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FATALIDADE, ACIDENTE OU ERRO ESTRATÉGICO DE AVALIAÇÃO?

Ontem o mundo ficou estarrecido com o abate de um aviã o comercial com 295 pessoas
por um míssil. Outro aviã o da mesma empresa aérea que em 08 de março passado foi
desviado de sua rota com quase 290 passageiros e que até hoje nã o foi localizado.

O de ontem, para os mais emotivos ou leigos, foi considerado uma FATALIDADE ter
sido atingido por um míssil, para os menos emotivos, foi um ACIDENTE porque
erraram o alvo e atingiram equivocadamente o aviã o comercial e para os especialistas
em Gerenciamento de Riscos, foi um ERRO ESTRATÉGICO DE AVALIAÇÃO, pois se a
rota passava em cima de uma regiã o em conflito, onde já tinham abatido um caça e um
helicó ptero, o mais ló gico e sensato era mudar a rota de todos os aviõ es comerciais que
a utilizam porque é bem movimentada. Mas nã o tomaram essa decisã o antes e só
ontem, depois desse sinistro, mudaram a rota de todos os aviõ es que a utilizam. Agora é
tarde, já aconteceu!

Fatos semelhantes que causam problemas acontecem diariamente no trabalho, em


escala muito menor, sem matar ninguém ou tantas pessoas como o míssil, mas
causando acidentes de trabalho, interrupçõ es do processo produtivo, perdas
operacionais e materiais e na grande maioria das vezes nem sã o reportadas ou
analisadas corretamente. A preocupaçã o em executar a tarefa é maior do que a Aná lise
de Risco para evitar as reincidências. A pobreza das informaçõ es contidas nos
histó ricos dos equipamentos comprova isso!

É comum um molde ser retirado inú meras vezes por apresentar problemas na cavidade
e voltar à má quina apresentando o mesmo problema porque nã o fizeram uma aná lise
detalhada do processo: má quina, mã o de obra, método e materiais. Apenas limparam o
molde repararam a cavidade e retornaram à má quina.

Temperatura e vazã o de á gua de refrigeraçã o de má quina e molde, plano de


lubrificaçã o, histó rico de má quinas, qualificaçã o dos Manutentores e Operadores e
padrõ es de processo sã o detalhes emitidos separadamente e muitas vezes nã o tem
acompanhamento de ninguém para monitorar e confrontar os valores que acabam
saindo da faixa ideal e causando os problemas por nã o terem analisado a tendência e
efetuado as correçõ es.

Muitas vezes um trabalho integrado entre Produçã o, Manutençã o, Compras,


Ferramentaria, Qualidade e Engenharia, analisando cada detalhe do processo e os
indicadores costuma apresentar excelentes resultados, desde que tenha FOCO no
NEGÓCIO da empresa, do contrá rio, o que é bastante comum, se transforma em uma
grande correria para resolver problemas o dia inteiro em vez de apenas monitorar o
processo. Cada um se preocupa com a tarefa e nã o tem a visã o global e dividem a
empresa em vá rias outras, menores.

Nã o adianta os Colaboradores se comprometerem por e-mail, é preciso que haja


comprometimento por INTEIRO. Que discutam os problemas de forma racional, sem
procurar culpados ou desculpas, mas para buscar soluçõ es...a minha parte eu faço! Hoje
em dia é necessá rio fazer mais do que a sua parte.

A á rea de Manutençã o vem sofrendo há anos um retrocesso acentuado porque a


tecnologia avança em escala exponencial enquanto a mã o de obra continua sem receber
os treinamentos necessá rios para atualizar esse conhecimento tecnoló gico, mas a
cobrança sempre é para atingir a excelência operacional. Como conseguir? Nã o existe
má gica!
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Marcio Cotrim
18/07/2014

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