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A CULPABILIDADE 

é um juízo de reprovação pessoal com a finalidade de verificar se a pessoa que


praticou o fato típico e antijurídico deve ser ou não ser reprovada. Consiste em um juízo de
reprovação que leva em consideração alguns elementos pessoais para verificar se ele deve ser
reprovado, sem que isso transforme o objeto de reprovação do direito penal do fato no homem, o
direito penal reprova as pessoas por seus atos, e não por serem quem são.

Portanto, A CULPABILIDADE não analisa as condições pessoais da vítima (Direito penal do autor),


senão a reprovabilidade da conduta (Direito penal do fato, adotado pelo nosso CP). O que o
agente é ou deixa de ser não interessa para a culpabilidade, o que interessa é se ao praticar a
conduta típica e ilícita, se também a conduta é culpável, ou seja, se é reprovável.

Vai ser reprovável se não incidir nenhuma das 3 causas de exclusão da culpabilidade:

a) imputabilidade (se não for menor ou não tiver doença mental HAVERÁ CULPABILIDADE)

b) consciência da ilicitude (se tiver consciência plena do que fez, HAVERÁ CULPABILIDADE)

c) exigibilidade de conduta diversa (se for exigível, crível que havia condições do agente não
praticar a conduta ilegal, podendo assim fazer o que é certo e não o errado, HAVERÁ
CULPABILIDADE).

Ano: 2014 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-CE Prova: CESPE - 2014 - TJ-CE - Analista
Judiciário - Execução de Mandados

O instituto do arrependimento posterior pode ser aplicado ao crime de lesão corporal culposa.

O arrependimento posterior, também chamado de ponte de prata do Direito Penal, tem


previsão no art. 16 do CP e é uma verdadeira causa geral de diminuição da reprimenda. Para sua
incidência, faz-se necessário que o crime tenha sido praticado sem o emprego de violência ou
grave ameaça à pessoa e que, antes do recebimento da denúncia, o agente tenha procurado, por
ato voluntário, reparar o dano que provocara. Segundo a doutrina, o instituto tem como principal
destinatário à vítima do evento, buscando, pois, estimular o ressarcimento dos danos. Também
por conta disso, o benefício em questão depende que o crime possua repercussão patrimonial,
razão pela qual o STJ não admite sua aplicação no delito previsto no art. 302 do CTB, que tem por
objetivo precípuo a tutela da vida humana, que é bem impassível de ser reparado.

Quanto à sua aplicabilidade em relação aos crimes de violência culposa, há divergências. Uma


primeira corrente, pautada em uma interpretação literal, entende inviável, já que não é cabível tal
minorante nos casos em que há o emprego de violência, pouco importando sua natureza (dolosa
ou culposa).
Todavia, a corrente majoritária é a que sustenta o cabimento, chegando a esta conclusão com
base em uma interpretação teleológica e sistemática. Isto porque, no injusto culposo, observa-se
que, não obstante a conduta seja voluntária, o desvalor normativo não recai sobre esta (ação),
mas sim perante o resultado. Além disso, nota-se que, em casos semelhantes, o legislador, por
mais de uma vez, pretendeu minorar ou isentar o agente de pena. Basta pensar no crime de
peculato culposo, que, nos termos do § 2º, art. 312, do CP, pode dar ensejo tanto a diminuição da
reprimenda quanto à extinção da punibilidade do autor causador de um resultado displicente. 

Teoria psicológica: é adotada pelo sistema do causalismo. Aqui, a ação e a ilicitude são elementos
externos/objetivos, e dolo/culpa são os elementos internos/subjetivos que compõem a culpabilidade.

Teoria normativa ou psicológico-normativa: é adotada pelo sistema do neokantismo/neoclássico.


Aqui, não se rompe com a ideia da teoria psicológica, mas são acrescentados elementos normativos
ao elemento subjetivo da culpabilidade (dolo/culpa), que são a imputabilidade e a exigibilidade de
conduta diversa.

