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N.

° do Processo Nº do Protocolo Data do Protocolo Data de Elaboração


8407/2019 3759/2019 21/08/2019 16:03:30 21/08/2019 16:03:29

Tipo Número
PROJETO DE LEI 686/2019

Principal/Acessório
Principal

Autoria:
IRINY LOPES

Ementa:
Dispõe sobre a proibição de utilização de substâncias nocivas em cultivos agrícolas em
áreas próximas às áreas de apicultura e meliponicultura.

Identificador: 330036003800340038003A004300 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 1

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
GABINETE DA DEPUTADA IRINY LOPES – PT/ES

PROJETO DE LEI Nº ____/2019

Dispõe sobre a proibição de utilização de


substâncias nocivas em cultivos
agrícolas em áreas próximas às áreas de
apicultura e meliponicultura.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

D E C R E T A:

Art. 1º Fica expressamente proibido o uso indiscriminado por qualquer meio de


substâncias nocivas à vida de abelhas polinizadoras e outras espécies nos cultivos
agrícolas em áreas próximas de colmeias no âmbito do Estado do Espírito Santo.

§ 1º O não atendimento ao disposto no caput do artigo anterior, caracterizará


incidência nas penas cominadas na legislação especial, na medida da sua
culpabilidade, sendo esta pessoa física ou jurídica, ainda que, sabendo da conduta
criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-
la.

§ 2º. Especialmente em áreas de apicultura e meliponicultura é vedado o uso de


agrotóxicos, fungicidas e inseticidas no raio de até 1.000 (hum mil) metros de
diâmetro de distância.

Art. 2º Identificado o responsável pelo extermínio de abelhas em colmeias


cultivadas por apicultores e meliponicultores, assim como, de enxames encontrados
no meio ambiente ocorrida por aplicação de agrotóxicos, fungicidas e inseticidas,
será aplicada multa de até 2.000 (dois mil) Valores de Referência do Tesouro
NICOLAU CORRES LOPES:55845703700

Estadual – VRTEs e no caso de reincidências a multa será cominada em dobro.


Assinado digitalmente por IRINY

Art. 3° O proprietário, possuidor, arrendatário ou quem obtenha de qualquer forma a


Data: 21/08/2019 16:04:05

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Av. Américo Buaiz, 205 – Sala 804 – 8º. Andar - Enseada do Suá - CEP:29050-950
Vitória - ES - Telefone - (27) 3382-3700
Identificador: 370039003200390037003A005000 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 2
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administração de áreas nas condições do artigo 1º e parágrafos que permitir


aplicação de agrotóxicos, fungicidas ou inseticidas será igualmente penalizado nos
termos do artigo anterior.

Art. 4° O valor da multa estabelecido no artigo 2º será atualizado anualmente por


decreto do Poder Executivo.

Art. 5° A aplicação da multa prevista no artigo 2° por desrespeito a esta Lei, não
exime o responsável de outras penalidades na esfera penal, civil e administrativa.

Art. 6º Fica o Poder Executivo autorizado a regulamentar, as medidas


necessárias à implementação da presente lei.

Art. 7° O valor integral da multa será destinado para projetos que possibilitem a
implementação de políticas públicas para geração de emprego e renda a apicultores
e meliponicultores.

Art. 8° Esta Lei entra em vigor depois de decorridos 45 (quarenta e cinco) dias de
sua publicação oficial.

Palácio Domingos Martins, 21 de agosto de 2019.

IRINY LOPES
DEPUTADA ESTADUAL (PT/ES)

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JUSTIFICATIVA

A mortandade de abelhas já tem sido há tempos um alerta quanto a


utilização indiscriminada de substâncias nocivas à vida nos cultivos agrícolas.
Milhões de abelhas foram mortas, fragilizando ou até mesmo desconstituindo uma
atividade econômica que havia se estabelecido como alternativa de renda para
famílias camponesas e pequenos agricultores em todo país.

No Rio Grande do Sul, em 30 de março de 2019, cerca de 380 pessoas –


envolvendo produtores, autoridades, pesquisadores, estudantes, entidades,
movimentos sociais e comunidade em geral – estiveram reunidos na cidade de
Mata, no Simpósio Internacional Sobre Mortandade de Abelhas e Agrotóxicos. O
evento foi promovido pela APISBio (Articulação Para a Preservação da Integridade
dos Seres e da Biodiversidade) e pela APISMA (Associação dos Apicultores e
Meliponicultores de Mata), contando com mais de duas dezenas de entidades e
organizações parceiras.

Abra-se um “parêntese”, no Espírito Santo, é possível encontrar diversos


apicultores que têm na apicultura sua fonte de sobrevivência ou como seu
complemento econômico familiar, garantindo uma renda extra ao grupo familiar.

Após análises químicas efetuadas no mel, nas abelhas, nas crias e nos
favos confirmou-se a contaminação por níveis abusivos de agrotóxicos, sendo 2
inseticidas e 3 fungicidas – afirmou Antônio Libório Philomena, perito responsável
pela redação do laudo apresentado pela APISBio e pela APISMA, utilizado na
fundamentação da denúncia coletiva. O cientista, PhD em Ecologia, alerta ainda que
a contaminação é sistêmica e múltipla, não afetando apenas as abelhas e sim toda
vida que está estabelecida na área. “As abelhas e outros polinizadores servem como
espécies indicadoras da saúde dos ecossistemas e consequentemente da saúde
humana”, alertou, reafirmando que novas análises precisam ser feitas levando em
conta a provável contaminação de outras formas de vida presentes na área,
inclusive seres humanos. Conforme o laudo apresentado por Philomena, foram
encontradas nos favos com mel as substâncias Axoxistrobina, Diflubenzuron,
Tebuconazol e Fipronil; nos favos com abelhas foram encontradas as substâncias
Azoxistrobina e Aletrina; enquanto nas abelhas foram encontradas as substâncias
Azoxistrobina, Diflubenzuron e Fipronil. “O que estamos constando aqui é apenas o
começo, abrimos a porta para começar a entender o caso”, concluiu, aconselhando

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que as pessoas se organizem e reajam, ou situações semelhantes e até


possivelmente ainda mais graves poderão se repetir em breve. (Fonte:
https://www.brasildefato.com.br/2019/03/30/morte-de-abelhas-por-agrotoxicos-gera-
representacao-junto-ao-ministerio-publico-do-rs/).

No âmbito do ordenamento jurídico pátrio nos termos da Constituição


Federal, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, sendo a
obrigação do Poder Público e da coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo,
bem como, proteger a fauna e a flora, assim vejamos:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente


equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder
público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover
o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do
País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação
de material genético;
[...]
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de
técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a
qualidade de vida e o meio ambiente;
[...]
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

Na mesma seara, reza a Constituição do Estado do Espírito Santo, em


seus artigos 186 e 194,

Art. 186 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente


saudável e equilibrado, impondo-se-lhes e, em especial ao Estado e
aos Municípios, o dever de zelar por sua preservação, conservação e
recuperação em benefício das gerações atuais e futuras.
[...]

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III - proteger a flora e a fauna, assegurando a diversidade das


espécies, principalmente as ameaçadas de extinção, fiscalizando a
extração, captura, produção e consumo de seus espécimes e
subprodutos, vedada as práticas que submetam os animais a
crueldade;
[...]
XIII - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético
contido em seu território, inclusive mantendo e ampliando bancos
de germoplasma, dedicados à pesquisa e preservação de material
genético. Dispositivo incluído pela Emenda Constitucional nº 89, de 16
de outubro de 2012.

Art. 194 As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente


sujeitarão, na forma da lei, o infrator às sanções administrativas, com
aplicação de multas progressivas nos casos de continuidade da
infração ou reincidência, nelas incluídas a redução do nível de
atividade, a interdição e a demolição independentemente da obrigação
de restaurar os danos causados.

Na análise dos aspectos da constitucionalidade formal do presente projeto


em debate, entendemos que se encontram presentes os elementos caracterizadores
de constitucionalidade de competência legislativa para a elaboração do ato, quais
sejam: a competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, (art. 23, incisos VI e VII). Presentes também os requisitos de
competência concorrente entre União, aos Estados e ao Distrito Federal, (art. 24,
incisos VI e VIII).

Assim, superados os aspectos formais de constitucionalidade,


observamos agora os elementos de caráter material. Portanto, havendo
compatibilidade entre o conteúdo do ato normativo e as regras e princípios previstos
na Constituição Federal ou na Constituição Estadual, não há o que se falar em
infringência dos textos das Constituições Federal e Estadual, restando configurado o
respeito aos princípios dos preceitos constitucionais. Sendo vislumbramos, que a
matéria se encontra em perfeita harmonia constitucional.

Por fim, no tocante a matéria apresentada, quanto a proibição de uso


indiscriminado por qualquer meio de substâncias nocivas à vida de abelhas
polinizadoras e outras espécies nos cultivos agrícolas no âmbito do Estado do
Espírito Santo, reiteramos necessidade de aprovação do presente projeto

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objetivando salvaguardar o futuro de novas gerações, pois, as abelhas contribuem


enormemente para a manutenção das florestas e da vida humana.

Neste sentido, solicito aos meus pares a aprovação do projeto em tela, no


intuito de implementarmos uma legislação que promova a qualidade de vida de
gerações futuras.

Palácio Domingos Martins, 20 de agosto de 2019.

IRINY LOPES
DEPUTADA ESTADUAL (PT/ES)

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Vitória - ES, 21 de agosto de 2019.

DE: Protocolo Automático


PARA: Diretoria de Documentação e Informação (Ales Digital)

Referência:
Processo nº 8407/2019
Proposição: Projeto de Lei n° 686/2019

Autoria:

IRINY LOPES

Ementa: Dispõe sobre a proibição de utilização de substâncias nocivas em cultivos agrícolas


em áreas próximas às áreas de apicultura e meliponicultura.

DESPACHO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS

Fase Atual: Protocolar

Ação realizada: Protocolado


Próxima Fase: Verificar a Existência de Proposições/Normas de mesma Natureza

Protocolo Automático

Identificador: 3600350039003700390034003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 8

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
Vitória - ES, 22 de agosto de 2019.

DE: Diretoria de Documentação e Informação (Ales Digital)


PARA: Secretaria Geral da Mesa (Ales Digital)

Referência:
Processo nº 8407/2019
Proposição: Projeto de Lei n° 686/2019

Autoria:

IRINY LOPES

Ementa: Dispõe sobre a proibição de utilização de substâncias nocivas em cultivos agrícolas


em áreas próximas às áreas de apicultura e meliponicultura.

DESPACHO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS

Fase Atual: Verificar a Existência de Proposições/Normas de mesma Natureza

Ação realizada: Não Existem Proposições/Normas Similares à Proposição


Apresentada
Descrição: Não existem proposições ou normas similares à proposição apresentada.

Próxima Fase: Aguardar Análise da Presidência na SGM (Ales Digital)

Adriana dos Santos Ferreira Franco Ribeiro


Técnico Legislativo Sênior (Ales Digital)
758625
DOS SANTOS FERREIRA FRANCO RIBEIRO:86300121704
Assinado digitalmente por ADRIANA

Data: 22/08/2019 09:13:30

Identificador: 3600350039003700390035003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 9

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
Vitória - ES, 23 de agosto de 2019.

