Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A fase de execução é a mais longa na vida da empresa e está dividida em intervalos de tempo,
coincidentes com os anos civis, designados por períodos administrativos, no fim dos quais se
apuram resultados, se elabora o balanço, se discute sobre a actuação da direcção, se aprovam contas,
entre outras actividades. Refira-se que a parte de gestão correspondente a cada período
administrativo, denomina-se por exercício económico.
1Actividae economica é toda aquela que lutando contra a escassez de bens e serviços, visa a satisfação da
necessidade mediante um custo.
De acordo com a multiplicidade do entendimento dos autores que lidam com a matéria
contabilística, encontramos varias definições da Contabilidade, umas com maior abrangência
elementos e outras menos abrangentes.
Perreira (1980) apresenta uma definição mais consensual que inclui o objecto e objectivo da
contabilidade.
Segundo Perreira (1980:23) “a Contabilidade é uma ciência de natureza económica cujo objecto é
a realidade económica passada, presente e futura, de qualquer entidade pública ou privada,
analisada em termos quantitativos e por métodos específico com o fim de obter informações
económico-financeiras indispensáveis à gestão dessa entidade, nomeadamente ao conhecimento da
situação patrimonial e dos resultados obtidos e ao planeamento e controle da sua actividade”.
Objectivos da Contabilidade
Produzir informações úteis a gestão para tomada de decisões, designadamente, elaboração do
Balanço e Demonstração dos resultados. Ou seja, produzir as demonstrações financeiras que sirvam
de suporte para a tomada de decisões pelos gestores das organizações.
Finalidade da Contabilidade
▪ Servir de suporte na tomada de decisões, isto é, a obtenção de informações úteis para todos
os interessados para ter uma visão racional na tomada de decisão.
2Conjunto de valores (bens, direitos e obrigações) pertencentes a uma determinada unidade económica
sob uma gestão orientada para o alcance de certos objectivos.
Controle – administração através das informações contabilísticas, via relatórios para certificar de
que a organização esta agindo em conformidade com os planos e políticas determinados.
Planeamento – a informação contabilística pode ser um forte suporte para o planeamento e, mas
ainda, quando estabelecendo padrões, toma claras situações futuras.
• O Estado – pelo facto de a maior porção dos rendimentos do Estado provir de impostos,
interessa-lhe para melhor calcula-lo e para várias análises estatísticas, bem como para a
elaboração dos planos macroeconómicos.
• Trabalhadores – pela segurança dos seus postos de trabalho e das restantes condições de
trabalho e salariais.
TEORIA DA CONTABILIDADE
CONTABILIDADE GERAL
TECNICA CONTABILISTICA GERAL
Pela contabilidade aplicada podemos ter a Contabilidade Pública ou Privada. São divisões da
contabilidade privada a contabilidade financeira, contabilidade de custos ou analítica, contabilidade
Contabilidade da empresa
Na contabilidade da empresa podemos distinguir :
• A contabilidade das relações com o exterior( contabilidade financeira);
• A contabilidade do movimento interno ou da produção (contabilidade de custo ou analítica);
Divisões da contabilidade
Contabilidade Financeira
Contabilidade De Custos
Ou Analítica
TEORIA DE De
CONTABILIDADE EMPRESA
CONTABILIDADE Produção
PRIVADA
GERAL Contabilidade Bancária
Contabilidade Orçamenta
FAMILIA Contabilidade Agrícola
CONTABILIDADE PESSOAS
PÚBLICA COLECTIVAS
PÚBLICAS
Contabilidade
(Estado ,
TECNICA Autarquias, Administrativa
CONTABILISTICA Organismos
Autónomos)
CONTABILIDADE Contabilidade da Nação+ Contabilidade
NACIONAL Privada+Contabilidade Pública
Fonte:PERREIRA(1980:25)
Contabilidade Interna ou de Custos – que abrange diversas relações complementares que podem
contribuir para gestão eficaz e esclarecida.
Refira-se que as Contabilidades Domésticas e públicas são também conhecidas por contabilidade
administrativa.
Os livros facultativos, são os que utilizam normalmente como auxiliares de registo. A sua utilização
depende da natureza, características e dimensão das empresas ou das operações que efectuam.
Servem para completar, desenvolver e controlar o que se escritura nos livros obrigatórios. São
usualmente denominados por livros auxiliares. Destes podemos apontar: balancetes do Razão geral,
razões auxiliares, diários auxiliares ( Caixa, Compras, Vendas, entre outros), balancetes dos razões
auxiliares.
• Princípio da prudência - “Significa que é possível integrar nas contas um grau de precaução
ao fazer as estimativas exigidas em condições de incerteza sem, contudo, permitir a criação
de reservas ocultas, provisões excessivas ou a deliberada quantificação de activos e
proveitos por defeito ou de passivos e custos por excesso.”
• Isto é, quando não existe certeza acerca do valor dum bem ou evento mercadorias,
obrigação, receita, despesas etc.) deve ser aplicado este princípio, o que significa que devem
constar nas demonstrações financeiras pelos seus valores aproximados, não devendo ser
exagerados.
• Princípio da substância sobre a forma - “As operações devem ser contabilizadas atendendo
à sua substância e à realidade financeira e não apenas à sua forma legal”.
• Função económica: permite conhecer e estudar a influência dos valores e direitos sobre a
situação da empresa e alocar recursos convenientes para que sejam favoráveis.
• Função gestão: fornece dados que permitem a tomada de decisões sobre o património.
Por sua vez Perreira(1980:30) e Hugo(2002:16) entendem o património como sendo “o conjunto
de valores pertencentes a determinada unidade económica e administrado com certo objectivo”.
