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Tradução: Cacau, Su Almond, Vivi,

Milla, Fátima S, Flavinha

Revisão Inicial: Sara, Paula dsf, Solf

Gutemberg, Skywalker, Naty P.

Revisão Final: Silvia Helena

Leitura Final: Milena Calegari, Nishi

Formatação: Lola

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Bobbie era uma prostituta, então ela se apaixonou

por um membro do MC. Mas dizer a Rook que está

apaixonada por ele não é tão fácil. Teme que ele não a

queira para nada além do que um pedaço submisso de

bunda.

Rook não esconde o fato de que é um homem

dominante. Gosta de certas coisas quando está com uma

mulher, coisas que deixam marcas em seu corpo e fazem

com que ela o chame de Senhor. Mas desde que dormiu

com Bobbie, ela é tudo o que quer. Bobbie é muito boa

para seus gostos, então afastá-la parece o movimento

certo.

Quando alguém do passado de Rook volta para se

vingar, Rook finalmente percebe o quanto Bobbie é

importante para ele. Pode chegar até ela a tempo ou

perderá a única coisa boa e perfeita que já teve em sua

vida estragada?

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Bobbie amava-o, amava um homem que não a olhava
como algo mais que uma bunda doce, uma prostituta do
clube e uma mulher que estava lá para foder e agradar os
outros membros do The Brothers of Menace. E mesmo
sabendo disso, sabendo que Rook provavelmente não iria
querer nada com ela que fosse além de se submeter a ele e
abrir suas pernas, amava-o.

Deus, ela o amava muito e isso a assustava. Sim,


realmente, deveria ser uma masoquista para continuar
voltando para ele, sabendo que não conseguiria mais do que
o que estava disposto a oferecer a ela.

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O coração de Bobbie acelerou, suas mãos estavam
suadas e ela estava tão empolgada, antecipando o que estava
por vir que se sentia assustada com a endorfina.

Rook enviou uma mensagem de texto para ela dando


instruções: especificas, exatas e severas sobre o que queria.
Ela pegou o telefone novamente, suas mãos trêmulas
enquanto a excitação a fazia se sentir eufórica.

Rook: quero você no meu quarto exatamente às dez.


Esteja nua com apenas um par de saltos, inclinada pela
cintura e mostrando-me sua doce boceta e bunda. Esta noite
baterei em sua bunda com bastante força, que não será capaz
de sentar-se confortavelmente amanhã sem lembrar o que fiz.

Seu corpo tremeu com antecipação e o prazer a


percorreu mais forte quando leu a mensagem novamente. Ela
estava alguns minutos adiantada, mas não queria perder
tempo. Não estar na posição em que ele estritamente lhe
disse, significaria que seria punida e apesar de ser punida
por Rook ser um êxtase e agonia ao mesmo tempo, tê-lo

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irritado com ela, até mesmo decepcionado, não era o que
queria.

Ela sempre sentia esse prazer quando se tratava de


Rook, porque a verdade era que o amava, amava a dor que
lhe dava com o prazer e sabia que, mesmo que não tivesse
um futuro com ele, aceitava tudo o que lhe dava. Talvez fosse
retorcida, triste, patética ou tudo isso para permitir que um
homem lhe batesse até causar hematomas, que a amarrasse,
provocasse, atormentasse e causasse dor. Mas tudo isso
dava-lhe prazer, aumentava as sensações, sua experiência, e
sabia que faria qualquer coisa por ele. Claro, nunca revelaria
seus sentimentos por ele, nunca correreria o risco dele
mandá-la embora porque não queria um relacionamento.

Como todos os motociclistas, ele era duro, não brincava


quando era para proteger seu clube e aqueles que com quem
se preocupava, para ele, ela era apenas mais uma boceta.
Sabia disso, sabia que não era nada de especial para ele, mas
queria ser. Bobbie queria ser a única mulher que Rook
procuraria quando quisesse ser saciado, sentir prazer. Queria
ser capaz de olhá-lo e saber que era sua mulher.

Fechando os olhos, porque sabia o quão idiota isso era,


Bobbie sabia que ele nunca ficaria com ela, nunca a
chamaria de sua mulher. Não era nada mais do que um
pedaço de bunda para esse motociclista, embora nunca
tivesse dormido com outro homem, uma vez que se
apaixonou por Rook e sabia o que ele era para ela, apesar de
estar se preparando para a decepção e mágoa. Mas como um
viciado em busca do seu próximo problema, ela não
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conseguia parar de vê-lo, não conseguia parar de dar-lhe seu
corpo, toda sua rendição.

Ela sempre se rendia a ele, a qualquer hora, em


qualquer lugar e por qualquer motivo. Talvez fosse fraca ou
apenas uma mulher apaixonada que queria satisfazer o unico
homem com quem vislumbrou um futuro. Mas era um futuro
falso e precisava sair disso antes que fosse mais fundo.

Você já está muito fundo em tudo isto.

Não pensando mais sobre isso, rapidamente despiu-se,


manteve seus saltos stilettos e respirou lentamente. O som da
festa lá embaixo vinha através das paredes e do chão. Tinha
vibrações viajando através de todo seu corpo, deixando sua
boceta mais molhada, os mamilos apertados e duros, seu
coração acelerado.

Por vários momentos, ela ficou ali, olhando para parede,


em frente a sua cama. Olhou para os posters de cada lado,
em seguida, abaixou o olhar para o pé do colchão. O coração
acelerou mais enquanto se imaginava sendo dominada por
Rook, seus braços presos para cima, suas pernas abaixo da
mesma forma. Ela foi dominada por ele antes, chicoteada
com o cinto, com a mão, sentiu prazer, gozou, mas apenas
quando Rook julgava o momento. Deus, um arrepio a
percorreu com este pensamento, essa imagem e as
lembranças do que experimentou.

E então ouviu os passos estáveis, altos e dominantes


dele chegando através da porta, vindo pelo corredor. Mesmo
que a música estivesse alta, as vozes ensurdecedoras, eram

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esses passos que ouvia, sentia profundamente em seu corpo.
E quando a porta se abriu e fechou suavemente, um suave
clique veio através do quarto, Bobbie fechou os olhos e
imediatamente ficou em posição. Antecipou isso, esperou
ansiosamente e seu corpo todo inchou com a ideia de que em
breve teria Rook tocando-a.

Ela inclinou a cintura, abriu bem as pernas e apertou as


mãos no edredon. O som das botas sobre o assoalho de
madeira encheu-a e quanto mais perto ele chegava mais
excitada ficava, sua umidade aumentava.

— Você sabe obedecer, Bobbie. — Rook disse, sua voz


grave percorrendo sua carne, fazendo-a sentir como se ele
fosse tocá-la, acariciando-a com aqueles longos, grandes e
calejados dedos calejados.

Não era apenas um jogo, mas seu estilo de vida e ela


sabia melhor do que tratá-lo como uma novidade.

— Você gosta quando dou uma ordem, não é?

— Sim, senhor. — Ela sussurrou e um gemido quase


saiu quando ouviu o som dele retirando o cinto. Sim, podia
ouvir. O som da fivela, ele desabotoando seu jeans e
finalmente o tapa do couro contra o jeans enquanto Rook
puxava através do cós.

— Você gosta de entregar o controle, ter minha marca


na sua carne. — Ele disse com dominação. — E aposto que
essa boceta vermelha está muito molhada para mim, não é?!
— Novamente ele dizia sem dúvida. E então a tocou, colocou
a mão bem no meio das coxas dela e acariciou sua fenda. —

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Sim, uma boa menina. Sua boceta esta encharcada. — Antes
que ela pudesse se mover, ou mesmo respirar, ele afastou sua
mão, mas rapidamente bateu na sua boceta com a palma da
mão aberta.

Bobbie se ergueu nos dedos do seu pé, a parte de trás


de seus calcanhares levantando do chão enquanto o prazer e
a picada da dor a enchiam. Ela ficou mais úmida, o clitóris
latejando, os músculos da sua boceta apertando por vontade
própria.

Ele bateu em sua boceta novamente e ela gritou.


Instantaneamente sabia que deveria ter segurado, deveria ter
mantido seus sons de prazer e dor dentro. Ele se afastou
imediatamente, sem tocá-la e ela sentiu sua decepção no ar.

— Olhe para mim, Bobbie. — Ele ordenou.

Ela olhou sobre o ombro, com o coração parando e sua


garganta se fechando. Ele estava parado, a calça
desabotoada, mas ainda com o ziper fechado, mostrando
aquele V de músculo, essa linha de peslo escuros, começando
por baixo do umbigo e desaparecendo sob o jeans. Sua
camiseta estava na cintura da calça jeans e o colete de couro
lhe mostrava o perigo, o poder, a masculinidade que saía
dele. Rook era um homem perigoso, um macho endurecido.
Seu cabelo curto e escuro estava levemente bagunçado, como
se tivesse passado as mãos através dele. Seus olhos, tão
escuros, quase ameaçadores, faziam seu corpo todo se
arrepiar. Ele não respondeu pelo que pareceu uma eternidade

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e quando deu um passo para mais perto do corpo dela
começou a agir como se não fosse seu.

— Qual é uma das regras que estabeleci quando


fazemos isso?

Ela olhou para ele, viu quando colocou o cinto sobre a


cama, tirava a camiseta e então ficava olhando-a, fazendo-a
sentir-se mais exposta do que já esteve. E isso dizia algo, já
que ela estava totalmente nua.

— Nenhum barulho,senhor.

Ele não balançou a cabeça, não falou. Pegou o cinto


mais uma vez e antes que ela pudesse pensar, virou a cabeça
de volta e olhou para cabeceira da cama enquanto batia em
sua bunda. Bobbie apertou os dentes, seus olhos se fecharam
e enquanto a dor desaparecia e o prazer tomava o seu lugar,
ele bateu novamente.

Várias e várias vezes fez isso até que sua carne estava
quente antes de ser anestesiada e a endorfina corresse
selvagem dentro dela, provocando suas terminações nervosas
e fazendo-a usar o auto-controle para não gritar.

— A quem você pertence? — Ele perguntou, exigiu.

— Você, senhor.

Ele bateu com o cinto na parte de trás de suas coxas.

— Você tem fodido outros idiotas, Bobbie?

Ela balançou a cabeça, lambeu os lábios e então disse.

— Não, senhor.

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— E por quê? — O cinto atingiu sua boceta e ela
arqueou suas costas, empurrando seus seios para cima. Doía
muito, mas era tão bom.

— Porque pertenço a você. Minha boceta pertence a


você. — Ela ofegou quando ele bateu novamente. Apertando
suas mãos no lençol, Bobbie sentiu seu olhos lacrimejarem,
sentiu as lágrimas escorrerem pelo rosto.

— É isso mesmo, Bobbie. — Ele bateu-lhe novamente e


ela mordeu o lábio. — Isto me pertence. — Ele disse e colocou
a mão na boceta dela, acariciando-a, provocando e
atormentando-a. Adicionou pressão, colocou dois dedos
dentro dela e começou a fodê-la. — Sua boceta, sua bunda,
seus seios... — Ele se inclinou para frente e ela sentiu seu
hálito quente na orelha. — Possuo cada parte sua e se
lembrará disso quando algum filho da puta quiser prová-la
Bobbie, quiser seu pau dentro de sua boceta. — Moveu os
dedos com mais força, mais rápido. — E se qualquer idiota
tentar foder essa boceta, irei matá-lo, Bobbie.

Ela abriu a boca em um grito silencioso.

— Você se lembrará disso quando estiver exibindo seu


corpo pelo clube, tentando os irmãos.

E entao ele se afastou e puxou os dedos. Rook a virou,


agora ela estava com as costas no colchão, ele segurou seu
queixo. Abriu sua boca à força, colocou os dedos
escorregadios que acabou de tirar dela em seus lábios e fez
com que Bobbie sentisse seu proprio gosto.

— Diga-me.

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Ela não hesitou.

— Eu pertenço a você.

Ele a olhou por um segundo e então se inclinou para


frente.

— Sim, com certeza. Sim.

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Tudo em que Bobbie conseguia pensar era em Rook, em
como ele praticamente a empurrou para o lado e a fez se
sentir inútil, como se não fosse nada para ele.

Ele a fez perceber o que é para ele.

Bobbie estava cansada de pensar nisso enquanto ficava


sentava em seu carro em frente ao clube, mas continuava
repetindo a noite que trouxe toda essa merda sobre eles,
fazendo-a se sentir como nada. Sabia que fazer sexo com
Rook não era nada mais do que isso, mas antes que pudesse
lhe dizer como se sentia, tudo foi para o inferno.

— Você está procurando por Fallina? — Bobbie disse,


aproximando-se deles

Caim virou e a olhou.

— Sim, eu acho que ela foi para o quarto.

Bobbie colocou os copos vazios que segurava na mesa.

— Acho que ela estava conversando com o Pierce. — Ela


sorriu. —Talvez tenham algo. Ele parecia muito interessado
nela.

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Rook congelou, lentamente olhou para Cain, que por
alguns segundos não disse nada ou se moveu, então Rook
amaldiçoou internamente. Caim olhou para o corredor, sua
mente provavelmente pulando para todos os tipos de
conclusões. Merda, Rook estaria pensando o pior também.

— Estão no quarto dela todo esse tempo? — Cain


perguntou lentamente.

Bobbie claramente desconhecia a situação, porque sorriu


e acenou com a cabeça.

— Sim, eu acho que sim. Ele estava observando-a como


um falcão desde que cheguei ao clube e vocês sairam da
reunião. — Mas quando ela viu a expressão no rosto de Caim,
ouviu o tom de sua voz, percebeu que fodeu tudo ao dizer algo.

E então Cain se levantou, o banco caindo no chão, as


garrafas de cerveja tombaram. Cerveja escorreu sobre o balcão
e chão, Rook olhou para Bobbie, seu aborrecimento
aumentando, mesmo que ela inocentemente tivesse contado
toda a merda que acontecia.

— Oh meu Deus. Eu comecei algo? — Ela perguntou, seus


olhos largos, a agitação aparecendo em sua voz.

— Sim. Você começou algo muito grande. — Rook rosnou.


Ele também se levantou e passou ela, mas ela estendeu a mão
e agarrou a sua.

— Rook.

Ele se virou e a afastou.

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— Bobbie, você deveria ter mantido a boca fechada, mas
precisva continuar falando sobre Pierce interesado em Fallina.
— Ele esfregou uma mão sobre o rosto. — Ouviu sobre o que
aconteceu com Lucien e Kink?

Ela assentiu lentamente.

— Ainda não tinha percebido. Eu não estava pensando.

— Não, você não estava pensando.

Ela se endireitou.

— Ao julgar por como está reagindo, claramente, já sabia.

Ele apenas balançou a cabeça.

— Apenas fique longe dessa merda e preocupe-se com


você.

— Por que está sendo tão cruel agora? — Ela perguntou,


soando verdadeiramente confusa e magoada.

— Ouça. — Ele disse suavamente e tão baixo que apenas


ela podia ouvir. — Você é uma puta do clube, Bobbie, nada
mais. Gosto de fodê-la e garanto que você goze. Mas é apenas
isso. — A mentira veio a ele tão facilmente agora que estava se
sentindo como um filho da puta insensível. Mas estava irritado,
preocupado com o que estava prestes a acontecer e também
muito confuso sobre como se sentia por Bobbie. Ele viu a dor
em seu rosto assim que falou e uma parte dele apenas queria
abraçá-la. Mas não faria isso. Não conseguia. Não era quem
ele era ou quem seria.

Ele se virou e a deixou ali, a dor em seu rosto enraizada


em sua mente. Porra, não sabia por que o incomodava, as

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emoções de uma mulher nunca foram uma preocupação para
ele. Tirando Bobbie de sua cabeça, foi tentar controlar o dano,
mesmo que provavelmente fosse tarde demais.

Saindo das lembranças, ela olhou para o clube


novamente. Bobbie precisava falar com ele, precisava contar
a Rook como se sentia. Odiava que a última conversa que
tiveram antes dele partir nesse negócio do MC, que colocou
todo mundo em bloqueio, foi tão dificil. Mas o que esperava?
Sabia que Rook não era o tipo que tinha relacionamento,
sabia que ele não podia sentir as mesmas coisas que ela
sentia por ele. Mas precisava lhe dizer como se importava
com Rook, como o amava.

Ela saiu do carro, pronta para fazer isso ou pelo menos


tentar. Parecia que algo a estava deixando, como se perdesse
uma parte de si mesma. Era esse sentimento de vazio dentro
dela. Doía, realmente doía, mas não sabia se tentar curar
aquela dor a beneficiaria no final.

O pensamento de Rook a mandando embora, dizendo


que não era nada além de uma prostituta do clube, ecoou em
seus ouvidos e seu medo aumentou, instalando-se dentro
dela. Era verdade, claro. Ela tinha o título de prostituta do
clube e odiava isso, realmente odiava.

Bobbie queria ser a Old Lady de Rook.

Ela dormiu com alguns dos homens do clube. Isso não


era mentira. Dormiu com dois membros de lá, mas isso foi
antes de se encontrar com Rook e descobrir que havia algo
dentro dele que chamava por ela. Entregou-se a Rook,

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apaixonou-se por ele e o obedeceu quando disse que Bobbie
não podia dormir com mais ninguém. Não pensou sobre isso,
nem queria pensar sobre essas coisas.

Rook foi o único com quem esteve e o único com quem


gostaria de estar.

Cruzando os braços sobre o peito, sentia-se mais


exposta, mesmo que estivesse totalmente vestida. Na verdade,
estes eram os momentos nos quais estava mais vestida
enquanto estava no clube. E isso era evidente, pelos olhares
que recebia das outras putas do clube enquanto passava.

Bem, nada disso importava, porque estava ali por algo e


apenas isso e era finalmente colocar tudo às claras com
Rook.

Ela foi até o bar, colocou as mãos no balcão e viu que


elas tremiam. Cravando as unhas nas palmas das mãos,
respirou fundo.

— Você viu Rook? — Perguntou a Tank.

— Não o vi. — O prospecto disse do balcão e balançou a


cabeça sem a levantar.

— Acho que Rook e os outros rapazes estão nos fundos.


— Nilla, que era a abreviação de Vanilla, disse. Ela era a
prostituta mais recente do clube, fazia sexo oral ou talvez era
apenas o que ela fazia bem o suficiente para que os rapazes
continuassem a chamando para mais. E de qualquer forma
era legal, um pouco jovem, provavelmente apenas vinte anos.

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— No quarto dos fundos? — Bobbie perguntou, com a
garganta seca.

— Acho que eles estão festejando e com razão. — Nilla


disse e colocou os óculos em cima do balcão. — Por que não
estar naquela sala, embebedando-se, drogando-se e coçando
as bolas?

Tank soltou um grunhido baixo e continuou limpando o


balcão.

— Posso fazer essa merda quando este lugar estiver


limpo. Estou aqui para ganhar o meu lugar, não para
festejar. Não sou um membro ainda.

Tank era um homem duro. Prospecto ou não, era


assustador e uma vez que ganhasse seu colete, Bobbie sabia
que ele seria um dos homens mais fortes ali. Não conseguiu
seu apelido por nada.

Enquanto Nilla e Tank conversavam, Bobbie virou-se e


foi para o final do corredor, passado pelo quarto fechado onde
ouviu um gemido e finalmente parou na última porta à
esquerda. Ela ouviu a música, risadas, garrafas tilintando e
gemidos vindo do outro lado.

Sabia o que provavelmente veria do outro lado: Rook


bebado, uma garota em seu colo, saltando para cima e para
baixo ou talvez uma cabeça entre as pernas o chupando.
Doeria, mas enfrentaria a realidade. Isto era um MC e estes
homens festejavam como se não houvesse amanhã.

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Fechando os olhos e respirando fundo, rezou para quem
quisesse ouvir para que não visse Rook fodendo outra pessoa.
Não sabia se poderia lidar com isso.

Rook ficou paralizado, tão bêbado e chapado, que não


podia nem ver direito e muito menos se levantar e andar para
o quarto. Os rapazes estavam todos neste quarto dos fundos,
bebendo, ficando drogados depois de acabar com M.
Passaram-se alguns dias e tudo o que queria fazer era
esquecer tudo.

As coisas se acalmaram entre Pierce e Caim, agora que


Pierce estava com Fallina, reivindicou-a como sua Old Lady e
Caim se acomodou. Mas isso não mudava o que Rook disse a
Bobbie ou como a afastou.

Ele estava errado a este respeito, porque a verdade era


que se importava com Bobbie. Rook a amava e isso não era
bom. Não podia se deixar sentir isso por ela, não poderia
chegar perto se fosse mais do que apenas para dominá-la
enquanto transava com ela. Não seria bom para uma mulher
e ter uma Old Lady, ter esta responsabilidade, não era algo
que queria controlar.

Podiam chamá-lo de bastardo, egoísta, porra, até de


filho da puta que merecia solidão. Era tudo verdade e ele
aceitava.

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Até agora ainda se sentia como um idiota, mas não
podia deixá-la pensar que poderia haver algo entre eles além
do sexo violento que compartilharam. Era tudo o que poderia
oferecer a ela, tudo o que poderia lhe dar.

E se ela honestamente pensava que ele poderia lhe dar


uma vida fora deste clube, que seria sua mulher, teriam uma
família, ela estava delirando. Ele nunca foi o tipo de homem
para dar conforto quando era necessário, ver uma mulher
triste e ter a necessidade de fazê-la feliz. Estava preso em si
mesmo, era fiel ao seu clube e fodia quando precisava de
alívio. Era assim e não mudaria. Não mudaria por ninguém.

Balançava sua cerveja, em seguida, agarrou a outra que


lhe foi oferecida. Ele mal conseguia manter os olhos abertos
muito menos segurar a garrafa, mas conseguiu, porque agora
apenas precisava se perder.

Colocou a cabeça na parte de trás do sofá, fechou os


olhos e deixou o prazer entorpecente do álcool e drogas se
mover através dele. Depois de um tempo sentiu a pressão
sobre ele, alguém passando as mãos por todo seu corpo. Mas
quando abriu os olhos, sua visão estava embaçada, a pessoa
nele era claramente uma mulher, cabelo escuro curto,
movendo-se para frente e para trás sobre ele. Mas também
estava muito bêbado para ficar duro.

— Bobbie... — Ele disse seu nome suavemente, sua voz


grossa, irritada. Ele podia ouvi-lo, senti-lo.

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— Serei quem você quer que eu seja, baby. — A voz era
feminina, levemente arrastada também, mas definitivamente
não era a mulher em quem pensava no momento.

Rook piscou algumas vezes, abriu mais os olhos e


quando sua visão clareou, viu que a mulher sobre ele era
uma puta do clube. Ela era uma das novas, dormiu com
todos os caras e atualmente tentava colocar as mãos dentro
da sua calça.

— Porra, não. — Ele gaguejou, agarrou-a pelo braço,


prestes a empurrá-la, mas a visão da pessoa de pé na porta
fez tudo nele congelar.

Era Bobbie. Ela estava com o coração partido e ele sabia


que era por sua causa. Não apenas foi um cretino com ela há
pouco tempo, mas agora claramente achava que algo estava
acontecendo com essa vagabunda.

Ele disse a si mesmo que não deveria se importar com


ela, mas não era uma solução simples, se quisesse mesmo
tentar consertá-lo.

Ele empurrou a mulher para longe dele, mas Bobbie já


tinha ido embora. Sim, fodeu tudo e não conseguia ficar de pé
para fazer a coisa certa. Embora talvez isto tenha sido uma
bênção disfarçada, porque embora se importasse com ela, até
mesmo a quisesse, não era um bom homem para ela.

Ele não era um bom homem para ninguém.

Não é isso o que você queria? Não lhe disse que não
queria nada mais do que sua boceta? Poderia não agir
exatamente como o mocinho quando a empurrou de lado.
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Sim, fodeu tudo, mas mesmo se não estivesse muito
bêbado e chapado não teria ido atrás dela. Quanto mais cedo
Bobbie percebesse que não era bom para ela, melhor seria.

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Bobbie se olhou no espelho, passou os dedos nos olhos
e respirou devagar. Não deveria ficar sentada ali chorando
por um homem que claramente não a queria. Não deveria
pensar que algo estava errado com ela apenas porque Rook a
empurrou para o lado como se não valesse nada. E se não
queria admitir que havia algo entre eles, por que deveria
tentar? Talvez isso fosse imaturo ou talvez Bobbie escolhesse
o caminho errado, percebendo que não deveria querer um
homem como Rook de qualquer maneira.

Não era como se ele tivesse dito a ela que algo mais
poderia acontecer entre eles. Não, eram seus sentimentos
fantasiosos de que poderia ter um: felizes para sempre. Era
um pensamento estúpido, uma ideia ridícula.

— Você deveria ter acordado há muito tempo. — Disse


ela ao seu reflexo no espelho

A vida às vezes era uma merda e ela precisava passar


por essa situação. Não era uma prostituta, não seria apenas
um buraco quente no qual poderia enfiar seu pau.

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Sentindo-se decidida a seguir em frente e não mais
pensar nele, Bobbie entrou no chuveiro e tentou colocar
qualquer coisa que tivesse a ver com Rook e o clube para
trás. Seria difícil, mas o caminho que estava seguindo agora
não era mais fácil.

Uma semana depois...

Era difícil quando alguém estava sozinho, apenas com o


silêncio sendo seu companheiro, pensando no passado, sobre
merda que não deveria mais importar. Era o que acontecia
agora com Bobbie, mas isso não impediu sua mente de
pensar em coisas específicas. Foi o que tornou a situação
real.

Ela levou a cerveja gelada à boca e tomou outro gole.


Estava ficando bêbada, acabou de sair do trabalho e tudo o
que queria fazer era esquecer, mas é claro que isso não
aconteceria.

Fazia apenas uma semana desde que Bobbie viu Rook


com uma mulher em seu colo, as mãos dela dentro da calça
dele, mas parecia uma eternidade. Ela se concentrou em
trabalhar no café, aquele que ajudava a pagar as contas. Era
mais fácil tentar afundar em coisas que não a faziam se
lembrar de Rook ou o clube, mas a verdade é que ainda
pensava nele constantemente.

Ela tomou outro gole de sua cerveja, sabendo que não


voltar desde que a merda aconteceu era provavelmente um
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movimento imaturo. Mas quem disse que não poderia agir de
acordo com suas emoções? Quem disse que reagir quando via
o homem que amava em uma posição comprometedora, não
lhe dava uma pequena margem para agir irracionalmente?

Sim, não tinha nada com Rook que exigisse mais do que
ela se submeter de uma forma sexual, mas isso não
importava. Ela o amava e nada mudaria isso, nem mesmo o
pensamento ou a visão dele com outra mulher.

Bobbie pensou em se distanciar do clube, mas o fato era


que gostava de estar com as outras mulheres e os rapazes.
Não era apenas sobre sexo, não para ela, pelo menos. Sim,
esteve com alguns outros motociclistas de uma forma sexual,
mas isso foi antes de se comprometer com Rook. E quando se
entregou sexualmente a esses motociclistas, foi uma coisa de
uma só vez, uma que consistiu na necessidade de seus
corpos duros porque ela estava bêbada, divertindo-se e queria
um corpo masculino quente.

Isso parecia uma eternidade.

Mas ela também sabia que Rook não esteve com outras
mulheres, pelo menos não as do clube, de uma maneira
sexual, não desde que começaram a ficar juntos. Era esse
sentimento que tinha dentro dela, esse conhecimento de que
quando estava com ela, ele estava realmente ali. Também
conversou com as outras garotas e soube que elas não
estiveram com Rook há meses, mais do que quando
realmente começaram seu... relacionamento ou o que quer
que estivesse acontecendo entre eles.

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Aquilo não era um relacionamento. Você estava se
submetendo a um homem dominante.

Ela terminou a cerveja, colocou na mesa de café e


fechou os olhos. Estava tão cansada, mas não fisicamente.
Sua mente estava cansada, seu corpo apenas querendo dizer
porra, faça as malas e saia. E poderia fazer isso. Poderia
simplesmente sair. Não precisava ficar ali. Nada a segurava.

Jana.

Braden.

Rook.

Ela tinha coisas que a seguravam, coisas que amava, as


quais a perda a deixaria arrasada. Mesmo que o fato de terem
sido tiradas por causa de seu próprio trabalho, sabia que
morreria por dentro se não pudesse ver essas pessoas,
conversar com elas, deixá-las saber o quanto significavam em
sua vida.

Rook nunca será o tipo de homem com quem possa


conversar, compartilhar seus sonhos ou dizer que o ama e
ouvir isso de volta.

Deus, ela estava tão deprimida, mas piorava tudo


ficando ali embriagada e pensando nele.

Embora pudesse sair e começar novamente em outro


lugar, não queria. Não podia deixar todo mundo para trás.
Amava o clube, fez amizades com os homens e mulheres
dentro dele e embora pensasse em sair, apenas embalar suas
coisas e começar novamente, não podia.

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Pensar em ir embora a fez pensar em seu passado.

Bobbie uma vez deixou tudo para trás, apenas embalou


suas coisas, as que poderia carregar, esvaziou sua conta
bancária e disse foda-se tudo. Por isso sabia que podia
começar novamente, poderia ter uma nova vida se realmente
quisesse. Uma nova vida não a assustava.

Embora esteve na mesma cidade pequena por toda sua


vida, sabia que não queria morrer lá também. Poderia nunca
fazer algo grande com sua vida, poderia nunca realizar nada
além de ser feliz, mas isso estava bom para ela. Enquanto
estivesse feliz, não se importava.

Você não está feliz, pelo menos não agora.

Então apenas entrou em seu carro e dirigiu, não parou


até que deixou tudo o que conhecia para trás e acabou em
River Run. Soube então que ir embora foi a decisão certa e
isso era tudo o que importava para ela.

Enquanto estava sentada ali, pensando sobre todos


aqueles anos atrás, sobre o aqui e agora, tudo o que podia ver
agora era um futuro onde não havia nada.

Você não tinha um futuro antes. Querer Rook quando


sabe que ele não é o tipo de homem que tem um
relacionamento não é algo sobre o qual deva se debruçar.

Ela não tinha família além de Jana e Braden, embora os


amasse mais do que qualquer outra coisa, também queria
poder ter uma vida como eles. Queria um homem que a
adorasse como Tuck adorava Jana.

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Jana, sua doce amiga que esteve em um relacionamento
tão ruim antes de conhecer o motociclista que agora a tratava
como sua rainha. A única coisa boa que saiu disso para ela
foi Braden, o filho mais novo de Jana. E então toda a merda
com Jana sendo sequestrada por seu ex, Deus, Bobbie teve
sorte de ainda ter sua amiga viva.

Ela olhou ao redor para seu pequeno apartamento,


percebendo o fato de que era sua casa ou o mais perto de
uma casa que já teve. Não tinha muitas coisas que
mostravam como sua vida foi, não tinha fotos na parede ou
uma manta que sua avó tricotou pendurada no sofá. Era
solitário, frio e era assim que Bobbie se sentia agora.

Olhou para a única foto que tinha na mesa de café. Era


uma foto dela, Jana e Braden no parque no mês passado.
Essa era sua família, as pessoas que amava tanto.

E se Bobbie planejava ficar, então precisava decidir se


enfrentaria Rook novamente e se o fizesse, iria contar sobre
seus sentimentos?

Rook estava bêbado.

Embriagado.

Alcoolizado.

Totalmente alterado

E porra, era bom se desconectar, mesmo que por um


curto período de tempo.

34
Mas fez isso na última semana e estava começando a
perceber que beber não melhorava nada, não a longo prazo.
Podia se sentir bem por um curto período de tempo, mas
então sua raiva, suas emoções, que manteve enterradas,
surgiam como outra entidade.

— Dê-me outro. — Ele disse as palavras em voz alta?


