt5. Passo u a Conego a 20 de S r. Arciprc:,,le .Joaõ Ignacio de Moracs
Aforc;o de 1854. flego; e como o primeiro occupando-se
Ao11us10 Ce...ar da Silva Ro..a a \9 de cx(·lu .. iva mcn le dos füons. Sr,;. Bi~pos,
i::,
d1cgà ra soment,e dtÓ a d eiçaõ e posse do
Janeiro d e 18[i5. Bacharel Formado e m
E.x m. Sr. D. Marc,,s, e rr segundo ale O!>
sdenc:ias ju, idicas e socia~s pela Acade-
Hc vms. cmpl'ega<lo", que se impos~ara m
mia de OlmdJ. EXIsTmn'E. em '18/i '1, ou tr.t fonte b1tsca mos para com-
~Janoel Tavi:l res da Siha a U) de Ja- pletar o trah(llb o que ernprcendiamos.
neiro ele 18lt5. Passou a Cotiego a 20 g..,sa outl'a fo nte, foi u Ard1ivo <lo Jllrn. e
d' Agosto de 1853. Hevrn. Cahido. E po..to qu e aqui <lercs-
~Jan oel Louren,;o Ferreira em 18á5. semos en<"un trar o que nos era sufficien-
te, co mtndo não o pn<lemn:,; obter, pela
Passou depois a ·v iga rio Collado <le S.
folia que soffre u An·h i \'O <lo Ili rn. e Hc vm.
Luiz G<>nzaga do Alto mearim. Cal>icll1 d\1lgn11s Livros antigos, e por al-
,, Francisco Jo~é <los Reis a 20 d e Julho gumas ~1 mi,.,ões, qu e encontramos nos
de 1850. Len te de Francez do Semina- r1uc comp ulsamos. Attento o que bus-
rio Episcopal, Sub.~ tit11to <la Cadeira de <'amos i11t ei rar-no, ela verdade por outros
Latinidade e actual Mestre de Ceremo- meios qu e julgamos mai11 certos. O que
oias do Illcn. e Hevm. Cabido. • fise mo~ foi nada, ma~ o rl'1e queriamas
era da,· aos nossos leitores uma noticia
Manoel da Costa Delgado a 25 de J a-
do~ Pa~lot·cs que tcem condnsido o reha-
neiro de 1851. Ex1sTENrn. nlio \1aranhcn:,;e, hem como d".:1r111olle!>
.Ju~lini:rno Sabino Cid a 15 d 'Agosto qne dc.,de o primeiro até hoje os Leem
~e 'l 851. Ex,swm:e. iljudndo a apascenta-lo.
'ª •
É provavel que appareça aqui e ali t empestades e do sarcasmo impio de uma
algamas inexactidões, mris confessamos~ pbilosophin, que, renegando à origem
que sam filhas ou da falta dos livros pt'e- que do céo b01Hera, atavia-se de roupa-
ci!ios, ou da nossa inhabilidade-e por- ge1n grosseira do tnais cstupido materia-
tanto esperamos, que o fim, qlie tivem_os lismo ! ·
em vista, justifique-nos para com o:; nos- Poit- bem ! era quando essa philoso-
sos b ene vo los leitores. phia atroz. e demolidora tripudeava com
nlegria infernal no adro de um velho
mo~teil'o, que ella su ppnnba carcomido
O padre-mestre t,r. F,rancis- epsalterio podt·e, entoando-lhe por escarneo {) .
da morte, que um p0bre e hu-
codo Montc-Alverne, esuas milde se raHco, invocn ndo snas fon;as fu-
producções orato1~ias. gitivas e jã ga~tas, pelo roçar dos tempos
e p<H' mil outros gencros de augustias,
Achava-me ainda na minha provincia fez apparcc.e'r. como por encanto, qn atro
quando, por aviso de alguns jornaes que vo)umts.dc se rm ões primorosoi-, esérip-
se publicfto nesta côrle, so nhe que o pa- tos na mais bella linguage m portugueza,
<lre-mestre Ih·. Francisco rlo Monte-Al- e forru nlados so bre as maximas lumino-
,,ernc bavfa dado à luz os ·sermões que sas do g rand e lirro do genero humano,
clle pregàra nos floreos dias da sua mo- de que'·o Enmgelbo é uma pagioa im-
cidade. morta 1 !
Cbegando aqui, n meu primeiro cui- E que sorpreza e confusão parn a
dado foi ler a obra que então se annun- deusa do tripudio, <le cujas mão:-, desfaL.
dàra, se n5o com os applausos que d e leridas e tn•mu!a~ , là caliiu o tacnal'telo
orclinario se baralêào a qualquer brochu· que ai oda ba pouco viul'ava forte sobre os
ra piéga!< que por ahi apparece, ao me- pot'laes do velho n1o~teiro !
nos com alg11mas phrases de lisonja no·, E que importa que Monte-A1verne
autor; o qu e, verdade seja, jà não é pou- ainda ,·iva, e que houvesse dotado o paiz
co em um tempo em que se diz que do com uma produc<~ão rit'a de ot·iginalida-
claustro nada sabe que não seja digno de de e de apnrado gosto? Que im])Ol'la tu-
ri.,o ou de compaixão philosophica. De do Ü,to, se a podridão penetrou 110 arna-
feito, li com acurado interesse as produc- go do mnnadlbmo, é é mi!lter extingui-
ções oratorias de Monte-Ah,crne; e, a par lo de todo?
do vivo enthusiasmo que ·em ruim pro- A,:--im dizeb vos, homen~ do progrc$-
duziu a leitura d essas paginas su blimes, so e <lu i/lmninismo !
verdadeiro modelo da eloquencia sagra- Por <·erto que o selvagem do Canadá
da, um sentimento de clôr veiu partir a n ão usa de ~e melbanle racioci nar !
torrente das doces emoções a que o meu Ali o filho tfo n a turesa nfto cor,dem- .
espirito se abandooitra, ao contemplar os n::i a golpet. dt> machado uma arvore pre-
prodígios do genio e d 'arte, tão altamen· ciosa sernlo depoi~ de ronvenc·er-se de
te eucarnado na obra que eu tinha ante que e\l a e;là <'om pleta men te morta; por-
os olhos! que elle crm~idera un:i a<'<'e~~o de loucura
Sim, ao sa borear os fructos dessa plan· o corta-la pela raiz, q uandQ com pro vido
ta mimosa, que sul'g1ra e medrára nas cnxPrto e limpeza a póde fazet' revivei·.
asperidões do claustro, ao pé de crncilho Ali, poi", a <·orn.ervaçào é obra ele selva-
annoso, rnas ,·enerando, á luz. morti<;a ja ria; aqui a destruição é nma exig.e ncia
de lampada solitaria, e ao som das har- indeclin,l\el da (•ivili~açãt> !
monias do Eterno, que não deixa nunca Quanto engcno e malcfade não vai
<le ·tisitar os pobres e humildes, que elle nisto!
chama os grnndes d·e s:u reino, desgosto A ·ve rdadeira ci, ilh,a(;ão. nqueUa que
acerbo e profundo trav ou-me n'alma ao oa.,ce d~ <'ult um do e~pirito e dn ameni•
lembrnr--me que as irn,tituições monasli- dacle do-. ro~lurnes, não se nutre com ·a
ca:,, ontr'ora tão floresce ntes, e em cujo destrui(;ào, diz Giuberri; ma!'. sim com
seio sempre se aLngárão as sciencias e a.s · in1-titulos po!-iti vos, proveitoso~ e dura-
lei tras, vão entre nós na mah rap ida de- douros. E adrufra, continúa o grande
cadcnda, e~boroando-se ao sopro rijo das oraculo da Italia, que n'um sec ulo etn

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
A

que tanto se proclama o principio de as- volver os frade... heróes, os frndes morty-
i,ocia<;ào, se chame ás armas conta·a as res, os frades be,ufa1.ejos e ronsol.idores
instituiçõej mooasticas, como :,e os claus- do gencro humano, a igreja vos não
tros não foss<:!m associa~ões, e os se us es- acompanhará; pon.p1e a divina Esposa de
ta lutos modelo sublime de prndencia ci- Jews Christú, que ~a be logic.1 para vos
vil, superior aos dos modenw:, legislado- ensinar, não crê que o abuso prove cou-
res ! sa nlg11ma contra a boncla<le de uma ins-
As que boje com pomposo tit11lo s: til11 ieflo.
,
chamão a:,sot·iar.õcs , <lestituidas do 1é ~iio 1111 ioslituic;üo, por mais san ta,
commum, sem ;u,oridade fixa, sem boa que ni'l ú degenere pela malícia dos ho-
or<lem, sem prévio tiroC'inio, se m Cl-ipiri- men~. P, ocu rni, portnnlo, prover- vog
to de satrifil'j o, sfto amalga mas pueris, h de frad ('s bons, !)e q ucl'Cis e\'itat· os máos;
Tista'das (,"Stupendas cunfrnrias ca tholicas reform ai, 111as não destruais. }~ este o
<JUC tantos bens 61.crão ao Universo. Yê- grt1n<lc princ·ipio <la scieucia moderna.
de que <lifl'ercn(;a entre a id .. dc de umos E para oaoc me lc\'a a imaginação?
e de outras! Acp1elhts, hoj e ou amanhã O que qnel'O eu com os outros frades, se o
se diN)olvem, <le..;apparcce111 com as vicil'l- meu frHclc querid o e Monte-Alvcrne?
tude:, <.los tcmpoi.; vüo e ven.) como :is E ús seus bellos ~ermões ! a sua elo-
ondas de occauo agitatlo ; ao pnsso que q11encia e umn res111Tei<;üo adm iravcl da
estas vive m seculo~; 1'eHi . . 1e m üs rajacla:1 eloquer1eia a ntiga e eterna, que prova aos
do -Yeoto; reLentão outra vez depois de hnrnen~em carnctere:: de ouro a necessida-
cortada~; e com o se9 leoa;,, abro lha r can- de da fé- clot(ll enci:.1 <111e se t«11·na nova
ção n e~pcrant;it e a rniva de seus advel'- por sua ap ili<·rH;ào a erros por ventura
sarios ! mni 'i va,lo:,i e hediondos que to<los q 1ian-
Que reacção prodigiosa e snhlime ! to:- mauch11rão os sec-nl o!', àtHeriores !
l~ o e~pirito de Deus que sopra e111 O se u liHo, exceplo algumas phra-
tudo i .. to ! i-;es em que o lnxo da imnginação. do
E, é pena q11e não seja en quem o <li- nurn,·chu pare<'e olfu,car l1s vezes a pro-
ga l g o prop1•io ~lachiavolli, que lam- f11ndezn da ol1ra, é !'! i111ple;-:, vel'dadeiro,
bem não fez mais do que reduúr ,\ for- energi«·o e arrchata<lor. l~ a velha elo-
mula a doutl'Ína <los cantos iinmortaes qucnt·ia chri,tà, um pouco aspcra a lgu.
de Dante. mas vezes. i\lli udmirn-:-e o COD'IO rcio su-
Sim, meus senborci:, ?.Jachiavelli e blime da philo,ophia com O'i so midos ar-
Dante são os que dize111 que os frades, de rano.s da tli culogia tran,cend ental. Que
quem hoje tanto lie e~carnece. civilisàr5o gnlhal'<lia tl e phra1-e:, ! Q11e nobrczn e ma-
à Europa, e mu<làriio os de!-tiooc:; <lo ge!-ilMle de c:xpre-.~ão ! Que bem delinea-
inuado. E~ta homenagem de .<inbli rne do (Jtltl é O plano <le 1>CllS u.i:,cltl'50S ! 1\.
poesia e eloquenci a civil, deve servir de mais perfeita e intima liga<;ào reina em
consolo aos pobres fradinhos, quaado todo~ os seu:, pcriodns. A p~u· da solidez
vergados sob a n11 ~c m de opproLriosqne do ra<'i oei11i11, pull11lão OH movimentos
contt·a elles se condensa. oratorio-; e péi tetico-,; brilhão a proprie-
Não clcsconhec,o o cancro profundo <la<le, :1 ha,·monin e a"l hcllczas da elocu-
que lavra e corn'>e nc; eotranhas do mo- ção. l'\unca c1 p:ilana hunrnna teve mais
nacbismo hra ..ileiro; deploro mesmo a prestigio n,,s lebio:, d o orndur ! A pnla-
seu dei;a bar medonho. A minha opinião Ha pt>rknce n \fonte-J.\l ve rc,o como o
é que taes institnic;ões, quando degeirn- marmore a \ligue\ i\ngclo, o colorido a
rão, toroão-se ve1·dadt!iramcate in11teis e H11ben . . , e a hnrm unia a Beenthoven. A
pernicio!óias; ml\s o meio de remediar o pala na é o relevo de suas ideas; os acen-
mal serà aboli-las? An tes de dar-lhes o to~ clt! ~ua \'oz; a energia de se u gP.~lo; e
golpe fatal, não aconselha a prudeacia a E'xpansão de uma grande alma, que se
firmada na longa pratica da igrej a o ten- revela fulgurante na:, Íül'ma:, mais mag-
tar todos os meios de reformas? Se vos ni. (i l'as.'
vos limitardes a gr•itar contra os frade~ Os 1-eus sermões dividem-se em tres
devassos, igo oranles e fanaticos, a igreja cathegorias. Scr,nões sobre materin poli-
fará /.co cornvosco; mas, se na rede da tfra, tic1:111üc:i pnnegyricos, e sct'rnões de
assola<;ão e do cxterrn,inio CJtlÍzcrd~:s in- mystcrio. o.., primeiros, pregados quasi

~
"~1 ::--- Jb~,i -t
....-a PiMU a-dilo"*
'ZD . CCfllll!Il~Il'llfiílil~W®o t!IQ-CW • A !.t~!:LIP--"~ • w J&..::»wm

tod os ao despontar da aurora <la nossa difficul<lade., um embaraço immenso para


emancipaçaõ política , saõ verdadeiros qu em compõe? Dizer sem pre as·mesmas
h ymoos naeionaes, repassados do senti- cousas de um modo novo, brilhante e
mento patrioLico que sempl'e inílammou encantado r, naõ é obra da medrocrid ade.
o orado,·. Os feg undos, S<.1Õ pint ur.:1s lieis Ainda uma outra circumstaocia de-
e vividou ras do drama da vida intima ploro eu mui sinceramente; circumstan-
desses gra ndes vultos que passáraõ na cia que por certo all'ecta um pouco o
terra, dei~ando após si o cla1·aõ de virtu- ma.ximo da importancia e interesse dos
des, de qne so o christianismo é origem se t·mões ele Monte-Alverne. Esta circums-
divina no cu raçaõ da humanidade. Os taneia foi a privaçaõ d e s1la Yista, ~ntes
terceiros finalmente, são paginas magni- de rever e col'l'igir as ~uas · pro<lucc:ões !
fica-; ele Agoi.linho e ele Ch1·ysostomo l A ouvem cfo destino abafou-lhe os olhos.
Aqui, o eslylo de Monte-Alverne parti- ellc n aõ pôde, porlanto, encher ns 1acu-
cipa da grclvidJde dn assumpto, torna:..se n&a que se podem encon trai· nos seus pen-
soJemne e metaphysico ! Como que arre- samentos. Mas ttuem naõ repal'liri1 os
hátado pelo gcnio invi-.,ivel da eloquen- th e,ouros da inclulgeneia com o nosso
cia, rouba-se ao se u auditorio; e libradp Millon Sera fico? Quem lbe naõ descul- ·
nas nzas de um en tbusiasmo todo divino, parà os ligeiros <lesct..idos ciue por ve ntu-
sobe, qual agnia arrojada ús altas regiões ra ~e fü.ereni se nti,· na urdidura, e la vor
da lyrica ...• Debate-se <!Om a eseuridaõ de suas producçõcs?
~lo mysterio, sua razaõ altiva forceja pot' A verdnde é que ningucm até hoje
vinga l' os cumes de interpo:,tas i;e rras; mas nos ba r ia ministrado um deposito ele sel'-
so no manancial <la fé ella encontra a so- m ões brilhan te.;, como esses de que m e
Juçaõ dos problemas que tenta resolver! lenho occnpado. Essa gloria , im cna1·ces-
Entaõ o orador encolbe os vôos ao seu sivel se m duvida, estava reservada a Mon-
pensamento espavorido, contrabe-se na te-Alvern e. U paiz contrabiu com elle
espbera da possibilidade, e ei-lo insinu- divida immensa. A pMteridade , ante
ante, fucil e accessivel · às mais n1lgares cujo lnbuual se naõ ou vem os ~ilvos da
comprehensões, sem deixa r ele mante1· a invej a. lhe naõ negarà seus vo tos. Elle
sublimidade do pensamento na facilidade qne de:-c;a, puis, tranquillo às trevas do
do ei,,tylo ! se p3lcbro ~ oa doce consolaçfw c;t'e que
l!ito é o que se chama verdadeiro ora- deixa após ~i ba:,tant.e luz, para guia r sua
dor! Isto é que é realisar o l>elloide:.llda fama de orador illustrc .\s idades mai~
eloquencia, meaejando tod os os r,)cursos afastadas.
da arte sem fazê-la conhecer n'um só As poucas palavras de favor que hoje
lan<'e d e seu di:;curso ! O conhecimento envi o ao prelo, são apenas um r~flexo
profundo que elle osten ta em todos os ra- mui esrasso do meu eotlrnsiasmo. E po.s-
mos d~ sciencia i-agrada daõ realce e bri- sirel . e at,~ muito -provavel, que alg11em
lhantismo à elegancia de ~uas pai., vras e veja nellas mais de um defeito; sendo,
à eloquencia dos seus pemamentos; assim tal vei. o principal, o- fwarem ellas m uito
o d evia se r, pois que, quando o orador aquem do seu objerto. Mas, como o que
Romano investiga as causas <lo pequeno eu di:,se di..;se-o d e boa fé e coru fran-
numero de homens que se distinguiaõ queza, e~tou quitecorn a minba cons,:,ien- .
neste genero _em uma época ta õ favoravel
eia, a quem antes de tudo prncuroagraâar.
ao seu progre~so, elle as resume na falta
de atul'ado e11tudo e diligente applicaçaõ, f>óde ser que áinda me resolva a dat·
para adqu irir a copia e vai iedade de co- nm a analyse mai~ completa dos 5el·mões
nbecime11tos que jnlgava indispeosavel de Monle-alverne; se isso me fôr possi-
ao ori_1do r. ve l, ,·inga-lo-bei enla õ dos ultrages que
O que sobretudo adm iro em Monle- por ventura lhe houver infligido neste
Alverne éoar ou a pparencia de novidade rapidú esbot;o, obra de mui curtos mo-
qu e elle sempre espalha em urna infini- mento~.
dnde ue sermões qne produziu e repro- Rio <le Janeiro, 2á de julho de 185lt.
duiiu so bre os mesmos assu,npto5, e em
Jo.\Qum P1N·ro C1mros.
DE
alguma~ occasiõec:, mediante inter.vallos
bem curto~! E naõ serà i~o um a grande (Do Correio .1/Cl'can!il).

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
ANNO CBBISTÃO. evangelho, e te,·minado este trabalho,
SETEl! DHO. pul'tiu para a Etliiopia, onde lhe · tocára
5e r o portador <l.. a boa nova. Em bt•eve
18. SnGUNO,\-l'P.llU. -S. José do Cu- converteu toda esta provincfo , concorren-
pertino-natural d e · A11xia10 em Piceno, do muito para e~la conversão o mi la"'rc
n braçàra por decidida vocac;füJ <, estado <la rcsurreiçiio de uma filha <lo r·ei. A e~tc
religioso, profess:rndo nn ordem dos Me- SlH'ce<l cu llírt~co, que querendo casar
nores Conventuacs. Ini-ignc em humil- com llige nia, filha <lo rei de fu nto, e re-
dade, caridade, e em admiraveis ex tasis, cusando-se ella por ter feito \'Olo de cas-
teve o premi,, de suas virtudes. O papa tidade, elle mandou malar S. Matheus
Clemonte XIII o ca nuniso u. qu:-in<lo estava celebrando o :;anto cacrifi-
19. T1mr..\-FE11H-S.
• Jaa nario- é um cio, por ser elle o b onselheiro <lc tal voto.
dos sete filhos de Santa Feliddade, qne 22. Snx.T.\-FBJR\.-Tcmporasejejum.
na persegniç-<1o de \larco Aurelio Anto- S. Tbomaz de Villa Nova-natural de
nino :iolfceram o rnnrtyrio em Boina, ex- Pontisplano na diocese de Toledo, l(WO
hortando-o~ sua propria rnà~ á con:-lan- em. menrno . dcn ,:noslras <la t:aridade queo
cia na fé e á pal'iencia o re:-.igoa<;iio no ma~s b1rde o havrn de ca racterisar, p ois
meio dos torment os, <111e foma, bem vc1- mais de uma rez acon tccen despir a !\Ua
riad os e crncis. roupa para co bl'ir a nudez de pobres.
20. QcHRT\.-r-~rnt-Tempora<., jejum, Mol'to se u pae, de~tribuiu cm obras de
e Vigília d,, Apo ... tolo S. ~la1he11 ,. -S. benefi<·encia os seus bens, e foi pro~urar
Eustachiu, c·otniuanda11te <le cavallaria u~ asylo no cla11st1•0 da ordem r.1ugnsti-
d o impel'acln1· Tr,1jano, ,rn<.l.,ndo 11m dia niana, ond e so deu a todos os ex.ercicios
á ca<,;a viu ap puccer-lb1• nm a inrnge1 n de cio pi<Hh1de, e a sua predica produsia in-
Jesus Chri:,lo pen<lentc da Crm., t! esta numer·a vei:; coo,,.cr:-ões. Aio<ld foi tirado
arvorad,1 eu lre n,; pontas d '1 11n vem.Ir), <lo para na q11alidade de bispo
cl aU!-t l'O
que elle pel':,,eguia. A ,•isão nà11 f11i hal- .reger a clioce.;e de VJtlencia , onde, cheio
clacla, e logo $<! co u vert,~11 e bapti-:ou com de \"Írtudcs, deu a ulma n Ot! us.
toda a ~ua familia. Antes me:-.mo que 2:\. S.\Bn\oo. - Te,nporas e jejum.
Trajano soubesse que elle era chl'i,hio, S. Lino-natural do Valaterris na Etru-
elle morreu no seu de-.agr· ,clt>, e pa~so u ria, foi o f)rimciro stwcessor de S. Pedro,
:,tl)'nm temp o na ob-.t·uricLdc e folta de cujo<; aC'tos elle escreveu, e cõm toda a
an~io", e tendo alem di.-;to o dt!"go..,lo de individ11nli<lade o q ue ellt> fe1. eom Simão
lhe serem caplivo" o-. fjlho:- e mnlh •r em \1a go. Entre as d l:lerminaçõc!-. d·e~le sa-
uma invasão do!- ini1nigo~. No meio <lo bio pnntj(il.!c ba uma , q1te mnnda, que
aperto ~cmpre Traj ,no i-e lembrou d'e, tc as mulheres não cn tre1 n na Egreja som a
habil militur, e 11 pmcn n<lo-o commau- ruueça <'Oüerta. Havendo li vrado das ve-
danlc, logo l eve uma vi,·toria a fosteja,-. xa<;ões tlo duminio a uma filha do ímpio
Porem qual foi o premio do triumfador ? ! consular S.l lttrnin n, este o mandou de-
Foi a morle infligiua por aquc•lle mesmo, gola r no annu de 76 da éra d1 ri ... tan.
a qu em aca h,,rn de prc:-.ta r nm tao rele- 2lt. Dornxao. -Oominga 4. ~ de Se-
vante scrvi<;o ! ! 'fraj ano dccretà1·a sc1- temlJl'o e l6. ª depois elo Penlecoslcs.-
c1·ificio aos deu.,es, e como Eu-.tacbio re- Fe~la de 'fossn ScnhMa <las Morcês. No
cusasse assisti,· a e:,te ,H'tl) de idolatria, anno de t 2·23, depois que ~laria Santis-
proft:ssa ndo a ltameo le a :,aa fé o impe- sirna apparcccu a S. P<idro No la!>CO sig-
rador o mandou metter juntamentc com nificando-lhe quanlo lhe seria a,Tradarnl
0
a mulher e filhf)s, que clle na mencio- a in:- tituição ele urna orclcm, que se con-
nada ,·ict.oria l,íd1ra dn s mãos dos inimi- sagra~sc ao r,..,gate dos enplivos pelos mou-
gos, dentro de um tonro de bronze po~to ro··, e qne e:,lc i-anto, de combina~ão
em hl'asa, e assim foeam triu1nfantc.s par.1 com S. Haymundo de Pcnafort e Jacob
o céo. rei <lo Aragi\O, levou a ell'eito e~te carido-
21. Q uJNTA-Ffmu-S. Matheus-tarn- s" estabelecimento, é que come<.;ou a in-
bem chamado Lcvi, eslaodo ai,sentado vocar-se a ~J àe de Deus com o titulo das
no telonio em Caf.,rn:rnm, e !-iCndo1·hama- Mercês, t1t11l o que tomou a mencionada
do por JesusC hrislo logo o,i;eg11il1. ~epois ordem religiosa, qu e por dinlleiros que
da Ascenção, escre\eu em hebraico o c~molayn, ton tos infelises tirou das ga rras
d'aquclles temiveis inimigos de Christo, Ditos para meninas á2.
e cujos membros levaram a abnega<;ão <le Escol:1s gratuitas de caridade para os
si proprios ao subliine g1·àu ,de se ir met- pobres 104.
ter nas masmorras para de là tirarem No anno pas~ado abriram-se ein ln-
~eus irmãos. glaterra 17 Egrejas novas para o c.ulta
catuolico,-e outras nove estc'lm cru cons-
~;:nm<Dl3ll(lUl mrm11a<n ll®~ il ~ trncçào.
Au.1nu1•m,~. -Recebemos noticias de Eolre as persor.ngens rcspoitaveis que
Baden até 12 de Janeiro. O regente na no anno passado entra1·am no gre.-nio da
abertura das camaras legislativas leu um verdadeira Egreja cnntam-se as seguin-
discurso da corôa pelo qual se vê, que o tes: Lord Charles Tynne, vigario de
procedimento firme e apo!-tolico do ar- Longbridge Dever cll e beneficiado da me-
cebispo de Friburgo, ')brigou aquellego- tt·opolitana f.!1'0iestante de Cantorberg.
verno a mudar de politira sobre a ques- W. Lole bObt'iaho do arcebi_:,;po 111·otestan-
tão religiosa que tinba sobl'evindo, e que te de Dublin. Eduardo Beard, grande e
causou a perseguic;fw de que temos falla-
do outras ve~es. Diz o regente as seguin- ardente pregador me.llwdista em Cam-
tes expressões, em que muitos veêm a bridge, e a duquesa de Hamilton.
influencia sect'eta do gabinete de Vienna. -Esc1·evem de Rugby, em data de ô
« Quanto mais falsas sam as apreciações de Janeiro <le t 85[1.
« que por fora se tem feito d'e~te nego· Havia coisa d?um rnez pregando-se
« cio, tanto mais agrudavel me é vêr qoe na Eg1·eja de S. Jorge ~m Londres, um
« a immensa maioria dvs meus povos me joven protestante entrou ao sermão para
(( dà provas da conüar,ça que tem' dae cscarpecer d'elle, e perturbar a devoção
« persuasão em que e!'lt~,, que a religião
« dos meus subditos calholicos não me é
dos fieis. Ao a~ahar <lo sermão .o joven
« menos cara, que a minha propria. Per- declarou que queria abjurar o p,·otestan-
« suadam-se, nobres i-enbores, ~ amigos, tismo, e não obstante as amear,as de seu
« que eu tntelando os interesses da corôa, pae, não abandonou a resolU<;ào tomada.
« nãodeixareicomtudo de segurar aos de- Recentemente um pae prote~tante tinha
« positarios da auctoridade ecclesiastica, um filho, e tres filhas que se ctmverte-
« a 'dignidade, e posiç~o oecessaria, para ram ao catholicismo; desde aquelle mo-~
« cumprirem a missão benefica que lhes meillo o pae desnaturado não os quiz
« compete. i>
mais receber como filhos; o varão reco-
Verdad.e seja que isto não passa de
palavras. Quinze dias antes da abertura lheu-se ao collegio dos Jesuitas, e as me-
das camaras publicou-se uma circular ninas no convento de N. S. da Divina
em qJ1e se prohibia ao clero o recehe1· os Providencia em Longbbol'ough.
soccorros que de todas as partes da Euro- -Domingo 1.0 do corrente celebrou-
pa e até de Portugal lhe el'am enviados. se com toda a pompa .ª festividade da
!NGLAT.ERRA.-Mais consolantes para o Virgem SS. Seoho1·a do Rosa1·io do Bar-
calholicismo sam as noticias de Inglater- reiro no Convento de N. S. da Annuncia-
ra; o quadro seguinte fará ver o estado
ção d'e~ta cidade. Tanto as vesperas, co-
do catholiC'ismo que vae todos os dias
adquirindo terrenn no campo do seu ini- mo á festa do di& concorreu bastante nu-
migo o protestantismo, e a heresia. mero de fieis a renderem . culto a Nossa
A Egreja catholica conta agora em Charissi1oa e terna Mãe. Houve pi·atica
Inglater1·a 92~ sacerdotes. na ve:--pera, e sermão no dia~ o que foi
Em Escos-,ia 13lt ditos. bellamente desempenhado pelo Revm.
Em Inglaterra 678 egrejas e capellas. Sr. Conego Eleutberio M. da S. Rosa, a
Em &cos~ia 36 ditas. quem \ambem se deve grande parte do
Casas religiosas de homens nos dois esplendor ~om que i,;e apresentou a festi-
reinos i 7.
vidade. pelo seu incansavel ze]o.
Ditas de senhoras Sá.
Collegios para educac:ão das classes Maranhão -1'yp. de J. e. M. da Ctmha To1Tes. '
abastadas '12. Rua dos Barbei?·os 11. 8.

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
ANNOI Segun~a-feira 25 de Setembro de l854 N. º 21.

OCBRISTIANISMO·•.
rUEÇO OA SUIJSCIHl'Ç.\ •o. l';} X IISSIG:'>.\· SJ:::

> . . I
Por u ,~i unoo • . •• • •••• s~ooo.
• ~eis uwz•:s ..• .• •. ~s~oo. V X ix~ !lua da Cru1. n. 30. e na "fii>osraphia
I ~so ni1,an ta<1<> i • trcz ,11etc: •.. •.. • 2$800. â a dcslc Jornal.
\ Avul••••·:. •. . ••. . . . . . . S?~O. X V
l
l'io11 rc11I anima., r,e,·rlcre srtl sntv,we.
S. l.nc. e. o. v. 56.
--·-= -- ~ =--:.-===-- -- - - - ---- --::ns:rr:-- ---·------- .
mo (ilhe,-; do •ncsmo s11 bera no, destin,1-
OCHRIS TI ANIS MO. ,l~s a g~:1ar e m ~0111 1nt1m do-Hei nf} <]u e·
nao tera fi m ........(•, como poã er-~e-ha ofvi-
lnftu.e 11ela Soelal da EgreJn. Ella ó o 0111• dar este primeiro pri ncipio 11t il e necc<.;- ·
~o foca da eh'Hls a ~iio C hrls ta11. sffrio a toda e qnal c1uer sorie<la<lc hem
A Egreja é tmlo para um povo, ordena<l11 ? Corno nüo co.n f<:!i>S.. -!o junto
absolutamen te tudo. E a Egreja se rá ver- dos Alt.,rcs do Deus Crcador, Conse rrn-
<ladeirn , isto é, di vi na ? Se o fo r lere,nos dor , e Ucdcmptor ! !
um povo pcl'foito em todos aq nelles que Qua ndo em u os~a pL'eseoça, co mo
forem fi~is á un;áo da Eg,.eja, e ainda vicl ima , não nos fo lia Elle com 111(11:> <'lo-
aq uclles, que forem obstinados sen'tm qoencia, do que o ma is eloquente ele seu~
em geral me nos ·m áoi:;, em virtn<le da Ministros? flós lodos , diz Elle, nâo .tendes
secreta a tlracção qne sobre elles exerce- mais do que wn Pac, e 11111 Mes fre e · este
ràm os bons. f>ac, e e.~te Mes/l·c sou Eu J Onde esta veis
Se a Egreja fo r fo l~a, será povo o vos, ü UID seculf), rei:- e :;ubc.litos, oobi·es
e plebeus, ricos e pobres , sabios e jrTno:
ma is ou menos múo, segundo houvere m
mais 011 menos er ros, ma is ou menos ve l'- raotes i> O nadu, eis donde fo!, tes fü·a<los.
dades na sua ali me ntação espiritual; mas O ~er, q11e rece bestes d e minha mão, a
aind a assi m t,!remos um pnvn. virtude. fru cto <le min ha graça , eis a vos-
E se n~\O h ouvf! t' l~grej" ?• •• Tam- sa ve rda deira núbresa. Se h,, entre vós
be rn d eixa rà de have i· povo . porq ue en- g1·aod es e peque nos, fu i Eu quem fiz
tão tere mo:-. uma ana reli ia co mpl,~ ta, e ta nto uns co mo outl'O<; ~ aos peqt~erws
.,.uerra in tcrminarel de uns para co m ou- me cu .. tara m tanto como os grandes, e
ºtros, que i!rn ril m d o part. nrn vm,to cem1-. por bso lam bem me :-;a1n ca ros; <lesgrn-
terio, onde não seràm suffil'ientc!i os vi- çados <l'aq uellc, q ue os de:-presar ! ,
,·os para da r· sepultura aos m ort.os ! Ou Eu colloq uei o poder, a scíen cia, e
a utes, a rnças ao insli ncto de conserva~ào as riq 11esa'R nas màos de nns, masdei- lh'as.,
o . <l . • co m a <~ond i(;ào expressa de que d'ellas
inherenl e a nossa espec1e, sen o isto 101-
possive l, teremos como a Hussia, co mo não usa ria m :;enào cm proveito de todoi-.
Asia, e Cl) IDO outro q ualquer paiz ondP o Em rclnção a<, tempo, cites sa m os mais
Cbristianismo não te m aiu da podido p e- velll ,s da familia; escoado porem o te m-
netl'a r nos costu 111es, lere mos, di!-iemos po, nada mais o distingu ir~, de seus pu-
n ós, porc;ões mais oo menos nu me ro~as pilos seniio ns contas rigorosas, que lhes
de indi víduos, q ue ca1<los a baixo da dig- Hei rl e tomar. No Céu, pal'a onde vos
nidad e d 'homen~, súm governados por Con t ido, qu ero q ue todos scjaes r eis, as-
autocra tas d 'um a espeeíc supe ri or ao bo- sentados lo !qs so bre thronos ma i,; ou
.me m. meno!-1 elevaclo1-, segundo tive l'dcs ro ais
- e' semt0
_ ao
N - na . eo1 -
· Casa el v Deus vivo, 011 menos bebido Co migo na to1Tcn le <las
l(wrna e firm mnento da verdade, na Egl'e- hu miliaçõe~ da vi da.
ja . co mo diz. o Apo~ tolo, q ue os horoe~s Pac iencia pois, mens Filhos, no brc-
consentem em se reconb e<.'erem co mo 11·- v.e mom ento qu e vos dou de expcricncia !
mão,;;, cm se respeita rem, e a~a rcm co- e .sobre tudo pensa e q ne-EH es tarei com-

~
JB3JP?JB3JL
1•osco Lodvs os dias, pnrn ·VOS consolar, e. <lc de po!>suit· uma Eg1•eja, e o lc,u vav~l
for ti ficar. e util habito de a frequentar bastas Yezes11
Viu de para mi,n J eposi tarios do men unindo-se em Ludo n sua douctriaa snn -
poder, e c.l~ rniu1 aprendei o uso. que ta. No Templo, junto ao Altar do Deus
d 'ellc <levereis foser. N.fo contente de 1'ivo é fon;oso, que em ca<lasemaaa gran-
dar aos potos a palnvrn, q11e nutre a al- de!? e poquenos, abdiquem uns ao seu
mn, o ptio c1ue aliment;, o co rpo, e arou- orgulho, os outros a sua baixesa para vi-
pa que o cobre, Eu ainda lbc dou a mi- rem se prm trar com egualdade no mes-
nha vida; consagrae-lhe pois a vossn. Sa- mo pavimento, e adorarem om ei;pirilo
bei, que reinar, e go\'ernar, é atnnr, e e verdade o Pac Commum, e ag radecer-
d edicar-se, e que o vos!!O amor não deve Lbc os inumeraveis beoeCicios recebidos.
ter os limi tes, alem <lo me:,, mo amor, e Jà não é muito~ que elles habitem a
declica<no. mesma C'asa um dia sobre se te, que ap-
Vi~cle, cl.1egai-vos a mim, povo~ fati- parerem 11a sema na; na sagrada mesa
gados com ú jugo d.a obe<lieo<'ia, e , e rei'i reunidos ao menos uma ve1, no annt>,
que a vos~a nuz é le,e il "i,t,1 da"'q 11e Eu para comerem a carne do Cordeiro Jm-
·· :mportei soLre os meus Li 1rnbros. Eu,
1
ma culado, estes ahi se incorporam, in-
· diante de quem todo:. os joelhos se de- corporando lambem a sua pi·opria eon-
vem dobrar, Eu obcllec:i até m01Te1· l . .. demnação se o orgulh0 os não d eixa, e
recusareis seguir-me na derrota real, que não confessam, que sa,n todos mais do
te1n por fim a libe-rdade elerna? que irmãos, po1· i1,so que sám todõs-
Não vos espanteis de ver a dure~a e a met11bros de um mesmo corpo, que-é Jesus
injustiça m1titas vezes enLhronadas, por- Christo.
que tudo é neccssario; mas pensae, que Eis uma parte do que se apprende na
sobre esra terra, almagama impura de Egreja. Fecbae esta Casa Commum de
trevas e lm;es, de crime-; e virtudes, é Dens e dos homens, qne veremos desap-
conveniente e ulil meditar, e pesar o dia pareccr com o verdadeiro Deu~, o verda-
da inílexivel ju~tiça ! Jà està na mão do deiro homem. ~ão teremos mais do que
Arclrnnjo a trombeta que deve annuncfar d euses para governa r, e escravos á oLe-
as gl'andes correc<:ões do Juiz S,1perior, de<.'er. Em vãü ruulliplicar-se-ham as
onde Eu c:- tarei .,cotado no meio de meus escolas, e os lyceus porque a barba1.·ia im-
Anjos, e Santos. Felii.cs en tão, os que ti- perarà com os viso:. de sciencia.
-verem solfrido por amor da jn:-ti<;a ! ~ão basta pois dizer-:.e, como muilas
Desgraçado quem hom·er feito soffrc1· in- veses acontece-A Egr eja é a unica es-
.1usta.nente.' cola onde o povo !-le bumani!'la, e o unico
Eis os fnndamentoc; indh,pemareis á theatro onde seu corHl;?io se d~l eita. fls
toda a organ i~açno sorial digna da huma- ideas cl'ordem, d'honra, de ju~li<;a e hu-
nid.sde. Edifi<'ae sobre e.:ita -; hases, c1nal- manidade, qne o bomeru de c·el'ta 0 1·-
quer g,>verno que vos aprouver, <fo1><le a <lem encontra nas tradic<;ões de familia~
simples mooarcuia, at,t a pum de1h cc1·a- no contacto da sociedade, ern uma ins-
cia, que vos afianc;amos po!>suirdes uma tnu•(;ão superior, e na necessidade de
optima sociedade, por u1so que Deu:-, es- con.,idc1·açáo. ncnbuu,a.; terà o operario
tarn n'ella. Rejeitae c:-tas pt1<.lra:-. angu la- e o pobre artista, se as não ,·i erem rPre-
J'es, e nada roais terei~ do que fundai;ões be1· no pé da tribuna sagrad,L Etcroa-
baseadas em papeis, oode os fortes cal- mP.ntc :-.epultados n~um trab.dho meca-
<'ando os fraco.:, respon<leri,m aos seus ni<·o, extranhos a tudo o qu e sae <lo cir-
gemidos-re),pcilo a lei! A for<;a, uma culo material da vida, cabiriam en tão em
vez, qne não ~eja fe cundada pur Deus, um com pleto idioti!'; lllO, perderiam o uso
t1ada mais prod112 do que a!-1 duas irmüs dar- pnlavras m.iis. lriviaes de sua lingua,
terriveis-:1 tJraonia, e a e....c.,.a,;d5o. e nãu comerrnnam de Liomen!-_, senão
Orn estas ,,erdadcs, mãe ele tnda a um amor brutal, e todos aqucllcs wcios
sociedade rh ri:-tau, não é só uma , e11. na
1
conclurentcs a re.ilisa-lo, se Pº " ventura
,-idn, é tudos os domingos e dias fe:-tivos, não füi;!iem a Egrcja apprc nclc1· a pensa r,
é CJ uase scssen tu , c1.es no a nno que entra rà e a :-1eatir com noLresa.
pelos ouvidos, e pelos olhos no espírito, E se houver ainda, <[Uem diga , q11e des-
e co"~<>=io dm, j>ovos ~111e Lenm a folicida- nece.,sal'i,,s sam· as Egrejas aos habitantes
dC\s campos, dil'cmos, que com a mais Porem os grandes <lo mun<lo naõ
' espantosa rapidc1. esses habitantes se tor- precisarám aprendee lambem que as a l-
nariam harbaro.s e ~elvagen!,, se por ven- turas do pc,cler, da rü1uesa, e da scient·ia
tura não fessem frequentemente :ippren- nada lh es act·escenl,Hll pe1·,rnte Deus?
<let' a doçura e n virtude nos e..;pectuculos Certamente; e somente na Egreja é que
tão tocantes, que no:- offet·ecc a Religião. poderàm hcbet· taõ sa lutar<1s conheci-
Aquelles qu~ <leplo1·a1n o tempo que mentos.
o repouso do Domingo, e Dias Festivos A Egrcja, e st'> a Egrejn é o unico lu-
rouba ao trabalho, ba~ta l'cspo ndcr-se-lhes gar do ruundo onde se ador:\ n quem .se
com as palavras não su!>peilas dc Rou.,seau: dc\'c adoral', e onde a t•gualdade naó é
« Tanto peo,· se o povo não tem tempo Ullll\ chiinéra.
« senão para 'g,\nhar o p~o ! ... O do:;~
« gosto elo lrabalbo acabrnnha mais os
« desgraçados, <lo que o proprio trabalho.
.....,. L' - . - XD L ..... 1J[D 11,l~ § i -
« Quereis ter um po\'O activo e labol'io-
« so? Dae-lbe festas ... Dins as:,im per- Viver o homem com lilicrdadc de-
« cli<los valedim mais do que todos os sorcleoad.i, e seguir as lei~ do nppctite,
• outros.» é d e certo de)\cjal', e querer. não outra
~1irabeau (o Marquez.) follac;do soLre cousa gu<', n !-llrt c:oa<le111rnu.;üo para sem-
o mesmo a~sumpto, diz no ~eu-Ami des pre. Jl_.m !>Ua Epi:..tola aqs Ho11.1anos per-
homes- tt Um dia de fe~ta faz coin que o gunta o Apm,tul0 S. Paulo:- « que fruc-
(l homem, cp1c se acha currndo so b o to pois ti r,,slcs n 'aq nellas cousas, de (1ue
« pesQ d,> lrabnlho hcbeclllmad rio, re- ago ra ,·os en,·ergonbai., i> O fim c.l'ellas é
« cupere as su.is forças, e lhe re~tituc o a morte.» ·Corn i~to querin <li'l.er o Apos-
« tempo da reftexão tão ncce.ssnrio para tolo, que as culpa,, e o~ peccados por si
« tudo, eque um lral>alhome<·aoico tanto cau ~nro affrun ln:-, ngonias, e corifu~ão
u oprime e faz desa pparecer ... Anime- n'e:.ta vi<la, passa m.lo para a outra o ter-
« mos o trabalho, e nossos bomeos lcràrn l'ivd soffrimento <lêarderem fvgo ete rno.
a quatro braços; é este o uoico e princ'i- O'aquellett que )',e emprcga,n irrellec-
« pa k segredo; po1·qu~ para o pregui<;oso iiclamente nas vaidades, e po111pas do
« todo.:i os dial-, sa m dias fc,1i,os. )) ,trnn<lo diz o sahin : (J. Sam fru ~lrach\-; suas
Eis aqui :-CID du vida Lll'llas /fores, e:-per:anç.. s, :-cm í'ructu seus trai.alhos; e
Lellos e bom frueto, <la ei\'ilisac;aõ C'hri~- irrntcis as s uas obras. » Isto niio menos
tao, n unica, q11e mere<'e o nome de ci- tp.1er c.li .. cr que, a sorte da s,, ·feia,;, e prc-
1
,ilisa<:aõ, ma:; que ai11dn naõ é a propria lenr.õ_es d aq>1 ellcii qu e clJ m a !iuco $Cguem
;11·,·ore. Quernis o,; f1·11c: to:.. ~ i\lJrac;c1c a as Ya1rlados do niun<lo é it1foliri:;~ima;
arvore. Esta arrorc é o dog ma da nnidn- por<.J ue sa ni pri n1du:,, da c:,,pera nc;a da
de. e da egualdadc da e,pc<'ie huma- gluna, e <los ~cus trabalho,. q premioqne
na dianlc de Deus, <logma, que nnõ se llie!i t'esulla é a perd1<;aõ etorna. Por i:;so
eo raisa, e nem fl oresce e fr11c1ifü·.1, sc- <li~'le o Ps.:ilmi3la : - «$.am de 1·os, Scn lior,
naõ no :,úlo da Li:grcj~. c.·om o radiante :,ol a hon~<'id os ~s q11e oh:-.crrn m cousas vnns,
<la ,·erclacle d() Alta1·, e <lo~ p11lpiin. e inutcis. 11 E justo; pois que trilham li-
Ora e:,la arvore naõ é ..omeole dc....ti- nemealc o c~rninl10 da:, vni<ladc.-;, tra .
nada à n11trir, e abri~rar o que se cba- bailio eslc dc.qou nenhum l'ructo ~e lira.
roa-puro-mas lambem extendc estas Porem q11aes ::.cr:un e1>las va idades :> üu-
proprieclacl cs ~ .1sgrn ndcs. <;amos t1 S.in.to Agostinho:- tem o horne·rn
O poro :il!ll.l duvida tcin preeisaõ de gl'nodes cuidndo:- no dinh eiro, cf;p<!l'é.l ser
saber, qu e os tt·almlhos ainda os mai-; clc,·aclo êl maiM ponto de honra, e d~g-
grossefros, e humilh.rnles, o comer, e o nida<le. nutre eoníi.inçns eru ,ilgnm ami-
Ye~tir com pobrc~n 1wü degradam o ho- go podern~o, cm lt1dú i:-.to poi.:. observa a
mem, e c1ue o ~ublimc caractc1· <le filhos vniclade; da qual <li1. o Prophefa [.-;aias:
de Ucus naõ re-,plande<·c em parle algu- toda a glflria lrn,nana é conw o feno, 'l ue
ma com mai., brilho d.. que na fronte ru- mnl comcc;a a Oorccer q11 ~n<lnji\ se .•C..:ca,
gosa do opel'al'io, cuja vich se cscôa, co- e murcha. · -
mo a do divino ,J e:,lrc, na pobruw, a 110 Ainda rm ou trn p,,rtc lrntnndo o sn-
tral,a{/,o. bio·cfos LD ilÍorc:; grandc:-a:, <:lo mundo dii.
Cfi <lHiltn
mn?CT •
a.:nr a~~lJ~W@o
s rrs m :, ctft?Xee--t:CP::tr:tttl1S"IP9J«nmst

todas aquellas cousas passaram como . sarviodo .}he de prisões, como explica S.
~ombras, e como correio que vai a toda João Chrisostom o, as madeixas de ouro'
apressa, e não pt1_ra no caminho; e qual com que lanro se jaclava. Da maldade,
uma · nào que vai cortando as embraveci- inj ustic,:as, tristesas, agonias, e infame
d as ondas," se m que se ache vestígio al- morte sa m estes os pomos.
gu m da carrei ra que tomou. Assim to-
das as cousas que em si naõ tem estabili-
OsdiveUosd'a ran ha na ca<'a<la de mos-
cas comisle cm se desen t.rnn har, e pere-
.
dade, quae, as hon ras e dignidades d'es- . cer fétbricando <la propr.fa substancia as
te mufldo, manifestam a velocidade, com redes com que as presiona: à estes dis-
que sempre vam voando, como se t~ves- vellos pois ~olllp.t ra S. Acnbt:osio os das
se m asas; e sem pararem em parte a]gu- vaidades du mundo. As bonanças e feli-
ma; e nem lil'mesa podem jàmais dar, cidades tl'esta vida mi..;eravel não Sé\lll
pol'que est:\ claro que nem para si a tem. mais, que uru pouco de vento, que soan-
E que fat'à o nomem que aspire a Sllél do com fortes estrondos afinal torna-se
salvaçaõ? Des pir-se d'es:;e ornato vaido- nada.
so, e larn,nr elo seu coraçaõ essa carga * * • "
inutil, que o pode opprimir toda a vida,
e que afinal fugindo o desam para, dei-
xando-lhe so men te sen timento de haver
padecido, alem hrnaça do mal que lhe cau-
sou. E jà ·pode ser qu e a Escriptura com- Dom João da Purificação li/arques Pa1·diyúo, Coneoo
reg,·ante de Santo Ago~linho, 1101· graça de Deos
pare os bens transitorios ao nav io soços- e du Santa Sé Apostolica, Ui~po de Pe, 11ain1>11co
sob rado pela tol'men ta, que so para con- elo conselho da S. M, o J111perado1·, etc.
seguir algnm álivio naõ hesita laa<;ar fo- A todos os nossos tlcocesanos 1>az e benção em nome
ra de si as mais ricas faseadas, que con- de Jesus Chrislo.
duz.
E porq.ue ra~aõ aaõ dE'-spresarà o ho- Seria digna <la maior censura, pre-
mem aquetlas co us.as que, certamente o _dilectos diocesanbs, a omissão do clever
podem metter no pro''tmdo· pelago elo em que estamos <'Onstituidos de venerar,
ahvsmo,
.1
e isto em troca da melhor vi- e exaltar o fe~tivissimo di a 15 de Ag()s-
da? A~sim, e so assim obrando é que o to , eonsagrado ao brilhante, e glorioso
despreso fará e,timaveis, e m.eritorias tran:-ito <la p11rissi'ma Virgem Maria, ele-
as cousas e grandesas d'e~te mundo: ao vada do desterro para a Patria em corpo,
contrario porem querendo segui-Jas vai- e alma por eileilo.s de uma incompnrn-
dosc) arrisca a sua salvaçaõ, e a perde to- vel victoria-
talmente. fle -rcrdade que jà nos pt'ecedentes
De ordinario acabam nas vaidades, annos proferimos publicamente os nossos
quem n'ellas vire; e assim acontece em se ntimentos so bre a inefobi hdude deste
pena , e castigo de seu engano, e cegueira. portrnloso lll Jsterio. Corno' porem sua
Em Absalon vemos veri6cctda e,;la exposiçuo recreie Q espirito, e cause sin-
verdade: n' este, diz o Sagrado Texto, gular prazer em nossos coraçõe~. eis o
com vantagem aos mais lrraelistas, !>e via motivo por que nos exci ta a dirigir-vos
u ge ntilesa e galhardia; éra ornado com esta p astora l allocU<;ão. convencidos da .
todas as prendas Ddluraef-;; · ao Reino era reroa aífei<~ao; que tributaes n Maria San-
PJ'incipe pretendente. de todos amado, ti!,si ma col locada uestc ditoso dia sobre
1·cspeitado, e applaudiclo, ac resce ndo so- todos os coros angtJ1icos.
bre tudo o gra nde, e poderoso exc.rcito Niio hr 1wrm iti<lo ao humano enlen.-
de que era Senhor, e com que se. anima- dimenlo penetrar es!-l~ ncialmen te as im-
và a fase1· gue rra ~1 aquellc, que o gerá- perscrnta veis qualidades, ~uperabund an-
rn ! Porem grande glo ria, tanta grande- te:-. preroga ti\'a!., e inauditos pd vilegios ,
sa, valor adm irave l da felicidade huma- qn e o rnam , e illnslrn m, a Hainha dos
na, em qu e veio aparar? Em se rvir o Ceos, !-Obera na do 0 1 bc, e plen~potei;i te-
lindo c~beHo, qu e mai'i ga rantia sna bi- menle isenta dd sorte commum a toda a-
- zania, ele fatal in~trumenlo pal'a ~ma get'a<;à·o hnman~. · A quellas e estes se:-
mortal ruin a, e la<:,,, com que pendendo riam insuffC'l'Íeutes .\ qualidade de M~i
d ,arvore, acabou alanceado; e ainda mais do Homem Deo:-, se humanamente .po-..

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
. ~

dessem ~er comprebendidos. Se porem brilhantismo conveniente à sua tH"'ni-


prele~demos reflexionar no maravilhoso dade? º
arcano da sua Assumpção, acreditando Prirnogenita do Altissimo, vós deve-
ingenuamente o que a divina plenipo-
i~ ser co,·oada daquella preeminente glo-
tencia esgotou ( permita-se-nos esta ex-
pressão) todo o seu poder em fazel' dar à ria , que vos foi assignalada desde Q
luz uma unica creat~ra purissima desde principio, e ante$ dos ~ecufos !
sua inmaculada couceição , facilmente Os apostolos segundo a antiqaissima
nos convenceremos de qu~ o objecto de tt·adiçào , acreditaram esta verdade •
nossas pias reflexões, he magnifico, su- quan<lo, "bilando o se pulcro, em que ti-
blime e transcendente a toda a expressão, nham depositado o innocentissimo col'po
digna inquestionavelmente da nossa cor- de Maria, não o acharam, nem mais ou-
dial reverencia como nos diz o santo bis- viram o mui sonol'o e suavíssimo canto
po Hispani<!, egregio e eximio doutor da angelico, 'que resoo u naquelle recinto
santa igreja, quando nos assevera que, por tres dia;;, coruo em outra occasiào
se todos os nosos membros se convertes- annun\~ iarnos, referindo a. historia deste
sem· em linguas, jamais seriam suffecien- m~ravilboso acontecimento.
tes para profirir os elogios e louvores de- Dilecto~ de.ocesanos, se por aJguns e~·
vidos às virtudes, que a corrrdempto- paços de tempo. nos dedicamos à pfa re-
ra do genero humano praticou em su- cordação do aprMivel misterio, que pro·
pereminente gráo da mais consumada ~iinamenie pret"nclemos soJemniza r com
perfeição. especial cnlto, qual devemos gravar fHll
Acreditamos a assensão de Jesus nossa ,mente, no~indubitavel1ueute n os
Cbristo como um prodígio da sua onrni- regos1jaremos com a memoria de tanta.
potencia. Cremos que este De vino Sal- suhlimida<le a que foi elevada a Mãi ele
,•a dor se elevou sobre todos os céos para .Deo:-, eternamente indinada a protejel'
entrar em sua gloria, e sentar-se à direi- os que recorrem iw seu pod~roso patl'o-
ta de seu P.terno pai, cêrcado de mil le- ciriio, e neste confiam, quando o não
giões d'anjos que o adoram e t:,erve'fti: tl~smer~<;au.1 pela obstinada reincidencia
Se porem consultarmos a fé, que profes- no exerci cio das execra veis paixões, que
samos àcerea deste a<lmiravel mysterio, nos privam ela protecçào, corn que a.
inclicalivo da exteaordinaria victoria que Virgem Santissima anhela agraciar-nos
o He<lemptot· do mundo reportou da po~ e felicitar-nos.
tencia tart.lria, com facilidade compre- Excitadl)s e commovid.os pelo exem-:
hendererno~, que exi-.lindo o infinito po- pio, que nos fornece a igreja rrniversal
der nas sacra li:,'.'>Íil1as maos de Jesus prestando ..'t sua protetora e defen-
Cllrito como De')s , nccessaria foi sora os maiores cultos no jucundo dia
n manifesia<;ão é:leste podel'. para nos!.a da sua m ·, ravilhosa A'l-spmp<,;ào , pro-
instrução, e intelligencia do premio de"- 1,mgueroos nossas reilexões, curiteruplan-
tinado pafa seu:- fieis ·i~1itadore~, n~o clo, quanto nos seja possivel, o inconpa-
sendo admissivcl que o rei da Gloria dei- ,1P.I gráo de glorio, mais brilbanle e res-.
xasse de reg ressar para ~ua propria ha- plandecenle, q11e a de t >dos os habitantes
1

bilaeão. na côrte celeste, conferido a uma p t1ríssi-.


Ê pcrmittiria o Divino Filho de ~faria ma creatura, que no c:-paço de 73 annos
que sua digna mãi fosse ele"ª?ª ªº. céo jámai:; foi assombrada dê leve defeito, ou-
em coa po e alma., po~to qne 1~ves1ve!- imperfeii;ão.
mente, se m a pompa e magnificenc1a E que raeiocinio podere rnos formar
derida ü imperatri-z celeste ? sobre o in1>ondavel rnerito, que devemos
Deveria ser conservado no sepulcro - altribuir a '\ faria, que no in~tanle de sua
até a creral ressurrekão um corpo, em conceiçào foi pre~ervada da cl1lpa origi-
cujo c:.._tissimo ~eio f~i concebido o filho nal, e por este fa~olito privilegiô adorna-
<le Deos? da com a excellente superioridade d ~ pro·,
Comenliria 'o poder supremo que ~1.a- gredir no merito, e n:io poder <le:;merecet·
ria Santissima, prede~tinada antenor- em todos os momentos de sua procrasl ina·
ment~ à creaçào dos abysmos, terminas·- da exi!ltencia :-ohrc a terra r Narre o silen-
sc sua mortal carreira, sem o esplendor e ciú, o qu~ a lingu-1 não pode cxpdmir~

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JB3JP?JB3JL
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.à'flU~Hn <0 .,
srnASiUU..ll!44~~--== . s;.:..,4iiJPW4 1 , e 1t~

E não de,•eria n Virgem Santis.,itna .. de percleraqucll:i glol'ia, que esperam al-


se r .recebida por seu <lileclissimo filho com cnn~al' por tossa piedosa inlet·ve111;fio.
a .maio,· demonstraçiio ele infinito jubilo, Interessai-vos, o pis1>iin~, Senhora, nà
proprio de um tal filh o para com uma tal salvc1c;ão do.; pcccadol'es, ele quem soi.;
mãi ? Podt~remos co mprehcnder l(Uae!; mãi.
fossem os applausos com que foi solcmni- Sintam clles a e1licacia de vos~as sup-
sado o triumpbo da Impemtriz do céo o plicas em seu favor, ce,·to:; d e que sem o
da terra ? vosso patt·utinio, jama is poclem oh ter o
A Dh-iadade a collocou junto de seu premio eterno, pelos infinilos·meritos de
tbron o, e todos os espiritos angelil:os, e os vosso dilectis1,imo filli o.
demafr bema\'enlurados a veneram e re- O'beatisl>itna ~lüi de Jesus Ch risto,
conhecem por sua so bei·ana, adrni1·a nclo livrai- nos de h><las as illusões, e astutas
sua Lclleza e formosura. suggcstões, com que os inimigos de nos-
Sendo de nos!,a intenrção con lirmar sa salv.1<,áo inteol:un a reprovac;ào da!>
com o exe mpl o a doutrina qu e expende- almas na hora de seu transito para a
m os, form tHílOS O projecto de Co mparecer eternidade.
na igreja do recolhimento de Nossa Se- Palacio da Soledade, 1 O de agos to
nh ont da Gloria no dia 15 do corTenlc de 18:3Li. -.João , bispo de Pernam l,uco.
mez, para no fim ela mi~sa ponlificalcon- ( Do Diario ele Pernambuco. }
cedermosem nome do santo pndl'e, inclnl-
gencia a rodos que, com ve1·<ladeira con-
tricção, recorrerem ao saeramento dá Pe-
~itencia, receberam o da ~acru tissima Eu-
chari~tia, e rogarem a Deos pelo felizes-·
Sahe, sagr;ido Cruseiro,
tado t!e sua ~antid,,de, e por nus e pela
Oh slgnal da redernpção I
snota igreja, dispo.si<.;ào necessaria pura Leuho sauto, a quem adora
lucrarem esta indulge ncia. A nossa íe de Chrislão I
Em vil'tude da faculdade poo tiíi cia, Sal\·c patil>ulo de nm Deus
outorgada n todos os prelados parn desta Todo amor, lodo perdão !
usarem <luas vezes O'> anno, agra ciare mos
Foi cm Li, que o Hei elos homcos,
osassi~tente~ao religiu-;o acto com a ben- Do mar, dâ terra e dos Ccus,
ção papa l, devendo ser recebida como se
r :11lcccu morte affrootosa
n Santo Padre pre~cntc fosse. Para lcnu· peccatlos meus,
Virgem exceh,a, e a mais e~pcc:iosa Salve, cruseiro sagrado
enlre todá a crcat urn , dignai-,·os aceitar Que me recordas meu Deu~.
os t'eterentcs cull os, e respeitosos obse-
Oh qnc graodcso infinila
quias, que vo.; ll'ibutamos no dia de vosso
D'cssc l>cos todo l>oudatlc !
mais :i~signalailc, tri umpho, cl,) q11nl re-
Soffrcr, o morrer por uós,
. sultou pal'a a celeste .Jerusalcrn o terno Épcrút>ar a maldade
prazer de vossa <leHciosa frui,;,1o, D'c!>~es mesmos, que o mataram
Nenhum dia ha no circ;ulo elo anno tão Com Lão féra atrocidade I
p roprio pn ra impetrar, e con:-cguir vossa
Salve . madeiro, qpe adol'a
propici1HpO, como aque11e em ciue n San-
O nosso poro <>sr.olhido l
tissimá Trindade col'oou vossos singularis- Salve, oh crusriro na frente
simos meritos. Do templo de Deus erguido !
Omi pol' todos os que 1ic acolhem soh Oh Sant:1 Cruz, que dàs nome
vossa protecçào, e ne:-la co níinm. Ao meu paiz tão querido.
Dirigi seu procedimento, para qu e Olinda 31 de Julho de 18511.
por vós li vros de seuse::;pil'ituaes inimigo~, 4. IJ. G. Costa.
possam finalisar sua existencia sem_temor ( fali'.) ..
!L.
@ <nmm a~,iu'1aa~m@()
·~.,__;..ã!.•V.4:,,,;l;;f!)i~~,~~j&,11:iii
J.i+ISiit'iWffi!i&M n ittl3A

ANNO· CHRISTÃO. Drahomira, niãe de \Venceslàu. que as-


SETEJUBRO. &im pôde conseguir a regencia do.s esta-
. dos, os povos em breve se ca nçaram de
25. SEGtJNDA-;JJmnA. -Impressão das tantas cleso1·dens, e acclarnaram ~ rences,.
Chagél.:S .ele S. Francisco-IIa ven <lo-se 11e- làu, que, ainda manéebo, soube pôr ttl-
t'irado ,pata o alto do monte deAlvcrnia; do em 01~dcm. A sua extraor<linaria ca-
afim de dar prineipio a uma quarentena ridade o fasia descer aos mais humildes
ele jejuns .em honra do arcbanjo S. Mi- ollicios para com os orfãos, vi~1vas e po-
guel. e dando-se toda à sua predilecta bres, e sem rnenospresar clas~e alguma,
occupação de meditar na paixão de Je- dir-se-ia que estes eram os seus cortes;ins.
f-US Christo, aconteceu apparecer-lbe um Seu impio irmão Boleslàu, qual outro
Serafim, que lhe imprimiu no corpo Caim, mordendo-se de in veja á vista de
aqnellas chagas que tan tas veses e fào vi- tantas virtudes, e lodo d0minado da am-
vamente elle hav ia representado em t:ua bição de reinar, lhe macbinou a morte,
fantasia, para penetrar-se de mais em convidando~o tt:niçoeiramente a ·jantar
ruais do amôr divino. e m sua <·asa, e tendo assa lariado sicarios
26. T1mÇA-FEill \. -S. Pedro-cogno- que o assassinaram q uando elle estava na
minado d' Arhues. (ilho de pios e hooes:.. Egreja orando.
tos paes, na~ceu cm Arag,fo. Imbuido 29. SI$Xl'A-FErn \. -Dedicação do Be-
nos sãos principios da hôa moral passou maventur3do S. Miguel Archanjo.-Na
" sua· puerícia, assim ccHno todo o resto sagrada escriplura por Vl1rias veses se faz
da sLfa vida no exel'c:icio.çlas letras, e vir- meoc:no d 'e~ te bemaventurado espit·ito.
tudes curi1-t:rn.;; pelo que consegui11 o e sempre em term os que deixam vêr que
louro de Magi:-tral na --agrada Theologia. f ~lle o príncipe d'esses .ou tros qu e pet·-
Os reis cattrnliJos de llesp;1nba Fernando maneceram fieis i.\ graça, e obedientes ao
e Isabel, pretendendo e.xtennina1· a per- Creador. O·Apocalypse (e. 12 v. 7), des-
Jidia judaica do sen solo nomec1ram-no crevendo esse combate que os màus tive-
inquisidor em Aragão. empl'ego qne lhe ram com os bons anjos, diz· l< que Miguel
grangcou de~de logo inca rni<;ados inimi- e se us anjos bata lhavam contra o dra-
O'OS, que le varam a sua maldade a fase-lo gão etc. » A Egreja pot· tanto o venera
:eceber a palma do ma~·tyrio no proprio como o chefe da ge rarchia celeste, e to-
choro da Eoreja melropolila onde orava . dos o devemos invocar como um vigilan-
Morrendo porem para o urn ndo, foi go- te guardador cont1·a as cilladas elos ini-
sar·da bemaventuranc;n no anho <le 1ú85. migos de uossa salvação.
'2i . Qmnr,H 1imA. -S. Cosme e Da-
1
30. SABBAoo-S. Jeronimo-nulural
mião-ea·a m cloi:; innàos naturaes da t\t-a- de ~tri<lon na Daln)acia, foi eQl mance-
bia e ambos tini.la m a profissão de me- bo haptbado em Boma, e entregue a ho:.
dic~s, cnr~ndo mais pela virtude de Cbris- mens doutos e virtuosos que souberar:n
.to, do que pela !iciencia de sn~ arte, t~1da tirar todos os fructos de sua privilegiada
a casta de doen ça. O prefeito Lysias, indole. Uabilitado co m copiosos conheci-
sabendo que elles eram chri~lüo~, os man- mentos de humanidades, fez varias via-
dou vir à sua presença, onde elles alta- gens com o fim de .dilatar a mafsa de sua
mente confessara01 a ~ua religião e que erudit;ào, e com efl'eito tornou-se um sa-
era ella nel'ec.sa ria pa ra a sa h 1~çào. ~1.1n- bia consum ma do. , As linguas hebraica,
dou-o.s portanto ata r de mão:- e pés e lan- cbaldaica e grega lhe eram lao familiarer{
çar ao mar; porem a rrnda os trouxe il- como a latina; e por isso fez para este ul-
lesos ú patria. O fogo de uma ateada for- tim o idioma a versão dos livi'os do an ti-
nalha lambem os re~pcituu. Afinal o cu- gq testam ento, e para o grego os do no-
tello do ·algo1, lhes decepou ~1 cau~<;a, e vo, lrabalh u $em duvida Ião arduo, que
assim gnn haram n palma do martyrao. parece curta a vida d e um homem para
28. Q urnTA-PtURA. -S. \V ence:-lún- ajuntar os materiaes necessarios e pôl-os
duq ue de llobemia, sendo.. filh o de uuia ern obra. ~las eJle não escreveu ~omen te
p erver.sa ge ntrn,• teve a ,o,·
" tu na <l e ser isto: ernelle o nt·aculo, a quem se r ecorria
educado na religião d1rbtan pela pn-.st- em casos difficeis, e por isso muito tem-
ma Ludmilla, sua a ,,ó paterna. \Jorta es- po gfü,ta va on. r espostas., e ainda a~sim,
ta pot· trai<;âo da a ru bieiosa e <lcvàssa nos restam cl'elleoutras obras. Na di viua

~
JB3JP?JB3JL
wwww wa •••• F mrxa

contemplac;ii.o tamheru elle pas.sa..,·a mui- cesso Episcopal foi instaurado e condusi-
to tempo, e ó ~on~ü1erado como o patri- do ú Roma para ser sHl>meuido o Sagra-
a rcha de respP.it., ve I ordem religiosa, que da Congregação dos Ritos. Mas o. tempo
teve sua oJ·igem em llethelem no logar fitado pela Providencia ainda não linha
do presipio, onde Jesus Christo aasce1·a, chegado, e e!lte acto não teve outro re-
porque foi justamente aqui onde Paula snhado mai~ do q1.1e augmentar a <'onfi-
Romana mandúra edifica,· u,u mosteiro. nnc;a e devoc;ào elos fieis, e multiplicar os
em que elle pot' algum tempo viveu, prodígios ew torno do seu ,·enerado tu-
dando a norma de vida aos outros mon- mulo. Em 18á3 o processo foi cootinua-
ges. Sem embargo de tantos traualbos, do, e como afinal o momento decretado
e com uma saude sempre vacillante, che- pelo Céu tinha chegado, d'eotro ele 10
gou aedade avançada, edeualmaaDeus annos pouco mais ou menos, um facto
no Hnno de ll20. nüo ('Onhecido nos annaes da Con1Y1·eCYa-
º o
c;ào <los fütos, o proce~so foi folizmente
OllTUDIIO,
conclui<lo. Daus,,hrHiàra, afim de apres-
1. Domxco-Dominga 1. n de Outu- sar a glori Cicaçào <lc sua Serva, a prudente
hro e 17. º depois de Pc11teco:,tes. -Festa e caulclo.1.:a mol'O~idaclc da S. S,\ e Do-
do SS. Rosal'io rle No..,:-a Senhora. Ainda ming,) 7 de Maio do corrente anno, a
que graves escl'iptores, e entre elles o 13a:,ilica do \'atica110 te~lem11nbou a apo-
sapieniissirno bene<lictioo dom João Ma- theosc <la 13c,narcn\urada Pastora de Pi-
billon, bajaru addu . .ido ponderosas ra,ões br,lC.
a pro-rar, q 11e a devoção do Hosai::io j,\ No numero seguinte daremos publi-
era praticada pelos fieis OI) anno de 1100, cidade ao Breve de Beatiüeação.
pa1·ece tocla,1ia iocontestavel, que o ro- Tunnr. -Contint'ia llC!)la cidade o go-
sario, tal qual boje se recita, isto é, o \'Croo a hostilisar a Egl'eja. Varios paro-
complexo de 15 my~terios, constando ca- chos da província <le Aosta foram carce-
da um Padre Nosso e dez Ave íl1m·ia, fõra rado.s, oorno implicados na con~pirac:aõ
int1·odusido e ensinado por S. Oumiogos recentemente .suffocada n'aquel!cs .,..alies
de Gosnião no .rnno de 1208. A fe~tivida- dos Alpes. A in<lignac;aõ do po,10 sa be-
. de porem do rosario tP.m uma data mais dor da ~ua innoccneia te,o obrigado n'al-
recente. Em memoria e acc;ào de gra<;as guns pontos as anctoritlndes a t·estituir-
pela miraculo'la "ictorfo que os christãos lLcs a liber<ln<lc.
alcança,·am sobre os inficis junto a Le.- - ~ u Domingo ... 17 elo co rrente ceie-
..
panto no pri,nciro domingo de Outubro bro11-se com tod a a po mpa no Comento
de 15íi, instituiu o p:,pa Pio V. uma do~ r eligiosos C:1p11ehiol:o~d ·e~ ra Ci<lade,
festa annual n'este dia, debaixo dü ti1ulo
de Santa Maria da:-i \'i ctorias. Doi!, annos a f'c~ti ddc1de da Virgem SS. Senhora das
depois Gregorio XIH mudou e!-ilC titulo Dórc". llouve ,·espera e Missu solemnc.
no de nosor·io. e u'e!-lla orou depois <l" E,·angelbo o
Hevm. Padre Haymuodo Lw,itano , a
quem !-andamos por dedicar-se a uma
<t'Jlta<Dl!Il(!Ul lll!.t!1ll© U<D~Hl o
carreira tc1 õ ci. pinbosn e diílicil.
A fostitui~i'io para os serroc; ratholi- -llontem fere Jogar no Conv ento da
cos-fundatla cm Londre.i; des<lc 18lt6,
faz gt~,m<les sen·iços á religião provendo Virgem SS. Ser.hora das Mercês, a sua
de srn,tento e de arranjo aos crin<los, e fc:-ti,idade. [Jonrn o novena rio, qne tere
criadas catholicai. que por cau~a da sua alguma com•o1·rt1ncia, naõ oh..,tante, ficar
religião sam de~pedidas das casas prot~s- um pom·o afa~tado da Cidade o seu Con-
tantes, vento. Á m11-sa <lo <lia, orou o Bevm.
· -A Pranc:a conta mnis uma advogada c~p11d1inhu Fr. Lourcn<;o, e a tar<le per-
e protectora no Céu. Gcmana Cousfo, correu proccssionnlmcntc pelas ruas da
Virgem, e Pastora de Pil>rac, foi solem- Ci.clade a mesma Senhora, acompanhada
nemente collocada nos Altares. ele grande numero de fieis.
o~sde o~ fins elo ~eculo XVII o povo
resol\'eu-se a pedir parn-ella-as· llon- 11/artmftão -rw. de J. e, M. tia cuuha 'forres.
ras da 8eatilira<:ão à santa Sé; um pro- . ' Rua elos Dcirbeiros 11. 8, •

~
JBJPJB1f,
lNNOI Segunda-feira 2 de Outubro de 1854 N. º 22.

O.CHRISTIANISMO.
1·11t:c;o o.\ sunscn1rÇA'O. X X /\ SSlC::"l.\·Sl:::
ror 1111, ~nuo....... .. ssooo. li X
()01,0 01r1on1n,1o }I • ~els met.~'ll........ i,~oo. 'IJ rfo ll uo da Cruz u. 30, e n:1 Ti11ogro(lhh\
• lll'1 m eios ....... 2$1iOO. ' à tlcsLe Jornal.
\ ,\\' UIS'15 .. ••........... $21;0. ~
V
li
., ·c,11 re11I anfmaa per1te,·1 sed $C1l,·,1r~.
S. Luc. e. ll . ,, • á6,
- . , _ ·ç - - - -=> - -

já da parte do.; Protesta ntes, co mo Gro-


OCHRISTIANIS~10. cio, e Spinoza, c1uc mais ta rcle :-iustéota-
rn ,n <1uc os li,ro-; liistoricos n5o ti nbam
Inspiração das Sagradas Es- sido inspirado.;, .João Clcrk, Bahrclt, e
ou tros seguiram o mesmo ca minl1 0; mas
cripturas. soh re tu<l o quand o ella sofl'reu um ataqu e
É esta um a das tli eses qu e tendo p OL' e m fol'm a , e '- <.>rio, fo i quando e m 17 71,
hase c,g livros, qu e serv!!U) de l'un<lnmen- e t Ti2 a 1773 T tcln cr , e Se ml el· <l eram
to ri n ossn Hcligifto , c m 1·o dos os te mpos o luz e.l uas ohrns so bre a-in~pirac,:ào-
t ~m :iid o ma i!1 ou m e ,ios <l cbntida . sc1,üo on<le es ta foi de mil ,n odo~ a tacada.
in lotum , ao menos C' m part e. Pro<'11- pl'irn·ipnlment c na Afl emanha, oode o-.
raremos aqui fo rnrnl ar o modo co 1t1 0 Critil'OS par ece m ler co nsider ad o como
en tcnd emM c, "a in ...pi nH45'>· Alguns um ponto d' '10 11 1'<1, e !!lo1·ia titte1·aria o
• V '

Tl11.?ologo:-, q nercm que esta io--pil'M;:°H) eoca rn1<;a mento com qu e leern querido
·e extcnd a uiio MJ pelo c1 ue diz re:-.pcilo s upl a ntar a iu..,. pir,i çào d os Li vros S a otos.
,\Os pen~a mcnlOs, co1110 pe ln qu e loca lts Náo obstante po ré m os fortes m eios
mesmas .palu\' ras. de q 11e se sel'vinnn os inimirros dos Li-
, 1
y1·0~ Sag,·al o:-, para suplantarem a s ua
o
1\ó,; , q 11e npenas lia um nnno , q ue
deixa mo:-. os ba n eos ncadcnu ic:o", e q ue a uctoridadc. a creoc;a da sua in!-pir,H;ão
nos co nfessamos di.;cos can conhecime n- tem passn<lo de secul o a seculo , e illcsa
tos pa ra e mittil' n o-.sa humilde opinião se mpre a travessa rá os prejnisos d a rasão
so bre ma teria tão iinportan le, não só bmna na ! E co mo deixai' de assi m se t·?
pelo ohjecti> et.n si, c~mo pela!+ fortes Sendo a inspiro<;ào um facto sol>,·cnct tu-
a u<·torida<les qu e meltta m ta nto pro, ral, que :-ó de De11 -i é co nh ecido, e d 'a-
como co ntrn a tot.tl in~pira <:iio das Sagra- quelle qu e recebe a in~pirac:no, não po ..
cltt!, Escri p turas, não deixa mos de co,hc- d e a in~pi nu;ào du. . Li vros Santos se r d c-
cer !-,CT um nrrojo da n o!'!Sél par te fazendo 1non,tradn, e provada d e um modo in-
apparectH' e!,tas pou<·as li ~il~n:"' filh as ,de co ntestavel, :,onào por via ,le um le1,le-
uma pena pobre, e ma l cJ1 r1g1<lu; pore m rn11nh o dirino; ol'n, p,1ra Li a rcr um tal
cspea·a mos qu e o dc!-.ejo de npprcnd~1· tc:-. tcmnu ho, hal\t,, que enco ntre m os um
fa rà n nsce r a cXtl'ema bcuevo le ncia p:1 1·a enviado de Ucus, q ue , depois de pt·ova-
desculpct r o uosso a t re \'Í men lo. da a sua mis~ào po1· mei o <lc mila<Y rcs e
A iu!-pira<;àu di vina, é ~o hrc tudo, o p1·ofecias, cel'tiliq ue, q ue esFc~ li v~os se
qu e <le~l iug11e a~Sagrnda~ fücript.11ras de ac hnm rn nrca dns co m o sello da divinda-
t ud o e q11 alquH o ut ro Li vro, p o1· 1~so ci nc de, on que ellc os adn ptc, óu os consa -
se, e lla, lh e ern p1•imid11 o ~c~l o d a.uet()- gre e \'ene re C'O m o toe,;. r~~te lC!:-lc mu nh o
ridade di, jna, a cu ll oe:\ atrn rn cl ell es , não poden1os d ei:rnr d e confos::ot·, qn c o
cw um ~1':ló i II ü n i to. A in , pfrn<;iio d,,s acLnmos em S. P a 11 li) na s n:1 Ep.i...tol.:i a
Sacrrad,1t- E~,·~·ipt11ras, (l ti:isc em rodos os Tirnothcu, ond e· ri,lla11clo ,H'Cl't'a c1.. Es-
te;, pos te m :,offricJo grand e oppo,iciiio, jà cript11 ra a.;sim c;c e~prc,sn-011111isScrip-
da parte do!i He rege!-, co m o fo ra m os lura divínilus im pil'afcr rsl-PJS \ <;n.\r11 1', -
.Anomeu:,; , os pri meiros que n nega ram, E~S. Pedro nf! sua opi, toln rnp. :3. \',
20-21.. N-011 enim volurda-le hu111a1u~ al- possa asseve1·01·, 1-ue ella abrang.e ou não
lata est aliquaudo JJ,.ophetfo; sed sph·itu as ex.pr.es~ões de q1,e se serviram os Es-
Saneio inspi,·ali-( PlllRO:llENOI - impul- crip'tores sagrados; em vil'tude do 'q ue os
si-) locuti sunt sancti, Dei ho,nfoes. Por Tbeulogos e folerpret~, divididos como
tanto é ionegavel a inspiração das Sagra- em dois campos, se tem ,leclarado uns
das Escriptura~. • pro e outros contra a inspiração-quoad
Outro porem é o ponto que . deseja- ve,·ba-ou verbal. E nós posto que nos
mos toc,,r, e é se ns Sagradas Escripturas não julguc,úo!i com forças bastantes para
foram inspir~das-·quoad ve1·ba. et senlen- eliminar a uulra opinião, temos como
tia, ou somente-, quoad senlcntia. Nos, se mais provave1, que a inspirac;ão das Sa-
nos t! permittidn emittir a nossa opinião. gradas Escripturas não se estende alem
seguimos que esta inspiração somente se dos pecisamentos, cujo modo de pensar,
deve entend~r pelo que toca aos pensa- pas~amos a basear.
mentos, e jà r_nais pelo q .u e diz respeito Para que podesse haver peso nas ra-
as palavras. E-nos porem necessario qt'ie sões que !-e alfogam., quando se pl'úpag-
aqui difinamos, o que se deva entender na pela insp int;tto - quoad vcr6a-cra
· p.or inspiração. necessario que esta irn,pirnção se tornasse
Tres sam os moclo", porque a acção in<l.ispensàvel para estabelecera vcrdad-e,
ou influencia do Eo;pil'ito Sancto pode e infa1libilidade da Escriptura, e demons-
operar sobre o Escriptor Sagrado :-pela trar-se qne ella é a palavra de Di)us. Mas
revelação propriamente dita, que é a não terà a Sagrada Escriptura esle:, dois
manifesta~ão feita por Deus, de uma ver- caracteres sem o auxilio da in:-;piraçãô
dade, que se não conhecia, antes della,- verb(ll ? Certo que tem. Por conseqnen-
pela im~piraç,fo p!·opriamente dita. que cia basta, que sejam n'ella todos os pen-
consiste em um movimento impresso na . samentos di,inamente inspirados, e que
vontade, que determina com effica<'ia a o Espirita Santo, tenha por um auxilio
escre,·er, e ligar-se com aferro a verdade, · e!-lpe<·ial velJado sobre o Escriptor. afim
e ao mesmo tempo em uma reper.tina de que elle empr~gasse -os termos conve-
illumioação do espírito, por meio da nienh•s para com exactidüo exprirnh· as
qual 04-1us suggere ao escri.pt.o r, o que lhe verdades, que lh'e eram suggeridas. Esc
quet' fazer escrevet·. O terceiro modo fi- isto o~o ob,tante, se quiser exigir «linda
nalmente. é uma ce,·ta .assistencia oo uma inspi1·açflo para as pala\"ras, ~erà
direcção parlicnlar, que faz, que aquelle mister dizer, que as diilerentes Egrejasdo
.que falia ou escr,we--sua sponte-1,eja mundo cbri:-tão não tem a paln\'l'i.l de
por Deus preservado de todo o erro; tal Deus, por isso que ellas não possuem se-
é o socco.-ro que Je:,Us Cbristo prornet- não ver.sões escriptas. nas diver:;ns linguas,
teu a sua Egreja, e que a torna infallivel e por tanto ('111 termos <liver~os <l'aqnelles
nas suas de~isões. que saira01 d" pena dos Auctores. Sagra-
Dadas estás noções, passaremos ao dos. ·
ponto, que nos levou a traçar estas pou- É para notar a grande differença que
cas linhas. se encontra nos estylos quer dos oracu-
Até o seculo 9. º !imitaram-se os Theo- los dos Pn,fetas, <111er dos Apostolos e,
logos e Critico~ a sustentai·, que a EscPip- E\'angelistas; e por ventura nàn será esta
tura Sanrta era divinamente inspirad.l; diver:-;idadc uma pl'on. ba~tanle forte
porem Ago!Jar<l, Arcebispo de Leão, que contra a inspiração verbal?
vivi~ n'esta epocha, examinando a ques- Cnda um d'ellcs cscJ'evc segundo o
tão de mais perto, sustentou com unta sen genio e educação, e 1,egundo o secu-
carta estripta a um certo Fredegiso , lo em que viveu: Assim lsain$, como
« que o füpirito Santo não tinha dictado mnito bem nota S. Jeronimo, sendo de
aos Profeta~, e Apo~tolos, oi; termos e tHna 1,tirpe nobre, e educado nos salões
~xpressões de que se haviam servido. E <lo~ Bets, osn de um estylo polido, ele-
não obstante haver em nbono da inspira- gante e mage$toso, de um estylo digno
\~º das Sagradas Escripturas, auctorida- de sua eduen<:f10; no passo que Amôs, na
des de grande p~so, ellas com tudo não l.iun1ilde cbôça <los Pastores, e que teve
sam tão claras e precisas sobre a ex.ten- a sua e<lucac;ào entl'C os rebanhoi.~ não
são d'esta inspiração, que com _certesa se pinta em seus qliatlros, e compara<;õcs

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
,3 MP

senão as imagens da vi<la campesll'e. S. Cbrisostomo oa Ilom. 18 sobre o Ceue-


Lucas babil na lingua grega; maueja-n sis, S. Basilio no L. de Sp. Santo, S.
com apuro e clegancia, ao passo que S. Ago!,tinh o, S. Grego rio ~lagno etc. Com-
Paulo edncado, como e1le mesmo o di1,, tudo ainda re:-pondcrem os, admittidos
junto ao Judeu GaUlaliel, falia um grego estes toga res citados no seotidQ que ·pre-
duro, u quase barbam. Em fim S..João é tendem aquellcs que abraçam a outra
diffm,o, e algumas vesescae na tautologia, opinião, d'elles nada mais dedu!-Ü'-se po-
.ao passo que tj. Pedro se faz notavel pôr de SCllÜ<> que :llgumas veses as expressões
um estylo conciso e set'rado. Ora nào se·- terinrn :.ido in:-piradas aos P1·Qfdas ao
rà mais natural a ti ribuir e,ta differen qa mesmo tem po que os pensamentos, o
no modo d'escreve c· .'.1 <fr;e1·sidade ele ta- que é tambem nosso humilde modo de
lentos nos fücriptores, do que g1·atuj 1a- pensa r; màs d'isto <le modo algum se
me nle recorrer ao milagre pal'a expli- podcd1 uedn .. ir como regra, que toda a
ca-la P gscripl u ra fosse inspi ruela - quoatl 1Je1·-
A mancil'a di ffc rente porque os Evan- ba-porq ue 11ma CXl!ep<~fio jamais consli-
gelistas rclle rem muitas ,,eze,; as palavras t11ir:'t r rgni gc .. al. Pelo tiue diz respeito
de Jesus Cbristo, parece a ucturisa r-nos a as cxp rei,sões dos Padres, que parece m
re<reitar n necc:;~itlade da insjlÍl'at;ão ver- fav()rccel' a 'l'lllra opini~w. diremos, ou
" porque íldmittindo-se, o que é in- que cll<'s faliam de cert.1s p:1!!sagens da
bal;
•:oa tc!-lé\ rnl, <j lle os Evu ngeli.stas reífori- Escript11ra. <lllC t:nntem Profecia::;, Oll
ra m fielmente o que o Espil'ito Sanclo elos ,1 )'"'tcl'i ns, 0 11 d os pen~amento~r cuja
lbes dictava, como justific:nr esta diversi- ruagcsta<l e é divina; ou anles q11e elles
dade ele cxpa·cssões? Dirám , que isto não tem consi<lera<lu o ~igr.a I se usi vel do
1 peni',a mcn to, mas o lllC!>tnO pensa mento.
mesmo é oura d n Ei.pírito Snnclo i Então
por ce rto não po~l:luircmos as palavras de Quando elles co mpara m o-. Escriptol'e:;
.Tesus-Cl,ri., lo n'aqucllas partes do Evan- Sngrados a uma pena que o dedo de Deus
gellio onde ella~ sa m di re t·samente reffe- fasia rn ovl!r, diremos, qne isto é uma
rida'-, porque e~tas <li\•in.,s pala yrns não ling1wge m figura<la, cujo sentiuo é: que
~en~ mais as de Je:.U'>-C hristo senão elle:,, todos escrcriam sob a inlluencia da
quan to ao se ntido, e nrt0 bn-.tnndo ~~te io-;piraçfw. Se Deus se se rve elo hom em
sentido, !-ieg11 ndc, aqu ell ej;, que def:len- coLOo de nm in ,trum ento , o faz. de um
dem a in-.pira,;ão verbal, ·resulta n.ccessa- modo dig no de um a Ct'l?alura rario oa l.
rinmcnt e qne estas pas!<itgens do Eyange- O uso da~ foc11lclades nal uraes nüo é sus-
ll10 nü.o cn,11pl'eliende1 h as propnas pa- penso; ,,o meu te Deu-. o~ dirige o guia por
lavhls de J e~m.-Chri, t >, o que é formal-
1 uma influencia particul ar pal'a o Hrn rt
mente ('On lrario a linguagem coJUmuru que se propôe.
da Egreja. E de certo, se as palavra.\! sa m in.,pi-
E posto qu e se nos possa diser,. que n,clas, e ele alguma sorte <lictada<; aos
HS Escripturas, e os Padres da Egrcp nos Anclore!Sagrado~ pelo E!-pirito Srinclo,
ensinam, que as palavras, e o estylo dos <1ual seria a rnsüo porque o AuC'IOr elo Li-
E:ieriptorcs Sagrado:, fMa m di\·inamente vro 2 °dos ~Ja,,hahcussc e.~c nsa <liscn<lo-
inspirados, como segundo aqnellcs que Sc ..,
po,· l'e11l,ll'a " tli::niilad1! ,.,
da s11a li11,rua-
adoptam a inspirn<;fw ç<; rbnl, se deduz gem mio co1'l'espo11dcr a sat>/i111idmle tio 111a...
• ? I

de Da vicl no ps. XL-1..,ingua mca cnla- teria. -E esta a noi.!'a opiniiio, que ainda
11ws scribw, vcln<:Ílct· s,:,·ihentis-A minha mais col'l'ohoraremos COllHl v.diosa aucto-
linaoa P. pena d'e~cri,·th', qu e e~creve ,e- rida<le deS.. Ago:-.tinho Ooulorda Ec,reJ (") ·a-
loi~nente. Do cap. 3ô d t~ JuremiMi onde o q,m i as!-1m Ele expressa no Li v!'o '2.º de
Barnch <lü cl'é:.te Prnfota-E.x o1"e suo Con~c nsu Evangeliorum cnp. 28-Ya tli-
loquebalttl' qunsi lcge11s atl me on111e1> sm:- 1;e1·sidadc
. da.~. pala11rlls de que os g,,t111,':>,rt!-
111ones ;.~los; el ego scribcb,1111. -Dos S:,. 1tslas .~e íif'rvu·am, 11t10 /, preciso b11Mtll' ~c-
Padre:-, quu dedara1u expressnmenle, nilo o,1Nm:wmc11fo ti'aqaclfc que f,tlln, e d,:
«que cada ~yllaba ela E,eriptura contem m111wu·a nlf{tt111a ag,11·ra1·-~e ,is J1ll4ll'ras
LheFouros OCl'O lto~; q uc ()S E-.cri plores Sn- C011WS(I ((.~ 11/(J,';I/JaS lo//1'(JS dr• f/lW cl/as'se

crrados foram como uma pena o;\ mã o de 1ompüc (t1ise111 o fio 011clc a 1•c1·dadc se ac/,a
~ 1· . 1
Deus, :,Írnp ice~ rn~lrunicntos e e <Jl'º· . presa.
Elle se serviu ;» as.. im é <Jnc fafü, S. Joüo ·1'.
-Lê•sc ua Nação-de Lãsboa, Fillios desatinados, ovelhas desgarra- ,
No Bolletim Ollicial de Angola lemos das e de$graçadas, que é o que esperais
a pastoral que o veneravel bispo de An- no fim da carreira de uma vida corrupta
gola dirigiu aos seus diocesanos por oc- e desenfreada?! .
casiào <la confissão e communbão pas- Que é o que esperais no fim de uma
cbal. vida sem reflexão e sem ·religião .P !
Transcrevemol-a como documento do Que é o que e$perais do <lespreso dos
infuLigavel zelo daquelle apobtolode Afri- Mandamentos da Lei de Deus; do des-
ca, que foi desbravar aquella seara pot· . preso das doctriuas do Catholicismo; das
tanto tempo abandonada. doctrioas de Jesus Christo? !
Comprehendemos as magoas do ze- Que é o que esperaes de não cumprir
lorn pastor; imaginamos bem as noites com o preceito da con6ssàõ e commu-
mal dormidas, as dõres intimas do cora- nhão pascboal; ele não cumprir com o
ção daquelle qtie se vê encarregado da preceito de assi1-tir com atteoçaõ e vene-
guarda de um 1·ehanho, por tanto tempo raçaõ ao Sancto Sac·rificio da Missa nos
sem pastor. Dias Saoctiücados? !
Leia-se com allenc;ào a pastoral e Sois obstinados peccadorés - Mors
-ver-se-ba se temos rasào para assim o peccatorum pessima-a morte dos pec-
dizer. cadores é pes5ima, é terr1vel, diz a Es-
E os homens que ha tantos anno1, dei- criptura Sancta: porque às offensas feitas
xaram e por terras abandonadas, terras contra o Creador incomprehensivel e im-
quo passam talvez dez annos e mais sem menso devem correi:ponder castig0s in-
ouvirem a palavra de Deus; esses ho- coroprehensiveis e immensos, castigos
mens o que dirão? Riem-se provavel- que a rasaõ do homem aaõ pode imagi-
mente, porque a sua barriga esLà <'heia, nar. Eis-ahi o vosso.fim; eis-ahi o que
e o seu Deus e a sua patria estão na bar- podeis esperar.
riga. Naõ despreseis pois como até boje:
escutai allentos o chamamento do vosso
amargurado pastor. •
A utilidade é toda 'fossa. ,
Dom J onqnini Jlorrira dos Reis, por nwrcê de Sejam ou ,iaõ sejam attendidas nos-
Deus e da Saneia S tt Apostolica, bispo de Au- sas palavras; cumpriremos o no.~so dever.
90/cz e do Congo, do Conselltode s. m. [., etc, et e.
A face dos céus e da. terra; ern pre~
• A todos os uossos sobditos saude, paz, amor e ·senqa dú Supremo Creador do Universo
ben{'ão em Jesus Cbrislo Nosso Deus e Nosso Salvador. nós em nome de Jesu s Cbri~lo vos cha-
Hoje com profunda magoa do nosso mamos hoje so1ei.nnemente ao cumpri-
coração, e profunda aroargnra de Nossa
mento dus Mandamenlos <la Lei de Deus
alma poderiamo$ dizer e applic!rà maior e das sanrtas doe trinas e preceitos do Ca-
parte de no1'1sos subditos aquellas pala- tholicismo.
vras que a uma das ninis corruptas cida- Mas com especialidade. l\oi,; vos cha-
des da antiguidade disse e applicou o mamos ao cumprimento d~ assistir atten-
propuela Jeremias-Curabimus Babylo- ta e devotamente ao sancto sacriü~io da
nem, et non e-:t sanrta: derelinquamos missa nos domingos e dias sanctificados:
eam-Temos applica<lo os remedios á e ao cumprimento do pre<·eito da confis-
co1Tnpc;ào ele Bubylonia. e.-.ta porÊ-m não saõ annual e pa~chal, que muito tendes
obedeceu à cura; deixemol-a, abando- despre,ado.
nemol-a ! Não faremos porém uso das Vossos gravei.. pecr.ados, excep_tuando
-palavras e da doctrina do propbeta da o caso de falta ab..oluta de sacer<lotes,
1ei antiera: seguiremos antes as palavras e sómente podem ser perdo~dos por meio
doutrin~1 do apo~tolo da nova lei da Gra- da co11lissaõ sa<'ramental.
ça; faremos o que nos ensina S. Paulo Jesus Christo, que era o proprio Deus
u-ás seguintes palavra!'i-Predica verbum; e Supremo Creador, assim o di~se e de-
insta ~opportune importune-p1·eg3 a pa- terminou quando estabeleceµ que os pec-
lavra de Deus: ifüiste; !ieja ou não seja cados sómente poderiam se1· perdoados
opportuna a occa~ião. ·por meio do.s discip.ulos a quem elle dei-

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
.
:xou esse poder, e por meio dos sacerdo- Mas se Deo~ quizesse que os sacct·do-
tes a quem os mesmos <lii;cipulos lrnns- tes fosse m anjos: là do eco mandaria vir
mittissem tal poder. As expre!isões de os anjos, e naõ escolheria na terra peça;
Jesus CL.risto saõ muito claras e termi- cadores.
nantes-Quorum rcmi~et'itis pecrata, re- Queira o céo, e nós esperamos, que
mittnntur eis; et quorum retinuerit,s, d epois destas nossas breves e fracns re-
retenta sunt.-Seraõ perdoados CJS pec- Oe.xõec:;, todas as pessoas, qu e se digam
cados àquellas pessoas a quem· os per- ca tlwlicas, cumpram o preceito da con-
doardes. ÍJsS,h) e co mmunb aõ, antes do dia 1 5 de
J Corno pois quct·eis que sejam per- junho do corrent e anoo, para que nesse
doados vossos peccados, sem que os con- dia se possa ce lebrar, com t.oda a solem-
fesseis ao sacerdote, que reeebett o po<ler oidade, alegria e prazer, a grande festi-
de os perdoar? Essa mesma resistencia vidade do Corpo de Ch1·isto.
às palavl'as préceptivas de .Jesus Christfl, E pnt·a que haja maior facilidade no
serà mais uma oll'em;a feita ao C, eador cumprimento de5tes dois peeceitos co n-
~upremo. . . ceclemós a todos os confessores por nós
E n6s naõ podemos de1~at· <le suspei- approvados a facu ldade de absolver de
tar que sãQ inimigas .tl() c:~lt'istiani..,mo todos os casos, que ao-; 1iaõ resal'Vado&
aq 11ellas pessoas qnc a..;strn resl">tem às pa- co m rensnra, ou sem clla, cm quanto
lavras de Ch risto. -Qui non e,.,t mecum, naõ mandarmo'.~ o contrario.
contt·a mo e~t -Jq11cllc 'lllP. n:lô co mbate Os revere ndos parochoo;, logo c1ue te-
a meu lado é m eu iuimigo-di,~e o mes- nham L'e cebido e.-.ta no-:,'-~ pa~tornl, faraõ
m o Jc:,us CL1ri1>to, seg11nd1l relula o Evan- a puhlicaçaõ delta ú e-.taçaõ da missa con-
gcli:,la S. Lucas. E desde a publicaçaõ ventual em trcs domingos ou dias sancti-
cle~ta nossa ca rla pa . . toral prohibimt.>s licados successivam ente; e a regi:,taraõ no
tr.rminautemente, que os parocbo-., ou competente livro.
quem su:1s ve1.es rizer, na occa,iaõ de Dada e assignada no nosso paço Epis-
baplbar qualquer pcsso,t º:t ,,.d1tlta ou re;. copa l de Loancla, so b nos..-,o sigaal e sello
cem- na:-.cida, pos-ia m ad ,01tttr como pa~ de nos,a~n rmas, a11s '29de abl'il de 1854.
tlrinhos on ma<lrinbas pe.,soas que nao ~ Joaquim, Bi:,po de Angola e do Congo,
tenbam cumprido com o preceito da
co nfissaõ e commu nhaõ.
Q:; padrinhos saõ cun.;iclcracl~s fi ado-
res da edu c:1c;aõ religiosa de seus a falhados,
c%ac de<f"tJ~a 9'bd:cca.
e por is-.o é repugn ante-qu e ~nal~u ~r 'XXI.
seja bom {iador d'umêt cducaÇc'IO t•uri<ita~ Dlxlique ad Scrn1111 ••• oi ooo 3cci11in
u1or<:111 filio mcode 61bb~ <..iunanrenrun, ,
quando pelos se u-. actos mo .. tn1 qt~c na~ Do111lne Deus d11111!11J AIJra1131ll, OlCU rr,
segue as doulrinns ele .Jcsw; Cbr1,to. E obs,ecru, m: hotlle et (ae mlstr.cordl3111
cam domino meu Abra.h~m.
n ós sómente pode mos conl~ecer os l~o- ••. ct nccipll c3m u~orcm &.e.
mens pclus suai; a\°!qões. Assim no., eosma Gt:ot. C•P. 2.'t. v. !!, l2, iG.

o mesmo Jesus Cbrist0 no Ev,rn~elh,~ de Quiz dar o pae de lsac ao filh o amado
S. Matheus' quando dii-a lruct1.bus Mulher, que lhe adoçasse o fel da vida;
eornm cognoscetis eos - co nheccre1s a Mas não quo fosse cm Cll;rnaan nascida,
cada um pelos seus fructos. E do Eterno provoca'iSe o desagrado.
Naõ penseis qu e tendes desculpa de Fiel executor de seu mandado,
naõ confessar vossos peccados ao sacerdo- Apresta-sr Eliezer à partida;
te, por isso ·que o sace rdote tambem pec- B, para achar a esposa pretenditla,
ca. Naõ depende da sua virtnd.e .º seu Á terra de Naccor corre apressado.
poder: depende da Vontade D1vma:-
Alli supplica n Deus humildemente
o poder elo sace1·dote dependeu da von- De mostrar-lhe uma virgem vrrtuosa,
tade de Jesus Cbristo. Que faça lsac feliz eternamente.
Bom é que os sacerdotes tenh~m a
pureza dos anjos. que fazem côrte a ver: Tmlic:a-llle o Senhor a 1Dnis formosa,
dadei1·a di vindade, e a,sicn me<;mO nao ftcbccca, qne ~ trasida em couliuenlc
se tornaraõ bem merecedores da digni- Ao filho d' Abrahão, que a desposa.

dade que occupam. r ufrá.

-· ....., ...
.:r p' rl/ , Ê que a gloria verdadeira
Oacc,fJ. e Jdatt.
Foge da I~umana ambição,
XXII. Quando c'roa, pa·asenteira,
Oeprecoiusquc est lsoc Oorninum pro A humildade do cbrislão.
uxore sua, eo quo<l C!Set su,rillis, qui D'cssa cohorle tão bravn
cxaudhil eum, ct iledit conceptum fül;cc·
C:J?, • •
Que a tyrannla allrontava
.Aft Jacob: Jura ergo 111ibi. Nas frontes nobres brilhava
Jurav11 Isa11, et vcodi~lt prímogeolt:1. A mais pura almegaçãe.
GtN, C&P. 25, v. 2t, .23,

o filho d',\hrabao, lsac chamado, Que bens produz leu exemplo


Virtude casta e tão san I
Que as delicias. ue Pne não conhecia,
To fases ( não sô no templo )
Em suas orações a Deus pedia
Toda a creatura irman.
Um fi lho, que lhe fosse atTeiçoado. Que transro~maçõcs tão bcllas 1
Suas preces ao céu lendo chegado, o pobre tu não rebellas,
E o rico ao pobre anivelas,
Dois filhos ueu nebecca á luz do dia:
Santa humildade chrislan !
Um d'elles-Isail-por nome havia;
Ao outro o de-Jacob-se linha dado. Era de corrupção talvez foi essa
Em que um Homem de Deus, fugido ao montlo
Dos dois era Isait, por nascimento
Pôcle ao mundo prestar lições divinas.
Herdeiro de seu Pae, inda a despeito Trouxe ao grande aitplebeu justa egual<lade:
De haver um seu irmão mais merecinreolo. D'opulentos senhores anjos formou,
ne sonlidos escravos creou lilhos,
l\Jas um dia em que â fome era sujeito,
Fez renascer as honras .do infortuuio,
Jsait a Jacob com juramento Fez amar como irmãos hómens oppt•stos.
Vendeu por om guisado o seu direito. E fugindo da gloria, humilde e pobre,_
Yieira. A pobresa exaltou, cobriu de .gloria,
(Jhtr.)
Quem operava na Calia
Muuaoça tão salutar?
Tanta conversão na Ilalia
E toda a terra a mudar !
D'este santo, o exemplo cr/Y,
POESI A DEDIC,\DA A S. FRANC ISCO DE ASSIS, Que da penitencia ausLera
Ousára a cscóla fundar.
Onde, csplrilos mondaoos
De vossa gloria os brasões? Cinge a col'da do culpado,
Vossos esforços insanos Sobre o facto cio infeliz;
Que alcançam das gerações?' E a este salllo hutuilh.ido
\
O mundo ingeuuo que ha visto Se curvam regias ccn·iz I
Em vos, de grande, com .is~ •
E da esfera em toda a parle
Que uos simplices em C:bristo Se eleva o novo cstaudartc
Enche de pal-mo as nações? De São Francisco de Assis.
Mostra as palmas da victori,, Serafico Padre que aos gosos fugiudJ
Viclima do proprio amor! Do mundo C'nganoso, buscasl<:' os do ceu
Ta niio crês que sà dâ gloria
Aos homens que amaste a ChrisJo seguindo
O desinteresse e o valôr P
Das falsas clouclrinas clesfaz-1 hes o \'éa.
Na terra erma de venturas
Se apenas buscas doçuras, Tem sempre c'os pobres hondatles que usaste
Sabio ,·ão, como procuras A Oeus como Pae os move a buscar!
D' homem sensatos louvor í> Repf>le-lbes n'alrua a voz que exhalaste
Da herança paterna ao têr-lc expulsar.
Não córas vendo as asp'resas
Do homem que a Cruz só quiz ? As chagas sagrodas qut: Chrislo em ti lança,
Como executa proesas Da patria d' Alfonso já eram brasao;
Pelo nome que bemtliz i> Defende a ltalia, coudoo-tc da França
Como anuado dos cilicios, ~Jas lembrem-te os filhos da I1:1sa-nação.
Buscando só sacrificios,
Coml1ole da carne os vicio~ A. C. de Sousrt e VasconceUO'S.
Na worle se crê feliz ? ( t.üir). ..• .

6ibllotoea Publlca Benedito leito


; ·r rt·a · t)
..J.iltã,

A·NNO CBRISTÃO. -e tanto depois o pungiu ·o remorso d'es:.


OIJ'l.lU BRO. ta ~epulsa, 'llle fez o v~to de a nipguem
mais negar as esmolas. Seu pae não. gos-
2. SEGUND~-:-FEIRA-Üs Anjos da Gliai-- tava de tan'ta liberalidade. e -conceiloan.:.
da-É uma crença. fundada em varios do-o talvez de prodigo e embecil, lbe
Jogares da cscriptura, que cada um de exigiu ama c\esistencia de herança pater-
nós é acompanhado po1· am anjo, que, na, que elle sem dilliculdade lhe passou,
por assim .diser, é o mensageÍl'o de Deus~ accl'escentando: «que d'ora ávante mais
que noscommunica a:; graças de que em rasão Linha de disei· P (ldre Nosso, que es-
cada occasião necessitamos. No Genesis tás no céu.» Aggregando-se-lhe dose com-
e. á8, v. 16 vemos Jacob partillia1· cl'es- panheiros, instituiu a ordem elos Meno-
ta crença. qnan<lo abençoando a seus ne- res, e vindo a Roma para impetrar da
tos, filhos de José, disse: « Abençôe a santa sé a approvaçà'> de sua anste1·a re-
estes meninos aquelle [\njo que me ba gra. lnnocencio Jll, que o recebera com
tirado de todo~ os males, etc. O profo-
l) pouca consideração, o mandou chamar,
ta rni lambem esta.va na mesma crença, depois <le uma visão que teve, e lhe deu
quando, no psalmo 90, v. 11, diz: «Por- a approvaçàó que antes lhe ha vía <lcne-
que elle mnndou a re~peito de ti os seus gado. gm pouco Lerop n e,, ta uova ordem
anjos, que te guardem tim todos os teus cresceu, e dava mis. .ionarios pnra levarem
caminhos.» f'inalmenle em S. Matbeus e a boa nova a todas as partes do mundo.
actos dos apostolo2 tambem achamos fun- S. Franci'\CO, desejoso da gloria do ma1·-
damentos para esta crença. De,1emos pois, tyrio, embarcou para a Síria, porem
como diz S. Bernardo , po.,suir-nos de achou bom acolhimento onde esperava
grande re,•erencia, deçoc;:ão e confiança t-0rmentos, e poL' isso regresso u a ltalia.
em o nosso Aajo da Guarda: reverencia- Havendo precedido à edifit•açilo de mui-
por causa da presença; devoção-por. tos conveotns, e tendo recebido na soli-
causa da benevolencia, e-connança- dão do monte Alverno a impressão das
por causa da guarda que constantemente chagas, passa<los dois annos adoeceu gra-
nos faz, e que mesmo não cessa ( oh! vemente, e então cnandon que· o condu.-·
grande bondade de Deus!) quando pec- sissem para o convento de Santa Marfa
c,amos, como no livr9 do Exodo e. 23 cios Anjos, onde d eu o espirito a Dens.
dar.unente se diz. E pois uma prati ca A data <la approva(~ào de sua úrdem é do
muifo salutar o encoanmendar-sc logode anno de 121 O.
manhan ao fCLl Anjo da Guarda; e quan- 5 Q o ,~T.H :'ETR.L-S. Sotero e Caio.=
do alguma tentar"'"º sohrevier lembrae
, O primeiro d'estes roma n os pontificesgo-
1
ele que elle vela em ~·oda de nos, ~orq11e verno11 a Egreja desde o nono de168até
isto ao me:,mO tempo a vs darà a0tmo de que foi martyri:mdo no tempo de Marco
<1ue s,Ürcmos vencedor~s, e no~ farà en- . Anreljo no anno de l 77. O segundo era.
vercronhar de succnmb1r com tao polen- Dai mata e parente de Diocleciano; o que
tes ºauxilins, e na presença d e qucm ·tan- mio ob5taote, foi por 01·uem d'elle mJr-
to se empenha pot· salv.u·-nos.' tyrisado, depois de ha ve r passado oito
3..Trmç!-FEIRA,-S. Hermenegildo, mmos escoudidú em uma cova para lhe
Rei Martvr. -Pade<·eu o martyrio em fttgi1· á sanhn. Go\>·ernou a Egreja destle
Sevilha, ~ôrte dos Heis Visigodos. Lcovi- o anoo de 283 a 2·9ô.
gildo seu pae 0 educou _na bere:-ia de Ari.o. 6. SExTA-FEIRA. -S. 13runo-natul'al
Convertido à fe calholwa pelo Santo 81s-
1

de Colonia Agrippir:ia, e filbo de paes il-


po Leandro, e perseverando constante na ~ustre:;, foi pol' elles 1µand ado á Paris
~ua fé apesal' da-. in~taneia-. de seu pac, e freq11ent.11· os esl udos, e taõ insigne se
dos bisptJs Ariano--., de quem recusou na tornou ein Glosofia e tbeologia, que me-
·prisão acceitar a cornmunhào pa:scbal-. rel·e11 o gràu de douctot em ambas estas
foi mandado assassinar por seu prop,1·10 faculdadeg, Seodü conego da Egreja de
pae, e assim alcançou a corôa cele~tral. Hems, rcsolretH·C ·a ftJn·ir do mund o ' e
o .
á. Qu1nu.-11EJRA. - S. Pranci..;co dé cóm seiscompa nhcirns se est.abekéeu oos
Assis, seguindo como seu pae, a profo~ã0 alpe:-tres montes chamados da Cartu.rn,
de ncgociaute., negou a esmola a um po- donde tirn o nome a orde m pot' elle f un-
brt! que lh'a pedia po.r arno1· de Cfiri~to; <la.da. Chnmad,, a Rvu)a.pelo pnpa lJ!·ba:-

~
JE]PJ83JL
@ <IHD mll ~ U ll à S'J ll tH!l ©o
2 •se.m:-e i!l!H!5 Ji!..!....§IL~ "'°' ~~ ••, : # ; 1 e,

no H, que fôrn se u di:-icipulo, muito lue quo o an anj o de sua fomilia Jh'o permit...
valeu com prudentes e ~a hios conselhos liu, tamb.em se recolheu a um co nYe nt o
no~ calamit osos tempos de ~ou pontifica- · que fund ou, e a qu e d eu a rt'gra <lc S.
do. Bem yui1. Urbano J1 que -acceilas~e ? Salrador. F~i depois a peregrinnçaõ de
arcel,i~pado de Hegio; porem cJl e, suspi- Roma e ~uce~i,.:.i, aincnle <le .ler11salcm,
rando sc mp,·e pela solidaô, logo que pô- e lJtrnndo rn lt:n·a a Homa adoeceu ahi, e
de Re foi en1 bren hn1· no monte S<.Jnillnco, den a, almn a 1Je111'. Provadas suas vfrtu-
ohfle pa~sou o te rupo <J IIC lhe re!-tava de des e <lom de milagres, o papa Bonifiwio
.ida, e d·alii voou ao céu. IX a ca nonbou, e :,;e u co rp o.foi Ll'a:-lada-
7. Srnu\Uo-S. Uba l<lo-nalural de do para o convcnlo Vastaneose, que ella
Gubl>io, ci<lade dn Umbria, e filh o de ediücàra.
uma familia illu:-itre pela sua nobresa e
pelos primeiros ca rgos, que tiveram na
Hepnblica. ~Jortm, seus paes na sua in-
faocia, foi educado por um seu Tio, que PouTU<HL-Parcce C'erto que o reve-
tambcm se chama,1a l :baldo, o qmtl co- rendo padre Henrique ~laria Alfredo de
mo em homem de muitt\ virt.ude, inspi- Fougerais zelante ~uccrdote frao c~z que
rou logo ao subriolrn, que u servir fiel- se acha ac tnalm enle n'csta cidade re~ i-
mente a Deus era caminuo direito para a dfndo na qualidade de professo1· no se-
verdadeira felieidade. Conclui<los os~cus rninario de S. Pedro, Cc! S. Paulo da Mis-
estudos na Communidade de S. Secu ndo, saõ ingle1.a, pre~al'Ú as tardes de quttre~-
se confil'mou na rcsol11 t;aõ, que tomi1ra ma n 'e:-.sa l~grcja , aonde jú foi ouvido co 111
de vivct• cm perpetua coatin enc:ia. Ten- sa ti:,fu çaõ ge ra l no:- dnmi11 go:,. <l o Athen lu.
do :1ido :, pedido do Clero e Povo nomea- Este jove n sac:c rd ote, pode se r util
do fii,_po de Pcrúgia, foi lan<;,lf'-:-C aos pés so hl'cludo aos seus u:wiouaes, entre O!i
de Houorio II. que entaõ governava a quaes, e principalmente ent ro os pobres
Egreja, afim <lc q11e o cso nerasse de lclÕ das maoufa<'tt11·as cl'esta cidad e reina uma
pe:,,ado ca rgo . elegendo outro ciu e melhor grande ignoranciu religio:-.a, é para <lcRe-
o soubesse cle .. empenhal'; ao q 11c o S. jar qu e os portugueses que conco rrerem
Pvntifi"e accedeu, naõ acooieecndo 011- n eMias pra1icas rrn õ van1 co,11 c~pirito de
tro tanto pas:,.a<los clcri, .rnn os, tempo em cu riosi1fode e po r mo<ln, ,nas pr1ra colher
qu e foi forc;aclo a ·H... c<'cdel' ao Bi .. po de n fructo ímporlanli!-,.,,irno da di,i na pn-
Guubio, sua patria. Oepoi-, de ter edifi- lavra.
cado com o :-eu exemplo, e pala vrn-; suc- lT..u.1.\ - Roma L º ele F\.! \'t:r!:' iro -S:
cumbiu à gr,1visgima mole,Lia cp1e a an- San ti<lacl e <'(1 1\1 um no,·o 1w·go ele Mta
no~ o fr\sia dclinhat·, dando a sua lia ncla c.:iridadc palcrn.~I a~aha· d'a t1l'lori.!'ar a
almr, ao ~eu Deus a 16 de \) aio de 11 60, abertura de uma no,·a caixa en.l ílotna
tendo 76 anno:i de ed.1<le e 30 ele .Epi:;- pa ra o ~Junte Pio Gern l. Durante o me1.
CQpado. d" Dcsc u,bro es1ic c,tahele!.'i 111enlo filho
8. DoJ11;-;co-Domin::?a 2. n de Out u- d' 11 n1 1•cn~amc'nto elllinenteme nt e l'cli-
bro e ·t 8. º dt•pui~ de Pent, co:,te:;. -S. giu!iO, empre., tou gra tuitainen le nos po-
Brigida, filh a de nobre~ pacs, na"t'Clt em bres a q11anlia de 76,866:000 reic, al em
Snecit1, e logo cl'e~de menina taõ devo ta das que ~e tem empre:,.ln<lo com juro às
era de meditar na pnixaõ de .lc:.11.., Christo, pe~soas que naõ e!it:1n1 t!m ex trem a po-
que se di,ia, qne era C!-ta a sua perenne bre5n.
cúgita~nõ, que lhe fa~ia derramar copio-
sas lagrimàs. Oad., em casnmento n Ul-
-No <lin 25 do corrente co.Tiec•ou a
nnve.na do B1~maventu rad o S. Frantisco
.
fi.õ, príncipe âe Neri l·ia. e lla (.'om suas
cxhortaeões o fc1. habi lnar a uma vidn de A~ i-., no Convento dcSantoAn tonio.
sa ntissi~a, e educaram seus lilhos nn -No dia 20 teve com1·ço nn Egreja da
maior piedadl?. Convalc...cendo Ulfaõ Virge m Sant i.,~icna Senhora elos Ilcmc-
<le uma enfe rmidad e, ele que foi ala caclo di os, o nornnario <la ~un festa, <1ue ha
quando regre~~aYn da peregrin:u;aõ de de ter IC1ga r no d i,1 8 do con en te.
Composlelln. re!!Ol\'e1H,c, 1·om annuencia
ele $Uíl e>-;11<,···1 . a profo!,,;;u· 11 ;1 01 ,lc:u de Man!uhiio -Typ. tle .,. e. .ll , dll C11t1ba 'f(l;T c•,.
Cister, onde m0neu. S. llrigida, logo R11a das 8ctrl1:iror 11. 8.

~~
-· .~ -
ANNOI w a e
Seguntla-fcira 9 de Ourubro de J 854 a :s osu:www a
~ u+e;z:: ,e:: 01. ...
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OCHRISTIANISMD.:· ,,

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I r. eço u \ s1.; 1JSc11 rl'C
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l'or II t il 1111110 .. . . , .. . , 1!$0M.
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lJ X ~íl l:un 113 Cntt. 11. 30, c n:1 'flpoi; ru11hh,
1•lô'' D· 10111,,1o l .. 11 , 1 mw:~'$ ... .• . • :t~·~O 1. a.
, ",..1,.,,... ............ ~'.-~li. V t tl~bll Ju111a r.
V
Íl tl
,\'t••1 1·r11I 1ml111ns 1,erit,, t sr,1 sa/n1r,·.
S. L,1c. •·. il. , . :...;.

a co bnrd ncl o procn ra , a 0<<·11l1nr-se aos


OCHR ISTI AN ISMO.
0

ollios dt~:,;e n proprio Bemri: itor !