Então podemos afirmar seguramente que o património é o conjunto bens, direitos e obrigações
susceptíveis de expressão pecuniária ou seja avaliados monetariamente, pertencentes a determinada
unidade económica e afectos a uma gestão com o fim de obter determinados objectivos”.
Bens, tudo aquilo que é capaz de satisfazer as necessidades. Os bens podem ser económicos ou
livres. Diz-se económicos aqueles que possuem valor económico incorporado e são susceptíveis
de avaliação económica, e diz-se bens livres aos que apesar de satisfazer necessidades, isto é
possuir valor de uso, não são susceptíveis de avaliação económica. ex. O ar que respiramos. Os
bens económicos são os que tem relevância para o nosso estudo, e eles dividem –se em bens
matérias e bens imateriais ou seja corpóreos e incorpóreos.
São bens materiais, os tangíveis, os objectos que a empresa tem para o uso, troca ou consumo, ex.
armários, mercadorias ou material de limpeza.
Bens imateriais são todos os intangíveis, correspondem a determinados gastos que pela sua natureza
fazem parte do património. Ex. O direito de uso de uma determinada patente ou marca, com ou sem
exclusividade.
Direitos
São direitos, todos os valores que a empresa tem de receber de terceiros.
Ex. Divida de um cliente
Dinheiro no banco (juros bancários),
Obrigações, refere a todos os valores que a empresa tem de pagar de terceiros.
Ex. uma divida a pagar a electricidade pelo consumo de energia, divida por aluguer ou renda a
pagar, salários a pagar aos trabalhadores.
Quando nos referimos a composição do património estamos a falar da natureza dos elementos
patrimoniais e à sua extensão (valor) que constituem o património e da proporção em que os
mesmos se apresentam.
Empresas com diferentes objectivos ou de diferentes áreas de actividades não tem a mesma
composição patrimonial, embora possa haver um e outro elemento construtivo com a mesma
natureza.
Por exemplo, Numa empresa agrícola de produção de milho podemos encontrar pelo menos os
seguintes elementos: Dinheiro; dividas; charruas, fertilizantes, tractores, etc.
Já os mesmos elementos não os podemos encontrar numa unidade industrial como por exemplo a
Companhia Industrial da Matola, cujos elementos patrimoniais se constituem de: Moageiras,
Maquinas a vapor etc.
Mas podemos encontrar elementos que são comuns aos do primeiro conjunto, como: Dividas,
dinheiro, etc.
Segundo Borges e outros (2000:27)5 ,entende por valor do património “a quantia que seria preciso
dar para o obter, isto é, para receber em troca todo o activo ficando ao mesmo tempo com o encargo
de pagar todo o passivo”
Valor do Património
Sendo o activo um conjunto de valores positivos e o passivo um conjunto de valores negativos, o
valor do património corresponde à soma algébrica destas duas classes isto é a soma algébrica de
todos os valores Activos e Passivos. ״O valor do património corresponde à diferença entre a quantia
que representa a soma de todos os valores activos e a que representa a soma de todos valores
passivos"6.
Nos elementos patrimoniais teremos de distinguir sempre dois grandes grupos antagónicos, a
designadamente:
O dos valores positivos, constituído pelos bens e direitos, correspondendo ao que se possui e ao
que se tem por receber, respectivamente. Este grupo é designado por Activo7, e o grupo dos valores
negativos, constituído pelas obrigações ou responsabilidades a cumprir ou seja conjuntos de valores
a pagar. Este grupo designa-se Passivo8.
7 “Activo é todo recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos passados do qual se espera que
fluam benefícios económicos futuros para a empresa”. Vide PGC –NIRF e DA COSTA , Carlos Baptista e Gabriel
Correia Alves(2008), Contabilidade Financeira,Editora Rei dos Rei, 7ªediçao, 2008, Pag.142
8 “Passivo é uma obrigação presente com a origem em acontecimentos passados , cuja liquidação se espera que
resulte para a entidade num fluxo de saída de recursos que incorporam benefícios económicos”. Vide , Fremework,
PGC –NIRF e DA COSTA , Carlos Baptista e Gabriel Correia Alves(2008), Contabilidade Financeira,Editora Rei
dos Rei, 7ªediçao, 2008, Pag.145
Créditos a curto prazo Dividas a receber num prazo até 1 ano, acréscimos e
diferimentos
Créditos a médio e longos prazos Dividas a receber no prazo superior a 1 ano
Inventários e Activos Biológicos Mercadorias, matérias-primas, activos
(Existenciais) biológicos e embalagens comerciais
Imobilizações (financeiras e não Investimentos financeiros e não ronceiros
financeiras)
• O valor correspondente a soma algébrica dos resultados (lucros e prejuízos) que obtidos
desde o inicio até ao momento considerado não foram retirados ou distribuídos até a data.
Esta parcela determinada pela diferença entre a situação no momento considerado, ou seja,
a situação líquida final e a situação líquida inicial, poder-se-á designar por situação líquida
adquirida. SLa = SLf- Sli
Situação liquida adquirida em exercícios anteriores e não distribuída, ou seja retida na unidade
económica a qual se poderá designar por situação líquida retida. SLr
A situação líquida adquirida no próprio exercício em curso ou ora terminado cuja aplicação não
poderia ter sido ou ainda não foi decidida.
Sla=SLr + Sli
Concluindo teríamos a situação líquida final igual ao somatório das situações líquidas inicial, retida
e em exercício.