DE: Secretaria Geral da Mesa (Ales Digital)


PARA: Plenário

Referência:
Processo nº 8407/2019
Proposição: Projeto de Lei n° 686/2019

Autoria:

IRINY LOPES

Ementa: Dispõe sobre a proibição de utilização de substâncias nocivas em cultivos agrícolas


em áreas próximas às áreas de apicultura e meliponicultura.

DESPACHO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS

Fase Atual: Aguardar Análise da Presidência na SGM (Ales Digital)

Ação realizada: Tramitação Regular


Próxima Fase: Leitura da Proposição Principal

Karla Queiroz De Oliveira


Técnico Legislativo Sênior (Ales Digital)
427281
QUEIROZ DE OLIVEIRA:80323430759
Assinado digitalmente por KARLA

Data: 26/08/2019 10:07:01

Identificador: 3600350039003900320036003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 10

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
Vitória - ES, 26 de agosto de 2019.

DE: Plenário
PARA: Supervisão de Registro e Tramitação Legislativa - DIPROL (Ales Digital)

Referência:
Processo nº 8407/2019
Proposição: Projeto de Lei n° 686/2019

Autoria:

IRINY LOPES

Ementa: Dispõe sobre a proibição de utilização de substâncias nocivas em cultivos agrícolas


em áreas próximas às áreas de apicultura e meliponicultura.

DESPACHO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS

Fase Atual: Leitura da Proposição Principal

Ação realizada: Prosseguir


Descrição: Publique-se. Após o cumprimento do artigo 120 do Regimento Interno, às
Comissões de Justiça, de Meio Ambiente, de Agricultura e de Finanças.

Próxima Fase: Registro da Proposição Principal

Lilian Borges Dutra


Técnico Legislativo Júnior (Ales Digital)
912705
Assinado digitalmente por LILIAN
BORGES DUTRA:00293412723
Data: 26/08/2019 15:44:54

Identificador: 3600360030003400340037003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 11

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
Vitória - ES, 27 de agosto de 2019.

DE: Supervisão de Registro e Tramitação Legislativa - DIPROL (Ales Digital)


PARA: Diretoria da Redação (Ales Digital)

Referência:
Processo nº 8407/2019
Proposição: Projeto de Lei n° 686/2019

Autoria:

IRINY LOPES

Ementa: Dispõe sobre a proibição de utilização de substâncias nocivas em cultivos agrícolas


em áreas próximas às áreas de apicultura e meliponicultura.

DESPACHO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS

Fase Atual: Registro da Proposição Principal

Ação realizada: Análise


Descrição: À DR para elaboração de estudo de técnica.

Próxima Fase: Elaboração de Estudo de Técnica

Antonio Daniel Agrizzi


Técnico Legislativo Sênior (Ales Digital)
Assinado digitalmente por ANTONIO
DANIEL AGRIZZI:84580810759
Data: 27/08/2019 11:18:42

Identificador: 3600360031003000380036003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 12

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
Vitória - ES, 28 de agosto de 2019.

DE: Diretoria da Redação (Ales Digital)


PARA: Procuradoria Geral (Ales Digital)

Referência:
Processo nº 8407/2019
Proposição: Projeto de Lei n° 686/2019

Autoria:

IRINY LOPES

Ementa: Dispõe sobre a proibição de utilização de substâncias nocivas em cultivos agrícolas


em áreas próximas às áreas de apicultura e meliponicultura.

DESPACHO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS

Fase Atual: Elaboração de Estudo de Técnica

Ação realizada: Análise


Próxima Fase: Elaboração de Parecer Técnico na Procuradoria Geral

Ayres Dalmásio Filho


Técnico Legislativo Sênior (Ales Digital)
416048
Assinado digitalmente por AYRES
DALMASIO FILHO:94722471720
Data: 28/08/2019 12:56:10

Identificador: 3600360031003300390039003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 13

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

DIRETORIA DE REDAÇÃO – DR
ESTUDO DE TÉCNICA LEGISLATIVA

Visando adequar o Projeto de Lei nº 686/2019 à técnica legislativa, às normas


gramaticais, ao Manual de Normas de Redação Legislativa da Ales, publicado no DPL de
27.11.2015, e ao disposto na Lei Complementar Federal nº 95/1998, alterada pela Lei
Complementar Federal nº 107/2001, esta DR sugere as modificações abaixo, em destaque ao
texto da matéria, que deverão ser acolhidas por ocasião da extração de autógrafos.

“PROJETO DE LEI Nº 686/2019

Dispõe sobre a proibição do uso


indiscriminado de substâncias nocivas à vida
de abelhas polinizadoras e outras espécies nos
cultivos agrícolas em áreas próximas de
colmeias, no âmbito do Estado do Espírito
Santo.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

DECRETA:

Art. 1º Fica expressamente proibido, no âmbito do Estado do Espírito Santo, o uso


indiscriminado, por qualquer meio, de substâncias nocivas à vida de abelhas polinizadoras e
outras espécies nos cultivos agrícolas em áreas próximas de colmeias.

§ 1º O não atendimento ao disposto no caput deste artigo caracterizará incidência nas penas
cominadas na legislação especial, na medida da sua culpabilidade, sendo esta pessoa física ou
jurídica, ainda que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática,
quando podia agir para evitá- la.

§ 2º Especialmente em áreas de apicultura e meliponicultura é vedado o uso de agrotóxicos,


fungicidas e inseticidas no raio de até 1.000 (mil) metros de distância.

Art. 2º Identificado o responsável pelo extermínio de abelhas em colmeias cultivadas por


apicultores e meliponicultores, assim como de enxames encontrados no meio ambiente
ocorrido por aplicação de agrotóxicos, fungicidas e inseticidas, será aplicada multa de até
2.000 (dois mil) Valores de Referência do Tesouro Estadual – VRTEs e, no caso de
reincidência, a multa será cominada em dobro.

Art. 3º O proprietário, possuidor, arrendatário ou quem obtenha de qualquer forma a


Assinado digitalmente por WANDERSON

administração de áreas nas condições do art. 1º que permitir a aplicação de agrotóxicos,


MELGACO MACEDO:09652032719

fungicidas ou inseticidas será igualmente penalizado nos termos do art. 2º.


Data: 28/08/2019 12:58:20

Art. 4º O valor da multa estabelecido no art. 2º será atualizado anualmente por decreto do
Poder Executivo.

Identificador: 330037003700300034003A00540052004100 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 14


ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Art. 5º A aplicação da multa prevista no art. 2º, por desrespeito a esta Lei, não exime o
responsável de outras penalidades nas esferas penal, civil e administrativa.

Art. 6º Fica o Poder Executivo autorizado a regulamentar as medidas necessárias à


implementação da presente Lei.

Art. 7º O valor integral da multa será destinado para projetos que possibilitem a
implementação de políticas públicas para geração de emprego e renda a apicultores e
meliponicultores.

Art. 8º Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta e cinco) dias de sua publicação
oficial.”

Sala das Sessões, 21 de agosto de 2019.

IRINY LOPES
DEPUTADA ESTADUAL (PT/ES)

Em 28 de agosto de 2019.

_______________________
Wanderson Melgaço Macedo
Diretor de Redação – DR

Luciana/Ayres/Ernesta
ETL nº 559/2019

Identificador: 330037003700300034003A00540052004100 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 15


Vitória - ES, 5 de setembro de 2019.

DE: Procuradoria Geral (Ales Digital)


PARA: Diretoria da Procuradoria (Ales Digital)

Referência:
Processo nº 8407/2019
Proposição: Projeto de Lei n° 686/2019

Autoria:

IRINY LOPES

Ementa: Dispõe sobre a proibição de utilização de substâncias nocivas em cultivos agrícolas


em áreas próximas às áreas de apicultura e meliponicultura.

DESPACHO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS

Fase Atual: Elaboração de Parecer Técnico na Procuradoria Geral

Ação realizada: Preparar Parecer


Descrição: À Diretoria da Procuradoria, para elaboração de parecer técnico, nos termos do
artigo 3º, inciso XX, da Lei Complementar nº 287/04, no presente Projeto de Lei Nº
692/2019, pela Sra. Procuradora Liziane Maria Barros de Miranda, designada na Setorial
Legislativa, com observância do art. 16 do Ato nº 964/2018.

Após cumprimento do artigo 12, incisos V e VI, da Lei Complementar nº 287/04, com
redação dada pela Lei Complementar nº 586/11, ao Coordenador da Setorial Legislativa
para opinamento, nos termos do artigo 10, inciso I, do Ato nº 964/2018.

(Portaria PGALES Nº 03/2018, publicada no DPL de 17 de agosto de 2018)

Próxima Fase: Encaminhamento para parecer técnico na Diretoria da Procuradoria

Lucas Faria Alves


Assinado digitalmente por LUCAS

Técnico Legislativo Sênior (Ales Digital)


FARIA ALVES:12429161729
Data: 05/09/2019 11:19:32

2153075

Identificador: 3600360032003100340034003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 16

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
Vitória - ES, 5 de setembro de 2019.

DE: Diretoria da Procuradoria (Ales Digital)


PARA: Diretoria da Procuradoria (Ales Digital)

Referência:
Processo nº 8407/2019
Proposição: Projeto de Lei n° 686/2019

Autoria:

IRINY LOPES

Ementa: Dispõe sobre a proibição de utilização de substâncias nocivas em cultivos agrícolas


em áreas próximas às áreas de apicultura e meliponicultura.

DESPACHO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS

Fase Atual: Encaminhamento para parecer técnico na Diretoria da Procuradoria

Ação realizada: Distribuir


Descrição: À Diretoria da Procuradoria, para elaboração de parecer técnico, nos termos do artigo 3º, inciso XX, da Lei
Complementar nº 287/04, no presente Projeto de Lei Nº 692/2019, pela Sra. Procuradora Liziane Maria Barros de Miranda

Próxima Fase: Distribuição da Proposição ao Procurador para elaboração de parecer

Guilherme Rodrigues
Técnico Legislativo Sênior (Ales Digital)
778066
Liziane Maria Barros de Miranda
Procurador (Ales Digital)
3624778
MARIA BARROS DE MIRANDA:06320274603
Assinado digitalmente por LIZIANE

Data: 12/09/2019 12:59:55

Identificador: 3600360034003800350039003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 17

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
Vitória - ES, 5 de setembro de 2019.

DE: Diretoria da Procuradoria (Ales Digital)


PARA: Diretoria da Procuradoria (Ales Digital)

Referência:
Processo nº 8407/2019
Proposição: Projeto de Lei n° 686/2019

Autoria:

IRINY LOPES

Ementa: Dispõe sobre a proibição de utilização de substâncias nocivas em cultivos agrícolas


em áreas próximas às áreas de apicultura e meliponicultura.

DESPACHO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS

Fase Atual: Distribuição da Proposição ao Procurador para elaboração de parecer

Ação realizada: Prosseguir


Próxima Fase: Elaboração de Parecer pelo Procurador

Marta Goretti Marques


Técnico Legislativo Sênior (Ales Digital)
663695
Liziane Maria Barros de Miranda
Procurador (Ales Digital)
3624778
MARIA BARROS DE MIRANDA:06320274603
Assinado digitalmente por LIZIANE

Data: 12/09/2019 13:00:01

Identificador: 3600360034003900300039003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 18

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
Vitória - ES, 12 de setembro de 2019.