Elas até faziam algum sentido? Sabia que estava tendo
dificuldades para levantar a cabeça e se manter sentado no
banco do bar, mas falar poderia ser demais para ele.

Rook encarou Tank, o foco do outro homem nele, o copo


na mão vazio, mas o grande filho da puta ainda estava
olhando-o. Tank era um Prospecto há quase um ano e seu
teste estava quase no fim. Embora ainda tivessem que votar,
Rook estava certo de que seria aceito. Era leal, durão,
cuidava da merda sem questionar e seria um bom acréscimo
aos Brothers of Menace.

— Você vai apenas olhar para mim ou me servir outra


merda de bebida? — Rook sabia que as palavras saíram
embaralhadas, mas obviamente Tank o entendeu porque
pegou a garrafa de uísque e encheu o copo de Rook. Tank
então colocou a garrafa no balcão ao lado de Rook.

— Eu deixarei isso para você, cara. — Tank voltou a


enxugar os copos.

— Você não sabe quando cortar um bastardo? — Rook


murmurou, pegou o copo e bebendo de uma vez.

35
— Acabei de entregar a bebida. Eu não sou pai de
ninguém e não digo às pessoas, muito menos a um irmão, o
que fazer.

Rook grunhiu.

— Você quer desmaiar no bar e dormir em seu próprio


vômito? — Tank encolheu os ombros. — Vá em frente.

Rook ignorou Tank por um segundo, mas estava bêbado


o suficiente para saber que se continuasse falando merda
seria real. Sempre foi assim.

— Mulheres. — Rook disse uma palavra e ficou entre ele


e Tank por um segundo.

— Sim, mulheres. — Disse Tank, mas manteve uma


expressão estoica.

— Você tenta mantê-las à distância, mas isso não é


suficiente às vezes.

Apenas cale a boca já.

Mas Rook estava bêbado demais para ouvir aquela


pequena voz da razão dentro dele.

— Boceta é tudo de bom, Rook, mas isso não faz do


homem um homem.

Rook franziu as sobrancelhas.

— Que porra isso significa? — Ele soluçou e tentou


pegar a garrafa, mas sua coordenação motora estava uma
merda. Errou a garrafa por alguns centímetros e decidiu
desistir.

36
— Merda. — Disse Rook. — Eu preciso de mais.

— Acho que você já teve o suficiente, irmão.

Rook olhou para o grande filho da puta.

— Você sabe por que tem o seu nome, porque parece


como um...

— Um tanque. — Tank grunhiu a palavra. — Eu sei


Rook. Estava lá quando me foi dado esse apelido, lembra?

Rook acenou com as palavras de Tank.

— Tanto faz. — Rook se virou em seu assento e olhou


para o clube. Os caras estavam festejando bastante discretos
hoje, com alguns jogos de cartas acontecendo e o restante
sentado nos sofás de couro na frente da TV de tela grande. As
bundas doces estavam na parte de trás fazendo o jantar, mas
o jantar de Rook era o álcool ao redor. A TV estava alta,
mostrando um jogo de futebol. Rook nunca praticou esportes,
mas se viu encarando a tela.

— Eu não sei o que aconteceu entre vocês dois, mas


posso dizer que isso está incomodando você.

Rook se virou e encarou Tank.

— Sobre o que você está falando?

Oh, Rook sabia do que o Prospecto estava falando, mas


isso não significava que admitiria algo. Não contou a ninguém
como se sentia sobre Bobbie, também não planejava contar.
Essa era sua própria cruz para suportar, seus próprios
demônios interiores com os quais ele lutaria.

37
Tank colocou o pano de lado e apoiou os antebraços no
balcão.

— Você sabe do que estou falando, mas deixarei isso de


lado.

Um momento de silêncio se passou entre eles.

— Você não sabe de nada, Tank.

Tank se endireitou e cruzou os braços sobre o peito.

— Eu sei a merda que você disse a Bobbie porque eu


estava aqui quando disse.

Outro momento de silêncio se passou e Rook apertou os


dentes.

— Eu sei que depois que você saiu para lidar com a


merda de Caim e Pierce, aquela garota começou a chorar.

— Sim, porque ela sabia que não deveria ter dito nada
para Caim. — Mas Rook sabia que não era o caso.

Tank balançou a cabeça e expirou asperamente.

— Cara, você pode esconder o quanto quiser e ela


também. E se vocês dois querem agir como se não
significassem nada um para o outro, que porra me importa?
— Tank encolheu os ombros. — Não é da minha conta, mas
direi isso.

Tank se inclinou novamente.

— Você está obviamente sofrendo. — O Prospecto olhou


para a garrafa de uísque e depois de volta para Rook. — E
beber não fará a merda desaparecer.

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— Tank, você não sabe do que está falando. — Disse
Rook novamente. Ele esfregou a mão sobre o rosto, sentindo-
se péssimo.

— Eu sei que na semana passada Bobbie veio


procurando por você. Foi informada por Nilla que estava na
festa na parte de trás e quando ela voltou, estava chorando e
deixou o clube sem dizer nada a ninguém.

Essa pressão no peito de Rook se intensificou com isso.


Ele sabia que a machucou e sabia que ainda estava
machucando-a por não ir até ela e conversar sobre tudo isso.
Na última semana, não tentou entrar em contato com ela,
não tentou acertar as coisas. Percebeu que Bobbie estava
melhor sem um idiota sádico como ele.

Podiam ser perfeitos e compatíveis sexualmente, ela


podia ser a sub perfeita para suas tendências de Dom, mas
isso não significava que seriam bons como qualquer outra
coisa. Não queria machucá-la novamente e temia acabar
fazendo isso, temia estragar as coisas ao ponto em que ela
não queria ter nada com ele e perceberia o bastardo que
realmente era.

Ela já sabe disso e você já estragou tudo.

— Eu não gosto no assunto das pessoas e tenho certeza


que não quero entrar no seu, mas Rook, cara, Bobbie não
passou por aqui em uma semana e todos nós percebemos.

Ele sabia que as pessoas notariam, especialmente desde


que Bobbie passou por essa merda quando Jana
desapareceu, como ela foi boa com todos, cuidando das

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garotas e estava perto dos rapazes. Bobbie não era apenas
uma prostituta, era uma parte da família.

— Você está certo, não é assunto seu.

Tank ergueu as mãos e se virou para pegar algumas


cervejas para Ruin.

Rook ficou de pé, caminhando pelo corredor, mas


precisou parar várias vezes porque não conseguia andar
direito. Sua cabeça girava, suas pernas pareciam pudim e
teve que segurar a parede apenas para se manter de pé.
Quando finalmente chegou ao quarto, fechou a porta,
caminhou até a cama e caiu com o rosto no colchão. Talvez
amanhã ficasse melhor?

Quem porra você está tentando enganar?

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A batida na porta foi o que acordou Bobbie, mas quando
se sentou, percebendo que desmaiou no sofá, foi a náusea
que a mandou correndo para o banheiro. Levantou a tampa
do sanitário para cima e esvaziou o seu estômago, agarrando-
se ao vaso de cerâmica, sentindo a sua cabeça latejar e o
estômago revirando.

Sentada no chão de azulejos, quando a onda de enjoo


parou, descansou as costas na banheira, fechando os olhos,
respirou fundo e esperou que sua cabeça deixasse de rodar e
seu estômago se acalmasse. Então ouviu a porta da frente se
abrir, passos aproximarem-se e a voz clara de Jana
chamando por ela.

— Bobbie?

— Aqui. — Disse alto, mas limpou a garganta e sentiu


arder.

Jana parou na porta e olhou para Bobbie, com um olhar


preocupado.

— Você está bem?

— O que acha?
41
— Tia Bobbie? — A pequena voz de Braden surgiu e
Bobbie endireitou-se.

— Não deixe que ele me veja adorando o vaso nojento.

Jana acenou e bloqueou Braden para que não visse


Bobbie.

— A tia Bobbie apenas precisa se limpar e então ela já


sai. — Jana olhou para Bobbie pelo ombro. — Tome um
banho e venha. Eu farei algo para você comer.

Bobbie acenou e fechou os olhos novamente com o


pensamento de comida e com a náusea que voltou.

— E use a descarga. Cheira mal.

Bobbie sorriu quando ouviu Jana rir. Puxou a descarga


para o que vomitou, depois forçou-se a levantar. Fechou a
porta e apoiou-se no lavatório, olhando para bagunça que
estava refletida no espelho.

Com seu cabelo negro bagunçado, parecia que acabou


de ter uma luta com a escova… e perdeu. As mechas cor de
rosa estavam feias neste momento. Mas também não pintou o
cabelo para agradar alguém. Ela o fez para mudar quem era,
mesmo que essa mudança fosse apenas no exterior.

Ela mudava as mechas frequentemente e quando as


coisas com Rook acabaram, mudou para rosa. Estava bem
neste momento, uma mudança e achava que precisava disso
agora.

Passando os dedos pelos nós no cabelo, desistiu e


suspirou. Seu rosto era uma situação completamente

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diferente, os olhos pareciam de um texugo. O contorno estava
borrado sob os olhos e o rímel amontoado em seus cílios.
Sim, ela estava mesmo uma bagunça.

Bobbie odiava que Jana a visse assim, mesmo que sua


amiga a tenha visto bêbada e com ressaca várias vezes. Desta
vez era diferente, contudo. Era diferente porque estava
deprimida e Jana sabia que alguma coisa não estava bem.

Depois que Bobbie entrou no chuveiro e lavou o que a


assustava, envolveu o cabelo numa toalha, vestiu o robe e
caminhou para a sala de estar. O cheiro de bacon e ovos fez
com que seu estômago revirasse, mas ela sabia que precisava
comer alguma coisa ou lutaria contra a náusea o restante do
dia.

Braden estava à mesa com um prato de ovos mexidos e


um pedaço de bacon à sua frente. Estava jogando e podia
ouvir o som de um cão latindo ao fundo.

— Braden, deixe isso e coma. — Jana se aproximou da


mesa e colocou um prato ali, então fez um sinal para Bobbie
se sentar.

Braden resmungou, mas desligou e começou a comer.

Bobbie passou por Braden e beijou-o na cabeça antes de


se sentar ao seu lado e olhar para o prato. O seu estômago
voltou a reclamar, apesar da comida cheirar muito bem.

— Aqui. — Disse Jana colocando um comprimido e um


copo de água na frente de Bobbie. — Coma e depois
conversaremos.

43
Sim, Bobbie sabia sobre o que conversariam.

Todos se sentaram e comeram, com Bobbie se


esforçando para engolir os ovos mexidos e os pedaços de
Bacon. No início foi difícil, tão difícil que sentiu-se engasgar
várias vezes, mas depois de beber vários goles de água
começou a sentir-se um pouco melhor. Será que os
comprimidos já estavam fazendo efeito?

Empurrou o prato e recostou na cadeira. Braden saiu da


mesa e estava sentado no sofá com seu jogo e focado nele.
Quando Bobbie levantou a cabeça viu Jana olhando-a.

— O que é?

Jana olhou para ela com um olhar firme.

— Você sabe o que é.

Bobbie cruzou os braços sobre o peito.

— Sim, eu sei, mas porque você está aqui agora para


falar sobre isso?

— Eu não estou aqui apenas para falar disso. Estou


aqui porque gosto de você e não a vi no clube durante toda
semana, mesmo que tenha ligado, estava preocupada.

— Estou bem Jana. — Bobbie levantou-se e levou os


pratos da mesa.

Foi para a cozinha e colocou-os na pia. Agarrando a


bancada fechou os olhos, odiando que Rook fosse um
pensamento constante na sua cabeça.

O som de uma cadeira raspando no chão, alertou


Bobbie para o fato de sua amiga ter se levantado.
44
Então sentiu o calor de Jana passando por ela. Jana
colocou uma mão no ombro de Bobbie e gentilmente a virou
para que ficassem de frente uma para a outra.

— Bobbie, você é minha melhor amiga, como uma irmã


e eu sei quando algo não está bem.

Bobbie engoliu.

— Também sei o que vi, a forma como Rook olha para


você e como você olha para ele.

O coração de Bobbie começou a acelerar. Ela nunca


disse exatamente a Jana como se sentia ou o que sentia por
Rook. Não era um segredo que fodia com ele. O clube sabia,
Bobbie e Rook não fizeram segredo do que faziam à porta
fechada, embora nunca entrassem em detalhes. Mas sexo
dentro do clube não era um grande assunto. Todos o faziam.
Mas o que nem todos faziam era se apaixonar.

— Não quero que me diga algo se não quiser, mas sabe


que estou aqui para você e que nunca a julgarei.

Bobbie acenou e depois olhou sobre o ombro de Jana


para Braden.

— Ele está absorvido naquilo. — Jana olhou também


sobre o seu ombro para Braden.

— Tuck comprou-lhe isso e eu juro que é apenas o que


ele vê. Ele também não me ouve quando está jogando, mas é
uma audição seletiva. — Jana olhou para Bobbie de novo e
sorriu.

Bobbie riu.

45
— Então não se preocupe com ele, se quiser me contar
alguma coisa. — Jana levantou uma sobrancelha.

Passou um segundo de silêncio e Bobbie sabia que se


havia alguém em quem poderia confiar era em Jana. Não era
que não quisesse contar, apenas não sabia como reagiria
assim que ela contasse que amava Rook. Também tinha
medo de ouvir que Rook não queria uma Old Lady. Pensar
nisso era doloroso, mas ouvir alguém dizer o que ela já sabia?
Isso seria de partir o coração com toda certeza.

Mas precisava tirar isso dos seus ombros e apenas


depois poderia realmente aceitar que precisava colocar Rook e
todo o restante de lado.

Bobbie foi novamente para a mesa com Jana. Assim que


estavam sentadas em frente uma para outra, por um segundo
olhou para sua amiga. Sabia que contar a alguém o quanto
gostava de Rook e toda a merda, seria bom para ela, faria
com que se sentisse melhor.

— Eu amo Rook, Jana. Amo-o muito, mas também sei


que ele não é do tipo de ter relações. — Ela olhou para baixo
para suas mãos, que estavam juntas na mesa.

— Eu sei que você gosta dele.

Isso fez com que Bobbie olhasse novamente para Jana.

Jana olhou para ela com um ar cético.

— Vamos. Eu não sou cega. Posso ver a forma como


você olha para ele no Clube e sabia que estavam fazendo
sexo. — Ela disse essa parte mais baixo.

46
Bobbie acenou.

— Mas nada disso interessa. — Respirou fundo e contou


tudo a Jana. Contou-lhe sobre como irritado Rook ficou
quando ela contou inadvertidamente a Cain sobre Pierce e
Fallina, quando viu Rook com uma mulher em seu colo e
como na última semana ela se afastou e Rook não a
procurou.

— Uau. — Foi tudo o que Jana disse. O silêncio entre


elas era ensurdecedor, mas o rosto de Jana dizia a Bobbie
que a compreendia.

— Primeiro quero dizer que qualquer homem será


sortudo em tê-la. — Jana sorriu. — Você é esperta,
carinhosa, forte e ama como nenhuma outra.

Bobbie sorriu, mas mesmo depois de ouvir isso, não


deixou sua realidade diferente.

— Eu sei que está magoada, sei que estava ainda antes


de me contar tudo e se Rook não consegue ver o quanto você
é especial, então não a merece. — Jana tocou os dedos de
Bobbie. — Mas quero que você saiba o que terá que
enfrentar.

— O que você quer dizer? — Perguntou Bobbie.

— Um irmão, um membro MC, vive de certa maneira.


Eles são cabeças duras e não sabem o que têm, o quão bom
pode ser, mesmo que esteja à sua frente.

Bobbie riu, mas não era engraçado.

— Não interessa, Jana. Pelo menos não para Rook.

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— Bobbie, interessa sim. Sempre vale a pena se significa
algo para você.

Bobbie fez uma careta e encostou-se na cadeira.

— Você lhe contou que estava apaixonada por ele?

Bobbie abanou a cabeça.

— Eu tentei, mas foi na noite em que ele estava


festejando com uma puta em seu colo.

— E você viu-os fazendo alguma coisa, algo sexual?

Bobbie balançou a cabeça.

— Além dela colocar as mãos dentro da calça dele? —


Balançou a cabeça novamente. — Não, saí o mais rápido que
pude.

Jana olhou-a com simpatia.

— Ouça, você não foi ao clube durante a última semana,


mas eu fui. Eu vi Rook e ele está uma merda.

Isso surpreendeu Bobbie.

— Tenho certeza que é por outra razão. Não tem nada a


ver comigo.

Jana balançou a cabeça.

— Não acho isso. Ele bebe constantemente e sei que é


para ficar dormente. Faz sentido ele estar agindo desta forma,
diferente do que é, mesmo depois de tudo o que aconteceu
com vocês dois.

Bobbie pensou sobre o que Jana dizia e mesmo que


houvesse esperança de que talvez Rook estivesse escondendo

48
seus sentimentos por ela, rapidamente afastou essa
sensação. Ter esperança por algo que certamente não
aconteceria, não a ajudaria a avançar.

— E se Rook me quisesse, já teria me procurado. Ele


não se importa ou pelo menos não o suficiente para se fazer
notar. Preciso entender isso.

Jana balançou a cabeça.

— Ele é um irmão, Bobbie e você sabe como um membro


MC age? Sabe como eles não querem demonstrar emoções,
como pensam que ser durões e alfa é a forma certa de agirem
todo o tempo.

— Você não sabe se ele sequer se importa comigo, Jana.

— Eu sei, Bobbie. Ele nunca agiu desta forma.

Bobbie olhou para suas mãos outra vez e pensou nisso.

— Você diz que um irmão não demonstra emoções, mas


Tuck não tem qualquer problema no que diz respeito a você.
— Quando ela levantou a cabeça e olhou para Jana foi para
ver um olhar de simpatia no seu rosto.

— Apenas porque Tuck finalmente aceitou seus


sentimentos não significa que ele não lutou contra eles no
início. Ele o fez, Bobbie. Apenas quando William me levou,
que Tuck me disse que se importava comigo e que esteve
escondendo. — Jana fez uma careta e encostou-se na
cadeira. — Foi difícil no início, porque gostava dele também.
Mas mantive as coisas para mim, trabalhava e mantinha meu

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foco apenas em Braden. Era o que eu, naquele momento,
tinha para fazer.

Bobbie não era o tipo de mulher de mostrar suas


emoções, mas também nunca se sentiu assim por alguém.
Amava Rook.

— E se estiver certa e ele não está segurando seus


sentimentos, bloqueando suas emoções?

Jana alcançou a mão de Bobbie e agarrou-a.

— Então você não perde nada. E se ele disser que não a


ama, então qual é a diferença para o que você sente agora?

Jana tinha razão. Bobbie já se sentia uma merda. Ao


menos se dissesse a Rook como se sentia e se ele dissesse
que não queria mais do que foder com ela, então talvez
pudesse avançar. Certamente seria mais fácil para recuperar
sua vida sem Rook, se tivesse provas de que ele realmente
não a queria.

— O que você tem a perder? — Jana perguntou


novamente.

— Muito. — Bobbie disse. Ela não sabia se podia


ultrapassar o fato de que Rook não tentou entrar em contato
e ir diretamente para ele. Não sabia se era essa pessoa
corajosa. O tempo definitivamente diria, mas também sabia
que era uma boa pessoa e se Rook lhe desse a oportunidade
de ter mais do que alguns encontros sexuais, saberia que ela
valeria a pena. E Bobbie sabia que valia a pena, mesmo que
Rook não o percebesse. Mas não sabia se conseguiria se

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expor novamente, não quando a dor que sentia agora era tão
forte.

51
Passou muito tempo desde que Bobbie o viu com aquela
cadela, aquela puta do clube que não significava nada para
ele e que tentou molhar o seu pau mesmo que não a
quisesse. Era culpa sua não ter procurado Bobbie e estragado
tudo.

— Você parece estar na merda.

Rook sequer levantou a cabeça quando ouviu a voz de


Ruin.

— Vá se foder. — Ele disse, sem estar bêbado o


suficiente. — Dê-me outra, Tank.

— O que aconteceu? — Perguntou Ruin. — Está


ultimamente com um humor de merda, perambulando pelo
clube. Devíamos festejar pelo que aconteceu.

Rook simplesmente balançou a cabeça, sem responder


verbalmente. Olhou para seu copo com o líquido de cor
âmbar e parecia um bom escape daquilo que estava sentindo,
mas em vez de beber, afastou-o. Percebeu o idiota que estava
sendo, afastando Bobbie como se ela não fosse nada para ele.

Isso estava bem longe da verdade.


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Ele não merecia uma mulher como ela, não merecia
alguém que podia olhar para ele com aqueles grandes olhos e
querer mais do que Rook podia dar.

Não valia nada, viveu uma vida dura e nunca pensou


importar-se com alguém. Mas Bobbie ter-se afastado nestes
últimos dias, provou que estava uma bagunça sem ela. Pelo
menos quando estava fingindo que não queria mais do que
uma boceta por perto. Ainda agora sentia falta do seu cheiro,
a doce e leve fragrância de flores que deixava seu pau mais
duro do que aço.

— Parou de beber? — Perguntou Ruin, com a voz


arrastada, o cheiro de bebida vindo dele.

Ainda assim, Rook não respondeu. Encarou Tank e viu


que estava olhando-o com uma expressão de conhecimento
no rosto. Rook saiu do bar, sabendo que precisava fazer o
certo com Bobbie, precisava dizer que ele era um babaca
inútil. E se ela não quisesse nada com ele, se afastaria e
seguiria em frente.

Porra, sequer percebeu o quanto gostava dela, não se


permitiu sentir nada mais, até que percebeu que ela não
voltaria. E sabia que Bobbie não voltaria. Nunca esteve tanto
tempo longe do clube. E se Rook não ouvisse Tuck e Jana
falando sobre ela, ficaria preocupado e teria ido atrás dela
para se certificar que estava bem.

Você deveria ter feito isso de qualquer forma, seu idiota.

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Assim não era como ela pensava avançar, mas neste
momento o pote de sorvete de Ben & Jerry e o filme de terror
que estava na televisão era o suficiente. A mulher no filme
gritou e fugiu do assassino mascarado, mas claro que
continuou olhando por cima do ombro e tropeçando.

Merda, pensou em conversar com ele, mas depois de


muito pensar a respeito desistiu. Ele não tentara contatá-la,
então porque deveria dar o primeiro passo?

— Corra, sua cadela estúpida. — Disse Bobbie e


balançou a cabeça. Tirou uma colher cheia de sorvete e
enfiou-a na boca, ainda balançando a cabeça enquanto o
assassino alcançava a mulher.

Abaixou a colher e o sorvete, procurou pelo controle


remoto e assim que mudou o canal ouviu três fortes batidas
na porta. Foi bastante alto e com bastante força, o que fez
com que um grito de susto saísse de sua boca. Enquanto
olhava para porta, seu coração batia acelerado no peito.
Perguntou-se quem poderia bater em sua porta a esta hora.

Colocando o controle remoto e o sorvete para baixo, saiu


do sofá e dirigiu-se à porta. Ouviu outra batida, alta o
suficiente para fazer saltar um pouco. Bobbie olhou pelo olho
mágico e seu estômago deu um nó quando viu o grande
motociclista vestido de jeans e couro, sua cabeça baixa e o
seu cabelo preto curto bagunçado.

Apesar de não conseguir ver seu rosto porque ele estava


olhando para o chão, sabia que era Rook. Tudo dentro dela
lhe dizia para abrir a porta, mas aquela pequena voz, aquela

54
que lhe dizia que estava melhor sem todas estas merdas, fez
com que fechasse as mãos em punhos e se afastasse.

— Bobbie, eu sei que você está aí, querida.

O som de Rook chamando-a de forma carinhosa, fez


com que raiva aumentasse dentro dela.

— Ouvi a televisão sendo desligada mesmo antes de


bater. Deixe-me entrar. — Sua voz estava tão rouca e sentiu
um arrepio de excitação ao se lembrar dos momentos que
compartilharam em sua cama. Mas não, ela não faria isso,
não seria mais uma boceta sempre a sua disposição. Ele
afastou-a, Bobbie o viu com uma puta do clube e estava farta
de tudo isto.

Virou-se, não querendo deixá-lo entrar, mas ele


continuou batendo.

— Vamos, Bobbie. Não me afaste.

Sua fúria transformou-se em algo mais feio, algo que ela


nunca sentiu.

— Fale comigo. Vamos nos beijar e deixar tudo melhor.

Com o rosto quentes, as emoções em espiral, ela virou-


se a abriu a porta, olhando para Rook. Ele tinha um braço na
parede ao lado da porta e o cheiro de álcool emanava dele.

— Vá para casa, Rook. — Foi tudo o que disse, embora


quisesse dizer mais. Tentou fechar a porta, mas ele colocou
uma bota no caminho, impedindo-a como tantas vezes fez
antes.

— Eu quero conversar.

55
— Eu não quero, Rook. — Disse ela com os dentes
apertados. — Tire a porra da bota do caminho. Você está
bêbado e eu não tenho nada para lhe dizer. — Oh, ela tinha
muito para dizer, muitas coisas que queria admitir, mas o
fato dele ter aparecido no meio da noite, todos estes dias
depois, obviamente bêbado e provavelmente querendo uma
foda, fez com que a tristeza fosse substituída por raiva.

— Eu sei que você está chateada, mas temos uma coisa


boa, querida.

Ela apertou os dentes forte o suficiente para que seu


queixo doesse.

— Não há nada entre nós, Rook. Você se certificou disso.


— Ela olhou-o bem nos olhos. — Deixou seu ponto claro
muitas vezes, mas fui a idiota que ainda ficava por perto. —
Ela balançou a cabeça, não querendo chorar na frente dele.

— Você está chateada...

— Grande observação, Rook. — Bobbie disse, cansada


de repente. Era difícil vê-lo ali parado, difícil querê-lo, amá-lo
e saber que este homem não queria um futuro com ela. — Por
favor, apenas me deixe em paz.

Ele inclinou-se um pouco e sorriu.

— Aposto que se tivesse o meu grande pau dentro de


você, estaria se sentindo muito melhor.

Raiva apoderou-se dela e antes que notasse o que estava


fazendo, deu-lhe um tapa.

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— Seu idiota. — Ela ficou tão atordoada com o que fez
que sentiu os olhos cheios de lágrimas. Ele a olhou com uma
mistura de bebedeira e surpresa.

Bobbie não pensou, apenas usou este momento para


empurrar a bota dele e fechar a porta. Antes de se deixar
abater pela situação e antes de começar a chorar, agarrou no
telefone e ligou para Jana e Tuck. Bobbie ainda podia ouvir
Rook murmurando do outro lado da porta e o fato de estar ali
quando estava bêbado e querer sua boceta, partiu seu
coração.

Depois de pedir a Tuck que fosse buscar Rook, ela


colocou o telefone na mesa e sentou-se no sofá, olhando para
porta. Tuck e Jana não moravam muito longe, então sabia
que o outro motociclista estaria ali rápido. Bobbie não deveria
se importar com o que Rook fazia com sua vida, não se
quisesse avançar, mas não queria que a levasse de volta para
o clube da forma que estava. Ela o amava, importava-se com
o que acontecia com ele.

— Bobbie, vamos. Vamos resolver isto. Podemos foder e


tudo ficará bem.

— Foda-se você, Rook. — Mas ela disse isto muito baixo


para ele ouvir. O que a chateava mais do que qualquer coisa
era que Rook sequer pediu desculpa pela forma como falou
com ela, como a afastou. Podia ter falado demais no que dizia
respeito a Fallina e Pierce, mas a verdade era que esta
informação apareceria eventualmente. O fato de Rook ficar

57
tão afetado e frio em relação a ela foi como uma faca em seu
coração.

Será que pelo menos pedir desculpa por ser tão frio com
ela, seria pedir demais? O mundo não acabou por causa de
suas palavras e o que eles compartilharam foi mais do que
sexo, pelo menos para ela.

Rook começou a bater novamente na porta.

— Posso ver porque está sofrendo, Bobbie. Você me


acertou com esse tapa e agora o meu pau está mais duro.

Ela apertou os olhos fechados, desejando não chorar.


Ele começou a bater na porta novamente.

— Rook, pare. Alguém chamará a polícia. Vá para casa.


— Ela disse mais alto agora.

Ele começou a rir.

— Foda-se isso. Não quero saber se alguém vier. —


Voltou a bater na porta. — E se me deixar entrar, ninguém
precisa vir.

Você sabia no que se estava se metendo apaixonando-se


por ele. Pare de sentir pena de si mesma.

Ela limpou a única lágrima que descia por sua


bochecha.

Não demorou muito para ouvir a voz profunda de Tuck


falando do outro lado da porta. Não conseguiu ouvir o que
Tuck dizia, mas a resposta de Rook foi clara.

58
— Vá se danar, Tuck. Este é meu problema e não
preciso que você tente acertar as merdas. — Agora Rook
parecia bem mais sóbrio.

— Rook, você precisa ir para casa e dormir. — A voz de


Tuck parecia mais baixa agora. — Acha que isto está bem?

— Não dou a merda para forma como isso parece.

— Rook, homem, você está bêbado, fazendo uma cena e


o que no inferno estiver passando entre você e Bobbie, esta
não é a forma de resolver.

Houve um longo período de silêncio em que Bobbie


segurou a respiração. Houve mais uma batida na porta e
depois ela ouviu Tuck conversando com Rook outra vez. Mas
a voz do motociclista estava ficando distante enquanto se
afastavam.

Bobbie olhou para sua mão, a picada de quando deu o


tapa em Rook ainda doía, deixando-a vermelha. Fechou as
mãos e começou a chorar, odiando tudo e desejando que
fosse mais forte para arrumar as malas e sair desta cidade de
merda.

59
Como merda cheguei em casa?

Foi a primeira coisa que Rook pensou enquanto estava


deitado em sua cama olhando para o teto. Mas quanto mais
tempo ficava ali deitado mais os acontecimentos da noite
passada corriam por sua cabeça. Ele não estava assim tão
bêbado quando saiu do clube, mas parece que o álcool
chutou forte enquanto estava na casa de Bobbie. Sentou-se
na beirada da cama, empurrando o sentimento da ressaca,
provando o ponto de que ele era um idiota.

— Merda. — Ele disse sob a respiração. Empurrando-se,


levantou e olhou pela janela do quarto, viu sua Harley
estacionada na calçada. Tuck deve tê-la deixado bem cedo.
Esfregando a mão pelo rosto, ele suspirou, lembrando-se o
que aconteceu na semana anterior. Sabia que foi um idiota,
sem se desculpar por aquilo que disse e em vez disso,
querendo foder, sendo um filho da puta frio.

Ele nunca disse a ninguém o que sentia por Bobbie ou o


fato de manter isso escondido, mesmo dele próprio. Mas na

60
última noite, com certeza que deixou Tuck pensando que as
coisas estavam mal nessa área de sua vida.

Bobbie não era somente uma puta do clube para ele.


Era dele. Porra, nunca a viu simplesmente como uma boceta,
mesmo que tentasse esconder suas emoções.

Pegou o telefone que estava na cómoda, viu sua carteira,


dinheiro e todo o restante empilhado na madeira velha e
percebeu que o filho da puta de Tuck o colocou na cama na
noite anterior.

Olhando para seu telefone, ele viu uma mensagem de


Tuck que foi enviada horas atrás.

Tuck: Jana mandou buscar sua moto. Não tenho certeza


de que merda aconteceu ontem à noite e realmente não quero
saber. Mas estava claro que Bobbie não queria sua bunda
bêbada lá. E se quiser conversar, ligue-me

Rook jogou o telefone na cômoda e passou a mão pelo


cabelo. Sim, estava claro que Bobbie não o queria lá. Virou-se
e foi para o banheiro, acendeu a luz e olhou para seu reflexo.
O lado de seu rosto não estava vermelho, mas lembrava-se do
tapa que ela lhe deu. Rook mereceu. Apertou as mãos na pia
e fechou os olhos, respirando fundo.

