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Habac 3-17-19

Num mundo onde o sucesso é pregado como objetivo de vida e única forma de se obter a felicidade.

Algumas igrejas também se contaminaram com esta idéia de que prosperidade material e a saúde
impecável são sinônimas da benção e presença de Deus, enquanto a falta destas coisas é ausência dele.

Muitos crentes estão sendo enganados por se achar que pode se tornar um supercrente longe das
intempéries da vida e assim não está preparado para lidar com as tempestades que por ventura venha a
passar.

O profeta Habacuque estranharia sem sombra de dúvida assim como o apóstolo Paulo este pseudo-
evangelho que é pregado por aí.

2 Timóteo 2 : 9 Por isso sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está
presa.
2 Timóteo 1 : 12 Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem
tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia.

Agradecer a Deus quando tudo está bem e navegamos num mar de tranqüilidade é muito Fácil.

O Deísmo acredita num Deus que é transcendente, mas que não é imanente. Deus é imanente e está
conosco a todo momento.

ROM 8.35:39

Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a


nudez, ou o perigo, ou a espada?
Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas
para o matadouro.
Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as
potestades, nem o presente, nem o porvir,
Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que
está em Cristo Jesus nosso Senhor.

Eu me voltei para Deus, quando realmente precisava, e o que encontrei foi uma porta fechada, uma tranca
e um cadeado, depois disso o silêncio. C.S.Lewis Terra das Sombras

NO FINAL ele conclui que a porta não estava, nem fechada nem traçada, será que algum dia estuvera
fechada? Estava trancada por dentro por minha própria necessidade desesperada.

Jesus não trabalha com a tribulação na perspectiva da possibilidade,do pode ser mas na perspectiva da
certeza. No mundo tereis aflições, mas tendes bom animo.
Se prestarmos atenção aos pregadores da prosperidade eles usam na maioria textos de promessas feitas a
Israel antes do exílio, promessas deuteronomicas.

Porque o novo testamento não é uma chamada para os cristãos viverem com a possibilidade do sucesso,
da prosperidade, mas a chamada para aprendermos a viver debaixo da tribulação. Não vemos versículos do
tipo, se você fizer duas semanas de jejum, ou acender uma vela, ou beber da água consagrada, dá o dizímo
vc não terá aflição.

E quando as coisas não vão bem, é pq sua fé não é o suficiente. Vc orou pouco, contribuiu pouco, etc. o
pastor está sempre blindado, e a culpa é sempre do fiel. São produzidas pessoas com sentimento de culpa
de incapacidade, a sensação que não é filho de Deus.

A igreja deve estar preparada não apenas para as vitórias,mas preparada para dor, tribulação.Somos
adestrados para reclamar o nosso direito de obter a felicidade, as vitórias, mas não estamos preparados
para as tempestades.

Temos que está preparados para a comemoração da vitória, mas também do luto.

Terão dias cinzas, mas assim como o sol permanece brilhando acima das nuvens, Deus está acima dos
nossas dores velando e cuidando de nós.

Salmo 46: 1010 Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre
a terra

O fraco perde a fé, quando cristo não compensa.

O poder do homem está em aceitar os desígnios de Deus. Tenho medo de amar a Deus por ter devolvido
você pra mim, talvez seja fácil odiá-lo mais tarde.Filme terra das sombras

Há um culto aos milagres, as pessoas são bombardeadas coma idéia de que DEUS é obrigado a fazer um
milagre em nossas vidas. Como ficam as pessoas que oraram por seus familiares que estavam com doenças
graves, mas que não obtiveram a resposta de Deus. Ficam pensando, onde eu errei? Por que Deus não me
ouve.

Amar a Deus por nada, e isso me ser tudo.

Amar-te por nada, o que queres de mim? Nada. Só quero a ti, pois se eu tiver apenas a ti, serei o mais
dentre os homens.

Qual a profundidade da nossa relação com Deus. Nos reunimos aqui para conseguir as coisas de Deus?

Conversão de C.S. Lewis “ Deus, tu és Deus” na sua conversão ele falou apenas esta oração.

Tem que passar no getesmani para que seja espremido e saia azeite.

C.S Lewis certa vez perguntou a alguém: você quer ser cristão pra que?

R. para Ser feliz.

Errado. Não busque a religião pra ser feliz. Eu sempre soube que uma garrafa de vinho é suficiente pra te
fazer feliz.
O Cristianismo nos chama para sermos diáconos.