Deu-. porem se m prc Len i~nÍ:-5Ímo qu it.
Os Sacramcnlos da Nõva Lei. r"ocurnr a sua jw,1ilit:1c;flú ; e pnn\ e11~c
Jim'lanl;ou u,ão d os me ios cxlernos, pol'
A par te Sncrnin ent aria , ,rn o trnl'la- via d os C')ll acs e!le fosse l'O r1tlw,icfo a!h 'l"l ll-
clo dos ~,1<·1·anw 11tc1s 1.·0 11:.. litu e n pnrte li- sas c:,pi
.
ritm,cs, e intell h?'ircis,
~~
sen1r11 nd o a
turgi,·a <la Tlt7!ologi,,, o por· i~so cli1·eu10s, ro n<lu;ào ele sua natur·ci,i-1. E :1 l't1 •ào por -
an tes de foliar dos Sat·1·á mcnl O!., alguma qu e nlem do lll t'Í() i1 11crn o, e.pie é a- ora-
cou~a !iObre- Litn,·gin. c:n-Dc1111 q 11i1.i a inda os cxt e,;no1- para
Li Iti reria, SCUII nd<, os grn 111 ma lit•os i,i~- npe ra l'-!',C essa ju:-. tifi c:..l)io, foi por :-e q11 e-
:, "'' ~ l

nift,:a-obn,, /iwçfio , ,: 11,i11i,'i l er ió publico rer a'ir, oldar .t nos.-.a rrn lurcsa; porqu e
~ 6 ci) mposta dus <l 11n:i ·pi1 la \'ras gregas- con~tando o htrn1em de d nac: :mh::- la11-
L ~11os-puúliro .e-E1~co,-ohra, r1crão . . ci;\:.- cspirilnal, e corporal-Jcp1·11cle11-
Vem poÍ:i a se r Lill 1qtia iH111cll a parte da tei:; csse ncia lmcute um a d a 011t l'i:l, e n,iu
Theolu,ritt pra ti c:a, cp1 e en, ina nsorac;ões, podendo e le \'a r-se as cou-.as e.sp irituac.s ,
o
<! ri h.>5 co m q uc se 1·clehra m os Ot 1crns
··1· . senilo pch,s ~c n)iveis e corporea-,, e lle
di vi oo:-i, e se pre, t.1 a Deu:,; ocu lto c~ ter- recebesse por meio ele ~ignacs scn:-ii e is
110 . Tem a li turgia d11,1 s pa r te . . , l h l'ln qu e e cx le1·iorc:-i os d ti a s ce le:-ite.-, qu e sam os
lc m por objc,·ro t> culto ex tt.? r1_w prestado Sarra menlo'- , o q 11 e ct> riliro1;11110-1 co m a
a Oi:> 11~, e e~tn é a cp1 c prupnamen te :.e auctol'idacle <fo S. .f oüo Clil'i , n.. tomo na
<· ha lll a- !iturg i,1-'e c·o111 prchendc as oru~ sun Hom ilia 8:3 ~obre S. ~Jutheus, onde
c·ües, ri to~, 11crc1 nonia"-, e l'o n na:; pel11s a.s~i- falia rcfc1•ind L,-!1e ao homem-Se
quacs ~e pre:.la culto ex tcrn1) a Oc11.~ e a fv:;sc:$ i11cu1·porcu, Deus lc dor ia sá dous
seus ~nnl o. . ; outra q11c tem por· ol>Jccto si111plice:; e in cOl'fJ01't lfs; mas tJiSl o que ao
principal a sa11tilJ ca<;ào do boinern pela leu co1·po cslcíjuuta w11a alma , IJllÍ:. qac
admiuh,trn ('..io do:, S,1cra mcnto, ela Lei da lfre.~liCS conhcci111e11lo das corwts ú1sa11sh•cis
Gra,·n . e to;ua o nome de Thc,1logia Sa- por 111eio das se11sit•cis e ,n l el'lws.
cra 1~en tnri" . A re .. pt• ilo d'esta é <jllC di- E,tcs n1 eios s(' n:-ii reis <le q ne Deus se
l'eruos duas pa lnvra ~. se rv iu pal'a a 11os:-:.1 j11:. Ulic·.1<:üo sam os
Chamn-~e 'l'heologia Sacra men tal n- sc•tc ::,al·ramt> nl u~. q ne sa m outros tan tos
<1uella parle pratica da Tli eolugia,. qu e monum enlos pcrcnn es do seu a mor paro
ensina as verdadcinis noções do, !,acrn- con1noseo. Ei-c nd u C!-tcs S,H'l'ameotos em
m entos da Lei <l a Grac;a tend ente!- a :,;,;1 n- si rne~mos o preço do sangtic del'ramado
t j(ica<;5o e j 11~tificn<;üo du boolf'tn, eª" pelo Rcdc! mplOI', e da~ riq ne!las incxau -
ccremortías e ritos co m que dc,·cm sel' ri,·eis ela muni lil'e11ci,1 d i, i11a para <·om-
ce le bra d os. no~<·o, ~nm 011l ra :- tant as l'nn tes publicas
É um foc to ce1·to , e po r toclos a tte~- de gra ~r, que dcmnn a m na EnreJ·a. D'isto
tado. q ue o homem deixando de obede-
.. s o
Jª , emo!,, q ue os , acnun entos sam rueios
cer a lei do seu Crcndor. <l c ca1 0 d{) !-CLI dHjn~lilicat;ão; e que elles procl usem esta
p rimi tivo estado de justi<;a e ~:rn tid:•~e, e ,·irtutl c adrn 1110-lo demon stradu pelo Sa-
que incorrendo nu desagntdu d1vrno , grndo Conci lio Tredentioo na sessão 7
© iiLilfnUtâ'llil~ u ~lll'°()
4kdia:LJGtJ a w -!Jl.j.; a zw

jn Proemio - Pareceu co111•c11ienle trata,· Bonifacio-Se 1wo Liuesscm esta anologia


dos .~ardas Soc1·amenlos ,La EgNjn, pelos com as rousas de que sam Sucra11umlos, de
fJ!Wes ,, vc1·daclei>·a justiça ou começa , ou modo algum poderia1Jl ser Sacromcntos-
começndn se a11 g menta, º" (}fl1'clid,t se re- Si enim quomdani :u:militudinem, car11111
para- · -f7isum c11t t!e sm1ctis.~imis sacl'amcn- 1·c1·11m, quarum sncr11111enla srmt, non /,a-
til E r.clcsiw agcl'e, per qt1ce omnis t!era bc1·c11l, omnino sacramen ta nem esscnt.
justitia vcl incipit, vel ~ropüi aagetw·, 1,1el E~le signal porem deve ser sensit,el,
amú.srt rcparatur. porqu e os Sacramentos sam ~ignaes ex-
Ln1hero o Calvino, innovndores <lo ternos po1· meio dos quaes os homens se
5Cculo iô. °, para di,·ulgarem e disse mi- reunem para pres tar culto ao verdadeiro
narem os seus erros, subi;tituiram a pala- Deus; ora se ellcs mio fossem semiveis,
vra-Sacnu11e,1lo - pela de-Sigua/- como poderiam reunir-nos? Alem de
como se por'ventura os S0<:1·a111entos fossem que deve ter a sua in:-litui~ão a Deo; pnt·-
um mero signal, e menos propriaa palavra que uma cousa exterior, jàmais teria a
para e1premir o que os G1·egos desigua- força de prodnsir a gra~a, se não tivera
yam pela palavra-ll\)'!-terios.-E como Deus por Auctor. E so bre tudo i~to de\"'e
se a Egreja não ti vc~se a auctoridade de ser per11wnc11te; porque devendo penna-
escolher palavras proprias e adequadas necer sempre a Religião, os ritos po rque
para exprimir os sem pen., a rnentos, auc- clla se di1 a conhecei' devem tam bem ser
loridacJc que ,•ae até o podel' de inventor, permanentes; e significativo de uma cowm
quando os termos não sam proprios para sag,·adu, principalmente da graqa; e disc-
explfrar as suas no<;õe,. mo.11 principalmcnle, po,· is~o que os Sa-
Os. prote:-taotes 4111erendn difinir o cramentos podem :,ignífic:,r muitas nu-
que seja Sacrnmeot,1, datn tantas difini- tras C(l\lsas-pelo menos tl'cs. -i\ paixão
ções, quantos sa m o seu modo de pensa r. e morte de Nosso Senhor .Jesur,-Cbristo,
Notando-se porem, qne sél m dilferentes a Gnça. e Prognoslico da 'Jida futura:
não no sentido, mas nas p,tlavras; e o seu rasão porque se diyidcm os Sal'rnmcntos
nnmcro nii o nos deve causar admfra~ã,,. .em Rewuoe1·ati vos, por i:-so que nos Jra-
porque um dos seu~ modos ordioarios ele se m a memot'ia a paixão e rnorle de Nos-
proceder, é imnginar um dogma segun- so.Senbol' Jesus -Christo, como i-e depre-
do o seu capricho, e depois acommodar as hende da Epistola de S. Pauto ad Honia-
<.HHoi•iÕes segundo ai- i<leas, que anteeipa- nos cap. 6 v. B--An ignora/is qul" qui-
<lamente tee m formado; e pcw i!>!-O cumo cmnque bapti!iali sumus in Chris/o .fesu, in
quase crula um inventa o !-0 11 dogma se- 11101·te ipsius boplisati smnus?-E Oem ons-

gundo lhes dieta a MHl it111111i1wda 1·a~ao, lr.iti rns da Graça presente, corno ~e vê
assim tamberu inventa a <lifi11i<;ào acom- da me~ma Epi:..tola v. h-Co11sep11lli enim
modada ao dogn1a. Hasão por<f11C 'icno srt11111s cum illo 11e1· Baptisnom in mol'/cm:
ve rdade iros Chri~tãos. devem os rcgeitar cl qaommodo Ch,·i.~tus smTexit a mortuis
similuantcs difini~õcs , não tanto por p c1· g/01·iarn P<tfris, ita el 11os fo 11011itate
aquillo que di ..em, romo porque sa m ca- vila: ambulemus.
pfri osn s, e não admillcm, que os Sacra- Finí\linente sno progno!-.licos <la vida
mentos sejam meios de j11.,tificação, nn,s futura, como se dedll7. <lo vcrsiculo 5. 0 dn
só méros signaes. mesma Epistola :-Si enim complanluti
Segundo o 1..·omm 11 m ~cntir dos Tbeo- facti sumLLs semilitutlini mo1·tis e.Jus. si-
logo,; é da nature:,a e esscn<'ia dos Sn('rar mul et 1·esurreclio11is crimu.~. D'onde se
mentas, o screm-.. ignaes - e por is~o vê que o Raptismo nos dà uma significa-
lractan<lo de dividirem Ol\ !-igm\Cl\ cm nn- c;ão não ob..,cura da ,•ida eterna, que pot·
turaes. arbitrarias,, e mixlos, sam unifor- elle havemos de conseguir.
mes ern considerarem os Sacramenlos na Sacramento pofa vem a ser: Uma
classe dos ~Jixtos, p•1r ,lepcnde1· a sua cousa subjeita aos sentidos a qual pol'
inslituic:üo <la vontade divina, e haver im,ti1t1i çáo de Deus. tem força não so de
analogfo entre o ritn e-'-lerno, e o efü~ito signifi<·.u· a jn-,liça e sanctidade, como <le
interno; tal como no Baptismo cujo rito a prodm,ir. El\tét difini1;ão fomo-la busrar
externo é') lavatorio, e o cífeilo iuterno é na sessão 5. part. 2. T. de S. in genere
a purifü:ação da nos:,a alma; porque co- n. 0 1O <lo Cathrc1smo do Concilio de
rno diz S. Ago~tin uo na sua Epi~tola 98 " Trento. DHiniçãu on<le encontramos to·

dos os reqnbitos nece.ssarios á uma boa DreTe de Deatllleatiío eo11eer11e11te ,, ,re,.
oeravel Ge1•1ua11a Coosha de Plbrae.
difinit,:fio -pm· quanto comprehcnde a
todos os Sacra meatos, intlica ndo o gcne- JIIE-]C.. '.li:.-- 'JIE-- •:.e- .. \
ro nns pala vnrn-uma cousa subjeicttl nos Deos immortal, que hc o creado1· e o
senlidos ,-pot' isso mesmo que coo\'elll crovcrna<l,)I' de ltidac; ª" cousac; nad a abor-
com todo o signal sensível; e tem. grand_c ~ece mai ,; do qnc o lou co orgulho do cô~
nffinidadc com as Ggu rcls da Antiga Lei, 1·ac;ão hu rna no, e por esta ra2ào tem cas-'
que sendo signaes <las cousas sagrctdns, tigaclo e ilagellado aquelles que confiam
não eram vcl'dadci l'O!, Sac!·a men tos; e a na sua prop1·ia f'or<;a, e süo enfatuados de
differcn<;a nas palavras- tem f,1,·ça nao ,qÓ orgulh o; mas tem conlirma<lo com ceies-
de significa,· a santidade e jusLi<ja, co~,w te "coadjnvaçüo o humilcle e o ahjecto, e
tamhe11i de a p1·odash·; o que bem exphca lhes tem permittido triumph ar em qual-
qual o caractcl' genuíno dos Sacramentos quer e-,pecie <le ardun e,npreia. Nüo fui
da Lei cb Graça. nos antigns te mpos somente que elle <li-
Jesus-Cu,·islo, como funda<lol' d'esta rigio a m,10 de um menino a punir a au-
Nova Lei, e 11egenerador do Gencro h~1- dacia do gigi!nte Pbili,teo,e ar·mou a mão
mano, é o nnico a quem se deve attrt- di1·eita de uma mull1cL' p.u:ific;1 pam ma-
buir a ori(Tem
~
de similbanles dons, que tar Olophe1 nes; mas em todos os ~eculo:;
taõ salutarcsi;am a humanidade; ou por sub-;eq11 entes Ocos l<!ln escolhido os fra-
oútra-Jcsus-Christo é aquelle a quem co.,; do mund,> para confundit· o forte.
lfovemos ter pM Auctor d'cstes Sacramen- Ai11dn mais, temos VÍl!tO q uc isto
tos. aronlece11 ni.> scculo X V[ da igreja, no
Sohl'e e~la materia, posto qne não q11.tl !;ecu lo, ao passo qu e os homem, en-
hou\:CSl'iem ílereges, lwnvc com tuclo quem soberbecidos, co m c:cl'teza vàa e f,.lsa sa-
opinas!)C de rnaneira <liífcrcnte. bedoria hostil n Deos, e rcc1i-,,mtlt1, por
llugo de S. Vil'lor, Petlro Lombanlo, orgulho, suhmetler o entendimento á
e outros, ensinaram, que certos Sacra- obecliencia da fé, pl'Oduiir,uu pnra mina
menlm, foram instituidos 011 pelos Apos- das nlmas os e1Tos u)ai, bol'l'ivcis e mons-
t()los, 011 pela Egreja, teml? pa1·a is~o-~·e- truosos, uma humilde e :,implc., virgem,
nas~ida em uma condição o bscura, que
ccb id o poder de .le:.us-Christo; opmiao,
praticou verdadeira e !',incel'.t religião.
que desde ja disemo5, qu.e l'epugoa ao s~ndo di vinamente dot,H.la co m o ei.pirilo
Co,nmum pcn!-ar da Egrep, podendo-:e de sabedoria e ente11dimento, foi tã o
quando muito admittir, que só a m~teria exaltada acima do seu .seculo e acima da
e fo rcna de todos os s~cl'ameotos, e .que
não fo,·a determinada, e e~pecialmente
.
sua condicão no exercício da'! rn:.tis exal-
lt1das virtuclê,, que briluou semull,ante
difinida por Jesus-Ch,·isto. E dis.emos a UtQa nova c,trella pa1·a illustrar, nào so
que é co ntraria ao Commum_ senllr da a Fram;a, onde ella tÍt'Oll a :ma origem,
Egl'eja. porque como logo mats ver~m?s, m,,s a igreja uui,•e rsal.
Além dis:> o, esta virgem nasceu de
o Sngra<lo Concilio de Trento d1fimo,
pais pobres, crn Pibrnc, uma .1ldeio dnn-
(t que Jesus Cb ri11to e o Auclor de todos
lro dos limites da diocese de Tolosa, no
os Sacrameo tos.» E posto que aq uell es anno de 1579, e :-ien<lo lavada nas aguas
Tbeolorros não ~ejam considerados como do baplismo, recebeu o nornc de Gorma-
Here,re;, por se oão acbar ainda di6nid~ na. Dc, dea sua mais tenra infoocia, achan·
nada\ tal respeito, hoje não acontecera do occai,iào para soffrcr, ella, com um
assim, por isso que constitue um ponto nmavel cora<;iio, cutron no caminho da
de fé Catholica. vil'tude, que era cheio · dt! asperezas-
Que Jesus-Chrblo é o Auctor dos Sa- porque. sendo privada de sua rn ,'ii, sof-
freu a hostil cfop<lsi~ào da ,ua<lrasta, e
c1·.amcntos é uma ,·erdadc que acha~os
~endo expu\1,a dd casn do pai porque foi
baseada e demom'lrada nã ,; só na Escnp-
nccommettida de escrofulas, empregou-se
tura, e tradic;aõ, cotno tambem no Con- em gua,·dar o rebanho. g a vcneravel
cilio de Trento. virgem elevou-se ne:,ta cspccic de vida
T. até a santidade,-porquc nn solidão dos
(Continúa). campo:, e 11 0 silencio d,Js UO!--'J11es clla se
mo .a Si.Wi4L -
,n zzacnmm 11 ~~a I}.rJ un tJID ·D(c
Mlil@<l aa ., • .•......, www _..E...-cee.:.'3.J:!.!...!;-
o
,. :.c:s •• z : : & I D @ ~

retirava mai~ facilmente das cousas hu- pensa d0 seu m erecimento, e trocou uma
,·idt1 cl.Jeia de mfaerias por uma eterna e
manas e Lran~.ilorias, e fixava o se u espi-
r~'to com mais força em Deos-, e, aurazan-
bemaventurada , no iigcsimo segun<lo
do-:'le no amor <lo Altissimo, nunca dc-anno da sua i<la<le. Virtudcsdesemell.rnn-
le esplendol' não <leriam so mente impres-
srJtio das suas ot·ações, ou ella conduzisse
o rebanl.Jo ao pa, to, ou applicando-se sionar de todos e grangear-lbe a opinião
de san tidade, mas se espalharam por toda
nos trabalhos femioj.,,, estava semp1·c ti-
ran<lo o fio da sua roca. a parto, e até receberam cxtraordinario
incremento quando, úO annos depois da
Nunca deiiou, quer pela extensão do
sua partida desla viela, o& 1·estos mortàes
dia quer pelo m.'to e1Stado dos caminhos,
de cumprir cuidadosamente os deveres da virgem foram encontl'udos nüo co r-
rompidos e intactos, ecobertos com fres-
da religii'w; pois que, deixando o se u re-
banho nus bosques, e sendo susteutada cas ilures. Em verdade a.este prodigio 5e
pela. espe1·ança ela Providencia Divina,juntaram outros lliUitos milagres pratich-
<los por , irtude celeble no t11mul o da
clla la todos os dias a igreja, posto que
se rva de Ocos, e c1.ja fama despel'lon a
distante, afim de assistir as sagradas ce-
remonias; e frcqueotemeote se purificavaattençáo da COl'tC arcl1iepiscopal rlc Tolo-
pelo sacl'amento da penitencia, e se rc-sa, quejulgo u co nveniente investigaL' não
só acontecimentos miraculosos como os
fres_ca rn com o êtlimeoto da mesa divina.
Venerava a mài de Deos t:omo uma filba proprios re.,.tos, que ainda esiào inscp t{l-
veoel'a seu pai, e frequentemente mani- los e coolinuam incorrupto:-; e d,_1a~ Les-
festava-lhe os oilicios de piedade e de tcrnn11lias de vi:,ta, que havia m conheci-
s~rviço oLriga torio. do caua lruc>nle a venera\'el Germana du-
Sendo totalmente inllammada com a rante a sua viela, confirmnra111 o facto do
caridade para com Deos, clla amava lam- que estes t'estos llic perl cnciarn.
bem os seus ,1isinhos cordinlmente, e Os prelados de Tolosa reconheceram
procurava Leneficia-los . tanto quanto que esta excol!',a ,,frtnde, provada mesmo
permittia-lhe a lmmilde condiçãoda sua pc 1.o tcstemualio divino, era digna d e re-
fortuna. em tudo quanto pertencia ü itl-ceber as h onras dos Bema,•enturado:. pelo
ma e ao corpo. Então acostumou-se a julgamento da Sé Apostolica; mas aquellc
instruir os meninos nos mysterios da fé,tempo, ca n ega du de aHlicc;fio e tristeza
e a forma-los para a piedade, e a pdvar- para a igrej;1 uni vc n,al, as!,iru co mo para
o:- ncgoc-iol) da Françn, irupedio que esta
se <lo pouco pão, qu e tinlia para o s1i 11
causa fos~c in!-liluicla. E os conselhos da
alimento, matava a fome do neces.-,itado.
~la!-! clla C:\.hibio e.xempltis da rrrnis illus-
Pro-v i<lenl'ia Oi, inn devem ser venerados,
os quae~ re~ern 1rnlll C!',(a causn para o
Lt'e e. :-iogu lar ei-pccie de Lioncl ude, paci-
encia e firmeza. Com effdto, sendo. ex- nos~o ~ecu lo, éilim de que, IH'Opondo o
posta ao calor e ao lrio no devei' de guar-
exemplo dc... ta ,1irgem, que, pelo ca mi-
dar o reLaoho qne lhe fôra conliado, nho clt1 inn ocencia e da humildade, se
sendo torturado de~cle os seus mai!- ten -
cle,~o u j gloria e ê'1s honras dos bemaven-
ros qnnos com a enfermidade das escro- turnd os, a fé, que no espirito ele wuitõs
fulas, e muitas \'ez.es quando voltava pa1·a
j:1 e:-tava q1rnsi ex liocta, podesse ser <les-
casa de seu pai, senclú aspera e cruelmen-
pertatla e vivificada, e p,ila di!,ciplina da
te ca!,tigacla pcln ,uadra~ta, e obrigada a
igreja eatbolica ul'>~o~tum es fossem emen-
jazer no chão em uma alcova e~c11ra da dados. ~las como já !-!e haviam passado
casa afim de deo;ca nçar. nunca foi venci-
dm.entos e quarenta e dous anno~ <lcpoi,;
da pol' tantas aflli(;õcs e incorn rnodos, mas
da morte du ,·onera vel se n~ de Ocos,
scm pl'e mo~trou a mcsuia se renidade de parecia qua~i i.npo~1,irel <1uc se achn!iseu..
semblante, como quem goza no mais alt o provas p,tr'é\ o julgamcolo e exame elas
grào, soffrendo e sendo desprezada, afimsuas rir111<l es, e dos mi lagres ºP"rados
de tornar-~c se melhante n irungem do fi-por sua iuterce~!-tâo, afim que clla po<les-
lho de Deos. sc ser ioscl'ipta no rcgi:,.tro dos IJemaven-
Quando a innocente virgem trilha,·alu ra clos.
alegre e constante no ca miobo da pel'fei- ~fas Ocos, qne exalta os hnmiltlc!-i,
ção d1ri:,làn, que halia cmprehendi<lo, rcro o\·eu a difliculdade; não se pó<lc cre r
foi afinal chamada a receber a rccom- . que, sem cc.ta pçeuliar provi<lencia~ uma

...~
_. -~- ,-· ... -
constante e inteira tradição das acções e indultos, a ~é que a sua canonisac.ão ·so-.
dos prodígios da ,veneravel Germana hou- lemoe fosse celebrada.
vesse chegado até os nossos tempos. E P o rtanto, n(~s movidos pelas. suppli-
em verdade he extraordinario que as fa- cas de todos os hit1pos e de lodo o clero ~c,e-
milias que m~ravam em Pibrac quan<lo cular e regular da França, por conselho
ella vivia, ainda existam e lá habitem, e dos mesmos car1deaes, ..\ vi1-La do exam...e
a vida humat,1a tenha sidó Lào prolonga- dos direitos leg ítimos, em vfrtu.de da
da entre ellas, que a memoria dos acon- Nossa é1utoridade apostolica, em virtude
tecimentos tenba chegado até os nossos <lo tb~o t·· das presentes )ettras, concede-
tempos pelo intermedio de lresou quatro mos a faculdaqe de que a mesrna Venera-.
testem unhas. Mas as virtudes desta innó- vel Serva de Oeos Germana Cousin seja
ceutissima virgem, e a não interrompida pãrn o fnturo chamada pelo nome de Be-
se rie de milagres tem sido transmittidas maventurada, e que o seu corpo e os res-
pelos avós em a vós aos seus descendentes tos ou relíquias sejam fra n came nte ex-
de terceira e quarta geração cúm tal fé e postas á adoraçfto dos fieis. Além disso,
integridade, que em tão gra nde iutervalo em ronsequenciu da dita au toridade, con-
de annos a ingenuidade mo~trada por cedemos que a mis~a e o o(}fofo de Com-
todos em relata-las he mal·avilhosa, a sua muui Pirginum "'ejam annua lmen te reci-
simplicid ade m.ara"i ilhosa, a c;ohe rencia
1 tados em honra dei la cem as orações pro-
er.tre todos ·11e maravilhosa, q1,1e são na prfos 3pprovadas por Nós segundo as ru-
ve,·dade os sig naes e argumentos mais brica~ do missal e do breviario romano.
certos da ver<lade. Com tudo só concedemO.HJUe isto seja
Nesta conformidade, depois de uma feito em Pibrac e .na diocese de Tolosa
dhcus~ão e.; crupnlosa concernente ás ir- no dia 15 de junho por todos os fieis,
1nãs da \'encravei Germana que Leve lu - tnnlo seculal'es como reg~1la re!-, os quaes
ga r na congregação dos nossos venera veis são obrigados a recitar as ho1·a<, canoni-
irmãos os ca rd eaes da Santa Igreja Ho- cas, e quanto às miss~s, tambem pelos
mana, segundo a, p1:es~rvação <lo~ s~gra- s{lgerclote9 que vierem i1s igrejas qnde a
<lo<; rito~. Nos, depois de termos co<le- festa for celebrado. Emfi m, <:oncede-
res!-ado fen1 orosas supplicas a Deos, por mos que no primeiro anno da <luta c.lestas
decreto publicado a 7 das kalendas de lettras as solemnidades da bea tifica ção
junbo de 1850, abertamente declaramos da su pra.dita Serva de Deos sejam cele-
que fo i insta u rado o prores.so coucern~a- bradas nas igrejas da diocese de Tolosa
te às suos '\ irtudes no heroico grào. En-
1 com missa e ollicio do rito duplex maior;
tão na mehma Congre,gaçào foi estabele- o <pte ordena mo~seja feito uo dia tpeÍOL'
cido o julgamento cot~c~rnente. aos qu~- de~igna<lo pelos Ordinarios, e depois que
tro milaares, que se d1z1a ter sido prah- as mesmas solemniclades bouvcl·em .sido
o . -
cndM po1· Deos p or sua intercess,!o , e concluidtts na Ba~ilica do Vaticano. Cons-
quando depois dt:? severo. exame, foram tituições e ordeoa nça.s apo1-tolicas e de-
npprovados pelos suffrag10~. dos consulto- cretos puhliradc1~, de noli cultu , e ou tras
ras e pelas sentenças dos cardeaes, nós, cousas ao contrario não obstan te. Mas
tendo primeiramente implorado a ~oad- qu erem.os que às copias destas lettras mes-
juvação e assi~tencia celestial do Paa das mo impressas, com tan to que tenham si-
Luzes, publicamos um decreto concer- do f-Uhsl'l'ipt as pela mfto do .secretario da
nente à ,,erdade dos ditos milagres a tres supradita Congl'egaçào, e forne<'iclas com
o sell o do prefeito, se dê precisamente a
das nonas de maio do presente anno,
mesma fé que foi dada aos e.xame:s judi-
· 1853. E a mesma Congregação dos car- ciues, como ~e daria à sigoifica<;ào da nos-
deaes, se reuoiadn em Nos:;a presença, sa vontade na producçào de:,tas letlras.
segundo o costume, uiu dia ant~s das Dado e m Roma, na basilica de San
kalen<las de junhq, e tendo recolhulo os Pedi o, no primeiro di a do mez de j ulbo
suil'ragios dos co nsultorei,;, unanimemen- MDGCCLJIJ, no oitavo anoo <lo no~so
te detel'minou qne quando. julgassemos pontificadú.
conveniente, as honras dos bf>m;n•entn- Loco +
Sigilli.
rados podiam lh remente se r decretadas A. Cm:d. L"111bruschitú.
à \Tenera vcl Serva de Deos, com todos os (The Tublet.-Oo Diurio de />emamburo).

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


A que por motiros tantos
Tem ao nosso affcJcto jus;
Salve l Estrella feliz que do Carmelo E de Jesns a escolhida,
Nas sublimes alturas resplandeces I É Thercsa de Jesus I
Joia de alto valor ! ela Mãe do F.tGroo Virgem sabia, portentosa,
O diadema enriqueces ! Que o ceu tanto destinguiu !
Salve, thesouro de saber, e graça, Por CSS3 c'roa brilhante
Dom precioso que do céu bai-xaste Que Jcl1ovà te coo feriu.
-Para gloria do céu, do mundo assombro; Por aquelle Amor divino
Que em Lisia o berço achaste I Que a alma pura te abrasou,
Salve, Theresa, Virgem sabia, e pura, Ora ao Scuhor pela terra
Tu que da terra as illusões, deixando, Onde teu corpo habitou!
A l'erdadeira luz vaes dar às trevas;
Implora se comp::deç:i
A clausura buscando I
()os lusos, <los filhos seus !
No sepulcro tia vida os dons en,::erras Sê dos lusos proLectora,
De magica bellcsa, e na frescura Pois tamhom sam irmãos teus !
Dos annos j uve.nls, so da virlulle
A sacro-santa promessa
Presas a formosura I
Que no Ourique oulr'or.a fez,
Pelo cóu inspirada ao céu te elevas Guarda na alma este brioso
Por entre as sombras ele mysterio santo, 1"iel po\'Oportuguez.
A fé te anima; um Deus te lllustre a mente
Que sõ Deus pode tanto I Ooi. males que o mundo opprimcm
O ceu nos ha-de livrar;
Ao nome que o baptismo lc concede Ás mais nações sobranceira
O Sacro Nome do Jesus uniste l rortugal ha-de brilhar!
B a Deus lambem llgaste immensas almas
Triumfe em lodo o Universo
Que em troreu conseguiste!

Qual occullo diamante precios<•,


.. Da C:ruz o excelso peut.lao;
E Deus conceda aos humanos
Surge a ostentar no mundo a luz mais pura; Suave paz, união.
Assim Thercsa, o nome teu se eleva,
D. Ãntonia Gertrudcs. Pusicfi.
Do fundo da clausura !
(Extr),
Tal preciosa luz no orbe difunde !
.Astro que as trevas doira da existencia
Nos gula, nos conforta, e patenteia ANNO CHRISTÃO.
De um Deus a Omnipotencia I
OUTUBllO.
E alra\'C:ssando os s~culos remotos,
Sem declive chegando a Eternidade, 9. Smm~oA-FEiM-S. Oiooysio-des-
tnullíplicada luz, de 1à franqueira ceo<lente ele uma das mais nobres familias
A' roesta humanidade I ele Athenas, nasceu oito ou nove ánnos
Em honra da Senhor deixaste ao mundo
depois do na!-eimento do Redemptoi·.
l\Jooumentos fieis de eterna gloria; Educado nas sriencial-i e superstições do
E o mundo de teus feitos milagrosos paganismo fui se aperfeiçoai· em Helio-
Santifica a memoria I p_oli~ nas sciencia:-i exata~; dc1~ quaes, prin-
cipalmente dus Mathcmaticas tinha um
Junto ao cofre precioso
Que encerra sacro penhor, conhecimento taõ profundo, que obser-
Tua imagem venerada vando o enlypsc milagroso do Sol, que
Ostenta vivo esplendor i teve Jogar por occa~iaõ da morte do Re~
Das ordens que rnformaste
demptor exclamou disendo: ou o Deus da
Tens culto, e veneração; naltwe:w padece, ou toda a maquina do
H tens de todo o Universo mundo brevemente . se dissolve. Voltando
Especial devoção I de Heliopulis para Atliena~ mereceu set·
elevado, pel,~ sua grande sabedoria e sin-
A historia em pagina eterna
Com letras <l'oiro gravou, gular eloqucnci.1, para o lo<Tar dium dos
O Nome de que sublime primeiros jui:;es do laõ celnbre tribunal
Tanto a patria sua honrou I do Ariopago. Evnagelisando S. Paulo

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
aquella taõ magnific3 quanto idola tra ci- 11. Qu,uru.-FmnA.
dade, foi tal a e'Videncia com que de- 12. Q m'.\"TA-JIEIRA. -Resa a Egreja-
monstrava a veraddade <la religiaõ que n'estes dois dias da oictaya de S. Fran-
pregava, que enc heu_d'a~~orn b_ro a todos cisco ele Borja.
os M:.gislrados. S. D10n p10 fo1 um dos '15. Eduardo-nelo
SEXTA-EJHRA.-S.
que se renderam à ·rnrdade; pelo que de outmS. Eduardo rei <los anglo-saxões,
renunciando ~uas supcr:;tit;õcs, abando- quP- soffreu a mo1·te pela fé, escapou da
nou todos os f.Cus bens, e en trego11-r.,e to- morte na iuvai;âo dos Oaunos fugindo, de
do a Jesus Cbri:,,to. Muitos foram O!. bc- e<latle de dez annos, para a côrte d'um
neCioios que d'estc novo Apostolo vie- se u thio duq14e de Normunia. Ahi, no
ram ao Cli,·isli.rnismo, naõ duvidando meio de todas ai,. seducçõcs, conservou
sellar com o !-leu san gue a rerdade da re· illibada a sua innoccocia; e quando se
ligiaõ que so pode dar ao hnmem como tratava de o restituir ao reino usurpado..
recompensa a verdadeira fdicidadc; e en- disse elle <1 que{lntes queria estar priva-
tregou a sua alma ao :,eu Deus a 9 ele do d() reino, do que llave-lo à cw;ta Je
Outubro de 117. sangue e de mortcs.1> Estas palavras que
1O. TEBÇ!-FEll\ \, - S. Francisco de ~am l>cm :,.ign ificatirns do se u desinteres-
Borja, 4.º duque de Candia, empregado se do mund o, e interesse pelo sa ngue de
desde mancebo na t·o,·te <le Carlos V, e seus v:Jssallos, não foram co mtudo po1·
depois govel'Oador de Catalunha, clen e!'tes attendidas, e, expulsos os usurpa-
sempre provas ele grande temor <le Deu~; dores, o cbamaram ao throno. O seu
porem, quando acompanlrnndo, parn se- primeiro cuidado foi eurar os males, que~
pultar-se em Grnnacfa , o cadaver da im- principalmente ti religião, tinham os Oau-
peratriz habel, leu n'~lle a condemna- nos ca u'-a<lo. Tudo prosperou â so mbra
ção lts vaidades da terra, foi en taõ que hcmfoseja de tão piedoso monarcha, que
se resolveu a nada faser se naõ tendente a nunca tão alegre se mostrava como quan-
tornar-se grande no Céu. Morta sua mu- do esvasiava seus cofres em beneficio dos
lbec· Leonor de Castro, professou na so- pobres, ou quando por algum orfão era
ciedade <le Jesus, o que fez um ccco mui chamado pae. Com effeito, elle 11ão teve
grande, e foi caus:, de que outros fidal- outro11 61llos, não obl-\tantc ter casado por
• :Tos o imitassem. O sacrilicio que ele si, e annuencia às representações dos grandes
n
<le tudo que no mundo 1b e pertencrn, . rtez,
do reino. Sendo-lhe predito por S. ,João
foi se m reserva: flagellaçõc,;, jejuns, vigi- Ev:mgeli:-ta, de quem era partieula,· d~-
Jiasfoi o que elle sul,... tituiu .'.lscommodida- voto, o dia de sua morte, mandou que
d es, reoalos
t>
e di-.1racçõe.•-<L1•corte,

e suhju- fisesse m preces por elle, e r ecebendo os
gando a~~ i mo co1·po e II espmto, naõ hou- Sacramenlos, tudo confiou da mi~ericor-
ve acto al•rttm de heroica abrrnga<,;aõ, de dia de Deus! cuja presença foi gosar no
que se nnõo lornasse ca paz, e e fl'ecllvamen-
.
anno de 1 Oô6.
te p1·aticas~e. Ainda que quando renun- 1!J. S,rnnADo. -S. Calisto-foi eleito
ciúra asgrandes,,s secul~respo1· forma nc- papa por mortedeS. Zeferino. Sem em-
nlrnma nmbicionava as t!cclesiasticus, com bargo das clifficuldades de tão calam ito-
tudo obrigado pela obediencia te,·e de sos tempos, edificou a basili<!a do S,1r.ta
acceitar o eaupt·ego de commissario geral Maria alem do Tibre, e um cemilerio na
da ordem em llespauha, o mais tarde o Via Appia, onde tantos martyres foram
de prepoi-ito geral de tod.- a sociedade, sepultados, e que tQmou o seu oome. Foi
que elle go,•ernou com um zelo, pruden- elle que determinou as quatro temporas
cia e sabedoria, como quem era uni,•er- do armo, mandao<líl que se guardasse o
sa\ herdeiro do espirita do fondador-5. jejum, que jú vinha da im,titui<;ão dos
Jgnacio. Depois de faser ,\ Egreja os maio- apostolas. Mandado prcn<ler pelo impe-
l'es se rviços, jà maod;rndo rnis~ionarios radot· Alexandre, aconteceu o ficarem ce-
para todo o mundo, F• empregando-:;e gos todvs os soldados cl'esta diligencia, e ·
um tal milagre foi causa da conversão de
elle mesmo ern coll igar O!-> príncipes ch-ris-
muitos, entre outros, do consul Palmacio
tãos em crusacla contra os l 11rco~, acabou e de toda a sua familia. O irnperadol'
em Roma os seus trabalhos para ir no porem não se co nverteu, aulcs insistiu
Céu receber a paga, no anuo de 1572. em o torturar todos os dias com açoites,

L-~~~~~~~~~~-------:
~
iBrn.,, í8 J_,
~ ~ . . . . . . . - 0 .....
até que dese ngn nndo <lc que o oào fa::.ia em <lois dos acluaes Scminarios Epi:-co-
abjurar n fé, lh e mando" ata r uma gran- paeg.
~e pedra ao pe~cot;o, e lança-lo rú1m . -Nn mesmn ses~ão leu-se, foi julgado
poço, no anno de 226. objecto de delibcrac;.io, e foi ,1 imprimil'
15. Dm11~Go-Doruinga ;). ~ de Üulu- para en trnr nn ordem dos trab,ilho!i, o
bro e 1O.º ckpois de Pente costes. -S. seguinte projerto:
Tl)eresa, natural de Avila na llespanba, <\ nsse mbléa geral Je-gislalirn resohc:.

.cornprecnde11 perfeitamente, logo em <l Art. 1. º P'ica o gcn•erno al1ctori:;ado


menina, o fim para quetodosfom os crea- pal'n impetrar da Santa Sé ns bulias de
dos, e pot· isso começou a fo),,e t· grandes crcaç~o de um Bispado nas provincias de
jornadas no caminho dn perfeição, che- Alagoas e Sergipe, o qual terr1 a clenomi-
gando mes.no àq11ellc grão Je fervor, na c;ào de Bi~pado clns Alagôas,-por ~éde
que lhe feL desejar e procurar .o mart)'- a cicla<le do Penedo, e por limites os elas
1·io. Morta sna mãe, se recolheu a um mesmas provincias.
convento de freira'i carmelitas, onde p.or « ,\rt. 2. º Fil'am 1·e\ ogadas as leis e
1

e$paço de vint e e dois ~rnnos foi provada cli:;posic1ões em contrario.


com continuadas mol esfias, nneied .. des, e « Paço da cnniara dos depHlados, ·J 8
mc.i;rnos lenta<;ões do ch•monio, se m que <le Ago:-,lo de 1Sôú. -Mathew; Cn[-;ado de
tudo isto a ÍJsesse declinar do ~eu norte, Araujo Lima-S. F. de Aranjo .Jorge.)>
suspirnndo sempre pelú ~e u Jesus, que -Po,· carta Imperial de 1ú de Setem-
1.aml>em se mpre velava Pº" clla, e que bro foram C'oneedi<las a~ honras de Co-
afino! veio a patentear-lhe s uas graças. n t>go dn Imperial C::ipella ao Padre Fi·an-
Reformou os cslalulo"da ordem, que ucn ci:.ro .losé T:nares da Gama, do Bispado
tanto ~e ia relaxando da primitiva nu~te- ele Perna mburo.
i:idacfo , a q11nl reforma foi approvada pelo -Pol' <lecrcl<> da mesma data foram
papa Pio IV, e nüo :-ó ns frcil'a", mas aprc~en~ados nas frcgue~ias:
tambem os frades a adop taram. E-;r re\'Ctl De Nossa Senhora d' A.!isump\:10 de Ca-
muito sobre my:,ti,·a, em que :-e pó<le mamt'i, do Arcebi1-pado ela llaliia o Padre
chama,· douctora. Deus mesmo n'esle Joaquim dos Anjos Percirn.
mundo d e u um premio ns suas virtudes, De S. Miguel da Aldên, do mesmo Ar- •
locupletnndo-a coo, o dom do~ milagres cebi~paclo o Padre Gustavo Ferreira San-
e profecias; e Ünalmente, no ann o 1582, tos Heis.
lbe deu o p1:cmio eterno. De S. Domiogo.s <la coroa rca do Nortt'.' ,
do Bispado de Goyaz, o Padre Aleixo.Jo~é
da Piedade.
<n'.Ilffi@l'Yi](f.Hl ffi!Elillllll@; ~º -No Domingo, 1. 0 do C'orrente le ve
No dia 2 de Fevereiro S. San tidade lognr na Egreja Mntri1. de i\. S. da Con-
:,ssístin ,\ mis:ia de Pontifical qu e foi ce- ceic;ão, a festividade do Bemaventurado
lebrada pelo cmincnti-.simo cardeal arce- S. Miguel Arclrnnjo, com , ~:-,pcl'a· e mis-
bispo de \V el-t minster. Depois S. Santi- sa solemne. Ao Evan!.!elbo Ol'úll o Bevm.
dade entoou o soleronc Te-Denro de es- Sr. Fr. Dorotbcu de bronero.
Íylo para render gr:ic;a!- a Deus de tet· li- -No <lia lt do eorl'enle festejou-se no
vrado a cidade de Horna 11os terremotos Convento dos Pn1ncisca ans o \ cueravcl
de '1703. Po1· fim recebeu no seu apar- S. Franci~.co de A:-~is, tenclo precedido o
tamento as oblações da cern da~ hasilicas novenario do costnme. l\:ãn t, hstanle o
patl'iarchas, da Santa 01·dero J erosolymi- concurso que alluia ú novena ela Virgem
tana, ~ das mais collegiadas e ordens re- SS. Senhora dos Hern edioi-. na Ve:-.pera,
gu lares residentes em Homa. bem como em todo$ os dias anteriores, o
Hrn J>E JAM~mo. - N.i sessão de 18 de Templo co.n~errnu grande numero de
Agosto foi approvadn él ultima redacç5o devotos. A mirsa solcmne, depois do
~dó "rt. addi livo, <le~tnrado da lei dü Of- Evangelho orou o Revm. Sr. Beneficiado
samento, ele t 85li a '1 855, auctorisando Manoel da Costa Delgado, orador, cujos
o governo ele dispende1· LiO,OOO:OOO com talentos o publico maranbense bem co-
concerto e reparos de euilieios para os nhece.
Seminarios Episcopaes, e 15,000:000 A la~a111tão -Typ. de J. C.Moda Cunha To1ns. ::s~
com a creac;üo de Pact1l.dnde,; tlicologicas , Rua dos Ddrbeiros n. 8. · '

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
ANNO I Segunda-feira 16 de Outubro de 1854 N. º24.

OCHRISTIANISMO.
rnEÇO OA SUllSCRll'ÇA'O.
Por
1
'f
U 01 ~0110 .. • .. • . .. 8$000.
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b. ASSIG:'iA-SE:

., I , s,•ls mv1.es .•.•••.. bs:;ou. V V Na llua da Cru1. n. 30. ena 'l'ipo1,ro11l1i:i.


.
Pago a1ha111u ..ol• ,,~º· Il
1, • .,, 111 e1 es••••••• 2SROO.
..uuls,,,....•.•••••••••
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A deste Jorn31 .
f
l
, º" VCIII CJ11l111111 J}Cl'dl)t'l •ell Sall!lll'C,
li. 1,uc. e. O. ..• :,0.

,·idade naô lanlo .~e de1:e chama,· virtude


OCHRIS TI ANIS MO. poderosa, quanto o mesmo podei' das vir-
tudes; por qua,1{0 estas 1·eceht:m d'ella o
se,· vi,·tudes. A cm·idade é quem d,f vidn d.-
(Co111í11uar,lo do n.• t :;J.
Pé, v<Jlenlia á E spe,·nnt;", forr;a e i•igm·
Alem elos innumeraveis heneftcios intimo <Í todas as 1·irtwlcs. E/la é n que
que recebeu o homem, e està todos os ore/ena a vida, nccende os af!'cctos, infor-
di<ts rccc ben<lo das a morosas m[tos de s~ u ma os aclos, emenda os excessos, compuem
Crcador; se bem po nderasse as exccllen- os costumes, e vnlcndn pa,·a todas as cousas,
cias, e perrogativas (Jt1 e tem o Amor do lÍ [odas p1·evalccc; e até a mesma Omnipo-
f>e11s, t•ertamente nfw d cix.iria passar u~ lencia a faz cm ce,·to modo Ommi,otente.
su instnntc ela vida, sesn que n'clle desse E di1. S. Boaventura em uma breve
ú seu Cread,,r inlioitas gra<:a~, empregan- e sublime se ntenr,a: assim como Deus abra-
do l\·elle todo o se u affecto. qa todo o bem, assim a cm·idnde todas as
Estas excellencias, e pe,·rogativas sam vi,·tmles.
tanla:1, e de tant o decoro,e utilidade, que Oefe ndid'> , ampa rado, e dirigido com
t om am o homem ama,•el em tudo. especial Providencia é o homem9 que
O amo r de Deus o pul'ga perfeita- ama ft Deus, e é solicito em Lbe faser a
mente de se us vicios, imperfei<;ões, e rc- vontade, assim testifü•a o Psalmi.,ta: cus-
sal,ios do ho·roem velho: Si vis pe,fccle todit Dominas omnis diligentes sé (i).
/Jm·gm·i a 11itiis, hi. q.a~ntum ~revale.~ ac- D~sviar, Deus, o homem da tentação
cende in té i <rnem dwrnt amores.
em que havia de ca bir: iospirar-lb e as
O orno.? d e Dous o torna, dilige nle9 e
petições do Seu maior agrado, e que mais
applica<lo a obrar, bem .. E uma quase convem ao mesmo homem : t1brir-Jhc ca-
bemaventuran<;a n esta vida; porque o minho para a sua m,1 i,)r pe1·feiçüo: envi-
homem que ama rnrdadeiramenle à se u
ar-lhe signaes, pelo~ quaes se firme mais
Deus, ji1 de en tão começa a conhece-Lo, solidamente na humildad~. e tribulações
e possui-Lü, e e~~olbeu de, ~erto a me- com que melhor se purifique de pcccados
lhor parté, que 0 30 lbe.i,era t1.rada; e bem n'esta vida: ministrar-lhe por iotcrm edio
poder:', contar com muatas m1galhas que d e se us proximos (ainda ini migos) o ne-
Jbe darà o Senhor de sua deliciosa mesa. cessario para a vida humana: dar-lhe
Por isso diz S. João (1): Deus é Amo,·, e
consolação em angustia, confl"lrto em de-
quem está em amo,·, esta em Deus , e IJem salen to: atemorisa r, ereprehcndet'a cons-
n'elle. Ainda mais disemos que, o am.or ciencia d'aquelles que o perseguem , e
de Deus comprebende em si todas as vtl'- honrar e prosperar aos que o honram e
tudes: soi5 amanle de Deu!-1? E ce1·to, favorecem. convcrtcr-Jbe emi-cu hem to-
pois! que sois prudente -justo-forte- das as co usas, ainda aquellai, que lbe pa-
temperado-pio- _religio~o etc. Não p_o- reciam muito achcrsaN etc: eis os eflcitos
demos deixar d e tradu!-iir aqui as bclhs- de sua especial Provid encia para co m
simas palavras de S. Bernardo (2): A ca- aquelle qne O aou de cora~..,o. Isto rnes-
( t ) S: Joan. 4- t6.
(2) Opusc. de Cl.tíirit. (t) Ps. 14{1.

L-~~~~~~;...._~~-~~---
--
.;, 't'. ,t;j, . -d
IMolKa~----.....!
mo ensinou S. Paulo cscrcvemlo aos Ro- mais inlimas, suas lagrimas mais secretas;
m'anos: Scimus quo11im11 diligentibus Dewn . am homem que é por s11n condi<;ào o
1
omnia coopcrat!lr i11 bonum. consolador de todas as miserias <la alma
Se estivessemas bem compenetrados e do corpo, o intermediario obrigado da
d'estes effeitos importanti~i.imos, certo riqueza e da indigencia, que ,·ê o pobre
que elevaríamos nossos corações à um e o rico bate1·ecn simultaneamente á sua
Deus de tanto amor. Mas as~im não acon- porta; o rico, para alli verter a e~molla
tece; porque não ha cousa l:.io pe~ada, e occulta, o pobre, para a receber sem có-
qoe tanto se incline para a terra como o rar; que não sendo de 11enhuma ordem
cora<.;ão humano; porque emlim o amor social faz parte egualmente de todas as
é peso; e às cousas da terra é que os ho- classes; das classes inferiores, pela vida
mens, formados da me1,nia terra tem pobre e muitas vezes pela humildade do
grnnde amor. Por e~ta causa exclama o nascimento, das classes supe riores, pela
Rei Propheta:-/wmens. aié quando ha- educac;ão, pela sciencia e pela ele,·;u.ão
vemos ser de co,·aq,ío pesado? Para que de ~eotimcntos que uma religião philao-
amamos as voidade:i do mundo? tropica inspira e ordena; um homem em
N'este di::.er npontou David não só a fim qne sabe tudo, que tem o direito de
causa corno o eifoito: a rausa que é o tudo di.rnr, e cuja palaHa cabe elo alto
amor do mundo; e o eífeito que é o pe- ~ -bre as intelligern:ias e sob,·c os corae,:ões
sado de nossos corac;ões para o rnesmo com a auétoricl,\de de nma nii!-~ão divina
mundo. e o imperio de uma fé completa !
Para subir os grandes marmores ao E~te laomem ó o parocbo: ninguem
alto cl'um edificio vemos que é preciso póde faz~r mai~r Lcm ou maior mal nos
guindaste, ou maquinns semilhantes, que homens, ~egnndo preenche ou <lesconlie-
eu ventou a arle cstatica. E qual sef'i, pois ce a sua alta mi.·são social.
a maquina, ou artificio que levante esta Como moralista, a obra d<l parocbo
pedl'a do coraçüo hu~ano às cousas Ce- é admiravel. Ü<'b1·i!,tianismo é uma pbí-
lestiaes-, e Divinas? E o amol' de Deus,
loso(ia divino, esc"ripta ele dois m(ldos:
diz S. Gregorio: mnchina mentis vis amo- como hisloria. na vida e morte de Chris-
ris, qui iltmn el á mundo exf,.n!,it, et in
to; como preceito, nas sublimes lil;ões
ª"" tol/ et. que elle trouxe ao mundo. Estas duas
É claro portanlo que qnanto mais .pala"ras do eh rjstiariismo, o preceito e o
amarmos á Deus, mais :fiu·ilmente subi- exemplo, e!',tào ,·euni<las no Novo Tef.ta-
remos ao mesmo Deus. O que iniporla mento ou Ev;\ngelho. O parocbo deve
porem é tl'asermos sempre o coração em te1-o sem pre na mão. i;empre deante dos
exercício d'actos interiores e exteriores
olhos, semp1·e no coração l Um bom pa-
d'cste amor.
dre é um commenlario vivo d.este livro
Fr. //. de J. divino. Cada uma das palavras myste-
riosas deste livro encerra um sentido prn·
tiro e social que esclarece e vivifica o pro-
. . .-Al..::m:» 'JIE&. :JE:- cedimento do homem. N5o ha nenhuma
Ila em cada parochia um homem que verdade moral 011 politica que rão esteja
n~o tem familia, mas c1ue pertence a to- em germe n'algum versículo elo E,·ange-
das as fo,nilias: qu e é chamado como tes- Jbo; todas as pbilo,olias modernas lhe
temunha, como concelbt:iiro, ou co,no teem commentado um, e o leem esqne-
agente em todos os mais soleroues actos cido ern seguida; a pbilantropia nasceu
da vida civil; sem o qual não se póde do seu primeiro e unico preceito, a cari-
nascer nem morrer, que toma o homem dadé. A liberdade tem caminhado no
do seio ela sua mãe e não o deixa i-enão mundo sobre suas pisadas, e nenhuma
~a sepultura, que aben~oa ou consagra servidão degradante ha podido subsistir
o berço, o thalarno conjugal, o Jeito da deante da sua luz; a egualdade politica
morte e o e~quifc; um homem que as nasceu de nos tl'azer elle forçado a reco-
crianças se acostumam o amar, a \'ene- nhecei· a nossa egualdadc, a nossa frater-
r31r e a temer; que O!l proprio$desconbe- nidade peranle Deus; asleisadoçaram-se,
c:id<?!_chamam meu pad,·e, a cujos pés os ' os usns deshumanos foram abolidos, 1 as.
chrislãos vão del'ramar suas confissões vl algemas cahiram. Á propoi·c;ã" oqné 'a•sua

~
-~o - •. • ••
-· J.k . • f
uu 7?TZMW

palavra tern retumbado nos sec ulos. tem lhe são impostos so pelo cui<lndo da boa
clla feito derrocar um erro ou uma ty- füma , por esta grn<:á da vida civil e do-
rannia, e pode dizer-se que lodo o mun- mestica que é co ru o o bom cueiro dn sua
do actual, co m suas leis, seus costum es, virtude.
suas instituições, suas espe rança:-, não é Retirad o em seu humilda presbyterio
seuào o verbo evaogelico, wais ou menos à sombra <la .sua ogreja, ra rns vezes d~ là
encarnado na ci,·ilisação moderna ! deve sa hir. E- lue permillido ter uma vi-
· O parocho, portanto, possue toda a nh a, um jardim, um \'ergel, à:, vezes um
m oral, toda a rasào , toe.la a civili:,ac;ão, pequeno ca mpo, e culti va i-os por suas
toda a politica na sua mão quand o elle propriai- rn5os., cria r nlli a lguns anirnaes
possue e, eva ngelho. Não tem mais se não domesticas de cli ve rli mentc, ou de utili-
abrir, senão lêr, se não derrama r á roda dade: a vacca a ca bra. o, clbas, pomhas,
1

de si o thc~ouro de loz e <le perfei<:ào do aves rantant es, o càosobre tndo, esse mo-
qual a Providencia lhe entrego u a chave. vcl vivo da ua bitac;ão, esse a migo dos que
Mas, assim co mo a <le Christo, a sua li- e.~tão esq uecido., <lo mundo, e que toda-
ção de"e ser d uplicada, pela vida e pela ,·ia lee m neces1.idade de serem amados
palavra a sua vid., deve ser , tanto quan- por algum e nte ! Oe~ te asy lo de tt·abalho,
to o comporta a fra que1.a hu mana , a ex- . <lc silencio e de paz, o parocho po uco se
plicn~ão sensivel <la sua doulrjna , uma cle,·e apartar para se mbturar co m as so-
palav ra virn ! A Egreja cotln<'o u-o alli c·iecla<lc., ruidosas ela visi nhan ça; não de-
mai, como exe mplo d u qu e corno oracu- ve, senão em algumas occasiões solern ues,
lo; a palarra póde fallece r- lhc, se a natu- molhar seus labios co m .os fefo.es do se-
reza lbe recuso u esse dom; mas a pala- culo dentro ela ta<;a d'uma hospitalidade
,·ra q ue todos atten<l cm é a vi<la; nenb11 - sum ptuosa ; o rei;to de sua vida deve pas-
ma linguri hum ana é l ün eloqu ente e t.ão sar-se no altar, no meio das crian ras a
persuasiva t'Om o uma virlJ de~ qnem cm,ioa a balbuciar o ca th eci~mo,
O parocho é tamhem o admioi, tra- cJ.se ciodign vul ga r da mais alta philosô-
dor espiritual dos sncra mentos da suu phia, esse alpbabeto de uma sa bedoria di-
cgt·eja e elos bencticios da ca ridacle. Nes- vina, em e!iludossé rios entre os livros, so-
ta qualidade os seus devere:- aproxin, a m- ciedade morta do solitario; à tarde , quan-
se daquelles qu e toda a administração do o sacri!-tfil) tem levado as chave~ da
impõe. Tem <l e lt'actar co m os homens, egrejn, qu an do as ave- marias lee m len-
<leve conhecer os h omen:i. Toca nas pai- tam ente soaclo no campauari o da nl<lea,
xões humana:-, deve ler a mão delicach e póde ve r-se algnmíls vezes o pal'Od10,
doce, cbeia d e pruclcncia e d e tento. Es- com o se u brev iario na mito, ou debaixn
tão sob suas a llril>uit,ões as culpas, os ar- das maciei ra~ do se u poma r, ou nas ve-
repend~m cn tos, as mi:;eria!i, as necessida- redas clevad11s da monta n ha, respira r u
des, as inclige nt'ias da h u111ani claJ c, deve ar suave e religioso doscn mpos e o co m-
tel' o co ra<;ào ri co e I rm,bordantc de to- ' p1'11 do repouso elo dia, parat u mas vezes
Jerancia , de mi:.erico, d ia, de ma m idão, para ler um versicw.lo elas poesias sagra-
de compaixüo, de ca ri chlde, e de per- das, outras olha i· o ceu ou o horiso nle elo
dão ! A sua po rta de,·e a tocln a hora es- vu lle, e descer com vaga rosos pas~os na
tar abe rta é'iquclle qu e o fot• nccordar , o sa ncta e deliciosa cc)n templução da na tu-
seu candieiro sempre acce~o, o seu hot·- reza e <lo seu nuctol'. .
tlão sempre ú mã o; não de ve conhecer füs-abi n sua \ id,l e os seus prazeres;
1

nem esta c;ões, nem distancias, nem con- seus cabellos cmbran<Jneccm, suas 0> üos
tn gio, nem sol, nei.n neve, se se tractar tremem ao eleva r o calix, 1,ua ,·oz e nfra-
de leva r o remedio êh>fe rido, o perdão ao quecida não enche ji1 o sn nc111ariv, mas
culpado, 0 11 o seu Deus ao moribund.o.
Não de ve haver a seuc; olhos, como aos .
retine ainda no co r adio do sen rebanho·
morre, uma pedra ~c m nome desirrna o
'
o
olhos de Deus, nein rico, nem pobre, seu loga r no ccroi terio, jurwto da porta
nem pequeno, nen, gl'ande, mas l.)()roens, <la sua egreja. füo.;-alti urn homem es-
isto é, ir,nãos em miserias e em cspe- quecido para se mpre ! Mas ei;se l.iomem
ran<;as. foi repoui<ar na etcroidad e, onde a sua
Como homem, o parocho tem airtda nlma j:1 d'antes vi,i.1, ~ elle fez çá em
nlgtms de ve res puramente h1.1manoc;, qno baixo o melhor que <'á ti nha a fa zer.

-~
-
.,.l
... -
~
~
--
.... .:
""'
. I

Cantinuou um dogma immortal, ser- Os fiel~ de Deos consome,


viu de anel a uma immensa cadea de fé Que sustenta so a fé ••••
e de virtude, e deixou ás gerações que O Cedron jà não murmura,
vão nascer uma crença, uma lei, um Mal serpêa a agua pura
Deus. Da fonte de Siloc.
_ .. = -
L Al\lAB.TINE. Corre n' esse espaço abertÓ
(Da Nopão-de Lisboa). Do meio dia o.tufão,
Fervente p6 do deserto
Nas asas eriue do chão,
A TOMADA DE JERUSALEM PELOS CRUSADOS. Que o sopro da vida apaga
O peito confrange, e esmaga
nem como o Oceano, que cavado roga
Ao cavalleiro da Cruz :
Sob as asas tlo vento,
Em pê nos golfos, gigantesco, erguido
Mas a crença mais se avi\•a
Se lança às praias, sobe embravecido Vendo ao longe estar <·.aptiva
Ao alto firmamento •.•• A cidade de Jezus !
-=--
- =-
D'est'arte a Europa se levanta inteira
Era tempo! •• ergueu-se o Corte
Ai de li Jerusalem !
Ao nome de Jesus I
Anuam -se os bravos aprestando frotas, Quem pôde roubar-te à morle
E vam ãs praias arrojar-se ignotas,
Cidade sancta? ninguem 1•••
Curvar-se aos pés da Cruz ! Voseria retumbante
- = - Do amplo solo distante
- Sião-e o brado. que soando ao:1onge Foi encher a solidão,
Se revolve a rugir.•.. confunde-se o céu e a terra
Aos eccos manda t) seu accemo eterno, A' frente fulge da guerra
E ale ·no abysmo do escondido averno Godotredo de Bulhao !
Se vae repercutir I - = -
- =-
Vagas e vagas amontôa a crença As turbas se movem
D'um velho· <lo Senhor! Como ondas do mar,
Joflamma o pello sua voz <ih'ioa Que voam, que correm
Chorsndo mostra alem •.• na Palestina A praia :içoutar :
O pb do Salvador I
A tuba guerreira
Po.•.• que dez seculos no ruidozo vôo Encheu a soldão,
Contemplavam no chão •••• Ergueu-se a poeira
E a voz de Pedro gerações inteiras Em nuvens do chão.
Vám com seu sangue humedecer poeiras - =--
As torres e' o muro
Dos plainos tle Sião.
-=- Se vàm abraçar:
Servos e livres, e monarchas, todos O aríete duro
Uma crença levou ..• Està a pelejar.
N'esse estandarte dcstraldado ao Yénto As tlexas ardeoles
Fulgio um symbolo de servil tormento Os oleos feT\'enles
o madeiro brilhou ! Se crusao1 no ar...
Depois ele passos incertos Calaram-se as aguas
Dos mares terras alem : Do Santo Jordão
Eis que ao longe nos desertos A fronte com magtias
Campeia Jerusalém :
Inclina Sião.
A' voz de Pedro o Eremita
'A turba se roove, e agita
Tremeu o santuario
Se lança de rojo ao chão : E ao longe o Calvario
Em fogo o sol do deserto Nas bases tremeu;
o madeiro descoberto E grossa corrente
Vem dourar com seu clarão. De sangue fervente
- ~-
Resôa ~ tuba estridente
N'areiá correu!
Desde o Hebron ao Tabor ~ l\Jas o arabc forte
Nitra o cavallo vatenre. Qual bravo leão.
Nc,s gestos se muda a cõr. Não dobra ante a sorte
Mas a seda. , . a cruel rome Seu colo no cbao t

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
Ai! ... Deus! ... que guerreiro s'ergueu de repente Novas vias no Oceano se trilha1;a11,
Do meio das ouvens acceso em rancor ! l Dois milhões de tyrannos se fi~àrsm
S. Jorge! brada mm de Christo as falanges O mundo respirou !
O ecco longínquo S. Jorge bradou ..•• Entre a Cruz, e as tuas, do vasto Oceano
\
N<'.s cruzes do peito s'crnbotam alfanges InOammada e·m valor de sangue humano
O auxilio do Eterno à vicloria o3 levou. A Europa lcva11tou.
- = - -=-=-
Em breve a cidade no fogo abrasada O genio do futuro, no seu trilho,
Confunde-se em gritos e mais a gemer; Largas vias mostrnndo aponfa o brilho
I\Jal bate o alfange no ferro da espada Das gerações porvir:
I\Jil peitos sem força se s·entem morrer. Esse sangue, que ao longe a Asia esrosa'
- =- Vac os ferros quebrar da velha Baropa•••
E o sol d'Asia mergulha magestoso O mundo ressurgir,
O seu scepro de fogo portentoso Gui<liermino Augusto.
Nos desertos... · alem l (~xtr).
Cae a noite. Unw voz sôa no mundo
-e.E>ê~-
D' ecco em ecco, com som grave e profundo
· Cahiu Jerusalem J I ANNO CBBISTÃO.
- = -
Cllntam os &njos no Cêu o flos:mna eterno 01JTUDRO.
E os louvores do Lauaro no averno 16. SEGUNDA-FEILlA,
Se vam repercutir..• 1 7. T ERÇA.-PEIRA, -Resa a Egreja-
Dos seus golfos o mar ergue o seu canto n'estes dois dias da oitava de S. Fran-
Açoiladc, dos ventos, leva o e~panto cisco de Borja.
Ás praias a rugir!
- =-- 18. QuAnrA-FElRA. -S. Lucas Evao-
Tuclo é sombra! De passo incerto e vario gclista,-seguindo primeiramente a pro-
Tocla a turba caminha pr'o Calvario fissão de medico em Antiocbia, foi de-
A curvar-se ante a Cruz. pois convertido por S. Paulo, a quem .
Fronte nua l ... descalços ! caminharam acompanhou em varias das suas peregri-
E, chorando na lagea ajoelharam nações apostolicas. Fundado nas tradi<;õ-
Da campa tle Jesus ! es que do, apostolos receLera, escreveu
- = -
Longe da patria sobre_area ardente um evangelho em grego, o qtial idioma
Se finam dois n1ilhões, bem se vê que lhe era familiar. Dos factos
Sem Ler um turuulo, que lh'olfereça abrigo, que elle mesmo presencel1ra escreveu um
Sem ter um peito, que lhe desse, amigo, o.urro livro com o titulo de aclos dos apo$-
Amôr, consolações•.. tolos, o qual abra nge a bi::itoria da Egre-
ja desde a Ascenc;ào de Jesu,; Cbristo até
As a\'es roem no deserlo as carnes
ao segundo anno da re~i<lt!ncia de S.
Dos crentes de J~sus:
Paulo em Roma. Viveu no estado <le so l-
As campinas refulgem l>ranqueaclas
teiro 8ú annos, no Hrn <los cprnes foi go-
po
Pelo desprendido das ossadas
sar o premio de suas virtudes e trabalhos,
uos guerreiros da f.ruz l
- = - mo1~rendo na Achaia, d'o·ode depois foi
Os seculos passam e na terra inclinam mandado trasladar· para Constantinopla
Sua fronte a sorrir... pelo imperador Constantino. ...
O anjo da mortP. nos desertos poisa, 19. QutNTA-FBtnA.-S. Pedro de Al-
Desprende as asas, o C'ssa immcnsa loisa canlara,-nobre hespa nhol, foi logo em
\ :ic com elles cobrir.
1
menino um prodígio de virludes, e aos
- =- 16 annos professou na ordem dos Meno-
O bardo como a aguia do dl•serto
Em seus voos percorre o espaço aberto res, de que foi um austero reformador e
Nos sonhos do cantar: observante. Confe!iSOI' de Santa Theresa,
!\las, depois, quando deixa o firmamento, tambem a auxiliou na reforma que e.,ta
E aos abysmos desceu do pensamento, deu á ordem Carmelita. .Renun·c iando a
Então perde ó sonhar..• todos os prascres do munclo, e sómente
D'essa heroica Epopea a longa bistoria aspirando aos gosos do Céu, empregou
Será sempre lembrada na memoria toda sna vida em merece-los, e effectiva-
Dos aonaes do porvir ... mente lhe furam dados por Deus quando
Essa cren~. que aos peitos tanto falia, contava 63 annos d'edad e. App:rrecendo ,
E o braço de Peus qne o mundo aballa depois em visão a Santa Tlwresa, lhe sig-
P'ra destinos cumprir. ~ificou a gloria de que estava gosando
nas segninlc-s, palavras, que condemnam terra, em acção de grac;as a mesma ~an-
aha mente o sensualismo dos nossos dias. lis~ima Trindade em norue da Santissima
«Ó feliz penilencia, que tão grande glo- Virgem pelos iuoumeros e singulares
ria me lucrou!!>> Provadas suas Yirtudes, dons, com qn e foi enriquecida, e pt·inci-
e dom de milagres e profecias qne vieram palmcnte pelo predlegio de sua immacu-
.em ahono .da puresa e realidade das mes- lada concefr;ão: pedindo-se à mesma Mãi
mas, foi inaugurado como santo pelo pa- da gra<;a e misericordia com repe tidas e
pa Clemente JX. fervo rosas supplicas pelas presente~ ne-
20. SExn- FEIRA. -S. João Cancio,- cessidades da Egreja Catholica. Quando
natural de Polooia, teve decidida voca- algum Sacer~ote não · poder offerecer o
ção para o estado ecclesiastico, e ordena- sacrificio no dia do mez que tiver escolhi-
do em presbytero desempenbou as ar- do, pode fazei-o em ou tro dia, ou no
cluas e augustas funcções de seu minis- mesmo por outro Sacerdo te.
te rio com tal perfeição, que o papa Cle- Cadd um dos trinta e um Sacerdotes,
mente X.lll não duvidou declara-lo como que compoem uma Corôa, escolhe um
san to. dia do niez para nelle celehr:w no se nti-
21. SADBAoo. -Santa Ursula e suas do acima indirado, pela maneira se·
compan hei ras.-Ainda que bem ao cer- guio te:
to se não saiba qual o numero dtestas
.Dias do mez. Nomes clo.s associados.
muH1eres for tes , co~turna-se referir o
de onze mil e eram doozellas, que man· 1 Padre F.
d adas pelo irnperador Maximo para a 2 P. F.
Bretanha afim de contrairern ca1>a mento 3 P. F.
com soldados, de· que elle havia fe ito Íl P. F.
uma colonia , foram no mar as.saltadas ele. etc. etc.
pelos piratas Uuon os, q 11e. não as po .. Tão grande foi a piedade e devoçiio
<lendo render aos se us · tor pes desejos, dos lli:-,po" par.\ com a irnmaculacla -Con-
as martyri5;ararn.
ccic:ão da Virgem Mãi <le Deos, que no
22. Qmn:xao-Dominga ú. ª de Outu- anno de 1853 se alistarão nella tantos
1

bro e 20 depois de Pentecostes. -Dedi- Sacerdutes, que já no Orbe Calbolico se


cação da Egreja de Mafra, graudiot-o pa- eelebrão em ca<la dia para mais de mil
drfio da piedade ele el-rei D. Joüo V, qne, Mi:;sas pelú mo ti vo ex po.. to. Por e!ila
se por sua riqu esa pôde fo~e r a· ma r,H i- razão os mesmos' Bi:-pos animados de um
lha das aguas livres, e ou tras tantas obras mnis fervoroso zc l<l 'pedirão bu rnilde-
p.ublicas, lambem quiz dar um tei-temu- menle rio San tíssimo Padre Pio 9. º que
ribo ele que reconhecia a <lependencia do se dignasse perp etuar· esta Santa Assticia ·
Supremo Dispensado r de todos os bens. <Jào, erigi ndo-a C'anonica mente : e nn-
nuind.o o mP-smo suanmo pontífice à tão
piedozos desejos pelo seu Rescripto de
11 ele Seteml,ro de 1853, escripto pela
-Lê•sc 110 T,·e~e de 1'laia . sua prnpria maõ, defe rio benignamente
1.1 s supplicas d'aquelles Prelados, im.titnio
l lim. e Revm. Snr. e erigio c~ta piedosa as~ociaçaõ em um
Crnccun. -Tenho o prazer de lhe Templo de Homa, declc11·1 n-se Patrono
communicar que acba-se instituída na da mes ma So<'iedade ~ e 09meou na
Egreja uma piedo:,a assoria~ào com o ti- qualid.-1de de i-eu Vigario e Presidente
tul o de-Corôa Anrea da lmmacu lada da mesma Sociedade um dos Cardeaes
Conceição da Virgem Maria. - ele lfoma .
A 'C orôa Aurea consta da celebraç~o fi'oraõ conredidas à assori.açaõ pelo
<l o ~acri6cio ela Missn em todos os mezes Rescripto de 23 <le Outubro de 1853 as
por trint a e um Sacerdotes, cada um em seguintes indulgencias: «Indulgencia ple-
d eterminado dia em honra da Santi~sima na ria a qualq11et' Sacerd ote ulistado nesta
Virg.em. O Saerifü~io é ollérecid o a San- Asso,·iM:aõ uma vez oo inez, e a graça
tissirna Trindade em união com Lodos os de altar pl'evilegiado pes~oa l uma vez na
Bemavcnturados, que reinão com JEzus semana : » indulgencia de 300 di as as
Curusro oo céo, e <le se us esco1hidos na pessôas 'que ,·ivem em clamtro todas as

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
ezes, que reunidas cm .communidade
, 1 <laodo-me parte no fim de cada anno do
para a oraçaõ, rogarem a Ot!os segundo augmento e fallecimento dos socios.
a mente do Summo Pontífice pelas men- As almas dos associados saõ sufft·a-
cionadas cauzas; e aos seculares de ambos gadas em Roma de um modo particular,
os sexos indo lge ncia plena l'in nas quatro segundo a me nte <lo Surnmo Pontifice
principaes festns da Saotissima Vfrgeru, com Missas e outt·os suíl'ragios.
isto é, no dia de sua lmmacu lada Con- Netn um donath·o pecuniario se
ceiçaõ, Natividade, Annunciaçctõ e As- exige d os associados.
sump<;f1Õ, com a condição pot·ém de se As familias religiosas se com ronui-
confessarem e r~ceberem a sagl'a<la cáraõ para o mesmo fim com os seus
Eucaristia~ e ornrem a Deos pelas cauzas Provinciaes e estes com os Geraes das
acima . expostas segundo a mente do Ordens.
Summo Pontifice, devendo visitar o Espero de seu zôlo e rcligiusidade,
Templo designado pelos Ilispos nesses que se aproveitarà de uma ta õ opportuna
dias, ou nas infra octa vas dac; mesmas occasiaõ para rea nimar entre os fieis a jà
festas, onde bou ver ou for erécla a Asso- crescida devoçnõ a Mãi de Deos, e a pie-
ciaçaõ, podendo os ro esmof Bi~pos desig- dosa crença de su~ lmmaculada Concei-
nar out, os Templos em luga res, onde çaõ, empregando para esse fim taõ sa nto
hou,·erem alguns dos as:-ociado~: todas todos os meiosa seu alcance p.lra que esta
essas indulge ncias púdem ser applicadas Dioce:.e eminentemente religiosa dê mais
por modo de suffra gio ás almas do Pur- um a prova de sua clevoc;aõ a Immacula.da
gatorio: des.igna mos para \!sse Gm todas Mãi de Deos e dos pec·cadores, e que to-
as Igrejas ~J.,trizes do Bispado. dos os Parochos da Diocese coadjU\~árão
Queira portanto V. S. º pot• meio a V. S. Q por meio de suas praticas ao
<los Pre:)byteros Arciprestes de sua com- povo por occa~iaõ da Missa Conventual,
marca fazer r.hegar a\i conhecimento de o que dc,·eráõ fazer repetidas vezes para
todos os Sacerdotes e Seculares taõ pia assim mais facilmente chegar ao conlle-
instituic;aõ, co nvidando-os para oella se cimento de todos uma instiluic;aõ que ao
associarem, e assim aproveitarem-se de mesmo tempo que Jbes p1·oporcioua a
taõ grandes graças concedicfos pelo Sum- occasiaõ de se mostrarem devotos da
mo Pontiüce. l\lãi de Deos, lhes oíferece os thezouros
Para este fim farà V. S. º abrir uma da miserico!'dia Divina.
Usta dos ~arerdotes, <] ue q ui~erem com- Deos Guarde a V. S. 0
pô,· corôas na forma acima indicada, e
Palacio Episcopal do Pará 12 ele
ordenarà que os Presbyteros Arciprestes Agosto de 1854.
por !li e-Parocbos de se us districtos fação
José Bispo.
conhecer ao Pº''º antes da Missa con-
ventual, na occasiaõ de e1:plicar o Evan- Illm. e Hvm. Snr. Vigario G2ral
gelho, as Iodulgendas concedidas a Asso- da ... Com marca Ecclesiastica deste Bis-
ciaçaõ, sua instituiçaõ e fim. pado.
- =-
Em tempo opportuno deverà V. S.
remelter-me uma lista geral, que con- lista dos Sacerdotes que compoem a Associação
com o 1'itulo de Coroa Aurea da b nrnaru/ada
tenha o numero de corôas e nom e:, dos Co,1ceirao da Virgem "11tria, ,. os dias do mez
mais associados, para serem levadtis ao em q11e cada um de1:e nfferecer o Sacn'ficio da
conhecimento de Summo Pontiíicc, Pa- ,1Jissa em todos os me.ze,ç do anno: a saber.
trono da As!,ociaçaõ como aoe foi orde- Prln1elra Coroa.
nado pelo Yiga rio de Sua ~antidade em -O 1. dia de cada mez o Exm. e Revm.
0

Roma e Presidente da Associr1çaõ o Car- Sr. Dow JoséAffonso de \foraes Torres.


deal-Patriu i-Bispo Albanense em data 2 O Arcediago Raywundo Severino de
de 21 de Novembro do anno passado, MaHos.
3 O Arcipreste Martinho José Gomes. com o restante elos Sacerdotes nesta Ca-
li O Mestre Escola Antonio José de Sou- pital, e Freguesias de fórn.
za Loureiro. · Os seculares de um e outro sexo, qu~
5 O Conego Eugenio de Oliveira Pan- queirão alista1·-se nesta santa associação
toja. poderàõ dar os seus nomes na Camarn
6 O Conego José Eliziario Marques. Ecclesiastica, onde acharáõ um livro para
7 O Conego/ ntonio Feliciano de Souza isso destinado. S. Exc. Revru. concede
8 O Conego Manoel Jose de Siqueira l.tO dias de indulgencia à todos os asso-
Mendes. ciados que ouvirem em cada mez. uma
9 O Conego Ismael de Sena Ribeiro · Missa pelas cauzas acima mencionadas,
Neri. todavia que devotamente invocarem a
1O O Conego Bernardino Henrique Diniz Mãi Santíssima. Parà 1 O de Agosto de
11 O Conego José Manoel Garcia. 1856. -O Conego, Antonio José clP. Sou-
12 O Conego Antonio dos Reis de Ma- za Lom·eiro, Escrivão da Ca mara Eccle-
cedo. siastica.
13 O Conego JoãoCarlosdeOliveiraPan- -=-
toja.
-Domingo 8 do corrente festejou-se
1á O Concgo João Ro<ll'igues de Castro com toda a pompl\ a Virgem SS. Senho-
Goes.
ra dos Rcmedios na sna .Ermi<la. Í~ esta
15 O Conego Luiz Barrozo de Bastos. uma das fcsti\"idades cjue entre nós se
16 O Beneficiado Antonio Fe1ippe da fazcoru mais apparato edevo<;ão. Ao no-
Cunha e Oliveira. veuario sempre houve um concurso cres-
17 O Beneficiado Lazaro Pinto Moreit•á cente de fieis, e no Domingo a tarde· a
Lessa. afluencfa fui extraordinaria. Tanto na
18 O Beneficiado José RodriguesdaSilva. novena, como na vespera, e missa do
19 O Beneficiado João Antonio ele .Fa- dia que foram celebradas com toda aso-
na. lemoidadc, muito nos tocou a musica,
20 O Beneficiado João Virissimo Alves. comptJsição do fallecido Sr. Miró-oada
21 O Beneficiado Manoel Justiniano de ~ntendemos de musica, porem em nós
Seixas. fasia nascer sensações sublimes.
22 O Beneficiado Jeronimo~ose Pernan- Tanto na \'espera , como á mi!-Sl
des Carneiro. do dia oroú o Revm. Sr. ~ o n i ~
23 O Cura da Se Manoel Rodrigues Bi- vares da "'Si~a, inspector dos Alumnos
cho. do Seminal'io'Episcopal. Em uma e ou-
2á O Coadjutor AngeloCustodiodeSouza tra occasião procurou o joven Oradol'
demorn,trar quam bem cabidos el'am os
25 O Viga rio de Santa Anna Felippe Neri
cultos prestados a Soberana Rainha. dos
da Cunha.
Ceos. A frmandade falta de meios, e de
26 O Vigario da Trindade Manoel Vas-
Juizes que podcssem contribuir para a fes-
ques da Cunha e Pinho.
27 O Reitor do Seminario Felix Barreto·.
tividade, procurou na
devoção dos fieis
os meios de com esplendor louvar a Mãe
de Vasconcellos. Pl'otectora dos Cbristàos, e estes bem
28 O Padre Mestre Entiquio Pereira da mostraram que o culto de Maria San-
Hocha. tissima é bem merecido, prestando-se de
29 O Padre Me5tre Benedicto Thomé da boa vontade à contribuição.
Cunha Mello. · Maria Santissima, não deixarà de os
30 O Padre Mestre Joaquim Antonio da proteger.
Silva Egues.
31 O Capellào Henrique Jozino Ferreira.
Ma1·anlw.o -'l'yp. de J. e. M. da Cunha Tol'res.
N. B. A 2. ª corôa està-se for.mando Rua dos narheircs n. 8,

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
lNNO I Segunda-feira23 de ourubro de 1854 i~,. º25.. .

OCHRISTlANISMO.
V
rnEço ºl sooscnlPÇA'O. X /'J.
i\SS!G~l-SE:
Por um nnno ......... 8$000. \T 'li ria !lua <la Cruz n. 30. e nu '.l'ipo;;raphi:i
V
,, . ,,
Pago 3ul3lll3u0 •
t
o seis uwZc'S........ 6S500.
trcz tllc7,CS , .... •. 2:;.,00.
Al'UIS<>S ..... , ••••• • • , • S2110.
§J.
X t
V
,leste Jornal.

A
i't"o11 i·c11I animas vcrdcrt sra sntvarc.
:;, Luc. e. o. , • 56.
=
A Pl'ofi.ssão de Fé de Pio lV fa.llando
OCHRIS TI AN ISMO. do numero e institu ição dos Sacramentos
as!'lim se exprime:-ProfiteOJ' quoqae sep-
Os Sacramentos da Nova Lei. tem esse ver e et prop1·ie Sacramenta nova;
legis a Jesu Christo Domino Nastro in~li-
( Conlimwção do li. 23.)
tuta atlque ad satulem hwnani gcneris, ti-
S. Paulo na sua Ep. 1. ª ad cor. cap. çet non onrnia singulis ucressa,.ia, scilicet
ú c.íprcssa-se de maneim, que não pode- Baplisma ele; e com ella se acha em ple-
mos com elle dei.x.ar deconfessa r a douc- na conformidade a defiaic;ilo do Concilio
trina catholica :-Jesus Cbristo é o Auc- de Trento na sess. 7 cãnon 1. - Si quis
tor dos Sacrolllentos da nova lei-Os ho- dúxcrit, onmia Sac1·ame11la nova; legis
mens, diz el le, devem-nos considerar co- non (tu'sse a Jesu Domino Nost1'o instilttla,
mo uo s Ministros de Christo, e Dispensa- anat/1ema sit,-difiniqão, pela quab Egt·e-
(lores <los MJ~lerios de Deui--sic rtos ja, dP.pOsitaria, e interprete da douctri-
ea:islimet /w1110, ut minish·os C!wisti d na de Jesns Cltristo, fu lmina anatbemt\
clispen.rnl01·es mysterio1'um Dei. a todo aqnelle que não confessnr ser-
D'este togar com todaa ela resa collegi- Jesus Chdsto o Auclor dos Sacramentos.
mos, conlra o pensar <le Pt<lro Lombar- t por tanto Jesus Christo o Auctor
<lo, e outros, que os Aposto losnão recebe- dos Sacramentos da nora Lei.
ram o pudm--de instituir, e sim o de uclmi- A estes argumento~ qne já provam
...-nistrat' Ó;
Sac!'amento.s. Alem-de que na suílicienlemente a proposic.ão catbolica
E<Trcja sempre vigorou a pÍrsuasão inti- que enunciamos, addicionaremos mais
w:,a de que to<los os Sact·amentos haviam outros a que costumam os tbeologos clia-
sido inSlituidos por Jesus Christo, e que mat' 1·asocs thr..ologicas.
d'elles nada se podel'ia mudar nem pelo A primeira será dedui;ida da 11ature-
que cliz 1 espeilo ao numero, nem pelo sa e essencia dos mesmos Sacrt1mentos: É
(JUe toca a substancia. Quem é o Auctor certo que a qualquer <los Sacramentos
dos Sacramentos, diz S. Ambrosio, se- da NoYa Lei està junta e l igada a pt'o-
1100 Jesus C/wisto Senho1· Nosso? E S. messa da graça; mas tal promessn não
Agni,tinho diz-fui a Sabedm·ia incarna- cabe na alçada da auctoridade humana,
da que estabeleceu alguns Sact·amentos, pol' isso que o homem não a pode ligar
como meios de salvaçao; e na epistola 5li a signaes externos e sensivcis; logo é for-
a Januario accrescenta: quero que tenhaes çoso que l'econueçamos partir a sua im-
como certo, qoe" Jesus Ch1·i.~lo nos submel- titui(;ào cio poder divino.
teu ao seu leve jugo, dando a sociedade do A segunda scrü dedusidn da compa-
novo povo, Sacramentos pouco 1wme1·osos, rac;ão da Lei antiga, e da nova Lei: não
ele facil obseruancia, e sublimes pelas cou- se pode de modo algum <lisel' que a Lei
sas que exp1·imem etc. nova merecera menos cuidados e disvc-

~
JB3JP?JB3JL
los a Deus do que a Lei antiga, antes polo
contrario ele veremos diser q uc mereceu
mais, e t~nlo m~ioi·es quanto n difl'crcn- O que deixamos dito sob re o Am or
c;a em cxcellencia, que en tre mna e ou- de Deus, é, se-m <lmida a] g11mn, pouco ,
tra exi~lc, principalmente pelo que é re- ou nada a rii,ta <lo mui to qu e se podia
lativo a parte do$Sacrnmentos que corno aprescnt,11• acerca de objecto tito impor-
tan le, delicado, e pro\'ciloso para 110-
diz S. Agostinho, sam o,s Íll(iO:s mais (cn·-
rncm que se presa de chrisl;io, e que co-
tes e vehemcntes, que podem ligai' os mo tal deve ter por pt'Ím cira e prin cip al
fieis n'am sú corpo de Rcligiãa Ora se obr igação-reconhecer, amar, e serrfr ü
conpubnrmos o Genesis, o Exodo, o Le- De us de quem recebeu o :-et'. e dep eude
vilico e os dernais liHos da antiga L eiabi necessariamente n'esta e na outra vida.
encontraremos Deus instituinuo os Sa- Á pobreza de nossos conliecimcntos, à
cramentos figul'ati vos dos da Lei da gra- não a turada leitura, e ai nda mais fa nc-
ça; e :;e isto Dcns obrou <jUtrndu se trata- nl1t1mu pratka que te rnos cm pai.entear
va de uma Lei prcparatirn, com quanto nossos penso mentos é <·erlarncnte divida
a escassez de nossas expressões.
maior rasão não devere.nos acreditar que
oLrasi:.e quando estabelecia a num Lei? Supra porem à tu do isto a bene \'0-
lencia dos nos~os leitorc:;, e os d esejos
Com elfeito, ~ uma ve rdade nccnta<la
que nutrimos <le som(}nt e l'm;cr111os re,·i-
que Je~us Cllristo inst.itnÍl'a todos os Sa- vet' ca<la vez mais na mcm<,ria de rnda
cramentos da no va Lei; e nem poderia n,n seus priu c:ipaes e indisp('n.;arei:i de-
deixar de assim ser: porque sendo os Sa- veres pn1·a con1 Deus, parn t·o1w,igo rncs-·
cramentos, protei.tac;ões solemncs e pu- mn, e para com o proximo; e tan ihcm
blicas da no;,sa Ít,, e nté rnesruo os fun- conseguirmos por C5te meio o '1e~e:npc-
damentos dn fieligiiio, como o divino e nuo da tarefa de que estamos cm·,11Tega-
providente fundador da nova Egrcjn ins- dos como Ministros de Jesus Cb1 i~lo, <'H-
tituindo uns <lliixariu de instituir ou it'Os? ja íleligiào tud os pl'Ofcssamos, e eÚamos
A terceira ser~, dedusida do silencio ourigados a defoncler, e procurar u seu
a1Jgmen to, e re!iplandor, espalhand o p \) I '
dos Apustolos: se Jesus Christo tivesse da-
toda a parle seus solidas principios, e dC'-
do aos seus Apostolus o poder de insti-
mon11lrnndo su.\ 'i'erncidade, bondadt•, e
tuir alguns dos Sacramen tos, ce rt o qnc •
u LiIi<l ndc.
elles fariam mensão de um beneHcio tão
singular j.'1 nos Evnngcll1 os que e~creve- N'c:-.te pr'(l!Wsito pois con ti nu:.r·t'm os
ram, e já nns suas Epi;tolas, nlié'\s a ttt·i- a di~c l'algumn co usn so bre cJirnrsos pon-
huir-se-ha Ião intempestivo silencio mnis tos que devem imporlarao homem, pura
a abjer;ão doq11e;) moclestia; e lnnto mais se co mliluir em tudo um verdad eiro !-.ce-
quanto elles men cionn ram muitas coisas tario da Heligiiio do Cnwilicnclo, ,\ q ucm
feitas por elles e que sa m ele 111 11ito me- de\'C ohedec"r, l'C!'- pcitar, e te mer, corno
nos importnacia as~im como nf1'l esque- Supn•o,o Senhor d e tudo, e Hege<lo r do
cem to<los os bcneficios qu e Je!'- us Curis- Uni,·crso. I~: porkinto o Temor ele Deus
to lhes concedera, e isto não por igno- um dos pont o:- mai-; con\'cnicnlcs an ho-
r ancia, mas in laudem glnria• g ,·alite Oci, mem pnrn :ma lclicitlade c~pirit ua l e tem-
como diz o Apo~tolo na Ep. nos d 'Epheso poral. Esta vercl,1dc é inronlc.·la\'el; pnr
cap. 1. v. S6: ora não dit;e ndo os Apos- que est~t (:OnLecido e experimen tado qu e
tolas nem uma só palavra pol' meio da todo homem que te me a l)('11.s , é por l~lle
<1ual nos tleem a entcndcl'fl'IC foram auc- pl·otegi<lo, e amparndo n5o M> ron1 n~
tores d'a lguns dos Sacramentos, e ~e at- bençõcs <lo céu, l'Omo com o .111grncnto
tribuiod o ao mesmo ten1po os ollicio~ de de bens na terra. Por conscgnintc de vo
delegados e dc!-penseiros, somos lcvndos o bom cm e~f 31' con \'encido que, se pouco
condufr que so Jesus Christo fôra o An\!- possuir com o tcruúr, e por voutacle de
tor dos Sacrnmentos.
'['.
Deu~, sedt muito; e o muiLI), se Deus não
(Con tinirn ). o consor v1i1 r, scri, nada. l !:! lO mesmo. di1,
Salomão em se us P,·overhios: mas valeo Deus fosse desamparado, e nem qne fal-
pouco com o T emor de Deus, ,Lo que os tasse o pão a se us filhos ('1 ).
g1·andes t!tesouros sem o temo,· Divhw, Deus com sua altíssima Providencia
po1·que nancaj<í mais saciam (1). não deixa de velar soLre aquelles que O
Quando assim pense religiosa mente, amam, e temem, livrando-os de necessi-
poder-se-ba então contar feliz amda n'es- dades, e remediando-os em tempo oppor-
tu vida mortal. O contrario porem acon~ tuno em suas maiores tribula~ões.
tece ao homem Dão temente a Deus: a E se quisermos vet· para maior con-
sua prosperidade em vez a~o tornar fe- vicçaõ a verdade d'esta dou trina, façamos
liz, antes lhe se rvirá de ·livre caminho o que nos ensina a Escriptura (2): con-
para sua total perdição; porque nescio. e sultemos os seculos anligos; pense mos.de
insouerbecido com suas opulcncias tem- proposito no que se tem passado no de .
poracs, esqu·eceoclo-se de Deus, procura curso c.le todas as gerações: perguntemos
por este meio perder tudo. e de dia em ã nossos paes, e elles nos informarám:
dia arruinar-se cada ve1, mai:., como disse indaguemos de nossos maiores, e ellcs .
o sabio: t>rosperilas slulto1·úm pc1·det it- nos dirárn ...
los (2). · Se revolvermos ainda mais as SaO'ra-
Que differenc;a pois entre o temente, das Paginas acharemos em o LiHoe do
e o não tem ente a Deus ! .. ·. Em quanto Santo Job (3) paten~eada esta darissirua
aquelle tudo consegue com prosperidade, verdade, que Deus naõ deixa de prote-
como diz o Pa Imista: Omnia qur2ceurnque ger como Pae amoroso ti seus verdadei-
ro!) filbos.
farciet p1·ospc1·ab1mitt1· (3): e se ,,ê opulen-
to se m ~ahet· como se multiplica m suas Em se u magnifico Canto (Íl) muito
com·enie ncias; este vai declinando inse n- louva. e engrandece a Rainha dos Anjos
$ive1rnente para sua perca, e maior dam- ao Senhor, peh, soberau~ Providencia,
no. O motivo d'esta differença se lê em que 1iua immensa piedade para com os
o Ecclesiastico onde diz: na mão de Deus Justos e teme11tesi1 Deus: lê-se pois n 'esse
e.~tá a p1·os11e1·iclade do homem • •• (li) O Divino e Mis_terioso Cantico que, a sua
temente ü Deus a busca onde justamente alma magnifica ao S;uhor, porque sua·
está, e por isso tem a fortuna cl'alc:ançar; infinita miseri co rdia passa de gerações
porem o homem vieioso, a aparta de em gerações aos que O temem: manifes-
Deus em vez de a encontrar, antes mais l1.1u o poder de se u braço omnipotente, e
longe vai _ficando da ver<ladeira prospe- confundiu, e arrojou os sobe rbos nos
pensamentos de seu coraçaõ: depoz os
ridade.
poderosos e arrogantes d'este mundo, ti-
Attendamos ainda mais ao que disse o
randt)-lhes os assentos honorífi cos que
Espiri.to-SantÕ os bens, e os males, ·a vida
naõ merecia m, e exaltou os humildes.
e a mo1'ie, a pob,·eza, ea riqaeza , trufo isto
Aos pobres famiolos encheu de bens, e
vem de Deus (5). E esta uma das verda-
a,os ricos presumidos deixou sem nada.
des catbolicas que todo o homem deve
ter sempre patente, para que não cami- .
E esta a nobeli1;sirna condicaõ do Altissi-
mo que, clesprcsa os alti\'os, e se digna
nhe errante, como cego, sem saber on<le
và buscar as cousas, e sim as procure on- lança r seus Divinos ollrnssobrc os humil-
de certamente pocle achar. Fui jovea, e des e atribulados que, leem e conset'vam
na verdade eslou ancião, disse David, e o se u santo temo1·.
não vi que o homem justo e tcmeote á Pr. l/, de J.
(Continúa).
(1) Pro\'. 15-·16.
(2) Prov. 1-32. (1) Ps. 36-25.
(3) Ps. 1-3, (2} neut. 3'2-7.
(4) Eccl. 10.-5. (3) Job 8-8-c scguinles.
(5) Eccl. 11 •...:.11,. (4) s. Luc. 1-46 ad 51. ·
.... ® <nWin ll~Hlll.il~l.l~lll©o
t - ~l'IN'.Wiilffl2rtW1itt51FC > ilW e-a;;a

•~m,rc~~t dis.5e o Senhor ... Eu mesmo pedirei con _


do ta aos pastores do meu rebanho e osde-
porei ... » O apostolo S. Paulo , vendo
SENHOR BISPO DE BARCELONA. apro~imar-se o t.ermo de seus dias, ex-
J\'ó, DD. Jozc Domingos Cosla e Borr'ls, peld hortou ao bispo Timotbeo para que pre~
graça de Deus e da Santa S<1 Aposlo/ica, bispo gasse sem ceo;sar para fo rtalecer o espiri-
d8 Barcelona, cota/feiro gmn-cruz. dei real to dos fieis conlra os erros que ha via m
ordem americana de lsabe/ a catllolica, docon-
de nascer, e o intima de~ta fórma: «coo-
selllo de S. 111. ele. etc.
« juro-te·diante de Deus e de Jesus Chris-
A nossos am~dos diocesanos samlc, paz e bençno cm Jesus Chrluo.
« to que lrn-de julgat• os vivos e os mor-
Querem transtornar o Evangelho
« tos no dia de juizo: prega o palavra de
de Jesus Christo.
(S . P<mlo aos Gálatas, cap. 1. « Deus; insiste com eat~sa ou sem ella;
V, 7.) « admoesta, roga e exuorta com toda u
O apostolo disse que se lransto1·- « paciencia e doutrina, porque virá tem-
nava o Evangelho de Jesus Chrislo, « po em que os homens nfi o possa m sof·
pois, ainda que difficullosamente,
0
« frer a sa n doutrina, e que, tendo um
se poderà acommetler um ou outro
preceito; nlío obstante isto um pou· « desejo extreme, de ouvir doutrinas que
co de mal o corrompe todo. Aonde « lisongeiem suas paixoes, recorre1·ão a
es1ão aquclles que nos accusam ue (< uma caterva <le doclores, proprios para
turl>ulentos, por não concordarmos « sati~fazer seus desordenados desejos, o
com os hereges? Ouçam a s. Paulo
que trata de lrnnstornadores do « fecbarào seus ouvidos à , erdndc, e os
1

E\'.11ngelbo aos auctores tle algumas « ap plica ràÓ a ouYir foLul:,s. ~las ta vela
novidades, mas não é pouco o que « e lrabalha em todas as coi1-as, evange-
estes pretendem mudar. « Ji!>a , CUlll'fü~ O t.EU JIINISTElUO. »
(S. Am1Jrosio, cormneutanclo
as citalla,s palavras). E,;tavnmo-lo cumprindo. amados fi-
Na causa de Deus é peccado gra- lhos, respeito a nm dos assumptos mnis
víssimo o silencio, priocipalmcote ,·itaes da ~u:t iatelligencia, qnaudo publi-
quando ha perigo de que nosso pn,- camos a ultima pa~toral. Se alguns ho-
xi mo se lnficione.
(S. Amf>rosio, de Officiís, tiv. mens officio"os ou mal intencionados cor-
2 cnp. 2l1). rel-sem vossas casas e ru as, e vos foliassem
Os iiimigos da san doutrina <lc- do que cer tos pcriodicos tinham dito, e
vem-so convencer publicawenle com no sentido que o fizeram, No-; cumprin-
rasoes lovenci\'els, para que ou do com o nol,i,O dever, e segundo a ternu-
cll<1s mesruos se emendem de seus
erros, ou ao menos percam o pres· ra com que vos amamos, rcrtamente vos
tigio que teem entre os outros. diria mos: « Guardac-vos desse:. homens
(S. Bernardo cio Consitfer. U.v. que \'Cm p:t ra vós com pel de ovelha e pot•
3, cop. 1.) dentro são lobos rapaces. Seus erros não
Nos devemos ser dotados de um
são as do11lrinas<la egreja caLbolica, apos-
valor a toda a prova contra todos os
ataques e desgraças. Nilo devemos tolica, romana.)) Sim, faríamos isto e
abandonar a causn da Religião nem <leveriamo-lo fa1.er conio scntiaelli:ts pos-
pol' ameaças nem injurias. tas por Deus com respeito aos qu e procu-
(S. C!Jpritino a S. Cornelio, raram exlraviar-vos com palav ra ~, é isso
car. 59) .
o que fr1,en.1os para com aq uelles que o
As Sagradas Escripturas, arnaclos fi- redfic·aram po1· c~cripto, ~a h-as sempre
lhos, que são a consolação e o livro pre- suas intcnçoe~. Este proceder, tiio jus-
<lilecto dos bispos, nunca se ostentam nem tificado, lc\'l) ntou um grilo ele ataqu e e
mais severas, nem mais inflexivcis que animosidade da paL·tc de cel'tos periodi-
quando os obrigam ao cumprimento de cos que, cum assim obrar, elles mesmos
seus ~agrados deveres. l\üo achamos nel- se condemnam. Causa-nos compaixão
Jas uma linguagem mais f<H'tc nem mais tanla cegueira e tantu ignorandu, e dn-
terri vel que a que se emprega em taes mos grétc;a5 a Deus, não por elles crra-
casos. Quem se não encuerá cl'um sà nto rern, mas porque seu-; el'l'OS !Jão-de sel' a
temor ao considerar o capitulo XXXIV cama de grandes fruclo'-. Muito é o ter-
do profeta Isaías ? Vede, a commi~sào reno que !le tem cle~cuherlu. Elles nos
que elle vos annnncia. • . . « Ou,·i, pasto- collocam ua d11ce e inc\'Íta, el preci!-ào de
res, a pala vrn de Deus ••. Eu m~smo .. . esclarecm· e defcnde1· a vei·dade., de ,for..,
talecer a debilidade, de iBustrar a impre- cipio pot· largos seculos. Deveriam ên
visão, e, para diier tudo d'uma vez, de vergonhar-se, ~mados irmãos, uns bo-
ajuntar mais um triunfo à religião. Se- menc; que alardeam de eruditos, ao sus-
remos o mais resumidos e laconicos que tentar certos paradoxos <linmetralment~
podermos, j.'.t para que nos compreueu- oppo~tos ao que diz. não só a historia,
dam melhor, jà por que não é boje nosso mas lambem essa decantada fil osofia da
objecto o alargar-nos em assumptos que historia que nas mãos cl'alguns não pare-
ministram matel'ia p~a muitos rnlumes. ce senão mna ma1uina de guct•ra, em-
Escutae. · pregada em combater o maior, o mais
O-Clamor Publico-de 17 de Ou- precioso e o mais fecundo em be1los re-
lnbro dedicando-nos o seu artigo princi- sultados para a humanidade. que é oco-
pal, segue logo l\ nossa pastoral. Nisto, obeciniento certo e con:,ciencioso dopas-
anda o dedo de Deus, porque não se pre- sado para evitar no futuro os escolhos em
cisa mais que olhar com olhos imparcia- cLue ou tros 6e hão espedo~ado. A intole-
es, e cotejar ambos os escriptos, para se rancia, que tanto se ataca e 1·idicularisa,
conhecer a sem-rasào co m C(lle o nosso é é como o direito natural em materia de
impugnado. A poucas linhas topamos religião. Se o con:;entimcnto unanime e
com uma falsid,,de muito digna de repre-
unircsal em ucn mesmo ponto, o procla-
hensão. Assaca-nos que como prelado
fulminamos uma e:xcommuolião ao a uc- ma Cicero como lei da oaturesa, a into-
tor do-Retracto a dague1·reotypo dos J e- lcra ncia indt1l)ita ,·elmen te pode glol'inr-
suitas. Protestamos contra semelhante so de tãl) indi~pensavel requi,,ito. Não ha
impostura, porque nem ao mencionado solicitude que possa comparar-se à de
auctor, nem a ninguem temos tractado todas as gentes ecn conservar illesa sua
com tal se vel'iclade. Se nos impugnam cren<;a religiosa e em cxcluit· loda outra
<lesta ,aaneira, já podeis calcular, ama- q ua lquer qne possa rivalisa-b, desvir-
dos filhM, com que triste succcsso hão-de
lernr adiante e terminar um acto que de- ..
tua-la ou desacre<lita-la. Ountürze mi-
lhoens de martyrcs, sncrifica<los ao ber-
cide da honra <laquelle que as!>Ím o exe-
cuta. Infelizes ! Nem então nem agora (;o do Cu,·isLianismo, provnm ale que grau
provocamos nenhuma polemica. Soffre- elevavam os rom anGs a intolernncia. E~te
dorcs, pacientes, talvez demasiado tole- sentimento não cm nu vo, porque o ve-
rantes, temos orado e esperado ate ao .. mos brotnr jà desde os tempos mais re-
momento em que Deus deu.a entcndet·, motos. Numa prohibiu a introducção
q11cse n[,o devia e_spcrar m~1s, e cbega~o <l'ou tros <leuses e <le ritos pac·Liculares.
e5le momento, foi-nos preciso fazer ver 1'ibc,·io a mca~n expu l~a,· osju<leus e egyp-
que não dormíamos, nem dormita va- cios, se n5 o deixarem suas crenças. Cla!t-
mos, sendo, corno somos, guardas d'uma dio desterra as deidades estrangeiras, e
cidade e bispado da nobilissima progeni~
a lei dos dcc:em viros tem eg,rnl applica-
de Israe.J.
(;ào. Cicero dizia que nem q11eria, nem
Continua o Clamon « Tolerantes em
todas as crenças, porqne assim o manda lia ns obrns riue senpartarnm da Religião.
a reliaião que professamos ... » Esta as- O mesmo illecenas, ape.,ar de ser tifo li-
se rçà~ é erronea. calunrnio~a e absurda. vre, dizia ao imperado,· Augusto, q•1e os
St! o Clamo,· profes~a a religião catholica, iotrn<luc•to res d"um novo culto abriam a
apostolica, romana, saiba e tenha por poria a noYas leis, donde nasciam as in-
certo que esta divina lei naô manda netn I rigas, a~ foçoens e con.,pira~oens. Athe-
póde manda1· semelhante tolerancla. Se nas é comtu<lo rnnis inLoleraote, porque
tal fôra, a llispaaha, que des<le Rica t·cdo uma so pulavra ~ontra a Religião é ca11ti-
tem sanccionado a iotole1·an<iia, t~ria con- gada wm iníle.xivel rigor. Pitagoras vê-
trariado o mandamento da Hcligiiio , e
se a hrnc;os co m u m.t lcrri rnl acrusac;ão.
boje mesmo o estaria contrariando. (Ve-
jam-se os artigos 128, 129 e 130 do Co- A,·istule{cs foge. A naJ:agoras é mellido
digo penal vigente.) Ajuntemos-lhe tan- n'uma prisão. Socrates espil'a h ebcndo
tas naçoens que leem consagrndo em suns a cicuta. Nas historas Sagradas do Anti-
observancia~ e em seus cocligos este prin- go Tes_tamento temos as mais relevantes
provas de intolcrancia, executadas con- Aqui d1 uma montauba o vulto enorme
tra Daniel, Eleasar, Macabeus e muitos Se desenha coroado pela bruma:
outros. E sabeis, amados filhos, porque? Alli por.entro os prados serpenteia
O rílieiro genlil, que li\'re espuma.
Prescindiad0 agora d'ontras causas, de-
ve is tct· por certo, qnc a principal era a Alem, molba<lo cm san:;nc. ostent~ a fronte
conscrvac;ão da sua rel igião. E:,ta porta D'eutrc as nuvens da lDrde a EsLrella amena;
deve estar bem fechada, pOl'íJIIC desde o Pelos< nmpos sem rins .. . pelas pl:micies
momento que se franqueia a cnll'adn a Derrama o seu clarão de luz serena.
outras religioens são muitas no nome,
nespíra a Naturesa I a voz das selvas
p orém nenhuma na realidade, a duvida
Manda aos eccos ela uoilc os seus c:iocores;
se apodera dos animos, a ancicdade a
Voh c o vento da tarde as seccas folhas
1

acompanha, a frialdade a segue, a su-


Juntõ o pó dos caminhos pelos ares.
geição e empenho são inse paravei.s ein
semelhante situação; não tarda em che- Eis que a lua surgiu! . • . banha as campinas
gar o momtro da indifferença, e aquelle D'uma luz melancolica e fuuerea:
que priGcipiou por as querer to<las, aca- llaiuha das soidões, aujo <los tumulos.
ba por não amar nenhuma. Religião não Yae brilhando em silencio a senda acrc;i.
póde baver mais que uma, amados Ci-
Teu 1>allido clarão semelha, ó astro,
Jh os, e e pl'eciso ter perdido o senso
O lume, que em meu peito vive agora :
commum para affirmar que Dous man-
Teune chamma nas cinzas escondida
da a tolorancia de cultos. Deus não man- De santas illusôcs que cu tinha oulr'ora.
da nem póde mandar a condemnação
dos homens. Causa horror o termos ele Ai <le miot ! que a Oõr <lc mini.la esperança,
chegar a estes extremos. Se Deus mna- Bafejado do balilo dh'ino,
dasse a tolerancia de cultos, auctorisa ria Desfolhou-se. . . perdeu-se uo sepulchro,
ou daria occasião á 1·uina daquelles des- Qual se perde uos céus da lyra um bymno.
graça<los que os professam. porque fóra
É por isso, que eu vago solitario
da Religião calbolica, aposto lica, roma-
Pelas horas da noite assim no ermo;
na, não ha salvação. Deus é a luz, e não Contando às solidões minhas saudades,
póde mandar que c:itejam a seu lado ns l\las sem d' cllas jàmais ach,Lr o termo...
tl'evas, nem a verdadt! püde <1uerer que a
par de si esteja a mentira. Ora escuto no vai ,·ibrantlo triste
Triste acceoto, que exhala o campanario,
( Conlimío) Como um pranto de dõr, que solta a alma
Desparsido nas douras tl'uru sudario.

Ora vejo o cypreste aos ccus erguido


-l\lonarcha scpulcbral-syml>'Io funcreo
Que parece pedir a paz eterna
l\leu Deus, o leu poder em toda. a parle Para o ímpio, que dorme em seu imperio•••
Ostenta no seu brilho a Natureza,
Iníunlle adorarões, confunde a. noute, Tudo então' me recorda a minha lníancia,
Enche o peilu d'incognlta trislesa I Os sonhos que sonhei quando menino •..
Jleu pobre cor:ição, arvore sem flores,
E mlnh'alma nas asas livre võa, Não palpita, e se o faz ê jà sem tino.
Que lhes prestam phantaslicas \ isões;
1

Sem que prêsa se sinta ao pb que a cerca, ,1i ! mlnh'alma, suspende o vôo incerto 1.••
Vac buscar pelos céus inspirações... Que t'irnporta \'agar na immensldade,
Se scmrl'e apoz de li ouves, o triste,
t n hora do pensar l Olhando ao longe Os gemidos plangeolcs da saudade....
l\lals se alarga o horisonle, a imruensidade ...
Não tem meto o Senhor, limite a crença, G. Augu.sto.
Vaguêao pensamento cm liberdade . •. (Extr. )

~
-~o - •. • ••
-· J.k .• -.
ANNO CBRISTiO. forr,ar a que acccitasse, ao menos meta-
OU'l'UURO. de de tud o q11,rnlo tinham trasido, é que
23. S1mu:'io.1-H~II\\. - Resa a Egl'cja declarou quem era.
l1ojc elo :;. 0 dia d a oicta vn de S. Pcd1·0 de 25. QuAR'.f .\- FJHnA.
,\ l<-n n tara. 2G. Qt11~T.H?ErnA-Aioda resa a Egre-
21!. T1rnç\-F~:m \. - S. lbpbael Ar- ja 11 'c~tes dois dias <la oictava de S. Pe-
<·hanjo-cujo nome 1-ig;1 ilica « medi cina d1·0 <l 'A lcantara.
de Deus » foi mélndado f1 lHl'a clebaixo '27. S.liXT.\ -FE tlH . -Resa a Egrejo-
da figura de 11111 m a n cebo acciado, quan- n'este din da vigilia ou vespera <los Apos-
d o , ao 111r~mo tempo ~e elcv,,1·a111 ao~ ceus tolos S. Simüo e .Juda!-.
1)s bumildes e fcrvoro~oscla1nore~ doce- 28. S.um,u,o.-S. Simão e Judas. -
go T obin~ e <lc S.>ra, filh ~, de Hag,.e l, Ao primeiro d't·stesa postolos tocou evnn-
011 e, havendo ~ido <lad'l a sl! lc maridos, gclisar o EgJpto; e ao segundo, que tnm-
,;:- rinlrn , i-.to rnon•er por malcficio dia- hem era conlJeciclo pelo nome de Tha-
l1olicn, nnt es mcMllO de constHnn r o ma- dêu ~ a ·~lesopotamin. Dti pois ambos se
t rimonfo. O cn l'i<loso Tol,ias c:-ta,·a no reun iram na. Per~ia, onde seus trabalhos
t:iptivciro de ~ini, e, e achando-se cm for:111, coroados co m innumera veis con-
necessidade, ordenou :i seu filho 11nico ver~ões, e a hi findaram sua earrcirn mor-
( o jo,·en Tobias) que fo:-se à cic1ade de tal, soffrcn<lo <:omta oles os tormentos do
lbge.; pnra cohraL' <le M~II pnrcnl e Gabelo mnrlyrio.
a gnantia de dei'. talento~ de prata, que 2!). Dm11xr.o-Dominga 1. 3 de No-
H1e de, ia por uma e.scriptu ra, 1nas que rem lwo e 21. º depois ele Pentecostes. -
pro(·11rns.sc 11111 ro u1pa nhciro, qu e a0 mes- Tra!>l.ida,;ào de Santa bnbel, Bainha de
1110 lem 1>0 lbc so n ·i~:-c de ...gnia, e ~uai·-
.... Pol'fngal. fln n'esle dia festa de S.
ela s.se d os pcrign~ da jornada. Saindo o ElesLào na Egreja de Nossa Senhora do
juren Tohia r, n proc111·a r companheiro, Ho~ario. S. Elcshào, imperador ela Abys-
logo :,,.e cncuntro u cum Hap hael, que se sinia, lrn "cndo dcnodadnmente guerrea-
promptilicou em acoiup:iolrn-lo, mos- do o:; iniwigos cfo Cbri:-lo, se r~'>olveu a
tn111do te r uin con het·i1ncnto muitf\ ca- pa~sa r o re).to de sens dias cm um mos-
lm l tanto elo cl rninh o como da pc~·"ºª e teiro, <leponclo em.Jerusal ern o regio dia-
foru ilia de Gabelu. Pa1·ti,·am. Quando dema, no lempo do impcradul' Justino~
<·0111hin:wa1u onde h,l\•iaiu <le pernoitar, pelo nnno !) 70.
le1uhrou B,\phacl a T ubiascp1c alli pcrlo
rn,1rnva n se 11 paren te, que tinh n um a li-
11111 u níca , cuui q 11e111 cllc devia cn.sé\1'. <tJJtfi<D!1JUCtUl IBLro:1U3;U(l); O.o
Chegar,,m co111 cili.•ilo lá, e proposto o Lê-se na Snfra<;,io P ublica do Leão: -
('ª"ªIIH!lllo, de que rodos Yiam ª" con, en i- « lla poucos dias· <le•embaréaram dos
*!llci,1s, m as que eg11almenlc túdos recca- hal'cos a va pot· do Saônc c1n rnw,.i cidade •
,·ani 1i, c~!leu me:rn \O resultado qu e os ou- i(j irmnns de S. Vicente de Pti ul o, q11e,.
t ros . li\'ernm d e cedei· ~s rnsões de Ra- sob a couducla de s ua !\11pcri 11ra, se c.Jiri-
phacl, q ue clles rcp ut nrn m urn homem, gern no Oriente, para raicr o ~c l'viço dos
ma:- c11j,1s p:ibrra:, linharn uma for<;a so- boi-pilaei.. To<los o:,;1·ircu11Muntcs~c des-
breli11nH1rw <le <'onvenccr. A:, pl'imeit'as coln iram respeitosam ent e ao pn~!'a l' estas
-Ires noites das bod a~ a:- pa!>c;:ll'a lll os noi- sat1 li1S mulheres, cujo .ingtdico dedica-
vos, !-egun<l o as im,trncc;ões de Haphnel, m c nto appa rece em toda a parle onde
e m orn~ão, :,,cm se loC'al'em , e fo i um c:, - ba fol'idas ti~icas pn ra curar, ou soífri-
!'-a tn cnt o ahemjoado p0r [)uus. D'alli fui meu\os mora es para suavbar.
Hnphael acompanhncl,, de ~rl'\'os dn Hn- -A ac.so,•ia,;üo para a oh-;e ryn,;ào do
guel rece ber de Gahelu o diuh eirn q 11c dom ingo te m feito cm Leão grandes
~lc\'iu; tlep11is ,oltararn todos a NiniYc, progres:-os. l lm gra nde num ero de ca-
onde u b,1m rell10 Tnbi~,s jü c::.tanl dtt! iO ~a:; 1-iC comcrrnm fcclrndas n us domingos
<lc c11idatlo que ~e tro co u em jubilo no e dfos sanl ificacl os. Esper:H;e qu e em
sa ber c,Hno Lnd o tinh a í'o rrido prospero
0
pouc·o tempo todos u!- cst.tbcl cci1ue n tos
a se u fillio, 1; ·cn<lo con,ecu1i\i_111t c n l cc11- da pr imei,·a orcl c01 de oo·;sas cidades
rado da Cl gnci ra pelo me:-mo S. Haplia-
1
arlisticas imitar:,o o bom e\cmplo tp1e •
\.), que só eoliw, e <prnndo e, rp1eriam ~ lhes é d 1c.lo.

L _ _ _ , _ _ ~ ~ ~ ~ ~ ~ - - ~ ~ -~

t
-{) r: e: JLl
0 v IJl Il llHt ~ U? Il ll il1 i! ~ me.D->
t ~,ci:mtWliiM W?.+>iftiE3ãM:a:nnstSF!'7Y.HN · :mmE4-1:ifffPlffte~~~~~fllo...,.._itr&mr::as.t.;.ii.#::!15 í1 ,s .. , i ~

-Os compositores e impre1-sol'ea, -A Sagrada Congrcgac.:tto do lndc.x,


empreoaclos
:, . . o em sua reunião de 8 <le Abril, p1·obibiu
na imp1·ensa elo jomal
.Perigo,·d, dirigii·am aos propr1etar1os as obras seguintes:
Jest,\ folha uma pelil;ào pedindo-rlles de Caelchisme su,· la c1·ét1tion du monde
i;npprimir a publicação do jornal nos
el sw· la théo,·ie de la Len· e, por pergun-
domingos e dias de festa, fundando-se
tas e respostas, do doutor padre Leo-
em que o socego dominical não é só- nardo l<lorcLioº; Sassal'i, 'l 852.
mente uma lei da Egreja, mas uma das
Jw.v hom1êtes pom· la jetmesse, O!t
.
condicoens da existencia da sociedade,
uma necessidade imposta a uaturesa hu- !e petit péda11t clans La conve1·sation 1

mana. Os peticcionarios dirigiram-se 2. ª edição, com estampas: L-ibourne,


em casa dos frcoàos Vigniozzi e sobri-
igualmente ao snr. bispo de Perigueeux,
nLo, 183'7. ·
pedindo-lhe acompanhasse a sua sup-
plica. O auctor da c,bra intitulada: Admo-
O veneravel prelado se apressou cm nétion conlrn les i,movations el exagéra-
responder a estes snrs. qué de boa von- tio11s dans L' Eglise catlwlique d'A lle-
tade se constituia seu advogado. A alta magne, José Bul'kard Leu ( ob1·a decla-
protecção do ui~po fez triunfar promp- rada no index de 13 de Pevereiro de
tamente as condiçoens moraes em que 185ú) fez a sua submis:,ào d' uma ma-
esta petiçã() era fundada. O Pfrigo1·d neira digna de elogios ( lau<labiliter se .
declara, em seu uhimo n .• que para o !,Ubje.cit ), e reprovou a ~ua pL'opria obra.
futuro não se publicarà mais ao domingo O decreto que diz respeito às obra~
ou dia santificado. a-ciwa est[1 assigna<lo, pelo cardeal d' An-
-A 13 de Mal'<,O, oR. ,villiam Scott, drea, prefeito <fa congregat;5o.
antigo minislro anglicano, memb1·0 da Na sua sessão de 7 <l~ Abril, a con-
universidade d'Oxfol'Cl, recebeu em Hye- grf'gaçào dos ritos discutiu pela ultima
res o baptismo e abjul'ou solemocmente ve.i. a causa da bt~atifiração do~ r;um·e.nta
a heresia. Havia jà mui tu tempo q ne martyres (a) da companhia de .Jesus. E11-
M. Scott, tinha sido tocado pela graça, tes quarenta martJres são o padl'e lgna-
e em llma sabia obt·a intitulada Com- cio de Azevedo, e seus trinta e nove com-
mentarios sob,·e o Apocalyf>se tinba-se 9 panheiros, que, tendo embarcado para a
visto constrangido, pela forç.a da ver- missão do Brasil, fora todos massacrados
dade, a lan<;ar o anathema 'contra o pro- pela fé e lanc;ados ao mar pelos bugue-
test,mtismo. As testemunhas presentes n otes. a 15 de julLo de 1570. Por de-
a esta abj~ração eram a nob1·e viurn do creto de 21 deSetemuL·ode 'l 7lt2, Bento
conde de Sbrewsbury, e o reverendo Xl V tinha declarado constantes o mal'ty-
Belanay, professor das artes da univer- rio destes heroes e a sua causa.
sidade de Cambridge, antigo ministro
- = -
anglicano, que ha muitos annos abraçou
-O conselho geral d'Aveyron applicou
a fé ortbocloxa.
-Escre,·em de Liege que doiç ingle- a quantia de 6:000 francos 1,080:000
zes convertidos re~eheram ultimamente para se eregir urna e~talua a mr. Affre na
o sacràmento da confirmação na capella pc•111ena cidade <le S. Home-de-Tarn ,
parriculal' de Mr. ele Montpelliêr, bispo patria d 'e5le glorioso martyr.
de Liége. Um delles, M. Hamilton,
M. A. do Balliol-Collegio, em Oxford, (a) Triula destes m,1rty1·es são portuguezes, e
pertencente a uma das mais celebres fa- 1o espanhoes, e entre estes ullhnos uru parente de
milias de E!icossia. Entrou ultimamente Saóla Thereza de Jesus.
no seio da Egreja, depois de ter sido por
muito tempo vigario de Chtisto - Alarnr:hão-Typ. de J. C. M. da Cunha Torres,
·Cburcb, Kent-Roocl, ero Londres. l:Un dos Barbeiros n. º 8. -18ü.4.

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
ANNO·1 Segunda-feira 30 de ourubro de 1854 N. º26.
. .

OCHRISTIANISMO.
l'l\f.ÇO IH SOllSCfilf>ÇA 'O. àV
( Por 11111 311110........ , SSOOO. V
Pa.,.0 0ú" 111 • 110 1 • séis mczcs........ l1$áOO. 'liJ
" 'ª ~ }• 1,·c~ mezes ....... 2$800. ~
\ ,\Vuls'lS.. • .. • .. .. .. .. • S240. \f
ii
i'io11 re11I animas vcrtlcre srcl satvnrc.
S. Luc. e. O. ,.• 50.

OCHRISJIANIS.MO.
..
Eis a berl:!_ éoncebida origem da festa
de Todos os San(os. .
Do mesmo modo que 11ma mãe terna
Todos os Santos. e cari nhosa, reuniu a Egreja Catbolica
todos seus immensos filuos, para os fes-
Os tufões prec1wsores elo rispido io- tejar conjnnctam~nte J.iante do throno
'\'erno, a<;Oitam as plantas e as arvo res, do Allissirno. E para <l emo nslrar a sua
arrebatando-lhes as foluas, como o tem- justi ça , con<luz à presenc:.a do grande Re-
po devorador nos rou ba os nossos mais munera<lol', e expõe às homenagen3 <los
formosos dias, para nos aproximar da, homens todos aqlle lles que mereceram
campa. uma. gloriosa recom pensa.
A religião mãe provida, espalha as N'esta solemnidade de todos os San-
festas<le tempos a tcmpoi-; mu1·cando-H1es tos cl:'1-se as lPÜos a Egt·eja, que existe
os inlervalot , como ~e fossem mar,~os in- n'esle mundo com ~q uella qu e está no
dicativos do e:-paço, ou oasis no deserto cén, revelando-~e a comunhão dos San-
da vida, para os christãos fa tigados re- tos que gosam a venturn eterna, e dos
pousarem, justos que :rnhelam, co mo grande co nso-
Cada mez tem seus mysterios proprios, lac;ão, e poderoso incen tivo.
suas solemnidades correspondente~, .!ltras Aquelles qn e a inda habitam n'este
commemora<;ões de Santo~. valle de lagl'imas, tomam animo porco-
O nascimento do Sal vador, a sua nh ecerem, que, sóa tra vezdas lagrirnas e
ap resen tação uo templo, a sua circumci- dos soffrimentos, chegara m os se ns pre-
süo, epifania, pnixào, morte, resu rrei<;ào decessores no re poiso celeste~ e por isso
e ascençào, leem celebrações muito e:;- clisem comsigo: elles foram como nóa, se-
jamos 11Ó:; como elles.
plencli<las.
Para bem foliarmos <la festa de Todos
A descida do E~p il'ito Santo. o Corpo
os Santos. et•a necc~sarin que podesse-
de Deus, a Na ti vid.ide, a Concei<;f10, a
mos descreve r a sua gloria, a sua felici-
Assnmp<;ào da Virgem Sanlis~rima. leem-
dad e, e o~ seus ex tasis se m fim. Mas de
se imccediclo alegremente umas as oull'as, que modo o po<le riamos fasee sen <lo nós
como nos tempos precede ntes. uns pobres mortaes, que não o podemos
O Christi anisrn o, porem, não se con- vêr com os.nossos olhos, qu e n~o o po-
tenta só com esses dias, consagrados a demos ouvir com os nossos ouvidos, e
sole,ooisar os mysterios, colloea tamuem que não o podemos compreender em
cada um dos dias do anno, debaixo da nossa aca nhada humanidade e exiguidade
protecçào especial d'.um habítnnte da te1Te na ?
mansão celeste. Bossuet.empregou e:tpressões tão s~-
No entanto o ceu tem mais escolhi- blime& e frases tão eximias. pa,·a explicar
dos do que dias o nnno, o que faz com a ventura dosSantos, que só5eL·ve m para
que a religi~,o nos submi nistre. com.o nos faser vêr a limitaç.üo do nosso ser, e
coroa de todas as <:om memo rat;ões p~rll- o quanto é impossível descrever-se aquil-
culares, uma ,:ommecnoração geral. lo que nem mesmo se pode imaginar.

