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QUADRO COMPARATIVO

AUTOR ANNA FREUD DONALD WINNICOTT MELANIE KLEIN


PERÍODO 1895-1982 1896-1971 1882-1960

Anna Freud, foi uma psicanalista, Donald Woods Winnicott, foi um Melanie Klein, foi uma psicanalista
filha de Sigmund Freud. Pedagoga pediatra e psicanalista inglês austríaca. Em geral é classificada como uma
de formação, exerceu essa influente no campo das teorias das psicoterapeuta pós-freudiana. Em 1916, em
profissão nos anos de 1914 a 1920. relações objetais e do Budapeste, teve o primeiro contato com a
E por um curto período de tempo foi desenvolvimento psicológico. Ele foi obra de Sigmund Freud e fez análise com
professora infantil, e logo se juntou líder da Sociedade Britânica de Sándor Ferenczi. Estimulada por ele, iniciou
ao circulo de discípulos de Freud, e Psicanálise Independente, e o atendimento de crianças. Em 1919 tornou-
BIOGRAFIA então se tornou Psicanalista, com o Presidente da Sociedade Britânica de se membro da Sociedade de Psicanálise de
seu tratamento voltado para Psicanálise duas vezes (1956-1959 e Budapeste. No ano seguinte conheceu
crianças, sendo a pioneira nesta 1965-1968). Freud e Karl Abraham, no Congresso
área, e estabeleceu clínicas e Psicanalítico de Haia. Abraham convidou-a
berçários para crianças que eram para trabalhar em Berlim. Em 1921, o marido
vitimas da guerra, sobreviventes do se transferiu para a Suécia e Melanie
holocausto, ou que estavam sendo permaneceu em Berlim com os filhos.
atormentadas pelas suas vidas.

CONCEITOS-
Instintos, Superego, Estruturas Self, Ambiente, Imaturidade Ansiedade, Emoção, Projeção
CHAVES

• Anna priorizava a forma como o • O ego corresponde, para Winnicott, • Segundo Klein “desde o início as relações
ego procurava se proteger das àquilo que pode organizar, dando de objeto são moldadas por uma interação
forças internas e externas. Por sentido e integrando, as diversas entre introjeção e projeção, e entre objetos
isso, Anna, dividiu essas forças experiências corporais, muito antes e situações internas e externas”. Seriam
em três tipos. Primeiro, o poder que qualquer unidade pessoal estas interações – entre projetar o ódio e
dos instintos, segundo, o poder possa ter sido alcançada. Cabe ao internalizar o seio mau e/ou projetar o
punitivo do superego. E, em ego, nesse sentido de tendência, amor e incorporar o seio bom - que
terceiro, as ameaças causadas apreender e dar sentido às conduzem a formação do ego e do
pelo ambiente externo. Apesar de experiências corporais; são essas superego arcaico, preparando o terreno
ter sido muito influenciada pelas experiências corporais, assim para o aparecimento do complexo de
teorias de seu pai, Anna Freud registradas, catalogadas e Édipo concomitantemente a posição
também divergiu delas. Também interpretadas pelo funcionamento depressiva. Caso venha a ocorrer a
ampliou as suas teorias, em do ego que Winnicott considerará projeção de um mundo interno
alguns sentidos. Anna ampliou o como sendo o id. É nesse sentido predominantemente hostil, isso pode
papel do ego, enfatizando o seu que Winnicott afirmará que "não há ocasionar a internalização de um mundo
CONSTRUÇÃO DO funcionamento independente do id antes do ego" Winnicott, inverte externo hostil, e vice-versa.
EGO Id. a formulação freudiana, e que a
suposição de haver um ego desde • Klein divergiu de Freud na suposição de
o início é o que estava sendo que o ego existe ao nascimento. Ela
considerado pelos autores da acreditava que o instinto de morte é
psicologia do ego. Mas, que a traduzido após o nascimento em sadismo
existência desse ego inicial oral, o qual, projetado para fora, dá lugar
também deveria supor como às fantasias de um seio mau, destrutivo,
“intimamente relacionado a um devorador. Tanto agressão como libido
apoio do ego fornecido de modo são expressas desde o nascimento em
sensível pela mãe ao bebê que tem diante por fantasias inconscientes.
a sorte de possuir uma mãe
apoiadora do ego.” • Embora Klein concordasse que fatores
ambientais podem desempenhar um papel
• Donald, parece não somente em estimular a agressão excessiva, ela
modificar o sentido dado pelos enfatizou como a causa de distúrbio
psicanalistas ao termo ou conceito emocional a força inata da agressão,
de ego, mas também introduz o aliada à formação de ansiedade excessiva
termo ou conceito de self, do ego e baixa tolerância de ansiedade.
raramente utilizado na psicanálise • A tarefa emocional principal da posição
até então e que parece ter um depressiva é lidar com o medo do ego de
referente próximo ao de ego. Nesse perder os objetos externos e internos
sentido, pode-se afirmar que o self bons. As reações emocionais
é um termo descritivo, enquanto o correspondentes são ansiedade e culpa. A
ego é um termo teórico. Por termo preservação de objetos bons torna-se mais
teórico pode-se entender que o ego importante do que preservar o próprio ego.
é um conceito, um nome dado a um Objetos maus internalizados que foram
conjunto de experiências que o anteriormente projetados compõem o ego
indivíduo agrupa numa unidade primário, o qual ataca o ego com
pessoal; enquanto que ao self sentimentos de culpa. Os maus objetos
corresponde a experiência da dentro do superego, conforme observado
unidade empírica do indivíduo na acima, podem contaminar os bons objetos
sua relação com o mundo: “Para internos do superego que se tornaram
mim o self que não é o ego é a incorporados no superego devido às suas
pessoa que é eu, que é apenas eu, demandas por determinados tipos de
que possui uma totalidade baseada comportamento.
no processo de maturação.”

• Anna traz à tona, pela primeira • Para Donald, ego, termo usado • Melanie acreditava que conduzindo o ego
vez, a ideia da análise do ego para referir-se a uma tendência (à a assimilar o superego de uma forma mais
como uma resposta instintiva a integração) que caracterizaria a coesa, aumentava a força de integração
realidade, ou seja, que própria estrutura ontológica do ser do ego.
instintivamente tentamos proteger humano, e também à unidade
“a imagem aceitável do que individual integrada (agrupando um • Para Melanie, o ego sustentado pelo
somos” com uma variedade de conjunto de experiências num objeto bom internalizado e fortificado pela
defesas. nome), um conceito que se refere identificação com ele, projetava uma
ao conjunto de experiências porção de pulsão de morte dentro daquela
individuais integradas numa parte de si mesmo que ele havia excindido
FUNÇÕES DO EGO unidade; e a expressão pessoa – uma parte que, dessa forma, passa a
inteira corresponde à chegada do estar em oposição ao resto do ego e forma
indivíduo a um modo de a base do superego
organização em que ele precisa
administrar sua vida instintual
(sexual) nas suas relações
interpessoais, vivendo e
procurando soluções (mais ou
menos patológicas) aos conflitos
que derivam de fazer a vida com os
outros.

Produzido por: @juliananascar

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