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Aula 01

Leis nº 8.429/1992, nº 12.846/2013 e nº


12.527/2011 p/ Ministério da Economia -
PSS - Pós-Edital

Autores:
Herbert Almeida, Time Herbert
Almeida
Aula 01
18 de Fevereiro de 2021

04386017348 - ANDERSON DA SILVA PEREIRA


Herbert Almeida, Time Herbert Almeida
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1 Sumário

1 Improbidade administrativa .................................................................................................................5

1.1 Noções gerais e previsão constitucional ....................................................................................5

1.2 Espécies de atos de improbidade administrativa ...................................................................11

1.3 Sanções cabíveis ...........................................................................................................................19

1.4 Declaração de bens e valores.....................................................................................................22

1.5 Representação...............................................................................................................................22
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1.6 Ação de improbidade ..................................................................................................................22

1.7 Competência .................................................................................................................................26

1.8 Prescrição .......................................................................................................................................26

2 Lei anticorrupção - 12.846/2013 .......................................................................................................33

2.1 Noções introdutórias....................................................................................................................33

2.2 Disposições gerais ........................................................................................................................34

2.3 Atos lesivos à administração pública nacional ou estrangeira ..............................................35

2.4 Responsabilização administrativa...............................................................................................36

2.5 Processo administrativo de responsabilização ........................................................................37

2.6 Acordo de leniência .....................................................................................................................39

2.7 Responsabilização judicial ...........................................................................................................42

2.8 Disposições finais .........................................................................................................................43

3 Questões para fixação ........................................................................................................................44

4 Questões comentadas na aula ........................................................................................................105

5 Gabarito ..............................................................................................................................................129

6 Referências..........................................................................................................................................129

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APRESENTAÇÃO DO CURSO
Olá concurseiros e concurseiras.

É com muita satisfação que estamos lançando este livro digital de Legislação para o concurso de Todos os
Cargos do Ministério da Economia.

Antes de mais nada, gostaria de me apresentar. Meu nome é Herbert Almeida, sou Auditor de Controle
Externo do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo aprovado em 1º lugar no concurso para o cargo.
Além disso, obtive o 1º lugar no concurso de Analista Administrativo do TRT/23º Região/2011.

Meu primeiro contato com a Administração Pública ocorreu através das Forças Armadas. Durante sete
anos, fui militar do Exército Brasileiro, exercendo atividades de administração como Gestor Financeiro,
Pregoeiro, responsável pela Conformidade de Registros de Gestão e Chefe de Seção. Sou professor de
Direito Administrativo e Administração Pública aqui no Estratégia Concursos.

Além disso, tenho quatro paixões na minha vida! Primeiramente, sou apaixonado pelo que eu faço. Amo
dar aulas aqui no Estratégia Concursos e espero que essa paixão possa contribuir na sua busca pela
aprovação. Minhas outras três paixões são a minha esposa, Aline, e meus filhotes, Pietro e Gael (que de
tão especial foi presenteado com um cromossomosinho a mais).

Agora, vamos falar do nosso curso! O curso é composto por teoria, exercícios e videoaulas. O conteúdo
será completo tanto no livro digital como nas videoaulas. Assim, você poderá optar por estudar tanto pelo
material escrito, como pelos vídeos ou ainda pelos dois. Além disso, abordaremos a teoria completa, mas
de forma objetiva, motivo pelo qual você não precisará complementar os estudos por outras fontes. As
nossas aulas terão o conteúdo suficiente para você fazer a prova, abrangendo a teoria, jurisprudência e
questões.

Observo ainda que o nosso curso contará com o apoio da Prof. Leticia Cabral, que nos auxiliará com as
respostas no fórum de dúvidas. A Prof. Leticia é advogada e trabalha também como assessora de
Procurador do Estado em Vitória-ES. Atualmente também é aluna do mestrado em Direito Processual na
UFES (Universidade Federal do Espírito Santo). Com isso, daremos uma atenção mais completa e pontual
ao nosso fórum.

O conteúdo do nosso livro digital será distribuído em 2 aulas, conforme o seguinte cronograma:

AULAS TÓPICOS ABORDADOS DATA


6. Lei no 8.429/1992 e suas alterações. 6.1. Disposições gerais. 6.2. Atos de
Aula 1 Disponível
improbidade administrativa. 7. Lei no 12.846/2013 e suas alterações.
Aula 2 8. Lei no 12.527/2011 e suas alterações 25/02

Por fim, se você quiser receber dicas diárias de Direito Administrativo, siga-me nas redes sociais (não
esqueça de habilitar as notificações no Instagram e Youtube, assim você será informado sempre que eu
postar uma novidade por lá):

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@profherbertalmeida

/profherbertalmeida

/profherbertalmeida

/profherbertalmeida e /controleexterno

Se preferir, basta escanear as figuras abaixo:

Sem mais delongas, espero que gostem do material e vamos ao nosso curso.

Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei
9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os
cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site
Estratégia Concursos ;-)

Antes de iniciarmos o nosso curso, vamos a alguns AVISOS IMPORTANTES:

1) Com o objetivo de otimizar os seus estudos, você encontrará, em nossa plataforma (Área do
aluno), alguns recursos que irão auxiliar bastante a sua aprendizagem, tais como “Resumos”,
“Slides” e “Mapas Mentais” dos conteúdos mais importantes desse curso. Essas ferramentas de
aprendizagem irão te auxiliar a perceber aqueles tópicos da matéria que você precisa dominar,
que você não pode ir para a prova sem ler.

2) Em nossa Plataforma, procure pela Trilha Estratégica e Monitoria da sua respectiva


área/concurso alvo. A Trilha Estratégica é elaborada pela nossa equipe do Coaching. Ela irá te
indicar qual é exatamente o melhor caminho a ser seguido em seus estudos e vai te ajudar a
responder as seguintes perguntas:

- Qual a melhor ordem para estudar as aulas? Quais são os assuntos mais importantes?

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- Qual a melhor ordem de estudo das diferentes matérias? Por onde eu começo?

- “Estou sem tempo e o concurso está próximo!” Posso estudar apenas algumas partes do
curso? O que priorizar?

- O que fazer a cada sessão de estudo? Quais assuntos revisar e quando devo revisá-los?

- A quais questões deve ser dada prioridade? Quais simulados devo resolver?

- Quais são os trechos mais importantes da legislação?

3) Procure, nas instruções iniciais da “Monitoria”, pelo Link da nossa “Comunidade de Alunos” no
Telegram da sua área / concurso alvo. Essa comunidade é exclusiva para os nossos assinantes e
será utilizada para orientá-los melhor sobre a utilização da nossa Trilha Estratégica. As melhores
dúvidas apresentadas nas transmissões da “Monitoria” também serão respondidas na nossa
Comunidade de Alunos do Telegram.

(*) O Telegram foi escolhido por ser a única plataforma que preserva a intimidade dos
assinantes e que, além disso, tem recursos tecnológicos compatíveis com os objetivos da
nossa Comunidade de Alunos.

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1 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

1.1 Noções gerais e previsão constitucional

A Constituição Federal deu importância relevante à moralidade administrativa, incluindo-a como princípio
constitucional previsto no art. 37, caput, do Texto Maior. Com efeito, a exigência de uma atuação moral se
relaciona com o dever de probidade, ética e honestidade da Administração Pública.

Nesse sentido, a Constituição da República se referiu à improbidade administrativa como forma de violação
à moralidade administrativa, incluindo diversos dispositivos sobre o tema. No art. 15, V, a improbidade
administrativa é tratada como forma de suspensão dos direitos políticos:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos
de:

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

O art. 85, V, dispõe que são crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra a probidade na administração; enquanto o art. 14,
§ 9º, trata a proteção da probidade administrativa como um dos parâmetros para definição dos casos de
inelegibilidade.

Todavia, o dispositivo de importância maior é o § 4º do art. 37 da Constituição, que estabelece a base para
a responsabilização dos atos de improbidade administrativa:

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a


perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Uma vez que se insere no texto constitucional, essa norma alcança a administração pública direta e indireta,
de qualquer dos Poderes, de todos entes da Federação. Por conseguinte, foi editada a Lei 8.429/1992,
norma de caráter nacional, alcançando, portanto, todos os entes da Federação (União, estados, Distrito
Federal e municípios).

Nesse contexto, a Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa – LIA) define os sujeitos ativo e
passivo do ato de improbidade (arts. 1º ao 3º); o próprio ato de improbidade, ainda que não o faça de
maneira tão clara (arts. 9ª ao 11º); as sanções cabíveis (art. 12); e as normas da ação judicial em decorrência
da prática do ato de improbidade (art. 17).

Com efeito, apesar de mencionarmos a relação entre a probidade administrativa e a moralidade, os casos
considerados como atos de improbidade administrativa são muito mais amplos. Segundo Maria Sylvia
Zanella Di Pietro,

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Comparando a moralidade com a probidade, pode-se afirmar que, como princípios,


significam praticamente a mesma coisa, embora algumas leis façam referência às duas
separadamente [...].

No entanto, quando se fala em improbidade como ato ilícito, como infração sancionada
pelo ordenamento jurídico, deixa de haver sinonímia entre as expressões improbidade e
imoralidade, porque aquela tem um sentido muito mais amplo e muito mais preciso, que
abrange não só atos desonestos ou imorais, mas também e principalmente ilegais.

Portanto, a improbidade envolve não somente os atos imorais e desonestos, mas também os atos ilegais
em sentido estrito, ou seja, aqueles que confrontam leis, regulamentos ou outros atos normativos.

Dessa forma, a Lei de Improbidade Administrativa (LIA) estabeleceu inúmeras hipóteses de atos de
improbidade, sendo que a violação à moralidade administrativa é apenas uma delas. Nesse contexto, a Lei
8.429/1992 estabeleceu quatro tipos de atos considerados como de improbidade administrativa: (a) os que
importam enriquecimento ilícito (art. 9º); (b) os que causam prejuízo ao erário (art. 10); (c) os decorrentes
de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário (art. 10-A); (d) os que atentam
contra os princípios da Administração Pública (art. 11).

A partir daí, vamos começar a analisar todos os aspectos da Lei 8.429/19921.

Sujeito passivo do ato de improbidade

Os sujeitos passivos dos atos de improbidade administrativa são todas as entidades que podem ser
atingidas por atos dessa natureza, ou seja, são as entidades contra as quais os atos de improbidade
administrativa podem ser praticados.

De acordo com o art. 1º da Lei 8.429/1992, os atos de improbidade administrativa podem ser
praticados contra (sujeitos passivos):
a) a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território;
b) empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual;
c) entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

1
Nesta aula, quando falarmos em “Lei”, com inicial em letra maiúscula, ou quando mencionarmos diretamente um artigo,
sem especificar a lei, considere que estamos falando da Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa).

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Portanto, os sujeitos passivos abrangem todas as pessoas políticas (União, estados, Distrito Federal e
municípios); os órgãos dos três Poderes (incluindo o Tribunal de Contas e o Ministério Público); as
administrações direta e indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de
economia mista); as empresas que, mesmo não pertencendo ao Poder Público, estão sob controle deste –
no caso em que o erário concorreu com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual 2 –; entidades que
não pertencem à Administração Pública, mas que recebam algum tipo de subvenção, benefício ou
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público, ou então aquelas em cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, nos quais a sanção
patrimonial limitar-se-á à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Apenas esclarecendo um pouco mais, no último tipo de sujeito passivo dos atos de improbidade
administrativa mencionado acima, estão as entidades privadas em relação às quais o Estado exerce a
função de fomento, concedendo algum tipo de subsídio, benefício ou incentivo ou que ainda tenha
contribuído com a criação ou custeio, com menos de 50%. Podemos mencionar como exemplos os serviços
sociais autônomos (Sesi, Senai, Sesc, etc.), as organizações sociais, as organizações da sociedade civil de
interesse público e qualquer outro tipo de entidade criada ou mantida com recursos públicos3. Nesse caso,
a Lei limita a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Aquilo
que exceder às contribuições do erário, deverá ser pleiteado por outra via que não a ação de improbidade.

1.1.1 Sujeito ativo do ato de improbidade

O sujeito ativo é representado pelas pessoas que podem praticar os atos de improbidade administrativa e,
por consequência, sofrer as devidas sanções previstas na Lei 8.429/1992. Nesse contexto, existem dois tipos
de sujeitos ativos dos atos de improbidade:

a) os agentes públicos (art. 2º);


b) os terceiros que, mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato
de improbidade administrativa ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta (art. 3º).

Em primeiro lugar, devemos destacar que a Lei de Improbidade Administrativa permite a aplicação de
sanções a pessoas que não sejam agentes públicos. No entanto, não é possível que o terceiro atue
isoladamente. Em outras palavras, uma pessoa que não seja agente público somente cometerá atos de
improbidade administrativa quando se observar alguma relação com agentes públicos. Nesse caso, a Lei
8.429/1992 apresenta três tipos de relação:

a) quando a pessoa induz um agente a praticar ato de improbidade administrativa;


b) quando pratica o ato juntamente com o agente público, ou seja, quando concorre para o ato; e
c) quando a pessoa se beneficia de um ato de improbidade praticado por um agente público.

Em regra, a Lei de Improbidade busca sancionar as condutas praticadas por pessoas


físicas. Contudo, a despeito da divergência doutrinária sobre o tema, o STJ admite que

2 Segundo a Profª. Maria Di Pietro, trata-se das “empresas sob controle direto ou indireto do poder público” (Di Pietro,
2014, p. 910).
3 Di Pietro, 2014, p. 910-911.

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pessoas jurídicas sejam responsabilizadas, desde que tenham se beneficiado ou


participado dos atos de improbidade administrativa (REsp 1.122.177/MT).

Com efeito, as pessoas jurídicas podem responder em ação de improbidade, ainda que
desacompanhadas de seus sócios, ou seja, uma empresa pode ser ré da ação de
improbidade, mesmo que seus sócios não figurem no polo passivo dessa demanda (REsp
970.393/CE).

Entretanto, a pessoa jurídica não se submete, por incompatibilidade com a sua natureza,
às sanções de perda da função pública e de suspensão dos direitos políticos. Por outro
lado, as empresas poderão sofrer as sanções de ressarcimento integral do dano, perda
dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, pagamento de multa civil e
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, nos termos e limites do art. 12 da LIA (REsp 1.038.762/RJ).

Em resumo, os terceiros, para fins da Lei de Improbidade, podem ser pessoas físicas ou
jurídicas.

Por outro lado, o conceito de agente público da Lei 8.429/1992 é amplo, abrangendo todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas que podem ser enquadrados como sujeito ativo dos atos de improbidade administrativa (art.
2º).

transitoriamente ou sem remuneração

Agentes públicos (em


por eleição, nomeção, designação, contratação ou
sentido amplo), ainda
qualquer forma de investidura ou vínculo
que:
Sujeitos ativos do mandato, cargo, emprego ou função
ato de
improbidade
administrativa Induzam

Terceiros que: Concorram

Beneficiem-se

Apesar da abrangência do conceito de agente público, já houve muita discussão em relação à aplicação das
sanções por improbidade administrativa aos agentes políticos que respondem por crime de
responsabilidade (Presidente da República; Ministros de Estado; Procurador-Geral da República; Ministros
do STF; Governadores; Secretários de Estado).

No âmbito do Superior Tribunal de Justiça, sempre foi comum aceitar a aplicação conjunta da
responsabilização prevista na Lei 8.429/1992 e da Lei 1.079/1950, ressalvando-se o Presidente da

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República, que somente responderia por crime de responsabilidade. Portanto, segundo o STJ, um agente
político pode responder simultaneamente por crime de responsabilidade e por improbidade
administrativa, salvo o Presidente da República.

O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, chegou a declarar, em 2007, que os agentes políticos passíveis
de responder por crime de responsabilidade, na forma prevista no art. 102, I, “c”, da Constituição Federal,
e na Lei 1.079/1950, não se sujeitariam às disposições da Lei 8.429/1992.4 O caso tratava especificamente
da responsabilidade de um Ministro de Estado. No entanto, algumas decisões posteriores do STF indicavam
uma superação deste posicionamento.

Finalmente, em 2018, o STF pacificou o assunto ao concluir que os agentes políticos, com exceção do
Presidente da República, encontram-se sujeitos a duplo regime sancionatório, de modo que se
submetem tanto à responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa quanto à
responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade.5

Dessa forma, podemos concluir atualmente que a Lei de Improbidade aplica-se aos agentes políticos,
independentemente da responsabilidade política por crime de responsabilidade. A única exceção trata do
Presidente da República, uma vez que tal autoridade possui rito específico para fins de responsabilização,
consoante determina a Constituição Federal.

1.1.2 Natureza da ação de improbidade administrativa e cumulação de


instâncias

De acordo com o art. 37, §4º da Constituição Federal, os atos de improbidade administrativa importarão:
(a) a suspensão dos direitos políticos; (b) a perda da função pública; (c) a indisponibilidade dos bens; e (d)
o ressarcimento ao erário, “sem prejuízo da ação penal cabível”. Adicionalmente, a Lei 8.429/1992
apresentou outras penalidades, que serão discutidas a seguir.

Portanto, a natureza da ação não é penal. Claro que se a conduta for tipificada como crime, não haverá
prejuízo de interpor ação própria buscando a aplicação das sanções penais. Nesse caso, teremos duas ações
distintas, uma de improbidade administrativa e outra de natureza penal.

Nesse contexto, devemos destacar que existem três esferas independentes: penal, civil e administrativa.
Essas esferas são, em regra, independentes, ou seja, é possível que uma pessoa seja absolvida em uma, e
não na outra. Também é possível que alguém seja sancionado nas três esferas, ou em apenas duas.

4
Informativo 471 do STF; veja também a Rcl 2.138/DF.
5
Pet 3240 AgR/DF, 10/5/2018.

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A regra é a independência das instâncias penal, civil e administrativa, motivo pelo qual uma pessoa
poderá sofrer ações nas três esferas. Todavia, a ação penal, que possui um procedimento mais solene,
poderá interferir nas demais instâncias da seguinte forma6:
a) a condenação criminal, invariavelmente, acarreta a condenação nas esferas civil e administrativa;
b) a absolvição na esfera penal estende-se às outras instâncias exclusivamente quando fundada na
inexistência do fato ou na ausência de autoria.

Assim, um agente público poderá, na mesma conduta, cometer um crime previsto no Código Penal (esfera
penal); ser responsabilizado civilmente pelo dano causado ao erário (esfera civil); e ser punido com pena
de demissão do serviço público (esfera administrativa).

Quanto à natureza da ação de improbidade, alguns doutrinadores a consideram como de natureza civil.
Todavia, a Prof.ª Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que o ato de improbidade administrativa caracteriza
um ilícito de natureza civil e política, uma vez que pode implicar a suspensão dos direitos políticos, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.

Com efeito, devemos notar que as sanções por atos de improbidade não são aplicadas na esfera
administrativa. Vale dizer: as sanções são aplicadas no âmbito judicial, em processo próprio, instaurado por
iniciativa do Ministério Público ou da pessoa jurídica atingida pelo ato.

Dessa forma, ainda que a sanção possa ter repercussão na esfera administrativa (como ocorre com a perda
da função pública, com a proibição de contratar com o Poder Público e com a proibição de receber do Poder
Público benefícios fiscais ou creditícios), a sanção em si é aplicada no âmbito judicial.

Independentemente do que se considera por “natureza”, o fato é que os atos de improbidade


administrativa não geram sanções penais, sendo necessário, para tanto, a interposição de ação própria.

(TCDF - 2013) O ato de improbidade, que, em si, não constitui crime, caracteriza-se como um ilícito de
natureza civil e política.
Comentários:
O art. 37, §4º, da LIA determina que as penalidades decorrentes dos atos de improbidade administrativa
devem ser aplicadas “sem prejuízo da ação penal cabível”. Portanto, a ação e suas penalidades não
possuem natureza penal.
De acordo com Maria Di Pietro, o ato de improbidade administrativa caracteriza um ilícito de natureza civil
e política, uma vez que pode implicar a suspensão dos direitos políticos, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário. Dessa forma, o item está correto.

6
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 898-899.

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(MJ - 2013) Um ato de improbidade administrativa praticado por servidor público não pode ser
simultaneamente enquadrado como um ilícito administrativo, o que exime a autoridade competente de
instaurar qualquer procedimento para apuração de responsabilidade de natureza disciplinar.
Comentários:
As instâncias são independentes. Logo, um ato de improbidade administrativa também poderá ser
enquadrado nas esferas administrativa e penal. Por exemplo, um servidor público federal que dispensar ou
inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei poderá ser responsabilizado na esfera penal (Lei
8.666/1993, art. 89); na esfera administrativa (Lei 8.112/1990, art. 132, I e IV); e por ato de improbidade
administrativa – esfera civil (Lei 8.429/1992, art. 10, VIII).
Logo, o servidor público poderá ser enquadrado simultaneamente pelo ilícito administrativo. E sendo assim
a questão está incorreta.
(MJ - 2013) A Lei de Improbidade Administrativa é aplicável a qualquer agente público que seja servidor
estatutário vinculado às pessoas jurídicas de direito público, não abrangendo os empregados públicos
vinculados à administração indireta.
Comentários:
A Lei 8.429/1992 abrangem todas as pessoas políticas (União, estados, Distrito Federal e municípios); os
órgãos dos três Poderes (incluindo o Tribunal de Contas e o Ministério Público); as administrações direta e
indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista); as empresas
que, mesmo não pertencendo ao Poder Público, estão sob controle deste – no caso em que o erário
concorreu com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual –; entidades que não pertencem à
Administração Pública, mas que recebam algum tipo de subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou
creditício, de órgão público, ou então aquelas em cuja criação ou custeio o erário haja concorrido com
menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, nos quais a sanção patrimonial limitar-
se-á à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Com efeito, o art. 2º estabelece o seguinte:
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo
anterior.
Dessa forma, o conceito é amplo, abrangendo quase todos os tipos de agentes públicos. A Lei também
abrange toda a administração direta e indireta, as entidades controladas e aquelas que recebam recursos
para fomento. Por isso a questão está incorreta.

1.2 Espécies de atos de improbidade administrativa

A Lei 8.429/1992 classifica os atos de improbidade administrativa em quatro grandes grupos.

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Os arts. 9º, 10, 10-A e 11 estabelecem os grupos de atos de improbidade, dividindo-os em atos que:
a) importam enriquecimento ilícito (art. 9º);
b) causam prejuízo ao erário (art. 10);
c) decorram de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário (art. 10-A);
d) atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11).

A partir do enquadramento do ato em um desses grupos, serão aplicadas as penalidades previstas no art.
12 da Lei. Nesse caso, há uma verdadeira hierarquia das sanções, sendo que as penalidades mais rigorosas
se aplicam aos atos que importam enriquecimento ilícito, e as penas mais brandas aos que atentam contra
os princípios da Administração Pública.

Além disso, a Lei estabelece, para cada um desses grupos, uma rápida definição e, em seguida, lista alguns
exemplos de atos que neles poderiam ser enquadrados. Nesse contexto, após a definição, em cada um dos
artigos, consta a expressão “e notadamente”. Dessa forma, podemos perceber que o rol de condutas
previstas em cada um dos artigos que estabelecem os atos de improbidade administrativa é apenas
exemplificativo, podendo existir casos que não constem expressamente nesses dispositivos, mas
igualmente possam ser considerados como improbidades.

Agora, vamos analisar as condutas enquadráveis em cada um desses grupos.

1.2.1 Atos que importam enriquecimento ilícito

De acordo com o art. 9º da Lei 8.429/1992, constitui ato de improbidade administrativa importando
enriquecimento ilícito “auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de
cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades” abrangidas pela Lei e, notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público;

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou


locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art.
1° por preço superior ao valor de mercado;

III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou
locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor
de mercado;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de


qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no
art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades;

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V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a


exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura
ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer


declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou
sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos
a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou
à renda do agente público;

VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para


pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação
ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública


de qualquer natureza;

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato
de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

Essas são as condutas mais graves e, por conseguinte, receberão as penalidades mais gravosas.

1.2.2 Atos que causam lesão ao erário

Consoante o art. 10 da LIA, constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento
ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades abrangidas pela Lei, e notadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de


pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei,
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins
educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das

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entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e
regulamentares aplicáveis à espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de


qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte
delas, por preço inferior ao de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior
ao de mercado;

VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar
garantia insuficiente ou inidônea;

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de


parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-lo indevidamente;

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;

X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público;

XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação irregular;

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades.

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação


orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei;

XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular
de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela
administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante

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celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares


aplicáveis à espécie;

XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de


parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;

XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas
sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular.

Esses são os casos intermediários, que geram penas de nível médio, conforme escalonamento prevista na
Lei de Improbidade Administrativa.

Com efeito, o art. 10 foi claro em mencionar que este grupo alcança qualquer ação ou omissão, dolosa ou
culposa. A doutrina e a jurisprudência consideram que é necessário demonstrar a existência do elemento
subjetivo do ato, ou seja, o dolo ou a culpa. O dolo ocorre quando o agente possui a intenção de praticar a
conduta prevista na lei; por outro lado, a culpa ocorre quando ele atua com negligência, imprudência ou
imperícia.

No caso dos atos de improbidade administrativa, só se admite conduta culposa naqueles que causam lesão
ao erário; enquanto, nos outros casos (os que importam enriquecimento ilícito, os que atentam contra os
princípios da Administração Pública e os que concedem benefício financeiro ou tributário irregular) só
admitem conduta dolosa. O dolo, no entanto, conforme entendimento do STJ, não precisa ter finalidade
específica (dolo específico), basta o dolo genérico7.

Nesse sentido, vale transcrever o trecho da ementa do REsp 805.080/SP, que mostra-se bastante
esclarecedor8:

7. A configuração de qualquer ato de improbidade administrativa exige a presença do


elemento subjetivo na conduta do agente público, pois não é admitida a responsabilidade
objetiva em face do atual sistema jurídico brasileiro, principalmente considerando a
gravidade das sanções contidas na Lei de Improbidade Administrativa. Portanto, é
indispensável a presença de conduta dolosa ou culposa do agente público ao praticar o
ato de improbidade administrativa, especialmente pelo tipo previsto no art. 11 da Lei
8.429/92, especificamente por lesão aos princípios da Administração Pública, que admite
manifesta amplitude em sua aplicação. Por outro lado, é importante ressaltar que a forma
culposa somente é admitida no ato de improbidade administrativa relacionado à lesão ao
erário (art. 10 da LIA), não sendo aplicável aos demais tipos (arts. 9º e 11 da LIA). (REsp
805080/SP, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/06/2009,
DJe 06/08/2009)

7
REsp 951389/SC.
8
REsp 805.080/SP.

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Assim, antes de partirmos para o próximo grupo, vamos apresentar um pequeno resumo:

Elemento
Tipo de ato de improbidade
subjetivo
Atos que importam enriquecimento ilícito (art. 9º) Dolo
Atos que causam prejuízo ao erário (art. 10) Dolo ou culpa
Concessão de benefício financeiro ou tributário irregular (art. 10-A) Dolo
Atos que atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11). Dolo

1.2.3 Atos decorrentes da concessão ou aplicação indevida de benefício


financeiro ou tributário

Esse tipo de ato de improbidade foi incluído por meio da Lei Complementar 157/2016. Certamente, o
objetivo do legislador foi atuar contra a guerra fiscal entre os municípios e a corrupção de prefeitos que
concediam indevidamente isenções ou benefícios fiscais ou tributários, diminuindo significativamente a
arrecadação municipal em benefício de poucas empresas.

Anota-se, por oportuno, que a Lei 8.429/1992 é uma lei ordinária, ao passo que a matéria foi incluída no
art. 10-A mediante a edição de uma lei complementar. Não há qualquer problema nisso, o legislador apenas
aproveitou a legislação que estava alterando a Lei Complementar 116/2003, que dispõe sobre o Imposto
Sobre Serviços de Qualquer Natureza, para também alternar a Lei 8.429/1992. No entanto, a norma
insculpida no art. 10-A é apenas formalmente lei complementar, mas materialmente é lei ordinária. Assim,
se futuramente o art. 10-A for alterado ou revogado, isso poderá ocorrer mediante lei ordinária.

Nesse contexto, o art. 10-A estabelece que constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou
omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o
caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar 116/2003.

O art. 8º-A, § 1º, da LC 116/2003, por sua vez, estabelece que a alíquota mínima do Imposto sobre Serviços
de Qualquer Natureza é de 2%. Com efeito, tal imposto não poderá ser objeto de concessão de isenções,
incentivos ou benefícios tributários ou financeiros que venham a resultar em carga tributária menor que a
decorrente da aplicação da alíquota mínima de 2%.9

Em resumo, o ato de improbidade que estamos falando configura-se quando uma autoridade, por ação ou
omissão, conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário que enseje a aplicação de uma

9 A própria Lei Complementar 116/2003 apresenta exceções, ou seja, apresenta casos em que poderá ser instituída uma
carga tributária abaixo dos 2%, sem que isso represente uma irregularidade. Os serviços que podem ter alguma isenção
que enseje uma alíquota abaixo dos 2% são os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa à Lei Complementar 116/2003,
quais sejam:
7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e
de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem,
pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de
mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).
7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de
mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).
16.01 - Serviços de transporte coletivo municipal rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros.

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alíquota abaixo dos 2% para o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, exceto em relação aos
serviços que a própria LC 116/2003 permita instituir alíquota menor.

Ademais, assim como ocorre com os atos que importam enriquecimento ilícito e os atos que atentam
contra os princípios, essa forma de ato admite apenas conduta dolosa.

1.2.4 Atos que atentam contra os princípios da Administração Pública

Constitui ato que atenta contra os princípios da Administração Pública qualquer ação ou omissão que viole
os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente (art.
11º):

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra
de competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo;

IV - negar publicidade aos atos oficiais;

V - frustrar a licitude de concurso público;

VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou
serviço;

VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de


parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;

IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.

X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde


sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do
parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.

Essas são as condutas cuja a Lei impõe as penalidades mais simples, ou seja, são consideradas menos
gravosas.

Devemos notar que frustrar a licitude de procedimento licitatório ou de processo seletivo para celebração
de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente enquadra-se como ato que
causa lesão ao erário, enquanto frustrar a licitude de concurso público é um ato que atenta contra os
princípios da Administração Pública.

Vamos resolver questões!

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(MJ - 2013) Com relação aos agentes públicos e à improbidade administrativa, julgue o item que se segue
conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
Para a caracterização de ato de improbidade por ofensa a princípios da administração pública, exige-se
a demonstração do dolo lato sensu ou genérico.
Comentários:
De acordo com o STJ, para a configuração de improbidade administrativa censurada nos termos do art. 11
da Lei 8.429/1992 (ato de improbidade por ofensa a princípios da administração pública), basta a
demonstração do dolo genérico de realizar a conduta. Nesse sentido, vejamos um trecho da ementa do
REsp 951389/SC
2. Conforme já decidido pela Segunda Turma do STJ (REsp 765.212/AC), o elemento subjetivo, necessário à
configuração de improbidade administrativa censurada nos termos do art. 11 da Lei 8.429/1992, é o dolo
genérico de realizar conduta que atente contra os princípios da Administração Pública, não se exigindo a
presença de dolo específico.
Logo, o item está correto.
(IBAMA - 2013) A utilização de cargo público para favorecer enriquecimento ilícito de amigo ou parente
é considerada improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.
Comentários:
Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa
ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens
ou haveres das entidades do Poder Público. Além disso, a Lei 8.429/1992 cita como exemplo de ato de
improbidade dessa natureza: “XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça
ilicitamente”.
Portanto, o caso descrito na questão: “utilização de cargo público para favorecer enriquecimento ilícito de
amigo ou parente”, enquadra-se nas hipóteses de atos que causam prejuízo ao erário. Portanto a questão
está correta.
(SUFRAMA - 2014) Considere que determinada regra exige licença ambiental para liberação de
financiamento de projeto empresarial na cidade de Manaus. Nesse caso, se um servidor da SUFRAMA
autorizar a liberação de verba da autarquia para financiamento de atividade empresarial cuja licença
ambiental esteja irregular, ele poderá figurar como réu em ação de improbidade.
Comentários:
Vamos ao conteúdo do art. 10 da LIA:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos
bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
[...]

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XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma
para a sua aplicação irregular;
Além disso, por ser servidor de autarquia da União, se enquadra no conceito de agente público da Lei.
Portanto, ele poderá figurar como réu em ação de improbidade. Desta forma, a questão está correta.

1.3 Sanções cabíveis

A Constituição Federal apresentou quatro tipos de sanções cabíveis em decorrência do ato de improbidade
administrativa:

a) a suspensão dos direitos políticos;


b) a perda da função pública;
c) a indisponibilidade dos bens; e
d) o ressarcimento ao erário.

Adicionalmente, a Lei 8.429/1992 acrescentou outros dois tipos de penas: (a) pagamento de multa civil; e
(b) proibição de contratar com o Poder Público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário.

