BEER JUDGE CERTIFICATION PROGRAM

DIRETRIZES DE ESTILOS 2015

Diretrizes de Estilos de Cerveja

Copyright © 2015, BJCP, Inc.

O BJCP concede o direito a fazer cópias deste documento para uso em
competições sancionadas pelo BJCP, ou para fins educacionais / treino de juízes.
Todos os direitos reservados.
Actualizações disponíveis em www.bjcp.org
Editado by Gordon Strong
com
Kristen England

Análise de diretrizes anteriores:
Contribuições para novos estilos:
Revisão e Comentários:
Revisão final:
Tradução para Português de Portugal (rev.0.1):
Don Blake, Agatha Feltus, Tom Fitzpatrick, Mark Linsner, Jamil Zainasheff
Drew Beechum, Craig Belanger, Dibbs Harting, Antony Hayes, Ben Jankowski, Andew Korty,
Larry Nadeau, William Shawn Scott, Ron Smith, Lachlan Strong, Peter Symons,
Michael Tonsmeire, Mike Winnie, Tony Wheeler
Ray Daniels, Roger Deschner, Rick Garvin, Jan Grmela, Bob Hall, Stan Hieronymus, Marek
Mahut, Ron Pattinson, Steve Piatz, Evan Rail, Nathan Smith,Petra and Michal Vřes
Brian Eichhorn, Agatha Feltus, Dennis Mitchell, Michael Wilcox
Tito Santos
 ÍNDICE
4A. Munich Helles ......................................................... 8 
PREFÁCIO À TRADUÇÃO PARA PORTUGUÊS DE PORTUGAL....... IV  4B. Festbier.................................................................... 8 
INTRODUÇÃO ÀS DIRETRIZES DE 2015 ................................... VI  4C. Helles Bock .............................................................. 9 
Estilos e Categorias ...................................................... vi 
5. PALE BITTER EUROPEAN BEER ......................................... 10 
Nomes de Estilos e Categorias ..................................... vi 
Cerveja Europeia Clara e Amarga ............................. 10 
Utilização das Diretrizes de Estilos ............................. vii 
5A. German Leichtbier ................................................ 10 
Formato de uma Descrição de Estilo ......................... viii 
5B. Kölsch .................................................................... 10 
Linguagem da Descrição do Estilo ................................ x 
5C. German Helles Exportbier ..................................... 11 
INTRODUÇÃO AOS ESTILOS DE CERVEJA ................................. X  5D. German Pils ........................................................... 11 
Categorização Base ........................................................ x 
6. AMBER MALTY EUROPEAN LAGER .................................... 12 
Atributos Comuns a Todos os Estilos de Cerveja ........ xi 
Lager Europeia Âmbar e Maltada ............................. 12 
Glossário ....................................................................... xi 
6A. Märzen .................................................................. 12 
Termos Relacionados com Lúpulo ............................ xi 
6B. Rauchbier .............................................................. 13 
Termos Relacionados com Malte e Brassagem......... xi 
6C. Dunkles Bock ........................................................ 13 
Termos relativos a Levedura ou Fermentação ......... xii 
Termos de Qualidade ou Defeitos ............................ xii  7. AMBER BITTER EUROPEAN BEER ...................................... 15 
Termos de Aparência................................................ xii  Cerveja Europeia Âmbar e Amarga .......................... 15 
Referência de Cor ....................................................... xiii  7A. Vienna Lager ......................................................... 15 
Organização dos Estilos ............................................. xiii  7B. Altbier .................................................................... 15 
Referência de Etiquetas de Estilo .............................. xiv  7C. Kellerbier ............................................................... 16 
Kellerbier: Pale Kellerbier ........................................ 16 
1. STANDARD AMERICAN BEER ............................................... 1 
Kellerbier: Amber Kellerbier .................................... 17 
Cerveja Americana Corrente........................................ 1 
1A. American Light Lager .............................................. 1  8. DARK EUROPEAN LAGER.................................................. 18 
1B. American Lager ....................................................... 1  Lager Europeia Escura............................................... 18 
1C. Cream Ale ................................................................ 2  8A. Munich Dunkel ..................................................... 18 
1D. American Wheat Beer ............................................. 2  8B. Schwarzbier ........................................................... 18 

2. INTERNATIONAL LAGER ..................................................... 4  9. STRONG EUROPEAN BEER ................................................20 

Lager Internacional ...................................................... 4  Cerveja Europeia Forte ..............................................20 
2A. International Pale Lager ......................................... 4  9A. Doppelbock ...........................................................20 
2B. International Amber Lager ..................................... 4  9B. Eisbock ..................................................................20 
2C. International Dark Lager ........................................ 5  9C. Baltic Porter .......................................................... 21 

3. CZECH LAGER .................................................................... 5  10. GERMAN WHEAT BEER .................................................. 22 

Lager Checa .................................................................. 5  Cerveja de Trigo Alemã .............................................. 22 
3A. Czech Pale Lager ..................................................... 6  10A. Weissbier ............................................................. 22 
3B. Czech Premium Pale Lager ..................................... 6  10B. Dunkles Weissbier............................................... 22 
3C. Czech Amber Lager ................................................. 7  10C. Weizenbock ......................................................... 23 
3D. Czech Dark Lager .................................................... 7 
11. BRITISH BITTER.............................................................. 24 
4. PALE MALTY EUROPEAN LAGER ......................................... 8  Cerveja Britânica Amarga ......................................... 24 
Lager Europeia Maltada e Clara ................................. 8  11A. Ordinary Bitter..................................................... 24 

Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015 i

 11B. Best Bitter ............................................................ 24  19A. American Amber Ale ........................................... 42 
11C. Strong Bitter ......................................................... 25  19B. California Common ............................................. 42 
19C. American Brown Ale............................................ 43 
12. PALE COMMONWEALTH BEER ......................................... 26 
Cerveja Clara da Commonwealth .............................. 26  20. AMERICAN PORTER AND STOUT ..................................... 44 
12A. British Golden Ale ............................................... 26  Porter e Stout americana ........................................... 44 
12B. Australian Sparkling Ale ..................................... 26  20A. American Porter ................................................. 44 
12C. English IPA .......................................................... 27  20B. American Stout ................................................... 44 
20C. Imperial Stout ..................................................... 45 
13. BROWN BRITISH BEER ...................................................28 
Cerveja Britânica Castanha .......................................28  21. IPA................................................................................ 46 
13A. Dark Mild.............................................................28  21A. American IPA ...................................................... 46 
13B. British Brown Ale ................................................ 29  21B. Specialty IPA ....................................................... 47 
13C. English Porter ...................................................... 29  Specialty IPA: Belgian IPA ....................................... 47 
Specialty IPA: Black IPA ..........................................48 
14. SCOTTISH ALE ................................................................ 31 
Specialty IPA: Brown IPA.........................................48 
Ale Escocesa ................................................................ 31 
Specialty IPA: Red IPA ............................................. 49 
14A. Scottish Light....................................................... 31 
Specialty IPA: Rye IPA .............................................50 
14B. Scottish Heavy ..................................................... 31 
Specialty IPA: White IPA .........................................50 
14C. Scottish Export .................................................... 32 
22. STRONG AMERICAN ALE................................................. 51 
15. IRISH BEER .................................................................... 32 
Ale Americana Forte ................................................... 51 
Cerveja Irlandesa........................................................ 32 
22A. Double IPA .......................................................... 51 
15A. Irish Red Ale ........................................................ 32 
22B. American Strong Ale ........................................... 52 
15B. Irish Stout ............................................................ 33 
22C. American Barleywine .......................................... 52 
15C. Irish Extra Stout .................................................. 34 
22D. Wheatwine .......................................................... 53 
16. DARK BRITISH BEER ...................................................... 34 
23. EUROPEAN SOUR ALE .................................................... 54 
Cerveja Britânica Escura ........................................... 34 
Ale Ácida Europeia ..................................................... 54 
16A. Sweet Stout .......................................................... 35 
23A. Berliner Weisse ................................................... 54 
16B. Oatmeal Stout ...................................................... 35 
23B. Flanders Red Ale ................................................. 54 
16C. Tropical Stout ...................................................... 36 
23C. Oud Bruin ............................................................ 55 
16D. Foreign Extra Stout ............................................. 36 
23D. Lambic ................................................................ 56 
17. STRONG BRITISH ALE ..................................................... 37  23E. Gueuze ................................................................. 57 
Ale Britânica Forte...................................................... 37  23F. Fruit Lambic ........................................................ 57 
17A. British Strong Ale ................................................ 37 
24. BELGIAN ALE ................................................................. 58 
17B. Old Ale .................................................................38 
Ale Belga ...................................................................... 58 
17C. Wee Heavy ...........................................................38 
24A. Witbier ................................................................ 58 
17D. English Barleywine .............................................. 39 
24B. Belgian Pale Ale .................................................. 59 
18. PALE AMERICAN ALE..................................................... 40  24C. Bière de Garde.................................................... 60 
Ale Americana Clara ................................................. 40 
25. STRONG BELGIAN ALE ................................................... 61 
18A. Blonde Ale .......................................................... 40 
Ale Belga Forte ............................................................ 61 
18B. American Pale Ale .............................................. 40 
25A. Belgian Blond Ale ................................................ 61 
19. AMBER AND BROWN AMERICAN BEER ............................ 42  25B. Saison .................................................................. 61 
Cerveja americana âmbar e castanha ....................... 42  25C. Belgian Golden Strong Ale .................................. 62 

ii Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015

26. TRAPPIST ALE ................................................................ 63  32. SMOKED BEER .............................................................. 80 
Ale Trapista ................................................................. 63  Cerveja Fumada ......................................................... 80 
26A. Trappist Single .................................................... 63  32A. Classic Style Smoked Beer ................................. 80 
26B. Belgian Dubbel .................................................... 64  32B. Specialty Smoked Beer........................................ 81 
26C. Belgian Tripel ...................................................... 64 
33. WOOD BEER ..................................................................82 
26D. Belgian Dark Strong Ale ..................................... 65 
Cerveja Maturada em Madeira .................................82 
27. HISTORICAL BEER .......................................................... 65  33A. Wood-Aged Beer .................................................82 
Cerveja Histórica ........................................................ 65  33B. Specialty Wood-Aged Beer .................................82 
Cerveja Histórica: Gose ............................................ 66 
34. SPECIALTY BEER ............................................................84 
Cerveja Histórica: Kentucky Common..................... 66 
Cerveja Especial ..........................................................84 
Cerveja Histórica: Lichtenhainer ............................. 67 
34A. Clone Beer ...........................................................84 
Cerveja Histórica: London Brown Ale ..................... 67 
34B. Mixed-Style Beer .................................................84 
Cerveja Histórica: Piwo Grodziskie..........................68 
34C. Experimental Beer ..............................................84 
Cerveja Histórica: Lager anterior à Lei Seca............68 
Cerveja Histórica: Porter anterior à Lei Seca .......... 69  APÊNDICE A: CATEGORIZAÇÕES ALTERNATIVAS ................... 85 
Cerveja Histórica: Roggenbier ................................. 69  1. Estilos Ordenados Segundo as Categorias de 2008
Cerveja Histórica: Sahti............................................ 70  (Rigoroso) .................................................................... 85 
2. Estilos Ordenados Segundo as Categorias de 2008
INTRODUÇÃO ÀS CERVEJAS ESPECIAIS .................................. 71  (Modificado) ................................................................86 
Submissão a Concurso de Cervejas Especiais ............. 71  3. Estilos Ordenadas Através da Família de Estilos ... 87 
Avaliação de Cervejas Especiais .................................. 71  4. Estilos Ordenados Segundo País de Origem .......... 88 
Efeitos no Equilíbrio da Cerveja de Ingredientes 5. Estilos Ordenadas com base na História ................89 
Adicionados ................................................................. 72 
APÊNDICE B: ESTILOS LOCAIS .............................................. 91 
28. AMERICAN WILD ALE .................................................... 72 
Estilos Argentinos .................................................... 91 
Ale Selvagem Americana ............................................ 72 
X1. Dorada Pampeana ................................................. 91 
28A. Brett Beer ............................................................ 72 
X2. IPA Argenta........................................................... 91 
28B. Mixed-Fermentation Sour Beer.......................... 73 
Estilos Italianos ........................................................ 92 
28C. Wild Specialty Beer ............................................. 74 
X3. Italian Grape Ale ................................................... 92 
29. FRUIT BEER ................................................................... 74 
Cerveja de Fruta ......................................................... 74 
29A. Fruit Beer ............................................................ 74 
29B. Fruit and Spice Beer ........................................... 75 
29C. Specialty Fruit Beer............................................. 76 

30. SPICED BEER ................................................................. 77 

Cerveja com Especiarias ............................................ 77 
30A. Spice, Herb, or Vegetable Beer ........................... 77 
30B. Autumn Seasonal Beer ....................................... 77 
30C. Winter Seasonal Beer.......................................... 78 

31. ALTERNATIVE FERMENTABLES BEER .............................. 79 

Cerveja de Fermentáveis Alternativos ....................... 79 
31A. Alternative Grain Beer ........................................ 79 
31B. Alternative Sugar Beer ....................................... 80 

Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015 iii

PREFÁCIO À TRADUÇÃO PARA PORTUGUÊS DE PORTUGAL
Apesar de já existir uma tradução para a língua Portuguesa das diretrizes de 2015, a mesma foi realizada em português do
Brasil, incorporando palavras e expressões pouco comuns no Português de Portugal.
Assim e com vista a que o programa BJCP seja o mais abrangente possível, realizou-se esta tradução com termos mais
correntes em Portugal, podendo ainda ser uma boa ferramenta de base aos PALOP (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe), Timor-Leste e Macau, cuja língua oficial é o português de Portugal.
Para que a tradução seja fiel ao original, evitou-se ao máximo fazer uso de termos ou referências regionais e exemplificações,
para que este documento seja o mais próximo, quanto possível, do original em inglês. Vários termos em inglês não possuem
tradução direta e foram ora descritos ao longo do texto, ora deixados na sua forma original.
Alguns destes termos podem ser encontrados no glossário desta seção. Muitos destes termos são já amplamente utilizados
no meio cervejeiro na sua forma original e foram mantidos.
Futuramente será realizada uma unificação das versões em português europeu e português do Brasil, com o objectivo de
existir apenas um documento na língua Portuguesa.
Esta tradução foi realizada de forma voluntária podendo conter erros, embora se tenha tomado todo o cuidado para os
evitar. Encoraja-se o envio de correções e/ou sugestões para o email: bjcp.portugal@gmail.com

Tito Santos, E1864

Glossário

ABV – Alcohol by Volume: Volume de álcool por
volume total de líquido (álc./vol.). Expressa o teor
alcoólico.
Ale: Pode referir-se:
 a um tipo de levedura que fermenta melhor em
temperaturas mais elevadas (levedura de alta
fermentação);
 à cerveja fermentada com esta levedura (tipo ale);
Burtonizar: Corrigir a água através de adições minerais
para que esta fique semelhante à de Burton-on-Trent, na
Inglaterra (água de dureza e teor de sulfatos elevados).
Butterscotch: Produto de confeitaria cujos ingredientes
principais são o açúcar escuro (demerara etc.) e manteiga.
É similar ao toffee, mas não é duro, apresentando-se
como um líquido bastante viscoso.
Cracker: Relativo às bolachas que apresentam um sabor
relativamente neutro a pão, vulgarmente conhecidas por
“bolacha de água-e-sal”.
Crisp: Representa a qualidade de cessar subitamente
uma determinada sensação, dando a impressão de
quebra. Geralmente relacionada ao paladar e ao
retrogosto, logo ao engolir. Opõe-se ao “persistente”.
Denota uma cerveja de carácter “limpo”. Descrito como
“com final bem definido”.
Drinkability: Facilidade em beber. Termo utilizado para
designar, no geral, uma cerveja de palatável. Quanto
maior o "drinkability" mais vontade se tem de beber e
continuar a beber uma determinada cerveja. Cervejas de
baixa “drinkability” não devem ser consideradas “piores”
do que cervejas de alta “drinkability”.
Dry-hopping: Adição de lúpulo durante a maturação da
cerveja ou em várias fases da fermentação (fase fria do
processo), para adicionar aroma ao produto final.
FG – Final Gravity: Densidade Final. Medida da
densidade do mosto fermentado. A relação entra a OG e a
FG ajuda a estimar o teor alcoólico da cerveja final.
Farmhouse: Termo usado para designar as antigas
casas das quintas europeias onde ocorriam todas as
produções de alimentos, como queijos, cerveja, derivados
de carne, etc.
Strength: Relativo ao conteúdo alcoólico (força). Uma
cerveja forte é uma cerveja com mais álcool. Uma cerveja
fraca, o oposto.
IBU – International Bittering Units: Unidades
Internacionais de Amargor. Escala referente ao amargor.
Lager: pode referir-se:
 a um tipo de levedura que fermenta melhor em
temperaturas mais baixas (levedura de baixa
fermentação);
 à cerveja fermentada com esta levedura (tipo
lager);
 ao processo pelo qual a cerveja é maturada em
temperaturas baixas (em geral em caves ou adegas)
por longos períodos de tempo - lagering.
Lágrima: Efeito comum em alguns vinhos e cervejas
fortes, consistindo na formação de gotas que escorrem na
vertical e que podem ser observadas na parede do copo,
devido ao alto teor de álcool. Original em inglês: leg.

iv Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015

Mouthpuckering: Que causa repuxamento na boca,
que faz a boca parecer extremamente seca por dentro.
Pode ser traduzido como ácido ou adstringente em alguns
casos.
Nutty: Sabor que lembra nozes, castanhas ou outro fruto
seco de casca rija. Geralmente traduzido como
“semelhante a nozes”.
OG – Original Gravity: Densidade Original. Medida da
densidade do mosto antes da fermentação, que varia com
a quantidade de açúcares em solução.
Pale: Designação dada a cervejas de cor mais clara do que
âmbar, como por exemplo American Pale Ale.
Convencionou-se utilizar o termo “clara” nesta tradução.
Schankbier: Termo alemão que define cervejas com OG
entre 7°P e 10,9°P (1,028 – 1,044).
Session Beer: Qualquer cerveja que não contém mais do
que 5% álc./vol., com "drinkability" elevada. O propósito
de uma "session beer" é permitir que uma pessoa beba
várias cervejas, dentro de um período razoável (ou
sessão), sem sobrecarregar os sentidos ou atingir níveis
inadequados de embriaguez.
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Sour: Geralmente refere-se negativamente ao azedo, ou
seja, uma acidez desagradável. Existem excepções e o
contexto deve ser tido em conta.
SRM – Standard Reference Method: Método Padrão
de Referência, relativo à cor da cerveja, sendo valores
mais baixos para cores mais claras e valores mais altos
para cores mais escuras. A conversão para o sistema EBC
é: EBC = SRM x 1.97
Tart: Geralmente se refere positivamente a azedo, ou
seja, uma acidez agradável e/ou tartárica. Existem
exceções e o contexto deve ser levado em conta.
Toffee: Produto base de confeitaria que se faz
caramelizando o açúcar ou melaço, adicionando-se
manteiga e, ocasionalmente, farinha. A mistura é
aquecida até ficar dura. É um sabor comum em vários
caramelos.
Torrado: Mais queimado que o tostado. Geralmente
refere-se a grão de cereal.
Tostado: Menos queimado que o torrado. Geralmente
refere-se a grão de cereal.
Vollbier: Termo alemão que define cervejas com
densidade inicial entre 11°P e 15,9°P (1,044 – 1,065).
v
INTRODUÇÃO ÀS DIRETRIZES DE 2015
As Diretrizes de Estilos do BJCP de 2015 são uma revisão importante da edição de 2008. Os objetivos da nova edição
passam por abordar melhor os estilos mundiais de cerveja encontrados nos seus mercados locais, acompanhar o ritmo
das tendências emergentes do mercado de cervejas artesanais, descrever as cervejas históricas que agora estão a ser
reavivadas, descrever melhor as características sensoriais dos ingredientes modernos da cerveja, tirar vantagem das
novas pesquisas e referências e ajudar os organizadores de competições a gerenciar melhor a complexidade dos seus
eventos.
Foram adicionados muitos estilos novos e alguns estilos existentes foram divididos em várias categorias ou simplesmente
renomeados. Os agrupamentos de estilos em categorias possuem uma nova filosofia que agrupa estilos com
características de avaliação semelhantes, em vez de uma herança comum ou nome de família. Não se deve supor que a
mesma característica principal (por exemplo, cor, teor alcoólico, equilíbrio, sabor dominante, país de origem) tenha sido
usada para determinar o agrupamento de cada categoria; o raciocínio foi mais variável e com nuances. Foram feitas
algumas mudanças para permitir fazer futuras revisões de forma mais célere. Por fim, fornecemos algumas orientações
adicionais sobre como usar as diretrizes para reduzir o potencial de uso indevido que foi observado nas edições anteriores.
Se está familiarizado com as diretrizes de 2008, tenha atenção que muitos nomes e números de categorias foram
alterados. Observe que foi adicionada uma secção Introdução aos Estilos de Cerveja, assim como foi feito no passado com
os estilos de Hidromel e Sidra. Esta nova seção aborda características comuns da cerveja, bem como atributos que são
assumidos por defeito como presentes ou ausentes, salvo indicação em contrário.

Estilos e Categorias
As Diretrizes de Estilos do BJCP usam alguns termos
específicos com significado especializado: Categoria,
Subcategoria e Estilo. No que se refere aos estilos de
cerveja, hidromel e sidra, a subcategoria é o rótulo mais
importante - subcategoria significa essencialmente a
mesma coisa que estilo e identifica a principal característica
de um tipo de cerveja, hidromel ou sidra. Cada estilo tem
uma descrição bem definida, que é a ferramenta básica
usada durante a avaliação. Quando as descrições de
cervejas especiais se referem a um Estilo Clássico,
queremos dizer um estilo indicado (nome da subcategoria)
nas Diretrizes de Estilos do BJCP; consulte a secção
Introdução às Cervejas do tipo Especial para obter mais
informações.
As maiores categorias são agrupamentos arbitrários de
estilos de cerveja, hidromel ou sidra, geralmente com
características semelhantes, mas algumas das
subcategorias não estão necessariamente relacionadas a
outras da mesma categoria. O objetivo da estrutura das
Diretrizes de Estilos do BJCP é agrupar estilos de cerveja,
hidromel e sidra para facilitar a avaliação durante as
competições; não se deve supor que existe um significado
adicional destes agrupamentos. Não está implícita
nenhuma associação histórica ou geográfica.
Os concursos podem criar as suas próprias categorias de
prémios, distintas das categorias de estilo listadas nestas
diretrizes. Não há exigência de que as competições
usem as categorias de estilos como categorias de
prémio! Os estilos individuais podem ser agrupados de
qualquer maneira para criar as categorias desejadas de
prémios na competição como, por exemplo, para equilibrar
o número de participações em cada categoria de prémio.
Embora as categorias de estilo sejam mais úteis para fins de
avaliação, pois agrupam cervejas com características
percetivas semelhantes, reconhece-se que essa pode não ser
a melhor maneira de aprender sobre estilos de cerveja. Para
fins educacionais, os estilos podem ser agrupados em
famílias de estilos, para que possam ser comparados e
contrastados. As cervejas também podem ser agrupadas
por país de origem, para que se possa entender melhor a
história da cerveja dum país ou para aprender sobre um
mercado local. Qualquer um destes agrupamentos é
perfeitamente aceitável; os estilos foram agrupados apenas
para facilitar a avaliação durante a competição. Consulte o
Apêndice A para agrupamentos alternativos de estilos.
Nomes de Estilos e Categorias
Algumas pessoas ficam tão perdidas nos nomes específicos
utilizados para estilos e categorias de cerveja, que parecem
não entender as descrições dos estilos em si. Os nossos
nomes são simplesmente identificadores escolhidos para
melhor representar os estilos e agrupamentos descritos.
Em primeiro lugar foram dados nomes aos estilos, depois
foram agrupados por características semelhantes ou região
de origem, tendo sido criados posteriormente os grupos.
Entende-se que muitos desses estilos podem ter nomes
diferentes e são chamados de coisas diferentes em zonas
diferentes (ou mesmo iguais) do mundo. Anteriormente e
de forma geral, eram usados vários desses nomes no título
do estilo para evitar mostrar uma preferência, mas isto
muitas vezes levava as pessoas a usar todos os nomes
simultaneamente de forma incorreta. Portanto, torna-se
importante entender que foram selecionados nomes que
são usados de forma geral, ou são descritivos de um estilo
que pode não ter um nome local. Não se está a tentar dizer
às cervejarias como elas devem chamar os seus produtos;
pretende-se ter um nome comum que possa ser usado para
facilitar a referência.

vi Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015

Alguns nomes utilizados são denominações protegidas.
Não se está a dizer que isso não deva ser respeitado ou que
todas as cervejarias comerciais devem usar esses nomes.
Em vez disso, esses são os nomes mais apropriados para
descrever os estilos. Se esse conceito for difícil de entender,
basta supor a existência de uma designação implícita de
“estilo” em cada nome de estilo. Não se pretendeu usar "-
estilo" em nenhuma parte dos nomes, pois estas são
diretrizes de estilo e, claro, tudo é um estilo.
Às vezes, foi necessário escolher nomes que incluíssem um
país ou região de origem, para diferenciar os estilos que
usavam o mesmo nome (como Porter). Os nomes usados
nestes casos têm a intenção de ser descritivos, e não
necessariamente o que os produtos são chamados nos
mercados locais. Portanto, não se deve inferir que se está a
dizer aos fabricantes de cerveja que eles deveriam alterar o
nome das suas cervejas.
O uso de nomes de países ou regiões nos nomes de estilos e
categorias também não implica que esses estilos sejam
feitos apenas nesses países ou regiões, mas simplesmente
que tiveram origem ou foram popularizados nessas áreas.
Muitos estilos são agora bastante mundiais, com diferenças
subtis que refletem os ingredientes locais. Deve-se ter
presente o uso implícito de “estilo” ao considerar as
diferenças nestes produtos e se eles realmente representam
um estilo diferente ou são simplesmente a variação normal
que veria entre as cervejarias de um produto similar.
Não se usa nomes de países ou regiões para implicar
propriedade ou qualquer outra posição preferida. Quando
existem nomes de uso comum, foi preferível usá-los para
estilos, em vez de selecionar um nome geográfico mais
amplo. Entendeu-se que alguns nomes trazem conflitos
políticos, étnicos ou sociais; O BJCP não assume nenhuma
posição sobre estas matérias - estamos a tentar descrever a
cerveja e não a resolver disputas.
Utilização das Diretrizes de Estilos
Quando foram criadas as versões anteriores das diretrizes
de estilo, não se tinha ideia de quão prevalentes e
difundidas estas se tornariam. Acreditou-se que se estava a
criar um conjunto padronizado de descrições de estilos para
uso em competições de cervejas caseiras, mas
posteriormente descobriu-se que elas eram amplamente
adotadas em todo o mundo para descrever a cerveja em
geral. Muitos países com mercados emergentes de cerveja
artesanal estavam a usar as diretrizes como manuais para o
que preparar. Os consumidores e grupos comerciais
começaram a usar os estilos para descrever os seus
produtos. E, infelizmente, muitos deram surpreendentes
saltos de lógica muito além do que era a intenção original,
tendo as diretrizes sido usadas como uma espécie de Pedra
Roseta universal para a cerveja.
Embora se entenda que as diretrizes podem ter sido usadas
indevidamente em contextos além da intenção original,
também foi observado a ser usadas indevidamente em
competições e para outros fins do BJCP, como preparação
e classificação de exames. Algumas pessoas desenvolvem as
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
suas próprias interpretações incorretas das diretrizes e, em
seguida, muitas vezes sem saber, instruem outras pessoas
sobre o seu uso indevido. O objetivo das informações nesta
secção é o de ajudar a evitar no futuro, muitos casos de má
interpretação e mau uso. Se encontrar alguém a usar as
diretrizes incorretamente, indique-lhe esta seção.
As seguintes máximas expressam a intenção original e
foram concebidas para limitar o uso indevido e não impedir
que as diretrizes sejam adotadas para novos usos:
1. As Diretrizes de Estilo do BJCP são diretrizes
e não especificações. Assuma estas palavras pelo
seu valor nominal ou pelo seu significado à letra. As
diretrizes destinam-se a descrever características
gerais dos exemplares mais comuns e servem como
auxílio para a avaliação; não são especificações a ser
rigorosamente aplicadas e usadas para punir
exemplares mais incomuns. São sugestões, não
limites rígidos. Permita alguma flexibilidade na
avaliação para que os exemplares bem concebidos
possam ser recompensados. As diretrizes foram
escritas em detalhe, para facilitar o processo de
avaliação estruturada da cerveja praticada em
competições de cerveja caseira; não se deve tomar
cada frase individual numa descrição de estilo como
um motivo para desclassificar uma cerveja.
2. As Diretrizes de Estilo foram escritas
principalmente para competições de cerveja
caseira. As descrições dos estilos individuais são
escritas principalmente como uma ajuda para a
avaliação e, em alguns casos, procurou-se definir
linhas claras entre estilos de forma a não existirem
categorias de avaliação que se sobreponham.
Entende-se que alguns estilos podem-se sobrepor no
mercado e alguns exemplares comerciais podem
ultrapassar os limites. Organizou-se as categorias de
estilo com o objetivo de organizar competições de
cervejas caseiras, não para descrever e comunicar os
estilos do mundo a um público diferente.
3. É sabido que muita gente usa as nossas
diretrizes. Várias outras organizações ou grupos
estão a usar as nossas diretrizes para outros fins além
da intenção original. Desde que esses grupos
encontrem valor no nosso trabalho, ficamos felizes
que as diretrizes sejam usadas. Permitimos
livremente que o nosso sistema de nomenclaturas e
numeração seja usado por outras pessoas. No
entanto, não se devem fazer suposições precipitadas
sobre a natureza da cerveja e dos estilos de cerveja,
com base em aplicações das diretrizes além da
intenção original. Também é conhecido que alguns
fabricantes de cerveja artesanal estão a usar as nossas
diretrizes para redescobrir estilos históricos, ou para
fabricar estilos que não são originários do seu país -
estamos entusiasmados por poder ajudar a
desenvolver a cerveja artesanal desta maneira.
Recorde-se de que não é a missão original fazer isto;
apenas um feliz efeito colateral.
vii
 4. Os estilos mudam com o tempo. Os estilos de
cerveja mudam ao longo dos anos e alguns estão
abertos a interpretação e debate. Simplesmente
porque um nome de estilo não mudou ao longo dos
anos, não significa que as cervejas também não
tenham mudado. Os fabricantes de cerveja
comerciais estão sujeitos a forças de mercado e
regulamentação governamental; definitivamente, os
seus produtos mudam com o tempo. O facto de
termos agora uma cerveja conhecida como porter
não significa que ela sempre foi feita da mesma
maneira ao longo da sua história. Os estilos de
cerveja descritos nas diretrizes geralmente
pretendem descrever as cervejas modernas
atualmente disponíveis, a menos que especificado de
outra forma (por exemplo, na categoria Cerveja
Histórica).
5. Nem toda a cerveja comercial se encaixa
nestes estilos. Não se deve assumir que toda a
cerveja se encaixa perfeitamente numa destas
categorias. Algumas cervejeiras divertem-se a criar
exemplares que não correspondem às nossas
diretrizes (ou de outras pessoas quaisquer). Algumas
criam cervejas com um nome de estilo que
deliberadamente não correspondem às nossas
diretrizes. É perfeitamente normal que uma cerveja
comercial não corresponda a um dos nossos estilos;
não se pretende categorizar todas as cervejas
comerciais - essa não é a intenção ou a missão do
BJCP.
6. Não se definiram todos os estilos possíveis de
cerveja. É claro que se sabe da existência de estilos
de cerveja que não estão definidos nestas diretrizes.
Talvez porque o estilo é obscuro ou impopular, ou
porque os cervejeiros caseiros não o estão a fazer, que
existem exemplares ou materiais de pesquisa
insuficientes para defini-lo adequadamente de
acordo com os nossos padrões, ou que é originário de
uma parte do mundo que o BJCP não tem
extensivamente visitado. Talvez fosse um estilo
histórico que já não é produzido. Ou talvez seja algo
que se acredita uma moda passageira.
Independentemente do motivo, não acreditamos que
estas diretrizes representem a categorização
completa de todos os estilos de cerveja já feitos -
simplesmente não o fazem. Elas, no entanto,
descrevem as cervejas mais comuns fabricadas hoje
por cervejeiros caseiros e muitas cervejarias
artesanais.
7. Os exemplares comerciais mudam com o
tempo. Assim como os estilos de cerveja mudam, os
exemplares individuais também mudam. Só porque
uma cerveja já foi um ótimo exemplo do estilo não
significa que sempre será um ótimo exemplo do
estilo. Às vezes, a cerveja muda (com mudança de
propriedade, talvez) ou às vezes a tendência do estilo
muda, mas a cerveja não. A Anchor Liberty ajudou a
definir o estilo American IPA quando este foi criado,
viii Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
mas atualmente é mais similar às American Pale Ale
atuais.
8. Os ingredientes mudam com o tempo. O
lúpulo é o melhor exemplo da atualidade; existem
constantemente novas variedades que chegam ao
mercado, com características únicas. Os fabricantes
de cerveja que procuram um diferenciador, podem
estar a adoptar (e a abandonar) ingredientes
rapidamente. É difícil afirmar que o caráter de um
estilo de cerveja é imutável quando os ingredientes
tipicamente usados no seu fabrico mudam
constantemente. Deve-se permitir essas alterações
ao avaliar a cerveja; nem todos os lúpulos
americanos ou do Novo Mundo serão cítricos ou a
pinho. Não devemos ser rígidos ao ponto de avaliar
com base no que estava disponível ou tipicamente
usado no momento da redação deste texto; deve-se
entender os ingredientes normalmente utilizados, e
adaptar a avaliação para ter em conta os
ingredientes em mudança.
9. A maioria dos estilos é bastante abrangente.
Algumas pessoas acreditam que os estilos presentes
nestas diretrizes inibem a criatividade dos
fabricantes de cerveja ao prescrever rigidamente
limites. Essa não é a intenção do BJCP; achamos que
a criatividade pode impulsionar a inovação e que a
interpretação do cervejeiro deve ser permitida. No
entanto, nem toda inovação é uma boa ideia, ou
resulta numa cerveja que é reconhecível no mesmo
grupo de outras com o mesmo nome. Portanto, os
estilos devem ser interpretados como tendo alguma
flexibilidade, mas dentro da razão.
10. As Diretrizes de Estilos não são os Dez
Mandamentos. As palavras neste documento não
são devidas à inspiração divina; elas foram escritas
por pessoas que fazem um esforço de boa fé para
descrever a cerveja como ela é percebida. Não se
devem tratar como um tipo de Escritura Sagrada.
Não se deve perder tempo a analisar as palavras
individualmente que se perde a intenção geral. A
parte mais importante de qualquer estilo é o
equilíbrio e a impressão geral; isto é, que a cerveja
lembre o estilo e é um produto muito agradável de
beber. Perder-se nas descrições individuais perde a
essência do estilo. O mero facto de que as descrições
de estilos podem mudar de uma edição das diretrizes
para a próxima, deve ser a ilustração mais clara de
que as próprias palavras não são sagradas.
Formato de uma Descrição de Estilo
Foi utilizado um formato padrão para descrever os estilos
de cerveja. As seções dentro do modelo têm significados
específicos que devem ser compreendidos para não serem
mal utilizados:
 Impressão Geral. Nas edições anteriores, este
campo costumava ser uma simples reformulação
das seções básicas Aparência, Aroma, Sabor e
 Sensação na Boca. No entanto, agora a seção
descreve a essência do estilo; aqueles pontos que o
distinguem de outros estilos e o tornam único. A
Impressão Geral também pode ser vista como uma
descrição alargada ao nível do consumidor, que
pode ser usada para descrever e diferenciar a
cerveja para alguém que não seja um beer geek ou
juiz de cerveja. Esta seção também reconhece os
muitos usos fora da avaliação e permite que outras
pessoas descrevam uma cerveja simplesmente sem
usar os detalhes necessários usados pelos juízes.
 Aparência, Aroma, Sabor, Sensação na
Boca. Estas quatro seções são os blocos básicos de
construção do estilo. Eles são os elementos
perceptivos que definem o estilo e são as diretrizes
contra as quais uma cerveja é avaliada em
competição. Estas seções foram reescritas a partir
das diretrizes anteriores, concentrando-se mais
nas características perceptivas dos ingredientes, e
não nos ingredientes ou no processo em si. Dizer
que uma Munich Helles tem sabor a malte
continental Pils é um excelente atalho para o que é
detectado; excepto, é claro, se não fizer ideia de
como é o sabor do malte continental Pils. Estas
diretrizes são escritas para que um juiz treinado,
não familiarizado com exemplares de um
determinado estilo, possa fazer um trabalho
credível avaliando-o apenas usando o método de
avaliação estruturada e usando estas mesmas
diretrizes como referência.
 Comentários. Esta seção contém curiosidades
interessantes ou notas adicionais sobre um estilo
que não afeta a avaliação perceptiva. Nem todos
os estilos possuem comentários extensos; alguns
são bem simples.
 História. O BJCP não é uma organização de
pesquisa histórica; são utilizadas várias
referências, embora se admita livremente que se
definiu a história para muitos estilos modernos que
não são encontrados nos livros de referência.
Podem ser (e foram) escritos livros inteiros sobre
alguns dos estilos aqui descritos; apenas se
apresenta um breve resumo de alguns dos pontos
mais importantes.
 Ingredientes Característicos. Não se pretende
fornecer detalhes suficientes para criar uma receita
para cada estilo, mas tenta-se descrever os
ingredientes típicos (e às vezes processos) que
ajudam a direcionar o carácter que distingue o
estilo dos outros. Nem toda a cerveja será feita da
mesma maneira ou utilizando os mesmos
ingredientes; apenas se descreve, simplesmente, o
que é típico, não o que é necessário.
 Comparação de Estilos. Esta nova seção
presente nesta edição das diretrizes, as notas de
Comparação de Estilos, ajudam a descrever como
um estilo difere de estilos semelhantes ou
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
relacionados. Algumas pessoas podem entender
melhor um novo estilo se ele puder ser descrito em
termos de outro estilo. Ocasionalmente, os juízes
querem conhecer os pontos principais que separam
um estilo de outro. Esta seção fornece essas pistas,
o que ajuda a colocar as notas perceptivas em
contexto, principalmente para juízes não
familiarizados com o estilo.
 Instruções de Inscrição. Esta seção identifica a
informação necessárias para que os juízes avaliem
um exemplo no estilo fornecido. Os participantes
da competição devem sempre fornecer essas
informações. Software de competição deve sempre
exigir essas informações. Os organizadores da
competição devem sempre fornecer essas
informações aos juízes. Os juízes sempre devem
solicitar essas informações se não forem
fornecidas.
 Estatísticas Vitais. As características gerais do
estilo, expressas em Densidade Original (OG),
Densidade Final (FG), Álcool por volume (ABV),
Unidades Internacionais de Amargor (IBUs) e Cor,
conforme expressas no Método de Padrão de
Referência (SRM) da Sociedade Americana de
Químicos de Fabrico de Cerveja (ASBC). Para
aqueles fora dos Estados Unidos que usam a
referência de cores da Convenção Europeia de
Fabrico de Cerveja (EBC), devem ter em conta que
o valor em EBC é aproximadamente o dobro do
valor equivalente de SRM. Para aqueles
familiarizados com o sistema Lovibond, este é
aproximadamente equivalente ao SRM para cores
que existem em todas as cervejas, exceto as mais
escuras. Para os puristas, fala-se sobre o que é
distinguível para um juiz que utiliza os seus olhos,
e não para químicos usando equipamento analítico
em laboratório. De lembrar que estas estatísticas
vitais ainda são diretrizes, não absolutas. É nelas
que caem a maioria dos exemplares e não todos os
exemplares comerciais possíveis de um estilo. Elas
ajudam os juízes a determinar a ordem de avaliação
e não se uma amostra deva ser desqualificada.
 Exemplares Comerciais. As diretrizes incluem
exemplares comerciais bem estabelecidos, que
geralmente são representativos do estilo. O
número de exemplares foi geralmente reduzido em
relação às edições anteriores das diretrizes, para
facilitar a manutenção. No futuro, pretende-se
publicar exemplares adicionais no website do
BJCP. Não se deve atribuir nenhum significado
adicional à ordem dos exemplares das diretrizes.
Da mesma forma, não se deve presumir que todos
os exemplares comerciais tenham uma pontuação
perfeita quando avaliados com base nas descrições
do estilo. O simples facto de um exemplo comercial
estar listado como referência para um estilo não
significa que todos os exemplares serão
excecionais. Algumas cervejas podem ser mal
ix
 manuseadas e alguns exemplares mudam com o
tempo. Não usar exemplares comerciais como
referência para uma descrição de estilo; deve-se
avaliar as cervejas a concurso de acordo com as
diretrizes e não com as expectativas de um único
exemplo comercial. Apenas uma única cerveja
raramente define todo o intervalo de um estilo;
portanto, não se deve limitar as expectativas de
maneira tão restritiva.
 Etiquetas. Para facilitar a classificação dos estilos
em grupos alternativos, aplicou-se uma marcação
de atributos do tipo Tecnologia da Informação,
para cada estilo. A lista de etiquetas não está em
nenhuma ordem específica e visa significar
atributos ou informações sobre um estilo. As
etiquetas não devem ser usadas para sugerir um
significado mais profundo.
Linguagem da Descrição do Estilo
As diretrizes são um conjunto de longos documentos e
algumas descrições de estilo são bastante longas. Para
evitar que a prosa seja entediante, sinónimos (palavras ou
frases que significam exatamente a mesma coisa ou
possuem quase o mesmo significado) são frequentemente
utilizados. Não se deve assumir que o uso de sinônimos tem
mais significado do que o pretendido. Anteriormente,
surgiram questões sobre a diferença entre leve e baixo,
médio e moderado, intenso e escuro e muitos outros
exemplares semelhantes - a resposta é que não há diferença
nestas palavras no contexto em que são usadas; elas
pretendem significar a mesma coisa (geralmente,
intensidades relativas de percepções). Deve-se tomar estas
palavras no seu significado literal. Se estiver a analisar as
diretrizes como se a tentar encontrar uma mensagem
secreta se lidas ao contrário, está a tentar demasiado.
INTRODUÇÃO AOS ESTILOS DE CERVEJA
De forma a reduzir o tamanho das descrições dos estilos, foram usadas abreviaturas ou gíria básica para representar
pensamentos mais complexos e também foram omitidos alguns itens que só devem ser observados em circunstâncias de
exceção. Algumas terminologias podem ter significados diferentes em certas partes do mundo, portanto, definiram-se os
seus usos para evitar confusão. Também se identificam certas características que se assume não estarem presentes em
todos os estilos de cerveja, para que não seja necessário repetir essas restrições em todos os estilos.
Categorização Base
A categorização mais geral dos estilos de cerveja através
do tipo de levedura é um fenómeno moderno do fabrico
de cerveja artesanal. Os cervejeiros americanos bem como
a maioria dos outros cervejeiros artesanais chamam
cervejas de ale se eles usam levedura de fermentação alta
(ale) e lagers se usam levedura de fermentação baixa
(lager). A maioria dos sistemas de categorização
permitem uma terceira classificação, geralmente
chamada fermentação espontânea devido ao método;
contudo, selvagem é talvez o termo da cerveja artesanal
moderna mais vulgarmente utilizado para as cervejas
x Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Quando se usam várias palavras para significar coisas
semelhantes, está-se a tentar ser simplesmente letrado e
usar um vocabulário razoavelmente culto. Não se pretende
ser a Polícia do Idioma e dizer que um sinónimo é sempre
correcto e os outros são sempre errados. Portanto, não se
deve procurar inconsistências no uso ou tentar adicionar
nuances nas distinções de palavras diferentes que são
usadas para expressar o mesmo conceito. Não exigir que as
palavras nas diretrizes de estilos sejam exatamente as
mesmas usadas nas fichas de avaliação ou nos exames.
Deve-se dar mais preocupação com o conceito transmitido
e menos com a expressão precisa do conceito.
Prestar muita atenção aos modificadores usados na
descrição dos estilos. Deve-se procurar orientação sobre a
magnitude e a qualidade de cada característica. Observar
que muitas características são opcionais; cervejas que não
evidenciam estes elementos não necessários, não devem ser
penalizadas. Frases como pode ter, pode conter, pode
apresentar, é aceitável, é apropriado, é típico, etc. indicam
elementos opcionais. Os elementos necessários
geralmente são escritos com frases declarativas ou usam
palavras como deve. Os elementos que não devem estar
presentes geralmente usam frases como é inadequado,
inapropriado, não ou não deve. Mais uma vez, tomar estas
palavras no seu significado literal.
Não concentrar excessivamente em palavras ou frases
únicas nas descrições de estilo, com exclusão da intenção
mais ampla. Deve-se entender a impressão geral do estilo,
o equilíbrio geral e como o estilo difere dos estilos
relacionados ou similares. Não pese desproporcionalmente
frases específicas se isso mudaria a impressão geral, o
equilíbrio e o significado do estilo, ou se causaria a
desqualificação da cerveja ou, de outra forma, seria
penalizada por problemas de estilo.
fermentadas com bactérias ou leveduras não
saccharomyces. O termo selvagem neste contexto não
implica fermentação espontânea; a maioria é diretamente
inoculada com as estirpes desejadas.
Na Alemanha e noutros centros de fabrico de cerveja do
mundo antigo, a terminologia mais usada para diferenciar
cervejas é a de se referir a elas como fermentação alta ou
fermentação baixa. Os alemães pensam em ale como um
tipo de cerveja inglesa e lager como um método de
maturação. Assim, os alemães diriam que uma Kölsch é
uma cerveja lager de fermentação alta, e não uma ale.
Os cervejeiros ingleses, particularmente quando falam
num contexto histórico, podem separar ales de porters e
stouts como tipos de cerveja (embora na frase seguinte,
afirmem que não há diferença entre porters e stouts).
Quando falam em contextos ainda mais históricos, podem
ir ainda mais longe, descrevendo ale como distinta de
cerveja, porque cerveja era lupulada (ou mais lupulada)
do que a ale. Estas notas históricas são importantes para
a compreensão de receitas e manuscritos antigos, mas
possuem hoje pouca relevância no uso comum de termos
que descrevem a cerveja.
Estas diretrizes tentam usar as definições modernas de
cerveja artesanal, ale, lager e selvagem como os
principais grupos de estilos de cerveja, mas terão menção
de como podem ser descritas em contextos locais ou
regionais, se possível.
Atributos Comuns a Todos os Estilos de
Cerveja
Presume-se que os atributos discutidos nesta seção
estejam presentes em todas as descrições de estilo de
cerveja, a menos que indicado de outra forma. Não é
necessário repetir todas estas características para cada
descrição de estilo. Não assumir que, uma vez que uma
característica (como diacetilo) não é mencionada numa
descrição de estilo, é permitida de alguma forma.
A menos que seja explicitamente indicado numa
descrição individual de estilo, assume-se que todos os
estilos de cerveja sejam fermentados de maneira limpa e
isentos de falhas técnicas, que incluem acetaldeído,
adstringência, clorofenóis, diacetilo, DMS, álcoois
superiores e fenólicos. Presume-se que todos os estilos de
cerveja estejam livres de falhas de embalamento e
manuseamento, incluindo características de oxidação,
exposição à luz, azedo e mofo.
Na sensação na boca, presume-se que todas as cervejas
estejam livres de adstringência e não sejam cremosas ou
tenham outras sensações no palato, a menos que seja
declaradamente indicado. Presume-se que cervejas com
um nível de álcool de 6% ou menos, não tenham o sabor
ou a natureza quente do álcool, a menos que seja
claramente indicado. Cervejas com alto teor alcoólico e
presença percetível de álcool não devem ser agressivas,
quentes, com notas a solvente ou apresentar uma
sensação de queimar. O caracter de álcool, se indicado,
deve estar limpo e não possuir álcoois superiores.
As lagers tendem a ser macias, limpas e isentas de ésteres,
mas podem ter leves notas a enxofre derivadas da
levedura. Estas notas são, geralmente, passageiras.
Estilos feitos com uma grande quantidade de malte
Pilsner podem ter notas baixas a DMS; isto não é uma
falha, mas também desnecessário a menos que indicado
de outra forma. Em ambos os casos, as pequenas
quantidades de enxofre e/ou DMS não significam que
quantidades proeminentes são de alguma forma
desejáveis - simplesmente não são. De lembrar que o uso
de alguns ingredientes tradicionais deixa, geralmente,
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
pequenas indicações sensoriais da sua presença que
podem ser consideradas falhas noutros contextos; isto é
perfeitamente aceitável, embora não seja obrigatório.
Salvo indicação em contrário, deve-se assumir que todas
as lagers não possuem notas frutadas (ésteres). As ales
tendem a ser menos suaves que as lagers, portanto, a
menos que seja indicado de outra forma, deve-se assumir
que todas as ales podem ter alguns ésteres (não
necessário, mas não é um defeito).
Glossário
Alguma da terminologia usada nas diretrizes de estilo
pode não ser familiar para alguns leitores. Em vez de
incluir um dicionário completo, destacam-se alguns
termos que podem não ser bem compreendidos ou que
implicam significados específicos no contexto das
diretrizes. Às vezes usam-se nomes de ingredientes como
uma abreviação para o carácter que eles fornecem à
cerveja. Quando os juízes usam estes termos não implica,
necessariamente, que esses ingredientes específicos
tenham sido utilizados, mas apenas que as
características detectadas correspondem àquelas
geralmente fornecidas pelos ingredientes mencionados.
Termos Relacionados com Lúpulo
Lúpulo Americano – lúpulo americano moderno da
era da cerveja artesanal, geralmente com características
cítricas, resinosas, “verde” ou semelhantes. Lúpulos mais
modernos podem adicionar características ainda mais
incomuns e experimentais, como fruta de caroço, bagas e
melão.
Lúpulo do Velho Mundo – lúpulo europeu tradicional,
incluindo lúpulo do tipo Saazer, lúpulos britânicos e
outras variedades da Europa continental. Normalmente
descrito como floral, picante, herbal ou terroso.
Geralmente menos intenso do que muitos lúpulos do
Novo Mundo.
Lúpulo do Novo Mundo – Lúpulo americano,
juntamente com o lúpulo da Austrália, Nova Zelândia e
outros locais que não são do Velho Mundo. Pode ter todos
os atributos do lúpulo americano clássico, além de frutas
tropicais, frutas de caroço, uvas brancas e outros
interessantes aromas.
Lúpulos do tipo Saazer – muitas vezes chamados de
lúpulo nobre, estão tradicionalmente entre os melhores
lúpulos da Europa continental. Possuem frequentemente
um caráter levemente floral, picante ou herbal; raramente
impetuoso e agressivo, tipicamente mais subtil e elegante
por natureza.
Termos Relacionados com Malte e Brassagem
Malte Munique – pode fornecer uma qualidade rica e
maltada, que melhora o carácter do malte de uma cerveja
sem adicionar doçura residual, embora se possa
confundir malte com doçura. Os maltes Munique mais
escuros podem adicionar uma qualidade a malte
xi
profundamente tostada, semelhante à côdea de pão
tostado.
Malte Viena – pode fornecer uma presença de malte
quase a pão tostado, mas não se deve esperar que as notas
tostadas sejam extremas - são mais como côdea de pão
por torrar do que pão torrado.
Malte Pilsner ou Pils – o malte Pilsner continental é
bastante distinto e possui um carácter levemente
adocicado e ténue a cereal, com uma qualidade suave,
muito levemente tostada e semelhante ao mel. Possui
uma maior quantidade de precursores de DMS do que os
outros maltes, pelo que o seu uso pode, às vezes, resultar
num leve sabor a milho (DMS).
Compostos de Maillard - um grupo de compostos
produzidos a partir de interações complexas entre
açúcares e aminoácidos a altas temperaturas, resultando
em cor acastanhada e compostos ricos, maltados, e às
vezes semelhante a carne. Nas versões anteriores das
diretrizes eram conhecidos como melanoidinas que são,
na realidade, um subconjunto dos compostos de Maillard
responsáveis pelas cores vermelho-acastanhado (e,
segundo Kunze, apresentam "aroma intenso"). Em certa
literatura cervejeira, as melanoidinas e os compostos de
Maillard são usados de forma intercambiável. A
caracterização química e de sabor não é bem
compreendida, portanto, os fabricantes de cerveja e os
juízes devem evitar discussões excessivamente pedantes
sobre estes compostos. No fundo, pretende-se fazer
referência aos sabores ricos a malte, sendo necessária
uma espécie de palavra-resumo conveniente para os
discutir.
Biscoito – seco, cereal torrado, farinha ou sabor a massa
reminiscente dos biscoitos digestivos ingleses; no fabrico
de cerveja é um sabor tipicamente associado ao malte
Biscuit e alguns maltes tradicionais ingleses.
Termos relativos a Levedura ou Fermentação
Perfil de fermentação limpa – a qualidade de a
cerveja acabada possuir compostos derivados da
fermentação pelas levaduras, em quantidades muito
baixas a nenhumas, implicando tipicamente, que não
existem ésteres, diacetilo, acetaldeído ou outros
componentes similares, excepto se mencionado. Uma
abreviação para dizer que a longa lista de possíveis
subprodutos da fermentação não está presente em
quantidades significativas ou apreciáveis (no entanto, são
normalmente aceitáveis quantidades ténues, quase não
detectadas, no limiar da percepção).
Fruta Pomo – maçã, pera, marmelo. A classificação
botânica contém outras frutas, mas estas são as que se
querem referir.
Fruta de Caroço – frutas carnudas com um único
caroço, como cereja, ameixa, pêssego, damasco, manga,
etc.
Brett – abreviatura para Brettanomyces, um gênero
atenuante de levedura que costuma ser usado para
xii Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
produzir sabores complexos de frutas ou funky (couro,
suor, etc.) nas bebidas fermentadas. Literalmente
significa "fungo britânico" e é frequentemente associado
às qualidades produzidas durante envelhecimento em
barril. As espécies comuns usadas no fabrico de cerveja
incluem B. bruxellensis e B. anomalous, embora sejam
algumas vezes conhecidas por outros nomes; existem
várias estirpes com perfis muito diferentes (tal como com
a S. cerevisiae). Pode ser usado como estirpe de
fermentação primária ou secundária.
Termos de Qualidade ou Defeitos
Qualidade a adjunto – uma característica do aroma,
sabor e sensação na boca da cerveja, que reflete o uso de
percentagens mais altas de fermentáveis além do malte.
Pode apresentar-se como um caráter a milho, um corpo
mais leve do que um produto totalmente de malte ou uma
cerveja geralmente com sabor mais ténue. Não implica,
necessariamente, o uso de nenhum adjunto específico.
DMS – Sulfureto de Dimetilo, o qual pode assumir uma
gama alargada de características perceptivas. A maioria é
inadequada em qualquer estilo de cerveja; no entanto,
uma presença leve a milho cozido pode ser aparente em
cervejas com altos níveis de malte Pilsner. Quando as
diretrizes afirmam que é apropriado qualquer nível de
DMS, é este sabor leve a milho cozido e não outras
características a vegetais cozidos ou outros sabores a
DMS.
Rústico – carácter grosseiro e robusto que faz lembrar
ingredientes mais antigos e tradicionais; talvez definido
como uma experiência sensorial geral menos refinada.
Elegante – carácter suave, saboroso, refinado e
agradável, sugestivo de ingredientes de alta qualidade
manuseados com cuidado; sem sabores contundentes e
sensações que atacam o paladar.
Funky – Um termo positivo ou negativo, dependendo do
contexto. Se esperado ou desejável, muitas vezes pode
assumir caráter a estábulo, feno/palha molhada,
levemente terroso, manta de cavalo ou curral. Se for
muito intenso, inesperado ou indesejável, pode assumir a
forma de qualidades de forragem para animal
armazenada em silos, fezes, fralda de bebé ou box de
cavalo.
Termos de Aparência
Laço Belga (Laço) – padrão reticulado característico e
persistente de espuma, que fica no interior do copo
enquanto a cerveja é consumida. O visual lembra
rendados requintados de Bruxelas ou da Bélgica e é um
indicador desejável de qualidade da cerveja na Bélgica.
Lágrima – padrão que uma bebida deixa no interior de
um copo após ser consumida uma porção. O termo refere-
se às gotículas que deslizam lentamente nas paredes do
copo, deixando um rasto de resíduo de bebida. Não é uma
indicação de qualidade, mas pode indicar um teor mais
alto de álcool, açúcar ou glicerol.
Referência de Cor de cervejas caseira. Categorias (os principais
De notar que o valor SRM é uma medida da densidade agrupamentos de estilos) são conceitos artificiais que
da cor da cerveja e não tanto matizado / tonalidade. Ter representam uma coleção de subcategorias individuais
isto em conta quando se tentar usar apenas números (estilos de cerveja) que podem, ou não, ter um
SRM para descrever a cerveja. Dentro destas diretrizes, relacionamento histórico, geográfico ou tradicional entre
os descritores de cores de cerveja geralmente seguem si. Não deduzir que a integração numa categoria de estilo
esta tabela de referência de valores SRM: relaciona, de alguma forma, estilos de cerveja entre si. A
única razão pela qual são agrupados tem por objectivo
Palha 2-3 ajudar a gerir a escala e complexidade das competições.
Amarelo 3-4 Os nomes dados aos grupos são apenas para fins de
Dourado 5-6 competição e não podem ser usados em contextos mais
Âmbar 6-9 alargados na indústria cervejeira.
Âmbar intenso/cobre claro 10-14
Cobre 14-17 As competições não precisam de avaliar cada
Cobre intenso/castanho claro 17-18 categoria de estilo em separad0; estes podem ser
Castanho 19-22 combinados, divididos ou reorganizados para fins de
Castanho escuro 22-30 competição. Os organizadores da competição podem
Castanho muito escuro 30-35 realizar combinações de subcategorias de estilo nas suas
Preto 30+ próprias categorias de competição. Desde que cada
Preto, opaco 40+ cerveja enviada seja avaliada em relação à subcategoria
(estilo) identificada, qualquer agrupamento é permitido.
Organização dos Estilos
Os estilos de cerveja descritos nas diretrizes foram
categorizados para ajudar na realização de competições

Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015 xiii

Referência de Etiquetas de Estilo
Para ajudar no reagrupamento de estilos para outros fins, foram adicionadas a cada estilo, etiquetas (tags) informativas.
Estas etiquetas indicam certos atributos da cerveja que podem ser usados para fins de agrupamento. A coluna "significado"
explica a intenção geral da etiqueta, mas não pretende ser uma definição formal rigorosa. De forma alguma as etiquetas
substituem as descrições reais do estilo.

Categoria Etiqueta Significado

Teor alcoólico
álcool-session <4% ABV
álcool-standard 4-6% ABV
álcool-elevado 6-9% ABV
álcool-muito-elevado >9% ABV
Cor
cor-clara palha a dourado
cor-âmbar âmbar a cobre acastanhado
cor-escura castanho escuro a preto
Fermentação/Maturação
fermentação-alta levedura ale
fermentação-baixa levedura lager
qualquer-fermentação levedura ale ou lager
fermentação-selvagem levedura não-Saccharomyces/bactérias
lagered maturada a frio
envelhecida maturação longa antes do lançamento
Região de Origem
ilhas-britânicas Inglaterra, País de Gales, Escócia, Irlanda
europa-oeste Bélgica, França, Holanda
europa-central Alemanha, Áustria, República Checa, Escandinávia
europa-este Polónia, Estados do Báltico, Rússia
américa-norte Estados Unidos, Canada, México
pacífico Austrália, Nova Zelândia
Família do Estilo
família-ipa
família-brown-ale
família-pale-ale
família-pale-lager
família-pilsner
família-amber-ale
família-amber-lager
família-dark-lager
família-porter
família-stout
família-bock
família-strong-ale
família-cerveja-trigo
família-especialidade
família-ale-ácida

xiv Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015

 Categoria Etiqueta Significado
Época
estilo-artesanal desenvolvido na época da cerveja artesanal moderna
estilo-tradicional desenvolvido antes da época da cerveja artesanal moderna
estilo-histórico não produzido ou de produção muito limitada
Sabor Dominante
maltado sabor predominante a malte
amargo sabor amargo predominante
equilibrado intensidade semelhante entre malte e amargo
lupulado sabor a lúpulo
torrado cereal/malte torrado
doce doçura residual perceptível ou sabor doce
fumo sabor a malte ou cereal fumado
ácido acidez perceptível ou intencionalmente elevada
madeira carácter a madeira ou envelhecimento em barril
fruta sabor e/ou aroma perceptível a fruta
especiarias sabor e/ou aroma perceptível a especiarias

Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015 xv

1. STANDARD AMERICAN BEER
Cerveja Americana Corrente
Esta categoria descreve as cervejas Americanas do dia-a-dia, que possuem uma grande aceitação do público. Contendo ales e lagers,
as cervejas desta categoria geralmente não são complexas, possuindo sabores suaves e acessíveis. As ales tendem a possuir qualidades
do tipo lager ou são concebidas como cervejas de transição, para atrair os consumidores das lagers dos mercados de grande escala. As
cervejas dos mercados de grande escala que possuem uma predisposição ou origem mais internacional, são descritas na categoria
International Lager.
1A. American Light Lager
Lager Americana Leve
Impressão geral: Lager altamente carbonatada, de corpo
muito leve e quase sem sabor, concebida para ser consumida
muito fria. Muito refrescante e saciante da sede.
Aroma: Aroma a malte baixo a nenhum embora, se presente,
possa ser detectado como cereal, doce ou semelhante a milho. O
aroma do lúpulo é leve a nenhum, com um carácter a especiarias
ou floral, se presente. Embora seja desejável um caráter de
fermentação limpa, uma leve quantidade de carácter de levedura
(particularmente uma leve presença frutada a maçã) não é um
defeito. DMS ligeiro não é um defeito.
Aparência: Cor palha muito clara a amarelo pálido. A espuma
branca e cremosa raramente persiste. Muito límpida.
Sabor: Relativamente neutro, com um final seco e definido e
um sabor baixo a muito baixo a cereal ou milho que pode ser
percebido como doce devido ao baixo amargor. O sabor a lúpulo
varia de nenhum a níveis baixos e pode ter uma qualidade floral,
especiarias ou herbáceo (embora raramente seja forte o
suficiente para ser detectado). Amargor de lúpulo baixo a muito
baixo. O equilíbrio pode variar de levemente maltado a
levemente amargo, mas é relativamente próximo de equilibrado.
Os altos níveis de carbonatação podem acentuar a definição do
final seco. Carácter de fermentação limpa de lager.
Sensação na boca: Corpo muito leve (às vezes aguado). Muito
altamente carbonatada, com ligeira picada na língua do ácido
carbónico.
Comentários: Concebida para atrair o maior número possível
de público geral. Sabores fortes são um defeito.
História: A Coors fez brevemente uma light lager no início dos
anos 40. As versões modernas foram produzidas pela primeira
vez por Rheingold em 1967 para atrair os consumidores que se
preocupavam com a dieta. Contudo, só se tornaram populares a
partir de 1973, depois da Miller Brewing adquirir a receita e
publicitar fortemente a cerveja para os fãs do desporto, com a
campanha "sabe bem, enche menos". As cervejas deste gênero
tornaram-se nas mais vendidas nos Estados Unidos nos anos 90
do século XX.
Ingredientes característicos: Cevada de duas ou seis fiadas,
com alta percentagem (até 40%) de arroz ou milho como
adjuntos. A adição de enzimas pode aligeirar ainda mais o corpo
e reduzir os carboidratos.
Comparação de estilos: Uma versão mais leve, com menos
álcool e menos calorias de uma American Lager. Menos
carácter a lúpulo e amargor que uma Leichtbier.
Características vitais: OG: 1.028 – 1.040
IBUs: 8 – 12 FG: 0.998 – 1.008
SRM: 2 – 3 ABV: 2.8 – 4.2%
Exemplos comerciais: Bud Light, Coors Light, Keystone
Light, Michelob Light, Miller Lite, Old Milwaukee Light
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Etiquetas: álcool-session, cor-clara, fermentação-baixa,
lagered, américa-norte, estilo-tradicional, família-pale-lager,
equilibrado
1B. American Lager
Lager Americana
Impressão geral: Uma lager muito clara, altamente
carbonatada, de corpo leve e bem atenuada, com um perfil de
sabor muito neutro e baixo amargor. Servida muito frio, pode
ser uma bebida refrescante e saciante da sede.
Aroma: Aroma a malte de baixo a nenhum, embora possa ser
detectado como cereal, doce ou semelhante a milho, se presente.
O aroma a lúpulo pode variar de nenhum a uma presença leve,
a especiarias ou floral. Embora seja desejável um caráter de
fermentação limpa, uma leve quantidade de caráter de levedura
(particularmente uma leve presença frutada a maçã) não é um
defeito. DMS ligeiro também não é um defeito.
Aparência: Cor palha muito clara a amarelo médio. A espuma
branca e cremosa raramente persiste. Muito límpida.
Sabor: Relativamente neutro, com um final seco e definido e
um sabor moderadamente baixo a baixo a cereal, ou semelhante
a milho que pode ser percebido como doce devido ao baixo
amargor. O sabor a lúpulo varia de nenhum a níveis
moderadamente baixos e pode ter uma qualidade floral,
especiarias ou herbáceo (embora muitas vezes não seja forte o
suficiente para se distinguir). Amargura do lúpulo a níveis
baixos a médio-baixo. O equilíbrio pode variar de levemente
maltado a levemente amargo, mas é relativamente próximo de
equilibrado. Os altos níveis de carbonatação podem acentuar a
definição do final seco. Carácter de fermentação limpa de lager.
Sensação na boca: Corpo baixo a médio-baixo. Muito
altamente carbonatada, com ligeira picada na língua do ácido
carbónico.
Comentários: Sabores fortes são um defeito. Muitas vezes, é a
cerveja que os consumidores de cerveja “não artesanal” esperam
que lhes seja servida, se pedirem cerveja nos Estados Unidos.
Pode ser comercializado como cerveja Pilsner fora da Europa,
mas não deve ser confundida com os exemplares tradicionais.
História: Embora os imigrantes alemães tenham fabricado nos
Estados Unidos, cerveja tradicional inspirada na Pilsner desde
meados do século XIX, o estilo lager americano moderno foi
fortemente influenciado pela Lei Seca e pela Segunda Guerra
Mundial. As cervejeiras sobreviventes consolidaram e
expandiram a distribuição, promovendo fortemente um estilo
de cerveja atraente para uma gama alargada da população.
Tornou-se o estilo de cerveja dominante durante muitas décadas
e gerou muitos rivais internacionais que viriam a desenvolver
produtos igualmente insípidos para o mercado de massas,
apoiados por publicidade agressiva.
1
Ingredientes característicos: Cevada de duas ou seis fiadas,
com alta percentagem (até 40%) de arroz ou milho como
adjuntos.
Comparação de estilos: Mais forte, com mais sabor e corpo
do que uma Light American Lager. Menos amargor e sabor
do que uma International Lager. Significativamente menos
sabor, lúpulo e amargor do que as tradicionais Pilsners
europeias.
Características vitais: OG: 1.040 – 1.050
IBUs: 8 – 18 FG: 1.004 – 1.010
SRM: 2 – 4 ABV: 4.2 – 5.3%
Exemplos comerciais: Budweiser, Coors Original, Grain Belt
Premium Lager, Miller High Life, Pabst Blue Ribbon, Special
Export
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-baixa,
lagered, américa-norte, estilo-tradicional, família-pale-lager,
equilibrado
1C. Cream Ale
Ale Cremosa
Impressão geral: Uma cerveja americana “pau para toda a
obra”, limpa, bem atenuada e saborosa. Facilmente bebível e
refrescante, com mais personalidade do que as típicas lagers
americanas.
Aroma: Notas a malte médio-baixo a baixo, com um aroma
doce e semelhante a milho. Níveis baixos de DMS são
permitidos, mas não necessários. Aroma a lúpulo médio-baixo a
nenhum, podendo ser de qualquer variedade, embora as notas
florais, a especiarias ou herbáceo sejam as mais comuns. No
geral, um aroma subtil em que nem o lúpulo nem o malte
dominam. Baixos níveis de ésteres frutados são opção.
Aparência: Cor palha clara a cor dourada moderada, embora
geralmente do lado pálido. Espuma baixa a média, com
carbonatação média a alta. Retenção substancial. Limpidez
brilhante e efervescente.
Sabor: Amargor do lúpulo baixo a médio-baixo. Malte e doçura
baixa a moderada, variando com a densidade e atenuação.
Geralmente bem atenuada. Nem o malte nem o lúpulo dominam
o paladar. Um sabor baixo a moderado a milho é comum, assim
como DMS leve (opcional). O final pode variar de algo seco a
levemente doce. É opcional um baixo teor de ésteres frutados.
Sabor a lúpulo baixo a médio-baixo (qualquer variedade, mas
tipicamente floral, especiarias ou herbáceo).
Sensação na boca: Geralmente leve e bem definida, embora o
corpo possa atingir um nível médio. Sensação na boca suave com
atenuação média a alta; níveis mais altos de atenuação podem
dar uma qualidade de "saciante da sede". Carbonatação elevada.
Comentários: As Cream Ales anteriores à Lei Seca eram um
pouco mais fortes, com mais presença a lúpulo (incluindo
algumas com dry hopping) e mais amargas (+25-30 IBUs). Estas
versões devem ser inseridas na categoria histórica. A maioria
dos exemplares comerciais está na faixa de 1.050 a 1.053 OG e o
amargor raramente ultrapassa 20 IBUs.
História: Uma cerveja efervescente ou de uso atual, que existia
nos anos 1800 e sobreviveu à Lei Seca. Uma versão ale do estilo
American Lager. Produzido por cervejeiras de ale para competir
com as cervejeiras de lagers do Canadá e dos estados dos EUA
do Nordeste, centro-atlântico e centro-oeste. Originalmente
conhecidas como cervejas efervescentes ou ales de uso atual, as
estirpes de levedura lager foram (e algumas vezes ainda são)
usadas por algumas cervejeiras, contudo não foram
historicamente misturadas com estirpes de ale. Muitos
2 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
exemplares recorrem ao kräusening para obter carbonatação. A
maturação a frio não é tradicional, embora as cervejeiras
modernas às vezes o utilizem.
Ingredientes característicos: Os ingredientes americanos
são os mais frequentemente utilizados. É comum uma carga de
cereal de malte de seis fiadas, ou uma combinação de seis fiadas
e duas fiadas norte americana. Os adjuntos podem atingir até
20% de milho na empastagem, e até 20% de glicose ou outros
açúcares na fervura. Qualquer variedade de lúpulo pode ser
usada para amargor e aroma.
Comparação de estilos: Similar a uma American Lager,
mas com mais carácter.
Características vitais: OG: 1.042 – 1.055
IBUs: 8 – 20 FG: 1.006 – 1.012
SRM: 2.5 – 5 ABV: 4.2 – 5.6%
Exemplos comerciais: Genesee Cream Ale, Liebotschaner
Cream Ale, Little Kings Cream Ale, New Glarus Spotted Cow,
Old Style, Sleeman Cream Ale
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, qualquer-fermentação,
américa-norte, estilo-tradicional, família-pale-ale, equilibrado
1D. American Wheat Beer
Cerveja de Trigo Americana
Impressão geral: Cervejas de trigo que são refrescantes,
podendo demonstrar um carácter mais lupulado e com menos
carácter a levedura do que as suas primas alemãs. Um perfil
limpo de fermentação permite que sobressaiam os sabores a pão
de trigo, massa de pão de trigo ou cereal, complementados por
sabor a lúpulo e amargor em vez de qualidades a levedura.
Aroma: Carácter a trigo baixo a moderado com perfil a cereal,
pão ou massa de pão. É aceitável uma doçura do malte ligeira a
moderada. Os ésteres podem ser moderados a inexistentes,
embora devam reflectir estirpes de levedura relativamente
neutras; banana é inapropriado. Aroma a lúpulo pode ser de
baixo a moderado e pode apresentar um carácter a citrinos,
especiarias, floral ou frutado. Sem fenólicos a cravinho.
Aparência: Usualmente de cor amarelo pálido a dourado. A
claridade pode variar de brilhante a turva com levedura,
aproximando-se do estilo alemão Weissbier. Espuma
abundante, duradoura e de cor branca.
Sabor: Sabor ligeiro a moderadamente forte a pão de trigo,
massa de trigo ou cereal, o qual pode perdurar até ao final. Pode
conter uma doçura do malte moderada ou terminar quase seca.
Amargor do lúpulo baixo a moderado o qual pode, por vezes,
perdurar até ao final. O equilibro é tipicamente equilibrado, mas
pode ser ligeiramente amargo. Sabor a lúpulo baixo a moderado
(citrinos, especiarias, floral ou frutado). Os ésteres podem ser
moderados a inexistentes, mas não devem incluir banana. Sem
fenólicos a cravinho. Pode apresentar um final ligeiramente
assertivo e bem definido.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio. Carbonatação
média-alta a alta. É opcional uma ligeira cremosidade; as
cervejas de trigo por vezes contêm uma impressão suave e
"aveludada".
Comentários: Existem variações diferentes, desde uma
cerveja fácil de beber e moderadamente doce, até uma cerveja
seca, agressivamente lupulada e com um forte sabor a trigo. As
cervejas de centeio americanas devem ser avaliadas na categoria
especial Alternative Fermentables (fermentáveis alternativos).
História: Uma adaptação do estilo alemão Weissbier pela
cerveja artesanal Americana, utilizando levedura neutra e mais
lúpulo. Inicialmente popularizada por Widmer em meados dos ter o mesmo intervalo e equilíbrio que as Blonde Ale, mas com
anos 1980. um carácter a trigo como o seu principal sabor a malte.
Ingredientes característicos: Levedura limpa de ale Características vitais: OG: 1.040 – 1.055
americana ou levedura de lager (levedura alemã de Weissbier é IBUs: 15 – 30 FG: 1.008 – 1.013
inapropriada). Grandes proporções de malte de trigo SRM: 3 – 6 ABV: 4.0 – 5.5%
(tipicamente 30 a 50%, o que é inferior ao típico nas Weissbier Exemplos comerciais: Bell’s Oberon, Boulevard Unfiltered
alemãs). São tipicamente utilizados lúpulos americanos, Wheat Beer, Goose Island 312 Urban Wheat Ale, Widmer
alemães ou do Novo Mundo. Hefeweizen
Comparação de estilos: Mais carácter a lúpulo e menos a Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, qualquer-fermentação,
levedura do que as Weissbier alemãs. Nunca com o carácter a américa-norte, estilo-artesanal, família-cerveja-trigo,
banana e cravinho das Weissbier alemãs. Geralmente podem equilibrado

Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015 3

2. INTERNATIONAL LAGER
Lager Internacional
As lagers internacionais são as lagers premium do mercado de massa, produzidas na maioria dos países do mundo. Desenvolvidas a
partir de estilos americanos ou europeus, todas tendem a ter um caráter bastante uniforme e são fortemente publicitadas. Derivadas
relativamente das lagers originais do tipo Pilsner, apresentam variações de cor, sabores adicionais a malte mas mantendo um apelo
alargado à maioria dos paladares. Em muitas nações, os estilos serão referidos pelos nomes locais do país. O uso do termo
"internacional" não significa que as cervejas sejam realmente rotuladas como tal; trata-se mais de uma categorização de cervejas
similares produzidas em todo o mundo.
2A. International Pale Lager
Lager Clara Internacional
Impressão geral: Uma pale lager altamente atenuada, sem
grandes sabores fortes, tipicamente bem equilibrada e
altamente carbonatada. Servida gelada, é refrescante e sacia a
sede.
Aroma: Aroma a malte baixo a médio-baixo, o qual pode ser a
grão ou ligeiramente doce a milho. O aroma a lúpulo pode ir de
uma presença muito baixa a média, com notas apimentadas ou
florais. Embora seja geralmente desejável um perfil limpo de
fermentação, níveis baixos de carácter a levedura (tal ou uma
ligeira presença a maçã) não são considerados defeitos. Um
ligeiro aroma a DMS ou milho também não é defeito.
Aparência: Cor palha clara a dourado. Espuma branca,
cremosa, que pode não ser duradoura. Muito límpida.
Sabor: Sabor a cereal maltado (grão) de níveis baixos a
moderados, com um final assertivo e definido, seco e bem
atenuado. O carácter a cereal pode ser algo neutro ou mostrar
uma qualidade ligeira a pão/cracker, ou ir até uma doçura
moderada a milho ou malte. O sabor a lúpulo vai de nenhum a
níveis médios, muitas das vezes mostrando um carácter floral,
apimentado ou herbáceo, se detectado. Amargor de lúpulo no
nível médio-baixo a médio. O equilíbrio pode variar de
ligeiramente maltada a ligeiramente amarga, mas encontra-se
relativamente mais perto do equilíbrio. Final de prova neutro,
com sabores ligeiros a malte e por vezes a lúpulo. Um ligeiro
toque a DMS não é considerado defeito
Sensação na boca: Corpo leve a médio. Carbonatação
moderadamente alta a alta. Pode possuir um pequeno picar na
língua devido ao ácido carbónico.
Comentários: As International lagers tendem a possuir menos
adjuntos que as correntes American lagers. Podem ser
totalmente à base de malte, embora sabores fortes sejam ainda
um defeito. Esta é uma categoria alargada a todas as lagers
internacionais de consumo em massa, que vão das lagers
americanas, às típicas cervejas internacionais "import" ou de
"garrafa verde" que se encontram nos EUA bem como em muitos
mercados de exportação. Muitas das vezes mal rotulada ou
confundida com "Pilsner". Qualquer carácter a mercaptanos
relacionados com exposição à luz das garrafas verdes é um
defeito de acondicionamento, não uma característica do estilo.
História: Nos Estados Unidos da América, desenvolveu-se
como uma versão premium da American lager comum, que
possui uma história similar. Fora dos EUA, desenvolvida como
uma imitação das lagers ao estilo americano, ou como uma
versão mais acessível (e muitas vezes menos seca e menos
amarga) de uma cerveja do tipo Pilsner. Geralmente
comercializada com marketing agressivo e exportada por
grandes cervejeiras industriais ou cervejeiras multinacionais.
4 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Ingredientes característicos: Cevada de duas ou seis fiadas.
Podem ser usados adjuntos como arroz, milho ou açúcar, bem
como serem totalmente feitas com cereal maltado.
Comparação de estilos: Geralmente mais amarga e saciante
do que a American lager. Menos lupulada e amarga do que a
German Pils. Menos corpo, menos sabor a malte e menos
carácter a lúpulo do que a Czech Premium Pale Lager. As
versões mais robustas podem-se aproxima da Munich Helles
no que concerne o sabor, embora mais com uma qualidade a
adjuntos.
Características vitais: OG: 1.042 – 1.050
IBUs: 18 – 25 FG: 1.008 – 1.012
SRM: 2 – 6 ABV: 4.6 – 6.0%
Exemplos comerciais: Asahi Super Dry, Birra Moretti,
Corona Extra, Devils Backbone Gold Leaf Lager, Full Sail
Session Premium Lager, Heineken, Red Stripe, Singha
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-baixa,
lagered, estilo-tradicional, família-pale-lager, equilibrado
2B. International Amber Lager
Lager Âmbar Internacional
Impressão geral: Uma lager âmbar, maltada e bem atenuada,
com um perfil interessante a caramelo ou tostado, apresentando
amargor contid0. Em geral razoavelmente bem atenuada,
muitas das vezes com um carácter a adjunto. Carácter lager
suave e fácil de beber.
Aroma: Aroma a malte de baixo a moderado, que pode ser a
cereal, com um aroma a caramelo doce a malte tostado, de
intensidade muito baixa a moderada. O aroma a lúpulo pode
variar de baixo a nenhum, com um carácter levemente floral ou
especiarias. Perfil limpo de lager. É aceitável uma leve nota a
DMS ou a milho.
Aparência: Cor âmbar dourada a cobre avermelhado.
Claridade brilhante. Espuma de branco a branco-sujo que pode
não perdurar.
Sabor: Perfil de malte baixo a moderado, que pode variar de
seco a cereal adocicado. Podem ser evidentes níveis baixos a
moderados de notas de caramelo e pão tostado. Opcional uma
doçura a milho, de intensidade baixa a média-baixa, não sendo
um defeito. O amargor do lúpulo é baixo a moderado, e o sabor
a lúpulo é baixo a moderado, com um carácter a especiarias,
herbáceo ou floral. O equilíbrio pode ser de bastante maltada a
quase uniforme, com o amargor tornando-se mais perceptível,
mas não desagradável. Para equilibrar, o nível de amargor pode
aumentar se o caracter a malte também aumentar. Perfil de
fermentação limpo. O final é moderadamente seco, com um
sabor residual moderadamente maltado.
Sensação na boca: Corpo leve a médio. Carbonatação média
a alta. Suave; alguns exemplares podem ser cremosos.
Comentários: Um espectro alargado de cervejas âmbar do
mercado de massa, desenvolvida independentemente em vários
países, ou descreve cervejas âmbar bastante genéricas que
poderão ter tido relevância histórica, mas que acabaram por se
tornar num produto indistinguível nos tempos modernos.
História: Varia de acordo com o país, mas geralmente
representa uma adaptação da International Lager do mercado
de massa, ou uma evolução de estilos indígenas num produto
mais genérico.
Ingredientes característicos: Malte base de duas ou seis
fiadas. Maltes de cor como victory, amber, etc. Adjuntos de
malte Caramel. Lúpulo europeu ou americano ou uma
combinação de ambos.
Comparação de estilos: Sabor de malte menos desenvolvido
do que uma Vienna lager, geralmente com sabor a adjunto.
Características vitais: OG: 1.042 – 1.055
IBUs: 8 – 25 FG: 1.008 – 1.014
SRM: 7 – 14 ABV: 4.6 – 6.0%
Exemplos comerciais: Brooklyn Lager, Capital Winter Skål,
Dos Equis Amber, Schell’s Oktoberfest, Yuengling Lager
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-baixa,
lagered, estilo-tradicional, família-amber-lager, maltado
2C. International Dark Lager
Lager Escura Internacional
Impressão geral: Uma versão mais escura e um pouco mais
doce da international pale lager, com um pouco mais de corpo e
sabor, mas igualmente contida no amargor. O baixo amargor
deixa o malte como o principal elemento do sabor, e o baixo nível
de lúpulo proporciona muito pouco equilíbrio.
Aroma: Pouco ou nenhum aroma a malte; pode ter um ligeiro
carácter a milho. Aroma a malte torrado e caramelo de médio a
baixo. O aroma a lúpulo pode variar de nenhum a uma leve
presença a especiarias ou floral. Embora um perfil de
fermentação limpo seja geralmente o mais desejável, baixos
níveis de carácter da levedura (como um ligeiro frutado a maçã)
não são um defeito. Pequenas quantidades de DMS ou aroma a
milho não são defeito.
Aparência: De âmbar intenso a castanho escuro, com
claridade brilhante e reflexos de cor rubi. A espuma pode não
durar muito e apresenta cor de bege a castanho claro.
Sabor: Doçura de malte baixa a média, com sabores de malte
médio a baixo a nenhum, a caramelo e/ou torrado (e pode
incluir toques a café, melaço ou cacau). O sabor a lúpulo varia
de nenhum a níveis baixos e é tipicamente floral, especiarias ou
herbáceo. Amargor de lúpulo baixo a médio. Pode ter um sabor
muito leve a fruta. Final moderadamente assertivo. O equilíbrio
é normalmente, algo maltado. São defeitos sabores a malte
queimado ou torrado moderadamente forte.
Sensação na boca: Corpo leve a médio-leve. Suave com uma
ligeira cremosidade. Carbonatação média a alta.
Comentários: Uma variedade alargada de lagers
internacionais mais escuras do que claras, e não assertivamente
amargas e/ou torradas.
História: Versões mais escuras de International Pale Lagers,
muitas vezes criadas pelas mesmas grandes cervejeiras
industriais e destinadas a atrair um público alargado.
Frequentemente uma adaptação com mais cor ou adocicada, da
pale lager industrial padrão, ou uma versão mais acessível (e
barata) das lagers escuras mais tradicionais.
Ingredientes característicos: Cevada de duas ou seis fiadas,
milho, arroz ou açúcares como adjuntos. Uso ligeiro de caramelo
e maltes mais escuros. As versões comerciais podem usar
corantes.
Comparação de estilos: Menos sabor e riqueza do que
Munich Dunkel, Schwarzbier ou outras lagers escuras.
Utiliza frequentemente adjuntos, como é típico de outras
International Lagers.
Características vitais: OG: 1.044 – 1.056
IBUs: 8 – 20 FG: 1.008 – 1.012
SRM: 14 – 22 ABV: 4.2 – 6.0%
Exemplos comerciais: Baltika #4 Original, Devils Backbone
Old Virginia Dark, Dixie Blackened Voodoo, Saint Pauli Girl
Dark, San Miguel Dark, Session Black Dark Lager, Shiner Bock
Etiquetas: álcool-standard, cor-escura, fermentação-baixa,
lagered, estilo-tradicional, família-dark-lager, maltado

3. CZECH LAGER
Lager Checa
As lager checas são geralmente divididas por classes de densidade (à pressão ou “draft”, lager, especial) e cor (clara, âmbar, escura).
Os nomes checos para estas categorias são světlé (pálido), polotmavé (âmbar) e tmavé (escuro). As classes de densidade são výčepní
(pressão “draft”, 7–10 ° P), ležák (lager, 11–12 ° P) e speciální (especial, +13 °P). Pivo é, obviamente, a palavra checa para cerveja. A
divisão em classes de densidade é semelhante aos agrupamentos alemães de schankbier, vollbier e starkbier, embora a diferentes
intervalos de densidade. As cervejas checas dentro desta classificação são simplesmente referenciadas pela sua densidade. Diversas
vezes existem variações dentro dos grupos de cor e densidade, particularmente dentro da classe speciální. As diretrizes de estilos
combinam algumas destas classes, não descrevendo outras cervejas no mercado checo (como a Czech Porter forte). Isto não implica
que as categorias abaixo abranjam completamente as cervejas checas. Simplesmente é uma forma de agrupar alguns dos tipos mais
comuns para fins de avaliação.
Em geral, as lager checas em são diferentes das alemãs e de outras ocidentais, já que as alemãs são quase sempre totalmente atenuadas,
enquanto as checas podem conter uma pequena quantidade de extrato não fermentado na cerveja acabada. Isto ajuda a fornecer uma
densidade final ligeiramente mais alta (e, portanto, uma atenuação aparente ligeiramente mais baixa), uma sensação de corpo e boca
ligeiramente mais encorpada e um perfil de sabor mais rico e ligeiramente mais complexo do que em cervejas de cor e teor alcoólico
equivalentes. As cervejas alemãs tendem a ter um perfil de fermentação mais limpo, enquanto as checas costumam ser fermentadas a
temperaturas mais baixas (7 a 10 ° C) e por mais tempo, podendo ter uma quantidade leve, quase imperceptível (perto do limiar) de
diacetilo, que geralmente é detectado como corpo mais arredondado, e não tanto em aroma e sabor [diacetilo em quantidade
significativa com notas amanteigadas é um defeito]. As estirpes de leveduras checas nem sempre são tão limpas e atenuantes quanto
as estirpes alemãs, o que ajuda a obter a maior densidade final (junto com os métodos de empastagem e maceração e uma fermentação
mais fria). As lagers checas são tradicionalmente fabricadas com etapas de maceração que envolvem decocção (geralmente decocção

Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015 5

dupla), mesmo usando maltes modernos, enquanto a maioria das modernas lagers alemãs são feitas com maceração de infusão ou
infusão em etapas. Estas diferenças caracterizam a riqueza, a sensação na boca e o perfil de sabor que diferenciam as lagers checas.
3A. Czech Pale Lager
Lager Checa Clara
Impressão geral: Uma lager checa clara, mais leve, rica,
refrescante, lupulada e amarga, com os sabores familiares da
mais forte Czech Premium Pale Lager (tipo Pilsner), mas num
formato de baixo teor alcoólico, mais leve e ligeiramente menos
intens0.
Aroma: Malte rico a pão, leve a moderado, combinado com um
leve bouquet de lúpulo a especiarias ou herbáceo, de intensidade
moderada; o equilíbrio entre o malte e o lúpulo pode variar. É
aceitável um leve toque a caramelo. São também aceitáveis
níveis leves a diacetilo (mas nunca intrusivo), bem como ésteres
frutados leves derivados de lúpulo, não necessitando estar
presentes. Sem enxofre.
Aparência: Cor ouro claro a dourado profundo. Brilhante a
muito limpa, com espuma branca, cremosa, de longa duração.
Sabor: Sabor a malte rico a pão, médio-baixo a médio, com um
final arredondado a lúpulo. Sabor a lúpulo a especiarias ou
herbáceo, de nível baixo a médio-alto. O amargor é
proeminente, mas nunca dura. Saboroso e refrescante. Diacetilo
ou ésteres frutados são aceitáveis a níveis baixos, mas não
necessitam estar presentes e nunca devem ser dominantes.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio. Carbonatação
moderada.
Comentários: O nome checo do estilo é světlé výčepní pivo.
História: Josef Groll fabricou, inicialmente, dois tipos de
cerveja em 1842-3: uma výčepní e uma ležák, sendo a cerveja
mais leve possuindo o dobro da produção; Evan Rail especula
que estas cervejas eram, provavelmente, de 10 °P e 12 °P, mas
que a výčepní poderia ter sido mais fraca. Este é o tipo de cerveja
mais consumido actualmente na República Checa.
Ingredientes característicos: Água mole/branda, com
baixo teor de sulfato e carbonato, lúpulo tipo Saazer, malte
Czech Pilsner, levedura checa de lager. A água com baixo teor de
iões fornece um perfil de lúpulo distintamente macio e
arredondado, apesar das altas taxas de lupulagem.
Comparação de estilos: Uma versão quotidiana da Czech
Premium Pale Lager menos intensa, refrescante e de corpo
mais leve.
Características vitais: OG: 1.028 – 1.044
IBUs: 20 – 35 FG: 1.008 – 1.014
SRM: 3 – 6 ABV: 3.0 – 4.1%
Exemplos comerciais: Březňák Světlé výčepní pivo, Notch
Session Pils, Pivovar Kout na Šumavě Koutská 10°, Únětické
pivo 10°
Etiquetas: álcool-session, cor-clara, fermentação-baixa,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-pale-lager,
amargo, lupulado
3B. Czech Premium Pale Lager
Lager Checa Clara Premium
Impressão geral: Lager checa, rica, com personalidade e
clara, com considerável carácter de malte e lúpulo e um final
longo e arredondado. Complexa, mas bem equilibrada e
refrescante. Os sabores a malte são complexos para uma cerveja
do tipo Pilsner e o amargor é forte mas limpo e sem ser áspero,
6 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
o que dá uma impressão arredondada e que aumenta a facilidade
de ser bebida.
Aroma: Malte rico a pão, de intensidade média a média-alta,
bem como um bouquet a lúpulo com notas a especiarias, floral
ou herbáceo, que vai de médio-baixo a médio-alto; embora o
equilíbrio entre o malte e o lúpulo possa variar, a interação é rica
e complexa. São aceitáveis notas leves a diacetilo ou ésteres
derivados de lúpulo com baixo teor de frutas, mas não
necessitam de estar presentes.
Aparência: Cor que vai de dourado a um dourado intenso.
Clareza brilhante a muito límpida. Espuma branca cremosa e
densa, de longa duração.
Sabor: Rico, complexo, maltado a pão, combinado com um
amargor pronunciado mas macio e arredondado, bem como um
sabor floral e a especiarias do lúpulo. Os sabores do malte e do
lúpulo vão de médio a médio-alto, e o malte pode conter uma
leve impressão de caramelo. O amargor é proeminente, mas
nunca áspero. O final longo pode ser equilibrado para lúpulo ou
malte, mas nunca pende agressivamente em qualquer das
direcções. São aceitáveis notas leves a moderadas a diacetilo,
bem como ésteres derivados de lúpulo de intensidade baixa, mas
não necessitam de estar presentes.
Sensação na boca: Corpo médio. Carbonatação moderada a
baixa.
Comentários: Geralmente um grupo de pivo Plzeňského tupu,
ou cervejas do tipo Pilsner. Este estilo é uma combinação dos
estilos checos světlý ležák (11–12,9 °P) e světlé speciální pivo
(13–14,9 °P). Na República Checa apenas a Pilsner Urquell é
chamada de Pilsner, apesar da enorme adopção deste nome em
todo o mundo. As versões Kvasnicové (“cerveja com levedura”)
são populares na República Checa e podem sofrer kräusening
com mosto e levedura, ou receber uma dose fresca de levedura
pura após a fermentação. Estas cervejas por vezes são turvas,
com notas subtis a levedura, bem como um carácter a lúpulo
melhorado. Os exemplares modernos variam no seu equilíbrio
entre malte e lúpulo, sendo que muitos não possuem tanto
carácter a lúpulo como a Pilsner Urquell.
História: Geralmente associada à Pilsner Urquell, a qual foi
fabricada pela primeira vez em 1842, após a construção de uma
nova cervejeira, por burgueses insatisfeitos com o padrão da
cerveja produzida em Plzeň. O cervejeiro bávaro Josef Groll é
considerado o primeiro a fabricar esta cerveja.
Ingredientes característicos: Água mole/branda com baixo
teor de sulfatos e carbonatos, lúpulo tipo Saazer, malte checo,
levedura lager checa. A água de baixo teor de iões fornece um
perfil de lúpulo distintamente macio e arredondado, apesar das
altas taxas de lupulagem. O nível de amargor de alguns
exemplares comerciais de maior dimensão caiu nos últimos
anos, embora não tanto como em diversos exemplares alemães
contemporâneos.
Comparação de estilos: Mais cor, riqueza a malte e corpo do
que uma German Pils, com um final mais encorpado e uma
impressão mais limpa e macia. Mais forte que uma Czech Pale
Lager.
Características vitais: OG: 1.044 – 1.060
IBUs: 30 – 45 FG: 1.013 – 1.017
SRM: 3.5 – 6 ABV: 4.2 – 5.8%
Exemplos comerciais: Bernard Sváteční ležák, Gambrinus
Premium, Kout na Šumavě Koutská 12°, Pilsner Urquell, Pivovar
Jihlava Ježek 11°, Primátor Premium, Únětická 12°
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-baixa,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-pilsner,
equilibrado, lupulado
3C. Czech Amber Lager
Lager Checa Âmbar
Impressão geral: Uma lager âmbar centrada no malte, com
carácter a lúpulo que pode variar de baixo a bem significativo.
Os sabores a malte podem variar bastante, resultando em
diversas interpretações desde mais secas a pão e ligeiramente a
biscoito, a doces e algo caramelizadas.
Aroma: Rico a malte de intensidade moderada, o qual pode ser
ou a pão e produtos de Maillard dominantes; ou ligeiramente a
caramelo e similar a rebuçado. Carácter a lúpulo a especiarias,
herbáceo ou floral, que pode ser moderado a nenhum. Carácter
limpo de lager, embora possa estar presente um baixo nível de
ésteres frutados (fruta de caroço ou bagas). A presença de
diacetilo é opcional e pode variar de baixo a nenhum.
Aparência: Cor de âmbar intenso a cobre. Claridade limpa a
brilhante. Espuma abundante, de cor branco-sujo, e persistente.
Sabor: Dominante malte complexo (médio a médio-alto),
embora a sua natureza possa variar de seco e dominante a
produtos de Maillard, a caramelo e quase doce. Alguns
exemplares apresentam um carácter a malte que vai de tipo
rebuçado a bolacha "cracker". Sabor a lúpulo a especiarias, baixo
a moderado. Um amargor de lúpulo proeminente mas limpo,
providencia um final equilibrado. Ésteres frutados opcionais, a
ameixas ou bagas. Baixo nível de diacetilo opcional. Sem sabores
de malte torrado. O final pode variar de seco e lupulado, a
relativamente doce.
Sensação na boca: Corpo médio-encorpado a médio. Corpo
suave e arredondado, muitas vezes com uma cremosidade
delicada. Carbonatação moderada a baixa.
Comentários: O nome Checo do estilo é polotmavé pivô, que
se traduz em meio escuro. Este estilo é uma combinação dos
estilos Checos polotmavý ležák (11–12.9 °P) e polotmavé
speciální pivo (13–14.9 °P).
História: Uma lager ao estilo Vienna, que continuou a ser
fabricada na República Checa. Uma ressurgência de aberturas
de pequenas cervejeiras na República Checa tem aumentado o
número de exemplares deste estilo.
Ingredientes característicos: Maltes Pilsner e Caramel,
podendo também ser usados Vienna e Munich. Água de baixo
teor mineral, lúpulo tipo Saazer e levedura de lager Checa.
Comparação de estilos: Este estilo pode ser similar a uma
Vienna Lager mas com carácter do lúpulo tipo Saazer, ou
aproximando-se de uma English Bitter mas mais rica e com
um caracter mais significativo a caramelo intenso. As versões
das grandes cervejeiras são geralmente similares à Czech
Premium Pale Lager, com sabores ligeiramente mais
elevados a maltes escuros e menos lúpulo, enquanto que as
versões das cervejeiras mais pequenas costumam conter maior
carácter a lúpulo, complexidade de malte ou doçura residual.
Características vitais: OG: 1.044 – 1.060
IBUs: 20 – 35 FG: 1.013 – 1.017
SRM: 10 – 16 ABV: 4.4 – 5.8%
Exemplos comerciais: Bernard Jantarový ležák, Pivovar
Vysoký Chlumec Démon, Primátor polotmavý 13°, Strakonický
Dudák Klostermann polotmavý ležák 13°
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-baixa,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-amber-lager,
equilibrado
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
3D. Czech Dark Lager
Lager Checa Escura
Impressão geral: Uma lager checa maltada, rica e escura, com
um carácter torrado que pode variar de quase ausente a bem
proeminente. Maltada com um perfil interessante e complexo,
apresentando níveis variáveis de lúpulo o que resulta num leque
alargado de interpretações.
Aroma: A malte de intensidade média a média-alta, rico, por
vezes doce e com qualidades opcionais tais como crosta de broa,
tostado, nozes, coca-cola, fruta escura ou caramelo. Os
caracteres torrados tais como chocolate ou café doce podem
variar de moderado a nenhum, mas não se devem sobrepor ao
carácter base a malte. Aroma opcional a lúpulo, de intensidade
baixa e a especiarias. Podem estar presentes níveis baixos a
diacetilo e ésteres frutados (bagas ou ameixas).
Aparência: Cor cobre escuro a quase preta, muitas vezes com
reflexos vermelhos ou a granada utilizada na joalharia.
Claridade limpa a brilhante. Espuma abundante persistente, de
cor branco-sujo a bronzeada.
Sabor: Dominado por malte rico complexo, de intensidade
média a media-alta, tipicamente com produtos de Maillard e
uma doçura de malte residual leve a moderada. Os sabores a
malte tais como caramelo, tostado, nozes, alcaçuz, frutos
escuros secos, chocolate e café podem também estar presentes,
com um carácter torrado muito baixo a moderado. Sabor a
lúpulo a especiarias, que pode ir de moderadamente baixo a
nenhum. O amargor do lúpulo pode ser moderado a médio-
baixo, mas deve ser perceptível. O equilíbrio pode variar de
maltada a relativamente bem equilibrada, ou ligeiramente a
tender para o lúpulo. Diacetilo baixo a moderado, podendo estar
presente ésteres a ameixas ou bagas de intensidade ligeira.
Sensação na boca: Corpo médio a médio-alto, com sensação
na boca considerável sem ser pesada ou enjoativa. Textura
cremosa moderada. Suave. Carbonatação moderada a baixa.
Pode conter uma ligeira sensação de calor do álcool nas versões
mais fortes.
Comentários: Este estilo é uma combinação dos estilos
checos tmavý ležák (11–12.9 °P) e tmavé speciální pivo (13–
14.9 °P). Os exemplares mais modernos são mais secos e têm
mais amargor, enquanto que as versões tradicionais geralmente
possuem IBUs no intervalo de 18 a 20, com um equilíbrio mais
doce.
História: A cervejeira U Fleků está em laboração em Praga
desde 1499. Muitas outras novas pequenas cervejeiras estão
também a produzir este estilo.
Ingredientes característicos: Os mais comuns são maltes
Pilsner e caramel escuro, com a adição de maltes torrados sem
casca. São também apropriadas adições de malte Vienna ou
Munich. Água de baixo teor mineral, lúpulo do tipo Saazer,
levedura checa de lager. Os ésteres frutados são tipicamente do
malte e não da levedura.
Comparação de estilos: Esta cerveja é a equivalente checa a
uma lager preta com carácter que pode ir da Munich Dunkel
a uma Schwarzbier, mas tipicamente com maior riqueza a
malte e carácter a lúpulo (aroma, sabor e/ou amargor).
Características vitais: OG: 1.044 – 1.060
IBUs: 18 – 34 FG: 1.013 – 1.017
SRM: 14 – 35 ABV: 4.4 – 5.8%
Exemplos comerciais: Bohemian Brewery Cherny Bock 4%,
Budweiser Budvar B:Dark tmavý ležák, Devils Backbone
Morana, Kout na Šumavě Koutský tmavý speciál 14°, Notch
7
Černé Pivo, Pivovar Březnice Herold, U Fleků Flekovský tmavý
13° ležák
4. PALE MALTY EUROPEAN LAGER
Lager Europeia Maltada e Clara
Esta categoria de estilo contém lagers alemãs maltadas, claras, focadas no malte Pilsner, de teor alcoólico de vollbier a starkbier.
Embora maltadas, ainda são lagers limpas e bem atenuadas, como a maioria das cervejas alemãs.
4A. Munich Helles
Impressão geral: Uma lager alemã limpa, maltada, dourada,
com um sabor a malte suave a cereal adocicado e um final suave
e seco. A presença de lúpulo é subtil a especiarias, floral ou
herbáceo, com amargor contido, o que ajuda a manter o
equilíbrio maltado, mas não doce, tornando esta cerveja numa
bebida refrescante para o dia-a-dia.
Aroma: Aroma moderado a malte de caracter adocicado a
cereal. Aroma a lúpulo a especiarias, floral ou herbáceo, baixo a
moderadamente baixo. Embora um aroma limpo seja o mais
desejável, uma nota de fundo muito baixa a DMS não é defeito.
Perfil de fermentação agradável e limpo, com malte a dominar o
equilíbrio. Os exemplares mais frescos terão um aroma mais
intenso a malte adocicado.
Aparência: Amarelo médio a dourado claro. Limpa. Espuma
branca cremosa e persistente.
Sabor: Inicio de prova moderadamente maltado com sugestão
de doçura, sabor moderado a cereal maltado adocicado, com
uma impressão de palato macio e arredondado, suportado por
um amargor de lúpulo baixo a médio-baixo. O final é macio e
seco e não assertivo e mordaz. Sabor a lúpulo de baixo a
moderadamente baixo a especiarias, floral ou herbáceo. O malte
domina o lúpulo no palato, final e após a prova, mas o lúpulo
deve ser perceptível. Não deve haver qualquer doçura residual,
simplesmente a impressão de malte com amargor contido. As
amostras muito frescas parecerão mais doces devido ao carácter
a malte rico e fresco, que pode desvanecer com o tempo. Perfil
limpo de fermentação.
Sensação na boca: Corpo médio. Carbonatação média.
Carácter suave de laggering bem realizado.
Comentários: Uma mostra de malte Pils totalmente atenuada,
a Helles é uma cerveja com ênfase no malte que não é
excessivamente doce, concentrando-se no sabor a malte com o
amargor do lúpulo subjacente num papel coadjuvante. Os
exemplares para exportação podem perder rapidamente
algumas das características a malte rico que muitas vezes
sugerem doçura. A Helles em Munique tende a ser mais leve em
todos os aspectos do que os exemplares de fora da cidade, os
quais podem ser mais assertivos com mais corpo, sabor e
carácter a lúpulo.
História: Criada em Munique em 1894 na cervejeira Spaten,
para competir com as cervejas tipo Pilsner claras. É,
actualmente, o estilo mais popular no sul da Alemanha.
Ingredientes característicos: Malte Pilsner continental,
variedades de lúpulo alemão tradicionais do tipo Saazer,
levedura lager alemã limpa.
Comparação de estilos: Semelhante em equilíbrio de malte
e amargor à Munich Dunkel, mas menos adocicado a malte e
mais clara do que escura. Mais corpo e presença de malte do que
uma German Pils, com menos carácter de lúpulo no global.
Perfil de malte semelhante à German Exportbier, mas com
menos lúpulo no equilíbrio.
8 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Etiquetas: álcool-standard, cor-escura, fermentação-baixa,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-dark-lager,
equilibrado
Características vitais: OG: 1.044 – 1.048
IBUs: 16 – 22 FG: 1.006 – 1.012
SRM: 3 – 5 ABV: 4.7 – 5.4%
Exemplos comerciais: Augustiner Lagerbier Hell,
Bürgerbräu Wolznacher Hell Naturtrüb, Hacker-Pschorr
Münchner Gold, Löwenbraü Original, Paulaner Premium Lager,
Spaten Premium Lager, Weihenstephaner Original
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-baixa,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-pale-lager,
maltado.
4B. Festbier
Impressão geral: Uma lager alemã suave, limpa e clara, com
um sabor a malte moderadamente forte e um ligeiro carácter a
lúpulo. Com um equilíbrio efectuado com destreza entre teor
alcoólico e facilidade de beber, a sua impressão no palato e final
de boca encoraja o seu consumo. É uma montra de elegantes
sabores a maltes alemães, sem ser muito pesada ou demasiado
saciante.
Aroma: Riqueza moderada a malte, com ênfase nos aromas a
massa de pão e pão tostado, bem como uma impressão de
doçura. Lúpulo baixo a médio-baixo com notas florais,
herbáceas ou a especiarias. O malte não deve possuir uma
qualidade demasiada a tostado intenso, caramelo ou biscoito.
Carácter limpo de fermentação lager.
Aparência: Cor de amarelo intenso a ouro intenso; não deve
possuir tonalidades âmbar. Claridade brilhante. Espuma de cor
branca a branco-sujo e persistente. A maioria dos exemplares
comerciais são de cor dourado médio.
Sabor: Inicial médio a médio-alto a malte, com uma qualidade
ligeiramente tostada, a massa de pão, bem como uma impressão
de doçura suave. Amargor médio a médio-baixo, com equilíbrio
definitivamente a malte. Bem atenuada e assertiva, mas não
seca. Sabor a lúpulo médio-baixo a médio, com notas florais,
herbáceas ou a especiarias. Carácter limpo de fermentação de
lager. O sabor é maioritariamente a malte Pils, mas com ligeiras
notas a tostado. O amargor serve de suporte, mas deve, mesmo
assim, apresentar um final saboroso a malte.
Sensação na boca: Corpo médio com uma textura suave e algo
cremosa. Carbonatação média. O calor do teor alcoólico quase
não se sente, se de todo.
Comentários: Este estilo representa a cerveja alemã moderna
servida no Oktoberfest (embora não seja só reservada para o
Oktoberfest, podendo ser encontrada em muitas outras "fests"),
e é por vezes chamada de Wiesn ("o prado" ou o nome local para
o festival do Oktoberfest). Optou-se por apelidar este estilo de
Festbier uma vez que pelas leis alemãs e da União Europeia,
Oktoberfestbier é uma denominação protegida de cerveja,
produzida nas grandes cervejeiras dentro dos limites da cidade
de Munique e para ser consumida no Oktoberfest. Aos outros
países não se aplicam estas regras, por isso muitas cervejeiras
artesanais nos EUA produzem cerveja chamada Oktoberfest,
mas baseada no estilo tradicional Märzen, descritos nestas
directrizes de estilos.
História: Desde 1990, a maioria da cerveja servida no
Oktoberfest em Munique tem sido deste estilo. A cerveja de
exportação fabricada especificamente para os Estados Unidos,
continua a ser maioritariamente do estilo tradicional âmbar,
bem como as interpretações produzidas naquele país. Paulaner
foi a primeira a criar a versão dourada em meados dos anos
1970, porque pensavam que a versão Oktoberfest tradicional
saciava em demasia. Assim, desenvolveram uma versão mais
leve e mais fácil de beber, mas ainda assim maltada. Contudo, o
estilo actual da cerveja servida no Oktoberfest é especificado por
um comité da cidade de Munique.
Ingredientes característicos: Maioritariamente malte Pils,
mas com algum malte Vienna e/ou Munich para aumentar o teor
a malte. As diferenças nos exemplares comerciais são
maioritariamente devidas a maltes de proveniências diferentes
bem como de levedura, do que de diferenças na carga de cereal.
Comparação de estilos: Menos intensa e menos tostada do
que uma Märzen. Mais encorpada do que uma Helles, com
mais sabor a lúpulo e mais álcool. Menos rica na intensidade a
malte do que uma Maibock. A complexidade a malte é similar
a uma Czech Premium Pale Lager mais forte, embora sem o
lúpulo associado.
Características vitais: OG: 1.054 – 1.057
IBUs: 18 – 25 FG: 1.010 – 1.012
SRM: 4 – 7 ABV: 5.8 – 6.3%
Exemplos comerciais: Augustiner Oktoberfest, Hacker-
Pschorr Superior Festbier, Hofbräu Festbier, Löwenbräu
Oktoberfestbier, Paulaner Wiesn, Schönramer Gold,
Weihenstephaner Festbier
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-baixa,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-pale-lager,
maltado
4C. Helles Bock
Impressão geral: Uma cerveja lager alemã maltada,
relativamente clara e forte, com um final agradavelmente
atenuado que aumenta a sua facilidade de ser bebida. O carácter
a lúpulo é, geralmente, mais aparente do que nas outras bocks.
Aroma: Aroma a malte moderado a forte, com uma
componente a cereal adocicado, muitas das vezes com uma
qualidade ligeiramente tostada e presença baixa a compostos de
Maillard. Aroma a lúpulo moderadamente-baixo a nenhum,
muitas das vezes com uma qualidade a especiarias, herbácea ou
floral. Perfil limpo de fermentação. Os ésteres frutados podem
ser de teor baixo a nenhum. Pode ser perceptível uma nota
muito leve a álcool. Pode ter um ligeiro aroma a DMS.
Aparência: Color de dourado intenso a âmbar claro. Claridade
brilhante a limpa. Espuma branca abundante, cremosa e
persistente.
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Sabor: O sabor é dominado por malte com notas a cereal
adocicado que vão de moderadas a moderadamente fortes, com
algumas notas tostadas e/ou produtos de Maillard que
adicionam complexidade. Sabores a caramelo muito poucos a
nenhum. Pode ter um ligeiro toque a DMS. Sabor a lúpulo
moderado a inexistente (especiarias, herbáceo, floral,
apimentado). Amargor do lúpulo moderado (mais equilibrado
do que nas 0utras bocks). Perfil de fermentação limpo de lager.
Bem atenuada e não enjoativa, com um final moderadamente
seco que pode saber, em simultâneo, a malte e lúpulo.
Sensação na boca: Corpo médio. Carbonatação moderada a
moderadamente-alta. Suave e limpa, sem aspereza ou
adstringência apesar do amargor de lúpulo mais elevado. Pode
ser sentido um ligeiro calor do álcool.
Comentários: Também conhecida como Mai Bock, existindo
alguma disputa se Helles (“clara”) Bock e Mai (“Maio”) Bock são
sinónimos. Muitos concordam que são idênticas, mas outros
acreditam que Maibock é um tipo de cerveja festiva (fest),
atingindo os limites superiores de lupulagem e cor. As poucas
notas frutadas presentes, são devidas ao malte Munich e outros
maltes de especialidade e não de ésteres de fermentação. O
lúpulo compensa os níveis de compostos de Maillard mais
baixos.
História: Um desenvolvimento relativamente recente, quando
comparada com os outros membros da família bock. A
disponibilidade de Maibock está especificamente associada com
a Primavera e o mês de Maio.
Ingredientes característicos: Malte base Pils e/ou Vienna,
com algum malte Munich para adicionar carácter (embora
muito menos do que numa bock tradicional). Nenhum adjunto
não maltado. Lúpulos do tipo Saazer. Levedura limpa de lager.
É típico ser feita maceração com decocção, mas a fervura é
menor do que na Dunkles Bock para restringir o
desenvolvimento da cor.
Comparação de estilos: Pode ser encarada como uma versão
clara de uma Dunkles Bock, ou uma Munich Helles
fabricada até ao teor alcoólico de "bock". Embora bastante
maltada, esta cerveja possui, tipicamente, menos sabores ricos a
malte escuro, e pode ser mais seca, mais lupulada e mais amarga
do que uma Dunkles Bock. Possui mais carácter a malte rico
e mais álcool do que uma Festbier.
Características vitais: OG: 1.064 – 1.072
IBUs: 23 – 35 FG: 1.011 – 1.018
SRM: 6 – 11 ABV: 6.3 – 7.4%
Exemplos comerciais: Altenmünster Maibock, Ayinger
Maibock, Capital Maibock, Blind Tiger Maibock, Einbecker Mai-
Urbock, Hacker-Pschorr Hubertus Bock, Mahr’s Bock
Etiquetas: álcool-elevado, cor-clara, fermentação-baixa,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-bock,
maltado.
9
5. PALE BITTER EUROPEAN BEER
Cerveja Europeia Clara e Amarga
Esta categoria descreve cervejas de origem alemã que são claras e equilibradas a amargas, com um carácter a lúpulo de leve a
moderadamente forte, de variedades alemãs clássicas. São geralmente de baixa fermentação ou passam por laggering para fornecer
um perfil suave, sendo bem atenuadas como a maioria das cervejas alemãs.
5A. German Leichtbier
Impressão geral: Uma lager alemã clara, altamente atenuada
e de corpo leve, com menos álcool e calorias do que as cervejas
de teor alcoólico normal. Moderadamente amarga com sabores
perceptíveis a malte e lúpulo, esta cerveja ainda é interessante
de beber.
Aroma: Aroma de lúpulo de baixo a médio, com carácter a
especiarias, herbáceo ou floral. Aroma a malte a cereal
adocicado ou ligeiramente a bolacha cracker, de intensidade
baixa a média-baixa. Perfil de fermentação limpa.
Aparência: Cor palha a dourado claro. Claridade brilhante.
Espuma branca moderada, com persistência média a abaixo da
média.
Sabor: Inicialmente baixo a médio a cereal maltado adocicado.
Amargor a lúpulo médio. Sabor a lúpulo de baixo a médio, com
uma qualidade a especiarias, herbáceo ou floral. Carácter de
fermentação limpo, com bom laggering. Final seco com um leve
sabor maltado e a lúpulo após a prova.
Sensação na boca: Corpo leve a muito leve. Carbonatação
média a alta. Suave e bem atenuada.
Comentários: Comercializada principalmente como uma
cerveja orientada para dieta, com baixo teor de hidratos de
carbono, álcool e calorias. Pronunciado "LYESHT-beer".
Também pode ser conhecida como Diat Pils ou Helles, este estilo
está na classe de densidade schankbier. Podem ser feitas outras
variantes de cervejas da classe Leicht a partir de Weissbier,
Kölsch e Altbier; estas cervejas são de inscrição mais acertada
na categoria Mixed-Style Beer.
História: As versões tradicionais existiam como bebidas para
trabalhadores manuais das fábricas ou do campo. Contudo, as
versões modernas são mais baseadas em produtos populares
americanos da mesma classe.
Ingredientes característicos: Semelhante a uma German
Pils ou Helles, malte Pils continental, levedura lager alemã,
lúpulos do tipo Saazer.
Comparação de estilos: Semelhante a uma German Pils ou
Helles de baixo teor de álcool, de corpo mais leve e ligeiramente
menos agressiva.
Características vitais: OG: 1.026 – 1.034
IBUs: 15 – 28 FG: 1.006 – 1.010
SRM: 2 – 5 ABV: 2.4 – 3.6%
Exemplos comerciais: Beck’s Light, Bitburger Light, Mahr’s
Leicht, Paulaner Münchner Hell Leicht, Paulaner Premium
Leicht
Etiquetas: álcool-session, cor-clara, fermentação-baixa,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-pale-lager,
amargo, lupulado.
5B. Kölsch
Impressão geral: Uma cerveja limpa, bem definida e
delicadamente equilibrada, geralmente com frutas muito subtis
e carácter a lúpulo. O malte subjugado em geral leva a um final
agradavelmente bem atenuado e refrescante. A frescura da
amostra faz uma grande diferença nesta cerveja, já que o seu
10 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
carácter delicado pode desaparecer rapidamente com o tempo.
É característica uma clareza brilhante.
Aroma: Aroma a malte baixo a muito baixo, com um carácter a
cereal adocicado. É aceitável um aroma agradável e subtil a fruta
proveniente da fermentação (maçã, cereja ou pera), mas nem
sempre está presente. É opcional aroma baixo a lúpulo floral, a
especiarias ou herbáceo, não estando fora do estilo. Algumas
estirpes de levedura podem apresentar um leve carácter a vinho
ou sulfuroso (esta característica também é opcional, mas não é
um defeito). No geral, a intensidade dos aromáticos é bastante
subtil, sendo geralmente equilibrada, limpa e fresca.
Aparência: Dourado muito claro a dourado claro. Muito clara
(as versões comerciais autênticas são filtradas até uma clareza
brilhante). Possui uma delicada espuma branca que pode não
persistir.
Sabor: Paladar macio e arredondado, composto por um
equilíbrio de sabor delicado entre malte suave mas atenuado,
uma doçura frutada quase imperceptível da fermentação e um
amargor médio-baixo a médio com uma secura delicada, bem
como uma assertividade leve no final (mas sem um pós-prova
áspero). O malte tende a ser a cereal adocicado, possivelmente
com uma qualidade muito leve a pão ou mel. O sabor a lúpulo é
variável e pode ser de baixo a moderadamente alto; em geral é
de intensidade média-baixa a média e tem um carácter floral, a
especiarias ou herbáceo. No início pode ter uma impressão doce
a malte, mas não é obrigatório. Sem doçura residual perceptível.
Pode ter notas ligeiramente realçadas a vinho, mineral ou
sulfuroso, o que acentua a secura e o equilíbrio do sabor. É raro
um leve sabor a trigo, mas não defeito. Caso contrário, muito
limpa.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio (a maioria é
médio-leve). Carbonatação média a média-alta. Suave e
geralmente bem definida e bem atenuada
Comentários: Caracterizada na Alemanha como uma cerveja
de alta fermentação sujeita a laggering. Cada cervejeira de Köln
produz uma cerveja de características diferentes, e cada uma
interpreta a Kölsch Konvention de forma ligeiramente diferente.
Ao avaliar, deve ser permitida uma gama de variação dentro do
estilo. De notar que as versões mais secas podem parecer mais
lupuladas ou amargas do que as especificações IBU sugerem.
Devido ao seu perfil de sabor delicado, a Kölsch tende a ter uma
vida útil relativamente curta; exemplares e importações mais
antigas podem facilmente apresentar alguns defeitos de
oxidação. Servida em Köln num copo alto e estreito de 200ml
chamado Stange.
História: Colônia, Alemanha (Köln), tem uma tradição de
fermentação alta que remonta à Idade Média, mas desenvolveu
a cerveja agora conhecida como Kölsch no final dos anos 1800,
como forma de combater a invasão lagers claras de baixa
fermentação. Kölsch é uma denominação protegida pela Kölsch
Konvention (1986), estando restrita às cerca de 20 cervejeiras
de Köln e arredores. A Konvention define simplesmente a
cerveja como uma "Vollbier leve, altamente atenuada, com
lúpulo acentuado, límpida e de fermentação alta".
Ingredientes característicos: Lúpulo alemão tradicional
(Hallertau, Tettnang, Spalt ou Hersbrucker). Malte Pils alemão
ou malte pale. Levedura ale atenuante e limpa. Pode ser usado
até 20% de malte de trigo, mas é bastante raro nas versões
autênticas. A prática comercial atual é fermentar em condições
quentes, maturar a frio por um curto período de tempo e servir
a cerveja jovem.
Comparação de estilos: Para o degustador não treinado,
facilmente confundida com uma Cream Ale ou uma Pils algo
subtil.
Características vitais: OG: 1.044 – 1.050
IBUs: 18 – 30 FG: 1.007 – 1.011
SRM: 3.5 – 5 ABV: 4.4 – 5.2%
Exemplos comerciais: Früh Kölsch, Gaffel Kölsch, Mühlen
Kölsch, Reissdorf Kölsch, Sion Kölsch, Sünner Kölsch
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-alta,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-pale-ale,
equilibrado.
5C. German Helles Exportbier
Impressão geral: Uma lager alemã clara, bem equilibrada e
suave que é ligeiramente mais forte do que a cerveja corrente,
com um corpo moderado e um caracter suave e aromático a
lúpulo e malte.
Aroma: Aroma a lúpulo de baixo a médio, tipicamente floral,
especiarias ou herbáceo. Aroma moderado a malte de caracter a
cereal adocicado. Perfil de fermentação limpo. Não é defeito
uma leve nota inicial a enxofre que se dissipa, bem como
também não é defeito uma nota baixa de DMS em plano de
fundo.
Aparência: Dourado claro a dourado intenso. Limpa. Espuma
branca persistente.
Sabor: Nem o malte a cereal adocicado nem o lúpulo floral, a
especiarias ou herbáceo, dominam, mas ambos estão em bom
equilíbrio com um toque de doçura maltada, proporcionando
uma cerveja suave, porém bem definida e refrescante. O
equilíbrio continua ao longo do final de prova e o amargor do
lúpulo permanece no gosto residual (embora alguns exemplares
possam terminar ligeiramente adocicados). Carácter de
fermentação limpa. Pode ser notado na água algum carácter
mineral, embora geralmente este não surja como um sabor
evidente.
Sensação na boca: Corpo médio, carbonatação média. Suave,
mas bem definida.
Comentários: Às vezes conhecida como Dortmunder ou
Dortmunder Export. Produzida com uma densidade inicial
ligeiramente mais alta do que outras light lagers, fornecendo um
corpo maltado firme, bem como um maltado subjacente para
complementar o amargor do lúpulo acentuado por sulfatos. O
termo “Export” é um descritor de teor alcoólico tradicional da
indústria cervejeira alemã, não sendo estritamente sinónimo do
estilo “Dortmunder”; a cerveja de outras cidades ou regiões pode
ser fabricada com teor alcoólico Export e rotulada como tal
(mesmo que não necessariamente exportada).
História: O estilo Dortmunder foi desenvolvido na região
industrial de Dortmund na década de 1870, em resposta às
cervejas claras do tipo Pilsner, tornando-se muito popular após
a Segunda Guerra Mundial. Contudo, declinou na década de
1970. Outras cervejas da classe Export foram desenvolvidas de
forma independente, reflectindo uma versão um pouco mais
forte das cervejas existentes. O estilo alemão moderno é
tipicamente de 12-13 °P.
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Ingredientes característicos: Água com generoso conteúdo
mineral, com altos níveis de sulfatos, carbonatos e cloretos,
lúpulo nobre alemão ou checo, malte Pilsner, levedura lager
alemã. As versões comerciais mais recentes podem conter
adjuntos e extrato de lúpulo.
Comparação de estilos: Menos lúpulo de final de fervura e
mais corpo do que uma Pils, mas mais amarga do que uma
Helles.
Características vitais: OG: 1.048 – 1.056
IBUs: 20 – 30 FG: 1.010 – 1.015
SRM: 4 – 7 ABV: 4.8 – 6.0%
Exemplos comerciais: DAB Original, Dortmunder Kronen,
Dortmunder Union Export, Flensburger Gold, Gordon Biersch
Golden Export, Great Lakes Dortmunder Gold
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-baixa,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-pale-lager,
equilibrado.
5D. German Pils
Impressão geral: Cerveja alemã amarga, de baixa
fermentação, de corpo leve, altamente atenuada e de cor
dourada, apresentando excelente retenção de espuma e um
elegante aroma floral a lúpulo. Bem definida, limpa e
refrescante, uma German Pils dá a conhecer os melhores maltes
e lúpulos alemães.
Aroma: Carácter de malte rico a cereal adocicado, de
intensidade média-baixa a baixa (geralmente com uma
qualidade leve a mel e bolacha cracker ligeiramente tostada),
bem como lúpulos característicos florais, a especiarias ou
herbáceos. Perfil de fermentação limpa. Pode, opcionalmente,
possuir uma nota de enxofre muito leve que vem tanto da água
como da levedura. O lúpulo é moderadamente baixo a
moderadamente alto, mas não deve dominar totalmente a
presença do malte. Os exemplares unidimensionais são
inferiores à qualidade mais complexa decorrente de se detectar
todos os ingredientes. Pode ter uma nota de fundo muito baixa
a DMS.
Aparência: Palha a dourado claro, brilhante a muito
transparente, com uma espuma branca cremosa e de longa
duração.
Sabor: O amargor a lúpulo de médio a alto domina o paladar e
perdura no gosto residual. O carácter a cereal adocicado do
malte, moderado a moderadamente baixo, apoia o amargor do
lúpulo. Sabor a lúpulo de baixo a alto, floral, especiarias ou
herbáceo. Perfil de fermentação limpa. Final seco a meio-seco,
bem definido e atenuado, com um gosto residual amargo e leve
sabor a malte. Os exemplares feitos com água de níveis mais
altos de sulfatos geralmente têm um sabor baixo a enxofre, o que
acentua a sensação de seco e prolonga o final de prova; isto é
aceitável, mas não obrigatório. Algumas versões têm um final
suave com mais sabor a malte, mas ainda assim com amargor e
sabor perceptíveis a lúpulo e equilíbrio a tender para o amargo.
Sensação na boca: Corpo médio-leve. Carbonatação média a
alta.
Comentários: Os exemplares modernos de Pils tendem a se
tornar mais claros na cor, mais secos no final e mais amargos, à
medida que nos deslocamos do Sul para o Norte da Alemanha,
geralmente reflectindo o aumento de sulfatos da água. As Pils
encontradas na Baviera tendem a ser um pouco mais suaves no
amargor, com mais sabor a malte e carácter de lúpulo de final de
fervura, mas ainda assim com lúpulo e final definidos o
suficiente para se diferenciar de uma Helles. O uso do termo
‘Pils’ é mais comum na Alemanha do que ‘Pilsner’, isto para o
11
diferenciar do estilo checo e (alguns dizem) para demonstrar
respeito.
História: Adaptado da Czech Pilsner para se adequar às
condições de produção cervejeira da Alemanha, particularmente
a água com maior conteúdo mineral e variedades domésticas de
lúpulo. Produzido pela primeira vez na Alemanha no início da
década de 1870. Tornou-se mais popular após a Segunda Guerra
Mundial, quando as escolas de cerveja alemãs começaram a dar
ênfase às técnicas modernas. Juntamente com a sua cerveja
irmã, a Czech Pilsner, é o ancestral dos estilos de cerveja mais
produzidos atualmente. O valor médio dos IBUs de muitos
exemplares comerciais bem-conceituados, foi diminuindo ao
longo do tempo.
Ingredientes característicos: Malte Pilsner continental,
variedades de lúpulo alemão (especialmente variedades do tipo
Saazer tais como Tettnanger, Hallertauer e Spalt para sabor e
aroma; Saaz é menos comum), levedura lager alemã.
6. AMBER MALTY EUROPEAN LAGER
Lager Europeia Âmbar e Maltada
Esta categoria agrupa lagerbiers de baixa fermentação, de cor âmbar e de origem alemã, que possuem um equilíbrio maltado e são
de teor alcoólico de vollbier a starkbier.
6A. Märzen
Impressão geral: Uma elegante cerveja âmbar alemã,
maltada, com um sabor a malte limpo, rico, tostado e a pão,
amargor contido e um final seco que incentiva beber outra. A
impressão geral do malte é suave, elegante e complexa, com um
gosto residual rico que nunca é enjoativo ou pesado.
Aroma: Aroma de intensidade moderada a malte alemão,
tipicamente rico, a pão, um pouco tostado, com leves notas a
crosta de pão. Caráter limpo de fermentação lager. Sem aroma a
lúpulo. Aromas a caramelo, seco a biscoito ou malte torrado são
inadequados. Pode ser detectado álcool muito leve, mas nunca
deve ser forte. A riqueza a malte limpo e elegante deve ser o
aroma primário.
Aparência: Cor âmbar-laranja a cobre avermelhado intenso;
não deve ser dourada. Claridade brilhante, com espuma
esbranquiçada persistente.
Sabor: O sabor inicial do malte geralmente sugere doçura, mas
o final de prova é moderadamente-seco a seco. O malte distinto
e complexo geralmente inclui um carácter a pão e tostado. O
amargor do lúpulo é moderado e o sabor a lúpulo é de baixo a
nenhum (tipos alemães: complexo, floral, herbáceo ou
especiarias). O lúpulo proporciona equilíbrio suficiente para que
o paladar maltado e o final de prova não pareçam doces. O gosto
residual é maltado, com os mesmos sabores ricos e elegantes a
malte persistindo. Sabores perceptíveis a caramelo, biscoito ou
torrado são inadequados. Perfil de fermentação limpo de lager.
Sensação na boca: Corpo médio, com uma textura suave e
cremosa que muitas vezes sugere uma sensação de boca mais
encorpada. Carbonatação média. Totalmente atenuada, sem
uma impressão doce ou enjoativa. Pode ser um pouco quente,
mas o teor alcoólico deve estar relativamente escondido.
Comentários: As versões domésticas modernas da
Oktoberfest alemã são douradas - ver o estilo Festbier para esta
versão. As versões alemãs de exportação (para os Estados
Unidos, pelo menos) são tipicamente de cor laranja-âmbar, têm
um carácter distinto a malte tostado e são frequentemente
rotuladas como Oktoberfest. As versões artesanais americanas
12 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Comparação de estilos: Mais leve no corpo e mais clara na
cor, mais seca, mais definida e mais totalmente atenuada, com
um amargor mais persistente e com maior carbonatação do que
a Czech Premium Pale Lager. Mais caráter a lúpulo, sabor a
malte e amargor do que as International Pale Lagers. Mais
caráter a lúpulo e amargor, com um final mais seco e definido do
que uma Munich Helles; a Helles tem mais sabor a malte,
mas do mesmo carácter da Pils.
Características vitais: OG: 1.044 – 1.050
IBUs: 22 – 40 FG: 1.008 – 1.013
SRM: 2 – 5 ABV: 4.4 – 5.2%
Exemplos comerciais: König Pilsener, Left Hand Polestar
Pils, Paulaner Premium Pils, Schönramer Pils, Stoudt Pils,
Tröegs Sunshine Pils, Trumer Pils
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-baixa,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-pilsner,
amargo, lupulado
da Oktoberfest são geralmente baseadas neste estilo, e a maioria
dos americanos reconhecerá esta cerveja como Oktoberfest. As
versões históricas desta cerveja tendiam a ser mais escuras, em
direção à gama acastanhada. Contudo existiram muitos "tons"
de Märzen (quando o nome é usado como um ponto forte); esta
descrição de estilo refere-se especificamente à versão lager
âmbar mais forte. A Festbier moderna pode ser considerada
uma Märzen clara tendo em conta estes termos.
História: Como o nome sugere, a Märzen é produzida em
março como uma “cerveja de março” mais forte e submetida a
laggering em cavernas frias durante o verão. As versões
modernas remontam à lager desenvolvida por Spaten em 1841,
contemporânea ao desenvolvimento da Vienna lager. No
entanto, o nome Märzen é muito mais antigo do que 1841; os
primeiros exemplares eram de cor castanho-escuro e, na
Áustria, o nome implicava um intervalo alcoólico (14° P), em vez
de um estilo. A versão lager âmbar alemã (no estilo vienense da
época) foi servida pela primeira vez na Oktoberfest em 1872,
uma tradição que durou até 1990, quando a Festbier dourada foi
adotada como a cerveja padrão do festival.
Ingredientes característicos: A carga de cereal varia,
embora as versões alemãs tradicionais enfatizem o malte
Munich. A noção de elegância é derivada dos ingredientes da
melhor qualidade, principalmente os maltes base. Era
tradicionalmente usada uma maceração de decocção, com o
objectivo de desenvolver o rico perfil de malte.
Comparação de estilos: Não tão forte e rico como uma
Dunkles Bock. Mais intensidade e riqueza a malte do que a
Festbier, com corpo mais pesado e um pouco menos de lúpulo.
Menos lúpulo e igualmente maltadada como uma Czech
Amber Lager.
Características vitais: OG: 1.054 – 1.060
IBUs: 18 – 24 FG: 1.010 – 1.014
SRM: 8 – 17 ABV: 5.8 – 6.3%
Exemplos comerciais: Buergerliches Ur-Saalfelder, Hacker-
Pschorr Original Oktoberfest, Paulaner Oktoberfest,
Weltenburg Kloster Anno 1050
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-baixa,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-amber-lager,
maltado
6B. Rauchbier
Impressão geral: Uma lager âmbar alemã, elegante, maltada,
com um carácter a fumo de faia complementar. Malte rico e
tostado no aroma e no sabor, amargor contido, sabor a fumo
baixo a alto. É também característico um perfil de fermentação
limpo e um final de prova atenuado.
Aroma: Uma mistura de fumo e malte, com um equilíbrio e
intensidade que varia. O carácter a fumo de faia por ir de subtil
a moderadamente forte e pode parecer fumado, a madeira ou
semelhante a bacon. O carácter a malte pode ser baixo a
moderado e algo rico, tostado ou a malte adocicado. Os
componentes a malte e fumo são, muitas vezes, inversamente
proporcionais (ou seja, quando o fumo aumenta, o malte
diminui e vice-versa). O aroma a lúpulo pode ser muito baixo a
nenhum. Carácter limpo de fermentação de lager.
Aparência: Esta deve ser uma cerveja bem límpida, com
espuma abundante, cremosa, rica, de cor bege a creme. Cor
âmbar/cobre claro a castanho escuro.
Sabor: Geralmente segue o perfil do aroma, com uma mistura
a fumo e malte de equilíbrio e intensidade variada, mas sempre
complementar. As qualidades semelhantes a Märzen devem-se
notar, particularmente uma riqueza a malte e tostado, mas o
sabor a fumo de faia pode ser baixo a alto. Nos níveis mais altos,
o fumo pode tomar um carácter a presunto ou bacon, o que é
aceitável desde que não comece a tomar proporções
semelhantes a gordura. O palato pode ser algo maltado, rico e
doce, contudo o final de prova tende a ser meio-seco a seco, com
o carácter a fumo por vezes a acentuar o final seco. O gosto
residual pode reflectir tanto a riqueza a malte como os sabores a
fumo, sendo o mais desejável uma apresentação equilibrada.
Amargor do lúpulo moderado e equilibrado. Sabor a lúpulo
moderado a nenhum, com notas a especiarias, florais ou
herbáceas. Carácter de fermentação limpa de lager.
Características agressivas, amargas, queimadas, a carvão,
borracha, enxofre ou fenólico a fumo são inapropriadas.
Sensação na boca: Corpo médio. Carbonatação média a
média-alta. Carácter suave de lager. É inapropriada uma
adstringência agressiva e significativa, proveniente de fenóis.
Comentários: Literalmente "cerveja de fumo" em alemão. A
intensidade do carácter a fumo pode variar imenso; nem todos
os exemplares são muito fumados. Encontram-se outros
exemplares de cervejas fumadas na Alemanha, com base em
estilos tais como Dunkles Bock, Weissbier, Dunkel, Schwarzbier
e Helles, incluindo exemplares como Spezial Lager; estas
cervejas pertencem à categoria Classic Style Smoked Beer. Estas
descrições referem-se especificamente à versão Märzen fumada.
História: Uma especialidade histórica da cidade de Bamberg,
na região da Franconia da Baviera da Alemanha. Para elaborar
esta lager âmbar ao estilo Märzen, é utilizado malte fumado com
madeira de faia. O carácter a fumo do malte varia com a
maltaria; algumas cervejeiras produzem o seu próprio malte
fumado (rauchmalz).
Ingredientes característicos: O rauchmalz alemão (malte
tipo Vienna, fumado com madeira de faia) forma, tipicamente,
cerca de 20 a 100% da carga de cereal, com o remanescente
constituído por maltes alemães tipicamente usados nas Märzen.
Algumas cervejeiras ajustam a cor ligeiramente com um pouco
de malte torrado. Levedura de lager alemã. Lúpulo alemão ou
checo.
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Comparação de estilos: Semelhante a uma Märzen, mas
com aroma e sabor equilibrado, doce e fumado e com uma cor
algo mais escura.
Características vitais: OG: 1.050 – 1.057
IBUs: 20 – 30 FG: 1.012 – 1.016
SRM: 12 – 22 ABV: 4.8 – 6%
Exemplos comerciais: Eisenbahn Rauchbier, Kaiserdom
Rauchbier, Schlenkerla Rauchbier Märzen, Spezial Rauchbier
Märzen Victory Scarlet Fire Rauchbier
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-baixa,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-amber-lager,
maltado, fumo
6C. Dunkles Bock
Impressão geral: Uma cerveja lager alemã escura, forte e
maltada que enfatiza as qualidades ricas e um pouco tostadas
dos maltes continentais, sem ser doce no final de prova.
Aroma: Aroma rico a malte de intensidade média a média-alta,
geralmente com quantidades moderadas de produtos Maillard
ricos e/ou conotações tostadas. Praticamente sem aroma de
lúpulo. Um pouco de álcool pode ser perceptível. Caráter limpo
de lager, embora os maltes possam fornecer um caráter leve
(baixo a nenhum) de fruta escura, especialmente em exemplares
envelhecidos.
Aparência: De cobre claro a castanho, geralmente com
atraentes reflexos à pedra preciosa granada. O lagering deve
fornecer boa claridade apesar da cor escura. Espuma em grande
quantidade, cremosa, persistente e esbranquiçada.
Sabor: O malte rico e complexo é dominado pelos produtos
Maillard ricos a tostado. Algumas notas a caramelo podem estar
presentes. O amargor do lúpulo é geralmente alto o suficiente
para sustentar os sabores do malte, permitindo que um pouco
de doçura permaneça até ao final de prova. Bem atenuada, não
enjoativa. Perfil de fermentação limpo, embora o malte possa
apresentar um leve caráter a fruta escura. Sem sabor de lúpulo.
Nenhum carácter a torrado ou queimado.
Sensação na boca: De corpo médio a médio-encorpado.
Carbonatação moderada a moderadamente baixa. Pode ser
encontrado algum calor do álcool, mas nunca deve ser quente.
Suave, sem aspereza ou adstringência.
Comentários: A empastagem e maceração por decocção e a
ebulição longa desempenham um papel importante no
desenvolvimento do sabor, pois realçam os aspectos de caramelo
e sabores Maillard do malte. Qualquer sabor frutado é devido ao
malte Munich e a outros maltes especiais. Não se devem a
ésteres derivados de levedura desenvolvidos durante a
fermentação.
História: Originária da cidade de Einbeck, no norte da
Alemanha, a qual era um centro cervejeiro e exportador popular
na época da Liga Hanseática (séculos XIV a XVII). Recriada em
Munique a partir do século XVII. O nome “bock” é baseado
numa adulteração do nome “Einbeck” no dialeto bávaro e,
portanto, só foi usado depois da cerveja chegar a Munique.
“Bock” também significa “Bode” em alemão e é frequentemente
usado em logotipos e publicidade.
Ingredientes característicos: Maltes Munich e Vienna,
raramente pequenas quantidades de maltes escuros torrados
para ajuste de cor. Nunca quaisquer adjuntos não maltados. São
utilizadas variedades de lúpulo da Europa continental. Levedura
limpa de lager alemã.
Comparação de estilos: Mais escuro, com um sabor maltado
mais rico e menos amargor aparente do que a Helles Bock.
Menos álcool e riqueza de malte do que uma Doppelbock.
13
Sabores a malte mais fortes e mais álcool do que uma Märzen. Exemplos comerciais: Aass Bock, Einbecker Ur-Bock
Mais rica, menos atenuada e menos lupulada do que uma Czech Dunkel, Great Lakes Rockefeller Bock, Kneitinger Bock, New
Amber Lager. Glarus Uff-da Bock, Penn Brewery St. Nikolaus Bock
Características vitais: OG: 1.064 – 1.072 Etiquetas: álcool-elevado, cor-âmbar, fermentação-baixa,
IBUs: 20 – 27 FG: 1.013 – 1.019 lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-bock
SRM: 14 – 22 ABV: 6.3 – 7.2% maltado.

14 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015

7. AMBER BITTER EUROPEAN BEER
Cerveja Europeia Âmbar e Amarga
Esta categoria agrupa cervejas de origem alemã ou austríaca de cor âmbar, uniformemente equilibradas a amargas.
7A. Vienna Lager
Impressão geral: Uma lager âmbar de álcool moderado, com
um maltado macio, suave e amargor moderado, mas com um
final relativamente seco. O sabor a malte é limpo, rico a pão e
algo tostado, com uma impressão elegante derivada de maltes
base e processos de qualidade, não de maltes especiais e
adjuntos.
Aroma: A malte moderadamente intenso, com aromas tostados
e ricos. Carácter limpo de lager. O aroma floral e a especiarias
do lúpulo pode variar de baixo a nenhum. Um aroma
significativo a caramelo ou torrado é inadequado.
Aparência: Cor âmbar avermelhado claro a cobre. Claridade
brilhante. Espuma abundante, esbranquiçada e persistente.
Sabor: A complexidade a malte suave e elegante está em
primeiro plano, com um amargor de lúpulo suficientemente
firme para fornecer um final equilibrado. O sabor a malte tende
para um carácter rico e tostado, sem sabores significativos de
caramelo ou torrado. Final bastante seco e demarcado, com
gosto residual tanto a malte rico como amargor de lúpulo. O
sabor floral e a especiarias do lúpulo pode variar de baixo a
nenhum. Caráter de fermentação limpa de lager.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio, com uma
cremosidade delicada. Carbonatação moderada. Suave.
Comentários: Uma cerveja de teor alcoólico standard para o
dia-a-dia, não uma cerveja feita para festivais. As versões
americanas podem ser um pouco mais fortes, secas e amargas,
enquanto as versões europeias modernas tendem a ser mais
doces. Muitas lagers mexicanas âmbar e escuras costumavam
ser mais autênticas, mas, infelizmente, agora são mais
semelhantes a Amber / Dark International Lagers doces e
carregadas de adjuntos. Lamentavelmente, muitos exemplares
modernos usam adjuntos que diminuem a rica complexidade do
malte, característica dos melhores exemplos deste estilo. Este
estilo está na lista de observação para passar à categoria
Histórica em diretrizes futuras; isto permitirá a descrição do
estilo clássico, enquanto se movem as versões modernas mais
doces para os estilos International Amber ou Dark Lager.
História: Desenvolvida por Anton Dreher em Viena em 1841,
tornou-se popular em meados do século XIX. Actualmente
quase extinta na sua região de origem, o estilo continua no
México, para onde foi levado por Santiago Graf e outros
cervejeiros imigrantes austríacos no final do século XIX. Os
exemplos autênticos são cada vez mais difíceis de encontrar
(excepto talvez na indústria da cerveja artesanal), já que os
exemplares anteriormente bons tornaram-se mais doces,
usando mais adjuntos.
Ingredientes característicos: O malte Vienna fornece um
perfil de malte levemente tostado e complexo, rico em copostos
de Maillard. Tal como acontece com as Märzen, apenas o malte
da melhor qualidade deve ser usado, juntamente com lúpulo
continental (de preferência do tipo Saazer ou Styrian). Podem
ser usados alguns maltes caramelo e / ou maltes mais escuros
para adicionar cor e doçura, mas os maltes caramelo não devem
adicionar aroma e sabor significativos e os maltes escuros não
devem fornecer qualquer carácter torrado.
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Comparação de estilos: Carácter a malte mais leve, um
pouco menos corpo e um pouco mais amarga no equilíbrio do
que uma Märzen, mas com muitos dos mesmos sabores
derivados do malte. O carácter do malte é semelhante a uma
Märzen, mas menos intenso e mais equilibrado. Menor teor
álcoolico do que uma Märzen ou Festbier. Menos rica, menos
maltada e menos centrada no lúpulo em comparação com a
Czech Amber Lager.
Características vitais: OG: 1.048 – 1.055
IBUs: 18 – 30 FG: 1.010 – 1.014
SRM: 9 – 15 ABV: 4.7 – 5.5%
Exemplos comerciais: Cuauhtémoc Noche Buena,
Chuckanut Vienna Lager, Devils Backbone Vienna Lager,
Figueroa Mountain Danish-style Red Lager, Heavy Seas Cutlass
Amber Lager, Schell’s Firebrick
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-baixa,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-amber-lager,
equilibrado.
7B. Altbier
Impressão geral: Uma cerveja alemã bem equilibrada, bem
atenuada, amarga porém maltada, limpa e suave, de cor âmbar
a cobre. O amargor é equilibrado pela riqueza do malte, mas a
intensidade e o carácter do malte podem variar de moderado a
alto (o amargor aumenta com a riqueza do malte).
Aroma: Limpo mas robusto e complexo a malte de cereal rico e
lúpulo a especiarias, bem como ésteres frutados contidos (baixo
a médio-baixo). O carácter do malte reflecte as variedades de
malte de base alemãs, com notas ricas a pão cozido e côdea de
pão torrado e nozes. O aroma do lúpulo pode variar de
moderado a baixo e pode ter um caráter apimentado,
especiarias, floral, herbáceo ou perfumado, associado ao lúpulo
do tipo Saazer.
Aparência: A cor varia de âmbar claro a cobre intenso,
chegando ao castanho; laranja-bronze é mais comum. Claridade
brilhante. Espuma esbranquiçada espessa, cremosa e de longa
duração.
Sabor: Amargor de lúpulo assertivo mas bem equilibrado por
um carácter a malte robusto, porém limpo e bem definido. A
presença de malte é moderada por uma atenuação de média-alta
a alta, mas podem permanecer sabores a malte consideráveis de
carácter rico, complexo e a cereal. Alguns ésteres frutados
(especialmente semelhantes a cereja) podem sobreviver ao
período de lagering. Um final de prova de longa duração, de
médio-seco a seco, agridoce ou a nozes, reflecte tanto o amargor
do lúpulo bem como a complexidade do malte. O sabor a
especiarias, apimentado ou floral do lúpulo pode ser moderado
a baixo. Sem sabores a malte torrado ou a sua aspereza. O
aparente nível de amargor é, às vezes, disfarçado pelo carácter
do malte; o amargor pode parecer tão baixo como moderado se
o final não for muito seco. Presença de enxofre leve ou carácter
mineral é opcional.
Sensação na boca: Corpo médio. Suave. Carbonatação média
a média-alta, embora possa ser menor quando servida a partir
do barril. Adstringência baixa a nenhuma. Apesar de ser muito
saborosa, é leve o suficiente para ser consumida como uma
15
cerveja “session”, servida por gravidade nas suas cervejeiras
caseiras em Düsseldorf.
Comentários: Uma cerveja de fermentação alta sujeita a
lagering, fermentada a uma temperatura de ale fria (15-20 °C),
muitas vezes maturada a temperaturas de fermentação baixa
(cerca de 10 °C) e, em seguida, sujeita a lagering a temperaturas
frias para produzir um paladar mais limpo e suave do que o
típico para a maioria das ales. Zum Uerige é uma cerveja
maravilhosa, mas muito mais agressivamente amarga e
complexa do que a maioria dos outros exemplares alemães. Pode
ser semelhante à ESB da Fuller, da categoria Strong Bitter - bem
conhecida, contudo mais como um outsider estilístico. Não
avaliar todas as Altbiers como se fossem clones da Zum Uerige;
permitir um amargor mais equilibrado na cerveja (25–35 IBUs
é o mais comum para a maioria dos outros exemplares alemães).
As cervejas sticke e doppelsticke mais fortes não devem ser
inseridas neste estilo.
História: O estilo tradicional da cerveja de Düsseldorf. "Alt"
refere-se ao estilo "antigo" de fabrico de cerveja (ou seja,
utilizando levedura de fermentação alta), o qual era comum
antes da fermentação baixa de cerveja lager se tornar popular. É
anterior ao período em que foram isoladas as estirpes de
leveduras de fermentação baixa, embora se aproxime de muitas
características das cervejas lager de fermentação baixa. Muitos
dos exemplos clássicos podem ser encontrados nas cervejeiras
da zona Altstadt (“cidade velha”) de Düsseldorf.
Ingredientes característicos: A carga de cereal varia, mas
geralmente consiste em maltes básicos alemães (geralmente
Pils, às vezes Munich) com pequenas quantidades de maltes
crystal, chocolate e/ou black, usados para ajustar a cor.
Ocasionalmente incluirá algum trigo, incluindo trigo torrado. Os
lúpulos Spalt são tradicionais, mas outros lúpulos do tipo Saazer
também podem ser utilizados. Levedura de ale limpa e
altamente atenuante. É tradicional ser usado um programa de
maceração por etapas ou um programa que inclua decocção.
Comparação de estilos: Mais amarga e maltada do que as
international amber lagers. Um pouco semelhante à
California Common, tanto na técnica de produção como no
sabor e cor final, embora não nos ingredientes.
Características vitais: OG: 1.044 – 1.052
IBUs: 25 – 50 FG: 1.008 – 1.014
SRM: 11 – 17 ABV: 4.3 – 5.5%
Exemplos comerciais: Bolten Alt, Diebels Alt, Füchschen Alt,
Original Schlüssel Alt, Schlösser Alt, Schumacher Alt, Uerige
Altbier
Etiquetas: álcool-standard cor-âmbar, fermentação-alta,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-amber-ale,
amargo
7C. Kellerbier
Aroma: Reflete o estilo base. Normalmente tem carácter
adicional a levedura, com subprodutos frequentemente não
encontrados nas cervejas alemãs com bom lagering (como
diacetilo, enxofre e acetaldeído).
Aparência: Reflete o estilo base. Normalmente pode ser um
pouco turva a turva e, provavelmente, um pouco mais escura de
aparência do que o estilo de base.
Sabor: Reflete o estilo base. Normalmente tem carácter
adicional a levedura, com alguns subprodutos frequentemente
não encontrados nas cervejas alemãs com bom lagering (como
diacetilo, enxofre e acetaldeído), embora não sejam níveis
questionáveis.
16 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Sensação na boca: Reflete o estilo base. Possui um pouco
mais de corpo e textura cremosa devido à levedura em
suspensão, podendo apresentar um ligeiro aveludado se houver
diacetilo. Pode ter uma carbonatação menor do que o estilo base.
Comentários: São versões jovens, não filtradas e não
pasteurizadas dos estilos tradicionais de cerveja alemã,
tradicionalmente servidas diretamente da torneira do tanque de
lagering. O nome significa literalmente “cerveja de adega” - o
que significa uma cerveja servida diretamente da adega de
lagering. Como este método de servir pode ser aplicado a uma
ampla variedade de cervejas, o estilo é um pouco difícil de
definir. No entanto, existem diversas variantes comuns que
podem ser descritas e usadas como modelos para outras versões.
Às vezes descrita como Naturtrüb ou naturalmente turva.
Também chamada de Zwickelbier, devido ao nome da torneira
usada para retirar amostras do tanque de lagering.
História: Originalmente, Kellerbier referia-se a qualquer
cerveja Lager maturada nas caves ou adegas sob a cervejeira. No
século 19, a Kellerbier era uma cerveja forte e envelhecida para
durar o verão (Sommerbier), armazenada em caves de pedra e
servida directamente delas. Mas quando a refrigeração começou
a ser utilizada, o termo mudou para descrever cervejas especiais
que eram servidas jovens, diretamente da adega ou tanque de
lagering. Actualmente, algumas cervejeiras usam o termo
apenas para fins de marketing, de forma a fazer parecer as suas
cervejas especiais. Embora kellerbier às vezes seja considerado
mais um estilo de servir do que de cerveja, a técnica de servir
ainda é predominantemente usada com certos estilos em certas
regiões (como Helles na área de Munique ou um Märzen na
região da Francónia).
Instruções de Inscrição: O concorrente deve especificar se a
amostra é uma Pale Kellerbier (baseado na Helles) ou uma
Amber Kellerbier (baseada na Märzen). O concorrente pode
especificar outro tipo de Kellerbier com base noutros estilos
básicos como Pils, Bock, Schwarzbier, mas deve fornecer uma
descrição de estilo para os juízes.
Kellerbier: Pale Kellerbier
Kellerbier Clara
Uma cerveja sazonal de verão muito comum, produzida por
muitas das cervejeiras da área de Munique e servida nas
esplanadas de cerveja, onde são muito populares.
Impressão geral: Uma Helles jovem e fresca, mas embora
ainda seja uma mostra do malte Pils totalmente atenuada, o
caráter do lúpulo (aroma, sabor e amargor) é mais pronunciado
e a cerveja é turva, muitas vezes com algum nível de diacetilo e,
possivelmente, com alguma maçã verde e/ou outras notas
derivadas da levedura. Tal como acontece com a Helles
tradicional, a versão Keller ainda é uma cerveja destinada a ser
bebida ao litro, portanto, no geral, deve permanecer uma lager
dourada leve, refrescante e fácil de beber.
Aroma: Aroma a lúpulo com carácter a especiarias, floral ou
herbáceo de nível moderadamente baixo a moderadamente alto.
Diacetilo muito baixo a moderado, possível maçã verde muito
baixa ou outras notas derivadas da levedura. Aroma de malte
agradavelmente a cereal adocicado, limpo, com possível nota
baixa a DMS em segundo plano.
Aparência: Ligeira turvação a moderadamente turva, mas
nunca extremamente turva. Cor amarelo médio a ouro claro.
Espuma branca cremosa com boa persistência. Quando servida
do barril pode ter baixa carbonatação e muito pouca espuma.
Sabor: Moderadamente maltado com um perfil arredondado e
a cereal adocicado. Sabor a lúpulo de baixo a moderadamente
alto com notas a especiarias, floral ou herbáceo, com um
amargor de lúpulo moderado que pode persistir. O final é bem
definido e seco, mas o gosto residual permanece maltado.
Diacetilo muito baixo a moderado, que deve permanecer sempre
num nível agradável e bebível, equilibrando um pouco as outras
características da cerveja; O excesso de diacetilo não é
apropriado. Possível nota a maçã verde muito baixa ou outras
notas derivadas de levedura, bem como possível nota baixa de
fundo a DMS.
Sensação na boca: Corpo médio. Carbonatação de baixa a
média. Dependendo do nível de levedura em suspensão, este
pode ajudar a criar uma textura ligeiramente cremosa. Uma leve
textura aveludada na língua pode estar presente devido ao
diacetilo.
Comentários: A maioria das Kellerbiers claras são versões
jovens, não filtradas e não pasteurizadas da cerveja Munich
Helles, embora Pils ou uma cerveja lager dourada diferente e
desenvolvida especificamente para servir a jovens, também
possa ser utilizada. Os melhores exemplos são servidos apenas
da torneira em muitas das cervejeiras da área de Munique. As
versões em garrafa provavelmente não terão a frescura, o caráter
do lúpulo e as notas de cerveja jovem presentes nas versões de
pressão.
História: Adaptação moderna do estilo tradicional da
Francónia, utilizando Helles em vez de Märzen. É hoje uma
popular cerveja sazonal de verão.
Ingredientes característicos: Malte Pilsner, lúpulo alemão,
levedura lager alemã; igual à Munich Helles.
Comparação de estilos: Uma versão muito comum, jovem,
não filtrada e não pasteurizada de Munich Helles, embora possa
ser uma versão jovem, não filtrada e não pasteurizada de outras
lagers alemãs douradas, como uma Pilsner ou uma lager
dourada sazonal, feita especificamente para servir jovem.
Características vitais: OG: 1.045 – 1.051
IBUs: 20 – 35 FG: 1.008 – 1.012
SRM: 3 –7 ABV: 4.7 – 5.4%
Exemplos comerciais: (locais) Paulaner, Paulaner Brauhaus,
Hofbrau, Tegernseer Tal. (engarrafada) Ayinger Kellerbier,
Hacker-Pschorr Munchner Kellerbier Anno 1417, Hofbrau
Munchner Sommer Naturtrub, Wolnzacher Hell Naturtrüb.
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-baixa,
europa-central, estilo-tradicional, equilibrado, família-pale-
lager
Kellerbier: Amber Kellerbier
Kellerbier Âmbar
Este é o estilo original de Kellerbier da área da Francónia, na
Alemanha. Um estilo muito mais antigo em comparação com o
relativamente mais recente e claro Helles Kellerbier, popular
nos dias de hoje na área de Munique.
Impressão geral: Uma cerveja jovem, não filtrada e não
pasteurizada, cuja cor se situa entre a Helles e a Märzen, com
mais especiarias do lúpulo e com maior atenuação. As
interpretações variam na cor e no equilíbrio, mas permanecem
na vizinhança bebível dos 4,8% ABV. O equilíbrio varia, indo das
interpretações secas, a especiarias e de cores claras da St.
Georgen e Löwenbräu de Buttenheim, às interpretações mais
escuras e maltadas da Fränkische Schweiz. Este estilo é acima
de tudo um método de produção de cerveja simples para beber
com os vizinhos, feita com ingredientes locais e para ser servida
fresca. É importante um equilíbrio focado na facilidade de se
beber, bem como a sua digestibilidade.
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Aroma: Intensidade moderada a malte alemão, tipicamente
rico, pão, um pouco tostado, com notas leves a crosta de pão.
Aroma de lúpulo a especiarias e apimentado, moderadamente
baixo a moderado. Diacetilo muito baixo a baixo, enxofre
ocasionalmente baixo a moderadamente baixo e maçã verde
muito baixo, bem como outras notas derivadas da levedura.
Aroma a caramelo, biscoito ou malte torrado é inapropriado.
Aparência: Moderadamente turva a limpa, dependendo da
idade, mas nunca extremamente turva ou de aspecto terroso. De
cor dourada a âmbar avermelhado intenso. Espuma cremosa, de
cor branco-sujo. Quando servida do barril pode apresentar baixa
carbonatação e muito pouca espuma.
Sabor: O sabor inicial do malte pode sugerir doçura, mas o final
é moderadamente seco a seco e ligeiramente amargo. O malte
complexo que se distingue inclui, frequentemente, um carácter
a pão tostado. O amargor do lúpulo é moderado a
moderadamente alto e o seu sabor a especiarias ou herbáceo, é
baixo a moderadamente alto. O equilíbrio pode tender para o
lado do malte ou do lúpulo, mas o final não é doce. Sabores
perceptíveis a caramelo ou malte torrado são inadequados.
Diacetilo muito baixo a baixo. Possível maçã verde muito baixa,
bem como outras notas derivadas da levedura. Gosto residual
suave e maltado.
Sensação na boca: Corpo médio, com textura cremosa e
carbonatação média. Totalmente fermentada, sem impressão
doce ou enjoativa.
Comentários: Os melhores exemplos de Amber Kellerbier são
servidos apenas à pressão em muitas das pequenas cervejeiras
da área da Francónia (já que esta é uma cerveja melhor servida
fresca e o modo de servir é uma parte importante). As versões
em garrafa provavelmente não terão a frescura, o caráter do
lúpulo e as notas de cerveja jovem exibidas nas versões à
pressão.
História: Este era o estilo clássico e histórico antes de ser
adaptado noutras áreas. Este estilo original e mais antigo de
Kellerbier teria sido simplesmente cerveja servida em tabernas
locais que não passou por lagering o tempo suficiente para
clarificar. Muitas cervejeiras na Francónia usavam parte desta
cerveja jovem, durante os meses de verão, para festivais como o
Annafest (desde 1840) em julho, em Forchheim, onde era
tradicional beber diretamente das cubas de lagering.
Ingredientes característicos: A carga de cereal varia,
embora as versões alemãs tradicionais enfatizem o malte pálido
e colorido da Francónia. A noção de elegância é derivada dos
ingredientes locais de alta qualidade, especialmente os maltes.
Spalt ou outro lúpulo local tipicamente com carácter a
especiarias, são os mais comuns. Cervejeiros frugais da
Francónia raramente usavam a decocção no fabrico devido ao
custo da energia.
Comparação de estilos: Em comum, este estilo é uma versão
jovem, não filtrada, não pasteurizada e lupulada da Munich
Helles ou Märzen. As versões Fränkische Schweiz podem chegar
ao âmbar escuro ou castanho.
Características vitais: OG: 1.048 – 1.054
IBUs: 25 – 40 FG: 1.012 – 1.016
SRM: 7 – 17 ABV: 4.8 – 5.4%
Exemplos comerciais: (locais) Greif, Eichhorn, Nederkeller,
Hebendanz (engarrafada) Buttenheimer Kaiserdom Kellerbier,
Kulmbacher Monchshof Kellerbier, Leikeim Kellerbier,
Löwenbräu Kellerbier, Mahr’s Kellerbier, St. Georgen
Kellerbier, Tucher Kellerbier Naturtrub.
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-baixa,
europa-central, estilo-tradicional, equilibrado, família-amber-
lager
17
8. DARK EUROPEAN LAGER
Lager Europeia Escura
Esta categoria contém as lagers Vollbier alemãs, mais escuras do que a cor âmbar acastanhado.
8A. Munich Dunkel
Impressão geral: Caracterizada pela intensidade, riqueza e
complexidade típicas dos maltes Munich mais escuros, com os
compostos Maillard que os acompanham. Profundamente a pão
tostado, muitas vezes com sabores semelhantes a chocolate nos
exemplos mais frescos, mas nunca forte, torrado ou
adstringente; uma cerveja decididamente com equilíbrio para o
malte, mas ainda assim facilmente bebível.
Aroma: Doçura de malte rica, elegante e intensa, tipicamente a
côdea de pão (geralmente côdea de pão tostado). Sugestões que
fazem lembrar chocolate, nozes, caramelo e/ou toffee também
são aceitáveis, com as versões tradicionais frescas
frequentemente mostrando níveis mais elevados de chocolate.
Perfil de fermentação limpo. É aceitável um leve aroma a lúpulo
a especiarias, floral ou herbáceo.
Aparência: Cobre intenso a castanho escuro, geralmente com
uma tonalidade vermelha ou à pedra preciosa granada. Espuma
cremosa, de cor bronzeado leve a médio. Normalmente limpa,
embora existam versões não filtradas de aspecto carregado.
Sabor: Dominado pelo sabor suave, rico e complexo dos maltes
Munich mais escuros, geralmente com nuances que lembram
côdea de pão tostado, mas sem ser tostado agressivo a cereal
queimado. O paladar pode ser moderadamente maltado,
embora não deva ser dominador ou enjoativamente doce. Pode
estar presente um carácter a caramelo leve, tostado ou maltado.
Os exemplos muito frescos têm, por diversas vezes, um carácter
agradável a chocolate maltado que não é torrado nem doce. Os
sabores queimados ou amargos de maltes torrados são
inadequados, assim como sabores demarcados a caramelo do
malte cristal. O amargor do lúpulo é moderadamente baixo mas
perceptível, com o equilíbrio voltado para o malte. Sabor a
lúpulo de baixo a nenhum; se observado, deve refletir variedades
alemãs florais, a especiarias ou herbáceo. O gosto residual
permanece maltado, embora o amargor do lúpulo se possa
tornar mais aparente no final meio-seco. Perfil de fermentação
limpo e carácter de lager.
Sensação na boca: Corpo médio a médio-alto,
proporcionando uma sensação na boca suave e a dextrinas, sem
ser pesado ou enjoativo. Carbonatação moderada. O uso de
maltes continentais do tipo Munique deve fornecer riqueza e
não uma adstringência áspera ou penetrante.
Comentários: As versões não filtradas da Alemanha podem
saber a pão líquido, com uma riqueza a levedura e terra que não
se encontra nos exemplos filtrados para exportação.
História: Este é o estilo clássico da lager castanha de Munique,
que se desenvolveu como uma cerveja mais escura e com mais
malte do que outras lager regionais. Embora originário de
Munique, o estilo tornou-se popular em toda a Baviera
(especialmente na Francónia). As versões da Francónia
costumam ser mais escuras e amargas.
Ingredientes característicos: A carga de cereal é
tradicionalmente feita de malte Munique alemão (até 100%
nalguns casos) sendo o restante malte Pilsner alemão. Pequenas
quantidades de malte cristal podem adicionar dextrinas e cor,
mas não devem fornecer doçura residual excessiva. Podem ser
usadas pequenas adições de maltes torrados (como Carafa ou
18 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
chocolate) para melhorar a cor, mas não devem adicionar
sabores fortes. Devem ser usadas variedades de lúpulo alemão
tradicional e estirpes de levedura lager alemã. Muitas vezes
utilizada maceração com decocção (até decocção tripla) para
realçar os sabores do malte e criar a intensidade da cor.
Comparação de estilos: Não é tão intensa no malte quanto
uma bock (e, portanto, mais bebível em quantidade). Sem os
sabores mais torrados (e muitas vezes o amargor do lúpulo) de
uma Schwarzbier. Mais rica, mais focada no malte e menos
lupulada do que uma Czech Dark Lager.
Características vitais: OG: 1.048 – 1.056
IBUs: 18 – 28 FG: 1.010 – 1.016
SRM: 14 – 28 ABV: 4.5 – 5.6%
Exemplos comerciais: Ayinger Altbairisch Dunkel,
Chuckanut Dunkel Lager, Ettaler Kloster Dunkel, Hacker-
Pschorr Alt Munich Dark, Weltenburger Kloster Barock-Dunkel.
Etiquetas: álcool-standard, cor-escura, fermentação-baixa,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, maltado, família-
dark-lager.
8B. Schwarzbier
Impressão geral: Uma lager escura alemã que equilibra
sabores torrados mas suaves a malte, com um amargor
moderado de lúpulo. O corpo mais leve, o seu carácter seco e a
ausência de um gosto residual áspero, queimado ou pesado
ajudam a tornar esta cerveja bastante bebível.
Aroma: Malte baixo a moderado, com uma doçura a malte
baixa e aromática, e/ou notas a malte torrado, são
frequentemente aparentes. O malte pode ser limpo e neutro ou
moderadamente rico e a pão, e pode ter um toque a caramelo
escuro. O carácter torrado pode ser um pouco parecido com
chocolate negro ou café, mas nunca deve ser queimado. É
opcional aroma a lúpulo baixo a especiarias, floral ou herbáceo.
Carácter limpo de levedura lager, embora seja possível um leve
toque a enxofre.
Aparência: De cor castanho médio a muito escuro,
frequentemente com reflexos de rubi intenso à pedra preciosa
granada, mas quase nunca verdadeiramente preto. Muito clara.
Espuma grande, persistente e de cor bronzeada.
Sabor: Sabor a malte de leve a moderado, que pode ter um
carácter limpo e neutro a uma qualidade a malte
moderadamente rico e pão. Os sabores a malte torrado de leve a
moderado, podem dar um paladar de chocolate amargo que
dura até ao final, mas que nunca é queimado. Amargor médio-
baixo a médio, que pode durar até ao final. Sabor leve a
moderado a especiarias, floral ou herbáceo. Carácter limpo de
lager. O gosto residual tende a secar lentamente e a persistir,
apresentando amargor de lúpulo com um torrado
complementar, mas subtil, em segundo plano. Alguma doçura
residual é aceitável, mas não necessária.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio. Carbonatação
moderada a moderadamente alta. Suave. Sem aspereza ou
adstringência, apesar do uso de maltes escuros torrados.
Comentários: Literalmente significa “cerveja preta” em
alemão. Embora às vezes chamada de “Pils preta”, a cerveja
raramente é tão escura como preto ou tão amarga como uma
Pils; não esperar sabores fortemente torrados como os
encontrados em cervejas tipo porter.
História: Uma especialidade regional da Turíngia, Saxônia e
Francónia na Alemanha. A sua história é um pouco incompleta,
mas suspeita-se que tenha sido originalmente uma cerveja de
fermentação alta. A sua popularidade cresceu após a
reunificação alemã. Serviu de inspiração para as lagers pretas
fabricadas no Japão.
Ingredientes característicos: Malte Munich alemão e/ou
malte Pilsner como base, complementado com um uso criterioso
de maltes torrados (como os tipos Carafa) para a sua cor escura
e sabores torrados subtis. Os maltes torrados escuros sem casca
podem adicionar sabores torrados sem adicionar sabores a
queimado. São tradicionais variedades alemãs de lúpulo e
leveduras alemãs limpas de lager.
Comparação de estilos: Em comparação com a Munich
Dunkel é geralmente mais escura na cor, mais seca no palato,
mais leve de corpo e com um sabor especial perceptível (mas não
alto) de malte torrado para equilibrar a base maltada. Não deve
saber a uma American Porter feita com levedura lager. Mais
seca, menos maltada, com menos carácter a lúpulo do que a
Czech Dark Lager.
Características vitais: OG: 1.046 – 1.052
IBUs: 20 – 30 FG: 1.010 – 1.016
SRM: 17 – 30 ABV: 4.4 – 5.4%
Exemplos comerciais: Devils Backbone Schwartz Bier,
Einbecker Schwarzbier, Eisenbahn Dunkel, Köstritzer
Schwarzbier, Mönchshof Schwarzbier, Nuezeller Original
Badebier
Etiquetas: álcool-standard, cor-escura, fermentação-baixa,
lagered, europa-central, estilo-tradicional, equilibrado, família-
dark-lager

Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015 19

9. STRONG EUROPEAN BEER
Cerveja Europeia Forte
Esta categoria contém lagers de sabor mais forte e com maior teor de álcool, provenientes da Alemanha e da região do Báltico. A
maioria é escura, mas conhecem-se algumas versões claras.
9A. Doppelbock
Impressão geral: Uma lager alemã forte, rica e muito maltada
que pode apresentar variantes claras e escuras. As versões mais
escuras têm sabores de malte mais ricos e intensos, enquanto as
versões mais claras têm um pouco mais de lúpulo e são mais
secas.
Aroma: Presença a malte muito forte. As versões mais escuras
terão produtos Maillard significativos e, frequentemente, alguns
aromas tostados. Um leve aroma a caramelo é aceitável. As
versões mais leves terão forte presença de malte com alguns
produtos Maillard e notas tostadas. Praticamente sem aroma a
lúpulo, embora um leve aroma a lúpulo nobre seja aceitável nas
versões claras. Nas versões escuras pode estar presente um
carácter moderadamente baixo a frutas escuras derivadas do
malte (sendo opcional). Também pode estar presente um leve
aroma a chocolate nas versões mais escuras, contudo aromas
torrados ou queimados não devem estar presentes. Pode estar
presente um aroma moderado de álcool.
Aparência: De cor dourada intensa a castanho escuro. As
versões mais escuras costumam ter reflexos rubi. O lagering
deve fornecer boa limpidez. Espuma grande, cremosa e
persistente (a cor varia com o estilo de base: branco para versões
claras, esbranquiçado ou branco-sujo para variedades escuras).
As versões mais fortes podem ter menor retenção de espuma
devida ao álcool e podem apresentar pernas visíveis.
Sabor: Muito rico e maltado. As versões mais escuras terão
produtos Maillard significativos e geralmente alguns sabores
tostados. As versões mais leves terão um forte sabor a malte com
alguns produtos Maillard e notas tostadas. Um leve sabor a
chocolate é opcional nas versões mais escuras, mas nunca deve
ser percebido como torrado ou queimado. Carácter limpo de
lager. Um carácter moderadamente baixo a frutas escuras
derivadas de malte é opcional nas versões mais escuras.
Invariavelmente, haverá uma impressão de teor alcoólico mas
deve ser suave e acolhedor, em vez de forte ou com sensação de
queimar. Pouco ou nenhum sabor a lúpulo (mais é aceitável nas
versões claras). O amargor do lúpulo varia de moderado a
moderadamente baixo, mas permite sempre que o malte domine
o sabor. A maioria das versões é bastante doce a malte, mas deve
dar uma impressão de atenuação. A doçura vem de baixa
lupulagem, não de fermentação incompleta. As versões mais
claras geralmente têm um final mais seco.
Sensação na boca: Corpo médio a encorpada. Carbonatação
moderada a moderadamente baixa. Muito suave, sem aspereza
ou adstringência. Um leve calor do álcool pode ser notado, mas
nunca deve queimar.
Comentários: A maioria das versões é de cor escura e pode
exibir os produtos caramelizados e Maillard da maceração por
decocção, mas também existem excelentes versões claras. As
versões claras não terão a mesma riqueza e sabores dos maltes
mais escuros das versões escuras, e podem ser um pouco mais
secas, lupuladas e mais amargas. Embora a maioria dos
exemplos tradicionais esteja na extremidade inferior das faixas
citadas, o estilo pode ser considerado como não tendo limite
superior para densidade, álcool e amargor (proporcionando
assim um sítio para lagers muito fortes).
20 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
História: Uma especialidade bávara produzida pela primeira
vez em Munique pelos monges de São Francisco de Paula. As
versões históricas eram menos atenuadas do que as
interpretações modernas com, consequentemente, maior
doçura e níveis de álcool mais baixos (e, portanto, era
considerado “pão líquido” pelos monges). O termo “doppel
(duplo) bock” foi cunhado pelos consumidores de Munique.
Muitas doppelbocks comerciais têm nomes que terminam em "-
ator", seja como um tributo à protótipo Salvator ou para tirar
proveito da popularidade desta cerveja. Cor tradicionalmente
castanha escura; os exemplos mais claros são um
desenvolvimento mais recente.
Ingredientes característicos: Malte Pils e/ou Vienna para
versões claras (com alguns maltes Munich), maltes Munich e
Vienna para as mais escuras e, ocasionalmente, um pouco de
maltes de cores mais escuras (como Carafa). Lúpulo do tipo
Saazer. Levedura lager limpa. É tradicional empastagem e
maceração por decocção.
Comparação de estilos: Uma versão mais forte, rica e
encorpada de uma Dunkles Bock ou Helles Bock. As versões
claras mostrarão maior atenuação e menos carácter a fruta
escura do que as versões mais escuras.
Instruções de Inscrição: O concorrente terá de especificar se
a amostra é uma variante clara ou escura.
Características vitais: OG: 1.072 – 1.112
IBUs: 16 – 26 FG: 1.016 – 1.024
SRM: 6 – 25 ABV: 7.0 – 10.0%
Exemplos comerciais: versões escuras –Andechser
Doppelbock Dunkel, Ayinger Celebrator, Paulaner Salvator,
Spaten Optimator, Tröegs Troegenator, Weihenstephaner
Korbinian; versões claras – Eggenberg Urbock 23º, EKU 28,
Plank Bavarian Heller Doppelbock
Etiquetas: álcool-elevado, cor-âmbar, cor-clara, fermentação-
baixa, lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-bock,
maltado
9B. Eisbock
Impressão geral: Uma lager alemã escura, forte, encorpada,
rica e maltada, muitas vezes com uma qualidade viscosa e
sabores fortes. Embora os sabores sejam concentrados, o álcool
deve ser suave e quente e não proporcionar sensação de
queimar.
Aroma: Dominado por um equilíbrio de malte rico e intenso e
uma presença sólida a álcool. Sem aroma de lúpulo. Pode ter
significativos ésteres derivados de malte a fruta escura. Os
aromas de álcool não devem ser fortes ou a solvente.
Aparência: De cor cobre intenso a castanho escuro,
geralmente com atraentes reflexos rubi. O lagering deve
providenciar boa claridade. A retenção de espuma pode ser
moderada a fraca. Espuma esbranquiçada a cor de marfim
intenso. Pernas demarcadas são frequentemente evidentes.
Sabor: Malte rico e doce, equilibrado por uma presença
significativa de álcool. O malte pode ter produtos Maillard,
qualidades tostadas, algum caramelo e, ocasionalmente, um leve
sabor a chocolate. Sem sabor a lúpulo. O amargor do lúpulo
apenas compensa a doçura do malte o suficiente, para evitar um
caráter enjoativo. Pode ter ésteres significativos a fruta escura,
derivada de malte. O álcool deve ser suave e não forte ou quente
e deve ajudar o amargor do lúpulo a equilibrar a forte presença
do malte. O final deve ser a malte e álcool, podendo apresentar
uma certa secura derivada do álcool. Não deve ser pegajoso,
xaroposo ou enjoativamente doce. Carácter limpo de lager.
Sensação na boca: Encorpada a muito encorpada. Baixa
carbonatação. Calor de álcool significativo sem ser
demarcadamente acentuado. Muito suave, sem arestas
grosseiras a álcool, amargor, álcoois superiores ou outros
sabores concentrados.
Comentários: O lagering prolongado geralmente é necessário
após o congelamento para suavizar o álcool e melhorar o
equilíbrio entre malte e álcool. Pronuncia-se "ICE-bock".
História: Uma especialidade tradicional de Kulmbach,
produzida através do congelamento de uma doppelbock e
remoção do gelo para concentrar o sabor e o teor de álcool (bem
como quaisquer defeitos).
Ingredientes característicos: Os mesmos que a doppelbock.
As eisbocks comerciais geralmente são concentradas de 7% a
33% (em volume).
Comparação de estilos: As eisbocks não são simplesmente
doppelbocks mais fortes; o nome refere-se ao processo de
congelamento e concentração da cerveja e não é uma declaração
relativa ao álcool; algumas doppelbocks são mais fortes do que
Eisbocks. Não tão espessa, rica ou doce como uma Wheatwine.
Características vitais: OG: 1.078 – 1.120
IBUs: 25 – 35 FG: 1.020 – 1.035
SRM: 18 – 30 ABV: 9.0 – 14.0%
Exemplos comerciais: Kulmbacher Eisbock
Etiquetas: álcool-muito-elevado, cor-âmbar, fermentação-
baixa, lagered, europa-central, estilo-tradicional, família-bock,
maltado
9C. Baltic Porter
Impressão geral: Uma Baltic Porter geralmente possui os
sabores de malte que lembram uma Porter inglesa, bem como a
torra contida de uma schwarzbier. Contudo possui uma maior
densidade inicial e álcool mais elevado do que ambas. Muito
complexa, com malte multicamadas e sabores a fruta escura.
Aroma: Doçura rica e maltada, geralmente contendo caramelo,
toffee e nozes, a notas torradas intensas e/ou notas de alcaçuz.
Álcool complexo e perfil de ésteres de teor moderado, que
lembra ameixas, ameixas secas, passas, cerejas ou groselhas,
ocasionalmente com qualidade vínica a Porto. Algum carácter a
malte mais escuro a chocolate intenso, café ou melaço, mas
nunca queimado. Sem lúpulo. Sem acidez. Muito suave.
Aparência: Cobre avermelhado escuro a castanho escuro
opaco (e não preto). Espuma espessa e persistente, de cor
castanha. Limpa, embora as versões mais escuras possam ser
opacas.
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Sabor: Tal como acontece com o aroma, tem uma doçura
maltada rica com uma mistura complexa de malte intenso,
ésteres a frutas secas e álcool. Tem um sabor torrado
proeminente, porém suave, semelhante à schwarzbier, que
chega quase a queimado. Sabor complexo e muito suave. Caráter
limpo de lager. Começa doce mas os sabores do malte torrado
mais escuro rapidamente dominam e persistem até ao final.
Apenas ligeiramente seca com um toque a café torrado ou
alcaçuz no final. O malte pode ter uma complexidade a
caramelo, toffee, nozes, melaço e/ou alcaçuz. Notas ligeiras a
groselha preta e fruta escura. Amargor de médio-baixo a médio
do malte e lúpulo, apenas para proporcionar equilíbrio. Sabor a
lúpulo a especiarias varia de nenhum a médio-baixo.
Sensação na boca: Geralmente bastante encorpada e suave,
com um calor de álcool bem maturado. Carbonatação de média
a média-alta, fazendo com que pareça ter ainda mais corpo. Não
é pesada nem agressiva na língua, devido ao nível de
carbonatação.
Comentários: Também pode ser descrito hoje como uma
Imperial Porter, embora versões altamente torradas ou
lupuladas não sejam apropriadas para este estilo. A maioria das
versões está na faixa ABV de 7–8,5%. As cervejeiras
dinamarquesas costumam-se referir a elas como Stouts, o que
indica a sua linhagem histórica desde os dias em que Porter era
usado como um nome genérico para Porter e Stout.
História: Cerveja tradicional de países que fazem fronteira
com o Mar Báltico, desenvolvida de forma indígena após o
estabelecimento de exportações da Inglaterra de cerveja brown
ou imperial stouts de alta densidade. Historicamente de
fermentação alta, muitas cervejeiras adaptaram as receitas para
leveduras de fermentação baixa, juntamente com o resto da sua
produção.
Ingredientes característicos: Geralmente levedura lager
(fermentada a frio se usada levedura ale, como é necessário se
fabricada na Rússia). Malte sem casca chocolate ou black. Malte
base Munique ou Vienna. Lúpulo continental (em regra tipo
Saazer). Pode conter maltes cristal e/ou adjuntos. Maltes brown
ou âmbar são comuns nas receitas históricas.
Comparação de estilos: Muito menos torrada e menos suave
do que uma Imperial Stout, normalmente com menos álcool.
Não tem as qualidades torradas das stouts em geral, assumindo
mais as características torradas-mas-não-queimadas de uma
Schwarzbier. Bastante frutada em comparação com outras
porters. Álcool mais elevado do que outras porters.
Características vitais: OG: 1.060 – 1.090
IBUs: 20 – 40 FG: 1.016 – 1.024
SRM: 17 – 30 ABV: 6.5 – 9.5%
Exemplos comerciais: Aldaris Porteris, Baltika #6 Porter,
Devils Backbone Danzig, Okocim Porter, Sinebrychoff Porter,
Zywiec Porter
Etiquetas: álcool-elevado, cor-escura, qualquer-fermentação,
lagered, europa-este, estilo-tradicional, família-porter, maltado
21
10. GERMAN WHEAT BEER
Cerveja de Trigo Alemã
Esta categoria contém cervejas de trigo alemãs de teor alcoólico vollbier e starkbier, sem acidez e de cores claras e escuras.
10A. Weissbier
Impressão geral: Uma cerveja alemã de trigo, clara e
refrescante, com alta carbonatação, final seco, sensação suave
na boca e um caráter a levedura típico a banana e cravinho.
Aroma: Fenóis moderados a fortes (geralmente cravinho) e
ésteres frutados (tipicamente banana). O equilíbrio e a
intensidade dos fenóis e esteres pode variar, mas os melhores
exemplos são razoavelmente equilibrados e bastante
proeminentes. O caracter a lúpulo varia de baixo a nenhum. Um
aroma de trigo leve a moderado (que pode ser percebido como
pão ou a cereal) pode estar presente, mas não outras
características de malte. Sendo opcional mas aceitável, os
aromas podem incluir um carácter leve a moderado de baunilha
e/ou um leve aroma a pastilha elástica. Nenhuma destas
características opcionais deve ser alta ou dominante, mas
muitas das vezes pode aumentar a complexidade e o equilíbrio.
Aparência: De cor palha clara a dourado. É característica
espuma branca muito espessa, cremosa e de duração longa. O
alto teor de proteína do trigo prejudica a claridade numa cerveja
não filtrada, embora o nível de turvação seja um tanto variável.
Sabor: Sabor a banana e cravinho de baixo a moderadamente
forte. O equilíbrio e a intensidade dos fenóis e ésteres pode
variar, mas os melhores exemplos são razoavelmente
equilibrados e bastante proeminentes. Opcionalmente, um
carácter a baunilha muito leve a moderado e/ou leves notas a
pastilha elástica pode acentuar o sabor a banana, a doçura e o
sabor arredondado; nenhum deve ser dominante, se presente. O
sabor aveludado, um pouco a pão ou a cereal do trigo é
complementar, assim como um carácter de malte levemente a
cereal adocicado. O sabor a lúpulo é muito baixo a nenhum e o
amargor do lúpulo de muito baixo a moderadamente baixo.
Paladar bem arredondado e saboroso, com final relativamente
seco. A percepção da doçura deve-se mais à ausência de amargor
do lúpulo, do que à doçura residual real; um final doce ou pesado
prejudicaria significativamente a sua facilidade de ser bebível.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio; nunca pesado.
A levedura em suspensão pode aumentar a percepção de corpo.
A textura do trigo transmite uma sensação encorpada fofa e
cremosa, que pode evoluir para um final leve e borbulhante,
auxiliado por carbonatação alta a muito alta. Sempre
efervescente.
Comentários: Estas são cervejas refrescantes e de maturação
rápida, levemente lupuladas, apresentando um carácter único a
banana e cravinho provenientes da levedura. Estas cervejas
muitas vezes não envelhecem bem e são melhor apreciadas
quando jovens e frescas. A versão mit hefe é servida com a
levedura em suspensão; a versão krystal é filtrada para
excelente claridade. O carácter de uma weizen krystal é
geralmente mais frutado e menos fenólico do que o da weissbier
mit hefe. Pode ser conhecida como hefeweizen, principalmente
nos Estados Unidos
História: Embora a Baviera tenha uma tradição de cerveja de
trigo que remonta a centenas de anos, a fabricação de cerveja de
trigo costumava ser um monopólio reservado à realeza bávara.
A weissbier moderna data de 1872, quando a Schneider iniciou
a sua produção. No entanto, a weissbier clara só se tornou
22 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
popular a partir dos anos 1960. É bastante popular hoje, em
especial no sul da Alemanha.
Ingredientes característicos: Pela tradição cervejeira
alemã, pelo menos 50% da carga de cereal deve ser trigo
maltado, embora algumas versões usem até 70%; o restante é
tipicamente malte Pilsner. Maceração com etapas de decocção é
tradicional, embora os cervejeiros modernos normalmente não
sigam esta prática. A levedura de ale Weizen produz o típico
carácter picante e frutado, embora as altas temperaturas de
fermentação possam afectar o equilíbrio e produzir defeitos.
Características vitais: OG: 1.044 – 1.052
IBUs: 8 – 15 FG: 1.010 – 1.014
SRM: 2 – 6 ABV: 4.3 – 5.6%
Exemplos comerciais: Ayinger Bräu Weisse, Hacker-Pschorr
Weisse, Paulaner Hefe-Weizen Naturtrüb, Schneider Weisse
Unser Original, Weihenstephaner Hefeweissbier
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-alta,
europa-central, estilo-tradicional, família-cerveja-trigo,
maltado
10B. Dunkles Weissbier
Impressão geral: Uma cerveja de trigo alemã
moderadamente escura, com um carácter típico de levedura a
banana e cravinho, apoiado por um sabor a pão torrado ou a
malte caramelizado. Altamente gaseificada e refrescante, com
uma textura cremosa e fofa e um final leve que incentiva a ser
bebida.
Aroma: Fenóis moderados (geralmente cravinho) e ésteres
frutados (geralmente banana). O equilíbrio e a intensidade dos
componentes fenólicos e ésteres pode variar, mas os melhores
exemplos são razoavelmente equilibrados. Opcionalmente pode
conter um caráter a baunilha de baixo a moderado e/ou leves
notas de pastilha elástica, mas não devem dominar. O aroma a
lúpulo varia de baixo a nenhum e pode ser levemente floral,
especiarias ou herbáceo. Pode estar presente um aroma de trigo
leve a moderado (que pode ser percebido como pão, massa de
pão ou cereal) e geralmente é acompanhado por um aroma a
caramelo, côdea de pão ou malte mais rico. O aroma do malte
pode moderar um pouco os fenóis e ésteres.
Aparência: Cor de cobre claro a castanho mogno. É
característica espuma esbranquiçada muito espessa, cremosa e
de longa duração. O alto teor de proteína do trigo prejudica a
claridade neste estilo tradicionalmente não filtrado, embora o
nível de turvação seja um tanto variável. O sedimento de
levedura em suspensão pode contribuir para a turvação.
Sabor: Sabor a banana e cravinho de baixo a moderadamente
forte. O equilíbrio e a intensidade dos componentes fenólicos e
ésteres podem variar, mas os melhores exemplos são
razoavelmente equilibrados e bastante proeminentes.
Opcionalmente, um caráter a baunilha muito leve a moderado
e/ou leves notas de pastilha elástica podem acentuar o sabor a
banana, a doçura e o seu perfil arredonda; nenhum deve ser
dominante, se presente. O sabor do trigo aveludado, algo a pão,
massa de pão ou a cereal, é complementar, assim como o é um
sabor mais rico a caramelo, tostado ou côdea de pão. A riqueza
maltada pode ser baixa a média-alta e apoia o carácter da
levedura. Um carácter de malte torrado é inadequado. Um sabor
picante, herbáceo ou floral do lúpulo varia de muito baixo a
nenhum, e o amargor do lúpulo é de muito baixo a baixo.
Paladar bem arredondado, saboroso, muitas vezes um pouco
maltado com um final relativamente seco.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio-encorpado. A
textura do trigo assim como a da levedura em suspensão,
transmite a sensação de corpo macia e cremosa, que pode
progredir para um final mais leve, auxiliado por carbonatação
moderada a alta. Efervescente.
Comentários: A presença de maltes de cevada do tipo
Munique e/ou Viena conferem a este estilo um carácter de malte
de cevada rico e intenso, não encontrado numa weissbier.
Frequentemente conhecida como dunkelweizen,
principalmente nos Estados Unidos.
História: A Baviera tem uma tradição de fabrico de cerveja de
trigo com centenas de anos, mas o direito de fabrico era
reservado à realeza bávara até ao final dos anos 1700. A cerveja
de trigo bávara à moda antiga costumava ser escura, assim como
a maioria das cervejas da época. A weissbier clara começou-se a
tornar popular na década de 1960, mas a cerveja escura de trigo
tradicional permaneceu um pouco como a bebida das pessoa
idosas.
Ingredientes característicos: De acordo com a tradição
cervejeira alemã, pelo menos 50% da carga de cereal deve ser
trigo maltado, embora algumas versões usem até 70%; o
restante é geralmente Munich, Vienna, ou malte escuro, trigo
caramel ou então malte Pilsner com malte colorido. É
tradicional empastagem/maceração por decocção, mas
raramente usada nos dias de hoje. Levedura de ale Weizen, que
produz o típico carácter a especiarias e frutado, embora as
temperaturas extremas de fermentação possam afetar o
equilíbrio e produzir defeitos.
Comparação de estilos: Reflecte o melhor do carácter da
levedura e do trigo de uma Weissbier, misturado com a riqueza
maltada de um Munich Dunkel. O carácter de banana e
cravinho é frequentemente menos aparente do que num
weissbier devido ao aumento do carácter a malte.
Características vitais: OG: 1.044 – 1.056
IBUs: 10 – 18 FG: 1.010 – 1.014
SRM: 14 – 23 ABV: 4.3 – 5.6%
Exemplos comerciais: Ayinger Ur-Weisse, Ettaler Weissbier
Dunkel, Franziskaner Hefe-Weisse Dunkel, Hacker-Pschorr
Weisse Dark, Tucher Dunkles Hefe Weizen, Weihenstephaner
Hefeweissbier Dunkel
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-alta,
europa-central, estilo-tradicional, família-cerveja-trigo,
maltado
10C. Weizenbock
Impressão geral: Uma ale à base de trigo, forte, maltada,
frutada, que combina os melhores sabores do malte e de
levedura de uma weissbier (clara ou escura), com o sabor rico a
malte e o álcool e corpo de um Dunkles Bock ou Doppelbock.
Aroma: Carácter rico a malte de médio-alto a alto, com uma
componente significativa a trigo tipo pão e cereal. As versões
mais claras terão uma riqueza de malte a pão e tostado,
enquanto as versões mais escuras terão uma presença de malte
mais rica e intensa com produtos Maillard em quantidade
significativa. A componente do malte é semelhante a um helles
bock para as versões claras (cereal-doce-rico, levemente
tostado) ou uma dunkles bock para as versões escuras (malte
rico a pão, altamente tostada, caramelo opcional). A levedura
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
contribui com um carácter de weizen típico a banana e
especiarias (cravinho, baunilha), que pode ser de médio-baixo a
médio-alto. As versões mais escuras podem ter algum aroma a
frutas escuras (ameixas, ameixas secas, uvas, passas),
principalmente à medida que envelhecem. É aceitável um aroma
de álcool de baixo a moderado, mas não deve ser quente ou a
solvente. Sem aroma a lúpulo. O malte, a levedura e o álcool
combinam-se para produzir um bouquet complexo, convidativo
e proeminente.
Aparência: Existem versões claras e escuras, com as versões
claras sendo de ouro claro a âmbar claro, e as versões escuras de
âmbar escuro a castanho rubi escuro. É característica espuma
muito espessa, cremosa, de longa duração, branca a
esbranquiçada/branco-sujo (versões claras) ou castanho claro
(versões escuras). O alto teor de proteína do trigo prejudica a
claridade neste estilo tradicionalmente não filtrado, embora o
nível de turvação seja um tanto variável. O sedimento de
levedura em suspensão pode contribuir para a turvação.
Sabor: Semelhante ao aroma, com um sabor rico a malte
médio-alto a alto, juntamente com um sabor significativo de pão
e cereal de trigo. As versões mais claras terão uma riqueza de
malte a pão, tostado, cereal adocicado, enquanto que as versões
mais escuras terão sabores a malte mais intensos, ricos a pão ou
tostado, com produtos de Maillard significativos e caramelo
opcional. Carácter de levedura a banana e especiarias (cravinho,
baunilha) de baixo a moderado. As versões mais escuras podem
ter algum sabor a frutas escuras (ameixas, ameixa seca, uvas,
passas), principalmente com o envelhecimento. Um carácter
leve a chocolate (mas não torrado) é opcional nas versões mais
escuras. Sem sabor a lúpulo. O baixo amargor de lúpulo pode
dar uma impressão no paladar de levemente adocicado, mas a
cerveja geralmente termina seca (às vezes reforçado por um leve
carácter a álcool). A interação entre o malte, a levedura e o álcool
adiciona complexidade e interesse, que geralmente aumentam
com o tempo.
Sensação na boca: Corpo médio-encorpado a encorpado. É
típica uma textura fofa ou cremosa, assim como a leve sensação
de calor proveniente de um teor substancial de álcool.
Carbonatação moderada a alta.
Comentários: Uma Weissbier fabricada com o teor alcoólico
de uma bock ou doppelbock. A Schneider também produz uma
versão Eisbock. Existem versões claras e escuras, embora as
escuras sejam mais comuns. As versões claras têm menos
complexidade de malte rico e frequentemente têm mais lúpulo,
tal como as doppelbocks. Os produtos Maillard levemente
oxidados podem produzir alguns sabores e aromas ricos e
intensos que são frequentemente encontrados em produtos
comerciais importados envelhecidos; as versões mais frescas
não terão este carácter. Exemplos bem envelhecidos também
podem assumir uma ligeira complexidade semelhante a xerez.
História: Aventinus, a mais antiga doppelbock de trigo de alta
fermentação do mundo, foi criada em 1907 na Schneider Weisse
Brauhaus de Munique.
Ingredientes característicos: É utilizada uma alta
percentagem de trigo maltado (de acordo com a tradição
cervejeira alemã, deve ser de pelo menos 50%, embora possa
conter até 70%), com o restante sendo maltes de cevada do tipo
Munique e/ou Viena nas versões mais escuras, e mais malte Pils
nas versões mais claras. Alguns maltes de cor podem ser usados
com moderação. É tradicional uma empastagem/maceração
com decocção, que pode dar o corpo apropriado sem uma
doçura enjoativa. As leveduras de ale Weizen produzem o típico
carácter a especiarias e frutados. A fermentação muito quente
ou muito fria fará com que os fenóis e ésteres fiquem
desequilibrados e podem criar defeitos. A escolha do lúpulo é
23
essencialmente irrelevante, mas as variedades alemãs são as Características vitais: OG: 1.064 – 1.090
mais tradicionais. IBUs: 15 – 30 FG: 1.015 – 1.022
Comparação de estilos: Mais forte e mais rica do que uma SRM: 6 – 25 ABV: 6.5 – 9.0%
Weissbier ou Dunkles Weissbier, mas com o carácter Exemplos comerciais: Escura –Eisenbahn Weizenbock,
semelhante da levedura. Mais directamente comparável ao Plank Bavarian Dunkler Weizenbock, Penn Weizenbock,
estilo Doppelbock, com as variantes clara e escura. Pode variar Schneider Unser Aventinus; Clara –Plank Bavarian Heller
amplamente no álcool, mas a maioria está na faixa de bock a Weizenbock, Weihenstephaner Vitus
doppelbock. Etiquetas: álcool-elevado, cor-âmbar, cor-clara, fermentação-
Instruções de Inscrição: O concorrente terá de especificar se alta, europa-central, estilo-tradicional, família-cerveja-trigo,
a amostra é uma versão clara ou escura. maltado

11. BRITISH BITTER

Cerveja Britânica Amarga
A família das bitter britânicas cresceu a partir das English Pale Ales como um produto à pressão, no final do século XIX. O uso de
maltes crystal em bitters tornou-se mais difundido após a Primeira Guerra Mundial. Tradicionalmente servida muito fresca sob
nenhuma pressão (apenas por gravidade ou bomba manual), a temperaturas de adega (ou seja, "real ale"). A maioria das versões de
bitter engarrafadas ou em barril produzidas no Reino Unido, são frequentemente versões de alto teor alcoólico e mais carbonatadas
do que as versões de barril (cask) produzidas para exportação, possuindo um carácter e equilíbrio diferentes dos seus equivalentes à
pressão na Grã-Bretanha (geralmente sendo mais doces e com menos lúpulo do que as versões em barril). Estas diretrizes reflectem a
versão "real ale" do estilo, não as formulações para exportação de produtos comerciais.
Existem diversas variações regionais de bitter, desde versões mais escuras e doces servidas quase sem espuma, até versões mais
límpidas, mais lupuladas e mais claras com grande quantidade de espuma, bem como tudo o resto que se situe entre estes opostos.
Os juízes não devem dar importância em demasia ao componente caramelo destes estilos. As bitter exportadas podem estar oxidadas,
o que aumenta os sabores semelhantes ao caramelo (bem como sabores mais negativos). Não se deve presumir que os sabores derivados
da oxidação são tradicionais ou necessários para o estilo.

11A. Ordinary Bitter simplesmente como "bitter" (embora as cervejeiras tenham a

Bitter Comum
Impressão geral: Baixa densidade, baixo nível de álcool e
baixa carbonatação, tornam esta cerveja session fácil de beber.
O perfil do malte pode variar em sabor e intensidade, mas nunca
deve impor-se à impressão geral de amargor. A sua facilidade de
ser bebida é um componente crítico do estilo.
Aroma: Aroma a malte de baixo a moderado, frequentemente
(mas nem sempre) com leve qualidades a caramelo. É comum
uma complexidade de malte a pão, biscoito ou levemente
tostado. Frutado suave a moderado. O aroma do lúpulo pode
variar de moderado a nenhum, tipicamente com um carácter
floral, terroso, resinoso e/ou frutado. Geralmente sem diacetilo,
embora sejam permitidos níveis muito baixos.
Aparência: Cor âmbar claro a cobre claro. Claridade boa a
brilhante. Espuma branca a esbranquiçada/branco-sujo, em
quantidade baixa a moderada. Pode apresentar muito pouca
espuma devido à baixa carbonatação.
Sabor: Amargor de médio a moderadamente alto. Ésteres
frutados moderadamente baixos a moderadamente altos. Sabor
a lúpulo de moderado a baixo, tipicamente com carácter terroso,
resinoso, frutado e/ou floral. Malte de baixo a médio, com final
seco. O perfil do malte é tipicamente pão, biscoito ou levemente
tostado. São opcionais sabores a caramelo ou toffee de baixo a
moderado. O equilíbrio, em geral, é decididamente amargo,
embora o amargor não deva dominar completamente o sabor do
malte, dos ésteres e do lúpulo. Geralmente sem diacetilo,
embora sem permitidos níveis muito baixos.
Sensação na boca: Corpo leve a médio-leve. Baixa
carbonatação, embora os exemplos engarrafados possam ter
carbonatação moderada.
Comentários: Este é membro de menor densidade da família
British Bitter, normalmente conhecido pelos consumidores
tendência de se referir a ele como Ordinary Bitter para distingui-
lo de outros membros da família).
História: Ver os comentários na introdução da categoria.
Ingredientes característicos: Maltes Pale Ale, Amber e/ou
Crystal. Pode ser usado um ligeiro toque de malte escuro para
ajuste de cor. Podem ser usados adjuntos açucarados, milho ou
trigo. Os lúpulos ingleses para final de fervura são os mais
tradicionais, mas qualquer lúpulo é permitido; se for usado
lúpulo americano, será necessário apenas um leve toque.
Levedura britânica cheia de carácter.
Comparação de estilos: Algumas das variantes modernas
são produzidas exclusivamente com malte claro e são
conhecidas como golden ales, summer ales ou golden bitter. A
ênfase está na adição de lúpulo de amargor, em oposição às
adições agressivas de lúpulo a meio e final da fervura, muito
utilizadas nas ales americanas.
Características vitais: OG: 1.030 – 1.039
IBUs: 25 – 35 FG: 1.007 – 1.011
SRM: 8 – 14 ABV: 3.2 – 3.8%
Exemplos comerciais: Adnams Southwold Bitter, Brains
Bitter, Fuller's Chiswick Bitter, Greene King IPA, Tetley’s
Original Bitter, Young's Bitter
Etiquetas: álcool-session, cor-âmbar, fermentação-alta, ilhas-
britânicas, estilo-tradicional, família-amber-ale, amargo
11B. Best Bitter
Impressão geral: uma cerveja “session” saborosa e, contudo,
refrescante. Alguns exemplos podem ser mais equilibrados para
o malte, mas este equilíbrio não se deve sobrepor à impressão
geral de amargor. A facilidade de se beber é um componente
critico do estilo.
Aroma: Baixo a moderado a malte, muitas das vezes (mas nem
sempre) com uma qualidade baixa a médio-baixa a caramelo. É

24 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015

comum uma complexidade de malte a pão, biscoito ou
ligeiramente tostado. Frutado ténue a moderado. O aroma a
lúpulo pode variar de moderado a nenhum, tipicamente com
carácter floral, terroso, resina e/ou frutado. Geralmente sem
diacetilo embora sejam permitidos níveis muito baixos.
Aparência: Cor âmbar pálido a cobre médio. Claridade boa a
brilhante. Espuma baixa a moderada, de cor branca a branco-
sujo. Podem apresentar muito pouco espuma devido a baixa
carbonatação.
Sabor: Amargor médio a moderadamente alto. Ésteres
frutados moderadamente baixos a moderadamente altos. Sabor
a lúpulo moderado a baixo, tipicamente com um carácter
terroso, resina, frutado e/ou floral. Presença de malte baixa a
média, com um final seco. O perfil do malte é tipicamente a
pão/broa, biscoito ou ligeiramente tostado. É opcional a
presença baixa a moderada a caramelo ou toffee. O equilíbrio é
muitas das vezes amargo, embora o amargor não se deva
sobrepor completamente ao sabor do malte, ésteres e lúpulo.
Geralmente sem diacetilo, embora níveis muito baixos sejam
permitidos.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio. Carbonatação
baixa, embora os exemplos em garrafa possam apresentar
carbonatação moderada.
Comentários: Sabor a malte mais evidente do que numa
Ordinary Bitter. Esta é uma ale de teor alcoólico "session" mais
forte.
História: Ver os comentários na introdução da categoria.
Ingredientes característicos: Maltes pale ale, amber e/ou
crystal. Pode ser usado um pequeno toque de maltes escuros
para ajustes de cor. Podem ser usados adjuntos açucarados,
milho ou trigo. Os lúpulos de final de fervura mais tradicionais
são ingleses, mas qualquer variedade pode ser usada; se forem
usados lúpulos Americanos, deve ser apenas um pequeno toque.
Levedura Britânica com carácter.
Comparação de estilos: Mais álcool do que numa Ordinary
Bitter e tipicamente utilizando ingredientes de melhor
qualidade. Menos álcool do que uma Strong Bitter. Mais
caramelo ou caracter a malte base do que numa British
Golden Ale. A ênfase é dada à adição de lúpulo de amargor em
oposição à lupulagem agressiva de meio e final de fervura das
ales americanas.
Características vitais: OG: 1.040 – 1.048
IBUs: 25 – 40 FG: 1.008 – 1.012
SRM: 8 – 16 ABV: 3.8 – 4.6%
Exemplos comerciais: Adnams SSB, Coniston Bluebird
Bitter, Fuller's London Pride, Harvey’s Sussex Best Bitter,
Shepherd Neame Master Brew Kentish Ale, Timothy Taylor
Landlord, Young’s Special
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-alta,
ilhas-britânicas, estilo-tradicional, família-amber-ale, amargo
11C. Strong Bitter
Bitter Forte
Impressão geral: Uma cerveja amarga britânica com
presença de álcool médio a moderadamente forte. O equilíbrio
pode variar de razoavelmente equilibrado entre malte e lúpulo a
algo amargo. A facilidade de se beber é um componente critico
do estilo. Este é um estilo bastante amplo que permite diversas
interpretações por parte dos cervejeiros.
Aroma: Aroma a lúpulo moderadamente alto a
moderadamente baixo, tipicamente com um carácter floral,
terroso, resinoso e/ou frutado. Aroma a malte médio a médio-
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
alto, opcionalmente com uma componente a caramelo de baixo
a moderado. Ésteres frutados de médio-baixo a médio-alto.
Geralmente sem diacetilo, embora sejam permitidos níveis
muito baixos.
Aparência: Cor âmbar claro a cobre intenso. Claridade boa a
brilhante. Espuma de cor branca a branco-sujo, de quantidade
baixa a moderada. Espuma em quantidade baixa é aceitável
quando a carbonatação também é baixa.
Sabor: Amargor de médio a médio-alto com sabores evidentes
a malte que servem de suporte. O perfil a malte é tipicamente
pão, biscoito, frutos secos ou levemente tostado e,
opcionalmente, tem sabor moderadamente baixo a moderado, a
caramelo ou toffee. Sabor a lúpulo de moderado a
moderadamente alto, tipicamente com caráter floral, terroso,
resinoso e/ou frutado. O amargor e o sabor a lúpulo devem ser
perceptíveis, mas não devem dominar totalmente os sabores do
malte. Ésteres frutados de moderadamente baixo a alto.
Opcionalmente, pode ter baixas quantidades perceptíveis de
álcool. Final de médio-seco a seco. Geralmente sem diacetilo,
embora níveis muito baixos sejam permitidos
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio-encorpado.
Carbonatação baixa a moderada, embora nas versões
engarrafadas seja mais elevada. As versões mais fortes podem
conter um leve calor do álcool, mas esse carácter não deve ser
muito alto.
Comentários: Hoje em dia, na Inglaterra, “ESB” é uma marca
registada da Fullers, e ninguém pensa nela como uma classe
genérica de cerveja. É uma cerveja única (mas muito conhecida)
que possui um perfil de malte forte e complexo, não encontrado
noutros exemplos, muitas vezes levando os juízes a penalizar
excessivamente as tradicionais strong bitters inglesas. Na
América, o termo ESB foi adoptado para descrever uma ale do
tipo britânico, maltada, amarga, avermelhada, de álcool padrão
(para os EUA), e é um estilo de cerveja artesanal popular. Isto
pode fazer com que alguns juízes pensem nas ESBs de
cervejeiras dos Estados Unidos como representantes deste
estilo.
História: Ver comentários na introdução da categoria. As
strong bitters podem ser vistas como uma versão de maior
densidade das best bitters (embora não necessariamente "mais
premium", uma vez que as best bitters são, tradicionalmente, o
melhor produto do cervejeiro). As pale ales britânicas são
geralmente consideradas cervejas premium, fortes em
exportação, amargas aproximando-se de um amargor forte,
embora reformuladas para engarrafamento (incluindo níveis
crescentes de carbonatação). Enquanto a moderna Pale Ale
britânica é considerada uma bitter engarrafada, historicamente
os estilos eram diferentes.
Ingredientes característicos: Maltes Pale Ale, Amber e/ou
Crystal, podendo ser usado um toque de malte black para ajuste
de cor. Podem ser usados adjuvantes de açúcar, milho ou trigo.
Os lúpulos ingleses de final de fervura são mais tradicionais, mas
qualquer lúpulo pode ser usado; se for usado lúpulo americano,
é necessário apenas um leve toque. Levedura britânica com
personalidade. As versões de Burton usam água com sulfato de
médio a alto, o que pode aumentar a percepção de secura e
adicionar um aroma e sabor mineral ou sulfuroso.
Comparação de estilos: Sabores de malte e lúpulo mais
evidentes do que nas special ou best bitter, além de possuir mais
álcool. As versões mais fortes podem-se sobrepor um pouco às
ales inglesas fortes, embora as strong bitters tendam a ser mais
claras e amargas. Mais sabor a malte (principalmente caramelo)
e ésteres do que numa American Pale Ale, com características de
lúpulo de final de fervura diferentes.
25
Características vitais: OG: 1.048 – 1.060
IBUs: 30 – 50 FG: 1.010 – 1.016
SRM: 8 – 18 ABV: 4.6 – 6.2%
Exemplos comerciais: Bass Ale, Highland Orkney Blast,
Samuel Smith’s Old Brewery Pale Ale, Shepherd Neame
12. PALE COMMONWEALTH BEER
Cerveja Clara da Commonwealth
Esta categoria contém cervejas amargas claras, moderadamente fortes, com ênfase no lúpulo, de países do antigo Império Britânico.
12A. British Golden Ale
Ale Dourada Britânica
Impressão geral: Uma bitter clara, de intensidade alcoólica
média a moderadamente forte. A sua capacidade em ser bebível
bem como uma qualidade refrescante, são componentes
essenciais do estilo.
Aroma: O aroma a lúpulo é moderadamente baixo a
moderadamente alto, podendo ser usada qualquer variedade de
lúpulo - lúpulos florais, herbáceos ou terrosos ingleses e lúpulos
americanos cítricos, são os mais comuns. Frequentemente, será
exibida uma única variedade de lúpulo. Pouco ou nenhum
aroma a malte; sem caramelo. Aroma frutado de médio-baixo a
baixo do lúpulo, em vez de ésteres. Pouco ou nenhum diacetilo.
Aparência: De cor palha a dourado. Claridade de boa a
brilhante. Espuma branca de quantidade baixa a moderada. É
aceitável espuma baixa quando a carbonatação também é baixa.
Sabor: Amargor de médio a médio-alto. O sabor a lúpulo vai de
moderado a moderadamente alto, podendo ser de qualquer
variedade, embora os sabores cítricos sejam cada vez mais
comuns. Carácter a malte médio-baixo a baixo, geralmente a
pão, com talvez um pouco de sabor a biscoito. Sabores a
caramelo estão, normalmente, ausentes. Pouco ou nenhum
diacetilo. O amargor e o sabor a lúpulo devem ser pronunciados.
Ésteres moderadamente baixos a baixos. Final de meio-seco a
seco. O amargor aumenta com o nível de álcool, mas é sempre
equilibrado.
Sensação na boca: Corpo leve a médio. Carbonatação de
baixa a moderada quando servidas à pressão, embora nas
versões comerciais engarrafadas seja mais elevada. As versões
mais fortes podem ter um leve calor do álcool, mas esse carácter
não deve ser muito alto.
Comentários: Cerveja bem lupulada, saciante e com ênfase na
apresentação do lúpulo. Servida mais fria do que as bitters
tradicionais, este estilo foi originalmente posicionado como uma
cerveja refrescante de verão, mas agora é frequentemente
fabricado durante todo o ano. Embora no início as cervejas
fossem produzidas com lúpulo inglês, são cada vez mais usados
lúpulos americanos com sabor cítrico. As Golden Ales também
são chamadas de Golden Bitters, Summer Ales ou British Blonde
Ales. Podem ser encontradas em cask, barris e garrafas.
História: As golden ales modernas foram desenvolvidas na
Inglaterra para enfrentar as lagers de marketing agressivo.
Embora seja difícil identificar a primeira, a Summer Lightning
da Hop Back, fabricada pela primeira vez em 1986, é
considerada por muitos como a que lançou o estilo.
Ingredientes característicos: Malte pale ou malte lager de
cor clara, servindo como uma tela em branco para o carácter do
lúpulo. Podem ser usados adjuvantes de açúcar, milho ou trigo.
Lúpulo inglês usado com frequência, embora variedades cítricas
26 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Bishop's Finger, Shepherd Neame Spitfire, West Berkshire Dr.
Hexter’s Healer, Whitbread Pale Ale, Young’s Ram Rod
Etiquetas: álcool-session, cor-âmbar, fermentação-alta, ilhas-
britânicas, estilo-tradicional, família-amber-ale, amargo
americanas estejam-se a tornar mais comuns. Levedura
britânica de fermentação algo limpa.
Comparação de estilos: Mais semelhante a uma American
Pale Ale do que a qualquer outra coisa, embora muitas vezes
tenha menos álcool e normalmente contenha ingredientes
britânicos. Não possuem caramelo e com menos ésteres em
comparação com as Bitters e Pale Ales britânicas. Seca como
as bitter, mas com menos carácter a malte para suportar o
lúpulo, possuindo um equilíbrio diferente. Muitas vezes usa (e
apresenta) lúpulo americano, mais do que a maioria dos outros
estilos britânicos modernos.
Características vitais: OG: 1.038 – 1.053
IBUs: 20 – 45 FG: 1.006 – 1.012
SRM: 2 – 6 ABV: 3.8 – 5.0%
Exemplos comerciais: Crouch Vale Brewers Gold, Fuller's
Discovery, Golden Hill Exmoor Gold, Hop Back Summer
Lightning, Kelham Island Pale Rider, Morland Old Golden Hen,
Oakham JHB
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-alta, ilhas-
britânicas, estilo-artesanal, família-pale-ale, amargo, lupulado
12B. Australian Sparkling Ale
Ale Australiana Efervescente
Impressão geral: suave e equilibrada, onde todos os seus
componentes se fundem com intensidades similares. Sabores
moderados a ingredientes Australianos. Dimensão alargada de
sabor e muito bebível, adequada a um clima quente. Depende do
carácter da levedura.
Aroma: Aroma bastante suave e limpo, com uma mistura
equilibrada de ésteres, lúpulo, malte e levedura - todos de
intensidade moderada a baixa. Os ésteres apresentam,
frequentemente, características a pera e maçã, possivelmente
com um toque muito ligeiro a banana (opcional). O lúpulo é
terroso, herbáceo ou pode apresentar o toque semelhante a
ferro, característico da variedade Pride of Ringwood. O malte
pode ir de cereal neutro a moderadamente doce e ligeiramente a
pão; não deve ser evidente nenhum caramelo. Os exemplos
muitos frescos podem ter uma nota ligeira a levedura e enxofre.
Aparência: Cor amarelo intenso a âmbar claro, sendo muitas
das vezes dourado médio. Espuma branca de pequenas bolhas,
alta e persistente. Efervescência perceptível devido a elevada
carbonatação. Claridade brilhante se decantada, sendo
tipicamente servida com a levedura para ter uma aparência
turva. Desta forma, não é tipicamente turva a menos que seja
servida com a levedura.
Sabor: A malte médio a baixo, arredondado, de cereal a pão.
Inicialmente de brando a adocicado do malte, mas surgindo
amargor médio a médio-alto a meio da prova, para equilibrar o
malte. Sabor a caramelo está tipicamente ausente. Altamente
atenuada, com um final seco e amargor que perdura, embora o
corpo dê a sensação de encorpada. Sabor a lúpulo de médio a
médio-alto, algo terroso e possivelmente herbáceo, resinoso,
apimentado ou semelhante a ferro mas não floral, que perdura
até ao final. Ésteres em quantidade média-alta a média-baixa,
muitas das vezes a peras e maçãs. Banana é opcional mas nunca
deve dominar. Pode ser ligeiramente mineralizada ou sulfurosa,
especialmente se a levedura está presente. Não deve ser insípida.
Sensação na boca: Carbonatação alta a muito alta, com
bolhas que enchem a boca e um carácter carbónico marcado e
efervescente. Corpo médio a médio-encorpado, tendendo para a
parte elevada se servida com levedura. Suave, mas gaseificada.
As versões mais fortes podem apresentar um ligeiro calor do
álcool, contudo as mais leves não o terão. Muito bem atenuada;
não deve ter nenhuma doçura residual.
Comentários: A Coopers tem fabricado a sua Sparkling Ale de
topo desde 1862, embora a sua formulação tenha sido alterada
ao longo dos anos. Presentemente, a cerveja terá uma claridade
brilhante se decantada, mas muitos dos clientes servem grande
parte da cerveja para um copo, agitando o restante na garrafa e
juntando toda a levedura. Em alguns bares, a garrafa é rolada ao
longo do balcão! Quando servida à pressão, a cervejeira dá a
indicação aos bares para inverter o barril, de forma a colocar a
levedura em suspensão. Uma aparência turva para o estilo
parece ser uma preferência moderna de consumo. Sempre
carbonatada naturalmente, mesmo no barril. Uma ale de uso
actual, melhor apreciada fresca.
História: Registos de elaboração indicam que a maioria da
cerveja Australiana fabricada no séc. XIX era draught XXX
(mild) e Porter. A ale em garrafa foi desenvolvida originalmente
para competir com pale ale's engarrafadas, que eram
importadas das cervejeiras Britânicas, tais como a Bass e Wm
Younger Monk. Nos inícios do séc. XX, a pale ale em garrafa saiu
de moda e as cervejas lager "mais leves" estavam em voga.
Muitas Australian Sparkling Ale eram rotuladas de "ales" mas
eram, na verdade, lagers de fermentação baixa com cargas de
cereal muito similares às ales que substituíram. A Coopers de
Adelaide, no sul da Austrália, é a única cervejeira sobrevivente
que produz o estilo Sparkling Ale.
Ingredientes característicos: Malte pale de 2 fiadas de tosta
muito ligeira, podendo ser usadas variedades de lagers.
Pequenas quantidades de malte Crystal apenas para ajuste de
cor. Os exemplos modernos não usam adjuntos, sendo utilizado
apenas açúcar de cana para carbonatação. Os exemplos
históricos que usam 45% de malte pale de 2 fiadas e 30% de
malte de 6 fiadas mais rico em proteínas, utilizavam cerca de
25% de açúcar para diluir a quantidade de azoto. Usados
tradicionalmente lúpulos australianos (Cluster e Goldings),
tendo sido substituídos em meados dos anos 1960 pela
variedade Pride of Ringwood. Levedura tipo Burton muito
atenuadora (tipicamente estirpe australiana). Perfil de água
variável, tipicamente com poucos carbonatos e sulfatos
moderados.
Comparação de estilos: Superficialmente similar às English
Pale Ales, embora seja muito mais carbonatada, com menos
caramelo, menos lúpulo de aroma e demonstrando as
características de levedura e lúpulo típicos. Mais amarga do que
os IBU's sugerem devido à elevada atenuação, baixa densidade
final e lúpulos algo grosseiros.
Características vitais: OG: 1.038 – 1.050
IBUs: 20 – 35 FG: 1.004 – 1.006
SRM: 4 – 7 ABV: 4.5 – 6.0%
Exemplos comerciais: Coopers Original Pale Ale, Coopers
Sparkling Ale
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-alta,
pacífico, estilo-tradicional, família-pale-ale, amargo
12C. English IPA
IPA Inglesa
Impressão geral: Uma ale britânica clara, lupulada,
moderadamente forte e muito bem atenuada, com um final seco
e um aroma e sabor a lúpulo. Os ingredientes clássicos
britânicos fornecem o melhor perfil de sabor.
Aroma: É típico um aroma a lúpulo de moderado a
moderadamente alto de natureza floral, especiarias-apimentada
ou cítrica-laranja. É aceitável um aroma ligeiramente herbáceo
de dry-hop, mas não obrigatório. Uma presença
moderadamente baixa a malte semelhante a caramelo ou
tostado, é opcional. É aceitável notas frutadas de baixo a
moderado. Algumas versões podem ter uma nota de enxofre,
embora esse caracter não seja obrigatório.
Aparência: A cor varia do dourado ao âmbar intenso, mas a
maioria é bastante clara. Deve ser limpa, embora as versões dry-
hopped não filtradas possam ser um pouco turvas. Espuma
persistente, de tamanho moderado e com cor esbranquiçada.
Sabor: Sabor a lúpulo de médio a alto, com amargor de
moderado a assertivo. O sabor do lúpulo deve ser semelhante ao
aroma (floral, especiarias-apimentado, laranja-cítrico e/ou
ligeiramente herbáceo). O sabor do malte deve ser de médio-
baixo a médio e ser algo a pão, opcionalmente com aspectos de
biscoito leve a médio-leve, tostado, toffee e/ou caramelo.
Frutado médio-baixo a médio. O final é meio-seco a muito seco,
e o amargor pode persistir no gosto final, mas não deve ser forte.
O equilíbrio é voltado para o lúpulo, mas o malte deve ser
percetível em suporte. Se for usada água com alto teor de
sulfatos, geralmente está presente um final seco e
caracteristicamente mineral, algum sabor de enxofre e um
amargor persistente. Pode ser notado algum sabor a álcool
limpo nas versões mais fortes. Sabor a carvalho é inapropriado
neste estilo.
Sensação na boca: suave, de corpo médio-leve a médio, sem
adstringência derivada do lúpulo, embora a carbonatação de
moderada a média-alta se possa combinar para proporcionar
uma sensação geral seca, apesar de uma presença de suporte do
malte. Uma sensação de calor baixa e suave do álcool pode e
deve ser percebido nas versões mais fortes (mas não em todas).
Comentários: Os atributos da IPA importantes para a sua
chegada em boas condições à Índia, foram o facto de ser muito
bem atenuada e fortemente lupulada. Simplesmente porque foi
assim que a IPA foi enviada, não significa que outras cervejas
como a Porter não foram também enviadas para a Índia, que a
IPA foi inventada para ser enviada para a Índia, que a IPA era
mais lupulada do que outras cervejas de guarda, ou que o nível
de álcool era incomum para a época. Muitos exemplos modernos
rotulados como IPA são bastante fracos em termos de álcool. De
acordo com a CAMRA, “as chamadas IPAs com teor alcoólico em
torno de 3,5% não são fiéis ao estilo”. O historiador inglês de
cerveja Martyn Cornell comentou que cervejas como esta "não
são realmente distinguíveis de uma ordinary bitter". Portanto,
optou-se por concordar com estas fontes para a realização destas
diretrizes, em vez do que algumas cervejeiras britânicas
modernas estão a chamar de IPA; apenas é necessário estar
ciente destes dois tipos principais de IPAs no mercado britânico
actual.
História: Os relatos sobre as suas origens variam, mas a
maioria concorda que o que mais tarde ficou conhecido como
27
IPA era uma pale ale preparada para envio para a Índia, no final
do século XVIII e início do século XIX. George Hodgson, da Bow
Brewery, tornou-se conhecido como exportador de IPA durante
o início dos anos 1800 e é o primeiro nome frequentemente
mencionado devido à sua popularidade. Como acontece com
todas as cervejas inglesas com uma longa história, a
popularidade e formulação do produto mudaram com o tempo.
As cervejeiras de Burton, com a sua água com alto teor de
sulfato, conseguiram fabricar a IPA com sucesso e começaram a
dominar esse mercado na década de 1830, na época em que o
nome India Pale Ale foi usado pela primeira vez. O álcool e a
popularidade declinaram com o tempo, e o estilo praticamente
desapareceu na segunda metade do século XX. O nome era
frequentemente utilizado para descrever pale ales e bitters e não
algo especial (uma tendência que continua nalguns exemplos
britânicos modernos). O estilo passou por uma redescoberta da
cerveja artesanal na década de 1980, e é o que está descrito
nestas diretrizes. Os exemplos modernos são inspirados em
versões clássicas, mas não se deve presumir que tenham uma
linhagem ininterrupta com exactamente o mesmo perfil. White
Shield é provavelmente o exemplo com a linhagem mais longa,
remontando às fortes IPAs de Burton de antigamente e
produzidas pela primeira vez em 1829.
Ingredientes característicos: Malte Pale Ale. O lúpulo
inglês é tradicional, principalmente como lúpulo de final de
fervura. Levedura ale britânica atenuante. Pode ser usado
açúcar refinado em algumas versões. Algumas versões podem
mostrar um carácter de sulfatos de água do tipo Burton, mas isto
não é essencial para o estilo.
Comparação de estilos: Geralmente terá mais lúpulo de final
de fervura e menos frutados e/ou caramelo do que as pale ales e
bitters britânicas. Tem menos intensidade de lúpulo e um sabor
a malte mais pronunciado do que as versões típicas americanas.
Características vitais: OG: 1.050 – 1.075
IBUs: 40 – 60 FG: 1.010 – 1.018
SRM: 6 – 14 ABV: 5.0 – 7.5%
Exemplos comerciais: Freeminer Trafalgar IPA, Fuller's
Bengal Lancer IPA, Meantime India Pale Ale, Ridgeway IPA,
Summit True Brit IPA, Thornbridge Jaipur, Worthington White
Shield
Etiquetas: álcool-elevado, cor-clara, fermentação-alta, ilhas-
britânicas, estilo-tradicional, família-ipa, amargo, lupulado

13. BROWN BRITISH BEER

Cerveja Britânica Castanha
Embora Dark Mild, Brown Ale e English Porter possam ter histórias longas e complexas, estas diretrizes descrevem as versões
modernas. Elas estão agrupadas apenas para fins de avaliação, pois geralmente têm sabores e equilíbrio semelhantes, e não por causa
de qualquer ancestralidade comum implícita. As características semelhantes são álcool baixo a moderado, cor escura, equilíbrio
geralmente maltado e ascendência britânica. Estes estilos não possuem uma relação histórica entre si; particularmente, nenhum destes
estilos evoluiu para qualquer um dos outros, ou jamais foi um componente de um outro. O nome da categoria nunca foi usado
historicamente para descrever este grupo de cervejas; é o nome utilizado pelo BJCP para esta categoria de avaliação. “Brown Beer” foi
um produto histórico distinto e importante e não está relacionado com o nome desta categoria.

13A. Dark Mild Sensação na boca: Corpo leve a médio. Carbonatação

geralmente baixa a média-baixa. As versões à base de torrado
Impressão geral: Uma session ale britânica escura, de baixa
podem ter uma leve adstringência. As versões mais doces podem
densidade e com foco no malte, muito adequada para ser bebida
parecer ter uma sensação na boca bastante encorpada para a
em grande quantidade. Refrescante mas saborosa, com uma
densidade que possuem.
ampla gama de expressões de malte escuro ou açúcar escuro.
Comentários: A maioria são cervejas session de baixa
Aroma: Aroma a malte de baixo a moderado, podendo
densidade em torno de 3,2%, embora algumas versões possam
apresentar algumas notas frutadas. A expressão do malte pode
ser feitas na faixa mais forte (+4%) para exportação, festivais,
assumir uma ampla gama de características, que podem incluir
sazonais e/ou ocasiões especiais. Geralmente servida em barril;
caramelo, toffee, cereal, tostado, frutos secos, chocolate ou
as versões session engarrafadas geralmente não toleram bem as
levemente torrado. Aroma a lúpulo de pouco ou nenhum, de
viagens. É possível uma ampla gama de interpretações. Existem
carácter terroso ou floral se presente. Muito baixo ou nenhum
versões claras, mas são ainda mais raras do que as dark mild;
diacetilo.
estas diretrizes apenas descrevem a versão escura moderna.
Aparência: Cor de cobre a castanho escuro ou mogno. Existem
História: Historicamente, "suave" (mild) era simplesmente
alguns exemplos mais claros (âmbar médio a castanho claro).
uma cerveja não envelhecida e poderia ser usada como um
Geralmente clara, embora não seja tradicionalmente filtrada.
adjectivo para distinguir entre cervejas de guarda envelhecidas
Espuma esbranquiçada a bronzeada, em quantidade baixa a
ou mais lupuladas. As mild modernas têm as suas raízes nas ales
moderada; a retenção pode ser fraca.
mais fracas tipo X dos anos 1800, embora as dark mild não
Sabor: Geralmente uma cerveja maltada, embora possa ter tenham aparecido até ao século XX. Na sua utilização atual, o
uma grande variedade de sabores à base de malte e levedura (por termo implica uma cerveja de menor intensidade com menos
exemplo, maltado, doce, caramelo, toffee, tostado, frutos secos, amargor de lúpulo do que as bitters. Estas diretrizes descrevem
chocolate, café, torrado, fruta, alcaçuz, ameixa, passas). Pode a versão britânica moderna. O termo "mild" está actualmente
terminar doce a seco. As versões com maltes mais escuros um tanto desfavorecido entre os consumidores, e muitas
podem ter um final seco e torrado. Amargor de baixo a cervejarias já não o utilizam. Cada vez mais rara. Não há
moderado, o suficiente para fornecer algum equilíbrio, mas não conexão ou relação histórica entre Mild e Porter.
o suficiente para dominar o malte. Ésteres frutados de
Comparação de estilos: Algumas versões podem parecer
moderado a nenhum. Diacetilo e sabor a lúpulo de baixo a
English Porters modernas de baixa densidade. Bem menos
nenhum.
doce do que a London Brown Ale.

