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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE JUIZ DE FORA/MG

 Autos n°123456-78.2017.8.13.0100

  

Gervásio da Silva, brasileiro, solteiro, nascido em 19/03/1950, portador do CPF n.º


099.990.009-00, com RG MG n.º 99.099.000, residente e domiciliado em Juiz de Fora,
na Rua dos Ipês, n.º 402, Centro, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por
seus advogados infra-assinados – procuração anexa – apresentar sua RESPOSTA À
ACUSAÇÃO com fulcro no art. 396 E 396-A do Código de Processo Penal, pelas
razões de fato e de direito abaixo aduzidas.

I – DOS FATOS

Segundo a peça acusatória, no dia 23/08/2011, Gervásio, mesmo sendo primário e de


bons antecedentes, teria abordado a vítima Renata, que passeava pelo parque com seu
animal de estimação, quando anunciou que queria seu celular. Como ela se negou a
fornecer o aparelho, Gervásio ameaçou agredir seu o animal que ela leva consigo. Por
gostar de seu animal, Renata logo entregou o telefone iphone a Gervásio, que
imediatamente evadiu-se do local. Após a receber a denúncia em 14/12/2020, o Juiz
mandou citar Gervásio por mandado entregue via oficial de Justiça, a qual foi
regularmente efetivada. Considere que o delito não foi praticado somente por Gervásio,
pois Geraldo também participou da ação, mas, muito embora não conste esse fato na
denúncia, Renata e as testemunhas ouvidas relataram a participação de Geraldo para
autoridade policial. Considere também que Gervásio se negou a confessar o crime.

II – DA PRESCRIÇÃO
O crime de roubo, possui pena máxima de 10 anos, logo, nos termos do artigo 109,
inciso II, do CP, a prescrição ocorre em 16 anos, portanto, como critério de análise
para a prescrição, deve-se ter como base a pena máxima prevista no tipo
penal, sendo esta, neste caso apreciado.
O réu, na época da sentença terá inevitavelmente mais de 70 anos, logo, nos termos
do artigo 115 a prescrição reduz à metade, portanto, no caso, a prescrição seria de 08
anos.
Os fatos ocorreram no dia 23/08/2011 e que a denúncia somente foi recebida no dia
14/12/2020, decorrendo mais de 08 anos.
Pede-se o reconhecimento da prescrição e a extinção da punibilidade do agente, nos
termos do artigo 107, inciso IV, do CP, absolvendo sumariamente o acusado nos
termos do artigo 397, inciso IV, do CP.

NULIDADE DA DENÚNCIA

O art. 41 do Código de Processo Penal expõe os requisitos essenciais para a


elaboração da denúncia supraconceituada. De acordo com o mencionado
artigo, a denúncia deve conter “a exposição do fato criminoso, com todas as
suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais
se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas.

Requer-se o reconhecimento da nulidade e a rejeição da denúncia, nos termos do


artigo 395, inciso I, do CPP.

Direito – Da Desclassificação e do direito a suspensão condicional do processo.

O crime de roubo é tipificado no artigo 157, caput, do CP e somente se confirma


quando há violência ou grave ameaça direcionada a pessoa. nos fatos narrados o
acusado teria feito ameaças ao cachorro da suposta vítima, mas não a sua pessoa, o
que não configura o elemento essencial do delito de roubo. Portanto, o fato não pode
ser considerado crime de roubo, pois as ameaças foram direcionas à coisa e não a
pessoa.
Pede-se a desclassificação para furto e a concessão da suspensão condicional do
processo, nos termos do artigo 89 da Lei 9.099/95.

PEDIDOS:

Preliminarmente:
o O reconhecimento da prescrição, nos termos do artigo 157 c/c artigo 109
e 115 do CP, absolvendo sumariamente o réu nos termos do artigo 397,
inciso IV, do CPP e extinguindo a punibilidade nos termos do artigo 107,
inciso IV, do CP;
o Reconhecer a nulidade da denúncia, nos termos do artigo 564, inciso III,
a, do CPP, uma vez que não observa as regras do artigo 41, requerendo
seja rejeitada a denúncia, nos termos do artigo 395, inciso I, do CPP
No mérito:
o Absolver sumariamente o réu, nos termos do artigo 397, inciso III, do
CPP, uma vez que o fato evidentemente não constitui crime de roubo.
o Não sendo esse o entendimento, promover a desclassificação do delito de
roubo para o crime de furto simples, previsto no artigo 155, caput do CP;
o Insistindo o MP na individualização do delito, requer seja dada
oportunidade ao acusado de decidir sobre aceitar ou não a suspensão
condicional do processo, nos termos do artigo 89, caput, da Lei 9.099/95,
uma vez que se trata de direito subjetivo do acusado.

Requerimentos:
o Requer a oitiva das testemunhas abaixo arroladas e a produção de provas
em direito admitidas.

Local e data

ADVOGADO
OAB/UF
Rol de Testemunhas.

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