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Lylah James & Cora Reilly - The Dirty Bargain
Lylah James & Cora Reilly - The Dirty Bargain
03/2020
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A tradução foi efetuada pelo grupo Wings Traduções (WT), de
modo a proporcionar ao leitor o acesso à obra, incentivando à posterior
aquisição. O objetivo do grupo é selecionar livros sem previsão de
publicação no Brasil, traduzindo-os e disponibilizando-os ao leitor, sem
qualquer forma de obter lucro, seja ele direto ou indireto.
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obras, dando a conhecer os autores que, de outro modo, não poderiam,
a não ser no idioma original, impossibilitando o conhecimento de
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autorais e contratuais de autores e editoras, o grupo WT poderá, sem
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termos do art. 184 do código penal e lei 9.610/1998.
Sinopse
TALIA
A Bratva é má notícia, especialmente para alguém como eu, uma
garota criada na máfia italiana. Mas terei que jogar com o diabo e
encarar a decisão mais difícil da minha vida para conseguir a coisa que
mais desejo: vingança.
Para fazer as pessoas que me machucaram pagarem, preciso da
ajuda do melhor assassino da Bratva: KILLER.
Ele é aterrorizante. Cruel. Brutal. Um selvagem. Tudo o que eu
estou proibida de ter. Tudo o que eu deveria ter ficado longe.
Os desejos têm um preço.
Quanto estou disposta a pagar por vingança se Killer pedir tudo?
KILLER
Lutar. Matar. Comer. Dormir. Repetir.
Nasci para ser escravo, mas abri meu caminho com sangue e
inúmeras mortes nas mãos. Quando a princesinha inocente - uma
princesa que não pertencia ao meu mundo, me procura por ajuda...
Talia Barese não percebe que acabou de encontrar seu pior pesadelo.
Meu nome sempre vem com um sinal de alerta. Eles dizem que
sou um monstro. Eles estão certos...
Pena que Talia não prestou atenção aos avisos. Ela deveria ter
prestado. Agora, não há lugar para correr. ...
Tenha cuidado com o que deseja.
Prólogo
Talia
O mundo em que cresci era definido por leis antiquadas
e toscas, tão inegociáveis quanto o próprio tempo.
Que a Bratva é nossa inimiga mortal estava no topo
deste conjunto de leis. Estava enraizado em todos os
membros das famílias da máfia italiana desde o nascimento,
e eles levavam essa verdade irrefutável para o túmulo com
eles. Como mulher, eu não podia fazer parte da máfia em si, e
mesmo assim a gaiola dourada dos homens feitos regiam
todos os aspectos da minha vida.
Durante muito tempo, me conformei com isso.
Hoje, decidi cometer a traição final.
Se eu fosse homem, seria confrontado com a única
punição aceitável por esse crime: tortura e morte. Meu primo
Luca, o Capo da Famiglia de Nova York, pode ser mais
indulgente comigo se ele descobrir. O perdão não estava entre
seus traços de caráter.
No entanto, não me arrependi da minha decisão de fugir
dos olhos vigilantes do meu guarda-costas e fugir para o
território inimigo. Na Famiglia, ninguém teria me ajudado a
me vingar do homem que destruiu minha vida aos quinze
anos. Ele não foi o único, nem o pior, mas todos os outros
foram mortos. Só ele permaneceu vivo - minha única chance
de provar um pouco de vingança. Era uma fome insaciável
que eu não conseguia suprimir e só cresceu nos cinco anos
desde que minha família foi destruída.
Eu sorri ironicamente. A ironia era que eu estava a
caminho de pedir ao mais notório assassino da Bratva, com o
nome significativo ‘Killer’, para acabar com o homem que eu
odiava, quando os russos foram a razão da queda da minha
família.
Medo e excitação nervosa travavam uma batalha
implacável em meu corpo quando o avião finalmente pousou
em Miami, o lugar onde a vida poderia mudar para melhor ou
para pior.
Killer seria minha salvação ... ou minha desgraça?
Prólogo
Killer
Alguns me chamavam de psicopata. Outros diziam que
eu era um monstro sem coração. Eu tinha sido chamado de
muitas coisas na minha vida, e todas elas eram verdadeiras.
Psicopata. Monstro. Mal. Desumano. Cruel. Um
selvagem brutal... e eu era tudo isso. Eu era o pior pesadelo
das pessoas. Eles diziam que se eu chamasse seu nome três
vezes... significava que eu estava vindo até você. Pela sua
vida... sua alma.
Ceifador era um dos meus muitos nomes. Anjo da
morte, eles me chamavam. Mas eu sempre preferi... KILLER.
Meu nome e o significado direto de quem eu era... e o que eu
fazia.
Eu matava por esporte; Eu matava por hobby ... e
matava pelo meu trabalho.
Minhas mãos estavam manchadas de sangue de
inúmeras mortes. A gaiola era minha casa e os gritos da
minha vítima? Porra de música para os meus ouvidos. Uma
maldita canção de ninar.
Meu telefone tocou, me tirando dos meus pensamentos.
Parei no meio da repetição pendurado de cabeça para baixo
usando a barra fixa. Meus músculos se contraíram quando
fechei os olhos e ignorei o toque, focando em terminar meu
treino. O suor escorria pelas laterais das minhas têmporas
enquanto agarrava a barra com mais força. Continuei com
minhas flexões, sentindo meus músculos queimarem e
apertarem a cada movimento.
O sangue correu para minha cabeça quando terminei
minha segunda série. O telefone continuou tocando e reprimi
uma maldição. Com um rosnado baixo, soltei a barra e
abaixei minhas pernas, aterrissando nos meus pés sem
tropeçar. Eu andei em direção à mesa e peguei meu telefone,
aceitando a ligação sem olhar quem estava me ligando.
Eu já sabia quem era.
