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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CENTRO DE TECNOLOGIA

INSTITUTO DE FÍSICA

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

Carlos Aparecido Flor Filho


Luiz Eduardo de Araujo Oliveira
Yasmin de Araújo Xavier

CIRCUITOS ELÉTRICOS RESISTIVOS

MACEIÓ-2019

Carlos Aparecido Flor Filho


Luiz Eduardo de Araujo Oliveira
Yasmin de Araújo Xavier

CIRCUITOS ELÉTRICOS RESISTIVOS

Relatório do experimento Relação


entre Tensão e Corrente Elétrica
realizado sob orientação do
professor Wandearley Dias, como
requisito avaliativo da disciplina de
Laboratório de Física 2.

MACEIÓ-2019
Sumário
1. INTRODUÇÃO 3
2. OBJETIVOS 7
3. MATERIAIS E MÉTODOS 8
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 10
5. CONCLUSÃO 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15
3

1. INTRODUÇÃO

Circuitos elétricos resistivos são aqueles que contêm apenas resistores e


fontes elétricas. Para que as cargas elétricas atravessem esses dispositivos é
necessário que uma diferença de potencial (ddp) seja estabelecida nas
extremidades destes. Para promover essa ddp pode-se usar um capacitor
carregado, uma bateria, um gerador de eletricidade, células solares, células de
combustível ou, ainda, as termopilhas. Todos esses dispositivos realizam trabalho
sobre os portadores de carga e mantém uma diferença de potencial entre dois
terminais. Eles são chamados de fonte de tensão. Diz-se que uma fonte de tensão
produz uma força eletromotriz (ε ¿, o que significa dizer que ela submete os
portadores de carga a uma diferença de potencial, mediante o trabalho que realiza
sobre estes, o que fornece a energia necessária para movimentar os portadores de
carga. [1]

Os circuitos resistivos podem ser em série, paralelo ou misto. Em associações


em série, as resistências são ligadas uma após a outra entre dois pontos a e b (ver
figura 1) onde se matem uma diferença de potencial.

Figura 1: Resistores associados em série.

Fonte: HALLIDAY, David. 2007

As diferenças de potencial entre os terminais produzem a mesma corrente.


Ou seja, quando uma diferença de potencial é aplicada a resistências em série, a
corrente i é a mesma em todos os resistores e a soma da diferença de potencial das
resistências é igual à diferença de potencial aplicada. Assim, essa associação pode
ser substituída por uma resistência equivalente R eq percorrida pela mesma corrente i
[1]
e com uma ddp total V que as originais (ver figura 2).
4

n
Req = ∑ Rj (I)
j=1

ε
i= (II)
Req

Figura 2: Resistor equivalente de uma associação em série .

Fonte: HALLIDAY, David. 2007

Resistores associados em paralelo (ver figura 3) tem um dos terminais de


todas as resistências ligado a um certo ponto (a), o outro terminal de todas
resistências é ligado a um outro ponto (b) e uma diferença de potencial é aplicada a
esses pontos. Dessa forma, todos os resistores são submetidos a uma a mesma
diferença de potencial.[1]

Figura 3: Associação de resistores em paralelo.

Fonte: HALLIDAY, David. 2007

A corrente total nessa associação é dividida entre os resistores, o que implica


numa resistência equivalente (ver figura 4) igual a:

n
1 1
=∑ (III)
Req j=1 Rj
5

Figura 4: Resistor equivalente de uma associação em paralelo.

Fonte: HALLIDAY, David. 2007

De forma geral, uma associação em série atua como divisor de tensão e uma
associação em paralelo, atua como divisor de corrente. Quando existem resistores
[2]
associados em série e em paralelo, tem-se uma associação mista (ver figura 5).

Figura 5: Associação mista de resistores.

Fonte: SILVA, T. 2018.

Outro parâmetro que pode ser associado a circuitos elétricos, é a potência.


Observe a figura 4, a bateria que está ligada ao resistor mantém uma diferença de
potencial de um valor absoluto V entre seus terminais e, por conseguinte, nos
terminais do resistor, com um potencial mais elevado no terminal a que no terminal
b. Como o circuito é fechado e a diferença de potencial é constante, uma corrente i
constante o atravessa, no sentido do terminal a para o terminal b. A quantidade de
carga dq que atravessa o circuito tem seu potencial reduzido de V e, portanto, sua
energia potencial é reduzida de um valor dado por:

dU =dq V (IV)

Mas da definição de corrente tem-se que:


6

dq
i= ∴ dq=idt (V)
dt

Então, substituindo (V) em (IV) tem-se:

dU =i dt V (VI)