Essas penas são aplicadas pelo Poder Judiciário, de acordo com a autonomia que lhe é atribuída 10. Nesse
sentido, o parágrafo único do art. 12 da LIA dispõe que “na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará
em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente”.

Entretanto, é possível a aplicação de pena de demissão de servidor público por ato de improbidade
administrativa, em processo administrativo disciplinar, mesmo sem decisão judicial prévia. Nessa linha, o
STJ entendeu, com base na independência das instâncias administrativa e instância judicial civil e penal,
que é possível que servidor seja demitido, com fundamento no art. 132, IV11, da Lei 8.112/1990,
independentemente de processo judicial prévio. Todavia, para as penas não previstas no Estatuto do
Servidor, será indispensável o processo judicial12.

Na verdade, não podemos confundir a pena de demissão, que é uma sanção disciplinar, aplicável no âmbito
do processo administrativo disciplinar, com a pena de perda da função pública, que é uma sanção de
improbidade, aplicada no âmbito do processo judicial de improbidade administrativa, pelo juízo
competente. Um dos fundamentos da pena de demissão é o cometimento de ato de improbidade
administrativa (vide art. 132, IV, da Lei 8.112/1990). Assim, no âmbito do processo administrativo
disciplinar, será possível aplicar a sanção de demissão, pelo cometimento de ato de improbidade, ainda
que o processo de improbidade não tenha sido concluído. Por outro lado, a aplicação da pena de perda da
função pública somente poderá ser realizada com o trânsito em julgado trânsito em julgado da sentença
condenatória.

10Scatolinho, 2014, p. 739.


11
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: [...] IV - improbidade administrativa;
12 MS 15.054/DF.

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Após essa exposição, vamos analisar as penas previstas, de acordo com cada tipo de ato de improbidade
praticado.

De acordo com o art. 12 da Lei 8.429/1992, independentemente das sanções penais, civis e administrativas
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

a) para os atos que importam enriquecimento ilícito:


→ perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
→ ressarcimento integral do dano, quando houver;
→ perda da função pública;
→ suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos;
→ pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial; e
→ proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
b) para os atos que causam prejuízo ao erário:
→ ressarcimento integral do dano;
→ perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância;
→ perda da função pública;
→ suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos;
→ pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; e
→ proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
c) para os atos que decorrem de concessão indevida de benefício financeiro ou tributário:
→ perda da função pública;
→ suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos; e
→ multa civil de até três vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido.
d) para os atos atentam contra os princípios da Administração Pública:
→ ressarcimento integral do dano, se houver;
→ perda da função pública;
→ suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos;

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→ pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente; e
→ proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

As penas de perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em
julgado da sentença condenatória. Todavia, a autoridade judicial ou administrativa competente poderá
determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual (art. 20, caput e parágrafo único).

Ademais, o art. 21 determina que a aplicação das sanções previstas na Lei independe:

a) da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;


b) da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
Contas.

Com efeito, a Lei impõe que, ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou
culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano (art. 5º). Além disso, no caso
de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos
ao seu patrimônio.

Por fim, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações da LIA até o limite do valor da herança (art. 8º). Portanto, nesses dois casos
específicos (lesão ao patrimônio público ou enriquecimento ilícito), é possível que o sucessor seja atingido
pelas penalidades da Lei de Improbidade Administrativa.

Por exemplo: Paulo cometeu ato de improbidade administrativa, causando uma lesão ao erário no
montante de R$ 1 milhão. Todavia, Paulo vem a óbito, deixando de herança o montante de R$ 500 mil para
os seus filhos. Nesse caso, os herdeiros poderão responder até o valor de R$ 500 mil. Aquilo que exceder a
esse montante não poderá ser exigido dos herdeiros, pois nesse caso a sanção estaria passando da pessoa
do condenado (os filhos teriam que arcar com o próprio patrimônio).

(TJDFT - 2013) Com base no disposto na Lei n.º 8.429/1992, julgue o item seguinte.
As penalidades aplicadas ao servidor ou a terceiro que causar lesão ao patrimônio público são de
natureza pessoal, extinguindo-se com a sua morte.
Comentários:
De acordo com o art. 8º da Lei 8.429/1992, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou
se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da Lei de Improbidade até o limite do valor da
herança. Portanto, mesmo com a morte do servidor ou do agente que causar lesão ao patrimônio, é
possível que as penalidades alcancem o seu sucessor. Logo, o item está errado.

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1.4 Declaração de bens e valores

O art. 13 da LIA determina que a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação
de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no
serviço de pessoal competente.

Quando for o caso, a declaração abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos
filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os
objetos e utensílios de uso doméstico (art. 13. §1º).

Ademais, a declaração de bens deverá ser atualizada: (a) anualmente e (b) na data em que o agente público
deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função. A Lei determina ainda que será punido com a
pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público
que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

Por fim, é facultado ao declarante entregar cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da
Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer
natureza.

1.5 Representação

Conforme consta no art. 14, é facultado a qualquer pessoa representar à autoridade administrativa
competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

Por outro lado, a Lei considera como crime a representação por ato de improbidade contra agente público
ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o saiba inocente (art. 19).

Como requisito de validade, a representação deverá ser escrita ou reduzida a termo e assinada, contendo
a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que
tenha conhecimento. Caso não contenha essas formalidades, a autoridade administrativa rejeitará a
representação, em despacho fundamentado. Todavia, a rejeição não impede a representação ao Ministério
Público.

Casos sejam atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos
fatos. Nesse caso, a decisão é vinculada, pois, casos sejam atendidos os requisitos da Lei, obrigatoriamente
a autoridade deverá apurar a representação, utilizando-se do devido processo administrativo disciplinar.
Em se tratando de servidor público federal, o processo deverá ocorrer nos moldes dos arts. 148 ao 182 da
Lei 8.112/1990.

1.6 Ação de improbidade

O art. 15 da LIA prevê a existência de uma comissão encarregada de realizar a instrução do processo
administrativo, que deverá dar conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas
da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade, os quais
poderão designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.

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Casos existam fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à


procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do
agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público (art. 16). O
sequestro é uma medida cautelar que incide sobre bens específicos, com a finalidade de garantir a futura
execução.

Adicionalmente, quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
internacionais.

Até agora, estamos tratando da instrução do processo administrativo. Todavia, o Ministério Público não
depende somente de provocação para pleitear as medidas cautelares ou para mover a ação de
improbidade. Conforme dispõe o art. 22 da Lei, para apurar qualquer ilícito de improbidade, o Ministério
Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação, poderá
requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

Nesse contexto, vale mencionar que a apuração administrativa não deve se confundir com a ação judicial
interposta pelos legitimados para punir os responsáveis. De acordo com o art. 17 da LIA, são legitimados
ativos ad causam para propor ação de improbidade administrativa:

a) o Ministério Público;
b) a pessoa jurídica interessada – no caso, é uma daquelas entidades que podem sofrer o ato de
improbidade administrativa, isto é, que se enquadram como sujeitos passivos dos atos de
improbidade administrativa.

Ademais, também se considera pessoa jurídica interessada o ente tributante que figurar no polo ativo da
obrigação tributária do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, prevista na Lei Complementar
116/2003 (art. 17, § 13º). Assim, se um prefeito, por exemplo, conceder um benefício tributário que enseja
uma alíquota abaixo de 2% para uma empresa, posteriormente o município será a pessoa jurídica
interessada para mover a ação de improbidade administrativa contra o ato.

Caso exista medida cautelar, a ação principal, que terá rito ordinário, deverá ser movida em até 30 dias a
contar da efetivação da medida (art. 17, caput). A expressão "rito ordinário" apenas significa que a ação de
improbidade irá seguir os trâmites normais de uma ação civil.

Além disso, nem sempre haverá medida cautelar. Nesse caso, a Lei de Improbidade não impõe um prazo
para mover a ação de improbidade. Isso não significa, todavia, que não exista prazo algum, uma vez que
toda ação de improbidade deverá observar o prazo prescricional previsto no art. 23, que vamos conversar
adiante.

Outro ponto importante na Lei de Improbidade consta no art. 17, § 1º. Hoje, a Lei de Improbidade admite
que sejam firmados acordos de não persecução cível. Vamos explicar isso com calma, mas antes vamos ter
que fazer uma rápida análise histórica sobre esse assunto.

Antigamente, a legislação vedava que fosse firmado qualquer tipo de transação, acordo ou conciliação nas
ações de improbidade administrativa. Esses são instrumentos extrajudiciais firmados entre as partes. Em

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resumo, eles são semelhantes àqueles acordos que são firmados nos seriados americanos em que o
Ministério Público e o réu definem qual pena será cumprida.

Essa vedação, entretanto, deixou de existir, uma vez que a Lei Anticrime alterou a redação do art. 17, § 1º,
mencionando expressamente a possibilidade de celebrar acordo de não persecução cível.

Mas, professor, o que é um "acordo de não persecução cível"? A ação de improbidade é uma ação cível,
uma vez que tem o propósito de, entre outros, obter o ressarcimento do dano causado ao erário. Assim,
seria possível, por exemplo, que o Ministério Público e o réu firmassem um acordo, com este se
comprometendo a ressarcir o erário, pagar alguma multa ou cumprir outras penalidades, sem a
necessidade de mover a ação de improbidade.

Em resumo: o réu se compromete a adotar algumas medidas e o Ministério Público ou a pessoa jurídica
interessada (legitimados para mover a ação de improbidade) se comprometem a não mover a ação de
improbidade ou outra ação de natureza cível.

Há, todavia, um grande problema aqui! O dispositivo que trata do tema prevê expressamente que o acordo
será firmado "nos termos desta Lei", ou seja, será firmado nos termos da Lei de Improbidade. Porém, o art.
17-A, que iria explicar como funcionaria o acordo, foi integralmente vetado. Assim, temos a possibilidade
de firmar o acordo, mas não existe, na Lei de Improbidade, a explicação de como esse acordo deverá
funcionar. Possivelmente, teremos alguma regulamentação ou uma nova lei para tratar desse tema no
futuro.

Na verdade, existe um único parágrafo na Lei de Improbidade que trata do acordo, dispondo que "havendo
a possibilidade de solução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a
contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias" (art. 17, § 10-A). Esse dispositivo é como se fosse
um "pedido de tempo". Imagine que foi apresentada a peça inicial da ação de improbidade, mas surge a
possibilidade de firmar um acordo. Então, as partes podem requerer ao juiz que "dê uma segurada" no
processo, para que seja possível conversar sobre o possível acordo.

A legislação permite que sejam firmados acordos nas ações de improbidade.

Prosseguindo, a Lei de Improbidade prevê que, quando for o caso, a Fazenda Pública promoverá as ações
necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público. Por exemplo, se o juiz
determinar o ressarcimento, a Fazenda Pública poderá promover a ação de "execução", para obter a
penhora ou outras medidas para que o erário seja ressarcido.

Quanto ao rito do processo, o § 3º, art. 17, determina que, no caso de a ação principal ter sido proposta
pelo Ministério Público, a pessoa jurídica interessada poderá optar por abster-se de contestar o pedido de
impugnação do ato ou atuar ao lado do MP, “desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do
respectivo representante legal ou dirigente” (Lei 4.717/1965, art. 6º, 3º). Nesse caso, a pessoa jurídica

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poderá compor o polo ativo da ação, ao lado do MP, ou permanecer inerte diante da instauração do
processo.

Contudo, quando for a pessoa interessada quem interpôs a ação, o Ministério Público, se não intervir no
processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

Os §§ 5º ao 12 estabelecem outras regras sobre o andamento da ação, vejamos:

§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente


intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida
provisória nº 2.180-35, de 2001)

§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes
da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de
apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as
disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.

§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do


requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e
justificações, dentro do prazo de quinze dias.

§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada,


rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da
ação ou da inadequação da via eleita.

§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.

§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento.

[...]

§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz


extinguirá o processo sem julgamento do mérito.

§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o
disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal.

A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos
ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa
jurídica prejudicada pelo ilícito (art. 18).

Por fim, vale mencionar os ensinamentos de George Sarmento, que dispõe que a ação judicial por ato de
improbidade administrativa possui natureza de ação civil pública, sendo-lhe cabível, subsidiariamente, as
regras da Lei 7.347/1995 (Lei da Ação Civil Pública).

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1.7 Competência

A competência para processar e julgar a ação civil por ato de improbidade administrativa é do juiz de 1º
grau (Federal ou estadual) com jurisdição na sede da lesão. A ação tramitará na Justiça Federal se houver
interesse da União, autarquias ou empresas públicas federais (CF, art. 109, I); caso contrário, será de
competência da justiça estadual.

Vale mencionar que a Lei 10.628/2002 acrescentou o §2 º no art. 84 do Código de Processo Penal,
determinando que a ação de improbidade deveria ser proposta perante o tribunal competente para
processar e julgar criminalmente o funcionário ou autoridade na hipótese de foro em razão do exercício de
função pública.

Ocorre que as ações de improbidade possuem natureza civil e, portanto, não existe amparo constitucional
para conceder foro especial. Por conseguinte, o STF, ao julgar a ADI 2797/DF13 declarou o dispositivo
inconstitucional, afirmando a competência do juiz de 1ª instância para julgar as ações de improbidade.

Com efeito, o tema foi novamente abordado pelo STF recentemente, concluindo-se mais uma vez que não
há foro por prerrogativa de função nas ações de improbidade administrativa.14

Portanto, o entendimento vigente é de que não existe foro especial por prerrogativa de função em ações
de improbidade administrativa.15

1.8 Prescrição

O art. 23 da Lei 8.429/1992 determina que as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas em
decorrência de ato de improbidade administrativa podem ser propostas:

a) em até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança;
b) dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego; e
c) até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas
entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual.

13
ADI 2797/DF.
14
Pet 3.245/DF, de 18/5/2018.
15 O STF já entendeu que os ministros do próprio STF responderiam por improbidade perante a própria Corte. No entanto,

podemos dizer que tal posicionamento foi superado, uma vez que não foi feita qualquer ressalva no julgamento da Pet.
3.245/DF, julgada recentemente. Da mesma forma, há entendimento no âmbito do STJ de que os governadores de Estado
responderiam por improbidade no âmbito do STJ (Rcl 2.790/SC). Novamente, acreditamos que, para fins de prova,
podemos concluir que esse entendimento não deverá prevalecer, salvo se a questão perguntar de forma específica sobre
o entendimento do STJ.

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Esse prazo previsto no item “b” varia conforme o ente da Federação. No caso da União, o prazo
prescricional é de cinco anos, conforme consta no art. 142, I, da Lei 8.112/199016.

Ademais, no caso de exercício de mandato, sendo reeleito, o prazo prescricional contará do término do
segundo mandato. Tal regra será aplicável ainda que o mandato seja interrompido por algum tempo. Por
exemplo: um prefeito comete um ato de improbidade durante a vigência do primeiro mandato; ele é
reeleito; no meio do segundo mandato, o Prefeito é afastado, assumindo o presidente da câmara municipal;
após isso, o prefeito volta ao mandato; nessa situação, o prazo prescricional será contado somente após o
término do segundo mandato, mesmo que o presidente da câmara tenha substituído interinamente o
prefeito.

E em relação ao terceiro “que não é agente público”?

A Lei de Improbidade também se aplica ao terceiro que, mesmo não sendo agente público, induziu,
concorreu ou se beneficiou da prática do ato de improbidade. Como o terceiro nunca responderá sozinho
pelo ato de improbidade, o STJ entende que o prazo prescricional será o mesmo aplicável ao agente público,
consoante redação da Súmula 634:

634 – Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional previsto na Lei de


Improbidade Administrativa para o agente público.

E quanto ao dano ao erário?

Há algum tempo, defendia-se a tese de que as ações de ressarcimento de dano ao erário seriam
imprescritíveis, tomando como fundamento das disposições do art. 37, § 5º, da Constituição Federal, que
prevê que: “a lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor
ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento”.

Porém, a tese da imprescritibilidade “absoluta” do dano ao erário foi sendo vencida aos poucos no STF.
Inicialmente, em 2016, o STF firmou posicionamento de que “é prescritível a ação de reparação de danos à
Fazenda Pública decorrente de ilícito civil” (RE 669.069). Esta decisão, porém, não afetava o dano ao erário
decorrente de improbidade administrativa, pois os ministros, na ocasião, afirmaram que este tema deveria
ser discutido em ação específica.

Já em 2018, o Supremo analisou o RE 852.475, discutindo se existia a prescrição da ação de reparação de


dano ao erário decorrente de ato de improbidade administrativa. Ao final, foi firmada a seguinte tese com
repercussão geral:

São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso


tipificado na Lei de Improbidade Administrativa

16 Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:


I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e
destituição de cargo em comissão;

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A partir desse julgamento, podemos ter as seguintes conclusões sobre as ações de ressarcimento de dano
ao erário:

a) ato de improbidade doloso: será imprescritível;


b) ato de improbidade culposo: será prescritível.

Portanto, não podemos mais falar genericamente que as ações de ressarcimento por dano decorrente de
ato de improbidade são imprescritíveis. Isso vai depender do elemento subjetivo da conduta do agente
público. Se ele agiu de forma culposa, haverá prescrição; se agiu de forma dolosa, não haverá prescrição
da ação de ressarcimento.

Vale lembrar que isso vale somente para a ação de ressarcimento. Por outro lado, as ações de improbidade,
em si, prescrevem nos prazos que vimos acima. Por exemplo, a ação para aplicar as penalidades de perda
da função pública, suspensão dos direitos políticos, multas, etc. prescrevem nos prazos constantes no art.
23 da Lei de Improbidade.

Ademais, no caso de ato de improbidade culposo, o prazo de prescrição da ação de ressarcimento será o
mesmo aplicável para as demais sanções, ou seja, serão os prazos do art. 23.

Vamos analisar questões sobre o tema.

Término do exercício de
5 anos mandato, cargo em comissão
ou função de confiança
Mesmo prazo p/
Sanções de Cargo efetivo ou emprego
demissão a bem
improbidade público
do serviço público
Prestação de contas final de
5 anos entidade que recebeu
Prescrição recursos públicos

Culpa Prescritível
Dano ao erário
Dolo Imprescritível

Vamos analisar questões sobre o tema.

(CNJ - 2013) Segundo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o reconhecimento de ato de
improbidade administrativa, nos moldes previstos pela Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º

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8.429'1992), requer o exercício de função específica (administrativa), não se admitindo sua extensão à
atividade judicante.
Comentários:
No entendimento do STJ, as disposições da Lei 8.429/1992 alcançam os magistrados, inclusive no exercício
da função judicante. Nesse sentido, vejamos o trecho do precedente do Superior Tribunal de Justiça
constante no REsp 1.127.182/RN
[...] o conceito de "agente público" previsto no art. 2º da Lei n. 8.429/92 é amplo o suficiente para albergar
os magistrados, especialmente, se, no exercício da função judicante, eles praticarem condutas
enquadráveis, em tese, pelos arts. 9º, 10 e 11 daquele diploma normativo.
Portanto, o reconhecimento de ato de improbidade pode alcançar até mesmo o exercício da função
judicante. Por isso, a questão está errada.
(TJDFT - 2013) Somente são sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa os agentes públicos,
assim entendidos os que exercem, por eleição, nomeação, designação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na administração direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos poderes da União, dos estados, do DF e dos municípios.
Comentários:
Podemos considerar como sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa os terceiros que, mesmo
não sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade administrativa
ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta, e os agentes públicos, ou seja, todo aquele
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no art. 1º da Lei. Portanto, não são apenas os agentes públicos os sujeitos ativos
do ato de improbidade. Sendo assim, a questão está incorreta.
(TRT 10 - 2013) Apuração interna realizada descobriu que um empregado público federal de uma
sociedade de economia mista recebeu vantagem indevida de terceiros, em troca do fornecimento de
informações privilegiadas e dados sigilosos do ente de que ele fazia parte. O relatório de conclusão da
apuração foi enviado ao Ministério Público para providências cabíveis.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
O terceiro beneficiado poderá ser responsabilizado nas esferas cível e criminal, mas não por improbidade
administrativa, visto que esta não abrange particulares.
Comentários:
Podem ser responsabilizados por ato de improbidade administrativa os agentes públicos e os terceiros que,
mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade
administrativa ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta. Dessa forma, o terceiro
beneficiado poderá ser responsabilizado também por improbidade administrativa, sem prejuízo das
sanções penais. Por isso, a questão está incorreta.
(TCDF - 2014) O herdeiro de deputado distrital que tenha, no exercício do mandato, ocasionado lesão ao
patrimônio público e enriquecido ilicitamente está sujeito às cominações da Lei de Improbidade
Administrativa, mas somente até o limite do valor da herança recebida.
Comentários:

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O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às
cominações da LIA até o limite do valor da herança (art. 8º). Dessa forma, o herdeiro poderá ser atingido
pelas penalidades da LIA, até o limite do valor da herança recebida. Com feito, vale mencionar que não há
nenhuma vedação para a responsabilização de deputado por improbidade administrativa. Sendo assim, a
assertiva está correta.
(CNJ - 2013) A configuração da improbidade exige os seguintes elementos: o enriquecimento ilícito, o
prejuízo ao erário e o atentado contra os princípios fundamentais (legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência), presente o elemento subjetivo doloso.
Comentários:
a questão foi mal elaborada e, infelizmente, o gabarito foi infeliz. O avaliador tomou por base a ementa do
REsp 654.721/MT17 do STJ, vejamos:
ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RECURSOS ESPECIAIS. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. LEI
8.429/92. CONTRATAÇÃO E MANUTENÇÃO DE PESSOAL SEM A REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO.
AUSÊNCIA DE DOLO E DE PREJUÍZO AO ERÁRIO. ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA NÃO
CONFIGURADO. RECURSOS PROVIDOS. 1. "A improbidade administrativa consiste na ação ou omissão
intencionalmente violadora do dever constitucional de moralidade no exercício da função pública, tal como
definido por lei" (Marçal Justen Filho in Curso de Direito Administrativo, 3 ed. rev. e atual., São Paulo:
Saraiva, 2008, p. 828). 2. Para que se configure a improbidade, devem estar presentes os seguintes
elementos: o enriquecimento ilícito, o prejuízo ao erário e o atentado contra os princípios fundamentais
(legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência). 3. O ato de improbidade, na sua
caracterização, como de regra, exige elemento subjetivo doloso, à luz da natureza sancionatória da Lei
8.429/92. 4. No caso dos autos, as instâncias ordinárias afastaram a existência de dolo, bem como de
prejuízo ao erário, razão por que não há falar em ocorrência de ato de improbidade administrativa. 5.
Recursos especiais providos. (grifos nossos)
Ocorre que o texto do REsp deixa claro que a presença do elemento subjetivo doloso ocorre apenas “como
regra”. Isso porque no caso do ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário admite-se tanto
o dolo quanto a culpa. É o que consta no art. 10 da Lei 8.429/1992:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos
bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: (grifos nossos)
Dessa forma, a questão deveria ser dada como errada, pois a redação deu a entender que deverá sempre
estar presente o dolo, o que não é verdadeiro.
Além disso, o enunciado tanto da questão quanto da ementa do REsp 654.721/MT dão a entender que
todos os três elementos devem estar presentes para a condenação por improbidade: “o enriquecimento
ilícito, o prejuízo ao erário e o atentado contra os princípios fundamentais”. O mais adequado seria utilizar
o “ou” no lugar do “e”.
Assim, o item foi dado como correto, mas entendemos que deveria ser errado. Não adianta “brigar” com a
banca, por isso a revisão acima serve apenas para aprofundarmos nossos estudos.
(CNJ - 2013) Constituem improbidade administrativa não apenas os atos que geram enriquecimento
ilícito, mas também os que atentam contra os princípios da administração pública.
Comentários:

17
REsp 654.721/MT.

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Acabamos de ver isso. Além dos atos que geram enriquecimento ilícito, podemos considerar também os
atos que atentam contra os princípios da administração e os que causam prejuízo ao erário. Logo, o item
está correto.
(TJDFT - 2013) O servidor que, estando obrigado a prestar contas referentes a recursos recebidos, deixa
de fazê-lo incorre em ato de improbidade administrativa passível de demissão do serviço público.
Comentários:
Deixar de prestar contas quando deve fazê-lo se enquadra na relação de atos que atentam contra os
princípios da administração pública (art. 11, VI). Dentre as sanções cabíveis a quem comete tal ato,
encontra-se a perda da função pública, nos termos do art. 12, III, da Lei 8.429/1992:
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica,
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas
isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da
remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
Com efeito, na esfera federal, a pena de demissão do serviço público, prevista na Lei 8.112/1990, poderá
ser aplicada em caso de improbidade administrativa (art. 132, IV). Sendo assim, o gabarito está correto.
(TJDFT - 2013) Os atos típicos de improbidade administrativa restringem-se ao descumprimento do
princípio do sigilo e da confidencialidade de informações.
Comentários:
Essa é para não esquecer! Constituem atos típicos de improbidade administrativa aqueles que causam
prejuízo ao erário, enriquecimento ilícito e que atentam contra os princípios administrativos.
Dessa forma, os atos de improbidade não se restringem ao descumprimento do princípio do sigilo e da
confidencialidade de informações, existindo muitas outras hipóteses. Por isso a assertiva está incorreta.
(TJDFT - 2013) A procrastinação é uma conduta que pode configurar ato de improbidade administrativa
que causa prejuízo ao erário, por gerar atrasos e ineficiência do serviço público.
Comentários:
A procrastinação se refere ao atraso, adiamento de alguma ação que deveria ser tomada. Retardar ou
deixar de praticar ato de ofício constitui ato de improbidade administrativa. Contudo, essa ação se
enquadra nos atos que atentam contra os princípios administrativos (art. 11, II) e não nos que causam
prejuízo ao erário. Logo, o item está errado.
(TJDFT - 2013) O oficial de justiça que, no exercício do cargo público, aufira vantagem patrimonial
indevida estará sujeito, além das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica,
às cominações arroladas na Lei n.º 8.429/1992, por configurar a situação ato de improbidade
administrativa que importa enriquecimento ilícito.
Comentários:
O recebimento ilícito de vantagem econômica de qualquer natureza, seja ela direta ou indireta, configura
ato de improbidade administrativa por enriquecimento ilícito, sujeitando o agente às sanções da Lei de
Improbidade.

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Para reforçar, vejamos o conteúdo do art. 9º da Lei 8.429/1992 (ato de improbidade administrativa que
importa enriquecimento ilícito) com as respectivas penalidades (art. 12, I):
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo
de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade
nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica,
direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse,
direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao
valor de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de
bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer
natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem
como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a
prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra
atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre
medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida,
qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no
art. 1º desta lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física
ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público, durante a atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica,
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas
isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

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I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento
integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez
anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
Dessa forma, o item está correto.
(MPU - 2013) Cometerá ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública o servidor público que revelar a seus familiares, durante um jantar em família, os
detalhes de processo que tramite em segredo de justiça contra seu chefe e do qual tenha tomado
conhecimento em razão de suas atribuições.
Comentários:
Segundo o art. 11, III, da Lei, revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e
que deva permanecer em segredo, constitui ato que viola os princípios da administração. Logo, o item está
correto.

2 LEI ANTICORRUPÇÃO - 12.846/2013


2.1 Noções introdutórias

Antes da vigência da Lei 12.846/2013 – também conhecida como “Lei Anticorrupção” ou “Lei Anticorrupção
Empresarial” –, já existiam diversas normas legais definindo crimes, infrações administrativas e atos de
improbidade praticados contra a Administração Pública, no entanto essas leis alcançavam as pessoas
físicas. Eis que entra a principal marca da Lei 12.846/2013, uma vez que ela disciplina os ilícitos praticados
pelas pessoas jurídicas contra a Administração Pública, nacional e estrangeira.

Nesse contexto, o Código Penal e outras leis estabelecem vários crimes praticados contra a Administração
Pública, mas destinando-se a punir as pessoas físicas. No mesmo sentido, a Lei 8.429/1992 cuida dos atos
de improbidade administrativa, contudo destinando suas penalidades às pessoas físicas18. Podemos
mencionar ainda a Lei Complementar 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), que dispõe sobre os casos de
inelegibilidade para proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato.
Acrescenta-se, por fim, a Lei 8.666/1993, que, essa sim, possui algumas sanções administrativas que
poderão ser imputadas às pessoas jurídicas, mas apenas no âmbito das licitações e contratos
administrativos.

Por outro lado, a Lei Anticorrupção ampliou muito as formas de responsabilização administrativa e civil das
pessoas jurídicas. Essa responsabilização poderá ocorrer na esfera administrativa e judicial, conforme
vamos estudar ao longo desta aula.

18
A despeito da divergência doutrinária sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça admite que pessoa jurídica seja
penalizada em ação de improbidade, desde que tenha participado ou se beneficiado dos atos (REsp 1.122.177/MT).

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Além disso, o normativo autoriza a formalização do acordo de leniência, celebrado com as pessoas jurídicas
responsáveis pela prática de atos ilícitos contra a Administração, buscando incentivá-las a colaborar nas
investigações.

Ademais, a Lei Anticorrupção estabelece a responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas, ou seja,
independentemente de dolo ou culpa. No caso dos dirigentes ou administradores, no entanto, exigir-se-á
o elemento subjetivo, demonstrando a culpabilidade de cada um.

Feita a abordagem inicial, vamos adentrar no estudo dos dispositivos da Lei 12.846/2013.

2.2 Disposições gerais

A Lei Anticorrupção dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira (art. 1º).

As disposições da Lei aplicam-se às sociedades empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não,


independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado. Ela alcança também as
fundações, associações de entidades ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou
representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente (art.
1º, parágrafo único).

Ademais, a responsabilidade dessas pessoas jurídicas subsiste mesmo na hipótese de alteração contratual,
transformação, incorporação, fusão ou cisão societária (art. 4º), sendo que, no caso de fusão e
incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa e
reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido. Além disso, a empresa
sucessora não poderá sofrer as demais sanções previstas na Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes
da data da fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente intuito de fraude, devidamente
comprovados (art. 4º, §1º).

As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as consorciadas


serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos previstos na Lei Anticorrupção, restringindo-se tal
responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado (art. 4º, §2º).

Conforme já discutimos, as pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos


administrativo e civil, pelos atos lesivos praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não (art. 2º).
Por outro lado, a responsabilização de seus dirigentes ou administradores somente será subjetiva, na
medida da culpabilidade de cada um (art. 3º, §2º). Observa-se, portanto, que o tratamento da Lei é muito
semelhante ao que a Constituição estabelece para a responsabilidade civil do Estado, prevista no art. 37,
§6º, isto é, a responsabilidade da pessoa jurídica é objetiva, ao passo que de seus agentes é subjetiva.

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A responsabilidade da pessoa jurídica será objetiva, enquanto os seus dirigentes e


administradores respondem subjetivamente.

Dessa forma, a responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus
dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito
(art. 3º). Da mesma forma, a pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da
responsabilização individual das pessoas naturais mencionadas anteriormente (art. 3º, §1º).

2.3 Atos lesivos à administração pública nacional ou estrangeira

Os atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, de acordo com o art. 5º, são todos aqueles
praticados pelas pessoas jurídicas, que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro,
contra princípios da administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.

Os atos lesivos estão listados nos incisos do art. 5º da Lei Anticorrupção, vejamos:
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a terceira
pessoa a ele relacionada;
II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a prática dos
atos ilícitos previstos na Lei Anticorrupção;
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus
reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;
IV - no tocante a licitações e contratos: (a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer
outro expediente, o caráter competitivo de procedimento licitatório público; (b) impedir, perturbar ou
fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório público; (c) afastar ou procurar afastar
licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo; (d) fraudar licitação pública
ou contrato dela decorrente; (e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar
de licitação pública ou celebrar contrato administrativo; (f) obter vantagem ou benefício indevido, de
modo fraudulento, de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a administração
pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação pública ou nos respectivos
instrumentos contratuais; ou (g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos
celebrados com a administração pública;
V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou
intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do
sistema financeiro nacional.

Da leitura dos dispositivos, percebe-se que eles foram retirados das legislações já existentes. São ilícitos
capitulados como crime pelo Código Penal ou pela Lei 8.666/1993 e, quase todos, são atos de improbidade
administrativa previstos na Lei 8.429/1992. Todavia, nessas leis, as sanções destinam-se às pessoas físicas,
enquanto a Lei Anticorrupção prevê sanções às pessoas jurídicas.

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Importante notar, ademais, que a Lei alcança os atos lesivos contra a administração nacional ou
estrangeira. Nessa linha, considera-se administração pública estrangeira os órgãos e entidades estatais ou
representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro. Além disso,
equiparam-se à administração pública estrangeira as organizações públicas internacionais (art. 5º,
parágrafo segundo).

