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Dominar a oratória é importante não apenas para falar a grandes plateias, mas para ascender na
carreira, aumentar a autoestima e criar amor próprio. A boa comunicação é um pré-requisito no
mercado de trabalho. Todo profissional que deseja ter sucesso na carreira sabe que precisa estar
em contínuo desenvolvimento, tanto nas habilidades pessoais como profissionais para cada vez
mais se destacar em sua carreira. Um profissional que domina a oratória tem um valioso recurso
de persuasão, bem como transmite credibilidade e consegue influenciar pessoas.
Ser um bom comunicador – e demonstrar isso na rotina profissional – envolve uma série
de habilidades, entre elas:
– Organizar o raciocínio
A capacidade de estruturar as próprias ideias e, assim, conseguir expressá-las de uma forma
compreensível aos demais é imprescindível. Mas, além de conseguir falar com clareza, a
organização do raciocínio deve permitir que o que se fala seja interessante, já que um dos
principais desafios é ganhar e reter a atenção dos demais.
Inversão ou até mesmo omissão de alguns fonemas. Exemplo: falar a palavra BRASA
como BASA ou BRRRASA (intensificando o som do R ou excluindo-o da fala);
Troca de letras, como o R pelo L. Exemplo: PLOBLEMA ao invés de Problema.
Não pronunciar os S nos casos de palavras no plural. Exemplo: Os menino, As montanha...
Acréscimo de vogais. Exemplo: Nóis (nós), Luiz (Luz), entre outros.
É preciso destacar que, em muitíssimos casos, os desvios de dicção – tais como os que citamos
acima – não acontecem devido a problemas físicos, mas, sim, por vícios de linguagem, próprios
da linguagem oral. Nesses contextos, ter uma boa dicção é muito importante, por vários motivos.
Os principais são:
Alguns meios, ainda, ajudam nessa batalha contra as palavras erradas. O primeiro deles é,
justamente, relaxar sua voz. Seu discurso precisa ser claro, bem articulado e relaxado, precisa
fazer os espectadores entrarem no mesmo ritmo. Quanto mais clareza na sua voz, mais fácil das
palavras saírem perfeitamente. Na maioria das vezes, esse relaxamento precisa ser feito de
modo prático mesmo. Tanto não falar muito antes da apresentação, como também exercícios
como aquele do “hummm” com a boca fechada e o polegar e indicador apoiados sobre o nariz.
Outra dica que pode ajudar muito na hora de pronunciar as palavras com clareza é treinar alguns
exageros de seus movimentos faciais. Na maioria do tempo, os movimentos de músculos são
automáticos, o que pode comprometer sua dicção, já que eles “pegam atalhos” na hora de
terminar palavras e enfatizar frases. Por isso, exercite esses movimentos e tonifique seus
músculos. Com pouco mais de meia hora por dia realizando leituras de modo a exagerar esses
movimentos faciais os resultados já são claros na sua próxima apresentação.
ÊNFASE, ENTONAÇÃO E PAUSA:
A comunicação oral, por sua vez, compreende o conteúdo que você transmite através da fala.
Contudo, se a sua intenção é gerar um conteúdo rico e que cative a atenção de quem está
ouvindo é necessário utilizar mais do que apenas palavras. Até porque uma pessoa pode ter um
nível intelectual muito bem desenvolvido, mas se ela não sabe como se expressar, a
comunicação verbal pode atrapalhar o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Então, que tal
aprender quais são os elementos da comunicação verbal oral que podem lhe ajudar a se
expressar melhor?
Segundo os estudiosos deste tipo de linguagem, para que uma pessoa fale bem em público é
necessário que a mesma utilize a entonação correta, ritmo, dicção e ênfase.
Entonação
A entonação é como a melodia de uma música. Provavelmente você já percebeu como duas
palavras podem ganhar sentidos diferentes dentro de uma canção se a mesma for romântica ou
agitada. A fala também funciona dessa forma, pois a maneira que você lê ou fala uma palavra é o
que diferencia o significado dela. Logo, é importante que você passe emoção, honestidade e
sinceridade na sua fala, mas sem exageros ou monotonia. O ideal é que você encaixe o seu tom
de voz na situação em que se encontra. Se você precisa repreender alguém é necessário fazer
isso com mais seriedade, sem brincadeiras. Mas se vai apresentar um trabalho é aconselhável
que você faça isso de uma forma agradável, a fim de mostrar para as pessoas o quão
interessante é o assunto em questão.
Adequar o volume de sua voz ao seu público é fator essencial para obter a atenção necessária.
Na prática, o volume da voz também traz algumas mensagens implícitas e deve ser ajustado de
acordo com a quantidade de ouvintes. Falar muito rapidamente, em tom de voz baixo, quase
inaudível, dará ao seu público a impressão de que lhe falta segurança e conhecimento do
assunto. Por outro lado, falar alto demais, além de incomodar a audiência, desviará a atenção do
assunto e o fará “perder” a plateia rapidamente. Assim, usar o volume correto da voz, além de
demonstrar tranquilidade e segurança, facilitará a compreensão da mensagem por parte do
público. Isso porque você transmitirá uma imagem profissional, mantendo a atenção da audiência
naquilo que realmente interessa.
Ritmo
Bateu aquele nervosismo na hora de se apresentar e você começou a falar tudo muito rápido
para terminar a apresentação. O medo de esquecer algum item e “tropeçar“ nas palavras fez com
que você falasse demasiadamente devagar. Se identificou com algum dos exemplos citados
acima? Se sim, isso não é um bom sinal. A fala muito acelerada faz com que você perca a voz e
a pessoa que está te ouvindo fique cansada. Já a fala excessivamente pausada não prende o
interesse do público, causando desinteresse no público ouvinte. Para melhorar a sua
apresentação é necessário que as palavras ganhem um ritmo mais constante, logo é fundamental
que você saiba o momento correto de utilizar a pausa. A pausa é responsável por te ajudar a
manter o ritmo, melhorar a sua dicção, aumentar a compreensão do público e proporcionar mais
lógica e elegância ao seu discurso. Portanto, faça pausas curtas, sem dar tempo para o outro
desviar o olhar. Lembre-se que você deve articular a sua voz e chamar atenção das outras
pessoas para a sua fala.
Dicção
A dicção é um dos elementos mais importantes na comunicação verbal, visto que é a parte da
sua linguagem responsável por articular as palavras de forma clara e compreensiva. Muitas vezes
a falta de desenvoltura com as palavras é um problema que as pessoas carregam desde a
infância, há muitos adultos que costumam trocar a letra r pela l ou falar para dentro. Nesses
casos, esse tipo de erro pode ser tratado, de uma forma muito eficiente, com os profissionais de
fonoaudiologia. Saber articular as palavras pode mudar até mesmo o jeito com que as pessoas te
tratam, pois quando você fala de uma maneira clara as pessoas têm mais interesse em prestar
atenção em você. Então, se você quer potencializar a sua comunicação, que tal fazer um
exercício de dicção? É algo bem simples, basta que você coloque uma caneta na boca e repita 5
vezes a frase abaixo: “Comprei poucas capas pretas plásticas perto da praça Petrópolis.” Viu
como que a caneta faz com que você comece a articular melhor suas palavras? Agora procure
fazer o mesmo exercício sem a caneta na boca e veja como a sua dicção pode melhorar.
A pronúncia também é fundamental. Boa dicção, excelente pronúncia das consoantes e uma fala
pausada complementarão sua postura profissional e facilitarão o entendimento do conteúdo
exposto. Você poderá melhorar sua dicção com exercícios relativamente fáceis, como ler em voz
alta, gravar e depois ouvir a sua performance. Existem ainda exercícios que visam fortalecer a
musculatura dos lábios e da língua, permitindo que você tenha maior domínio sobre eles,
movendo-os da maneira correta para projetar a voz. Outra dica é evitar frases muito longas e
fazer uma pausa ao final de cada uma delas.
Ênfase
A ênfase faz toda a diferença no seu discurso. Junto com a entonação, esse elemento faz com
que o público entenda melhor a sua intenção com uma determinada mensagem. Se você quer
ressaltar pontos positivos ou negativos de uma determinada situação utilize a ênfase, dessa
maneira as pessoas terão maior facilidade de absorver o que foi proposto.