~
JB3JP?JB3JL
#4 - +mrvz 4WIMWZ ê1 #C

Um dos meio, ele se poderem entre- « rôas que lidvcis g,m ha<lo, ó Santos ha.-
,·cr as delicias do oeu, é pilltar com vi- « bitadores do céu, a preço de tantas lu-
-vas côres ns ruiserias da te rra. a. No céu « tas e <lc tão rudes ll'abalhos !
diz, o Ecc/e.~iastes, um oceano de ventu- a. Nos, re\'esticlos de mh,eria'i vos ce-
ra ! n'cste mundo algu mas minguadas « lcbramos a vús, q ue o Todo-Poderoso
got~s d e :.\legrin; a terra so se surri a <1. revestiu de gloria.
tt'emer. » « Nós, que comoll'.ltlS o pão <lo lraba-
A Egrnja, n'est::i solem nidade de To- « lbo e dns lagrima s, nós vos celebra.mos
dos os Santos, quer que aaciosarnenle « a vós, que não viveis senão d ' amor e
d esejemos o cen; e que nos desgostemos « verdade, e que bebeis, nas laças d'oiro,
<le todo dieste a rido logar cm qnc jase mos « ns agnas vivas das fontes sagradas.
dc!)tcr,·ados. « Yós que e reis humildes n'este mno-
Com eífeito nunca tomos tanto amor « ,lo, nc'1s , os ,·e mos hoje mblurados com
à nossit patria, com o quando vi vemos em a. os Santos ancião~, que <lepoc m os MH!s
cruel de:--ter ro ! « <li;~demas de glorfo HOS pés do Hei dos
A Egrcja a n tos de esta L>elecer esta « reis.
deli ciO'-íl fe!-i ta de Todos os Santns, l1 oyfa a. Ó vüs, riue ua \'eis ~ido nossos ir-
Cl'i r1 do festas para diversas geral'chias do:i « mãos, sede-o aiadn no <·011 ! Nós so mos
hauitanlcb do ccu. a pobres, mesquinh os e \"e:>tido-. d e mi-
Deste modo a Egl'ejr, oriental ainda « se ria, e vós lra!'leb v~slcs e.o:plen<licfos,
hoje celebra a fosta de Todos os Santos a la rnda-. no i,a ag 11 c do co rdeiro; mas
<lo Testam ento Velho, <-JUe sa m todos os « não dcs, iei., os olhos <le rossos irmflos
j~1stos, cp1e preccdernm a vinda do Mes- « d'c~tc n1und o !»
sias. Qw1ndo as mage:,.losas abobndas das
P ol' muito tempo se celehrou a festa Ca tb edra cs, e as i-ingeltJs arcadas das
d os Apostolos, a dos di~cipulos, tan,hem Egreja:, Campestres, ou\'cm ca nt ar estas
a dos Marlyrcs, bem corno a dos Padres
do de~crto.
IJoe licas cancõc:,,
' .
o t'Ol'éH'àu do homem
e~lremecc, e ep tào ~o nt em pia, que atra-
O Papa G regoriu UI que occupou a ve11sando as vfrcs~itucJes do!, tempos, po1·
cadeira de S. Pedro em 731 foi o pri- entre os espinhosos ah, ólhos do soll'l'i-
mcir o que fez :,;olemni~nr em Roma a fes- mcnto , um <lia, am:.rnbü, hoje tnlrez te-
ta de Todos os Santos. n'1 de dc:,.cc,· a :.ua 111üc prin1íti,•a, cobrin-
Tendo ido o Fran<;a o Papn Gregorio do o seu rosto n frio pó da !-(•pultura !
IV, no anno <lc 835, exLortou a Luiz Se ns le!>tas floridas ~am pi cip rias da
o-BondosoJ-para faser celcbrara gro n- moc·idadc fulg:l'.à; a ÍC!>t.\ de Todos os
d e cntnl'uemorac;ão dos Santos em Lodos Santo~ quadra mais uquelles, que per-
se us esludos_; o q uc foi cxcc111a<lo no 1. 0 cor rendo Jonga mela se adiant am eru
d e Novc111bro do mesmo a uno. an11os, por Í:>W qu e loca no dia de fina-
Dc~dc c:,.i.e tempo li <·ou ~cndo odia dos!
<le lodos os Santos, a fe~ La do Outomno, T.
a fe:.ta que termi na os dias formosos e
se avbinl.rn <la morte. !;D.;~~nr -®ni~i1
Se a Egrcja celebra a morte de cada do
um dos Santos em parti,\ulnr, por isso
<]UC pela morte alcaoc;nram o goso da
SENHOR BISPO !JE EARCELON.t
bemavcn tu1·nrn;n eterna., é bem mHural ((011l ii11U1f(ÍO do 11, 25.)
que no 1. 0 de NO\e ruhro se celebre. a Para fozeL' ... obrcsa hir a mi:;cria a fc-
morte de todo-;, ou o se u triunfo na ves- altlade de taes ns~e rc:oens dc,e not:tr-se
pera mcsn10 do di ,1; cm que t·o mnrnmo- o t,eguinte: « Asseguro-vm,' que o culto
-ra os fnneracs de Ioda a familia de Adão. catholiC'O não co rre neohucn perigo com
É n'es~e dia, ao pas~O que OS YCnlos a com pctcnci a d 'o ulros. .» E:--te modo de
assobiam em de redor das Yclhas. Egre- diM'Orrer não só se oppocm l\ verdade
jas, que a r(\ligiào ranl:~ em seus santua- religiosa , mas tamhem à ,·cctn ,·asão ...
rios e~lc hym no a lod os os Santos: Como pú<le crêr-se que nm ~ó culLo nfio
« Nós mortnes reunimo-n os al egre- co rre ncnbnin perigo cm compclcoc:ia
« mente para rantar ac; palmas e as co- d'outros :1 Pois que;, a scduc<:ão, a· cu-
.,

1·iosidade, o escan<lalo, e n a~,tucia <los cns. » Aqui tendes, amacloi; filhoi;, um


sectarios, filhos de Baal, não i-ão agentes dos erros mais classicos do protestantis-
que se empregam incessantemente em mo. E:,te infelh. escripto,· quer combaleL·
fuvor <l'outl'Os cultos desde que ~ão n<l- todos os actos contra rios a soasopinioenst
mittidos? O rne:,mo Deus no Antigo Tes- como !-e os actos da verdadeira Religião
tamento mancln o seguinte: « Não baLi- houve~sem de ser ubjecto dos combates
tarão em Yossa terra (os sectnrio~ d'ontra ou polemieas de particulares, nem mo-
·religião) para que não vos fo<;am peccar deltn·-se jàrnais por suas opiniocn~. Quet·
contra mim servindo a seus deuse~, o Ludo bto, e por um direito indisputavcl.
que serin na venlade a vossa rui na.» Jsto Logo não poder.'.! disputal'-.se a um sim~
mesmo se repete no Novo Te!,lameulo pies íiel o comuatel' os netos religiosos
d'ul{l modo mais explicito: « Se algum contrarios n suas opiniocn~. Aqu i, pois,
vier para vos e não teouxer esta doutri- não haverão auctol'idades, e o Divino
na, não o recebaes em casa, nem o sau- I•'un<lador da E~reja podia ler deixado de
deis; porque quem o sanda commun ica as estabelecer c..l'um n1o<lo tào explieito
com :;uas ác<;oeus perversas. >, O mesmo c<;>mo o fe1., porque havendo simples fieis,
diz o aposto-lo du caritlade. Porém <lir- como o Cla11101·, ludo o mais seria des-
se-L:i : «A nos~a ReJigiiio é divina, heJla, neccss:i no.
formo~a como o sol, e eclipsará com seu Saib.1 púr isso mesmo esse senl1 oc\
resplendor todas as seita$ fa lsas que se que se aco..,tumndo a frn,er o que se lhe
collocarem ao seu belo. )> Assim devia permitte na ordem ci~·il quer faz (', l' o
succeder ,nmados filhos, se os homeris mesmo na ordem d.1 Heligião, de nada
mfo ti vessem paixoem; poi·ém o conheci- lhe aproveita a pnridade. Deixemos a
mento do cora<;ifo humano e a experien- quem pertence rijw,tar as contas ~obre v
cia nos mo:-i trnrn o contrario. Toda a ear- modo e iónna com que pó<le comba ter
ne tem corrompido seus caminhos, e o os actos da ordem que não esteja m cm
e.:,. tado pre!,ente do mundo, prescindindo harmonia com suas convicf;oeo:,, porque
d'outras mil cnusas, nos rev ela cl.,ra- isto não é da nos~a conl:t, e limitemo-nos
mcntc em que vi1·ia a parar um ensain aos do caoonico, e religioso. Na verdade
temerario de tolerancia de Cl,ltos. Os não ba coisa mai~ sabia nem maic; medi-
templo!> du verdadeiro Deus estiio quasi tada que os priocipios da c·ou,titui,;ão da
<le ertos; os baile!', passeios, tbeatrus e ·Egl'eja de .Jesus Chri~lo. Bem póde o
Ci.lfés veem-se suLnmameutc cheios. Um Ctmno,· dar-llic qrnrnla s vo ltas quizer, à
lu xo asiatico deslumbra por todas as maneÍl'a ele seu desejo, fazendo-o com
partes; 1101 scrn,ualisino em extremo se- boas inlençocus, mais ben5!vulcnl'ia l'ece-
<luctor exerce sen l) rannico impcrio, e berüo, _principalmente se se cnmparar o
n'uma palavra um retinamento de pra- germco de urna perpetua revolll<;~o f{Ue
zeres, gosús e divertimentos dictam a lei contem élS theMias sociaes e civis <lc mui-
aos grande;; e pequeno.~ . .. A liuerdadc tos csrriptorn!\, com a i;anta pnz, ordem
ele imprensa tem dado nascimentCJ a um e sanda vel sujcic;ão de inferiores para com
dilu, io de escriptos impios, e immorne11, superiores que contem os priucipios da
debaixo <lc todos os conceitos di:.;solven- Egrcja. l ;,ri deit es é, que quando os
tes. O bispo de Barcelona, que folia mui- bi~po~ fallam e ensinall), os 1-imples fiei,,
to menos do que devia fa tiar, e !iempre guardüm hilencio e ,1preodem, e se nl- ,
com uma linguagem p11r::1, verdadeira, gum tem alguma coisa a oppô,·, recur-
justa e catbolicn, é co ule~tado com urna ran) ao legitimo ~uperio r; porém que
multidão de vi tuperios, erros e l1eresias. nunca rompam e111 dicteri os e erros. Se
Pois bem. Se este quadro traçado a gran- de~eja provas, ('adn lelra das Sagradas
des pinceladas, é o verdadeiro, parece fül'l'ipturas, ca<la linha dos Goncilios, da
urn insulto ao Lom semo o allirrnar que Trarli,ào, e cada aclo <lo governo da
a rnultidüo de cultos ha-dc redundar em Egreja, lha!- sulhuinii- trarà tiío evidentes
beneficio da vct<lade ira Religião. como ahundantes. So os hereges é que
Continúa o CiamM· e diz: « Temos costumam repellir as sans cloutrina1, que
combalido e conliuuarnmos comba lendo, ensina o bispo.
usando d'um direito iodisp.uta Yel, tudos É lambem reprovavel, ao mesmo
aquelles actos contrari os u uvssas opinio- temp o qu e ridiClJlo, o afül'luar qnejnlga

~
JB3JP?JB3JL
servir melhor a religião que o bispo, por- zas daquelle que mú!Te no gremio da
que declara aos protestantes fora da com- Egreja com as d' um infeliz que viveu e
munhão chrisran. Esta censura só póde morreu fóra della, é ele certo um calho.:..
ser filha <l'uma crassa igoorancia. Por lico de novo cunho. Sim, amados filhos:
ventura os prolestantes, ainda mesmo isto é contra o que sempre desejou, pra-
baptisados validamente, deixam de ser ticou e mandou a egreja de Jesus Chris-
hereges? Ede que maneira hão-de estar os to, e não é possivel que o snr. communi-
hel'éges na communhão christan? Não cante nos mostre o contrario. Avança ·
tem que fazer allu&oens,.porqne nacom- muito mais que os protectores <los ce-
munbão de Christo não cabem nem estão mitel'ios e suas consequencias, por que
os protestantes. Communhão é partici- afinal estes limitam sua preteoção a um
pa<;ào dos direitos da sociedade de Jesus logar decente e vedado aos brutos, aende
Christo. Communbão é paz, sociedade, se reduzam à pó os despojos da mortali-
unidade. E que participação, que paz, dade d'um ser racional. Isto é humani-
que sociedede e que unidade bào-de ter dade. A pompa e festa funel>re são mui-
os que estão divP.rgentesnospontos pl'in- to mais. Porém o querer mü,turar as
cipaes e não principaes privados e sepa- cinzas dos ca tboliros com as do.s dissi<len-
rados das relaçoeos i ndispensa veis com o tes, nem é humanidade nem urbanidade,
viga rio de Jerns Christo? Não, não. Ne- mas sim obstinação e oppo:iiç5oaos prin-
nb uma parte t.em a luz com as trevas, cipias da Egreja calholicd, apostolica,
nem os membros do ,1erdadeiro Dens r9mana. Portanto vos rogamos e recom-
com o.s de Baal. Não vivem do seu espí- mendàmos, amados filho~, pelas entra-
rito nem da sua · Egreja, nem sua seiva nhas· de Jesus Cbristo, que despreseis se-
<li vina e vivificadora circula por esses ra- melhante communicado, que facilmente
mos seccos e aridos, destinados ao fogo póde fascinar os incautos, e o ólheis co-
eterno se não se emendarem. mo u_m laço armado ao vosso calholi-
Porém é já tempo de dei,encerrar- cismo.
mos o v~u a fün de que tudo se patenteie. Desejamos occupar-nos l,revemente
Notae bem o seguinte: « No dia em que com o 1'ribu110, porque a vel'd:ide e a jus-
o catholicismo se mostre intolerante e tiça, calcadas aos pé!! por aquelle perio-
exclusi, 0 e que se horl'orise pela simples
1
dico, assim o reclamam. Não sabemo~ 5e
ideia ele que as cinzas de seus filhos se' o auctor do artigo, correspondente ao dia
confundam n'um mesmo cemiterio 1 na- j 6 de Outubro, terá lido a nt1ssa pasto-
quelle dia se extioguiti.\ o fogo vivifica- ral. Basta para alguns tet· ,·onta<le de
dor. etc. >> L,to é o que diz o snr. com- impugnar, para o fazerem. ain<la me,rrío
muoicante, e bastarà isto se vo1- faltavíl à cw·ta do seu proprio credito. a O snr.
alguma coisa para dellc formardes uma bispo de Barcelona, diz elle, censurando
justa ideia. · A nossa já e:-tava formada na sua admoe~tação de 2 do corrente
desde logo pelo unico facto de tomar pat'- aquelles que defenderam a justiça e con-
te neste assnmpto. Conhecemos de perto veniencía de dar uma sepultura bo~rosa
certos escriptores que fazem dos calholi- aos chrbtãos dissidentes .. .. .,, Nós não
cos protestantes para que os protestantes censuramos tal coisa, porque a temos e a
sejam catholicos. Bello catholici$me> ! Es- olbaruos como uma e.tigencia <la buma-
ta fusão, se não é . feita pela caridade 11idade. Nem urna só palavra dissemos
cbristan, não vem rle Deus, e se ella não re!-peito n ce.miterios, 8C bem que censu-
vem de Deus, fujamos para longe della. ra mos aquelles que tomam por pretexto,
Paz, paz, e nao lia paz. A paz existe segnndo 11arece, o ponto elevado dos ce-
quando se estreita e abraça com a justi- miterios, para olfcrecer ú vi:.ta d 'um po-
<;a. Justiça é crêr e obrar segundo o nos- vo eminenlem<•nte catbolico, como é o
so dever, e oluar e respeitar o vigariode espanbol, o quadro repuguanh·1 do pro-
Jesus Christo, como Deus manda. Pres- testantismo, adornando-o com taes cores,
tem esta santa submi!'lsf10 e recebam a lei que ·parece a realidade do ma~s bello ideal
que de certo serà mui suave. Porem religioso. Levantamos a voz contra aqnel-
continuemos. le& que esct·evem como o Tribuno: « Se
Um catbolico, apostolico, romano, • s. s. tivesse calculado que nnfoamente em
qne não se horrorisa de misturar as rin- ffü;panha e alguns estados insignificantes

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
.. .

ó que està prolul,id,o o exercicio de dill'e- gun taõ arbitraria comi) injurio~a e des-
rentes cultos .. , l) E inconcebivcl, ama- presivel para com O!i ungidosclo Senhor.
dos filhos, o dclirio de certos cscl'ipto- Parece qne certos homens se conjuram
res, ,;iuando esta õ fazendo exforços de- para apreseutat'cm uma religiaõ fo,·jada
sesperados para nos tirar a unidade reli- em seus delirantes cerebros.
giosa, perola preciosíssima que naõ se « A íleligiaõ curistan, continua, pon..
pôde compraL' po1' tudo o <jlle ha no clo de parte sua procede.nci,1di\'ina, tcin
mundo. sido o peusa mento muis sublime de quan-
Apresenta-nos o exemplo de Rorna,, . tos tecn formulado a ülosofia. » Sirnilban-
porém se m reflexionar que naõ é appli- tc as~er<:aõ eeviclentemeotc falsa e con-
,:avel á ITispanha. A duplicada suprerna- tradictol'ia. A re\igiaõ christan é obra de
cia-1o ch efe e as particulares ci1·cunstan- Deus, r. a filoso fia é j nca paz de a form u-
cias dac1uelle emporio do mundo a cons- Ja r, po,.que todos os esfor(;os da scicncia
tituem em nm r:iso d'excepc:aõ. Alli exis- naõ tem tido o poder de inrentar nem
tem todos os elementos pr·eciws para combinar o que u sa bedoria increadn pude
co n-rnrter em bens o que em outras par- unicamente produúr para a sal\'ac:aõ dos
tes naõ p,·oduiiria senaõ inuumera\'eis homens. Porém j !itO é mui pouco, com-
males. Os judeus saõ \'igiados, reduzidos parado co m a t:HU:.ial que indica, porque
a um C!l trcito circulo~ e pode-se dizei· «ecuanl'ipando a c·omciencia individual,
que. teem marca<ln na sua frente o sello creou o exame, que e a . liberdade e o
de sua perfidia, e :saõ um testemunbo pe- progre.!;so. )) Aqui temos o principo pro-
renne do c11mprin1entc, das profecias e tcsla nte. Aqui e1>tà a ra,aô, unida ao exa-
da verdad e da Bcligiaõ que se 11..les prega me, e de na<la serve a auctorida<le, so bre
officialment l'. E <'o rno prornrà esse es- a qual !,C ba ...eia o admiravel ed1licio da
criptor q11~ nossos tiros sl1Õ exclusiva- Egreja. E-..tc me.;mo erro vae seguindo
ment e di!-parados de intençaõ propria até C'hegar a ir.~u ltar alguns prelados da-
contra os pcriodicos progressistt1s de Ma- quelles tem po!-, dizendo que o ordena-
drid? Será aca&o esta uma tpte-:,l;io <le rhm de difü•renle man eira. « Nos nos in-
partido~ Que Lc,n o Cl't'O cou1 a politica, clinamos, :,junta elle, para o lado de Je-
ou par,1 melhor dizer a origem ele t<ldos sus Chri!-lo e de se us discipulo~.)) Isto é
os erros religios:is que é proclamad:1 por mui comet1ucnte cm uma penna que so-
algum,? Se elles poi,suem a fun esta ba- bre taes matcriai; csti, espalliaodo os mais
bilidadc de e!')tarem c:ontinuamente sal~ pe roit·i nsos err():s; porque e mui logico o
tando de umas questoens a outras, en- inferir pue depois de .le~us Ghri:,to e ~ens
,·olrendo-as todas, nôs, naõ, nem a te- primeiros di-;cipulos, oaõ se de\'e crêr,
mos, nem a qnc remo~. Pol' vent111·a naõ 1fem confi a r em se us 1:,uccessores.
· saõ e!-tes sen hores nossos frm aõ.,; por ftcsta,,a toda ria oulra cxtrnvngancia
queu1 rogamos a Deus todos os <liai;, e sol>re n mnral do protestantismo, ~o que
por cuja· siuce n1 conver1-aõ e sah•ac;aõ es- diz « que e fundam ento de toda crenc;a ,
tamos di~po!-tos a derra mat• nosso san- e é i<l cn ticn f1 no:;!>a. » Como logo temos
gue ? <lc oceu pnr-nos ctJm alguma cx.teo~aõ
Naõ acom mctternos a nenhum pro- de~te importan te a!-sum p10, oos limitare-
grcs~j .. 1a, mas :.-imos erros que justamen- mos por ago ra a assegurar, fazendo todo
te deploram os em alguns homens que se o fa\'ur pos~h1el ao Tribuno, que nem en-
dizem dessa com munltaõ. Equem o obri- tende a moral do Cbri~tian ismo, nem a
ga, diraõ elles, a embaraçar-se com aquel- do protestanfümo; e du vidamos muito
le:- que naõ HIÕ ~eus subdil os? Dcixcra- que este periodiqui, ta saiba o que éa n,o-
)hl~S rc~pondercmos, <le dirigirem se us rnl, quand o allirma <]Ue é o fuuclaniento
cscriptos ao!- nossos, e entaõ lh es respon- de to<l.i a cren<;a,
deremos d 'o utra maneir.1. Quem naõ Qui1.eram sei' indulgen tes ao qualiG-
<leplol'ar!, c1 ceg ueira elo Tribuuo, quando c.i r a~ palanas ~cguinte1>: d~ npc!ial' de
afnrma « q11e offendemos o clern da Eu- as!', im o reconhc ce1· a Egreja c<.1tholiea. ))
ropa ioleirn que partilha ae~le ponto suas porem nnõ no1, é possi\'el, porque foz-se
icJeias rnligio~as P » Em nome do c:lcl'o uma grande injuria à Egrcja catho]ica. e
cntholico, apostolico, romano da Europa naõ poderuo:i deixar de protc .. ttu· em seu
inteira protestamos- cootra uma Hogua- . nome contra similbaute blu~fem ia. Dfa,
..
- +r:st

alem disto, qn e é se u proposilo naõ pe-


netrar no tcneno tli eologico. Fclid ta-
teer:» ":KtS «rne:ra: p t;,;w HAhi •a,s mrm

Onde est:im cs Oll'US parrntes? !. . .


OndP tão CJucridos entes,
Ci

mo- lo ~iocernmenle, porque neste ter- Que \'h·iam junto a mim ? !


ren o é inteiramente estrangeiro; e naõ Para sempre se ausentaram !. . .
Para s<:mp1 e !. . . e me deixara Ul
se cleix.ando guiar pcln maõ, cstà com mct-
Saudades, que não tcru fim!
tencl o uma multitlaü de <lispnrales, e - =.-
propagando os mais execr:n~eis erros. Onde estam 1. •. na sepultura!
Deus nosso Senhor co n,:e<la seus sa ntos Na mansão ,Ja worlt! dul'a
dons a este inconsiderado pcl'iodiq11ista Jasem seus restos morlaes !
afim de que com uma retractac.;aõ cbris- Mas as almas:> . . . oi! s.,m essas,
tan repare os damnos causa<los á verdade Qoem Jenibrnm nossas promessas !
e à Rcligia õ. Tenha em muita conl,1 a Oh ! não se 0Mde111 jãw:ib ! •
maxima daquelle sabio que dizia: « A - = -
peuca sciencia affosta-oos da Religião; a Olbac, as juras da terra
mui ta sciencia aproxima-uns clella . » t,. ECeroidadc as inccrra !. ..
Acoosclbamo-lo porque o lastimamos e Em ,•ão uão jura nlngucm !
amamos, q uc sedei.xe de usa r daspalanas l>a ,•i<la as pl'isões 1:ess.. r:i m;
Concilio Euc(l111enico no se ntido que o faz, ilJas laços, que alma'> Jig:1ram
porqu e precisa antes que aprenda muito Là no céu mnis força lem !
para que snas doutrinas mere<;am a sa nc- - =-
J.aços de fraternidade
c:aõ do q ne ellesustenla em competencia
l'uem lo<la a humanidade
de algu m bispo.
Em Yioculo peren11ol
(Conti,uin). Hoje orac pelos linados;
A manlton sereis chegados,
'lalvez ao Lc1·mo fatal!
Lan1entaeões. - =-
II.
01•en10H pelos 1banclos. Entre as plau1as, que viccj am
Quantas campas ora alvejam !.. .
•• Quontas cobre a c,cclsa cruz!
}'unúrco som de :1gonia
1 Virestcs, como ,,h·cruos '.
D uro banze nos envia f ••• Quacs hoje sois, nôs seremos !
Chama os vivos à oração ! Oormi crentes de Jesus!
É uma voz do infinito -=-
Lembrando ao povo conlrícto Oremos pelos Ocfuuctos !
Sncl'O-santa devoção! Um dia seremos juntos;
- = - Llade o pó ao pb 1ornar !
A F.greja nos dà o exemplo! E as almas dos que morrerem
Ao templo, mortaes, :ic templo Hão ele àquclles que vivcrt'm
Vossos passos dirigi! Uma oração implorar.
-::::..:-
Enlutada rtl ãe deplora
Os filhos, que exlinctos chora I Cma lagrima seolida,
Sllm vossos irmãos!. .• ou, i !, .. Por quem se ausentou <la vida
Cac aos pés do Creador !
- =-
l~az brotar linda saudade,
Ouvi os eccos maguados
(}uc ,·Ire na clernltlade
Repartir saudosos brados,
Junto ao tbrono do Senhor !
Que se escutam lâ no c~u !
- = -
De negro r~de os Altares!
15 as oblações som as palmas,
n cnorae justos pesares I
Quil Jcho,·á entrega as almas
Orae por quem jâ morreu.
Dos que bonrar:nn santas leis!
-=- Orae, que a oração conforta :
Se tendes Ili oo jasigo A I~greja \' OS abre a porta!
Pac ou )lae chorae comigo, t\joelhae povos, e reis.
Que na orphandadc 11quei ! - =-
Filhos, irmãos, ou consorte, Ajoolbae, que a lei da morte
AD1lgos.•., ah 1sim! que a mode nos mortaes cguala a sorte !
Roubou-me os que l auto amei '. Lei suprema, divínal I
I t
.,
f. i?l VM?R•kX'ii> ríCiti

Vê<le os Seculos passando, grnndes virtudes christans. Vindo para


l\lilhõcs de ossadas levando I
Qual vcsliu manlo real? ! Inglaterr:i em virtu<líl ele uma tempesta-
de, ou antes da providencia divina foi
-=- a rremessada ás plagas d'Escossia, e ab i se
Nioguem sobe diffcrenral-o !
Que o rei é cgual ao vassallo esposou com Mulcbolmo terceiro rei dos·
Em nascimento, e cm morrer! Escosseses. Entl'e as delicias reaes jámais
Sõ gr:1nde ó quem vtveu justo; se esquece u d as vigilias, celicios e jejuns
Quem olha a monc sem susto;
Que nobre corôa vae ter I
para melhor poder merecer a Deus. .Fun-
- =- dou e ma ndou fundar mnitos templos
Escutae !... là dobra o sino I nnde era prestadcJ ao Senhor Supremo o
Lá repete .:eco divino culto que lbe é devido. Transmittiu a
Do Omnipotente a alla voz! . . . seu marido e a toda a sua familia os edi-
Oremos pelos finados;
Vamos dar prantos magoados
fi can tes exemplos de virtude e amor de
,l quem viveu como nos: Dc~s, que n'ella t!xbtia em tão alto gráu.
Despresaodo o roundn m orreu nos bra-
l~um\ro som de agooia ços do seu Deus. \ .__,
Duro ~rouze no5 Cll\'ia ! t~
Chama os \'ivos â oradío ! NO~' E il IBHO.
É uma voz do infinito!. ..
necorda flº"º contricto 1. Q uAtnA-FELRA. -Festa <le Todos os
~acro-santa devoção. Santos. -No anno 6070 o papa Bonifacio
D. A. G. Pusir.h.
(Ext. )
l V dedicou ~1 San tissima Yir,getn e a to-
dos os santos m.1rtyres o antigo Panthe-
on, e foi isto o que deu origem à festa
ANNO CHBISTÃO. que tratamos. No anno 7~H o papa Gre-
OU'l'UBRO.
aorio JII consagrou uma ca pella a todos
30. SEGUNDA-I'EIR A, -S. Hodwige.- ~s santos na Egreja de S. P.cd ro. Grego-
filb a ele Bertoldo e Jgnez marquezes de ri o 1V vi ad o ú Frao<;a no tempo de Luiz
Mora viH, hli, na edade<.le it2nnno's , dada I, no anno 8J7, ahi introdu1>1n esta fes la,
em t'asamenlo a Denric1ue duque de Pn- que fo i por toda a pal'te ndoptada.
Jonia. Eduenodo seu~ filhos no amor e 2. ()mNn-FmR.\., - Commemoraç.ão
temor tlc Deu:-, e ficando vinva, foi to- dos Fiei~ Defun to!'. E este o dia em que a
mar 0 lrnbito da ord"em de Cister no mos- Egreja e~peeia ! men te ofl'erece :-acrificios,
lciro Tribuieense, onde pel'fcitamenle Ol'ações, esmolas e outra~ obra s mcl'ito-
d e. . empenl1011 a"I <,briga<;óe$ de seu-, vo- rias por todos aque lle~ que nos precede-
to·. O quanto sun alma esta va desape- ram n dar contdi- ao•jm,to jui1., e que por
o-ada de tudos o<, a ffectos terrenos o signi-
~ ~
ventura fll ram mandados para o Purga-
ficou clla hem clnramente. quando, l1 torio e,ip iar o resto ele suas faltas. Sim,
noticia du morte que sétt lilho Uenríqne é urn dogma da no~sa fe, q ue, mesmo
duque de Stle~ia 1·ccebe_ra na g nerra com perd (,ac.la n pen à et erna, Geamos pelo
os tartal'os, com um rosto mui to gereno peccado sujeit ú.-. a penn.s temporne.s, que
come•·ou a cncommendar-lh o a alma- a 0 1~ ha vemqs d t: cumprir . n ·e:-,ta viela ·ou
Deu~,' dando <10 mesmo Senbot· g,·,H;as na outra. Or[l, é egua lrn (.,nle ntn <logro,_.
pül' ~avcr permiuitlo qne :-:eu íilho ter- {!lli todos os tcn1pus r1-:cnnhecido, de que
mi nasse túó gforios.1 ;oente sua ca rTeirn. os suffragioi, dos vivos va lem para a ex-
Dens a fa,,oreeeu com o dom dos mila- pia<;iln das a lnias<lo Purga tori o; e é por
gres, e, fo senclo ~aher o dia de seu tran- j:,t c, qne os verrla<le iro· crente!) nunca se
:-ito, a levou aos eternos gosos. O papa esquecem de en viar ao throno d,) Altis~
Clemente lV, em vista ele ~nas virtudes e ~io1 0 ::ieu.., humildes L'ogos. principalmen-
111i~agres, a canonisou, e r,a Polonia ü te por aquelles n quem talvez tl evera m a
ella ,·enernda pelos fieis como uma es- vida n cduca<,:ilo e os bens, de que eslam
pecial padroeira. <le posse. S. Üllilon, ablmde do mo~teiro
31. TmH] A.-VEmA. -S. ~forgarida . - do Cluuy, inslit niu no nano 998 em to-
J'ainha de gscossia, ·o riund a dos reis de do~ os mosteiros de sua cungregaçflo a
ingla terra, e do sangue dos C~sares, .nas- com memora<~ào de lodos Ol:> {ieis defun.
ceu na lJ ungrfa onde clesde os seus to:;. Approvaôa pelo~Summo~Pontífices,
primeiros llOR')s· começou a rnanifcs.t ar foi logo cm toda a Egreia. acceita ('~ta fes,..

~
JB3JP?JB3JL
..

lhidade, que ,w terra é ele luto, masque rolina Lca, naturnl de Liverpool em
é de galla no céu em rnsão <las mu it.as ai· Ioglater ra, sendo mudrinha dn neofita a
mas, que n'estc dia là entram. exm. condes~a de la Margheritn, esposa
3. SF.~TA-I'ElllA-Resa a Egrcja hoje do <lo anti!l:o
,_. mini~tro dos necrocios
V e.slran-
-terceil'o dia da oicta va de Todos o~ Sa II tos. ge iros no tempo elo pa~s.i do governo.
ú. Si1nn.loo. -S. Corlos Borromeu- Outras semelhantes ahjuraçoens de pro-
<lcscendenle da nobre familia de Milão, testantes tem tid o logar .-ecenternente
que usava e~te apel lído, foi, ainda mui to nesta cidade, mas sen tim os não podu
joven, ioiciaclo nas primeiras ordens da referir 0:-1 nomes desses convertidos.
gerard1 ia ecelesiaslica, e coo lin nou a a per- O governo mandou no dia 1 O de
feiçoar os seos estudos na cidade de Pa- Março 1ieque&fra1· os hens do se minal'io
pia·. Provido depois em uma abbadia, diocesano de Turim. A admiuistracilo
logo tirou de condiçflO a seu pne, que na- elo seminal'io protestou como era de ~eu
da dos seus rendimenlos havia de ser dever contra este pur abuso de poder.
destrabido da appl icação que de viu ter:- Tem·se disc utido na <·amara electiu
ª suslentaçào dos pobres. -Sen Lhio, o a proposta de Jei sobre os abusos da pa-
papa Pio IV, o nomeou cardeal, e depo- lavra e~cripta, impressa e fa ltada contra
i~, arcebispo de Milão. Todo se empregou as inslituiçoens e go\·erno. A lei p:-tsso n
em levar a eíl'ei to as reformas decretadas com maioria, com pena de c:.i rcel'e por
no concili.o de Trento, que acal>av.-1 de tres annos, aos ministrns do culto que
dis:;olvt!r-se. A instrur<:ão do clero me- abusassem no exereicio do seu ministe-
receu-lhe p·articulares cuidados, como rio, da palaun <le Deus.
quem via que pende daqui o bom de- SuEc1A. -A pcrsego ição cont ra os ca-
sempenho é.le seu augu~to mini:.terio, e tbolicos continua por parte dos lutlie-
escrcreu, ent re ou tras obra1-, o ca thec:is- ranos de Stokolmo. O parocho calho-
mo elos paro<'ho.s, cheio de sabias ins- lico de Stokolmo o benemerito abbade
tl'ucções cm moral. . Qnanclo cm Milão Bernr1rel, aca ba de instrui,· na verdadeira
grassou um contagio <lesola<lor.z elle era o religião as senb vras Fuok, 01f~rman,
primeiro a correr ern socc1Jrros dos em- Schultz, Andet'SSOJ), ,vallender, Muller,
pestados, jà administrando- lhes os sacra- e a menina S. "'vV. Lundgrcn nccusadas
mentos, jà dirigindo lhes palav1·as cons~- estas diante elo consistorio lu ~herano de
lacloras, jà finalmente deixan do- lhes al- Stoekolmo, e confessando a verdade, d~
guns meios pecu niarios, de forma que cl'1erer viver e morrer calbolicas foram
nesta uccnc,iào até o proprso leito mandou por uma sentença d eclaradas mortas
·parn um eafcrm(), i dalli em diante so civilmente, e expu l&adas perpetuamente
cm cima de uma nua tahoa tomava al- do territorio sueco. O parocho recebeu
gum de~ca n<:o. Promo\'cndo uma pt-o- iotima<;flo ele cessar com as instrucçoern;
cisl'>ào de penitencia para apasiguar a jus- que fazia, este respondeu redondamente
ta ira d~ Oeus, dlc descal <.o, com uma que ntio obedeceria a semelhante 01·dem.
co rda ao pc!iCO(jO, e nma cruz aos bom- O pintor Nilsson fe,·cnmenle pel'se-
bt·os tran:-ilou todas as ruas de Milão. In- gui<lo pela sua conversão moneu exiladc,.
do ao monte Varal, onde bayjam os pas- e victima dos trabalhos que leve que 1iof-
sos da paixão, e pa~sando ali alguns dias fre r no hospital de Copenlia gen.
em mab as~iclua conle1npln<:ão e maiores :Na constitl~ic;ão sueca ba um artigo
penitencia,;, so breveio-lhe uma feh re. e que protege :i li berdade dos cultos! ! Não
.sendo trasi<l o para MHüo, ahi deu a Dens ad ,nira: a liberdade dos cultos costuma-
.seu cspil'i to puríssimo no anno <le 158li. se enlen<ler por Jiberdade de todos os cul-
ª
5. DomNGo. -Dominga 2. de No- tos, menos o verdadeiro! ! !
0
vembro e 22. depois de PeoleCo!,te!-. ..6!L '"'7 li(~---
No impedimento do nv. Sr. Conego 'fhesottreir0
<tlDU!@~llef!à lli!:!~ll~ll1:>iHl<) Mor, o Conego meutcrio M. da S. Rosa prefü1e ao-
J,ê-se oa Li'amilia Catolica, respeitavel Publico, que, en, consequcucin de coocer-
h .tLIA.-Tnrirn á de Março.-Hoje tos indispeosovcis cm que se a<:lla a torre da Cathedral,
fidto ali interrompidos cs 10,1ucsdc sinos, sendo estes
na egreja paroC'hial de Santo Agostinho feitos do outro lado ela lgreja, por sinos pequenos.
o reverendo prior dílquella egreja rece- Maranhão 26 d'Oulu bro de ·1S5lr.
. beu a abjurac:fln e baptiso•1 , sflb condi-
Maranhâo-"fyp. de J. e. M. ,ra cunha 'J"o,.,.cs.
tionc a seuhorn D. ~cnma Victoria Ca- t:uci d:H' IJ,rrbct:-os n. S.

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
~NNOI Segunda-reira 6 ·de Novembro de 1854

OCHRISTIANISMO.
' PI\F.ÇO DA SUC.SCnif>ÇA '0.
w
ffi I ASSlG:'iA-SE:
l',,r un, 011110......... 8$300. W !
n... .,.
,-.go a..,,an 1ac1o
t
11 SPis m , •1.l'S ••• ••• • • t.Sf>OO.
• ,,...,. n1c-,e$ ....... 2$800.
,\ vul,;,,s...... .. , ... ,.. St40. i
t t/
'li
!Xa llul ela Cru1. n. 30, e na :.t'ipograptiitt
A deste
'W
tJ
Jornal.

No,1 i·eni animas 1,e,·clcre scrt satva,·c.


____ ... __
.__ ._ . - ~-- . ~- -
S. Luc. e. !>. ,•• 50.
-------:.=:=------- · - - -... - - - - - ·

OCHRIS TI ANIS MO. 1ncrariamente menos pre5ado5.


Le is, e Mandados eram esr.andalosa e .te·

O hon,em que teme ú Deus, nada


receia, tudo espera, ludo aleanc;a, e vive
' por conseguinte em plena paz. Firme na
(Co11ti11unrão d<J 11. 25.) promessa do Supremo Remunerad~r ,
... sna& obras ~am acompanhadas do Temor
() céu é o meu theso,1ro, e a le1Ta é o
escabello dos meus pé$ • •• • P ,fra q111:m olha- de Dens, suas ac,·ões conformes à <,ua Di-
rei ea pois, senrío ,,a,·o o pobresiulw.,e que- vina Lei. l~as1-i~ poisqueellese,-êcheio
brantado d'espiritv, e que tnme de minhas de bens, augmentando-se cada vez mai~,
palavras? · . se bem souber usar das heneficcnrias de
, .É o proprin Deu~ quem assim falia se u Creador, que ollerecem lt todos os
pelo Propheta l~aias ('1 J: e é n'est,1 nohi- qne, gua rdarem os i,eus Divinos Manda-
fü,!>ima cundi<;ão, di:-eµ10:. nós, <lo Crea- mento:,, sem di . . tin cc;ão de- pe!-lsoas, o que
<lor Omnipotente, propicw, e amoro.,o, se lê no Levilico ( 1), a sabe r:
em <.jlle deve con.,h.tir, e firmar-se toda Chuvas em tempos oppol'iunos; fertilida-
alegria dos pobres d'e~te mundo. Temam de 11os campo.~; abwular1tes f'ructos nas arvo-
os h()mem à Deu~. oh!>en·em ~.xactamen- res; pao nu fartura; habitaçaó sem fa vo1·, e
te os se ns Divinos ~Iam.lamentos, e co- sem temo,· de inimigos; paz completa den-
nh ece rtun de c·erto, co1u 11 verdade reYe- tro de se11.~li111ites; somno descanQndo, sem
lada, que nada faltaªº" qu e O temem, havei· inquietaçaõ ele.
como testifica o Prnpheta Hei, disc ado: Vejamus ainda no Deuteronomio esta·
teni ei au Senbot· ... . : porque os-que O mesma pt·oroessa, acre~cenclo mais as mui-
tewecn oão caem em pobreza (2). Ê cla- ta s benc;ões, que o Senhor dà aos que
ro portanto que o Temor de Deus, e a cumprem os Seus Dez i\laudamenlo5, di-
fiel e cuidad osa observancia de sua Divi- sendo:
na Lei, é o unico principio de toda a Sejam bemditvs na cidade , e bemditos
pro!'lperidad11 espiritual, e temporal do e,~ o ca1111>0. Bemditos seus filhos, e bem-
hom(>m: e os <111e ns!'lim não pensam, vi- dllos os fruclos -de suas te1Tas. Bcnulitas
vem enganados compl0ilamcnte, despre- todas as suas cousas. Bemdita toda a sua
sando a sua maior fdici<lade, para bus- familià, e bemdila seja toda a sua casa.
car muita.,; veses e:-sa felicjdade apparen- Seus inimigos virám po1· · um caminho e
te, que, alcançada sem o Temor de Deus, (11gi1·âm confusos po,· sete . .• Se1·ám be;n-
só servirà para os lanr.ar no abismo da tlitos em todas as suas ob,·as, e em tudo que
éoufusão, mesmo n 'ct-le mundo, em-que frabalha,·em, acharàrn p1·ompla a bençaó
passarám se m duvida 01, dia s attl'ibula- ele D eus, e depois d' esta tJida m01·lal al-
dos, receando as contas, qnc necessaria- cançarâm o optimo thesotll'O, 11w é o c~u,
mente lrnm d(? p•:e:,lar peran te Aquelle pm·a seu eterno desconço.
(Deus). h qu em não tcmerao1 , ç cujas Não queremos dizer, com o que aca-

(·I) Is. 66-1-e seg.


bamos ele referil', que os justos, e temen- ..
fl) Ps, 33-fO. (1) Lo\'itic. 26- 3 e Sl.'g.

~
JB3JP?JB3JL
il ' •
,
tes á Deus viviràm sem lrt,lmiiJu:,; antes vir à Deus, e cumpri~!~em, Mandamentos,
·fato se deve snppor como cousa certa; tudo irá sempre de mau á peor até a ul-
porque é verdade, que sam muitas as tima e fata l ruína .. N'esta maxima p r in-
tribu la<;Ões elos justos; p~rcm lambem o . cipal concordam todas as Divinas &crip-
é, que de todas ellns ·os 1,ivrará Aquelle, .ª
turas,· ~ cada pasrn eatamos vendo rea-
que os protege-Deus. E isto o que le- lisada. E esta a sciencia mais verdadeira,
mos em um dos Psa lroos de David:. mul- que devem os homens aprender, sem a
ite tribulationes justo1·tm1, ~t or~mibus his qual andal'àm sempre na ignorancia.
liberavit eos Domin11s (1 \ A grnnde Pro- Fr. V. de J.
videncia <lo Altíssimo para com os seus
escolhidos nunca de ixa de os amparar. (Continúa).
Muitas vezes Deus manda aos que O .
temem a tribulação, e os tr~1balhos, para
que mais se Cirmem no seu saoto servic.o, t,á\~T®~~~
e reconheçam que, por este meio tornar- do
se-ham mais amados de Deus, e mui sa- SENHOR BISPO.DE BARCELONA.
biüs pàra conseguir o tn::!io,; bem de suas •
almas que deve ser o primeiro objecto de (Coutinunçãc do 11. 26.)
seus cuidados. Tan:1bem nos devemos occupa t' com
E na verdade não ha cou~a que mais u jornal a Nacion, e o faremos succinta-
ensine ao homem, que sejam os traba- mente. Dois extremos étbrangem seus
l hos. Parece que i:;to mesmo chegou a escriptos que temos á vista. O primeirn
d iser o Apos~olo S. Paulo ainda do Filho é o <los insu ltos, e fica plenis~imarnente
~1e Dcrn; Humanado-que havia aprendi- absolvido e perdoado por nossa pafte de
~o do qne padeceu por_nosso rernedio : di- todos aquelles qne não contem injuria ao
dicit ex his qampass11s est (2), o que só se decoro da nossa d ignidade, que devemos
pode vet'ificar da :iciencia experimental, con<luzil' illesa. Nos fazemos bem em tro-
como explicam os Tbeologos .... co do mal e orac;oens pot· imprecnçoens.
A maior conso lação que podem go- ~o outro·, comprehende erros, e a esle
sar em t-eus trabalbo!I os justos, e temen- respeito nos refedmos ao que jà temos
tes à ·Deus, é lemhrarem-M1 que os rece- dito, pot'que nada ajunta de novo ao que
·bem da mão de Deus. que os ama mais, tem consignado seus co llegas, de quem
·que eiles à :.i mesmos, e·<:!u~oSenborque antes nos occopamos. Hecordamos-11..ic
·o s aOige, é o m e1,mo que os confo rta, co- de passagem que nem uma so
pa lavra
mo diz a E.. criptura Sagrada; e se algu- proferiu~os em nossa pastora l a respeito
mas vezes Jieam privados do:, seus bens de cecniterios, e não obstante este perio-
tempon,es, podem depois alcançar mu l- dicu repete até a saeiédade semelhante
tiplicados, como aoontcceu com o S. Job, especie, attribuindo-nos o que jt1mais nos
e outros muitos de quem nos faliam as veio à memoria. Sabemos até que ponto
·Divinas Lettras. chegam as exigencias d;t humanidade e
A conclm,ào certa é, que o amar, e ern honra-la não haYcmos de ficar atraz,
temer a Deus, o guardai'· attentos e dili- nem da 1\Tacion nem de nenhum outro
gentes a sua Divina Lei, eSantos Manda- perioclico. -Porém d isti ngamos cscrupu-
mentos, é o unico principio de to<la nos- losaménte o que a ella pertence e o que
sa verda<leira fe licidad r , e boa fol'tt1na pertence ao culto•protestante , o qua l não
n'este rnundo, e e1co o outro dà vida eter- devemos a<lmillir, uem tão p.ouco algum
·na, que esperamo ... It i~to o quecon\'em acto qne.lhe possa abrir a porta. Nossas
aprender, e ensina i· oppol"luna e importu- vistas Hxa-vam-se n'um· ponto bem mais
namente à todos aque lles que, desejam alto . .. . No das rnrdadeiras doutrinas,
ser felizes, gosando os verdad eiros bens. que debaixo elo pretexto de cemiterio.~,
-E como de facto, onde ba o temor de eslav,am soffreodo os m~is rudes ~taques.
Deus, e se observa fielmente SIHI Lei San- E escusado demorar-nos maisern dis-
tissima, tndo prospera infalivelmente; cu ti r, se com as concessoens de cemite-,
porem onde não se cuida ern amar e ser- rios e snas dependcncias, Liaviaru de af-
(1) Ps. 33-20. fluir homens de outras crenças e trazer-
{2) Ad Heh. 5-8. nos suas riquesas. Os que veem de-terras

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
longioquas o que buscam principalmente apresenta-los po1;co menos do que sair
é a fortuna, p~ra com ella regressar à tos. Um periodico <lesta capital cootinuoll
sun palria. Se se lem bram da Religião, n publicac;:fio do dito commuaicado, e
com isso nenhum inconveniente hão-de como aqni ha tanta aOluencia de gente e
ter, porque sendo uma Religião qu e prin- tantas circumstancias que poderu indu-
cipalmente consta d 'actos pri va dos. tarn- úr ao erro, parece u- nos oppr,rtun o rati-
becn se exerce pri \':-ida,oente. Finalmen- fi car o que jà dissemos e desfazer lama-
te, notan1os que se l'epetcm mais os tex- filh os cquivocos, dando a con hece r um
tos sagra dos no artigo da Nocion que nos pouco a seita. I~ e~le o nosso dever, por
<l os seus collegas, ab11~ando delles d'um qu e detemos propngn nr, e confiamos na
modo mais rcpn, beo:.ivel. Nosso Senbut' infi nita rniserico rdia de De us Nosso Se-
lho não torn e cm conlc1, nem pcrmitta nhür, qu e ao largar o pontificado, ficarà
p or sua infinita mi,crico rdia que as pa- tão integro.º sagl'ad o depo1,ito da fé e da.
bv1·ni1 de vida sejnm palavras d e morte unidad e como o rece bemos de nossos ve-
para esse clc!-graç:H1o. nera veis predec e,,su re.!-, que e~tão na san-
1

É do nosso de,·er dizer quntro pnla- ta gloria de Deus. Se o ~nr. communi-


n a'i ~obre o con111rn 11ic:ldo in, erlo n'um ca nt e tem nlguma advcrtencia afai er so-
periodico Üe:-.tn no!l~í-\ capital. -Ligam- brc dS proro~ic;oem emittidas a este res-
n os com se u t1urtor ,inculos LOais e!,trei- peito, repe tim os o que ja an tes 1hc <li$se-
tos que com m, 011tro..:, porque é um Gel mos. Não temos neccs!lidade <le nos en-
de no-;!'ia j11ri:;<lic<;õn C!-piritual, e por tan- go lfo1· em c1uc... tof' n!-i qu e procuramos~eio-
t n uào <lcrn lcvur a mal que lhe demos pre eril:H'. A , i<la é curta, nsoc-cupac~oens
um conselho. são largns, e vamos directawcn tc á ve r-
l~mui !-Í01plcs <..: reduz-se a que não <laclc, porque se lemos <le nqs occupn r e
p erca o tt! mpo e111 foz.er oh:-erraçoens em cler11 orn1· no q ue e pouco condu ce~tc a
~eniido pouco <lc.<·nru~o !\Obre as pa~toraes clla, jírn1 ai1' n<lian tarcmos urna pollegada
do seu biiipo. Nada irnp orta qne se nco- de terreno. Hoga rnos ao :,nr. coromuni-
herlem co,n a capn hone,ta de /11unildc.~ cnnte que rdl cxione he,n no que esc: re-
representaçoens, pur<l'le (lc,cohrinclu o ,; cu , porque o qt11i :-e e!>t·rc\'c pude nüo
emblu;o adv erte-;-,c log,, l (ll e nem são hu- pa--sal', ~e 111 q11 c 1'e forme o cooccito on
mildes, nem i-iio repre:-..cntaçoens. Ntio o de-.coneeito daquelle q11e escreve. Pcn~e
seguiremos no rampo do direito publico, que ha uma Ml Religiiio"':er<lu<leira, e que
porqu e por esta vez, podemos escu~ar paro a apreuder e pr:, ti cn r co mo Deus
similhante <ligrc·s:io. 1\'o ,1 tra occasião manda é preciso reconhecer suas legitimas
que nos seja pt'C<'Í.so , oi'10 nos e!>qmvnre- ancloridades com n· sagr.1dd missão que
mos no t raua ll1 0. recebernm de Je::,u~ Chri~to e de seu Yi-
O no'iiiO e-,~ripto a brangu do is pon- ga rio. Nã o nos le,uhrnmo.s de ter orde-
to11> cardeaes. O primeiro refe re-se no nado pre:-.h J tero a-0 snr. rom rnu11ica nt~ ..
Ciam01· .Publico, cuj o m11Clt> de tratar as nem de lhe concedermo" liccnçn, porque
pc:.soas e as coi~n~ da Holigii"to {> demasia- s,, as~i,n poderia i11til11lar-se, co11w l'al-
do censurarei e indigno de uma pcona im mente se in titu la, !-actlrclol<! d,1 co nsci-
cat bolica. Aqui não se tl','\ta de direito encia. Por runis q11e se morttfi•1nc cm
publico, mas ~ó de examinar se são ou· dar exp1icaçocn", ounC'a ch cg.:i rà a pro-
não merecidos os e pitbetos de ignornn- var que tnes expre.ssoen:i sào llu111it1irlas
tcs, fanatico b, e out,·os quej andos, que em boa lingun~e m. Jt roi.,a perigosa cba-
vrocligalisa aos prelados e aos ccclesiasti- mar-n,,s ao terreno <la di . .cu:,i-ft0, po1·q11e
co:, que tem regulad o sna condu cta pelas on ord t!m canonirH, a qur d eve acom-
1cis mai-; ~a bias e ~an tas da Egreja. Se o rnodar-~e C:-,le se nhor ela:-, humildes 1·e;H·c-
sm'. commnnicnntc é d c~ le se11tir, es ta- sentaro1ms, podernos condcmnnr e repro-
mos prumpt.<?:, r, li1 ê\-lo do 1-1eu erro por ,·ar o seu cscripln se m L.ii ~a r a c:,sc pa.
palavra on por cscrip b cxo minando tu- lanqnc, e o eM:rip to li car~t condc1nna do
do 1uiutl.irnenle. e rcp ro\'ndo ,rn lre Q-; l'lllholico~. Se o t.lito
A !,eguada parte da nos,a pu:i tor,,l sn ,·. no:. dc\•e ühctlient·ia, ~c111 t'
111<lo :\Llir-
versa sobre u 111 co 111 in u n ie,,<lo <l e certo n,a, pre:-le-n como \'c1d,1deiro fi el o não
protcstaote, p11bli1·Jtlu un 'J'riln1110, que SC'ja ohcdie1wi.1 <l e p1·otc,t:m1e, corno des-
tem por fim d c~1·11lpar a :;c11~ se<:larios, e grn,;adarn cn tc se dei~n entre ve r cru .il31t-
õ
&A 1 1 ?:.:,.;.;::;--....=t..\.!11>4 t Et 18
<D XX:N
©5ü'il~tr.aàU úJW~Q
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mas clau!,ulas do se u etcriplo. Pelo mui- cnmentos o r?socns irrccusaveis que elle
to que o rimamos, acorn,ellrnmo- lo que lhe ajunta. E notavel a memoria apre-
não procure sua gloria ein esl'rever sobre sentada ao rei em 1780 sobre ns cmprc-
as pa1,tornes do bi~po de Bat'C'elona, ora ~ai; elos protestantes, pela assemblca du
affil'mando, ora nngando a submissão ao cle ro de França. Nüo o é menos o Me~
mesmo, ele uma maneira vergonho!>a. rno1·ial d 'um ministro da mesma nac;ão,
Uma da:, peores notas c111e púcle ter um redigido para SCl' lido no conselho do
cl1ri.-,1ão é o escrever em sent ido pouco• re i, que teve logar em 1787. Bnlmes~
conforme sobre as dou trinas san tas e vel'- em sua celebre obra <lo 1n·otesltmtismo
dacleirns <l'um bispo <·ntboHco, npostoli- compm·ado com o cathoLicismo, conf'nndiu
co, r')man o. A histo ria apodera-se de Qs proteslanles judiciosos, e os fez em-
tu<lo, e quando a postcridac.lc examine mu<leccr. N' uma palavrn, todas as histo-
alguns actos de no~sos dins, certamente rias e:icnptas por homen5 intclligenles,
se en.!herü de e.. panlc, e admirac;:"io. Não críticos e imparciacs. são outras tantas
se a1-soC"ie aos periodico!\ ccm.urados, por rcfutaçocns do prote~tantismo, de mais
que uma mà l'éHISêt, creia-111)s, não se ou men os merito, porém todas victol'io-
jui>tifJ cn pcir mais 11m protccto1·. ~a~. A sua cnell.aor refuto<:ào é manifes-
Temos formado umn rese nba, ama- tar a sua otizcm insolente, os horrores
dos filhos, <los prinC'ipacs erros que em que a seguir;m e a viola1;üo de todos os
dctí·imeuto do:, inlcres.,cs publicos e 1·c- direitos.
1i~iosos ~e c..,Lüo suslcntuudo e propagan- Não parecia destiaa<lo a \'Í \'er nem a
do por algun!, C!,cri ptos e perio<lico~, pre!j- ter mais duração que a d' um relarnpngo
cindíndo agorn, como ~cmpre <le suas que se <leixa ve1· por n1guns mom e ntos,
inten\·oe ns. A-; idcia·s culminanles <Jlle se bem que para causal' o c:-;panto e a
apparerern !-ào principalmeole as dos pro- destruição; poré m a misel'ia humana é
tc~tantei-, e podem l'::t\11',a r gra vissimos superior a Lo<la a êXage1:aç{io, e n ~eguei-
dumnos a vos~a:,, nlmas. E.. ta considera- ra, nascida das pai.xoe ns, fogt? <la luz e se
c;ào, de tanto pel'-O para ~ó.. , é um moti- precipita nas L1·evas; no immnndo c!rnr-
vo podetosi,sim0 qu e nos iinpellc e de- co <laquellas, Leve origem o p1·otestanlis-
cide a não largar a pen na nt<· ,•os. pôl' a mo que, por forma diver!,a d 'outras he-
salvo tia 1,ecJucc;.'10 e do .. nrcfo, tão foroilia- resias menos ,HJ<lazcs, tomou à sua conta
res aos inimigos da ,·pr<l,,dc. füio tern e- trao . . tornar o dogma, a moral, e a clisci-
mu3 tanto o prute.. 1aofi:-rno como o in- plina cfa Egrcja. A occasino era fovora-
differcnt i~n10 e rnciooali~mo, ~cus sate l- , el, tudo l ::,tan1 prompto e soo u a hora
1

lites, cuja malefil'a iníluencia <le. . grac;a- fota! <la revo]ução. Prctc-xtou ribusos,
<lamente 1,e toro,, bem ~cn:;ircl na época niio p<t r;i 01, corrigir, mas parn se justili-
presente. Cill' e toma-los por mo1ivo, ajuntando
T(lclos os argumentos clest:-,s seitas Re· outros mais prej u<liciae:. q11e osallegaclos.
acham reduzi<lo:; n pô, gra<;as no genio Naõ :.e pode lêr se m horror a con-
in vel'-tigado r clo1-, d o11 to1·1·.!-<·a tholicos. Bos- d11 cta lice nciosa e libe1·ti11a elos pntriar-
suet combateu com o mais feliz c~ito os cbtls do protesta ntismo. Jnauguraram a
erros dos prnte,ta11tcs. Rouraglin com- C'hamncla reforma po1· ironia, proclaruan-
pcndion e ape r fei <,:00 11 uni pouco seu dn 1111H, libe rdadcsem limite~, uma egual-
metboclo. O pl'i111eiro reu niu e.xcellentes dade chimerir.a, <le<'laran<lo-sc contra a
<lndos e c~C re\'eu tão atilada e co n~cien- auctori<lade dm, lt•gitimas potestades com
ciosamente como o merecia o a~snmpto. n peuna e com ai,. armas. Divididos en-
Ü segundo t•o nfi ou ('OUl l'él'-ãO no aualisa- tre si e sem um centro, porq ue Linbr11n
do engenho e lino la<•l o do primeiro, e C'oml.rnt idn o l'-Uprerno regulador n t'IÕ lhes
a11,bus apre:-cntar::im um tra ba lho com- importava o contrnclizer-se, nem val'iar
p leto. Sir William Cuobett, n'nma serie ã cada passo. A lithurgia em língua ,·ul-
de carias dirigidas n rodos os inglczes ga r cativou a muito!-! ignoran tes. O mi-
seo!'ia to.;, mostra q 110 o prote~lantismo ni~terio re ligioso e a ndminblrac:aõ da
tem ~ido a can:-a <la pohresa e dc!-regra- Egreja , entregues a seculares, eram cu-
menlo do povo inglcz e <la ldanda. E... te hi1;ados pelo11 principaes de entre os po-
celelJ1·e e~t:riplor n~o pretende que se <lê vos. A aboliçaõ dos exercícios :rnsteros
credito a suas palauas, mas sim aos d o- élgradava ao~ homens carnaes que t1e lla
-
cncúnt1·a vam a auctorisa<Jão do divorcio
e da poliga mia. Nem tão po uco faltava
&W

recefabulosa, porque talvez um cura pro-


tt!slante reuna uma melhor dotação que
-
pasto oos cubiçosos, porque o tinLam vinte dos catholicos. Os bo1nens des-
nos bens ecdesiasticos e nas usuras; por preoccupados e algum tanto liv1·es ela es-
fim os affei(}O.ldos á1: disputas tinham um cravidão do vicio e <l<1 paixão, abando-
campo vasti:-simo aonde podiam diva- nam uma egreja que não tem nem póde
gar, interpretand o a seu belprai.el' as ter nenhuma ~as condi<;oens capazes de
Sagradas Escriplnras,· e convertendo os os tranquiUisar, ainda mesmo por um só
dogmas e \' erdadcs .is mais sagradas em di a. Para illuslt'ação deste ponto, o mais
jo l)'uete ele suas caprichosas interpreta- interessante, temos n prazer ern aponlar
ço~ns. Pouco a pouco ~e foraan div~dindo aqui nlgomas das rai-oens que moveram
e subdividindo em opinioe ns, pwq ue não ·ao duque de 13rusvick, homem instruido;
é possivel que oi; prote5ta ntes concordem experimentado e maduro, porque com
entre si. Pol' este motivo e com o andar mais de se tenta annos ele protestante, bem
do tempn. o prote:,tnntismo veio a se r um se pude crêr que a sua · c1.m versào, nem
ruei o que se faz ser vir para tudo segundo foi impremeditada, ne m ligeira. Prefe·
o q11e conve ro aos que o seg uf'm, perden- rim os apresentar a um proteHante de-
do qua i-i intcií·ament e o ca racter religio- senga nado para que se conheça que não
so, porque é inai-, uma associação secu- temos outro inlercsse que o da verdade.
lar, uma mola polit.ira q ne move à sua 1. ª Como no principio de minba de-
,·on tade o suprcrn o poder. At1ni não ha liberaçaõ me propuz, como já disse, cles-
pabvra do cén; aqui folta a virLude divi- p· esar ou naô adrnittir como maleria
na, regeneradora e podero. .a paru pn1du- clella a qu alquel' seita, ou religiaõ appa-
zir irnmensos bens :w individuo e à socie- re nte , eco que e nc ontrasse alg·um erro
dade. P ec;a-sc a estes infelizes, um sym- contra a fé, 011 contra a san 1·asaõ, em
bolo, uin canon, um decal 11go, é certo consequenC'ia disto e.rnmfoei varíos dog-
que óo!, não apresentarão nenhum, ou se mas das prctendi<lns religioPns modernas
apresentarem algllm. se râ ind11bitavel- Gppostas à catb olica romana c0m os fnn-
mcnte coatl'a l'io ou di rer,o d ~ outro ~ o u- d a,11entos e reg ras, que presuppuz no
tros, pol'que està1> confeccionatlos pela prinripio desta obra, di~co1Tendõ especi-
volubilidc1de da fraq uesa humana que alrnc..ntc por cada uma deHas, e por pri-
póde rn11d al' a cada instante. Ern logar meiro exemplo form ei o seguinte raciocí-
d' uma regra canonica, puderão offere- nio: Oeus é infinitamente sabi<;> e bom;
cer-no:,, uma cu111"o tit11i<;:·, o, ou nm regula- iaipoz-nos certos preceitos , por cuja
mento l'lecu lnr, como o de qualquer ou- transgressaõ castigarà gravissiruamente .
tra soc.seclade que não neja religiosa. Em aos ho1Uens por uma elernidade; lt1go
togar ele sacerdote:, qu e por sua vida e seus preceitos devem ~el' taes ']lle possam
condu cfa seja m a luz do mundo, nos ser observados por nós com o auxi.lio <le
apl·esen~ram uns bomen), qne commer- sua graça; porq:Je do coutn,rio nem se-
ceiam com essa fal'<;a d e rcligíáo pl'Otes- ria legisladol' snpienlissimo, nem ? enhor
tr.nte. Os curato~ e nrnis bencúcios ven- clementíssimo, se pela transgrcssaõ de
dem-,'ie a ho mens qu e depois se enca rre- seus prcceifüs c<1sliga~se eteróamente aos
gam dclles com o unico firn d'cxplorar o homens. Nioguern por certo diria que
mi:.ero povo. Em tempo de peste ou de era mui sabio e benigno aqu elle senhor
outra calamid ade em que o cura eatboli- que rnandas~e foze r a seu se r vo nina cf> i-
co é, pot' ai-11-iin dizer, -o panno a qu e se· sa iropossivel, como se lhe ordenasse de
enxugam ai, ln grima~ de ~ens freguezes, faze-i· parar o curso do sol ou de tocar co m
o pa:.tor prule~~anle olha-os com urna o mao ao ceu; e porque clle naõ fa zia
indifferenc;a e,t01ca a algumas leguas de isto, que lhe era impos~ivel, o castigas!>e
distancia, aonde pócle pas.:mr commoda- com gravissima'i penas e duros torruen-
mente com Mia ruulher e {ilho!-. Ainda tos. Ora pois: sendo Oeus como e, Le-
mesmo em tempos no1·mae:; ba~ta-lbe ter gislador ele infinita sabedoria, bondade e
uma egrcja 111al sit11adic1 p,ua a .-tbando- benignidade, oecessnriamcnle nos e pos-
nar a um mercr. nario afim de go..,ar das sível o cun~prir seus preceitos com o au-
delicias dc.1 corte ou de. rnellior clima. xilo da sua graça, e por oon~eguinte, é
Não ob:,l.lnte, a renda que di~fructam pa- fabo o dogma da fé de lodos os iono-

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~ j l~i35elr::rrati:1::PFwa:JQ.i#&"3tiê-4~;; t • .

varlorcs que allil'tn:-t m ser impossivel a


observaçàõ elos divinos pt·eceitos, ainda
® <nlll ma ~trllài!rt~.nn<D,)
_,.. <<• · <itt:r:t:::l":'::2C'1Uf l:a;;-m«:4:rt Ja d , --w& 1 w +a
-
eom o auxilio de sua grac;a.
(Contimía) xxv.
Qa31n dlligens Jocoti, 3il: ,er~bm tilJI pro
tl3chtl 1llla tua minore septem mmis.
Et ~e,pcre Li6m Rllaui suw• hllrodu~H acl
eum.
, ••• servlcns ~ pud eum sepwm :innlulliis.
Ct'n. cap, :is. t·. tS, 23, 30.
,. X XIII.
Seuolt nutem hnc, cl c~llgnerÍmt oculi
Contente das promessas <.lo Senbo1·,
~ju.~ •.• 1!:t vestlbus lsau valtlcbooi, quas npud P' ra terra de Labão Jac1,b partiu;
:.e hal,cbnl doml llnduit eum-.5tatimquc Ul

. ,
sensh ,·e.1l111ento11101 rragroo1iam , bcnc1ll· Onde, apenas Rachel forJ110sa viu,
eens 1111, uil.
Ctn. cap. 21. r. 1, 15, 27. Seu puro coração bateu d'aruor.
Jsac, que largos aonos j á d'edacle P' ra ser esposa sua, com fervor,
Contava, :ulensns trevas redusido, a filha de Labão ao pae pediu,
Qniz um dia Is:iu, filho querido,
Que em dar-lhe sun mão só consentiu
Em noru e allençoar da Oíviodatlc.
Se fosso por sete anoos seu pastor.
Rebecca, que atéli mais amisado
ror S<'U filh o Jacob tinha sentido, o praso.tlos sele ::innos :icallcu;
Serviudo-lbe a ccgocira ,to mal'ido, l\las La.l>ão, qoc nacbellbe não quiz <.l ar,
r •ra do fil ho f:lscr a felicidade. Por Lia, que ora feia, lh'a lrocou:

Ordena-lhe que lome em continente De sorte que Jacob a assoldadar


As mesmas veste~, que Isaú trajava, r or mal.i ou tros sete anoos se tornou,
E ao 1':ie cm logar d'cllc se apresente. Só para com n achcl so de~posar.

--
lsac, que na cilada n~o pensava, Viefrn.
Jacob ahençoou, tenuo nn incute
Que seu filh o Isaú abençoava.
Vieira.

~M~M it ~<i<G6.· llnitn.; tliceot!! ~IIJI Doulir.o: 11~vme1e in


lCTrPm 11a1rum luorum ... . ...... , . .. . .
Qui 11~<11111p1is rratribus ,uls, ,,~rsccnrns
X X I V. cst cum cliclms >l'Jllcm, ct lOlllfm:hcndil et,11,
ln tllOOle Gllb~d.
Cumc1oe vc11!~1 ad qucndom locum., ••
<!0111111 h ln eoacm toco. 'fullh ifuqoe JacolJ bpiJc,n et erexit fllnm
\"l1ll1quc in ..,mnls sra Iam staotem.,, El ln lilulun,.
<10nli11um in,lllum scal:i dlcrmcm sibi: Ce11. cnµ. :li. t'. 3, 2~, 4:;.
Ei;o sum l>ominus Deus Allrllham•.• ter·
iam ln aua dum1ts, tibillato...
r:cn. rap, 2&. t', U , 12, 1:..
Jnrob, por seus rebanhos opnlcnlu,
'J'etUendo ct•esscs lloos ser clespojado
Á rah•a d' Isau Jacob fugira, r el o pae de nnchel, que tlc mão grado
Para terra d' Ilaran guiando os passos, Sóprnr-lhe r ia da for111nâ o vento.
No meio do caminho os memll ros lassas
Senliu, e a llraodo somno succumbira. Os conselhos de Deus rcrordn allento,
Ahi, coroo dormisse, em sonhos vira E ele Lia e n achel acompanhado,
Escada milagrosa, cujos llráros 1..1\ foge de Labão, que exasperado
Tocavant ca da terra oos cspaços- Dos fil hos pouco tar<.la em seguimento I
Onde o nslro da luzconslante gira! Passado o rio Eufrates se encontraram,
Os anjos ci o Senhor por clla via K, qu n11do guerrcar· se s<> deviam,
A subi r, e descér, e là firmado Uma nova alllani:a alli firma1·am.
No alto o Crc:idor, que lhe disi:i:
Sacrilicios depois a Deus enviam,
« J~u sou Deus d' Abrahêio, desamparado t eranlando uma pedra, a qoe chamaram
(( Por mim.nunca seràs, te d:ir-lc um dia -Tcstemunbo <los votos, que fashn. -
<< Aterra, cm que ora dormes dcscaoçado. f? icira.
t"icir t , (Extr).
CD <!Hlllãll~HJU.tl~ll~m®~
WWW A:=G 44:WWZ>U:Zaas P 1-i c:s Z::- :a:::::;;&; &-A r:n:,

ANNO CHBISTÃ.O. ·11 . S.\llBAoo-S. Marlinho-íilbode


.NO'l"EJIDRO. paesidolatras, nasceu em Sabada, e aos
lfez annos conhecendo que à religiaõ
6. StGUND.i-"FlHil.\,
, chrisi:a n era a -verdaclcirn pediu se r ad-
7 '1 ERÇA-l'fü ll!\.

mittido, como ca lec humeno. Seguindo
8. QuARTA-vrnRA. -Resa a Egreja n'es-
depois a profissão das armas conservou
t es trcs dias da oictarn el e ro<losos Santos.
9. QurNTA-l!EJRA.-Dedicac;ào da Egre- sempre pura de todo o peccado a sua al-
jn do Salvado r. -Quando . o im perador ma; e quanto e ll e era caritati vo, o mos-
Com,tantino recuperou a snudc e a sal- trou quando peclindo-lbc um pobre quase
vação por meio do Sacrnmento do bap- nú a esmola, ellc cortou com a e!-pada
tismo, a primei ra lei que emanou da sua me tade da sua capn. não tendo ou tra
rogin penna foi-que os c hristàos pod es- cousa que lhe desse. Abra<;aduo depois a
se m cdilica1· por todo o mundo sLrns ,ida ecclesiastiea, foi elei to bispo Tu ro-
E grejas; Ó que não só foi por elle conc·e - nense, oude edificou um most~iro, em
didô, mas até U) e1>mo praticado. E en- que \' ivfa m on asticamcn te com trinta
tã o n o s~ u proprio pa lacio d e Latrão de- companheiros. Adoece ndo, ped ia a Deus
dicou uma Egreja ao Salvador. a qual foi que o li bertasse <locarcere m ortal; pore m
consngrada a nove clo Novembro pelo be m diífe rentes :is orações de seus di~ci-
papa S. SilveM re, cp1e uaptisa n<lo-o o pulos:-elles quP.riam que elle vivesse
curara <ln lepra. 1:: cm me moria d 'esta ainda muitos annos. Deus allendeu an-
<'.DDsagra<;:io que hoje a Egreja celebra a tes às de se u servo, e o levou à eterna
Dedicação <la B.,~ilica do Sa lvador. glorfa.
1 O. SEi"TA-H.IRA. - S. André Aveli- 12. Dolll~Go. -D<'ru i ng.1 3. ª de No-
no,-(l'<tntes cha mado Lno celloto, nas- vembro e 23. 0 depois de Penlc.:!ostes. -
ceu em Ca,tro i\ovo, <1 ne <! uma villci da P atrocínio de Nos~a Senhora. O papa
Lucania. Indo para Napole., frequen tar Bento XIII, que rendo q ue toda a Egreja
os e~ludos, levou bnm gravada no cora- in,·ocusse a Maria Santis!õima co m tào~ig-
c;ão a ma.xi ma «de que é o te mor (le nificati vo titulo, <'u m que jà desde o te m-
Deus o pri1wipio dn ~a bedoria; » e com po de S. Alberico abbade era invocada na
effeito pns~ou incolumc o agit ado mar Orde m ele Cisler, d esignou o 2. 0 domin-
elas paixües <lo:, verdes annos. Bacha1el go ele No\'embro para esta fes ti vidade.
em di r eito foi ordeon clo e m pret.?ytero,
E' co m elfeilo bem significativo o titulo
e dando-se ti advocacia no foro ecclesias-
do P a!l·ocin io I elle comprehcnclc o qne
tico, lhe escapo"n uma ruc.m lira quaa<lo
e lln quer , e o que clla pode! como ex-
defendia· <'erta cama, <~ fc,i tão gra nd e o
tremosa M~c <los homens, quer sem du-
subscqn c nt c :11Tepc ndi111c11to , que d e lo-
do abandonou 1::i l p1·ofi'i"flo. Pedindo de- vida (J Ue ellesse sah em, e para isso de
pois ser ndmitlldo na· congrega<;ào dos coutinno roga para elles supernbundnn-
Clcrigo~ l1cg ulare", Lodos os n1 omenlos les graças com que sejam am parado., no
empregou cru lqriw1·- :,,c digno <lo céu; a - d ecl i,•e ele suas fr,;gilidacles;· e como pri-
sna <'aridadc lhe d.,va forças so bre-1.iu- viJigiadá Mãe de Deus, tu do pode para
ruana'- para sup po!·ta1· os trnhalb.os de com ell~. não duv ida nd o um san to dou-
seu ininisterio; pas~a,·a dins inteiros no lot' chamar-lhe on1oipotcntc junto <lo
confi:-sionario, e se de noite, fosse ella a omnipotente ! ! Eia pois, filhol- queridos
mui:- lempe1'luosn, e ra C'hamaclo para as-
d e tão ·,wgustn ~l ne·! redoLrac vosso fer-
sist_ir a alguu, moribundo, ei-lo ahi cor-
ria a le~·ar- lh e os ~Ot' C<HTos c~piritnaes. ro r, e pedi n esta poderosa ~ cdiadora
E:itaodl, pa ra celebrar o ).a nt o :,acrifi cio. <]Ire não ::-ó preserve d o contagio da im-
foi acommctti<lo tl' umn apeplesin; e po- piedade to~os os qtfc aiuda n io,·oca m ,
der,do aiuda rece be~· os Suc1~a 111én los, cx.- mas cure aquellcs ruc~müs qu e d'ella
nirou drp o.is na paz <l o Senhor. hlat-fcrnnm.
-Lê-se no Ecclcsiaslico:

l\llNIS'fEUIO DA Jl,;Sl'IÇA,
Dee,•eto ... 777 tle Cl ele lojC&eaubro tle 18511,
-Por pa rtici pa<:ilo ollicia l a
Exc. Rcvm. feita em <laia de 2']
Vedara com7Jrelte11didn.~ 11as disJJO.~içt'frs do m t. d'é\gosto uhimo pelo Rcnu. Sr.
:1 2 da lei u. 580 de li dcsc:ten1bro <it? 1850, as
duas /otr,·i"s co,u·Ptliclm, prla assrmblta prorin- Cooei)'O
o Josc J oa uuim
, Xélvit'I' de
tzill do ili aranhão pn1'11 fls obra.~ do com:ruto de Barros, sabe-se que no dia '12 d'a-
Santo A ntoniorúi r11pital da mesma JJrorincia , quelle mez ao 111eio dic, follecêra o
e:rlmlddas em 1852 e 1863.
l~.{ m. o Re\•ro. S,·. D. Francisco
-Hei por bem ~anc<"ionar e mandar Ferreira d' Azevedo, Bispo de Goyaz,
que se execute a ~cguinte res(lluc;ão da :,,endo sepultado no dia 13 às 7 110-
nssembléa ge ral l,•gi~la tiva. ras da tarde, com todo o ceremonial
Art. uniro. As duas lutel'ias concedi- re&pecti vo, na Capclla de N. Senho-
das pela ;ts~cmblen legi:..lati va provincial ra da Boa-morte, Jazigo determi-
<lo ~h.ranlião cm bcucfieio das obras do nado pelo mesmo Exm. Sr. e por
convento de Santo Ant nn io da capital da eHe marcado com a mode~ta e uni-
rne~m~ pro·dncia, CAlrabidas nos ,rnnos ca pa\arra-Pcccavi.
ele •J 852 e 1853, fican\ co mprchendidas O Berm. S1·. Concgo Barros.
na di:;po~ic;i'to d<1 art. 1:2 da lei n. 58G de que desde 14 de Junho ele 18lt2
6 de setembro de '1850; re,ngadasasdis- 1-ervia os luga reis de Provi~n r e Vi-
posi<;ões em contrario. garin geral naquella Oio,·ese, foi
O \'isconcle de Pa,·an.\, conselheiro por di:-po~i<;flo tei,; tamentarin e ul1i-
de el'llado, se nado r do impcl'io, pre~id eo- ma vontade do Exrn. li nado, no-
te <lo co n-.elho <le mini~lrO!i, minbitro e meado Governa<lc,rdo 13ispa<lo 2 com
:iCrrctario de estf1do dos negocios dn fo- o m,o singular <lc,toclas n~ faculda-
zemla, e pre!\i<lcnlc elo · trílmnal <lo !be- de~ por elle excr('üfos no Ili~pado
so uro nacional, a:-:,im o lenha entendido por vfrtudc <la EncJdica da Con-
e fora e.xecura,·. grega~üo- dc Propaga nua. fü.le-
i>ufocio do Hicl de Janeiro, em 6 de . em audieocin do Sant() Padre Grc-
selem bro de 'l 85lt lrigc-.imo terrefro da gorio XYl de 2.3 d,· Julh o dê ·}Súlt
indepcndeacia e do impc1·io. -Com a ~ ultimamente ampliadas po1· mai~
rubrfra d eS. ~1. o impcrnc1or.-T7i~con- , 25 annos pelo Breve do S. Padre
dc t!c Parnmí. Pio D. 0
Consta-nos maif'l quo o
- =-
Pioa<lo era noong<' nario.
-No Domingo 'lV do p. passn<lo tem
Jogar na Eg· eja da \ 'irgem Santisl>i~a do Descance na pa: do Senf,or.
llo!-ario, a fe:-.tívidade do ~fartyr !Santo
Efobão. Houve vc11pcra, e missa ~olem-
ne, orando n'c:,la por occasiào do E\·an- ..eA..""" • t!!iã - --
O'elbo o Revm. Sr. Antonio Tavares da - Em virtude da rcsoluçflo tomad:i, pela Congrega:
ção dos Lt!ntcs do Semin;irio lipiscopal tJest:i ridade,
Silva, Inspector dos Alumnos do Scmi- cm o din 3 do corrente mez, o Secretal'iO d:t mesma~
nario Epi~copal. abãixo assignado, faz scientc ao rospcita,·cl publico,
-No 1. 0 do corrente, pela~ 7 hora~ da · <1ue no Jin 6 do corrente em o .mesmo Seminario, pe-
las 41 /2 horas da tarde se dar:. principio aos cx::imes
uoit<', sa\u do Cemilel'Ío da Santa Casa das At1!ns do anho lectlvo , rome('aodo pela cte
da Misericordia a-Procis..,ão do.. Ossos- Gr;immnlica e Lingun lalina, e precedendo a eslc aclo
uma ora('ão de sapil•ncia, que ~erà recila,h por um
~l percorrei· a~ ruas da cidade. _Não obs-
dos Lentes <lo dilo Seminario no lgnja de Santo An-
tante o numeroso conc·m·so reinou em LOnio, com ºassistcncia de: s. l!xc. ltcwm, , do Exm.
tochl o SPU trarn,ito a boa ordem, e res- Sr. Prcsidenti:: da l'rovincin, Jo~ Lentes do dilo Se-
mit1:ufo. dcs do L ycêo, e mais pessoas gradas da
peito ao solemne acto- funereu in:stilni<lo capllal; Ouc.la a dila ora('àO p-1ra maior solc111nidade se.
pelc1 Egrejo. . . • . entoar!\ o Ll!J1ln10-'f/ e11i Crr11 tor Spiritus;- lr.r~
minado cllc terà lugar os ex.imes mcnciunados.
Ao recolher ela proct:NIO suhm ao
pulpito o Uenn. Sr. Conegn Elentberio O llcncílciado
M. da S. Hosa, qnc, nacl"a <leixon para Estcvtío Alues tios Reis.
que podesse salisfozer ao se u immenso ntarcmfu""io -T!J71. de J. e. M. dcl c,mlm 1'orl'Cs.
audito rio. 1111a dê>s Darbci, oi 11. 8,
ANNOI Segunda-feira 1;1 deNovembro de 1854 N. 28.Q

OCHRISTIANISMO •
l'i:l:C:,O 1) \ Sl,l;SCnlPÇh ·o. i'j_ V
t\ ASSIC~A·SJ:a

na
r L',,r
l•
u 111 ~11110 . ... . .... ssooo.
cl' UI do l • s,·i, UW2Cj.,, .. ... 11~00.
,-, ;o a ta • 111·:r. m~1cs ..... . . :!SSOD. à
v
l l'\G n u3 da Cruz n. 30, enn Tlpo: ro11Wa
~ <leste Jorn~I .
A, uh'),..... .. • .. . • .. . $240. \1
I! 1
,\'011 1·cn l m1íuU1$ pcNfere .~r,I snt,·1,rr.
S. Lu~. e. !>. , •• ;io.
-·- --- -: . :. _.____.:;·=~-- - -- - - ----------=--------- -:-+-AI

scm nna, reservou, empregand o-o em lhe


OCHRISTIANISMO. presta r homenagens , e.<p or-lbe nossas
fa ltas, repnsso r em nOS!->O ospirito os bo-
llnr 111onla da moa•al •va11~ellea eo111 o
J'ut oro do lao111eD1. ne(icios que temos 1·ecebi <lo, e aqnelles
ninda ,n:, iore!; <]Ue cc; peram os rc~eher.
« Se aspfraes n vida eternn, ob~crvac
<t os man<lamcn to~, d iz Jesus Cbrislo. (3. 0 ~land amcnto-G ua nbrús os Domin-
gos e Fe~tas.)
.. man<ln mcn los saro e:.les? «Ama-
Ouc
·« reis ao Senhor ,·osso Deus de todo o É o a mor ele Deus e do proximo que
·« \'l)!-SO coraçaõ, de Loda a vos~a a lma, exige, que entre os nossos semilbantes
« com todo o ,·osso espirito. É este o am emos e lwn rcrn os co m prcfer en ria.
({ pri,neiro e o maior rnandan,cn to; e eis aq ucll es <le quem o Pae Corn mum se
o: o segu ucl o, que é se m1 ll1ante ao p1·i- sen •iu para noc; communicnr a existen-
« meiro-Amarcis ao proxim o como a cia, e faze r- nos gcsn r as va ntagtms da vi-
(( vo~ mesmo. , va so<'ial. 1ú. 0 ~laadamento -Honraràs a
O que have rá de mais jmto ! Visto teu Pae, e a tua Mãe. )
que send o nos destinados :t \' i,er eterna- 1t o amôr de Deus e do p roxitno, q uc
mente na sorieda<l e du Sccd.rnr, em qu e nos obriga a l'O nsiderar to<los os homeus
emp regar a ,·i<la prese nte, qut? é o novi- como lilbos de Deus, co mo nossos irmaõs,
ciado da eternidade, sennõ em progre- e de nos ub:i ter <le tudo acplill o que p1·e-
dir e m :.cu conhecimento e amôr? Sen- jn<lique q uer a sua alma , q uer ao seu
d o a Vontade do Pae Ceh·slial, q ue os corpo. (5. 0 Manda men to-Naõ mataràs).
filh os d os h omPns go,em em se:i ~cio f: o amor de Deus, e de DJS mesmos,
das doc,:u ras <le urn a fratc,·r,idade perfei- que q uer q ue respeitamos a nossa alma ,
ta, naõ será natura l, que ell esse habi tu- creada a !)emilhanc;a di,•irrn , e de.... tinada
em desde es te mund o, .i naõ Le r senaõ ao~ góso5 de uma ordem ~upel'ior, para
um rornçao e ncna alma ? que DCh lh e rccu~em os, fúra do caso di-
« N'estes dois preceitos, aj unta .Jc~as vina ni entc ex,·cpt11aclo, os indignos pra-
« Cbristo, estàm ence rrado~ toda a lei, e seres que a rebaixariam au nivcl do h1·u-
« os profetas. 'l> to ( G. 0 ~ O. º Ma nd'1mcnto ).
Com effeito, eo arn or d e Deus, que É o a mor de Deus e do proximo que
nos ordena honrar o seu sa nto nom e, e q uer, qu e !iuspira nclo exclusiva me nte pe-
evitar em nossos pe ni,nmentos, p:..lavras los thesouros do cen, affü .. temo,; no,1-os
e acções tudo o q ue ferir possa o respei- corações, e oos:-a~ nrnõ-. eh_,., beth paii~a-
to que Jbe é devido. (2. 0 M:rn<lamco to- geirns que a Providencia lilieralisou á
Naõ juraràs o seu nome em vaõ). nossos irmaõs. (7. 0 e 1O. 0 }Jamdame n-
E o amôr de Deus, que quer que san- tos- Naõ furtaràs, e naõ co hic;arás as
tificJuemos o dia, que sobre os oulrf>s da «ousas alheias.)
• e

Finalmente ainda é o am()t' de Deus nos adrn rn os possui do, q nando vemos ,a
e do p1·oxi,no que oos pruhibe offen<lcr soeiedaclc christ,ia e ciril pcrturbadn dD
,, ,·e,·cladc, levant:H' 11tl-;os te5tcmunhos, tndns os la<l os e <ltl um nwclo doloroso ~
e offender é\o:; nossos scm ilhaole-; quer atoriní'nlnda e r.omo opprimida pelas
por píllaHns, e pensamentos, quer por ma is ll'ii,Les cala midades. Vós nilo o ig-
uossa~ .tc1:õe,;. (8. 0 ~!andamento - Naõ norais; as na<:õc:- f'hristàa~ i-àu neste m o-
levanwr:\, fobo lc~ternun l10.) mento n Lribuladas e confundidas pol'
:\au l>ai.ta porem mo~lrnr ao home:u g-uerras muitu cruci-., por di:iseasõcs in-
o caminho da vida, e pt'e<:i.~n aiu<la re- tc-.tina.:, por mt•uonhos terremotos, pela
,:elar-lhe o gern1en <la 111 orte que clle peste e por out ros males tdllictivo~. O
mesmo traz em si e applicar-lbe o rcme- que he mais pnra lamentar-se, hc que
dio. entre tantos male-; e rata~ tropbes dignas
Quando o liorn em é viC'io•:o, e :;e acha de Ja gr ima~, os lillrns<las lreva~, que cm
dis,ai1';Hlo; é um facto Hltc.sla<lo por nos- '.31H\ gt•rac;iio :;ào ,nai-. pruden tes C]llC os
lifl con~cicncia, e pela cren<;a uni\'cr~al, Glhos <la luz, co111 to,t, ~orle <lc arlificios
qne clle encontra todos os dias nas :ivil- diabolicos, ele 111.whina<;õt~!I e de ronspi-
tantes iuclinnrões de seu eora<~aõ, o.s Ira- rnc·ões,
, :ie ci,fon·n1111·ada
' Yc;r, mais cm co n-
ças de nma p1·:1funda degra<lnçaõ. A 11ue- tiu uM uma g11erra cn ~arnic~nda contra a
da do homem degeuerad 1, cli1, o maior ini-
1
igreja catholica e sua doutrina ~a l11t M,
migo do clal'i,tiani-,mo, h o /~mdamcnLo da em deslrnir e arruinar a nutu ridadc de
theologia de lnd,o: ag 11açocs anti.~·a,q. 0:; to<lo 1)od,, r le ::- iti1110 ' cm perrertc1· e cor-
11

mais celebre:, lilosofos da antiguidade o romper por lod 1 a parle os e.. piritos e os
reconheceram. l'ns para explica-lo re- coral,'.Ões, cm prc,pagar cm todo:; os luga-
concram a 11m cri me t'ornmeltido por res o n !ncno 1110l'L,1l do ir1deffê1·enti.m10 e
n.ossas almas cm urna , ida HllL!l'ior, ao da incred,tlidudc, cm conlundir todos os
passo q uc outro,, fa llnndo com a tradi- direitos divinos e lrnrnano .. , em :.uscitar e
çaõ 11nivor:-a l, ern,inaram que o gcpero alimentnt· as questÕr!>, a~ di:icorclias, as
humano íüra viciado em Hett cLefc. rc,1 nb1:,; e as rcbel<lia~ i111pius, não recu-
Or,1 C:,lc fae lo de L1111a ex trema im- ando <l ianlc· de ner:l.rnm l'rime, de ne-
porlancia :nbrc que as tradições pagãs e nhuma m.ddadc, de nenhuma ter.la tira
a (ilo:-o lia naõ nos tinham dado sonaô fa- para aniquilar, :..e f'osse JIO!>~ivel, no:;s_a
l.H1bs, ou opioiõc.;, o Chrislianismo no-lo sa nta religião e até para dcstruirinLeira-
apresenta do nludo maic; claro, e plausi- mcnte toda a sociecfaêle humana.
,·el à rasfto, qnao<lo nas paginas de sua lle por esla razão que, no n1cio de
historia primitiva, nos m,,stra os 1·e pre- circumstancias tiio <·ri1icas, leml>rando-
~e nlaotc:- da humanidade violando a lei oos que pela mberic ,rdia particular de
do Creador, e corro mpendo em si mes- Deos possuimos o re<'ur . .o da supplica para
mo e.!>ta natu1·czaque nos deveriam Lraos- obter todos o~ bens, que precisa mos, e
mittir. conjurílr os male~ que tememos, nfio le-
T. mos deixado de erguer nol-sos olhos á
(Co ntinúa). sa nta mont:inlt,1, <la qual C!-peraCJ.Jos todo
o soccono. E na hu01ildnde de nosso co-
ração, nf10 es tamoi; cam;ado.., de invoca!·
e pedir a Oeos rico em misericordins co m
J,;11",·ellea do Snnto Paclre 0Pa1m Pio IX,
~ CJUAI conce1!0 uan jubileu unh•ea•sal:
8t1pplicali ardentes e fe,·vor·osas, que se
<ligue fazer que a guerra dcsnppare1;a de
A nossos veocr:wcis Irmãos palriarchas, primazcs, uma a outra extrewidade da terra; que
an:cbispos, llispos e outros orcUnarios, que estão em depois de ter acalmado as <lissen~ões en-
graça e em comruunhào com a Saula Sé àpostolica, tre os príncipes obri . . tàos, dê aos seus
Pio JX. r. P. povos a paz, a cont'ordia e a tranquilida-
de; qu e in::>pire a e:-. tcs príncipes um zelo
Volvendo nossos oi hos para todo o crescente e cad,1 vez mais dedicado pela
munrlo calhulico rivil t•om a solicitu<le e delei,, e propagnc:no da fé e da doutrina
os ·scn timenlo~ tle o o~a Cé:\ ridadc aposto- ca tholit•a, fontes prinC'ipae:- <la felicidade
lica; apenas podemo .. c.xpri,uir, \'enera- dos f::-.tados; que fiYre, iinnlmenle, os ~o-
veis irmão~;· o pl'ofundo pezar, de que berano~e O:í poro::- dê 1todó-s· õi, flagelos.,

~
JBJPJB1f,
~ Sl:-.& w:: e ne eere:mra s ii&Mi'P... 1 w .~ •
que os opprin)em, e lhes dê jubilo en- t:l nrecer nossas almas com a luz de seu
úhen<lo-os de todas as :verdadeiras feli.ci- E!'lpirito Santo, e que deste modo possa-
clades; que dê aos que estão desencami- mus a !'cspeilo da concepc;ào da Santíssi-
nbados o dom de sua graça celeste pal'a· ma Vi,·gem ~luria, tomar o mais cedo
os reconduzir do caminho da perdição possível uma decisão. que .;eja a maio1·
para o da verdade e da justiça , e con ver- gloria para Deos e para a p('opria Vfrgem,
te-l os sinceramente a Deos. Jà em nossa nossa q qeridd mài.
bem amadà cidade temos orde-nado pre- Para que, os fieis, que vos ~ão con-
ces para 1mplo1·ar a Divina Misericordia; thd os tenham nestas su pplicas um fenor
comludo a ox.emplo ele nossos illust-res mais a rd e n te e colhnm dellas frnctos
predecessores, lambem temos reso lvido mais abundantes, temos quel'ido a brir os
recorrer its vossassupplicas e às da· igreja. thesnurns celestes, cuja dispen:-,açào o Al-
He para este fim, venerave:is irmãos, tis!:>Ímo nos tem confi ado.
que rns didgirno!.- estas lettras, pelasqua- He pol' isto qne, apoiado na miseri-
es ped~mos co m viva instancia á vossa cord ia de Deos e na autoridade de seus
piedade e,uir.ente e experitnentacla, que san ios apostolos Pedro e Pau'io, em rir-
e,npregueis lodo o zelo e cuidado .pos~i- tude del)te pnder de liga r e desligar; que
vel em exlwrtar os fieis confiados á vosso o Scnho1· nós lem concedido. npeia r de
solicÜUlle pelos moti vos acima expendi- nossa indignidade, pela presente concede-
dos, para deporem por meio de urna sin- w os a tod os e a cada n m do!, fieis de vos-
cera peniten cia o fardo de seus r eceados sas dioceses de ambos os sexos, qu e, no
e esfoi·ça re m-se com orn<;ões, jejun~, es- espaço de tres mezes que cada um de vos
molas e oult'as obras de piedade. em acn l- deverh fixa r antecipadarrHmte e n conta~
mar a colem de Deos~ provocada pelos do diu que tiver sido determ inado, exa-
cri mes <l os hc,mens. · minando seus peccados com hurniJdade,
Fazei \'er aos fieis, como ,•o-lo inspi- os ti verem coofe~sado com um arrepen-
rarem vossa fervorosa piedade e vossa 1-a- dimento since ro , e purificado com a ah:.
Ledoria, quanto são abundantes as rni- solvição sac ramental; ti verem 1·eccbido
~er icordias <lc Deus para todos nquelles com respeito o sacramento da e ucbaristia
que a provocam; que força tem a ot·açào e visitado devotamente tres igrejas f)OL'
para nos apl'Oximat..de Deos e se fechar ·vós designadas, ou uma dellati por tres
todo o accesso ao inimigo de nossa salva- vezes diversas, orando nelln com devoção
t:ão. por algnm tempo, segundo nossa inten-
A supplica, pal'a nos servir ela linglla- <;ão pela exaltac;ão e pro~peridade de vos-
irern de ~ão João Chrysos lomo, « he a sa santa mf,i a Igreja, e da sé npqstolica,
fonte, he a raiz, be.. a mãi de bens i,rnu- pela extirpaç~o díls heresias, pela paz e
mcrnvci~; o poder da Ol'a ç:1o exlingue as çoncord ::1 dos príncipes chri.,tãQs, pela.
drnmas, refreia o tu rol' do!, leões , suspen- pnz e unidade de p.oYo christfio, e que
de a aucrra, modera os comGales, acal- além disto tiverem jejuad9 uma vez no
o ~ 1 .
rna as tempestades, alllgenta os e emom- mesmo interv·a llo ~e feito algumas esmó-
os, a bre as portas do reo, qu ebra os la- las a~n; pobres conforme n sua· pieda de;
ços da morte, cura as molestias, afasta nos lhes con-cedemos rntrn indulgencia
.1s infelicidades, firma as cidades agita- em forma de jubileu, que elles poderão
uas; flagellos do céo, tentativas d os bo- applicar em fórma de suífragios .1s almas
mens, não ha ma l, qne a ora<;ão não dis- do Purgatorio.
sipe. » Po1· isto, nesta occasrno só rn.ente, e
Desejarnos ardentem~nte, veneraveis no espaço de mezes àcima ditos, vos da-
irmãos, que em quanto se d irjgir ao Pai mos a ,faculdade de concederdes aos co n-
das misericordias fervorosas suppl icas pe- fessores de vossas dioceses todos os pode-
las causas acima apresentadas, não dc:i- res por nós concedidos no jubileu publi-
xasseis, segundo o voto de nossas ency- cado por nossa cncyclica de 21 de novem-
clicas de 2 <le feve reiro cle 18li.9, datadas bro de 185 1, cocyclica hn pressa, dirigi-
de Gaeta, de implorar de acco rdô coro da a ros e come<;anclo pol' estc1s palavras:
todos os fieis por meio de supplicas e vo- Em virtude de nós ou tros; todavia jul-
tos mais ardentes que riunca, a b ondade ga mos dever fazer as mesuias excepções
dc!'i te mesmo Pni, pnra que se. digne :s- qne fizemos naquella encyclicn. Além

~
JB3JP?JB3JL
disto da mos a permis~ão de concederdes mais importante do que empregar todo1:
ao!) fieis ·de vossa diocese, não so leigos, os .P.sforços do vosso 2.elo em exbortar
como ccclesiasticos, seculares· e irregula- coostantemente os fi eis cootiados.aos ,·os-
res, e de qualquer instituição que for, sos cuidados, dar-lhes vossos conselhos e
mesmo daquelles que tenham necessida- vossas animnções para que se edifiquem
de de uma menção espccbl, a faculdade cada dia com mais firmeza e solide'?. nà
de escolher nes:-a orcasião o padre que profissão da religião catholica; fujam com
lho \igradar, ~eculat• ou regular, entre os o cuidado mais solicito aos embustes, ús
padres approvados, e conceder a · mesma
faculdade às religiosas, mesmo aquellas astul'ias e ás fraudes dos homens que pro-
que não eslão isentas da jUl'i.sdic;ãodo or- curam perde-los, t! se esforcem em mar-
dinario, e as oulras m:.>lberes que moram char com um prazer crescente no cami-
nos conventos. nhe, dos preceitos de Deos, abstendo-se
Ao trahalbo pois, veneraveis irmãos, com todo o zelo pos~i-vel dos pecca<los.
que sois chamado-. para partilhar nossa que são a origem de todos o~ males que
solicitude, e fostes coni,;tituidos os guar- ailligem a humanidade. Não desprezeis
da:; dos mur'Js de Jerusalem. ~ão deixeis nada ~ara estimular tanto como ron,·cm,
de orar comno~co de dia e de noite, de o zelo dos parocl10s especialmente, num
unir humilde e fervorosnmente VúSsos de qu e, cumprindu cni<ladosa e religio-
lírados e vo~sas supplieas ao Senhor nos- samente o dever de seu cargo, nüo dei-
so Deo~ às vossas continuas acçõeg de
graça, d'I-! implorar ~;ua divina misericor- xem de inculcar aos christà'>s que lhes
dia, afim de que sua propicia mão <le~vie estão confiados l:io perfeilamenle quanto
os flagello~ que nossos peccados tem at- são capazes, as liçõês santas e prescl'ip<;ões
trahido sobre nos, e derrame sobre to- de nossa fe divina. de aperfeiçoa-los, nu-
dos com clemencia as riquezas d~ sua tri-los com a administração dos ·sacra-
bondade. mento'i, e exhorta-l1Js na santa doutrina.
Não duvidamos que vos deis pressa Finalmente, como peDhor de todos
em responder da maneira a mais perfeita os dons celestes e prova da ardealissima
aos desejos e pedidos que ac<!bamos de . caridade qne temos tara vós, recebei a
fazer; eslarnostambem inteiramente per- benção apostolica que vo-la damos do
suadidos de que o:; eccle~i.H,ticos, sobre fundn de nosso coração e com a mor a
tudo, os religiosos e as mulheres consa- vos, veoeraveis 'irmãos. e a todos os cle-
gradas a Ocos, as~im como lodos os leigos rigos e fiei.,Jeigoi- confiados à vossa guarda.
fieis que, levando uma vida piedosa, Dado em S. Pedro em Roma no 1. º
marcham dignamente no caminho de sua · de agoslo de 185ll, nono anno do nosso
vocac;no, djrigirão a Deos, :-.em interrup- pontificado.
ção e com o zelo mai:. ardente, suns sup- Pio LX: f>ªPª·
plicas. E. para que no:-.sos padres. achem
um accesso mais facil junto de Deos, não
esqueçamos. veneravei:- irmãos, de invo-
car os suffragio:,, daquelles que jà tem
@>~~V®~~lk
conqui~tado a corôa e .a palma da victo-
ria, e nossas preces sobre tudo se dirijam do
~om perseverança a M(1ria, mãi de Deos SENHOR BISPO DE BARCELONA.
e ,Virgem lmmacula<la, cuja intercepçào (Continuação do n. 27.)
he mais poderosa e mais favot'avel junto
de Deos, por ser ella a mãi de graça e de
O :,egundo exemplo é desta forma:
misericordia; pe<;..amos tambem a protec-
ção dus santos apostofos Pedro e Paulo. e Deus é infinitamente bom; logo não se
todos os santos que reinam com Jesus ba-de admittirem Deus coii,a qoe l'epug-
Christo nos ceo~. ne a e1'ta bondade infinita: claramente
Não procureis, nem considereis nada repugnaria a ella. que, sem p!·e_,isão ou

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
conhecimen to da~ fa ltas e culpas de al- mos, sc rà de egu~l ma licfa, e nssim me-
gu m individuo, por sua mera YOntade o recer:, eg~rn l castigo; e cm_fi u1, será cgual-
l'eprovasse e <le~ti nns~e a uma con<lcm- mentc remi~~ive l ou in·emissivcl: Jesus
aaç5o e terna, on mui-; propriamen te fa l- Chri~to ensi nou o con trario, fa llan clo das
lando, o creassc para um fi m tão des- _penas e do pe rdão dos peccados, séguod<,·
gra<;ado: logo cm Dcm nilo !-C dà tal re- se lê cm S. ~la theus, aon de a respeito da
provação, e po r conseguinte, é fo is~, a it-a ('O ntra o proximo se lbe incli raio algum
dout rina dos calYi ni~tas e lutb era nos q ue castigo; ma ior pela palavra de despre~o e
em,inam semelhaul e ab1,u rdo. muito ma ior pelaº palavra injuriosa de o
O terceiro exemplo é: Deus é essen- trac lar como um louco; e segun do d is~e
cialme nt e verdadeiro e omnipoten te: lo- S. João em sua p1·imeirn epi~Lola: ci. lla
go qnando Chrislo ( que é <'er tarnente pecrad o que nilo é mo rtal e ha peccaclo
Deus e homem), ao da r o pno e o ~1inb o que o é: J> logo não são eguaes os pecca-
a seus di:.cipulus na ulti ma ceía , lbe),dis- dos. Além 'disto, segundo S. Ma1he1is:
1,e: Eete é o meu co1·po, está é o meu san- "' Hn peccado q ue nuõ se perdoa nein nes-
gue, on não (li,;se a verdade, e em tal te nem no outro mundo. qual é o de
caso ni'iô é essencialmente verd.1deiro, ou l>lasfem ia co ntra o Espi ri ~o Santo: » logo
n~,o pode f,1zer q ue o pão se' con ver tesse ba pecca <los que ou neste ou no ou tro
e m :-eu corpo e o vinlio e m seu sangne, e mundo se perdoam: e por ÍS."-O nem é
não é om u1pnlen 1e, e po1· tanto nem egual a remii;:-.ibiliclade e m . todos, nem
Deus. Mas El le é c·er'tamen te Deu:-;, logo egua l a 111c\ licia. Finalmen te, segundo
é verdade iro e omnipotente pn r e ...sen- os proverbios: «Se te vezes ca hirit o justo
cia. Na verdade, se De11.i. pôde crear o e se te vezes se levanl arl1; porem os im-
.mundo do nada, e Chrh,lo na~ hodas de pios permaneceraõ no mal; 11 fogo ha al-
Canaa n na Galilea pode co n \ er ter aª"ºª gun~ peccado-. que naõ tira m a j ustiça ou
em v10. '10, tau,. b t!m pode cuuvertec- o opão graça ha.bitnal, e outros que a tiram , e
e o , in bo em :-e11 corpo e sangue: d o que por con:;eguiote naõ saõ eguaes todos os
se segue que é fo l,o o dogma 1a.1 fe cfos pecc·nclos. De tudo ii,to l--C 1i., g 11e e\'iden-
ca hi nista... q 11e negn111 a rea l pre·ença do temente que é falsa a doutri na da c~ual-
copo o :.ang,w de Christo na l~uc:ba r i-,tia. clade dl,~ ptwcados, e digna do maiol' cles-
~a:; seg11mtc:- eo w,id t• ra<;oens se ap re,eo- preso a seita que a en!iioa.
tarão out ro .. exemplo!-i como (':.te!'. S. Segundo os mesmos sectarios to-
2, Ne:.le <':<a 111e dps dogn,as üu nrli- dc1s as nossas boas obras saõ peccados:
gos da fé da:. religioeos oppu:,, ta~ à <·átbo- oh! impio e mom,truo~u al,.,urdo ! Como
lica 1·omt1na, .1Chei rnuitas .. cn tença-s ra- podem se r peccados se ndo boas obras ?
ras totalroen le i~lcrive i;; e di,., ooantes à Pode acaso se r bom o pecc,iclo? E seg un-
d o o cxpoi-to na consider·a\ aÕ antP-re-
recta rasão: <'omo por f'Xe m l' lo, o e nsi-
na r entre outra:- c·oii,;a:.: Que todos ()S pec. dente, todos os peccados na opiniaõ del-
cad ~s :,a~ t•g11 aés, e <J ll P nen hum pecca- les saõ eguacs: do q ue se segue, que to-
do e venial. On qut> cu f,1rmei o seguin- das as nossas boas obras se raõ per rados
te arg11 men lo: A:i pa lavras o,•io~as são eguacs aos demnis peccados ou rn,\s obras;
percado; p 1 •rque i\o-.so Senhor Jesus e assim , o foga r a Deus serà taõ grande
C.b ri~to, tl O:- d i1,que no cJ iacJe juizo nosp~- peccado como o blasfemar rontra Deus:
d1rà ('Ont a ele toda., as pa hnras occiosas: o dar es moln no po bre ser.\ taõ peccado
Jogo segu ncb e.. le d ogma do-; in novado- como o despoja-lo ou rou ba-lo: o resti-
res, ~ pecca<l,> egua l ao .. demais pec,·ados, tuir a seu dono o inju:i tamcn te po,:mido
e ass110 serà egua l .,o pe<·cadl) da l>la~.fe- s~rà taõ mau qo mo o rete-11, con tra sua
mia, da intreduli<lad .. , e da a po~ta,ia da von tade. Poderft ba\·er cobiil que mais
repugne á rasaõ ?
fé de Jesus Chri11 to. Se O peccad u das
palavras occio~as é egual aos q ue referi-
_li. Por tanto cu desejava sa ber o q ue
bana de ac,rnsc lb1 r que cn-,irta ta l d t.> U-
,.
: - AZ 1 :i!l :cR!.aLSL 1WJ

trina, nquelleque llrnpergunlasse se<lc- nasse tudo o que ensinou Luthero e' Cal-
vcrin restituir a seu <lono a cousa -injus- vino, porq11e nenhum chegou a estes; sei
~ame_nte reci_tada? p~rquc se r~poodcs!ie que diversos delles ensinaram alguns dos
qne sim, po<lia entaõ o que retem repli- tacs artigos e oulros-outros, e em <lilfe~
car.:ll1e: segundo a nossa d0utrina todas renle!-l tempos. Porem disto não se póde
a~ n1J~sas Loas obras saõ peccados, e tam- inferit· que a doutrina luLLerana ou cal-
bein ·segundo t;lln todos ·os peccados saõ vinista exi:-tis!-e antes de Luthero ou de
iguaes=- togo, peccnrei igualrncnle, ou a Calvino. Esó daqui se lira esta legitima
retenha ou n restitua: e por isso qual e a conclusüo: A religif,o lutherana e calvi-
rasaõ do teu conselho? Julgue-se, poisq11e nista é um mixto"', aggregado ou compk.-
era taõ gi;ande absul'do o diiel'-se que xo de varias heresias .con<lemnad:!s em
todos os per.cados saõ egnaes como o affir- outros tempog pC!la Egreja, a de outras
mat·-se que Lod~s as nossas boas obras novamente ainntu_das, li maneira d'um
saõ pecca<los, e conseguintemente, que as vestido de m;n<ligo composto de muitos
seitas que ensinam taes doutl'inas saõ di- retalhos vellrns de diíl'erentes cores; com-
gnas de todo o <lespreso e ahomina<;ào. prados nas farraparias, ou apanhados pe-.
5. Dcn:,; ea sum01a santi<la<le: Se Í:-,to las ruas, sobrepondo-lhe algumas Lirás
:1ssi m e: está mui longe <lo peccado. Isto de panno novo, e de côr ílarnmante sem
é irrnegavel; l_ogo nbo1·rece o peccado proporçüo alguma.
quanto pode aborrecer-se; isto é fóra de 8. Depois de tudo isto, considerei 0 $
toda a duvida: logo de nenhuma maneira caracteres, e propriedades da verdadeirá
querquese}?eque. Se naõ po<le mandar Egrnja de Chri!-ito, a saber, o ser UMA,
Cjtle se f..u;a o mal; logo naõ é au<;tor nem SANTA, CATllOLICA E APOSTOLIGA,
c,rnsa do peccado: querene.lo, suggeriodo, e neollu mas de1,tas ~·eciosas condjçocns
mandando, cooperando ou dirigindo pa- se podem encontrar nas egrejas reforma-
rn elle os depravados conselbos dos ímpi- das, ou para melhor dizer des(igurtldas.
os, como o ensinam os calvinistas e tam- Nr.o se encontra nellas a UN10.W1t, porque
Lem o ensinou Luthero. discordam entre si em muitos dos prin-
6. Folheei muitas historias tanto po- cipae.s artigos da-sna fé; e cada urtia se
litieas como ecclesiasticas de varias na- subdivide cm outras sentenc:as e opinio-
<;oens, e procnr~i saber com todo o cui- ens àcerca das coisas que dizem re!-peito
dado se em alguma parte antes do secu- à fé. ~ão se encont1·a nellas a SAl'iTIOAoR;
lo X V, isto é, mil e quatrocentos anoos porque exigindo a santidade que cada
depois <la ,,ida de Christo, se fazia algu- um se apnrte do mal e obt·e ü bem, estas
ma mmlsaõ da doutrina de Lutbero e egrejas rcforma,da", não 1,ómente nã.o en-
Calvino, ou das outras seitas modernas. sinan'l a fugir do mal oh,ervando os pre~
A eslc fim li tambem muitos eseriptos ceitos divinos, mas até julgam ou teem
antiquis:,imos e nMas de co·isas memora- por impossivel o observa-lo!-; e não so
·reis que sucederam em cada seculo, e naô persuadem n obrar bem, mas, antes
nenhum vcÍ)tigio d.:iquellm; pude encon- pelo contrario, ensinai!> que as: boas
trar, dapui infol•i que as t:1es reHgioens obras saõ inteiramente iouteis pa'ra a
on seitas eram claramente novas, e por salvaçaõ, e além disso peccaminosas; nem
tanto naõ saõ apostolicas, nem ensinadas podem oomctH' nlgum santo que tenha
pôr Cbristo: mas inventadas novamente sido seu seclario. Naõ se encontra nellas-
pcfo capricho de seus auotores, e pol' a pl'erogativa de Ct'i.TllOLICA ou uui\'ersal
conseguinte aboruinaveis. porque nenbuma dellas se annunci.a em
.7 ~ Muito melhor itencrario compuz todo.o mundo como a romana, confor-
eu no tempo <lesta minha deliberaçaõ me ao que diz S. Paulo na sua epistola
recorrendo fts heresias de c::ida um de aos romanos: nem tem existi<lo sempre,
seus auclores desde o nascimento de porque naõ existiu antes do anno de
Cbt·isto: e na verdade achei que quasi 1515, nem se acha em todas as parles,
todos os artigos da fé que professam os põis só foi aeolhida em algumas provin-
lutheranos e calvini:.;tas, tinham sidõ en- das da Europa, que é a menor parle do
sinados por outros ueresiarcasc condem- mundo a respeito da Africa, Asio e Ame-
nados pela Egreja; nisto nao' quero di- rica, nas qnaes nada sesi1be, nem conhe-
te1· aue tiyess.e havido ~Jaum que · ensi- ce de tacs pretendidas reHgioens. Não f&

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
•ee • •
encont ra ncllas o ca racter ArosTouco pol'- D'esta sorle os Siqulmitas enganados
q11c nà1, fora m fu ndadas pelos npost9lo~, Em ser circnmcítlados coosculiram:
E, qu~ntlo dins tres eram passai.los,.
nem seus seqnases lbes podem as~igna-
la r uma conlinua<ln ~uccessõo ele paslores J.e,·i e Simeão am!Jos partiram
A dei xal' ns seus ferros euso})a<los
ou m in i:.tros e dúu trina até ao tem po <los No sangue tl'esses mesmo,; que ilhtdiram,.
apostolc,s. To<las estas prnpriedH<les são Fieira.
os di~ti ncti vos da Egreja cutholica roma-
na; logo com j u::.tis~ima .l'asão a preferi a
todas.a~ ou tras, po1·que são fal:;a$. @.
(eonlimía) . ~03~ ;~ft~l~f.
X X.IX,
a.1 ./, - I' ,..,/ .
o.Jbt-ccncttta.,1x10 a ,./datt coni
Et prctcr~untibu, Ma11innlre, nc;;oci,11•1·
, i1J1,1s, curnt1e111t~ rum nd c1stcm~. vcn-
dld ornnt cnm E.~mal Ii1 i~.•.•
t:cu. c••J,, 3'1. ,,. t·. ~..

Jos(! por seus irmãos seni1>re odiado,


l.lc1•a11s nuwm Jocoll ocuJoq \uoq vldi t r er isso que seu pae mais lhe queria,
,-euicmc n ls.,ü, ct curn eu 1111~dri11;;~111DS
, iro~. Por clles em cunselho foi um Jia
E1 ipse 1•rc~1~dlc11s doi:11 it prunu; ln Á morte cruelmente desllnauo.
tN r3111 ~~p11cs, C..urrcns il:1c1u.: E.io u ohvi-
nm ít~t11 ~uo, c:um1>!c.1a,u, r~, e.um; blt l n· Mas f\111.len. que nãó era Ião malvado,
&~~·~ que collum ,·Jus, et u,c,,IJtu,, Ctu,u.
B que salvar-lhe a ,·iua pretcuilià;
Gq11 . c11µ. 3:;, 1•, 1, 3, r,.
Qu e fosse (a seus irmãos pcrsoadia)
A, isauo Isnu, que, sem lardanc:-a, Lmhorrida cisterna anLcs lançado.
Jac<1b ao lar paterno regrossava , Passado pouco tempo alli voltava ,
Com geutc ao seu encontro caminbara, Da sol'tc de Joze com padcchlo,
l'arn d'ellc tomar crua ,•iagança. Aquollc, r1uc rnh<a-Jo inl.la conta\'a ..•
i\Jas ah! que ludo foi tempo pet·diuo 1
l!:ntão perde Jacol> a confia nça, O misero José là não esLa,·a ,
Qnc puoha nos presentes, que olfertava,, Quu jit o lioham seus irmãos vendido.
E, qnasi sem alento, so funda,·a T' ieira .
Nos soccorros de lJcus sua esperança.

h vi!>tnu1-se os irmãos, mac; adoçado


O furor cl'Jsaú pela humiltla<lc,
Com que e por veses de Jacob saudado,
xxx.
Por um toque tal\'e7 t.la Di,•inda<l<', fa ilia, nprehcns:I l3ciui~ 1•cslimcnti rJns,
1liccrc1: ,tofcni m~cun,. Qul r<!Hcto in manu
Converte-se o r:wcor, n•atma guardai.lo, t'Jus p3lllo ruglt, ~, egl"e>!tu~ cst ron,.
Em fraternal abrar.o d ·amlsade. Cc11. rnp. 39. 11· 12.
Picil'a. D'escravo à condi('ao era sujeito,
Depois que a Pulifar rora , endido,
Josc, que do Senhor 1,emprc assistldc1,
Se tornava credor d'allo coucéilo.
Quando essa vil mulher, cm cujo peito
nalln um corarão <l ' nruor pc1·dido,
O!Yid:mdo o que deve a seu marido,
xx,·nI. Josc coo\'ida a p:irtllhar seu leito.
Locu1u, est llcnior ~d co~: Sitbem lilii Rcsisl('· lhc o varão, que com firmcsa
111el ~dhc,,il .1nlm2 fiU;e, e,tni:: 1Ja1.- c.,m
1111 UXOtc m.
Ante os olhos só quer da nivlndadc
llesponderunt fiUi Jacnb Sici1em ct pn- ]Ilesa conservar sua pures:i.
tri cjus, sanle111es olatupnun Sl!rt•rls.
ft ccce cllc tcrlio••.• Slmeon ct l,eri Porem d'cssa mulher a atroz maldade
fratres Dlnre, lnlfressl sun t o rbem conn- Com a capa, que nas mãos lhe fi cn presa,
deo1er: tnterrcctbque ornniltus muscu-
lis, etc. Em crime lbe c-0m·orte a castidade I
Ce11. Cllll, 3:. 11, 8, 13, 2:,. l"ie.ira.
(IMr.)
1>01>ois lJUO por Siqncm fõra roobad~. - - -•t»>U~<..,
....,___
Na torra de Salem , Dina Corauosn ,
ncmor, ,,endo esta acção tão crimioosa, AMNO CHRISTÃO.
à foi pedir ao pac, e lhe foi dada; N OVEUBHO ,

J>orcm os irmãos d•ella, c1ue viugntJa 13. SEco~oA-:P.Ell\A- S. Di<lacio-na..,


Queriam ver à alTronta vergonhosa, t ~1ro l da cidade de S. i\i.colúu Portn, uc
,~ · .Encobriam com ír.ise mcmirosa diocese Uispalensc. ,'\inda em tenra icla-
.t mà-.tenção, que o•atrua era gui1 r dada, dc fez o seu tirod nio em uma Egreja so ..
litaria, sob os auspicios e disciplina d'um e quando todo o Portng,,l se nf.rnova dé
sacerdote pio e santo. Co1110 porem de- te,· no Céu mais um rn11to~ o Pap~ Pio
pois quizesse com mais firmo:zn unir-se VI ó declarou ·como tal a lo<la Egreja.
a Deus, prnfcssou no con \'ento de A,·riz- '17. SEXTJ.-FEinA-S. Gregorio Than-
zafu, onde se ob:;crvava a regra de S. matnrgo,-assim <:hamado pelos e~pan-
Francisco, rasão porque eram chamadoe tosos milagre!'i que Deu~ pür ~ua media-
observantes. Ahi tornou-se um facho ção operou, foi bü,po de Neocesarea no
brilbanle, rujos raios exparsia a san e Ponto. Com tal eflicaciu trabalhou na
verdadeira doutrina; cura rn os doentes, co11ver:iào dl)s habitantes d'aquella ci<la,-
e curando-oi: revistia-se de ta I zelo e ('<1ri- de, que morreu na consoladôra certesa,
dade que ainda as chagas ma is aSl{ Dero- de que deixava ali ia penas dc~essete ia fieis,
sas lhe não abrandavam o sen ardente quando não era maior o numero doscbris-
amor para com o proximo. Indo para as tãos ao tem po eru que elle foi eleito se u
illlns oanarias rnllitos foram Q!, infieis que bisp0.
converteu ao Chri:,tianismo. Vindo de- 18. SAnnAno-De<licaçi'lo da Basili<.;a
pois para Homa ahi morreu no ;inno <le <loc; Santos Apostolos Pedro e Paulo.-
1lt63, sendo depois cnnonisado por Six- D'entre os Jogares sagrndos, qne em ou-
to V.
tro tempo mereceram a venel'açào do,
1á. T1mçA.-FmRA.-S. ~Jartinho 1- cbristàos, os mais celebres e fl'equentn-
foi eleito papa por morte de seu prede- dos fonun aquclles em que repousavam
cessor Tbeodoro I no anoo de 6ll0. E os corpos dos Santos, ou onde existia al-
ovocando em Roma um Synodo, em que gum 1·estigio ou monumento <los marl}-
foram con<lemna<los os beresiarcbas Ser- res. E porem de notar que entre todos
gio, Paulo e PJrTho, inrorreu no odio do 6empre oceupnra o primeiro lúgar aqucl-
imperadul' Constante, que era pa~tor dos la parte do Yaticano, que clrnmnram a
dito!> liercsiarclias, e o manclou desterra- confissao deS. Ped,·o; porquanto os clJt'is-
do para o C hresone~o, onde a força de tàos de toda5 i,s parles do mundo vinham
trabul~os o privações expirou no annode como á pedra da fé, e fundamento da
665. E contado como nm martyr; e seu Egreja, reunir-se no logar consagrado ao
corpo foi <lfpoi::. trasladado para Roma, &epu lcluo do principe dos Apo!>tolos para
e ahi depositado na Egreja de S. Silvestre lhe tributarem summa religião e pieda-
e S. Marlinhn. de. Constantino Magno. vindo a este lo-
15. QoARTA-FEIM.-Re!!a hoje a Egre- gar depois de recebido o sacramento do
ja da Devoção da Bm,ilica <lo Sagrado haplismo. mandou edificar uma Egreja
Coração de Jesus. no logar de.signado-Basil ica do principe
16. Qu1~TA-FEIRA. - S. Gonçalo de .dos Apostolos,-quc foi depois consagra-
Lagos,. começou de-.de mancebo a ser um da pelo P:.ipa S. Silve~tre, que lambem
exemplar de virtudes. mo,_tl'ando-se tão · dedicou ao Apostolo S. Paulo a Basili<:a
amante esperialmente da rastid ,de, que magnific.1mente ed ificada pelo mesmo
reprebendia, retirando-se, aquelles de imperador Constantino nn via Ostierise.
seus companheiros e~t:.,dautes, que sol- DO!lllNGo.-Dominga 4.ª de Novembro e 2l1 dc4
tavam alguma palavra meno!- honesta. pois do PentccosLes.-S. lsalJel, (ilha de Andrc rei de
Em Li,o,.boa receheu o hnhito de eremita Hungria, foi dada e:11 casamento a Luiz Landgrave de
Turiugia. Soube r,recaver-se da soberba da magesta-
de S. Agostinho; e frequentando depois de, exercitando-se de continuo nos mais humildes ser-
i,;cm distinção O!> cursos de filosofia e theo- viços p:ira com o proximo; não só linha sempre as
mãos abel'tas para súccorrer com a esmola os pobres
logia. não quiz por humildade, receber m2s ella mesma os levava, fundando lambem um am-
o gràu de <loutor. Era para clle uma de- p(o hospital·para os enfermos. Ficando viuva, vestiu
licia ensinar jà do pulpito, já cm parti- o habito de S. Francisco. e foi uma perfeita imitado-
ra d'este palriarcba, alegrando-se com o ver-se dcs 4

cnlar a doutrina christan nos rusticos ig- pejada de tudo quanto lhe pertencia, e e,u ser o bat-
norantes e meninos, magisterio sern du- dão das que erradamente pensam encontrarem a fe-
licidade ne mondo. Elia de tudo eslava desapegada,
vida o mais honorifico, por isso que é o e por isso exallou quando sentiu que a morte vinha
mais util. Por obedic~ncia teve de accei- cort:1r-lhc os fios. qne a estorvavam de voar ao Céu,
tal' o prforato de varios conventos, e em para onde dirigia sempre suas vist~s, e onde final -
mente entrou adornada de virtudes.
todtJS eJles era o primeiro a cumprir as
mais humildes e custosas obrigaçõe~ de lllara11hão, lY1J, <le J. e. 111. <la e. Ton·es-rua dos
retigioso. Morreu com a morte do justo; 8arbeir06 n. 8=am10 de 054.