2.4 Responsabilização administrativa

O art. 6º estabelece as sanções administrativas que podem ser aplicadas às pessoas jurídicas consideradas
responsáveis pelos atos lesivos prevista na Lei Anticorrupção. As sanções serão aplicadas
fundamentadamente, isolada ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do caso concreto e
com a gravidade e natureza das infrações.

Assim, as sanções administrativas são as seguintes (LAB, art. 6º):

a) multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do
último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a
qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e
b) publicação extraordinária da decisão condenatória.

de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte


por cento) do faturamento bruto do último
Multa
exercício anterior ao da instauração do
processo administrativo
Sanções administrativas

publicação extraordinária da decisão condenatória

No caso de multa, caso não seja possível utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica,
a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).

A publicação extraordinária da decisão condenatória é a divulgação pública da decisão administrativa


sancionadora, realizada às expensas da pessoa jurídica sancionada (isto é, a empresa sancionada “paga a
conta” da publicação), na forma de extrato de sentença, devendo ocorrer, cumulativamente (LAB, art. 6º,
§ 5º):

a) em meio de comunicação de grande circulação na área da prática da infração e de atuação da pessoa


jurídica ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional;
b) em edital afixado no próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, em localidade
que permita a visibilidade pelo público, pelo prazo mínimo de trinta dias; e
c) em seu sítio eletrônico, pelo prazo de trinta dias e em destaque na página principal do referido sítio.

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Essas sanções devem ser aplicadas fundamentadamente, de forma isolada ou cumulativa, de acordo com
as peculiaridades do caso concreto e com a gravidade e natureza das infrações (art. 6º, § 1º). Portanto, não
há impedimento de se aplicar uma (isolada) ou as duas (cumulativa) sanções à mesma empresa.

Além disso, a legislação exige que a aplicação das sanções seja precedida da manifestação jurídica
elaborada pela Advocacia Pública ou pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público (art.
6º, § 2º).

Ademais, em nenhum caso a aplicação das sanções excluirá a obrigação de reparação integral do dano (art.
6º, § 3º). Vale dizer, o ressarcimento ao erário não se confunde com a multa. Esta sim é uma sanção,
decorrente do cometimento de ilícito, pela pessoa jurídica, contra a Administração Pública. Aquela é a
restituição (devolução) dos recursos subtraídos da Administração. Portanto, quando uma empresa é
sancionada, seja pela multa ou pela publicação extraordinária da decisão, continuará obrigada (quando for
o caso) a reparar integralmente os recursos eventualmente subtraídos dos cofres públicos.

Por esse mesmo motivo que a instauração de processo administrativo específico de reparação integral do
dano não prejudica a aplicação imediata das sanções constantes na Lei Anticorrupção (art. 13, caput).
Portanto, é possível que sejam instaurados, simultaneamente, um processo para apurar a responsabilidade
da pessoa jurídica e outro próprio para obter o ressarcimento do dano. Ademais, no caso de conclusão do
processo de reparação do dano, e não havendo pagamento, o crédito apurado – ou seja, o valor que a
empresa está devendo para a Administração – será inscrito em dívida ativa da fazenda pública (art. 13,
parágrafo único).

Outrossim, serão levados em consideração na aplicação das sanções (LAB, art. 7º):

a) a gravidade da infração;
b) a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
c) a consumação ou não da infração;
d) grau de lesão ou perigo de lesão;
e) efeito negativo produzido pela infração;
f) a situação econômica do infrator;
g) a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;
h) a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à
denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da
pessoa jurídica;
i) o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública lesados.

2.5 Processo administrativo de responsabilização

Antes da aplicação de qualquer penalidade, a autoridade competente deverá realizar o processo


administrativo de responsabilização (PAR), obedecendo, dentre outros princípios, ao devido processo

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legal, concedendo o contraditório e a ampla defesa aos interessados, conforme dispõe o art. 5º, LIV e LV19,
da Constituição da República.

Nesse contexto, a instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração da


responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário (art. 8º).

A Lei permite que a competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração
de responsabilidade da pessoa jurídica seja delegada, vedada a subdelegação (art. 8º, § 1º). Diga-se,
ademais, que a autoridade deverá instaurar o processo de ofício ou mediante provocação, observados o
contraditório e a ampla defesa (art. 8º).

Especificamente para o Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da União - CGU terá competência
concorrente para instaurar PAR ou para avocar os processos instaurados para exame de sua regularidade
ou para corrigir-lhes o andamento (art. 8º, § 2º).

Além disso, a CGU possui a competência para instaurar, apurar e julgar PAR pela prática de atos lesivos à
administração pública estrangeira (LAB, art. 9º.

O processo administrativo de responsabilização será conduzido por comissão designada pela autoridade
instauradora e composta por dois ou mais servidores estáveis20, que avaliará fatos e circunstâncias
conhecidos e intimará a pessoa jurídica para, no prazo de trinta dias (contados da intimação), apresentar
defesa escrita e especificar eventuais provas que pretende produzir (arts. 10 e 11)

O prazo para a comissão concluir o PAR será de cento e oitenta dias contados da data da publicação do ato
que a instituir. Contudo, admite-se a prorrogação do prazo, mediante decisão fundamentada da autoridade
instauradora (art. 10, §§ 3º e 4º).

Ao final dos trabalhos, a comissão deverá apresentar relatórios sobre os fatos apurados e eventual
responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma motivada as sanções a serem aplicadas.

Para o devido e regular exercício de suas funções, a comissão poderá (art. 10, §§ 1º, 2º):

a) propor à autoridade instauradora a suspensão cautelar dos efeitos do ato ou do processo objeto da
investigação;
b) solicitar ao órgão de representação judicial ou equivalente dos órgãos ou entidades lesados que
requeira as medidas necessárias para a investigação e o processamento das infrações, inclusive de
busca e apreensão.

19
Art. 5º. [...]: LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
20 A Lei Anticorrupção não apresenta uma solução para as entidades que não possuem servidores estáveis, situação que

deverá ser disciplinada na legislação ou nos respectivos regulamentos de cada ente. Nessa linha, no âmbito federal, o
Decreto 8.420/2015 dispõe que se a entidade não possuir servidores estatutários, a comissão processante será composta
por dois ou mais empregados públicos, preferencialmente com no mínimo três anos de tempo de serviço na entidade
(Decreto 8.420/2015, art. 5º, § 1º).

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O relatório final do processo será encaminhado à autoridade competente para julgamento (art. 12).

Uma importante regra que devemos abordar sobre o processo administrativo é que a lei permite que seja
realizada a desconsideração da personalidade jurídica sempre que utilizada com abuso do direito para
facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos contra a administração ou para provocar confusão
patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus
administradores e sócios com poderes de administração, observados o contraditório e a ampla defesa (LAB,
art. 14).

Poderíamos discutir várias páginas sobre a desconsideração da personalidade jurídica, mas para fins de
concursos devemos ser mais objetivos. Como regra, não se pode confundir a pessoa jurídica com os seus
sócios, de tal formar que as sanções aplicáveis às pessoas jurídicas não poderiam alcançar seus donos. No
entanto, em determinadas situações, a pessoa jurídica é utilizada com o propósito de praticar ilícitos e
deixar os donos (pessoas físicas) inalcançáveis. Nessas condições, a teoria da desconsideração da
personalidade jurídica permite que os efeitos das sanções aplicáveis às pessoas jurídicas sejam estendidos
aos administradores e sócios, de forma a efetivamente punir os responsáveis.

Por exemplo: imagine que uma pessoa abriu uma empresa com o propósito de desviar recursos públicos e,
após se apropriar das verbas públicas, embolsou todo o dinheiro e decretou falência da empresa. No caso,
se as sanções não alcançarem a pessoa física, as medidas contra a pessoa jurídica não terão qualquer efeito.

Desconsideração da personalidade jurídica


Estender todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus
Consequência
administradores e sócios com poderes de administração
A PJ for utilizada com abuso do direito para:

a) facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos contra a


Quando?
administração; ou
b) para provocar confusão patrimonial.

Por fim, determina o art. 15 da LAB que, após a conclusão do procedimento administrativo, a comissão
designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica dará conhecimento ao Ministério Público
de sua existência, para apuração de eventuais delitos.

2.6 Acordo de leniência

Um dos pontos mais discutidos da Lei Anticorrupção é a possibilidade de se firmar o acordo de leniência.
Esse instrumento é muito semelhante às famosas “delações premiadas”, porém com aplicação no âmbito
da responsabilização das pessoas jurídicas.

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Com efeito, o acordo poderá ser firmado com a pessoa jurídica responsável pela prática de ilícitos previstos
na Lei nº 8.666/1993, com vistas à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus
arts. 86 a 88 (LAB, art. 17).

Ademais, o acordo terá como fim a isenção ou atenuação das sanções a serem aplicadas, desde que as
pessoas jurídicas colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, devendo
resultar dessa colaboração (LAB, art. 16):

a) a identificação dos demais envolvidos na infração administrativa, quando couber; e


b) a obtenção célere de informações e documentos que comprovem a infração sob apuração.

Para poder firmar o acordo de leniência, a pessoa jurídica deverá preencher alguns requisitos, de forma
cumulativa, quais sejam (LAB, art. 16, § 1º):

a) a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do
ato ilícito;
b) a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de
propositura do acordo;
c) a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada,
a todos os atos processuais, até seu encerramento.

Nesse contexto, a proposta receberá tratamento sigiloso, de tal forma que somente se tornará pública
após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo
(LAB, art. 16, § 6º).

Ademais, não importará em reconhecimento da prática do ato lesivo investigado a proposta de acordo de
leniência rejeitada (LAB, art. 16, § 7º).

Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo
acordo pelo prazo de três anos contados do conhecimento pela administração pública do referido
descumprimento (LAB, art. 16, § 8º).

Depois de toda essa exposição, pergunta-se: quais os benefícios para a pessoa jurídica proponente do
acordo de leniência? A nossa resposta encontra-se na própria Lei Anticorrupção. Então, vamos ver!

Uma vez cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica colaboradora, serão declarados em favor da
pessoa jurídica signatária, nos termos previamente firmados no acordo, um ou mais dos seguintes efeitos
(LAB, art. 16, § 2º):

a) isenção da publicação extraordinária da decisão administrativa sancionadora;


b) isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de
órgãos ou entidades públicos e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo Poder Público;
c) redução do valor final da multa aplicável em até 2/3 (dois terços);

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d) isenção ou atenuação das sanções administrativas previstas na Lei 8.666/1993, ou de outras normas
de licitações e contratos.

Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integrarem o mesmo grupo
econômico, de fato e de direito, desde que tenham firmado o acordo em conjunto, respeitadas as condições
nele estabelecidas (LAB, art. 16, § 5º).

Nota-se que o acordo de leniência traz benefícios para a proponente, isentando-a de algumas sanções e
reduzindo o valor da multa. Todavia, o acordo não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar
integralmente o dano causado (LAB, art. 16, § 3º).

Ademais, a celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos
na Lei Anticorrupção (LAB, art. 16, § 9º).

Por fim, a competência para firmar o acordo de leniência, no âmbito do Poder Executivo federal e nos casos
de atos lesivos contra a administração pública estrangeira é da Controladoria-Geral da União – CGU (LAB,
art. 16, § 10).

Acordo de Leniência
Acordo para isentar ou atenuar as sanções aplicadas a pessoas jurídicas que
colaborarem com as investigações, ajudando na identificação dos demais
O que é
envolvidos na infração e na obtenção de informações que comprovem esta
infração.
a) a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em
cooperar para a apuração do ato ilícito;

b) a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração


investigada a partir da data de propositura do acordo;
Requisitos
c) a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e
permanentemente com as investigações e o processo administrativo,
comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos
processuais, até seu encerramento.
a) isenção da publicação extraordinária da decisão administrativa
sancionadora;
b) isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções,
doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicos e de
instituições financeiras públicas ou controladas pelo Poder Público;
Benefícios
c) redução do valor final da multa aplicável em até 2/3 (dois terços);
d) isenção ou atenuação das sanções administrativas previstas na Lei
8.666/1993, ou de outras normas de licitações e contratos.

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2.7 Responsabilização judicial

Na Lei Anticorrupção, uma pessoa jurídica pode ser responsabilizada na esfera administrativa e judicial.
Vale dizer, são duas instâncias diferentes, com apurações e penalidades distintas, mas que podem ser
aplicadas à mesma pessoa jurídica pelos mesmos ilícitos.

Nesse contexto, a responsabilização da pessoa jurídica na esfera administrativa não afasta a possibilidade
de sua responsabilização na esfera judicial (art. 18). Portanto, é possível que uma mesma empresa
responda por atos previstos na Lei Anticorrupção tanto na esfera administrativa, como na esfera judicial,
até mesmo de forma cumulativa.

O rito previsto para o processo judicial de responsabilização da pessoa jurídica é o previsto para a ação civil
pública (art. 21, caput), podendo o processo ser movido pelo Ministério Público ou pela União, estados,
Distrito Federal e os municípios, por meio das respectivas advocacias públicas ou órgãos de representação
judicial, ou equivalentes. O ajuizamento da ação tem por fim a aplicação das seguintes sanções, de forma
isolada ou cumulativa, às pessoas jurídicas infratoras (art. 19, caput):

I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou
indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou
entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo
mínimo de um e máximo de cinco anos.

Note que essas são outras sanções, que não se confundem com aquelas que podem ser impostas pela
Administração. Como regra, as penas administrativas somente podem ser aplicadas pela autoridade
administrativa, enquanto as sanções judiciais somente são impostas pela autoridade judicial. No entanto,
se constatada omissão das autoridades competentes para promover a responsabilização administrativa,
poderão ser aplicadas também as penas previstas para o processo administrativo nas ações movidas pelo
Ministério Público (art. 20, caput). Vale dizer, se a autoridade competente for omissa na aplicação das
sanções administrativas, o Ministério Público poderá requerer, judicialmente, a aplicação das penas
administrativas (multa e publicação extraordinária da decisão condenatória).

A aplicação da pena de dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando comprovado
(art. 19, §1º):

a) ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a prática de
atos ilícitos; ou
b) ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos
atos praticados.

A Lei permite ainda que o Ministério Público ou a advocacia pública ou órgão de representação judicial, ou
equivalente, do ente público requeira a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários à

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garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano causado, ressalvado o direito do terceiro
de boa-fé (art. 19, § 4º).

Vamos explicar isso um pouco melhor! Imagine, por exemplo, que uma pessoa tenha um contrato com uma
empresa que está sofrendo um processo de responsabilização. Contudo, esse contrato e essa pessoa não
têm qualquer relação com o Poder Público, nem mesmo com as ilicitudes cometidas. Ademais, a pessoa
nem fazia ideia de que a empresa estava sendo responsabilizada. E diga-se mais: o serviço foi prestado de
forma honesta, sendo que, nesse contrato, não existia qualquer ilicitude. No entanto, foi decretada a
indisponibilidade dos bens, direitos e valores, antes de a pessoa receber pelos seus serviços. Seria injusto,
não?! Seria mesmo, pois a pessoa agiu de boa-fé, prestando o serviço honestamente e sem fazer ideia de
que a pessoa jurídica cometeu ilícitos. Nesse caso, o prestador de serviço é um terceiro de boa-fé – ou seja,
uma pessoa fora da relação ilícita e que agiu honestamente, sem saber das irregularidades. Assim, os seus
direitos devem ser preservados, motivo pelo qual tais valores devem ser liberados para quitar os serviços.

Por fim, a condenação torna certa a obrigação de reparar, integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo
valor será apurado em posterior liquidação, se não constar expressamente da sentença (art. 21, parágrafo
único).

2.8 Disposições finais

Antes de finalizarmos, vamos listar algumas importantes regras que constam no capítulo final da Lei
12.846/2013:

a) a multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados com fundamento na Lei serão
destinados preferencialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas (art. 24);
b) as infrações praticadas pelas pessoas jurídicas previstas na Lei Anticorrupção prescrevem em cinco
anos, contados da data da ciência da infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do
dia em que tiver cessado. Na esfera administrativa ou judicial, a prescrição será interrompida com a
instauração de processo que tenha por objeto a apuração da infração (art. 25);
c) a autoridade competente que, tendo conhecimento das infrações previstas na Lei, não adotar
providências para a apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrativamente nos
termos da legislação específica aplicável (art. 27);
d) a Lei Anticorrupção aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra a
administração pública estrangeira, ainda que cometidos no exterior.

Além disso, as regras da LAB não excluem as competências do Conselho Administrativo de Defesa
Econômica – Cade, do Ministério da Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que
constitua infração à ordem econômica (art. 29).

Por fim, a aplicação das sanções previstas na Lei Anticorrupção não afeta os processos de responsabilização
e aplicação de penalidades decorrentes de:

a) ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº 8.429, de 1992; e

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b) atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 1993, ou por outras normas de licitações e contratos da
administração pública, inclusive no que se refere ao Regime Diferenciado de Contratações Públicas -
RDC, instituído pela Lei nº 12.462, de 2011.

Portanto, se não houver acordo de leniência ou este não prever a isenção dessas outras cominações, elas
poderão ser aplicadas, ainda que a pessoa jurídica tenha sido punida pelo mesmo fato no âmbito da Lei
Anticorrupção.

3 QUESTÕES PARA FIXAÇÃO

1. (IDIB – CRO BA/2017) Com relação aos Atos de Improbidade Administrativa que Importam
Enriquecimento Ilícito, NÃO faz parte dessa seção:
a) Utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer
natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° da Lei de
Improbidade Administrativa (Lei nº 8429/92), bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades.
b) Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado.
c) Receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha
interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público.
d) Perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° da Lei 8429/92, por preço
superior ao valor de mercado.

Comentário:

a), c) e d) essas três tipificações comportam atos de improbidade administrativa que causam
enriquecimento ilícito (art. 9º, IV, I e II, respectivamente) – ERRADAS;

b) permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado
constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário (art. 10, V) – CORRETA.

Gabarito: alternativa B.

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2. (FCC – Prefeitura de São Luís/2018) Um servidor estatutário está sendo judicialmente processado
pela Administração pública por suposto ato de improbidade. Referido servidor constatou que há
processo administrativo disciplinar instaurado para apuração de sua conduta, referente aos mesmos
fatos, o que
a) possibilita defesa do servidor para exigir arquivamento do processo disciplinar, considerando que a
infração mais grave absorve a de menor potencial lesivo.
b) somente se admitiria diante da imputação de crime, considerando que ambas infrações seriam de igual
gravidade.
c) é passível de acumulação em razão da presença do elemento subjetivo dolo, requisito indispensável para
a tipificação de todos os atos de improbidade e das infrações disciplinares de natureza grave.
d) possui amparo no ordenamento jurídico, posto que se tratam de instâncias independentes, ainda que
ambos processos se refiram ao mesmo contexto fático.
e) possibilita pedido de suspensão da ação de improbidade até conclusão do processo disciplinar, posto
que a absolvição do servidor no processo administrativo disciplinar impacta diretamente aquele processo.

Comentário:

a) não há que se falar em absorção da infração mais grave pela de menor potencial ofensivo, principalmente
levando-se em conta que temos dois processos instaurados em duas instâncias diferentes – ERRADA;

b) não há necessidade de que a conduta se configure crime para que possa ser apurada em instâncias
diferentes – ERRADA;

c) o dolo não é indispensável em todos os atos de improbidade, tendo em vista que, nos casos do art. 10
(atos que causam prejuízo ao erário), é admitida a conduta culposa – ERRADA;

d) em regra, as instâncias civil, penal e administrativa são independentes, de forma que um mesmo fato
pode ensejar a apuração em todas as esferas. Em alguns casos excepcionais, a decisão na esfera penal
(somente nela) obriga a decisão nas demais esferas. São elas: a condenação penal invariavelmente enseja
a responsabilização civil e administrativa pelo mesmo fato; a absolvição penal por negativa de autoria ou
inexistência do fato gera a absolvição civil e administrativa pelo mesmo fato – CORRETA;

e) com base no que explicamos nas alternativas anteriores, não há que se falar em suspensão da ação de
improbidade, e nem que a absolvição administrativa impacta no processo judicial – ERRADA.

Gabarito: alternativa D.

3. (FCC – TRT 14/2016) Carlos é Diretor de autarquia federal desde o ano de 2014, sendo que, para
tomar posse e entrar em exercício no respectivo cargo, apresentou a declaração de seus bens, bem como
dos valores que compõem o seu patrimônio, que foi devidamente arquivada no serviço pessoal
competente. Nos termos da Lei no 8.429/1992, a declaração de bens é atualizada

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a) anualmente, não sendo necessária a atualização quando o agente público deixar o exercício do cargo,
emprego ou função, pois a atualização periódica é suficiente para o controle do patrimônio do agente
público.
b) apenas na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função, pois
a lei exige a apresentação da declaração no ingresso e sua atualização no momento da saída do agente
público.
d) semestralmente, não sendo necessária a atualização quando o agente público deixar o exercício do
cargo, emprego ou função, pois a atualização periódica é suficiente para o controle do patrimônio do
agente público.
d) semestralmente e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou
função.
e) anualmente e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

Comentário:

Como o próprio enunciado determina, essa questão aborda a Lei de Improbidade Administrativa. Dito isso,
a norma menciona que a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de
declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço
de pessoal competente (art. 13).

Ademais, a declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o
exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

Gabarito: alternativa E.

4. (FCC – TRT 14/2016) Considere a seguinte situação hipotética: o Prefeito de determinado


Município de Rondônia foi processado por improbidade administrativa juntamente com a empresa YX e
seu responsável Josberto. No curso da ação, restou comprovado que o procedimento licitatório foi
forjado, de modo a ser contratada a empresa YX, gerando prejuízos aos cofres públicos, além de
enriquecimento ilícito aos envolvidos. Em sua defesa, Josberto, proprietário da empresa, sustentou ser
parte ilegítima, por ser particular e não estar sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa.
A tese de Josberto está
a) incorreta, pois responde por todas as sanções previstas na Lei para os agentes públicos.
b) correta, pois não está sujeito às disposições da Lei de Improbidade.
c) incorreta, pois responde às sanções previstas na Lei de Improbidade, de acordo com o que é cabível
aplicar aos particulares.
d) incorreta, pois responde por todas as sanções, exceto ressarcimento ao erário que deverá ser pleiteado
através de ação própria.
e) incorreta, pois responderá por uma única sanção prevista na Lei de Improbidade, qual seja, a suspensão
dos direitos políticos.

Comentário:

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Em seu art. 3º, a Lei de Improbidade Administrativa – LIA frisa que os atos de improbidade praticados por
qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma
dessa lei.

Além disso, a norma também indica que as disposições da Lei 8.429/1992 são aplicáveis, no que couber,
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade
ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Dessa forma, mesmo que Josberto não seja servidor público, ele concorreu para os prejuízos gerados à
Administração, ou seja, a tese de Josberto está incorreta, pois responde às sanções previstas na Lei de
Improbidade, de acordo com o que é cabível aplicar aos particulares.

Gabarito: alternativa C.

5. (FCC – TRT 23/2016) No curso de ação de improbidade administrativa ajuizada pela Fazenda
Pública do Estado do Mato Grosso, a Autora, ao perceber a ausência do Ministério Público no feito,
comunicou o Juiz. O respectivo magistrado, no entanto, não intimou o Ministério Público para intervir
no processo, sob o fundamento de que o interesse público já estava devidamente representado pela
Autora. Em outra ação de improbidade administrativa, o Juiz determinou que fosse processada pelo rito
sumário, por ser ação simples, que não demandaria sequer provas, objetivando, assim, um procedimento
mais célere. A propósito do ocorrido nas duas ações e nos termos da Lei no 8.429/1992, a postura dos
juízes
a) está correta em ambos os casos.
b) está incorreta em ambos os casos: no primeiro, porque caso o Ministério Público não seja parte Autora,
deverá obrigatoriamente intervir no feito; no segundo, porque a ação de improbidade terá sempre o rito
ordinário.
c) está correta apenas no segundo caso.
d) está correta apenas no primeiro caso.
e) está incorreta em ambos os casos: no primeiro, porque a Fazenda Pública Estadual não é legitimada a
propor ação de improbidade; no segundo, porque o rito processual decorre da lei, isto é, não pode ser
adotado por escolha do magistrado.

Comentário:

O Ministério Público – MP, nas ações de improbidade, possui papel importante. Tanto que a Lei 8.429/1992
dispõe que, se o Ministério Público não intervir como parte do processo, deverá atuar obrigatoriamente
como fiscal da lei, sob pena de nulidade. Portanto, ou o MP é parte, ou é fiscal da lei, em todas as ações de
improbidade.

Além disso, o art. 17, caput, da Lei de Improbidade determina que a ação principal tenha rito ordinário.
Logo, não poderia ser adotado o rito sumário.

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Portanto, a conduta de ambos os juízes estava incorreta: (i) no primeiro, porque o MP sempre deve atuar,
ou propondo a ação, ou intervindo no feito (como parte ou como fiscal da lei); (ii) no segundo caso, porque
a ação principal somente pode ter rito ordinário.

Gabarito: alternativa B.

6. (FCC – TRT 23/2016) Maristela, Diretora de órgão público federal, frustrou a licitude de concurso
público e, em outra oportunidade, frustrou a licitude de procedimento licitatório. Em razão do exposto,
foi processada por improbidade administrativa pelo Ministério Público Federal. A propósito dos fatos
narrados e desde que preenchidos os demais requisitos legais previstos na Lei no 8.429/1992,
a) o dolo é indispensável para a configuração do ato ímprobo apenas na primeira conduta.
b) o dolo é indispensável para a configuração do ato administrativo apenas na segunda conduta.
c) tratam-se de atos ímprobos de mesma natureza, qual seja, atos atentatórios aos princípios da
Administração pública.
d) tratam-se de atos ímprobos de mesma natureza, qual seja, atos que causam prejuízo ao erário.
e) o dolo é indispensável para a configuração dos atos ímprobos em ambas as condutas.

Comentário:

Esse tema é bem recorrente em questões da FCC. O dolo é exigido nos casos dos atos de improbidade
previstos nos arts. 9º, 10-A e 11, ou seja, os atos que importam enriquecimento ilícito, decorrentes de
concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário e os que atentam contra os princípios
da Administração somente ocorrem diante de condutas dolosas.

Por outro lado, os atos que causam prejuízo ao erário (art. 10) admitem as formas dolosa ou culposa.

A primeira conduta de Maristela – frustrar a licitude de concurso público – é ato que atenta contra os
princípios da Administração, logo admite apenas a forma dolosa. Por outro lado, a segunda conduta –
frustrar a licitude de procedimento licitatório – é ato de improbidade que causa prejuízo ao erário,
admitindo, portanto, as formas dolosa ou culposa.

Com isso, a letra A é o nosso gabarito, uma vez que, na primeira conduta, o dolo é indispensável (é
obrigatório); enquanto na segunda conduta o dolo não é obrigatório, já que se admite o elemento culposo
nos atos que causam dano ao erário.

Agora, vejamos as demais alternativas:

b) e e) na segunda conduta, o dolo não é indispensável, pois os atos que causam dano ao erário também
permitem a forma meramente culposa – ERRADAS;

c) e d) o primeiro ato atenta contra os princípios, enquanto o segundo causa dano ao erário – ERRADAS.

Gabarito: alternativa A.

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7. (FCC – TRT 23/2016) Dentre as condutas prescritas como atos de improbidade na Lei no
8.429/1992, aquela que admite conduta apenas culposa, prescindindo de demonstração de dolo, é a
descrita no dispositivo que
a) trata dos atos de improbidade que causam prejuízo ao erário, tal como permitir que sejam realizadas
despesas sem a devida autorização na legislação.
b) elenca as hipóteses de atos que atentam contra os princípios da Administração pública, dada a gravidade
do não atendimento das balizas de atuação das funções executivas.
c) trata dos atos que importam enriquecimento ilícito, mas que demandam prova do efetivo prejuízo
causado ao erário, cuja gravidade já justifica a sanção.
d) elenca as hipóteses que causam prejuízo ao erário, desde que restem comprovados os danos causados
ao erário e a violação dos princípios básicos que informam a atuação da Administração.
e) implica recebimento para o autor da conduta de benefícios financeiros, pois fica presumido o prejuízo
ao erário e a violação aos princípios administrativos, incidindo em todas as modalidades de ato de
improbidade.

Comentário:

Inicialmente, devemos saber que “prescindir” é o mesmo que “dispensar”. Fique atento, pois as questões
de concurso utilizam muito as expressões “prescindível” (dispensável) e “imprescindível” (indispensável).

Vimos nas questões anteriores que apenas os atos de improbidade que causam dano ao erário dispensam
a presença do dolo, tendo em vista que podem se configurar com o elemento culposo. Por outro lado, os
atos que importam enriquecimento ilícito, aqueles decorrentes de concessão ou aplicação indevida de
benefício financeiro ou tributário e os que atentam contra os princípios da Administração somente
admitem a forma dolosa.

Visto isso, vamos analisar as alternativas:

a) permitir que sejam realizadas despesas sem a devida alteração legislativa é ato de improbidade que
causa prejuízo ao erário, nos termos do art. 10, IX. Logo, o item está correto, justamente porque esse é um
exemplo de ato que ocorre com elemento culposo – CORRETA;

b) os atos que atentam contra os princípios da Administração Pública exigem o elemento doloso – ERRADA;

c) os atos que importam enriquecimento ilícito também exigem o elemento doloso e, além disso, a
demonstração do prejuízo é exigência tão somente para se aplicar a pena de ressarcimento, mas não é
requisito para comprovar que ocorreu o ato de improbidade – ERRADA;

d) não há qualquer necessidade de comprovar que houve violação aos princípios básicos que informam a
atuação da Administração – ERRADA;

e) primeiro que nem todo ato admite o elemento culposo e segundo que nem sempre é necessário
comprovar que houve o recebimento de benefícios financeiros – ERRADA.

Gabarito: alternativa A.

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8. (FCC – TRT 23/2016) Rubens, Diretor de uma autarquia, de âmbito federal, doou à escola
particular alguns bens pertencentes à autarquia, como cadeiras e mesas, sem observância das
formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie, gerando prejuízo ao erário. Em razão disso,
foi processado e condenado por improbidade administrativa. Dentre as sanções impostas, está o
pagamento de multa civil de até
a) três vezes o valor do dano.
b) duas vezes o valor do dano.
c) cinco vezes o valor do dano.
d) uma vez o valor do dano.
e) cem vezes o valor da remuneração percebida por Rubens.

Comentário:

A conduta de Rubens configura ato de improbidade que causa prejuízo ao erário, nos termos do art. 10, III,
da Lei 8.429/1992: “III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de
fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à
espécie”.

Para esse tipo de ato, poderão ser aplicadas as seguintes sanções:

I. ressarcimento integral do dano;


II. perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância;
III. perda da função pública;
IV. suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos;
V. pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; e
VI. proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de cinco anos;

Logo, o valor da multa será de até duas vezes o valor do dano.

Gabarito: alternativa B.

9. (FCC – TRT 14/2016) José, servidor público do Tribunal Regional do Trabalho da 14a Região e chefe
de determinado setor do Tribunal, está construindo uma bela casa de campo para desfrutar momentos
de lazer com sua família. Assim, em um determinado final de semana, utilizou equipamento pertencente
ao Tribunal na obra de sua casa, e, além disso, levou dois servidores, a ele subordinados, para auxiliar os
demais pedreiros na obra. Em razão do ato ímprobo praticado, o Ministério Público ingressou com ação
de improbidade administrativa contra José, pleiteando, dentre outras sanções,
a) pagamento de multa civil, de até duas vezes o valor da remuneração de José.

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b) suspensão dos direitos políticos, de 5 a 8 anos.


c) suspensão dos direitos políticos, de 8 a 10 anos.
d) proibição de contratar com o Poder Público por 15 anos.
e) proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais pelo período máximo de 3 anos.

Comentário:

A irregularidade cometida por José constitui ato de improbidade administrativa que importa
enriquecimento ilícito, nos termos do art. 9º, IV, da Lei 8.429/1992:

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de


qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no
art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades;

Para esse tipo de irregularidade, poderão ser aplicadas as seguintes sanções:

→ perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;


→ ressarcimento integral do dano, quando houver;
→ perda da função pública;
→ suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos;
→ pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial; e
→ proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de dez anos;

Portanto, poderá ser aplicada a suspensão dos direitos políticos, de 8 a 10 anos (letra C).

Todas as demais alternativas possuem algum erro:

a) pagamento de multa civil, de até duas vezes o valor da remuneração de José 3 vezes o valor do acréscimo
patrimonial – ERRADA;

b) suspensão dos direitos políticos, de 5 a 8 8 a 10 anos – ERRADA;

d) proibição de contratar com o Poder Público por 15 10 anos – ERRADA;

e) proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais pelo período máximo de 3 prazo de 10 anos –
ERRADA;

Gabarito: alternativa C.