Alguns conceitos são muito importantes quando falamos na produção vocal, sendo eles:
• A respiração é um fator fundamental para a fala. A produção do som ocorre com a saída do ar
dos pulmões através da laringe. Ali ficam as pregas vocais que vibram produzindo o som da fala.
• Após a saída do ar através das laringe nós articulamos os fonemas para produzir a fala. Isto
ocorre através da movimentação da língua, lábios, véu palatino (a parte mole do céu da boca) e
mandíbula, chamados de órgãos articulatórios.
• A inspiração (entrada do ar) seguida da expiração (saída do ar) com a movimentação dos
órgãos articulatórios produz a fala.
Altura da voz
O volume da voz frequentemente torna-se baixo por que o indivíduo não respira fundo o
suficiente, não toma ar suficiente quando fala, ou não força a saída do ar com a fala. Antes de
darmos início aos exercícios para aumentar o volume da voz propriamente dito, vamos procurar
entender como é a respiração correta. Precisamos ocupar toda a nossa capacidade pulmonar
para termos ar suficiente para uma fala sem desconforto. Utilizar toda a capacidade pulmonar
significa utilizar os músculos responsáveis pela respiração adequadamente. Para tanto pratique o
seguinte exercício, que deve ser feito num lugar confortável e silencioso: coloque um livro sob o
seu diafragma na área do estômago; respire profundamente de maneira que o livro levante com a
inspiração e abaixe com a expiração; repita o mesmo movimento, sentado com as mãos no lugar
do livro; cada vez que for respirar para falar procure inspirar utilizando esta técnica.
A fala de muitas pessoas é difícil de entender, pois os sons não são claros ou precisos. Isto pode
ser devido a pessoa fazer movimentos lentos e imprecisos ou descoordenados dos lábios ou da
língua. Tente os seguintes exercícios para melhorar a clareza de sons na fala:
• Diga frases curtas enquanto faz um ritmo uniforme com seus dedos sobre a mesa, na cadeira ou
em sua perna.
• Diga uma sílaba ou uma parte de uma palavra para cada batida.
• Diga frases curtas em tempo com marcação.
• Diga uma palavra ou sílaba por batida.
• Desenhe uma fila de pontos coloridos numa folha de papel.
• Diga uma palavra ou sílaba enquanto você toca cada ponto em um ritmo lento e uniforme.
Qualidade de voz
Algumas vezes as pessoas podem ter uma qualidade de voz rouca, abafada ou áspera. Isto é
devido às pregas vocais na garganta não se encontrem firmemente em um ritmo regular quando a
voz é produzida. Tente estas sugestões para melhorar a qualidade de voz:
• Tente produzir um ´staccato´ou som agudo de sua voz quando fala.
• Mantenha altura de voz em nível alto soltando ar do diafragma.
• Pratique os treinos enquanto faz o empuxo. Pare quando diz cada palavra ou frase.
• Proteja sua voz evitando tosse excessiva, limpeza de garganta ou gritos.
• Proteja sua voz mantendo o ar de sua casa úmido. Use umidificador, se necessário.
Variação de Entonação
A fala de muitas pessoas frequentemente têm pouca melodia ou variação de entonação. Fala
monótona, ou quase constantemente na mesma nota, carece de vivacidade e brilho. Isto pode ser
chato para se escutar e algumas vezes difícil de entender. Tente colocar alterações na sua fala.
Pense sobre a melodia de seu discurso enquanto você fala. Lembre destes princípios de inflexão
de voz:
• Quando for fazer uma declaração, comece a sentença em um tom ligeiramente mais alto para
que você possa trazer sua entonação para baixo no final da frase.
• Para fazer uma pergunta que pode ser respondida por ´sim´ ou ´não´, faça no oposto. Comece
mais baixo e erga o tom no final.
• Para fazer uma pergunta que necessita mais do ´sim´ ou ´não´, abaixe seu tom no final da
pergunta. Enfatize palavras importantes trazendo o tom para cima quando pronunciá-las.
• Quando você ler material prático de fala, desenhe flechas para lembrar a mudança de tom.
Desenhe (flecha para cima) para mudar o tom para cima, e (flecha para baixo) para baixar o tom.
• Pratique mudanças de tom quando cantar. Exagere seu alcance de tom.
TÉCNICAS DE ORATÓRIA:
Oratória é, nada mais, nada menos, do que a arte de falar bem em público, aplicando técnicas
que potencializam a forma com que a informação é transmitida. Em termos práticos, o que
queremos dizer a você é que muitas vezes uma boa oratória não é apenas transmitir uma
mensagem, mas torná-la algo original, memorável e emocionante para o público. Para tal
desenvolvimento, é preciso que você tanto conheça as técnicas de oratória, como também esteja
preparado para colocá-las em prática.
Isso porque muitas pessoas já têm percebido que para manter e ascender em uma posição
profissional e pessoal de destaque no mundo de hoje, a oratória passou a ser um passo
fundamental (e cada vez mais exigido) para o alcance desse sucesso. Afinal, o medo de falar em
público já atrapalhou e continua prejudicando muita gente que, apesar de ter uma evidente
capacidade técnica, custa em defender e apresentar as suas ideias, têm dificuldades em se
posicionar em reuniões e driblar o nervosismo em uma entrevista de emprego. Ou seja, a falta da
oratória é percebida justamente em ocasiões únicas que você tem de se mostrar ao público um
profissional de excelência.
Vários estudiosos da comunicação dizem que a oratório nasceu muito tempo atrás, lá pelo século
V a.C., e o curioso é que pouco dela mudou desde lá. Naquela época, na Sicília, ela surgiu para
ajudar os advogados da época a conseguirem se preparar melhor para seus trabalhos. Na época,
suas principais funções eram reaver propriedades e bens de quem os tenha contratado. Essas
pessoas eram retiradas deles por tiranos e déspotas, o que fazia com o que o trabalho de
convencimento fosse bem complicado. E isso resume bem a oratória, esse poder de tentar
convencer o interlocutor. De ter argumentos e caminhos para qualquer possibilidade. Mas tudo
isso conseguindo ser melhorado diante de prática e estudo. De acordo com essa oratória, ela se
formava por uma estrutura:
Quase 3.000 anos passaram e pouca coisa mudou. Ainda precisamos de todo o poder da
oratória. Apenas adaptamos as técnicas para a realidade atual. Quando você consegue estar à
vontade em todos esses detalhes da oratório tudo fica muito mais simples na hora de se
apresentar em público. Principalmente, já que um discurso ou palestra não é muito mais que um
modo de convencer seu público de algo, por mais que isso seja entregue embalado em um
pacote de presente. É preciso passar um conteúdo, mas também é preciso fazer com que quem
esteja na plateia tenha a vontade de seguir à risca aquilo que você está falando ou leve para casa
tudo aquilo que você está falando.
1 – O poder da síntese
Se ancore na máxima de que “menos é mais” sempre. Não escreva discursos enormes e cheios
de detalhes e reviravoltas, opte sempre por passar suas informações de modo claro e objetivo,
ainda que seja muito mais rápido. Tamanho não importa, o que importa é que o público entenda
aquilo perfeitamente.
4 – Emocione
E falando em entrar na vida do público, procure histórias emocionantes para contar para seu
público. Crie uma conexão com seu público. Seja por meio de uma situação vexatória que você
passou ou uma tristeza e frustração que te marcou. E se você não passou por nada disso, crie
narrativas e se encaixe nelas, o que o público quer é a experiência daquilo, a oportunidade de se
ligar a você por meio disso.
7 – Responda
Nunca fuja de uma pergunta no meio de sua apresentação. Se tem alguém perguntando é porque
tem alguém prestando atenção, então se ligar a seu público nesses momentos é imprescindível, é
uma oportunidade sem igual.
8 – Repita a pergunta
E quando for surpreendido por uma pergunta, antes que qualquer coisa, repita-a. Tanto para
todos na plateia escutarem, quanto para te dar tempo de pensar em uma resposta.
9 – Plano B
Sempre tenha planos alternativos. Seja para o Powerpoint, para algum vídeo, internet e até
eletricidade. Esteja preparado para tudo que possa dar errado. Se precisar dar a palestra à luz de
velas, você é obrigado a conseguir e ainda fazer aquilo ser inesquecível.
