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Ciência do desenvolvimento

humano: perspectivas atuais.

Emmila Carvalho, psicóloga.


Disciplina: DPE
O início:

• Início dos estudos sobre desenvolvimento humano com bases


deterministas, organicistas, mecanicistas.
• Locke – tábula rasa;

• Rosseau – bondade natural da criança;

• Kant – características inatas.


O início:

• Extremismos nas defesas dos posicionamentos teóricos.

• Ambientalismo;

• Inatismo.
Século XX:

• Primeiras críticas exigem novos posicionamentos.


• No século XX surgem concepções sobre Psicologia do
desenvolvimento enquanto disciplina científica que propunha explorar,
descrever e explicar os padrões comportamentais de estabilidade e
mudança. Ainda assim, partia-se do positivismo.
Século XX:

• Dados construídos com base em entrevistas e observações;

• Investigações desde a concepção até a adolescência.


Atualmente:

• A partir da segunda metade do século XX:


• Novo paradigma: relativista, integrador e contextual, enfatizando o
papel da cultura.
• Relevância do contexto social na investigação de fenômenos.
• Ótica do pluralismo, coexistência de explicações de diferentes
naturezas.
Atualmente:

• Desenvolvimento não é linear, mas dinâmico e complexo de interação


entre fatores biológicos e culturais.
• Os paradigmas interdisciplinares buscam estudar complexidade e
totalidade do fenômeno.
• Pesquisadora(e)s passaram a escrever sobre o desenvolvimento desde a
concepção até a velhice, incluindo realidade cognitiva e a social.
Concepções críticas do desenvolvimento
humano:
• Consenso sobre a necessidade de considerar:
• A dinâmica do curso de vida em sua totalidade incluindo as gerações anteriores
e posteriores;
• Os indivíduos dentro de suas redes e sistemas de interação;
• O interjogo entre bagagem genética e adquirida;
• A dialética entre os sistemas biopsicossociais inseridos no contexto histórico-
cultural e;
• As influências bidirecionais presentes entre todos os sistemas envolvidos no
processo de desenvolvimento humano.
Ciência do desenvolvimento humano:
• Conjunto de estudos interdisciplinares sobre os fenômenos de
desenvolvimento humano.

• Cairns e cols. defendem que a ciência deve ser composta por


uma síntese das teorias sociais, psicológicas e
biocomportamentais visando orientar pesquisas sobre
desenvolvimento.
Algumas perspectivas na ciência do
desenvolvimento humano:
• Elder - perspectiva do curso de vida:
• considerar a interdependência entre as trajetórias de vida e as condições
presentes nas micro e macroestruturas do sistema social.
• considera o impacto das interações e das mudanças sociais no desenvolvimento
ao longo da vida.
• Trajetória de vida: conjunto de estados e transições de padrões comportamentais
ligadas entre si dão um significado distinto à história de vida dos indivíduos.
• Padrões e trajetórias relativos às idades estão embutidos nas estruturas sociais,
que variam desde os pequenos núcleos até os grandes.
Conceitos de estágios, transição e
trajetória.
• Estágio: conjunto de padrões comportamentais e habilidades características de
uma determinada idade ou fase do ciclo de vida.
• Transição: períodos de passagem de um estágio para outro.
• As transições estão sempre imbuídas de escolhas que influenciarão as trajetórias,
que dão distintos significados ao curso de vida.
• A trajetória do desenvolvimento forma-se com base nos elos comportamentais
estabelecidos entre um período antecedente e outro consequente.
• Os estágios não são definidos a partir das idades, mas dos papeis assumidos entre
os membros da família, das tarefas de desenvolvimento a serem cumpridas.
• “A dinâmica de demanda e as pressões ambientais são
percebidas de forma diferente pelos indivíduos que
compartilham um mesmo ambiente familiar. Mesmo
havendo pontos de transição e ciclos de vida comuns às
famílias, as características particulares de cada indivíduo
e contexto, estarão influenciando os ciclos e a trajetória
de vida dos indivíduos”.
Interações e relações sociais:
• Maneira como o indivíduo se constrói se relaciona à forma como constrói
o outro.
• Interação social incluí no mínimo o comportamento X emitido pelo A
direcionado para o B e a resposta Y de B para A.
• Relação social incluí as interações estabelecidas durante um longo período
de tempo, possui características próprias de intimidade e compromisso,
têm caráter de consistência e intimidade.
• “As pessoas precisam sentir que possuem algum
grau de controle sobre os acontecimentos e, para
isto, elas precisam ver o mundo como
previsível”.
Continuidade e mudança no
desenvolvimento:

• Continuidade: padrões relacionais transferidos de uma situação anterior


para uma nova e que sempre geram uma resposta nos outros que fazem
parte do novo contexto e que apoiarão ou validarão os padrões iniciais
para adaptá-los.
• Ponto fundamental da ciência do desenvolvimento humano: elucidar
origem das novas capacidades adaptativas nos indivíduos.
Coação e bidirecionalidade:

• É no interjogo entre equilíbrio e desequilíbrio que se processa o


desenvolvimento humano.
• Mudança ou emergência de novas propriedades: consequências de tensões
criadas nos níveis estruturais e funcionais. Às tensões chama-se coação.
• Experiência: refere-se à função ou atividade tanto do ambiente quanto do
organismo.
• Bidirecionalidade: dialética
Experiências e desenvolvimento:
• Experiências indutivas: desenvolvimento canalizado mais em uma direção
do que em outra.
• Experiências facilitadoras: aceleram o aparecimento de novos estágios.
Operam em conjunto com as experiências indutivas.
• Experiência de manutenção: sustentar a integridade de sistemas
comportamentais ou neurais já formados.
Questão do normal e do patológico:
• Dificuldade de definição do que seria normal ou patológico.
• Situações de risco: situações desencadeadoras de comportamentos
comprometedores da saúde, do ajustamento ao contexto, do bem-estar e
do desempenho social. Vulnerabilidades podem ser demonstradas em
situações de tensão e essas vulnerabilidades, se ocorrem em momentos de
crise, aumentam a predisposição de agir de maneira menos adequada.
• Prevenção de situações de risco.
Padrões universais:
• Estudar diferenças traz a necessidade de conhecer propriedades comuns.
• Analisar características individuais e universais pelo foco da diversidade e
da complexidade social.
• Nenhuma característica por mais universal que seja, é absoluta e constante
entre os indivíduos. Há sempre um grau de variação.
Necessidades de consolidação na ciência do
desenvolvimento
• Buscar responder ao questionamento: como os complexos herdados e
adquiridos constroem-se mutuamente?
• Interdisciplinaridade e multimetodológica.
• O todo possui sua subjetividade peculiar por ser um processo de relações
tecidas em uma trama singular de níveis e subníveis, em um dado
contexto.
• Construir métodos de pesquisa integrados e interdisciplinares.

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