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16/08/2015

CELIBATO E MONOGAMIA

Rosi e Márcio

O CELIBATO (do latim caelibatus, estado daquele que não é casado


ou que é célibe) é, na sua definição literal, o estado de uma pessoa
que se mantém solteira , sem obrigação de manter a virgindade,
podendo ter relações sexuais.

A ABSTINÊNCIA SEXUAL é a prática voluntária ou involuntária de


abster-se de alguns ou todos os aspectos da atividade sexual.

“698. O celibato voluntário é meritório aos olhos de Deus?


Não, e os que vivem assim por egoísmo desagradam a Deus e enganam a todos.

699. O celibato não é para algumas pessoas um sacrifício com a finalidade de se devotar
mais inteiramente ao serviço da Humanidade?
Isso é bem diferente. Eu disse: por EGOÍSMO. Todo sacrifício pessoal é meritório quando é
para o bem; quanto maior o sacrifício, maior o mérito.

Comentário de Kardec: Deus não pode se contradizer nem achar mau o que fez. Não pode
haver mérito na violação de Sua lei. Mas se o celibato, por si mesmo, não é meritório, não
ocorre o mesmo quando é pela renúncia às alegrias da família, um sacrifício decidido em favor
da humanidade. Todo sacrifício pessoal para o bem e sem o disfarce do egoísmo eleva o
homem acima de sua condição material”. (O Livro dos Espíritos – Cap. IV - Lei de Reprodução)

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Abstinência, em matéria de sexo e celibato, na vida de relação pressupõe


experiências da criatura em duas faixas essenciais:

Espíritos que escolhem semelhantes posições voluntariamente para burilamento ou serviço.


“Agindo assim, por amor, doando o corpo a serviço dos semelhantes e, por esse modo, amparando os
irmãos da Humanidade, através de variadas maneiras, convertem a existência, sem ligações sexuais,
em caminho de acesso à sublimação, ambientando-se em climas diferentes de criatividade, porquanto a
energia sexual neles não estancou o próprio fluxo; essa energia simplesmente se canaliza para outros
objetivos — os de natureza espiritual.” (Vida e Sexo – Francisco C. Xavier)

Espíritos que se veem forçados a adota-las, por força de inibições diversas.


“(...) encontramos aqueles outros, os que já renasceram no corpo físico induzidos ou obrigados à
abstinência sexual, atendendo a inibições irreversíveis ou a processos de inversão pelos quais sanam
erros do pretérito ou se recolhem a pesadas disciplinas que lhes facilitem a desincumbência de
compromissos determinados, em assuntos do Espírito”. (Vida e Sexo – Francisco C. Xavier)

Celibato voluntário sem aproveitamento espiritual

“Vida monástica, por si só, não é sinônimo de evolução espiritual. Podemos passar
uma vida toda com disciplinas rígidas e não aproveitá-las para o aprimoramento dos
sentimentos”. (Sexo e Evolução - Walter Barcelos)

Compreensão para com as pessoas de vida celibatária

“As criaturas com vida celibatária na Terra muito dificilmente são compreendidas e
normalmente sofrem críticas e acusações, por parte de familiares e amigos, de
possuírem indiferença, frieza, preguiça, irresponsabilidade ou de serem afeitos à vida
fácil, porque não se casaram, fugindo das obrigações sagradas do matrimônio. São
acusações que não retratam a realidade espiritual destas criaturas, na maioria dos
casos”. (Sexo e Evolução - Walter Barcelos)

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Eunucos que se castraram pelo reino dos Céus

“O Evangelho nos fala dos “eunucos que se castraram a si mesmos por causa do
Reino dos Céus”. Os eunucos serão, em nosso entendimento, aqueles que, com
abstinência sexual e vida celibatária, entregaram a vida a benefício da Humanidade
ou de si mesmos, em duas situações: 1º) a dos Espíritos Superiores que vêm com
missão definida em atividades religiosas para impulsionar as criaturas humanas ao
progresso espiritual e que aceitaram voluntariamente, vivendo num clima de amor,
renúncia e humildade a bem dos semelhantes; 2º) a daqueles Espíritos que se
encontram com necessidades expiatórias e aceitaram involuntariamente ou seja, sem
a aprovação de um desejo íntimo. Trazem ainda muitos problemas morais por
resolverem, através de um trabalho árduo e penoso de reeducação dos sentimentos,
em busca do Amor Universal.” (Sexo e Evolução - Walter Barcelos)

