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ÉTICA É PARA TODOS

MÓDULO II - Pensando a ética no cotidiano


Objetivo
Reconhecer a postura ética adequada enquanto
cidadão e empregado dos Correios.

Carga Horária
6 horas

Público
Membros dos Conselhos de Administração e Fiscal
e da Diretoria-Executiva;
Assessores especiais;
Empregados dos Correios;
Servidores cedidos aos Correios;
Estagiários;
Prestadores de serviços.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Diferenciar escolhas certas de convenientes;
Exemplificar a crise de valores na sociedade;
Identificar desafios contemporâneos relacionados à ética;
Reconhecer a postura ética como vantajosa para a sociedade.
CONTEÚDO
Lição 5 – Fazer o certo ou o conveniente?
Lição 6 – Vivemos uma crise de valores?
Lição 7 – Quais são os desafios atuais?
Eu quero ser a transformação que eu quero ver no mundo.

Gandhi
ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO V — FAZER O CERTO OU O CONVENIENTE?

5. Fazer o certo ou o conveniente?

Vamos iniciar esta lição, com a leitura de uma história:

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO V — FAZER O CERTO OU O CONVENIENTE?

“Gostaria de iniciar este nosso bate-papo lembrando um fato *Cross-country é um tipo de esporte em
equipe em que os atletas competem
que ocorreu no final de 2012, em Navarra, Espanha, e que tomou
em pistas acidentadas, com obstáculos
proporções consideráveis ao ser divulgado. Em uma corrida de naturais ou não. O percurso pode
*cross-country, o queniano Abel Mutai, medalha de ouro nos três incluir locais com mato, lama, água,
etc. É também conhecida como corrida
mil metros com obstáculos em Londres, estava a pouca distância
corta-mato.
da linha de chegada e, confuso com a sinalização, parou para
posar para fotos pensando que já havia cumprido a prova. Logo **Fair play é uma filosofia adotada nos
atrás vinha outro corredor, o espanhol Iván Fernández Anaya. esportes e que prima pela conduta
ética nas competições. (Wikipedia)
E o que fez ele? Começou a gritar para que o queniano ficasse
atento, mas este não entendia que não havia ainda cruzado a
linha de chegada. O espanhol, então, o empurrou em direção
à vitória. Bom, afora o ato incrível de **fair play, há uma coisa
maravilhosa que aconteceu depois. Com a imprensa inteira ali
presente, um jornalista, aproximando o microfone do corredor
espanhol, perguntou: “Por que o senhor fez isso?”. O espanhol
replicou: “Isso o quê?”. Ele não havia entendido a pergunta – e o
meu sonho é que um dia possamos ter um tipo de vida comunitária
em que a pergunta feita pelo jornalista não seja mesmo enten-
dida –, pois não pensou que houvesse outra coisa a ser feita que

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO V — FAZER O CERTO OU O CONVENIENTE?

não aquilo que ele fez. O jornalista insistiu: “Mas por que o senhor
fez isso? Por que o senhor deixou o queniano ganhar?”. “Eu não o
deixei ganhar. Ele ia ganhar”. O jornalista continuou: “Mas o senhor
podia ter ganho! Estava na regra, ele não notou...”. “Mas qual seria
o mérito da minha vitória, qual seria a honra do meu título se eu
deixasse que ele perdesse?”. E continuou, então, dizendo a coisa
mais bonita que eu li envolvendo a questão da ética do cotidiano:
“Se eu ganhasse desse jeito, o que ia falar para a minha mãe?”.
(CORTELLA & BARROS FILHO, 2014, p. 9)

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO V — FAZER O CERTO OU O CONVENIENTE?

A naturalidade e a singeleza com que o maratonista espanhol explica


sua atitude é louvável.
Perceba que o maratonista não fez o que era conveniente para
si, mas agiu dentro dos princípios de justiça, nobreza, lealdade e
dignidade.
Para Immanuel Kant, uma boa conduta não está relacionada a
resultados vantajosos, e sim a fazer o que é devido.