Dispondo os elementos abstractos da situação líquida pela ordem da sua formação histórica,
teremos as seguintes massas parciais:
Situação Líquida
Massas parciais Elementos patrimoniais
Inicial Valor inicial do património
Retida Resultados anteriores não distribuídos
Adquirida no próprio exercício Resultado do próprio exercício
Conclusões:
• { Bens, direitos, obrigações } = conjunto dos elementos patrimoniais da empresa
• {Disponibilidades, créditos a curto prazo, existências, créditos a médio e longo prazos } = Massas
parciais do activo
• { Débitos a curto prazo e Débitos a médio e longo prazos } = conjunto das massas parciais do passivo
• { Situação liquida inicial, Situação líquida retida, situação líquida em exercício e Situação líquida
final } = conjunto das massas parciais da situação líquida
Activo:
• Meios financeiros
• Investimento de Capital
• Contas a Receber
Se uma empresa compra uma máquina a prazo, essa transacção tem reflexos em duas componentes
básicas em contabilidade:
A posse da máquina que é um activo, vem aumentar o valor total do activo da empresa mas ao
mesmo tempo, a compra que foi a prazo a empresa representa uma divida contraída (a obrigação
de pagar a máquina), o que vem aumentar o total do passivo.
São acontecimentos normais ou voluntários aqueles que resultam das operações realizadas
voluntariamente pela empresa, tais como: compras, vendas, pagamentos, recebimentos,
empréstimos, etc.
Tanto umas como outras constituem factos patrimoniais. Deste modo podemos aferir que os factos
patrimoniais estão associados a tudo aquilo que implica variações no património.
Classificação
Os factos patrimoniais classificam-se em: Factos Permutativos ou qualitativos e factos
Modificativos ou quantitativos.
Um facto diz-se permutativo quando provoca alterações na composição do património, mas não no
seu valor, e é modificativo quando implica além da variação patrimonial uma alteração no seu
valor.
Os primeiros são os mais frequentes podendo se apresentar, por exemplo como: compra de
mercadorias, pagamento de uma dívida, aquisição de um edifício, saque sobre um cliente.
Os segundos implicam uma alteração na situação líquida, estarão neste caso todas as operações que
originam um lucro ou um prejuízo para a empresa. Ex. Venda de mercadorias com lucro.
Esquematizando
Factos patrimoniais
Permutativos Modificativos
Alterações no património Só a composição Composição e valor
O Passivo e a situação Líquida representam a estrutura financeira da unidade, isto é, a origem dos
recursos financeiros (ou dos fundos). Quanto à origem devemos considerar os Fundos próprios
situação liquida) e os Fundos alheios (credores – passivo).
Segundo Borges at all (2000), consoante a natureza ou função que desempenham na empresa, os
valores patrimoniais podem se agrupar em classes com características comuns.
Hugo(2003) afirma que os elementos das massas patrimoniais podem ser agrupadas em diversos
subconjuntos com determinadas características comuns e específicas, de acordo com a sua natureza
e/ou a função que desempenham na empresa.
Segundo Pereira (1978), “um conjunto de elementos patrimoniais com determinadas características
comuns e específicas”.
Exemplo:
Dívidas a receber originadas pela venda a prazo de existências9;
Dívidas a pagar originadas pela compra a prazo de existências.
9Existências – bens que se destinam à venda ou consumo, sem ou com qualquer transformação de
natureza industrial.
Valor ( extensão) .
Título: é a expressão( palavra) por que se designa a conta. Deve ser escolhido de tal forma que
revele imediatamente a natureza dos elementos que a compõem. Tem como finalidade identificar
a conta e distingui-la de todas as outras, pelo que será fixo e imutável.
O título é o nome da conta inclui além da palavra nominativa um código composto por conjunto de
números ou dígitos que a identificam.
Extensão – é o valor de uma conta (expresso em unidades monetárias). Podemos assim, dizer que
é o valor total, em dinheiro, dos elementos que compõem uma determinada conta.
Exemplo :Mercadorias.........................................................................................20.000,00Mt
O valor de uma conta é essencialmente variável, pois a sua extensão inicial aumenta ou diminui em
função das operações dos factos patrimoniais.
Em suma, a conta deve ser "homogénea " e "integral" dado que só poderá admitir movimentos
ligados com a respectiva classe de valores, não excluído qualquer deles.
Contas divisionárias ou subcontas – são aquelas que resultam da decomposição das contas
colectivas, ou seja, aquelas que nascem das contas colectivas e são denominadas contas filhas.
Ex: Contas 1.2.1 Depósitos à ordem; 1.2.2 Depósitos com pré-aviso; 1.2.3 Depósitos a prazo.
Contas Subsidiárias – são do mesmo grau que a conta principal, onde são registados os factos
patrimoniais durante o período e no final, os saldos são transferidos para as respectivas contas
principais.
Segundo Perreira (1980:107), contas subsidiárias são todas aquelas contas cuja extensão se
transfere periodicamente para outra conta, dita principal.
Exemplos: As contas das Classes 6 Gastos e Perdas e 7 Rendimentos e Ganhos são subsidiarias das
contas de Resultados pois transferem os seus saldos no final do período para as contas principais
da Classe 8 Resultados, para se apurarem resultados do exercício.
Quanto ao grau
• Contas do 1º grau – são contas de maior generalidade (singulares e colectivas) e no geral,
apresentam dois dígitos.
Geralmente a conta é representada por meio de um dispositivo que tem a forma de um “T”. Sobre
o traço horizontal indica-se o título da conta podendo-se distinguir-se um lado esquerdo e um lado
direito.
Em esquema, temos:
O lado esquerdo é designado de Débito ou Deve e o lado direito de Crédito ou Haver10. Os valores
registados no débito denominam-se débitos e os registados no crédito denominam-se créditos.
Assim,
Uma conta fechada apresenta: o seu saldo, os valores totais de crédito e de débito (que devem ser
iguais) sublinhados por duas linhas.