— Demorou demais, — disse uma voz anasalada
irritante.
— Envie-me a informação, — eu cortei. Ele estava
começando a me irritar com essa atitude. Eu não era nem
seu amigo nem seu escravo.
Ele soltou um suspiro. —Este trabalho é importante.
E não eram todos?
—Eles estão pagando um bom dinheiro, — continuou
ele.
—Nome. Endereço. Imagem...— rosnei para o telefone.
Ele estava desperdiçando meu tempo e eu não tinha tempo
para conversas com uma praga como ele.
Ele soltou uma pequena risada, mas havia uma pitada
de nervosismo nela. Ele estava com medo de mim. Bom. Ele
deveria estar.
Desliguei antes que ele pudesse dizer mais alguma
coisa. Dois segundos depois, meu telefone tocou com uma
mensagem.
Meus lábios franziram.
Minhas veias latejavam com forte adrenalina.
A caçada vai começar...
Capítulo Um
Talia
Desde o momento em que pisei em Miami ontem, pela
primeira vez na minha vida fora do território da máfia
italiana, uma sensação quase inebriante de liberdade me
dominou. Talvez essa fosse uma terra inimiga, mas parecia
que eu tinha escapado da minha gaiola dourada e poderia
voar pela primeira vez.
Comprei roupas novas, muito mais reveladoras do que
qualquer coisa que já tive permissão para usar em casa, e fui
para o bar Kazan em Wynwood, ao norte do centro de Miami.
O Kazan estava situado em um dos muitos armazéns
convertidos da região. Se alguém não soubesse que era de
propriedade da Bratva, o majestoso mural de um lobo
rosnando acima da porta de aço os teria alertado.
O nervosismo torceu minha barriga em um aperto
implacável quando entrei no bar. O cheiro de fumaça velha e
cerveja derramada pairava pesadamente no ar. Meus saltos
bateram no chão de pedra escura. Grafites de lobos
rosnando, chamas e Kalashnikovs1 adornavam as paredes -
imagens bélicas que provocavam arrepios ao longo da minha
pele. O bar abriria em uma hora, mas como uma das novas
garçonetes eu precisava chegar cedo. O atraente barman
Killer
No momento em que a pressionei contra a parede, Talia
ficou mole nos meus braços. Ela não lutou, mas seus olhos
brilhavam com incerteza e... interesse estranho. Curiosidade.
Necessidade. Fome.
Antecipação emanava dela e pude provar seu desejo na
minha língua.
—Você está com medo? — Minhas palavras derramaram
como um rosnado. Eu estava coberto pelo sangue de
Pasquale e o cheiro pungente da morte ainda estava em mim.
A adrenalina percorria meu corpo, tornando mais difícil
pensar. Meu pau estava duro como granito e eu queria abrir
suas pernas e bater em sua boceta, pegar o que era meu,
reivindicar o que me pertencia.
—Sim, — ela respirou.
Eu enfiei meu rosto em seu pescoço, inalando seu
perfume. Doce. Doce pra caralho. Meu nariz se arrastou ao
longo da coluna de sua garganta. Meus dentes roçaram a pele
logo abaixo da orelha e ela tremeu nos meus braços.
—Você quer fugir?
Eu estava lhe dando uma saída... ou talvez quisesse que
ela escapasse.
Suas mãos subiram e ela agarrou meus antebraços. Ela
se agarrou a mim. Oh, a pequenina Talia me surpreendendo
a cada passo.
—Você vai me machucar? — Ela perguntou baixinho.
—Talvez, — eu confessei, minha voz tomando um tom
mais profundo. —Depende da sua definição de dor. — A
luxúria disparou em minhas veias e tudo que queria fazer era
jogá-la no chão e transar com ela como o selvagem que eu
era.
Agarrei sua mão e a trouxe aos meus lábios. Talia olhou
para mim, nossos olhares presos no momento. Dei uma
mordida no seu dedo indicador e seus olhos brilharam. —Dor
e prazer são os mesmos para mim. Eu me entrego a ambos.
Talia balançou a cabeça, parecendo um pouco
assustada... um pouco... ansiosa. —Dor não é prazer.
Outra mordida e ela se encolheu. —Tão inocente. Tão
ingênua.
Controlada pra caralho, eu queria pressionar todos os
seus botões. Eu queria despi-la, descobrir todos os seus
desejos ocultos, forçá-los a sair e lhe mostrar como era
realmente ser fodida e reivindicada por um homem como eu.
—Você vai cobrar o restante do seu pagamento agora? —
Ela sussurrou, sua voz trêmula.
Eu não respondi. Minhas mãos pousaram em sua
cintura e a puxaram com força para dentro do meu corpo,
meus dedos cravando seus quadris. Eu esperei por uma
reação.
Talia não me afastou. Em vez disso, em um pequeno
gesto de submissão, ela inclinou a cabeça para o lado. O mais
leve e menor movimento, algo que perderia se não estivesse
tão sintonizado com seu corpo e sua reação. Talia me deu
acesso total aos seus lábios, uma permissão silenciosa.
Para tomar, devorar, machucar, arruinar.
Eu fiz a matança.
E agora precisava foder a agressividade... essa
necessidade... fora do meu sistema.
A luxúria carnal lambeu minhas veias, como gasolina
adicionada a um fogo já fora de controle. Com um rosnado
baixo, meus lábios bateram nos dela.
Eu beijei Talia.
Eu devorei seus lábios.
Eu a respirei. Inalei. A beijei como precisava.
Ela ofegou, seus joelhos enfraqueceram e suas pernas
cederam.
Suas mãos foram para os meus ombros e ela se agarrou
a mim, quase em uma tentativa desesperada... de me
afastar... de me puxar para mais perto. Porra! PORRA!
