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? Quantos anos pode viver um seropositivo? Quando tempo médio vive uma pessoa
infectada pela sida sem tratamento antiretrovirais?
► Não existe um tempo médio de vida para as pessoas seropositiva. Algumas
pessoas estão infectadas pelo HIV há muitos anos e nunca apresentaram
nenhuma doença. Em relação às pessoas com SIDA, sem acesso a tratamento
com antiretrovirais, vai depender da capacidade de cada um de resistir as
infecções oportunistas associadas a SIDA. Factores que podem influir são, entre
outras, bem-estar emocional e social, as condições de vida, a alimentação, etc.
? Se este vírus está connosco a tanto tempo, porque só agora vemos tantas pessoas a
morrer por mesmo?
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► Uma pessoa infectada pelo HIV demora muitos anos para apresentar algum
sintoma, desenvolver infecções oportunistas graves que possam levá-la a morte.
As pessoas que estão a morrer actualmente estão infectadas já há muito tempo.
Porém, as mortes por SIDA em Moçambique, não estão a acontecer só agora. O
preconceito e a discriminação fazem com que familiares escondam a real causa
de morte das pessoas. De acordo com dados oficiais de 2004, estima-se que
cerca de 97.000 pessoas já morreram de SIDA no país, desde o início da
epidemia.
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fraco, não consegue combatê-lo e a pessoa fica doente. Porém, alguém ter
tuberculose, não significa que ela é portadora do HIV ou doente de SIDA.
Origem da SIDA
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? Quando alguns adolescentes, jovens, dirigem-se aos GATV ficam angustiados depois
de recebem o resultado de seropositivo – alguns ficam desesperados outros ficam
nervosos.
► O impacto do diagnóstico positivo para HIV é sempre um momento difícil tanto
para adolescentes e jovens, como para os adultos. Em geral se sentem abalado
psicologicamente e com dificuldades de lidar com essa sua nova condição.
Porém, os profissionais de saúde são preparados para prestar apoio para que
essa pessoa possa se consciencializa que SIDA não é igual a morte e auxilia-la
no acesso ao tratamento e na adopção de uma vida positiva.
? Não querendo ou não estando ainda psicologicamente preparado para fazer o teste,
quero saber se através de analise de sangue (de todo o tipo) é possível saber o meu
estado quanto ao HIV?
► Somente por meio do teste específico para o HIV é que podemos saber se somos
seropositivos. Nenhuma outra análise pode nos trazer essa informação.
? Existe dúvida sobre a eficiência nos testes, pois são reportados casos mal
diagnosticadas
► O teste para HIV é bastante eficiente, e os casos de um diagnóstico errado são
raros. A situação mais comun que podem gerir um falso diagnóstico, é o teste ter
sido realizado no período de janela (quando a pessoa foi infectada há menos de 3
meses e ainda não desenvolveu a quantidade de anticorpos necessário para ser
detectado no teste – vide a secção de perguntas sobre epidemiologia).
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sempre o mesmo? O que é que pessoa deve fazer? Conforma-se que é positivo
segundo as indicações clínicas ou repetir de novo?
► É um direito de qualquer pessoa realizar o teste para HIV pela segunda vez para
confirmar o seu resultado positivo. Porém, não se deve ter muitas expectativas
em relação a um outro resultado, pois são raros os resultados diferentes em
testes que deram positivos.
? Que tácticas são aplicadas para descobrir a presença do vírus no sangue doado no
período de janela?
► Com os testes disponíveis em Moçambique, não há forma de se descobrir a
presença do vírus em um sangue doado no período de janela. Mesmo o sangue
sendo armazenado (congelado) por um período de 3 meses não há com o saber,
pois enquanto estiver congelado não há produção de anticorpos, que é o que se
detecta nos testes de HIV.
A táctica utilizada nos bancos de sangue é uma boa entrevista com o doador,
para saber se ele teve alguma situação de risco nos últimos 3 meses. Mas é
sempre um risco.
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► A transmissão não é possível através de troca de outros líquidos corporais como
suor ou saliva, p.e. no beijo.
► A via principal de transmissão em Moçambique é através de relações sexuais,
desprotegidas.