O professor Cortella utiliza a expressão “ética da conveniência” para se


referir a comportamentos egocêntricos, que atendem apenas a inte-
resses próprios ou de um grupo reduzido de pessoas, sem considerar
valores e princípios coletivos.

Essa postura é um perigo, pois pode levar à distorção de princípios


e generalizações!

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO V — FAZER O CERTO OU O CONVENIENTE?

É aí que podemos começar a desculpar atitudes erradas, nossas ou


dos outros. Acompanhe os exemplos:

1) Todo mundo rouba, todo mundo engana, todo mundo é igual!


2) O empregado trata mal os clientes, mas pelo menos cumpre a meta.
3) Meu gestor grita e humilha a equipe, mas, quando fiquei doente, ele me liberou.

Onde está o problema nos exemplos citados?


No exemplo 1, o raciocínio partiu de uma generalização. Devemos
levar em consideração que muitas pessoas buscam agir de forma
correta.
Nos exemplos 2 e 3, os fins não justificam os meios. Cumprir a
meta não pode ser atenuante para o fato de tratar mal os clientes.
E aceitar humilhação como moeda de troca é uma forma de ajudar
a perpetuar um comportamento reprovável.

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO V — FAZER O CERTO OU O CONVENIENTE?

Não podemos nos acostumar com “pequenos delitos”, “pequenas


infrações”, “dois pesos e duas medidas” e achar que é normal.

Posturas éticas exigem princípios sólidos: não pode para mim e nem
para os outros; nem na vida pública e nem na vida privada.

É necessário vigiar constantemente a própria conduta, mas não só. Uma


sociedade ética se constrói inclusive, pela vigilância coletiva, que é
uma forma de controle e um estímulo ao comportamento responsável.

Cabe a cada um a decisão de fazer a escolha certa e não a conve-


niente, ainda que ao redor existam exemplos contrários.
Na próxima lição, você se aprofundará neste tema!

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VI — VOCÊ VIVE UMA CRISE DE VALORES?

6. Vivemos uma crise de valores?

Vivemos uma crise de valores?


Ou será que alguns valores estão
em crise? Os valores são o que
consideramos de mais importante
Mas o que são valores? na hora de agir, elementos
da nossa conduta dos quais
não aceitamos abrir mão, não
aceitamos prescindir. (BARROS &
POMPEU, 2015, p. 113)

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VI — VOCÊ VIVE UMA CRISE DE VALORES?

Uma linha de pensamento que predomina entre importantes filósofos


brasileiros refere-se aos valores como determinantes das escolhas
e dos objetivos pelos quais cada pessoa vive.
Os valores podem ser distintos de acordo com os costumes, as tradi-
ções e os traços culturais de cada sociedade. Entretanto, alguns são
considerados universais: honra, honestidade, respeito mútuo, digni-
dade, liberdade, justiça, solidariedade, entre outros.

Você acredita que esses valores


ainda existem na sociedade?

E a enxurrada de notícias a que somos submetidos diariamente com


foco na violência, na transgressão, na criminalidade? O que dizer da
onda de corrupção que se abate sobre nossa sociedade?

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VI — VOCÊ VIVE UMA CRISE DE VALORES?

No artigo “Crise de Valores ou Valores em Crise?”, a psicóloga Ana


Paula Chagas Monteiro observa que uma crise de valores pode se
manifestar de diversos modos. Conheça três:

Crise das instituições Crise de identidade Crise de significado

“a família a quem caberia


supervalorização do sujeito, decorrência da crise de iden-
ensinar o valor da convivência
individualismo; a excessiva tidade. A cultura do descar-
e do respeito ao outro; a reli-
liberdade dá ao homem a tável não oferece opções às
gião, ensinar o valor da trans-
sensação de que tudo pode, inevitáveis perguntas: qual
cendência e o Estado, zelar
mas sem o devido senso o sentido da vida? Qual o
pelos valores cívicos, estão
crítico, necessário às esco- sentido da história? Qual o
flagrantemente falhando em
lhas. sentido das coisas?
seus papéis”.