De acordo com a lei de conservação de energia, a redução da energia


potencial elétrica deve ser acompanhada por uma conversão da energia para outra
forma qualquer. A potência associada a essa conversão é a taxa de transferência de
energia dU /dt que, com base na equação (VI), ela é expressa da seguinte forma:

P=iV (VII)

Onde P é dado em W. Como a resistência R pode ser escrita como R=V /i,
substituindo em (VII), obtém-se que:

P=V 2 /R (VIII)

P=i 2 R (IX)

No caso do resistor, a energia é dissipada na forma de energia térmica,


devido a colisões entre os elétrons e as moléculas do resistor. Essa dissipação é o
que explica a luz observada em lâmpadas, na qual a energia é dissipada na forma
de luz. [1]

2. OBJETIVOS
Analisar o comportamento de circuitos resistivos em série, em paralelo e
7

misto e verificar as diversas características relativas à tensão, corrente e potência


elétrica nos mesmos.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Materiais, reagentes e equipamentos


8

 2 Multímetros;
 Fios para ligações;
 Fonte de tensão;
 3 lâmpadas de 6 V (uma de 1,5 W, uma de 2,0 W e a outra de 3 W);
 Placa com bocais com circuitos e conexões.

3.2 Procedimento

Montou-se um circuito como o descrito na figura 1 e, após isso, a fonte de


tensão foi ligada. Em seguida, foram retiradas algumas das lâmpadas para que se
fosse possível analisar o que ocorria no circuito após tal ato.

Figura 6: Circuito com 3 lâmpadas ligadas em série à fonte de tensão.

Fonte: AUTOR, 2019.

Posteriormente, foram verificadas as tensões e correntes elétricas que


passaram em cada lâmpada e em todo o circuito e, após isso, a potência mínima
para o funcionamento das lâmpadas foi determinada.
Mais adiante, os circuitos expressos nas figuras 2 e 3 foram montados e as
etapas anteriormente descritas foram implementadas nos mesmos.

Figura 7: Circuito com 3 lâmpadas ligadas em paralelo à fonte de tensão.


9

Fonte: AUTOR, 2019.

Figura 8: Circuito misto com 3 lâmpadas ligadas à fonte de tensão.

Fonte: AUTOR, 2019.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Circuito em série


10

A figura 9 mostra três resistores ligados em série a uma fonte. As diferenças


de potencial (ddp) medidas para cada resistor estão dispostas na tabela 1.

Figura 9: Circuito em série. Tabela 1 : ddp obtidos com a


leitura.

Pontos analisados ddp(V)

V1 2,10

V2 1,23

V3 2,05

VT 5,42

Fonte: MUNDIM,C.K.1997. Fonte: AUTOR, 2019.

Em um circuito em série, é esperado que a soma da diferença de potencial


existente no circuito seja igual a ddp total, ou seja, V 1+ V 2+V 3+V 4=Vt, nesse
caso, o resultado da soma obtida foi de 5,38V. Portanto, nota-se que há um erro
relativo de 0,74%, o qual pode ser explicado pela dissipação de energia pela placa
para circuitos. A corrente medida em todos os resistores foi de 0,14A, resultado
esperado, visto que, em um circuito em série a corrente deve permanecer constante.
11

Ao retirar uma das lâmpadas do circuito as demais apagaram-se, fenômeno


que era previsto, visto que em uma associação em série, as cargas que atravessam
as resistências têm um único caminho possível, quando se retira um desses
componentes, a corrente é cortada. Quando fios condutores foram colocados para
ligar as lâmpadas restantes, notou-se, visualmente, um aumento da potência
luminosa. O potencial medido com apenas duas lâmpadas no sistema pode ser visto
na tabela abaixo:

Tabela 2: ddp obtidos ao retirar uma das lâmpadas.

Pontos
analisados ddp(V) ddp(V) ddp(V)
V1 2,75 2,66 ---
V2 1,52 --- 1,93
V3 --- 2,70 3,49
VT (soma) 4,27 5,36 5,42
VT (leitura) 4,30 5,40 5,37
Erro 0,70 0,74 0,93

Fonte: AUTOR, 2019.


Tabela 3 :Corrente e
ddp obtidos com a
E Figura
m10: Circuito t o d o sleitura. o s c
em paralelo.
resultado obtido pela
leitura, a justificava
para tal fato é a mesma citado anteriormente, a dissipação de energia pela placa.

