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Tradução: Equipe Wings

Revisão: Equipe Wings


Leitura Final: Seraph Wings
Formatação: Aurora Wings

*Não falar nas redes sociais que leu o livro em português*

03/2020
Aviso
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Sinopse

TALIA
A Bratva é má notícia, especialmente para alguém como eu, uma
garota criada na máfia italiana. Mas terei que jogar com o diabo e
encarar a decisão mais difícil da minha vida para conseguir a coisa que
mais desejo: vingança.
Para fazer as pessoas que me machucaram pagarem, preciso da
ajuda do melhor assassino da Bratva: KILLER.
Ele é aterrorizante. Cruel. Brutal. Um selvagem. Tudo o que eu
estou proibida de ter. Tudo o que eu deveria ter ficado longe.
Os desejos têm um preço.
Quanto estou disposta a pagar por vingança se Killer pedir tudo?

KILLER
Lutar. Matar. Comer. Dormir. Repetir.
Nasci para ser escravo, mas abri meu caminho com sangue e
inúmeras mortes nas mãos. Quando a princesinha inocente - uma
princesa que não pertencia ao meu mundo, me procura por ajuda...
Talia Barese não percebe que acabou de encontrar seu pior pesadelo.
Meu nome sempre vem com um sinal de alerta. Eles dizem que
sou um monstro. Eles estão certos...
Pena que Talia não prestou atenção aos avisos. Ela deveria ter
prestado. Agora, não há lugar para correr. ...
Tenha cuidado com o que deseja.
Prólogo
Talia
O mundo em que cresci era definido por leis antiquadas
e toscas, tão inegociáveis quanto o próprio tempo.
Que a Bratva é nossa inimiga mortal estava no topo
deste conjunto de leis. Estava enraizado em todos os
membros das famílias da máfia italiana desde o nascimento,
e eles levavam essa verdade irrefutável para o túmulo com
eles. Como mulher, eu não podia fazer parte da máfia em si, e
mesmo assim a gaiola dourada dos homens feitos regiam
todos os aspectos da minha vida.
Durante muito tempo, me conformei com isso.
Hoje, decidi cometer a traição final.
Se eu fosse homem, seria confrontado com a única
punição aceitável por esse crime: tortura e morte. Meu primo
Luca, o Capo da Famiglia de Nova York, pode ser mais
indulgente comigo se ele descobrir. O perdão não estava entre
seus traços de caráter.
No entanto, não me arrependi da minha decisão de fugir
dos olhos vigilantes do meu guarda-costas e fugir para o
território inimigo. Na Famiglia, ninguém teria me ajudado a
me vingar do homem que destruiu minha vida aos quinze
anos. Ele não foi o único, nem o pior, mas todos os outros
foram mortos. Só ele permaneceu vivo - minha única chance
de provar um pouco de vingança. Era uma fome insaciável
que eu não conseguia suprimir e só cresceu nos cinco anos
desde que minha família foi destruída.
Eu sorri ironicamente. A ironia era que eu estava a
caminho de pedir ao mais notório assassino da Bratva, com o
nome significativo ‘Killer’, para acabar com o homem que eu
odiava, quando os russos foram a razão da queda da minha
família.
Medo e excitação nervosa travavam uma batalha
implacável em meu corpo quando o avião finalmente pousou
em Miami, o lugar onde a vida poderia mudar para melhor ou
para pior.
Killer seria minha salvação ... ou minha desgraça?
Prólogo
Killer
Alguns me chamavam de psicopata. Outros diziam que
eu era um monstro sem coração. Eu tinha sido chamado de
muitas coisas na minha vida, e todas elas eram verdadeiras.
Psicopata. Monstro. Mal. Desumano. Cruel. Um
selvagem brutal... e eu era tudo isso. Eu era o pior pesadelo
das pessoas. Eles diziam que se eu chamasse seu nome três
vezes... significava que eu estava vindo até você. Pela sua
vida... sua alma.
Ceifador era um dos meus muitos nomes. Anjo da
morte, eles me chamavam. Mas eu sempre preferi... KILLER.
Meu nome e o significado direto de quem eu era... e o que eu
fazia.
Eu matava por esporte; Eu matava por hobby ... e
matava pelo meu trabalho.
Minhas mãos estavam manchadas de sangue de
inúmeras mortes. A gaiola era minha casa e os gritos da
minha vítima? Porra de música para os meus ouvidos. Uma
maldita canção de ninar.
Meu telefone tocou, me tirando dos meus pensamentos.
Parei no meio da repetição pendurado de cabeça para baixo
usando a barra fixa. Meus músculos se contraíram quando
fechei os olhos e ignorei o toque, focando em terminar meu
treino. O suor escorria pelas laterais das minhas têmporas
enquanto agarrava a barra com mais força. Continuei com
minhas flexões, sentindo meus músculos queimarem e
apertarem a cada movimento.
O sangue correu para minha cabeça quando terminei
minha segunda série. O telefone continuou tocando e reprimi
uma maldição. Com um rosnado baixo, soltei a barra e
abaixei minhas pernas, aterrissando nos meus pés sem
tropeçar. Eu andei em direção à mesa e peguei meu telefone,
aceitando a ligação sem olhar quem estava me ligando.
Eu já sabia quem era.
— Demorou demais, — disse uma voz anasalada
irritante.
— Envie-me a informação, — eu cortei. Ele estava
começando a me irritar com essa atitude. Eu não era nem
seu amigo nem seu escravo.
Ele soltou um suspiro. —Este trabalho é importante.
E não eram todos?
—Eles estão pagando um bom dinheiro, — continuou
ele.
—Nome. Endereço. Imagem...— rosnei para o telefone.
Ele estava desperdiçando meu tempo e eu não tinha tempo
para conversas com uma praga como ele.
Ele soltou uma pequena risada, mas havia uma pitada
de nervosismo nela. Ele estava com medo de mim. Bom. Ele
deveria estar.
Desliguei antes que ele pudesse dizer mais alguma
coisa. Dois segundos depois, meu telefone tocou com uma
mensagem.
Meus lábios franziram.
Minhas veias latejavam com forte adrenalina.
A caçada vai começar...
Capítulo Um
Talia
Desde o momento em que pisei em Miami ontem, pela
primeira vez na minha vida fora do território da máfia
italiana, uma sensação quase inebriante de liberdade me
dominou. Talvez essa fosse uma terra inimiga, mas parecia
que eu tinha escapado da minha gaiola dourada e poderia
voar pela primeira vez.
Comprei roupas novas, muito mais reveladoras do que
qualquer coisa que já tive permissão para usar em casa, e fui
para o bar Kazan em Wynwood, ao norte do centro de Miami.
O Kazan estava situado em um dos muitos armazéns
convertidos da região. Se alguém não soubesse que era de
propriedade da Bratva, o majestoso mural de um lobo
rosnando acima da porta de aço os teria alertado.
O nervosismo torceu minha barriga em um aperto
implacável quando entrei no bar. O cheiro de fumaça velha e
cerveja derramada pairava pesadamente no ar. Meus saltos
bateram no chão de pedra escura. Grafites de lobos
rosnando, chamas e Kalashnikovs1 adornavam as paredes -
imagens bélicas que provocavam arrepios ao longo da minha
pele. O bar abriria em uma hora, mas como uma das novas
garçonetes eu precisava chegar cedo. O atraente barman

1Um rifle Kalashnikov é qualquer um de uma série de rifles automáticos baseados no


design original de Mikhail Kalashnikov. Eles são oficialmente conhecidos em russo
como "Avtomat Kalashnikova", mas são amplamente conhecidos como Kalashnikovs,
AK47s ou na gíria russa como "Kalash".
russo inclinou a cabeça em cumprimento e levantou o
polegar. —Melhor para gorjetas.
Corei e dei um pequeno sorriso, percebendo que ele
estava se referindo às minhas roupas. Quando me candidatei
para o trabalho ontem, eu estava em meu traje habitual: um
vestido e sapatilhas modestas, maquiagem mínima e um rabo
de cavalo prático. Nada que chamasse a atenção em um bar
como esse. Hoje, com meus saltos de dez centímetros, saia de
couro e blusa com estampa de oncinha, eu me encaixava.
Meus cabelos castanhos caíam em cachos nas minhas costas,
quase atingindo minha bunda, e minha pele estava pegajosa
pela quantidade de maquiagem que eu usava. Não parecia
comigo.
Segui em frente até a escada estreita na parte de trás do
prédio que levava à arena subterrânea. Ontem, eu não tive
permissão para descer, mas hoje seria o meu local de
trabalho. Minha respiração ficou presa quando entrei no
espaço pouco iluminado. Uma miríade de cheiros
repugnantes atingiu meu nariz: mijo, sangue, vômito e
merda. A bile subiu pela minha garganta, mas eu a engoli. Eu
precisava me controlar se não quisesse ser demitida no meu
primeiro dia. Então tudo pareceu congelar quando vi a gaiola
de luta no centro. Gritava morte. Quantas pessoas
encontraram seu fim brutal dentro dessas barras de metal?
Arrepios cobriram minha pele. Agora tudo ainda estava
deserto, mas hoje à noite a arena estaria lotada com uma
multidão rugindo e sedenta de sangue. Eu vi isso na TV
quando meu cunhado Growl (minha irmã o chamava de
Ryan, mas seu nome antigo ficou comigo) assistiu à
transmissão da Darknet da última luta de Killer. Growl era o
Executor da Famiglia, responsável pelo trabalho sujo e tinha
uma propensão à brutalidade. Mas eu não podia lhe pedir
que me ajudasse na minha vingança, já que seu juramento o
ligava ao seu Capo e o proibia uma missão no território de
outra máfia. Ele me ajudou sem perceber de qualquer
maneira. Imerso na luta sangrenta, ele deixou escapar quem
era Killer e onde costumava passar seu tempo. Claro, Growl
saberia.
Naquele momento, meu plano foi posto em prática, e
agora eu estava aqui, prestes a começar a trabalhar para a
Bratva e entrar em contato com seu brutal assassino. Agora,
enquanto eu olhava ao meu redor, a dúvida invadiu meu
corpo.
—Natália! — outra garçonete de nome Britt chamou.
—Apenas Talia, — eu a corrigi. Eu tinha usado uma
mentirinha inocente para explicar meu nome em italiano: que
era abreviação russa de Natalia e que, infelizmente, não
falava russo porque meus pais estavam preocupados que não
aprenderia inglês corretamente se me ensinassem.
Britt me mostrou como trabalhar no bar e me avisou
para ficar longe das caras garrafas de champanhe e vodka,
que eram reservadas exclusivamente aos membros de alto
escalão da Bratva na cabine de vidro VIP, no nível superior
acima da gaiola de combate. Logo me ocupei com a agitação
de um bar em uma noite de sexta-feira até que meu
nervosismo era apenas uma memória distante. Enquanto lá
em cima, no bar oficial, um DJ aquecia a multidão com uma
mistura de ritmos latino-americanos e músicas de clubes
russos mais populares de Moscou, neste inferno subterrâneo
só havia Metal guinchado pelos alto-falantes. Minha pele
brilhava de suor enquanto eu serpenteava através da
multidão. O cheiro de suor me pressionou, misturando-se
com o cheiro pungente de mau hálito dos homens ao meu
redor. Eles não eram o tipo de companhia que eu estava
acostumada. Nossos homens mantinham um traquejo
externo de normalidade, escondendo o monstro à espreita,
mas os clientes da arena subterrânea do Kazan gritavam
‘criminosos’ de longe. Seus sorrisos maliciosos me davam
arrepios. Felizmente para mim, um grande número de
prostitutas mantinham sua atenção ocupada.
Eu quase esqueci por que vim para Miami em primeiro
lugar, quando, pouco depois da meia-noite, a música foi
desativada para o anúncio da próxima luta. Um silêncio
atravessou a multidão, semelhante ao silêncio de aves de
rapina quando um raptor cruzava o céu acima da árvore de
sua casa. Eu congelei, meus olhos correndo para a porta.
O oponente de Killer apareceu, um homem enorme com
um nome impronunciável que caminhou decididamente em
direção à gaiola e subiu pela abertura. Ele era um recém-
chegado de São Petersburgo. Ele parecia monstruoso, quase
grotesco, com o rosto marcado e retorcido.
A multidão parecia respirar coletivamente quando,
finalmente, Killer se elevou diante de nós. Minha boca ficou
seca ao vê-lo. Agora eu entendia porque eles tinham que
importar seus oponentes da Rússia. Todos que o vissem
pessoalmente não o enfrentariam em uma gaiola por todo o
dinheiro do mundo.
A bandeja equilibrada na palma da minha mão ficou
pesada, mas não consegui entregá-la aos próximos clientes.
Minhas pernas eram inúteis.
Killer era ainda mais alto e mais musculoso que seu
oponente. Cada movimento acentuava os músculos pesados
sob sua pele coberta de tatuagens. Ele me encarou a caminho
da gaiola, seus olhos capturando os meus. Tive que jogar
minha cabeça para trás para encontrar seu olhar intenso,
tremi violentamente quando seu braço roçou o meu em um
toque mínimo. Na penumbra da arena, seus olhos pareciam
negros como piscinas sem fundo. Senti o desejo ridículo de
passar as unhas sobre seu cabelo escuro, depois lentamente
pela miríade de tatuagens que adornavam quase cada
centímetro da parte superior do seu corpo. Ele não era bonito
no sentido convencional. Seu rosto muito severo, muitos
ângulos acentuados e cicatrizes sinistras, e ainda assim ele
exalava sexualidade crua que chamava a uma parte minha
forçada à dormência pelas regras tradicionais de minha
educação.
Respirando fundo, eu me afastei, mesmo que ele já
tivesse passado por mim e entrado na gaiola. Meu pulso
galopou em minhas veias, uma mistura de medo animal e
emoção desenfreada. O árbitro fechou a porta da gaiola com
um barulho metálico retumbante que fez eu e metade da
multidão pular.
Ele se colocou entre os lutadores, explicando as regras.
Então saiu da gaiola, levantou uma arma acima da cabeça e
atirou.
O que aconteceu depois transformou meu interior em
gelo. A multidão gritava loucamente, pedindo mais sangue.
Killer era mais monstro que homem, e eu vim aqui para
pedir sua ajuda.
Capítulo Dois
Killer
A gaiola sempre me deu um sentimento de pertencer. Eu
nasci para lutar, para ficar dentro desta gaiola de metal.
Outros chamavam de poço da morte... eu chamava de lar.
Matei pela primeira vez aos oito anos de idade. Em uma
gaiola.
Ganhei minha primeira luta aos oito anos de idade. Em
uma gaiola.
E nunca perdi uma única luta desde então. Eu tinha um
relacionamento de amor e ódio com esta gaiola.
Adorava porque me deu um propósito.
Odiava... porque era um lembrete de que eu era um
viciado.
O ringue subterrâneo... este poço da morte me chamava.
Meu sangue cantava com a necessidade de mutilar, lutar...
derramar sangue. Matar. Eles estavam certos em me chamar
de monstro.
Eu possuía este ringue, eu o vivia, o respirava.
No momento em que me afastei das sombras, a multidão
se dispersou para abrir caminho para mim. Um caminho
para a gaiola subterrânea. Minha arena.
Os aplausos eram altos, quase altos demais... era
ensurdecedor. A multidão cantava meu nome.
𝘒𝘪𝘭𝘭𝘦𝘳 𝘒𝘪𝘭𝘭𝘦𝘳 𝘒𝘪𝘭𝘭𝘦𝘳
Os homens batiam no peito com os punhos, rugindo. As
mulheres gritavam, querendo ser ouvidas... desejando minha
atenção.
Elas sabiam que eu escolheria uma delas hoje à noite.
Depois da minha luta; depois da minha vitória.