“[...] O tempo atual vive grandes e céleres transformações que


afetam não só o exterior, mas também os fundamentos do ser e
do pensar, as formas de julgar e decidir, as normas e os valores”.
(GOERGEN, 2007, p. 3 )

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VI — VOCÊ VIVE UMA CRISE DE VALORES?

Isso significa que em outras épocas não


havia problemas éticos?

Há uma vasta literatura comprovando que a preocupação com a


ética e a moral sempre esteve presente na história da civilização.
A diferença é que, em um mundo globalizado, essas mudanças
tomam proporções maiores e influenciam diretamente a construção
dos valores éticos, pessoais e coletivos.

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VI — VOCÊ VIVE UMA CRISE DE VALORES?

Em relação ao
comportamento
no trânsito,
como você age?

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VI — VOCÊ VIVE UMA CRISE DE VALORES?

Com característico bom humor e ironia, Leandro Karnal, professor da Universidade Estadual de Campinas
- Unicamp, faz uma importante reflexão sobre o comportamento do brasileiro no trânsito:

“O primeiro problema da nossa intensa violência no trânsito


(estamos entre os quatro países que mais matam pessoas) é que
não participo, como sujeito histórico, da barbárie. A violência é do
outro, nunca minha. Aliás, rodo como um Gandhi* orientado pela
Madre Teresa de Calcutá**. Os outros? Gêngis Khan*** no banco de
passageiros com Átila**** ao volante. O trânsito é uma metáfora
trágica. Somos um país violento. Violentos ao dirigir, violentos nas
ruas, violentos nos comentários e fofocas, violentos ao torcer por
nosso time, violentos ao votar.” (KARNAL, 2017, p. 14)
* Gandhi: foi um líder pacifista indiano que lutou pela independência da Índia e pela
paz entre hindus e muçulmanos. **Madre Teresa de Calcutá: missionária albanesa
conhecida por dedicar sua vida em prol dos pobres e famintos. ***Gêngis Khan:
imperador nascido no século XIII, conhecido na história pela truculência utilizada
na conquista de territórios. **** Átila: um dos líderes guerreiros mais violentos
e temidos da antiguidade, viveu no século V, na região que corresponde hoje à
Hungria.

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VI — VOCÊ VIVE UMA CRISE DE VALORES?

É no cotidiano que a coerência de valores com o comportamento é


demonstrada. O trânsito é uma dessas situações.

Pense em outros aspectos da vida atual que você nota uma crise de valores.

É provável que você tenha pensado em situações relacionadas ao


culto do prazer e da satisfação imediata dos desejos, consumismo,
sedução, ser celebridade, exposição constante, são traços fortemente
valorizados na nossa cultura.

Parece certo que a sociedade contemporânea vive um processo de


rápidas transformações; tudo que é estabelecido logo se desfaz.

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VI — VOCÊ VIVE UMA CRISE DE VALORES?

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman utilizou o conceito de “moder-


nidade líquida” como forma de explicar como se processam as rela-
ções sociais na atualidade.

Há pouco tempo Whatsapp, Facebook e Twitter não existiam; compras


pela internet era uma temeridade; Uber*, Airbnb**, Alibaba*** não
eram conhecidos. Isso só para citar alguns serviços que mudaram o
comportamento de significativa parcela da população nos últimos 8 anos,
aproximadamente.

* Uber – serviço de transporte privado urbano, em que por meio de um aplicativo


é possível localizar motoristas próximos ao local. ** Airbnb – um serviço on-line
comunitário para as pessoas anunciarem, descobrirem e reservarem acomodações
e meios de hospedagem. *** Alibaba – gigante chinesa no ramo do comércio
virtual.

