D a s  t r e v a s  p a r a a  l u z  !
A Família que Ora Unida
(Efésios 5:22—6:4)
Talvez você já tenha ouvido esta história que
circulou pela Internet: certo pai de família chegou
do trabalho tarde e irritado. O filho pequeno, que
sempre o esperava junto à porta, pediu permissão
para fazer uma pergunta. O pai respondeu posi-
tivamente e o menino indagou: “Quanto o senhor
ganha em uma hora de trabalho?” “Isso não é da
sua conta. O que deu em você para fazer uma per-
gunta dessa?”, estranhou o pai. “Por favor, pai,
me fala quanto o senhor ganha em uma hora”,
suplicou o garotinho. “Eu preciso saber quanto o
senhor ganha para economizar esse valor e pagar
uma hora do seu tempo para o senhor brincar co-
migo”.
As famílias precisam de tempo juntas. Famí-
lias cujos pais instruem e orientam e cujos filhos
escutam e obedecem são abençoadas. Esse era o
caso da família de Jonadabe, filho de Recabe —
uma das famílias mais impressionantes da Bíblia.
Essa família era liderada por um pai piedoso, a
quem cada filho escutava e obedecia (Jeremias
35:1–11). O caráter piedoso dessa família foi usado
por Deus como exemplo quando Ele repreendeu
Israel (Jeremias 35:12–17). A repreensão foi muito
específica: Israel não havia escutado seu Pai celes-
tial. A crítica do Senhor contra Israel é narrada em
Jeremias 35:15b: “Não me inclinastes os ouvidos,
nem me obedecestes a mim”.
Todavia, vemos que Deus abençoou a família
(“casa”) de Jonadabe:
Pois que obedecestes ao mandamento de Jona-
dabe, vosso pai, e guardastes todos os seus pre-
ceitos, e tudo fizestes segundo vos ordenou, por
isso, assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de
Israel: Nunca faltará homem a Jonadabe, filho de
Recabe, que esteja na minha presença (Jeremias
35:18b, 19).
Que bênção maravilhosa para uma família!
Agora que você é cristão, você tem a opor-
tunidade de ajudar sua família a compartilhar
o tipo de bênção concedida aos recabitas. Você
pode usar sua influência para impactar as esco-
lhas da sua família para que obedeçam a Deus e o
cristianismo seja respeitado.
A oportunidade de formar uma família que
siga a santidade de Deus é exposta em Efésios
5:22—6:4. Sendo um cristão, você precisa estudar
esses versículos e certificar-se de que está seguin-
do as instruções divinas. Você saiu das trevas para
a luz da salvação. Estude com cuidado e entenda
como sua conversão pode fazer sua família hon-
rar a Deus.
Uma família consagrada se compõe de três
elementos importantes. Primeiro, há um casa-
mento que evidencia honra, compromisso e amor.
Segundo, há os filhos que demonstram respeito
e obediência. Terceiro, há os pais que instruem,
orientam e guiam. Veja nesta seção de Efésios
como a conversão a Cristo transforma uma famí-
lia.
UMA FAMÍLIA CRISTÃ RESPEITA
O LAÇO MATRIMONIAL (5:22–33)
O casamento é uma instituição reconhecida
mundialmente como o alicerce da sociedade. Se
uma sociedade se baseia em casamentos fortes,
essa sociedade será igualmente forte. Se os casa-
mentos forem fracos e tratados com indiferença,
a sociedade será fraca. Muitos que vivem na es-
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curidão anseiam por um bom casamento. Deus
criou o homem e a mulher com um desejo natural
por estarem juntos num relacionamento de com-
promisso, cujo vínculo é um amor inabalável, e
só se consegue isso no casamento. Muitos acredi-
tam que esse tipo de casamento é um sonho que
jamais se concretizará. Os céticos estão convictos
de que o tipo de casamento descrito na Bíblia é
impossível.
O evangelho de Deus tem o poder de realizar
as impossibilidades da vida. Algumas pessoas
que pareciam imutáveis foram convertidas pelo
poder do evangelho. (Analise o exemplo de Saulo
em Atos 9:13, 14 e 1 Timóteo 1:13.) Situações que
parecem ter prendido um indivíduo a um estilo
de vida imutável podem ser modificadas radi-
calmente pelo poder do evangelho (1 Coríntios
6:9–11). Atitudes de ódio, amargura e desprezo
podem parecer impossíveis de serem modifica-
das para ternos afetos; mas pessoas com tais ati-
tudes têm encontrado paz através do poder do
evangelho (Colossenses 1:21, 22). O evangelho
de Deus é poderoso o bastante para alcançar mu-
danças impressionantes. O evangelho é poderoso
o suficiente para transformar o seu casamento e
consagrá-lo ao serviço no reino de Deus.