DE: Diretoria da Procuradoria (Ales Digital)


PARA: Diretoria da Procuradoria (Ales Digital)

Referência:
Processo nº 8407/2019
Proposição: Projeto de Lei n° 686/2019

Autoria:

IRINY LOPES

Ementa: Dispõe sobre a proibição de utilização de substâncias nocivas em cultivos agrícolas


em áreas próximas às áreas de apicultura e meliponicultura.

DESPACHO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS

Fase Atual: Elaboração de Parecer pelo Procurador

Ação realizada: Prosseguir


Descrição: PT

Próxima Fase: Devolução da Proposição com Parecer Elaborado

Guilherme Rodrigues
Técnico Legislativo Sênior (Ales Digital)
778066
Assinado digitalmente por GUILHERME
RODRIGUES:97857033715
Data: 12/09/2019 11:36:34

Identificador: 3600360034003900320035003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 19

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
PROJETO DE LEI Nº 686/2019 PÁGINA

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


ASSEMBLEIA LEGISLATIVA CARIMBO / RUBRICA

PROCURADORIA LEGISLATIVA

PARECER TÉCNICO

PROJETO DE LEI Nº 686/2019

AUTORA: Deputada Iriny Lopes

EMENTA: Dispõe sobre a proibição do uso indiscriminado de substâncias


nocivas à vida de abelhas polinizadoras e outras espécies nos cultivos agrícolas em
áreas próximas de colmeias, no âmbito do Estado do Espírito Santo.

1. RELATÓRIO

Trata-se do Projeto de Lei n° 686/2019, de autoria da Exma. Deputada


Iriny Lopes, que tem por finalidade proibir, no âmbito do Estado do Espírito Santo, o
uso indiscriminado, por qualquer meio, de substâncias nocivas à vida de abelhas
polinizadoras e outras espécies nos cultivos agrícolas em áreas próximas de
colmeias, nos seguintes termos:

Art. 1º Fica expressamente proibido, no âmbito do Estado do Espírito


Santo, o uso indiscriminado, por qualquer meio, de substâncias nocivas à
vida de abelhas polinizadoras e outras espécies nos cultivos agrícolas em
áreas próximas de colmeias.
§ 1º O não atendimento ao disposto no caput deste artigo caracterizará
incidência nas penas cominadas na legislação especial, na medida da sua
culpabilidade, sendo esta pessoa física ou jurídica, ainda que, sabendo da
conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia
MARIA BARROS DE MIRANDA:06320274603

agir para evitá- la.


§ 2º Especialmente em áreas de apicultura e meliponicultura é vedado o
Assinado digitalmente por LIZIANE

uso de agrotóxicos, fungicidas e inseticidas no raio de até 1.000 (mil)


metros de distância.
Data: 12/09/2019 12:59:19

Art. 2º Identificado o responsável pelo extermínio de abelhas em colmeias


cultivadas por apicultores e meliponicultores, assim como de enxames

1
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PROJETO DE LEI Nº 686/2019 PÁGINA

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encontrados no meio ambiente ocorrido por aplicação de agrotóxicos,


fungicidas e inseticidas, será aplicada multa de até 2.000 (dois mil) Valores
de Referência do Tesouro Estadual – VRTEs e, no caso de reincidência, a
multa será cominada em dobro.
Art. 3º O proprietário, possuidor, arrendatário ou quem obtenha de qualquer
forma a administração de áreas nas condições do art. 1º que permitir a
aplicação de agrotóxicos, fungicidas ou inseticidas será igualmente
penalizado nos termos do art. 2º.
Art. 4º O valor da multa estabelecido no art. 2º será atualizado anualmente
por decreto do Poder Executivo.
Art. 5º A aplicação da multa prevista no art. 2º, por desrespeito a esta Lei,
não exime o responsável de outras penalidades nas esferas penal, civil e
administrativa.
Art. 6º Fica o Poder Executivo autorizado a regulamentar as medidas
necessárias à implementação da presente Lei.
Art. 7º O valor integral da multa será destinado para projetos que
possibilitem a implementação de políticas públicas para geração de
emprego e renda a apicultores e meliponicultores.
Art. 8º Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta e cinco) dias
de sua publicação oficial.

Na justificativa (fls. 04/07), a autora argumenta:

A mortandade de abelhas já tem sido há tempos um alerta quanto a


utilização indiscriminada de substâncias nocivas à vida nos cultivos
agrícolas. Milhões de abelhas foram mortas, fragilizando ou até mesmo
desconstituindo uma atividade econômica que havia se estabelecido como
alternativa de renda para famílias camponesas e pequenos agricultores em
todo país.
No Rio Grande do Sul, em 30 de março de 2019, cerca de 380
pessoas – envolvendo produtores, autoridades, pesquisadores, estudantes,
entidades, movimentos sociais e comunidade em geral – estiveram
reunidos na cidade de Mata, no Simpósio Internacional Sobre Mortandade
de Abelhas e Agrotóxicos. O evento foi promovido pela APISBio
(Articulação Para a Preservação da Integridade dos Seres e da
Biodiversidade) e pela APISMA (Associação dos Apicultores e
Meliponicultores de Mata), contando com mais de duas dezenas de
entidades e organizações parceiras.
Abra-se um “parêntese”, no Espírito Santo, é possível encontrar
diversos apicultores que têm na apicultura sua fonte de sobrevivência ou
como seu complemento econômico familiar, garantindo uma renda extra ao
grupo familiar.
Após análises químicas efetuadas no mel, nas abelhas, nas crias e
nos favos confirmou-se a contaminação por níveis abusivos de agrotóxicos,
sendo 2 inseticidas e 3 fungicidas – afirmou Antônio Libório Philomena,
perito responsável pela redação do laudo apresentado pela APISBio e pela
APISMA, utilizado na fundamentação da denúncia coletiva. O cientista, PhD
em Ecologia, alerta ainda que a contaminação é sistêmica e múltipla, não
afetando apenas as abelhas e sim toda vida que está estabelecida na área.
“As abelhas e outros polinizadores servem como espécies indicadoras da
saúde dos ecossistemas e consequentemente da saúde humana”, alertou,
2
Identificador: 330039003000320039003A00540052004100 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 21
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reafirmando que novas análises precisam ser feitas levando em conta a


provável contaminação de outras formas de vida presentes na área,
inclusive seres humanos. Conforme o laudo apresentado por Philomena,
foram encontradas nos favos com mel as substâncias Axoxistrobina,
Diflubenzuron, Tebuconazol e Fipronil; nos favos com abelhas foram
encontradas as substâncias Azoxistrobina e Aletrina; enquanto nas abelhas
foram encontradas as substâncias Azoxistrobina, Diflubenzuron e Fipronil.
“O que estamos constando aqui é apenas o começo, abrimos a porta para
começar a entender o caso”, concluiu, aconselhando que as pessoas se
organizem e reajam, ou situações semelhantes e até possivelmente ainda
mais graves poderão se repetir em breve. (Fonte:
https://www.brasildefato.com.br/2019/03/30/morte-de-abelhas-por-
agrotoxicos-gerarepresentacao-junto-ao-ministerio-publico-do-rs/).
No âmbito do ordenamento jurídico pátrio nos termos da
Constituição Federal, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, sendo a obrigação do Poder Público e da coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo, bem como, proteger a fauna e a flora, assim
vejamos:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo
ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético;
[...] V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida
e o meio ambiente;
[...] VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies
ou submetam os animais a crueldade.

Na mesma seara, reza a Constituição do Estado do Espírito Santo,


em seus artigos 186 e 194,
Art. 186 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente saudável e
equilibrado, impondo-se-lhes e, em especial ao Estado e aos Municípios, o
dever de zelar por sua preservação, conservação e recuperação em benefício
das gerações atuais e futuras.
[...]
III - proteger a flora e a fauna, assegurando a diversidade das espécies,
principalmente as ameaçadas de extinção, fiscalizando a extração, captura,
produção e consumo de seus espécimes e subprodutos, vedada as práticas
que submetam os animais a crueldade;
[...]
XIII - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético contido
em seu território, inclusive mantendo e ampliando bancos de germoplasma,
dedicados à pesquisa e preservação de material genético. Dispositivo incluído
pela Emenda Constitucional nº 89, de 16 de outubro de 2012.
Art. 194 As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão, na
forma da lei, o infrator às sanções administrativas, com aplicação de multas
progressivas nos casos de continuidade da infração ou reincidência, nelas
incluídas a redução do nível de atividade, a interdição e a demolição
independentemente da obrigação de restaurar os danos causados.

3
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Na análise dos aspectos da constitucionalidade formal do presente


projeto em debate, entendemos que se encontram presentes os elementos
caracterizadores de constitucionalidade de competência legislativa para a
elaboração do ato, quais sejam: a competência comum da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, (art. 23, incisos VI e VII).
Presentes também os requisitos de competência concorrente entre União,
aos Estados e ao Distrito Federal, (art. 24, incisos VI e VIII).
Assim, superados os aspectos formais de constitucionalidade,
observamos agora os elementos de caráter material. Portanto, havendo
compatibilidade entre o conteúdo do ato normativo e as regras e princípios
previstos na Constituição Federal ou na Constituição Estadual, não há o
que se falar em infringência dos textos das Constituições Federal e
Estadual, restando configurado o respeito aos princípios dos preceitos
constitucionais. Sendo vislumbramos, que a matéria se encontra em
perfeita harmonia constitucional.
Por fim, no tocante a matéria apresentada, quanto a proibição de
uso indiscriminado por qualquer meio de substâncias nocivas à vida de
abelhas polinizadoras e outras espécies nos cultivos agrícolas no âmbito do
Estado do Espírito Santo, reiteramos necessidade de aprovação do
presente projeto objetivando salvaguardar o futuro de novas gerações, pois,
as abelhas contribuem enormemente para a manutenção das florestas e da
vida humana.
Neste sentido, solicito aos meus pares a aprovação do projeto em
tela, no intuito de implementarmos uma legislação que promova a
qualidade de vida de gerações futuras.

O Projeto foi protocolado no dia 21/08/2019 e lido no expediente da


Sessão Ordinária do dia 26/08/2019. Não consta, nos autos, até o presente
momento, notícia da publicação da matéria no Diário do Poder Legislativo – DPL,
medida que não pode ser dispensada, nos termos do art. 149 do Regimento Interno
da ALES (Resolução no. 2.700/2009).

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, em exercício de juízo de


delibação que lhe impõe o art. 120 do Regimento Interno – Resolução nº
2.700/2009, proferiu o despacho da fl. 11, no qual admitiu a tramitação da
proposição; entendendo, a priori, inexistir manifesta inconstitucionalidade ou um dos
demais vícios previstos na norma regimental.

A Diretoria de Redação juntou o Estudo de Técnica Legislativa das fls.


14/15, ofertando sugestões apenas no tocante à redação proposta, sem alteração
substancial no projeto de lei.

4
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Em seguida, a propositura recebeu encaminhamento para esta


Procuradoria Legislativa para análise e parecer, na forma do art. 3º, inciso XX, da
Lei Complementar Estadual nº 287/2004, combinado com o art. 121 do Regimento
Interno da ALES (Resolução nº 2.700/2009). Distribuída a matéria, coube-nos
examiná-la e oferecer parecer técnico.

É o relatório.

2. FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

2.1. DA CONSTITUCIONALIDADE FORMAL

A inconstitucionalidade formal verifica-se quando há algum vício no


processo de formação das normas jurídicas. Vale dizer, é o vício decorrente do
desrespeito de alguma norma constitucional que estabeleça o modo de elaboração
das normas jurídicas.

Em outras palavras, esta primeira análise se limita a apontar a existência


de eventuais vícios formais a macular o futuro ato normativo singularmente
considerado, sem adentrar o seu conteúdo, em razão da inobservância dos
pressupostos e procedimentos relativos à formação da lei.

Assim, a inconstitucionalidade formal pode decorrer da inobservância da


competência legislativa para a elaboração do ato (inconstitucionalidade formal
orgânica: competência da União, Estados e Municípios) ou do procedimento de
elaboração da norma.

A Constituição Federal divide a competência entre as pessoas jurídicas


com capacidade política: União (artigos 21 e 22); Municípios (artigos 29 e 30); e
Estados (artigo 25 – competência residual ou remanescente).

Como já ressaltado, o projeto de lei em apreço tem por finalidade proibir,


no âmbito do Estado do Espírito Santo, o uso indiscriminado, por qualquer meio, de
5
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substâncias nocivas à vida de abelhas polinizadoras e outras espécies nos cultivos


agrícolas em áreas próximas de colmeias.

Depreende-se, assim, que a tutela ao meio ambiente é o principal escopo


do projeto. Por constituir matéria de direito ambiental, o Estado detém competência
concorrente, nos termos do art. 24, inc. VI, da Constituição Federal, que confere
competência à União, aos Estados e ao Distrito Federal para legislar sobre proteção
ao meio ambiente, defesa do solo e recursos naturais e controle da poluição.1

Na mesma linha, não se trata de norma sobre responsabilidade civil. O


caso é de responsabilidade do agente causador do dano ao meio ambiente, nos
limites do disposto no art. 24, VIII, da CF2. É, portanto, matéria de competência
legislativa concorrente.

O Supremo Tribunal Federal reconhece a competência do Estado para


legislar sobre proteção ao meio ambiente, in verbis:

Ação Direta de Inconstitucionalidade. Repartição de competências. Lei


Estadual 11.078/1999, de Santa Catarina, que estabelece normas sobre
controle de resíduos de embarcações, oleodutos e instalações costeiras.
Alegação de ofensa aos artigos 22, I, da Constituição Federal. Não
ocorrência. Legislação estadual que trata de direito ambiental marítimo, e
não de direito marítimo ambiental. Competência legislativa concorrente
para legislar sobre proteção do meio ambiente e controle da poluição
(art. 22, I, CF), e sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente
(art. 24, VIII, CF). Superveniência de lei geral sobre o tema. Suspensão da
eficácia do diploma legislativo estadual no que contrariar a legislação geral.
3
Ação julgada improcedente. (original sem destaque)

1
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio
ambiente e controle da poluição;
2
Art. 24.
(...)
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico;
3
STF. ADI 2030, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 09/08/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-
221 DIVULG 16-10-2018 PUBLIC 17-10-2018.

6
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Mostra-se pertinente citar trecho do parecer do mestre IVES GANDRA


DA SILVA MARTINS4 adotou o entendimento, segundo o qual, inexiste hierarquia
quando se trata de competência comum (competência de atribuições e legislativa)
entre os entes da federação (União, Estados, DF e Municípios), de maneira a
conferir o caráter constitucional da exação em foco. Vejamos:

Na competência comum, isto é, na competência de atribuições e legislativa,


todos os entes federativos podem atuar, cuidando, portanto, o constituinte,
de “esferas” de competência e não de “níveis” de competência. Há,
portanto, a mesma hierarquia legislativa.
Nenhuma restrição foi colocada a seu exercício. Nem mesmo o §
único, na nova redação da E.C. 53/06, introduziu qualquer limitação
hierárquica, pois cuida de que a lei complementar, ainda não
produzida, será para regular tão somente a COOPERAÇÃO e não a
HIERARQUIZAÇÃO ou dependência de uma entidade a outra.
Nas matérias definidas no texto constitucional podem as entidades
federativas agir livremente, não havendo, pois, qualquer espécie de barreira
a seu exercício ou de subordinação de uma a outra entidade federativa.
Todas são iguais, justificando seu exercício sempre que o interesse público
18
o imponha .
(negritei)

Em âmbito federal, foi editada pela União a Lei nº 7.802, de 11 de julho


de 1989, a qual reconhece a competência dos Estados para legislar sobre o uso de
agrotóxicos em seus territórios, in verbis

Art. 10. Compete aos Estados e ao Distrito Federal, nos termos dos arts.
23 e 24 da Constituição Federal, legislar sobre o uso, a produção, o
consumo, o comércio e o armazenamento dos agrotóxicos, seus
componentes e afins, bem como fiscalizar o uso, o consumo, o comércio,
o armazenamento e o transporte interno. (original sem destaque)

Assim, não há contrariedade entre o projeto de lei e a norma federal que


trata do uso de agrotóxicos, motivo pelo qual não há impedimento para que o
Estado do Espírito Santo estabeleça a proibição constante deste projeto.

Superada a questão da competência legislativa, passa-se à análise da


inconstitucionalidade formal propriamente dita, que decorre da inobservância do
devido processo legislativo. Neste ponto, deve-se verificar se existe vício no

4
Parecer publicado no link http://www.gandramartins.adv.br/parecer/detalhe/id/PA00442 que cita como fonte: Revista Dialética
de Direito Tributário, n. 200, maio/2012, p. 110-131; Revista dos Tribunais, vol. 919, maio/2012, p. 403-439.

7
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procedimento de elaboração da norma, seja na fase de iniciativa (vício formal


subjetivo), seja em fases posteriores (vício formal objetivo).

Analisemos o aspecto da inconstitucionalidade formal subjetiva. A


Constituição Federal, assim, como a Constituição Estadual, asseguram a
independência dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário respectivamente em
seus arts. 2º e 175. Com efeito, nenhum dos Poderes pode interferir no
funcionamento do outro sem estar amparado em regra constitucional, sob pena de
violação do princípio da separação dos Poderes.

Com fulcro em tal princípio, a Constituição Federal, em algumas


hipóteses, reserva a possibilidade de dar início ao processo legislativo a apenas
algumas autoridades ou órgãos como forma de subordinar a eles a conveniência e a
oportunidade da deflagração do debate legislativo em torno do assunto reservado. 6

Neste prisma, estabelece a CF/1988, em seu art. 617, e a CE/1989, em


seu art. 63, parágrafo único8, as disposições normativas cuja iniciativa é de
competência privativa do Chefe do Executivo. Com efeito, as matérias relacionadas
a funcionamento e a atribuições de órgãos do Poder Executivo devem estar
inseridas em norma cuja iniciativa é reservada àquela autoridade.
5
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 17. São Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
6
MENDES, Gilmar Ferreira de; Branco, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 6ª edição, 2011, São Paulo:
Saraiva, p. 902.
7
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados,
do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais
Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos
Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do
Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e
transferência para a reserva.
8
Art. 63. A iniciativa das leis cabe a qualquer membro ou comissão da Assembleia Legislativa, ao Governador do Estado, ao
Tribunal de Justiça, ao Ministério Público e aos cidadãos, satisfeitos os requisitos estabelecidos nesta Constituição.
Parágrafo único. São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que disponham sobre:
I - criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo ou
aumento de sua remuneração;
II - fixação ou modificação do efetivo da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar;
III - organização administrativa e pessoal da administração do Poder Executivo;
IV - servidores públicos do Poder Executivo, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria de civis,
reforma e transferência de militares para a inatividade;
V - organização do Ministério Público, da Procuradoria-Geral do Estado e da Defensoria Pública;
VI - criação, estruturação e atribuições das Secretarias de Estado e órgãos do Poder Executivo.
8
Identificador: 330039003000320039003A00540052004100 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 27
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Contudo, a nosso ver, não há invasão da iniciativa legislativa do poder


executivo, pois o projeto de lei não cria ou altera a estrutura ou a atribuição de
órgãos da Administração Pública local, uma vez que já existe no executivo os órgãos
próprios incumbidos da fiscalização ambiental, os quais, inclusive, já se encontram
elencados na Lei Estadual nº 5.760, de 1º de dezembro de 1998, a qual disciplina o
uso, a produção, o consumo, o comércio, o armazenamento e o transporte interno
dos agrotóxicos, seus componentes e afins no Estado do Espírito Santo.

Da mesma forma, o Supremo Tribunal Federal entende que não usurpa a


competência privativa do chefe do Poder Executivo a lei que, embora crie despesa
para a Administração Pública, não trata da sua estrutura ou da atribuição de seus
órgãos, nem do regime jurídico de servidores públicos:

Recurso extraordinário com agravo. Repercussão geral. 2. Ação Direta de


Inconstitucionalidade estadual. Lei 5.616/2013, do Município do Rio de
Janeiro. Instalação de câmeras de monitoramento em escolas e
cercanias. 3. Inconstitucionalidade formal. Vício de iniciativa. Competência
privativa do Poder Executivo municipal. Não ocorrência. Não usurpa a
competência privativa do chefe do Poder Executivo lei que, embora crie
despesa para a Administração Pública, não trata da sua estrutura ou da
atribuição de seus órgãos nem do regime jurídico de servidores
públicos. 4. Repercussão geral reconhecida com reafirmação da
9
jurisprudência desta Corte. 5. Recurso extraordinário provido.
(original sem destaque)

Ressalta-se que o meio-ambiente ecologicamente equilibrado constitui


direito fundamental de terceira dimensão, os quais se caracterizam, como explica o
professor DIRLEY DA CUNHA JR., por se destinarem à proteção, não do homem
em sua individualidade, mas do homem em coletividade social, sendo, portanto, de
titularidade coletiva ou difusa.10

Ora, os direitos fundamentais vinculam o Legislativo, que tem a obrigação


até mesmo de editar leis que os promovam. Assim, se levarmos em conta o fato de
que a iniciativa parlamentar é a regra – e sua vedação, a exceção –, cumulada com
a vinculação que os direitos sociais têm em relação ao próprio legislador, é possível

9
STF. ARE 878911 RG, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 29/09/2016, PROCESSO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-217 DIVULG 10-10-2016 PUBLIC 11-10-2016.

10
Cunha Jr., Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 8ª ed. Salvador: jusPodivm, 2014. Pag. 482.
9
Identificador: 330039003000320039003A00540052004100 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 28
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sustentar uma interpretação que não retire do Legislativo a iniciativa de projetos de


lei sobre proteção ao meio ambiente.

Após as reflexões supra, conclui-se que o projeto em apreço não contém


vício formal subjetivo, sendo de iniciativa de deputado, e versando sobre matéria
que não é de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo (art. 63, parágrafo
único da Constituição Estadual). Portanto, apresentar-se-á plenamente possível que
o Deputado Estadual proponente inicie o presente processo legislativo nos
termos do disposto no art. 61 da CRFB/1988 e, por simetria, no art. 63 da CE/1989.

Constatada a competência legislativa do Estado do Espírito Santo e a


iniciativa parlamentar para apresentar o presente projeto de lei, não há falar em
vício de inconstitucionalidade formal orgânica e em vício formal subjetivo.