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO V — FAZER O CERTO OU O CONVENIENTE?

A palavra liquidez remete ao que é fluido, à ausência de forma


definida, velocidade, mobilidade e inconsistência. Para Bauman,
esses seriam os traços essenciais das relações sociais na atualidade.

E, hoje, realmente vivemos um apodrecimento de alguns valores, de


dignidade, de capacidade de convivência, de civilidade, que resulta
nesse mal-estar – apontado por Freud no início do século XX – e que
hoje trazemos à tona, 100 anos depois de Freud.” (CORTELLA & LA
TAILLE, 2005, p. 11)

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VI — VOCÊ VIVE UMA CRISE DE VALORES?

Felizmente, o que vários autores apontam é uma “crise de certos


valores”. Do contrário, a sociedade já haveria sucumbido.

Mas o que fazer diante da falta de civilidade no trânsito e nas relações


sociais como um todo, do abandono de tantos pais, do descaso do
poder público, da barbárie, do vandalismo, da violência, da corrupção?
Fatores que levam tantos ao desânimo, à apatia, à desesperança?

Que tal se debruçar sobre essa questão? Siga então para a próxima lição!

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VII — QUAIS SÃO OS DESAFIOS ATUAIS?

7. Quais são os desafios atuais?

Você estudou na lição anterior a crise de valores na sociedade atual.

Mas será que há algo a ser feito diante de toda


a situação apresentada?

Certamente sim! Começa em primeiro lugar com tomada de cons-


ciência. Enquanto não há tomada de consciência de uma realidade,
ela não existe.
Superar tantos desafios não é tarefa simples e nem acontece a curto
prazo. É tarefa para todos.

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VII — QUAIS SÃO OS DESAFIOS ATUAIS?

Dizer que é responsabilidade de todos significa que cada segmento


da sociedade, cada instituição, cada indivíduo deve assumir
a responsabilidade moral em seu âmbito de atuação.

É possível começar hoje, inclusive, por este curso: realizar o estudo


de todo o material e fazer todas as atividades propostas com dedi-
cação.
Parecem atitudes insignificantes, mas não são, visto que pequenas
convicções determinam a conduta de cada um.
Acompanhe o que cita o professor Cortella, no livro Ética e Vergonha
na Cara:

Quando o indivíduo, a família, a escola, a empresa, a comunidade,


a sociedade, as instituições, enfim, admitem uma ética “capenga”,
a corrupção encontra terreno propício e estende seus tentáculos
encontrando, mais frequentemente do que gostaríamos, poucos
obstáculos (p.37).

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VII — QUAIS SÃO OS DESAFIOS ATUAIS?

E aí, muitas vezes, as pessoas, sem se darem conta de suas


“pequenas transgressões”, culpam os “outros” (políticos,
imprensa, governo, etc.) e se eximem de qualquer responsabili-
dade, como se não fizessem parte do contexto.

Na prática, apenas “culpar” quem quer que seja não é a solução. O


importante é identificar em quais segmentos é possível contribuir
para a construção gradativa de relações éticas.

“Pela inegável influência na formação das futuras gerações, os setores


diretamente envolvidos com a educação, como a família, a mídia e a
escola, têm um papel particularmente relevante na reforma moral da
sociedade”, cita o professor Goergen.

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VII — QUAIS SÃO OS DESAFIOS ATUAIS?

Você faz parte de vários desses segmentos que influenciam na cons-


trução de uma sociedade mais ética. Por isso, é possível começar
desde já a colocar em prática princípios capazes de transformar esta
realidade:

Responsabilidade e solidariedade nas


relações interpessoais

Adotar essa conduta significa valorizar e compreender a opinião e


escolhas dos outros.
É um aprendizado dialogar de maneira respeitosa com quem pensa
de maneira diferente. É um ato de civilidade! Não acontece de
maneira natural, automática. É uma decisão, uma escolha. Precisa
de esforço, boa vontade e, sobretudo, de maturidade!