► Sexo anal desprotegido constitui uma via de alto risco por causa das lesões que
habitualmente ocorre no ânus que assim facilita a entrada do vírus no corpo
► Sexo oral que implica contacto entre a boca e o pénis ou vagina é relação de risco
porque há contacto com esperma/ secreção vaginal
► Na depilação e manicura pode ocorrer pequenas cortes/lesões na pele que permite
infecção então deve ser feito com utensílios novas/esterilizadas
? Gostaria de saber porque é que a mulher é mais vulnerável que o homem – é por
causa do formato do seu órgão genital?
As razões biológicas e sócio-culturais para a vulnerabilidade da mulher.
► Por razoes biológicas uma mulher tem 2-4 vezes maior probabilidade de ser
infectada durante uma relação desprotegida que um homem porque A
concentração do vírus é muito maior no sémen do que nos fluidos vaginais; a
área exposta ao vírus é muito maior na vagina do que no pénis; o vírus
sobrevive melhor dentro da vagina do que na superfície do pénis. A
vulnerabilidade da mulher aumenta ainda mais se for uma rapariga jovem,
fisiologicamente ainda não madura porque o risco de ocorrer lesões durante o
acto sexual aumenta.
► Por razões económicas e sócio-culturais: A mulher tem menos acesso a negociar
sexo seguro, ou seja demandar o uso de preservativo – menor ainda se numa
relação conjugal, tem menos acesso à educação e conhecimentos, tem menor
poder económico.
► A principal via de sexo seguro, o preservativo, depende do homem.
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? Qual é o meio mais viável para a prevenção?
► Uso correcto do preservativo em todas as relações sexuai
? Fazer sexo anal ou oral não constitui uma forma de prevenir o HIV/SIDA?
► Não! Especialmente o sexo anal, mas também o sexo oral, sem uso de
preservativo apresentam riscos significativos para a infecção pelo HIV.
? Será verdade que pela circuncisão masculina pode diminuir a infecção com
HIV/SIDA?
► Mentira! Não há nenhuma relação entre circuncisão e diminuição do risco de
contrair o HIV.
? Será que um casal de infectados pelo SIDA devem usar o jeito nas suas relações
sexuais?
► Sim, duas pessoas seropositivas devem usar o preservativo em suas relações
sexuais. Caso contrário, em cada relação estarão recebendo vírus da outra
pessoa, aumentando o número de vírus em seu organismo, o que pode vir a
enfraquecer, ainda mais, seu sistema de defesa. A troca de vírus pode ser
perigosa também pois eles podem estar resistentes a alguns medicamentos
utilizados por uma das pessoas, o que dificultará o efeito do remédio, caso a
outra pessoa tenha que fazer uso em algum momento de seu tratamento.
Preservativo
? Será que com o uso do preservativo é suficiente combater tão grande monstro? O
vírus não pode passar entre as moléculas do preservativo?
► A impermeabilidade dos preservativos é um dos factores que mais preocupam as
pessoas. Em um estudo feito nos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados
Unidos, ampliou-se o látex do preservativo, utilizando-se microscópio
electrónico, esticando-o em 2 mil vezes e não foi encontrado nenhum poro. Outro
estudo examinou as 40 marcas de preservativos mais utilizadas em todo o mundo,
ampliando 30 mil vezes (nível de ampliação que possibilita a visão do HIV) e
nenhum apresentou poros. Por causa disso, é possível afirmar que a camisinha é
impermeável tanto ao vírus da SIDA quanto para doenças de transmissão sexual.
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preservativo, que pode causar sintomas dessa natureza. Neste caso, deve-se
trocar de marca do preservativo por uma que não cause alergia.
? Será que os prazos que aparecem nos preservativos podem ser considerado ainda em
condições de uso, tomando como base as diferentes condições em que ele é colocado
à disposição (lugares arejado: dentro de uma casa; ao ar livre; com pouca ou muita
irradiação solar)?
► Os prazos de validade são uma boa indicação sobre as condições de uso do
preservativo. Porém devemos sempre avaliarmos se a embalagem está bem
fechada. As unidades sanitárias e as farmácias são cientes dos cuidados com seu
armazenamento e exposição a baixas temperaturas. Devemos também termos
esse cuidado em nossas casas. Em caso de desconfiança das condições do
preservativo, troque por outro.
