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COAGULOPATIAS
Hoje, nós vamos falar sobre o tto das coagulopatias. Vamos ver
substâncias utilizadas nas coagulopatias que poderiam ser para tto de AVC
isquêmico, infarto, TVP, tromboembolismo pulmonar, cerebral. Todas essas
patologias que podem ser consideradas como coagulopatias, elas têm um tto que
não é só com substs. que vão interferir com a coagulação, como com outras
substs. que vão interferir com o consumo de O2, como no infarto. Vou me deter
com o uso de substs. que vão interferir na coagulação.
Primeiro, vamos conversar um pouco sobre as trocas propriamente ditas.
Dentre as substs. que vão interferir com a coagulação sangüínea, a gente vai
poder classificar em 3 tipos:
-substs. antiplaquetárias inibem a agregação plaquetária;
-substs. que interferem efetivamente na coagulação heparina;
-substs. que degradam os trombos fibrinolíticos ou trombolíticos.
Para que vcs consigam entender melhor como vamos utilizar essas subst.
nas coagulopatias. Devemos lembrar do processo de coagulação, dos fatores
que vão interferir com a coagulação, ou seja, fatores que estimulam e fatores que
previnem a coagulação.
Então, qd a gente vai estudar a coagulação, a gente tem que pensar que
existe o processo da coagulação e existe os processos que estão envolvidos no
controle da coagulação. Se a gente , simplesmente, tivesse a cascata da
coagulação, a gente diria que todo o sangue seria convertido na sua forma sólida
e obviamente isso não seria possível. A gente tem alguns processos que vão
controlar essa coagulação e a gente teria então, o equilíbrio entre os processos
de coagulação e os processos envolvidos na manutenção normal da coagulação.
A gente pode considerar esses 4 passos para entender os processos que
previnem e os que estimulam a coagulação.
Teríamos o papel do:
-endotélio;
-plaquetas;
-própria cascata de coagulação;
-limitações na cascata de coagulação.
São esses 4 passos que nós vamos ver, ou seja, o papel do endotélio, das
plaquetas, dos fatores de coagulação e o papel das subst. que impedem a ação
dos fatores de coagulação para que esta não ocorra.
Endotélio
Todo mundo sabe que para a manutenção da circulação sangüínea, para
a manutenção normal da coagulação, é necessário que o endotélio esteja em sua
forma íntegra (possui cargas negativas; manter as plaquetas sem muito atrito com
ele). Além disso, a manutenção do endotélio na sua forma íntegra mantém o fluxo
sg na sua forma laminar. Toda vez que a gente tem alteração do endotélio, a
gente tem duas coisas:
- alteração do fluxo laminar conversão do fluxo laminar para um fluxo
sg turbulento;
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Tratamento
O tto do pc que tem trombose envolve, muitas vezes, simplesmente, a
diminuição do risco de recorrência da trombose. Seria como uma profilaxia de uma
recorrência. A gente vai ter 3 classes de medicamentos que serão utilizados nessa
patologia:
inibidores da formação de fibrina (anticoagulantes clássicos);
inibidores da agregação plaquetária (protótipos da aspirina);
fibrinolíticos (são substs. que vão degradar o trombo efetivamente e eles vão
funcionar através da ativação da plasmina).
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Aspirina
O mecanismo de ação da aspirina é a inibição da COX de plaquetas e essa
inibição da COX, inibe a síntese de TXA2 que é um importante ativador da
agregação plaquetária. A aspirina, administrada em baixas doses, ela inibe a COX
das plaquetas mas não inibe a COX do endotélio. Vc tem a inibição da síntese de
TXA2 e plaquetas mas não tem inibição da prostaciclina liberada pelo endotélio. A
prostaciclina é inibidora da agregação plaquetária, vasodilatadora, então, a
aspirina em baixas doses (160-320 mg/ dia), melhora o equilíbrio entre
prostaglandina em relação a prostaciclina. Além de, nessas doses vc observar
uma menor inibição da COX das plaquetas, oq acontece é que nas plaquetas, a
COX presente na plaqueta não é ressintetizada pq a plaqueta não tem DNA, não
tem núcleo, por isso ela não ressintetiza nada. Quando ela é sintetizada, ela vem
com a sua COX constitutiva e uma vez inibida pela aspirina (inibe
irreversivelmente a COX), essa COX não consegue mais funcionar.
No endotélio, mesmo a COX sendo inibida, suas células sintetizam novas
COX, de forma que vc tem mais COX sendo formada e não inibidas pela aspirina.
O fato é que em vários estudos clínicos a aspirina tem demonstrado uma maior
sobrevida em vários pcs envolvidos naquele quadro de risco (trombose,
tromboembolismo).
Tb tem os inibidores da tromboxano sintetase que é aquela enzima da
plaqueta que converte endoperóxidos em TXA2.
