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ABSTRACT
Based on this paper, it’s supposed to understand the concept of foreing direct
investment and how it influences the host country. The main goal of this
paper is to understand how the investment made by China affects Angolan
economic situation, on its negative and positive aspects.
KEYWORDS
Considerações gerais
Este trabalho tem como finalidade principal o estudo do conceito de investimento direto
estrangeiro, nomeadamente as suas modalidades e, de que forma o mesmo se pode
afigurar como negativo ou positivo consoante o meio, leia-se numa determinada
economia especifica, onde está a ser aplicado.
Pode ser abordado por uma perspetiva que tem como elemento principal o seu objetivo,
se tem em vista o mercado nacional, como forma do investidor conseguir aceder a um
determinado mercado, ou a exportação, onde o investidor pretende usufruir de
1 Conceito adotado pelo Banco de Portugal, que vai de acordo com o conceito dado pela OCDE e pelo FMI (OCDE -
2013) “o investimento realizado por uma entidade residente numa economia,
com o objetivo de obter um interesse duradouro numa entidade residente noutra
economia. O interesse duradouro implica por um lado a existência de uma relação de
longo prazo entre o investidor direto e a empresa, e por outro lado um grau
significativo de influência por parte do investidor direto na gestão da empresa”
2 “Determinantes do investimento direto externo (IDE) na américa latina: uma perspetiva institucional
3 Cunha, Tânia Meireles de “O Investimento Directo Estrangeiro e a Fiscalidade” Edições Almedina SA (2006)
Coimbra.
Economia Internacional - Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
determinadas condições que são dadas por um determinado país, podendo essas condições
limitar-se: à mão-de-obra; aos incentivos existentes (Ex: incentivos fiscais) ou
`quantidade de recursos naturais existentes. Pode assumir vertentes distintas, ser
orientado para um mercado de produção de bens ou serviços ou pode ser orientado para
uma comercialização desses mesmos, de forma a criar uma rede de distribuição. De
acordo como uma perspetiva que tem como elemento fundamental o destino do bens ou
serviços, subdividindo-se entre o investimento feito que se destina ao mercado de países
terceiros ou se o investimento feito se destina ao mercado do pais recetor (este tipo de
investimento afigura-se como sendo um tipo de investimento mais móvel, na medida em
que ele só visa a redução de custos de uma determinada empresa, o que implicará que nos
momento posterior, se os custos aumentarem, que haja uma nova deslocalização desse
investimento)4.
O investimento direto estrangeiro distingue-se de duas figuras que lhe são semelhantes:
4
Idem Cunha.Tânia
5 Conceito adotado pelo Banco de Portugal
6 Investimento direto estrangeiro
7 Conceito adotado pelo INE
Economia Internacional - Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
Sempre que um investidor decide envergar num investimento no estrangeiro, deve sempre
ter presente que uma decisão como a de se internacionalizar acarreta muitos riscos e
potenciais obstáculos que o poderão dificultar, pelo que deve ser feita com cautela8. Há
vários obstáculos que devem ser considerados em relação ao IDE, nomeadamente a língua
e a diferença cultural entre países, como aspetos mais óbvios, a mudança de fronteira ou
até mesmo a instabilidade de alguns países pode pôr em risco o negócio, ou mesmo afetar
a segurança do negócio em si9. Uma das variáveis mais importantes para que um
investimento direto estrangeiro seja feito num dado país por parte de empresas
multinacionais, é, pois, a estabilidade política desse mesmo pais, uma análise feita aos
determinantes do investimento privado em 4 países, situados na América latina
(Argentina, Chile, México e Venezula) mostra que a taxa de juros de cariz internacional
e o crescimento do PIB ao ano são as variáveis mais tidas em conta para a determinação
de um IDE por parte dessas mesma empresas. Concluindo desse estudo que, mesmo
havendo condições macroeconómicas estáveis, há elementos externos que se afiguram
como de extrema importância quando os privados ponderam investir num país estrangeiro
(Estudo realizado por Serven e Solimano - 1993; Milman - 1996)10
De acordo com o economista britânico John Harry Dunning (2002) existem 4 tipos de
motivações para a realização de IDE11:
8 Rao, D.N - Head of Economic & Investment Research at the Consulting Center for Finance & Investment, Riyahd,
Kingfom of Saudi Arabia (2007) “Analysing Risks of Foreign Direct Investment in Emerging Economies: A Case-Study
of Saudi Arabia”
9 Idem Rao, D.N
10 Amal, Mohamed e Seabra, Fernando “Determinante Do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) Na América Latina:
entre a Ásia e a África". Dissertação de Mestrado, Universidade de Lisboa. Instituto Superior de Economia e Gestão.
