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Este é um material de apoio do Projeto de Leitura Bíblica: Lendo a Bíblia, para baixar o
calendário de leitura bíblica e os outros textos de apoio dos Doutores da Igreja , online e
pdf, sobre cada livro da Bíblia, clique aqui.
Para que alguém seja considerado Padre da Igreja, requer-se antiguidade (até os séculos
VII/VIII), ao passo que isto não ocorre com um Doutor.Para os Padres da Igreja, basta o
reconhecimento concreto, não explicitado, da Igreja, ao passo que para os Doutores se
requer uma proclamação explicita feita por um Papa ou por um Concílio. Para os
Padres, não se requer um saber extraordinário, ao passo que para um Doutor se exige
um saber de grande vulto.
Em Suma
Doutor da Igreja é aquele cristão ou aquela cristã que se distinguiu por notório saber
teológico em qualquer época da história. O conceito de Doutor da Igreja difere do de
Padre da Igreja, pois Padre da Igreja é somente aquele que contribuiu para a reta
formulação dos artigos da fé até o século VII no Ocidente e até o século VIII no
Oriente. Há Padres da Igreja que são Doutores. Assim os quatro maiores Padres latinos
(S. Ambrósio, S. Agostinho, S. Jerônimo e S. Gregório Magno) e os quatro maiores
Padres gregos (S. Atanásio, S. Basílio, S. Gregório de Nazianzeno e S. João
Crisóstomo).
Portanto, o parecer de um Doutor da Igreja é maior do que achismos, independente do
assunto em estudo ou discussão.
3) Comentários
Deus e a Criação
Baseado na Suma Teológica de São Tomás de Aquino, Doutor Angélico
Sobre Deus
Nada pode existir sem que exista um Ser que exista per si. Se todos os seres
necessitam de alguma coisa logo nenhum pode existir per si. Dessa forma a
nossa própria existência é prova da existência de Deus.
"Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas
mãos. Um dia fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite. Sem
discurso nem palavras, não se ouve a sua voz. Mas a sua voz ressoa por toda
a terra, e as suas palavras, até os confins do mundo" (Salmo 19,1-4).
O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra,
não habita em templos feitos por mãos de homens;
Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de
alguma coisa; pois Ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e
todas as coisas;
E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a
face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da
sua habitação;
Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar;
ainda que não está longe de cada um de nós;
Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos
vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração. (Atos 17, 24-28)
Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das
luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. (Tg 1, 17)
Pois assim diz o Alto e Sublime, que vive para sempre, e cujo nome é santo:
"Habito num lugar alto e santo, mas habito também com o contrito e humilde
de espírito, para dar novo ânimo ao espírito do humilde e novo alento ao
coração do contrito. (Isaías 57,15)
Podemos conhecê-lO pela razão, pelas obras das mãos humanas, sim
podemos, mas existe um caminho mais perfeito, que é conhecê-lO pelo que
Ele mesmo revelou de Si, esse caminho é o caminho da fé. Crer através do véu
do conhecimento limitado, sem ver por completo a plenitude da claridade
Divina, crer.
É esse manto, constituído pela fé em cada momento, que constituirá a nossa
bem aventurança no Céu.
"Porventura não encho eu os céus e a terra? diz o Senhor" (Jeremias 23, 24)
Pois que nós, criaturas, somos obras do Amor Divino, tal amor produz o efeito
de dar a cada criatura o bem que possui.
A Justiça Divina é uma das nossas maiores alegrias, Ele dá a cada um o que
exige a sua natureza, dá o prêmio aos bons e o castigo aos maus, tal
merecimento pode ser vivido nessa vida, mas nunca totalmente, pois em
plenitude somente no Céu ou no Inferno conforme a escolha de cada um
enquanto vive. Eis a Justiça Divina que faz nascer o sol aos bons e aos maus,
confirmando os primeiros e esperando a conversão dos segundos até a hora
derradeira da morte, pois além dela não há mais chances de escolha.
