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Universidade do Estado do Pará

Campus XIX – Salvaterra


Centro de Ciências Sociais e Educação – CCSE
Licenciatura em História
Disciplina: Teoria da História II
Docente: Jerusa Barros Miranda

MAYANNE CORDEIRO VILLAR

Resenha do texto “ Uso e mau uso dos arquivos” de Carlos


Bacellar.

SALVATERRA/ PA
Abril de 2021
Universidade do Estado do Pará
Centro de Ciências Sociais e Educação
Curso de História
Salvaterra – PA
www.uepa.br
BACELLAR, Carlos. Uso e mau uso dos arquivos. São Paulo: Editora
Contexto, 2005.

Carlos Bacellar é mestre e doutor em História Social na Universidade de São


Paulo, e também é graduado em História pala mesma universidade que prestou seu
mestrado e doutorado. Atualmente, é professor do departamento de História na
USP.
O capítulo escrito por Carlos Barcellar, “Uso e mau uso doa arquivos”, é parte
do livro “Fontes Históricas”, organizado por Carla Pinsky é publicado pela Editora
Contexto em 2005. No texto o autor diz que ”a maior ou menor importância de cada
arquivo só pode ser estabelecida de acordo com o objetivo da pesquisa específica a
ser realizada pelo historiador, seus interesses e seus questionamentos”. Nesse
contexto, Marc Bloch, em seu livro “Apologia da História” diz que os documentos ou
fontes não falam por si só, mas falam quando são interrogados e que as perguntam
que fazemos condicionam a análise. Nessa análise, Peter Burke salienta que o
historiador deve fazer várias indagações, perguntas, questionamentos para ter como
resultado outras linhas de investigações e diversidades de fontes, que estão
disposta para a importância da historiografia
O texto fala dos métodos e das técnicas usadas pelos pesquisadores nos
trabalhos com as fontes históricas. O autor de forma geral, nos mostra as
dificuldades que cercam a pesquisa arquivista hodiernamente, e suas técnicas e
práticas.
Bacellar, também fala que o contato com documentos e fontes históricas está
crescendo e se tornando popular, uma vez que é bastante procurada por jovens
profissionais da área de História, que por sua vez acabam vendo no trabalho do
pesquisador uma consolidação da romantizaçao do “ fazer História”, o que acaba
sendo bastante motivada pela literatura popular. Havendo, desse modo, uma
significativa procura pelo contato com os documentos e fontes e, também pela
vivencia no âmbito arquivistico. Nesse sentido, tal interesse é tão grande que cursos
de graduação na área não são capazes de suprir, isso porque segundo o autor tais
cursos não dão a atenção necessária a análise de arquivos.
E segue dizendo que, talvez, faltem esforços em alguns momentos do curso,
na introdução de noções básicas sobre a organização arquivista, leitura paleográfica
e a crítica das fontes, que por sua vez norteiam o aluno no atendimento do processo
de construção do saber e na tomada de decisões.
Algumas sugestões e exemplos introdutórios ao mundo dos manuscritos são
apresentados pelo autor e também a listagem de diversos tipos de documentação,
suas contribuições a historiografia, e alguns exemplos de instituições arquivistas
como: arquivos públicos, como os dos três poderes, arquivos de cartório; arquivos
privados e arquivos eclesiásticos.
A obra, também, maraca a necessidade de conhecer a gênesis dos
documentos analisados. No brasil, essa produção documental acontece a partir do
contexto da ocupação portuguesa, nas capitanias hereditárias e, mais tarde no
estabelecimento de um governo geral na primeira capital brasileira- Salvador. Nesse
primeiro momento, a acumulação documental se dar de forma privada e pública, no
entanto, de forma paupérrima e desorganizada em ambos os cenários.
Bacellar, coloca em pedestal a compreensão da evolução da estrutura
administrativa pública e pontua como essencial para o historiador que pesquisa o
arquivo. Entretanto, esse tema é ainda, pouco discutido ou pesquisado e há ainda
muito a ser descoberto sobre a estrutura administrativa brasileira, e suas mudanças
ao decorrer do tempo. Seria fundamental para compreender que tipos de
documentos teriam sido hipoteticamente produzidos e arquivados, o entendimento
do mecanismo administrativo.
Além disso, o historiador deveria preocupa-se em conhecer o funcionamento
da máquina administrativa do período que pretende pesquisar e estar ciente das
repartições ao longo do tempo.
Diante disso, lidar com arquivos não é uma tarefa que deva ser feita com
descuido, pois caracterizaria o “mau uso”, que por sua vez traria uma serie de
consequências para o futuro historiador.

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