No tocante à espécie normativa adequada, a matéria não se amolda às


hipóteses previstas no art. 68, parágrafo único, da CE/1989. Assim, deve ser objeto
de lei ordinária, sendo a proposição constitucional neste aspecto.

Passa-se, então, à analise dos demais requisitos formais atinentes ao


processo legislativo, em especial, o regime inicial de tramitação da matéria, o
processo de votação a ser utilizado e o quorum para a sua aprovação.

O regime inicial de tramitação é o ordinário _ já que até o momento não


ocorreu quaisquer das hipóteses que poderiam autorizar a tramitação em regime de
urgência _ que no Plenário e nas Comissões, para votação, exige-se a presença da
maioria absoluta dos membros, e, para aprovação, são necessários votos favoráveis
da maioria dos membros presentes.

O processo de votação, a princípio, é o simbólico, porquanto a


proposição ora analisada não se enquadra entre aquelas em que o Regimento
Interno da Assembleia Legislativa reserva ao processo de votação nominal, não
obstante a possibilidade de o Plenário, a requerimento de qualquer Deputado
Estadual, decidir pela utilização da votação nominal (art. 202, II, do Regimento
Interno).

10
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Portanto, verifica-se que, até o presente momento, não há


inconstitucionalidade formal no Projeto de Lei em apreço.

2.2. DA CONSTITUCIONALIDADE MATERIAL

A constitucionalidade material é a compatibilidade entre o conteúdo do


ato normativo e as regras e princípios previstos na Constituição Federal ou na
Constituição Estadual. Trata-se, assim, de averiguar se o conteúdo do ato normativo
está em consonância com as regras e princípios constitucionais.

No caso em tela, não se vislumbra violação aos textos das Constituições


Federal ou Estadual, havendo compatibilidade entre os preceitos da proposição e as
normas e princípios das Constituições Federal e Estadual.

Não há falar, assim, em ofensa a quaisquer Princípios, Direitos e


Garantias estabelecidos nas Constituições Federal e Estadual, tampouco à
isonomia, ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada.

Ressalta-se que o meio-ambiente ecologicamente equilibrado constitui


direito fundamental de terceira dimensão, os quais se caracterizam, como explica o
professor DIRLEY DA CUNHA JR., por se destinarem à proteção, não do homem
em sua individualidade, mas do homem em coletividade social, sendo, portanto, de
titularidade coletiva ou difusa.11

O Supremo Tribunal Federal, em recente decisão, declarou a


constitucionalidade de uma lei municipal que proibia a pulverização aérea de
agrotóxicos, estabelecendo a não violação da livre iniciativa, in verbis:

DIREITO CONSTITUCIONAL. LEI Nº 1.646/2008 DO MUNICÍPIO DE


LAGOA DA PRATA. VEDAÇÃO DE LANÇAMENTO DE AGROTÓXICOS
POR VIA AÉREA. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA MUNICIPAL.
INTERESSE LOCAL. ART. 30, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
VIOLAÇÃO DA LIVRE INICIATIVA. NÃO OCORRÊNCIA.
CONSTITUCIONALIDADE. CONSONÂNCIA DA DECISÃO RECORRIDA
COM A JURISPRUDÊNCIA CRISTALIZADA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. SÚMULA Nº 280. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA

11
Cunha Jr., Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 8ª ed. Salvador: jusPodivm, 2014. Pag. 482.
11
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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB
A ÉGIDE DO CPC/2015. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 23, VI, 24,
VI E XIII, E 30, I E II, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. AGRAVO
MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. O entendimento
assinalado na decisão agravada não diverge da jurisprudência firmada no
Supremo Tribunal Federal. Compreensão diversa demandaria a
reelaboração da moldura fática delineada no acórdão de origem, a tornar
oblíqua e reflexa eventual ofensa à Constituição, insuscetível, como tal, de
viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. 2. As razões do agravo
não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão
agravada, mormente no que se refere à ausência de ofensa a preceito da
Constituição da República. 3. Majoração em 10% (dez por cento) dos
honorários anteriormente fixados, obedecidos os limites previstos no artigo
85, §§ 2º, 3º e 11, do CPC/2015, ressalvada eventual concessão do
benefício da gratuidade da Justiça. 4. Agravo interno conhecido e não
provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do
CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor
12
atualizado da causa.

É conveniente ainda mencionar que está tramitando no Supremo Tribunal


Federal a ADI nº 6137, a qual questiona a constitucionalidade da Lei 16.820/2019,
do Estado do Ceará, que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos naquele
Estado.

Nesse sentido, pode ser que esse assunto passe a ser tratado de outro
modo nos nossos pareceres, a depender da decisão da ADI nº 6137 pelo Supremo
Tribunal Federal. Contudo, até o momento, não há qualquer manifestação daquela
Corte nesta ação, sequer em sede de liminar, havendo apenas o reconhecimento da
constitucionalidade de uma lei municipal que estabelece a proibição da pulverização
aérea de agrotóxicos, conforme jurisprudência acima citada, entendendo que não
havia, naquele caso, violação à livre iniciativa.

Nessa linha de raciocínio, acreditamos que o projeto de lei ora analisado


está de acordo com as regras e princípios estabelecidos nas Constituições Federal
e Estadual, sendo materialmente constitucional.

2.3. DA JURIDICIDADE E DA LEGALIDADE

12
STF. RE 1045719 AgR, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 05/02/2018, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-027 DIVULG 14-02-2018 PUBLIC 15-02-2018.
12
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Analisando o ordenamento jurídico e as decisões dos Tribunais


Superiores, não há obstáculo ao conteúdo ou à forma do Projeto de Lei em epígrafe.

Da mesma forma, a tramitação do projeto, até o presente momento,


respeita as demais formalidades previstas no Regimento Interno (Resolução nº
2.700/2009).

2.4. DA TÉCNICA LEGISLATIVA

No que se refere à técnica legislativa, o Ato nº 964/2018, em seu art. 16,


inciso III, determina a verificação do atendimento aos preceitos da Lei
Complementar Federal nº 95/1998 e suas alterações.

Nesse sentido, o inciso IV do art. 7º da LC nº 95/1998 dispõe que o


mesmo assunto não poderá ser disciplinado por mais de uma lei, exceto quando a
subsequente se destine a complementar lei considerada básica.13

Compete-nos destacar que há no Estado uma lei em vigor que disciplina


o uso, a produção, o consumo, o comércio, o armazenamento e o transporte interno
dos agrotóxicos, seus componentes e afins no Estado do Espírito Santo. Trata-se da
Lei Ordinária nº 5.760/1998, que dispõe, in verbis:

Art. 1º Esta lei disciplina no Estado do Espírito Santo o uso, a produção, o


consumo, o comércio, o armazenamento e o transporte interno, dos
agrotóxicos, seus componentes e afins.
Parágrafo único. Para os efeitos desta lei, consideram-se:
I - agrotóxicos e afins:
a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos,
destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento e
beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de
florestas nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de
ambientes urbanos hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a
composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de
seres vivos, considerados nocivos;

13
Art. 7º O primeiro artigo do texto indicará o objeto da lei e o respectivo âmbito de aplicação, observados os seguintes
princípios:
(...)
IV - o mesmo assunto não poderá ser disciplinado por mais de uma lei, exceto quando a subseqüente se destine a
complementar lei considerada básica, vinculando-se a esta por remissão expressa.

13
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b) substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes,


estimuladores e inibidores de crescimento.
II - componentes: os princípios ativos, os produtos técnicos, suas matérias-
primas, os ingredientes inertes e aditivos usados na fabricação de
agrotóxicos e afins.
Art. 2º A pesquisa, a experimentação, a distribuição, a comercialização, o
armazenamento, a aplicação e a utilização, no Estado do Espírito Santo, de
produtos agrotóxicos, seus componentes e afins, estão condicionados ao
cadastramento perante o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do
Espírito Santo - IDAF, com o parecer prévio da Secretaria de Estado da
Saúde - SESA, mediante o pagamento da taxa correspondente, atendidas
as exigências legais.
§ 1º A aplicação de que trata o "caput" deste artigo, é aquela realizada por
pessoas físicas e jurídicas que sejam prestadoras de serviços, e executem
trabalhos de prevenção, destruição e controle de seres vivos, considerados
nocivos, aplicando agrotóxicos, seus componentes e afins.
§ 2º Em território estadual só serão admitidos a armazenagem, distribuição,
comercialização, aplicação e o transporte de produtos agrotóxicos, seus
componentes e afins, já registrados no órgão federal competente.
§ 3º A omissão ou fraude, nas informações quanto ao cadastro,
armazenamento, transporte e aplicação de produtos agrotóxicos, seus
componentes e afins, no Estado do Espírito Santo, constitui transgressão
aos preceitos desta lei.
§ 4º O transporte de produtos agrotóxicos, seus componentes e afins, em
território estadual, está sujeito a prévia autorização emanada do órgão
competente, conforme legislação aplicável ao caso, oriundas de qualquer
dos três níveis de administração.
§ 5º Os imóveis que se destinam a armazenagem ou depósito de produtos
agrotóxicos, seus componentes e afins, deverão atender aos padrões
definidos pelas normas técnicas, que serão objeto de regulamentação.
§ 6º A indústria importadora, produtora ou manipuladora de agrotóxicos,
seus componentes e afins, postulantes ao cadastramento previsto nesta lei,
deverá apresentar, obrigatoriamente, ao cadastrá-los, mediante
requerimento dirigido ao Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do
Espírito Santo - IDAF, os seguintes documentos:
a) prova de constituição da empresa;
b) certificado de classificação toxicológica expedido pelo órgão federal
competente, obedecendo no mínimo às normas e critérios oficiais
estabelecidos para a classificação toxicológica;
c) relatório técnico contendo, no mínimo, os dados e documentos
necessários a classificação toxicológica;
d) informação sobre a aplicação do produto, finalidade e dose de emprego
de acordo com o registro obtido e o respectivo número de registro;
e) método e resultado da análise de resíduo de agrotóxico, seus
componentes e afins, emitido por laboratório oficial do Brasil, registrado no
órgão federal competente;
f) cópia do relatório da instituição oficial de pesquisa que desenvolveu os
ensaios de campo para as indicações dos resultados de uso (praga,
doença e/ou planta daninha) e dose recomendada, por cultura do produto
registrado no órgão federal competente, e,