“Se a ostra fosse feliz, não produziria pérolas” Rubem Alves

Antes eu explicava tudo e não tinha paz, agora não consigo explicar e estou feliz.

Tertuliano (155 – 220) O sangue dos mártires era semente de novos cristãos!”

Enquanto isso, onde está Deus? Esse é um dos sintomas mais inquietantes.

Quando você está feliz, tão feliz que não tem nenhuma necessidade Dele… e se volta para Ele com gratidão
e louvor, é recebido de braços abertos. Mas vá até Ele quando estiver em desespero, quando tudo parece
ter sido em vão, e o que encontrará? Uma porta fechada e o barulho de uma tranca sendo passada duas
vezes. Depois disso, um silêncio. Você pode ir embora.”
- C. S. Lewis – “A Anatomia de Uma Dor”.
Richard Attenborough tem uma notável colaboração para o cinema. Com uma carreira como ator em
evolução aos 12 anos (hoje Attenborough tem 85 anos de vida), o seu primeiro passo como cineasta  foi
dado somente em 1969, com o musical “Oh! Que Bela Guerra”. De lá para cá seguiram-se somente onze
títulos e na maioria deles foi dedicados a nomes bem famosos. Mohandas Karamchand Gandhi (”Gandhi”,
1982, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Diretor), Steve Biko (”Um Grito de Liberdade”, 1987), Charles
Spencer Chaplin (”Chaplin”, 1992), Ernest Hemingway (”No Amor e na Guerra”, 1996) e Archibald Belaney
(”O Guerreiro da Paz”, 1999) são algumas pessoas que de fato existiram e que serviram para Attenborough
contar a bela história de vida de cada um deles.

Clive Staples Lewis, o famoso autor de “As Crônicas de Nárnia”, é o personagem central de “Terra das
Sombras”, drama baseado em um trecho de sua existência. Talvez seja o melhor filme de Richard
Attenborough. E, se não fosse o suficiente, o melhor momento de Anthony Hopkins e Debra Winger em
toda a carreira, com Winger recebendo a sua terceira nomeação ao Oscar de melhor atriz. Hopkins, como
se imagina, é Lewis. No início da década de 1950 o escritor marca um encontro com Joy Gresham (Debra
Winger) após receber uma correspondência descrevendo o grande fascínio dela pelo seu trabalho.
Viajando ao seu encontro para a Inglaterra, Joy trás consigo o seu jovem filho Douglas (Joseph Mazzello,
conhecido pelos sensíveis “A Cura” e “Pequeno Milagre”).

A intenção de Joy além de conhecer pessoalmente Lewis é ouvir a sua opinião sobre os seus poemas, afinal
ela também apresenta aptidão pela escrita. O relacionamento entre eles, que resulta numa bela amizade,
flui bem, mas Joy tem que voltar para o seu lar. Só que não demora para ela retornar à Inglaterra com uma
proposta para Lewis, que é um casamento. Ela passa por problemas com o marido, extremamente violento
e que vive com os vícios do álcool. E viver com Lewis na Inglaterra é um novo recomeço. Mas a princípio
eles não se amam. Armam o casamento com Lewis concordando passivamente com as propostas de Joy.
Eles não viveram como marido e mulher, somente como bons amigos. O ato da união entre os dois
consegue ser até cômico. E o amor aparece e num momento bem delicado, quando Joy é diagnosticada
com câncer nos ossos.

O roteiro indicado ao Oscar de William Nicholson, que por sua vez se baseia na encenação teatral de sua
própria autoria, segue exatamente a linha deixada pelo verdadeiro C. S. Lewis. E Richard Attenborough tem
uma direção primorosa. O cineasta capta sequências com uma sensibilidade comovente e não se esquece
do tom que predomina as memórias do protagonista através dos seus relatos pessoas no livro “A Anatomia
de Uma Dor”. Através de uma referência curiosa com “As Crônicas de Nárnia”, sendo o guarda-roupa
escondido no sótão da casa de Lewis onde o filho de Joy não encontra mágica alguma daquela das
aventuras dos irmãos Pevensie, “Terra das Sombras” apresenta o mundo como ele é. Um mundo onde
todos passam por alegrias, fé e sonhos, mas também por tristezas, descrença e perdas. E com base nesses
sentimentos tão contraditórios, Attenborough molda um filme cuja magnitude é tão infinita que avaliações
ou mesmo quaisquer palavras não são capazes de representá-lo.

