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Objectivos:
Consciencializar para a importância dos contextos (sociais, tecnológicos, etc) na construção do
conhecimento científico.
Estabelecimento dos conceitos fundamentais sobre hereditariedade.
Há muito tempo que o Homem se interroga sobre a forma como as características hereditárias são
transmitidas. Diversas explicações empíricas, mais ou menos fantasiadas, foram sendo avançadas.
Contudo, os primeiros trabalhos rigorosos, baseados em observações quantificadas, que sustentavam
uma explicação plausível sobre o modo de transmissão das características hereditárias, forma realizadas
por um monge austríaco, chamado Gregor Johann Mendel (figura 1).
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No início do século XIX, o cruzamento de plantas era muito difundido, especialmente com flores
ornamentais como as tulipas.
Mendel utilizou o conhecimento em reprodução vegetal que havia naquela época para planificar e
executar experiências sobre hereditariedade. Em 1866 estabeleceu as regras básicas da transmissão da
informação genética, de uma geração para a outra, com a publicação do artigo “Experiments in Plant
Hybridization” (Experiências na Hibridação das Plantas)
Mendel demorou aproximadamente 9 anos a elaborar os princípios básicos da herança das plantas.
Contudo, a sua teoria não só não foi aceite como até foi ignorada. A maior dificuldade na aceitação residia
no facto de os biólogos contemporâneos de Mendel não terem por hábito pensar em termos matemáticos.
Nem mesmo Charles Darwin, cuja teoria de evolução por Seleção Natural dependia da variação
genética entre os indivíduos, entendeu o significado das descobertas de Mendel.
No mosteiro, existia uma tradição, o cultivo de ervilheiras (Pisum sativum); estas plantas reuniam
um conjunto de características que se adequavam ao trabalho que Mendel pretendia desenvolver.
Assim:
Facilidade de cultivo
Elevado número de descendentes num curto intervalo de tempo
Disponibilidade de variedades com características diferentes
Existência de uma corola cuja estrutura possibilita o controlo da polinização
Controlo da polinização:
Note-se que para cada uma das características seleccionadas, e durante dois anos, Mendel tentou
isolar linhas puras, isto é, indivíduos que cruzados entre si (autopolinização) originam uma
descendência que é sempre toda igual entre si e igual aos progenitores, relativamente à
característica considerada (figura 2).
Figura 2 - Cruzamentos efectuados por Mendel com a ervilheira de cheiro (Pisum sativum)
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1. Indique de que forma a escolha da ervilheira, uma planta que possui pétalas a recobrir os
órgãos reprodutores, possibilitou um controlo experimental.
2. Exponha os procedimentos adoptados por Mendel na execução da polinização.
3. Refira a importância da remoção dos estames.
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Em oposição às características descontínuas que Mendel definiu, os naturalistas da época (influenciados pelas ideias
evolucionistas de Darwin, publicadas uma década antes) procuravam debruçar-se sobre pequenas variações
apresentadas pelas características contínuas. Parte da originalidade do trabalho de Mendel radica no “divórcio” com
esta perspectiva.
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1. Qual o problema que orientou o procedimento experimental realizado por Mendel?
2. Explique a necessidade de seleccionar indivíduos puros para a geração parental?
Figura 4
Mendel repetiu os cruzamentos para os sete caracteres por ele estudados, tendo obtidos resultados
semelhantes (figura 5):