Eu rosnei no beijo, empurrando minha língua em sua
boca. Ela choramingou baixinho, mas me beijou de volta. Sua
língua provou a minha, um pouco hesitante... inexperiente,
mas ela não se afastou.
Lábios. Língua. Dentes.
O sangue rugiu entre meus ouvidos e perdi a noção de
tudo. Talia me devia. Esse era o seu pagamento para mim. E
eu ia cobrar... até que ela não tivesse mais nada para dar.
Agarrando Talia pela cintura, mantive nossos lábios
trancados e nos movi até a parede oposta. Um gemido suave
saiu de sua garganta quando me afastei do beijo e a virei.
Com as costas dela contra o meu peito, coloquei-a de frente
para o espelho de corpo inteiro que estava preso à parede.
Talia ofegou quando viu nosso reflexo.
Seus lábios inchados e vermelhos dos meus beijos. Seu
peito arfava. Seu cabelo desarrumado. E eu ainda tinha
sangue seco em mim. Meus braços se enrolaram ao redor
dela e agarrei a frente do seu vestido. Seus olhos se
arregalaram e ela gritou quando eu o rasguei, seu sutiã
também saiu até que ela estava exposta. Eu me amontoei em
suas costas, forçando-a contra o espelho. Seus seios
pressionaram contra o espelho frio e seus mamilos
endureceram.
O pescoço e as bochechas ficaram vermelhas.
Talia parecia escandalizada.
Ela estava à minha mercê.
Puxei seu vestido e enfiei minha mão em sua calcinha
preta de algodão. Ela estava... porra, ela estava encharcada.
Rasguei sua calcinha, não lhe dando chance de reagir. Meus
dedos deslizaram sobre seus lábios úmidos antes de meus
dentes afundarem em seus ombros nus. Talia gritou e
balançou contra a minha mão quando enfiei dois dedos. Sua
boceta apertou em torno da intrusão, seus sucos
encharcando minha mão.
Oh merda. Ela estava tão encharcada e pronta.
Eu estava dolorido para estar dentro dela. Meus dedos
mantiveram um ritmo brutal, empurrando dentro e fora de
sua boceta enquanto baixava minha calça de moletom o
suficiente para que pudesse tirar meu pau para fora. A ponta
do meu pau duro esfregou contra o vinco de sua bunda,
antes de deslizar contra seus lábios molhados.
Nossos olhos se encontraram através do nosso reflexo.
Suas pupilas estavam dilatadas, os olhos brilhando com uma
mistura de medo e algo carnal. E eu parecia louco,
completamente louco.
Puxei meus dedos e ela soltou um gemido sufocado que
se transformou em um grito desesperado quando meti com
força. Meu pau engrossou e latejou quando empurrei dentro
dela, até o punho, até que estivesse cheia de mim.
Talia alimentava a fera em mim.
E ela fodia o monstro como se tivesse nascido para se
submeter.
Talia balançou contra o espelho, seus lábios se
separaram em um gemido baixo e as costas arquearam. Eu
mantive uma mão em seu quadril, apoiando-a em mim
enquanto entrava e saía, forçando-me mais e mais
profundamente dentro dela. Sua boceta apertava em torno de
mim toda vez que eu metia. Ela choramingava toda vez que
eu saía. Minha outra mão envolveu sua nuca, sentindo sua
submissão sangrar através dela e dentro de mim.
—Killer, — ela choramingou quando a prendi contra o
espelho.
—Porra, — eu resmunguei.
Entrei nela como uma fera. Havia uma obsessão
inabalável correndo por mim. A necessidade de contaminá-
la... de lhe mostrar que o lado depravado do prazer era forte.
Uma onda percorreu minha espinha e meus músculos
se contraíram. Talia estava perto, eu podia sentir.
Meus quadris dirigiram para frente, de novo e de novo.
Mais difícil. Mais rápido. Mais profundo. O som da
nossa foda encheu a sala. Os gemidos dela. Seus pequenos
choramingos. Meus grunhidos, isso parecia mais animal que
humano.
—PORRA! — Bati nela mais uma vez e parei; enterrado
muito fundo. Meu pau pulsou quando jorrou meu esperma
dentro dela, até Talia estar cheia de mim. Até eu estar em
todo lugar. Dentro dela. Fora dela. Na mente dela. Ao redor
dela.
Estendi a mão, passando entre as coxas dela. Eu puxei
seu clitóris; o corpo dela enrijeceu; Talia gritou e explodiu em
volta do meu pau.
Eu não queria sair de sua boceta quente e apertada,
mas precisava. Meus olhos foram para onde ainda estávamos
conectados e eu lentamente me afastei, assistindo meu pau
deslizar para fora de seu buraco rosa enquanto vazava meu
esperma.
Suas pernas finalmente cederam e ela afundou no chão,
seu corpo trêmulo pelo orgasmo e nossa porra escorrendo. Eu
não havia terminado... ainda...
Inclinei-me e envolvi o cabelo dela em volta do meu
punho, meus dedos cravando em seu couro cabeludo. Talia
olhou para mim com olhos nebulosos e perdidos em algum
lugar distante...
Ela se ajoelhou na minha frente. Eu enfiei uma mão
entre suas coxas e colhi a bagunça que deixei lá com dois
dedos, esfregando sobre suas dobras. Eu levei meus dedos
até seus peitos e passei meu esperma em seus mamilos. Talia
ofegou suavemente e meus lábios se contraíram.
Peguei meu pau semi-duro. —Chupe-me.
Talia piscou quando levei meu pau para sua boca,
esfregando a ponta molhada contra seus lábios. —Me limpe,
Talia. Prove-se no meu pau.
Arrepios salpicaram sua carne. Seus lábios se
separaram e ela me pegou na boca, me chupando. Boa
menina, fazendo o que lhe foi dito.
Houve prazer.
Houve dor.
Houve imundice e depravação...
