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Módulo Médico-Cirúrgico

Enfª Raquel Silva

Junho 2021
centroformacao.cse@gmail.com | centrodeformacao@cse-ao.com Tlm. +244 949 621 682 I Ext
2835
Objectivo Geral

 Sensibilizar os formandos para


os cuidados de enfermagem à
pessoa do foro médico e
cirúrgico.
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Objectivos Específicos

 No final da sessão os formandos


deverão:
 Indicar, verbalmente, os principais cuidados de
enfermagem nas diversas patologias abordadas;
 Conhecer as principais intervenções de
enfermagem ao cliente submetido a cirurgia;
 Adaptar os conhecimentos adquiridos na prática
diária.
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Sumário

 Sistema cardiovascular: hipertensão arterial, insuficiência


cardíaca congestiva

 Sistema nervoso: acidente vascular cerebral, crises convulsivas,


meningite

 Sistema hepático: cirrose hepática, hepatite, malária, febre


amarela

 Sistema respiratório: insuficiência respiratória, edema agudo do


pulmão, pneumotórax, derrame pleural, pneumonia, tuberculose
pulmonar, tromboembolismo pulmonar, SARS-Cov-2/Covid 19
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Sistema Cardiovascular
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Sistema Cardiovascular
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Sistema Cardiovascular
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Sistema Cardiovascular
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Sistema Cardiovascular – Funções

Entrega (O2, nutrientes)


Remoção (CO2, produtos de degradação metabólica)
Transporte (Hormonas)
Manutenção (Temperatura e pH)
Distribuição (mecanismos de defesa)
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Hipertensão arterial (HTA)

A Pressão Arterial (PA) é a força com que o sangue circula


pelo interior das artérias no corpo. A Hipertensão Arterial
(HTA) ocorre quando esta pressão se encontra elevada de
forma crónica.

A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco


para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares,
explicando 40% das mortes por AVC e 25% por doença
arterial coronariana.
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Sociedade portuguesa de cardiologia


Hipertensão arterial (HTA)

Considera-se que uma pessoa é hipertensa, quando apresenta, em


pelo menos duas ocasiões diferentes, um dos valores de PA
(sistólica ou diastólica) ou ambos, iguais ou superiores a
140/90mmHg, determinados por um profissional treinado e utilizando
um aparelho calibrado e validado.
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Hipertensão arterial (HTA)
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Hipertensão arterial – Factores de risco
Modificáveis:
 Dislipidémia Não modificáveis:
 Consumo de bebidas alcoólicas; Idade superior a 55 anos
 Diabetes; nos homens e 65 nas
Tabagismo; mulheres;
 Obesidade; História pessoal e familiar
 Stress; de doença cardiovascular.
 Pouca actividade física;
 Erros alimentares (excesso de sal,
gorduras);
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Hipertensão arterial - sintomas

Cefaleias, tonturas, mal-estar difuso, visão desfocada, dor no peito


ou sensação de falta de ar.

HTA não provoca quaisquer sintomas nos primeiros anos de doença.

Com o passar dos anos, a PA elevada acaba por lesar os vasos


sanguíneos e alguns órgãos vitais (cérebro, coração, rins) podendo
provocar alguns sinais e sintomas relacionados com estas complicações.
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Hipertensão arterial - tratamento
Avaliar regularmente sinais vitais
Controlar o peso;
Reduzir o sal, o álcool e as gorduras;
Não fumar;
Praticar exercício físico regularmente;
Alimentação adequada (peixe, fruta, vegetais, leite e
derivados magros);
Antihipertensores
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Hipertensão arterial – Plano de cuidados
Avaliação Inicial
Diagnósticos enfermagem (Défice de conhecimentos, Gestão
inapropriada do regime terapêutico, Ansiedade, Intolerância à
actividade, Nutrição desequilibrada: mais do que as
necessidade corporais, etc)
Resultados esperados
Intervenções (Ensinos utente e família)
Avaliação
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Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)

Insuficiência Cardíaca (IC) não é uma doença do coração por si só. É


uma incapacidade do coração efetuar as suas funções de forma
adequada como consequência de outras doenças, do próprio coração ou
de outros órgãos.

Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) é o estado fisiopatológico em que


o coração é incapaz de bombear sangue a uma taxa satisfatória às
necessidades dos tecidos/órgãos.
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Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)

Coração Norm al Insuficiência Cardíaca


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Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) –
Principais causas
1. Sobrecarga de volume ou de pressão : insuficiência valvular
2. Perda de miócitos: enfarte, doença do tecido conjuntivo
3. Restrição ao enchimento ventricular: estenose mitral, doença
pericardica
4. Diminuição da contratilidade do miócito: intoxicações, infeções
5. Estados de demanda cardíaca excessiva: hipervolémia, sépsis,
anemia…
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Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)
Disfunção Sistólica
Resulta do bombeamento inadequado do sangue pelo ventrículo,
originando uma diminuição do débito cardíaco.

Disfunção Diastólica
Ocorre quando o ventrículo não enche adequadamente durante a
diástole, diminuindo a quantidade de sangue no ventrículo para o
débito cardíaco.
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Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)
Disfunção Ventrículo Esquerdo
Território congestionado é o pulmonar: Dispneia, Ortopneia e
Dispneia paroxística nocturna, Edema Agudo do Pulmão

Disfunção Ventrículo Direito


Provoca edemas, principalmente nos membros inferiores
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Classificação ICC
Classe I: Ausência de sintomas com a atividade normal
Classe II: Limitação ligeira da atividade física. Confortável em repouso,
mas com atividade física ordinária resulta em fadiga, palpitação,
dispneia ou angina
Classe III: Limitação acentuada da atividade física. Confortável em
repouso, mas menor do que uma ordinária atividade física
resulta em fadiga, palpitação, dispneia ou angina
Classe IV: Incapaz de realizar qualquer atividade física sem desconforto. Os
sintomas da insuficiência cardíaca pode estar presente mesmo
em repouso
New York Heart Association
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28/06/2021
Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) – Sinais e
sintomas
 RESPIRATÓRIAS  CARDIOVASCULARES

 Dispneia  Angina

 Ortopneia  Distensão venosa jugular

 Dispneia paroxística noturna  Taquicardia

 Tosse seca irritante, persistente  Diminuição da pressão arterial


sistólica com aumento da pressão
 Períodos alternados de apneia e
diastólica
hiperpneia

 Fadiga
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Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) – Sinais e
sintomas
 GASTROINTESTINAIS  CEREBRAIS
 Abdómen aumentado de volume,  Estado mental alterado (confusão,
sensível no hipocôndrico direito agitação)
 Ascite  GENERALIZADAS
 Naúseas  Fadiga
 Vómitos  Diminuição da tolerância à atividade
 Distensão abdominal  Edema (periférico, com “godet”)
 Anorexia  Nictúria
 Dor epigástrica  Aumento de peso
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Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) – Sinais e
sintomas
 Edema
1. Localização devemos observar se o edema é:
Localizado – causas vasculares, dermatológicas e ortopédicas.
Generalizado – cardíaca, renal e hepática.
Membros inferiores: unilateral (vascular, ortopédico, dermatológico) e bilateral
(cardíaco, renal e hepático);
Face – renal;
Anasarca (edema generalizado por todo o corpo) - cardíaco, renal e hepático.
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Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) – Sinais e
sintomas
 Edema
3. Evolução:
2. Tempo de aparecimento:
Constante, o dia todo – ortopédico,
Matinal – renal
dermatológico
Vespertino – cardíaco, hepático,
Piora no final do dia – cardíaco,
vascular
vascular
Após trauma – ortopédico
Amanhece com edema e melhora com
Após lesão local – dermatológico,
o passar do dia
inflamatória
Melhora com repouso ou elevação dos
membros
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Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) – Sinais e
sintomas
4. Intensidade:
Sinal de Godet é um sinal clínico
avaliado pela pressão digital sobre a
pele durante 5 segundos, de modo a
evidenciar edema. É considerado
positivo se a depressão formada não
se desfizer imediatamente após a
descompressão. Classificar de + a 4+.
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ICC – Plano de cuidados
Avaliação Inicial
Diagnósticos Enfermagem (Diminuição do débito cardíaco,
Dispneia Funcional, Dispneia em repouso, Excesso de volume
hídrico, Intolerância à actividade, Desespero, Défice no autocuidado
para alimentação, banho, vestir-se… )
Resultados esperados
Intervenções
Avaliação
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ICC – Plano de cuidados

Para melhorar o débito cardíaco:


 Posicionar o utente em semi-fowler ou outra posição adequada;

 Promover ambiente calmo, sossegado e confortável.


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ICC – Plano de cuidados

Equilíbrio Hídrico:
 Avaliar e registar o balanço hídrico;
 Monitorizar a diurese
 Controlar o volume de líquidos ingeridos;

 Registo diariamente do peso do cliente, para verificar se


há retenção de líquidos.
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ICC – Plano de cuidados

Para Melhorar a intolerância à atividade:


 Numa fase aguda - o enfermeiro organiza o ambiente de forma a
diminuir as necessidades do miocárdio, ajudando o utente na sua
vida diária;
 À medida que a fase aguda se resolve: estimula o utente a
caminhar; programas de reabilitação cardíaca.
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ICC – Plano de cuidados

Ensino ao utente e à família:


 Explicar o que é a insuficiência cardíaca e a sua causa provável;
 O que deve fazer quando os sintomas se agravarem;
 Incentivar a alterações de estilos de vida;
 Evitar o contacto com pessoas com infecções;
 Dar a conhecer técnicas de gestão de stress, estratégias de
relaxamento.
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Sistema Nervoso

Os neurónios são as células funcionais


do sistema nervoso, ou seja, são
responsáveis pela troca de impulsos
nervosos (sinapses) que transmitem as
informações das zonas periféricas do
corpo para o sistema nervoso central e
vice-versa.

O sistema nervoso dos seres humanos


é dividido em duas partes
principais: central e periférico.
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Sistema Nervoso
0579_DR_CF
Sistema Nervoso
O sistema nervoso
periférico: sistema nervoso
somático (ações voluntárias) e
autónomo (ações involuntárias)

O sistema nervoso autónomo:


o sistema nervoso
simpático (estimula o
funcionamento dos órgãos) e
parassimpático (inibe o
funcionamento desses órgãos).
Ambos os sistemas possuem
funções totalmente contrárias.
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Sistema Nervoso - Funções
Recebe estimulos, ou informações, de ambientes externos e internos,
através de diversas vias aferentes ou sensitivas;

Comunica informações, das partes periféricas, ao sistema nervoso


central;

Processa a informação recebida, a vários niveis de reflexos ou da


consciencia para estabelecer respostas adequadas;

Transmite as informações por várias vias eferentes (motoras) para


comandos de actividades do organismo.
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Acidente Vascular Cerebral (AVC)

O Acidente Cerebral Vascular (AVC) resulta da interrupção do fornecimento


de sangue a qualquer parte do cérebro ou da ruptura de um vaso
sanguíneo cerebral.

