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JURISPRUDÊNCIA TRF2:

0000705-69.2013.4.02.5102 (TRF2 2013.51.02.000705-3) Ementa:


TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. VALORES DECORRENTES DE
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. VERBA INDENIZATÓRIA. INEXISTÊNCIA.
IMPOSTO DE RENDA. ENQUADRAMENTO NA BASE DE CÁLCULO DO
IMPOSTO DE RENDA. AQUISIÇÃO DE DISPONIBILIDADE ECONÔMICA DE
RENDA. ART. 43 DO CTN. APLICABILIDADE. REsp 1.089.720/RS.
INAPLICABILIDADE. HONORÁRIOS RECURSAIS. GRATUIDADE DE JUSTIÇA.
APELAÇÃO DA PARTE DESPROVIDA. 1. Trata-se de apelação cível
interposta por RICARDO HENRIQUE MOREIRA nos autos da ação
ordinária nº 0000705-69.2013.4.02.5102/1ª Vara Federal do Niterói- RJ,
objeti vando a condenação da União Federal à resti tuição de valores que
teriam sido recolhidos indevidamente a tí tulo de imposto de renda,
sobre indenização recebida ao fi nal de reclamação trabalhista julgada
pela Justi ça do Trabalho. 2. Ao contrário do alegado, verifi ca-se que não
há no pedido inicial qualquer verba de natureza indenizatória - horas
extras e quebra de caixa, com refl exos em salários mensais, repousos
remunerados, diferenças de 13º salário, férias, bem como outras verbas
de natureza remuneratória e base salarial - e, portanto, tais parcelas,
mesmo que pagas a destempo, se enquadram na base de cálculo do
imposto de renda, pois há aquisição de disponibilidade econômica de
renda, nos termos do arti go 43 do Código Tributário Nacional. 3. O
Superior Tribunal de Justi ça já pacifi cou o entendimento de que, regra
geral, incide o IRPF sobre os juros de mora, inclusive quando
reconhecidos em reclamatórias trabalhistas, exceto quando pagos no
contexto de despedida ou rescisão do contrato de trabalho, em
reclamatórias trabalhistas ou não; ou na hipótese de norma específi ca
de isenção ou fora do campo de incidência do IR. 4. No caso em exame,
verifi ca-se, através da farta documentação constante dos autos, que as
verbas recebidas através de reclamação trabalhista estão fora do
contexto de despedida ou rescisão do contrato de trabalho,
correspondendo, na 1 verdade, a sua reintegração no emprego. 5.
Majoração da verba sucumbencial em 10 % (dez por cento) sobre o valor
da condenação fi xada, nos termos do § 11, do art. 85, do CPC/15,
fi cando, porém, suspensa a sua exigibilidade, ante a gratuidade de
justi ça deferida à parte vencida 6. Recurso desprovido. Esconder texto
Classe: Apelação - Recursos - Processo Cível e do Trabalho Órgão
julgador: 4ª TURMA ESPECIALIZADA

0000705-69.2013.4.02.5102 (TRF2 2013.51.02.000705-3) Ementa:


TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. VALORES DECORRENTES DE
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. VERBA INDENIZATÓRIA. INEXISTÊNCIA.
IMPOSTO DE RENDA. ENQUADRAMENTO NA BASE DE CÁLCULO DO
IMPOSTO DE RENDA. AQUISIÇÃO DE DISPONIBILIDADE ECONÔMICA DE
RENDA. ART. 43 DO CTN. APLICABILIDADE. REsp 1.089.720/RS.
INAPLICABILIDADE. HONORÁRIOS RECURSAIS. GRATUIDADE DE JUSTIÇA.
APELAÇÃO DA PARTE DESPROVIDA. 1. Trata-se de apelação cível
interposta por RICARDO HENRIQUE MOREIRA nos autos da ação
ordinária nº 0000705-69.2013.4.02.5102/1ª Vara Federal do Niterói- RJ,
objeti vando a condenação da União Federal à resti tuição de valores que
teriam sido recolhidos indevidamente a tí tulo de imposto de renda,
sobre indenização recebida ao fi nal de reclamação trabalhista julgada
pela Justi ça do Trabalho. 2. Ao contrário do alegado, verifi ca-se que não
há no pedido inicial qualquer verba de natureza indenizatória - horas
extras e quebra de caixa, com refl exos em salários mensais, repousos
remunerados, diferenças de 13º salário, férias, bem como outras verbas
de natureza remuneratória e base salarial - e, portanto, tais parcelas,
mesmo que pagas a destempo, se enquadram na base de cálculo do
imposto de renda, pois há aquisição de disponibilidade econômica de
renda, nos termos do arti go 43 do Código Tributário Nacional. 3. O
Superior Tribunal de Justi ça já pacifi cou o entendimento de que, regra
geral, incide o IRPF sobre os juros de mora, inclusive quando
reconhecidos em reclamatórias trabalhistas, exceto quando pagos no
contexto de despedida ou rescisão do contrato de trabalho, em
reclamatórias trabalhistas ou não; ou na hipótese de norma específi ca
de isenção ou fora do campo de incidência do IR. 4. No caso em exame,
verifi ca-se, através da farta documentação constante dos autos, que as
verbas recebidas através de reclamação trabalhista estão fora do
contexto de despedida ou rescisão do contrato de trabalho,
correspondendo, na 1 verdade, a sua reintegração no emprego. 5.
Majoração da verba sucumbencial em 10 % (dez por cento) sobre o valor
da condenação fi xada, nos termos do § 11, do art. 85, do CPC/15,
fi cando, porém, suspensa a sua exigibilidade, ante a gratuidade de
justi ça deferida à parte vencida 6. Recurso desprovido. Esconder texto
Classe: Apelação - Recursos - Processo Cível e do Trabalho Órgão
julgador: 4ª TURMA ESPECIALIZADA

0017513-60.2010.4.02.5101 (TRF2 2010.51.01.017513-4) Ementa:


TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRELIMINAR DE AUSÊNCIA DE
PROVAS. INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA
FONTE SOBRE RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. ADOÇÃO
DA TABELA E ALÍQUOTA VIGENTES NOS MESES EM QUE OS VALORES
DEVERIAM TER SIDO ADIMPLIDOS. JURISPRUDÊNCIA DO STJ. FORMA DE
APURAÇÃO DO MONTANTE A SER RESTITUÍDO. VERBAS DECORRENTES DE
TRATAMENTO ISONÔMICO EM RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. JUROS DE
MORA. NÃO COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE DESPEDIDA OU RESCISÃO
CONTRATUAL. INAPLICABILIDADE DA ISENÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 6º,
V, DA LEI Nº 7.713/88. INCIDÊNCIA DA EXAÇÃO SOBRE OS JUROS DE
MORA EM VIRTUDE DA NATUREZA REMUNERATÓRIA DO PRINCIPAL. TAXA
SELIC. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1 - Diferentemente do alegado pela
UNIÃO FEDERAL em suas razões recursais, o autor apresentou aos autos
os documentos comprobatórios do seu direito. Os documentos
imprescindíveis ao deslinde da presente demanda encontram-se
anexados aos autos, em especial a cópia da reclamação trabalhista e o
comprovante de retenção do imposto de renda determinado pela Justi ça
do Trabalho, sem qualquer necessidade da juntada de DARF's
comprovantes do recolhimento do tributo, seja nos originais, seja em
cópias. 2 - Não está caracterizada a prescrição quinquenal da pretensão
à resti tuição do indébito tributário, uma vez que o recolhimento da
exação questi onada ocorreu em maio de 2009 e a presente ação foi
ajuizada em 24/09/2010. 3 - Em relação à questão da incidência do
imposto de renda sobre os valores recebidos acumuladamente em
virtude de decisão judicial ou ato administrati vo, a jurisprudência do STJ
está pacifi cada no senti do de que o imposto de renda incidente sobre
eles deve ser calculado com base nas tabelas e alíquotas das épocas
próprias a que se referem tais rendimentos. Em outras palavras, a
retenção na fonte deve observar a renda que teria sido auferida mês a
mês pelo contribuinte se não fosse o erro da fonte pagadora, e não o
rendimento total acumulado recebido em virtude de decisão judicial ou
administrati va. 4 - Isto porque o arti go 12 da Lei nº 7.713/88, que
prescreve que no caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o
imposto incidirá, no mês do recebimento ou crédito, sobre o total dos
rendimentos, diminuídos do valor das despesas com ação judicial
necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se ti verem sido
pagas pelo contribuinte, sem indenização, disciplina apenas o momento
da incidência do imposto de renda no caso de rendimentos recebidos
acumuladamente em tempo disti nto daquele no qual deveriam ter sido
pagos, mas não sua forma de cálculo. 5 - Este entendimento não importa
declaração de inconsti tucionalidade do arti go 12 da Lei nº 7.713/88, a
exigir o procedimento previsto no arti go 97 da CF/88, mas apenas a
defi nição da sua correta interpretação, de modo a fi xar-se que sua
aplicação não se refere ao modo de cálculo do montante devido, mas
apenas ao elemento temporal da incidência, isto é, o momento a parti r
do qual será exigível o recolhimento do tributo, que corresponde à
competência em que ocorre o acréscimo patrimonial (art. 43 do CTN), ou
seja, quando o respecti vo valor se tornar disponível para o contribuinte.
6 - Já no tocante à defi nição do montante devido é aplicável o Decreto
85.450/80, que aprovou o regulamento para a cobrança e fi scalização do
imposto de renda, e considerou, em seu art. 521, que "os rendimentos
pagos cumulati vamente serão considerados nos meses a que se
referirem". 7 - Portanto, no caso de rendimentos pagos
acumuladamente em cumprimento de decisão judicial, a incidência do
imposto ocorre no mês de recebimento (art. 12 da Lei 7.713/88), mas o
cálculo do imposto deverá considerar os meses a que se referirem os
rendimentos (art. 521 do RIR). A apuração do montante devido deve se
pautar pelo regime de competência, e não pelo regime de caixa. 8 - A
condenação da ré à devolução do imposto reti do na fonte, a maior, não
afasta a aferição dos valores a serem resti tuídos em cotejo ao conteúdo
das declarações de ajuste anual do contribuinte, a fi m de que sejam
compensadas eventuais diferenças pagas no âmbito administrati vo,
verifi cação que pode ser realizada pela ré quando da apresentação dos
cálculos para execução do julgado. 9 - A parti r dos documentos
apresentados pela parte autora no momento do ajuizamento da ação, ou
que possam ser apresentados oportunamente por ocasião da execução
do julgado, caso a União Federal entenda como necessários para a
realização dos cálculos, a Receita Federal do Brasil procederá à
revisão/reti fi cação da Declaração de Ajuste Anual de Imposto de Renda
Pessoa Física, refazendo toda a situação patrimonial da parte autora,
apurando, eventualmente, em cada um dos respecti vos anos-calendário,
a existência de imposto a resti tuir, considerando em seus cálculos
eventuais valores já objeto de resti tuição administrati va. 10 - Isto
porque, em algumas situações, os valores resti tuíveis não correspondem
aos meramente reti dos e o valor reti do indevidamente pode ter servido
eventualmente como antecipação de outros rendimentos tributáveis.
Conforme a situação fi scal de cada contribuinte, pode ter ocorrido a
resti tuição total ou parcial do valor que fora reti do indevidamente no
exercício anterior em razão da incidência do imposto sobre o total dos
rendimentos recebidos acumuladamente. Nessa hipótese, não é legíti ma
a resti tuição ao contribuinte daquilo que já lhe foi resti tuído por outro