Colocando a camisinha
Abra a Desenrole a
embalagem com camisinha até a
cuidado - nunca base do pénis, mas
com os dentes - antes aperte a
para não furar a ponta para retirar o
camisinha ar.
Coloque a Só use
camisinha somente lubrificante à base
quando o pénis de água. Evite
estiver erecto vaselina e outros
lubrificantes à base
de óleo.
Tirando a camisinha
Após a Dê um nó no
ejaculação, retire a meio da camisinha
camisinha com o e jogue-a no lixo.
pénis ainda duro. Nunca use a
Fechando com a camisinha mais de
mão a abertura uma vez. Usar a
para evitar que o camisinha duas
esperma vaze da vezes não previne
camisinha contra doenças e
gravidez.
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? Porque é que os preservativos se rompem durante o acto sexual?
► Quanto à possibilidade do preservativo estourar durante o ato sexual, pesquisas
sustentam que os rompimentos devem-se muito mais ao uso incorrecto do
preservativo do que por falha estrutural do produto em si.
Sabe-se que a transmissão sexual do HIV está relacionada ao contacto das
mucosas do pénis com as secreções sexuais e o risco varia de acordo com
diversos factores, incluindo o tempo de exposição, a quantidade de secreção, a
quantidade de vírus do(a) parceiro(a) infectado(a), a presença de outra doença
de transmissão sexual, entre outros. Sabendo disso, se a camisinha se rompe
durante o ato sexual, há alguma possibilidade de infecção, ainda que pequena.
Deve-se fazer o teste após 90 dias para que a dúvida seja esclarecida.
A ruptura da camisinha implica risco real de aquisição da infecção por HIV.
Independente do sexo do parceiro, o certo é interromper a relação, realizar uma
higiene e iniciar o ato sexual novamente com um novo preservativo. A higiene
dos genitais deve ser feita da forma habitual (água e sabão), sendo desnecessário
o uso de substâncias químicas, que podem inclusive ferir pele e mucosas,
aumentando o risco de contágio pela quebra de barreiras naturais de protecção
ao vírus. A lesão de mucosas genitais pode implicar um risco adicional, pois,
caso signifique presença de uma doença sexualmente transmissível, como a
gonorreia, o risco de aquisição do HIV aumenta.
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? Por que razão o preservativo feminino não está disponível gratuitamente
► O preservativo feminino em Moçambique ainda apresenta muita dificuldade de
acesso gratuito, por ser muito mais caro que os preservativos masculinos.
? Para além do preservativo devia existir um outro meio em pomadas cremes para os
indivíduos puderem aplicar na altura do acto sexual para evitar a contaminação pelo
vírus
► Existem muitos estudos na busca de outras soluções para a prevenção da
infecção pelo HIV durante o acto sexual, como cremes ou pomadas. Porém ainda
nenhuma se mostrou eficaz. Somente o preservativo tem esse poder.
Comportamento
? Qual será a % de pessoas que se infectam por ignorância em relação as pessoas que se
infectam conscientemente?
► Uma pergunta bem interessante. Mas não e possível medir esta percentagem
duma maneira cientifica.
? Como educar a população para saber prevenir-se e combater a epidemia. O que seria
mais efectivo, fazer campanhas de educação para prevenção ou criar-se condições
para que as pessoas não só recebam mas também têm acesso fácil ao teste,
seguimento em caso de seropositivo e acesso a tratamento quando for necessário do
tratamento antirretroviral
► Em termos de educação o MEC aposta em desenvolver as habilidades da vida
(não só o saber) nos jovens de maneira que eles próprios podem tomar decisões
sobre um comportamento saudável e livre de riscos (incluindo comportamento
sexual). Acesso ao teste e ao tratamento é crucial mas isto é responsabilidade dos
provedores de serviços (neste caso MISAU).
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? Uma forma de estacar a propagação do vírus de HIV, não será melhor punição e
castração dos violadores de menores.