Deus também dá a cada um de nós mais do que exige a nossa natureza, dá aos
justos mais do que seus merecimentos e castiga os pecadores menos do que
mereciam, essa é a manifestação da Santa Misericórdia Divina.
Eis a Justiça Divina que com olhar amoroso busca aqueles que a buscam, eis o
Amor Divino que é transbordante aos que estão verdadeiramente abertos. O
Santo Amor Divino oferece a graça a todos, mas os homens munidos de
liberdade podem aceitar ou não, Deus é amigo dos homens, veio até nós
para resgatar os laços que nos unem a Ele, cabe a cada um aceitar
verdadeiramente essa amizade ou recusá-la, sendo cada um responsável por
sua escolha. Mas aceitar o oferecimento Divino de sua Graça nunca é
mérito próprio, mas ação da Providência e seus decretos que concede doses
da virtude de fidelidade e retidão.
Eis o Deus das Maravilhas, Ele que tudo dispõe, nada deve a ninguém e
concede a Graça como quer.
Tudo e todos foram tirados do nada pela Onipotência Divina, antes disso
nada existia, somente Deus.
1- Asseidade: significa que Deus é auto existente, e não necessita de nada nem
ninguém para continuar a existir. Está diretamente ligada a sua eternidade (Sl
90, 1-2).
2- Eternidade: significa que Deus sempre existiu, Ele não foi criado por
ninguém e está acima de qualquer limitação de tempo (Gn 21,33; Sl 90, 1-2).
4- Imutabilidade: significa que Deus não muda jamais, ou seja, tanto Seu Ser
como Suas perfeições não sofrem qualquer alteração, e Ele não muda, de
forma alguma, os Seus propósitos e promessas (Tg 1, 17).
5- Infinitude: O tempo e o espaço não podem limitá-lO (1Rs 8, 27; At 17, 24-
28).
9- Soberania: significa que Deus controla todas as coisas, pois Ele próprio é
soberano e supremo sobre tudo e todos. Ele é quem governa o universo,
através de Seus Anjos, e conduz a História segundo os seus propósitos eternos
(Fp 2, 12-13).
10- Amor: a Bíblia diz explicitamente que “Deus é amor” (1Jo 4, 8). Os
escritores do Novo Testamento chamaram de “amor ágape“, isto é, um amor
profundo e incondicional, que ao mesmo tempo em que revela grande afeição,
também revela cuidado, zelo, correção e abnegação.
11- Bondade: é a benevolência de Deus para com suas criaturas. Tudo o que
Ele faz é essencialmente bom e legítimo, mesmo que o homem não
compreenda (2Cr 30,18; Sl 86,5; 100,5; 119,68; At 14,17). Foi pelo impulso
da Bondade Divina e do Amor Divino que Ele nos criou.
17- Liberdade: Deus não precisa de nada nem de ninguém para fazer o que
quer, ou seja, Ele é completamente livre para executar Sua Vontade (Mt
11,26; Is 40, 13-14) de acordo com a perfeição de sua natureza, ou seja, apesar
de ser completamente independente e livre, isso não significa que Ele seja
livre para pecar, mentir, deixar de ser Deus ou mesmo morrer, pois tais coisas
contrariam seu próprio Ser.
18- Paz: revela que nEle próprio, ou em qualquer uma de suas ações, não há
nenhum tipo de confusão ou desordem. Ele é o mesmo, nunca se contradiz,
Ele é o Deus da Ordem e portanto da paz que vem de Seus Decretos que
nunca mudam. Isso foi o que fez o juiz Gedeão dizer: “O Senhor é paz” (Jz
6,24). A paz que Deus nos comunica vem do seu atributo incomunicável da
Imutabilidade.
Sobre a Criação
Deus quis que houvessem espíritos puros para que fossem a coroa da obra de
suas mãos, pois são a porção mais formosa, nobre e perfeita do Universo. São
substância completa, não tem qualquer relação com a matéria, por isso são
denominados puros espíritos.