Saí de sua boca e me agachei ao seu nível. Meu polegar
esfregou seus lábios inchados e seus olhos... suavizaram.
—Killer, — ela sussurrou.
Meu peito apertou.
Quando Talia barganhou comigo pela primeira vez... ela
não sabia o que esperar, não sabia o que significava
pertencer a um homem selvagem e maluco como eu. Agora
ela sabia.
Pena que não duraria. Uma lástima que Talia havia sido
ingênua. Inocente demais para perceber as consequências de
sua barganha.
Se ao menos ela tivesse prestado atenção aos sinais de
alerta. Se ao menos não tivesse pisado no meu território.
Se ao menos não tivesse sido meu alvo... o tempo todo.
Talia Barese era o meu trabalho.
Minha presa.
Minha matança.
Nossos olhos trancaram...
E eu quebrei o coração dela.
—Você tem vinte e quatro horas de vida, pequenina.
Últimos desejos?
Capítulo Dez
Talia
Levou alguns momentos para as palavras de Killer
penetrar em minha mente atordoada. —O que você quer
dizer?
Eu tinha problemas para me concentrar depois do que
acabara de acontecer. Quando Killer disse que queria uma
segunda vez, eu não esperava essa merda louca. Mesmo que
a palavra me fizesse contorcer, era o único termo adequado
para o que Killer havia feito comigo, o que o deixei fazer
comigo. Eu estava dolorida, podia sentir minha carne sensível
palpitar com uma dor estranha que não conseguia explicar.
Killer sorriu, seus olhos subitamente severos e cruéis. —
Você tem vinte e quatro horas antes de morrer.
Eu balancei minha cabeça lentamente.
—Fui pago para te matar, Talia. Essa foi a única razão
pela qual me incomodei com você, com essa barganha.— Ele
pegou uma mecha do meu cabelo, deixando-o deslizar entre
seus dedos cheios de cicatrizes e brilhantes. Brilhando com
nossos orgasmos, com a sua... porra, e de repente me senti
suja.
Ele me usou, me traiu. —Então, a barganha foi uma
farsa para que você pudesse me foder? — Sussurrei
severamente, sentindo a prova do que fizemos escorrendo de
mim, me sentindo manchada e degradada pelas suas
palavras.
Killer se endireitou com um sorriso cruel. —Esse foi um
bônus adicional.
—Você matou Pasquale?— Talvez isso também tenha
sido mentira. Eu mostrei uma fachada corajosa, mesmo
quando o medo se espalhava no meu peito rapidamente.
—Eu o matei tão brutalmente quanto você me pediu. Foi
divertido, mas não tanto quanto sua boceta.
Eu cambaleei em meus pés, completamente nua,
dolorida e com o coração partido, mas lutei contra o desejo de
me cobrir. Eu não queria mostrar mais fraqueza na frente de
Killer, não depois do que ele acabara de revelar. Nunca mais.
Nunca será logo...
Meu coração apertou fortemente com a compreensão.
Vinte e quatro horas. Procurei em seu rosto um lampejo
de suavidade, por um motivo para esperar por piedade. Não
havia nada.
Eu era uma juíza de caráter tão ruim? Eu achei que
Killer havia me mostrado seu lado gentil por uma razão, uma
razão emocional, não para me enganar e brincar comigo.
Eu cambaleei em direção ao meu armário, enquanto
minhas pernas tremiam loucamente. Killer tinha arruinado
minhas roupas, então precisava pegar novas para me cobrir,
e tempo para pensar, para descobrir uma maneira de sair
disso. Pegando jeans e uma camisa, rapidamente me vesti, de
costas para Killer, mesmo que isso arrepiasse os pelos do
meu pescoço. Eu queria mascarar meu rosto em uma
expressão de calma, queria esconder minha mágoa dele. Ele
não precisava saber como eu estava abalada e com o coração
partido.
Eu me virei lentamente. Killer estava inclinado contra o
balcão da cozinha, os braços cruzados na frente do peito,
parecendo relaxado e à vontade, quando acabou de destruir
meu mundo inteiro. —Quem... — Limpei minha garganta,
odiando o quão trêmula minha voz estava. —Quem te pagou
para me matar?
Eu era prima do Capo da Famiglia, a cunhada de seu
Executor, mas isso era tudo o que eu era. Não era
importante. Quem me odiaria o suficiente para querer me
matar? Quem gastaria tanto dinheiro com isso?
Ou talvez Killer tivesse aceitado o sexo como pagamento
de quem me quisesse morta. Esse pensamento me fez sentir
ainda mais suja. Na minha mente boba e ingênua, achei que
talvez fosse especial, mas era um trabalho e um objeto de
prazer, nada mais.
—Talvez eu te conte como último desejo amanhã, —
disse novamente com aquele sorriso horrível.
Eu corri em direção à porta, esperando escapar, mas
seus passos trovejaram atrás de mim e seus braços
envolveram minha cintura, me levantando do chão como se
eu não pesasse nada.
Lutei como uma louca, arranhei e chutei, mas ele me
carregou até a cama e me derrubou sem cerimônia. Então ele
se deitou sobre mim, seu corpo me prendendo.
—Não me toque! — Eu assobiei.
—Apenas alguns minutos atrás, você apertou meu pau
enquanto gozava ao meu redor, e agora se faz de difícil?
Ele estava sendo cruel de propósito, e isso estava me
afetando. Lágrimas brotaram nos meus olhos. —Você não é
melhor do que o homem que matou por mim. Você é um
monstro. Você não merece me tocar nunca mais, não depois
de me trair.
Ele riu sombriamente. —Trair?
Eu o encarei, mesmo quando uma lágrima deslizou pela
minha bochecha. Eu estava me esforçando para ser forte,
mas era demais. Os olhos de Killer seguiram a descida da
minha lágrima.
