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Núcleo Especializado de Promoção e

Defesa dos Direitos da Mulher

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO VARA __________ DE VIOLÊ NCIA


DOMÉ STICA E FAMILIAR CONTRA MULHER DA COMARCA DA CAPITAL

Ou

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA __________ VARA CRIMINAL DA


COMARCA DE _______________

(LEMBRAR QUE A COMPETÊ NCIA É DO LOCAL DOS FATOS)

(nome), _________________ (nacionalidade), ______________ (estado civil),


________________ (profissã o), portadora da Cédula de Identidade R.G. nº _______________, com
cadastro de pessoa física CPF n.º ___________________, residente e domiciliada na Rua
_____________________, nesta Capital, pela Defensora Pú blica que esta subscreve, dispensada
de apresentar mandato, ex vi Lei Complementar Estadual nº 988/2006, artigo 162,
inciso VI, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no
artigo 226, §8º, da Constituiçã o da Repú blica e nos artigos 5º e 19, da Lei 11.340 de
2006, requerer

APLICAÇÃO DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA


PREVISTAS NA LEI Nº 11.340/2006

Rua Boa Vista, 200 – 10º andar – São Paulo/SP – CEP: 01014-000 – Tel: (11) 3101-0155 ramais 233 e 238
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em face de (nome), ___________ (nacionalidade), __________ (estado civil), _____________


(profissã o), portador da Cédula de Identidade R.G. nº _________, inscrito no CPF/MF sob o
nº __________, residente e domiciliado na _________________________, pelos motivos de fato e de
direito a seguir expostos.

I. DOS FATOS

(OS FATOS NARRADOS SÃ O A TÍTULO DE EXEMPLO –


IMPORTANTE MENCIONAR O RISCO EXISTENTE, A EXISTÊ NCIA DE ALGUM TIPO DE
VIOLÊ NCIA ATUAL, DO BO, CASO NECESSITE DE REPRESENTAÇÃ O, NÓ S MESMOS
PODEMOS JUNTAR – SÓ COLHER DA VÍTIMA, E TODAS AS PROVAS QUE HOUVER –
DECLARAÇÃ O DE TESTEMINHAS – MESMO QUE NÃ O DOS FATOS, MAS DE OUVIR DIZER
JÁ ACEITAM – FOTOS, EMAILS, PRINTS DE MENSAGENS, ETC).

______ compareceu na data de hoje a esta Unidade da


Defensoria Pú blica e informou que vem sofrendo constantes ameaças e agressõ es por
parte de _______________.

Segundo boletim de ocorrência (DOC. ) realizado no


ú ltimo dia ___________ do corrente ano, o agressor, tem, insistentemente, procurado a
mesma no local de trabalho, o que tem lhe causando enorme constrangimento e
humilhaçã o, bem como em sua residência, sendo que, em uma das ocasiõ es, perpetrou
violência física contra _________.

__________ está muito abalada emocionalmente, sendo


que a agressã o e constantes ameaças tem lhe impedido de seguir sua rotina.

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Além disso, a irmã da requerente, com quem essa


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a irmã , também foi vítima das ameaças de Ricardo (HÁ POSSIBILIDADE DE PEDIR
EXTESÃ O DAS MEDIDAS PARA OS FAMILIARES – NESSE CASO PEDE TUDO JUNTO)

Vale esclarecer que ________ conviveu com __________por


aproximadamente 04 (quatro) anos e, durante o relacionamento, o requerido se
mostrou uma pessoa muito agressiva. Embora ________ tenha sofrido, durante o
relacionamento, inú meras violências de ordem física e psicoló gica, nunca se viu em
condiçõ es de registrar um Boletim de Ocorrência.

Em uma das ocasiõ es, foi agredida fisicamente e


chegou a tirar fotos das lesõ es sofridas, mas nã o levou a conhecimento da autoridade
policial (Doc. ).

A violência sofrida pela mesma é de conhecimento de


algumas pessoas pró ximas, que presenciaram a ameaças ou acabaram por acolher a
vítima em algumas situaçõ es, conforme demonstra declaraçã o das testemunhas (Doc.