10. (FCC – Prefeitura de Teresina-PI/2016) José é servidor público federal e trabalha como assistente
jurídico na Presidência da República. Em determinado dia, José decide revelar a um colega, jornalista,

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antes da divulgação oficial, medida econômica que afetará significativamente o valor de alguns
alimentos, dentre eles, o arroz e o feijão. Em razão do ocorrido, José foi processado e condenado por
improbidade administrativa, haja vista a comprovação de sua conduta dolosa. Nos termos da Lei no
8.429/1992, acerca das sanções, José está sujeito,
a) à proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de quatro anos.
b) ao pagamento de multa civil de até duzentas vezes o valor da remuneração percebida por José.
c) à suspensão dos direitos políticos por cinco anos.
d) à suspensão dos direitos políticos por dois anos.
e) à proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos.

Comentário:

A conduta de José enquadra-se no art. 11, VII, da Lei 8.429/1992: “revelar ou permitir que chegue ao
conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica
capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço”. Trata-se de ato de improbidade que atenta contra
os princípios da Administração, cujas penalidades aplicáveis são as seguintes:

→ ressarcimento integral do dano, se houver;


→ perda da função pública;
→ suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos;
→ pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente; e
→ proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de três anos.

Portanto, José poderá sofrer, entre outras, a penalidade de suspensão dos direitos políticos, cujo prazo
poderá ser de 3 a 5 anos, motivo pelo qual a letra C é a única que apresenta uma penalidade dentro dos
limites, estando correta.

Agora, vejamos o erro das demais alternativas:

a) à proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de quatro três anos.

b) ao pagamento de multa civil de até duzentas cem vezes o valor da remuneração percebida por José.

d) à suspensão dos direitos políticos por dois 3 a 5 anos.

e) à proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco três anos.

Gabarito: alternativa C.

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11. (FCC – Prefeitura de Teresina-PI/2016) Maria é funcionária de um Tribunal de Contas e emite


certidões sobre registros de aposentadorias. Trabalhando sozinha no setor, devido à redução do número
de servidores, viu o serviço acumular, gerando demora na confecção e entrega dos documentos aos
requerentes. Entendeu, assim, por passar a cobrar quantia em dinheiro dos interessados para dar
prioridade aos pedidos de emissão de certidões. A conduta da servidora
a) tipifica ato de improbidade, caso não seja punível como infração disciplinar mais grave, passível de
demissão.
b) pode ser considerada dolosa e como tal, tipificada como ato de improbidade na modalidade que gera
enriquecimento ilícito.
c) é indubitavelmente dolosa, pendente a demonstração de prejuízo ao erário para configuração de ato de
improbidade.
d) independe da comprovação de dolo ou prejuízo ao erário para configuração de ato de improbidade.
e) é punível como ato de improbidade, cumulável com infração disciplinar, prescindindo, em ambos os
casos, da demonstração de dolo para configuração.

Comentário:

A conduta de Maria configura ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito, uma
vez que ela recebeu vantagem econômica para desenvolver o seu trabalho. Veja:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica,
direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse,
direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
agente público;

Gabarito: alternativa B.

12. (FCC – TRT-1/2016) Em relação aos atos de improbidade administrativa praticados por agentes
públicos ou terceiros, bem como os deveres daqueles, na forma da Lei no 8.429/1992, é correto afirmar:
a) Os sucessores do agente público que causar lesão dolosa ao erário da União serão sempre responsáveis
pelo ressarcimento integral do prejuízo causado.
b) Considera-se ato de improbidade administrativa aquele praticado pelo agente público que, por qualquer
forma, incorpora indevidamente ao seu patrimônio bens pertencentes à Fundação Pública.
c) O agente público que recebe promessa de vantagem econômica para que tolere a exploração ou prática
de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando ou de usura comete ato de improbidade
administrativa.
d) Presume-se a prática de ato de improbidade administrativa o agente público que, até 180 dias após o
término do exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, adquire, para si ou para outrem, bens
de qualquer natureza que seja desproporcional à evolução de seu patrimônio ou renda.
e) Ressalvados os objetos e utensílios de uso doméstico, anualmente, o agente público deve apresentar
declaração dos bens e valores que compõem seu patrimônio, de cônjuge ou companheiro, de ascendentes
e descendentes em 1o grau e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do agente.

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Comentário:

a) os sucessores (herdeiros) de quem que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente
estão sujeitos às cominações da Lei 8.429/1992 até o limite do valor da herança (art. 8º). Assim, se o valor
da herança for inferior ao dano causado, os sucessores não responderão pelo valor do total do prejuízo,
mas somente até o limite do valor da herança (exemplo: ficou de herança R$ 100 mil, mas o valor do
prejuízo era de R$ 200 mil; os sucessores somente serão responsabilizados até o limite de R$ 100 mil) –
ERRADA;

b) de acordo com o art. 9º, XI, da Lei 8.429/1992, constitui ato de improbidade administrativa que importa
enriquecimento ilícito: “XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei”. Por sua vez, o
art. 1º dispõe o seguinte:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra
a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público
ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal
ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual,
limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição
dos cofres públicos.

Portanto, incorporar indevidamente ao seu patrimônio bens pertencentes à fundação pública constitui ato
de improbidade administrativa – CORRETA;

c) não basta receber a promessa, mas sim efetivamente receber a vantagem econômica ou aceitar a
promessa para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de
contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita (art. 9º, V). Note que após receber a promessa,
o agente público ainda poderia recusá-la – ERRADA;

d) de acordo com o art. 9º, VII, da Lei 8.429/1992, constitui ato de improbidade que importa
enriquecimento ilícito “VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à
renda do agente público”. Portanto, não existe o prazo de 180 dias, já que a aquisição do bem deve ocorrer
durante o prazo do mandato, cargo, emprego ou função pública – ERRADA;

e) a declaração de bens compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer
outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso,
abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que
vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso
doméstico (art. 13, § 1º). Portanto, a declaração não envolve, em regra, os bens dos ascendentes (pais) –
ERRADA.

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Gabarito: alternativa B.

13. (FCC – Prefeitura de Campinas-SP/2016) Nas palavras de MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO “...
também é possível falar em legalidade em sentido amplo, para abranger não só a obediência à lei, mas
também a observância dos princípios e valores que estão na base do ordenamento jurídico” (Direito
administrativo, São Paulo: Atlas, 28a edição, p. 971), tanto que a legislação vigente tipifica “... qualquer
ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às
instituições” como
a) ato de improbidade que atenta contra os princípios da Administração pública, além do rol constante da
respectiva lei, cabendo a demonstração de dolo para configuração da conduta.
b) ato de improbidade, em qualquer de suas modalidades, exigida a demonstração de dolo em todas as
condutas, prescindindo, no entanto, da demonstração de prejuízo ao erário.
c) ato de improbidade, desde que cause prejuízo ao erário, tendo em vista que não se trata de conduta
específica, mas sim de tipo aberto.
d) ato de improbidade, desde que aliado àquelas condutas haja o enriquecimento ilícito por parte de seu
agente, o que prescinde da configuração de dolo.
e) ato de improbidade, salvo se houver apenamento específico na esfera administrativa para as mesmas
condutas e seu agente for servidor público, pois o vínculo funcional prefere à responsabilização na esfera
civil.

Comentário:

De acordo com o art. 11 da Lei 8.429/1992, constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra
os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições.

Ademais, em relação aos atos que atentam contra os princípios da Administração, obrigatório a
comprovação do dolo. Com isso, o gabarito é a letra A.

Só com isso, já descartamos a opção C, pois o ato não é daqueles que causam prejuízo ao erário.

Na letra B, além de não se trata de um ato em qualquer modalidade, lembra-se que é possível a
responsabilização por improbidade apenas com culpa, quando se tratar de ato que cause prejuízo ao erário.

A letra D, além de não se tratar de ato que importa enriquecimento, lembra-se que, neste caso, somente
se admite o dolo.

Por fim, o erro na opção E é que as instâncias civil e administrativa são independentes e cumulativas, motivo
pelo qual o servidor poderá ser apenado em ambas.

Gabarito: alternativa A.

14. (FCC - Procurador do Município de São Luís/2016) Diante de uma hipótese de configuração de ato
de improbidade praticado por servidor público, o terceiro beneficiado em razão daquela atuação,

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a) pode responder por ato de improbidade, independentemente da comprovação de culpa, pois é


legalmente considerado agente público para essa prática.
b) não responde por improbidade, salvo se participou, dolosa e ativamente, do ato de improbidade na
modalidade que causa prejuízo ao erário.
c) figura como litisconsorte necessário do servidor público, sofrendo os efeitos do reconhecimento do ato
de improbidade, seja em relação ao ato praticado, seja quanto às sanções impostas aos responsáveis.
d) não figura como litisconsorte necessário do servidor público, devendo ser analisada sua conduta para
demonstrar sua participação para atingimento do resultado.
e) depende da comprovação de enriquecimento ilícito para também ser considerado responsável pelo ato
de improbidade e poder figurar no pólo passivo da ação judicial respectiva.

Comentário:

Essa é uma questão um pouco mais aprofundada sobre improbidade administrativa, mas vamos aproveitá-
la para aprender um pouco mais.

Além dos agentes públicos, pode responder por improbidade administrativa o terceiro que induziu,
concorreu ou se beneficiou, de qualquer forma direta ou indireta, do ato de improbidade (art. 3º). Dessa
forma, o terceiro não poderá responder isoladamente, mas apenas com a presença de um agente público.

Agora, vamos analisar cada alternativa:

a) em qualquer ato de improbidade administrativa, é essencial a comprovação do elemento subjetivo,


sendo o dolo para os casos indicados no art. 9º, 10-A e 11 (atos que importam enriquecimento ilícito,
decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário e que atentam contra
os princípios da Administração) e pelo menos a culpa, para os casos indicados no art. 10 (atos que causam
prejuízo ao erário). Só por isso, a alternativa já estaria errada. Além disso, o terceiro não é considerado
“agente público”, ela é simplesmente o terceiro que induziu, concorreu ou se beneficiou, podendo
responder por isso em conjunto com o agente público – ERRADA;

b) o terceiro poderá responder, se preenchidos os requisitos legais, em qualquer das três modalidades de
ato de improbidade, não apenas do ato que cause prejuízo ao erário – ERRADA;

c) o “litisconsorte necessário” ocorre quando duas pessoas atuam obrigatoriamente no mesmo polo do
processo. Para que exista o litisconsorte necessário, o Código de Processo Civil dispõe que o litisconsórcio
será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia
da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. Ocorre, no entanto, que a Lei
8.429/1999 não apresenta qualquer exigência neste sentido. Ademais, o STJ já decidiu que “nas ações civis
de improbidade administrativa não há de se falar em formação de litisconsórcio necessário entre o agente
público e os eventuais terceiros beneficiados com o ato de improbidade administrativa, pois não está
justificada em nenhuma das hipóteses previstas na lei” (STJ, 2ª Turma, AgRg no REsp 1.461.489/MG) –
ERRADA;

d) exato! O terceiro não figura como litisconsorte necessário, motivo pelo qual deverá ser analisada a sua
conduta para demonstrar sua participação para atingimento do resultado. Veja que, apesar do “juridiquês”,

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para aqueles que não são da área, a questão poderia ser respondida com um pouco de lógica. Obviamente
que, para alguém responder por alguma coisa, a sua conduta deverá ser analisada – CORRETA;

e) os terceiros também podem responder pelas demais modalidades de ato de improbidade, não apenas
por aqueles que configuram enriquecimento ilícito – ERRADA.

Gabarito: alternativa D.

15. (FCC – TRE RR/2015) Nos termos da Lei no 8.429/92, é ato de agente público que caracteriza ato
de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração pública:
a) realizar operação financeira sem a observância das normas legais.
b) permitir que terceiros enriqueçam ilicitamente.
c) ordenar a realização de despesas não autorizadas em lei.
d) frustrar a licitude de concurso público.
e) conceder benefício administrativo sem a observância das formalidades legais.

Comentário:

Vamos colocar cada alternativa, utilizando o texto legal e o tipo de ato de improbidade:

a) “art. 10. [...] VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou
aceitar garantia insuficiente ou inidônea” – ato que causa prejuízo ao erário – ERRADA;

b) “art. 10. [...] XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente” – ato que
causa prejuízo ao erário – ERRADA;

c) “art. 10. [...] IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento” –
ato que causa prejuízo ao erário – ERRADA;

d) “art. 11. [...] V - frustrar a licitude de concurso público” – ato que atentam contra os princípios da
Administração Pública – CORRETA;

e) “art. 11. [...] VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais
ou regulamentares aplicáveis à espécie” – ato que causa prejuízo ao erário – ERRADA.

Gabarito: alternativa D.

16. (FCC – TRE RR/2015) Após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função
de confiança, as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas na Lei no 8.429/92 podem ser
propostas até
a) 15 anos.
b) 5 anos.
c) 10 anos.

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d) 2 anos.
e) 20 anos.

Comentário:

Consoante o art. 23 da Lei 8.429/1992, que trata da prescrição dos atos de improbidade, as ações
destinadas a levar a efeitos as sanções de improbidade podem ser propostas:

• até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança;
• dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.
• até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas
entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício ou que o erário
contribua com menos de 50% do custeio.

Portanto, no caso de ocupante de mandato, cargo em comissão ou função de confiança, o prazo de


prescrição será de cinco anos, após o término do vínculo.

Gabarito: alternativa B.

17. (FCC – TRT 4/2015) Nos termos regulados pela Lei no 8.429/92, é ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública:
a) aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou
jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público, durante a atividade.
b) causar prejuízo ao erário ao liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular.
c) causar prejuízo ao erário ao conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie.
d) praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de
competência.
e) perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado.

Comentário:

A Lei 8.429/1992, ou Lei da Improbidade Administrativa (LIA), classifica os atos de improbidade


administrativa em quatro grupos: (i) atos que importam enriquecimento ilícito (art. 9º); (ii) atos que causam
prejuízo ao erário (art. 10); (iii) atos decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro
ou tributário (art. 10-A) e (iv) atos que atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11).

Assim, para responder a questão, bastava identificar em qual das alternativas consta um ato que atenta
contra os princípios da Administração Pública, cuja lista consta no art. 11 da Lei 8.429/1992, vejamos:

Leis nº 8.429/1992, nº 12.846/2013 e nº 12.527/2011 p/ Ministério da Economia - PSS - Pós-Edital 58


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Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na
regra de competência; [alternativa D]

II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo;

IV – negar publicidade aos atos oficiais;

V – frustrar a licitude de concurso público;

VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva


divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria,
bem ou serviço.

Dessa forma, a alternativa D constitui o nosso gabarito.

Vejamos, abaixo, o enquadramento das demais condutas:

a) aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou
jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público, durante a atividade – ato que importa enriquecimento ilícito (art. 9º, VIII) –
ERRADA.

b) causar prejuízo ao erário ao liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular – ato que causa prejuízo ao erário (art. 10, XI) –
ERRADA.

c) causar prejuízo ao erário ao conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie – ato que causa prejuízo ao erário (art. 10, VII)
– ERRADA.

e) perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado – ato que
importa enriquecimento ilícito (art. 9º, III) – ERRADA.

Gabarito: alternativa D.

18. (FCC – TRT 4/2015) Nos termos regulados pela Lei no 8.429/92, a pena de perda dos bens ou
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da

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função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três
vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos, pode ser aplicada quando
caracterizado o ato de improbidade administrativa por
a) receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
providência ou declaração a que esteja obrigado.
b) permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado.
c) ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento.
d) negar publicidade aos atos oficiais.
e) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício.

Comentário:

A Lei 8.429/1992, conhecida como a Lei da Improbidade Administrativa (LIA), dispõe sobre quatro grupos
de atos de improbidade administrativa: (i) atos que importam enriquecimento ilícito (art. 9º); (ii) atos que
causam prejuízo ao erário (art. 10); (iii) atos decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício
financeiro ou tributário e (iv) atos que atentam contra os princípios da administração pública.

Além disso, a LIA prevê um escalonamento das penalidades aplicáveis, considerando as penalidades mais
graves para os atos do primeiro grupo, as médias para o segundo grupo e as mais brandas para o terceiro
grupo, vejamos:

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que
podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação
dada pela Lei nº 12.120, de 2009).

I – na hipótese do art. 9° [atos que importam enriquecimento ilícito], perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda
da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil
de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público
ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;

II – na hipótese do art. 10 [atos que causam dano ao erário], ressarcimento integral do dano,
perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos,
pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco
anos;

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III – na hipótese do art. 11 [atos que atentam contra os princípios da administração pública],
ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do
dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

É possível notar que as penalidades apresentadas na questão se enquadram no inc. I do art. 12 da LIA.
Assim, o “x” da questão era identificar qual das alternativas que apresentavam um ato enquadrado no
grupo dos atos que importam enriquecimento ilícito, que é a opção A: “receber vantagem econômica de
qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que
esteja obrigado”.

Para fechar, vejamos os respectivos enquadramentos:

a) receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
providência ou declaração a que esteja obrigado – (art. 9º, X) – ato que importa enriquecimento ilícito;

b) permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado
– (art. 10, V) – ato que causa dano ao erário;

c) ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento – (art. 10, IX) – ato
que causa dano ao erário.

d) negar publicidade aos atos oficiais – (art. 11, IV) – ato que atenta contra os princípios da administração
pública;

e) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício – (art. 11, II) – ato que atenta contra os
princípios da administração pública;

Gabarito: alternativa A.

19. (FCC – DPE-SP/2015) Prefeito de uma cidade que tem a posse de veículo público oficial para se
locomover por ocasião de sua função, passou a utilizar o veículo para fins particulares. Diante disso, com
base na Lei de Improbidade Administrativa (Lei no 8.429/1992), o referido Prefeito
a) cometeu ato de improbidade administrativa estando sujeito a proibição de contratar com o Poder
Público, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco
anos.
b) cometeu ato de improbidade administrativa estando sujeito a suspensão dos direitos políticos de três a
cinco anos.
c) não cometeu ato de improbidade administrativa, uma vez que esta conduta é permitida aos agentes
públicos.

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d) cometeu ato de improbidade administrativa estando sujeito a suspensão dos direitos políticos de cinco
a oito anos.
e) cometeu ato de improbidade administrativa estando sujeito a proibição de contratar com o Poder
Público, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

Comentário:

Primeiramente, precisamos identificar o tipo de ato de improbidade competido. A conduta do prefeito


poderá ser enquadrada no art. 9º, IV e XII:

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir


qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de


qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no
art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

Ademais, no caso dos atos de improbidade que importam enriquecimento ilícito, poderão ser aplicadas as
penalidades constantes no art. 12, I, da Lei de Improbidade:

I. perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;


II. ressarcimento integral do dano, quando houver;
III. perda da função pública;
IV. suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos;
V. pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial;
VI. proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de dez anos.

Portanto, o prefeito poderá sofrer a pena de proibição de contratar com o poder público, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 anos (letra E)

Vamos analisar as demais alternativas:

a) o prazo de cinco anos aplica-se aos atos que causam prejuízo ao erário – ERRADA;

b) a suspensão dos direitos políticos pelo prazo de três a cinco anos aplica-se nos atos que atentam contra
os princípios da Administração – ERRADA;

c) claro que cometeu ato de improbidade, conforme já vimos – ERRADA;

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d) a suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos aplica-se nos atos que causam prejuízo ao erário
– ERRADA.

Gabarito: alternativa E.

20. (FCC – DPE-SP/2015) Quanto à definição de agente público, com base de na Lei de Improbidade
Administrativa (Lei no 8.429/1992), considere os itens abaixo:
I. Agente público pode ser pessoa que esteja transitoriamente trabalhando em repartição pública.
II. São agentes públicos as pessoas que embora não recebam remuneração exercem sua função em
qualquer organização civil, ainda que essa organização não receba dinheiro público.
III. São agentes públicos as pessoas que recebem remuneração e exerçam sua função em qualquer
organização civil, ainda que essa organização não receba dinheiro público.
IV. São agentes públicos os chefes do Poder Executivo em todos os níveis da federação.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e III.
b) I e IV.
c) II, III e IV.
d) I, II e IV.
e) I e II.

Comentário:

I – o conceito de agente público na Lei 8.429/1992 é bastante amplo, alcançando “todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
[públicas]” – CORRETO;

II e III – em geral, o agente público terá que desempenhar atividade em uma entidade pública. Porém, o
conceito da Lei 8.429/1992 abrange também aqueles que desempenham atividade nas entidades para cuja
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra. Assim, se a organização não recebe dinheiro
público, os seus agentes não entraram no conceito de agente público da Lei de Improbidade – ERRADOS;

IV – no conceito da Lei de Improbidade, qualquer agente que exerça mandato será agente público. Assim,
pelo texto literal da Lei 8.429/1990, o chefe do Poder Executivo em todos os níveis da Federação também
será agente público. Daí a correção do item. Lembra-se, porém, que o STJ entende que o Presidente da
República não responde por ato de improbidade, mas apenas por crime de responsabilidade. Isso não exclui
o fato de o Presidente da República enquadrar-se no conceito amplo de agente público – CORRETO.

Dessa forma, somente os itens I e IV estão corretos.

Gabarito: alternativa B.

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21. (FCC – DPE-SP/2015) Mauro praticou ato de improbidade administrativa por ter negado
publicidade de atos oficiais (art. 11, IV da Lei de Improbidade Administrativa, Lei no 8.429/1992), e por
esta mesma Lei está sujeito às seguintes sanções:
I. Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos.
II. Suspensão do recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de oito anos.
III. Ressarcimento integral do dano, se houver.
IV. Perda da função pública.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I, II e III.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, III e IV.
e) II e IV.

Comentário:

Negar a publicidade de atos oficiais é ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
Administração Pública (art. 11, IV).

Com isso, Mauro poderá sofrer as seguintes sanções:

▪ ressarcimento integral do dano, se houver;


▪ perda da função pública;
▪ suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos;
▪ pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente;
▪ proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de três anos.

Assim, o item I está incorreto, pois a suspensão dos direitos políticos por oito a dez anos se aplica aos atos
que importam enriquecimento ilícito. O item II também está errado, pois o prazo correto seria de três anos.
Por sua vez, o item III está certo, pois será aplicado o ressarcimento integral do dano, se houver. Por fim, o
item também está certo, pois a perda da função pública é uma pena que se aplica a qualquer tipo de ato
de improbidade.

Logo, os itens III e IV estão corretos.

Gabarito: alternativa C.

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22. (FCC – DPE-SP/2015) Arthur tem um escritório de contabilidade e negocia com as pessoas
interessadas em retardar os processos de apuração fiscal em determinada Prefeitura. Após o pagamento
Arthur combina com José, que é o funcionário público responsável pelo andamento desses processos, o
retardamento do processo. José recebe duzentos reais por mês e por processo, quanto mais retarda o
andamento, mais dinheiro recebe. Neste caso, é correto afirmar que
a) Arthur sofrerá apenas sanções de Direito Penal, pois este não é agente público e José terá aplicado, além
de outras sanções, aquelas previstas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei no 8.429/92), por estar
enquadrado no conceito de agente público.
b) Arthur e José, além de outras sanções, terão aplicados a si as penas previstas na Lei de Improbidade
Administrativa (Lei no 8.429/92), pois José é agente público e Arthur, diante de sua conduta, é considerado
agente público para todos os fins.
c) a Lei de Improbidade Administrativa (Lei no 8.429/92) não será aplicada a este caso, tendo em vista que
se trata de caso de Direito de Penal.
d) Arthur e José, além de outras sanções, terão aplicados a si as penas previstas na Lei de Improbidade
Administrativa (Lei no 8.429/92), pois José enquadra-se no conceito de agente público e Arthur concorreu
para a prática do ato de improbidade tendo dele se beneficiado.
e) Arthur sofrerá apenas sanções de Direito Civil, pois este não é agente público e José terá aplicado, além
de outras sanções, aquelas previstas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei no 8.429/92), por estar
enquadrado no conceito de agente público.

Comentário:

Temos dois personagens cometendo atos de improbidade nesta questão. Um é José, que é funcionário
(servidor) público (art. 2º). O outro é Arthur que concorreu para que José cometesse o ato de improbidade
e dele se beneficiou (art. 3º). Dessa forma, ambos poderão ser penalizados pelos atos de improbidade.

Vale acrescentar ainda que as sanções de improbidade podem ser aplicadas de forma cumulativa com
outras sanções, como as decorrentes da legislação penal ou administrativa (neste último caso, somente
para José).

Portanto, Arthur e José sofrerão as penas da Lei de Improbidade, o primeiro por concorrer e se beneficiar
do ato, o segundo por se enquadrar no conceito de agente público, sem prejuízo de outras cominações
(letra D).

a) e e) Arthur também poderá sofrer as sanções de improbidade – ERRADAS;

b) o erro da alternativa é que Arthur não é considerado agente público. Pelo contrário, ele é um terceiro
que concorreu e se beneficiou do ato – ERRADA;

c) tanto a Lei de Improbidade como a Lei Penal serão aplicadas – ERRADA.

Gabarito: alternativa D.

23. (FCC – DPE-SP/2015) Considere as seguintes condutas:

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I. receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica,
direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse,
direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
agente público.
II. doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio público, sem observância das formalidades
legais e regulamentares aplicáveis à espécie.
III. frustrar a licitude de concurso público.
IV. receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
providência ou declaração a que esteja obrigado.
V. perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza.
Um agente público, com base na Lei no 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), comete ato de
improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito, nas condutas indicadas APENAS em
a) I, II e V.
b) II, III e IV.
c) III, IV e V.
d) I, IV e V.
e) I, II e III.

Comentário:

A questão é simples, por isso vamos direito ao previsto na Lei. As condutas previstas nos itens I, IV e V são
atos que importam enriquecimento ilícito:

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir


qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público; [item I]

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública


de qualquer natureza; [item V]

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato
de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; [item IV].

O item II trata de uma situação que causa prejuízo ao erário (art. 10, III); enquanto o item III representa ato
que atenta contra os princípios da Administração (art. 11, V).

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Gabarito: alternativa D.

24. (FCC – DPE-SP/2015) Karla, funcionária pública responsável pela supervisão do uso dos veículos e
máquinas, permite que o funcionário Gerson se utilize do caminhão da Prefeitura para remover entulhos
durante a reforma que Gerson faz em sua propriedade. É correto afirmar que
a) Karla e Gerson cometeram ato de improbidade administrativa que causa enriquecimento ilícito e
poderão perder os bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, bem como perder a função
pública e ter a suspensão de seus direitos políticos entre oito e dez anos.
b) Karla cometeu ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário e terá que ressarcir
eventual dano, bem como poderá vir a perder a função pública e ter a suspensão de seus direitos políticos
entre cinco e oito anos.
c) Karla não cometeu ato de improbidade administrativa, já que não conduziu o veículo para a remoção de
entulho, mas Gerson sim.
d) Gerson cometeu ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública e terá que ressarcir eventual dano, bem como poderá vir a perder a função pública e ter suspenso
os seus direitos políticos entre cinco e oito anos.
e) Karla e Gerson cometeram ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário e deverão
ressarcir eventual dano, podendo perder as funções públicas e ter suspensão de seus direitos políticos entre
cinco e oito anos.

Comentário:

Os dois cometeram ato de improbidade administrativa. Karla permitiu que Gerson utilizasse o veículo,
sendo que sua conduta se enquadra no art. 10, XIII, da Lei de Improbidade:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação
ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta
lei, e notadamente:

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades.

Gerson, por sua vez, utilizou o veículo, situação enquadrada no art. 9º, IV:

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir


qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de


qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no
art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades;

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Com isso, vamos julgar os itens:

a) a conduta de Karla não se enquadra na mesma de Gerson, pois representa ato que causa lesão ao erário
– ERRADA;

b) exato! A conduta de Karla constitui ato que causa lesão ao erário. Nesse caso, ela estará sujeita às
seguintes sanções: (i) ressarcimento integral do dano; (ii) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente
ao patrimônio, se concorrer esta circunstância; (iii) perda da função pública; (iv) suspensão dos direitos
políticos de cinco a oito anos; (v) pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; e (vi) proibição
de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
cinco anos – CORRETA;

c) ambos cometeram ato de improbidade – ERRADA;

d) e e) a conduta de Gerson constitui ato que importa enriquecimento ilícito – ERRADAS.

Gabarito: alternativa B.

25. (FCC – TCE-CE/2015) Medésio associa-se com Dionísio, servidor público federal, para intermediar
a liberação de pensões e aposentadorias para pessoas que não preenchem os requisitos legais,
recebendo, para tanto, vantagens econômicas com o esquema fraudulento. Identificado o esquema,
Dionísio
a) e Medésio não responderão por improbidade administrativa, cabendo a responsabilização ser efetuada
nos termos da legislação penal.
b) responderá por improbidade administrativa, nos termos da Lei no 8.429/92, e Medésio responderá nos
termos da legislação penal.
c) responderá por improbidade administrativa, nos termos da Lei no 8.429/92, e Medésio responderá nos
termos da legislação civil.
d) e Medésio responderão por improbidade administrativa, nos termos da Lei no 8.429/92.
e) e Medésio poderão ser absolvidos de eventual responsabilização por ato de improbidade administrativa
se devolverem todas as vantagens recebidas pelo esquema fraudulento.

Comentário:

O enunciado só considerou que Dionísio é um servidor público. Porém, Medésio, mesmo não sendo um
agente público, enquadra-se no conceito do terceiro que concorreu, induziu ou se beneficiou do ato de
improbidade. A conduta dos dois, ademais, enquadra-se no art. 9º da Lei de Improbidade, pois eles
receberam vantagem patrimonial indevida.

Assim, tanto Dionísio como Medésio responderão por improbidade administrativa, nos termos da Lei
8.429/1992 (letra D).

As opções A, B e C estão erradas, justamente porque ambos poderão responder nos termos da legislação
de improbidade, sem prejuízo da comissão de outras penas, como as decorrentes da legislação penal. Já o

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erro na letra E é que a devolução das vantagens não é motivo para afastar a aplicação das sanções de
improbidade.

Gabarito: alternativa D.

26. (FCC – TCE-CE/2015) Considere que o Estado tenha adquirido participação minoritária no capital
social de uma empresa privada, a título de fomento aos investimentos por esta realizados em inovação
tecnológica e, por força de acordo de acionistas, eleja um representante no Conselho de Administração
da companhia. Ocorre que o diretor financeiro da empresa praticou uma série de atos de gestão que
importaram significativo prejuízo financeiro e patrimonial à empresa. De acordo com as disposições da
Lei no 8.429/1992,
a) apenas o representante do Estado está sujeito à penalização por ato de improbidade administrativa, que
engloba também condutas omissivas.
b) apenas o diretor da empresa está sujeito à penalização por ato de improbidade administrativa, que
pressupõe conduta comissiva.
c) todos aqueles que se beneficiaram, direta ou indiretamente, da conduta em questão, estão sujeitos às
penalidades por improbidade administrativa.
d) apenas aqueles que agiram com dolo e que obtiveram enriquecimento ilícito podem ser apenados por
improbidade administrativa.
e) nenhum dos apontados está sujeito às penas previstas na referida Lei, tendo em vista não se tratar de
entidade integrante da Administração pública direta ou indireta.

Comentário:

Ainda que o Estado não tenha adquirido o controle acionário da entidade, houve a aplicação de recursos
públicos, situação que chama a responsabilidade por eventuais danos, ainda que a sanção patrimonial fique
limitada à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos (art. 1º, parágrafo único).

Assim, o representante do Estado poderá responder no caso de lesão aos cofres públicos, desde que atue
dolosa ou culposamente para isso (art. 10). Contudo, além do representante do Estado, também poderá
responder todos aqueles que induzam, concorram ou se beneficiem do ato. Porém, a informação
importante é que esses terceiros jamais responderão isoladamente pelo ato de improbidade, uma vez que
é indispensável a presença do agente público.

Agora, vamos analisas as alternativas:

a) de fato, a penalização por improbidade também envolve condutas omissivas. Porém, não é apenas o
representante do Estado, pois terceiros também poderão responder – ERRADA;

b) a questão não esclareceu se o diretor financeiro era ou não agente público. Porém, em qualquer caso,
ele poderia responder, seja como agente, ou como terceiro que induziu, concorreu ou se beneficiou do ato.
Além disso, os atos de improbidade admitem tanto condutas comissivas (ações) como omissivas – ERRADA;

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c) exato! Todos os que se beneficiaram do ato estão sujeitos à penalização por ato de improbidade. Só
devemos ressaltar que eles não podem responder sozinhos, pois a presença do agente público é
indispensável – CORRETA;

d) os atos de improbidade vão além do enriquecimento ilícito, pois também admitem os tipos que causam
lesão ao erário, aqueles decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou
tributário e os que atentam contra os princípios da Administração. Além disso, os que causam lesão ao
erário admitem a forma culposa e dolosa, enquanto os demais admitem apenas a forma dolosa – ERRADA;

e) a entidade não precisa ser necessariamente pública, pois a responsabilidade por ato de improbidade
também alcança atos praticados em entidades que receberam recursos públicos (art. 1º, caput e parágrafo
único) – ERRADA.