A Esposa Submissa
Um casamento aprovado por Deus precisa de
uma esposa que seja submissa (5:22–24). As Escri-
turas enfatizam a dignidade da mulher e elevam
o seu valor. As Escrituras jamais justificam ou su-
gerem que a mulher seja tratada sem respeito. Na
união matrimonial, as esposas possuem dignida-
de e valor. A mulher que saiu das trevas para a luz
do evangelho mostrará sua conversão tendo uma
atitude de submissão no casamento.
A submissão da esposa ao marido não é uma
licença para o esposo falar cruelmente com ela,
tratá-la rudemente ou abusar fisicamente de sua
companheira. O marido de uma recém-converti-
da não pode virar-se instantaneamente para ela e
dizer: “Agora você precisa começar a agir como
uma cristã e submeter-se ao seu marido como a
Bíblia diz!” Essa não é a atitude ordenada em re-
lação à submissão.
A submissão bíblica da esposa ao marido se
baseia em três considerações importantes. Em
primeiro lugar, é a vontade de Deus (veja 5:22). Essa
submissão é qualificada no texto pela expressão
“como ao Senhor”. A esposa deve submeter-se ao
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marido exatamente do mesmo modo que ela se
submete ao Senhor. A submissão ao Senhor se ba-
seia em nosso entendimento de quanto Deus nos
ama. Sabendo que Deus nos ama, estamos dispos-
tos a nos submeter a Ele. A esposa deve agir com
amor, em resposta à atitude que o marido mostra
para com ela. Se o marido quer que sua esposa
seja submissa, ele precisa prover a base para esse
ato. Em segundo lugar, a submissão foi planejada por
Deus (5:23). Para que haja felicidade, deve haver
ordem, e Deus planejou uma ordem dentro da fa-
mília. Isso não indica que a mulher tem menos
valor pessoal; simplesmente ensina que o casa-
mento tem uma estrutura ordenada. Em terceiro
lugar, a submissão é o mistério de Deus (5:32). A sub-
missão da esposa é como a submissão da igreja
ao Senhor. O marido deve guiar o casamento com
ternura, amor, compreensão e sensatez de manei-
ra que a esposa naturalmente siga a direção dele.
A principal qualificação da submissão da es-
posa é determinada por uma pergunta singular:
“A submissão foi ‘conveniente’ (ou adequada)
para o Senhor?” (veja Colossenses 3:18).
O Marido que se Sacrifica
Um casamento que agrada a Deus requer um
marido que se sacrifica (Efésios 5:25–33). O papel
do marido no casamento é significativo; há mais
versículos comentando o papel do marido do
que o da esposa. Em primeiro lugar, o marido deve
“amar” a esposa com o mesmo amor que Deus mani-
festa (5:25). Esse amor é o amor agapao que se ma-
nifesta num comportamento de auto-sacrifício.
O marido ama verdadeiramente a esposa quando
presta a ela o serviço de auto-sacrifício que Deus
prestou ao mundo. Esse amor deve se fazer pre-
sente mesmo quando houver amargura, atos pre-
judiciais e conduta indigna. O marido deve amar
a esposa exatamente como Cristo ama Sua igreja.
Em segundo lugar, o marido deve amar a esposa como
ele ama seu próprio corpo (5:28). O marido deve ser
ponderado, sensível e cuidadoso com a esposa.
Só uma pessoa mentalmente enferma iria prejudi-
car ou estragar o próprio corpo. Em terceiro lugar,
o marido deve amar a esposa com um amor compro-
metido (5:31). O marido escolheu a esposa e deve
largar os vínculos familiares anteriores ao casa-
mento. Porque ele a ama, não ficará enfatizando
as imperfeições dela. Ele não demonstra insatisfa-
ção ao se unir a ela. As principais qualificações da
conduta sacrificial do marido são amor, respeito e
honra pela esposa (5:33).
Dois seres “unidos” é uma característica do
casamento cristão (5:31). O termo grego traduzido
por “se unirá” significa literalmente estar “cola-
dos um ao outro”. Esse termo indica que marido e
mulher compartilham da mais íntima união. Am-
bos desfrutam de uma união que é mais do que
viver debaixo do mesmo teto, ter relações sexuais
e gerar filhos. O casamento tem um nível mais
profundo para o marido e a mulher que estão
verdadeiramente ligados pelo amor. Eles estão
unidos na dedicação e encontram uma completi-
tude um no outro impossível em outros lugares.