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
ANNOI Segunda-feira 20 de Novembro de 1854 N. º 29{

OCHRISTIANISMO.
- -- - - - - - - - - - - - - ---- - - - - ~ - --- \-

l'l\f.fiO D.1 Sl!ll~Cllll'Ç,\'(),


"'JlU ~ X AS$H ,'-A ·Sf.,
l'!!r um :111nc,......... ssooo.
X x~ llug ~e. • 11:1 g 1r"t1.ii,h u1
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11., Crnt 11,
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l'CIII QIIÍlll/1$
:;, Lu~. e.\/, ,•. ~o.
-= - --==--- ~--==-- ---=--- -- w:u

seu respeito; porem o que só O leme, a


OCHRI STI ANIS MO. neolinm ou tro leme, ~e nfio ú c~te Senhor.
qnaudo por n1nis nüo seja, ao 1uenos pu1·
~i me~mo. Qnar1<ln ao An, or M! nn c r.
Tc11Jo1· <lc Deu~, c~le coacljunt úq11dl e cfo
Em l'OOlinua,;üo ao ciuc deixa mos <lilo ma oeira tal que niio com,cplc (j 11c o 110-
no n<'s~o o. 27 nt•crca d'e!-la matcria me m se apa rt e d e Oeus. E ns1, i1u que o
nlhamos conveniente avcnturnr mni~ al- Amor e o Temol' se 1c, rnnm <lua~ forte:.-
gumas pnb\Tns a rc.;pcito, e tornr ninda cad ca~ , e tão diffi<.;ejsdeci11cbra 1-sc,q11e
no-Amo!' de de Deu~.-( de que j1't tra- n."10 parece caso possi vel, que c... tn ndo o
ta mM) mo:-1ra u<lu a~ duas· differênc;a:; q uc homem a tado com citas, pos:-;a retirar*se
}1íl d~ temo l'es; e a que ~e ad ia en tre o de seu Cl'eador.
Amor e c.1 Temor. S11ppO!>lo qnc a prin- Assiru pois, podemos <liscr que, se n-
cipal oLrigac;âo ffo hoasem é a do ainor, do o Lemcm feito do nada, e 1e11d1> ~ido
à qual :;e seguem todas as mais; deve ter 'formado por aquelle Deus de inlinita ~Ja-
por certo que jà mais podcrà honrar e ge~ ta<le, e Crcador díl tod o o Uu iv erso,
ternet' tl Deus, como de\'c, se oüoOamar claro e!-tà que, pôde, e dcre, lemcnd ô,
de todo o seu co ra<;ão: por quanto o te- ainar, :i este Senhor, e amando-O, te-
mor e penoso, se o amor nüo lhe dà o mê-Lo, para complemento <lo que no!i
ponto de con tentamen to e suavid ade. As- en~ina o rea l Propheta, di:-cn<.lo: a/e,,Tai-
sim como a honra que se dá il ou trem,
~
vos em o .. e11ho1· cotll temor. Vejn mos a s
se deve tomar por adulação, quando não pal licula1· di\'isão do Temor. 1

vac acompanhada elo si nceridade e res- Assim tomo o Amor de Deu,. o o


peito do .a mor; assiro ta m bem 1-1e deve no- amor proprio sam de si me:-mo mui dif-
tar a differença que ha entre o Temot· e o ferentcs; assim o TcrnCí r, t.tue nasce do
Amor: porque o ainor é um dt)m liberaJ, · Amor de Deus, é rnuitó diverso do que
e dado á Deu~ rom Mlllima ingenuidade prorede elo amor proprio. O primeiroé
e praser; o temor porem por ·~i !o, com santo, justo, ra soavcl, e di!)po~to seg un-
quanto :.eja dílclo à Deus, é t0<lavia com do a ordem da nat11rcsa; o ~egnndo po-
tal trabalho e dc,prazer, que não mel'ece rem é pcssimo, pel'\'cn,o, injusto, deso r-
recompen,a alguma; por i ,!>o que é dado', d enad o, e finalmente tal, rpal é o amor,
. nâu por vontade, e sim por forc;a: massi d'onde nasce.
á elle :,e juntar o amor, tornar-se-ha en-
tão um dom espontaneo, 1ivl'e, e mcre-
Tcu,or de Deus não trn cc msigo .º
mwt,>s te.norci-; por qunolo o que ver-
. cedor de premio. Ou tra tliflerenc;a ainda dadeiramente, eco1110 cleYc, teme ú Dens,
devemos notar entre o- Amor, e o T e- à nenhuma ou tra <·oiso d cYc temer: pe-
mor.-que vem a ber: o Amor de Deus lo t<:>n trario o temor, que procede do
estende-se, e mul1 iplica-se infi11itamcnte ; amor proprio é sem prc rodea<lo <le mui-
porem o Temor não se Cbten<le mais, tos temores, tauto::i, 011 rna i:;, quanlo!t
qu e so ate Deus: porque o que ama á sam os nmol'e:, que :,o originam elo amor
Deus, como a Senhor, e Cl·eador de to<la" mau, pelo qunl de urclioario muitas ma is
as coisclS. de certo que ama a muitas por coii,as se temem, 9ue ::ie amam: e porque
.:. ,., ....
.,

não ba temor, do <]Uai não se 5iga urna dores e tyr,l nrro.:,;: trttefdti~e, pertinacia
pena, por i:sso é propr10 l1 <1ualquer d 'es- e obstinacão elos mesmos. idolatras, illu-
tes dout, temores o anda,· sempre acom- clidos e p~eoceupados pel'q lou~o pcnsnr
panhado de t ri!'i tcza, e melanclrnlía. D'a- <los falsos sacerdotes 'dos jdolos; e~pecial-
qui se pode colligir clc.1r:1mente, quanto meotc inspirn_ndo-lhes a fé christan as
pestifera, e venenosa seja n rnnlicia <lo coisas mais contrarias aos -prazeres m un-
amor proprio, e quanto cnais nocivo seja danos, e aos costumes ou leis do mundo,
p :frn o homem dcsveotul'aclo, que o ag:i- propondo- lhes al:issimos mysterios in-
salha e alimcntu cm i,e u peito, sem repa- compreuensiveis á ~imp les luz natura l, e
rar as muitai. infelicidades, que l he cau- por pregadores burnil<les e de~armados.
sa esse mà u hospede, em quem Sü se di- Inquin depois qua l fosse aqu ella religião
VÍS::im <::ertos e terriveis temores, <1ue a e fé, e cla1·am ente a<'hei ler sido a ra 1ho-
cada pa~:-,O o ameaçarn, e fasem cel'tamen· lica rnmnna, esp,tlhada pcwvaroens apos-
te passa r nma vida em tudo miscravel. tolico~, enviados pelos romanos Pontífi-
Não ha duvida, que o hqmcm que se ces para prega i' o EYangelho.
.ima a ~i rne:,mo auda sempre receioso, Os mesmos contrarivsconfessam sem
femen<lo sua LotaJ perdição, co,·rupção, o po<lerem négar, que foi ~ est'n religião
e rcprovnçaõ. nos dnco primei1·01 secu lus q~1e se. co9-·
Naõ lrn n,1da q11e o naõ ahn le; porqne vc r terarri os gentio!-i. No sexto secu lo con-
crê, ou imagin,1 qu,• tu<lo o pode dam- ve rteu-se a foglatc.rra pela p redica <lo
nificar: teme ét morte, e como causalpro- monge Santo Ago!':ltinho, man<lado á6(uel-
pinqua d'ella te1uc a peste, e ainda qual - la ilha por S. Gregorio Magoe,. No ~cti-
qner infermidade: teme á lena, à a<Yoa., r.no, a Allemanbu por S. l}onifacio, eri-
ao ar, e ão fogo: teme.afome, úse<l;,ílO viado pelo pootifice GregQrio UI. No oi-r
tra.Lalbo, ú desnudez. e lndo o mais ,que, tavo, a ~foríl'VÍâ por S. G_yrillo. e Melo-
de a lgum modo lbe parece, podem ar- dio. No nono, a Ci ungri1' e. Polonia por
ruina r a sande : te ,ne sirn porque com ex- S. Ada lberto, S: Pelegri,Qo e outros. No
cesso ama a sua honra, fama, <lignidnde, d~cim-t,, a Bobe.rni/1 e- Moscovia , e muit~
riq1Jeza, proprio 1,ra~e,·; eo perder qua l- · antes a França por S. Rem igi~ (Q.o sem.1"'.'
quer <l'estas cousas lue paree~ qne está lo V), e Frisia por~- Bqnifacio o Vi!lc-
tudo ncabn<lo, e que em seu lugur aparc- br0rdo. i\o undecim{), a Po meran ia. poy
ceràm a afronta, afof,úniã. o oprobrio, o S. .Bruno. No ~uodm;im o, a Livonia., po;
menqspreso, a pohreza,. e .di~gosto; e O~\O S. \fairrnr~o'; e a Succia por S. ~icol~..9
menos teme o:, torineólos que tudo j ...to B~·akptrr (Bl'eakpenr ,. r.hamad.o ~dri1n.&-~
lhe pode camar érn a atma e em o cor- l\ ~lr~d-e 115,4 a 1 \59.), depqis :~l~!J.o
po : 1·eceia m·ui.., qne lhe sohre-venbam os Pont ifice cqm,19q. E..ne-..,~es do1i. 1Jl,timQ~
damnos
< j
do mu ito calor~ o.n frio, c'

o rrup- se~ulQ.~ , .m1iita1t provincit,s p~~ lodja~ oi;iv
ç~o <l '~yes, ou mau-; tempe1'iHUeotps 1 eolae& .e occ identaes, mai,ir~;i qul}no<la,,q.
cóm ·o uú:as miserias, e afTliccõcs, a'. .011e
( j ' • li ):a. .,:
y ...
t-' ., " ' ' $e co1He rt erão á. , fé
"'urqna . . rh11istan
.,! \
·
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suge1la a natu
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ht1taana. · c~tbo.l:icat romana, e ,todq~ os dias~~ r,~t
,i,4..,1 Jt ..

:: . ) ~ J T?r. l7. fieJ. , . •1' pelem as conv-ersoe():;. Porém nil<?,.fü~Paj


·-1·•1: , r • ~ (Continua). q ne a l~11oa naçµ~ de " pag_ã ~ ,se., l\y~ sg
;;n:
çon vertido à relig-iã,o lu 1b~q1narpn ihpal- 1
,r Yini;.;ta, nem ,a nenhuma outra QflJl ª seita
~u~mv®~~~ do tempo pre:-,ente; so sim algnns ch,ris.-
do làos relaxados ou tihios pelo un ico Ütn.
SENHOR BISPO DE BARCELONA. da libe rdade dos deli>ites ca rnaes e vidj1
licencio.; a, q ue é o unico im pulso e,oal!fª
(Con tinuarão tio 11. 28.) de todos os apo:-- ta tas. -Convin ha-me pois.
: 9. Voltei depois a \ Í!-ta para a causa prcfcl'ir a fé ca th olica roll)ana, ~ qua l-
dás coaven,oens dos povos e rlas naçoe ns quer das sei tas dt-i~tes tempos. •
<lo gen tilüino :'i fede Cbristo, que cel'- 1 o:
A con~ideraçào an l.et•edente fo~
tamen to foram marav il hosas, e não se a causa de qne eu uh ~e-rvas~e que Deu-s
pQderiam executar sem o soccorro e au- concedeu o dom de faiel' 1uilag re:-- n to.~
xilio divino. por causa dos immensoso hs- -<los O!'> apostolos e di~t·ipul osq.ue cscplh.e.u
ta~ulos_de p.od.ero;,i:J§icnos reis, i_mp~ra- e_enviou. v_a-ra , _çoov,é.r le.t.' .iOS·p<>.vos• e- ~
- '

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
naçoens, t:onfonne o tinha promeltido e
se lê em S. Ma thcus, dizendo o Senhor:
'V tlt lil lii 1l;; tr ll il ~ ll ~Hll <D() .
rcm· ECJTÊFr:sa:m::;p:.'JiN:~~:r!Ml'f1tt'i"f1*"CS:MJL-'...,..«>ENP:,.,..., mr,g &1 gp;g

s.e julgaram mais sabios que todos os an-


tigos, avaliando mais n vo lu r.taria inter-

.Hide, prégae:. curae os doentes, 1·esuscitae pretação que tfavam á Sagt·ada Bíblia que
os mortos, limpae os leprosos, e,T.f!ltlsae o.<; a de todos os Santos Padres e de toda a
demonios; e cm 8 . ~larcos, por estas pa- Egrcja pr De quem i;c \'iram escrip tos tão
lavras: 1'endo elle.~ ( os apostolos) cami- torpes como os de Luthea·o, e tão impios
11hnclo, p1·ega1·ao em Locl11s as pm·tes, coope- e blasfemos como os de Cr.I vino? Sfto
'rando o Seilho1·, e cou firmando a s11a pala- laes que seus sec1uases se envergonh.un
·vra com rn·odigios consecnliuos. Pur1~m os deli e:;.
chefes das novas seitas, ainda que se van- 12. Para não omillir diligencia t11-
gloriem de terem sido enviados por Deus 'gwna, H com attcrnc;ão o pec1ueno cathe-
como refo1·madores da sua Eg1 eja, jàmais ci:;mo que ao p1·esente usam os lutbera-
fizeram algum milagre em conürmação nos na Hungria, e o confront.ei cuidado-
di.'ltl), nem ele sua doutrina: e na verdade samente com o catheci~mo elo inesmo Lu-
(como alguecn jà dis.-.e) nem ao menos tbero, impresso em \iVitemberg no anno
um cavallo manco podernm curar. Co- de 'l 567, achei que este diffe ria do mo-
mo, pois, podia eu crêr, que taes ho- derno inteiramenle em moitissimos arti-
mens fossem enviados por Deus para este gos da fé; e uào teria entendido bem a
fim? E. . pecialmente, prevenindo-nos o causa desta diffe1·ença tão grande ~e não
Salv:idor que nos acau telemos dos :Íé1lsos me Livera occorrido que os innovadores
profetas, que veem com pelle de ovelha de.;te tempo mudam a seu arbítrio os ar-
(proclamando sempre a Escriptnra e o tigos <la sua religião, observando uns em
Enrngelho) porém que intcriol'mente sflo u1na provincia, e outros em outra, uns
lobos sanguinarios. E muito mais se (co- cm um seculo, e outros em· outro. Po-
mo fez LutbPro e Ca lrino) prégassem rém, .!ie houvesse alguem que não qui-
Joutrinas entre si contrarias: porque zesse acreditar esta gra ndé <li, er·.sidadc
desta maneira mio P"del'iam ambo... dizer nos artigos de fé destes ca tb ecismos, co-
a vet'dade, e con~eguintemente, nem ser tejando-os por :;i mesmofacilmenle o en-
enviados por Deus para reformarem a contraria; porque o antigo ca tbecismo de
sua Egreja, não dando em maiores pro- '\Viternberg foi impresso em Tfrnau, ci-
\'as ou signaes que o ou tro de sua doll- dade da Hungria ne~te anno ele 1701
trina, oecn de seu minii,terio: e a!'lsim (anno em que escrevia o auctor). Pelo
julgava eu justamente que a nenhum del- contra rio, lendo viajado por <liversns pro-
Jes devia dar credito. viocias de catbu licos, nenhuma differcn-
11. Tambem examinei a vida ecos- c;a achei em seus cathecismos àcerca dos
tumes dos auctores destas pretend idas artigos da fe, senão unia harmoniosa e
religioeos ou seitas, e os confrontei com completa uniformidade em todos.
aquelles varoens apo~tol icos que conver- 15. Vendo, pois, tanta diverliidadc
teram muitas naçoens à fé cat bolica ro- de opinioens nos dogmas da fé, entre
mana. Oh crrande Deu~! Que di:-tancia ª'luclles, que <lizem seguir a con fissão
de uns aos 0~1lros ~e observa! Tanta, por de Augshourg, resolvi-me a ler attcnla-
certo, como ha do ceu à terr~. Os apos- mente a mesma confissão, e ache i que
tolas. como varoem. unidos a Deus, de- linha i:;i<lo impressa com tal diversidade
dicados à devoc;ào e a piedade, adorna· cm varios togares e t~mpos, que n:io pu-
dos de grandes virtudes, sohrws, humil- de cnnbecer qunl era a genu'in.\ ou ver-
des, ca!,tos, inimigos do.., deleites m unda- dadeira conGssào d' Aug., bourg, porque
nos, promovendo só a gloria de Deus, nem os mesmo; mcst!·es das acadeniias
attenlos ao cuida do da~ almas, c•omo .cons- lutberaoas eram conformes em ensina-
ta de suas vi<li1S e escriptos Mas os ou- la, a lé qne, visitando n'uma occasiào a
tros, homens entregues à gu la e sensua- livraria imperial dP. Vienna, n bibliotbe-
lidade, apo:,tatas da fé, quel.H·antadores cario on presidenle <lella, entre outros
de seus votos úU promessas, ímpios, so- li vros que franqueou a lodo!; os que <11li
bel'hos, me~·Lres puramen te da vidd li- nos acha vamos, mo!ltrou-nos um oriíTi-
cenciosa, como se vê de suas vidas e es-
criptos. Porque quem fui Lão soberbo .e
ual d:i coofissão de AutYsbourrr nue
'I O b 'I
~1e-
ancton apresentou a Carlos V nas eorte-s
arrogante romo Lutbero e Calvino, qne imperines de Augusta ou Dieta d' Augs-

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CD· CB IIHR 11 ~ li' ll .;1 ll ti ~Hll ® ~
t::2"l),~>2f-™&e.4i ta re s,•. , ~ ~- ~~~J~~.e.::.· ~4: aES*'i.€2_ _, ....-
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· ZMWJ.e.:u...

h onrg no. aunú de 1530; a q ual fazia tan- S. P edro : A1·1·epe11dei-1Jos • pois, e
f-.Ü\O
tã cl iflel'ença das outras im p ressoens, q ue con 1·ulei- vos para que srjam perdoados os
se a esta~ não se ti vesse posto o titul o rossos peccados. 'S . J oão B.i pli!, ta come-
d e- co nfissão a ugu sta-nin g ue ro diria ço u sua prcdiea dize ndo: Fazei r>enilen-
que o e ra m: do qu e infe ri , q ue a mo - cia. E lllmbetn : Fa:ei oú,·as dignas de pe~
d er na rcligiiio dos lulh eranos n ão e a nitencia , corno o afii r ma S. ~Ja tb e us em
religião da co nfissão <l 'A 11sbou 1·g-, senüo ~eu Ev;i ngclbo. E que re:--ponderú e...ta
m11 i d iffe renle e por tant o <le!-presivcJ. nova doutri n.1 elos prote-.ta nles àquelle
A cama pois de eu não m e con fo rmar ciue lhe perg unlé, .,~e se havia de fazer pe-
com o seu ol'igioal, entre ou tras raso- ni tencia, quan do, e como? dir-lh c-liia
en", foi a de vê r q ae a dita con füsüo co n- sómen te: Não tens ma is ua<la a fazer,
tinha in1 rnemas mentiras , e ma nifestas que crê,· q ue teus peccados eslao per·
co ntra dil'çoem, corn o se pód e ver n o ca r- doados pelo" me1·eei rne nt o~ de Chri, to, e
deal Pazman, o qu al tractou clell n,; dif- isto é ba-.. tant e. P~rguntando mais nos
fw;a ru enle e ,n sua e r udita obra intitula- m esm o:.: Deve rei pe rdoar a me us <leve-
da Ka laux, desde a pagina ú15 até úhO. d·ores as injm ias <pie me ti ve r e m foito,
1 á. Con:-ide rando c u por m ui tas ve- se quero qu e De u" m e p crdôe os meus
ze~ rnh111ellas pala,·ra."i de Cl..iri-.to Senhor pe,·cado~? Que 11 ,c re ...pond eria m ? Se-
No:-.~o : E ntrai peta po1·tt1 eúreita, po1·qae gundo a sua dnulrin a , respond e ria m que
a lar ga e caminho espar;oso condu:.em <Í isto não e ra ne,~e!'>:-.c1rio, pois ba:- la erêl·
pe1·di,iao; e sao muitos os que po1· atli e11 - que os fH!l'<'ados me fo ram p erdoados;
l1·a111 ; a pcrta apertado e caminho esh·eito quand o Ch "i'itO, d epoi:, de no!! te r ensina-
soo os que conduz em â L'llla e sao po"cos do a orat· r1,m a:-; pala \' ra:- do P adr~ Nos-
aquelles </li<: a acham: t a m uem : Fazei di- so, d iz 'por S..Matheu:-o: Pois se perdoii-
ligencia para. en h·m· /Mia po,·ta est1·eita , 1·es ao:; /,01J1ens os seus peccarlos, tombem o
occ urreu- me no mes mo LOúmento q ue as vo.~so />ae rcleslial vm: pel'(Íóarrí llS vossas
1·eligioe ns dire rsa~ d a catbol,<'a, ro m a na, cul11as; 110,·ém se 1wr, pe1'doar des aos ho-
nã u e ram nq uelle ca minho estreito qu e mens, lr1111br•rr, nosso /'ae 1,1os nao perduarÍi
cond rn~ ú vida, mas !\Ím o la rgo, que con- os 1wsso.s prwcodos. Co nti nuo pergunt an-
duz ú per d ição. P orq ue , sE>g1mdo a dou - do-lhe~: P <> der(') i me recf'r a \lida e tPrna
t rin a d as m esmas, ba .. la pa rn ~e co nse- 1·om b,ia.. o h l'i-ls i' Hel-pon<ler-rn e-bão quc
g uir a vi da eterna q ne qual11ue1• creia qne não, e dirüo que para i:-i:-o :--ó a fé hastn;
se ha-de salva r t1 u que e!ltà prede~tinad1) quando S. Ped ro em ~11a H•g und,1 episto-
para ell a. A qual doutrin..t é nu ve rdade 1,, diz: P rorurae com lod,1 n, diL1gcucia fa -
c o nt ra ria á q ue ,Chri:-to nos ensinou po r un· ce,·to a tHJ.~sa uoc.t1çao e elcirzrw /JOJ' 111 eio
si e se us a po'i lnlos; p, rqne, c\imo d isse de bo.-,s obras . E S. Paulo ~cu s11a cpi,to~
p or S. ~bt bcus à9uell e que llie pergu n- la ªº" r uma no!,, diz q tte D eus pnnnear á a
tou <le:-ta so rte: Bom Mesl1·e , qu e rotsas c11da 11111 segfl11do as wa.~ obras. E oa pri-
boas. (<11·<Ji pant comep;ui,· a vida ete,·na ? Ol f' Íra 0pi.. tola U(h Corinthio., : diz: Cada
Christo lhe r espo ndeu : S e 111<: r cs conse- a111 1·euhel'fÍ o f>l'emio srgunclo o seu traba-
guir o vidaetenw g'HftJ'(l,1 os mando,nentos. l/,o. Pf'rg11nlo m a i,.; : P0!-.,o r e m ir os m e u:;
P orem segu ndo a <lo11 trinn das fa l~as r e- p N·<·1Hfo., p 11' lll t!Í<> d e esn1ola~? Poi .. oos
1
/

ligioem , ,\ tal pergun tn nãn se resp(ln<le: diz Ch ri.., lo em S. L11,·:.is : Dae esmolas e I

«g uarda os rnanda men lo<õ; » porque d i- .~crús pw·i(icados inte11·a111 cnle. E antes
zem que isso e i rnpotiti ive l. Q ue respon- dis!)t> Dan iel a Nr1bu<'od onoso r: Resgata
d em, pois, os innovadnre!'-? Se queres Leus ,,eccados 00111 esmolas, e tuus in éqai ...
conseguir a vicia etern a , crê i-,óme nte q ne dade.~ com 1J1 isc1·ico1 d ia.~ a,,s r obra:i , e me
Cbri~to cumpriu pc,r ti a~ o rde ns de sen re!-ponde rí\(), :,egundo sua d outrina, que
Ete rno Pae . P o ré m conform e ao q ue d iz nem i~to é i:ier es~c1rio, r<' p<' liudo semp1·e:
J ews Cliri:ito~ responde u S. Ped ro a os «Crê i-Ómenl e qu e Curi t-tO ~a tifoi p ór ti,
judeu~ qn e, movid o:. p elo q ue tin ham e l>a:-. la pa l'a q11e fiqn e15 pul'ili1•a<l o <le tuas
ou vido, pcrg nnta rá m :w sant o e dem ais c11 lpa'i : crê ~ó me nle qu e Chr1 ~to m o rreu
a postúlos: Qt1e fc11·e11ws innaos? fa zei pe- po1· li, e teus pecc,1do~ ei- tào remjdo~;
nitencia. E o mc~ mo Chri!il<> por S. Lu- pol'q ue :,ó a fe ba~ta para tudo i:; to. » Fi-
cas : iJt/as se nan fizerdes pr:11ite11cia , pere- ~nlwen te, pe rgun to eu, porque poocados
·ce1·et:~ tvdos egualmente. E n'o utra occa- se condcrn na m O!i homens e são exclui dos

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
® <n UJ llHi ~ u· r.t !i ~ a;} m®"
• «a !'IM o -•• cs:s e --Wt "'6!ll:'~ - : e1:2r::1 frirE.;:'.ate=::t A J a ea

<.l a gloria ccle:-.lial ? A isto me rc!-ponde to.<; de meu pai, possui o 1·cino que vos está
S. Paulo e_~ sua primcfra episto la aos preparado desde a Cl'eaçaú do mcm do: por-·
Corint h ios: N ,io quciraas a1·rr,r: nem os que tive (o m , e me désles de come,·; tive
impudicos, 11em 0$ idolttfras , 11 em o.~ ailul·- sede e mç t!é:;las de brbet; pe1·egri11al'f:, e me
teros , 11 c111 os lu..l.:11r ivsos , 11e111 o:; sodvmi- cMstes agusal/,o : 11rnill iu Lu1h erl> o l'ORQLH,
tas, nem os Lcufroens , nem o:; avarentos, vendo qn e t:o rn tal ~·aw,al se pro,•a,•a que
11e111 os que;se coslt1111111n c11lrega1· ao vinho , ª"' hon,; vbrn-. :,,fi q ,n erccimento:. para a vi-
u em os mw·m tffadores , 11em os que se e11h·e- <la ct 1• rna. Oei~o em :,,1lem·io out ros mui -
ga111 á ,·ap ina, po.çsuirão o 1·ei11<>de Deus. tos text os em que (iic ram o me!-mo. De
P ore m os prote!,t~ntcs re~pon<lerão com t11d o i... to in fc,,i, qu e os c-:llldilbos ou che-
se u Luth ero : Só ArncnKot:uo u>E co"om1xA; ÍC:i d f:~fus sei ta"' naô en.,inava m com ver-
eis-aq u i um ca minh o n ut o e bem largo d ade o r :a ninho d e Oen~; mas sim que
pelo qua l ninguem ~hega rà ao ce u. dava m co 1r1 ma fé nma cr rnda in lurpre-
1. 5. O ex.11nc <la c:o ntrover!-> ia em ta<;aô .'t S,1grada E,c ri ptu ra, ea mnda vnm
<jlJe se t ralas"c ~ó a fé e haslan lc pnrn a ao sc t1 :'truilri o: C1lm o, poi..;, poderia c u
sal vnç~o, em prn va da qual ao tex to do se m nw nifc~tn inipr udcncia albtar-mc
S. Puul o na epi., Lola aos ,·0111:rno" , ~m na fo l,a religiti o <lcll e::; :
qne di z. ~~te apo.. tulo; Jutg,111,os , pvis, ·1G. Pcl,, cern i ra l'i 11 , r1,; mais religio-
que o !wm e111 .~e justijirrt' pt>La f ,:, aju II lo11 en .. cl irr r:-;a:,, da <·at lwlica, ou ~e co u~ide-
Lu thcro cot11 m uit a fra1 1di•, a pab na 1-t'>, n•mj1111l 11-1 0 11 ~cp,11.:cla!-l. di ve r, i(it'a m o u
esta m e fe1. s1i..pei tar qu e la m be m em o u- ,·aria m 111 11 i10 entre ~i, tant,, e :n .su a don-
tt·o::; k ~los da :,;agl'aJ.1l~~<' ri plu 1·:i n,nri»m t rin n co mo no . . dugmas d e s11 a Fé : \ogo
os prolc..,t:i ntcs ~imi lhanlcs engannl-; e Oê\Õ :,,\Õ U I\ EnlH-:J \. r\nÕ flH'U ID pmpaga-
ach ui P qu e sw,p cir nv a; poi. . o mesmo das pclu" Apostt, los, mas ·:,,im n:1 .. ridas
L u1 hc1'<> Dil!-1 palav rn s de S. Pedro nr.ima t1) uito-. ~cL·olo., dr pois do tempo <lo~ Apol\-
citad,,~: P o1· tanto i1·111aow; c" idae mni.~ de tnln:--: logo naõ !,aõ EGr.UH .\ros·.i:or.tc-\. Naõ
[<r:.er ce1·t,, " 1 assa 1•ocú,:11n e elt>ÍÇiío , por
1 C3laõ c~ r allw da-. por toda a p.t rtc , mas
rn eiv <le boas obras , omilliu Lu tlicro es ta.., e m pouc·.1:-, p n n i1w1.1:-. da gnropu: logo
nhi ma i; pala na ~ e m sua vc ri;.io, porqnc na<> f11rn,aru a l~grejri ca th l) lica ou uu i-
claram ente er., m c:on1 ra ri ,1s no erro q ne t er ..,11 1. \d õ p11de1n referir n ~uri;e:.snõ de
en..,irla \'a de f]U C ª" bn~,!- ob ras de nacln pa1-lore . . ~ d ,111 trina~ dP~dc os ~po!,tolo'I .
!-erv•!lll ao homem pa r11 a ~tw sa h·ac;üo. !\o.!Õ poJ,, ,11 001 11ea r cntrf' seus ~ccla rios
Üi ea h ini, ta'- rw Evan~elho ele S. Luras algum :,,111 lo, 11 Pm cu i na 1· a ft,gi r d11 ma 1,
111ud,H11 é ,., pala , ra~: B.~le é n mef/ co ,·po, e " pra til'al' 1 hcn1; an te~ 11 r lo ('O nl nu io,
1

~m c!, las aqui r~t,, o mcrr corpo , pa ra ex- tccm e:-.te por inu til e aq rn• lle por i rHpos-
,·luir a re,d prPse.nça do co rpo de Noc;so si, el: logo naõ <.:C1 11.... tit uc1n l~gl'Pja Sn nta:
Senh<,:- Je,,i., Cbri·,IOna E1H•l.11ri-;tia. Pe- logo na õ tem Cdrn l'tt' r 0 11 :-.ig n ,il .1 l~111n de
la mc .. :ua , awn , .ton<le no Ern n~elho d@ n !r<l.ic.1e i1a Egreja dt• Cl11 i-.iu : log,; todas
~. .lmw ~<"" lê: R,, .~011 ,,ao oivo que bni:rei cl la~ e t'acln u rna dcl la, cm pai l1cnlar d e-
do <'ht, c,t'l'P. \ crn in , 1v1r:1<:.\;o.T1~ rtn lngnr ve m rcpellir t•o m o (:d,a~.
d e l'i,,n para q ue :,e entenda o pão nsn-
17. Pa ra chu~a r ao fttnd il rn ento da
a l. E na ,·pi· lc)la de S. Thiago os mes- '
ve nl adr q ue lrn~ra,·a, l'C'>11 l.,1-111 c n cxa-
m o!> r d~1ruw d 1>r \!s , 0 11 parn melh or di-
1.er, de,fi;.{urc1dnrcs <l,1 E~r('jn de Oeni.;. 1ni rrn r w, ,u,.i-, 1:elel> re-. au <'l r, re:. <'a lho-
m uda ,·arn as p,ila,·,·aii: Co l(fi1ssae, poi.~, lico~ (' prolt"· tHnl c..,, com o intPOl tl d e av e-
um a outro os t•os.~os percados , im·er len- rig11a1· a <·0 1H·o rd a 1H'1i1 el e :-.U,l do utrina
do- a~ uc,t as: CO\FESS\C os YOSSOS P I!CCAD .. s co m a d,b San to... P.1dr cs cb p, in,i tira
1'.ln.\ Cü.\t t: \IH mr. para exd11ir a <·onfi.,s~o Eg rcja , e c11 mo se r ombimHa en tre si.
sacrn u,en t:d, qu e ço m n,:itn<lo tex to pro- P.ira i, t u li \a rin· li, ros c,c ript oc;; porca-
yam ns ca lholico.,; e pa1·a r ohone,tn1· o tlwli1·0... dü di, er,:1., na<;ocn:; , rein os e
mal ri11w nio de• se us win i-.t1·os ou sacer-
p rovin <'ias, pa r t,, e .. pa n!i oe-., italianos e
dotci. mnd,rr:io o t,•.\ lú <lc S. Pa ulo, qu e
diz: Ho111·n:..o o 111atrimonio rm Ir dtJs , IH',- fr.i 11<'1'1e~ , p 1rlP ílu mcngos e ingleze~, e
l,l~ pa l., ,ra:. : Uo,noso (• ~I\TUHm,10 m,TnE park allf> man-. , pola,·o., e hu ng,1ros; ache i
T ODOS. Tamhem 011 q ue J c,u.; Chrio.;lo· qu e lndo ... cllc . . cunco r<la rnm totalmc11tc
disse, e refere S. .\la tbcu , Vi11de, bemdi- entre ~i áccrc.·a dos dogmas, e o qne
'
,© CC lil :-a>:V"SiSt"S
rB ll ;} tl'ilhe+
~Ht~W<Do
iM#Ft tN-t+*filiS.
#1 WWW \4in!it f PS
fifi Fffittt-

m ais me mara vilhou foi ni~da o vêr qu e, e laõ gra ndes hom ens da Egreja catho·
aquelles que em outras materias esr.olas- lica preferi,se uns hotl'lemzinl.ios de""co-
ticas se oppunbam entre si fortemente, nh ccidos, ign<>ranl e$, perversos e dividi-
como saõ as escolas dos Tomistas e Esco- <los entre si? Julguei, pois, por mclboe
tistas, Norninaes e Suaristas, cocntudo, scgmr aquel,les, e dc~presar totalm ent a
logo que se trata-va tl'algum dogrn a de estes.
(Continún) .
fe, todos d efendiam, en:sinavame segui-
am a mesmu coisa . L,to mesmo übservei
nos antigos escri pt os dos Santos Padres,
ainda que estes tivesge m vivido e cscripto
- -
er.u diversos t'empos e longinquos paizcs,
como Jgnacio e Chrisostomo na Antio- xxxr.
quia; Atbanasio e TelesfoJ'o na Alexan- Oi xi1 e rgo ~d Jose11h ••• Tu c1·Js su per ao-
dria; ~facal'Ío e Cyrillo em Jeru~a lem; mum u1eam, Cl a.d tul oris impcrium cunc-
l Í$ 11011olus obcuict: nnu tamuan regui solio

Proclo em Constantinopla; Gregol'io e l c 1m.eccuono.


Ce11. enµ. 41. r. 30, 1,Q.
Basílio na Capadocia; Justino em Athc-
téts; Dionísio em C11rint h'l; Efreo na Sy- Acc~satlo Jose·d'esse delicio.
Do qu:il n§o linha síc1o criminoso
ria; Çypriano , O ptJ lo e Agostinho na Passava d·a nuos dois que o tlcsditoso
Afrira; Epipl:ianio em Ch ipre; Amhrosio Em horrida prisao gemia afllicto.
na Ita lia; lreneu na Fran<:a ; Isidoro , Quando o rei, que maprlava là no Egyplo,
L ean~ro e Fu]gcn<'io na Hispanha; Be- D'um sonho, que tivera, receosn,
da na Inglaterra. E pelo contrario cote- Convoca os atlevinhos prcsuroso
Aler-lhe o que nos astrns era escriplo.
jando os escriptos d os modernos pro-
testantes com a doutrina dos antigos San- Porem debalde, que José !õmenle,
Chamado da pl'isão, cm que jasia,
l QS Padres, averiguei que se affastavam
A oocLUrna visão lhe põe patente.
inteiramente da ,·erdade. Cotejei depois
.os mesmos auctores pl'oteslantes entre si, O rei, que então seu merilo avalia,
De todo o Egypto o faz sop' rintendente,
e clarissim~rn e nte encontrei entre ellesa Com clle parlílhaodo a monarcbia,
maior opposiçaõ em se us dogmas de fe: f/icira .
porque naõ EÓ os calvinistas accommettem
contra os lutheranos, e os lutbera11os con-
tra o~ calvinistas, uns e outros contra os
puritanos, arianos, e a na batistas; mas
tambem os que se co mprehendem de
baixo d ' um mesmo titulo·on nome disco r-
xxxn.
IH rcvers us locutus cst utl cos. '1'ollcnS11ue
<lam, e se debatem terrivelmente entre Sln,~on el llgnns illis presenlibus jussit mi-
11is1ris ut 1mi,lcrfnt corum saccos tritico etc.
si áce1·ca dos dogmas de sua fé; e os rigi- Gu1. r,np. 112, 1·. :!li, 2!'i.
<los ral vinis tas sentem, defendem e se-
No meio da peourfa, que opprimia
guem uma coisa àcerca <l' ons mesmos A terra quasi toda d'Oriente,
dogmas, e os relaxados outra, uma os re- E quando a 1>edir pão immeosa gente
monstrantes, outra os contra-re01ons- Ao reino do Egypto concorria.
trante; uma os puritanos, outra os_ pres- Entre essa multidão Joze um dia
hyteriano&; uma 05 l111beranos ,vitem- Oívisa seus irmãos, e de repente
Com medo que livcssem cruelmente
burgue1.cs, outra os regiomonlanos; uma
Vendido esse outro irmão, que alH não via.
na Suecia, outra na Hungria: um a no es-
tado de Braodem burgo, out ra na logla- Occultando-Jhe a face cuidadoso,
Parn d'c lles não ser reconhecido;
terra; defendem uma coisa n e!-te seculo, Concede-lhe o que pedem generoso.
defenderaõ no pa1,sado outra; uma no
Mas deixa Simeão alli rcliclo,
principio do luthcra nisruo, e outra nos Ate que Benjamin, que espera ancioso,
seus progres~os. (Jue rasaõ, pois, pode - Seja à sua presença condu~ido.
ria eu dar no dia de juizo se a tantos Vieira.

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
desse couvcnrn r cnm Deu~. S..João da
àlattu alli o foi encontrar, e ,·Í\·cndo am-
XXXU I . ho.-; .por alguns annoi-, finalmente em vir-
El dhil rrau 11,ui suis: I:::~,., sum Juw,,11,
tud a d'uma rcvelari\o, que li r131·am, fo-
u1h 1c pah.r mlll' v!,il? ~on pr>h'r;mt rc,-
1
ram n Bollla p,1ra itnpe lrnrcm a apprn:..
pon~c,e rau l mmí'l u,riun· pcneHí, l'e•ti·
natu et a~cc ndlr~ nd pau 0111 mcum ct dlcijtfs vação ele Ull1(1 no\'a ord em, c111c se em-
.. ci .•• !<t lmhitJbis ln terl'J Ge~se n•
Gm . c,1p. !,;i. , •• :1, •>, 10. pregasse na redcmpçãu dos captivos, e
cujos l'u ndame nlo:; <lepoi,; lan<;n ram no
Josõ, qu:rndo outra \'C1. seus irmüo.i viu logar chanrn<lo Cervo Frigido, <'Om o ti-
... Voltar do Egypto â terra :i l)Cdir pão,
r-iao qolz deiu-los ir n' essa illLtsãó,
tal o chi Ordem dn Sau li-i~im.i Triodade
ela Bctlempçno dos CH pl.ivos. Prove ndo o
fül1 que da vez primeira os des1>cdio: i "
dia da sua morte, c-'hol'to11 oi, religiosos
Depois que cm lauta mesa lhes serviu, a qu e fo&;em :..empl'e ca ritati vos para com
1}:uiquote, cm i1uc roin~va a profusão, os pohres e captivo:,, e esp irc.,11 no anno
Não pôde reprimir sou coração , <le 12 12.
E quu era seu Irmão lh es descollriu. 2 1. T1mçA-1111rn,.\.. - Ap rcsenta<;ào de
De susto cnJa qual estrrmcceu t. .• Noss,, Senhota.-E uma tradit;f10 q ue 110
'. \\Jns, hrm longe Jostí d1• se \'iog:\r, tempo de J crn1'alcm ha,·ia menina~, que
... i.J A lodos t!tn seus l>raçGs n:cellou . :\hi eram cduca<las nn piedade, e \'Í\' Ín Ul
nv retiro. No 2. º li \'!'O dos ~l.wl1abeusse
E por eUcs ao pac manda offertar,
diz que q11audo llcliodoro quiz roubar
Alum tl'oulros presentes que lhe deu
por \'iolerH'ia os theso uros do tem plo, as
A terra de Gessou parn hal>il~r.
Vieira.
11i1·gc1t:; alú cnarrudas cnrria1111un·a o ,')'um~
1110 Sacertlt>Lc Ollia.~. Grê-~c dr~dc n mais
remota ant iguiclnde, qu e \far ia Santh,~i-
rna ful'a d'es tas vi,·ge ns ro n!ingraclas ao
Senlio1·, e qne la III hem vi re1·a no t elD pio,
onde se u!- paes :\ :ipre.-.entaram; e po t' isso
foi insti.tuida esta fostiviclade, que, cele-
Vlden!quu cum, irruit ,uper colium efus, brand o-se entrc.o-.p;rcgo, j:1 no 12º l-lCCu-
ct in ter aml)IC\11> Ocvl t,
Gt11. r,1)1. ltli. e. :.!O. lo, Sixto V cm 1585 Ol'denou (JUC fo:;se
Esperav:i Jacob em ancledatle <rxlon-.iva n tod.1 a Egreja E, te dia é de
A volta de seus lilhos lá do (~gyplo, dupl a sa li:.fac;ão para os \ la1·anb en,e1,,
oi E quantlo um dia os lamentava affiicto, porquci n'oll c vôcm a Virge m Saotis~ima
Lhe trouxe o seu regresso a felicidade.
inrn<!ada sob o titulo de Senli nra cl.i Vic-
Narrado eotão por <'lles com verdade toria cobe1·ta dos Lropheus q uc pela sua
Todo , quanto José lhQs linha dilo, incfo vc l beneficen<·ia nos g,·angcon quan-
J acob. seu r élho pae, cl'este lnaudilo do per:,eg uitlos pcl.1,-. fon,:a-; do:- Uolla n-
Suocesso crer não pode a realidade !. ..
desc,1, a íllictos implol':1vamos o seu au-
Mas logo que n r:is;io ve.ncc :i su rpresa, xilio.
Qual homem, que d' nm sonho "ªº tlcsperLn, 2'2. QuAnTA-111mu. -S. Cicilia,- ha-
E ve elos l>eus sonhados a certesa.
vcn<lo, con tra a sua vontad e, sid o dada
r:ira a terra pnrte, que José lh'oO'ert:i, em ca!'lamo nto a um c:c rto \' aleriano, o
J~ pagando urn tributo u nntur,~sa . co n venceu a que n:io attcntassc cont ra a
Nos braços palcrn:ies o filho aperta.
sua ,·i ..ginclacle,, e a que se fi,c5!->e chris-
Vieirà.
t~o. Com cffeito cllc fo i procural' o pa-.
(E:\tr.)
( pa l k hano, que, em co n'iequencin da
perseguic;ào, ei;tava e1,condido nos sub.ter-
ra ncos, q nc na \'ia Appia servfo m de se-
'1 , ANN'O CHRISTÃ.~..
pultu ra aos martsrcs, e send o por este
xo,·Elf(BRO.
baptisado, coovent·eu seu irmão Til>urciq
20. SEGUN0A-11Em \.. - S. Ft•lix c:lc Và- a abrnçar lambem o Cbrb1i,1 nismo, e am-
lois-podeodo com hal\tante fun<laro en- bossoffreram dep.iis heroicamente o mar-
t-0 aspfrar ao throno da Frnni:a, onde or- lJrio por ordem d() prefeito Almad1io.
denou-se ele pre:,,hytero, e retirou-~c para Santa Cicilia foi egualmente presa, eco...._
um ermo, onde menos di-:-,trn!Jícfo po-
.
mo sobrevi,·e!lse ainda ao~tormcptos d'nr.n·
'
••
hanh Ófel'vendo, tenlon o algoz. co,:nu·- te, com seus co~tumados til'os. Em 1591
lhc a (!abet;a, e só pai;sados trci:i dias i!"que e q11c o Cen recebeu mais e!-lc sa.i to, e
seu puro espil'ito se achou solto para ele- a terra se gr:1 tulo11 de ter là mais um ra--.
var-se ante o throno cfaquellc, porf)nem liosn protel'lor. Seu corpo se rencra in-
tinha trabalhado, e ahi fui gosa r da paz e corropto, em Segovia, havendo ellc sido
delicias etcl'na~. canonisado pelo pnpa Bento X.III.
23. Qmi\TA-FEm.\. - S. Clemenle. - 25. S .rnnAoo.-S. Cntbarina,-nobre
Morto S. Lino primeiro imccessor de S. donzella de Alexandria, <"heit\ d~ ze lo á
Pedro lhe succede n S. Clemente (outrús vi~la dos innum~ra,·eis rnartyres, que a
porem mais geralmente creem, que n ~. crueldade de Maximino supplíciavà, foi.
Lino succede-!-se S. Cleto, e a S. Cleto S. em pessoa eeprebende--lo. Admirado ollo
Clemente). As instrucções, que tinha ou- de t.,mto valM e <la ~1:tbedMia, {'Oíll qu~
vido ela boca dos propnos Apostolos, bom lhe pro vava que era a religiào c.:hl'istan a
como os illustres exemplos ele suas virtu- unica Yerdadt-irn, cbam'ou filosofos, qu e
des tão impressos estavam no seu enten- re~pondessem a ~eus · argnmenlo~: mas
dimento, e tão profundamente gL'a rados aconteceu o inverso do que cite o~pern-
no seu corac;ão·, qne, como dizS. hincu, ,;a: ella à todos l'<1t1vencia, e muitos se
lhe parecia ouvi-los follar con tinn arnente converteram. Como po,·e~te modo n não
aos seus ouvidos. Corno vigilante pastor fez renegar, tentou o mei~> <las seductoras
governou o rebanho de Pe<lro, mostran- promessas <1ue lhe não <lernm melhor re-
do um zelo iocans,nel na conversão dos su ltado. Finalmente rcconeu ús tortu-
idolatras e na paz e união entL·c os Heis ras, '<.]Ue, variadas e cruelmente enge-
commettidos ao seu cuidado; e uma pro- nhosa!\, s6menle sel'\'Íram de provar-lhe,
va elo seu ielo e a celebre ea rta que es- e no muodo to<l<,> que nnda podem os ty-
creveu aos Corinthios po1· occasião do rannos contra crem;as hcro arreigadas.
scisma ahi le\'antado poL' alguns sedicio- Sua constancia fez pasmar toda a cidade;
so~, coroou S. Clemente seu pontificado e indo visita-la ao cnrcere a mulher do
com a gloria do martyrio, e o seu nome mesmo Maximiuo e Porphyrio, general
é contado entre os outros martyres, de dos seus cxercitos, saíram de là conrcrti-
que se faz narração desde antequissimo dos. e soffrernm depois o martyrio. Elia
tempo no Cnnoo da l\fü,sa. deixou de ,·iver na terra, e foi para o Céu
211. SnxTA-FEtnA-S. João da Cruz,- depoi:; que o alfongc do algoz lhe dece-
de Tontibero na Ilispanha, logo de\õde pou a caber~. Seu corpo diz-se que fôra
tenros :innos encetou o caminho da pe- pelo~ nnjos transpo1·tado para o alto do
nitencia, sabendo que por elle é que se monte Sinai.
vae mais seguro para o Ceu. Em man- 26. Do:ut~ao. - Do minga 5 <le No-
cebo, e n'aquella e<lade, em que a!; illu- vembro e 25 e nltima depois de Pente-
sões mais n1.1s dominam, foi offerecer-sc co~tes. - Strn tà Gertrudes Magna, natu·
creado no boc;pital de Melyua do Campo,
ral de L, lehio na Saxonia, entrou na eda-
onde sua caridade lhe não deixava temer
o contagio<le febre, prestando a todos os de de 5 annos para o mo:,lciro h enedic·
enfermos aquelles servit;os de que care- tino de Rodarcfo, onde mai~ tnrdc pro-
ciam com sollicitade e carinho, a todos fe:..sou. Juntando uma completa abnt>ga-
1·ecommendando u resigna<;fio. Acceito çfio de si él nma solida ini-lrurçào, oaõ
na Ordem dos Cal'mellitas, e ordeoado houve virtude em que naõ fosse insigne ;
presbyturo, foi o mais caridoc,o medico e eleita abbadessa, er·a ao mesmo tempo
de leprosos pe~cadores, e maisincansavel a mestra e servente de suas subditas. Do
mestre e guia dos cegos ignorantes. Foi Divino esposo gosou extraordinarios fa-
elle o restaurador da antiga disciplina de
vores; e quando na comunhaõ o recebia
sua Ordem, que se ia relaxando da aus-
fi c,wa arrebatada em extasis celestial.
teridade primitiva. Em Ubeda ~oi acom-
rneuido ele uma grave enfermidade, e. Finalmente, desligada das prfaões do c01·-
<lispondo-se com l)S sacramentos para a po, ,•oou à mansaõ dos justos.
perigosa passagem cl'esta para a outra vi-
da, elle o fez sem qne o inimigo da sa \- 111a1·<mflãQ, ryp. de .1. e. il/. dei e. Tm-rcs=nia dos
-va<'~Õ podesse ~ffeude-lo, nem levomen- Bai óet.i·os 11, B=amto ele 1.854.

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
tNNOI Segonda-feira27 deNovembrode1854 N.ci 30.

OCBRISTIANISMO.
1'11f.(:O U \ SüilSCíl ll'l:A'O.
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f1 t ASSIG.\,\.SY.:

,ei, "º""·
l'<1r nm ···" ... HOOO. 'J Q zo.
ll •, ln·z mc.',.e, .. •.... 2$~00.
. ,, met(•s••..•.•• 4~011. \'! ;>;a 1111~ ,:a C1 uz n. tno 'l'ipogro11hld
P3go all,anlauu
.\1Uli'l5 .... •••••• ..... $:140.
b.
V f
TJ
dfS\t Jur,~:I.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
I\ ~

S o11 re11i trttl111a1 1•trtlc1·t si•tl sc:IMrf.


S. Luc. ç . !>. , • :ia.

rcm a ~c r-que o Temorqne proced~díY


OCHRIS TI ANI SMO. a1nor de Deus, sendo, cu1110 é; firme.
pnro, forte, e de valor in cou:-idcravcl,
nüo e~lú sugeilo ü allernc;:io al}!uma, e
nem n stta ci.t im,H;aõ e dignidade podem
(r: ond,túio ). ser mrnosprc~a<la:-; porque o amor de
Possuido d'um ta l temor o que uão quem é filho gosí'I cm ::,i e~la µr eeminen-
tome ú Deus, como <le ixnmoi. e.xplit.:ado cia; o tem or porem que na~ce do- pro-
cm o nos~o n. p.; lc:tmbem oü1) pouco o pdo qucrcr,-e fraco, cngnno~o, e in-
níllige e inc1uieln a lern bnrn <;:a de perder constante, porque é <lc1-ecndcn le <l 'um
os seus bens Lemporae", que fol'm.101 !<em pae, cuja conaic;aõ é o mnor fas coisa!>
<lu~ida o completo de i;ua maiol' satisfa- frngeis . passageirai:;, e precedoras.
<'r'lO, a par da grnnde e vaid,o~a estima- Ainda mais diremos qne o Temor de
c;ão que de si me:-.mú fai. E por N l n e Deus engradece ele ta1 modo o que o pos-
não oolra causa que. ronsag rando amor suc, que o faz (porque st'> à Deus é (J II C
à !-i rnesm'>, teme perder a~ snns tel'l'as, teme) senhor de si lhe!Jwo, e de toda\ a~
seu, dinu eirns, seus animucs, se us esrrn- coisas, porque ns tem nos pés. e as calca,
vos, e todas as mni~ c•oisas, de que se glo- e~timanuo em pouco a terra, o mar, e
ria ser Senhor, porque Gc·a pl'iva<lo de tu<lo qnanto em :..i cnccrrnm ei-tes ele-
tudo quanto lhe i;en e de ohje<'lo do seu mentos: entre tanto que o temor do amo!'
inexplicHel conlcntanwnto, que é, o que proprio torna o que o al imenta 11m i,,cn
m ais aocioso procura. peito, em servo ele :,;j me~mo, timi<lo, mi-
Não tantas co isas teria d e terto riuc seravel, acccs1'i ilu<lo, e c..,pt ivo de todas
temer, ~1 "Offi amor repro,·ado não e~ti- a~creat11ras, t1ue cunsidcrando-sc cúm do-
mara a nma i.ó, rp1e é n si m es mo , sendo, minio so bre cllc, o tral,11!1 COLllO '.l ,·H e
como é, caduco, fragil, mi:,,erarel, e ro- fogiti ,·o cscra vn.
rno ta l não di~no, de que em !li ~eja em- Notemos mni!oi q ue o bom Tomot·, is-
pregada joia tão preci o:,,a, como é o amur, to e, n qu e nasce do amn1· de Deu5, é
mui to pt incipalo,enlf? naiwêndo d',•ll e mui to conforme a nnlurcza do homem,
o Lemor de licHt' de .. pojado das cobas q ue, em qu onto homem, e confu1·mc t't von ta-
fo rçosnmeote hnde pon ler, porque quei- de Diri na, e ordenado seg11 ndo a dispo-
ra, ou não queira, cm breve bade ser siçaõ de todo o unircrso: o múu temor
despo.11su ido- da boura-dignidndc-fa- pt, 1·em, isto é, o que nnsce do amo,· pro-
zcnda- mu lher-do~ filhos- e de todas prio, é cm tu<lo contra o mesmo Deus,
as mais coi~as que, de 1-i ~am pcrcccdo- contra a mesma natu reza do homem, que
1·as, e como taes se bam de a<:~bar ne- teo<lo si<lo, como foi, crca<ln pa r,1 seohm·
cessariamente as prcse nle~, a~sim corno de t u<lo, ;\ ne nhu ma creatm·a, por lhe
<lesapparecet·arn ai. pa-.!iadus, ou pelo me- serem tocbs inferiorc... , devia temer, co-
nos al, hade deixar, P""ª que onlro uaja mo teme, o que é lnrrdJem contra a or-
de as possuir, ou herdar. <lcm <le todo o Uu ivcrso, de quem devia
D'aqui bem se pode infe ri r uma ou- ser, segu ndo a mesma onJcm , servido,
tra differenc:.a entre os d()us temores, e tirnidot e naõ ao invct'.'50.
'I

'***' n
É certo por tno to que, se o homem
&&<JS# SCl§SM I

por titulo. Lrvnos AsoEncos ( islo é , de


.-·l

bem ponderasse a força gra nde d 'e!->las contemplac,;ão. de coisas divinas): nos quaes
rasõ es, na õ hesitaria uni so momento em se comprchendiam mui saudaveis dou-
se desviar <l ' um tem oe taõ pessimo e pe- trinas espirituaes do excl'cicio das vil'tu-
rigoso, qual é, o que pl'ovem do amot· des christans, d.t perfeição da vida, da
propl'io, aco mpanh ado de immens<Js ma- imila<:ão de Ch risto, dodespreso do mun-
les. Assm pois só se occupad~ no santo do e suas va idades, <lo amor de Deus e
temo r de Deus, de que nascem todos º" caridade com o proximo, do amor para
bens, que ve rd adeit·amente formam a com os inimigos e perdão das inju rias,
sua maior felicidade n'esta, e na outra da humildade profunda, da castidade e
vi<la. Em os nc,ssos ns. 25, e '27 deixa- puresa angelica da alma e corpo, <la con-
mos mostrados os fruclos, que resultam fo rcniclade da \·oota<lc humana com a
<lo sa nto Temor de Deus. divina, da med itação dos quatro novissi-
Fr. r. de J. mos e grav ida<le dos pecca<los, e da pra-
tica de todo o gencro de virtudes e de-
.
,•oc·ào .
A tercei ra cln~se lin ha por titnlo T1rno-
1'â\~~B ®~~11
1

Locos aionAEs, o~ quae'.itr~tam diffu~a men-


do te da obse r\' ancia dos der. Mandamentos
SENHOR BlSPO DE BAFtCELONA. e leis divina s, da re!>Lituiçüo das coisas
alheias e injustamente possuid as, da sa-
( Continuarão do 11. 29.J
lisfa<;t1 0 do.,; damn,)s por nós causadosaos
18. Freque ntei de proposito muitas outros, <lo uso do!-i sacramentos e sua de-
vezes as bibliotbecas, tanto catbolicas co- vida atlmini:-l nHJÜO, e d'o~lras coisas per-
mo protestantes, e observei nas dos ca- ten ce ntes a conscieocia.
tb olicos tres ge ncros ou classes de livros Porém nas bibliolhecas elos hereges
di~postos por extensns 1-leries, dos quaes. não pude encontrar semelbautes liHos;
nem ~igual havia nas li vrarias dos protes- nerr:i vidM de snrílos e d~ sa nta-;, sendo
tan ~es entre os livros e:icriptos por elles. como é <·ertissiruo, que Louveram mui·
A primeira das ditas tres classes compu- ti~sirnos antes da ta l refot·ma nas respec-
nha-se <le vidas de sa ntos e isan tas. ~lui- ti vas provineias ou reinos, especialmente
ta:, destas vidas eram <le fi eis de todos os oa lnglah· rra, os quaes depois não tive-
estados, Í:,to é, ecclesiaslico, religioso e ram iuais; nem li vro,; de contempla~iio
secular. Havia entre ellas vidas ele innu- el e c:oi:;as e~pi ri111aes, porque seus Jivro!-l
meraveis sa ntas virge11", de v1uvns, de nada <'onte<>m <la perf1-içào, que n_em ain-
anaco retas, de religiosos, de freira~, de da pelo nome a conhecera m: nada do
martyres, ele val'Oens apo-;tolicos, de reis imi ta<;ão de Ch ri .. to, a qual dizem é im-
e cl'outros sa ntos confessores: em cujas possive l: nudc1 do exercício das virtudes e
vidas se-coo tiobam suas admit'ave ise he- boas obras. que julgam são inuteis pam
roicas virtudes, innocencia de vida, sa n- a vida eterna: nada de ca1:>tídade e conti-
tida<le de costume~, devo<:ào com Deus, ncn cia, a cujo nom e se hurrori:-am: nada
caridade com o proxüno e todas as per- de fazH peni ten<·ia, en1 loga r da qual di-
feiçoens da vida christan: eu pen.,a va zcro ~er su llh·it> nte o crêr que Cbri,,to sa-
muito so bre tudo fato, e concl ,1ia comi- tisfez ~o Ete rn o Pae por no~sos peccados.
go mesmú que aque lla era sem duvid a a Não se encontra entre elles theologia
verdadeira Religião, ew que lwuverào mora l, pois en:-inam que se não podem
estns sa ntas pessoas de tantas vir tu<les e ob1,ervar os Mandamentos da lei de Deus;
tanla perfoi~ão, vi$to que, como dice Je- qu e todos os pecrados i-ão iguaes; qu eos
sus Cbristo pot'S. Matheos: A ai·vore boa pecca<lo.,, dos prcde::.lioa<los não são re-
nao pode produzir máus (ructos; e que pe- pu ta<los peccado), aos olhos de Deus; que
los fructo:; conhece1·emos a m·vo1·e; e refle- ninguem é condemnado senão pelo pec...
xionava d'e~ te modo: é assim que todas cado da inlidelidade, e outras coisas se-
esta~ 11essoas viveram e morreram na fê melha ntes a e::,fas, que a carne. e o sà n-
catbolica romaoa: do que necessariamen- gue i-uggeriram e nà~ revelou o Pae ,ce..
te devo in fedr que a fé ca tb olica rornan;t le!'> tial, e 'sãó prin cipias não da .v·i~a espi-
é a verdadeira. A segu nda classe tinha ritual., mas sim da vida brnt~l, que· dão

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
'-·* • , P-tt : ___..rnz:za:z = zw

0 cca~iiio n toda relax:i<:üo, vida licenciosa tade. Vejamos ngo,·a quaes são as regras
e libertinagem. que dil'igem as rontndc~, segundo a dou-
19. Confrontei tambem os condlia- trina rntholica romana~ e. depois re1·cmo~
Lulos ou as"lcmbleas dos hereges, el-peci- aqucllas q~e. segundo a doutr.i1u <.fo!>
almenle aquclla~ cm que se composera m protestantes, as goYetnam.
as confis!loen~ augn:-.lana, belvctica ou Segnn<lo a clou1,·ina callwlica l'Oruann
suissa gcneb1 ina e ingleza, confron tei-as, 1;aõ regras ca ll10licns estas: todo o pecca-
digo, com os couci lios geraes e m<1is an- do se deve C\'Ítar, e no li\l'C arhitl'io do
tigos da Egreja eatholica romaan. Mas, bo1nem consiste o pecca r ou uão peccat·,
que comparaçào po<lia baver enll'e n luz ajn<laodo-o a grr<;n de Deus. -Todo o
e as treva:,? Aos concilios gemes certa- p~ccado mortal merece a pena eterna, e
mente costumam se r convocados os bis- uu1 5Ó d a~tes peccados Lrnsla para con-
pos ele tocfo o mundo, os primeiros tll eo- dcmoar-Por nenhum a coi:;a de~lc mun-
logos de todas a:- naçoeus, Jegados e em- do bO deve commeller um pcccado, mas
baixadores do:-. rei~ e imperadores; tra - anles se de ve perder a vida que co mmet-
tam -se o., nt•go<·ios eom muita madurcsa, tel' o minimo elos pcccadus.-Dc todo o
<lili r,0 cnti.,:,.irno Jllizo, :-.éria delibenu;ão,
0

peccado qne comniettcrmos, "ioda que


u nau iene acco,·<lo, ou decbão da contt·o- muito leve, havemos de dar a Deus con-
vcrsia, e com g(•1·a l acceitaç[to <los fieis ta, e de todas as palavras ociosas. -Não
cm tudo aquill,) q ue se decreta; <lcruo- se perdôa o pecead•>do furto, menos que
ram-,e aoo1Js e anno-; em sua celebrn- se afio rc:.ti tua o furt ado. -Depois d e
<;ão, para que as d1nidas se ventilem, comrnctticlo nm pecrado morta l não te-
exnmincrn e resolvam mclbor, e uma mos outro rcm cdio que faze,· penitencia
, er.. clerinid.i:,, não se \'olta a disputar ou hir para o i11femo. -Não ha nenhu-
maí.... Porém, que succede nos concilia- ma obt~a boa sohrenaturnl (i8tO é feita em
L,111011 ou nsser11bleas dos protestantes ? grnça de Deus), pe)c1 qual não se mqreça
Tomemo-. por excmpl<> ajunta ou assem- o augmeoto desta e a gloria.-Todos os
lilea rennidil e m Aug11:,ta ou Augshourg, pe~cados mortaes se bào-de declarar na
na qual se fo1-j(lu ou decretou a coofü- confissão ao sacerdote. -E assim por di-
~iio augustana: e:-ta fui rompo:,ta por uma ante.
rcu ni:fo de pouco", e esses apenas com Segundo a doulrion doi; pl'olc~tantes
un-..:1 le,•c tiulul'a d~ theologia1 e ~e es-. <.'is-aqui os dict·ame~da :-na <'On~ciencia : -
cre\'ell ('OID grande ac,·elerac;ão em uma Ileretico !'ieutir elos protestante.,. É im-
hospedaria on easa publica: as!\Ístinuu a possivel ob...crvnr os preceitos <le Deus. -
ella só mernl>ros d'uma nação, convém a Cada um està obrigado a j ulg.u·-se, ou
!-a ber, alleinan:.., e em pequeno numero , crêr-se, con<lemnado ou pl'edei.tiGndo. -
jl1 prcoC"cupado ... co m o_u~ras erradas opi- Aos que crêe m ni:.lo, Deus não lhe im-
11ioeni-; lwm~ns de esp1nto orgulhoso en- puta peccadn algum. -Por oenhum pec-
trco11e1:, á se nsualidade e vida lice ncioi;a: cado se condcm na o homem, '-enào pelo
po~cas <'Íd.ldcs e principes acceitaram ·a pcccado da infid~lida<le. -As boas obras
dita con lis~ão, muita~ a rt>provarnm, e o não são mcrilorias da vida etet·na. -Não
seu cooteudo foi va1·iado repetidas veze!-l. é necessaria a penit encia pc, r nossos pec-
Assim eonsideradas por mna e outra par- cadoi., porque Cbri,to sa ti:-.fez j:1 com a
le todas estas coi.sa~. cumo não havia eu sua morte e sangue por nós.-Nüo está
de auouir ao juiz,, daquelles catholicos em nosso poder o evitar os pc<!cados.-
concilio~ gerac:.., antes que ao destes illu- Nioguem e:,.ta obriga<lo a confes~a r os seus
sos, na decisão de tudo o que pertence pcrr.tdos.-So a·fe é bastan te para a sal-
áfé. vat;ifo.
20. ~esta consideração tomei por Pese cada um e conbidcre que cons-
objecto a comwicacia dos catholit•ose dos dencia se formarh com estes ruinosos
hereges, fazendo uma c9mpara ção das prinripioi. parn fugir ao mal e praticar o
regras d ' ullla e d' outra. 1.I .''J pois

a consc1-

bem, quondo l,() o:-. principias da dou tri-
cncia um acto do entendimento ou da na ca tb olica no~ podem commonicar Lo-
rasão, <1ue nos dit-tn ou adverte se uma do o l>ctn e livrar de todo o m~l. Por
coisa é lici ta ou illicito, so é factível ou tar~to li<J11ei convencido de que der ia sc-
não, e é a regra immediala d<.1 nossa von. gmr a con:,cieoeia do~cat bhlicos com pre-
I M-rl CW?Wllt ,\
ferencia t, élos protc~tnntes, pois (p1e cst:i siocm que 6Ó a fé é gufücienle para a sal-
é totnlmcnte aliomina\'el. vn<;ào, ai nda q11c l:il coisa em nenhuma
:2'1. Quando cu viajavn pOL' paizes 011 1ra pnrte da Sagrada E~c·riplura scac:hc.
ca tb oHcos ob:.cevava aguc llcs que segun- PonpH', assio, c~omo a Sagrada Escriptu-
d o o juizo <lestes eram Lidos por Limi<los ra tc,tili<:a da fé c·om as llulavras se(Juin- n
on _1pnns c;itholicos, e con he ci que pu- tes: JJbra/mm creu cm Deus, e isto foi 1·e-
nl wrn nc ... ta classe de gen te atJuelles que palwLo 1rn1·a sua jllslificarr10, e i11a /'J te
não o h:-,01·vava m os \]andamentos du Lei salvou; ta m hem u m esma fü,criptura a t:.
do Dcqs e <la Santa Egrejn , os que não fir ma da ei-peran<;a: Muitos sao os rn.~li-
se c-xcl'<:ilavam em boas obras, que fugi- go:; do peecado,· , 111c1s aquelle que espe1·a 1w
am e esqueciam ~l l!onfisi;ão, e que raras Senho1· será 1·odcado de sua rniseric01·dia .
vezes assi.,tiam aos offirio!, di\'inos e coi- Rm ti, Senhor, e~,,c,.ci, 1u10 serei co11f,m-
sa~ sngr,11la!i, que se entregn\Tam no:; dí!- d1do /Jtll'ct .~1·1111,r<', g lodo aquelle que
leites e sen:-ua lidades, não obserya rn mos lclll C!--p<>rançn c 111 D1•11.;, 1-iC sa ntifica. Da
jcjnos, etc. E voltando-me depois para c·;1ritladc: f>erdoam· .«e-Lhe 11111ilos pcccadoJ
· os protc,,lante", vbservei 'JUC enll'e clles (djs-e Ghri•to a ~in1f,c1 foliando da ~lag-
!,ÜO tiJos por rcn·oro!-os, evangclicos e daleua), 1wrqut (111101111,uilo. l.t a caridade
prote:,,Lantes, os q11e não ob~c1·,·aCTJ ariud- n1,aµ:a " 11mltidao dos pcrcntlos. Da ohscr-
las rois1s; e inl'e,·i: logo os pes!--imo~ ca- Yanc·ia do, ni,wd,.nst>u los: Se queres con-
tbolicos são como os melh{H'Cs ~vungeli- s11gJ1Ú' (/ ·1•1da t:íe1·1111, guanla os 111tnulc1-
COli ou protei,tanle!-i e fflC confirmei ...,o a- nie11!0.~. Dah b, ,a.. obn:!> : /!) curue(/es que
que1le aclngio que cm outro tempo tinha obra, em bem, irao para n l'icla c:lenrn. Da
ouvido e é: que c.l'um pc~simo ct1tlrnlico penill'n«·ia: Se 11(((> /i::enles /JMi!eucic1, p c-
se faz um perfeito lu1lwn\110 : cl'um 1wl'- re<'erei~ todos do 111es1110 111odo. Da mi!'ie-
verso hlllterano um !-alirnte cahini, ta, rirordia: r:nm a mi~e1·icardia e a veJ·dade
ou um grnndis!-.i mo ariano: e do peor sr. resp;ata a iniquidade. Da c1,mofo: A
ariano o maiol' mahomclano. O <1ue e1>1110 ta li1•rt1 de lodo o per.c(((/o
da mol"le.
causa horror. O que /}OS sob<'jm· rlne-o dr. esmola e sereis
22. Ta,nhcm <'Oncorrcn para a mi- p11rific11tlos i1drira111r11te. no
pe rdüo aos
nha feli1, convcr!-iào .\ fé catlwlira roman:1, inimigos: f>,·rcfoue a sa,·tis perdoados. f>o1·
o ter ol,~ervado i;emp re, <jllC o fazer-se (flle .~e /ICl'dOlll'lfe:- fl(}S hrmie,,s (IS SllOS faf-
algum ca tliolico prote,tante não era com .fas, vosso Pac rt:leslial 1·os 11e1·dom·tí lam-
o fim do !--C fazei' ,uelhor, ma~ un icamen- bem os vossos dclfrlofl.. De!-la ~orle, julguei
te pa1·a cor.~eguli· a liber<l.1de da 1·.:irne, rnelb11r e m.1si" seguro seg11fr a doutrina
e licca<;a da vidu r<?lnxacla~ e c.le:-la ~orle du~ cc1tholit·o.. , os quaes en-.io nm que a
nenhum rPligioso 011 erdc.,ia,Lico , i pas- fã é na vcr<la<lc IH' <'cs~oria parn a sa lvi1<;ào,
sa r dos catholico"i para º" prole!-tantes, pol'éfll sem excluir a espernn<;a, nem a
cujo primeiro 1·11ilL<l-0 nüo fosse ocxci•.i,so <'al'idadc, nem :,s hoas ol1 ras, pol'que,
de conlrahir W,tlrirnonin e :-(•guir o, de- l'OtnO tli-·.e S. Pau l, : F'é, t'.~Ju:n1'1u;a eva-
leites da ca rn e; a~)conlrario oll,eneiq11e ,:idade, rs/o.'i ires 1•irtndes soo r1eces.çm·id.<;
os pro le~lante~ que se convertiam à fé r1m·a" .rnfraroo n li m11ior dei/tis éa cm·hla-
ca th olica, s~b iaru bomcns mui piedn~os, dt'. Ejnntamrntc di . .se; St• cu Lives8ou ma
fervoroso!> e exemplares, e muitos delles tal fé que m1J<fo,-,e os mont es, e não li-
dcixa,·am o mundo e se consagravam io- ,·esse caridnde, <lo nada rn e aproveitaria.
teiramcote a Deu:; e ao seu servi<'o. · A:;- Por tant o, admillindu-se i~lo (como derc
bim: '.l'oda tt orvo,·e boa p1·oda:: bo~,s /rur:- ser admittitlo), é falso que :-ó n fé haste
los e ioda a mtÍ arvore {JJ'OtÍa;; mtws frflc- para a sa h ação. Tamhem é folso que as
los, como nos disse o nosbo <lirino Sah·a- dt:111aii- hoas obra~ não :-no uteis para a
dor po1· S. Malh cus. vida clerna; fi nn lurn11tc, é falso e folsissi-
Não me causou pouco n~somLro que rno que toda, as nns~a:-, boas obras sejam
sendo tão expressos e cloros os textos da pecra<lo:-, porque os pccrados nàu i,üo,
Sagrélda Escriptura que í'allam da ncre~- noni pod c.· m ~er utcis para a salvação;
sidade da ea riclatle, da esperao<;a, do te- antes pelo ('Onlrurio ~5o a causa da nossa
mru· de Deus, dn esmola e d·outras boas cou<lemnaçaõ elt>rna.
obras, como o~ qu e trnt ~1111 da necessida- 23. Observei que muitos prolcstan-
de da fé; não ol>stnnteosprolestanlesen- te1,, os quacs aitHh que tod.1 a .sua vida

~
JBJPJB1f,
foram afcrrndQs a suas seil~s, naõ obs- applicar-nos o frucfo d e11e de tal modo
tante quando se viam em ptrigo de ruor~c que i,nilando DÓ&SLH1s virt11de::, coo pcras-
se convel'Lfom e c.lesejav,1in 1oorrer na Je semos M m sua acerbissima Paixaõ. Pot·
catholica; e pelo contrario nunca notei aue o frrn da vinda de Cbri .. to Senhor
algum <:aluolico, que ve ndo-:;e proxirno '
Nosso a e~te innnclo, n:iõ so foi pa ra sa-
ú mürte de:;ejasse morrer u,> pretendida lisfaz.rr por nos.sos pcr.cados e li~Tar-oos
religiaõ p1;otestante; sendo <lc1-,la sor te <.fa condemnacaô eterna., mn;, tam bem
que n a hora d a morte se abrem os olhos p tH'a nos da i' 11m perfcitissimo exemplo
da alma ao homem cbristaõ f,cerca de de tod.,s as ,1frllldcs, e conduzir-nos a
tudo aquillo qu e diz re~peito à eterna sal- imita-lo: c;ujo {im foi cleclarado --po r Nos-
vn<;aõ della. Eu, pois, dispuz-me a vi\·er so Sen hor Jasu~ Christo, o qual d epois
como quiz-era morrer, e para isso deter- cl"' ler lavado OR pe-. aos apo~tol os, lhes
minei-me com temp(J a abl'a<;ar a fe ca- di:.~c que o~ devia m lavur uns aos ootros;
. tholica , porque a rnol'te e certis:;ima, e a Po,·que IJOS dei o e:1:ani1>lo, para que á sí-
li ol'a ó incerta. Para i,to concorreu tam- 111illim>çr1 do que eu /i.z paro comnosco, as-
hcm o set·c.m os eat holicos, com qncm sim tm1tbem b facacs i·ós. (S. .loaõ XIII,
trat ei de mi nha con versaô, [bdore5 da ·15). E: Âfffe1uüi de milll, que sou 11w11so
minha salrat;hõ ne:,te~ termos: convcm a <l_ /wmildc de ccraqao (S. "'\·ln theu" XI, 29).

I
saber, que se eu pot· nrn le r convertido .\ l~ S. P~dro e1 11 :,,ua 1. Ep i.:. tola, JI. , 21,
f<~ eatholica lwuvesse de ~CL' condemnado Nosso Se,zlwr /esus C/iristo padeceu po,·
etername nt e, elles estavam promptos n vó.~ . dei.xanclo-1.Jos eJ:emplo paro q1ie o imi-
re1,ponder pn1· mim uo tlia de juizo, e a lets.
soífrcr por lDÍin, ou eru meu Jogar, a l~ jà te mpo, ama dos fillios, ele termi-
·eLet'na condernrrn<:aõ; cuja t,egurança nun- nar e..;Le escripto. \ igiae e orne, nos dis-
Cí.\ pude cl>nseg11 i1· me tizesst: m os prega-
se o Senhor por S. Pedro, porqu e o ini-
dores prute:,,tantés. be por vÍ\ er e morrer migo mau, :-imilhantc ao leaõbrnmante,
nas "uas vi .. tas eu houvesse de ser conde1n- no<l ..1 em ,eguin1en to da presa pa ra a de-
nado. De tndo isto conclui q ue a fé ca- vorar. Naõ ~iC~jam nsfilhq ... das treva!; mais
Lh oliea romana se base ia cm urni firmes prudentes nt•m métis sagaze-; que os fiibos
alice rces, e em n enbuns as seitas que lhe e.la l11z. Ü'> S(l('(al'ÍO!) trauall1atH ('Oll'l Ín-
6aÕ contl'al'ias. ca n(;a vel n<"tiv i<lade em difundir lleus er·
Ajunto a Ludo isto, que sempre nie ros e augmentar o nuffH!ro de seus pro-
de!--rostei d.is pregadores dos sectarios, 1-elitos .. . E OÓil ha V(' llH)" de c·rusa1· os
'.) 1 .
qne em quanto exa lam os merec1men- bt·aço~ e con1-e1·v,ir1110:,-no . . a'uma cr.im1-
to1, de Chl'isto, e sua .'11:l l ibfoçaô, de!-pl'c- ªº"ª apad1ia ? Naõ o permita Deus ...
1,am e e...quet'em eternamente o propo- tiomo,; sold,1d11:, de Je:- trn Chri... to, porem
r ~m e persuadir a seus ouviot~~ a irnit;1- p,H·i1icos. \1ilí tem11. . , poi'>, e :,e e-.t,1 nobre
eaõ da .çiJa de Ch:·i..,to, e an tespelocon- profi1>..,aÕ e n cmhlem.1 da act1 vidacle, te-
lrario lh e1, daõ motivo ou pretexto para nbamn-la parn tocl,1 o CjllP e bom e para
que de maneira nenhuma cuidem c~1 todo o q11t" e . . . nto. E~erC'ilemo nos em
eritat' os peccados, nem de faze r pen1- ludo o que conduz a gloria de Deu", a de
ten<:ia pel os com 111etlidos, nem l,Hb bem no1,sél sa11tifi1•,H.;,.iõ e a d11 no:<...,o prnximo.
d e exe rci h1 1· as virtude:, e hom; obras: al- S), OS J>l'Oli:',,tan{e-, ('(>lll a Miá diabo lica
lcgando c m seu fovor que Chri~to Sen h or ,1)-,fucia teem m11ltiplica<lo a te um pon to
N~sso jà sa tisfez com sua ~anti~siina mot'- fabulo:,o o oumeri, de Mia., bíblias muti-
te abu11danternente por nossos pcccc1dos ludas <' <'Onon1pidas. VÜ:, cle\'eb inutilisa r
e nos deixou merecido o reino d os cern:i. os :,eui, e,..,forç1>~ ap re•entan<lo-nos como
de.., la a rle. para passa re m uma vida li- ,·n-lu s11pplit:amus tod.i:-. aqut- llns que te-
cenciosa to1n:H11 por pretexto a Paixaõ e nhae-. e 111 \os .. o p.. der. A ~an ta Egreja
Morte de Uhrüito e sua sn tistiçaõ. Mas a lançou 111:n , oto de reprnvaçaõ rontra a
d outrina cd tbolica e, qu e a \'lo rte e a Pai- :-.Ol'it>dàdc biblica, e nó-;, fieis <li,rnatarios
.xuõ ele Chi·i~to foi por ili ~ullicieotis~icna . <l e
e Hll L•rprete:; a mesr.mi, vt,-lo devemos
:,atisfaçaõ por noss~s peccados e de todo annuncia r. Tambem vos ruga1oos, e sen-
gene ro humano, um merecime nto infini- do netcssa rio m unda mos, que despreseis
to que se e~te~de a todo. o prcrni_o poss~- lodos o:. li, ros, fo lbetos, e ·mais e~criptos
'1el: e que nao ob)lantc Isto, Cumsto qu1z que versam tiobre doutrinas; pessoas ou

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


. . .'?'.641fltGC , _ CW § ;

coisas pertencentes á Religião, e naõ le- arrcmêtlo de uma casa de educação para os aspirnutes
eto 11omc ele imprensa nem de iinpl'essor ao cst;itlo Sacerdotal.
conhecido. O jorn.al p11b\icado em Lon- Ai!ldn assilu. passados :ipenas quinze anuos da
dres com o titul o de () callwlicis1110 pur·o , i1ua exislcnci:i, como a :irvore gerada em terra cstc-
rll, á que fallão com a substancia propria, teri:. ca-
e ó ecco dos protes tantes, cujo catholicis- hido cm ~'erdadciro eslado de inanição , n não 1·,, 1er-
mo e taõ puro como.a agua corrompida
lhc a mão prolcctora cio Governo central: os rncios,
~ encha r<'nd:.i desde o dia a:,iago em que
que Linha para oi:correr :ls desp~zas <lo costeio, rc-
L11thero levantou o grito de rehelliaõ dozião-se a muito pouco mais da mesquinha <lotação
co nt ra a Egrejc1. Naõ tememos lanlo o de dois conlos de reis, cousignada na J.r.i Provinci:tl
protc~lantis,no orgn nisado, porque e in- u. 49 de ô de \goslo de 1837.
su.,ccptive l de tal e:,tado, como o indiffe- Consr.io, porcrn, dos scniçcs, que 11 religião e à
renli'lmo, rarionalismo e demais doutri- moi-allchide de um paiz prcsl1io, quando bem monlo-
nas heretil'a ... , q:.i e sem '-Crem capazes de <los, Estabcldcimen1os desta ordem, o Governo geral
nada qu P. ten b.i ca racter e seja alguma resolveu, náo so111cn10 chamar a si o pagamculo dos·
coi~a . vaõ uaõ obstan te minando tu<lo,e Professores, e crear as cadeir:is de Grammatiea e lín-
semelhante~ à traça immunda roem o gua latina, Rhetorica, l'Oclica e Ccographia, Fran-
niais :,aô, o ,n..,is solido e o que mais in- cez, Pllilosophiíl racional e moral, llisloria sagrada e
dícios p,u·ecia ter de Yi<la. Saõ muitos, ecclcsl11.sLica, ln~Lilui('ões canouicas, Theologia dog-
amados filb os, oi, laços qn ese n os arruam, matica, Tbeologia rnon,I, J.ilurgia e Canto plano, am.
e a nossa ruma é certa e eminente se che- pliando as~im em grande escala as m:ilcri:is do ensi-
no, reduzidas à simples cadeira de Theolo;;ia 111oral
ga mos a dc!<cuidar-no:- e a'vivcr como se
por acto clelihcralivo da Asscmhlea da Provincial co-
o:\Õ lives&eroo~ inimigos. Temo-los , e
rno tratou par:1 logo de consil111rnr o acrresccntamcnto
temi veis, ainda que os amamos corno ir- e reed!Ocação do edlliclo, por do mais acanhado_, cm
maõs, dcvecnos p1·ccavcr·-nos e teme-los que jaz o Seminario.
como adve rsa rias. t\fau grado o pouco tempo dccon'ido da nomea-
( Contimía ). ção dos novos Professores, em Aht il ultimo, e aos cm-
--•
. .C>ttil~~·~c+o<,c
.....,._ _ haraços, que sem1lro aco111paohlio a execução de r<'·
forruas, para a!siru t!il.er, radicaes como a que so-
.aL'JIL, I....tc:»CC::lC.JÇ ..ãi..C:Jt freu o Scminnri o, no presente anno Jc,:tlvo funccio-
P1•ofe.1"lda ttelo Si•. Dr . .Jcaão l•eth•o DIR8 nar;10 todas as cadeirus croadas pelo cila1lo Decreto
'\' lch•a, Prof'esMor de B laetorlea e Poetl•
n. 1221 de 2ô de ,gosto: Os r,nmt>s qul! vão com~-
cm 110 Se111h1nrlo E 1Jit1t'oopnl d'estR CI•
dRtle 1mr oel'nl!lliio dR Abertura do11 eiu1• çar habili1 ar-vos· hão para dcvill:11nen le aprc<:ia reles
DU~fol. o aprovcilaownlo dos alumnos, qul! as írc11oeotarâo.
" llxcubate iii custodia Sanctuarif, Nas condições actuacs do E:.laln letiiut>nlo. com
cl i11 mi11ülel'io 1i ltaris, non ol'ictW1· in- a direcção cuillaclosa, q11 0 tem . a mocidnde que qui-
ú.iy 1:atio .s11per /ilics Israel.
zcr tlcclicar-sc ao scn iço da Jgn•ja ha de cerlo encon-
\'igial na gn:irda do ~anc1uario, e no trar a etlucaç:"10 religiosa, 111or:1l, e 1it1t•f3ria. prrcei-
mlnistcrio do :111ar: para que se não le-
van tn a lndlgnaç1io sobre os lilhos de tuacla uo Sacrosanlo Concilio rrideulino, Scss. 23.
lsrlCl.• cap. i 8. De Reforma tio11e. l'.::, pois, já entro nós
., 11111. ca,,.!8, v. 5. uma realidade o lirocinlo da ,ida cccl~slasrica ; e eu
Senhores l O comparecloicuto tio' tão numeroso, muilo confio, que no recinto do Sewlnario, como
como lllaslrado: :iudilorio e uma prova cabal db in · outr'ora no tabúu:iculo do tesh:111uuho :i ,·ora d' Arão,
teressc, quo começa tlc excitar a ~ortc do Scminario symlJo lo da im.tlluição do saccrdocio, germinará,
Episcopal desla Cí,lacfc. Consideravelmente melhora· rompendo em gom01os e fl ores, o dando íruclos.
elo com a nova organisaçào, que lhe dro o Decreto E ,·os, alumnos do Sc111inario, i1uplorai a pro·
n.122'1 de 2l1 do Agosto do anno passado, promcUe tccçao dlvinu para guiar-vos e conduzir-vos ao llm do
agora:\ Igreja Maranhcnse uni brilbanto e lisongciro carretr.,. que adaptasse, dando-vos docilidade e ca-
pon·ir. bedal b.istantc para tlesompenhardes a difficil, mas
Perruilli, pois, quo comvosco me congralulP. por gloriosa e santa 1llis~ao do sacenlolo sol>rc a terro-
ter esta instituição c.1reado a sollcilade dos poderes Sum o temor de lleui:, como no!> ensina a Esrriplora
geraes do Bslndo e o fervoroso zelo do sabio e pre- sagrn da, e inulil e 115 Lo11& a scirnria: estudai pois, os
claro varão, que rege aclu almcnle él UioccS{'. preceilos cio llvangel~o. lJehei nclles a nneão e sabe-
Creado cm 1838, à custo de fadigas e esforços do doria, com qul' lanlo illalltrr1rão, em dh•ersas epocas
fi nado Bispo o Exm. Sr. D. Marcos Antonio de Sons:,, e em diffl:'rentes lugares, a lg1·njn e ao Mundo. os gc-
de s:nulosa memoria, o Semiuario Rpiscopal desta Ci- nios dos t1yoscinf1os, /,as- Ctt z<1s, Bossttets e outros
dade, limitado na disciplina, pelos minguados recur- muitos.
sos, de que poudc dlspôr aqul'lle intclligento e cui- Esforçai- vos, emfim, para que, lambem da rnssa
dadoso Prclado,cra aprnas unia sombra, um. fraco parte. no folnro, o clero hrnsilfiro acatado, e rcspci-

lado pelo saber e peli;t virtuctc, moralisaodo o paiz


com o exemplo, tome nas coosciencias a direcção,
que lhe compete, para se não levantar sobre nos a
tndlgnaçao do Senhor.
xxxwu.
l?r<:ecepít ergo Pl131'\16 omol populodiceo.s:
Quidquld masculio\ s11~0s n3tun1 rueril, ln
numen prolícite: quid qul!l remi nini, resct•
Pf\EDICQÕES DF. J ACOU A SEUS FILIIOS: SOA l\lORTE.
11.z:o. cap. 1. v. 22,
xxx,•.
Um norn Fara6, ao lhrono ol(ado,
Fhrnisquc 111oodolir, <1uibus tllios instrue-
1101, ~ollcgitJ•c1les suos supel' lcetulum, ct
A' dura morte condemuado havia
oblll, Os filhos dos Hebreus, porque temia
Ccn. rap. 11'). v. 32.
O povo d'Israel ver augmentado.
Depois de largos anuos ter vivido
Sem11rc à lei do Senhor obediente, Porem, vindo a saber que era enganado
Jacob, a 11uem o Ceu constantemente Por quem aos partos assistir devia,
As promessas, que feio;, linha cumprido. Tornando assim baldada a tyrannia,
A que tanto ioooccnte era votado.
Da pallida doença accommeu!Jo,
Ao ver a morle sobro si pendente, A' voz da compnixão cerl'a os ouvidos,
Convoca os filhos seus, e sabiamente E manda cada vez mais furioso.
Lhes pre<.117. seu provir descon becido. Que os miseros vnrões 1·ccem-nasciúos.

Depois cheio cl'amõr e de ternura, Da raça d' esse povo desditoso


E as forças esgotando, que ioda encerra, Nas aguas sejam todos submergidos
A henção paternal clar-llles procura. Do Nilo fnribundo e caudaloso.

Inrlir.:i-lhes pQr fim cmal scin a tpr,·!'I.


Que lbe dere servir cie sepullura;
E no leito p' ra sempre os olhos cerra.
Yii!ira.

--
<.om que :11IJ11r;;s$Ct cos, atqnc dh.isset:
Deu! v1sitahlt vos: nsportate oss:i mcn 1·0-
blscum de loco isto: uionuus tst•. ,.
Ccn. rap, :10, v, 24, 25.

Josê a quem o Cêa predestinàra


~~;QrM;iar-se na corrente,
:No mundo p'ras diliclas da riqucsa,
Choroso um terno infante alli achára.
Quer pobre, quer no cume da gramlcsa,
Virtudes, sõ vil'tudcs pralicàra: Jrruan, que não distante se occultàra,
Ao ver que era afi'ngado ternamente,
Vendido por irmãos, não se vingàrt\;
Se quer, rem perguntar, quem amamente
O'amôr às seducções oppocm firmesa;
Responde da innoconcia co'a puresa Aquella criancinha, <Jue enconlrflrn ?
Á culpa, que malicia lh'impulàra •.• Acceila a offerla sua, n' um momento
!\las ab ! que nem, virtudes praticando, l~ cbamnda mulher, que de bom grado
Jesé pôde isenlar-so à morte <lura Vao dar ao proprio filho o nutrimento;
Que das bordas da campa o cstà cbamandc ! . ,
Ao Olho, a quem, por ser assim roubado
Là poem nas mãos de Deus sua alma pura, Das fri as aguas ao furor violento,
Antes Ja morte a seus irmãos rogando O nome de-Moyses-nlli foi dado.
Que quer junto a seu pae cer sepultura. Yieira.
/?1,e'i M. (Edt).

PUBLICAÇÃO A PEDIDO. 1-eguir a Jesus Chrislo, que n hefra do


Copias.-lllm. e Renu. Sur.-A bem ela convc· m«t; da Galilêa, os con vida ,·a a ambos a
nicutc sustentação dos meos direitos parochia':'s, con- que larga!isem a barca e redes, e osfaria
ceda-me V. ncvm. por esl:> via official esclarecer, se pescadores dos ho1J1ens. Depofa da vinda
durante o tempo em que V. Revm. anteccdco-me uo cl0 Bspirilo Santo, tecou-Jbe envangeli~
exercicio desta Freguezia cJc S. Josê elo Lugar, ebte- :-IH' a Scythia; consecutivamenle foi ao
v~ su~tou<:a alguma de scparaçi.ío da filiação d:i Ca- Epiro e thracin, deixa o do em todas estas
}lella de S. José de Hlba-mar, do antigo direito de terras muitos crentes em Chrü.to; final-
que gozava a CDlhedrnl: e se por força <lcssa sentença mente em Palras d' Achaia terminou glo-
ficou a dila Cajlella de Hil>a-111:ir encorporatla ua fi- rial'iaroenle o seu apo~tolado, sendo man-
liação desta referida Pn•guezia do Lug:ir cm cujos li- dado cruciíica1· pelo pro-consul Egeas.
mites se acha clla edificada. Finalmente, s1,.eu1 \'irtu-
de da judiciosa sentença continuou V. Revm. a func- DESE.USIIO.
cionar na supra-mencionada Ga13ella com cstólla e pé
de altar füremenlc de contestações, que o prctcndes- 1. $EXTA-11E1RA.-Besa hoje a Egreja
8em eximi-lo de taes ministcrios. Deos Guarde a.pre- do dia da Dl>minga.
ciosa saupe de V. nevm. por muitos annos.
~. SA1m,oo. -Sant::i Bibiana,-nohre
Povoação da Freguezia de s. José do Lugar 1 O
de Agosto de 1854.
<lonzella rom.lna, foi, para consenar-se
mm. e nevm. Sr. Vigario Joaquim Felix da Ro- digna do esposo celeste, M1perior a to<lc,~
cha Pacova. ' os meios cxcogit::idos para fa1.e-la abando-
Padre J oi;tH9nacio Portttgat. nar sua fé, e prostituir sna pureso. Viu-
.se orran ele pae e mãe, mortos por ordeo1
do apostatn Juliano, em cujo nome aquel-
lllm. e Revm. Sr. -Tenho prcs<?nte o oflicio de le havia sido um fiel prefeito em quanto
Y. Revm. de 1.0 do correnle, boje recebido, que res- isto fui compatível curo sua~ convict:õc.s
nnnclo. Em , 836, ou 183 7, durante o lecopo que pa- de catholico:-viu empolgar-lhe todo o
rochiel ess.1 Freguezia ou u ri!ar de-.,:-.,..,~., cto:t-..-.:uu,
•1 <-U pat.-imonio O oupido prt:lo r Apronia-
foi desmembrada a Jgr<'ja de S. José de lliba-mar, da
no:-viu arrebatarem-lue sua irmã, a
jurlsdicção do mm. Cabido, sendo ouvido o mesmo,
e igualmente o cura da Catbedral, a quem primeiro
virtuosa Demetria, e achou-se só coru a
estava sujeita a dila lgr<'ja; e isto por sentença do deprava Rufinia, toda empenhada em fa-
Exm. e IlcYm. Snr. D. Marcos .antonio de Sousa, de SH-lhe o officio de demonio tentador! ..
saudosa recordação, cujos autos devem exislir oa C:i- Nada foi rapaz. de fazer-lhe mudar seus
mara Episcopàl; e depois da judiciosa sentença sem- proposito.;; e por i.sso o mesmo Apronia-
pre faoccionei naquella Igreja livremente. na a mandou despir e flagellar, presa a
Deos Guarde a V. S, llevm. Maranhão 25 de urna columna, até qpo suacandida alma
Agosto de 185l1. saiu do carrel'e de barro para iC' babilar
lllm. e Ilc\'m. Snr. Vigario José Ignacio Portugal. na mansão de Deos.
Padre Joaquim Fe{ix da Rocf,a, 3. Dom~co. -1. ª e.lo Advento-Cha-
Vigario Collado. ma-se Advento ao tempo) que decorre
(Do Ecclesiastico ).
desde o Domingo, qne incide entre o dia
27 de Novembro, e 5 de DesemLrn, até
·--...~--- a vigilia do Natal. Antigamente conta-
v'am-se as semanas em uma ordem relro-
ANNO CBBISTÃO.
gada, sendo a primeira aquella que pre-
N0'7El't.1Blt0. cedia a dita festa do Natal, segunda a ou-
tra etc. A Egreja nossa providente mãe,
27. SnGOl'iDA.-FIURA, - Resa a Egreja
.ex horta a todos a que façamos n'este tem-
hoje do setirno dia da oita.va.
po n,aiores penitencias, a fi ClJ de que dig-
28. TERÇA-FEIRA. -Resa hoje a Egrcja namente commemoremos o dia natalício
da oictava da Apresentação de Nossa Se- d' Aqnelle, que quiz nascer pobre, e em
nhora. um Jogar dei;provido de todas as commo-
29. QoARTA-FEIRA.-Solemoisa hoje a didades, e que por sua paixão nos abriu
Egreja a vigilia ou vcspera do Apostolo as portas do céu.
Santo André.
30. QUINTA-FEJRA,-S. t\ndrc Aposto- t,Jara11!tão-1'yp. de J. C. 11. da Cimhaff'orres,
lo-irmão de S. Pedro, foi prnmpto em /lua dos Barbeiros n. 0 8. -181.í4.

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
!NNO I Segunda-feira-4 de.Dezembro de J854 · N. .º 31. ,

OCUR-ISTIANISMO.
l'HEÇO IH SU llSClll l'ÇA'O. X \1 ASSIG:'iA-Sfü
ti
Po r 11111 vnno ••••••••• 8$000. ljf
l
p .
3go a,11a111u,1o
l• :w.ís ..... ics . •••.••• 115500.
• irez macs •.... , . 2$800.
A,·u!;,'ls.... , .. • .. • .. .. S740,
V
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"J
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Na nua dJ Cruz n. 30, e nu Tipogrnrh!3
,, des te Jornal,
TI
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f',011 1·c;,1 nnfmn~ perder, srr! sat,·m·c.
S. l.uc. ç. 9. \'. 00,

OCHRIS TI ANIS MO. Lodo o <lia em e 1erri1·ios de piedade, se m


qne com t11do a ~l i:-~1 ico r<l ia de Deus der-
.,,._ , • •.S'E1"C.11C; :.lllL8'D :J -' - al> II'!: • 'D11';0S. rame, segu11do o :-eu mo<l<, de pensar, al-
D'entrc Loclas as perfeil;Ües de Deus, gu,rrn consolaçfü) nas suai- alwa~. Toca-
que n ra!iaÕ e a fe nos descobrem, não <lo da idea ate rradora de 5eus juisoc;, e de
ha, ao q ne pnrece-nos, wna, que se jul- sua justiça, cstp1ece111 o qn eum Deus-llo-
gue melbor conhecer, ·eque pnucoseco- mern, um Dew, Salrndor, tem d'amave l·,
nh ec;a , roruo seja a-\Jise rir.ordin de paén se occuparem do que um Deu!> Juiz,
D eth-Acred íta-se conheça- la , porque um Deus severo tem de terrivcl-apenas
d'ella fallamos incP.ssantementc. Ella en- ousam esperar.
tra em todas as reflexões que se fasem O ,1111or divino que lem para mttt·os
sobre as Yerdades eternas; ecomo o mo- tan ta doc;ura, nada tem de sensível para
tivo. e a a lm a de todos os sen lime oto.s de elle~. senão a inq uie lac;~o, e o temôr de
piedade, <JUe excitam a nossa fé. Se a- oüo amar bastante. Se .iilligem . tremem~
l\Hsericorclia deve ser a consolação dos e se pertu rba 111; ~ens corc1ções de.-;o}ados
ju,,tos, parece que hoje ainda mais eleve não gosam LH1 pratica da vin urle, nem do-
ser u recurso e :t poio elos peccadores. çura, nem reponsn; e !>e fe pode <liser,
No entrct:-inlo clisemo,;, que oaõ se a co- qne a confiança exi~tiu nos pec:cadot·es
nhece, ou que MJ parle d'elfa é conheci- até o presumpçào, encoutram-se tambem
da, motivo pol'que d'ella se forma um a justos, cnjo temor forti!:>simo, toca algu-
iclea pouco ju~la e digna. E isto discmos m..1s veses até ao d e~aoimo~ '1'.
principalmen te d'aquelles, que d 'ella se
servem, como de um apoio, à s11a liber-
tina gem; que con tinu:,m a se r máos, por W>~~,r,®rn1{~~
que Deui; naõ cessa de ~er bom; e que do
contam com e~ta Misericordía para auc- SENHO RBISPO DE BARCELONA.
tori!-iar a sua impenitencia; o que naõ é ( Concl·1são).
novo. Este C!-tado écom 1nurn, existiu em As ideias dissolventes elo prolestan-
to.d os os tempos, e a Es<•riptura muitas lismo, a inda qu e em grande partP. nas-
ve:;es conélemna a temeridade d 'esles ho- ceram co m dc:itino t, ggreja, ella inspi-
mens pre:-urnpçosos. Alguns outros po- rada por Deus, repelliu e contiouuu cons-
rem ha. que parecendo escla recidos, e o tantéme nte a repelli-las, como monstruo-
sendo com elfoito, o naõ saro com tudo so parto d'uma caLeça laõ perdida e de-
bastante sobre ei,te ponto. Muito affasta- lirante que :.e jactava de e:.tar em rela-
d'o de bem presu mfr acerca da bondade <:oens coin o diabo e aprenderdelle. Este
de Deus, conhecem toda a exten<,:aõ da ·o pprobrio, que leva impresso em sua
obrigaçaõ quo teem cm trabalhar pela sua -fronte a infe liz reforma, tle via ser um
salvaçaõ, trabalham com afinco n'ella, moti vo deci:,Í\'O pal'a que todo o uornem,
desa p·egam-se do mundo e d e sem, prase- e em especial se é christa õ, olhe com
res, temem o pec~ado até ao ponto d o es- horrnr as maximas perven;as, brutaes e
•crupulo, sa ro exactos e.m preenchet· os de- -tran~tvrnadoras que aquelle ent1·anha.
verei, de seu estado, e. en>preg3 m quase Porém por u.m .ca~ti_go de De~,; succedeu

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite



<JUC se a Egreja que vive de seu espírito teu sua debilidade em fortalesa, suqs luc-
:is repelle, naõ folta qnem as acolha e tas em outros tan tos Lriunfos, e para di-.
acai·icie. fieilexioncmos bem sobre oca- zer tudo d'umn .vez, os tramformou e
racter e tendencia1, de certos livros e es- ex~ltou ate um grau de ventura e de fe..,
criptos, e nos convenceremos de que nel- lieidade que onda lbes <leixa a deseja r.
les domina o 1,entimento protestante. Fu- Sim, amados filhos, estaõ na gloria que
nesto progresso, amados filbns, é o re- é nossa patria commum, e ainda qne se.-
frocest10 de mab de desoito scculos. gnr9s de sua a victoria, e:-taõ sollicitos e
Como se Jesus Christo naõ tivera cuidadosos com a nossa so rte. Implore-
vindo e obrado na humanidade a 111u- mos a p1·oteeçaõ de todos e mui t ~pecial-
daoça estupenda, que sen1 sem pre ohjec- mente a da Sanlis:-ima Virgem. Implo-
to dos mais tern os prazere'i dos l.wmens remo-la com toda a e.íl'usaõ de nossa al-
de b11a vontade, ,1 ,• mos com ad,niraçaõ ma. Esta ·grande Uainha e ·senhora é n
que.o utros ein "'Ua!- pula vracc;e obras deixam padroeira da oobilissima cidade de Bar-
perceber uquelle ..abo r pagaõ e protestt1n- celona e para co mpletar um titulo taõ
te q~e as torna taõ prejudiciaes par~ sublime e conso lador para nós. se nos re-
com~1go rne:-,11H) como para com seus s1- presenta em sua milagrosa imagem, naõ
milhan1e~. Naõ nos allurinemos, amados cm pé e como i, C e1otivel'a ern acçaõ ele
filho , e ,m o~ 11nicns prog l'essos materia- caminbar, mas tranquilla e se ntada co-
es ~e dles a aõ march am lig,1do.. aos mo- mo em sua propria casa. O fructo de seu
l'aes. A 1·eligiaõ ba-de :,,a ntifi ca r os pri- ventre virginal e puri:isimo que tem em
meiros para que sejaõ sol idos e proveito- suas ma õs, o offerece com ternui·a ao
sos, pois d'outra sorte, lon ge de ser um Eterno Pae para nosso perdaõ e recon-
beoe6cio, redundaõ P fJl evidentes prejui- cilia<;aõ, e no-lo ap rese nta a nós para nos
sos. O homem rodeado de riqu ezas, se mover à penitencia e para que n aõ duvi-
separa sua vii,ta da religiaõ, e~tà perdido, demos que os seus merecimento~ saõ in-
porque em tal !->Ítuat;aõ o abandono d'el- finitamente superiores a nossoi- petcados.
las é ioevita veJ. Pensemos no fim para No thron_ó de gloria representa ao Su-
que nascemos, e que drl berço ao tumu- premo Juiz nossas necessidades e. nos
lo noõ ha i.etÍaõ um passo. O e~tado pr~- convida se m cessar a uma verdadeira
senle é de transiçaõ e de peregrinaçaõ, coriyersaõ e à pratica ·da virtude.
.pois q1Je na:Õ lemo~ aqui o verda~eiro Naquella Jel'usalem celestial temos
..centrq de nossa definitiva residencia. tarnbem por nossos advogados os Santos
~raotos exemplo., como nos apresenta a Apostolos, que regaraõ com ~eu sangue a
Egreja ao la-do de suas sabias doulriuas, arvore sacrosauta da Religiaõ, e suas d,,ü-
naô dtivem se r para nós nem inutei~ ne~ tr:inas saõ as que nos repete a ~ossa San-
perdidos. ta Madl'e Egreja. Comelles hah,tam mui-
A p1·ox.ima festividade de T odos os tos 1:i.1artyres, muitos coufessoreile muitas
Santos é uma das liçoc ns mais su blimes e virgen~, cujas frontes preciosíssimas se
importante.'! que nos póde oíl'er6cer a ,•ecm ornada.s de imm11 rcesiiiveis coroas,
Religiaõ no meio de um mundo ao qual e que de:-ejacn com ardo·r que nos assooic-
'flao perhrncemos, pelo ba vermos renun- . roos ao se u triunfo.
ciado no sa nlo BaplÍ1,lllO. Elles nos im- Brilhe sobretudo em 11oc; a caridade,
·trnem, nos alentJm, nos patrocinam, e porqne ella e a ir,nan in ~epa ravel da uni-
·nós de,·emos contemplar e admirai· nes- dade, caracter di1,tioctivo de nossa Santa
·ta s privilegiadas creatura~ as mise ricor- íleligiaõ. .Jesus Cbn:sto nosso Rederuptor
dias de Deus, q ne por cel'to naõ cstaõ es- e Salvador é um, uma é a fe, uns saõ os
·gotadns pc)'I' maiure.-; qne ,ejain as que Sacramentos e uma ~ó é a egreja fóra da
Elle usou para <'Om os mc!,mos. Naõ te- qual naõ ba salvaçaõ. A este vroposito te·r-
moi;, pois, em vistn de taõ grandioso minarem os, amados filhos, a presente
·q uadro, escusa alguma, nem mesmo ap- exbortaçaõ, didgindo-\:OSa Lodos as ter.-
i;mrcnte, que nos possa desvi ar de seguir nas e tocantes palavras de S. Cyprfono:
suas pisacfas. Porarn fracos como nos so- « Eu, irmaõs mui10 amados, desejo ar·.-
~mos, tiveram de luctnr com a carne e denlemente que nenhum de vós se deixe
<?oro a concupisce ncia; .porém a graça do levar ~ per<liçaõ, e qne a nossa Santa. Ma·
~enbor.; com.sua fiel <:ooperaçaõ~ conver- dre 8g1·eja tenha a complacencia de hos

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
vêr a todos unid os em se u seio com uni- • sufficicn te e digno da fi losophia as ver-
formidade de p!'a licas e .c;entimentos. dades, que i;e reduzem a uma concl usão
Que se certos auctore:- de scis,na e incita- de morali<lade, e que influem nas per-
d ores de pemicio~as cliscussoem, co m to- snasões, nos deveres, nas deliberaçõei:., e
dos os nossos saudaveis conselhos naõ se nos fins do homem. Mc1s a moralidade
poder conseguir voltem ao caminho d.i recebe essenéiaimente a sua <ptafolade, e
sa I vaçaõ, H ob;;l i nado,; querem perseve- o i-eu caracter da vontade Di vi na; e logo
rar em suas illusoens e loucas ideja!,: ao que se que1· foier abslracc.;ão de Deus e
menos aquclles que por simpliri<lade Le- da r,, ua lei, falta a norma da rectidào, o
em sido cngnna<los e arras tados ao erro principio con~titutiro da !l)ornlidade,
corn a fina malicia e occultos artificias a parle principal, o va lor, o fim, e a
de nossos inimigos; ah! ao menos vos li- con clu1'ão de toda a \'erdade.
·bertai-vos d'uma vez para semp re de!.tes O Lem, e o mal, o ju~to e o injusto,
laços bomir.idas; apartai-v1>s desses cami- o verdadeiro e o fabo, tudo se acha no
nhos enganoso!i, e tomai o caminho di- mesmo nível; os 11cosnmeotos e as ncc;ões
reito que co"ndui ao <'éll. O apostolo S. dos Lwwens fi ca rn sendo factos isolados,
Paulo nos manda, em nome de Nosso :-cm imporlancia de fim, e sem se pode-
Senhor Jesus Christo, qu e oaõ tratemos rem qualificar de ,·.il'tuosos ou de cricni- .
com aquelles fal~os irmãos qne \'aÕ por nosos; e a verdade moral ou se perde nas
caminhos que nos naõ ern,in ou a tracfü;aõ íluctuac:ôes do entend imento, ouse reduz
dos apostolos, e discípulos cfo Di vino a uma conclm,ào f.1ntnstica, incliffcrente
Mest re. Deixae-Ol-l, pois, e fugi para o á condncta e aos destinos. dos home ns.
mais longe que vos ~eja pos,ivel delles. A linha perpen<licular é aquella. que,
Nqnca vos a rrisqueis a ler ~eus liHos ou cahi ndo sobre um plano, não se incliaa
a ouvir seus sentimentos: ~e acompanhacs ma is para uma do que pura outra parte
com elles pelas ruas, ai de mim ! corre- do mesmo plano: ora, <lesuppareça por
reis com elles m esmos ao pre<'ipicio. um momento tanto esse plano, como a
Deus é um só, nm 1-ó é Jesus Christo, uma idéa e o conhecimento delle, qne de!-!de
so é a sua Egreja, uma a fé, e um o po- logo tambem ba <le de!'a pparécer a idéa.
vo 6el •rn ido e~treitameute entre si para e o conhecimento d a linha, se é obliqua
formar um só corpo.mii-tico do Redemp- ou perpendicular 1 por isso que só uma
for. Naõ se pode romper esta unidade Lase era capaz de a determinar. Do mes-
sem perigo gravi.i.símo d 'a lma . A todo mo modo a recti<lão da s cooclu~ões in:..
aquelle que se sepa ra da egn·ja matriz tellectuaes co nsi;;te na sua conformidttde
(que ta o las ,•ezes nos hn dito S. CJpríano com a vontade de Deus; e segue-~e da-
e :: c·grcja rom ana pela auctoridade su- qui, que, iliminado Deus, o prirn·ipio das
prema de i;eu:, bispos, successores de S. coisas e o s_eu curso, n posição <los entes
Pedro);· este tal, qual í·amo se parado do torna-se uma necessidade mnteria-1, ou
tronco, naõ é po~sivt•I qu e viva 1-em o in- urna occidc ntalidade in<lifferen te; a ve r-
fluxo da raiz. « Nrn; de. . posamos taõ sa n- dade reduz-se a uma cnodilicaçúo priva.:.
tos desejo~; e nos identificamos com um rada d'irn portancia e de fim; a indaga-
santo taõ digno e taõ esclarecido como ção da ver<lade nos entes materiaes e sen-
hispo e como d efer.sur da fé da Egrejn, síveis se póde co mpal'ar à que faz<' por-
e rogamos fervoro1-a10el)te ao Senhor por co nc11, brenhas. e o cão no esterco; e as
vossn verdadeira felieidade, desejaad ,)- conclusões e os preceitos da moral ~e tor-
vo-la com tanta profwmõ como ella pode na m como uma especie dos ungueotos,
dar-i-e, em nome do Padre, <lo Filho e do da~ cataplasma:-, e nnrcos icos npplicados
füpirito Santo. -Dada em nosso pa lacio por um charlatão para calmar momenta-
episcop..el de Barr.elona aos 29 de Outu- neame nt e o e~pa~mo, e as dôres, mas
bro de 1853.-Josc Domingos, bispo de não incluindo o principio capaz de resti-
Barcelona.-Por ordem de S. E. I. o tuir .i i-a ude, nã o l-i5o nem ga rantia, nem
bi.; po meu 1;eohor , Antooio Portella , guia, nem remedio proprio para curat· a
preshJlero, secre tario. )) alma.
A Familia-de Portugal.
Deste modo os pseudo-filosop.hos tios
A. fl101101tJ1ia &lle1uã, o Rnelom,Hsmo e o n ~ssos dias, querendo pas.-.ar por amigo~,
Eclec,huno. e indagadores da V.:!r<lade, repudiando
So podem con:-iclerar-se como fim au mesmo tempo Deus, aquelle Deus,

8iblotKa Pübliea e.nedi1o l eite


DA W&?W MM li-tt

em quem consi-;tc c1-sencialruente a ver-


'X

mesmos, cahem immedia tam eote na ig-



dade e o principio da moralidade, cor- norancia, nas superslições, e em to<los
tam as pernas com o machado propl'io, os vicias.
pegam na tilo1iopl1ia do C'éo parn a se- Ape7.ar de tud o isto, não abrem os
pultar nos lamaçac..; da lcl'l'a, é reduzem olhos alguns homens, que achando-se
a servir de receif uario para os brutos a collocados em posic;õcs tão elevadas, jul-
sciencia , que de"cria servir de confo1 V>, gam de poder seguir l'i vrementc o cclec-
de luz, de mestra, e de bcmfeitora aos tismo-, e por tanto tão necessa riamente
homens. cahir n' um prel'ip icio perigosissimo.
Teem ~iuo principalmente os ~llcmàes
os que mais lee.cn abusado da Cilo!iopbia Seguramente ni"lo é suspeito nesta ma-
para preçerter a hum anidade nos nossos tcl'ia ~Jazi ini. Este homem borTivel, que
dias, e já dantes o ha\'iam practicado. tem querido acéil.rnr com Ludo quanto
respira seriedade na ordem mora) e na
A e:.chola franceza tem-se apro\'eila-
ciçil, diz elle n,nma sua ohra infame, cm
clo elo seu systema , trazendo d 'além do
Rheno pora o proprio p:.iiz as maxi mas que pretende dcstruil' a egreja, o ponti-
fi cado, e o e1itado, o .:,eguin te:
alie mãos.
Balmes, Lrartando este ponto, s11ppõe « Depois, cahido o gigant e (e, Pap.i)
que 11.ic pcrguntnm: « como é pos..,ivel u como a inercia politica per mittia ao:.
« qne uma tal eschola ries~e encontrar « estudos philosop hicos e pac1ficos seu
« favor cm Pran<;a, no paiz, cm qu e os « renascimento, eis que nppnrecem no
« espírito-. tend em para o posiLivismo elos « seu auge o espiritualismo e o ecleclismo,
« sentidos, ou pa ra o materiali:-,mo P e <1. escólas (j3C, ni"\O 1
·cnegan<lo inteiramcn-
<( responde: uma ei.pecie de ne<'essidauc
« te o sen tim ento religioso, nãocoGta,,am
(f assim o quiz. A lilo~opbia de Voltnire « Lo<la'li.a o pnpatlo cumo elemento no-
« tinha ca hido em compfoto <le!,c1·edito « cessa n o.»
« cm França. ( >s espiritus fortes do paiz. A\'ista <lii,to
uem bom se,·ia que rn
« em busca de ~e grangear uma reputa- rcíleclisse cow madureza soure os males
« ção de filosopbos, Lioba,n preci-,ào de que vai fazendo a pbilosoohia alem~,
« procurar um ve!-iti<lo mais gra ve, e mais mci:mo catre nó-; que estamos e-à lon"e
« magestoso. Nilo tinham v<>ntade de re- do Hheno e do Sena.. Acha-~e trada1,ido
« correr aos excellentes e.,<.•riptorc:,; da:; cm língua vulgar o Abarnos, ~ne nega o
« idades precedeo le1-i, foi-lhes nece,;!-ia rio mysterio da incarnação e le. Veio parar-
« voltarem-se para o Rbeno. Ao!> olhos nos á mão a citada obra de Mazzini, lam-
« de um po vo sempre curio::,o de oovi<la- bem traduzida cm porlugnez.
« desse quizeram Hpre!,entar as nrnrn vi- E..i.cusamos ele ir adiante, que jt, não
<t lbosas in venções de Schelling e de IIe- é pouco qu anto fi ca dicto; mas o que é
<< gel.» neeessa rio p ;1ra quem quize r ser verda-
Pela propria confis~fio dos eclecticos d eiro philosoplio e l>eber na fonte pura:
allemfics, e em geral de todos o-. qu e não beber no Ernngelbo de Jei.ns Christo: a
admittern a revela ção: a razão lwmana base <la philosopliiil, i.;to é, a base sólida
e o dictíl me da <'Omc·iencia !,ão, segundo e uoica óa moral , mas a mornl eva nge-
a sua maneira ele ver as <·oisas, a-, unicas lica: ali se acha tudo quanto e neccs."ia-
fontes da Sl·íenda, e a regra das acc;ões; rio ao home m p~ru saber rat'iocinar rom
:;egundo ellcs, a seicncia dcsco bre-~c pela :-.cgtfran<;a: ali não i;c e~harra, o divino
observação; e a con:-cieocia diz a cada um mestre i;upre por meio da sua iolinita
o q ne deve fazer, n o que d c,·e evil:\r. sciencia, sa piencia, e auctori<.lade a quan-
Muito tempo ha q11~ es la opinião rei- l() não podemos chega r com a nossa fra ca
na entro os homens. .E tão antiga corno razão. Deixemo1:1 por uma vez es:,,c livre
o peccado do primeiro homem; porl1ue exame <los prole~ta ntes, não imitemos o
o homem tendo jolgado que era bastan- seu orgulho, e a sua arroganria. llumi-
le pnra si me~mo, separou-se de Deus e lberoo-nos debaixo da poderosis!ó>itna mão
introduziu logo no mundo e~ le orgulho e de Dens, e entremos pot· uma vez no bom
presumpção, que mo.c. tram os racionalis- caruinbu. Acouselbariamos aos mesmos
tas: esqu ecem-se de Deus, despresam os racionnlistas, que se servbse m da razão,
se us mandamentoi-, e confiando em si para conhecer que so por clla senão po-
dem os homens emancipar da auctoricla- « ropa, o que na ordem ph isica , é para
de e do poder: por isso qnc a raúio faz « o cele:-te imperio o opiurn dos lngle-
ver claramente qne póde chegar só a um « 1..es. »
certo ponto, mab fo·1. egualm en le vêt· que
o homem tem que c:amin lrn r ainda alem
e que portanto precisa de mais algum.a
coisa ; e qual se rà ella. :-.cnão n anctori- A segurança pnb1irn não depcn<le
dade, senáo a verdade rcvefada? Ora tanto elas leis como da ol>servnncia de lias.
pois hoje qu e estamos em tempo de re- O Senhor so bre o monle Sinai nos deu
fot'.na:,,, e que é esta a ultima moela , re- uma lei cfo seguran ça publica, quando
formemos t,i mbem o ta l rncionalis1110. cscre\'CU sobre a tabu la de pe<lra. Não
que de certo nos não have mos de achar rou baràs- Não matarás. O que é ·im-
enganndus; e peguemo!'> na tal philosopbia portante é pcn,uadil' os h omens a que
alemii, e entl'eguemol-a ás cbnmas, que observe1n cslcs pre~eitos. Em geral a
nada se per<le, e muito se gan har:t. j11~1içn huma na com os seus cn~tigos , com
Jlla,-,1ac;; de Lnvradio. as suas auic~ças, não consegue essa ob-.
serv.incia. _E facil esrupa l' ra sua vigilau-
P. S. do ,,uc/onio al'ligo.-Depois de cia, e as suas conclernna<;Õt!s nàu servem
ctHnpleto éslc nosso ~rtigo. tomando co- as mai!; das vezes senão a faze1· mais cul-
nbccimento da carta d<J sr. m a rq11ei de pado o con clerunndo.
Vn ldegam m, ao sr. cond e ele ~fontalem- O Jom·,wL dos Dcbals. d e 22 de maio.
ber t, em que lhe explica o modo com di1.in que, se-gnndo as e5,tal i11ti cas cnu1i-
que a s1.i.1 doutrina se nne ao problema rn1es, de 'l 00 <lclinqnentcs, soltos dos cat·-
d os destinos bumauos; e ma i~ q 11c ludo eeres centraes. 57 dos lwmens, e 25 das
o c1ue eHe escrcreu depoili para respon<ler mulhere.;, tnrn am de nrd inari o a ser ou-
ús iucrepaçõe.s qu e ~e ha, iam feito áq nel- tra ,•ez julga clog dentro dos ci~,co nnoos
la cal'ta, interpl'etando-se n'uro se ntido que succed e m à sua soltura. E n ecessa-
diverso d o se u as suas exprei-:,,Õe:,,: julga- rio, se é licita a expressfto, divinizar a lei;
mos dar aqu i nm tr1:1cho <le:-le ultim o es- i.,to é, fazer rê~ que é lei de Deus e não
cripto, em q 11e aqucllc di:-Lincto cavalhei- do~ homens. .E neces!-ario per!,uudi1· a
ro deseuvolve mui bem o seu pen:-amen- ob:.erva l-a por co n \'Ícção de conscienria,
to; co rroborando por e:.te modo quanto oi\o po t' l(Hnor du castigo; é necessario fi-
acima dissemos. naJme11te fazei· bem entend er .io::; roalc-
Eis-ílqui o modo pol'que clle se ex- volos, qu e ha um juit. q11c tudo vê, que
prime: tudo sa be, que tu<lc, póclc, que ca:.tiga
« Dizem que ns minhas opiniões ~ão
clcrntimente. lul'undl no povo c... 1as con-
« contral'ias ü pliilo...opliia e ~' r.11iw. - , ic<'ões, e Ot\O se enrecerú <le outra lei de
« A que ·razao a que philosoph ia P
scg~ ran<;a publica. Se se ob::,ervasscm
« A razão tal ']llal :,,a hi11 tlil~ 01ãos de exac:lamcnte os mandamentos de Deus e
« Deus, e a philusophia tal qual 1-ahiu ela da egreja, uaveria completa i-t.:.gurnnça
« Heligiào Catlwlica, sua mãi, ~ão pai:a publien: isto só ::,e ~onscgue po1· meio da
II mim vuoc raveis e sagl'ada . . ... P<!rg ua-
religião. Um meio de !>egul'an<,a pul>lica
« tnm-me e m particn la1· a minha op inião são os conft!s~ioonrios e ó Sacra mento da
« sobre o ecleti!>mo ? penitencia, que os libel't inns procuram
(( Direi que ... em todos os casos, o <lesacrcditar e HH'0.11' odioso. A icleia não
« ccle ctisrno uüo pôde se r corl',ide rad 1> é nossa, e· de Volta ire. Pócle-se conside-
« senão co mo um ramo murcho e dcs- rar a coníi ~sào, disso elle, cu mo o maior
ct folh ad o da gr,rnd~ arvol'e racionalts ta , freio dos delicio:; secretos. o~ ~abios da
« plantada n o meio da :,,otiedaà c; co mo nnLiguidade tinb nm uma som bl'a desta
« nquolla arvore do Para íso ter restre , pratica salu tar. Quem se rni <'ont'es:ia r
« que trouxe ~ • morle no n,uodo. com f, equencin , nüo dà que f.w.cr aos
, Do raci<,nali!-mo sahiram o cspino- guardas de policia. A sociedade està cel'-
« sismo, o solle,·ianismo, o kaulismo, o lc- ta que tem nelle urn amigo, um prolec-
« gilianismo, e o cw·inismo, todas doll- tol' qnc respeitarà sempre a propriedade
« trin as de perdir,ão, qne, na ordem po- alheia, e ajudarà l, con.;crva<~ãoda ordem
a litica, rei igiosa e sociaJ, bâo para a l~u- , publica.
Os institutos re ligiosos são lambem a liberdade ela ·mentira e do escandalo é in-
um meio de c,eg~1rança publira, por is~o separal'el da libe,·dade do homicidio.
que santificam a pobresa, a qual, não S. B. R.
sen<lo confortada peln rêligifio se deixa
(E. da A,·monia).
ir aos mais execra veis delittos.
A Inglaterra nntcs de Henrique 8. º (A l\1t1rao-de Portugal) .
contava uns 30,000 frades. Estes foram
abo lidos, e em compensação deites teve
aquclle pai1. 100 mil de li nquentes cnrcr- .
CARCA ARDEN TE
~

rndos nas cadêas, 100 mi l vngablln<lo:-, XXXIX.


escravos nas casas de traba lho; 20 mi l Cl~mor ergo filior nm rsr~el vcnil admc •. ,
mendigos cm Londres; 30 mil ladrões, Sed vcni, et mittam te ad Ph:,rJOUcm . ut
cducns populum meurn filios Israel de Esn>to
50 mi l mecetrizes, e 3 m il hões de ind i- E.:,;o. rll)). a. 11. o. 1'>.

gen tes. Moyses, pelos cgypcios perseguido,


Ninguem s:1hed1j.\rnais conhecer tan- Se lioha para lJadian relirado,
,to o coração do homem como a Egreja o · E, sendo alli paslor d'immenso gado,
conhece. As instituiqões Libertinas ( vulgo Que ao monte cr:i por elle condusido,
tiberaes) geram o mal, e são incapazes <le
Um dia, em que, Calvez, pol' <.lisÍrahido,
Hie da r remedio.
l\Iais longe os passos seus li oba lcva1lo,
Por ultimo são obrigados a recorrerá
Ao monte vac, que Harcb era chamado,
força pHa deífendcr a sociedade; mas as
E fica do que vê como alurcliclo.
sua3 mnteis tentati'vas fazem brilhar cad?
vez mais os henelicios daquella mãe sa- Era uma Çsrça, que tcio perlo ardia;
pientis~ima, que 11abe corrigir os bomens Mas que a força do fogo não queimava!
pela pe rsuai;ão, e me lhora os cos.:.umes, E d'onde a voz de Deus assiQl disia:
governando as coosciencias.
« Ouvi o povo hebreu~ que a mim ora,·a. .•
Os Estados e!-tào jà agora reduzidos a
<(Vac ser seu defensor, \'ac ser seu guia ...
eSC'ofher ent re os se rmões e os ca1·ceres; « Do Rgypto arranca essa nação escrava.
en tre O!i padres e os beleguins; entre os Viei,·a.
cnnventos e as prizões; entre os confes-
Rionarios e o fosco; en tre a força moral e
a ma teria l: entre a Religião e a pol iti'.!a.
De:.la alternativa não se foge . Süo dois
thermometro~, dizia Donoso Cortez, em xxxx.
l'nzão inversa, Re um 1,obe, desce o outro. El]iullur•tum esl cor Plaraomis, nec •u.
di vil eos, slcu t pre, rperal Do111inus.
Augmen tai a infltH•ncit1 do sacerdo te, e Atcrtllquese, et lngressu~ est domum SI!·
uui, nec apposuit corctl~m hac l'ice.
d iminuirà o traba lho da ,poli da; deixai E:i:od. rti'{). 7. v. 22. 23.

povoar os convento!-, e d im inui reis o nu- Moyscs servo de Ocos obediente,


mero dos presos nos careeres; fa:1.ci ri ue Cumprintlo 31la missão que lhe.foi dada,
sejam . frequrntadas as cgrejas, e serão Volta á egypcia terra abandonada
abaudo nadas as casas de jogo. A ser libertador da hchrca gente.
· O governo deve tornar a ir~icia tiva d e r.Ial chega a Faraõ, humlldemenle
serexempla r menle reli.gioso, Se elle res- lmplora que lhe seja confiada
peitar os bens e a vida da Egreja, se1·ào A proie d'Israel, cscravisada
respeitados o~ bens e a vida dos cidadãos. Por ellc ha longo lcmpo iniqua1ueote.
Se observar as leis ecdesiasticas, e res- J\csiste Faraó, e deshumano,
peitar os sagrados ca nones, os outros ob- Mofando alé de Deus., sobrecarrega
servarão as leis civis, e r espei ta raõ o go- O triste povo do trabalho iasa no.
verno; se se oppoier à heresia, e i mpe- i\loyses inda outra vez rogos emprt:ga,
dir a bla.,p lrnm iatserà tambem impedido Prodigios chega o obrar; mas o liraono,
o furto e o homicid io. No crime pertinaz, tudo lbe uega.
Persuada mos-nos (çiz lJfn·tinet na sua Vieira.
phiJosopbia do cathecismo calholico)que (Exlr:)

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
-. AI i4&5Mttkt e

não fosse eJla, tão form osa e rica, incli-


nar-se a casar rom alguns do!i mui tos.
~t'itf}C:!'> ~(! ~y;g~t~. que pol' aquelles tiLUlos haviam ele re-
XLI. questa- la; porem não sabia elle, que uma
l~.h.íl quoquc Onu,:nnsJII M,1)sru: logre· scgu1'an(~,\ maior <lo que a <la torre~ era
tlerc 01l l'h3ronrm NJil~uil cum: llocdi·
ltÍ Onmlons: Uhnh1e 1,nputum mcum, !1 l
aquella que ~e di ri vava de sua religiüo e
>Jtrllic.11 mihl, voto. Elia era c·urii,tà; e qnnndo se u pae
Si u ;ntcm nolueris dl,nill" e, ttcc çao
pcrtnt'~m omncs 1crmlnus tuos romis, o :ioubc, e clla se 1·ecusa va a casar com
Exod. ((IV, G. ·t:. 12,
um potentado, que elle lhe prnpôz, se
Ao ver ~lo~ ses que Faraó zQmbaro enfureceu, e dcpn is de desenganado, q ue
na pesada missão, que Deus lhe t.lera, nem tnrtnras, nem rarirint- lhcfai:iarn mu-
Que, entregue 1t•u11> tir:rnno à lei severa,
o povo c!õlsracl ioda ílcà ra. dar de re~o luc;~o, o haru;u·o a ma ndou
ma tar! .. . Tc,·c porem logo o castigo,
ne uovo, qual bom servo , consullàrn !>Cndo no mei.mo loga r fulminado poe
,\ Deus, que esl3S palavrns lhe dissera: um raio.
« Se o rcj do rgypcio povo pors~vl.! r:\
« Em ter c:iplira, a prole que me é cara. 5. T1rn<:,\.-FFtR<i,-S. Pedrll Chryso-
logo-nalura l de l111ola, Ci<lude elo Es-
c1 Ame:irai; lhe faz da u1l nha ira .••
« Que não... que 11ão :tprcs~c 3 infousla hora
tado eccle:iia:-til'o na , i,inban<;a de Ra-
<< Em ·quc o Lcrreno seu com pragas llra ~-. vcnan. Querendo ~uujcitar inteiramente
sun~ paixõe~, e clepo~itar na sua alma o
Então ~Ioyi;cs :iiuiln outra vez implora ...
e~pirito de Jesus Cbri,10, abraço:1 o es -
l\Jas Ocus, rnn<lo que nada conseguira,
Das pr:igas o castigo não demora. tncJo Monastico, onclc tendo j<l scrvi<lo a
Vieira. Deus t•om grande fe rvor, foi ti1·a<lo pa ra
n Sé Arr hi episcopa l de Rnvcnna. Mo rto
o Arcebi:-po João pelos anno:-ú30, o cle-
ro e o povo d'aqm• lla E~rrja elcgeran1
um successor, e :,upplic-arnm ao Bi .. po de
XLII. Imola, que fos!>e co,n o..; ,eu, d" putados
t:i\lt tiuoquc Ooinin\1s od lúO)scn... De·
a Roma pnra obter a tnnfirma<;5o <l'a-
cima de niensls li ujus 1ollnl uous <1ulsquu qucl la nomeaçüo d11 Papa Xi,to l[[. Este
aguum per ía1nllfa; Cl domos u1a\ ••.
E1 ~ument de sanaulnc cJu,, nc 1>oncnt su. em vi1·tude de 111 11 av i:,o d1vino, deixou o
l1l!r utrum<iuc pusicm', Cl in soperlimina-
11b~ domo, uru,
eleit<>, e confirmou a S. Pt?dro Cb ryso-
Exml, cap. 12, v. l. logo, que linb.- ido nn cou~ pa nhia d e
Viu Ocus qu<' era debalde o rei do Hgypto Coroelio. Depoi:, de cclific·u11tes exe m-
Com pragas castigar, e determina. plos de vil'tu<le, mo r re u no5 braços do
Por esse, .i quem traosmillc a \'OZ dh•ina, Senhor em os .inno!, de lt50 a 6.52.
Que o povo sacril1que alvo caurilo,
ô. Q u,rnTA-VEIM. -S. "'icolau,- de
Que· tome. qual por ellc lhe ~ prescripto, Patnrra no LJria , fo i <le uma caridade
lnd:1 antes uc chegar a luz crastioa, absoluta; <lestribuinclo em hem en teodi-
Do sangue d 'ess3 rcz, que o céu destina dus esmolas Loda sua rica heran<;t1. Con-
Asolemne tornar da pascbo:1 o· rito.
ta-se que saben<lo, qne um pae de tres
E com ellc os umbrat:s sejam tingidos ra parigas, rendo-se no~ horro res da mi-
Das portas suas. pr'a que o céu rlcmeute l)eria, jà tinlia pen~amt!n to~ de ns p roi;-
Lhe poupe os prlmogcnltos queridos.
tituir, Nicn Hú1 le , àra a <ll\ta ptwilga di-
O poro tudo cumpre rcrcrente, nhei ro , com que ellas se dotasse m, e fi-
E o rei, que tantos vê dos seus 1>erdidos, zesse m ::,eu casamento va1itajoso. Vol-
Concede a Jiberdadc à hebrea gente. tando de perigl'inaçfio d os lugare.., s<1 at os,
f/ icira.
foi eleito Bü,po d e \Jyra, que era a \fo-
( llxtr).
tl'opolc d e Liúia, e c:sta t~ leiçào recabiu
n 'cJle por ser a~sirn rerolado di vinamen-
ANNO CHRI ST i.O . le aos bh,po~, a quem incumbia faze-la.
D E SEi'II BRO. Não temendo a inol'le 1H1 r a que d éixai;sc
[L. S1.1GUNDA-l'~JRA- Barbam-filha
S. de augrnen tur o rebanho , coineço u, con-
ào opulen to e supcr:-.li r io~o Diuscoro, de tra o edicto de Oiocle<·ianno, e ~laxíini-
Nicomedia, foi po r elle encerrad a em a n no, a preg;H em \1) ra o Evangelho,
uma torre para precauciona r-sc de que e por i~so foi cflcerr.1do eru horrenda

~
lf3]PíR,i]lt
~~........,.l...
ma , morra até qu e finalmente suc:cedeu Pamplona, foi um dos primeirns à j~·ci-
no imperio Con:.ta ntino, qu e o rc~liluin pulos e companheiros do fund ador da
á ·sua Sé, onde era co m i-autlade recla- Ordem da Compan hia, e abra<;ou este
mado. l>epois de àssistir ao Conc:i1io de institut o fose nd o a renuncia de tudo o
Niê-:.!a, em que Ariofoicondemnado, vol- que é temporal. Quan<lo D. .João IU, rei
tou à Myra, e pasi:~do pouco te mpo o d e Portugal, pediu ao Papa Pa ulo J]I al-
Senhor lhe deu o cli'a por ga nh o, e o guns missionarios para duuclrinarem os
povos da India, foi Francii;co Xavier o
chamou a receber no céu o jornal.
primeiro a offc recer-~e para tfio ai <l uo
7. Qm~TA-.FEIRA. - S. Arn brosio-ro- mioi~te rio, q ue desemponuou eom o ze-
mano de nação, nasceu e m França , onde lo e caridad e d e um Apostolo: e co m cf-
seu pae esta rn na qualidade de prefeito. feilo e ell e cbamado ponint onomnsia « o
~Mancebo de extrao rdinario talento, ins- Apostolo das lnJias. » ~o meio ele seus
tr~cç5o e affabilida<le, alcançou o em pre- immensos trabalhos a ind a tern te m po
go de Governador de Milão, e e~tando aui pa ra c~c1·ever u rna obrn prociosa eom o
ao tempo da morte d o Bi-.po Auxencio, titulo de-Avisos-dirigiuos no P. Bar-
zée, direcl ol' da mi ,sào de O r mur. Co-
que era Ariano, e quando o povo quase
berto d a~ ·flenções de tantos filbos como
se amotina va , divi<lindo-se quanto á elei-
à Egreja tinb .. dado, foi pa ra o cé u, mor-
<;ão, entrando na Egreja para mant er a rendo na ilha d e Sa nciano. Seu corp o,
ordem, um menino o acclamou bi .. po, e tras•adado para Malaca, fez que logo dc-
reconhecendo todos n'isto ulfl miJagre, i;appareccs~e uma peste terri \'c l, que alli
logo todos foram con cordes. A difficul- gra!-s.-iva.
dade fui resolve-lo a que acccitasse ao 1O. Ool\rTNGo.-Dominga 2. ª do A<l-
que, tiepois d 'instado pelo mesmo irn pe- venlo da qual resa b<)je a Egreja.
rador Valentioiaoo, e principalmente !'e-
conhecendo, que esta eleição. vinha dn
alto, elle annuiu. Foi o moclêlu dos pre- <Glllt:a<D~a<ea mr:m11ucaa@~ !l l)

lados; pl'egava com tal unC"çào, que o Partio na madrugada


PonTUGAt.. -
subtil, desmol'dlisado e depois S. Agosti- de 29 de Outubro .para Homa, afim de
nho não ponde 1·esi~tir-lbe; zeloso e in- a5sistir ao concilio que o papa convocou
dependente ministro de Deus cen1'1urou o para difir,ir o misterio da Conceição, o
imperador Theodosio por causa da mor- carde.-.1 patriarcha de Lisboa o Em. 0 Sr.
tandade de Thessalon-ica. Escreveu mui- D. Guilherme.
to, e ·em todas as suas obras manife:;ta-se • B.u uA. -Por Decreto Imperial de 3
a sabedoria profunda, uma eloquencia de outubro p. p. foi condecorado com
fa<'il, e a uncção de Santo. Morreu no as _honras de Conego da Sé Mt}tropolita-
'anno de 387. na o Revm. Snr. José Alberto de S. An-
na da provinda de Sergipe.
8. SExTA-FEmA.-Conceiçâo de Nossa
Senbo1·a.-D'e~de muitos seculos, que -A Mesa Administrativa da Irmanda-
_não passava mais de uma pia crença que d e do Glorfoso .Sam Bcnedicro erecta no
Maria Santis!iima fôra preservada do pec- Convento de Santo Antonio des ta Cida-
cado original d'e!íde o instante de sua de, convida a todos os seus Confrades
.Conceição. O actual Summo Pontifice para que hajfto ele comparecer no dicto
Pio IX, vencl I quanto geral e fundada é Corivenlo em o dia 11 d e Dezembro pelas
esta crença t'Ofü,ultou os outros prelados 9 horas da manhãa para as:-.i,tir ao Olli-
da Egreja !-lobredifini-\a como-dogma- cio Solemne que !-IC hade celebrar n'essa
.e todo~ os de votos da Mã e da Graça com mesmo dia por alma de lieus Irmãos vi-
- desejo espera m tal dilinição, p~ra o soce- vos e defunto,5. Maranhão 27 d e Novem-
go de seu espirilo anrioso. E provavel, bro de 1854.
que a ei,la hora - i-eja um dogma catho- O Secretario
lico a Conceição immaculada <le Maria. flenriquc José P into.
9. SuB.too-Tra~lada~ão de S. Fran-
lll aranhão, typ. de J , e. M. da e. 'J;'o1TCS=r11a. cios
! ciséo Xavier,-natural da d eocese de Garbcfros n. B=mtuo ele i 85ú.

