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Da Ordem do Processo no Tribunal

 Generalidades
Em geral, o procedimento no tribunal tem duas fases distintas:
a) Perante o relator: a quem se atribui a função de praticar todos os atos até a
sessão de julgamento
b) Perante o colegiado: tem por finalidade o debate e o julgamento do caso.

 Função do regimento interno dos tribunais


O regimento interno dos tribunais é norma geral, que dispõe sobre o
funcionamento e a competência de seus órgãos internos, tratando, ademais, de
regras relativas a registro, distribuição, prevenção, conexão e outras também
relacionadas ao funcionamento e à competência do tribunal.
A competência funcional e material dos órgãos internos dos tribunais deve ser
definida em seus regimentos internos. A competência material e funcional do tribunal
é estabelecida pela legislação (em sentido amplo); o regimento interno distribui essa
competência do tribunal internamente.

 Protocolo, registro e distribuição.


a) Protocolo
O protocolo é livro oficial; todo tribunal tem um livro oficial de protocolos, que
pode ser eletrônico ou não. Sua principal função é a de autenticar a data de
apresentação dos autos ou petições, sendo permitida, a partir de então, a obtenção
de certidões ou, se for o caso, de recibo da entrega dos autos ou da petição.

b) Registro
O registro deve ser feito no mesmo dia da apresentação da petição ou da
chegada dos autos ao tribunal. Além da finalidade estatística, fiscal, histórica,
administrativa e processual, o registro tem por objetivo garantir a publicidade dos
atos processuais.
Registrados os autos, cabe à secretaria ordená-los para distribuição imediata.

c) Distribuição
A distribuição de processos no tribunal será imediata, tal como impõe o inciso
XV do art. 93 da Constituição Federal, ratificado pelo art. 939, caput.
A distribuição é obrigatória e há de ser feita, segundo o art. 930 do CPC, de
acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o
sorteio eletrônico e a publicidade.
A distribuição alternada entre os membros do tribunal obedece à rigorosa
igualdade (art. 285, CPC), para que haja equânime divisão de trabalho.
O sorteio eletrônico é o modo de proceder à distribuição, em razão do seu
caráter aleatório.
A publicidade da distribuição é corolário do princípio constitucional da
publicidade. Por meio dela, permite-se que as partes, seus procuradores e outros
interessados conheçam o órgão julgador e o relator, de modo que possam fiscalizar
a distribuição e, até mesmo, corrigir eventual erro.
Como o tribunal é, essencialmente, um órgão colegiado, a distribuição desponta
como um ato importantíssimo. É pela distribuição que se define se o processo
deverá encaminhar-se ao pleno ou a algum outro órgão do tribunal, estabelecendo,
ainda, quem será o relator.
 Conexão e prevenção
O parágrafo único do art. 930 do CPC está assim redigido: "O primeiro recurso
protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente
interposto no mesmo processo ou em processo conexo".
A prevenção atribui ao relator a competência funcional - e, portanto, absoluta -
para julgar esses futuros recursos.
Observação: A regra da prevenção, para o STJ, atribui uma competência funcional
com regime jurídico misto: por um lado, a incompetência pode ser conhecida de
ofício; por outro, não pode ser alegada a qualquer tempo.

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