Trata-se de uma emergência médica que pode evoluir com sequelas ou


morte, “tempo é cérebro” sendo a rapidez de atendimento fundamental
para a terapêutica.

Segundo a European Stroke Association o AVC é a causa mais importante


de morbilidade e incapacidade crónica na Europa, gera custos elevados.
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral

AVC Isquémico ↓fluxo vascular→isquémia→ enfarte.


A isquémia provoca a rápida degeneração do tecido cerebral.

O Acidente isquémico transitório (AIT) pode ser considerado um tipo de


AVC isquémico:
•É uma isquémia passageira sem lesão neurológica definitiva (sem
sequelas).
•As manifestações neurológicas revertem em até 24 horas.
•É um factor de risco muito importante.
•A maioria dos AITs dura menos de 1 hora. Assim, o AIT que dura mais de
uma hora provavelmente será um AVC e talvez possa provocar uma lesão
cerebral, mesmo que imperceptível.
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral
AVC Hemorrágico

Menos frequente (20% dos


casos), mas não menos grave.
Ocorre pela rotura de um vaso
sanguíneo intracraniano.
O sangue em contato com o
parênquima tem ação irritativa.
A inflamação e o efeito de massa
exercido pelo coágulo
comprometem a função cerebral.
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Acidente Vascular Cerebral – Factores de risco
 Factores não modificáveis
 Envelhecimento
 Sexo masculino
 História anterior de AVC
 AVC, AIT ou ataque cardíaco anteriores

 Factores modificáveis
 HTA
 Diabetes mal controlada
 Doença cardíaca ou arterial
 Arritmias
 Anemias
 Colesterol elevado
 Inactividade física
 Excesso de peso
 Consumo de álcool ou substancias ilícitas
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – sinais e sintomas
Os sintomas de AVC dependem da zona do cérebro afectada:

Alterações do comportamento
Dificuldades em falar ou entender o que se diz;
Dificuldades em ler ou escrever Como prevenir?

Dificuldades em engolir;
Dores de cabeça;
Perda de força num braço, perna ou metade do corpo;
Vertigem;
Desequilíbrio
Alterações da visão
Náuseas ou vómitos
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Acidente Vascular Cerebral – sinais e sintomas
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Acidente Vascular Cerebral
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Acidente Vascular Cerebral – sinais e sintomas

Falta de força num braço

Como prevenir?

Boca ao lado
Dificuldade em falar
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Acidente Vascular Cerebral – exames de
diagnostico
História minuciosa (inicio dos sintomas) e exame físico

TC CE sem contraste (nos primeiros 25min) ou RNM CE

Analises laboratoriais
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Acidente Vascular Cerebral – tratamento imediato
O tratamento da HTA é controverso. Está sempre indicada efectuar-se
a terapêutica fibrinolitica. Se for administrado tPA = alteplase (fator
ativador do plasminogênio tecidual recombinante) OU tenecteplase
(metalyse) em utente com HTA, esta deverá ser reduzida para
PAS<185 mmHg e ou PAD <110 mmHg

Se não existir hemorragia na TC inicial e o utente não for um candidato


para fibrinolise deverá ser iniciada aspirina.

Administrar tPA nas primeiras 3- 4h30 horas do inicio dos sintomas de


AVC isquémico, melhora o prognóstico
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – tratamento imediato
Monitorização da pressão arterial e estado neurológico

Tratamento da HTA, se indicado

Se agravamento do estado neurológico, realização da TC cerebral para


excluir edema e ou hemorragia

O controlo metabólico com insulina quando >180 mg/dl (avaliar nas


primeiras 48-72h) - há um aumento da resistência periférica à insulina.

Suporte da via aérea, oxigenação, ventilação e suporte nutricional.


0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – tratamento imediato
Administrar aproximadamente 75 a 100 ml/h de solução salina para manter
euvolemia se prescrito

Profilaxia das convulsões não está indicada, devendo ser tratado só os


episódios agudos

Todos os utentes devem ser avaliados para excluir disfagia antes de iniciar
qualquer administração oral.

Vigiar a temperatura com T>37.5ºC


0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – tratamento imediato
Pressão arterial nas primeiras 24 horas

AVC Isquémico sem tratamento com trombólise


PA sistólica 220 mmHg e/ou diastólica 120 mmHg. Caso seja necessário
tratar a PA, evite reduções superiores a 15% nas primeiras 24 horas.

AVC hemorrágico
PA sistólica 140-160mmHg/ PA diastólica 90-105 mmHg
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – tratamento imediato

Pressão Arterial Média (PAM) = [(2PADiastólica) + PASistólica]

A PAM é definida como a pressão média nas artérias durante um ciclo


cardíaco. É considerado um melhor indicador de perfusão para
órgãos vitais

Valores normais 65mmHg - 105mmHg


(Sociedade portuguesa de hipertensão)
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Acidente Vascular Cerebral – Défices
Alterações da comunicação Afasia motora/expressão ou afasia
sensitiva/compreensão, afasia global,
disartria, mutismo
Alterações da deglutição Disfagia
Alterações da eliminação Retenção urinária (primeiras 24-48h),
incontinência urinária e fecal
Alterações da percepção Parestesias, negligência
Alterações da função motora Plégia, hemiparesia, monoparesia, hipotonia
(primeiras 24-48h), espasticidade
Alteração do comportamento Confusão mental, amnésia
Problemas psicológicos e emocionais Ansiedade, tristeza, depressão

Problemas sociais Desemprego, readapatação familiar


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Escala de Coma de Glasgow (ECG)

Ocular:
(4) Espontânea: abre os olhos sem a necessidade de estímulo externo.
(3) Ao som: abre os olhos quando é chamado.
(2) À pressão: cliente abre os olhos após pressão na extremidade dos
dedos (aumentando progressivamente a intensidade por 10 segundos).
(1) Ausente: não abre os olhos, apesar de ser fisicamente capaz de abri-
los.
0579_DR_CF
Escala de Coma de Glasgow (ECG)

Verbal:
(5) Orientada: consegue responder adequadamente o nome, local e
data.
(4) Confusa: consegue conversar em frases, mas não responde
corretamente as perguntas de nome, local e data.
(3) Palavras: não consegue falar em frases, mas interage através de
palavras isoladas.
(2) Sons: somente produz gemidos.
(1) Ausente: não produz sons, apesar de ser fisicamente capaz de
realizá-los.
0579_DR_CF
Escala de Coma de Glasgow (ECG)

Motora:
(6) À ordem: cumpre ordens de atividade motora (duas ações) como apertar
a mão do profissional e colocar a língua para fora.
(5) Localizadora: eleva a mão acima do nível da clavícula em uma tentativa
de interromper o estímulo (durante o pinçamento do trapézio ou incisura
supraorbitária).
(4) Flexão normal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma
flexão rápida do braço ao nível do cotovelo e na direção externa ao corpo.
(3) Flexão anormal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma
flexão lenta do braço na direção interna do corpo.
(2) Extensão: há uma extensão do braço ao nível do cotovelo (decorticação)
(1) Ausente: não há resposta motora dos membros superiores e inferiores,
apesar do cliente ser fisicamente capaz de realizá-la (descerebração)
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Escala de Coma de Glasgow (ECG)

Pupilar (atualização 2018):


(2) Inexistente: nenhuma pupila reage ao estímulo de
luz
(1) Parcial: apenas uma pupila reage ao estímulo de luz.
(0) Completa: as duas pupilas reagem ao estímulo de
luz.

Direcione um foco de luz para os olhos. Registe a nota correspondente à reação


ao estímulo. Esse valor será subtraído da nota obtida anteriormente, gerando
um resultando final mais preciso
0579_DR_CF
Escala de Coma de Glasgow (ECG)
Avaliação das pupilas:

Tamanho
Forma
Simetria
Reação à luz
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
deglutição

Complicações: desidratação, desnutrição, pneumonia de


aspiração ou até asfixia e morte.

Avaliação da função da deglutição:


Saída de água pela boca
Movimento laríngeo
Tosse na deglutição
Estridor na deglutição
Sialorreia
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
deglutição
O método de avaliação de disfagia (Standardized Bedside Swallowing
Assessment):

1º Avaliar a qualidade vocal, controlo postural, grau de consciência e


capacidade para deglutir a saliva e tossir.
2º Avaliar a capacidade de deglutição com uma colher de chá de água,
observando a existência ou não de sinais clínicos como tosse, qualidade da
vocal, etc.
3º Depois de progredir para uma colher de sopa tentar, deglutir um copo de
água.
Monitorizar a saturações de oxigénio durante o acto de deglutir
(80% de sensibilidade de detectar a aspiração, através da diminuição da
Sat.O2 no minute seguinte).
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
eliminação
Fase inicial pode surgir– RETENÇÃO URINÁRIA
• Algaliação
• Desalgaliação logo que possível

Fase posterior – INCONTINENCIA URINÁRIA


(Ausência do controlo voluntário da micção)
Iniciar treino vesical:
instruir a pessoa para definir horário da micção de acordo com a ingestão
hídrica
oferecer arrastadeira/urinol frequentemente
no homem pode-se usar um dispositivo urinário, na mulher um penso
higiénico

Lesão cerebral pode não conseguir interpretar os impulsos para defecar


0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função sensorial
Diminuição ou ausência da sensibilidade superficial (Ex: Dor,
Temperatura, tacto)

Diminuição da sensibilidade proprioceptiva:


•Perda da capacidade de efectuar movimentos controlados;
•Diminuição da sensação e percepção da posição e movimento do
segmento afectado no espaço.
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função sensorial

Intervenções:
•Vestir-se à frente de um espelho;
•Uso de um pano com textura áspera, gelo para estimular o
lado afectado, pedir atenção da pessoa. Progressivamente
pedir à própria pessoa a executar esta actividade;
•Pedir ao utente para imitar os movimentos dos dedos, ex:
toque o polegar com o dedo médio, dobre ao máximo o dedo
indicador.
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora
 Alterações posturais: surgem devido à perda do mecanismo de controlo
postural

 Alteração do tónus muscular:


• Inicialmente fase de hipotonia
• Após +/- 48h pode surgir hipertonia (espasticidade)
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora

Hemiplegia ou Hemiparésia:

Ausência ou diminuição dos movimentos voluntários do hemicorpo


contrário ao lado da lesão que se traduzem por uma paralisia devido à
ausência ou diminuição da força muscular.
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora

Escala de força adaptada de Brain (2000)


