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1. Rever a fisiopatologia da insuficiência cardíaca congestiva (ICC).

Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda

Tal síndrome pode ser causada por alterações estruturais ou funcionais cardíacas e
caracteriza-se por sinais e sintomas típicos, que resultam da redução no débito cardíaco e/ou das
elevadas pressões de enchimento no repouso ou no esforço.

Implícito na definição de IC está o conceito de que a ela possa ser causada por anormalidade
na função sistólica, produzindo redução do volume sistólico (IC sistólica) ou anormalidade na
função diastólica, levando a defeito no enchimento ventricular (IC diastólica), que também
determina sintomas típicos de IC.
No entanto, é importante salientar que, em muitos pacientes, coexistem as disfunções
sistólica e a diastólica. Assim, convencionou-se definir os pacientes com IC de acordo com a
fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE).

O termo “insuficiência cardíaca crônica” reflete a natureza progressiva e persistente da


doença, enquanto o termo “insuficiência cardíaca aguda” fica reservado para alterações rápidas ou
graduais de sinais e sintomas resultando em necessidade de terapia urgente. Insuficiencia cardiaca
cronica agudizada.

2. Identificar epidemiologia da ICC, os principais fatores de risco e fatores de


descompensação clínica.

 Epidemiologia
A síndrome mantém-se como patologia grave, afetando, no mundo, mais de 23 milhões de
pessoas.

A sobrevida após 5 anos de diagnóstico pode ser de apenas 35%, com prevalência que
aumenta conforme a faixa etária (aproximadamente de 1% em indivíduos com idade entre 55 e 64
anos, chegando a 17,4% naqueles com idade maior ou igual a 85 anos).

Dados recentes distinguem a mortalidade tardia (1 ano) entre portadores de IC crônica, de


acordo com a classificação por fração de ejeção, atingindo maior taxa para portadores da ICFEr
(8,8%), seguida da ICFEi (7,6%) e da ICFEp (6,3%).

De acordo com publicações internacionais, o perfil clínico da IC crônica envolve indivíduos


idosos portadores de etiologias diversas, sendo a isquêmica a mais prevalente, com alta frequência
de comorbidades associadas.

 Etiologias
A doença reumática e a doença de chagas (DC), embora menos relevantes do que no
passado, continuam presentes, gerando quadros graves. Esta última esteve relacionada ao
atendimento ambulatorial de até 21% de portadores de IC. Em subanálise envolvendo dados de dois
ensaios clínicos multicêntricos, a cardiopatia chagásica causou IC em pacientes mais jovens, com
pior qualidade e anos de vida, quando comparada a outras etiologias.
3. Compreender o quadro clínico e o exame físico da ICC.

 Quadro clínico
4. Conhecer o diagnóstico e as classificações da ICC.

 Diagnóstico

 Critérios de Fragmingham
 Eletrocardiograma
 Radiografia de Tórax
 Ecocardiograma transtorácico
 BNP e NT-proBNP

 Classificações
 FEVE – Fração de ejeção ventrículo esquerdo
 Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr) < 40%;
 Insuficiência cardíaca com fração de ejeção intermediária (ICFEi): 40 a 50%;
 insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp) > 50%.
5. Conhecer o tratamento da ICC.

 Tratamento não farmacológico da insuficiência cardíaca

 Programas multidisciplinares de cuidados


Uma equipe multidisciplinar é o padrão-ouro para acompanhamento de pacientes com IC e
suas multiplas comorbidades. Os profissionais considerados fundamentais na equipe
multidisciplinar são médicos e enfermeiros especialistas em IC, além do médico comunitário de
Atenção Primária. Outros profissionais, como nutricionista, fisioterapeuta, farmacêutico, educador
físico, psicólogo e assistente social, são fortemente recomendados, para serem agregados à
equipe multidisciplinar.

 Restrição de sódio
Recomenda-se que se evite ingesta excessiva de sódio (em níveis > 7 g de sal cloreto de
sódio por dia) para todos pacientes com IC crônica.

 Restrição hídrica
Com base nas evidências disponíveis, não é possível estabelecermos recomendações
específicas e detalhadas sobre o emprego de restrição hídrica em pacientes com IC crônica.

 Dieta e perda de peso na insuficiência cardíaca


Parece razoável propor que, em indivíduos com risco de desenvolver IC, deva-se buscar a
manutenção de peso adequado por dieta saudável e que, na coexistência de IC e obesidade
mórbida (IMC > 40 kg/m2) é preciso almejar redução de peso com o uso de estratégias
preconizadas em diretrizes internacionais.

 Tabagismo e drogas ilícitas


Parar de fumar, preferencialmente com o auxílio de serviços especializados, para
cessação do tabagismo, podendo utilizar terapias de reposição de nicotina e/ou fármacos
moduladores, de acordo com recomendações universalmente aceitas.

 Uso de bebidas alcoólicas


O ideal é sessação, mas ficar atento a sindrome de abtisnencia. Avaliar caso a caso a
redução gradual.

 Vacinação

Vacina para influenza (anual) e pneumococo.

 Reabilitação cardiovascular
O treinamento físico regular é seguro, aumenta a tolerância aos exercícios, melhora a
qualidade de vida e reduz hospitalizações por IC.

Pacientes de NYHA II e III; ICFEr

 Recomendados:

Os treinamentos aeróbicos recomendados podem ser contínuos, geralmente com


intensidade de 60 a 70% da frequência cardíaca máxima (FCmax) ou limitado ao limiar anaeróbico
identificado no teste cardiopulmonar.

A associação do treinamento físico aeróbico aos exercícios resistidos com pesos de 40 a


60% da contração voluntária máxima (CVM).
Também os exercícios respiratórios têm sido encorajados para serem incorporados aos
programas com treinamento aeróbico.

 Desencorajados:
Exercícios extenuantes ou puramente isométricos

 Atividade laborativa
O retorno ao trabalho é importante, tanto financeiramente, quanto para o estado
emocional e a autoestima.
Analisa a manutenção de forma indivdual, dependendo do trabalho.

 Atividade sexual
Pacientes com IC frequentemente relatam problemas sexuais, e aproximadamente 25%
referem completa suspensão da vida sexual, devido aos sintomas e/ou a impotencia e diminuição
do libido devido aos medicamentos.
AHA publicou posicionamento científico sobre atividade sexual e doença cardiovascular,
atestando segurança para pacientes com IC em classes funcionais I a II da NYHA, mas sugere
que pacientes com IC descompensada ou avançada não devem ter atividade sexual até que sua
condição esteja estabilizada.

Os inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (iF-5) são geralmente seguros e eficazes para o


tratamento da disfunção erétil em pacientes com IC compensada.

 Planejamento familiar
Pacientes com fração de ejeção gravemente reduzida e em classes funcionais III e IV
devem ser desencorajadas a engravidar.

 Tratamento farmacológico da insuficiência cardíaca


Hidralazina/dinitrato
de isossorbida
digitálico

INRA: Inibidor da neprilisina e do receptor de angiotensina

 FEVE: fração de ejeção do ventrículo esquerdo;


 VE: ventrículo esquerdo;
 FC: frequência cardíaca;
 FA: fibrilação atrial;
 BRE: bloqueio do ramo esquerdo;
 TRC: terapia de ressincronização cardíaca;
 CDI: cardiodesfibrilador implantável

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