Ticlopidina (2x ao dia)
Utilizada em associação com a aspirina normalmente. Vc diminui a dose da
aspirina ( 160 mg) e associa com 200 mg de ticlopidina. A ticlopidina tem um
mecanismo de ação muito diferente do da aspirina. O mecanismo de ação da
ticlopidina é a inibição dos receptores de ADP das plaquetas, pois a adenosina di-
fosfato é um importante ativador da agregação plaquetária. Lá na membrana da
plaqueta vc tem receptores para o ADP e este é liberado por eritrócitos que já
estão nas plaquetas e essa adenosina di-fosfato se liga a receptores das
plaquetas. A ativação desses receptores, que são acoplados à ptn G, permite
que :
- um aumenta o cálcio intracelular (Gq);
- o outro diminui AMPc (Gi).
São dois efeitos extremamente importantes para ativar a agregação das
plaquetas. Então , oq a ticlopidina e seu similar fazem, é inibir um desses
receptores de ADP. Eles inibem os receptores de ADP que são acoplados à ptn Gi
que são aqueles receptores que diminuem o AMPc e isso diminui enormemente a
capacidade de agregação plaquetária. Dizem que, possivelmente, para que as
plaquetas sejam agregadas, para que elas sejam ativadas, é necessária a
ativação dos dois tipos de receptores. Somente a inibição de um desses
receptores, receptor para ADP acoplado a Gi, já é suficiente para inibir a
agregação plaquetária.
A ticlopidina, hoje, já é muito utilizada e ela é associada à aspirina pois
possuem mecanismos de ação diferentes.
A ticlopidina apresenta algumas desvantagens que é em relação à latência
pois ela leva mais ou menos 1 semana para fazer o seu efeito, e o seu similar, que
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é o Clopidogrel, parece que tem um efeito mais rápido, mas isso ainda está sendo
discutido.
A sua indicação é a prevenção de eventos cerebrovasculares, pc que já
teve AVC, pc isquêmico, pc que já teve uma síndrome isquêmica, que já teve
IAM, Angina instável, pc que teve placa de ateroma, todos eles podem usar a
ticlopidina associada à aspirina. Estudos mostram que a associação tem
melhorado a sobrevida.
Paciente que faz a Angioplastia, com ou sem o implante do stent a
angioplastia é o aumento da luz do vaso por um balonete que vc introduz lá na
coronária, então vc aumenta a luz daquele vaso na região onde estava obstruída,
onde havia uma estenose por uma placa. O stent, que é um dispositivo, ele fica
com uma mola, e é implantado na coronária e impede que essa coronária faça
uma reestenose. Pelo menos, esse é o objetivo, mas oq se observava é que 50%
dos pacientes que eram submetidos à angioplastia, eles tinham que ser
submetidos a uma nova angioplastia dentro de 6 meses pq aquele vaso fazia uma
reestenose, aquela placa voltava a se formar. Com a implantação do stent, isso
melhorou um pouco, mas 30% dos pc ainda precisavam fazer uma nova
angioplastia ou até mesmo a secção de uma coronária.
O que veio a melhorar realmente a angioplastia, com ou sem a implantação
do stent, foi o uso desses anti-plaquetários, não só a aspirina como tb a
ticlopidina.
Hoje administra-se a ticlopidina e a aspirina antes do procedimento da
angioplastia, faz-se durante, e depois, durante 1 mês se faz o uso da ticlopidina e
se faz o uso da aspirina eternamente. Essa associação veio melhorar os
resultados da angioplastia, com ou sem a implantação do stent.
Os efeitos adversos são :
- alterações gastrointestinais (clopidogrel é um pouco mais tolerável);
- trombocitopenia;
- neutropenia.
O pc precisa realmente ser acompanhado.
Clopidogrel (1x ao dia)
Diz-se que tem menor trombocitopenia e neutropenia, mas isso ainda
precisa ser avaliado, até pq o clopidogrel é muito menos utilizado do que a
ticlopidina.
Inibidores da glicoproteína IIb/ IIIa (GPIIb/ IIIa)
É um novo grupo de antiplaquetários, muito interessante, mas tb muito caro.
Tb são chamados de inibidores da glicoproteína plaquetária. Na parede das
plaquetas a gente tem o receptor de glicoproteína IIb/ IIIa. Esse receptor presente
na membrana é ativado por alguns fatores como fosfolipídios, tromboxano, e a
ativação desse receptor na parede da plaqueta, favorece a ligação entre
plaquetas, ou seja, a agregação plaquetária, e favorece tb a ligação das plaquetas
com o endotélio via fator de Von Willebrand. O fator de Von Willebrand é liberado
pelo endotélio, e as plaquetas se ligam ao endotélio via esse fator. Esse é um
receptor que, se ele for inibido, vc vai ter a diminuição da agregação de plaquetas
e diminuição da agregação das plaquetas com o endotélio. No mercado, a gente
tem o Reopro , que é o mais utilizado e é extremamente caro, e esse Reopro é um
anticorpo contra o receptor GPIIb/ IIIa.
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