10 – Conquiste a atenção
Hoje em dia é impossível fazer com que todos se desconectem ou desliguem os celulares, então,
você precisa se mostrar mais interessante que qualquer distração. E não se preocupe seguindo
todas essas dicas. Ninguém irá nem olhar para o celular enquanto você estiver falando.
POSTURA CORPORAL:
Corpo, este instrumento riquíssimo, que é preciso tê-lo mais, dar-se um tempo, associá-lo com a
mente, com o cotidiano com este presente vívido e interino. As experiências desde o acordar de
manhã até o dormir no fim do dia são múltiplas e únicas, fazemos muito e este muito repleto das
minúcias que só você faz; gestos e maneiras somente seus, executados de maneira mecânica na
maioria das vezes, pois já é costume, já não se pensa mais em como fazê-lo e sim qual o tempo
gasto para se vestir, tomar café, ministrar aquela reunião ou até mesmo responder aqueles e-
mails. Qual a consciência e percepção sobre este executar de movimentos em seu dia?
Compreende suas expressões diante de uma apresentação de negócios? A mensagem foi
passada com confiança para o cliente? E a postura durante a reunião foi condizente à proposta?
Como está sua personalidade? E sua identidade?
Esta não deve ser vista como algo estável e imutável, como se fosse uma armadura para a
personalidade, mas como algo em constante movimento. Pela identidade nos apresentamos ao
mundo. E, é na personalidade que estão todas as nossas qualidades e essas qualidades são
expressas ao mundo através de nossa identidade. Hoje vivemos distantes do agora e, o sucesso
está nos bons relacionamentos imediatos. O contato em negociações, no trato com a equipe,
para estabelecer a relação com todas estas pessoas, se deve ter uma boa linguagem. E a
linguagem não é apenas a fala. A sua postura e os movimentos do corpo são igualmente
importantes. Linguagem corporal é uma forma de comunicação não-verbal, quando o indivíduo é
capaz de se expressar utilizando o seu corpo, através de expressões faciais, posturas corporais,
distâncias físicas e gestos que são de caráter inconsciente ao comunicador.
A linguagem corporal surgiu antes da linguagem verbal, e ainda hoje representa uma das mais
importantes formas de comunicação do ser humano. Especialistas afirmam que aproximadamente
93% de toda a comunicação humana são não verbais. 55% da comunicação são feitas sem a
utilização de palavras, ou seja, estão relacionadas com posturas, expressões faciais e gestos. A
sonoridade e vocalização (tom de voz, ritmo e velocidade de fala) também são importantes e
correspondem a 38% das mensagens transmitidas. A nossa postura não só pode mudar a opinião
dos outros sobre nós, mas também influencia a visão que temos de nós mesmos. Posturas
podem ter impacto positivo ou negativo na nossa auto-estima. Existem vários especialistas que se
dedicam ao estudo da linguagem corporal, e podem identificar os verdadeiros sentimentos de
uma pessoa, que muitas vezes não coincidem com o que a pessoa fala.
As ideias e o argumento da apresentação ficam mais claros quando conectados. Uma boa
preparação está totalmente ligada ao domínio do conteúdo. Faça um brainstorming, ou seja,
coloque todas as informações no papel. Em seguida, organize-as por núcleos, de maneira a
conectar todos esses blocos.
No ensaio, você pode contar com uma plateia especial. É fundamental treinar a apresentação
várias vezes em voz alta. Isso vai acertando a fala e dá uma certa tranquilidade ao orador. Avalie
como pretende abrir e encerrar o discurso.
4 – Varie o ritmo ao falar- Fale com clareza, articulando bem as palavras. Não as acelere ou as
atropele – isso pode atrapalhar totalmente o entendimento do conteúdo. Mas, atenção: para não
manter um ritmo lento e monótono, porque dispersa os espectadores, o principal é ter energia,
vigor e colorido vocal na hora da apresentação. Fala é música. É preciso usar diferentes ritmos,
alturas, harmonias. Seja natural.
Libere as mãos para dar ênfase à fala. Use as mãos com adequação ao conteúdo falado. E não
de maneira repetitiva. Evite os gestos nervosos e não esconda as mãos nos bolsos ou fique de
braços cruzados.
Dirija o olhar para o público todo, ainda que não esteja vendo ninguém, e sim uma grande massa.
Olhar para um ponto ou uma pessoa só dá a impressão de exclusão do restante dos
participantes. Também não olhe para o teto ou para o chão: o olhar desviante demonstra
insegurança.
Para manter a plateia atenta, priorize sua explicação espontânea em vez da leitura. Tente ao
máximo não ler o que você preparou. Tenha em mãos apenas um esquema, um roteiro com
palavras-chave para guiar sua apresentação. O uso da leitura cabe apenas quando se pretende
citar alguma frase importante ou relatar datas ou informações estatísticas. Mantenha-se
concentrado. E tenha fé e segurança de que tudo vai dar certo.
Se for usar microfone, mantenha a boca sempre na direção dele, como se fosse uma extensão da
boca. Muitas pessoas gesticulam com o microfone na mão, e o som fica quebrado.
Textão no slide? Prefira tópicos concisos, números, citações. Quanto ao recurso do datashow,
muitos utilizam-no de maneira equivocada. Escrevem um texto enorme e, no momento da
apresentação, leem o que está escrito. Isso é um desperdício de tempo e de recurso, além de
subestimar o público que lê o mesmo que o orador. Sem contar que, ao ler, o falante coloca-se de
costas para o seu público, cortando o contato visual, necessário para uma boa persuasão. A
apresentação que utiliza o datashow deve conter apenas tópicos básicos, citações e imagens
ilustrativas.
10 – Não é só isso
Nunca encerre a fala com as expressões ‘É isso!’ e ‘É só!’. São pobres e redutoras. Dá a
impressão de que o conteúdo apresentado foi ‘pouco’ ou ‘insuficiente’. Encerre com uma síntese
geral, uma frase de efeito ou mesmo um questionamento que leve os ouvintes a refletirem. E
cuidado com piadas – elas podem derrubar seu discurso.
Os gestos e expressões faciais não são os únicos a desembocar significados durante uma
apresentação. A maneira como você dispõe os outros membros do seu corpo também fala – e
muito. Braços cruzados, mão na cintura ou nos bolsos, pernas muito abertas e por aí vai.
Posturas assim passam mensagens subliminares para a audiência na direção de desleixo, falta
de disciplina, organização ou profissionalismo.
12 - Busque a neutralidade
A melhor estratégia para evitar isso é apostar em posturas e gestos neutros. O que você busca
em termos gestuais deve sempre visar à neutralidade e à complementaridade. Ou seja, a maneira
como você usa as mãos ou desloca o seu corpo não pode interferir na história que está contando
– antes, deve reforçá-la. Manter as mãos ao lado do corpo, por exemplo, cumpre essa função.
Fazer gestos abertos, por sua vez, mostra ausência de proteção e confiança. A conexão com a
audiência é mais forte se seu gesto é natural.
POSICIONAMENTO DE PALCO:
Falar em público pode causar um frio na barriga em muitos profissionais. Os que ainda não se
sentem à vontade nesse ambiente. Afinal, como trabalhar o seu posicionamento de palco? Assim,
eles se justificam dizendo coisas como: “Eu não sou um orador nato”, ou “Eu não nasci para o
palco”. Mas será mesmo que alguns foram escolhidos para o palco? E nasceram com habilidades
como carisma definidas para essa função? Sabemos que se adaptar a um lugar, posição ou
função é questão de tempo e dedicação. Assim sendo, quanto mais tempo permanecemos
tentando, mais capaz de sobreviver e prosperar seremos. E mais entenderemos esse habitat.
Há estudos que esquimós percebem mais de 11 tonalidades de branco. Assim como índios
tropicais enxergam mais de 40 tonalidades de verde. Isso porque esquimós se adaptaram a viver
no branco do gelo e os índios a entender os diferentes verdes da floresta. No ambiente das
apresentações profissionais também é assim. O que vale é a experiência. E a única maneira de
adquiri-la é dando a cara a tapa. Só assim você vai entender o posicionamento de palco.