► Uma sociedade que respeita os Direitos Humanos não pode executar nem tolerar
este tipo de punição. Não há nenhuma evidência que mostra que punição é um
método viável de alterar o comportamento sexual numa população – lembre se
que é o comportamento de todos nos (não de um grupo de criminais) que tem que
alterar parar conseguirmos diminuir os índices de HIV no país.
? Será que é correcto falar sobre transfusão de sangue e noções de relações sexuais com
crianças do ensino básico?
► Será correcto não falar dos riscos que estas crianças estão a enfrentar e assim
aumentar a vulnerabilidade deles? Os julgamentos morais não poderão parar a
epidemia, por isso a luta contra a epidemia não permite um silêncio na
educação. Não temos outra opção se não falar e educar.
? Será que adianta ensinar coisas que as crianças ainda não têm condições de
compreender?
► Claro que não. Por isso devemos ensinar a matéria de forma apropriada e
relevante para cada faixa etária. O MEC tem uma estratégia de comunicação
que considera o tipo de mensagem relevante para cada faixa etária. O silencio
não e uma alternativa.
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? O professor está autorizado a fazer demonstrações de uso de camisinhas na sala de
aulas?
► Seguindo os princípios da estratégia de comunicação isto é possível a partir dos
12 anos. Será uma boa ideia falar o Director da Escola antes.
? Qual é a relação entre mensagens como ‘ainda somos jovens, sexo mais tarde” e o uso
de sexo nas telenovelas?
► Vivemos numa sociedade moderna, onde a muitos canais de comunicação. Temos
a tarefa de ajudar os jovens a gerir as mensagens contraditoras, falando com
eles sobre aquilo que eles assistem nos medias. A jovem que tem um quadro bem
formado de interpretação das mensagens vai conseguir tomar boas decisões
sobre a vida dela, mesmo apesar das mensagens menos apropriadas a volta dela.
? Pelos dados divulgados pode-se inferir que o número de seropositivos está a aumentar
com o aumento das actividades de sensibilização. O que estará a falhar? O tipo de
mensagem? Ou a forma de transmissão de mensagens?
? Porque motivo os índices sobem diariamente enquanto existem muitas instituições
nacionais a abordarem o mesmo assunto – não acham que algo está falhar?
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► Não há relação directa entre a prevalência do HIV e as actuais actividades de
sensibilização porque o número de infectados é a soma de todos os que foram
infectados ao longo de muitos anos.
Por outro lado, mudança de comportamento, especialmente na área de
sexualidade, não é um processo de hoje para amanhã. Por isto, só daqui a alguns
anos, quando as crianças que agora estão expostos aos programas de prevenção
iniciarem a sua vida sexual, é que realmente poderemos ver o efeito destes
programas.
Para tomar decisões serias sobre o impacto de mensagens no comportamento e
precisa fazer pesquisas de longo prazo. Isto é necessário para criticamente
podermos avaliar os nossos esforços de comunicação e analisar o que que pode
ser melhorado.
? As mensagens, que espelham a esperança, que estão sendo passadas às pessoas sobre
a SIDA não são bem divulgadas.
► As novas estratégias de comunicação tentam melhorar estes aspectos. No início
HIV/SIDA foi introduzido como uma bomba - doença sem cura, morte e medo.
Estas imagens também têm alimentado o estigma e a discriminação. Está se
tentar mudar estas mensagens para aqueles positivos: SIDA é evitável, há vida
positiva depois da infecção, SIDA não implica morte, etc.
► Uma pessoa vivendo com HIV/SIDA pode ter uma vida quase normal. Deve
alimentar-se bem e procurar viver saudavelmente e deve sempre usar
preservativo nas suas relações sexuais (ver explicação em baixo). Deve seguir
controlo regular do seu saúde e, se o seu CD4 baixar bastante, deve iniciar o
tratamento com anti-retrovirais.
► Deve se procurar comer de forma variada e regular: vitaminas e minerais
(frutas, vegetais, sementes de abóbora), proteínas (carne, galinha, peixe, leite,
iogurte, feijão), hidrocarbonetos (arroz, mandioca, pão integral, batata doce,
xima), gorduras (manteiga, óleo, amendoim, óleo de coco)
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► É importante sempre que se sentir doente, procurar tratamento imediatamente,
seja qual for a doença.