14
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g) prova de prévia publicação em jornal de grande circulação neste Estado,


da intenção de requerer o cadastramento previsto nesta lei.
§ 7º A entidade, pessoa física e jurídica, que comercialize, distribua e
armazene agrotóxicos, seus componentes e afins, deverá,
obrigatoriamente, cadastrar-se junto ao Instituto de Defesa Agropecuária e
Florestal do Espírito Santo - IDAF, com parecer prévio da Secretaria de
Estado da Saúde - SESA, apresentando no ato do cadastramento os
seguintes documentos:
a) prova de constituição da empresa;
b) livro de registro ou documento equivalente com valor fiscal de operações
referentes ao comércio, distribuição e armazenamento de agrotóxicos, seus
componentes e afins, cujo uso seja permitido no Estado;
c) relação detalhada do estoque de agrotóxicos, seus componentes e afins,
existentes no estabelecimento na data de cadastramento.
§ 8º As pessoas físicas e jurídicas, que sejam prestadoras de serviços na
aplicação de agrotóxicos, seus componentes e afins, estão sujeitas ao
cadastramento junto ao Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do
Espírito Santo - IDAF, com parecer prévio da Secretaria de Estado da
Saúde - SESA, devendo apresentar no ato do requerimento de
cadastramento, nome do técnico responsável habilitado, além da
documentação exigida no parágrafo antecedente.
§ 9º A entidade pessoa jurídica que comercialize, distribua ou armazene
agrotóxicos, seus componentes e afins, deverá, obrigatoriamente, contar
com a assistência de responsável técnico habilitado. (Nova redação dada
pela Lei n° 6469/2000)
§ 10 As ações previstas nesta lei, de competência do Instituto de Defesa
Agropecuária e Florestal do Espírito Santo, da Secretaria de Estado da
Saúde e da de Assuntos do Meio Ambiente, poderão ser delegadas entre si
ou a outros órgãos da administração direta ou indireta estadual, através de
convênio específico resguardados os objetivos desta lei.
§ 11 A inutilização dos agrotóxicos, seus componentes e afins, será
fiscalizada e regulamentada pela Secretaria de Estado para Assuntos do
Meio Ambiente - SEAMA, acompanhadas do Instituto de Defesa
Agropecuária e Florestal do Espírito Santo - IDAF.
§ 12 O cadastramento previsto neste artigo somente será iniciado,
mediante a apresentação de cópia do comprovante de pagamento da taxa
correspondente.
§ 13 Além da documentação prevista no § 6º, os órgãos responsáveis pelo
cadastramento devem, se necessário, determinar a realização de testes,
ensaios e experimentações para complementar os estudos apresentados e
adequá-los as diferentes condições do Estado.
Art. 3º A instalação, ampliação, operacionalização ou manutenção de
indústria, para produção, reprocessamento, embalagem ou rotulagem e
desativação de produtos agrotóxicos, seus componentes e afins, no Estado
do Espírito Santo, dependem de licenciamento do Instituto de Defesa
Agropecuária e Florestal do Espírito Santo - IDAF e da Secretaria do
Estado para Assuntos do Meio Ambiente - SEAMA.
Art. 4º As responsabilidades administrativas, civil e penal, pelos danos
causados à saúde das pessoas e ao meio ambiente, quando a produção, a
comercialização, a utilização e o transporte não cumprirem o disposto nesta
lei, na sua regulamentação e nas legislações federal ou municipal, cabem:

15
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a) ao profissional, quando comprovada receita errada, displicente ou


indevida;
b) ao usuário ou ao prestador de serviços, quando em desacordo com o
receituário ou na falta destes;
c) ao comerciante, quando efetua a venda sem o respectivo receituário ou
em desacordo com a receita;
d) ao registrante que, por dolo ou por culpa, omite informações ou fornece
informações incorretas;
e) ao produtor que, produz mercadorias em desacordo com as
especificações constantes do registro do produto, do rótulo, da bula, do
folheto e da propaganda; e,
f) ao empregador, quando não fornece e não faz manutenção dos
equipamentos adequados à proteção da saúde dos trabalhadores ou dos
equipamentos na produção, distribuição e aplicação dos produtos.
Art. 5º Aquele que produz, comercializa, transporta, aplica ou presta
serviço na aplicação de agrotóxicos, seus componentes e afins,
descumprindo as exigências estabelecidas nas leis e nos seus
regulamentos, ficará sujeito à multa de até 7.000 (sete mil) Valores de
Referência do Tesouro Estadual - VRTEs, aplicável em dobro, em caso de
reincidência. (NR) (Nova redação dada pela Lei n° 9976/2013) (ADIN
3129 – Decisão Monocrático Prejudicado)
Art. 6º O empregador, profissional responsável ou prestador de serviços,
que deixar de promover as medidas necessárias de proteção à saúde e ao
meio ambiente está sujeito à multa de até 7.000 (sete mil) VRTEs, aplicável
em dobro, em caso de reincidência. (NR) (Nova redação dada pela Lei n°
9976/2013) (ADIN 3129 – Decisão Monocrático Prejudicado)
Art. 7º Fica proibido o fracionamento, reembalagem e reaproveitamento de
produtos agrotóxicos, seus componentes e afins, para fins de
comercialização, salvo quando realizado nos estabelecimentos produtores
dos mesmos.
Parágrafo único. A embalagem e rotulagem dos produtos agrotóxicos,
seus componentes e afins, deverão obedecer as normas legais vigentes.
Art. 8º Fica proibido, no território do Estado do Espírito Santo:
I - armazenar ou estocar, de forma provisória ou definitiva, desativar ou
inutilizar agrotóxicos, seus componentes e afins, quando provenientes de
outras unidades da Federação;
II - destinar à comercialização e à distribuição de agrotóxicos, seus
componentes e afins, estruturas físicas da administração direta, indireta e
fundacional.
Parágrafo único. Excetuam-se do que trata o "caput" deste artigo, e seu
item II, as estruturas físicas da administração direta, indireta e fundacional,
já autorizadas por instrumentos próprios anteriores à esta lei.
Art. 9º No Estado do Espírito Santo só serão admitidas à distribuição,
comercialização e aplicação de produtos agrotóxicos, seus componentes e
afins, que tenham registro federal e cujo princípio ativo de sua fórmula não
sofra proibição de uso neste ou em seu país de origem.
Art. 10. As Secretarias de Estado da Agricultura, da Saúde e de Assuntos
do Meio Ambiente em ação conjunta ou separadamente, deverão promover
a fiscalização em nível estadual, do cumprimento desta lei e normas dela
derivadas.

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§ 1º Compete ao Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito


Santo - IDAF, além do previsto neste artigo, o monitoramento dos níveis de
resíduos de agrotóxicos nos produtos de origem vegetal, e a fiscalização da
produção de agrotóxicos, seus componentes e afins, no Estado do Espírito
Santo.
§ 2º Compete à SESA - Secretaria de Estado da Saúde, além do previsto
neste artigo, a amostragem dos níveis de resíduos nos alimentos, a
fiscalização das condições de segurança, higiene do trabalho e saúde das
pessoas que de qualquer forma manipulem agrotóxicos, seus componentes
e afins, no Estado do Espírito Santo.
§ 3º Compete à SEAMA - Secretaria de Estado para Assuntos do Meio
Ambiente, além do previsto neste artigo, realizar amostragem do ar, água e
solo, para determinação analítica de resíduos de contaminantes de
agrotóxicos, seus componentes e afins.
Art. 11. As notas fiscais relativas a distribuição e/ou comercialização de
produtos agrotóxicos, seus componentes e afins, no território do Estado do
Espírito Santo, deverão conter, além dos requisitos exigidos pela legislação
pertinente, aqueles determinados por esta legislação, e sua
regulamentação.
Parágrafo único. Ficam proibidos a comercialização, distribuição,
transporte, armazenamento e/ou aplicação de produtos agrotóxicos, seus
componentes e afins, neste Estado do Espírito Santo, sem o documento
legal correspondente.
Art. 12. O processo de cadastramento de produtos agrotóxicos, seus
componentes e afins, se fará mediante requerimento ao Instituto de Defesa
Agropecuária e Florestal do Espírito Santo - IDAF, precedido de divulgação
em jornal de grande circulação no Estado e no Diário Oficial do Estado.
Parágrafo único. O detentor do cadastro, sob pena de cancelamento do
cadastramento, fica obrigado a manter atualizados os dados e inovações,
concernentes à ecotoxicologia e mutagenicidade dos produtos agrotóxicos,
seus componentes e afins, independentemente de requisição dos órgãos
registrantes.
Art. 13. Possuem legitimidade para requerer o cancelamento ou a
impugnação, em nome próprio, do cadastramento de agrotóxicos, seus
componentes e afins, argüindo prejuízos ao meio ambiente, à saúde
humana e dos animais:
I. entidades de classe, representativas de profissões ligadas ao setor;
II. partidos políticos, com representação na Assembléia Legislativa; e,
III. entidades legalmente constituídas para a defesa dos interesses difusos
relacionados à proteção do consumidor, do meio ambiente e dos recursos
naturais.
§ 1º Para efeito do pedido de cancelamento, impugnação do cadastramento
de agrotóxicos, seus componentes e afins, todas as informações
toxicológicas de contaminação ambiental e comportamento genético, bem
como os efeitos no mecanismo hormonal, são de responsabilidade da
impugnante e devem proceder de laboratórios nacionais e internacionais.
§ 2º A regulamentação desta lei, estabelecerá condições para o processo
de impugnação ou cancelamento, determinando que o prazo de tramitação
não exceda a 90 (noventa) dias e que os resultados sejam publicados.
§ 3º Protocolado o pedido de impugnação ou contestação, o mesmo será
publicado resumidamente no Diário Oficial do Estado.

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Art. 14. A comercialização de agrotóxicos, seus componentes e afins,


diretamente aos usuários, só poderá ser realizada, mediante apresentação
de receituário próprio, prescrito por profissionais legalmente habilitados.
Art. 15 Fica adotado como modelo de Receituário Agronômico no Estado
do Espírito Santo aquele definido na Legislação Federal. (Nova redação
dada pela Lei n° 6469/2000)
Art. 16. Sem prejuízo da responsabilidade civil e penal cabível, a infração
as disposições desta lei acarretará, isolada ou cumulativamente nos termos
previstos em regulamento independente das medidas cautelares previstas
nos incisos IX e X deste artigo, as seguintes sanções:
I. advertência;
II - multa de até 7.000 (sete mil) VRTEs, ou índice que venha a substituí-lo,
aplicável em dobro, em caso de reincidência; (Nova redação dada pela
Lei n° 9976/2013)
III. interdição de produto;
IV. condenação de produto;
V. inutilização de produto;
VI. interdição temporária ou definitiva do estabelecimento;
VII. suspensão de autorização, cadastro ou licença;
VIII. destruição de vegetais, animais ou suas partes e alimentos, com
resíduos de agrotóxicos, seus componentes e afins, acima do limite
permitido;
IX. destruição de vegetais ou animais, suas partes e alimentos nos quais
tenha havido aplicação de agrotóxicos, seus componentes e afins, de uso
não autorizados no Estado do Espírito Santo, a critério do órgão
competente;
X. suspensão temporária da comercialização de produtos agrotóxicos, seus
componentes e afins;
XI. remoção do produto ou carga a critério da administração, por conta e
risco do infrator;
XII. cancelamento de autorização, cadastro ou licença.
§ 1º sem prejuízo da aplicação das penalidades deste artigo, fica o infrator
sujeito ao pagamento das despesas inerentes à efetivação da citada
medida.
§ 2º Toda pessoa física e jurídica que concorrer para a contaminação do
meio ambiente, da água de abastecimento e de alimentos destinados ao
homem ou aos animais com agrotóxicos, seus componentes e afins, será
obrigado a indenizar o custo do alimento ou água contaminados, o custo da
inutilização desses alimentos e demais prejuízos causados, inclusive ao
meio ambiente.
§ 3º Após a conclusão do processo administrativo, os agrotóxicos, seus
componentes e afins, apreendidos como resultado da ação fiscalizadora,
serão inutilizados ou poderão ter outro destino, a critério da autoridade
competente.
Art. 17. As pesquisas e experimentações com agrotóxicos, seus
componentes e afins, serão objeto de regulamentação.