Lutar nesta arena aumentava a tensão. Adrenalina que
percorreria minhas veias por horas, mesmo depois de uma
luta sangrenta e satisfatória. Uma boa foda geralmente
ajudava com a tensão subindo pelas minhas veias.
Buceta apertada. Bunda redonda. Seios bonitos. Sim,
isso geralmente funcionava.
As mulheres se entregavam em uma bandeja de prata.
Porra, elas rastejavam para mim... com olhos suplicantes,
implorando pelo meu pau.
Os cânticos cresceram com intensidade quando me
aproximei da gaiola. A porta de metal se abriu e entrei na
minha arena. Ele já estava lá. Meu oponente.
Ele era grande, mas eu era maior.
Seu rosto parecia como se alguém tivesse se divertido
com uma lâmina ardente. Sua carne não se curou
adequadamente, as cicatrizes parecendo pele derretida
costuradas sobre seus ossos. Ele era um filho da puta feio
enquanto sorria, me mostrando seus dentes afiados. Havia
um brilho em seus olhos, um brilho que me dizia... que esse
homem era absolutamente louco.
Meus lábios se contraíram e eu sorri.
Sim, isso era exatamente o que eu precisava hoje à
noite. Nas últimas lutas, tive um monte de maricas como
meus oponentes. Eles mal duraram trinta segundos e
imploraram por misericórdia antes que eu derramasse seu
sangue.
Olhei para ele, sentindo meus músculos tensos. Meus
dedos se curvaram em volta do meu soco inglês. Minha visão
se tornou uma névoa vermelha. Meu sangue rugiu e meu
batimento cardíaco ecoou em meus ouvidos.
Meu cérebro parou e expeli minha humanidade.
Eu inalei... a morte.
A arma disparou; ele avançou e eu sorri. Ele se lançou,
indo para a minha garganta.
Eu desviei e o acotovelei seu lado. Ele rosnou, furioso
porque eu o atingi primeiro. Meu oponente tinha
habilidades... mas ele era lento.
Eu me abaixei quando ele apontou para minha cabeça e
meu soco inglês bateu em sua caixa torácica. Eu senti seus
ossos quebrarem. Eu balancei meu punho esquerdo e atingi o
rosto dele.
Dançamos um ao redor do outro e eu arrastei a luta por
mais tempo do que deveria. Ele deu alguns socos. Meu rosto
estava inchado, mas ele estava pior.
Ele acertou meu estômago em seguida e senti minhas
costelas cederem ao redor dos meus pulmões. Eu tropecei
para trás e assobiei. Ele estava sangrando muito mais do que
eu e seus movimentos estavam ficando mais lentos, menos
habilidosos. Eu mal estava sem fôlego.
Era a hora de terminar isso.
A próxima vez que ele veio até mim, eu me joguei para a
frente e lancei meu punho direito... aquele com meu soco
inglês. Bati meu punho em sua garganta e senti... seus ossos
mutilados. Sua garganta cedeu, seus olhos se arregalaram,
sua respiração falhou e ele desmoronou.
Eu vi um osso quebrado saindo do lado de seu pescoço.
Seu sangue se acumulou na superfície da arena.
A arma disparou novamente, indicando o fim da luta. A
multidão rugiu com a minha vitória. Meu nome ecoou quando
os cânticos ficaram cada vez mais altos.
A porta se abriu e saí da gaiola. Eu acolhi a multidão
quando eles se aproximaram, em minha direção. Eu rosnei
em aviso. Era melhor nenhum filho da puta me tocar. Eu
arrancaria seus braços das malditas articulações. A
adrenalina estava praticamente explodindo em minhas veias.
Eu estava chapado, deste lugar, com essa multidão, com a
necessidade de matar... para foder isso fora do meu sistema.
Examinei as pessoas, procurando a foda de hoje à noite.
Meu coração bateu forte por um segundo. Meu olhar a
pegou. Como se ela estivesse me chamando, como se meu
corpo a reconhecesse e me dissesse: —Olha, lá está ela.
Mas ela não estava me chamando, nem pertencia aqui.
Cabelos castanhos compridos, olhos redondos, lábios
carnudos e tão pequena que a multidão praticamente a
escondia.
O olhar em seu rosto... ela estava horrorizada com o que
acabara de testemunhar. Uma multidão rugindo por sangue e
morte. Eu lutando. Eu matando aquele homem sem pensar
duas vezes.
Ela estava de pé contra a parede mais distante, como se
estivesse tentando se esconder na sombra, se misturar...
Ela tremeu e seu rosto empalideceu quando levantou a
mão trêmula, cobrindo a boca. Os olhos dela brilhavam com
choque e... indecisão.
Essa garota parecia completamente fora do lugar. A
inocência em seu olhar e a maneira como se curvava contra a
parede me diziam que ela não pertencia a este lugar, a este
poço subterrâneo da morte.
Esta pequena fada tinha acabado de entrar no covil de
um monstro sem saber. Deve ter sido sua curiosidade.
Pena que sua mente curiosa a trouxe até mim.
Dei um passo à frente e a multidão se separou para
mim. Ela me notou, caminhando em sua direção. Todo o seu
corpo tremia e meus lábios se curvaram, sorrindo com o quão
assustada ela parecia.
Eu levantei uma sobrancelha, divertido.
Quando eu estava apenas a alguns metros de distância,
seus lábios se separaram em um suspiro silencioso.
Com os olhos arregalados de medo e choque, a garota se
virou e correu para longe.
Ela correu.
Ela. Correu. Porra.
Joguei minha cabeça para trás e ri. 𝘛𝘴𝘬
Instintos despertaram. A parte animalesca de mim
rosnou com o desafio.
Fazia muito tempo que não caçava alguém.
Capítulo Três
Talia
O que eu estava pensando?
Meu Deus.
Esse homem... não, esse monstro era algo saído direto
do inferno.
Não parei de correr até estar em uma das cabines do
banheiro no andar de cima. Meu coração batia forte no peito,
meu pulso batendo com medo na garganta. Com um suspiro
engasgado, abri a tampa do vaso e vomitei meu jantar. Meu
estômago continuava revirado. O cheiro de sangue grudava
nas minhas roupas como a lembrança do fim cruel do
homem. Como ele sangrou até a morte aos pés de Killer, que
não demonstrou um lampejo de pena.
Eu queria voltar para Nova York, esquecer meu plano
ousado e continuar minha vida.
Mas não escolhi Killer exatamente por causa de sua
crueldade, brutalidade? Ele era bom no que fazia, e eu
precisava de um homem como ele.
Lentamente, voltei à arena, feliz por ver que Killer tinha
sumido e que a multidão havia diminuído consideravelmente
após a luta. Desde que quisesse seguir meu plano, precisava
manter esse emprego. Era a única maneira de me aproximar
de Killer.
Só que eu estava apavorada de tê-lo perto de mim
depois do que testemunhei hoje.
Nos dois dias seguintes, trabalhei no bar oficial,
considerado muito mais fácil em relação ao serviço no
subterrâneo - o que me agradou muito.
Eu não vi Killer nos meus turnos, mas não conseguia
me livrar da sensação de que alguém me observava. Eu
perguntei a Britt e algumas outras garçonetes sobre ele,
tentando descobrir a melhor forma de abordá-lo com o meu
pedido, mas elas foram evasivas, apenas aumentando minha
ansiedade sobre o assunto. Quando voltava para casa à noite,
podia sentir uma presença nas sombras, sabia que estava
sendo observada pela maneira como os pelos do meu pescoço
se arrepiavam.
Nunca vi ninguém, mas no fundo eu sabia que era ele. A
maneira como ele me olhou depois da luta... como um leão
que tinha escolhido aquele gnu que parecia fraco de um
rebanho de milhares.
Era quase meia-noite no meu quarto dia, quando a
atmosfera no bar mudou, ficou assustadora. Meus olhos
procuraram na sala até que a fonte do desconforto entrou em
meu foco. Ele. Killer.
Hoje à noite, ele não estava sem camisa, uma camiseta
preta justa cobria muitas de suas cicatrizes e tatuagens. Isso
não o fez parecer menos assustador. Seus olhos escuros se
fixaram em mim e não desviaram.
Minhas mãos começaram a tremer, os cubos de gelo no
copo começaram a tilintar. Eu rapidamente o coloquei na
bancada, preocupada em deixá-lo cair e olhei para baixo,
para longe do homem que me aterrorizava e me fascinava
igualmente.
Pelo canto do olho, eu o vi se aproximar e as pessoas se
afastaram quase com reverência. Então ele se elevou bem na
frente do bar, esperando-me olhar para cima. Preparando-me,
levantei meu rosto com um sorriso trêmulo. —O que posso
fazer por você?— Minha voz estava muito baixa, minimizada
por um tremor de ansiedade.
Killer observou meu rosto corado. Foi uma luta segurar
seu olhar penetrante. —Uísque. Puro.
Um pequeno calafrio atravessou meu corpo com sua voz
áspera e profunda. Até disso o perigo escorria.
Eu assenti apressadamente e peguei uma garrafa de
uísque.
—Ouvi dizer que você está perguntando sobre mim.
Meus dedos apertaram a garrafa. Coloquei-a no balcão
e me ocupei servindo um copo, considerando o que dizer. —
Eu perguntei, — disse e empurrei o copo para Killer. Ele
ignorou, todo o seu foco em mim.
—Por quê?
A palavra era uma ordem, não uma pergunta.
Eu olhei para cima e fui imediatamente capturada por
seu olhar intenso. Tudo nele gritava perigo.
Minta. Faça alguma coisa. Qualquer coisa.
Abri minha boca, mas ele apoiou os braços no balcão
entre nós, se aproximando. Os músculos de seus braços
fortes flexionaram e, sob as tatuagens em seus antebraços,
inúmeras cicatrizes olharam para mim, contando sua história
de morte e brutalidade. Seu cheiro almiscarado atingiu meu
nariz. —A porra da verdade.
Era demais. A situação. Ele. Estar longe de casa e dos
meus guarda-costas pela primeira vez em muitos anos. Mas
especialmente ele.
Eu balancei minha cabeça. —Nada. — Eu cambaleei
para trás e corri pela porta dos fundos em direção à sala dos
funcionários, deixando o bar abandonado. Apenas um dos
seguranças estava sentado à mesa gasta do lado de dentro,
fumando, apesar da regra de não fumar.
Ele levantou uma sobrancelha, mas um momento depois
sua expressão mostrou ansiedade. Eu sabia o porquê sem me
virar.
—Fora,— Killer rosnou e o segurança não hesitou. Ele
praticamente fugiu da sala, me deixando sozinha com Killer.
O que eu deveria fazer agora?
A porta clicou e depois a fechadura girou.
Correr não era mais uma opção.
Meu coração batia loucamente enquanto eu encarava
Killer. Ele simplesmente ficou lá, sua expressão dura. —Você
precisa de algo de mim, — ele murmurou.
Eu assenti lentamente. Ele deu um passo mais perto e
eu recuei. Algo brilhou em seus olhos, como se eu tivesse
acordado o caçador, e ele se aproximou de mim.
Eu bati na parede, aterrorizada por ele. Ele parou bem
na minha frente, tão perto que se respirasse fundo, seu peito
poderia escovar o meu. —Diga-me.
Eu tive que inclinar minha cabeça para trás para
encontrar seu olhar. Fazia anos desde que estive tão perto de
um homem e isso não tinha sido por minha escolha. Engoli
em seco, levantando meu queixo para fingir coragem. —Eu
disse que não...
Ele estendeu a mão e puxou um dos meus cachos, os
nós dos dedos roçando minha bochecha no processo. Inalei
chocada. Sua proximidade era avassaladora de muitas
maneiras, minha respiração exalou.
—Diga-me o que você precisa, Pequenina.— O nome
soou como um insulto vindo de seus lábios duros. Seus olhos
zombavam de mim.
E me perdi. Eu já sentira medo, quando assisti meu pai
levar um tiro na minha frente, descartado como se fosse uma
peça de mobília. Eu havia sobrevivido e nunca mais deixaria
alguém me tratar como uma criança estúpida.
—Eu preciso que você mate alguém para mim,— eu
soltei.
Capítulo Quatro
Killer
Quando perguntei o que ela precisava de mim, era a
última coisa que esperava que ela pronunciasse através de
seus lábios carnudos e vermelhos.
Ela precisava que eu matasse alguém? Para ela? Isso
era uma piada?
—O que você acabou de dizer?— Perguntei, minha voz
áspera e irritante para meus próprios ouvidos. Enrolei a
mecha de cabelo em volta do meu dedo. Havia algo em sua
proximidade, seu calor... seu doce cheiro maldito que fazia
meu pau palpitar.
Eles me chamavam de animal por um motivo. Eu durmo,
como, caço, mato e fodo, com força.
Talia cheirava a inocência e eu queria arrancá-la dela;
Queria banhá-la com minha depravação; Queria mostrar-lhe
por que meninas como Talia não deveriam pisar no meu
mundo.
Ela engoliu em seco, sua garganta pálida balançando
com a ação. Eu me aproximei, forçando-a para trás...
prendendo-a entre a parede e meu corpo. Todo o seu corpo
tremia contra o meu e seus dentes afundaram no lábio
inferior.
Talia segurou meus olhos por um segundo antes de
olhar para o meu peito. —Eu preciso que você... mate alguém
... para mim.
Um pequeno sussurro, sua fodida voz amável, hálito
doce e olhos castanhos cheios de incerteza e medo - Talia não
tinha absolutamente nenhuma ideia do que ela acabou de
entrar.
—Por quê?— Eu exigi.
Ela se esforçou para falar e seu peito se agitou com uma
inspiração áspera. Puxei seu cabelo, um pouco mais forte do
que antes. Um aviso silencioso. Talia estremeceu, quase
violentamente. Ela parecia querer se esconder, mas não
podia, desde que estava presa.
—Porque, ele é um homem mau,— ela sussurrou.
Pequenina, tão inocente... tão jovem... tão confiante...
tão ingênua.
—Porque ele é um homem mau,— eu disse em voz alta.
Talia assentiu, sem perceber que eu estava realmente
zombando de suas palavras.
Se ‘ele’, quem quer que fosse, era um homem mau,
então o que eu sou?
—Por que ele é um homem mau?— Ela fechou os olhos
com força e engoliu em seco. Eu a vi lutando por compostura.
Humm interessante.
Levantando minha outra mão, segurei seu queixo e
levantei sua cabeça. Seus olhos se abriram e nossos olhares
travaram. Suas pupilas dilataram, uma expressão de medo
nos olhos. Mas havia algo mais...
—Ele me machucou e me humilhou, — confessou Talia,
sua voz muito suave, quase perdi suas palavras. —Ele não
merece viver.
—Como ele te machucou?— Eu não sabia por que tinha
feito à pergunta, já que nunca me importei antes. Quando me
ofereciam um trabalho, nunca precisei ou pedi detalhes. Eu
só precisava de um nome e local, então fazia a matança.
Talia se encolheu, mas respondeu à minha pergunta de
qualquer maneira. —Ele... me tratou como lixo, como se eu
fosse menos que humana para ele, ele me bateu... e me
ameaçou. Me machucou...
Soltei uma risada pequena e seca. —Você sabe quem eu
sou, Pequenina?
—Killer, — Talia sussurrou meu nome.
—Você sabe o que eu sou?
Ela mordeu os lábios, seu tremor se tornou pior. A pobre
menina estava tão assustada que ficou praticamente muda.
Ela não deveria ter vindo aqui. Ela não deveria ter se
colocado no meu caminho... ou pedido minha ajuda.
Talia soltou um suspiro baixo e ergueu os ombros, como
se estivesse se preparando para uma batalha. Uma batalha
que ela já perdeu.
—Eu posso pagá-lo. Dinheiro, é disso que você precisa,
certo? Eu tenho dinheiro.