28 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015

Ingredientes característicos: Maltes pale britânicos de base
(muitas vezes bastante ricos em dextrinas), malte cristal, maltes
escuros ou adjuntos de açúcar escuro, também podem incluir
adjuvantes, como milho em flocos e podem ser coloridos com
caramelo cervejeiro. Levedura ale britânica com personalidade.
Qualquer tipo de lúpulo, já que o seu caráter é abafado e
raramente é perceptível.
Características vitais: OG: 1.030 – 1.038
IBUs: 10 – 25 FG: 1.008 – 1.013
SRM: 12 – 25 ABV: 3.0 – 3.8%
Exemplos comerciais: Banks's Mild, Cain's Dark Mild,
Highgate Dark Mild, Brain’s Dark, Moorhouse Black Cat,
Rudgate Ruby Mild, Theakston Traditional Mild
Etiquetas: álcool-session, cor-escura, fermentação-alta, ilhas-
britânicas, estilo-tradicional, família-brown-ale, maltado
13B. British Brown Ale
Ale Castanha Britânica
Impressão geral: Uma ale britânica maltada, castanha e
centrada no caramelo, mas sem os sabores torrados de uma
Porter.
Aroma: Leve a malte adocicado, com notas a toffee,
nozes/frutos secos ou chocolate ligeiro, bem como um qualidade
a caramelo que pode ir de leve a forte. Pode ser também notado
um aroma a lúpulo ligeiro mas apelativo, de carácter floral ou
terroso. Pode ser evidente um aroma ligeiro a fruta, mas não
deve dominar.
Aparência: Cor âmbar escuro a castanho avermelhado. Limpa.
Espuma baixa a moderada, de cor branco-sujo.
Sabor: Doçura de malte ligeira a moderada, com um carácter a
caramelo leve a pesado e um final meio-seco a seco. O malte
também pode apresentar notas a nozes/frutos secos, tostado,
biscoito, toffee ou chocolate ligeiro. Amargor médio a médio-
baixo. O equilíbrio do lúpulo pode variar de equilibrado ou
tender para o malte; o sabor a lúpulo é baixo a nenhum
(qualidades florais ou terrosas). Podem estar presentes ésteres
frutados de intensidade baixa a moderada.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio. Carbonatação
média a média-alta.
Comentários: Uma categoria abrangível, com possíveis
interpretações diferentes que vão de versões de cor mais clara a
mais lupuladas e intensas, escuras e focadas no caramelo;
contudo, nenhuma destas versões apresenta fortes sabores a
torrado. A mais forte Double Brown Ale era popular
antigamente, mas é agora muito difícil de encontrar. Apesar das
London Brown Ales serem comercializadas com o nome Brown
Ale, estas são listadas como um diferente estilo devido à sua
diferença significativa no equilíbrio (principalmente na doçura)
e teor de álcool; isto não significa que não sejam da mesma
família.
História: A Brown Ale tem uma história longa em Inglaterra,
embora vários produtos diferentes tenham usado este nome em
diversas alturas. A Brown ale moderna é uma criação do século
XX como produto engarrafado; não é o mesmo que os produtos
históricos com o mesmo nome. Eram fabricadas cervejas com
uma gama alargada de densidades, mas a maioria das Brown
ales modernas são, geralmente, da interpretação mais forte
(pelos standards correntes do Reino Unido). Este estilo é
baseado nas British Brown ales modernas e mais fortes, e não
nas versões históricas ou na mais adocicada London Brown Ale.
Hoje em dia é um produto predominantemente (mas não
exclusivamente) engarrafado.
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Ingredientes característicos: Malte base mild ale ou pale
ale britânico, com maltes caramel. Pode também conter
pequenas quantidades de maltes mais escuros (por exemplo,
chocolate), para providenciar cor e o carácter a nozes/frutos
secos. As variedades de lúpulos Britânicos são as mais
autênticas.
Comparação de estilos: Equilíbrio mais para o malte do que
as British Bitters, com mais sabores a malte derivados dos
cereais escuros. Mais forte do que uma Dark Mild. Menos
torrada do que uma English Porter. Mais forte e menos doce
do que uma London Brown ale.
Características vitais: OG: 1.040 – 1.052
IBUs: 20 – 30 FG: 1.008 – 1.013
SRM: 12 – 22 ABV: 4.2 – 5.4%
Exemplos comerciais: Maxim Double Maxim, Newcastle
Brown Ale, Riggwelter Yorkshire Ale, Samuel Smith’s Nut
Brown Ale, Wychwood Hobgoblin
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-alta,
ilhas-britânicas, estilo-tradicional, família-brown-ale, maltado
13C. English Porter
Porter Inglesa
Simplesmente chamada de “Porter” na Grã-Bretanha, o nome
“English Porter” é usado para diferenciá-la de outras porters
descritos nestas diretrizes.
Impressão geral: Uma cerveja castanha de álcool moderado,
com amargor e caracter torrado contido. Pode ter uma panóplia
de sabores torrados, geralmente sem qualidade queimada e
muitas das vezes com um perfil a chocolate, caramelo e malte.
Aroma: Moderado a moderadamente baixo a malte, com notas
a pão, biscoito e tostado, com torra leve, podendo ter uma
qualidade a chocolate. Pode também apresentar, em suporte,
algum carácter a malte não torrado (caramelo, nozes/frutos
secos, semelhante a toffee e/ou adocicado). Pode conter lúpulo
floral ou terroso até um nível moderado. Ésteres frutados em
quantidade moderada a nenhuma. Diacetilo baixo a nenhum.
Aparência: Cor castanho claro a castanho escuro, muitas das
vezes com reflexos rubi em contraluz. Boa claridade embora se
possa aproximar de opaca. Espuma moderada, de cor bronzeado
claro, com retenção média a boa.
Sabor: Moderado a malte, com notas a pão, biscoito e tostado,
incluindo uma torra leve a moderada (frequentemente com um
carácter a chocolate) e muitas das vezes com uma presença
significativa de caramelo, nozes/frutos secos e/ou toffee. Pode
conter outros sabores secundários de suporte tais como café,
alcaçuz, bolacha ou tostado. Não deve possuir um sabor
significativo ou agressivo a torrado, embora pequenas
quantidades possam contribuir com uma complexidade a
chocolate amargo. Lúpulo terroso ou floral de intensidade
moderada a nenhuma. Amargor do lúpulo médio-baixo a médio,
alterando o equilíbrio de ligeiramente a malte até ligeiramente
amargo. Usualmente bem atenuada embora possa ser algo doce.
Diacetilo moderadamente baixo a nenhum. Ésteres frutados em
quantidade moderada a baixa.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio. Carbonatação
moderadamente baixa a moderadamente elevada. Textura
cremosa leve a moderada.
Comentários: Esta descrição do estilo refere-se à versão
moderna da English Porter, e não todas as variantes possíveis
que surgiram nas diversas regiões. As recriações históricas
devem ser encaradas na categoria de estilos Históricos, com uma
29
descrição apropriada do seu perfil. Os exemplos modernos
artesanais existentes no Reino Unido são mais fortes e mais
lupulados.
História: Originária em Londres há 300 anos atrás, a Porter
evoluiu da antiga Brown Beer adocicada da altura. Evoluiu
diversas vezes com os desenvolvimentos tecnológicos e de
ingredientes, bem como com as preferências dos consumidores
que influenciaram essas mudanças. Tornou-se num estilo muito
popular e largamente exportado por volta dos anos 1800, antes
de declinar durante a 1ª Grande Guerra Mundial e desaparecer
nos anos 1950. Foi reintroduzida em meados dos anos 1970, com
o início da era da cerveja artesanal. Diz-se que o nome provém
da sua popularidade entre a classe trabalhadora de Londres, que
executava vários trabalhos de carga. Parente de várias
interpretações regionais ao longo do tempo e a predecessora de
todas as Stouts (as quais eram originalmente chamadas de
"stout porters"). Não existe nenhuma ligação histórica
ou relação entre a Mild e a Porter.
Ingredientes característicos: A carga de cereal varia, mas
algo que produza a cor escura está sempre presente. São comuns
30 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
maltes chocolate ou outros maltes torrados escuros, malte
caramel e açúcares de cervejeiro. As porters do tipo London
usam muitas vezes malte Brown como um sabor característico.
Comparação de estilos: Difere da American Porter uma
vez que é, usualmente, mais suave, mais doce, com mais sabores
a caramelo e menor teor alcoólico; a American Porter
também terá, tipicamente, um maior carácter a lúpulo. Mais
substância e mais torrada que uma British Brown Ale.
Densidades mais elevadas do que uma Dark Mild.
Características vitais: OG: 1.040 – 1.052
IBUs: 18 – 35 FG: 1.008 – 1.014
SRM: 20 – 30 ABV: 4.0 – 5.4%
Exemplos comerciais: Burton Bridge Burton Porter, Fuller's
London Porter, Nethergate Old Growler Porter, RCH Old Slug
Porter, Samuel Smith Taddy Porter
Etiquetas: álcool-standard, cor-escura, fermentação-alta,
ilhas-britânicas, estilo-tradicional, família-porter, maltado,
torrado
14. SCOTTISH ALE
Ale Escocesa
O significado original de ales 'xelim' (/ -) foi descrito incorretamente durante anos. Um único estilo de cerveja nunca foi designado
como 60/-, 70/- ou 80/-. Os xelins referem-se apenas ao custo do barril da cerveja. O que significa que havia Stouts 54/- e IPAs 86/- e
assim por diante. As Scottish Ales em questão foram denominadas Light, Heavy e Export, que cobrem o espectro de custos de cerca de
60/- a 90/- e sendo ales simplesmente escuras, com ênfase no malte. As ales 120/- maiores estão fora destes descritores, assim como as
Scotch Ales mais fortes (também conhecidas como Wee Heavy). As diretrizes Scottish Light, Heavy e Export são quase as mesmas para
cada estilo de cerveja. À medida que a densidade aumenta, também aumenta o carácter da cerveja em questão. Historicamente, os três
tipos de cerveja foram divididos em diferentes intensidades e representaram uma adaptação das English Pale Ales, mas com
intensidades e taxas de lúpulo reduzidas e cores mais escuras (geralmente do caramelo adicionado). As versões mais modernas (pós-
Segunda Guerra Mundial, pelo menos), tendiam a usar cargas de cereal mais complexas.

14A. Scottish Light
Cerveja Escocesa Leve
Impressão geral: Uma cerveja com ênfase no malte,
geralmente caramelizada, com talvez alguns ésteres e,
ocasionalmente, um gosto residual a butterscotch. Lúpulo
apenas para providenciar equilíbrio e apoiar o malte. O carácter
do malte pode variar de seco e a cereal, a rico, tostado e
caramelizado, mas nunca é torrado e especialmente nunca
possui um carácter de fumo de turfa. Tradicionalmente a mais
escura das cervejas escocesas, às vezes quase preta, mas sem
qualquer carácter de queimado e torrado.
Aroma: Malte de baixo a médio, geralmente com sabores de
pão ralado tostado, biscoitos de champanhe e biscoitos ingleses.
Caramelo baixo a médio e butterscotch baixo são permitidos.
Ligeiro frutado de fruta clara de pomo nos melhores exemplos.
Pode ter baixo aroma a lúpulo tradicional inglês (terroso, floral,
laranja-cítrico, especiarias, etc.). Fumo de turfa é inadequado.
Aparência: Cobre pálido a castanho muito escuro. Limpa.
Espuma baixa a moderada, cremosa e esbranquiçada.
Sabor: Totalmente focado no malte, com sabores que variam
do malte claro e pão, com nuances a caramelo; ao malte tostado
rico com toques torrados (mas nunca muito torrado) ou uma
combinação dos dois. Os ésteres frutados não são necessários,
mas acrescentam profundidade, nunca sendo elevados.
Amargor de lúpulo para equilibrar o malte. Sabor a lúpulo
ausente a baixo é também permitido e deve ter carácter
tradicional inglês (terroso, floral, laranja-cítrico, especiarias,
etc.). O final varia de rico e maltado a seco e a cereal. Um
carácter subtil a butterscotch é aceitável; no entanto, açúcar
queimado não é. O equilíbrio entre malte e lúpulo inclina-se
para o malte. Fumo a turfa é inadequado.
Sensação na boca: Corpo de médio-baixo a médio.
Carbonatação de baixa a moderada. Pode ser relativamente rica
e cremosa a seca e a cereal.
Comentários: Ales com ênfase no malte que ganham a grande
maioria do seu carácter dos maltes especiais e nunca do
processo. Não é tradicional torrar o malte ou os açúcares do
mosto através do método de "caramelização de caldeira", nem
tão pouco um carácter descarado a butterscotch. Na maioria das
vezes é um produto para servir à pressão. Carácter a fumo é
inadequado, já que qualquer um encontrado tradicionalmente
teria vindo da turfa da fonte de água. As cervejas escocesas com
carácter a fumo devem ser inseridas como Classic Style Smoked
Beer.
Ingredientes característicos: Originalmente usado malte
pale escocês, milho em flocos ou em grão e caramelo de
cervejeiro para adição de cor. Mais tarde adaptado para usar
ingredientes adicionais, como maltes âmbar e brown, maltes
cristal e de trigo e cereais torrados ou açúcares escuros para a
cor, mas não para o sabor "torrado". Os aditivos de açúcar são
tradicionais. Levedura limpa ou ligeiramente frutada. O malte
fumado com turfa não é autêntico nem apropriado.
Comparação de estilos: Carácter semelhante a uma Wee
Heavy, mas muito menor. Semelhante na cor a uma Dark
Mild, mas um pouco mais fraca no teor alcoólico.
Características vitais: OG: 1.030 – 1.035
IBUs: 10 – 20 FG: 1.010 – 1.013
SRM: 17 – 22 ABV: 2.5 – 3.2%
Exemplos comerciais: McEwan's 60
Etiquetas: álcool-session, cor-âmbar, fermentação-alta, ilhas-
britânicas, estilo-tradicional, família-amber-ale, maltado
14B. Scottish Heavy
Cerveja Escocesa Forte
Impressão geral: Uma cerveja com ênfase no malte,
geralmente caramelizada, com talvez alguns ésteres e,
ocasionalmente, um gosto residual a butterscotch. Lúpulo
apenas para providenciar equilíbrio e apoiar o malte. O carácter
do malte pode variar de seco e a cereal, a rico, tostado e
caramelizado, mas nunca é torrado e especialmente nunca
possui um carácter de fumo de turfa.
Aroma: Malte de baixo a médio, geralmente com sabores de
pão ralado tostado, biscoitos de champanhe e biscoitos ingleses.
Caramelo baixo a médio e butterscotch baixo são permitidos.
Ligeiro frutado de fruta clara de pomo nos melhores exemplos.
Pode ter baixo aroma a lúpulo tradicional inglês (terroso, floral,
laranja-cítrico, especiarias, etc.). Fumo de turfa é inadequado.
Aparência: Cobre pálido a castanho muito escuro. Limpa.
Espuma baixa a moderada, cremosa e esbranquiçada.
Sabor: Totalmente focado no malte, com sabores que variam
do malte claro e pão, com nuances a caramelo; ao malte tostado
rico com toques torrados (mas nunca muito torrado) ou uma
combinação dos dois. Os ésteres frutados não são necessários,
mas acrescentam profundidade, nunca sendo elevados.
Amargor de lúpulo para equilibrar o malte. Sabor a lúpulo
ausente a baixo é também permitido e deve ter carácter
tradicional inglês (terroso, floral, laranja-cítrico, especiarias,
etc.). O final varia de rico e maltado a seco e a cereal. Um
carácter subtil a butterscotch é aceitável; no entanto, açúcar
queimado não é. O equilíbrio entre malte e lúpulo inclina-se
para o malte. Fumo a turfa é inadequado.
Sensação na boca: Corpo de médio-baixo a médio.
Carbonatação de baixa a moderada. Pode ser relativamente rica
e cremosa a seca e a cereal.

Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015 31

Comentários: Ales com ênfase no malte que ganham a grande
maioria do seu carácter dos maltes especiais e nunca do
processo. Não é tradicional torrar o malte ou os açúcares do
mosto através do método de "caramelização de caldeira", nem
tão pouco um carácter descarado a butterscotch. Na maioria das
vezes é um produto para servir à pressão. Carácter a fumo é
inadequado, já que qualquer um encontrado tradicionalmente
teria vindo da turfa da fonte de água. As cervejas escocesas com
carácter a fumo devem ser inseridas como Classic Style Smoked
Beer.
Ingredientes característicos: Originalmente usado malte
pale escocês, milho em flocos ou em grão e caramelo de
cervejeiro para adição de cor. Mais tarde adaptado para usar
ingredientes adicionais, como maltes âmbar e brown, maltes
cristal e de trigo e cereais torrados ou açúcares escuros para a
cor, mas não para o sabor "torrado". Os aditivos de açúcar são
tradicionais. Levedura limpa ou ligeiramente frutada. O malte
fumado com turfa não é autêntico nem apropriado.
Comparação de estilos: Carácter semelhante a uma Wee
Heavy, mas muito menor.
Características vitais: OG: 1.035 – 1.040
IBUs: 10 – 20 FG: 1.010 – 1.015
SRM: 13 – 22 ABV: 3.2 – 3.9%
Exemplos comerciais: Broughton Greenmantle Ale,
Caledonia Smooth, McEwan's 70, Orkney Raven Ale, Tennent’s
Special Ale
Etiquetas: álcool-session, cor-âmbar, fermentação-alta, ilhas-
britânicas, estilo-tradicional, família-amber-ale, maltado
14C. Scottish Export
Cerveja Escocesa para Exportação
Impressão geral: Uma cerveja com ênfase no malte,
geralmente caramelizada, com talvez alguns ésteres e,
ocasionalmente, um gosto residual a butterscotch. Lúpulo
apenas para providenciar equilíbrio e apoiar o malte. O carácter
do malte pode variar de seco e a cereal, a rico, tostado e
caramelizado, mas nunca é torrado e especialmente nunca
possui um carácter de fumo de turfa.
Aroma: Malte de baixo a médio, geralmente com sabores de
pão ralado tostado, biscoitos de champanhe e biscoitos ingleses.
Caramelo baixo a médio e butterscotch baixo são permitidos.
Ligeiro frutado de fruta clara de pomo nos melhores exemplos.
Pode ter baixo aroma a lúpulo tradicional inglês (terroso, floral,
laranja-cítrico, especiarias, etc.). Fumo de turfa é inadequado.
15. IRISH BEER
Cerveja Irlandesa
As cervejas tradicionais da Irlanda contidas nesta categoria são cervejas de cor âmbar a preto, de alta fermentação, de intensidade
moderada a ligeiramente forte e são frequentemente mal interpretadas devido às diferenças nas versões de exportação, ou à
importância excessiva dada a atributos específicos da cerveja produzida por cervejeiras de grande volume e bem conhecidas. Cada um
dos estilos neste agrupamento tem uma gama mais ampla do que normalmente se acredita.
15A. Irish Red Ale
Ale Vermelha Irlandesa
Impressão geral: Uma cerveja fácil de beber, geralmente com
sabores subtis. Equilíbrio ligeiramente maltado, às vezes com
uma doçura inicial suave a toffee/caramelo, um paladar
levemente a cereal-biscoito e um ligeiro toque seco a torrado no
final. Algumas versões podem enfatizar mais o caramelo e a
32 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Aparência: Cobre pálido a castanho muito escuro. Limpa.
Espuma baixa a moderada, cremosa e esbranquiçada.
Sabor: Totalmente focado no malte, com sabores que variam
do malte claro e pão, com nuances a caramelo; ao malte tostado
rico com toques torrados (mas nunca muito torrado) ou uma
combinação dos dois. Os ésteres frutados não são necessários,
mas acrescentam profundidade, nunca sendo elevados.
Amargor de lúpulo para equilibrar o malte. Sabor a lúpulo
ausente a baixo é também permitido e deve ter carácter
tradicional inglês (terroso, floral, laranja-cítrico, especiarias,
etc.). O final varia de rico e maltado a seco e a cereal. Um
carácter subtil a butterscotch é aceitável; no entanto, açúcar
queimado não é. O equilíbrio entre malte e lúpulo inclina-se
para o malte. Fumo a turfa é inadequado.
Sensação na boca: Corpo de médio-baixo a médio.
Carbonatação de baixa a moderada. Pode ser relativamente rica
e cremosa a seca e a cereal.
Comentários: Ales com ênfase no malte que ganham a grande
maioria do seu carácter dos maltes especiais e nunca do
processo. Não é tradicional torrar o malte ou os açúcares do
mosto através do método de "caramelização de caldeira", nem
tão pouco um carácter descarado a butterscotch. Na maioria das
vezes é um produto para servir à pressão. Carácter a fumo é
inadequado, já que qualquer um encontrado tradicionalmente
teria vindo da turfa da fonte de água. As cervejas escocesas com
carácter a fumo devem ser inseridas como Classic Style Smoked
Beer.
Ingredientes característicos: Originalmente usado malte
pale escocês, milho em flocos ou em grão e caramelo de
cervejeiro para adição de cor. Mais tarde adaptado para usar
ingredientes adicionais, como maltes âmbar e brown, maltes
cristal e de trigo e cereais torrados ou açúcares escuros para a
cor, mas não para o sabor "torrado". Os aditivos de açúcar são
tradicionais. Levedura limpa ou ligeiramente frutada. O malte
fumado com turfa não é autêntico nem apropriado.
Comparação de estilos: Carácter semelhante a uma Wee
Heavy, mas muito menor.
Características vitais: OG: 1.040 – 1.060
IBUs: 15 – 30 FG: 1.010 – 1.016
SRM: 13 – 22 ABV: 3.9 – 6.0%
Exemplos comerciais: Belhaven Scottish Ale, Broughton
Exciseman’s Ale, Orkney Dark Island, Pelican MacPelican’s
Scottish Style Ale, Weasel Boy Plaid Ferret Scottish Ale
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-alta,
ilhas-britânicas, estilo-tradicional, família-amber-ale, maltado
doçura, enquanto outras favorecem o paladar a cereal e o final
seco a torrado.
Aroma: Aroma a malte de baixo a moderado, seja a cereal-
neutro ou com um carácter levemente caramelo-tostado-toffee.
Pode ter um carácter amanteigado muito leve (embora não seja
obrigatório). O aroma a lúpulo vai de nenhum a baixo e de teor
terroso ou floral (geralmente ausente). Bastante limpo.
Aparência: Cor âmbar médio a cobre avermelhado médio.
Limpa. Espuma reduzida, esbranquiçada a bronzeada, de
persistência média.
Sabor: Sabor e doçura a caramelo do malte, de moderado a
muito pouco, raramente com uma qualidade levemente tostada
e amanteigada ou de qualidade semelhante a toffee. O paladar
costuma ser bastante neutro e a cereal, ou pode assumir notas
levemente tostadas ou a biscoito, à medida que termina com um
leve sabor a cereal torrado, que confere uma secura
característica ao final. É opcional um leve sabor a lúpulo terroso
ou floral. Amargor de lúpulo de médio a médio-baixo. Final de
meio-seco a seco. Sabor limpo e suave. Poucos ou nenhuns
ésteres. O equilíbrio tende a ser ligeiramente em direção ao
malte, embora o leve uso de cereais torrados possa aumentar
ligeiramente a percepção de amargor.
Sensação na boca: Corpo de médio-leve a médio, embora os
exemplos que contêm baixos níveis de diacetilo possam ter uma
sensação ligeiramente escorregadia na boca (não necessário).
Carbonatação moderada. Suave. Moderadamente atenuada.
Comentários: Existem diversas variações dentro do estilo, o
que faz com que as diretrizes sejam um tanto amplas para as
acomodar. Os exemplares irlandeses tradicionais são
relativamente baixos em lúpulos, carácter a cereal, com uma
ligeira secura de torrado no final, bastante neutros em geral. Os
exemplos irlandeses modernos de exportação possuem mais
caramelo e são mais doces, podendo ter mais ésteres. As versões
artesanais americanas costumam ser versões mais alcoólicas dos
exemplos irlandeses de exportação. Um grupo emergente de
cerveja artesanal irlandesa está a explorar versões mais amargas
dos exemplos tradicionais. Finalmente, existem alguns
exemplos comerciais que soam irlandeses, mas são
essencialmente International Amber Lagers, com paladares
adocicados e pouco amargor. Estas diretrizes foram escritas em
torno dos exemplos tradicionais irlandeses, com pequenas
extensões para versões irlandesas de exportação e versões
artesanais irlandesas modernas.
História: Embora a Irlanda tenha uma longa tradição no
fabrico de cerveja, o estilo moderno Irish Red Ale é
essencialmente uma adaptação ou interpretação do popular
estilo English Bitter, com menos lúpulo e um pouco de torra
para adicionar cor e sensação seca. Sendo redescoberta como
um estilo de cerveja artesanal na Irlanda, hoje é uma parte
essencial da maioria dos alinhamentos das cervejeiras, junto
com uma pale ale e uma stout.
Ingredientes característicos: Geralmente usado um pouco
de cevada torrada ou black malt para fornecer cor avermelhada
e acabamento torrado e seco. Malte pale de base. Os maltes
caramel eram historicamente importados e mais caros, pelo que
nem todas as cervejeiras os usavam.
Comparação de estilos: Uma versão irlandesa equivalente à
English Bitter, menos amarga e com menos lúpulo. Mais
atenuada, com menos sabor a caramelo e menos corpo do que as
Scottish ales de álcool equivalente.
Características vitais: OG: 1.036 – 1.046
IBUs: 18 – 28 FG: 1.010 – 1.014
SRM: 9 – 14 ABV: 3.8 – 5.0%
Exemplos comerciais: Caffrey’s Irish Ale, Franciscan Well
Rebel Red, Kilkenny Irish Beer, O’Hara’s Irish Red Ale,
Porterhouse Red Ale, Samuel Adams Irish Red, Smithwick’s
Irish Ale
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-alta,
ilhas-britânicas, estilo-tradicional, família-amber-ale,
equilibrado
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
15B. Irish Stout
Stout Irlandesa
Impressão geral: Uma cerveja preta com um sabor torrado
pronunciado, muitas vezes similar a café. O equilíbrio pode ir de
medianamente equilibrado a bastante amargo, com as versões
mais equilibradas a possuírem uma pequena doçura do malte; e
as versões amargas a serem bastante secas. As versões à pressão
são tipicamente cremosas devido à tiragem com azoto, contudo
as versões engarrafadas não possuem este carácter derivado da
tiragem. O sabor torrado pode ser seco e similar a café, bem
como ir a algo achocolatado.
Aroma: É tipicamente dominado por notas semelhantes a café
de intensidade moderada, podendo apresentar notas ligeiras a
chocolate preto, cacau e/ou cereal torrado. Ésteres de
intensidade média-baixa a nenhuma. Aroma a lúpulo baixo a
inexistente, podendo ser ligeiramente terroso ou floral, estando
tipicamente ausente.
Aparência: Cor de preto opaco a castanho muito escuro com
reflexos rubi. De acordo com a Guinness "A cerveja Guiness
pode parecer preta mas é, na realidade, um tom muito escuro de
rubi". Opaca. É característica uma espuma espessa, cremosa,
duradoura, de cor bronzeado a castanho, quando servida com
azoto, mas não se espera esta espuma cremosa da mesma cerveja
em garrafa.
Sabor: Moderado a cereal torrado ou a malte, com amargor do
lúpulo médio a elevado. O final pode ser seco e semelhante a
café; a moderadamente equilibrado com um toque de caramelo
ou doçura do malte. Tipicamente apresenta sabores
semelhantes a café, mas pode apresentar um carácter no palato
a chocolate com pouco ou sem açúcar, que perdura até ao final.
Os factores de equilíbrio podem incluir alguma cremosidade,
frutados médio-baixo a nenhuns e sabor a lúpulo médio a
nenhum (tipicamente terroso). O nível de amargor é algo
variável, tal como o é o caracter torrado e o carácter seco do final,
sendo necessária flexibilidade às interpretações dos cervejeiros.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio-encorpado,
com um carácter algo cremosa (particularmente quando tirada
com azoto). Carbonatação baixa a moderada. Tendo em conta o
amargor alto do lúpulo e a proporção significativa de cerais
torrados que possui, esta cerveja é notavelmente suave. Pode ter
uma ligeira adstringência devida aos cereais torrados, embora
"aspereza" não seja desejável.
Comentários: Quando uma cervejeira oferecia uma Stout e
uma Porter, a Stout era sempre a cerveja mais forte (era
originalmente chamada de "Stout Porter"). As versões modernas
são fabricadas a partir de uma densidade inicial mais baixa e
deixou de reflectir mais álcool do que as Porters. Este é,
atualmente, tipicamente um produto à pressão; as versões em
garrafa são normalmente fabricadas de uma densidade inicial
mais alta e são, geralmente, chamadas de "Extra Stouts".
Existem diferenças regionais na Irlanda, semelhantes à
variabilidade das English Bitters. As stouts tipo Dublin utilizam
cevada torrada e são mais amargas e secas. As stouts tipo Cork
são mais doces, menos amargas e possuem sabores a chocolate
e maltes de especialidade. Os exemplos comerciais deste estilo
estão quase sempre associados a tiragem com azoto. Não se deve
esperar que as versões em garrafa possuam a mesma espuma
duradoura e textura cremosa, tradicionalmente associada à
tiragem com azoto.
História: O estilo evoluiu das tentativas de capitalizar no
sucesso das London Porters, mas originalmente reflectiam um
corpo mais cheio, cremoso, mais álcool e mais a "stout". A
Guiness começou a fabricar somente porters em 1799, e uma
33
"porter mais stout" por volta de 1810. A Irish Stout divergiu da
London Single Stout (ou simplesmente Porter) em finais dos
anos 1800s, com ênfase nos maltes mais escuros. A Guiness foi
das primeiras cervejeiras a utilizar o malte "Black Patent" para
Porters e Stouts, nos anos 1820. Começou a usar cevada torrada
depois da Segunda Grande Guerra, enquanto que as cervejeiras
Londrinas continuavam a usar malte castanho. A Guiness
começou a usar cevada em flocos nos anos 1950, ao mesmo
tempo que aumentava bastante a atenuação. A Guiness Draught
foi lançada como marca em 1959. As garrafas e latas "Draught"
foram desenvolvidas em finais dos anos 1980 e 1990.
Ingredientes característicos: A Guinness é feita com cevada
torrada, cevada em flocos e malte pale, mas outras cervejeiras
não usam, necessariamente, cevada torrada; podem usar maltes
chocolate ou outros maltes escuros e de especialidade. Seja qual
for a combinação usada de maltes e cereais, o produto resultante
deve ser preto. A composição das stouts tipo Cork são, talvez,
mais próximas das stouts Londrinas históricas, com uma carga
de cereal variada e não dominada por cevada torrada.
Comparação de estilos: Menos álcool do que uma Irish
Extra Stout mas com sabores similares. Mais escura (preta) do
que uma English Porter (castanha).
Características vitais: OG: 1.036 – 1.044
IBUs: 25 – 45 FG: 1.007 – 1.011
SRM: 25 – 40 ABV: 4.0 – 4.5%
Exemplos comerciais: Beamish Irish Stout, Guinness
Draught, Harpoon Boston Irish Stout, Murphy's Irish Stout,
O’Hara’s Irish Stout, Porterhouse Wrasslers 4X
Etiquetas: álcool-standard, cor-escura, fermentação-alta,
ilhas-britânicas, estilo-tradicional, família-stout, amargo,
torrado
15C. Irish Extra Stout
Stout Irlandesa Extra
Impressão geral: Uma cerveja preta encorpada com um
pronunciado sabor torrado, muitas vezes semelhante a café e
chocolate escuro, com alguma complexidade a malte. O
equilíbrio pode variar de moderadamente agridoce a amargo,
com as versões mais equilibradas possuindo riqueza a malte até
moderada e as versões amargas sendo bastante secas.
Aroma: Aroma a café moderado a moderadamente alto,
frequentemente com notas secundárias de chocolate amargo,
cacau, biscoito, baunilha e/ou cereal torrado. Ésteres de médio-
baixo a nenhum. Aroma de lúpulo de baixo a nenhum, podendo
ser levemente terroso ou a especiarias, mas normalmente está
ausente. O malte e torrado dominam o aroma.
Aparência: Preto intenso. Opaco. É característica uma espuma
espessa, cremosa e bronzeada.
16. DARK BRITISH BEER
Cerveja Britânica Escura
Esta categoria contém stouts britânicas e irlandesas modernas, de médias a fortes, de amargas a doces, que originaram na Inglaterra,
embora algumas estejam agora mais amplamente associadas à Irlanda. Neste caso, "britânico" significa as ilhas britânicas de forma
mais alargada e não a Grã-Bretanha.
34 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Sabor: Sabor a cereal torrado-escuro ou a malte, moderado a
moderadamente alto, com amargor de lúpulo médio a médio-
alto. O final pode ser seco e semelhante a café, a moderadamente
equilibrado com caramelo moderado ou doce a malte.
Normalmente possui sabores semelhantes aos do café torrado,
mas também costuma ter um carácter de chocolate amargo no
paladar, durando até ao final. Estão frequentemente presentes
sabores em segundo-plano a mocha, biscoito ou baunilha,
adicionando complexidade. Frutado de médio-baixo a nenhum.
Sabor a lúpulo de médio a nenhum (frequentemente terroso ou
a especiarias). O nível de amargor é algo variável, assim como o
caráter torrado e a sensação seca do final; deve-se permitir uma
interpretação alargada por parte dos cervejeiros.
Sensação na boca: Corpo médio a encorpado, com um
carácter algo cremoso. Carbonatação moderada. Muito suave.
Pode ter uma leve adstringência dos cereais torrados, embora
aspereza seja indesejável. Pode ser detectado um carácter
ligeiramente quente.
Comentários: Tradicionalmente um produto engarrafado. Os
consumidores esperam que uma stout sempre tenha uma cor
preta; a intensidade do sabor de tudo o que a torna preta é o que
os consumidores esperam da sua cerveja. Nem todas as
cervejeiras produzem uma versão seca e torrada típica da
Guinness; uma versão mais equilibrada e achocolatada é
igualmente aceitável.
História: As mesmas raízes da Irish Stout, mas como um
produto com mais álcool. A Guinness Extra Stout (Extra
Superior Porter, mais tarde Double Stout) foi fabricada pela
primeira vez em 1821 e era principalmente um produto
engarrafado. Descrita pela Guinness como uma “cerveja mais
encorpada, com um amargor torrado característico mais
profundo e uma textura rica e madura. De todos os tipos de
Guinness disponíveis hoje, este é o mais próximo da porter
originalmente fabricada por Arthur Guinness. ” De notar que
nos tempos modernos, a Guinness Extra Stout tem diferentes
teores alcoólicos em diferentes regiões; a versão europeia está
em torno de 4,2%, encaixando-se no estilo Irish Stout.
Ingredientes característicos: Similar à Irish Stout.
Comparação de estilos: A meio caminho entre uma Irish
Stout e uma Foreign Extra Stout no que toca ao álcool e
intensidade de sabor, embora com um equilíbrio semelhante.
Mais corpo, riqueza e, muitas vezes, complexidade de malte do
que uma Irish Stout. De cor preta e não castanho como uma
porter.
Características vitais: OG: 1.052 – 1.062
IBUs: 35 – 50 FG: 1.010 – 1.014
SRM: 25 – 40 ABV: 5.5 – 6.5%
Exemplos comerciais: Guinness Extra Stout (US version),
O’Hara’s Leann Folláin, Sheaf Stout
Etiquetas: álcool-elevado, cor-escura, fermentação-alta, ilhas-
britânicas, estilo-tradicional, família-stout, amargo, torrado
16A. Sweet Stout
Stout Doce
Impressão geral: Uma ale muito escura, doce, encorpada e
ligeiramente torrada, que pode sugerir café com creme ou café
expresso com açúcar.
Aroma: Aroma suave a cereal torrado, por vezes com notas a
café e/ou chocolate. Muitas vezes existe uma impressão de
doçura a natas. O frutado pode ser baixo a moderadamente alto.
Diacetilo baixo a nenhum. Aroma a lúpulo de baixo a nenhum,
com notas florais ou terrosas.
Aparência: De cor castanho muito escuro a preto. Pode ser
opaca (caso contrário, deve ser transparente). Espuma cremosa,
de cor bronzeada a castanho.
Sabor: A impressão de cereal torrado escuro/malte com
sabores a café e/ou chocolate dominam o paladar. O amargor do
lúpulo é moderado. A doçura média a alta, proporciona um
contraponto ao carácter torrado e ao amargor do lúpulo, e dura
até ao final. Ésteres frutados de baixo a moderado. Diacetilo
baixo a nenhum. O equilíbrio entre cereal/maltes escuros e a
doçura pode variar, de bastante doce a moderadamente seco e
um pouco torrado.
Sensação na boca: Corpo médio-alto a alto/encorpado e
cremoso. Carbonatação de baixa a moderada. A doçura residual
elevada de açúcares não fermentados, aumenta a sensação
encorpada na boca.
Comentários: A densidade é baixa na Inglaterra, maior nos
produtos exportados e nos EUA. Existem variações, sendo o
nível de doçura residual, a intensidade do carácter do torrado e
o equilíbrio entre os dois, são as variáveis mais sujeitas a
interpretação. Algumas versões na Inglaterra são muito doces
(baixa atenuação) e também baixas em teor alcoólico (a
Tennent’s Sweetheart Stout contém 2%), mas é um valor atípico
em comparação com os outros exemplos. Estas diretrizes
descrevem principalmente as versões de exportação de maior
densidade e mais equilibradas, do que as versões com baixo teor
de álcool e muito doces, que muita gente acha difícil de beber.
História: Um estilo inglês de stout desenvolvido no início do
século XX. Historicamente conhecido como “Milk” (leite) ou
“Cream” (natas) Stouts, legalmente esta designação já não é
permitida na Inglaterra (mas é aceitável noutros lugares). O
nome “leite” é derivado do uso de lactose, ou o açúcar do leite,
como adoçante. Originalmente comercializada como uma
bebida tonificante para inválidos e mães em amamentação.
Ingredientes característicos: A doçura na maioria das
Sweet Stouts vem de um nível de amargor mais baixo do que a
maioria das outras stouts, e de uma alta percentagem de
dextrinas não fermentáveis. Lactose, um açúcar não
fermentável, é frequentemente adicionado para fornecer doçura
residual adicional. Base de malte claro, podendo ser usada
cevada torrada, malte preto, malte chocolate, malte cristal e
adjuvantes como milho ou açúcares cervejeiros.
Comparação de estilos: Muito mais doce e menos amarga do
que outras stouts (excepto a mais forte tropical stout). O
caráter torrado é suave e não queimado como noutras stouts.
Algo semelhante em equilíbrio às stouts de aveia, embora com
mais doçura.
Características vitais: OG: 1.044 – 1.060
IBUs: 20 – 40 FG: 1.012 – 1.024
SRM: 30 – 40 ABV: 4.0 – 6.0%
Exemplos comerciais: Bristol Beer Factory Milk Stout, Left
Hand Milk Stout, Lancaster Milk Stout, Mackeson's XXX Stout,
Marston’s Oyster Stout, Samuel Adams Cream Stout
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Etiquetas: álcool-standard, cor-escura, fermentação-alta,
ilhas-britânicas, estilo-tradicional, família-stout, maltado,
torrado, doce
16B. Oatmeal Stout
Stout de Aveia
Impressão geral: Uma ale maltada muito escura, encorpada,
torrada e com um sabor complementar a aveia. A doçura,
equilíbrio e impressão de aveia podem variar
consideravelmente.
Aroma: Aromas suaves a cereais torrados, geralmente com
carácter de café. Uma leve doçura maltada pode sugerir uma
impressão a café com natas. O frutado deve ser baixo a médio-
alto. Diacetilo médio-baixo a nenhum. Aroma a lúpulo de
médio-baixo a nenhum, terroso ou floral. Um leve aroma de
aveia com cereais e frutos secos de casca rija (nozes, avelãs) é
opcional.
Aparência: De cor castanho médio a preta. Espuma espessa,
cremosa e persistente, de cor bronzeada a castanho. Pode ser
opaca (se não o for, deve ser límpida).
Sabor: Semelhante ao aroma, com sabor suave a café torrado
que pode ir a café com natas, e frutados de baixo a
moderadamente altos. Aveia e cereais torrados escuros
fornecem alguma complexidade de sabor; a aveia pode adicionar
um sabor a frutos secos de casca rija (nozes, avelãs), cereais ou
terroso. Os cereais escuros podem combinar com a doçura do
malte para dar a impressão de chocolate de leite ou café com
natas. Amargor de lúpulo médio com equilíbrio para o malte.
Final meio-doce a meio-seco. Diacetilo médio-baixo a nenhum.
Sabor a lúpulo de médio-baixo a nenhum, tipicamente terroso
ou floral.
Sensação na boca: De corpo médio a encorpada, com uma
sensação lisa, sedosa, aveludada, às vezes quase oleosa, da aveia.
Cremosa. Carbonatação média a média-alta.
Comentários: Geralmente entre Sweet e Irish Stouts na
doçura. Existem variações que vão de bastante doce a bastante
secas, bem como versões inglesas e americanas (as versões
americanas tendem a ser mais lupuladas, menos doces e menos
frutadas). O nível de amargor também varia, assim como a
impressão da aveia. O uso de farinha de aveia em muito pouca
quantidade pode providenciar ao corpo uma certa sensação de
seda bem como riqueza de sabor, enquanto o uso pesado de
farinha de aveia pode ter um sabor bastante intenso, com uma
sensação na boca quase oleosa, final seco e leve adstringência a
cereal. Ao avaliar, devem ser permitidas diferenças de
interpretação.
História: Uma variante de stouts nutritivas ou para inválidos,
do final dos anos 1800 que usava aveia na carga de cereal,
semelhante ao desenvolvimento da sweet stout que usava
lactose. Uma versão escocesa original usava uma quantidade
significativa de malte de aveia. Mais tarde, passou por uma fase
sombria, em que alguns cervejeiros ingleses adicionavam um
punhado de aveia nas suas stouts do método parti-gyle (onde
tipicamente duas cervejas são produzidas da mesma sessão de
brassagem), para produzir legalmente uma Stout de aveia
"saudável" com fins de marketing. Mais popular na Inglaterra
entre as Guerras Mundiais, este estilo foi ressuscitado na era da
cerveja artesanal com fins de exportação, o que ajudou a levar à
sua adopção como um estilo de cerveja artesanal americano
moderno e popular, que usa uma quantidade perceptível (e não
simbólica) de aveia.
35
Ingredientes característicos: Maltes pale, caramelo e
torrados (geralmente chocolate) e cereais. Farinha de aveia ou
aveia maltada (5-20% ou mais) é usada para aumentar a
grandeza do corpo e a complexidade do sabor. Lúpulo
principalmente para amargor. Pode usar açúcares ou caldas
açucaradas cervejeiras. Levedura ale inglesa.
Comparação de estilos: A maioria define-se como um
cruzamento entre uma Irish Extra Stout e uma Sweet Stout,
com aveia adicionada. Existem diversas variações, com as
versões mais doces mais parecidas com uma Sweet Stout com
aveia em vez de lactose, e as versões mais secas mais parecidas
com uma Irish Extra Stout mais saborosa e com frutos secos
de casca rija (nozes/avelãs). Ambos tendem a destacar o corpo e
a sensação na boca.
Características vitais: OG: 1.045 – 1.065
IBUs: 25 – 40 FG: 1.010 – 1.018
SRM: 22 – 40 ABV: 4.2 – 5.9%
Exemplos comerciais: Anderson Valley Barney Flats
Oatmeal Stout, Broughton Scottish Oatmeal Stout, Figueroa
Mountain Stagecoach Stout, St-Ambroise Oatmeal Stout,
Samuel Smith Oatmeal Stout, Young's Oatmeal Stout
Etiquetas: álcool-standard, cor-escura, fermentação-alta,
ilhas-britânicas, estilo-tradicional, família-stout, equilibrado,
torrado
16C. Tropical Stout
Stout Tropical
Impressão geral: Uma ale muito escura, doce, frutada,
moderadamente forte em álcool e com sabores suaves a torrado,
mas sem notas queimadas severas.
Aroma: Doçura evidente, de intensidade moderada a alta.
Aromas a cereal torrado de moderado a alto, podendo
apresentar notas de café ou chocolate. Frutado médio a alto.
Pode conter melaço, alcaçuz, frutas secas e/ou aromas vínicos.
As versões mais fortes podem ter um aroma subtil e limpo a
álcool. Aroma a lúpulo de baixo a nenhum. Diacetilo baixo a
nenhum.
Aparência: De cor castanho muito intenso a preto. A limpidez
está geralmente ocultada pelas cores intensas (se não for opaca,
deve ser limpa). Espuma em grande quantidade, de bronzeado a
castanho, com boa retenção.
Sabor: Bastante doce, com sabores suaves a cereais escuros e
amargor contido. O carácter a cereais e malte torrados pode ser
moderado a alto com um sabor suave de café ou chocolate,
embora o carácter torrado seja controlado no equilíbrio, pelo
final doce. Ésteres frutados de moderado a alto. Pode ter uma
qualidade doce, semelhante ao rum escuro. Pouco ou nenhum
sabor a lúpulo. Diacetilo médio-baixo a nenhum.
Sensação na boca: Corpo médio a encorpado, geralmente
com um carácter suave e cremoso. Pode dar uma sensação de
calor reconfortante (mas nunca quente) devido à presença de
álcool. Carbonatação moderada a moderadamente alta.
Comentários: Os níveis de doçura podem variar
significativamente. Surpreendentemente refrescante num clima
quente.
História: Originalmente, são as stouts de alta densidade
fabricadas para mercados tropicais. Tornaram-se populares e
foram imitadas pelos cervejeiros locais, muitas vezes usando
açúcares e ingredientes locais.
Ingredientes característicos: Semelhante a uma sweet
stout, mas com mais densidade. Maltes e cereais torrados claros
e escuros. Lúpulo principalmente para amargor. Pode usar
36 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
adjuvantes e açúcar para aumentar a densidade. Normalmente
feita com levedura lager fermentada a quente.
Comparação de estilos: Sabe a uma sweet stout ampliada,
com frutado mais elevado. Semelhante a algumas Imperial
Stouts sem o amargor elevado, o torrado forte/queimado e o
lúpulo de final de fervura, e com menor teor de álcool. Muito
mais doce e menos lupulada do que as American Stouts.
Muito mais doce e menos amarga do que as Export Stouts de
densidade semelhante.
Características vitais: OG: 1.056 – 1.075
IBUs: 30 – 50 FG: 1.010 – 1.018
SRM: 30 – 40 ABV: 5.5 – 8.0%
Exemplos comerciais: ABC Extra Stout, Dragon Stout,
Jamaica Stout, Lion Stout, Royal Extra Stout
Etiquetas: álcool-elevado, cor-escura, fermentação-alta, ilhas-
britânicas, estilo-tradicional, família-stout, maltado, torrado,
doce
16D. Foreign Extra Stout
Stout Extra Estrangeira
Impressão geral: Uma stout muito escura, moderadamente
forte, bastante seca, com sabores torrados proeminentes.
Aroma: Aromas de moderado a alto a cereais torrados,
frequentemente com notas a café, chocolate e/ou levemente
queimado. Frutado de baixo a médio. Pode ter um aroma doce,
ou melaço, alcaçuz, frutas secas e/ou aromas vínicos. As versões
mais fortes podem ter um aroma subtil e limpo a álcool. O aroma
a lúpulo é moderadamente baixo a nenhum, podendo ser
terroso, herbáceo ou floral. Diacetilo baixo a nenhum.
Aparência: De cor castanho muito intenso a preto. A limpidez
está geralmente ocultada pelas cores intensas (se não for opaca,
deve ser limpa). Espuma em grande quantidade, de bronzeado a
castanho, com boa retenção.
Sabor: Sabor moderado a alto a cereais e malte torrado, com
carácter a café, chocolate ou cereais levemente queimados,
embora sem serem acutilantes. Moderadamente seco. Ésteres de
baixo a médio. Amargor de médio a alto. Sabor a lúpulo de
moderado a nenhum, podendo ser terroso, herbáceo ou floral.
Diacetilo médio-baixo a nenhum.
Sensação na boca: De corpo médio a encorpada, geralmente
com um carácter suave e às vezes cremoso. Pode dar uma
impressão de calor reconfortante (mas nunca quente) devido à
presença de álcool. Carbonatação moderada a moderadamente
alta.
Comentários: Também conhecida como Foreign Stout, Export
Stout, Foreign Export Stout. As versões históricas (antes da
Primeira Guerra Mundial, pelo menos) tinham a mesma
densidade inicial que as Extra Stouts domésticas, mas tinham
um teor alcoólico mais elevado porque tinha uma longa
fermentação secundária com Brettanomyces. A diferença entre
as versões domésticas e estrangeiras foram a lupulagem e a
duração da maturação.
História: Stouts mais fortes fabricadas para o mercado de
exportação na actualidade, mas com uma história que remonta
aos séculos 18 e 19, quando eram versões mais altamente
lupuladas das stouts de exportação mais fortes. Guinness
Foreign Extra Stout (originalmente, West India Porter, mais
tarde Foreign Extra Double Stout) foi fabricada pela primeira
vez em 1801 de acordo com a Guinness com “lúpulo extra para
lhe dar um sabor distinto e uma vida útil mais longa em clima
quente, é fabricada [hoje] na África, Ásia e Caribe. [Atualmente]
representa 40% de toda a cerveja Guinness produzida em todo o
mundo.”
Ingredientes característicos: Maltes e cereais torrados
claros e escuros, historicamente também poderiam ter usado
maltes brown e amber. Lúpulo principalmente para amargor, de
variedades tipicamente inglesas. Pode usar adjuntos e açúcar
para aumentar a densidade.
Comparação de estilos: Semelhante em equilíbrio a uma
Irish Extra Stout, mas com mais álcool. Não é tão grande ou
intensa quanto uma Russian Imperial Stout. Sem o forte
amargor e a alta lupulagem final das American Stouts.
17. STRONG BRITISH ALE
Ale Britânica Forte
Esta categoria contém as cervejas das ilhas Britânicas que são mais fortes e não são torradas.
17A. British Strong Ale
Ale Britânica Forte
Impressão geral: Uma ale de teor alcoólico respeitável,
tradicionalmente maturada em garrafa e em adega. Pode
apresentar uma grande variedade de interpretações, mas a
maioria apresenta intervalos variáveis de riqueza de malte,
lúpulo de aroma e amargor, ésteres frutados e sensação de calor
do álcool. Na avaliação, os juízes devem dar um bom intervalo
no que concerne ao carácter e, desde que a cerveja esteja dentro
do teor alcoólico previsto e tenha um interessante caracter
"Britânico", em principio estará dentro do estilo. Os sabores e
intensidade a malte e adjuntos podem variar imenso, mas
qualquer combinação deve resultar numa experiência de prova
agradável.
Aroma: Malte adocicado com ésteres frutados, muitas das das
vezes com uma mistura complexa a fruta seca, caramelo, frutos
de casca rija (nozes, avelãs), toffee e/ou outros aromas de malte
de especialidade. São aceitáveis algumas notas a álcool, mas não
devem ser "quentes" ou a solvente. Os aromas a lúpulo podem
variar imenso, mas tipicamente possuem notas terrosas, a
resina, fruta e/ou floral. O equilíbrio também pode variar
significativamente, apresentando a maioria dos exemplos uma
mistura de malte, fruta, lúpulo e álcool, em intensidades
variáveis.
Aparência: Cor dourado intenso a castanho-avermelhado
(muitas são bastante escuras). Em geral limpas, embora as
versões escuras possam parecer quase opacas. Espuma
moderada a baixa, de cor creme a bronzeado ligeiro. Retenção
media.
Sabor: Carácter a malte médio a elevado, tipicamente com
sabores ricos a frutos secos de casca rija (nozes/avelãs), toffee
ou caramelo. São por vezes encontradas notas ligeiras a
chocolate em cervejas mais escuras. Pode conter uma
complexidade de sabor interessante, derivada dos açúcares
cervejeiros. O equilíbrio é muitas das vezes a malte, mas podem
ser bem lupuladas o que afecta a impressão a malte. É comum
um nível moderado a ésteres frutados, muitas das vezes com um
carácter a frutos escuros ou secos. O final pode variar de meio-
seco a algo doce. O teor alcoólico deve ser evidente, embora não
avassalador. Diacetilo baixo a nenhum, não sendo geralmente
desejável.
Sensação na boca: Corpo médio a encorpado, quase
"mastigável". A sensação de calor do álcool é muitas vezes
evidente e sempre bem-vinda. Carbonatação baixa a moderada.
Textura suave.
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Densidade semelhante à Tropical Stout, mas com um final
mais seco, maior amargor e menos ésteres.
Características vitais: OG: 1.056 – 1.075
IBUs: 50 – 70 FG: 1.010 – 1.018
SRM: 30 – 40 ABV: 6.3 – 8.0%
Exemplos comerciais: Coopers Best Extra Stout, Guinness
Foreign Extra Stout, The Kernel Export Stout, Ridgeway Foreign
Export Stout, Southwark Old Stout
Etiquetas: álcool-elevado, cor-escura, fermentação-alta, ilhas-
britânicas, estilo-tradicional, família-stout, equilibrado, torrado
Comentários: Mais uma categoria de participação do que um
estilo, onde o teor alcoólico e o carácter dos exemplos podem
variar imenso. Encaixa no espaço de estilos entre as cervejas de
densidade normal (Strong Bitters, Brown Ales, English Porters)
e as Barleywines. Pode incluir cervejas claras maltadas e
lupuladas, versões de Inverno inglesas, Dark Milds mais fortes,
Burton Ales mais leves e outras cervejas únicas com densidade
que não encaixem noutras categorias. Tradicionalmente é um
produto maturado em garrafa e bom para envelhecimento.
História: As suas origens variam, uma vez que esta categoria
reflecte o agrupamento de um conjunto de estilos inferiores,
com produção limitada. Algumas são recriações históricas,
enquanto que outras são modernas. Umas descendem
directamente de estilos mais antigos como as Burton Ales,
enquanto que outras mantêm uma ligação histórica com
cervejas mais antigas. A noção de grupo é relativamente
moderna, uma vez que as cervejas desta categoria de teor
alcoólico não seriam consideradas "anormais" em séculos
passados. Contudo, esta categoria não deve ser usada para
inferir relações históricas entre exemplos; esta é quase uma
categoria moderna britânica de especialidade, onde o atributo
"especial" é o teor alcoólico.
Ingredientes característicos: A carga de cereal varia,
muitas vezes baseada em malte Pale, com maltes Caramel e
outros de especialidade. Alguns exemplos mais escuros podem
sugerir que maltes escuros são apropriados (por exemplo malte
chocolate ou black), embora o seu uso seja muito restrito para
evitar um caracter muito torrado. É comum o uso de adjuntos
açucarados, bem como adjuntos de amido (milho, cevada em
flocos, trigo). Os lúpulos são tradicionalmente Ingleses.
Comparação de estilos: Sobreposição significativa com as
Old Ales no que concerne a densidade, mas não apresentando
o caracter oxidado ou envelhecido. É possível uma gama
alargada de interpretações. Não devem ser tão ricas ou fortes
como as English Barleywine. Mais fortes do que as cervejas
fortes correntes (Strong Bitters, Brown Ales, Porters).
Com mais maltes de especialidade e/ou açúcares do que as
American Strong Ales.
Características vitais: OG: 1.055 – 1.080
IBUs: 30 – 60 FG: 1.015 – 1.022
SRM: 8 – 22 ABV: 5.5 – 8.0%
Exemplos comerciais: Fuller’s 1845, Harvey’s Elizabethan
Ale, J.W. Lees Manchester Star, Samuel Smith’s Winter
Welcome, Young's Winter Warmer
Etiquetas: álcool-elevado, cor-âmbar, fermentação-alta, ilhas-
britânicas, estilo-tradicional, família-strong-ale, maltado
37
17B. Old Ale
Ale Envelhecida
Impressão geral: Uma ale de teor alcoólico moderado a
razoavelmente significativo, maior do que as cervejas padrão,
embora geralmente não tão forte ou rica como a barleywine.
Frequentemente inclinada para um equilíbrio mais maltado.
“Deve ser uma cerveja quente, do tipo que se bebe melhor em
menores quantidades e junto a uma lareira quente, numa noite
fria de inverno” - Michael Jackson.
Aroma: Doce a malte com ésteres frutados, geralmente com
uma mistura complexa de frutas secas, vínico, caramelizado,
melaço, fruta seca de casca rija (nozes, avelãs), toffee, melaço
muito escuro leve e/ou outros aromas a malte de especialidade.
São aceitáveis algumas notas a álcool e oxidação, semelhantes às
encontradas no xerez ou no vinho do Porto. Aromas a lúpulo
geralmente não presentes devido ao envelhecimento
prolongado.
Aparência: Cor âmbar claro a castanho avermelhado muito
escuro (a maioria é bastante escura). O envelhecimento e a
oxidação podem escurecer ainda mais a cerveja. Pode ser quase
opaca (se não, deve ser limpa). Espuma de cor creme a castanho-
claro, moderada a baixa; pode ser adversamente afectada pelo
álcool e idade.
Sabor: Carácter a malte de médio a alto, com uma
complexidade de malte exuberante, geralmente com sabores de
fruta seca de casca rija (nozes, avelãs), caramelo e/ou melaço.
Sabores ligeiros a chocolate ou malte torrado são opcionais, mas
nunca devem ser proeminentes. O equilíbrio costuma ser doce a
malte, mas pode ser bem lupulado (a impressão de amargor
geralmente depende do tempo de envelhecimento). Os ésteres
frutados de intensidade moderada a alta são comuns, e podem
assumir um carácter de frutas secas ou vínico. O final pode
variar de seco a um pouco doce. O envelhecimento prolongado
pode contribuir com sabores a oxidação, semelhantes a um bom
Sherry, Porto ou Madeira. A intensidade do álcool deve ser
evidente, embora não exagerada. Diacetilo baixo a nenhum.
Algumas versões envelhecidas em madeira ou misturadas
(blended) podem ter um caráter láctico ou a Brettanomyces;
mas isto é opcional e não deve ser muito forte. Qualquer acidez
ou presença tanínica derivada da idade, deve estar bem
integrada e contribuir para a complexidade do perfil de sabor.
Não deve ser uma experiência dominante.
Sensação na boca: Corpo médio a encorpada, mastigável,
embora nos exemplos com mais idade possa ser mais baixo
devido à atenuação contínua durante a maturação. O calor do
álcool é frequentemente evidente e sempre bem-vindo.
Carbonatação baixa a moderada, dependendo da idade e da
maturação. Pode haver leve acidez, bem como algum tanino se
envelhecida em madeira; ambos são opcionais.
Comentários: O álcool e o carácter variam bastante. A
qualidade definidora predominante deste estilo é a sensação de
idade, que pode manifestar-se de diferentes formas
(complexidade, lática, Brett, oxidação, couro, qualidades
vínicas, etc.). Mesmo que estas qualidades sejam, de outra
forma, defeitos, se o caráter resultante da cerveja ainda for
agradavelmente bebível e complexo, então estas características
são aceitáveis. De forma alguma estas características permitidas
devem ser interpretadas como fazendo com que uma cerveja
com defeitos e não bebível esteja dentro do estilo. Old Peculier é
um tipo único de cerveja, bastante diferente das outras Old Ales.
História: Historicamente, uma ale envelhecida usada como ale
de armazém para misturar (blend) ou apreciada na sua
plenitude (envelhecida ou armazém refere-se a cervejas que
38 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
foram envelhecidas ou armazenadas por um período
significativo de tempo). Existem pelo menos dois tipos
definitivos na Grã-Bretanha da actualidade: as mais fracas de
pressão, que são semelhantes a uma mild envelhecida, de cerca
de 4,5%; e as mais fortes que costumam ter de 6 a 8% ou mais.
Ingredientes característicos: A composição varia, embora
geralmente semelhante às British Strong Ales. O caracter de
envelhecimento é o maior impulsionador do perfil do estilo
final, que provém mais do seu manuseamento do que do seu
fabrico. Pode ser envelhecida em madeira, mas não deve ter um
carácter forte a madeira.
Comparação de estilos: Sobrepondo aproximadamente com
a British Strong Ale e a extremidade inferior dos estilos
English Barleywine, mas sempre com uma qualidade
envelhecida. A distinção entre uma Old Ale e uma Barleywine
é um tanto arbitrária acima de 7% ABV, e geralmente significa
ter uma qualidade envelhecida mais significativa
(particularmente da madeira). As Barleywine tendem a
desenvolver uma qualidade mais "madura", enquanto que as
Old Ales podem demonstrar mais qualidades de barril (láctico,
Brett, vínico, etc.).
Características vitais: OG: 1.055 – 1.088
IBUs: 30 – 60 FG: 1.015 – 1.022
SRM: 10 – 22 ABV: 5.5 – 9.0%
Exemplos comerciais: Burton Bridge Olde Expensive, Gale’s
Prize Old Ale, Greene King Strong Suffolk Ale, Marston Owd
Roger, Theakston Old Peculier
Etiquetas: álcool-elevado, cor-âmbar, fermentação-alta, ilhas-
britânicas, estilo-tradicional, família-strong-ale, maltado,
envelhecida
17C. Wee Heavy
Impressão geral: Ricas, maltadas, dextrinosas e geralmente
doces a caramelo, estas cervejas podem dar uma impressão que
sugere uma sobremesa. Os sabores secundários complexos de
malte e álcool impedem uma qualidade unidimensional. O
álcool e presença de malte podem variar, mas não devem ser
enjoativos ou a xarope.
Aroma: Profundamente maltado, com forte componente a
caramelo. Alguns aromas secundários, levemente fumados,
também podem estar presentes, adicionando complexidade;
fumo a turfa é inadequado. O diacetilo deve ser baixo a nenhum.
Ésteres e álcool de baixo a moderados estão frequentemente
presentes nas versões mais fortes. Os lúpulos vão de muito baixo
a nulo e podem ser ligeiramente terrosos ou florais.
Aparência: Cor cobre claro a castanho-escuro, frequentemente
com reflexos rubi intensos. Limpa. Geralmente possui espuma
abundante de cor bronzeada, que pode não persistir. A formação
de “pernas” pode ser evidente nas versões mais fortes.
Sabor: Ricamente maltado com caramelo significativo
(particularmente nas versões mais fortes). Sugestões a malte
torrado podem estar presentes (às vezes percebido como um
leve carácter a fumo), assim como algum carácter a frutos secos
de casca rija (nozes, avelãs), que podem durar até ao final. Fumo
a turfa é inadequado. Os sabores e amargor do lúpulo são de
baixo a médio-baixo, pelo que a presença do malte deve dominar
no equilíbrio. O diacetilo deve ser baixo a nenhum. Ésteres e
álcool baixos a moderados estão geralmente presentes. Os
ésteres podem sugerir ameixas, passas ou frutas secas. O palato
é geralmente encorpado e doce, mas o final pode ser doce a
meio-seco, às vezes com uma leve nota torrada e a cereal.
Sensação na boca: Corpo médio-encorpado a encorpado, em
que algumas versões (mas não todas) possuem uma viscosidade
espessa e mastigável. Está geralmente presente um calor suave
e alcoólico, sendo bem-vindo, pois equilibra a doçura maltada.
Carbonatação moderada.
Comentários: Também conhecida como "ale escocesa forte
(strong scotch ale)". O termo "wee heavy" significa "pequena
forte" e remete à cerveja que tornou o termo famoso, Fowler’s
Wee Heavy, uma 12 Guinea Ale. Historicamente, a cerveja mais
forte de uma ale escocesa produzida pelo método parti-gyle
(onde tipicamente duas cervejas são produzidas da mesma
sessão de brassagem).
História: Mais relacionada com as cervejas históricas do que
com as modernas cervejas escocesas de menor teor alcoolico,
estas cervejas têm as suas raízes nas ales fortes dos anos 1700 e
1800, embora as formulações e métodos tenham mudado. É um
produto premium, geralmente produzido para exportação. As
versões modernas possuem densidade iniciais e finais mais
baixas do que seus ancestrais históricos.
Ingredientes característicos: Malte pale bem modificado,
com cevada torrada para dar cor. Pode usar um pouco de malte
cristal para ajuste de cor. Pode estar presente um leve carácter
fumado nalgumas versões, mas deriva de cereais torrados ou da
fervura. Malte fumado com turfa não é de todo tradicional.
Comparação de estilos: Algo semelhante a uma English
Barleywine.
Características vitais: OG: 1.070 – 1.130
IBUs: 17 – 35 FG: 1.018 – 1.040
SRM: 14 – 25 ABV: 6.5 – 10.0%
Exemplos comerciais: Belhaven Wee Heavy, Gordon
Highland Scotch Ale, Inveralmond Blackfriar, McEwan's Scotch
Ale, Orkney Skull Splitter, Traquair House Ale
Etiquetas: álcool-elevado, cor-âmbar, fermentação-alta, ilhas-
britânicas, estilo-tradicional, família-strong-ale, maltado
17D. English Barleywine
Vinho de cevada inglês
Impressão geral: Uma demonstração de malte opulento e
sabores complexos e intensos. Mastigável e rica em corpo, com
álcool que aquece e uma agradável nota frutada ou a lúpulo.
Quando envelhecida, pode assumir sabores semelhantes aos de
vinho do Porto. Uma cerveja para ser sorvida aos poucos no
inverno.
Aroma: Muito rica e fortemente maltada, frequentemente com
um aroma semelhante a caramelo nas versões mais escuras, ou
um leve carácter a toffee nas versões mais claras. Pode ter um
sabor frutado de moderado a forte, geralmente com carácter de
frutas escuras ou secas, principalmente nas versões escuras. O
aroma a lúpulo pode variar de suave a assertivo e é tipicamente
floral, terroso ou semelhante a marmelada. Os aromas do álcool
podem ser baixos a moderados, mas são suaves e arredondados.
A intensidade destes aromas geralmente diminui com a idade. O
aroma pode ter um carácter rico, incluindo notas de pão,
tostado, toffee e/ou melaço. As versões envelhecidas podem ter
uma qualidade semelhante ao xerez, possivelmente vínico ou
aromas a Porto e, geralmente, aromas mais suaves a malte.
Aparência: A cor pode variar de ouro intenso a âmbar muito
escuro ou até mesmo castanho-escuro (geralmente possui
reflexos rubi, mas não deve ser opaca). Espuma esbranquiçada
de baixa a moderada; pode ter baixa retenção de espuma. Pode
ser turva com turvação do frio em temperaturas mais baixas,
mas geralmente muda para uma claridade boa a brilhante à
medida que aquece. A cor pode parecer ter grande
profundidade, como se vista através de uma lente espessa de
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
vidro. O álcool e a viscosidade elevada podem ser visíveis nas
"pernas" quando a cerveja é agitada no copo.
Sabor: Sabores a malte fortes, intensos, complexos e
multifacetados, variando de pão, toffee e biscoitos nas versões
mais claras, até fruta seca de casca rija (nozes, avelãs), tostado
intenso, caramelo escuro e/ou melaço, nas versões mais escuras.
Doçura maltada de moderada a alta no palato, embora o final
possa ser moderadamente doce a moderadamente seco
(dependendo do envelhecimento). Alguns sabores oxidativos ou
vínicos podem estar presentes e, frequentemente, devem ser
evidentes sabores complexos a álcool. Frutado moderado a
bastante alto, geralmente com carácter de fruta escura ou seca.
O amargor do lúpulo pode variar desde apenas o suficiente para
o equilíbrio até uma presença firme; o equilíbrio, portanto, varia
de maltado a um tanto amargo. As versões claras costumam ser
mais amargas, melhor atenuadas e podem mostrar mais carácter
de lúpulo do que as versões mais escuras; no entanto, todas as
versões são maltadas no equilíbrio. Sabor a lúpulo de variedades
inglesas, de baixo a moderadamente alto, muitas vezes floral,
terroso ou parecido com marmelada.
Sensação na boca: Encorpada e “mastigável”, com uma
textura aveludada e luxuriante (embora o corpo possa declinar
com um longo envelhecimento). Deve estar presente um calor
suave a álcool envelhecido. A carbonatação pode ser baixa a
moderada, dependendo da idade e do envelhecimento.
Comentários: A mais rica e forte das Ales inglesas modernas.
O carácter destas cervejas pode mudar significativamente com o
tempo; tanto as versões novas como as antigas devem ser
apreciadas pelo que são. O perfil do malte pode variar bastante;
nem todos os exemplos terão todos os sabores ou aromas
possíveis. As variedades mais claras não terão os sabores a
caramelo e malte mais ricos, nem terão os frutos secos mais
escuros - não esperar sabores e aromas que são impossíveis
numa cerveja desta cor. Normalmente escrita como "Barley
Wine" no Reino Unido e "Barleywine" nos EUA.
História: Cervejas fortes de várias formulações são produzidas
há muito tempo na Inglaterra e são conhecidas por vários
nomes. A barleywine moderna remonta à Bass No. 1, que foi
chamada pela primeira vez de barleywine em 1872. As
barleywines eram cervejas mais escuras até que a Tennant
(agora Whitbread) produziu em 1951 a Gold Label, uma
barleywine dourada. Normalmente é a cerveja mais forte
oferecida por um cervejeira e, nos últimos anos, muitos
exemplos comerciais são agora vendidos como vintage e uma
especialidade sazonal de inverno, de lançamento limitado. Este
é o estilo original de barleywine que inspirou variações
derivantes na Bélgica, nos Estados Unidos e noutras partes do
mundo.
Ingredientes característicos: Malte pale de alta qualidade e
bem modificado deve formar a espinha dorsal da carga de cereal,
com quantidades criteriosas de maltes caramel. Os maltes
escuros devem ser usados com grande moderação, se de todo, já
que a maior parte da cor surge de uma fervura prolongada. São
típicos lúpulos ingleses como Northdown, Target, East Kent
Goldings e Fuggles. Levedura britânica com carácter.
Comparação de estilos: Embora geralmente uma cerveja
com lúpulo, a English Barleywine dá menos ênfase ao caráter
do lúpulo do que a American Barleywine e apresenta lúpulo
inglês. As versões inglesas podem ser mais escuras, maltadas,
frutadas e apresentam sabores especiais a malte mais rico do
que as Barleywines Americanas. Tem alguma sobreposição
de British Old Ale no extremo inferior, mas geralmente não
tem as qualidades vínicas do envelhecimento; em vez disso,
tende a exibir os sinais maduros e elegantes da idade.
39
Características vitais: OG: 1.080 – 1.120
IBUs: 35 – 70 FG: 1.018 – 1.030
SRM: 8 – 22 ABV: 8.0 – 12.0%
Exemplos comerciais: Adnams Tally-Ho, Burton Bridge
Thomas Sykes Old Ale, Coniston No. 9 Barley Wine, Fuller’s
18. PALE AMERICAN ALE
Ale Americana Clara
Esta categoria contém cervejas americanas modernas de teor alcoólico médio e cor clara, sendo moderadamente maltadas a
moderadamente amargas.
18A. Blonde Ale
Ale loira
Impressão geral: Cerveja artesanal americana, fácil de beber,
acessível e orientada para o malte, frequentemente com notas
interessantes a frutas, lúpulo ou malte com carácter. Bem
equilibrada e limpa, é uma cerveja refrescante sem sabores
agressivos.
Aroma: Aroma maltado doce de leve a moderado,
possivelmente com uma leve nota a pão ou caramelo. Frutado de
baixo a moderado é opcional, mas aceitável. Pode ter um aroma
a lúpulo de baixo a médio e pode refletir quase qualquer
variedade de lúpulo, embora notas cítricas, florais, frutadas e a
especiarias sejam as mais comuns.
Aparência: De cor amarelo-claro a dourado profundo. Limpa
a brilhante. Espuma branca de baixa a média, com boa retenção.
Sabor: Doçura inicial suave a malte, mas também pode estar
presente, opcionalmente, algum sabor leve a malte (por
exemplo, pão, tostado, biscoito, trigo). Sabores a caramelo
normalmente ausentes; se presentes, são tipicamente notas a
caramelo claro. Ésteres frutados, de baixo a médio, são
opcionais, mas são bem-vindos. Sabor a lúpulo de leve a
moderado (qualquer variedade), mas não deve ser
excessivamente agressivo. Amargor de médio-baixo a médio,
sendo o equilíbrio normalmente para o malte ou mesmo entre
malte e lúpulo. Termina meio-seco a levemente doce a malte; a
impressão de doçura é frequentemente uma expressão de
amargor baixo do que realmente de uma doçura residual.
Sensação na boca: Corpo de médio-leve a médio.
Carbonatação média a alta. Suave sem ser pesada.
Comentários: A alternativa dos Brewpub às lagers americanas
padrão, normalmente oferecida como uma cerveja artesanal de
entrada de gama.
História: Um estilo de cerveja artesanal americana produzida
por muitas microcervejeiras e cervejeiras, principalmente
aquelas que não podem produzir lagers. Existem variações
regionais (muitos exemplos de cervejeiras da Costa Oeste dos
EUA são mais assertivos, mais como as pale ales), mas na
maioria das regiões, esta cerveja é desenvolvida como a cerveja
menos desafiadora do seu alinhamento.
Ingredientes característicos: Geralmente apenas malte,
mas pode incluir até 25% de malte de trigo e alguns aditivos de
açúcar. Pode ser usada qualquer variedade de lúpulo. Levedura
americana limpa, inglesa levemente frutada ou de Kölsch.
Também pode ser feita com levedura lager, ou maturada a frio.
Algumas versões podem ter mel, especiarias e/ou frutas
adicionadas, mas se algum destes ingredientes for mais forte do
que apenas um sabor de fundo, estas cervejas devem antes ser
inseridas nas categorias de especialidade respectivas.
40 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Golden Pride, J.W. Lee’s Vintage Harvest Ale, Robinson’s Old
Tom
Etiquetas: álcool-muito-elevado, cor-âmbar, fermentação-
alta, ilhas-britânicas, estilo-tradicional, família-strong-ale,
maltado
Comparação de estilos: Normalmente tem mais sabor do
que as American Lagers e Cream Ales. Menos amargor do
que uma American Pale Ale.
Características vitais: OG: 1.038 – 1.054
IBUs: 15 – 28 FG: 1.008 – 1.013
SRM: 3 – 6 ABV: 3.8 – 5.5%
Exemplos comerciais: Kona Big Wave Golden Ale, Pelican
Kiwanda Cream Ale, Russian River Aud Blonde, Victory
Summer Love, Widmer Citra Summer Blonde Brew
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, qualquer-fermentação,
américa-norte, estilo-artesanal, família-pale-ale, equilibrado
18B. American Pale Ale
Ale clara americana
Impressão geral: Uma ale clara, refrescante e lupulada, mas
com suficiente malte de suporte para tornar a cerveja
equilibrada e bebível. A presença clara de lúpulo pode refletir
variedades clássicas ou modernas de lúpulo americano ou do
Novo Mundo, com uma ampla gama de características. É uma
cerveja artesanal americana clara com ênfase no lúpulo, de teor
médio de álcool, geralmente equilibrada para ser mais acessível
do que as IPAs americanas modernas.
Aroma: Aroma a lúpulo moderado a forte, de variedades de
lúpulo americano ou do Novo Mundo com uma ampla gama de
características possíveis, incluindo frutas cítricas, floral, pinho,
resinoso, especiarias, frutas tropicais, frutas de caroço, bagas ou
melão. Nenhuma destas características específicas é necessária,
mas o lúpulo deve ser aparente. O malte, de baixo a moderado,
apoia a apresentação do lúpulo e pode, opcionalmente, mostrar
pequenas quantidades de carácter de malte especial (pão,
tostado, biscoito, caramelo). Os ésteres frutados variam de
moderado a nenhum. Dry-hopping (se usado) pode adicionar
notas a relva, embora este caracter não deva ser excessivo.
Aparência: De dourado claro a âmbar claro. Espuma
moderadamente grande, branca a branco-sujo, com boa
retenção. Geralmente bastante limpa, embora as versões dry-
hopped possam ser ligeiramente turvas.
Sabor: Sabor a lúpulo de moderado a alto, tipicamente
demostrando um carácter de lúpulo americano ou do Novo
Mundo (cítrico, floral, pinho, resinoso, especiarias, frutas
tropicais, frutas de caroço, bagas, melão, etc.) O carácter limpo
a cereal de malte, de baixo a moderado, apoia a apresentação do
lúpulo e pode, opcionalmente, mostrar pequenas quantidades
de carácter de malte especial (pão, tostado, biscoito). O
equilíbrio é tipicamente pendente para o lúpulo final de fervura
e amargor, mas a presença do malte deve ser favorável e não
distrair. Sabores a caramelo muitas vezes estão ausentes ou
bastante contidos (mas são aceitáveis, desde que não entrem em
conflito com o lúpulo). Ésteres frutados da levedura podem ser
moderados a nenhum, embora muitas variedades de lúpulo
sejam bastante frutadas. Amargor de lúpulo de moderado a alto,
com final de médio a seco. O sabor e o amargor do lúpulo
geralmente perduram no final, mas o gosto residual geralmente
deve ser limpo e não forte. Dry-hopping (se usado) pode
adicionar notas a relva, embora este caracter não deva ser
excessivo.
Sensação na boca: Corpo de médio-leve a médio.
Carbonatação moderada a alta. Final em geral suave, sem
adstringência ou aspereza.
Comentários: Novas variedades de lúpulo e métodos de uso
continuam a ser desenvolvidos. Os juízes devem levar em
consideração as características dos lúpulos modernos neste
estilo, bem como as variedades clássicas. Está a tornar-se mais
num estilo artesanal internacional, com adaptações locais que
aparecem em muitos países com um mercado emergente de
cerveja artesanal. Os estilos de lupulagem podem variar, desde
a adição clássica de grande amargor, até exemplos mais
modernos com uma explosão de lúpulo de final de fervura; todas
as variações são permitidas.
História: Uma adaptação da pale ale inglesa, da era moderna
da cerveja artesanal americana, reflectindo ingredientes
indígenas (lúpulo, malte, levedura e água). Antes da explosão de
popularidade das IPAs, era tradicionalmente a mais conhecida e
popular das cervejas artesanais americanas.
Ingredientes característicos: Malte pale ale, tipicamente
norte-americano de duas fiadas. Lúpulos americanos ou do
Novo Mundo, com uma ampla gama de características
permitidas. Levedura ale americana ou inglesa (neutra a
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
levemente frutada). Cereais de especialidade podem adicionar
carácter e complexidade, mas geralmente constituem uma
porção relativamente pequena da carga de cereal. Cereais que
adicionam sabor e riqueza a malte, ligeira doçura e notas
tostadas ou a pão, são frequentemente usados (juntamente com
lúpulo de final de fervura) para diferenciar as marcas.
Comparação de estilos: Normalmente mais clara em cor,
mais limpa nos subprodutos da fermentação e tendo menos
sabores a caramelo do que as contrapartes inglesas. Pode haver
alguma sobreposição de cores entre a American Pale Ale e a
American Amber Ale. A American Pale Ale geralmente é
mais limpa, tem um perfil de malte menos a caramelo, menos
corpo e, frequentemente, mais lúpulo final. Menos amargor no
equilíbrio e teor alcoólico do que uma American IPA. Mais
equilibrada e bebível, e menos intensamente focada no lúpulo e
amargor do que as American IPAs com álcool de sessão
(também conhecidas como Session IPAs).
Características vitais: OG: 1.045 – 1.060
IBUs: 30 – 50 FG: 1.010 – 1.015
SRM: 5 – 10 ABV: 4.5 – 6.2%
Exemplos comerciais: Ballast Point Grunion Pale Ale,
Firestone Walker Pale 31, Great Lakes Burning River, Sierra
Nevada Pale Ale, Stone Pale Ale, Tröegs Pale Ale
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-alta,
américa-norte, estilo-artesanal, família-pale-ale, amargo,
lupulado
41
19. AMBER AND BROWN AMERICAN BEER
Cerveja americana âmbar e castanha
Esta categoria contém cervejas americanas modernas, de cor âmbar e castanho, de fermentação alta e de álcool standard, que podem
ser equilibradas a amargas.
19A. American Amber Ale
Ale âmbar americana
Impressão geral: Uma cerveja artesanal americana de cor
âmbar, lupulada, de teor alcoólico moderado e com um sabor a
malte caramelizado. O equilíbrio pode variar bastante, com
algumas versões a serem medianamente maltadas e outras
agressivamente lupuladas. As versões lupuladas e amargas não
devem apresentar sabores que colidam com o perfil a caramelo
do malte.
Aroma: A lúpulo baixo a moderado, com características típicas
das variedades americanas ou do Novo Mundo (citrinos, floral,
pinho, resina, especiarias, frutos tropicais, frutos de caroço,
bagas ou melão). É comum um carácter cítrico a lúpulo, mas não
necessário. Malte moderadamente-baixo a moderadamente-alto
(normalmente com um caracter moderado a caramelo), o qual
pode suportar, equilibrar ou, por vezes, esconder a presença do
lúpulo. Os ésteres frutados variam de moderados a ausentes.
Aparência: Cor âmbar a cobre acastanhado. Espuma
moderadamente abundante, de cor branco-sujo, com boa
retenção. Geralmente bem límpida, embora as versões com dry-
hopping possam ser ligeiramente turvas.
Sabor: A lúpulo de moderado a elevado, com características
típicas das variedades americanas ou no Novo Mundo (citrinos,
floral, pinho, resina, especiarias, fruta tropical, fruta de caroço,
bagas ou melão). É comum um carácter cítrico a lúpulo, mas não
necessário. Os sabores a malte são moderados a fortes e
usualmente apresentam uma doçura inicial seguida por um
sabor moderado a caramelo (e por vezes outras características a
malte, em menores quantidades). O malte e o amargor do lúpulo
são geralmente equilibrados, suportando-se mutuamente, mas
pode pender para qualquer um dos lados. Os ésteres frutados
podem ser moderados a nenhum. A doçura a caramelo e o
sabor/amargor do lúpulo podem, por vezes, perdurar no final
médio a encorpado.
Sensação na boca: Corpo médio a médio-encorpado.
Carbonatação média a alta. Final geralmente suave, sem
adstringência. As versões mais fortes podem conter uma ligeira
sensação de calor do álcool.
Comentários: Pode-se sobrepor, na cor, com as American
Pale Ales mais escuras, mas com um sabor e equilíbrio a malte
diferente. Existem variações regionais, sendo algumas mais
"normais" e outras bem mais agressivas na lupulagem. As
versões com mais teor alcoólico e mais amargas pertencem
agora ao estilo Red IPA.
História: Um estilo moderno de cerveja artesanal americana,
desenvolvido como uma variação das American Pale Ales.
Conhecida simplesmente como Red Ales em algumas regiões,
estas cervejas foram popularizadas nas áreas amantes de lúpulo
do Nordeste da Califórnia e Noroeste do Pacifico, antes de se
disseminarem pelo resto do território.
Ingredientes característicos: Malte Pale Ale, tipicamente
norte-americano de duas fiadas. Maltes crystal médios a
escuros. Pode também conter cereais de especialidade, os quais
adicionam carácter e a tornam única. São comuns lúpulos
42 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
americanos ou do Novo Mundo, muitas das vezes com sabores
cítricos, mas também podem ser usados outros.
Comparação de estilos: Mais escura, com mais caramelo,
corpo e geralmente menos amarga no equilíbrio do que as
American Pale Ales. Menos álcool, amargor e carácter a
lúpulo do que a Red IPA. Menos álcool, malte e carácter a
lúpulo do que as American Strong Ales. Não deve possuir um
caracter forte a chocolate ou a torrado, que possa sugerir uma
American Brown Ale (embora pequenas quantidades sejam
permitidas).
Características vitais: OG: 1.045 – 1.060
IBUs: 25 – 40 FG: 1.010 – 1.015
SRM: 10 – 17 ABV: 4.5 – 6.2%
Exemplos comerciais: Deschutes Cinder Cone Red, Full Sail
Amber, Kona Lavaman Red Ale, North Coast Ruedrich's Red
Seal Ale, Rogue American Amber Ale, Tröegs HopBack Amber
Ale
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-alta,
américa-norte, estilo-artesanal, família-amber-ale, equilibrado,
lupulado
19B. California Common
Comum da Califórnia
Impressão geral: Uma cerveja levemente frutada, com malte
firme e a cereal, sabores interessantes a tostado e caramelo e
apresentando características rústicas e tradicionais de lúpulo
americano.
Aroma: Normalmente apresenta lúpulos americanos
tradicionais rústicos (muitas vezes com qualidades
amadeiradas, rústicas ou mentoladas) em quantidade moderada
a alta. Leve frutado aceitável. Aromas a caramelo e/ou malte
tostado de baixo a moderado, sustentam o lúpulo.
Aparência: Cor âmbar médio a cobre claro. Geralmente limpa.
Espuma de cor branco-sujo em quantidade moderada, com boa
retenção.
Sabor: Moderadamente maltado com um acentuado amargor
de lúpulo. O carácter do malte é geralmente tostado (não
torrado) e a caramelo. Sabor a lúpulo de baixo a moderadamente
alto, e geralmente apresenta qualidades rústicas e tradicionais
de lúpulo americano (geralmente amadeirado, rústico,
mentolado). Final bastante seco e assertivo, com um amargor
persistente de lúpulo e um sabor firme a male e cereal. Ésteres
ténues frutados são aceitáveis, sendo de outra forma limpa.
Sensação na boca: Corpo médio. Carbonatação média a
média-alta.
Comentários: Este estilo é fortemente definido em torno do
exemplo prototípico do Anchor Steam, embora permita outros
ingredientes típicos da época. O lúpulo Northern Brewer não é
um requisito obrigatório para o estilo; lúpulos modernos
americanos e do Novo Mundo (especialmente com
características a citrinos) são, no entanto, inadequados.
História: Originária da costa oeste americana, fabricada
originalmente como Steam Beer na era da corrida ao ouro. Eram
tradicionalmente usados grandes fermentadores rasos abertos
(coolships) para compensar a ausência de refrigeração e
aproveitar as baixas temperaturas ambientes da área da baía de
São Francisco. Fermentada com levedura lager, mas uma
selecionada para fermentar cerveja relativamente limpa em
temperaturas mais quentes. As versões modernas são baseadas
na Anchor Brewing que relançou o estilo na década de 1970.
Ingredientes característicos: Malte pale ale, lúpulos não
cítricos (geralmente Northern Brewer), pequenas quantidades
de malte tostado e/ou maltes cristal. É normalmente usada
levedura lager, no entanto, algumas estirpes (frequentemente
com a menção de “Califórnia” no nome) funcionam melhor a
temperaturas de fermentação mais quentes do que outras (13 a
16 °C). De notar que algumas estirpes de leveduras alemãs
produzem um carácter sulfuroso inadequado.
Comparação de estilos: Superficialmente semelhante a uma
American Amber Ale, mas com selecções específicas para o
malte e lúpulo - o sabor/aroma a lúpulo é tradicional americano
(e não moderno), os sabores a malte são mais tostados, a
lupulagem é sempre assertiva e é usada uma levedura lager que
fermenta a quente. Menos atenuada, menos carbonatada e
menos frutada do que a Australian Sparkling ale.
Características vitais: OG: 1.048 – 1.054
IBUs: 30 – 45 FG: 1.011 – 1.014
SRM: 10 – 14 ABV: 4.5 – 5.5%
Exemplos comerciais: Anchor Steam, Flying Dog Old
Scratch Amber Lager, Schlafly Pi Common, Steamworks Steam
Engine Lager
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-baixa,
américa-norte, estilo-tradicional, família-amber-lager, amargo,
lupulado
19C. American Brown Ale
Ale Castanha Americana
Impressão geral: Uma cerveja maltada, mas também
lupulada, frequentemente com sabores a chocolate e caramelo.
O sabor e o aroma do lúpulo complementam e realçam o malte,
em vez de entrar em conflito com este.
Aroma: Aroma a malte moderadamente doce a rico com
qualidades de chocolate, caramelo, frutos secos de casca rija
(nozes, avelãs) e/ou tostado. O aroma a lúpulo é tipicamente
baixo a moderado, de quase qualquer variedade que
complemente o malte. Algumas interpretações do estilo podem
apresentar um aroma de lúpulo mais forte, um carácter de
lúpulo americano ou do Novo Mundo (cítrico, frutado, tropical
etc.) e/ou um aroma fresco a dry-hopping (todos são opcionais).
Os ésteres frutados são moderados a muito baixos. O carácter do
malte escuro é mais robusto do que noutras brown ales, mas não
chega a ser excessivamente parecido com o das Porter. O malte
e o lúpulo são geralmente equilibrados.
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Aparência: Cor castanho-claro a castanho muito escuro.
Limpa. Espuma branco-sujo a bronzeado-claro, de quantidade
baixa a moderada.
Sabor: Sabor a malte doce ou rico, de médio a moderadamente
alto com complexidade a malte de chocolate, caramelo, frutos
secos de casca rija (nozes, avelãs) e/ou tostado, com amargor de
médio a médio-alto. O final de médio a médio-seco proporciona
um gosto residual a malte e lúpulo. O sabor do lúpulo pode ser
de leve a moderado e, opcionalmente, pode ter um caráter
cítrico, frutado ou tropical, embora qualquer sabor a lúpulo que
complemente o malte seja aceitável. Ésteres frutados muito
baixos a moderados.
Sensação na boca: Corpo médio a médio-encorpado. As
versões mais amargas podem ter uma impressão seca e resinosa.
Carbonatação moderada a moderadamente alta.
Comentários: A maioria das American Browns comerciais não
são tão agressivas como as versões originais caseiras e alguns
exemplos modernos de fabrico artesanal. Este estilo reflecte as
ofertas comerciais atuais normalmente comercializadas como
American Brown Ales, em vez das versões mais lupuladas e mais
fortes dos primórdios do homebrewing. Estas brown ales com
intensidade de IPA devem ser inseridas na categoria de IPA de
especialidade Brown IPA.
História: Estilo americano da era moderna da cerveja
artesanal. Derivado da English Brown Ale, mas com mais lúpulo.
Pete’s Wicked Ale foi um dos primeiros e mais conhecidos
exemplos, tendo inspirado muitas imitações. É popular entre os
cervejeiros caseiros, onde as versões muito lupuladas às vezes
eram chamadas de Texas Brown Ales (agora são mais
apropriadamente chamadas de Brown IPA).
Ingredientes característicos: Malte pale bem modificado,
além de maltes cristal e mais escuros (geralmente chocolate). Os
lúpulos americanos são típicos, contudo lúpulos continentais ou
do Novo Mundo também possam ser usados.
Comparação de estilos: Mais sabores do tipo chocolate e
caramelo do que American Pale ou Amber Ales,
normalmente com amargor menos proeminente no equilíbrio.
Menos amargor, álcool e carácter a lúpulo do que as Brown
IPAs. Mais amarga e geralmente mais lúpulo do que a English
Brown Ale, com uma presença de malte mais rico, geralmente
com maior teor alcoólico e carácter de lúpulo americano/do
Novo Mundo.
Características vitais: OG: 1.045 – 1.060
IBUs: 20 – 30 FG: 1.010 – 1.016
SRM: 18 – 35 ABV: 4.3 – 6.2%
Exemplos comerciais: Anchor Brekle’s Brown, Big Sky
Moose Drool Brown Ale, Brooklyn Brown Ale, Bell’s Best Brown,
Cigar City Maduro Brown Ale, Smuttynose Old Brown Dog Ale,
Telluride Face Down Brown
Etiquetas: álcool-standard, cor-escura, fermentação-alta,
américa-norte, estilo-artesanal, família-brown-ale, equilibrado,
maltado
43
20. AMERICAN PORTER AND STOUT
Porter e Stout americana
Estas cervejas evoluíram dos seus homónimos ingleses, sendo totalmente transformadas pelos cervejeiros artesanais americanos.
Geralmente, estes estilos são maiores, mais fortes, mais torrados e mais centrados no lúpulo do que os seus primos Anglo-saxónicos.
Estes estilos são agrupados devido a uma história compartilhada semelhante, bem como o perfil de sabor.
20A. American Porter
Porter Americana
Impressão geral: Uma cerveja substancial escura, maltada,
com um carácter de malte escuro complexo e saboroso.
Aroma: Aroma a malte escuro de médio-leve a médio-forte,
geralmente com um carácter levemente queimado.
Opcionalmente pode também apresentar algum carácter
adicional a malte em suporte (cereal, pão, tipo toffee, caramelo,
chocolate, café, rico e/ou doce). Aroma a lúpulo de baixo a alto,
geralmente com um carácter resinoso, terroso ou floral. Pode ser
usado dry-hopping. Ésteres frutados são moderados a nenhum.
Aparência: Castanho médio a castanho muito escuro,
frequentemente com reflexos tipo rubi ou granada. Pode
aproximar-se da cor preta. A claridade pode ser difícil de
discernir numa cerveja tão escura, mas, quando não é opaca será
transparente (principalmente em contra-luz). Espuma
generosa, de cor bronzeada e retenção moderadamente boa.
Sabor: Sabor a malte moderadamente forte, geralmente
apresenta um carácter a malte levemente queimado (e às vezes
sabores de chocolate e/ou café) com um pouco de final seco do
malte escuro ou cereal. O sabor no geral pode terminar de seco
a meio-doce. Pode ter um carácter nítido a cereal torrado escuro,
mas não deve ser excessivamente acre, queimado ou áspero.
Amargor de médio a alto, que pode ser acentuado pelo malte
escuro. O sabor a lúpulo pode variar de baixo a alto, com um
carácter resinoso, terroso ou floral, e equilibra os sabores do
malte escuro. O malte escuro e o lúpulo não devem entrar em
colisão. As versões dry-hopped podem ter um sabor resinoso.
Ésteres frutados moderados a nenhum.
Sensação na boca: Corpo médio a médio-alto. Carbonatação
moderadamente baixa a moderadamente alta. As versões mais
fortes podem ter um leve calor do álcool. Pode ter uma leve
adstringência dos maltes escuros, embora este carácter não deva
ser forte.
Comentários: Um estilo bastante amplo, aberto à
interpretação do cervejeiro. A intensidade e o sabor do malte
escuro podem variar significativamente. Pode ou não ter um
forte caráter a lúpulo e pode ou não ter subprodutos de
fermentação significativos; portanto, pode parecer ter um
carácter "americano" ou "britânico".
História: Uma versão mais forte e agressiva de porters pré-lei
seca e/ou porters inglesas, desenvolvida na era moderna da
cerveja artesanal. Existiam versões históricas, principalmente
na costa leste dos Estados Unidos, algumas das quais ainda
estão a ser produzidas (ver a Cerveja Histórica, Porter pré-Lei
Seca). Este estilo descreve a versão artesanal moderna.
Ingredientes característicos: Pode conter vários maltes,
principalmente maltes escuros, que geralmente incluem black
malt (malte chocolate também é usado com frequência). São
normalmente usados lúpulos americanos para amargor, mas
podem ser usados lúpulos de final de fervura dos EUA ou do
Reino Unido; uma qualidade cítrica que entra em conflito é
geralmente indesejável. A levedura ale pode ser uma versão
americana limpa ou uma variedade inglesa com caracter.
44 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Comparação de estilos: Mais amarga e frequentemente mais
forte, com mais qualidades a malte escuro e seca do que as
English Porters ou Pre-Prohibition Porters. Menos forte
e assertiva do que as American Stouts.
Características vitais: OG: 1.050 – 1.070
IBUs: 25 – 50 FG: 1.012 – 1.018
SRM: 22 – 40 ABV: 4.8 – 6.5%
Exemplos comerciais: Anchor Porter, Boulevard Bully!
Porter, Deschutes Black Butte Porter, Founders Porter, Great
Lakes Edmund Fitzgerald Porter, Smuttynose Robust Porter,
Sierra Nevada Porter
Etiquetas: álcool-standard, cor-escura, fermentação-alta,
américa-norte, estilo-artesanal, família-porter, amargo,
torrado, lupulado
20B. American Stout
Stout Americana
Impressão geral: Uma cerveja preta bastante forte, altamente
torrada, amarga e lupulada. Possui corpo e sabores escuros
típicos das stouts, com um carácter mais agressivo a lúpulo
americano e amargor.
Aroma: Aroma moderado a forte a maltes torrados, geralmente
com qualidade a café torrado ou chocolate preto. São aceitáveis
aromas a queimado ou carvão em níveis baixos. Aroma a lúpulo
de médio a muito baixo, geralmente com um caráter cítrico ou
resinoso. Ésteres médios a nenhuns. Aromas leves derivados de
álcool são, também, opcionais.
Aparência: Geralmente de cor preta como alcatrão, embora
algumas possam parecer castanho muito escuro. Espuma
grande e persistente, de cor bronzeado claro a castanho-claro.
Normalmente opaca.
Sabor: Sabores a malte torrado de moderado a muito alto,
geralmente com sabor a café, grão de café torrado, chocolate
preto ou amargo. Pode ter sabor a café moído levemente
queimado, mas este carácter não deve ser proeminente. Doçura
de malte de baixa a média, geralmente com sabores ricos de
chocolate ou caramelo. Amargor de médio a alto. Sabor a lúpulo
de baixo a alto, geralmente cítrico ou resinoso. Ésteres de baixo
a nenhum. Final de médio a seco, ocasionalmente com uma
qualidade levemente queimada. Os sabores a álcool podem estar
presentes em níveis médios, mas são suaves.
Sensação na boca: Corpo médio a encorpada. Pode ser um
pouco cremosa, principalmente se tiver sido usada uma pequena
quantidade de aveia para melhorar a sensação na boca. Pode ter
um pouco de adstringência derivada dos torrados, mas este
caráter não deve ser excessivo. Carbonatação de média-alta a
alta. Calor do álcool de leve a moderadamente forte, mas suave
e não excessivamente quente.
Comentários: As cervejeiras expressam s sua individualidade
por meio da variação do perfil de malte torrado, da doçura e
sabor do malte, bem como da quantidade de lúpulos de final de
fervura. Geralmente possui sabores a malte torrado e lúpulo de
forma mais ousada do que outras stouts tradicionais (excepto as
Imperial Stouts).
História: Um estilo moderno de cerveja artesanal e caseira,
com um regime agressivo de lupulagem com variedades
americanas, aplicado a uma tradicional stout inglesa ou
irlandesa mais forte. A versão caseira era anteriormente
conhecida como West Coast Stout, tratando-se de uma forma de
nomenclatura comum para uma cerveja com mais lúpulo.
Ingredientes característicos: Maltes e levedura base
comuns de origem americana. Uso variado de maltes escuros e
torrados, bem como maltes do tipo caramelo. Podem estar
presentes em pequenas quantidades adjuntos como aveia ou
farinha de aveia. Variedades de lúpulo americano.
Comparação de estilos: Como uma Extra ou Export Stout
lupulada, amarga e fortemente torrada. Muito mais torrada e
com mais corpo do que uma Black IPA. As versões maiores e
mais fortes pertencem ao estilo Imperial Stout. Mais forte e
mais assertiva, particularmente nas adições de malte/cereal
escuro e carácter de lúpulo, do que a American Porter.
Características vitais: OG: 1.050 – 1.075
IBUs: 35 – 75 FG: 1.010 – 1.022
SRM: 30 – 40 ABV: 5.0 – 7.0%
Exemplos comerciais: Avery Out of Bounds Stout, Deschutes
Obsidian Stout, North Coast Old No. 38, Rogue Shakespeare
Stout, Sierra Nevada Stout
Etiquetas: álcool-elevado, cor-escura, fermentação-alta,
américa-norte, estilo-artesanal, família-stout, amargo, torrado,
lupulado
20C. Imperial Stout
Stout Imperial
Impressão geral: Uma ale escura, de elevado teor alcoólico e
de sabor intenso, com uma ampla gama de equilíbrios de sabor
e interpretações regionais. Está presente malte
torrado-queimado, com sabores intensos a frutas escuras ou
secas e um final quente e agridoce. Apesar dos sabores intensos,
os componentes necessitam de se fundir para criar uma cerveja
complexa e harmoniosa, não uma confusão quente.
Aroma: Rico e complexo, com quantidades variáveis de cereais
torrados, malte, ésteres frutados, lúpulo e álcool. O carácter do
malte torrado pode assumir tons a café, chocolate amargo ou
levemente queimado e pode ir de leve a moderadamente forte.
O aroma a malte pode ser subtil a rico e semelhante a
barleywine. Opcionalmente, pode mostrar um leve carácter a
malte especial (por exemplo, caramelo), mas isto deve apenas
adicionar complexidade e não dominar. Os ésteres frutados
podem ser de baixos a moderadamente fortes e podem assumir
um carácter complexo a frutas escuras (por exemplo, ameixas,
ameixas secas, passas). O aroma a lúpulo pode ser de muito
baixo a bastante agressivo e pode conter qualquer variedade de
lúpulo. Pode estar presente um carácter a álcool, mas não deve
ser forte, quente ou solvente. As versões envelhecidas podem ter
uma qualidade ligeiramente vínica ou semelhante ao vinho do
Porto, mas não devem ser ácidas. O equilíbrio pode variar com
qualquer um dos elementos do aroma assumindo protagonismo.
Nem todos os aromas possíveis aqui descritos necessitam de
estar presentes; muitas interpretações são possíveis. O
envelhecimento afecta a intensidade, o equilíbrio e a suavidade
dos aromas.
Aparência: A cor pode variar de castanho avermelhado muito
escuro a preto-azeviche. Opaca. Espuma de bronzeado intenso a
castanho-escuro. Geralmente possui espuma bem formada,
embora a retenção possa ser baixa a moderada. O álcool e a
viscosidade elevada podem ser visíveis nas "pernas" quando a
cerveja é agitada no copo.
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Sabor: Rico, profundo, complexo e frequentemente bastante
intenso, com quantidades variáveis de malte/cereal torrado,
doçura de malte, ésteres frutados, amargor e sabor a lúpulo e
álcool. Amargor de médio a agressivamente alto. Sabor a lúpulo
de médio-baixo a alto (qualquer variedade). Sabores a
malte/cereais torrados de moderado a agressivamente alto,
podendo sugerir chocolate agridoce ou sem açúcar, cacau e/ou
café forte. Pode ser evidente um carácter a cereal levemente
queimado, groselha queimada ou alcatrão. Os ésteres frutados
podem ser baixos a intensos e podem assumir um carácter de
fruta escura (passas, ameixas ou ameixa-seca). A espinha dorsal
do malte pode ser equilibrada e de suporte, a rica e semelhante
a barleywine, podendo opcionalmente mostrar alguns sabores
de caramelo, pão ou tostado. O palato e o final podem variar de
relativamente seco a moderadamente doce, geralmente com
algum torrado persistente, amargor de lúpulo e carácter quente
reconfortante. O equilíbrio e a intensidade dos sabores podem
ser afectados pelo envelhecimento, com alguns sabores que se
tornam mais suaves com o tempo, bem como o desenvolvimento
de algumas qualidades de envelhecimento, como vínico ou
semelhante ao vinho do Porto.
Sensação na boca: Encorpado a muito encorpado e
“mastigável”, com uma textura aveludada e exuberante (embora
o corpo possa declinar com a maturação prolongado). Deve estar
presente e ser perceptível um calor do álcool delicado e suave,
mas não ser uma característica primária; nas versões bem
maturadas, o álcool pode enganar. Não deve ser xaroposa ou
pouco atenuada. A carbonatação pode ser baixa a moderada,
dependendo da idade e da maturação.
Comentários: Tradicionalmente um estilo inglês, mas
actualmente é muito mais popular e está amplamente
disponível na América, onde uma cerveja artesanal favorita e
não uma curiosidade. Existem variantes com interpretações
inglesas e americanas (previsivelmente, as versões americanas
têm mais amargor, carácter torrado e lúpulo de final de fervura,
enquanto as variedades inglesas reflectem um carácter de malte
de especialidade mais complexo e um perfil de ésteres mais
destacado). Nem todas as Imperial Stouts possuem um carácter
claramente ‘inglês’ ou ‘americano’; qualquer uma entre as duas
variantes também é permitida, por isso é contraproducente
designar um subtipo ao participar numa competição. A gama
ampla de características permitidas possibilita a criatividade
máxima do cervejeiro. Os juízes devem estar cientes da ampla
variedade do estilo e não tentar avaliar todos os exemplos como
clones de uma cerveja comercial específica.
História: Um estilo com uma longa herança, embora não
necessariamente contínua. As raízes remontam às Porters fortes
inglesas, fabricadas para exportação em 1700 e que teriam sido
populares na Corte Imperial Russa. Com as guerras
napoleônicas a interromperem o comércio, estas cervejas foram
cada vez mais vendidas na Inglaterra. O estilo acabou por
morrer, até ser popularmente adoptado na era da cerveja
artesanal moderna, tanto na Inglaterra como um renascimento,
como nos Estados Unidos como uma reinterpretação ou
re-imaginação, alargando o estilo com características
americanas.
Ingredientes característicos: Malte pale bem modificado,
com quantidades generosas de maltes e/ou cereais torrados.
Pode ter uma carga de cereal complexa, usando virtualmente
qualquer variedade de malte. Pode ser usado qualquer tipo de
lúpulo. Levedura ale americana ou inglesa.
Comparação de estilos: Como uma Barleywine preta, com
todas as dimensões de sabor em jogo. Mais complexa, com uma
gama mais ampla de sabores possíveis do que as stouts de
densidade mais baixa.
45
Características vitais: OG: 1.075 – 1.115
IBUs: 50 – 90 FG: 1.018 – 1.030
SRM: 30 – 40 ABV: 8.0 – 12.0%
Exemplos comerciais: Americanas – Bell’s Expedition
Stout, Cigar City Marshal Zhukov’s Imperial Stout, Great Divide
Yeti Imperial Stout, North Coast Old Rasputin Imperial Stout,
21. IPA
A categoria IPA é para as IPAs americanas modernas e as suas derivadas. Isto não significa que as IPAs inglesas não sejam IPAs
adequadas, ou que não haja uma relação entre elas. Este é simplesmente um método de agrupar estilos semelhantes para fins de
competição. As IPAs inglesas são agrupadas com outras cervejas derivadas da tradição britânica, e a Double IPA mais forte é agrupada
com cervejas americanas mais fortes. O termo "IPA" não é expresso intencionalmente como "India Pale Ale", uma vez que
historicamente nenhuma destas cervejas foi para a Índia, e muitas não são claras. No entanto, o termo IPA passou a ser um estilo
definido pelo equilíbrio da cerveja artesanal moderna.
21A. American IPA
IPA Americana
Impressão geral: Uma pale ale americana decididamente
lupulada e amarga, moderadamente forte, apresentando
variedades modernas de lúpulo americano ou do Novo Mundo.
O equilíbrio é francamente para com lúpulo em destaque, com
um perfil de fermentação limpo, final seco e limpo, apoiando o
malte e permitindo que um leque criativo de carácter a lúpulo
brilhe.
Aroma: lúpulo de proeminente a intenso, com uma ou mais
características do lúpulo americano ou do Novo Mundo, como
cítrico, floral, pinho, resinoso, especiarias, frutas tropicais,
frutas de caroço, baga, melão, etc. Muitas versões são dry
hopped e podem ter um aroma adicional a lúpulo fresco; isto é
desejável, mas não obrigatório. Notas a relva devem ser
mínimas, se existentes. Pode ser encontrado em segundo-plano
um aroma limpo a cereal maltado, de baixo a médio-baixo.
Frutados da levedura também podem ser detectados nalgumas
versões, embora um carácter de fermentação neutro também
seja aceitável. Pode esta presente uma nota de álcool contido,
mas este carácter deve ser mínimo, na melhor das hipóteses.
Qualquer carácter a lúpulo americano ou do Novo Mundo é
aceitável; continuam a ser lançadas novas variedades de lúpulo
pelo que não devem restringir este estilo.
Aparência: A cor varia de ouro médio a âmbar avermelhado
claro. Deve ser limpa, embora as versões dry-hopped não
filtradas possam ser um pouco turvas. Espuma de tamanho
médio, branca a esbranquiçada, com boa persistência.
Sabor: O sabor do lúpulo é de médio a muito alto e deve
reflectir o caráter do lúpulo americano ou do Novo Mundo,
como cítrico, floral, pinho, resinoso, especiarias, frutas
tropicais, fruta com caroço, baga, melão, etc. Amargor do lúpulo
de médio-alto a muito alto. O sabor do malte deve ser de baixo a
médio-baixo e geralmente é limpo e a cereal maltado, embora
alguns sabores leves a caramelo ou tostado sejam aceitáveis. É
aceitável um baixo sabor frutado da levedura, mas não
obrigatório. Final de seco a meio seco; a doçura residual deve ser
baixa ou nenhuma. O amargor e o sabor do lúpulo podem
persistir no final de prova, mas não devem ser fortes. Um sabor
a álcool muito leve e limpo pode ser notado em versões mais
fortes. Pode ser ligeiramente sulfurosa, mas a maioria dos
exemplos não exibe este carácter.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio, com uma
textura suave. Carbonatação de média a média-alta. Sem
adstringência agressiva derivada do lúpulo. Uma sensação de
46 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Sierra Nevada Narwhal Imperial Stout;
Inglesas – Courage Imperial Russian Stout, Le Coq Imperial
Extra Double Stout, Samuel Smith Imperial Stout
Etiquetas: álcool-muito-elevado, cor-escura, fermentação-
alta, ilhas-britânicas, américa-norte, estilo-tradicional, estilo-
artesanal, família-stout, maltado, amargo, torrado
calor do álcool muito leve e suave não é uma falha, se esta não
interferir no equilíbrio geral.
Comentários: Uma interpretação moderna do histórico estilo
inglês, pela cerveja artesanal americana, produzida com
ingredientes e atitude americana. A base para muitas variações
modernas, incluindo a Double IPA mais forte, bem como IPAs
com muitos outros ingredientes. Estas outras IPAs devem ser
geralmente inseridas no estilo IPA de especialidade. Carvalho é
inapropriado neste estilo; se apresenta notoriamente uma nota
a carvalho, deve entrar na categoria envelhecida em madeira.
História: Acredita-se em geral que o primeiro exemplo de
cerveja artesanal americana moderna seja a Anchor Liberty Ale,
fabricada pela primeira vez em 1975 e usando lúpulo Cascade; o
estilo foi além da cerveja original, que agora possui o sabor mais
de uma American Pale Ale em comparação. As IPAs feitas nos
Estados Unidos de eras anteriores não eram desconhecidas
(particularmente a bem-conceituada Ballantine’s IPA, uma
cerveja envelhecida em carvalho que utiliza uma antiga receita
inglesa). Este estilo é baseado nos exemplos modernos da
cerveja artesanal.
Ingredientes característicos: Malte pale ale ou malte
cervejeiro de 2 fiadas como base, lúpulo americano ou do Novo
Mundo, levedura americana ou inglesa com um perfil limpo ou
levemente frutado. Geralmente totalmente de malte, mas
macerado a temperaturas mais baixas para uma alta atenuação.
Adições de açúcar para ajudar na atenuação são aceitáveis. Uso
restrito de maltes cristal, se houver, pois grandes quantidades
podem levar a um final doce e contrariar o carácter do lúpulo.
Comparação de estilos: Mais forte e com mais lúpulo do que
uma American Pale Ale. Em comparação com uma English
IPA, tem menos do carácter "inglês" de malte, lúpulo e levedura
(menos caramelo, pão e tostado; mais lúpulo americano/do
Novo Mundo do que inglês; menos ésteres derivados da
levedura), menos corpo e frequentemente tem um equilíbrio
mais para o lúpulo, sendo ligeiramente mais forte do que a
maioria dos exemplos. Menos álcool do que um Double IPA,
mas com um equilíbrio semelhante.
Características vitais: OG: 1.056 – 1.070
IBUs: 40 – 70 FG: 1.008 – 1.014
SRM: 6 – 14 ABV: 5.5 – 7.5%
Exemplos comerciais: Alpine Duet, Bell’s Two-Hearted Ale,
Fat Heads Head Hunter IPA, Firestone Walker Union Jack,
Lagunitas IPA, Russian River Blind Pig IPA, Stone IPA
Etiquetas: álcool-elevado, cor-clara, fermentação-alta,
américa-norte, estilo-tradicional, família-ipa, amargo, lupulado
21B. Specialty IPA
IPA de Especialidade
A IPA de especialidade não é um estilo distinto, mas é mais
apropriadamente considerado como uma categoria de
inscrição em competições. As cervejas inscritas neste estilo não
são cervejas experimentais; elas são uma coleção de tipos de
cerveja produzidos atualmente, que podem ter ou não qualquer
longevidade de mercado. Esta categoria também permite
expansão, de forma que as potenciais variantes futuras da IPA
(IPA Verde do Dia de São Patrício, IPA Romulana Azul, Zima
Clear IPA, etc.) tenham um lugar para serem inseridas, sem as
diretrizes de estilo serem refeitas. O único elemento comum é
que elas possuem o equilíbrio e a impressão geral de uma IPA
(normalmente, uma IPA americana), mas com alguns
pequenos ajustes.
O termo 'IPA' é usado como um descritor singular de um tipo
de cerveja amarga e lupulada. Não deve ser expresso como
‘India Pale Ale’ quando usado no contexto de um IPA de
especialidade. Nenhuma destas cervejas foi historicamente
para a Índia e muitas não são claras. Mas o mercado de cerveja
artesanal sabe o que esperar do equilíbrio, quando uma cerveja
é descrita como uma ‘IPA’ - assim, os modificadores usados
para diferenciá-las são baseados apenas neste conceito.
Impressão geral: Reconhecível como uma IPA pelo equilíbrio
- uma cerveja lupulada, amarga e algo seca - com algo mais
presente para distingui-la das categorias padrão. Deve ser fácil
de beber, independentemente da forma. Uma textura
demasiado áspera e pesada em excesso, são normalmente falhas
assim como fortes choques de sabor entre o lúpulo e outros
ingredientes especiais.
Aroma: É necessário um aroma detectável a lúpulo; a
caracterização do lúpulo depende do tipo específico da IPA de
Especialidade. Podem estar presentes outros aromas; o aroma
do lúpulo é normalmente o elemento mais forte.
Aparência: A cor depende do tipo específico da IPA de
Especialidade. A maioria deve ser limpa, embora certos estilos
com grandes quantidades de aditivos ricos em amido, ou versões
dry-hopped não filtradas, possam ser ligeiramente turvas. Os
tipos mais escuros podem ser opacos, tornando a clareza
irrelevante. Espuma de boa qualidade e persistente, de cor
dependente do tipo específico de IPA de Especialidade.
Sabor: O sabor a lúpulo é tipicamente de médio-baixo a alto,
com qualidades dependentes das variedades típicas usadas na
IPA de Especialidade específica. O amargor do lúpulo é
tipicamente médio-alto a muito alto, com qualidades
dependentes das variedades típicas usadas na IPA de
Especialidade específica. Sabor a malte geralmente de baixo a
médio, com qualidades dependentes das variedades típicas
usadas na IPA de Especialidade específica. Normalmente terá
um final de médio-seco a seco. Pode ser notado algum sabor de
álcool limpo nas versões mais fortes. Vários tipos de IPAs
especiais podem apresentar características adicionais de malte e
levedura, dependendo do tipo.
Sensação na boca: Sensação na boca suave, de médio-leve a
médio-encorpado. Carbonatação média. Pode ser detectado
algum calor suave do álcool nas versões mais fortes.
Instruções de inscrição: O participante deve especificar o
teor alcoólico (sessão, padrão, dupla); se não for especificado,
será assumido padrão. O participante deve especificar o tipo
específico de IPA de Especialidade, da lista de tipos conhecidos
listados nestas Diretrizes de Estilo ou conforme emendas no site
do BJCP; ou o participante deve descrever o tipo de IPA de
Especialidade e as suas principais características em forma de
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
comentário, para que os juízes saibam o que esperar. Os
participantes podem especificar as variedades específicas
de lúpulo usadas, se os participantes acharem que os juízes
podem não reconhecer as características das variedades de
lúpulos mais novos. Os participantes podem especificar uma
combinação de tipos definidos de IPA (por exemplo, Black Rye
IPA) sem fornecer descrições adicionais. Os participantes
podem usar esta categoria para uma versão diferente de teor
alcoólico de uma IPA definida pela sua própria subcategoria
BJCP (por exemplo, session American IPA ou English IPA) -
excepto quando já existe uma subcategoria BJCP para esse estilo
(por exemplo, double [American] IPA).
Tipos Actualmente Definidos: Black IPA, Brown IPA,
White IPA, Rye IPA, Belgian IPA, Red IPA
Características vitais: Variável por tipo
Classificações de teor alcoólico:
Session – ABV: 3.0 – 5.0%
Standard – ABV: 5.0 – 7.5%
Double – ABV: 7.5 – 10.0%
Specialty IPA: Belgian IPA
IPA de Especialidade: IPA Belga
Impressão geral: Uma IPA com o sabor frutado e a
especiarias derivadas do uso de levedura belga. Os exemplares
da Bélgica tendem a ser mais claros na cor e atenuados,
semelhante a uma tripel que foi fabricada com mais lúpulo. Esta
cerveja tem um perfil de sabor mais complexo e pode conter
mais álcool do que uma IPA típica.
Aroma: Aroma a lúpulo moderado a alto, geralmente tropical,
fruta de caroço, citrinos ou a pinho, típico das variedades de
lúpulo americanas ou do Novo Mundo. Aromas florais e a
especiarias também são encontrados, indicando lúpulos
europeus. Pode estar presente aroma a relva, devido ao dry
hopping. Aroma suave adocicado a cereal maltado, com pouco
ou nenhum caramelo. Os ésteres frutados são moderados a altos
e podem incluir aromas de banana, pera e maçã. Podem ser
detectados fenóis leves, semelhantes a cravinho. Aromas a
açúcar candi belga estão às vezes presentes.
Aparência: De cor dourada clara a âmbar. A espuma
esbranquiçada é de tamanho moderado a grande e tem boa
retenção. A claridade varia de razoável a bastante turva nos
exemplos com dry hopping.
Sabor: O sabor inicial é moderadamente a especiarias e a
esteres, associado a estirpes de leveduras belga. São comuns
sabores a cravinho e apimentado. Sabores a banana, pera e maçã
também são típicos. Os sabores do lúpulo são de intensidade
moderada a alta e podem refletir variedades tropicais, frutas de
caroço, melão, citrinos ou de pinho americano/Novo Mundo, ou
sabores florais e a especiarias do tipo de lúpulo Saaz. O sabor a
malte é leve e a cereal adocicado, às vezes com sabor a malte
tostado ou caramelo, mas não é obrigatório. O amargor é alto e
pode ser acentuado pelos sabores a especiarias, derivados da
levedura. O final é seco a meio-seco, embora alguns exemplos
tenham uma ligeira doçura misturada com o amargor
persistente.
Sensação na boca: O corpo é médio a leve e varia devido ao
nível de carbonatação e à utilização de adjuntos. O nível de
carbonatação é médio a alto. Algumas versões com mais álcool
podem aquecer, embora isto possa não ser imediatamente
aparente.
Comentários: A escolha da estirpe de levedura e variedades de
lúpulo é crítica, já que muitas opções entrarão terrivelmente em
conflito.
47
História: Um estilo relativamente novo, começou a aparecer
em meados do ano 2000. Os cervejeiros caseiros e as
microcervejeiras simplesmente substituíram a levedura das suas
receitas de American IPA, por levedura belga. As cervejeiras
belgas adicionaram mais lúpulo às suas receitas de tripel e pale
ale.
Ingredientes característicos: Estirpes de leveduras belga
usadas no fabrico de tripels e golden strong ales. Os exemplos
americanos tendem a usar lúpulo americano ou do Novo
Mundo, enquanto que as versões belgas tendem a usar lúpulo
europeu e apenas malte pale.
Comparação de estilos: Um cruzamento entre uma
American IPA/Imperial IPA com uma Belgian Golden
Strong Ale ou Tripel. Este estilo pode ter mais especiarias, ser
mais forte, mais seco e mais frutado do que uma American
IPA.
Características vitais: OG: 1.058 – 1.080
IBUs: 50 – 100 FG: 1.008 – 1.016
SRM: 5 – 15 ABV: 6.2 – 9.5%
Exemplos comerciais: Brewery Vivant Triomphe, Houblon
Chouffe, Epic Brainless IPA, Green Flash Le Freak, Stone Cali-
Belgique, Urthel Hop It
Etiquetas: álcool-elevado, cor-clara, fermentação-alta,
américa-norte, estilo-artesanal, família-ipa, família-
especialidade, amargo, lupulado
Specialty IPA: Black IPA
IPA de Especialidade: IPA Preta
Impressão geral: Uma cerveja com as características de uma
American IPA que incluem um equilíbrio a pender para o lúpulo,
seca e o mesmo sabor, sendo apenas mais escura - mas sem
sabores fortemente torrados ou queimados. O sabor dos maltes
mais escuros é suave e de suporte, não um componente
importante do sabor. A sua capacidade em ser bebível é uma
Aroma: Aroma a lúpulo de moderado a alto, geralmente com
carácter de fruta de caroço, tropical, cítrico, resinoso, a pinho,
bagas ou melão. Se usado dry-hopping pode ter um aroma
adicional floral, vegetal ou herbáceo, embora isto não seja
necessário. Aroma a malte escuro muito baixo a moderado, que
pode incluir notas leves de chocolate, café ou tostado. Pode ser
encontrada em segundo plano, alguma doçura a malte, sendo
limpa ou levemente a caramelo. Frutados, seja de ésteres ou de
lúpulo, também podem ser detectados nalgumas versões,
embora um carácter de fermentação neutro também seja
aceitável.
Aparência: A cor varia do castanho-escuro ao preto. Deve ser
límpida, embora as versões dry-hopped não filtradas possam ser
um pouco turvas; se opaco, não deve ser turva. Boa espuma, de
cor bronzeado claro a bronzeado, que deve persistir.
Sabor: Sabor a lúpulo de médio-baixo a alto com características
tropicais, frutas de caroço, melão, citrinos, bagas, pinheiro ou
resinoso. Amargor de lúpulo de médio-alto a muito alto, embora
os maltes escuros possam contribuir para o amargor detectado.
O sabor do malte base é geralmente limpo e de intensidade baixa
a média e pode, opcionalmente, ter sabores baixos a caramelo
ou toffee. Os sabores a malte escuro são de baixo a médio-baixo;
sabores contidos de chocolate ou café podem estar presentes,
mas as notas torradas não devem ser intensas, a cinza ou
queimado, e não devem entrar em conflito com o lúpulo. É
aceitável um frutado de baixo a moderado (da levedura ou
lúpulo), mas não obrigatório. Final de seco a ligeiramente seco.
O final pode incluir um leve carácter torrado que contribui para
a sensação seca, embora isso não seja necessário. O amargor
48 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
pode persistir no final de prova, mas não deve ser forte. Pode ser
notado algum sabor limpo a álcool, nas versões mais fortes.
Sensação na boca: Sensação na boca suave, de corpo médio-
leve a médio, sem significativa adstringência derivada do lúpulo
ou (especialmente) do malte torrado. As versões dry-hopped
podem ser um pouco resinosas. Carbonatação média. Pode estar
presente um pouco de cremosidade, mas não é necessário. Um
suave calor do álcool pode e deve ser sentido nas versões mais
fortes (mas não em todas).
Comentários: A maioria dos exemplos são de teor alcoólico
corrente. Os exemplos fortes às vezes podem parecer grandes
porters, se levados muito ao extremo, o que prejudica a sua
capacidade de beber. O lúpulo e o malte podem-se combinar
produzindo interações interessantes.
História: Uma variação do estilo American IPA produzido
comercialmente por Greg Noonan como Blackwatch IPA por
volta de 1990. Popularizado no noroeste do Pacífico e no sul da
Califórnia dos Estados Unidos, a partir de meados de 2000. Este
estilo às vezes é conhecido como Cascadian Dark Ale (CDA),
principalmente no noroeste do Pacífico.
Ingredientes característicos: Maltes torrados sem casca,
para conferir cor e algum sabor, sem as qualidades do queimado
que podem ser desagradáveis; variedades de lúpulo americano
ou do Novo Mundo, que não entram em conflito com os maltes
torrados. As características do lúpulo citadas são típicas deste
tipo de lúpulo; outras características são possíveis,
particularmente se derivadas de variedades mais recentes.
Comparação de estilos: Equilíbrio e impressão geral de uma
American ou Double IPA, com torra contida semelhante ao
tipo encontrado nas Schwarzbiers. Não tão torrada e
queimada como as stouts e porters americanas, e com menos
corpo e maior suavidade e facilidade em ser bebida.
Características vitais: OG: 1.050 – 1.085
IBUs: 50 – 90 FG: 1.010 – 1.018
SRM: 25 – 40 ABV: 5.5 – 9.0%
Exemplos comerciais: 21st Amendment Back in Black
(standard), Deschutes Hop in the Dark CDA (standard), Rogue
Dad’s Little Helper (standard), Southern Tier Iniquity (double),
Widmer Pitch Black IPA (standard)
Etiquetas: álcool-elevado, cor-escura, fermentação-alta,
américa-norte, estilo-artesanal, família-ipa, família-
especialidade, maltado, lupulado.
Specialty IPA: Brown IPA
IPA de Especialidade: IPA Castanha
Impressão geral: Lupulada, amarga e moderadamente forte
como uma American IPA, mas com algumas características de
caramelo, chocolate, toffee e/ou carácter de malte a fruta escura,
como numa American Brown Ale. Mantendo o final seco e o
corpo leve que torna as IPAs tão bebíveis, uma Brown IPA é um
pouco mais saborosa e maltada do que uma American IPA, sem
ser doce ou pesada.
Aroma: a lúpulo fresco de moderado a moderadamente forte,
com uma ou mais características de lúpulo americano ou do
Novo Mundo, como frutas tropicais, frutas de caroço, citrinos,
floral, especiarias, bagas, melão, pinho, resinoso, etc. Muitas
versões são dry hopped e podem ter um aroma adicional a lúpulo
fresco; isto é desejável, mas não obrigatório. Se existirem, notas
a relva devem ser mínimas. Um aroma doce a malte, de médio-
baixo a médio, mistura-se bem com a selecção de lúpulo e
geralmente apresenta características de chocolate, nozes,
caramelo escuro, toffee, pão tostado e/ou frutas escuras.
Também pode ser detectado em algumas versões, frutado da
levedura, embora um carácter de fermentação neutro também
seja aceitável. Uma nota a álcool contido pode estar presente,
mas este carácter deve ser mínimo na melhor das hipóteses.
Qualquer carácter de lúpulo americano ou do Novo Mundo é
aceitável; continuam a ser lançadas novas variedades de lúpulo
pelo que não devem restringir este estilo.
Aparência: A cor varia do castanho avermelhado a castanho-
escuro, mas não preto. Frequentemente opaca, mas deve ser
limpa caso contrário. As versões dry-hopped não filtradas
podem ser um pouco turvas. Espuma de tamanho médio, de cor
creme a bronzeada, com boa persistência.
Sabor: O sabor do lúpulo é de médio a alto e deve refletir as
características do lúpulo americano ou do Novo Mundo, como
cítrico, floral, pinho, resinoso, especiarias, frutas tropicais,
frutas com caroço, bagas, melão, etc. Amargor de lúpulo de
médio-alto a alto. O sabor do malte deve ser de médio-baixo a
médio, e geralmente é limpo, mas com sabores de malte doce em
primeiro plano a chocolate de leite, cacau, toffee, frutos secos de
casca rija, biscoito, caramelo escuro, pão tostado e/ou frutas
escuras. As opções de malte e as seleções de lúpulo devem-se
complementar e aperfeiçoar uma à outra e não entrar em
conflito. O nível de sabor a malte deve quase equilibrar o
amargor do lúpulo e a apresentação do sabor. É aceitável um
sabor frutado de intensidade baixa, derivado da levedura, mas
não é obrigatório. Final de seco a médio; a doçura residual deve
ser de média-baixo a nenhuma. O amargor e o sabor do lúpulo
podem persistir no final de prova, mas não devem ser fortes. Um
sabor a álcool muito leve e limpo pode ser notado nas versões
mais fortes. Sem carácter a malte torrado, queimado ou com
amargor desagradável.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio, com uma
textura suave. Carbonatação de média a média-alta. Sem forte
adstringência derivada do lúpulo. Um calor do álcool muito leve
e suave não é uma falha se não interferir no equilíbrio geral.
Comentários: Anteriormente poderia ter sido um subgênero
das American Brown Ale, mais lupulada e mais forte do que os
produtos normais, mas ainda mantendo uma essencial
facilidade em ser bebida, evitando sabores doces ou um corpo
ou final pesado. O lúpulo e o malte podem-se combinar para
produzir interações interessantes.
História: Um nome de cerveja artesanal mais moderno para
um estilo que há muito é popular entre os cervejeiros caseiros
dos EUA, quando era conhecido como uma American Brown Ale
com mais lúpulo ou, às vezes, Texas Brown Ale (apesar de ter
origem na Califórnia).
Ingredientes característicos: Semelhante a uma
American IPA, mas com maltes crystal médio ou escuro,
maltes do tipo chocolate levemente torrados ou outros maltes de
caracter de cor intermédia. Podem usar adjuntos de açúcar,
incluindo açúcar mascavado. Lúpulos de final de fervura
americanos ou do Novo Mundo com características tropicais,
frutados, citrinos, pinho, baga ou melão; a escolha do lúpulo e
maltes característicos é sinergética - estes devem-se
complementar e não entrar em conflito.
Comparação de estilos: Uma versão mais forte e amarga de
uma American Brown Ale, com o equilíbrio de uma
American IPA.
Características vitais: OG: 1.056 – 1.070
IBUs: 40 – 70 FG: 1.008 – 1.016
SRM: 11 – 19 ABV: 5.5 – 7.5%
Exemplos comerciais: Dogfish Head Indian Brown Ale,
Grand Teton Bitch Creek, Harpoon Brown IPA, Russian River
Janet’s Brown Ale
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Etiquetas: álcool-elevado, cor-escura, fermentação-alta,
américa-norte, estilo-artesanal, família-ipa, família-
especialidade, amargo, lupulado.
Specialty IPA: Red IPA
IPA de Especialidade: IPA Vermelha
Impressão geral: Lupulada, amarga e moderadamente forte
como uma American IPA, mas com algum carácter do malte a
caramelo, toffee e/ou fruta escura. Mantendo o final seco e o
corpo leve que tornam as IPAs tão bebíveis, uma Red IPA é um
pouco mais saborosa e maltada do que uma American IPA, sem
ser doce ou pesada.
Aroma: Um aroma a lúpulo fresco, moderado a forte, com uma
ou mais características de lúpulo americano ou do Novo Mundo,
como frutas tropicais, frutas de caroço, citrinos, floral,
especiarias, bagas, melão, pinho, resinoso, etc. Muitas versões
são dry hopped e podem tem um aroma adicional a lúpulo
fresco; isto é desejável, mas não obrigatório. Notas a relva
devem ser mínimas, se existirem. Um aroma a malte doce, de
médio-baixo a médio, mistura-se bem com a seleção de lúpulo e
geralmente apresenta carácter a caramelo, toffee, tostado e/ou
fruta escura. Frutados da levedura também podem ser
detectados nalgumas versões, embora um carácter de
fermentação neutro também seja aceitável. Pode estar presente
uma nota a álcool contido, mas este caráter deve ser mínimo na
melhor das hipóteses. Qualquer carácter a lúpulo americano ou
do Novo Mundo é aceitável; continuam a ser lançadas novas
variedades de lúpulo pelo que não devem restringir este estilo.
Aparência: A cor varia de âmbar avermelhado claro a cobre
avermelhado escuro. Deve ser limpa, embora as versões dry-
hopped não filtradas possam ser um pouco turvas. Espuma
médio, esbranquiçada a creme com boa persistência.
Sabor: O sabor a lúpulo é de médio a muito alto e deve reflectir
o carácter do lúpulo americano ou do Novo Mundo, como
cítrico, floral, pinho, resinoso, especiarias, frutas tropicais,
frutas com caroço, baga, melão, etc. Amargor do lúpulo de
médio-alto a muito alto. O sabor a malte deve ser de médio-
baixo a médio e geralmente é limpo, mas sendo malte-adocicado
em primeiro plano, com sabores a caramelo médio-escuro,
toffee, tostado e/ou frutas escuras. As opções do carácter do
malte e as seleções de lúpulo devem-se complementar e
aperfeiçoar uma à outra e não entrar em conflito. O nível de
sabor a malte não deve restringir o amargor do lúpulo e a
apresentação do sabor. Sabor baixo a frutado, derivado da
levedura, é aceitável mas não obrigatório. Final de seco a meio
seco; a doçura residual deve ser de médio-baixo a nenhum. O
amargor e o sabor do lúpulo podem persistir no final de prova,
mas não devem ser fortes. Um sabor de álcool muito leve e limpo
pode ser notado em versões mais fortes.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio, com uma
textura lisa. Carbonatação de média a média-alta. Sem forte
adstringência derivada do lúpulo. O calor do álcool muito leve e
suave não é uma falha, se este não interferir no equilíbrio geral.
Comentários: Anteriormente, pode ter sido um subgênero das
American Amber Ales ou Double Red Ales, mais lúpulada e mais
forte do que os produtos normais, mas mantendo a essencial
facilidade em ser bebida, evitando sabores doces ou um corpo
ou final pesado.
História: Uma cerveja artesanal americana moderna, baseada
na American IPA, mas com os sabores a malte de uma American
Amber Ale.
Ingredientes característicos: Semelhante à American IPA,
mas com maltes crystal médio ou escuro, e possivelmente alguns
49
maltes com carácter levemente tostado. Pode usar adjuntos
açucarados. Lúpulos de final de fervura americanos ou do Novo
Mundo, com características tropicais, frutados, cítricos,
pinheiros, baga ou melão; a escolha do lúpulo e maltes
característicos é sinergética - estes devem-se complementar e
não entrar em conflito.
Comparação de estilos: Semelhante à diferença entre uma
American Amber Ale e uma American Pale Ale, uma Red
IPA será diferente de uma American IPA com a adição de
alguns maltes crystal mais escuros, dando um equilíbrio
ligeiramente mais doce, mais caramelo e frutas escuras. Uma
Red IPA difere de uma American Strong Ale porque o perfil
do malte é menos intenso e possui menos corpo; uma Red IPA
ainda possui um equilíbrio de IPA e não tende para um carácter
a malte semelhante à barleywine. Uma Red IPA é como uma
American Amber Ale mais forte e lupulada, com o
característico final seco, corpo médio-leve e forte carácter a
lúpulo final.
Características vitais: OG: 1.056 – 1.070
IBUs: 40 – 70 FG: 1.008 – 1.016
SRM: 11 – 19 ABV: 5.5 – 7.5%
Exemplos comerciais: Green Flash Hop Head Red Double
Red IPA (double), Midnight Sun Sockeye Red, Sierra Nevada
Flipside Red IPA, Summit Horizon Red IPA, Odell Runoff Red
IPA
Etiquetas: álcool-elevado, cor-âmbar, fermentação-alta,
américa-norte, estilo-artesanal, família-ipa, família-
especialidade, amargo, lupulado.
Specialty IPA: Rye IPA
IPA de Especialidade: IPA de Centeio
Impressão geral: Uma pale ale americana decididamente
lupulada e amarga, moderadamente forte, que apresenta
variedades modernas de lúpulo americano e do Novo Mundo e
malte de centeio. O equilíbrio é decididamente para o lúpulo,
com um perfil de fermentação limpo, final seco e limpo, malte
de suporte, permitindo que um leque criativo de caráter a lúpulo
brilhe.
Aroma: Um aroma a lúpulo de proeminente a intenso, com
uma ou mais características de lúpulo americano ou do Novo
Mundo, como cítrico, floral, pinho, resinoso, especiarias, frutas
tropicais, frutas de caroço, bagas, melão, etc. Muitas versões
incorporam dry hopping pelo que podem apresentar um aroma
adicional a lúpulo fresco; isto é desejável, mas não obrigatório.
Aroma a relva deve ser mínimo, se existir. Pode ter aroma baixo
apimentado a malte de centeio. Um aroma limpo a cereal
maltado, de baixo a médio-baixo, pode ser encontrado em
segundo plano. Frutados da levedura também podem ser
detectados nalgumas versões, embora um carácter de
fermentação neutro também seja aceitável. Pode estar presente
uma nota contida a álcool, mas este carácter deve ser mínimo na
melhor das hipóteses. Qualquer carácter a lúpulo americano ou
do Novo Mundo é aceitável; continuam a ser lançadas novas
variedades de lúpulo pelo que não devem restringir este estilo.
Aparência: A cor varia de ouro médio a âmbar avermelhado
claro. Deve ser límpida, embora as versões dry-hopped não
filtradas possam ser um pouco turvas. Espuma de tamanho
médio, branca a branco-sujo, com boa persistência.
Sabor: O sabor a lúpulo é de médio a muito alto e deve reflectir
o carácter de lúpulo americano ou do Novo Mundo, como cítrico,
floral, pinho, resinoso, especiarias, frutas tropicais, fruta com
caroço, baga, melão, etc. Amargor do lúpulo de médio-alto a
muito alto. O sabor a malte deve ser de baixo a médio-baixo e
50 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
geralmente é limpo e a cereal maltado, embora alguns sabores
leves a caramelo ou tostado sejam aceitáveis. Deve estar
presente um leve toque a especiarias do malte de centeio.
Frutado baixo derivado da levedura é aceitável, mas não
obrigatório. O malte de centeio contribui para um final seco; a
doçura residual deve ser baixa ou nenhuma. O amargor, o sabor
do lúpulo e a sensação seca podem permanecer no gosto final,
mas não devem ser fortes. Pode ser notado nas versões mais
fortes um sabor a álcool muito leve e limpo.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio, com uma
textura suave. Carbonatação de média a média-alta. Sem
adstringência derivada do lúpulo. Calor do álcool muito leve e
suave não é uma falha se não interferir no equilíbrio geral.
Comentários: Uma variação da American IPA, da cerveja
artesanal americana moderna. O carácter do malte de centeio
deve ser perceptível, caso contrário, deve ser inserida na
America IPA. Carvalho é inapropriado neste estilo; se
marcadamente com notas a carvalho, deve ser inserida na
categoria envelhecida em madeira.
História: Na procura de adicionar complexidade e variedade às
suas IPAs, os cervejeiros artesanais e caseiros substituíram o seu
malte base por uma porção de malte de centeio. As Rye IPAs,
RyePAs ou RIPAs encontraram um lugar nas muitas rotações
sazonais de cervejeiras artesanais.
Ingredientes característicos: Malte Pale ou malte cervejeiro
de duas fiadas como base, 15-20% de malte de centeio, lúpulo
americano ou do Novo Mundo, levedura americana ou inglesa
com um perfil limpo ou levemente frutado. Geralmente
totalmente de malte, mas macerado em temperaturas mais
baixas para alta atenuação. Adições de açúcar para ajudar na
atenuação são aceitáveis. O carácter da água varia de macio a
moderadamente sulfatado. Uso restrito de maltes crystal, se
usados, pois grandes quantidades podem levar a um final doce e
contrariar o carácter do lúpulo.
Comparação de estilos: Mais seca e ligeiramente mais a
especiarias do que uma American IPA. O amargor e o sabor a
especiarias do centeio perduram por mais tempo do que numa
American IPA. Não possui o carácter intenso a malte de
centeio de uma Roggenbier. Alguns exemplos são mais fortes
tal como uma Double IPA.
Características vitais: OG: 1.056 – 1.075
IBUs: 50 – 75 FG: 1.008 – 1.014
SRM: 6 – 14 ABV: 5.5 – 8.0%
Exemplos comerciais: Arcadia Sky High Rye, Bear Republic
Hop Rod Rye, Founders Reds Rye, Great Lakes Rye of the Tiger,
Sierra Nevada Ruthless Rye
Etiquetas: álcool-elevado, cor-âmbar, fermentação-alta,
américa-norte, estilo-artesanal, família-ipa, família-
especialidade, amargo, lupulado.
Specialty IPA: White IPA
IPA de Especialidade: IPA Branca
Impressão geral: Uma versão frutada, picante e refrescante
de uma American IPA, mas com uma cor mais clara, menos
corpo e apresentando ou a levedura característica e/ou adições
de especiarias típicas de um witbier belga.
Aroma: Ésteres frutados moderados - banana, citrinos, talvez
damasco. Pode ter aroma a especiarias de leve a moderado,
como coentros ou pimenta, proveniente de adições reais de
especiarias e/ou da levedura belga. O aroma a lúpulo é
moderadamente baixo a médio, geralmente do tipo americano
ou do Novo Mundo, com frutas de caroço, citrinos e aromas
tropicais. Os ésteres e as especiarias podem reduzir a percepção
do aroma do lúpulo. Leves fenólicos como cravinho podem estar
presentes.
Aparência: Cor de dourado pálido a dourado intenso,
tipicamente turva. Espuma moderada a grande, branca e densa,
que persiste.
Sabor: Sabor leve a malte, talvez um pouco a pão. Os ésteres
frutados são moderados a altos, com sabores cítricos
semelhantes a toranja e laranja, ou frutas de caroço como
damasco. Às vezes estão presentes sabores a banana. O sabor do
lúpulo é de médio-baixo a médio-alto com características
cítricas ou frutadas. Podem estar presentes alguns sabores a
especiarias semelhantes a cravinho, da levedura belga. Também
podem ser encontrados sabores a coentros e casca de laranja. O
amargor é alto, o que leva a um final moderadamente seco e
refrescante.
Sensação na boca: Corpo médio-leve com carbonatação
média a média-alta. Normalmente sem adstringência, embora
os exemplos com alta presença de especiarias possam exibir
uma leve adstringência a qual não distrai.
Comentários: Uma interpretação da cerveja artesanal do
cruzamento entre uma American IPA e uma witbier.
22. STRONG AMERICAN ALE
Ale Americana Forte
Esta categoria inclui cervejas fortes americanas modernas, com um equilíbrio variável de malte e lúpulo. A categoria é definida
principalmente pela graduação alcoólica e pela falta de notas torradas.
22A. Double IPA
IPA Dupla
Impressão geral: Uma pale ale intensamente lupulada,
razoavelmente forte, sem o malte rico, intenso e complexo,
doçura residual e corpo, de uma American barleywine.
Fortemente lupulada, mas limpa, seca e sem ser desagradável. A
sua capacidade em ser bebível é uma característica importante;
não deve ser uma cerveja pesada.
Aroma: Um aroma a lúpulo proeminente a intenso que
tipicamente apresenta características do lúpulo americano ou do
Novo Mundo (cítrico, floral, pinho, resinoso, especiarias, frutas
tropicais, frutas de caroço, bagas, melão, etc.). A maioria das
versões é dry hopped e pode apresentar um aroma adicional
resinoso ou a relva, embora não seja absolutamente necessário.
Pode ser encontrada em segundo plano alguma doçura maltada
limpa. Frutados, seja de ésteres ou lúpulo, também podem ser
detectados nalgumas versões, embora um carácter neutro de
fermentação seja típico. Geralmente pode ser notado um pouco
de álcool, mas não deve ter um carácter "quente".
Aparência: A cor varia de dourado a cobre alaranjado claro; a
maioria das versões modernas são bastante claras. Boa limpidez,
embora as versões dry-hopped não filtradas possam ser um
pouco turvas. Espuma de tamanho moderado, persistente, e de
cor branca a branco-sujo.
Sabor: O sabor a lúpulo é forte e complexo e pode refletir as
características das variedades modernas de lúpulo americano ou
do Novo Mundo (cítrico, floral, pinho, resinoso, especiarias,
fruta tropical, fruta com caroço, bagas, melão, etc.). Amargor de
lúpulo de alto a absurdamente alto. Sabor a malte de baixo a
médio, geralmente limpo e cereal maltado, embora sejam
aceitáveis baixos níveis de caramelo ou sabores tostados.
Frutados de baixo a médio são aceitáveis, mas não obrigatórios.
Um amargor longo e persistente geralmente está presente no
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
História: Os cervejeiros artesanais americanos desenvolveram
o estilo como uma cerveja sazonal de final de inverno/primavera
para atrair os consumidores de Wit e IPA.
Ingredientes característicos: Maltes pale e de trigo,
levedura belga, lúpulos cítricos do tipo americano.
Comparação de estilos: Semelhante ao estilo Belgian Wit,
excepto altamente lupulada até ao nível de uma American
IPA. Amarga e lupulada como a IPA, mas frutada, a especiarias
e leve como a Wit. Normalmente o aroma e o sabor do lúpulo
não são tão proeminentes como numa American IPA.
Características vitais: OG: 1.056 – 1.065
IBUs: 40 – 70 FG: 1.010 – 1.016
SRM: 5 – 8 ABV: 5.5 – 7.0%
Exemplos comerciais: Blue Point White IPA, Deschutes
Chainbreaker IPA, Harpoon The Long Thaw, New Belgium
Accumulation
Etiquetas: álcool-elevado, cor-clara, fermentação-alta,
américa-norte, estilo-artesanal, família-ipa, família-
especialidade, amargo, lupulado, especiarias
final de prova, mas não deve ser forte. Final de seco a meio seco;
não deve terminar doce ou pesada. Um sabor de álcool leve,
limpo e suave não é defeito. Carvalho não é apropriado neste
estilo. Pode ser ligeiramente sulfurosa, mas a maioria dos
exemplos não exibe este carácter.
Sensação na boca: Corpo médio-leve a médio, com uma
textura suave. Carbonatação de média a média-alta. Sem
adstringência forte derivada do lúpulo. É aceitável um calor
contido e suave do álcool.
Comentários: Uma vitrine de demonstração de lúpulo, mas
ainda assim bastante bebível. O adjectivo "duplo" é arbitrário e
simplesmente implica uma versão mais forte de uma IPA;
"imperial", "extra", "extremo" ou qualquer outra variedade de
adjetivos seria igualmente válido, embora o mercado americano
moderno pareça ter agora aderido ao termo “duplo”.
História: Uma inovação da cerveja artesanal americana,
desenvolvida pela primeira vez em meados da década de 1990.
Reflecte a tendência dos cervejeiros artesanais americanos de
“forçar os limites”, de forma a satisfazer as necessidades dos
aficionados de lúpulo por produtos cada vez mais intensos.
Tornou-se mais convencional e popular ao longo dos anos 2000
e inspirou criatividade adicional nas IPAs.
Ingredientes característicos: O malte limpo de 2 fiadas é
típico como cereal de base; uma carga de cereal excessivamente
complexa pode ser uma distração. Os maltes do tipo Crystal
geralmente turvam os sabores do lúpulo e geralmente são
considerados indesejáveis em quantidades significativas. Açúcar
ou outros adjuntos altamente fermentáveis são frequentemente
usados para aumentar a atenuação, assim como patamares de
maceração a temperaturas mais baixas. Pode ser usada uma
variedade complexa de lúpulos, normalmente americanos ou do
Novo Mundo, geralmente com perfis de última geração que
oferecem diferenças distintas. Lúpulos modernos com
características fora do vulgar não estão fora do estilo. Levedura
51
americana que pode dar um perfil limpo ou ligeiramente
frutado.
Comparação de estilos: Maior do que uma English ou
American IPA, tanto na graduação alcoólica quanto no nível
geral de lúpulo (de amargor e final de fervura). Menos maltada,
corpo inferior, menos rica e com uma maior intensidade geral
de lúpulo do que uma American Barleywine. Normalmente
não é tão alta em densidade/álcool como uma barleywine, uma
vez que o alto teor de álcool e malte tendem a limitar a sua
capacidade em ser bebível.
Características vitais: OG: 1.065 – 1.085
IBUs: 60 – 120 FG: 1.008 – 1.018
SRM: 6 – 14 ABV: 7.5 – 10.0%
Exemplos comerciais: Avery Maharaja, Fat Heads Hop Juju,
Firestone Walker Double Jack, Port Brewing Hop 15, Russian
River Pliny the Elder, Stone Ruination IPA, Three Floyds
Dreadnaught
Etiquetas: álcool-muito-elevado, cor-clara, fermentação-alta,
américa-norte, estilo-artesanal, família-ipa, amargo, lupulado
22B. American Strong Ale
Ale Americana Forte
Impressão geral: Uma cerveja americana forte e cheia de
sabor que desafia e recompensa o paladar com sabores maltados
e lúpulo, bem como amargor substancial. Os sabores são
ousados mas complementares, e são mais fortes e ricos do que
as cervejas americanas claras e âmbar de teor alcoólico médio.
Aroma: Aroma a lúpulo médio a alto, na maioria das vezes
apresentando notas cítricas ou resinosas, embora possam ser
encontradas características associadas a outras variedades
americanas ou do Novo Mundo (tropical, fruta de caroço, melão,
etc.). O malte moderado a forte apoia o perfil do lúpulo, sendo
uma presença comum caramelo médio a escuro; são também
possíveis notas a pão ou tostado e notas de fundo a torra leve
e/ou chocolate, perceptíveis em alguns exemplos. Geralmente
exibe um perfil de ésteres limpo a moderadamente frutado.
Podem ser perceptíveis aromas moderados a álcool, mas não
devem ser quentes, fortes ou a solvente.
Aparência: Âmbar médio a cobre intenso ou castanho-claro.
Espuma em quantidade moderada-baixa a média,
esbranquiçada a bronzeado claro; pode ter baixa retenção. Boa
claridade. A quantidade de álcool e a viscosidade podem resultar
em "pernas" quando agitada no copo.
Sabor: Malte dextrinoso médio a alto, com uma ampla
variedade de sabores a caramelo, toffee e frutas escuras. São
opcionais sabores de intensidade baixa a média a tostado, pão
ou sabores maltados ricos em compostos de Maillard, podendo
adicionar complexidade. Amargor do lúpulo de médio-alto a
alto. O malte dá uma impressão doce no palato, de médio a alto,
embora o final possa ser ligeiramente doce a um tanto seco.
Sabor a lúpulo de moderado a alto. Ésteres frutados de baixo a
moderado. Os sabores do lúpulo são semelhantes ao aroma
(cítrico, resinoso, tropical, fruta com caroço, melão, etc.). A
presença de álcool pode ser perceptível, mas sabores fortes ou a
solvente são indesejáveis. Sabores a malte torrado são
permitidos, mas devem ser uma nota de fundo; sabores a malte
queimado são inadequados. Embora fortemente maltada no
paladar, o final deve parecer de amargo a agridoce. Não deve ser
xaroposa e pouco atenuada. O sabor residual normalmente tem
malte, lúpulo e álcool perceptíveis.
Sensação na boca: Corpo médio a encorpada. O calor do
álcool pode estar presente, mas não deve ser excessivamente
quente. Qualquer adstringência presente deve ser atribuída ao
52 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
forte amargor do lúpulo e não deve ser ofensivo ao paladar.
Carbonatação média-baixa a média
Comentários: Um estilo bastante amplo que pode descrever
cervejas rotuladas de várias formas, incluindo as modernas
Double / Imperial Red / Amber Ales e outras cervejas fortes com
malte mas com lúpulo, que não são exactamente da classe
Barleywine. Diversificadas o suficiente para incluir o que pode
ser visto como uma American Amber Ale forte, com espaço para
mais interpretações de outras versões "imperiais" de estilos de
American Ale de menor densidade. Muitas IPAs do tipo “Costa
Leste” podem-se encaixar melhor nesta categoria se tiverem
malte crystal considerável ou final mais maltado e doce.
História: Embora as versões artesanais modernas tenham sido
desenvolvidas como versões das American Amber ou Red Ales
de teor alcoólico “imperial”, o estilo tem muito em comum com
as históricas stock ales americanas. Cervejas fortes e maltadas
eram altamente lupuladas para serem mantidas como cervejas
de provisão antes da lei seca. Não existe um legado contínuo da
produção de stock ales desta forma, mas a semelhança é
considerável. A Stone Arrogant Bastard nasceu de um lote de
pale ale que foi erroneamente feito com excesso de ingredientes,
criando assim o que pode ter sido o protótipo para a imperial
amber/red ale. A Great Lakes produziu a Nosferatu pela
primeira vez no início dos anos 1990, chamando-a de stock ale,
embora agora a chamem de imperial red ale. Portanto, seja por
inspiração histórica directa ou por acidente, o estilo
desenvolveu-se de forma independente na era da cerveja
artesanal e, posteriormente, tornou-se bastante popular.
Ingredientes característicos: Malte pale bem modificado
como base; alguns maltes de carácter seriam apropriados, sendo
também típicos maltes crystal médio a escuros. Lúpulos
americanos cítricos ou a pinho são comuns, embora qualquer
variedade americana ou do Novo Mundo possa ser usada em
quantidade, desde que não entre em conflito com o carácter do
malte. Geralmente usada levedura americana atenuante.
Comparação de estilos: Geralmente não é tão forte e tão rica
como uma American Barleywine. Mais malte equilibrado do
que uma American ou Double IPA, com mais intensidade a
lúpulo americano do que um estilo English Strong Ale toleraria.
Características vitais: OG: 1.062 – 1.090
IBUs: 50 – 100 FG: 1.014 – 1.024
SRM: 7 – 19 ABV: 6.3 – 10.0%
Exemplos comerciais: Bear Republic Red Rocket Ale, Great
Lakes Nosferatu, Terrapin Big Hoppy Monster, Port Brewing
Shark Attack Double Red, Stone Arrogant Bastard,
Etiquetas: álcool-elevado, cor-âmbar, fermentação-alta,
américa-norte, estilo-artesanal, família-strong-ale, amargo,
lupulado
22C. American Barleywine
Vinho de Cevada Americano
Impressão geral: Uma interpretação americana da mais rica
e forte das cervejas inglesas, bem lupulada. O carácter do lúpulo
deve ser evidente por todo, mas não necessita de ser
desequilibrado. A força do álcool e o amargor do lúpulo
costumam combinar-se para deixar um final muito longo.
Aroma: Carácter a lúpulo de moderado a assertivo,
frequentemente apresentando variedades cítricas, frutadas ou
resinosas do Novo Mundo (embora outras variedades, como
variedades inglesas florais, terrosas ou a especiarias, ou uma
mistura de variedades, possam ser usadas). Rico a malte, com
um carácter que pode ser doce, a caramelo, a pão ou bastante
neutro. Ésteres frutados e aromas do álcool de baixo a
moderadamente fortes. No entanto, a intensidade dos aromas
geralmente diminui com a idade. O lúpulo tende a ser quase
igual ao malte no aroma, com álcool e ésteres muito atrás.
Aparência: A cor pode variar de âmbar claro a cobre médio;
em casos raros, pode ser tão escura como castanho-claro.
Frequentemente tem reflexos rubi. Espuma em quantidade
moderadamente baixa a grande, de cor branco-sujo a castanho-
claro; pode apresentar baixa retenção. Pode ser turva,
apresentando turvação de frio nas temperaturas mais baixas,
mas, à medida que aquece, geralmente vai aclarando de turvação
boa a brilhante. A cor pode parecer ter grande intensidade, como
se vista através de uma lente grossa de vidro. O álcool e
viscosidade elevados podem ser visíveis nas "pernas" quando a
cerveja é agitada no copo.
Sabor: Sabor a malte forte e rico com um sabor perceptível a
lúpulo e amargor. Doçura maltada de moderadamente baixa a
moderadamente alta no palato, embora o final possa ser um
pouco doce a bastante seco (dependendo do envelhecimento). O
amargor do lúpulo pode variar de moderadamente forte a
agressivo. Embora fortemente maltado, o equilíbrio deve
sempre parecer amargo. Sabor a lúpulo de moderado a alto
(qualquer variedade, mas geralmente mostra uma variedade de
características do lúpulo do Novo Mundo). Ésteres frutados de
baixo a moderado. Presença de álcool perceptível, mas bem
integrada. Com o tempo, os sabores irão tornar-se suaves e
diminuir, contudo, qualquer caracter oxidado deve ser abafado
(e geralmente disfarçado pelo caracter a lúpulo). Pode ter alguns
sabores a malte tipo pão ou caramelo, mas não devem ser
elevados; sabores a malte torrado ou queimado são
inadequados.
Sensação na boca: Encorpado e quase mastigável, com uma
textura aveludada e luxuriante (embora o corpo possa declinar
com longa maturação). O calor do álcool deve ser perceptível
mas suave. Não deve ser xaroposa e mal atenuada. A
carbonatação pode ser baixa a moderada, dependendo da idade
e da maturação.
Comentários: Às vezes conhecida como "Vinho de Cevada" ou
"ale estilo Barleywine" (esta última devido a requisitos legais,
não a preferência da cervejeira).
História: Normalmente é a cerveja mais forte oferecida por
uma cervejeira, frequentemente associada ao inverno ou época
Natalícia e datada de vintage. Tal como acontece com muitos
estilos de cerveja artesanal americana é derivada de exemplos
ingleses, contudo usando ingredientes americanos e
apresentando um perfil de lúpulo muito mais proeminente.
Uma das primeiras versões da cerveja artesanal americana foi a
Anchor Old Foghorn, fabricada pela primeira vez em 1975. A
Sierra Nevada Bigfoot, fabricada pela primeira vez em 1983,
estabeleceu o padrão para o estilo com o lúpulo em destaque dos
dias de hoje. A história conta que quando a Sierra Nevada enviou
a Big Foot para análise laboratorial, este ligou de volta e disse,
"a sua Barleywine é muito amarga" - ao que a Sierra Nevada
respondeu "obrigado".
Ingredientes característicos: O malte pale bem modificado
deve formar a espinha dorsal da carga de cereal. Alguns maltes
especiais ou com carácter podem ser usados. Os maltes escuros
devem ser usados com grande moderação, se for o caso, pois a
maior parte da cor surge de uma fervura prolongada. O lúpulo
do Novo Mundo é comum, embora qualquer variedade possa ser
usada em quantidade. Geralmente usa uma levedura atenuante
americana de ale.
Comparação de estilos: A versão americana da Barleywine
tende a dar mais ênfase ao amargor, sabor e aroma a lúpulo, do
que a English Barleywine, e geralmente apresenta variedades
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
americanas de lúpulo. Normalmente mais clara do que as
English Barleywines mais escuras (e sem os sabores mais
intensos do malte), mas mais escura do que as English
Barleywines douradas. Difere de uma Double IPA porque os
lúpulos não são extremos, o malte é mais elevado e o corpo é
mais cheio e muitas vezes mais rico. Uma American
Barleywine normalmente tem mais doçura residual do que
uma Double IPA, o que afeta a sua capacidade de ser bebível
em geral (pequenos goles versus beber).
Características vitais: OG: 1.080 – 1.120
IBUs: 50 – 100 FG: 1.016 – 1.030
SRM: 10 – 19 ABV: 8.0 – 12.0%
Exemplos comerciais: Avery Hog Heaven Barleywine,
Anchor Old Foghorn, Great Divide Old Ruffian, Rogue Old
Crustacean, Sierra Nevada Bigfoot, Victory Old Horizontal
Etiquetas: álcool-muito-elevado, cor-âmbar, fermentação-
alta, américa-norte, estilo-artesanal, família-strong-ale,
amargo, lupulado
22D. Wheatwine
Vinho de Trigo
Impressão geral: Uma cerveja saborosa, rica em textura e
com alto teor de álcool, com um sabor significativo a cereal e
pão, bem como corpo elegante. A ênfase é dada aos sabores a
pão e trigo, com complexidade interessante a malte, lúpulo,
carácter de levedura frutado e complexidade de álcool.
Aroma: O aroma a lúpulo é suave e pode representar qualquer
aroma de lúpulo de final de fervura. Carácter a pão e trigo
maltado, de moderado a moderadamente forte, geralmente com
complexidade adicional do malte, como mel e caramelo. Pode
ser notado um aroma leve e limpo a álcool. Notas frutadas de
baixo a médio podem ser aparentes. Níveis muito baixos de
diacetilo são aceitáveis, mas não necessários. Carácter de
levedura Weizen (banana/cravinho) é inapropriado.
Aparência: A cor varia do dourado ao âmbar intenso,
geralmente com reflexos granada ou rubi. Espuma
esbranquiçada de baixa a média. A espuma pode ter textura
cremosa e boa retenção. É permitida turvação de frio, mas
geralmente desaparece à medida que a cerveja aquece. O álcool
e a viscosidade elevada podem ser visíveis nas "pernas" quando
a cerveja é agitada no copo.
Sabor: Sabor a malte de trigo moderado a moderadamente alto,
dominante no equilíbrio do sabor sobre qualquer carácter do
lúpulo. Notas baixas a moderadas de pão, tostado, caramelo ou
mel de malte são uma nota de complexidade bem-vinda, embora
não sejam obrigatórias. O sabor do lúpulo é de baixo a médio e
pode refletir qualquer variedade. Frutado moderado a
moderadamente alto, geralmente com carácter a fruta seca. O
amargor do lúpulo pode variar de baixo a moderado; o
equilíbrio, portanto, varia de maltado a uniformemente
equilibrado. Não deve ser xaroposa e mal atenuada. Podem estar
presentes alguns sabores oxidativos ou vínicos, assim como
notas leves de álcool que são limpas e suaves, mas complexas.
Um carácter complementar de apoio a carvalho é bem-vindo,
mas não obrigatório.
Sensação na boca: De médio-alto a encorpada e mastigável,
muitas vezes com uma textura exuberante e aveludada.
Carbonatação de baixa a moderada. Um calor do álcool suave a
moderado pode também estar presente.
Comentários: Maltes escuros devem ser usados com
moderação. Grande parte da cor surge de uma fervura
prolongada. Alguns exemplos comerciais podem ser maiores do
53
que as estatísticas vitais e alguns podem não ser produzidos
todos os anos.
História: Um estilo de cerveja artesanal americana
relativamente recente que foi fabricado pela primeira vez na
Rubicon Brewing Company em 1988. Frequentemente, um
lançamento sazonal de inverno, vintage ou único. As cervejeiras
frequentemente experimentam com este estilo, levando a uma
série de interpretações.
Ingredientes característicos: Normalmente fabricada com
uma combinação de cevada americana de duas fiadas e trigo
americano. O estilo geralmente utiliza 50% ou mais de malte de
trigo. Qualquer variedade de lúpulo pode ser usada. Pode ser
envelhecida em carvalho.
Comparação de estilos: Mais do que simplesmente uma
barleywine à base de trigo, muitas versões apresentam notas
23. EUROPEAN SOUR ALE
Ale Ácida Europeia
Esta categoria contém os estilos tradicionais de cerveja ácida da Europa que ainda são produzidos, muitos (mas não todos) com um
componente de trigo. A maioria tem baixo amargor, com a acidez/azedume da cerveja fornecendo o equilíbrio que o amargor do lúpulo
contribuiria de outra forma. Alguns estilos são adoçados ou aromatizados, seja na cervejeira ou no momento do consumo.
23A. Berliner Weisse
Cerveja de Trigo de Berlim
Impressão geral: Cerveja de trigo alemã muito clara,
refrescante e com baixo teor de álcool, com acidez láctica limpa
e alto nível de carbonatação. Um leve sabor a malte, semelhante
a massa de pão, apoia a acidez que não deve parecer artificial.
Qualquer nota a Brettanomyces é contida.
Aroma: É dominante um carácter ácido acutilante (moderado
a moderadamente alto). Pode ter um carácter moderadamente
frutado (geralmente limão ou maçã ácida). O frutado pode
aumentar com a idade, podendo-se desenvolver um leve
carácter floral. Sem aroma a lúpulo. O trigo pode apresentar-se
como massa de pão por cozer nas versões mais frescas;
combinado com a acidez, pode sugerir pão de massa lêveda
(sourdough). Opcionalmente, pode ter um carácter a
Brettanomyces contido.
Aparência: Cor palha muito clara. A limpidez varia de limpa a
algo turva. Espuma em grande quantidade, densa e branca, com
pouca retenção. Sempre efervescente.
Sabor: A acidez láctica limpa domina e pode ser bastante forte.
É geralmente perceptível algum sabor a trigo complementar, sob
a forma de massa de pão, pão ou cereal. O amargor do lúpulo é
indetectável; a acidez fornece o equilíbrio, em vez do lúpulo.
Nunca avinagrado. Pode ser detectado um sabor a limão cítrico
contido, ou um sabor frutado a maçã ácida. Final muito seco.
Equilíbrio dominado pela acidez, mas deve estar presente algum
sabor a malte. Sem sabor a lúpulo. Opcionalmente, pode ter um
carácter a Brettanomyces contido.
Sensação na boca: Corpo leve. Carbonatação muito alta. Sem
sensação de álcool. Acidez suculenta e demarcada.
Comentários: Na Alemanha, é classificada como Schankbier,
denotando uma cerveja pequena de densidade inicial na faixa de
7 a 8 °P. Frequentemente servida com a adição de uma dose de
xaropes de açúcar (mit schuss) aromatizada com framboesa
(himbeer), aspérola (waldmeister) ou schnapps Caraway
(Kümmel) para fazer frente à acidez substancial. Foi descrita por
alguns como a cerveja puramente mais refrescante do mundo.
54 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
frutadas e a lúpulo muito expressivas, enquanto outras
desenvolvem complexidade com o envelhecimento em carvalho.
Menos ênfase no lúpulo do que a American Barleywine. Tem
raízes na American Wheat em vez de outro qualquer estilo de
trigo alemão, portanto, não deve ter nenhum carácter de
levedura weizen alemã.
Características vitais: OG: 1.080 – 1.120
IBUs: 30 – 60 FG: 1.016 – 1.030
SRM: 8 – 15 ABV: 8.0 – 12.0%
Exemplos comerciais: Rubicon Winter Wheat Wine, Two
Brothers Bare Trees Weiss Wine, Smuttynose Wheat Wine,
Portsmouth Wheat Wine
Etiquetas: álcool-muito-elevado, cor-âmbar, fermentação-
alta, américa-norte, estilo-artesanal, família-strong-ale, família-
cerveja-trigo, equilibrado, lupulado
História: Uma especialidade regional de Berlim; referida pelas
tropas de Napoleão em 1809 como “o Champanhe do Norte”
devido ao seu carácter alegre e elegante. A certa altura, era
fumada e costumava existir uma versão com o álcool de uma
Märzen (14 °P). Cada vez mais rara na Alemanha, mas algumas
cervejeiras artesanais americanas produzem agora o estilo de
forma regular.
Ingredientes característicos: O malte de trigo constitui
tipicamente 50% da carga de cereal (como é tradição em todas
as cervejas de trigo alemãs), com o restante sendo tipicamente
malte Pilsner. Uma fermentação simbiótica com levedura de alta
fermentação e Lactobacillus (várias estirpes) fornece a acidez
acentuada, que pode ser amplificada pela mistura de cervejas de
diferentes idades durante a fermentação e pelo envelhecimento
prolongado a frio. O amargor do lúpulo não existe. É tradicional
maceração por decocção com lupulagem na empastagem. Os
cientistas cervejeiros alemães acreditam que a Brettanomyces é
essencial para obter o perfil de sabor correto, mas este carácter
nunca é forte.
Comparação de estilos: Comparada com uma lambic,
geralmente não é tão ácida e tem uma acidez láctica limpa, com
notas restritas de fermentação por Brettanomyces abaixo do
limite sensorial. Também apresenta teor alcoólico mais baixo.
Características vitais: OG: 1.028 – 1.032
IBUs: 3 – 8 FG: 1.003 – 1.006
SRM: 2 – 3 ABV: 2.8 – 3.8%
Exemplos comerciais: Bayerischer Bahnhof Berliner Style
Weisse, Berliner Kindl Weisse, Nodding Head Berliner Weisse,
The Bruery Hottenroth
Etiquetas: álcool-session, cor-clara, fermentação-alta, europa-
central, estilo-tradicional, família-cerveja-trigo, ácido
23B. Flanders Red Ale
Ale Vermelha da Flandres
Impressão geral: Uma cerveja ale ácida, frutada, semelhante
a vinho tinto e ao estilo belga, com interessantes sabores a malte
e complexidade de frutas. O final seco e a taninos completam a
imagem mental de um bom vinho tinto.
Aroma: Perfil complexo ácido e frutado, com malte de suporte
que muitas vezes dá uma impressão semelhante a vinho. O
frutado é elevado e lembra cerejas pretas, laranjas, ameixas ou
groselha. Existem, frequentemente, notas a baunilha e/ou
chocolate de baixo a médio-baixo. Podem estar presentes fenóis
a especiarias em pequenas quantidades, aumentando a
complexidade. O aroma ácido varia de equilibrado a intenso. É
inapropriado um carácter destacado a acético avinagrado. Sem
aroma a lúpulo. O diacetilo é detectado apenas em quantidades
muito pequenas, se o for, e apenas como um aroma
complementar.
Aparência: Vermelho intenso, cor de vinho tinto a castanho
avermelhado. Boa limpidez. Espuma branca a bronzeado muito
claro. Retenção da espuma média a boa.
Sabor: O frutado intenso geralmente inclui sabores a ameixa,
laranja, cereja preta ou groselha. Está frequentemente presente
um caráter suave a baunilha e/ou chocolate. Podem estar
presentes fenóis a especiarias em pequenas quantidades,
aumentado a complexidade. O sabor ácido varia de
complementar a intenso e pode ter uma pontada ácida. Os
sabores a malte variam de complementares a proeminentes e
geralmente têm uma qualidade suave a tostados ricos.
Geralmente, à medida que o carácter ácido aumenta, o carácter
do malte torna-se mais um sabor de fundo (e vice-versa). Sem
sabor a lúpulo. Amargor de lúpulo contido. Está frequentemente
presente um amargor ácido e a taninos, em quantidades baixas
a moderadas, adicionando um carácter e final a vinho tinto
envelhecido. É inapropriado um carácter proeminente a acético
avinagrado. O diacetilo é detectado apenas em quantidades
muito pequenas, se o dor, como um sabor complementar.
Equilíbrio para o lado do malte, mas dominado pela impressão
frutada, ácida e semelhante a vinho.
Sensação na boca: Corpo médio. Carbonatação de baixa a
média. Adstringência baixa a média, como um vinho tinto bem
envelhecido, geralmente com uma acidez picante.
Enganadoramente leve e assertiva no paladar, embora um final
algo doce não seja incomum.
Comentários: Costuma ocorrer um envelhecimento
prolongado e a mistura entre cerveja jovem e bem envelhecida,
aumentando a suavidade e a complexidade, embora o produto
envelhecido às vezes seja lançado como cerveja para
connoisseur. Conhecida como o vindo da Borgonha da Bélgica,
é mais parecida com o vinho do que qualquer outro estilo de
cerveja. A cor avermelhada é resultado do malte, embora uma
longa parte da fervura não muito intensa possa ajudar a
adicionar um tom atraente de vinho da Borgonha. O
envelhecimento também escurece a cerveja. A Flandres Red é
mais acética (mas nunca semelhante a vinagre) e os sabores
frutados lembram mais um vinho tinto do que uma Oud Bruin.
Pode ter uma atenuação aparente de até 98%.
História: Uma cerveja indígena da Flandres Ocidental,
tipificada pelos produtos da cervejaria Rodenbach, estabelecida
em 1820 na Flandres Ocidental, mas reflectindo as tradições
cervejeiras anteriores. A cerveja é envelhecida até dois anos,
geralmente em enormes barris de carvalho que contêm as
bactérias residentes necessárias para azedar a cerveja. Era
comum na Bélgica e na Inglaterra, misturar cerveja velha com
cerveja jovem para equilibrar o azedume e a acidez encontrados
na cerveja envelhecida. Embora esta mistura de lotes com o
objectivo de atingir consistência, seja comum entre as maiores
cervejeiras, este tipo de prática é uma arte em desaparecimento.
Ingredientes característicos: Uma base de maltes Vienna
e/ou Munich, maltes caramel leves a médios e uma pequena
quantidade de Special B, são usados conjuntamente com até
20% de milho. É comum o uso de lúpulos continentais com
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
baixo teor de ácidos alfa (evitar lúpulos com alto teor de ácidos
alfa ou lúpulos americanos assertivos). Saccharomyces,
Lactobacillus e Brettanomyces (e acetobacter) contribuem para
a fermentação e para o eventual sabor.
Comparação de estilos: Menos rica a malte do que uma Oud
Bruin, geralmente com um perfil mais tartárico a frutas.
Características vitais: OG: 1.048 – 1.057
IBUs: 10 – 25 FG: 1.002 – 1.012
SRM: 10 – 16 ABV: 4.6 – 6.5%
Exemplos comerciais: Cuvée des Jacobins Rouge, Duchesse
de Bourgogne, Rodenbach Grand Cru, Rodenbach Klassiek,
Vichtenaar Flemish Ale
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-alta,
europa-oeste, estilo-tradicional, família-ale-ácida, equilibrado,
ácido, madeira
23C. Oud Bruin
Ale Castanha Envelhecida
Impressão geral: Uma ale castanha ao estilo belga, maltada,
frutada, envelhecida e algo ácida.
Aroma: Combinação complexa de ésteres frutados e caráter
rico de malte. Ésteres de médio a médio-alto, normalmente
lembram passas, ameixas, figos, tâmaras, cerejas pretas ou
ameixas secas. Carácter a malte de médio baixo a médio alto,
com notas a caramelo, toffee, laranja, melaço escuro ou
chocolate. Podem estar presentes fenóis a especiarias em
pequenas quantidades, aumentando a complexidade. Um
caráter semelhante a xerez pode estar presente e geralmente
demonstra um exemplar envelhecido. Pode estar presente um
aroma ácido baixo e pode aumentar modestamente com a idade,
mas não deve crescer até um carácter acético/vinagre
perceptível. Aroma a lúpulo ausente. O diacetilo é detectado
apenas em quantidades muito pequenas, se o for, como um
aroma complementar.
Aparência: Cor castanho-avermelhado escuro a castanho. Boa
claridade. Retenção de espuma de média a boa. Cor da espuma
de marfim a bronzeado claro.
Sabor: Maltado com complexidade frutada e tipicamente
algum carácter a caramelo. O frutado médio a médio-alto
geralmente inclui frutas escuras ou secas, como passas, ameixas,
figos, tâmaras, cerejas pretas ou ameixa seca. Carácter do malte
de médio-baixo a médio-alto, a caramelo, toffee, laranja, melaço
escuro ou chocolate. Podem estar presentes fenóis a especiarias
em pequenas quantidades, como complexidade. Um ligeiro
ácido torna-se geralmente mais pronunciado em exemplares
bem envelhecidos, juntamente com algum carácter semelhante
a xerez, produzindo um perfil “doce e ácido”. A acidez não deve
crescer até um carácter acético/vinagre demarcado. Sabor a
lúpulo ausente. Amargor de lúpulo contido. A baixa oxidação é
apropriada como um ponto extra de complexidade. O diacetilo é
detectado apenas em quantidades muito pequenas, se o for,
como um sabor complementar. O equilíbrio é maltado, mas com
o frutado e ácido presentes. Final doce e ácido.
Sensação na boca: Corpo médio a médio-encorpado.
Carbonatação de baixa a moderada. Sem adstringência.
Comentários: O envelhecimento prolongado e a mistura de
cerveja jovem e envelhecida podem ocorrer, adicionando
suavidade e complexidade, equilibrando qualquer carácter
desagradável e ácido. Este estilo foi concebido para estabelecer
que exemplares com um carácter moderadamente envelhecido
são considerados superiores aos exemplares mais jovens. Como
nas lambics de frutas, a Oud Bruin pode ser usada como base
55
para cervejas com sabor de frutas, como kriek (cerejas) ou
frambozen (framboesas), embora devam ser inscritas na
categoria Classic-Style Fruit Beer.
História: Uma tradição de “cerveja velha”, nativa da Flandres
Oriental, tipificada pelos produtos da cervejeira Liefman (agora
propriedade da Riva), que tem raízes que remontam aos anos
1600. Historicamente fabricada como uma “cerveja de provisão”
que desenvolveria um pouco de acidez à medida que envelhecia.
Estas cervejas eram tipicamente mais ácidas do que os exemplos
comerciais atuais. Enquanto as cervejas vermelhas da Flandres
são envelhecidas em carvalho, as cervejas castanhas são
envelhecidas a quente em aço inoxidável.
Ingredientes característicos: Uma base de malte Pils com
quantidades sensatas de maltes cara escuros e um pouco de
malte preto ou torrado. Inclui milho com frequência. Lúpulos
continentais com baixo teor de ácidos-alfa são típicos (evitar
lúpulos americanos com alto teor de ácidos-alfa).
Saccharomyces e Lactobacillus (e acetobacter) contribuem para
a fermentação e eventual sabor. Lactobacillus reage mal a níveis
elevados de álcool. Uma água rica em carbonatos é típica da sua
região natal e irá abafar a acidez dos maltes mais escuros e a
acidez láctica. O magnésio na água acentua a acidez.
Comparação de estilos: Um carácter mais intenso do malte
distingue estas cervejas das Flanders red ales. A Oud Bruin
é menos acética e mais maltada do que uma Flanders Red, e
os sabores frutados são mais orientados para o malte.
Características vitais: OG: 1.040 – 1.074
IBUs: 20 – 25 FG: 1.008 – 1.012
SRM: 15 – 22 ABV: 4.0 – 8.0%
Exemplos comerciais: Ichtegem Oud Bruin, Liefmans
Goudenband, Liefmans Liefmans Oud Bruin, Petrus Oud Bruin,
Riva Vondel, Vanderghinste Bellegems Bruin
Etiquetas: álcool-standard, cor-escura, fermentação-alta,
europa-oeste, estilo-tradicional, família-ale-ácida, maltado,
ácido
23D. Lambic
Impressão geral: Uma cerveja de trigo belga, de fermentação
espontânea, razoavelmente ácida, muitas vezes moderadamente
com notas de fermentação espontânea e com a acidez a tomar o
lugar do amargor do lúpulo. Tradicionalmente fermentada
espontaneamente na região de Bruxelas e servida sem gás, a
acidez refrescante torna-se numa bebida de café muito
agradável.
Aroma: É frequentemente dominante um aroma
decididamente ácido em exemplares jovens, mas pode-se tornar
mais moderado com a idade, pois mistura-se com aromas
descritos como curral/estábulo, terroso, cabra, feno, cavalo e
manta de cavalo. Um aroma suave cítrico-frutado é considerado
favorável. Um aroma entérico, a fumo, charuto ou a queijo é
desfavorável. As versões mais antigas costumam ser frutadas
com aromas a maçã ou mesmo mel. Sem aroma a lúpulo.
Aparência: De cor amarelo-pálido a dourado intenso; a idade
tende a escurecer a cerveja. A claridade vai de turva a boa. As
versões mais novas costumam ser turvas, enquanto as mais
antigas geralmente são limpas. A espuma de cor branca
geralmente tem retenção pobre.
Sabor: Os exemplares jovens costumam possuir uma acidez
visivelmente láctica, mas o envelhecimento pode tornar esse
carácter mais em equilíbrio com as características do malte, do
trigo e de curral/estábulo. Os sabores frutados são mais simples
nas lambics jovens, e mais complexos nos exemplares mais
antigos, onde lembram maçãs ou outras frutas claras, ruibarbo
56 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
ou mel. Alguns sabores cítricos (geralmente toranja) são
ocasionalmente perceptíveis e desejáveis. O carácter do malte e
do trigo é tipicamente baixo, com algumas notas a cereal e pão.
É indesejável um caráter entérico, a fumo ou parecido com
charuto. O amargor do lúpulo varia de baixo a nenhum e é
geralmente indetectável; a acidez fornece o equilíbrio.
Normalmente tem um final seco. Sem sabor a lúpulo.
Sensação na boca: Corpo leve a médio-leve. Apesar da baixa
densidade final, os vários sabores que inundam a boca evitam
que a cerveja pareça água. Como regra geral, a lambic torna-se
mais seca com a idade, o que torna esta característica um
indicador razoável da sua idade. Possui acidez média a alta e
uma qualidade acre, sem ser fortemente adstringente. As
versões tradicionais são virtualmente ou completamente sem
carbonatação, mas os exemplares engarrafados podem atingir
uma carbonatação moderada com o tempo.
Comentários: As lambics puras são cervejas de lote único e
não misturadas. Como não são misturadas, a lambic pura
costuma ser um verdadeiro produto do “carácter da casa” de
uma cervejeira e será mais variável do que uma gueuze.
Geralmente são servidas jovens (6 meses) e da torneira, como
cervejas baratas e fáceis de beber, sem qualquer carbonatação
de vasilhame. As versões mais jovens tendem a ser
unidimensionalmente ácidas, já que um carácter complexo a
Brett geralmente leva mais de um ano a se desenvolver. Um
carácter entérico geralmente é indicativo de uma lambic muito
jovem. Um caracter perceptível a vinagre ou vinagre de sidra é
considerado uma falha pelos cervejeiros belgas. Uma vez que a
levedura selvagem e as bactérias fermentam TODO o açúcar,
elas são normalmente engarrafadas apenas quando estão
completamente fermentadas.
História: As ales fermentadas espontaneamente na área de
Bruxelas (o vale do rio Sena) provêm de uma tradição secular de
fabrico de cerveja em regiões rurais. O número de produtores
está constantemente a diminuir.
Ingredientes característicos: É usado trigo não maltado
(30-40%), malte Pilsner e lúpulo envelhecido (3 anos). Os
lúpulos envelhecidos são usados mais para efeito de preservação
do que de amargor, tornando os níveis reais de amargor difíceis
de estimar. Tradicionalmente, estas cervejas são fermentadas
espontaneamente com leveduras e bactérias que ocorrem
naturalmente em barris predominantemente de carvalho. Os
barris usados são neutros, com pouco carácter a carvalho, pelo
que não é de esperar um carácter a carvalho fresco ou em
primeiro plano - neutro é o típico. As versões caseiras e
artesanais são tipicamente feitas com culturas puras de
levedura, sendo comum incluir Saccharomyces, Brettanomyces,
Pediococcus e Lactobacillus, numa tentativa de recriar os efeitos
da microbiota dominante de Bruxelas e da paisagem
circundante do vale do rio Sena. Culturas retiradas de garrafas
são por vezes usadas, não havendo uma maneira simples de
saber quais organismos que ainda são viáveis.
Comparação de estilos: Geralmente possui uma acidez e
complexidade mais simples do que uma gueuze.
Tradicionalmente servida sem gás em canecas, enquanto a
gueuze é engarrafada e muito gaseificada.
Características vitais: OG: 1.040 – 1.054
IBUs: 0 – 10 FG: 1.001 – 1.010
SRM: 3 – 7 ABV: 5.0 – 6.5%
Exemplos comerciais: A única versão engarrafada disponível
é a Cantillon Grand Cru Bruocsella de qualquer produção de lote
único que o cervejeiro considere digno de engarrafar. A De Cam
às vezes engarrafa a sua lambic muito velha (5 anos). Em
Bruxelas e nos arredores, há cafés especializados que costumam
oferecer lambics da torneira de cervejeiras tradicionais ou
blenders, como Boon, De Cam, Cantillon, Drie Fonteinen,
Lindemans, Timmermans e Girardin.
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-selvagem,
europa-oeste, estilo-tradicional, família-cerveja-trigo, ácido
23E. Gueuze
Impressão geral: Uma cerveja de trigo belga complexa,
agradavelmente ácida, mas equilibrada, altamente carbonatada
e muito refrescante. O carácter da fermentação espontânea pode
fornecer uma complexidade muito interessante, com uma ampla
gama de características selvagens a estábulo, manta de cavalo ou
couro, que se misturam com sabores cítrico-frutados e acidez.
Aroma: Um aroma moderadamente ácido combina-se com
aromas descritos como curral/estábulo, couro, terra, caprino,
feno, cavalo e manta de cavalo. Embora alguns exemplares
possam ser mais predominantemente ácidos, o equilíbrio é a
chave e denota uma melhor gueuze. Normalmente frutada com
aromas a frutas cítricas (geralmente toranja), maçãs ou outras
frutas claras, ruibarbo ou mel. Um aroma a carvalho muito
suave é considerado favorável. Um aroma entérico, a fumo,
parecido com charuto ou a queijo é desfavorável. Sem aroma a
lúpulo.
Aparência: Cor dourada, com excelente limpidez e uma
espuma espessa e abundante, estável como rocha, semelhante a
mousse e de cor branca, que parece durar para sempre. Sempre
efervescente.
Sabor: Um carácter moderadamente ácido está classicamente
em equilíbrio com as características do malte, do trigo e de
curral/estábulo. Pode estar presente uma doçura baixa e
complementar, mas níveis mais elevados não são tradicionais.
Embora alguns exemplares possam ser mais
predominantemente ácidos, o equilíbrio é a chave e denota uma
melhor gueuze. Um sabor variado a frutas é comum e pode ter
um carácter a mel. Um leve sabor a baunilha e/ou carvalho é
ocasionalmente perceptível. O malte é geralmente baixo e a
cereal/pão. Um carácter entérico, a fumo ou parecido com
charuto é indesejável. O amargor do lúpulo está geralmente
ausente, mas um amargor muito baixo pode ocasionalmente ser
detectado; a acidez fornece a maior parte do equilíbrio. Final
demarcado, seco e ácido. Sem sabor a lúpulo.
Sensação na boca: Corpo leve a médio-leve. Apesar da baixa
densidade final, os vários sabores que preenchem a boca evitam
que a cerveja pareça água. Tem uma acidez baixa a alta e uma
qualidade acre sem ser fortemente adstringente. Algumas
versões têm um leve carácter quente. Altamente carbonatada.
Comentários: A Gueuze é tradicionalmente produzida pela
mistura de lambics de um, dois e três anos. A lambic “jovem”
contém açúcares fermentáveis, enquanto que a lambic velha tem
o sabor “selvagem” característico do vale do rio Sena. Um
caracter a vinagre ou cidra perceptível é considerado uma falha
pelos cervejeiros belgas. Uma boa gueuze não é a mais pungente
e possui um bouquet cheio e tentador, um aroma forte e um
sabor suave e aveludado. A lambic é servida sem carbonatação,
enquanto que a gueuze é servida efervescente. Os produtos
marcados como oude ou ville são considerados os mais
tradicionais.
História: Ales fermentadas espontaneamente na área de
Bruxelas (o Vale do Sena), vêm de uma tradição de vários
séculos de fabrico e mistura de cerveja em zona rural. O número
de produtores está a diminuir constantemente, com alguns
produtores a adoçar os seus produtos (pós-fermentação) de
maneira não tradicional, para torná-los mais palatáveis para um
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
público mais alargado. Estas diretrizes descrevem o produto
seco tradicional.
Ingredientes característicos: É usado trigo não maltado
(30-40%), malte Pilsner e lúpulo envelhecido (3 anos). Os
lúpulos envelhecidos são usados mais para efeitos de
preservação do que amargor, e torna os níveis reais de amargor
difíceis de estimar. Tradicionalmente, estas cervejas são
fermentadas espontaneamente com leveduras e bactérias que
ocorrem naturalmente em barris predominantemente de
carvalho. Os barris usados são antigos e têm pouco carácter a
carvalho, pelo que não é de esperar um carácter a carvalho fresco
ou em primeiro plano - neutro é o típico. As versões caseiras e
artesanais são mais tipicamente feitas com culturas puras de
levedura, normalmente incluindo Saccharomyces,
Brettanomyces, Pediococcus e Lactobacillus, numa tentativa de
recriar os efeitos da microbiota dominante de Bruxelas e da área
circundante do vale do rio Sena. Às vezes são utilizadas culturas
retiradas de garrafas, não havendo uma maneira simples de
saber quais organismos que ainda são viáveis.
Comparação de estilos: Mais complexa e carbonatada que
uma lambic. A acidez não é necessariamente maior, mas tende
a ter um carácter selvagem bem desenvolvido.
Características vitais: OG: 1.040 – 1.060
IBUs: 0 – 10 FG: 1.000 – 1.006
SRM: 3 – 7 ABV: 5.0 – 8.0%
Exemplos comerciais: Boon Oude Gueuze, Boon Oude
Gueuze Mariage Parfait, Cantillon Gueuze, De Cam Gueuze, De
Cam/Drei Fonteinen Millennium Gueuze, Drie Fonteinen Oud
Gueuze, Girardin Gueuze (Black Label), Hanssens Oude
Gueuze, Lindemans Gueuze Cuvée René, Mort Subite
(Unfiltered) Gueuze, Oud Beersel Oude Gueuze
Etiquetas: álcool-elevado, cor-clara, fermentação-selvagem,
europa-oeste, estilo-tradicional, família-cerveja-trigo,
envelhecido, ácido
23F. Fruit Lambic
Lambic de Fruta
Impressão geral: Uma ale de trigo de fermentação
espontânea complexa, frutada, agradavelmente ácida,
fermentada por uma variedade de microbiota belga, e que
apresenta as contribuições da fruta combinadas com o carácter
selvagem. Às vezes pode ser difícil de identificar o tipo de fruta,
pois as características da fruta fermentada e envelhecida podem
parecer diferentes dos aromas e sabores das frutas frescas mais
reconhecíveis.
Aroma: A fruta especificada deve ser o aroma dominante. Um
carácter de baixo a moderadamente ácido, mistura-se com
aromas descritos como curral/estábulo, terroso, caprino, feno,
cavalo e manto de cavalo (portanto deve ser reconhecível como
uma lambic). O aroma da fruta normalmente combina bem com
os outros aromas. Um aroma entérico, a fumo, parecido com
charuto ou a queijo, é desfavorável. Sem aroma a lúpulo.
Aparência: A variedade da fruta geralmente determina a cor,
embora as frutas de cores mais claras possam ter pouco efeito
sobre esta. A intensidade da cor pode diminuir com o tempo. A
limpidez costuma ser boa, embora algumas frutas não
sedimentem e não conduzam a uma limpidez brilhante. Uma
espuma espessa e abundante, estável como rocha, semelhante a
mousse, às vezes com um tom da fruta, é geralmente duradoura
(dependente da carbonatação). A carbonatação é normalmente
alta, mas deve ser especificada.
Sabor: O fruto especificado deve ser evidente. Sabor ácido de
baixo a moderado, geralmente com um toque ácido no final. As
57
características clássicas a curral/estábulo podem ser baixas a
altas. Quando jovem, a cerveja apresentará o seu sabor frutado
em pleno. À medida que envelhece, o sabor das lambics torna-
se dominante à custa do carácter da fruta - portanto, as lambics
de fruta não são destinadas a um envelhecimento longo. O final
é geralmente seco e ácido, mas pode estar presente uma doçura
baixa e complementar; não são tradicionais níveis mais altos de
doçura, mas podem ser incluídos como preferência pessoal (o
nível de doçura deve ser especificado). Um leve sabor a baunilha
e/ou carvalho é ocasionalmente perceptível. Um caráter
entérico, a fumo ou parecido com charuto é indesejável. O
amargor a lúpulo geralmente está ausente; a acidez fornece o
equilíbrio. Sem sabor a lúpulo.
Sensação na boca: Corpo leve a médio-leve. Apesar da baixa
densidade final, os muitos sabores que preenchem a boca evitam
que a cerveja pareça água. Possui uma acidez baixa a alta e uma
qualidade acre sem ser fortemente adstringente. Algumas
versões têm um leve carácter quente. A carbonatação pode
variar de borbulhante a quase parada (deve ser especificada).
Comentários: As lambics à base de frutas são frequentemente
produzidas como a gueuze, misturando lambics de um, dois e
três anos. A lambic “jovem” contém açúcares fermentáveis,
enquanto que a lambic mais velha tem o sabor “selvagem”
característico do vale do rio Sena. A fruta é normalmente
adicionada a meio do envelhecimento e a levedura e as bactérias
fermentam todos os açúcares desta. Frutas também podem ser
adicionadas a lambic pura. Os estilos mais tradicionais de
lambics de frutas incluem kriek (cerejas), framboise
(framboesas) e druivenlambik (uvas moscatel). Os IBUs são
aproximados, uma vez que são usados lúpulos envelhecidos; os
belgas usam o lúpulo nas lambics mais pelas propriedades
antibacterianas do que pelo amargor.
História: Ales selvagens fermentadas espontaneamente na
área de Bruxelas (o Vale do Sena), provêm de uma tradição de
vários séculos de fabrico e mistura de cerveja em zona rural. O
número de produtores está a diminuir constantemente e alguns
deles estão a adoçar os seus produtos (pós-fermentação) de
forma não tradicional, com açúcar ou frutas doces para torná-
los mais palatáveis para um público mais alargado. A fruta era
tradicionalmente adicionada à lambic ou à gueuze, tanto pelo
cervejeiro perito em as combinar (blender) como pelo
taberneiro, para aumentar a variedade de cervejas disponíveis
nos cafés locais.
Ingredientes característicos: É usado trigo não maltado
(30-40%), malte Pilsner e lúpulo envelhecido (3 anos). Os
24. BELGIAN ALE
Ale Belga
Esta categoria contém as cervejas belgas e francesas de mais maltadas a equilibradas, e com mais sabor.
24A. Witbier
Impressão geral: Uma ale refrescante à base de trigo,
elegante, saborosa e de álcool moderado.
Aroma: Doçura maltada moderada (frequentemente com leves
notas a mel e/ou baunilha) com aromas leves a trigo, cereal e
especiarias, geralmente com um pouco de acidez. Coentros
perfumados moderados, geralmente com notas complexas a
ervas, especiarias ou notas apimentadas em segundo plano.
Frutado moderado cítrico-alaranjado e cheio de sabor. Um
aroma baixo a lúpulo com notas herbáceas/especiarias é
opcional, mas nunca se deve sobrepor às outras características.
Aromas a vegetais, aipo ou a presunto são inadequados. As
58 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
lúpulos envelhecidos são usados mais para efeitos de
preservação do que para amargor, e torna os níveis reais de
amargor difíceis de estimar. Os produtos tradicionais usam 10-
30% de fruta (25%, no caso de cereja). As frutas
tradicionalmente usadas incluem cerejas azedas ou ginjas (com
caroço), framboesas ou uvas moscatel. Exemplos mais recentes
incluem pêssegos, damascos ou uvas merlot. A fruta azeda ou
ácida é tradicionalmente usada porque a sua finalidade não é
adoçar a cerveja, mas adicionar uma nova dimensão.
Tradicionalmente, estas cervejas são fermentadas
espontaneamente com leveduras e bactérias que ocorrem
naturalmente em barris predominantemente de carvalho. Os
barris usados são velhos e têm pouco carácter a carvalho, pelo
que não é de esperar um carácter a carvalho fresco ou em
primeiro plano - neutro é o típico. As versões caseiras e
artesanais são mais tipicamente feitas com culturas puras de
levedura, normalmente incluindo Saccharomyces,
Brettanomyces, Pediococcus e Lactobacillus, numa tentativa de
recriar os efeitos da microbiota dominante de Bruxelas e da área
circundante do vale do rio Sena. Às vezes são utilizadas culturas
retiradas de garrafas, não havendo uma maneira simples de
saber quais organismos que ainda são viáveis.
Comparação de estilos: Uma lambic com fruta e não apenas
uma cerveja de fruta; o carácter salvagem a lambic deve ser
evidente.
Instruções de inscrição: O tipo de fruta usado tem de ser
especificado. O cervejeiro deve declarar um nível de
carbonatação (baixo, médio, alto) e um nível de doçura
(baixo/nenhum, médio, alto).
Características vitais: OG: 1.040 – 1.060
IBUs: 0 – 10 FG: 1.000 – 1.010
SRM: 3 – 7 (varies w/ fruit) ABV: 5.0 – 7.0%
Exemplos comerciais: Boon Framboise Marriage Parfait,
Boon Kriek Mariage Parfait, Boon Oude Kriek, Cantillon Fou’
Foune, Cantillon Kriek, Cantillon Lou Pepe Kriek, Cantillon Lou
Pepe Framboise, Cantillon Rose de Gambrinus, Cantillon St.
Lamvinus, Cantillon Vigneronne, De Cam Oude Kriek, Drie
Fonteinen Kriek, Girardin Kriek, Hanssens Oude Kriek, Oud
Beersel Kriek, Mort Subite Kriek
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-selvagem,
europa-oeste, estilo-tradicional, família-cerveja-trigo, ácido,
fruta
especiarias devem-se misturar com os aromas frutados, florais e
doces e não devem ser excessivamente fortes.
Aparência: De cor palha muito clara a dourado muito claro. A
cerveja será muito turva devido à presença de amido e/ou
levedura, o que lhe confere uma aparência leitosa de um amarelo
esbranquiçado. Espuma densa, branca e tipo mousse. A
retenção da espuma deve ser muito boa.
Sabor: Agradável sabor doce a cereal maltado (geralmente com
um caráter a mel e/ou baunilha) e um sabor completo a fruta
cítrica-alaranjada. Refrescantemente demarcada com um final
seco e geralmente ácido. Pode ter um sabor baixo a trigo.
Opcionalmente, tem uma acidez láctica muito leve. Sabores a
ervas e especiarias, que podem incluir coentro e outras
especiarias, são comuns e devem ser subtis e equilibrados, não
excessivos. Um sabor a especiarias e terroso a lúpulo varia de
baixo a nenhum e, se for percetível, nunca atrapalha as
especiarias. O amargor do lúpulo é baixo a médio-baixo e não
interfere nos sabores refrescantes de frutas e especiarias, nem
persiste no final. Amargor de casca da laranja não deve estar
presente. Sabores vegetais, semelhantes a aipo, presunto ou
sabão são inadequados.
Sensação na boca: Corpo de médio-leve a médio, geralmente
apresentando uma suavidade e leve cremosidade de trigo
não-maltado e, ocasionalmente, aveia. Apesar do corpo e da
cremosidade, termina seca e frequentemente um pouco ácida.
Carácter efervescente da alta carbonatação. Refrescante, da
carbonatação, leve acidez e ausência de amargor no final. Sem
aspereza ou adstringência de casca de laranja. Não deve ser
excessivamente seca e leve, nem deve ser espessa e pesada.
Comentários: A presença, caráter e grau de especiarias e
acidez láctica variam. Cervejas com excesso de especiarias e/ou
ácidas não são bons exemplos do estilo. Os coentros de
determinadas origens podem dar um carácter inadequado a
presunto ou aipo. A cerveja tende a ser frágil e não envelhece
bem, pelo que os exemplares mais jovens, frescos e bem-
acondicionados são os mais desejáveis. A maioria dos exemplos
parece ter aproximadamente 5% ABV.
História: Um estilo de cerveja belga com 400 anos que morreu
na década de 1950; mais tarde foi reavivada por Pierre Celis na
Hoegaarden. Tem crescido constantemente em popularidade ao
longo do tempo, tanto com cervejeiras artesanais modernas,
como com produtores de grande escala, que a veem como uma
cerveja sazonal de verão algo frutada.
Ingredientes característicos: Cerca de 50% de trigo não
maltado e 50% de malte de cevada pale (geralmente malte Pils)
constituem a carga de cereal. Nalgumas versões, pode ser usada
até 5-10% de aveia simples. Especiarias como coentros moídos
na altura e laranja Curaçao ou, às vezes casca de laranja doce,
complementam o aroma doce e são bastante característicos.
Outras especiarias (por exemplo, camomila, cominhos, canela,
grãos do paraíso) podem ser usadas para complexidade, mas são
muito menos proeminentes. Levedura ale com tendência a
produzir sabores suaves e a especiarias é muito característica.
Nalguns casos, é feita uma fermentação láctica muito limitada,
ou uma adição concreta de ácido láctico.
Comparação de estilos: Baixo nível de amargor com um
equilíbrio semelhante a um Weissbier, mas com especiarias e
caráter cítrico provenientes de adições em vez da levedura.
Características vitais: OG: 1.044 – 1.052
IBUs: 8 – 20 FG: 1.008 – 1.012
SRM: 2 – 4 ABV: 4.5 – 5.5%
Exemplos comerciais: Allagash White, Blanche de Bruxelles,
Celis White, Hoegaarden Wit, Ommegang Witte,
St. Bernardus Witbier, Wittekerke
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-alta,
europa-oeste, estilo-tradicional, família-cerveja-trigo,
especiarias
24B. Belgian Pale Ale
Ale Belga Clara
Impressão geral: Uma ale belga moderadamente maltada,
algo frutada, fácil de beber e de cor acobreada, menos agressiva
no sabor do que muitas outras cervejas belgas. O carácter a
malte tende a ser um pouco a biscoito, com componentes
ligeiramente tostados, tipo mel ou a caramelo; o carácter frutado
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
nota-se e complementa o malte. O nível de amargor é
geralmente moderado, mas pode não parecer tão alto devido ao
perfil de malte repleto de sabor
Aroma: Moderadamente a malte o qual pode ser uma
combinação de tostado, biscoito ou frutos secos, possivelmente
com um toque a caramelo claro ou mel. Notas frutadas
moderadas a moderadamente altas com um carácter semelhante
a laranjas ou peras. Carácter a lúpulo baixo a moderado
(especiarias, herbáceo ou floral), opcionalmente misturado com
fenóis apimentados ou a especiarias, em segundo plano. O
carácter a lúpulo é mais baixo no equilíbrio do que o malte e os
componentes frutados.
Aparência: Cor âmbar a cobre. Claridade muito boa. Espuma
branca, cremosa e "rochosa", que se desvanece mais depressa do
que outras cervejas belgas.
Sabor: Possui um sabor suave inicial a malte, de intensidade
moderada e com um perfil variável de notas tostadas, biscoito,
frutos secos, caramelo claro e/ou mel. Notas frutadas
moderadas a moderadamente elevadas, por vezes semelhantes a
laranja ou pera. Carácter a lúpulo relativamente ligeiro (médio-
baixo a baixo) com notas a especiarias, herbáceo ou floral. O
amargor do lúpulo é médio-alto a médio-baixo e é,
opcionalmente, amplificado por quantidades baixas a muito
baixas de fenóis apimentados. Existe um final seco a
equilibrado, com o lúpulo a tornar-se mais pronunciado no final
de prova nos exemplos mais secos. Em geral bem equilibrada,
sem apresentar nenhum componente em quantidade elevada; o
malte e frutados são inicialmente mais presentes, com um
carácter amargo de suporte a surgir mais tarde.
Sensação na boca: Corpo médio a médio-leve. Palato suave.
O nível de álcool é contido e qualquer carácter de calor deve ser
baixo, se presente. Carbonatação média a média-alta.
Comentários: Encontram-se mais facilmente nas províncias
da Flandres de Antuérpia e Brabante. Consideradas cervejas do
"dia-a-dia" (categoria I). Quando comparadas com as suas
primas de maior teor alcoólico da categoria S, são as cervejas
belgas "session" por serem fáceis de beber. Nada pode ser muito
pronunciado ou dominante; o equilíbrio é a chave. O carácter a
levedura é geralmente mais subtil do que em muitas cervejas
belgas, com alguns dos frutados com origem no lúpulo.
História: Produzida por cervejeiras com raízes que datam de
meados dos anos 1700, os melhores exemplos foram
aperfeiçoados depois da Segunda Guerra Mundial, com alguma
influência da Inglaterra, incluindo lúpulo e estirpes de
leveduras.
Ingredientes característicos: Os maltes pilsner ou pale ale
contribuem para a maioria da carga de cereal, com os maltes
vienna e munich a adicionar cor, corpo e complexidade. Não é
tradicionalmente usado açúcar, uma vez que não se pretende
alto teor alcoólico. Os lúpulos mais usados são da família Saaz,
Styrian Goldings, East Kent Goldings ou Fuggles. É
normalmente usada levedura com tendência a produzir níveis
moderados de fenóis, mas a temperatura de fermentação deve
ser mantida em níveis moderados para limitar este carácter.
Comparação de estilos: Relativamente similar às pale ales
da Inglaterra (categoria Strong Bitter), tipicamente com um
carácter de levedura ligeiramente diferente e um perfil a malte
mais variado. Caracter a levedura mais reduzido do que muitas
outras cervejas belgas.
Características vitais: OG: 1.048 – 1.054
IBUs: 20 – 30 FG: 1.010 – 1.014
SRM: 8 – 14 ABV: 4.8 – 5.5%
Exemplos comerciais: De Koninck, De Ryck Special, Palm
Dobble, Palm Speciale
59
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-alta,
europa-oeste, estilo-tradicional, família-pale-ale, equilibrado
24C. Bière de Garde
Cerveja de Guarda
Impressão geral: Uma cerveja artesanal bastante forte,
sujeita a laggering, com ênfase a malte e uma variedade de
sabores do malte apropriados para a cor. Todas são maltadas
mas secas, com sabores limpos e um caráter suave.
Aroma: Doçura maltada proeminente, geralmente com
carácter a malte complexo, de intensidade leve a moderada, rico
a pão e tostado. Ésteres baixos a moderados. Aroma a lúpulo de
pouco a nenhum (pode ser um pouco a especiarias, apimentado
ou herbáceo). As versões mais claras ainda serão maltadas, mas
não terão aromas tão ricos e intensos e podem ter um pouco
mais de lúpulo. Geralmente bastante limpo, embora as versões
mais fortes possam ter uma nota leve e a especiarias do álcool à
medida que aquece.
Aparência: Existem três variações principais (loira, âmbar e
castanha), pelo que a cor pode variar do louro dourado ao bronze
avermelhado a cor de castanhas. A claridade é brilhante a média,
embora a turvação não seja inesperada neste tipo de cerveja,
muitas vezes não filtrada. Espuma bem formada, geralmente
branca a esbranquiçada (varia de acordo com a cor da cerveja),
com persistência media.
Sabor: Sabor a malte de médio a alto, geralmente com um
carácter rico a tostado, biscoito, tipo toffee ou doce a caramelo
claro. Os sabores e a complexidade do malte tendem a aumentar
com a cor da cerveja. Ésteres e sabores a álcool de baixo a
moderado. O amargor do lúpulo é médio-baixo e fornece algum
suporte, mas o equilíbrio tende sempre para o malte. As versões
mais escuras terão mais uma impressão inicial a malte-doce do
que as versões mais claras, mas todas devem ser maltadas no
palato e no final. O sabor do malte perdura até o final, o qual é
de meio-seco a seco, nunca enjoativo. Sabor a lúpulo de baixo a
nenhum (especiarias, apimentado ou herbáceo), embora as
versões mais claras possam ter níveis ligeiramente mais
elevados de sabor a lúpulo herbáceo ou especiarias (que também
pode vir da levedura). Carácter suave de um bom laggering,
mesmo se feita com levedura ale. Sabor de final de prova a malte
(de caráter
Sensação na boca: Corpo médio a médio-leve (esguio),
geralmente com um carácter macio e cremoso-sedoso.
Carbonatação moderada a alta. O álcool aquece
moderadamente, mas deve ser bem suave e nunca quente.
Comments: Três variações principais estão incluídas neste
estilo: a castanha (brune), a loira (blonde) e a âmbar
(ambrée). As versões mais escuras terão mais carácter a malte,
enquanto as versões mais claras podem ter mais lúpulo (mas
60 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
ainda são cervejas focadas no malte). Um estilo relacionado são
as Bière de Mars, fabricadas em março (Marte) para consumo
imediato e que não envelhece tão bem. As taxas de atenuação
estão na faixa de 80-85%. Existem alguns exemplos mais
encorpados, mas são um pouco raros. O envelhecimento e a
oxidação nos exemplares importados frequentemente
aumentam o sabor frutado, os sabores a caramelo e adicionam
notas de rolha e tipo mofo; todas estas características são sinais
de manuseio incorrecto, não sendo elementos característicos do
estilo.
História: O nome significa literalmente "cerveja que foi
guardada ou sujeita a laggering". Uma cerveja artesanal
tradicional do norte da França, produzida no início da
primavera e mantida em caves frias para consumo em climas
mais quentes. É agora produzida durante todo o ano.
Ingredientes característicos: O caráter a “caves ou adega”
normalmente descrito na literatura, é mais uma característica
das exportações comerciais mal manuseadas do que dos
produtos frescos e autênticos. O carácter um tanto a mofo
provem das rolhas e/ou oxidação das versões comerciais, e é
incorretamente identificado como "mofo" ou "semelhante a
adega". Os maltes base variam de acordo com a cor da cerveja,
mas geralmente incluem os tipos pale, Viena e Munique. As
versões mais escuras terão complexidade e doçura mais rica a
malte, proveniente dos maltes do tipo cristal. Açúcar pode ser
usado para dar sabor e auxiliar no final seco. Levedura lager ou
ale, fermentada a temperaturas frias de ale, seguido por uma
longa maturação a frio. Lúpulos continentais florais, herbáceos
ou a especiarias.
Comparação de estilos: Relacionado com o estilo belga
Saison, sendo as principais diferenças da Bière de Garde o
caracter mais redondo, mais rico, focado no malte, não
possuindo o carácter amargo e a especiarias da um Saison.
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
uma bière de garde blonde, âmbar ou castanha. Se nenhuma
cor for especificada, o juiz deve tentar avaliar com base na
observação inicial, esperando um sabor a malte e equilíbrio que
corresponda à cor.
Características vitais: OG: 1.060 – 1.080
IBUs: 18 – 28 FG: 1.008 – 1.016
SRM: 6 – 19 ABV: 6.0 – 8.5%
Exemplos comerciais: Ch’Ti (castanha e loira), Jenlain
(âmbar e loira), La Choulette (as 3 versões), St. Amand
(castanha), Saint Sylvestre 3 Monts (loira), Russian River
Perdition
Etiquetas: álcool-elevado, cor-clara, cor-âmbar, qualquer-
fermentação, lagered, europa-oeste, estilo-tradicional, família-
amber-ale, maltado
25. STRONG BELGIAN ALE
Ale Belga Forte
Esta categoria contém as cervejas claras, bem atenuadas, equilibradas a amargas, geralmente mais impulsionadas pelo carácter da
levedura do que pelos sabores do malte, com álcool geralmente mais elevado (embora exista um intervalo dentro dos estilos).
25A. Belgian Blond Ale
Ale Belga Loira
Impressão geral: Uma ale dourada de álcool moderado, que
possui uma subtil complexidade frutada-especiarias a levedura
belga, um sabor levemente maltado-doce e final seco.
Aroma: Lúpulo levemente terroso ou a especiarias no nariz,
juntamente com um carácter a malte levemente doce a cereal.
Mostra um carácter subtil a levedura que pode incluir
compostos fenólicos a especiarias, álcool perfumado ou parecido
com mel, ou ésteres frutados da levedura (geralmente
semelhantes a laranja ou limão). Doçura leve que pode ter um
carácter ligeiramente açucarado. Subtil mas, no entanto,
complexo.
Aparência: Cor dourada clara a intensa. Geralmente muito
límpida. Espuma abundante, densa e cremosa, de cor branco a
esbranquiçada / branco-sujo. Boa retenção de espuma com
formação de laço belga.
Sabor: Sabor suave a malte a cereal adocicado, inicialmente
leve a moderado, mas termina de médio-seco a seco, com um
pouco de álcool suave que se torna evidente no sabor residual.
Amargor médio a lúpulo e álcool como forma de equilíbrio.
Sabor a lúpulo leve que pode ser a especiarias ou terroso.
Carácter a levedura muito suave (ésteres e álcoois que, às vezes,
são perfumados ou parecidos com laranja/limão). Fenólicos
opcionais leves e a especiarias. Algum açúcar levemente
caramelizado ou doçura a mel no palato.
Sensação na boca: Carbonatação de média-alta a alta,
podendo dar uma sensação borbulhante que preenche a boca.
Corpo médio. Calor do álcool de leve a moderado, mas suave.
Pode ser algo cremosa.
Comentários: Frequentemente possui um carácter quase
semelhante ao de uma lager, o que lhe confere um perfil mais
limpo em comparação com muitos outros estilos belgas. Os
belgas usam o termo Blond, enquanto os franceses o soletram
Blonde. A maioria dos exemplos comerciais está na faixa de teor
alcoólico de 6,5 - 7%. Muitas cervejas belgas trapistas ou
artesanais são chamadas de Blond, mas não são representativas
deste estilo.
História: Desenvolvimento relativamente recente para atrair
ainda mais os consumidores europeus da Pils, tornando-se mais
popular à medida que é fortemente comercializada e
amplamente distribuída.
Ingredientes característicos: Malte Pils belga, maltes
aromáticos, açúcar, estirpes de leveduras belgas que produzem
álcool complexo, fenólicos e ésteres perfumados, lúpulo tipo
Saazer, Styrian Goldings ou East Kent Goldings. As especiarias
não são tradicionalmente usadas, embora os ingredientes e
subprodutos da fermentação possam dar uma impressão a
especiarias (muitas vezes uma reminiscência a laranjas ou
limões). Se estiverem presentes especiarias, estas devem ser
apenas um toque em segundo plano.
Comparação de estilos: Álcool semelhante a uma Dubbel,
caráter semelhante a uma Belgian Strong Golden Ale ou
Tripel, embora um pouco mais doce e não tão amarga.
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Características vitais: OG: 1.062 – 1.075
IBUs: 15 – 30 FG: 1.008 – 1.018
SRM: 4 – 7 ABV: 6.0 – 7.5%
Exemplos comerciais: Affligem Blond, Grimbergen Blond,
La Trappe Blond, Leffe Blond, Val-Dieu Blond
Etiquetas: álcool-elevado, cor-clara, fermentação-alta,
europa-oeste, estilo-tradicional, equilibrado
25B. Saison
Impressão geral: Em comum trata-se de uma ale belga clara,
refrescante, altamente atenuada, moderadamente amarga, de
álcool moderado e com um final muito seco. Normalmente é
altamente carbonatada e usa cereais além de cevada, bem como
especiarias opcionais para complexidade, como complemento
para o carácter expressivo da levedura que é frutado, a
especiarias e não excessivamente fenólico. As variações menos
comuns incluem ambos os produtos com baixo e alto teor de
álcool, bem como versões mais escuras com carácter adicional a
malte.
Aroma: Bastante aromático, com características evidentes
frutadas, a especiarias e a lúpulo. Os ésteres podem ser
razoavelmente altos (moderados a altos) e costumam ser uma
reminiscência de frutas cítricas, como laranjas ou limões. Os
lúpulos são de baixo a moderado e costumam ser a especiarias,
florais, terroso ou frutados. As versões mais fortes podem ter
uma nota a álcool suave e a especiarias (baixa intensidade). As
notas a especiarias são tipicamente apimentadas em vez de
cravinho, e podem ser moderadamente fortes (normalmente
derivadas das leveduras). São permitidas adições subtis e
complementares de ervas ou especiarias, mas não devem ser
dominantes. O carácter do malte é tipicamente a cereal ligeiro e
de baixa intensidade. As versões mais escuras e mais fortes terão
malte mais perceptível, com as versões mais escuras possuindo
características associadas a cereal dessa cor (tostado, biscoito,
caramelo, chocolate, etc.). Nas versões onde a característica
ácida está presente em vez de amargor, algumas dessas
características ácidas podem ser detectadas (de baixo a
moderado).
Aparência: As versões claras costumam possuir um laranja-
claro distinto, mas podem ser de cor dourada a âmbar (ouro a
âmbar-dourado é mais comum). As versões mais escuras podem
ir do cobre ao castanho-escuro. Espuma densa, duradoura, de
cor branca a marfim, resultando no característico laço belga no
copo, à medida que desaparece. A claridade varia de fraca a boa,
embora turvação não seja inesperada neste tipo de cerveja não
filtrada. Efervescente.
Sabor: Sabores frutados e a especiarias de médio-baixo a
médio-alto, apoiados por um carácter suave a malte de baixo a
médio, frequentemente com alguns sabores a cereal. O amargor
é normalmente de moderado a alto, embora acidez possa estar
presente em vez do amargor (ambos não devem ter sabores
fortes ao mesmo tempo). A atenuação é extremamente alta, o
que dá um final seco característico essencial ao estilo; uma
Saison nunca deve terminar doce. O carácter frutado é
frequentemente cítrico (laranja ou limão) e as especiarias são
tipicamente apimentadas. Deve-se permitir uma gama razoável
61
no equilíbrio nas características frutados/especiarias; isto
geralmente é impulsionado pela seleção da levedura. O sabor a
lúpulo é de baixo a moderado e geralmente tem carácter a
especiarias ou terroso. O equilíbrio é voltado para o carácter
frutado, especiarias, lúpulo, em que qualquer amargor ou acidez
não se sobrepõem a estes sabores. As versões mais escuras terão
mais carácter a malte, com uma gama de sabores derivados de
maltes mais escuros (tostado, pão, biscoito, chocolate, etc.) que
sustentam o carácter frutado/especiarias da cerveja (sabores
torrados não são típicos). As versões mais fortes terão mais
sabor a malte em geral, além de uma leve impressão a álcool. As
ervas e especiarias são completamente opcionais, mas se
presentes, devem ser usadas com moderação e não prejudicar o
carácter da levedura. O final é muito seco e o sabor final é
tipicamente amargo e a especiarias. O amargor do lúpulo pode
ser contido, embora possa parecer acentuado devido aos altos
níveis de atenuação.
Sensação na boca: Corpo leve a médio. A sensação a álcool
varia com a intensidade, de nenhuma na versão de mesa (table)
a leve nas versões padrão (standard) e moderada nas versões
super. No entanto, qualquer caracter de calor deve ser
francamente baixo. Carbonatação muito elevada com qualidade
efervescente. Na língua há acidez picante suficiente para
equilibrar o final muito seco. Nas versões com acidez, um
carácter ácido de baixo a moderado pode adicionar um toque
refrescante, mas não pode ser acre (opcional).
Comentários: Existem variações na álcool e na cor, mas todas
têm características e equilíbrio semelhantes, em particular o
carácter refrescante, altamente atenuado, seco com alta
carbonatação. Não há correlação entre álcool e cor. O equilíbrio
pode mudar um pouco com as variações do álcool e da cor, mas
a semelhança com a família da ale artesanal original deve ser
evidente. As versões claras tendem a ser mais amargas e têm
mais carácter a lúpulo, enquanto que as versões mais escuras
tendem a ter mais carácter de malte e doçura, resultando em
apresentações mais equilibradas. As versões mais fortes
geralmente terão mais sabor a malte, riqueza e corpo
simplesmente devido à sua maior densidade. Embora tendam a
ser muito bem atenuadas, podem não ser entendidas como tão
secas como as saisons de álcool padrão, devido ao seu teor
alcoólico. O caráter a levedura Saison é obrigatório, embora as
versões mais maltadas e mais ricas tendam a mascarar mais esta
característica. Muitas vezes chamadas de Farmhouse ales nos
Estados Unidos, este termo não é comum na Europa, onde elas
simplesmente fazem parte de um grupo maior de ales
artesanais.
História: Uma ale de provimento originalmente produzida na
Valónia, a parte francófona da Bélgica, para consumo durante a
estação agrícola activa. Originalmente um produto com baixo
teor de álcool para não debilitar os trabalhadores do campo, mas
também existiam produtos com álcool dirigido às tabernas. Os
produtos de elevado teor alcoólico e cores diferentes apareceram
após a Segunda Guerra Mundial. A saison moderna mais
conhecida, a Saison Dupont, foi produzida pela primeira vez na
década de 1920. Originalmente uma ale artesanal rústica, feita
com ingredientes locais produzidos em quintas, agora é
produzida principalmente nas grandes cervejeiras, mas mantém
a imagem das suas humildes origens.
Ingredientes característicos: Tipicamente não leva
especiarias, com a levedura, o lúpulo e o cereal providenciando
o seu carácter; mas as especiarias são permitidas se fornecerem
um carácter complementar. São típicos maltes de base
continental, mas a carga de cereal frequentemente contém
outros cereais, como trigo, aveia, centeio ou espelta. Adjuntos
como açúcar e mel também podem servir como adição de
62 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
complexidade e para secar a cerveja. As versões mais escuras
normalmente usam maltes mais ricos e escuros, mas não dos
tipos tipicamente torrados. Lúpulos do tipo Saazer, Styrian ou
East Kent Goldings são normalmente utilizados. Uma ampla
variedade de ervas ou especiarias pode adicionar complexidade
e singularidade, mas deve sempre combinar bem com a levedura
e o carácter do lúpulo. A Brettanomyces não é típica para este
estilo; Saisons com Brett devem ser inscritas na categoria
American Wild Ale.
Comparação de estilos: Na versão de álcool padrão e cor
clara (a variedade mais comum), é como uma Belgian Blonde
altamente atenuada, lupulada e amarga, com um carácter a
levedura mais forte. Na versão super e cor clara, semelhante a
uma Belgian tripel, mas geralmente com uma qualidade mais
rústica e a cereal, e às vezes com um carácter de levedura mais a
especiarias.
Instruções de Inscrição: O participante deve especificar o
teor alcoólico (table, standard, super) e a cor (clara, escura).
Características vitais: OG: 1.048 – 1.065 (standard)
IBUs: 20 – 35 FG: 1.002 – 1.008 (standard)
SRM: 5 – 14 (clara) ABV: 3.5 – 5.0% (table)
15 – 22 (escura) 5.0 – 7.0% (standard)
7.0 – 9.5% (super)
Exemplos comerciais: Ellezelloise Saison, Fantôme Saison,
Lefebvre Saison 1900, Saison Dupont Vieille Provision, Saison
de Pipaix, Saison Regal, Saison Voisin, Boulevard Tank 7
Farmhouse Ale
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-alta,
europa-oeste, estilo-tradicional, amargo
25C. Belgian Golden Strong Ale
Ale Belga Dourada Forte
Impressão geral: Uma ale ao estilo belga forte, clara,
complexa, efervescente, altamente atenuada e com notas que
dão preferência aos frutados e lupulo, em vez de fenólicos.
Aroma: Complexo com ésteres frutados significativos,
especiarias moderadas e aromas a álcool e lúpulo de baixos a
moderados. Os ésteres são uma reminiscência de frutas mais
claras, como peras, laranjas ou maçãs. Fenóis a especiarias e
apimentados, de moderado a moderadamente baixo. Está
frequentemente presente um carácter a lúpulo floral de baixo a
moderado, porém distinto e perfumado. Os álcoois são suaves, a
especiarias, perfumados e de intensidade baixa a moderada.
Sem álcool quente ou aromas a solventes. O carácter do malte é
leve e ligeiramente doce a cereal, a quase neutro.
Aparência: De cor amarela a ouro médio. Boa claridade.
Efervescente. Espuma branca massiva, duradoura e rochosa,
geralmente com aspecto de contas, resultando no laço belga
característico, que se forma no vidro à medida que a espuma
desvanece.
Sabor: Casamento de sabores frutados, especiarias e álcoois,
apoiados por um carácter de malte suave. Os ésteres são uma
reminiscência de peras, laranjas ou maçãs. Os fenóis baixos a
moderadamente baixos têm um caráter apimentado. Um
carácter a lúpulo a especiarias, de baixo a moderado, está
frequentemente presente. Os álcoois são suaves e a especiarias e
têm intensidade de baixa a moderada. O amargor é tipicamente
de médio a alto, resultado de uma combinação do amargor do
lúpulo e fenólicos produzidos pela levedura. Carbonatação e
amargor substanciais levam a um final seco com um gosto
residual amargo de baixo a moderado.
Sensação na boca: Muito altamente carbonatada;
efervescente. Corpo leve a médio, embora mais leve do que a
densidade substancial poderia sugerir. Calor de álcool suave,
mas perceptível. Sem álcool quente ou a solventes.
Comentários: Estão incluídas nos nomes de muitos exemplos
deste estilo referências ao diabo, referindo-se ao seu alto teor
alcoólico e como uma homenagem ao exemplo original (Duvel).
Os melhores exemplos são complexos e delicados. A alta
carbonatação ajuda a realçar os vários sabores e a aumentar a
percepção de um final seco. Tradicionalmente maturada em
garrafa (ou refermentada na garrafa).
História: Originalmente desenvolvida pela cervejeira Moortgat
após a Primeira Guerra Mundial, como uma resposta à crescente
popularidade das cervejas Pilsner.
Ingredientes característicos: Malte Pilsner com aditivos
açucarados substanciais. Lúpulos do tipo Saazer ou Styrian
Goldings são normalmente utilizados. São usadas estirpes de
leveduras belgas - aquelas que produzem ésteres frutados,
fenólicos a especiarias e álcoois superiores - frequentemente
26. TRAPPIST ALE
Ale Trapista
Trapista é uma denominação legal protegida, não podendo ser usada comercialmente excepto por mosteiros trapistas genuínos que
fabricam a sua própria cerveja. No entanto pode ser usada para descrever o tipo ou estilos de cerveja produzidos por essas cervejeiras
e por aqueles que fazem cervejas de estilo semelhante. As cervejas do tipo trapista são todas caracterizadas por uma atenuação muito
alta, alta carbonatação por meio de maturação em garrafa e um carácter de levedura interessante (e muitas vezes agressivo).
26A. Trappist Single
Trapista Simples
Impressão geral: Uma ale trapista clara, amarga, altamente
atenuada e bem carbonatada, mostrando um carácter de
levedura trapista frutado e a especiarias, um perfil de lúpulo
floral/especiarias e um palato suave e favorável a malte doce e
cereal.
Aroma: Caracter a levedura Trapista de médio-baixo a médio-
alto, mostrando um perfil frutado/especiarias, juntamente com
lúpulo de médio-baixo a médio a especiarias ou floral,
ocasionalmente realçado por leves adições de especiarias
herbáceas/cítricas. Segundo plano a cereal-doce de malte, de
baixo a médio-baixo, que pode ter uma leve qualidade a mel ou
açúcar. A expressão a fruta pode variar amplamente (citrinos,
fruta de pomo ou fruta com caroço). São encontrados nos
melhores exemplos fenóis levemente a especiarias produzidos
pela levedura. Pastilha elástica é inapropriado.
Aparência: Cor de amarelo-pálido a ouro médio. Geralmente
boa claridade, com espuma branca de bolha inflada, persistente
e de tamanho moderado, com laço característico.
Sabor: Frutado, lupulado, amargo e seco. Impressão inicial
maltada-doce, com um palato a malte doce suave e a cereal, e
um final seco e a lúpulo. O malte pode ter uma impressão leve a
biscoito ou bolacha de água-e-sal com mel. Sabor moderado a
lúpulo a especiarias ou floral. Os ésteres podem ser cítricos
(laranja, limão, toranja), fruta de pomo (maçã, pêra) ou frutas
com caroço (damasco, pêssego). Fenólicos de leve a moderado,
a especiarias, apimentado ou a cravinho. O amargor aumenta
em direção ao final seco e assertivo, com um gosto residual leve
a malte, lúpulo moderado e carácter de levedura.
Sensação na boca: Corpo de médio-leve a médio. Suave.
Carbonatação de média-alta a alta, podendo ser um pouco
picante. Não deve ter calor de álcool perceptível.
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
auxiliadas por temperaturas de fermentação ligeiramente mais
altas. Água razoavelmente macia. A adição de especiarias não é
tradicional; se presente, deve ser apenas um carácter em
Segundo plano.
Comparação de estilos: Assemelha-se fortemente a uma
Tripel, mas pode ser ainda mais clara, de corpo mais leve e
ainda mais assertivo e seco; o final mais seco e o corpo mais leve
também servem para destacar o carácter assertivo do lúpulo e
da levedura. No equilíbrio tende a usar leveduras que favorecem
a formação de ésteres (principalmente frutas de pomo), em vez
de especiarias.
Características vitais: OG: 1.070 – 1.095
IBUs: 22 – 35 FG: 1.005 – 1.016
SRM: 3 – 6 ABV: 7.5 – 10.5%
Exemplos comerciais: Brigand, Delirium Tremens, Dulle
Teve, Duvel, Judas, Lucifer, Piraat, Russian River Damnation
Etiquetas: álcool-muito-elevado, cor-clara, fermentação-alta,
europa-oeste, estilo-tradicional, amargo
Comentários: Frequentemente não rotulada ou disponível
fora do mosteiro ou é raramente fabricada. Também pode ser
chamada de cerveja do monge ou cerveja do Irmão. Altamente
atenuada, geralmente 85% ou mais.
História: Embora as cervejeiras trapistas tenham uma tradição
de fabricar cerveja de menor teor alcoólico como porção diária
de um monge, a cerveja amarga e clara que este estilo descreve
é uma invenção relativamente moderna que reflete os gostos
atuais. A Westvleteren fabricou a cerveja deles pela primeira vez
em 1999, tendo substituído produtos mais antigos de menor teor
alcoólico.
Ingredientes característicos: Malte pilsner, levedura
trapista belga, lúpulo tipo saazer.
Comparação de estilos: Como uma interpretação
belga/trapista de alta fermentação de uma German Pils -
clara, lupulada e bem atenuada, mas demostrando o carácter
prototípico da levedura belga. Tem menos doçura, maior
atenuação, menos carácter a malte e é mais centrada no lúpulo
do que uma Belgian Pale Ale. Mais parecida com uma tripel
muito menor e mais altamente lupulada, do que com uma
Belgian Blond Ale mais pequena.
Características vitais: OG: 1.044 – 1.054
IBUs: 25 – 45 FG: 1.004 – 1.010
SRM: 3 – 5 ABV: 4.8 – 6.0%
Exemplos comerciais: Achel 5° Blond, St. Bernardus
Extra 4, Westmalle Extra, Westvleteren Blond
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-alta,
europa-oeste, estilo-artesanal, amargo, lupulado
63
26B. Belgian Dubbel
Belga Dupla
Impressão geral: Uma cerveja trapista complexa com sabores
ricos a malte, ésteres a frutas escuras ou secas e álcool leve,
misturados numa apresentação maltada que mesmo assim
termina bastante seca.
Aroma: Aroma complexo, rico e doce a malte, possivelmente
com notas a chocolate, caramelo e/ou tostado (mas nunca
aromas torrados ou queimados). Ésteres frutados moderados
(geralmente incluindo passas e ameixas, às vezes também
cerejas secas). Os ésteres às vezes incluem banana ou maçã. São
comuns fenóis a especiarias e álcoois superiores (podem incluir
cravinho leve e especiarias, notas apimentadas e semelhantes a
rosas e/ou perfumadas). As qualidades a especiarias podem ser
moderadas a muito baixas. O álcool, se presente, é suave e nunca
quente ou a solvente. Aroma a lúpulo de baixo a nenhum, a
especiarias, herbáceo ou floral, sendo geralmente ausente. O
malte é mais proeminente no equilíbrio com ésteres e um toque
a álcool como suporte, combinando-se para uma apresentação
harmoniosa.
Aparência: De cor âmbar escuro a cobre, com uma atraente
avermelhada profundidade de cor. Geralmente limpa. Espuma
esbranquiçada abundante, densa e de longa duração.
Sabor: Qualidades semelhantes às do aroma. Sabor rico a malte
e complexo, de médio a médio-cheio e doce-rico no palato, mas
com final moderadamente seco. Interação complexo entre
malte, ésteres, álcool e fenóis (sabores a passas são comuns;
sabores a frutas secas são bem-vindas; cravinho ou pimenta são
opcionais). O equilíbrio está sempre voltado para o malte.
Amargor médio-baixo que não persiste no final de prova. Um
sabor a lúpulo com baixo teor a especiarias, floral ou herbáceo é
opcional e geralmente não está presente.
Sensação na boca: Corpo médio-encorpado. Carbonatação
média-alta, que pode influenciar a percepção de corpo. Calor
baixo do álcool. Suave, nunca quente ou a solvente.
Comentários: A maioria dos exemplos comerciais está na
faixa ABV de 6,5 - 7%. Tradicionalmente maturada na garrafa
(ou refermentada na garrafa).
História: Originada nos mosteiros da Idade Média, tendo sido
reavivada em meados dos anos 1800 após a era napoleônica.
Ingredientes característicos: São normalmente utilizadas
estirpes de leveduras belgas com tendência à produção de
álcoois superiores, ésteres e fenóis. Impressão de carga de cereal
complexa, embora as versões tradicionais sejam tipicamente
malte Pils belga com xarope de açúcar caramelizado ou outros
açúcares não refinados que fornecem muito do carácter. São
comuns lúpulos do tipo Saazer, do tipo inglês ou Styrian
Goldings. Nenhuma especiaria é tradicionalmente utilizada,
embora o uso restrito seja permitido (apenas presença de
fundo).
Comparação de estilos: Não deve ser tão maltada como uma
bock e não deve ter doçura de malte crystal. Semelhante em
álcool e equilíbrio a uma Belgian Blond, mas com um perfil a
malte e ésteres mais rico. Menos forte e menos intensa do que
uma Belgian Dark Strong Ale.
Características vitais: OG: 1.062 – 1.075
IBUs: 15 – 25 FG: 1.008 – 1.018
SRM: 10 – 17 ABV: 6.0 – 7.6%
Exemplos comerciais: Affligem Dubbel, Chimay Première,
Corsendonk Pater, Grimbergen Double, La Trappe Dubbel, St.
Bernardus Pater 6, Trappistes Rochefort 6, Westmalle Dubbel
64 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Etiquetas: álcool-elevado, cor-âmbar, fermentação-alta,
europa-oeste, estilo-tradicional, maltado
26C. Belgian Tripel
Belga Tripla
Impressão geral: Uma cerveja trapista clara, com carácter
algo a especiarias, seca e forte, com um agradável sabor
arredondado a malte e amargor firme. Bastante aromática, com
notas a especiarias, frutados e álcool leve, tudo combinado com
o carácter a malte limpo em suporte, produzindo uma bebida
surpreendentemente bebível, tendo em conta o elevado nível de
álcool.
Aroma: Bouquet complexo com especiarias moderadas a
significativas, ésteres frutados moderados e aromas em baixa
quantidade a alcoólico e lúpulo. Fenóis generosos a especiarias,
apimentados, às vezes parecidos com cravinho. Os ésteres
costumam lembrar citrinos, como laranjas, mas às vezes podem
ter um leve carácter a banana. É geralmente encontrado um
carácter baixo a lúpulo, mas distinto, a especiarias, floral e às
vezes perfumado. Os álcoois são suaves, a especiarias e de baixa
intensidade. O carácter a malte é leve, com uma impressão
suave, levemente a cereal-adocicado ou levemente tipo mel. Os
melhores exemplos possuem uma interação perfeita e
harmoniosa entre o carácter da levedura, lúpulo, malte e álcool.
Aparência: De cor amarelo intenso a dourado intenso. Boa
claridade. Efervescente. Espuma branca de longa duração,
cremosa, de consistência rochosa, resultando no aparecimento
do característico laço belga no copo, à medida que desvanece.
Sabor: Casamento de sabores a especiarias, frutados e a álcool,
sustentados por uma impressão arredondada a malte tipo
cereal-adocicado, ocasionalmente com uma leve nota a mel.
Fenóis baixos a moderados com caráter apimentado. Os ésteres
são uma reminiscência a citrinos, como laranja ou às vezes
limão, e são baixos a moderados. É geralmente encontrado um
carácter a lúpulo a especiarias de baixo a moderado. Os álcoois
são suaves, a especiarias e de baixa intensidade. O amargor é
tipicamente de médio a alto, resultado de uma combinação do
amargor do lúpulo e dos fenólicos produzidos pela levedura. A
carbonatação e o amargor substanciais conferem um final seco
com um final de prova moderadamente amargo, e um carácter
substancial da levedura a especiarias-frutado. O sabor a malte
tipo doce-cereal não implica qualquer doçura residual.
Sensação na boca: Corpo de médio-leve a médio, embora
mais leve do que a densidade substancial poderia sugerir.
Altamente carbonatada. O teor de álcool é enganador e tem
pouca ou nenhuma sensação óbvia de calor. Sempre
efervescente.
Comentários: Rica em álcool, mas não tem um sabor forte a
álcool. Os melhores exemplos são sorrateiros e não óbvios. A alta
carbonatação e atenuação ajudam a realçar os vários sabores e a
aumentar a percepção de um final seco. A maioria das versões
Trapistas tem pelo menos 30 IBUs e são muito secas.
Tradicionalmente maturada na garrafa (ou refermentada na
garrafa).
História: Estilo originalmente popularizado pelo mosteiro
trapista de Westmalle.
Ingredientes característicos: Malte Pilsner, normalmente
com adjuntos de açúcar claro. Lúpulos do tipo Saazer ou Styrian
Goldings são normalmente utilizados. São utilizadas estirpes de
leveduras belgas - aquelas que produzem ésteres frutados,
fenólicos a especiarias e álcoois superiores - frequentemente
auxiliadas por temperaturas de fermentação ligeiramente mais
altas. A adição de especiarias não é geralmente tradicional e, se
usadas, devem ser apenas um caracter de fundo. Água
razoavelmente macia.
Comparação de estilos: Pode-se assemelhar a uma Belgian
Golden Strong Ale, mas um pouco mais escura e um pouco
mais encorpada, com mais ênfase nos fenólicos e menos nos
ésteres. Normalmente tem um sabor a malte mais arredondado
mas nunca deve ser doce.
Características vitais: OG: 1.075 – 1.085
IBUs: 20 – 40 FG: 1.008 – 1.014
SRM: 4.5 – 7 ABV: 7.5 – 9.5%
Exemplos comerciais: Affligem Tripel, Chimay Cinq Cents,
La Rulles Tripel, La Trappe Tripel, St. Bernardus Tripel,
Unibroue La Fin Du Monde, Val-Dieu Triple, Watou Tripel,
Westmalle Tripel
Etiquetas: álcool-elevado, cor-clara, fermentação-alta,
europa-oeste, estilo-tradicional, amargo
26D. Belgian Dark Strong Ale
Ale Belga Escura Forte
Impressão geral: Uma cerveja belga escura, complexa e muito
forte, com uma deliciosa mistura de riqueza de malte, sabores a
frutas escuras e elementos a especiarias. Complexa, rica, suave
e perigosa.
Aroma: Complexo, com uma presença rica a malte adocicado,
ésteres significativos e álcool, bem como notas a especiarias
opcionais de intensidade leve a moderada. O malte é rico e
intenso, podendo apresentar uma qualidade a pão tostado, na
maioria das vezes com uma complexidade a caramelo escuro. Os
ésteres frutados são fortes a moderadamente baixos e podem
conter passas, ameixas, cereja seca, figos ou ameixa seca. Os
fenóis a especiarias podem estar presentes, normalmente
apresentando uma qualidade apimentada e não a cravinho;
também é possível uma ligeira baunilha. O álcool é suave, a
especiarias, perfumado e/ou semelhante a rosas, de intensidade
baixa a moderada. O lúpulo normalmente não está presente
(sendo aceitável um aroma muito baixo a especiarias, floral ou
herbáceo). Sem aroma a malte escuro/torrado. Sem aromas a
álcool quente ou solvente.
Aparência: Cor âmbar intenso a castanho acobreado escuro
("escuro" neste contexto implica cor mais intensa e mais escura
do que dourado). Espuma abundante, densa, de consistência
tipo mousse, persistente, de cor bege a bronzeado ligeiro. Pode
ser limpa a algo turva.
Sabor: Similar ao aroma (os comentários sobre malte, ésteres,
fenóis, álcool e lúpulo aplicam-se também ao sabor).
Moderadamente rica a malte no palato, o que pode provocar
uma impressão doce se o amargor é baixo. Normalmente o final
é moderadamente seco a seco, embora possa ser até
moderadamente doce. Amargor médio-baixo a moderado; o
álcool providencia algum do equilíbrio ao malte. Equilíbrio
geralmente para o malte rico, mas pode ser razoavelmente
equilibrado com o amargor. Os sabores complexos e variados
misturam-se suavemente e em harmonia. O final não deve ser
pesado ou tipo xarope.
Sensação na boca: Carbonatação elevada mas não acutilante.
Sensação de calor do álcool suave mas perceptível. O corpo pode
ir de médio-leve a médio-alto e cremoso. A maioria tem corpo
médio.
Comentários: As versões Trapistas autênticas possuem
tendência a ser mais secas (os belgas dirão "mais digeríveis") do
que as versões de Abadia, que podem ser doces e encorpadas.
Tradicionalmente maturadas em garrafa (ou refermentadas na
garrafa). Por vezes este estilo é conhecido por Trappist
Quadruple, sendo a maioria simplesmente conhecida pelo seu
teor alcoólico ou designação de cor.
História: A maioria das versões possuem um carácter único,
reflectindo as características de cada cervejeira. São produzidas
em quantidades limitadas e, normalmente, com elevada
procura.
Ingredientes característicos: São tipicamente utilizadas
estirpes de levedura belgas, propicias à produção de álcoois de
grupos superiores, ésteres e por vezes fenóis. Impressão de uma
carga de cereal complexa, embora a maioria das versões
tradicionais são bem simples, com açucares caramelizados ou
outros não refinados e leveduras, a providenciar muita da
complexidade. São normalmente usados lípulos do tipo Saazer,
ingleses ou Styrian Goldings. Especiarias não são
tradicionalmente usadas e, se usadas, devem ser apenas subtis
em plano de fundo.
Comparação de estilos: Como uma Dubbel mas mais forte,
com mais corpo e riqueza a malte. Não tão amarga ou lupulada
do que uma Tripel, mas de teor alcoólico similar.
Características vitais: OG: 1.075 – 1.110
IBUs: 20 – 35 FG: 1.010 – 1.024
SRM: 12 – 22 ABV: 8.0 – 12.0%
Exemplos comerciais: Achel Extra Brune, Boulevard The
Sixth Glass, Chimay Grande Réserve, Gouden Carolus Grand
Cru of the Emperor, Rochefort 8 & 10, St. Bernardus Abt 12,
Westvleteren 12
Etiquetas: álcool-muito-elevado, cor-âmbar, fermentação-
alta, europa-oeste, estilo-tradicional, maltado