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VII — QUAIS SÃO OS DESAFIOS ATUAIS?

“Eu o suporto, aguento. Você não é como eu, aceito isso, mas
continuo sendo eu mesmo. Não quero ter contato, só respeito a sua
individualidade. Há uma diferença entre tolerar que você não tenha
as mesmas convicções que eu – sejam religiosas, políticas ou outras – e
acolher suas convicções. Porque acolher significa que eu o recebo na
qualidade de alguém como eu.” (CORTELLA & LA TAILLE, 2005, p. 14)

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VII — QUAIS SÃO OS DESAFIOS ATUAIS?

Leia o depoimento abaixo, transcrito a partir da legenda de um vídeo


compartilhado no Facebook, por um jovem japonês:

Os japoneses são os melhores e aqui está a razão


(DK Human – Facebook)

O Japão é incrível por inúmeras razões, mas minha parte favorita


pode ser resumida em três palavras: consideração pelos outros. No
Japão, as pessoas agem com o outro em mente, ao invés de pensar
apenas em si mesmos. Por exemplo, algo simples como deixar as
pessoas passarem na escada rolante. Em outros países, você pode
fazer as placas e as pessoas continuarão não obedecendo. No Japão,
todo mundo faz automaticamente a coisa certa, para tornar a vida
mais fácil para todos os outros. E é assim com tudo. Você pode
cochilar no metrô lotado porque as pessoas são quietas. Você pode
desfrutar de ruas limpas porque as pessoas não sujam. Você pode
se sentir como uma realeza porque as pessoas irão atendê-lo com
um sorriso e reverência. A cultura do respeito cria uma atmosfera
incrivelmente segura que leva a milagres modernos. Em um café
movimentado, você pode deixar seu celular ou laptop e não será

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — LIÇÃO VII — QUAIS SÃO OS DESAFIOS ATUAIS?

roubado. Você pode estacionar sua bicicleta lá fora e continuará lá


fora quando você voltar. E, mesmo que alguém possa sair com ela,
no Japão isso simplesmente não acontece. Você pode até encontrar
motos na rua com as chaves na ignição. Quando você cultiva uma
sociedade em que as pessoas estão conscientes dos outros, a
vida é melhor para todos. É uma lição que o resto do mundo pode
aprender com o Japão.

Que bela lição! Essa reflexão demonstra que construir uma socie-
dade cada vez mais ética é possível e depende de atitudes simples,
as quais todos podemos praticar.

O bem comum é para todos ou para ninguém.

Na próxima lição, vamos estudar como podemos agir com ética no


nosso ambiente de trabalho.

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ÉTICA É PARA TODOS — MÓDULO II — PENSANDO A ÉTICA NO COTIDIANO — RESUMO

RESUMO
Parabéns! Você concluiu o módulo 2: Pensando a ética no cotidiano.
Neste módulo, você aprendeu que:
• Uma postura ética deve levar em conta princípios de justiça, nobreza, lealdade e
dignidade.
• É muito importante diferenciarmos comportamentos certos de convenientes.
Comportamentos certos dizem respeito a considerar valores e princípios coletivos.
• Uma boa conduta não está relacionada a obter resultados vantajosos e sim a fazer
o que é devido.
• As “empresas” ou as “instituições” em si mesmas não são éticas ou antiéticas. Este
é um atributo dos seres humanos.
• Os valores são determinantes das escolhas que fazemos e podem ser distintos de
acordo com cada sociedade, entretanto, alguns são considerados universais.
• Uma crise de valores pode se manifestar como crise das instituições, de identidade
e de significado.
• A mudança que queremos na sociedade depende de cada um de nós. Cada segmento
da sociedade, cada instituição, cada indivíduo deve assumir a responsabilidade
moral em seu âmbito de atuação.

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Fim da Lição II

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