Tentando, errando, acertando e o mais importante: aprendendo para se desenvolver. Você tem
que colocar-se em situações que te proporcionam a experiência que deseja.
E para se desenvolver nesse campo de apresentações (assim como em outros) é importante ser
persistente. Quando se decide onde quer chegar, as limitações naturais se tornam irrelevantes.
Assim, se você quiser fazer grandes apresentações, você tem que se colocar em posição de
apresentar-se com frequência. Tem que se inserir nesse novo habitat e aprender com ele. E se
ver dentro dele, se entender nesse novo lugar. O colunista do The New Yorker e autor do livro
Outliers: The Story of Success, Malcolm Gladwell, estima que verdadeiros mestres em qualquer
área tendem a ter realizado sua habilidade profissional mais de 10.000 vezes. Ronaldo pode ter
seus dons naturais. E mesmo engordando não perde suas habilidades no futebol. Mas é muito
mais comum vermos histórias de pessoas que se tornaram extraordinárias no que fazem por meio
da prática e da repetição.
Portanto, pratique as suas apresentações. Pratique o seu posicionamento de palco. Saiba que
dificilmente alguém nasceu para o palco. Concluindo, a maioria que dá show na hora de
apresentar e encanta o público, está na luta do habitat das apresentações há muito tempo. Já
ganhou, já perdeu, mas o mais importante: aprendeu ou está aprendendo a sobreviver nele, até o
dia que poderá chamá-lo do seu habitat natural.
APRESENTAÇÃO PESSOAL
Cuidados para vestir-se na apresentação
Aquela expressão “a primeira impressão é a que fica” está para lá de ultrapassada. Ainda mais no
que diz respeito a estilos e modos de se vestir! Foi-se o tempo em que a aparência definia o
caráter, a seriedade e a competência de uma pessoa, principalmente no âmbito profissional. Vai
dar um curso, uma palestra ou mesmo passar por alguma entrevista de emprego? Veja, a seguir,
dicas para equalizar o seu estilo pessoal, o lugar em que irá ministrar o curso e, principalmente,
para estar de acordo com o público que irá te ver — tudo isso sem abrir mão do seu conforto e da
sua personalidade!
Geralmente, a primeira coisa em que pensamos ao escolher uma roupa é em qual o lugar e em
qual é a ocasião do evento em que iremos. Essa pergunta inicial é válida para todas as situações,
mas é ainda mais importante para quando estamos falando de um evento profissional e, ainda
mais, de um evento que será ministrado por você! Portanto, aproveite a vantagem de ser o
criador, a atração principal e de dominar, mais do que ninguém, o tema que será abordado para,
a partir disso, escolher o look do dia. Por exemplo, se o assunto que você vai tratar e a maneira
que irá abordá-lo é mais coloquial, uma roupa mais informal estará super condizente com a
situação e com quem irá fazer parte dela. Assim, se nessa apresentação você for com uma
vestimenta muito formal, estará destoando do que é esperado nesse contexto, da mesma
maneira que não caberia uma roupa despojada em um lugar e com um público extremamente
formal.
Não se esqueça de que você será o centro das atenções e que, portanto, deverá estar à vontade
com o que estará vestindo. Não adianta estar super bem vestido ou de acordo com o contexto se
não se sente confortável e, principalmente, se não se sente você mesmo nessa roupa. Procure
por algo que te permita movimentar, andar com facilidade e gesticular, sem que isso seja
sinônimo de inconvenientes. Por exemplo, evite calças, saias ou blusas muito justas, pois assim,
além de não se sentir confortável, você ainda corre o risco da sua “barriguinha saliente” chamar
mais a atenção dos seus ouvintes do que o conteúdo que estará transmitindo.
Portanto, não use uma roupa somente porque ela aparenta ser mais chique ou mais adequada.
Faça do conforto o seu aliado, certificando-se de se mostrar limpo e arrumado pois, caso
contrário, pode passar uma impressão de desleixo e de não-profissionalismo, bem como de falta
de respeito para com os seus ouvintes. Uma boa solução para dar um upgrade na vestimenta é o
uso de acessórios. Você pode estar com uma roupa básica e, com um toque a mais, deixá-la
elegante. Mas cuidado! Evite acessórios barulhentos que possam distrair o público a cada
movimento seu.
Na verdade, antes de começar a sua fala, livre-se de qualquer acessório que possa distrair, tanto
você quanto aqueles que estão lhe vendo e lhe ouvindo, como crachás, celulares e chapéus. O
foco tem de estar em você e em seu conteúdo, não em superficialidades. Também, lembre-se de
que você estará usando um microfone. Portanto, ao eleger uma roupa, pense onde poderá fixá-lo
e evite colocar qualquer acessório próximo desse lugar, evitando interferências e mau
funcionamento do aparelho.
Por fim, o objetivo deste texto não é reforçar que a vestimenta não importa, mas sim que o
palestrante deve se encontrar naquilo que veste, bem como o seu público. Não existe uma receita
e, muito menos, uma fórmula científica para escolher a roupa adequada. Mas, com certeza,
pensando no seu conforto e no contexto em que estará, você saberá escolher muito bem o que
usar. Além disso, no final das contas, o que vale é o conteúdo que está sendo transmitido e como
você irá conquistar a empatia, o respeito e o reconhecimento das pessoas pelo o que faz!
A capacidade de construir a sua apresentação pessoal impactante pode ser desenvolvida. Por
isso, existem dicas que podem ser seguidas para melhorar a apresentação pessoal:
Após os primeiros processos seletivos, é comum construir um roteiro padrão para se apresentar.
Então, cuidado para não cair no discurso automático! É comum que os candidatos façam uma
reprodução automatizada do currículo, citando idade, curso, formação e as experiências
profissionais. Porém, o que se espera do candidato é que ele vá além do senso comum e
apresente ao recrutador os “frutos” de suas vivências. Permita-se criar narrativas diferentes e
autênticas baseadas no real valor da sua história. A dica é criar um storytelling, que fuja dos
clichês e seja capaz de “vender o seu peixe”.
Quais vivências te dão mais orgulho? O que essa experiência diz a seu respeito? Por que você
escolheu o seu curso ou faculdade? Um exercício de sucesso é criar um mapa pessoal, que
relacione:
Considere que se a sua apresentação pessoal for uma “receita de bolo”, esse mapa vai te ajudar
a enxergar quais e quanto de cada ingrediente você deverá colocar!
O tempo limitado não é um desafio sem propósito, mas sim uma forma de avaliar a objetividade
do candidato e como você lida com a gestão do tempo! Portanto, tenha em mente qual o foco que
você deseja transmitir!
4. Formato da apresentação pessoal
Enquanto algumas empresas dão liberdade para que o candidato construa a sua apresentação
pessoal, outras pedem uma tarefa específica, como por exemplo, se apresentar a partir de um
produto ou serviço. Esse último desafio pressupõe o conhecimento sobre a empresa e seus
produtos. Existem alguns sites, como o Prezi e Powtoon, que te ajudam a criar apresentações
criativas. Se ficar puxado aprender sobre essas ferramentas, volte ao básico. O norte-americano
utiliza uma expressão comum para isso chamada “go back to basics”! Utilize o Powerpoint para
criar slides. Aqui a dica principal é layout clean ou design alinhado com a cara da empresa,
informações claras e objetivas, alinhado ao que você irá falar.
Se a prática leva à perfeição, um caminho para treinar e melhorar a sua apresentação pessoal é
seguir exemplos e dicas de quem entende do assunto.
Isso pode até parecer bobagem, mas é imprescindível saber o local onde você irá realizar sua
apresentação. Muitas vezes, o tipo de palestra que você pretende realizar não será favorecido
pelo local escolhido. Por exemplo, se é um auditório muito grande e verticalizado, provavelmente
será difícil interagir com o público. Por outro lado, se o lugar é muito intimista e com poucos
assentos, talvez sua palestra não precise ser tão formal e tradicional. Na verdade, esses detalhes
também são importantes para você verificar se há a possibilidade de utilizar recursos
audiovisuais, calcular o número de ouvintes, entre outros detalhes que fazem toda a diferença no
dia da apresentação. Não deixe para verificar esses aspectos na última hora, pois eles podem
mudar os rumos de sua preparação.