27. HISTORICAL BEER

Cerveja Histórica
A categoria de Cerveja Histórica contém estilos que praticamente desapareceram nos tempos modernos, ou que eram muito mais
populares no passado e são conhecidos apenas por meio de recriações. Esta categoria também pode ser usada para cervejas
tradicionais ou indígenas de importância cultural em certos países. Colocar uma cerveja na categoria histórica não significa que ela
não esteja a ser produzida atualmente, mas apenas que é um estilo muito menor ou talvez esteja em processo de redescoberta pelos
cervejeiros artesanais.
Instruções de inscrição: O participante deve especificar um estilo com uma descrição fornecida pelo BJCP da lista abaixo, ou
especificar um estilo de cerveja histórico diferente que não esteja descrito em nenhuma outra parte destas diretrizes. No caso de um
estilo que mudou substancialmente ao longo dos anos (como Porter ou Stout), o participante pode especificar um estilo BJCP existente,
bem como uma época (por exemplo, English Porter de 1820). Quando o participante especifica um estilo qualquer que não esteja na
lista fornecida pelo BJCP, o participante deve fornecer, aos juízes, uma descrição do estilo com detalhes suficientes de forma a permitir
que a cerveja seja avaliada. Se uma cerveja for inscrita com apenas um nome de estilo e nenhuma descrição, é muito improvável que

Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015 65

os juízes saibam como a avaliar. Exemplos atualmente definidos: Gose, Piwo Grodziskie, Lichtenhainer, Roggenbier, Sahti, Kentucky
Common, Pre-Prohibition Lager, Pre-Prohibition Porter, London Brown Ale.
Cerveja Histórica: Gose
Impressão geral: Uma ale de trigo altamente carbonatada,
ácida e frutada, com um carácter moderado a coentros e sal, bem
como baixo amargor. Muito refrescante, com sabores marcados
e atenuação elevada.
Aroma: Aroma leve a moderadamente frutado a fruta de pomo.
Acidez leve, ligeiramente acutilante. Coentros que se notam, que
podem ter uma qualidade aromática cítrica e uma intensidade
até moderada. Carácter leve, a massa de pão e a levedura, como
massa de pão azedo não cozido. A acidez e os coentros podem
dar uma impressão marcante e viva. O sal pode ser percebido
como um carácter muito leve e limpo a brisa do mar, ou apenas
uma frescura geral, se for perceptível.
Aparência: Não filtrado, com turvação moderada a total.
Espuma branca, de tamanho moderado a alto, com bolhas
compactas e boa retenção. Efervescente. Cor amarelo médio.
Sabor: Acidez moderada a contida, mas perceptível, como
limão espremido em ice tea. Sabor moderado de malte tipo pão
ou massa de pão. Carácter frutado de leve a moderado a fruta de
pomo, fruta de caroço ou limões. Carácter a sal de leve a
moderado, até ao limiar do sabor; o sal deve ser perceptível
(especialmente no sabor inicial), mas não deve ter um sabor
abertamente salgado. Baixo amargor, sem sabor a lúpulo. Final
seco, totalmente atenuado, com a acidez e não o lúpulo a
equilibrar o malte. A acidez pode ser mais perceptível no final, e
realçar a qualidade refrescante da cerveja. A acidez deve ser
equilibrada e não se apresentar à frente (embora as versões
históricas possam ser muito ácidas).
Sensação na boca: Carbonatação alta a muito alta e
efervescente. Corpo médio-leve a médio-encorpado. O sal pode
causar uma leve sensação picante e criar água na boca, se for
detectado. A levedura e o trigo podem dar-lhe um pouco de
corpo, mas não deve parecer pesado.
Comentários: Servida em copos cilíndricos tradicionais. As
versões históricas podem ter sido mais ácidas do que os
exemplos modernos devido à fermentação espontânea, e podem
ser misturadas com xaropes, como é feito com a Berliner Weisse,
ou com Kümmel, um licor aromatizado com alcaravia, cominhos
e funcho. Os exemplos modernos são inoculados com
lactobacillus e são mais equilibrados e geralmente não
necessitam de adoçantes. Pronuncia-se GOH-zeh.
História: Estilo menor associado a Leipzig, mas originário da
Idade Média, da cidade de Goslar, no rio Gose. Documentado
como presente em Leipzig por volta de 1740. Diz-se que Leipzig
tinha 80 casas de Gose em 1900. A produção diminuiu
significativamente após a Segunda Guerra Mundial e cessou
totalmente em 1966. A produção moderna foi reativada na
década de 1980, mas a cerveja não está amplamente disponível.
Ingredientes característicos: Malte pilsner e malte de trigo,
uso restrito de sal e sementes de coentro, lactobacillus. Os
coentros deve ter uma nota brilhante, fresca e cítrica (limão ou
laranja amarga), e não ser vegetal, tipo aipo ou semelhante a
presunto. O sal deve ter um carácter a sal marinho ou sal fresco
e não uma nota metálica a iodo.
Comparação de estilos: A acidez percebida não é tão intensa
como a da Berliner Weisse ou Gueuze. Uso restrito de sal,
coentro e lactobacillus - não deve ter um sabor abertamente
salgado. O aroma a coentros pode ser semelhante a uma
Witbier. Turvação semelhante a uma Weissbier.
66 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Características vitais: OG: 1.036 – 1.056
IBUs: 5 – 12 FG: 1.006 – 1.010
SRM: 3 – 4 ABV: 4.2 – 4.8%
Exemplos comerciais: Anderson Valley Gose, Bayerisch
Bahnhof Leipziger Gose, Döllnitzer Ritterguts Gose
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-alta,
europa-central, estilo-histórico, família-cerveja-trigo, ácido,
especiarias
Cerveja Histórica: Kentucky Common
Comum do Kentucky
Impressão geral: Uma cerveja de cor mais escura, sabor leve,
com aroma assente no malte, um final seco e sabores a malte de
carácter interessante. Refrescante devido à sua alta
carbonatação e sabores suaves, de sessão e altamente bebível
por ser servida muito fresca e com níveis contidos de álcool.
Aroma: De baixo a médio a cereal, semelhante a milho ou
maltado doce, com um toque baixo a malte tostado, biscoito-
cereal, pão ou caramelo. Aroma a lúpulo de médio a
moderadamente baixo, geralmente de carácter floral ou a
especiarias. Carácter limpo de fermentação, com possível
ésteres a frutos silvestres. São aceitáveis níveis baixos de DMS.
Sem acidez. Orientada para o malte no equilíbrio.
Aparência: Cor de âmbar-laranja a castanho-claro.
Normalmente limpa, mas pode ter uma leve turvação devido à
maturação limitada. A espuma pode não durar muito e é
geralmente de cor branca a bege.
Sabor: Malte a cereal-doce moderado, com notas a caramelo de
baixo a médio-baixo, toffee, pão e/ou biscoito. Geralmente
possui sabores leves no palato, típicos de cervejas com adjuntos;
é comum uma doçura baixa a cereal, semelhante à do milho.
Sabor a lúpulo floral ou a especiarias, de médio a baixo. Amargor
do lúpulo de médio a baixo, que não deve ser grosseiro nem ter
um final de prova agressivo. Pode apresentar um leve sabor
frutado. O equilíbrio no final é voltado para o malte. Pode ter,
no final, um sabor levemente a pederneira ou mineral com
enxofre. O final é substancialmente seco, incluindo as
contribuições dos cereais torrados e dos minerais. Sem acidez.
Sensação na boca: Corpo de médio a médio-leve, com uma
sensação na boca relativamente suave. Altamente carbonatada.
Pode ter uma textura cremosa.
Comentários: As caracterizações modernas do estilo
geralmente mencionam uma acidez láctica ou maceração ácida,
mas os extensos registos de produção das grandes cervejeiras do
virar do século, não possuem indicação de patamares longos de
descanso ácido, maceração ácida ou maturação extensa. Esta é
provavelmente uma invenção do cervejeiro caseiro moderno,
baseada na suposição de que, uma vez que os destiladores
originários de Bourbon usavam maceração ácida, então os
produtores de cerveja também devem ter usado o mesmo
processo. Nenhum registo contemporâneo indica maceração
ácida ou que a cerveja tinha um perfil ácido; mais pelo contrário
em que a cerveja era produzida como uma cerveja barata e de
uso corrente. As versões ácidas devem ser inscritas em
American Wild Ale.
História: Um verdadeiro estilo original americano, a Kentucky
Common foi quase exclusivamente produzida e vendida em
torno da área metropolitana de Louisville, Kentucky, desde
algum tempo após o término da Guerra Civil, até à Lei Seca. A
sua marca registada era que era barata e de produção rápida,
normalmente de 6 a 8 dias desde a maceração até à entrega. A
cerveja era transferida para barris enquanto fermentava
ativamente (1.020 - 1.022) e bem fechada para permitir a
carbonatação na adega do saloon. Existem algumas
especulações de que era uma variante da cerveja comum ou
cream ale, produzida em grande parte do leste antes da Guerra
Civil e que os cereais mais escuros foram adicionados pelos
cervejeiros maioritariamente germânicos, para ajudar a
acidificar a típica água com carbonatos, característica da área de
Louisville, ou que tinham preferência por cervejas de cores mais
escuras. Até o final do século 19, a Kentucky Common não era
fermentada nos meses de verão, a menos que as adegas,
geralmente usadas para a maltagem, fossem usadas para
fermentação. Com o advento das máquinas de gelo, as grandes
cervejeiras puderam passar a produzir cerveja durante o ano
todo. No período de 1900 até à Lei Seca, cerca de 75% da cerveja
vendida na área de Louisville era a Kentucky Common. Com a
Lei Seca, o estilo morreu completamente, pois as poucas grandes
cervejeiras que sobreviveram eram quase exclusivamente
produtoras de cerveja lager.
Ingredientes característicos: O malte de cevada de seis
fiadas era usado com 35% de milho para diluir os níveis
excessivos de proteína, juntamente com 1 a 2% de malte caramel
e black malte, cada. Lúpulo nativo americano, geralmente cerca
de 0,2 libras por barril de lúpulo ocidental para amargor, e uma
quantidade semelhante de lúpulo de Nova York (como Cluster)
para sabor (15 minutos antes do final de fervura). Lúpulos
continentais importados do tipo Saazer (0,1 libras por barril)
eram adicionados no final da fervura para aroma. A água na área
de Louisville era tipicamente moderada a elevada em
carbonatos. A água da maceração costumava ser pré-fervida
para precipitar o carbonato e geralmente era adicionado gesso.
Tendo em conta que o tempo desde a maceração até ao
embarrilamento para entrega era normalmente de 6 a 8 dias,
claramente eram utilizadas leveduras agressivas de fermentação
alta.
Comparação de estilos: Como uma cream ale de cor mais
escura, com ênfase no milho, mas com algum sabor a malte de
caráter leve. Os sabores e o equilíbrio do malte são
provavelmente mais aproximados das modernas lagers de
adjuntos como a international amber lager ou dark lager,
ou da irish red ale ou Belgian pale ale.
Características vitais: OG: 1.044 – 1.055
IBUs: 15 – 30 FG: 1.010 – 1.018
SRM: 11 – 20 ABV: 4.0 – 5.5%
Exemplos comerciais: Apocalypse Brew Works Ortel’s 1912
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-alta,
américa-norte, estilo-histórico, equilibrado
Cerveja Histórica: Lichtenhainer
Impressão geral: Uma cerveja de trigo alemã histórica, ácida,
fumada e de menor densidade. Carácter complexo, mas
refrescante devido à elevada atenuação e carbonatação,
juntamente com baixo amargor e acidez moderada.
Aroma: Aroma fumado fresco moderadamente forte, leves
notas de acidez, ésteres frutados médios-baixos, possivelmente
maçãs ou limões e malte a cereal moderado. O carácter a fumo é
mais forte do que as notas a pão, e o fumo tem um caráter ‘seco’
como os restos de um incêndio antigo e não fumo a ‘gordura’.
Aparência: Espuma alta esbranquiçada, de consistência
rochosa e persistente. Cor de amarelo intenso a dourado claro.
Claridade razoável, podendo ser um pouco turva.
Sabor: Sabor frutado moderadamente forte, possivelmente a
limão ou maçãs. Intensidade moderada, acidez láctica limpa
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
(sem notas a fermentação selvagem). Carácter a fumo
semelhante ao aroma (fogueira de lenha seca), álcool médio.
Final seco, com acidez e fumo no final de prova. Amargor baixo;
a acidez fornece o equilíbrio e não o lúpulo. Palato fresco e limpo
e final de prova ligeiramente seco/astringente. O carácter do
trigo é baixo; o fumo e a acidez são mais proeminentes no
equilíbrio. O sabor tartárico a limão/maçã verde é mais forte no
final, com o fumo num segundo lugar próximo. Complexa.
Sensação na boca: Acidez formigante. Alta carbonatação.
Corpo médio a médio-leve.
Comentários: Servida jovem. O fumo e a acidez são uma
combinação pouco comum que não é para todos.
História: Originária de Lichtenhain, em Thüringen (região
central da Alemanha). O auge da sua popularidade ocorreu no
final de 1800, encontrando-se amplamente disponível em toda
Thüringen. Semelhante a uma Berliner Weisse pré-1840.
Ingredientes característicos: Malte de cevada fumado,
malte de trigo, lactobacillus, levedura de fermentação alta. A
carga de cereal varia, mas o trigo normalmente seria 30-50%.
Comparação de estilos: Da mesma família histórica geral de
cervejas de trigo de fermentação alta, com baixo teor de álcool,
provenientes da Europa Central como a Gose, Grodziskie e
Berliner weisse. Possui elementos de todas elas, mas com o
seu próprio equilíbrio único - acidez e fumo não se encontram
em nenhuma das outras cervejas. Não é tão ácida como a
Berliner weisse, provavelmente será mais como uma Gose
fumada sem os coentros e o sal, ou uma Grodziskie com a
acidez de uma Gose.
Características vitais: OG: 1.032 – 1.040
IBUs: 5 – 12 FG: 1.004 – 1.008
SRM: 3 – 6 ABV: 3.5 – 4.7%
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-alta,
europa-central, estilo-histórico, família-cerveja-trigo, ácido,
fumo
Cerveja Histórica: London Brown Ale
Ale Castanha de Londres
Impressão geral: Uma ale castanha-escura saborosa, doce,
orientada para o malte, com complexidade a malte de caramelo
e toffee, bem como um final doce.
Aroma: Aroma doce-maltado moderado, frequentemente com
um carácter rico, a caramelo ou toffee. Ésteres frutados de baixo
a médio, geralmente frutas escuras como ameixas. Aroma a
lúpulo de muito baixo a nenhum, com qualidades terrosas ou
florais.
Aparência: Cor castanho médio a muito escuro, mas pode ser
quase preto. Quase opaca, embora deva ser relativamente limpa
se visível. Espuma esbranquiçada a bronzeada, de baixo a
moderado.
Sabor: Sabor no palato maltado intenso, a caramelo ou toffee e
doce, perdurando até ao final. Sugestões de biscoito e café são
comuns. Alguns ésteres frutados podem estar presentes
(geralmente frutas escuras); perfil de fermentação
relativamente limpo para uma cerveja inglesa. Amargor baixo de
lúpulo. Sabor a lúpulo de baixo a inexistente, possivelmente
terroso ou de carácter floral. Sabor amargo a malte black ou
torrado, de moderadamente baixo a nenhum que seja
perceptível. Final moderadamente doce com um final de prova
suave e maltado. Pode ter um sabor doce-açucarado.
Sensação na boca: Corpo médio, contudo a doçura residual
pode dar uma impressão mais pesada. Carbonatação de média-
67
baixa a média. Textura bastante cremosa e macia,
principalmente devida à sua densidade.
Comentários: Cada vez mais rara; A Mann possui mais de
90% de quota de mercado na Grã-Bretanha, mas num segmento
cada vez mais pequeno. Sempre em garrafa. Frequentemente
utilizada em misturas doces com a mild e bitter de cask nos pubs.
As versões comerciais podem ser pasteurizadas e adoçadas, o
que dá ainda mais um sabor açucarado.
História: Desenvolvida pela Mann em1902 como um produto
engarrafado. Declarada na época como sendo "a cerveja mais
doce de Londres". As versões anteriores à I Grande Guerra
andavam em torno de 5% ABV, mas com o mesmo equilíbrio
geral. Diminuiu em popularidade na segunda metade do século
20 e agora está quase extinta.
Ingredientes característicos: Malte inglês pale ale como
base, com uma proporção saudável de maltes caramel mais
escuros e muitas vezes algum malte torrado (black) e malte de
trigo (esta é o carga de cereal tradicional da Mann - outras
podem contar com açúcares escuros para cor e sabor). Água com
teor moderado a elevado de carbonatos. As variedades de lúpulo
inglês são mais autênticas, embora com o seu baixo sabor e
amargor, quase qualquer tipo possa ser utilizado. Adoçada pós-
fermentação com lactose ou adoçantes artificiais ou sacarose (se
pasteurizada).
Comparação de estilos: Pode parecer um pouco como uma
versão menos torrada de uma sweet stout (e de menor
densidade, pelo menos para exemplos de sweet stout dos
Estados Unidos), ou uma versão doce de uma dark mild.
Características vitais: OG: 1.033 – 1.038
IBUs: 15 – 20 FG: 1.012 – 1.015
SRM: 22 – 35 ABV: 2.8 – 3.6%
Exemplos comerciais: Harveys Bloomsbury Brown Ale,
Mann's Brown Ale
Etiquetas: álcool-session, cor-escura, fermentação-alta, ilhas-
britânicas, estilo-histórico, família-brown-ale, maltado, doce
Cerveja Histórica: Piwo Grodziskie
Cerveja Grodziskie
Impressão geral: Uma ale de baixa densidade, altamente
carbonatada e de corpo leve, que combina um sabor fumado a
carvalho com um amargor limpo de lúpulo. Uma cerveja
altamente de “sessão”.
Aroma: O fumo da madeira de carvalho de baixo a moderado é
o componente de aroma mais proeminente, mas pode ser subtil
e difícil de detectar. Está tipicamente presente um aroma a
lúpulo com baixo teor de especiarias, herbáceo ou florais e deve
ser menor ou igual à intensidade do fumo. Sugestões a cereal de
trigo também são detectadas nos melhores exemplos. O aroma
é limpo, embora leves ésteres de fruta de pomo (especialmente
maçã vermelha madura ou pera) sejam bem-vindos. Sem acidez.
Podem estar presentes ligeiras notas a enxofre derivadas da
água.
Aparência: De cor amarelo-claro a dourado médio, com
excelente claridade. De notar uma espuma elevada, de aspecto a
contas, branca, bem unida e com excelente retenção. Aspecto
lamacento é uma falha.
Sabor: moderadamente baixo a médio a fumo de carvalho em
primeiro lugar, que se estende até ao final; o fumo pode ser mais
forte no sabor do que no aroma. O carácter do fumo é suave e
não deve ser acre, podendo dar uma impressão de doçura. Um
amargor de moderado a forte é imediatamente evidente, que
perdura até ao final. O equilíbrio geral é voltado para o amargor.
68 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Sabor a lúpulo baixo mas perceptível, a especiarias, herbáceo ou
floral. Carácter baixo a cereal de trigo como pano de fundo.
Podem estar presentes ésteres leves de fruta de pomo (maçã
vermelha ou pêra). Final seco e assertivo. Sem acidez.
Sensação na boca: De corpo leve, com final assertivo e seco.
A carbonatação é bastante alta e pode adicionar uma leve
sensação de picar carbônica ou sensação de formigueiro. Sem
aquecimento perceptível do álcool.
Comentários: Prenunciada como “pivo grow-JEES-kee-uh”
(meaning: Grodzisk beer). Conhecida como Grätzer (pronuncia-
se “GRATE-sir”) nos países de língua alemã e nalgumas
publicações sobre cerveja. Tradicionalmente feita usando uma
maceração de vários patamares, fervura longa (~2 horas) e
várias estirpes de levedura ale. A cerveja nunca é filtrada, mas é
usado Isinglass como clarificante antes da sua maturação em
garrafa. Tradicionalmente servida em copos cônicos altos para
acomodar a espuma vigorosa.
História: Desenvolvido como um estilo único à vários séculos
atrás na cidade polaca de Grodzisk (conhecida como Grätz
quando governada pela Prússia e Alemanha). A sua fama e
popularidade rapidamente se estendeu a outras partes do
mundo no final do século 19 e início do século 20. A produção
comercial regular declinou após a Segunda Guerra Mundial e
cessou totalmente em meados dos anos 1990. Esta descrição do
estilo narra a versão tradicional durante o seu período de maior
popularidade.
Ingredientes característicos: A carga de cereal geralmente
consiste inteiramente de malte de trigo fumado com madeira de
carvalho. Este malte de trigo fumado tem um caráter a fumo
diferente (e menos intenso), do que o malte de cevada alemão
fumado com madeira de faia; tem uma qualidade mais seca,
mais assertiva e mais magra - um sabor a fumo a
bacon/presunto é inadequado. Lúpulos do tipo Saazer (polaco,
checo ou alemão). É tradicional água com sulfatos de dureza
moderada, bem como levedura ale continental relativamente
limpa e atenuante, fermentada a temperaturas moderadas de
ale. Levedura hefeweizen alemã ou outras estirpes com carácter
a fenóis ou a ésteres intensos são inadequadas.
Comparação de estilos: Semelhante no álcool a uma
Berliner Weisse, mas nunca ácida. Tem um carácter fumado,
mas menos intenso do que uma Rauchbier.
Características vitais: OG: 1.028 – 1.032
IBUs: 20 – 35 FG: 1.006 – 1.012
SRM: 3 – 6 ABV: 2.5 – 3.3%
Etiquetas: álcool-session, cor-clara, fermentação-alta, europa-
central, estilo-histórico, família-cerveja-trigo, amargo, fumo
Cerveja Histórica: Lager anterior à Lei Seca
Impressão geral: Uma lager clara, refrescante mas amarga,
que geralmente apresenta um sabor a milho doce e cereal. Todas
as versões à base de malte ou arroz têm um caráter mais
assertivo e mais neutro. O elevado nível de amargor é o seu
maior diferenciador entre este estilo e as pale lagers mais
modernas dos grandes mercados, mas o perfil de sabor mais
robusto também o diferencia.
Aroma: Pode ser evidente um malte a cereal de baixo a médio,
semelhante a milho ou doce (embora as cervejas à base de arroz
sejam mais neutras). Aroma a lúpulo de médio a
moderadamente alto, com uma variedade de características que
vão do rústico ao floral, ao herbáceo/especiarias; é inapropriado
um caráter frutado ou cítrico de lúpulo moderno. Caráter limpo
de lager. Nível baixo de DMS é aceitável. Pode demonstrar
algum caráter da levedura, tal como com as lagers americanas
modernas; deve ser permitida uma gama alargada de notas
subtis de suporte da levedura.
Aparência: Cor de amarelo a dourado intenso. Espuma branca
substancial e de longa duração. Claridade brilhante.
Sabor: Malte médio a médio-alto com sabor a cereal e,
opcionalmente, algo arredondado a milho e impressão doce. O
amargor substancial do lúpulo faz frente ao malte e perdura até
ao final seco. Todas as versões à base de malte e arroz costumam
ser mais assertivas e definidas, mais secas e geralmente não
possuem sabores semelhantes a milho. Sabor a lúpulo de médio
a alto, com carácter rústico, floral ou herbáceo/especiarias.
Amargor do lúpulo de médio a alto, que não deve ser nem muito
grosseiro nem ter um final de prova muito desagradável.
Permitir uma variedade de caráter da levedura lager, como nas
lager americanas modernas, mas é geralmente bastante neutro.
Sensação na boca: Corpo médio com uma sensação na boca
moderadamente rica e cremosa. Suave e com bom laggering.
Nível de carbonatação de médio a alto.
Comentários: A clássica American Pilsner foi produzida antes
bem como depois da Lei Seca, com algumas diferenças.
Densidades iniciais de 1,050-1,060 teriam sido apropriadas para
cervejas pré-Lei Seca, enquanto que a densidade caiu para
1,044-1,048 após a Lei Seca. Os IBUs correspondentes caíram
de um nível pré-Lei Seca, de 30–40 para 25–30 após a Lei Seca,
História: Uma versão da Pilsner produzida nos EUA por
cervejeiros alemães imigrantes que trouxeram o processo e a
levedura, mas tiveram que adaptar as suas receitas para
trabalhar com os lúpulos e maltes nativos. Este estilo morreu
após a Lei Seca, mas foi ressuscitado pelos cervejeiros caseiros
na década de 1990. São produzidas poucas versões comerciais,
pelo que o estilo ainda permanece, principalmente, como um
fenómeno da cerveja caseira.
Ingredientes característicos: Cevada de seis fiadas com
20% a 30% de milho em flocos ou arroz, para diluir os níveis
excessivos de proteína; as versões modernas podem ser feitas
com 100% malte. Lúpulos nativos americanos, como Cluster,
lúpulos continentais tradicionais ou cruzamentos modernos de
tipos nobres também são apropriados. Lúpulos modernos
americanos, como o Cascade, são inadequados. Água com alto
teor de minerais pode causar uma desagradável sensação
grosseira no sabor e um final de prova desagradável. Pode ser
exibida uma ampla gama de caráter da levedura lager, embora
as versões modernas tenham tendência a ser bastante limpas.
Comparação de estilos: Equilíbrio e amargor semelhantes às
modernas Czech Premium Pale Lagers, mas exibindo
cereais e lúpulos nativos americanos da era anterior à Lei Seca
dos Estados Unidos. Mais robusta, amarga e saborosa do que as
modernas American pale lagers e, muitas vezes, com teor de
álcool mais elevado.
Características vitais: OG: 1.044 – 1.060
IBUs: 25 – 40 FG: 1.010 – 1.015
SRM: 3 – 6 ABV: 4.5 – 6.0%
Exemplos comerciais: Anchor California Lager, Coors Batch
19, Little Harpeth Chicken Scratch
Etiquetas: álcool-standard, cor-clara, fermentação-baixa,
lagered, américa-norte, estilo-histórico, família-pilsner,
amargo, lupulado
Cerveja Histórica: Porter anterior à Lei Seca
Impressão geral: Uma adaptação americana da English
Porter usando ingredientes americanos, incluindo adjuntos.
Aroma: Aroma base a cereal maltado com níveis baixos de
malte escuro (ligeiramente queimado ou a notas de chocolate).
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Aroma a lúpulo baixo. Níveis baixos a moderados de DMS são
aceitáveis. Pode apresentar níveis baixos de aroma a caramelo e
biscoito. Ésteres de nenhuns a muito baixos. É aceitável um
ligeiro aroma a adjuntos (alcaçuz, melaço). Diacetilo baixo a
nenhum. Perfil limpo de lager aceitável.
Aparência: Castanho médio a escuro, embora alguns exemplos
possam ser quase pretos, com reflexos rubi ou mogno.
Relativamente limpa. Espuma bronzeada de leve a média que irá
persistir no copo.
Sabor: Sabor a cereal maltado de base, com baixos níveis de
notas a chocolate ou malte preto queimado, juntamente com
baixos níveis de notas a caramelo, biscoito, alcaçuz e tostado.
Sabor a milho/DMS é aceitável em níveis baixos a moderados.
Amargor de lúpulo americano de baixo a moderado e sabor a
lúpulo americano de baixo a nenhum. O equilíbrio é
normalmente uniforme entre malte e lúpulo, com um final seco
moderado.
Sensação na boca: Corpo médio leve a médio, carbonatação
moderada, cremosidade baixa a moderada. Pode ter uma leve
adstringência dos maltes escuros.
Comentários: Por vezes também conhecida como
Pennsylvania Porter ou East Coast Porter.
História: Produzida comercialmente em Filadélfia durante o
período revolucionário, esta cerveja ganhou ampla aceitação nos
estados recém-formados do mid-Atlantic e foi apoiada pelo
presidente George Washington.
Ingredientes característicos: São usados maltes de duas e
seis fiadas (ou uma combinação de ambos), juntamente com
baixas percentagens de maltes escuros que incluem black malte,
chocolate e brown (a cevada torrada normalmente não é
utilizada). Os adjuntos são aceitáveis e incluem milho, alcaçuz
cervejeiro, melaço e xarope de milho escuro. As versões mais
históricas terão até vinte por cento de adjuntos. Levedura lager
ou ale. Ênfase nos lúpulos amargos americanos históricos ou
tradicionais (Cluster, Willamette, Cascade), embora os lúpulos
de final de fervura e de sabor possam variar.
Comparação de estilos: Mais suave e menos amarga do que
uma (moderna) American Porter, menos caramelo do que
uma English Porter, com mais caráter a adjunto/lager.
Características vitais: OG: 1.046 – 1.060
IBUs: 20 – 30 FG: 1.010 – 1.016
SRM: 18 – 30 ABV: 4.5 – 6.0%
Exemplos comerciais: Stegmaier Porter, Yuengling Porter
Etiquetas: álcool-standard, cor-escura, qualquer-fermentação,
américa-norte, estilo-histórico, família-porter, maltado
Cerveja Histórica: Roggenbier
Cerveja de centeio
Impressão geral: Uma dunkelweizen feita com centeio em vez
de trigo, mas com um maior corpo e ligeiros lúpulos final de
fervura.
Aroma: Aroma a especiarias do centeio, de leve a moderado,
misturado com aromas de levedura weizen de leve a moderado
(cravinho e ésteres frutados, ou banana ou citrinos). É aceitável
lúpulo ligeiro a especiarias, floral ou herbáceo.
Aparência: Cor laranja-acobreada clara a avermelhada muito
escura ou castanho acobreado. Espuma grande, cremosa,
esbranquiçada a bronzeada, bastante densa e persistente
(frequentemente espessa e de consistência rochosa). Aparência
turva, nebulosa.
Sabor: Sabor a cereal e especiarias do centeio, moderadamente
baixo a moderadamente forte, muitas vezes possuindo um sabor
69
confortante que lembra broa de centeio ou o pão pumpernickel
alemão. O amargor de médio a médio-baixo permite que a
doçura inicial do malte (às vezes com um pouco de caramelo)
seja degustada antes que o carácter da levedura e do centeio
assumam dominância. Carácter de levedura weizen de baixo a
moderado (banana, cravinho), embora o equilíbrio possa variar.
Final médio-seco, a cereal, com um final de prova levemente
amargo (do centeio). É aceitável sabor a lúpulo de baixo a
moderado a especiarias, herbáceo ou floral, e pode persistir no
final de prova.
Sensação na boca: Corpo médio a médio-alto. Alta
carbonatação. Moderadamente cremosa.
Comentários: O centeio é um grão sem casca e difícil de
macerar, geralmente resultando numa textura com goma e com
tendência a colar. O centeio foi caracterizado como tendo o
sabor mais assertivo de todos os grãos de cereal. Não é
apropriado adicionar sementes de cominhos a uma roggenbier
(como fazem alguns cervejeiros americanos); o carácter do
centeio é tradicionalmente apenas do grão de centeio.
História: Uma cerveja de centeio alemã especial, produzida
originalmente em Regensburg, Baviera. Nunca foi um estilo
muito popular, tendo praticamente desaparecido nos tempos
modernos.
Ingredientes característicos: O centeio maltado
normalmente constitui 50% ou mais do carga de cereal (algumas
versões possuem 60-65% de centeio). O restante da carga de
cereal pode incluir malte pale, malte Munich, malte de trigo,
malte cristal e/ou pequenas quantidades de maltes escuros sem
casca para ajuste de cor. A levedura Weizen fornece os
diferenciados ésteres a banana e fenóis a cravinho. Uso leve de
lúpulos tipo Saazer no amargor, sabor e aroma. Temperaturas
de fermentação mais baixas acentuam o carácter do cravinho,
suprimindo a formação de ésteres. Maceração por decocção
usada tradicionalmente (como nas weissbiers).
Comparação de estilos: Uma variante mais diferenciada de
uma dunkelweizen, que usa centeio maltado em vez de trigo
maltado. As American Rye Beers não terão o carácter da
levedura weizen e terão, provavelmente, mais lúpulo.
Características vitais: OG: 1.046 – 1.056
IBUs: 10 – 20 FG: 1.010 – 1.014
SRM: 14 – 19 ABV: 4.5 – 6.0%
Exemplos comerciais: Thurn und Taxis Roggen
Etiquetas: álcool-standard, cor-âmbar, fermentação-alta,
europa-central, estilo-histórico, família-cerveja-trigo
Cerveja Histórica: Sahti
Impressão geral: Uma cerveja finlandesa tradicional, doce,
pesada e de alto teor alcoólico, com um sabor a centeio, zimbro
e baga de zimbro, e um forte carácter a levedura de
banana/cravinho.
Aroma: Ésteres a banana elevados, fenólicos a cravinho de
moderado a moderadamente alto. Não é ácida. Pode ter um
70 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
carácter a zimbro de baixo a moderado. Cereal maltado,
caramelo e centeio em segundo plano. Aroma leve a álcool.
Impressão de malte doce.
Aparência: Cor de amarelo-claro a castanho-escuro; a maioria
é âmbar médio a escuro. Geralmente bastante turva (não
filtrada). Espuma reduzida, devido à baixa carbonatação.
Sabor: Banana intensa e carácter moderado a moderadamente
alto a cravinho, ambos da levedura. Sabor moderado a cereal e
centeio. Baixo amargor. Final de prova razoavelmente doce. O
zimbro pode adicionar um sabor a pinho; as bagas de zimbro
podem adicionar um sabor semelhante ao gin; ambos devem ser
complementares, não dominantes. Nenhum sabor perceptível a
lúpulo. Sabor moderado a caramelo, mas sem torrado.
Complexa e com várias camadas, com um tipo de sabor a mosto
que não é comum noutros estilos de cerveja. Não é ácida.
Sensação na boca: Espessa, viscosa e pesada devido às
proteínas (sem fervura significa sem matéria separada a quente
– hot break). Carbonatação quase parada a média-baixa. Forte
sensação de calor devido ao nível de álcool e idade jovem, mas
muitas vezes disfarçada pela doçura.
Comentários: Com a utilização de centeio não significa que
deve ter sabor a alcaravia (um sabor dominante no pão de
centeio). O uso de bagas de zimbro dará um sabor parecido ao
do gin (aromatizado de forma semelhante com as bagas de
zimbro). O zimbro actua um pouco como o lúpulo no equilíbrio
e no sabor, proporcionando um contraponto ao malte doce.
História: Um estilo tradicional indígena da Finlândia; uma
tradição de cerveja farmhouse com pelo menos 500 anos,
frequentemente preparada para ocasiões festivas como
casamentos de verão e consumida dentro de uma ou duas
semanas após a fermentação. Existe uma tradição semelhante
na Estônia, onde a cerveja é conhecida como koduolu.
Ingredientes característicos: Cevada maltada, junta com
cereal maltado e não maltado, geralmente centeio. Pouca
quantidade de lúpulo. Galhos de zimbro usados para a filtração
(tradicionalmente feita num tronco oco), frequentemente
produzindo um caráter a zimbro/baga de zimbro.
Frequentemente usa levedura de panificação de fermentação
alta, numa fermentação rápida e a quente (a levedura Weizen
alemã é um bom substituto). Não é fervida; é usada uma longa
maceração, com chá de lúpulo adicionado separadamente.
Comparação de estilos: Grande semelhança com as
Weizenbocks, mas doce e espessa com um carácter a centeio e
zimbro.
Características vitais: OG: 1.076 – 1.120
IBUs: 7 – 15 FG: 1.016 – 1.020
SRM: 4 – 22 ABV: 7.0 – 11.0%
Exemplos comerciais: Agora produzida durante todo o ano
na Finlândia, por várias cervejeira.
Etiquetas: álcool-elevado, cor-âmbar, fermentação-alta,
europa-central, estilo-histórico, especiarias
INTRODUÇÃO ÀS CERVEJAS ESPECIAIS
Cerveja Especial é um termo alargado que se refere aos estilos descritos nas categorias 28 a 34. Estes são diferentes do
que chamamos de Estilos Clássicos, representados pelas categorias 1 a 27. Os Estilos Clássicos são independentes e
podem ser totalmente traçados por uma descrição de estilo BJCP padrão. As Cervejas Especiais envolvem alguma forma
de transformação de uma cerveja de Estilo Clássico ou de outra cerveja-base, seja pela adição de ingredientes extra, ou
pela manipulação da cerveja de maneira diferente, usando um processo alternativo. As descrições de estilo de Cerveja
Especial não podem descrever completamente um estilo por si só, como fazem as descrições de Estilos Clássicos. Em vez
disso, as descrições do estilo da Cerveja Especial discutem como o ingrediente ou processo adicional afecta o estilo da
cerveja base.
Assume-se que esta seção introdutória faça parte de todos os estilos de Cerveja Especial. Ela descreve, em geral, como
submeter a concurso e avaliar uma Cerveja Especial. Instruções específicas para um estilo estarão presentes em cada
diretriz individual.
Em geral, ao enviar uma Cerveja Especial com um ingrediente do tipo alimentar, é de lembrar que se usa a definição
culinária do ingrediente, em vez da definição botânica. Devem ser consultadas as listas detalhadas de ingredientes nas
descrições da categoria do estilo, em vez de fazer uma suposição.

Submissão a Concurso de Cervejas entanto, se o ingrediente parecer genérico, deve ser usado
Especiais um nome genérico. Se usar uma combinação de
ingredientes, como especiarias, poderá ser referida a
Uma vez que devem ser fornecidas informações
mistura por um nome comum (por exemplo, mistura para
adicionais com cada inscrição numa categoria de Cerveja
torta de abóbora, caril em pó, etc.). Se listar cada
Especial, é fundamental que os participantes analisem
ingrediente individual, os juízes irão esperar detectar
atentamente a seção Instruções de Inscrição de cada
cada um deles. Mas se a natureza de uma mistura de
descrição de estilo. Esta seção descreve as informações
ingredientes significa que o carácter específico de cada
que os juízes esperam. Não se deve presumir que os juízes
ingrediente contribui para um carácter maior, então
serão capazes de reconhecer a cerveja sem qualquer
apenas descreva o carácter resultante. Deve ser entendido
informação adicional; alguns podem, mas a maioria não.
como os juízes irão usar as informações fornecidas.
É quase certo que será recebida uma pontuação mais
baixa se essa informação for omitida, em vez de ser Decidir onde registar uma cerveja do tipo especial é
especificada correctamente. Coloque-se na posição do frequentemente difícil para os concorrentes. Certifique-se
juiz; anote as informações úteis necessárias para avaliar que lê cada estilo com cuidado, pois alguns estilos
adequadamente a cerveja. Os juízes não querem saber se especificam onde inserir uma cerveja com uma certa
escolheu as cerejas do quintal da sua avó, pelo que não combinação de ingredientes. Foram definidos
devem ser colocadas informações inúteis – em vez disso, arbitrariamente alguns ingredientes como possuindo
deve ser referida a variedade de cerejas ou o seu sabor. precedência sobre outros (em ordem de precedência mais
alta: selvagem, fumo, madeira, fruta/especiarias,
Ao especificar um estilo de cerveja base, leia atentamente
cereal/açúcar), mas isto só se aplica se puder detectar o
as Instruções de Participação para o estilo. Algumas
ingrediente. Na procura do sítio para registar a sua
pessoas podem dizer que um Estilo Clássico é necessário
cerveja de tipo especial, procure a descrição de estilo que
- isto significa que a cerveja deve ser listada como um dos
melhor se enquadra, dentro do estilo onde a combinação
estilos nas diretrizes (incluindo cervejas históricas ou
é permitida. Inserir uma cerveja num estilo específico
cervejas com alternativas enumeradas). Outros podem
será um sinal para os juízes de que a cerveja terá certos
dizer que um estilo base deve ser descrito, mas que não
componentes identificáveis. Se foi adicionado um
precisa de ser um Estilo Clássico – desta forma pode
ingrediente que não pode ser detectado, não deve ser
descrever o estilo de cerveja da maneira que quiser. Se a
inserido num estilo que exija o ingrediente. Se os juízes
sua base for vagamente uma porter, mas não se
não o puderem detectar, pensarão que está ausente e a
enquadrando bem como uma English, American ou Baltic
pontuação será penalizada em conformidade.
Porter, então não se deve ser excessivamente específico -
chame-a simplesmente de porter. Algumas cervejas
concebidas para mostrar o ingrediente especial, Avaliação de Cervejas Especiais
geralmente possuem uma base bastante neutra. Equilíbrio geral é a chave para o sucesso de uma cerveja
especial. A entrada deve ser uma combinação harmoniosa
Ao especificar o ingrediente especial, lembre-se de que
da cerveja e dos ingredientes especiais, em que um não se
quanto mais específico for, mais os juízes procurarão uma
sobrepõe ao outro. Os ingredientes especiais devem
característica exclusiva. Portanto, certifique-se de provar
complementar e realçar a cerveja subjacente, e o produto
sua cerveja e decida o quanto específico necessita ser. Se
resultante deve ser agradável de beber. A amostra deve ser
estiver a exibir um ingrediente incomum ou caro, este
pode ser um bom momento para ser específico. No

Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015 71

reconhecida como pertencente à categoria registada ou,
pelo menos, não pertencer claramente a outro lugar.
Alguns juízes experientes farão uma rápida passagem
hedonística numa cerveja de tipo especial, antes de se
aprofundarem os detalhes. Esta avaliação rápida é
concebida para avaliar se a combinação funciona ou não
(ou seja, se existem conflitos de sabor). Se a combinação
for uma má ideia, não importa o nível de fabrico do
produto; simplesmente não será agradável. Ainda assim,
os juízes devem manter a mente aberta; algumas
combinações inesperadas de sabores podem ser
surpreendentemente deliciosas.
Os juízes não devem ser excessivamente pedantes em
procurar o carácter completo de um determinado estilo de
cerveja-base. Afinal, a cerveja-base geralmente não
contém o ingrediente especial, então o seu caráter não
será o mesmo. Podem existir interações de sabor que
produzem efeitos sensoriais adicionais. Da mesma forma,
os juízes devem entender que o processo de fermentação
pode transformar alguns ingredientes (particularmente
aqueles com açúcares fermentáveis) e que o carácter do
ingrediente pode não ser o mesmo do ingrediente especial
não adulterado. Portanto, os juízes devem procurar a
agradabilidade geral e o equilíbrio da combinação
resultante, tendo em conta que a cerveja deve sugerir a
cerveja-base e o ingrediente ou processo especial.
Criar e avaliar cervejas do tipo especial pode ser muito
gratificante. Os juízes devem ter em mente que existe um
elemento criativo nestes estilos e que algo incomum e
delicioso geralmente deve ser recompensado. Deve ser
mantida uma mente aberta ao avaliar estes estilos e não
procurar avaliá-los com tanta rigidez quanto os Estilos
Clássicos.
Efeitos no Equilíbrio da Cerveja de
Ingredientes Adicionados
O carácter do ingrediente deve ser agradável e de suporte,
e não artificial e inadequadamente opressor
(considerando o carácter do ingrediente), e não deve ter
defeitos de fabrico, fermentação ou maturação. O lúpulo
de aroma, subprodutos da levedura e componentes do
malte da cerveja subjacente, podem não ser tão
perceptíveis quando estão presentes ingredientes
adicionais. Estes componentes (especialmente o lúpulo)
também podem ser subjugados intencionalmente para
permitir que o carácter do ingrediente surja na
apresentação final. Se a cerveja-base for uma ale, pode
estar presente um frutado pouco específico e/ou outros
subprodutos da fermentação, conforme apropriado para
fermentações mais quentes. Se a cerveja-base for uma
lager, em geral, seriam apropriados menos subprodutos
da fermentação. Algum aroma do malte pode ser
desejável, especialmente em estilos escuros. O aroma do
lúpulo pode estar ausente ou equilibrado com os
ingredientes adicionados, dependendo do estilo. Os
ingredientes adicionados devem adicionar uma
complexidade extra à cerveja, mas não devem ser tão
proeminentes a ponto de desequilibrar a apresentação
resultante.

28. AMERICAN WILD ALE

Ale Selvagem Americana
O nome American Wild Ale é normalmente usado por cervejeiros artesanais e cervejeiros caseiros. No entanto, a palavra “Wild” não
significa que estas cervejas sejam necessariamente fermentadas espontaneamente; em vez disso, indica que elas são influenciadas por
outros microrganismos além das leveduras de cerveja tradicionais. Esta categoria destina-se a uma ampla variedade de cervejas que
não se enquadram nos estilos europeus tradicionais “sour”/ácidos ou de fermentação espontânea. Todos os estilos nesta categoria são
essencialmente cervejas especiais, onde são possíveis muitas interpretações criativas, e os estilos são definidos apenas pelo uso de perfis
de fermentação e ingredientes específicos. Como estilos de especialidade, a descrição obrigatória fornecida pelo participante é de
extrema importância para o juiz.
Em toda esta categoria, Brett é usado como uma abreviatura para Brettanomyces. Este é o termo que a maioria dos cervejeiros
artesanais e caseiros usam normalmente em conversas e mesmo em comunicações formais.

28A. Brett Beer varia de acordo com a(s) estirpe(s) de Brett usada. Para cervejas
100% Brett fortemente lupuladas com variedades americanas de
Cerveja com Brett lúpulo, os sabores derivados da fermentação costumam ser
difíceis de isolar dos aromas do lúpulo. As cervejas 100% Brett
Impressão geral: Na maioria das vezes mais seca e frutada do
mais velhas podem começar a desenvolver um pouco de notas a
que o sugerido pelo estilo base. As notas a fermentação
fermentação espontânea (por exemplo, curral, feno húmido ou
espontânea variam de baixo a alto, dependendo da idade da
notas ligeiramente terrosas ou a fumo), mas este carácter não
cerveja e da(s) estirpe(s) de Brett utilizada. Estas notas de
deve dominar. Se a cerveja for fermentada com levedura de
fermentação espontânea são geralmente contidas nos exemplos
cerveja além de Brett, algumas das características da levedura
jovens com 100% de Brett, mas tendem a aumentar com a idade.
principal podem permanecer. Uma leve acidez é aceitável, mas
Pode possuir uma leve acidez, embora esta não venha da Brett.
não deve ser uma característica proeminente.
Aroma: Variável conforme estilo base. As cervejas jovens
Aparência: Variável de acordo com estilo base. A claridade
fermentadas com Brett possuem mais notas frutadas (por
pode ser variável e depende do estilo base e dos ingredientes
exemplo, frutas tropicais, frutas de caroço ou cítrinos), mas isto

72 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015

usados. Alguma turvação não é, necessariamente, uma falha. A
retenção da espuma é variável.
Sabor: Variável de acordo com estilo base. O carácter a Brett
pode variar de mínimo a agressivo. Pode ser bastante frutado
(por exemplo, frutas tropicais, frutas vermelhas, frutas de
caroço, citrinos) ou ter algum carácter a fumo, terroso ou a
curral. Não deve ser desagradavelmente a notas de fermentação
espontânea, como penso-rápido, fétido, acetona, queijo etc.
Sempre mais frutada quando jovem, ganhando mais notas a
fermentação espontânea com a idade. Pode não ser acético ou
láctico. Os sabores do malte costumam ser menos pronunciados
do que no estilo base, deixando a cerveja frequentemente mais
seca e assertiva devido à alta atenuação da Brett.
Sensação na boca: Variável por estilo base. Geralmente corpo
leve, mais leve do que o que se poderia esperar do estilo base,
mas um corpo excessivamente leve é um defeito. Carbonatação
geralmente moderada a alta.
Comentários: O estilo base descreve a maior parte do carácter
destas cervejas, mas a adição de Brett garante um produto mais
seco, leve e com notas a fermentação espontânea. As versões
mais novas são mais vivas e frutadas, enquanto as mais velhas
possuem mais profundidade a fermentação espontânea e podem
perder mais o carácter do estilo base. As versões envelhecidas
em madeira devem ser inseridas no estilo Wild Specialty
Beer. O carácter a Brett deve-se sempre fundir com o estilo;
estas cervejas nunca devem ser uma 'bomba Brett'. Observar que
Brett não produz ácido lático.
História: Interpretações modernas da cerveja artesanal
americana, de cervejas belgas de fermentação espontânea, ou
experiências inspiradas em cervejas belgas de fermentação
espontânea ou cervejas inglesas históricas com Brett. As
cervejas 100% Brett ganharam popularidade após o ano 2000;
Port Brewing Mo Betta Bretta foi um dos primeiros exemplos
dignos de nota.
Ingredientes característicos: Praticamente qualquer estilo
de cerveja, fermentada de qualquer maneira e finalizada com
uma ou mais variedades de Brett. Alternativamente, uma
cerveja feita com Brett como única estirpe de fermentação
Comparação de estilos: Comparada ao mesmo estilo de
cerveja sem Brett, uma Cerveja com Brett será mais seca, mais
atenuada, mais frutada, mais leve no corpo e um pouco com
mais notas de fermentação espontânea à medida que envelhece.
Menos acidez e profundidade do que as cervejas "selvagens"
belgas.
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
um estilo de cerveja base (Estilo Clássico ou uma família de
estilos genérica) ou fornecer uma descrição dos
ingredientes/especificações/carácter desejado. O participante
tem de especificar se uma fermentação 100% Brett foi
realizada. O participante pode especificar a(s) estirpe(s) de
Brettanomyces usada(s).
Características vitais: Variável por estilo base.
Exemplos comerciais: Boulevard Saison Brett, Hill
Farmstead Arthur, Logsdon Seizoen Bretta, Russian River
Sanctification, The Bruery Saison Rue, Victory Helios
Etiquetas: fermentação-selvagem, américa-norte, estilo-
artesanal, família-especialidade
28B. Mixed-Fermentation Sour Beer
Cerveja Ácida de Fermentação Composta
Impressão geral: Uma versão ácida e/ou com notas de
fermentação espontânea de um estilo de cerveja base.
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Aroma: Variável de acordo com o estilo base. A contribuição da
microbiota não-Saccharomyces deve ser de perceptível a forte, e
contribui frequentemente com uma nota ácida e/ou de
fermentação espontânea e selvagem. Os melhores exemplos
exibirão uma variedade de aromas em vez de um único carácter
dominante. O aroma deve ser convidativo, não acre ou
desagradável.
Aparência: Variável de acordo com o estilo base. A claridade
pode ser variável; alguma turvação não é uma falha. A retenção
de espuma pode ser fraca devido aos altos níveis de
propriedades ácidas ou anti-espuma, de algumas estirpes de
lactobacilos.
Sabor: Variável de acordo com o estilo base. Deve ser
procurado um equilíbrio agradável entre a cerveja-base e o
carácter fermentativo. É possível um leque de resultados, desde
uma acidez/fermentação espontânea razoavelmente alta, até
uma cerveja subtil, agradável e harmoniosa. Os melhores
exemplos são agradáveis de beber com os ésteres e fenóis
complementando o malte e/ou lúpulo. O carácter selvagem pode
ser proeminente, mas não precisa de ser dominante num um
estilo com um perfil de malte/lúpulo forte. A acidez deve ser
firme, mas agradável, mas não deve ser acutilante ou
avinagrada; a presença de ácido acético proeminente ou
questionável/ofensivo é uma falha. O amargor tende a ser baixo,
especialmente à medida que a acidez aumenta.
Sensação na boca: Variável de acordo com o estilo base.
Geralmente corpo leve, quase sempre mais leve do que o que se
poderia esperar do estilo base. Carbonatação geralmente
moderada a alta, embora frequentemente menor em exemplos
de teor de álcool mais elevado.
Comentários: Estas cervejas podem ser envelhecidas em
madeira, mas qualquer característica da madeira não deve ser
um sabor primário ou dominante. As cervejas ácidas
normalmente não são amargas, pois estes sabores entram em
conflito. O estilo de cerveja base torna-se menos relevante
porque as várias leveduras e bactérias tendem a dominar o seu
perfil. Características inadequadas incluem diacetilo, solvente,
textura pegajosa/viscosa e oxidação intensa.
História: Interpretações das cervejeiras artesanais americanas
modernas das sour ales belgas ou experiências inspiradas nas
sour ales belgas.
Ingredientes característicos: Praticamente qualquer estilo
de cerveja. Normalmente fermentado por Lactobacillus e/ou
Pediococcus, frequentemente em conjunto com Saccharomyces
e/ou Brettanomyces. Também pode ser uma mistura de estilos.
O envelhecimento em madeira ou barril é muito comum, mas
não obrigatório.
Comparação de estilos: Uma versão ácida e/ou com
fermentação espontânea de um estilo base.
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
uma descrição da cerveja, identificando a levedura/bactéria
usada e um estilo base ou os ingredientes / especificações /
carácter / objectivo da cerveja.
Características vitais: Variável por estilo base.
Exemplos comerciais: Boulevard Love Child, Cascade Vlad
the Imp Aler, Jester King Le Petit Prince, Jolly Pumpkin
Calabaza Blanca, Russian River Temptation, The Bruery
Rueuze, The Bruery Tart of Darkness
Etiquetas: fermentação-selvagem, américa-norte, estilo-
artesanal, família-especialidade, ácido
73
28C. Wild Specialty Beer
Cerveja Especial de Fermentação Espontânea
Impressão geral: Uma versão ácida e/ou com fermentação
espontânea de uma cerveja com frutas, ervas ou especiarias, ou
uma cerveja selvagem envelhecida em madeira. Se envelhecida
em madeira, a madeira não deve ser o carácter primário ou
dominante.
Aroma: Variável de acordo com o estilo base. Deve apresentar
o fruto, acidez e/ou notas de uma fermentação espontânea, bem
como as características dos ingredientes especiais utilizados. Os
melhores exemplos irão combinar os aromas da fermentação
com os ingredientes especiais, criando um aroma que pode ser
difícil de identificar com precisão.
Aparência: Variável de acordo com o estilo base, geralmente
demostrando uma cor, tom ou matiz de qualquer fruta (se
usada) na cerveja e na espuma. A claridade pode ser variável;
alguma turvação não é uma falha. A retenção da espuma
costuma ser fraca.
Sabor: Variável de acordo com o estilo base. Deve apresentar o
fruto, acidez e/ou notas de uma fermentação espontânea, bem
como as características dos ingredientes especiais utilizados.
Qualquer doçura da fruta geralmente desaparece, portanto
apenas os ésteres da fruta permanecem. O carácter ácido da
fruta e da fermentação espontânea pode ser proeminente, mas
não deve ser opressor. A acidez e os taninos de qualquer fruta
podem realçar a sensação de secura da cerveja, por isso deve-se
ter cuidado com o equilíbrio. A acidez deve aumentar a
percepção do sabor da fruta, e não a prejudicar. Notas de
madeira, se presentes, adicionam sabor, mas devem ser
equilibradas.
Sensação na boca: Variável de acordo com o estilo base.
Geralmente um corpo leve, mais leve do que o que se poderia
esperar do estilo base. Carbonatação geralmente moderada a
alta; a carbonatação deve equilibrar o estilo base, se existir
algum declarado. A presença de taninos de alguma fruta ou
madeira pode fornecer uma ligeira adstringência, realçar o
corpo ou fazer a cerveja parecer mais seca do que é.
Comentários: Uma cerveja de fermentação espontânea com
frutas, ervas, especiarias ou madeira, baseada num estilo
diferente de lambic. Pode ser outro estilo clássico (normalmente
ácido ou não), ou algo mais genérico. Estas cervejas podem ser
envelhecidas em madeira, mas qualquer característica da
madeira não deve ser um sabor principal ou dominante.
História: Interpretações das cervejeiras artesanais americanas
modernas das wild ales belgas ou experiências inspiradas nas
wild ales belgas.
Ingredientes característicos: Praticamente qualquer estilo
de cerveja. Qualquer combinação de Saccharomyces,
Brettanomyces, Lactobacillus, Pediococcus ou outros
organismos fermentativos semelhantes. Também pode ser uma
mistura de estilos. Embora as cerejas, framboesas e pêssegos
sejam a fruta mais comum, outras podem também ser usadas.
Também podem ser utilizados vegetais com características de
fruta (chile, ruibarbo, abóbora, etc.). O envelhecimento em
madeira ou barril é muito comum, mas não obrigatório.
Comparação de estilos: Como uma cerveja de frutas, ervas,
especiarias ou envelhecida em madeira, mas ácido e/ou com
fermentação espontânea.
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
o tipo de fruta, especiaria, erva ou madeira usada. O participante
tem de especificar uma descrição da cerveja, identificando a
levedura / bactéria usada e um estilo base ou os ingredientes /
especificações / carácter / objetivo da cerveja. Uma descrição
geral da natureza especial da cerveja pode abranger todos os
itens necessários.
Características vitais: Variável por estilo base.
Exemplos comerciais: Cascade Bourbonic Plague, Jester
King Atrial Rubicite, New Belgium Eric’s Ale, New Glarus
Belgian Red, Russian River Supplication, The Lost Abbey Cuvee
de Tomme
Etiquetas: fermentação-selvagem, américa-norte, craft-style,
estilo-artesanal, ácido, fruta

29. FRUIT BEER

Cerveja de Fruta
A categoria Fruit Beer é para cerveja feita com qualquer fruta ou combinação de frutas de acordo com as definições desta categoria. É
usada a definição culinária da fruta, e não botânica - estruturas carnudas de plantas, associadas a sementes, que são doces ou
ácidas e comestíveis no seu estado cru. Os exemplos incluem pomóideas (maçã, pera, marmelo), frutas com caroço (cereja, ameixa,
pêssego, damasco, manga etc.), bagas (em inglês qualquer fruta com a palavra "berry"), groselha, citrinos, frutas secas (tâmaras,
ameixas, passas, etc.), frutas tropicais (banana, abacaxi, goiaba, papaia, etc.), figos, romã, figo da Índia e assim por diante. Não estão
incluídas especiarias, ervas ou vegetais conforme definidos na Categoria 30, especialmente fruta botânica tratada como vegetais
culinários. Basicamente, se é necessário justificar uma fruta usando a palavra "tecnicamente" como parte da descrição, então não é
isso que se quer dizer.

29A. Fruit Beer
Cerveja de Fruta
Consultar a seção Introdução às Cervejas Especiais para
comentários adicionais, particularmente sobre a avaliação do
equilíbrio dos ingredientes adicionados com a cerveja base.
Impressão Geral: Um casamento harmonioso de fruta e
cerveja, mas ainda reconhecível como cerveja. O carácter da
fruta deve ser evidente, mas em equilíbrio com a cerveja e não
de forma a sugerir um produto artificial.
Aroma: Os aromas distintos associados à fruta declarada
devem ser perceptíveis no aroma; no entanto é de observar que
algumas frutas (por exemplo, framboesas, cerejas) têm aromas
mais fortes e são mais notados do que outras (por exemplo,
mirtilos, morangos) – deve ser permitido um intervalo de
caráter e intensidade da fruta que pode ir de subtil a agressivo.
Os aromas adicionais devem-se misturar bem com quaisquer
aromas apropriados para o estilo da cerveja-base declarado.
Aparência: A aparência deve ser apropriada para a cerveja-
base declarada e a fruta declarada. Para cervejas de cores mais
claras com frutas que apresentam cores distintas, a cor deve ser
perceptível. Observar que a cor da fruta na cerveja geralmente é
mais clara do que a polpa da própria fruta, podendo assumir
tonalidades ligeiramente diferentes. Cervejas de fruta podem ter

74 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015

alguma turvação ou ser límpidas, embora a turvação seja
geralmente indesejável. A espuma pode assumir um pouco a cor
da fruta.
Sabor: Tal como acontece com o aroma, o carácter distinto do
sabor associado à fruta declarada deve ser perceptível e pode
variar em intensidade de subtil a agressivo. O equilíbrio da fruta
com a cerveja subjacente é vital e o caráter da fruta não deve ser
tão artificial e/ou inadequadamente opressor a ponto de sugerir
uma "bebida de sumo de fruta". Amargor do lúpulo, sabor,
sabores de malte, teor de álcool e produtos da fermentação
(como ésteres), devem ser adequados à cerveja-base e ser
harmoniosos e equilibrados com os sabores característicos das
frutas presentes. É de lembrar que as frutas geralmente
adicionam sabor e não doçura às cervejas de fruta. O açúcar
encontrado na fruta é, geralmente, fermentado totalmente e
contribui para sabores mais leves e um final mais seco do que o
esperado para o estilo base declarado. No entanto, a doçura
residual não é necessariamente uma característica negativa, a
menos que tenha uma qualidade crua e não fermentada.
Sensação na boca: A sensação na boca pode variar
dependendo da cerveja-base selecionada e conforme seja
apropriado para essa cerveja-base. Os níveis de corpo e
carbonatação devem ser adequados ao estilo da cerveja-base
declarado. A fruta adiciona, geralmente, fermentáveis que
tendem a tornar o corpo da cerveja mais leve; a cerveja
resultante pode parecer mais leve do que o esperado para o estilo
base declarado. Frutas mais pequenas e mais escuras têm
tendência a adicionar uma intensidade tanínica que deve
dominar a cerveja base.
Cometários: O equilíbrio geral é a chave para apresentar uma
cerveja de fruta bem feita. A fruta deve complementar o estilo
original e não o sobrecarregar. Os principais atributos do estilo
subjacente serão diferentes com a adição de frutas; não esperar
que a cerveja-base tenha o mesmo sabor da versão não
adulterada. Avaliar a cerveja com base na sua atractividade e
equilíbrio da combinação resultante.
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
um estilo base, mas o estilo declarado não necessita de ser um
Estilo Clássico. O participante tem de especificar o(s) tipo(s) de
fruta usado. Cervejas de fruta ácidas que não são lambics devem
ser inscritas na categoria American Wild Ale.
Características vitais: OG, FG, IBUs, SRM e ABV irão variar
dependendo da cerveja-base subjacente, mas a fruta virá
frequentemente refletida na cor.
Exemplos comerciais: Bell’s Cherry Stout, Dogfish Head
Aprihop, Ebulum Elderberry Black Ale, Founders Rübæus
Etiquetas: família-especialidade, fruta
29B. Fruit and Spice Beer
Cerveja de Fruta e Especiarias
Consultar a seção Introdução às Cervejas Especiais para
comentários adicionais, principalmente sobre a avaliação do
equilíbrio dos ingredientes adicionados com a cerveja-base.
Aplicam-se as definições de Fruta do preâmbulo da Categoria
29 e de Especiarias do preâmbulo da Categoria 30; qualquer
combinação de ingredientes válida nos Estilos 29A e 30A são
permitidas nesta categoria. O uso da palavra especiarias não
implica que apenas possam ser usadas especiarias; pode ser
usada qualquer especiaria, erva ou vegetal da categoria 30.
Impressão Geral: Um casamento harmonioso de fruta,
especiarias e cerveja, mas ainda reconhecível como cerveja. O
caráter da fruta e especiarias deve ser evidente individualmente,
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
mas em equilíbrio com a cerveja e não de forma a sugerir um
produto artificial.
Aroma: Os aromas distintos associados à fruta e especiarias
declaradas devem ser perceptíveis no aroma; no entanto,
observar que algumas frutas (por exemplo, framboesas, cerejas)
e algumas especiarias (por exemplo, canela, gengibre) têm
aromas mais fortes e são mais notados do que outras (por
exemplo, mirtilos, morangos) – deve ser permitido um intervalo
alargado de frutas e especiarias e uma intensidade de subtil a
agressiva. Os aromas adicionais devem combinar bem com
quaisquer aromas apropriados para o estilo de cerveja-base
declarado. O aroma de lúpulo pode estar ausente ou equilibrado,
dependendo do estilo de base declarado.
Aparência: A aparência deve ser apropriada para a cerveja-
base declarada e as frutas e especiarias declaradas. Para as
cervejas de cores mais claras com frutas ou especiarias que
apresentam cores notórias, a cor deve ser perceptível. Observar
que a cor da fruta na cerveja é geralmente mais clara do que a
polpa da própria fruta e pode assumir tonalidades ligeiramente
diferentes. Pode ter alguma turvação ou ser límpida, embora a
turvação seja geralmente indesejável. A espuma pode assumir
um pouco da cor da fruta ou da especiaria.
Sabor: Tal como acontece com o aroma, o carácter distinto do
sabor associado às frutas e especiarias declaradas deve ser
perceptível e pode variar em intensidade de subtil a agressivo. O
equilíbrio de frutas e especiarias com a cerveja subjacente é vital
e o caráter da fruta não deve ser tão artificial e/ou
inadequadamente opressor a ponto de sugerir uma bebida de
sumo de fruta com especiarias. Amargor de lúpulo, sabor,
sabores de malte, teor de álcool e subprodutos da fermentação,
como ésteres, devem ser apropriados para a cerveja-base e
serem harmoniosos e equilibrados com os sabores
característicos das frutas e especiarias presentes. Lembrar de
que a fruta geralmente adiciona sabor e não doçura. O açúcar
encontrado na fruta é, em geral, fermentado totalmente e
contribui para sabores mais leves e um final mais seco do que o
esperado para o estilo base declarado. No entanto, a doçura
residual não é necessariamente uma característica negativa, a
menos que tenha uma qualidade crua e não fermentada.
Algumas especiarias, ervas ou vegetais são inerentemente
amargos e podem resultar numa cerveja mais amarga do que o
estilo de base declarado.
Sensação na boca: A sensação na boca pode variar
dependendo da cerveja-base selecionada e conforme apropriado
para essa cerveja-base. Os níveis de corpo e carbonatação devem
ser adequados ao estilo de cerveja-base declarado. A fruta
adiciona geralmente fermentáveis que tendem a tornar o corpo
da cerveja mais leve; a cerveja resultante pode parecer mais leve
do que o esperado para o estilo base declarado. Algumas
especiarias, ervas ou vegetais podem adicionar corpo
suplementar, embora adições fermentáveis possam tornar a
cerveja mais leve. Algumas especiarias, ervas ou vegetais podem
adicionar um pouco de adstringência, embora um carácter
“bruto” a especiaria seja indesejável.
Comentários: O equilíbrio geral é a chave para apresentar
uma cerveja bem feita com frutas e especiarias. A fruta e as
especiarias devem complementar o estilo original e não o
sobrecarregar. Os principais atributos do estilo subjacente serão
diferentes com a adição de frutas e especiarias; não esperar que
a cerveja-base tenha o mesmo sabor da versão não adulterada.
Avaliar a cerveja com base na sua atractividade e no equilíbrio
da combinação resultante. O cervejeiro deve reconhecer que
algumas combinações de estilos de cerveja base e
frutas/especiarias funcionam bem em conjunto, enquanto que
outras não produzem combinações harmoniosas. Sempre que
75
frutas, especiarias, ervas ou vegetais são declarados, cada um
deve ser perceptível e distinto na sua própria maneira (embora
não necessariamente identificáveis individualmente; o
equilíbrio com os outros ingredientes é ainda fundamental) - por
outras palavras, a cerveja deve ser lida como uma cerveja de
fruta com especiarias, mas sem ser necessário dizer que frutas e
especiarias específicas estão presentes (mesmo se declaradas).
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
um estilo base; o estilo declarado não necessita de ser um Estilo
Clássico. O participante tem de especificar o tipo de fruta e
especiarias, ervas ou vegetais usados; os ingredientes
individuais de especiarias, ervas ou vegetais não precisam de ser
especificados se for usada uma mistura bem conhecida de
especiarias (por exemplo, especiarias para tarte de maçã).
Características vitais: OG, FG, IBUs, SRM e ABV irão variar
dependendo da cerveja-base subjacente, mas a fruta e as
especiarias virão frequentemente refletidas na cor.
Etiquetas: família-especialidade, fruta, especiarias
29C. Specialty Fruit Beer
Cerveja Especial de Fruta
Uma Cerveja de Fruta Especial é uma cerveja de fruta com
alguns ingredientes ou processos adicionais, como açúcares
fermentáveis adicionados (mel, açúcar mascavo, açúcar
invertido, etc.).
Consultar a seção Introdução às Cervejas Especiais para
comentários adicionais, particularmente sobre a avaliação do
equilíbrio dos ingredientes adicionados com a cerveja base.
Impressão Geral: Um casamento harmonioso de frutas,
açúcar e cerveja, mas ainda reconhecível como cerveja. O
carácter da fruta e do açúcar deve ser evidente, mas em
equilíbrio com a cerveja e não de forma a sugerir um produto
artificial.
76 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Aroma: Igual à cerveja de fruta, excepto que alguns dos
fermentáveis adicionados (mel, melaço, etc.) podem acrescentar
um componente de aroma. Qualquer componente adicional do
aroma deve estar em equilíbrio com os componentes da fruta e
da cerveja e ser uma combinação agradável.
Aparência: igual à cerveja de fruta.
Sabor: Igual à cerveja de fruta, excepto que alguns dos
fermentáveis adicionados (mel, melaço, etc.) podem acrescentar
um componente de sabor. Qualquer componente de sabor
adicional presente deve estar em equilíbrio com os componentes
da fruta e da cerveja e ser uma combinação agradável. Os
açúcares adicionados não devem ter um sabor cru, não
fermentado. Alguns dos açúcares adicionados terão elementos
não fermentáveis que podem fornecer um final mais encorpado;
açúcares totalmente fermentáveis tendem a criar um final leve.
Sensação na boca: Igual à cerveja de fruta, embora
dependendo do tipo de açúcar adicionado, pode aumentar ou
diminuir o corpo.
Comentários: Se os fermentáveis ou processos adicionais não
adicionam um carácter diferente à cerveja, a mesma deve ser
inscrita como uma cerveja de fruta normal (29A), e deve ser
omitida a descrição dos ingredientes ou processos extra.
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
um estilo base; o estilo declarado não necessita de ser um Estilo
Clássico. O participante tem de especificar o tipo de fruta
utilizada. O participante tem de especificar o tipo de açúcar
fermentável adicionado ou processo especial usado.
Características vitais: OG, FG, IBUs, SRM e ABV irão variar
dependendo da cerveja-base subjacente, mas a fruta virá
frequentemente refletida na cor.
Exemplos comerciais: New Planet Raspberry Ale
Etiquetas: família-especialidade, fruta
30. SPICED BEER
Cerveja com Especiarias
São utilizadas as definições comuns ou culinárias de especiarias, ervas e vegetais, e não as botânicas ou científicas. Em geral, as
especiarias são as sementes secas, vagens de sementes, frutas, raízes, cascas, etc., de plantas utilizadas para dar sabor aos alimentos.
As ervas são plantas com folhas ou partes de plantas (folhas, flores, pétalas, caules) usadas para dar sabor aos alimentos. Os vegetais
são produtos vegetais comestíveis que não são doces, ou menos doces, usados principalmente para cozinhar ou, às vezes, comidos crus.
Os vegetais podem incluir algumas frutas botânicas. Esta categoria inclui explicitamente todas as especiarias culinárias, ervas e
vegetais, bem como frutos secos de casca rija (em inglês, qualquer coisa com "nut" no nome, incluindo coco), pimentos chile, café,
chocolate, rebentos de abeto, fruto da roseira, hibisco, cascas/raspas de frutas (mas não o sumo), ruibarbo e semelhantes. Não inclui
frutas ou cereais culinários. Açúcares e xaropes fermentáveis com sabor (néctar de agave, xarope de ácer, melaço, melado, mel, etc.),
podem ser incluídos apenas em combinação com outros ingredientes permitidos e não devem ter um carácter dominante. Qualquer
combinação de ingredientes permitidos pode também ser inserida. Ver a Categoria 29 para uma definição e exemplos de frutas.