procedimento e em outra ocasião, sob pena de enriquecimento sem
causa. 11 - Em outras palavras, para fi ns de liquidação do julgado,
deverão ser refeitas as declarações do contribuinte, apurando-se o valor
que seria devido em cada época e o cobrado a maior quando da
retenção e da entrega da declaração referente ao ano subsequente ao
do recebimento dos valores de forma acumulada. 12 - No julgamento do
RESP nº 1089720-RS, a 1ª Seção do STJ fi rmou entendimento de que não
há incidência de imposto de renda sobre os juros de mora pagos no
contexto de despedida ou rescisão do contrato de trabalho, na via
judicial ou administrati va, independentemente da natureza jurídica das
verbas principais sobre as quais incidem, ou seja, não haverá incidência
de imposto de renda sobre os juros de mora pagos em virtude de
despedida ou rescisão do contrato de trabalho, seja a verba principal
remuneratória e, portanto, sujeita à incidência do imposto de renda,
seja ela indenizatória, e, portanto, não sujeita à incidência da exação,
devido à isenção prevista no arti go 6º, inciso V, da Lei nº 7.713/88. 13 -
Já no caso de ações trabalhistas nas quais não se discutem verbas
relacionadas com despedida ou rescisão do contrato de trabalho, ou
quando houver conti nuidade da relação de trabalho, não incide a
isenção prevista no arti go 6º, inciso V, da Lei nº 7.713/88. Nesses casos,
a incidência do imposto de renda sobre os juros de mora dependerá da
natureza jurídica e da incidência do imposto de renda sobre a verba
principal a qual se vinculam os juros de mora, segundo a regra de que o
acessório segue a sorte ou característi cas do principal (?accessorium
sequitur suum principale?). 14 - Logo, fora do contexto de despedida ou
rescisão do contrato de trabalho, se a verba principal for remuneratória
e sujeita à incidência do imposto de renda, os juros moratórios sobre
ela incidentes também estarão sujeitos à incidência do imposto de
renda; se a verba principal for isenta ou não sujeita à incidência do
imposto de renda, os juros moratórios também não estarão sujeitos à
incidência do tributo. 15 - Há, destarte, duas regras disti ntas e
complementares de isenção: 1ª) São isentos do Imposto de Renda da
Pessoa Física todos os juros de mora pagos no contexto de despedida ou
rescisão do contrato de trabalho - art. 6º, V, da Lei n. 7.713?88
(inclusive quando incidentes sobre verba principal não isenta); 2ª) São
isentos do Imposto de Renda da Pessoa Física os juros de mora
incidentes sobre verba principal isenta ou fora do campo de incidência
do IR (inclusive quando pagos fora do contexto de despedida ou rescisão
do contrato de trabalho). 16 - No caso dos autos, conforme as alegações
conti das na peti ção inicial e os documentos que a instruem, os juros de
mora sobre os quais incidiu o imposto de renda relacionam-se a verbas
decorrentes de tutela jurisdicional em ação trabalhista que concedeu à
parte autora diferenças resultantes de equiparação salarial. 17 - O teor
da sentença da reclamação trabalhista indica que a pretensão do autor é
obter tratamento isonômico conferido a outros trabalhadores que se
encontram na mesma situação funcional que a sua e que percebem
vantagens a tí tulo de risco de vida e quebra de caixa, de modo que a
reclamação trabalhista não foi proposta em contexto de despedida ou
rescisão do contrato de trabalho. 18- Assim, como o caso é de
conti nuidade de relação de trabalho, não incide, na hipótese, a regra de
isenção prevista no arti go 6º, V, da Lei nº 7.713/88. 19- Por outro lado,
as diferenças decorrentes de tratamento isonômico têm níti da natureza
remuneratória, implicam acréscimo patrimonial e sujeitam-se à
incidência do imposto de renda, porquanto representam o valor do
salário que o autor deveria estar recebendo. Logo, os juros de mora
sobre elas incidentes têm natureza remuneratória e sujeitam-se ao
imposto de renda, haja vista sua natureza acessória. 20 - No âmbito dos
tributos federais, a parti r de 1º de janeiro de 1996, aplica-se, por força
arti go 39, § 4º, da Lei nº 9.250/95, a taxa SELIC, que, por ser composta
de correção monetária e juros, importa exclusão de qualquer outro
índice de correção monetária e de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel.
Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ
28.05.2007, p. 278). 21 - O arti go 1-F da Lei nº 9.494/97 é norma geral
que se aplica à generalidade das condenações impostas à Fazenda
Pública, dos três níveis federati vos, salvo, no caso das sentenças que
impõem à Fazenda Pública Federal à resti tuição/compensação de
indébito tributário, porque, nessa hipótese, incide a taxa SELIC, em
razão da existência de norma específi ca, o § 4º, do arti go 39, da Lei nº
9.250/95, que afasta a regra geral, inclusive, por imperati vo do princípio
da isonomia, a fi m de que os créditos do contribuinte em face da
Fazenda Pública Federal se submetam aos mesmos critérios de
atualização dos créditos desta em face daquele. 22 - Em virtude do
provimento parcial da remessa necessária e da apelação da UNIÃO
FEDERAL, e da consequente improcedência do pedido ati nente à
devolução do imposto de renda incidente sobre os juros de mora
recebidos na ação trabalhista, está caracterizada a sucumbência
recíproca a determinar a compensação dos honorários advocatí cios. 23 -
Remessa necessária e apelação da UNIÃO FEDERAL parcialmente
providas. Apelação adesiva do autor provida. Esconder texto Classe:
APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO Órgão julgador: 3ª TURMA
ESPECIALIZADA

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