► Uma vida saudável também inclui ser activa (manter a forma), repousar
suficientemente, manter o espírito saudável através de convivência positiva com
familiares, colegas e amigos.
► Um seropositivo pode trabalhar normalmente com pessoas não contaminados,
basta sentir-se de bom saúde. Deve evitar trabalhar em condições prejudicantes
para a saúde, por exemplo trabalho nocturno. Deve tomar precauções gerais
para não infectar outros, isto é ter cuidado com feridas abertas e sangue.
Aspectos emocionais
? Dois namorados fazem teste para casamento e posterior procriação, e um está
positivo. Que procedimentos devem tomar? Acabar com namoro?
► Isto depende da escolha dos namorados, pode ser ter uma vida rica em conjunto,
seropositivos ou não. Entretanto, não é aconselhável ter filhos, se estiver
seropositivo porque as crianças podem nascer seropositivos, e a saúde da mãe ser
muito prejudicada (ver abaixo).
? Se eu for seropositivo posso contar aos meus colegas, pais, irmãos, etc?
► A abertura em relação a sua seropositividade depende da sua relação com os seus
amigos, colegas, irmãos, etc. É sempre bom ter alguém de confiança para partilhar a
sua situação e poder dar força e encorajamento. Cada pessoa que seja aberta e fala
da sua seropositividade ajuda a combater a descriminação e assim a combater a
propagação do vírus – mas temos que ser realistas. Pode ser muito difícil enfrentar o
estigma e a descriminação dos outros. A escolha é de cada um.
? O que se deve fazer quando uma pessoa vivendo com HIV/SIDA se torna
agressiva?
► Choque, zanga (agressividade), medo, culpabilização são emoções comuns para
quem receba a diagnostica de infecção com HIV. Ajuda a pessoa escutando-lhe e
mostrando empatia, suporte e amizade.
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► Se suspeita a infecção de HIV deve procurar um GATS (Gabinete de Aconselhamento
e Testagem de Saúde) para ter aconselhamento e um teste e eventualmente referência
para tratamento.
? Como podemos viver com uma pessoa infectada? Que cuidados devemos ter
► Não existe nenhum problema em viver com uma pessoa portadora de HIV. A pessoa
infectada deve tomar mínimos precauções gerais para não infectar outros, isto é ter
cuidado com feridas abertas e sangue e não partilha lâminas, agulhas ou escova
dentes ou mulala.
? O que fazer dos doentes de SIDA quando são mandados de volta para as suas casos
após o internamento nos hospitais? Muitas vezes estão numa fase terminal.
► Isto é uma situação difícil para a família. Por causa da situação péssima em
muitos dos nossos serviços de saúde, o doente pode receber melhores cuidados
em casa do que no hospital. Em algumas zonas existem serviços de extensão de
cuidados domiciliários que possam apoiar. A família deve ser orientar sobre
como cuidar do seu doente (alguns exemplos a baixo).
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• Lava a roupa e roupa da cama da pessoa com sabão e seca num lugar com muito
sol.
• Não partilha lâminas, agulhas ou escova dentes ou mulala da pessoa infectada
com outras pessoas.
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? Que medidas devem ser tomadas quando um paciente interrompe o TARV?
► As pessoas que fazem uso dos medicamentos antiretrovirais não devem
interromper o uso por conta própria. Devem discutir suas razões com o seu
médico e buscar uma solução conjunta. As vezes os efeitos colaterais dos
remédios são um pouco incómodos e o(a) utente acaba por abandonar, trazendo
sérias consequências para sua saúde. Uma interrupção faz com que aqueles
medicamentos que estavam em uso, não façam mais efeito caso reinicie o
tratamento. Será necessário trocar por outra droga de igual função, e não se tem
disponível grande diversidade de medicamentos dessa natureza.
? Há quem diga que uma forma de se evitar a infecção pelo HIV em uma situação de
risco, é ter acesso a medicamentos logo depois. Caso a resposta seja sim, esse
tratamento só tem validade se for imediato ou se pode tomar passando alguns dias?
