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Conselho editorial
Profa. Dra. Eliete Correia dos Santos (UEPB)
Prof. Dr. Fábio Marques de Souza (UEPB)
Prof. Dr. Ivo Di Camargo Júnior
(SME – Sertãozinho e Ribeirão Preto)
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DGP-CNPq-UEPB O Círculo de Bakhtin em diálogo
Pesquisadores
Profa. Dra. Cristina Bongestab (UEPB)
Profa. Dra. Eliane de Moura Silva (UEPB)
Profa. Dra. Eliete Correia dos Santos (UEPB)
Prof. Dr. Fábio Marques de Souza (UEPB)
Prof. Dr. Ivo Di Camargo Júnior (SME –Ribeirão Preto)
Prof. Dr. Manassés Morais Xavier (UFCG)
Profa. Dra. Mona Mohamad Hawi (USP)
Profa. Dra. Marta Lúcia Cabrera Kfouri Kaneoya (UNESP)
Prof. Me. Rafael de Farias Ferreira (SME – Zabelê-PB)
Prof. Dr. Samir Mustapha Ghaziri (PPGFP-UEPB)
Profa. Dra. Tatiana Cristina Vasconcelos (UEPB/FIP)
Estudantes
André Monteiro Moraes (PPGSS-UEPB)
Iasmin Araújo Bandeira Mendes (PPGLE-UFCG)
Joelma da Silva Neves (PPGFP-UEPB)
Maria da Conceição Almeida Teixeira (PPGFP-UEPB)
Rickison Cristiano de Araújo Silva (PPGLE-UFCG)
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Fábio Marques de Souza
Maxwell Barboza Soares
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Copyright © dos autores
Todos os direitos garantidos. Qualquer parte desta obra pode ser
reproduzida ou transmitida ou arquivada, desde que levados em
conta os direitos dos autores.
ISBN 978-65-80266-34-0
www.mentesabertas.com.br
SUMÁRIO
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SUMÁRIO
Capítulo 2 39
POR UMA PEDAGOGIA DA ALTERIDADE
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2.3 Comunicar-se é uma capacidade inerente 48
ao ser humano...
Capítulo 3 53
A ANÁLISE RIBERIANA DA EDUCAÇÃO
NA FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
Capítulo 4 61
CARAMURU: A PEDAGOGIA DA
INVENTIVIDADE E A EDUCAÇÃO
LIBERTADORA
Capítulo 5 77
CENTRAL DO BRASIL: DORA E AS
DISTORÇÕES DA ANTI-PEDAGOGIA
REFERÊNCIAS 115
POSFÁCIO 120
Paulo Alexandre Filho
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ALTERIDADE COMO CONSTRUÇÃO DE
MUNDOS E O CINEMA COMO PROMOTOR DE
DIÁLOGOS
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Tendo explicitado essa fundamentação teórica sobre
esse conceito, trazemos à luz o presente trabalho de Fábio
Marques de Souza e Maxwell Barboza Soares e sua
aventura intelectual para contextualizar via alteridade o
pensamento de Mikhail Bakhtin, Paulo Freire e Darcy
Ribeiro. Os colossos acima citados dialogam livremente
com os autores em uma sintonia dialógica e polifônica,
que tem a alteridade como moto perpétuo de um
trabalho ímpar e muito bem estruturado.
Iniciando o que se poderá perceber na leitura, com
Paulo Freire, grande referência educacional brasileira, os
diálogos acontecem de modo complementar, como se o
intelectual brasileiro e o russo dialogassem
proximamente, como numa conversa de amigos
preocupados com o melhor para o humano. As questões
de diálogo e conflito, conflito e alteridade, muito
presentes na questão freiriana, estão embasadas no
conhecimento bakhtiniano neste trabalho e têm o cinema
como exemplificador que facilita o entendimento por
parte do estudioso, seja ele estudante, professor ou
pesquisador em nível lato ou strictu sensu.
Souza e Soares mostram nesse trabalho que dialogia
e alteridade são as bases nas quais se fundamentam os
conhecimentos dos autores referidos no estudo. O cinema
vai ser o ponto de diálogo na relação não só entre um eu
e um tu, mas vai ser a possibilidade onde se defende o
consenso e busca defender que o diálogo não se faz
somente por harmonia, mas pelo conflito e discordância.
