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Em tal temática então abordada em aula sobre as emoções, um dos subtemas falados
foi sobre a neuro química das emoções e sobre a ansiedade; nomeadamente esta última vivo
constantemente com ela e talvez daí o meu interesse acrescido pela aula em si. Pude
igualmente recordar de alguns alunos que tive e que sofriam com ataques de ansiedade e
certamente pude tirar grandes soluções e estratégias para combater não só em mim, mas
também nos meus futuros alunos. Um dos aspetos debatidos em aula, foi sem dúvida as
estratégias para promover um maior bem-estar na sala de aula, a concentração dos alunos e a
motivação dos mesmos, indo ao encontro dos neurotransmissores serotonina, dopamina e da
monoamina norepinefrina, de que como estes podem ser potenciados e elevados durante uma
aula. Indo ao encontro da primeira experiência referida neste trabalho, recordo-me de um
grande professor de língua espanhola da Universidade Nova de Lisboa, que colocava música
sempre antes de começar a aula e dependendo do estado da turma, deixava tocar pela aula
adentro. A todos transmitia-nos um estado de segurança, de um ‘gelo já quebrado’ pelo
mesmo professor e que permitia uma maior abertura para com ele mesmo, logo havia esse
prazer em estar na sua aula e o interesse pela disciplina esteve sempre presente, pois
podíamos sempre opinar sobre a matéria, sobre tema didático estudado naquele momento,
havia sempre espaço para a nossa opinião, fazendo com que nos integrássemos mais na
disciplina e na matéria que estava a ser aprendida. Uma outra experiência relacionada com a
música, abrange já uma outra faceta das emoções, os nossos sentidos. Um professor também
ele da Universidade Nova de Lisboa, lecionando literatura espanhola, quando tratava da
contextualização de um determinado período, colocava a música da época e o referido
professor mencionava sempre que os períodos por mais literários e artísticos que fossem, eles
podiam se sentir, tocar, escutar e até degustar, ou seja, apelava aos sentidos, um método
sinestético que neste caso apelava à nossa audição e que ficava impresso dentro de nós esse
período e autor literário não somente pelas suas perspetivas obras, senão pela música e
compositores contemporâneos seus. Ora, este método não só nos incentivava dentro da
disciplina, como sentíamos a necessidade de expandir os nossos conhecimentos fora do
âmbito literário, neste caso; ou seja, através da música a turma estava em silêncio,
concentrada e ao mesmo tempo de forma implícita, motivada na matéria que estava a ser
dada, que nem sempre era a mais apelativa. Este método inclusive ajudou-me a abrir
PSICOLOGIA EDUCACIONAL – A
Bernardo Cardoso nº 45563
horizontes, quanto a estudos mais complexos como os do âmbito literário, a abordar numa
maneira mais comparatista. Na realidade, posso afirmar que já cheguei a aplicar tal método
nas minhas aulas, nomeadamente quando se tratava de autores literários da língua portuguesa
e os resultados foram fantásticos, não somente no que concerne à motivação e participação
dos meus alunos em aula, mas nas avaliações que sucederam, em que constatei que realmente
na grande maioria retiveram e aplicaram os conhecimentos aprendidos em aula. Assim
clarifico que a música como instrumento dentro de uma sala de aula, proporciona uma maior
tranquilidade, que pode certamente combater os níveis de ansiedade tanto do aluno como até
do professor, aumenta inclusive a concentração em determinadas partes da aula, como cativar
o aluno ao estudar determinados conteúdos programáticos e até prazer pela matéria que se
está a ensinar, que certamente pode não ser a mais apelativa, mas que a música enquadrada
com o conteúdo que se está a lecionar, pode ser bastante frutífero, tanto para a concentração
do aluno como para a tranquilidade do mesmo, ajudando ainda a criar uma maior abertura
com o professor.