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Uma equação diferencial linear, como vimos anteriormente, pode ser escrita como,
Variável independente = x
Função desconhecida = y(x)
Ordem = 2
2
d y dy Termo isolado em
2 y=sin x
dx
2
dx x. Como não é
nulo, a equação
diz-se não-
homogénea
Termo linear Termo linear Termo linear
coeficiente
constante
As técnicas que se aplicam para a resolução de ODE de ordem 2 podem ser alargadas a ordem mais
elevadas. Contudo, não iremos abordar essas situações.
Se as funções p(x), q(x) e g(x) são contínuas num intervalo [a,b] então existe uma única solução da
equação linear
y(c)=A e y'(c)=B
Para procurarmos esta solução única, vamos em primeiro lugar estudar a solução para as equações
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homogéneas, o que nos ajudará a construir a solução geral quando a equação não é homogénea.
y 1 '= y 2
{ y 2 ' ay 2by 1=0
y 1 '= y 2
{ y 2 ' =−by1 −ay 2
y1 ' 1 y1
= 0
[ ][
y 2' −b −a y 2 ][ ]
E pode ser portanto resolvido pelos métodos habituais que vimos em aulas anteriores.
O aluno deverá estudar atentamente os teoremas que se apresentam em seguida, pois são
importantes para compreender todas as metodologias subsequentes.
Exemplo:
y '= z
{y'= z
2z ' 3z− y=0 { y 3z
z '= −
2 2
y' = 0 1 y
[ ][
z' 1/ 2 −3/ 2 z ][ ]
(Ver também último exercício final da folha nº 13).
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então, se y1(x) e y2(x) são duas soluções da equação diferencial então todas as combinações lineares
1 y 1 x 2 y 2 x
são também soluções da equação diferencial. Se y1(x) e y2(x) forem independentes (Wronskiano W
diferente de zero, definido abaixo). Então
1 y 1 x 2 y 2 x
Se tivermos duas funções f(x) e g(x) e as suas primeiras derivadas, f' e g', e C1 e C2 duas constantes,
f g C1 = 0
[ f' ][ ] [ ]
g' C2 0
se a solução do sistema anterior num dado intervalo de x for a solução nula para as constantes,
então as funções dizem-se independentes nesse intervalo. Por outras palavras, e recorrendo à
matéria leccionada em Álgebra Linear, o sistema anterior só terá solução trivial (constantes nulas)
quando,
W= f g ≠0
f'∣ g'∣
Ou seja, duas funções f(x) e g(x) são linearmente independentes num intervalo quando W≠0
nesse intervalo.
Exemplo:
Considere as funções
y 1 x = x
1
y 2 x =
x
Resolução:
1
y ' 1 x= x−1/ 2
2
1
y ' 2 ( x)=− x−3/ 2
2
x1 / 2 x−1 / 2
2∣ x − x
2
1
2∣ 1
W = 1 −1 /2 1 −3 /2 =− x −1− x−1=−x−1
2
Suponha que y1(t) e y2(t) formam um sistema fundamental de soluções da equação homogéna,
(Por outras palavras, a solução geral de uma equação diferencial de 2ª ordem não-homogénea é
dada pela soma da solução geral da equação diferencial de 2ª ordem homogénea correspondente
com uma solução particular da eq. Diferencial de 2ª ordem não-homogénea).
Exemplo:
tem como sistema fundamental de soluções: y1(x)=x e y2(x)=x2. A equação tem ainda como solução
particular y3(x)=xsin(x). A solução geral vem assim,
2
y x = 1 x2 x − xsin x
Metodologia de resolução
Face ao exposto façamos então uma síntese daquilo que já sabemos e do que precisamos de
aprender.:
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• Uma equação diferencial de 2ª ordem não-homogénea pode ser resolvida conhecendo uma
solução particular para a mesma e um sistema fundamental de soluções da equação
homogénea associada
• Quando a equação homogénea associada tem coeficientes constantes podemos transformar a
equação num sistema de equações diferenciais e resolvê-lo pelos métodos habituais
• Quando a equação homogénea associada não tem coeficientes constantes poderemos
recorrer ao método d'Alembert (ver abaixo)
• Para determinar a solução particular da equação diferencial de 2ª ordem não-homogénea,
poderemos recorrer ao método da variação das constantes, (ver abaixo)
Método d'Alembert
O método d'Alembert possibilita-nos transformar uma ODE de ordem n numa ODE de ordem n-1,
se conhecermos uma solução particular para a ODE de ordem n.
y 2 x =v x y 1 x
Exemplo:
2
Resolva a seguinte ODE de ordem 2 sabendo que uma solução é y 1 x =x
Ora, de acordo com o método d'Alembert uma outra solução pode ser dada por,
y 2 x =v x y 1 x
As derivadas vêm,
x 4 v ' ' x 4x 3 v ' x2v x x 2−4x 3 v ' x−8x 2 v x 6x 2 v x =0
x 4 v ' ' x =0
v ' ' x =0
Esta ODE pode ser considerada de ordem 1 uma vez que a variável dependente se for u=v' vem que,
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u ' x=0
Integrando,
du
∫ dx =C 1
dv '
∫ dx
=C 1
v ' x =C 1
Como estamos à procura apenas de um solução particular podemos fazer simplesmente que C 2=0 e
C1=1 de maneira que y2(x)=xx2=x3
y x =A x 2 B x 3
Sendo que y3(x) pode ser encontrada efectuando uma combinação do tipo,
y 3 x =u1 x y1 xu2 x y 2 x
Podendo-se demonstrar que (*formulário fornecido*) que u1 e u2 podem ser encontrados calculando,
−r x y 2
{u ' 1=
u ' 2=
W [ y 1, y 2 ]
r x y1
W [ y 1, y 2 ]
Exemplo:
Resolva a seguinte equação diferencial de ordem 2 recorrendo ao método da variação das
constantes:
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−x
y ' '−3y ' 2y=e
Resolução:
y x =k 1 e x k 2 e 2x y 3 x
y 3 x =u1 x y1 xu2 x y 2 x
−r x y 2
{u ' 1=
u ' 2=
W [ y 1, y 2]
r x y1
W [ y 1, y 2 ]
1º Cálculo do Wronskiano
e x e 2x
W= ∣ x
e 2e
2x = e ∣
3x
−e− x e 2x e−2x
{u ' 1= 3x
e
e−x e x
u ' 2= 3x
e
{u ' 1=−e
u ' 2=e−3x
−2x
{
u1=
2
u 2=−
e−3x
3