 Grau 0: músculo incapaz de expressar qualquer movimento;
 Grau 1: contração muscular sem movimento;
 Grau 2: há movimento incapaz de vencer a gravidade;
 Grau 3: vence a gravidade mas não vence a resistência;
 Grau 4: vence pequenas resistências;
 Grau 5: vence a resistência moderada.
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora
Posicionamentos:
Evitar a instalação do padrão espástico
Promover o aparecimento da sensibilidade e da força muscular
Integrar o lado lesado
Prevenir sequelas
Manter o alinhamento corporal
Objectos pessoais,ficam no lado lesado para estimular
Decubito lateral para o lado lesado (evitar nas 1ª 24h)
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora (anti-espástico)

Padrão espástico Padrão anti- espástico


0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora
 A transferência é um padrão de movimento através do qual uma pessoa se
move de uma superfície para outra
 A mudança da cama para a cadeira estimula física e mentalmente.
 Transferir uma pessoa dependente da cama para a cadeira exige treino
específico de outras actividades
 Inicialmente são actividades activas assistidas
 Exercícios progressivos que seguem o padrão de desenvolvimento motor
adquirido pelos bebés, como sejam o rolar, sentar, ficar na posição ortostática
e marcha
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora
Levante / Transferência: Com ajuda

Sequência:
1. Rolar para o lado afectado
2. Apoiar sobre o cotovelo afectado
3. Sentar na beira da cama com os pés totalmente apoiados no chão
4. Transferir da cama para a cadeira

Sai da cama pelo lado afectado e entra pelo lado não afectado
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora
Rolar para o lado afectado

 Pedir ao cliente para flectir


os MI. dando alguma ajuda
na flexão do MI. afectado
 As mãos na bacia e pedir
que eleve as nádegas de
forma a movê-las
lateralmente
OMS,2003
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora
Rolar para o lado afectado
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora
Apoiar sobre o cotovelo afectado
 Apoio da escapula da pessoa com uma das mãos e com a outra ajudá-la a
mover os MI para fora da cama

OMS, 2003
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora
Sentar na beira da cama com os pés
totalmente apoiados no chão

Ajudar a pessoa a sentar-se :


 Tronco erecto
 MIs flectidos a 90º
 Joelhos flectidos e separados com
os pés apoiados no chão
 Controlar o MI afectado com o
nosso joelho, para evitar a extensão
do joelho e a rotação externa da
coxo-femural
OMS, 2003
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora

Transferir da cama para a cadeira

 Ensine a pessoa a inclinar-se para a frente


 Pés bem apoiados no chão
 Manter-se à frente da pessoa, de forma a manter-lhe o equilíbrio apoiando-
lhe o MS lesado
 Com o cliente em pé rode-o lateralmente na direcção da cadeira
 Use os joelhos para trancar/apoiar o joelho do M. lesado.
 Quando a região popliteia estiver bem próxima da cadeira ajude-o a sentar
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora

OMS,2003
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora

Levante / Transferência: Sem ajuda

Sequência (mantém-se a anterior):


1. Rolar para o lado não afectado
2. Apoiar sobre o cotovelo não afectado
3. Sentar na beira da cama com os pés totalmente apoiados no chão
4. Transferir-se da cama para a cadeira
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora
Rolar para o lado não afectado
 Orientar a pessoa a adoptar a posição de mãos unidas
 O M. Inf. Afectado deve ficar flectido
 Estimular o cliente a olhar para o lado não afectado e esticar os M. Sup.
nessa direcção

OMS,2003
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora
Rolar para o lado não afectado
 Com a ajuda do MI não afectado, levar o afectado para próximo da beira da
cama

 P59 f 8.12

OMS,2003
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora
Apoiar-se sobre o cotovelo não afectado
 Levanta a cabeça apoiando-se no cotovelo não afectado
 Nesta posição é possível, também, retirar o MI da cama

 P60 f 8.13
0579_DR_CF

OMS,2003
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora

Sentar na beira da cama com os


pés totalmente apoiados no chão

 P60 f 8.14
 A pessoa chega à
posição de sentado,
apoiando-se no Ms
não afectado

OMS,2003
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora
é o membro afectado que inicia a marcha
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Alterações na
função motora

Mobilizar o quanto antes


Iniciar com movimentos leves e aumentar a intensidade conforme a
tolerância do cliente
Exercícios (fisioterapia) intensos só após 24 horas

Levante: AVC isquémico ao fim de 24h e hemorrágico ao fim


de 72h se estabilidade hemodinâmica
0579_DR_CF
Acidente Vascular Cerebral – Plano de cuidados

Avaliação Inicial
Diagnósticos de enfermagem (perfusão dos tecidos cerebral alterada,
défice de autocuidado: alimentar-se, vestir-se, higiene, eliminar, transferir-
se, deglutição alterada, risco de aspiração, risco de glicemia instável,
comunicação verbal alterada, força muscular comprometida, mobilidade
prejudicada, padrão vesical alterado…)
Resultados esperados
Intervenções
Avaliação
0579_DR_CF
Crises Convulsivas
Uma crise é definida como “a presença de sinais e/ou sintomas
transitórios resultantes de uma atividade neuronal síncrona e excessiva”

Podem manifestar-se no tónus muscular, gerando contrações


involuntárias da musculatura ou outras reações anormais como desvio
dos olhos e tremores, alterações do estado mental, ou outros sintomas
psíquicos.

Epilepsia: síndrome na qual existem convulsões recorrentes e


involuntárias.
0579_DR_CF
Epilepsia – Factores de risco

Anoxia
Paralisia cerebral
Problemas no parto
Deficiências congénitas no SNC
Atraso Mental
Doenças febris
História familiar de epilepsia
Infeções ou tumores no SNC
Alcoolismo
Exposição a toxinas
0579_DR_CF
Crises convulsivas

Clónicas: movimentos involuntários do corpo.


Tónicas: contração muscular súbita
0579_DR_CF
Crises convulsivas

As crises são divididas em focais, generalizadas ou de início desconhecido,


com subcategorias: motoras, não motoras, com alteração ou preservação do
estado de consciência, nas crises focais.

A manutenção do estado de consciência implica que a pessoa está consciente


de si e do meio envolvente durante a crise, mesmo que imóvel.

Uma crise pode ser não classificável devido a informação insuficiente ou


incapacidade de lhe atribuir uma das outras categorias.

Nas crises avaliar estado de consciência e sinais/sintomas.

Abandonar o conceito “convulsão” e usar “crise”


0579_DR_CF
Abordagem durante a crise convulsiva
 Remover objetos (tanto da pessoa quanto do chão);
 Desapertar as roupas;
 Proteger a cabeça com a mão, roupa, almofada e lateralizá-la evitando
aspiração de vómito ou saliva;
 Limpar as secreções para facilitar a respiração;
 Observar se a pessoa consegue respirar;
 Afastar os curiosos, dando espaço para a pessoa;
 Reduzir estimulação sensorial (diminuir luz, evitar barulho);
 Filmar os movimentos, para mostrar ao neurologista;
 Registar as características da convulsão: partes do corpo envolvidas,
actividades motora e progressão.
 Permitir que a pessoa descanse ou até mesmo durma após a crise.
0579_DR_CF
Abordagem durante a crise convulsiva
1. Procurar assistência médica.
2. Parar a crise tónico-clónica (Diazepam 10mg EV, repetir se
necessário)
– Assegurar a oxigenação adequada
– Tubo de Guedel
– Observar o padrão respiratório
– Desobstrução via área
– Administração de O2
3. Evitar a aspiração do vómito
4. Evitar a recorrência da crise (Administração de anticonvulsivantes)
0579_DR_CF
Abordagem após a crise convulsiva

 A avaliação dos sinais vitais e assegurar o funcionamento adequado das


vias áreas, respiração e circulação sanguínea são as medidas urgentes
iniciais
 Avaliação da pressão arterial e cardíaca,
 Acesso Venoso
 Glicémia capilar
 Avaliação analítica: Hemograma (Doseamento de tóxicos, Níveis de anti-
epilépticos)
 Gasimetria
0579_DR_CF
Crises Convulsivas – Plano de cuidados
Avaliação Inicial
Diagnósticos de enfermagem (Risco de lesão, medo,
conhecimento deficiente, baixa auto-estima, confusão aguda,
consciência alterada)
Resultados esperados
Intervenções
Avaliação
0579_DR_CF
Meningite
É a inflamação das meninges
e do líquido cefalo raquidiano
(LCR).

O processo inflamatório
estende-se por todo o espaço
subaracnóide em torno do
encéfalo e da medula espinal
e costuma envolver os
ventrículos.
0579_DR_CF
Meningite
Transmite-se por gotículas de secreções infectadas por este agente
que podem ser expelidas pela tosse, saliva ou outro material orgânico.
Transmissão fecal-oral (meningite viral)

Meningites bacterianas, nas quais as bactérias mais frequentemente


envolvidas são a Neisseria meningitidis, o Streptococcus pneumoniae
e o Haemophilus influenzae tipo b e que são infeções graves que
podem ser fatais.
0579_DR_CF
Meningite

Meningites virais, as mais comuns e que tendem ser menos graves e que
são causadas por vírus como os enterovirus ou o herpes simplex;

Meningites fúngicas, mais raras e que podem ocorrer a partir de inalação de


fungos no meio ambiente ou em utentes afetados por diabetes, cancro ou
infeção pelo vírus VIH/SIDA;

Meningites causadas por parasitas, importantes nos países menos


desenvolvidos.
0579_DR_CF
Meningite - sintomas

 Febre,
 Mal-estar,
 Falta de apetite,
 Náuseas e Vómitos.
 Dores musculares e toxidermia, geralmente aparecem lesões
cutâneas purpúricas.
 Fortes dores de cabeça
 Dores no pescoço e nas costas
 Rigidez da nuca
 Confusão mental
 Pode ocorrer ainda aumento ou diminuição do ritmo cardio
respiratório
0579_DR_CF
Meningite - diagnóstico
 Exame físico

 Punção lombar (diagnóstico definitivo)

 Em alguns casos, as culturas de material colhido no nariz e garganta,


podem oferecer informações valiosas.
0579_DR_CF
Meningite - tratamento

 A conduta terapêutica inicial compreende:


 Isolamento (bacteriana)
 Instituição de antibioterapia
 Manutenção da hidratação e da ventilação
 Controlo das crises (convulsões)
 Controlo da temperatura
0579_DR_CF
Meningite – prognóstico e complicações

O prognóstico depende da gravidade da infecção e da duração da doença


antes do início do tratamento.

As complicações são as sequelas que vão desde leves dificuldades de


compreensão até a paralisia cerebral, passando por várias formas de
alterações físicas e intelectuais, incluindo a surdez parcial ou completa
0579_DR_CF
Meningite – profilaxia

 As principais medidas profiláticas incluem:

 Utilização de pratos, talheres e copos bem lavados. Dar preferência há


utensílios descartáveis.
 Evitar ambientes abafados onde há aglomeração de pessoas.
 Isolar os utentes por agente infeccioso.