10 Os termos Debito ou Deve e Crédito ou Haver provem de um processo onomatológico ligado à historia da
contabilidade, na fase em que as contas representavam exclusivamente as pessoas dos devedores e dos credores. Sendo
que as variaçoes aumentativas de uma pessoa devedora , constituiam o seu dédito( aumentando o débito de um devedor,
ele deve mais) e as diminutivas o seu crédito, tal como as variaçoes aumentativas da conta de uma pessoa
credora(aumentando o crédito de um credor, ele tem haver mais e as diminutivas constituem o seu débito. Borges at
all(2000:48)
Exemplo
D 1.2 Bancos C D 4.2 Fornecedores D 1.2 Bancos C
25.000,00 18.000,00 10.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00
Sd= 7.000,00 Sc=5.000,00 15.000,00 15.000,00
15.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00
Reabrir uma conta – consiste em inscrever a importância do saldo na coluna ou secção dos
débitos (se o saldo da conta fechada for devedor) ou na coluna dos créditos (se o saldo da
conta fechada for credor).
Para tal, deve-se antepor ao valor da conta, o sinal Si que significa Saldo inicial com que a conta
iniciou as actividades de respectivo período.
Exemplo:
D 1.2 Bancos C D 4.2 Fornecedores C Si)
7.000,00 Si) 5.000,00
Este princípio desenrola-se, em termos práticos, sobre as diferentes contas, regulando assim o
comportamento geral da dinâmica patrimonial.
Em termos gerais, as regras de movimentação de contas são vistas em grupo de classes, o que
significa que todas as contas de uma determinada classe tendem a ter o mesmo comportamento
quando movimentadas:
• As contas do Activo (classe I, II e III e IV12) debitam-se pelo valor ou extensão inicial e
pelos aumentos e, creditam-se pelas diminuições
• As contas de Capital próprio (classe V) creditam-se pelo valor inicial e pelos aumentos e,
debitam-se pelas diminuições – movimentam-se como as contas do Passivo.
• As contas de Gastos e Perdas (classe VI) debitam-se pelo valor inicial e pelos aumentos e,
creditam-se pelas diminuições – movimentam-se como as contas do Activo.
• As contas de Rendimentos e Ganhos (classe VII) creditam-se pelo valor inicial e pelos
aumentos e, debitam-se pelas diminuições – movimentam-se como as contas do Passivo.
• As contas de Resultado (classe VIII) debitam-se pelos Gastos e perdas e creditam-se pelos
Rendimentos e ganhos..
Esquematicamente teríamos:
D Classes I, II, III, IV e VI C D Classes IV, V e VII C D Classe VIII
C
valor inicial Diminuições Diminuições valor inicial Gastos e
Perdas Rendimentos e Ganhos
aumentos aumentos P rejuízos Lucros
A variação de uma conta é sempre equilibrada pela variação de uma ou de outras contas, ou por
outras, qualquer débito ou crédito de uma conta, corresponde a um crédito ou débito de uma outra,
de igual valor.
Esse fenómeno designa-se de Princípio de partidas dobradas ou duplas. Segundo este princípio,
"todo o facto patrimonial implica variações em duas contas, variações de igual valor, mas de efeito
contrário".
Nas variações das contas, os factos patrimoniais qualitativos ou permutativo, implicam variações
em contas do Activo e/ou do Passivo, enquanto que os factos patrimoniais quantitativos ou
modificativos, implicam variações em contas do Activo e/ou do Passivo bem como nas contas da
Situação Líquida, pois alteram o valor do património.
São inventários parciais, os inventários das mercadorias, o inventário dos imóveis, etc.
Quanto à apresentação
• Quando o inventário apresenta os elementos patrimoniais dispostos ao acaso (sem
obediência a qualquer agrupamento e ordenação), diz-se Simples, ou Corrido, ou ainda
Impírico.
Seriação e Disposição
Seriação
Na relação escrita dos elementos patrimoniais, regra geral, os elementos activos aparecem por
ordem crescente de liquibilidade, enquanto o passivo aparece ordenado por prazos decrescentes de
exigibilidade.
Disposição
Conforme a posição relativa do Activo e do Passivo, distinguem-se os seguintes dispositivos:
a) Disposição horizontal
Activo Passivo
b) Disposição vertical
Activo
Passivo
15
Devedores e Credores
MODELO DE INVENTÁRIO EM DISPOSICÃO VERTICAL
Valores
ACTIVO Parciais Somatórios
Activos Permanentes
Activos Correntes
TOTAL DO ACTIVO
PASSIVO
TOTAL DO PASSIVO
Valores Valores
ACTIVO Parciai s
PASSIVO Parciai s
Somatóri os Somatórios
Activos não Correntes
Compreendem elementos
patrimoniais cujo tempo de
permanência na empresa é
superior a um ano, e que
se
destinam a produção de
bens e serviços ou de
outros activos.
