Universidade Vale do Rio Verde

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Curso de Direito
Prática Penal

AO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

FERREIRAS/UF

Autos n.º 0045689-09.2018.0.13.0155

CLEMÊNCIA, já qualificada nos autos em epígrafe da Ação Penal movida em seu desfavor
pelo Ministério Público do Estado de UF, em razão de uma suposta prática do crime de furto,
tipificado no artigo 155, caput, do CP, por seu advogado que esta subscreve (procuração
anexa), vem respeitosamente perante Vossa Excelência, apresentar/oferecer RESPOSTA
ESCRITA À ACUSAÇÃO, nos termos do artigo 396 e 396-A do CPP, expondo e
requerendo que se segue.

I - DOS FATOS

O Ministério Público da Comarca de Ferreiras ofereceu denúncia contra Clemência face a

suposta prática de um crime de furto – tipificado no artigo 155, caput, do CP. Como narrado
na denúncia, no dia 25 de outubro de 2018, Clemência teria entrado em uma farmácia na
cidade de lá teria furtado alguns medicamentos, os quais somam R$90,00 (noventa reais) de
prejuízos. Como era um sábado, a Polícia Civil de plantão lavrou a prisão em flagrante e no
depoimento, Clemência afirmou que precisava dos medicamentos, pois está muito doente e
não tinha dinheiro para comprar. O Ministério Público ofereceu a denúncia e os autos foram
distribuídos ao juízo criminal com o número 0045689-09.2018.0.13.0155. O Juiz da 3ª Vara
Criminal recebeu a denúncia e não reconheceu nenhum vício. A ré foi citada pessoalmente
onde reside, na Rua João Furtado, Centro, Ferreiras.

II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS / DO DIREITO

A) Atipicidade do Fato por Insignificância – Causa de Absolvição Sumária
o princípio da insignificância não pode ser aplicado a torto e direito. Há requisitos que
necessitam ser preenchidos, quais sejam:

I. inexpressividade da lesão jurídica cometida;

Rua Dr. Viotti, nº. 134 – Centro

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II. nenhuma periculosidade social decorrente da ação;

III. mínima ofensividade da conduta do agente;

IV. baixo grau de reprovabilidade da conduta;

Com o preenchimento concomitante dos requisitos cantados acima, torna-se plausível a

aplicação do referido princípio, concedendo ao réu a absolvição por atipicidade material.

Ora, a lesão constatada ao patrimônio do ofendido é irrelevante, a ação não fora cometida
mediante violência ou grave ameaça, tampouco verifica-se quaisquer justificava para privar
da liberdade e/ou restringir direitos da acusada, motivos que bastam e clamam pela absolvição

A insignificância leva à atipicidade material do fato, por ínfima lesão ao bem jurídico.

Pede-se o reconhecimento da atipicidade pela insignificância e a consequente absolvição

sumária, nos temos do artigo 397, inciso III, do CPP.

EXCLUDENTE DE ILICITUDE POR ESTADO DE NECESSIDADE – ABSOLVIÇÃO

SUMÁRIA

Para que determinado ato tipificado seja enquadrado no estado de necessidade, é preciso que
haja a presença de determinados requisitos, são eles: Ameaça a direito próprio ou alheio.
Existência de um perigo atual e inevitável. Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo.
Portanto pede-se o reconhecimento da excludente de ilicitude do estado de necessidade, nos
termos do artigo 24 do CP, e a consequente absolvição sumária, nos termos do artigo 397,
inciso I, do CPP.

PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
O reconhecimento da atipicidade pela insignificância e a consequente absolvição sumária, nos
temos do artigo 397, inciso III, do CPP
O reconhecimento da excludente de ilicitude do estado de necessidade, nos termos do artigo
24 do CP, e a consequente absolvição sumária, nos termos do artigo 397, inciso I, do CPP
Protesta provar por todos os meios de prova em direito admitidas, em especial, as testemunhas
ao final arroladas, que deverão ser intimadas na forma da lei.

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Local e data
Advogado OAB

Testemunhas
1.
2.

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