 Vacinação
0579_DR_CF
Meningite – Plano de cuidados
Avaliação Inicial
Diagnósticos de enfermagem (Dor aguda, termoregulação
ineficaz (oscilação entre hipotermia e hipertermia), risco de
alteração do estado de consciência, Risco de infecção,
infeção)
Resultados esperados
Intervenções (isolamento)
Avaliação
0579_DR_CF
Meningite – Plano de cuidados
O risco de contágio é moderada e desaparece cerca de 24h após o início de
antibioterapia eficaz --» alguns microrganismos são precisas medidas de
isolamento de contacto e respiratório (gotículas)

Avaliar o estado neurológico, pelo menos, de hora a hora. Monitorizar as


pupilas, nível de consciência e actividade motora

Monitorizar os indicadores físicos de aumento da PIC (pressão intracraniana)


(cafeleias intensas, náuseas, vomito em jato, alteração do estado de
consciência, HTA, bradicardia, alterações respiratórias, PAM elevada)

Monitorizar com frequência os sinais vitais. Estar atento a alterações do


padrão respiratório, flutuações de pressão arterial e do pulso

Monitorizar a existência de dor ou desconforto.

Manter o cliente em posição Fowler de 30º, se não houver contraindicação.


0579_DR_CF
Meningite – Plano de cuidados
Optimizar a oxigenação cerebral, mantendo a permeabilidade das vias
aéreas e administrando o oxigénio prescrito. Assegurar que o pescoço do
utente esteja livre de objectos que exerçam pressão.

Evitar a hidratação excessiva, que pode aumentar o edema cerebral,


assegurando a administração precisa da soroterapia.

Assegurar a administração atempada dos medicamentos prescritos,


para evitar aumentos ou descidas súbitas da PIC, TA, FC ou FR.

Ensinar ao utente a importância de evitar actividades que aumentem a


PIC: tossir, fazer força e dobrar-se.
0579_DR_CF
Punção Lombar

Técnica para recolher licor/líquido cefalorraquidiano (LCR) para


tubos inquebráveis, transparentes, com tampa de rosca e fundo
cónico para concentração do produto, uma vez que pode conter
muito poucas bactérias.

Deve ser enviado ao Laboratório imediatamente após a colheita,


e mantido à temperatura ambiente (ou na estufa a 35ºC) e nunca
refrigerado antes do processamento, a não ser que sejam pedidos
estudos virais. Apenas o LCR para estudos virais deve ser
refrigerado ou congelado.

É recomendada a colheita em três tubos, que devem ser numerados,


sendo o último, utilizado para exame bacteriológico.
0579_DR_CF
Punção Lombar
Devem realizar-se simultaneamente 2
hemoculturas.

Realizar preparação pré-cirúrgica e


precauções de barreira máximas (luvas
estéreis, touca, máscara cirúrgica, bata
cirúrgica).

Realizar antissepsia da pele do cliente


com cloro-hexidina a 2% em álcool.

Colocar o cliente em posição fetal ou


sentado com a cabeça e peito sobre os
joelhos.
0579_DR_CF
Punção Lombar
Material necessário para a Punção lombar:
Mesa de apoio, contentor de corto-perfurantes e balde do lixo com saco branco;
EPI (máscara cirúrgica para todos os profissionais a menos de 1m, médico luvas
esterilizadas, bata cirúrgica, touca)
2 Campos esterilizados com e sem fenestra
1 agulha SC, 1 agulha diluição e 1 agulha de punção lombar
2 seringas de 10cc
Lidocaina 2%
Cloro-hexidina 2% de base alcoólica
2 pacotes de compressas esterilizadas 10x10
3 tubos de fundo cónico
Adesivo para realizar o penso
0579_DR_CF
Após Punção Lombar

Depois do exame deve permanecer deitado algumas horas


(idealmente em decúbito ventral com almofada sob o abdómen)

Vigiar o local de punção: edema, rubor e drenagem

Sinais de complicações: rigidez da nuca, irritabilidade e alteração


do nível de consciência ou sinais vitais.

Pode ocorrer cefaleia.


0579_DR_CF
Sistema Hepático
0579_DR_CF
Sistema Hepático - Funções
 Metabolismos dos hidratos de carbono, proteínas e lípidos
(fonte para produção de proteínas essenciais para o organismo,
como albumina, globulinas, lipoproteínas, fatores da coagulação)
 Produção de sais biliares
 Metabolismo da bilirrubina
 Destoxificação das substâncias endógenas e exógenas
 Reservas de minerais e vitaminas
 Reservatório de sangue
 Destruição de bactérias e outros
0579_DR_CF
Fígado - Funções
O fígado usa as gorduras para sintetizar lipoproteínas, como o HDL,
VLDL, e LDL, que são as moléculas responsáveis pelo transporte de
colesterol pelo sangue.

Utentes com doença grave do fígado apresentam níveis baixos de


proteínas no sangue, principalmente albumina.

O fígado é o responsável pela metabolização da amónia, transformando-a


em ureia, substância menos tóxica. Utentes com falência hepática
perdem a capacidade de metabolizar a amónia, fazendo com que se
acumule no corpo  encefalopatia hepática.
0579_DR_CF
Fígado - Funções
Evitar álcool e determinados medicamentos, pois o fígado já não será
mais capaz de metabolizá-los adequadamente.

Se o fígado perder a capacidade de metabolizar e excretar a bilirrubina,


esta acumula-se no sangue  icterícia

Utentes com grave doença hepática podem apresentar hipoglicemias,


pois o fígado já não consegue armazenar glicose na forma de glicogénio,
fazendo com que o cliente não tenha reservas de glicose facilmente
disponíveis nos períodos de jejum.

O fígado possui células de defesas, chamadas células de Kupffer.


0579_DR_CF
Hepatite

Doença inflamatória aguda do fígado. Esta inflamação pode


desaparecer espontaneamente ou progredir para fibrose (cicatrizes),
cirrose ou cancro do fígado.

Embora o termo de Hepatite seja frequentemente utilizada em


conjunção com a Hepatite Viral, a doença pode também ser causada
por bactérias ou lesões tóxicas do fígado.

As situações patológicas, daí resultantes, podem classificar-se de


varias maneiras entre elas a Hepatite A, B, C, D, E e G.

Ocorre a inflamação, degenerescência e regeneração provocam


compressão na veia porta e obstrução doa canais biliares.
0579_DR_CF
Hepatite – Vias de transmissão

HVA HVB HVC HVD HVE HVG


Fecal –oral Via Via Via Fecal -oral Via
através da parentérica parentérica, parentérica parentérica,
ingestão de , sexual, sexual, sexual?
alimentos ou de perinatal perinatal perinatal?
água
contaminados
por matérias
fecais contendo
o vírus
0579_DR_CF
Hepatite - Manifestações
Febre
Calafrios
Náuseas, vómitos
Dispepsia,
Anorexia
Hepatomegalia
Fadiga e mal-estar
Adenomegalias/adenopatias
Artralgias
Cefaleias
Urticária
Icterícia com aumento das bilirrubinas séricas total
Urina escura
Fezes castanhas claras
Prurido
0579_DR_CF
Hepatite - Tratamento
 Depende da evolução/ progressão
 Grau de fibrose hepática
 Diretrizes especificas
HEPATITE A, E
HEPATITE B e C
 Conservador
• Suprimir a replicação viral
 Sintomático • Normalização das enzimas hepáticas
 Dieta cuidada e repouso • Melhoria das alterações histológicas
 Cuidados Higiénico-sanitários • Evitar a progressão para cirrose,
(não partilhar loiça e outros insuficiência hepática (melhora da
utensílios uso pessoal) qualidade de vida/sobrevida)
• Interromper a propagação da doença
0579_DR_CF
Hepatite – Plano de cuidados

Avaliação Inicial
Diagnósticos/Problemas (Risco de infecção, fadiga, nutrição
alterada inferior às necessidades, dor, isolamento social, risco
de hemorragia, risco de glicémia instável)
Resultados esperados
Intervenções
Avaliação
0579_DR_CF
Hepatite – Plano de cuidados

• Lavagem das mãos para a hepatite A e E (interrupção da via fecal-


oral)
• Vacinação Hepatites A e B
• Relações sexuais protegidas (Hepatites B, C e G)
• Uso de luvas no manuseamento de sangue ou líquidos orgânicos
• Correcta destruição de agulhas ou quaisquer instrumentos expostos
a sangue ou líquidos orgânicos
0579_DR_CF
Cirrose Hepática
Grave patologia

Deterioração progressiva do fígado caracterizada pela destruição


do tecido hepático e pelo desenvolvimento de um tecido
cicatrizante que altera a estrutura e a funcionalidade do órgão
0579_DR_CF
Cirrose Hepática - Causas

Alcoolismo e desnutrição
Hepatite
Insuficiência Cardíaca Congestiva
Farmacos
0579_DR_CF
Cirrose Hepática – Sinais e sintomas
Náuseas
Vómitos
Anorexia
Indigestão
Obstipação
Dores abdominais
Ascite
Edema
Anemia
Icterícia
Hemorragia
Prurido
Colúria e Acolia
0579_DR_CF
Cirrose Hepática - Tratamento
As lesões hepáticas são irreversíveis, logo deve-se prevenir a sua progressão
tratando ou suprimindo o factor causal.

Evitar por completo o álcool, bem como todo o esforço desnecessário do


fígado

Redução do consumo de sal (quando existem edemas ou ascite) ou de


proteínas (se existir risco de encefalopatia hepática).

Os medicamentos metabolizados pelo fígado devem ter suas doses ajustadas.

A cirrose hepática é um processo irreversível que pode ser fatal. Importante o


DIAGNÓSTICO PRECOCE. TRANSPLANTE HEPÁTICO pode ser a
única solução para a cura definitiva
0579_DR_CF
Cirrose Hepática – Plano de cuidados
Avaliação Inicial
Diagnósticos de enfermagem (Padrão respiratório ineficaz,
fadiga, excesso de volume de líquidos, manutenção da saúde
alterada, alto risco de infeção, risco de hemorragia,
desnutrição, compromisso da integridade cutânea, risco
alterações do estado de consciência)
Resultados esperados
Intervenções
Avaliação
0579_DR_CF
Cirrose Hepática – Plano de cuidados

• Realizar balanço hídrico/Diurese;


• Pesar o utente em jejum diariamente;
• Monitorizar os níveis de eletrólitos;
• Realizar medida da circunferência abdominal diariamente em jejum
• Manter cabeceira elevada (30º);
• Monitorizar frequência respiratória;
• Monitorizar gasometria arterial;
• Vigiar a eliminação intestinal
0579_DR_CF
Cirrose Hepática – Plano de cuidados
Estabelecer uma relação de confiança com o utente;
Proporcionar ambiente de segurança;
Manter grades laterais do leito elevadas;
Vigiar o estado de consciência (confusão, alucinações)
Realizar hidratação da pele diariamente com emoliente;
Inspecionar as condições de hidratação da pele durante o banho;
Manter as unhas do utente curtas - prurido
Orientar o cliente a realizar higiene oral com escovas macias.