— Bela forma de recuperá-la, idiota. — Ele disse para si


mesmo, balançando a cabeça. Queria resolver as coisas com
ela, mas em vez disso ficou obsceno, falando em resolver as
coisas ao fodê-la.

— Seu filho da mãe idiota.

61
Levantou a cabeça e olhou para ele novamente, a raiva
aumentando à medida que olhava para seu reflexo.
Apertando os dentes, cravou as unhas nas palmas, sentindo
uma onda de fúria o percorrendo. Queria dizer-lhe que não
era este babaca, mas provou ser. Fechou a mão em um
punho, puxou-a para trás e bateu contra o espelho,
quebrando-o.

— Porra. — Ele gritou e afastou-se do vidro que caiu em


pedaços na pia e no chão. Olhou para seus dedos, tirou uns
pedaços de vidro e viu o rasto de sangue de sua mão para o
pulso. A melhor aposta seria se afastar.

Boa sorte com isso, filho da puta. Você a quer muito,


deseja-a como nunca quis outra mulher e é nela em quem
sempre pensa. Você a ama, mas ela é boa demais para você.

— Merda. — Disse ele e agarrou uma toalha para


enrolar sua mão. Bem, se continuasse com isto, Bobbie
provavelmente o odiaria, ele acabaria fodendo tudo.

Ainda mais do que já fez.

O tempo parecia passar como um borrão. Este peso


estava instalado nela e Bobbie odiava isso, odiava esse
homem que podia fazê-la se sentir assim, fazê-la sentir esta
solidão. Depois que Rook foi embora, graças a Tuck,
finalmente chorou como um bebê porque estava desesperada,
mas principalmente ferida. E se ele tivesse simplesmente

62
pedido desculpas, merda, dissesse alguma coisa além vamos
foder e resolver isto, as coisas teriam sido diferentes.

Ela queria gritar, mas apertou os dentes e disse a si


mesma que as coisas ficariam melhores. Era melhor saber o
que ele sentia por ela, porque agora podia prosseguir.

Você pode tentar.

Ouviu seu telefone tocar e alcançou para agarrá-lo.


Pensando ser Jana, mas o seu coração parou quando viu que
era Rook.

Rook: Sou um idiota e você merece muito mais. Sinto


muito, Bobbie.

Por um segundo, simplesmente ficou ali sentada,


olhando para o telefone, sem ter certeza de que poderia
responder. No final colocou o telefone na mesa e pensou no
quanto as coisas mudaram, mas ela não sabia se foi para
melhor.

63
Rook sentia o olhar surpreso de Tuck sobre ele, mesmo
sem olhar para seu líder. O clube funcionava na parte de trás
da propriedade, um negócio adicional ao pequeno hotel que
possuía quatro salas extras, uma pequena cozinha, dois
banheiros e a despensa. O clube estava crescendo e sujaram
as mãos trabalharam duro como uma família para se
certificarem de que o clube crescesse na direção certa.

Depois de beber e ter uma séria conversa com Tank,


Rook eliminou o álcool do organismo, malhando e suando por
dois dias seguidos focando no que era importante... pensar
em uma maneira de conversar com Bobbie e não a foder
novamente.

Ele enviou-lhe uma mensagem de texto pedindo


desculpas, alguns dias depois de agir como um idiota, mas
não foi o suficiente e ela não respondeu. Rook não a culpava.
Queria conversar com ela pessoalmente, sóbrio, limpo e sem
arruinar a única coisa boa que teve em sua vida por um longo
tempo. Rook sabia que não podia deixar esta merda
continuar, não com Bobbie constantemente em sua mente,
desde que percebeu o quanto se importava com ela. Não
64
apenas se importava, porque isso parecia muito simples. Ele
a amava muito e sabia que não podia ir embora, não
importava se isso fosse o certo para ambos, pois não era bom
o suficiente para ela.

Faria tudo por ela, deixaria que soubesse que a queria


como sua mulher, que estaria lá por ela não apenas como seu
parceiro, mas como seu Dom.

Ela era tudo o que ele desejava em uma mulher, tudo


que imaginou, caso não fosse um imbecil. Era ruim para
Bobbie, perigoso e tinha tendências violentas com aqueles
que cruzavam seu caminho e por isso queria ficar longe. Não
queria que ela fosse pega em sua vida por causa dos
caminhos que tomou, por preferir pegar as rotas difíceis. Mas
Bobbie estava bem enraizada em sua vida, em seu mundo e
estava cansado de fugir. Terminou carregando uma pilha de
madeira que faria parte da fundação e respirou fundo,
sentindo o olhar fixo de Tucker sobre ele.

— Que porra, cara? — Rook disse e encarou o outro


motociclista. Tuck estava inclinado na parede do outro lado
da garagem, uma garrafa de água em sua mão e seu foco em
Rook. — Quer tirar uma foto minha para que possa bater
punheta mais tarde?

Tucker não respondeu verbalmente, mas se virou


rapidamente para Rook.

— Você está me olhado o dia todo como se quisesse me


foder ou algo assim.

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Rook estava brincando, mas sabia que Tuck tinha algo
em sua mente. Agarrou um dos panos limpos sobre a mesa e
caminhou em direção ao outro homem. O clube estava cheio
apesar da construção e tanto as vadias quanto suas
mulheres estavam trazendo as comidas e colocando-as nas
mesas de piquenique. Eles ficaram em silêncio por um
momento, então, Tuck jogou a garrafa de água vazia no lixo e
se virou, encostando o ombro contra a parede da garagem,
encarando Rook.

— Diga o que quer dizer. — Rook tinha um


pressentimento do rumo que isso tomaria. Jana era mulher
de Tuck, Bobbie e Jana eram próximas. Sem dúvida, Bobbie
disse a Jana o quão imbecil ele foi, que contou a Tuck. Ele
era protetor com ambas.

— Você certamente sabe o que direi.

Rook grunhiu e assentiu uma vez, seu foco na mesa de


comida.

— Sim, eu sei.

— Então, o que fará sobre isso?

Rook encarou Tuck.

— Por que você se importa com a porra do que eu faço?


Não é como se me envolvesse nas merdas pessoais dos
outros.

Tuck encolheu os ombros.

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— Jana se preocupa com Bobbie e eu me importo com
ambas. Bobbie é uma boa mulher e sua ausência no clube
não passou despercebida.

Rook inclinou levemente seu queixo em reconhecimento.


A ausência dela foi notada por todos e não passava um dia
sem que alguém perguntasse onde ela estava.

— Estou cuidando disso.

— Certo. Como?

— Por que porra você se importa? Bobbie não é sua


namorada.

Tuck encolheu os ombros novamente.

— Honestamente, se não dissesse respeito a Bobbie e


Jana, eu não o faria, mas Bobbie é a melhor amiga de Jana e
ela faz parte da família do clube. Você sabe disso. Elas
passaram por muita merda juntas e Bobbie estava lá por
Braden e por todos quando aconteceu toda aquela situação
com Jana. E não é apenas isso, mas olhe ao redor, Rook.

Rook voltou seu foco para o local da construção, para o


fato de que todos os rapazes estarem trabalhando no
momento, mas também lançando olhares para ele.

Lucien, Kink e Malice terminaram com as plantas, suas


expressões duras, o que não tinha nada a ver com o fato
deles trabalharem no prédio. Pierce e Fallina acabaram perto
das mesas de piquenique e Patch tinha um dos braços ao
redor de sua namorada, mas seu olhar estava travado em
Rook. Em seguida havia Tank, Cain e Ruin, com dois

67
Prospectos levantando uma parede de gesso. Eles também
olhavam fixamente para Rook.

— Que porra?

Todos estavam olhando fixamente para ele e sequer


notou essa porra? Bem, notou o olhar de Tuck, mas parecia
para Rook que era a principal atração hoje.

— Todos são afeiçoados a Bobbie. Ela tem sido boa para


nós, cozinhando e limpando nossas merdas além de ser boa
com nossas mulheres, nossas crianças e até mesmo com as
vadias.

Rook assentiu.

— Eu sei, Tuck. Acredite, eu sei.

— Então, qual é o problema?

Rook deixou essa pergunta ficar entre eles por um


segundo, então engolindo, olhou diretamente nos olhos de
Tuck. Ele seria honesto, porque, embora tivesse decidido que
conversaria com Bobbie e rezaria para que ela lhe desse uma
chance, Tuck também merecia saber por que ele foi um
idiota.

— Eu não sou um bom homem, Tuck. Porra, nenhum de


nós é. Eu fiz coisas deploráveis, violentas e desagradáveis.
Ficar longe dela é a coisa certa, porque na minha mente eu
sei que se fosse ela, eu não ficaria preso com um bastardo
como eu.

Tuck ficou em silêncio por um momento, mas depois


balançou a cabeça.

68
— Rook, você já deve saber que está na dela. E se está
pensando a respeito de mantê-la perto, apenas para cuidar
dela, já está com Bobbie.

Sim, Rook sabia disso agora, mas também não queria


arruiná-la.

— Eu não vou mais esconder essa merda. Eu a quero e


quero contar tudo a ela. Mas tenho medo de machucá-la ou
não poder dar-lhe o que ela quer e precisa.

Tuck resmungou.

— Diga-lhe a verdade. Apenas ouvir o que você está


dizendo agora me diz que é bom o suficiente para ela. Não
quer machucá-la e está cuidando dela.

— Sim, eu sei.

Ficaram em silêncio por um longo tempo, tanto tempo


que Rook usou esse momento para pensar no que poderia
dizer a Bobbie para fazer isso certo.

— Apenas diga a ela como você se sente. — Disse Tuck,


mas Rook sabia que não falou seus pensamentos internos em
voz alta. — Apenas diga a ela que você é um idiota, porque
estava realmente tentando protegê-la e vá até lá. O que
poderia acontecer de pior?

— Porra, muitas coisas na realidade. Honestamente, não


sei o que supostamente devo dizer a ela.

Tuck cutucou-o no ombro com o punho.

69
— Bem, ela estará aqui com Jana e Braden para o
almoço em cerca de vinte minutos, então pense, irmão. —
Logo Tuck se afastou em direção à mesa cheia de comida.

Bem, não há nada como o tempo. Rook apenas esperava


que não fosse tão tarde para fazer a coisa certa.

70
— Acho que é uma péssima idéia. — Disse Bobbie a
Jana quando entraram no estacionamento do clube Brothers
of Menace. O clube era de estilo cabana, mas desde que os
homens compraram o lugar, reformaram e expandiram. E de
fato, ela sabia, apesar de não estar lá na última semana, que
os homens começaram a construir outra casa atrás do clube
principal.

Jana parou ao lado da linha de Harley e Braden


imediatamente saltou do carro e foi para o interior do clube.

— Ele ficou confortável. Estou feliz. — Disse Jana em


referência a Braden não ser mais tímido com o clube. Bobbie
também estava feliz por isso. — Então, se Braden pode fazer
isso, você também pode. — Disse Jana e sorriu.

— Você é tão engraçada. — Bobbie soltou seu cinto de


segurança e expirou. Fazia um tempo que ela foi ao clube e a
última vez que viu Rook foi durante o confronto em seu
apartamento. Ela não respondeu às suas mensagens de
texto, mesmo que quisesse. Isso era difícil e tanto quanto

71
pensava que poderia ser mais fácil se guardasse suas armas
e ficasse longe, teve efeito oposto.

Ela recebeu ligações de verificação de algumas das


vadias mais próximas e até uma de Lucien e Tuck se
certificando que estava bem. Esta era sua família em todos os
sentidos da palavra e sabia que não poderia virar as costas
para eles. Não podia mais, porque ficar longe deles, era como
ser devorada viva.

Bobbie estava prestes a sair do carro quando Jana


colocou uma mão em seu braço, parando-a. Bobbie olhou
para a amiga e viu Jana sorrindo.

— E se sua mãe e seu pai estivessem aqui, diriam que


você se tornou uma mulher forte para caralho.

Bobbie não pode deixar de sorrir, sentindo seus olhos


encherem de lágrimas. Fazia anos que deixou de sentir
emoção pela morte de seus pais. Um estranho acidente
roubou seus pais dela quando mal ficou adulta. Sem tio ou
tia, portanto, sem primos, o destino garantiu que Bobbie
estivesse realmente sozinha depois que seus pais morreram.

Ela ficou em sua cidade natal por alguns anos depois


disso, mas um dia decidiu simplesmente ir embora. Agora
com vinte e quatro anos, vivia sua vida do jeito que queria e
mesmo sabendo que, embora sua vida não fosse convencional
e que, se seus pais estivessem vivos, não aprovariam,
ficariam orgulhosos dela porque estava feliz.

Mas você não está mais feliz.

72
Segurando a respiração, ela assentiu com a cabeça,
sorriu de novo e juntas saíram do carro. Ficou parada por um
segundo olhando para o prédio de dois andares.

Esta foi outra casa para ela, um lugar onde conquistou


novos amigos, onde pessoas, que não a conheciam de Jack, a
abraçaram.

Sim, ela apareceu ali e se tornou um pedaço de carne


para alguns dos rapazes, era um lugar para escapar da dor
que guardava no seu interior, que não imaginou ter tanto
controle em sua vida. Mas à medida que o tempo passava,
construiu conexões com os rapazes e as vadias, começou a
ter sentimentos por Rook. Sabia que poderia ser feliz não
importava o quê. Apenas precisava se permitir passar por
tudo isso, sem adoçar qualquer coisa e esperar que tudo
funcionasse. Tentou ser otimista mesmo nos momentos mais
escuros.

Elas foram para parte de trás do clube e pode ouvir


Braden rindo. Os sons de martelos batendo contra madeira,
de uma serra usada e dos membros do clube gritando
comandos tocaram seus ouvidos. E quando rodearam a
esquina, precisou parar e olhar para a cena diante dela.

A estrutura da nova construção foi erguida e havia


alguns moradores locais ajudando, homens que possuíam
conhecimentos extensivos em construção, encanamento,
fiação e o que mais soubesse sobre como construir um novo
lugar.

73
E ao ver todos os membros do clube, os Prospectos, as
vadias e até mesmo as mulheres ajudando, sentiu que o calor
de estar em casa a preencher. Era louco se sentir dessa
maneira, pois não era como se crescesse com esses homens e
mulheres, mas a verdade é que esta era sua casa.

Ela observou a propriedade, não viu Rook e a decepção


a percorreu no mesmo segundo. Deus, sentiu falta dele e não
vê-lo agora fez essa dor mais forte.

— Você quer vir comigo ver Tuck?

Bobbie olhou para Jana e balançou a cabeça. Decidiu


que ela não se esconderia mais deles ou dessa situação.
Supondo que Rook estivesse disposto a falar com ela
também. Queria acabar com isso e esperava que ele não
estivesse bêbado, então poderia ser sincero.

— Está bem. Acho que apenas quero encontrar Rook e


tirar isso dos meus ombros. Bem, se ele estiver aqui.

— Ele está aqui. — Jana colocou a mão no ombro de


Bobbie e sorriu.

Bobbie observou Jana caminhar até Tuck e Braden, o


grande motociclista imediatamente puxou Jana para um
abraço. Ele era muito maior do que ela, a barba e o coque que
ostentava faziam-no parecer ainda mais feroz, se fosse
possível.

Foi quando ela observou a cena novamente, vendo os


motociclistas com suas mulheres, as vadias do dia ajudando
com a comida e a limpeza, todos se dando bem como a
família que eram, que Bobbie percebeu que ficar longe, não
74
fazia nenhum bem a si mesma. Moveu o olhar sobre tudo e
todos estavam olhando para a porta dos fundos do clube.
Assim que estava prestes a desviar o olhar, a porta se abriu.

Rook saiu com um pacote de seis cerveja debaixo de um


braço e uma caixa de bebidas na outra mão. Ele estava
conversando com Tank e sabia que provavelmente era algo
sobre o clube. Suas expressões eram duras enquanto falavam
um com o outro, mas isso não significava que algo estivesse
errado. Todos os líderes no clube tinham expressões duras.
Era quem eram.

Tank pegou a cerveja de Rook, mas quando Rook voltou


para dentro, soube que ela deveria ter se movido. No entanto,
não conseguiu ir até ele. Queria, mas o medo a manteve no
lugar. Olhando para Jana novamente, viu a outra mulher
ainda envolvida com Tuck. O motociclista claramente não
deixaria sua mulher ir e a dor se instalou no coração de
Bobbie.

Preparando-se mentalmente para o que precisava fazer,


dizendo a si mesma que foi ali principalmente para fazer isso
e não apenas para ver todos novamente, moveu-se em direção
à porta dos fundos. Entrando no clube refrigerado, sentiu
arrepios ao longo de seus braços e pernas. Podia ouvir a
geladeira abrindo e fechando, o som das garrafas batendo e
forçou a se mover para cozinha. Ao virar o corredor, fez uma
parada novamente. Rook estava de costas para ela, sua
jaqueta de couro preta mostrando o logotipo do clube dos
Brothers. Sua garganta apertou, suas mãos começaram a

75
tremer um pouco e ela percebeu que isso era mais difícil do
que realmente deveria ser.

Mesmo que as coisas estivessem uma merda até o


momento, pelo menos contaria a ele como se sentia. Não
ficaria mais deprimida ou com o coração partido do que já
estava, pensando que ele não a queria. Mas precisava fazer
isso por si mesma e saber se Rook não a queria. Então,
poderia seguir em frente, se precisasse.

Respirando fundo, ela abriu a boca para falar, mas ele


virou-se então. Por um segundo, ninguém se moveu nem
falou, mas pode ver o pulso na base do pescoço batendo mais
rápido e saber que ele estava afetado por sua presença. Seu
cabelo curto e escuro parecia desordenado de forma sexy,
Rook tinha uma barba de vários dias no pescoço, nas
bochechas e no queixo.

— Bobbie. — Ele disse seu nome com aquela voz


profunda que dominava e controlava.

Deus, sua voz mantinha autoridade. Todo seu corpo se


apertou, seu pulso acelerou e ela sentiu a necessidade de se
submeter a esse homem muito dominante. Ele era tão
grande, tão forte. Com seus amplos ombros mal contidos pelo
algodão de sua camiseta e o couro de sua jaqueta, Rook
parecia um homem que podia partir alguém em dois com as
próprias mãos.

Ele sempre empurrava todos seus botões do jeito certo,


fazendo com que ela se sentisse a única na sala quando se
concentrava nela, mas Bobbie disse a si mesma que não

76
estava ali para ser sua submissa ou sua boceta, mas para
finalmente contar a ele o que estava em seu coração e tirá-lo
de seu peito. Era o que precisava ser feito.

Rook abriu a boca, mas uma onda de força percorreu


Bobbie e ela segurou sua mão, impedindo-o de começar.
Precisava colocar para fora seus pensamentos primeiro e se
não o fizesse agora, poderia destruir isso.

— Não, Rook. Antes de dizer qualquer coisa, deixe-me


dizer isso.

Ele não falou por um segundo, mas depois assentiu


uma vez, cruzou os braços no peito, fazendo com que seus
músculos se movessem e se flexionassem, recostou-se na
mesa de aço inoxidável atrás dele.

Ela respirou fundo e disse a si mesma para


simplesmente falar.

— Eu vim até você naquela noite no clube, quando o vi


com... — Balançando a cabeça, ela passou por aquela dor. —
Eu vim até você para lhe dizer que te amo. — Ela olhou
diretamente em seus olhos.

— Estou apaixonada por você, Rook e tanto quanto tudo


parece estar indo na direção contrária e desmoronando para
nós, preciso dizer isso. — Ela respirou fundo, sem terminar
ainda. — Não sou uma cadela para apenas foder e receber o
que o homem quiser me dar. Sou melhor do que isso. Eu sei
que nunca conversamos a respeito... de nós ou nada além de
sexo, mas esperava que pudesse haver mais. Isso pode ter

77
sido tolo, mas me deparei com essa esperança. Queria ser
sua mulher, Rook.

— Bobbie, querida.

Ela balançou a cabeça.

— Por favor, deixe-me terminar. Sempre quis você, eu


me apaixonei, embora soubesse que provavelmente não o
tivesse da maneira que queria. — Ela balançou a cabeça
novamente, sentindo suas emoções aumentando. — Acho que
simplesmente não percebi o quanto isso doeria.

Ele não respondeu, mas também não se moveu nem


tirou o foco dela.

— Eu te amei por um longo tempo, bem, desde que


começamos o relacionamento que temos. Não penso em você
como um líder, ou meu Dom. Penso em você como o homem
que quero na minha vida. — Ela lambeu os lábios de repente
secos. — Quero ser sua mulher e sei que provavelmente não é
algo que você queira em sua vida, nunca.

Ela estava torcendo as mãos, seus nervos em alerta,


seu coração batendo tão forte e rápido que era doloroso.

— Você quer ser minha mulher? — Ele perguntou sem


nenhuma emoção em sua voz.

Bobbie assentiu.

— Eu não lhe disse isso para fazer um ponto, manter ou


destruir o que compartilhamos. Estou lhe dizendo isso
porque não consigo aguentar mais. Dói não dizer como me
sinto, ter você comigo no quarto, submeter-me, mas não ser

78
capaz de dizer-lhe que estou apaixonada. — Sua garganta
estava apertada e ela sabia que se fosse mais fraca já estaria
chorando agora. — Eu precisava dizer-lhe isso para poder
seguir em frente, Rook.

Ele deu um passo em direção a ela, seus braços agora


dos lados, seu rosto com uma máscara dura.

— Eu sei que você ficou irritado comigo e me culpou


pelo que aconteceu entre Cain e Pierce, mas quero que saiba
que não quis causar nenhuma briga. E então aconteceu...

— Eu não culpo você, Bobbie. Sei que você não fez nada
de propósito e não deve ser a única a se desculpar de
qualquer maneira. Sou um filho da puta e não mereço seu
tempo, nem estar em sua vida. — Sua respiração ficou firme
com suas palavras.

— Eu sei que estava irritado comigo, mas você me


ignorou após o fato e então o vi com aquela vadia...

— Isso foi estar no lugar errado na hora errada. — Disse


ele, cortando-a. — Ela não significa nada para mim. — Ele
deu um passo mais perto. — Nenhuma delas significa nada
para mim. Você é a única que importa, Bobbie.

Seu coração acelerou e sua barriga apertou ao ouvir


suas palavras.

Ele fechou os olhos e suspirou.

— Quero conversar com você, também, preciso colocar


para fora a merda que está no meu peito.

Ela engoliu e esperou que continuasse.

79
— Você merece alguém muito melhor do que um
bastardo como eu. Meu passado é manchado, trai pessoas,
prejudiquei amizades e aos outros. Sempre foi minha vida e
sempre será. — Rook passou uma mão sobre os cabelos e ela
viu o quanto isso era difícil para ele. — Estava irritado comigo
mesmo, Bobbie. Não deveria ter falado com você assim e
tenho a certeza de que não deveria tê-la afastado. Ir a sua
casa, bêbado, tratando-a como menos do que é... — Ele
balançou a cabeça, soando irritado consigo mesmo. — Foi
errado e sinto muito.

Ela ficou tocada pelo fato dele se desculpar tão


sinceramente e parecer tão aflito.

— Ter um passado ruim não é motivo para afastar as


pessoas e tratá-las como merda.

— Você está certa. — Ele limpou a garganta e se virou


dando as costas a ela, colocando as mãos na mesa na frente
dele. Era tão grande, mesmo quando tinha os ombros baixos
como se sentisse derrotado. Quando não respondeu, ela falou
novamente.

— Você realmente me magoou, Rook. — Sua garganta


ficou apertada novamente. — Vê-lo com aquela prostituta em
seu colo. — Ela não choraria. Não o faria. — E vir até minha
casa procurando um pedaço de bunda, foi tão doloroso que
senti como se algo tivesse morrido dentro de mim.

— Sinto muito que tenha visto isso e por agir assim,


Bobbie. — Ele virou-se e voltou a encará-la, a expressão em
seu rosto era dura, rígida. — Toda essa questão da prostituta

80
do clube foi um erro, Bobbie. Eu juro que nada aconteceu
entre nós. Não queria que ela me tocasse. Você apenas parou
ali e a viu colocando a mão dentro da minha calça.

Sim, ela se lembrava muito bem dessa cena. Mas ouvi-lo


dizer que não fez nada com aquela vadia, que a empurrou
para longe, foi um alívio. Ele parou porque tinha sentimentos
reais por ela, o suficiente para que impedisse os avanços de
outras mulheres?

— E eu não deveria ter deixado passar algum tempo


entre nós. — Ele disse, sua voz rouca fazendo seu corpo
inteiro apertar com necessidade e lembrança. — Eu não
deveria ter ido a sua casa quando estava destruído. Esse foi
um movimento idiota a se fazer. Você merece o melhor, baby.

Seu coração acelerou com o carinho.

Ele deu outro passo em sua direção.

— Eu deveria ter ido atrás de você naquela noite, fui um


idiota e disse mentiras. Deveria ter lhe dito como me sentia
desde o início. — Rook disse a última parte suavemente.

Oh. Deus.

Ela sentia como se seu coração fosse explodir em seu


peito agora mesmo. Ele estava dizendo o que pensava?
Parecia que sim, mas Bobbie era mais esperta do que pensar
uma coisa quando a maior parte do tempo acontecia o
contrário.

Ele caminhou em direção a ela novamente. Quando


estava apenas alguns centímetros de distância dela, deu um

81
passo atrás, sentindo a parede logo atrás dela. Sequer
percebeu que se afastou quando ele avançou. Rook a olhou,
seus olhos escuros fixos nela, fazendo com que se sentisse
descoberta. Sendo sua submissa, sentiu a necessidade de
abrir-se a ele não apenas fisicamente, mas mentalmente
também. Mas se manteve firme, porque agora era sobre a
verdade, sobre onde estavam e para onde iriam.

— Você me ama, Bobbie? — Ele perguntou com aquela


voz rouca dele, sem emoção como de costume.

—Sim. — Ela disse em uma voz que não soava como a


dela, uma voz que era suave, quase tímida.

— Quanto você me ama? — Ele estava olhando seus


lábios, as sombras na cozinha pareciam envolvê-lo. Rook
ergueu as mãos e colocou-as na cabeça dela, inclinando-se
mais para seu rosto e fazendo com que respirasse forte
enquanto suas emoções a percorriam. Não conseguia se
concentrar, nem manter o foco.

A maneira como Rook agia era diferente, tão diferente de


qualquer outro momento que tiveram juntos. Ele parecia...
mais suave e ela estaria mentindo se não admitisse que isso a
assustava um pouco.

— Diga-me o quanto você me ama, Bobbie.

— O suficiente para engolir meu orgulho e me dizer para


acreditar que você é confiável, vir até aqui e falar tudo isso. —
Ela engoliu, as palavras saindo por conta própria.

Ele ficou em silêncio por um momento, mas então Rook


moveu uma de suas mãos para o cabelo que caía contra sua
82
bochecha, pegou alguns fios e esfregou-os entre os dedos. Ele
continuou olhando para a boca dela.

— Nunca mais a magoarei, Bobbie. — Ele disse em voz


baixa, como se estivesse quase falando consigo mesmo. Ela
ergueu o olhar, então Rook estava olhando em seus olhos
agora. — Desde o momento em que falei que você era minha,
que ninguém mais deveria tocá-la, apenas quis você, Bobbie.
Sempre fui fiel.

Sua pulsação estava alta até para seus ouvidos


enquanto ela olhava para ele.

— Eu queria que você soubesse disso, porque sou um


bastardo, um criminoso e por toda a vida, nunca fiz uma
merda que me beneficiasse ou ao meu clube. Dormi com as
esposas de outros homens, bati nas pessoas até quase a
morte, porra, matei pessoas, Bobbie.

A verdade que ele estava dando a ela não era tão


chocante, porque conhecia a escuridão que estava dentro
dele. Mas na verdade, ouvi-lo dizer era um pouco
surpreendente.

— Eu nunca quis uma mulher por mais do que algumas


horas por noite, para ser sincero.

Ela não podia acreditar que ele estava sendo tão direto,
dizendo estas coisas tão abertamente. Não era assim que ele
agia, pelo menos não o lado que mostrou a ela, mas gostava.
Deus, gostava desse lado mais suave dele, esse lado honesto
e descoberto.

83
— Eu fiz coisas deploráveis, coisas das quais me
arrependo, mas não posso mudar porque me fizeram quem
sou, moldou o homem diante de você.

Talvez, se ela fosse mais inteligente, poderia ter se


virado e saído, deixando-o de pé ali com a verdade entre eles.
Mas o queria e o fato dele ter se aberto e se mostrado, fazia
seu amor superar todas as dores e raiva que sentia.

— E se me der uma outra chance, ficar comigo e apenas


comigo, posso mostrar a você que serei um homem melhor. —
Ele olhou diretamente em seus olhos, quase suplicando. —
Posso tentar ser o homem que você merece.

— Eu não me importo com nenhuma das coisas ruins,


Rook. — Ela deveria se importar, mas Deus, não podia, não
agora e não depois de todas as admissões. — Eu amo você, o
homem bem na minha frente.

Ela estendeu as mãos, com seus dedos trêmulos, e


colocou-os em seus braços. Ele era tão musculoso, seus
bíceps como rochas sob suas palmas.

Ele fechou os olhos, expirou e abaixou o rosto ainda


mais perto dela e pousou a testa contra a dela. Eles
respiraram o mesmo ar por vários segundos, embora doesse
para Bobbie ouvi-lo dizer que a amava também, mas não se
importou. Era muito difícil para ele até mesmo dizer tudo
isso.

Mas quando ele abriu os olhos, ergueu a cabeça e olhou


para ela novamente, sentiu essa química entre eles.

84
— Eu te amo, Bobbie. Eu realmente te amo e tenho
guardado isso por muito tempo.

Tudo em seu corpo se acalmou.

— Eu te amo muito. — E então ele colocou os lábios


sobre os dela, escorregando sua língua na boca dela e
agarrando sua nuca. Entrelaçou as mãos em seus cabelos,
inclinou a cabeça para trás e a dominou da forma como ela
ansiava, da mesma forma que a deixava instantaneamente
molhada e pronta para se submeter.

85
Seu corpo estremeceu com antecipação e o prazer
aumentou dentro dela por saber que Rook estava bem atrás
de si, esperando para dominá-la. Ele podia ser êxtase e
agonia, tudo em um e ficava ainda mais intenso quando
estava irritado ou sua excitação estava ao ponto de ruptura.

Ela sempre sentiu prazer com Rook. Bobbie o amava,


amava a dor que ele lhe dava com seu êxtase. Desde que
percebeu as emoções intensas que sentia, o prazer durante
seu tempo juntos também aumentou. Bobbie pensava que
não teria um futuro com ele além do quarto, mas Rook a
amava. Amava-a muito.

O pensamento de Rook a controlar, dominar, fazia com


que um calor a percorresse, deixando sua boceta molhada e
seus mamilos duros. Bobbie podia praticamente sentir suas
mãos sobre ela, seu cinto... batendo, chicotando-a até que as
contusões se formassem. Ele a seguraria, provocaria,
atormentaria e lhe daria a dor que precisava para alcançar
seu prazer. Tudo isso dava prazer a Bobbie, aumentando as
sensações, sua experiência e ela sabia que faria qualquer
coisa por Rook.
86
Como todos os motociclistas, ele era incondicional, não
fodia quando estava protegendo seu clube e aqueles de quem
gostava, assim por muito tempo pensou que apenas a olhasse
como outro bichinho de estimação. Mas não, ele a amava.

Ele.A.Amava.