Enquadram-se aqui
contas de investimentos
de capital ou seja do
Imobilizações(imobilizaçõ Alistam-se aqui as dívidas
es corpóreas e não da empresa com terceiros(
corpóreas, construções, contas a Pagar),
designadamente as contas
equipamentos, de Fornecedores,
investimentos Empréstimos obtidos;
financeiros). Dividas com o Estado e
Activos Correntes outras Credores
Compreendem elementos
patrimoniais detidos pela
empresa cujo tempo de
permanência na empresa é ate
um ano. Fazem parte as
disponibilidades(caixa e
bancos), os Créditos (contas a
receber) e as existências(bens
armazenáveis destinados ao
consumo ou venda ou a serem
incorporados no processo
produtivo)
A posição usual do inventário é a vertical, conforme exemplo que se apresenta mais adiante
4.5 Transportes
A inventariação do património de uma unidade económica muitas vezes resulta a um a lista
complexa dos elementos patrimoniais que ocupa mais do que uma página, havendo por conseguinte
a necessidade de transportar os valores totais de uma página para a outra, a seguinte, para dar
continuidade do registo. O transporte das somas observa certas regras, a saber׃
1. A última linha de cada página destina-se à soma (ou somas) a transportar para a página
seguinte;
2. Debaixo duma importância a transportar nunca se faz qualquer traço;
3. A primeira linha da página seguinte destina-se ao título do trabalho e a segunda linha ao
transporte da página anterior.
Disponibilidades
Caixa
Dinheiro Em Cofre ..............….…………………………….…...18.800,00 18.800,00
Depósitos A Ordem
Depósitos No Bim...............………………………….……..…292.003,00
Depósitos No Fnb..................…………………………… ..…225.200,00 517.203,00
590.003,00
Investimentos De Capital
Activos Tangíveis
Um Edifício Com Armazém E Escritório.................................868.600,00
Mobiliário De Escritório.......................................................160.000,00
1 Viatura De Marca Toyota 4x4.......................................650.000,00 1.678.600,00
A Transportar.......................................................................................................2.268.603,00
.......Soma
(Fim Da Pagina)
Depósitos A Ordem
Depósitos No Bim 92.003,00
Depósitos No Fnb 225.200,00 517.203,00
590.003,00
Contas A Receber
Créditos A Curto Prazo
Clientes
Divida De H&H Comercial .49.410,00
Saque S/ MSC .77.600,00 67.500,00
Outros Devedores
Vales Dos Trabalhadores…………….....................65.000,00 65.000,00
Inventários
Mercadorias
89 Televisores .130.000,00
25 Congeladores 340.000,00 470.000,00
Embalagens Retornáveis
03 Contentores 660.000,00 660.000,00
Investimentos De Capital
Activos Tangíveis
Um Edifício Com Armazém e escritório 868.600,00
Mobiliário De Escritório 160.040,00
1 Viatura De Marca Toyota 4x4 650.000,00
5 Computadores De Mesa 175.000,00
2 impressoras 18.804,00
1 Maquina Registadora. 8.000,00 1.880.444,00
Activos Intangíveis
Trespasse do estabelecimento comercial .500.000,00 500.000,00
TOTAL DO ACTIVO 4.212.947,00
PASSIVO
Dividas a Curto Prazo
FORNECEDORES
Crédito de Costa e Reis Distribuidores, Lda. 320.000,00
Aceite a Kcomercial 550.000,00 770.000,00
4.6 Finalidades
Uma vez que todo comerciante precisa saber qual é o capital que vai aplicar no seu negócio, no
início da sua actividade comercial elabora sempre um inventário geral (Inventário Inicial).
Mas para além do inventário inicial, nota-se que todas empresas, anualmente elaboram um
inventário geral (Inventário Anual). Como a contabilidade nem sempre regista rigorosamente, ou
continuadamente alguns factos patrimoniais, tal inventário é sempre indispensável para, no fim de
cada ano se poderem comparar os valores reais com os valores apresentados pela escrita, e assim
se efectuarem as necessárias rectificações.
Sublinhe-se que inventariar um património não e um trabalho tão fácil que parece a primeira vista.
Há casos em que se pode ou deve incluir valores ainda não registados e excluir outros que embora
existindo na empresa já não pertencem a empresa, tal e o caso de dos bens já adquiridos mas que
ainda não entraram na empresa, os quais devem ser considerados, ou seja inclusos na lista. Ora,
para os bens que tenham sido vendidos mais que ainda não saíram da empresa devem ser excluídos
no inventário. Borges(2000:39)
O balanço e portanto composto por dois membros representados num mapa de origens e de
aplicações de fundos onde o segundo membro corresponde as origens e o primeiro as aplicações de
fundos. Usualmente o balanço e elaborado com uma certa periodicidade, em geral um ano. Ora
estando o património da empresa em continua transformação ou alteração, o balanço apenas nos da
a conhecer a situação patrimonial nas datas da sua elaboração, dai que um só balanço representa
uma situação estática, enquanto que a comparação de balanços sucessivos representa uma situação
dinâmica, porquanto vai dando a conhecer a evolução patrimonial da empresa.
Um balanço constitui uma fotografia da situação patrimonial da empresa, na medida em que dános
a conhecer a posição financeira ou patrimonial da empresa em determinada data. Borges(2000:43)
״O balanço e a demonstração financeira que apresenta a posição de uma empresa no final do seu
exercício económico, e que divulga devidamente agrupados e classificados, os activos, os passivos
e o capital próprio. 15״
5.2.Objectivos do Balanço:
• Apuramento da situação patrimonial em certo momento (aspectos estático);
• Determinação dos resultados em dado período (aspecto dinâmico).
15DA COSTA , Carlos Baptista e Gabriel Correia Alves(2008), Contabilidade Financeira,Editora Rei dos
Rei, 7ªediçao, 2008,
Pag.152
Qualquer que seja o momento considerado, quando comparamos o ACTIVO e o PASSIVO dum
património são, possíveis três casos distintos aos quais correspondem para a situação líquida, as
seguintes designações, símbolos e valores, e para o Balanço, respectivamente, as expressões e
géneros:
De notar que:
• As entidades económicas com uma situação líquida normal apresentam balanços do 1º
género (A > P, S > 0);
• São muito raros os balanços do 2º género (A = P, S = O);
• As unidades económicas que apresentam balanços do 3º género (A < P, S < O), encontram-
se em má situação (situação de falência técnica, muito embora a falência só ocorra, de facto,
com a cessão de pagamentos, quando o grau de disponibilidade das massas parciais do
activo for insuficiente para responder ao grau de exigibilidade das massas parciais do
passivo).