Orientar o utente quanto a sua doença;


Ensinar e incentivar o autocuidado;
Esclarecer dúvidas do utente
Promover exercícios para a deambulação;
0579_DR_CF
Malária
•A malária, doença causada por protozoários do género Plasmodium, é a
protozoose de maior impacto no mundo.
•Em 2019, havia cerca de 229 milhões de casos de malária em todo o
mundo.
•O número estimado de mortes por malária foi de 409.000 em 2019.
•Crianças menores de 5 anos são o grupo mais vulnerável afetado pela
malária;

Conhecida como paludismo, febre terçã (benigna ou maligna) febre quartã,


tremedeira, batedeira ou, simplesmente, febre.

(OMS, 2021)
0579_DR_CF
Malária – Cadeia de infeção
Reservatório - homem (nos seus glóbulos vermelhos)
Porta de Saída - saliva do mosquito
Transmissão - vector
Porta de Entrada - picada do mosquito
Hospedeiro - homem
Agente Infeccioso - parasita mosquito fémea do género Anopheles

O agente etiológico da malária grave é da espécie Plasmodium falciparum


A gravidade da malária depende da relação entre hospedeiro
(vulnerabilidade e estado imunológico) e o Plasmodium spp (espécie
infectante e densidade parasitária).
0579_DR_CF
Malária
Pode também ser transmitido por transfusão sanguínea, transplante
de órgãos ou através da partilha de agulhas, apesar de ser muito
menos provável de ocorrer

É também uma possibilidade a transmissão da malária ocorrer entre


mãe e filho durante o parto, algo conhecido como malária congénita,
mas esta é também muito mais rara
0579_DR_CF
Malária

O ciclo de vida da malária começa assim que um mosquito Anófeles


infectado infecta uma pessoa com um dos 5 tipos de parasitas
plasmodium que causam a malária (Plasmodium falciparum,
Plasmodium vivax, Plasmodium ovale, Plasmodium malariae e
Plasmodium knowlesi. )

O parasita entra na corrente sanguínea e dirige-se para o fígado, onde


amadurece e começa a infectar outros glóbulos vermelhos, causando
eventualmente a sua destruição, o que leva a febre, calafrios e a
outros sintomas semelhantes aos da gripe.

Quando o parasita da malária está nos glóbulos vermelhos, é transmitido a


um mosquito Anófeles livre do parasita.
0579_DR_CF
Malária

Uma vez dentro do mosquito, o parasita amadurece e começa a


infectar as glândulas salivares do mosquito  forma de infecção

Após a transmissão da malária ter ocorrido, é provável que não sinta


sintomas imediatamente. Como parte do ciclo de vida do
plasmodium, este precisa amadurecer antes de fazer com que se
sinta doente.

Os sintomas da malária podem começar a aparecer sete dias após a


transmissão ou podem decorrer vários anos.
0579_DR_CF
0579_DR_CF

Malária
Malária – Sinais e Sintomas

Febre
Cefaleias
Mialgias
Calafrios

Disgeusia
Astenia
Náusea
0579_DR_CF
Malária – Complicações

Alterações no sistema nervoso central


Anemia grave
Insuficiência renal
Insuficiência respiratória
Choque
Coagulação intravascular disseminada
Hipoglicemia
Acidose metabólica
Disfunção hepática.
0579_DR_CF
Malária

A maioria dos anofelinos tem hábitos crepusculares ou noturnos

Durante o dia, procuram lugares onde ficam ao abrigo da luz


excessiva, do vento e dos inimigos naturais
0579_DR_CF
Malária – diagnóstico
 Gota espessa, considerado o exame padrão-ouro para diagnóstico
da malária. Permite a contagem da parasitemia - fator preditor de
gravidade na infecção por P. falciparum - além de permitir o
acompanhamento da queda da mesma, após o início da terapêutica.

 Teste rápido, após 30min refere a presença ou não do parasita

 Esfregaço sanguíneo, a qual permite a identificação da morfologia


do protozoário, e consequente diferenciação da espécie infectante -
que é importante para adequar tratamento.
0579_DR_CF
Malária – Tratamento
A malária grave é uma emergência médica, pela gravidade da apresentação
clínica, os utentes devem ser internados na UCI.

Avaliar a permeabilidade das vias aéreas, parâmetros vitais e acesso venoso


adequado

O peso, deve ser aferido para o cálculo das doses dos medicamentos.

Realização de exames laboratoriais - como glicemia, hemograma, contagem da


parasitemia, gasometria arterial e parâmetros de função renal e hepática.

Balanço hídrico rigoroso

Avaliação do estado de consciência (escala de coma de Glasgow)


0579_DR_CF
Malária – Tratamento
 Derivados de artemisinina (Artemeter e Artesunato)
 Opções EV/IM/VO(/rectal)
o Depende da gravidade
o Depende das disfunções e comorbilidades
o Depende dos meios disponíveis
 Quinina – medicamento mais antigo, muitos efeitos adversos
o Hipoglicemia
o Náuseas/vómitos
o Tremores e tinido
o Hipotensão e arritmias cardíacas
 Clindamicina e Doxiclina também são utilizados em malária grave
 Vacina brevemente?
0579_DR_CF
Malária – Plano de cuidados

Avaliação Inicial
Diagnósticos de enfermagem (Infecção, fadiga, nutrição
alterada inferior às necessidades, risco de consciência
alterada, risco de glicémia instável, dor, termoregulação
ineficaz)
Resultados esperados
Intervenções
Avaliação
0579_DR_CF
Febre Amarela

A febre amarela é uma doença hemorrágica viral aguda transmitida por


mosquitos infectados.

O vírus da febre amarela é um arbovírus do género flavivírus e é


transmitido pelos mosquitos pertencentes às espécies Aedes aegypti e
Haemogogus.

Os sintomas da febre amarela incluem febre, dores de cabeça, icterícia,


dores musculares, náuseas, vómitos e fadiga.
0579_DR_CF
Febre Amarela
A febre amarela é evitada por uma vacina extremamente eficaz.

Uma dose única da vacina da febre amarela é suficiente para conferir


uma imunidade sustentada e uma protecção para toda a vida contra
esta doença, não sendo necessário uma dose de reforço desta vacina.

Esta vacina fornece uma imunidade eficaz no prazo de 30 dias a 99%


das pessoas vacinadas.
0579_DR_CF
Febre Amarela
Incubação no corpo durante 3 a 6 dias.

Após a recuperação dos sintomas iniciais. Voltam as febres altas e são


afectados vários órgãos, normalmente o fígado e os rins. Nesta fase, é
provável que as pessoas desenvolvam icterícia ( daí o nome “febre
amarela”), urina escura e dores abdominais com vómitos. Pode ocorrer
hemorragia da boca, nariz, olhos ou estomago.

Metade dos utentes que entram na fase tóxica morrem no período de 7 -


10 dias.
0579_DR_CF
Febre Amarela
Os testes de sangue podem, por vezes, detectar o vírus na fase precoce
da doença. Nas fases mais tardias da doença, é necessário fazer o teste
para identificar anticorpos

Transmissão
As diferentes espécies de mosquitos vivem em habitats diferentes –
alguns vivem em torno as casas (domésticos), outros na selva (selvagens)
e alguns em ambos os habitats (semi-domésticos).
0579_DR_CF
Febre Amarela

Não existe um medicamento antiviral específico para a febre amarela,


mas há cuidados específicos para tratar a desidratação, a insuficiência
hepática e renal e a febre.

As infecções bacterianas associadas podem ser tratadas com


antibióticos.
0579_DR_CF
Febre Amarela
Controlo dos mosquitos
•Eliminação do lixo e das águas paradas.
•Devemos tapar os recipientes de água dentro de casa, mudar todas as
semanas a água dos vasos, colocar desinfetantes na água em
reservatórios,
•Aplicação de larvicidas aos reservatórios de água e outros locais onde
exista água estagnada
•Pulverização de inseticidas
•Rede mosquiteira
•Repelente (contendo DEET -dietiltoluamida)
•Rede milimétrica nas janelas
•Nas águas paradas de rua colocar óleo da cozinha usado
0579_DR_CF
Sistema Respiratório

O sistema respiratório é
constituído pelas fossas
nasais, pela boca,
laringe, traqueia, brônquios e
pulmões.
0579_DR_CF
Sistema Respiratório

A respiração inclui o
movimento do ar para
dentro e para fora dos
pulmões (ventilação) e as
trocas de oxigénio e dióxido
de carbono entre o sangue
capilar pulmonar e alvéolos
(respiração)
0579_DR_CF
Sistema Respiratório
Inspiração: promove a entrada
de ar nos pulmões, dá-se pela
contracção da musculatura do
diafragma e dos músculos
intercostais. O diafragma baixa e
as costelas elevam-se,
promovendo o aumento da caixa
torácica, com consequente
redução da pressão interna (em
relação à externa), forçando o ar
a entrar nos pulmões.
0579_DR_CF
Sistema Respiratório
Expiração: promove a saída de
ar nos pulmões, dá-se pelo
relaxamento da musculatura do
diafragma e dos músculos
intercostais. O diafragma eleva-
se e as costelas baixam, o que
diminui o volume da caixa
torácica, com consequente
aumento da pressão interna (em
relação à externa), forçando o ar
a sair nos pulmões.
0579_DR_CF
Insuficiência Respiratória

Incapacidade do aparelho respiratório para manter as trocas gasosas


adequadas entre o ar ambiente e a circulação.

•Hipoxémica
– PaO2 ≤ 60 mmHg
•Hipercápnica
– PaCO2 ≥45 mmHg
•Aguda
•Crónica
0579_DR_CF
Insuficiência Respiratória
 IR Parcial ou IR Tipo 1- Hipoxemica
 PaO2 < 60 mmHg; PaCO2 normal ou diminuida.

 IR Global ou IR Tipo 2 - Hipoxemica e Hipercapnia


 PaO2 < 60 mmHg; PaCO2 > 45 mmHg.
0579_DR_CF
Insuficiência Respiratória
0579_DR_CF
Insuficiência Respiratória
7.35 (acidose) pH 7.45 (alcalose)
35 (hipocapnia pCO2 45 (hipercapnia
alcalose) acidose)
70 (hipoxemia) pO2 100 (hiperoxemia)
135 (hiponatremia) Na+ 145
(hipernatremia)
3.5 (hipocalemia) K+ 5 (hipercalemia)
4.5 (hipocalcemia) Ca++ 5.8 (hipercalcemia)

70 Glic 180
0,5 Lac 1.6
35 Hct 55
0579_DR_CF
Insuficiência Respiratória
22 (acidose) HCO3- 26 (alcalose)
-2 BE (B) +2
80 SO2 100
12 Hbc 18
0579_DR_CF
Insuficiência Respiratória
PRIMEIRA ETAPA
Observar o pH.

