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Autos n° ....
Sendo este viés, tem-se por certo esta defesa que deverá ser aplicado o princípio
da insignificância, o qual conduz à atipicidade material em caso da irrelevância penal do
fato. Ainda, o STJ possui o seguinte entendimento:
A admissão da ocorrência de um crime de bagatela reflete o entendimento de
que o Direito Penal deve intervir somente nos casos em que a conduta
ocasione lesão jurídica de certa gravidade, devendo ser reconhecida a
atipicidade material de perturbações jurídicas mínimas ou leves, estas
consideradas não só no seu sentido econômico, mas também em função do
grau de afetação da ordem social que ocasionem.
(STJ, 5ª Turma, AgRg no HC 480.413/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 21/02/2019, publicado 01/03/2019)
Assim, é clara e notória a comprovação de que o réu, ora acusado por furto,
praticou tal delito tão somente para saciar sua fome e de sua família, uma vez que não
possuía outros recursos ou alternativas para satisfazer a necessidade premente que
colocava em perigo sua própria vida.
Frente a todo exposto, requer que Vossa Excelência considere o fato como furto
famélico, aplicando-se as regras atinentes ao estado de necessidade, conforme Art. 24
do CP, excluindo a ilicitude da conduta e absolvendo o réu nos termos do Art. 386, III
do CP
Enfim, na terceira fase, a pena final deverá ser mantida também um 01 (um) ano,
pois, a se compulsar os autos, não se verifica nenhuma causa de aumento ou diminuição
da pena. Portanto, a pena fina será de 01 (um) ano de reclusão.
Neste caso, considerando a pena nesse patamar mínimo, nos termos do Art. 33,
§2° do CP, o regime e pena cabível quantum de pena aplicado será o regime aberto.
Nesse diapasão, nos termos do Art. 33, §2°, “c”, quando as penas forem fixadas
em montante não superior a 04 (quatro) anos edvem iniciar no regime aberto, o que é o
caso.
Ainda, no decorrer dos autos, tem-se claro que não há qualquer indicio que vá
contra a possibilidade de conversão da pena privativa de liberdade eventualmente
aplicada ao acusado em pena restritiva de direito ou mesmo multa, posto que a
condenação é inferior a 04 (quatro) anos, o delito não foi cometido com violência ou
grave ameaça, o réu não é reincidente e todas as condições do Art. 59 do CP são
favoráveis.
Verificada, portanto, esta hipótese, discorre o Art. 44, §2° do CP, que quando a
pena da condenação for igual ou inferior a um ano, pode o juiz substituí-la por uma
restritiva de direito ou uma multa.
Considerando que o réu não possui qualquer valor financeiro, haja vista que o
próprio delito indica tal situação econômica, requer que seja substituída a pena privativa
de liberdade por uma pena restritiva de direito, especialmente se for prestação de
serviços à comunidade na forma do Art. 43, IV do CP.
d) Caso haja arbitramento da pena de multa, seja ela fixada no mínimo legal, nos
termos do Art. 49 do CP, sendo este de 10 (dez) dias multas, valorados em 1/30 avos do
salário mínimo vigente.
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Local, data.
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Advogado(a)
OAB/__ n° ______