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31/10/2012 16h51 - Atualizado em 31/10/2012 17h42

Desligamento de proteção levou a apagão


no Nordeste, diz ministério
Equipamento não foi religado após manutenção, diz
relatório.
Segundo ministro, Taesa deveria ter feito testes e pode
ser multada.
Fábio Amato Do G1, em Brasília

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O ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse nesta quarta-feira


(31) que a causa do apagão que atingiu todos os estados do Nordeste na sexta (26) foi o
não religamento de um equipamento de proteção de linha de transmissão depois que ele
passou por uma manutenção.

De acordo com Zimmermann, o equipamento, localizado em uma linha de transmissão


entre o Tocantins e o Maranhão que é operada pela empresa Taesa, do grupo Cemig
(empresa de energia de Minas Gerais), havia passado por manutenção uma semana
antes do apagão. Para isso, precisou ser desligada.

saiba mais

 Apagão no Nordeste 'teve falha humana', diz diretor-geral da Aneel


 Governo pede 'operação pente fino' no sistema elétrico, diz Eletrobras

A investigação feita pelo governo identificou que o sistema de proteção não foi religado
pela empresa após a manutenção, como previsto.

Na sexta (26), houve um curto-circuito em uma chave de subestação e, como essa


proteção não estava ativa, o problema se propagou e o sistema elétrico ativou um
sistema de retaguarda - que foi o que provocou o apagão.

Empresa pode ser multada


Segundo Zimmermann, se o equipamento de proteção da linha de transmissão estivesse
funcionando, o curto-circuito não teria sido capaz de provocar o desligamento que
atingiu todo o Nordeste.

"Essa proteção não funcionou porque não estava ativa no momento da ocorrência. Se
estivesse ativa, nós não teríamos esse problema no sistema", disse o ministro interino. O
governo, porém, ainda não sabe o que provocou o curto-circuito.

De acordo com Zimmermann, a empresa deveria ter feito testes para identificar o
funcionamento do sistema de proteção após a manutenção, o que também não foi feito.
Por conta disso, a Taesa pode ser multada pela Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel).

Falha humana
Com a conclusão do relatório, o governo reafirmou que o apagão foi provocado por
falha humana: a não realização de um teste que apontaria que o sistema de proteção
estava desativado.

“Não é normal ocorrer [a falha no religamento do sistema de proteção], mas ocorre”,


diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp,
responsável pelo relatório divulgado nesta quarta pelo governo. O documento será
encaminhado à Aneel, que deverá fazer novas fiscalizações.

O relatório do ONS também identificou falhas na recomposição do fornecimento de


energia nos estados atingidos. O apagão, em algumas partes do Nordeste, durou quatro
horas, tempo que Chipp considerou “extremamente demorado.”

De acordo com Chipp, vão ser feitos estudos para propor alternativas para garantir a
retomada mais rápida da energia em caso de novas falhas.

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