SEGUNDA ETAPA
Observar a PaCO2.
Um valor acima de 45 mmHg indica que a
acidose é de natureza respiratória.
Um valor abaixo de 35 mmHg indica que a
alcalose é de natureza respiratória.

TERCEIRA ETAPA
Observar o bicarbonato (-HCO3).
Um bicarbonato abaixo de 22 mEq/l
acompanha as acidoses metabólicas.
Um bicarbonato superior a 26 mEq/l
acompanha as alcaloses metabólicas.
0579_DR_CF
Insuficiência Respiratória

QUARTA ETAPA
Avaliar o excesso ou o déficit de
bases no sangue.
O sangue normal tem o BE (BD) entre
– 2,5 e + 2,5 mEq/l.
QUINTA ETAPA
Observar a PaO2 e a SaO2
Se a PaO2 estiver acima de 65 mmHg
e a SaO2 estiver acima de 90%
podemos considerar a oxigenação
como satisfatória.
0579_DR_CF
Insuficiência Respiratória – Causas
 Pneumonias graves e outras doenças infecciosas.
 Doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).
 Enfisema. Asma.
 Tumores. Bronquite.
 Aspiração de pequenos objetos. Sinusite.
 Hemorragia. Fibrose pulmonar.
Atelectasia.
 Apneia do sono.
Pneumotórax
 Enfarte.
 Arritmias.
 Medicamentos depressores do SNC
 Doença neuromuscular.
 Consumo excessivo de substâncias tóxicas, como
tabaco, álcool e estupefacientes ou inalação de
monóxido de carbono.
0579_DR_CF
Insuficiência Respiratória – Sinais e Sintomas

Alteração do estado consciência (agitação /sonolência)


Dispneia
Cefaleia
Cianose
Taquipneia
Uso dos músculos acessórios, tiragem
Respiração paradoxal
Taquicardia
Diaforese
Hipertensão
0579_DR_CF
Insuficiência Respiratória – Plano de cuidados

Avaliação Inicial
Diagnósticos de enfermagem (troca de gases prejudicada,
padrão respiratório ineficaz, intolerância à actividade,
desobstrução ineficaz das vias aéreas, défice de
conhecimentos, nutrição alterada inferior às necessidades)
Resultados esperados
Intervenções
Avaliação
0579_DR_CF
Insuficiência Respiratória – Plano de cuidados
Melhoria das trocas gasosas  oxigenoterapia
Suporte ventilatório  ventilação mecânica invasiva e não invasiva
Melhoria da limpeza das vias aéreas  incentivar a tossir, aspiração de
secreções, elevação da cabeceira
Melhoria do padrão respiratório  posicionamento, inaloterapia,
humidificação das vias aéreas
Melhoria do débito cardíaco
Manutenção de uma nutrição adequada
Promoção e prevenção da saúde
0579_DR_CF
Edema Agudo do Pulmão
O edema agudo de pulmão é uma emergência médica, caracterizada por
uma acumulação anormal de líquidos no interstício e nos alvéolos
pulmonares (congestão pulmonar).
0579_DR_CF
Edema Agudo do Pulmão - Causas
Cardíaca:
ocorre pela incapacidade do coração em receber todo o volume de
sangue que o pulmão normalmente drena pelas veias pulmonares para
manter suas atividades de trocas gasoas. Dessa forma pode ser
consequência de: EAM, Estenose mitral ou aórtica, disrritmia ou
hipertensão.

Não-cardíacos:
Drogas como cocaína e heroína, alta altitude, pneumonia, Síndrome de
Dificuldade Respiratória Aguda, afogamento, insuficiência renal,
iatrogenia.
0579_DR_CF
Edema Agudo do Pulmão – Sinais e sintomas
-Dispneia aguda
- Ortopneia
- Dispneia Paroxistica nocturna
- Tosse com expectoração rosada ou hemoptoica
- Oligoanuria
- Pele fria, pálida e suada
- Hipotensão ou Hipertensão arterial
- Cianose periférica
- Confusão mental - Agitação
0579_DR_CF
Insuficiência Respiratória – Plano de cuidados
-Identificar e tratar causas,
-Sentar o utente o máximo possível com as extremidades
penduradas
-Cateterização venosa
-Monitorização PA,FC,FR,SatO2,ECG
-Sonda vesical
-O2
-Medicação
0579_DR_CF
Pneumotórax

Acumulação de ar na
cavidade pleural.

Pode ser espontâneo


(primário ou secundário) ou
traumático. O primário ocorre
sem doença pulmonar
conhecida, enquanto o
secundário surge como
complicação de doença
pulmonar previamente
conhecida.
0579_DR_CF
Pneumotórax – Sinais e Sintomas

Dor intensa à inspiração


Dispneia
Diaforese
Hipotensão
Taquicardia
Agitação
Desvio da traqueia
Ingurgitamento da jugular
0579_DR_CF
Pneumotórax – Tratamento

Pneumotórax pequeno: Repouso com O2


Pneumotórax pequeno ou médio: Aspiração x drenagem
Pneumotórax hipertensivo: Drenagem emergente
Pneumotórax recidivante: Videotoracoscopia
0579_DR_CF
Pneumotórax – Plano de cuidados
Melhoria das trocas gasosas  oxigenoterapia

Sentar o utente o máximo possível

Cateterização venosa

Monitorização PA,FC,FR,SatO2,ECG

Apoio psicológico

Administração dos medicamentos prescritos


0579_DR_CF
Derrame Pleural
O derrame pleural é a acumulação anormal
de líquido na cavidade pleural.

Derrame pleural: acumulação de líquido no


espaço pleural
Quilotórax: líquido linfático no
espaço pleural;
Empiema: pus no espaço pleural;
Hidrotórax: líquido seroso no
espaço pleural;
Hemotórax: sangue no espaço pleural;
0579_DR_CF
Derrame Pleural
1) Transudato – O
líquido pleural
transudativo é claro e
transparente, sem
células, com baixa
concentração de
proteínas, líquido
semelhante ao líquido
pleural normal.

2) Exsudato – O líquido pleural exsudativo é rico em proteínas e células


inflamatórias, tem aparência mais viscosa e opaca, por vezes, com sinais de
sangue misturado, no casos de infecções apresentar uma coleção de pus
0579_DR_CF
Derrame Pleural – Sinais e sintomas

Dispneia funcional e em repouso


Dor tipo pleurítica
Tosse
Febre
0579_DR_CF
Derrame Pleural – Tratamento

Normalmente o tratamento
é direcionado para a
doença que causou o
derrame pleural.

Por vezes, é necessário


fazer a extração do líquido
acumulado na pleura,
através da colocação de
um dreno torácico ligado a
um sistema sub-aquático
ou toracocentese.
0579_DR_CF
Derrame Pleural – Plano de cuidados

Avaliação Inicial
Diagnósticos de enfermagem (Compromisso das trocas
gasosas, padrão respiratório ineficaz medo, intolerância à
actividade, défice de conhecimentos)
Resultados esperados
Intervenções
Avaliação
0579_DR_CF
Derrame Pleural – Dreno torácico
0579_DR_CF
Derrame Pleural - Dreno torácico

A drenagem torácica é um procedimento cirúrgico com o objetivo principal


de remover o conteúdo líquido, sangue e/ou ar do interior da cavidade
pleural, e, assim reestabelecer a pressão negativa intrapleural (+/-
10cmH20) e permitir a reexpansão do pulmão em colapso.
0579_DR_CF
Derrame Pleural – Dreno torácico
NÃO ESQUECER no dreno torácico:

• Selo de água bidestilada


de segurança SEMPRE
(quando a pessoa expira o
ar passa para a água
através das bolhas,
quando inspira a água
impede que o ar volte aos
pulmões)
• Recolha de fluidos
• Saída de gases.
0579_DR_CF
Derrame Pleural – Dreno torácico (DT)
Cuidados com dreno torácico:
• Verificar periodicamente o selo de água, e se a água se movimenta
consoante a respiração do utente. Se não houver nenhum movimento,
pode significar que:
• A tubagem está dobrada;
• A pessoa está deitada sobre a tubuladura;
• O tecido pulmonar ou aderências estão a bloquear o dreno;
• Dreno não funcionante, reexpansão total do pulmão.

• Observar o nível de água 1x turno, a água evapora e terá de ser


reposta;
0579_DR_CF
Derrame Pleural – Dreno torácico (DT)
Cuidados com dreno torácico:
• Evitar ocultar o local de conexão entre o dreno e sistema de drenagem,
fixar com a técnica da janela com fita adesiva permitindo visualizar as
junções;

• Clampar o dreno aquando estritamente necessário (troca do sistema de


drenagem, desconexão acidental e remoção do dreno torácico);

• No caso de saída acidental do DT, aplicar de imediato gaze vaselinada


no ex-local de inserção do dreno ou um plástico e chamar médico. No
caso desconexão da mala de drenagem, colocar a ponta do dreno sob
emersão em água esterilizada. A execução imediata destes
procedimentos minimiza ou evita a formação de pneumotórax e
complicações maiores.
0579_DR_CF
Derrame Pleural – Dreno torácico (DT)
Cuidados com dreno torácico:
• Colocar junto da unidade duas pinças sem dentes e uma garrafa de
água esterilizada;
• Manter repouso relativo ou absoluto, mediante indicação médica;
• Realizar o penso após as 48h de colocação da DT e a cada 2 dias
(técnica asséptica e penso simples);
• Válvula de transporte unidirecional (válvula de Heimlich) segurança
0579_DR_CF
Derrame Pleural – Dreno torácico (DT)

Registar as características do DT:


Oscilante e não oscilante;
Borbulhante e não borbulhante;
Características do líquido drenado
(hemático, seroso, purulento e hematopurulento);
A que nível fica e a quantidade drenada;
Aspiração passiva (gravidade) ou ativa (vácuo);

Registar complicações;
Registar presença de dor;
Registar o local de inserção do dreno;
Registar as características do local de inserção do dreno.
0579_DR_CF
Derrame Pleural – Dreno torácico
Cuidados à pessoa com dreno torácico:
Vigilância hemodinâmica
Incentivar a pessoa a respirar profundamente e a tossir;
Promover a respiração abdominal
Incentivar a pessoa a mobilizar-se no leito;
Aliviar a dor;
Vigiar complicações (hemorragia, enfisema subcutâneo, exteriorização do
dreno)
Despistar sinais de taquipneia, sudorese, cianose, alteração dos
parâmetros vitais (pode significar pneumotórax hipertensivo, hemorragia
grave, embolia pulmonar)
Manter o dreno torácico sem dobras abaixo do nível do tórax

Após a retirada do DT remover pontos após 8/10 dias


0579_DR_CF
Pneumonia

Infecção aguda do parênquima pulmonar sendo uma causa comum


de doença grave, está associada a uma morbilidade e mortalidade
consideráveis particularmente em utentes mais velhos ou com co-
morbilidades.