Descobrem uma satisfação maravilhosa na exclu-
sividade partilhada entre eles e Deus. Essa união
vai além de um contrato ou acordo para perma-
necerem juntos e serem fiéis um ao outro. É mui-
to mais do que afeição natural. Seu vínculo não
é determinado por um pedaço de papel ou um
anel. Deus planejou o relacionamento conjugal de
maneira que o homem e a mulher se unam com
o outro, e ambos com Ele. Trata-se de uma união
espiritual. Essa união em amor oferece calor e ter-
nura e uma beleza indescritível.
O casal cristão está apto para santificar sua
união matrimonial e prover um ambiente fami-
liar que oferece alegria genuína. É uma tremenda
bênção viver e amar e gozar todos os dias de sua
existência ao lado do amor da sua mocidade (Pro-
vérbios 5:18). É uma tragédia terrível quando se
negligencia um relacionamento como esse (Pro-
vérbios 2:17).
UMA FAMÍLIA CRISTÃ É
ABENÇOADA COM FILHOS FIÉIS (6:1–3)
Tornar-se cristão transforma a atitude de uma
pessoa; e quando um filho é crescido o suficiente
para ouvir o evangelho, crer nele, arrepender-se,
confessar que Jesus é o Filho de Deus e ser imerso,
também é crescido o suficiente para manifestar a
atitude cristã descrita em 6:1–3.
O filho que obedece a seus pais é feliz. Ele
tem bênçãos na vida e é uma bênção aos outros
(Provérbios 10:1; 13:1; 15:5, 20). Espera-se que os
filhos sejam obedientes. As Escrituras não dão li-
berdade para os pais serem tolerantes com a de-
sobediência ou frouxos na criação dos filhos.
O termo traduzido por “obedecei” (v. 1) sig-
nifica que os filhos devem submeter-se ou sujei-
tar-se às diretrizes de seus pais. Os filhos devem
escutar o pai e a mãe e depois seguirem suas ins-
truções. Se um filho não obedece aos seus pais,
é necessário que estes o disciplinem (Provérbios
13:24; 19:18; 22:15; 23:13, 14).
Os pais devem esperar que a obediência do fi-
lho seja um ato natural. Vejamos cinco considera-
ções em relação a essa obediência. 1) A submissão
do filho aos pais é dirigida pelas expectativas “no
Senhor”. Se uma instrução dos pais for contrária
à vontade de Deus, o filho não deve obedecer.
2) O filho deve obedecer porque essa é a ordem
ou determinação divina para a sociedade. 3) O fi-
lho deve ser obediente porque é isto que agrada
a Deus. Além disso, deve-se ensinar ao filho que
Deus Se agrada quando filhos obedecem. 4) O fi-
lho obedece porque ele honra seus pais. O termo
“honrar” no versículo 2 significa literalmente “es-
timar o valor de uma pessoa como precioso”. O
filho ama seus pais e os vê como pessoas de valor
inestimável. 5) A obediência trará as bênçãos das
promessas divinas.
UMA FAMÍLIA CRISTÃ É DIRIGIDA
POR INSTRUÇÃO ESPIRITUAL (6:4)
Como um pai ou uma mãe que agora é cris-
tão, você descobrirá que a instrução dos pais cris-
tãos é muito diferente da que você experimentou
quando estava no mundo. As instruções de um
pai ou mãe temente a Deus é como as que o jovem
Timóteo recebeu da mãe e da avó (2 Timóteo 1:5;
3:14, 15).
O pai (ou mãe) cristão não “provoca” seu fi-
lho à ira. O termo “provoqueis” significa ser tão
desmedido ou exagerado que o filho fica confuso,
exasperado e cheio de ressentimento. Isto é in-
justo para com o filho e pode deixá-lo com raiva.
Geralmente a provocação ocorre porque o pai ou
a mãe é incoerente ao determinar os limites para
o comportamento do filho. Os conflitos também
podem decorrer de disciplina excessiva quando
o filho viola os limites estabelecidos pelos pais. A
incoerência dos pais desestimula os filhos a serem
tão obedientes como Deus espera que sejam (Co-
lossenses 3:21).
Certa família participava de todos os cultos
da igreja, quando de repente o pai parou de ir.
Numa noite, quando a família jantava, a filha ca-
çula olhou para o pai e perguntou: “Papai, Deus
está morto?” “Não, Deus não está morto”, res-
pondeu ele. “Por que você fez essa pergunta?”