Por falar em público, é essencial ter em mente o perfil de seus ouvintes. Essa informação vai
muito além de calcular o público estimado. Você precisa verificar quem será o público-alvo em
termos de gênero, idade, interesses, preferências, nível de instrução, etc. Todas essas diferentes
características de um público podem dizer muito sobre o tom de linguagem que você irá adotar,
os tópicos abordados, o nível técnico da apresentação, entre outros aspectos. Procure saber
essa informação com antecedência, para já elaborar uma apresentação adequada para o público
esperado.
3. Atenção à linguagem
A partir do momento em que você tem a definição de um público esperado, fica mais fácil se
atentar à linguagem ideal para esses ouvintes. Por exemplo, é muito diferente dar uma palestra
motivacional sobre empreendedorismo para um grupo de jovens e para um grupo de empresários
seniores. Cada um desses públicos exige não apenas tons de linguagem diferentes, como
também diferentes formas de abordagem. Com um grupo de jovens, por exemplo, utilizar um
meme pode render interesse, engajamento e maior impacto, enquanto essa estratégia pode
simplesmente não funcionar com um grupo mais formal de outra geração.
Se você estiver pensando em utilizar recursos visuais em sua apresentação (slides), atente-se
para o fato de que uma palestra não é uma aula. Dificilmente as pessoas vão prestar atenção
naquilo que você quer dizer se são encorajadas a decifrar slides cheios de textos, detalhes e
informações. Tudo bem inserir gráficos, informações pontuais e outros tipos de tópicos, mas é
preciso focar nas imagens. Muitas vezes, elas são mais efetivas para conduzir sua fala e
estimular o público a prestar atenção no que realmente importa: o conteúdo apresentado.
Aproveite também para escolher fontes mais sofisticadas e fugir do lugar comum!
Ao optar por recursos visuais, é uma boa regra deixar que as imagens guiem sua palestra. Na
prática, o que isso significa? Basicamente, que elas serão seu roteiro. É como se você tivesse um
guia de fala durante toda a apresentação, mas focado em fotos, gráficos e outras imagens, e não
em textos, tópicos e mensagens. Assim, sua apresentação fica mais literal, dinâmica e
interessante para o público. Vale a pena experimentar essa estratégia!
Quais são suas metas? Que objetivos você pretende atingir por meio dessa palestra? É
necessário ter as respostas para essas perguntas, já que ela define o conteúdo de cada palestra.
Você pode abordar um mesmo tema por meio de perspectivas diferentes, a depender do objetivo
traçado inicialmente. Por exemplo, se seu objetivo é sensibilizar o público acerca de um
problema, ou tema que acaba de surgir, não é necessário fazer uma abordagem tão profunda.
Por outro lado, se sua audiência consiste de especialistas sobre o tema, é importante que você
traga informações novas, específicas e aprofundadas.
Quando estamos fazendo uma apresentação, por mais que a gente já esteja familiarizado com o
tema, acabamos ficando ainda um pouco nervosos. Isso pode se traduzir de diversas formas.
Algumas pessoas gaguejam, mexem no cabelo, têm “brancos”, etc. Outra forma comum de
nervosismo é a insistência em uma palavras-chave só. Você esquece seus sinônimos e repete a
mesma palavra diversas vezes, o que passa uma imagem de amadorismo e falta de preparo.
Para evitar que isso aconteça com você, vale a pena treinar alguns sinônimos dessas palavras-
chave. Faça uma lista de palavras relacionadas com o tema da apresentação, que podem ser
estrategicamente substituídas para que você demonstra ter domínio de vocabulário. Aliás, essa
dica vale também para textos, projetos e outros tipos de conteúdo.
8. Ensaie antes
De nada adianta você dominar o tema da palestra se, na hora de apresentá-lo, esquece a ordem
dos argumentos e dos pontos a serem apresentados. Principalmente para quem fica nervoso ao
apresentar em público, é preciso treinar bastante a ordem de sua fala, suas explicações,
exemplos que não podem ser esquecidos, etc. Se possível, conte com a ajuda de algum colega
de trabalho ou amigo para avaliar sua apresentação e fazer críticas construtivas. Nesses
momentos, eles poderão avaliar se o conteúdo está bem explicado, se você abordou todos os
temas necessários e se há fluidez entre uma fala e outra.
Se possível, conte com a ajuda de materiais auxiliares para sua apresentação. Por exemplo, se
você vai apresentar diversos gráficos, por que não imprimi-los previamente e distribuir entre os
ouvintes, para que eles guardem essas informações após a palestra? Ou então, se sua
apresentação conta com um pitch de ideia, ou de um produto/serviço, vale a pena que seus
ouvintes saiam da sala com as informações sobre como o produto e como contactar você. Uma
boa dica é usar cartões profissionais e folders.
Quanto maior o porte de sua apresentação, mais importante será contar com a ajuda de outras
pessoas. Por exemplo, no preparo de slides, revisão ortográfica e gramatical do conteúdo,
preparo e distribuição de folders, verificação de equipamento de imagem e de áudio, entre outros
detalhes. Poder contar com a ajuda de alguém como suporte será uma grande ajuda, antes e
durante a palestra!
Não, improvisar na hora não dá certo. Deixar para descobrir o que você irá falar no momento que
já está diante da plateia é uma péssima ideia, já que a inspiração pode simplesmente não
aparecer. Isso sem falar que, sem planejamento, você com certeza irá esquecer de falar sobre
algum ponto importante da sua palestra. Por isso, bem antes da apresentação, prepare um roteiro
com todos os temas que você irá abordar e quanto tempo você irá dedicar a cada um deles.
2 - Esquecer a pontualidade
Se você terá à sua disposição meia hora para falar, faça uma apresentação condizente com esse
espaço de tempo. Lembre que ser pontual é o mínimo e que, caso você atrase, poderá
comprometer a agenda dos seus ouvintes e até do evento que você está participando. Além
disso, palestras muito longas tendem a ser cansativas e dispersivas, ou seja, improdutivas.
Lembre-se que as lâminas da apresentação estão ali apenas para guiar a sua fala e ajudar a
plateia a te acompanhar. Um erro muito comum, no entanto, é colocar todo o conteúdo que será
falado dentro de um slide. Essa solução não funciona: se tudo que será visto na palestra está na
tela, porque seus interlocutores irão te escutar? Portanto, lembre-se de utilizar os slides para
ilustrar suas ideias, apresentar dados importantes e guiar a plateia durante o seu raciocínio. Da
mesma forma, cuide para que o texto em cada uma das lâminas esteja em uma fonte grande e
legível. Lembre-se de usar apenas um gráfico por slide, caso precise fazer uma comparação, dois
gráficos por slide são aceitáveis.
Tudo bem, você fez uma apresentação de slides impecável, linda e objetiva. Mas de que isso
servirá se sua plateia não te ouvir bem ou entender o que você fala? Por isso, cuide bem da sua
voz antes de iniciar a apresentação: faça um aquecimento vocal, mantenha seu corpo hidratado e
procure falar de maneira alta e sem ser rápido ou lento demais. Outra dica é mudar a entonação e
o volume da voz de acordo com o que está sendo falado para que sua apresentação não fique
monótona. Caso você tenha dificuldades, não hesite em procurar a ajuda especializada de um
fonoaudiólogo ou mesmo cursos de expressão oral.
5 - Esquecer a plateia
Muitas pessoas gastam tanto tempo e energia planejando sua palestra, montando os slides e
fazendo um bom roteiro que, no momento da apresentação, simplesmente deixam seu foco
apenas naquilo que estão falando e mostrando. Sem, no entanto, olhar para a plateia e analisar a
reação das pessoas para saber se elas estão entendendo a mensagem passada ou não. Se você
sentir que um ponto não foi bem assimilado, poderá voltar a ele e explicá-lo com mais calma. É
importantíssimo que você abra espaços para questionamentos, dúvidas e comentários e
responda a todos de maneira clara e objetiva.