Causa:
Bactérias
Vírus
Fungos
Alimentos, toxinas

2 tipos de pneumonias:
• Comunitárias
• Associadas aos cuidados de saúde
0579_DR_CF
Pneumonia – Sinais e sintomas

Tosse (seca ou produtiva com secreções purulentas)


Dor torácica de características pleuríticas
Dispneia
Febre

Por vezes podem ser descritos outros sintomas, mau estado geral,
alterações cognitivas (confusão) e queixas gastro-intestinais
(náuseas, vómitos ou diarreia).
0579_DR_CF
Pneumonia – Complicações

Atelectasia
Broncoespasmo
Derrame pleural
Empiema
Necrose
Abcesso pulmonar
Pericardite
Sépsis
Insuficiência respiratória
0579_DR_CF
Pneumonia – Plano de cuidados

Avaliação Inicial
Diagnósticos de enfermagem (compromisso nas trocas
gasosas, desobstrução ineficaz das vias aéreas, padrão
respiratório ineficaz, termorregulação ineficaz, infecção por …)
Resultados esperados
Intervenções
Avaliação
0579_DR_CF
Pneumonia – Plano de cuidados
Avaliar as características da respiração e características da
expectoração;
Fluidificação das secreções;
Hiper hidratação;
Humidificação do ar;
Nebulização com soro fisiológico ou broncodilatador;
Encorajar o utente a expelir as secreções (papeis e saco de plástico)
Evitar dar ao utente fluidos muito quentes ou muito frios para evitar o
bronco espasmos;
Administrar O2 se prescrito;
0579_DR_CF
Pneumonia – Plano de cuidados
Administração de terapêutica prescrita;
Vigiar coloração da pele, mucosas e extremidades;
Mobilizar/posicionar o utente com alterações da mobilidade – 3/3 h ou com
> frequência
Efectuar levante o mais precoce possivel
Aspirar secreções, se necessário (Limitar tempo de cada aspiração a 10-
15 seg, pressão de aspiração deve ser ≤ 200mmHg, Introduzir a sonda sem
corrente de aspiração, técnica asséptica)
Ensino da respiração correcta e ensino de como tossir;
0579_DR_CF
Tuberculose Pulmonar
 A tuberculose é causada por uma bactéria: Mycobacterium
tuberculosis, também conhecida como Bacilo de Koch.

 Esta infeção transmite-se de pessoa a pessoa por via aérea e, por


isso, apenas são contagiosas as pessoas com tuberculose
pulmonar ou laríngea.

 Tuberculose Cerebral;
 Tuberculose Renal;
 Tuberculose Ganglionar;
 Tuberculose Óssea;
 Tuberculose Cutânea;
 Tuberculose Pleural.
0579_DR_CF
Tuberculose Pulmonar – Sinais e Sintomas
 Cansaço
 Diminuição do apetite
 Emagrecimento
 Suores noturnos
 Febres baixas (37,5ºC) ao final do dia.
 Tosse, seca ou com expetoração
 Hemoptises

 Cada vez que um destes utentes tosse, espirra ou fala liberta


pequenas gotículas que transportam o bacilo de Koch. Ao se inalar o
ar com bacilos, estes vão alcançar e depositar-se nos pulmões.
0579_DR_CF
Tuberculose Pulmonar - Diagnóstico
Bacteriológico
Exame microscópico direto à expectoração
Cultura para micobactéria
RX Tx
TC Tx
Histopatologia
Prova tuberculínica
-0mm a 4mm – não reactor: indivíduo não infectado pelo M.
tuberculosis ou com hipersensibilidade reduzida.
-5mm a 9mm – reactor fraco: indivíduo vacinado com BCG ou
infectado pelo M. tuberculosis ou por outras micobactérias.
-10mm ou mais – reactor forte: indivíduo infectado pelo M.
tuberculosis, que pode estar doente ou não, e indivíduos vacinados com
BCG nos últimos dois anos.
0579_DR_CF
Tuberculose Pulmonar - Tratamento

É uma doença que pode ser completamente curável.

O seu tratamento consiste na combinação de diversos tuberculostáticos,


durante 6 a 9 meses consecutivos e sem interrupções, de modo a se evitar o
desenvolvimento de resistências.

Ao fim de 21 dias de tratamento deixa de estar na fase de contágio.

TOD- toma observada directamente


0579_DR_CF
Tuberculose Pulmonar - Prevenção

Vacina BCG

Evitar aglomerações de pessoas em locais fechados e sem iluminação


solar.

Em locais não ventilados deve-se sempre utilizar respirador.

Evitar contactos respiratórios próximos não protegidos com pessoas que


têm tuberculose em fase contagiosa, sobretudo se não estiverem a tomar
medicação.

Uso de respirador N95/N98, P2 ao entrar em contacto, o cliente deve usar


máscara cirúrgica
0579_DR_CF
Tuberculose Pulmonar – Plano de cuidados

Avaliação Inicial
Diagnósticos de enfermagem (défice de conhecimentos,
nutrição alternada: menor que as necessidades, desobstrução
ineficaz das vias aéreas, padrão respiratório ineficaz,
ansiedade, termorregulação ineficaz)
Resultados esperados
Intervenções
Avaliação
0579_DR_CF
Tromboembolismo pulmonar
A embolia pulmonar é a obstrução
repentina de uma artéria pulmonar
causada por um êmbolo.

Um êmbolo é, geralmente, um
coágulo sanguíneo (trombo), mas
podem também existir êmbolos
gordos ou uma bolha de ar que se
desloca através da corrente
sanguínea até obstruir um vaso
sanguíneo.
0579_DR_CF
Tromboembolismo pulmonar – Causas e
Factores de risco
Imobilizações prolongadas
Lesão na parede do vaso
Hipercoagulação do sangue

Obesidade
Doença Pulmonar Crónica
Insuficiência Cardíaca
Varizes
Cirurgia recente e factura da bacia ou perna
Repouso prolongado
Dislipidemia
Tabagismo.
0579_DR_CF
Tromboembolismo pulmonar – Sinais e
Sintomas
Dispneia
Hipotensão
Taquicardia
Tosse
Hemoptises
Dor pleurítica
0579_DR_CF
Tromboembolismo Pulmonar – Plano de
cuidados
Avaliação Inicial
Diagnósticos de enfermagem (Perfusão dos tecidos alterada,
compromisso das trocas gasosas, dor, padrão respiratório
ineficaz, défice de conhecimentos, risco de tromboembolismo
venoso)
Resultados esperados
Intervenções
Avaliação
0579_DR_CF
Covid 19

DGS, 2020
0579_DR_CF
Covid 19
SARS é uma doença respiratória zoonótica altamente infecciosa de
humanos com morbimortalidade significativa.

Essa patologia é causada pelo coronavírus que teve origem na China


em 2002 a 2003 causando um surto global.

É provável que o SARS-CoV tenha sido um vírus animal que se


adaptou à transmissão humano-humano. A presença deste animal
reservatório implica que é possível que esse vírus novamente infecte
seres humanos e inicie novos surtos de doenças.

DGS, 2020
0579_DR_CF
Covid 19
Agente
infeccioso
Vírus (Corona)

Reservatório
Hospedeiro homem, ambiente
Homem hospitalar, casa?

Porta de Saída
como é que o agente
Porta de deixa o reservatório
Entrada (secreções respiratórias
Inalação ou mucosas quando fala, espirra,
(olhos, nariz, boca) canta ou tosse e fezes)
Transmissão
Contacto directo e
indirecto com
gotículas e via aérea
(aerossóis gerados
por procedimentos)
0579_DR_CF
Covid 19

Os coronavírus, são transmitidos por:


-gotículas respiratórias (partículas superiores a 5 mícrons);
-contacto directo ou indirectas secreções respiratórias infeciosas,
com fezes ou com superfícies contaminadas por estas;  via
pouco provável
-aerossóis em procedimentos terapêuticos que os produzem.
0579_DR_CF
Covid 19

São consideradas suspeitas de infeção por SARS-CoV-2 as pessoas


que apresentem:
• Quadro de infeção respiratória aguda com, pelo menos, um dos
seguintes sintomas:
i. Tosse de novo, ou com agravamento do padrão habitual;
ii. Febre (temperatura ≥ 38,0ºC) sem outra causa atribuível;
iii. Dispneia / dificuldade respiratória, sem outra causa atribuível
• Anosmia, ageusia ou disgeusia de início súbito.

DGS, Norma nº 004/2020 de 23/03/2020 atualizada a 19/04/2021


0579_DR_CF
Covid 19
Caso confirmado
A colheita de amostras biológicas (preferencialmente do trato
respiratório) deve ser efectuada por profissionais devidamente
habilitados para a realização da colheita, conservação e
acondicionamento das amostras biológicas (frio 4ºC)
0579_DR_CF
0579_DR_CF

Covid 19
0579_DR_CF

Covid 19
Covid 19

Diagnóstico
Resultado de teste rápido negativo, mas com elevada suspeita
clínica de COVID19 realizam teste molecular (RT-PCR)
confirmatório e aguardam os resultados em locais criados /
adaptados para o efeito.