► Um dos recursos utilizado para se tentar, APENAS, reduzir a possibilidade de
infecção pelo HIV, após uma situação de risco, é usar medicamentos
antiretrovirais logo após o acontecido. Porém, isso apenas pode reduzir um
pouco, mas não é solução, pois o risco ainda existe. Os medicamentos só são
disponibilizados nos Hospitais de dia para esse fim, no caso de acidentes
ocupacionais (para profissionais de saúde que acabam se acidentando no trato
com um paciente seropositivo) ou no caso de violação sexual. Quanto mais
rápido for administrado, maior a chance de sua eficácia.
? Acho importante ver a qualidade de vida das infectadas. Mesmo que eu tenha/ tome
antiretrovirais, mas não tendo condições para uma boa alimentação, a minha
qualidade de vida nunca melhora
► A alimentação é importante para a saúde de qualquer pessoa, seropositiva ou
não. Ela deve ser equilibrada em proteínas, vitaminas e sais minerais. Porém,
existe um entendimento que uma boa alimentação é uma alimentação que custa
muito dinheiro. E isso não é verdade. Os nutrientes necessários podem ser
encontrados em alimentos de fácil acesso. O importante é conhecermos os
benefícios de cada um deles. Várias publicações disponíveis nos Hospitais de dia
mostram como pode-se ter uma boa alimentação a baixo custo. Se informe!
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? Os medicamentos para população porque não são gratuitos? Quem são os
beneficiários?
► Primeiro é importante lembrar que uma pessoa infectada de HIV não necessita
necessariamente tratamento com antiretrovirais (TARV). TARV é só necessário
quando a infecção é avançada. Até este ponto, o importante é de receber
tratamento das infecções oportunistas (por exemplo tuberculose, malária,
diarreias, etc.)
► Em Moçambique actualmente há uma cobertura baixa em termos de
acessibilidade ao TARV. Perante dados de CNCS a cobertura até o 2009 é
previsto a chegar a não mais que 39% das necessidades ou seja 160.000 pessoas.
Embora a variações regionais muito grandes. Em Maputo não há grande
problema de acessibilidade.
► O CNCS coloca como um grande desafio, no seu plano estratégico, a questão de
definir se critérios claros de elegibilidades na população (além das clínicas)
para evitar subjectividade, injustiça e corrupção na selecção de beneficiários
para o TARV.
► O tratamento antiretroviral ministrado nos hospitais dia é gratuito.
? Uma mãe com sida (HIV) deve ou não amamentar seu filhinho
► Para evitar passar o vírus a bebe através do aleitamento a vários possibilidades.
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• Não aleitar. Entretanto isto só é aconselhável se tem condições adequadas de
usar leite substitutivo de forma sempre correcta o que em Moçambique pode ser
difícil.
• Aleitar por 6 meses exclusivamente dando leito do peito – nunca dando outra
coisa, nem sequer água, e fazendo a transformação de leite para comida muito
breve. Isto porque aleitamento exclusivo diminui de forma significativa a
probabilidade de ocorrer pequenas lesões no sistema digestivo do bebe, assim
evitando oportunidade de transmissão do vírus do leite para o sangue do bebe.
Vulnerabilidade
? Como fazer com que a rapariga não seja fragilizada face a esta situação,
considerando que ela é a maior vítima?
► Primeiro, como sector da educação, devemos assegurar o acesso dela à educação –
é provado que a completação do ensino básico é factor decisivo na diminuição da
vulnerabilidade à infecção! Para reduzir a vulnerabilidade da rapariga é necessário
melhorar a posição dela na sociedade em termos económicos e sociais. E devemos
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trabalhar tanto com raparigas como rapazes para o empoderamento da rapariga e a
equidade dela.
? Como influenciar outras pessoas no atendimento com parceiros que vivem com o
HIV/SIDA e suas famílias
► Mostrando se um bom exemplo e dialogando com eles.
? Até que ponto podemos considerar que questões culturais são fundamentais
para a propagação do HIV/SIDA?
► As questões culturais são fundamentais, uma vez que directamente influem o
nosso comportamento individual e da sociedade em que vivemos, e por isso
devemos entender o contexto cultural para poder dar resposta à epidemia.