— Você é minha, Bobbie. — Ele disse, sua voz profunda,


mantendo o controle, a dominância e excitação na qual ela se
tornou viciada. — Eu te amo e você é minha mulher. Isto não
é algo que pode ser quebrado, entende? Aceita isso?

— Sim. — Ela disse respondendo as duas perguntas.


Agora podia olhar para ele e saber que era dele, totalmente,
irrevogavelmente, sua Old Lady.

— Você será minha para sempre, Bobbie? — Ele passou


sua mão sobre a parte de trás do ombro dela, sobre suas
roupas. Tudo o que ela queria era ficar nua, entregar-se a ele,
não como um pedaço de bunda, mas porque era realmente
dele. Ela era apenas dele.

— Eu sempre fui sua, Rook. — E essa era a verdade. Foi


a verdade por muito tempo.

Ela seria sempre dele. Bobbie se apresentaria a ele a


qualquer hora, em qualquer lugar e por qualquer motivo.
Rook era o homem que queria possuindo-a, para mostrar a
ela que havia mais no sexo do que apenas se deitar de costas.
Esta relação que tinham, mesmo antes e confessarem seus
sentimentos, era intensa, consumindo-os mais do que
qualquer coisa que ela experimentou.

87
Ela era uma mulher apaixonada que queria agradar o
único homem com quem via um futuro, com o único homem
que Bobbie sempre amou.

Você está tão profundamente envolvida em tudo isso, tão


dentro dele.

— Eu quero você nua para mim, Bobbie. Quero ver sua


pele cremosa antes de deixá-la vermelha.

Um arrepio a percorreu com suas palavras.

Sem pensar em nada além do aqui e agora, ela despiu-


se e quando se inclinou em seus calcanhares, ele a impediu
com um som baixo.

— Deixe o salto alto, baby. Eu gosto de vê-la com eles


enquanto estou fodendo-a.

Deus.

O som da festa do lado de fora vinha através das


paredes, mesmo elas sendo grossas. Sua boceta estava tão
molhada, que quando apertou as coxas juntas, sentiu o
creme de sua excitação. Os mamilos estavam apertados e
duros, seu coração estava tão acelerado que era doloroso.

Bobbie sabia que Rook gostava do que via. Mesmo que


ela não fosse magra como as putas do clube, ele ainda a
desejava. Na verdade, Bobbie tinha certeza que Rook não
gostava daquelas mulheres graveto. Não, ele gostava que ela
fosse saudável e curvilínea, gostava que tivesse carne para ele
segurar enquanto a fodia bem duro.

— O seu corpo foi feito para mim, para meu pau.

88
Sim, foi.

Quando ficou nua e parada ali, olhando para Rook, que


ainda estava totalmente vestido, pensou no quanto gostava
de saber que estava à mostra para ele, tudo em exibição,
nada escondido do seu olhar intenso.

— Vire-se de frente para cama. Sabe o que eu gosto,


Bobbie.

Sim, ela sabia.

Depois de se virar ficou ali pelo que parecia uma


eternidade, Rook não falou, não tocou-a. Seu quarto era o
único no clube que tinha uma cama com postes em cada
canto e ela sabia que não era uma coincidência. Rook gostava
de amarrá-la, gostava dela com restrições para seus prazeres
sádicos.

Ela olhou para os postes de cada lado, em seguida,


abaixou o olhar para final do colchão. O coração dela
disparou enquanto se imaginava contida por Rook, seus
braços na parte superior, presos, pernas abaixo da mesma
forma. Ele a prendeu antes, muitas vezes na verdade. Bateu
com seu cinto, adorou seu corpo com as mãos. Ele a fez
gozar, mas apenas quando considerava o momento. Deus,
um arrepio a atravessou com essa imagem e as lembranças
do que ela experimentou.

— Você sabe em que posição a quero. — Disse com


aquela voz profunda e máscula dele.

Bobbie fechou os olhos e imediatamente ficou na


posição, curvada sobre a cama, levantou as pernas e
89
mostrou-se a ele. Antecipou tudo o que este homem daria a
ela, aguardava a dor que envolveria todas suas partes.
Apenas pensar que a machucaria do jeito que ela amava fazia
seu corpo reagir de uma vez só.

— Curve-se mais, Bobbie. Deixe-me ver sua boceta se


abrir. Deixe-me ver seu buraco apertado.

Sua garganta secou e o pulso bateu com mais força.

Ela se inclinou ainda mais até que seus antebraços


estavam alinhados com o colchão. E quando começou a abrir
as pernas, não sendo rápido o suficiente para Rook. Ele tinha
uma mão no cabelo dela, puxando sua cabeça para trás com
força e um suspiro de prazer e dor a deixou, logo usou seu pé
para abrir as pernas tão amplas, que os músculos da coxa
protestaram.

— Quando disser para se abrir para mim, não quero


dizer para você ficar feliz. Significa mostrar-me essa boceta
vermelha e molhada, Bobbie.

Um gemido saiu dela com a aspereza dele.

Com as pernas abertas e as mãos apertando o edredom,


ela esperou a intensidade envolvê-la. E sempre acontecia com
Rook. Sempre.

O som das botas sobre o assoalho de madeira,


aproximando encheu-a. E quanto mais perto, mais ela ficava
excitada e sua temperatura corporal subia.

— Quando você é uma boa garota, deixa-me feliz. —


Rook disse, sua voz rouca percorrendo sua pele, fazendo-a

90
sentir como se ele fosse tocá-la, acariciar com aqueles longos,
grandes e calejados dedos cada centímetro de seu corpo. — E
você é uma boa menina, baby. Posso ver como pronta sua
boceta está para mim. Rosa, molhada e inchada para meu
pau grande.

Não era apenas um jogo, mas um estilo de vida, para


ambos. Ela sabia melhor do que tratar isso como uma
novidade. Era a coisa real, com emoções e química.

— Você gosta quando dou uma ordem, não é?

Ela assentiu com a cabeça.

— Você gosta quando digo o que fazer, comandando seu


corpo porque ele é meu. — Ele acariciou com seus dedos sua
coluna vertebral e ela fechou os olhos, saboreando a
sensação. — Você gosta de ser a minha Painslut1, não é?

— Sim, senhor. — Ela sussurrou. Bobbie sentiu-o


afastar os dedos do corpo dela, então quase gemeu quando
ouviu o som dele tirando o cinto. Os sons da fivela sendo
aberta, dele desabotoando seu jeans e finalmente do tapa
suave do couro contra o jeans quando ele puxou das
presilhas, depois passando sobre ela como se fosse realmente
tocá-la.

— Você gosta de retirarem seu controle, assim como ter


minha marca na sua pele. — Ele disse.

— Sim, senhor.

1 Painslut - Normalmente, um termo BDSM. Alguém que goza de dor física e / ou


humilhação em extremos; geralmente um submisso. A palavra é geralmente aplicada a
alguém que "não pode obter o suficiente" de dor e tortura.

91
— E olha como vermelha e molhada essa boceta bonita
está para mim. — E então ele a tocou, apertou sua mão
direita entre as coxas dela e acariciou sua fenda. — Sim, uma
boa menina. Sua boceta está encharcada para mim, para o
meu pau.

Antes que ela pudesse se mover, pudesse mesmo


respirar, ele afastou a mão, mas apenas para rapidamente
dar um tapa nela com a mão aberta.

Bobbie se ergueu nos dedos dos pés, a parte detrás de


seus calcanhares levantando do chão com o prazer e a picada
de dor. Sentia-se tão bem. Rook a fazia se sentir tão bem. Ela
ficou mais molhada, seu clitóris latejava, os músculos de sua
boceta apertaram por vontade própria e ela sabia que poderia
gozar apenas com isto.

— Você quer mais?

Ela assentiu com a cabeça, mas então soube que nao


era o que ele queria.

Ele imediatamente recuou, o calor do corpo deixando-a,


seu toque erótico desapareceu.

— Sim, senhor, eu quero mais.

Pelo que pareceu uma eternidade, ele não se aproximou


dela, mas então sentiu seu corpo. Fechando os olhos esperou
que a tocasse.

— Fiz uma pergunta, Bobbie. — Ele acariciou sua


bunda. — Diga-me novamente. Você quer mais?

— Sim, senhor. Mais, por favor.

92
Ele bateu em sua boceta novamente e um grito a deixou.
Instantaneamente, sabia deveria segurá-lo, deveria ter
mantido seus sons de prazer e dor em silêncio. Ele voltou
imediatamente outra vez e ela sentiu sua decepção.

— Olhe para mim, Bobbie. — Ele ordenou.

Ela olhou sobre o ombro, seu coração parando,


fechando sua garganta. Ele ficou parado, a calça
desabotoada, mas com o ziper fechado, mostrando o V do
músculo, aquela linha de pelos escuros começando abaixo de
seu umbigo e desaparecendo sob o jeans. Sua camiseta
estava fora da calça e seu colete de couro mostrava o perigo,
o poder, a masculinidade que saía dele.

Rook era um homem perigoso, um macho endurecido.

E era dela.

Seu cabelo curto e escuro ainda estava despenteado,


amava olhar aquela confusão nele. Seus olhos, tão escuros,
quase ameaçadores, fizeram um arrepio envolver seu corpo
inteiro. Ele não disse nada pelo que pareceu uma eternidade
e quando deu um passo mais perto, seu corpo se aqueceu
sem ele sequer tocá-la.

— Fale-me as regras, querida.

Ela continuou olhando para ele, para sua mão,


enquanto segurava seu cinto firmemente e engoliu quando os
nós dos seus dedos ficaram brancos. Mas ele não a espancou,
não a açoitou com esse couro. Em vez disso, colocou o cinto
na cama, endireitou e tirou a camiseta, ainda com seu foco
nela.
93
Ele ficou parado, olhando-a, fazendo-a sentir-se mais
exposta do que já estava. Não tinha nada a ver com o fato de
estar aberta e Rook ainda vestido. Isso era algo diferente, algo
mais profundo. Era o amor que sentiam um pelo outro, a
honestidade compartilhada, que fazia desta situação algo
maior.

— Comece a dizer-me as principais regras, Bobbie. —


Sua voz não admitia nenhum argumento.

— Nenhum ruído se não me der permissão, senhor.

Ele não balançou a cabeça, não falou. Rook apenas a


olhava.

— Apenas sair quando você me der permissão para isso,


senhor.

Ele grunhiu em resposta.

— Sempre obedecer.

— Sim, querida. — Ele parecia murmurar, mas naquela


sua voz profunda. — E o que mais?

— E se ficar muito intenso usar minha palavra segura,


mas sei que você sempre irá me proteger.

— Boa garota. — Ele se aproximou e ela sentiu o


contorno rígido do pau dele pressionando sua boceta. Seu
corpo estava quente, tão duro e com os olhos fechados,
Bobbie imaginou-o nu atrás dela. Todos aqueles músculos
definidos, tatuados e tonificados flexionados, agrupando-se,
poderia gozar apenas com esta imagem.

— E o que acontece se você romper as regras, querida?

94
Ela precisou se esforçar para falar.

— Então você me punirá, senhor. — E quando ele a


punia não era o tipo bom de dor, mas do tipo que significava
que estava decepcionado, que ela foi muito malcriada, muito
tagarela. Era o tipo de dor que Bobbie odiava, porque não
queria que se decepcionasse com ela.

— Isso é verdade e agora, você foi uma menina má?

Ela assentiu com a cabeça e disse.

— Sim, senhor, eu fui. — Havia calor na voz dele e ela


sabia que essa experiência seria diferente de todas as outras
vezes, que iria rivalizar com todas.

Ela abriu os olhos e o viu agarrar o cinto que estava ao


lado dela. Antes que pudesse pensar, ele desceu o cinto em
sua bunda. Bobbie apertou os dentes, ergueu-se nos dedos
dos pés, fechou seus olhos e absorveu a dor que veio com a
fúria do cinto em sua pele. Assim que a dor desapareceu e o
prazer tomou seu lugar, Rook espancou-a novamente.

Mais e mais.

Mais forte e mais rápido.

Rook fez isso até a pele dela se aquecer antes que


anestesiasse e a endorfina corresse selvagem dentro dela,
provocando suas terminações nervosas e fazendo-a usar o
autocontrole para não gritar.

— Quem é seu dono? — Ele perguntou em um tom


severo, exigente, dominante.

— Você, senhor. Apenas você.

95
Ele passou o cinto ao longo de suas coxas.

— Você pertence apenas a mim. A partir deste momento


é minha mulher, minha Old Lady. — Ele jogou o cinto de
lado, levou a mão direita para sua boceta e enfiou um dedo
rápido e duro. Ela abriu a boca em um grito sem som. —
Essa boceta me pertence. — Ele colocou os dedos na boca
dela, forçando-a a abrir os lábios assim ela poderia provar a
si mesma. — Esta boca é minha. — Rook moveu a mão no
peito dela e agarrou um dos seios. Apertou o mamilo e
inclinou-se para que sua respiração quente provocasse sua
orelha. — Estes seios são meus. — E então, antes que Bobbie
pudesse sequer pensar, Rook tinha esses mesmos dedos
pressionados na entrada de sua bunda.

Sua mente e corpo estavam em chamas, entrando em


curto-circuito e ela percebeu que ter o amor de um homem, o
mesmo a quem estava presa, fazia a experiência ainda mais
intensa.

— E essa bunda é minha, minha para foder, para


lamber, porra, para olhar enquanto me masturbo. — Ele
afastou os dedos da entrada da bunda dela e começou a
bater-lhe com a palma da mão aberta. Rook se inclinou para
frente e ela sentiu seu hálito quente na orelha novamente. —
Eu possuo cada parte sua e você e irá se lembrar disso
quando algum filho da puta a olhar.

Ela abriu a boca em um grito silencioso.

E então ele se afastou noamente. Rook a derrubou, as


costas agora no colchão e tinha o queixo em sua mão. Ele

96
abriu sua boca e olhou para o que fez. No próximo segundo,
Rook inclinou os lábios sobre os dela. Fodeu-a dessa maneira
e não havia outra forma de descrever o que estavam fazendo.

— Eu te amo e estou cansado de tentar lutar, de


esconder a verdade.

Quando ele olhou nos olhos dela, eram duas pessoas


que se amavam e acabaram com um impasse. Ela não
hesitou em sua resposta.

— Eu te amo, também. Pertenço a você, Rook.

Ele olhou para ela por um segundo e então se inclinou


para a frente.

— Sim, porra.

97
Rook poderia ter feito a cena continuar a noite inteira,
poderia ter espancado a bunda dela até que estivesse preta e
azul e ela teria desejado isso também. Não agora, depois que
sua mão picou ao descer em sua pele e com o olhar nos olhos
azuis da mulher que amava, Rook apenas queria estar com
Bobbie. Queria reivindicá-la.

Ele ainda tinha a mão em seu queixo e fodia a boca dela.


Enfiando a língua dentro e fora de sua boca, amando que ela
estivesse ofegante, como se mal conseguisse respirar, sequer
se concentrar, Rook tinha o pau tão duro que poderia furar o
concreto.

Ele rapidamente despiu-se, com a necessidade de sentir


seu corpo pressionado contra sua forma nua, ter a mistura
de suor com o dele quando transasse com ela.

As bolas dele estavam apertadas, o pesado saco


pressionado em sua boceta escorregadia. Seu pau contra sua
mente. A trilha de pelos escuros movia-se ao longo da parte
inferior de seu pau, fazendo este leve desconforto misturar-se
com o prazer que ele já sentia.

98
Sem romper o beijo, ele abaixou-se e segurou sua perna,
levantando-a e encaixando na dobra do braço e recostou-se
para olhar sua boceta. A pequena fenda estava levemente se
contraindo, os lábios de sua boceta estavam molhados, assim
como a parte interna das coxas. Seu pau estava duro entre
eles como um maldito míssil. Suas bolas apertadas e a fenda
derramando pré-sêmen. Ela era perfeita, tão perfeita que
poderia gozar apenas olhando-a.

Em um movimento rápido, ele agarrou sua cintura e a


colocou de bruços. Rook segurou sua bunda, apertou e abriu
os dedos sobre os montes grandes e carnudos, gemendo
suavemente. Bobbie tinha uma bunda gloriosa. Ela não era
magra como muita das mulheres que andavam pelo clube.
Não, era construída como uma mulher, toda cheia de curvas,
quadris largos, coxas grossas e um corpo que foi feito para
um homem segurar enquanto fodia sua boceta.

Ele bateu na bunda dela algumas vezes, não porque


queria causar dor, mas porque gostava de ver a carne tremer
no ato, gostava da forma como sua pele cremosa ficava rosa.

As pernas dela estavam abertas novamente, sua boceta


e bunda estavam em exposição.

— Foderei sua bunda novamente em breve, querida. —


Sim, ele teria todas as partes de Bobbie, ela já era dele antes
mesmo de terem compreendido como permanente o
relacionamento deles seria.

Ele abriu sua bunda, olhou e então deixou que elas


voltassem ao lugar. Agarrando seu pau, acariciou-se algumas

99
vezes, deixando seu olhar percorrer sua coluna, traçando
suas curvas com os olhos e estabelecendo seu foco em sua
boceta doce. Rook agarrou uma nádega, abriu-a novamente,
assim que os lábios de sua boceta se separaram, alinhou seu
pau. Ele precisava disso, precisava comê-la, apenas bater o
pau dele dentro do seu corpo tão forte que ela se moveria na
cama.

Por todo um segundo, Rook fez com que a cabeça de seu


eixo se encaixasse na entrada de sua boceta. Ele sentiu seu
calor, sua umidade e gemeu pela forma como ela o apertou,
como se estivesse tentando levá-lo mais profundamente.

— Você está pronta para mim, querida? — Era uma


pergunta retórica, porque ele sabia que ela estava, ouviu-a
implorando por sua respiração e viu o quanto estava
preparada entre suas coxas.

— Sim, senhor.

Em um impulso duro, ele enterrou-se tão


profundamente dentro dela que ela gritou. Não a puniria pelo
som que fez sem permissão, porque ele gemeu junto com
Bobbie.

Suas bolas bateram nos lábios de sua boceta, o som


molhado alimentando sua excitação.

Rook agarrou seus quadris, cravando as pontas dos


dedos na carne dela e batendo contra seu corpo. Ele começou
a suar, as gotas de suor moveram-se para baixo e cairam
sobre o corpo dela. Manteve seu foco no movimento dos
quadris dela toda vez que empurrava, toda vez que suas bolas

100
batiam contra a pele vermelha dela. Sua fenda estava
esticada ao redor dele, levemente brilhante por causa disso e
levando-o a um ponto que se sentia como um louco.

Ele cravou suas unhas nela ainda mais forte, ouviu seu
sibilar e a fodeu com mais paixão.

— Assim, querida. Tome meu pau, Bobbie. — Sua boca


estava aberta enquanto respirava, seu foco ainda na boceta
dela enquanto olhava seu movimento de entrar e sair dela.
Puxou a ponta para fora e bateu em seguida de volta,
repetidamente, fazendo-a gritar, segurando-a contra o lençol
sob ela, tanto que suas juntas estavam brancas.

— Pronta para gozar para mim, baby?

Ela assentiu com a cabeça.

— Sim, senhor. Deus, sim.

Ele levantou uma mão, segurando um de seus grandes e


volumosos seios, apertando. Acrescentou essa dor, sabendo
que ela precisava disso, tanto quanto ele, para atingir o ápice.

— Goze para mim, Bobbie. Ordenhe meu pau, sugue


meu semên de mim.

Ela virou a cabeça, os olhos arregalados, vidrados, sua


boca aberta. E então Bobbie gozou, apertando os músculos
de sua boceta ao redor de seu pau. Deixando com a cabeça
zonza, estrelas dançando em sua visão e o orgasmo o
percorreu.

101
Ele encheu sua boceta com sua porra. E amou quando
ela pediu mais, implorou por mais. Rook daria mais do que
Bobbie jamais poderia suportar.

Quando seu orgasmo diminuiu, viu que ela deitou na


cama, drenada pelo prazer. Rook saiu dela com um som
abafado, mas ficou ao seu lado, com seu pau na mão, a ponta
apontada para sua boca.

— Limpe-o, Bobbie. Chupe tudo.

Ela obedeceu rapidamente. Quando lambeu todo o


esperma, ele se afastou dela. Deveria ter se levantado e pego
um pano para limpar os dois, mas estava tão cansado de
foder com sua mulher, que tudo o que conseguia fazer era
deitar na cama, puxá-la contra o peito e segurá-la. E pela
respiração dela, podia dizer que ela estava prestes a dormir.

— Eu amo você, menina. — Rook beijou o topo da


cabeça dela, amando o som que ela fez e que se aconchegasse
mais contra ele.

— Eu te amo, também. — Ela disse com uma voz meio


sonolenta, suspirou forte e ele soube que tudo ficaria bem
agora. Precisava ficar, porque o que sentia ali era muito bom
para que merdas acontecessem.

Bobbie se sentiu um pouco estranha em estar num


encontro com Rook. E não era um encontro falso, como algo
onde ela esperaria que um motociclista levasse sua esposa.
Fizeram um passeio de moto pelas estradas de River Run, em

102
seguida, jantar em um restaurante local, mas agora estavam
deixando o cinema. Rook não parecia o tipo de homem que se
importa em agradar sua mulher saindo com ela, deixando-a
escolher o restaurante, filme e todas essas coisas de coração
mole. Mas Bobbie notou algo diferente em Rook após a
conversa na sede do clube e quando ele disse que a amava.

Ele estava sendo honesto em todos os sentidos. Mesmo


que Rook odiasse o filme que ela escolheu, Bobbie viu pelo
olhar de horror que cruzava seu rosto quando fez a sugestão
de um filme de garotas, ele puxou-a perto enquanto se
sentaram e esperavam para assistir ao filme romântico.

— Você quer tomar algo? — Ele perguntou e puxou-a


perto quando deixaram o cinema e caminharam em direção a
sua moto.

— Você precisa se livrar do burburinho do filme? — Ela


riu.

Ele sorriu e inclinou-se para beijá-la no topo da cabeça.


Foi um movimento de desapontamento ali mesmo.

— Não foi tão ruim. Apenas não entendi porque ela


voltou. E se eu fosse ela teria chutado as bolas dele com força
o suficiente para que saísse através de sua garganta. — Ele
encolheu os ombros. — Mas todas as mulheres aplaudiram
após o fato, então o que eu sei?

Ela começou a rir novamente.

— Ter um homem que percebe o quão ruim ele é e


muda, ficando dedicado a você é a fantasia de todas as

103
mulheres, eu acho. — Ela provocou. — Mas era apenas um
filme.

Ele parou e a fez se virar, então ela o olhou. Rook


segurou seu rosto, olhou-a nos olhos e por um momento, não
fez mais do que olhar. O coração de Bobbie bateu com mais
força e mais rápido quanto mais fitava seus olhos escuros.

— O que foi? — Ela perguntou baixinho e ofereceu-lhe


um sorriso.

— É isso que você quer, querida?

— O que eu quero?

Ele assentiu com a cabeça para a pergunta dela.

— Não quero chutar você nas bolas com força suficiente


para que elas saiam pela sua boca. — Ela provocou, embora
pudesse ver o quão sério ele estava.

Rook descansou a testa contra a dela, exalando


lentamente e ela sentiu o cheiro do chocolate que ele comeu
no cinema. Era estranho que este homem, que apenas há
pouco tempo parecia tão indiferente, tão distante e áspero,
podia ter este lado suave.

Sim, comer chocolate enquanto assiste a um filme de


romantico era definitivamente um lado suave vindo de Rook.

— Eu quero saber se você quer esse felizes para sempre,


se quer as palavras doces e as flores, a merda que vem junto
com isso. — Ele recuou um pouco, mas manteve as mãos em
seu rosto. — Eu quero ter certeza que você sabe no que está
se metendo comigo, Bobbie.

104
Ela tocou sua mão com a dela, segurou seu rosto por
um segundo e sorriu.

— E se eu não quisesse o homem que está diante de


mim, o motociclista duro que me diz que tem uma mancha
na sua alma. — Ela levantou-se sobre a ponta dos pés e o
beijou nos lábios suavemente. — Então eu não viria até você
e diria que te amo. Não nos daria uma chance. — Bobbie
manteve sua boca próxima a dele, murmurando as palavras
contra seus lábios e sentindo o amor por este homem a
preencher. Ele não era apenas a pessoa a quem ela se
entregou completamente, mais profundamente do que a
qualquer outra pessoa, era o homem com o qual não podia
viver sem.

— Meu passado é obscuro, sombrio e sei que não sou


bom o suficiente para você. Levei muito tempo para chegar a
um acordo de não ter que esconder ou evitar o que sentia,
que eu precisava aceitá-lo, abraçá-lo.

Por um segundo, ela não disse nada. Não podia. Nunca


viu Rook ser tão honesto, presenteando-a com uma
informação que manteve trancada. Isso era o que estava
dentro dele, o que queria que ela soubesse, para saber que
não seria o mocinho, mesmo que estivesse tentando ser um
homem decente ou o que ele considerava decente de qualquer
forma, por ela. Bobbie o amava ainda mais por isso.

Seu coração estava sangrando por esse homem, pela


vulnerabilidade que ele mostrava.

105
— Eu te amo e o que você me oferece, o homem de pé
diante de mim, é exatamente o que quero na minha vida. —
Ela beijou-o novamente. — E se não quisesse isso, não
estaria aqui.

Ele puxou-a em um abraço e por alguns segundos ficou


parado, sem se mexer, sem respirar. Ela descansou a cabeça
em seu peito, bem sobre seu coração e amou o som constante
de seu batimento. Ele a embalou, acalmou-a e a fez perceber
que isto era real... Rook era real.

— Vamos beber alguma coisa e depois vamos para


minha casa, então poderei lhe mostrar o quanto eu te amo.

Sua boceta apertou após suas palavras e o lado


submisso, o lado que amava este homem, que adorava tê-lo
dominando-a, levantou-se. Deus, ela esperava que nunca se
sentisse confortável, acomodada no relacionamento, que
sempre fosse assim. Mas com sinceridade, mesmo esse
conforto, essa acomodação seria bem-vinda, porque
significaria que estavam mais sintonizados um ao outro.

106
Bobbie já tomou duas tequilas e uma cerveja. Sentia-se
bem, solta e quente tendo Rook ao seu lado, sentindo seu
calor e proteção, o que tornava essa experiência ainda mais
inebriante.

Havia uma banda cover tocando rock clássico. Sweet


Home Alabama estava vibrando nos alto-falantes e um grupo
de mulheres estava dançando com seus homens ao redor do
palco. Este bar ficava na periferia da cidade, era o principal
ponto de encontro para os motociclistas e mesmo com o ar de
perigo, da aspereza e sordidez do lugar e mais o fato de já ter
visto duas lutas acontecerem no curto espaço de tempo que
estavam ali, Bobbie sentia-se confortável.

Talvez fosse porque ela estava acostumada ao clube,


acostumada aos homens, as festas, toda violência e sexo que
os cercavam diariamente.

Mas com Rook ali, ao seu lado, ela tinha uma poderosa
sensação de que nada podia tocá-la.

Bobbie balançava a cabeça no ritmo da música


enquanto terminava sua bebida já morna. A cerveja tinha um

107
sabor bem amargo no fim e ainda que ela não fosse uma
exímia bebedora, já teve seus momentos, como quando
estava deprimida, com raiva ou quando queria espairecer.
Enquanto olhava ao seu redor, vendo os homens usando seus
coletes com suas mulheres ao redor e provavelmente
nenhuma vadia rondando, era estranho se sentir confortável.

Ela observou o pequeno espaço e quando estava prestes


a olhar para o palco novamente algo no salão chamou sua
atenção. Havia uma mesa no canto escurecido e tudo o que
podia realmente perceber na atmosfera escura e esfumaçada
era um par de botas surradas, as pernas cobertas com jeans
sujo e um conjunto de braços cobertos de tatuagens
descansando sobre a mesa. O rosto do homem ao qual
aqueles membros pertenciam estava envolto em uma névoa
de sombras e fumaça. Ela viu o cigarro que ele fumava
acender enquanto inspirava, então outro sopro de fumaça
grossa o cobriu. Era estranho a forma como não conseguia
tirar os olhos dele e sentimentos de medo e cautela a
consumiam. Passaram apenas alguns segundos que Bobbie o
observava, mas parecia que o tempo parou.

Então ele se inclinou para frente, a música pareceu


parar e de repente se sentiu sozinha. O rosto do homem
finalmente ficou visível, de forma que parecia velho e...
sádico. Um arrepio de apreensão a percorreu enquanto ele a
observava, seus olhos redondos e negros fazendo buracos
nela, fazendo-a se sentir nua de uma maneira grotesca.

Seu cabelo era escuro com alguns fios brancos, o rosto


moreno cheio de uma barba espessa, um estilo pirata.
108
Bobbie se virou, concentrando-se nas costas de Rook,
no emblema dos Brothers of Menace e respirou fundo.
Quando virou a cabeça e olhou para a mesa novamente,
sentiu um alívio ao ver que a mesa estava vazia. Apenas
quando observou o bar e não conseguiu ver o homem, sentiu
que esse alívio a preenchia.

— Rook. — Bobbie disse, sem perceber que falou o nome


dele em voz alta, até que ele se virou e a olhou. Ela apenas
queria voltar para a casa dele, deixar Rook levá-la e não se
preocupar com nada.

— O que há de errado, querida?

Talvez ele visse a preocupação em seu rosto ou o quanto


ela estava tensa. Merda, Bobbie sentia como se tivesse
chumbo em suas veias. Olhando para Rook, vendo a
expressão em seu rosto, o fato dele estar preocupado,
simplesmente porque ela disse seu nome e podia claramente
lê-la, fez com que se sentisse confortável.

Ao observar o bar novamente, não conseguiu ver o


homem e disse a si mesma que estava sendo ridícula. O cara
era um pouco assustador, sim, mas talvez estivesse
preocupada por nada.

Colocando uma mão no braço de Rook, ela sorriu para


ele e se inclinou para perto, então podia ouvi-la.

— Estou bem.

Ele não parecia acreditar nela.

— Bobbie...

109
— Realmente, estou bem. — Ela se levantou.

— Onde você está indo? — Rook parecia realmente


preocupado agora, seu grande corpo sentado mais reto
quando se mexeu na cadeira.

Ela se inclinou para mais perto novamente.

— No banheiro e então talvez possamos voltar para sua


casa? — Ela passou a ponta da língua ao longo da concha de
sua orelha, amando o som gutural que ele fez, gritando
quando ele a puxou para seu colo.

— Você está brincando com fogo, menina má.

Um arrepio a percorreu.

— Talvez eu queira me queimar, Rook.

— Mmm. — Ele murmurou contra sua orelha. — Você


está sendo uma pirralha, baby e quando voltarmos para
minha casa, deixarei sua linda bunda, vermelha, antes de
abrir essas suas bochechas deliciosas e penetrar meu pau
profundamente dentro delas.

Ela gemeu baixinho, sabendo que ele podia ouvir apesar


da música e de todo barulho ao redor deles. Ele deu um
tapinha em seu traseiro e Bobbie sorriu, afastando-se.

— Eu vou com você, no entanto. É muito selvagem aqui!

Ela não discutiria, não quando se sentia um pouco


receosa em relação a situação com o homem assustador.
Podia ser apenas um sentimento estranho, mas isso não
significava que era burra a ponto de ignorar seus instintos.

110
Eles caminharam pela multidão e quando Bobbie desceu
o pequeno corredor em direção aos banheiros, parou e olhou
por cima do ombro para Rook. Ele estava encostado na
parede a poucos metros dela, os braços cruzados, parecendo
algum tipo de guarda. Ela não pode deixar de sorrir.