“Papai”, acrescentou a menina, “o senhor nunca
mais falou com Ele como costumava falar nem foi
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mais adorá-lO como costuma ir. Achei que Ele es-
tivesse morto”. Essas palavras inocentes assusta-
ram o pai e ele só teve paz quando se arrependeu
e renovou seu compromisso com o Senhor.
A responsabilidade do pai cristão é “discipli-
nar” (“criar na doutrina”; ERC) o filho. O termo
grego que Paulo usou aqui se aplicava original-
mente ao cuidado com o corpo para mantê-lo
saudável. Mais tarde, o termo veio a se referir ao
cuidado com o corpo, a mente e a alma para que
ocorresse um desenvolvimento geral saudável.
Como é trágico quando os pais estão mais preocu-
pados com o desenvolvimento social e recreativo
de seus filhos do que com seu desenvolvimento
espiritual!
Uma expressão resume o objetivo princi-
pal dos pais cristãos na criação de um filho: “na
doutrina e na admoestação do Senhor”. A maior
preocupação dos pais deve ser com a lealdade do
filho às leis de Deus. Dizem que muitos pais colo-
cam o compromisso com Deus no fim da lista de
prioridades dos seus filhos. Mães e pais que in-
centivam os filhos a se dedicarem a qualquer tipo
de esporte geralmente colocam pouca ênfase na
fidelidade dos filhos a Deus. O que os pais estão
ensinando os filhos a valorizarem quando fazem
da recreação uma prioridade mais importante do
que adorar a Deus?
Agora que você é um filho de Deus, você en-
tende que seus preciosos filhos não devem ser ins-
truídos segundo suas próprias idéias sobre o que
é mais importante, mas segundo a “doutrina” do
Senhor! Você deve instruir seus filhos com a Pala-
vra do Senhor. Questões espirituais, não relativas
a este mundo, são a prioridade número um. Todos
os troféus, coroas e medalhas do mundo passarão.
Os pais devem fazer uma simples pergunta ao es-
colherem como vão educar os filhos: “O que será
importante daqui a sessenta anos?” A resposta o
ajudará a reconhecer a grande responsabilidade
que você recebeu de ajudar seus filhos a seguirem
a doutrina e a admoestação do Senhor.
CONCLUSÃO
Após analisarmos estas idéias contidas em
Efésios 5:22—6:4, o exemplo de Jonadabe ganha
maior destaque. A instrução de um pai piedoso
influenciou seus filhos e estes continuaram obe-
Autor: John L. Kachelman Jr.
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dientes à vontade de Deus. Essa família era con-
sagrada ao Senhor Deus.
O processo de conversão não só nos faz en-
tender o valor da família espiritual, como tam-
bém nos ajuda a entender a qualidade inestimá-
vel da nossa família terrena. Tornar-se cristão
aumenta as bênçãos da família moderna. Quando
pessoas dedicam a vida a Deus, elas se tornam
cônjuges, pais e filhos que fazem mais para hon-
rar a Deus através da família. Haverá bênçãos
porque o marido e a esposa, e também os filhos,
respeitam os mandamentos de Deus. Por causa
da sua decisão de seguir a Cristo, os membros da
sua família usufruirão de uma vida mais abun-
dante juntos.
As bênçãos de um lar cristão são ilustradas
numa história sobre um homem que tinha um
filho seriamente doente. Ao chegar em casa do
trabalho certa noite, o pai do garoto ouviu o tris-
te relato da mãe: “Acho que nosso filho não vai
passar desta noite”. Imediatamente, o pai foi para
junto da cama do filho e conversou com ele cons-
cientizando-o de que talvez ele falecesse naquela
noite. O pai começou a chorar. O filho, vendo que
o pai estava tão triste, disse: “Papai, não chore por
mim. Eu vou para Jesus e vou dizer a ele que me
lembro de você ter sempre orado por mim”. Para
ser um pai cristão aprovado por Deus, você preci-
sa certificar-se de que seus filhos sabem o quanto
você os ama, ora por eles e busca o bem-estar es-
piritual deles!
Analise como a sua decisão de sair das trevas
e andar na luz tem transformado a sua família.
Bênçãos encantadoras cairão enquanto você guiar
sua família pela luz divina.
O que é oração?
Oração é ficar na ponta dos pés esticando-se
até Deus em louvor, adoração e gratidão. É ten-
tar alcançar a mão de Deus quando pedimos que
nossas necessidades sejam supridas. Também é
interceder quando elevamos súplicas em favor
de outras pessoas. Orar envolve Deus, cada um
de nós e outras pessoas. Orar é um dos maiores
privilégios do cristão — e é uma necessidade se
quisermos crescer espiritualmente.
 Jay Lockhart