Eu estalei minha língua, uma provocação impiedosa as
suas palavras. Talia não era uma garota inteligente. Se fosse,
não teria entrado no meu território, procurando por um
homem como eu para ajudá-la. Ou... talvez ela estivesse
muito desesperada. Uma donzela desesperada, caindo nos
braços do vilão. Que adorável, fodido conto de fadas.
—Você não pode me pagar.
Ela pareceu surpresa com minhas palavras. —O que?
Eu abaixei minha cabeça ao nível dela, inclinando-me
para mais perto do seu rosto. O topo de sua cabeça mal
chegava aos meus ombros. Seu pequeno corpo tremia quando
falei, minha voz baixa e provocante. —Você sabe quanto eu
ganho por um trabalho? Milhões, Pequenina.
—Milhões? — ela gaguejou, parecendo quase indignada.
—Quanto você tem? — Eu gostava de zombar dela,
lembrando-a de que ela estava à minha mercê. Eu gostei de
ver o medo brilhando em suas íris marrons. Eu amei a
maneira como ela estava vulnerável e aberta para mim...
pegar, provocar... zombar.
—Não milhões... — Talia murmurou, com pesar.
—Então, você não vale nada para mim. — Seus olhos
marejaram enquanto ela se encolhia pelas minhas palavras
ásperas e frias.
—Mas... mas, eu farei qualquer coisa. Tenho certeza de
que há algo que posso lhe oferecer, — ela se apressou em
dizer. —Eu posso te dar... quero dizer, minha irmã tem
dinheiro. Eu poderia pedir a ela e encontrar uma maneira de
transferir o dinheiro.
Rindo, esfreguei meu polegar calejado sobre seus lábios
carnudos, manchando seu batom vermelho. —Você não tem
ideia de com quem e com o que está mexendo. Você não sabe
o desfecho disso. Jovem demais, inocente demais para
entender meu mundo. No entanto... aqui está você, tentando
barganhar comigo.
Talia soltou um soluço sufocado, mascarando
desesperadamente o rosto pálido. Eu era um fodido monstro
doente. Meu pau ficou mais duro com o som do seu choro
suave.
—Vá, — eu disse. —Corra de volta para onde você veio e
se esconda antes de tomar uma decisão muito, muito ruim.
Ela levantou a mão e circulou meu pulso com os dedos
pequenos. —Não, — Talia disse, sua voz saindo trêmula, mas
ela estava tentando parecer confiante, no controle.
—Não? — Eu provoquei. O sangue pulsou através do
meu comprimento grosso e pesado e eu latejava com seu
pequeno desafio.
Os olhos dela imploravam a mim. —Eu sei o que estou
fazendo. E sei o que quero. Por favor, darei o que você quiser.
Dinheiro... vou encontrar uma maneira ... mas se não for
suficiente... Só diga seu preço... lhe darei qualquer coisa. Por
favor, por favor.
O desespero se apegava às suas palavras e eu sabia...
que ela faria qualquer coisa, como jurou.
—Qualquer coisa?— Meu peito retumbou com um
rosnado baixo pelas possibilidades. Cuidado Pequenina.
Talia assentiu. —O que você quiser, — ela disse
rapidamente, quase sem fôlego. Percebendo o que ela acabou
de dizer, o que acabou de oferecer surgiu em seus lindos
olhos e ela fechou os lábios.
Eu me aproximei, juntando nossos corpos. Tocando.
Minhas mãos se curvaram em torno de seus quadris, meus
dedos escavando sua carne. Seus lábios se separaram com
um suspiro silencioso e suas bochechas coraram. Eu
pressionei minha coxa entre as pernas dela, forçando-as a se
separarem.
Talia parecia completamente escandalizada. Ela piscou;
surpresa evidente em sua expressão, mas o medo
rapidamente a mascarou. Ela fez um som de pânico no fundo
da garganta e seus olhos se arregalaram, tanto de terror
quanto... uma curiosidade fantasmagórica.
Só por sua reação, parecia que ela era uma princesa
muito protegida. Sua vagina provavelmente era intocada.
Pura e madura para tomar. Porra, acho que ela
provavelmente nunca teve um homem tão perto dela. Mas
sua necessidade de vingança a trouxe até mim. Longe de sua
rede de segurança, longe de sua casa... e diretamente para
mim.
Jovem e proibida…
—E se você não puder me dar o que eu quero?— Levei
meu rosto para a curva do seu pescoço e respirei. Porra, ela
cheirava doce. Doce como uma fodida bala. Aposto que sua
boceta também tinha esse gosto.
—O que você quer?— Ela suspirou. Hmph. Corajosa e
estúpida. Mas até onde ela estava disposta a ir?
Minhas mãos deslizaram, meus dedos roçando sua
barriga lisa e sua caixa torácica. Seu peito sacudiu com uma
respiração áspera quando minha palma chegou ao seu seio e
segurei o peso na minha mão. Ela não era uma garota
grande, seus seios eram muito pequenos para o meu gosto,
mas foda-se, a sensação era boa. Macios e cheios.
Talia ofegou, se transformando em uma estátua
congelada em meus braços. Ela parecia paralisada no
momento, os lábios abertos, os olhos arregalados, o rosto
pálido. Seu coração batia forte, quase erraticamente. Dei-lhe
um aperto suave, mas firme, observando sua reação. Seus
olhos ficaram mais escuros e seu rosto ficou vermelho. Meu
polegar circulou seu mamilo duro e ela mordeu o lábio
inferior, seu corpo tremendo.
Abaixei minha cabeça, meus lábios roçando os dela.
Apenas um toque. Apenas um beijo. Seus joelhos ameaçaram
ceder e ela agarrou meus braços, suas unhas cravando em
minha pele.
Esperei que ela me afastasse, fugisse, gritasse. Ela não
fez nada, mas ficou flexível e submissa em meus braços.
Quão desesperada ela estava? Quanto... ela estava
disposta a me dar?
Meus dentes roçaram seus lábios molhados e dei-lhe um
beliscão afiado. —Eu quero dobrá-la; deslizar direto em sua
boceta virgem e ouvi-la gemer meu nome enquanto te fodo... e
te vejo sangrar no meu pau.
Capítulo Cinco
Talia
Por um momento, tive certeza de que não tinha ouvido
direito.
Mas pela maneira como seus olhos me despiram e ele
pressionou contra mim, não havia dúvida sobre a realidade
de suas palavras.
Tremendo de choque, balancei a cabeça com força. —
Não. Nunca.
Ele aproximou seu rosto ainda mais, cheirando minha
garganta. —Então, é verdade, você é virgem?
Meu pulso palpitava ferozmente em minhas veias e me
perguntei se ele poderia vê-lo, se meu medo o excitava.
Provavelmente. Depois do que testemunhei na gaiola, a
depravação dele não deveria me surpreender mais. —Claro.
Foi assim que fui criada. — Eu apertei meus lábios, chocada
com o que eu quase revelei. Se ele descobrisse quem eu era,
tudo acabaria.
—Inocente pra caralho, — ele murmurou, sua língua
disparando para lamber o meu ponto de pulso. Lentamente,
ele levantou a cabeça e o brilho ansioso em seus olhos
escuros me emocionou de uma maneira aterrorizante. — Sua
virgindade por uma vida tirada, é isso que eu quero.
Coloquei minhas mãos contra o seu peito, querendo
empurrá-lo para longe, precisando, mas ele não se mexeu. O
brilho zombeteiro em seus olhos se intensificou e seu sorriso
ficou mais sombrio. Os músculos do peito dele flexionaram
contra minhas mãos, e um pequeno calafrio percorreu meu
corpo. Apesar do meu terror, estreitei os olhos para ele. —
Você pode ter tudo, mas não isso.
Ele deu um passo para trás com uma torção cruel da
boca. —Você não tem mais nada que eu queira, Pequenina.
Ou você se curva e me oferece sua boceta ou nada. A menos
que você tenha alguns milhões de dólares de sobra?
Eu olhei para ele. Talvez minha irmã pudesse me dar
alguns milhares de dólares, talvez até mais. Afinal, seu
marido ganhava muito dinheiro como Executor. E meu primo
como Capo da Famiglia era um dos homens mais ricos dos
Estados Unidos. Obviamente, falar com Killer já era traição.
—Não tenho muito dinheiro, mas poderia tentar pagá-lo
em parcelas?— Eu percebi o quão estúpido isso parecia.
Quanto tempo levaria para pagar milhões de dólares?
Ele riu cruelmente, seus olhos deslizando sobre o meu
corpo. —Eu não sou um maldito banco. Quero meu dinheiro
de uma vez e antes do trabalho. Eu diria que você é sortuda.
É mais do que qualquer um já teve. Eu posso ter todas as
bocetas que quiser. Oferecer meus serviços por uma foda
simples é uma pechincha.
—Eu não sou uma prostituta, — eu disse com coragem
forçada.
—Então você terá que encontrar outra pessoa para
matar por você. Não distribuo brindes.
Engoli em seco. Ele se virou. Eu agarrei seu braço. Ele
olhou para os meus dedos finos em volta do seu braço
musculoso e depois para o meu rosto. —Espere. Por favor.
Ajude-me.
Sua expressão se tornou zombeteira. —Eu te fiz uma
oferta. É pegar ou largar.
—Eu não posso. Você não entende.
Ele balançou a cabeça, em seguida, me chocou ao me
agarrar e me puxar brutalmente contra ele, sua boca
pressionada contra a minha orelha. —Eu não quero entender.
Eu não dou à mínima. Você pode me dar o que eu quero e
conseguir o que mais deseja ou não. Eu não esperarei para
sempre. Decida agora o que você quer.
Parte dele me desejava mais do que queria admitir e o
conhecimento me deu uma surpreendente sensação de poder.
—Quem disse que isso é o que mais desejo?
—Se não fosse, você não teria pedido a um homem como
eu. Você deseja vingança. Você anseia por isso mais do que
qualquer outra coisa.
Eu desviei os olhos de seu olhar penetrante. Ele estava
certo. Queria Pasquale morto. Mesmo depois de todos esses
anos, ainda me lembrava de como ele me arrastou através de
sua casa, como me jogou no chão a seus pés e cuspiu em
mim, chamando-me de traidora, quando tinha sido meu pai e
não eu que traiu seu juramento. Lembrei como ele me disse o
que faria comigo, como ele me foderia brutalmente depois que
seu Capo autorizasse. Eu tinha quinze anos e se Growl não
tivesse me salvado, provavelmente estaria morta.
Eu queria vingança. Eu precisava disso.
Mas dormir com Killer me arruinaria no meu mundo.
Talvez a Bratva seguisse regras diferentes, mas a máfia
italiana ainda era governada por tradições antiquadas, e isso
incluía que as meninas precisavam perder a virgindade na
noite de núpcias. Se eu desse a Killer o que ele queria, seria
rejeitada quando voltasse para Nova York. A menos que eu
conseguisse esconder a verdade. Eu não seria a primeira
mulher fingindo sua virgindade na noite de núpcias a fim de
apaziguar os tradicionalistas.
Killer me observava com um sorriso sombrio, como se
pudesse sentir minha resolução escorregando. Meus olhos
observaram seu corpo alto, suas mãos marcadas, a dureza de
sua expressão. Eu tinha pavor dele. Ele não me parecia um
homem gentil na cama.
Ele mesmo disse isso. Ele me queria curvada para que
pudesse me pegar por trás como um animal. Não era assim
que eu queria minha primeira vez. Eu balancei minha cabeça
e me afastei. —Não. Eu não posso.
—Assustada?
Sim. Ele me assustava sem sentido.
—Então corra, Pequenina. — Isso não era um elogio. Ele
estava me provocando com o apelido carinhoso. —Corra.
E eu corri. Mais uma vez, fugi dele, de sua oferta. Mas
não podia fugir da parte de mim que queria considerar sua
oferta.
Capítulo Seis
Killer

Talia não percebia que toda vez que ela fugia, me


deixava louco de desejo. Era meu instinto persegui-la, caçar
minha presa. Isso era basicamente preliminares antes da
foda.
Corra Pequenina, corra. Ela podia correr, mas não
conseguiria se esconder de mim.
Talia tentou o monstro dentro de mim.
Alguns dias atrás, ela fugiu de mim. Eu diria que foi
chocante, já que realmente achei que ela estava desesperada.
E ela estava. Mas não desesperada o suficiente para
barganhar sua virgindade com uma fera selvagem.
Eu disse a mim mesmo para ir devagar, dar-lhe tempo
para pensar na minha barganha. Afinal, eu era o único
homem que poderia ajudá-la. Talia teria que rastejar de volta
para mim... eu era sua única opção.
Por dois dias, eu a observei. De longe e nas sombras. A
persegui como um caçador perseguiria sua presa. Às vezes,
tornava minha presença conhecida. Só para irritá-la.
Observá-la arregalar os olhos de medo e morder os lábios,
nervosa e cautelosa sobre mim.
Como hoje. Terceiro dia e Talia ainda estava tão
subjugada pela minha presença quanto no dia em que me viu
lutar na gaiola.
Sentei-me sozinho no canto do bar, a observando. Talia
trabalhava silenciosamente atrás do balcão, mas não deixei
de notá-la me olhando furtivamente. Ela tentou agir como se
eu não estivesse aqui, como se não se importasse... mas seu
nervosismo era palpável no ar.
Talia estava lutando contra seus princípios e crenças.
Ela precisava de mim, mas não podia me ter. Ela precisava de
mim, mas estava com medo do resultado.
Então, não me aproximei dela. Um caçador habilidoso é
sempre paciente.
—Killer. — Uma voz ofegante me forçou a desviar o olhar
de Talia e me concentrei na mulher que conseguiu se forçar a
entrar no meu espaço pessoal. Candy - uma prostituta da
Kazan - colocou a mão no meu ombro. Assim como eu
pertencia à gaiola, ela pertencia ao Kazan. Passando de mão
em mão entre os campeões. Ela tinha quinze anos quando
entrou no bar e implorou por nossa proteção. E assim, nós
demos a ela.
Algumas pessoas, as pessoas decentes e legais, nos
chamariam de maus por tirar 'vantagem' de Candy.
Alguns diriam que foi imoral. Muitos menosprezariam
Candy por suas escolhas. Mas foda-se, ela estava segura,
alimentada, protegida, feliz... e bem fodida.
—Você não me visita há um tempo, — disse ela, sua voz
rouca.
Eu resmunguei. —Ocupado.
Candy soltou uma risada e sentou no meu colo. Ela
colocou um longo fio de cabelo loiro atrás da orelha e lambeu
os lábios vermelhos. Tentadora, muito tentadora. —Muito
ocupado para visitar sua favorita? Não minta, Killer.
Ela empurrou sua bunda contra minha virilha, moendo
um pouco. —Vamos lá. Não fique sentado aqui como um
solitário. Vamos para o meu quarto.
Candy se inclinou para frente e seus lábios encontraram
os meus. Lancei um olhar rápido para Talia enquanto Candy
me beijava e nossos olhos se encontraram. Seus olhos
castanhos brilharam com algo ilegível e, mesmo com a
distância entre nós, não havia como confundir o rubor em
suas bochechas.
Humm.
Candy soltou um gemido baixo quando me afastei do
beijo. Eu a virei no meu colo, então ela estava de frente para
Talia, de costas contra o meu peito. Ela me montou assim e
eu abri minhas coxas, forçando suas pernas a abrirem.
Candy estava usando um mini vestido que mal cobria sua
bunda. Empurrei a bainha para cima ao redor da sua
cintura, mantendo meus olhos na minha presa - Talia.
Sua expressão de choque foi rapidamente substituída
por um olhar de nojo quando enfiei minha mão na calcinha
de Candy, esfregando sua boceta de uma maneira óbvia que
não poderia ser confundida.