Cansada de tanta violência, Maria decidiu se separar.


A decisã o de divó rcio data de fevereiro do corrente ano.

No entanto, mesmo apó s isso tais providências, a


situaçã o de violência física e psicoló gica permanece e se agrava, motivo pelo qual a
vítima vem requerer a aplicaçã o das medidas protetivas.

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II. DAS MEDIDAS PROTETIVAS

As medidas protetivas de urgência foram


introduzidas no ordenamento brasileiro por intermédio da Lei 11.340, de 2006, em
atençã o à necessidade de desenvolver mecanismos urgentes de proteçã o à mulher em
situaçã o de violência doméstica, consubstanciada, em específico, nas obrigaçõ es
assumidas pelo Estado brasileiro com a ratificaçã o da Convençã o sobre Eliminaçã o de
Todas as Formas de Discriminaçã o contra as Mulheres e da Convençã o Interamericana
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, que dispõ e:

“Artigo 7. Os Estados Partes condenam todas as formas de violência contra a


mulher e convêm em adotar, por todos os meios apropriados e sem demora,
políticas destinadas a prevenir, punir e erradicar tal violência e a empenhar-
se em: 
(...)
b.       agir com o devido zelo para prevenir, investigar e punir a violência
contra a mulher; 
c.       incorporar na sua legislação interna normas penais, civis,
administrativas e de outra natureza, que sejam necessárias para prevenir,
punir e erradicar a violência contra a mulher, bem como adotar as medidas
administrativas adequadas que forem aplicáveis;
 
d.       adotar medidas jurídicas que exijam do agressor que se abstenha de
perseguir, intimidar e ameaçar a mulher ou de fazer uso de qualquer
método que danifique ou ponha em perigo sua vida ou integridade ou
danifique sua propriedade; 

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e.       tomar todas as medidas adequadas, inclusive legislativas, para


modificar ou abolir leis e regulamentos vigentes ou modificar práticas
jurídicas ou consuetudinárias que respaldem a persistência e a tolerância da
violência contra a mulher; 
f.         estabelecer procedimentos jurídicos justos e eficazes para a mulher
sujeitada a violência, inclusive, entre outros, medidas de proteção, juízo
oportuno e efetivo acesso a tais processos; (...)”

A Constituiçã o Federal assim dispõ e:


“Art. 226. (...)
§ 8º. O Estado assegurará a assistência à
família na pessoa de cada um dos que a
integram, criando mecanismos para coibir a
violência no âmbito de suas relações”.

Pelo conteú do da narrativa da vítima é


facilmente verificável a existência do direito ameaçado e a impossibilidade de se
postergar a soluçã o da questã o ora trazida a Juízo. Afinal, aguardar a decisã o final
de mérito da açã o penal seria prolongar o sofrimento da ____________.

Caracterizado, portanto, o periculum in mora. É


fundado, pois, o receio das vítimas de que, se esperar pela tutela definitiva, possam
vir a sofrer novas agressõ es, ameaças, injú rias, entre outras formas de violência.

Nã o pode ser outra a soluçã o a ser dada por


este Juízo na aná lise do pleito liminar, porquanto já existem elementos

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suficientes para caracterizam os requisitos do periculum in mora e do fumus


boni iuris, tendo em vista que a vítima se encontra em franca situaçã o de risco.

Nesse sentido, cabe destacar que a legislaçã o vem


encontrando respaldo na jurisprudência e doutrina pá trias, seguindo-se abaixo a
transcriçã o das sá bias palavras da emitente Desembargadora do Tribunal de Justiça do
Rio Grande do Sul, Maria Berenice Dias, em decisã o proferida em Agravo de Instrumento
nº 70018581652, da Sétima Câ mara Cível, de 2007, cujo voto, dada sua importâ ncia, se
transcreve abaixo, parcialmente:

“Em boa hora, a Lei 11.430/2006, chamada de Lei Maria da Penha, inseriu
no ordenamento jurídico brasileiro um rol de medidas visando resgatar a
cidadania feminina e assegurar à mulher o direito a uma vida sem violência
(...). A partir de agora as agressões sofridas pelas mulheres sejam de caráter
físico, psicológico, sexual, patrimonial e inclusive moral, passam a ter
tratamento diferenciado pelo Estado.”

