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Damares Alves
(61) 2027-3043
E-mail: agenda.gab@mdh.gov.br
CONTRATANTE
ARTICULAÇÃO E MOVIMENTO PARA TRAVESTIS ETRANSEXUAIS DE
PERNAMBUCO – AMOTRANS/PE
DiretoraPresidenta
ChopellyGlaudystton Pereira dos Santos
CONSULTORA
SueliFrancisca Vieira
E-mail: suelivieiraf7@gmail.com
Índice – Em construção
1. Apresentação
Dados, pesquisas e matérias divulgadas atualmente e há anos, escancaram um grave
cenário brasileiro de violência por motivação homofóbica, situações essas que tem colocado o
Brasil no ranking de um dos lugares mais perigosos para a população LGBTI+ (lésbicas, gays,
bissexuais, transexuais e intersexuais). Como exemplo dessa fatídica informação, no Brasil tem-
se uma morte a cada 23 horas, sendo que é o país que mais mata transexuais e travestis no
mundo, só no ano de 2019 foram 124 mortes. Desse modo, haja visto tais dados, se tem
colocado em cheque a efetividade das políticas públicas brasileira da defesa e garantia de
direitos humanos desse público.
Este cenário contribui para naturalizar a negação dos direitos previstos na própria
Constituição Federal, normativo esse que em seu Preâmbulo assegura o exercício dos direitos
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o desenvolvimento, o bem-estar, a justiça e a
igualdade como valores de uma sociedade pluralista, sem preconceitos e fraterna. Ademais, em
seu art. 3ª, inc. IV preconiza promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Sem dúvida tais conquistas são uma resposta concreta e importante ao avanço do
conservadorismo que transforma o Brasil no reflexo de sua própria intolerância e da fragilidade
de enfrentamento e prevenção da violência motivada por homofobia e a transfobia. De acordo
com o documento produzido por Alexandre Araripe Fernandes “as expressões de preconceito,
discriminação e violência contra esta população ainda são alarmantes, reforçadas por discursos
de setores conservadores da sociedade. A decisão importante do STF, apesar de não atingir o
cerne do problema, é um avanço para o enfrentamento a situações de violência LGBTI+,
podendo ser utilizado para atualização dos fluxos de encaminhamento das denúncias registradas
no âmbito do Disque Direitos Humanos (Disque 100) envolvendo pessoas LGBTI+ vítimas de
violência”.
Nesse sentido, todo esforço culmina, na construção desse documento que busca
estruturar uma análise concreta dos fluxos utilizados pelo Disque Direitos Humanos – 100 para
encaminhar denúncias de violação de direitos de pessoas LGBTI+, procurando compreender os
padrões utilizados e procedimentos para direcionamento as instituições e órgãos que integram o
sistema de garantia de direitos da população em questão.
2. Introdução
Conforme apresenta tabela abaixo, é possível observar que 2012 foi o ano
de maior número de registros pelo Disque 100. O ano de 2015 apresentou um aumento
significativo e desde então esses números vem caindo, sendo o ano de 2019 o maior
recuo. No gráfico é possível identificar as curvas de aumento e recuo de forma clara e
objetiva.
3031
1983
1873
1720 1685
1695
1159
1013
833
75
63
18 21 22 22
16 13
8 4 5 6 5 5
1 3 2 3 1
AM DF MA MT PA PE RJ RN RS SP
Feminino Masculino
Quanto ao perfil das vítimas que sofrem homofobia, os dados apontam que 347
vítimas são do sexo masculino e 117 feminino e 47 não informaram. Do total de vítimas
24% das vítimas não têm sua identidade de gênero revelada. Dessas que se
identificaram 42% são gays, 20% são pessoas trans, 9% que sofrem violência são
lésbicas e 4% bissexual, conforme gráfico abaixo. No estado de São Paulo/SP onde
temos a maior recorrência de violência 36% são vítimas gays e o segundo grupo que
mais sofre discriminação são as pessoas trans com 24%.
Gay 42%
Transexual 15%
Lésbica 9%
Travesti 5%
Bissexual 4%
Heterossexual 2%
Nas 10 unidades da federação a grande maioria das vítimas de crimes homofóbicos são
homens gays (do sexo biológico masculinos). Há pouca informação sobre a ORIENTAÇÃO
AFETIVO-SEXUAL da população Transexual e Travesti. No entanto, o indicador “não informado”
merece atenção, pois no total alcançou 24%, mesmo o módulo sendo específico para a
população LGBT. Assim, vale apena considerar os relatos registrados e atestar se os
responsáveis pelo registro compreendem as diferenças e as definições de “sexo biológico”,
“gênero”, “identidade de gênero” e “orientação afetivo-sexual”.
AM DF
9% 4%
9%
27% 9% 39%
MA MT
14%
27%
13%
PA PE
11% 6%
14%
11%
Gay Gay
Não informado Não informado
Transexual Transexual 8%
Lésbica Lésbica 50%
Travesti 11% 56% Travesti
Bissexual Bissexual
Heterossexual Heterossexual
11% 22%
RJ RN
2% 4% 1%
8%
9%
Gay
Gay 27%
9% Não informado
Não informado
Transexual
Transexual
Lésbica 27%
Lésbica 51%
Travesti
Travesti
Bissexual
Bissexual
Heterossexual
Heterossexual
Total
18%
25%
18%
RS SP
7% 5% 2%
4% 6%
Gay Gay 9%
15% 36%
Não informado Não informado
Transexual Transexual
48%
Lésbica Lésbica
Travesti Travesti
Bissexual Bissexual
Heterossexual Heterossexual 19%
26%
24%
Quanto à cor/raça das vítimas 40% são brancas, 28% se declaram pardos e 10%
pretos. As vítimas que não informaram representam 21%. O estado de São Paulo/SP
aparece no topo do ranking no que tange raça/cor com maior número de vítimas. Em
seguida temos o Rio de Janeiro/RJ e Pernambuco. Importante frisar que a cor preta está
em 3º lugar no ranking, deixando subtendido que não há ligação direta da cor da vítima
com a violação sofrida, ou seja, as violações recorrentes independem da cor da vítima.
Quanto ao indicador Cor/Raça é auto declarado e o atendente registra a verbalização do
demandante.
Branca 40%
Parda 28%
Preta 10%
Amarela 1%
Indígena 0%
No que se refere aos locais de maior incidência das violações, os dados apontam
que casa da vítima é o principal local violador com 34% dos registros. Em seguida os
dados apontam a rua como segundo local onde mais ocorrem violações com mais de
20% dos registros. Em terceiro lugar no ranking está o local de trabalho e casa do
suspeito, 6% e 5% nessa ordem. Nas escolas ocorrem quase 3% das violações e hospital
2,3%. Delegacias de polícia e ônibus também aparecem nos dados com 2,1% e 0,8%,
respectivamente. Outros lugares que inclui igrejas, albergues, ILPI´s, etc somam 27%.
No gráfico abaixo é possível visualizar outros locais de maior recorrência.
Gráfico 6 – Local de violação
Local de violação
Casa da Vítima 34.2%
Rua 20.8%
Escola 2.9%
Hospital 2.3%
Ônibus 0.8%
Inseri análise ()
Considerando que mais de 40% das vítimas possuem algum tipo de vínculo com
suposto autor sejam familiares, demais conhecidos e vizinhos e que tal violação de
direito ocorre na casa da vítima, com mais de 34% de incidência, conforme gráfico já
apresentado é de suma importância compreender tal dinâmica para pensar na efetividade
do fluxo de encaminhamento, proteção da vítima, bem como, para formulação eficaz de
políticas públicas nas esferas Federal, Estadual e Municipal para a população LGBTI+.
Dessa forma, analisando o perfil dos agressores é possível constatar que, 43%
são do sexo masculino, sendo que, 14% dos registros apontam os vizinhos como
principais suspeitos. Irmãos aparecem com 7% em segundo lugar, pessoas
desconhecidas são contadas com 4%, seguido de mãe com 3% e ex-companheiro e pai
ambos 2%. Desses suspeitos as três faixas etárias mais violadoras são: de 36 a 40 anos
com mais de 10%, 25 a 30 anos com 9,3% e de 31 a 35 anos com 7,6%. Do total 302
suspeitos não têm suas faixas de idade informadas, representando um total de 45%. A
maior parte dos suspeitos – 29% não informaram o sexo e 28% são do sexo feminino.
(Realizar ajuste).
291
187 191
102
76
36
24
16 17 16
10 10 12
4 4 5 7
3 3 2 3 2
AM DF MA MT PA PE RJ RN RS SP
Feminino Masculino
No que se refere à cor/raça dos suspeitos, 33% são da cor branca, parda e preta
vem em seguida com 13% e 6%, respectivamente.
Gráfico 11 – Perfil do suspeito _ Cor/Raça
Branca 33%
Parda 13%
Preta 6%
Amarela 1%
Indígena 0%
Tipo de Violação
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
DISCRIMINAÇÃO
VIOLÊNCIA FÍSICA
VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL
NEGLIGÊNCIA
SSUNTOS RELACIONADOS A DIREITOS HUMANOS
NCEIRO E ECONÔMICO/ VIOLÊNCIA PATRIMONIAL
VIOLÊNCIA SEXUAL
TRÁFICO DE PESSOAS
PENAS CRUÉIS, DESUMANOS OU DEGRADANTES
2018 2019
No que se refere ao tipo de violação contra pessoas LGBT mais recorrente nos 10 , a
violência Psicológica ( xingamentos, injúria, hostilização, humilhação, entre outros) aparece em
1º lugar no ranking com %, seguido da discriminação , , com 28%. A violência física também
aparece entre as mais cometidas (16%), violência institucional 6,7%, negligência e outras
violações com 1,7% e 6%, respectivamente.
Inserir texto introdutório e análise crítica dos fluxos utilizado com base nos
levantamentos e material de apoio.