Economia Internacional - Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
12Artigo económico: Jonathan D. Ostry, Prakash Loungani, and Davide Furceri “Neoliberalism Oversold?” (2016).
Finance and development
13 Obstfeld. Maurice
14 Idem Amal, Mohamed e Seabra, Fernando
15 Neumayer, Eric * Spess, Laura ** (2005) “Do Bilateral Investment Treaties Increase Foreign Direct Investment to
Developing Countries?” London School of Economics and Political Science* London School of Economics -
Department of Geography and Environment**
Economia Internacional - Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
O IDE, leva a que muitos países adotem medidas para o atrair, fundamentando-as na
possibilidade de vir a adquirir os potenciais efeitos positivos que daí decorrem, que se
repercutiriam na economia nacional. O IDE aumentaria a produtividade, haveria a
transferência de tecnologia não existente, habilidades em termos de uma efetiva boa
gestão, o já falado “know how” e as redes internacionais de produção, tal como o acesso
aos mercados externos e a redução da taxa de desemprego, que teria efeitos também ao
nível social do bem-estar17.
É possível referir que de acordo com um estudo feito, desde 1980, sugiram mais de 150
episódios de surtos de entrada de capital em países estrangeiros, em que mais de 50
ocorreram em economias emergentes. Deste estudo pode-se retirar a conclusão de que,
cerca de 20% desses casos acima referidos, acabaram em crises financeiras, e que muitas
desses crises podem ser associadas a um grande declínio da produção21.
Vários economistas inclusive, como Jeremy Greenwood, chegam a afirmar que a maior
parte dos efeitos de IDE chegam a ser negativos, ou como Richard Lipsey, que conclui
que chega a haver efeitos positivos mas que não se consegue figurar uma relação
consistente entre o relacionamento do IDE e o crescimento económico22.
A China, como uma economia de maior destaque atualmente, tem sido uma economia
emergente fortemente marcada no âmbito de IDE, desde o momento em que se deu a sua
abertura para o mercado internacional. Esse fenómeno ocorreu devido a uma medida
implementada pelo Governo chinês intitulada de “Going global”23, que
consequentemente teve como objetivo da expansão das empresas nacionais para
mercados exteriores. No momento posterior ao final da guerra civil angolana, a principal
prioridade do Governo angolano era a reconstrução do país, dessa forma a China viu uma
oportunidade de criar relações, devido essencialmente ao facto de Angola concentrar
vários recursos necessários que a China necessitava para poder continuar a exportar para
vários mercados.
Desde sensivelmente do ano de 2002 que a China e Angola têm vindo cada vez mais a
criar fortes laços de cooperação económica. Esta relação acaba por se centrar
especialmente no financiamento, por parte da China, à reconstrução e reabilitação de
infraestruturas em troca de petróleo proveniente de Angola. O método de intervenção
chinês em Angola não diverge daquele que é aplicado ao longo dos países do continente
africanos com os quais a China tem relações comerciais, que se traduz na troca de
infraestruturas, necessárias à reconstrução africana, por recursos naturais, necessários
para a produção chinesa. De acordo com o ITC24, no ano de 2011 a China foi considerada
o principal destina das exportações Angolanas25, com cerca de 37,7%, em resultado do
aumento das aquisições de petróleo26.
É das relações comerciais entre a China e Angola que surge o denominado “Modo
Angola” que se traduz num mecanismo que visa o abatimento de empréstimos feitos para
o desenvolvimento de infraestruturas a partir dos recursos naturais existentes. É um
método típico utilizado por países que não conseguem conferir as garantias financeiras
necessárias para restituição dos empréstimos concebidos. Desta forma possibilita-se que
o país que investe, em troca desse investimento possa explorar os recursos naturais
existentes.