30A. Spice, Herb, or Vegetable Beer
Cerveja de Especiarias, Ervas ou Vegetais
Consultar a secção Introdução às Cervejas Especiais para
comentários adicionais, particularmente sobre a avaliação do
equilíbrio dos ingredientes adicionados com a cerveja base.
Impressão Geral: Um casamento harmonioso entre
especiarias, ervas ou vegetais (EEV) e cerveja, mas ainda
reconhecível como cerveja. O carácter de EEV deve ser evidente,
mas em equilíbrio com a cerveja e não de forma a sugerir um
produto artificial.
Aroma: O carácter de especiarias, ervas e/ou vegetais
específicos (EEV) deve ser perceptível no aroma; no entanto
observar que alguns EEV (por exemplo, gengibre, canela) têm
aromas mais fortes e são mais notados do que outros (por
exemplo, alguns vegetais) - permitir uma gama de carácter e
intensidade de EEV de subtil a agressivo. O carácter individual
de cada EEV(s) nem sempre pode ser identificável quando usado
em combinação. O aroma a lúpulo pode estar ausente ou
equilibrado com os EEV, dependendo do estilo. O(s) EEV(s)
devem adicionar uma complexidade extra à cerveja, mas não
devem ser tão proeminentes a ponto de desequilibrar a
apresentação resultante.
Aparência: A aparência deve ser adequada à cerveja-base
declarada e aos ingredientes especiais declarados. Para cervejas
de cores mais claras com especiarias, ervas ou vegetais que
exibem cores distintas, as cores podem ser perceptíveis na
cerveja e, possivelmente, na espuma. Pode existir alguma
turvação ou serem limpas. A formação da espuma pode ser
adversamente afectada por alguns ingredientes, como o
chocolate.
Sabor: Tal como acontece com o aroma, o carácter diferente do
sabor associado ao(s) EEV(s) específico(s) deve ser perceptível e
pode variar em intensidade de subtil a agressivo. O carácter
individual de cada EEV(s) nem sempre pode ser identificável
quando usado em combinação. O equilíbrio do EEV com a
cerveja subjacente é vital, e o carácter do EEV não deve ser tão
artificial e/ou opressor a ponto de dominar a cerveja. Amargor
de lúpulo, sabor, sabores de malte, teor de álcool e subprodutos
da fermentação, como ésteres, devem ser apropriados para a
cerveja-base e estarem em harmonia e equilíbrio com os sabores
EEV diferenciados presentes. Alguns EEVs são inerentemente
amargos e podem resultar numa cerveja mais amarga do que o
estilo base declarado.
Sensação na boca: A sensação na boca pode variar
dependendo da cerveja-base selecionada e conforme apropriado
para essa cerveja-base. Os níveis de corpo e carbonatação devem
ser adequados ao estilo da cerveja-base apresentado. Alguns
EEVs podem adicionar corpo adicional, embora adições que são
fermentáveis possam tornar a cerveja mais leve. Alguns EEV(s)
podem adicionar um pouco de adstringência, embora um
carácter “bruto” a especiaria seja indesejável.
Comentários: O equilíbrio geral é a chave para apresentar
uma cerveja bem feita com especiarias, ervas ou vegetais (EEV).
O(s) EEV(s) devem complementar o estilo original e não o
sobrecarregar. Os atributos-chave do estilo base declarado serão
diferentes com a adição de especiarias, ervas e/ou vegetais; não
esperar que a cerveja-base tenha o mesmo sabor da versão não
adulterada. Deve-se avaliar a cerveja com base na sua
agradabilidade e no equilíbrio da combinação resultante. O
carácter individual de cada EEV nem sempre pode ser
identificado quando usado em combinação.
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
um estilo base, mas o estilo declarado não necessita de ser um
Estilo Clássico. O participante tem de especificar o tipo de
especiarias, ervas ou vegetais usados, contudo os ingredientes
individuais não precisam de ser especificados se for usada uma
mistura de especiarias bem conhecida (por exemplo, especiarias
para tarte de maçã, caril em pó, pimento em pó).
Características vitais: OG, FG, IBUs, SRM e ABV irão variar
dependendo da cerveja-base subjacente.
Exemplos comerciais: Alesmith Speedway Stout, Bell’s Java
Stout, Elysian Avatar Jasmine IPA, Founders Breakfast Stout,
Rogue Chipotle Ale, Traquair Jacobite Ale, Young’s Double
Chocolate Stout,
Etiquetas: família-especialidade, especiarias
30B. Autumn Seasonal Beer
Cerveja Sazonal de Outono
As Cervejas Sazonais de Outono são cervejas que sugerem
um clima frio e a época das colheitas de outono, podendo
incluir abóbora tradicional ou outros tipos de abóboras, bem
como as especiarias associadas. Consultar a secção Introdução
às Cervejas Especiais para comentários adicionais,
particularmente sobre a avaliação do equilíbrio dos
ingredientes adicionados com a cerveja base.
Impressão Geral: Uma cerveja com especiarias, de cor âmbar
a cobre, que geralmente possui um corpo moderadamente rico e
um final levemente quente, sugerindo um bom
acompanhamento para a estação fria do outono, e muitas vezes
evocativa das tradições do Dia de Ação de Graças.
Aroma: Uma ampla variedade de aromas é possível, embora
muitos exemplos sejam uma reminiscência de tarte de abóbora,
inhame caramelizado ou pratos semelhantes subordinados ao
tema do Dia de Ação de Graças de colheita (EUA). Qualquer

Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015 77

combinação de aromas que sugira o outono é bem-vinda. O
estilo base da cerveja geralmente possui um perfil maltado que
sustenta a apresentação equilibrada dos aromas a especiarias e,
possivelmente, de outros ingredientes especiais. Açúcares
fermentáveis adicionais (por exemplo, açúcar mascavo, mel,
melaço, xarope de ácer, etc.) podem atribuir os seus próprios
aromas exclusivos. Os aromas a lúpulo costumam estar
ausentes, moderados ou ser ligeiramente a especiarias. Podem
ser encontrados aromas a álcool em alguns exemplos, mas este
carácter deve ser contido. O aroma, em geral, deve ser
equilibrado e harmonioso, e muitas vezes bastante complexo e
convidativo.
Aparência: Geralmente de cor âmbar médio a castanho
acobreado (as versões mais claras são as mais comuns).
Normalmente limpa, embora as versões mais escuras possam
ser virtualmente opacas. Um pouco de turvação de frio é
aceitável. Geralmente tem espuma bem formada que costuma
ser de esbranquiçada a bronzeada. Algumas versões com
abóbora adquirem um tom pouco comum para cerveja, com
notas a laranja.
Sabor: São possíveis muitas interpretações; deve ser permitida
a criatividade do cervejeiro, desde que o produto resultante seja
equilibrado e forneça alguma exibição de especiarias (e,
opcionalmente, açúcar e vegetais). As especiarias associadas ao
outono são típicas (conforme mencionado na seção Aroma). As
especiarias e os açúcares fermentáveis opcionais devem apoiar e
combinar bem com o estilo de cerveja-base. Sabores ricos,
maltados e/ou doces à base de malte são comuns, e podem
incluir sabores a caramelo, tostado, biscoito ou frutos secos de
casca rija (são bem-vindos sabores a côdea de pão tostada ou
massa de tarte cozida). Pode incluir sabores distintos de
fermentáveis específicos (melaço, mel, açúcar mascavo, etc.),
embora estes elementos não sejam obrigatórios. Os sabores
derivados de vegetais à base de abóbora costumam ser vagos. A
ampla variedade de ingredientes especiais deve ser favorável e
equilibrada e não tão proeminente a ponto de ofuscar a cerveja-
base. O amargor e o sabor a lúpulo são geralmente contidos para
não interferir com as especiarias e ingredientes especiais. O
sabor geralmente termina bastante completo e satisfatório e,
frequentemente, possui algum sabor a álcool. Características de
malte torrado estão normalmente ausentes.
Sensação na boca: Uma gama ampla de interpretações é
possível. O corpo é geralmente de médio a encorpado, e uma
certa “mastigabilidade” maltada e/ou vegetal está
frequentemente presente. É típica uma carbonatação
moderadamente baixa a moderadamente alta. Muitos exemplos
mostrarão algum teor a álcool quente e bem envelhecido, mas
sem ser excessivamente quente. As cervejas não necessitam de
ser excessivamente fortes para demostrar alguns efeitos de
aquecimento pelo álcool.
Comentários: O equilíbrio geral é a chave para apresentar
uma cerveja sazonal de outono bem feita. Os ingredientes
especiais devem complementar a cerveja-base e não a
sobrecarregar. O cervejeiro deve reconhecer que algumas
combinações de estilos de cerveja-base e ingredientes especiais
funcionam bem juntos, enquanto que outras não produzem
combinações harmoniosas. Se a cerveja-base for um estilo
clássico, o estilo original deve transparecer no aroma e no sabor.
Sempre que são declaradas especiarias, ervas ou fermentáveis
adicionais, cada um deve ser perceptível e distinto à sua própria
maneira (embora não necessariamente identificáveis
individualmente; o equilíbrio com os outros ingredientes ainda
é crítico) - por outras palavras, a cerveja deve ser lida como uma
cerveja com especiarias, mas sem ser necessário dizer que certas
especiarias específicas estão presentes (mesmo se declaradas).
78 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Ingredientes característicos: As especiarias são necessárias
e muitas vezes incluem aquelas que evocam o outono ou a época
do Dia de Ação de Graças (por exemplo, pimenta da Jamaica,
noz-moscada, canela, cravinho, gengibre), mas qualquer
combinação é possível e a criatividade é incentivada. Adjuntos
repletos de sabor são frequentemente usados (por exemplo,
melaço, açúcar invertido, açúcar mascavo, mel, xarope de ácer,
etc.). São frequentemente utilizados vegetais da família da
abóbora ou cabaça (mais frequentemente abóbora).
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
um estilo base, mas o estilo declarado não necessita de ser um
Estilo Clássico. O participante tem de especificar o tipo de
especiarias, ervas ou vegetais usados; os ingredientes
individuais não precisam de ser especificados se uma mistura
bem conhecida de especiarias for utilizada (por exemplo,
mistura de especiarias para tarte de abóbora). A cerveja deve
conter especiarias, podendo conter vegetais e/ou açúcares-
Características vitais: OG, FG, IBUs, SRM e ABV irão variar
dependendo da cerveja-base subjacente. O ABV é geralmente
acima de 5%, e a maioria dos exemplos possuem cor algo âmbar-
acobreado.
Exemplos comerciais: Dogfish Head Punkin Ale, Schlafly
Pumpkin Ale, Southampton Pumpkin Ale
Etiquetas: família-especialidade, especiarias
30C. Winter Seasonal Beer
Cerveja Sazonal de Inverno
As Cervejas Sazonais de Inverno são cervejas que sugerem
clima frio e a época festiva de Natal, podendo incluir
especiarias natalícias, açúcares especiais e outros produtos que
lembram especiarias ou sobremesas natalícias. Consultar a
seção Introdução às Cervejas Especiais para comentários
adicionais, particularmente sobre a avaliação do equilíbrio dos
ingredientes adicionados com a cerveja-base.
Impressão Geral: Uma cerveja com mais teor alcoólico, mais
escura e com especiarias, que muitas vezes tem um corpo rico e
um final aconchegante, sugerindo um bom acompanhamento
para o frio do inverno.
Aroma: Uma ampla variedade de aromas é possível, embora
muitos exemplos lembrem biscoitos de Natal, bolachas de
gengibre, pudim de Natal do tipo inglês, árvores perenes ou
especiarias de vinho quente. Qualquer combinação de aromas
que sugira a época festiva é bem-vinda. O estilo base da cerveja
tem geralmente um perfil maltado que apoia a apresentação
equilibrada dos aromas a especiarias e, possivelmente, de outros
ingredientes especiais. Os fermentáveis adicionais (por
exemplo, mel, melaço, xarope de ácer, etc.) podem conferir os
seus próprios aromas exclusivos. Os aromas a lúpulo costumam
estar ausentes, subjugados ou ser ligeiramente a especiarias.
Algumas características frutadas (geralmente de casca seca de
citrinos ou de frutas secas como passas ou ameixas) são
opcionais, mas aceitáveis. Aromas a álcool podem ser
encontrados nalguns exemplos, mas este carácter deve ser
contido. O aroma geral deve ser equilibrado e harmonioso, e
muitas vezes bastante complexo e convidativo.
Aparência: Geralmente de cor âmbar médio a castanho muito
escuro (as versões mais escuras são mais comuns).
Normalmente limpa, embora as versões mais escuras possam
ser virtualmente opacas. Alguma turvação do frio é aceitável.
Geralmente tem espuma bem formada que muitas vezes é
esbranquiçada a bronzeada.
Sabor: Muitas interpretações são possíveis; permitir a
criatividade do cervejeiro, desde que o produto resultante seja
equilibrado e forneça alguma apresentação de especiarias. As
especiarias associadas à época festiva são típicas (conforme
mencionado na seção Aroma). As especiarias e os fermentáveis
opcionais devem apoiar e combinar bem com o estilo de cerveja-
base. Sabores ricos, maltados e/ou doces à base de malte são
comuns e podem incluir sabores a caramelo, tostado, frutos
secos de caca rija ou chocolate. Pode incluir alguns sabores a
frutas secas ou casca de fruta seca, tal como uva-passa, ameixa,
figo, casca de laranja ou casca de limão. Pode incluir sabores
diferenciados de fermentáveis específicos (melaço, mel, açúcar
mascavo, etc.), embora estes elementos não sejam obrigatórios.
Um ligeiro carácter a árvore perene (pinheiro) é opcional, mas
pode ser encontrado em alguns exemplos. A ampla variedade de
ingredientes especiais deve ser favorável e equilibrada e não tão
proeminente a ponto de ocultar a cerveja-base. O amargor e o
sabor a lúpulo são geralmente contidos para não interferir nas
especiarias e ingredientes especiais. Geralmente termina
bastante encorpada e satisfatória e, frequentemente, tem algum
sabor a álcool. As características a malte torrado são raras e
geralmente não são mais fortes do que o chocolate.
Sensação na boca: Uma ampla gama de interpretações é
possível. O corpo é geralmente de médio a encorpado, e uma
certa “mastigabilidade” maltada está frequentemente presente.
É típica carbonatação moderadamente baixa a moderadamente
alta. Muitos exemplos mostrarão algum teor a álcool bem
envelhecido que aquece, mas sem ser excessivamente quente. As
cervejas não necessitam de ser excessivamente alcoólicas para
demonstrar uma sensação de calor.
Comentários: O equilíbrio geral é a chave para apresentar
uma cerveja sazonal de inverno bem feita. Os ingredientes
especiais devem complementar a cerveja-base e não a
sobrecarregar. O cervejeiro deve reconhecer que algumas
combinações de estilos de cerveja base e ingredientes especiais
funcionam bem juntos, enquanto que outras não são
harmoniosas. Se a cerveja-base é um estilo clássico, o estilo
original deve transparecer no aroma e no sabor. Sempre que são
declaradas especiarias, ervas ou fermentáveis adicionais, cada
um deve ser perceptível e distinto à sua própria maneira
31. ALTERNATIVE FERMENTABLES BEER
Cerveja de Fermentáveis Alternativos
Esta categoria contém cervejas especiais que possuem algum ingrediente adicional (cereal ou açúcar) que adiciona um carácter
distinto.
31A. Alternative Grain Beer
Cerveja de Cereais Alternativos
Uma Cerveja de Cereais Alternativos é uma cerveja
padrão (estilo clássico ou não) com cereais adicionais ou que
não são correntes (por exemplo, centeio, aveia, trigo
sarraceno, espelta, painço, sorgo, arroz, etc.), adicionados ou
usados exclusivamente. As cervejas sem glúten (GF) feitas com
ingredientes totalmente sem glúten podem ser inseridas neste
estilo, enquanto as cervejas GF que usam a remoção de glúten
através de processos, devem ser inseridas nas suas respectivas
categorias de estilo-base.
Consultar a seção Introdução às Cervejas Especiais para
comentários adicionais, particularmente sobre a avaliação do
equilíbrio dos ingredientes adicionados com a cerveja-base.
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
(embora não necessariamente identificável individualmente;
continua a ser crítico o equilíbrio com os outros ingredientes) –
por outras palavras, a cerveja deve ser lida como uma cerveja
com especiarias, mas sem ser necessário dizer quais as
especiarias específicas presentes (mesmo se declaradas).
História: Ao longo da história, a cerveja com um teor alcoólico
e riqueza um pouco mais elevada tem sido apreciada durante as
festas de inverno, quando velhos amigos se reúnem para
disfrutar da época festiva. Muitas cervejeiras produzem ofertas
sazonais exclusivas que podem ser mais escuras, fortes, com
especiarias ou, de outra forma, com mais caracter do que as suas
cervejas normais. As versões com especiarias são uma tradição
americana ou belga, já que as cervejeiras inglesas ou alemãs,
tradicionalmente não usam especiarias nas suas cervejas.
Ingredientes característicos: Geralmente são ales, embora
existam algumas lagers fortes e escuras. As especiarias são
necessárias e muitas vezes incluem aquelas que evocam a época
Natalícia (por exemplo pimenta da Jamaica, noz-moscada,
canela, cravinho, gengibre), mas qualquer combinação é
possível e a criatividade é incentivada. Pode ser usada casca de
fruta (por exemplo, laranja, limão), assim como adições subtis
de outras frutas. Adjuntos com sabor são frequentemente
utilizados (por exemplo, melaço, melado, açúcar invertido,
açúcar mascavo, mel, xarope de ácer, etc.).
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
um estilo base, mas o estilo declarado não necessita de ser um
Estilo Clássico. O participante tem de especificar o tipo de
especiarias, açúcares, frutas ou fermentáveis adicionais
utilizados; os ingredientes individuais não necessitam de ser
especificados se uma mistura bem conhecida de especiarias for
usada (por exemplo, especiarias para vinho quente).
Características vitais: OG, FG, IBUs, SRM e ABV irão variar
dependendo da cerveja-base subjacente. ABV é geralmente
acima de 6%, e a maioria dos exemplos são de cor um pouco
escura.
Exemplos comerciais: Anchor Our Special Ale, Goose Island
Christmas Ale, Great Lakes Christmas Ale, Harpoon Winter
Warmer, Lakefront Holiday Spice Lager Beer, Weyerbacher
Winter Ale
Etiquetas: família-especialidade, especiarias
Impressão Geral: Uma cerveja base enriquecida ou que
apresenta o carácter de um cereal ou cereais adicionais. O
caráter específico depende muito do caráter dos grãos
adicionados.
Aroma: Igual ao estilo da cerveja base. O cereal adicionado
dará um carácter particular embora, com alguns cereais, a
cerveja simplesmente aparente ser um pouco mais a cereal ou a
frutos secos de casca rija. O cereal alternativo deve fornecer o
perfil de aroma principal para esta cerveja.
Aparência: Igual ao estilo da cerveja base, embora alguma
turvação adicional possa ser perceptível.
Sabor: Igual ao estilo de cerveja base. O cereal adicional deve
ser perceptível no sabor, embora possa não ser necessariamente
identificável. No entanto, o cereal alternativo deve fornecer o
principal perfil de sabor para esta cerveja. Cereais diferentes
79
possuem caracteres diferentes; o cereal adicional deve realçar o
sabor da cerveja base. Muitos deles irão adicionar um sabor
extra a cereal, pão ou a frutos secos de casca rija.
Sensação na boca: Igual à cerveja-base, embora muitos dos
cereais adicionais possuam a tendência de aumentar o corpo
(aveia, centeio) e a viscosidade, enquanto outros podem
diminuir o corpo (cereais sem glúten) resultando num corpo
mais leve.
Comentários: Se o cereal alternativo não fornecer um carácter
distinto e perceptível à cerveja, esta deve ser inserida no estilo
base. Este estilo não deve ser usado para aqueles em que o cereal
alternativo é fundamental para a definição do estilo (por
exemplo, IPA de Centeio, Stout de Aveia, Lager Internacional à
base de Arroz ou Milho). De notar que Sake não é cerveja e esta
categoria não se aplica ao mesmo.
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
um estilo base, mas o estilo declarado não necessita de ser um
Estilo Clássico. O participante tem de especificar o tipo de
cereal alternativo usado.
Características vitais: OG, FG, IBUs, SRM e ABV irão variar
dependendo da cerveja base subjacente.
Exemplos comerciais: Green’s Indian Pale Ale, Lakefront
New Grist, New Planet Pale Ale
Etiquetas: família-especialidade
31B. Alternative Sugar Beer
Cerveja de Açúcares Alternativos
Uma Cerveja de Fermentáveis Alternativos é uma
cerveja padrão (estilo clássico ou não) com açúcares
fermentáveis adicionados (por exemplo, mel, açúcar
mascavado, açúcar invertido, melaço, melado, xarope de ácer,
etc.).
Consultar a seção Introdução às Cervejas Especiais para
comentários adicionais, particularmente sobre a avaliação do
equilíbrio dos ingredientes adicionados com a cerveja-base.
Impressão Geral: Um casamento harmonioso de açúcar e
cerveja, mas ainda reconhecível como cerveja. O carácter do
32. SMOKED BEER
Cerveja Fumada
Esta categoria contém cervejas especiais que possuem um carácter a fumo.
32A. Classic Style Smoked Beer
Cerveja Fumada Clássica
Impressão Geral: Uma cerveja melhorada com fumo,
apresentando bom equilíbrio entre o carácter a fumo e cerveja,
ao mesmo tempo que permanece agradável de se beber. O
equilíbrio no uso do carácter do fumo, lúpulo e malte é exibido
pelos melhores exemplos.
Aroma: O aroma deve ser um equilíbrio agradável entre o
aroma esperado da cerveja base e a fumo conferida pelo uso de
maltes fumados. A intensidade e o carácter do fumo e do estilo
da cerveja-base podem variar, sendo ambos proeminentes no
equilíbrio. O fumo pode variar de baixo a assertivo; no entanto,
o seu equilíbrio na apresentação geral é chave para os exemplos
bem feitos. A qualidade e as características secundárias do fumo
reflectem a fonte deste (por exemplo, amieiro, carvalho, faia).
80 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
açúcar deve ser evidente, mas em equilíbrio com a cerveja e não
de forma a sugerir um produto artificial
Aroma: Igual à cerveja base, tendo em conta que alguns dos
fermentáveis adicionados (mel, melaço, etc.) podem adicionar
um componente de aroma. Qualquer componente adicional de
aroma deve estar em equilíbrio com os componentes da cerveja
e ser uma combinação agradável.
Aparência: Igual à cerveja-base, embora alguns açúcares
adicionarão cores adicionais.
Sabor: Igual à cerveja base, tendo em conta que alguns
fermentáveis adicionais (mel, melaço, etc.) podem adicionar um
componente de sabor. Qualquer componente de sabor adicional
que esteja presente deve estar em equilíbrio com os
componentes da cerveja e ser uma combinação agradável. Os
açúcares adicionados não devem ter um sabor cru, não
fermentado. Alguns açúcares adicionados terão elementos não
fermentáveis que podem fornecer um final mais cheio; açúcares
totalmente fermentáveis podem diluir o final.
Sensação na boca: Igual à cerveja base embora, dependendo
do tipo de açúcar adicionado, o corpo pode aumentar ou
diminuir.
Comentários: Se os fermentáveis adicionais não acrescentam
um carácter distinto à cerveja, esta deve ser inserida na categoria
do estilo base. Uma cerveja à base de mel não deve ter tanto mel
que se pareça mais com hidromel com cerveja (ou seja, um
braggot). Este estilo não deve ser usado para estilos onde o
açúcar alternativo é fundamental para a definição do estilo, ou
onde uma pequena quantidade de açúcar de sabor neutro é
usada simplesmente para aumentar a densidade, a atenuação ou
atenuar o sabor ou diminuir o corpo; estas cervejas devem ser
inseridas no estilo base normal.
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
um estilo base, mas o estilo declarado não necessita de ser um
Estilo Clássico. O participante tem de especificar o tipo de
açúcar usado.
Características vitais: OG, FG, IBUs, SRM e ABV irão variar
dependendo da cerveja base subjacente.
Exemplos comerciais: Bell’s Hopslam, Fullers Honey Dew,
Lagunitas Brown Shugga’
Etiquetas: família-especialidade
Aromas pronunciados derivados de fumo, tais como fenólicos,
desagradável, borracha ou queimado, são inadequados.
Aparência: Variável. A aparência deve refletir o estilo base da
cerveja, embora a cor da cerveja seja geralmente um pouco mais
escura do que apenas o estilo base.
Sabor: Tal como acontece no aroma, deve existir um equilíbrio
entre o fumado e as características de sabor esperadas para o
estilo da cerveja base. O fumo pode variar de baixo a assertivo.
Os sabores fumados podem variar de amadeirado a algo
parecido com bacon, dependendo do tipo de malte usado. O
equilíbrio entre as características subjacentes da cerveja e o
fumo pode variar, embora a mistura resultante deva ser um
tanto equilibrada e agradável. O fumo pode adicionar um pouco
de secura ao final. Características desagradáveis, amargas,
queimadas, carbonizadas, borracha, sulfurosas, medicinais ou
fenólicas do fumo, são geralmente inadequadas (embora
algumas dessas características possam estar presentes nalguns
estilos base; no entanto, o malte fumado não deve contribuir
com estes sabores).
Sensação na boca: Varia com o estilo da cerveja base. Uma
sensação desagradável derivada de adstringência ou fenólicos
significativos derivados do fumo, é inapropriada.
Comentários: Este estilo é para qualquer cerveja que exibe o
fumo como a principal característica de sabor e aroma diferente
da Rauchbier ao estilo de Bamberg (ou seja, uma Märzen
fumada com madeira de faia), a qual tem o seu próprio estilo.
Qualquer estilo de cerveja pode ser fumado; o objetivo é atingir
um equilíbrio agradável entre o carácter a fumo e o estilo da
cerveja base. As amostras a concurso devem ser avaliadas de
acordo com a sua capacidade de representar o estilo base e o seu
equilíbrio com o carácter a fumo. As amostras com um tipo ou
tipos específicos de fumo declarado, serão avaliadas de acordo
com a sua capacidade deste tipo de fumo ser reconhecível e se
combinar com o estilo base. Os juízes devem avaliar as cervejas
principalmente com base no equilíbrio geral e na capacidade de
o carácter a fumo realçar a cerveja base.
História: O processo de uso de maltes fumados foi adaptado a
muitos estilos pelos cervejeiros artesanais. Os cervejeiros
alemães tradicionalmente usam maltes fumados em bock,
doppelbock, weissbier, dunkel, schwarzbier, helles, Pils e outros
estilos especiais.
Ingredientes característicos: Os diferentes materiais
usados para defumar o malte resultam em características únicas
de sabor e aroma. Maltes fumados com madeira de faia ou outra
madeira dura (carvalho, ácer, alfarroba, amieiro, noz-pecã,
macieira, cerejeira e outras madeiras de árvores de fruto) podem
ser usados. As várias madeiras podem lembrar certos produtos
fumados devido à sua associação alimentar (por exemplo,
nogueira com costelas, ácer com bacon ou salsicha e amieiro
com salmão). A madeira de árvores de folha perene nunca deve
ser usada, pois adiciona um sabor medicinal de pinho ao malte.
O malte fumado com turfa e perceptível é universalmente
indesejável devido aos seus fenólicos acutilantes, penetrantes e
terrosos, semelhantes a lama. Os restantes ingredientes variam
com o estilo base. Se os maltes fumados forem combinados com
outros ingredientes pouco comuns (frutas, vegetais, especiarias,
mel, etc.) em quantidades perceptíveis, a cerveja resultante deve
ser incluída na Special Smoked Beer (Cerveja Fumada Especial).
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
uma cerveja-base de Estilo Clássico. O participante tem de
especificar o tipo de madeira ou fumo se for perceptível um
carácter de uma variedade de fumo.
Características vitais: Varia de acordo com o estilo da cerveja
base.
Exemplos comerciais: Alaskan Smoked Porter, Schlenkerla
Weizen Rauchbier and Ur-Bock Rauchbier, Spezial Lagerbier,
Weissbier and Bockbier, Stone Smoked Porter
Etiquetas: família-especialidade, fumo
32B. Specialty Smoked Beer
Cerveja Fumada Especial
Uma Cerveja Fumada Especial é uma cerveja fumada
baseada em algo diferente de um Estilo Clássico, ou qualquer
tipo de cerveja fumada com ingredientes adicionais (frutas,
vegetais, especiarias) ou processos utilizados que transformam
a cerveja em algo mais único.
Impressão Geral: Uma cerveja enriquecida com fumo que
demonstra um bom equilíbrio entre o fumo, o carácter da
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
cerveja e os ingredientes adicionados, ao mesmo tempo que
permanece agradável de beber. O equilíbrio na utilização do
carácter do fumo, lúpulo e malte é exibido pelos melhores
exemplares.
Aroma: O aroma deve ser um equilíbrio agradável entre o
aroma esperado da cerveja base, o fumo transmitido pelo uso de
maltes fumados e quaisquer ingredientes adicionais. A
intensidade e o carácter do fumo, o estilo da cerveja-base e os
ingredientes adicionais podem variar, sendo qualquer um deles
mais proeminente no equilíbrio. O fumo pode variar de baixo a
assertivo; no entanto, o equilíbrio na apresentação geral é a
chave para exemplares bem feitos. A qualidade e as
características secundárias do fumo refletem a sua fonte (por
exemplo, amieiro, carvalho, faia). São inadequados aromas
derivados do fumo com características acutilantes, fenólicos,
ásperos, a borracha ou queimado.
Aparência: Variável. A aparência deve refletir o estilo da
cerveja base, embora a cor da cerveja seja geralmente um pouco
mais escura do que o estilo base simples. O uso de certas frutas
e especiarias pode também afectar a cor e o tom da cerveja.
Sabor: Tal como acontece com o aroma, deve haver um
equilíbrio entre o fumo, as características do sabor esperadas
para o estilo da cerveja base e os ingredientes adicionais. O fumo
pode variar de baixo a assertivo. Os sabores fumados podem
variar de amadeirado a algo parecido com bacon, dependendo
do tipo de malte utilizado. O equilíbrio entre as características
subjacentes da cerveja e o fumo pode variar, embora a mistura
resultante deva ser um tanto equilibrada e agradável. O fumo
pode adicionar um pouco de secura ao final. Características do
fumo ásperas, amargas, queimadas, carbonizadas, a borracha,
enxofre, medicinais ou fenólicas, são geralmente inadequadas
(embora algumas dessas características possam estar presentes
nalguns estilos base; no entanto, o malte fumado não deve
contribuir com esses sabores).
Sensação na boca: Varia com o estilo da cerveja base. É
inadequada uma sensação desagradável derivada do fumo, com
características fenólicas e adstringentes.
Comentários: Qualquer estilo de cerveja pode ser fumado; o
objetivo é atingir um equilíbrio agradável entre o carácter
fumado e o estilo da cerveja base. As amostras devem ser
avaliadas de acordo com a sua capacidade de representar o
estilo, e como ele está em equilíbrio com o carácter do fumo. As
amostras com um tipo ou tipos específicos de fumo declarados,
serão avaliadas tendo em conta a sua capacidade de mostrar se
esse tipo de fumo é reconhecível, e se combina com o estilo base
e os ingredientes adicionais. Os juízes devem avaliar as cervejas
principalmente com base no equilíbrio geral, e a capacidade do
carácter a fumo e os ingredientes adicionados melhoram a
cerveja base.
Ingredientes característicos: Os diferentes materiais
usados para fumar o malte resultam em características únicas de
sabor e aroma. Podem ser usados maltes fumados com madeira
de faia ou outra madeira dura (carvalho, ácer, alfarroba,
amieiro, noz-pecã, macieira, cerejeira e outras madeiras de
árvore de fruto). As várias madeiras podem fazer lembrar certos
produtos fumados devido à sua associação alimentar (por
exemplo, nogueira com costeletas, ácer com bacon ou salsicha,
e amieiro com salmão). Madeira de árvores de folha perene
nunca deve ser usada, pois adiciona um sabor medicinal a pinho
ao malte. O malte fumado com turfa perceptível é
universalmente indesejável devido aos seus fenólicos terrosos
acutilantes e penetrantes, semelhantes a lama. Os ingredientes
da cerveja variam com o estilo de base. Outros ingredientes
pouco comuns (frutas, vegetais, especiarias, mel, etc.) são
usados em quantidades perceptíveis.
81
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
um estilo de cerveja base; a cerveja base não necessita de ser um
Estilo Clássico. O participante tem de especificar o tipo de
madeira ou fumo se for perceptível um carácter de uma
variedade de fumo. O participante tem de especificar os
33. WOOD BEER
Cerveja Maturada em Madeira
Esta categoria contém cervejas especiais com carácter envelhecido em madeira, com ou sem carácter adicional a álcool.
33A. Wood-Aged Beer
Cerveja Envelhecida em Madeira
Este estilo é destinado à cerveja envelhecida em madeira sem
adição de carácter alcoólico proveniente da utilização anterior
do barril. Barril de Bourbon ou outras cervejas semelhantes
devem ser inscritas como uma Cerveja Envelhecida em
Madeira Especial.
Impressão Geral: Uma mistura harmoniosa do estilo de
cerveja base com as características de envelhecimento em
contacto com madeira. Os melhores exemplares serão suaves,
saborosos, bem equilibrados e bem envelhecidos.
Aroma: Varia com o estilo base. Está geralmente presente um
aroma a madeira ou carvalho, de baixo a moderado. A madeira
fresca pode ocasionalmente transmitir aromas “verdes” crus,
embora este carácter nunca deva ser muito forte. Outros aromas
opcionais incluem um carácter de baixo a moderado a baunilha,
caramelo, toffee, tostado ou cacau proveniente de qualquer zona
carbonizada da madeira. Qualquer carácter a álcool deve ser
suave e equilibrado e não quente. É opcional algum carácter de
oxidação de fundo, e pode assumir um carácter agradável a xerez
e não semelhante a papel ou papelão. Não deve possuir carácter
adicional de álcool.
Aparência: Varia com o estilo base. Frequentemente mais
escura do que o estilo de cerveja de base não adulterado,
especialmente se forem usados barris torrados/carbonizados.
Sabor: Varia com o estilo base. A madeira geralmente contribui
com um sabor amadeirado ou a carvalho, que pode
ocasionalmente adquirir um sabor “verde” cru, se for usada
madeira nova. Outros sabores que podem estar opcionalmente
presentes incluem baunilha (da vanilina da madeira); caramelo,
caramelo de leite, pão tostado ou amêndoas (da madeira
tostada); e café, chocolate, cacau (da madeira carbonizada). A
madeira e/ou outros sabores derivados do barril devem ser
equilibrados, sustentáveis e perceptíveis, mas não se devem
sobrepor ao estilo da cerveja base. Algum carácter de fundo a
oxidação é opcional, embora ele deva assumir um carácter
agradável a xerez e não ser semelhante a papel ou papelão.
Sensação na boca: Varia com o estilo base. A madeira pode
adicionar taninos à cerveja, dependendo da idade do barril. Os
taninos podem conduzir a adstringência adicional (que nunca
deve ser alta) ou, simplesmente, a uma sensação na boca mais
encorpada. Características tartáricas ou ácidas devem ser baixas
ou nenhumas e nunca distrair.
Comentários: O estilo base da cerveja deve ser aparente. O
carácter a madeira deve ser evidente, mas não tão dominante a
ponto de desequilibrar a cerveja. A intensidade dos sabores da
madeira é baseada no tempo de contacto com a madeira na sua
idade, condição, origem e nível de carbonização do barril; bem
como o tipo de madeira.
82 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
ingredientes ou processos adicionais que tornam a cerveja numa
cerveja fumada especial.
Características vitais: Varia de acordo com o estilo da cerveja
base.
Etiquetas: família-especialidade, fumo
ESTA CATEGORIA NÃO DEVE SER USADA PARA ESTILOS
BASE ONDE O ENVELHECIMENTO DA MADEIRA É UM
REQUISITO FUNDAMENTAL PARA O ESTILO (por exemplo,
Red Flanders, Lambic, etc.). Cervejas feitas com
envelhecimento em madeira limitado, ou produtos que apenas
fornecem um carácter de fundo subtil, podem ser inseridas nas
categorias de estilo de cerveja base, desde que o carácter a
madeira não se apresente de forma proeminente.
História: Um método de produção tradicional que raramente
é usado por grandes cervejeiras e, geralmente, apenas em
produtos especiais. Mais popular entre as modernas cervejeiras
artesanais americanas, na sua procura de produtos novos e
diferenciados. Casco e barril de carvalho são tradicionais,
embora outras madeiras se estejam a tornar mais populares.
Ingredientes característicos: Varia com o estilo base.
Estagiada em tonéis ou barricas de madeira, ou com aditivos à
base de madeira (aparas de madeira, aduelas de madeira,
essência de carvalho). Costumam ser utilizados os estilos base
mais encorpados e de maior densidade, uma vez que podem
resistir melhor aos sabores adicionais, embora seja encorajada
experimentação.
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
o tipo de madeira usada e o nível de carbonização (se
carbonizado). O participante tem de especificar o estilo base; o
estilo base pode ser um estilo BJCP clássico (ou seja, uma
subcategoria nomeada) ou pode ser um tipo genérico de cerveja
(por exemplo, porter, brown ale). Se foi usada uma madeira
pouco comum, o participante deve fornecer uma breve descrição
dos aspectos sensoriais que a madeira adiciona à cerveja.
Características vitais:
OG: varia com o estilo base, normalmente acima da média
FG: varia com o estilo base
ABV: varia com o estilo base, normalmente acima da média
IBUs: varia com o estilo base
SRM: varia com o estilo base, muitas vezes mais escuro do que
o estilo base não adulterado
Exemplos comerciais: Bush Prestige, Cigar City Humidor
India Pale Ale, Faust Holzfassgereifter Eisbock, Firestone
Walker Double Barrel Ale, Great Divide Oak Aged Yeti Imperial
Stout, Petrus Aged Pale, Samuel Smith Yorkshire Stingo
Etiquetas: família-especialidade, madeira
33B. Specialty Wood-Aged Beer
Cerveja Envelhecida em Madeira Especial
Este estilo é destinado à cerveja envelhecida em madeira com
adição de carácter alcoólico proveniente da utilização anterior
do barril. Barril de Bourbon ou outras cervejas semelhantes
devem ser inseridas neste estilo.
Impressão Geral: Uma combinação harmoniosa entre o estilo
da cerveja base, com as características do envelhecimento em
contacto com madeira (incluindo produtos alcoólicos que
estiveram anteriormente em contacto com a madeira). Os
melhores exemplos serão suaves, saborosos, bem equilibrados e
bem envelhecidos.
Aroma: Varia com o estilo base. Está geralmente presente um
aroma a madeira ou carvalho, de baixo a moderado. Outros
aromas geralmente incluem baunilha de baixo a moderado,
caramelo, toffee, tostado ou carácter a cacau, bem como
quaisquer aromas associados a álcool (bebidas destiladas, vinho,
etc.) previamente armazenado no barril. O carácter adicional do
álcool deve ser suave e equilibrado e não quente. É opcional
algum carácter de oxidação em pano de fundo, e pode assumir
um carácter agradável a xerez e não semelhante a papel ou
papelão.
Aparência: Varia com o estilo base. Frequentemente mais
escura do que o estilo da cerveja base não adulterado,
principalmente se forem usados barris de whisky/bourbon. As
cervejas envelhecidas em barris de vinho ou outros produtos
com cores características, também podem conferir cor à cerveja
acabada.
Sabor: Varia com o estilo base. A madeira geralmente contribui
com um sabor amadeirado ou a carvalho. Outros sabores
normalmente presentes incluem baunilha (da vanilina da
madeira); caramelo, caramelo de leite, pão tostado ou amêndoas
(de madeira tostada); café, chocolate, cacau (de madeira
carbonizada ou tonéis de bourbon); e sabores a álcool de outros
produtos previamente armazenados no barril. A madeira e/ou
outros sabores derivados do barril devem ser equilibrados, de
suporte e perceptíveis, mas não se devem sobrepor ao estilo da
cerveja base. Algum carácter de oxidação de fundo é opcional,
embora deva assumir um carácter agradável de xerez e não ser
semelhante a papel ou papelão.
Sensação na boca: Varia com o estilo base. A madeira pode
adicionar taninos à cerveja, dependendo da idade do barril. Os
taninos podem conduzir a adstringência adicional (que nunca
deve ser alta) ou simplesmente a uma sensação na boca mais
cheia. Geralmente exibe uma sensação adicional de calor de
álcool. Níveis mais elevados de álcool não devem resultar em
cervejas “quentes”; os sabores envelhecidos e suaves são os mais
desejáveis. Características tartáricas ou azedas devem ser baixas
ou nenhumas.
História: Um método de produção tradicional que raramente
é usado pelas grandes cervejeiras e, geralmente, apenas em
produtos especiais. Muito popular entre as modernas
cervejeiras artesanais americanas, que procuram produtos
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
novos e diferenciados. Tonéis e barris de carvalho são
tradicionais, embora possam ser usadas outras madeiras.
Comentários: O estilo base da cerveja deve ser aparente. O
carácter a madeira deve ser evidente, mas não dominante a
ponto de desequilibrar a cerveja. A intensidade dos sabores da
madeira dependem do tempo de contacto com esta, da idade,
condição, uso anterior do barril, bem como do tipo de madeira.
Os produtos alcoólicos previamente armazenados no barril
devem ser evidentes, mas não devem ser dominantes a ponto de
desequilibrar a cerveja. ESTA CATEGORIA NÃO DEVE SER
USADA PARA ESTILOS BASE ONDE O ENVELHECIMENTO
DA MADEIRA É UM REQUISITO FUNDAMENTAL PARA O
ESTILO (por exemplo, Red Flanders, Lambic, etc.). Cervejas
especiais de fermentação espontânea e envelhecidas em
madeira, devem ser inscritas no estilo Cerveja Especial de
Fermentação Espontânea.
Ingredientes característicos: Varia com o estilo base.
Envelhecida em tonéis ou barris de madeira, anteriormente
usados para armazenar álcool (por exemplo, whisky, bourbon,
porto, xerez, madeira, vinho, etc). Costumam ser usados os
estilos de base mais encorpados e de maior densidade, uma vez
que podem resistir melhor aos sabores adicionais, embora seja
encorajada experimentação.
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
o carácter alcoólico adicional, com informações sobre o barril, se
for relevante para o perfil de sabor final. O participante tem de
especificar o estilo base; o estilo base pode ser um estilo BJCP
clássico (ou seja, uma subcategoria nomeada) ou pode ser um
tipo genérico de cerveja (por exemplo, porter, brown ale). Se foi
usada uma madeira ou ingrediente pouco comum, o participante
tem de fornecer uma breve descrição dos aspectos sensoriais
que os ingredientes adicionam à cerveja.
Características vitais:
OG: varia com o estilo base, normalmente acima da média
FG: varia com o estilo base
ABV: varia com o estilo base, normalmente acima da média
IBUs: varia com o estilo base
SRM: varia com o estilo base, muitas vezes mais escuro do que
o estilo base não adulterado
Exemplos comerciais: Founders Kentucky Breakfast Stout,
Goose Island Bourbon County Stout, J.W. Lees Harvest Ale in
Port, Sherry, Lagavulin Whisky or Calvados Casks, The Lost
Abbey Angel’s Share Ale; muitas microcervejeiras possuem
cervejas especiais servidas apenas no local, muitas vezes
diretamente do barril.
Etiquetas: família-especialidade, madeira
83
34. SPECIALTY BEER
Cerveja Especial
Embora existam muitas Cervejas de Tipo Especial nestas diretrizes, a categoria de Cerveja Especial é destinada às cervejas que não se
enquadram noutro lugar. Como o número de categorias de tipos especiais é bastante grande, espera-se que a maioria das cervejas seja
inscrita noutro lugar, a menos que haja algo bastante pouco comum ou exclusivo sobre elas. Por favor, verificar cada categoria de tipo
especial antes de decidir inscrever a cerveja num destes estilos.
34A. Clone Beer
Cerveja Clonada
Este estilo é destinado a reproduções de cervejas comerciais
específicas que não são boas representações de estilos
existentes. O uso da palavra clone não implica uma cópia
exacta; implica uma interpretação de um estilo exibido por
uma cerveja específica que não o possui definido nestas
diretrizes. A cerveja deve ser avaliada pela sua capacidade de
ela se encaixar no estilo mais amplo representado pela cerveja
exemplo, e não se é uma cópia exacta de um produto comercial
específico. Se uma ‘cerveja clonada’ encaixa-se noutro estilo,
não deve ser inserida aqui.
Impressão Geral: Com base na cerveja clonada declarada.
Aroma: Com base na cerveja clonada declarada.
Aparência: Com base na cerveja clonada declarada.
Sabor: Com base na cerveja clonada declarada.
Sensação na boca: Com base na cerveja clonada declarada.
Comentários: Pretende ser um local abrangente para cervejas
específicas que são baseadas em exemplos comerciais
exclusivos, que não se encaixam nos estilos existentes.
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
o nome da cerveja comercial que está a ser clonada, as
especificações (estatísticas vitais) da cerveja e uma breve
descrição sensorial ou uma lista dos ingredientes usados no
fabrico da cerveja. Sem esta informação, os juízes que não estão
familiarizados com a cerveja não terão uma base de
comparação.
Características vitais: OG, FG, IBUs, SRM e ABV irão variar
dependendo da cerveja declarada.
Etiquetas: família-especialidade
34B. Mixed-Style Beer
Cerveja de Estilos Combinados
Este estilo destina-se a combinações de estilos existentes
(Cervejas Clássicas ou Cervejas Especiais), que não estão
definidos em nenhuma outra parte das diretrizes. Se uma
"cerveja de estilos combinados" se encaixa noutro estilo, não
deve ser inserida aqui.
Impressão Geral: Baseada nos estilos base declarados. Como
acontece com todas as cervejas especiais, a combinação
resultante de estilos de cerveja deve ser harmoniosa e
equilibrada e ser agradável de beber.
Aroma: Com base nos estilos base declarados.
84 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
Aparência: Com base nos estilos base declarados.
Flavor: Com base nos estilos base declarados.
Sabor: Com base nos estilos base declarados.
Sensação na boca: Com base nos estilos base declarados.
Comentários: Destinado a combinações de estilos especiais
não descritos noutro lugar como cervejas especiais, ou como
cervejas híbridas ou de fusão entre outros estilos existentes.
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
os estilos que foram combinados. O participante pode fornecer
uma descrição adicional do perfil sensorial da cerveja ou as
estatísticas vitais resultantes.
Etiquetas: família-especialidade
34C. Experimental Beer
Cerveja Experimental
Esta é explicitamente uma categoria abrangente para
qualquer cerveja que não se enquadre em nenhuma outra
descrição existente de estilo. Nenhuma cerveja está “fora de
estilo” neste estilo, a menos que se encaixe noutro lugar. Este
estilo é o último recurso para qualquer cerveja inscrita numa
competição.
Impressão Geral: Varia, mas deve ser uma experiência única.
Aroma: Varia.
Aparência: Varia.
Sabor: Varia.
Sensação na boca: Varia.
Comentários: Este estilo é o máximo de criatividade, uma vez
que não pode representar uma cerveja comercial bem conhecida
(caso contrário, seria uma cerveja clonada) e não se pode
encaixar em qualquer outro estilo de Cerveja Especial existente
(incluindo aqueles dentro desta categoria principal).
Instruções de Inscrição: O participante tem de especificar
a natureza especial da cerveja experimental, incluindo os
ingredientes ou processos especiais que fazem com que ela não
se encaixe em nenhuma outra parte destas diretrizes. O
participante tem de fornecer estatísticas vitais para a cerveja e
uma breve descrição sensorial, ou uma lista de ingredientes
usados no fabrico da cerveja. Sem estas informações, os juízes
não terão base de comparação.
Características vitais: OG, FG, IBUs, SRM e ABV irão variar
dependendo da cerveja declarada.
Exemplos comerciais: Nenhum
Etiquetas: família-especialidade
APÊNDICE A: CATEGORIZAÇÕES ALTERNATIVAS
Muitas pessoas solicitaram categorizações alternativas dos estilos BJCP, uma vez que as diretrizes podem ser usadas para outros fins
que não competições de cerveja caseira (por exemplo, educação, pesquisa, estudo). Para melhor atender estas necessidades, foram
desenvolvidos sistemas adicionais. Listam-se as categorias alternativas, juntamente com os estilos actuais de 2015 das diretrizes
principais.

1. Estilos Ordenados Segundo as (1)10. American Ale

Categorias de 2008 (Rigoroso) A. 18B. American Pale Ale
Este sistema usa as categorias de 2008 com os estilos de B. 19A. American Amber Ale
cerveja equivalentes das diretrizes de 2015. Qualquer estilo de C. 19C. American Brown Ale
2015 não presente nas diretrizes de 2008 é classificado como (1)11. English Brown Ale
Cerveja Especial da Categoria 23. A. 13A. Dark Mild
(1)1. Light Lager B. 27. Historical Beer (London Brown Ale)
A. 1A. American Light Lager C. 13B. British Brown Ale
B. 1B. American Lager (1)12. Porter
C. 2A. International Pale Lager A. 13C. English Porter
D. 4A. Munich Helles B. 20A. American Porter
E. 5C. Helles Exportbier C. 9C. Baltic Porter
(1)2. Pilsner (1)13. Stout
A. 5D. German Pils A. 15B. Irish Stout
B. 3B. Czech Premium Pale Lager B. 16A. Sweet Stout
C. 27. Historical Beer (Pre-Prohibition C. 16B. Oatmeal Stout
Lager) D. 16D. Foreign Export Stout
(1)3. European Amber Lager E. 20B. American Stout
A. 7A. Vienna Lager F. 20C. Imperial Stout
B. 6A. Märzen (1)14. India Pale Ale (IPA)
(1)4. Dark Lager A. 12C. English IPA
A. 2C. International Dark Lager B. 21A. American IPA
B. 8A. Munich Dunkel C. 22A. Double IPA
C. 8B. Schwarzbier (1)15. German Wheat and Rye Beer
(1)5. Bock A. 10A. Weissbier
A. 4C. Helles Bock B. 10B. Dunkles Weissbier
B. 6C. Dunkles Bock C. 10C. Weizenbock
C. 9A. Doppelbock D. 27. Historical Beer (Roggenbier)
D. 9B. Eisbock (1)16. Belgian and French Ale
(1)6. Light Hybrid Beer A. 24A. Witbier
A. 1C. Cream Ale B. 24B. Belgian Pale Ale
B. 18A. Blonde Ale C. 25B. Saison
C. 5B. Kölsch D. 24C. Bière de Garde
D. 1D. American Wheat Beer E. 34A. Clone Beer (Belgian styles only)
(1)7. Amber Hybrid Beer (1)17. Sour Ale
A. 2B. International Amber Lager A. 23A. Berliner Weisse
B. 19B. California Common B. 23B. Flanders Red Ale
C. 7B. Altbier C. 23C. Oud Bruin
(1)8. English Pale Ale D. 23D. Lambic
A. 11A. Ordinary Bitter E. 23E. Gueuze
B. 11B. Best Bitter F. 23F. Fruit Lambic
C. 11C. Strong Bitter (1)18. Belgian Strong Ale
(1)9. Scottish and Irish Ale A. 25A. Belgian Blond Ale
A. 14A. Scottish Light B. 26B. Belgian Dubbel
B. 14B. Scottish Heavy C. 26C. Belgian Tripel
C. 14C. Scottish Export D. 25C. Belgian Golden Strong Ale
D. 15A. Irish Red Ale E. 26D. Belgian Dark Strong Ale
E. 17C. Wee Heavy (1)19. Strong Ale

Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015 85

 A. 17B. Old Ale D. 4A. Munich Helles
B. 17D. English Barleywine E. 4B. Festbier
C. 22C. American Barleywine F. 5C. Helles Exportbier
(1)20. Fruit Beer (2)2. Pilsner
A. 29A. Fruit Beer A. 5A. German Leichtbier
(1)21. Spice/Herb/Vegetable Beer B. 3A. Czech Pale Lager
A. 30A. Spice, Herb, or Vegetable Beer C. 5D. German Pils
B. 30C. Winter Seasonal Beer D. 3B. Czech Premium Pale Lager
(1)22. Smoke-Flavored and Wood-Aged Beer E. 27. Historical Beer (Pre-Pro Lager)
A. 6B. Rauchbier (2)3. European Amber Lager
B. 32A. Classic Style Smoked Beer A. 7A. Vienna Lager
C. 33A. Wood-Aged Beer B. 3C. Czech Amber Lager
(1)23. Specialty Beer C. 6A. Märzen
A. 3A. Czech Pale Lager D. 7C. Kellerbier
B. 2B. International Amber Lager (2)4. Dark Lager
C. 3C. Czech Amber Lager A. 2C. International Dark Lager
D. 4B. Festbier B. 8A. Munich Dunkel
E. 3D. Czech Dark Lager C. 3D. Czech Dark Lager
F. 5A. German Leichtbier D. 8B. Schwarzbier
G. 7C. Kellerbier (2)5. Bock
H. 12A. British Golden Ale A. 4C. Helles Bock
I. 12B. Australian Sparkling Ale B. 6C. Dunkles Bock
J. 21B. Specialty IPA (all) C. 9A. Doppelbock
K. 15C. Irish Extra Stout D. 9B. Eisbock
L. 16C. Tropical Stout (2)6. Light Hybrid Beer
M. 26A. Trappist Single A. 1C. Cream Ale
N. 17A. English Strong Ale B. 18A. Blonde Ale
O. 22B. American Strong Ale C. 5B. Kölsch
P. 22D. Wheatwine D. 1D. American Wheat Beer
Q. 27. Historical Beer (those not (2)7. Amber Hybrid Beer
already listed) A. 2B. International Amber Lager
R. 28A. Brett Beer B. 27. Historical Beer (Kentucky Common)
S. 28B. Mixed-Fermentation Sour Beer C. 19B. California Common
T. 28C. Soured Fruit Beer D. 7B. Altbier
U. 29B. Fruit and Spice Beer (2)8. English Pale Ale
V. 29C. Specialty Fruit Beer A. 11A. Ordinary Bitter
W. 30B. Autumn Seasonal Beer B. 11B. Best Bitter
X. 31A. Alternative Grain Beer C. 11C. Strong Bitter
Y. 31B. Alternative Sugar Beer D. 12A. British Golden Ale
Z. 32B. Specialty Smoked Beer E. 12B. Australian Sparkling Ale
AA. 33B. Specialty Wood-Aged Beer (2)9. Scottish and Irish Ale
BB. 34A. Clone Beer (non-Belgian styles) A. 14A. Scottish Light
CC. 34B. Mixed-Style Beer B. 14B. Scottish Heavy
DD. 34C. Experimental Beer C. 14C. Scottish Export
D. 15A. Irish Red Ale
2. Estilos Ordenados Segundo as E. 17C. Wee Heavy
Categorias de 2008 (Modificado) (2)10. American Ale
Este sistema usa as categorias de 2008 com os estilos de A. 18B. American Pale Ale
cerveja equivalentes mais próximos presentes nas diretrizes de B. 19A. American Amber Ale
2015. Os novos estilos introduzidos nas diretrizes de 2015 C. 19C. American Brown Ale
foram adicionados às categorias (determinadas (2)11. English Brown Ale
subjetivamente) mais apropriadas de 2008.
A. 13A. Dark Mild
(2)1. Light Lager B. 27. Historical Beer (London Brown Ale)
A. 1A. American Light Lager C. 13B. British Brown Ale
B. 1B. American Lager (2)12. Porter
C. 2A. International Pale Lager

86 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015

 A. 13C. English Porter A. 30A. Spice, Herb, or Vegetable Beer
B. 27. Historical Beer (Pre-Pro Porter) B. 30B. Autumn Seasonal Beer
C. 20A. American Porter C. 30C. Winter Seasonal Beer
D. 9C. Baltic Porter (2)22. Smoke-Flavored and Wood-Aged Beer
(2)13. Stout A. 27. Historical Beer (Piwo Grodziskie)
A. 15B. Irish Stout B. 27. Historical Beer (Lichtenhainer)
B. 15C. Irish Extra Stout C. 6B. Rauchbier
C. 16A. Sweet Stout D. 32A. Classic Style Smoked Beer
D. 16B. Oatmeal Stout E. 33A. Wood-Aged Beer
E. 16C. Tropical Stout (2)23. Specialty Beer
F. 16D. Foreign Export Stout A. 28A. Brett Beer
G. 20B. American Stout B. 28B. Mixed-Fermentation Sour Beer
H. 20C. Imperial Stout C. 28C. Soured Fruit Beer
(2)14. India Pale Ale (IPA) D. 29B. Fruit and Spice Beer
A. 12C. English IPA E. 29C. Specialty Fruit Beer
B. 21A. American IPA F. 31A. Alternative Grain Beer
C. 22A. Double IPA G. 31B. Alternative Sugar Beer
D. 21B. Specialty IPA (all) H. 32B. Specialty Smoked Beer
(2)15. German Wheat and Rye Beer I. 33B. Specialty Wood-Aged Beer
A. 10A. Weissbier J. 34A. Clone Beer (non-Belgian styles)
B. 10B. Dunkles Weissbier K. 34B. Mixed-Style Beer
C. 10C. Weizenbock L. 34C. Experimental Beer
D. 27. Historical Beer (Roggenbier)
E. 27. Historical Beer (Sahti) 3. Estilos Ordenadas Através da Família
(2)16. Belgian and French Ale de Estilos
A. 24A. Witbier Este sistema usa novas categorias com base na família do estilo
B. 26A. Trappist Single ou nome do estilo da cerveja, independentemente do país de
C. 24B. Belgian Pale Ale origem ou história; baseado principalmente na cor e na
D. 25B. Saison levedura. Tem menos categorias, mas mais amplas.
E. 24C. Bière de Garde (3)1. Pale Lager
F. 34A. Clone Beer (Belgian styles only) A. 1A. American Light Lager
(2)17. Sour Ale B. 1B. American Lager
A. 23A. Berliner Weisse C. 2A. International Pale Lager
B. 27. Historical Beer (Gose) D. 3A. Czech Pale Lager
C. 23B. Flanders Red Ale E. 4A. Munich Helles
D. 23C. Oud Bruin F. 4B. Festbier
E. 23D. Lambic G. 5A. German Leichtbier
F. 23E. Gueuze H. 5C. Helles Exportbier
G. 23F. Fruit Lambic I. 7C. Kellerbier (Pale Kellerbier)
(2)18. Belgian Strong Ale (3)2. Pilsner
A. 25A. Belgian Blond Ale A. 3B. Czech Premium Pale Lager
B. 26B. Belgian Dubbel B. 5D. German Pils
C. 26C. Belgian Tripel C. 27. Historical Beer (Pre-Prohibition
D. 25C. Belgian Golden Strong Ale Lager)
E. 26D. Belgian Dark Strong Ale (3)3. Amber Lager
(2)19. Strong Ale A. 2B. International Amber Lager
A. 17B. Old Ale B. 3C. Czech Amber Lager
B. 17A. English Strong Ale C. 6A. Märzen
C. 22B. American Strong Ale D. 6B. Rauchbier
D. 17D. English Barleywine E. 7A. Vienna Lager
E. 22C. American Barleywine F. 7C. Kellerbier (Amber Kellerbier)
F. 22D. Wheatwine G. 19B. California Common
(2)20. Fruit Beer (3)4. Dark Lager
A. 29A. Fruit Beer A. 2C. International Dark Lager
(2)21. Spice/Herb/Vegetable Beer B. 3D. Czech Dark Lager

Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015 87

 C. 8A. Munich Dunkel H. 20C. Imperial Stout
D. 8B. Schwarzbier (3)12. Strong Ale
(3)5. Bock A. 17A. British Strong Ale
A. 4C. Helles Bock B. 17B. Old Ale
B. 6C. Dunkles Bock C. 17C. Wee Heavy
C. 9A. Doppelbock D. 17D. English Barleywine
D. 9B. Eisbock E. 22B. American Strong Ale
(3)6. Pale Ale F. 22C. American Barleywine
A. 1C. Cream Ale G. 22D. Wheatwine
B. 5B. Kölsch H. 25C. Belgian Golden Strong Ale
C. 12A. British Golden Ale I. 26C. Belgian Tripel
D. 12B. Australian Sparkling Ale J. 26D. Belgian Dark Strong Ale
E. 18A. Blonde Ale (3)13. Wheat Beer
F. 18B. American Pale Ale A. 1D. American Wheat Beer
G. 24B. Belgian Pale Ale B. 10A. Weissbier
H. 25A. Belgian Blond Ale C. 10B. Dunkles Weissbier
I. 25B. Saison D. 10C. Weizenbock
J. 26A. Trappist Single E. 23A. Berliner Weisse
(3)7. IPA F. 23D. Lambic
A. 12C. English IPA G. 23E. Gueuze
B. 21A. American IPA H. 23F. Fruit Lambic
C. 21B. Specialty IPA (all) I. 24A. Witbier
D. 22A. Double IPA J. 27. Historical Beer (Gose)
(3)8. Amber Ale K. 27. Historical Beer (Piwo Grodziskie)
A. 7B. Altbier L. 27. Historical Beer (Lichtenhainer)
B. 11A. Ordinary Bitter M. 27. Historical Beer (Roggenbier)
C. 11B. Best Bitter N. 27. Historical Beer (Sahti)
D. 11C. Strong Bitter (3)14. Sour Ale
E. 14A. Scottish Light A. 23B. Flanders Red
F. 14B. Scottish Heavy B. 23C. Oud Bruin
G. 14C. Scottish Export (3)15. Specialty Beer
H. 15A. Irish Red Ale A. All remaining beers in Categories 28-34
I. 19A. American Amber Ale
J. 24C. Bière de Garde 4. Estilos Ordenados Segundo País de
K. 26B. Belgian Dubbel Origem
L. 27. Historical Beer (Kentucky Common) Este sistema usa novas categorias com base no país de origem.
(3)9. Brown Ale As cervejas especiais são omitidas.
A. 13A. Dark Mild (4)1. United States
B. 13B. British Brown Ale A. 1A. American Light Lager
C. 19C. American Brown Ale B. 1B. American Lager
D. 27. Historical Beer (London Brown Ale) C. 1C. Cream Ale
(3)10. Porter D. 1D. American Wheat Beer
A. 9C. Baltic Porter E. 18A. Blonde Ale
B. 13C. English Porter F. 18B. American Pale Ale
C. 20A. American Porter G. 19A. American Amber Ale
D. 27. Historical Beer (Pre-Prohibition H. 19B. California Common
Porter) I. 19C. American Brown Ale
(3)11. Stout J. 20A. American Porter
A. 15B. Irish Stout K. 20B. American Stout
B. 15C. Irish Extra Stout L. 21A. American IPA
C. 16A. Sweet Stout M. 21B. Specialty IPA
D. 16B. Oatmeal Stout N. 22A. Double IPA
E. 16C. Tropical Stout O. 22B. American Strong Ale
F. 16D. Foreign Extra Stout P. 22C. American Barleywine
G. 20B. American Stout Q. 22D. Wheatwine

88 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015

 R. 27. Historical Beer (Kentucky Common) D. 5A. German Leichtbier
S. 27. Historical Beer (Pre-Pro Lager) E. 5B. Kölsch
T. 27. Historical Beer (Pre-Pro Porter) F. 5C. Helles Exportbier
(4)2. International G. 5D. German Pils
A. 2A. International Pale Lager H. 6A. Märzen
B. 2B. International Amber Lager I. 6B. Rauchbier
C. 2C. International Dark Lager J. 6C. Dunkles Bock
(4)3. England K. 7B. Altbier
A. 11A. Ordinary Bitter L. 7C. Kellerbier
B. 11B. Best Bitter M. 8A. Munich Dunkel
C. 11C. Strong Bitter N. 8B. Schwarzbier
D. 12A. British Golden Ale O. 9A. Doppelbock
E. 12C. English IPA P. 8B. Eisbock
F. 13A. Dark Mild Q. 10A. Weissbier
G. 13B. British Brown Ale R. 10B. Dunkles Weissbier
H. 13C. English Porter S. 10C. Weizenbock
I. 16A. Sweet Stout T. 23A. Berliner Weisse
J. 16B. Oatmeal Stout U. 27. Historical Beer (Gose)
K. 16C. Tropical Stout V. 27. Historical Beer (Lichtenhainer)
L. 16D. Foreign Extra Stout W. 27. Historical Beer (Roggenbier)
M. 17A. British Strong Ale (4)9. Austria
N. 17B. Old Ale A. 7A. Vienna Lager
O. 17D. English Barleywine (4)10. Czech Republic
P. 20C. Imperial Stout A. 3A. Czech Pale Lager
Q. 27. Historical Beer (London Brown Ale) B. 3B. Czech Premium Pale Lager
(4)4. Scotland C. 3C. Czech Amber Lager
A. 14A. Scottish Light D. 3D. Czech Dark Lager
B. 14B. Scottish Heavy (4)11. Poland
C. 14C. Scottish Export A. 27. Historical Beer (Piwo Grodziskie)
D. 17C. Wee Heavy (4)12. Scandinavia
(4)5. Ireland A. 9C. Baltic Porter
A. 15A. Irish Red Ale B. 27. Historical Beer (Sahti)
B. 15B. Irish Stout (4)13. Australia
C. 15C. Irish Extra Stout A. 12B. Australian Sparkling Ale
(4)6. Belgium
A. 23B. Flanders Red Ale 5. Estilos Ordenadas com base na
B. 23C. Oud Bruin História
C. 23D. Lambic Este sistema tenta dividir os estilos em grupos, com base no
D. 23E. Gueuze desenvolvimento histórico e estilos derivados, numa
E. 23F. Fruit Lambic abordagem mais granular do que a classificação da família do
F. 24A. Witbier estilo.
G. 24B. Belgian Pale Ale (5)1. Pilsner
H. 25A. Belgian Blond Ale A. 3A. Czech Pale Lager
I. 25B. Saison B. 3B. Czech Premium Pale Lager
J. 25C. Belgian Golden Strong Ale C. 5D. German Pils
K. 26A. Trappist Single D. 7C. Kellerbier (Pale Kellerbier)
L. 26B. Belgian Dubbel E. 27. Historical Beer (Pre-Pro Lager)
M. 26C. Belgian Tripel F. 5A. German Leichtbier
N. 26D. Belgian Dark Strong Ale (5)2. Mass Market Pale Lager
(4)7. France A. 1B. American Lager
A. 24C. Bière de Garde B. 2A. International Pale Lager
(4)8. Germany C. 1A. American Light Lager
A. 4A. Munich Helles (5)3. European Pale Lager
B. 4B. Festbier A. 5C. Helles Exportbier
C. 4C. Helles Bock B. 4A. Munich Helles

Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015 89

 C. 4B. Festbier A. 13A. Dark Mild
D. 4C. Helles Bock (5)16. Dark American Beer (derived from English
(5)4. Amber Lager Styles)
A. 7A. Vienna Lager A. 19C. American Brown Ale
B. 6A. Märzen B. 27. Historical Beer (Pre-Pro Porter)
C. 7C. Kellerbier (Amber Kellerbier) C. 20A. American Porter
D. 3C. Czech Amber Lager D. 20B. American Stout
E. 2B. International Amber Lager (5)17. Porter
(5)5. European Smoked Beer A. 13C. English Porter
A. 27. Historical Beer (Piwo Grodziskie) B. 9C. Baltic Porter
B. 27. Historical Beer (Lichtenhainer) (5)18. Irish Stout
C. 6B. Rauchbier A. 16D. Foreign Extra Stout
(5)6. Indigenous American Beer B. 15C. Irish Extra Stout
A. 1C. Cream Ale C. 15B. Irish Stout
B. 19B. California Common (5)19. English Stout
C. 27. Historical Beer (Kentucky Common) A. 20C. Imperial Stout
D. 18A. Blonde Ale B. 16B. Oatmeal Stout
(5)7. Dark Lager C. 16A. Sweet Stout
A. 8A. Munich Dunkel D. 16C. Tropical Stout
B. 3D. Czech Dark Lager (5)20. Strong Ale
C. 8B. Schwarzbier A. 17B. Old Ale
D. 2C. International Dark Lager B. 17A. British Strong Ale
(5)8. Bock C. 22B. American Strong Ale
A. 6C. Dunkles Bock (5)21. Barleywine
B. 9A. Doppelbock A. 17D. English Barleywine
C. 9B. Eisbock B. 22C. American Barleywine
(5)9. English Pale Ale C. 22D. Wheatwine
A. 11A. Ordinary Bitter (5)22. Belgian Ale
B. 11B. Best Bitter A. 25A. Belgian Blond Ale
C. 11C. Strong Bitter B. 26A. Trappist Single
D. 12C. English IPA C. 26B. Belgian Dubbel
(5)10. Pale Ales (derived from English Pale Ale) (5)23. Belgian Strong Ale
A. 15A. Irish Red Ale A. 26C. Belgian Tripel
B. 12B. Australian Sparkling Ale B. 25C. Belgian Golden Strong Ale
C. 24B. Belgian Pale Ale C. 26D. Belgian Dark Strong Ale
D. 12A. British Golden Ale (5)24. Wheat Beer
(5)11. American Pale Beer (derived from English A. 10A. Weissbier
styles) B. 10B. Dunkles Weissbier
A. 18B. American Pale Ale C. 10C. Weizenbock
B. 19A. American Amber Ale D. 24A. Witbier
C. 21A. American IPA E. 27. Historical Beer (Roggenbier)
(5)12. American Bitter Beer (derived from American F. 1D. American Wheat Beer
IPA) (5)25. German Sour Ale
A. 21B. Specialty IPA (all) A. 23A. Berliner Weisse
B. 22A. Double IPA B. 27. Historical Beer (Gose)
(5)13. Top-Fermented German Lagers (5)26. Belgian Sour Ale
A. 5B. Kölsch A. 23B. Flanders Red
B. 7B. Altbier B. 23C. Oud Bruin
(5)14. European Farmhouse Beer C. 23D. Lambic
A. 24C. Bière de Garde D. 23E. Gueuze
B. 25B. Saison E. 23F. Fruit Lambic
C. 27. Historical Beer (Sahti) (5)27. Specialty Beer
(5)15. English Mild A. All remaining beers in Categories 28-34

   
90 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
APÊNDICE B: ESTILOS LOCAIS
Este apêndice contém estilos enviados por grupos locais do BJCP para estilos que ainda não foram estabelecidos, mas que são mais
importantes para os cervejeiros caseiros de um único país. Não estão incluídos nas diretrizes principais de estilo, mas estão disponíveis
para uso por aqueles que desejam usá-los. Estas diretrizes foram escritas por membros locais e não foram validadas pelo BJCP.
Estilos Argentinos
X1. Dorada Pampeana
Estilo sugerido: Categoria 18 (Pale American Beer)
Inicialmente, os cervejeiros caseiros argentinos eram muito
limitados: não havia extratos, apenas malte pilsen e lúpulo
Cascade. Apenas leveduras secas, geralmente Nottingham,
Windsor ou Safale. Com estes ingredientes, os cervejeiros
argentinos desenvolveram uma versão específica da Blond Ale,
chamada Dorada Pampeana.
Impressão geral: Facilmente bebível, acessível, orientada
para o malte.
Aroma: aroma maltado doce a moderado. É aceitável aroma
frutado de baixo a moderado. Deve ter um aroma a lúpulo de
baixo a médio. Sem diacetilo.
Aparência: cor amarelo-claro a dourado intenso. Limpa a
brilhante. Espuma baixa a média, com boa retenção.
Sabor: Doçura maltada inicial suave. Sabores a caramelo estão
normalmente ausentes. Sabor a lúpulo de leve a moderado
(geralmente Cascade), mas não deve ser agressivo. Amargor de
baixo a moderado, mas o equilíbrio tende para o malte. Final
meio-seco ou algo doce. Sem diacetilo.
Sensação na boca: Corpo mediano leve a médio.
Carbonatação de média a alta. Sensação suave sem amargor
forte ou adstringência.
Comentários: é difícil conseguir atingir o equilíbrio.
História: As primeiras cervejeiras argentinas só tiveram acesso
a malte pilsen e a lúpulo cascade e com eles desenvolveram esta
variante da Blond Ale.
Ingredientes: geralmente apenas malte claro ou pilsen,
embora possa incluir baixas proporções de malte caramelizado.
Normalmente lúpulo Cascade. Leveduras americanas limpas,
britânicas levemente frutadas ou Kölsch. Geralmente maturada
a frio.
Características vitais: D.I.: 1.042 – 1.054
IBUs: 15 – 22 D.F.: 1.009 – 1.013
SRM: 3 – 5 G.A.: 4,3º – 5,5º
X2. IPA Argenta
Estilo sugerido: Categoria 21 (IPA)
IPA Especial: IPA ARGENTA
Impressão geral: Uma Pale Ale argentina, decididamente
amarga e lupulada, refrescante e moderadamente forte. A chave
do estilo está na sua facilidade em ser bebida, sem aspereza e
com um bom equilíbrio.
Aroma: Aroma intenso a lúpulo com carácter floral e cítrico,
derivado do lúpulo argentino. Muitas versões são dry-hopped, o
que dá um carácter adicional a relva, embora isto não seja
obrigatório. Poderá ser encontrada doçura do malte limpa e até
mesmo um pouco de caramelo, mas com um teor mais baixo do
que no IPAs inglesas. É aceitável um leve carácter frutado dos
ésteres, assim como sugestões fenólicas da fermentação do trigo,
as quais nunca devem ser dominantes e devem apenas adicionar
complexidade. Em qualquer caso, o carácter relativamente
Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015
neutro da fermentação é o mais usual. Um pouco de álcool pode
ser notado nas versões mais fortes. Sem DMS. O diacetilo é um
grande demérito nesta cerveja, pois extingue o lúpulo, por isso
nunca deve estar presente.
Aparência: A cor varia de dourado médio a cobre avermelhado
médio. Algumas versões podem ter uma tonalidade laranja.
Deve ser limpa, embora as versões com dry-hopping ou
contendo trigo não maltado possam apresentar uma ligeira
turvação. Boa espuma persistente.
Sabor: Lúpulo médio a alto, o qual deve reflectir o carácter do
lúpulo argentino, com aspectos cítricos proeminentes de toranja
rosa e casca de tangerina, que devem dominar. Também pode
ter notas florais como flores azhar ou também herbáceo e/ou
resinoso, embora seja menos comum e deva apenas adicionar
complexidade. Amargor médio a médio-alto, suportado por
maltado limpo que proporciona um equilíbrio adequado.
Sabor a malte de baixo a médio, limpo, embora baixos níveis de
caramelo ou especiarias sejam aceitáveis a partir do uso de trigo,
maltado ou não. Sem diacetilo. Carácter frutado baixo é
aceitável, mas não obrigatório. O amargor deve permanecer no
final de prova, mas nunca deve ser forte. Final meio-seco a seco
e refrescante. Algum sabor a álcool pode ser detectado nas
versões mais fortes
Sensação na boca: Corpo médio leve a médio, suave, sem
adstringência derivada do lúpulo, embora a carbonatação
moderada a moderadamente alta se pode combinar com o trigo
para dar uma sensação seca, mesmo na presença de doçura do
malte. Suave sensação de calor do álcool nas versões mais fortes
(não todas). Menos corpo do que a IPA inglesa e mais seca do
que a IPA americana.
História: A versão argentina do histórico estilo inglês
desenvolveu-se na seguimento de uma série de reuniões da
Associação Civil Somos Cerveceros em 2013, onde foram
definidas as suas características distintivas. Diferencia-se da
IPA americana pela adição de trigo à carga de cereal e pelo uso
de lúpulos argentinos com sabor e aroma peculiares. Pretende-
se que as características cítricas do lúpulo argentino se
harmonizem com as do trigo, como acontece na Witbier. A
adição de pequenas quantidades de trigo pode recordar a carga
de cereal da Kölsch, onde também existem produtos frutados da
fermentação.
Ingredientes: malte pale (bem modificado e disponível para
maceração simples) e uma quantidade de trigo complementar
não superior a 15%; O trigo pode ser maltado ou não maltado.
No caso da adição maltes caramelizados, estes devem ser
limitados e preferencialmente trigo caramelizado. Lúpulos
argentinos como Cascade, Mapuche e Nugget são os habituais,
embora possa ser usado Spalt, Victoria e Bullion para adicionar
complexidade. Levedura americana que confere um perfil limpo
ou ligeiramente frutado. A água varia de macia a
moderadamente sulfatada.
Características vitais: DO: 1055 – 1065
IBU: 35 – 60 DF: 1008 – 1015
SRM: 6 – 15 GA 5.0 – 6.5%.
Exemplos comerciais: Antares Ipa Argenta, Kerze Ipa
Argenta.
91
Estilos Italianos diversidade de lúpulo em pequenas quantidades, de forma a não
caracterizar excessivamente a cerveja.
Características vitais: OG: 1.043 – 1.090
X3. Italian Grape Ale IBUs: 10 – 30 FG: 1.007 – 1.015
SRM: 5 – 30 ABV: 4.8 – 10%
Ale Italiana de Uvas
Exemplos comerciais: Montegioco Tibir, Montegioco Open
Estilo sugerido: Categoria 29 (Cerveja de Fruta) Mind, Birranova Moscata, LoverBeer BeerBera, Loverbeer
Impressão geral: Uma cerveja italiana por vezes refrescante, D’uvaBeer, Birra del Borgo Equilibrista, Barley BB10, Barley
às vezes mais complexa, caracterizada por diferentes variedades BBevò, Cudera, Pasturana Filare!, Gedeone PerBacco!
de uvas. Toccalmatto Jadis, Rocca dei Conti Tarì Giacchè.
Aroma: As características aromáticas de uma uva em particular
devem ser perceptíveis, mas não se sobrepor aos outros aromas.
O carácter a uva/vinho deve ser agradável e não deve apresentar
defeitos como oxidação. O carácter do malte geralmente é
restringido, enquanto o aroma do lúpulo pode variar de médio-
baixo a ausente. Alguns exemplos podem ter um carácter de
fermentação espontânea, de baixo a moderadamente baixo,
descrito como curral, terroso, caprino, mas não deve ser tão
intenso como numa lambic/lambic de fruta. Sem diacetilo.
Aparência: A cor pode variar do dourado ao castanho-escuro.
A cor avermelhada/rubi deve-se, geralmente, ao uso de
variedades de uvas vermelhas. Espuma branca a avermelhada,
geralmente com uma retenção média-baixa. A claridade é
geralmente boa, mas pode ser afetada pelo uso de uva.
Sabor: São possíveis muitas interpretações. Tal como acontece
com o aroma, o carácter da uva (similar a mosto ou vinho) deve
estar presente, mas pode variar na intensidade de subtil a média.
As variedades de uva podem contribuir de forma diferente no
perfil de sabor: em geral sabores a fruta de caroço/frutas
tropicais (pêssego, damasco, abacaxi) podem vir das uvas
brancas; e sabores a frutas vermelhas (por exemplo, cereja,
morango) das variedades de uvas vermelhas. São também
comuns outras notas frutadas de origem fermentativa. Podem
ser usados diferentes tipos de maltes especiais, mas devem ser
de suporte e equilibrados, não tão proeminentes a ponto de
ofuscar a cerveja base. É inadequado um carácter torrado e/ou
a chocolate forte. Algumas notas azedas são comuns e podem
ajudar a melhorar a bebida, mas não devem ser proeminentes
como na Flemish ale/Lambic. Sabores a carvalho, juntamente
com algumas notas a estábulo, terroso, caprino, provenientes do
envelhecimento em barricas, podem estar presentes, mas não
devem ser predominantes. Amargor e sabor a lúpulo são
geralmente baixos. Diacetilo de muito baixo a nenhum.
Sensação na boca: A carbonatação média-alta melhora a
percepção de aroma. O corpo é geralmente de baixo a médio e
alguma acidez pode contribuir para aumentar a percepção seca.
Os exemplares com mais teor alcoólico podem mostrar alguma
sensação de calor, mas sem serem quentes ou a solvente.
História: Produzido por diversas cervejeiras artesanais
italianas nos últimos anos, representa uma comunhão entre a
cerveja e o vinho, promovida pela grande disponibilidade local
de diferentes variedades de uvas por todo o país. Podem ser a
expressão do território, da biodiversidade e da criatividade do
cervejeiro. Normalmente vista como cerveja especial na gama de
produtos da cervejeira.
Ingredientes: Malte de base Pils ou pale, com alguns adjuntos
(se algum) ou maltes especiais. O teor de uvas pode representar
até 40% do total da carga de cereal. A uva ou o mosto de uva (por
vezes muito fervido antes de usar) pode ser usado em diferentes
fases: fervura, fermentação primária/secundária ou
envelhecimento. Levedura ale ou de vinho, pode providenciar
um carácter neutro (mais comum) ou um perfil frutado
(variedades inglesas e belgas). Pode ser usada uma grande

92 Diretrizes de estilos de Cerveja BJCP – Edição 2015