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PARA REFLETIR: REDUÇÃO DE CUSTO X

PRODUTIVIDADE.
Para facilitar o entendimento, tentarei descomplicar o economês com a ajuda do
Google, definindo o que são Bens de Consumo, Bens Intermediários, Bens de
Capitais, Bens Finais:

Bens de consumo são os bens produzidos pelo homem e destinados ao consumo das
pessoas, são diferentes dos bens intermediários, que são utilizados no processo de
produção para serem transformados em bens finais ou dos bens de capitais que são as
máquinas utilizadas pelas indústrias para a produção de outros bens.

Os bens de consumo estão divididos em duráveis, semiduráveis e não duráveis. Os


bens de consumo não duráveis são aqueles feitos para serem consumidos
imediatamente, como alimentos (sorvetes, chocolate).

Os bens de consumo duráveis são aqueles que podem ser utilizados várias vezes
durante longos períodos, como um automóvel, e os semiduráveis podem ser
considerados os calçados, roupas, que se desgastam com o tempo.

Em geral, os melhores exemplos de bens de consumo são alimentos, roupas, cadeiras,


televisões etc.

Posto isto, espero ficar mais fácil entender os dados industriais apresentados pelo IBGE e
a CNI que podem ser consultados na íntegra pelos links a seguir:

ftp://ftp.ibge.gov.br/Industrias_Extrativas_e_de_Transformacao/Pesquisa_Industrial_Mensal_Producao_Fisica/Fa
sciculos/Fasciculo_Indicadores_IBGE_Brasil/pim-pf-br_201608caderno.pdf

http://www.portaldaindustria.com.br/media/filer_public/26/3a/263aba27-24a2-41a2-8a0f-
cfc151952d08/nova_nota_economica5_ago2016_v6.pdf

O relatório de Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, mostrou que em agosto de 2016, a


produção industrial nacional mostrou recuo de 3,8% frente ao mês imediatamente
anterior, interrompendo cinco meses de resultados positivos consecutivos nesse tipo de
comparação, período em que acumulou expansão de 3,7%. Assim, o setor industrial
acumulou redução de 8,2% nos oito meses de 2016.

Por outro lado, o segmento de bens de capital, com o acréscimo de 0,4%, mostrou o
único resultado positivo nesse mês, após recuar 2,1% em julho último, quando
interrompeu seis meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou avanço
de 14,8%.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na


margem, o segmento de bens de consumo duráveis (-1,2%) mostrou o recuo mais
intenso nesse mês, após avançar por três meses consecutivos, período em que acumulou
expansão de 5,0%.

Apesar de mostrar algum sinal positivo de investimento, com a expansão dos bens de
capital, representado pela compra de máquinas e equipamentos industriais, houve uma
queda na produção e com isso, a redução de emprego e a necessidade de redução de
custo nas empresas.

Que confusão! Parece um grande quebra-cabeça porque a indústria, pensando no


crescimento provável nos próximos anos, investe em equipamentos novos, mais
modernos, com tecnologia de última geração mas, com a queda da produção é obrigada a
reduzir os custos e essa decisão, se não for analisada com muito cuidado, acabará
demitindo errado pessoas com potencial e conhecimento técnico, eliminando qualquer
investimento em treinamento e partindo para soluções alternativas que a longo prazo
poderão ser um tiro no pé.

Quando a produção aumentar, haverá necessidade de contratar mão de obra mas, os


novos funcionários não chegarão qualificados e o treinamento demanda
tempo...resumindo: A produção aumentou e a mão de obra utilizada é desqualificada, o
que reduz a PRODUTIVIDADE e a COMPETITIVIDADE da empresa.

Esse “Processo Sanfona” que a indústria brasileira passa há anos, não tem contribuído
em nada com a melhora de nossa PRODUTIVIDADE que é baixa, comparada com outros
países e só para exemplificar, de forma didática, uma comentarista econômica apresentou
a seguinte comparação entre Brasil e Coréia do Sul:

A figura mostra que precisamos de quase o dobro de funcionários para fabricar a mesma
quantidade de produtos e com a redução de custos que a indústria tem feito, em nada tem
contribuído a longo prazo, pois se não houver investimento em treinamento e educação,
ficaremos “Tocando Sanfona” durante décadas sem atingir a mesma PRODUTIVIDADE
da Coréia do Sul..

O que adianta novos equipamentos com tecnologia de ponta se a mão de obra é


desqualificada?

Como atingir altos índices de Eficiência Global dos Equipamentos com


Manutentores e Operadores sem qualificação, sem ferramentas adequadas e uma
gestão da manutenção deficiente, voltada a CONSERTAÇÃO?
Talvez se quebrarmos esse paradigma de sempre reduzir custos em treinamento e
educação da mão de obra, a médio e longo prazos poderá ajudar a encostarmos na
mesma PRODUTIVIDADE da Coréia do Sul, que há 40 anos atrás começou a investir
maciçamente em educação e treinamento de mão de obra para chegar no patamar atual. A
curto prazo continuaremos “Tocando Sanfona”.

Enquanto ficarmos pensando em resultados imediatos, não conseguiremos agregar nada


em nosso processo produtivo e continuaremos correndo de um lado para outro, de forma
exaustiva, diariamente, apagando incêndio o dia todo para produzir com baixa
produtividade e perdendo competitividade no mercado mundial.

Minha vida é andar por este país


Pra ver se um dia descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras onde passei
Andando pelos sertões e dos amigos que lá deixei.
Chuva e sol, poeira e carvão
Longe de casa sigo o roteiro mais uma estação
E alegria no coração. (Luiz Gonzaga)

Marcio Cotrim
  MC Consultores
Coordenador Regional no RJ do
COPIMAN - Comite Panamericano
de Ingenieria de Mantenimiento

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