Chamamo-os de anjos, pois são enviados de Deus e através deles Deus exerce
o seu governo, soberano e efetivo, sobre as demais criaturas.
Seu conhecimento é mais perfeito, muito mais que o nosso, pois numa só
visão abrangem o princípio e a consequência das coisas.
Os anjos foram criados em estado de graça, que significa que com sua
natureza receberam a graça santificante que os tornou filhos de Deus.
Sua glória decorreu da execução de um ato livre que foi submeter-se a ação
da graça que os inclina a submeter-se a Deus por inteiro, isso ocorreu em um
só instante.
Nem todos permaneceram fiéis, alguns por orgulho quiseram ser como Deus e
gozar a felicidade independentes da Vontade Divina. Deus então, justamente,
os precipitou no Inferno, assim os anjos rebeldes e os condenados ao Inferno
chamam-se demônios
A segunda categoria dos seres criados por Deus é formada pelo mundo
corpóreo, criado no princípio dos seres, ao mesmo tempo que Deus criava o
mundo dos espíritos (anjos), ambos foram criados instantaneamente.
Mas Ele não o criou como hoje o vemos. O Senhor o criou primeiro em estado
caótico, que significa que Deus primeiro criou os elementos ou matérias que
iria utilizar para criar o mundo como hoje vemos.
Ele, no entanto, não rematou de uma só vez a Sua Obra, mas usou de
intervenções sucessivas, que foram seis, e que chamamos de "os seis dias da
criação":
Assim, o corpo perece sem a alma, mas a alma existe ainda que sem o
corpo, é eterna.
O corpo vive das potências vegetativas, que são três: o poder de nutrição, o do
crescimento e de reprodução.
Das cognoscitivas
Os homens que existem e tem existido descendem dos mesmos pais, Adão e
Eva, que foram criados por Deus.
Deus os criou dando-lhes corpo e alma. E as suas almas foram produzidas por
Criação. Já os corpos o próprio Deus nos diz que criou Adão do barro e de
uma de suas costelas formou Eva.
Assim, nos atos de entender e amar, visando o Sumo Bem, podemos ver uma
semelhança da vida íntima da Trindade, pois o nosso espírito ao pensar em
Deus concebe um "verbo interior", algo que serve de "imagem visual de
Deus" (já que Deus é Espírito ao pesarmos na pessoa "Deus" a mente concebe
a imagem de Pai, ou de Mestre, ou de Rei, ou Juiz; Deus é uma e todas essas
percepções, mas a mente humana e ainda o coração humano pode possuir
mais facilidade com alguma ou algumas delas, gerando um "verbo interior",
uma expressão interior mais familiar de Deus; tal conhecimento é de suma
importância já que uma imagem equivocada de Deus ou a deturpação de um
atributo verdadeiro em algo falso pode impedir o próximo passo da alma, que
é amar).
No plano atual da Providência não existe nada mais perfeito e grandioso que a
obra da Criação, a conservação e governo do universo. Isso considerando um
fato ainda mais sublime: dizemos plano atual da Providência pois que Deus é
onipotente, assim nem o conjunto das obras mais perfeitas, podem exaurir o
seu poder infinito.
As criaturas podem exercer um influxo uma nas outras para efetuar mudanças
e alterações que se observam no mundo. Neste mútuo influxo se funda a
ordem do universo que, por sua vez, são reguladas pelas leis da Providência.
A Providência é o meio ou o instrumento que Deus utiliza para induzir as
criaturas ao fim que Ele preparou. Deus poderia não utilizar tal recurso, mas
tal procedimento possibilita a Sua maior Glória e ainda enobrece e torna mais
perfeita a criatura que toma parte com Ele na execução de Seus Planos, que é
guiar os seres ao seu fim último (o Sumo Bem). Digo que possibilita a maior
glória de Deus pois que é sinal de grandeza e poderio soberano possuir uma
legião de ministros submissos e prontos a executar Suas Santas Ordens.