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
ANNO I Segunda-feira 11 de Dezembro de 1854 N. º 32.
. .

OCHRISTIANISMO·.
.
l'l\P.ÇO O! SUBSCRll'ÇA'O. 1 1\ SSIG:SA·:ll':c
l
Por 11 m onno.. . ...... 8SOOO,

l
Pago 3dlantado • tels inl!Ze5. • • • · · • • AS5.oo.
• trrt meus .••.•.• 2$800.
Avul><>t.. • • • • • • • • • • • • • S2~0. 1
V
a
/J.
X
No 1:110 da Cruz o.
deste, Jornal.
:o- ena l i 11oS~l'hl3

i'\'011 rcnl 1111fm111 µcrdcr , srct salcarc.


S. Luc. e. !l. ç. sa.

OCHRISTIAN ISMO. a vida. torna-se sem du vida muito · mais


fune, ta, nas aproxirua<:ões da morte; por
que enti\o o espírito enfraquecido, P. a al-
A MISERICORDIA DE DEUS. ma sepultada, co mo ffdiz a Escript11ra,('l J,
(Continuarão do n. 3t.) pelo corpo que se cn1·rm11rie nflo p ode su-
portar as· forres i111prcssões d 'este temor,
Te mos muitas vcz.cs vislo a lgumasd'es- qu e torna-se então mü, sensível e vivo,
sas almas fervorosas entregues à esses te- por.q11e o~ Jl!Í'los d e Deus. <levem parecce
m ores e p crtnrba<:ões l111e, n o noss1 > n. mais ternve1s, quando se os vê, par~ as-
passado, di.screvemos, e em nos teve lo- sim di1el', de mai!-, perto. t.ic no cul'so
gar uma wro paixão externa, pelo ~cu pe- ela "ida, :-na lem bra nça a terra até ao de-
nar. Fracas para sentir a tol'rcnte de seus sa len to, como su:,,ten lar sua a proximac;ão,
cbcrupulos, o temores, iam, a passos agi- sem o de:,,espero, às portas <lo tumulo? !
gantado!-, caindo em abatimento, e le-
sespero espantoso , porqu<.! temendo a _D'nqu~ ve~n muitas \'eses e~~s inq~iie-
justiç:. de OP.us, esqueciam a confianc;:a. taçoe.. , ag1t,,çoes e repug nanmas, que al-
que sua-\Hsericot·dia-lbes devia ins- gumas veses i,o nota com espan to, nos
pirar para o seu leniti vo , e sustento. Ou- Ju:-.to~, que viveram r,,m fervor; e que
tras porem, vimos nós, que b e bendo na nos su rprehendem d e ve- los morrer na
mesma fonte uma outra espccic d'erro, amargura, e desolação. Nüo é o apoe10 à
.d . t>
desa nimavarn-!-c a vistn da piedade, que "~ a ~ue.assuu os acom panha ao tumulo,
lhes cust-ava tanta inquietação, e e ntrega- nao, e o unmoderado temo1· dos Juisos
vam-se completamente a libertinagem , de Deus, que não firm a a sua esperança.
abandonando a pratica das virtudes chris- Po!-ltO que estes temo res, e desassocc-
tans, afim de buscarem n 'aquella, a paz, gos p~reçam o~ mesmos em todos que os
que não encontravam no fervor do ser- experimentam. com Ludo muitos tem ori-
viço de Deus ! ~e ns div~r~~s. :yuns proveem da pura
E d'onde viràm estes dísvarios? Sem 1gnoranc1a ; mm tas vei-es, como jà <lisse-
duvida proveem, de que nem umas, nem mos, não se conhece nem a medida da
outras, sabem medir pelas regras da pru- justic:a de Deu~, nem a Pxten~ào de &'\la
dencia cbri~tan. os. limite.ç da justiça, e misel'icordia. Meno),, se conhece a espe-
misericordia de Deus, e qued'ellas igno- ran~a c hrista n ; e muito menos o que ea
ram as regras, e extensão; em opposiçào Confiança, fru cto , e perfeição <l'esta vir-
com o Pt·ofeta Rei ( 1 ), que cantando tude. A terno ra do c<,raç5o. e a cons<r
egualmentc os louvores d 'estes dois attri- lação , que a 'ell e d~1Tama, elfeito ortli-
hutos, achava n'um com que formar esse nario d'e,ta cunlian ça, não é menos des-
temor, pFincipio da sabedoria, e n ,, ou- ~oobe<•ida. Emlim o que ainda mais se
tro com que inspirar essa confiança, que ignora , é allianca d'e~t:i tern ura da Con-
aperfeiçôa a caridade. tian•,a com o fe r.vo r da Caridaclc1 que abi
E se esh tentação é affiictiva durante deve achar sua doçura e con'lo laçào.

(1) Misericordtam etjudlciuw caotabo tibi Donrl· ( 1) Corpus quod corrampitur, aggravat, animam.
De, Ps. ·1o&. ' ~~~ . .
~t ·
-t~i~~
·------
....
e. -,
~
..
- -
•\V 1!\Il.H~i&}ü,fiài! ll~i'!i Do
"C.i -·

As al mns, r. indé\esclareoidai., ne m po1·


~t7A&:"Q~ r , l . , . , . ~ . · ~ ~;.,:,_ aq=4:ffl' M..?t'f?jaf

Srli , Rcdacco1•es.
i ~so est~1m f emµre c1;eint.. ~ d'e~l{'· te- Ei:HHJ UÍ o ohj<·cto, que me propuz.
ll)i1fes . E n n yercfo de elles ve m da tentn- lractar, e que ofl-ere,;u a vv. para Ih('.
«;âo ele Satanm~, q uc não podendo sedu- daren1 ca bimen to n o !,CU jornal, se o jul-.
sir o ju:-.lo pelo exce~o da Gonftança, por ga rem cligoo disso.
meio do qn e seduz e perde os peccado-
res, bni;ca parn o enga nar outros trilhos, Deus gmn·de a , v. etc.
la~<;a ndo- o n.a fraqucsa, e no dese!>pero, Loumzn da Trnpa. 1 l
ou exogernn<lo-lhe a ~evericla<le ioexora- de fe\'ereiro ele :J 856.
vel dos .Jui'lo .. de Dcnc;, 011 fa ~enclo avul- Aivaro Vi,:.. Con•Pa de Seabra da Sifra.
tar aos olbos de ua bumildnc.lc o nume-
ro e eno mir<l,1de de ::11as fohas passadas,
ou trase11do-lhe a memoria os escrupu- DISCURSO SOBRE O P AP .\.
los ele suas ciuedas quotidianas, ou a im-
perfeição de :..mi:-. boas obras. Qual é u cbristão, que pú<lc ser in-
E-.tes e~pirito!'l runlignos (1) que , co- <liíferenté ao qu e diz respei to {1 egreja rC\-
m o diz a E:-.criptura, creado.1 para a 1 in- 1
mam,, á mfti de todas as egrejas, _ao cen-
. 1·edoú,.m11 seu /'r,,,·01· na co11su11wia-
,..,tra11ca, lro da unidade, ao fundaruento da fé ca-
çao de nossa vida, entp rega m atnda co m tlio1icn: Queu.1 pócle deixar <lc aca tar
rnai r, força e"ta tent,,<;ào con tra o~ jw,los, com profundo respeito e veneração ao
o contra os perc'adoreil na hora da morte. suceessOI' de S. Ped1'0, ao vigal'io ele Chris·
É então que foi-cm seu.o, ultimos e-xfo rços to na tena, ao rabE'<;a e chefe ~isivel <la
para lhes in~pi rar Ci>le cle:..ei,p<'ro, porque egreja, ao pai • .rnei-.trc , e doutot· uni'"er-
sab em que é o unice meili, qu e Lltcs res- saJ de Lodos os cb rbtão:;, que por Deus
ta , ou de enfraquecer a caridade d'uos, fo i reveslido de ttlcla a plenitude d e sa-
ou de f'Ôr ob:-taculo!> à penitencia <l'ou- cerdorio e d 'a ucto.ri<lade, e cncarrcgodo
ll·os. do gove rno da egreja, c-ujos <lecretos pro-
Uma terceira fonte d'et<tes temôres nunciado-. na te rra são, segundo a exprcs-
pode encon trar-se na vontade do mesmo :.ão dos padres, acceitcs e sancciooados
Deus. Tod11 bondo, o, co mo 6 para coa1 no ceu? Qne1'n é q11c pode olhar com
uma alma fiel, eJl e se ap razen tl'elantoem indiíle reoça pura ª'I uelle d e cuja sé de-
amedro nta- la alg•11nas , e:-cs com a vi:,ta pende a unidade d a egreja , e a inslituj-
ele l<ICm j nisos, e em vez de a c•cmsolar pela c;:ào clirina <l o christia ni~mo í>
recordação ele .w as miserirorclins , parece E~aminc-se nm por um, d iz um es-
abandona-ln . F urt:i-lh e l'l na prci-ença ::.en- cri pto1· plulm,opho, todo!. os grn nd es dou-
sivel. e a coni,,ulação do se u amô1·, para tot·es da eg reja c·atbolica, e ii medida que
e::xperimentar po r e, te~ rigores a cora- tem dominado nelles o princ-ipio de saoc-
gem (." l Mia per:,evernn<;a, l '~• assim. que
tid ade \ereis que se teeru maoifostndo
nos Cantit:os o Esposo se ocn1lla por a l- mni/' ze lo.,'():, cm favor da :,ancln 60, mais
gum tempo parn experim e11lar a fideli- peuetra<los <le seu., direitos, mais allen-
dad e ela E,p o~a . e talvez tnmbem pa ra tos ~emp1·e cm defc 11de-lM; porque a
lhe fo-1e 1· go têlr maior doc;nra no pra!-ler sa,wtn :-.é não tendo ccm t1·a si 1ieoão o or-
de a encont ra,·. Foi o que os Santo .. tan- g11ll10, e~te ó destrúido pela santidade,
tas vc~e!i e.xpcrimentararn no~ da-.go:,los, que dt•ixn npparerer é.l verdade coro todo
e pri v;H;ões iateriore, , n'ei-i-m, lenol'es, e o se u ~xple ndOI' e cbrida<le.
:"Cle!>ol.u;õe!, em que a alma !,e julga quase Oi:,!-e que depe ndia <lo fundamento é
que aba ndonada. (ú,laclo que todos os auctoridade da :-an('la .. é a· unidade da
Me:..lres <la vi<la espiritual tão bem disere- e~l'rja, e a in:-.titui çilo <lh•ina do ch ri~tia-
ve m. e de que a<'batnO!-t bellas piotura!-, J1i~mo. Co m effe1tu <pwl é aquellc que
nos p~i.l lmos du Rei Profeta, que mui to pódc cuncebe1· a trnid,,c.Je da f'g reja sem a
devia ri Misericordia de Deus, mas que unidade da fé, ou que p~':de dar-se esta
.nem por i !,~O deixo u de sen tir todos os sem exislcocia d'um chefe :-upremo? Se
terrorc~ de !>Ua jm,tic;;a. é evidente de si mesmo, qu e a verdade
T. eurna :..ó, quem não vê, qu e a unidade é o
(Gootin úa).
symbolo e o caracter da \'êl d ade ira rel~-
(1) Suot splritus qoi ad vindictaw crcati sunl; et in
consummalionc eITundeot Yirlutem. Eccl. 39. gião ? Seria um imulto manifesto e. ain-
ela uma injuria fei la a Deos se se dissesse calii11do tt roda de si todas nc; obras <los
que pocli.i li(Her duas reJjgiões ver~a<lei- homens, sem que a torrente das idncles
ras, porque nüo podendo uma deixar de nl'l'aste em fe u Clll'~O, ou a furia <las tem-
ser contraria il outra, seria Deos auctoe pesta<lcs a abalem no seu tronco e na sna
qo CITO, porque nmbas sejnlg:uiam COUl mas~a .
rasilo anc·hwi!',adas para o ensinar cm seu lt por este fun<larnento que elln passa
uomc. Eis-aqui a ra~flo, porque diz~a um sempre a mesm,,, ~cmp re immola vel na
grande -.ando, que o p,1 pa e a cg, ep era s11a essencin, na sua comtitui<:ão, em sua
tudtJ um, e pot'quu u,n :-ll~llime doutor cloutrin:i, cm seus d11gmas, e pl'eceilos
accrc-.cen tu,·a, que quando se tré\lü va do alnivez dos seculos, da mudanc:;a das leis
l'l uroino p<>nlifice se lrnclavn nada menos e dos governos, <la quéda das dinastias,
que do <'hri,1iaoi:m10. da n1ina dos impel'ios, e das frivolas l'e-
( l ) Se toe.lo!-> os acontccimentoi; do Yoluc;oes da lena.
nntigo nrnndn se clirigl".rn a prepal'ar a É por este fundamento qnc ella
, ind., d11 \ cr lrn, e se l'Otnpletc1111 em sua :,'a presenta à face do universo com os tí-
killitaçno e t1·act·1 ,·om os humen.,; se de- tulos incontrastavcis da sua origem celes-
poi .. da i\,C'enr:ãn do )1c,:-i,ís a \!greja, ao te, da 8ua fé intariavsJ, da !;lia unidade,
redor clt1 q 11a I ncc·o1·rem ldnta s , ic.:i.;-.itu- da sua indivisihilicfoclc, ela su~ antiguida-
des, e ~e :-.t1crcdcrn t~1ntas r,·voluc;õe,, of- de, e univcr~n litbd ~ de tempo:, e logn-
ft:i rcecm no ~ú li-teto d.1 sua exi, tent'ia a !'C"; q•1e e u11Ja-Snncta-Catholica-e
d;irn solnc;:io do grande prol>ltma dos A postolicú.
tempos, t11davin púde ~implific.i1-se 1nai~ E 'por este fundamento que clla l~m
~ .. te ponto de vii-la prnphetino, e a razão
urna so fe, um só altar, um sósacrilicio,
1,11prcm.\ da,; coi,a-. humana, púde appa- um só sacc rdocio, um só Puntiíice Su-
1·cce r ln111ino a e mais p1'1)po1·ciouada à premo, que se perpetua sn m iolen11p-
oo~:-a dcliil e c~ca-.sa ,·i:-ta. Porciue ,,.,sim <)o, por toda a extensão dos se cu los <les-
como o Aw•lor Divino <la nossa te c,tá na de a origem dclle.s até nós.
egrcja, a ri11ern dà lnz, \'ida. e fórma,
Í~ por ei.tc fun<lameoto que Pio lÃ,
porque clla e o ~e 11 corpo, as~11n a egre-
que lito dignamente boje pre.-.idc à Egre-
ja !'>C con(•t>ntra, por :is~im dizer, e111 o
.romano Jcra,·,·
. 1la rcnlro n-.1ve
. . 1 e pe1~ ma- ja de Deu:i, sobe até S. Petll'O constitui-
do pot· Je-.u~ Cbri~Lo ,-Principe dos
ncnte d'uni<lade e de acçàn. cnbeça da Apo,lolos e Supremo Pa!'llo1· de todo o
lrn111ani<lade rt,ucnernd,,, pa-.túr e clt,11-
rt:banho, e que ene01·porando-sc com os
tor unh'er:,nl, :.e;1111do o cunrilio de Flo-
Puntifü:e!,, que i-.cn·iram no tempo da
renra e \ i.rari11 de Jc,11, Cbri,to, -'e~uudo
• V V
lei, vai ará Arào, até Moy:,és, alé os Pa-
o d·~ Trento. Porco;ta l'aiào ª" prnme...sêlc;
lriarehas, até Deus, emlim, creador do
foitas pelo Hcclemptor ao corpo ~,po... tnli- homem, e de toda:,; as cousas, por meio
co se repctirnin n Pedro c1t1 p;1rticular,
d\1m encctdeamenlo de coisas tão admi-
menos uma, que fois<'> cxcl11'livamente r ~, vcl como consolador, ( l ).
para clle « df' que Mwin o fundamen,to, a
ClHD cffeito q11e coisn púde lla vc,· na
q!lc niio IJ:i :,ub:,tit11ição p<l'-:-i mi. o I~ po r
este chefe, que a n•pri>senla, e por este terra maior e mais mar,t\'ilhosa que essa
J'un<l.\mcnto, q11e nilo tem :,ub'llilniçào (1) Se o nosso espirHo naturalmente incerto e va ·
pos·,;i,·el, que clla é uma in:,tiluiçào di- cilaolc:, <lesgarrando-se a cada passo, cn1rc:guc ao
,·inn, que nin~1wrn p6de cuutlar-lhe .ª seu proprio, preconceito de ser flxo pela anclorida1le,
que m.1ior auctoridade tio que a da ~greju Catholica,
sua natureza, e altt•rar-lbe a sua con:-t1- revestida do mesmo poder de Dous, que comprchcnde
tuiçft0; e por elle qu~ ellrl tri11mpha dos cm si a aocloridade e a Lradicção de tudos os secu-
los? ! Que serie, qoc encadeamento .iJmiravel de
scismas. <la~ herei-ias, da impiedade, das coisas? Que ha corupara,·el com esta nunca iulcr-
paixõc!'- cio_., homeni,, e de todos os exfor- rompi<la socccssão, íJUe Jala d:i origem elo mundo, e
c;os do ioferno, para anniquillal-a; é p1>1' ((UI! se perpetua ate uos? Que outro, se não aquelle,
que \'ivc e reina, :ilém dos tem pos, qne tciu ua sua
meio dl 'ltP Íllndament<, qu e a \' Cmos ven-
1
mão o coraçüo e o homem, e que dirige os aconlcci-
cedora do:- l l~ü1po:- e dos erros, hlh,tentaL'- n,eutos cio mundo, como bem lhe apraz, podia for-
se com uma L~1r<:a i1He11rivcl no meio das mar um conselho eterno, cm que loclos os seculos são
comprchenclillus?
vici~~it11de-: das coisa .. bumanas, como Que outro qnc o'io sej,, Deus, podia promollcr :1
uma rncha linne no meio do Oceano, sua obra uma dur:1çf10, olerna, ou fazer uma ohr;1,
que não csl:i sujei la á3 \ iclssilutles do 1empo tâtJ im-
. ( 1) R. r:. mutaycl como ellc 1 !
•• HMM ,,.tt,sge :s=@ &MM
4# gp- w~wPWMWASiW d WS $# 49 znoa a
serie uu nca i nterrompida <le deposital'ios enfermaria ha dez.oito annos, e a1·1·astatlo
tl'nrna doutrina, que trn_nsminem iocor- pelo en tb usiasmo qu e lbe inspira um
J'u pta al6 mais de dezoito secu los ? prioripe severo de costum es, illuslrado o
Aonde ~e viu resp landece r nunca a ju:,to, snbia ao pulpito pa l'a no templo
d ignidude da humana natureza melho r de Deus e na pre~ern;a d os lwmens dar-
(] ne ua conservaf;iio incessante deste pa- lhe um publir:o e solemoe testemu n ho de
cifico im perio, o qna l, se m ma is garan- venc rnc:ão, com o panegyrico do santo de
tias . que o nmor e a fé , sem rnais armas. se11 nome !
que as que lhe põe nas mào!> n mo ral, Esbe h ome m, esse orado r, tinha sido
tem adh idos à sun grandeza ~ e ngen ho e uma cfas glorias mais briihanJes da tribu-
a vi rt ude em todas a~ idn des P na religiosa, u ma das illustrações do en -
Aos trinta p1·ime iros succei;sores de sino pbilosophico. Julgava-se porém qu e
P edro oppri ru Íll o t reme ndo pode t· de O t,empo, a enfer midade e a rese rva d o
Romn pngã, e perseguidora, não cessa n- cfa ustro h ouvesse m alterado aq uella fo r-'
d o elles d e pl'cpa rar, e nlre as ruinas <lo <'a de argnme otuc;ào, aq uelle ~entir ins-
i mpcrio que se fundia, a ina ugur:1<;ào pirado, aq uella voz.eloquente que desde
cl'ou!ro impe ri o de ju.stic;n e sanctidade. tanl t>s au nos se havia ca lacJo, entre a p-
E por meio deste fu ndame nto qu e pla11so:-, d epoi:- de ter si<lo ouvida com
ella trnz em :-.i me.. ma o c unh o d a sua so{freguidüo e assombro!
origem cele~le, qne :-;e não pô<le assignar M,1s o claustro, r om o um tumu lo tlll-
a Egr~ja outro au c·tor ma is do que Deu ~; tio-o· encerrava magn ifice11cias. Omn is
que e ll a .é lm ela ve rdad e; que o seu en- vi~·t,~s in infirmitate pe1ficitw·. _A !:Hnpa-
sino <: semp re uoifc,r 111e. sem pre immo- da d::-i fé, :;egun<lo uma bella ex pressão
tavel, sem pre bril hante, sem pre, ra dian- <lo celebre prégado r i.t a liano Ven lura, es-
t e ü luminoso. taví'l occulta no enC"e rro; c:oneentrava-~c
A fo rça da Egrcja di ma na da ba:-;e, no fn n<l" d 'a lma. mas não tinha pe rdido
em q ne ella a,:-en ta. S'approuve ao se u o fu lgor de sua lnz. O an tigo prégaclor
Divino Fun dado, fundai-a 1-,obre unia pe- conserva "ª o~ symbolos, as tr.l dições, a
drn , é evidente dr :'li mesmo q ue, ar rnn - dou trinn d e seus primeiros ann os; con-
cada q ue seja esta pedra, !!e cle~ troe o Mrva va tam bem a ~l'iencia , a palav t·a elo-
cbristia ni~mo , bem como um edific io (]Uente, o gesto tl ni mado! a voz. l'epassa-
ta mbern se aba te qua ndo lhe w lapa m os da de uncção ! Nada per<lêra, senão a
alicerces. Separe-~e q ualq uer edificio da vi~ta' para contemplar o im memo a ud ito-
bnse, e m que assenta , <' para logo deixou rio qn e o es<·11tara como ont r'ol'a, ou ma is
cl'existir. Scpare-~e qua lquer corpo <la a md a , em profundo silencio, só inter-
sua cabec;a , e para logo perd eu a vidét. rompido no fi m por uui nrnrmu rio longo
Sepa re- se da Egreja a sua ca beça , que <'• de adm ira<;üo ! ·
u mn pa rte co n:-lituinte de ~i mesma, e A epigra pbe sagrada do di.:cu r!>O cJo
que resta? as reliqnias d'um e<lifit·io ar- illu~tre préga<lor foi u , er'.', iculo 32 do ea-
r uinado, ou d'um corpo feito em pcdn- pituJ,, 12 de S. Lu<"a!- : N olite th11e1·e., pu-
c;os. sillus g1·ex , quia complacuit Patri vesh·o
( Con tinúa.) da1·e robis regnum. De:-de que elle pl'o-
Je ri u as primeil'as palavras, seus ·a ntigos
disC"ipulos e os rep rese ntan tes da geração
llio '20 de outubro . <le outr'ora o reconhecerão na fra ze c::ts-
tigada, na d ic<;ão eoergica, n os accentos
per!-,nasivos e eluqmm tcs, no a<·ein nado
Nun ca comprehen<le mos tanto a phl'a- grave e mage!- to:,o. Monle-Alverne não
se d.e S. Paulo aos Co ri n1hios, toda a vir- se re:.friára na,., !age~ do con ven to, nem
tude se fortifica 11a e11fe1·midade, como se eM rcilàra no q ua d rado da cella.
ho ntem ouvindo prégnr o rn nstre r~go Que exord io magnifico !
11'r. Francis('O d e \llou tc-Aherne ! Um ho- « .lá não é dado, disse-nos elle, igno-
mem vergado pelos a nnos, quebrado pe- rar a causa d e.., te impeto di vino que ar-
lns decepções do mundo, torturado pela rem essou a tra vez de mil azar es esses ho-
en fer mi dade, ~a birn do l>ilenciu <le se u me ns es,colhidos para mudareru a face da
claustro, deixúra a cella que lhe serve d e terra. ~ in util fi ngil' desco nhecei· a ori-

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte

.... "
gem clcssn~ fa<;an hns !'lingulares ele q11e fln!?cllnrões r ivali~:-ivnõ as scenns do mar-
justarncnfe ~e en"-<.,ue.rhe<'e a bella filha tJ,~io; a· penitencia vi nua as:;e nta r-so no
do céo. Expfoc;ôe:. crnentas preludiavão lóg~u· <la,; perseg uições, e as vfrtudes pa-
c~ta regenera,;ão q 11e os ~ecu los e1-peru v~10 cifi"as substituic1õ os su rtos da heroicida-
com extrema :rnciedn<le. íloloc,1w,los cs- de. llm ~ó lwmcm reco pilou- todos esses
pon tancos en:,ai... vfío e:-. ta renu ncia d e si merilos, e obteve as mais ardentes ova -
mesmo, cstm; qu<'hra<.; do egt1Í'-tl10 a que ções. Os ar!'onho~ <la ab.ocgaçaõ Evange- .
estava ligada a purifi cação da espe,·ie hu- lir:i , o espirito de refo rma, a osteotaçaõ
1oarn1. ~las Lodos es,.,es ra~gos de dcclica- <la Om nipo tencia Divina, ba-stnõ para da-
c;ào, todos cs!>es brios <l~1 1nag nanimiclade, Io n con hece r. Os Anjos o cliarnáraõ PE-
ficáraú muito longe d,1:, p rovas a que erào mtn; o logar de scn na:icimeoto accres-
rharnados os repre!->e ntaol csdo novo pro- centou-lhe o apellid o de Atc.\~TALU. 11
gresso ra<'i ona l. ílepellido~ por lantos re- E!->te exo rdio.terrnin on porestas pala-
,,eies, dc..,n nini:1dos <'O'n tantai> derrotas, \.'ras lotantes, da mil is ~iogela cloquencia,
o~ cnni:, experimentados conh:ndorc!i ce- rcpas!õados de tri:>te,n, q1.1e pode rn servir
dêruo a éH'en~ q11e elles hadão coberto de de exemplo da mais poetica littera lura
rumas. chri ~tti :
« Con"inhão oo!ros meios; erüo ne- ct Naô, n aõ poderei terminar o qua-
eessariu., empenho- de<1ütra ordem. L ou- dro <]Ue -a<·:ü.1ei de l>o~quejar: compellido
ros uin<la nã o e . . tiurndn,, , uma aureola de poL' uma força 1rre~i~ti_ve l a en<·Pta r de
CJUC não ha\'ia noti c·fr1, prcmios ai-nela 11ào novo a carreira que per<'<>rri 26' :mnos,
concedidos, podiã u ~ó rean imar a cons- quando a iurnginac;aõ e-.th (•x tincta, iJuan-
tanria <lesses manten(>dores que devião do a robustez da intt" ll igeocia está ·e nfra-
:H·har-~e a braços <·om toda . . as difHcul- . quecida pOI' tantos e..,forços, qnando naõ
da<l es, ,·cm·cr todo:, o:; oh:,,taen los, domi- vejo Mi galas <lo snneluario e e11 mes mo
nar tnc.los OH precotweitos e dc:-fazer todos pareço estrnobo àquclle>~ que me esrntaõ,
os prej11i1.0-.. S<\ um diadema em que se como desempe nhar esse passado taõ fer-
prend ia a immortalida<le com todos os til de remini..,cen1•ia~? C'omo reproduzir
seus fu lgo r e.s e l uda êl niagia de nma fe- esses trampu r tes, esi;e enlevo com que
Iiddade intern1in ,,rnl, era dig11t> de com- r~a leei as festtl!-, <la religiao ê da pa tría P. . .
pens,11• tantos suo res e de coroar tan t~s E tm·de! . . . Emuilotnrde! li)Seriaim-
fadigas. Nolile ttme1·e. pusil/us g,·ex: quw .pos~frcl reconue<·cr um carro de trinm-
complacui( Pall'i ve.~lro da,·evobis regnum. pho neste pulpilo, que ha 'l 8 annos é
« Todos osnnnac~derão conhecimen- para mim um penRarne nto sini1-tro; uma
to de,;te aba lo rom que o mundo foi sá- recordac;aõ afllictiva, utn plrnntasma in-
cudi<lo, e poz em dc~, uso as ideas recebi- f t rnm e irnportuno, a pyra em gue ardê-
das. As agaprn, dos confesi-ores condem- raõ meu~ olbM e cnjos ch•grtws <lesei só e
navào esi;c:- fo-;tin., marrado~ com o stig- silencioso para e,couder-me no retiro do
ma da atrot,idade e <.'0111 o~ cx<'essm, ~lit clau.,tro. ·os bardos do Thabor, os can-
in tcmpel'an(:a; lia lalhõ{·s de ,irgens 1Jrnn- lore . . <lo Hcrionn e <lo Sinai, batído!i da
dada 'i ~ murlc pqr 1·on ··l! l' Va r . 1;iw pureza I rib1ihu,:aõ, <lHúra dn~ ele p1 zares, n aõ
1

cobriaõ de confu:-ao e:-.., a!'I mulberes, que OU\'indo ll\ai ... <b e1·0,; repet irem as 1-tro-
unõ tinuaõ pcj{>dt> a:,~i ... tir cm r utnplela phes de se us r anlÍ<'os rn,!\ quebradas de
nudez às ceia:, \ ol upt uo~a:-, dt~ Tigcli no nas !'IUas mont,1nlt~ pitore ..ca~; uaô escuta n-
alameda:- de seu-. jardin-. profosnmente il- do a voz do deserto que lev..na an longe
lum.ioadoti; e a Lhatt1ll C,L1 do l,1gu Fucino a m.elodia de ,eus bym no~; pcnq11ràruõ
para sa lisfoze r us capr il'hos de 11in de-,p()- seus alaude s no~ l-a lgueir,,s que hor<lavaõ
ta, que rereLia os ultimo~ emboras da o rio da eflcl'avidaõ; e, quando os bomcns
rnage:-.tade do povo rei, er:1 coo lra~tadcl cptc opr<'ciavaósuascou.po,i<;õe,, qua ndo
por es~e;'\ milhõe... de li111uem au.10ulor1 - aque lles qu e deleita rnõ com o:; pe rfun.ic~
do~ nos a mpbtth alros, consu midos 11as de ,"eu ei tylu e ::i bellesa de suas inrngeos ,
fogueiras e dc . . p11da<;a<.lo:i n os cayalletes, viulrnõ pedi r- lhe!> a rcpetiçaõ dessas epo-
a fi m de ju, tifo:ar q11e .1 hora da salvaçílõ peas em que perpctuavaõ as memo,·ias de
tinha cheg-1do, e qae a humanidadt-' es-
(1) Qnaodo o orador proferiu estas palavras, a ad-
tava r ege ncradu. Cada , e<·uln a presenta- miraçã,i do auditorio, por esta ex.cla111:ição tão suhli-
va peri}lecias ,tiuda naõ a precinda_;. As .me e locante, prorompeu em um munuuri') geral.

~
JE]PJ83JL
troco sua tu nica. O corpo do penitente as- que copiamos algumas frazes, erJ pre-
semelha-se a raizes resicadas; sua pelle eslll ciso ter-se ouvido os accentos da voz gra-
denegrida e queimada com o fogo da mor- ve e tri~te do or.1dor, e ter-se presen-
tificaçiio. O frio da morte agita seus mem- ciado o arremesso de seu braco desrar-
bros lividos e dei,rarnados. Um moço re· r,ado, o franzi!' de. sua testa lar"ga e pen-
ligioso se approxima e intenta estender sativa. ~Jais do que nunca reconbecemos
sobre elle um lençr1l.- « Retira-te, gri- a verdade da respo· ta de Demo1>tbcnes.
ta-lhe o lotador: aioda ha perigo; o ini- ele que a acçaõ éa partees!.encial do ora··
migo está em presenr_,a, ainda não <!essou do.r; ou de que a t> loquencia de um <lis..
o combate! ... O Justo imprime c,eus la- curso e1-tà, corno diz Villemain, na fronte,
bios no signal aduravel da Redelnpção ... ao gesto e na voz de quem o proferiu.
Pedro de Alcantara subiu ao throno de Fr. Fnrnci . . co de Monte-Alvernc e
Deus!! ... » uma sombra glorio!-a do pa~sado, evoca-
A peroração foi digna do discurso. Não da por Sua Magestade o lm perador, pua
a reproduzimos pnra naõ faltarmos ab1-o- revelar .'I geraçaõ actual que em mataria
lntameote á nos~a promessn. Con~tou de de eloquen<·ia sagrada nossos pais tinbaõ
fraze~ singelas e verdadeiras, sentidas pelo i,ido, até o dia de boatem, m.-lis felizes
o,•ador e pelo auditorio, porque dizião o do que n6s. lDo Con·cio lJJc,·cantil).
que todos sabemos das virtudes publicas m-- -
e privadas do chefe da na~aõ. A'N'NO CBRISTÃO.
DESE/tJBRO.
Quem, <lepois·de ouvir hontem o pa-
11. SEGUND:\-FEIR.\,-S Uamaso. -A vill:i de
dre-mestre Monte-Alverne, não reconhe- Guimjlrãeis em Portugal se gloria de ler sido o herço
ceu no seu intimo qpe a religião é um gran· d•esle illustre soccessor de s. Pedro. t\ uma piecfadc
ele consolo, que fortalece no n,eio da des- e:tlr:.ordinarl~ ajuntou a erodfção variada e um zelo
aclivo em acudir com adequado remedia a lodo., os
graça ? ~obre a duvida d o protestante e a males da Rgrcja. Convocando o Concilio Constanti-
presumpção do philosopho eleva-se a fé nopolil:ino, ettioguio, ccndemnaudo-a, a heresia de
Eunomio e de Maccdonlo. Edificou 3.8 nasilicas de s.
1·eligio.~a. A duvida apparenta mais li 4
l.ourenço no Thealro de Pompeu, e outra oa via Ar-
herdade de espirito; mas a crença revela deatioa. 'l'ambem dedicou a Baslllca, cb.imad:i Pla-
um coração melhor. Entro a esteril e falsa lonia, onde haviam esl:ido O:, corpos de,S. Pedro os.
Paulo, e co111poz eh!ganlcs versos com que a dccot'ou.
sabedo1·ia da duvida e u doce e modesta Sobre :i excelleocla da Virgindade escreveu \'Crsos
ignorancia da crença;-entre uma idéa muito elegantes. assim couio sobre varios outros as-
sumplos. navendogovcrn:ido tão sabiamente n Kgre-
secca e um sentimento generoso;-entre ja pelo tempo de dcsasselç annos, morreu no de 384.
um facto tri~te <JUC se quer verificar ma- t 2. •r1mçA-FEtílt\.-Hesa lroj1· a Egreja oo 5. 0
terialmeote e um suave mysterio que nos dia da oicL1va da Jm1uaculada Conceição de Mal'ia.
13. Qu.rnTA-FEIRi\.-Saola l.ozia,-oatural de
sorri com toda a magia que o cen:a,-a Siracusa. ctepols de acompanhar sua Mãe a Calana em
escolha não é difficil. nom.iria a Santa lgoez, e de empelrar por suas ora-
ções a esta Santa a saude de que. sua mãe carecia,
Assentado no meio das trevas e da aproveilot1 csla occasião de lbE: pedir para qut' coo-
sombra da morte, in tcneb1'is et iu ambm scnlisse em dlslribuir-se pelos pobres o dote, que
houvesse cJc lhe dar. t\Sltim se fez: o então om 3utes
mortis, o padre catholico, o pbilosopho ambicioso elo CJUt! amoroso rnaoccbo, a quem contra
christaõ, o orador religioso, naõ perdeu a vootallc de Luzia seus paes- a haviam promelllclo em
a sua fé, nao sacrificou aos d1:oscs igno- casaarnnto, se enfureceu, e a foi accusar como cbrls·
lã ao presidente raschasio, o qual, depois de :i raser
tos da duvida, como'fe1·tuliano, anjo des- passar por lodos os lorroeotos, me-;mo aquellc de a
herdado de sua gloria, seduzido pelas vi- querer expor em u111 lapanar para ser ~iolada por al-
gum brutal luxurioso, a mandou matar passando-lhe
sões de um Ídnaticú. Por isso o e~pirito o algoz a garganta com a ponta dt> uma espada.
de Deus era houtcm levado por cima das ·14. QUJNTA·FEIRA.-Rcsa a Egreja da ltoacu·
palavras do illustre cego, e a verdade fal- lada Conceição de l\laria.
15. ~1>XTA-FEII\A.-Resa a Egreja da Vigilia ou
lava por seus labios. Todo o auditorio co- vespera da tl'asladação de S:mto Euseblo Bispo de
mo quesentia as proposições que o orador Vercellis, da Olctava da Imaculada Conceição de N.
Senhora-é dia de jejum.
enuncia\'a. As pessoas imperiaes, os gran- 16. 5AllBAOO-· T1a~1at1aç.ão de Santo F.nst'blo- Bispo de
des do imperio, a~ notabilidades de todas Verccllls. l•'ol um s1re11uo tleCcnsor cta íé contra o~ sofismas
dos Arianos, que não ocscauçuam alé que obth'essem, por
as ordens e classes, dobravaõ com o povo soa!\ intrigas do im11eraclor Cons1aocto ordem de clegredo.
a cabeça àquella sublime resigoaçaõ de IJPportacl1, pois p.sra Scythopoli, e entreitue nas m:10~ de
~eus lotollerantes inimigos, &1•1freu us mal.,res prluções, e
uma intelligencia que se avigorou no in- barban•s rr.,cros; porem sobre\"iven a tudo Isto, e depois da
mor111"de Constancio íoi rei,11Pgru10 cm suas~. onde mor-
fortunio. reu de doença. A Egreja COill rasãó o conta, &tslm mesmo
Mas para se poder verdadeiramen_te no numero ,te seus mariyres, e ~ener~ oa aens escrlptosco-
mo um rico thcsouro. • •
comprehender o merilo do discurso, .de i7. 00\llSGo-Domlni;:i 3. ~ do &dven10.•
~lar,mftão, "IP· <Jq J, e. i11. da e. TorreJ=1'Ua dos Ba, bcfras n. s=n,mo de J 85!, ..
ANN'OI Seguilda-feira 18 de Dezembro de J854 N. º ;13.

OCHRISTIANISMO.
rn.Eço n.\ suoscmrç.\•O. V
1'l
.í ASSIC::-.\ ,SE:
fl
l'or 11 111 PMO . .. . . .. .. 11$000, fJ ~ No llu~ do C1·uz 11. 'SO. cnn 1111ogn11111ro
Pago adl3ntallo ll •
• sei s m,:zcs .. , ... .. 11$500.
trtz metes. , , , . . . 24800.
A\ u1..,,.... , • . • " • " • • 81110.
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2'l de~t~ Jorn~I.
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So>, t·tnl nnfmo, prr(lcn sal sakarl'.
S. Luc. r . 1 . v. 5<i.
:rsc =s--·- Z?& =
e.v ope,·e ope,·ato àqnelle~, po r qu em se
OCHRISTIANISMO. olle rece o Sacrifi<' io , como ~cacha clifini-

. .1CJ'"""7'-----
Ouvir ~li""ª nos Domingos, e Fei.tas
---~t!!!iii - ~
do t' m o Concilio cila<lo mcsrn a ses .
çap. , t.
E bem portanto q11e todo!- os q ue .
de guarda é o primeiro d o.s cinco man- t1 %ii.. tem d e\ot.1m r nt t' ·à tão s3nlo Sacri-
damentos da Egreja, como ,·onsta do ficio, o offerN:,1rn j11ntamPnte com o Sa-
Texto da donttiu a c:hristan. l~ por e~te cerdote elo Altis:-im o que, o colebra~ e
preceito qne todús o-; fieis cbri .. tãos ~a n1 ne m o utra coisa n oi, d a cn a eatend el' as
obl'igndos, pena <le per..rado morta l, a ou- seg uinte:, pa laHas d o primeiro- Memen-
-vir Misi..:i nos dias sanctiíicado!.: em os ou· to-que é pelos ~ivo.,: -lc111úrai- vos S a-
tros dias não estarn obrigados; é porem nlwr . . .. , e ele lodos os circunsllmtcs • . .
grande, e lournvel devoção o ou vi-la. pelos qu.al!s vos of{e1·ecemos , ou elles mes-
Ora, sendo, como é , tão exce lle nl e , e m os vos ofl'ererem esle S acn/icio. D'aqui
principal esta devoção de uuvir Missa to- se pode mui bem t·ollég i1· o quanto deve
dos os di ns, não deve haver nos cbri~tãos importar à todos sa ber e-.ta proveitosa
a menor C!\CU~a para uma pratica ta nto doutrin a. I~ p()rque, ainda clecbra o mes-
agradavel á Deus. quanto proveitosa para m o Concili o na ses. ind. , r ap. 2 , o sa nto
todos o, qu e, assim obram. Pareec que Sacrificio da \1 i., sa não sú é salis{atorio#
o mesmo Deus Omnipotente se empenha para se offerece1· pelos defun clos, como
tanto Plll con.,ervar esta d evo<;.ào nos Heis, la mbem f'"ºl'iria torio. , pura ofl'e recel'-se
que não cessa d e fav orecer com prospe- pelos vi vm, q11 e c1inda 1-am vi;1 d vrê-;; de-
1·ida<les tempt>raes, e g ra nd es bens à to- vem todol,, o~ <llle ai..!"li:-tem á \1i'isa, Cl>tar
dosa quelles, quea praticam componlua- inteiradm, qnt!, co ntri ct,is, e bumilh ados
li<lnde; querendo por este m eio anima- alca nçam a mberieo rdia elo Senhor, e
los na conti nnaçhi,> d'um exercwio, pelo sua Divina graça nos auxili os opportunos.
qnal podem <'o nsegnir mil ben<iÕes do S. Agostinho cm o lib. '10 de Civil. Dei
céu, como bem noi. te.. tefi ca m frequen- cap. 20, e à q ,u~m :-.e rl•fc•re o rn estno
temente a bii.. toriu et·clesiasticn, e a vi- Concilio Tridentio o, diz: co m a oblação
da dos Santoi,. Üi.olemni-.simo Sacriíicio d o sa nto Sacri!i c·i n da .\fo,sa se a branda o
da \1i,. .sa e o mesmo t• m que, o Redemp...,. Senhor , e <'onrede sua Di vina graça, e o
tor se offe rece u por nós ao seu Eterno grande, e estiru avel dom da penitencia;
Pae em o Alta,·da Cruz no Monte da pe1·· perdoa os criruec;, por maiore1, que sejam;
feição, para reali ..at• a salvação do gt:ne- por isso q ue o me'lm O Je:-11sCh ri!,fl), que
ro huma n o, cnmu d eclara o sa nto Clin- em favor do gcnero huma no ..;e oflereceu
cilio Tredenrino sei.. '22, ,·a p. 2. Entre o em o \fon te Ca lvario, é o <J UC i,.e oOe re-
Sacrific·io dn ..ac ro-Calvario. e o do Altar ce em a \lissJ. Aflirroa em uma de suas
so ba a diffe1•ença d e qu e, aqnell e foi ornçÕe!. a ~a ol a Egreja, e diz- se mpre
cruento, e e:,f(' e incl'Uento. Ainda que o qu e i..e celebl'a o incru euto SncriGci o da
Sacerdote, qu f' Cfc' IPbra o saato Sa<.'rHicio \1issa , se exe rcita a obra maravilbo~a de
da Missa, seja ma u, nem por is-.o o seu nossa Rcdempção : quotics lwjus hostir.é
valor se dewioue, e dei~a de aprovei~r éommemo,·atio celebratur, op us nostrre r·c-
MICA A • ,um..!OOtJi.)r.+e,t wt::IVXtW!rsa+e i i ! ' B ~ 1 , w:1.,..,-N.:t++ , •s s •1

demptiouis e.x:e1•cclur: leri-se a ora(:i°t<) (se- q\1e, com ret,perio e devoc:ào o asMStem;
creta) <la Don1i11ga 9.ª depois do Pente- e por isso em nc,me de lodos· q_ue, se
costes. Esta s palav ras de ce rto mostram acham prcseolcs, responde o acolhito: o
n dign idade sup rema de tão augus to Sa- Sen/,01· receba o Sacrificio de tuas mãos
crificío, e n consideração que llie <lHe- para lw121"a, e gloria de seu santissimo
m os prestar. Nome, e lambem para utilidade nossa, e de
. · Ao mesmo tempo que o Sacerdote sua saota Eg1·qja. Sam muitos, gra ndio-
o{for-eccu este so berano Sacriflcio da Lei sos, e admira ve is os ~lysterios de que,
da gra ç,1 , os muitos :1ojo~, qne, então as- es tà c h eio o Santo Sacri6cio da Missa .
sh:lem, pedem à Deus por nós; pelo que Sarn por con.seguiQte abundantes os
cada nm, dos que com attençào ouvem a fructos, que d 'elles podem colher os que
Mis~a, deve! unindo sua voz às dos anjos, as.;istem à Uicl solemne saerificio, se com
dizer tamheru , acompanhando ao sacer- r.espeilo e devoção, seguindo o espirito
dote, ns seguintes pala vra8: â ,,, ó.~ Âlli.~si- do Sacerdote', con~iderarem os dive rsos
1110, e Sobera1tn Senho1·, Eterno Pac, o(fe- pns!'>os sag r..tdos, que vam occorrendo.
1·eço o vosso Santi:-..<:Úno Filho por todos os Po1·q•rn é n'este Si.'lcrificio, que o Sacer-
meus pcccados, o/fensas, e 11 tgligenoias dote d e Cbristo nàú só roga por si m es-
minhfls, e Lambem por todos os fieis chris- mo, corno tambem pelo povo;.as~i m d e-
i/ws, vivos e tltfunctos , para que rí mim, r. ve .o povo unir seu espirilo com o cspiri-
tÍ ctle.<: at7roveile, e consigamos a 11ida eter- to, e on\(;ões d o Celebran te.., <p1t, pede
na. É e.sta uma das Ol'Ca!'liões mais op- pol' todo~. (Conlinúa.) ·
po1·t11nas em que, o:,, chri!">tãos podem re- Fr. V. de J.
conciliar-1ie cou1 Deus, nosso Senhor, be-
nigno e fü vora ve l para com os seus fi-
lhos. DISCURS O SOBRE O PAPA.
E na VHdade, qne seria de nós, se
não ti vera mos este meio, tão prompto, e ( Co11tir111t1rão do n. 32.)
facil, pelo qua l noi; e permittido abran- Aquelle pois que anancaeste funcb-
dar com llllmildade, e arrependimerilO mento dcstroe a egreja, qu e Jesus Chl'is-
à Mc1gcstade Di vina, offendida inn t1m e- to edificou sobre elle, e não é, por isso ,
t'aveis veses com nossa~ i11gratiJõe.:;, nos- cont,·a a cahe<;a da egreja gue elle se le-
sas ,:nlpas, nossos crimes <.!srandalosos? ! vanta, é contra Deus mesmo, é cont1•a.
Infelises e muito in feUses 1,eria 11101-, ven- De1Js que prote~la, não desmente aosho-
do-nos, por no-;so~ pPccr1 dos gravi.; . . imo~, m ens, desmente a Deus ! 1
perdidos e ex terminado,;, quaes outros Aquelle qu e, r eco nb et'endo um d1efe
bahilante.s de ~ndoma, como diz S. Pau- na egreja d'instituição Divina, se sepa ra
lo em sua epi-;t.ola ao!'> Romanos , ca p. 9. dclle, e pel'Leode dará egrt'ja outro fun-
v. 29. Sim; é na occa~iào rm que, o i;a- damento além <laquelle, que Deus lhe
cerdotc celebra o immeru nravel Sacrifi - deu, que faz elle? de.,t, oe a obra de Deui;,
cio da Lei nova, que podemos alcançar para aas :.uas ruinas estabel ece r a obra do
o perdão de nossas :fitlla:-, co mo nbaixo ho111 em.
ainda melhor faremos ver. Diz o angeli- Que nom e, pois, merece elle, que
co Duuto1·: o effeil o proprio do San lo Sa- n5u i;eja o d'iiripio, o d e sac rilego e o de
crificio da Missa e apla t',ff à Oe11:-, seg un- blasfemo, que pelo alteo tado contra o
do a dou lrinu do Apo,tulo S. Pau lo em céo desafia con tra i,i a ira e a maldicão
s ua epi:,,tola aos Efesios, <·ap. 5. v. 2. 9 Divina?! •
onde a-;sirn folia: Jesus Clwislo, Senhor Mas como é que ~e póde desconhecer
nosso se entregou po1· nós em Oblação, que Jesus Curisto deu a sua egreja um
Hostia. e Sacrificio á seu Ete,·no Pae, pam cbefe inse paravel della?
nossa safvaçao eterna. Qua ndo o Celebran- Com effeilo se Jc,,us Cbristo na fun'..
te, virando-1,e parn o povo, pede-lhe ora- da<;~o da sua egreja não distinguiu algum
<;ões, as:-im diz: on1i, irmaos, e pedi á Deus de seus discipulos com algum poder es-
nosso Senhor que, este Sacrificio mett e pecial, ou com algum poder eminente
vosso seja aceito para c011, Deus, Pae Om- sobre tod qs, não lhe deu O()nhum govel'-
nipotente: d'unde se vê claramente seres- no, e e5tabeleceu nella, por principio, a
te Sacrificio commurn à si, e à tod os os anarchfo, e a d~.sordem,. que deve ir nel-

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
la sempre cm a ug,n cuto ale ti sua com- on sodctlac.lcs pal'tic·ulares, quantos são
ple ta clissollH;,io: ó assim <p:e ,·cmos tocla os chefes, que assi a1 cgual ou cm pode r,
a egrcj a prntcstnn tc e $Ci,ma Li<'a grega porcr11e n:io sei que se possa conr.el>er uma
pol' fa lta d'u1l'la aul'tori<l,,de eminente , associac;ão I.Jum:i ua; ou u111a ~ociedade;
O\I pl'incipio d'uniú1> e ccnlro commllln qualctucn· se m um gove rn o, ::;c111 um ce n-
p ara toda ella, <lis-oh'e1·-,c á no5sn vii,tn tro d '11 ni,io, d e que lire a sua cxi:.lencia
n~uma variccluc.le iraliuila de seilac;, riue mora l, a não se r parn lh e nsso<'Íar e i<,léa
toma m o 111,1oc clü .;eu autor, ou do po- <.la ncces~idad c <l'!ltn st·ismn , ou d'uma
'º· crn qnc :,;10 rl.!<.'<'bicla-., Íll'lprimincl o divi!iào cntt·e todo:-.
t:,1cla uma dcllni:i 1w sua frente o cuoho <la Ainda que Lod.i a ns:wciac;~o Lumana,
~lia origem lt~ rnan \, ou da 5tHI fal:,,irlade , de qualquer fórn1;1 que se npre!-cn tc , re-
se ndo ccl'to qn e ioda a reli gião , que tira poui>C n e~te fu11<la1ucnto, não ha todavia
O nome tl'11111a pe,soa, 011 cru m poro, C uma só rcl igi,fo fúrn da ca tu olici<lade que
nccessa l'inmente í'.d,n , porqne mostra. n5o tenha cJe.,tniid o, e po1· cow,eguinte
que não pr,,ccdc de Dc11,, mn, do fucto todas ella-; teeril ,H·n badv ro m toda a idéa
<l o:; h ome ns. <l'cgrejn, e aíncl:.\ de ... ocicdncle possivel,
Se porém .Je.-.,i.. Ch ri...iu ega ul ou mui- mas a destrnit~iio <l e:;l,1 base fundamental
tos cm poder e n11l·t1)rid,1<lc, rnn,sem ne- de toda a ~~sociac;úo bumann, é ncllas
nhnm nexo, ,cm n,.. nlw,11a s11periol'id a- <l'umn necessidade irresis~ivel, porque
dc, sem nenhuma prce minencia cn trn !-> i, au momento cm qu e ad .nittisse m na
c1ecrcton a indepe11dencia de lodo, cll es , egl'cja uma unidade, um ce ntro com-
dividiu a sua cg:·eja em t.rnt.1s parlce, 111um inhcrenlc ú :nrn instilui~uo, não po-
qua ntos for:11n os <'h cfc:-., qne as,i111 eg11a- diam renunciar a cllc, ~e m renunciar no
lo11 cm poúer, pol'Cp1c 11c'tu ~e :.cn tin<lo Chrislian isru o, poi,i reconhecenc.lo que
neobnin cl'ellc., :-.njeito ao 0·1tl'll e dep1·11- J . e. d e11 um chefe f, :-mn cgreja. fJ~\() po-
deu te <lelle, ou obrigado a obcclece r-llJ e, dínm deixar de o reconhecer se m deixar
julgae-se-htt l,;1-,lan l ~ a11ctori-..ado parn <lc ser christfü). Para não chegar pob a
le,·n ntar a sna b.t1Hll!ir.1 de l1bcrdad u, o u esle e..~trerno, ou excesso de impiedade.
para ;e governal' por :.i m c~mo :.el:n rP.- e lias teem de derora r o mni!> trem endo
for.~o com as dcrn ai-;. de todos os absurdos, ou q ue a ca lh oli-
• É assim qu e \·c m os a r eligião grega, cida<le, que lhes falta , e que J. e. insti-
c m que a ~11prema cia. 011 t1111·Loridade l ll i II com o f-igna I ca r:,cteristi<:<1 de sua rc-
<l' um sob:-e lodos é dc-.corrhe<'ida, det·re- I igiào , M! cacontr:1 cm toei.is as seit as, ou
ta1· a iuµepe11den<·ia ele cad •..1 patri.11·c·ha, q 11c cada uma <l ei las e uma pt)l'(;cio de
e ain<ln <lc ca<la ( 1) bi\ ,,) c111 p<1 rl i<·ul.1r, c .i th olicida de.
dh idir-!-c , e !'i11hd i, iclir-:;e c:u !antas cg rc- Mas qn e e i:..lo senão delir:ir, 011 1·e-
jas parlic·ul are:; 0:1 nacion,ie"' quanto.; ~ão nu11 ciu r :to senso com nrn m :' Quc111 é que
os governos político,; do-. poros, e,n <1 11c p<idn dizer, pnr exen1pln, que os Ec;t~1clos
cslii e!->t;1r,c lccida, rv.riar de nom c<i ~rgun- Unidos cl,, Ame r ic~ po~sa 111 fü1.ér t11 na con-
do \'3r in de c·hefc., e pai,.es, c-;tabclecer, fe<le rac;ão, 011 uu1 e~ tado sem cong1·c!,SO ~
pol' principio - q11e toda-; a,s egl'eja .-., ain- que os un e?
da que indepentl •nt e.., 11111 as da .. crntras, Faça-se dcsap11arccel' esta assem hl i!a
ainda qu e scpa r.1 d ,,, por se11 ..., ~oyerno:; e <:nm o :!éll prc., idt!ntc, isto é, abdi rp1c111
s ua., leis, f,Jr11rnm u,na si'>, e a .11c:-ma clle., .i auclm idade t·os u mum, i1t1111 cclia-
egreja orthndoxa adrni llindo a~.,im o db- tarn enle desa pparcccn\ a unidade. e uào
::i urdo ele (]ltC pócle hare r mu ita., egreja-. liave rà muis cltl que treze estados sepa ra-
verdadeiras, ou q ue en.,inem em nome du -., ou ind ependentes apcziH' d e lúl'cm
<lc Deut-i, e por sua c1uc turi!>a<it0, dng,uas lingua e leis coinmuus.
encon tt·aclos. Ainda oul ro exemplo , todos ns pro-
Dis&c qll c ,1. G. instituiu lanl os nim os, Yincb s da Frart<;a são pa1·tc d" Fn1nc;a,
( 1) Orth. coor. Pare. 1 qucl>5. Docen lnr Christnm p'J rcpte c~tão reun idas tod.,s debaixo da
solam Ecclcsiac snac caput esse. - Ta1111Jhi l'1lrO anlis- roci.,1na nuctoridade; porem :,e alguma
tilcs in ecclcsiis, qu<'is pr:\esuul ra pita t!Orum <li cun dt> ll ns t·c1uincit11· a es te cen tro 011 supre-
tur: Sicnl illud ta111cn acci piun1lum, q11111l ipsl Vi-
<'arii Chrlst!, in sua quM111c província, c t p:1rlirula - rnn<'ia commum cfosdc logo íi ca r·;'t um es·
1ia quaedam capita si111. s,·nod. Ui•!rosol, a 1612 tado .,cparõ"tdo e i ndepe nd ente, e uenhnm
cap 10 (.Horduio T. 1'l ). h()mem cordato pudel'à rolcral' a expt'es-
fl ([; <fs ffi llUl ~ !? ll ~ ~ !! ~.H11 \O:>
................&,WM•4'ffi<li:3E>J%,!t:3aa:, . . : i ' & t ~ . . . . . - ~ ' - ' l i t > .~ ' " h . : l i ~ ~ ~ ~ ~ & G ~

suo, de que c1la é parte elo reino ela FL·an- gundo o fim, a que. se propoz o Di,•ino
<.;a, por isso que conset'va a rnesma li ngua Fundador do Ch ristianilimo ! !
e a mesmri le~ús1adio.
,., , Em qnalqllel' das bipotheses, em que
Se porém , J. C. destingniu algum de se exclua da egreja l\ primazia <l e um
seus discipulos co~n poderes especiaes, chefe, aonde est n u Egreja, a quem J. C.
mas sem que os trnn~m ittisse aos seus fez magnificas prome~sas, a quem elle
successo reli nn sé, em q11e Üxon a sua r c- p r omelteu uma a.,si!,tencia parlieul ar, que
sidencia, deve ndo expi,rar, pol' sua mo r- ::,o d evia acabar no fim dos te m pos, e no
te , i-;to é, ~e fe-i a preside o eia da ~ua egre- pri ncipio da eternidade? Aonde està essa
ja amov ivel, podendo jtt dar-se nesle, ou 1·eligiào, a quem foi prome_u ida a irnmu-
naqnelle bispo, ja oe~ta e já naquella sé, tab ilidade, a univcrsalid:,de <los tempos
jà no Orie nte e já no Occ"iclcnle, já na e dos logarcs, que devia cla t' filbos a Occ1s
cÔ1'tc de~te, já na claquellc imperador, do aquilão e da aurora, elo orc1den te e do
jà e m Boma, já em Con,ta n tinopla, além meio dia, que de\'ia ser o laço e o vincu-
cio visivel ab-;urdo, que ni<ito s'encc,ntra, lo cornmum de união entre Oti homens?
q ue pomo de discord ias , q uc semen tes fozüi' <le t 1>dos O!- povos um só povo? que
d 'odios, que fóco de riva lidades, de ciu- de~·ia ser consumado em unidade, ter um
m es, de pretenções insensa tas, q ne n}a- "º
so red il, u m só pastor, nm mest re, um
n aocial de <lesordent, não Jegou o seu nuc- só i-cn tim ento, u rnu só voz-a 1JO:: de Deus?
tor à egreja cbristú na mo r te de cad a Aonde e:--tà e1,sa religiiio <'a thÔlica, em
pon tifü:e ! ! c11jo3 fondat11enlo:- para ter Deus empre-
Toda a egreja cb l'istã, tornand o pa r- gado todo o seu ('l ) poder, porque, Elle
te neste-; delwtcs, se co nve,·tel'ia n 'mn devia declara r os seus oraculos ao seu
campo de gla<liadoi-es, os del>ates prin- povo P
cipiariam pelas grandes sés. Bom a, Ale- Aonde est.'1 essa religiiio, que <leYia
xa ndria, An tioqu ia di~putariat11 ent re si reun ir todosº" homcnssuh a mesma b.in-
a honra da p rimasia, olhar-se-biam com cleira, fazer delb, todo:, outros lantosi r-
riva lidade e ciumes, bostilisar-sc-hiam
de todos os modos po.ssivezs, os impera- (1) Se neos, quando creoo o mundo, se ,:evesliu
do seu poder, para poder fazer , parece que se re,·es-
dores do Orien te reclamal'iam esta honra liu cio me!-.mo para foudar a sua cgrcja. .
pa ra os se us bi!ipos, os do Orciclente não Com l'O'cilo .,. C. declara-se rC\'QStido de todo o
se riam menos orgulbo11os, e firmes em pod,ir 1lc seu Ett•rao Pai, quando lança 9s funtlamen-
suas preteoc;ões; os bispos ind im1 r -se- tos d~!.ta gra11tle olJra: P.llc declara quo vem formai·
p:ira ~i um povo Lil':uio de todos os poros da terra,
hirim j::1 pa ra uma, e já pa ra oulra parte,
a quem quer fazer her<leiro clas suas promessas e da
segundo as suas paixões, prnjuizo-;. ou sua gloria; escolhe 12 apostolos, e a um delles cooi
i nteresses. Os con 1·ilios con verler-se-hiam um poder iminenlc sobre todos, a qnew diz- Eii ·vos
em ai;sembléas tum11lluosr1s eneontran- dou o nusmo po,fo,· que ·rece:/Ji de meu Eter,w
do-se nas :-nas drci'-Õ~s scgnndo a far<;ão, J>oi-sicul misit me Pnler, et ego 111ilto vos-ide, en-
q ue n'cllas domina~se, o que n 'uma parte sinai lo<.la.s as nações, fazcndo·lhe observar o que ros
t.e11ho en~inado.
se fiz.esse desfaze r-be-hia na oul ra, e no ms-.. qui, eu sou com rosco lodos os dias , até tt
meio d 'c~tas paixõefi exa lt ada!-, de:,Les in- cotlso111mai:ao dos seculos:-cccc t!f/1> siim voúiscum
te ressesoppm,tos, d'esta luta de ambições,. omniúus diebus usquo ad co,rsumma,tio,uan sc-
n 'este r.o nílir.to de disputas, sem neoh um cuti.
me io de termi nal-as, sem nenh um juiz, Eis-aqui o potler, de que J. e. rl'vestiu o colleg~o
apostolico-a egreja nascentll. Que poder ;> Que magw
que d elt as tomasse conhecimen to, ele que
escanda los, de que crimes, de que hor-
nificas pron,cssas? Que se pó<lc imaginar demais alw
to, e mais subli me ? Eslc novo reino, que devia en-
rores não seria o mundo tet,teru unha~ cher todo o universo, apenas principia, urna hortil'el
que acabariam por se lcvan tat· cada pa r- tompe\Lade se le\'anta cootra elle; e é no meio das
maiores contradições, e de tod o o podei' da terra,
tido com seu.chefe, cada patria rcha com conjurado nara o destro ir. que te estabelece por toda
seus descenden tes, ou antes, tudo acaba- a terra essa egr<•ja, qoe st•gundo as promessas de seu
ria por se julgar im possivel a idea d\1m Divino fundador deve perrn,mecer invcnclvcl e inabaw
chefe com mu m en tre os christãos, po r lavei até à consummação dos sccu los. Que oraculo
extin gu i,· se fin nlrue nte a unidade da fé teve jà urn cumprimento mais visil·e l e completo?
e <lr1 religião, e com olla a paz, a fra ter- Que facto mais brilh.mtc, do que o triumpho que ,·e-
mos da egrcja, sobro todas as seitas, e sobre todos os
nida de, o amor, e a cariclacle, que devia erros il Que monumento mais perenne e mais aulhcuw
se r o laço çle união en tre os homens, se- Hcocla Divindade do Gbristianismo ! ! !

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
màm, pelos la<:;os do amo r, pelo gôso dos de di~pulas> úrn ,,iveiro de seitas, quese
me~mos bens, pelos rin ~ulos commu ns batem e <l<'Oalem, que se dividem e sub-
de uma só fé, de uma sú crença, do uma dividem, se m qu e concordem em outra
so commnnhão, debaixo dqs auspidus coisa, que naõ sejn nesses odios, nessas
am oroiios do 1~esrno pai ? inimic.;ades eternas, <'OID que se corres-
Aonde está c.ssa religião ca tholica, pondem en lrt> :-i ! !
que Deus rc.visliu do seu mesmo poder, T.Jma l'eligiao, q ue cada povo accom-
para :-.e governar por 1-i mesma indepen- moda a ~eu gosto, <:ada p!'incipe às suas
clentemeole do urnndo. que devia con- leis, cada amhi<'ioso ás stw s ptiixões, ou
serva r, até o fim, intacto o deposito da fé, a seu~ <lest>jos, ca<la innova<lo,· aos seus
e das verdade:,, qne lbe fu ra m confiadas, 6en tim eatos, de q 11e cnda doutor, ou ca-
qu e <levia se r imrnotave l, como o seu auc- da in d ividuo tira., parte dn sy mbolo, que
lor, sempre a mes!na pel<, s(~ ll chefe, naõ !'ioffrc o orguluo do :-eu e~pirito, ou
pelo seu governo, pela legitimidade e suc- a parte d u:,, mandamentos, que naõ con-
cessão dos seus pastüres, pelo seu en~ino, sen te a eorrnp<;aõ do sen cora çaõ.
pela sua douc:lrina, pelu:; seL1s dogmas, Uma rcligíaõ, de que se pode consti-
pelos seu., p1·eceitos, qoc, reve!itindo-se tuir <·befe todo <Hp\elle, quese sentir co m
<lo rnetimo poder <le Deus, lhe cle,,iam capacidade para seduzir o., cspiritos, do-
t.er suLjeitos todos os poderes clo1, ho- minai-os, e exercer sobre clles o seu
mens? mando e n sua nuctoridade.
Aonde e:-.tà essa religiaõ, que devia Uma relig iaõ; que uo sec ulo XVI au-
manife:,ta r- se se mpre com os caractere.'! ctori~a um Lnthern, um Ca lvino, um
iodelcveis da soa L>ivindade, nessa anti- Zuioglio, 11m Béza, e uma infinidade de
guiclnde, que da ln da origem <lo mundo, bomen~ clepr·av;Hlo... , entre os qua es naõ
e a que se naõ póde a'i!->ignar ouJro nuc- havia :-egnndo o te1'tcm unlw de Cobbet,
lor, sena ô Deus? n1:ssa un idade dos mem- e1-C' riptor protestantn uu1 Hl que naõ me-
bros com a ca be<;a, que faz clel1u nm so reee."il\e a ~urra por i,eus crimeii, para ca-
tç,do um <·01·p0 indivibivel ? nessa onivet·- da uin a seu modo e a se u gosto fazerem
c,a lidadc de tempos e Joga res, que é o t,,ig- uma reforma religiosa na parle interna e
n al exclu<1i\·o da ve rd3de, que faz, qn e externa da rcl igiaõ, ew :-.ua constituicJaõ.
encha todo., os ~ccu los, e que dê adol'a- em seu governo e jerard1ia, eru seus dog-
dores n Deus cm toda a pc1rte elo univer- rna~ e ,ac:rúmento~. em seu culto, enJ seus
:m? n es~n im1notahiliclade de gove rno, de preceitos, em ~na lythurgia, em suas pra-
leis, de preceitos, q11e o foz independente tiea.. e eerimonia .. , em que, de~lr ~1iclo
<lo mundo e das {H\Í~Õl;)s dos homens? tu<lv o principio ( l ) d'aucturidad e, 1>C foz
semp r e a mc.;ma, sempre sanem , sem- . - --·-- -- - - - - -- - - --
(1~ O prote~lanliswo nfio ê tal o u qual interpreta-
pre catholica, e apostolití-l, sc.mp re a co- ção do Evangellw, nrns so111rntc negação e re~•o lta; e
lumna, e ~u"ltenlaculo da \'crdade, sem- o erro similllaulc :,os magicos d' ,\1 iostcs rcvesllncJo-
se de lod,1~ as appill'Cucias, 111ultiplil'ando-se de mil
pre inaba lavel e inrcncivel, segundo as fórruas difforenlt!:; sob phllut;isni:1s i1111sorios. A ver-
promes!,at. do "eu Divino fun<l,:ido r ? cbd<', qne nos solva e rcrrencra, que importa na vida
~la:- cm , e,. <le:-.la religiaõ, que é o da huuHmidallc e 110 <lcscn,•olvituento social, só se
encontra na religião catholica.
Cjllé se nos apresenta segundo os princi- O homem cstà n'um est,1<.10 puramente de infancia
pio:; de to1 la a Beligic1õ, que rompeu a fluctuando â mercê de todo o vento de tloutrina, abrá-
çando srus chitt1N1cos sonhos, como realidade:; sem
unidad e, ou i.e :.eparo11da catuolicidade? nunca ctwga r à c<l~1de co1uplet-1 da razão senão pela
Ei~-aqui u·rna reJigiaõ, em qnc nada sua cnlracla na egrcja , e pela sua auhcsão ao teslimu-
ba de 1ixt1, em qne se di~puta eternamen- nho n,u ensino 1wlla depositado.
E só 1:nL:10 qut! pelo brilhaate cJarrio da Luz Oi-
te sobre o que seja erro e verdade, sem vina a ~na razão se esclarece e fortiíica, e só então
que tenha criterio, que di:;tinga um do que ellc trilha com passo seguro e fir me o c:1min!lo da
vt-!nl ade. Sim fóra do ensino da cgrcja 11ão tia luz que
outro. esclareç.1 o bowem, nem verdu<lc que o guie ! l
Urna religiaõ qne varia de dogmas, P:1ra crer na verdade e de occessidade couhccel-a,
de leis, de jera rchia , e .<le forma de go- e amnl-a. Ora o proleslaotismo lauto na ordem reli.
gioso corno 1101itica e a total careilcia df'lla; é esta a
verno, :,egundo os paizes, em q11e se acha silenr.iosa paz da ínt.lilforcnça, e csta renunciação es-
estabelecida ! ! tupicla a toda a certezu ria verdadeira lei de lleos, bem
supremo da inlclligcncia, pt'la qual o piucel dcJ_Oan~
Uma religiaô, que, po1· isso que naõ les .acaba de pintar o supplicio dos reprobos.
tem um cbefe commum, euma se mente E o sceplicismo alcvado ao cslado de dogma socia-1.
que nüo é mais qnc um dispar:ile ela segunda ínhocia
d'odios entre os lrnmen<:, um âi.rnaocirtl das aaçõcs.

~
JE]PJ83JL
um sy:itcma, cm qne se tocnon pol' fun- « do,e en1 seurcpre~enta ut emaisnugus-
d nru ent o a inc.lepeJJdencia da ras'1Õ, e a ª to, íl rlrnru a in vcncirelm en le a re vo-
liberdacfo de c rer o qu e l-equer, e de \' Í- « l11c:nii religi osa por uma re,,olm;aõ
ve t· como !,C crê; que .se rc tluziu, c11, re- <' SOt'Íal 1 !
liginõ, n apngar-~c 11111<1 a uma, corno cm Em <p ie se fc,. 11m ~ystcma, que naõ
as ccrcmoni;.,s ~yml>olicas da egrcjn, du- é se uaõ n negn<:ati el e todos os . y:.le 111as,
rnnl e n., trc,n:; da i-e 111.i1w :,anctu, rodas n regeic;nü de toda n doutrina, ~ abi:en-
as 1111.cs <l a fc'·; e c11i polilil'a « d e!-ilrnindo cin de Loda a verdade, a cnreocia de to-
« todo o pr ine;ipio d e.111ctoric.l.1rle (di,. L. do., o~ principiM, que naõ é ~enaõ um
« Blanc na ~u,1 l]i ~toria ela Hc volu çaõ prote!llo contra todo:, os sy rn bolos e con-
<t Franccza) cm s11a fó nur1 mais res peita- tra todas as crenças, em (J ue se estabelece
f: uma mentira que Le\'c por principio o orgulho, sangue cm nome de não sei que lei <.la ontureza as
e por al1me1110 o ronbo, a lu:rnri;1, o es1;irilo de no- mil prêz11s da luxuria e ambirão.
vitfatle que açallon n·uma verdadeira coruetl ia, no na- E uma IIICntira ' que • cm religião, depois ele
moro e c:isamcnto dos seus auclorcs, e n' uma innun- se hn1rer t.lh·erlitlo pnr algum tempo com a duvida
dac;ão, 01111'11111:1 torrenlc nuoca vlst:l d'immoralilladc sticntitica llc ll.1 rlc e 1le ColinglJt okc, a \·imc,s ter-
e corroprãu, se~undo cunvcm os seus mesmos secla- minar imrnt!diatamcotc oo pantheilimocoru a pltl l oso·
I ios. phla ;1Jlc111ã, e por e~sa auic1nill:,çao da personalidt1t.lll
É uma mentira. que s1i não e'>tuhrleceu se não por llivi1w, por essa "doradío d 1 u111a c:>spccic ,lc polypo
horrorosas pcrseguiçõ1:s, ucm se sustenta senão por infinito, de (IUC o hoW(•Ol e a n:1tU l'('1.;\ sb111cute são
leis barbar:is e 5angulnarlas. foci nho ll'insccLo gigantesco, prt!par.:ir a inl'asão do
f: o reino úo llrro cxnmc e doe; mil é uma seitas socialismo.
inaugurado por um llolo1·am,to de \'lctímas hurci:rnas, .É. umo 111t•111ira , que tem :icabodo por objur:ir
cooio dc\'ia :;cr ruais tarde o rl'iuo tia fratct nitladc e de uma m:inríra :ilJsolul'I o solcmoc todo o rhrislianis-
egualdqde. 1110, cahir n•um doismo vago, n •um panlheisnw ridl-
Ê uma moulíra, que, cm politica , gl.lrou o philoso- culo, ou insolente albcismo.
phismo enryrlop11diC'O, e se a rcvolur5o pertcnre a É uma nwnlira , <1uc lem :1c3bndo por itH'ocar
:>stc, como o cath o à 1•idei ra, de qnc foi ,;or teclo, quero um Jopilcr de uronzc, rcndt' r homenagem às cxtra-
i\. que não v~ que n11uolla era de !t'fl or foi uma con- 1•:igancins do p;1ganis1110, po r levantar ,ill:ll'C~ ;1 <lcosa
scqnr11ci,1 r.xccssivo, mas rigorosam1:inlc dodutida dos do pruzcr,ttl,•ploraud o qoc u Crnz do:,lruissc V,rnus.
priuclpios funll:i<los por Lu th<'l'O? t\ revoluçiío fran· r,; ama mnntira, <1u0 trrmlnou por todos os tt ros ,
ccz:i , dii u111 :,abio e profundo cscriplor tios nossos por tod:is as lmpleda1le~. por lodos <1s vicio~. e 1>clo
dias. era ao mesmo ll' IOflC> o Lullwranismo tios Gc- dcsencadc30trnto e sollu1 a de lo•las as paixÕlS.
rnndinos. o C:ihiaismo dl! Hobespiet rc, e o anabap· lfü-aqul o abistUo, a que chega o e~pirilo hu-
tismo de ~Jarat e de Bal)(l!Uf. mano, logo que uma auctoritlatlc divina não íix:i o.s
J~ uma mentira, <pll! nca b:nHlo, como diz Lui;: lllooc, juii;os vat'lllan les.
com toda a nuc1orhl:ulc religiosa fez tias guerr:1, so- Na ha \'Crrladc, em que se creia , aonde náo lta
cincs guerrns de rcligiáo, 1rac1arnl o-sc hoje mais do certeza ou com icção t.lclla. Por mais conllança , que
q11 1: nunca de saber se a Europa qut·r rrjeilar, 011 ser- a razão tc11l111 cm si proprla, não :1d1uille :.uas con-
vir o reino de Ucus, uão entrando a m1ss:l0 e :anclo- copções s(' oiio co111 um;1 rcS't'na <lc dorida, e agra-
ridadc da <'greja menos cm qucsti\o n:is nossas tlis- clnvcl a rehel!ião, a razuo tio homem só crt! na r:izão
put:is polilicas, <10 que nos com•e111íc11loc; ,I' .111gi.b11rg, clr Oeus . ou não crt c111 nada, e csln razão só cllc en-
l>Ct1Jo a.indo certo <[UC os rc\'Oluclu11;1rios 1le tud:is as contra 110 ensino e aurtoridaJe da rgreja.
cõre" c!:.tão aruiaclos co11Lra a ei.;rt•ja, esprcll:1odo O prole~lartlismo cntrc~ou a l ntlo o \'l'nlo de
óccasiiío opportuna para acabaren, com a sohcrauia clo\llriJlil, pl'll'tulu ua,; n1atcrias rr.ll~io~as, dost:i ,·er-
11:t Sancta Sé. r.m que cil les julgam estar a liqucz:1 e délllc lixa e iuabala\'Ci-, crum, Ih 11111, el inconcus-
(1 suslentaculn «.lo Cathc.llcismo. sum, que pareceu a Descartes d •.a!J5nluto oeccssi<latle
t um:i l\!cnlira, que cm su::s relações com to- rnra ba~l·:ir um systcma philosof)hit'I>, qoe certcsa
•fos as hurcsias, de quem dcsct>nd<' po r linha rccl:i, pot.lc acl1,1r rm i.i, que lt'rc a co11 1ir.çào ao espirito,
produziu o s11ci:db111ó. quü néin e uma doulrina, que fe, que vivlfüp1e o coração. que prolc:>ja n vprtlat.lo
11em um sysloiua uo rcsuu,o br111al de todoi. os erro:; politica, que as~eot.i na vrrdadc rl'ligiosa ! ! Que po -
111etbaílsicos sahidos do pedaotismo da esdtola , para dia elle produzir, que não fosse abandono, P regci-
acccnder, nult ir e arrnar toJas as omhiçôcs, de que ção tle toclas as cre nças, que não lu~sc in,liliercnça,
se fazem ageull'S as 111!1s p:ii~<H'S. nrgsção, e dcspreso ti!! 1ol1.1s ~s rcrJades, que não
1:; uma mentira • •que dcpoii, tio ní'gor o Vlg;lrio foi:1:c athuismo e impiedade ! !
,Je Cbrlsto na terra, <lc uegaçuo em negação de prn i~ deste' reino de revolta e Dl'~aç~o. ou . :mlrs des-
testo cm pro testo u(•gou e prolcslou contrn tudo, te desencadeamento d' erros. ,!·impiedade, de blas-
contra Deus, contra todas as leis, coutra a proprie- phemias, de sacrilagios, ~ clcslc rci110 rl'i'goismo, ele
Jadc, contrn o goçerno. con1ra 101\os os fnmlnm cutos, corrupc:ão e d'immoralitlncl!' , qut> 1r111 allega,Lo e pre-
em que assen ta a ~ocit!llntle relisiusn, pollllca, (!o- venido a lerr:i, ele que fói principal chefe, ou' f'l'O-
meslíca e civil , e íazc111lo do alhcismo lE>gal o p1·i mei· mollor Luthéro, frade appsl:ita crgulhoso, coletlro .
ro artigo do seu <liruilo publico , e cm que :1quellcs, \'ingalirn, devasso, co1 rup10, 1t1,morol. rntrcguc à
,,uc protestam hoje co ntra Oeuc; e <·ontra a urdem cml!r1•&gucz, à luxuria, ;1 intemperança S<'m deccncia
social são os fil hos legilirnos cios que prot<'slart1m cm suas 11nla\'l'as, e Ctn .suas ncções, que não lovc
contra o P:ipa; u~slm cc nw estes eram os íilllos cm 1>rjo de dizer que teve confercnd3s tom o diaho, o
linha recta de todos os :mligos 'h<'regcs, u:10 h:n•endo c111e lhe seguira os com,clhos, que gritava do pulpilo
mois differcnça, que a riu uma espingarda de Leían- como um pOS!il'SSO, <1uc 11ão podia p:issa r ~cm mulhe-
cheu-. a um arcab111. cio roda. ( Veja-se a obra inti- res, que nuctorizava n polig:unia cm Fillipo Lan<lgra-
tulada-o prolcslun1is1110, e todas as htirc:;ias em \1(! de Il esse, porque teodo ll'ir ils dietas do iru pcrio
s1111s rclaçocs co111 u socialismo ele ~Ir. Ang. Nicolào. Linha ucccssl(.lis1lc ll'uma segunda mulher ct·inferior
É uma mentira, cm que obliterada a lei da rnri- c1ualidadc, porque a boa C:lruc e o bom vinho lh'im-
dadc christã, os reinos dc::.lc mundo se con,·crtcm ()cdiam de guardar C<'nlineocia; que desejava atar
n'uma arena, cm que os homens se dic;put:im no _ n'um molho o Papa e os Carcloacs parn u1ergulhal ·os
por maxima o estado de revoluçaõ, El de O rei segue-lhe os passos furioso ••.
perpetua agitaçaõ do espirito humano l\las ai d'elle e dos sel!s ! 1 1que a retirada
Nas :iguas, lhe custou fim de.sastro.soh
sern p1·incipio certo, em que se fixe, em
riúra.
que se proélama o direito de tudo exami-
nar e de tudo regéitar, de percorrer o .. ,--~~
circulo- imcnenso de todos os erros, sem
que encontre barreira que o detenha em
seus d esalinos. precipitando-se '.d'abysmo
em aLysmo até sepultar-se no que ha de XLIV.
mais abominavel e horrendo!! Et murmuravit orunis coogrégalio 6liorum
l sraet contra atoysen cl Aron in sutlludine.
( Ccnlinúa) . • , .. mane quoque rus, Jacul per circuitum
castrorum,
li:w<I, rap. 10. v. 2. 13.

O povo d'Jsrael reconhecido


.los prodigios, que o cêu por elle ohrara,
Em canlicos d'amor a Ocus mandava
XLU:I. Louvo!', que à Divindade era devido;
Cumque <'Xlt ndisset Moyse~ manum super Mas qu:rndo, por desntos condusiclo,
mare :1bs1ullil illud Doioiuus.•... '. fu glemi-
- J.
bus q ue Eg)'ptiis ocr.urrcrmll a<1uax, et in- Cançoço. t' dura fomf' exp'rlmentava,
r oh1il cus Dumos in m,dlo Ouctlbus. De novo contra o chefe murmurava,
lixod. cap. 111. v. 21, 27,
ti De Deus e seus milagres esquecido.
Trez dias de caminho feito havia
Jfoprehende-lbe l\loyses tanla ousadia,
O povo do Senhor, quando seguido
E, das promessas do Senhor bem certo,
Se viu por Far:16, que arrependido
Mas um dos seus prodigles annuncia.
De dar-lhe a liberdade, o perseguia.
Ao povo hebreu, que, cio futuro incerto,
O porn então murmura, porque via
Com pasmo encara no seguinte dia
n•um lado o vasto mar enl-umecicto,
De celeste manna todo coberto.
Do outro um rei feroz endurecido,
Que asperrima viogaoça lhP annunci:1 l Vicit'a.

Estende então Moyses a mão sagrada,


Suspende o mar inquieto e revoltoso,
Abriudo ao povo hebreu enchula estrada.

no funclo do mar é que dava a Deus por teslimnnha XLV.


em como di'iia a verdade, que, hamava a Uoma babi- Jsilur prorecta 9muis multítu~o 61iorum Is·
lonia, e ao Papa anll-Christo, representando-o c·ondu- n el de deseito sin... castra enutata sunt ln
Jlophidim, ubl oon crat .l.'!Ua ad bibendo,m po-
zido ao inferno por uma h•glão de clt:monios, que in- puto .
vectivava contra. os Cardeacs, co1llo misera veis, que Et ait Dominus ad l\loysen, ••
se (]eviam extarmioar, que da\'a a lodos os seus rni- •.••. pcrcuties que pc1rar.1, et exibit ex ea
nqua UI llib•t populus.
rnigos, por ruais respt>ilaveis que fossem, o nome de
Rr.r:ocl. cnp. 17. v. 1. 5. o.
porcos, bestas, bypocrilas, atheus e epicorcislas, que
pedia~ Oeus todos os dias n•t1ma oração, escripla _11or Proscguindo lloyses em seu iulento,
sua propria lellra, que ccpia polavra por palavra Chris- O deserto de Sito Unha deixado,
tian Juncber. seu historiador, bom vinho, llOa carue E, conforme por Deus fôr3 ordenado,
boas maças, n•unia oração em que a irupiednde, a to-
Formou em Rafidin acampamento.
r. -
<leccncia, a luxuria a iotemperariça e a libertinagem
disputam entr'e si a honra da pnmazia: Alli pennitte o cêu que outro portento
De que o 2, 0 chefe, C;ilvioo, é um mah•ado, que Deixasse muito mais maravilhada ••
po,r seus érimes foi marcado nas C"óstas com f,erro em O_Pº"º• que c1e· n'ovo murmurado
braza, e que se erige eu1 reformador por effeito d\-umà llavia de Moyses, d'agua sedento;
~referencio, dt- que se resiotc o seu orgulho e a sua
ambição, e porque protesta tomar horrorosa vingança, Pois que á frente dos seus assim queixosos
e.que afinal morreu desespera,lo e.de que o 3. 0 Zuln- Aquelle, que constante desempenha
fUio tob>a o diabo por coJJe;a ! ! ! _ ....... ~ MiL,g~cs t.ira todo.s.portentoso,s.....i ..,

~
JE]PJ83JL
Com o vara siogullr, que o ceu empenha pela particula do vreativo-Ó,-e que
A sb prodigios mil obror fa"mosos, sám significativas de alegria e desejo de
Là: solta as aguas ela marmorea penha t
que se realise o Nascimento d~ Messias.
Pieira, 19. TERÇA-PEIRA. - . Resa a Egreja da
feria.
20. QoARTA-FEJRA. -Temporas, e je·
jum, e resa a Egreja da Vigília ou vespe-
ra de S. Thomé.
XLVI.
21. QuINTA·FEIRA. -S. Thomé,-na-
Venit autem lmalec. et pusoabat con- tural da Galilea; foi um dos dose Apos-
tra Israel lo Rlphloctlo,
Tugavlt CJDe Jusue Amalec ct populum tolos de Je~us Cliristo. Depoi~da morte
cjus ln ore gladli. do Di vino, Mestre, e quando jà resusci ta-
Exotl. COJJ, 17. V, 8, :l 3.
do havia apparecido aos outros Aposto-
O povo do Senbor, que apenas linha los, elle não os acreditava, quando Í:,lo
Matado n'agua pura a sede intensa, lhe dhiam; porem se nã o asscnt.in à fé.
Prodiglo, que augmentava a pia crença
teve de ceder à evidenria, e por isso ou-
Das almas, que Díl fé manter com'inha !
viu d o Salvador a l>em significativa ,re-
Com susto vê que d' elle se avisinba preben:.ão: ~ Acreditaste, Thomé, por
Do tropa amalecila força immensa,
que vil-te; hema venturados aquelles, que
Que, sem da gente hebrea ter otTeuça,
não viram e acreditaram. )) Sea fé aqui
Fascr-lbe craa guerra armada vinha!, ••
parece fallecer-lhe, ella depois se tornou
Mas sobe então l\loyses d'am calvo oíleiro tão viva a respei lo de todas as verdades
Ao cume, e para oceu co'as mãos erguidas
da Religião, que a cornmunicou a milha-
Orou pelo seu povo um dla inteiro.
res de pagãos qa lndia, onde lhe tocou ir
Por Deus sàm suas preces atlendidas: pregar. Em Calumina foi repassado com
B o povo do Senhor, sl!m ser guerreiro,
setas, e as:-im deu a vida em abono das
.As forças d' Amalec deixa vencidas.
Púira. verdades, ensioada11 por aquelle, que
(Extr.) tambem a déra por todos os homens.
nUSl!U• 22. SBXTA-FEIRA.-Temporas,jejum,
resa a Egreja da feria.
ANNO CDBISTÃO.
23. SABBAuo. -S. Servulo,-do qual
DESEMBBO.
diz S. Gr~gorio, que sendo paralytico
18. SEGUNDA-FEIRA, - Expectação do d'esde a infaoria) e estando sempre ao
parto de Nossa Senhora em rasão de ave- portico da Egreja de ~. Clemente em
sinhar-se o feliz dia, em que cita havia Ruma, pt1ra el-imolar a sua sw,tentaçào,
de dar a luz o Desejado e E»perado dos tudo i,offria com a maior pacíencia, em-
Patriarchas. Detorminand(l o Concilio de pregando-se se rn pre nos louvores de Deus,
Terento oo a uno de 1.636 que a Festa da e pedind,,-lhe pelo!; bemfeitores, e não
Annunciação de Nossa Senhora, e da In- bemfoitores, até que, convidado pelos
carnação do Verbo Divino fosse celebl'a- canticos dos Anjos, foi gosar as delicias
da oito dias antes do N.ttal, S. Ildefonso do paraíso.
confirmou depois este Decreto, e foi elle 24. DoMINGO. -Do minga á. ª do Ad··
quem deu a esta festividade o titulo de- vento, e d'ella resa boje a Egreja.
Expeclaçao-Tambem n'este dia, oito
ante1-1 do Natal, começa a Egreja a can- Mara11hão, Typ. de J, e. rir. da e. To1'res=rua dos
tar uma d'e:i!>as antifonas ,<lue principiam . Daróetros 1.1. 8;:c'tlnno de iS5Tl,·

~
lHY:JE</ I
ANNO:I
o
Segouda-feira 25 de Dezembro deI 854 N. º 84.

OCHRISTIANISMO.
V
I r. eço ti , ~uusc111 rç3 •o.
, !'or 1;,u ~nnQ, ••.••..• ~S00(1.
r . ·" . t t \ • ~!'1:o, m"1.'--~ ••••• • • t.issoo.
iX i
i
ASSIG)IA-SE:

Na II ua da Cruz n. 30. e na Tipogra11hl-:i


aso~~'ªª m., I (11 l1t:i tnc1.~s ••••• •• 2S;q,oo. ,
\ .uu:,;,»............... ~~hO. X A <l ~Slt Jomol.

1\'011 r i:nl 1111i111as 11r.1·1i.:r~ .•rtl snl1•t1n•.


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l'. l,uc~ <;. !# . , • S<J.

OCHRISTIANISMO.
. ::-=rr:--

Tal é a <lisposir:i\o, d 'ar1nelles, de q11ern


- - =

fàl lamos. Amnm n Deus, rnas o i;eu te-


11w1·, é n, aior· qne o se u amôr; l>om é
A i\1iSEiUCORDJlA DE DEUS. ·
qne sejam lern iln-; por e-.,te ,:a minho, ·
( Co11ti,11wrc'ío do 11. 32.) qualqu er oulro Lah·cz lh e!> fi1sse prejudi-
Deve,nos pore1n no tai', que não é o cfol; porcir1e t-ó e~lc temor tam vivo é
no."~º intento ata<'n r, o temor em 1-i; o qne pode conte,· a refrear nrn cor.H;ào
qlle prclcndemos é debellar o -;eu abus1l, nn lurn l111 ente pl'e:.u m pçoso, e lrn milha r
011 o cxrc~!-io d'csse temor; porque com um e~p irito , gne a va idade a cada mo-
,·erda<le podemos di-;cr, que ba um te- mentc, sopra, e foz indiar. Ed'aqoi \'em .
mor sal utal', qoe nao so ,,b,.e o cmJiiu!,o crne Deu:; qu ert>ndo con ter estes c:ap ri-
d,i ::aúedoria, e que n't·lla firma os fun- <'hos, ainda elas almas mr1is fe r vorosas,
d.imcntos, ma ... qnc deve ate mesmo per- de ternpns a tempo!:> as f.1z sentit· as im-
mane<'ec no cnrn<J10 do j i_1..,to. e ~u.,tcn; pres:,ões d'e.1,te temo r, e medo.
ta-lo cm Lodo-; os gr:ws de perfeiçào. g Bem hjnge de condemna r es tes sen-
sem du, i<ln a fal La d'e..,le temor uet·cssa- timentos, adrnframos a bondade de De us,
rin, que en trPlem na tibiew la ntasalmas que pt> lo nmor (Jll e noscon:;agrn, nãodu-
qne ~e suppõc jmlns, mas que o não sa m, Yí<la abaixar-se até o ponto de estuda r,
po r isso que Luc:if~,· ª·" ~ed11:- iu peln pre- para é\!,:-i m <liser, nossa-; disposiçõe8, a fim
surnpt;ão, ill u...ão~ e orgulho. Até mesmo de CJ 11e po:;sa prnpo rcionar- nos suas gra-
p odemos cfocr, que lw almas Mt11tas, e ça~ . e accommo<la-las a nossa fraquesa.
\!S<·o lhidas que n~o lrillrnm pelüs <'ami- Pedimo!-> enca re,·idameo le a esse Dens in-
t'lbos da piedade, e q11e n5o C'ltcgam à fini to e bondl):-0, cp1e espal he este e:.,pi-
Dc11s, senão pelo temor. Sam íiei" a Deu:-;~ rito de te mor em la nta,; almas presump-
por isso q11e preci!-latnente o te111em. E ÇO'ias, que talvez de., hoo rem a devo~,.\O
, 1erd,1dc, que o ~eu temo r , nno é nquelle poL' sua orgulhosa con{iança .
tcmOL' puramente :;cn:il, que não traz Se é pore ,n pre<'isn intimida r , não é
un ido o amôr, ou q ue d'e ll e não tem se- menos importante tambf. m fi,mar algu-
uào leves toques; ma!', u11> temor, que mas yeses a1- al111tl'- temurala"; p<.1rq ue se
suppõe o amor, que com pa raria :'iquellc o temo r tem Mias f.iltas, i-euíi excessos, e
dos meninos, que pela au"lcridade dos por con!',cqucncia seus perigos é m istcL'
q ue os governam, fica m pela educação que tenha tn111beU1 scns remedios.
oaturalrnente tí midos. Ainda q ue elles O temor, di-.emos nc,s lem se us peri-
amem a sei.JS paes, -;emp re o amam coro gos; e na rerdade pelo prirueil'o con ta-
a prcueo)'ão e ce rlo lerrnr. J ulgam, que mos nus o de:;aLenlo á qne a n asta os q ue
não sa m enca rado~, .;e não para puni-los, se entrega m muito às suas i mpressões.
e que se lh es não fo lla, :,enão para. re- Co rnaça-se pela p ertnrbaçf1 0, e agitação,
prche nde- los. Consagrdm-lbe., tod os os , depois so hrevem a desolação, e a alma
sentime ntos de amo r . q11e a nat nre~a lhes cae na tri:-.le:,a. D'aqui ao desalento res-
doou, ma., o q ue e,. te a mor deve,·ia ter ta su um passo, que e rapH. · 1o. 1,,~ mui. to
À '

d e terno, e sern,ivel , é suífucado pelas di ffiei l, n 'cste abatimento resistir a ten-


aprehen:;ões inui fo.-te~ de sua timidez. ta<iào, que nos acon~e lba ahan donal' um

~
JE]PJ83JL

caminho <Jndc não encontramo1' mais do os fiei!- l-Cglinclo ú voto do mesmo Santo
que abrolhos por colheita, e medo pela Padre m:rnifo,taclo em Gacta e sua Eucy-
,,ida. E como su pportar todo o constran- clit'a de 2 de Pe ve rcfr o d e 18lt9 e agora
gimento dos sentidos, o j11i1.0 de oma repetido, do Pai de Mise ri<"orclins ~fim de
exacta fidelidade, a sernridade ela peni- que se digne ~!-<·l;,rere ro Summo P.onti-
tencia, a austerid ade de umn Yida duro, e ficc na cl icil-lC10 qu e pretende tornar o mnis
penosa, com tanta arnargura e lrist esa, cedo po:-sive l i,,o!Jre o ~li,.terio da Concei-
que um temor exces~i vo poôc inspirar ? ção da Santi~!-Íma \'irg<'m.
1'. O jubilêo q11e aC' lua lm en te se concede
dum o e.;pa<;o d~ tres mezes <'Onlnd o$ do
Continúa ). dia parn elle pu 1· Nós marcado; para a
Nossa Se 1ll:'11·<·amos o), mezcs de Janeiro,
:Feve reiro e Man;o, para as mnis parocbias
Dona José .~ff'omm de iUorael!I 'l'orrCM 1•or
n1ereê ele Ocos o tln. i-,uatR ~é 111,mitollea del-lil Capita l, do i11lcriore da f>f'Ovincia
Bls1t0 do G1·n111- Pi,r{,, tio (.'011c>c•ll10 tio <lo Ama1.onaHleix,1mu:- noj; re~pec ti ,o:s pu-
S. 11'1. n Jnaate rnelor. Co1un1e111lndol' da rocho5 Ul'tcrmina\-oi;.
or,le111 ,te (;lds,u, &e.
M, ""ndic;õei. para se ga nhar o jubi-
A nossos ornados ílioces:incs s:nidc e benção cm lêo ~ão J. 0 a cunfü,!lão e c•o m munb f10, e
Jesus Chrislo. vi~ita 'de l l'('S Igreja,; p OI' !\o-. de~ignadas ,
O Sa nto Padre em sua Eiwyclica e.la- ou urn a dcllas por Ires Ycscs, orando,d1i
tada e m Ho,oa no 1. º de agosto do co r- por alguni t (' 11 1pu :-cgund o a inten<;üo do
rente ann o con('ecle umjnbilêo unirer~al S11mmn Pon 1ilic.·t• pt'la cxa lt açiio e pros-
com as ,ncsrnas faculdade~ co nredidas aos perid ade da lgreja e Sé Apo!\tolic:.i. cx-
confe~f,Ores no j11hilêo publicado por sua tfrpnção cb !'- lt erc~·ias, paz (•ntre os pl'jn-
En cyclica de 2 l de Novembro ele 1851 ripesCatl10li<'O!-, "u nidade d o po\O thris-
com as excep<:õe~ nella mencion;ldas, de tào: 2. 0 tis mo la am, pobres confór me n pie-
que abai.\'.o folla1·emos. O fi m, que le\'e dad e de c·a<la um. Pa ra aque lle fim de!',ig-
em vi~ta com a concessão do nt tnal juhi- namo~; toda:- ns Igrejas \latrizcs e Capel-
)êo, foi va lermo-nos da \1ise ricordia Divi- las publil'U!- do Bi:-paclo . .
na pelo recurso de nollsas ~nppli<-as para A indulge ncia pode i-c1· nppli<'ada por
debellar-mos O mal do i1ulif/crc11ti~1110 C m odo ele 1,nffrn ~io .i!, alma~ du purga torio.
i11c1·,ulutidadn de lltisso sel'ulo, que con- A!'- forllldad es co ncedidn ... aos <'onfos-
fondiodo t1)d os O:t <lireitos divin o~ e lmma- sores "ão 1. 3 PermÍs'-ÜO d<• eM·olher o con-
uos alimentn questões, disco rdias, revol- fe!-sor q•1 c ugracla ,. aos fi eis J e um e outm
tas e rebele.lias impfos. não recu,rndo di- sexo leigo ou E<'C' lei-ia!-! ir·o sen1lar ou 1·c-
'1nle de nenhum crime nenhuma malda- gula1· de 'q11a l'luer ord em que seja, uma
d e e ten ta ti va para fazer <.'ahi r pnr terra, vez qu e o Padre escolu ido tenha faculda-
se pos!-ivel fosse, o edificio de nossa Santa de para confosl'at'. 2. 0 Os <.'nnfessores es-
Rcligi;iCl; ol'igem do.s graudes male-. que tão au tori~ados para al>o;olver d e toda-. as
a.flligecn n sociedade CLrir,li\, e civil, ator- ccn .. u ras e ('.t~os re~crvaclos pnpac~ e Sy no-
mentada e op rimida pelas m,1 is lristesca- dae:,, ~em nl~u ma excepc;áo, commntar
hunidades_. Unamo-nos, nmaclos filhos, votos e pr<1111c1-:,a-; em outras obra~ piit~
aos scn !imen tos de nosso pni com rnum, ( n.-,o sendo .o:; <le ca ... ti<ladc, ingresso ern
e não cessamos <le prof1iga r arp1e lles ter- religiiio, ohrip:a<;iio ;wrnila por terreiro,
rivei~ inimigos dnfé e tra nqu illidade dos ou em seu pre,iuiso, ou que são prc~c1·va-
estados, e por meio de repctidns ~upp licas ti vo d e pcrrndos) dispensar nas irregu la-
pr.çarnol> a Oeos rico em ruisericordia que rida cl es con tra Ljdaspo r "iola<:ào <las ccn-
se digne om·ir nossas orações, fo1,en<lo de- su ras co n, tanto ciue mio lenuüo ~ido le-
sapparecer os males qu e :si flligem a Igreja rn <los ao ff>ro cu nlencioso, ou facilmente
e o E~tado, e que acalm:rndo as dissen- tenhão de ser. Não podem porém osco u-
<;ões entre os príncipes fhristàos lhes ins- fcssorcs absolve r os curnplires, e <li~pen-
pire um ardente 1.êlo pela d efesa e pro- ~ar osseos penitentes da obrigação de de-
pngar.t,n da fé, e doutrioa christü, a rnnis nuncia, e al>~olre l-ns da cxcomuouüo,
fil'm e ba:-e da tranq11illidade publica e fe- su:-pemào, interd1elo ou outra qualquer
licidade dos povos. No meio de nossas scn ten<;a 011 rensura, quando nellas tcohão
orações irnplors1i , de accordo cum todos , incorrido no meadamente ou pelo Sumruõ

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Pontifice, e Santa Se ou por outro Prela- profano<las co m um luxo que de!>honra
do 011 Juiz Eccle!'>iastico. vossos aliares, e com acto!> mais proprios
fü tão tambein 'a utorisauos os Confes- a attrahir voc;sn colera <lo qu e a desafiar
sadores a commutar os obras pias exigidas vossa Mise riconlia; a educaçao cliristã in-
para se lucrar o Jubilêu cm outras pnra teirnwentc desprcsadn, tudo se ape;rende
com a5 pessoas detidn s em cal'cerc, reco- nas cscolns e nas fomilius, menos a reli-
lhidas ou enfol'rnas; assim como dispen- gião que é o maior susteotacu lo da educa-
sat· da commnnbão com os pequenos in- ção; essa religião que inspira os senti-
ca pazes de a receber. mentos mais ternos e ge nerosos, reprime
Apl'OYeitai-vos, amados Filhos, de o vicio, consagra todns virtudes domesti-
uma occasiào ião opportuna parn pul'ifi- cas, e ci ris, mantém os povos e1r1 o bcdi-
cardes vossas almas, e quebrardes essas cncia, dà pe!'lo a autol'i<lade, lirma as leis
vcrgo nh osJs cadejJ:, que vos trn1.em pre- fozendo de 1.l,ts obrig:1<;ão de runsciencia,
sos no pet;:caclo, fazendo-vos cscra vos do ensina ao e!-lposu a união, ao Jil hos ores-
comm11m inimigo, e inimigos de 01ws peito, aos servM n fidelidade, e retendo
recondliae- vos com um Deus ,le in- o hom em pelo fre i(l ele uma cduca<;aõ rc-
finita bo nduçle e ~fo,ericorclia que pelo ligi01.a pre vine as desordens c~là exd ui-
Pai corumum dos fieis \'Os convida com da do ensino na edueação da nt'>ciuade;
os th csou ro dn gn,<;a a entrardes no ca- e que pode rú la!>el' um pobre Pastol' no
minho da ~a l\'a\ao: lcmbrai-ros qu e os meio dc:-te tão perigozo incliífcrcntismo,
prazeres que <li:-fruetaes hoj e, a munlià quand o sua voz ape nas fere os :ires e não·
não exi:-tirão, e que baixado, á ~e p11lt11ra pen1~tra o:- ouv!dos ~ Só vos, :,jcnbor, que
• d e'laparecerá bse fo:,forico br11l1 0 do mun- len<les poder so bre os corações, e c1ue
do, que tan t > vos enca nta, e que nesse
1 podeis ~a lva r o rebanho: escutai-me pois
mom ento ::,e , os a l.,1:eni as po rtas c.le u mé\ ~enhor, e dai va lor üs minhas pala.,ras
e ternidade de tormen tos, partilha daqu el- Mim de qoe naô :-e pereça este poYo, que
1e <JUe não •H'Or.u ra e1n tempo la,·a r-se apesar elos males que venho de deplorar
da 11odoa d.1 culpa pela penitencia; le- conserva todavia o precioso dom da fe.
vanlaÍ-\'os" ha c11d1 o pó d e vosos vel'l ticlos, Te twgo quammws lflis famulis sub-
e purilicadoi, na saud.i vc l pi,<·ina do Sa- veni, fjflQ.~ prctioso sanguinc rcdi111isti.
cramen to dil PeoitenC'fo, rcsti-vos d acan- E para que chegue f, notieia de todos,
di<la c1,tola da gra<:a e rerebenclo a sagradn ordenamos aos Hnve rendos pal'ocuos que
Eucbari:stia penb ur da vida ete rn a, Coll- publiquem esta Nossa Pastoral à estaçaõ
servai ,•ossas ::tlarup,1d,P,, :-empre accesas da \li.,sa Conventual, e a registrem no
nté c1uc !-iejnis ch,11nado~ pelo 01rino Ec;- liHo competente.
po~<> ele vo:.!.ílS a Imas Drns de li~ind,u.Jc Dílda nesta Ci<ladc de Snnta Maria de
ouvi a~ sopplica..; de um pa:..Lor que vos Belcm cio Pnrà Sõb Nosso Signnl e SeHo
pede pelo rebanho, qne con li a., le~ a seu de nossas Armas aos 7 de Dt!sc mbro do
zêlo, Sen.llúr. u homem ioi migo tem 'ie- 1854.
menclo a sü,ania nu vo-.~o rampo, e a mi~ >!:!, J o:e Bispo.
nba müo e fra ca p.:i ra extirpai-a : ,·ejo t•om OConego Mes tre E~cola, AntomoJose
dôr profunda o rl-'h,,n bo esc·111~,r ª" vo:-es de So us,t Loureiro, E~cri rnõ <la Camnm
que o desvia <) d 1) ~atnin lw <l,t :,a lv,1<;út), e Eccle~ia~ticr1.
que apena-. meia dn.,iu dl~ jrn,tos ~eg11c o
vosso caminho, to<lo:.. oa maiss Senhor, L. ~-
desviarào-~c. Omnc., <lecii11a11crunl, simul
i,wtitcs fa cti sunt, nnn csl qui {acint ho- DISCURSO SORIU~ O PAPA.
num, non csl usque tul um1111 P. 13 v. f l'o111ii11wrt'i.o do 11. 33.j
{&. 0 : entregue-; aos nwis vergo nL o'-o çiei- Um religião, qu e auctori~n ( l.) a Pho..
os, esquecerüo-se de lüdas a~ regras da cjo e ~liguei Ccrulario para tra nstornara
Lone:,tidade, ela dect!ncia, e moral publi- constitui~üo da egrcjn u111dar-lbe a 1,ua
ca: O Cl'ÍIU C é prn lÍc.idojà !,Cltl r eUUÇO COU'I forma e naturcso, o seu govr.rno e jt.!t'ar-
escand.,lu, e d elle se faz ga la: o jogo tem
dominado as mais honesta~ fomi liall: e:;- ( 1) ,\uctorcs tio S~isma Grego, que nao se diffe-
rcnça do Se.isma de Lulhero e Galvioo cm quanto aos
friou-se a caridade por que abundou a seus rtrcitos, como adiante so verà sentlo aml>os elle5
iniquidade: as vossns '.iOlemni<lades ~5o um protcslo contra o chrisli~otsmo.
chia de seus poderes e el,tabelecer nas millindo, CLll C podel-se ha ver na egreja
.
was ruínas uma nova lheoria tão al,sur- rn:Hs que um so, corpo, umn so' ,e, r,
um
da, lào e~'ttra vaga nt e. tão co11 traria ao i-6 bapfr.,mo, ai-!\im corno naõ haria mais
bom senso , tão opposta a todas ns ideias qu e um sú l)eus, wo só mediadot· entre
e a todas ni, lt3is phisicas e moracs da nn- Ocos e os homens (J e~ us Christú).
turesa, e dus coudicções necessarias de Omn re\iginõ 1 que nuclôl'isa tt \Vasile
toda a e~pecie de sociedade, e associa<;ão 3. U, e Tooc.lol' l. °, Pedro 1.", auctocralns
bumana, qu e pnrere impossíve l qu e o . da Rus:iia,,, pnra um d'ell es wnfcrfr de
e~pirito humanoa concehes!)e m~srno de- sua propria mnõ o inve!,, tidura co ru o ha-
lirando. mesmo no meio dos seus maiores culo pa:-Lorn l ao i-cu metropolita, e pnrn
desa tin o:.. os ou tros abülirem nos ~eu~ c.-~taclos n d e-
Com effeito é por ella que suppondo pen<lencia do patriardrn gr<!go, crearem
possivel o que hn de mais impos~ivel se palriarcha independente, que therarn re~
concebeu a exi!iilencia d'uma egreja uni- con hecer pelos ~cus bi~pos e afina l aca-
versa l se m chefe, d'um reino sem rei , barem eom c~la nuc-loriJade, e const.i tui-
<l' uma potencia sem governo, d'uru es- rcm llUI .!oll\nC'lO '-JllOdO permauente de-
tado i,em podes· e sem auctoridade com- baixo da ,1ll<'lorid11de de seus prim:ipcs,
mum, <l'um corpo sem cabe<:a, sem um (file se c·or,:-t iluiram chefes suprem os do
pl'incipio d'acção soLrc todos os mem- governo eC'cle:-iai\lÍ co, que d~, rlireito nos
bros, sem a parte principal, em que ,·e- e:-tados ~eraes da Greciu para fazer o mes-
$ide a sun rnzão, u sua forc:n r a sua ,,jcJa e mo; para ('On . . tit11ir um a egrcja n:tcional
movimento, d'u•ua sotie<lade sem ca ri- ú maneiro.da <lu Hu.:sfo por um a <leclal'a-
<lndc de monl, de que cJcrire n sna exis- çnõ rea I ex 1w<l idt1 a 23 e.Ir• j u llrn de 1833 , •
tencia, d'uma associa<;ão sem um centro em quo !'lC !-!llbtr,ihc a admi oi:,frac;aõ <la
a que t udo se iif!t1e e coin que se cor.-cs- cgrcja clacplClle reino i1 iuílucneia do pa-
pon<la, para erníim, sob pretextos fa lsos trii.m:ha gr<•go, pnra confe rir a dirccçaõ
ou redicu los, que pnnham e,,ide nle que d o:- negodo:; eccle:,;ia:;licos a um !"a nelo
sac!'iG cava o bem e o interesso geral da :..111odo per·n,anen tc dch:, ixo da auctori-
rcligii\O e <.la human icfoclc us suas vistas darle do r~i e do mini:..terio crendo para
pa rticula r es, ou antes ú sua arnbi<;::io in- e:,!>e c{foito.
:mciavel abolir (1) a primasia nn cgreja Quo babiloni,, ! ! Que deseo ncerto
l'asgal-a, diviclil-n 10 meio, e leva ntar-se d 'i<l eia ... ! Qt1<' horrive1 cnnfusaõ ! ! Que
co m metade d 'clla acrender a guerra cn- é i.,10, :-enaõ negar a <livindo<le do chris-
ll'C o orient e e occidente, di viclil-os um li:111 ismo, prClfana l-n. dc,-.truil-o, ou fa-
do outro por meio d'<ld1os e inimisades zer d'uurn religia õ di vina uma religiaõ
eterna$; aca uar para sempre com essa hum ana P !
unidade sancta , quo fechn a porta aos Se <'ada gove rno ou cada princi pe
or,·os, f,s he,·e!!Ías. e à.:; di11o.p ulas sem pl·e teu1 di, ci to de co n, tituir chefe da religiuõ.
funestas à ca usa da religiaõ e da socie- d'adminbtrar a egreja . de fazer, que :,;cus
dad~.- com esse vin,mlo d'uniaõ e cari- min,:-tro:- <lcrh·em de si o se u pode r, ou
dade, qne .J. C. quiz simcntar entre os fo1.er d'ellcs outro!, tantos delegados l,CUS,
homem. que intimou co m tanta forGa a 011 outros tantos excrutore~ das suas or-
seus discípulos, que fez con~i~tit• n'ell e o dens, nada obrando senaõ por inlluencia
fundamento e a essencia da sua religiaõ, sua, l'oe naõ dl·bt1ixo da sua aut'loridadc
porque dirigiu votos a seu Eterno Pai, se cada patriarrha pode proclamar-se in-
p edindo-lh e que todo:-os seus dis<'ipulos, dependente, Je, nn ta,~-se rorn flquella
e todos os que n'elle hou vessem de ct·er pal'te dos lli1'pos que lhe saõ sujeitos, se
fo rmassem um só corpo, tives5em um só todos podem fazei-a i,u" e!-lcc·a va, mudar-
es pirito. assim como elle com o Padre lh c a sua forma, o se u governo, a sua
Eterno fazin um sô Deus, corno se lê no c~:,,cucia , e ns ~ua),, lei~, variai-a de mil
evangelho cJe S. J1Jaõ ca p. 17, e como formas dim·re ntc~, a religiaõ nada tem
taõ intimamente ex igia dos fieis o apo:-lo- <l e <li, ino, é urna in~tituiç,,õ humana, que
lo e a sua ep istola aos <l·Epbeso, oaõ nd- ,•aria segundo os paizes, em que s'adop-
('1) Transferil-a <lo papn para os palriarchas ,de-
uc
ta;-o 1'imbu lo l\iccia, que nos manda
pois para os synodos, para terminar pela supremacia cr cr n'uma religiaõ unica., in<livisi~cl e
ingleza, e proleslantlsmo puro. uui,en,al, é uma que nada exprime é um