—Como você vai me matar? — Eu perguntei
suavemente. —Você vai me fazer sofrer porque alguém lhe
pagou para fazer isso? Ou vai fazer isso rápido?
Algo mudou nos olhos de Killer e, por um piscar de
olhos, me deu esperança, mas já não tinha interpretado mal
suas ações? Ele estava brincando com minhas emoções,
talvez isso fosse parte da tortura que levaria à minha morte.
Killer se afastou de mim e se endireitou, olhando para
longe. Ele sorriu de novo. Parecia errado em seu rosto. —
Vinte e quatro horas, Pequenina, então você descobrirá.
Capítulo Onze
Killer
Parte de mim sabia que eu lhe fiz mal. Qualquer
humanidade deixada dentro de mim, lamentava por ela. Doía
por ela.
Eu não lembro muito da minha infância antes da
gaiola... antes da insistente necessidade de matar ... antes
da sede de sangue e da raiva viciosa dentro de mim. Por um
longo tempo, esqueci de ser humano. Eu esqueci como era
ser... humano.
Eu fui possuído. Um escravo. Um animal.
Um animal assustador - e fui tratado como tal.
Um monstro que matava.
Eu era... KILLER.
Mas neste momento, realmente me sentia... mal por
Talia Barese. Eu podia ser o Ceifador Sombrio... mas imaginei
que ainda era humano, afinal.
Pena que fui pago para matá-la. Ela era o meu trabalho
e não havia nada que eu pudesse fazer para salvá-la. Mesmo
que a pequenina Talia tivesse se arrastado por sob a minha
pele, seu relógio da morte começou a bater no momento em
que alguém pagou por seu sangue.
Droga. Ela era uma tentação pela qual eu era fraco...
uma fruta proibida que desejava provar. Uma obsessão que
eu não poderia negar.
Fui pago para matar Talia antes que ela soubesse sobre
mim, antes mesmo dela entrar em Miami e no Kazan. Quando
ela entrou no meu território, achei que ela seria uma morte
fácil. Eu não precisava caçá-la, ela sem saber veio ao
encontro de sua morte. Fiquei satisfeito com o resultado.
Até que a vi.
Até que a toquei.
Até que a provei.
Até sua boceta apertar meu pau como se sua vida
dependesse disso.
PORRA!
Talia choramingou e seus olhos se abriram. Ela
estremeceu com um gemido de dor. Eu a observava enquanto
ela despertava do seu sono, enquanto ela lutava para ficar
acordada. Uma tosse rasgou sua garganta e ela gemeu
novamente, parecendo estar tão desorientada quanto eu
esperava que estivesse.
Ela estava dormindo há mais de doze horas.
Talia lentamente retomou sua consciência e no
momento em que finalmente acordou o suficiente para
perceber sua situação, se debateu para se libertar. Um
gemido alto escapou dela.
—Nããão! Não! Deixe-me ir!!
As correntes tilintaram enquanto ela continuava se
debatendo, lutando para se libertar.
Não havia sentido. Ela estava presa.
Presa por mais doze horas antes de eu acabar com sua
vida...
Eu saí das sombras. Sua cabeça virou na minha direção
e seus olhos arregalados e assustados encontraram os
meus. Eles brilhavam com lágrimas. Tsk, pobre Talia.
Minutos se passaram em um silêncio tenso antes que
ela finalmente soltasse um soluço sufocado. — Por quê?
Inclinei minha cabeça para o lado, esperando.
Seu queixo tremia enquanto ela segurava outro
grito. Ela fungou e seus olhos marejados se estreitaram em
mim. Ela estava se recusando a desmoronar na minha
frente. Forte e feroz. Se fosse em outro momento, eu teria
apreciado isso.
Talia puxou as correntes, o som do metal batendo
contra a parede, alto contra o silêncio. — Por que você está
fazendo isso? Por que você me usou? Por que simplesmente
não... me matou? PORQUE?
—Eu faço o que eu quero. — Eu sorri. — Vou matá-la
quando quiser e como? Decidirei isso também.
Ela cuspiu no chão, parecendo irritada. — Eu te odeio.
Meu queixo travou, meus olhos endureceram e dei um
passo à frente. Eu não sabia por que essas palavras me
irritavam, especialmente vindo de seus doces lábios. Meus
punhos cerraram. — Bom. Já ouvi essas palavras mil vezes.
Agachei-me ao nível dela, aproximando nossos rostos. —
Me odeie, Talia. Não vai mudar o seu destino. Você está
destinada a morrer nas minhas mãos.
Nossos narizes se tocaram quando agarrei seu queixo na
minha mão. Meu polegar acariciou sua pele macia, sentindo-
a tremer sob o meu toque. — Me odeie, Pequenina, — eu
provoquei.
Ela arrancou o rosto do meu alcance e meus lábios se
curvaram em um sorriso. Minha cabeça caiu para o lado
enquanto eu a estudava. Eu a despi, deixando apenas o sutiã
e a calcinha.
Talia era... linda.
Pequena e delicada.
Vulnerável.
Vendo-a assim, frágil e fraca... à minha mercê... meu
pau endureceu. Eu era um filho da puta doente.
Eu tive o meu quinhão de mulheres bonitas, mas havia
apenas... algo sobre esta.
Uma raiva repentina me consumiu. Talia era meu
trabalho. Porra, eu tinha que me lembrar disso.
Levantei-me em toda a minha altura e dei alguns passos
para trás, sentando-me na única cadeira que ficava de frente
para ela. — Você está confusa. Você tem muitas perguntas,
pelo que sei. Digamos que hoje estou me sentindo muito
generoso. Faça suas perguntas e darei as respostas que você
quer.