Conclusões
Apesar de se poder considerar que o investimento chinês se afigura como positivo ao
desenvolvimento do continente africano, mas o modo como este é efetuado suscita
algumas criticas, nomeadamente surge uma comparação feita ao neocolonialismo
praticado pelas potências ocidentais no período entre o século XIX e inícios do século
XX, na medida em que ao negociar a China muitas das vezes ignora as boas práticas
comerciais (provenientes de acordos de instituições internacionais) e as regras de
transparência.
Outro ponto a tocar, é o facto de no caso chinês não haver uma preocupação em relação
às questões sociais e ambientais, havendo preocupações meramente comerciais, o que
pode ser retirado a partir de um estudo feito aos trabalhadores e à população angolana de
onde se conclui27:
Talvez a questão mais pertinente que se possa colocar ao finalizar este trabalho é a
situação em que a economia angolana é caracterizada maioritariamente por depender do
setor petrolífero29, mesmo com a entrada massiva de receitas provenientes do petróleo e
os esforços realizados para a reconstrução interna, perto de 80% das receitas fiscais
publicas provêm do petróleo, que representa praticamente toda a percentagem de
exportação angolana (Jover 2012), precisamente levando a que se caracterize a economia
angolana como uma economia em desenvolvimento, na medida em que só possui
vantagens comparativas em pouquíssimos produtos, o que poderá levar a que ao haver
uma qualquer variável negativa nessas produções que se possa facilmente constituir uma
situação de crise a nível económico (como se sucedeu com o choque petrolífero). Uma
última consideração altamente importante relaciona-se com o poder económico que a
China tem vindo a conquistar e a exercer nos últimos anos, nesse sentido Angola poderá
ter aqui presente uma relação de alta dependência face a outro país, que nunca se afigura
como um ponto positivo.
28Gráfico 2 em anexo
29Carmo, Catarina Maria Raminhos do. 2013. "Modo Angola : o impacto da Intervenção da China no
desenvolvimento socioeconómico de Angola". Dissertação de Mestrado. Universidade de Lisboa. Instituto Superior
de Economia e Gestão.
Economia Internacional - Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
BIBLIOGRAFIA
“Amal, Mohamed e Seabra, Fernando “Determinante Do Investimento Directo
Estrangeiro (IDE) Na América Latina: Uma Perspetiva Institucional” Departamento de
Economia da Universidade Regional de Blumenau; Departamento de Economia
Universidade Federal de Santa Catarina
(http://www.anpec.org.br/encontro2005/artigos/A05A076.pdf)
Carmo, Catarina Maria Raminhos do. (2013). "Modo Angola : o impacto da Intervenção
da China no desenvolvimento socioeconómico de Angola". Dissertação de Mestrado.
Universidade de Lisboa. Instituto Superior de Economia e Gestão.
(https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/6198/1/DM-CARC-2013.pdf)
Rao, D.N - Head of Economic & Investment Research at the Consulting Center for
Finance & Investment, Riyahd, Kingfom of Saudi Arabia (2007) “Analysing Risks of
Foreign Direct Investment in Emerging Economies: A Case-Study of Saudi Arabia”
(https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=955264)
Magnus Blomstrom* Ari Kokko** (1996) “How Foreign Investment Affects Host
Countries” Stockholm School of Economics - Department of Economics; National
Economia Internacional - Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
Bureau of Economic Research, at New York; Centre for Economic Policy Research*;
Stockholm School of Economics; National Bureau of Economic Research**
(https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=620572)
Neumayer, Eric * Spess, Laura ** (2005) “Do Bilateral Investment Treaties Increase
Foreign Direct Investment to Developing Countries?” London School of Economics and
Political Science* London School of Economics - Department of Geography and
Environment** (https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=616242)
ANEXOS
30
Carmo, Catarina Maria Raminhos do. 2013. "Modo Angola : o impacto da Intervenção da China no desenvolvimento
socioeconómico de Angola". Dissertação de Mestrado. Universidade de Lisboa. Instituto Superior de Economia e
Gestão.
31 “Mitos e percepções sobre as empresas chinesas entre trabalhadores angolanos” (Volume I nº15. 2011) Centro de