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I – Dos fatos:
Alega a autora que manteve união estável com o réu por quase 03 (três) anos, a qual foi
formalizada no dia 20 de abril de 2017. Da união nasceu uma filha, Eduarda Buzetti Santos,
que possui 03 (três) anos de idade. Ainda na constância da união, o casal adquiriu um veículo
marca Wolksvagem, modelo Gol, ano 1099/2000, Placa GXY2128, avalizado em R$ 8.307,00
(oito mil trezentos e sete reais).
II – Do direito:
O autor concorda com os pedidos formulados pela requerente no que tange a extinção da
União Estável, a fixação dos alimentos e a regulamentação da guarda e visitação à filha do
casal, requerendo sejam julgados procedentes, nos termos da Petição Inicial.
Não obstante, o réu se opõe ao pedido de partilha de bens formulado pela autora, uma vez que
esta não mencionou todos os bens adquiridos na constância da união.
III – Da reconvenção:
De acordo com o artigo 1.725 do Código Civil, regime patrimonial que rege o
relacionamento havido como união estável é o da comunhão parcial de bens, devendo ser
objeto de partilha todos os bens adquiridos pelo casal na constância da união, exceto os bens
particulares.
Neste sentido:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA.
AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE
UNIÃO ESTÁVEL. REGIME DE BENS. COMUNHÃO
PARCIAL. PARTILHA DO VALOR RELATIVO À VENDA
DO VEÍCULO ADQUIRIDO NA CONSTÂNCIA DO
RELACIONAMENTO. DISCUSSÃO DE EVENTUAL SUB-
ROGAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA. PRESUNÇÃO DE
ESFORÇO COMUM. PARTILHA DE DIREITOS SOBRE
ACESSÃO SUPOSTAMENTE EDIFICADA EM TERRENO
DE TERCEIROS. ARTS. 1.253 E 1.255 DO CÓDIGO CIVIL.
CONSTRUÇÃO QUE SE INCORPORA AO PATRIMÔNIO
ALHEIO. IMPRESCINDIBILIDADE DE PARTICIPAÇÃO
DOS TERCEIROS NO FEITO. DISCUSSÃO A SER
DEDUZIDA NAS VIAS ORDINÁRIAS. RECURSO
CONHECIDO E DESPROVIDO.
1. Nos termos do art. 1.725 do Código Civil, à míngua de disposição em contrário, o regime
patrimonial que rege o relacionamento havido como união estável é o da comunhão parcial de
bens e, conforme estabelecem as normas insertas nos artigos 1.658 e 1.659, desse mesmo
diploma legal, comunicam-se os bens adquiridos pelo casal na constância do relacionamento -
salvo os comprovadamente particulares, os que lhe sobrevierem por doação ou sucessão, e os
sub-rogados em seu lugar -, devendo, por ocasião da extinção do vínculo, haver a partilha em
valores igualitários.
3. De acordo com o art. 1.253 do Código Civil, toda construção existente em um terreno
presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário, e, nos termos do
art. 1.255, caput, do mesmo diploma legal, aquele que edifica em terreno alheio perde, em
proveito do proprietário, as construções, mas, se procedeu de boa-fé, terá direito à
indenização.
5. Nesse contexto, àquele que se sentir prejudicado, caberá, em ação própria, pleitear
indenização em face do proprietário do terreno pela acessão ali edificada e incorporada, desde
que tenha procedido de boa-fé, evitando-se o enriquecimento sem causa do titular do domínio,
. (TJMG - Apelação Cível 1.0000.20.547552-8/001, Relator(a): Des.(a) Bitencourt
Marcondes , 19ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 01/07/2021, publicação da súmula em
06/07/2021) (Destaquei).
No presente caso, a autora esqueceu de mencionar em sua Petição Inicial os bens móveis que
adquiriram para residência onde moravam.
À vista disso, requer sejam acrescentados na relação de bens os seguintes imóveis: XXX.
Noutro giro, considerando que o veículo possui valor igual ao dos bens imóveis da residência,
o autor pugna que o veículo marca Wolksvagem, modelo Gol, ano 1099/2000, Placa
GXY2128, seja de sua propriedade, já os imóveis de propriedade da autora.
IV – Dos pedidos: