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Centro Universitário Internacional - UNINTER

Curso de Bacharelado em Matemática


Portfólio – Fase AII - 2021

A MATEMÁTICA E A ALOCAÇÃO DE
RECURSOS ESCASSOS
Mauri Manoel da Silva Junior1

RESUMO: Objetivamos nesse artigo, mostrar a importância do conhecimento


matemático para a análise de situações econômicas. A economia, pela sua própria
definição, caracteriza-se pelo estudo da alocação de recursos escassos. Abordaremos
nesse artigo as relações de Consumo e Renda, grandezas que possuem uma estreita
relação entre si e que caracterizam nosso modo de vida.

PALAVRAS-CHAVE: economia, renda, consumo, poupança, investimento, PIB.

INTRODUÇÃO
A ciência econômica procura sintetizar teorias por meio de modelos
matemáticos. De certa forma, a matemática é vantajosa quando queremos objetivar algo.
O pensamento matemático reduz os riscos de ambiguidades ou subjetividades. Apesar
de a economia ser uma ciência social, em que o cerne dos estudos concentram-se nas
pessoas, percebeu-se ao longo de seus mais de 200 anos, regularidades que puderam ser
traduzidas em números. Uma dessas regularidades diz respeito a renda das famílias e
suas propensões a consumir.

Resumidamente, podemos dividir a ciência econômica em duas partes:


macroeconomia (que trata dos aspectos mais gerais, abarcando relações que influem
diretamente em toda a sociedade) e a microeconomia (que trata dos aspectos
relacionados as famílias e as firmas). Evidentemente que essa divisão é teórica, pois
sabemos que em um estudo completo, intersecções ocorrerão e tanto a micro quanto a
macroeconomia se juntarão. Um exemplo disso é o consumo. As famílias consomem,
mas os governos também. Apesar de termos uma relação matemática entre consumo,
renda e poupança, iremos perceber que a autonomia de um Estado (principalmente
quanto ao seu financiamento), divergirá do consumo das famílias. Nas próximas páginas
entenderemos melhor essa questão.

1 – Aluno do curso de bacharelado em Matemática. Texto escrito em 05/06/2021.


ANÁLISE DO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ: UMA PERSPECTIVA DE PRODUTO
INTERNO
Para podermos falar em consumo, temos de ter uma visão geral de como uma
economia se sustenta. Existe um indicador econômico chamado PIB – Produto Interno
Bruto. Basicamente, de forma bastante resumida, o PIB significa, em termos
monetários, como sendo a soma de tudo que se produz num determinado tempo em uma
economia qualquer. A partir desse PIB, essa economia (pode ser um município, estado
da federação ou país), retira sua renda. Então vamos matematizar isso, escrevendo as
fórmulas abaixo:

PIB = C + G + I + E

onde temos:

C = consumo das famílias

G = gastos do governo

I = investimento privado

E = exportações líquidas, ou seja, exportações menos as importações

A renda pública, de onde os governos tiram sua capacidade de consumo, é


descrita abaixo:

R = (Id + Ii) – (T + S)

onde temos:

R = renda pública

Id = impostos diretos

Ii = impostos indiretos

T = transferências de recursos

S = subsídios concedidos

Percebemos pelo exposto que, quanto maior o PIB, maior a arrecadação de


impostos e por conseguinte, maior a renda pública.

Matematicamente, a renda também é definida como sendo:

R=C+P

onde temos:

R = renda
C = consumo

P = poupança

Isso significa que o destino da renda é dirigido a duas variáveis: ou você


consome, ou você poupa. O mesmo para os governos. Em economia, poupança tem o
significado de investimento. Quando poupamos, estamos na verdade investindo esse
dinheiro (recurso) para uso futuro.

Por fim, como estamos relacionando Renda e Consumo, cabe mostrar mais uma
relação matemática que demonstra a função consumo.

Formulação keynesiana do consumo (visão macroeconômica, mas que pode ser


inserida no contexto das famílias):

C = A + bY; com 0 < b < 1

onde:

C = consumo

A = consumo mínimo independente da renda

b = propensão marginal a consumir

Y = renda

A partir desses conceitos, visualizando as figuras 1, 2 e 3, verificamos um baixo


índice de valores para poupança (investimento). Essa é uma característica de quando
temos uma alta despesa corrente ou quando temos uma baixa arrecadação.

Figura 1

Fonte: https://portaltransparencia.itajai.sc.gov.br/?p=10&inicio=01/01/2021&fim=31/12/2021. Acesso em:


05/06/2021.
Figura 2

Fonte: https://portaltransparencia.itajai.sc.gov.br/?p=1&inicio=01/01/2021&fim=31/12/2021. Acesso em:


05/06/2021.

Figura 3

Fonte: https://portaltransparencia.itajai.sc.gov.br/?p=2&inicio=01/01/2021&fim=31/12/2021. Acesso em:


05/06/2021.

APRESENTAÇÃO DO QUADRO PESSOAL


Quando analisamos a função consumo das famílias, o quadro muda ligeiramente.
Pessoalmente, minha renda é fruto do meu trabalho, ou seja:

renda_pessoal = salário_recebido - impostos_incidentes

Pelo exposto, sabemos que o destino da renda vai para o consumo ou para a poupança.
Quanto menor a renda, menor é a propensão a poupar. Pela função consumo proposta por
Keynes e trazendo para minha situação em particular:

C = A + bY; com 0 < b < 1

Posso afirmar que, mais de 80% da renda é destinada a variável A, ou seja, são
custos fixos que independem da renda. Referem-se a alimentação, energia, água,
internet e educação. A taxa b (propensão marginal a consumir), fica dependente dos
custos variáveis. Por exemplo, em um mês onde eu esteja precisando comprar uma nova
roupa, utilizarei menos o automóvel, a fim de consumir (gastar) menos com
combustível. Basicamente, minha renda mensal é toda consumida nos custos fixos e
variáveis, sobrando muito pouco para a poupança.

PROBLEMATIZAÇÃO DA FUNÇÃO CONSUMO

Ao longo do texto percebemos a complexidade entre as relações de consumo e


renda. A renda disponível depende do quanto nos é descontado. O consumo também
depende de outras variáveis, uma delas sendo a taxa de juros. Rendas maiores
proporcionam melhores condições de poupança. Rendas menores acabam sendo
totalmente consumidas. Uma diferenciação importante entre os governos e famílias diz
respeito ao seu financiamento. O governo federal, por exemplo, financia-se por meio de
mecanismos próprios, tais como a impressão de moedas, aumento de impostos ou
emissão de títulos públicos. As famílias não possuem esse mecanismo. De modo geral,
economias que geram um crescimento sustentável de seu produto interno (PIB),
conseguem proporcionar relações entre renda/consumo melhores. Cabe lembrar que
aproximadamente 60% do PIB brasileiro refere-se ao consumo das famílias, então
certamente este é um problema que deve estar nas pautas dos estudos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O cosumo das famílias corresponde a mais de 60% de nosso PIB. O consumo


depende majoritariamente da renda disponível. A estabilização econômica depende de um
elevado nível de poupança. Percebemos assim, que uma economia saudável depende de
uma relação amistosa entre renda, consumo e poupança. Nunca deveríamos consumir toda
a renda, mas este é um processo complexo. Como dito, rendas menores dificultam a
elevação de poupança. Essas relações micro e macroecnonômicas são de extrema
importância. Precisamos sempre ter em mente a importãncia da reflexão, da análise crítica.
Um povo educado, conhecedor das ferramentas de análise, certamente conseguirá obter
uma relação saudável entre renda, consumo e poupança.

REFERÊNCIAS
GREMAUD, Amauri Patrick et al. Manual de Macroeconomia: nível básico e
nível intermediário. São Paulo: Editora Atlas, 2008.

GREMAUD, Amauri Patrick et al. Economia Brasileira Contemporânea. São


Paulo: Editora Atlas, 2007.

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