Talia olhou em volta, examinando
o porão semiacabado. Era apenas uma grande sala. Quatro
paredes de gesso. Duas correntes metálicas, onde Talia
estava presa pelos pulsos. Uma pequena janela
gradeada. Chão de cimento puro. Uma lâmpada
tremeluzente. E uma única cadeira, na qual eu estava
sentado. Não havia mais nada. Era uma cela vazia.
—Onde estou? — Ela perguntou entre dentes.
—Minha casa.
A cabeça dela virou para mim. —Sua... casa? Você me
trouxe para sua casa?
Dei de ombros. — Eu não poderia deixá-la escapar. Aqui
eu posso terminar... meu trabalho.
Seu peito roncou com um rosnado de gatinha
indefesa. — Você é um idiota.
— Isso não foi uma pergunta. Tente novamente.
Talia puxou as correntes novamente e estremeceu, os
olhos apertados de dor. O metal deve ter machucado sua pele
já que ela estava puxando demais. Ela respirou trêmula e
abriu os olhos novamente, os estreitando em mim.
— Por que você me usou?
Meus dentes arranharam meu lábio inferior. — Porque
eu senti vontade.
— Quem ordenou que você me matasse? — Talia
sussurrou, ignorando minha resposta anterior.
— Cutillo, — eu respondi honestamente.
Ela pareceu confusa por um momento até finalmente
perceber. Ela soltou um suspiro, deixando sua cabeça bater
contra a parede de gesso.
Eu levantei uma sobrancelha, curioso. — Por que ele
quer te matar?
— Ela, — Talia assobiou. — Inimizade antiga. Ela
roubou o noivo da minha irmã e ele matou o nosso pai. E
quando meu cunhado se vingou, Anastasia acabou perdendo
tudo. Faz sentido... por que ela me quer morta. Ela quer
machucar minha irmã... através de mim.
Sua respiração estava instável e ela se enrolou nela
mesma. — Eu não deveria ter saído de casa...
—Eu teria te encontrado de qualquer maneira, — eu
rosnei.
Talia balançou a cabeça. Ela não disse nada. Uma
punhalada de algo estranho, um sentimento desconhecido
torceu meu estômago. Eu rapidamente a afastei e apoiei
meus cotovelos nos joelhos, acenando com a cabeça em
direção à bandeja na frente dela.
— Coma. — Uma palavra. Um único comando. Ela
assobiou, seus olhos se estreitando em mim mais uma
vez. Talia estava chateada e era tão bonita assim.
— Esta é minha última refeição? — O prato estava cheio
de pedaços de frango assado, pão de alho e legumes. Havia
frutas ao lado e um suco de manga. E um brownie. Todos os
seus favoritos.
Meu queixo travou e não respondi. Ela me lançou um
olhar de desgosto. — Quanto tempo me resta de vida?
— Horas, — eu disse. — Ou dias.
Ela olhou para o prato, uma expressão resignada no
rosto. — Mas você disse que eu só tinha vinte e quatro horas?
Empurrando a cadeira para longe, levantei-me. — Talvez
eu tenha mudado de ideia.
Talia mordeu o lábio, seus olhos castanhos me
perfurando... como se estivesse tentando penetrar minha
alma. — Você... não vai me matar? — Sua pergunta tinha
sido tão baixa que quase a perdi.
— Não, eu vou. — Meu peito se apertou quando as
palavras passaram pelos meus lábios.
— O que você quer dizer então?
Meus lábios tremeram e meu pau pulsou. — Eu não
terminei com você... ainda.
Capítulo Doze
Talia
Eu não tinha certeza de quanto tempo estava no porão
de Killer, acorrentada à parede. As horas ficaram
desfocadas. Estremeci novamente. Eu estava alternando
entre congelar e queimar por um tempo agora. Um fino brilho
de suor cobria minha pele nua.
Eu puxei a corrente mais uma vez, estremecendo
quando o metal raspou na minha pele dolorida. Minha cabeça
estava latejando e me sentia... tonta. Inclinei minha cabeça
para trás, fechando os olhos. Eu estava pegando alguma
coisa. Não era de admirar, na verdade, considerando que eu
estava presa nesse porão úmido de calcinha por Deus sabe
quanto tempo.
A fechadura girou, mas não me incomodei em abrir os
olhos.
Passos ecoaram. —Tentando me ignorar, Pequenina?
Eu ainda não reagi. Eu me sentia tonta e cansada. Eu
não desperdiçaria minha energia com o homem que queria
me matar. Roupas farfalharam e de repente sua palma
pressionou minha testa. Meus olhos se abriram, encarando o
rosto de Killer. Por um segundo, tive certeza de que vi
preocupação em sua expressão. Talvez ele não quisesse que a
febre me matasse e estragasse seus planos específicos para
mim.
—Você está queimando.
Eu sorri ironicamente. — Veja, você pode deixar a
natureza seguir seu curso. Você nem precisa me matar com
suas próprias mãos.
Com uma careta, ele me tirou da corrente e me pegou.
— O que você está fazendo?
— Cale a boca por uma vez, — ele retrucou.
O movimento me deixou enjoada, então não tive escolha
a não ser encostar a cabeça no peito dele, odiando como
ainda me sentia confortada por sua força, mesmo que ele
fosse meu assassino. Ele me levou por uma escada estreita
para o que parecia ser o quarto principal. Era o quarto dele?
Ele me colocou na cama king-size e pairou sobre
mim. Conflito surgiu no seu rosto antes que ele se
endireitasse e desaparecesse pela porta. Sentei-me devagar,
enquanto minha visão nublava. Essa era a minha chance. Eu
cambaleei e depois me joguei de volta.
Killer entrou com um chá. Minhas sobrancelhas se
ergueram.
— Você não pode correr, então não desperdice sua
energia. — Ele colocou o copo na mesa de cabeceira, em
seguida, me empurrou para trás e me cobriu com o cobertor.
— Por que você se importa?
— Eu não me importo.
— Então por que você não pode simplesmente me deixar
apodrecer no seu porão? Por que me trazer aqui e me dar
chá se você vai me matar de qualquer maneira?
— Porque não é divertido matar alguém tão fraco, — ele
rosnou antes de ir até uma poltrona no canto ao lado da
janela e afundar. Abaixei minha cabeça no travesseiro macio,
confusa com seu comportamento estranho, mas também
estranhamente confortada por não passar minhas últimas
horas no porão.
Estremecendo, fechei os olhos.
— Beba o chá, — ele ordenou.
***
Naquela noite, minha febre baixou. Meus dentes
chacoalharam enquanto eu tremia loucamente, minha pele
quente ao toque. Minha roupa de baixo e os lençóis estavam
encharcados pelo suor e devo ter parecido uma bagunça
absoluta com o cabelo preso na testa.
Talvez minha visão lamentável tenha sido a razão pela
qual Killer ficou ao meu lado, esquecendo o sono. Ele
pressionou uma toalha fria na minha testa, as sobrancelhas
franzidas. Ele não tinha dito nada há horas, apenas me
observava com essa expressão intensa. Não fazia sentido ele
me cuidar assim... a menos que ele se importasse um pouco
comigo.
Eu duvidava que ele geralmente lamentasse por suas
vítimas, então, essa era a única explicação por que ele
cuidava de mim. Talvez o nosso tempo juntos tenha agitado
algo nele como fez comigo. Um desejo por uma conexão, por
um significado em sua vida que fosse além da matança.
— Não me olhe assim, — ele rosnou.
— Assim como? — Eu resmunguei.
Ele balançou a cabeça e largou a toalha na mesa de
cabeceira. — Como se eu fosse seu maldito salvador. Eu só
quero ter certeza de cumprir meu contrato.
Eu ri fracamente. Ele caminhou até a poltrona e
afundou.
***
Dois dias depois eu estava me sentindo muito
melhor. Finalmente consegui sair da cama e tomar um longo
banho, lavando toda a sujeira. Quando saí do banheiro com
uma toalha enrolada no meu corpo, Killer estava sentado na
cama. Lentamente, fui até ele. Algo em seus olhos me deu
esperança e, mais importante, coragem.
Eu parei bem na sua frente. Suas narinas dilataram e
seu olhar permaneceu na borda da minha toalha, sobre o
inchaço dos meus seios. — Não importa o que diga, eu sei
que você não quer me matar. Se quisesse, eu já estaria
morta.
— Você não sabe nada, — ele rosnou.
Eu não deixei sua raiva me deter. Cheguei ainda mais
perto, entre as pernas dele. Mesmo com ele sentado e eu em
pé, estávamos ao nível dos olhos. Ele agarrou meus quadris,
o toque possessivo e ameaçador ao mesmo tempo. Toquei seu
ombro forte e lentamente arrastei meus dedos pela garganta
tatuada, surpresa por ele me permitir tocar nesse ponto
vulnerável. Mas eu não era realmente uma ameaça para ele,
era?
Inclinei-me para frente quando minha mão tocou sua
bochecha e o beijei suavemente. O brilho em seus olhos era
estrondoso. Minha toalha caiu no chão com um ruído suave.
— Se você me deixar viver, eu posso ser sua.
Com um grunhido, ele se afastou do beijo e agarrou meu
pulso dolorosamente. — Corra, pequenina, corra. E não me
deixe te pegar, porque quando eu o fizer, acabou.
Ele me soltou e eu cambaleei para trás, nua e
atordoada. Então me virei e comecei a correr. Eu sabia que
ele me pegaria, sabia que correr era inútil, e ainda assim eu o
fiz. Mas no corredor ele me pegou. Esse era o jogo dele, a
caçada, e eu era apenas a presa.
Seus dedos apertaram meu pulso, mas eu estava
cansada de brincar. Eu girei, tentando me soltar. Começamos
a lutar e de repente eu estava caindo. A parte de trás da
minha cabeça colidiu com a borda de um armário. Eu bati no
chão com força. Antes de minha visão ficar preta, Killer
surgiu, elevando-se sobre mim.
Não o salvador que eu queria que ele fosse, mas minha
desgraça derradeira.
Tudo ficou preto. O rosto de Killer seria o último que eu
veria? Esses foram os últimos segundos da minha vida?
Epílogo
Killer
Três meses depois
Eu tinha sete anos quando fui vendido ao diabo e me
tornei escravo... um lutador de gaiolas.
Eu era o 781. Essa era a minha identidade. Um número.
Aos oito anos, matei pela primeira vez.
Aos treze anos, me tornei KILLER.
Aos quinze anos, fui declarado campeão na gaiola.
Eu tinha sido o favorito do meu mestre. O melhor dos
melhores.
Quando eu tinha 22 anos, eu o matei... e sua esposa... e
me tornei um homem livre.
Por dez anos, peguei trabalhos estranhos aqui e ali. Eu
cacei, sequestrei, matei. Eu era o assassino da Bratva.
Até que ela entrou na minha vida e testou minha
lealdade.
Talia Barese era o meu trabalho. Eu fui pago para matá-
la...
Não importava se ela tinha invadido meu coração ou que
sua vulnerabilidade me chamava... ela tinha que morrer.
Lembrei-me do rosto dela naquela noite. O brilho de
puro terror em seus olhos quando ela se rendeu ao seu
destino antes de perder a consciência. Ela sabia que não
havia como escapar da Morte...
Eu era o Ceifador Sombrio e chamei seu nome três
vezes.
E então, Talia morreu.
Pelas minhas mãos.
A morte dela foi fácil... e, porra, foi doloroso de assistir.