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? O GT MEC é composto por pontos focais de cada direcção. Porem, pouco se
sabe nas direcções sobre o plano estratégico. Que atribuições concretas têm o
grupo e como ela pensa realizar acções visíveis e abrangentes aos funcionários?
? Por que razão as acções do ponto focal se resumem apenas na distribuição de
preservativos? Não seria produtivo que eles tivessem igualmente a tarefa de
apoiar na gestão de programas específicos que beneficiassem o público envolvido
no sistema de ensino com a possibilidade de requisitar fundos para a realização
das actividades?
? Monitorar o trabalho dos pontos focais existentes em cada direcção não só para
controlar mas para apoiar uma melhor intervenção nesta área
► Referendo-se aos termos de referência dos pontos focais, são eles quem devem
intervir nas suas direcções. Vocês, os colegas nas direcções, devem exigir deles as
intervenções que acharem necessárias e úteis. Os pontos focais podem obter todo o
apoio técnico que precisarem do grupo técnico – estamos sempre disponíveis a isto, é
só nos contactar. A DIPE passará a monitorar, mais proximamente, o empenho dos
pontos focais de modo a descobrir, mais cedo, se há necessidade de apoio.
► O GT não tem como tarefa principal a distribuição de preservativos. O grupo deve
coordenar a resposta do sector ao SIDA, propor e conceber politicas e programas,
elaborar planos operacionais anuais, monitorizá-los e coordenar o seu
financiamento, coordenar a resposta do sector com os outros intervenientes da
resposta nacional, rever e avaliar as estratégias, politicas e programas.
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no lei 5/2002 sobre HIV/SIDA no local do trabalho. O MEC elaborou a brochura
HIV/SIDA e Tu que foi distribuído a todos os funcionários e que contem respostas
concretas e guias práticas sobre os direitos dos funcionários neste âmbito e como
fazer para os conseguir. Um aspecto essencial é que o funcionário tem que manter
sempre actual o seu processo individual na DRH e tem que ter teste medica que
prova a sua seropositividade.
► O funcionário do estado, em tratamento antiretroviral, apresentado atestado da
unidade sanitária, tem direito a um subsídio de 30% do salário, para reforçar a sua
alimentação se concedida pela Junta de Saúde (art 142).
► São justificadas todas as faltas de doença do trabalhador infectado com HIV. Se
pela Junta de Saúde, pode ter licença de doença até 6 meses metendo o vencimento,
aos 6 meses passa a auferir 75% dos vencimentos durante mais 6 meses (art. 140).
► A Junta de Saúde pode, ainda, declarar o trabalhador incapacitado por sofrer de
doença crónica, p.e. HIV/SIDA e mantém assim o salário durante máximo 2 anos.
? Será que ao nível ministerial estão a cumprir a lei que diz que a pessoa infectada
deve continuar a trabalhar e não ser dispensada?
► Não temos conhecimento de nenhum caso duma pessoa que foi despedida por causa
de infecção de HIV. Se acontecer o caso pode ser provado no tribunal.
Sensibilização no MEC
? Como criar ou mudar de comportamento para os técnicos mostrarem interesse
com os programas de HIV/SIDA?
► Achamos que isto passa pela sensibilização dos funcionários sobre o impacto do
SIDA no sector, mas também sobre a sensibilização sobre o impacto na vida de cada
funcionário e a vulnerabilidade de cada um de nós. Reconhecemos que criando um
ambiente mais favorável no ministério, em que o funcionaria sente se acolhido
através de um programa de local-de-trabalho, cada um possa também passar a
interessar se mais pelas intervenções globais do ministério neste âmbito.
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? Proponha que grupo de HIV/ SIDA do MEC tivesse acções dinâmicas e
concretas (debates, teatro mais concursos etc.) sobre esta problemática
? O MEC deve-se criar um gabinete de atendimento há pessoas afectadas e
infectadas para aconselhamento psicológico, apoio moral, apoio em género
alimentício de saúde e outros
? O MEC deve pensar em criar o seu folheto de HIV/SIDA
? Quando é que teremos um debate aberto com o grupo restrito semelhante a das
Células do Partido Frelimo aqui no MEC?
