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PSICOLOGIA EDUCACIONAL – A

Bernardo Cardoso nº 45563


Ao preparar o presente trabalho, repentinamente, veio à minha memória a primeira
aula de Psicologia Educacional, com o qual “inaugurava” um novo ciclo na minha vida, o
Mestrado em Ensino. Um misto de emoções e de fortes sentimentos, de novo a estudar, novas
unidades curriculares, novos colegas e acima de tudo, o regresso a um lugar onde guardo
grandes e boas memórias que certamente conduziram-me até este mestrado, através de
grandes professores que me marcaram profundamente. Por isso, não posso deixar de
mencionar como primeira experiência vivida no presente semestre, a primeira aula da
presente unidade curricular de Psicologia Educacional, obviamente não apenas pelas emoções
acima referidas, mas, pelo que esta aula correspondeu ao meu estado anímico e às minhas
espectativas.

A minha primeira impressão, da primeira aula, foi de espanto e de preocupação pelo


simples facto de sermos bastantes alunos numa turma só, caras novas, uma professora nova e
a aula em inglês. Apesar da minha preocupação, não conseguia esconder a minha felicidade e
entusiasmo pelo simples facto de estar novamente na faculdade, ainda por mais, uma ‘casa’
onde fui bastante feliz. Se de início senti-me invadido por uma grande preocupação,
rapidamente foi-se desvanecendo e desaparecendo, pois, a postura e presença da docente da
referida unidade curricular, desde logo, transmitia segurança e sobretudo paz, o que é raro.
Certamente tomei como um exemplo a tomar e a seguir, pois como aluno que fui e que sou, e
já experimentando desde já a posição de professor recentemente, também pude sentir nos
meus alunos esse natural temor, ansiedade, por conhecerem um professor novo, no qual
nunca o viram. Desde então tenho ponderado e questionado a mim mesmo, como mudar essa
postura, no que devo então crescer e aprender no que concerne no contacto e relação com os
meus futuros alunos, porque foi um choque, no bom sentido, a paz e a tranquilidade e
segurança transmitida pela docente, ainda por mais, numa turma com bastantes alunos,
conseguir gerir e guiar a aula da maneira como seguiu. Mas o momento que mais me marcou e
impressionou, e do qual marcou-me, foi a atividade de ‘quebra-gelo’ (icebreaking). Para uma
pessoa como eu, tímida, de certa forma introvertida, chegar a uma aula nova, com caras
totalmente novas, entrar numa atividade em que consiste interagir com os demais, mais que
salutar, foi bastante frutífero para mim; realmente pude sentir esse quebrar de barreiras e
começar a conhecer outras pessoas, que no futuro serão meus futuros companheiros de
profissão. A atividade em si fez com que visse esses pontos em que eu tenho ainda de mudar,
no que toca a nível de relacionar e interagir com o próximo, o que na realidade, repito, foi
bastante satisfatório ao ponto de começar a conhecer outras realidades, através das
experiências vividas pelos meus colegas e que me deparo de que compartimos de algumas
ideias e vivências idênticas, apesar da singularidade de cada um. Com esta atividade e devido à
sua forma e disposição, acredito que seja um excelente método de incentivar os alunos a
interagirem entre eles, de começarem a criarem alguma relação empática inclusive, daí os
benefícios que esse tipo de relações pode aportar a cada aluno, embora seja uma atividade
que deve ser adaptada consoante as turmas e o tipo de alunos que estas constituem, mas é
bastante desafiante e precisamente quebra esse ‘gelo’, essas barreiras que se levantam
naturalmente, quando uma pessoa não conhece a outra. Pessoalmente, ajudou-me a superar
determinadas ‘etiquetas’ que automaticamente coloco nas pessoas, um defeito de que vou
combatendo certamente, pois se há algo que aprendi ao longo da minha formação escolar e
académica é que as aparências iludem, e arrependo-me de não ter sido mais interativo e
aberto enquanto estava na minha licenciatura, embora trabalhasse e estudasse ao mesmo
tempo, onde o tempo era bastante curto para convivências, poderia ter usufruído mais se não
fosse tão fechado e sim, se tivesse ‘quebrado o gelo’ desde logo.
PSICOLOGIA EDUCACIONAL – A
Bernardo Cardoso nº 45563
O segundo momento que eu escolho para este trabalho reflexivo, é sobre a aula em
que abordamos sobre o ‘criar ambientes de aprendizagem positivos’ numa terceira parte sobre
este tópico, onde é abordado as emoções numa sala de aula. O que me atraiu nesta sessão foi
precisamente o tema em si, talvez pela minha pessoa e pelo meu temperamento ser mais
sentimental, mas as questões abordadas e as problemáticas questionadas sobre este tópico
foram bastante apelativas. Dentro desta aula pude experimentar algo novo e inovador para a
minha formação, ou seja, na realidade não contava que a presente unidade curricular
abordasse estes temas, pois a única vez que estudei e tratei de tópicos semelhantes foi na
minha formação enquanto seminarista, em que era composto uma série de disciplinas da
família da psicologia e aí eram tratados estes temas como as emoções, temperamentos, entre
outros; mas senti-me mais ‘completo’ ao saber e estudar tais tópicos numa unidade curricular
constituinte de um mestrado em ensino, porque na realidade um professor passará grande
parte da sua vida com outros seres humanos, daí a tamanha responsabilidade de estar
incumbido a formação de cada um desses alunos e seres, no que não só respeita na sua grande
maioria a respetiva formação académica e transmissão de conhecimentos, mas também a
relação com estes, conhecer minimamente de forma empática os seus alunos, pelo menos,
mostrar-se aberto e disponível para tal.