Entretanto, não só a massa geral da situação líquida se pode classificar em activa, nula ou passiva
(ou positivo, nula ou negativo), mas também cada uma das massas parciais, com excepção da
situação líquida inicial, que será sempre positiva ou nula.
Será nula quando o comerciante em nome individual iniciar o seu negócio com capital alheio, isto
é, com fundos provenientes de empréstimos. Tratando-se de sociedades, a situação líquida inicial
será sempre activa, pois os sócios entregam ou ficam a dever à sociedade os valores que
subscreveram para a formação do Capital Inicial.
Assim, o facto da situação líquida ser positiva, nula ou negativa não significa que todas as suas
massas parciais sejam, respectivamente, positivas, nulas ou negativas.
Com efeito, sendo a situação líquida inicial geralmente positiva, compreendemos que em
qualquer género de balaço a situação líquida retida e a situação líquida adquirida no exercício
possam ser positivas, nulas ou negativas, desde que:
1) Nos balanços do 1º género, sendo negativa a sua soma algébrica, o valor absoluto desta seja
menor que a situação líquida inicial;
2) Nos balanços do 2º género, a sua soma algébrica seja negativa e de valor absoluto igual à
situação líquida inicial;
3) Nos balanços do 3º género, a sua soma algébrica seja negativa e de valor absoluto maior
que a situação líquida inicial.
Todas estas hipóteses estarão de acordo com a expressão geral do balanço: A = P + S, a qual, em
termos de massas parciais da situação líquida, se traduz nesta outra expressão:
A = P - Si ± Sr ± Sre
a) Disposição Horizontal
b) Disposição Vertical
Activo 500.000,00
Passivo 300.000,00
Sit.Liq. 200.000,00
500.000,00
Balanços Sintéticos
É sintético o balanço que representa apenas os valores das massas parciais do Activo, do Passivo e
da Situação Líquida. Será ainda sintético quando nele figurarem os valores das várias contas do
activo, do passivo e da situação líquida, o qual, embora forneça um maior número de informações
que o anterior, não permite ainda conhecer em pormenor a composição do património da empresa.
Balanço sintético
Balanço de Afro Comercial, Lda. em 31 de Dezembro de 2010.
Activo ………182.764,00 Fundos Próprios
……..300.000,00
Total…..……500.000,00 Passivo…….…200.000,00
.
500.000,00
Balanços analíticos
Será já um balanço analítico todo aquele que apresente o desenvolvimento de algumas contas, isto
é, que apresente os seus valores desdobrados em várias parcelas, correspondentes a determinados
subconjuntos de valores patrimoniais com características comuns e específicas (subcontas ou
contas divisionárias).
Quanto ao momento de elaboração pode ser: De Fundação, de Liquidação, Inicial, Final, ordinário,
extraordinário
Balanços ordinários - constituem aqueles que são elaborados anualmente, no fim de cada exercício
económico.
Segundo Borges(2000׃62). Escrituração Contabilística: ״é o acto de registo de das operações nos livros e
documento ״permite registar as variações do património da empresa. Designa-se por lançamento a
anotação de qualquer facto patrimonial nos livros de contabilidade.
A quando do estudo das regras de movimentação de contas, vários exemplos e exercícios foram
dados para melhor compreensão da matéria. E para a escrituração, evidenciamos os passos/regras
a serem seguidas para a contabilização dos factos patrimoniais, nomeadamente:
Naquele momento, o ponto fulcral eram as contas em si e não exactamente as operações. Vejamos,
agora, as exigências predominantes no processo de escrituração contabilística. Os factos
patrimoniais registados pela contabilidade são descritos e comprovados por meio de escritos
comerciais(os documentos). Os documentos são pois a base de todo o registo contabilístico, sem
os quais os mesmos não poderão processar. Aliás as empresas são sujeitas a incorrerem em sanções
se procederem ao registo não devidamente documentados.
b) Diário;
c) Razão;
d) Copiador – livro onde se transladam na íntegra, cronológica e sucessivamente, toda a
correspondência recebida e expedida pela entidade económica.
Naturalmente, os originais recebidos e a cópia dos documentos remetidos a terceiros devem ser
conservados e guardados por um determinado período de tempo, de tal forma que possam ser
facilmente encontrados em qualquer momento, isto é, devem ser arquivados.
Nas suas relações com o exterior, as empresas utilizam principalmente os seguintes documentos:
nota de encomenda, guia de remessa, facture, nota de débito, nota de crédito, recibo, guia de
depósito, cheque e letra.
6.5.1. Comprovantes
A todo e qualquer lançamento deve corresponder um ou vários comprovantes. Estes comprovantes
são documentos que podem ser de movimento interno ou externo.
Documentos de movimento interno – aqueles que são elaborados no seio da empresa para uso
interno (folhas de ferias, notas ou verbetes de lançamento, etc.).
Sempre que não seja possível obter o documento correspondente a qualquer movimento externo,
dever-se-á elaborar internamente um documento equivalente, assinado pelo respectivo responsável.
O Diário Geral
Diário é o livro obrigatório onde o comerciante lançará, dia a dia, por ordem de datas, em assento
separado, cada um dos seus actos que modifiquem ou possam modificar o seu património.
Existem vários modelos de Diário, representando-se na sua forma clássica ou moderna, podendo
ser analítico ou sintético conforme as novas necessidades do tratamento da informação.