Meus lábios se contraíram em um sorriso quando Talia
pareceu completamente ofendida pelo ato de levar Candy ao
orgasmo na frente dela, bem às claras para qualquer um
assistir.
Talia não conseguia desviar o olhar dos meus olhos. Ela
estava completamente enredada enquanto eu silenciosamente
empurrava minha mensagem. Eu não preciso de você, tenho
todas as bocetas que quiser. VOCÊ precisa de mim.
Ela parecia entender minhas palavras não ditas. Talia
apertou os olhos para mim, ergueu o queixo e se afastou.
Eu não esperava que ela fosse tão... teimosa.
Ela era firme em seus princípios e crenças. Afinal, eu
era proibido para ela. Talia estava enojada, assustada,
oprimida... mas havia uma sugestão de outra coisa. Surpresa
e curiosidade. Ela podia ser tão rígida quanto quisesse, mas
eu havia notado sua reação na sala dos funcionários há três
dias. Foi tão fugaz que se eu não estivesse prestando muita
atenção, não teria percebido. Não era exatamente luxúria...
mas ela não odiou meu toque tanto quanto queria.
Candy gozou na minha mão, seu gemido sufocado
trazendo minha atenção de volta para ela. Ela olhou para
mim; os olhos nublados. —Vamos para o meu quarto.
—Tenho negócios inacabados. — Eu balancei a cabeça
em direção ao homem olhando para nós, com fome ávida. —
Você pode satisfazer as necessidades de Pike hoje à noite. Ele
venceu a luta da noite passada.
Candy olhou para Pike e sorriu, seu sorriso sedutor e
convidativo. —Claro. Ele merece um amor extra.
Ela saiu do meu colo e Pike se lançou para frente,
enrolando o braço em volta de seus quadris de maneira
possessiva e praticamente arrebatando Candy enquanto se
afastava.
Bebi o resto do meu uísque e, no mesmo momento, Talia
saiu da sala dos funcionários, vestida com o casaco. Seu
turno da noite havia terminado. Eu ri quando ela manteve a
cabeça baixa e praticamente correu em direção à saída.
Afastei-me da mesa e a segui.
Talia não me notou. Mantive uma distância entre nós,
misturando-me na noite enquanto caminhávamos para o
apartamento dela. Ela não tinha ideia que eu sabia onde ela
morava. Ela não sabia que estive dentro de seu apartamento.
Talia não sabia muitas coisas.
A caminhada até o apartamento dela levava cerca de
vinte minutos. Estávamos no meio do caminho quando outra
coisa chamou minha atenção. Talia e eu não estávamos
sozinhos. Alguém mais a estava seguindo.
Parei. Eu me agachei, me escondendo na escuridão. Eu
esperei.
Meus instintos afloraram quando ele se aproximou dela,
mas eu... esperei.
Ele a agarrou. Ela gritou. Meu sangue rugiu entre os
meus ouvidos. A fúria bombeava em minhas veias. Eu.
Esperei.
Ela lutou, seus pequenos punhos batendo no homem
que ousou agarrá-la. Talia gritou novamente, a mão dele
abafando o som enquanto a arrastava para um beco escuro.
Tique-taque
Contei os segundos na minha cabeça.
Um. Afastei-me das sombras.
Dois. Avancei.
Três. Quatro. Cinco.
Eu parei na entrada do beco.
Seis. Encontrei o homem em cima de Talia. Ele havia
arrancado seu casaco e a blusa estava em pedaços.
Sete. Ela estava chorando, se debatendo, lutando.
Oito. Um rosnado retumbou do meu peito.
Nove. Ele levantou a cabeça e finalmente me notou.
Dez. O olhar choroso e assustado de Talia encontrou o
meu. Houve um alívio instantâneo em seus olhos castanhos
ao me reconhecer.
Joguei-me para frente e agarrei o homem pela garganta,
o tirado de cima dela. Talia soltou um pequeno som
assustado e se encolheu.
Meu punho fez contato com o rosto dele, sem nenhuma
piedade. Ossos trituraram. Ele gritou e arranhou o chão
imundo, tentando se afastar de mim. Eu o soquei novamente.
E de novo e de novo. O som de ossos quebrando e carne
molhada encheu meus ouvidos até que ele ficou
irreconhecível. Ele mal respirava, com o rosto
ensanguentado, inchado e quebrado.
Minha mão envolveu seu pescoço frágil. Meus dedos
pressionaram fundo até que rompi sua pele e praticamente
rasguei sua garganta com minhas próprias mãos.
Ele sangrou e sangrou até que seu peito parou de se
mover e meu trabalho estava feito.
Virando-me, enfrentei Talia. Os olhos dela estavam
arregalados, as bochechas manchadas de lágrimas e ela
engolia o choro.
Dei um passo em sua direção e ela se encolheu. —Eu
não vou te machucar, — falei gentilmente, para acalmá-la.
Ela estava completamente abalada. Talia parecia tão
vulnerável naquele momento. Meu peito... apertou. Um
aperto doloroso.
—Você está machucada?— Eu perguntei, agachando na
frente dela. Enrolei o casaco em volta dos seus ombros,
protegendo sua modéstia e sabia que ela precisava se sentir...
segura agora.
O queixo dela tremia, mas ela não respondeu. —
Pequenina, preciso saber se você está ferida.
Ela sacudiu levemente a cabeça. Besteira, eu não
acreditava nela. Sua bochecha estava vermelha e inchada e
eu sabia que ele devia tê-la atingido. Talia estava segurando
as costelas e seu rosto se contorcia de dor.
Eu estendi a mão, mas ela se afastou novamente. Afastei
minha mão, cerrando o punho para não ficar tentado a tocá-
la novamente. Talia levantou-se, mas soltou um suave grito
de dor e seus joelhos cederam.
Porra!
Agarrei-a antes que ela caísse no chão. Meu braço
envolveu seus quadris e eu a peguei em meus braços. Ela
ofegou, um protesto em seus lábios, mas a cortei com um
rosnado baixo. —Nunca mais minta para mim, Talia.
Ela engoliu em seco e olhou para longe. —Onde você
está machucada?— Eu perguntei novamente.
—Meu tornozelo, — ela sussurrou, sua voz embargada.
—E?
—Minhas costelas...
Levei-a para fora do beco, deixando o morto para trás.
—Você está coberto de sangue, — ela respirou, seus
lábios tão perto do meu pescoço.
Meus braços se apertaram ao redor dela. —Acabei de
matar um homem para salvar sua vida. Você está preocupada
que eu te suje de sangue?
—Coloque-me no chão, Killer, — ela engasgou. —Eu
posso andar. Por favor.
—Não. — Foda-se isso. A única maneira de ela chegar
em casa era se eu a carregasse.
Ela não tinha outras opções. Somente eu.
Capítulo Sete
Talia
Meu coração estava palpitando freneticamente no peito,
terror paralisando meus membros. Minhas costelas doíam
ferozmente. Desisti de minha luta contra Killer e relaxei em
seus braços, estranhamente aliviada por sua presença. Ele
exalava força e confiança. Ele matou um homem por mim.
Com a cabeça no seu ombro, olhei para ele. Respingos
de sangue pontilhavam sua garganta e queixo. Ele espancou
violentamente meu agressor até a morte. Sem hesitação ou
piedade. Eficiência brutal combinada com desejo por
derramamento de sangue. Uma combinação mortal que
deveria ter me levado à histeria.
E, no entanto, me sentia quase segura enquanto ele me
carregava. Uma parte sombria e furiosa de mim se perguntou
se Pasquale encontraria o mesmo fim brutal se eu
contratasse Killer. Ele seria espancado até a morte e se
afogaria em seu próprio sangue? Era um pensamento
emocionante.
Fiquei tensa quando Killer parou na frente do meu
prédio decadente sem que eu desse o meu endereço. —Você
sabe onde eu moro?
Ele me deu um breve sorriso. —Claro. Eu vigio possíveis
parceiros de negócios.
Meus lábios se fecharam. Eu recusei sua oferta. Uma
oferta impossível e rude. Minha virgindade por uma morte.
Era imoral. Eu não estava sendo uma hipócrita julgando
Killer quando era eu quem queria contratá-lo para matar um
homem?
—Talia, chaves. Não tenho a noite toda. Ou vou chutar a
porta.
—Não, — eu disse rapidamente, procurando minhas
chaves no bolso do casaco antes de entregá-las a Killer.
Alguns minutos depois, entramos no meu minúsculo
apartamento. Era escassamente mobiliado. Apenas uma
cama estreita à direita, uma pequena cozinha, um sofá velho
e uma televisão antiga. Killer mal olhou ao redor, ao invés
disso, ele me carregou até a cama.
A tensão irradiava através do meu corpo, percebendo
que estávamos sozinhos no meu apartamento e lembrando o
que ele queria de mim.
—Não fique tensa, — ele disse rispidamente.
Fácil para ele dizer. —Talvez você tenha matado o cara
para terminar o que ele começou. — Minha voz tremia. Ele
me colocou na cama e aproximou o rosto do meu. —Eu não
fodo mulheres relutantes, Talia. Quando eu estiver dentro de
sua boceta, você vai me implorar por isso.
Eu corei com sua linguagem rude. Seu olhar
permaneceu nas minhas bochechas coradas, ainda tão perto
que ele poderia ter me beijado.
—Deixe-me verificar seus ferimentos.
Ele empurrou meu casaco, revelando minha camisa
rasgada e meu sutiã branco fino por baixo. Eu levantei meus
braços para cobrir minha modéstia. Ele agarrou meus pulsos
e os empurrou para baixo. —Deixe-me. — Sua voz não
permitia discussão.
Eu deixei meus braços caírem aos meus lados.
Ele tocou minhas costelas com a mão grande e coberta
de sangue. Estremeci com a sensação de ternura. Um arrepio
passou pela minha espinha quando ele empurrou minha
camisa esfarrapada para o lado para dar uma boa olhada no
machucado. Seu toque era surpreendentemente gentil, algo
que eu não esperava de um homem como ele.
—Não está quebrado, — disse ele. —Seu tornozelo?
Eu levantei meu pé machucado e ele tirou
cuidadosamente meu sapato, fazendo-me recuar. Seu toque
foi ainda mais suave quando ele sentiu meu tornozelo com os
dedos e o moveu lentamente.
Era óbvio que ele estava tentando não me machucar. —
Eu não achei que alguém como você pudesse ser gentil, — eu
sussurrei.
Seus olhos dispararam para o meu rosto e mordi meu
lábio com a intensidade de sua expressão. —Se a situação
exigir, eu posso ser cuidadoso.
Tive a sensação de que ele não estava se referindo a
tratar meus ferimentos. Calor disparou no meu rosto.
Seu polegar traçou a pele nua da minha panturrilha e
arrepios subiram por todo o meu corpo. Engolindo, desviei
meus olhos dos dele.
—Isso deve curar por conta própria, está apenas torcido.
— Ele ficou em silêncio, olhando para mim de uma maneira
que me fez sentir muito quente. Ele se endireitou sem aviso
prévio. —Durma agora. Vejo você amanhã e direi ao Igor que
você não pode trabalhar amanhã.
Antes que eu pudesse registrar completamente suas
palavras, ele se foi.
Atordoada, deitei-me e então tudo me dominou. O
ataque. Como Killer havia espancado o homem até a morte. A
barganha.
Eu chorei até dormir.
***
Passei o dia seguinte em casa, me perguntando se Killer
iria aparecer, meio desejando que ele não viesse, meio
ansiosa por sua aparição. Eu estava sozinha. Não apenas
desde que vim para a Flórida. Viver em uma gaiola dourada
dificultava conhecer novas pessoas, muito menos homens. A
atenção de Killer, não importa quão imoral e aterrorizante me
emocionava.
Uma batida me assustou do meu devaneio. Andei
mancando em direção à porta, mas antes que eu pudesse
olhar pelo olho mágico, a voz de Killer soou. —Sou eu.
Destravei a porta e a abri. Ele se elevou sobre mim,
segurando uma sacola com comida para viagem. —Comida.
Recuei, abrindo espaço para ele. Ele passou por mim e
colocou a sacola no balcão. Fechei minha porta lentamente.
Seus olhos me observavam. Estava muito calor hoje, então eu
estava apenas de shorts e uma regata. Mais uma vez, seu
olhar enviou uma onda de calor através de mim. De repente
tímida, limpei a garganta e desviei o olhar. —Obrigada.
Eu manquei em direção a ele.
—Você gosta de chinês?
Eu assenti e pulei quando ele cutucou meu queixo para
cima. Ele registrou meus olhos inchados. —Ele está morto.
Não vale uma única lágrima.
Por que ele estava sendo tão atencioso? Tão gentil? Isso
me fez desejar mais disso.
—Você vai comer comigo?
Surpresa brilhou em seus olhos. Ele não era o único que
sentiu surpreso. Ele deu um aceno agudo.
Nós nos acomodamos no sofá e eu comi alguns bocados.
Ele ficou me olhando. —Qual é o seu nome verdadeiro? — Eu
perguntei quando não aguentava mais o silêncio.
—Killer.
—Isso não é um nome.
—É o nome que me foi dado quando eu estava
preparado para as gaiolas.
—Como um animal enjaulado, — pensei.
Algo brilhou em seus olhos escuros. Raiva, talvez até um
lampejo de mágoa.
—Eu sei como é viver em uma jaula.
—Muitas regras estritas no seu mundo?
Eu examinei seu rosto, me perguntando o quanto ele
sabia sobre mim. Ele sabia quem eu era? Quem era meu
primo? —Sim.
Eu permiti que meus olhos o absorvessem, seus
músculos e as linhas ásperas de seu rosto. —Eu estive
pensando em sua oferta... — eu parei. Eu estava
enlouquecendo? Mas realmente tinha outra opção se quisesse
vingança? Ele disse que poderia ser gentil se necessário. Ele
seria comigo?
Ele estreitou os olhos. —Minha oferta permanece. Eu
não negocio.
—Eu sei, — eu sussurrei, cravando minhas unhas no
sofá. —Eu... eu aceito.
No segundo em que as palavras saíram da minha boca,
uma onda de vergonha tomou conta de mim. Eu fui criada
tradicionalmente. Trocar minha virgindade seria o pior crime
no meu mundo.
O silêncio caiu sobre nós. Killer me olhou atentamente,
com um toque de triunfo em seus olhos.
Ele ganhou, mas eu também, uma vez que ele matasse
Pasquale para mim.
Ele se inclinou para mais perto e prendi a respiração,
achando que ele não iria perder tempo, mas ele só deixou seu
olhar percorrer meu corpo, a sugestão de um sorriso no
rosto. Ele tocou minhas costelas, seu polegar na parte de
baixo do meu peito. Eu estremeci. —Hoje não. Suas costelas
precisam se curar antes que eu te foda.— O sorriso ficou
maior. —Mal posso esperar, Pequenina.
Fiquei furiosa com a forma como ele usava esse apelido
para me provocar, mas aceitei a oferta e não recuaria agora.
Depois que ele saiu, continuei sentada imóvel no sofá,
chocada por ter realmente concordado com a oferta dele. O
que eu tinha feito?
Três dias depois, minhas costelas não estavam mais tão
sensíveis, apenas doendo quando as apalpava, mas eu
queria acabar com o acordo o mais rápido possível antes que
surtasse completamente. Eu tinha pensado em voltar para
Nova York a cada segundo do dia, mas meu desejo de
vingança era muito forte, mais forte do que meu orgulho.
Se eu fosse honesta, um lampejo de curiosidade pesou
em minha decisão. Eu sempre fui protegida da atenção
masculina e, quando voltasse para casa, teria que esperar até
minha noite de núpcias para estar perto de um homem. Aqui
na Flórida, senti um pouco de liberdade. Ninguém precisaria
saber o que eu fiz.