Diante de uma grande plateia ou de poucas pessoas em uma sala de reunião, mais cedo ou mais
tarde todos passarão pelo desafio de apresentar com eficiência ideias, projetos e pontos de vista
– desafios que podem colocar em jogo decisões empresariais e trajetórias de carreira. Ficar
atento a algumas técnicas pode ajudar a evitar gafes nesses momentos-chave. Eu diria que uma
boa apresentação tem de ser clean, leve e objetiva. Ela tem de ir direto ao ponto e precisa fazer
sentido para a audiência.
Os discursos, ainda que informais, são baseados em três aspectos fundamentais: o roteiro, os
recursos visuais e a performance do apresentador. O grande desafio das apresentações é manter
esses três aspectos equilibrados – claro que respeitando as características de cada evento. As
melhores palestras são aquelas em que o assunto sobressai. E, quando você tem um o público
variado, é preciso fazer o mínimo ruído possível para não atrapalhar. Pode acreditar: tem gente
que não consegue prestar atenção até quando a pessoa que está falando tem pelos saindo pelo
nariz.
A falta de um objetivo bem definido para enfrentar os momentos decisivos são alguns dos
principais erros cometidos nas apresentações. Ter um objetivo claro ajuda a estabelecer a
prioridade para chegar ao que se quer. E esse é o primeiro ponto. O segundo é focar no
interlocutor. Montar um discurso que esteja voltado aos interesses do outro vai dar a você mais
chances de sucesso. A insegurança, evidente em alguns comportamentos, também podem
comprometer as apresentações.
Estaria entre as atitudes evitáveis o excesso de movimentação do corpo durante os eventos,
como gesticular, andar ou balançar a pernas demais no decorrer dos discursos. Essas
mensagens que passamos sem querer mostram ansiedade e distraem a audiência. Preencher os
vazios com palavras vazias como “né” ou repetir frases enquanto se pensa na próxima sentença
também não ajudam a segurar a atenção dos interlocutores. Não manter alguma conexão visual
com a audiência, não olhar para uma pessoa de cada vez, é outro erro comum.
Treinar os discursos em voz alta também ajudaria a organizar verbalmente o fluxo dos
pensamentos, evitando gaguejadas. Os materiais de apoio são outros pontos que merecem
atenção. Os recursos visuais não podem substituir a fala do palestrante, apenas devem
complementá-la. Algumas pessoas, no medo, colocam informações demais nos slides. Se tudo
estiver escrito, para que as pessoas vão precisar ouvir o apresentador? Também é necessário ter
moderação em nome da objetividade. Se o que pode ser colocado em dez slides, estiver em 150,
o presidente da empresa vai dizer: ‘Será que não dá para passar para o último?
Os vícios de linguagem podem trazer vários resultados negativos para o palestrante, dentre eles:
Uma vez que já analisamos os aspectos mais práticos e que você pode começar a aplicar ainda
hoje, vejamos agora a classificação (segundo a língua portuguesa) dos vícios de linguagem. Esta
visão ampliada reforçará a necessidade de implementar logo as sugestões já abordadas neste
artigo. São as seguintes: Pleonasmo, Gerundismo, Solecismo, Barbarismo, Plebeísmo,
Preciosismo, Arcaísmo, Neologismo, Ambiguidade, e Cacofonia. Nota: A cada dia surgem novas
classificações. Mas, em geral, são apenas derivações dessas principais já mencionadas.
Pleonasmo
“Pleonasmo” vem de uma palavra grega (pleonasein) que significa “ser mais do que suficiente”.
Portanto, este vício de linguagem é caracterizado por uma repetição desnecessária de palavras
com significado semelhante. Exemplos:
“Vou Entrar para Dentro” – O correto seria apenas: “Vou entrar”
“Vamos descer para Baixo” – O correto seria apenas: “Vamos descer”
Pleonasmo é sinônimo de “Redundância”. Redundância vem do latim “redundare”, que
basicamente significa “voltar”. Sim, o praticante do pleonasmo está como que constantemente
voltando na mesma coisa.
Gerundismo
Tá na moda o gerundismo. Mas isto não o isenta de ser um vício de linguagem. Na língua
Portuguesa, o gerúndio é uma conjugação verbal que indica uma causa ou efeito verbal em
andamento. Exemplo: o gerúndio do verbo ganhar é “ganhando”; do verbo apresentar é
“apresentando”, e assim por diante.
Exemplos do gerúndio mal empregado (gerundismo):
“Vou estar ligando pra você depois”. – O correto seria apenas: “Vou ligar pra você depois”.
“Vamos estar concluindo o trabalho hoje”. – O correto seria apenas: “Vamos concluir o trabalho
hoje”.
Pessoas que tem o vício do gerundismo costumam utilizar verbos conjugados no tempo presente
para aplicá-las ao passado, presente e futuro. É uma forte tendência nos dias atuais.
Solecismo
A palavra “Solecismo” vem do Grego “Soloikismós”, que significa “erro contra as regras do
idioma”. Originou-se em Sóloi, uma cidade da Cilícia onde se cometiam muitos pecados contra a
língua grega. Na língua Portuguesa, o Solecismo define um vício de linguagem em relação à
sintaxe, ou seja, à coerência das palavras numa frase e das frases no discurso. Então, quando
você diz expressões gramaticalmente incorretas, está cometendo o vício de linguagem
denominado Solecismo. O Solecismo, por sua vez, é subdividido em três formatos: Em relação à
Concordância, em relação à Regência e em relação à Colocação.
– Solecismo em relação à Concordância. Este tipo é o mais facilmente notado, até por quem
conhece bem a nossa língua portuguesa. Exemplos:
“Nós era terrível”. O correto seria: “Nós éramos terríveis.”
“A gente fomos passear”. O correto seria: “A gente foi passear”.
Perceba que, aprendendo a usar com coerência o modo plural e o modo singular, podemos evitar
bastante este tipo de vício de linguagem.
– Solecismo em relação à Regência. Este tipo é mais discreto. É percebido pelos que possuem
bom conhecimento do português. Regência é a parte da gramática que estuda a relação de
subordinação entre os verbos, ou nomes, e as palavras complementares inter-relacionadas.
Exemplos:
– Solecismo em relação à Colocação. Com os exemplos abaixo, você vai perceber que o
Solecismo em relação à colocação também é um tanto discreto. É muito fácil cometer este tipo de
erro; nós o escutamos diariamente nas músicas e nos diálogos.
Barbarismo
Basicamente, o Barbarismo envolve falar ou escrever uma palavra erroneamente. A linguagem
popular está repleta de barbarismos. Algumas palavras “erradas” são tão constantemente
pronunciadas e repetidas, que aos poucos se incorporam no vocabulário de uma geração. Mas a
popularidade do Barbarismo não o torna gramaticalmente correto. A única exceção é que, se
usado propositalmente, pode ser considerado uma figura de linguagem.
Assim como no Solecismo, podemos dividir este vício de linguagem em algumas categorias:
– 1 ) Pronúncia:
Como o nome diz, se trata de pronunciar uma palavra incorretamente. Exemplos: Estrupo
(correto: estupro); poblema (correto: problema); probrema (correto: problema). Este aspecto do
Barbarismo também é conhecido como Cacoepia. Cacoepia significa “pronúncia errada, viciosa”.
Ainda no que se refere a este campo, existem os erros de pronúncia em relação à sílaba tônica.
Sílaba tônica é a sílaba com som mais forte dentro uma palavra. Quando não se respeita a sílaba
tônica (quer acentuada quer não), cometemos um erro de pronúncia. Este aspecto do Barbarismo
também é chamado de “Silabada”.
Exemplos de Silabada: “Faça este curso gratuíto”. (A palavra “gratuito” não leva acento. A
pronúncia correta é “gratuito”, como se houvesse um acento agudo na letra “u”, e não na letra “i”.)
Outro exemplo: “Você tomou as pilúlas?” (A palavra “pílula é acentuada. Deve-se respeitar a
sílaba tônica “pí”, e não a sílaba “lu”.)
Finalizando esta questão da pronúncia, ainda temos a Cacografia, que se refere aos erros de
escrita, ou, grafia. O modo de escrever muitas vezes é relacionado ao modo de falar. Quem
escreve errado, fala errado. Exemplos:
“Vou falar com o meu adevogado”. Trata-se de um erro na grafia e na pronúncia. (Correto: “Vou
falar com meu advogado”)
“Ele usa muita perçuasão”. Trata-se de um erro na grafia. (Correto: “Ele usa muita persuasão”).