Aliá s, a jurisprudência é pacífica no sentido da


desnecessidade da oitiva da parte contrá ria quando de concessã o de medida
protetivas à mulher. Vejamos.

“As medidas protetivas de urgência


poderão ser concedidas inclusive de ofício pelo
juiz e prescindem da audiência das partes,
conforme literalidade do art. 19, § 1º, da Lei
Maria da Penha. Sendo assim, as garantias que o

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impetrante pretende que sejam respeitadas


(ampla defesa e contraditório) serão observadas
no curso regular do processo, não em sede de
decretação de medida protetiva de urgência, pois
não consta tal exigência no dispositivo em
comento” (TJDFT, HC 272.050, j. 26.04.2007, rel.
Gislene Pinheiro, DJ 06.06.2007, p. 98).

“Em se tratando de situação de


violência doméstica e familiar, pode e deve ser
acolhido o pedido da vítima de afastamento do
agressor, caso constatada a verossimilhança dos
fatos alegados, em sede liminar, evitando a
ocorrência de novas situações de risco. Tal
procedimento, visa resguardar a integridade
física das vítimas, não ofendendo o princípio da
ampla defesa e do contraditório.” (TJRS, AgIn
70022046429, rel. Ricardo Raupp Rushel, j.
13.12.2007, DJ 19.12.2007.

Dessa forma, configurada a situaçã o de


violência, o que resta demonstrado no presente caso, é de rigor a aplicaçã o das
medidas protetivas necessá rias. Afinal, deixar a mulher ao desamparo quando
decide desvencilhar-se do ciclo violento seria premiar o agressor, que continuaria
mantendo sua vida enquanto aquela, que já teve sua integridade psicoló gica e
física abalada, ficaria a mercê da sorte.

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Por todo o exposto, requer-se a aplicação das


medidas protetivas nos artigos 22 e 23, da Lei n° 11.340/06, sendo as mais
adequadas as _________ (COLOCAR AQUI QUAIS MEDIDAS MAIS ADEQUADAS
AO CASO – lembrar que o rol é exemplificativo), cujo conjunto de restriçõ es
coaduna com a situaçã o fá tica descrita e com o objetivo de proteçã o da
requerente.

III. DO PEDIDO

Diante de tais fatos, nã o há possibilidade de que a


vítima permaneça sob risco constante à sua integridade física e psicoló gica, razã o pela
qual requer-se:

a) A concessã o dos benefícios da Justiça Gratuita, por


ser a requerente pessoa necessitada na acepçã o
jurídica do termo;

b) A decretaçã o do sigilo das informaçõ es


processuais, bem como do local onde se encontra
a autora, para impedir futuras vitimizaçõ es.

c) A imediata concessão das medidas protetivas


previstas no artigo 22 e 23, (COLOCAR AS

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ADEQUADAS AO CASO CONCRETO) da Lei n°


11.340/06, independente da prévia oitiva do
Ministério Público, nos termos do art. 19, §1º,
da Lei Maria da Penha.

d) Requer seja a usuária intimada pessoalmente


de todas as decisões judiciais, nos termos do
art. 21, da Lei Maria da Penha.

Não entendendo ser o caso da concessão da


medida de plano, requer-se subsidiariamente audiência de justificação.

Por fim, informando que infelizmente que esse


órgão não possui atribuição funcional para acompanhar o pleito realizado, que foi
feito face a urgência do mesmo, solicita-se desde já seja o órgão do Ministério
Público atuante nessa vara informado do requerimento e de sua decisão, para
posterior acompanhamento.

A autora provará o alegado por todos os meios em


direito admitidos, especialmente por ________________.

Sã o Paulo, _____________.

__________________
usuária
RG nº _________________

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Defensor Pú blico do Estado de Sã o Paulo

ROL DE TESTEMUNHAS
(cuja intimação desde já se requer):

1–
2–

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