4.2 Circuito em paralelo

A figura 10 mostra o circuito em paralelo montado. A intensidade da corrente


medidas e a ddp estão dispostos na tabela 3.
12

Resistor ddp(V) i(A)


1 4,86 0,18
2 4,78 0,25
3 4,77 0,17
t 4,92 0,62

O ddp em um circuito em paralelo é constante, nesse caso a anomalia


encontrada se deve à diferentes resistências existentes no sistema em questão e,
ainda, pelo fato do circuito não ser ideal. A corrente deveria seguir a seguinte
relação:

i1+i 2+ i3=it

A corrente total obtida pela soma é de 0,60V, ou seja, obteve-se um erro


absoluto de 0,02 e um erro relativo de 3,226%, sendo um resultado satisfatório, pois,
se aproxima de zero.

Ao retirar-se uma das lâmpadas do circuito notou-se que as demais


continuaram acessas e com uma intensidade maior se comparada com a anterior.
Esse resultado já era esperado, uma vez que em um sistema em paralelo a corrente
não é interrompida se uma das lâmpadas é retirada, uma vez que as cargas que
atravessam o circuito têm outros caminhos possíveis. A intensidade da luz aumenta,
pois retirou-se um componente que perde energia.

4.3 Circuito misto

A figura 11 mostra o circuito misto montado. Os valores de intensidade da


corrente e a ddp estão dispostos na tabela 4.

Fonte :TEIXEIRA,M. 2019. Fonte : AUTOR, 2019.


13

  ddp(V) i(A)
1 0,94 0,11
2 0,94 0,11
3 4,38 0,22
t(leitura) 5,36 0,22
t(soma) 5,32

Os resistores 1 e 2 estão em paralelo entre si, ou seja, estão submetidos a


mesma ddp, a soma das correntes i1 e i2 deve ser igual a corrente total, que, por
sua vez, é igual a corrente que passa pelo resistor 3. Esse resultado é observado
porque os resistores 1 e 2 podem ser interpretados como apenas um resistor em
série com a lâmpada 3, ou seja, (i1+i 2)=i3=it (Ver tabela 4). Seguindo um
raciocínio análogo, obtém-se a relação: (V R1 = VR2) + VR3 = Vt, e, de fato, elas se
aproximaram bastante tendo um erro relativo de 0,75%.

Ao retirar a lâmpada 1 ou 2, as demais permaneceram acessas e a


intensidade da luz aumentou. Isso pode ser
explicado Tabela 4 :Corrente e pelo fato da
ddp obtidos com a
Figura 11: Circuito misto corrente de leitura. um dos
resistores ter sido cortada
e os resistores restantes formaram um novo circuito
em série. Já quando se retirou o resistor 3 as lâmpadas apagaram
instantaneamente, isso é explicado pelo fato desse resistor está em série com o
sistema em paralelo, ou seja, a corrente foi interrompida.

4.4 Potencia mínima

C : MUNDIM,C.K.1997.
Fonte o m b a
Fonte s
: AUTOR, e
2019. n a
as lâmpadas acendam,
para isto é necessária a
diferença de potencial(V) e a corrente i, na tabela 6 podemos encontrar a ddp
mínima para que haja alguma visualização de luz.
14

Sistema Potencial(V)
Série 3,71
Paralelo 0,67
Misto 3,48

Para a utilização da equação 7 seria necessário, como dito anteriormente, a


corrente para determinados potenciais, no entanto, por erros de procedimentos não
foi possível a medição de tal valor.

5. CONCLUSÃO

Mediante os procedimentos realizados e os resultados obtidos, foi constatado


que, no circuito em série, a corrente elétrica é constante em todos os pontos e a
tensão total é aproximadamente
Tabela 5: ddp minima para o
igual à soma das funcionamento das lâmpadas. tensões registradas
em cada lâmpada, cuja pequena
diferença entre o valor total e o
somado é oriundo da resistência gerada pela placa. Já no circuito disposto
paralelamente, pôde-se verificar que a ddp nesse sistema é dada de forma
constante e a corrente total é muito próxima do
somatório das correntes de Fonte : AUTOR, 2019. cada lâmpada, na qual a
pequena diferença é ocasionada pelos mesmos
motivos do circuito anterior. Na associação mista, foi
observada a união de todos os eventos anteriormente descritos, nos quais a retirada
de uma lâmpada em série interrompe todo o funcionamento do sistema e em
paralelo, o circuito não é obstruído, o que já era esperado. Além disso, foi notado
que a potência mínima de funcionamento do circuito pode ser dada pelo produto
15

entre a tensão mínima de funcionamento e a corrente, porém erros na execução do


experimento impediram a obtenção da mesma.

REFERÊNCIAS BLIBIOGRÁFICAS

[1] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. “Fundamentos de Física


Volume 3 Eletromagnetismo”. Ed. LTC. Rio de Janeiro, 2007;

[2] “Circuitos resistivos”. Eletrica UFPR. Disponível em:


http://www.eletrica.ufpr.br/thelma/Capitulo3.pdf. Acesso em 23 de novembro de
2019.
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