“Vejamos agora os belíssimos votos de abnegação sacerdotal do Espírito Pólux, quando se


encontrava na Vida Espiritual, pouco antes da reencarnação, prometendo uma vida exemplar de
sacerdócio com renúncia, ascetismo e aperfeiçoamento. Atentemos no que nos fala Emmanuel
em o livro “Renúncia”:
“— Sim, esclareceu Pólux, desfeito em lágrimas —‘ roguei a recapitulação do esforço dos
sacerdotes devotados ao labor divino. Uma vez mais, quero tentar as provas da abnegação e o
ascetismo, na exemplificação do amor ao próximo. (...) Quero viver sem lar e sem filhos
carinhosos, quero conhecer a solidão que muitas vezes já experimentaste no mundo, nos
extremos sacrifícios por mim. Minhas noites hão de ser desertas e tristes, caminharei junto dos
que caem e padecem sobre a Terra, no propósito de servir a Jesus, através da sua Seara de
Amor e Perdão.”
Este maravilhoso projeto de trabalhos de amor e aperfeiçoamento não foi concretizado por
Pólux, pois na Terra ele foi o sacerdote Carlos Chenagham, no século dezoito, na época da
Inquisição, e levou sua vida de sacerdote para a intriga, o crime, a perseguição e a crueldade”.
(Sexo e Evolução - Walter Barcelos)

“Otávio, em o livro de André Luiz “Os Mensageiros”, Capítulo 6, intitulado: A queda de Otávio. Fizemos
o resumo deste capítulo, em que buscamos destacar a mudança de destino da vida celibatária para o
de casamento. Otávio precisava experimentar a vida de celibato, porque o seu caso particular assim o
exigia. Como missão particular, deveria receber, com a vida de solteiro, seis crianças órfãs, seus
credores de vidas passadas, a fim de ampará-las e educá-las. Aos dezenove anos, sofrendo problemas
mediúnicos, interpretados como alucinações, vai ao médico, o qual lhe aconselha experiências sexuais.
De imediato, entrega-se aos abusos sexuais. Aos vinte anos de idade, quando foi chamado à tutela das
seis crianças, fugiu ao compromisso assumido, tomado de horror. Em virtude de uma ação menos
digna com uma jovem, foi obrigado a casar-se, precipitadamente, o que não estava no seu programa
de vida. A mulher a quem se ligara somente por apetites do instinto sexual era criatura muito inferior
aos seus recursos espirituais. Otávio não foi feliz no casamento, pois sofreu muito com a esposa, que
não se dedicava a nenhum valor espiritual. Teve um filho de triste condição espiritual, o qual,
juntamente com a sua esposa, atormentou sua vida a tal ponto, que, sem os recursos inestimáveis da
fé viva, desalentado e infeliz, veio a desencarnar aos quarenta anos de idade, roído pela sífilis, pelo
álcool e pelos desgostos. Perdeu todas as oportunidades para o resgate, aperfeiçoamento e
libertação”. (Sexo e Evolução - Walter Barcelos)

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“701. Qual das duas, a poligamia ou a monogamia, é mais conforme à lei da Natureza?
A poligamia é uma lei humana cuja abolição marca um progresso social. O casamento,
conforme os desígnios de Deus, deve estar fundado na afeição dos seres que se unem.
Com a poligamia não há afeição real: há apenas sensualidade.”

Comentário de Kardec: Se a poligamia estivesse de acordo com à lei natural, deveria ser
universal, o que seria materialmente impossível por causa da igualdade numérica dos
sexos. A poligamia deve ser considerada como um uso particular ou uma legislação
especial, apropriada a alguns costumes, e que o aperfeiçoamento social faz pouco a
pouco desaparecer”. (O Livro dos Espíritos – Cap. IV - Lei de Reprodução)

TRANSIÇÃO ENTRE POLIGAMIA E MONOGAMIA

A transição ocorre nas relações afetivas e sexuais humanas de forma lenta conforme
relato de Francisco C. Xavier no Livro Evolução em dois Mundos “[...] à medida que se nos
dilata o afastamento da animalidade quase absoluta, para a integração com a
Humanidade, o amor assume dimensões mais elevadas, tanto para os que se verticalizam
na virtude como para os que se horizontalizam na inteligência”.

MONOGAMIA

“[...] é o clima espontâneo do ser humano, de vez que dentro dela realiza, naturalmente,
com a alma eleita de suas aspirações a união ideal do raciocínio e do sentimento, com a
perfeita associação dos recursos ativos e passivos, na constituição do binário de forças,
capaz de criar não apenas formas físicas, para a encarnação de outras almas na Terra.”
( Francisco C. Xavier - Evolução em dois Mundos)

“Tais considerações nos impelem a concluir que a vida sexual de cada criatura
é terreno sagrado para ela própria, e que, por isso mesmo, abstenção, ligação
afetiva, constituição de família, vida celibatária, divórcio e outras ocorrências,
no campo do amor, são problemas pertinentes à responsabilidade de cada
um, erigindo-se, por essa razão, em assuntos, não de corpo para corpo, mas
de coração para coração.”
(Vida e Sexo – Francisco C. Xavier)

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