...~
_. -~- ,-· ... -
•• ;w

,·0cabulo sem sen tido, o cbl'i:-tianismo na6 ou naõ tomasr,e por fundamento as con-'
é. nada, ou e um montaõ d'erros, ele sei- <lições necessarias da sua ex.istencia, sem
tas, 011 d'cgr<'jas particu1are!l, que cada t,s q11aes naõ era possivel a sua conscrva-
um fai e de. ,faz á medida do seu desejo, <·aõ ~ ·
cm que e.ida anctor ou chefe de sei ta im- • Que ? naõ tierá necessario em tocla a
prime. o cunho da sun urnõ ou rnllo da socicda<le um go\·emo? E corno pôde es-
sua origem. te existir sem um chefe, q\l<! lh e pre~ida,
Que instiluiçuà <li vinn se poderà con- de cujo subido logar deM;..1m continuada-
siderar inlrn ren te a nrna religiaõ, que naõ mente ~cotenc:as de!initivas, que dissipem
tendo um chefe c,)mnrnm deve tP.r mui- <lifncaldades de~façam duvidas, e que fi-
to~, e vnrinr i;egundo elles, depender dos xem o 1•spirito por m,•io de regra,; inva-
genios <lo~ povoi., da nnturcsa dos gover- l'iavcis? l
nos, <lo caracter do., sobe1·anos, dn inflo- Que? naõ 1,erj necessar·io em to<la a·
encia do clima, das lei-. e do:,CO!-Lumc~!'. c,ociedàde um, (]UC ,·igie sol,re ella toda,
Q11c institui<;ão diviaa se podun'l jul- quo pro,·idencic, que accuda com medi-
gar in!tere11le a nma religiaõ, qno to111a das p1·omp ta:,; H<.m<.l e a nct•essicladc o exi-
por fundamento a guerrn Oll de~uniaõ gir, que legi:.lc, que decida, que repri-
entre os homens, que quebra todo o Jat;o ma, col.Jiba, qne ra~ti gnc, que assegure
d\iniaõ entre ellc~ ! ! a excco,;aõ da!', lei~, que tlHtotcnha n 0 1·-
Desde o momento, cm qucse estabe- <lem, e., souord iné\çaõ en tre todos ~
lcc:e o principio de que n egreja naõ tem Quer naõ se n't uecessaria ('lll lo<lo o
um chefe, urna auctoridade eminente ('Orpo uuia cabr~a, q11c l'Om111uuiquo a
semp re em act;aõ, e semp re permanente, todo ellc a ac<;uõ, a for<;a, n ,,iclu, e o mo-
a que tud o deve 8Cr sugeito, ou que l'ie vimen to, dé l(ll C o-; 111"mhros !-e naõ po-
<l cixa ele reconhecer aquelle, que desde clen1 separar sE:Hn se lbc :-.ogui,· a anni,p1i-
o principio do cliri:-tiani~mo sempre foi la~aõ e a morte, ou 'iC tn que levem com-
rc,·onheP.ido, qne absurdos que horriveis sigo a pena da sua rcl>elliaõ e do seu
('onscqueocfos n,1ô é necessario dedm.ir crimeP !
. d'elle? ~las porque ~e naõ veem c-. tas Aonde se "rn uma grttncle as~ociaçaõ
conseq uencias? Acnso ser;i porque ellas d'uomcns e~pa lh ados pordi(l'erentes par- .
n aõ s,,õ naturaes, porque naõ i,aô evi- tos, que se pi·opõe ,,bter um um, ~ecn
dentes ele si mesmo? que haj:i um, que pela eruiouncia do la-
Quem e que pode deixar d~ conhe- gar, que oec upa, se oaõ derirn della, co-
cer, que negar á egteja um chefe como mo ela sua fo111e, a grod ucçaõ, a jérar-
parte cnnstituinte d'ella é uma clemencia, chin dos sen~ poderes, as a tlribuic;oes e
ou lima impiedade? re1-pcclivas funct;õc~ dos ~eus emprega-
Se negar-lhe .um chefe é decretar-lhe dos. seu ro~irnf'1"1lo, limites· da suo juris-
a sua morte, é anit]Uillal-a, dar-1 he ou- dfrçaõ, a legitimidade <lo se u CXPr<'icio, à
tro alem .<laquelle, que J. e. lhe deu, {~ vaJida<le dos seus aclos, e as regras inva-
fozcr d'uma ir,sli tui çaõ divina uma insti- l'iayeis <lc toda a ordem e eco n1Hnia nel-
tuiçaõ humana, é profanar a egrejn, é la estabelecida, sem o que tudo soria in-
protestar cúntra ellas é n'uma palavra !-Ó, vasaô de direito-., tl',urpaçaõd'auctorida-
romo clii S. J erooimo, d ecla rar-se inimi- de, enco ntros de poder, conllirtos de ju-
go de J. C. porque é destruir, pelos fun- 1·i:,dicçaõ, sem o lJUC tudo seria anarchia
clamentos n religiaõ, de que elle 'foi o Di- e desordem ! !
vino Fundador. Aonde cstú a soC"icda<le sem um prin-
~las como é que o homem cavou á cipio regulador da wa ac.lmini~.traçaõ, sem
ro<la de si C'-le abysruo? como naõ te- uru ponto, de que tud o pa na, e a que
meu su broergir-sc n ' e lle ? como fez elle tudo se prenda, scni um centro, cum
do mais providente, do mais snbio dos que ludo se correspon<la, e em que tudo
l egislacl oreso mais impru videote, e o mais se resolva ?
iocorn,i c.l crado de todos clles? Se os hom em nunca se a!lsociaram
Como concebeu o e!-i pirito humano en tre si d' um 111od,, fixo e permanente se
que o Divino Fundador do Christianis- não sobre o-.; a11spkios da aut•loridade,
mo, es tál>elecen<lo uma soc iedade lh 'a senaõ sob um poder. que o-. mantenha em
alterasse a natureza, mudasse í.l cssencia, _ ordem, e o~cvndusa por meio de lei~ es-

~
-~..;, . . )~s~:-,
~.oflOl•e;a ~ - 8eMcH10 Leit.e
pel'iaes ao íi m, que se propõe obter, como hases, ern que so é possive1a sua existeo-
podia a cgreja, que lambem é uma socie- cia? e se isto é tão evidente que ninguem
dade, e qne :;e propõe ob~er um fim, pris- pode conte!ltal-o, a consequencia neres-
ciadir cl'esle poder, ou dei.xnr de te,· i1sua ~aria é que a egreja não podedeixar de
frente uma ~uctoridade publica sem que ter um chefe por iostituiçaõ diçina.
honves:-o urn revestido da plenitnde do (Contin,,a).
poder so bre todos, e sem excepçaõ. a que ~
ningncm podf!si.e <lei:ornr d'ol,edece r ~em
crime, ou ~c parar-se <l'elle sem npo,,to- v1lcy,R·. 1' h'()na a d«hj< (lfl' ?7161nk.
lar da egreja 011 p1 o testar contra ella ? !
XL"l'll.
Se .J. C. naõ den ásuaegreja e~ta auc-
••..•••• , f.t , ..~ne consi,rgcus ocdilicavlt
toridade .in!Jere nle ú !ilia coostitui,;aô, elle ~ll:1re 3d radlces rnontl~. et cuioclccim litulos
naõ constituin nenbmna soeiedade, fez ,,,,r duodecím II íbus i.rocl, lnl!Tessns que
M11y5cs medi um nebales ,~wudil in rnLnll'ln:
orna obra que naõ <'Orrcspondc ac1 sc1.1 (ct ruit lhi qu;dn,ginta <liclms etquadrni;ln·
ru nCttibui.
fim, e que fo lhou completa mente em ~eus E.rud. C:11p. 2~. ,, . h, 18.
cffeitos.
i\Jorscs, segunda vez por Deus ch:im:vlo
A ~oberan i.1 é de tal modo inbereote Ao allo cl'esse monte mll:igroso,
ú sociedade, que naõ existe i-oricdade sem l'\!ío querendo i-uhir sem ter o goso
dia. Quer! naõ sera de neccs~idade, que De primeiro lhe haver s.1crlficádo.
o homem ~cja go rcrn ado e dcrigi<lo cm
Por <'lle jnnln ao monlP. e lovanlad,>
seus actos, ciue haja uma lei, ·111e fixe a Allar, que a ncus consogr;i !'C!;peitoso,
sua conclucta, e que Clll sua . . rclaçõe.. com No qual~ cm holocausto ao cêu piedoso,
os outros tenha um juiz, que tome co- De \'lctim:is o sangue e derramado:
nhecimento clns questões, que se ngitam,
E nas raises <la mont:inha santri,
e que :is dicid,t ~em rerlll'~() e sem appcl- Das tribus d' Israel, como em lcrubraoça,
laçào :' Tamhcm dose padrões Moyses levonta.
E comosc realis:-i1·i1 uma e ou tra coisa
se m tuna auclori<lnde suprema, cnjas de- Depois do monte ao ,·iso se abal:wça,
E, tr:rn~ponllo essa onvcw sacro-santa,
cisões não seja licito inf, ingir P Com Deus qnarenta dias là descança.
Sem sentença, se n1 decisüo dos plei- T' fri tCI.
tos que baverin sobre a terra? um con-
flicto perpe tuo, uma guet'rn viva entre os
homens! fft7'ºf'ªº
-- /ta1'a Cld ?., tad.
Separe-se da sociedade esta auctori-
:1adc so berana, e não exbte mais, imme- X °'·111.
1.,

tliat~mente se clesfez. Mcusc-tcrt io egrc..sioub 1.-rncl llc 'J'crrJ


F.gypti , 111 dle h:ic ,cncrunt ia solitudlncm
Eis-a<Jlll porque, para a conservação Sinai.
de qualquer~ociednde.se necessita recor- Moyscs ~111cm asct'1111lt ~d Ocum, ,·ocJ, lt
que cum Oo1oi1111s de monte et nit ••.
rer sempre a um principio sagrado, io- .... \'ndo 311 populum, et s~octilltu lllot.
hM1e, et ~ra!I, IJttnl que 1estimcnu .~u~.
violavelmentc supirior ao cnpricbo, e às E.r:Jcl. Cap. I'), I'. t, 3, to.
veleidade:,, do homem. 'frcz Juao; tinham j ,i no ceu brilllrttlo
Eis-aqui porque e de nece~si<ladc en- J>epois que l:'1 do ~gnito se apartara
canar na :-.oriedadc um poder, uma força o poro tl'lsracl, e se accampara
comtituinte, que lho :,irva de base e fun- Em fri:?nte lio Sinai, 111ontc sagrado.
dam en to, e c1ue!lcja inscpa ravel d 'clla. Enl;io, sepdo Moyses por Dens chamauo,
.Ei~-aqui porque em tod,1 e qualquer Ao allo do moutanha camiob~ra,
sociedade é de necessidade a instituiç~o Para oul'ir o Senhor. que alli uaixàra
<l'um cl1efc, c<Hno porte constit uinte d'el- t,. fallar ao seu povo iuolatrado.
la, o que não ha go\'erno, não ba socie-
« Á casa de Jacob, lhe diz. ordena
dade, nem meio de condusir os homens ,, Que se prepare para ouvir aueuta
ao fim, que se propõe obter. ,, a lei que impõe aos mitos eterna pena.»
Se e poi..; da e~cncia da sociedade
este chefe, ou este po<lcr s0berauo exis- na face do Senhor Moyscs se ausenta,
Dispondo o povo à m:ige.~tosa scenn,
tente n'elh,, como podia Jessns C., for- Que Deus 11t do Siani expor-lhe intcnt:1.
mando uma s<>ciedade, a lterar-lhe a es- Vicfrcr.
sencin, ou deixar d'ns~cnt-ll-a debaixo da- (ir.xtr J.
prudencia e <ln sêlbe<loria humana co n-
foadidM, todos os prejni:-o:,; das paixões
destl'uid os, e coruhatid os, n inlen-allo
cheio do ce u até a le rra, do h o mem ale
l.orut\h itllC cçt Do111lnM cnnctos ~~llllO· n Deu, , e o c~candalo das i\a<;ões, tor·
hQ>,
lli:S
Kr<1tl. C1111, 20, f ' . 1, oando-sc (' 111 fim a luz e _rl salvac:ão do
mundo. Pohresa, humildade, soffri-
fün torno do Sinai jà r eunido
O povo cl'lsracl com susto ria me nlm·, ei... o q ue na fra;e de S. Bernar·
Opaca nuvem, que do céa descia <ln, n os <·!amam, o r 11 rra l,, o prese pio,
D'horrisonos tro,,õcs entre o rugiJo ! n:- mantill111i-; Ah! e é co m a ostentação
Oc concaro niclal fcro cslamplclo
do 111.xn, da-. cli!st im·(;õei-, e dos div erti-
·1 ro,lr ao mesmo tempo alli se ou1 ia : me nt os que no~ commeuwrumo~ e:.te
De Lodo o moulc para os céus suhia Dia, qne ma rea Q co mec;o da rn archn do
llspcsso fumo d'horr ido brasi<lo l ! ! ca h•ario ! . . . . E' 11cm d11vi<la justo CJ UC
O porn borrorisado dcsanirll'l ..• a o~ rrgo:-.ij cmos no dia nalalicio do- Hei
Só t\rão e Moyscs de medo iscmp los da (;foria, m:t'- qne nos~u jubilo não nos
La ,·àm alfoilos pelo monte acima'. • . . !t•vP. ao 111cnos pre1m d as , ir111d es, que
1

I~ l>eus, c1uu é sem pro gr ande cm seus intentos,


elle rn f's mo c·o111 o <>:xcmplo e de palaHa
No cu•no da 111oul,t11ha lhes Intima nos <·nsinou, ante:, no ... in~1igue a pralica-
ua sua santa lei us rnantlomentos.•. las, porqn · !',f'I IU estes os fe.-, tejoi; mais do
F iriru. se u a~rnclo e tp1 e elle no::; le rnri1 cm con-
ta. L~:-ln fo:. ti ,·id a<lc é antiquissima na
(~)~ , l't1 Egrcja: al guns aue lores affirmam IH sido
(::')t}·{« ~, ttHH~;7(f. in11tit11icla pelo Papa S. Thelc-.phoro, que
morren nu a11110 138. O 11:,0 de cclehrar
1...
l,oeutuq C~l Uomínu~ IHI MO}ºSCl1 <lklllS
3 mi.;sas tnmhcni ó un tiqni,:-irn o; o Papa
,\1om de lig11ls ~c1im com1>lug.intc.... Bento XI V prova que cllc rem unta ao
1;;rc,c/, l"op. 2;,. I' . 1, 10,
sexto .-;e,•ttlo.
llo po1'0 o'lsrael l\loyscs ausentu E•tc privil rgio <lc• poder o S:t<'el'dote
l\o alio do Sinai allento ouvia n •.,.. l e din cclc> lwa r 3 mi...._a ... , foi cooredi-
1\s ordeu~, que o Senhor d'clle confia,
•~qnc ha-dc 1ranstniltir ü hciJre.t gente: do pcl:i Papu Iun11ren,·io III pora signifí-
C',ll' os nast'imento, d•• JeMJ!,-Gbristo asa-
<< Oo. pau f·1l>rica1·eis mais exccllcnle, her: () Eterno d o P.iclre em quanto De us,
« Coberta d·oiro fino <tlhe 1.fü,i:tl>
« Uma arc:i, onde guardeis de noite e dia
e orrulto para n ús 1111ta·o ... , ao que cor-
<< As Taho:1s, que nos ligam mutuamente: t'P~ponde a primeii-a \fo,sa á meia noite; o
l f'l1l pora 1, pon 111 c-.piritu.t 1, pelo qual
1

« .\ rgoi:ls d'oiro lhe poreis aos lados,


na"-<·e .l<•.-.11,-Ch, i to rm n11!-!,0i- r o1·.1çõcs
<1 Nas quaes, p·ra dar-lhe conduc('ão segura,
« ~sLcjam dois varacs sempre cníiaúos: pela graça. e rnmn luz; e por i:;~o ~e diz
a i-eg11 ndo \Ji -.i-a i\ A11r111a; q lHl'E'Íro lam-
« Fasci-lh,: finalrucn tc :i cobertura, h l"m temp, ,ral, p<H'P lll co rp11ral , pelo
« Na qu:il poreis rtois Qu erul>l{1s a lados,
« Onde se assenta a di\•iuclado pura. qual nalirN1vi~i11•l111 Pnte para nús ou tros,
f-'ir.i1•1t. em quan lo h11 n1em, da Sanli -.,ima Vir-
(IMr). gem; e em a ll cnc:ão a istol'ie ca nta a lc r-
ceira Mi~sa , <{Ili.In do jn <!•tit uiuilo claro o
ANNO CHRISTàO .. tlia.
DESEJJ BRO. '2G . T 1mr.A-FEm \. -S. E:..tc\'uO Proto-
25. ~ ~ Nascimen-
SEGONDA-FBlil.-1.- marty1· , -n" t11n1 I d., Judea; fui um dos
to d e N. S. Je~n1, -Cbristo.-Se jart1<1i:; o l-ete Üi;ieonu:-, q11p o-.. ·\ pu:-t1il os, depois
Ente Supremo diz um eloquente Orador, de ~ · cre~cido-. 11 nu11 wro <lo:- fieis , or-
se ('<Hnp rase u em confundir ns idcas, e d<!nar~m para di., 1rihuir<' tna ~.igrad t1 cu-
os jui!'-os elos lwmen~; i,e jamais os con- 1·h., ri ,tia, e a,~im li<',H'Clll e ll c.s mais de-
selh o~ p rofund os e impen etraveis da Sa- i;emha raça do~ pnra prcg,,rc111. S. Este-
bedoria Divina furam oppo1slos ás fracns vão, prega ,.i laml.wm, e o fosia com tal
,+,ta:.. d o ooc;so espirilo, e da nossa r,,são, un<'çào, que ,·cmvt>rtia a mu itos, e com
é no gra nde, e ineffavel my~terio d'e!>le i-ua-. l'a:-õ"~ ('Ot1fu11d1a oi- da Synagogn, os
dia. 1' 'elle vemos todos 0 1, princípios da c1mtcs não te11d11 ar.g11mento~, com q ne o

-~
: -,; ~
--- .
Bdlllolen '1!Cllk• lenecRto t...ite
W4UP4 C-QX:XàWfUC :ê Si iii>ft..);:1145 f#SS P&

debell asscm, ll'ata ram de i, npor- lbe o !-i- pa ra q nc flisscm im olados l1 sun· stwlt,~
Jencio dos mo1•tos, e para o fosc l'e111 com ambi<;õo de rcjnar, tudüs os lnnbC'ent~s.,
uma côr <le legalicfade, peitaram Leste- que e.. taram <la sobredi ta cdade p:un.
mu~bas (JllP- jun.,),s·e m ha,erem-lhe ouvi- baixo, e tradi<:i10 ha, que niio pon pilra
d o blmSem ias. Com effeitn foi sen ten cia- mesmo d1lis filhinh os ~e111-.
do a ..no rre r ap~drejado, e ttive a g lo l'ia 2ú. SExn-rnmA- S. Tiiomazdc C;-,n-
de ser o pri meiro u'esse~ mt1itos soldados trH·hery-n :io na~<:eu n 'e~ta cidade mas
de .Jei;;Hs Chri, to, que clerrani.11·:1m o ~cu na <le Londres, e logo se Yerú porque ;1s-
~ tn!!ne
v
em testemu nho <lc cul\\ ie<'ào •
do sim é chnrnad o. Depois de nrna edu,·a-
q ue en!>ina rnrn. <;5o condigna ao seu alto llas<"i,nenlo, foi
27. Q u.,nT\-FErnit. -S. João Evange- ehaneeller <le lnglaterrat exercendo e 1e 0

lbla -G llw <le Zebedeu, foi :-iclrnil~idoao emp rego eüru Hllia justiça e ca rid ode t.:io
Apo~.tola<lo quando npenas linlia 22 an - perfeita!', qne hem se deix3,•a ve r, qu e ..
u os. JesusCb .. i,toon mava tan top,.prcau- era um eleito ele Dl!U<:, o qu,tl o chamo11
sa ue sna innoccn('ia, qne atE- e111 a rwirc a f1tn<'<·i>es
' ~indc1 mai" altas. Vn oO',\ a ~-é de
da <·êa pcr,nitti11, que ~e recu,tai.;se ~obre Cantorberyt e ~cm que elle· o e-,pera~~c ~
seu peito, e fo i tnrnb{'m a ell i-> a q11cm menos ainda !'\olfo·itasse, foi dei l o A rcr.
encarrego11 o rnidad11 de "u,1 ,1iie Santi-.- bispo. tlenriq11c XI o perst-guiu a lroz-
si ma. Em vn1:ia11 ter ras <la l\ ~ia prego u 1n entc eu1 ra~ào de elln ~e oppor tom ~
com gra nd e frueto o Evangelho, q•Jc ul- indepeu{lcndn pi·1)p1·ia de 11m principe
, tim::uncnte re<l11, in a eseripta. Po r or- da Egrcj,1 aos <h!<Tetos, q ne aquelle pro-
dem do imperador D\>ll1Í!:iano fo i de-.ler-- mulgara, eontrnrius aos interesses e di~-
radú para :1 ilha <le Patluuo,, onde, ins- nid.,de da me-.ma Egreja. AnJ011 en~i-
pirado do c~pirito rrofetico, escreveu o g rado e por ulti;no foi cbamado ~1 reger
A pucal) psc, q 11e, cm um e:.tylo sublime, ontrn vez ~1w Di ,)Cl':-e; porem al~nns in-
Ynliciua a histo ria da Egrej() até a con,u- trigante::; ex.cll~l'am Ilenriqne, fa~endo-
ma(;üo dos seculos . Depoi:-. da morte do lhe accreditar, que o t\rccbii,;po machi-
lie u particular perscgu id OI' vt•io pa ra Ephe- nava umu t·onspira<;ài,, quando os mesm os
ro, e aqui por seus trabalhos, fez uma intrigdutcs ronhcC'cram no Hei, q ne não
,·bl'istandade ilore:-ceote em victudcs. leva1·ia a mal, -:1ue <l'elle se di 1-f1!'le:;s1~m,
Cbcgado a ex trema ve lbire as :..! Jn,; p1·a ti- fornm nrmado~ .'t ~é. e o mat:uam, qnan-
cas re<lu,iram-se a repetir: «Fi/!tos amae- do estava no Côro a re:-.ar ,e~p era:-. Fui
vos uns aos outros » e i.. to o repelia t:inlas nm martyr pela manu tenç,10 do!idircitos
veses, qne se 11-; discíp ulos reparê.iodo n'i-;- da Egreja e tcre logar o seu martyrio no
to, e <JUerendo snl.>erqnal a int en<:ilo, que de 11 7 1.
em tanto repe . tir elle ti nha, lh'o 1)ercrun-
o -30. fü.nn.rno. -ílesa hoje a Egrcja da
taram, e elle lhes re .. pondeu : « Po rque oictn va do Nascimento de N. ~. J e!ius
e preceito do Senhor; e executado, como Chrislo.
é justo , ellc só ba:-.ta. » E:,,tando arreba- 3 l. Do~nxco-é vaga-S. Sil\'e~tre-
lado no exla:,is da oração, passo u d,este foi ele Yado ao sum mo poulificado em rn-
<lesleno i, patriu em que pelo baptii-mo siio de :mas virtudes e l~· tl'as :,;erem de to-
nasce mos. dos bem conhe<'i<lt1s. Foi e1le qnem bap-
28. Qu1;>;TA-FmnA.-Os San tos Iono- lisou o impera<lor Coa~lanlino \Jagnú,
ceotes. -Depois que os ~fagos gu iados que deu a paz ú Egreju. C0Bfir111o u o
pela m:ysterioi-.a es trella, ~e dii igin1m a Concilio de Nicêt1, e tez o utra ~ muitns
Betbelem, e dera m a Herodc~ o moti vo cousas, pelai, qut1e<, nao sô merece11 a ,1c-
<la sua \'inda, logo e~te se deixou possuir nera<_:ãú da ggreja mifün nte, mas tambem
de um louco rereio de que lhe . . e ria ti rado a g loria da tdumpbantc, onde foi rere-
das mãos o sccptro pPlo rccecn-nascido, e bido no arrno de 535. '
m ais louco ainda foi, e sobre maneira -[fa boje a tarde 1'e-Deum-laud,,mw;
barbaro, o modo de qu e se lembrou, que na Cathedl'al, afim de que O Eterno l'e-
lhe as~egnraria o rnandü; segund o os da- ce ba os nossos lonvores, por-nos ha ve t•
dos qu e havia colhido dos \1ag,\:-, aquelle r onse rva d ú, e ao mes mo tempo rogar-
que ellc1, cbaroa va ll) rei do:- Jud eus não ~1o-lo para que nos dê um anno bom u
podi~ l er mais <le doi:-anno~, e por tanto prospero.
Jl aranfl~o. 1·y1J. de .,. e. M. da e. Torre,ç =nw dos
expede uma ordem por toda a Judca /Ju1 betros n. 8. =a11110 de 1.854 •

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
'

AN NOI ~cgmJ.a-t~íra l de Janeiro de 1~55. N. º 35.

OCHRISTIANISMO.
rn,.ço o.\ sunsc111rÇA'O. X IJ .\S:m:~.\ -St::
(\
, .
f ~1,0 ad,:1111~<10
I ror un, nnno. •• •. .•. ,8SOOO,
l1 •• sei~ 1111·ti,s .. . ..... 4S:,OO.
trú mc:r..:s., ••••• 2s.,oo.
X l Nn ll uo do C:r u1. n. :;~. ~un "li l'oi;rnrhl~
,, dcs 1, Jo111;o 1•
.\\uts<>s.... , .... ...... s,~o. V
i1
S o,, ru1I n11intn$ ptrctert v.l salr,rrr.
'
à
S. I.uc. e. O. ç. !\6.
... . .::. --

misso, e cm·,·nd o dianle da Magestadc Di-


OCHRISTIAN ISMO. vina. adorava, e hem <li.,ia a J esus f'hri::.Lo
<]n e por !-lla saotn Cruz-remiu o mund o:
. .-..}.....,.-JIIB&.. - - •t!l!D!!!liiil SIL. - assim se col'.ige <.J ;,s pala nas <lo :-eu tes-
('Continuaçiio do n. º 33.) tamento--rrc/o,·am,1.~ l e S anti.~si,nc Domine
E nem é outro o cnoti vo po,·q ue o J. Chri.~ti, l,i,: , el ad om nes Eccle:úas laas.
Sacerdote repete tantas vesei;; em a \1is~a quro MWl in tolo mundo, ct úe11edicimw;
as seguinte1- pala\Téts-o Senhor ú;jn com- tibi, quia per sa11clrtm Cruccm tuam re-
vos-<:o, e o acolhito re~ponde-e /(lmbent se- dcmiste u,cuu:lrim. E cl'cstP. modo que elle
ja com leu e.~pirilo. em,foava aos seus tilhos o dcvitlo respeito.
D'onde se vê, pois, n corrc.«pon<le'rwia e con..: idcrn<;ão, com que deviam entr.u·.
que tem o Celebrante com n povo e vice e permane('Cr uo templo do Deus vi\'O;
vel':.a; çle sorte que as or,1çõei;, e depre- lic;iio estas que certamente convem sei·
cações que, o Sacerpol" diz em o Altar, ouvida. e praticacln por todo.; os fieis, pa-
~am qua.i.i todas pronuo <:ía<la . . no plnral, ra !->Cll maior proYeito, e honra <lo nomo
comprehendeodo a i.i, e á todo:. O!-> que, qne, no s rnto haptismo reccbel'am.
ouvem a Missa. Confirma llt.tn mei;m o E ro1p dfeito podem .os christãos,
o Apostole, S. Paulo, quando diz, o.-,r. rc- prostrad,,s em a egrcja na presen<;a <la su ....
ven<lo aos llebreus, q uc o Sacerê.l"te pede prema ~J.,gcsta<le, alcançar não poucos
ao Deus Omnipotente po r t-0:I· s beneficio~. e mes mo ., jnstiíicaçfio de suas
i\ Vida Santis!->Ít11a, a Ptiix.ão, e ~forte! alma~, Fe por um perfeito aclo de contri-
<le Jesu .. Chri1;to sam o~ \1ysterios qt1 P, ~e ç:"io mo~tral'em verdadeil'o · arrependi-
devem con,.;iderar em o :,ctntu Sa(•riudo '1,1ento d e ha vc1· offendi<lo à Ocus, e ~c-
<la Mis~a. ·c\lmo recomrnendml o me-.mo n hor po1· sua inünit,, bondac.le; so pro-
Jesus Cbrhto, e no~ dec·lara o ,\ pu~tolo mettercm , e comprircm, a emenda de
cbs Gente~ em sua evistola ao~ Cua'inthios ,·ida com o nuxilio da Dí vina grac;a; se
cap. 11. v. 25. emfim esperarem na Misericordia do
Pede por tonto a Soberania de tão au- Senhor-o perdão e ~alvnc;ão...
gusto Sacreficio, <pie todo-;. º"' que a~.,i~- Que v acto perfeito d~ contrição jus-
tem á elle, se portem com deceacia, ,·cs- ti Oca ao pecador, diz o Concilio Tredent.
peito, humildade, e alfén<;ào, q1Je lhe n., Aes cap. h. Quando trntamos do nmor
sarn tão propriamente dividas; e não me- de Deus clissemos que-o amor que a
nos que se entre oo templo do Senhor Mage~tade Divina nos podia, era o nosso
com temor e reverencia, recoubccendo mesmo corac;ão Pro·,erb. 23. v. 26: e
esse lugar santo-como verdadtijra Casa nem outra occasiào mais oportuna se po-
I de ()ra(;âo, e de sobernnos Sacramentos, <lc achar, para offerecemosà Deus o nosso
onde está consagrado Jesus Christo, Pae amor, que, a l!m q11e ou~imos devota-
dos homens. mente o santo Sacl'ificio da Missa. É po-
Compenetrado d'este dever o grande ris:m que todos aquellcs que, pretendem
Serafi.o chagado, S. Franci-;cu cl' ,h :..is. de a ...:;i,tir á tão solemnc Sacrificio, devem
quean nos honramos ser filho humilde, repelir de si todos os pensamentos vaõs•.
todas as veses que ~otrava na Egreja, sub- e ociosos elevando seus corações ao Se· ·-
W M HCAA3LS

nh or, como bem os exo r l:t o tncsmo Sa- É soa um, i:-.toé, a Pedro queJ. C.
cerdote do Altissicno com as pala\•1·as- depois da sua rcssu r,·ei<;ã 1, se dirige, e
s"r.sum cm·du etc. Q ual outro Publica no lbe pergun ta, se o ama\'a, se ú amava mai~
con triCo, e Llarnillrndo; elevem estar co m que os ontros. e lendo respondido, qne
mocleslia esperando a misericor<lrn Divi- l\ im, que Ellc bem sa l>in, que o am,,va;
na, como ensina o Evangelista S. Lucas disse-lhe: apasce nta os meus corcleiroi:.
cap. 18. v. 13. Acresce mais., que sa- Pela 2. n e 3. º vez, fazcn<ll)-\be a mes-
bendo-se, que o Saceédotc rnga pelo po- ma pergunta. repe te, ap l"centa as minhas
vo, Lrnvemos dito, e como aftt'ma o Apos- ovelha-,, S. João, cnp. 2 L, \'. ,·. 1;',, 16,
tolo em strn ep i~tola aoii Uel.>reus cap. 5. e 17.
,,. 3. e scg , devem pol' esta causa con- Pedro que :t!,:.im di,tinguo .J. C. tlos
formar sua intenção com as palavras do outrós npo..,tc,lp'-, ·diz 130 ..suet, a p parece
êelehraotc; ain<la mesmos aquelles ou- ~e rnpre o primeiro de toda~ as maneiras,
vintes, que não e-stam no caso <le as en- o pl'imeiro em ro afe~:.ar a fé o primeir'O
tendu; H'laS que lambem par ticipam <le na obrignc.;ào de cxct•ce1· o am•or,f p pri-
suas supplicas pela rasão que apontamos. mcirn de todos oo; apoi,talos que··-vin o
fr. 1 ·. de J. Snlvéldor rci-us<:iwdo d'en tre os morfõs,
nssim: C'Ocno foi f. prir~CÍfa _.\e~trimtinha
( Conlimía) .
de!-.la:v<'r<lade di ,i'nlc de tddo d povo, o
primeir'o qunndo foi preciso pr-eeoc-her o
D!SCUltSO SOBRE O PAP\ • . autnP t'O do:- apostolos, o primeiro ql1e ·
(l'or1ti111wrlío do n. 3l1) l'011fi rmou a fé eum milagre, ú pri,m eiro
:1 <:onvl'l'ler os j11det11"1, o p'rimeiro A,, recc-
Ora i,tn <le qu.1 a rasão nos conyenre,
hel' o.; gentio, , por .roda a parlt? o p1:im~-
e que exige nece~sa riamcnte a natures~
ro. •)]a~ niio µo-..so dizei' tudo. ~o 'direi,
da sociedade_, no l-o mo:,tra claramente o
(lUC tudo roncol're, para e~tahelec:u a sua
craogclbo.
p1·ima in, :-.im tud o, ate as s~1as fa ltas.
Em verdade lemos n'elle, qne alem
âe podt1re., gemes qne J. e. deu a todo<;
O poder dado a 1p11itos leva a restric-
ns apo~tolo", houvu um <l 'clles, quo di'>-
çôo na sn:-i partilha em v<nd4! que o poder
' tin gu i11 e~pecial1nente , i~to é, a <J11ecn con- d ,dn a c-,te !iÓ :-obre todo'-; e sem ~xcep:
ç,\o, en<"el'~l a pl en itude.
ferio poderes, que elle esco lh e- para !,i o
Todo·, re<"ehc m o m e~mo poder, mais
funcfomcuto <ln sua eg rcj:l , isto é·, c11j o
não no mc:.mo g1 á11, oem com a mesma
poder deve exi-..tir n'ella !-emprc nccessa -
ex tcm;iio. ,
riam,ca tc como parte insepcl':Hel d'ella.
E com effeito tíÓ a um que elle diz .J e:.tb Chri,t o começa pelo primeiro,
«Eu te digo, que tu és Pedro; e sob~c ene,tc primeiroclest1 nvo lveo todo. .'. afim
csla pedl'a edilicarei a ininhn cgrcjn, e as de cn, inar no., 11oe a a:rnto ri<lacle et:clesi-
portas do inferno nã o prevalecerão contra a ·tica e.. tabelct"icla primeiramente na pes-
ella. S. Marlh. cap. 1 ô. ,.. '18. soa de ums(> não ,e uxteode a ootrqs se11ão
É :;o a Pedro que cite di5sc « Eu te <'OIO n t on<licJfü.> de ~e,· reduzido ~e rnpre

d ou a chave do meu reino, tuclo o que ao principio d.t Hrn unidude, e que todo,;
ligares sobre à terra ser!, lig.ado tambcrn aq 11cl le:,,i- q uc ti Vl'reri-'1 de a _ex1•rco r, devem
nos c·eus, o t11d0 o ffU C desli~ares so bre a e:,,tar insepar,nclmcnte unidos ao mc'ímo
terra ~cr:t dm,ligado tambem nos ceus. cbefo. · ,
ldcm v. HJ. É pois Pedro e~ tc p 11de1· coni,tituinte
Na noite da ulti ma cca ( legal) ílue qu e é o fundamento da egrt>ja,' ele que
celebrou ('Om os apostulos <lepois de lhe '!ing~em !,e pode tit>pa1·a1· se m desfazei-a.
haveria vado os,pés, e instituido o Sanctis- E em Pe<lrn, como primeiro, e como che-
si mo Sac•rnrnenlo da Eucbar•istia, preve- fe de todos, qu e re, ide a' plenitude do
nindo-os _da grundo at ribu lação, porque pod~ff e juridiçào, ~cm o que nom: podin
haviam de pasi,.ar, e co mo haviam ele fra-
mandar, nem faze r-se obedecer de tedos
qnear n'ella, vc,lrando-se para um só-
0 sem ex.cep(,~O , dimana tào necessoria-
parn Pe<lro, « amorosamente lh e diz: Eu
roguei por ti. pa1·a que a tua fé não fa lte, ruenle dos IC'X IOS citados, que ncnbum
.e tu, d ,•pois de convertido, com firma tens homem de boa fe b'a ttreven't a contes-
j rmãos » S. Lu(las, cep. ~2, y. v. 3'1 o 32'. tal-á; e dizemos ciintlât.que naó
·sJ 1p'od'C
ser cbrist,fo sem confessai-a ou sem crer guinte não pode deixar de ser immotavel
n'ella. ('l) • e infollivel aliá" o~ induzi1-ia a erro.
Com effeito se Jesus Christoapresen- Se lhes confe re o poder d'apasceot_at•
ta Pedro -a todo o collegio apostolico como o seu rehnnho, eUe lua confere a direcção
~tlicerce e fundamento.., sobré que edifü·a e o sopremo go\'erno delle todo sem ex;-
a sua egreja, contra o qual as portas do ceptuaroinguern , sujeítandü-lhe, diz Bos-
inferno não pod1·m prevalecer e de neces-· suet, os cordeirns eas ovelhas, os filhos e
sidade, para ser cbristãó, crer que este as mães, e ainda os rrH~~a1os pastores em
e
fundamento immotavel, ou que hade rela<;ào aos povos, porem ovelhas em r e-
existi,· sempre nella, pois ~eelle vacillas- lação a Pedro; ou, como diz Origines
se (Hl cahisse, como poderia conservnr-se n'nma palavra ~o, conferiu-lhe a sobera-
o edificio, qlle al'isent.i sobre eHe? Como nia da egreja-:;umma verum.-
podia o inferno deixar de prevalecer con- ( Conlinúa).
tra a egreja?
Não sed, pois de necessicla<le dedusir
a conseque~cia, que o poder de Ped!·o e PENSAMENTOS SOBRE A RELlGlÃO.
de ~eus H1Cce~~ores nn egreja e s.upremo,
A HPligiã0 Chl'istan é verdadeira pot•
e superior· a tudo, é de sua nalurel-a ina- t:JUC ell.1 existe. Todo o bomem que se
bala vel, pois queé o fuoaarnento, em que
admirar de:-ta proposiçüo de certo não
ássen ta m todos os outro~?
eonbeceu él hi storia, nem de se u estabe-
Se Je . . u.;· Chi!..to dá a Pedro o poder
lecimenlo, nem de ~eus progressos, nem
<l*atar e desatar, <leabru· efeehar as por-
ele seus triunfoi.;, nem de t-ua perpetui-
tas do seu Heino a quem elle intender, dade.
que deve -;e1· recebido, ouexcluido <l'elle,
Pertendeis q11e os Apo!>tolos fossem
clle o rcvc:ite de Joda a nuctoridadc ne-
gen te gro..~e irn que se dt>ixc1ssem enga-
ccs~aria para .o gove rnar, e o faz seu lo-
nar por Jesus Chrh,to e qne ar.reditassem
gar-lenente snbre a terra. E na verdade
vêr milagres que não existkam ? ~fases-
quem poclerà deixar de ver nas palavras,
ses pretcndidoli imbeci:-. converteram o
de que JeM1s Chris to se serve, a transmis-
mundo, e conven<:eram a i-ua ~aLedoria
são de um poder sobe rano, que nàú de-
de loucnra; i~to já n5o e tão pouco para
pende d'outros, que não n eces~ita senão
imbcci:;. · fi u apo:-. w tudo se appareccr um
de t,,j me... mo para se fazer · respeit,u· e
homem tão podero,o en lrc ·1·ada cento
obedecei'.
ou entre cada <"e111 mil do.r; nosso~ filo~o-
Que segnifica o podei· <l'al,H' e desa-
fos passados, pre,,e ntes e Íntnros. Que-
tnr, de abr·ir e fechar as portas de uma
reis, pelo contrnrin, q11e elles fossem pes-
('asa,
. seaun
o do a maneirn de follnr dos lie-
soas in~truicJas ? ·\-las então, como se dei-
breus, se não é o poder de administrai-a
e ,rovernal-a, :-e não é a faculdade de re-
xariam elles ~ednzi, por fa lsos milagres P
Seria muita parv(iicc t•m homens d'e<1pi-
ceber e· excluir d,ella ! !
rito. Oil'eis que ellc>i- fingiram umn per...
Se .lcsus Cbrii-to manda q11e confirme
sunsão que .não ti11lrnm. ~b~ para que
os seus irmãos, il fe de Pedro <lere ser a
r egra de fe de todos elles, e por conse-
fim ? Seri.i para ganhar aço1les, injul'ias.
maus tratamento:,, lrnmilia<:oens, priva-
(1) « Para um c!Jristão, ( dii o auctor do arligo- <:uens, pri~ocn~. e em lim a ,uo1·1e cruel
O Papa e a l!greja) que acredita 0:1 Uirlndadc dos
livros sànclos, não era preciso mais nada, para saller
que cllcs soffrcram? llaveis de convir
qual devia ser a sna fe a respeito do papa, do qte que era uma ob1- tinaçüo bem <'X lraordi-
abrir estes línos, e responder a quem lhe negasse as naria em um ~ó ho m e m , e d e túdo joad-
prerogativas da Santa se:-acrectilas n'estes livros?- missivel n ' uu,a l'Cuniüo d ~homcn.. . . Te-
Cres que são a palavra de Deos ! Pois lê. lfü.-ahi o
mos vi~to él ob,·a d o-; prel fl ndi<los funda-
que dii Jesus C.hrislo a S. Pedro, e na pessoa d 1 elle
aos papas seus successores. Aqui estão os direitos do dores da religião no vn; elles núo te~m
papa. o•aqul dimanam os seos poderes. Negas estes sido tão t-enaze-,. Ent1·e1 a nto não se pode
J)Oderes? Mas se os m·gas, não crês no qne Deus .dis- explicar t.cnth, pol' 11111a de-; tas tre.s ma-
se. E então como te dizes christão? Como se pode neircls a conduc·ta do'\ Apo!-> lolo.-;; e se to-
ser christão sem acreditar na palavra de Jesus Cbristo?
J)izes que pertences a Jesus Cbristo, e n5o és mais
da :- a:, tres :,;10 ri~i\'el,nente impot,siveis é
que uni_ inimigo dellc. Julgas seguir a sua religião, e preciso por força 1·cc·onhecer c1ue elJes
nao fazes roais do que protestar contra ella, elo que foram ~uscitu<l us e .smlt•ntados p or Deus.
anigaiUa!-a pelos s.eus fundamentos. • ·' Ora, confes~ar i~to, ou confessa r a verda-

~
JE]PJ83JL
«l (O IB rn ma~~ ll à~ lJ ~ m©o
A - 6+.&iMBtA iW.. -C~"'~ ·it::

de <la Heligião Cbt•islan é a mesma coisa, gnlé.s o que penc;a de., tes :-i rrasoado~. e elle
para quem discorre. eucontrnrà nellés l.inln m ateria pit ra n
Todas as Religioens ou seitas separa- crilica, como um homem pre venido ou
das do tronco da Egrejn Catbolil·a, se con·on1piclo a en <'ontrn nas provas d'uma
teem levantadtl e su,tcnta<lo pela protec- t1cligião que concl cmnn os seus ricios.
<;ão dot- g n1ndes ou pelai, paixoens dopo- A nnlure!-a das provas deve occessa-
vo; a Heligiào de J esus Christo e levou-se :iamente ser confol'me à nat11resa d" ,·er-
contra o poder dos g1·andl!,; e as paixocns da<le cine i-e procura. Pc<lil', para r.rêr a
do poro. A differeuc;a é immeosa. Religiüo, prova3 <lo genero daq11ella!, que
Tudo muda sobrn a terra; só a Lei demomtram as ~·el'dc1des matbcmatica.s~
de Dens pennanc<·e immutave1. Vede, é tiio deséll'rasoaclo l'Omo app li~:a1· uma
depois sómente de> estabelecimento do regra de rooral ao calculo da volta ele um
Chri~tian ismo, quanto~· governus, sobre cometa.
toda a ~upedkie da terra, leem . succe- O ignorante püde fazei' tantas ol,jcc-
dido aos que os prere<lerarn; suas fórmas, ,~oens con tra a rntac-ão da terra ao rc<l(H'
seus in\cre.. ses, seu ... princípios, suas re- ;lo sol como contra; verdade da Hevela-
laçoens, tn<lo mudnu, tud o mudarà ain- çào divina. E <'nlrrtanto pnrn qnc ac-
da. Só o governo da Egreja, c,;tahelecido CE>ita uma ~cm difiiculdade e regeita.a ou-
por Deus, tem sobreri,·ido, e ,;obre,•h'erà tra sem rnai.s ra~ào? Porque a pri meira
até o falJ'l do mundo a tudas C!llas vicissi- é muito inuiOcrcnle ás SllilS paixocn:i e á
tudes. Considerado na parle espiritual, outra o obrigaria n renuncii,-las.
é inda no dia d 'hoje o que fo i no seu pri- Tc\'e logclr 11., aldeia de S. .foques,
meiro dia. P io IX é o surce:,,;or legitimo mnitü perto da in!>tit11íç:-i i> real do... Sur-
de S. Ped,·o, c1)m o mc.,mo titulo, corn dos-Mudos, uma \'io lenta expl osaõ de gaz,
as mesmas condicoen,-., com 0!-1 mesmos acompanhada d\1111a <letonac;ào fol'mi <la-
encargos, com o ,;1e,, mo puder que aquel- vel cujo c:.trontlo se fez ouvi,· até àistan-
le a quern Jesus Ch ri-.tu disse: « Tu és <·ias muito alongadus. \"alerio não acre-
pedra, e sobre esta pedra fundarei a mi- ditou e!lta no ti eia, e para se assegurar
nha Egreja, contra a <JUul n11ocn pl'eva- deJla fvi con .. ult.ir o.s alumnos desla casa
Jecerão as porttt ... do inforno. » E as leis, que fora m todos conform ~s em aU1 rmat·
estas ruc1gestos.is l'ai11ha., d.is na çoern.? (JIIC n.rõ Linham OllYido. Logo e) judicioso
tarnhem essas leem :-ido 111ncl.1da~ igual- Vlderio concluiu q11e eslc grande nrruido
mente; não r~tam de pé se não aqu ellas era nma d1imern, e toclo o que podiaol
cujo pe rfeito occorclo roin a l~·i de Oeus dizer-lh e aquelles que, tendo ouvidos,
podi:.i dispensai' w; lioruen· d,· ª·" in:icre- tinham p11dido ouvir, foi in util pnra o
verem nos ~eu"i codigo,;, so n:"io fo:,,:-.e ne- dese nga11ur. H1de!>-V{ls <l,1 !,impl1cidade e
ce!-sario dar-lhei.. dc,de csle muncl1) 11wa ob,tin ac:aô cle \ aleriú ! cn,1s obscnai, a
sancção que as lb,es,e rt!:,,pcitar do:, per- vú:.:-.a (•ondrn·tu e i<leutil'am ente a mc~ma
versos. Pai tid os politi<.: 11:,,, M.'Ítas rc·ligio- quando , ó, regeitues a Hcligiaõ pela auc-
sa~, opi n ioens di, ,·,-.sa .!-, 111do li., egua l m en- tor;d··<lc d,u1ut>llc, qne naõ i.H·<leru conhe-
te mudado; e :-,obre e!1l C im111 en-.o cle,- ce-, i ê j ulga-la m~lhor <lo (Jlle os su1·-
troço de tudo o ciue foi. uma :-ó Vl' l'<lade dos-mu<lo.!, poue111 ouvir o arruido da
fica imrnuta vcl e triunf.1nle: lleritas Do- cxplo~nõ,
min i manet in mtcrnum. Bn mil e oito<·~nlos ann os que n /ilo-
As provas da íleligião tcflm mais ou sopa pro cura , !-Cm deM'étnc;o , a ,·crdade
menos evidencia à propon;àn que t.illas q 11e .Je:,,1b Ch ris to v11io rP\ t' li,, r·ao.!, homens,
se dirigem a um e:.pirilo mais ou menos e gue n-; lic;oeos do muis ~irnples ema
prevenido, a un-1 curnr,f10 mais ou menos cl'a l<lein cn.. inu ao mais simples aldcaõ.
co rrompido. Nào e pois à l'nha ele dare- Dcpoi!, de ter surcc:-.:-ivamente elevado,
sa que :-e de,c atlribuir o pouco olleito de~truidn, propagudo, comba tid o, glori-
que operam. é 111uüa .. vezc!-1, e qua.!,isem- ficado, vi lipendjado mil e mil sy:.temas
pre, ao c:.tado moral daqu clle que ns es- cli,·ersos, clla està inda no dia de boje no
tuda. \'os i-ois um homem bonrado, e ~ell ponto de partida . . . lma procura!
acbaes muito condudenle!'l as rasoensque Pobre ftlosofia ! ningueU\ te pó<.l e accusa r ·
provam que o roubo é um crime. Per- de .fülta de pacieocia e de corngcm; tal-
guntae a um velho habituado à vida dos '1CZ p.or isso criercces~es alguma bencvo ...

~
JBJPJB1f,
lencia se acima de todos estese!-fo rços es- Espanta m-se do g rande nurnero d'in-
tereis se naõ visse domi nnr o teu orgu- cred ulos q ue encer ra a sociedade ; e .e u,
lh o excitn<l o pelo1i lo11rn re.: daq11elles{) ue. pelo passo em que 1.•aõ as coisas, espan-
!'-atisfoitos com ns tua5 vi~tas e-;pera m com- to-me pelo con trario d e qu e não hajam
moda mente , n ' uru esq neeimen lo com- m 11i tos mab. Eu dirijo- me ao pl'imeiro
pleto de todo o deve r, q ue O"i ten.s doc- que ~1em e interrogo-o. Eis--aqui justa:..
tores haja m unan i.ment e eoncordado e íi- mente Lel io que se gaba da sua incredu-
trc si pa1·a lh es mo~trar o fl ue devem crêr lid,1de; bem ! Lcli o sente mo- nos um mo-
e faze r. A tua in.1potencia é o que os en- meolo, e con ve r.~emos. Dize i-me o que
canta, e l u t oma" as ~nac; homenage ns a sa beis de c11ntrario à verdade da Religiaõ.
i;ério! tu naõ é:,di ffici l ou tu es be mlo uct,. Vossos paes , eu o suppo nbo ao menos,
A Religiaõ Ca th olica coni-idera<la nos obedeeen <lo a u m resto do costum e ain-
se us dogm~.(;, é :.ubli me : cadeia c:uysterio- da bastant e geral, fizeram-vos co mungat·
sa qu e li ga o Ccu co m a terra; sancç,H1 :l pri m eira vezP-Sim, ce rta rneate. -

ioaba lavel de todo-; os nossos devere"; e Até all i, naõ tin he is ouvido fu llat' de Rc-
como tal, punbo r ~eguro da pro~peddade ligiaõ sennõ mu ito pouco, e muitas vézes
dos iin pe ri os e da fe licid:icle dos home1is; mais cm mal do q ue em bem , por vossos
o,·jgein eter11a <lê toda :t gra ndesa e de paes qnc deJl a n,1õ ~abem nem dc lla po-
_toda a bell e~a, ella eleva a nossa a lma, d em su ber mais do q ue vós ~abeis ago-
en nol>rece nos~a na turei-a; ella d1vini.~a. ra. -J:;so é bem vcrdade.-Antes, da vos-
por as!-iim dizE> I', todos os nossos pe nsa- sa primeira comrnu nb aõ as-,i:--frsles aos
mentn"i e todo o nosso ser. Um pa leta ca th eciscrros da vos:;a parochia r-Sem
que a hla-;fe ma sem a conh ece r, só pMq ue dnvida .-:VJas o ca tequista nJÕ podia ne-
a ouviu bh\:--femar e qu er fazer como 0 11 - ces~a riam~n te d ize r-vlls mmsdo yoe oquil-
tr(ls , nc1õ :.a be i~to; muitas vezes proc ura- lo que a fraquesa da vossa eclade podia
is in Ltilment e fa zer-lh e eo mprehende1:; com prelt ender. Te r-vos~liiri clle explica-
trabalha r em ajuntar algumas misera ve is . do os dogmas da Fé, m.1s sem tratar de
,1uantia-., entre ter-~e a lgu mas tri~tes h o- vo-los provar; ,·o~ naõ compreh cnderieis
ras, m orrer depois e bir saciar os ver- nada disso; fall ar-'VO'-- hia das virtudes
m es co m sll a ca rn e; eis-aq ui toda a su a christa ns; procura ria faze r-vo- las amar ,
sciencia, tod os os ~ens desej os, todas as e inspira 1·-vos a re1-olu c;:aõ de as praticar;
suas esperanças. Mas fazei-a enca rar, nes- e faze r nascer em VÔ!i o ., mor de Deus e o
te ponto de vista , a um filosofo instruido recúohecime nto q ue lhe deveis por seus
que naõ tem feito d ivorcio completo co m beneHcios; é pois 1-.lo o mni:- que elle po-
a rasaõ, elle a applaud iru e adora r-à. Nao dia fc1zer por vós nesta época da vossa vi-
ºacrediteis comtudo que fica rend ido: a ela ?-Tudo o q ue dizeis é exacto. -Vias
sua alma orgulbúsa tem muitos outros
isto q ue cntao bastn vn n aõ hasta sempre.
pem.lme.ntos; n aõ , cll e naõ $e rend eu ;
porque lhe é preciso entaõ vir aos nos- Vejamos se tendes n prendido mais no
sos tem plos e achar-se a bi co nfu ndido cnnw do~ vo~sos estud os .. Lelio, vos so is
cnm cs:-as boas til ru as q ue levara m as suas um erud ito, eu o :;ei e vos fe licito pot· is-
espc<:ulaçoe ns mais alto, e q ue, devota- sn; mas se-lo-heis ig11almc nte na scion-
mente ajoelbadas, o.ram com fe rvo r a cia da Religiaõ ?-- ~<'.>:- tinb a mos no col-
Aquel le a qu em elln-; se alegram em clrn- l<~gio um capell aô q ue nos fozia uma ins•
.mar o bom Deus. Uma tal co mpanbia o ln1 cçaô pot· ~e innna. -Era pouco no nÍeio
d eshon rava; elle na_õ é feito para crêr o da-. distrn cçoe nc; dos vos:-11-; ou tros estudo:-;
que crêe m os ignoran tes, pa ra praticar o mas em fim , ap roveita:.teq-vos della·? me-
que ell es pratica m; para elleé mic.; ter um clitave i:.. nell a \> núõa esquecieis um quar-
Deus à parle, u m Deus que naõ reconhe- to d' hora depois, se m que ning uem vo-
ça por seus fil hos se naõ os sa bio!S e que la viel'>se lcu1bra r pelo e-,paço d'oito dias-
r egeite todos os qu e naõ leem senaQ u m Eu d evo con vir que nem eu nem os ou-
corac;aõ para o a mar; ti ca rà pois só ern lros lh e <lavamos gra nde nttençaõ.-E
sua cas~ , e se naõ ba nada de melhor a vosi,os outros Oles tres, longe de fo rtificar
faze r, co rnporú para sua maior gloria . . . es~a lic;aõ pelos seus bons cünselhos e exe m-
um discurso muito eloquente cm fa vo r plo~, naô vo-l·os davam elles contrnrios?
da egualdélde do~ homens. _( Continría. )

•---
~
JE]PJ83JL
w w

Da Lerra o pàr mals ditoso,

ê ~!tt ~~ ~.it«f.
Gloria l n e"eeltJls Deo J •• •
Jà pl'cstes so encaminhou:
Mas vago 3::,} lo não tendo,
Aos soborbios se acolhemlo,
I. N'um presepe se alojou.
N.is collinas tle nelhlem E n'esse outro que aos armcntos
Cólhe as Oores, Trovador, Oe aposenl o I hes servio,
Que hão-de ornar teu alaúde Nem offlicções, nem tormentos,
ho nascer do RedcmpLor.
A \' irgem l'ura curlio.
E tl 'ouro pondo-lhe as cordas, Sobre os lin~os que trazia,
E magos sons a extr:ihir, N'alla ooilc d'esse dia,
D'loceoso e mirra o perfuma Em que alll se recolheu,
;\ntes d'um hymno se ouvir. o Jlessias 1>romettido,
Que ha o mundo redemido,
Roga ao Nume portentoso 'fiio pobrcmcnle nasceu! ! •.•
Que por seu allo poder
'!'e inspire cantos divinos, 1\ ,
P'ra que ouvido possas ser.
Folgou lcJa a Natureza
Silencio demanda às turbas, Do ned<'mptor ao o.iseer,
Silencio à terra o ao mar; E a aurora mais primorosa
Pois é santo e mui sublime Sorrio-se d'ollo prazer t
O assumplo que vaes cantar.
1.i1 n:is faix:is ,Jo horisonle
n.
ncnasceu ligeiro o só!,
E tu, Dethlem ·ditos:i, conta aos homens Dour :mdo as nmens de praia·
Toa gloria qual 6 1 No 111ais brilhante arreból I
Dize qué do Messias sendo a Patrfo,
AO Cbristào das-lho fê ! O:ls selvas os brotos fé ros
Surgirão elos seus covi.s ,
Conta nos grandes do terrn, à vil soberba,
Qoaes ovelhas, se mostrando
onde foi que nasceu
Do Rei Universal o caro Filho, N'csse tlia t6o feliz!
Que à serpente venceu ! ,\ planta eslcril oulr'ora
Lembra da Natureza o regosijn, Jà fecunda p1·oduzlo;
E a gr11ta com moção, E a nor no calix fechada
Que do Verbo Encarnado o natalicio 'folia formosa se al>r io !
Traz hoje ao coraçãc !
Corn stos delobros os id'los,
Ensina ao mundo inteiro, ôíerrn Santa, Ao natal Jo neclemptor,
Porque <'Slás a folgar ! Fulminados pelo Eterno,
o increcJulo cynismo aterra e prostra DcsalJarào com frai;or !
Com teo psalruo-dear t
Aterra os Anjos descerão
Ili.
Com dolcisono cantar
~Jandàra Ccsar polente, • De Oeus Filho o natalicio
o Romano Imperador Yindo alegres acclamar !
De todo o Imperio entre a gente,
Sujeita a elle Senhor,
V.
l'roccder ao :irrolameolo Aos pegoreiros velnndo,
Em que seu alistamento
o Anjo São Gabriel,
( Paro cio povo saber)
A buma form:l tomando,
e.ida qual constituldo
Nas pl:micics d'Israel,
No lugar onde nascido,
.t\lli devesse fazer. Como o sol, tão luminoso,
Se lhes 1t1ostra grandioso,
Para o fi m que se ordenava, Vos pastores a tremer,
De Nazareth a Belblem,
A taes visões nunca atreitos,
CiJade que perto estava
Tr:inquilli1.ados os peitos,
Da ingrata Jerusalcm,
ri~aria com seu Esposo, 1':t-lbes a ~O\'"a a saber. ••

~
· ---~------~-
l í .;.-ip-·,
aw:r:arrmr:-m:xme '"-"'-
® (tfmma~ua al~a~m@()
1·~ ~ : 1 : J : : . u . i ! w . : r : : ; ; . s ; . ; w u , . . n $Ld!Cf'.!4W
v
,s:c. ~

Jnformatlos os paslorcs ANNO CHRIST&O.


Do que :icabão de rscutar,
JilNEfllO,
mio 30 Senhor mil louvores,
Lcdos cantos a entoar: 1. 0 ~ >J!. Si;;cu~oA-1''1:11u-Cfrcu mcis5o
E entre lo<.los se ncordando, de N. S. Je~us Chrh,to. -Cerernoni a d os
Das propbcci as trotando. .luclell!; ind 11ida por Moyse~ na ltgi,la<,ào
Chegado veado o pon•ir, dos Uebreus , e ordenada por ])l'!11s a Abra-
nm que o ~Iessias querido ha m. S. Agos tinho ~u~ ten tou, que a cir-
Devia alli ser nascido, cumcisào, elücaz co n10 o Srwra mento do
P'ra adorai-o vão parlic. füip ti!-mO, na Lei d a G rac;a. perdoava o
YJ. peccado origina l n a Antiga Lei, ~euclo
operada nos varóes ao oitélvo d ia depois
Povos da terra, curvai-vo9, do nabcime nto. E,,, ta opio iilo abraçara m-
Que e nascido o llcdcmptor I
oa muitos Sa ut os, ,e <l(1ut0re, da Egreja.
Ide todos adorai-o
S. Thamaz porem co m ioonmeraveis
com c.levoção e amor !
tbeolo~os, di7. que a Cil'<·um t•i!',ào não fo ra
Ao so~l' da meia noite. i nstitn id::i para ren1e>d ia r o pecl'ado o rigi-
no gallo ao meigo cantar, na l. Melhor t'unda<lo ~u,ten ta-~e 1. 0 no
O Messias promettido
Veio o mando resgatar! . a <·1rc
a pena:- men<'10nu '·-
silent'io <lo Gene ... i-. ( e. 17. v. 10 ), que
. urn c11-ao <'O rn ú um
sigon l de all iarH:a en tre Deus e a po~teri-
l'obrcmentc n'cssa lapa
Qulz scu1 fausto 30 mundo vir, dade de AbréJh:nn. 1 ." em S. Pau lo (ad
Para a hun;ilclndc ensinando Rom. e. á v. 0 l i) que ensina, que Abra-
A soberba confundir : ham rec:ebe ra a Cirl'uo c:isão corno ~ell o da
j u~ti~a, q ue :-rnle!õ pra ticàrn, 3. º na opinião
Povos ela lorra , c11rvai·9oll, de Lodosº" SS. P P. anleriol'es :l S. Agos-
Que e nascido o Redcmplor I tin ho. qu e eMn tr.11·ia t, d'este e idcntica à
Ide todos adoral-o d e S. Tho,iH.w. ú º po r i,.:o q ue o .peccado
Com devoção e amor !. • . origina l é co rra m 11n, ao:1do i~~exo!óõ; a bon-
.2t1 de Dczeru IJro dade e sabedo ri a de Deu-; op punha-se a
lh: 'l 85'1. J . <le C. E.
que o h omem fo~:,e t•xceptuad o, pelo pac-
Lo da circu meisão e a mulh er progrecfüse
na t:u lpa original.
A co mmen1o ração po rem, d 'estc dia
allude pri11cip.a lm1m tc a circ:11 mrisiio de
N. S. J e~n,-Chri. . t u, que, em li a r monia
Fides ct men~a1D dt> ligni~ selim •• . Qna. C'OJD as i-ua~ pa 1., \'r'as po .. te riore~, não que-
tH quoque círculos nur~o~ prcJ}arabls ut
rulltantur ne1:.te~ percos. , . E\ poncs super reoclo dest rn ir , ma . . cu m p l'i r n lei, ~t1 l)ll1et-
men~nm panes propósltioob lo coosr,cctu teu-:,c a cl la, e reecl>e.u-a co \o os ou tros
rneo seruper. men inos.
Como Deus a faUar contiou:isse Crê-ie gc ral men lc que c:. ta toca nte ce-
Ao chefe dos helJrcus. Lambem lhe disse: remonia d o primeiro ~acriít<' io do Liber-
Que, apenas 'a arca soota construisse ,
<< tad or d o!>"\o me rhse pas..itra e m Belh lem
Dos pães n rica mesa fal>rlcassc : '( casa do pão) onde o di vi11 0 t·ircum<.' iso
Depois argolas d 'oiro lhe pregasse,
rece beu o nome de-Jesus- ( Salvn<lor)
For onde yaraes quatro inlrodusisse,
como fôra anu unciaclo pelo Anjo. anles
A firo de que sem custo a con<lusisse,
qu e o Verbo enca rnasse no seio da S. S.
Quando o povo seu campo le,•antasse. )) Virge m.
2. TEnÇA-FmRA- Oictava de S. Estevào
Mandou- l he finalmente-que tivesse
Proto-Ma 1ty r .
Tambem copos e taças d'oiro fi no,
Em qúe as blfortas ao Senhor fiscssc.
3. QuARTA-1".EJRA-Oictava de S. J,oão
Apo~tolo.
n que um ruiuistro, do seu culto <l ino, ú. QmNTA·FBmA. - Üictarn dos Sa ntos
Na sacra mesa o~ tlose pães poscsse, • e lnn orcn tcs martires:
Ma~ sempre mt presença cio Divino.
Vieira.
5. SmttA.-FEIM-\1e~pera ou vigília da
(Extv> Epiphania do .Senhor. _
ô. S.1nB.\oo-Epiph ania, ou Vulgar- s e por Yenlura furem bem dirigido~,
mente a-Fe~la tl6s Rt!is-A adol'açaõ dos julgo esc usad o chnmar a illu~trada nt-
Magos, o Baptismo <le .J. C. por S. Joaõ, tenc;:,,õ de V. Ex. 1i.11·a a necessitlade de
o seu primeiro milagre nas nupcias de serem os mb!-ionarios, por cuja eunta
Canaan, em Galilêa, ~am lres m p,ler1os
tem de conc1· a ardna o delicacla rnrefa
que a Egreja celebra nn mesmo dia. Os
Orienlaes dam u apellido de-Afagos - de catcqui!-ta cbri~tão, pessoas capazes
aos · seus doulol'cs. Na P.cr:,ia lambem para ess:l instrnc<;aõ e n1orali<ladc •.
à~sim denominam os seus sarcedotc :-. A Contlu c1 c!o minunicando a V. Ex.
Egreja d~ n estes tres homens illuslrcs o pan, seu conhecimento, que ne~ta data,
nome de-flei,-fündada nas palavras e por iuiermedio da cnsa commcrcial da
de David- Os a·eis de Tharia .... reid Viuva <lc Jooõ ela Horha Santos e Filhos~
<la Arabia o de Sabá vieram offerecer- mandei pôr n d.isposiçaõ de V. Ex. para
Lho presentes ccn !--ignal de sua \lenera- ser adia ntada aos mi:,sionario~, a quantia
c:aõ, fidelidade, e obedieol'Ía. 1)Os no-
de cento e vinte mil riés fortes; bern
,,os Ol'ientacs escolhiam filosofos para
reis, e taes eram os cn~amir.bados pel.1 como fornecer aos mesmos os aecessanos
Estrella à Cidade de Jerusalem . . M-ara- meios de transporte.
-vilba f.crá s~ t)S nos~os le itores nos ap ou- Pa·eva l<'çó-mc da opportunidade para
tar um s<'> homem educado no Clui!'t tia- rcnorn1· ;\ V. Ex. a scg1mrnc,a da minha
nismo, que llrns naõ relira os epysodios profunda estima e distincta considc- ·
d'ei,ta adorac;aõ. raçaõ.
7. D m HXGA- Depois ela oitava, e pri- De,>~ guarde a V. Ex. Palacio do
meira depois da Epipuanio. governo do llaranb.,õ 2 de novemuro de
1856 -Illcn. e Exm. 81'. conselheiro
Antonio Peregrino ~lociel Monteiro,
<tlDT.a(li)~U<na U\!lilaU<llll®~ O. Q
enviado extraordinario e ministro pleni-
Illm. e Exm. Sr. -A<'hando-se nea-
poteoriArio elo Brazil el.Il Portugal.-
<las ne~ta pro\'iocia algumas colonias ou
Eclua,·do OL:',npio ilfaclwdo.
missões do indios e tendo-se de crear
outras, e havendo falta de missionarios, Por.TUG.\t.-No doniingo 22 de ouc-
:, cujo :1.elo e caridade se <.·oru rneta a lubro teve lugar a solemo e inauguraçaõ
<lirecc;ào dellas, rogo a V. Ex.e. o obze- da igreja parncbin I de S. Juliaô (j1mto
<Juio ele contrntal' nesse paiz, onde tão ao largo do Pelourinho ), incendiada em
dignamente reprci-cnta o nosso. sei::i reli- 1821 e reedifi cada 33 .moos depc,i:-.
giosos Egre11sos, úll padres, que se quri-
E' uma das mais bellas da <:idade baixa.
rão prestai' ú i.emelhante tnd.>allrn, o
qnal, sem duvid.a nenb11rna, comtilue As.. istirnõ na triuuna SS. MM. o regente,
uma das mab bellas e clcvudas func<;ões el-r~i rnonor,S.A.R. olnfanteD. L11iz,
<lo sacc rdocio chrb.tào. e o c<1 r<l eal Putl'iarcha.
Da inclusa <·opia do regulam ento, Muita gente grada bá\lia coocoPri<lo
pelo qual .. cr,1Õ rngida . . a-; colenia:-, vet·a espec1al,nentc para ouvir o padre Ma-
V. Exc. quaes as u~rigações e vanta ge ns, Jhaõ, natural de Obi<los, ô melhor pré-
que compelem aos mis:,.ionrtriós, cum- gador de Portugal, <·uja eoergi,.t de argu-
prindo-me ucc·rescenlar, que os lugares, mentos, rnnvida<le de e:.tylo e voz enran-
em que se athaõ ellas situadas, "ªõ ex-
laõ o auditorio. A propria Gg1.Jra do pa-
cellenlcs, tauto pela s~ia for1ilida<le e
salubridade, como pela po~ic.;aõ a mar- dre Malhaõ é eminentemente evangelica,
gem de rios nnvrgaveis, e qu e naõ se e o Patriarcha Oé3Õ lhe poupou os elo-
corre o menor: perigo, visto como, alem gios no 6m da pratica eloquente, pe-
do auxilio da força de linha, a maior di~do-lbe encarecidameote qlie mais a
pMlc dos índio$ ou 5ão poucu domesti- miu<lo viesse à capital fazer uso elo seu
cados, ou de i'ldole pacifica, docjl apre- n obre Lalento.
parar-se á vida social.
. Devendo e!,ta província colher gran-
Maranhão, Ty p. de .,. e . ili . tia e. Tol"res= rua dos
dés vantagens de taes estabelecimentos, Barbeiros 11. 8,=anr10 etc 18&t,

...~
_. -~- ,-· ... -
ANNOI Segunda-feira 8 de Janeiro de 1855. N. º 36.

OCHRISTIANISMO.
1'1\f.ÇO D.\ SUOSCfl lPÇA'O. X
l'o1· um a11110 .•••••••• 8~000. t.g
... .
,,ogo :r.il,ianta<1o
l • sris uwr.,·~ •...•..t,s;,oo. V
• 1,.~z mczc, ....... ~!;3011.
,Hnls•,s............ ... S~40. W
A