Gabarito: alternativa C.

27. (FCC – TCE-CE/2015) Para Alexandre de Moraes atos de improbidade são “aqueles que, possuindo
natureza civil e devidamente tipificados em lei federal, ferem direta ou indiretamente os princípios
constitucionais e legais da Administração pública”. Nesse sentido, os atos de improbidade foram
disciplinados pela Lei Federal no 8.429/1992. Segundo o referido regime jurídico,
a) as sanções de perda da função pública e suspensão dos direitos políticos somente se efetivam com o
trânsito em julgado da sentença condenatória.
b) o ato de improbidade em si não constitui crime e não pode caracterizá-lo, isso em razão do princípio da
especialidade.
c) para que uma conduta seja caracterizada como improba deve, além de atentar contra os princípios da
Administração, implicar enriquecimento ilícito ou prejuízo ao erário.
d) a aplicação das sanções aos agentes administrativos previstas na denominada Lei de Improbidade
Administrativa depende da efetiva ocorrência do dano ao patrimônio público, hipótese em que se deve
aguardar decisão do Tribunal de Contas competente quanto à aprovação ou rejeição das contas.
e) os atos de improbidade que atentam contra os princípios da Administração pública compreendem tão
somente a ação, excluindo a omissão.

Comentário:

a) de acordo com o art. 20 da Lei de Improbidade, a perda da função pública e a suspensão dos direitos
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória – CORRETA;

b) de fato, o ato de improbidade administrativa em si não constitui crime. Porém, em alguns casos, atos
considerados como de improbidade também são capitulados, na legislação penal, como crime. Por
exemplo: várias situações de improbidade podem ser enquadradas no crime de peculato. Portanto, alguns
atos de improbidade poderão ser caracterizados na legislação penal como crime. Anota-se ainda que isso
é uma decorrência do princípio da legalidade, uma vez que não há crime sem lei anterior que o defina (CF,
art. 5º, XXXIX) – ERRADA;

c) essa é uma questão de semântica. O que a alternativa está dizendo é que, para representar ato de
improbidade, um ato deverá: (i) atentar contra os princípios da Administração + (ii) implicar enriquecimento

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ilícito ou prejuízo ao erário. Veja, há que existir, de acordo com a alternativa, a soma dos requisitos
previstos em (i) e (ii). Porém, isso não é necessário, pois o ato de improbidade poderá apenas atentar contra
os princípios da Administração, sem necessidade de causar lesão ao erário ou gerar enriquecimento ilícito
– ERRADA;

d) a aplicação das sanções de improbidade independe: (i) da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio
público, salvo quanto à pena de ressarcimento; (ii) da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas – ERRADA;

e) de acordo com o art. 11 da Lei 8.429/1992, constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra
os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições – ERRADA.

Gabarito: alternativa A.

28. (FCC – TRT 9/2015) Dentre as imputações mais rigorosas que se pode fazer atualmente aos
potenciais sujeitos ativos está a prática de ato de improbidade administrativa. Quanto aos tipos de atos
de improbidade previstos na lei, considere as seguintes afirmativas:
I. Os atos que importam enriquecimento ilício exigem, para sua caracterização, no mínimo conduta culposa
e comprovação da majoração da situação financeiro-patrimonial do sujeito ativo, dispensada prova da
condição de agente público.
II. Os atos que causam prejuízo ao erário exigem prova dessa condição, embora prescindam de dolo por
parte do sujeito ativo, bastando comprovação de culpa e não necessariamente precisam ter sido praticados
por agente público estrito senso.
III. Os atos que atentam contra os princípios da Administração pública exigem comprovação de dolo por
parte do sujeito ativo, mas dispensam prova do prejuízo ao erário, tendo em vista que a norma visa à
proteção dos princípios, cuja violação constitui, por si só, fator suficiente para configurar potencial de dano.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) II e III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) III, apenas.

Comentário:

I – os atos que importam enriquecimento ilícito exigem a conduta dolosa, não admitem apenas a forma
culposa. Além disso, a comprovação da situação de agente público é necessária, pois quem efetivamente
pratica o ato de improbidade é o agente público, ao passo que os terceiros terão induzido, concorrido ou
se beneficiado do ato, não podendo responder isoladamente – ERRADO;

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II – exato! Os atos que causam lesão ao erário admitem a forma culposa, motivo pelo qual prescindem do
dolo. Além disso, o ato não precisa ser praticado por agente público estrito senso (servidores públicos), já
que o conceito de agente público, para fins de improbidade, é amplo – CORRETO;

III – outro item correto. Os atos que atentam contra os princípios somente admitem a forma dolosa. Além
disso, não é preciso demonstrar que houve dano ao erário, uma vez que o próprio art. 21, I, da Lei de
Improbidade dispõe que a aplicação das sanções independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio
público, salvo quanto à pena de ressarcimento – CORRETO.

Logo, estão corretos os itens II e III.

Gabarito: alternativa B.

29. (FCC – TRT 9/2015) Marcônio é funcionário de uma entidade sem fins lucrativos, que recebe
regular incentivo fiscal da esfera federal e municipal em razão da natureza das atividades prestadas.
Referida entidade também conta com recursos provenientes de doações, frutos de inúmeras campanhas
publicitárias realizadas graciosamente pelos veículos de comunicação. Além disso, são inúmeras as
doações de bens destinadas a essa entidade, cujo emprego é definido pela diretoria e conselho da pessoa
jurídica, sempre observando o disposto no Estatuto Social. O funcionário, certa vez, apropriou-se de
alguns bens móveis para sua casa, valendo consignar que se tratava de pessoa de baixo poder aquisitivo.
A conduta do funcionário, considerando o que dispõe a Lei no 8.429/92,
a) não configura ato de improbidade, uma vez que Marcônio não preenche os requisitos de servidor
público, condição necessária para aquela responsabilização.
b) não configura ato de improbidade porque a pessoa jurídica cujo patrimônio foi subtraído não possui
natureza jurídica de direito público, não se tratando, portanto, de sujeito passivo de ato de improbidade.
c) pode configurar ato de improbidade pois a entidade cujos bens foram desviados, embora não possua
natureza jurídica de direito público, recebe incentivo fiscal de órgãos da esfera federal e municipal, bem
como em razão da conduta dolosa de Marcônio.
d) configura ato de improbidade em razão da natureza jurídica da entidade, que possui capital público e
em razão do enriquecimento ilícito gerado, cujo tipo legal não exige conduta dolosa.
e) pode configurar ato de improbidade desde que comprovado o prejuízo à entidade, ainda que não haja
conduta dolosa por parte do funcionário, e desde que se comprove que houve reflexo negativo nos
repasses e incentivos fiscais recebidos dos órgãos públicos.

Comentário:

Os atos de improbidade administrativa podem ser cometidos não apenas em entidades públicas, mas
também naquelas entidades que recebem recursos públicos. Portanto, poderá sofrer o ato de improbidade
as seguintes entidades:

I. a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território;

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II. empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual;
III. entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Dessa forma, ainda que não seja uma entidade pública propriamente, a entidade em que Marcônio é
funcionário enquadra-se no conceito de sujeito passivo do ato de improbidade.

Agora, vejamos o conceito de agente público, previsto na Lei 8.429/1992:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.

As entidades “mencionadas no artigo anterior” são as mesmas que enumeramos acima. Logo, para os fins
da Lei 8.429/1992, Marcônio enquadra-se no conceito de agente público. Visto isso, vamos analisar as
alternativas.

a) primeiro, já vimos que Marcônio enquadra-se no conceito de agente público para os fins da Lei de
Improbidade. Além disso, a conduta dele constitui ato de improbidade, nos termos do art. 9º, XI, da Lei de
Improbidade: “incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei” – ERRADA;

b) conforme vimos acima, a entidade enquadra-se no conceito de sujeito passivo do ato de improbidade –
ERRADA;

c) por ser ato que importa enriquecimento ilícito, só se admite a conduta dolosa– CORRETA;

e) primeiramente, o dolo é sim exigido, o que já tornaria o item errado. Além disso, de acordo com o art.
21, I, não é preciso comprovar que houve prejuízo ao erário, salvo para a aplicação da sanção de
ressarcimento – ERRADA.

Gabarito: alternativa C.

30. (FCC – TRT 9/2015) Um grupo de empresários especializados no ramo de fornecimento de


alimentação preparada reuniu-se para, em conluio e previamente aos procedimentos licitatórios,
combinar os preços máximos e mínimos que ofertariam ao Poder Público, em especial nas licitações
levadas a efeito na modalidade pregão, na forma eletrônica, onde há fase de negociação de preços. Para
tanto, contaram com apoio de servidores públicos integrantes das comissões de licitação, que
“vasavam”, somente para as referidas empresas e previamente à publicação do edital, o preço referencial
de cada certame. Considerando o disposto na Lei no 8.429/1992,

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a) os servidores públicos integrantes das comissões de licitação respondem por ato de improbidade, em
qualquer das modalidades, desde que haja comprovação de que as respectivas condutas causaram prejuízo
à Administração.
b) os empresários respondem na esfera cível e criminal por fraude à licitação, conluio e formação de cartel,
não respondendo, no entanto, por ato de improbidade, cujas penalidades são aplicáveis somente aos
agentes públicos.
c) respondem por improbidade, estando sujeitos às penalidades previstas na referida lei, tantos os
servidores públicos integrantes das comissões de licitação como os empresários, que se beneficiaram de
forma direta ou indireta do ato de improbidade, independentemente do efetivo prejuízo causado à
Administração.
d) os servidores públicos integrantes das comissões de licitação respondem por ato de improbidade, apenas
se das respectivas condutas resultar prejuízo efetivo ao erário, respondendo, na mesma hipótese, os
empresários que agiram em conluio.
e) para enquadramento das condutas dos servidores e dos empresários nos atos descritos na lei de
improbidade é necessário que haja, concomitantemente, demonstração do elemento subjetivo do injusto,
culpa ou dolo, enriquecimento ilícito e prejuízo para o erário.

Comentário:

O art. 1º da LIA determina que os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou
não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por
cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma da Lei. Outrossim, as disposições da Lei
de Improbidade são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou
concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Posto isso, respondem por improbidade, estando sujeitos às penalidades previstas na referida lei, tantos
os servidores públicos integrantes das comissões de licitação como os empresários, que se beneficiaram de
forma direta ou indireta do ato de improbidade, independentemente do efetivo prejuízo causado à
Administração (alternativa C).

Agora, vamos analisar as demais alternativas:

a) e d) a aplicação das sanções de improbidade independe da comprovação de lesão ao erário, salvo para
imposição da pena de ressarcimento (art. 21, I) – ERRADAS;

b) os empresários devem responder também por atos ímprobos, tendo em vista que concorreram e se
beneficiaram do ato de improbidade – ERRADA;

e) elemento subjetivo do injusto é uma espécie de dolo em que o agente atua com uma finalidade
específica. Contudo, no âmbito dos processos de improbidade, pelo menos para os atos previstos no art.
11 da Lei de Improbidade, não se exige a demonstração de dolo específico, sendo válido o denominado
dolo genérico (REsp 1.444.874/MG). Além disso, não é preciso demonstrar tudo isso de forma
concomitante, até porque a comprovação da lesão ao erário é dispensável, salvo para a pena de
ressarcimento – ERRADA.

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Gabarito: alternativa C.

31. (FCC - MPE-PB/2015) O Ministério Público do Estado da Paraíba ingressou com ação de
improbidade administrativa contra Manoel, técnico daquele órgão, sob o fundamento de que o servidor
público, no exercício de suas funções, teria concorrido para que terceiro enriquecesse ilicitamente. O juiz,
ao sentenciar a demanda, entendeu estar provada, nos autos, a conduta culposa de Manoel. Nesse caso
e, nos termos da Lei no 8.429/1992, a sentença
a) excluirá Manoel da ação, por ser parte ilegítima.
b) será de improcedência, haja vista que, nesse caso, a culpa não enseja condenação por ato ímprobo.
c) condenará Manoel às sanções pela prática de ato ímprobo.
d) condenará Manoel a sanções administrativas, porém não decorrentes de ato ímprobo.
e) será de improcedência, tendo em vista a ilegitimidade do Ministério Público na hipótese.

Comentário:

O ato de improbidade administrativa mencionado na questão enquadra-se como ato que causa lesão ao
erário (art. 10, XII). Com efeito, os atos de improbidade que causam lesão ao erário são os únicos que
admitem a forma culposa. Assim, como restou comprovada a conduta culposa do agente público, Manoel
será condenado às sanções pela prática do ato ímprobo (letra C).

Gabarito: alternativa C.

32. (FCC - MPE-PB/2015) Julia, servidora pública, foi condenada pela prática de ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da Administração pública, sendo-lhe imposta, dentre
outras sanções, a suspensão dos direitos políticos por 4 anos. Cumpre salientar que a conduta praticada
por Julia não causou prejuízo ao erário, nem enriquecimento ilícito. Nesse contexto, a conduta praticada
por Julia consistiu em
a) frustrar a licitude de concurso público.
b) frustrar a licitude de processo licitatório.
c) liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes.
d) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação de verba pública de qualquer natureza.
e) realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares.

Comentário:

Primeiramente, conforme determina o enunciado, como Júlia não causou prejuízo ao erário, nem
enriquecimento ilícito, ela praticou ato improbo que atenta contra os princípios da administração.

Desse modo, ela poderá ter praticado um dos atos abaixo:

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I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de
competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em
segredo;

IV - negar publicidade aos atos oficiais;

V - frustrar a licitude de concurso público;

VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial,
teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias


firmadas pela administração pública com entidades privadas.

IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.

Sendo assim, a única alternativa que apresenta um ato presente no art. 11 é a A (frustrar a licitude de
concurso público).

Apenas para complemento, determina o art. 12, III, que “na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do
dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento
de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos”.

Para fechar, vejamos como podemos enquadrar os demais atos:

b) frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente – ato que causa lesão ao erário (art. 10, VIII)
– ERRADA;

c) liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes – ato que causa lesão ao erário
(art. 10, XI) – ERRADA;

d) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação de verba pública de qualquer natureza – ato
que importa enriquecimento ilícito (art. 9, IX) – ERRADA;

e) realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares – ato que causa lesão
ao erário (art. 10, VI) – ERRADA.

Gabarito: alternativa A.

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33. (FCC - MPE-PB/2015) Uma das exigências contidas na Lei de Improbidade consiste na
apresentação da declaração de bens do agente público dentro do prazo determinado pela Administração
pública. Ângelo, agente público, recusou-se injustificadamente, a apresentá-la sendo punido com a pena
de
a) repreensão.
b) suspensão por 90 dias.
c) advertência.
d) demissão.
e) suspensão por 30 dias.

Comentário:

A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e
valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente
(art. 13, caput).

Desse modo, será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo
determinado, ou que a prestar falsa (art. 13, § 3º).

Gabarito: alternativa D.

34. (FCC - MPE-PB/2015) O juiz, após a propositura de ação de improbidade ajuizada pelo Ministério
Público do Estado da Paraíba, autuou e ordenou a notificação do requerido, para oferecer manifestação
por escrito, dentro do prazo de 15 dias. Recebida a manifestação, o juiz, em decisão fundamentada,
recebeu a petição inicial e determinou a citação do réu para apresentar contestação. A decisão que
recebe a petição inicial
a) não enseja recurso.
b) enseja recurso de agravo de instrumento.
c) enseja recurso de apelação.
d) somente se dá na hipótese de inadequação da via eleita.
e) somente se dá antes da apresentação da defesa preliminar, também denominada de defesa prévia.

Comentário:

Nossa resposta é encontrada no art. 17, § 10 da Lei 8.429/1992, onde vemos que “da decisão que receber
a petição inicial, caberá agravo de instrumento”. Logo, o nosso gabarito é a alternativa B.

Gabarito: alternativa B.

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35. (FCC - MPE-PB/2015) Claudia exerceu cargo em comissão de janeiro de 2008 a janeiro de 2010 e,
em razão de conduta praticada no citado período, foi processada por improbidade administrativa, sendo
a ação ajuizada em dezembro de 2014. Neste caso, a ação de improbidade administrativa
a) não está prescrita, por ser imprescritível.
b) está prescrita, pois deveria ter sido ajuizada até janeiro de 2012.
c) está prescrita, pois deveria ter sido ajuizada até janeiro de 2013.
d) não está prescrita, pois foi ajuizada dentro do prazo.
e) está prescrita, pois deveria ter sido ajuizada até janeiro de 2014.

Comentário:

A ação de improbidade administrativa poderá ser proposta nos seguintes prazos (art. 23):

• cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;
• dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.
• cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas
entidades referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei 8.429/1992.

Como Claudia é ocupante de cargo em comissão, a ação somente prescreverá em janeiro de 2015. Logo, a
ação não está prescrita, uma vez que foi ajuizada dentro do prazo prescricional (letra D).

Gabarito: alternativa D.

36. (FCC - MPE-PB/2015) Rita, filha e única sucessora de Ronaldo, foi acionada pelo Ministério Público
do Estado da Paraíba para arcar com valores devidos ao erário em razão de conduta ímproba praticada
por seu pai que causou graves prejuízos aos cofres públicos. Em sua defesa, Rita argumenta e comprova
que seu falecido pai somente deixou dívidas, isto é, que não herdará qualquer valor ou bem patrimonial.
Na hipótese narrada, Rita
a) está sujeita a todas as cominações previstas na Lei de Improbidade, na proporção do ato ímprobo
praticado pelo seu falecido pai.
b) está sujeita às cominações previstas na Lei de Improbidade, exceto aquelas de ordem pecuniária.
c) não está sujeita às cominações previstas na Lei de Improbidade.
d) está sujeita apenas à sanção de caráter pecuniário, pouco importando se Ronaldo deixou ou não ativo
patrimonial necessário para arcar com o ressarcimento aos cofres públicos.
e) jamais poderia ter sido acionada pelo Ministério Público, pois o falecimento do agente ímprobo
obrigatoriamente põe fim à ação de improbidade administrativa.

Comentário:

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De acordo com a Lei 8.429/1992, o sucessor (herdeiro) daquele que causar lesão ao patrimônio público ou
se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações da Lei de Improbidade Administrativa até o limite do
valor da herança. Por exemplo: o servidor foi condenado a devolver R$ 5 milhões, mas faleceu e deixou de
herança apenas R$ 1 milhão, nessa situação os herdeiros somente arcarão com o valor de R$ 1 milhão.

Se não foi passado nada de herança, Rita não estará sujeita às cominações previstas na Lei de Improbidade
(letra C).

Vale acrescentar ainda que os herdeiros somente respondem pelas sanções patrimoniais (pecuniárias),
limitadas ao valor da herança. Assim, não passa para o herdeiro sanções de outra natureza, como a
suspensão dos direitos políticos e a proibição de contratar ou de receber benefícios.

Gabarito: alternativa C.

37. (FCC - MPE-PB/2015) Christian, Técnico do Ministério Público do Estado da Paraíba, agiu
negligentemente no que diz respeito à conservação do patrimônio público, causando prejuízo ao erário.
Portanto, estará sujeito, dentre outras sanções previstas na Lei no 8.429/1992, à
a) multa civil de até 100 vezes o valor da remuneração recebida pelo servidor.
b) proibição de receber benefícios fiscais pelo prazo de 10 anos.
c) multa civil de até 3 vezes o valor do dano.
d) proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de 8 anos.
e) suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos.

Comentário:

A conduta de Christian enquadra-se como ato que causa lesão ao erário, nos termos do art. 10, X, da Lei
8.429/1992. Para esse tipo de ato, poderão ser aplicadas as seguintes sanções:

 ressarcimento integral do dano;


 perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância;
 perda da função pública;
 suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos;(letra E)
 pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; e
 proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de cinco anos.
Gabarito: alternativa E.

38. (FCC - MPE-PB/2015) Matheus, atualmente Deputado Estadual, é um renomado político do Estado
da Paraíba, já tendo ocupado o cargo de Prefeito de um dos municípios do Estado. No início do ano de
2015, foi processado por improbidade administrativa por conduta praticada à época em que exerceu o
cargo de Prefeito. Em sua defesa, sustentou que teve as contas aprovadas pelo respectivo Tribunal de

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Contas, razão pela qual não poderia sofrer as sanções previstas na Lei no 8.429/1992. A tese de defesa
de Matheus
a) acarreta sua exclusão da lide, por manifesta ilegitimidade.
b) não impede a aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade.
c) impede apenas a aplicação de sanção de caráter pecuniário.
d) impede apenas a aplicação da sanção de suspensão dos direitos políticos.
e) impede a aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade.

Comentário:

De acordo com a Lei 8.429/1992, a aplicação das sanções de improbidade independe (art. 23):

▪ da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;


▪ da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
Contas.

Logo, o fato de as contas serem aprovadas pelo Tribunal de Contas não impede a aplicação das sanções por
ato de improbidade (letra B). As demais alternativas estão, por conseguinte, incorretas, pois o servidor não
será excluído da lide (ou seja, não será excluído do processo, pois é sim parte legítima para responder pelos
atos cometidos) [letra A] e o fato não impede a aplicação de qualquer sanção [letras C, D e E].

Gabarito: alternativa B.

39. (FCC – MPE-PB/2015) Ricardo é Vereador de um determinado município do Estado da Paraíba,


ocupando o cargo de Presidente da Câmara Municipal. No final do ano de 2014, Ricardo recebeu
vantagem econômica indevida em razão do exercício do seu mandato para omitir ato de ofício a que
estava obrigado. Neste caso, o Ministério Público, após instaurar inquérito civil para apuração dos fatos,
ajuíza ação de improbidade administrativa contra Ricardo, postulando, dentre outras sanções previstas
em lei, a aplicação das penas de suspensão dos direitos políticos de
a) 5 a 8 anos, e pagamento de multa civil de até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial.
b) 8 a 10 anos, e pagamento de multa civil de até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial.
c) 3 a 5 anos e pagamento de multa civil de até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial.
d) 8 a 10 anos e pagamento de multa civil de até 5 vezes o valor do acréscimo patrimonial.
e) 5 a 8 anos, e pagamento de multa civil de até 100 vezes o valor da remuneração percebida pelo agente.

Comentário:

A suspensão dos direitos políticos, a multa civil e a proibição de contratar ou de receber benefícios aplicam-
se aos três tipos de atos de improbidade, variando, porém, conforme a gravidade da conduta. Vejamos:

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Concessão ou Contra os
Enriquecimento Lesão ao erário
aplicação indevida princípios

Suspensão dos
8-10 anos 5-8 anos 5-8 anos 3-5 anos
direitos políticos

3x benefício
100x
Multa civil 3x acréscimo 2x dano financeiro ou
remuneração
tributário

Proibição de ==10a7d==

contratar/receber 10 anos 5 anos — 3 anos


benefícios

Ademais, a conduta de Ricardo enquadra-se no grupo de atos que importam enriquecimento ilícito (art. 9º,
X). Logo, a pena de suspensão de direitos políticos será de 8 a 10 anos, enquanto a multa será de três vezes
o acréscimo patrimonial (letra B).

Gabarito: alternativa B.

40. (FCC – TRT 3/2015) Determinada empresa pública municipal contratou empregados, sob o regime
celetista, sem concurso público. A grande maioria dos empregados foi cedida à Administração direta,
que, sempre que dispunha de recursos, providenciava o pagamento dos salários, desonerando a empresa
pública. Essa situação perdurou por anos, até que um dos empregados ajuizou reclamação trabalhista
contra o Município, trazendo à tona o vínculo empregatício, o que motivou comunicação ao Ministério
Público que, sem prejuízo de outras providências adotadas, ajuizou ação de improbidade contra o
Prefeito e representantes legais da empresa pública. Considerando os tipos de atos de improbidade
legalmente previstos, a conduta
a) das autoridades e a dos administradores da empresa envolvidos configuram ato de improbidade que
atenta contra os princípios da Administração, diante da contratação sem concurso público e da
demonstração de dolo, respondendo solidariamente, embora prescindível a ocorrência de danos.
b) do Prefeito não se enquadra em nenhuma das hipóteses, porque embora tenha participado do
planejamento da solução para suprir a deficiência de servidores na Administração direta, a contratação
sem concurso público foi feita pela empresa pública, de modo que somente os representantes legais da
mesma podem ser responsabilizados.
c) do Prefeito absorve as irregularidades praticadas pelos administradores da empresa, em razão do vínculo
hierárquico e de subordinação, e, em razão do dolo comprovado, configura ato de improbidade que causa
prejuízo ao erário.
d) dos administradores da empresa e a do Prefeito configuram ato de improbidade que causa lesão ao
erário, admitida a modalidade culposa, sendo prescindível a demonstração da ocorrência de prejuízo.

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e) dos gestores públicos e a dos administradores da empresa podem configurar ato de improbidade que
atenta contra os princípios da Administração, independentemente da demonstração de dolo, respeitada
responsabilização subsidiária conforme a gradação da culpa.

Comentário:

O “x” desta questão está logo no começo do enunciado. Um texto longo desses, às vezes, é utilizado para
confundir o candidato. Assim, é preciso analisar as alternativas para ver o que de fato é relevante quando
um enunciado é tão extenso. Vamos lá:

a) o enunciado informa que a empresa pública municipal contratou empregados, sob o regime celetista,
sem concurso público. Tal conduta enquadra-se no grupo de atos de improbidade que atentam contra os
princípios da Administração. Ainda que não dê para colocar o ato em uma das hipóteses textualmente
descritas no art. 1121, podemos ver que a conduta ofende os deveres de imparcialidade, legalidade e
honestidade, daí a configuração desse tipo de ato. Ademais, responderão as autoridades e os
administradores da empresa, uma vez que, pelo contexto, a contratação sem concurso na empresa foi
adotada para burlar a regra do concurso público também no âmbito da Administração direta, já que houve
a cessão dos empregados. No caso, a contratação já foi realizada, aparentemente, com essa intenção. Por
fim, esse é o tipo de ato que independe (prescinde) de ocorrência de dano – CORRETA;

b) essa alternativa confirma a ideia da banca sobre a questão. O prefeito, embora não tenha realizado a
contratação, participou do planejamento da conduta, pois a empresa contratou os empregados justamente
para alocá-los na Administração direta sem concurso público – ERRADA;

c) a participação do prefeito não exclui a conduta dos demais envolvidos, que responderão em
solidariedade com aquele – ERRADA;

d) não houve demonstração de dano no caso da questão. O dano até poderia ocorrer no futuro, mas a
situação mencionada no enunciado não demonstrou a ocorrência de dano. Assim, por ora, trata-se de ato
que atenta contra os princípios da Administração – ERRADA;

e) os atos que atentam contra os princípios somente ocorrem se houver dolo. Ademais, a responsabilidade
dos envolvidos é solidária (todos respondem) e não subsidiária – ERRADA.

Gabarito: alternativa A.

41. (FCC – TRT 3/2015) Moisés, agente público encarregado da guarda do patrimônio de museu
público, não tomou as medidas necessárias para garantir a inviolabilidade do local, acarretando a invasão
do museu e o furto de valiosa obra de arte. A conduta negligente de Moisés
a) não caracteriza ato de improbidade administrativa.
b) caracteriza ato ímprobo, que pode ensejar, dentre outras sanções, a suspensão dos direitos políticos de
cinco a oito anos.

21Alguns podem considerar que o ato enquadra-se no art. 11, V: “frustrar a licitude de concurso público”, porém não
houve violação à licitude do concurso, pois não houve qualquer concurso público. Seria o caso de enquadrar nessa conduta
se tivesse sido realizado um concurso fraudulento, o que não foi o caso.

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c) caracteriza ato ímprobo, que pode ensejar, dentre outras sanções, a suspensão dos direitos políticos de
oito a dez anos.
d) caracteriza ato ímprobo, que pode ensejar, dentre outras sanções, a proibição de contratar com o Poder
Público pelo prazo de dez anos.
e) caracteriza ato ímprobo, que pode ensejar, dentre outras sanções, a proibição de contratar com o Poder
Público pelo prazo de três anos.

Comentário:

No caso da questão, Moisés não adotou as medidas necessárias para garantir a inviolabilidade do local, ou
seja, ele agiu com negligência (ausência de dever de cuidado), o que configura uma omissão culposa.
Ademais, como os bens foram subtraídos do museu, podemos considerar que houve um dano ao
patrimônio público, logo a conduta de Moisés poderá ser enquadrada no art. 10 da Lei de Improbidade,
que trata dos atos que causam lesão ao erário. Para esse tipo de ato, admite-se a forma culposa.

Assim, sabemos que Moisés poderá ser punido, sendo que uma das sanções aplicáveis a este tipo de ato é
a suspensão dos direitos políticos pelo prazo de cinco a oito anos (letra B).

A opção A é errada, pois se trata de ato de improbidade. O erro na letra C está no prazo, que é de cinco a
oito anos de suspensão dos direitos políticos. Por fim, as letras D e E são erradas, pois a proibição de
contratar com o Poder Público, para os atos que causam lesão, é de cinco anos.

Gabarito: alternativa B.

42. (FCC – CNMP/2015) Atos de improbidade administrativa estabelecidos na Lei Federal no


8.429/1992, como: permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço
superfaturado, deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo e perceber vantagem
econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o
fornecimento de serviço por ente estatal subfaturado, constituem respectivamente
a) prejuízo ao erário, atentam contra os princípios da Administração pública e enriquecimento ilícito.
b) prejuízo ao erário, enriquecimento ilícito e atentam contra os princípios da Administração pública.
c) atentam contra os princípios da Administração pública, prejuízo ao erário e enriquecimento ilícito.
d) enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário e atentam contra os princípios da Administração pública.
e) atentam contra os princípios da Administração pública, enriquecimento ilícito e prejuízo ao erário.

Comentário:

Como os atos de cada tipificação de improbidade são vários, não vamos citar um a um. Por isso, vamos nos
ater àqueles indicados no enunciado. Vamos lá?!

 permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço superfaturado: ato de


improbidade que causa prejuízo ao erário (art. 10, V);

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 deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo: ato de improbidade que atenta contra os
princípios da Administração (art. 11, VI);
 perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de
bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal subfaturado: ato de improbidade que
importa em enriquecimento ilícito (art. 9º, III).

Ou seja, os atos citados constituem, respectivamente, prejuízo ao erário, atentam contra os princípios da
Administração pública e enriquecimento ilícito (alternativa A).

Gabarito: alternativa A.

43. (FCC – TRE SE/2015) Manoel, servidor público do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, permitiu
que empresa utilizasse bem pertencente ao Tribunal, sem a observância das formalidades legais
aplicáveis à espécie, gerando prejuízos aos cofres públicos. No entanto, sua conduta foi praticada de
forma culposa, ou seja, sem intenção de praticar ato ímprobo ou mesmo de causar qualquer lesão ao
erário. No caso narrado, a conduta de Manoel
a) não caracteriza ato ímprobo, no entanto, Manoel será responsável por ressarcir o prejuízo causado aos
cofres públicos.
b) não caracteriza ato ímprobo, haja vista ter sido culposa, não havendo responsabilidade em ressarcir o
prejuízo causado aos cofres públicos.
c) caracteriza ato ímprobo, não importando, para sua configuração, a ocorrência de prejuízo ao erário.
d) não caracteriza ato ímprobo, haja vista a ilegitimidade de Manoel.
e) caracteriza ato ímprobo, haja vista que, para a configuração do ato ímprobo em questão, a conduta tanto
pode ser culposa quanto dolosa.

Comentário:

Nunca é demais lembrar: os atos que causam prejuízo ao erário admitem as formas dolosa e culposa. Daí
porque o gabarito é a opção E.

Gabarito: alternativa E.

44. (FCC – TRE SE/2015) Maria, servidora pública do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, foi
processada e condenada por improbidade administrativa, sendo uma de suas sanções, a suspensão dos
direitos políticos pelo prazo de dez anos. De acordo com a Lei no 8.429/1992, Maria
a) negou publicidade a ato oficial.
b) concorreu para que terceiro se enriquecesse ilicitamente.
c) frustrou a licitude de processo licitatório.
d) frustrou a licitude de concurso público.
e) usou, em proveito próprio, bem pertencente ao Tribunal.

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Comentário:

A suspensão dos direitos políticos no prazo de dez anos somente é possível se houve o cometimento de ato
que importa enriquecimento ilícito, pois este admite a suspensão no prazo de oito a dez anos.