Bobbie abriu a porta, saiu do caminho para que


algumas mulheres pudessem passar por ela e sair, então
olhou para seu reflexo no espelho. O banheiro era pequeno,
antigo e não muito limpo.

Depois de fazer o que era preciso, saiu para lavar as


mãos e arrumou sua camisa, concentrando-se no chão.
Levantou a cabeça e parou quando viu o mesmo homem da
mesa ao lado da porta, bloqueando sua saída. Ele não falou
nada e não era particularmente grande, porém, não era o
tamanho que a assustava, mas o fato dele estar olhando para
ela tão intensamente, tão odiosamente, que realmente deu
um passo para trás.

— Que porra? — Bobbie não era uma mulher fraca,


nunca se viu inclinada à vontade de um homem, a menos que
fosse algo que ela quisesse, como fazia com Rook. Mas este
homem a assustava, realmente a assustava e ela não sabia o
porquê.

O homem não disse nada, nem se mexeu.

— Você precisa sair. Agora.

Ele colocou sua mão dentro da jaqueta jeans manchada


e rasgada, ela ficou tensa, não sabendo se ele estava puxando
uma arma. Mas quando ele tirou um pedaço de papel,

111
estendendo o braço para Bobbie e sorrindo, mostrando seus
dentes manchados, ela se viu ficando mais tensa e
assustada.

— Ele não é quem você acha que é e você será sua


ruína. Ele está perturbado. — E então o homem colocou o
papel no balcão e deixou Bobbie ali parada por um momento,
sem palavras. O que quer que este homem planejou fazer,
claramente tinha algo a ver com Rook. A realidade da vida
que ela escolheu para si, não foi tão claramente firmada como
agora.

Rook estava irado. Ele sentia seu sangue ferver, seu


coração batia mais rápido e queria matar alguém, de
preferência o filho da puta que encurralou Bobbie com o
único propósito de chegar a ele. E se o bastardo fosse um
homem de verdade, não teria que passar por Bobbie para
transmitir sua mensagem, mas estava claro que esse homem
era um bastardo fraco e por perturbar sua namorada,
morreria.

— Diga-me exatamente o que ele disse novamente,


Bobbie.

Eles apenas saíram do bar depois que Rook procurou o


tal filho da puta por todo maldito lugar. O lugar estava vazio,
mas ele sabia que o idiota entrou e saiu pela porta dos
fundos que ficava ao lado dos banheiros. Quando viu o olhar
de horror no rosto de Bobbie e ouviu o que ela disse, tudo em

112
que Rook podia pensar era em cortar a garganta do bastardo
e deixá-lo sangrando. Ele estava tão irritado, que foi pura
sorte sair do bar sem matar alguém e dirigir até sua casa sem
bater no processo.

Rook olhou para Bobbie novamente, não querendo


assustá-la, mas sabendo que o olhar em seu rosto
provavelmente já estava assustado.

Ele respirou fundo e disse com uma voz lenta e calma.

— Baby, eu preciso que você me diga o que aquele idiota


disse. Eu sei que já me disse, mas com o barulho e minha
raiva, posso ter perdido alguns detalhes.

Ela respirou fundo e assentiu.

— Ele apenas me disse que ele, supondo que estivesse


falando sobre você, uma vez que nos viu juntos, não é quem
eu acho que é e que serei sua queda. — Ela engoliu forte. —
Ele também disse que você está perturbado.

Rook apertou os dentes para não dizer nada, embora


não achasse que poderia controlar os palavrões que estava
prestes a vomitar. Segurava o pedaço de papel que o filho da
puta deu a Bobbie, viu sua mão tremer e soube que, embora
não tivesse a menor ideia quem aquele idiota era, apenas
podia ser alguém do seu passado. Ele não estava mentindo
quando disse que tinha um passado sombrio e que fodeu
muito.

Era um dos idiotas com quem ele mexeu antes de entrar


no clube?

113
Era outro motociclista com quem cruzou no passado?

Ele leu a nota novamente, seus dentes apertados, seu


corpo inteiro pronto para lutar.

Bem, se você quiser resolver isso como homem, encontre-


me no Grove ao pôr do sol. Sozinho. E se levar seu clube, irei
me certificar de que sua garota sofra.

Pôr-do-sol? Que porra era essa, o Velho Oeste?

The Grove, era um moinho abandonado onde havia uma


fábrica têxtil no final dos anos cinquenta, um lugar que Rook
costumava ir quando era mais jovem, quando era um punk e
se metia em mais merdas do que queria lembrar. Não era
longe de River Run e se não tivesse o palpite sobre a merda
de seu passado voltando para mordê-lo, esta carta teria
selado a porra do negócio.

— Qual é a de Grove e sobre o que é isso?

Ele balançou a cabeça, de costas para Bobbie.

— Nada.

— Não é nada, Rook. — Ela estava irritada e com razão.


Sua voz aumentou, mas havia um tremor nela também.
Quando olhou para ela, viu a raiva em seu rosto. — Isso
também me preocupa. Aquele idiota entrou no banheiro,
encurralou-me e disse que eu seria sua ruína. Ele olhou
diretamente nos meus olhos. — Ela estava chorando, suas
lágrimas, eram gotas cheias que escorriam por suas
bochechas. — Ele teria me machucado para chegar até você,
eu sei disso.

114
— Ele nunca a tocará. — Disse Rook com convicção
furiosa.

— Como você pode garantir isso? Ele estava na porra do


banheiro, Rook. — Ela balançou a cabeça e enxugou as
lágrimas. — Eu não quero brigar, não com você e não com
algum psicopata.

Rook apertou as mãos ao lado do corpo, sua raiva


assumindo o controle sobre ele. Iria encontrar aquele idiota
do caralho e se certificaria que Bobbie não precisasse se
preocupar com essa merda nunca mais.

— Eu vou encontrá-lo, baby. — Ele se aproximou dela.


Ela não se moveu e parou de chorar. — Eu vou encontrá-lo,
rasgar sua garganta e vê-lo sangrar no chão.

Ela parou de respirar.

— Terei certeza que ele sofra apenas por olhar para


você, pensando que poderia usá-la como um peão para
chegar até mim. — Ele se aproximou dela. Quando estava
bem na sua frente estendeu a mão, segurou sua nuca e
puxou-a para que ela batesse em seu corpo. — Eu nunca
deixarei nada acontecer com você, Bobbie. — Ele segurou seu
rosto. — Entendeu?

Ela lambeu os lábios, mas depois assentiu.

— Isso é uma merda séria, Rook. Não importa o que


você fez, ele fará o que for preciso para chamar sua atenção.

Ele segurou sua nuca, então ela descansou a cabeça em


seu peito e olhou para a parede.

115
— Eu quero ter certeza de que você fique segura. Vá
para o clube depois do trabalho amanhã. Vou me certificar de
que um dos rapazes fique no seu trabalho para segui-la e
garantir que essa merda continue tranquila.

Ela assentiu em silêncio.

— Você sabe quem pode ser? — Ela perguntou


suavemente.

Ele acariciou o cabelo dela, sentindo o cheiro de limão


que veio dos fios e tentou manter-se sob controle para ela.

— Não, querida, mas descobrirei.

116
Talvez Bobbie não devesse sentir o desejo que sentia
agora, mas quanto mais Rook a segurava e ela inalava o
cheiro de seu colete de couro, a colônia que usava e a
intensidade que o cercava, mais queria esquecer o babaca no
banheiro e o perigo no qual Rook estava envolvido.

Recuando, agarrada em seu colete e olhando em seus


olhos escuros, ela queria se concentrar apenas no aqui e
agora, sem se preocupar por estarem juntos. Deus, não
queria pensar nele se machucando, mas não era algo que
poderia ignorar.

— Rook. — Ela disse seu nome suavemente, prestes a


chorar porque tinha essa sensação horrível na boca do
estômago como se o estivesse perdendo.

Rook colocou a mão em seu rosto, olhando para ela,


embora sempre mantivesse a compostura, sempre se
certificando de deixar seu rosto sem expressão, Bobbie viu a
preocupação que sentia nesta situação, escrita claramente
em seu rosto.

117
— O que você está fazendo? — Ele disse com uma voz
quase dolorida, embora ele fosse inteligente o suficiente para
saber o que ela queria, provavelmente estava confuso sobre o
porquê dela escolher justo agora para querer isso.

Ela segurou seu colete com mais força, seus dedos


cravando o couro liso e gasto, sentindo-se de repente
desesperada, como se fosse a última vez que o veria.

— Oh, minha doce Bobbie. — Ele se inclinou e beijou-a


suavemente, segurando seu rosto sem maquiagem. — Eu não
vou a lugar nenhum.

Ela não queria chorar, mas sentia como se estivesse se


dividindo em duas e seu mundo estivesse desmoronando.

— O clube se envolve em coisas perigosas o tempo todo.


Eu não vou deixá-la, Bobbie. Entendeu?

Ela assentiu, embora entendesse muito bem, isso não


significava alívio para sua preocupação.

— Ajude-me a esquecer tudo isso, Rook. Ajude-me a


lembrar que isso não significa nada, que as coisas darão
certo. — Ela se levantou na ponta dos pés e o beijou,
sentindo como se estivesse gritando por dentro. Deus, por que
se sentia assim?

— Baby, eu acho que você está apenas em estado de


choque ou algo assim. — Ele disse suavemente e gentilmente
a afastou.

Ela estava balançando a cabeça, a ponto de chorar e


sabia que ele provavelmente estava certo sobre o choque da

118
noite e seus pensamentos trabalharem contra ela, mas não
queria mais pensar.

— Por favor, Rook, fique comigo. — Ela se apertou


contra ele, a preocupação em seu rosto se intensificando. —
Eu preciso disso, preciso de você para me sentir segura, como
se tudo não estivesse fora de controle.

Deus, ela sentia como se o estivesse perdendo e odiava


isso.

Por um segundo tudo o que fizeram foi olhar um para o


outro e ela podia dizer pelo brilho dos seus olhos, pelo jeito
que a segurava, que ele não negaria nada. No segundo
seguinte, tinha-a em seus braços, virando-a e pressionando
suas costas contra a parede. Sua respiração estava ofegante e
forte.

— Tudo ficará bem, baby, eu juro para você. — Ele


pressionou seu corpo no dela e ela sentiu seu pau duro
cutucar sua barriga. Ele segurou sua bunda com uma mão,
agarrando um punhado de cabelos com a outra, enquanto a
beijava com força, colocando a língua para dentro e dando-
lhe exatamente o que precisava agora... ele.

Ela soltou um gemido quando ele chupou sua língua e


delicadamente arrastou seus dentes ao longo de sua boca. A
mão em seu cabelo apertou, enviando uma picada de dor e
prazer do seu couro cabeludo, para seus seios e de lá, direto
para o centro de sua boceta.

Ela rompeu o beijo, respirando forte e olhando em seus


olhos cor de ônix.

119
— Eu não sei por que sinto que minha pele está sendo
rasgada de mim, que meu coração vai explodir no peito. —
Ela disse asperamente, tão no limite com sua excitação e de
tudo acontecendo que não queria se concentrar na realidade.
— Eu amo você, Rook. — Ela disse contra sua boca.

— Bobbie, baby. — Rook segurou seu rosto e olhou em


seus olhos. — Eu te amo demais e não há nada neste mundo
que ficará entre nós. — Ele a beijou novamente, fazendo-a se
sentir tão possuída, amada e única que poderia fingir que,
neste momento, as coisas estavam bem. E quando ele a
levantou totalmente do chão com sua força impressionante,
ela agarrou-se a ele com tudo o que tinha. Rook aprofundou o
beijo e Bobbie disse a si mesma que a vida era tão frágil que
cada momento precisava ser valorizado.

Apertou as pernas ao redor de sua cintura e se apoiou


em sua ereção, precisando disso, precisando sentir Rook aqui
com ela. Ele grunhiu e moveu a mão para longe do cabelo
dela para agarrar seus pulsos. Rook os colocou acima da
cabeça, contendo seus avanços. Com o pescoço arqueado, ele
arrastou sua língua por seu pescoço.

— É isto o que você queria?

Ela gemeu e assentiu.

Ele passou sua barba na bochecha dela. Ela sentiu os


dentes dele enquanto os raspava sobre sua carne sensível e
soube que seu Dom tinha saído. Ela amava isso, amava-o.

O aperto nos pulsos dela era doloroso, mas adorava


isso, porque era o prazer falando mais alto. Ele soltou seus

120
pulsos muito cedo, segurando sua bunda e apertando,
tornando a dor perceptível, prazerosa.

— Diga-me que você quer isso. Porra, implore-me por


isso.

— Eu quero você, quero seu pau me esticando, fazendo-


me chorar por mais.

Ele grunhiu.

Antes, eles faziam o sexo regular, do tipo baunilha, onde


não tinham a interação Dom/Sub, embora ela adorasse ser
dominada por ele, Bobbie também amava o fato de que,
quando a tocava, era gentil do seu próprio jeito. Não
importava se um dia se tornassem apenas um casal normal
que não gostassem do lado extremo das coisas, que não
quisessem o prazer e a dor. Claro que esses sentimentos,
essas necessidades não desapareciam, mas enquanto
estivesse com Rook não se importava.

Quando ele colocou a mão sob a barra de sua blusa, ela


sentiu cada centímetro áspero dos seus dedos em sua pele,
cada onda de calor que vinha dele.

Era bom ser tocada por ele, ser capaz de controlar isso.
E agora ela estava no controle. E de fato, sempre que estavam
juntos, Bobbie estava no controle, mesmo quando era
submissa. Podia não o dominar fisicamente, mas ao permitir
que a pegasse, tocasse e fizesse todas as coisas que queria
com ela, porque também queria, dava-lhe uma enorme
quantidade de poder sobre ele.

121
Ele passou os dentes para cima e para baixo em seu
pescoço, beliscando sua carne e empurrando sua ereção
contra ela. Não queria esperar mais para senti-lo dentro dela,
não queria prolongar isso. Sentia-se perdida sem Rook.

Bobbie estava febril, excitada e tudo em que conseguia


pensar era como sentiria quando ele empurrasse todos
aqueles duros centímetros dentro dela, fazendo-a esquecer
tudo. Sabia que Rook precisava disso tanto quanto precisava
dele.

— Mmm. — Rook murmurou contra seu pescoço. — Eu


gosto dessa necessidade frenética em você, mas odeio esta
situação, baby.

Ela não respondeu, apenas moveu suas mãos entre seus


corpos enquanto se atrapalhava em tirar seu jeans. Porém,
no instante seguinte estava sendo virada no ar e colocada de
pé. A parede fria e lisa era sua âncora e o calor do corpo de
Rook atrás dela fazia a dupla temperatura trabalhar em sua
excitação.

Em um movimento rápido, Rook tirou a blusa dela e o


sutiã. Suas ações ficaram intensas e frenéticas. Ela amou
tudo.

Um pequeno som escapou dela pelo fato de que ele


estava tão excitado que rasgou sua roupa. Rook tirou sua
calça e as roupas íntimas, a sensação de seu hálito quente e
úmido contra as bochechas de sua bunda lhe disse que ele
estava atrás dela, mal se segurando. Talvez também estivesse
se partindo em dois?

122
Ele agarrou seu traseiro, massageando os globos com
movimentos duros e quase dolorosos. Mas ela adorava,
ansiava por cada segundo daquela dor que a deixava sem
fôlego, prestes a gozar. Bobbie não tinha dúvidas de que
quando Rook visse sua umidade, saberia que ela estava
preparada, encharcada por ele.

— Deus, isso está sendo diferente, Bobbie. Esta noite


parece diferente.

Ela sabia o que ele queria dizer, sabia que ele não estava
se referindo ao fato de que algum bastardo estava atrás dele.
Essa experiência entre eles, era desesperadora, emocional.
Era diferente do que compartilharam no passado. Mas não
necessariamente ruim.

Talvez fosse o amor que tinham, as emoções crescentes:


medo, raiva, luxúria? Talvez fosse tudo isso e mais a vida em
geral que a fazia se sentir tão eletricamente carregada que
não sabia se sobreviveria, uma vez que tudo estivesse dito e
feito.

Ele gemeu e acariciou a bunda dela antes de correr o


nariz para cima e para baixo no vinco do seu traseiro, um
som áspero e duro que vibrou por todo seu corpo.

— Eu a farei gozar, gritar meu nome e saberei que você é


minha, baby.

Ela estava com medo e agora não queria sentir nada


além de prazer.

Ele envolveu os dedos em seus quadris e gemeu, ela


mordeu o lábio fechando os olhos. O ar a deixou quando
123
Rook usou a outra mão para abrir sua bunda e passar a
língua pela fenda de sua boceta. Ele chupou, lambeu e
beliscou sua carne inchada e aquecida. Bobbie iria gozar
apenas com isso, mas não seria suficiente.

— Goze para mim. Goze na minha boca. — Ele chupou


seu clitóris com movimentos duros e puxados. Quando
gemeu ao redor do feixe de nervos, ela mordeu seu lábio com
força o suficiente para provar o sangue.

— Vamos, Bobbie. Solte-se, dê-me os sucos dessa sua


boceta.

O orgasmo que saiu dela foi tão intenso que ofegou por
ar, sentindo o suor escorrer por suas costas e testa.

Ele gemeu contra ela.

— Você quer meu pau em sua boceta, baby.

— Oh, Rook.

— Sim. — Ele se moveu ao longo de suas costas, mas


então o ar gelado flutuou sobre seu corpo quando ela o sentiu
se afastar. Bobbie olhou por cima do seu ombro e o viu tirar a
roupa. Tudo o que podia fazer era olhar para seu corpo rígido,
suas tatuagens e músculos. Podia até sentir a força que
emanava dele.

Segurando seu pau, ele acariciou-se algumas vezes e


tudo o que Bobbie pode fazer foi olhar de longe enquanto ele
se masturbava. Seu foco estava na bunda dela, em sua
boceta e ela podia ver o líquido pré-sêmen na cabeça de seu
pau.

124
— Coloque as mãos na parede e abra as pernas. Eu
quero ver a sua boceta bem aberta.

Seu coração começou a bater com tanta força que doía,


parecia que poderia explodir através do peito. Fazendo o que
ele ordenou, Bobbie pressionou a mão contra a parede dura e
separou ainda mais suas pernas. O ar gelado se moveu ao
longo de sua boceta e bunda, ela estremeceu.

Isso era obsceno, mas tão quente que queria mais,


muito mais. Bobbie não queria pensar, não queria se
preocupar com nada além do que ele pedia dela.

Ele se aproximou, em seguida, num movimento que não


previu, mas que precisava desesperadamente, Rook bateu em
sua bunda com força.

— Você é minha. — Ele passou a mão na picada que


causou em sua bochecha. — Essa bunda é minha. — Rook
apertou os dedos ao redor da carne de sua bunda,
grunhindo. — E essa boceta é minha. — Disse quando
passou a mão de sua bunda e moveu-a entre suas coxas.

Ele a espancou uma e outra vez, sua mão fazendo


contato com os lábios sensíveis de sua boceta toda vez que
batia. A dor era intensa, mas a levava ao prazer, seu próprio
desejo. Rook cravou os dedos em sua bunda, suas unhas
ásperas causando uma picada por todo seu corpo. Ela sabia
que teria hematomas de manhã e isso a deixava ainda mais
excitada.

Ela ofegou com a eletricidade que se moveu através dela


quando seus dedos tocaram seus clitóris e sua fenda.

125
— Diga.

— Sou sua. Cada parte minha é sua, Rook.

Ele correu o dedo por sua fenda e penetrou. No mesmo


instante, seu corpo criou vida, enquanto ela apertava o dedo
grosso.

Ele tirou o dedo muito cedo, mas teve seu corpo agora
nu pressionado contra ela. A ereção de Rook estava entre os
lábios de sua boceta, seus músculos internos se esticando
por Rook eroticamente, obscenamente. Um gemido saiu dos
dois.

— Você está pronta para isso?

Ela assentiu.

— Bom, porque você queria e agora, eu lhe darei,


Bobbie.

O primeiro toque da cabeça de seu pau em sua boceta,


enviou um arrepio por sua espinha, fazendo sua boceta se
apertar e seus mamilos endurecerem. Bobbie tinha a boca
aberta, tentando respirar. Rook esfregou-se repetidamente
contra ela, para cima e para baixo, mais rápido e mais forte
até que estava movendo a bunda de volta contra ele,
implorando sem palavras, que queria que seu pau fosse
enterrado dentro de sua boceta.

— Mmm, você está molhada, coisinha gananciosa. —


Suas palavras eram tensas, aquecidas.

— Eu sou apenas gananciosa com você, senhor. — Ela


ainda estava olhando para ele, o foco deles um no outro. O

126
único aviso que Bobbie recebeu antes dele fodê-la foi de suas
unhas cravando em sua carne com força, exigente, com
propósito. Ele empurrou sua ereção grossa dentro dela e ela
gritou de prazer e dor, querendo mais, sabendo que
conseguiria. Seus músculos internos se apertaram e Rook
grunhiu.

— Eu gozarei dentro de você antes mesmo de começar,


Bobbie. — Ele gritou. — Não pode apertar sua boceta no meu
pau assim. — Rook soltou sua cintura e abriu as bochechas
de sua bunda tão amplas que ela sabia que ele estava
olhando seu pau se mover dentro e fora de seu corpo.

— Sim, querida. Isso é sobre você e eu.

Ele pegou velocidade e bateu mais forte nela.

— Quero que goze tantas vezes que não poderá ver


direito e nem se sentar confortavelmente. — Ele bateu nela
novamente até que não conseguiu respirar direito, até que foi
forçada a descansar a cabeça dela na parede por apoio. —
Você está tão apertada, tão molhada para mim. Eu adoro
isso.

Suor cobria seu corpo e ela sentiu seu orgasmo começar


a subir mais alto dentro dela, ameaçando explodir e
reivindicá-la. Rook trabalhou seu pau dentro dela em golpes
profundos e longos, ela curvou a palma de suas mãos.

— Eu vou gozar. — Bobbie ofegou, não querendo que


acabasse, mas também não sendo capaz de impedir o
inevitável. Ela arqueou as costas, os seios roçando a parede
fria. Rook estava fazendo esses sons animalescos atrás dela,

127
amaldiçoando e falando palavras sujas e Bobbie queria que
seu sêmen a enchesse, encharcando-a.

— Goza comigo, Rook.

Ele gemeu e apertou as unhas em sua bunda.

— Eu quero minhas marcas cobrindo seu corpo porque


a possuo, Bobbie. — Ele continuou empurrando dentro dela,
puxando-a de volta para seu pau com o aperto que tinha
nela. Ela se forçou a adiar o clímax. Rook bombeou mais três
vezes dentro dela e depois se afastou. Antes que a decepção
pudesse preenchê-la, ele a virou para enfrentá-lo.

— Limpe esse olhar do seu rosto, menina. Eu ainda não


terminei com você.

Ele levantou-a em seus braços. Ela envolveu as pernas


ao redor de sua cintura e os braços em seu pescoço. Rook
posicionou seu pau em sua entrada novamente e em um
impulso enterrou seu eixo em seu corpo.

Deus, ela estava tão molhada para ele, molhada como


disse que estaria.

Rook mordeu a base de seu pescoço e ela implorou, que


a fodesse sem sentido. Ele se virou com Bobbie em seus
braços, lambendo, chupando sua garganta, então começou a
andar pelo corredor. Ele nunca saiu do corpo dela, sem parar
de se mover.

Cravando as unhas em seus bíceps, ela mordeu o lábio


inferior. Em alguns passos rápidos, Rook estava no quarto
com a porta batendo atrás deles. Enquanto a beijava, ela

128
moveu a mão ao longo da parede para o interruptor de luz,
finalmente acendendo-a. Não queria fazer sexo no escuro.
Queria que Rook fosse capaz de ver sua reivindicação.

No segundo em que a colocou no centro do colchão, ele


voltou a penetrá-la. Segurando as mãos dela ao lado de sua
cabeça com as dele, olhou dentro de seus olhos. O suor
cobria sua testa, os fios curtos do seu cabelo escuro estavam
molhados.

— Eu te amo muito, Bobbie. — Ele bombeou nela


lentamente dessa vez.

— Eu também te amo. — Ela exclamou as palavras.

Ele recuou de sua boceta, mas empurrou de volta


apenas um segundo depois. Segurou as mãos dela e
levantou-as acima de sua cabeça, segurando-as juntas com
uma de suas mãos grandes e fortes. Rook não era o tipo de
homem de fazer amor e ela não era o tipo de mulher que
queria doce e gentil.

— Rook, Deus, foda-me. — Ela expirou.

— Eu amo que você seja toda minha. — Ele entrou nela


mais e mais. Rook estava todo duro e rápido, dominando e
controlando. — Sim. — Soava como se ela dissesse para si
mesma. Seu peito subia e descia com a força de sua
respiração. A picada de dor de seus dedos de sua mão livre
cravando na carne sensível de seu quadril fez seu prazer
aumentar. — Eu irei rasgá-la, baby, eu a farei saber quem é
seu dono. — Ele continuou falando sujo.

— Sim. — Ela gritou enquanto seu prazer aumentava.


129
— Você tem medo que depois dessa merda que está
acontecendo, eu a deixarei?

Ele se moveu com tanta força que a cabeça dela bateu


na cabeceira de madeira.

— Eu a foderei tão duro, que saberá que nada ficará


entre nós.

— Deus, Rook, sim. — Ela ficou sem ar. Uma sensação


de formigamento viajou por todo seu corpo ao som de sua voz
áspera, rouca. Mas também sentiu consciência da verdade de
suas palavras. Uma intensa vontade de lamber o cordão de
músculos e tendões que estavam salientes bem debaixo de
sua carne dourada e tatuada dominou-a.

Com a cabeça do seu pau sendo pressionado contra a


entrada de sua boceta e golpeando, ele segurou seu olhar por
um momento antes de entrar nela com tanta força que ela
bateu a cabeça mais uma vez. Um grito chocado saiu dela
quando Rook entrou profundamente. Agonia e êxtase fizeram
lágrimas escorrer do canto dos seus olhos e Bobbie gemeu
por mais.

— Olhe para mim. — A voz de Rook era profunda e dura


quando emitiu o comando.

Ela sequer percebeu que fechou os olhos, mas quando


os abriu viu a intensidade em seu rosto.

Tudo ao seu redor desapareceu, ficando apenas o aqui


com ele, com o motociclista que ela amava. Rook pairou
acima dela, sua parte superior do corpo bloqueando todo o
resto.
130
— Eu quero que você olhe para mim porque quero que
veja enquanto bato meu pau em sua pequena boceta
apertada, enquanto você goza.

A boca de Bobbie se abriu com suas palavras sujas.

— Observe, baby.

Ela levantou-se e se apoiou nos cotovelos e olhou para o


ponto onde ele estava enterrado em seu corpo. Lentamente
puxou para fora dela, sua ereção ficando visível centímetro
por centímetro. Sua espessura estava brilhante com seus
sulcos e quando Bobbie pensou que Rook iria atormentá-la
com apenas a ponta em sua boceta, ele a penetrou
novamente.

Seus braços tremeram e sua respiração deixou seus


suspiros desiguais, tudo que Bobbie podia fazer era deixar
este homem levá-la, esquecendo de tudo nesse momento.

131
Quando aquela merda aconteceu no bar com Bobbie e
Rook descobriu que algum filho da mãe queria atingi-lo
através de sua Old Lady, tudo o que queria fazer era
encontrar o idiota e esfolá-lo. Ninguém ameaçava o que era
dele. Mas então, sua doce Bobbie olhou para ele com medo e
preocupação, com aquela expressão que lhe dizia que estava
quebrada. Odiava que fosse por causa de sua vida que
estivesse nesta situação, mas também era bastante egoísta
para deixá-la ir.

Ela queria esquecer o que aconteceu e ele teria a certeza


de que sequer se lembraria do seu nome quando acabasse o
que queria fazer.

Observou o seu pau se mover dentro e fora da boceta


apertada de Bobbie, tentando controlar-se porque agora era
para ela. Precisava disso, implorou e Rook não negaria nada
a ela. Isso não era apenas sobre ter o controle e dominação,
dar-lhe dor com prazer. Isso era para fazê-la esquecer o que
aconteceu.

132
Agora estava sendo um animal com ela, precisando dela
tanto quanto Bobbie precisava dele. Não estava fazendo amor,
não, não era disso que se tratava. Porra, Rook, nem sequer
sabia se era o tipo de homem que fazia amor com sua
mulher. Eles gostavam de duro e explosivo.

A sua entrada estava rosa e molhada, engolindo-o e


agarrando-o como um punho de ferro. Sua boceta
escorregadia e o calor da sucção fazia com que o seu orgasmo
se aproximasse. Ele empurrou dentro dela e saiu de repente.
As coxas luxuosas dela faziam com que Rook se imaginasse
entre elas. Abaixando a cabeça até seus seios, colocou a
língua ao redor do mamilo, amando quando a ponta
endureceu para ele. Os seus gemidos eram suaves e sem
fôlego, Rook empurrou o quadril contra os dela, mais
depressa e mais duro, dando a ambos o que
desesperadamente precisavam neste momento. Era bem
difícil se controlar e não gozar.

O movimento de seus quadris fazia com que seus seios


saltassem para cima e para baixo, seus mamilos estavam
duros, rosados, ficando mais duros a cada momento. A boca
salivava para provar, mas neste momento, não podia, não
conseguia se mexer, pois ela levantava o quadril de encontro
ao seu.

— Sim, assim mesmo, querida. Você sabe mesmo como


usar essa sua boceta no meu pau. — Ele cerrou os dentes,
fechou os olhos e deixou a onda de prazer atacá-lo. Mas cedo
demais, viu-se lutando para não gozar.

133
Ele colocou a mão por trás do quadril dela, segurando-a
no lugar, porque o movimento de seus quadris, estava
fazendo com que não conseguisse se controlar. E Rook não
queria que isto acabasse. Não, queria que ela gozasse mais
uma vez, então tomaria sua bunda. Enterrou as unhas mais
profundo em sua pele e com a outra mão colocou o dedo no
seu clitóris. Bobbie arqueou as costas quando Rook sentiu a
coroa do seu pau tocar no ponto G, então começou a esfregar
a pequena saliência no topo do seu monte. E então ela
deixou-se ir, gozou ali mesmo para ele e tudo o que Rook
conseguia fazer era olhar sua maravilhosa beleza enquanto
era consumia pelo prazer.

Quando ela começou a respirar novamente o seu corpo


relaxou na cama, Rook a virou de barriga para baixo. Já
estava pronto para gozar, precisando mesmo disso. Agarrou
os braços dela, puxou-os para trás, segurou os pulsos com
uma das mãos na parte de trás das costas. Por um momento
apenas absorveu a visão diante dele, dela indefesa, à sua
mercê e ansiando por mais. O seu pau estremeceu soltando
pré-sêmen e sua necessidade aumentou como uma fera
violenta.

Rook soltou seus pulsos, mas disse.

— Deixe-os nas costas. — Ele agarrou seus quadris,


forçou-a a ficar de joelhos, para que a parte inferior de seu
corpo estivesse agora levantado para ele e a visse cheia,
inchada, com a boceta vermelha e o pequeno buraco entre
suas grandes e apetitosas nádegas. Enquanto abria ainda

134
mais sua bunda, apontou o seu pau direto ao buraco, com o
pré-sêmen saindo da ponta e ameaçando cair na cama.

— Que bunda gostosa. Vou fodê-la, enfiar o meu pau tão


no fundo, que você não aguentará e gozará novamente.

Ela gemeu.

— Deus, Rook. — Ela respirou e gemeu ao mesmo


tempo.