– 2) Morfologia:
Como categoria do Barbarismo, este aspecto se refere a erros na flexão e composição das
palavras. Quando se muda um contexto, muda-se também a estrutura da palavra na frase.
“Morfologia” vem do grego “morphe” (morfo = forma) e (logia = estudo). Exemplos:
“Você se manteu com o pouco que tinha”. Trata-se de um erro na flexão da palavra (Correto:
Você se manteve com o pouco que tinha).
“Ele trazeu muita carne.” (Correto: “Ele trouxe muita carne”)
– 3) Semântica:
Na língua portuguesa, a semântica se refere ao estudo dos significados das palavras e sentidos
das frases do discurso. Uma pequena mudança em uma palavra pode mudar completamente o
sentido de uma frase. Exemplos:
“A profecia teve seu comprimento”. (Correto: “A profecia teve seu cumprimento”. Note que uma
letra pode mudar tudo).
“Esta ferramenta se tornou absoleta.” (Correto: “Esta ferramenta se tornou obsoleta.”)
– 4) Estrangeirismos:
Muitos consideram o Estrangeirismo como um vício de linguagem vinculado ao Barbarismo.
Como o nome sugere, significa usar palavras de um idioma estrangeiro no meio da sua conversa.
Culturalmente falando, é compreensível. Gramaticalmente, porém, nem sempre uma palavra
estrangeira tem seu uso liberado num certo idioma. Exemplos:
“Você tá sendo muito bad com ele”. (Correto: “Você está sendo muito mal com ele”).
“Este tom de azul está muito dark.” (Correto: “Este tom de azul está muito escuro.”)
Detalhe: Não é considerado um vício de linguagem quando uma palavra estrangeira já foi
oficialmente incorporada num idioma (Ex.: Verbo “Deletar”), ou quando não há uma
correspondência exata (Ex.: “Marketing”).
Plebeísmo
O termo plebeísmo basicamente se refere ao modo de falar como plebeu, ou seja, como um
membro da parte mais popular da sociedade. Dentro do seu significado podemos incluir os
maneirismos e as gírias. Também está incluído o modo de falar “chulo”, ou pobre de instrução.
Exemplos:
“Bora botar sebo nas canelas que os trem estão chegando.”
“Cola na grade pra gente resolver essa fita, sangue bom.”
Nota: A linguagem popular faz parte da cultura de uma nação e de uma geração. Não deve haver
discriminação. Porém, se quiser ser um ótimo orador público, terá também de evitar este vício de
linguagem, principalmente nos ambientes formais.
Preciosismo
Preciosismo (como vício de linguagem) é o hábito de tornar desnecessariamente complexas as
estruturas das frases. Já ouviu aquela frase: “Este fulano fala difícil!”? É considerado vício de
linguagem, pois a comunicação clara da linguagem deve ser limpa e assertiva. Qualquer
dificuldade desnecessária se torna um obstáculo na sua comunicação. Quando usado
propositalmente, pode se tratar de um estilo literário/poético.
Exemplos:
“Foi sua intrepidez de coração que o fez vencê-lo sem pusilanimidade, já que lhe faltava o fulgor
juvenil dos tempos de outrora.”
Poderia ser: “Sua coragem de coração que o fez vencer sem medo, já que não tinha a força da
juventude.” Note que este vício de linguagem muitas vezes está relacionado ao uso de palavras
desconhecidas. Envolve também um uso mais constante dos pronomes oblíquos átonos (me, te,
se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes).
Arcaísmo
O nome “Arcaísmo” também é bastante sugestivo. Lembra algo arcaico, ou velho demais.
Este vício de linguagem basicamente se refere ao uso de palavras muito antigas (às vezes
inadequadas) e/ou ao uso de estruturas que deixaram de ser usadas pelo idioma.
Há quem acredite que o arcaísmo não devesse ser considerado vício de linguagem. É
compreensível pensar assim, pois palavras antigas podem ser belamente usadas numa
comunicação mais culta e tradicional. Porem, o problema é que algumas palavras adormeceram
tanto que se tornaram desconhecidas para as gerações atuais. Caíram em desuso.
Exemplos:
“Em suma, contarei – a guisa de exemplo – uma história final para vossa mercê.”
Note que não há nada de errado nesta frase. Mas as palavras “suma” e “guisa” são expressões
mais antigas. Simplesmente caíram em desuso. Sem contar a antiga estrutura do termo você
(“vossa mercê”), que não é mais necessária. Então, se as palavras e/ou estruturas antigas
dificultam a compreensão na atualidade, a solução é nos adaptarmos e usarmos uma linguagem
mais moderna e que atinja os objetivos da sua comunicação.
Lembrando que existe o arcaísmo literário, usado de propósito para embelezar muitas obras da
nossa literatura portuguesa. Mas o arcaísmo linguístico pode ser facilmente combatido por se
usar palavras simples e atuais, garantindo uma comunicação eficiente e compreensível. Não
discrimine quem usa palavras mais antigas. Lembre-se de que os termos antigos foram o alicerce
para os termos novos. Quando necessário, use um dicionário para compreender o que um
patriarca lhe disse. (rss…) Amplie seu conhecimento conhecendo “novas palavras antigas”. Em
contrapartida, certifique-se de que seu público esteja familiarizado com o seu vocabulário.
Neologismo
Os neologismos também são classificados como vício de linguagem, pois se tratam de novas
palavras e/ou estruturas que ainda não foram incorporadas no idioma. A palavra “neologismo”
vem do grego neo+logos (“neo” significa “novo”; “logos” significa “palavra, estudo”). É uma forte
tendência criar e recriar termos na comunicação. Mas se estas palavras não são oficiais, se
tornam um vício de linguagem. Muitas vezes o neologismo surge em uma improvisação na
linguagem do dia a dia. E um bom improviso acaba se tornando frequentemente usado,
encaixando-se gradativamente no vocabulário.
Perde-se a conta de quantos neologismos são criados diariamente. O idioma falado é submetido
a constantes mudanças com a passar do tempo. Não há limites para novas criações e
adaptações.
Ambiguidade
“Ambiguidade” é uma derivação de “ambos”. Ocorre quando uma frase pode ter dupla
interpretação. A ambiguidade é um vício de linguagem proveniente de uma distração ou
precipitação no modo de falar. Na maioria das vezes, a pessoa só percebe que cometeu uma
ambiguidade após ter falado a frase. Trata-se de um duplo sentido na interpretação.
Exemplo:
Maria expulsou Ana de dentro de sua casa. (Note que esta frase causa uma dupla interpretação;
afinal, Ana foi expulsa de sua própria casa ou da casa de Maria?)
O que ajuda a dissolver uma ambiguidade é o contexto da informação. Mas, e quando a pessoa
não tem acesso ao contexto? Portanto, o melhor a se fazer para evitar a ambiguidade é pensar
antes de falar, e formular uma frase bem assertiva. Ambiguidade também é chamada de
Anfibologia.
Cacofonia
Cacofonia é um vício de linguagem caracterizado pelo som desagradável proveniente da junção
e/ou repetição de certas sílabas numa frase. A palavra cacofonia provavelmente tem raiz no
grego, a partir das palavras kako+phone, que juntas significam malsonância, ou, som
desagradável. Outra possibilidade de tradução é “arruinar o som” (“kakos” é do grego arruinar,
destruir, queimar). Este vício de linguagem pode ser dividido por formas de ocorrência: a colisão,
o eco, o hiato e o cacófato.
Exemplo de Colisão: “Vou deixa-la lá.” (Neste caso, a Cacofonia foi o: “LaLa”. A colisão acontece
quando sílabas idênticas se juntam formando um som estranho)
Exemplo de Eco: “A Associação não deu a aprovação da transmissão da programação na
televisão”
Neste caso, a Cacofonia foi o “ão-ão-ão-ão”. O eco foi formado pela repetição de sílabas iguais
em diversas palavras na frase, formando um som esquisito.
Neste caso, a Cacofonia foi o “a-à-á”. Leia esta frase um pouco mais rápido, e perceberá o
desastre. Hiato significa “encontro de vogais em palavras diferentes”.