Teoria normativa pura: é adotada pelo finalismo de Welzel. O elemento subjetivo não está na
culpabilidade, mas no fato típico. A culpabilidade passa a ser IM-PO-EX.

Teoria limitada da culpabilidade: é uma variação da teoria normativa pura, em que a diferença é
apenas o tratamento das descriminantes putativas: (a) teoria normativa extrema/extremada:
descriminante putativa é erro de proibição; ou (b) teoria limitada: se a descriminante está
relacionada ao fato, há erro de tipo; se relacionada ao direito, há erro de proibição.

ARAÚJO, Fábio Roque. Direito Penal Didático, 2019. Editora JusPodivm.

Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-PR Prova: CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz
Substituto
Para Welzel, a culpabilidade é a reprovabilidade de decisão da vontade, sendo uma qualidade
valorativa negativa da vontade de ação, e não a vontade em si mesma. O autor aponta a incorreção
de doutrinas segundo as quais a culpabilidade tem caráter subjetivo, porquanto um estado anímico
pode ser portador de uma culpabilidade maior ou menor, mas não pode ser uma culpabilidade maior
ou menor.

Essa definição de culpabilidade está relacionada à teoria normativa pura, ou finalista.

Embriaguez acidental:

- Caso Fortuito: O agente ignora o efeito inebriante da substância.

- Força Maior: O Agente é obrigado a ingerir a substância

*Nos 2 casos se completa isenta de pena, se incompleta diminui a pena.


Embriaguez não acidental:

- Voluntária: O agente quer se embriagar

- Culposa: Negligêcia

*Nos 2 casos não exclui a imputabilidade

Embriaguez Patológica : Tratado como doença mental

Embriaguez Preordenada: Embriaguez voluntária + Finalidade de praticar o crime

* É circunstância agravante de pena

(Fonte: Manual de Direito Penal - Sanches)

 Há três teorias principais acerca da culpabilidade. a) Psicológica: A culpabilidade tem como
espécies dolo e culpa, sendo a culpabilidade elemento subjetivo do tipo, ao lado dos elementos
objetivo (fato típico e ilicitude). b) Psicológica-normativa: Dolo e culpa migram permanecem na
culpabilidade, mas não mais como suas espécies, ao lado da imputabilidade e exigibilidade de
conduta diversa. c) Teoria normativa pura: Dolo e culpa migram para o FT, dentro da conduta, por
ter esta teoria um viés naturalista. A culpabilidade passa a ser Inexigibilidade de conduta diversa,
imputabilidade, e potencia consciencia da ilicitude. Se divide ainda esta teoria em extremada e
limitada, a diferença entre ambas está nas descriminantes putativas, para a primeira elas são
erros de proibição, e na segunda configuram erro de tipo. A limitada é adotada pelo CP, sendo
portanto, erro de tipo.

Excludentes de punibilidade: morte do agente, anistia, graça ou indulto, abolitio criminis,


prescrição, decadência ou perempção, renúncia ao direito de queixa ou o perdão aceito,
retratação do agente e o perdão judicial. Nesses casos fica extinta a pretensão punitiva estatal.

Excludentes da tipicidade: casos fortuitos e força maior, hipnose, sonambulismo,


movimento/ato reflexo, coação física irresistível, erro de tipo, desistência voluntária (responde
pelos atos já praticados), arrependimento eficaz (responde pelos atos já praticados), crime
impossível, princípio da insignificância. Nessas casos não haverá crime.

Excludentes de ilicitude: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever


legal, exercício regular do direito, consentimento do ofendido (supralegal). Nesses casos não
haverá crime.
Excludentes de culpabilidade: inimputabilidade do agente, erro de proibição, coação moral
irresistível, ordem hierárquica (desde que não seja manifestamente ilegal). Nesses casos o agente
será isento da pena.

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