Ele podia ter passado lubrificante, provavelmente


deveria, mas ao invés disso, juntou o creme da boceta dela
nos seus dedos. Bobbie estava encharcada, os suaves sucos
enchendo seus dedos. Levou os dedos para o apertado anel
de músculos e passou pelo buraco. Usou a outra mão para
pegar mais umidade e assim que o seu buraco estava bem
lubrificado, empurrou os dedos dentro dela, alargando o
buraco que não era usado. Usou os dedos com movimentos
de tesoura, tendo a certeza de deixá-la preparada para o que
estava prestes a fazer-lhe.

— Eu quero esse seu grande pau na minha bunda,


senhor. — Ela disse sem fôlego. Bobbie olhou para ele, com a
boca aberta, inchada e brilhante.

Eles podiam ter uma relação de Dom/Sub, mas havia


momento em que não precisavam levar a relação ao extremo
de prazer e dor, não precisavam desse controle que os fazia
voar alto. Claro que fazer sexo com esta mulher era sempre
apaixonante e real, era maravilhoso quando seu lado Dom
aparecia, querendo dar-lhe a dor.

135
— Você quer que eu a foda aqui atrás, baby? — Ele
perguntou, enfiando os dedos dentro e fora de seu buraco e
Bobbie acenou. Foi quando Rook soube que deveria fazê-lo
agora ou gozaria antes de ter o seu pau dentro dela. Precisava
disso, precisava estar com ela desta forma e enchê-la.

— Sim, Rook. Eu quero isso. — Ela gemeu.

— Seu cuzinho está todo esticado para mim, todo


molhado e lubrificado, baby. — Ela segurou seu gemido
enquanto se apertava ao redor dos dedos dele. — Quero você
puxando meu pau como se estivesse faminta por minha
porra. — Rook falava tão sujo com ela, tão vulgar, mas porra,
nunca teria vergonha disso, nunca sentiria como se fosse
errado. Bobbie adorava ouvir as palavras tanto quanto ele
adorava dizê-las. — Sou um bastardo sujo quando se trata de
você. — Rook rosnou as palavras ao mesmo tempo que
retirou os dedos dela e colocou a ponta do seu pau no
buraco.

Colocou a mão na bochecha direita, batendo forte o


suficiente para ela gritar e afastar-se. Rook bateu na
bochecha esquerda e depois voltou a bater na direita. Fez isso
várias vezes, antes de realmente entrar dentro dela. Adorava
quando a pele dela tremia com a força e que gritasse
enquanto ela pedia por mais. Estava tão duro com a visão da
pele vermelha e das marcas das suas mãos. Apenas parou
quando a palma da mão começou a ficar dormente e foi
quando Rook soube que precisava foder sua mulher antes
que gozasse ali mesmo, naquele momento.

136
— Eu gosto quando trago o idiota sujo à tona.

Ele deu uma palmada na bunda dela forte o suficiente


para que gritasse, mas Rook adorou. Começou a puxá-la
agarrando-a pelos quadris. Ele penetrou a bunda dela com
seu pau, focado em seu corpo se esticando para conseguir
aguentar a grossura e o comprimento. Os braços e as pernas
ficaram dormentes com o prazer que corria por ele, Rook
sentiu seu orgasmo subir pela espinha e não conseguiu
controlar-se mais.

— Sim, Rook, vou gozar de novo. — Ela gritou enquanto


sua bunda apertava o pau dele.

— Assim. Aperte o meu pau, Bobbie, aperte esse


cuzinho no meu pau.

Ela soltou um pequeno suspiro quando chegou ao


clímax. Cada vez mais ele se movia dentro e fora dela,
prolongando a intensidade do seu clímax até que não pode
mais aguentar.

— Poderia fodê-la a noite toda e nunca me fartar, mas


estou prestes a explodir agora mesmo, baby.

— Deixe ir, Rook. Encha minha bunda com sua porra.

O suor dele pingava em um lado de sua bunda e a


umidade se espalhando por sua pele

Uma vez, duas vezes e à terceira estocada, ele enterrou


sua ereção tão dentro dela que suas bolas bateram contra
sua boceta. Rook gozou, encheu-a com sua porra e gemeu
com a intensidade. Não conseguia sequer respirar, de tão

137
bem que sentia, com o quão forte a bunda dela apertava seu
pau.

— Sim, querida. — O seu corpo inteiro tremeu e apesar


do seu orgasmo ser o mais longo da história, não parou de se
mover.

Com um último gemido, parou e respirou fundo.

Saiu dela, embora, deveria ir para o banheiro para pegar


alguma coisa para limpá-la, ele deitou-se ao seu lado e
puxou-a para perto do seu corpo.

— Apenas me segure, Rook. Não quero que isso acabe.

Ele puxou-a mais perto do seu corpo e a beijou na testa.

— Bobbie, querida, isso nunca acabará.

Ela levantou a mão e afastou o cabelo suado da testa


dele, com os olhos fixos nos dele.

— Ei. — Ele segurou seu rosto. — Tudo ficará bem,


baby. Eu prometo.

Ela sorriu, mas o sorriso não chegou aos olhos.

— Você é o meu mundo e não sei o que fiz para merecer


isso, mas não deixarei nada ficar entre nós.

— Rook...

Ele a beijou, impedindo-a de falar.

— Fiz muita merda na minha vida, magoei pessoas,


arruinei e queimei pontes, não tenho dúvida de que seja disso
que significa aquela carta, bem como aquele idiota. Mas você
é o que tenho de bom na vida. Você me faz um homem

138
melhor e terei a certeza de estar aqui para que fiquemos
juntos. Nada me impedirá de tê-la como minha Old Lady.

— Bem, porque eu não permitirei que você me deixe. —


Ela sorriu e ele descansou a testa na sua, amando que sua
mulher estava ali com ele.

— Nunca tive nada com o que me importasse tanto


como acontece com você. Sempre foi o MC. Sempre foram o
meu mundo, o que importava para mim. Mas agora tenho
você na minha vida e nunca a deixaria sair, Bobbie. Não
posso, porque não posso viver sem você.

— Estarei aqui até ao fim. — Ela beijou-o suavemente e


descansou sua testa no peito dele.

Ele abraçou-a perto com uma mão na nuca, respirando


forte e sabendo que esta mulher era tudo para ele.

— Terei a certeza de fazer as coisas certas. Não vou a


lugar nenhum. Sem você não sou nada, Bobbie.

— Amo você, Rook.

Ele segurou-a forte contra ele, não querendo nunca a


deixar.

— E eu amo você também, baby.

139
Rook tinha muita merda na cabeça, nada disso ajudava
o fato de estar no clube sentado num encontro com os outros
membros. Inclinou-se na cadeira, olhando para a madeira
marcada na frente dele, fixou em Lucien o presidente do MC.
Tudo em que Rook conseguia pensar era no que precisava
fazer esta noite, a informação que descobriu e o filho da mãe
que precisava eliminar.

Ele não contou nada ao clube, embora devesse mantê-


los dentro do assunto e deixá-los saber que merda acontecia,
Rook também sabia que podia lidar com isto sozinho. O clube
tinha outra merda para resolver, coisas que não o envolviam
e qualquer outro idiota de seu passado.

— Está conosco, homem?

Rook afastou seus pensamentos e virou a cabeça


olhando para Ruin. O outro membro estava recostado numa
posição descontraída, com o braço sobre sua cadeira e sua
mão no topo da mesa do clube.

— Estou bem. — Rook limpou a garganta e sabia que


precisava se preocupar com o agora e não com o que faria

140
esta noite. O que Rook precisava focar era naquela reunião,
porque tinha suas próprias notícias para compartilhar e não
o tipo corrupto com o qual ele lidaria esta noite.

— Algum outro assunto antes de falar sobre Tank se


juntar a nós? — Lucien perguntou.

— Sim. — Disse Rook. Ele olhou ao redor, para os


homens, para seus irmãos, sua família. Por um momento não
falou, sentiu que não podia. Porra, sentia-se fraco por causa
da quantidade de emoção que se movia por suas veias
pensando em Bobbie.

— Você tem a palavra, Rook. — Lucien recostou-se em


sua cadeira, o couro estalando. A sala estava em silêncio e
todos os olhos estavam focados nele e o que estava prestes a
dizer.

Ele ficou em silêncio por mais um momento, sabendo


que essa era uma boa notícia, na verdade, notícias
fantásticas.

— Eu tenho uma Old Lady e ela costumava ser uma


puta no clube. — Embora estivesse apenas com Rook desde
que começaram a ficar sexualmente juntos, queria que
soubessem que ela era dele. — Ela não é mais uma
propriedade do clube. É minha e isso significa que qualquer
filho da puta que brincar com ela, não importa se for um
Prospeto ou Membro, levarão um pé na bunda.

Houve uma risada de alguns dos caras, mas o restante o


observava sem mostrar emoção.

141
— Cara, esperávamos que assumisse isso. — Disse Tuck
e sorriu.

Rook não sabia se Bobbie disse algo a Jana, mas não


ficaria surpreso, já que as duas mulheres eram próximas.
Porra, ele queria dizer a todos o quão feliz estava, mas não
era assim que Rook funcionava. Não mostrava emoção, bem,
não tinha nenhuma até deixar de ser um idiota e finalmente,
ficar com Bobbie da maneira que queria. Durante muito
tempo esteve se segurando, mantendo seus sentimentos por
ela guardados. Aqueles dias acabaram. Finalmente estava se
deixando ser feliz com Bobbie, mas ainda não era o tipo de
homem que mostrava emoção, especialmente para os irmãos
de armas.

— Bem, Bobbie sempre gostou do clube. Ela é parte da


família e nunca a vimos como apenas outro pedaço de bunda.
— Disse Lucien e houve um murmúrio de acordo.

— Sim, ela é da família. Sempre foi. — Malice foi o único


a falar.

— Ela certamente é mais que isso. — Disse Rook com


carinho, embora quisesse sorrir porque estava feliz, manteve
seu rosto fechado e agiu como se fosse um filho da puta. Isso
o fez rir por dentro, porque Bobbie nunca saberia exatamente
o quanto ela o mudou para melhor.

— O último assunto é Tank recebendo um colete. Ele


demonstrou sua lealdade, esteve aqui para nós sem importar
o que fosse e é um dos filhos da puta mais duro e honesto
que já conheci. — Disse Lucien. — E acho, que todos

142
concordam que ele é um bom homem. — Houve um
murmúrio de aprovação.

— Vamos votar.

Todos votaram e a resposta foi unânime. Tank era agora


um membro.

— Ok, vamos concluir essa reunião. Alguém tem alguma


coisa a dizer? — Houve um pequeno murmúrio quando os
rapazes começaram a falar.

— Você parece diferente... feliz, cara. — Ruin disse em


voz baixa quando todos começaram a conversar novamente.
Ruin disse baixo o suficiente. Rook sabia que apenas ele
podia ouvir.

Ele olhou para o motociclista, viu a dureza no rosto do


outro homem e em certo momento, provavelmente também
pareceu assim. Ele estava vivendo nesta escuridão há tanto
tempo, apenas se preocupando consigo mesmo e seu clube,
concentrando-se em sair quando estava cheio de bocetas e
não se importando com a dureza que preenchia seu coração.
Matou sem remorso, não permitia que alguém fodesse com
ele ou o que mantinha perto, o que uma vez foi apenas seu
clube.

Rook não tinha ninguém além desses homens. Eles


eram sua família, a única família que significou algo para ele.
Com uma infância degenerada, uma adolescência selvagem e
imprudente, sua idade adulta sendo uma anarquia, tudo em
que Rook focou foi viver um dia por vez. Porra, a vida não lhe
deu rédea livre para pensar que poderia viver muito tempo,

143
não quando estava envolvido com coisas que poderiam
acabar com sua vida tão facilmente como se fosse uma
chama frágil numa vela.

— Estou feliz, Ruin. Estou mais feliz do que nunca.

Ruin sorriu e bateu-lhe na cabeça.

— Apenas não se torne um daqueles caras que fica


bonzinho devido à sua Old Lady.

Rook grunhiu.

— Parece que estou suave?

Ruin começou a rir.

Sim, Rook tinha suavizado, mas apenas para Bobbie e


isso nunca mudaria.

Bobbie limpou a mesa dos clientes que acabavam de


sair e quando se virou para se afastar, não conseguiu deixar
de pensar na noite passada. Ela precisava ir ao clube e ficar
lá até que Rook lhe dissesse que tudo estava seguro, que não
precisaria ter a proteção do clube e que estava voltando para
ela.

Ela estava louca.

Adorava Rook, confiava nele e sabia que não se colocaria


em perigo desnecessariamente. Mas algo simplesmente não
estava bem. Não gostava de como toda essa situação foi
criada, como aquele idiota, que ainda não descobriu quem
era, encurralou-a e a usou como mensageira.

144
— Você está bem? — Sarah, uma das baristas mais
jovens na cafeteria, perguntou. Ela estava atrás do balcão
reabastecendo os copos, mas o olhar em seu rosto disse a
Bobbie que era verdadeira em sua pergunta. A preocupação
estava clara em seu rosto.

— Estou bem.

— Você pareceu distraída o dia todo.

Bobbie assentiu e caminhou em direção ao balcão. Ela


colocou o pano na pia e lavou as mãos.

— Apenas estou com a cabeça cheia.

— Deve ser algo muito pesado. Eu nunca vi você tão...


consumida antes. — Sarah sorriu. — Espero que esteja tudo
bem.

Sarah tinha apenas dezenove anos, embora Bobbie


tivesse apenas seus vinte e quatro, não sendo muito mais
velha do que Sarah, suas experiências de vida a faziam
sentir-se décadas mais velha.

— Tudo está bem. — Ela sorriu, fingindo que tudo


estava bem. A verdade era que não estava e não sabia qual
seria o resultado. Mas uma das primeiras regras sobre estar
envolvida com o clube, era que não podia falar sobre nada,
não importasse o quê.

Olhando para o relógio, apenas tinha mais vinte


minutos antes do seu turno terminar. Lá fora, esperando na
calçada, estava um dos Prospectos. Liam era novo, estava ali

145
apenas alguns meses, mas sabia por conversas que estava
sendo testado pelo clube.

Ela caminhou ao redor do balcão em direção à porta da


frente e quando a abriu, Liam olhou para ela.

— Encontre-me nos fundos. Foi lá que estacionei. —


Liam deu um forte aceno.

— Eu saio em vinte minutos. — Quando ela fechou a


porta e voltou para o balcão viu o olhar de Sarah para o
motociclista. Bobbie queria dizer à jovem que um homem
como Liam era bastante complicado por ser um candidato do
Clube e provavelmente não era o que estava procurando, mas
manteve a boca fechada. Bobbie não tinha direito de dizer a
ninguém como viver sua vida. Sempre seguiu os homens
maus, sentindo fortemente uma atração por eles como se a
presença deles a intoxicasse. Talvez por isso que quisesse
tanto fazer parte do MC, pelo menos de uma pequena
maneira.

O som da moto de Liam tomou vida enquanto ia para os


fundos, atrás da pequena cafeteria. Durante os próximos
vinte minutos, Bobbie se ocupou, mas era como se o tempo
estivesse se movendo no ritmo de um caracol para a
turbulência de seus pensamentos.

Quando o turno terminou, pegou sua a mochila que


continha um conjunto de roupas para a noite e disse adeus a
Sarah. Ela não sabia quanto tempo ficaria no clube, porque
mesmo que Rook estivesse lidando com essa situação esta

146
noite, sabia por experiência anterior no clube que, às vezes,
quando as coisas caíam, não eram facilmente resolvidas.

Ela abriu a porta dos fundos e uma das luzes da rua em


frente a cegou momentaneamente. Ao levantar a mão para
bloquear o brilho, ouviu a porta bater atrás dela. Depois de
piscar algumas vezes e ter sua visão ajustada ao brilho
repentino, viu seu carro estacionado ao lado e a moto de
Liam. Mas o que ela não viu foi o Prospecto.

— Liam? — Bobbie gritou e olhou ao redor do grande


beco. Era usado como uma área de carregamento, mas havia
lugares de estacionamento para funcionários, já que o café
estava em uma rua.

Esta poderia não ser uma circunstância incomum,


especialmente porque ele poderia ter ido pegar algo para
comer ou beber, mas ficou parado na frente da cafeteria
durante as últimas quatro horas do seu turno. Ele também
tinha ordens estritas para não a deixar e sabia que quando o
clube dava uma ordem, um Prospecto seria um idiota se fosse
contra

— Liam? — Gritou novamente, sentindo-se um pouco


preocupada, considerando as circunstâncias. Ela caminhou
em direção ao carro, a mão em sua bolsa, as chaves entre os
dedos, caso precisasse usá-las como uma arma. Seu spray de
pimenta estava no chaveiro, então se precisasse de mais do
que apenas arruinar alguém, atingiria os olhos.

Ela aproximou-se do carro, mas seu estomago apertou e


Bobbie parou.

147
Olhando pelo estacionamento novamente, o lugar inteiro
ainda estava silencioso. Olhou dentro de sua bolsa,
procurando seu telefone e estava prestes a voltar para dentro
e ligar para Rook quando bateu em alguém.

Bobbie gritou em choque, pensando por um segundo,


que podia ser Sarah, mas quando olhou para o rosto sujo do
homem do bar e do banheiro, sua respiração parou. Tentou
caminhar, afastar-se dele, mas como escapar se estava
prestes a ser encurralada por esse psicopata, logo tropeçou
sobre algo e caiu de bunda.

Olhando para o lado, sentiu seus olhos se arregalarem e


a boca se separou quando viu Liam no chão do outro lado do
carro. O sangue juntava-se em sua cabeça e não sabia se ele
estava vivo ou morto.

Bobbie tirou as chaves e o telefone. O telefone caiu no


chão e ela procurou seu spray de pimenta, mas antes que
pudesse ficar de pé e se afastar do idiota, ele segurou seu
pulso e a arrastou para cima.

Ela queria gritar, atacar, mas enquanto olhava para


seus olhos escuros e sem alma, não conseguia se mover, nem
encontrar sua voz. Sentiu-se gelada, chocada com o que
estava acontecendo agora. Tudo o que precisava e rezava, era
que Sarah voltasse e então ela veria o que estava
acontecendo. Sarah poderia chamar a polícia ou porra, o
clube poderia ser chamado. Mas sabia que nada disso
aconteceria.

148
Ele sorriu de forma desagradável, com os dentes
manchados, um que dizia que as coisas não estavam corretas
e que ela poderia muito bem acabar morrendo quando tudo
acabasse.

E essa foi a última coisa que viu antes de ser atingida


no lado da cabeça com força suficiente para ser derrubada
instantaneamente.

149
Rook sentou-se na caminhonete e olhou para Grove.
Surpreendentemente, não era tão longe de River Run, a
poucos quilômetros da cidade. O prédio estava na última
etapa e sabia que essa noite haveria uma morte. Rook tirou a
arma do porta luvas, verificou a câmara, certificou-se de que
estava pronto para ir, depois deslocou-se no assento e a
colocou em suas costas.

Pegou o telefone e ligou para o clube. Tentou ligar para


Liam e Bobbie, mas não responderam. Eles já deveriam estar
no clube e o fato de não terem ligado nem atendido, o
preocupava bastante.

— Sim. — A voz profunda de Tank veio pela linha.

— Liam e Bobbie já chegaram? — Perguntou Rook.

— Ainda não.

Merda.

O clube sabia que Bobbie estava chegando e que Liam a


acompanharia no trabalho, mas ele não contou a ninguém
por que ela estava lá com Liam.

150
— Quer me dizer o que está acontecendo?

Rook esfregou os olhos, sabendo que deveria ter contado


ao clube. Mas achou que poderia lidar com isso, cuidar dessa
merda, pois obviamente era pessoal e visava apenas ele.

— É apenas meu passado voltando.

— Você sabe que o clube está aqui para você, que


qualquer um de nós cobrirá suas costas.

— Sim, eu sei.

— Ouça, estamos aqui. Eu não sei em que merda se


meteu, mas o clube deve saber para que possamos ajudar se
você precisar.

Tank estava certo e Rook lamentou não ter contado ao


clube.

— Eu estava sendo um idiota e pensei que poderia lidar


com isso sozinho. — E ele estava certo de poder.

— Enviarei um dos rapazes para procurá-los, já que não


conseguimos encontrar nenhum deles. Podem estar sem sinal
ou no trânsito. Bobbie trabalha nos arredores da cidade...

— Não, algo não está certo e estou prestes a perder


minha sanidade agora. — Rook não deveria estar ali. Deveria
ter buscado Bobbie e a levado ao clube, para depois ir ali. E
se alguma coisa acontecesse com ela, seria sua culpa.

— Estou voltando.

Porra, não deveria tê-la deixado sozinha, não quando


esse psicopata estava solto e com uma ideia fixa.

151
— Bem, diga-me que porra devo contar ao clube para
podermos estar lá.

— Estou voltando e quando tiver Bobbie, contarei tudo


ao clube.

Deus, ele esperava encontrar Bobbie, porque se alguma


coisa tivesse acontecido, apenas Deus sabia do que seria
capaz, nem Liam escaparia.

Ele desligou e olhou para Grove. Porra, foda-se este


lugar. Aquele filho da puta poderia vir até ele se quisesse.
Assim que ligou sua caminhonete, seu telefone tocou.
Quando viu o número de Bobbie na tela, respirou aliviado.

— Baby. — Seu choro o fez congelar, ficou parado e


prestes a explodir. — Bobbie? — Ele ergueu a voz.

O som da respiração pesada, de respirações profundas e


masculinas, fez Rook curvar a mão no volante com força o
suficiente para que o couro rangesse.

— Você quer ver sua mulher novamente, quero que


entre, Thayer. — Rook não era chamado pelo seu primeiro
nome desde que tinha vinte anos, há mais de uma década.

— Quem porra é você? — O grito de Bobbie disse que


não importava quem era aquele homem, porque ele tinha sua
mulher. — Mantenha suas fodidas mãos longe dela.

— Apenas queria que você entendesse a dor de ter algo


fora do seu controle. Entre e seja um homem.

Então a linha ficou muda e Rook não conseguiu fazer


nada além de desligar o carro e entrar em Grove. Colocou

152
Bobbie nisso e o filho da puta que a tinha pagaria com sua
vida por tocá-la.

Foi a dor que fez com que Bobbie desmaiasse, além da


sensação da água fria jogada no rosto dela que a fez
despertar. Ela gemeu pela sensação de picada por causa do
suor e do sangue que entrou em seus olhos, por causa da
frieza repentina da água em seus cortes.

— Acorde.

Ela ergueu a cabeça e olhou para o homem que a levou.


Ele não disse mais do que algumas palavras e quando falou,
era como se falasse consigo mesmo.

— Foi estúpido ele deixá-la sozinha com aquele idiota


fraco, mas está vindo agora, então gostará de encontrar você.
Era o que eu estava contando. — Ele virou as costas para ela
e através da camisa branca suja, pode ver uma cicatriz
irregular que serpenteava até a parte de trás do pescoço.

— Por que você está fazendo isso? — Já era a quarta vez


que fazia essa pergunta, mas além dos grunhidos que ouviu,
ele nunca respondia.

— Você descobrirá em breve.

Ela tentou puxar a corda que ele amarrou ao redor de


seus pulsos e mãos. Sentou-se numa cadeira com os pés
amarrados às pernas dela, as mãos amarradas atrás. A corda
feria sua pele por causa do aperto, mas também porque

153
estava puxando as restrições com tanta força que abriram
sua carne.

— Você não precisa fazer isso. — Ela implorou, em parte


porque estava com medo e outra parte, porque esperava que
houvesse um pouco de humanidade nele e veria que isso era
errado em todos os níveis.

Até agora, Bobbie não se via conseguindo se livrar disso,


mesmo que Rook estivesse ali e pudesse salvá-la. Bobbie
sabia que esse filho da puta provavelmente iria até ela da
maneira mais fácil e rápida que pudesse para passar sua
mensagem a Rook e isso era matando-a.

Ele virou-se e encarou-a, a arma em sua mão apontada


para o chão, com o aperto relaxado. A boca dela estava cheia
de sangue, seu sangue de quando ele lhe bateu na cabeça
enquanto ligava para Rook. Foi quando desmaiou, a dor não
era nada boa.

Ele parecia sujo, como se não tivesse tomado banho em


pelo menos uma semana, mas não era sua aparência, nem
falta de limpeza que a incomodava. Era o fato deste homem a
olhar como se quisesse fazer coisas indescritíveis, tudo em
nome de se vingar de Rook por tudo o que aconteceu entre
eles.

Talvez se ela tentasse falar com ele, alcançá-lo num


nível humano ou tentar levá-lo a ser empático, perceberia que
isso estava errado.

Você é uma idiota se acha isso.

Ela tinha que tentar, no entanto.


154
— Como você se chama? — Ela engoliu, a boca e a
garganta secaram, seus lábios se separaram e latejaram
quando ele a atingiu. Porra, o lado de seu rosto doía muito e
o sabor sempre presente do sangue enchia sua boca.

— Meu nome e qualquer coisa sobre mim não é da sua


conta. Você está aqui porque queria ter certeza de ter a
atenção de Thayer.

Sua garganta apertou ainda mais. Este homem


claramente conhecia Rook bem, sabia seu nome verdadeiro.

— Tenho certeza de que o tempo passou, as coisas são


diferentes com vocês dois. São dois homens diferentes. Tenho
certeza que poderia resolver as coisas sem recorrer à
violência. — Bobbie já sabia que Rook não resolveria as
coisas com esse homem. Ele já colocou suas mãos sobre ela,
já ameaçou Rook e conhecia o seu homem o suficiente para
perceber que mataria esse idiota. Não podia dizer que se
arrependeria disso. O que a deixava preocupada era que Rook
se machucasse no processo de acabar com ele e Bobbie não
estaria por perto para estar com o homem que amava.

— É muito engraçado você achar que Thayer é um


maldito santo.

Ela balançou a cabeça.

— Eu conheço o homem com quem estou, sei quem ele


realmente é.

O homem estava a poucos metros dela e sorriu, mas não


era nada além de um sorriso de raiva e sadismo.

155
— O filho da puta com quem você está, o motociclista do
MC, pode ser duro e implacável, mas antes que participasse
disso, era um filho da puta normal. Ele tirou algo de mim que
não pode ser devolvido e passei quase duas décadas
esperando por esse momento, observando-o, esperando uma
chance de fazê-lo sentir o tipo de dor que causou a mim. — O
homem fechou os olhos por um segundo e exalou. Ela
abaixou o olhar para a mão dele que segurava a arma, viu
seu dedo se agitando no gatilho e sabia que isso estava
aumentando rapidamente.

— O que ele fez? — Ela perguntou com um sussurro


rouco, sabendo que deveria ser algo realmente horrível para
este homem recorrer a isso.

Ele abriu os olhos, aquelas piscinas de escuridão e o


mal emocional encarou-a de volta.

— Ele matou a mulher que eu amava e demorou muito


para eu ter esta oportunidade. — Ele se aproximou dela,
colocou o cano da arma bem entre seus olhos, e tudo nela
começou a tremer. Esticou-se nas cordas e implorou com os
olhos porque sua voz sumiu repente.

— Ele fodeu minha esposa e quando a descartou como


se fosse uma merda, ela se matou.

Deus.

— Tenho certeza de que ele está diferente e tenho


certeza que ele não quis machucar ninguém. — Bobbie mal
podia falar, mas seus olhos estavam cheios de lágrimas por
suas emoções e odiava se romper diante desse homem.

156
Ele puxou a arma, olhou-a diretamente nos olhos e
balançou a cabeça lentamente.

— As pessoas não mudam, nem homens como Thayer.


Thayer pode amá-la, mas está disposto a morrer por você? —
Ele sorriu. — Vamos ver o quão longe ele está disposto a ir
para se certificar de que você esteja segura. — Ele inclinou-se
para baixo e o cheiro da fumaça do seu cigarro cobriu todo
seu rosto. Ela começou a chorar mais forte enquanto o cano
da arma estava pressionado mais forte na sua cabeça. — Mas
aqui está um pequeno segredo que apenas você e eu
saberemos.

Ela sacudiu, a corda cravando em sua pele com força,


sua carne se abriu dolorosamente e Bobbie sentiu o sangue
escorrer por seus dedos.

— Ele não poderá salvá-la. Eu me assegurarei disso.

O som de algo batendo distante fez com que seu coração


batesse mais rápido.

— Parece que Thayer está aqui. Agora, a verdadeira


diversão pode começar.

157
Rook tinha a arma pronta para disparar. O sangue
bombeava com força em suas veias, a adrenalina estava
elevada em seu corpo e tudo em que conseguia pensar era se
certificar de que Bobbie estava bem. Porra, isto era culpa sua
e se ela morresse por causa dele, não sabia o que faria.

Grove cheirava a velho e a podridão, o prédio ao seu


redor estava caindo aos pedaços. Merda, estava inclusive um
pouco nervoso por colocar os pés nesta porcaria de edifício,
com medo de que o telhado pudesse cair se respirasse com
muita força. Mas caminharia por um campo em chamas para
chegar a Bobbie, essa era a verdade absoluta.

Seu telefone tocou novamente com outra ligação, em


seguida, com uma mensagem, mas não tinha tempo para
isso. Precisava se certificar de permanecer focado, garantir
que não perderia a noção do que o rodeava.

Quanto mais avançava pelo interior do prédio mais as


lembranças de quando era jovem o assaltavam. Caramba, ele
fez muita merda no Grove, coisas que na época, foram

158
divertidas e excitantes, mas enquanto se recordava daqueles
tempos, percebeu que foram apenas imprudentes.

Era uma pessoa com muitos problemas, apenas pensava


em si mesmo, não se importando com quem magoava em seu
caminho.

Porra, sequer tinha uma pista de quem era o idiota que


levou Bobbie e queria chegar a ele. Podia ser alguém de seu
passado. Isso por causa do quão perturbado estava naquele
momento.

Continuou movendo-se através do armazém,


certificando-se de ficar afastado dos escombros que se
encontravam por toda à parte. O fedor e a decadência eram
intensos. Seu corpo transpirava por causa da adrenalina que
corria em suas veias e tentava se manter calmo e
concentrado. A vida de Bobbie estava em risco, era isso o que
importava. Não se importava consigo mesmo, não quando sua
mulher estava envolvida. O importante era ela.

O som de Bobbie chorandoo fez Rook mover-se mais


rápido através do edifício. Quando chegou a uma porta
parcialmente aberta, chutou para abri-la. Bateu contra a
parede oposta e o som ecoou no pequeno quarto. Parecia que
foi usado décadas atrás, como um escritório, dado o fato de
ter uma mesa enferrujada virada ao contrário, uma cadeira
que parecia ter pasado por uma máquina trituradora e outros
itens que estavam desgastados e desatualizados.

Mas foi ver Bobbie amarrada a uma cadeira no centro da


sala, a única luz vinda das poucas lanternas enormes ao seu

159
redor e de uma arma estar apontada à sua cabeça, que fez
seu corpo paralizar.

— Solte a arma, Thayer.

O instinto dizia a Rook para atirar entre os olhos do


idiota, mas ele tinha uma arma apontada à cabeça de Bobbie
e não podia arriscar que o imbecil disparasse. Abaixou a
arma ao lado do seu corpo e por um segundo apenas olhou
para o filho da puta. Não o reconheceu imediatamente. O
homem tinha uma barba e estava imundo.

— Solte a porra da arma.

Rook colocou-a no chão.

— Chute na minha direção.

Rook apertou os dentes, mas fez o que ele disse. Olhou


para Bobbie. Ela estava chorando, seus olhos muito abertos
quando olhou para ele, seu rosto estava inchado e
ensanguentado. Raiva o percorreu.

— Seu verme, filho da puta. — Rook deu um passo em


direção a ele, sua voz baixa, perigosa e mortal. Quando o
homem engatilhou a arma, Rook parou.