J\
i\011 1·e11I rmirnt,$ ptNlcre st(( s~l111r,·,·.
!:\. l,m·. e. 9 . 1. 56.
~~~~~.!:WWW'
~~-~~·~-~........,~
~ --~-~~cgz·~~~
--~--~-•:·~~·~~·~-~·~~~~==~~~~·~~
-~-~=~
--~•:-~-*'!~---~ ~ ~
OCHRISTIANISMO. acompnnha os :;oi dados q 11e marcham
pas·a a guerra, l'Cclohra seu a rd or, e for-
--:e::,êcxm mex.
ti flca ~na t·or::1 gc' m. Ora Hl i."lo acontece
A MISERiCORDiA DE DEUS. n:i::; cous;1s l1t1manas, o que não de verá
se!' tp1ando emprehenderuos a nossa sa l-
(Contimiarüo do 11. 3ll.)
va<Jio '.l Aqui m11ito mais; porque niio so
O homem, scgun<lo o pcnsal' de S. é para nó:.,, soldnclos de Jesus Cb rbto, uma
Bernardo não pode viver no mundo ,·ida de a.,rnJ10 , e pele.ia~, onrlc não se a l-
sem que lenlia con"iolaçõe~; e se niio é na can<;a viclo ria ~c n5o depois de qua"e so-
virtu de, sustentado po r alguma doçura, hre-llumc.1 nos ex for<iO:-.; cnuw ta m bc [11
com grande diilicu ldade poderà re~i~tir porque a ei-pnança <lo succci,so nos é or-
ao con~trangimcnlo que d'este ella exige. denada, C<imo uma pr Ppa rac;iio es:,encial
É verdade, que este constrangimento, e para là cl.1 ... ga rmos. E na Ycrda<le, se ha
os. mesmos rigore:,; <la penitencia, nada empresas hurmrnas, ciue fa ham e enga-
sa rn para aquclle queanw, e~pcra, e go- nam a e:; pcrar1CJa, e on<le a co11Gn nça no
~a touos os prase res que a virncidade do succe!'ISO é inutil. outro tanto J1ào aco nle-
amo l', e a ternura da confiança pode dar- {'C, q11artdl> es:;a c1_npresa, e &ob re a no.:-sa
Jhe; mas para o que tem um cornçào salvaç,io.
ate rrado, e nm amor tímido, que não Acsperan<~a é uma condiç5o, 11111 meio
con bece a <lnrura que ha cm nos confiar- doi,; uwi~ elli<'r1~es para opcn'II' a no:;sa sal-
mos a Deus, a\ ;"! es::.e é dig no de com- ,·n(;ão. Nà1.> foi em vão que o Apostolo,
paixão! porque o sc11 e~tadn é o mn is fa llando ao., Boi:nanos dh-se-Spe satvi
acabrunhador que imaginar-se pode, e a (acti summ-e a c.~pe1·anr:a q111: nos salv-a.
ma peniten<'ia insuportuvcl. As-,im mui-
tas vesés vemos d 'essas a lma ... 1ue a tris- O qlle i;crá do co ra<:ào timido, que
para fnl'él de i-ib anio a e, perança? ~erà
tesa rôe, e que ú escrupulo dcvol'a, pro -
trn 1 soldado cobardf> , que jà meio fenci-
curar cedo ou tarde na dissipac:;ào dos
do, porqnt> tem e de u ser, fugirà diante
pra~ercs, e na sali:,façãu dus sen tidos,
uma sa tü;fação, que oüo tinham podido <lo inimigo, jnlgél nd.~1-,e ~ema ..ia~lo frnc.o
para oppo r-l be re!-,1.,tenc1a. Sera scnu-
e ncon trar na pieda<le, porque nã o a ti-
lh antc a esses L,ra elitas cle1,1 linad os, em
nham conhec·iclo senãu pela sua austeri-
sua habit a<;ào no <le~e rto, à se l' :r fignra
dcide, e terror que lhes causa\7a l !
do povo chri:-.taõ, e que por t'>Ua funesta
Não é só b to: este temôr de que fal-
lamos, nfw só arrasta ao desa lento, mas
pu'-ilanimida<le, foram a d'aq11elles que
ate mesmo o produz pela fraquesa, que o tenrnr sepulta no desa nimo. Ora se
amedrn111avam com o ou\· ir a voz dP. Deus
causa n'aquelle qoc experimenta ou pas.-
cuj~1 i,,orn naõ podiam ~11pporlar; ora dcs-
sa por 11m ta l c~t'ado. Nas crnpresasord1-
comçoava n.1 a vi:-.la d,h folange~ aguerri-
n arint,, a con fianc;a f~z parte dos meics
das' c,,ntra q•1cm tinham t't combater.
que se em pr ega parn o bom exito, ao
m enos, fuz nas~er a col'agem, e uma no- O'e:i te mücfo, e que essas al,mas de-
va força. Os :;oldadus tímidos, sam meio masiacfamente te moratas, tomadas cobar-
vencidos; ao passo que a confi.anç_a que des peb sua limidei, atorcloacn-~c j,\ com

~
JE]PJ83JL
- - +
1
AJi2L w 22412-

os obstacul os ela ,frtu<lc, e já eom a se-


LUIWF W4i

todoi; os ab:1urdos que eobrigado a nccei...



''eridaue dos Jnfaos d e Deus, sucemnbio- tar o fi'tosofo incredulo, convence11- se-ha
do no pesn que suppoem superior as suas facilmente de que a sua increduüclade e ..
.
forras . '1'. bem mais 61La do desespero do que da

-eoe- l Continuc1)
PENSAMENTOS SOBRE A RELlGlÃ~.
co m·icçaõ. Dominado por seu orgulho, o
<le!->graçado quer antes <lt' ixa r ir tudo do
que confe.~~;;) r o se u erro: ó bem infeliz,
mas bem cul,,avel.
( Cvnlinunçilo do n. 0 35.) Se cu vos cito sabio:-; illnslres que,
Nunca se alre\'e ram a proferi1· algumas depois d'ha ve r es tudado bem e aprofun-
palavras ern menospreso da lei de Deus, dado as provas d11 Rt>ligiào, a acredita-
algumas mofas, alguns elogio:, a auo tores 1·am e pratica ram: vós me citaes outros
couhe,·idos por sna impiedade, algumas ~abios que não quizeram Cl'ê-la, e obri-
citaçoe ns de suas obras qu e tinbam e por gados como estaes d e concluir em vosso
forc;a haviam de tct' por fün eufraquecer, fav o1· dizei.; atr·e,·idamcnte quea recipro-
arrninar inteiramente em vosso e:.pirito a cidade de:-: troe toda a van tugem que DÓ3
confi.,r,ça que poderíeis haver tido em qu eremos ti r~r d e~la pront. Eu lrotan to
vosso ca pellaõ ?-Sou obriga<lo a confes- ha abi uma con, id •raçaõ que vos esque-
sa r que ai1si m acon tecia muitas vezes.- ce. que é que o:- no:.bO" e-. taõ decididos
De sorte que teudes ap rendido todas as con tra tod o o inr ere~~e hum ano e pre-
outras sriencias, e que, a respeito d esta sente, e O!" vosi-o:- e,taô dPcididos a favot•
d" Religiaõ , longe de a estuda r rns ten- do me~mo inte!'e1<:-e. · Ou eu nie enga no
desconliouameotedesviado d ella :>- Ten- beru o•J e'-la im men ...a differeoça anni-
des tl'açado o quadro Liel dos meusannos quila tv<lo o vos~o arra!-oaclo.
pa:-;.;aclos no co llegio. -As vosiMs paixoens
( D"Exauvillcz).
entretan to fortificavam-se , cresccr,!m;
tornara m-se cada vez mais imperio~as; e
quando entr.,stes no mundo, a sua voz omGE\f Ul:\iEDlA TA 00 SOCIALLSMO.
possa nte, o exemplo clu, outros, a falta
absoluta <l'um freio capaz de se lhe!, op- Tudo o homem que ama a ve rdade
pôr. vos persuad iram facilmente a obe- deve tt"1' a t'erteza de a n5o enco ntra r '
1
d ece r-lh e,; foi en tão <fU e altame nte vos n'acJltelle., (file foge m cl'f'llél e qiie naõ se'
hav(1is decla rado iocredulo ? \1a ~ livre di,tingtJE'íD <•ntre ~i :..ennõ na forma d'a-
então do emba 1·aço do!, ,·o.!!sO.s e. ,tudos, borrecel-a e combatei-a.
haveis querido ao menos obrar como ho- Em vão i,e bn~cn a filosofia onde naõ
mem rosoavel, e conbeC'er o qno as:-im exi,te a YPrdade; e cli ...corrcnd o os refor-
rcgeitassc i,;cm exame P E:,,tudaste!-1 enraõ madores <lo mundo europe u a taro gra n-
a Rc ligiaõ ?-De nenhum a sorte : ti ve d ,·s di:-tun,•fas uns dos o utros, cni vaõ se
d'eotrega r-me inteiramente aos estudos h11" .;arà lambt: m ena Mias theorias a filo-
especiaes nm!essario,; para o ge11ero de ~o fia drn, goverooli. cupazes de propor-
,·i<l.t qnc queria exercer.-E quando ler- r iona l' o be m, o bem de todo~ os bens,
mi nastés esses estudo-. e~peciac!, repara'i- q nc é a pa-i e a vil'tude em todas as cl ns--
les o tem po perdido P Havei:- pr<wuraclo se1, da so<·iedJdc.
<lar r asào a ,·ós lllCMDO da VOS!-ia incredu- Ningueru desconbe<·e as differenças
lidade, e:-.tudando a Religião não só nas e...:-euC'ia e:- que !-iCpara r am o~ muitos e di-
o bras dos scw; inimigos, mns ignalmenle versos partidos de:-de o momento ('1) em
oa<s de seus <lellimsorcs ?-Tão pouco: O que Satanaz parece lrr rompido a tripli~
exercicio elo meu e~tt,clo reclamou todo eada cadea que o retinha no inferno; para
o tempo. -Que sabeis vós poi!I <lc Reli- inaugurai· o :,,eu reinado :,.obre a terra.
gião ?-Nada; i,o u obrigado a confes5a-lo. Em França em ~$panha em P1 ,rtugal, na
E entrelaolo, ó Lelio, vós a contestais! e ltal,a, na Aleinnnha, appa l'ece,·am uma
dize is-vos conven cido de que é falsa! eu multidaõ d'ap l)~tolos da civilii,açào, que
svos lamen to ! eu lamtinlo todos aquclles adoptaudo u1JJ aovo projecto, e pregando
que vos i mitam ! urna doutrina particular, cada um arro-
Todo ac1uellc que possue a precisa
instrucçaõ e. discernimento para julgar de {1) f allnmos do anuo <fo 1790.
*'
gou a si o direi lo de evangelizar a seu mú-
wmiw,-~qç A EMxst-4~

te dus povos, forme uma..parte principa-



do a renovaçaõ de todas as eousas. lis~ima, talvez exclusi ,•a na morali:,;ac;aõ
A historia dos sessenta on setenta ul- dos go\•ernos e dos governados; e eis-aqui
timas annos, e onde o espirito ohse1•va- éondcmnada a filo!-ofia ímpia pelos factos
dor encontra rcsoh•1dos os problemas do e opiniaõ publica, e naõ !'lO condemnada
égoismo e.da ambiçaõ, acobertados com por suas conseq11encias, mas lambem por
o nome de nlosufia. se us prineipios e fundarrientos de seus
.Jà abalizado,; escriplores vingaram a sistemas, sem exceptrn1r um so <l o quan-
l'ercJadeira f1losofta do borraõ feio e as- tos se leem represenlado na Europa.
queroso coin que a t~m pro~ul'adu man- Tomem nota disto os homens sensa-
char essa multidaõ de seitas ímmoraes e tos, e para naõ se rem mais enganndos
irreflectidas, e se hoje nos lembramos de para o futuro nunca csque<;am que a
suas lutas e contendas, é só porque esta marcba da verda<lefra íilo:.o(ia <leve set·
oppo&içaõ entre os reformadores é oca- nobre, franca, hal'monio1,a , cheia de vi-
racter mais decisivo da faL~idade de suas gor e magestade, porque tem por base a
maximas, e a prova mais concludente da mesma verdade, que é eterna, e faltando
nullidade de seus.sistemas de rêformas. segnndo o nosso pen ~a manto porque o
É certo que a experien ria já tem pro- se u fundo é a realidade da intdligcncia
Vldo muito em defew da humanidade, infinita.
seduzida e enganada pel ob partidarios d a E:-capou esta <'onsideraçaõ ta_m sim ...
reforma politica e religi osa ; é verdade pies aos filosofas reformista.., 1 cuja pru-
que com difi culdade ~e acua um homem dent:ia o 1-aber tanto se aplaudiu em seus
de fino juiso em toda a europa, que!'leoaõ ru elh orcs dias (1 ): e em seu designio <le
rin de despreso quando os farsantes das subl> tituir :10 Christi.lni~mo principjos
escolas reformi. . tas, cujos ensnios uaq tem alheios a sua dou~rina, nem se quer sou-
tido outros r esultados se naõ rniscrfa s e bernm imitar a unida<le, n concordia e
desgrac,:as, pedem para occapar os go- aquelle caract~r de verdáde, de que a
vernos e fozar aq uillo que só d'elles i-e me1-1rn., mentira tem querido tirar parti-
pode esperar por virtude e graça de suas do em todos os tempos como unica sPgn-
pnlnvras e promessas: é iadubitavel que rança a da impm,tura. Cubra os d'igno- ~
Voltaire, Rou11seau, Diderot, ~farat, e rninia a sua indiscripçaõ e malignidade;
Robespierre oaõ se podem l'Ítar sem qoc qu ando todos aborrece ram e desacredi-
seja m mal<lítos de todos e em todas as taram a religiaõ, nenhum se poz em in-
partes; assim'como os se us discipulos oc- telligencia com s~nts caman.lc~as para re-
cultam cuidadosamente a sna origem, solverem o q11e 'dariam aos povos em
dissim ulam seus principios e se envergo- Lroco do Ev,Angelho.
nham boje dos absurdo.e: da impiedade CJnanimes rod,)s os reforrni.;ta~ film,o-
<JIIC os aHuciooou em outro tempo, seru ficos nas o peraçocos para d e rrib a r a fé,
poder explicai' n causa <Jue se rviu de devidiram- se puerilmeote quando trac-
p1·etexto para naõ se ntirem logo tanto tararn de fazer fol1ar es"a razaõ que pro-
<lelirio e impostura; mas, de que se rve c~ravtlm restabelecer em seus direitos,
tudo isto? para variai' o caminho, po1·em di:,,per,.ando-se em pequenas fracc;oens,
com o mesmo nl,jecto, com o mesmo Cim afim ele c111e <:ada um fo!'lse por :.ua parte
e com resultados mais fataes que os já fabricar :-.i:-temas supcrficiae~, ~em nexo,
esperimentados até boje. sem corn,i.,tencia e que se destroem por
Setenta annos de ensaios sistematicos sua mesma contrariedade, assim como se
de governo deram tem.po para oh,ervar redicularizam por falta de intellioencia
. o
as novas creaçocns da ambi<;aõ e do es- genu,ma e recta.
pirito orgulhoso, material e conompido. E e... ta a origem do socialismo, que e
tietenta ,moos <le predicas reformadoras hoje o novo caracter que.tomou a refor-
contra Chri8to, contra sua Egreja e seus ma política, para continuar a obra da re-
ministros, prnduziram esses monstros de generação .Europea.
irreligiaõ e de incredulidade contra quem Consumidos os elementos incyclope-
se levanta a imprensa ~rthocloxa de todo dicos sem resultado de utilidade alguqia
o mundo, e pede que a religiaõ tam des-
(1) Isto é, ba lres ou quatro aonos que se levan-
pi e~da antes e eip~lsa ignominosameo- tou i;ontra elles o sistema cowrouoista e,sociafüta. •

~
JE]PJ83JL
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Q,.,..)JIÇ!,.W ... c;&,;fl.:)2.f!C.tm..
® cnw mtl~trll &.\f'J a~w<&o
c:•.;...'t..,.;....a::z& '-~'""t"'IS:•""A ~Jalii.CSC_Jfta _ §__ UiiiliJl!i!!!: #i a ;;;;;ca4 m
• 1
1
para o:~ povo-:; (teht:r1l os Cl\ tes cm rc 11g1-
· . segn n<lo o modo disposto po1· Jesus Chris-
aõ, e dcsvancC'ida'- ac; illn.,ocns rrcaclas to. Enlüo se verá que o socialismo <l'hoje
pelos ·fi[osofus modernos; multiplicados é uma impo~tura, como o vamosdcmons-
os mal es immunsu~. prost rodas w; mas- t1·ar n o !\eguinte arti~o.
sas pol' fa lta ele ali,,nento e furça; ha ho-
mens q1;e conhecem ctta situac;ào e pro-
cu,·am aproveia- la . E nina ve rdade e
fa ltamo,; assim c<>m a franqueza que ,le-
--
O 11oeinlhuuo cl'laojc é u111n hUflOSiu••n c111
sun- orir,;c eu •~ en• Huns eo11seq11cn~i.:1!ol.
vemo'\ e qu e nos é prop1·ia q 11ando es<·re-
vemos cm deffeza <la f'mnilia callwtica. A :i rnbi<;ào e o orgulb o q<ic foram o
Os Proudlt011s cm Franc,:u, o~ ,\lazzíoi:; na man ancial das de:;graças do gcncro h11-
Ital i.i, e os be11s di!'lcipnlus em Portugal n1ano, continuam destruindo o germen
con Lece ran-1 que o povo cst:'lva desenga- da fo li,:idade, preparada por Deos para a
nado, farto e infostia<lo das fabas pro- C!-pecic e pnra o inclividuo, ou parn o ho ~
messas de fclici<lade qu e lhe~ prome tte- mem, parn as fami lias, para ns n.ir;ocn:i
rnm; conheceram tarube in que rena~cc e pam lodo o mundo.
no coração so1•1al um !<Cntimento re ligio- -- Ana lisa ndo-se cuidijdosnmente toda'!
so, que fa1. su . . pirar J)l' la rcl,giaô ela Egre- as tlieorias e si~lcmns que desde a maio;
ja Catholil'a: lembra a·am-se q ue todo.;; o~ remota anliguídade se aprcseotarnm ~11c-
povos <l.a Eurnpa uma ve1. jà ~e levanla- res..ivameute para fortilicar os direitos,
ram em ma.,!-n para pedir o im perio da ac<;ocos e interesses, com despreio cloi,
religíaü evangelica, e q11e senaõ o leem principios indií'ectiveis da , erdadc.rclcr-
fei to muilas \'ezes é porque o re<'cio do na, athar-sc-ha scmpl'e uma identidade
que succcdeu entaõ, o:- <·ontem e a mc- palpa\'e l, por mais qne as paforras se
<lronla; porque ai nda pareec a algun~ que alterem em sua esscoein , cm seu objecto
o im perio du Chrtslianismo naõ é pQssi- e na injusli<;a de suat- pl'etcnçucns. Sería-
vcl :;-em a inqni:-ic;aõ, porque ainda dura mos demaiiado extensos se pr~tendessc-
a irop,·e~snõ que receberam do~ filosofos, mos reprodu2.ir quan to n historin nus
peln q11c1l ollrnr:n os parochot- e M frades apre:;enta cm co n1irmação cl'e~ta yerdadc
co mo barba ros e crueis; conheceram G- e tardariamos muito em d1egar ao ponto
na lmeote '111c no daa cm <pie se rcalisa5se prinrip,11 que boje nos inle res!-a ana lisar
essa especie de rcN!Ín que in,pin1 e que paru dc:-cobr1t· o :1bsu rdo do sor.ialismo,
:.en1 inoti\'o nem f11n<l,11nenlo :dgum :-e que nada menos p1·ctencle, que im•td1·ar-
<liz de,..,poli:,mo sace rdotal, era o ultimo :-,c cn:.inado e robu~teciclc com a dontriua
de S UilS rep r'e~cntaçocn.., Glo~ofica.;; e por <lo Eqrngellw.
esta call !:iíl !,<! adiê~ntnrarn parc1 árlula r o~ Í~ {!!,ta nma sce na que se se obscn·a
po\'os segundo n se ntid o rdigiu"'o que só no el-pa<;o inclifinido da.lS i<lcat., move
forma seusde:-;E"jo~, e lhes <lisi.c nim «ten- :'t compai~.:ão, e ao riso aos hom ens sa-
des rnznô, todos os refol'mi-;tas fo ,·am uns bios e de corarão rccto; ma., quando se
. . . .
m1se rayc1s 1tnp1os, qu1.3 vo.; cngn nnn11n Yê <fUC os ac lor~s lrocam a vestidura thea-
para ,·os tonrnr eada , ez mais infe lizes; trnl, por uma rn~ticlurn !-C ria e se incul-
por isso nús no-; encarreg;1mos ele vossa carn mc~trc.., <l'uma doutrinn verdadeira-
defeza; nos!>a uni<'a di\'i~a ..cn\ a fé diri'i- mente :-oc•i,,1 e civilisadora, e forntecidos
tcn; com ella voi, daremo., o reinado da pe)ac; circunstancias que i;u:-,lcntaru um
jusliç,t segundo Chrii, to, por que o socia- <lei-gosto e um tcdiu qua~i gemi. prome-
li~mo que vos cm,inamo:-. e o mc:imo que tem com onfazi pro pria dos chnrlataeus
ensina o Evange l liu. » ~ana r touas as doenças, e ser, indO-M! da
Infeliz Enropa se le11s m,i lcs le obri- liypocl'csia de .la11scnio nistematiza t· um
gam a soffrer ct-tes no\'o:, med iC'os; tua gove rno paternal segundo o mollo <1uc
agonia não ~e ra longu, ett!rdade, pol'em cn~ina e di~põc o Evangelho; esta farsa
morrerus ou será:; ;, c::erarn <lo mai,; vil <lia Lo li ca po<lc produzi t' couscq uencfos de
dos LJ t'aono!-. Só ha 11rn Cãtninho pnrn uma na torci',a tam pat•Licula1· que obscn-
remedia r O!- inale:,, prt>~entcs e futuros, é r~ça o fogo destruidol' da i m picdad~ e. o
a religião callwlica en-.inada pur seus li- cgoismo a quem clln su b~titue.
gitimos pa~lo re:~, e mini11ti·os, praticada Principiaremos por mosh 'éll' quenin-
com inteir, liberdatie e indepeodencin cla n5o ha um seculo qnc l'Ompeu · na
[l@':'_..
il> <n [[l l Hl~ Illl ~ ~ ll~ill1i,o :,...
--.:::s:.,.:;--a.:;--3~. ; . . : : l i i . ~ - ~.::s;,,.;,.

Europa a ºgra nde revoluc;üo qu e banhou Instituindo J esus Cbristo uma socie-
toda a sua le r ra e m snng ue, e cscanda li- <lad e religio~a enca rrega <la de en:..inar a
:-ou o mu ndo ron1 ~eu.;de lictos; tudo isto todos os homens estes preceitos, fund on
cm nom e <ln lwmmiidadc e do f,·nternicla- u rnn sociedade 11ni1;1er:;a l <JUe de maneira
dc que se acha \·a r ilipen <.l fo du, cscra vi~a- algum a tem o mcno l' po nto de contacto
da ou d esconb e<"ida por o nscenclen te e com as pretençoe ns r icl icubs do socialis-
em ino elos pri11eipios ca th olico . . ; ele sc, rtc mo mo<lerno. E' rnnlude q ne ninguem
que entti<,, e m n ilo ma i:. depoi, , a l''.! ligião pode rrer na fé da Egreja se rn a fozc 1·.ox-
cbristan fo i ol hada como o u ni co in cl, n- tensiva n sociedade c:a tbo lira , e ainda di-
ven ieu lc <pie enco nlra va a h11manid.,de, zemos mai:1, po rq,1e a c:u·ida <le q ue é a
pa ra rccou ... truir-se fe lizme nte pela fra- plcniluda da lei ( 1) f,1z pa lpita r o corac~~o,
ternidade natural, e o Eva nge lho o ini- é1on<l c se a:-tila pelo bem de lo<la a llu-
migo da civili:ia<;,io, <lo .1 di aota mcnlú e rna nida <le. g:.ta pala,·ra (2) in<lictt co m
do progresso. A'-sim e1nprchende ram us ba~ta nle cla ridade o d ogma ca tll olico , e
refor
. ma dores da reco m lru<'fio das na-
<'()C OS cn ropca'-, com<'c;:rndo po1· at,1<•a r a
. lembru aos hom<.'ns q ue s~w u ma mesma
ca rn e e mcmhr(1;; de mn mesmo co t'po.
religi."io, cle~pojar a Egrcja , pur.,e~11ir :-.eus cujn \"Ída jàmai-; se co111plctn rá cm q uan-
min istros, c..,ra rn ccr. r da d CJ11t rinn eva n- to qoe n <li,,i~i'io rcim11· entre ellcs. Assirn
gclic,1 ~ co rro mpendo as "ma,..sas- ~ os po- é q ue para os corac;oc ns \'erdadeiràm entc
vos. P ore m agora q11 P. os po..- o"' dc"<'O- <.•;1tho lü·o-; <.'X Í~te um aruol' e inlcre~se
hriram O!> se us cmbw,te, e nr tificío, e Ps- predom inan te , que e o da humanidade,
tão d ispO.!'>IO:i a co ndcrnnn r todo.; os deli- a quem ~e su bord inam to<lo~ os cffci tos
rios e fan,ns ricJi cu l,H; co m qu e ice m , i<l11 e interesses pessoaes.
Ct!ganados, ge a pre.!',c atnn1 os nov i, .. imoi, Por i:i~o i,;e lhes pergu nt a mos qual e o
fon.a otcs em :-cena politi<'á, e, neo berta- pa rtido politico :1 que pertence1u, clenm~
tlos co m a bJpocre .. i,t a ina i-. l'Píinad i,, !,e responder com Tertuliano: iVós somos cs-
coloca m a parenl em<~ nl•· do lad o ela-; rie- t, anhos as vo:,~as foc<:ocrn;
• e contendas . .
tima,; mald ize m os ~C tl 'l verdu~o~. e porque nnssú primeira dit•isa é n republica
q nercn cJo app1·ovc itnr-~o do ~e nli mento do grmero lmma,w.
religioso q ue rena~re eo1110 11ni1·0 reC'nrso D'este c·osmopoli hlnis1no cre:-ido pclcr
<~ aliv io da hn ma nidri d~ a flil'I H, a11n o1wi- Ernn~elho, rc~ult? um novo direito so-
am o ~e11 í:-.te,na -.ot·ial 1·011H> fi lho clu re~ cia l, cujo prim ei ro caracte l' corn;iste eru
ligi:111 do E;·,rngcll.w, e prn prio dn.s que reguln r oi. cl e \'Cl'CS n i10 só de home m a
pi·ofos:,am e e,ti111 a1 n o Cb ri, tianis mo. homem, 1-uas ta ml>em de fo mi1i a n fa mi-
Tal é a sagnc·iclacle ,·om <J IIC o t-oc· ia- lia, <l e nac:iw, a nnc;úo d e cada individ uo
li"lllº pl'e teruJ,• 'iUl•~ lituir n lilo!-o{ia ím- com w<lo:,, e de todoi; com cacla iodi, i-
p ia, ' e e nga na r 110\'a111c ut e os inC'a111 0~ cl uo, de sorte qu e rcsnlta nm.1 vel'dadei-
!-Cr\'indo..:~c da dot;nra e <'a ri da d <? <Jn e a rc1 frn tern idade. ~cm q ue por clla ~e cx.-
E"rcja Hprendeu do bolllem divino; co- lioga a nacionalickidc, ou sem q ue a 11ni-
o d .
m ,> se i,, ual' l1'l 1H:11rns :;e po · c . .:-:cm 1rmn- cladc s0cial Ycoha a ser o mesmo que a
11a r co111 a frate rnicl,1de e amo r q ue o uni<l,de religio~a.
Eva n"ellH>rcco n1 ru e11cla nos chri . . 1.iõm. Ei!i a p r; leuc;~o estu pi,la do pan theis-
En tr: mo-, ne!-tc denodado lahyr iuto d e rno sol'iali:.ta q ue prelende hoje sacl' iÜ-
norissimns ideas, e d escub ram o'- o arlifi- cn r a indepcndcncia como sacrifi cou an-
c:io co m I uc se ncba di:.po~lu '> seu sis- t ~~ os direitos da.damilias c co mmunida-
tema. d~s uo idolo de sua ambição , qu e cha-
Nenh um melhodo nos parece mais mou e$[ado , e que j,'t não basta para sa tis-
proprio p,1ra de~c(,brir o snfü.m.a, qn e foze r as i-uas torpes e co rrompidos pai-
xoens, idea b em distiocla por cert o dü
.tpreseotar ro m clarid.,cle a cl unt r.'~ª ~íl n
da Egreja seg,rndq o Evnnge lho; (01 a 1, t o q ue encerra a doutrina de J esus Chrblo,
q11 ~ nos prop o'-C tn us e~ne rcndo o pre-
quando pela <'ari<lade pl'etcndc for mar
um a fa mi lia<le irmaons, po re111 sem a 1uea·
sente ar ligo.
ç:-ir a d i:..tincção civil ·e soc~al d os porns,
. . Amm·lÍs a Da11s a ao pro.Timo co1110 a ti
que pelo co ntrario for tifi ca ela mesma
,,;es mo. ( 1) .
{1) S. Paulo :ios romanos, cap. 13, v. 10.
(1) s. ~1a1J1eus1 cap. 22, v. 39 e 40. (2) A cilriúade.

maneira c1ue a alma.conserva os diversos la nalureza, o hom senso cbristão res-


membros d,>organismo ~m sua activida- peita os estados confed<rados e maldiz
<le propria para obrar sem confusão. os verdugos que os pertendern destruir
Pouca reflexão oasla para conhecer a pela divist\u, ou pur uma ahsorpção sof-
grnnde <lilfüre_nça que exi!Ste entre a po- focante que augmente o espaço de seus
lilica da mancommtmidade social sistema- infinitos prazeres.
tizada por Proudbori e Mazz.ini, e a que Ainda mais; se o interesse manifesto
procede da cal'idade santa. Aquella re- dos povo-; d'urn mesmo continente con-
presenta o espirito de familia, de corpo- siste na hoa harmonia d'uns para com
ração e de província como oposto ao es- os ont.ro... , <'OD<'orrendo a melhorar sua
pírito nacional; por consequencia pre- condi<'çào moral e material pot· uma tt·o-
tende desenvolver um cst,,do entre a ex- . <'a fraternal de suac; luzes e de seus pro-
tensão dos sentimentos mais natura e~ e dul'los ngric11las e industriae&; a razão
legitimos, e tornai-o livre com cidadãos r·bri,tan nün vê ne.,fe'I grupos contineotaes
escravo..;, forte com membros debeis, e un~ agregadü, f11rt11itos e fataes, mas sim
cheio de vigoL' ~ vida povoando-o de ca- qi;e .,ão di,p0:,tos. pela providencia para
daveres. Esta, pelo contrario, n~da de~- furmnr a unidade religimm, fazendo que
iroe de quanto naturalmente e..(i.,te, o os Lnmen1, a.se !'!semelhem ao seu divino
que faz e trabalhar para que cada cousa typo pela snbrui-.~ào á lei de Jesus Chds-
occupe o seu lugal' e concorra para a to, e sa ti.,fiH,.\o as !'!Uas necessidades por
obra de Deos. um tributo progressivo e mais intelligen-
Este quiz que os homeus fossem mem- te. para que vão acommodando os pl'o-
bros de uma familia,e o bom senso cbris- gressO!'I da natureza material às nccessi--
tão começa po1· consag1·ar cf.tes direitos dad,~s <la e.specie.
determinando que cada familia gose dP E assim pelo esludb comparado do
toda a liberdade d'acção que seja compa- direito didno, provêido po1· factos sobre-
tível com a liberdade e direitos das mais naturaes, e manifesto pelo encã<leamen-
familias; a or<lem oatnral exige imperio- to dus na tu raes, a razão se eleva até con-
samente a associac~o de umas familii:ls servar o :-istema bumanitHriu pelo que
com outras, for coando grupos distin.cto1i; se conservar todas as existencias, e se
o bom sen~o cbristüo quer que cada gru- ;1perfeic;oam, conformando-se à primeira
po nu communidacle tenba toda a liber- lei fundamental c1•1ese rezume nestas pa-
dade d'acf:ão que seja compath•el co,n a lavras, obcdiencia .e am01·, obcdiencw e ca-
das outras· communidades. O bem d'e.-.- ,·idade.
tas exige que se circunscrevam a um lo-
Quem pode duvidar que estas duas
gar determinado, chamemos-lhe p,rovin-
virtudes civilizam os povos, àssim corno
cia on departamen_to; o bom senso chrii;.
o orgulho e o cgoismo os embrutecem,
'l tào emina, que cada um gozará d!.! tanta
levando-os a um estado semilbante às
liberdade quanta seja compalivel com hordas mais barbaras e selvagens? Os fac-
a das outras provindas ou departamen- tos confirmam o que annuociava o espi-
tos. O bem das provincias exige qne de-- rito de Oeos quando disse que a familia
baixo da influencia de certas a finidades dos justos vive da o.bedieneia e do amor. ( l)
se reunam e formem um corpo moral Obl'decer é o mesmo que escutar a um
que se chama nação ou povo, cuja cir- mestre capaz de nos guiar pelo caminho
cunscripção està determinada por con- ·da verdélde; este mestre e. Deos, e. a sua
diçõos geograficas ou historiras, e o bom Egreja a quem dirige o mesmo Deos:
senso cbristão consagra e defende o prin- amar é dese,iar a todos os homens o bem
cipio de sua indepcnde11cia, com tanto e a feliC'idade: eis-aqni as grandes virtu-
que seja cornpalivel com a liberdade e des tbeologaes, a fé e a caridade, pelas
vida <los mais povos e nações e condem- quaes i-e f.',rma o plano da sociedadeuni-
na essa polilica impia e homicida que ver,al ~eg11ndo o Evangelho, cujo plano
pretende tirar aos povos e, nações a sua
é digno do nosso pae que está nos ceos, e
liberdade e vida p1~opria.
Se a cxistsncia e prosperidade das bem dilferE'nle do que ~e pretende dedu-
naçoes pequenas, exige que se unâo pe- zir d ·:dle, e se fixa na ruioa de toda are-
lo laço fedel'al nos limites mar~ados pe~ (t) Ecclcsiastico, cap. 3, v. i,

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
lj o ião , de Lo<la a pa t l'ia e d e toda a fami- vifü,n<;.ào Gea anatema tizado o culto ca-
li~. Tal é a theoria tlo no, o socinlbmo tb olico,, A rP.forma social não é possi-
europeu. , ·el em qunnto se não aca bar com o Chris-
A expcriencia de trcs scculos emina tiani:-rrio; g uel'l'a de roorle aos priúeipios
á geração presente o que valem as pala- e lrnm Prn. npo:.tl)licos. » E hoj~ se quer
vras pom posas e hem soa utes prnnuncia- fundar uma republi ca conferada de todos
das pelos inimigos da religião, se as pala- o~ bom~rn, o povos, e organizal-os,-a l\1a1.-
vras humanidade e fraternidade en tre os :z.iqi, com e~tí's m es mo.:. pdncipios da re-
inclividuos ela n o:-sa e~pecie, qu e leem ligião qu e elle . . ~em concl emnado, e de-
servido d e pretexto aos refo,.madot·es até poi-. qu e as massas teem sido enfraq~1eci-
hoje, uão ti veram outro sentido senão fa- das na fé e viciadas até ao ponto de fo-
zer que todo.. concorre-.secn n sa tbfazer o miliarizarem-Hc com os exces1-os que 'nüo
e(T'oismo d'uns tan tos hypoc,·itos vicia d os e admittem as tribus a inda a.i. mais helva-
c~1Tompidos, é bem cert.o que só va riam gen~ d,).., bomen:,, mai.-. barbaros e iocivis.
os octore!; qu and ,1 boje se apella para a Pouc·o reflexiona quem rn'ic, descobre
/wmanidadeefl'alcrnidade dos povos, afim em ludo i-;tu um surcesso providencial,
<le ap, esentar Clll .scena outros noYos pn- que d a ri'1 resultado~ fovoraveis à buma-
triarcas tnm cheio!> de bypl)c re~ia e mal- ui<lade depoi.. 1ue o fogo re\'olucionario
cfade co m o O!, primeiros, e os que <lepoi~. cnn,nrn ir 0 •1 mia,c; was fütidos da escola
lhes succedel'a m. reformndora , que começou ha mais de
Não ba mais l[Ue um systema de or- tre .. 5crnlos a abalar os ali<·erces sociaes, o
ganiso<;ào social, ju)',ta, bencficn e univcr~ os agitou ate que apparecen,m os patri-
sal, cujos princípios apparecem no Evao- a rcas do stwiali:,rno.
•l'elbo e cujas forma" se appre~en tam na É ce, te,, i,im e certo que a religião de
Êga-ejà, Parocbia, dioceze, cLristandade, J esus Chr~to recebeu e cun..,el'va a vida
eis-aqui uma organ ii:mçi'tn trina da socie- de toda .. as sociedade... cl,, mundo; é certo
dade r eligio!,a : fami tia , nacionalidade , que ao ata cai-a a impiedade íilo~o fica tor-
human idade; e is- aqui um socialismo evan- n o u impos..,ivcl a o rd em, a paz, e todo o
gelico, conforme cm tud o ao modelo da bom gov erno; é ª""i ,o me-.mo ce rto, que
~ociedade religiosa que fundou o Verbo a agon ia pesada e ailicli vn da Europa in-
<li vino. teira não ~e concluirú em quanto que a
A rnrdadc sa nta do Curistianismo e religião lbc uii ,1 aplique O:, ..,eus medica-
n pureza dn !llOral do Eva ngelho, não ne- mento,; e ç , m cll ei, re.., titua u força de que
ce:-sitam d e novas pl'ovas para se apre- carecem ·,uus ca bec,:.1!-i, e se us mem bros,
se ntare m no mundo c:orno a nnica taboa i!-,llJ é, os gove rnos e os gov<'l'nado:-; po-
<la sa lva~ão que n misericor<lia de Deos rem 1.-.to nunca :-e con,eguir:t pelo cami-
offerece ao~ mottaes desterrados pela nbo queempreh enderam Prondboo, Maz-
culpa, e a nniea lei reguladora de ~uas ac- zioi e rornpanhciros; o ~c u . . i ..temaé im-
çoens e direitos. Apezar disso a impie- mornl e ímpio , os :,.cus passos anti-sociaes
dade q ue a te m comba tido nos ultimos e anti-<·a lh tili r(>s, a:- ~uns te ndenrias se
seculo~, vem hoje a dar um testemunho dirigem ao int,• re.,;,e pessoal, ao cgoismo:
publico que a confirma mnis a mais no ndornnn<lo C:-,le <"OrD bellcza, apparentes,
meio do furo r dos exce~sos e Yicios. q ue ciehaixo de dive rsas c•ondic•çoens ori-
Que quer dizer esse empenho de que- ginaram a pobreza, a mi,eria e os crimes
rer reconstrufr novaruenie os povos da que peza111 boje so bre t·1<la.. à~ l'lasses da
Europa, sislernalizando toda a politica soc·icdade, e m ais parti<'ularrnente sobre
debaixo de ideas.que se que1·eru atlribuir a do~ l1 aha lh a<lo rc:.. e prole<' l<t rios, não é
às maximas e priocipios evangcliC'oS ? Não , .m,~i rei q11c dê re..,ultad o:,, <li versos.
ba muito qu~ cm nome da bumanidnde, A :-.ocicdade u01veri-al é possível~ jà
da liberdade e do progresso se cond~rn- foi cnnlaec·ida de facto, seu principio cons-
n ava ei,ta religião sa nta, se proscrevia o tiluti vu, exi..,tc, elle é a a lm a e a vida do
seu culto, !-e perseguiarn os saC'erdotes e Chri:;tiani:--mo , com eHe os homens se
demoliam <>s temp los. Tanto no norte une m e amam como irmãos, porque a
como no meio dia da Europa , se arrnrou is,o o, obriga el'>lt> preceito, amaràs a teu
uma ban<leira infernal em que se liam p1·n.1:imo. quer di1.tt' amarás a todos os
es1as palavras fataes: «Em nome da ci- -homens conw a ti mesmo; com cllc se es..
0
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labelece e comolida a ordem e n paz, Para l.'.!onego lionorario ela Sé do Ma-


porque viviHca todas as exislencin:-, res- ranhão:
peita todos os direitos e consagra todos O d ga r iu Joaquim Feli:s. ~a Hoc'ha.
1)5 deveres; ordena a cada individuo de Pulacio cio Hio de Jnneii·o, em 2 de
fazer o que e uti l, e prohibe d,! fazer o Deze .nbro de 1856. -José Thoma: !Vaúa-
que prejudica a ouq:o ind i"iduo de sua co de A ra1Jjo.
especie; permitte às fami lias melltorar a
súa condic<;ào, e aos e~tados augmeltta t·
-No dia 27 do passa<lo êmba rc;ou .5.
a sua riqueza e L>em estar roda a vez que
não offendam os outros estados e familias Exc. Hevm. desta capit:ll com de~tipo a
vi:,itar as ciualro fn gunias, que rel'ltavaõ
1

e.m seus interesses respeeth os. e nunca


1

auctc..risa o individuo, famil ia, nem ocs- na ilha desta <'idade, dirigindo-se pri-
.t ado, a' obrar cm prejuiso dos outros. meiramente à de S. João Baptisla de Vi-
D'ou tra rnrte concede ,to homem, i1 fa- ohaes, e dahi à d,· N. S. da Luz d:1 ,·ilia
do Paçc de Lum iar, depois ir.'! a de S.
milia, às provinciai, e aos estados a liber-
Jo1,é <Ío Lugar d o~ lndi.,, . t:hegando alé a
dade d'acc;ão para procurar o bem estar e
ponta extrema ela ilha ri lgreja ele S. J osé
a felicidade.
Eis-aqui o socialismo do Evangelho, de Hiba-mar, e dali voll r1 ndo á capital
que coudemna esse furor politicó, e que irà fiotllmente a freg11ezia <le S. Joaquim
será uma.verdade no momento em que se do Baeanga, para onde emba rcou no
permitta obrar rom independencia aos dia 5 do corren te.
homen~ a quem disse Jesos Christo: !de -Por i'\ viliO de 30 de Nove mbro findo
foi o He vm Sr. Cone.gn Elen therio Ma r-
o preguac o meu Evangelho 4/Jor todo o
ques da Sil va Rosa approvado para Len-
mundo. . te da cadt•Íra de Liturgia· do Seminario
episcopa l desta Diocei,e propo:-to por S.
(R. G.)
Exc. Be"m. pelo tempo d e tres annos
(A Familia Calholica ). em conformidade do decreto n. 1221,
que organizou o me:,mo Seroinario.
Envinn•os o~ nossos cordiaes para-
b('n .., ao Hv. Sor. Con :•go Roza.
l'flln8!!1tea•lo da .Jus,iça. - A li--ta lri pliec pa ra a cs1·olha d'um
R~laçáo das pessoas desparflndas por decreto des- senador peln provinc·ia de Matto Grosso
ta data. conta em seu :-eio o nome do Exm. e
Para conegos honorarios da imperial Revm. Sr. Bi-,po daquella Dioce~e, D.
Jose Antonio <los Rei~-e na ele Goyap
capella:
a<·h;i-~c incluído o du Re vm. Sr. Conego
O vigario Vicente Ferreira d'Ol ivei- Leal.
ra, o dito .José de Souza Lima, o padre - Chegárào ~\ tôrte dolmperioasbnl-
Manoel de Brito Coutinho, o dito Jcr.ié las pontificia1, d 'e recçàu dos bispados do
Mendes de Paiva, o dito Quintiliano José Ce~rà e Diamant ina.
do Amaral, o dilo Mariano Leite da Cu- - No dfa 8 de Novembro passado fal-
nha Escobal'. lereu em Lisboa o Exrn. Sr. Arcebispo
Para conego honorario d.i Sé Metro- de Palmyra, em <'onsequencia do desen-
politana: volvimento d' um cirro oo estomago,. que
O viga rio Gonçalo Vieira de Mello. o levou ao tumulo cm poucoi,; dias. O
Para conegos honorarios da Sé de illm,lre fin .. clo havia sido Ar<'ebispo Pri-
Olfo<la: maz da Jndia, e fôra ultim amente Com-
O vigario Manoel Joaquim XavierSil7 missa rio da Bu lla e Pl'c,vcdo1· da S. Casa
,qeira, o dito J0sé Rufin o Pacheco. da Mii,ericordia.
Para conegos honorarios da Sé de S. (Do E cclesiastico).
Paulo:
O ~igario João Nepomuceno de 1\ssis Mal'a11hão, Typ. de .1. C. !lt. da e.
To1-res=rüd tlos
-
Salgado, o padre Domiciano Pereira Leite. Barbeiros • u8,=am,o etc 1855, ·

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
ANNOI Segum!a-feira I !J de Janeiro de 1855.

OCHRISTlANISMO .
-~ - - ..
'IJ ,:-.:,1(, \.\ r,
l!
t'·>r um m,r,,1 • 1 ... . . . S~MO. f1
I , " " ' 1111·1.,·, ... .... hs~111•.
.
l •.1go :r,1wnhH 1~' l " li n. llh '.!""' •••• • •• !,)~1\ult.
, .\, ui~,.,, .... ..•....... ~:"l10.
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.."' t\ibh Ju1:,1;l.

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tt •
.\ º'' «·eul tu1ima~ µ,,,·fll·,•,. ,.r<f 5t1ll'it1ºc'.
:-... Lrn:. t·, ~>. ', !~.

OCHRISTIANISMO. lúo M,l1t•1,.iw, 1p:c o Pac Eterno pc, d oa
ao~ f1l?('<',1dol'c... , c·n11du,. 01; c 1Tai1los no
H.'l'ditdi• iro t':i1ninlw. C' fo rtal ece ao!'> j11s-
C]D"ICJ..,. ...m • e... - - -~!!iii ~ - lo~. () 111c:-ll1'l ,! t>~1 1,; Cl11 j..,1 0, q 11e é :-acri-
Co11/11111.•1râo ,lo 11. 37,. , n<'a<l,1 , (lt'd u Ú H'U Ere, llll P:i c, com (nn-
Em \i1 0 1-olc:1111c Snl'rifi1•Ít> !-e ,dl'e rerc la~ \\J~e.". q11n1itas ~nn1 :is Chagas que,
ao Pan Et e rno 11111n of!~·rcnda t,10 pre1· io- c1111nro.,c, ~0ffreu, que lan<·c :-c11:- t1lhos <l c
{1a , sn 11tn, e exccll'~nle, que d e ce1 to nüo 1r1Í-'er iro , di~, parn M pohrc•s li oai c11'-, li~
podl! hu\'er outra maior; por quanto C) rra[Jclo-o:- dos i11C'c11di,,s pcq1r l1111~. E
se u m e.-;Jl"10 sa nti ,.;-. iu1n Filho hunrnnudo, par.• co1H·lui1· os clllgios ele liin c ln\ ado
qu e a prol d,,s t ri, tes filli os de Adam !\O Sat·ri{frio, diz 111aÍ:,, o illu~trc Sn nto:-
offerl:!ccuo'AradaC1·uz., éoque !-ie Lhe C1Hn este Milrnrne Sal'ri íi1·io se con-,e(l'ue
e,
ol.!eni.cc n'e., le Ea1·riü1·io, ('OtOÜ j:t ha ,·e- <le Deus-n.1i...,J!l'Ü'ordi.a -p(•rd ac>-c i-al-
(D ').'i <l1 cto. O grn11ile v.,101·, e c:-ti111a<:ÜO vação; e nem lrn outro t .iõ dli ca1., e p o-
d'11ma ~<'> \I i,:--a cxcNie sP bre maneira uo dernso, para se altan<:ar (·oi•a... tüo i01-
ao nggn•gaclo de tPclas as\ irtudc~. e o bras po1·tanl1?1-, e neceM·arius ao htfmem, pal'a
heroicas, quaulü é .s uperior a dignidade sua maior í'elit:idade n'e:.-ta, e na outra
<lc filh o, [1 qu.ilidade de .. ervo, como dis- , icla.
se o Apn~tolo ~,. P.,ulo, explicando nos ÜU<;:, mos à S. Cregorio ~bguo, e ve-
de Corinthio a 1•xecllenrin de Cliri1-, to so- jamos o q11e nos cfo~ a rcsp<iito:-ao con-
bre todas ai, crcalura!-><lo c~11, e du terra'. sagrar o Sacea·<l ote a irnm t1cubda lJ o~tia
fonumcrnvei:-; sam os pccca <los do 11lun- os <·cm, se rasga m, e d'cll cs L>ai.xam· es-
' do; na ma lícia graves; pore1u oSacl'ificio q11aclrõe!-i d 'anjos, que unem mal'avilho-
<la ~lis,a é sati,fac~~lO supe1·abnndante, !'iamen te o l'c lest ia l <:om o terreno, e a
porcp1e o que 11'ollc se oll'crece é incom- Eg,·eja triumphanlc com a militante. Á
para\'clmcntc mai,, que a divida , ele que S. Ba.:-ilio, refere S . Grcgori o Naiia nzcn o,
era ma., devedorc.. ; maxime. quando é não somente as~ii-liam os anjo~. quando
mi,tc r acred it ar <JLH~ muito ll1His :,grada celebrava, <'()tn o turuliem serviarn l1 Mis-
á Oe11s c,te Sc.1rrificio du :-.cu Un ige nilo so E' ª"~im q 11c tere m os lam bem ta ntas
FilLo. offereeidu em favor dos pcn:a<l o- te~remunhas, e fi·l' ,\Cs c.l., po11C'a dcH'O(jàO
rcs, que dcsagl'ach11n a5 olfoo:.a., dos 1nes- co m que m,sisticnos, ou celebramos t.ão
mos peccadore.s. Por o Sacriliciu <la \li...- rci-pei 'arei Sal·rrfü·i o, quantos i-a1u os
sa, di1, S. L ourenço ,}\J:-tiniano, se dá à anjo1-1 q11é, 1,c ach,nn c11 laõ prese nte:.. E'
Deu!, bourn, aos unjo~ alegria, aos <les- pnl' isso q11e cfo,se o priincil'O Alexandre
rerrados ccu, ;'1 Hcligiào culto, ao!'> Gen- papa: o maior e mais excell cute Sacri-
tios fé, aos fiei'> goso, ao:; povos uniflo. e ft cio que lia, e tem ha çi<lo no mundo, e
it virtude eonsta11cia. ~a ocrtt,iào em '> ua ~1is:-a ; a<,:-im, pois, dl!ve ser mnior a
que, se celebra tiio angu .. lo Sal'rilicio os devoção e reverencia no:. que o as::istem,
c!éus se abrem, o:; anjos :-.e adm iram, os ou celel.m.1m. Cnm muila devoção, e es-
Santo&!;e enchem de praser, o inferno pi rit o fervoroso, cl i.;emos nós, de, e mos
treme e chora, e tod.~ « Egr<>j.1 sa nta se assistir, il celebrn<;ào ,lo i ucruen lo Sacri-
..,Jcgra ·c triumphu. E pore:,le :,a<.'rifr<'io, ficio; como he Cili vc ramus pre~entcs ao
.
cruenlo tfa Cl'Uz no Monlc Col rnrio; p,or E quando elles se j11lgam os unitos,
quanto na substancia é o mesmo Sacri- que po,;suem a bussn da i,ciencia, en tão
.Ocio. Sam m11i1 os os fru r tos que pode- toma ndo um lom pilbago rico, e dando-
mos consegui,· ouvindo devotnmente o :,,e ares de exdw,i,·i, las o.i.; letn1s, pensa m
santn ~.ia crificio <la Mis!;a: B.i: opere O{'C- te r tor:,d o a mern d o., ,eu" fins, que são
1·al:s , nl .:an<;amos augmento de 0 ra{;a pe- o triun fo rlo e n u con tra .i ,·erdade.
los merecimen tos de Jestb Chri~to. E c ,,i; A~billl é que a guerra feita Íl religião
opere opem11li11 , segundo o maior ~r..1u de é uma gu<·rra infomectrait;oeira , porque
<lisposic;iiu, e opeeat;nõ affoc: tuosn d e cada os se us ini migo, uno c,111),ltll apreseota1·-·.-c
urn. Porque o ouvir Missn é obra boa, fr.1nra 111enlt' , dizend•.> o que querem, e
meritorin, e sati~fa toria; e porque n'ella u!-tn ndo da lealdade no~ argumcn lo~.
se apli ca a sa tisfaçaõ supel'ab11nd.intc dos E. . te, novo:- fariseus não cnmh:item o
infinitos .mcrc~mentos de Jesus Chri~to; catboli<'i.;mo <·om a rnsflo e o ruriocinio,
consegui roos dou~ meios de sa ti~fase r pe- porque ,e as,i111 e fh.cs~e m. jit ha muito
las culpas que comcttemos. qu e não IHl\t!ria in cTed ulos e ímpios.
O Altissimo Senh or homaoado, que Elles combaten1-no por meio~ hypocrit:is
foi sacdfi c:ado por º" homens, e qu e e o e insidio~o .. , po,. me io de ~o fi , ma!l e ca-
adyoaado do11 1>ecca<lore~ intcrc C! do por lu rn nia~, por meio da m,intira e do r-idi-
o '
todos aquelles que o,1vem com <levoc;aõ e culo. E como f"IO e!-<'ar neo do bom senso
r espeilo, e offcrec:c m tão solemne, e pro- e da ra:-i'\o , dwmum-se racio1111li.stas e/i-
Yci toso ~acrifi1·io. loso/os. ·
Fé, esperança , e caridc1de, !-am as Oa clezJooye secu los, queJe~us CJ1ris-
tres vil'tu<les qu e exercitamos quando 10 app,u'(•ce11 entr e os bomen~. e lhes
co m atlenr,aõ ~ ,•euer;l<;.aõ ouvimo~ ~li:..,a. pregou nma rel igião, que !-Cndo o com-
A fé, crendo os prin<:ipues rn y:.lerios da plemen to da lei ve llrn, l O<'O U a perfei-
SS. Trindade, Eocarnaçaõ, e Eucllarblia, ção; e e~t,l religião, s('mprê p u ra no dog-
que taõ clarame nte se expressam cm a 1w1, na moral e na cli:-.riplinu, ca rnei-ma
Missa. A esperança co m a prenda m:1i.s q.ue hoje exi:.te cocn o nome de catholi-
certa de nossa gloria. E a caridade, ofle- c1:-mo.
rccea<lo o ~acrifi cio pelos vivos, e de-
fun ct(,s.
º:ª aqui ~emo., um facto, qu e é ne:-
ce:,,.sorh) e,Kam rnar.
Offerecemos á Deus o mais qu e Lhe Todo o bomem, ou seja "bristão , ou
podíamos dar-que é o seu Sa ntis~imo pagãc , ou mahomelano, f>U dei!.t:-t, ou
Filho humanado; e assim Lhe damos a th cu, m as qu e F5emc e t•aciocine, tem
graças pelos Di \•inos bene ficias recebidos. oeces~a riamente de parar junto de~te fac-
Fr. P--. de J. to-O Clwistirmismu-; nü o póde ser in-
(Continua). se m,hel a essa mu<lanc~a, que u111 homem,
a qocm os judeu!l crll<·ifü·ara m, veio ope-
O VATJl[OI.,1(;18.UO E O S SEUS Il'(IDIGO.S rar no mundo, e qne mud ou a forc re-
r. ligio1,a, mora l e ~oci;:i l de todo!- os povos.
A verdade, po1· mais que a queiram Ora o Cbri, tianbmo exi l e ba dcze-
encobrir, por fim ~emp re npparece su- nm•c sl!culo!-1, sempre o 1ne:-mo nos se us
perior a tódos os erros e sofismas. princípios. consequencia~ e fins.
Se aqui se esconde, aco lá brilha em Aqui offe ret'e-SE' logo à mente dü pen-
todo o seu esplen<lol'. sador uma rdll'xào. Um facto, que dura
Poderà ~im por algum tem po offus- tão lnngo tcrnpo se n:i alternçào nos ~cus
car-se, mas nunca predominar o erro por piin<'ip1oc., na~ suas <·on~en uencias. e nas
longo tempo, nem cm to<la a parte. ~uas c·ircun .. tanc·ia,, clt· vo/,' nece!--~ariamcn-
E se isto é exa clo, não o é menos, que te iw r tid o como verdam,iro , porque ,i
os seus inimigos quasi nunca a a taca m mentira e o erro não reinam tanto temp o.
abertamenle, mas ordinariamente scr- Ainda nutra rin•n m,tancia ha notar.
, cm-se das armas <l o dolo e men tira para O erro pôde dura r algum lem po, quan d<"'
triunfarem . Mos tram-se animado~ do ning11em •J cc.,u,ba tc. \ la:. 'luando uma
zelo, imparcialidade e desintere~11e, para qu alq uet' dl1ct1·ina é combatida por di-
oceultarcm a ,·erdade, e fazerem reinar vcr"O~ mudos, rm diversos loga rcs, c m
o erro. diverso~ tempos, e por di ver~o~ homen~~
~ ,~ ,...,~ - ~·~ &;- -..,...u.. ~~-

dotados de <liíl'\!re ntes opinioen~, inte- do11trinas, fo raru ·Jogo condemoados po1·
t·esses e paix.oern,, e apei>at' disi,o t•lla lri- diversos papas e concílios, e comha tidos
unfa sempre. n~\O pôde i>C r um e rro; por por diffc rc ntes homens, que profes~ava m
que se o fosso , dcve riamos então renegar a snn don lri ntt.
da rasão h uma na. Ora uma c rcnc;a tam comba tida e
Ora O ca tb olieismo cslri nes!\e caso. se mpre t,·jumfonlc, não pocle deixu r de
Teve oppo~ilores c.l c todas as cl:w,cs e ser a n11ica verdadci,·a.
orde ns, que se i,. ei·ri rarn de di Ocre nl es Ain<l., mais. Durante tres seculos, os
meios, ém varios tempos e logare:., n o q ue seguiam es~a crenc;a eram couclem-
Jongo espaço de d t:zenovc secu los; mas naclos .\ mo r! e1 pn!!sando por tor·men tos
clle ai nda hoje exi -. te ci>m a rne.·m1a fé, q ue so o 1wmea.l-os . cawin lwr.r or. (?s
com a mesma do11 l1·ina, e com o~ me:-- f
perseguidores oÜ el'eernm r? messas, ri-
mos pr in cip ios. quczas o prazerns a os e lrn lào~, como
I, to hunrnnnmco te não !-e pôde <'<I O- premio da ~na apo:ila!iia_, e clles· tutl o re-
<·eher. Mas !,e i:--to a~:.im me:-.mo f~>'>" C C'lli>ara111, e antes qu en am morrer por
nh ra <l'liomen.;. <ltH ia ~er abe oçoad.1 tnl .,q ucllu r renc;a. O :-an g11c do:- chri~t5os
obra , e aca tada de lod os. pl'lld11iia novos <'rentes ela religião <.lo
L'\ l'el i.-.·ià u <:h 1•i1o1tan-<:ath uli ca teve por crucificado.
<:On lra<lil'rc)J'e1'1 ao, ~l' U ' <log ma~ e ;', :-ua Certamente uma l'eligift o com lacs
moral no :-et•ulo l Sirn:w \lago. \l cnan- <.•ircunstancias e pre<l~c·adus , nà? po<l~ ser
dro, Nicolau , CPrintu <,1 e Ebion: obra <l'hoinens, mass11n c., bra d um rlcos.
No ri Saturni110, 13a-.ilide-.. os Gno:-ti-· ( Conti,11,a) .
('os. os Va 1cnliniano .. , \J J rciuo.i.. tas, Mun- ar,i;ea:;i- .- --
tanista-. e En<"ra tit,,c; : ·
Nv IH os No v,1cia n1)'i , S.ibelliano'-. OS 1\:!AUS LlVHOS.
Pa uliaa istas, e ~fon id.1c1h:
Ter tuliimo, com a sua r os tu mada cm-
i\o IV o-. O,,natil- La, , t\ri.ino,, ,1al·e-
pbase, d1 amou fab ricado ra da m orle à
<lonio[,, , Appolit1ct ri.. tas, e Pri .. ,·illi.,u1., t,t.-.:
1·011ve1·~a<;ão sediciosa 'JllC Leve o <lemo-
No V os Pd agi,rnos, Ne:-to ri .i 11os e nio co m Eva quando tra tou <le seduzi- la ,
Eutyd1innos:
e cl1amu11- lhe assim porqne suas ímpias
No vr O!'i Ago_11etc1 s, C m. D,·fc1hul'c.-. pal av ras foram o principio e o inst r u-
dos T rcs Cnpit11los: n w n lo da n1o rtt• tempora l e eterna a que
No YJI os :\l,1nt1th (' lit ni;, e Paulil' i,r n o!> : Adàú, Em e tod a a ~ua poi;tel'idado fo-
~o \ IU o:. lc·onoc·la..,ta, :
ram con<le rooa do~-vcrb11111 (l}dificalorium
No .IX Sergio , <' Forio:
No XI Btininga rj o, i? Cerul.,ri n:
mo,·ti.s. Ta l eo t itnl o que m e recem os
liHos pervc c:,o:,; e irrE'ligio:-os que a bomi-
'No XII Tr,rn·p 1il ino, n, Pctrohn, , ia-
nam os fi p cn ,eRui11H1'! ne, t<' di .. ('11 rso pe-
nos, Aba clarclo, e os Wald1·n:-.e..;:
las rnina:-. e e:-.tra go:. q ue teem eau~aclo ao
No XÍU o.. Alhigen .. es, 1• o.. Bc•g11in u:-i: n1undo, e ft!, alnw:- que 11ii-.c1·a, elm cnte
No XlV Ju~o \V i«lt·f. k c m feito perder e se perderão no futu-
No X\' João llus , e J,•ronimo de ro, ~e Dous com ~cvero~ ca ~tigos de 1-,11a
P rnga :
j11:-. ta ira não enfrotu· as iuft 111tas pcn nus
No XV I Lu d1e1·0, Calvino, Zuinglio, inciigemt1-i e estl'ang.•iras, que in:-nhau1 a
Socioo, e out ro~ muitos:
religião e corrom pe m os coi.lu m e~ do
No XVll os Armin i nos, os Jctn .. cni:,- <..:h ri~Liani1trn o: verbum red1ficn1tn·r'u111 mor-
tas, os Quieti-. ta ,;, e os Kokc· rs:
tis. Se olhamos parn o~ tempos antigos e
No XVill o~ ;\ppella o tes, e os en cy- considera mos a., inn um era, eis herc ...ias
c1opedi~ta~, e os fil«,:-ufos rat•ionali~ta'-, e que uma s apoz da~ outras let~ m combati-
finalmente no sec ul u XIX um a d l tHna do a fé, !ICduúdo grande1; Ln lentos, ro u-
de seitas impfos e a bom iraHvei:., em cujo bado à egreja naçoens io tei,·as, ar racan-
n ume ro cntrnm os péd l'ciros livres , t·ar- do de seu grcrnio uma grande pa rte do
booa rios, illu m inado:,, suria li-. ta~ e l'.um- m undo; ac ua re m os infe lizmente cc r·to,
munii;tns. que se int1·oduzil'a m e sustc nta 1·a m co m
Todos este:- l.i Pr Pge~ e inimigos da re- o recu l'so de todos os muu ., lfrros, os
ligião C'n th olica appareccnttn e m di, er:-os quaes n un ca deixa ram d e d ar aos inno-
tempos; e apen.ts e1-ip..ill1;tram as .:iUits vadores rcLcldcs o desejado fr ucto d'cs-
-~ A#Ui&MbkW &
® <IHll!n1l~il'l.Hll!UtW(l)t1

1ragos incalcnlaveis: verbum ,edifi,;otvrimn


m01·tis. Se olhamos para os seculos mo-
WSCW*JlaQW M #W d =
for<:a para iatrnduzir e propngar a lice~
<~a e a irTcligiüo, cc,mo uos ns:,cgura o
-
dernos ate ao precedente. ao vermos a apo~Lolo S. Paulo e o confirurn uma triste
piedade qua!,i extiucta, de!-ilenado o pu- expcriencia; que não farão os escriptos,
dor, dominando a malicin, as paixoens impressos e o~ "ºlumes?
com n mascara <la virtude, a virtude re- Um dissolul<> pronunria suas pcrni-
putada urna vilesa, ao ver n universal li- c·io:;as pahwras sem estudo ou prepal'at;ão
cença de duvidal' em materia <le rcligiaõ, previa e ('Omn :1eu co1·1·0111picb coração as
.de negar, de calumniat·, de a<:IJiacalhar, transmitte aos labioi;; um liu·o ímpio é
de hlnsfemar sem reserva; que1n tornare- obra meditada, e:-tucJada. <·ornposta, mui-
mo~ rospomnvcis por Lanlos males se naõ tas vezes fructo lia applicacJào e traholho
as Cal'lt,s a Emilio, as Ca,·tas JJCl'sas, o <lc muitos :rnno1-; e por co nseguin te ~cus
Systema da 11altfl'esa, o esph·ito d,~s lei.~, a argumentos siio mais escolhidos e furtes;
filosofia, as questoem; encyclo1,edtcas, os ~uas de~oripçoens 111t1is retocadas e se<luc~
dicciollm·ios, os ensaios. as poesias. ns his- tora-., seus panilngi~mos polidos com
to,·ias e mil outrns peF.tilente~ produc- mai1,s arte; sua~ 11arraçuens tem mai:,;
çoens, que innundando o bemísferio chris- apparencia da \' erdatfo; tu<lo em summa
taõ trnn-,tornaram em pouco tempo de e.1;ta alli mai!- illuruinaclo e..pomposo, mais
tal maneira a :-ua face, que a não 1-er fino e expre:;1-irn, como é bem para i,up-
uma e~pecfol provideneia tc1·ia irrcme- pôr a !im de produzir no animo mais \'l-
. <liavdmente ,·a bjdo de novo no paganis- vas e permnnentes imprPssoens. l\n dis-
mo ? T'c,·bum ()Jdifi'calo1·ium mo,·tis. soluto tem não poura~ Yezc!- l>U:ls recon-
Se ccntcmphimos a1;; revoluçoens do s.ider,,t;oens, P.orq ue nt•m a todos ngl'a-
:,;eculo pre~ente, a anarchia nú politi<'o, a da m l> lla" licenc•io:i:b palavras, nem todos
impiedade e o athebmo pratico no reli- as tol eram ; entre :..eus ourintes lia pcs-
"ioso, tantos :-.ystemai- 1ilol>ufic:o:; e cccmo- soa:- que zelam a ,.erclude; t1ãofolta quem
t>
·micos 1
declarndo., a Jcrlamente in111.11gqs
• .
se em'Prgonbe de ~el' lido I'º" dis$oluto;
do Chri~tianbmo ou melhor encarnados ba edade~, ~exo .. e dignidades <1uc lhe
no pélganii,mo, p rocli1 ma do o reinado da coarem respeitnr: pelo eontl'nl'Ío um Ji-
materin que reduz o lwmem á condição no impio n;io cunhec·c freio, não cnl'on-
dos brutos, em6m p'lslas em campo to- tra quem se lbe opponba; ningnem o
das as forças do inferno, i,enboras de contradiz, nelll o envongnnba, faHa co 01
muitas e importantes pol'liçorns; não se liberdade e franquesa scru limites.
attribuam tão grand P.s estr.igos senão ao ContintH?tllO!H.·om a compnração.
numero infinito de livros pernicio~os pu-
Um ho1T1e•m .cfo-.ol uto di1. quanto lhe
blicados pt!la imprcrN, licencio~a e pro-
occo1T~ e arnbou; n5o el,fj ~cn1pl'e ao la-
pagados impunemente por todos os an-
do dos oulro1; para renon,11· ,1 cada pass.o
"ulos da terra. Sim, cs1.cs fructos de
a~ feridas q ne occa~innou t'<)lll $lJU lin-
~'>rle se devem a liberdade de imprcn~a
aua; uão é um contin110 :-l'cl11ctor que
e a M!llS moniitrnosos pttrtos, as obras de t) • l .
eslt't se rnpre à mão, que scJn cllmpan 1eL-
Vollafre e Rousseau 1nil vezes rei mpres-
ro ini-oparavel em teus pasi-eios e \"iagcus,
sas, ú Aforai rmivc,·sal. a Deus e os homens,
conselheiro i,ecreto em tu a habitação e
ao Chri.,tianismo dcscohertn, as cr:l'las a
alimenlosernpre promptode teu corrom-
~ugcnia, .)~ I01'f'is.~i111as e asquerosas p1·0-
pido paladar. Um livro impio falia e faUa
duçoens ,Le Pm·ny e Pigaqlt lebrtm, ás
eternamente~ sua~ paginas ~edu<'loras são
11ovellas i1'rdigiosas e immc1·nes de Eugc-
tua ~ continua!> companheira i-; em toda a
nio ,S'ae, P. de /(o,,k, e 011troc,que t~es, a
pHrtc que lhe queiras fali.ir ah i o tcms;
tanto!, poe111.,1s. dramas e romedia!, que se
lêl-o, e rclêl-o, e um mel,trc ·hemprc in
dfri,re111 a in .. 11llar e ricliculari:,ar a religi-
ca thcdru; e se ~uns primeiras liçoens nüo
ã~ ~ btHh co~lu111e:.,. flerbtmt aedi(tcalo-
te nrra!'llam .\ licenc;a e inrredulidadet
1·ium 11101·tis.
como :-e pretende, a commo<lidade do o
~cm é para estranhar que tanto pos-
sam 0 !:1 maus livrol'I q11ando ~e trata de fa- escutar e e:-.lll<l11r de novo le va rão no fim
zer gcrtn inar a iniq uida<le aos cora<;ocns, a sua obra; se suas pri,ttciras impres-
porque se ligeiras palavras que o vento :-ocns só te offusca m, as segundas e o resto
leva, prqfel'idas familiarmente teem tanlfl tQ per:madirão quasi completomenlc ele
precipili'lrào n' nm abysino de irreligião empenho os designios da Egreja que se
e de licença. · conseguiu extingui-las compl<!tamenle, e
Assim, não ignora por experiencia a nnõ ficou outrn coi-.a dei las se naõ n exe-
inca tua mocidade que poucas armas pos- craGaÕ eterna do nome de seus auctores.
sue o inferno tão rnortifcras e po<lea·osas Chegando a tempos mais mockrnose
para fazer sujeitar seu r.0 1·n\fo e extraviar proximns aos nossus, o sacrosâ olo l'Onci-
~eu entendimento, como esqa torrente de
livros e foluetos pcrverfio,;, qne ou teem
.
lio de Trento urdenon a forma caõ <l'urn
indicc copiosb,simo de livros, cujas per-
origem em nossa terra ou n os vee m do versas cloctrí nas, jà e m quanto ao d ogma,
cstr,rngei l'O, já cm quonto {1 moral, pod iaro occasionaL'
Bem o conhece a Egreja Catb olicn, e a ruin:l dos fieis, e por tanto mereciam a
por 1l)',0 ' elll todas ª" epocas en.,iuou e proscripr,aõ. Ainda fez. mais; estabeleceu
proclamou em alt 1\s voies que a leitura certas regl'as geracs, sa bias e prudente-
da'l obras má-; e e foi se mpre pernirio .. is- mente med itadas. pelas <JlH1os so pode
sima; clla tem bnc;aclo miio de todos os conbe<'er se um lirro moderno se ncba
meios i'lnseu ah·ant>e pnra faze..-lasabomi- ou naõ com prelicn<lido na m csuw pros-
nar uniHr....alm en tP, a rrant·a-las da mão cripçaõ qu e t>s incl11idos 1101uinal im na-
de !-CUs íilbos e hani -la:-. d,1 face lla terra, q ucllc i ndiec.
em pregado snp pl ica-; e a meac:a,;. preceitos Ora poi", quem a\·aliarú melhor so-
e caMigos ceu:.ura-. e fogueiras. O pri- bre este ponto, n r.greja que declnrn uma
m eiro exemplo de sen z.elo e... ti't con:,,igna- gucl'ra viva ao~ livros iniqu os ou acp1elle
clo aos fastos apm,tolicos, onde se ,·e, qae que os estima , 0:-1 procura o v'- lê com
desenganados pela voz. de Paul o muitos p aixaõ? A egreja que os con<leruna co-
cpbesianos, que gosta mm de c()(avcn·ar e mo j:>e<'ca mino..,oc.; , ou q1Him pei'tende
lêr escriptos curiosos e perigosos , e dese- tlescnlpar !',ua leitura como ind.iflerente?
jando gua rdar intacto o dPpo-,ito da fé A egrejn q11e é ohri~ada debaixo <le pre-
ajuntaram um tal numero de lino~ mau:,;, ceito grave a pl't1hibi-los, qne quer que
ctJjo pre1;ó subia a mais de cincoe nta mil naõse leiam, que naõ se deem a lei', que
dinheiros ( ú,OOO ~de reis) e em publico naõ se g uardem nem con:-1orvc..n, ou quem
os e ntrega ram íis chammas. diz qu e naõ entende porque sejam pro-
Com egual espírito e ~a nto zelo ana- bihidos ? Tres 1'Ímpc-. l'ol>vias reflcxoens
tllemutisou a Eg,·eja em seu primeiro dcl'idil'aÕ .t lodo o homem se nsa to e lhe
concilio geral um liYrn ele Ario, intitu- fi,cilitariam a resposta. A summa fra gi-
lado 1'a!ia, por se u liHe ,. afeaninado cs- lidi.lde dc quem lc t.ies livros, a sum maap-
tylo: este espirito depoz j u,·idica mente de ti<laõ pal'a perverter, propl'ia de laes li-
sua nuctori<lade ..i ll cli odMo bispo por vros, a c.<periencia fa tal elos la1'limosos
se nega r a queimnr sua hii.toria da Erhio- eífeitos que tem orc,,~iooadu ao Chri:.tia-
pia on Amores dé Tcagens e Canºctca. nismo a leitura d e tae:, lhros.
Com o aoe:.rno fim os conl'ilios s<'gnintes Em géral, os homens siio cle,nusi,\clo
fnlroioararn :-.empre an .. th emas e co n- frt1gcis para empl'vhendor se m gravissimo
demnaram aofogo qm,nlos e:-criptos ím- damnô a leitura destes lin·os. Noi-i;a ra-
pios, perniciosos e hetf 1·,1doxos . . ahiram saõ, por muito que i'l queit'nm elevai', e
à luz publica, prodlwçoens iniCJlla:.. de limitada, <lebil e enferma: uma grande
engen bos e1' lrn via do~. E' C"íta uma das parle da gente que f-a be lt r, na'"õ tem
priocipaes causas a que por furtuoa o mais que um rn ediano di--cernimento. Se-
mondo deve o te1·em desa ppa1·ecido de ria pois da primeirn oeces!,idade pat·a
seu seio tantos livros e tratnd os pervel'so, descobrir as falsidades, os paralogismos,
dos hereges daqnelles tem TJOS , de \Jarci- as maligntts tentlcncias dos e:;criptos de
on, de Vi"llenlim, de Ario, de Euoomio, que fatiamo~, ler-soieito um bom c-.tudo
de Nc:,; torio, de Prlagio e muitos outros do que chama,llos theologia, metafüica,
que compo:,eram linoi,, com prodigiosa criti<'a, liisloria da rnligiaõ, e da cgreja;
fecundidade. O.. i,,ynodo.; de Nicea, de seria indi...pemavel que todos fossen1 do-
Epheso, de Calecdonia, e de Constanli- tados daqn t Ua dialectica snga:,. que conhe-
nopla ol'<lenaram llUe i-e qu eima1,sem as ce ao longe o lólo fhma e o di%ipa, d'ucna
obras destes i 1u pio.... os zelo,;o~ Cesares mem oria va!lta qu.) n'om momento op-
daqnelles dias coadj.uva1·aw com tanto . poem factos, e !3nbe qoe cm té\l corte, ern
® <tHD 111 ata· u~ ~ u~HY.H&c;,
6 A·!Arm....f.iiliu.S.i,i,.,i!~™4fW1rZ........esu:t...~~5iifS&:: \.G.CW:4 E> ??!J&!l!2.!S!22E9..i:,t -:;;:;, % A J P : ~.

tal r onrÜio, e m tal secu lo naõ succedc- « Á gcole, que alé aqui tens conduside,
raõ as coisas como· no-las que1· fazer acre- « Oiràs, que do metal mais precioso
<< F:il>t·ique um candelalJro magestoso
ditar oincredulo; 1,e1·ia precii o estar rnuito « A golpes de l!larlello construido.
Ye rsado na inteJlige ncia e manejo da theo-
ria da rcvelaçaõ christa n, saber conser- « Qua lance braços lres para cada lado,
var-se in\' enci vcl no facto desta mesma <1 8 cada lJraço uma açucena Lenha,
cc Em que d'artc o primor st•ja notado.
r evelaçaõ, c,aher tirar partido do acon te-
cimento para a firme crença d as coisas « E lá no cimo racla qual suslenha
reveladas, sa lier finalmente compara,· o « A llanrn, em que urn miuislro (l neus miado
resultado ele Lodos os moti vos de creduli- « O lume sacro·sauto lhe entretenha.
<lade, e saber appliear parte por pa rte e
di:-,tinctamente a força <le cada motivo.
E quero sou besse tudu isto, deveria jul-
gar·se :,eguro e resguardado contra a se-
ducçaõ d ' um mau livro ? Ab ! por certo
tJUe naõ; p11rque apesar de toclas ns duvi- El edges Tabm1aculum juxla ell'.emplar
das, o sarcasmo, as obj eçoens su btis, os qnod tlbi in monte mo11s1ra111,n est.
cargos apparentes .trazom se mpre comsigo Bxod. rn/J 2G. v. 30. '
um naõ ::.ei que capaz d e offw,car e con- Querendo Deus que riada se omittisse
fundir o inlendi ruen to, ainda o mais bem A.' pom1>a d' essc culto, que lhe é (!t1tlo,
disposto; porque as paixoc n~ de quem le Fallant1o com l\loyses, que de JlOm grado
teem um rivo interesse em imhuir-sP das As ordens lhe escutara, assim lhe disse:
ideias d.os li \.TOS sedu ctore..,; a sobe rba « Quisera que tamucm se construisse
que forceja po r expellir o jugo da fé e o cc Um rico Tchcrnaculo Sagrado.
captiveiro d a intellige nria, a vaidade que <e Que, ao mod~lo cgual, que le hel mostrado,
encontra um manancial o nde pode pro- << O povo o desarmasse, e coodusisse:

ver-se de conhecimento~ que a façam bri- « C'um \'én Jogar nlli hn-dc formar-se
lhar em a!-.seu1bleas <~ reunirte n, de des- << O'amor pr•o Testemunho verdadeiro,
preocup,1dos e íncrnd11tn~, a iní'ontine11- <e ll que o-SantaSanctorum-hn-úe chainnr-se.
cia, a avarn~a, a ira, que i-en tecn miti-
« E fóra d'esse véu ba-ue primeiro
ga r·sc-lh e o terrur de hem rn e recido~ cas- <e A tuesa dos pãc5 asmos colloc.ir-sc,
tigos; e fin a lm ent e porque para que o « E defronte tia mesa o Candieiro.»
homem naõ fique pervertido pela leitura
ímpia e oh!-cena de ntn mau livro é in-
dispensave l uma grac;a e1, pecial e divina, e
urna particular .e pri vi legiada assistencia
de Dens, e pensaria louca n,ente aq uellc
que esperasse semelhante assi~tencia no
acto em que o desp resa e calca aos p.es as Facies ct altare M li11ui, sNim... facies•
que íu usus ejus lclle1c~ ad ~u~cipicnoos Ci~
)eis da sua egreja, collocnndo-se a par ncrcs. Faclcs ct vcctes ollaris tle líguís si,tim
Ouos.
daquelle~ que o imultam e blasfe illam, e E;cotl. cap. i1. 11. 1. 36,

que vae procurar entretenimento e pra1.er Estudava Moyses inda o Seubor,


em livros que maltrata,!} e de!,p1 esam os Que, para ao culto seu nada fa ltar,
mysterios e interesses divinos. Assim coolinuava a lhe foliar
(Coutl11u11J. com <lõces expressões de puro aruõr:
« Ao povo, de quem ês o conductor,
cc Ordena a coostrucção d'um rico altar,
cc Que cm tudo veoha a ser <ligno logar
cc Oe puras oblações ao CreadOr:
LII.
Pacics et candelabrum ductilc de auro mundis- <e De cobre, o mais lusido, mandaràs
simo et bastile ejus, ct calamos scyphos, ct sph:c- « Que a superfice seja, e construir
sul3s, ac lílla ex ipso proccdenua. Facies ct lucer-
nas sep1em, ct pones cas su1>er eantlelabrum at Ju- « Caldeiras, cm que a cinza laoçarâs:
ceant ex acl~erso.
Exo<I. cap. 25, v. 31. 38, « E, para que não custe a conduzir,
Prestava inda Moyses attenlo onvido cc Tambem argolas d'ouro lhe poràs,
No alto do Sinai maraYilhoso << Oode possam varaes introduzir.
Á voz celeste d 'esse Deus poderoso, f/ieira.
Que tinba n'cstasfallas_proseguido: (lfür.)

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
-·· d 1 'F&

A NNO CHB!ST ÃO.


? iJfW 1' a+ :n::rz:,g,,,:e::,::;e::::n::;::« e :cr::r:rdft'I '111iP::!'SO'!,W,: f

rn mc(\te pa!-sara m ro r Alemq uc r , onde


sca , &G e-w:;:a.,,, ~ ~

.J I. N J-l lnl!J, se dcmora,n alguu, <l ias com a infanta <lc


8 S EClJ~D.\- PBl f\A-9 Time \-l:'El/1 l -1O Porl11ga l, San la Snnd, a , que alli <' Oll'l soa
Q e.tn'l'A- n: ir.\.- 1 l Qu1~1'\- C' P.ln\ - l 2 Sv.i,:n fa milia passa,·11 uma , ida. ,erd adcfro-
r'Ellu.-13 S.\BUADO- cm todo,; c~les cl 1as mcnte l:Cuo hit,,. l~i l-os na Llc;;pu nh ;1 ,
comme morn a Egreja os cli.u; dil oictnva preg.rndo o Cli ri.,tiani.,mo aos \ louros . ..
d a EpiplHania d e N. S. J esus Ch .. j,to. Facil e de imaginat· ·o-; insultos e ru.'rns
1ú. Ommmo 2. ª depois da Epiphania. tr::i l()s que ell t>~ nlii ~offreriam ! .. . A sua
l?esta do SS. Nome de J esu~. 1\ Egrcja <leca1>i t,wii
> o 11ore ru te ve l n "a
t' l' em ~l nr-

co ncedeu a muitas orde ns religin.;a", e roco . . , para ou<l e fo r;to mnodados, e on-
Egrcjas pa rl it•t1lares fúze r do my.ste ri o cla <lc. apeMt!' dos torm ent os jt1 soffridos,.
Gircu mei, ão de :, <;:;so Senhol' u ma fo, ta 1150 nífrouxa ram no Sn nlo empenho de

particula r, no 1. " dom ingo depois <la a nnun cia n• m a boa nova .\quell e~ q ue n a-'
Epiphania. ê )s prop1·ios p1·0Lestan1 c~. qnc da la nt o odeavHm r nmo o no me de d 1ris-
depl)is do s('i, rn a, aboliram n ma ior pa r- tún. Conta -:--e <] t lt! na me,ma hora de St'U
te das f~i;ti vid.1des, corn,e n aro hoj e no mnrl yri u, np parcc:eram cm t\ lemcr nel' á
calen<larío d~ sua novn lit urgia a memo- ~ob r e d it a San ta Sa ut ha todos radian tes
ria do S::mti~:-imo No me ele .Jesus. Éq ne <le l,iz. Eiri Snnta C, uz de Cnirnl>ra se
n c~tc nom ~ e~tü o s11 lw r<1n c, r emed io a gu:,rdavnm cm Drrrancle ,·enor,ll',\O a),ru-
,, b ~

tod os os ma les d c, ta \'id,,, e um penho r ,~as relíquia!) d c:.les herocs do t:Liri ~lia-
de eterna feli cidade . rns n1 0 .
15. S 1WC'\'l>.\ -l'E11n.-~.~ ~Jnm·o- No- l 7. QuA1n·.\-FmJ:.\-S. Antonio Abha-
bre Homano, ~endo educa do na Santa lei de. ·-Üt",ce ude ntc <lc noLn•s Paes, en-
de Deus, tüo acu mul ado foi da di vinn tra udo nu Eg reja por occa1-iüo e 1il q ue sé
grflça que cansou a ad mira<;ào de seu lia no E,.rngcll10 as ~eguin tes paiav fas de
mestre Eu ty chio. En::>inando a obse r ,·a n- Jei;us Curisfn :--;e que1cs SCl' p erfeito , 1

cia de to<lao; as vit'tndes, e rn pelos mes- vae, e \'en<l P tudo que tens, e dà aos po-
tre,,, propo61l>ao.,d i~ci pnlo1-, com<) exem- .l>res- vo ltou para casa e cxerntou o que
plo. Se11do Plc1ci<lo Monge lançado em mandu\'a o Evangelh o. Aco muludo de
um lago , e logo a rreba tado pelas aguas, tod as ª" r i1·tude:.. en tregnu-!,e muito ao
Mauro por ordem do S. Padre a tirou-i;e estudo das S3grndas E~cr ipturai;. Com-
so bre as uguas, e pelos cn bellos aga rrou batend o os hereges, pa.,:,ava li ma viela de
seu com pa nh eiro t, a:ieodo-o para ter ra. jejum e cil icio. Tendo -.ido po r varias
lod o <l cpoi.; pa ra a França por ordem do vezel'I acon11n etidtf d1• ten tações lw rriveis
m e:..mo S. P.1dre fiencditto ahi brilh ou a todas venceu at é q ur- aJi n.i l Deus o cha-
e m toda~ as ridud es, d a ndo g rande i m- mou µara lhe dar a cnrôa a tanto m e recida.
puh,o a di:wiplinn. Cheio de Santidade, e 18. Qml\'Tà-.fEmA. - Cadeira de S. Pe-
refolgente d e milagres, ci:n igt.-o u pa ra o dro em Roma. - Co mo os t 2 Apo:;Lol os,
Ceu no anno ele 565, tend o 70 de edade. rect.i hcndo o d,) rn da-. ling1 H1:,;, pelo influ-
16 . T En<JA-FJ~JRA. - S. Be rnrclo - 0;; xo el o füpirito Santo, para preg:-i rem o
Mart yres <le ll arroros. A 16 de Janeiro Eça ngelho , , c e, palha, ..e m pelo o m undo,
de 1220 ga ulrnra m cm Ma1·rocos u tão de- o r •·ineipe do., t\pn -. ro lo:,, s.· Pedro, fui
sej ada pt1 lma do mar tyrio os cinco d eno- p.trn Ro ma, on<l1• pn•gando o Chrislfa-
dados su l<l.a <l o:, <l a milit:i a d e Ch ri:,to ni:.mo, <li;,,~ipou a, t rc\'a, , e manifo::> tou o
(Otbon, BerArdo, Pc,lro , Acu n)io e A<lju- ca mi uh o <la :-ia lv·nçâo.
to ), entre o~ porl uguezcs tão veoerncl us, 19. SExn-FBm.\ -S. Can1llo IV-rei
não 110 pela trad i<;ão nos Lcncficior:, por <lc1 Di na nia1Ta, na,ce11 nu 111cado elo sc-
sua in tcrces:..ào impetrados, mas porq ue culo 11. Ainda moço gan hou ran tus vic-
tem a sua biogra fia mai-. de u ma relação luda . . , q u,,nta:,, fc,ra,u ª" b..: talha... Affu-
com a :i ua hi~Loria . Discí pulos predilec- geat uu º" pirn la:,, q uc infe, lava m ns cos-
tos ao Se t·afico Pa triarcba , forào por eHe ta .. , vc111·1•u o ~ e, t.,cm,, e fez. da provinC'ia
man<lad os, ou an tes, ob tiveram cl'e ll e li- da SPrn hia 11,na provin cia d.1 Dma ma t·ca.
ce nça de irero prega r o Eva nge lho aoi; Pertl'ncia-lbo o thruno por mo rte <lc seu
cegos scq aa:ies d e Mufa ncd e, e co mo por pat?, ui.1-1 o:- C<1t tc,õc..;. e. . polin,·am-no d ;t
este tempo ainda os bouvessem nas Jlcs- corôa culluc.indo-a na cn becn d e seu ir- O

J,>anbas, para-aqui se dirigi ram, e primei- mão Uar,;uJcl. U,,nuto bem longe de bos-
(C ,~ illín a~ Ilíl :ll àYü~ Sí.f@o
fffWD!!i'€7Mtitifififi· ffi!#JLA -'fli't'll'!1!':C : : : * " P " I ~

ti1isar esta usurpação, fui o mais obedi- mo, q11e abaixan<lo a sua c~pn<la d e jm-
ente v..1ssallo dQ u-,nrpa<lor. A providen- tic:a, lance sohrc nos o b.d»amo <l e :ma
cia vigia rn os merct:irnentos cl'esle Hei, in{inita misericordia.
c1ue a in voca\'a nas horas amnrgas de 21. Do.m~co 3." <l epoisdnEpiphania .
sua ci;c rnvidào. Bcrauld morrr.u, e Ca- S. Ignez, ua~<'eu eni Horrw, no fim do sc·-
11uto, corondo Rei, perdon aos inimigos, culo 3. °, de pae~ nobres e , i, t110~0:-. Lin-
que lhe vem de raslos pedir grnça. Ca- da, e notavel pela sua cx<'~llente cdnca-
lllllO não tinha um pen.samento adminis- <;aõ, Proropio, filho do go ye rna<lor 1·0111a -
trati vo, urna medida real, que lhe . não no quiz, esposa-la. lg11cz clc!- pre~a-lhe as
viesi-c <lo <:ornç5o, amoldada pelo Chr_is- olfertas P. o cora<;aõ que taõ apa ixüna<lo
tiauimw. As suas <:onqui, tas approvéita- se lhe offcrecin. Procopio, halda<.l os os
ram n1ais ao reinado de Dens, que á sua carinhos, e ameaças, consc,g11e foliar- lhe ,
gloria <le Rei. Cnda palmo de terra, que como :-e <la sua cloq 11cncia pcndcslie o t--Cll
conquistava, el'a logo múcada pela ~en- Lriumfo. A Virgem <lcclara-•-ll1e esposa
<lalia do·-rn b,sionn rio-a quem con (1ava <le Je!-> u.., Cbri:ito, e deprime, ret iran<lo-
n C'ivili~açaõ de Curlan<lia, Samageeia, e. se, a orgulhosa al1ircz.dc:-et1 pretenden-
E ~tonia. Ca~on eorn A<lelai<le de Flimdres, te. S(•guem-sc as irnpo:-ic~õcs <lispo li t'as
dign~ consorte das suas , irtudes, 'mais do governa<l o r, C(IH! uma a se u íi!hc , e
· ta~·<l e co roados pelo filh o Carlos o-Bom cli,presa ei-se trnl a:-. li(•o 1·onsorcio d.1 111u-
que a Egreja collocou no catbalogo <lo:, lh er ·co111 a DiYi ndade. Igt1ez c~lú na prc-
Santo~. Canuru r>lcvou o Sacerdocio ;:io :-e·nça do Gorcrnado1· , e perante um au-
maior espl endor da sna digni<ladc. Fun- <litorio pagaõ dedura-se Espo!·a <le Jesw;
dou lwspillles e ~1o:oteiros com as suas Chrit- lo ! ... A douze!lé\ de Uaumôs é car-
rendas. A 5ua devoção, com ~·l aria San- rega da <lc cndêa-; e naõ c1e.,cora; arrnslnm-
tis~ima, era fcr\'orosa, e occu}Java nas n'a aos aliares <los ü.h,los, e a m:irtJL' in-
orações as esca!:iSU!. Lorai,, que lhe sobra- ' oca<) Deus dosChristaõs. Prornpio quer
vHm dos negocios. Instigado pelo zelo re- por-lhe nrnô-; im:nltuc!-la:-, i;a indo-lhe ·ao
1.igioso, quii ubrignr us povus a pagar o. encontro n'uma prac;a: a mort e su~pen-
dizimo à Egreja. Os povos in~1igndos por de-lue 0 brnc;o . Morto, se u cndaver é
seu irmão Ulaf, revoltaram-&c. Um dia abiaçado pelo P.ie, <JUC naô pede ,in-
asi,i.,tia C... nuto aos o{fü:iosd ivinos, quan- ga nça, mas sopplica de joelhos n Jgoez a
do os con~pirado .., entraram no templo. vida de s~u filh o. Ü l'I olhos da virgem li-
O Hei não tren1cu: j .. eluou mais proximo . tam-:--e no céu, e Procopio r cl'lu~rita. Pu-
no altar e exclamou: ~Senhor! eu vos bliça-se a maravilha. Correm os sate r-
offere<,:o com jubilo o que me rei,ta d~1 doios <los idolos. Grita m contra a uiagia
vida. Morro por cau!,a da rn~~a Egreja; de lgnez, e incita m o p<l\'O a castiga-la
fasei que estes ·rebeldes !--e arrep~ndam con1 a mol'Lc. (_) povo l'llgE', ·como o leuõ
um dia, que eu dou-lhes o meu perdão.» do circo, pela vil'lima. O gove rnad or
As settas que_ partiam de t, ,dos os lados quer :-alvar a que deu dda a se u {iluo,
vararnm-lbe o peito, e o \1anyr enC'oi,tou ma .~ , tetncnu o ,,:, i1'a1- d o tumulo, fo ge, e
a face morta ao lado do altar. N'esse mes- remelle o juizo a A-.. paze,s c11 teuea'ie. O
mo dono os Dinamarque-;es prO:,lraram- ju iz, incitado pela pll'bc, <:onclemna Jgnez
5e no tlJrnulo do ~eu Bei ass.1M, inado, pc- a ser queimada. Lant;ada no :,,eio das la-
<lindo-Jbe affastasse n pe:- te , e a fome que va redas, as lavareda:- abrem o seio de fo-
os devorava. go, e a virgem està irnpa:--sivel e int:,cta.
20. S,tBBAno. -S. SchabtÍã1J-Nasceu Bradam os saC'qr<lotes contra a magia dos
cm Narbonna, pouco mais ou menos em demonios. O juiz manda que o algoz a
255. Mililou no rernpo de Diocleciano, decnpit~ no mêio da fogueira. Treme-lhe
e profundameote d:irü,tào, fingiu-se ze- o cutello na rnaõ: lgnez ar.ima-o: «Naõ
loso no paganismo, para mais a M1 lvopro- tem3s-diz ella-dar-me urna morte que
tcge1· seus irmaõs perseguidos. Denun- serà para mim o principio de eterna vi-
ciado, reC'onbecido, e expulso d'entr~ os da.» E fui. Do alto da sno gloria aquella
seus companheirosd'armas, fo i ch,batado Virgem martir foi um manaucial de pro-
no circo, onde morreu Marlyr. E o Ad- digios sobre o povo, que a mar1.yrisárn.
vogado contra a pe6 tc. Elles nos queira
Maranhão, 1'yp. de .1. e, !\J; <J<i e. 'fo1-re;;=rr1a dos
,•aler, e pedir jnnt'> ao throno do Ahissi- Um bciros n. 8.=amw de 1855.

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
J\NNO I Seguntla-fen·a 22 de Janeiro de J855. N.º 38.

O. CHRISTIANIS.MO.
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PIH·:ço O\ Sli8SC!l.1rç\•O.

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OCHRISTIAt~ ISMO. ~en te :1 .:n tisf.·wHú ela lll'llilc11tia. quinclo


uao• ve,. n ,acp1e 11 e"s que , 1vc111
• !-:tnlamc11lu
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senfw um exteri,,r anstfrl) , uma fro nte 1·ar-
A M!S:lEIR!COBDiA DE DEUS. rcgad:i, um olhar i-nmhrio, 11111 cora,aõ
( (;andu.1·<'i.O do n. 3<>.)
nt/i1ado por nma infini<lade d~ inlermi-
nayeis cscrupulo!-, um e"pirito cheio de
Um ou trú t>ffeito f11nc~to do temor tri.;t fü..t, (p1e naõ c<HHprebe nde sonaõ
de que temos fidladot ó a tri .. te:.a d i> co- i<lea" at(t rra<lôr:'ls .. e(W<'a de Deus, que
rnc;i P. Se o t emor nnõ le'la a almn .\te o oaõ falia :-.e11aô no rigor de sua:; ringun-
<le:-1foleeimento, ."lll tncno~ ,1rrn . . 1a-a a c . . 1e ··1~
(SL j)
•1 •

c:rncl e~lado, qIh; é a <'ofl~l'ffUr rn·ia ne- Naô no1; limitamo..; pnr<1;m a e~ta,;duns
c-essnria do ten1nt' immodcrauu. E,te u-- - prov.,-., ir,•mui. mni,adiante. Fallaremos
ta.do é ba,tantP perigo!-O e f,111e-;l11, <' !l<H"a parlic·ul.., llH'lll•• d',,cj'tt•!f I fré\Cp1esa , que
nos conver1<'er11rn~d'i-,~o, pmleriamo~ de- opera o temo l' 110 cor,H;aü d'.,quclle, <]Ue
m onstrn;·. quanto e,sn tri:.. tc,a e injurio- com e.:tct'~H, a dle i-c ent rega, fraquc~a,
sa n Ocns, qne ama, cp1t• nos O !lin.:1111os qu e o i-cc~i,,ariamentc à augmcntada pela
com o corac;ão alegre e contentc- Ilila- tri ~tt1.-.a . E quti ex.i... tc e-.tu frnqucsa, é o
rem datorem diligil Dms. Cor. L 8 , e que a Sagr.1d,1 g..,crjptura s11Hi1·itH.1tem~n-
que a aleg ri.t de no,-.o curn<;aõ as~al>OGe llJ n o-lo mui,lra : E 1w t,·iste.~a, diz o Sa-
as ofl'ertas com quo o hr ind:Hnos. C'ómu bin , q11e fl alma acha sun fi·aquesn , e aba-
poderr.i ap7,a1·ccc1· perante Deus? dil"lia o time11/o. Proli. 15. Bani a t,·isrcia. diz
San to Pontilice Aarnõ, p~ra excu!,al'-se elle, de vos1>0 co1·11t;"º, nn·emc.~.~ne-a pa1·a,
de offerccer o ,m cri6cio d,) seu rn ini:-tcl'io, longe ele 1•Ós <.'omo um 1nal l'njas pro.\'i-
cm um te.rapo de luto; como poderei agra- a1td.1de de-veii, 1·ct·ear P lemer. Eporquei>
dar L 11 R, ,.om um ,:01·nçao tao cheio ele Por,111c ,: (JCÍll /1·i:;le:w qne muitos pc1·c-
tristf'!ifl? Li\'ilieo 1 O. E no \'crdade nnda cc111 , Hccl. 1 O. As:,im ,:01110 a ll'aça c01·-
é menos agrada vel à um par., qae com tn , e rnulilisa o:; vestidos; assim como o
ternura ama :,,elh filhos, como \'e-los ,io bi.co ,·oc, ç11(,·nq11ecc, e cmiso111c a 111adei-
de l'rc·dor de i.i, ~e1npre tri:itonhos, naõ 1·0; a.~sim La111bc11i a ll'Ístesn dv ltc111cm .
corre~pnndendo arn, !-CU!, carinhos, e ufo- roe e c11f~·aq11ece seu cm·açao. Pro\', 25 .
gos, sCOJÔ co m temor, lriste1ia , e ~ilc n- Se o temor e a lri:-te.,a. que ella pro-
cio ! Ora Deus, qu e a nosso l'Cspeito, ns- duz !-i~m taõ fune,to:1 <lmante o c urto es-
sume a qualidade de Pae., e que pela 5na paço <.l a ,·iJa. nnde tant o uma <'OlDO ou-
tern ura , é na frase de Tertulli,rno, maior tra :iam mode ra<lai, p111' tau1 ,,s rem ed ios;
Pae, que os Paes da tc1·1·a, 1rnõ cxigil'à o qu e ..e,·a quando na .. portn-. do tumo-
qae c:orre!-poudarnos ao,; seus carinhos lo, onde Indo rect,bra t·orcs l t1ô ,·iva,, e
com confiarn;a, e alegria? a~1gcnentn a i,up1·e~!li1Õ ~ O q11c se rà pois
Esta tri:-tc"a é d ema is a mais co ntra- d acl'rn lle , que durante o ,·ut'l'IO ela i-.m, \'i-
ria a picdJd<', de q uem dá ao mundo da naõ tem ali mentado ~t' a.-iõ pensamen-
uma idea terrível, e d c~gostos.i. E na rea- to-. <l~ terror; qn 1• naõ tem lidoo ult'oHli-
lidade, o qne pen~a rà ucn homem, q ue men to, para as~irn diser, alPm do paõ
naõ coob~ce as do9urasda "ir tnde, e t)aõ d'am argura , e que naõ tem con hecido a

-~
-,; ~ -·
altec.~ •=nedito ~it•
eac
<D <J.HilUill ~'fU ~ 11U~ !'íl..~.:::1)ç;
:---.-..::Sf!'!h-x ~~ ~~~ - ..;.:.....;.;..:~.=..-:::nr::rru:: ;41 :::uz,~L-U t

Deui;, sc n,,·õ pelo.'> ,en. rig!• l't!" ? C·Hno naõ 'fllESE ("}.
:i'excl.11 nuràm t•II ·:-. ?l .. Comoº" JuJe u., s,w6 o !l"apn inf,~llh·e1 ~
cnfraq11c<' i<lus, ü <lesa ni 111adoi,: .,As nos-
Quiil :idhuc qureris cxamrn, quod apud
sas i11iqflidadc.~ pc~am sobre nôs, 1w11· (JCa - Sedem .1postoLicam factutn est ?
tJ,.unlwm, r. nos La ,,çam na fraqocsu: resta- S. Agosti11 fw.
1·â 1,a1·a nús alguma e.~,,e1·n11ra de nice,:?
Ezcch. 23. De vc rc,.uos rH,is parn a boa Disse1·tacão. :,
cc·onci111ia de n o,:-n -.ah,,t:.iõ • i;rgui r os
Eis-aqu i umn qu estão, so b cujo peso
pas!'.>O., do fü•t Pl'ul'e ta- ;/;:;ericvrcliam , el
judiaium contaóo tibi Do11,ine-l\l)s, Se- VPj o ve rlia ,·c m-80 as mio lias Cracas fo n;as.
nh or , cantaremos, e te<.: ercmos louvores Porc.yne po r uma parte a escacez de mi-
a vossa mi~ericorc.l i.i, e ju-.tic;a . nhas i<l~~1s, e ptH' outra as gra ndes d cspu-
T. tas , c1ue se tem H\sci l,,do en tre os sn biof,
uns negando , 011tf'tls ailirman<lo a infal-
OFFEnECIMENTO. libilidadc do Humano Pon ti fiL'c , me fascm
Sem jamnio,; peo!-ar que C!ite meo pe- libiu e pt:l'ple'-<> ~obre os meios , quepo-
<JUeno lrn halbo viesse pu1· vcnlUl'll a ter d t•rei ernp reg.11· pat'a leva r ao fim a mi-
a:- homas <le \'er a luz, cu o tinhn con- uba tanifo. O amor pol'e111 d cl cump rir
dem nado n defl nba r sua exi-,Le11cia no obcnenteme nle co1110 diM·ipu lo com C!'i le
fuo<lo da minha ea ~, , cCl:l de e,tudun te,· e devei·, 111e a ni ma, P c<, ndu~indo-mo tal-
não en, pn1H'O que elle jh l.1011v es~c appa- \'ez de argumento cio argn meoto, ou de
rccido. tendo hl nt~vol o e 1·ompas:-i,·o aco-
1
nuc.toridac.lc em auetondaclc, uabilitar-
lbimculo, perante as rc . . pt•i"lavcis e sa pi-
en ti ,i,, ima.., prc-.c11<,a1-, do meu Kxro. P rela- me-ei n mostrar-vos o c1uc deprehcnde
<l-> e Exam inadores. a minh·1 nca nLadn intclligen eia <la pre-
\l..is o ,1f.tt1, q11c no, ali1neota a ,·ida sente maleria, nliá~ lào \'asta, quão deli-
<le mnc;o, eom N;o 11 de aN·cncler no meo cada. ~la!i antceipn<lamente vo,.; previno
espil·ito um cl,•. .ejo; eu tinha conlrnbido g ue não terei~ ~a ti ,ft•ilas vossas cxpcrta-
nma di\ ida, di\.id 1 podero . . a , po rem gra- c;õcs; nf10 por f.,lt,1 ele q11e um lente deli-
ta ao rnro t·ora<;úo; Mm snluc;ão cr·a tanto genle cm cxtre-mo, e ~crsadu baslanle
mais diílicil, quanfo rn:ii.., tomava focre- na sc:ien('ia da ggreja, não prc le ndesse
mento cm mim a 1dea de ser grato. O
iu,truir- me, cmpreg,rnclo coru li berali-
Jllm. e Hc, m. Sr. Dr. .lonqmm Pereira
Serva, digoo lente d'fo, 1i1u1ções <·trnnni- dade todo .; os seos c~forc;os, não: a mi-
cas, füra p,1r.1 mim. durn11te o tempo qnc nha <lcbil .iptidúo ó !\Ó q11e1n me lw ser-
ouvi suas prelec;õe... , um ni oclelo de de- ... ido de lroneco.• >

licad··~a e bondad <> , e um Íll odo de co- Se con~ultc1rmor..,implesmeo lc n nos-


nhel'i111c1110~, q11 ,.• me~ v,ileo o ni c!'>qui- sn rnsão; so lev.,<lw, Ú11 furor d'arg umcn-
nh o de..,<mvll h•imcntn qu e dt,i ttos meo-; l n1·, que actualmcn le invade as dassc8 ,
p nnlo!1 c..le ex:amc: como pc,i-. dar-lhe um aind., ª"' n, ai1-, igno rantes, sobre ponlos ·
te~leurnnho p<ilpnvel rlo meo reconheci- da mai1; alrn i1up11 rtancia, qual o de qu~
men 'o i11ler1nin ave l p111· tan tos lit11los. 111 0 oc-cupo; se 11os deixarmos arr.\!it;i r
que altam ente o re<·lama, ô11? Pen~ei en- pnr e""ª tori-enle ele limo e.;co ncgadi o,
tão neste m~o .t lomo d1• p1·oc..lu<-c;ào; mas ,·uja lodo,a li c11 pb,1 mana d'uma luvião
nind n a., i;iu-. Í,>i pi;e,·i,a tod:1 a coragem , de espirilos IÚ11·es; ah! mal da inf.tllibi-
que me foi po-.,,,i\CI angarear,. para fo,er ltdade <lo ~urce,,or de S. Pe<.ll'o, mal da<;
puülicor esta d(•fe ituo...a ofl'erla, ui,o me p11 rns , c1·d,,de11 <lu Ch,·i. . t innh-mo, mal até
convin <ln refundil-a e ncin eiocnd,d-a, do!> 1-,eo11 clugma~ o~ mais i.antO!, ! Os :.rni-
pois seria dei.x.1r de app1·ese11tarn me... ma 1nos grossoiroi. nüo ,·ornmltão as distinc-
ti.lese. qu e h~wia prnnttn(·Í::du; c esta ruos- . <;õe, da "'-'.ieneia, clle11 ~ão orgulho~os, bas-
ta; reM>h < 1 m, ou anle .., qne,·em resolvei·
trava -:--c-me as,az im perf..-!ita, parn que
podc!.se sul,ir ao prelo. gutrehrnto, áp re- q ue., t õc~, q nt> 111 ui la~ , CMl!'i tem por solsft
ciamlo a., mioua~ inlen c;ões, a~ im o meo 1i,·io... o:,; tro picoi. da ~.. plicrn iolir1ita, par-
l en te, a quem <lcdico-a, acc ital-a-h<\ bL>n- tind o d\1m :-ilio afüb tàu e:,ll'ei~o, quaes
dol>O, como o publico e~.clarecidu clcscul- l *) l1 ronuociada aqs 20 tle No,•cru 1,ro de 1S!ílJ , por
parà miulla ou~adia. I ocoustão <lo seo cs.amo de Instituições Canouicas.
as ·su~5 cu beça, .-. ophi·. ta , q·11..! !'.:1r<1 c·e,n eom ? (") St, ria po,.,irnl q11c o e~pirilo
ioteiramenlc d e 1 ';{rlr pal'a u111a idca d:i ... p:di.l,·r.is do Senhol' n:1o se cornpre-
g ran de , para uru p<~n!-.a 111ento ,,enlodci- bendessc com aque llc, n 'luem ellc aca-
ro. Se consu lt armo!-1, repilo, a no!-~a ra- ba,·a d~ Jà.,et' a peurn anguttr d e sua
são, tão fragil dPpoi~ do tlWI' <lo erros qnc Egl'flja, a base essc nda l da unichde de s-
a c.uhrnerge, onde iremos b11scnr 11m prin- ta? Não; 11in~ucm qu cirn !-,t! faser li\O
cipio que n~\O baq11êc 11! 1me<lia ta.!ll c-11te, pobre de penc trat;iio a po,to de desco-
um argumen lo cm qu e, fosead11 hrm rsn, nh ece r uma V!!rdaclc de lüo :-imples in-
possa mo~ di:-cr :-cm llH!do ele :..ermo:- logo tuic;f\o, so b pena d e cnn lea-fose r suas
repuhadus- o Pap.i é infal li~·E'I ~ Traba- prnprias <'110, Í<"c;ões. Deus podt! di .. pen-
lho \'ã o; não a,·harcmth es~e IJa.,lào em sa,· :-tias grnçasa {Juem m~ll1or í~lle a1·bar
que uos arriHH.Hn o~. E.~tc 1rnic·o lwra<:o - digne, cl,•lla:. , logo po<lia lilicrali,al-as
u Papít é hQtn •m, l \g•1 é ttlli\ cl,-clará
1
corno P,1p.1. c<.,m aquell1•, qnc occupa o
ga rro te <.: m totl .i~ ti!, 11wN 1s jH'<He nc;<>cs. mais su hi<lo grào de honrn, dign i<laclc e
l\1n~ o philo..,t pho t(l,e lê a Bibli", que juri~clfrdto po1· eO'cito de !-CO a1bitrio in-
medita as pa!-..-ngen!-. :,,ohre-n:1tu1 ,1c.., do li11ilo; ln:,{O p,,dia t:,,el-o in folli\'cl, p or-
:-.eo ront eudo; o !anoni , 11 q11P, fa,t: ndo. q111• a:- iru EIII! o j11lgau1 n~c·c .. :;ario, por·
l l'UVe:.:,CÍt'O da f'rauicção, VC!o,le -.eu t• pi- que as ..,rn Elle o j11 ,gav a ntil nos !-COS
r ita roru º" s.igrad0" c·,rn11ne!>, e ...sc ,,d1a etc1·no!-. dc.. ig ni os, c11n1u :1cboo nece~'-ario
hc1n dep re:~!-a um argut11ento, qnu n1n- e util l:1:..d-11 o primeiro no gr:w, na lioo-
du1. o homem ht> m Ínlc111·ionado ;'1 V.! 1'- ra e na j111 isd i<;ào.
<la<le; elle dii : É pn:,,~ivE>I que Deo8 i-Pj a fü.,-,HjHI, a meo ver, a principal 1·a-
perfeito nai, suo., oh ra:,? O ..en-.o intimo s~o. (1111.! u homer11 clc...pi<lo dos prccon-
r e,po nd c: ~irn. Logo. (•on tin11 .1aq11 c !le, <'t•ilos lwterodn:rn., , e g uiado :-u pelo de-
elle o é na sua c:,,colltn. O ph encm,• no
I •
~ejo de c·milHi,·cr ª" t·rcnt;:1•, dos :.ooi; maio-
mai,; rna ra ,·ilh o..;o, pro~cgue niud ,, n plii- re · , <'om preh1111de, mcdil<1ntio um pnuro
lo:,opho cbri,tu11, a obra mai-; po1h •nlo- d<, E:-piri lo de nns~a \]ii o <·nurn1t1 m . de
5a, que es1·apou du . ; m,it..., <lo T11do- Po- 5Ua organi:-a<}o, e do H!O Chcfo.
<lt?ro:.o, fu i aquéila <J'H' -.co filho unigc- Ma 1 n5o p11 rarei ainda aqui; exlcnde-
nito e:,,col hco pi, r,\ , 11,1 I•: po,a IH' m a m ,1- tei mai .. un, pou1·0 m, minhns ob.,cnaC'Õcs.
da, pa ra ~lüo a111orn,a d11~ (illi u , q111• clle ~luil m, :-ão as pro\ a~, /o.e qui~csse aqui
fisera re nasrcr do pec,·ado, p u1 i[icando- enumera i-as, que se propoe m contra a
os rom o :.eo pre,·Ío'-o :-aug 11l' derra11wdo n OS!\l'l llw.,e, e pelas qnaes pa-.-,arei em
no Calva rio; foi a l(grcja. Or.i, acpwlle, silPncio, poi:. n:\O t,Cniria o rf'produ ..il-a1,,
q ue mereceu a g lu1·ia de ,,•r po 1.1 a te la l'<'Íllla nd,J-a:,, ch•pnis, <le <l emnn:-lrar a
dos de:,,liDO!, lt 1Te~11·c·~ da füpoi-a d,, Sc- ju~t('za chi- mi11bas con1'idcl'~1c;õc~, A ,·cr-
t1 hor·, o de,11en,,1d1,r
r das Mia" t"t1J'ra<'a,,
) · <lade de u,o principio qnalquel' não e,tà
aquellc, a ,~uem f~.15o ,·ou li,l(lo1~ a:- lllJ~- na hubiliclade de dc... rrn il' a:. provas cr-
tcriosas cb,ne~ <lo Purai:-.n, u;·10 merccf'o rnneas, <fllC se lhe op pocm, ainda qne
p or ventura algu111;1 di, li n .. t;ào é1rima do elaboradas scjiio l'OIU !'>llhtilt•:w; con:..iste
comm um do.1< hom<•n:. ~ Ei:,, < que pol' porem na co~1;;:-uencia <lo, :1rg11mentos,
certo não :,e ,11t1c,cràõu nrgar e.,se:.mc:-- prodm.idos a fornr, com n natur<'ia <los
mos animos eM·ur()!,, q11e aindri não lundo principio~, q11 0 se defendem, !'lcn,pn• fo-
ouvido o fim <lc u1 11a pr11 po ,i<;;\I,, j:i ., al- rurc1·enclü-u:,, ., L<1do"' m, 1c . . pcil11s. E' o
c unhão de pnrad u~.o. <prn pretendo as!-ie~11rar nn ~egu intc pe-
Em ii~ln poi .. di .~ to, q11em nc•g irá que, <Jt1Cna exp(l:,,i<;ào de fac to,, qu; n,c pare-
merece ndo S. Ped ro, e na p1:~~ôa dc!>le cem d'uma am'. lor id.11.le lran• ce n<len te na
os scos ~UCC'Cs~or es, a di, tiiu·çiio de se r o prc~en tc tlll<'~lf,o.
cabeça da Egl'eja; q 11e111 n~ga rü q11e ,·lle e·) ,\ lg ll n~ Th e11 log<1s Cll. j na 111, q 11e O
mereceo muita, 0111 ras, en11·e a,; q11 aes j u ii.o do Hu r11 a no Pon li fie(•, 1:, 11,, n<l o t,i:-
Ca thed1·a cm m,1lt l'ia de Fé"' t'O tum n-;, é
so bre- 1;a he f!min1•n1e m<•11 tc a infall ibili-
infalliv r. l, e sel'vem-.,e <l <!..,la., pront": 1. 0
dadt>? O q ue qui1... jg11ifil·ar o ~;it lYado r Porque e~ta in falhbilicladc Cº1é pro1uet-
qu an do di ..~c:-'J'u es Pdrus , el .supt!,·
( •) S. ,U:tlh. 16.
hnnc pcll'am (l!di/ic(lho ccrlcsw111 11 eam; cl
(' .-) V. Scbrílm.
porice inferi non prrevatebu/11 adveruts (»•) S Math. t6.
ál (1) <fHllllltltU-UJl~ll~OO~Q
l ! ' t ; e f ~ ~ ~ ~ ~ Q S Z f t " ! : ! . . _ ' A I S ' Z ' . r l : e ! L J A i ' l n ê " ' j t " A c 00Eõ :IX k i i l ~

tida a f,t Ped, o e aos seo~ succe!isores, por OS IHA.US !,IVROS.


i~so rne1,mo quu elles são Ob con:.titui<lo~
fundamentos da Egreja, contr.a a qual (Continuação do n. 37,J
privalecerião as portas do inferno se se Porém à fragilidade de quem lê se
podesse enganar. D'aqni o motivo ('') associa a habillidade de taõ infomes e
porque o Salvador orou e$pecialmente . execl'aveis escriptos para corromper e
por S. Pedro, p:ll'a que a sua fé não. fa- preverter o <'Oraçaõ. Tudo quan to é ca-
lhai-se, e confirmasse a seos irm:"ios. 2. 0 paz ou de al'rel>atar com violencia ou de
SS. Pontífices condemnariio hereges: S. sed11-iir com caricias, tudo alli està posto
Victor aos Quatordecímano5, no seculo em jogo. Estilo elegante e florido, satyra
2; CorneJio aos Novaciannos, e S. Este- mordaz e pirante, novidade de pensa-
vão oos que rebaptisa vam .os hereges, no mentús e d'assumptus, muita~ vezes uma
sec. lt; Dama:iO aos Apolinarista1,; Sel'icio moderaçaõ que conduz a crença, outras
a Joveniano; Aoastario os erro!:> cle Ol'i- ~·ezes uma superioridade e franquesa que
genes; e assim outros. 3. º Con fir mam entbusiasma, de quandn ern quando uma
esta infallíbiliêlade O!, concilios: O de aíl'e<·taç.. õ de querer aprender, em quan-
Sardi<:a manda tudo suhm<'tler ao juiso . to que"'ó se trata de <le,,.;semiaal' doutrinas
do S. PontWce. No d'Epheso se dis~e, pervPrc:;as, e quasi se mpre uma arte re-
que S. Pedro julga oo seo successor. O finada de ~e ·transfi gurar em anjo de luz;
d'e Chalcedon ia foi por S. Leão approva- . porqu e se o im pin pr11pinasse o .veneno
do quanto as cousas de Pe. quan to ao ás daras seria o se u livro desp reM:ido com
mais. não. O co nci lio 6. () récebe com sum- horror rlan~1doaofogo como partod' um
mo applauso <lua~ epistola~ do Papa Aga- inC'redblo: foz aqui e a Ili profissão de ca-
th on, nas quaes aberlam~n te se assegu- tholi<'o. elf'va ate ás e),trellas a auctori-
ra a in fü llibilidade do R. Pontífice; e isto dad~ da s sagr.,das lettras, jura o perjura
mesmo foi ao d t> poi~ repetid o no Conci- qne é filbo obediente da Egreja, e~cre•rn
lio 8. 0 Orn, pode dar-se um meio roais alann" artiaos.sohre-a di vindade de Chris-
authenlico de expor un1a Vf'r dad e eon- to,...~ do Ev.anw,lbo, ou pinta com üies co-
ceroenle a Egreja, do qnc po1· seos me1-;- res a feli<'idade do Chri -tiaaismo, que
mos pa stores reunidos em concilio? E p()dPl'iarn empart-lbar <'º?" ?s doutos e
opinião que não. piedoc;oi:. ra~gos de um Chn~ú!'!l Oll?O ou
E1h ultima aoalyse coo,·luirei com o de nm Bernardo ou co m as apologias dos
meo compendio. O juiso qne dá o Pon- primPir()s d Pfensores d'uina religião di-
tifü!e ex-Cathedra, isto é, tomado coroo vina. Lntet nn. no·u is einlw·ba; não. tardará
me~tre univen,al, na definição das con- o maliO'no Pm sa tii;faz~r o i-eu rn tento, e
trove1·sias, uão p ode falhar. Por quanto a pou,·:~ linhas i:.e encontrarà injuriando
convem qnee:iteja isento de erro aquell e, a Ch ri1\to, violentitndo a E~l·ripl ura, pro-
a quem Jesul" Christo colJocou a frente fanando o Evangelho, e censurando a
de sua Egreja, pal'a que conserve a todos Egreja. Um periodo de reli gião femen-
os t'h ri~tãos na unidade, principalmenle tida e apparente abrino campo~ nm tra-
da Fé; de sorte que aquelle, qne poster- tado inteiro de mino,a incredulidade. E
gar a i-ua doctrioa sej t• comiderado here- que campo? \il udc1r as noçof'~s dos no-
ge e .,<'hi ... malico. mes para embrulhar a:-. mr1lel'Jas; affec-
Aqni tendes quanto o fraco engenho tar receio~ pela causa <'hf'i:.lao., como se
me suggerio para di -.e r-v111, em abomno ella e,tives'-e á borda do aby..; mo; c1la t· a
da affi rmcttiva da presente questão, as1-e- custo um li vro qu e tem dt' fendido debil-
~urando-vb1, todavia que poi· força elos mf'nte a reJigião, t> encobrir infini tos ou-
~11t10), ai'gumentos não fica Lem delucida- tros que ),t•gundo o ju izu dl, tudos a de--
cla; ma ), ao n,cnos que expuz o meo t1·aba- mon ),lra rão com Ctlfl pletu triunfo; in-
lho o melhor que pude. troduzir na conver,açào pessoa~ de varios
P erdão vos peço dos meos erros. cararteres e fazer q1Je sempre desempe-
Seminario Episcopal do Maran4ão 20 nhem n parte mai, fraea os que susten-
ele Novem bro de 185Lt . tam a causa d.a religião e bons costumes,
por objecçoens e respol'ltas em ma teria de
ili. Pacheco da Silva. religião; apre1-entareru aque!las com toda
a sua luz e apparente efiicdcia, estas dcs-

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
~ <TJlilinil~Utl~it a~W®o . &
t21Pl!i1lai!.tv..t:.?i,4-~~i:mt::?l&SL~~~ ~ - . . ; ~ . . . - : . · ! ' 1 , J : ' 1 W , , · · ~· - J ~ ' f . . : h 5 . W ~

coloridas e amortecidas; io!->inuar qu e ain- voçoen:-., maceraçoens, recato, recolhi-
da se não viu uma re~po-.ta a respe ito de mento e vida chl'istan, um prurito impio
tal livro que tem ferido crnel mente a 1·e- de espalhar du vidas so bre ce rtas narra-
ligiào; estabelec:er pol' meias p:.dav ra:; cer- çoens da Sagrada Escriptura e ela rnnera-
tos antecedentes <londe dimanam conse- ve l antigu idade, uma arte maligna de
qaencias irreligiosas; elogia r e 1·ecom- exaltar como heroes os impe rado res os
u1end ar os heterodoxos para fornili.t ris,a· ímpios, os filosofos licencioso,;, os secta-
o leitor com suas doutrinas; abater a re- rios perve r~os qu e offend eram o cbris-
pu lnçào <lüs paes e mães ebrislans para Lianismo, e de deprimir como insensatos
debilitar sua auctot'idade; em s ummn co- aos principes religioi,o~, a tantos douto-
lori-111 , adorna- lo, illumina- lo e p1·ep a- res e pa<lrcs da Egreja , que eom a espa-
r<1-lo suave men te com um artificio capaz ct.1 e a penna, com a scieneia e a an ctori-
d e prod11zi1·, ~eg nndo a frase de David, dade <lo 1-weptro o propag'ru·.1m e defen-
um po<lero:-is,imo e sagaz encantamento deram. Saõ o~ livros º" <JU<i acostuma-
ãqu elles que parn i-illa ete rna desgraça se ram as lingua-; do11 bapti ~ados a cha mar
entrega m a laes leit uras. fa natismo ao zelo d as oLnas, :-upe rstiçaõ
Pela ex perieucia cli1·ca,os q ne os da m- à pompn do culto, hypo r rio;ia :ln bom
oos e r uín a~ c,uhado!- por taes livros são exem plo. escra\'idúo h obP.d i,·n<·ia aos
inexpl icavei-., e iinrnensos, e que á :,,Ími- príncipes, liherdude ~, lieeoça e ao desen-
lhaotJ,• Je um a tor rente talam e arrasa m freio da-, paixoem. o~ li vros üualmente
o carupo da Eg reja catbolica e ameaça m são respürn;;.1 veis p1lr esse cyni:1imo espan-
com ui.n a cata,trofe inaudita. Que m re- toso Cl)m que se não perdôa ;1b d evoçoens,
conheceria hoje a Europa catholicu pelo aos altares nem ao.1, Sant os, com que se
C( HC era an te-, que a in ouodassc estator- esca rnecem as io.,.titui<;oens .. de Chrislo,
rerite e lb e fizesse m liio cr u a gue1·ra uin com que se menospresam e poem em <lu~
sem nu ,ne ro de envenenadas pe nna'-? vida as prerog,tli vas de sua Saotissima
·re!·rivel foi p or cerl() a revolução reli- \IJàe e, oh dor! com que alternaliva-
,g if)sa do lutheranis1no e ralvinis1110; po- m enle e :-em cessar se emprega a lingua
rem não ha a menor duvida d t>. que nem cm nb~ce nidadti.,. mu]diçoens e bla.,fem ias
L uther<> nem Calvino reuniram tantol'! se- co ntra o terrivd e sa nto nome de Deus ...
c1u::.nes quantos sãos ú" de"ic,ido~, vac il- E ter- '-e-ba _por indiff ·rente qualqne1·
)antes, deístas, filo,ofo ._ , tol era ntes e in- leitura? Lerá um ,uini .. tro da Egreja ,
diffe rentes separados da ve r<l<td~ pelos li- u,u bou,cm a pn~tolicn, cujo dever écon-
vro1, sed1.ict1)re:. de no-.'iC>'> dias. Se não h., cl11zi1 pt• l1) ram in ho da salvaçaõ as almas,
canto d a terra onde IHl Õ retumb .. m as lerà, dizemo., nós, M-.as curruptivas pro-
maximas anti-('hri... tan..; e licencio ..m;, são dll!·c:nen-- para h11,car e ap licat· um an-
essas maxima'I bebidas em lae:. livros. Se 1idot11 p ropo n·in rÍa do a ~eu veneno, e rtl-
tan tas pessoa., se tcem iiepa rad,> inteira- novará <·em Vt•Ze1-t ao lêr a inteoc;aõ pura
m e nte dos ternplos e du u.,o do, Sacra-· d P. dcíf<·ndl'r <1 c:au ...n de Oeos e livrar do
rnenlos; tem sido depois que se entrega- prc<·ipici11 ª" a11na,; lerá inv ocando pri-
ram a taes lêitu ras. Se o :-exo dchil quer meiro<> di vi rw auxilio para rrnõ contra-
lambem d<Jgmafr.,ar, liC íl d cb.t""e me<lin hir a infct·ç~õ <·0111 a l<'ilura, leri, e chora-
ba tant as pes,oa ,;; que i,e julga in íil1hnfo . , r:, os d e lcime ntu:, de ~ua rdig,aô sa ntis-
e dese mpoeirados, ...e o porn ha ix.(l e . . tà sim a, e horr.ori-.r1 1·-:se-ha do q~1e lê; dfri-
engolfado n'uma deprav,i<;aõ t1 hre n<:a girú a se1 1 O~o.c:; uma ~u pli,·a para qu e ~ua
que nada lh e falta pam competir com a j u~la ira naõ a l>y..:,u e a q ue rH com mer-
hrutalidé)de de um populacbo bem dis- eeia larn iniquam ente r.om -.eu•, t<1lentos:
tante de nossos climai-, a ninguem senuõ lel'fl co m os olbo~ do e~pi rito fi.<vs .sem-
nos ma lvad1)s e immund os livros se <leve pre na!) doctrina" e ma~ima1-t d o Eva nge-
tudo is'-'º · Saõ eHes Oli que teem difun<li- Ihn, se n •indo-i,e delle <·omo forti:-si moes-
<lo por toda a parte uma dolorosa aver- cudo con tra a perve r.-;aõ; e apezar de tudo
saõ à Egreja, um <lespreso e:ica ndaloso i s.,o, o livro impiu lhe d e> ixarú na alma
pelo sacel'ch cio, uma apatbia c:,tudada impres:,uen~ diíifrer-, de apaga r, encbel-
no que tocn a religiaõ, nrna prcJfis~aõ oos- o-ua de ob. . curid.,de e duvida, farà vo-
tinada d e imp udico celibato, um go:ito cillnr sua {e, e naõ poucas v~zc.., llle t ra-
infernal de escarnecer dos milagres, de- rà à memo ria no retil'o de sua bãbitaçaõ,

~
JE]PJ83JL
n.a orac_:a"ó e no estudo as bla..,fomias de das e idoneas que vos pos.c:arn illuci<lar
Vi,llaire, a mol'llal'idadc <le Bayle, os da malecia: indinai-vos sempre para o
pol'alogi~mos de flelvecio. e ns luclibrici- 1.ido da maio!' :-e~uranca e senaõ tendes
dades ele tanto!- filhos l(•gitimos u e Epi- a maior c('rtcza <le f)ll~ naõ ha perigo ,
c111·a , como passarn m pela imaginac_:aõ pelo amor de \'O!-'\as almas e por quanto
de .lermn·ino no de-,ertn ns d11n1.ellns ro- ,·o:, interei-sa a amisadc divirrn uaõ vo:inven-
lll(lnas. Áprc,cn lnriam o... acp1i alguns fuc- tul'cis a ler uma ~Jlahn, porque no livro
tO'-, se ao; . . im o j 1ilgassc1u os prcc·i..,o, fac- da ,·ida nnil e:-IÚ c.,cripta ttmá uuic:a pcs-
to,; cn O!-.ll'ndos pela ex periencia de pessoas !?Oa d ',1 qutdles que lcc· rn livremente toda
que lia m 11ni1·aniente poJa c;,u<:a e in te- a casra de li, ru~. Chl'il'lnõs ao fogo, :io
resse:,; d ivinos, para perguntar depois o fogo com os li\•ros e e;:.rriptos imtlios e
que snccedc rá a quem lê esse d ilu vio de immoraes. n. e.
volumes e folhetos por t•cga te1oc1·idade, (11 Familia CatltoliL'a).
por ceio ou po r corrup<;aõ de affcclos e
talv e'r, por dcsprc1-o fo rm al da lei <rno o
prohil>e. de:-preso guc nu nea deixa do DO.II M·l1YOE /,JOAQlllil! DA SJLV/flllA,
7,or .llt•r<·,: de IJeOti ,. ct,, S.111/a ~(f Aposto/ira,
ser !'>eg11ido da ir., e ab;11Hlono de Ocos. JJ,:~po do .llara11!u'ío. do Cow,ellw de Sua 11/tt-
Causar-rnh -hia horror o ver :t no..,so grstade O h1111crmtor. Co111me11d11dor t(ll Or·
1ac.lo 11rna !>Crpentfl ou m,pide que nos es- dcm dt• Christo, d:, cí. d:.
preitaSM'; pnrcm ml:ito ,n ais sem com pa- A lgrPj,1 do Maranhão Graça e paz da pnrLc tle Ocos
rac;aõ cle,'c:·ia bu1'1'0J'Í.:a1·-nos, o ver junto Pai.Ire, e d:.. ele Jc:.us Christo Nosso Seuhor.
de nús. 011 ~aber que ern 1ws!>a ca ~a PX Í'>- O lt>mpo da CJU nresma, amados (i-
tin um liHo pcrver!lo de que se pode l.1n- lhu<;, e <li ...tina<.lo a um solemue j<·j um
c:ar maõ i.\ todo o momento. de qunl'Cnla c.lin'i, que se oh~c r va cm to-
Dcrnria ho1Tori~ar-noo.; , porc1ne :-o da .i .lgrejn Çh1 i"tfi nntes da {e:,La da Pos-
desde uo~sa i11 fi11H·i,1 ~, le~semn ... , pervur- ch,1a . a cx.. mp lo <l" qnc protiron o nos-
ter-5e-hia no,so coraçaô, e derramar ia s11 l)j ,·irar> \J,-...,tl'e. que an te-; de cornple-
em n os~a alma o H neno uw,·tifüro: e :-e
1
ta l' t) grande saC' rifir•io d.1 nossa r e<lem-
50010"1 paes 011 maen:. é d1 .. r,! . . de familiá

.
pc;:10 jt>ju<H1 qrmrenla dias, e quarenla
ou me!-11 rcs enral'l'egad ,.., de , igir1 1· pe lA noifr:-; e,t<·s <li.1 ... ~ão de Ycrda<lci ra pe-
,~ondoeta da jn\'cnl udP, o lionor polo!, nit 1•n1·ia , 11orc1ue d111ante c·lles macPra-
m a11i, liH11s dr\"e ,cr "C lll liu.ite!'o. l) ma mos o 1w,,o ' ,·u1·1 o, e douramos a l'el.,el-
cn~ualida<le púclc Í:11.e l· O'> rah ir em :-w1i. dia da no ~a C'êll'ne, para qth' por meio
mnos, e sua <lrpravaraõ --era <prt:--i in l:il i- de• unia c11nf1~...r.o .,jlll'\'ra <le 110!-"0s pcc-
ve l; toda a c:u lpa I c1·nliirà ...11b1 e n indo- n1do~ po . .samo . . :ilc·a1H,;:tl' de Deoc; o pcr-
lente e u101·1al clc:-cuido d'aq11t 1l" q ul' naõ d:111 cl"cllc,, _{' de 1ni1.cri<'lll dia, por que
.iil" lo11 pa ra long(l o , cncuo. E , ós ou- lall'he m flt''-le t " rnpo a Santa Tgr·cja c:0-
tro~, ó jovens, que no 111 f' ÍO clu apn.,la,ia 1110 \foi pi.1, J.' d1•po,i taria dos thiderc!-,
un i~Cl';,tll cori...('rv;,e, r1inda um ro!-to do qu, r fl('cbe u de .)c,n., Chri ~to, a hrc os
1

te mor de Dro~, ,·ós <rnlrus<lom.e lla~ inda ~eu ... thP:.nun,-., e cl1-pen1;.l ª" :inas fa ltas,
hem comportM:la'i, :.ipeznr doi- laço~ cp1e que ,él'\ c·on le,..ão C'U lll lll\l C(1t:a<;ÜO con t ri-
se extcndern n \'O:,~o sexo, vós ou tras <'a- to, e bu111ilhad11, e pn,c11 r5o l)él tisfoze r a
zada:, com po~co u~o e.lo mundo e naõ mui Deu.,, 1•11111pdndo as :;rl uda veis penitenci-
acrbolnda virtude, horrori~a i-rns quando as, que llac, ~rw impo~tas por ~cus ~liuis-
nm dome~tico, nm g.i l:111teadü r, um an1i- tro:i, para (JIIC possúo élSSi ui preparados
~o ou hospedcqn c en tend e mais tln mun-. rerc Ler dignn mente em seus peitos a Je-
danns vaidadt!s que da relig iao. ,·ier rc- i-.u~ Cb ri:-to, (]II C :-e i1 nrn11 lou por nos, e
com rucnda r-,·os um d'csle!I lirros, ga hat·- q1.1 c é a no:-~a Pa:-c·hoa, como nos ensina
rns o seu nuctor ou c.lizer-VO!< que todos o São Paulo. O jejDm qua resmal e tão
lce,n, 011 o d eixar fü·a r cm vosi,,n c.11.n ••• a ntigo <'OtUO o Chri:,,ti,H1i-.111 0, clle data
Ilorrori'lai-,·os, tremei, deixai aos d isso- <lo tempo <lo;,; L'\p O!>t ulos, e entre as leis
lutos suas infornaes pag ina,;, e persnadi- crdesb-,ticas por certl} q 11 c ~e não co n he-
,o~ que o as.~alto é f, , O!-Sa rcligiaõ e ho- Cê nenhuma ne m mai:i tiao t..1, ucm mais
ne~tidadc. Ilorrori,a:-,o~, e ü ,to q ue e re~pcit,1 vpl tau lo pel.1 sua an tig uidade, e
t í1n1 facil ca hir t ltl rêdc, nunca !~ is coisa uo1rcr~u lidJde, t•onao 1•!!lo &en prN;o, e
su~pcita i em reco rrer a pessoas illust ra- ya for, e pelo~ beus e:,pirituae~, que ella
·D <n lil ~IHi ~ ir ll à
~ - '-li ·- J+:::C:::..,1'~-;-;,o-~~ ~.r. . ~,;..,1-·,.:,· -~ ,;t ~
~ iJ: ~ m·?),)
~ ~ ~ ~ ~ . t ~ : ! ~ . J . . . . ~ G i h ·:tEN$iiLi&i5:. 18 ~
r1
nos trai. Nós m1o nos fazemos ago ra car- cio das c<1nsciencir1s de se us subditos,. e
, .gp de Vo" fallar da excel!cncia do jçjum, para prcv~11ir a transgre~!>ÜO <la Lei. Da
jà em ou! ra oceasião algu1n a cousa Vos mesma maneira Nós tendo em conside-
disse mos n e~lc l'e!> peito, al'Jun lmente isó ra<;ào as diíliculdades, que cxperime ntãG
Vos leml,ra remo-., qnc foi a intemperan- os Fieis desta Diocese em obter a li me ntos
ça com o orgulho, e n <lcso hedien cia, magrni; parn poderem cuu1prir o precei-
que prreipito n os no-.sos primei ros pais, t o da ab~tinencia das rumes n~, tempo da
e loda n ~ua po:-.terid,1de, no abysmo do quaresma pela notoria escassez., que h a
pec<'adu. ca1ha fatal do ,;em nnmero de de peixe, qoc alem de se r pouco, · ,,em
rua los, :,ob w, qu ,1es geme m os. Jesus Chris- ao merca<lt> cm IJorasirrcgn lares ~egundo
to1 Verd~1d ·iro Deos, e verdad.e iro lio- as urnrés, não sem grande detri mento do
mem, p,or seus meritos, e soffi•irnen tos regimc n <lo1nestico da, Fa,nilias, pelo
sati~foisuperabundantemen le a !'leu Eter- que se veem ou!'igados a lran.<.gredir o
no l\1i por lodos l1Ó!-i , e verdade, mas é pre<'eilo recorrendo à <:ornida dc1 caroe,
tH•<·e,;sario, para t111e no ... 1-ieja applicndo ·q11e se tem.torn ado a mais u, 11al, e con-
o fr11clo de si ias :-a , i.,f~•<.:Õc-; em repa rnçào . sidcr.rn<lo t:,mLem, que ó preceito elo
de no.;sos crim es, q11e fa ça mos· peniten - fejnm se pode cumprir co m a alirnenra-
cia po r ·ell~s, e que ,, lnrnando- nos co- <;30 de carnE', quando pnra iss1J Lia <·a usas
pias viva!> do i-c1 1 procediu,ento, c·oodcm- justas, e rationa veis; attcndendo, que o .
nem o:, Os nO:.~OS eurpo:; á alguma ITIO!'ll· podeL' Nos foi <lado não para destruir, mas
fica<;ôo em. pena tloli tw,,o-; delictos; e para e<li!icar, e qoe devemos ter a maior
porque o peC'cado no sen 11 r de S. Ago~li- so llicitude em prevenir a~ folias, e pecca-
nhe, ou ha-dc ;,,er punido rni:-te \lundo, <los, e usando das foculd,1de-;, que Nos
ou no outro, é ucwessa rio, qnc procure- forão concedidas pelo SS. Padre Pio 9. 0 ,
mos !-i.ili,faze r a ju:-ti<;a Di \. ioa fazendo e que acompanliárà() as Bulia:, de Nossa
d igno~fru<'lo~ dt~ penilencin. e mortifican- Çoofirmução, dispen.,amos ben ig namen-
<lo a Do~i.;n carnt• : e a. pen itern·ia :,ein o te em o ~enhor aos Fieis de uru e outro
jejum, d iz S. Ba~ilio, é in frnci uo,a. sexo .Jestn No:,:,a Diore~c o preceito da
Nos primeiros 1-,enalos d o Cliris ti:ini:,- abstinenc·ia d as ·c arnes na Quaresma des-
mo, quando os Fiei.., Cl'Üo ma i!'I fe r voro- te anno, com ª" cl edàrações, e modift-
sos, o jPj11m da qnare~n, a ;e ob)'íerv<1vn caçõe~, que se seg uem: ·
com o maio r rigor; \) <; f'Llri· lãos ~e ab.., ti- I Que a di.., pen., a c.le comPr carne é so
nhão <l e <·arhes , de lt~i te, d e " ' os, de vi- pn,rn os <'Í nc•o pri nH•irns dias de · cada se-
nho, e n.io tomavào 11 0 di,1 . ,en,,o uma ª·
m a na, e que <'OID comi<la de carne não
refei<:ão ao pôr do ~o i, e na Jgn•j,1 do Ori- ~e po<lerú 1PÍ'iturar peixe de qualidade al-
ente era aind,1 maior o ri!{or; d u rante n gum a.
qnaresm~1 não se t01n ,1,·a ot11ro <1limento, U Que no~ dous 11ltimos<l ias de cada
<Jl.le não fos~e pãc>, frutas se.l'(' ,t S, e legu - se1nann , i,-to é, Oi-\!i ~cxl a:-. feira-;, e nos
me", e não se bebi<1 ~e nfto ngua: e u,lú 5abliadns, ~o dever,'! gtwrdar a alHincncia
fi céH'a n a ob·,ervan<·ia do jej111u, e na ab~- do1 carne; e o mesmo i,,e oh:-ervará noi-
ti11eneia dn ., <',ll'O<!~, o tomp1imeutu d o:; primeirns quatro dia:. <la Quaresma, eern
preceitos qu i1t'e...'tlw c~ , ia-se rnai-. longe; tudo., o- ~ele dias da Se1Nrna Sa nta.
o Povo se abstioli.1 d.i -. j ogo-., e eh s di- TU Que p•: r c:-ta di :pen,n ~e não deve
vertimento,,., param 11H•s1no o e~ lrepito entender, que liq11c tirada d obrrgação do
do fôro, e nlé e..,tavão :-m,1ieo ..o, º" casa- jejum p.ira aquc lle:-,, que o podem, e ele-
men tos. Mas a lgn•ja como uma \Jài ter- vem guardar, por não ~er incompativel
n a, e previdente, te111 deixado ao~ Bi,pos a comicfa êle carne com a ob-.e rvan cia do
o poder de moderar e!>te r1go1· por cau- jejum, co mo por varias yeze~ o tem cleci-
sas grave..;, pooilero-.as, e por ist--o ai.go- di<lo a Santa Jgreja.
mas veze-- di!-> peosa o Bispo à toda a sna IV Que e:-.ta di..;:pensa é conc·ed ida em
Diocese alg ulna parte eh.a ab!-ltioene ia pela favor dos mo r adoreíi <lei-ta Cida<l e~ e de
falta, e e~ea..,!>ez da~ comida.. magra", do. Lodo o m. . pa<lo, mai, :-.ómente para a qua-
que temoc; exemplo!> na no:,;:--a Igreja Bra- resma do p re,ente anno; e jamais se po-
sileira, aonde alguu~ Preladoi; rccom- dern e n tender prorogad a pai a os annos
mendaveis pelo S(' ll fa lwr, e pela sua pie- futuros, !iE'tn que expre:.sa mente a Con-
dade; terg u~ado dc.., te pod,:r Cf.ll beneG- c e dàt11c:,5,

~
JE]PJ83JL
-
E para que theguc á noltr:ia d~ lodos
$ 8 fU.1#

tempo nos alllige, na pr,~scnça drstasca-.


fAi #tAitilt

~foudatnos aos ílc,' crcn<los Parocbos, que la,1d<lad1.?-;, que de ve mos to mor como n\'i...
publiquem e:-; te No,;so M,i uclame nto úes- sos de Deos~ conw m qne Lrnmilhado~
ta ç:10 da ~Iis~a con ventmd e o registem reco rra mos à :-11a mh,e ri:!01·di.i . e implo-
nos Livros de ~uas Paroçhias. remo.'- da ~ua d c mcncfo, qne :,u.,pendo <>
Da(h-, no P..i<;o Episcopal de S. Lui1.do seu b1·a~o, e reli,·e do meio ele· r'ft'.)s ôs
~Jaranhão so u Nosso Signal e Sello da duros flagellqs <le Mm ira, cnm que 11os
Noss.l Chanrell:H·ia ao~ 'ú <l o mcz <l c Ja- esl à ca.-.tiga n<l,,, e :-e <'ompade, a de :.cu~
neiro de 185 5. E eu o Conego Arcipres- filh os, fozendo tcr111inar a epidemia, e
te Caadi<lo Poreirn de Lemús, Secreta- descer a chuva duCco. A~ im que, or<le-
rio do Bi.,pado, e da Gamara Episcopal, namo:., que on Nossa Santa Igreja Cathe-
que o sub-crcri. dnil. e nas Parod1ias, ~ noi-Co m'('J1lo:: des-
1lla11ocl, Bispo <lo ~fot·anhão. tã Cidade ..e f.içào prece:, publicas, cm
qu anto n ão \llan<lurmns o co nLrãriu, ad ri-
laud,1111 mnrtalitnlem, el 11d1":lc11da111 p luui-
DO.li M ANOR D J OA QU /11 DA sn VE IRA, am, co r, tinuanclo a di·ter-!'>C\ 11M, ~Iis:-.u!i as
po,· A/atê de Dt'os & . &.. & . Or<1<:õe~. qu e Detei'n1i1a mos f' m No:,sa
Continua ndo a epide mia das hexigas Pol't un., cfo 9 d11 r urrPn tr.. l•\ta ~cl'~l inti-
a produzir grande mortalidnde na Po- mada ªº" Bd.... P... ro t· ho~. e Preludos <la6
pulnçf10 d 'e~la Capit al, <Jlle soffre alem Bcligiôe ... , 'JllC de fi e:1re m inteirados a~-
cfo,to todas as con:.cquênl•ia"' ele unia sel·- signar:'1 0 111> \'er:Hi d.a 1t, e~ ma ... D... <la ue~ta
ca rigorm,a , H 'tn qu e appareçf,o indi,·ios Cidadf' de Süo Lui1. do \lara11li ào ~ol,
por ora ele modHn r aq nella, e cel'l:-a r c~ta, No:-.so Sig nal e Sellodas No~i.as Armas aos
conve:11 l'CCOl'l'Cr à mi:-ericorclia de Dcos, 12 de Jaueiro de 18:35.
e pedir- Lbe com fervorosas preees, que Luga ,· + do Sello.
retire do mei o de nos os Oagcllos de sua
Jlfanncl, Bi~po do ~laranhflo.
ira, e se co ropndec;a de seu Po vú. que foi
reinidu co m o sangue pred oso de seu Fi- (Do BcdcsÍtlstico) .
lho Unigc nÍl<l; e porhso ~1aodam os, que
nas Tgrcja ~de~ta Ciclc1c.le cm todas as \lis-
sas, qu e oPllas se .celebra rem as~im so- <lfD!l\(OISl-!Hl fil!lll>UJ..Ut@~ ~º
Jcmne!i, c Jmo pL'ivadns, ..e digào as or·a ·
1 Cmcur. rn. -1. 3 Serção. - Mi11islerio
çõc-., que traz o \fo,'lal Homarw na \li ~'ía dos 11egncios da Jnstir;a. -Rio de Janeiro
pro vilondtt rno1·talitaJe l)el lempo,.e pc.~ti- em 19 de Dezembro de 1856.
lc11lia?, el ad pcte1UÜtm 'p luu iam , exr cpto Exm. e Re rm. Sr. - Co nslando que
nos dius de primeira classe pelo que loca alguns Ch•rigo:,1 Hflgulares !,Ollicitão e ob-
às \iJj;.;..a~ solerunes, e privadas, e de se- lem Bre te~ dc'ScruJar izaçfw !\o mente pa rn
gunda dc1!-.~e, pelo CJUC re.,peila às sulem-
se libe1·tarem <l,1 di sl'ipliaa "lauslrnl, que
ocs sorn ente. J:;sta Nos1-a Portaria ~erà
intimada à todos os l1cferencJos Parocbos, pe1.a so bre ~ua~ indina<;ões, e muitas ,·c-
Prelado'! das Religiões, e Capellàes das ze~ com o intuito mt•nr1s 011bre <' pie<loso
diilerenlc:.. lgreja1, e Capellas, que, de fi- de alcançar l3eni> fi cios El'clesia:,ticos; e
. carem inteirados, a"l'>ignar.'lõ no ver-.o coo vindo prcqrnir o ahthO e OS inconve-
d'csta. Dada ne!'tta Cidade de São Lui1 do nient e~, qu e cl 'clle de\•em re),ult ar, ~lan-
Maranhão sob Nosso Sigoal. e Sello de da S. M u frnp l'.' rador, que nas propos-
No~s as Armas aos 9 de Janeiro de 1855. ta", qne V. E~r. Renn. fizer ~ubir a Sua
Jl,fanpol, Bispo do Maranhão. Imperial Pre~cnc:a para OY ditos Benefi-
cias dec:h1l'e se alguru dos propostos e
DOJJ MANOEL, JOAQU!tll DA SILVEIRA, egrcs:-.o, e qual foi !>Ua con<luctn corno
por illerrc de Deos &. &. &. Regular. ·
Não havendo a menor apporencia de Deos G m,rde a V. Ext·. íl vm. -José
declinar a epidemia da s bexigas, que as- 1'/wmat Nabuco rl'A rauj p.-Sr. 13_ispo do
. sola e:,ta Capit31, e ao contral'io augmeo- ~laranbão.
tanclo todos os dias o numero dos mor-
Maranhão, Typ. de .,. e. il/. tla e. To1Tcs=rua dos
tos, e continuando a secca, quo ha tanto l)m M 1·<13 n. 8. = anno de 1855
ANNOI Segunda-feira 29 de Jarwiro de J855. N•.~ •.)o
Uh -U M
•.} i,} .
~ ~~~~:::c:a:,~!l
~ ~~:.. .._......,,m,f !tfSL 4W IC#"t e:n:,oc:v,oc Q g; M ii FT - --Mi Y

..
'OCBRISTIANISMO .
1J
l't
'll No 11110 elo Cru~ 11. 58. ~ ,ia 'flpog r: t h•~
tl
A dcsu, Jornal.
TJ
~
, ,Yo•1 rt11l 1wf111a, pcrtf,.,,, " '' s11l varc.
:,. l.uc. C, 9. v , 5tl.

- - - 4 -~-:-

Hcligiül};corn o uma ~Hi r cli-Hluda.


OCHRISTIANISMO. l\
qne :-e emprega e dedica ex tlu~iva nw nte ..
ü felicidade <le ~c ns 1111,o~, q11 e i,;e nflligc o
i\ lgnanas reílrxõC'S so bre o (lx treineceâ vi:.ta <l os perigm,q uc os a n, ea-
· res peito <1uc sr~ d eve gu ar- <;àm, e qu e os segue e ar~mpanlw pn tla
d:u: n os 1'c)n1 pl os. loc.la aparte, porq ue na !ma a u ,c nêia vive
.itor mcntad a pelo receio, e pelo ~u:-. to . . .
O C!,ri.~li"11'i.-r1110 l em a cumprir um a religião di1,cmo~, nà? no:; prohi b .. 1rn-
de ver sagl'adü parn c·om a q11e lles, q ue não ni\o o q ue ó"'filuo de um im111·udcntc
•• •
t•r,ec,it, pa ra ro m ª'1', eJI es , qu e <l u ,·id a m, alm~o. por ii-so que pode cont·o1:rcr pal'a
e para co m O!'t q ue l!ll <'ePr,'llo em s uas ai- a nossá propria ,·uina.
más o-. lh ei,,ouro..; da religi,i o <'OllH) he- A 1·e\igic1osa uliíi<!t1 a pru<lcncia como
ra-nt,~' de borh p.1es. o.. Jl;·imeiru,-<le\leru urna "ir tn de , porque a i mp r uclcncia de
..e.n <·Dn trar ºª" ~uas pagina~ aq11l'U. 1 a1•g11- um !'.O homem' p(,de ~cr n fotal <.~ausa <la
menla~iio ,·l va e fo rte ca p t1z d e aniq11il ar rúind i.l'e uma :-.odedad c inteii'n ; reprova
<'> erro, clu mes mo m od o qu e é fuli11ina- o luxo, porque pode d e1, truir a fortuna
d n- a to1Te , q ue se eleva alti va e org nll.1.0- e redu :,ir á 111i:.cria toda urna familia :
~'ia no tn eio <l e l1m · d il u1ado o e"pa<;oso ~u nlifiea a lernpcr::: n~a , porque · som in-
ca mpo: os ~eg11ndos <levem ser illu, tra · calculavei., o:- males, qu e nos nrl'uinam , e
dos co m rn an., idão e cl oc;urn: ns ten·eirt,s que ~am tun e:ilm, resultados da intempe-
fim,lm entc se', preoi...am de se t· aniu,a<lo., rança; ftnafo1 e11te e1,ta bem fa ~eja d ..1 hu-
com a consolad ira e:;p e rança el e um pre- manidad e, ao mesmo pas:-o, q ue n os dis-
mio propo rcionado u ioalteravel firwe:-a põe e encaminha para urna fcli <·ic.lade scm
das suas l!r e n<;as. • limite , pr·ocura la mbem de1-iviar-nos de
Ha na clns'-c d'aqu clle.... que a õo cre- ludo Hquillo, de qu e podemos abu!',ar
em, e na d'..,qucllcs, que du \' ida m um <.' Om detrimento da propria vida e da so~
grande nun1t:l'o de pc.,soa:-, as qnaes, sem cieda<le de qu e fase mos parle.
:-.e d nrcm ao tral.,albo de e1, t11da r e m aqml- ln:-em,a-tos !
lo que d eve sei' .o hj eclo d a m a i., i-c l'Ía me- Oe <.1ue ,~e rve <'S furores de umo ra-
<litaqüo de Lodo o homem sensato, se m ~fio ex t1·a via da pel ai. pn ixô1-1s, qu_.ando a
que o e.{ame d t.1 religião tenha interrour- Religião do Crucifi<'ado, <·hf•gêrndu .,os
pido por um :,,U mom er,ro .-, doce 11lut-ão uonfin'1'i da tena , deixou apoz de ~i os er-
ele se us pra,e res, ,;a m o!-i·se u:4 ruai ., in cxo- ros, 'esca ndalo;i, •e oppoi-ições ! Não -:erà
ravds ce rho re,, e não <lU\' i<ln 1n pronun- o cynisru o, e blasphcmin:, de um ou ou-
ciar co nt ra cll.i 11m j ui:-,,-:wm j11i.~ o. - tro e!iplrito ( orle, que h ,1je a farú retro-
Aquella religià o cuj o,; oraci:l ns nos cm,i- g radar: a Gruz. tio SalvJdo1· do Mundo
nam , q ue ha lempus ridcodi, lcn,pus ~al- <lete i,, er lcv.i nluda , 1·0 111 0 u u 1 1, ignnl de
tandi , lcmpu.~ am1>Le:1:rmdi, é ar<'u,a da no controdiçflu, 1,pg11ndo :o.l' e.xpl'iin t> r) Evu n-
tremendo tribunal ti' estes d11~1cto1·rs i11,p1·0- gelbo, pura '-lll'Ja 11fo r n \·ent1n11 di, inc1:e-
visados. de pru fei,..a r uma moral rigida , d ulidade; hvje tanto cm u-10d .1.
severa, e dt' não pe·rmittir ain<la os ru ais J • T. ;1
inoocentes pas~teropos. (Coo tluúa) . -_r!,
DISCURSO SOBRE O PAPA. Nada m ais bem dicto. ~e Jesus Ch ris-
to constitue a S. Pt:,dro cbefe <la sua Egre-
(Ca11ti11unr,lio do n. 36.) ja, se lhe dá em ~epa rado tl.)dos o~ pode-
res, que deu a todo~ o-; Apo.:.toloe; junctos;
É por isso que todos lh e estão ~njei- é eviden te que <• lle pó<le PX~ rccr por !-i
los sem exceptuar as ma iores dignidu<lcs mesmo, e indepeodvn temcotc delle~ to-
<la cgreja, que não estão menos obriga- dos os poderes, q uc IIH' furam c,,nferidos,
das, qu e os outros, a esc:ulnrcm a ,ma porem todos elles, tendo-o:,; re<'t>b1do cm·
,•oz, e a <1bedccer-lbe. Escutemos a S. commun hà9 com Pedro , não p1lder11
Bcr.nardu, que as~iin fa lia ao papa Euge- exercei-os senão sob a au<'loridade do !leu
nia 3. 0 • e ua sua pessoa a todos os papas- chefe, i!,lO é, so tendu Pedro à :iua frente,
a. Tu quem és, grande sacerdote. Sum- só sendo Pedro a ca beça do corpo, d e
« mo pontifi<'e? Tu és ,:, principe dos que foram coni.tituiclo~ memb,·o!i.
d bispoi., tu o h erdt~iro dos apostolas. oo Nu nca devemo!i c~quec~r-nos que ne-
« primeiro Abél. no governo Noé, no pa- nhuma promessa foi fei ta à Egreja, &e-
« triarchado Abrnbào, ua ordem Melcbi- para<la do seu chefe, e a razúo mc:-.ma o
• « sedec, na dignidade Aarão, na auct ori- ndivinbaria, porque .a Egreja como qua l-
« dade Moy!o,c..,, no julgamento Samuel, qu er outro corpo mora l, nã o podendo
« no poder Pedro, na uru;ão Christo. Tu exislir sem unidade, as prom ~'-1'ai- niio po-
« és aqrtt'lle, a quem foram en tregues as dem ser feitas senão à unidad e, que ue-
« chaves do Cea, e confiadas as ovelhas. sappn rcceria inevitavelmen te co111 o seu
(< Ha com efleito outros porteiro-; d o Cen, chefe; e eis aqui porque nenhum cios
e pastorei-> de rel>ànb<>s, mas tu ber-
<1:
Apostolas foi reve:-ti<lo de poder cm se-
a: d asles o nome tan to mais glorioso., parado , mas ~o na cummu nhào, de que
« qua nto se di:-tingne dos outros. Pedro é o chefe, só em relação a es ta
« Elles tcem rebanuos de!-tiaados em primazia, que e o fundame~lo d~ to.da. a
« particular, a ti foram confiadoi; todos, sociedade, e que Je~us Cbnsto rnstitmu
« a um !lÓ pa~tor um uo il'o e uniçeriia l primf)Íf'O que tndo.
« rebanho. E ofü; és só pn~tor da~ ove- Se poderu t udo r.om Pedro, na<la po-
ª lhas, mas o unico pa!-to r de todos os dem se m elle, purque não exi!)t C co rp o
« pastores. Pergu ntai:i~o~e dond e cu r.ro- sem cn be(;a, e porq 11e os membros não
« vc isto? Da palavra 01 vina. -A q uc 011- teem força, 1H: rn vi ta lidade senão em
« tro, jà não digo bispo, mas mesmo quanto e~tão unidos ao coapo, de que
« Apostolo nssim absolu ta~cn le e sem faiem parte.
« reserva foram commelt1 dm, totlas as É por isso que o Papa~ quando falia
« ovelba&! ! » não fa li a só por si, repre·,eala toda a
É por isso quede qunlq11el' mod~ que Egreja, etoda a l~grej~ que fo lia com elle.
se represe nte a egr~ja é <l<.' n ecessidade E' put' isso qu e c.llc fa llou sem pre em no-
que seja Ped ro o leme que a governe, e me <le lla, 4uero dizer, c1,mo ::ieu prin<:i-
o Mtslt·n taculo, em que !-,e firme. Que- pc, c,rnH) i-eu Pontilic:e e pa~lu1· ~11premo
reis repre,ent..d-a <'nmn n.ma cal'la,. é de revo~tid,, semp re de tudo a pl e mtudc do
oece&i..i<-h,de, dii S. Frant·1stu de ::-ialles. poder; como con<"entrandõ-~c nell e lodo
que seja Pedro a rOl'~a, cm que ella as- o poder do epist·opado; e pa ra me 11er-
sente, quereis t:tt1e St'Jª 1 1ma ba rca. é r!e- "ir d ' uma expre:-;~ãu d e S. J óão Chri:-.os-
cessario que i,,eja Pedro o seu pnme1 ro tocuo, elle folia co m11 vi~ari11, como vi-
piloto; quereis que seja nma rede. e ~e- ce-ºerente do bome111 Ot•II!-. rm~fêt lla re-
cessario que seja Pedro ? :;eu pnme1r.o pre~enlaoclo a Pedro, que foi a liogua de
pescc1d11r; quereis que ~e.F' uma . embai- Cliri~lo. Cbri!'l<bt. bom. 2 in-diYers.
xada é nccet-sal'io que Pedro e~teJa à sua ser m.
freotP; quereis que õeja um reino é do E' por isso que elle não propõe~ n üo
nece!l:.idade que Pt-dro tenha as. d1ayes di:,;cute, não ,·on:-,nlta, nwnda, di6ne, re-
d'cll e, qurreí!, ,·epre11cntal-a º? 1mc1~em sohe, e del'ide re~ t:indn so mentl". depois
d ' urn aprbcu d'ovelha!, e ~ordelfo.::. e de
da deri~rw, ou humildade do {ilho •mb-
n eces.::,i<ladt>, que Pedro tiCJa o õeu pego-
reiro e pa.: .tor especial õO b n:, ordens de misso e re:-peitoso, ou n i11du1·ilidndc do
Cbristo, orgulhoso e do can tumaz.

~
·2<2 lt'.',,_,,
~ ....... ~ u e t e
F:illou o Sn rnmo Pontifice, di1.ia re- leLrada d o~ sa nctos pad res, aonde exal-
n elon, Lão grande e tã o respP.it:n·el pol' tam como à porfia o principado da ca-
seu sabe r. como por suas vi rludes, todtt deira apostoliea, o prin<·ipado ·principal,
a dh;cussão é prohibidn aos bi,;pos, que a fonte da uni<lade, e no logal' de Pedro
dc,·cm recon bel·c r e acceitar o dec:rclo o eminente gl'án <la cadeira sace rdotal.
pura e simplesmente. (Fenelnn aos se u A Egreja Mai, que tem na sua maõ o
syn. prnv. dos bi-.pos cm 16:)D). cuidado de tonas as demais egl'cjas, o
Fatiou fiomo. ja an tes tinhn dif'IO S. chefe do episcopado donde pal'tem os
Ago:; tin~o, terminou a que:,lüo, as:,Írn r,1ios do go ,·erno. a cadeira principal, a
lermiua~se o erro. cadoirn unica, na qual todos gun rdam a
E' de nece!>11id ade re<;onbe"e,· na voz unidade. Nestas pnlovras ouvit· a S. Op-
do Pc1pa a ,oz d~, Egreja, porque ubi csl lato, S. Agm,ti nho, S. Cyprianno, S. lre-
Pnpn, ibi est Ecclesia: dii.ia S. Atnbl'O- neo, S. Prospero, S. Ahito, S. Theodo-
sio; e esta ncce:-~idade de que , e m a so- reto, o concilio ele Cbalc:e<lúnia, e os de-
bernoia inlierenle a qualquer !-oc·icda<le mais, n Afri('a, a:; Ga lliéls, a Gl'ecia, a
só pode :-.e1· exercida pelo seu C' hefc, e Asia, o Ol'iente e o Occidenle todos uni-
que a Egn'ja nào pódc pa5sar se m uo,a dos.
nuctoridadc sempl'c permanente, hem - « Uma V<'Z (JllC cn trnrn nos <lesignios
prP. em ,u:c;üo, q ue decida todas as ques- de Deu., , pcrUliltir que se levan tassem
lÔ1?s, e a <J'IC rodos guardem re:-peílo e i-ch,ma, e heresias oaõ bavia con1>tituir,ão
oÍ>etlienrn,; e ~e o Papa e, segundo a mail) firme pai·a ~usten tar-sc, nero mais
crern;a dt: todos os calholiC'Os, o chcfo da furte para o~ nbatcr.
Egn!ja, srgue-i-e qne ~ll e é iofollivel por P or esta c·on~titufraõ tndo crfortc na
r1uc a infidl1bilid..1cle não é 011! rn coi.;a egreja porque m• lla ll;cln é di vino, e tu-
senão o ex~n:iciu <lc!i.sa au<:t,H icla<le su- <lo cslà un ido, e eo mo cada pnrte é divi-
pl'ema a <Jl>O todos c~tão obrigados a obe- na, a :-;ua •iniaõ t:Hnbem e clivina, e o seu
decer, e que não pode errar, porque complexo é ta l que <"ada parle obra com
Ocos lhe conÜ01J o eu~ino do mnndo, e ã a forc;a do todo. . . Por i-;1-0 noi;:.,os pre-
g uarda do deposito tlc1s vcrd:1des revela- cleces~ores db,.,e ram que ,,hrav.,m em no-
<lai,; é po1· is:.o que aquelles mesmo,; que me de S. Pedro pela auctoridade dnda a
pa:·cce di:.pulare111-1l1a, , econhccem-na todos o~ bb,pos na p~!'l:..C1:.\ de S. Ped,·o,
como O!> ontn>ii, porrp1e é , c1d ,dcira- corno dg,u·ios d,, S. Pedro e a:-.:..im o dis-
mente rccouuel'el-a cstal>dccercomu prin- l'>eram ainda quando obrJ,alll por sua
cipio certo, <JIIC tb sua., <l e<'i, õc•, clogma- AUcloridade ordi11ada e ~11bnrdinada por
tiCa!> ~ao l<'i ua Egreja, de <f lJ~ fôr.t rrirne fltle ludo foi po.,lo primeirarue11 le en, S.
e l!ere.-..ü, all'a t-l,1r- uos: e , erdacleira mcn- Pedro, e a c1>1To:..pondencia em todo o
te t:cco11l.11,c1.!l-a. c:oofc.ssar que e.;tamos corpo d,, cgl'eja é tal que o que f.. z cada
obrigado~ a :.t1bJt'llar-n m, à h ll.t ~lll('lori- bi:-po, segun<ll) a regra e o e,piri to da
dadc t-1::111 n ~e l'\n, e que !ieru ci,.ln obc<li- unidaue catholi,·a, roda ç1 egreja. todo o
cocia <lei.\ .11110., de .-.cr ca tbolic:o-.; é ver- episcopado fazem com ellc. •
<la<lcirau1c11le rcconbe<·t•l-a ,·onf1·~,ar,1ue Se pois, segundo Bo~,uet, o poder da
uus full..t nn c~Lido do poder de Do,>,, e egreja se co1u·enlt·n tndo no <·l11•f, elo epis-
curno :,cu l,1gu r- tcncntc snbl'c a !erra. copado, se uin~u em pode· e\('1'1·el-o M.·m
.Era e:-.ta ~,,ber.:n ia, \H I Mt prcrna nuc- C']llC' o dtirive ckllc, se é l lle qu ,•con . . tilu e
1

toriclade cl,1 l•:gn•j.i roam n.i, que fez Mm a for,;a da E>grcja, e foz que Pi ia ~rja uma
que 130-.suet, depoi:. <le ler rn1l"ltrndo t•om obra d h•iua, qu em pnd C' <lll\ idar um tno-
invt!uc1vci:; arg111ne11los dnluzic.los dn l•:-.- menlh de que .i au<·t111'idauc do chefe da
cri ptura qu e rc.. . 1<lia no P.1p:1 tl pl<•ni1udc egr<:ja e sup1 ema e infi,11 i, el, ,. que ellc
elo poder e d.1 au1·to, idac.le npo~to li l~a, e rendeu 11m .solemnc tc:, timuolw a es ta
que a at1<'lorid..1de ecC' le,w:..lica, c:,tabc- ,·errfo<le ! ! que re1·onlwccu a sua neces..i-
leci<la primcirua\cale n a pe:-soa d'um l->Ó, dade na egreja e que arreditou nclla,
nã o se extcndcu ao~ 0111ro-; ~e naõ com a como nus lJ ()je crêinos !
condiçaõ de ser recluzid.1 ~c,np rc ao prin- Era ainda C!-ila in fallib1lidad<', qne elle
cipio da :,u., uoida<le, naõ podendo uin- reconbei::ia, qunn do ehtaheleri.l com la n-
guem exen·e l-a 1-c-m que a d erive do seu lo apparato de r:i~ões, e te:-timunbos a
chefe, e.x.clarna: « e:ita e a cadeira toõ e·~- mdcfoctibilidade da Sancta Sé, e chama-
Ili . . ® \n IIl llHl ;, U ll J1 !3 ll ~H.'.U ©o •
-- ~~ ~ ~ ~ --~ ~-™'-~'i.-. ~ ~ ~
va à egrej:ú:1c Roma, a eg1•ejn virgem, a clava testemunbo Flem·y, quando decla-
ca d ei r·a ete r na o a mest ra da ve rdade, rava que esta Egreja nunra tio lrn errado,
cprn ndo estabeleC'ia como 11 m fac to indu- e q ue esperava que Deus não pe r mitisse
hitavel, que os de<;retos dngma lic:os do que o Cl't'O preva lecesse nel la, como suc-
P onti fice foram sempre considerados co- cedeu nas U!Jlras 'lés apostoli ca, d ' An tio-
mo leis da egrcja. qu ia, Alexandria, e Jerusa lem, po r que
Era es ta snp1·em::i auctoridade de que Deus C:füse-orei por ti.
elle <lava testimun lrn, qu ando fazia a ce- E ra ainda e~ta infallibilidad e de que
lebre e vã l 1. )<lislinçnõ entre cadeira ;:ipos- ell e dava lestimunbo , quando ctn vinha
tolica e aq uelle que se sentia nella, con- que o papa não era menos nosso su periot·
cedendo àque lla o <1ue parêcia. negar a no espirit ua l, q ueol'e i no temporal. F le u-
este sem ver que da inclt> fec·Liuilida<le da ry cfo,sc so bre as liberdades di.t egreja ro-
sé, se segu ia a indefeC'tihili<lade da pessoa , mana.
e por conseguin te a stHI info lli hilidade. E ra e'- ta infallibilid ade, ou suprema
Era e~la suprema aut"toridade, que auttoridade da egl'ej.:i rotN\nn , d~ que
1150 e~ lá sujeita a e r ro , q 11e elle rcconLe- dava 1e1-1 imunbo lit>rea~ rel na sua histo ria
cia,· q uando por a rgu rnentns invf'n<'Í \ eis, 1
ecclesiaslic-a, qu ando d ee larn va, que o
d izia que a promess., da infa ll ibilidade julgarnenln do . . bi·pos senaõ pod ia exe r-
fôra feita á un iversalidade dos papa~, e ('er sobr e o julga mento do papa, mas so-
OàQ a cada U ffi <lH p~r i,,i,. dandn as<.irn bre as materias, que elle julgou.
·testemunho de gne a infnllibilicfode fõra Era f'sta inf.tllibilid ade ou s1.1prema
promellida .i Egrcja Homaoa. nuctoridadeda cg-rej::i romnna, ele que da-
Era ainda e:-.ta mfolibilida<le, que e11e va te:- timuobo Barniel, quan do ern 180:í
reconhe~ia. douti'Ínando e eusi rrnndo o .. recolhia os factos e o:; te.,1 im unhC>s de 18
mundo, q uando estabelecia que a Egreja :--eculos, que o mo ... tra,1 a rn , e a~~~gurava ,
cslà fundada na sua a uctOl'idade, e que o e1ue naõ lia um só e:xeo1plo de re<:!ama-
poder do Papa é sup rem11, e que ne!Je. ção cont ra as del' i...Õe1-, do pa pa , fa llando
r e~ide a pleni tude da ~uttorídacle apo~- como d1efe supremo da egreja-ou ex-
to'lica. cathedra-Part. 1. tap. 5: e q 1Je quando
Era esta infallibilidade, ou suprema O)) bi:-.pos e!--lào re,m idos , e ahi não està
aul!to ridade <la Egreja Bomana, de que Pedro, nhi não e .. là a egreja. -]biclero.
dava testemu n ho (:2). TournelJ, quando Era es ta infallibilidacJ e, o u suprema
confo,;snvn que se não podia duvidar del- aur loridade da egrejn roma 11 a; q ue reco-
1a, á vi,;ta dos te·le1011nlios, qu e juncta- n hecia Fray,si now,, hi:-.po de Deri.nopo-
ram Bcllanu ino e ou l r c s, s1.1 pposto não lis, quan<ln <leelarava que, em nome des-
fo~~e po~sive l ha r inouizal-os com a de- sa famosa decla ração elo clero d e 1682,
claração do clero de 1682. ou cle!-sas C'eld>re~ lil1erdade~ gn llica nas,
Era csla in fa llibi lidadc , ou suprema fôra procla ni ada a rlr plora~·e l con:-til ui-
anclol'idade da ggreja Homana, c.J e que çi'lo <·iviI d11 <·lero, a Pgr eja de Fra nça
(1) n esta distincção entre a Pgr<'ja de noma e o transtorna da de ('Í ID ~1 para ba ixo , e o
Paoa, entre a co1deira e o que aella se senta com o pontiiice ro mano p1, rM·g11i<lo. d e,pujado ,
fim c1e conceder àque1la o que se nega a este pode e afHrolh ado en tre <'adêas, a cuja so m-
rcspon<Jcr-sC'-lhe com Fenelon. vossa opinião é cbi- bra se pozeram ~erupre to<los os fllh os re-
rnerica, ella ê opposta às promessas de Jesus Cllrísto,
feitas ao chefe da rgreja, olla é inteiramente desco- beldes da eg reja, parlaruentarios , jaoc;e-
nhecida à tradição, ella é, cm fim. nova, pode dizer- nistas e in nuva d ti rei,,.
se <.lesta chim cra o qut• S. Agostinho clizia a Julinno, Era es ta iafa llibi lidade ou sup rema
o que ,•os dizeis e estranho, o que vós dizeis e novo, auctor idade da egn•ja <lt> Roma, de q ue
o que vc'i!i dizeis e falso·, o que vós tlizeis é estranho,
d ava lestimunbu o <· lei'<> ga lli('ano c m
e nos o ouvimos com surpresa, o <JUC vos dizeis e no-
vo e nós o regeila~os o que \'Ós dizeis e falso e nos o 1682 qua~<lo declarava , em cun lradic-
refutamos. çaõ com os sem, prioci pioi;, qu e na egreja
(2) Non cl isslmulantlum cst in tanta testimoDiorum <l e Roma exi~tia u m poder so hera no ell.1
mole, quac Bellarminus ct a!lil congcrmH, nvs recog- tu do o que re:- peita à rül igiào, e -.e elle e
nosccrc aposto!icac seclis, seu roo1. 8cclesiac certam
soberano, ao nde e~tà ou tro, que lhe seja
infallibilcm auctor itatem; at longe difficilius cst ea
conciliar~ cum dcdaraliooc cleri gallicani, a qua rc- su perior? ..
ccdere nobis noo permillitur. lTourncly Tract. de Era e~ta infa ll ihilidade que reco nhe-
~ccl., part. 2, qucst. 5, art. 3.) cem todo&os e:icri p tore~g;-l 11ica nos, q ua n-

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
do professa ru o prin<'ipio-<le q ne o su m- poder e da auc: loriclade como pastor su--
m o pontifirado é o fundn mento da egr,!ja, premo, como bi:-po dos bispos, corno
qne tem resi!,lido, re~i:;te, e n~:,,i),tid1 às aquellc a qnem per tenc!e o coo hecimento
concussõe:; d o inferno e do mmido Ítilei- da fe, e a deei~ào d e tn<las as cousas!
ro al'madas co ntra Piie; é e:-.ta infalli bili-· Em toda:- as <-•d ade;; da Egreja sempre
dade, de que elles dão testimunho, quan - se reconheceu nn Eg,.ejn de Homa um po-
do reconherem « que o papa foi eoo:;ti- d er supe rior a lud,n, um poder para nos
« t uido porJ. C. pastor universa l de todo servir mos da expressão d'um concilioge-
«o reb,mho, e que gos~ de suprema auc- ral (1) de que naõ ha rec url>o para $U pe-
« torida<le d<i o apascenta r, reger, e gn- ri or, e este poder supremo que decide
<< \'ernar, » se ndo, por Í:,so. impossíve l, tu<lo em ultimn insta o,·ia é taõ oer.essario
que uma su vez e d esvie
J . <l' um pà!',lo . sau- na Egre,ja, é laõ intonle:,,lHvel, que naõ
cla vel. ha um so ca tbolico, que naõ acredite nel-
Ern ainda esl;1 infallihilidade que re- le, q ue o naõ reco nh et;a, q11e lbe naõ
conherem to<los os doutores e cscriptor~~ rencla :-olemne:-; lt!l'> limunhos de respei to;
gallicanos q,·,. ndo :-e veem obrigados a e como pod ia deixar de ser as~im, se no
<ledarar. que nüo honve um :-ó Papa que momento em que e., te p<•de r !-e desco-
se declartisse lier ege, ou que induzisse a nhecesse a Egn·ja t iaõ ex.i, tia nH1is, po r
erro a Egreja , e ({Ue toda), as heresia:,, q:.te naõ sei que Pº"~ª ex i:-. ti r a lg uma so-
todm os erros con t ra a fé l et-'m recebido ciedade sem que lenha e m l'>i rue,ma, co-
de fü.11n.1 1, golpe m11rtnl, e que é ella que mo inhe,·ente á sua co ns titui<,aô, uma
os tem arra:-.t.ido e condeurni\do a t(1dos . rnagi~tratu ra 1-,uprerna, a c1ue tud o seja
É e:,ta infallibilid,1d~ on e1>te poder s11bje1to P!
supremo, que não reconbecc su peric)ri- (Continúa).
d ad<' sobre a terra, que refunne ou inva-
lid e os se u~ juízos, que o elero de França
.
reconhPC'ia em 162(3, q_uando confessava
q11c a fé perm1rnecen1 se mpre immutavel
no~ :-;uc·cessore:,, de S. Pedro, e qne o dom
~ t Gifo i. t'i<i!? c$ f(~t~11fts.
<la inerrnncia era ioh ereale á Egreja de
llorna. Appllea! quoque od t~ Aaron Fratl'em taum
E' em fim e . . ta soberania, ou supre- cum !iliis suls de medio lilloru111 Isroel ut sa-
ce1<1olio fut1ganiur nuhi.
ma e infalli vel f)Ul'luridade da Egreja ro- Vc~ti••s que hls omnibus Aaron Fralrein
mana que elle:-. tod<?~ reC'onbe ee m, quan- 111um ct fl ll os cjus cum eo.

do confesl-lam qnc de:,de a origf!111 do B.M li. 28. v. 1. Ili ,

ch rbliani .. mo foi Homa o lribnnal para Os sacros utensílios construidos,


que toclo1> appe llaram, e<'n1 q11P :,e dc<·i- llxigindo de Deus a \Jagrst1cle,
diram todas m, q ue:,, tões. « Que glori,t Que os cultos :i suprema Divindade
para Homa, exdama tltU delle:-, sempre Por homt•ns llo Senhor fo ssem rendidos,
a ba1,e e o cenln, d n ca tholi<•i!-,mo, 1-,em-
pre o astro que tudo illnmina, -;empre Arão, e os filhos seus, jà conhecidos
firrue e inubalavel em sua fé c·om aquel- Por su:i devoção, ó santida<lê,
les que lbe teem adhnid() ao pas~o que t>arn mir,istros d'amor, e pirdadc
todos os onlros se tem ma,wha<lo com o t.à foram d' entre lo<los escolhidos:
erro, e all'a:-.tad'> da verdade Í ! Que e fi.i- E. para que essas pompas, uestioadas
to das gran<le:i Ses do Oriente fundadas
Ao culto, se tornassem mngeslosas.
pelos me,.,mus apo:,tolo~? Núo as temos
Taml>em lhes foram pt>lo Céu marcadas.
\: isto rahire m no erro, :-eus prelados con-
demnados como here!-Íardias, coostit llÍ- As sacro-saolas vestes preciosas.
dos chefes de :,,eita!- ! ! !'ião 1.eino~ ni:--to Com que dcvi:im n:ss mansões sagradas.
numcro:,e:, corn:ilio:i no Oriente, e toda a Exercer as funcções religiosas.
Egreja de Afrfra com S, Cypriano e Fer-
meliano (billpo Cesa rea)á frente (na ques- (1) O XI r.oncilio ~eral diz asçim:-« Na Egrcja de
tão da rebaptisM;ào) sustentar o erro, Roma ha alguma coisa singular, porque não pOdo ha·
condemoadc,s p1• lo pon tífice roruano, co- ver recurso para i.operior.
mo 1uem està rcve .. t1do da ple nitude <lo Da rnes.ma expre!lsao usa S. Tbo111;iz.

~
JE]PJ83JL
ANNO CHRISTÃ.O. nascente Egreja, se tornou o mais zeloso;.
.JtlNEJHO. iucansavel~ e illustre prnp.igado r <l 'ella
(conforme o sen tido da p1•ofecia, que J a-
22. Sr.GuxoA.-1:Emi1.. - S. Vicento.- cob, abençoando a seu~ filho-., dirigiu a
Nasccu em Saragoçn de uma das mais Benjamim, n cuja tribu pcrle1wia Pau-
ill mi lres familias de lfespa oha. Educado, lo), de um lobo arrebalaclor, que iõra
por Yalerio, bispo d'aqu ella cidade, l>em na manhã da vida , se trno~fo rmou cm
cedo, como Diacooo, exerceu o mini:ite- um pa~tor so m ei to cm propor ciona L' a,
_l'io da palav ra, CJU0 o ve lho bispo lbe re- ovelhas o pil <.to espil'ilual d<!qut? careciam.
nunciou. Eram imperadores Dioclecia- Quanto pc~de a graça! e quam glorioso é
no, e Maximiáno , o a proví ncia de Sa ra- para aquellc que eslà no e n o acudir aos
goça , era gove rnada por Daciano, o mais doces chamamen tos d 'e lln !
t enaz persegu idor dos christãos em [lcs- N'este úia foi aanos, que na Capclla
p anb a. Vice nte foi preso. Aqui princi- lmperi.il do Rio de Janeiro foi Sagr.,do
piam os p rodíg ios <lo martyrio., em que tarubcm um i-ucccssur<le S. Paulo, o no-.;~o
translnza cooperação da graça infinita de Prelado Diocesa no.
Jesus Christo. Os geoeros de llagellos, 26. SExTA-FEIR.\-S. P olyca rpo-Ris-
que turturaram Vicente, e os repetidos po de Smyrna e discípulo do Evêlogelista
triumpbol'> do ~lartyr sohre as tortura~. é S. J o5o. Co mo linba com c r~nclo rnm n1-
uma cadeia de milagres, que n5o podia guns dos Apusto los, era te~1en1un ho da
deixar ele prender o e~pirito dos infiois. Tra<li<;ão, e po1· isso foi cha mado ú Uoma
Viram-se admira vcis co nversões nas les- por occ.i~ião d3s dU\·idas, <111 e no Ponti-
tcmunhas occu la res d 'aqu ell e longo e va- Ü<·ado de S. Aniceto se sus<-·itarnnt a re~-
riado martyrio ! Nasceram arnito~ fructos peito da celebração da pc'l:'choa , e alli rc-
d'aqucllas arvores rcga <l.ts pelo sa ngue do dusiu à fé algun s, que a ha,·ü1m a hj11ra-
Martyr ! Quau<lo Daciauo perplexo di- do, illudidos pelos lJel'csiarclias, Mar-
ant.e da opinião pubJica, que declarnva cion, e Valentino. Na Ú. ª perscguil:ão
divino aqu ell e· martyr, o manda soltar depois <l.e Nero, no meio de uma iuguei-
das alge mas, e la11<;ar em cama d e dilici- ra, a que foia1·rojadoviro, colheu a pal-
as, é então, qu e Vicente expira.. A dis- ma do ma rtyrio.
cripçaõ dos tot·mentos d 'este jm,to, é ele 27. S.umrno-S. J oão Clirisosta mo-
naturesa tal que repugna ao coração do assim chamado por cau:-a de sua encan -
homem imagina- lo~. tadora eloquencia, na!',<·cn em Antiochia.
23. T nnçA-PRJRA, - 0.~d esposo rios de St>ndo pelo imperador Areadi o elcva<lo à
N. Senhora. com S. J o:.é, o artista des- dig nid,,de de Bi:,,po de Con~tan tin11 pla,
eondcnte dos reis <lc I . . mel-é um bem cm breve iucorrcu no d e.,agrado, ou nn-
conh ecido cpi:.odio, que deu asos á criti- tes na indigna<;iio de E11doxia, por i.,;so
ca dus Phal'iseus. que ell t· Dão t eoclo medo do fonta:,01a dos
2li. QuAnn-1:mRA-S. Ti,not bcu-ori- ro~pci lm, bnmano~ ~e atrcrnua increpa1·-
undo de pae gen tw, e mã e Judia, jà t•u l- lue alg11 n:, e~ca nda los. De!,{radado pri-
tivava a Religião Cbri·..:ft, quando S. Pau- meirn vez, é re:.titui clo ú !-ua :,,é em l' ú ll-
lo, vei o à LJ.!.ll'Ía onde elle ha bitava. Ou- ~eq ueocia de, n 'c:,le ~eo tid o, fa..,e 1·0 po\' O
vindo S. Paulo a fama <lc :-twi; "irtudes, nm a ge ral .!.f>Oit;ão, q11c' de <'erl o, cite
chamou-o para companla•iro de :.tia pe- não pro ru oycu. Foi segu nda vez dester-
rigrinaçào. Vindo para Ephe~o. nhi foi rado para a Armeoia; e qnan<lo e111 vir-
Timotbeu orden.idl) llbpo, por S. Pé1t1lo, tude de um det·retu do Papa lnnoce11cio
e encarregado <lo got"ern11 d'es,a Egreja. 1. ", era outra vez re,tituiclo à sua sé, os
Receben duas Epis1ola:-. d e::-,, P.111lú, uma soldados, que u c:,,cultaH11n tunto o in-
C:-icl'Ípla de Laodic·ea, e nutra de Homa. su lt nracn, que à furc;a de ~oU'rer, m o rre u.
Pretende m.lo Titnotlieu a fa..,t,1 r as idea<. de A Egn•ja núo o cvnta entre os :,e11s mar-
idola tria, que e utãu gr:, rnrn o povo con- tyres, ma~ dú-luc uiu mui di~tin cto Jogar
fiado nos :,eus pastorac~ 011idadus, foi poc· no me io elos sclJs Dourtores.
elle apedrejado, morrendo na~ vi~inhaa- 28. Do.\11:'\GO-Ú , A<lcpois <la Epifania.
ça!:i d 'Jspbeso nas Calendas de Fevereirn. S. Gonçalo; na:,ccu cm Portuga l, e .foi o
25. Q uJ;\'"fA-FEIM, -Conv eri-ão de S. e!!pelho dos per1grino!', anc1clioretas e
Paulo. -:De um freoetico perseguidor da pregadores. lwbmdo nos ~àos principiof

~
lHY:JE</ I
- © <n lll ma~Ht1lil ~ a s}m JJQ
~

çla Religião de Je'ius Cbri~to, passou a


adolescencia em Braga, onde jú primo-
demptora dos homens, lhe appareceu em
visaõ, <lisendo-lhc « que runito agrada-
rava em todas as virtudes. Tendo ope ra- vel lhe seria e a seu Filho, se em sua
do muitos milagre~. voou a mnn:;ão dos honra instituis~e uma ordem religiosa ,
eleitos do Senhor, d 'oode não tem res:,ado que tivesse por especia l obriga<:~•Õ a re-
de obter-nos ali vios aos nosso~ males. dempçaõ elos captivos. » De combinc1çaõ
29. S EG U;\O,\-l' EmA. -S. Franci:-.co el e co m HaJmundo de .Penaforle, e Jacob
Sales. -Nasceu na Saboia, da nohili,:-.si- rei d'Aragaõ, a quem~ mesma Senhora
rna familia Scn liMa do Ca~tello ele Sales, lambem appareccra, insliluiu poisa bem
o bavendo repudiad,>empregos consicle- conhecida ordem de-Nossa :ie11/wro das
raveis, q11e no scm1lo, por r.11as uab ilita- LWe1·cê$ da 1·edc111pçno dos Cuptlvos-cu-
c.,;ões de <loctor cm dfreilo civil, e canoni- jos membros se ligava m com um quarto
co, lhe crnm ofl'erer.i<lns, seguiu sua vo- voto, que cumprirncn , d e se oífcrecereru
cação, e ordenou-se de preshytero. Lo- cm penhor pelos christaõs captivos dos
go Graoerio Bi,-po de Gcnebro ú nomeo n infi eis. )) Pode a filantropia ülosofica dar-
sen Coadjuctor, empregando-o cm pre- nos um exemp lo que se parc<;a ce m e!Jta
ga r pela Diocese, onde dc..grac;a<lnmcntc perfeita nbnegaç.tõ? ! .. Clieit> de mere-
o CdlviniMno hav ia feito, e fasia prn-.cly- cimento , recebe u o g,ilar<laõ aos 2ú de
los. Era tal a f~)r<;a <los .-.cu~ ratiocini os, Oc~c111uro de 1256.
a 1111C·çào <lc s1 ia<i pala vr,1s, e a mansidão, ~'EVEREIRO.
,,(fühilid,1dc, e pncienei a d e se n geoih, que 1. Q oINTA-t'ElR \. -S. Ignacio-Bispo
convcrlctt í2 mil her eges. ~l oi·to Crn- ele Ant iocuia, foi preso duranté a per~e-
nerio. foi !>agrc1<ln lfr,1>0 em sr 11 looa
~ v r. e ~eg ui~aõ de Traja nn , e condusido à Ro-
n;io d eixou de correr aqui e alli on<le a mn, foi c0nde1nnado á !ler devorado pelos
sa ln1<;ãn <las alma:- n rliama-.,e. Poi r ll u leões no anno 107. Algua:-1 escriplos cl'el-
o fu nclaclor da Ordem de R"ligiosns cha- lc nos restam, onde ar.bando os protes-
mada:, <la-Vi:..ilacão.. tan tes a condemaaçaõ dos :.eus erros, te-
30. T1mç-.1-F~rn.l. ·-Sant.i \fartioha- em furcejr1do por suppo-los uerogryfos.·
Virgc m Bomnna, have11<l11 ainda muito 2. S Exu-1,ETM + + Porilica(:aõ de N.
menina, perdido ~··us p..ics. animad., de Senhora-cbamada lambem da Presen-
om1 perft!ita raridade ,·hri'> t,i , cli-.1rib11iu ta c:aõ de J es u,; Chri-,to no Templo. No
pelos pobre-; a grnnde fortuna d e q11e fi- lhod. 13, v. 12 estava determinado,que
cá ra herd eira. Scn<lo imper~clor ,\ lexa n- se offerecesse a Deus todos O!, primugeni-
<lre, so mente porque ella r e,· :1,;ava sar·ri- Los- e no Lev it. 12-que todaJ as mu-
ficar aos idolo-., lhe fi,.t•r,un suppo rta r º" lhel'es G,~sem r eputada:; imcnundas, púr
mais horríveis Lorm ent ,s, cloi- q uae:- :..il lll - úO dia:., sendo va raõ o filho, e por 80
clo milag~·o:;;a meutc ill,•11a, ainda as-.im :-endo mulh er; e que ao cabo d 'este -t.e m-
aq nelles bar La ro~ nnõ rPt'<Jn he,·era m a Pº• se apresentasso LO co,n certa offereo<la
<l,nniputencic, du Ü fl 11,; do-; Cl11·i... taõi. à entrada do Tabernaculo do Tesleruu-
~landou finalmente Al'ex}1ndrP, íJlle lhe nl.io etc. A Santissima Virgern :;em em-
d et·epasse m a ca heça, \! d' t•sta vez dando bargo de ter concebido por um modo t<1 Õ
Deus o cornhate pn1 lieruic:nmente b,1ta- so brenatural, todavia naõ quiz ex.imi,·-se
lba<lo a levou .., glnri,, do tri111ij phn. <la lei ordioaria, e là me ao Templo pre-
31. Qo.inTA-l'fün \, -S. Peclru \iola s- sen tar seu filho, e sujeitar-se àceremou ia
co. -Francez de na:-.('Ílll P. lllo, fugindo aos da pm·ificaçaõ.
Alhigenses, que as..,nl.,vam a -;11a p~, tria, 3. SAnnAoo-~. Hilario , - bi-po de
vendeu os se us predio-. e ~e 1·etiro11 para a P oitiers , doutor da Egreja , naM'e u de
Ilespan ha. Con:.u mi<lo tud,)s os ~eus fun- um a familia nobre naqoell,l cid,tdP. Scns
d o~ em remir os Chri ~lilôo; raptivos pelos paes, que eram pagaõ:,, desvellam-:-e na
Sarl'acenos, e na õ lhe re11 tando já outra ~ua educaçaõ. Findos os se usc:,tu,fo:-, a p-
cousa mais de que pr.de~sc <li,pur, :.enaõ plicou-se à leitur.1, e qui"?.c•unhe,:er to<l,,s
de sua pessoa, e~t., va re!'lul vido ou a ven- O!-i nutbot'es judeus, dirbtaõ~, e pau,,fü••
der-~e para empregar o preço de sua cs- l\inda moço, fui considerado ,·ouh~ um
cravidaõ no r c~g.1te d 'e-,ses infeli.ses, ou a dos t~rnis sabio.s homens do seu tPmpo.
ir cite mesmo offe rccer-:ie em tt·ura por ~ s .hyros ae \1oi1,és extasiaram-no pt!la
a]gmo. Foi ~n taõ, que a Virgem Co- re- 1de1a que lhe deram da divindade. Os
Osevangf•llJ01; arl'eba ti1rnm-no á contem- Sr. Benf'ficia<lo ~lanuel d a Co:,ta Ddga<lo.
plaçaõ de um Deu-; feit o l10rnem paa·a re- No diél 29, teve log,.i r a ÍC:,tivi<lade
mir com seu sa ngu(os peccados dos bo-. que dcYeria ~er no dia 1 ú d o corrente, e
m~ns. Baplisou~e. e in,c,truio-se nos mys- se ndo a gl'ancle in~trumcntal, oro u por
1erios da Heligiaõ Curistan. O povo de occasiào do Evangelho o Rcvrn. Sr. Co-
Poitie,·s·, commovido de ,;uas virtudes, nego Semcão Rodrigues da Gamara. A
escolheu-o como seu bispo. Hilario foi o tarde ainda houve gránde co ncorr cncin
mais energieo defen.!-01· da fé con tra os d e fi eis, que humil<les e c hei0s de devo-
arianos. No c') n ; ilio de \1ilaõ em 355, e ç.iõ furam depor o o:,cBlu c~bri:staõ aos pés
110 de Beziers em 356, fez trium far a luz <lo Rcclemplor. Ahrigai-,·os, pois cl11'i.;-
<la ve rdaJe' com inspirada eloq ue ncia. taõs, no coraçaõ de J esus Christo, pl•ne-
Saturnino cl 'Arles desterrou-o para o.mais trae esse jardim de mi~ericordia~, e fase i
inbospito '.da FrJg.ia. Cflamado ao con- por obter o osculo da g·raÇa , ~a nho·a r.us-
cilio de Seleucia em 359, tau ca lol'osa- la de seus mai:. duros op probri<b. EHe
mente fatiou em abono da doutrin a ca- nos queira livrar d'esta asso ladora pe:-.le,
tholica, e desmasearo u com tanto' enge- que nes mata, e d e rramar sobre as n os-
nho as ÍmpO!-l Ul'US dos berejes, que a ~ua sas cabeças o orvalbo dti .s ua graça.
vida rorreu gru ve risro n a Fran<Ja. onde os -Ainda cdnlinuarn as preces, ordenadas por sua
Exc. nevm. -Os uossos crimes lcm end urecido :i mi-
hereges tentaram a:,sassina-lo. Protegido sericordia do Allissimo- trne nos qrwira Locar de sua
pelo escudo dà Provideru·ia, Bila ri o n1or- graça, esquecer oossas luíquilfades, e ouvir as nossas
reu tranquillamente cm 367 . Doránte a supplicas. ;
-No dia 25 elo corrente o Corpo Capilular, e os
seu desle••ro escreveu 13 Hvros sobre o BeueOciados da Calhedral celcbrnrau, com toda a so-
Trindade. Um tractudo dos synodos. lemuida1Je o auniversario tia Sagração de Sua Exc.
fü~JIII. Houve Missa a gr ande instrtlmi>ntal , e 101!0 o
Tres ca rtas qu<.> rcpre'bende acreruente a
Clero assim secular como regular illumlnararn s uas
vida libertina do impei:ador Constancio. casas tanto na vesp'era como no dia. O céu queir;.\
A vebemeocia e impctuosicJade <lo seu es- conservor o nosso lüru. Prelado, ()ara o bem do re-
banho que Lhe foi confiado.
tylo, fez que S. J ero ny"mo e clenominas-
s.e-o ródano da eloqaencia latina. Depreet1ção " S. Sehnstrão 1u1r:1 o ,em1tet
da e 1tltle111i11, ortlennd 11 emr s. E:1.e,
á. Dó1nNGo-da Se ptuagesirna-resa Hew111, o S11r. lltM.1to Dloet."H11110, a fjURI
a Egreja o oilicio <la mesma Dominga. 8e rceonnnenda " ,oclo~ Oli! F Jels d esa,~
Chl,ule e Diocese •
.AJL ~ "":mr • lP" 11E".l!C,
<mDU\(1)131J<nA Uilll[LU<Bll@~Hlo ·o• beate Sebastraoe,magoa fuit li<Jes t11a, ln rercPtlt· pro
No dia 27 do corren te Jeve Jogar na nobiij ad O ,minum , nt a peStP et t>pldemia huc ten,pore
regoaote. s .,Jvi. et lihr.rr c~se mer,~nnr.
Egreja Cathedral, n benc:;ào ~olemne das V. · lra pro nobis, beótC SfbJ~liahe.
1\ U1 dignl dilciamnr p'romissfonibus ·Christi,
Image ns elo Senhor Jlom Je~us dos Na-
OUATJO.
vegantes, e da Columna, feita por Sua
Prros1a, qumsumus OmnipotPns OC11!: ut, iote1cPclen1e
Exc. ·Revm. , acompanhado de toda a bC d lO Sebastiano marryru 1u11. el a cunctis advrrsitaiibn~

Corporac;ão Capitular. T crminad~, qtrn !iberemur ln corpore. era p,avls cogi1a11onibus munllemur
io m~n te. Per Domlnum 1ws1ru01 J esulll Chrislum J?lliu rn
foi esta cerem(?nia, pre~idicla por gran<;ie tt1um, qui 1ecum vivlc et cegnat ln uuitate Splrltus Sancti
Oeus,,per umnla 8<I!tula sa:cnlorum. Amca.
concun10 de povo, $airam as duas Ima-
TRADUCÇÃO.
gens do Redemptor do Mundo, a per- ,.... r..:......... .
correr ab ruas do Sol, da Cruz, e de San- o•8Pmaveo1nrado S. :-cbaMião, grande foi a vos~a fé,
to Antonio, em cujo atiro te,~ loga r uma ln1erc1·d~I p•,•oos·ao SgNilOR, para que mer, çamos ser sal·
vos, " livre~ •la peste, e ,1d er,1t1eu,1a, que rPi11:\o oeste tem 110.
oração adequada, i l volta das Santas Ima- V Ora, por oós 8 ,·111,He,Hurallo :- ~ba~rião,
gens ap seu Templo•. e a.calamito~a qua- n. Par~ que nos r.ç.mos olg11ose1as pri•messas<.leChristo
ORAÇÃO.
dra em que no~ achamoi •. a braços co m
Gonce,lei- oos. Omnipo1•nte e mlsericorctlo~o Deo11, nõs
a peste das bexigai,, e receiosos de urna Vo.~ ,o~amos: que l)el ln1e, cessão ao Bemaven mradn S..
assmtadora !:>ecra. O orado•· foi o He vm. Sebastião V,·s~o \1ar1yr s11jamo~ lh•re~ de tod~R as advi: r~I
dades no orisso corpo, t pur ticaúns .fds 1oás cogi1açl'le·, na
Sr. Cunego Magistral Dr. Ma nuel Tava- uassa alma. Por Nosso ~enhor Jc us Chrh 1t1 V1,~so Fillit) ,
que com Vosco vive e 1eioa em 0 11 ill«dl' uo Espl rito Sanw
res da Silva; sobre o ~eu discu1·so nada D1•cs 1>or torlos os :-eculos dr,,1 S, cul v:.. :\men, .
diremo~, porque ~o mos i-uspeito~. o pu- i" Exc [\évm " ~r l}ispo Dioce~aoo 1) . M~noel Joaquim
blico :,aberú ava lia-lo. D1·poi:, qu e o Ora- ela 'iilveira conreue 11io, • t1 i ,s oe ru,lu!gencias á 1ot10 ' fiel,
que cooo fé rha e ,lev<,c;ão fP(•i t , ,·s•a oração lodos os dias
dor acabou de fo liar, a procisi-ào conti- clnran1e a .. pulemia. que uo~ ffirg('.
nuou, e entl'Ou p1-tra a Egreja dos Fra'n-
ciscanos, onde :,e fü,eram v~sperassole~-
nes, orando por e~sa occasião o· ~evin,
- l\laranbâo 20 d•· Jao•1r<• dP !855.
-
~-i1a1·anltâo~,'fyp. de.,.~ li. <lq , -. ToJtl·es=;n~.a !'P
- · 1.fo1 bet ros n.18. =:.:C\nno de ~8Õ5; · · ··
l
7VMT:llt

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
ANNOI Segmu!a-fcira 5 de Fevereiro de 1855. m-;»e N.º 40.
,- e:z wDlí..u:~""""'*

OCHRISTIANISMO ••
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s. Luc. e. \1 . , • :,e;,

Ye11clill1õc!-. como alimentando :i perd i-


OCHRISTIANISMO. çnõ J't1q11d les, qu e lrnseiHldo ,1Crnz, C5le
compendio mi~lerio~o ela Hcligiuõ, vem
.Algn1nas rcn exõcs sobre o prolc:-Lar a sua emenda!
Pa rece incrível, q11c lendo uós todos
respei lo <1 uc se dele gua r- sido la Yad os na pieina .sa udavcl. 011de se
da1· nos 1 c1nplos. 1
purilica o meni no re1:H1.n-nn,cido, e .ihi
todos consagrados ao Deu:- do Céu, e da
terrJ , qu a nos ucn o i-C!' , e que naõ co-
O Templo do heo uor e n cac;a da ora- úhccia11111s ain<la, parece ineriv el, disc-
Ç3ô-D ontus mca m·a/ionis t•obabito,·, e se rirns, que, quando <"I dHcl'iamos co m
algnro-g,.antle pen.rndot-nos OU5e rvm· tod,• a nossa alm a ado ra r en , ei;pi,:it o e
seda.mente, q11e naõ é j:H"<'<'Í~(), outro "erdacle , por is!)o qu e l'i!con hcccmos o
templo mai:-, que e~te Uni ve rso~ onde o Lcoc fici o, que no-. fez, o vclipeud ic mos,
Crendor faz rc,pla ndccer a sua gloria com e a te. . . se arroje o filho degenerado,
t an ta ,n.agnificenrü,; que a \l c1ge:.tcde do e ingra to, a de!-iacn ta- lo na sua prnpria
Alri..5imo naõ f'1, t,\ encerrada cm algum bahit ~waõ ! ! !
circuito materia l; que em Lo<lo o Jogar 'f.
lhesornos prese ntes, 'c q11ecm toda apar-
te p ode ou, ir bem os nossos -çotos, e as
-8... • u. a» 11E::l a:Jt &;::«Jt !!iif.
'IDL
nossas 01·a<;õe,; naõ no-. cnga nnrà e:,sa
pompo~n linguage m, e foC'ilm t! nle ck,,co- A ira e m fJeo.'- ! P;1 rE><'~ri, qu e esta
briremos1 q uo .esse pcn.~adv,-.. por na õ exp res1-ào é urnl ca hi<la ? Não di1:emvs que
<1ue1·er di:.con·er r1)mo o povo, é o ludi- ~im, e nem que nüo; co n~n llcm()s uosrn
brio, da prcsumpçaõ, e clu orgulh o. intima con,·i<'çào. fai-cndo e~la pequena
Sem duvida, a Di vindad e oaõ tem reClexão: o~º" é infinito, e como t,'\ l to-
prcá,aõ de remp lo para si mes1110, co rno dos os scos attributos cm.inão dessa mes-
um Monarcha prcci~a de um P:ilacio, pa- ma naturesíl; a ju.~ti ça de Oeos, que é um
ra fa!ler a sé<le de ,ua graode:-,a, e do seu attributo infinito, está in:-epilra,1 elmente
poder: sem duvida, naõsa 1u pred:.a men- uni<lo a !-Ua suprema l>ond,,tlc. Porta nto
tc os logares, que san ti ficam os hu mcn~, esta justiça d eve ter por pontos extremos
e que O!, tornam maist1gradaveis HoCrea- estas duas alternat.ivas coustantes:-a cle-
dor; e o que debaixo d e mn tecto de pa- mencia, quando o arrepcn<limcnto fa1.
lha ora co m um coraçaõ humilbndo, es- digno da misel'icordia divina o pecca<lor;
t arà muito m.,is l'erto de ..,rr o uvido , que. e à ira , qnaodo a contnma cia acompa-
aquclle qu<• seod o cond11i.ido pela vt1ida-· nha os netos pra vos do de lin quente. Ora
de, vem orar no ten1plo <·om um e~pirito parece que assim ju~tifica mos a. nossa epi-
cheio d e di~:-ipaçdÜ, e 1. rgnlbo dec.:'lca tan - grapbe.
do naõ soa Casa da Oraçaõ, d'onde me- Confess.e m os, qual de nó~ já não terà
reciam ser cnAot.ido, como outr'ora fise- mais de uma vez, por pala\'I'as descome-
ra ó Redemptor. àque lle., que profanan- didas, por icnpudentes .1·aciocinios, por.
do-a, tinb~m-m, arvorado em praça de feitos vergonhoso~, qual de nos jà não fo.:
rà <lesa üaclo essa ira ele qu e fa tia mos? Não tnC'smo que fôra a Slla ob ,:n mais predi-
se acredilc qu e essa ira , qu e e um <los lec: ta, se mpre come r var-so mel'ccedor
mo veis dn juslic,:a infinita, tenha a deti- dos mi ,110 .. e.la Proviúenci a; devem só -vi~
grac;a de ser por nÔ!\ equiparada a esse V<' I' para reconeh<'e r e agr ..,de<'cr o, ben e-
fu ro r violento, d e qu e m ais de mil veses fi cio~ de ve r-~e arraoC'a do ao nada, para
em suatlv ida ~e vê atacado o hom em, e um dia, dcpoi-. de. uma jornada- longa
qu e, co,110 11m ma l natul'al, é legada pe- para o j 11"1 0 , l' para O rep r<> UO as&às CU l'-
los pais a,1s filb oi;, nos p ri roçiros o:.c ulos la, -ir fost>r <'CHll o etern o Pai uma so-
que lhes dà co m aq uell es mesmos labi o~, c·ie<lado cfo go!loi- int er m inaveis. i\lasoh !
quo n?urn im,lanto <lestes euspil'ào os perve rsicfocl c. qu e nos cegas, offusf'on<lo
m ais injuri os11s iro properios co ntra o seo a m aior i.o n11na cfo hen-. q ue h a pam dc-
semelhante; não. Faltamos d e u m ~eoti- i-tjar ! Ve r a Oeoi., gMar :-ua p re!>enc;a ,
m eoto q ue a Divi nda de ex perimenta , re~pirar a me!i ma aura qu e ellc , o a uc-
quando qua se esgo:,.tado todo o tli eso uro lor- de tud(,'. o qu" a i,w po<l cscr co mpa-
ele su:-i bondade , vê:-cm pre vaidosa , se m- ra<lo P En treta ntt1, 011 :-cja c•cgnei r.1, ou
pre orgulh osa, e se mpre egoísta a h uma- mito -fado , a lon·h a d ., .. pa ixôcs é qu em
nidade. alumia a c.-,frndn q11f' lrilharnos para a
Aq uolla crea tura que havia i-ido a r- etcrnid acl r . Io fe li,e, de no:- 1 :i eleroüla-
l'ancada ao lodo, em qu e no nada estava de ern fi m <'h egaren,os: ma:. qua l será
subm ergida , j:\ sup põe-:;e, senão igua l ao nossa r e<·@ pt;ào P Po r certo não devere-
seo Creador, pot·qu e sua mesma ft'é:H(Ue- mo!'\ e .. p,, ra r d ".1 q 11clle q nc ésumm nm en-
~a lhe neira as p roporcõcs divin a1- ao
t'") $ " '
l e jui- to, utn nco lhimco lo melhor, do ciu e
meno~e . .quecida da sua infermidade pro- o q11 e rn;., íi,e m o~ aos :-eos sa ntos dicta-
pria, sem pen, ar muitas ve1-os n'um j11i1, mcl-1, esrript os assim na. nossa rai-ão, co-
sup remo, que lardc ou cedo (•bamal-a-ha m o no,; livros qu e ell e se dignou inspi-
perante o tribuna l :-evero , onde sô ha e~ ta rnr. Noi-..as boa~ ol.n·as são o nosso attes-
<leci.,ào :-punil;ào ,io culpado, prcmioau tad o de cond uf' l,1, e nosso pas~a portc n a
ju1- to. Deos, nt:}i-le caso, rão vê no ho- viaw· m , qu e t) oo,~o E'!-.p ir:il o, uma vei
tne m 11m;t nota , qu e na grande harmo- de~peg.ido du cnrpo, G,1. em brc, es ins-
nia uüo sôa , vê um a no ta, qu e d e-:a fin a tan te:; para e..sa pntri:.i lon~inq ua; para a
o concerto univerhal: ri:.ca-a. Sua ir·a, oos~a ju~tiíieat;ão, na da va lerà q ue os ,·eis
depoii,, de ver fru ~lr<1 dos º" ex('t!!-llOS ele P os princi11es en, ,,1ns!$n se r.011spú·cm r.on-
uma d em enda 1llirnitttd a, opera então t,·r, o Se11/io1· , Elle lá dos Ccos dcsp1·c.rnl-
por sua vez; :-co:,. effeitos faso m tre111er ou o.~-ha , e na .~11a. ira os c01,fu11diní.. Traba-
qnase d e, lorar-i-c a terr.:i d os seos e ixos , lhamo .. poü; nós, o Ludo esperemos: não
n L1t11uvn itlade vac11lar , e asrrença!) mm. rw:- nduiircmu:. M1n1r u lt' tjlJando vo l\'er-
ca birem, ,t..:,.i m c(J mu os atl'llses dcl ic:tos l110" os olho, a renii ni . . re ,wia de nossas
por ellas mo1i v.1d1h , ao ardor impc t11 oso iuiq uiclado,, peijl mo ~-no:-dc> a.-; pratica r.
1

d a lava, à vnracitlode d a pci-tc, e a laba- Porqu e u C'ai>tigo, :,inda qu e ª" mais elas
reda dcVai>Laclora do raio! Eis o que é a vc .. e, seja rc:-errndo pa ra a , ida futura ,
ira d e Ocos; ell u nflo tem por orige w, 011 d e é m ai11r, a-..-,im l' O mo o.hem de qu e
como n do bomem, os fal:, o~ pontos <l' hon... i-c ~º"ª nn Sion Sa n la; toda, in acrrnt eco
ra, e tu<las essas ninharia~, qu e muitas lambem, .q ue a ira de Deu:,, pune Oh cul-
veses se ntencea m a ffi () rte centeonre., de pados mc.,1110 oei-te m undo, brandindo
victi111a1i, não tcu'd o por juizcs mais que já a p eMe, ji1 él i-t>c·c·n , llll niil o utros 11a-
~a be(;as esca ndccentes, e por executor d e ge llos, t11doi- de linl'l'Í Veis cúnscquendas.
seos plano., negl'Os, mais que a ponta I•: c:o mt ud o 11ãu é i:-111 m ais q t1e um pre-
agu<,:ada de um punhal. Vede pois a dif- lu d io d,, \"erdndciro ca:- ligo . Lance m os
fe ren<;a: a primeira snppõc a deiio rd em n os...as ,·i~ta~ para trai . Lú vão nas azas
do clemc11lo /,omem , e n1 i pôr- lb c ter- d,,s sec ul o:- qu e se ~um irão a o aby.smo d.o
mo. re!)tabclecendo o cquilihrio do todo, pa..,aclo, là vãoe,<t> mplos mui fri ..~a ntes da
uma vez desa busada a hum anitl ade; a se- ira do St> nhúr :.olm"o pn,·o rcbdde. Ve-
gunda .. • . decidi pot· vós mesmos. des nli ú µouca,; leg un:-de Jerusalem aquel~
o llom cm' a planta m ais p reciosí'I, le mar de co r anl ipatbica. que não ali-
que o Senhor fez nascer no jardim da menta em seo se.io de a ndai. e sal o mais
çreação, dc vêra i)o~ via de regrJt, po1:i1>1>0 i:nesq_ui oJw ser vi vo; cujo ,dit o p.-e.s,tilenle

foz morrei· ate ns arebj nha s, qne po1· so- rcm 111arc~1dos na fronte c•om ci,;tes epi-
bre ellc esrnM:úo ~ Pois bem, é umn li- 1Lie tos:-Yanglorif1 , lnurura , nm b1<;.f10,
<;ilÓ, e:;cripta em <:éll'aclcres indelcvc is, jncred11 li<ltidc ! Que,n guanl., enf' bello
que o passadu lr•go11 ao futuro; é um c:urnp1·1mcn to, e . . la$ honra:-.de P a11thco11 ,
111anlo de çlc~lr ui<;ii o, cou1 que a ira <le .\s cinzns dos snbios da rasà,> é o r~ulho !
Dco~ c~1·ondeo :101, olhos do nni\'cr-.o o Nem umn lagrima de i;au<lade , nein uma
íi'.>co da 1m mornlidaue ! i'\ li, depois qne pren, nem um.a flor soh,e ::;eos tu111uloi:..!
o~ 1-.i ios nün dt!Í:\.ayão pedra $UU l'CI pt•clrn, 11e111 mesmo a brisa ~<1 bre ell es hafojn !
a :igua do A.,phaltita foz c,quecer os os- (~' worrer du ns ve1,. inoner JHH'a a vida.,
st)<i d i!s gera<·,iQ~ ('ondemna<l ,,, deixa ndo e cnorrt>r pat'.l os corac:ões. Só alguma
re:,,lnr ~ornr~ te, pela :,;un liidion<lcz, uma alm a de pliilo.wpho, oliás t:Ão arid a co mo
lembram;a para os que rego:- e i-urdo, se o rod1edo, que recebe os raios vcrticaes
ioo~Lrnm aos avi•,os cl',\<111elle, que tudo do so\ eq11iaP~ial, é quem de ,•cz cm
pode! quando lhe consngra uma lcm brauc:a,
1\cp1 ll.1 pobre. .Jcrnsalem ele hoje, lc111branc·n \e,·a, <' de' que n ão participa
ser.\ por venl11ra n ine.,ma rfrn, gn,u<lee o coroçüo. E q1111ndn lil appa re-cem pe-
florncente c·icl ,d1! <lü tempo do-;S:,l,)n,õos, r.rnt e o 1liro110 c\cebo, nüo li a cio lhpai-
com ~ua magn ilicr.m·ia prodigio,a? ~ão xâo, rn•m clt•n1c11c·1a p.11·a t>llc:-; follrna ó
por c:~rlo: .lcl'tl·aleni fu i ingr at.1, .Jern~a- n njo o livro das se ntCn(;a.'I, e ~1 J)l'i111cira
lcm ~011ten<'i0t1 o sco libertador e ela 1111- léh·1111a <h 11,i:-.a r:,, ei:-. rrém 1-ct~ nomes
rn.inidade, <i11,pio 111> rn,lo da , enfade, c.-..<.·rip to-., e t!m "'<'guimenlo esta phrnse
n1wifi..·1111 a inn<H't'lh'Í.,; .lc1·u .. ,d,,m l~; i I re111cndr1: -n jH..,I i,;a de Deos os cn n<lcm -
,· ondt!-lllll,H.la; curnpno-,c o or,wulo. o n a, M J,1 ira O'\ ta i-tiga ! L\ hi o ultimo de-
crnne fl,i all'ci!!acln na Je . . l ruit'fw ! ! E liu- 1,l'11gano; .il1i c·~tá o -leito <l r rn.,as <JlHl se
" '
je? ú qnc re!,la da op11fonta r·apitul, cm- . fu1jurn a Y..iidaôe, e o orgulho !
de o rei fnl bi,1 ol'gullw,u recebi., o:; t.•orlc- Desc•nganemo nns poi,, :-ó tre.'> e:.rn-
jos da, nações: Ah! apena:, um scniu- <lo!i ~e oppnt!m t·om van t~g(•m a ira d-e
lan,·o des...a an11g,1 opule1wia r e~tn, paril Deo'-, e ,ão elle~ :-<f cre11<:t1, a esf'artmÇ,<t,
rhornr ~co r-npti·vcir ,, a . . 0111 hra cll'.' ~uu · o a11101·, y11c :-.é\O· ati comlituida~ ba:,es ela
grn n<l e,,1 , l' a ,c1~11nh., dü -.11tl a1·tu.iJ ni- , irtmle.
b.iliJade ! I~ íui a ir:-i de Ueo,, quem foz. ~hrunuii.o 2í de.Jnnciro de 1855 . .
eaht r seo~ lrmplos, d;· ..uliur ~na ... to1·rnl-l,

-..ce-
e ni,elar ç,,m o pu\'iruento das ruas os M. Pacheco ela S .
!.en, pala cio~ snherhos: o ferro e a l'l1.tma,
cmpuoli,1<lo .. pt>la mfio do homem, fonr in
i u~l'o~ Ín' tn11ue11lo , <l~ crie ~e :,erril, a · n:uscunso SOURE o PAP) .
jm;l iça 11uprc01,, !
(Juc1lqtll'I' doe, n<·tos poi;i mcno-; re,!- (Co11 t i/11((1rão do 11. 39.)
to.;, q ue pnljl';11t1n!--, i.;eria ba:-ta11te para Que ft,z. o d el'o G:illir:rno, pois, pela
,·oltt,r :-.ob,·c, ri(, .. ;1 C'<>le r.1 d,> 'l\)do-Podc- s11 a dcclarução <lc 1682 ?
ro:.o, tendn tl!e nu datl(I uma ra ...;io.qne l. ° Contt·~:di . . ,e a dou trin a d.i ·,11 .1 tn f'.,-
devera :--c r uo~~n luz. p,, ra ~egui r•mo~ po1· ma l~g;'c>ja s,,lcm n,•mcn l0 e~1ab<' lle1·1da
,ucio dai- l l'cva~ dei.ta , itla; ma5 que é p1dt1 declar.i <;:iL; ela a:..~c mblea do dero de
feito dc ...!-'a ra.,ào, dnm mt1gnifi<.·o, e i'CVe . '162G. ( t) .
1i:_\dor da supremac·i,, do ho1uein so bre a
terra ? E:-sa ra,,1õ tem .. j<.{,) ~obre p11j ,da
2. o l>esronltcccu a co n . . tit11içào ina·rn,
tla EgTtija , nfftn<leu grav emen te <h ~irei-
po1· un) se m numefo <lA crro!-1, to<lus fl•ios lo~· da sa11cl;1 bé, e e:itabcleccn prnwipios
e inrou~cq11c11les, e em vez de· se r o nos-
so baslaô, e quem llü:.. 1-ub1nerge na ne- ( 1) O cloro ele Frauça ria sua 35sen1 ble:i de l 626
grura tia:- fol,.i.s <·ren<;ns .. . . mr1s filie di- chama,·a.áo rapa cállt'~a ,·i<;ivcl tla l•gri•ja l.nhcr~ol,
se mo:,? ,\ r,1L,1ô? "\:,o; clla mio é q ue tem , igarlo tle r>cus na terr:i, bispo dos \.ll'i(>Os e cio!:. p:\-
levado o home u1 :, gi-anclC' ~er ie <le dco;;é\- INarchn'.l; c111 uma palana, o sncccssor lle S. PNJro,
tio ol-. que fo~e.m tlma cu clea de fe rro,.e m ·- cm quem teve prinripio o apostolado e episcopado, o
sol>rc quem teve priucipio a F.Jrcja, <lauúo·lhC as
que frca pre-a gra ndt! parte dos ·nomes chan:s tio ccu com a infalliuilid.ulc úa F~. que se tem
de certoc.; pc1-.~01ur~a11s, para :-;ercin e!>cnr- vis10 durar iromutavcl cm ~eus succcssores ate os nos-
necidos, da pO!>tt:nrludc :;en~nta, para ~e- so~ clia5. ·
- w -&me e;;::

fa lsos, e distrnctivos da unidade ecclesi- p orque sem p1·e se julgou neccs$a ria a ad-
astica. hesào <lo Papa parél a validade cl'elles.
Com efl't!ÜO o p,·incipin de que par·te o mesmo protestante ~lo~beim mos ...
:iquella declnr,, (;:io fote em frente, se é tra a fo lsida<lP., ou ab:-urdo de sir'n ilhante
que não anniqui la, a suprnmacia dc1 Egre- principio na soa e~cell ente <lisert:u;ão. -
ja1 por<1'ie suppõe, que pode ha ve r um De Ga llorum appellationibus ad Concili~
uoncilio sem e consentimento do Papa, e um universro unitatem Ecclesh:espeoJabi-
queaquelle'se pôde declarar superior a lem co llen ti hos;.
este, e cnl~o aond e está a sua sH prema- 3. 0 Poz-se em contrr1di<i10 disse Úru
cia. on superiol'iclade s.o bre todos os famoso escriptor, com os 1ô padres da
.
b ispos ')
I Egreja e bi!'-pos dos 3 primeiros seculos.
Suppõe ainda que S(! pode appellar Poz-se em contradição, com os ,19
<l'clle para um concilio geral, para .o fim Concilios geraes desde o de Nicea em 325
de provocar da assemblea dos bispo5 ti.na ·ate o de Trento em 1563.
decisaõ sobre um p·o nh; jà decidido por P oz-se em <'ontradic<;5o com todo!i os
elle , e que é uma similhante appe llaçào san tos padres e doutore~ da Egrcja desde
na impossil>ilidade manifesta ele rennit· o primeiro concilio geral até osecu lo 16,
um concilio geral para a solu ção de cada com a mesma L1:greja Galli<:aoa e rom os
qtiestào se não um meio dilatorio, ·e um seu~ mais famosos dl)uctores del'lde S.
pretexto pnra r·ccuzar a submissão devi- . lrinêo a t e hoje, e com os mais famosos
da ao chefe da Egreja, e parn tornar in- es<.•riptores protestan tei;, qn e tcem reco-;
lerminavei1- todas as qucs~ões , o que acar- rihe"ido a necessidade de uma auctorida-
retn ria males infinitos à Eg_reja, e à so- cle suprema e infallivel no chefe da
ci~dadc. EgreJa.
Em qualquer dos caws, em que pàra . P oz-se em <.'.Onl ra<lição com lodn ·a
a aucto.riclade e a supremacia do Pontifice tradiçüo com toda a Egreja catl.10lica e o
sobre todn à ~greja , e a obdiencia (]Ue que é peior ainda cauzou inCinitos males
lhe é d e vida P eis aqui porque si rnilh an- à R~ligià() dando as:-im um lestemuoho
te~ appellaçoes tecQ) sidp probibid,ls da evidente de que se ófastara <ln verdade,
man eira a mais solcrune por muitas bul- e q1!e parrôci,,ara o erro.
ias d ós Papas, que foram recebidas por Fez com que Bos,i;uet r e~co n esse .a
toda a Egreja, e q11e c~>nsliluem um di- dístinl'<;ões mísera,·eis imr5r11 prias do . seu
reito. de que ninguem se. pode npartar, engenlw, e sabe r. qn P o de:-me ntiam,' que
nem contreverteL' sem crime e sem he- mo:--Lravam o contra rio do que elle per-
resia. (2) E' pois o principio d'aquella Leodia estabeleter, que ~ô·servil'am p}l ra
declaraçüo um erro capital que se oppõc mo;,,trar, qu e ellc não ti1iha ~enào sop liis-
à <'onc;tituiç~o da Egreja p dc:-troe a sua mas a oppo r-lh c. dando n~~im, talvciscm
unidade, e por is~.o., com jw,tiíicada ra- o ft i1c1e r rrwior realc·e á \'erdade.
zão , foi prosc·dpto· pelos Papas lnnocen- Ftz que um Fray,:-inous pose~s~ em
cio XI e Alexa n(Jre Vlll. cool~adi.~flO o ~e u e~piríto <'om u !sCU co-
Eis aqui porque i\ clcru tri na con traria raçàü <la udo a:,~im te. . te111u nh9 tia fraque-
· ,'lquelle principio do clero Gallicano se sn h11mana, e que ô dom tia fo rt.al csn.
apoia em toda a hb,toria (3) do~ Conci lios faltá :1 lgumas vezes uas alu1ct!i mais su:-
(~) Porque compromeltcria a Fc, e a faria \•acil- bl imes.
lnole. . . Fez que Ber<'a •tél, para fazer pas~qt•
. (3) Eis o que diz do concilio de Nicéa-0 Synodus
cl
11omnna ad clcrum moo. Orient. (~lnnsi Cone. T. a ,·erdade, a enl'nl>ri!sSC n'uma esf,ccie de ·
Vll col. H !10) Pa-tres apuil Nicaearn congrega li con- ~év , ou ::tpf!ill'Pnte contradic(iâ<1 :
tlrtnalionem 1·crum atque auctorilalcm s. nomauae Fez co m que Tuurnely_gdtasse con-
Eccl'esiae detulerunt. v concilio de Epheso atê mes- tra a oppressào, que ~e lhe fazia, con-
mo di1 igiu ao Papa um auto do suas deliberações
fes~ando que era al'l'a.--.tndo a dar tesli -
(Mansi Cone. T. ú. col. 1'130-38} no qual se- lê: Nc-
ccsse est ul omnla quae consecuta sunt,. sanclitali munho à verdade sem embargo da lei
:1igniílcentur. O concilio de Chalcedonia e o palrjar- civi l, que o' prohíbia pelo numero e peso
. cha Anatoli9 dirigiram-se da m?sma sorte ao Papa • de te1-1imuuuos, <]l!e o· moi-lravam:
1,eão, e sollicitar:un nos termos mais rcspeitaveis a Eez que se int roduzisse uma língua..
~ua adhcsão e confirmação: Leão M. Epist. XCVIU,
CI, CV . e d. Bali. O sexto concilio ccumenico fez ou.
gem, on modo de designar o ch~fe da
tro tanto: Mansi Cone. T. XI. col. 907-9. Egrejo, q.ue mc-receu a censura (que se

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte

lê na obra du conde d e Maistre~ cnp. 21 ). te e unifor me? Acaso d ever-se-ha pre-


d e que a c1istmcçfl0 cnlre os differeutes ferir o testimu nbo de uma egreja singu-
modos de designar o r.l>efe da Egreja nüo la r condemn ada por toda a egreja uni-
é mais de que urn snbterfugio imagina- ve rsal P
do pelos innova doi-es eóm o fi m d e sepa- Com effei lo logo q ue se rero nbece
rar o esposo- ,da esposa . . . . ·linguagem q ue a.Egrejn é i nfa lli vel, é de nctt:essida-
<leque se t ern se1:vido os parti darios .d o de reco nh ece r-se, q ue o Pi:!pa o e, pur
~cisma, e d o e rro. para e nga na r transfe- q ne a in fa ll ibilídaq e d<) Pnpa é uma co n-
rindo o qu e dí1. re~ptlito ao centro vic,ivel !iequcncia necessaria da infollil>il icla<le da
d l."I unidad e para nomes àhs tracto'\ . Egrejn.
f \~z qne todos os dout ores ga llica nos A Egreja ~11b:;iste no Papa, como sua
s~ contra<lfres~c rn ve rgonhosamente, es- cabeça, e nos bü,pot. , como se u1, membros~
tabelece ndo no th efo da Egrt1ja, .corno C\) ll'llJ um lodo s11 6::ii!ite em.eada uma das
principio incnnte .. tav el, um poder sobe- f.ll é\'i pa r te:-; d e fo r1na q :1e as1'i m como
ram•. ao pa~_-;o q ue jnlgavnm possivel n Tl [tO p6de ~!l'rar o c·o1·1w ft() .', bi~pos com o
ex i.;tem·ia d'o11tro, que lhefosse superior , se u chefe. a.-.i-im t,Hohem naô pôde errar
ouJ1 ue refo rn wsse, e invalidasse ~cn:;; jui- o :.e n e hcfe unido c·Qrn o l'""Pº cl rH, bispos,
'l.os, <le~faze nd o a:,:- im com uma mão o do qne se Yê q11e na Õ ha d11c1 ~ infa \l1 bili-
q11e e~tabe leei:, m eo m outra. clc1 des um a no Papa, e ou tra no~ bi~pos,
Qnnodo n na ture·,.a <lo poder ponti - ma .. nm a :-6 na pesi-oa da Egreja, porq ue
fie i<, nrw trn ü xest.e eo msigo m e~111 0 a pro- naõ ex i~te C'1,r po :-e ()l tal.wça , nem cabe-
va da ... ua inf,lll ibilida <l e, q ual é o homem ~ª 1,em rnem broi..
M!O'la lo , para ciuem n ão ht,._lc ( priscin- A Egr<~ja g(ha pni:-- da infallil,ilida de
dind, , de iudo o mai:-) o. lc::,li rn unho <l e el o Papa , e da in fall ,hilidade dos . Lis pos
1.D :-enilos, ..,~ em !:to longo e!-pa(;O de unidos r om elle, o que rwõ fo rma, como
tempo a Fé <la Egreja de !fom a foi se m- ·jà.d isse mos, dua ... infallibiliclades, mas uma
pre a .Pé de toda a Egroja; se as suas de- s6, que é a da egreja.
cisões dog ma ticas fornm sempre consi- Aq uelle po i:- q ue ~unfe~sa, quen Egre-
<lerad a .. co mo reg ré\s in va ria, eis de' Fé, ja é infolli ve l, reconh Pce t> <'onfossa , que
<leque ,1 niog uelll crn licito affasta r-sc; o Papa o e, porqu toi é u ma pa r teessc a c.:ial
se nuncn fnr,..nn conlradictad íls por o e- delt.i . nunea po<lendu dar-!ie o raso d'es-
nhurn concilio ge ra l. antes r,emprc rece- lar a ca beçtt em oppo:,ÍÇê> Ô de se n ti m e n-
bidas nelks co m summ o acatnmento e tos coi:n (\ c:orpo, nem e :-.te <·om ,v:i uella ,
r espeito; se todos clles não fizera m m a is porqu e a ,,iJ a d'urn é a vida do out rq, o
do que·app lanqi l-as do que ,·o n fi rrnal - t1 s q11ere r d'11 1n é o qne rer <lo outro, o que
p o r ~1ma unanin.1 e acd am a<;:'lo; se todos u 1u foz , foz. o o utro, o qne nm der id e de-
elles let!J cstabelcrido o principio cçmsig- citle O Oll lro, e a m ei.,m a viela, a. m esma
naJo no 8. º c1rn cili o gera l po r u rn a deci - alrm1 n' um so l'tH'po.
súo :;olemne, .., que c1s-.i-.tiu todo o ç riea- Se a Egrejo poi:. snhS~!-tC r ela uniaõin-
tc pre ...idi<lo p1·lo p~tri,,rt•ha. de Con:--tao- ti ma dn cor p11 cp Ul seu" mE\mbrns. e des-
tin op la , q ue não é pe rm ettido e~quece r tes com a :-ua eah11<;a, ella dt-ixa d'exist1r
:is pro m essns feitas a Ped ro pf'lo Salva- d e:-d e <1 m o u,cnto . e m 411e uma da11 partes ·
d or, c uja. ve rdade e1' là con finnada pela se :-cparn da 011 t1·a; logo'l ne l-e :-.epa ra . a
experiencia, pois que a Fé ca tho lica te m ca be<;a elo C:l•rpo ou o c11rp 11 da cabeça , o
sub1,ii,lido sem p re · se m m a nc ha oa Sé re1.ultadoéqucs~:,,egue n mo,·te d 'a mbos.
Apo~Lolica: se so !,e lh'o oppo1.eram o:- Lie- A 1ne llt- pois que separa o Papa da
rejes que ella cond em nava, que maior Egn•ja, co1110 :.e ellc podesse decidir uma
Lest-imu nb o se pôde desejar dé\ :,up1·ema Cüba e tJlla outra, labo ra o ' uu1fc1h,u 1,up-
auctori<lade da Egreja Bomana? po~to; 1-epara o q ue se naõ pode 1,eparar;
Quem póde du vidar u m moment o suppõe, o q ue nuoca exi-.tíu nem ó pos-
que o Sum111 0 P onti fice é o m estreiafal- sível q ue exi.. ta, e a qu ell e que sepa ra a
)i\Tel da vercln(Je, e o supremo douto r da Egh:ja da sua cabeça , !H1ppondu que ella
egreja ? pó.de fazer umn d('c:i:-aõ t·ontr·Mia á do seu
De que vale q ue alg1.1 ns bbpos se af- cbefc ~epara lambt> ru o qu e na õ exi., te,
fastassem do commn rn sei:i tir d e todos os nem é po:;sivel e xistir.
seculos1 <.l ' uma Li'ad içaõ sempre constan- Naõ ha calhoiico que n~õ nccredite na

~
JE]PJ83JL


~ -·- :"*·.....m;u::aa;m
co \llmmu~n aA ri u~mo~
wwc::e, a· .a>- Millf. L ~ ~~

infalibilidade dd Papa l't'unido co m a para os inralidar, é pa ra lues pcoetra l' o


. Egreja, e na d,, Egreja 11 11i<lfl co m o Pa- !-enlid o, e conlil'lna l-os pr11· uma nppro-
pa, e aquellr·, q•1t• naõ arcred it nsse nella, va<,;ilo solemne, para rno!-l rar ao co n tu-
dcix:u ia d e E>.e r cal holico. maz, q ue o r egeita, a rna conformid ade
A infa lli bilic.bdc pois d o Papa, como com a Escri ptura , lrn diçào , o co m os
parte -cnnstit uin~e ela Egrcj~, , .é <l ' um a co ncil ios precedentes; é pa ra respon der
,,erdacfo ir1di,.;p utave l, qu e nadn oO'e nde ás obj ec<;ões, e fazer estas d N·i,õc$ ·c,·i-.
os dire it os d o epÍ '-C<• t!a<lu, qu e naõ saõ den tes f1 ob~tinnc;ão, que ns repell e.
menos sagrat.l os q 11e os do Papn; pore m Aind a que Egn•ja não necessita a bso-
e tcs direitos naõ se podem separar d'cllc lutament e d'cslas assembleas podem !-C L'
• sem pe rde mm. conveni es1tc$ po r alg llf1!3 m o tivos. Não
Pouco im p·1r ta que º" <lou<·tol'es gal- é só a Ca beça da EgPcja, que folia, e to-
lica nos 1-e eti l.i hele<:am o di rei to dos. bi~,. · d:, clla ci ne se esplica, e <l,'t testem unh o
pos <lc rcc ebcreLu a~ do('Í!-Ões c.log mati,·ac, da s11a F(l , é alli, que carla um Bi"Pº ,•cm
da Sa nt a Se ('Offi conLcl·imenlo d e ra 11za , expor a Fé da MHI Egreja ~eg1111<lo a. lra·
e como j11 ize~ da Fé. Nnü ob1-ta nle esse di<.;:\o , e dar 111n tc ~ternt111ho a Uoid ndc
direito, nenhum L>i.,po ~a ll iC'ano ~e ,11To- d'e lla: e al li qu e se pn tc11 lê::1 ao m undo,
gn 1·~, o direito tl e de<· larn r faba, e regei- q ue o dogma, q11 e ~e ddinir1, e re~0n hc-
lar como t ..il, 11ma del'i-,nõ do Sa ndo Pa- c·id1l, com o tal, po r loda a Egrej a . e que
dre, po rCJUC !->abe, q ne e:,le j 11 i:,o se, ia um não Li a n'clla luda :;enào uma ~,<', Fé; é
cri me·, e n, e!-HH> um . ol>jcc to dt- ri:..o. all i qu e ~e conh ece , o ímpio que io tcn -
Aqucl le, que ti,·esse d ireito p;1rn di- lou innova l-a , tcui contra : s i o lcs-
'l.C r ao Pii pa, tu er rn~te na Fé, naõ terja temu nlh.> de todo o 11ni vcr~o ; é nlli
senaõ p m pns:.o a d,1 r parn lhe dizer, naô qu e o e rro é con de mn::.do por um Ju iz.o
pos110 commun i,:ar com tigo, estn ,uos se- u11Í\'en,al, qm• nü o <h• ixa c-,cma ~.o per ti-
p1irndo:.; e a q ue l1ul't' ivei:.. ,·011 ..cq 11encias- naz.' que per1'1 i:.lc o 'clle; é a lli q u e :.eco-
n âo condo siria e$tu <loutrjna P ~r m cm- uh c<·e m me lhor a:, ncce~!>idades ela Egrc-
bargoi- poi:, d'e:.te direito, (Jlle a Eg·reja ja, e qu e -.e tnm ào mcditla s l'on vcniPo lcs
não di:-. puta ,101; bio;pos galli1·anos elle., c·u- parn nrnic<l i.11- as ;· e a-inda à nm r nzo ,
nl:e<'eracn 11a, d et·i~õe:, d aS.:r1t ta ~ea , óz e1n q 11e a c·1rn , ora<,:,i o <l·um c ~r. t ilio Ge-
da l:greja e da , l!I da de. ü a ••x1 1·11 1.i r a m r<t l !'> C po<ll·1ia j111.gn rcl ':ib,o luta ncces:,icla-
c o m a 111 e!-llH1 du<·1Hcl..{d1·, Cj UC o~ ou l ro),, <lti , e !-<' I i;1 c ... te - qnaoclo o i-11premo
hi . . pos, d,n1<Jo as:- im 1c:-.. t,·n1u ri hn de ()IH' Ch uf( da Egn ·ja ?JÜO -.e M: 11 tioilo a... , j.,1 i-
1

não estão d 'e lla m en us ,·om c11cidus. ~ <lu (:on1 luze:, bUllid e nlê'> para di,·idit·
Di:-,sc, u ni ol>jed o de, Í:,o, porquf) c;c 11m.1 <]U C:. tao, a :,ubmclle:.'-C:, u11 r C on <i-
sa p crg untas!,C a <p111 lqw·r do... fii .,1w d 'a- lio G1!r.1 l. Pc ro ni.1n no <'ita<lo pelo Car-
qnelia na<:ilo, -.e ti nh a o d11·, 1lo d '.1<'t'l•i lar, deal Ür:,i-Oe tt,Jm Pon tit: Lib. l, Cap.
ou r egei la r tt tn rit'.{' I e lo d11µ1Jl'\ Iit·o pon ti- 1 :3. url. :\ Horn. 1772.
fi cio, ou é1i11.da de " ded.a rar h el'et i, •u , se ~las não l,C crciti , q 1,1c pos'i,1 exi, tir
qui.se r, ell<' 111of'11 1l1, e :-e I ini d ,, pergu n - n 'cllt?s n go vl'l'u o O'U n l'>oburnr,ia da Eg, c-
ta, porc111c a p1·i1H1•ira d ..... !-U .. -. q unlitla- ja , poi,;. ( a lem d o~ i1wo m cnien ll'., i11 he-
dc~, ou d o!> !->E.!lh a l t11Lulos :-crà o l>orn ren les a t•... tas n~ ... em l,l ea:. de b1~po•, ,. c·ll~~
.!iC nso. - Coucfr de t\ lai. . l1<•.-cio Pa pa. rigo:,, dt> q11e cl izS. (;, egorin ~Ji.i,1112., no,
Que ~ P.ipa fo ll t•, qu e ::,e dirija ao!> que n unta , ira nenh 11 111a eu 11 gn:gc.1 cla
h ispos gu ll ira11os, cfü. un1 Cl'ICJ iptor d 'e1, la sem perigo. nolll a<·ah.1da c:0111 ex1t.i fL•-
naçüo, e , erá , 11:. bi· pí).., doccii, i, Slld vóz, liz l'>en illdo ant e!'> para .1g rtl\ al' O:- m,,li.:?s
co rrê rem ao nrnrl iri o eu, 1c. . ten11111bo de do q ue para fazei-o:, d c:-apa rcc er , ev ita n-
obediencia, e ub-.cquio a Fé. d o ellc, pori.,... o , q uant•> pocl~, a sua re-
Q un11 do poi:. ~e reu ni ra m o-. bi-, pos
união ) se !-t~ n'e~t<1s assc,n l>lem, re:,idi-;sé
nos concilil,~gc1:1 e~ nflo fvi porque :,e cl u-
a soberania ou go \'el'O o da Eg,·eja, co mo
"idas!>e ela decizão <l u Papa, o~ po1q ue
podcssl:'lll f u7,t:ll' 11 ina dc·á,àn t <H1 trn ria
1
ellns so se podem convoca r <le i.eculos a
à<1 uel la, que jú esta foita pelo cliefo ela ~ec ulos , c ~fa1ia a Egreja por todu e:-tc
.Egl'eja. temp o pl'i vada d'ella, ou , po r o utra não
!:,e no:, co neilios ~e exam i nam os d e- teria a Egreja llObel'an ia, :,e e lla uão i csi-
cretos dogma tícQs doo pont,fict:~ não é~ dis~c no ~cu d 1cfe, por q ue tu<lu a ~ocic-
dade necessita d'uma · soberania sempre tic-os aqnelle logar in1ponantissirno, f{UC
em acção. s'attribne n1•s fan i-11,s pl'ofono.; aos Reis. •
Uma soberania periodica, e intermit- Con,..11le" e Lpperadores, tomando <l'.el~
tente. que ora exi11te, ora não existe eum lPs as epor:has a sua denominaçaõ; coor-
vocahulo ~em sentido, ou, antes, é uma denando-se os su<'eessoi- relativamente aos
contradicç;ã.o formal " po . .iti,a, porque a flnnosdo seu poutificad<>, reflectind~, cm
soberania existo se mpre em aclo, obran- fim, 1wlle· toda a hi . . tol'ia <la Jtgrrjà; 'de
<lo incessaQ temente, exercitando-se ~em man ,· irn qne, para o~ que con,agram a
intel'ropção: se perdeu e~La qual idiide smi Hd miracaõ ao <'XI raordim1rio e ao rua!!-
• I'
perdeu a sua natureza, e deixou d'exis- nifi<·o, a snc~es-.áõ do bispo de Roma e
tir. nm fnc·to Ja primeira itnpl\rtaocin.
Sendo pois os Concilios podere!i· in- E na ~·erd«ldc em tod,, a pa,rte no~
lermillentes, ou d'intPt'vallos, e não :-.Ó annae.'l er.desia,.,ti<'os o encontrnmos pre-
intennillente;e:, mai- extremamente ra- se nte a tudo, intervindo ern tudo, vendo
ros, e ainda puramente a,·cidentae,o; ou tudo, l'f',.g' lll,tndll tudo, decidindo ludo, e
dependentes de certas circun~tancias se m t.l·• todo..; os lado-. fixando-se os olho.s
cono·1
0 •e0Hçâo
0 pcriod ica e le!!a
V
l, co1110 er:t ndle.
possivel que lhe perlencc11:,c o Governo da E <·orno pndia dE>ixar ele ser assim?
Egre.tn? Que outro hi1,po tem l1avido no mun-
Conforir por tanto à ggreja esta so- do, q1w l'enha ~id,o reeunb eddo de todos
hcrauia é o mesmo yu e privai-a d'e)Ja, ae
os hi ,po . . e toda 'i as ('gl'ejas, que fosse
ou não lhe co11forir nenhuma; privar o jnlg-ado ,upc rior a tod .... ? I\ quem pois
seu Chefe d'excn:ital-a é aniq uilal-a pe- se odia rerorr,•rse naõa t> ll e, como auc-
los fundamentos. tori .. ado p.-1ra mandar ~obre tuda a Egre- .
Dev e pois a S0berania <la Egreja em ja . e influir f!tn todo o corpo? A qnem ·
todos os tempos ter sido ex:~rcída pelo ~eu se naõ a·elle send c, tronco, qu e só podia
Chefe: coovem por tanto julgal-a, ou influir ~obre o, ,·amo ... ? Q u<"mé.que .póde
avalial-a pelos seus actos; convem, que ter ncçaõ ext,~r~nt' e geral n' uma socieda-
1,e examine pela tradição, pep lei-temu- de senaõ o Chefe della ?
. nho dos padres, dos bi spos, dos Conci- O cbri.-,tiani . . urn, cfo;., iminado pelo
lios, e d 1e:;criptores ecclcsias.icos, con- glo bo vem a .se r o me.srno que uma na-
vem &a ber se o Papa tomou c~nhccimen- çaô, que naõ tem f'X i, tencia, poder, con-
lo de todos o~ negocios pe:tenceotes ;') sideraçaõ, e nem ~inda nome, senuõ em
religi;:iõ, e que peso 1,e deo á,decisões, se virtnde d,l .,ohera nia, que a r~pre-.enta, e
foi ~on-,iderado c1)mO supr(lho Juiz da lhe dà utnc1 personalich,de moral entre
Fé, e s11prcmo arbitro 'de tcdas as· qu es- os povos.
Lõe-.,' em o ma pa lavra só, ~ semp re se Oe!>trni e-,ta s,i her:rn ia, fazei qne naõ
reputou como chefe da Egrtja haja 11111, que pela sua ,,11<'1.o rid.ide man-
A prima:,,ia do Pé.1pa, o, a sua supre- tenlw o co mplf'xo e a uni:io de todai, as
ma auctorida<le é taõ clara(1entc estabe- parte-. de . . te gran<le todo, que c()mmnni-
lecida no Evangelho, é taõ'oecessa ria na qtJe a todo ~lle a :,,ua a,·çaõ, qne fa<;a gi-
E•rreja, é taõ roustaote da tradiçaõ e ao rai', para a-,r,;im me explic 1r, o 11:}esmo
te~temunho dos Santos P.Hhs, tem ~ido sang ue até às ultim,,s extre niida d es dás
reconhecida taõ~olcmnem<nle pelosCl) n- t,nas vcins, e q11e re~ultanl P parali·sa l' o
cilios Gürae., ; os Pontífice tem gosado seu movimento, entorpecel'-se todo elle
d elta em raruanha pleuitudl desde tn, priu- e apagar-se-lhe a vida. ·
cipi():- dq Gbri... tiani smo, 9ie 11aõ ha he- · Eb-aqu~ porqlle os pap;:ts se mpre fo-
rc•Ye , m1õ ba ::,cismatico, q.ic lhe naõ te- ram con.·;idei-ado:-, c·«11no o·, J.J l'imeiro., agen-
nh0a rendido te~temunho. · te... d e tu<l11s º"' n~gocio1-o ecdesiasticos;
A pl'esença real do Sunmo Po11tifi'cc, e porque toda a lii, toria e.ccle~fa~tica é
para me ),,ervir d'uma exp·essaõ do Con- um mon,11nento pen,n.ne e autbentico
de d e Mai~tre. vê-se em ~<lo~ os seculos., d e!'!sa verdade tnõ ft1clrnda par;,t o theo-
cm toda~ a:. Egrejas e ea toda s as par- l,.,g,,. e urnit ,! m.;ds pre,cio~a para o bisto. .
tes do l.Uundo: é o faoto, JllC maii. bl'ilha pador eerlel'l1c1 . . tLc~,, s~gun do e$te, desde
11a historia do Chri~tü,1i ~mo, re cupe- a Ol'igem dt1,Jlgr eja ate º"' uosso., dia:., o
rando os J}ontifke,s ~o:; 1nnaes ecclesias- fio nuri-c;,1 intenompido d,.J pou tific.ido

~
JE]PJ83JL
0 . ® <nmmu~UllJl~Jiru©Q
NlSdllf_ *" " c ~ ~ ™ - ' ' * l noMmeiu,w,.~ -·.. ,ca-,.w?» *' ,,,,aac:HtS'e»';c:;:;...:±JzêêSS 9R''"W-s=; ,. . . _ ~

acharà se mpre o espdho fiel d os vai:ios Qual p:inthéra cnfurcti1l:i,


Que famiula eslà a llramil',
•succcssos <lo Ca tho licismo aos seculo$, A guerra o fogo homkitla
porq ue-Papa e ~'groja-saõ um a e a Na Europ:i \'ê-se espargir I
m e$ma coisa, dizia S. Franci!ico de Salles; R que m.iles porllosos,
asserçaõ dogm:l lÍta , que é o resumo evi- l'ara costigos penosos,
denl e cl us an nae:. cb ri:.. tnõ.,, A mente 011! não prediz!
f: que a infecçiio, a penuria,
A' ma neira q 11e o e.; pfri to de f.im ilia Sempre as traz da guerra a furia
se torna vi:..i vel no pai 1 asliim como todo r ara immortal infeliz !. . . .
o .p odf' r soei.ti e nce a;ra e m si in e!-mo o ele-
Eia, pois. humani<lade,
me nto, q ue com, ti tuc a ca usa gove rnada, D'uma vez co111pl'ehcndei,
as.-,im a pbi, ionomia da Egreja pó<lesem- Que cumpre da Christandadc
prc reco nhece r-~e nos feitos. na doutri- Ser fit>l h santa lei I
na, na cond11 cla d os pu ntifices, o naõ se- E desde agora n'um hymno
Ao Ente merno Oi\ ino, 1

rá de pouco p• ovei to n no11:sa idéa nesta Com fallos do coração,


ma leria ~ublime o ~e n imos-aos da ana- ,\o roeu Jesus de bondade,
ly~e<lepois de lermos co mprehendido bem Pela patrl:l na ancicdatlt!
esta sin tb ese lo min osa, Vou pedir-lhe com1>aixão !. . .
Salre ! Deus- l•'ilho,
Que cm vossa Cruz
Todo Universo
A. Péste. F.nchci~ de luz !
Ou\'i, bom Deus,
Como sois, povos da lcrra, Um Trorador,
Ocscrentcs no proprio mal, Que :i \<ÓS, conlricto,
no Céo clestemendo a guerra Ucclica amor !
l'u ogente guerra fata l i
Nos erros vossos folgando , Por esta poro
As leis do l!tcroo calcando, Do Maranhão
Não peusaes. cm tanta dor, Uojc vos falia
Que con tra filhos ingratos Seu coração !
Ur.scarrega duros tralos
O olTeudido Redemptor ! .•.
Que este povo,
A se finar,
Vós, seclorlos <le Spinosa, Da E'()lclemla
oe ll elveclo, e de Epicuro, 10 caminhar !
N'essa crença lastimosa,
N'esse vil cynismo impuro, i\as elle, o Christo,
Oo Céo as armas chamando,
l l mui chorou,
Que vos ceilão fulm inando, l!sua cmenrla
J1proLCSLOU !
Não quereis ioda parJr
N'essa estrada do pcccado, A 1cgro pêstl)
Em que o Christo nrnllrot:ido, Figir mandai !
Quiz ruorrcr por nos sah•ar ! L . 1\:ora alh'lo
E não conhece a impiedade
Seihor, lhe dai I
Que é punirlio de JESUS Ccn vossas gra(,'as
Das gunras a atrocidade, Tonai íeli1.
Que fome e peste contluz !. . . O l>SSO povo
E a soberba não conhece DeSão Luiz!
( Pois a altl\'CZ a enlorpéce ! )
Que sabe um s(> Deus punir lUi~ticordia,
Dos filhos seus os deliclos, l\Je1bom Jesus !
Quando-cêgos, não contrictos- Abnçoai-nos,
l\Jonda-os de pêste cahir !. .. Porrossa croz l .•..
J. de C. Estrdtr,.
D' Asia que asseguro a torra,
E a Europa do canto seu,
Aiuda quanto as aterra <ttnll\®l'!l<fü.l llUl !LU(!Ul(I)~ no
O alrbz, errante Judeu !. . .
-Havia sido prtlnmada em Roma como dogma
Aírica, Aml'rica o. diga, de fca Immaculadiconceição da Santissima Virgem.
Essa febre quo :is fustiga No o. seguinte dat·mos os rnals promenores desta
Filhos quantos lhes roubou, ccremonia que tev, lugar a 8 do dezembro.
Até quando, n'amargara,
Do Cé.J descendo a brandurat Maranhão, T!JTJ. a.,. e. Jf. dar.. To1-res=1·ua dos·
1 • o.9sugo lhos sustoi.1 t••• Barbein 11.8,=ia>mode 1655, . ·: '.' ·· ·: 1
.
_ANNO I seg·m1da-feira 12 de Fevereiro de "1855. -

OCBRISTIA-NI-SMO.
.
rneço1?:r
1•
r~goad1aut ado l •
~~~:~1::~~:~·.~ ~. ssooo.
st•is nH:1.cs •.••.••l1S500.
u·i,1. u,c,.1,s .... ... 2ssoo.
i
rg
/;.
V
fl
\1
f4
r-.n ll un rln
ASSIG:-.:A-Sf.:

Crui o, 30. e na 'l' ir oe-r ''l hin


l ,wulsos.... .... ..... .. s,1,0. '11 ~ deste Jom nl.
'a
!\ ti.
!\'on vc,il n11l11111.~ vc1·1kr11 $Cll sal um·c.
.,
S. l.nc. r . !l , v. 50.
- -- ___ _.,;,._ - -- =--...,;;;--- * -----... ~ ~ - - - -~

OCHRISTIANISMO. d ~>s no c·oraçaõ. Elia nnú vê, naõ respi-


ra, senüo pa,·a elles. ·S11ns aleg1·ias, sam
as s ua s alegrias, suas lagl'i,.oas, as suas
Deeadencla de notHJOil p ..lu1elro11 Pais, e lagrimas. Sua ,mge nhosa ternura Lcm
et11coll1a •le 11D.1 No,·o Adam, e de 11n1a con sola<;ões para t()cfas,1s penas, remeclio
Nov._ Eva.
para tndos os males, e babamo para
Deus, quiz fa se r Jo gencro humano aqu t> lle.. , que ni'io pode cui·ar. Assim co-
uma ~ó familia; e par;i ella era oef'cs~ario mo sua mfio e delicada nos cuidados, que
um pae, e um a rri:i c. Adam e Eva foram reclama o corpo, a~sim sua palaHa é in -
em prio,eíro lngar, o~ investidob d 'cstn
:,inuant e , e babil e m p<·nelrnr no intimo
laõ alta. dig u,idade, e sem duvida seria re-
baixar de um modo extranho ó papel, da alma. A."' li<:<;ões, que o Pae dirige á
c ~ es<-mtavam, se so
o limita~:,cm a i n telligc~ ncfo, ella as foz chega r ao cora-
propagaçaõ d.i e.-ipecie. ção: ella po.,sue a arte d e lrnm,forma rm,
No pcn~ame11to do Creador, Adam preceitos em ba bitos ,·irtuosos, e a ver-
e
-naõ um ho rnen1; mas o homem, o che- dade em amor !
fe, o rei da humanidad e; . e C(!tre sua~ Senhorn do!-. cora ções. a mulher é o
.mãos pC.' ssue u:; eterno~ de:.tioos de seus mai-. fort e laço <ln familia. -Quando ó
inoumeravcis filhos . Perlen cia -lhe a !)U· filuo gra rem ente d esconhece a auctorida-
.blime missão de os condm,fr á uabitac;ào de poleronl, o p,rn não tem s enã o· um
ela gloria, pela e:itrada da obediencia; as-
sentiment o, o d a indignação, senaü um
sim como perlenceu-lue a lcrrivel facul-
dade çlc os perde r associando- os ú s ua re-
pen:,amento, o do ca:-.tigp. Ajustiça, que
volta ! cllc t:omulta ex ige antes de tu<lo, como
Para que Adam, não ficnsse subju- preliminares do per<laõ, satisfaçõe~ rigo-
gado sob o peso.<l<le II ma tal respon~·a l~ili- rosas. O oq~ulho, que <lc~vairou o filho
dade, Deus lhe, eu uma compan11e1ra. O imp ede de h11cnilbarw1,e; e O temor O
E' incalculavel a arç,10 <la muluer na afasta. A separa<:uõ seria eterna, se naõ
familia. Se o homem é ·O Chef~, é a r.a- estiv e.i;se pre~ente a \1àc parn abrir o co-
heça, a mulher é o coração. Ao primei- raçaô do culpado ao arrependilllcnto, e
ro toca a rasão que manifesta sabedoria, o do pae a clemencia. O pite quando vê
e felieid<!de, e a segunda o sentiuiento, o filbu de1,ohedieote , coto <le novo atear-
que inspira uma e produz t\ oulra. Se
se esi-a colera mal extincta, cnas a mãe,
ella encanta e duplica pot· suas virtudes a
existencia do esposo ('1 ), que torrente de se interpõe, e a burra~ca e.Apira diante
beneficios naõ derrama sobre os seus :fi- d'esle sul de doçura.
lhos ! O menor talvez, é o de os traser E i,erà menos poderosa junto de Deus
em. seu seio, por espaço de nove meses, a mediaça'õ da mai religiosa ? Naõ.
porque traz-los toda a sua vida atravessa-
T.
(1) Mulieris boooe heatus vir; namcrus·enim anno-
1mm Jlllús duplex. Eccli--26., 1.
· (Contiiróa).

~
JE]PJ83JL
snen::msrsr:ctet t llr11'NWS

O DOGMA DA lMMACULADA GONCEIÇAÕ DE cipe dos npostolos, uesta reunião solem-


MARlA ne. do senado d 01- bi..;pos e do povo, dig-:
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .. .. . ... . oa1-vos erguei· a vos!la voz apoi-tolicn e
« No dia 8 de dezem bro de manhãa, promul ga r o derrrto dogmatic:o <.la Im-
realisou-se na hasilica do Vaticano um macnh1da Cont·ci<:fio de Maria, pelo que
g rande focto, que os sec ulos fu turos bem- hav era grand E> jubilo no téo, e mu ita ale-
dirão. O soberano poatifice da egreja gria no mundo.»
catuolica, Pio IX, definiu nesse dia, co mo « Pronunciada s e,;fao,palav!·as, o pon-
dogma d e fé, .ª creo<;a piedosa e univer- tifice r!'spondeu, qne de IJoa von tade ou-
sa l da egreja, bav ia seculos,da Immncu- via a ::upplin1 do l-acro collegio, do epis~
lada Conceic;ão da Santí ssima Vírge m, C'opado e <lCti. fieis, e que para a realisa r
q ue os bispos e o, fieis co nfiad os aos ~eu'> e ra mi , le r invocar o auxilio do Espírito
desvell,os anbclavam po1· ,er realisado. San lo. ·
« As oílo [rnras e meia da maob.ia , o: Em seguida entoou-i-r. o hymno
todos os c-ardeaes, os arcebispos e os bis- Veni Crcator, e de l'l' JH' nle ,·an ~ara1~-n'o,
pos, revestidos com as ve~te:- ponlificnês, não :-Ó o, ca ntores <la <·apella pentií1cia,
estavam reunidos nos d1ve1sos collegios n, a s tMlo o po vo reunid o e m gra nde nu-
de prelados na capella Six tina. Adiavam- 111ero. An imado~ tod1l"' pela mais arden-
se a bi nrePbi~p,ls, bi,p(ls e Cdrdcaes d e te fé, e pelo amor por ~O~'la Sen hora,
todas <t& parle.., do urnndo, das diversas q Ut> i nda)> a!I naçõe-. prod a ma m bema-
pro, ineias italianas, da ... províncias aus-
1
ven I urada, ini ploravam a De11s que illu-
tríacas, de Fran ça , da Belgi<'a, da lngla- ininasse o ~11lwn, no po n tifice, qu ';! ia do
terra, da Ae:-panha ~ de Port11ga l; e,ta- alto da c:c:1 deira de Pedro, promulgar uma
vam tamhem bi,pos da Bollan<la, ela "N1len1;a, pera ale a qual todu .., os fieis ca-
Greeia, da Ra viera, a a Prus.~fo e das ou- tb11licos, embora e:-pa lhac.Jos por tqdo o
tras p,1 rte1, <fa Allem,in ba. Muito.. vieram mundo e ~eparados pela lei , lingua ecos...
da China, passand o o:- mares, da A me- ln mes, se p,·o:-.trarào. ~
ri ca e da Oceania, para ,ouvir, no\ centro « Cantado o bymno, S. S. leu, no
da unidade catholica, a voz do successor meio d o maio,· :-ilencio o de<'reto, e ta-
de S. Pedro. · manlw era ~ sua ernoi:,."lo que por <li fl'e-
« C::inladó o evangelho em la tim, e rentes vezes in.terro mp eu a leitora. To-
dep<)j~ em grego, S. E. o cardeal ~lac- do:-º" que a&~i-,1in11 1 a e~te acto solemoe
chi, como decan o do sacro collegio, com .
esta v:.11Õ C'Orn movi<lo~ 'como o pontifico.
'
os <!eea nos, o arcebispo do rilo grego e o
« O -.oberano pontífice pelo seu de-
arcebi~po do rito armenio, apresenta- creto, deelarou:
ram-!le aos pés do tbrooo, e um de lles
dirigio ao :.oberaoo pontífice, o seguinte Que he um cfogma de fé, que a
(<

di~curso ti rn latim: betrH1 vt•nt11rada Virgem Maria, desde o


«-O' padre bemavenluradn. o que 'primeiro in:-.lnn te <la sua Conreiç:1o, por
smguhtr privilegio e graça <la Deos, pelos
todo.. d c">Pjam ardenle meote, o que a
egreja ('a thll lica in r~ i~ fonorosamente am-
mereci111euto ... de .le. . u:-. Chrislo, 1,a lva<lot· ·
do genern Lnma no, foi p re~er vad·1, e isen-
biciona , u qu e o vos~o supremo~ infa lli-
vel juizo a<·1.il>a de re:-ol ver, he a lmma- ta de toda a macula dn peccaclo original. »
culada Conceiçf,o da Sanli!isima Virgem, « Hc e:-ta a deri . .:10 dogma tica , i;olem-
mài de Deos, para augmenlo dos sem ne, pela qua l lanta.s s11 pplica..; foram apre-
louvores, da sua gloria e da sua ·veuera- sentadas à Sé Apm,lolica, e para a qual
<;fio: Nós, em nome do sacro collt1gio, fora m interrogado~ todos o:-. hi!-pos catho-
doi, cardeacs, dos bispos, do universo ca- lico:;; decis3o solcm ne, qu e tantos bispos
tbolil'o e de todos os fiei::;, , os pedimos
1 reun idos em Roma pa ra a ou vil', anuun-
humildemente é com a maior irn,tancia ciarão com jubilo aos :.eus fieis, quando
que oei,ta ~o lemn idade da Conce ição da voltarem à~ ~ua:; d ioceses.
bernaventurada V.irgem, seja realisado o « Lido o decreto. S. Exc. o cardeal
voto geral. dec·ano voltou ªº"' pés do tbrono para
« E por isso dignai-vos, à padl'e be- agl'(lde1'er ao Santo Padre, o haver re-
maventurado, no meio do sacrificio in- solvid<;r c,Jm a ~ua al.1t.oridade apostolica,
~- cruento~ rie:,t~ tco1plo sagrado do prin- o d ogma da l wruacu lada Concei~~o, ê

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
222 ,,rw,... a-,u awas; a muan: :e· lclii
- :::rw,

µara lhe pedir a pu ulicac;iio da hulla re- leva n acnid1lc1r (f UC n puhli <':t<;aõ <l.a bul-
lativa a esta decbüo' <logmat ica. ia serú tah•cz a.d iad.1 por ê1lg1111:, <lias.
4 .\ artilharia <lo t'a,tello de S. An- « Foi na ma n u ã:i do <lia 6 q ClC foi af-
gclo, :rnoun<"io1l a tudn a cidade a pro- Jix.a c.Ja a dcdnra<.;üo do ,~ard ca l vigario, e
dan1.t1<~ão do derre to, e pa recia que ocs- apena!- <'orn:11 a no lil·ia lndús ,'tcucliram a.
t rond v dos tiros ia lev:-ir t,os nrnb remo- lê-la. Tudo); os <'o ra<;Ões lr:,t-bor<larnm
tos p orns a noticia dc.~te grnn<le successo. do alc~ria, e logü c!omeçarnm os pnipa-
« Depoi'> da mi,!-a pon Liü cal, á qual rativ os para ;i fe1,ta do dia 8.
as~i!-tirarn nas trihunas S. A. H. a prio- «S. Exc. o cardeal , ig:t ri o orclena~Tt
c(•zn de Sax.onia, o corpo diplomatico, e a oh-en-ac;ão <.! e um jejum l'ig')f'Oi,O no
cslil dn-maior do e.xel'cito franc P.z <le oc- dia 7 , ve1-pc1n da fc:-1<1. I~"'ª detcrmina-
cupar;ão, e n'uú'l lng H re:-crv:1tlo o 1,e- <;ào foi acolhida co1n su ti~foc:ão, e a pie-
cretar'in e o~ cuthclhefros particularc~ da dade romana torn o11-n < xten~irn :Hé ús
1

cungregac;üu e.h.traol'dinarié, da lmmac11- pessoas que por lei e:-.taõ <li pensadas.
la<fa Conce u;:1o, can tou-se o Te-Dcum no « O ~a nlo pache niando11 que o dia da
meio da en1oc;ão ge mi. fosta fosse di..,pensado d e ab . . tinc ncia e
« Depois o San to Padre, lc\':ulo cm jejum, a que era obrigado \Íslo St' r ::.cxta
proci...~ào n'umA cadeiri11ba ú C'npella de fo ir.i du advento.
Sixto [V, co1·ouu <·om u111a cMoil de o u- 1< A e:.la resol(l(;ão do i>oherano ponti-
ro 1rnu cli ~tada d e pedras pn•cio:,;a"l .i ima- {lcc elitn lig:ul I Ull'li\ coinridcncia pelo
gem da , írge111, qu e 1:eprcsenla a Con- n:cnos curio:.u.
cCÍ<i:àO.
GCina prophf>('Íél C'Jllf' p<ícle ler-se no
« A' noite illum in()u-se toda a riJacle.
a Ci,ilt a t:alhol it·n» (l'aderne ta cio pri-
A m11nicipnlida<le mvnd:,rn illumi na r o
rneil'o -.ablmdt, d<• julho) foi ta ha ma is de
cu pula do ' ' atic<1no, Q º"' palacios do Ca-
um :;eculo, diz <pie o dogma da lmma-
pitolíü, c,nde <lua~ nrd1e!'otras ex1•cutarnro
c11la<la Con<·eiçaõ -,edi proelnmaclu n ·u rua
até ;'I noite trecho1, e~col Ilido" elo, melho-
scm.ina ...e111 "<'Xl.1~ fu it.i-e n ·urua épo-
res autore1-. IJouvc urna academia na :-;a-
<'a en, que hri ele li ave l' um a gran de re-
la dl)s comenad,ll es. c·m li nora d,, Con-
vol uc;fw na Chin.1, g1·ancfo,; alwlos e tal-
cci<,·àt>. S. Exc. o ca rdea l \Yi .. emo n leu
vez. a ruioa do irnp er io <lllo uwoo, gran-
um discur~o muii o eloquente na pre.-,e n-
des g-1erra::.\! n Lre o, p 1·i nt'j pt''- d.11·ii,.taõ~ etc
ca ele uma numerosa ..i~~emhléa d e car-
clcacs, bispos preladus e outra:. 1:c:isoas
Btt .. ta yêr o nu, ir pan1 ~e c·onliec·cr que as
ultima~ p a 1l1•i. da propbe,·ia se e.-.taõ rea-
- di~tinctas.»
li-.a ndo. U.i, ia p()rém uma dillii·uldade
Em tuna corresponden,·ia de Roma cuin rcla<:aõ il :-emann :,,em:.c:·x-feira. Ape-
publicadc3 no U11i11e1·s ltH,C aind t1 o 5e- nai,. h:t,·ia tllll meio d1• so h Cl' t>!-.la duvida,
guin le~ que era ú t'i-l'•O em qn c o nata l cahisse
« Fechado o con:,i,torio :-ccrcto ele 30 n 'uma . . c•d,1-ft•ira , e .po1· c-;~e fac to este
de nofembrn, o i-:a nlo padl'e con\'idara dia fw,~e Jii,.pcnsa<lo da ah..,tinc11t' ia, dc-
O!i cardcaes a rellnircm- ...e no dia 1,u~uiat\! :-ap1 arc•,'cndo a.-~iiu o rar.H'te,· particular
-...,.. na sala con-.i,Lorial, ,oba /,\ln prc,idcncia. ele~,,_. <lia; Le ei-lli u cxpJit·M,:aõ que <l.1 va
E,ta assembléa celc brou-~c co111 effeito. O prnprio je~uÍl il (jllí• publicou a p1·opue-
ums o que ahi se pa:.:-.o u ning uem o ~abc. . ria. Oré1 Chia <'l)ill(·icltrneia naõ :-e .dà ei, te
Uni .!a mente hc licito :-uppo r que o objec- anno. ma:, h e d urn q11 e a cli,pen~a con-
to dessa as:-emhléa t~.,i o mei;mo que o dus cetlidn pelo su 111mo ponl ilicc rnali:iu a Jet-
outras t·euniões epi..,copaes. que t1 prece- tra ci,la condi,:.1ô.
• <leram, sendo oe~!ia otca-.ifw que o ~acro 11 ~o ~a bba<lo Dd e d l'zcmbro, o so-
collecrio
v emittio o scn voto para o grande berano pnntifice r"unio 0111 cnn ..isro rio
acto de 8 c.le dezembro. si111i-p11blito, a que concon cr~11n todos
« Logo no dia seguinte S. Exr. o car- os ('<ll'deaes, arC'ehi,po:, e l,i-,po.... o ~a nto
deal vjgario publicon ama declara<;ào re- padl'C pr11 n1111<·io u 11111 di-.,·ur,o; clcpui:, S.
la ti va à l1ntnat'ulnda Cooceiçào. No ton-se Esr. o ca rdeal tle Bonaltl lhe dirigio, ccn
que ne .. ta dedarac;ã-o o eroiuente cardeal r1ome de tudcbo:- hi:-pos 1·e1111i<lo:. ccn Ro-
não se referia á b111la, mas ~iõ1plcsmen te ma, u exprc,saõ d o quanto er;\m gl'atos
a u m ven era vel e augusto decreto, o que á sua generosa Lto~pit.did,,clc. • .
« No d o mingo, 1 O de dezembro, teve· Origines, q.ue escreveu no 3. 0 seculo,
lugar a consagraçaõ da basilica de S. Pau- djz, que S. Pedro é II fundamento do cdi-
lo extra-mu,.os, que Pio IX celebrou com firio, e a pedra solida, sobre a qual Je-
a maio,~solemnidade. sus Ch.,i,to instituiu a s~a Egreja, e re-
« Todas as grandes riliquias de Roma pete na epistola· aos romanos, que a a11c-
estiveram em expo!iiç;iõ antes ou depois toridade soberana- sum ma rerum-d'a·
da fest a na ordem indicada porum avi:-,o pascentar as o velh as foi d ~da a Pedr0.
especial do cardeal viga rio. As deS. Pe- S. Optato cl1z, que fôra constituída
dro (as insigoes reliquias da Santa Face, uma uni ca cadeil'a na Egreja, para que
da lança , da Cruz, dos Santos Joaõ Bap- todos soubesse m com quem d evia m estar
tista e Lourenço, martyres, etc.) estive- unidos.
ram expostas dura'nte quatro dias no al- S. Cypriano diz que quando Cbristo
tar do Santíssimo, e o summo pontifice ~isse a Pedro que apascentasse as suas
celebrou alissa nesse altar no dia 6. » ovelhai-, lhe co nfiara todo o rebanho-hie
(Diario de Pernambuco). qui audierit pasce oves meas, ei creditnrn
cst omne ovile: em outro logar a ccres-
cen ta, que de Pedro dim.ma a ordenação
DISCURSO SOBRE O PAPA. d o:; hi!i pos e a formação da Egreja, e que
se b a heresias e sei- mas é porque nem lo-
2. 3 PARTE.
dos e!,tão voltados o u unidos com o sa-
Entre uma infini<lad e de lestimunhos cerdote de Ocos, coru aquelle pontifice
que mostram a suprema auc toridade da qne julga na Egreja em Jogar de Jesus
Egreja de Roma em todos os secu los do Cluisto. E:-.tc rue~mo Cypriano julga tãe
chrii,tianismo, apenas re firirei um outro firme a Eg reja d e Roma, que a sLfppõc
mais nota vel, porque seria nunca acaLar inaccessivel á :,ugge:,lào dos h e reges e ~cis-
referil-os todos. ma t icos: os nova cianos , diz elle, ousem
Para proceder mos co m alguma or- pa!;sar o mar, levar cartas dos sci-;mati-
d~m começ:Hci: 1. º pelo~ dos sanctos pa- cos e profanos à cadeira d e S. Pedro, à
dres e escriptorel, ecclcsia~ticos: 2. º pelos Egreja principal d a qual emanou a uni-
r ecu rsos d os bispo~ para Roma: 3. º pelos d ade do sacerdocio, sem pensa r que se
teslimnnbos do.-. con<'ilim,. /.!. º pelas acções dirigem a este~ mei-mos romanos, de quem
dos Pap~s, que mo:.tram que obravam S. Pau lo louvou a fé, e nos quaes não po-
sobre toda a Egreja como tendo suprcorn de a perfidia Ler accesso.
auctoridade sobre e lla. S. Jerunymo diz que Jesus Chn-.to
Terà o primeiro logar na Qrdem d os dera a prima:,Ía a Pedrn, para con:-erva-
tesli.muohos dos pad res saocto Ireneo, <;ào da unidade, e que e lle é, por isso o
que, ha~·endo tractado co m os disci pulos fundamento da Egreja-foter duodeeim
dos apostolos, appellava já para a reg ra onus e ligi tur, nt constituto capile tolla-
da fé da Egreja de l\oma, e confessava es- tur occasil) cbismatis. ·
te primado <lil'ector tornado tão celebre N'um loga r cham a a Pedro viga rio de
na Egreja, como d eve ndo reunir-se a ellc Cbristo e confirmador da fé dos cbristãos,
todos os cbri.,tãos espalhados em todas as e n 'ou tro diz, que tirar à Egrcja esta pri-
partes do universo-ctd ba ne enim Ecclc- masfo, ou e~cluir della uma auctoridade
siam proph:r potiorem principalitatem eininente i.o bre todos é enchei-a de sds-
necesse est omnem con\enire ecclesiam, mas e de heresias, é acabar com a Egre-
hoc e:-.t eo:s, qui sunt undique fideles. j~, porque não podem fazer todas as
T ertuliano no fim do seculo 2. º ex- Egrejas particulares d o Universo uma i,C:,
clama: « Eis que me chega um edicto, e Egreja se m e:- ta rem unida!-1 a umo só ca-
« um edicto peremptol'io, dimanado do beça; e é por is~o que elle declara que· e
« Sucnrno Pontifi ce, elo bi:-,po dos bispos.» inimigo de J esus Gliristo aquelle que se
O mesmo TerluJia no Ião proximo á tra- levanta ('nntra o fundamento, em que elle
di<;ão apo:-lolica, e tão solicito em reco- assentou o christianismo.
lhei-a, antes da sua queda, dizia: « O Se- S. AgoslioLo não é menos explicito,
nhor d e u as chaves a Pedro e por elle à porqu e diz, qu e Pedro po-r causa da sua
.Egreja.)) MenJento claves Dominum Pe- prim asia representava toda a Egreja....-
tro, et per eucp ecclei,í~ rcliquisse. cujtJS ecclesire Petrus Apostolus proptcr

8ibllotec.1Pút,tlka6enedtloblte
npostolatus sui primatnm univesam re· S. Ambrosio reconhece no Papa a
prcseotaba t ecclcs,am. a11ctoridade da Egreja e diz, que aonde
Em outro logar reco nllcce que por eslá a Egreja està o Papa, bto é, o seu
r.ausa de1>ta primasia a Egrcja de Roma poder supremo.
íõra sempre consi<leracla como a cadeira O oriente e o occjdeote é todo con-
npostolica, de qnt:! ninguem ~e podia se- forme n~sta linguagem, é todo conforme
parar. E!lte mc:-mo padre. escrevendo aos em reconhecet· o Papa como unico pas-
bispos <la Tbc1'salia urna carta que dedi- tor do univ·ersal n·l,anho de Jesus Christo
cou ao Papa Bonifaeio 1. º ex.plica-se as- com suprema auctoridade de o apascen-
sim: « A formação da Egrt'ja univeral no tar, e de o reger, e governai•, em reco-
« seu nascimento teve prinl'ipio <ln digni- nhecei-o como legitimo snccessor de S.
« dade do bema,·enturado Pedro, na pes· Pedro, como suecedendo-lue na sua auc-
« soa <lo qual se acha o regimento e a tol'idadc.
« summa dessa. D S. Athanasio diz, que o Pontifice Ro-
« Posto que cl'aquella fonte brotou o mano occupa na Egreja um logar subli-
« rio da disciplina ecdesia:,,tica em todas me, porque tem a seu cuidado vigiar so-
« as Egrejas ú medida do progresso da bre todas as Egrejas, e annullar o que se
« cultura religio~a. faz cm detrimento dellas.
e Os canones do concilio de Nicea não S. Clirísostomo l'ct•onbece em Pedro
« attestam coi~a diver~a; pni~ que elle não a auctoridade de .Je::;u:; Cbri~to, e o apel-
« se allreven a cooforic-luc coü,a alguma lida a sua lingua.
« entendendo bem que coi~a nenhuma ( Contintfo).
« lhe podia conferir de mntsdo qne o que
« já possuía , além de que 1·onbece11, que
ANNO CHRISTÃO.
« tndo lhe tinha si<lo ,co n<·cdi<lo nas pa-
FE'7EBEIRO.
ll l<lvras do Senher. E por lctnlo indubi-

(1 tavel que esta EgrPjh para com todas as 5. SEGUNDi-FEIRA. - Santa Agueda,
u outra:,; Egl'ejas e:;palbada~ pelo mundo Viq;E>m o Martyr.-Natural de Catanea.
ct é, para as...,im me Pxp\icar, a cabe<;a dos ou <"omo outros querem cie Palermo na
« seus mesruoi. memlJros: dt1 qual t,,do Sirilia; padeceu o martyrio na per~egui-
ci aquelle, '1ºª se devide ao mesmo mo- <;aõ de Decio, pelo anno de 250. Qnin-
ci mento ~e affa!->ta da Beligião cbrhtã, não ciano. Pr<>lor da Sirilia ardia em amo1·
a lendo come~ado a ter exi ... teneia se não por elb; e vtindo fru.~trad')s os varfos ar-
a ne:-ta uniea e comparta con1,lrncc;àn.» tiücios por elle empregados para seduzi-
Em outro Ioga,· courutra entre as la, trocou em furor o amor, exgotando
muita .. rasõe:-, que o clctern na Egn•ja Ca. turlnras, que lhe fisessc m o martyrio, o
tholica a succe!,são dul'i bi!'Ôpw, <le lfo111a: quanto era pos1,i,·el, doloroso, e descen-
« esc11tamol-o. ~foita:- c·oii-a., me deteu1 do mc!-mO a al>jerta l)ilrbari<l:,de <lo man-
• (Jna Egreja: o eon.,entimento do .. povos dar-l!Jc a1npulnr um cios peito~; naõ teve
« e das oaçõe,: a anrtoridade, que e~ta porem o gosto de om•ir-lhe soltar um ai;
« Egreja tem adquiri<l1>, aucloridac1e prin- antes n'aq uella firme, e empavida lin-
e1 tipiada com auilagre~, nutrida com a guagem, de que achamos muitos exem-
« esperança, a11g-meotada t'Om a carida- plos nns Actas dos MartJa·ei;, lhe ouviu
« de, e fortificada ct>lll antiguidade. De- elle umn iocrepaçaõ ucm eloquente por
« tem-me a :.ucces~ào conticrnada dos bis- e:-ta ultima tyrannia.
a pos, que até agora occupraram a Se de 6. TEnç.i-FmnA. -·Chagas de N. S.
« S. Pedro, & quem .lesu~ Cbri~tu, depuh .Je!!US Chri~to-É esrn uma festividade ao
« da sua resurrci<_:;1o incumbiu ú governo mesmo tempo jubilofa, e de luto para o
« das suas ovelbns, i~to é, delem-me esta <.'hristaõ, a quem por urna pa1·te recorda
« unidade sanda, que foz que na Egreja essas adoraveis fontes cl'ondc manou o
a haja um só pastor, um :-.ó Papa, um so prcc;o da 1:edernpçaõ dus Lrnmem, e po1·
u chefe supremo, de que procede a sun ontt•a as acerbai) dorm; e eaffa·outo!!a mor-
cr aoctoridade. a sua catholicidade, ou a te, que o Hederoptol' soffreu para e!las se
« sua universalidade, ou que elln se en- abrirem ! ...
" contra em todos os tempos, e cru todos • 7. QuARTA-l!EIRA.-S. Remualdo , fi-
" os Ioga res. i lho dos Condes de Ravena-desengann-
,-0) <fHO tI1 tl ~'1' l! A Wll ~ ID ®~
WWW»AEJLZWFA ~!:::!4.e:~set~.&..SW;aa:z_. ·~-~~ :z :.,::;;:,, ili'~aQ

d o dai;. vaidades das cou.!ia.,i;do mundo, se ~c a·em <j<tPhra(los 05 d e11 les-ndrnm os


rctirun prirneira1nente ao mosteiro C/u.~- fieis ullla rasiio para a ella cm e"peeiali ...
scnse., cl'onde . <lc mois em mais ioffo mn- <lade se dir igirem. <11rnndo se cree m ator..
<lo no <l~-;('j,l dea tt i11girá pe1·fcit:ào C\'an- lll e::n ta<lo'I com i,;c melhantes dores.
gelica, :-e rc,olve11 él passa r·;'\ 11m deserto 1 O. S.\nnwo. -Sa nta Ec.c hola.!-> lica , -
do." E:-tados de Vcné1.a, onde vivin o ~fo n- irmã <l o glori ~>so patt'inr·('ha S. Bonlo;
gc> i\larinn cm repula<'i'í o de gru ndc !-au- ahra<;ára (;1)mo elle a , ida ceuobita, e
tic1adc. ALrM~<1udo o irn lilul moua!\li co c·o m alg1rnrns ontras <·owpanheiras habi-
<lebaixo da re~ra de S. B1·nto, passou uma taHt 11111 rno!--leiro r lwmado de Sa nla ~Ia-
vida rcp~l rlid a entre a orac;iio, penitcn- ria de Plumhariola, a umu lcgoadcCas-
ci.i , e en:-.ino. Tinhê\ um rosto L.io pt'e!)an- :.ino. Só um:t ~·rz cm cada armo cost u-
teiro , (JIIC in~pirava nlegria a todc,i. qu e o ma'" am 01- dois irm ~o~ :i ,i.,itar-~e, par-
trar ta,·a m , f~ afü,itn attraia muitos disdpu- tindo o <·aminho ; 1 meio, e ajundando-se
los, eopcrnud iffiC'cb C'onversõc~. ~loneu em u ma grnnju perlcncen te ;1 Cas:,,ino; e
cm 1027 hn,·endu fuo<l ado a Congt'l'l_!a- na 11ltima d't!,tas vi~itas, pedindo ella a
<:ão de Benedi ctin c,~ <·hamc1da-Camnl- se n irmã() que lil·a.,~e <'Olll clla aqu clla
dolensc-muilo cclebr~ nn ltalia, e de noitr , pura <pe al à pcln mnnhà follassem
que fôr:i 10Pmbroo S. S. P,Hlre Gt'cgo rio cJo., pra ..;erc-. da \ id ,1 cele.~ tl!, e d~nrgc1n -
1 ô. 0 de ~audo!-!a, e re-;pcila,,..c l memoria. <lo-se cite a i,tu, teve de o f..ser con.,trnn-
8 QutNTA-FEll\\-S••lofio dn \folla . - gido porq11e de repe nte a ~ercoicfado <lo
No!Jrc franccz, <lcpoi~ ele clootor<1do cm i.11' !-C t roet,u c m uin lempor-.i l clesfeit<>.

theologia, fl1i orden:1do pre... by lc1·0 pe\o Pas.. ado:, trc.. dfas , iu S. Bento a alma <lc
Ilispo de Pariz, na ioten<;âo<lc o emprega r sua irmü :-.ubir ao c·c11 :-ob n fo r ma <lc
no emino <la juve ntude de s11a ui oceze , po- 1111rn pomba, e mandou rouclu:,i r se l1 cn ·-
rem Deus o destina va a outros mai~ a rclu .:. darer pat'a Cassino, onde foi depo6it::ido
os. eu leis trab(tlb os. Reti,·011-.;c primeira- 110 fll<Hll u ~e pnlchrn, que para si ltwv ia
mente à uni ermo a fim <lcdc~prnnderseu prt' paritdo, cem que ef.l'ecti,,.i mentc vetu
C!\pirito de l11dos 01' laços terrenos; e on- a tie r i,cp1 iltado. A mor:tc ele Santa Es-
contrando-se ali co m ~- Pelix de , alois cboJa.,ti c·a fui em 560.
viveram jnntos por (!spa<;o dr 3 anno!, pas- 11. Du,11~GA-<la Sexagcsima. ·-Resa
sados nos mai:; lc r vorozos oxercil'iO$ <la ::\ Egreja do OLlicio <la Do minga.
Tirtu<le. Repelind,>-~e 11ma ,·is~o .inaloga
:..1 ou tra cp1 ejà em Pariz, ,w ferupo clt> cele-
brar se11 ,p1·iroeiro sncrHicio, IÍa \'Ía tido, <nmm<Dí'Jll<Cà m~~u.llll:r)~ ~ º
pa rtil'ào a i11bos pura Rom o, e icn petra rn m - Na ~ex la-feirn, 2 J o ronenle, teve
do Papn Innoctml'i o 3. º a approHH;:':lo do luga r a pro(· i~iio de pen il c1H·in. fci la por
Instil uto da ord r ni da S. S. Trincb<le da S1;a l~:\C'. lh•rm , depo i:- d rl tridur>, qnc
Redcrnp <;f10 dos ca pli vos. Por süll 1clo e m, Ca tlt edrnl, pcnrntE' a Jmn g,•111 do SJ1:-
iocanrnvcl act ivida<lc logo se fundaram Nrron Uo,1 .J usr~ 011r,; P.\ssos, b., \ ia i-id o jà-
muit os mostei ros e boi-r;itae!- em Prança , iirrn II nc·ia<lo. En1 todo· os tres dias, que
Heli pnnlta e ltalia; e ch·pois <le ha, cr a:-.- 11ro~, r~<lo~ iJlltea ",l ng e"t.i dc Di,inn, i,m-
~icn emprcgndo 1nin Yi<la cm bcncfiC'io do plora, ,1111os o M' tl a 111or, pcdinclo-ll.1c
pro.ximo, pasAou n gosa r o Jesr.a nc;o eter- c·ltu vns, e a E' Xtin c;úo da pc..,lc q 11c tem
no no dia 27 <l e Dezembro de ·1213. clcrnra<lo c·en tcnas de VÍt'limas , ,1drnira-
D. SEX1'A- l"J'.JRA . - Santa Apoll onia, mos o concurso do fi ei:-, q1H! lembrando-
·virgem e Mart yr-nntm·.il de Alexandria, ~c <ln j11:-li<;n de um Dens ultr.ijado. \'Í-
e jà <l c cdade avan<;a<la foi ac<'tti-ndr, co- nham ilOS pé,- d1\ g .. tandar te dn Hedcmp-
mo chri:.tan, durnnta a pcri-egui,;ão de <;:°H> chnrnr .. ua"' c•ulpas, e iiuplora1· seu
Del'io, pelo nnno 250: e como clla rec n- penlâl). A 1101,:;sa adinira<;ú> porem ~u-
:;ai-se n<lornr os JdoloS', e- nõo ce,:;~a~se de hi11 de ponto, qu ando pel'rorrendo as
confc~~a,· publil'aniente, que .Je~rn; Chris · ru a, p111· 011de Iran .. irou i\ proci:;saõ, vi.-
to cm verdadc11·0 Deus, quel>raram-lbe mo:- t1p01,<1 lrnagen1,<lo IJ 1, ruem-Deus-
primciramcnle l<1dos os dclltt!S, e por nl- 11rna nn rlli daõ <lc crent e,, q11e co m um
tim () <'Oll:-.11mido ~eu corpo em uma fo- Cll ll1 g.t no,,:.,,, bem a, .1liamo:, para majs
gu eira, vooo 1'Cll e!,pirilo ao Ceu. tfe~Ta de dez uiil pessons.
círcu1rn,tnncta de bfU urnrtyrio-de lue Aqui tendes, incred11los, , um . <les..
,

+«e
@ ~ID!lHrnHrll~K,llID!Il :&o
~iMbéi 4&""'9 ? 1 l etter:• t 2tffi •,•·•-&iJ:#§ r s-:sa 8!
·'1
HWl -.

mint ido aos vossos sofhmas. Visteis co- ~im os capcllães. Ei:. porque o me~tre de
mo . n Cruz foi exaltada, corno a porfia ceremonia ... da calhedral, sem ordem do
queria o povo ir ao lado do Beroe do cabido e de ningu em , porque não era
G,JJgotlrn ? Por mais que f:,çais, acreditae, pfeciso, fez descer a e, lanle parn o l ugar
q ne naõ eslú no poder do homem, faserces- onde cantão os capell àcs.
sar aqueHn crem;a, que sendo planfa<la «.V . Ex<'. Revma. podia com um ace-
pela 8egunda Pessoa da SS. Trindade,foi no fazer i,nbir a estante, levantar o Pate,·
regada, e germinou com o seu sangue, e Noste,·, dar as henção., para as lições,
de tantos outros ~hlrtyres, que tomando mo1,trando de-.te modo que se mandou
a Cruz, como baiila para a eternidade levantar \1 hymno foi pnrque as5im or-
deixaram se11ada com o seu sangue, a <hna o c.:eremooial·, ronlra o uso de.,la
He ligiaõ unica, que sabe con=,olar o ho- ~é: tudo obedeceria, e segu iria sua or-
mem, ainda nos ma is apertados transes dem. \1a:- V l~xc. Hcvma .• que nunca
ele sua escabrosa vida. te m c·onsu ltndo o ('ahid1,. quando mesmo
Sua Exc. Re vm . concedeu 4Ü dias de o direito o rec1>mm enda, <·on lra toda a
lodu lgencia1, a. lodos o~ que acompanha- espectação, e p()r 11m .w to inaudi to n os
ram a procissaõ , e assi ... tiram as prece:;.
' Estas ainda conlintrnm, porque ainda os
fost'o1, da igr..ja Pauli, taria, impoz silen-
cio aos actos religio:-oi.;, e a brio cfo,cussão
nosi-os rogos naõ tocanim o eseaoda li:;ado com o <.;abi<lo, empl'esta nd,1-lhe em p le-
coraçaõ do Senhor. no auditorio intern;õe:,; que o cabido jú-
.Notas do 11101 • .- alt·~·111. Cnl•h-ao ele S. Pn11•
mab teve •
lo, e ele ~ua Exe. Hevnan. seu Dignissii- « O N1hitl ,, Exm. e Revm. Sr. sem-
n1 Prelado;
« Exm. e Hevm. Sr.-0 cabido da pre deu provas, e procurou manifestar
ca tbe<lral desta impériàl ,·i<lade, extre- ra"goi, <l~· :-ua pr11clenC'ia. e de tPda a
llldfnente rnagoé1do pe lo foC'tO inaudito
deferern•ia á sagrnda pt>-.soa de V. Exc.
pratica<lo em a noite ·do Natal com gera l Hevma. <le. . de o eornec,n de :-;e u governo.
« Apre:-entando-~e um governaclol' do
escanclalu do poro, reunido para asl:iistir
o officio e os augustos my~terios do nasci- bispado J.!.Hn1 l•1mar conta d elle ~e m pro-
c11ra<,:ào a111 hen tii:n , como 1nanda o di-
mento do Salvador do mundo, vem res-
peitosnu)ent,d1 presenc;ade V. Exc. Rvma, reito, o e;, b icli) pulou r'>nr torlas as forma-
expôr sua magoa, esupplicor alguma ex-
' i<l,1d t•, da lt-i. e \1 goven1ud \> r tomou pos-
sr. fL,h i " <lia ... o .nP . . 1nc1 governador do
p1icaçno da parte de V. Ex<'. Revma., que
hi p,1do ,, pn·:-.ent,.u doc·H111cnto authent i-
tire toda e qualcp1er s11., peita 110 publi<:o
c·o, e~ -.(' pe r..,ou e 111 r,it ili1·ar ar.tos irre-
desta <:apitai pela!- palavra~ pronunciadas
g11lare:-.. u c·ab1do, para evitar c:-canda los,
por V. E.xc. Hevrna. pernnte Deos, e pe-
1:11·ilainer1te ratifi t uu o que ,lntes se ha-
rante os fieis ali <'ongregadoc;.
vi.1· fei10.
« [~xm. e Hcvm. Sr. - É -.ahid(i e de-
term inado nos estal11to... , c·unformr ª"" ru- « Y. Ex,·. n l'\ mn., r0mando o ~o-
bri<'as dq cerenionial. que quando o:- vc• rn o da dioc•,~,f'. q11iz e::<hulbar um dos
. l~xmf-. Srs. bi:-pn:s ec1pit11l.io mntin.-1.; os 1ilt'11il,r<•"' do <·ahidn r1n bMlefi<'i11 dP. que
conegüs d evt> m c11nt-<1r a, li<;ões· d ,s n<,e- e hv <1 1•unH'ni t> nle111 nle inq~. . tido, o cn-
turnos, al i:1s nurn•a . V. Exr. Hevma. c,1- bid ·~ que d t-< vi,, to m.i r a pei i.o suqenta r
(0eço u naqnc ll a noite por <'apitular ma- o:- dirc,ito, d1· um d ,· -"('lJ:, dil-{no:- mem-
tina!), e a (!:,lan t e :-uuio itll lng..ir ('01Hpe- 1>1·1,:;, sn .. tt·ntai· além <li""" O· direito, da
teote para as lições; os COOl'gos p<irém c·nrô ,, º"' di n·ito:- do padro.,do que o
ouvirão. contra· o cohtume, o arc.,di,,go apre..,(' nto11. pur mt>rn deforC'nda deixou
levantar o Liymno e a pri meira anã do a o per·eguido o !'-tl:-lcntar M> por !-Ó sua
primeiro noct11rno~ e tndo o <·ôro enten- p, ,içaô c•anonl<'a, :-na <•tillar,aõ regular.
deu então que V. Exc. ~{enna. rn,1od•,.u « l!at'lo:- naõ mcm1 ... lr111 tes se hé1Õ da-
pelo mestre de ccremonrnr; que o pres1- do l'Oltl outro. . membro. . do c•abido, que
<lente do côrn levantasse o hymno e con- com igual ~ilendo Lew !:la bi<lo s.up porlaJ.'
tinuasse, porque ta l vez est ivesse incom- Mta -. dôr ·s. (i)
moclado e não pudesse capitular mais o ( 1) Um con('gO foi proctssado por aodar de secular
officio. Ora, capitulando ou t ro que não crn l!ia de copiosa chuva; p.rocrssou se outro por an-
V. Exc. Revm. , e:;tava en tendido que os dar com fivelas amarnllas; e fiu~lmente suspendeu-se
a ou1ro do tixerricio de confessar e pregar porque s~
·c onégos não devião can•.ar as lições) e - não aprcscutou a S. Exc. Revma. 1 não obslá,ite ter

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<< O cabido, que primeiro de\'eria co- sem considerar quem a ocrupa bem ou mal. Por ou-
nhece i' e fazer r egi!)trar em ~eus archi- tro l:iclo a illustraçao. os princípios de civilidade
formão o caracter de homrns velhos, que sabem pe-
,·os os regulamentos que V. Exc Revma. sar o alto grão com que as leis e os canones da Jrrre- •
se dignou forma\is.11· pnr,1 regímen de seu ja os distinguem. Mesquinhos sentimentos de ;clio
o desfeitas estão, grnç:i$ a DP.os, muito Jong<: do ca-
clero, até boje ignora officialmente se- bido, e esta corporação não os possuc e 11[10 os Icei
melhantes regulamentos. aprescnta<lo até :io presrnte. l.ogo procla111a11do-sc
Por ordem <lo Hcvrn. ,·i•r«rio o-eral
e<
cn~ publico um procedin,cnto que o cabido não tem,
é injuria-lo e feri-lo no fumlo da alma.
<le V. Exc. He,1 ma, se tem ~~'iih1d~ de . (( Ô cabido, pois. espera u111a rcparaçiío á sua
todos o~ rnelll bros <lo cabido certidões honra ullrajalla, e V. lixe. llevma., tfio caricioso co-
uio se proclama, não deixará de reíleclir em sua cons-
compt·oba to rias de suas desobrigas, amea- ciencia que offendeu ao senado da Jgr<'ja Paulistana,
çando-se-lhes çom proce~sos se naõ se com quem deve estar sempre t'Slrnitameute uoido;
:10~S1?nallo da Igreja Paulista na , quej:í foi superior no
. prestaõ n essa inno\'açaõ ta õ singular! csnirilual a V ltxc. lle,•ma, cm quanto era simplt•s
cc O c.. hidu que deveria saber oilici,d- sacerdote f' viga rio da vara de llü; que serup ro hon-
mente o aclo taõ solerune do 111fl1ws pas- rou e distinguio a V. Exc. ílevma., recebendo-o com
lodo o amor e respeito quando invcslillo d,1 episco-
toral, a ~abi<la de V. Exr. Re,·ma. para 1> 1do; que se111p1c vigia, onstanicmcntc rm cooscrrar
a Yh,i-ta, naõ tem até h<,je em seus arcbi- a dignidade que as l!!ii. lhe conferem.
vos uma participa<:aõ, um aviso, uma des- <(Se~porem V Ex<'. nevma., o que não ó de cs-
pcrar ,:uão quizer ciêatrizar com o balsamo da carida-
pedida ao menos; sendo antes notorio a de esta f1•ri(la mortal <1oc abria no cora('flo do cabi-
todo o ruundo que V. Exc. Revma. Je do, pt-rlllíltirà que leve111os nossa justa tlôr perante o
th rono do mrlhor dos 1,oLH!ranos do mundo, de <JU cm
queixàra il ~a:1ta Se de que naõ achou no esperaremos lenitivo e a quem pediremos um meio
cabido deS. Pau lo quem oquizesseacom- 1>ara obslnr a rcproducção de um facto inamlilo que
paub.tr; e qnc por isso levára doui. mino- poz em consternação o cabido, os fieis desl:i citlade.
e :iinda mais a Igreja, cujos aclos solemoissimos ~e
ristas; nenlrnm vigario gera l; o que na õ e inlerrompérão.
exacto, pois e publico que um membro « Dí'us guarde a V. Ex.e. Hevma. por muitos :rn-
nos. S. Paulo, em cabido. aos 27 <.la dezembro de
do cabido oLiereceu-se para acompanbar 185/i.-Exm. e nevm. Sr. o. Anlonio Joaquim de
µ V. Exc. Revma., que naõ aceitou tal Mello! bispo deita dioeesc. -Jliriclis J osé M oroes,
o!l'erecimento; e que ning uem se recu~a- arcediago prt:>sidenle-J º"q,.tim At1selmo de O li-
vcir11, .a rciprcste- 11Ja11oct Emvgdio Bcr11ardcs-
r1a a acompanhar a V. Exc. Revma. des- J 0<1qu11n 111 anoel l101tçalvcs d e, Andrade. - Fidc-
de que fosse convidado. tis Al11ttres Sigmaringti d e Mora es.-Joaqitim
do M011lc Carmello.- 1 [dcf,mso Xavier Ferreira
« Sempre solicito em mostrar e ma- secretario do cabido. » '
nife~tar em. publico sua adbe!>ào ft sa"'ra-
o RESPOSTA.
<la pessoa de seu Exm. prclildo, naõ se «:mms. e Revms. Srs. -Quando, recebendo o
officio que vv SS. nos dirigirão com cinta de 27 do
recuso u o cabido, quando convidado pe- con't·nLc, <le\'iamos pensar que linha por fim reparar
lo Hevm. vigario gera l a fazer por tres o esc:uulalo e maceira a mais i11:1olente com que fomos
tratados por um membro do e,. bido, em nome cio ca-
dias, contra o co:-lumc? e a expen~as da bido. perante o cabiJo, que impassivel. Lu1lo testt•mu-
fabrica. preces pul)l i<'a~ na ida e na vulta nbon st>m o mais pequeno sigual de re1>rovação. nes-
<la vi:-ita de V. Exc. Rev rna. sa memoravel noite e111 que celebra,·amos a vigilia (1)
do Nascimento do Nosso Sah•ador; quando espcrava-
« Finalmente,;senhor. o cabido vê qnolicliana- mos a repar:1('ão do desprezo que de nos se frz. que-
rneote 11uc \ 1 • Hxc. Revma. lira cr.pcllães cio i;cniço rendo e fazendo 1.apilular o Rcvm. :ircediago, estan-
tia ca thcllr;1l; toncede licenças ale aos moços do coro, tlo nó::. capilulan<lo. ucui p<'deodo allega r desc.uido ou
sem ao mcuos consultai' se elles fazem ou não falia igooraucia. porque nosso ceremonius, conforme nos
ao serviço publico; que por permissão de V. l!xc. ccrtHicou, fez ol>servilr tal inrompclf.ocia; sim, quan-
Uevma. os mesmos capellães do <'Õro, e diversos ou- do islo espera vamos, paso\ltmos vendo que o fim <lo
tros sí111pliccssaterdotes, usão de insígnias ele ·que só dit o ollido é exigil' de nôs completa reparação pela
gozào os me.mbros do cabido, em vínude de um bre- offensa qut> fizemos, e uão a querendo dar, que o lllm.
ve ponliílcio. e Hevm. cabido levaria t.ua uova e :iotigas queixas pe-
« Tudo isto que cm outras êpbcas seria bastante rante S. l\J. J. A'vaute, Jllms. e llevms. senhorest
1pr~ fazer chegar uma qm'ixa aos pés do throno, o prosiga-se a obra comt('ada desde 1852. /\ veuia es-
cabido tem supportado com uma pacieucia evangeli- tà dada S. M. 1., tão alto rollora<lo, v11 muito abaixo
ca. l\las avancar V. Exr. Bevma .. como avaucou cm de si este triste jogo de pai'!.ões. e, cheio de justiça,
a referida noite de Natal, 11 face da igreja e do.publí- não me julgarà sem dar-me a libcrd:ide de lambem n
co ili ustrado, que o cabido quiz desfeilear a V. r~x e. meu turno 11prescntar os factos rom suas verdadeiras
llcv. , é irrogar uma injuria que nfto lcm qualificação côres. Ocos guarde a VV. SS, Hesideocia episcopal,
na ordem social e moral. 28 de dezembro de 1854-Autonio, l.lispo diocesa-
. _ « o cabido, cioso de sua dignidade e de sua po- no. -111111. e Rt>vm. sr. conego arcediago Fidelis Jose
s1çao, oao se Lem&afastado uma so linha tio compor- de Moraes e Revms~ Srs. membros tlo cabi<Jo.
tamento que lhe impõe ó dever de obediencia, aca- (Ca,.,a p111•ticu lm·.-Jor11al do Com~rcrcio) .
tamento e respeito à alla digoicl:ide que V. Exc. nvm.
occupa. Póde V. Exc. ncvma . não ter aO'eicoados no (1. l Túo pcrtur bijd1· está S Exc., auc não aueode que essa
cabido; ma& a corporação sabe distinguir ohomem
<la dignida<le, e tributar a esta o que lhe co111petc,
~olcmnidadc uão é a da Vioiliu do
cm o dia aoteCPrtente l
Natal, q1te já ·se rezára

essa faculdade do governador do bispado, e em nome !llamnftão, Typ. de .1. e.


,11. da r.. To1·1·es=rua dos

ele S, Exç. • Ba11Jeírcs 11. 8,=anno de 1855.

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