Isso não significa que não há ação das criaturas que não estejam dispostas
maravilhosamente a cooperar para o bem do universo; antes se algo aparece
prejudicial e deslocado, num plano inferior, tem razão de ser visto como ruim,
prejudicial e desordenado, mesmo considerando um plano de vista mais alto,
ou seja, mesmo considerando que tais atos inferiores não interferem nos
Planos Divinos numa visão em conjunto, mas geram, como vimos, males
particulares; portanto são maus e desordenados e assim devem ser nomeados.
Cada anjo é único e irrepetível. Nenhum anjo é igual ao outro, pois assim
como os homens, Deus manifesta sua multiplicidade de dons em suas
criaturas.
Dessa forma podemos dizer que Deus executa todas alterações e mudanças
no mundo material, inclusive os milagres, através dos anjos que pertencem à
Ordem das Virtudes. No entanto, os anjos não tem virtude ou poder para
efetuar milagres, só Deus pode fazê-los, os anjos atuam ou na intercessão ou
como instrumentos.
Assim Deus se serve dos anjos para promover o bem e para executar os seus
desígnios junto dos mortais.
Mas nem todos os anjos são enviados para este fim. Os anjos da primeira
hierarquia nunca são enviados, pois é seu privilégio permanecer
constantemente junto ao Trono de Deus. Esses anjos são chamados de Anjos
Assistentes.
Alguns Anjos são destinados para a guarda dos homens, porque a Divina
Providência decretou que o homem, ignorante no pensar, inconstante e
frágil no querer, tivesse como guia protetor, na sua peregrinação até ao
Céu, um daqueles espíritos ditosos, confirmados para sempre no bem.
Deus destina um anjo para cada ser humano, porque Deus ama mais uma alma
do que todas as espécies de criaturas materiais. Mas apesar disto, Deus
determinou que cada espécie tivesse um anjo custódio encarregado de seu
governo. Estes - anjos custódios de cada ser humano e de cada espécie - são os
Anjos da Guarda, que pertencem ao último coro (ordem) da Terceira
Hierarquia Angélica.
Os anjos da guarda começam seu ministério assim que o ser humano nasce e
a executam sem interrupção até que exale o último suspiro.
Eles veem as tribulações e os males que seus protegidos passam mas não se
afligem, pois depois de fazerem o que está em suas mãos para evitá-lo se
recolhem e adoram neles - seus protegidos- o mistério insondável dos Juízos
de Deus. Pois, ainda pode a alma, apesar dos esforços de seu Anjo Guardião,
escolher livremente o que é mal, ou ainda, não existir um meio ao alcance do
anjo para impedir o sofrimento ou a tribulação, pois que esses também são
caminhos de conversão, purificação e santificação.
Portanto, sempre nos acode os Anjos da Guarda quando o invocamos, mas sua
ação sempre estará de acordo com os decretos divinos e fará todas as coisas
em harmonia com a glória de Deus.
Os anjos maus, ou demônios, podem combater e tentar os homens; porque o
seu todo é malícia e, além disso, porque Deus sabe tirar proveito das tentações
em benefício dos eleitos.
Não podem, no entanto, com este objetivo fazer milagres, porém, podem
realizar "alguma coisa parecida com os milagres", ou seja, algo que seja
desconhecido dentro dos conhecimentos disponíveis no momento, mas não o é
no conjunto do que pode ser feito pelas criaturas.
Para os distinguir dos verdadeiros milagres nota-se que são feitos sempre
com fim ilícitos ou por meios reprováveis e não podem, por consequência, ser
obra de Deus.
O homem pode ser instrumento de Deus no que se refere ao bem das almas, de
dois modos, pelos seus atos:
Pode ser instrumento de Deus em benefício dos corpos quando, na lei natural,
estabelecida por Deus, podem gerar nova vida humana.