— Você esquece quem é que manda aqui, Thayer.

Rook apertou os dentes.

— Eu já não respondo mais por esse nome.

O idiota riu.

160
— Você responderá por como quiser chamá-lo. — Eles
se olharam por um momento, então o homem inclinou a
cabeça para o lado. — Você não me reconhece, não é?

Rook apertou as mãos ao lado do corpo, apertou os


dentes e obrigou-se a manter a boca fechada por medo que
esse psicopata machucasse ainda mais Bobbie.

— Apenas afaste a arma dela e podemos lidar com isso


apenas nós dois.

O homem balançou a cabeça.

— Realmente não se lembra de mim?

— Não. — Foi a única palavra que Rook deu como


resposta.

— Você me tirou algo que nunca mais irei recuperar.

Rook forçou seu cérebro a identificar esse babaca, mas


esteve em tanta porcaria quando era jovem, bêbado e drogado
na maioria das vezes, que não se lembrava da metade do que
fez.

— Permita-me dar-lhe uma pista... Roberta.

Roberta.

Rook repetiu esse nome em sua cabeça, tentando


identificá-lo e foi enquanto continuava olhando o homem que
apontava uma arma à cabeça de Bobbie que ele finalmente se
lembrou.

— Jimmy Lane.

O filho da puta sorriu.

161
Mesmo assim Rook não sabia o que teria deixado esse
idiota tão irritado, ao ponto de recorrer a isto e garantir que o
destroçasse.

— Pensei que não fosse um desses idiotas que traiam,


mas você me provou o contrário.

Merda.

Rook sabia do que se tratava.

— Você não apenas transou com minha esposa pelas


minhas costas, provavelmente, mais de uma vez, como ainda
sabia o que ela sentia por você.

— Jimmy, você e Roberta estavam separados. Ela estava


bêbada, porra, ambos estávamos bêbados e drogados e você
falou sobre deixá-la.

— Não precisa explicar nada. Você ferrou tudo, Thayer.


É por sua causa que ela está morta.

— Sobre o que está falando? Eu não matei Roberta.

— Você pode não lhe ter dado a bebida, mas a levou ao


limite.

Rook não fazia ideia do que estava acontecendo, mas


isso estava tornando-se uma loucura.

— Jimmy, sobre o que você está falando? Admito ter


feito merda e ter fodido com Roberta. Isso foi um erro, um
que não posso desfazer, mas você ter chegado a este extremo
a tantos anos depois, por causa disso? Eu não a estuprei e
como disse, você não era o melhor marido, de qualquer

162
maneira. E a memória não me falha foi você que estragou
tudo há dezoito anos atrás.

— Não é essa a questão. Roberta e eu estávamos


resolvendo as coisas ou pelo menos eu achava isso. Nós
ainda éramos casados e estava tentando recuperá-la. Ela é
quem queria o divórcio.

— Então qual é a porra do problema?

— Ela o quis desde o início e você sabia disso.

Rook balançou a cabeça. Este imbecil estava fazendo


isso por ciúmes?

— Ela me procurou depois de vocês terem estado juntos,


dizendo-me que o queria, que amava você.

Isso era uma novidade para Rook. Ele dormiu com a


vadia uma vez e foi o suficiente. Ela era louca, no sentido de
que não aceitava um não e perseguia um homem para deixar
isso bem claro.

— Eu lhe disse que você não queria nada com ela, que
apenas estava interessado em sexo.

Rook não podia negar. Como disse, fez muita merda no


passado e uma dessas coisas foi usar as mulheres como se
não significassem nada para ele... e naquela época, não
significavam.

E de todas as coisas que fez, isto foi o que voltou para


assombrá-lo.

— Ela não quis aceitar, não quis ouvir.

163
Rook esfregou uma mão no rosto, lembrando-se
claramente daquela noite. Isso estava profundamente
enterrado, o álcool e as drogas cobriram tudo, tornando tudo
um borrão. Mas aquela noite surgiu claramente na cabeça
dele.

— Thayer, eu amo você, sempre o amei. — Roberta disse,


o álcool e a coca em seu organismo, deixando suas pupilas
completamente dilatadas.

— Eu não estou interessado nessa coisa de


relacionamento, Roberta. Você queria meu pau e o dei para
você. Foi apenas isso.

Ela o olhou, as emoções nítidas em seu rosto, mas


apenas queria continuar bebendo. Assim como estava, que mal
conseguia manter sua cabeça de pé e essa conversa estava
fazendo sua bebedeira passar.

— Quer um homem para cuidar de você, que se importe,


volte para Jimmy.

— Eu não quero Jimmy. Quero você.

Rook olhou diretamente para ela, tentando ficar tão


sóbrio quanto conseguia naquele momento, porque queria que
a vadia soubesse exatamente o que queria dizer.

— Não quero você, Roberta. O que tivemos foi meia hora


de sexo sujo e isso é tudo o que eu procurava. Como disse,
quer alguém para cuidar de você, que a ame, volte com o
Jimmy. Ele vai aceitá-la.

164
Os rapazes que estavam sentados ao seu redor
começaram a rir e Rook tomou mais uísque. Engoliu, o álcool já
entorpecendo sua garganta. Começou a rir. Roberta ficou lá por
um momento, mas a ignorou, não perdendo mais tempo com
isso. Porra, ela era mais velha que ele de qualquer forma,
separada do marido e não deveria ter fodido com ela para
começar. Mas até onde sabia, ela e Jimmy tinham acabado e
Rook queria um pedaço de bunda.

— Essa vadia está louca se pensou que você iria querer


seu traseiro velho.

Roberta obviamente ouviu porque parou e olhou por cima


do ombro para ele.

Rook recordou-se muito bem daquela noite. Ele viu a


dor em seu rosto, mas estava drogado demais para se
importar.

— Sim, você se lembra muito bem. — Jimmy disse e


empurrou a arma com mais força na têmpora de Bobbie.

— Apenas relaxe, homem, calma.

— Não ouse dizer-me para relaxar. Passei a última


década e meia esperando por este momento. O que não sabe
é que depois que saiu, ela ligou e disse que não queria ter
nada comigo e conseguiu uma dose de coca. Então sofreu um
acidente e morreu, foi por sua culpa. — A mão de Jimmy
tremia e Rook sabia que precisava imediatamente manter a
situação sob controle.

— Nós podemos resolver isto, apenas você e eu.

165
Jimmy balançou a cabeça.

— Eu fui atrás do homem que estava no outro carro,


que colidiu com o de Roberta. Matei aquele filho da puta com
minhas próprias mãos e passei quinze anos preso por causa
disso.

Rook tentava manter a calma, agir como se tivesse tudo


sob controle, mas no fundo sentia-se dilacerado.

— O que quer que tenha acontecido no passado pode ser


resolvido, Jimmy. Somos homens agora, não idiotas de vinte
e poucos anos que não se importam com o mundo.

Jimmy balançou a cabeça e soou incrédulo.

— As pessoas não mudam, não importa quantos anos se


passem.

Jimmy estava correto até certo ponto, mas Rook era um


homem diferente. Ainda podia fazer as coisas mais duvidosas,
mas não era o mesmo sacana que foi no passado. Tinha uma
família agora. O MC era tudo para ele e enquanto olhava para
sua mulher, sentiu ódio por tê-la colocado nesta situação e
soube que faria o que era correto por ela.

— Eu não sou aquele filho da puta do passado. Sinto


muito por Roberta. Talvez tenha contribuído para o que
aconteceu com ela e peço desculpas por isso, mas fazer isto
com minha mulher, vir aqui depois de todos estes anos… —
Rook balançou a cabeça, sua raiva crescendo em seu interior.
— Não está certo.

166
Rook fechou as mãos em punhos ao lado do seu corpo,
apertou os dentes, teria atacado o imbecil nesse momento e
lhe arrancado a traqueia, se não tivesse aquela arma na
cabeça de Bobbie. Uma vez que era essa a situação, precisava
jogar com cuidado, ser esperto.

Ele estava farto de se justificar com Jimmy, cansado de


se importar com o que aconteceu quinze anos atrás.

— E se quiser sair daqui inteiro, afastará essa arma da


cabeça da minha mulher e nós resolveremos isso como
homens.

Rook não tinha intenção de deixá-lo sair dali inteiro.


Nao mesmo. Jimmy assinou sua sentença de morte no
momento em olhou para Bobbie.

— Não me importo comigo mesmo. Meu único propósito


era fazer você pagar pelo que fez. Depois que partiu passei o
meu tempo apenas pensando neste momento e nada tirará
isso de mim.

Era como se a próxima sequência de eventos


acontecesse em câmera lenta. Jimmy virou a cabeça e
abaixou o olhar para Bobbie. Os olhos dela se arregalaram
quando olhou para Rook, o sangue e o suor que cobriam seu
rosto caíram em sua camisa branca, manchando-a devido à
violência que estava acontecendo.

Rook agiu instantaneamente, cansado de falar na


tentativa de fazer esse idiota ser razoável.

Investiu contra Jimmy, mas ao mesmo tempo viu Bobbie


lançar o corpo na direção de Jimmy, sua cabeça batendo na
167
lateral do braço dele. Rook ouviu a arma disparar, viu o
clarão de luz, como se tudo ficasse imóvel, instantaneamente
sentiu o calor do tiro que foi disparado como se a arma
estivesse pressionada na sua cabeça.

Ele derrubou Jimmy no chão e o tempo voltou ao


presente, acelerando, como um borrão. Queria ter certeza de
que Bobbie estava bem, então se permitiu olhar para ela por
um milésimo de segundo. Bobbie ainda respirava e estava
agradecido por isso. Mas quanto mais olhava para ela, mais
sentia o medo aumentar.

Deus. Porra.

Ela estava de lado, a força do disparo a fez cair para o


lado. Suas mãos e pés ainda estavam presos, sangue e corda
eram visíveis nos membros. Mas era a poça vermelha que
começava a rodeá-la que fez com que tudo nele se revoltasse
como uma fera em liberdade. Ele gritou, incapaz de evitar e
começou a dar socos na cabeça de Jimmy.

A arma fez barrulho no chão ao lado deles, embora


Jimmy fosse um homem de tamanho considerável, não era
páreo para Rook, não quando era alimentado pela raiva e pela
necessidade de proteger sua mulher a todo custo.

Ele estava sobre Jimmy, seus punhos tinham vontade


própria enquanto batiam com força na lateral da cabeça dele
uma e outra vez. Mas a coisa mais estranha era o fato de
Jimmy não revidar, não tentar se defender. Não, o imbecil
sorria, apesar de tudo.

168
— Faça-o, acabe com meu maldito sofrimento. — Jimmy
gemeu, seus dentes manchados de vermelho com seu sangue,
a lateral do seu rosto inchada e machucada.

Rook não conseguia enxergar direito, não conseguia


pensar com clareza. Tudo o que sabia nesse momento era que
precisava matar o homem que feriu Bobbie.

— Eu queria que você sentisse como é perder a mulher


que ama. — Jimmy disse e começou a rir, Rook colocou as
mãos firmemente ao redor do pescoço dele. — E parece que
consegui o que queria.

Rook apertou os dedos tão forte ao redor da garganta de


Jimmy, que o rosto do outro homem ficou de um feio tom de
roxo. Ele começou a sufocar, os dedos nas mãos de Rook,
tentando afastá-los. Mesmo que o idiota quisesse morrer, seu
corpo entrou em modo de sobrevivência.

Com a outra mão Rook, afastou os dedos de Jimmy.


Bateu com os nós dos dedos no rosto dele, sangue jorrou do
nariz e da boca do homem. Ele começou a engasgar-se com o
líquido e antes de desmaiar, Rook afastou as mãos do
pescoço de Jimmy.

Conseguiu deixá-lo, mas não terminou.

— Meteu-se comigo, com minha mulher, agora pagará


por isso. — Rook alcançou a arma que estava apenas alguns
metros de distância, certificou-se de que estivesse carregada
e apontou para a cabeça de Jimmy. — E se tivesse vindo até
mim e conversado como um homem, poderíamos ter resolvido
isto. Mas mexeu com o que era meu.

169
Jimmy começou engasgar novamente, uma mistura
grotesca de saliva, sangue e seus próprios fluidos.

— Porr...

Rook puxou o gatilho antes de Jimmy dizer a última


letra. O tiro ecoou pela pequena sala e Rook não perdeu
tempo, foi ver como estava Bobbie. Ele não queria movê-la
com medo de piorar as coisas, mas não podia deixá-la ficar
no chão. Quando a pegou tão suavemente quanto pode, o
sangue dela revestiu suas mãos e braços. Agarrou o celular, o
sangue dela deixando seus dedos escorregadios, horrorizado
por ver a vida de sua mulher se desvanecer e por estar
coberta como o fluído viscoso que revestia seus dedos, Rook
ligou para o clube.

— Homem, nós temos tentado falar com você.


Encontramos Liam…

— Bobbie precisa de uma ambulância. Ela foi atingida.


— Rook disse as palavras em um gemido.

— Fique calmo. — Tank disse com voz firme. — Estamos


a caminho, levaremos o médico e Molly conosco.

— Rápido. Bobbie está gravemente ferida. — Ele


desligou enquanto Tank ainda estava falando, colocou o
celular no bolso e ergueu-se com Bobbie em seus braços.
Queria chamar uma ambulância, mas fazer isso traria a
polícia e veriam o corpo. Eles o afastariam de Bobbie e não
podia permitir isso.

— Fique comigo, baby. — Ele sussurrou.

170
Apressou-se a sair do prédio e não pode deixar de notar
o quão pálido o rosto dela estava, como parecia sem vida.

— Por favor, baby. — Ele disse com a voz frenética. —


Por favor, não me deixe, não quando as coisas estão indo tão
bem. — Ele beijou o topo de sua cabeça e continuou se
movendo através do edifício, orando a Deus que o clube
estivesse aqui antes que fosse tarde demais.

171
Bobbie primeiro ouviu sons, baixos, abafados,
distorcidos. Tentou abrir os olhos, mas foi inútil, como se
tivesse pesos sobre eles. Os sons iam e vinham, a escuridão
ameaçou reclamá-la, mas não queria voltar para lá, não
queria ser sufocada por isso. Era solitário, frio e o nada a
assustava.

Ela quis mover os braços e as pernas, mas não


aconteceu nada. Estava paralisada, amarrada? Não era forte
o bastante? Estava ficando mais assustada, mas a escuridão,
a sensação de lassidão que a envolvia, esmagando-a, não
facilitava, não lhe dava um momento de paz.

A conversa começou novamente, um pouco mais nítida,


um pouco mais focada. Ela se esforçou para ouvir, tentou
desesperadamente entender o que estava sendo dito.

Por que não podia ouvi-los claramente? Por que não


podia gritar que estava ali, que não conseguia se mover, não
conseguia falar?

172
À medida que começou e a entrar em pânico, aquela
escuridão ergueu-se, agarrou-se a ela e puxou-a para o
fundo, até que apenas existia ela e o vazio.

Três dias depois

Rook estava destroçado e quanto mais tempo Bobbie


permanecia inconsciente, mais se preocupava que a bala
tivesse ferrado com ela. O clube chegou a Grove ao mesmo
tempo que o médico. Ele começou a estabilizá-la ali mesmo.
O SUV do clube era equipado com o que precisasse. Eles
ficaram lá por tanto tempo, tanto que temeu o pior, pensou
que a perderia e estava pronto para destruir algo.

Bobbie estava inconsciente por três dias. A porra de


setenta e duas horas e isso estava acabando com Rook.

Ele segurou a mão dela e inclinou-se para trás na


cadeira. Esteve com ela dia e noite, apenas a deixando tempo
suficiente para tomar banho, usar o banheiro e pegar algo
para comer. Havia tubos provenientes de uma bolsa de soro
ligados ao braço dela e o médico disse que lhe estava dando
fluidos e medicação para ajudar com qualquer potencial
infeção e inchaço. Porra, Rook não sabia merda alguma sobre
situações médicas, nada além de ter que cuidar dele ou das
feridas de sua equipe. Quando eram um pouco mais
profundas chamavam o médico para cuidar do restante.

Ele olhou para o curativo na lateral do pescoço dela,


onde a ferida da bala cortou sua garganta. O médico disse
173
que a bala não atingiu a jugular por pouco e ainda assim foi
um milagre que ela estivesse viva. Rook se inclinou para
frente outra vez, seu corpo tenso, completamente exausto.
Porra, não dormiu mais de uma hora desde que ela foi ferida
e tão cansado como estava, não podia dormir porque seus
pesadelos sobre Bobbie o deixar eram muito intensos, muito
reais.

— Você quer fazer uma pausa, talvez pegar um pouco de


ar fresco, Rook?

Ele negou com a cabeça em resposta a Molly. Ex-militar


estava com Stinger, um dos Membros do The Grizzly MC, mas
sempre permaneceu fiel aos Brothers. Ela era uma boa
mulher, sempre os ajudando ao menor sinal e nunca virando
as costas para eles mesmo que estivesse com um Grizzly.

— Eu não sairei do lado dela até acordar. Deixá-la para


tomar tomar banho foi mais que suficiente.

— Rook. — Molly disse seu nome suavemente e se


aproximou antes de colocar uma mão no ombro dele. —
Quando ela acordar você quer ter uma mente limpa, não é?

Ele fechou os olhos, sabendo que ela estava tentando


ser útil, mas estava determinado.

— Eu não vou deixa-la.

— Tudo bem. — Ela disse calmamente. — Eu trarei algo


para você comer e beber.

Ele assentiu com a cabeça e a ouviu sair antes de fechar


a porta atrás dela. Eles estavam em um quarto nos fundos,

174
que foi preparado como um quarto improvisado de hospital.
Era necessário para quando qualquer um deles ficasse ferido.
Depois que Lucien foi baleado, organizaram algo um pouco
mais moderno. O médico deles levou tudo o que precisavam,
mas nem em um milhão de anos Rook pensou que estaria ali
com a mulher que ele amava, rezando para quem ouvisse sua
voz.

— Bobbie, baby. — Ele inclinou-se e sussurrou seu


nome novamente. Ele não sabia se podia ouvi-lo, mas tinha
que acreditar que conseguia. Conversava com ela
constantemente, desde que ficou inconsciente, dizendo coisas
positivas, coisas que fariam quando despertasse e
melhorasse. Ele faria sua vida boa e alegre.

Ele expirou e olhou para seu rosto doce. O inchaço e


hematomas estavam um pouco melhores, mas porra, Jimmy
bateu nela ao ponto de ficar negro e azul. Deus, ele odiava
esta merda.

Eu mataria esse filho da puta novamente se pudesse.

— Bobbie, baby, quero que saiba que não a deixarei me


abandonar. Eu a amo demais. Você me abandonar sozinho
neste mundo de merda não vai acontecer. — Ele levou a mão
dela até sua boca e beijou os nós dos dedos. — Tê-la aqui me
faz sentir incrível, mas precisa acordar, menina. Eu sei que
você é forte e se não fosse, não seria capaz de me aguentar.
— Fechou os olhos e descansou a testa em suas mãos
unidas. Depois de um segundo, houve uma batida na porta,
então ele a ouviu sendo aberta.

175
— Rook posso entrar? — A voz suave de Jana penetrou
seus pensamentos e ele abriu os olhos e piscou algumas
vezes. Manteve seu foco no rosto de Bobbie dormindo.

— Sim. — Limpou a garganta, sua voz grossa com suas


emoções turbulentas. Ele a ouviu entrar mais no quarto e
houve então o som de botas pesadas batendo no chão
também.

Olhando por cima do ombro viu Tuck de pé na soleira


da porta. Olhou para Jana, os olhos vermelhos, claramente
de chorar, seu corpo inclinado, por ter os braços envolvidos
em sua cintura. Tuck parecia ter sido atingido. Isto tinha
realmente afetado muito a todos.

Rook deu mais um beijo na mão de Bobbie e então


levantou-se.

— Eu lhe darei um tempo com ela. — Ele não queria


deixar Bobbie, mas também sabia que Jana precisava de um
tempo com ela.

Rook deu a Jana um abraço quando saiu, a mulher


começou a chorar. Ele odiava isso.

— Ela vai acordar e mostrar a todos como teimosa e


forte ela é.

Jana riu, mas foi triste, choroso.

— Ela é teimosa e forte.

Sim, ela é.

Isso era o que mais amava em Bobbie.

176
Afastou-se de Jana e saiu, fechando a porta atrás dele
para que Jana pudesse ter algum tempo para si mesma com
Bobbie. Ele inclinou-se contra a parede em frente à porta e
olhou para a madeira lisa.

— Você está bem? — Tuck perguntou.

— Não, em qualquer sentido da porra da palavra. —


Rook exalou e esfregou os olhos. — Estou cansado, mas não
consigo dormir. Não quero estar fora quando ela acordar.

Tuck manteve-se em silêncio.

Os segundos pareciam passar devagar de mais e tudo o


que podia fazer era olhar para porta, querendo voltar para
dentro.

— Ela sobreviverá.

Rook assentiu com a cabeça, mas não respondeu ao que


disse Tuck.

Eles limparam o corpo do Jimmy e o enterraran em uma


cova profunda na floresta onde ninguém iria encontrá-lo, mas
esse filho da puta deveria ser queimado pelo que fez com
Bobbie.

— Liam está bem? — Rook perguntou, afastando os


pensamentos de Jimmy. Liam, o novato, foi gravemente ferido
por Jimmy quando Liam estava esperando para seguir Bobbie
de volta para o clube.

— Ele está acordado e comendo sozinho.

Rook assentiu com a cabeça.

— Estou feliz que ele esteja melhor.


177
Jimmy esfaqueou Liam, mas o sortudo sobreviveu. Rook
estava feliz de que sua vida não foi perdida.

— Mantenha os pensamentos positivos, homem. Você


sabe que o clube ama Bobbie e que todos nós pensamos nela
e temos a certeza de que ela irá sobreviver.

Rook assentiu com a cabeça, a garganta apertada


demais para deixar sair quaisquer palavras. Deus, esperava
muito que ela sobrevivesse, porque se não conseguisse, não
sabia o que faria.

178
A escuridão desapareceu e Bobbie sentiu a cabeça mais
limpa, sentiu sua mente tornar-se consciente. Mas com a
consciência veio a enorme dor. Todo seu corpo doía, desde a
raiz de seus cabelos até as unhas dos pés. Sua boca estava
seca, os lábios ardentes com necessidade de serem
humedecidos.

Usando toda a força que tinha, Bobbie lentamente abriu


os olhos. A luz era tão ofuscante que provocou uma agonia
repentina em seu cérebro, bem atrás dos olhos. Sibilando,
fechou os olhos outra vez e tentou fazer com que o
desconforto passasse. Quando os abriu novamente. a visão
estava melhor e se ajustou à luz. Olhou ao redor do quarto,
sabendo instantaneamente que estava na sede do clube na
sala médica. O som apitando ao seu lado fez Bobbie virar a
cabeça e olhar para o soro. Olhou para o tubo que vinha dele
e viu que estava conectado na dobra do seu braço.

Mudou um pouco a posição na cama, mas parou


imediatamente, quando a dor foi demais. Sentindo um peso
em sua mão, abaixou o olhar para o lado oposto de onde o
soro estava e viu o grande corpo de Rook, enrolado levemente
179
sobre a cama. Ele tinha a cabeça no colchão. Seus olhos
estavam fechados e seus braços estavam dobrados pelos
cotovelos e descansando bem ao lado dela. Uma das mãos
estava na dela, os longos dedos fortes, ao redor dos dela.

— Rook. — Ela tentou dizer o nome dele. Pelo menos


pensou que o fez. Lambendo os lábios engoliu para aliviar o
aperto e a sequidão em sua garganta.

— Rook. — A voz de Bobbie estava tensa, baixa e muito


grossa.

Mas Rook estava inconsciente. Ela olhou para o teto,


tentando lembrar o que aconteceu. Era como tentar lembrar-
se de um sonho. Bobbie sabia o que aconteceu, sentiu a
realidade disso, mas não conseguia evocar os detalhes. Não
fazia sentido, como se estivesse tentando lembrar-se de algo
que estava distante.

O som do movimento da roupa de Rook a fez abrir os


olhos e olhar para ele. Rook limpou a garganta e levantou a
cabeça, pela primeira vez, no que parecia ter sido uma
eternidade, eles olharam nos olhos um do outro. Bobbie
sorriu ou tentou, mas até isso doía.

— Oi. — Ela disse suavemente.

O rosto dele era uma máscara completa de diferentes


emoções e ela não conseguiu impedir as lágrimas que
instantaneamente a assaltaram.

— Bobbie. — Ele disse em uma voz profunda e rouca. —


Querida. — Aproximou-se, suavemente passou sua mão
sobre a lateral da cabeça dela, mas mal aplicou pressão.
180
— Quanto tempo estive inconsciente?

Ela viu a garganta de Rook mover-se quando engoliu.

— Cinco dias.

Deus… cinco dias inteiros.

— E se estiver com muita dor, pedirei ao médico para


entrar.

Ela assentiu com a cabeça, mas quando ele saiu, Boobie


estendeu a mão e agarrou a dele. Rook parou e abaixou o
olhar para onde eles se tocavam.

— Você não faz ideia de como é bom ter você aqui, poder
tocá-la, Bobbie. — Ele agarrou suas mãos unidas com a
outra e abaixou-se para beijá-las.

— A medicação para a dor pode esperar. Apenas quero


que fique ao meu lado um pouco mais. — Tudo o que
aconteceu surgiu rapidamente e ela sentiu suas lágrimas
virem com mais força, mais rápido. Rook limpou-as. Ele se
sentou, aproximando-se dela e passou a mão sobre a cabeça
dela novamente.

— Ficará tudo bem, querida. Não vou a lugar nenhum.


Nunca a deixarei. Eu sabia que você era forte o suficiente
para sobreviver.

Ela fechou os olhos e soltou a respiração lentamente. As


lembranças eram como um ataque e não pode evitar o soluço
que saiu. Rook levantou-se e envolveu os braços ao redor
dela, mas foi gentil, calmo e ela soube que era consciente de
suas feridas.

181
— Estou aqui e não vou a lugar nenhum. — Ele beijou
sua orelha. — Você é minha, para sempre, Bobbie.

Ela levantou os braços e abraçou-o, tentando trazê-lo o


mais próximo sem causar muita dor.

— Ele está morto? — Ela tentou dizer as palavras


claramente, mas foram ditas trêmulas. Bobbie o sentiu
acenar com a cabeça.

— Ele se foi, querida. Ele não a machucará nunca mais.

Ela expirou lentamente.

— Eu a amo tanto, Bobbie e o pensamento de perdê-la


foi insuportável. — Ele afastou-se e ela viu, pela primeira vez
desde que conheceu Rook, as lágrimas em seus olhos. Elas
não caíram e poderia ser apenas uma umidade no canto, mas
eram lágrimas no entanto e eram porque a amava muito.

— Eu também amo você.

Ele olhou para sua boca.

— Quero beijá-la, querida, mas não quero machucar.

— Você vai apenas me machucar mais se não me beijar,


Rook. Preciso desesperadamente desse contato.

Ele inclinou-se e pressionou sua boca na dela, mas foi


suave, quase hesitante.

— Estamos juntos nisto. — Ele disse contra sua boca. —


Para sempre.

182
Um mês depois

Rook ajudou Bobbie a sair do caminhão, consciente de


que um mês depois, ela ainda estava dolorida e se curando.
Depois que Bobbie acordou, o médico foi chamado. Ele a
examinou novamente, dando mais medicamentos e dizendo
que ficaria bem, que iria se recuperar completamente com o
tempo. Isso era tudo o que Rook precisava ouvir para sentir o
terror em seu interior o deixar.

— Tem certeza que quer estar aqui? — Rook perguntou,


segurando sua cintura, mesmo que ela conseguisse manter-
se de pé. A verdade era que não queria deixá-la. Ele a queria
perto, porra, colada ao quadril. Depois dela se ferir, jurou
nunca mais deixá-la ir muito longe. Chamem-no de
possessivo, exagerado. Merda, não dava a mínima porque era
todas essas coisas com esta mulher. Rook a amava muito e
não deixaria ninguém tirar isso dele.

Ela sorriu e assentiu com a cabeça.

— Pela quinta vez, sim, quero estar aqui. — Ela disse


com uma nota de provocação e começou a rir. — Juro que

183
não sabia que poderia ser mais dominante, mas conseguiu
me provar o contrário. — Ela sorriu amplamente.

Ele puxou-a contra seu corpo suavemente, colocou a


mão em sua nuca e a beijou profundamente.

— Baby, quando se trata de você sou completamente


louco. — Ele sentiu o sorriso dela contra sua boca e com um
movimento da língua ao longo de seu lábio inferior, ele se
afastou. — Quando você começar a ficar cansada me diga e
nós iremos embora.

Ela assentiu com a cabeça.

— É bom voltar aqui, quer dizer, mesmo que esteja


presa a esta merda ainda posso me divertir.

Ele a beijou novamente no topo da cabeça.

— Vamos, baby. Todo mundo está ansioso para vê-la e o


quão bem está se recuperando.

Colocou sua mão na cintura dela, mantendo-a perto e


juntos caminharam para o clube. Uma vez que estavam
dentro, ele ficou surpreso ao ver todo mundo de pé em um
semicírculo. Havia balões ao redor do clube e, porra, o lugar
parecia menos sujo. Algumas das vadias se aproximaram,
uma delas segurando um bolo, a outra segurando uma
garrafa de champanhe e a terceira com uma jaqueta. Rook se
afastou de Bobbie, agarrou a jaqueta e ficou na frente dela.
Ele sabia que estavam planejando uma pequena festa de boas
vindas. Neste dia não era apenas sobre celebrar o fato de
aceitarem Tank no clube, mas receber Bobbie de volta. Ela
era família, afinal.
184
Ele olhou para mulher que amava. Ela pintou o cabelo,
com a ajuda dele e as mechas que adorava eram agora de um
vermelho forte. Bobbie era linda e a única mulher a quem
alguma vez se entregou completamente.

— O que está acontecendo? — Ela perguntou, seu


sorriso amplo enquanto olhava ao redor do clube.

— Baby, isto não é apenas uma festa pela aceitação de


Tank no clube, mas uma festa de boas vindas. — Ele odiava
vê-la chorar, porque não gostava que ficasse triste, mas sabia
que essas eram lágrimas de felicidade.

Aproximou-se dela, inclinou-se e a beijou na frente de


todos e sentiu seu amor por esta mulher elevar-se, tão forte,
que sequer conseguia respirar.

— Sabe que eu te amo, você é a minha Old Lady.

Ela assentiu com a cabeça.

— Eu queria torná-lo oficial, tão oficial como acontece


no clube. — Ele recuou e levantou a jaqueta, mostrando-lhe a
parte de trás.

Seus olhos se arregalaram e ela começou a chorar ainda


mais, cobrindo a boca com a mão.

— Oh, Rook. — Ela disse por trás da mão, as palavras


abafadas.

Na parte de trás estava o emblema dos Brothers of


Manace. No topo do emblema lia-se Propriedade de e na parte
de baixo Rook.

185
— Não espero que você ande por ai usando isto, porque
pertenço a você tanto quanto você a mim, baby. Mas seria
uma honra se o usasse enquanto estivermos juntos na moto,
mostrando a todos que é a minha mulher. — Rook mudou
desde que ela se feriu.

Ele ainda era o motociclista dominante, ainda o homem


que amava espancar seu traseiro, adorava dar essa dor que
ela precisava para seu prazer, mas vê-la quase morrer
acordou algo dentro dele. Percebeu que não podia passar a
vida escondendo seus sentimentos, especialmente, dela e de
seu clube. Não se importava que vissem o quanto a amava,
quanta demonstração de afeto em público fizessem. Queria
que vissem que ela mudou algo nele, o que era para ele.
Bobbie era seu mundo.