Quando abri a porta para a forma imponente de Killer, a
ansiedade me dominou. Nos meus sonhos bobos, sempre
imaginei uma primeira vez amorosa e gentil. Olhando para
sua expressão faminta e mãos marcadas, não podia esperar
por consideração. Esse era o pagamento dele e ele pegaria o
que quisesse de mim sem se importar com minhas emoções.
Ele fechou a porta, avançando sobre mim e não
consegui evitar recuar. De repente, ele estava em cima de
mim, passando um braço forte em volta da minha cintura e
me puxando contra seu corpo musculoso. Sua boca
pressionou contra a minha orelha. —É tarde demais para
mudar de ideia.
—Eu não mudei, — engasguei, mesmo que meu cérebro
quisesse gritar que sim.
Seus lábios caíram sobre os meus, sua língua
reivindicando minha boca sem piedade. Eu ofeguei,
completamente impressionada com a súbita intimidade. Ele
me guiou para trás até minhas panturrilhas baterem na
cama e eu caí desorientada, apenas registrando um peso
sobre mim e por um momento o pânico me tomou.
Ele segurou minha bochecha, então encontrei seu olhar.
—Até onde você foi? — Sua voz era baixa, encharcada de
desejo surpreendente.
Eu pisquei, tentando me orientar. Meu coração bateu
forte no meu peito. —Fui?
Ele sorriu. —Você é virgem, eu sei. O que é que você já
fez?
—Nada.
Ele soltou uma risada sombria. — Certo.
—Você me deu meu primeiro beijo, — eu admiti. Talvez
ele não soubesse quem eu era afinal. Porque as regras da
nossa sociedade eram conhecidas pelos nossos inimigos.
Ele ficou quieto, seus olhos examinando os meus. Ele
pressionou a boca na minha clavícula e riu sombriamente.
Eu não tinha certeza do que era tão engraçado. Eu estava
prestes a perguntar quando ele passou a língua sobre a
minha pele até o inchaço do meu peito e fiquei parada como
uma corça escondida de um caçador. —Relaxe, Talia.
As pontas ásperas dos seus dedos deslizaram por baixo
da minha blusa, sobre minha barriga, empurrando minha
blusa. Antes que eu pudesse me sentir envergonhada, ele
tirou minha camiseta e sutiã e eu estava de topless. Meus
mamilos endureceram. Claro, ele percebeu e uma fome
aterrorizante torceu seu rosto. Eu soltei um pequeno suspiro,
sentindo meu rosto queimar ferozmente. Ele demorou me
observando, depois se abaixou.
Sua palma áspera segurou meu peito, apertando
suavemente antes de passar o polegar sobre o meu mamilo.
Eu engasguei, surpresa pelo lampejo de prazer. Ele sorriu e
beijou minha boca severamente. Minha língua encontrou a
dele hesitantemente, enquanto eu podia senti-lo sorrir em
triunfo contra mim. Ele se afastou e chupou meu mamilo em
sua boca, me fazendo arquear contra seu rosto.
—Ohh, — eu soltei. Seus dentes me rasparam
levemente, e eu gemi da maneira mais embaraçosa.
A palma da sua mão deslizou pela minha barriga e
cintura. Eu enrijeci. Isso estava indo rápido demais. Eu não
estava pronta, mas não podia impedi-lo, não se quisesse
cumprir minha parte na barganha. Ele lambeu minha
garganta enquanto seus dedos deslizavam dentro da minha
calcinha. Prendendo a respiração, esperei que ele
mergulhasse seus dedos em mim antes que passasse para a
ação real. Um gemido saiu dos meus lábios quando a ponta
do seu polegar bateu no meu clitóris. Ele chupou meu
mamilo em sua boca mais uma vez e manteve sua carícia
torturante entre minhas pernas. Seu corpo estava tenso como
uma corda, seu peito arfava enquanto ele obviamente lutava
por controle.
—Eu disse que tomarei cuidado com você, — ele rosnou.
Eu não o entendia. —Por quê? — Eu sussurrei.
Ele me mordeu levemente e gritei de surpresa. Em vez
de responder, ele se apoiou em seus braços e desceu pelo
meu corpo. Ele colocou as mãos fortes na minha cintura e
puxou minha calcinha e meu short. Completamente exposta,
eu estremeci. Ele se ajoelhou sobre mim, largo, musculoso e
perigoso, me olhando como algo que ele queria devorar.
Meus olhos dispararam para a protuberância muito
proeminente em suas calças. Engoli em seco.
—Ainda não, Pequenina.
Ele tocou meus joelhos e afastou minhas pernas. Um
constrangimento acentuado me atravessou quando ele me
olhou e realmente lambeu os lábios. —O que... o que você
está fazendo?— Eu perguntei, meio apavorada, meio
animada.
Ele se esticou entre as minhas pernas, afastando
minhas coxas com seus ombros fortes. —Vou comê-la até que
esteja pronta para levar meu pau.
—Eu... — Sua língua lambeu uma trilha quente da
minha entrada traseira até o meu clitóris. Eu arqueei, meus
dedos agarrando sua cabeça, meus olhos revirando. O que?
Ele cantarolou e me lambeu como se eu fosse um sorvete de
casquinha e ele fosse um homem faminto. Eu não deveria
gostar disso. Isso era um pagamento para Killer... mas isso...
isso...
Meu Deus. Soltei um gemido indigno quando ele chupou
meu clitóris em sua boca. Eu não conseguia segurar os
gemidos e ele também não estava tentando ficar quieto sobre
o que estava fazendo. Nunca me senti tão fora de controle,
como se Killer soubesse exatamente quais botões apertar. —
Sua boceta é doce pra caralho, — ele rosnou. Sua voz e os
movimentos firmes de sua língua enviaram uma inundação
de prazer através de mim. Minhas costas se curvaram
quando gozei. Meus dedos roçavam seu couro cabeludo,
sobrecarregados pelas sensações.
Killer gemeu contra mim, mas não parou. Eu afundei
meus calcanhares no colchão, com certeza perderia a cabeça
a qualquer momento se ele continuasse a tortura. Ele se
afastou, plantando um beijo na minha coxa. Seus dedos
roçaram minha abertura e eu sabia o que estava por vir. Ele
me pegou de surpresa quando mordeu a pele sensível na
minha coxa no momento em que colocou os dedos em mim.
Eu enrijeci, meus músculos apertando firmemente em torno
de seus dedos, minha respiração acelerada. Killer também
estava quase ofegante. —Porra.
Ele começou a me foder com os dedos, lentamente,
gentilmente, até que a pontada de dor se transformou em um
zumbido baixo de prazer. Quando sua boca segurou meu
clitóris, meu corpo explodiu novamente.
Eu ainda estava me recuperando do meu orgasmo
quando Killer se endireitou e tirou a roupa, e então tudo
pareceu parar quando a realidade me atingiu. Era isso. Eu ia
perder minha virgindade com o inimigo em troca de seus
serviços. Se alguém descobrisse, eu seria arruinada. Essa
barganha suja poderia ser o meu fim.
O medo apertou meu peito quando Killer subiu na
cama. Eu nunca tinha visto um homem nu, muito menos um
como Killer com cicatrizes, músculos salientes e uma ereção
que me rasgaria em duas. Ele se apoiou nos braços sobre
mim e alinhou seu pau na minha boceta. Eu vacilei pela dor
esperada, pelas consequências inevitáveis, minha possível
ruína.
Killer abaixou a cabeça até nossos lábios roçarem. —Não
há como voltar agora, Talia.— Ele segurou meu olhar
enquanto se empurrava em mim. Enfiei minhas unhas em
seus ombros, engasgando com a dor. Para minha surpresa,
ele se abaixou lentamente unindo nossos corpos. Parecia que
estava me despedaçando, apesar de seu ritmo lento. Seus
músculos tremiam pelo esforço de ser gentil. O esforço
resplandecia em seu rosto. Ele queria me foder como um
selvagem. Eu podia ver claramente como o dia nos olhos dele,
então por que não fazia?
Quando ele finalmente estava totalmente dentro de mim,
meus olhos se fecharam. Meu corpo lutou para acomodá-lo. A
dor era intensa e, no entanto, de uma maneira estranha e
perturbadora, ter o corpo de Killer em cima de mim, senti-lo
dentro de mim era bom. Extraordinariamente emocionante.
—Abra seus olhos. Quero que você veja quem está te
fodendo.
Eu olhei para Killer. Sua expressão brilhava com
triunfo. Ele agarrou minha coxa e a enganchou sobre sua
bunda musculosa. Eu não conseguia desviar o olhar de seus
olhos ferozes quando ele começou a se mover. Ele era lento e
gentil, seu peito arfava, sua respiração curta e áspera.
Seus movimentos tornaram-se mais rápidos e,
ocasionalmente, um lampejo de prazer acendia sob a dor
sombria de sua reivindicação, mas se foi antes que eu
pudesse persegui-lo. Logo Killer estava no seu limite. Eu me
agarrei a ele, tentando encontrar seus impulsos, e finalmente
seu corpo se contraiu, seu rosto brilhando com prazer
desprotegido.
Era uma visão surpreendente, como se por um breve
momento Killer me permitisse vislumbrar por trás dos muros
que construiu ao seu redor. Fiquei maravilhada com seu
rosto brutalmente bonito.
Seus olhos encontraram os meus, e a breve conexão se
foi.
Capítulo Oito
Killer
Sua boceta apertou em volta do meu pau e eu soltei um
gemido. Seus lábios carnudos estavam separados, os olhos
turvos e as coxas apertadas ao redor dos meus quadris.
Porra, meu pau estava pronto para uma segunda rodada. Ela
era tão apertada, tão gostosa.
Um arrepio percorreu minha espinha quando seu calor
apertado pulsou, praticamente me implorando por mais. Eu
latejava; meu pau grosso semiduro, mas eu sabia que era
melhor dar-lhe algum tempo para se recuperar. Afinal, Talia
era virgem. Ela provavelmente estava muito sensível e
dolorida agora.
Eu rolei fora dela e me sentei na beira da cama. Talia
permaneceu na mesma posição, parecendo completamente
exausta, seu corpo flácido, e piscou para mim, quase
sonolenta. Eu podia ver seu cérebro girando, ela tentando
chegar a um acordo com essa situação, mas simplesmente
parecia... um pouco perdida e completamente fodida.
—Se você continuar me olhando assim, não me culpe
por te foder como quero. — A aspereza na minha voz me
surpreendeu.
Talia corou com minhas palavras. Meus lábios se
contraíram e não pude deixar de sorrir para o rosto vermelho
dela.
—Como você quer? — Ela sussurrou, afastando os
cabelos do rosto suado. —Você não fez isso?
Rindo, levantei uma sobrancelha. —Eu apenas te fiz um
favor, Talia. Não, não te fodi como quero. Eu te fodi como
você precisava. Você era virgem e, portanto, eu tinha que
ser... cuidadoso — eu disse. A palavra cuidadoso, soou
estranha na minha língua e fiquei com nojo dela e do
significado por trás da palavra. Eu não era gentil nem terno.
—Considere isso uma obra de caridade.
—Você sempre é um idiota? — Talia murmurou mais
para si mesma do que para mim. Ela não queria que eu
ouvisse.
—Ora, ora. Não é assim que você fala com seu salvador.
Seus olhos escureceram com o tom irônico da minha
voz. —Você me usou a seu favor. Eu não diria que você é meu
salvador.
Levantei-me, pegando minhas roupas descartadas. O
olhar de Talia permaneceu no meu corpo, muito mais tempo
no meu pau antes que rapidamente piscasse. —Você parece
ter algum problema de memória. Deixe-me ajudá-la a
lembrar... — eu provoquei. —Você veio aqui porque precisava
de mim. Você não tinha dinheiro suficiente para pagar pelo
trabalho, então eu lhe ofereci uma saída fácil. O que foi
bastante... generoso da minha parte. Eu poderia ter pedido
algo mais degradante. Só pedi sua virgindade. Então, te salvei
de ser agredida e estuprada. Eu matei um homem por você...
de graça. E estou prestes a matar outro. Então? O que você
tem a dizer em sua defesa?
—Eu acho... acho que foi o máximo que já ouvi você
falar.— Claro, ela desviaria minha pergunta e toda a
conversa. A pequenina Talia. Imaginei que ela não era tão
estúpida quanto eu pensava. Talvez ingênua e confiante
demais... mas hum, não estúpida.
Meu peito roncou com uma risada seca. Ela ficou em
silêncio enquanto eu me vestia rapidamente. Quando
terminei, peguei o copo de água na mesa de cabeceira e
ofereci a ela. Ela lambeu os lábios secos e pegou sem
questionar.
—Obrigado, — eu disse.
—Pelo quê?— Ela perguntou, confusão brilhando em
seus olhos.
Eu olhei de volta para onde ela ainda estava
esparramada, pernas abertas. Havia uma mancha molhada
no lençol embaixo dela. Meu esperma estava começando a
secar no interior de suas coxas. Sua boceta parecia vermelha
e inchada, coberta com o meu sêmen. Não havia como
confundir a sugestão de sangue ali.
Eu balancei a cabeça em sua direção. —Obrigado pelo
pagamento. Você parece tão imunda quanto imaginei depois
de eu tirar sua virgindade.
Talia seguiu meu olhar e ofegou, fechando as pernas
quando finalmente percebeu o quão indecente ela parecia.
Tsk.
Ela puxou as cobertas sobre si mesma - como se
quisesse esconder a prova do que havíamos acabado de fazer.
Sua nudez. Meu esperma, ainda pingando de sua boceta. O
fato de que ela sangrou por mim. O que tínhamos acabado de
fazer... poderia arruiná-la.
Mas não havia como esconder isso.
Era um lembrete cruel do que ela vendeu e barganhou
pela morte de seu inimigo. Talia teria que viver com essa
noite, enraizada em sua mente, pelo resto de sua vida. Bem…
Peguei o copo vazio da mão dela e o coloquei de volta na
mesa de cabeceira. —Boa noite.
Sem esperar por uma resposta, saí do quarto dela e
fechei a porta atrás de mim. Talvez fosse minha mente
brincando comigo, mas jurei tê-la ouvido sussurrar de volta
para mim.
Correto, Talia estava prestes a dormir bem esta noite.
Sem pesadelos, como nas últimas noites.
Não depois da pílula para dormir que coloquei no copo
que lhe ofereci.
***
Dois dias depois, entrei no apartamento dela e a
encontrei sentada no sofá, aconchegada em um monte de
travesseiros e olhando para a TV. Ela ofegou quando entrei
pela porta e levantou alarmada. Apenas para cair no sofá com
um grito alto.
Fui até ela e me agachei ao seu nível. Agarrando sua
perna, coloquei seu pé machucado no meu joelho para olhar
mais de perto. Testei o tornozelo dela com o polegar. —Ainda
dói?
—Você precisa bater. Este é o meu apartamento. Você
não pode simplesmente ir e vir quando quiser.
Eu levantei minha cabeça e lancei um olhar para ela,
inclinando minha cabeça para o lado. Realmente? Nós
transamos... Eu estava prestes a matar um homem por ela e
ela estava preocupada por eu entrar em seu apartamento sem
bater?
Ela engoliu em seco e desviou o olhar. —Como você
entrou, afinal?
—Eu tenho maneiras, — eu disse, sem elaborar.
Significado: eu fiz uma cópia da chave, mas ela não sabia
disso. Ou talvez soubesse agora. Minhas palavras eram
enigmáticas, mas estava começando a perceber que Talia não
era tão estúpida quanto eu pensava.
Talia soltou um assobio baixo e cruzou os braços. —
Bem, você não pode entrar assim!
—Eu posso e vou. — Coloquei a sacola plástica no sofá.
—Comida. Coma.
—Eu já comi um sanduíche, — respondeu ela, mas deu
à sacola um olhar ansioso. Ela estava praticamente salivando
com o cheiro da comida chinesa.
—Você mente. Eu chequei sua geladeira e ela estava
vazia. Coma.
Talia emitiu um som agitado no fundo da garganta. —
Talvez se você me oferecer gentilmente em vez de ‘coma’...
Eu mantive minha expressão vazia e fiquei em silêncio,
esperando-a desistir. E ela desistiu. Nem um minuto depois,
seu estômago roncou e ela pegou a comida, praticamente
cavando como uma coisinha desesperada e faminta.
Ela enfiou uma colher de arroz na boca e mastigou
quase agressivamente enquanto mantinha os olhos
afastados. Era meio... fofo.
Eu a observei enquanto ela comia. Até que não
conseguia mais só assistir. Minhas mãos tremiam com o
desejo de tocá-la e eu o fiz. Levantei a mão e coloquei uma
mecha de cabelo atrás da sua orelha e meu polegar afastou o
grão de arroz que estava grudado em seus lábios. Talia inalou
bruscamente e seu olhar pousou em mim novamente.
—O que você está fazendo?— Ela sussurrou.
Minha cabeça abaixou e meus lábios bateram contra os
dela, roubando sua respiração e engolindo seu suspiro. Seu
punho minúsculo bateu no meu peito por um mero
segundo... antes que seu toque se tornasse menos um esforço
para me afastar e mais...
Seus dedos cravaram nos meus ombros e seu corpo
deslizou para perto de mim. Eu gemi no beijo, minha língua
deslizando por seus lábios e exigindo entrada. Ela cedeu e eu
a devorei. Talia se afastou, sem fôlego. Suas pupilas
dilatadas, seus lábios vermelhos e inchados e suas
bochechas coradas.
—O que…?
Meu pau latejava. —Você está melhorando.
—Hã?
—Beijos. Você está melhorando, mas acho que precisa
de um pouco mais de prática. — Eu sabia que Talia era
virgem, mas não esperava ser seu primeiro beijo. Ela era tão
inocente e inexperiente pra caralho.
E aqui estava eu. Um bastardo se aproveitando de tudo
isso.
Os olhos de Talia brilhavam, ficando mais escuros. Não
lhe dei a chance de retrucar antes de reivindicar seus lábios
novamente.
Porra, ela tinha um gosto tão doce.
***
Três dias depois, Talia sentou ao meu lado no sofá,
torcendo as mãos. Ela estava menos nervosa na minha
presença agora, mas ainda um pouco assustada.
Ontem, ela disse que eu era imprevisível. O que era...
verdade, eu admitiria isso. Ela chegou a dizer que não podia
baixar a guarda ao meu redor... ou confiar em mim.
Sim, Talia finalmente estava aprendendo.
Mas ela ainda era muito... inocente. Não estúpida, ela
tinha cérebro, descobri. Ela também tinha uma língua afiada
quando não estava com muito medo.
Bati meu joelho contra o dela, trazendo sua atenção de
volta para mim. —Eu lhe fiz uma pergunta.
—Sim, minhas costelas estão melhores agora. Meu
tornozelo está bom, o entorse não foi tão ruim.
—E você está dormindo?— Continuei pressionando.
Talia pareceu um pouco relutante em responder minhas
perguntas. Não porque estava assustada. Porque ela estava
confusa com a atenção que eu estava lhe dando.
—Surpreendentemente, estou dormindo melhor, —
confessou.
Por causa das pílulas para dormir... desconhecidas por
ela, é claro.
—Quando... — Ela parou quando sua voz falhou. —
Quando você vai…
—Você quer que ele tenha uma morte rápida? Ou quer
que ele sofra?
Talia engoliu em seco. —Faça-o sofrer.
—Por favor.
—O que?
—Diga, por favor. — Havia indignação em seus olhos
castanhos. Enrolei uma mecha de seu cabelo em volta do
meu dedo, puxando-a para mais perto de mim. Inclinei-me
para frente, esfregando o nariz ao longo da coluna da sua
garganta. Talia respondeu com um pequeno estremecimento.
—Me implore para matá-lo.
—Por favor, faça-o sofrer.
Meu pau endureceu. —Diga isso de novo.
—Por favor, — ela suspirou.
Eu me afastei, um sorriso nos meus lábios. —Eu gosto
muito de você assim. Submissa.
E à minha mercê.
Talia foi provocada e olhou para mim. Ela abriu a boca,
mas coloquei um dedo contra seus lábios, parando seu
discurso. —Cuidado, ou posso decidir continuar nossas aulas
de beijo agora.
Sua mandíbula se fechou. Eu sabia exatamente como
calá-la.
—Eu posso beijar em problemas. — Talia me encarou
indignada.
Eu ri com quão ofendida ela parecia. —Você está
melhorando.
Ela levantou o queixo e olhou para longe de mim.
Levantei-me e me endireitei a minha altura total.
—Quando o trabalho estiver concluído, coletarei a
segunda metade do meu pagamento.
Talia fez uma pausa. Seus olhos perderam a alegria e
agora estavam substituídos por cautela. —Segunda metade?
— Ela cuspiu. A cor sumiu de seu rosto quando ela
finalmente chegou à conclusão. —Espere, achei que isso era
uma coisa única. Você queria minha virgindade e eu te dei
isso. O pagamento foi feito.
—Não, o pagamento termina quando eu disser que está
feito. Você me deu sua virgindade... mas eu tive que me
segurar... — rosnei. —Não estou satisfeito com seu serviço,
Talia.
Seus olhos se arregalaram e ela pulou do sofá, dando
alguns passos para trás. —Você... você quer dizer...
Eu a segui, avançando a cada passo que ela dava. Suas
costas bateram contra a parede e me aglomerei em seu
espaço. —Você fez um acordo com o diabo de Kazan. Você
está sem sorte, Pequenina. Voltarei para receber o restante do
meu pagamento.
Eu me afastei de seu corpo macio e tentador. Talia levou
a mão ao peito e ofegou silenciosamente.
—Se você fugir, — eu avisei. —Eu vou te encontrar. E
você não vai gostar das consequências.
Capítulo Nove
Talia
Depois de todos esses anos, finalmente consegui o que
desejava. Killer mataria Pasquale, entregaria a vingança com
a qual sempre sonhei. Era um sentimento emocionante.
Mesmo sabendo que Killer o faria sofrer, não senti uma
pitada de culpa.
Passei pelo meu turno de trabalho em transe hoje,
pensando em Killer, no que ele faria, no que tínhamos feito.
O nervosismo agitava minha barriga. Eu realmente
dormi com ele. Desde tenra idade, as meninas dos meus
círculos foram ensinadas a proteger suas virtudes porque
elas determinavam seu valor. Era algo profundamente
arraigado em mim, e ainda assim a entreguei a Killer. Não
apenas entreguei minha virgindade, mas o fiz para o inimigo.
Se minha família ou meus amigos descobrissem, não
entenderiam. Talvez Cara entendesse. Minha própria irmã
tinha estado com Growl antes do casamento, mas sua
situação tinha sido muito diferente. Ela tinha sido uma
prisioneira, tentando tornar sua situação mais suportável.
Minha mãe, ela ficaria terrivelmente decepcionada, até
mesmo de coração partido.
Eles me condenariam por minha escolha, e talvez
estivessem certos em fazê-lo.
Não me ofereci a Killer para proteger alguém ou por
algum outro motivo virtuoso. Fiz isso por simples vingança,
para acalmar a fome de sangue nas minhas veias.
Olhei para a porta pela centésima vez, esperando Killer
voltar. Eu não sabia quando seria isso, quanto tempo ele
precisaria para matar Pasquale por mim, para acabar com ele
brutalmente.
Suspirando, fechei os olhos. Imagens dos nossos
momentos juntos passaram pela minha mente, vividamente,
tirando meu fôlego. Fiquei tensa quando o calor acumulou na
minha barriga, lembrando o corpo imponente de Killer, a
sensação de seus músculos em cima de mim, a pressão dele
dentro de mim. Foi doloroso, e ainda assim senti os indícios
provocantes de algo mais além da dor. Algo que me deixava
perigosamente curiosa. Mas pior do que o meu desejo era
aquela vibração suave no meu peito quando pensava nele, em
quão cuidadosamente ele me tratou. Eu não esperava que ele
fosse gentil. Saber que havia mais do que brutalidade nele me
fez querer descobrir tudo sobre ele, afastar todas as camadas
de escuridão e descobrir o homem escondido.
Eu queria passar mais tempo com ele. Mas como isso
seria possível? Nosso tempo era limitado. Eventualmente, eu
teria que voltar para Nova York. Mas, ainda não. Ainda
tínhamos tempo. Eu tinha tempo de descobrir mais sobre
Killer, fazê-lo perceber que não havia problema em ser gentil
com algumas pessoas como foi comigo. Tínhamos hoje à noite
e amanhã, e talvez...
... talvez eu pudesse ficar na Flórida por um tempo?
Alguém realmente sentiria minha falta em Nova York? Cara
talvez, mas ela entenderia se eu ficasse aqui para encontrar a
felicidade. Minha mãe não aprovaria, mas ela estava presa no
passado, em suas lembranças tristes e mal prestava atenção
em mim a maior parte do tempo.
Flórida significava liberdade. A chance de explorar quem
eu era sem as restrições das tradições. Eu poderia namorar,
poderia estar com alguém...
Talvez eu fosse tola por pensar que este alguém poderia
ser Killer.
A fechadura girou. Meus olhos se abriram quando Killer
abriu a porta com sua chave e entrou, parecendo um
demônio vindo direto do abismo mais profundo do inferno.
Suas mãos, braços, parte superior do corpo estavam cobertos
de sangue, prova de uma vida tirada. Levantei devagar, meu
coração acelerando. Então registrei o rosto de Killer, a
brutalidade e sede de sangue persistente...
E pior que isso, a fome sombria e implacável em seus
olhos.

Killer
No momento em que a pressionei contra a parede, Talia
ficou mole nos meus braços. Ela não lutou, mas seus olhos
brilhavam com incerteza e... interesse estranho. Curiosidade.
Necessidade. Fome.
Antecipação emanava dela e pude provar seu desejo na
minha língua.
—Você está com medo? — Minhas palavras derramaram
como um rosnado. Eu estava coberto pelo sangue de
Pasquale e o cheiro pungente da morte ainda estava em mim.
A adrenalina percorria meu corpo, tornando mais difícil
pensar. Meu pau estava duro como granito e eu queria abrir
suas pernas e bater em sua boceta, pegar o que era meu,
reivindicar o que me pertencia.
—Sim, — ela respirou.
Eu enfiei meu rosto em seu pescoço, inalando seu
perfume. Doce. Doce pra caralho. Meu nariz se arrastou ao
longo da coluna de sua garganta. Meus dentes roçaram a pele
logo abaixo da orelha e ela tremeu nos meus braços.
—Você quer fugir?
Eu estava lhe dando uma saída... ou talvez quisesse que
ela escapasse.
Suas mãos subiram e ela agarrou meus antebraços. Ela
se agarrou a mim. Oh, a pequenina Talia me surpreendendo
a cada passo.
—Você vai me machucar? — Ela perguntou baixinho.
—Talvez, — eu confessei, minha voz tomando um tom
mais profundo. —Depende da sua definição de dor. — A
luxúria disparou em minhas veias e tudo que queria fazer era
jogá-la no chão e transar com ela como o selvagem que eu
era.
Agarrei sua mão e a trouxe aos meus lábios. Talia olhou
para mim, nossos olhares presos no momento. Dei uma
mordida no seu dedo indicador e seus olhos brilharam. —Dor
e prazer são os mesmos para mim. Eu me entrego a ambos.
Talia balançou a cabeça, parecendo um pouco
assustada... um pouco... ansiosa. —Dor não é prazer.
Outra mordida e ela se encolheu. —Tão inocente. Tão
ingênua.
Controlada pra caralho, eu queria pressionar todos os
seus botões. Eu queria despi-la, descobrir todos os seus
desejos ocultos, forçá-los a sair e lhe mostrar como era
realmente ser fodida e reivindicada por um homem como eu.
—Você vai cobrar o restante do seu pagamento agora? —
Ela sussurrou, sua voz trêmula.
Eu não respondi. Minhas mãos pousaram em sua
cintura e a puxaram com força para dentro do meu corpo,
meus dedos cravando seus quadris. Eu esperei por uma
reação.
Talia não me afastou. Em vez disso, em um pequeno
gesto de submissão, ela inclinou a cabeça para o lado. O mais
leve e menor movimento, algo que perderia se não estivesse
tão sintonizado com seu corpo e sua reação. Talia me deu
acesso total aos seus lábios, uma permissão silenciosa.
Para tomar, devorar, machucar, arruinar.
Eu fiz a matança.
E agora precisava foder a agressividade... essa
necessidade... fora do meu sistema.
A luxúria carnal lambeu minhas veias, como gasolina
adicionada a um fogo já fora de controle. Com um rosnado
baixo, meus lábios bateram nos dela.
Eu beijei Talia.
Eu devorei seus lábios.
Eu a respirei. Inalei. A beijei como precisava.
Ela ofegou, seus joelhos enfraqueceram e suas pernas
cederam.
Suas mãos foram para os meus ombros e ela se agarrou
a mim, quase em uma tentativa desesperada... de me
afastar... de me puxar para mais perto. Porra! PORRA!
Eu rosnei no beijo, empurrando minha língua em sua
boca. Ela choramingou baixinho, mas me beijou de volta. Sua
língua provou a minha, um pouco hesitante... inexperiente,
mas ela não se afastou.
Lábios. Língua. Dentes.
O sangue rugiu entre meus ouvidos e perdi a noção de
tudo. Talia me devia. Esse era o seu pagamento para mim. E
eu ia cobrar... até que ela não tivesse mais nada para dar.
Agarrando Talia pela cintura, mantive nossos lábios
trancados e nos movi até a parede oposta. Um gemido suave
saiu de sua garganta quando me afastei do beijo e a virei.
Com as costas dela contra o meu peito, coloquei-a de frente
para o espelho de corpo inteiro que estava preso à parede.
Talia ofegou quando viu nosso reflexo.
Seus lábios inchados e vermelhos dos meus beijos. Seu
peito arfava. Seu cabelo desarrumado. E eu ainda tinha
sangue seco em mim. Meus braços se enrolaram ao redor
dela e agarrei a frente do seu vestido. Seus olhos se
arregalaram e ela gritou quando eu o rasguei, seu sutiã
também saiu até que ela estava exposta. Eu me amontoei em
suas costas, forçando-a contra o espelho. Seus seios
pressionaram contra o espelho frio e seus mamilos
endureceram.
O pescoço e as bochechas ficaram vermelhas.
Talia parecia escandalizada.
Ela estava à minha mercê.
Puxei seu vestido e enfiei minha mão em sua calcinha
preta de algodão. Ela estava... porra, ela estava encharcada.
Rasguei sua calcinha, não lhe dando chance de reagir. Meus
dedos deslizaram sobre seus lábios úmidos antes de meus
dentes afundarem em seus ombros nus. Talia gritou e
balançou contra a minha mão quando enfiei dois dedos. Sua
boceta apertou em torno da intrusão, seus sucos
encharcando minha mão.
Oh merda. Ela estava tão encharcada e pronta.
Eu estava dolorido para estar dentro dela. Meus dedos
mantiveram um ritmo brutal, empurrando dentro e fora de
sua boceta enquanto baixava minha calça de moletom o
suficiente para que pudesse tirar meu pau para fora. A ponta
do meu pau duro esfregou contra o vinco de sua bunda,
antes de deslizar contra seus lábios molhados.
Nossos olhos se encontraram através do nosso reflexo.
Suas pupilas estavam dilatadas, os olhos brilhando com uma
mistura de medo e algo carnal. E eu parecia louco,
completamente louco.
Puxei meus dedos e ela soltou um gemido sufocado que
se transformou em um grito desesperado quando meti com
força. Meu pau engrossou e latejou quando empurrei dentro
dela, até o punho, até que estivesse cheia de mim.
Talia alimentava a fera em mim.
E ela fodia o monstro como se tivesse nascido para se
submeter.
Talia balançou contra o espelho, seus lábios se
separaram em um gemido baixo e as costas arquearam. Eu
mantive uma mão em seu quadril, apoiando-a em mim
enquanto entrava e saía, forçando-me mais e mais
profundamente dentro dela. Sua boceta apertava em torno de
mim toda vez que eu metia. Ela choramingava toda vez que
eu saía. Minha outra mão envolveu sua nuca, sentindo sua
submissão sangrar através dela e dentro de mim.
—Killer, — ela choramingou quando a prendi contra o
espelho.
—Porra, — eu resmunguei.
Entrei nela como uma fera. Havia uma obsessão
inabalável correndo por mim. A necessidade de contaminá-
la... de lhe mostrar que o lado depravado do prazer era forte.
Uma onda percorreu minha espinha e meus músculos
se contraíram. Talia estava perto, eu podia sentir.
Meus quadris dirigiram para frente, de novo e de novo.
Mais difícil. Mais rápido. Mais profundo. O som da
nossa foda encheu a sala. Os gemidos dela. Seus pequenos
choramingos. Meus grunhidos, isso parecia mais animal que
humano.
—PORRA! — Bati nela mais uma vez e parei; enterrado
muito fundo. Meu pau pulsou quando jorrou meu esperma
dentro dela, até Talia estar cheia de mim. Até eu estar em
todo lugar. Dentro dela. Fora dela. Na mente dela. Ao redor
dela.
Estendi a mão, passando entre as coxas dela. Eu puxei
seu clitóris; o corpo dela enrijeceu; Talia gritou e explodiu em
volta do meu pau.
Eu não queria sair de sua boceta quente e apertada,
mas precisava. Meus olhos foram para onde ainda estávamos
conectados e eu lentamente me afastei, assistindo meu pau
deslizar para fora de seu buraco rosa enquanto vazava meu
esperma.
Suas pernas finalmente cederam e ela afundou no chão,
seu corpo trêmulo pelo orgasmo e nossa porra escorrendo. Eu
não havia terminado... ainda...
Inclinei-me e envolvi o cabelo dela em volta do meu
punho, meus dedos cravando em seu couro cabeludo. Talia
olhou para mim com olhos nebulosos e perdidos em algum
lugar distante...
Ela se ajoelhou na minha frente. Eu enfiei uma mão
entre suas coxas e colhi a bagunça que deixei lá com dois
dedos, esfregando sobre suas dobras. Eu levei meus dedos
até seus peitos e passei meu esperma em seus mamilos. Talia
ofegou suavemente e meus lábios se contraíram.
Peguei meu pau semi-duro. —Chupe-me.
Talia piscou quando levei meu pau para sua boca,
esfregando a ponta molhada contra seus lábios. —Me limpe,
Talia. Prove-se no meu pau.
Arrepios salpicaram sua carne. Seus lábios se
separaram e ela me pegou na boca, me chupando. Boa
menina, fazendo o que lhe foi dito.
Houve prazer.
Houve dor.
Houve imundice e depravação...
Saí de sua boca e me agachei ao seu nível. Meu polegar
esfregou seus lábios inchados e seus olhos... suavizaram.
—Killer, — ela sussurrou.
Meu peito apertou.
Quando Talia barganhou comigo pela primeira vez... ela
não sabia o que esperar, não sabia o que significava
pertencer a um homem selvagem e maluco como eu. Agora
ela sabia.
Pena que não duraria. Uma lástima que Talia havia sido
ingênua. Inocente demais para perceber as consequências de
sua barganha.
Se ao menos ela tivesse prestado atenção aos sinais de
alerta. Se ao menos não tivesse pisado no meu território.
Se ao menos não tivesse sido meu alvo... o tempo todo.
Talia Barese era o meu trabalho.
Minha presa.
Minha matança.
Nossos olhos trancaram...
E eu quebrei o coração dela.
—Você tem vinte e quatro horas de vida, pequenina.
Últimos desejos?
Capítulo Dez
Talia
Levou alguns momentos para as palavras de Killer
penetrar em minha mente atordoada. —O que você quer
dizer?
Eu tinha problemas para me concentrar depois do que
acabara de acontecer. Quando Killer disse que queria uma
segunda vez, eu não esperava essa merda louca. Mesmo que
a palavra me fizesse contorcer, era o único termo adequado
para o que Killer havia feito comigo, o que o deixei fazer
comigo. Eu estava dolorida, podia sentir minha carne sensível
palpitar com uma dor estranha que não conseguia explicar.
Killer sorriu, seus olhos subitamente severos e cruéis. —
Você tem vinte e quatro horas antes de morrer.
Eu balancei minha cabeça lentamente.
—Fui pago para te matar, Talia. Essa foi a única razão
pela qual me incomodei com você, com essa barganha.— Ele
pegou uma mecha do meu cabelo, deixando-o deslizar entre
seus dedos cheios de cicatrizes e brilhantes. Brilhando com
nossos orgasmos, com a sua... porra, e de repente me senti
suja.
Ele me usou, me traiu. —Então, a barganha foi uma
farsa para que você pudesse me foder? — Sussurrei
severamente, sentindo a prova do que fizemos escorrendo de
mim, me sentindo manchada e degradada pelas suas
palavras.
Killer se endireitou com um sorriso cruel. —Esse foi um
bônus adicional.
—Você matou Pasquale?— Talvez isso também tenha
sido mentira. Eu mostrei uma fachada corajosa, mesmo
quando o medo se espalhava no meu peito rapidamente.
—Eu o matei tão brutalmente quanto você me pediu. Foi
divertido, mas não tanto quanto sua boceta.
Eu cambaleei em meus pés, completamente nua,
dolorida e com o coração partido, mas lutei contra o desejo de
me cobrir. Eu não queria mostrar mais fraqueza na frente de
Killer, não depois do que ele acabara de revelar. Nunca mais.
Nunca será logo...
Meu coração apertou fortemente com a compreensão.
Vinte e quatro horas. Procurei em seu rosto um lampejo
de suavidade, por um motivo para esperar por piedade. Não
havia nada.
Eu era uma juíza de caráter tão ruim? Eu achei que
Killer havia me mostrado seu lado gentil por uma razão, uma
razão emocional, não para me enganar e brincar comigo.
Eu cambaleei em direção ao meu armário, enquanto
minhas pernas tremiam loucamente. Killer tinha arruinado
minhas roupas, então precisava pegar novas para me cobrir,
e tempo para pensar, para descobrir uma maneira de sair
disso. Pegando jeans e uma camisa, rapidamente me vesti, de
costas para Killer, mesmo que isso arrepiasse os pelos do
meu pescoço. Eu queria mascarar meu rosto em uma
expressão de calma, queria esconder minha mágoa dele. Ele
não precisava saber como eu estava abalada e com o coração
partido.
Eu me virei lentamente. Killer estava inclinado contra o
balcão da cozinha, os braços cruzados na frente do peito,
parecendo relaxado e à vontade, quando acabou de destruir
meu mundo inteiro. —Quem... — Limpei minha garganta,
odiando o quão trêmula minha voz estava. —Quem te pagou
para me matar?
Eu era prima do Capo da Famiglia, a cunhada de seu
Executor, mas isso era tudo o que eu era. Não era
importante. Quem me odiaria o suficiente para querer me
matar? Quem gastaria tanto dinheiro com isso?
Ou talvez Killer tivesse aceitado o sexo como pagamento
de quem me quisesse morta. Esse pensamento me fez sentir
ainda mais suja. Na minha mente boba e ingênua, achei que
talvez fosse especial, mas era um trabalho e um objeto de
prazer, nada mais.
—Talvez eu te conte como último desejo amanhã, —
disse novamente com aquele sorriso horrível.
Eu corri em direção à porta, esperando escapar, mas
seus passos trovejaram atrás de mim e seus braços
envolveram minha cintura, me levantando do chão como se
eu não pesasse nada.
Lutei como uma louca, arranhei e chutei, mas ele me
carregou até a cama e me derrubou sem cerimônia. Então ele
se deitou sobre mim, seu corpo me prendendo.
—Não me toque! — Eu assobiei.
—Apenas alguns minutos atrás, você apertou meu pau
enquanto gozava ao meu redor, e agora se faz de difícil?
Ele estava sendo cruel de propósito, e isso estava me
afetando. Lágrimas brotaram nos meus olhos. —Você não é
melhor do que o homem que matou por mim. Você é um
monstro. Você não merece me tocar nunca mais, não depois
de me trair.
Ele riu sombriamente. —Trair?
Eu o encarei, mesmo quando uma lágrima deslizou pela
minha bochecha. Eu estava me esforçando para ser forte,
mas era demais. Os olhos de Killer seguiram a descida da
minha lágrima.
—Como você vai me matar? — Eu perguntei
suavemente. —Você vai me fazer sofrer porque alguém lhe
pagou para fazer isso? Ou vai fazer isso rápido?
Algo mudou nos olhos de Killer e, por um piscar de
olhos, me deu esperança, mas já não tinha interpretado mal
suas ações? Ele estava brincando com minhas emoções,
talvez isso fosse parte da tortura que levaria à minha morte.
Killer se afastou de mim e se endireitou, olhando para
longe. Ele sorriu de novo. Parecia errado em seu rosto. —
Vinte e quatro horas, Pequenina, então você descobrirá.
Capítulo Onze
Killer
Parte de mim sabia que eu lhe fiz mal. Qualquer
humanidade deixada dentro de mim, lamentava por ela. Doía
por ela.
Eu não lembro muito da minha infância antes da
gaiola... antes da insistente necessidade de matar ... antes
da sede de sangue e da raiva viciosa dentro de mim. Por um
longo tempo, esqueci de ser humano. Eu esqueci como era
ser... humano.
Eu fui possuído. Um escravo. Um animal.
Um animal assustador - e fui tratado como tal.
Um monstro que matava.
Eu era... KILLER.
Mas neste momento, realmente me sentia... mal por
Talia Barese. Eu podia ser o Ceifador Sombrio... mas imaginei
que ainda era humano, afinal.
Pena que fui pago para matá-la. Ela era o meu trabalho
e não havia nada que eu pudesse fazer para salvá-la. Mesmo
que a pequenina Talia tivesse se arrastado por sob a minha
pele, seu relógio da morte começou a bater no momento em
que alguém pagou por seu sangue.
Droga. Ela era uma tentação pela qual eu era fraco...
uma fruta proibida que desejava provar. Uma obsessão que
eu não poderia negar.
Fui pago para matar Talia antes que ela soubesse sobre
mim, antes mesmo dela entrar em Miami e no Kazan. Quando
ela entrou no meu território, achei que ela seria uma morte
fácil. Eu não precisava caçá-la, ela sem saber veio ao
encontro de sua morte. Fiquei satisfeito com o resultado.
Até que a vi.
Até que a toquei.
Até que a provei.
Até sua boceta apertar meu pau como se sua vida
dependesse disso.
PORRA!
Talia choramingou e seus olhos se abriram. Ela
estremeceu com um gemido de dor. Eu a observava enquanto
ela despertava do seu sono, enquanto ela lutava para ficar
acordada. Uma tosse rasgou sua garganta e ela gemeu
novamente, parecendo estar tão desorientada quanto eu
esperava que estivesse.
Ela estava dormindo há mais de doze horas.
Talia lentamente retomou sua consciência e no
momento em que finalmente acordou o suficiente para
perceber sua situação, se debateu para se libertar. Um
gemido alto escapou dela.
—Nããão! Não! Deixe-me ir!!
As correntes tilintaram enquanto ela continuava se
debatendo, lutando para se libertar.
Não havia sentido. Ela estava presa.
Presa por mais doze horas antes de eu acabar com sua
vida...
Eu saí das sombras. Sua cabeça virou na minha direção
e seus olhos arregalados e assustados encontraram os
meus. Eles brilhavam com lágrimas. Tsk, pobre Talia.
Minutos se passaram em um silêncio tenso antes que
ela finalmente soltasse um soluço sufocado. — Por quê?
Inclinei minha cabeça para o lado, esperando.
Seu queixo tremia enquanto ela segurava outro
grito. Ela fungou e seus olhos marejados se estreitaram em
mim. Ela estava se recusando a desmoronar na minha
frente. Forte e feroz. Se fosse em outro momento, eu teria
apreciado isso.
Talia puxou as correntes, o som do metal batendo
contra a parede, alto contra o silêncio. — Por que você está
fazendo isso? Por que você me usou? Por que simplesmente
não... me matou? PORQUE?
—Eu faço o que eu quero. — Eu sorri. — Vou matá-la
quando quiser e como? Decidirei isso também.
Ela cuspiu no chão, parecendo irritada. — Eu te odeio.
Meu queixo travou, meus olhos endureceram e dei um
passo à frente. Eu não sabia por que essas palavras me
irritavam, especialmente vindo de seus doces lábios. Meus
punhos cerraram. — Bom. Já ouvi essas palavras mil vezes.
Agachei-me ao nível dela, aproximando nossos rostos. —
Me odeie, Talia. Não vai mudar o seu destino. Você está
destinada a morrer nas minhas mãos.
Nossos narizes se tocaram quando agarrei seu queixo na
minha mão. Meu polegar acariciou sua pele macia, sentindo-
a tremer sob o meu toque. — Me odeie, Pequenina, — eu
provoquei.
Ela arrancou o rosto do meu alcance e meus lábios se
curvaram em um sorriso. Minha cabeça caiu para o lado
enquanto eu a estudava. Eu a despi, deixando apenas o sutiã
e a calcinha.
Talia era... linda.
Pequena e delicada.
Vulnerável.
Vendo-a assim, frágil e fraca... à minha mercê... meu
pau endureceu. Eu era um filho da puta doente.
Eu tive o meu quinhão de mulheres bonitas, mas havia
apenas... algo sobre esta.
Uma raiva repentina me consumiu. Talia era meu
trabalho. Porra, eu tinha que me lembrar disso.
Levantei-me em toda a minha altura e dei alguns passos
para trás, sentando-me na única cadeira que ficava de frente
para ela. — Você está confusa. Você tem muitas perguntas,
pelo que sei. Digamos que hoje estou me sentindo muito
generoso. Faça suas perguntas e darei as respostas que você
quer.
Talia olhou em volta, examinando
o porão semiacabado. Era apenas uma grande sala. Quatro
paredes de gesso. Duas correntes metálicas, onde Talia
estava presa pelos pulsos. Uma pequena janela
gradeada. Chão de cimento puro. Uma lâmpada
tremeluzente. E uma única cadeira, na qual eu estava
sentado. Não havia mais nada. Era uma cela vazia.
—Onde estou? — Ela perguntou entre dentes.
—Minha casa.
A cabeça dela virou para mim. —Sua... casa? Você me
trouxe para sua casa?
Dei de ombros. — Eu não poderia deixá-la escapar. Aqui
eu posso terminar... meu trabalho.
Seu peito roncou com um rosnado de gatinha
indefesa. — Você é um idiota.
— Isso não foi uma pergunta. Tente novamente.
Talia puxou as correntes novamente e estremeceu, os
olhos apertados de dor. O metal deve ter machucado sua pele
já que ela estava puxando demais. Ela respirou trêmula e
abriu os olhos novamente, os estreitando em mim.
— Por que você me usou?
Meus dentes arranharam meu lábio inferior. — Porque
eu senti vontade.
— Quem ordenou que você me matasse? — Talia
sussurrou, ignorando minha resposta anterior.
— Cutillo, — eu respondi honestamente.
Ela pareceu confusa por um momento até finalmente
perceber. Ela soltou um suspiro, deixando sua cabeça bater
contra a parede de gesso.