18
Identificador: 330039003000320039003A00540052004100 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 37
PROJETO DE LEI Nº 686/2019 PÁGINA

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


ASSEMBLEIA LEGISLATIVA CARIMBO / RUBRICA

Art. 18. Fica instituída a Comissão Estadual de Controle de Agrotóxicos,


seus componentes e afins, vinculada ao Instituto de Defesa Agropecuária e
Florestal do Espírito Santo.
§ 1º A Comissão de que trata o “caput” deste artigo terá poder
exclusivamente consultivo. (Nova redação dada pela Lei n° 6469/2000)
§ 2º Caberá ao representante do Instituto de Defesa Agropecuária e
Florestal do Espírito Santo, presidir a Comissão Estadual de Controle de
Agrotóxicos, seus componentes e afins.
§ 3º O funcionamento da comissão de que trata este artigo, será objeto de
regulamentação por ato do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do
Espírito Santo - IDAF.
Art. 19. No Estado do Espírito Santo, a propaganda comercial de
agrotóxicos, seus componentes e afins, em qualquer meio de comunicação,
conterá obrigatoriamente, clara advertência sobre os riscos do produto à
saúde do homem, à dos animais e ao meio ambiente e observará o
seguinte:
I. estimulará os compradores e usuários a ler atentamente o rótulo e, se for
o caso, o folheto, ou a pedir que alguém os leia para eles, se não souberem
ler;
II. não conterá nenhuma representação visual de práticas potencialmente
perigosas, tais como a manipulação ou aplicação sem equipamento
protetor, o uso em proximidade de alimentos ou em presença de crianças,
e:
a) afirmações ou imagens que possam induzir o usuário a erro quanto à
natureza, composição, segurança e eficácia do produto, e sua adequação
ao uso;
b) comparações falsas ou equívocas com outros produtos;
c) indicações que contradigam as informações obrigatórias;
d) declarações de propriedades relativas à inocuidade, tais como: "seguro",
"não venenoso", "não tóxico", com ou sem uma frase complementar, como
"quando utilizado segundo as instruções"; e
e) afirmações de que o produto é recomendado por qualquer órgão do
Governo.
Art. 20. É vedada a comercialização, armazenamento e manipulação de
produtos agrotóxicos, seus componentes e afins, em estabelecimentos que
comercializam gêneros alimentares.
Art. 21. A responsabilidade pelos restos de produtos de pesquisas e
experimentações, resíduos, restos e embalagens vazias de agrotóxicos,
seus componentes e afins, e da empresa registrante ou produtora.
Art. 22. Os valores a serem cobrados pela emissão de certificados de
cadastro, conforme previsto no art. 2º desta lei, são os constantes da
legislação estadual específica, sobre taxas, sujeitos a reajustamento por
índice oficial de reajuste de preços e tarifas.
Art. 23. A partir da publicação desta lei, o Poder Executivo terá o prazo
máximo de 90 (noventa) dias, para elaborar à sua regulamentação.
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 25. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Lei nº
5.708, de 30 de julho de 1998.

19
Identificador: 330039003000320039003A00540052004100 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 38
PROJETO DE LEI Nº 686/2019 PÁGINA

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


ASSEMBLEIA LEGISLATIVA CARIMBO / RUBRICA

Assim, para unificar em um mesmo diploma normativa todos os


regramentos a respeito de agrotóxicos no Estado do Espírito Santo, faz-se
necessária a sugestão de emenda substitutiva a fim de alterar a lei em vigor,
acrescentando nela a vedação estabelecida neste projeto quanto à pulverização de
agrotóxicos e outras substâncias nocivas à vida de abelhas polinizadoras e outras
espécie, o que faremos na conclusão deste parecer.

Ressalta-se, ainda, que a lei em vigor já estabelece multa por


descumprimento, além de contemplar outros tipos de sanções no art. 16, havendo,
ainda, a enumeração de todos os órgãos do executivo responsáveis pela
fiscalização da norma, a previsão de responsabilidade civil do infrator, dentre outros.
Por tal motivo e também para evitar qualquer alegação de inconstitucionalidade por
vício de iniciativa, vamos suprimir do projeto as demais previsões, mantendo,
apenas o seu tema central, que é a proibição de pulverização aérea de agrotóxicos.

Por fim, em face da sugestão de emenda apresentada na conclusão


deste parecer, deixa-se de acolher o Estudo Técnico elaborado pela Diretoria de
Redação (fls. 14/15), o qual pode ser refeito na fase de redação final, caso a
emenda apresentada seja acolhida.

3. CONCLUSÃO

Em face do exposto, opinamos pela CONSTITUCIONALIDADE,


LEGALIDADE, JURIDICIDADE e BOA TÉCNICA LEGISLATIVA do Projeto de Lei
nº. 686/2019, de autoria da Exma. Deputada Iriny Lopes, nos termos da
fundamentação supra, desde que adotada a seguinte EMENDA SUBSTITUTIVA:

EMENDA SUBSTITUTIVA n° 1 ao Projeto de Lei n° 686/2019:

Acrescenta o art. 20-A à Lei nº 5.760, de


1º de dezembro de 1998, estabelecendo
a proibição do uso indiscriminado de
20
Identificador: 330039003000320039003A00540052004100 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 39
PROJETO DE LEI Nº 686/2019 PÁGINA

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


ASSEMBLEIA LEGISLATIVA CARIMBO / RUBRICA

substâncias nocivas à vida de abelhas


polinizadoras e outras espécies nos
cultivos agrícolas em áreas próximas de
colmeias, no âmbito do Estado do
Espírito Santo.

Art. 1º A Lei 5.760, de 1º de dezembro de 1989, passa a vigorar


acrescido do seguinte art. 20-A:

“Art. 20-A Fica expressamente proibido, no âmbito do


Estado do Espírito Santo, o uso indiscriminado, por
qualquer meio, de substâncias nocivas à vida de abelhas
polinizadoras e outras espécies nos cultivos agrícolas em
áreas próximas de colmeias.

Parágrafo único. Especialmente em áreas de apicultura e


meliponicultura, é vedado o uso de agrotóxicos,
fungicidas e inseticidas no raio de até 1.000 (mil) metros
de distância.”

Art. 2º Esta Lei entra em vigor depois de decorridos 45 (quarenta e


cinco) dias de sua publicação oficial.

É o entendimento que se submete à consideração superior.

Vitória, 11 de setembro de 2019.

Liziane Maria Barros de Miranda


Procuradora da Assembleia Legislativa ES

21
Identificador: 330039003000320039003A00540052004100 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 40
Vitória - ES, 12 de setembro de 2019.

DE: Diretoria da Procuradoria (Ales Digital)


PARA: Diretoria da Procuradoria (Ales Digital)

Referência:
Processo nº 8407/2019
Proposição: Projeto de Lei n° 686/2019

Autoria:

IRINY LOPES

Ementa: Dispõe sobre a proibição de utilização de substâncias nocivas em cultivos agrícolas


em áreas próximas às áreas de apicultura e meliponicultura.

DESPACHO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS

Fase Atual: Devolução da Proposição com Parecer Elaborado

Ação realizada: Prosseguir


Descrição: Ao Coordenador da Setorial Legislativa

Próxima Fase: Reelaboração de Parecer pelo Procurador

Guilherme Rodrigues
Técnico Legislativo Sênior (Ales Digital)
778066
Vinicius Oliveira Gomes
Procurador (Ales Digital)
OLIVEIRA GOMES LIMA:11585349739
Assinado digitalmente por VINICIUS

Data: 13/09/2019 11:15:38

Identificador: 3600360037003000390037003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 41

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
Vitória - ES, 13 de setembro de 2019.

DE: Diretoria da Procuradoria (Ales Digital)


PARA: Diretoria da Procuradoria (Ales Digital)

Referência:
Processo nº 8407/2019
Proposição: Projeto de Lei n° 686/2019

Autoria:

IRINY LOPES

Ementa: Dispõe sobre a proibição de utilização de substâncias nocivas em cultivos agrícolas


em áreas próximas às áreas de apicultura e meliponicultura.

DESPACHO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS

Fase Atual: Reelaboração de Parecer pelo Procurador

Ação realizada: Prosseguir


Descrição: Com opinamento

Próxima Fase: Devolução da Proposição com Parecer Elaborado

Guilherme Rodrigues
Técnico Legislativo Sênior (Ales Digital)
778066
Assinado digitalmente por GUILHERME
RODRIGUES:97857033715
Data: 13/09/2019 11:38:34

Identificador: 3600360037003000390038003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 42

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
PROCURADORIA
Av. Américo Buaiz, n. 205, Palácio Domingos Martins, Enseada do Suá, Vitória-ES, CEP 29.050-950
Tel.: (27) 3382-3723 / 3754 / 3725 – Fax.: (27) 3382-3723

PROJETO DE LEI Nº 686/2019


AUTORA: Deputada Iriny Lopes
EMENTA: Dispõe sobre a proibição do uso indiscriminado de substâncias nocivas à
vida de abelhas polinizadoras e outras espécies nos cultivos agrícolas em áreas
próximas de colmeias, no âmbito do Estado do Espírito Santo.

Ao Ilmo. Sr. Diretor da Procuradoria,

A deputada proponente apresentou o referido Projeto de Lei com a nobre


intenção dispor sobre a proibição do uso indiscriminado de substâncias nocivas à vida
de abelhas polinizadoras e outras espécies nos cultivos agrícolas em áreas próximas
de colmeias, no âmbito do Estado do Espírito Santo.

A procuradora designada emitiu parecer técnico jurídico pela


constitucionalidade da matéria e consequente regular tramitação do Projeto de Lei nº
686/2019, por constituir matéria de direito ambiental, o Estado detém competência
concorrente, nos termos do art. 24, inc. VI, da Constituição Federal, que confere
competência à União, aos Estados e ao Distrito Federal para legislar sobre proteção ao
meio ambiente, defesa do solo e recursos naturais e controle da poluição.

Como bem pontuado pela douta procuradora há no Estado uma lei em vigor
que disciplina o uso, a produção, o consumo, o comércio, o armazenamento e o
transporte interno dos agrotóxicos, seus componentes e afins no Estado do Espírito
Santo. Trata-se da Lei Ordinária nº 5.760/1998.

Logo, merece acolhimento a sugestão da nobre procuradora, para unificar


OLIVEIRA GOMES LIMA:11585349739

em um mesmo diploma normativa todos os regramentos a respeito de agrotóxicos no


Assinado digitalmente por VINICIUS

Estado do Espírito Santo, com adoção de emenda substitutiva a fim de alterar a lei em
Data: 13/09/2019 11:14:37

vigor, acrescentando nela a vedação estabelecida neste projeto quanto à pulverização

Identificador: 330039003100390036003A00540052004100 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 431


ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
PROCURADORIA
Av. Américo Buaiz, n. 205, Palácio Domingos Martins, Enseada do Suá, Vitória-ES, CEP 29.050-950
Tel.: (27) 3382-3723 / 3754 / 3725 – Fax.: (27) 3382-3723

de agrotóxicos e outras substâncias nocivas à vida de abelhas polinizadoras e outras


espécie, o que faremos na conclusão deste parecer.

Por me perfilhar ao entendimento da procuradora designada, sugiro o


ACOLHIMENTO, do parecer técnico jurídico, com a adoção da emenda substitutiva
sugerida, nos termos dos seus fundamentos exarados.