— Rook, usarei isso com orgulho. — Ela pegou a jaqueta


e a vestiu. Afastou o cabelo escuro dos ombros e por um
instante viu o curativo que cobria a ferida que ainda estava
se curando em seu pescoço. Não olhou para ela como a
mulher que amava e quase perdeu. Olhou como se fosse sua
alma gêmea... porque era, em todo o sentido da palavra.

Estava verdadeiramente perdido e na escuridão antes de


conhecê-la.

Bobbie deu-lhe luz e ele se agarrou a ela como uma


tábua de salvação.

Ela moveu-se em direção a ele e imediatamente envolveu


seus braços ao seu redor. Houve uma rodada de aplausos dos

186
homens e das vadias atrás deles, mas Rook apenas se
concentrou nela.

— Vamos começar a porra da festa. — Gritou um dos


irmãos e houve mais uma rodada de aplausos.

E Rook sentiu aquele calor enchê-lo, cercá-lo e o


guardou, sabendo que era assim que a vida deveria ser.

187
Bobbie não podia deixar de sorrir enquanto sentava no
sofá e olhava Rook tentando fazer um jantar para ela. Desde
o acidente ela mudou para a casa dele, saindo de seu
contrato de aluguel e sob os cuidados de Rook, estava
lentamente se curando. Talvez morar com Rook quando
acabaram de se tornar um casal e admitiram o que sentiam
um pelo outro, fosse rápido, mas ter uma experiência de
quase morte tendia a mudar nossa perspectiva.

— Merda. — Rook amaldiçoou e começou a balançar a


mão.

— Queimou? — Ela perguntou e não pode deixar de rir.


Vê-lo ferido não era engraçado, mas para um homem tão
grande quanto Rook, tão forte e poderoso, vê-lo se machucar
porque estava tentando cozinhar para ela pela primeira vez
era um pouco engraçado.

O olhar que ele deu por cima do ombro disse-lhe que


não achava isso divertido, o que fez com que quisesse rir alto.

— Precisa de ajuda?

188
— Não. — Ele balançou a cabeça e pegou sua cerveja,
tomando um gole e se concentrando na panela. — Não,
apenas fique aí sentada e me deixe fazer isso. Quero fazer
isso. — Ele começou a resmungar sob a respiração enquanto
terminava de cozinhar.

Os cheiros que vinham da cozinha eram... únicos, mas


ela tinha esperança de que o homem pudesse fazer incrível
ou pelo menos comestível.

Após cerca de dez minutos ele entrou na sala.

— Okey, acho que está pronto.

Ela segurou um sorriso e levantou, deixando a revista


sobre a mesa de café e indo para cozinha. Desde a mudança,
Bobbie deu ao lugar um toque feminino, mas Rook a apoiou
em tudo o que fez, até sorriu quando ela colocou fotos nas
paredes, as que tinha em casa e algumas novas que tiraram
juntos.

A mesa foi arrumada com pratos diferentes, o que a fez


sorrir ainda mais. Este homem não estava acostumado a
cozinhar para si mesmo e muito menos para outra pessoa e o
fato de que se deu ao trabalho, deixou-a feliz.

— Venha, baby. Deixe-me fazer isso do jeito certo. — Ele


segurou a mão dela e levou-a para mesa. Rook puxou a
cadeira como um cavalheiro e ela sentou-se. Então começou
a servi-la.

Havia arroz e purê de batatas, pãezinhos e uma salada.


Era sobrecarga de carboidratos, mas parecia bom, comestível
também. E então ele colocou o frango ou pelo menos ela
189
achava ser frango, no centro do prato. Havia este molho de
creme amarelo por cima e o cheiro que vinha daquilo era uma
mistura de algo queimado com uma combinação salgada e
doce.

Olhando para ele, um pouco apreensiva sobre comê-lo,


mas amando este homem o suficiente para nunca
desrespeitá-lo ou magoá-lo, começou a pegar a comida com o
garfo. Ele tentou, tentou por ela e isso era tudo o que
importava. Além disso, também não era a melhor cozinheira e
não tinha nada a dizer quando já queimou seu quinhão de
comida no passado.

Bobbie estava consciente de que ele ainda não comeu e


mantinha o foco sobre ela. Uma vez que Bobbie tinha um
pouco de tudo sobre o garfo, comeu. Depois de mastigar e
engolir, olhou para Rook enquanto fazia isso, sorriu e acenou
com a cabeça.

— Não está ruim.

Ele comeu também depois de engolir pegou sua cerveja


e virou.

— Sua mentirosa. — Ele disse com uma careta. — Tem


gosto de merda.

Isso fez Bobbie soltar uma gargalhada.

— Não está tão ruim assim. E para sua primeira vez


cozinhando, eu diria que fez um trabalho incrível.

Ele não se mexeu, sequer piscou enquanto a observava.

190
Ela empurrou o prato de lado, inclinou-se e olhou para
a barba que cobria suas bochechas e queixo. Ela então
abaixou o olhar para a camiseta escura que usava. Rook
usava essa camiseta como se estivesse prestes a rasgar o
tecido como o Hulk e Deus, aquilo a excitava. Fazia um mês
desde que ficaram juntos ou feito qualquer coisa sexual.
Bobbie sabia que ele estava segurando-se para não machucá-
la ou temendo machucá-la, mas estava se curando e o queria,
queria seu corpo duro no dela.

— Que tal podemos pular o jantar e... — Ela ergueu a


sobrancelha.

Ele se moveu na cadeira, pegou sua cerveja e bebeu o


restante enquanto olhava bem nos olhos dela. Colocou a
garrafa para baixo quando balançou a cabeça.

— Não quero machucá-la e por mais que a queira. — Ele


olhou para a blusa dela e ela soube que a frente estava
aberta. Rook limpou a garganta. — Tanto quanto a quero,
baby, acho que é muito cedo depois do acidente.

Ela se levantou, caminhou até ele e sorriu tão


sedutoramente quanto pode.

— Não vou quebrar, Rook. — Ela disse suavemente. E


antes que ele pudesse responder, antes que pudesse impedi-
la, começou a tirar suas roupas. Não perdeu a enorme ereção
que ele tinha e aquilo aumentou seu desejo.

— Baby, você tem certeza? — Rook perguntou com uma


voz firme, tensa.

191
Depois que ela tirou o sutiã e jogou para o lado, ficou de
pé nua na frente dele, tudo que podia fazer era acenar em
resposta.

— Faz muito tempo, Rook.

Ele passou uma mão sobre a boca e assentiu com a


cabeça.

— Sim, baby, faz. Acredite, eu sei, mas quero que você


esteja totalmente curada.

Ela colocou as mãos nos seios e ofegou com o quão


sensível eles estavam.

— Realmente preciso de você, Rook.

Ele gemeu e levantou-se.

— Isso é sobre você, mas sem dor até que esteja


totalmente curada.

Ela olhou para ele e assentiu. E quanto mais olhavam


um para o outro, mais sua excitação aumentava. Ela ficou
frenética e começou a levantar a camiseta dele, fazendo-o
tomar a frente e puxar a camiseta sobre a sua cabeça antes
de jogá-la de lado.

O ar fugiu dela quando olhou para seu peito exposto.


Ele era tão duro, tão definido e musculoso. Tinha tatuagens
em todo o peito e nos braços e olhá-las fez sua boceta
apertar.

Crua, pura luxúria chocou-se contra ela, tão rápido e


feroz que quase tirou-lhe o fôlego. Quando seus olhares se
encontraram, ela pensou ver um momento de hesitação

192
refletido nas profundezas escuras dos olhos dele e soube que
provavelmente estava com medo de prosseguir. Mas quando
ela gemeu e continuou acariciando os seios, viu sua excitação
subir.

— Tire as roupas, Rook.

Ele gemeu novamente, mas deu um passo atrás e


rapidamente tirou a calça.

Ela deixou seu olhar descer até sua enorme ereção e


engoliu. Sim, passou tanto tempo desde que ela o teve entre
suas coxas.

E se o olhar no rosto dele não a tivesse mantido no


lugar, Bobbie o teria puxado mais perto e tomado o controle.
Mas a submissa dentro dela queria obedecer.

Ele era um motociclista duro, um homem que nunca foi


de dizer palavras suaves e sentimentos doces. Mas desde o
ataque algo dentro dele mudou. Ela via claramente como se
tivesse olhando-se no espelho. Ele tinha medo de perdê-la,
sabia disso.

— Você é tão bonita, Bobbie. Quero ter certeza de que


você não está ferida, que não vou machucá-la. É a última
coisa que quero.

— Não vou quebrar. — Ela sussurrou desta vez. —


Apenas fique comigo, toque-me e me mostre que você ainda
me quer.

— Eu sempre vou querê-la. — Ele moveu mais alguns


centímetros perto para que seu pau pressionasse contra a

193
barriga dela. Em um movimento rápido, ele empurrou os
pratos da mesa. Os pratos, copos, pratos de comida se
espalharam pelo chão. Ela ofegou, olhou para a bagunça e
sentiu esse desejo, essa luxúria triplicar. Deus, aquilo era
quente.

— Deite na mesa, baby, e abra essas lindas coxas


grossas para mim.

Ela imediatamente fez o que ele pediu, sua boceta tão


molhada que estava desconfortável. Bobbie precisava de seu
pau grosso dentro dela.

Ele olhou entre as coxas dela quando estava deitada de


costas, as pernas abertas. Seu olhar era ardente e levou tudo
nela para respirar enquanto a observava com os olhos
estreitos.

— Esta noite é para você. Apenas você.

Ela sabia o que ele estava dizendo, mas queria o pau


dele, Bobbie o queria.

— Mas você está tão duro. — Ela respirou e olhou para


o pau dele. Ele segurou seu eixo e acariciou por alguns
longos segundos.

— Esta noite é sobre você, baby.

Por um momento, ele não disse nada e então gemeu


profundamente, deu a seu pau um aperto e foi em direção a
ela. Fechou os olhos por um segundo e quando os abriu mais
uma vez, viu todo o calor que se construiu nestas últimas
semanas.

194
— Abra mais as pernas, Bobbie. Deixe-me ver sua
boceta molhada, deixe-me ver aquilo do que senti falta.

Sua línguagem suja a deixou arrepiada, fez seu desejo


aumentar rapidamente e não hesitou. Os comandos faziam
algo dentro dela, fazia seu lado submisso querer dar-lhe tudo.
Sentia-se fraca de necessidade, com tensão e desejo, tudo que
Bobbie queria era ter algum tipo de contato físico para gozar.

O coração dela estava acelerado e abriu as pernas mais


amplas, fazendo exatamente o que ele queria, mostrando-lhe
quão molhada estava. Isto era realmente o que desejava: ter
este homem, este motociclista que a tratava como uma
rainha, para dominá-la. Ele era poderoso, forte e não levava
nenhuma merda de ninguém.

Seus passados não definiam quem eles eram e quão feliz


poderiam ser.

Ele salvou sua vida e apesar da estrada poder ser


instável ao longo do caminho, este era o homem com quem
queria passar a vida. Talvez sempre tivesse pesadelos sobre o
que aconteceu. Talvez sempre se lembraria da dor, do medo
de estar no armazém e não saber se viveria ou morreria.
Certamente, pensou muito sobre isso no começo. Mas no
final, seu homem a deixou mais forte. Ela não se importava
que fosse politicamente correto, não se importava se as
feministas do mundo gritassem em choque. Bobbie podia ser
forte por conta própria, em seu próprio direito, mas estaria
mentindo se não admitisse que estar com Rook dava-lhe
aquele empurrão extra. Sentia como se pudesse derrubar

195
montanhas quando estava com ele e sabia que Rook sentia o
mesmo. Rook disse isso várias vezes.

Ele colocou suas mãos nas coxas dela, levou-as para


perto de sua boceta e ela estendeu a mão, agarrando a
beirada da mesa. Quando Rook dobrou os joelhos, sua
respiração quente flutuou sobre sua boceta e Bobbie soube
que não duraria um minuto com a boca dele nela, mas isso
estava bem.

— Eu te amo. — Ele disse antes de colocar a boca na


boceta dela e começou a chupar e lambê-la.

Deus, ela o amava, mas não podia sequer dizer as


palavras e quão bem que se sentia. E como sabia, seu
orgasmo apressou-se e roubou sua respiração.

Este homem, este motociclista que amou desde o


momento que entendeu o que aquela emoção significava, era
verdadeiramente sua outra metade. E, porra, era um dos
sentimentos mais incríveis do mundo.

Ser amada e amar de volta, isso era sua vida.

196
Tank ajustou seu boné de beisebol na cabeça, deixou o
clube e caminhou em direção a sua Harley. Ele tinha as
chaves em uma mão e seu novo colete na outra. Era um
membro do Brothers of Menace MC e, caralho, sentia-se
incrível.

Seu foco estava nas chaves quando um som o parou no


meio do estacionamento. Os pelos na parte nuca se
levantaram e ele observou o local. A maioria dos rapazes já
tinham ido embora, mas havia alguns que ficaram nos
quartos extras porque estavam muito bêbados. Suas Harleys
estavam estacionados ao lado, as vans e SUVs usadas pelo
clube estavam na parte de trás.

Quando ele moveu seu olhar ao longo da área escura,


olhando para o portão que bloqueava a entrada para o clube
e em direção a garagem, não conseguiu ver nada, mas ainda
sentia como se estivesse sendo vigiado, que não estava
sozinho.

— Quem porra está ai? — Ele levou a mão para as


costas e sentiu a coronha da sua arma e puxou-a.
Segurando-a ao seu lado, perto de sua coxa esperou para ver
se alguém responderia, se seriam estúpidos o suficiente para
permanecer ali.

Ele não ouviu nada além do som dos carros a distância.

197
— Você de verdade fodeu com o homem errado na noite
errada, filho da puta. — Porra, era sempre a noite errada e ele
sempre foi o homem errado quando se tratava de merda como
esta.

Passou-se mais alguns segundos, mas então olhou para


o portão mais uma vez. Foi quando alguém saiu das sombras
escuras do outro lado da cerca que bloqueava o clube. Seu
corpo ficou tenso pela ameaça, tudo dentro dele entrando em
alerta. Colocou o dedo no gatilho, seu corpo preparado e a
adrenalina movendo-se através dele.

— Melhor se mostrar se não quiser se foder e por se


foder quero dizer ter sua bunda baleada.

— Sou eu, Brendan.

Instantaneamente, ele tirou o dedo do gatilho quando


ouviu a voz de sua irmã mais nova.

— Lila? Que merda você está fazendo aqui? — Ele não


via sua irmã há meses, mas não apenas porque ela estava
evitando-o, mas porque ele esteve muito ocupado com os
Brothers. Tank pensou que sentia-se surpreso ao ver Lila,
mas foi quando ela pisou sob a luz da lâmpada da rua que
todo seu corpo entrou em choque ao ver o que segurava.

Parada ali sozinha, com uma mochila na mão e na outra


um pacote enroscado de cobertores, era sua irmã segurando
um bebê.

Um bebê?

Porra.

198
Ela não parecia grávida quando a viu naqueles meses
atrás, mas isso não queria dizer nada.

— Que porra, Lila? — Ele colocou a arma em suas


costas e foi até Lila. Abrindo o portão e deixando-a entrar,
levou um momento para olhar para ela antes dele puxá-la em
um abraço, mas estava consciente da pessoa pequena que
carregava. — Que porra, Lila? — Ele disse novamente.

— Sim, eu sei. — Ela riu sem humor.

O bebê era minúsculo, como se tivesse acabado de


nascer. Tank olhou para o rosto de sua irmã. Lila era dez
anos mais jovem que seus trinta e cinco anos. Ela era o bebê
acidental de seus pais. Ele cuidou dela como se não fosse
apenas sua irmã, mas também sua filha porque estava
sempre junto dele, seus pais não foram os melhores em
cuidar deles. Era ele e Lila contra o mundo e sempre teve
certeza de que ela estivesse segura. Mas parecia uma
eternidade desde que a viu, embora quisesse gritar com Lila
por esse fato e também por outras coisas, apenas queria tirá-
la da rua e certificar-se de que ela e o bebê estivessem bem.

— É seu? — Ele não podia dizer se era menino ou


menina e o cobertor branco sujo no qual o bebê estava
envolto parecia ter sangue nele.

— Sim, ela é minha. Seu nome é Faye.

Faye. Minha sobrinha.

Ele era tio. Tank sorriu, mas a felicidade desvaneceu-se


com a situação.

199
— Vamos voltar para minha casa e conversaremos sobre
que porra está acontecendo. — Ela não discutiu e ele ficou
feliz com isso. Não tinha paciência agora para tê-la dizendo
que as coisas estavam bem, quando claramente não estavam.

Ele não podia levá-la em sua Harley por razões óbvias,


então pegou um dos SUVs do clube. Uma vez que estavam no
veículo, ficou consciente do fato de que não tinha um maldito
assento de carro. Lila segurou o bebê enquanto ele saiu,
dirigindo bem abaixo do limite de velocidade se sentia como
se seus ossos fossem rasgar através da pele de tão tensa que
foi essa viagem de dez minutos.

Quando chegaram à casa dele, Lila já estava fora do


carro antes dele poder ajudá-la. Ele os levou para dentro,
ainda em estado de choque sobre o fato que sua irmã estar
ali depois de ficar fora por tanto tempo e o fato de estar
grávida e agora ter um bebê.

— Sente-se. — Ele disse com uma voz rouca e apontou


para mesa.

— Você está irritado.

Olhou para ela de forma que dizia: não brinca.

— Por favor, não fique irritado. — O bebê começou a


mexer e Lila começou a balançar a menina que se aquietou.
— Eu odeio que fique irritado comigo.

Ele exalou ruidosamente.

200
— Não estou irritado com você, Lila. — Eles se
encararam por um momento e o silêncio se ampliou na
cozinha. — Está com fome?

Lila sorriu e acenou com a cabeça.

Quando ele começou a fazer-lhe algo para comer,


pensou em como essa conversa começaria. Não estava
irritado com ela, mas sim com a situação.

— Sinto muito por ter me afastado. Acho que estava


muito envolvida, não podia ver claramente e não queria que
você ficasse desapontado. — Ela disse.

A derrota em sua voz partiu seu coração.

— Mas parece que você está bem com clube e até


mesmo tem um colete.

Ele virou-se e deu-lhe um prato com um sanduíche e


batatas fritas nele. Pegou um copo de leite para ela e se
aproximou, colocando o prato e o copo na frente dela.

— Posso deitá-la na sua cama?

Ele assentiu.

— É claro. No final do corredor, a última porta à direita.

— A menos que você queira segurar sua sobrinha?

Ele balançou a cabeça imediatamente.

— Apenas tenho polegares, Lila, você sabe disso. — Ele


se moveu no lugar, sentindo-se nervoso e desconfortável com
a ideia de segurar uma coisa tão pequena e frágil.

Lila sorriu.

201
— Ela não vai quebrar, Brendan.

Ele limpou a garganta em resposta.

Ela se levantou e saiu da cozinha. Lila se foi por um


momento e quando voltou, suspirou forte enquanto se
sentava. O silêncio se estendeu entre eles outra vez e
enquanto Tank recostava na cadeira e olhava para sua irmã,
o tempo que passou entre eles parecia desvanecer-se.

— É muito bom vê-la, Lila.

Ela sorriu e acenou com a cabeça, mas não respondeu.


Lila olhou para suas mãos, mas Tank não empurrou-a para
obter informações. Tiraria tudo dela eventualmente, mas isto
era claramente difícil para Lila e queria que falasse quando
estivesse pronta.

Quando ela levantou a cabeça e o olhou, a dor em seu


rosto deixou-o furioso. Alguém colocou aquela expressão no
rosto dela, fez com que se sentisse assim e descobriria quem
foi.

— Estou em apuros.

Endireitou-se com essas palavras.

— O que aconteceu?

Ela respirou, recostou-se na cadeira e disse.

— Eu me envolvi com um MC. Pensei estar apaixonada


por um dos membros, pensei que ficaríamos juntos e que ele
me amasse também.

Porra, Tank sabia onde isso iria parar.

202
— Ele era possessivo comigo no começo e quando disse
que me amava, eu realmente acreditei.

Tank apertou as mãos em punhos e tentou se controlar.

— Eu fui fundo com eles, tornei-me realmente parte do


clube e todo o restante desapareceu. É por isso que não o
procurei em tanto tempo, porque não conversamos como
antes.

Ele resmungou. Eles eram próximos enquanto cresciam,


embora soubesse que ela estava em Thorne todo esse tempo,
não sabia que Lila estava envolvida com um MC.

— Que MC, Lila? — Ele não sabia de qualquer clube no


Condado de Thorne, então a menos que fossem novos, não
eram legítimos.

Seus olhos começaram a se encher de lágrimas e ele


disse a si mesmo que precisava falar mais suave com ela.
Claramente estava frágil neste momento e algum futuro
cadáver filho da puta fez isso.

— Realmente não acho que é um verdadeiro MC,


Brendan. Eles tinham coletes, motos também, mas são todos
sobre machucar e degradar as mulheres.

— Então por que porra ficou tanto tempo?

Ela limpou os olhos e fungou. Não tocou na comida e ele


empurrou o prato e copo mais perto dela. Depois de parecer
relutante, Lila mordeu o sanduíche e tomou um pouco de
leite, então voltou a falar.

203
— Porque pensei que estivesse apaixonada, Brendan.
Nunca estive apaixonada antes e acho que meu cérebro e
coração ficaram confusos, ignorei os sinais de alerta diante
de mim.

— Está tudo bem, Lila. — Ele alcançou a mão e a


segurou enquanto ela chorava ainda mais. — Continue
contando o que aconteceu para eu poder consertar.

— Não sei se isso pode ser consertado.

— Tudo pode ser corrigido. Certificarei-me disso. —


Tank não estava sendo arrogante. Era assim que as coisas
funcionavam com ele. Iria consertar isso por ela e Faye.

— Eu estava com Spike por menos de um ano antes de


descobrir que estava grávida.

— Por que você não me disse? Por que não pediu ajuda
quando a vi alguns meses atrás?

Ela limpou as lágrimas novamente e encolheu os


ombros.

— Eu estava com vergonha, com medo de decepcioná-lo.


Também pensei que poderia consertar tudo, que as coisas
seriam diferentes se eu apenas desse um tempo. — Ela
balançou a cabeça novamente. — Fui estúpida, sou estúpida.

— Em primeiro lugar, você nunca será uma decepção


para mim. Em segundo, não é estúpida. Não estava pensando
direito e deveria ter vindo a mim, mas é humana, Lila.

Ela sorriu, mas foi triste, distante.

— Presumo que Faye é o bebê daquele idiota?

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Ela assentiu com a cabeça novamente.

— Ela foi a única coisa boa que veio de ficar com Spike.

— Você foi a um hospital para tê-la? Ele a ajudou


durante o parto?

Ela balançou a cabeça.

— Além de... — Ela pausou um momento antes de falar


novamente. — Digamos que ele apenas me queria para uma
coisa. Acabei tendo-a atrás da casa que eles usaram para seu
clube.

— Que idade tem ela, Lila?

Lila bebeu do copo antes de falar.

— Três dias.

— Merda. — Ele esfregou uma mão nos cabelos. Ele


sabia que o bebê era novo, mas três dias? — E você viajou até
aqui, com um recém-nascido, após dar à luz?

Ela ficou em silêncio por um momento e o medo em


seus olhos era muito real.

— Fiquei com medo de que as coisas dessem errado,


que ele fizesse mal a Faye.

Tudo nele ficou ainda mais tenso. Seu sangue corria em


suas veias, sua pulsação aumentando e sentiu sua raiva
aumentar. Ele queria matar esse desgraçado, fazê-lo sofrer
por fazer Lila passar por isso.

— Ele colocou as mãos em você?

Ela assentiu depois de um segundo.

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— Mas eu fugi, não podia continuar sendo estúpida e
colocar minha filha em perigo. Eu já tinha ficado muito
tempo e estar grávida, ter esse medo de que ele machucasse o
bebê... — Ela acenou com a cabeça, lágrimas se formando em
seus olhos. — E de qualquer forma, quando fiquei grávida, ele
se distanciou, ficou com outras mulheres na minha frente.

— Porra, Lila. Você deveria ter vindo a mim.

Ela estava chorando agora, enxugando as lágrimas tão


rápido quanto chegavam.

— Eu sei. Avisei que sou estúpida. Pensei que talvez ter


Faye lá, deixá-lo ver sua filha, mudaria alguma coisa nele. —
Ela balançou a cabeça, um som irritado saindo dela. —
Digamos que fui boba, muito boba.

— Passaremos por isso. Estou feliz que você veio a mim.


— Tank não lhe diria que ela deveria ter ido a ele desde o
início, porque estava ali agora e isso era tudo o que
importava.

Tank olhou para seu corpo, o que ele podia ver de


qualquer forma, tentando ver se havia alguma marca, mas
estavam escondidas ou curadas. Tank queria descobrir se ela
foi atingida durante a gravidez, porque mesmo que esse filho
da puta tivesse colocado suas mãos sobre Lila quando ela
não estava, bater em uma mulher grávida era ir tão longe
quanto cruzar a linha sobre o maldito penhasco.

— Tenho medo dele vir atrás de mim, porque fugi no


meio da noite, Brendan.

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Lila era a única que o chamava por seu nome, a única
que ele permitia chamá-lo assim.

Ele balançou a cabeça.

— O filho da puta não chegará perto de você ou do bebê,


Lila.

Ela inclinou-se sobre a mesa.

— Spike e os homens com que ele anda são perigosos.


Tenho medo de que se não conseguirem me alcançar, possam
ir atrás das pessoas que eu conheço.

Ele balançou a cabeça novamente.

— Você sabe que nós não sabemos para onde mamãe e


papai fugiram.

— Não estou preocupada com eles sendo encontrados,


porque não deram a mínima para nós desde que eramos
adolescentes, Brendan.

Ele juntou suas sobrancelhas.

— Então de quem você acha que eles podem ir atrás?

Ela lambeu os lábios e olhou para baixo para o prato de


comida por um momento.

— Tenho medo deles irem atrás de Bunny.

O coração dele parou no peito. Tank não ouviu o nome


de Bunny em anos. Porra, não ouviu o nome dela desde que
ele estava com vinte anos, não desde a noite que foderam e
ela deixou-o enquanto dormia. Esse assunto era uma maldita
ferida delicada, uma na qual não queria pensar, muito menos

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falar. Mas não podia ignorar isso se Lila pensava que Bunny
estava em apuros.

— Bunny está de volta em Thorne?

Lila assentiu.

— Sim, por cerca de um ano agora. Nós nos


aproximamos mais uma vez e Spike sabe sobre ela. Tentei
ligar para ela, avisá-la sobre isso, mas não fui capaz de entrar
em contato.

— Merda.

— Sim.

— Porra, Lila.

— Eu sei, Brendan. — Ela exalou. — Não sei o que


houve entre vocês todos esses anos, mas sei que foi ruim.
Você estava irritado e ela apenas... desapareceu. Bunny
também se recusa a falar sobre isso, nem agora, mas não
posso deixá-la sozinha, não quando sei que Spike e sua
horda podem machucá-la para se vingar de mim.

— Ninguém vai se machucar, Lila. Ninguém. — Ele


esfregou uma mão sobre o rosto. — Nós daremos um jeito
nisso. Vamos garantir que todo mundo fique a salvo. — Ele
descobriria tudo e quando tivesse todos os fatos, reuniria seu
clube, sua nova família e caçaria o imbecil que machucou
sua irmã.

Tank pensou sobre envolver o clube, sobre a distância


que iriam para resolver isto. Ficou olhando para a mesa,
pensando em seu passado, nas pessoas com quem tinha uma

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ligação. Precisaria de alguém para ajudar que pudesse
descobrir todos os detalhes sujos acontecendo com Spike e
aquele clube aspirante, mas sabia exatamente quem chamar.

— Vou procurar Wrath.

Os olhos de Lila se arregalaram por um momento.

— Wrath?

Ele podia ouvir a emoção na voz dela.

— Você ainda fala com ele?

Tank balançou a cabeça.

— Não desde que ele começou usar drogas, mas sei que
parou há cerca de um ano. Eu tenho maneiras de entrar em
contato com ele.

Ela lambeu os lábios e ele pode ver o nervosismo dela


aumentar com a expressão.

— Você realmente acha que precisa envolver Wrath?


Conhece a história entre nós.

Tank viu a forma como o pulso batia com mais força na


base da garganta dela. Sim, a história entre eles tinha a ver
com Wrath querer Lila e sua irmã caçula fugir do grande filho
da puta. Pode ter sido no passado e todos podiam ter uma
história juntos de uma forma ou de outra, mas não mudava
como as pessoas sentiam-se.

— Precisamos de Wrath envolvido, Lila.

Ela desviou o olhar por um segundo.

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— Ele é perigoso, Tank, sempre foi, mesmo quando
éramos mais jovens.

Ele resmungou.

— É por isso que precisamos dele.

Ela o olhou.

— Como você sabe que ele ajudará? E se não se falam


em anos...

— Ele ajudará, disso não tenho dúvidas, especialmente


se diz respeito a você. Não importa que não nos falamos. E se
inclui sujar as mãos, Wrath participará. — Ele era perigoso,
mas sempre teve um ponto fraco ou tão fraco como um
homem poderia ter, que era a irmã de Tank. Wrath teria
matado qualquer um que mexesse com ela, deixou um cara
inconsciente por agarrar o braço dela em um movimento
bêbado. Não importava o quão perigoso Wrath fosse, quando
envolvia Lila, ele sempre estava lá, se ela soubesse ou não.
Essa é uma das coisas que Tank gostava no homem, porque
sabia o que Wrath daria por Lila.

Ela engoliu, a garganta trabalhando, seus olhos ainda


arregalados.

— Ele era assustador antes de ir para prisão, Brendan.


Não consigo nem imaginar como está agora, todos esses anos
depois.

— Você sabia que ele teria feito qualquer coisa por você
quando éramos mais jovens.

Ela olhou para baixo, a emoção clara em seu rosto dela.

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— Isso foi há muito tempo, Brendan e muitas coisas
mudaram.

Isso era verdade, mas quando era sobre Wrath, nada


tinha mudado.

— Você sabe que ele fará qualquer coisa por você,


qualquer coisa para ter certeza que esteja bem.

Ela balançou a cabeça.

— Faz anos, muito tempo.

— Lila... — Ele parou quando ela o olhou.

— As coisas mudam e o tempo deixa as pessoas


diferentes, ainda mais perigosas.

Sim, Wrath era um filho da puta assustador naquela


época, mas por isso que ele e Tank se entenderam tão bem.
Wrath não se importava com nada, além de fazer o trabalho,
mas ao longo dos anos, eles perderam contato enquanto
Wrath entrava mais na cena do submundo. O homem
começou a entrar em merda pesada, coisas que incluíam
traficar drogas, cozinhar metanfetamina e traficar armas.

Foi quando Tank decidiu que iria recuar, os dois indo


em seus próprios caminhos. Eles se separaram em bons
termos e por isso, por causa da Lila, tinha certeza de que
Wrath não teria problema em ajudar. Claro, ele não saberia
até que encontrasse o homem. Por tudo o que sabia, Wrath
estava fodido pelos anos de trabalho sujo e depois ir para
prisão. Mas precisava entrar em contato, porque Wrath tinha

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loucas habilidades para conseguir todas as informações sujas
de alguém.

Ele olhou para sua irmã, querendo vingança por toda


merda que ela passou. Tank era um membro de um clube
agora e isso significava que tinha suporte, aconteça o que
acontecer. Quando Tank pegasse aquele filho da puta do
Spike e seu clube, ele desejará nunca ter olhado para Lila.

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