Assim, temos que identificar uma conduta que se enquadra nos atos que importam enriquecimento ilícito,
vejamos:

a) negou publicidade a ato oficial – ato que atenta contra os princípios da Administração Pública (art. 11,
IV) – ERRADA;

b) concorreu para que terceiro se enriquecesse ilicitamente – ato que causa lesão ao erário (art. 10, XII) –
ERRADA;

c) frustrou a licitude de processo licitatório – ato que causa lesão ao erário (art. 10, VIII) – ERRADA;

d) frustrou a licitude de concurso público – ato que atenta contra os princípios da Administração Pública
(art. 11, V) – ERRADA;

e) usou, em proveito próprio, bem pertencente ao Tribunal – ato que importa enriquecimento ilícito (art.
9º, XII) – CORRETA.

Gabarito: alternativa E.

45. (FCC – TRE SE/2015) Flora, então Prefeita de Lagarto/SE, praticou ato de improbidade
administrativa no ano de 2004, quando ainda era Prefeita da cidade, tendo seu mandato terminado em
dezembro de 2005. Em janeiro 2015, o Ministério Público ajuizou a respectiva ação de improbidade
administrativa questionando o ato praticado enquanto Prefeita do citado Município. No caso em questão
e nos termos da Lei no 8.429/1992, a ação proposta
a) está prescrita, pois deveria ter sido ajuizada até dezembro de 2014.
b) é imprescritível.
c) está prescrita, pois deveria ter sido ajuizada até dezembro de 2010.
d) está prescrita, pois deveria ter sido ajuizada até janeiro de 2014.
e) está absolutamente correta, pois ajuizada dentro do prazo legal.

Comentário:

As ações destinadas a levar a efeitos as sanções de improbidade administrativa podem ser propostas (art.
23):

(i) até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança;

(ii) dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão
a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

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(iii) até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas
entidades referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei 8.429/1992.

Como Flora era prefeita, ela exercia um mandato, situação em que a prescrição da ação ocorrerá no prazo
de cinco anos, contados do término do mandato. Logo, a ação está prescrita, pois deveria ser proposta até
dezembro de 2010 (cinco anos desde dezembro de 2005).

Gabarito: alternativa C.

46. (FCC – TRE AP/2015) Considere os seguintes itens:


I. Praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de
competência.
II. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício.
III. Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em
segredo.
IV. Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado.
V. Negar publicidade aos atos oficiais.
Nos termos da Lei no 8.429/92, a pena de ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo
de cinco anos é aplicável ao ato constante em
a) V.
b) III.
c) II.
d) IV.
e) I.

Comentário:

Àqueles que cometerem ato de improbidade que cause prejuízo ao erário estão sujeitos às seguintes
sanções: (i) ressarcimento integral do dano; (ii) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer esta circunstância; (iii) perda da função pública; (iv) suspensão dos direitos
políticos de cinco a oito anos; (v) pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; e (vi) proibição
de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
cinco anos. Posto isso, vejamos qual dos atos citados na questão se enquadra nessa categoria:

I. Praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de
competência – ato de improbidade que atenta contra os princípios da Administração Pública (art. 11, I);

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II. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício – ato de improbidade que atenta contra
os princípios da Administração Pública (art. 11, II);

III. Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em
segredo – ato de improbidade que atenta contra os princípios da Administração Pública (art. 11, III);

IV. Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado – ato de improbidade que causa prejuízo ao erário (art. 10, V) – CORRETA;

V. Negar publicidade aos atos oficiais – ato de improbidade que atenta contra os princípios da
Administração Pública (art. 11, IV).

Gabarito: alternativa D.

47. (FCC – TRE AP/2015) Considere os seguintes itens:


I. Perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza.
II. Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente.
III. Frustrar a licitude de concursos públicos.
Nos termos da Lei no 8.429/92, configura ato de improbidade administrativa, que atenta contra os
Princípios da Administração Pública, o constante em
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) III, apenas.
e) II e III, apenas.

Comentário:

Vamos classificar cada uma das condutas descritas acima:

I. Perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza – ato que importa enriquecimento ilícito (art. 9º, IX) – ERRADA;

II. Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente – ato que causa lesão ao
erário (art. 10, XII) – ERRADA;

III. Frustrar a licitude de concursos públicos – ato que atenta contra os princípios da Administração
Pública (art. 11, V) – CORRETA.

Gabarito: alternativa D.

48. (FCC – TRE PB/2015) Em uma repartição pública municipal são feitas, periodicamente,
contratações regulares de estagiários, atendendo ao interesse público e também permitindo que o Poder

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Público contribua para a capacitação dos universitários. Constatou-se, certa vez, que um dos estagiários
que atuava em determinado setor vinha cobrando pelo fornecimento de informações e certidões cuja
gratuidade é garantida por lei. Os valores coletados, apurou-se, destinavam-se ao uso particular do
referido estagiário. Considerando o que dispõe a Lei no 8.429/1992, o estagiário:
a) pode ser processado criminalmente, mas não pode ser incurso em nenhuma outra infração
administrativa ou em ato de improbidade, pois não possui vínculo funcional com a Administração pública
municipal.
b) somente poderá ser incurso nas disposições da lei de improbidade se ficar comprovado dolo, o que
confere maior rigor para enquadramento como sujeito passivo.
c) pode ser punido por ato de improbidade, visto que está abrangido pelo conceito de agente público para
aquela finalidade, sendo necessária a comprovação de dolo e de prejuízo ao erário.
d) pode ser punido por ato de improbidade caso tenha ingressado na Administração pública por meio de
concurso público e já tenha decorrido o período de estágio probatório, o que lhe conferirá o status de
servidor público.
e) pode ser processado por ato de improbidade, não sendo exigida comprovação de prejuízo ao erário, mas
sim da conduta dolosa do autor do ato.

Comentário:

a) a Lei 8.429/1992 atinge todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função nas entidades da administração pública direta, indireta ou fundacional, de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território (arts. 1º e
2º). Desse modo, mesmo não havendo vínculo funcional, o estagiário não está livre de punições
administrativas e poderá, também, ser enquadrado em atos de improbidade administrativa – ERRADA;

b) de fato, é necessária a presença de dolo para a comprovação do ato improbo (apenas atos que causam
lesão ao erário admitem culpa e dolo). Entretanto, o estagiário não é o sujeito passivo do ato, mas sim o
sujeito ativo – causador do ato improbo – ERRADA;

c) a aplicação das sanções de improbidade independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público,
salvo quanto à pena de ressarcimento; ou da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas (art. 21) – ERRADA;

d) o fato de ser estagiário não exime a pessoa de ser punida, visto que ela se enquadra como agente público
na Lei 8.429/1992 – ERRADA;

e) perfeito! Havendo comprovação de dolo, o estagiário está passível de processo por ato de improbidade.
Em relação ao dano, vimos acima que ele não é requisito para a aplicação de sanções – CORRETA.

Gabarito: alternativa E.

49. (FCC – TRE PB/2015) Geraldo é servidor público e chefe do departamento de transportes de uma
autarquia estadual rodoviária, responsável pela distribuição das viaturas para o trabalho de

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policiamento, de modo a garantir o correto atendimento a todas as rodovias sob responsabilidade


daquele ente. Um dos motoristas da equipe indagou a Geraldo sobre a possibilidade de utilizar uma das
viaturas durante seu final de semana de folga, justificando que precisaria deslocar-se para outro Estado,
para resolver graves problemas pessoais e apresentando atestado médico que comprovava o problema
de saúde alegado. Geraldo penalizou-se com a situação e, considerando que era sexta-feira, autorizou o
uso da viatura sem observar o procedimento de tramitação de pedidos dessa natureza, que demandavam
autorização superior. Na segunda-feira, conforme havia se comprometido, o motorista apresentou-se
para o trabalho e restituiu o carro à repartição. Sobre a conduta dos envolvidos, é correto afirmar que
a) Geraldo cometeu ato de improbidade em razão de conduta que viola os princípios da Administração,
mas o motorista não se enquadra em nenhuma conduta improba, uma vez que solicitou autorização
superior.
b) o motorista somente pode ser responsabilizado por ato de improbidade no caso de conduta dolosa e
desde que possua vínculo estatutário com a autarquia.
c) a conduta de Geraldo pode ser tipificada como ato de improbidade desde que tivesse sido comprovado
dolo, admitindo-se conduta culposa do motorista para tipificação de improbidade, uma vez que esse
servidor foi o sujeito ativo da ilegalidade.
d) ambas condutas podem ser enquadradas como ato de improbidade que causam prejuízo ao erário,
bastando conduta culposa dos envolvidos e independentemente de ocuparem cargo, emprego ou função
pública.
e) é irrelevante o vínculo empregatício existente entre a autarquia e os servidores envolvidos no caso
narrado, tendo em vista que a imputação de improbidade dá-se objetivamente, ou seja,
independentemente de culpa do agente público.

Comentário:

Esse é o tipo de questão em que você procura a resposta “menos errada”. Geraldo permitiu que terceiro
se enriquecesse ilicitamente ou ainda que terceiro se utilizasse veículos em serviço particular. Logo, não há
dúvida de que Geraldo cometeu ato que causou lesão ao erário, modalidade que admite condutas dolosas
ou culposas. Com base nisso, já poderíamos eliminar as alternativas A, B, C e E, sobrando apenas a letra D,
que é o gabarito.

Contudo, o motorista se enriqueceu ilicitamente, pois utilizou de bem público em atividade privada. Ocorre
que, sem dúvidas, essa conduta também gerou lesão ao erário, talvez tenha sido esse o raciocínio do
avaliador. Porém, na prática, a conduta do motorista deveria ser enquadrada na forma mais grave de ato
de improbidade.

Anota-se, mais uma vez, que nos atos de improbidade que causam lesão ao erário basta o dolo.

Agora, vejamos os comentários das demais alternativas:

a) o motorista de fato pediu autorização, mas cometeu ato de improbidade, pois contribuiu para o dano e
se utilizou de bens públicos em atividade privada – ERRADA;

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b) não há necessidade de existir vínculo estatutário, pois o conceito de agente público para os fins de
improbidade é amplo, abrangendo qualquer forma de investidura ou vínculo – ERRADA;

c) os dois foram sujeitos ativos do ato de improbidade. Ademais, classificando a conduta de Geraldo como
ato que causa lesão, ela admitirá a forma culposa – ERRADA;

e) a imputação de ato de improbidade é subjetiva, pois depende de dolo ou, eventualmente, culpa –
ERRADA.

Gabarito: alternativa D.

50. (Cebraspe – Depen/2015) Na esfera administrativa, no momento da aplicação de sanções


previstas na Lei Anticorrupção, devem ser considerados, entre outros fatores, o efeito negativo
produzido pela infração, a gravidade da infração e a situação econômica do infrator.

Comentário:

De acordo com a Lei Anticorrupção, no momento da aplicação das sanções, devem ser considerados os
seguintes fatores: (i) a gravidade da infração; (ii) a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; (iii) a
consumação ou não da infração; (iv) o grau de lesão ou perigo de lesão; (v) o efeito negativo produzido pela
infração; (vi) a situação econômica do infrator; (vii) a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das
infrações; (viii) a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo
à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa
jurídica; (ix) o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública lesados.

Portanto, a questão descreveu corretamente alguns dos fatores que devem ser considerados quando da
aplicação das sanções.

Gabarito: correto.

51. (Cebraspe – Depen/2015) A lei em apreço permite que sejam celebrados acordos de leniência
referentes a infrações previstas na Lei de Licitações, de forma a possibilitar a isenção ou atenuação das
sanções administrativas previstas nesta última para punição da pessoa jurídica responsável.

Comentário:

O acordo de leniência não se restringe às sanções constantes na Lei Anticorrupção. A Lei permite também
que o acordo seja firmado em virtude do cometimento de ilícitos previstos na Lei 8.666/1993, com vistas à
isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86 a 88 (LAB, art. 17).

Gabarito: correto.

52. (Cebraspe – Depen/2015) Para celebrar acordo de leniência, a empresa interessada tem de
atender, entre outros, aos seguintes requisitos: ser a primeira a manifestar desejo de cooperar na
apuração dos atos ilícitos; devolver ao Estado os valores obtidos ilicitamente; cooperar com as
investigações criminais e administrativas.

Leis nº 8.429/1992, nº 12.846/2013 e nº 12.527/2011 p/ Ministério da Economia - PSS - Pós-Edital 90


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Comentário:

Os requisitos para a pessoa jurídica firmar o acordo de leniência são os seguintes (cumulativos) (art. 16, §
1º):

I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do
ato ilícito;

II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de
propositura do acordo;

III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada,
a todos os atos processuais, até seu encerramento.

A devolução dos recursos obtidos ilicitamente é uma obrigação da empresa, independentemente do acordo
de leniência. Com efeito, a própria Lei Anticorrupção dispõe que “o acordo de leniência não exime a pessoa
jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano causado” (art. 16, § 3º). Portanto, este não é um
requisito para o acordo.

Gabarito: errado.

53. (Cebraspe – Depen/2015) A celebração do acordo de leniência previsto na lei em questão gera
benefícios para os administradores da empresa celebrante que estiverem envolvidos nos atos de
corrupção investigados, pois tem o efeito de reduzir as penas privativas de liberdade que lhes possam
ser aplicadas.

Comentário:

Os efeitos do acordo de leniência limitam-se à esfera da pessoa jurídica. Assim, os administradores não são
beneficiados diretamente por esses acordos.

Gabarito: errado.

54. (Cebraspe – Depen/2015) SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Uma empresa envolvida em atos de corrupção
celebrou contrato de leniência previsto pela Lei Anticorrupção, mas deixou de cumprir o que foi
acordado. ASSERTIVA: Nessa situação, a empresa estará impedida de celebrar novo acordo de leniência
pelo prazo de três anos a partir da data em que a administração pública tomar conhecimento da
desobediência ao pacto.

Comentário:

O art. 16, § 8º, da Lei Anticorrupção dispõe que, em caso de descumprimento do acordo de leniência, a
pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de três anos contados do conhecimento
pela administração pública do referido descumprimento.

Leis nº 8.429/1992, nº 12.846/2013 e nº 12.527/2011 p/ Ministério da Economia - PSS - Pós-Edital 91


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Gabarito: correto.

55. (Cebraspe – Telebras/2015) Segundo a Lei n.º 12.846/2013, as pessoas jurídicas serão
responsabilizadas objetivamente, civil e administrativamente, por ato lesivo praticado em seu interesse
ou benefício, seja este exclusivo ou não.

Comentário:

O art. 2º da Lei 12.846/2013 prevê que as pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos
âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não.

Gabarito: correto.

56. (FGV – TCM SP/2015) A Lei nº 12.846/2013, conhecida como Lei Anticorrupção, prevê a
responsabilização objetiva, no âmbito civil e administrativo, de empresas que praticam atos lesivos
contra a administração pública nacional ou estrangeira. De acordo com o citado diploma legal, o acordo
de leniência somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato
ilícito;
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de
propositura do acordo;
III - a pessoa jurídica:
Assinale alternativa correta.
a) promova o ressarcimento integral do dano ao erário no momento em que for firmado o acordo de
leniência e seja proibida de contratar com o poder público pelo período de 5 (cinco) anos;
b) permaneça com seus bens indisponíveis, no limite do valor do dano ao erário, até o integral
ressarcimento e seja proibida de receber incentivos, subsídios, subvenções ou empréstimos de órgãos ou
entidades públicas pelo prazo de 5 (cinco) anos;
c) seja proibida de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou
entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo de
5 (cinco) anos;
d) admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as investigações e o processo
administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até
seu encerramento;
e) mesmo não reconhecendo expressamente sua participação no ilícito, promova o integral ressarcimento
dos danos ao erário no prazo máximo de 3 (três) anos contados da data da assinatura do acordo.

Comentário:

São requisitos para firmar o acordo de leniência:

Leis nº 8.429/1992, nº 12.846/2013 e nº 12.527/2011 p/ Ministério da Economia - PSS - Pós-Edital 92


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(i) a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato
ilícito;

(ii) a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de
propositura do acordo;

(iii) a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a
todos os atos processuais, até seu encerramento.

Portanto, podemos notar que a alternativa D reflete exatamente o conteúdo do art. 16, § 1º, III,
constituindo um dos requisitos que devem ser cumpridos, cumulativamente, para se firmar o acordo de
leniência.

Vejamos as outras opções:

a) o ressarcimento integral ao erário é uma obrigação da pessoa jurídica quando causar dano, mas não é
um dos requisitos do acordo. Além disso, a proibição de contratar é uma espécie de sanção, constante na
Lei de Improbidade – ERRADA;

b) a indisponibilidade dos bens é uma medida que pode ser requerida por determinados órgãos (MP,
advocacia, etc.) e não um requisito para firmar o acordo. Por outro lado, a proibição de receber incentivos
é uma sanção judicial – ERRADA;

c) conforme já informado, a proibição de receber incentivos é uma sanção judicial e não um requisito para
firmar o acordo – ERRADA;

e) o reconhecimento do ilícito é um dos requisitos. Porém, a alternativa está errada, pois o compromisso
de ressarcir integralmente o dano no prazo de três anos não é uma exigência para firmar o acordo de
leniência – ERRADA.

Gabarito: alternativa D.

57. (FGV – ISS Niterói/2015) De acordo com a Lei Federal nº 12.846/13, na esfera administrativa, serão
aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos na Lei Anticorrupção
as seguintes sanções:
a) multa e publicação extraordinária da decisão condenatória;
b) suspensão das atividades e pena restritiva de direitos;
c) proibição de receber incentivos fiscais e sequestro de bens;
d) prestação pecuniária e pena privativa de liberdade aos administradores;
e) ressarcimento ao erário e alteração compulsória do objeto social.

Comentário:

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A Lei Federal nº 12.846/13 (Lei Anticorrupção) prevê dois tipos de penalidades a serem aplicadas na esfera
administrativa (art. 6º):

▪ multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do
último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual
nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e
▪ publicação extraordinária da decisão condenatória.

Assim, está correta a opção A.

Vejamos as outras alternativas:

b) a suspensão das atividades é sanção judicial (art. 19, I), enquanto não há pena restritiva de direitos na
Lei Anticorrupção – ERRADA;

c) a proibição de receber incentivos fiscais também é sanção judicial, ao passo que não há previsão de
sequestro de bens na Lei Anticorrupção (há a indisponibilidade, mas ambas não são sanções, mas sim
medidas cautelares) – ERRADA;

d) a Lei não prevê a prestação pecuniária (em que pese semelhante, não é o mesmo que a multa) nem pena
privativa de liberdade. Essas sanções podem ser aplicadas na esfera penal – ERRADA.

e) o ressarcimento ao erário não é, a rigor, uma sanção, pois representa a mera devolução do prejuízo
causado ao erário. Ademais, não existe pena de “alteração compulsória do objeto social”. Há, na verdade,
a dissolução compulsória da pessoa jurídica, mas isso é medida judicial – ERRADA.

Gabarito: alternativa A.

58. (FGV – TJ PI/2015) A Lei nº 12.846/13, conhecida como Lei Anticorrupção, prevê que a autoridade
máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas
responsáveis pela prática dos atos previstos naquela Lei que colaborem efetivamente com as
investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte a identificação dos
demais envolvidos na infração, quando couber, e:
a) a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração;
b) o ressarcimento integral do dano ao erário, no prazo máximo de um ano contado da celebração do
acordo;
c) o imediato ressarcimento integral do dano ao erário, acrescido de multa cível consistente na metade
daquele dano;
d) prisão, em regime semiaberto, dos sócios administradores da pessoa jurídica que firmar o acordo;
e) a proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais, pelo prazo de
oito anos.

Comentário:

Leis nº 8.429/1992, nº 12.846/2013 e nº 12.527/2011 p/ Ministério da Economia - PSS - Pós-Edital 94


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São dois os resultados que devem decorrer do acordo de leniência:

Art. 16. [...]

I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e

II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.

Com isso, o nosso gabarito está na letra A.

Vamos analisar as outras alternativas:

b) o ressarcimento integral do dano ao erário deverá ocorrer independentemente de acordo de leniência,


ou seja, não é um resultado do acordo. Ademais, a Lei não fixa um prazo para a reparação do dano –
ERRADA;

c) mais uma vez, a reparação integral do dano não é um resultado do acordo – ERRADA;

d) a prisão não é uma sanção prevista na Lei Anticorrupção nem constitui resultado do acordo – ERRADA;

e) a proibição de contratar com o Poder Público e receber benefícios ou incentivos fiscais é uma sanção da
Lei de Improbidade – ERRADA.

Gabarito: alternativa A.

59. (MPE PR – MPE PR/2014) Nos termos da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/13), assinale a
alternativa correta:
a) As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos
lesivos previstos na referida lei e praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não;
b) A referida lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra a administração
pública estrangeira, salvo se cometidos no exterior;
c) A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de
responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada e, nas hipóteses taxativamente estabelecidas na
referida lei, subdelegada;
d) A celebração do acordo de leniência suspende o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na referida
lei;
e) Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei de Improbidade
Administrativa (Lei 8.429/92).

Comentário:

Dispõe o art. 2º da Lei 12.846/2013, que “As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos
âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou
benefício, exclusivo ou não”. Portanto, está correta a alternativa A.

Leis nº 8.429/1992, nº 12.846/2013 e nº 12.527/2011 p/ Ministério da Economia - PSS - Pós-Edital 95


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Vejamos o que há de errado nas demais opções:

b) a Lei Anticorrupção se aplica aos atos lesivos contra a administração pública, nacional ou estrangeira
(art. 1º). Não existe essa exceção de os atos terem sido cometidos no exterior ou não – ERRADA;

c) a competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de


responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada, porém, a subdelegação (art. 8º, parágrafo
único) – ERRADA;

d) a celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional em relação aos atos e fatos objetos
de apuração previstos na Lei Anticorrupção (art. 16, §9º). A interrupção e a suspensão não se confundem.
A suspensão apenas dá uma “pausa” no prazo prescricional, que volta a correr de onde parou quando cessar
o motivo da suspensão. A interrupção, por outro lado, “zera” o prazo prescricional, ou seja, faz ele começar
desde o início quando terminar o motivo da interrupção – ERRADA;

e) nas ações de responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei 7.347/1985 (Lei da Ação Civil
Pública) – ERRADA.

Gabarito: alternativa A.

60. (TRF 4 – TRF 4/2014) Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.
Com relação à recente Lei nº 12.846/2013 (que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de
pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administração Pública, nacional ou estrangeira, mais
conhecida como Lei Anticorrupção:
I. Aplica-se o disposto nessa lei às sociedades empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não,
independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado, bem como a quaisquer
fundações, associações de entidades ou pessoas ou sociedades estrangeiras que tenham sede, filial ou
representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.
II. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas, objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos
atos lesivos capitulados no referido diploma legal, em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não, sem
prejuízo da responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa
natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
III. São exemplos de atos lesivos praticados contra a Administração Pública nacional ou estrangeira, nos
termos da Lei Anticorrupção: prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a
agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada; manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-
financeiro dos contratos celebrados com a Administração Pública; fraudar licitação pública ou contrato dela
decorrente.
IV. Consideram-se, como Administração Pública estrangeira, os órgãos e as entidades estatais ou as
representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro. Equiparam-
se á Administração Pública estrangeira as organizações públicas internacionais.
V. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a possibilidade de sua
responsabilização na esfera judicial, sendo que o Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de
representação judicial (ou equivalente) do ente público poderá requerer a indisponibilidade de bens,
direitos ou valores necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano

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causado, conforme previsto na lei, ressalvado o direito do terceiro de boa-fé. Além disso, nas ações de
responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei nº 7.347/85.
a) Estão corretas apenas as assertivas III e IV.
b) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.
c) Estão corretas apenas as assertivas II, III, IV e V.
d) Estão corretas todas as assertivas.
e) Nenhuma assertiva está correta.

Comentário:

Essa é uma ótima questão de fixação. Todos os itens a serem avaliados são extensos. Portanto, é necessário
analisá-los com bastante calma, dividindo, se possível, cada item em pequenos trechos.

Vamos analisar cada tópico a ser avaliado:

I. o alcance da Lei 12.846/2013 encontra-se em seu art. 1º, nos seguintes termos:

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades


simples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo
societário adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas, ou
sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro,
constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.

Como se vê, o item é uma cópia do art. 1º, parágrafo único, da 12.846/2013 – CORRETA;

II. a questão tomou por base o art. 2º da Lei Anticorrupção, que dispõe que “as pessoas jurídicas serão
responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei
praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não” – CORRETA;

III. a relação dos atos lesivos à administração pública consta no art. 5º da Lei 12.846/2013. Para não ficar
extenso, vamos relacionar apenas os dispositivos mencionados na questão:

Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para os fins
desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do
art. 1º, que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da
administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim
definidos:

I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou


a terceira pessoa a ele relacionada; [...]

IV - no tocante a licitações e contratos:

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d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;

g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a


administração pública;

Portanto, todos os casos mencionados são exemplos de atos lesivos praticados contra a Administração
Pública nacional ou estrangeira – CORRETA;

IV. consoante o art. 5º, § 1º, da Lei 12.846/2013, “considera-se administração pública estrangeira os órgãos
e entidades estatais ou representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de
governo, bem como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país
estrangeiro” – CORRETA;

V. de acordo com o art. 18 da Lei Anticorrupção, a responsabilidade da pessoa jurídica na esfera


administrativa não afasta a possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial. Com efeito, o processo
judicial poderá ser proposto pelas advocacias públicas ou órgãos de representação judicial, ou pelo
Ministério Público (art. 19, caput), que poderão solicitar a aplicação das sanções constantes nos incisos do
art. 19. Por fim, o rito adotado será o previsto na Lei 7.347/1985 – CORRETA.

Gabarito: alternativa D.

61. (PUC PR – PGE PR/2015) De acordo com a Lei 12.846/2013 (Lei Anticorrupção), que dispõe sobre
a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas, é CORRETO afirmar que:
a) A sanção por multa não poderá exceder o valor total do serviço contratado ou previsto no contrato
celebrado com a Administração Pública.
b) A aplicação da sanção oriunda dos atos lesivos à Administração Pública depende da prova da culpa ou
dolo da pessoa jurídica envolvida e/ou de seus diretores e/ou gestores.
c) A Lei Anticorrupção se aplica a atos lesivos à Administração Pública brasileira, desde que atentem contra
o patrimônio público federal, estadual, distrital e/ou municipal (Administração direta e indireta).
d) A Lei Anticorrupção aplica-se a sociedades não personificadas, independentemente de sua forma de
organização ou do respectivo modelo societário.
e) O acordo de leniência pode ser feito com todos os que manifestem o seu interesse em cooperar na
apuração do ato ilícito, além de poder isentar as respectivas pessoas jurídicas das sanções jurídicas
previstas na Lei Anticorrupção.

Comentário:

Outra questão que dispõe sobre o âmbito de aplicação da Lei Anticorrupção. De acordo com o art. 1º,
parágrafo único, as normas da Lei 12.846/2013 aplicam-se, entre outras, às sociedades não personificadas,
independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado. Dessa forma, está correta a
opção D, que é o nosso gabarito.

Vejamos o que há de errado nas outras opções:

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a) os critérios para a fixação da multa não levam em conta o valor total do serviço contratado ou previsto
no contrato. A Lei Anticorrupção dispõe que a multa administrativa deve ficar entre 0,1% e 20% do
faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os
tributos, não podendo ser inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação. Não sendo
possível calcular o faturamento bruto, a multa ficará entre R$ 6.000,00 (seis mil reais) e R$ 60.000.000,00
(sessenta milhões de reais) – ERRADA;

b) a Lei 12.846/2013 apresenta a responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas, ou seja,


independentemente de dolo ou culpa. Somente para se responsabilizar os dirigentes ou administradores é
que será exigida a demonstração do dolo ou da culpa dessas pessoas – ERRADA;

c) para ser enquadrado como ato lesivo contra a Administração Pública, não é obrigatório que o ato atente
contra o patrimônio, pois também se admite ato contra os princípios da administração pública ou contra
os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil – ERRADA;

e) o acordo de leniência não isenta a pessoa jurídica das sanções jurídicas previstas na Lei Anticorrupção –
ERRADA.

Gabarito: alternativa D.

62. (Fundatec – PGE RS/2015) De acordo com a Lei nº 12.846/13, que dispõe sobre a responsabilização
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, é correto
afirmar que:
a) A responsabilidade administrativa e civil das pessoas jurídicas por atos lesivos à Administração Pública é
sempre subjetiva.
b) Os dirigentes ou administradores só serão responsabilizados na medida da sua culpabilidade.
c) A existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia
de irregularidades, e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica,
excluem a sua responsabilidade nos âmbitos civil e administrativo.
d) Dentre as sanções aplicáveis pela Administração Pública às pessoas jurídicas estão a suspensão ou
interdição parcial de suas atividades, e a sua dissolução compulsória.
e) As infrações nela previstas são imprescritíveis.

Comentário:

Segundo a Lei Anticorrupção, a responsabilização dos dirigentes ou administradores das pessoas jurídicas
ocorrerá na medida da culpabilidade de cada um (LAB, art. 3º, § 2º). Dessa forma, a responsabilização dos
dirigentes e administradores é subjetiva, pois depende da demonstração de dolo ou culpa. Portanto, está
correta a alternativa B.

Vamos analisar as opções erradas.

a) a responsabilidade da pessoa jurídica, nos termos da Lei Anticorrupção, é objetiva, ou seja, independente
de dolo ou culpa – ERRADA;

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c) a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia


de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica
deverá ser considerada na aplicação das sanções, mas isso não exclui a responsabilidade da pessoa jurídica
– ERRADA;

d) as sanções previstas são a multa e a publicação extraordinária da decisão condenatória – ERRADA;

e) as infrações previstas na Lei Anticorrupção prescrevem em cinco anos, contados da data da ciência da
infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. Cumpre observar
que a prescrição será interrompida com a instauração de processo que tenha por objeto a apuração da
infração ou com a celebração de acordo de leniência – ERRADA.

Gabarito: alternativa B.

63. (FCC – MPE PE/2014) A Lei nº 12.846/2013 - alcunhada de “Lei Anticorrupção” - estabelece um
regime de responsabilidade especial para pessoas jurídicas. Acerca desse regime, a lei em questão
a) é aplicável aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra organizações públicas
internacionais, ainda que cometidos no exterior.
b) estabelece, nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade ilimitada da pessoa jurídica
sucessora pelos atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação.
c) estabelece a responsabilização penal objetiva das pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos à
administração pública.
d) permite que a Controladoria Geral da União aplique sanção de dissolução compulsória da pessoa jurídica,
quando comprovado ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover
a prática de atos ilícitos, ou ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade
dos beneficiários dos atos praticados.
e) atribui legitimidade concorrente ao Ministério Público, às Defensorias Públicas da União e dos Estados e
à Advocacia Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para ajuizamento de ação
com vistas à aplicação das sanções previstas na referida legislação, às pessoas jurídicas infratoras.

Comentário:

De acordo com o art. 28 da Lei Anticorrupção, suas normas se aplicam aos atos lesivos praticados por
pessoa jurídica brasileira contra a administração pública estrangeira, ainda que cometidos no exterior.
Assim, está correta a alternativa A, que é o nosso gabarito.

Vamos analisar as outras opções:

b) nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de


pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido (LAB,
art. 4º, § 1º). Dessa forma, a responsabilidade não é ilimitada, pois se sujeita ao patrimônio transferido –
ERRADA;

c) a Lei Anticorrupção trata da responsabilidade objetiva administrativa e civil – ERRADA;

Leis nº 8.429/1992, nº 12.846/2013 e nº 12.527/2011 p/ Ministério da Economia - PSS - Pós-Edital 100


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d) a aplicação da dissolução compulsória da pessoa jurídica é medida judicial e, portanto, não pode ser
aplicada pela CGU. Para aplicar tal sanção, será necessário mover ação judicial, por intermédio das
advocacias públicas ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, ou pelo Ministério Público –
ERRADA;

e) as sanções podem ser aplicadas na própria esfera administrativa. Além disso, existem sanções que
podem ser aplicadas por meio judicial. Nesse caso, são legitimados para o ajuizamento da ação o Ministério
Público, as advocacias públicas ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes. Portanto, a Defensoria
Pública não possui legitimidade para interpor ação para penalizar as pessoas jurídicas infratoras – ERRADA.

Gabarito: alternativa A.

64. (MPE BA – MPE BA/2015) Em relação à Lei nº 12.846/2013, que dispõe sobre a responsabilização
administrativa e civil das pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administração Pública nacional,
ou estrangeira, é CORRETO afirmar que:
a) A responsabilização das pessoas jurídicas por atos de corrupção é objetiva no âmbito administrativo e
subjetiva na esfera cível.
b) As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as
consorciadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos previstos na Lei nº 12.846/2013,
restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e à reparação integral do dano
causado.
c) O acordo de leniência poderá ser celebrado entre a autoridade máxima de cada órgão ou entidade
pública e as pessoas jurídicas responsáveis pelas práticas dos atos lesivos previstos na Lei nº 12.846/2013,
e não implica reconhecimento da culpa pela pessoa jurídica infratora.
d) A pena de dissolução da pessoa jurídica poderá ser aplicada no bojo do processo administrativo, desde
que imposta pela autoridade máxima dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, sendo assegurados os
direitos à ampla defesa e ao contraditório.
e) Apenas o Ministério Público detém a legitimidade para promover a responsabilidade da pessoa jurídica
em juízo.