Legenda
a) Número de lançamento;
b) Preposição “a” que indica a conta a creditar;
c) Localidade, data, cabeçalho, descrição ou histórico;
d) Número de fólio no razão geral, isto é, a ordem do aparecimento das contas
e) Coluna auxiliar de importância (valores parciais);
Em suma, é um livro onde as operações ou factos patrimoniais são registados por ordem de contas.
Legenda:
a) e b) Data (ano , mes e dia , respectivamente)
c) Preposição ״a ״do lado esquerdo ou preposição ״de ״do lado direito.
d) Contrapartida da conta movimentada
e) Número de lançamento no Diário
f) Importância
A preposição “a” indica que a conta está sendo creditada e a “b” indica que a conta está sendo
debitada.
c) Quanto à fórmula
Lançamento de 1ª fórmula – Um débito corresponde a somente um crédito, ou seja uma conta a
debitar para uma conta a creditar (é um lançamento simples).
Lançamento de 2ª fórmula – Um débito corresponde a vários créditos, ou seja, uma conta a debita
em contrapartida de várias contas a creditar. (é um lançamento composto).
Lançamento de 4ª fórmula – vários débitos correspondem a vários créditos, ou seja, várias contas
a debitar para várias a creditar. (é um lançamento composto)
7. BALANCETE
Balancete é um quadro recapitulativo das contas do Razão onde, conta a soma do débito e de
crédito de cada conta e os respectivos saldos (devedores ou credores), Borges(2000:82)
O balancete é o resumo do Razão, onde a soma dos totais do Debito e do Credito deve ser igual,
coincidindo também com o total do Diário, estabelecendo deste modo a chamada Tripla igualdade.
Total Dos Débitos = Total Dos Créditos = Valor Total Do Diário
Da igualdade dos totais dos créditos e dos débitos resulta necessariamente a igualdade das somas
dos saldos: Soma Dos Saldos Devedores = Soma Dos Saldos Credores.
A não versificação de qualquer das igualdades pode resultar de ocorrência de um erro, sendo
pertinente a verificação dessa concordância como método de controlo e de verificação
Contabilística
Os Balancete não evidenciam erros cometidos no Diário, tais como substituição ou inversão de
contas, omissão ou duplicação de lançamentos, pois as quantias registadas a débito podem ser
iguais, satisfazendo o princípio das partidas dobradas. Os erros podem ser detectados no balancete
quando no acto de registo no diário não se observa o princípio de partidas dobradas, ou seja quando
o movimento a débito no Diário e na Razão não corresponde em termos de quantias ao movimento
a credito num determinado lançamento.
Se por alguma razão os totais do diário não forem iguais aos do Razão significa que algum
lançamento foi mal efectuado, havendo assim a necessidade de uma correcção imediata.
O Balancete é quase um Balanço visto que apresenta os saldos de todas as contas dando-nos uma
ideia aproximada da situação da empresa. Apresentando o valor actual de cada classe de elementos
patrimoniais ele permite uma análise sumária da situação económica e financeira da empresa.
Esquema:
BALANCETE
N. Saldos
Fólio Contas Débito Crédito Devedores Credores
Total D C Sd Sc
Elaboração do Balancete
O processo de elaboração de balancete ocorre em obediência a algumas etapas indispensáveis tais
como:
• Somar a lápis, e na entrelinha, o débito e o crédito de todas as contas do razão que se estiver
a trabalhar;
Como se pode ver, é um processo relativamente simples uma vez que no diário e no razão já foram
feitos os processos mais exigentes.
Como no Razão geral figuram apenas os totais das contas do 1º grau, a inscrição dos saldos das
contas mistas, no Balancete, exige a prévia elaboração dos Balancetes dos respectivos Razões
auxiliares, onde figuram os totais e saldos das contas divisionárias.
Obviamente, a diferença entre os dois saldos desta conta será igual ao saldo único da conta colectiva
do 1º grau.
Finalidade do Balancete
Durante o exercício económico, os Balancetes são elaborados periodicamente, em geral todos os
meses, com as seguintes finalidades:
Assim, podemos concluir que o Balancete é também um instrumento de controlo visto que permite:
detecção de erros para a sua posterior solução.
Estes servem para acolher os lançamentos das subcontas de uma conta do 1 grau. Estes Balancetes
teem a sua explicação aprofundada na parte onde falamos sobre saldos de contas mistas.
c) Balancetes de encerramento de contas
Estes são elaborados no final do exercício económico. São os chamados Balancetes anuais. É o
último do exercício económico.
8. ESTORNOS
Uma das finalidades dos registos contabilísticos e servir de meio de prova no caso de litigio, sendo
que não devera apresentar irregularidades. A luz do Código comercial vigente a escrituracao
contabilística devera ser feita sem intervalos em branco, entrelinhas, rasuras ou transporte para as
margens. Se houver erro ou omissão em qualquer assento será ressalvado por meio de estorno
O estorno é um lançamento destinado a anular ou rectificar outro que esta errado ou a preencheu
uma lacuna, Borges et all(2000:78)
Causas de estorno
Os lançamentos de estorno podem ter várias causas, nomeadamente:
1) Omissão de lançamento – quando ocorre um determinado facto patrimonial e não o
contabilizamos;
3) Inversão de contas – quando num lançamento se debita uma conta que devia creditar e
vice-versa;
4) Substituição de contas – quando se debita ou credita uma conta diferente daquela que devia
ser debitada ou creditada;
Estorno no Diário
a) Omissão do lançamento
O estorno consistira no lançamento omisso, com menção no histórico a data da respectiva operação.