Inspirei o cheiro salgado do oceano enquanto meu iate
se movia com as ondas. Ao lado dos trilhos, vi os golfinhos
nadando no vasto corpo d’água. Eu estava no meio do
oceano, no meio do nada. Longe da minha realidade.
Fechando os olhos, eu respirei. Isso era liberdade.
Eu me virei e meu olhar deslizou para ela. Ela estava
tomando banho de sol, em seu biquíni vermelho muito
indecente. Foda-se, ela era uma tentação a qual não pude
resistir.
Ela levantou os óculos escuros, revelando seus lindos
olhos castanhos e sorriu. — Você vai ficar aí parado ou se
juntar a mim?
Meu peito roncou com uma risada e me juntei a ela,
deitando ao seu lado na toalha. Ela revirou os olhos e subiu
em cima de mim, me montando. Minhas mãos se fecharam
em torno de seus quadris e ela sorriu.
— Está com fome? — Ela disse.
— Faminto pra caralho.
Ela riu e se inclinou para um beijo. Meus lábios
capturaram os dela e ela gemeu.
Três meses atrás, eu tinha sido muito egoísta para
deixá-la ir.
Talia morreu...
Nova tomou o seu lugar.
Nova Armani. Minha esposa.
Epílogo
Talia
Quando eu perdi a consciência há três meses com o
rosto brutal de Killer acima de mim, tinha certeza de que ele
me mataria. Imagens da minha vida não apareceram diante
dos meus olhos. E mesmo que tivessem, poucas delas teriam
sido felizes. Durante toda a minha vida, senti como se o
futuro estivesse em espera, como se estivesse vivendo
pisando nos freios. Nunca totalmente, sempre controlada por
outros.
Talvez todos tenham tido esse momento sem
retorno. Uma instância essencial que mudou tudo. Para mim,
foi o momento da minha morte.
Prometi a mim mesma viver, correr mais riscos, ser livre
e, no mesmo instante, preocupei-me em nunca ter a chance.
Talia Barese morreu naquele dia.
Mas eu finalmente abri meus olhos, minha cabeça
latejava com uma forte dor de cabeça, e olhei para Killer que
se empoleirava na cama ao meu lado.
— Você não podia deixar o armário me matar, precisava
fazer isso sozinho? — Eu resmunguei.
Killer não abriu um sorriso. — Eu não vou te
matar. Mas você deve morrer.
Meu cérebro ainda estava muito confuso para entender.
— Você pode viver se deixar Talia morrer. Direi a todos
que o trabalho está feito. Eles não duvidarão de mim. Eu sou
a porra do Ceifador Sombrio. Mas você terá que se esconder.
Deixar tudo para trás. Sua família. Seu nome.
Eu me sentei devagar. — Você me deixará fugir?
— Eu nunca disse que te deixaria fugir de mim. — Ele
se aproximou e me beijou com força, me pegando
completamente de surpresa. Quando se afastou, ele observou
meu rosto.
Eu balancei a cabeça, mesmo que ele não tivesse
perguntado. — Nós podemos fugir juntos. Você não é livre
aqui. Nós dois nunca fomos verdadeiramente livres. Talvez
juntos possamos finalmente descobrir o gosto da verdadeira
liberdade.
— O único gosto que eu quero agora é sua boceta.
***
Empacotamos tudo no mesmo dia e Killer me declarou
morta para o cliente dele. Eu não existia mais.
Ele comprou um iate com suas economias, tudo
dinheiro de sangue, mas como uma princesa da máfia eu
cresci cercada por riqueza suja. No dia seguinte, partimos em
nosso iate. Escrevi uma carta para minha irmã Cara,
dizendo-lhe que estava em segurança, mas não podia voltar
para Nova York e para máfia. Um dia, eu a veria
novamente. Ela encontrou a felicidade em Growl, e agora era
a minha vez de encontrar a minha.
Killer conseguiu novas identidades para nós, novos
nomes que inventamos em uma noite com muito vinho e
ainda mais sexo. Nova e Nero. Um novo começo e um homem
que queimou uma cidade. Ambos os nomes estranhamente
adequados para nós. Nosso sobrenome foi o resultado da
insistência de Killer que eu precisava começar a beber vodka.
Enquanto eu olhava para Killer agora, montando seus
quadris, sentindo seu pau duro cavando insistentemente
contra minha boceta, eu não pude deixar de sorrir. — Nova e
Nero Armani. Nada pode ser mais extraordinário do que
isso. Nunca mais tomaremos decisões importantes com
vodka.
Killer cutucou seus óculos de sol Armani com um
sorriso, deixando-me ver a fome em seus olhos. Esses óculos
eram a nossa piada pessoal e ainda me fazia rir depois de
todo esse tempo. Killer empurrou meu biquíni para o lado e
deslizou um dedo entre minhas dobras, em seguida, o enfiou
em sua boca. — Nunca pensei que minha esposa teria um
gosto tão doce.
Eu me inclinei. — Sou apenas sua esposa na teoria. Nós
nunca nos casamos oficialmente.
— Quem se importa com oficial. Nós somos os
governantes de nossas malditas vidas. Ninguém mais. Você é
minha. Fim da história.
Killer libertou seu pau de sua bermuda e mergulhou em
mim com um impulso vicioso para cima. Eu ofeguei, jogando
minha cabeça para trás com um sorriso. O sol aqueceu
minha pele. A brisa bagunçou meu cabelo. O oceano zumbia
ao fundo. Eu me senti livre. Pela primeira vez na minha vida,
provava a liberdade.
As mãos de Killer em meus quadris me apertaram até eu
olhá-lo novamente. Meu sorriso aumentou. Eu girei meus
quadris. Estávamos no meio do oceano. Sem destino. À
deriva, mas não perdidos. Nós éramos a casa um do outro.
Eu renasci.
Nós dois renascemos.
Nova e Nero Armani.
Finalmente livres.