Comentário:

De acordo com o art. 4º do § 2º da Lei 12.846/2013, as sociedades controladoras, controladas, coligadas


ou, no âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos
atos lesivos previstos na Lei Anticorrupção, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento
de multa e reparação integral do dano causado. Dessa forma, está correta a alternativa B.

Vejamos as outras opções:

a) a responsabilização das pessoas jurídicas será objetiva nas esferas administrativa e civil – ERRADA;

c) o acordo de leniência depende do reconhecimento, por parte da pessoa jurídica, da participação no ilícito
– ERRADA;

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d) a dissolução compulsória da empresa jurídica somente poderá ser aplicada no âmbito judicial. Dessa
forma, não há aplicação dessa pena em processo administrativo – ERRADA;

e) conforme vimos acima, podem propor a ação para responsabilizar as pessoas jurídicas em juízo as
advocacias públicas ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público (LAB, art.
19) – ERRADA.

Gabarito: alternativa B.

65. (Vunesp – DPE MS/2014) Recentemente, o controle da Administração Pública ganhou um novo
instrumento com a edição da Lei Federal n.º 12.846/12, que se tornou conhecida como lei anticorrupção.
Essa lei possui como uma de suas características a
a) previsão de hipóteses de responsabilidade subjetiva, por ato lesivo culposo ou doloso, praticado por
pessoa jurídica, que cause dano à Administração Pública nacional ou estrangeira.
b) aplicação exclusiva às empresas privadas, não cabendo estender-se a possibilidade de responsabilização
prevista pela lei em questão às empresas estatais, ainda que estas prestem atividade econômica.
c) possibilidade de responsabilização nas esferas administrativa e judicial, cabendo à Administração Pública
a apuração do ilícito, a aplicação das sanções e a apuração dos danos a serem ressarcidos.
d) imposição, como sanção, de multa no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 30% (trinta por cento) do
faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os
tributos.

Comentário:

Essa questão é um pouco complicada e deve ter gerado muitas reclamações, mas vamos tentar decifrar o
entendimento da banca.

A Lei Anticorrupção permite a responsabilização das pessoas jurídicas nas esferas administrativa e judicial.
Ademais, no âmbito administrativo, compete à administração pública, mediante processo administrativo
de responsabilização, realizar a apuração do ilícito, aplicar as sanções cabíveis e apurar o dano. Porém, pela
redação da questão, ficou parecendo que a administração pública aplica as sanções na esfera judicial, o que
obviamente não é verdade. Assim, a letra C, em que pese seja o gabarito, foi mal formulada e merecia a
anulação.

Vejamos as outras opções:

a) a característica da Lei é a previsão da responsabilidade objetiva – civil e administrativa – das pessoas


jurídicas que cometerem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira – ERRADA;

b) não existe qualquer menção expressa na lei sobre a sua aplicação às empresas estatais. Porém, se
observarmos o art. 1º, parágrafo único, podemos notar que a aplicação da Lei é bastante genérica,
aplicando-se “às sociedades empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não,
independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado”.

Leis nº 8.429/1992, nº 12.846/2013 e nº 12.527/2011 p/ Ministério da Economia - PSS - Pós-Edital 102


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Com efeito, a própria Constituição Federal exige, em seu art. 173, § 1º, II, que as empresas públicas e
sociedades de economia mista que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens
ou de prestação de serviços deverão se sujeitar ao mesmo regime das empresas privadas. Portanto, não
haveria motivos para excluir tais entidades do âmbito da Lei 12.846/2013.

Por fim, o então Ministro de Estado Chefe da CGU, Jorge Hage, defendeu a aplicação das penas da Lei
Anticorrupção às empresas estatais, porém sem sanções extremas para não inviabilizar as suas missões de
interesse público.22

Dessa forma, podemos concluir, pelo menos até acontecer maiores aprofundamentos teóricos e
jurisprudenciais, que as empresas estatais, sobretudo aquelas que exploram atividade econômica,
sujeitam-se às sanções da Lei Anticorrupção – ERRADA;

d) o limite da multa fica entre 0,1% e 20% - ERRADA.

Gabarito: alternativa C.

66. (FCC – TJ PE/2015) O diretor da área financeira de uma empreiteira foi flagrado pagando comissão
a agente público responsável pela gestão de contrato administrativo celebrado para a realização de obras
de ampliação e conservação em rodovia estadual. A comissão em questão foi paga para o fim de
celebração de aditivo contratual, com acréscimos desnecessários e superfaturados ao projeto
inicialmente contratado. Em vista do que dispõe a Lei n o 12.846/2013, também conhecida como “Lei
Anticorrupção”, é INCORRETO afirmar:
a) Dentre as penalidades aplicáveis à empreiteira está a publicação extraordinária da decisão condenatória,
que, a par de outros meios de divulgação, deverá ser afixada de modo visível ao público, no próprio
estabelecimento ou no local de exercício da atividade da infratora.
b) Caso a personalidade jurídica da empreiteira seja utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir
ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos na lei ou para provocar confusão patrimonial, todos os
efeitos das sanções aplicadas serão estendidos aos seus administradores e sócios com poderes de
administração, observados o contraditório e a ampla defesa.
c) A empreiteira poderá ser responsabilizada objetivamente, no âmbito administrativo e civil, pela conduta
do referido diretor.
d) No procedimento de responsabilização, poderá ser aplicada multa pecuniária à empreiteira, limitado o
seu montante ao valor da vantagem indevidamente auferida.
e) A holding que controla a referida empreiteira é solidariamente responsável pela prática dos atos ilícitos
definidos na lei, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação
integral do dano causado.

Comentário:

Nessa questão, devemos marcar o item incorreto. Então, vamos analisar as alternativas.

22
Vide, por exemplo: http://www.conjur.com.br/2014-jun-29/lei-anticorrupcao-valer-tambem-estatais-restricoes

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a) a publicação extraordinária da decisão condenatória é uma das penalidades previstas na Lei


Anticorrupção, que estabelece, em seu art. 6º, § 5º, que a publicação ocorrerá na forma de extrato de
sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande circulação na área da prática
da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional, bem
como por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabelecimento ou
no local de exercício da atividade, de modo visível ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial de
computadores – CORRETA;

b) de acordo com o art. 14 da Lei 12.846/2013, a personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre
que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos
na Lei Anticorrupção ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções
aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração, observados o
contraditório e a ampla defesa – CORRETA;

c) a responsabilidade da pessoa jurídica pelos atos de seus membros é objetiva. Assim, no caso em análise,
a empreiteira poderá ser responsabilizada objetivamente pelo ato do seu diretor. Não devemos confundir,
contudo, a responsabilidade do próprio diretor, que, nesse caso, será subjetiva, na medida de sua
culpabilidade – CORRETA;

d) o limite máximo da multa é de 20% do faturamento bruto apurado no exercício anterior ao da


instauração do processo de responsabilização, excluídos os tributos. Não sendo possível apurar o
faturamento bruto, o valor da multa será limitado a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).

Na verdade, a multa nunca poderá ser inferior ao valor da vantagem auferida, quando for possível a sua
apuração (LAB, art. 6º, I).23

Portanto, a multa, como regra, será sempre superior ao valor da vantagem auferida – ERRADA;

e) de acordo com o art. 4º, § 2º, da Lei Anticorrupção, as sociedades controladoras serão solidariamente
responsáveis pela prática dos atos lesivos, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento
de multa e reparação integral do dano causado – CORRETA.

Gabarito: alternativa D.

Concluímos por hoje. Espero por vocês em nosso próximo encontro!

Bons estudos.

HERBERT ALMEIDA.

http://www.estrategiaconcursos.com.br/cursosPorProfessor/herbert-almeida-3314/

@profherbertalmeida

23Na administração federal, a multa poderá ser inferior ao valor da vantagem auferida no caso de aplicação da redução
decorrente do acordo de leniência, nos termos do art. 23, § 1º, do Regulamento da Lei Anticorrupção (Decreto
8.420/2015).

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/profherbertalmeida

/profherbertalmeida

/profherbertalmeida e /controleexterno

Se preferir, basta escanear as figuras abaixo:

4 QUESTÕES COMENTADAS NA AULA


1. (IDIB – CRO BA/2017) Com relação aos Atos de Improbidade Administrativa que Importam
Enriquecimento Ilícito, NÃO faz parte dessa seção:
a) Utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer
natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° da Lei de
Improbidade Administrativa (Lei nº 8429/92), bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades.
b) Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado.
c) Receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha
interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público.
d) Perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° da Lei 8429/92, por preço
superior ao valor de mercado.

2. (FCC – Prefeitura de São Luís/2018) Um servidor estatutário está sendo judicialmente processado
pela Administração pública por suposto ato de improbidade. Referido servidor constatou que há
processo administrativo disciplinar instaurado para apuração de sua conduta, referente aos mesmos
fatos, o que

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a) possibilita defesa do servidor para exigir arquivamento do processo disciplinar, considerando que a
infração mais grave absorve a de menor potencial lesivo.
b) somente se admitiria diante da imputação de crime, considerando que ambas infrações seriam de igual
gravidade.
c) é passível de acumulação em razão da presença do elemento subjetivo dolo, requisito indispensável para
a tipificação de todos os atos de improbidade e das infrações disciplinares de natureza grave.
d) possui amparo no ordenamento jurídico, posto que se tratam de instâncias independentes, ainda que
ambos processos se refiram ao mesmo contexto fático.
e) possibilita pedido de suspensão da ação de improbidade até conclusão do processo disciplinar, posto
que a absolvição do servidor no processo administrativo disciplinar impacta diretamente aquele processo.

3. (FCC – TRT 14/2016) Carlos é Diretor de autarquia federal desde o ano de 2014, sendo que, para
tomar posse e entrar em exercício no respectivo cargo, apresentou a declaração de seus bens, bem como
dos valores que compõem o seu patrimônio, que foi devidamente arquivada no serviço pessoal
competente. Nos termos da Lei no 8.429/1992, a declaração de bens é atualizada
a) anualmente, não sendo necessária a atualização quando o agente público deixar o exercício do cargo,
emprego ou função, pois a atualização periódica é suficiente para o controle do patrimônio do agente
público.
b) apenas na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função, pois
a lei exige a apresentação da declaração no ingresso e sua atualização no momento da saída do agente
público.
d) semestralmente, não sendo necessária a atualização quando o agente público deixar o exercício do
cargo, emprego ou função, pois a atualização periódica é suficiente para o controle do patrimônio do
agente público.
d) semestralmente e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou
função.
e) anualmente e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

4. (FCC – TRT 14/2016) Considere a seguinte situação hipotética: o Prefeito de determinado


Município de Rondônia foi processado por improbidade administrativa juntamente com a empresa YX e
seu responsável Josberto. No curso da ação, restou comprovado que o procedimento licitatório foi
forjado, de modo a ser contratada a empresa YX, gerando prejuízos aos cofres públicos, além de
enriquecimento ilícito aos envolvidos. Em sua defesa, Josberto, proprietário da empresa, sustentou ser
parte ilegítima, por ser particular e não estar sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa.
A tese de Josberto está
a) incorreta, pois responde por todas as sanções previstas na Lei para os agentes públicos.
b) correta, pois não está sujeito às disposições da Lei de Improbidade.
c) incorreta, pois responde às sanções previstas na Lei de Improbidade, de acordo com o que é cabível
aplicar aos particulares.
d) incorreta, pois responde por todas as sanções, exceto ressarcimento ao erário que deverá ser pleiteado
através de ação própria.

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e) incorreta, pois responderá por uma única sanção prevista na Lei de Improbidade, qual seja, a suspensão
dos direitos políticos.

5. (FCC – TRT 23/2016) No curso de ação de improbidade administrativa ajuizada pela Fazenda
Pública do Estado do Mato Grosso, a Autora, ao perceber a ausência do Ministério Público no feito,
comunicou o Juiz. O respectivo magistrado, no entanto, não intimou o Ministério Público para intervir
no processo, sob o fundamento de que o interesse público já estava devidamente representado pela
Autora. Em outra ação de improbidade administrativa, o Juiz determinou que fosse processada pelo rito
sumário, por ser ação simples, que não demandaria sequer provas, objetivando, assim, um procedimento
mais célere. A propósito do ocorrido nas duas ações e nos termos da Lei no 8.429/1992, a postura dos
juízes
a) está correta em ambos os casos.
b) está incorreta em ambos os casos: no primeiro, porque caso o Ministério Público não seja parte Autora,
deverá obrigatoriamente intervir no feito; no segundo, porque a ação de improbidade terá sempre o rito
ordinário.
c) está correta apenas no segundo caso.
d) está correta apenas no primeiro caso.
e) está incorreta em ambos os casos: no primeiro, porque a Fazenda Pública Estadual não é legitimada a
propor ação de improbidade; no segundo, porque o rito processual decorre da lei, isto é, não pode ser
adotado por escolha do magistrado.

6. (FCC – TRT 23/2016) Maristela, Diretora de órgão público federal, frustrou a licitude de concurso
público e, em outra oportunidade, frustrou a licitude de procedimento licitatório. Em razão do exposto,
foi processada por improbidade administrativa pelo Ministério Público Federal. A propósito dos fatos
narrados e desde que preenchidos os demais requisitos legais previstos na Lei no 8.429/1992,
a) o dolo é indispensável para a configuração do ato ímprobo apenas na primeira conduta.
b) o dolo é indispensável para a configuração do ato administrativo apenas na segunda conduta.
c) tratam-se de atos ímprobos de mesma natureza, qual seja, atos atentatórios aos princípios da
Administração pública.
d) tratam-se de atos ímprobos de mesma natureza, qual seja, atos que causam prejuízo ao erário.
e) o dolo é indispensável para a configuração dos atos ímprobos em ambas as condutas.

7. (FCC – TRT 23/2016) Dentre as condutas prescritas como atos de improbidade na Lei no
8.429/1992, aquela que admite conduta apenas culposa, prescindindo de demonstração de dolo, é a
descrita no dispositivo que
a) trata dos atos de improbidade que causam prejuízo ao erário, tal como permitir que sejam realizadas
despesas sem a devida autorização na legislação.
b) elenca as hipóteses de atos que atentam contra os princípios da Administração pública, dada a gravidade
do não atendimento das balizas de atuação das funções executivas.

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c) trata dos atos que importam enriquecimento ilícito, mas que demandam prova do efetivo prejuízo
causado ao erário, cuja gravidade já justifica a sanção.
d) elenca as hipóteses que causam prejuízo ao erário, desde que restem comprovados os danos causados
ao erário e a violação dos princípios básicos que informam a atuação da Administração.
e) implica recebimento para o autor da conduta de benefícios financeiros, pois fica presumido o prejuízo
ao erário e a violação aos princípios administrativos, incidindo em todas as modalidades de ato de
improbidade.

8. (FCC – TRT 23/2016) Rubens, Diretor de uma autarquia, de âmbito federal, doou à escola
particular alguns bens pertencentes à autarquia, como cadeiras e mesas, sem observância das
formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie, gerando prejuízo ao erário. Em razão disso,
foi processado e condenado por improbidade administrativa. Dentre as sanções impostas, está o
pagamento de multa civil de até
a) três vezes o valor do dano.
b) duas vezes o valor do dano.
c) cinco vezes o valor do dano.
d) uma vez o valor do dano.
e) cem vezes o valor da remuneração percebida por Rubens.

9. (FCC – TRT 14/2016) José, servidor público do Tribunal Regional do Trabalho da 14a Região e chefe
de determinado setor do Tribunal, está construindo uma bela casa de campo para desfrutar momentos
de lazer com sua família. Assim, em um determinado final de semana, utilizou equipamento pertencente
ao Tribunal na obra de sua casa, e, além disso, levou dois servidores, a ele subordinados, para auxiliar os
demais pedreiros na obra. Em razão do ato ímprobo praticado, o Ministério Público ingressou com ação
de improbidade administrativa contra José, pleiteando, dentre outras sanções,
a) pagamento de multa civil, de até duas vezes o valor da remuneração de José.
b) suspensão dos direitos políticos, de 5 a 8 anos.
c) suspensão dos direitos políticos, de 8 a 10 anos.
d) proibição de contratar com o Poder Público por 15 anos.
e) proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais pelo período máximo de 3 anos.

10. (FCC – Prefeitura de Teresina-PI/2016) José é servidor público federal e trabalha como assistente
jurídico na Presidência da República. Em determinado dia, José decide revelar a um colega, jornalista,
antes da divulgação oficial, medida econômica que afetará significativamente o valor de alguns
alimentos, dentre eles, o arroz e o feijão. Em razão do ocorrido, José foi processado e condenado por
improbidade administrativa, haja vista a comprovação de sua conduta dolosa. Nos termos da Lei no
8.429/1992, acerca das sanções, José está sujeito,
a) à proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de quatro anos.
b) ao pagamento de multa civil de até duzentas vezes o valor da remuneração percebida por José.

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c) à suspensão dos direitos políticos por cinco anos.


d) à suspensão dos direitos políticos por dois anos.
e) à proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos.

11. (FCC – Prefeitura de Teresina-PI/2016) Maria é funcionária de um Tribunal de Contas e emite


certidões sobre registros de aposentadorias. Trabalhando sozinha no setor, devido à redução do número
de servidores, viu o serviço acumular, gerando demora na confecção e entrega dos documentos aos
requerentes. Entendeu, assim, por passar a cobrar quantia em dinheiro dos interessados para dar
prioridade aos pedidos de emissão de certidões. A conduta da servidora
a) tipifica ato de improbidade, caso não seja punível como infração disciplinar mais grave, passível de
demissão.
b) pode ser considerada dolosa e como tal, tipificada como ato de improbidade na modalidade que gera
enriquecimento ilícito.
c) é indubitavelmente dolosa, pendente a demonstração de prejuízo ao erário para configuração de ato de
improbidade.
d) independe da comprovação de dolo ou prejuízo ao erário para configuração de ato de improbidade.
e) é punível como ato de improbidade, cumulável com infração disciplinar, prescindindo, em ambos os
casos, da demonstração de dolo para configuração.

12. (FCC – TRT-1/2016) Em relação aos atos de improbidade administrativa praticados por agentes
públicos ou terceiros, bem como os deveres daqueles, na forma da Lei no 8.429/1992, é correto afirmar:
a) Os sucessores do agente público que causar lesão dolosa ao erário da União serão sempre responsáveis
pelo ressarcimento integral do prejuízo causado.
b) Considera-se ato de improbidade administrativa aquele praticado pelo agente público que, por qualquer
forma, incorpora indevidamente ao seu patrimônio bens pertencentes à Fundação Pública.
c) O agente público que recebe promessa de vantagem econômica para que tolere a exploração ou prática
de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando ou de usura comete ato de improbidade
administrativa.
d) Presume-se a prática de ato de improbidade administrativa o agente público que, até 180 dias após o
término do exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, adquire, para si ou para outrem, bens
de qualquer natureza que seja desproporcional à evolução de seu patrimônio ou renda.
e) Ressalvados os objetos e utensílios de uso doméstico, anualmente, o agente público deve apresentar
declaração dos bens e valores que compõem seu patrimônio, de cônjuge ou companheiro, de ascendentes
e descendentes em 1o grau e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do agente.

13. (FCC – Prefeitura de Campinas-SP/2016) Nas palavras de MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO “...
também é possível falar em legalidade em sentido amplo, para abranger não só a obediência à lei, mas
também a observância dos princípios e valores que estão na base do ordenamento jurídico” (Direito
administrativo, São Paulo: Atlas, 28a edição, p. 971), tanto que a legislação vigente tipifica “... qualquer

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ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às


instituições” como
a) ato de improbidade que atenta contra os princípios da Administração pública, além do rol constante da
respectiva lei, cabendo a demonstração de dolo para configuração da conduta.
b) ato de improbidade, em qualquer de suas modalidades, exigida a demonstração de dolo em todas as
condutas, prescindindo, no entanto, da demonstração de prejuízo ao erário.
c) ato de improbidade, desde que cause prejuízo ao erário, tendo em vista que não se trata de conduta
específica, mas sim de tipo aberto.
d) ato de improbidade, desde que aliado àquelas condutas haja o enriquecimento ilícito por parte de seu
agente, o que prescinde da configuração de dolo.
e) ato de improbidade, salvo se houver apenamento específico na esfera administrativa para as mesmas
condutas e seu agente for servidor público, pois o vínculo funcional prefere à responsabilização na esfera
civil.

14. (FCC - Procurador do Município de São Luís/2016) Diante de uma hipótese de configuração de ato
de improbidade praticado por servidor público, o terceiro beneficiado em razão daquela atuação,
a) pode responder por ato de improbidade, independentemente da comprovação de culpa, pois é
legalmente considerado agente público para essa prática.
b) não responde por improbidade, salvo se participou, dolosa e ativamente, do ato de improbidade na
modalidade que causa prejuízo ao erário.
c) figura como litisconsorte necessário do servidor público, sofrendo os efeitos do reconhecimento do ato
de improbidade, seja em relação ao ato praticado, seja quanto às sanções impostas aos responsáveis.
d) não figura como litisconsorte necessário do servidor público, devendo ser analisada sua conduta para
demonstrar sua participação para atingimento do resultado.
e) depende da comprovação de enriquecimento ilícito para também ser considerado responsável pelo ato
de improbidade e poder figurar no pólo passivo da ação judicial respectiva.

15. (FCC – TRE RR/2015) Nos termos da Lei no 8.429/92, é ato de agente público que caracteriza ato
de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração pública:
a) realizar operação financeira sem a observância das normas legais.
b) permitir que terceiros enriqueçam ilicitamente.
c) ordenar a realização de despesas não autorizadas em lei.
d) frustrar a licitude de concurso público.
e) conceder benefício administrativo sem a observância das formalidades legais.

16. (FCC – TRE RR/2015) Após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função
de confiança, as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas na Lei no 8.429/92 podem ser
propostas até
a) 15 anos.
b) 5 anos.

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c) 10 anos.
d) 2 anos.
e) 20 anos.

17. (FCC – TRT 4/2015) Nos termos regulados pela Lei no 8.429/92, é ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública:
a) aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou
jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público, durante a atividade.
b) causar prejuízo ao erário ao liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular.
c) causar prejuízo ao erário ao conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie.
d) praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de
competência.
e) perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado.

18. (FCC – TRT 4/2015) Nos termos regulados pela Lei no 8.429/92, a pena de perda dos bens ou
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três
vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos, pode ser aplicada quando
caracterizado o ato de improbidade administrativa por
a) receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
providência ou declaração a que esteja obrigado.
b) permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado.
c) ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento.
d) negar publicidade aos atos oficiais.
e) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício.

19. (FCC – DPE-SP/2015) Prefeito de uma cidade que tem a posse de veículo público oficial para se
locomover por ocasião de sua função, passou a utilizar o veículo para fins particulares. Diante disso, com
base na Lei de Improbidade Administrativa (Lei no 8.429/1992), o referido Prefeito
a) cometeu ato de improbidade administrativa estando sujeito a proibição de contratar com o Poder
Público, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco
anos.
b) cometeu ato de improbidade administrativa estando sujeito a suspensão dos direitos políticos de três a
cinco anos.

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c) não cometeu ato de improbidade administrativa, uma vez que esta conduta é permitida aos agentes
públicos.
d) cometeu ato de improbidade administrativa estando sujeito a suspensão dos direitos políticos de cinco
a oito anos.
e) cometeu ato de improbidade administrativa estando sujeito a proibição de contratar com o Poder
Público, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

20. (FCC – DPE-SP/2015) Quanto à definição de agente público, com base de na Lei de Improbidade
Administrativa (Lei no 8.429/1992), considere os itens abaixo:
I. Agente público pode ser pessoa que esteja transitoriamente trabalhando em repartição pública.
II. São agentes públicos as pessoas que embora não recebam remuneração exercem sua função em
qualquer organização civil, ainda que essa organização não receba dinheiro público.
III. São agentes públicos as pessoas que recebem remuneração e exerçam sua função em qualquer
organização civil, ainda que essa organização não receba dinheiro público.
IV. São agentes públicos os chefes do Poder Executivo em todos os níveis da federação.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e III.
b) I e IV.
c) II, III e IV.
d) I, II e IV.
e) I e II.

21. (FCC – DPE-SP/2015) Mauro praticou ato de improbidade administrativa por ter negado
publicidade de atos oficiais (art. 11, IV da Lei de Improbidade Administrativa, Lei no 8.429/1992), e por
esta mesma Lei está sujeito às seguintes sanções:
I. Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos.
II. Suspensão do recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de oito anos.
III. Ressarcimento integral do dano, se houver.
IV. Perda da função pública.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I, II e III.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, III e IV.
e) II e IV.

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22. (FCC – DPE-SP/2015) Arthur tem um escritório de contabilidade e negocia com as pessoas
interessadas em retardar os processos de apuração fiscal em determinada Prefeitura. Após o pagamento
Arthur combina com José, que é o funcionário público responsável pelo andamento desses processos, o
retardamento do processo. José recebe duzentos reais por mês e por processo, quanto mais retarda o
andamento, mais dinheiro recebe. Neste caso, é correto afirmar que
a) Arthur sofrerá apenas sanções de Direito Penal, pois este não é agente público e José terá aplicado, além
de outras sanções, aquelas previstas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei no 8.429/92), por estar
enquadrado no conceito de agente público.
b) Arthur e José, além de outras sanções, terão aplicados a si as penas previstas na Lei de Improbidade
Administrativa (Lei no 8.429/92), pois José é agente público e Arthur, diante de sua conduta, é considerado
agente público para todos os fins.
c) a Lei de Improbidade Administrativa (Lei no 8.429/92) não será aplicada a este caso, tendo em vista que
se trata de caso de Direito de Penal.
d) Arthur e José, além de outras sanções, terão aplicados a si as penas previstas na Lei de Improbidade
Administrativa (Lei no 8.429/92), pois José enquadra-se no conceito de agente público e Arthur concorreu
para a prática do ato de improbidade tendo dele se beneficiado.
e) Arthur sofrerá apenas sanções de Direito Civil, pois este não é agente público e José terá aplicado, além
de outras sanções, aquelas previstas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei no 8.429/92), por estar
enquadrado no conceito de agente público.

23. (FCC – DPE-SP/2015) Considere as seguintes condutas:


I. receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica,
direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse,
direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
agente público.
II. doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio público, sem observância das formalidades
legais e regulamentares aplicáveis à espécie.
III. frustrar a licitude de concurso público.
IV. receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
providência ou declaração a que esteja obrigado.
V. perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza.
Um agente público, com base na Lei no 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), comete ato de
improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito, nas condutas indicadas APENAS em
a) I, II e V.
b) II, III e IV.
c) III, IV e V.
d) I, IV e V.
e) I, II e III.

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24. (FCC – DPE-SP/2015) Karla, funcionária pública responsável pela supervisão do uso dos veículos e
máquinas, permite que o funcionário Gerson se utilize do caminhão da Prefeitura para remover entulhos
durante a reforma que Gerson faz em sua propriedade. É correto afirmar que
a) Karla e Gerson cometeram ato de improbidade administrativa que causa enriquecimento ilícito e
poderão perder os bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, bem como perder a função
pública e ter a suspensão de seus direitos políticos entre oito e dez anos.
b) Karla cometeu ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário e terá que ressarcir
eventual dano, bem como poderá vir a perder a função pública e ter a suspensão de seus direitos políticos
entre cinco e oito anos.
c) Karla não cometeu ato de improbidade administrativa, já que não conduziu o veículo para a remoção de
entulho, mas Gerson sim.
d) Gerson cometeu ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública e terá que ressarcir eventual dano, bem como poderá vir a perder a função pública e ter suspenso
os seus direitos políticos entre cinco e oito anos.
e) Karla e Gerson cometeram ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário e deverão
ressarcir eventual dano, podendo perder as funções públicas e ter suspensão de seus direitos políticos entre
cinco e oito anos.

25. (FCC – TCE-CE/2015) Medésio associa-se com Dionísio, servidor público federal, para intermediar
a liberação de pensões e aposentadorias para pessoas que não preenchem os requisitos legais,
recebendo, para tanto, vantagens econômicas com o esquema fraudulento. Identificado o esquema,
Dionísio
a) e Medésio não responderão por improbidade administrativa, cabendo a responsabilização ser efetuada
nos termos da legislação penal.
b) responderá por improbidade administrativa, nos termos da Lei no 8.429/92, e Medésio responderá nos
termos da legislação penal.
c) responderá por improbidade administrativa, nos termos da Lei no 8.429/92, e Medésio responderá nos
termos da legislação civil.
d) e Medésio responderão por improbidade administrativa, nos termos da Lei no 8.429/92.
e) e Medésio poderão ser absolvidos de eventual responsabilização por ato de improbidade administrativa
se devolverem todas as vantagens recebidas pelo esquema fraudulento.

26. (FCC – TCE-CE/2015) Considere que o Estado tenha adquirido participação minoritária no capital
social de uma empresa privada, a título de fomento aos investimentos por esta realizados em inovação
tecnológica e, por força de acordo de acionistas, eleja um representante no Conselho de Administração
da companhia. Ocorre que o diretor financeiro da empresa praticou uma série de atos de gestão que
importaram significativo prejuízo financeiro e patrimonial à empresa. De acordo com as disposições da
Lei no 8.429/1992,
a) apenas o representante do Estado está sujeito à penalização por ato de improbidade administrativa, que
engloba também condutas omissivas.

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b) apenas o diretor da empresa está sujeito à penalização por ato de improbidade administrativa, que
pressupõe conduta comissiva.
c) todos aqueles que se beneficiaram, direta ou indiretamente, da conduta em questão, estão sujeitos às
penalidades por improbidade administrativa.
d) apenas aqueles que agiram com dolo e que obtiveram enriquecimento ilícito podem ser apenados por
improbidade administrativa.
e) nenhum dos apontados está sujeito às penas previstas na referida Lei, tendo em vista não se tratar de
entidade integrante da Administração pública direta ou indireta.

27. (FCC – TCE-CE/2015) Para Alexandre de Moraes atos de improbidade são “aqueles que, possuindo
natureza civil e devidamente tipificados em lei federal, ferem direta ou indiretamente os princípios
constitucionais e legais da Administração pública”. Nesse sentido, os atos de improbidade foram
disciplinados pela Lei Federal no 8.429/1992. Segundo o referido regime jurídico,
a) as sanções de perda da função pública e suspensão dos direitos políticos somente se efetivam com o
trânsito em julgado da sentença condenatória.
b) o ato de improbidade em si não constitui crime e não pode caracterizá-lo, isso em razão do princípio da
especialidade.
c) para que uma conduta seja caracterizada como improba deve, além de atentar contra os princípios da
Administração, implicar enriquecimento ilícito ou prejuízo ao erário.
d) a aplicação das sanções aos agentes administrativos previstas na denominada Lei de Improbidade
Administrativa depende da efetiva ocorrência do dano ao patrimônio público, hipótese em que se deve
aguardar decisão do Tribunal de Contas competente quanto à aprovação ou rejeição das contas.
e) os atos de improbidade que atentam contra os princípios da Administração pública compreendem tão
somente a ação, excluindo a omissão.

28. (FCC – TRT 9/2015) Dentre as imputações mais rigorosas que se pode fazer atualmente aos
potenciais sujeitos ativos está a prática de ato de improbidade administrativa. Quanto aos tipos de atos
de improbidade previstos na lei, considere as seguintes afirmativas:
I. Os atos que importam enriquecimento ilício exigem, para sua caracterização, no mínimo conduta culposa
e comprovação da majoração da situação financeiro-patrimonial do sujeito ativo, dispensada prova da
condição de agente público.
II. Os atos que causam prejuízo ao erário exigem prova dessa condição, embora prescindam de dolo por
parte do sujeito ativo, bastando comprovação de culpa e não necessariamente precisam ter sido praticados
por agente público estrito senso.
III. Os atos que atentam contra os princípios da Administração pública exigem comprovação de dolo por
parte do sujeito ativo, mas dispensam prova do prejuízo ao erário, tendo em vista que a norma visa à
proteção dos princípios, cuja violação constitui, por si só, fator suficiente para configurar potencial de dano.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) II e III, apenas.
c) I e II, apenas.

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d) I e III, apenas.
e) III, apenas.