Vitória, 12 de setembro de 2019.

VINÍCIUS OLIVEIRA GOMES LIMA


Coordenador da Setorial Legislativa

Identificador: 330039003100390036003A00540052004100 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 442


Vitória - ES, 17 de setembro de 2019.

DE: Diretoria da Procuradoria (Ales Digital)


PARA: Procuradoria Geral (Ales Digital)

Referência:
Processo nº 8407/2019
Proposição: Projeto de Lei n° 686/2019

Autoria:

IRINY LOPES

Ementa: Dispõe sobre a proibição de utilização de substâncias nocivas em cultivos agrícolas


em áreas próximas às áreas de apicultura e meliponicultura.

DESPACHO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS

Fase Atual: Devolução da Proposição com Parecer Elaborado

Ação realizada: Prosseguir


Descrição:

Sr. Procurador-Geral, de ordem do Diretor da Procuradoria, encaminho o presente Processo


Legislativo aos seus cuidados.

Próxima Fase: Devolução da Proposição à Procuradoria Geral

SIMONE OLIVEIRA SILVA FORTUNATO


Assessor Sênior (Ales Digital)
1965822
Amanda Lessa Martins de Souza
LESSA MARTINS DE SOUZA:09881282764

Supervisor da Equipe de Revisão da Procuradoria (Ales Digital)


1886466
Assinado digitalmente por AMANDA

Data: 17/09/2019 14:45:26

Identificador: 3600360037003600300036003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 45

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
DESPACHO ELETRÔNICO
A(o) Plenário ,

Encaminho os autos, tendo em vista o requerimento de urgência nº 218/2019, aprovado em


05/11/2019.

Vitória, 7 de novembro de 2019.

Rafael Henrique Guimarães Teixeira de Freitas


Procurador Geral (Ales Digital) - 209213

RESUMO DA TRAMITAÇÃO ELETRÔNICA


Processo: 8407/2019 - PL 686/2019
Fase Atual: Devolução da Proposição à Procuradoria Geral
Ação Realizada: Prosseguir
Próxima Fase: Discussão Única em Regime de Urgência
Tramitado por, CRISTINA PASSOS DALEPRANE

HENRIQUE GUIMARAES TEIXEIRA DE


Assinado digitalmente por RAFAEL

Data: 07/11/2019 18:27:44


FREITAS:10310170702

Identificador: 3600360038003400340039003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 46

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
PROJETO DE LEI Nº 686/2019 PÁGINA

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


CARIMBO / RUBRICA
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

PROJETO DE LEI Nº 686/2019

AUTOR: Iriny Lopes

EMENTA: Dispõe sobre a proibição do uso indiscriminado de


substâncias nocivas à vida de abelhas polinizadoras e outras espécies nos
cultivos agrícolas em áreas próximas de colmeias, no âmbito do Estado do
Espírito Santo.

Trata-se do Projeto de Lei nº 686/2019, de iniciativa do(a) Exmo(a).


Sr(a). Deputado(a) Iriny Lopes, encaminhado a esta Procuradoria Geral para
elaboração de parecer técnico, em atendimento ao disposto no art. 121 do
Regimento Interno (Resolução Nº 2.700/2009).

Distribuídos os autos à Sra. Procuradora designada, esta ofereceu


Parecer Técnico a respeito da matéria (fls. 20/40), em conformidade ao artigo 3º,
inciso XX, da Lei Complementar nº 287/04, e ao art. 16 do Ato da Mesa Nº
964/2018. A seguir, o Sr. Coordenador da Setorial apresentou opinamento relativo
à proposição (fls. 43/44), com fulcro no art. 10, inciso I, do Ato da Mesa Nº
964/2018.

Destarte, nos termos do que prevê o art. 8º, inciso XVI, da Lei
Complementar Nº 287/2004, acolho as conclusões do Parecer Técnico e do
opinamento da Coordenação da Setorial, com base nos fundamentos
apresentados, e opino conclusivamente no sentido da constitucionalidade,
legalidade, juridicidade e boa técnica legislativa do Projeto de Lei nº 686/2019,
com adoção da emenda substitutiva sugerida no bojo do referido parecer.

Em 20/09/2019.

Rafael Henrique Guimarães Teixeira de Freitas


Procurador Geral

Identificador: 330039003900370033003A00540052004100 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls.147


DESPACHO ELETRÔNICO
A(o) Plenário ,

Vitória, 11 de novembro de 2019.

Marcus Fardin de Aguiar


Diretor de Processo Legislativo (Ales Digital) - 202498

RESUMO DA TRAMITAÇÃO ELETRÔNICA


Processo: 8407/2019 - PL 686/2019
Fase Atual: Discussão Única em Regime de Urgência
Ação Realizada: Prosseguir
Próxima Fase: Votação de Parecer Oral nas Comissões em Regime de Urgência
Tramitado por, Marcus Fardin de Aguiar

Assinado digitalmente por MARCUS


FARDIN DE AGUIAR:01720897786
Data: 11/11/2019 19:05:47

Identificador: 3600380037003900380039003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 48

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
DESPACHO ELETRÔNICO
A(o) Plenário ,

Parecer oral da Comissão de Justiça, pela constitucionalidade, com o acolhimento da emenda substitutiva
.

Vitória, 11 de novembro de 2019.

Marcus Fardin de Aguiar


Diretor de Processo Legislativo (Ales Digital) - 202498

RESUMO DA TRAMITAÇÃO ELETRÔNICA


Processo: 8407/2019 - PL 686/2019
Fase Atual: Votação de Parecer Oral nas Comissões em Regime de Urgência
Ação Realizada: Prosseguir
Próxima Fase: Votação do parecer oral da Comissão de Justiça em regime de urgência
Tramitado por, Marcus Fardin de Aguiar

Assinado digitalmente por MARCUS


FARDIN DE AGUIAR:01720897786
Data: 11/11/2019 19:05:46

Identificador: 3600380038003800310033003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 49

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
DESPACHO ELETRÔNICO
A(o) Plenário ,

Vitória, 11 de novembro de 2019.

Marcus Fardin de Aguiar


Diretor de Processo Legislativo (Ales Digital) - 202498

RESUMO DA TRAMITAÇÃO ELETRÔNICA


Processo: 8407/2019 - PL 686/2019
Fase Atual: Votação do parecer oral da Comissão de Justiça em regime de urgência
Ação Realizada: Aprovação do Parecer pela Constitucionalidade com Emenda
Próxima Fase: Votação de Parecer Oral nas Comissões em Regime de Urgência
Tramitado por, Marcus Fardin de Aguiar

Assinado digitalmente por MARCUS


FARDIN DE AGUIAR:01720897786
Data: 11/11/2019 19:05:46

Identificador: 3600380038003800310036003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 50

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
DESPACHO ELETRÔNICO
A(o) Plenário ,

Parecer oral da Comissão de Meio Ambiente, pela aprovação, com o acolhimento da emenda substitutiva
apresentada na Comissão de Justiça.

Vitória, 11 de novembro de 2019.

Marcus Fardin de Aguiar


Diretor de Processo Legislativo (Ales Digital) - 202498

RESUMO DA TRAMITAÇÃO ELETRÔNICA


Processo: 8407/2019 - PL 686/2019
Fase Atual: Votação de Parecer Oral nas Comissões em Regime de Urgência
Ação Realizada: Prosseguir
Próxima Fase: Votação do parecer oral da Comissão de Meio Ambiente em regime de
urgência
Tramitado por, Marcus Fardin de Aguiar

Assinado digitalmente por MARCUS


FARDIN DE AGUIAR:01720897786
Data: 11/11/2019 19:05:47

Identificador: 3600380038003800320030003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 51

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
DESPACHO ELETRÔNICO
A(o) Plenário ,

Vitória, 12 de novembro de 2019.

Marcus Fardin de Aguiar


Diretor de Processo Legislativo (Ales Digital) - 202498

RESUMO DA TRAMITAÇÃO ELETRÔNICA


Processo: 8407/2019 - PL 686/2019
Fase Atual: Votação do parecer oral da Comissão de Meio Ambiente em regime de urgência

Ação Realizada: Aprovação do Parecer Oral das Comissões com Emenda


Próxima Fase: Votação de Parecer Oral nas Comissões em Regime de Urgência
Tramitado por, Marcus Fardin de Aguiar

Assinado digitalmente por MARCUS


FARDIN DE AGUIAR:01720897786
Data: 12/11/2019 20:15:11

Identificador: 3600380038003800320031003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 52

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
DESPACHO ELETRÔNICO
A(o) Plenário ,

Vitória, 12 de novembro de 2019.

Marcus Fardin de Aguiar


Diretor de Processo Legislativo (Ales Digital) - 202498

RESUMO DA TRAMITAÇÃO ELETRÔNICA


Processo: 8407/2019 - PL 686/2019
Fase Atual: Votação de Parecer Oral nas Comissões em Regime de Urgência
Ação Realizada: Prosseguir
Próxima Fase: Votação do parecer oral da Comissão de Agricultura em regime de urgência
Tramitado por, Marcus Fardin de Aguiar

Assinado digitalmente por MARCUS


FARDIN DE AGUIAR:01720897786
Data: 12/11/2019 20:15:12

Identificador: 3600380039003000300036003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 53

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
DESPACHO ELETRÔNICO
A(o) Plenário ,

Na Comissão de Agricultura o relator, Deputado Marcos Garcia, se prevaleceu do prazo regimental para
relatar a matéria na sessão ordinária do dia 11/11/2019. (Prazo até o dia 18/11/19).

Vitória, 12 de novembro de 2019.

Marcus Fardin de Aguiar


Diretor de Processo Legislativo (Ales Digital) - 202498

RESUMO DA TRAMITAÇÃO ELETRÔNICA


Processo: 8407/2019 - PL 686/2019
Fase Atual: Votação do parecer oral da Comissão de Agricultura em regime de urgência
Ação Realizada: Prazo regimental de até 3 sessões ordinárias.
Próxima Fase: Votação do parecer oral da Comissão de Agricultura em regime de urgência
Tramitado por, Marcus Fardin de Aguiar

Assinado digitalmente por MARCUS


FARDIN DE AGUIAR:01720897786
Data: 12/11/2019 20:15:12

Identificador: 3600380039003000300037003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 54

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
DESPACHO ELETRÔNICO
A(o) Plenário ,

A matéria foi baixada de pauta a pedido da autora e deferido pelo Senhor Presidente na
sessão ordinária do dia 12/11/19.

Vitória, 20 de novembro de 2019.

Marcus Fardin de Aguiar


Diretor de Processo Legislativo (Ales Digital) - 202498

RESUMO DA TRAMITAÇÃO ELETRÔNICA


Processo: 8407/2019 - PL 686/2019
Fase Atual: Votação do parecer oral da Comissão de Agricultura em regime de urgência
Ação Realizada: Baixou de pauta a pedido do autor
Próxima Fase: Retorno ao Plenário
Tramitado por, Marcus Fardin de Aguiar

Assinado digitalmente por MARCUS


FARDIN DE AGUIAR:01720897786
Data: 20/11/2019 16:33:37

Identificador: 3600380039003000300038003A005400 Conferência em http://www3.al.es.gov.br/autenticidade. fls. 55

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.

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