Por lapso não foi registado no passado dia 19 de Outubro o Talão de Deposito a ordem nº1910
sobre FNB no valor de 50.000,00
---------------------X---------------------------------------------
1.2.BANCOS 50.000,00
2 a 1.1 CAIXA
50.000,00
N/ Deposito efectuado no dia 19/10 sob talao n.1910
Por lapso não registado nessa data ------ ----------------
X------------------------------------------
b) Duplicação do Lançamento
Na duplicação do lançamento, o estorno consiste na anulação do segundo lançamento, mediante a
operação ou lançamento inverso
Exemplo. Pelo pagamento da factura nº1221 do Fornecedor X no valor de 110.000,00 foi registado
em duplo nos lançamentos 17 e 19
---------------------X---------------------------------------------
4.2 FORNECEDORES c/c 110.000,00
17 a 1.1 CAIXA 110.000,00
p/ liquidacao da Factura n.1221
----------------------X------------------------------------------
4.2 FONECEDORES c/c 110.000,00
19 a 1.1 CAIXA 110.000,00
p/ liquidacao da Factura n.1221 ------------ ---------- X-------------
-----------------------------
---------------------X---------------------------------------------
1.1 CAIXA 110.000,00
22 a 4.2 FORNECEDORES c/c 110.000,00
P/anulacao do lançamento n.19 por duplicacao ----------- ----
-------X------------------------------------------
c) Inversão de Contas
Pelo pagamento em numerário de 3 meses de arrendamento o edifício onde funcionam os escritórios
da empresa, no valor de 18.000, Recibo n. 177, efectou-se o seguinte registo:
---------------------X---------------------------------------------
1.1 CAIXA 18.000,00
25 a 6.3 FORNECIMENTOS E SERVICOS DE TERCEIROS 18.000,00
S/Recibo n 177 .pagamento de 3 meses da renda do escritorio -------------- --------X-----
-------------------------------------
Estorno pelo processo geral
Anulação do lançamento errado
---------------------X---------------------------------------------
6.3 FORNECIMENTOS E SERVICOS DE TERCEIROS 18.000,00
31 a 1.1 CAIXA 18.000,00
Anualacao do lanacmento n25 ----------- -----------X- ---------------
--------------------------
Lançamento correcto
---------------------X---------------------------------------------
6.3 FORNECIMENTOS E SERVICOS DE TERCEIROS 18.000,00
32 a 1.1 CAIXA 18.000,00
S/Recibo n 177 .pagamento de 3 meses da renda do escritorio ----------- -----------X- ---------------
--------------------------
Pelo Processo abreviado, o estorno consistira lançamento inverso pelo dobro da importância
---------------------X---------------------------------------------
6.3 FORNECIMENTOS E SERVICOS DE TERCEIROS 36.000,00
32 a 1.1 CAIXA 36.000,00
S/Recibo n 177 .pagamento de 3 meses da renda do escritorio ----------- -----------X- ---------------
--------------------------
d) Substituição de Contas
Pelo pagamento da divida de cliente C com cheque no valor 70.000,00 foi registada a operação no
Diário da seguinte forma:
---------------------X---------------------------------------------
1.2 BANCOS 70.000,00
37 a 4.1 CLIENTES c/c 70.000,00
p/pagamento da divida do Cliente C com cheque
----------------------X------------------------------------------
Correcção pelo processo geral
Anulação do lançamento incorrecto
---------------------X---------------------------------------------
4.1 CLIENTES c/c 70.000,00
40 a 1.2 BANCOS 70.000,00
Anulacao do lancamento n37
----------------------X------------------------------------------
Lançamento correcto
---------------------X---------------------------------------------
1.1 CAIXA 70.000,00
41 a 4.1 CLIENTES c/c 70.000,00
p/pagamento da divida do Cliente C com cheque
----------------------X------------------------------------------
Pelo Processo abreviado, o estorno consistirá na transferência do valor para conta indevidamente
debitada ou creditada para a conta devida, de forma resumida.
---------------------X---------------------------------------------
1.1 CAIXA 70.000,00
41 a 1.2 BANCOS 70.000,00
p/pagamento da divida do Cliente C com cheque ----------------------X------- ---------------
--------------------
e) Alteração de quantias
Pelo operação relativa a compra de uma viatura com cheque nr12123 sobre Banco Terra no valor
de 400.000,00 foi lançado, no diário, por lapso o valor de 40.000,00Mt:
---------------------X--------------------------------------------- 3.2
ACTIVOS TANGIVEIS
3.2.4 Equipamento de Transporte 40.000,00
46 a 1.2 BANCOS 40.000,00
p/Compra de uma viatura a vista com cheque nr123123 -------------- --------X-----
-------------------------------------
Correcção pelo processo geral
Anulação do lançamento incorrecto
---------------------X---------------------------------------------
1.2 BANCOS 4.1 CLIENTES c/c 40.000,00
50 a 3.2 ACTIVOS TANGIVEIS
3.2.4 Equipamento de Transporte 40.000,00
Estorno no Razão
No razão podem verificar-se dois tipos de erros, a saber:
• Erros já cometidos no Diário e transcrição ou arrastados para o Razão
• Erros cometidos apenas no Razão
No primeiro caso os erros são corrigidos mediante a passagem para o Razão dos lamacentos de
estornos efectuados no Diário.
No segundo caso, os erros cometidos no Razão são emendados no Razão por meio de um traço a
tinta de cor diferente, sobre o registo que carece de correcção deixando-o legível e, em seguida
efectua-se o registo correcto na linha seguinte.
O essencial é que as correcções ou emendas não dêem lugar a suspeitas de fraude, deixando legível
o teor da primeira inscrição, visualizando-se desta forma o motivo porque as emendas foram
efectuadas.