O homem quando obra como homem e não como máquina, por impulso ou
guiado por uma reação física e instintiva, é capaz de ter em vista algum fim
em todas as suas obras. O homem é o único capaz de propor uma finalidade
para as suas ações dentre os seres materiais.
Não que os outros seres obrem ao acaso, suas operações estão determinadas
para um fim determinado, porém, não o intentam, nem o propõem como meta,
pois isso o faz Deus em seu lugar.
Todos se movem para realizar o fim que Deus propôs; mas o homem se
diferencia dos outros seres pois pode, por impulso e dependência de Deus,
determinar o fim de seus atos; enquanto os outros seres o fazem cegamente,
por natureza ou instinto, rumo ao que Deus assinalou.
Seja por intenção explicita ou por certo instinto racional o homem direciona
suas ações para o fim último supremo, que é a Felicidade.
Dessa forma tal bem não pode ser as riquezas, já que são coisa inferior ao
homem e incapazes em si de aperfeiçoa-lo.
Não pode ser as honras, já que não dão perfeição, antes a supõem, sob pena de
serem postiças, e se são postiças são nada.
Não pode ser a glória ou a reputação, pois elas supõem méritos, e eles são,
neste mundo, coisa frágil e volúvel.
Não pode também estar no poder, porque o poder não se dá para o bem
próprio mas para os outros, além de estar sempre sujeito ao capricho e a
insubordinação.
Não pode ser também a saúde ou a beleza corporal uma vez que são bens
inconsistentes e passageiros e, além de tudo, só dão perfeição ao exterior e
não ao interior do homem.
Muito menos o são os prazeres dos sentidos porque são grosseiros demais
comparados às alegrias da alma.
A felicidade do homem consiste na aquisição de um bem que influi
diretamente sobre o espírito e este bem é o Sumo Bem, Deus, Soberano e
Infinito.
Eis porque são boas todas as coisas que Deus fez. Mas, as coisas más não são
naturais, e tudo o que se denomina mal é pecado ou castigo do pecado. O
pecado não é senão o consentimento vicioso da vontade livre ao nos
inclinarmos àquelas coisas que a justiça proíbe, e das quais o homem é livre
de se abster; ou seja, o mal não está nessas coisas, mas no seu uso não
legítimo. O uso das coisas é legítimo, contanto que a alma permaneça na lei de
Deus e esteja sujeita ao Deus único com um amor perfeito, e se sirva das
demais coisas, que lhe estão sujeitas, sem cupidez e sem luxúria, ou seja, de
acordo com o preceito de Deus. Desse modo a alma administrará as coisas
sem dificuldade e sem fadiga e com a maior facilidade e felicidade. E o
castigo do pecado consiste em a alma ser atormentada pelas criaturas que não
a servem, se ela não serve a Deus; pois a criatura obedecia-lhe quando ela
obedecia a Deus. Assim sendo, o fogo não é um mal porque é criatura de
Deus, mas queima nossa fraqueza devido ao mérito do pecado. Denominam-se
pecados naturais os que forçosamente cometemos antes que nos chegue a
misericórdia de Deus, depois de termos caído nessa vida no pecado pelo livre-
arbítrio.
Que o homem se renova pelo Senhor Jesus Cristo, visto que a própria
Sabedoria de Deus, inefável e imutável, se dignou assumir plena e totalmente
o homem, nascer da Virgem Maria por obra do Espírito Santo, ser crucificado,
sepultado, ressurgir e subir ao céu, o que já aconteceu; e vir no fim do mundo
para julgar os vivos e os mortos. E que creiamos na ressurreição dos mortos
na carne, o que se anuncia como coisa futura, e que o Espírito Santo foi dado
aos que nele creem, que ele instituiu a mãe Igreja, que se denomina católica, e
por isso é universalmente perfeita, não comete erros e se difundiu por todo o
universo; que os primeiros pecados são perdoados aos que se arrependem, e
que há a promessa de uma vida eterna e do reino de Deus.