29. (FCC – TRT 9/2015) Marcônio é funcionário de uma entidade sem fins lucrativos, que recebe
regular incentivo fiscal da esfera federal e municipal em razão da natureza das atividades prestadas.
Referida entidade também conta com recursos provenientes de doações, frutos de inúmeras campanhas
publicitárias realizadas graciosamente pelos veículos de comunicação. Além disso, são inúmeras as
doações de bens destinadas a essa entidade, cujo emprego é definido pela diretoria e conselho da pessoa
jurídica, sempre observando o disposto no Estatuto Social. O funcionário, certa vez, apropriou-se de
alguns bens móveis para sua casa, valendo consignar que se tratava de pessoa de baixo poder aquisitivo.
A conduta do funcionário, considerando o que dispõe a Lei no 8.429/92,
a) não configura ato de improbidade, uma vez que Marcônio não preenche os requisitos de servidor
público, condição necessária para aquela responsabilização.
b) não configura ato de improbidade porque a pessoa jurídica cujo patrimônio foi subtraído não possui
natureza jurídica de direito público, não se tratando, portanto, de sujeito passivo de ato de improbidade.
c) pode configurar ato de improbidade pois a entidade cujos bens foram desviados, embora não possua
natureza jurídica de direito público, recebe incentivo fiscal de órgãos da esfera federal e municipal, bem
como em razão da conduta dolosa de Marcônio.
d) configura ato de improbidade em razão da natureza jurídica da entidade, que possui capital público e
em razão do enriquecimento ilícito gerado, cujo tipo legal não exige conduta dolosa.
e) pode configurar ato de improbidade desde que comprovado o prejuízo à entidade, ainda que não haja
conduta dolosa por parte do funcionário, e desde que se comprove que houve reflexo negativo nos
repasses e incentivos fiscais recebidos dos órgãos públicos.

30. (FCC – TRT 9/2015) Um grupo de empresários especializados no ramo de fornecimento de


alimentação preparada reuniu-se para, em conluio e previamente aos procedimentos licitatórios,
combinar os preços máximos e mínimos que ofertariam ao Poder Público, em especial nas licitações
levadas a efeito na modalidade pregão, na forma eletrônica, onde há fase de negociação de preços. Para
tanto, contaram com apoio de servidores públicos integrantes das comissões de licitação, que
“vasavam”, somente para as referidas empresas e previamente à publicação do edital, o preço referencial
de cada certame. Considerando o disposto na Lei no 8.429/1992,
a) os servidores públicos integrantes das comissões de licitação respondem por ato de improbidade, em
qualquer das modalidades, desde que haja comprovação de que as respectivas condutas causaram prejuízo
à Administração.
b) os empresários respondem na esfera cível e criminal por fraude à licitação, conluio e formação de cartel,
não respondendo, no entanto, por ato de improbidade, cujas penalidades são aplicáveis somente aos
agentes públicos.
c) respondem por improbidade, estando sujeitos às penalidades previstas na referida lei, tantos os
servidores públicos integrantes das comissões de licitação como os empresários, que se beneficiaram de
forma direta ou indireta do ato de improbidade, independentemente do efetivo prejuízo causado à
Administração.

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d) os servidores públicos integrantes das comissões de licitação respondem por ato de improbidade, apenas
se das respectivas condutas resultar prejuízo efetivo ao erário, respondendo, na mesma hipótese, os
empresários que agiram em conluio.
e) para enquadramento das condutas dos servidores e dos empresários nos atos descritos na lei de
improbidade é necessário que haja, concomitantemente, demonstração do elemento subjetivo do injusto,
culpa ou dolo, enriquecimento ilícito e prejuízo para o erário.

31. (FCC - MPE-PB/2015) O Ministério Público do Estado da Paraíba ingressou com ação de
improbidade administrativa contra Manoel, técnico daquele órgão, sob o fundamento de que o servidor
público, no exercício de suas funções, teria concorrido para que terceiro enriquecesse ilicitamente. O juiz,
ao sentenciar a demanda, entendeu estar provada, nos autos, a conduta culposa de Manoel. Nesse caso
e, nos termos da Lei no 8.429/1992, a sentença
a) excluirá Manoel da ação, por ser parte ilegítima.
b) será de improcedência, haja vista que, nesse caso, a culpa não enseja condenação por ato ímprobo.
c) condenará Manoel às sanções pela prática de ato ímprobo.
d) condenará Manoel a sanções administrativas, porém não decorrentes de ato ímprobo.
e) será de improcedência, tendo em vista a ilegitimidade do Ministério Público na hipótese.

32. (FCC - MPE-PB/2015) Julia, servidora pública, foi condenada pela prática de ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da Administração pública, sendo-lhe imposta, dentre
outras sanções, a suspensão dos direitos políticos por 4 anos. Cumpre salientar que a conduta praticada
por Julia não causou prejuízo ao erário, nem enriquecimento ilícito. Nesse contexto, a conduta praticada
por Julia consistiu em
a) frustrar a licitude de concurso público.
b) frustrar a licitude de processo licitatório.
c) liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes.
d) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação de verba pública de qualquer natureza.
e) realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares.

33. (FCC - MPE-PB/2015) Uma das exigências contidas na Lei de Improbidade consiste na
apresentação da declaração de bens do agente público dentro do prazo determinado pela Administração
pública. Ângelo, agente público, recusou-se injustificadamente, a apresentá-la sendo punido com a pena
de
a) repreensão.
b) suspensão por 90 dias.
c) advertência.
d) demissão.
e) suspensão por 30 dias.

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34. (FCC - MPE-PB/2015) O juiz, após a propositura de ação de improbidade ajuizada pelo Ministério
Público do Estado da Paraíba, autuou e ordenou a notificação do requerido, para oferecer manifestação
por escrito, dentro do prazo de 15 dias. Recebida a manifestação, o juiz, em decisão fundamentada,
recebeu a petição inicial e determinou a citação do réu para apresentar contestação. A decisão que
recebe a petição inicial
a) não enseja recurso.
b) enseja recurso de agravo de instrumento.
c) enseja recurso de apelação.
d) somente se dá na hipótese de inadequação da via eleita.
e) somente se dá antes da apresentação da defesa preliminar, também denominada de defesa prévia.

35. (FCC - MPE-PB/2015) Claudia exerceu cargo em comissão de janeiro de 2008 a janeiro de 2010 e,
em razão de conduta praticada no citado período, foi processada por improbidade administrativa, sendo
a ação ajuizada em dezembro de 2014. Neste caso, a ação de improbidade administrativa
a) não está prescrita, por ser imprescritível.
b) está prescrita, pois deveria ter sido ajuizada até janeiro de 2012.
c) está prescrita, pois deveria ter sido ajuizada até janeiro de 2013.
d) não está prescrita, pois foi ajuizada dentro do prazo.
e) está prescrita, pois deveria ter sido ajuizada até janeiro de 2014.

36. (FCC - MPE-PB/2015) Rita, filha e única sucessora de Ronaldo, foi acionada pelo Ministério Público
do Estado da Paraíba para arcar com valores devidos ao erário em razão de conduta ímproba praticada
por seu pai que causou graves prejuízos aos cofres públicos. Em sua defesa, Rita argumenta e comprova
que seu falecido pai somente deixou dívidas, isto é, que não herdará qualquer valor ou bem patrimonial.
Na hipótese narrada, Rita
a) está sujeita a todas as cominações previstas na Lei de Improbidade, na proporção do ato ímprobo
praticado pelo seu falecido pai.
b) está sujeita às cominações previstas na Lei de Improbidade, exceto aquelas de ordem pecuniária.
c) não está sujeita às cominações previstas na Lei de Improbidade.
d) está sujeita apenas à sanção de caráter pecuniário, pouco importando se Ronaldo deixou ou não ativo
patrimonial necessário para arcar com o ressarcimento aos cofres públicos.
e) jamais poderia ter sido acionada pelo Ministério Público, pois o falecimento do agente ímprobo
obrigatoriamente põe fim à ação de improbidade administrativa.

37. (FCC - MPE-PB/2015) Christian, Técnico do Ministério Público do Estado da Paraíba, agiu
negligentemente no que diz respeito à conservação do patrimônio público, causando prejuízo ao erário.
Portanto, estará sujeito, dentre outras sanções previstas na Lei no 8.429/1992, à
a) multa civil de até 100 vezes o valor da remuneração recebida pelo servidor.

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b) proibição de receber benefícios fiscais pelo prazo de 10 anos.


c) multa civil de até 3 vezes o valor do dano.
d) proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de 8 anos.
e) suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos.

38. (FCC - MPE-PB/2015) Matheus, atualmente Deputado Estadual, é um renomado político do Estado
da Paraíba, já tendo ocupado o cargo de Prefeito de um dos municípios do Estado. No início do ano de
2015, foi processado por improbidade administrativa por conduta praticada à época em que exerceu o
cargo de Prefeito. Em sua defesa, sustentou que teve as contas aprovadas pelo respectivo Tribunal de
Contas, razão pela qual não poderia sofrer as sanções previstas na Lei no 8.429/1992. A tese de defesa
de Matheus
a) acarreta sua exclusão da lide, por manifesta ilegitimidade.
b) não impede a aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade.
c) impede apenas a aplicação de sanção de caráter pecuniário.
d) impede apenas a aplicação da sanção de suspensão dos direitos políticos.
e) impede a aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade.

39. (FCC – MPE-PB/2015) Ricardo é Vereador de um determinado município do Estado da Paraíba,


ocupando o cargo de Presidente da Câmara Municipal. No final do ano de 2014, Ricardo recebeu
vantagem econômica indevida em razão do exercício do seu mandato para omitir ato de ofício a que
estava obrigado. Neste caso, o Ministério Público, após instaurar inquérito civil para apuração dos fatos,
ajuíza ação de improbidade administrativa contra Ricardo, postulando, dentre outras sanções previstas
em lei, a aplicação das penas de suspensão dos direitos políticos de
a) 5 a 8 anos, e pagamento de multa civil de até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial.
b) 8 a 10 anos, e pagamento de multa civil de até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial.
c) 3 a 5 anos e pagamento de multa civil de até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial.
d) 8 a 10 anos e pagamento de multa civil de até 5 vezes o valor do acréscimo patrimonial.
e) 5 a 8 anos, e pagamento de multa civil de até 100 vezes o valor da remuneração percebida pelo agente.

40. (FCC – TRT 3/2015) Determinada empresa pública municipal contratou empregados, sob o regime
celetista, sem concurso público. A grande maioria dos empregados foi cedida à Administração direta,
que, sempre que dispunha de recursos, providenciava o pagamento dos salários, desonerando a empresa
pública. Essa situação perdurou por anos, até que um dos empregados ajuizou reclamação trabalhista
contra o Município, trazendo à tona o vínculo empregatício, o que motivou comunicação ao Ministério
Público que, sem prejuízo de outras providências adotadas, ajuizou ação de improbidade contra o
Prefeito e representantes legais da empresa pública. Considerando os tipos de atos de improbidade
legalmente previstos, a conduta

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a) das autoridades e a dos administradores da empresa envolvidos configuram ato de improbidade que
atenta contra os princípios da Administração, diante da contratação sem concurso público e da
demonstração de dolo, respondendo solidariamente, embora prescindível a ocorrência de danos.
b) do Prefeito não se enquadra em nenhuma das hipóteses, porque embora tenha participado do
planejamento da solução para suprir a deficiência de servidores na Administração direta, a contratação
sem concurso público foi feita pela empresa pública, de modo que somente os representantes legais da
mesma podem ser responsabilizados.
c) do Prefeito absorve as irregularidades praticadas pelos administradores da empresa, em razão do vínculo
hierárquico e de subordinação, e, em razão do dolo comprovado, configura ato de improbidade que causa
prejuízo ao erário.
d) dos administradores da empresa e a do Prefeito configuram ato de improbidade que causa lesão ao
erário, admitida a modalidade culposa, sendo prescindível a demonstração da ocorrência de prejuízo.
e) dos gestores públicos e a dos administradores da empresa podem configurar ato de improbidade que
atenta contra os princípios da Administração, independentemente da demonstração de dolo, respeitada
responsabilização subsidiária conforme a gradação da culpa.

41. (FCC – TRT 3/2015) Moisés, agente público encarregado da guarda do patrimônio de museu
público, não tomou as medidas necessárias para garantir a inviolabilidade do local, acarretando a invasão
do museu e o furto de valiosa obra de arte. A conduta negligente de Moisés
a) não caracteriza ato de improbidade administrativa.
b) caracteriza ato ímprobo, que pode ensejar, dentre outras sanções, a suspensão dos direitos políticos de
cinco a oito anos.
c) caracteriza ato ímprobo, que pode ensejar, dentre outras sanções, a suspensão dos direitos políticos de
oito a dez anos.
d) caracteriza ato ímprobo, que pode ensejar, dentre outras sanções, a proibição de contratar com o Poder
Público pelo prazo de dez anos.
e) caracteriza ato ímprobo, que pode ensejar, dentre outras sanções, a proibição de contratar com o Poder
Público pelo prazo de três anos.

42. (FCC – CNMP/2015) Atos de improbidade administrativa estabelecidos na Lei Federal no


8.429/1992, como: permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço
superfaturado, deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo e perceber vantagem
econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o
fornecimento de serviço por ente estatal subfaturado, constituem respectivamente
a) prejuízo ao erário, atentam contra os princípios da Administração pública e enriquecimento ilícito.
b) prejuízo ao erário, enriquecimento ilícito e atentam contra os princípios da Administração pública.
c) atentam contra os princípios da Administração pública, prejuízo ao erário e enriquecimento ilícito.
d) enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário e atentam contra os princípios da Administração pública.
e) atentam contra os princípios da Administração pública, enriquecimento ilícito e prejuízo ao erário.

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43. (FCC – TRE SE/2015) Manoel, servidor público do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, permitiu
que empresa utilizasse bem pertencente ao Tribunal, sem a observância das formalidades legais
aplicáveis à espécie, gerando prejuízos aos cofres públicos. No entanto, sua conduta foi praticada de
forma culposa, ou seja, sem intenção de praticar ato ímprobo ou mesmo de causar qualquer lesão ao
erário. No caso narrado, a conduta de Manoel
a) não caracteriza ato ímprobo, no entanto, Manoel será responsável por ressarcir o prejuízo causado aos
cofres públicos.
b) não caracteriza ato ímprobo, haja vista ter sido culposa, não havendo responsabilidade em ressarcir o
prejuízo causado aos cofres públicos.
c) caracteriza ato ímprobo, não importando, para sua configuração, a ocorrência de prejuízo ao erário.
d) não caracteriza ato ímprobo, haja vista a ilegitimidade de Manoel.
e) caracteriza ato ímprobo, haja vista que, para a configuração do ato ímprobo em questão, a conduta tanto
pode ser culposa quanto dolosa.

44. (FCC – TRE SE/2015) Maria, servidora pública do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, foi
processada e condenada por improbidade administrativa, sendo uma de suas sanções, a suspensão dos
direitos políticos pelo prazo de dez anos. De acordo com a Lei no 8.429/1992, Maria
a) negou publicidade a ato oficial.
b) concorreu para que terceiro se enriquecesse ilicitamente.
c) frustrou a licitude de processo licitatório.
d) frustrou a licitude de concurso público.
e) usou, em proveito próprio, bem pertencente ao Tribunal.

45. (FCC – TRE SE/2015) Flora, então Prefeita de Lagarto/SE, praticou ato de improbidade
administrativa no ano de 2004, quando ainda era Prefeita da cidade, tendo seu mandato terminado em
dezembro de 2005. Em janeiro 2015, o Ministério Público ajuizou a respectiva ação de improbidade
administrativa questionando o ato praticado enquanto Prefeita do citado Município. No caso em questão
e nos termos da Lei no 8.429/1992, a ação proposta
a) está prescrita, pois deveria ter sido ajuizada até dezembro de 2014.
b) é imprescritível.
c) está prescrita, pois deveria ter sido ajuizada até dezembro de 2010.
d) está prescrita, pois deveria ter sido ajuizada até janeiro de 2014.
e) está absolutamente correta, pois ajuizada dentro do prazo legal.

46. (FCC – TRE AP/2015) Considere os seguintes itens:


I. Praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de
competência.
II. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício.

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III. Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em
segredo.
IV. Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado.
V. Negar publicidade aos atos oficiais.
Nos termos da Lei no 8.429/92, a pena de ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo
de cinco anos é aplicável ao ato constante em
a) V.
b) III.
c) II.
d) IV.
e) I.

47. (FCC – TRE AP/2015) Considere os seguintes itens:


I. Perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza.
II. Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente.
III. Frustrar a licitude de concursos públicos.
Nos termos da Lei no 8.429/92, configura ato de improbidade administrativa, que atenta contra os
Princípios da Administração Pública, o constante em
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) III, apenas.
e) II e III, apenas.

48. (FCC – TRE PB/2015) Em uma repartição pública municipal são feitas, periodicamente,
contratações regulares de estagiários, atendendo ao interesse público e também permitindo que o Poder
Público contribua para a capacitação dos universitários. Constatou-se, certa vez, que um dos estagiários
que atuava em determinado setor vinha cobrando pelo fornecimento de informações e certidões cuja
gratuidade é garantida por lei. Os valores coletados, apurou-se, destinavam-se ao uso particular do
referido estagiário. Considerando o que dispõe a Lei no 8.429/1992, o estagiário:
a) pode ser processado criminalmente, mas não pode ser incurso em nenhuma outra infração
administrativa ou em ato de improbidade, pois não possui vínculo funcional com a Administração pública
municipal.

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b) somente poderá ser incurso nas disposições da lei de improbidade se ficar comprovado dolo, o que
confere maior rigor para enquadramento como sujeito passivo.
c) pode ser punido por ato de improbidade, visto que está abrangido pelo conceito de agente público para
aquela finalidade, sendo necessária a comprovação de dolo e de prejuízo ao erário.
d) pode ser punido por ato de improbidade caso tenha ingressado na Administração pública por meio de
concurso público e já tenha decorrido o período de estágio probatório, o que lhe conferirá o status de
servidor público.
e) pode ser processado por ato de improbidade, não sendo exigida comprovação de prejuízo ao erário, mas
sim da conduta dolosa do autor do ato.

49. (FCC – TRE PB/2015) Geraldo é servidor público e chefe do departamento de transportes de uma
autarquia estadual rodoviária, responsável pela distribuição das viaturas para o trabalho de
policiamento, de modo a garantir o correto atendimento a todas as rodovias sob responsabilidade
daquele ente. Um dos motoristas da equipe indagou a Geraldo sobre a possibilidade de utilizar uma das
viaturas durante seu final de semana de folga, justificando que precisaria deslocar-se para outro Estado,
para resolver graves problemas pessoais e apresentando atestado médico que comprovava o problema
de saúde alegado. Geraldo penalizou-se com a situação e, considerando que era sexta-feira, autorizou o
uso da viatura sem observar o procedimento de tramitação de pedidos dessa natureza, que demandavam
autorização superior. Na segunda-feira, conforme havia se comprometido, o motorista apresentou-se
para o trabalho e restituiu o carro à repartição. Sobre a conduta dos envolvidos, é correto afirmar que
a) Geraldo cometeu ato de improbidade em razão de conduta que viola os princípios da Administração,
mas o motorista não se enquadra em nenhuma conduta improba, uma vez que solicitou autorização
superior.
b) o motorista somente pode ser responsabilizado por ato de improbidade no caso de conduta dolosa e
desde que possua vínculo estatutário com a autarquia.
c) a conduta de Geraldo pode ser tipificada como ato de improbidade desde que tivesse sido comprovado
dolo, admitindo-se conduta culposa do motorista para tipificação de improbidade, uma vez que esse
servidor foi o sujeito ativo da ilegalidade.
d) ambas condutas podem ser enquadradas como ato de improbidade que causam prejuízo ao erário,
bastando conduta culposa dos envolvidos e independentemente de ocuparem cargo, emprego ou função
pública.
e) é irrelevante o vínculo empregatício existente entre a autarquia e os servidores envolvidos no caso
narrado, tendo em vista que a imputação de improbidade dá-se objetivamente, ou seja,
independentemente de culpa do agente público.

50. (Cebraspe – Depen/2015) Na esfera administrativa, no momento da aplicação de sanções


previstas na Lei Anticorrupção, devem ser considerados, entre outros fatores, o efeito negativo
produzido pela infração, a gravidade da infração e a situação econômica do infrator.

51. (Cebraspe – Depen/2015) A lei em apreço permite que sejam celebrados acordos de leniência
referentes a infrações previstas na Lei de Licitações, de forma a possibilitar a isenção ou atenuação das
sanções administrativas previstas nesta última para punição da pessoa jurídica responsável.

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52. (Cebraspe – Depen/2015) Para celebrar acordo de leniência, a empresa interessada tem de
atender, entre outros, aos seguintes requisitos: ser a primeira a manifestar desejo de cooperar na
apuração dos atos ilícitos; devolver ao Estado os valores obtidos ilicitamente; cooperar com as
investigações criminais e administrativas.

53. (Cebraspe – Depen/2015) A celebração do acordo de leniência previsto na lei em questão gera
benefícios para os administradores da empresa celebrante que estiverem envolvidos nos atos de
corrupção investigados, pois tem o efeito de reduzir as penas privativas de liberdade que lhes possam
ser aplicadas.

54. (Cebraspe – Depen/2015) SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Uma empresa envolvida em atos de corrupção
celebrou contrato de leniência previsto pela Lei Anticorrupção, mas deixou de cumprir o que foi
acordado. ASSERTIVA: Nessa situação, a empresa estará impedida de celebrar novo acordo de leniência
pelo prazo de três anos a partir da data em que a administração pública tomar conhecimento da
desobediência ao pacto.

55. (Cebraspe – Telebras/2015) Segundo a Lei n.º 12.846/2013, as pessoas jurídicas serão
responsabilizadas objetivamente, civil e administrativamente, por ato lesivo praticado em seu interesse
ou benefício, seja este exclusivo ou não.

56. (FGV – TCM SP/2015) A Lei nº 12.846/2013, conhecida como Lei Anticorrupção, prevê a
responsabilização objetiva, no âmbito civil e administrativo, de empresas que praticam atos lesivos
contra a administração pública nacional ou estrangeira. De acordo com o citado diploma legal, o acordo
de leniência somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato
ilícito;
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de
propositura do acordo;
III - a pessoa jurídica:
Assinale alternativa correta.
a) promova o ressarcimento integral do dano ao erário no momento em que for firmado o acordo de
leniência e seja proibida de contratar com o poder público pelo período de 5 (cinco) anos;
b) permaneça com seus bens indisponíveis, no limite do valor do dano ao erário, até o integral
ressarcimento e seja proibida de receber incentivos, subsídios, subvenções ou empréstimos de órgãos ou
entidades públicas pelo prazo de 5 (cinco) anos;
c) seja proibida de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou
entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo de
5 (cinco) anos;
d) admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as investigações e o processo
administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até
seu encerramento;

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e) mesmo não reconhecendo expressamente sua participação no ilícito, promova o integral ressarcimento
dos danos ao erário no prazo máximo de 3 (três) anos contados da data da assinatura do acordo.

57. (FGV – ISS Niterói/2015) De acordo com a Lei Federal nº 12.846/13, na esfera administrativa, serão
aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos na Lei Anticorrupção
as seguintes sanções:
a) multa e publicação extraordinária da decisão condenatória;
b) suspensão das atividades e pena restritiva de direitos;
c) proibição de receber incentivos fiscais e sequestro de bens;
d) prestação pecuniária e pena privativa de liberdade aos administradores;
e) ressarcimento ao erário e alteração compulsória do objeto social.

58. (FGV – TJ PI/2015) A Lei nº 12.846/13, conhecida como Lei Anticorrupção, prevê que a autoridade
máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas
responsáveis pela prática dos atos previstos naquela Lei que colaborem efetivamente com as
investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte a identificação dos
demais envolvidos na infração, quando couber, e:
a) a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração;
b) o ressarcimento integral do dano ao erário, no prazo máximo de um ano contado da celebração do
acordo;
c) o imediato ressarcimento integral do dano ao erário, acrescido de multa cível consistente na metade
daquele dano;
d) prisão, em regime semiaberto, dos sócios administradores da pessoa jurídica que firmar o acordo;
e) a proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais, pelo prazo de
oito anos.

59. (MPE PR – MPE PR/2014) Nos termos da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/13), assinale a
alternativa correta:
a) As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos
lesivos previstos na referida lei e praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não;
b) A referida lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra a administração
pública estrangeira, salvo se cometidos no exterior;
c) A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de
responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada e, nas hipóteses taxativamente estabelecidas na
referida lei, subdelegada;
d) A celebração do acordo de leniência suspende o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na referida
lei;
e) Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei de Improbidade
Administrativa (Lei 8.429/92).
60. (TRF 4 – TRF 4/2014) Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.

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Com relação à recente Lei nº 12.846/2013 (que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de
pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administração Pública, nacional ou estrangeira, mais
conhecida como Lei Anticorrupção:
I. Aplica-se o disposto nessa lei às sociedades empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não,
independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado, bem como a quaisquer
fundações, associações de entidades ou pessoas ou sociedades estrangeiras que tenham sede, filial ou
representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.
II. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas, objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos
atos lesivos capitulados no referido diploma legal, em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não, sem
prejuízo da responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa
natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
III. São exemplos de atos lesivos praticados contra a Administração Pública nacional ou estrangeira, nos
termos da Lei Anticorrupção: prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a
agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada; manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-
financeiro dos contratos celebrados com a Administração Pública; fraudar licitação pública ou contrato dela
decorrente.
IV. Consideram-se, como Administração Pública estrangeira, os órgãos e as entidades estatais ou as
representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro. Equiparam-
se á Administração Pública estrangeira as organizações públicas internacionais.
V. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a possibilidade de sua
responsabilização na esfera judicial, sendo que o Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de
representação judicial (ou equivalente) do ente público poderá requerer a indisponibilidade de bens,
direitos ou valores necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano
causado, conforme previsto na lei, ressalvado o direito do terceiro de boa-fé. Além disso, nas ações de
responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei nº 7.347/85.
a) Estão corretas apenas as assertivas III e IV.
b) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.
c) Estão corretas apenas as assertivas II, III, IV e V.
d) Estão corretas todas as assertivas.
e) Nenhuma assertiva está correta.

61. (PUC PR – PGE PR/2015) De acordo com a Lei 12.846/2013 (Lei Anticorrupção), que dispõe sobre
a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas, é CORRETO afirmar que:
a) A sanção por multa não poderá exceder o valor total do serviço contratado ou previsto no contrato
celebrado com a Administração Pública.
b) A aplicação da sanção oriunda dos atos lesivos à Administração Pública depende da prova da culpa ou
dolo da pessoa jurídica envolvida e/ou de seus diretores e/ou gestores.
c) A Lei Anticorrupção se aplica a atos lesivos à Administração Pública brasileira, desde que atentem contra
o patrimônio público federal, estadual, distrital e/ou municipal (Administração direta e indireta).
d) A Lei Anticorrupção aplica-se a sociedades não personificadas, independentemente de sua forma de
organização ou do respectivo modelo societário.

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e) O acordo de leniência pode ser feito com todos os que manifestem o seu interesse em cooperar na
apuração do ato ilícito, além de poder isentar as respectivas pessoas jurídicas das sanções jurídicas
previstas na Lei Anticorrupção.

62. (Fundatec – PGE RS/2015) De acordo com a Lei nº 12.846/13, que dispõe sobre a responsabilização
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, é correto
afirmar que:
a) A responsabilidade administrativa e civil das pessoas jurídicas por atos lesivos à Administração Pública é
sempre subjetiva.
b) Os dirigentes ou administradores só serão responsabilizados na medida da sua culpabilidade.
c) A existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia
de irregularidades, e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica,
excluem a sua responsabilidade nos âmbitos civil e administrativo.
d) Dentre as sanções aplicáveis pela Administração Pública às pessoas jurídicas estão a suspensão ou
interdição parcial de suas atividades, e a sua dissolução compulsória.
e) As infrações nela previstas são imprescritíveis.

63. (FCC – MPE PE/2014) A Lei nº 12.846/2013 - alcunhada de “Lei Anticorrupção” - estabelece um
regime de responsabilidade especial para pessoas jurídicas. Acerca desse regime, a lei em questão
a) é aplicável aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra organizações públicas
internacionais, ainda que cometidos no exterior.
b) estabelece, nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade ilimitada da pessoa jurídica
sucessora pelos atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação.
c) estabelece a responsabilização penal objetiva das pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos à
administração pública.
d) permite que a Controladoria Geral da União aplique sanção de dissolução compulsória da pessoa jurídica,
quando comprovado ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover
a prática de atos ilícitos, ou ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade
dos beneficiários dos atos praticados.
e) atribui legitimidade concorrente ao Ministério Público, às Defensorias Públicas da União e dos Estados e
à Advocacia Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para ajuizamento de ação
com vistas à aplicação das sanções previstas na referida legislação, às pessoas jurídicas infratoras.

64. (MPE BA – MPE BA/2015) Em relação à Lei nº 12.846/2013, que dispõe sobre a responsabilização
administrativa e civil das pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administração Pública nacional,
ou estrangeira, é CORRETO afirmar que:
a) A responsabilização das pessoas jurídicas por atos de corrupção é objetiva no âmbito administrativo e
subjetiva na esfera cível.
b) As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as
consorciadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos previstos na Lei nº 12.846/2013,
restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e à reparação integral do dano
causado.

Leis nº 8.429/1992, nº 12.846/2013 e nº 12.527/2011 p/ Ministério da Economia - PSS - Pós-Edital 127


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c) O acordo de leniência poderá ser celebrado entre a autoridade máxima de cada órgão ou entidade
pública e as pessoas jurídicas responsáveis pelas práticas dos atos lesivos previstos na Lei nº 12.846/2013,
e não implica reconhecimento da culpa pela pessoa jurídica infratora.
d) A pena de dissolução da pessoa jurídica poderá ser aplicada no bojo do processo administrativo, desde
que imposta pela autoridade máxima dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, sendo assegurados os
direitos à ampla defesa e ao contraditório.
e) Apenas o Ministério Público detém a legitimidade para promover a responsabilidade da pessoa jurídica
em juízo.

65. (Vunesp – DPE MS/2014) Recentemente, o controle da Administração Pública ganhou um novo
instrumento com a edição da Lei Federal n.º 12.846/12, que se tornou conhecida como lei anticorrupção.
Essa lei possui como uma de suas características a
a) previsão de hipóteses de responsabilidade subjetiva, por ato lesivo culposo ou doloso, praticado por
pessoa jurídica, que cause dano à Administração Pública nacional ou estrangeira.
b) aplicação exclusiva às empresas privadas, não cabendo estender-se a possibilidade de responsabilização
prevista pela lei em questão às empresas estatais, ainda que estas prestem atividade econômica.
c) possibilidade de responsabilização nas esferas administrativa e judicial, cabendo à Administração Pública
a apuração do ilícito, a aplicação das sanções e a apuração dos danos a serem ressarcidos.
d) imposição, como sanção, de multa no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 30% (trinta por cento) do
faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os
tributos.

66. (FCC – TJ PE/2015) O diretor da área financeira de uma empreiteira foi flagrado pagando comissão
a agente público responsável pela gestão de contrato administrativo celebrado para a realização de obras
de ampliação e conservação em rodovia estadual. A comissão em questão foi paga para o fim de
celebração de aditivo contratual, com acréscimos desnecessários e superfaturados ao projeto
inicialmente contratado. Em vista do que dispõe a Lei n o 12.846/2013, também conhecida como “Lei
Anticorrupção”, é INCORRETO afirmar:
a) Dentre as penalidades aplicáveis à empreiteira está a publicação extraordinária da decisão condenatória,
que, a par de outros meios de divulgação, deverá ser afixada de modo visível ao público, no próprio
estabelecimento ou no local de exercício da atividade da infratora.
b) Caso a personalidade jurídica da empreiteira seja utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir
ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos na lei ou para provocar confusão patrimonial, todos os
efeitos das sanções aplicadas serão estendidos aos seus administradores e sócios com poderes de
administração, observados o contraditório e a ampla defesa.
c) A empreiteira poderá ser responsabilizada objetivamente, no âmbito administrativo e civil, pela conduta
do referido diretor.
d) No procedimento de responsabilização, poderá ser aplicada multa pecuniária à empreiteira, limitado o
seu montante ao valor da vantagem indevidamente auferida.
e) A holding que controla a referida empreiteira é solidariamente responsável pela prática dos atos ilícitos
definidos na lei, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação
integral do dano causado.

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5 GABARITO

1. B 11. B 21. C 31. C 41. B 51. C 61. D

2. D 12. B 22. D 32. A 42. A 52. E 62. B

3. E 13. A 23. D 33. D 43. E 53. E 63. A

4. C 14. D 24. B 34. B 44. E 54. C 64. B

5. B 15. D 25. D 35. D 45. C 55. C 65. C

6. A 16. B 26. C 36. C 46. D 56. D 66. D

7. A 17. D 27. A 37. E 47. D 57. A

8. B 18. A 28. B 38. B 48. E 58. A

9. C 19. E 29. C 39. B 49. D 59. A

10. C 20. B 30. C 40. A 50. C 60. D

6 REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de Janeiro:
Método, 2011.

ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

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JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2013.

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