Em tal temática então abordada em aula sobre as emoções, um dos subtemas falados
foi sobre a neuro química das emoções e sobre a ansiedade; nomeadamente esta última vivo
constantemente com ela e talvez daí o meu interesse acrescido pela aula em si. Pude
igualmente recordar de alguns alunos que tive e que sofriam com ataques de ansiedade e
certamente pude tirar grandes soluções e estratégias para combater não só em mim, mas
também nos meus futuros alunos. Um dos aspetos debatidos em aula, foi sem dúvida as
estratégias para promover um maior bem-estar na sala de aula, a concentração dos alunos e a
motivação dos mesmos, indo ao encontro dos neurotransmissores serotonina, dopamina e da
monoamina norepinefrina, de que como estes podem ser potenciados e elevados durante uma
aula. Indo ao encontro da primeira experiência referida neste trabalho, recordo-me de um
grande professor de língua espanhola da Universidade Nova de Lisboa, que colocava música
sempre antes de começar a aula e dependendo do estado da turma, deixava tocar pela aula
adentro. A todos transmitia-nos um estado de segurança, de um ‘gelo já quebrado’ pelo
mesmo professor e que permitia uma maior abertura para com ele mesmo, logo havia esse
prazer em estar na sua aula e o interesse pela disciplina esteve sempre presente, pois
podíamos sempre opinar sobre a matéria, sobre tema didático estudado naquele momento,
havia sempre espaço para a nossa opinião, fazendo com que nos integrássemos mais na
disciplina e na matéria que estava a ser aprendida. Uma outra experiência relacionada com a
música, abrange já uma outra faceta das emoções, os nossos sentidos. Um professor também
ele da Universidade Nova de Lisboa, lecionando literatura espanhola, quando tratava da
contextualização de um determinado período, colocava a música da época e o referido
professor mencionava sempre que os períodos por mais literários e artísticos que fossem, eles
podiam se sentir, tocar, escutar e até degustar, ou seja, apelava aos sentidos, um método
sinestético que neste caso apelava à nossa audição e que ficava impresso dentro de nós esse
período e autor literário não somente pelas suas perspetivas obras, senão pela música e
compositores contemporâneos seus. Ora, este método não só nos incentivava dentro da
disciplina, como sentíamos a necessidade de expandir os nossos conhecimentos fora do
âmbito literário, neste caso; ou seja, através da música a turma estava em silêncio,
concentrada e ao mesmo tempo de forma implícita, motivada na matéria que estava a ser
dada, que nem sempre era a mais apelativa. Este método inclusive ajudou-me a abrir
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horizontes, quanto a estudos mais complexos como os do âmbito literário, a abordar numa
maneira mais comparatista. Na realidade, posso afirmar que já cheguei a aplicar tal método
nas minhas aulas, nomeadamente quando se tratava de autores literários da língua portuguesa
e os resultados foram fantásticos, não somente no que concerne à motivação e participação
dos meus alunos em aula, mas nas avaliações que sucederam, em que constatei que realmente
na grande maioria retiveram e aplicaram os conhecimentos aprendidos em aula. Assim
clarifico que a música como instrumento dentro de uma sala de aula, proporciona uma maior
tranquilidade, que pode certamente combater os níveis de ansiedade tanto do aluno como até
do professor, aumenta inclusive a concentração em determinadas partes da aula, como cativar
o aluno ao estudar determinados conteúdos programáticos e até prazer pela matéria que se
está a ensinar, que certamente pode não ser a mais apelativa, mas que a música enquadrada
com o conteúdo que se está a lecionar, pode ser bastante frutífero, tanto para a concentração
do aluno como para a tranquilidade do mesmo, ajudando ainda a criar uma maior abertura
com o professor.

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