? O GT MEC faz se sentir muito pouco
? O que tem feito o grupo de HIV/SIDA para a sensibilização dos funcionários
sobre a problemática desta pandemia?
? Na minha direcção quando existirem preservativas - penso que devia haver uma
distribuição regrada
? Os preservativos que a comissão do combate contra HIV/SIDA tem estado a
distribuir há mais de 6 meses, será a falta?
► Fala com o teu Ponto Focal. Ele deve entrar com o Ponto Focal de DRH para
assegurar uma distribuição adequada
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► É bom para a sociedade o mais de pessoas que falam abertamente sobre a sua
seroprevalência, mas, a nível individual isto pode ter grandes custos pessoais em
termos de discriminação e isolamento social - então muita gente não querem correr
este risco. Se o MEC criar um ambiente apoiante, por exemplo através de abertura
das lideranças e chefes, programas de local de trabalho muito agressivos contra
discriminação isto pode encorajar as pessoas a quebrarem o silêncio.
Impacto no sector
? Quais são expectativas do MEC em relação a perda contínua de seus quadros e
dos que são a força do desenvolvimento motriz deste país?
? De acordo com as informações deste ano, nos próximos dez anos quase metade
dos professores vão perder a vida pela doença. Que esforço a nossa comissão
envidou par evitar este problema?
? Qual a percentagem de casos de SIDA no trabalhadores do MEC?
Acções do MEC
? O GT tem como estratégia de combate ao SIDA somente preservativos?
► O MEC tem uma estratégia abrangente ao SIDA que faz parte do PEE II. Contempla
acções de prevenção e mitigação para funcionários e alunos, capacitação
institucional, investigação e parceria com outros sectores. Para responder a estas
áreas o MEC implementa 5 programas nacionais (vide abaixo) e uma série de
actividades específicas na área de gestão.
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► O MEC tem uma estratégia de combate ao SIDA que contempla 5 programas
nacionais. Na área de prevenção (Pacote Básico e Mundo Sem Segredos (rádio)
para o Ensino Básico e os adolescentes de 10-14 anos - a Janela de Esperança), o
Geração Biz para o EP2 e o ESG e ETV; na área de mitigação o programa de apoio
às órfãos e crianças vulneráveis e na área de capacitação institucional e mitigação
de impacto ao sistema o Gerindo a Escola.
► Todos estes programas nacionais devem ser implementados nas escolas através da
direcção da escola e através de cada um dos professores. Alem disto, o novo
currículo do ensino básico contempla educação de HIV/SIDA como uma disciplina
transversal, então é a responsabilidade da escola que esta matéria seja ministrada
aos alunos.
► Os programas nacionais ainda não estão a ser desenvolvidos em todo o país. A
expansão das actividades e gradual, consoante a disponibilidade de recursos
financeiros e técnicos. Todavia, como é sempre, umas escolas implementam os
programas e as várias actividades (por exemplo a semana de reflexão) melhor que
outras – ou por questões de capacidade, de disponibilidade de recursos humanos, e
pela motivação e seriedade do director e professor específico.
► Além dos programas nacionais existem várias actividades como fortalecimento do
sistema de gestão (para podermos ter dados sobre o impacto no seio de professores e
alunos), a semana de reflexão e outras.
? Como devem ser organizados os jogos escolares para evitar o sexo entre jovens e
evitar a propagação do SIDA?
► Deve-se considerar os Jogos Escolares como uma oportunidade rica de trabalhar
com os jovens sobre habilidades de vida, prevenção, saúde sexual e reprodutivo,
aumentando a abrangência de actividades de prevenção, o número de activistas
presentes e o número de cantos de aconselhamento.
► Ademais, espera-se que os programas de prevenção regulares, implementadas ao
longo dos anos nas escolas venham a ter o impacto no sentido de preparar os jovens
para comportamentos sexuais saudáveis e responsáveis, incluindo o absentismo, o
sexo seguro e o uso do preservativo – assim que cada um dos jovens vem já munido
de conhecimentos, atitudes e comportamentos favoráveis a sua protecção.
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