Bakhtin, Freire e Ribeiro são autores que trabalham e
reconhecem que existe a polêmica nas relações humanas,
que a luta de classes é algo palpável e reconhecível na
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sociedade, que os interesses criam antagonismos
gigantescos em um país plural e multicultural.
Os autores também defendem que ambos os polos
dessa relação se constituem mutuamente e que um lado
da discussão não existirá sem o outro. Nisso, Paulo
Freire, em certa parte da Pedagogia do Oprimido explica
que a libertação do oprimido será necessariamente a
libertação daquele que oprime. Já Bakhtin explica que a
classe social e uma comunidade não se confundem, mas
que elas se utilizam de uma só e mesma língua, porém,
em cada signo haverá o que o autor russo chama de
índices de valor contraditórios, o que vai transformar a
palavra numa arena onde acontece a luta de classes.
Nisso, Marques e Soares explicam bem com o filme
Central do Brasil, onde as confluências deste Brasil imenso
se incidem nas pessoas e fazem com que os diálogos e
vozes dos indivíduos se mesclem, criando a identidade
nacional que faz com que de gaúchos a cariocas ou
pernambucanos, todos se sintam brasileiros.
Esse pensamento de interação que exemplificamos e
que está presente no trabalho de Bakhtin e Freire,
acontece em Darcy Ribeiro, que como pesquisador
afirmou que como brasileiros surgimos de uma
confluência e do choque de culturas, tanto do português
com o índio e o negro e posteriormente com outras
culturas que para cá imigraram, o que gerou uma
amálgama de culturas que chamamos de Brasilidade.
Souza e Soares explicaram bem isso em um novo e rico
diálogo que poderá ser apreciado dentro deste trabalho e
que enriquecerá, sobremaneira, estudos e aulas de
profissionais Brasil afora.
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A riqueza dialógica e de alteridade deste livro
repousa, ainda que se compartilhe do tema central do
cinema como fator de promoção do diálogo entre
pensadores diversos, na forma como se identifica no
cinema o plurilinguismo e sua relação direta com a
formação da consciência da realidade brasileira, com
personagens diversos que se constituem por meio da
alteridade, com os conhecimentos de Bakhtin, Freire e
Ribeiro como promotores do diálogo maior com o cinema
e os autores Souza e Soares.
Esse diálogo entre teorias, cinema, pesquisadores e
leitores permitirá com que este trabalho promova o
embate de ideias e posições ideológicas diversas tendo o
cinema como plataforma e os teóricos como
embasamentop do diálogo e os autores como promotores
da disseminação de ideias. A alteridade presente é
latente, pois representada por instâncias diversas, cria
um fluxo aberto de ideias que se permitem reconhecer
pelo diálogo e as vozes de Bakhtin, Freire, Ribeiro, Souza,
Soares, a dos diretores cinematográficos e a do leitor vão
se entrelaçar e fazer com que discursos individuais se
tornem plurais, pelo reconhecimento de uma
individualidade que se cria no outro e no entendimento
de um mundo que é, por si, como este trabalho,
compartilhado.
Assim, dentro de um universo polifônico, os
discursos não precisam ser todos iguais e deles não vai se
exigir que os seus valores e orientações sejam
padronizados. É requisito da alteridade, como vai se
perceber na leitura deste trabalho, que constituirá cada
realidade discursiva presente em cada filme analisado
para que se entenda que os sujeitos que falam sejam
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reconhecidos e tenham seu ponto de vista e acesso à
realidade respeitados, por mais que se contrarie os
valores dominantes. A alteridade e o respeito a esta pode
ocorrer quando a pluralidade de vozes existe e incidem
sobre um mesmo ponto do mundo, ainda que em
valorações diversas. Soares e Souza nos mostram que
mesmo com filmes diferentes, o objetivo de uma
educação de qualidade pode prevalecer. Basta
compreender nesta leitura que pontos de vista diferentes
inseridos no mundo existem e que cada realidade é
importante. Somente o reconhecimento do outro e pelo
diálogo é que se tornam acessíveis e constituidores de
uma realidade melhor para todos.
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