Exemplo de Cacófato: “Vou-me já que a pressa em mim abunda”.
Neste caso, a Cacofonia foi o significado obscuro formado apenas pelo som, não pela escrita
desta frase. Ou seja, a junção de sons formou um sentido esquisito. O contrário de cacofonia é
Eufonia (efeito acústico agradável produzido pela combinação de sons numa palavra ou numa
frase).
1. PROLONGAMENTOS
Ãah, éééh… Essas são vogais ditas de maneira prolongada para preencher o vazio entre uma
palavra e outra. Deve-se evitar fazer prolongamentos, pois eles quebram o ritmo da
apresentação, podem sinalizar falta de domínio do assunto ou falha no planejamento. Para evitar
prolongamentos ou “brancos”, ensaie a apresentação e planeje como será feita a transição entre
as ideias.
2. ESTEREÓTIPOS DE APOIO
“Né”, “tá”, “ok”, “certo” são alguns exemplos de expressões típicas da comunicação oral, mas que,
se faladas repetidas vezes em uma apresentação em público, tornam-se estereótipos de apoio e
passam a chamar mais atenção do que a própria mensagem (provavelmente, as pessoas
contarão quantos “nés” o apresentador falou, mas não saberão resumir o conteúdo da mensagem
apresentada).
Qualquer palavra usada repetidamente, a cada começo ou fim de frase, vira um estereótipo de
apoio. Pode ser “aí”, “assim”, “tipo assim”, “no caso”, “então”. Preste atenção na sua fala no dia a
dia para evitar qualquer repetição excessiva durante uma exposição em público.
3. VÍCIOS DE LINGUAGEM
– Gerundismo: construções como “vou estar falando” ou “estarei falando” (sentido de futuro) são
usos errados do gerúndio. Troque por “vou falar”, “falarei”. O gerúndio só pode ser utilizado se
indicar uma ação contínua, no presente: “estou fazendo um treinamento”.
– “A nível de”: essa combinação de palavras está errada. Em vez de dizer “o problema é a nível
de qualidade”, diga “o problema é de qualidade” ou “o problema é do setor de qualidade”.
– “Onde”: só pode ser usado para se referir a lugares, como em “a cidade onde moro”, “a
empresa onde trabalho”. Cuidado com frases como “o problema de crédito pessoal foi identificado
onde deve ser resolvido”. Nesse caso, “onde” está sendo usada de maneira incorreta, pois não se
refere a um espaço físico.
– Futuro do pretérito: use “seria”, “faria”, “indicaria” se estiver se referindo a algo hipotético. Há
quem diga “minha apresentação seria sobre meio ambiente” ou “vou falar sobre o que seria um
sistema de informática”, quando o correto é “minha apresentação é sobre meio ambiente”, “vou
falar sobre o que é um sistema de informática”. Afinal, não há hipóteses nessas frases e sim
certezas.
4. ERROS GRAMATICAIS
Um apresentador que comete erros gramaticais, principalmente no uso das concordâncias
verbais e nominais, pode passar uma imagem negativa ao público: a de que não domina a língua
portuguesa. E, como a forma de usar as concordâncias é um indicador de nível de instrução, a
credibilidade do apresentador pode ser colocada em xeque. Não deixe de revisar também os
conteúdos escritos (slides, banners) que podem ser usados na apresentação.
5. PALAVRAS IMPRECISAS
– “Coisa” e “cara” são exemplos de palavras ditas frequentemente em apresentações – das mais
formais às mais informais. São termos genéricos e bastante usados no dia a dia, mas passam
uma imagem de extrema informalidade e generalizam a informação. Evite se referir a um projeto,
uma ideia, como “uma coisa” ou falar sobre um cliente, um colaborador ou um diretor como “o
cara”.
– “A gente/nós”: sempre especifique a quem se refere o “a gente” ou o “nós”, complementando a
informação: “a gente que faz muitas apresentações”, “a gente da área de qualidade”, “nós da área
de RH”. Dessa forma, o receptor sabe a que se refere o “a gente”, o “nós”, caso contrário, a
mensagem pode se tornar ambígua e imprecisa.
– Diminutivo: o uso desse recurso pode significar a infantilização ou o desprezo em relação a uma
ideia: “esse processinho”, “essa listinha”, “essa equipezinha”. Como infantilizar ou menosprezar
uma informação não é valorizado em uma comunicação em público, evite usar o diminutivo.
Saber as causas dos vícios de linguagem também nos ajuda a evitá-los. Segue abaixo algumas
causas principais.
Talvez apenas por ler estas causas, sua mente já imaginou várias formas de começar a combatê-
las. E, como evitar os vícios de linguagem? A ciência reconhece, a cada dia que passa, os
incríveis benefícios que a leitura traz para o desenvolvimento mental. E um dos benefícios é
ajudar a corrigir maus hábitos de linguagem. Mas como assim?
Para começar, reserve 15 minutos por dia para fazer uma boa leitura (de preferência em voz alta).
Procure fazer desses 15 minutos um hábito, por não falhar em cumprir este compromisso. Preste
atenção na construção de cada frase. Também escolha um ambiente com pouca ou nenhuma
distração. O livro não precisa ser acadêmico. Fique a vontade para ler algo que você goste, talvez
até uma ficção científica ou um romance policial.
O maior segredo por detrás dessa técnica é que os padrões gramaticalmente corretos da
linguagem escrita serão familiares para você. E, com este poder, sua linguagem falada irá refletir
esses padrões. Isto, por consequência, diminuirá consideravelmente a possibilidade de erros.
É claro que o ensaio também é importante nesse aspecto. Mas quando se acostuma a raciocinar
antes de falar, o resultado é que as ideias sairão completas, eliminando a suposta necessidade
de preencher o vazio. É certo que muitas falhas na linguagem falada se devem a um pobre
vocabulário. A ausência de opções de palavras faz com que os erros aflorem.
O passo abordado anteriormente, a leitura, pode ajudar bastante, pois quanto mais se lê, mais se
aprende palavras. Como passo adicional, comece a prestar atenção a palavras que você
desconhece e use-as no dia a dia. Mas para usar palavras novas, deve-se primeiro conhecer seu
significado. Então, seja amigo do dicionário. Sempre que ler ou ouvir uma palavra nova, procure
seu significado e incorpore esta palavra no seu vocabulário. Conheça e use termos conectivos de
ideias, como por exemplo: “mas, então, porém, no entanto, todavia, portanto, entretanto, em vista
disto”, e assim por diante.
Uma palavra de cautela: certas palavras caíram em desuso. Cuidado para não começar a ter uma
linguagem que ninguém conhece (por ser antiga ou desconhecida) ou antiquada para os dias
atuais. A gíria faz parte da cultura de uma geração. Podemos definir gíria como “um acidente
linguístico”, ou seja, uma palavra usada apenas em caráter popular. Pode ser uma palavra que
literalmente não significaria o que a pessoa realmente quis dizer. Maneirismos são expressões de
estilo próprio de algumas pessoas, composta de palavras nem sempre incorretas, porém de uso
repetitivo. Às vezes são “frases feitas”.
Não precisamos ser muito rígidos quanto a definir gírias e maneirismos, pois o significado de um
pode ser parte do outro. Ambos são extremamente comuns nas conversas informais entre amigos
e nas interações sociais em geral. Porém, quando seu uso é extremo, as gírias e maneirismos
começam a sair em ambientes em que não são apropriadas. O segredo é não se acomodar. A
preguiça de pensar faz com que usemos a gíria como muleta. Mas como comunicadores,
precisamos desenvolver a arte de falar, se fosse preciso, sem usar nenhuma gíria. Isto leva treino
e esforço consciente.
Não precisa usar a linguagem extremamente séria e formal enquanto estiver tomando cerveja
com seus amigos. Em contrapartida, não abuse tanto das gírias e maneirismos como se não
soubesse se comunicar sem elas. Tomar esses cuidados com sua comunicação não significa que
você não usará, em hipótese alguma, as gírias e maneirismos ao falar em público. Desde que
sejam singelos, respeitosos e usados com moderação, podem até fazer parte de uma estratégia
de oratória (ênfase, por exemplo). O grande segredo é dosá-los com equilíbrio e bom senso, para
que eles não se tornem um vício de linguagem.