DGS, Norma nº 004/2020 de 23/03/2020 atualizada a 19/04/2021


0579_DR_CF
Covid 19
As complicações da doença podem :
Leves (sem pneumonia ou doença leve) – 81% casos
Graves ( dispneia, hipoxia ou envolvimento pulmonar) – 14% casos
Crítico (falência respiratória, choque ou disfunção multiorgânica ) –
5% casos
Morte

Desconhece-se se quem recuperou gerou imunidade contra novas infecções e se essa


imunidade é para vida
Fonte: norma de orientação para a gestão de casos de covid 19 nas UCI, Ministério da saúde de Angola, 2020
0579_DR_CF
Covid 19
Doença ligeira: sintomas ligeiros sem evidência de pneumonia ou
hipoxemia
Doença moderada: pneumonia (febre, tosse, dispneia, taquipneia) mas
com saturação periférica de O2 ≥ 90% em ar ambiente, e sem
instabilidade hemodinâmica;
Doença grave: pneumonia e, pelo menos, um dos seguintes critérios:
a. Taquipneia superior a 30 ciclos por minuto;
b. Dificuldade respiratória;
c. SpO2 inferior a 90% em ar ambiente;
d. Instabilidade hemodinâmica;
Doença crítica: síndrome de dificuldade respiratória aguda com
PaO2/FiO2 <100 ou choque séptico. DGS, Norma nº 004/2020 de 23/03/2020 atualizada a 19/04/2021
0579_DR_CF
Covid 19

Populações com maior risco de desenvolver doença grave:


Idade superior a 60 anos;
Doença ou condição crónica: DPOC, asma, insuficiência cardíaca,
diabetes, cirrose hepática, doença renal crónica em hemodiálise,
drepanocitose, obesidade;
Gravidez;
Neoplasia maligna ativa, particularmente sob quimioterapia, radioterapia
ou imunoterapia/biológicos;
Imunodepressão

DGS, Norma nº 004/2020 de 23/03/2020 atualizada a 19/04/2021


0579_DR_CF
Covid 19
Critérios para internamento:
1. Doença grave ou severa
2. Febre (Temperatura ≥ 38.0ºC) persistente por mais de 48h ou
reaparecimento após apirexia;
3. Alteração do estado de consciência;
4. Hemoptises;
5. Vómitos persistentes, diarreia grave ou desidratação grave;
6. Leucopenia, linfopenia, ou trombocitopenia, na ausência de outra
causa;
7. Existência de doenças crónicas descompensadas ou condições
associadas a COVID-19 grave
DGS, Norma nº 004/2020 de 23/03/2020 atualizada a 19/04/2021
0579_DR_CF
Covid 19
Critérios de Admissão em UCI para Adultos:
Todos os doentes com 1 critério major ou ≥ 3 critérios minor devem ser
admitidos em UCI dedicadas ao tratamento de doentes com COVID-19:
1. Critérios major: a. Choque sético com necessidade de
vasopressores; b. Insuficiência respiratória com necessidade de
ventilação mecânica invasiva.
2. Critérios minor: a. Frequência respiratória ≥ 30cpm; b. PaO2/FiO2 ≤
250; c. Pneumonia; d. Alteração do estado de consciência; e. Ureia ≥
42mg/dL; f. Leucopénia, na ausência de outra causa; g.
Trombocitopénia, na ausência de outra causa; h. Hipotermia
(<35ºC); i. Hipotensão com necessidade de fluidoterapia intensiva.

DGS, Norma nº 004/2020 de 23/03/2020 atualizada a 19/04/2021


0579_DR_CF
Covid 19
O tratamento para os doentes internados com COVID-19 inclui, conforme
avaliação clínica individualizada:
a. Tratamento sintomático, de suporte e das comorbilidades e doenças
crónicas descompensadas;
b. Tromboprofilaxia com heparina de baixo peso molecular, exceto se
contraindicada;
c. Oxigenoterapia suplementar para SpO2 alvo entre 90% e 96%,
administrada de forma convencional ou em alto fluxo por cânula
nasal,
d. Terapêutica por via inalatória, sem nebulização;
e. Suporte ventilatório precoce, nos casos selecionados, com falência
da oxigenoterapia;
DGS, Norma nº 004/2020 de 23/03/2020 atualizada a 19/04/2021
0579_DR_CF
Covid 19

Nos doentes internados por pneumonia por SARS-CoV-2 e hipoxemia


confirmada pode ser considerada a administração de Remdesivir

Nos doentes internados com doença grave ou crítica, deve ser


considerada a administração de Dexametasona (ou de Metilprednisolona)

Nos doentes com COVID-19 grave ou crítica, na fase de recuperação,


deve ser implementado um plano multidisciplinar de reabilitação funcional
e respiratória, bem como a vigilância de sequelas, designadamente
respiratórias.
DGS, Norma nº 004/2020 de 23/03/2020 atualizada a 19/04/2021
0579_DR_CF
Covid 19

O uso de um cânula nasal de alto fluxo (CNAF) permite fluxos de até


60L/min com uso de aquecedor e humidificador.
Este ar aquecido melhora a ação do epitélio mucociliar e permite
melhor conforto do cliente

Podem-se salientar os seguintes efeitos fisiológicos do CNAF:


redução do espaço morto anatómico; diminuição da resistência das
vias aéreas; aumento da complacência pulmonar; melhoria da higiene
brônquica; e manutenção de um certo nível de pressão positiva ao
final da expiração (cerca de 3 - 6cmH2 O).
Bocchile, Cazati, Timenetsky, Neto..Efeitos do uso de cateter nasal de alto fluxo na intubação e na reintubação de pacientes críticos. Rev Bras Ter Intensiva. 2018;30(4):487-495
0579_DR_CF
Covid 19

Vantagens CNAF:
Diminuição do trabalho respiratório;
Alívio da hipoxemia;
Conforto do cliente;
Diminui a sensação de dispneia.

Bocchile, Cazati, Timenetsky, Neto..Efeitos do uso de cateter nasal de alto fluxo na intubação e na reintubação de pacientes críticos. Rev Bras Ter Intensiva. 2018;30(4):487-495
0579_DR_CF
Covid 19
Ventilação em decúbito ventral
 Melhora a oxigenação em 60-75% dos
doentes.
 ↑ Capacidade funcional residual
 Melhora a relação ventilação/perfusão
 Melhora a excursão diafragmática
 ↑ Débito cardíaco
 Melhora trocas gasosas
 Melhora drenagem postural
 Recrutamento de atelectasias das regiões
dorsais
0579_DR_CF
Covid 19

O tempo mínimo preconizado para isolamento é de:


a. 10 dias nas pessoas assintomáticas;
b. 10 dias nas pessoas que desenvolvem doença ligeira ou
moderada;
c. 20 dias nas pessoas que desenvolvem doença grave
d. 20 dias nas pessoas com imunodepressão, independentemente da
gravidade da evolução clínica.

DGS, Norma nº 004/2020 de 23/03/2020 atualizada a 19/04/2021


0579_DR_CF
Covid 19

Prevenção:

•Precauções de exposição: lavagem das mãos, uso de EPI junto


do utente (bata, luvas, viseira ou óculos e respirador/P2),
distanciamento, evitar espaços fechados e partilha de objectos, …)
0579_DR_CF
Covid 19

EPI recomendado por várias organizações WHO, CDC, ECDC, DGS, ANVISA, MINSA
0579_DR_CF
Covid 19

“A higienização das mãos deve ser realizada antes da colocação do EPI e


realizada novamente sempre que o EPI for manipulado durante a prestação de
cuidados. As luvas devem ser tiradas e descartadas a fim de realizar a higiene
das mãos, se usadas durante qualquer um dos 5 momentos da OMS para a
higiene das mãos e substituídas por novas luvas, se necessário, para continuar
a prestar cuidados”

“Macacões, dupla camada de luvas ou aventais, proteção para sapatos ou


coberturas para a cabeça que cobrem a cabeça e o pescoço usados no
contexto de surtos de doença de filovírus (por exemplo, vírus Ebola) não
são necessários ao cuidar de pacientes com COVID-19.”
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Covid 19

Demonstrou-se que a lavagem das mãos à base de álcool e a lavagem das


mãos com água e sabão descontaminam eficazmente as mãos do SARS-CoV-
2, mas apenas quando realizados completamente com a fricção de cobertura
de superfície recomendada e tempo.

Profissionais de saúde com pele não íntegra nas mãos não devem realizar
cuidados diretos em pacientes sem luvas.

Uso prolongado de luvas (para usar em múltiplos doentes)- Nenhuma


evidência de qualidade está disponível no uso prolongado de luvas para
múltiplos doentes, e não é aconselhável.
Dadas as evidências atuais, a OMS não recomenda a
descontaminação das mãos enluvadas.
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Covid 19
Prevenção:

•Vacinação:
•Todos com mais de 12 anos
•As mulheres grávidas podem receber a vacina, se o benefício da sua
vacinação superar os potenciais riscos da vacina (controverso)
•Cuidado se faz alergia algum dos componentes

Em geral, as pessoas são consideradas totalmente vacinadas:


•2 semanas após a segunda dose em uma série de 2 doses,
•2 semanas após uma vacina de dose única

•As vacinas +/- 95% eficazes na prevenção da doença decorrente da


COVID-19 após 2 doses em adultos saudáveis
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Covid 19
Prevenção:

Vacinação:
•São novas, MAS NÃO desconhecidas
•Não têm o vírus vivo causador da doença
•As pessoas ganham proteção sem nunca correr o risco das
graves consequências de adoecer com COVID-19

•Fornece proteção de longo prazo?


•Protege contra mudanças do vírus (novas variantes)?
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Covid 19
Prevenção:
•Vacinação:
Vacina à base de ácidos nucleicos (mRNA)
•BioNTech/Pfizer
•Moderna
•CureVac
Este tipo de vacina contém parte das «instruções» do vírus causador
da COVID-19. Isto permite que as células do nosso próprio
organismo produzam uma proteína que é específica desse vírus.
O nosso sistema imunitário reconhece que esta proteína específica
não deve estar presente no organismo e responde através da
produção de defesas naturais contra a infeção pela COVID-19
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Covid 19
Covid 19
Prevenção:

•Vacinação:
Vacinas à base de proteínas
•Sanofi/GSK
Este tipo de vacina contém fragmentos de uma proteína que é
única para o vírus.
Estes fragmentos bastam para o nosso sistema imunitário
reconhecer que esta proteína específica não deve estar presente
no organismo e responder através da produção de defesas
naturais contra a infeção pela COVID-19.
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Covid 19
Prevenção:

•Vacinação:
Vacinas com vetores virais
•AstraZeneca
•Johnson & Johnson
Este tipo de vacina utiliza um vírus diferente e inofensivo para fornecer
as «instruções» do vírus causador da COVID-19.
As células do nosso próprio organismo podem assim produzir uma
proteína que é específica do vírus da COVID-19.
O nosso sistema imunitário reconhece que esta proteína específica
não deve estar presente no organismo e responde através da
produção de defesas naturais contra a infeção pela COVID-19.
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Covid 19 – Plano de cuidados

Avaliação Inicial
Diagnósticos de enfermagem (trocas gases prejudicada,
termorregulação ineficaz, infecção por SARS-cov-2, Dispneia
Funcional ou Repouso, desobstrução ineficaz das vias aéreas,
motilidade gastrointestinal disfuncional, diarreia, vómito, dor,
ansiedade,)
Resultados esperados
Intervenções
Avaliação
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Referências Bibliográficas
PHIPPS, Wilma J.; SANDS, Judith K.; MAREK, Jane F. (2003) -Enfermagem Médico-
Cirúrgica. Conceitos e Prática Clínica. 6ª edição. Loures: Lusociência.

Sites:
Infomed (infarmed.pt) https://www.dgs.pt/
https://spc.pt/ https://www.gov.br/anvisa/pt-br
https://www.heart.org/ https://www.cdc.gov/
https://www.escardio.org/ https://www.who.int/
http://www.sphta.org.pt/ https://www.rcaap.pt/
https://www.acc.org/ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/advance
https://www.ilae.org/ d/
https://www.spavc.org/pt/ https://search.scielo.org/?q=*:*&lang=pt&
https://www.sppneumologia.pt/ count=15&from=0&output=site&sort=&fo
https://www.spci.pt/ rmat=summary&fb=&page=1&q=*&lang=
pt&page=1
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