Eu levantei uma sobrancelha, curioso. — Por que ele
quer te matar?
— Ela, — Talia assobiou. — Inimizade antiga. Ela
roubou o noivo da minha irmã e ele matou o nosso pai. E
quando meu cunhado se vingou, Anastasia acabou perdendo
tudo. Faz sentido... por que ela me quer morta. Ela quer
machucar minha irmã... através de mim.
Sua respiração estava instável e ela se enrolou nela
mesma. — Eu não deveria ter saído de casa...
—Eu teria te encontrado de qualquer maneira, — eu
rosnei.
Talia balançou a cabeça. Ela não disse nada. Uma
punhalada de algo estranho, um sentimento desconhecido
torceu meu estômago. Eu rapidamente a afastei e apoiei
meus cotovelos nos joelhos, acenando com a cabeça em
direção à bandeja na frente dela.
— Coma. — Uma palavra. Um único comando. Ela
assobiou, seus olhos se estreitando em mim mais uma
vez. Talia estava chateada e era tão bonita assim.
— Esta é minha última refeição? — O prato estava cheio
de pedaços de frango assado, pão de alho e legumes. Havia
frutas ao lado e um suco de manga. E um brownie. Todos os
seus favoritos.
Meu queixo travou e não respondi. Ela me lançou um
olhar de desgosto. — Quanto tempo me resta de vida?
— Horas, — eu disse. — Ou dias.
Ela olhou para o prato, uma expressão resignada no
rosto. — Mas você disse que eu só tinha vinte e quatro horas?
Empurrando a cadeira para longe, levantei-me. — Talvez
eu tenha mudado de ideia.
Talia mordeu o lábio, seus olhos castanhos me
perfurando... como se estivesse tentando penetrar minha
alma. — Você... não vai me matar? — Sua pergunta tinha
sido tão baixa que quase a perdi.
— Não, eu vou. — Meu peito se apertou quando as
palavras passaram pelos meus lábios.
— O que você quer dizer então?
Meus lábios tremeram e meu pau pulsou. — Eu não
terminei com você... ainda.
Capítulo Doze
Talia
Eu não tinha certeza de quanto tempo estava no porão
de Killer, acorrentada à parede. As horas ficaram
desfocadas. Estremeci novamente. Eu estava alternando
entre congelar e queimar por um tempo agora. Um fino brilho
de suor cobria minha pele nua.
Eu puxei a corrente mais uma vez, estremecendo
quando o metal raspou na minha pele dolorida. Minha cabeça
estava latejando e me sentia... tonta. Inclinei minha cabeça
para trás, fechando os olhos. Eu estava pegando alguma
coisa. Não era de admirar, na verdade, considerando que eu
estava presa nesse porão úmido de calcinha por Deus sabe
quanto tempo.
A fechadura girou, mas não me incomodei em abrir os
olhos.
Passos ecoaram. —Tentando me ignorar, Pequenina?
Eu ainda não reagi. Eu me sentia tonta e cansada. Eu
não desperdiçaria minha energia com o homem que queria
me matar. Roupas farfalharam e de repente sua palma
pressionou minha testa. Meus olhos se abriram, encarando o
rosto de Killer. Por um segundo, tive certeza de que vi
preocupação em sua expressão. Talvez ele não quisesse que a
febre me matasse e estragasse seus planos específicos para
mim.
—Você está queimando.
Eu sorri ironicamente. — Veja, você pode deixar a
natureza seguir seu curso. Você nem precisa me matar com
suas próprias mãos.
Com uma careta, ele me tirou da corrente e me pegou.
— O que você está fazendo?
— Cale a boca por uma vez, — ele retrucou.
O movimento me deixou enjoada, então não tive escolha
a não ser encostar a cabeça no peito dele, odiando como
ainda me sentia confortada por sua força, mesmo que ele
fosse meu assassino. Ele me levou por uma escada estreita
para o que parecia ser o quarto principal. Era o quarto dele?
Ele me colocou na cama king-size e pairou sobre
mim. Conflito surgiu no seu rosto antes que ele se
endireitasse e desaparecesse pela porta. Sentei-me devagar,
enquanto minha visão nublava. Essa era a minha chance. Eu
cambaleei e depois me joguei de volta.
Killer entrou com um chá. Minhas sobrancelhas se
ergueram.
— Você não pode correr, então não desperdice sua
energia. — Ele colocou o copo na mesa de cabeceira, em
seguida, me empurrou para trás e me cobriu com o cobertor.
— Por que você se importa?
— Eu não me importo.
— Então por que você não pode simplesmente me deixar
apodrecer no seu porão? Por que me trazer aqui e me dar
chá se você vai me matar de qualquer maneira?
— Porque não é divertido matar alguém tão fraco, — ele
rosnou antes de ir até uma poltrona no canto ao lado da
janela e afundar. Abaixei minha cabeça no travesseiro macio,
confusa com seu comportamento estranho, mas também
estranhamente confortada por não passar minhas últimas
horas no porão.
Estremecendo, fechei os olhos.
— Beba o chá, — ele ordenou.
***
Naquela noite, minha febre baixou. Meus dentes
chacoalharam enquanto eu tremia loucamente, minha pele
quente ao toque. Minha roupa de baixo e os lençóis estavam
encharcados pelo suor e devo ter parecido uma bagunça
absoluta com o cabelo preso na testa.
Talvez minha visão lamentável tenha sido a razão pela
qual Killer ficou ao meu lado, esquecendo o sono. Ele
pressionou uma toalha fria na minha testa, as sobrancelhas
franzidas. Ele não tinha dito nada há horas, apenas me
observava com essa expressão intensa. Não fazia sentido ele
me cuidar assim... a menos que ele se importasse um pouco
comigo.
Eu duvidava que ele geralmente lamentasse por suas
vítimas, então, essa era a única explicação por que ele
cuidava de mim. Talvez o nosso tempo juntos tenha agitado
algo nele como fez comigo. Um desejo por uma conexão, por
um significado em sua vida que fosse além da matança.
— Não me olhe assim, — ele rosnou.
— Assim como? — Eu resmunguei.
Ele balançou a cabeça e largou a toalha na mesa de
cabeceira. — Como se eu fosse seu maldito salvador. Eu só
quero ter certeza de cumprir meu contrato.
Eu ri fracamente. Ele caminhou até a poltrona e
afundou.
***
Dois dias depois eu estava me sentindo muito
melhor. Finalmente consegui sair da cama e tomar um longo
banho, lavando toda a sujeira. Quando saí do banheiro com
uma toalha enrolada no meu corpo, Killer estava sentado na
cama. Lentamente, fui até ele. Algo em seus olhos me deu
esperança e, mais importante, coragem.
Eu parei bem na sua frente. Suas narinas dilataram e
seu olhar permaneceu na borda da minha toalha, sobre o
inchaço dos meus seios. — Não importa o que diga, eu sei
que você não quer me matar. Se quisesse, eu já estaria
morta.
— Você não sabe nada, — ele rosnou.
Eu não deixei sua raiva me deter. Cheguei ainda mais
perto, entre as pernas dele. Mesmo com ele sentado e eu em
pé, estávamos ao nível dos olhos. Ele agarrou meus quadris,
o toque possessivo e ameaçador ao mesmo tempo. Toquei seu
ombro forte e lentamente arrastei meus dedos pela garganta
tatuada, surpresa por ele me permitir tocar nesse ponto
vulnerável. Mas eu não era realmente uma ameaça para ele,
era?
Inclinei-me para frente quando minha mão tocou sua
bochecha e o beijei suavemente. O brilho em seus olhos era
estrondoso. Minha toalha caiu no chão com um ruído suave.
— Se você me deixar viver, eu posso ser sua.
Com um grunhido, ele se afastou do beijo e agarrou meu
pulso dolorosamente. — Corra, pequenina, corra. E não me
deixe te pegar, porque quando eu o fizer, acabou.
Ele me soltou e eu cambaleei para trás, nua e
atordoada. Então me virei e comecei a correr. Eu sabia que
ele me pegaria, sabia que correr era inútil, e ainda assim eu o
fiz. Mas no corredor ele me pegou. Esse era o jogo dele, a
caçada, e eu era apenas a presa.
Seus dedos apertaram meu pulso, mas eu estava
cansada de brincar. Eu girei, tentando me soltar. Começamos
a lutar e de repente eu estava caindo. A parte de trás da
minha cabeça colidiu com a borda de um armário. Eu bati no
chão com força. Antes de minha visão ficar preta, Killer
surgiu, elevando-se sobre mim.
Não o salvador que eu queria que ele fosse, mas minha
desgraça derradeira.
Tudo ficou preto. O rosto de Killer seria o último que eu
veria? Esses foram os últimos segundos da minha vida?

Epílogo
Killer
Três meses depois
Eu tinha sete anos quando fui vendido ao diabo e me
tornei escravo... um lutador de gaiolas.
Eu era o 781. Essa era a minha identidade. Um número.
Aos oito anos, matei pela primeira vez.
Aos treze anos, me tornei KILLER.
Aos quinze anos, fui declarado campeão na gaiola.
Eu tinha sido o favorito do meu mestre. O melhor dos
melhores.
Quando eu tinha 22 anos, eu o matei... e sua esposa... e
me tornei um homem livre.
Por dez anos, peguei trabalhos estranhos aqui e ali. Eu
cacei, sequestrei, matei. Eu era o assassino da Bratva.
Até que ela entrou na minha vida e testou minha
lealdade.
Talia Barese era o meu trabalho. Eu fui pago para matá-
la...
Não importava se ela tinha invadido meu coração ou que
sua vulnerabilidade me chamava... ela tinha que morrer.
Lembrei-me do rosto dela naquela noite. O brilho de
puro terror em seus olhos quando ela se rendeu ao seu
destino antes de perder a consciência. Ela sabia que não
havia como escapar da Morte...
Eu era o Ceifador Sombrio e chamei seu nome três
vezes.
E então, Talia morreu.
Pelas minhas mãos.
A morte dela foi fácil... e, porra, foi doloroso de assistir.
Inspirei o cheiro salgado do oceano enquanto meu iate
se movia com as ondas. Ao lado dos trilhos, vi os golfinhos
nadando no vasto corpo d’água. Eu estava no meio do
oceano, no meio do nada. Longe da minha realidade.
Fechando os olhos, eu respirei. Isso era liberdade.
Eu me virei e meu olhar deslizou para ela. Ela estava
tomando banho de sol, em seu biquíni vermelho muito
indecente. Foda-se, ela era uma tentação a qual não pude
resistir.
Ela levantou os óculos escuros, revelando seus lindos
olhos castanhos e sorriu. — Você vai ficar aí parado ou se
juntar a mim?
Meu peito roncou com uma risada e me juntei a ela,
deitando ao seu lado na toalha. Ela revirou os olhos e subiu
em cima de mim, me montando. Minhas mãos se fecharam
em torno de seus quadris e ela sorriu.
— Está com fome? — Ela disse.
— Faminto pra caralho.
Ela riu e se inclinou para um beijo. Meus lábios
capturaram os dela e ela gemeu.
Três meses atrás, eu tinha sido muito egoísta para
deixá-la ir.
Talia morreu...
Nova tomou o seu lugar.
Nova Armani. Minha esposa.
Epílogo
Talia
Quando eu perdi a consciência há três meses com o
rosto brutal de Killer acima de mim, tinha certeza de que ele
me mataria. Imagens da minha vida não apareceram diante
dos meus olhos. E mesmo que tivessem, poucas delas teriam
sido felizes. Durante toda a minha vida, senti como se o
futuro estivesse em espera, como se estivesse vivendo
pisando nos freios. Nunca totalmente, sempre controlada por
outros.
Talvez todos tenham tido esse momento sem
retorno. Uma instância essencial que mudou tudo. Para mim,
foi o momento da minha morte.
Prometi a mim mesma viver, correr mais riscos, ser livre
e, no mesmo instante, preocupei-me em nunca ter a chance.
Talia Barese morreu naquele dia.
Mas eu finalmente abri meus olhos, minha cabeça
latejava com uma forte dor de cabeça, e olhei para Killer que
se empoleirava na cama ao meu lado.
— Você não podia deixar o armário me matar, precisava
fazer isso sozinho? — Eu resmunguei.
Killer não abriu um sorriso. — Eu não vou te
matar. Mas você deve morrer.
Meu cérebro ainda estava muito confuso para entender.
— Você pode viver se deixar Talia morrer. Direi a todos
que o trabalho está feito. Eles não duvidarão de mim. Eu sou
a porra do Ceifador Sombrio. Mas você terá que se esconder.
Deixar tudo para trás. Sua família. Seu nome.
Eu me sentei devagar. — Você me deixará fugir?
— Eu nunca disse que te deixaria fugir de mim. — Ele
se aproximou e me beijou com força, me pegando
completamente de surpresa. Quando se afastou, ele observou
meu rosto.
Eu balancei a cabeça, mesmo que ele não tivesse
perguntado. — Nós podemos fugir juntos. Você não é livre
aqui. Nós dois nunca fomos verdadeiramente livres. Talvez
juntos possamos finalmente descobrir o gosto da verdadeira
liberdade.
— O único gosto que eu quero agora é sua boceta.
***
Empacotamos tudo no mesmo dia e Killer me declarou
morta para o cliente dele. Eu não existia mais.
Ele comprou um iate com suas economias, tudo
dinheiro de sangue, mas como uma princesa da máfia eu
cresci cercada por riqueza suja. No dia seguinte, partimos em
nosso iate. Escrevi uma carta para minha irmã Cara,
dizendo-lhe que estava em segurança, mas não podia voltar
para Nova York e para máfia. Um dia, eu a veria
novamente. Ela encontrou a felicidade em Growl, e agora era
a minha vez de encontrar a minha.
Killer conseguiu novas identidades para nós, novos
nomes que inventamos em uma noite com muito vinho e
ainda mais sexo. Nova e Nero. Um novo começo e um homem
que queimou uma cidade. Ambos os nomes estranhamente
adequados para nós. Nosso sobrenome foi o resultado da
insistência de Killer que eu precisava começar a beber vodka.
Enquanto eu olhava para Killer agora, montando seus
quadris, sentindo seu pau duro cavando insistentemente
contra minha boceta, eu não pude deixar de sorrir. — Nova e
Nero Armani. Nada pode ser mais extraordinário do que
isso. Nunca mais tomaremos decisões importantes com
vodka.
Killer cutucou seus óculos de sol Armani com um
sorriso, deixando-me ver a fome em seus olhos. Esses óculos
eram a nossa piada pessoal e ainda me fazia rir depois de
todo esse tempo. Killer empurrou meu biquíni para o lado e
deslizou um dedo entre minhas dobras, em seguida, o enfiou
em sua boca. — Nunca pensei que minha esposa teria um
gosto tão doce.
Eu me inclinei. — Sou apenas sua esposa na teoria. Nós
nunca nos casamos oficialmente.
— Quem se importa com oficial. Nós somos os
governantes de nossas malditas vidas. Ninguém mais. Você é
minha. Fim da história.
Killer libertou seu pau de sua bermuda e mergulhou em
mim com um impulso vicioso para cima. Eu ofeguei, jogando
minha cabeça para trás com um sorriso. O sol aqueceu
minha pele. A brisa bagunçou meu cabelo. O oceano zumbia
ao fundo. Eu me senti livre. Pela primeira vez na minha vida,
provava a liberdade.
As mãos de Killer em meus quadris me apertaram até eu
olhá-lo novamente. Meu sorriso aumentou. Eu girei meus
quadris. Estávamos no meio do oceano. Sem destino. À
deriva, mas não perdidos. Nós éramos a casa um do outro.
Eu renasci.
Nós dois renascemos.
Nova e Nero Armani.
Finalmente livres.

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