“Por que amar, se perder machuca tanto? Eu não tenho mais respostas: só a vida que eu vivi. Duas vezes
nessa vida eu dei a escolha: como um garoto e como um homem.O garoto escolheu a segurança, o homem
o sofrimento. A dor de então faz parte da felicidade de agora. Esse é o acordo.”
- Anthony Hopkins, como Clive Staples Lewis – “Terra das Sombras”.

Os consoladores de Jó – John Stott


Depois que o Senhor disse essas palavras, disse também a Elifaz, de Temã: "Estou indignado com você e
com os seus dois amigos, pois vocês não falaram o que é certo a meu respeito, como fez meu servo Jó". –
(Jó 42.7)

A Bíblia não traz solução para o problema do sofrimento, porém leva-o a sério e indica as maneiras de
enfrentá-lo. E nesse sentido que o livro de Jó pferece uma importante contribuição.

O livro começa com uma rápida visão a partir de duas perspectivas. De um lado, vemos a retidão de Jó, sua
família e suas riquezas, de outro lado, a joâmara do concilio celestial, onde Deus e Satanás entram numa
discussão sobre Jó. Fica claro a partir dessa discussão que os sofrimentos de Jó aconteceram com a
permissão de Deus. Só após esse consentimento é que Jó foi esma¬gado por uma série de tragédias, que
resultaram na perda de seu rebanho, de seus servos, filhos e filhas e de sua saúde.

Foi nesse momento que seus três amigos chegaram para consolá-lo. Inicialmente, eles apenas ficaram
sentados no chão, ao lado dele, e durante orna semana não disseram nada. Como seria bom se eles
tivessem continuado de boca fechada! Ao contrário, eles despejaram toda a sua ortodoxia convencional
sobre Jó, repetindo ad nauseam a mesma ladainha, que Jó estava so--'endo por causa de seus pecados. "O
ímpio sofre tormentos a vida toda", afirmou Elifaz (15.20). "A lâmpada do ímpio se apaga", acrescentou
Bildade 18.5), e Zofar concluiu dizendo que "o riso dos maus é passageiro" (20.5).

Embora Jó tenha errado ao se deixar envolver por um sentimento de autopiedade , ele não estava errado
ao rejeitar a doutrina de seus amigos ou chamá-los de "médicos que de nada valem" (13.4) e "pobres
consoladores" (16.2) que não falam outra coisa senão "absurdos" (21.34). Mais tarde, Deus confirmou o
veredicto de Jó ao declarar que estava "indignado com Elifaz e seus dois amigos" (42.7), pois eles "não
falaram o que é certo" a respeito dele 42.7-8).

O livro de Jó é também importante para a nossa compreensão das Escrituras. Ele nos diz que não podemos
considerar as palavras dos amigos de Jó como um ensino das Escrituras. Esses discursos foram incluídos nas
Escrituras com o propósito de serem contestados, não endossados.

Para saber mais: Jó 42.1-9

Também nos gloriamos nas tribulações – John Stott (25 de Abril de 1921)

As tribulações — ou "sofrimentos", BLH — mencionadas aqui (Rm 5.3-8) - não são aquelas experiências
que nós às vezes chamamos de "provações e tribulações" de nossa existência terrena, referindo-nos às
nossas dores e penas, temores e frustrações, privações e desapontamentos. A palavra usada
é thlipseis (literalmente, "pressões") e refere-se especificamente a oposição e perseguição por parte de um
mundo hostil. Thlipsis era quase um termo técnico relativo ao sofrimento que o povo de Deus deveria
esperar nos últimos dias, antes do fim. Assim Jesus preveniu seus discípulos de que "neste mundo" eles
haveriam de ter "aflições"16 (outra vez, thlipsis), e Paulo, de semelhante forma, advertiu seus convertidos
dizendo-lhes que "é necessário que passemos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus".

Qual é a atitude que se espera dos cristãos em face dessas "tribulações"? Longe de meramente suportá-las
com resistência estóica, nós devemos regozijar-nos nelas. Mas isso não é masoquismo, a atitude doentia
que se revela em deliciar-se na dor. É, antes, reconhecer que, por detrás do sofrimento, existe uma
racionalidade divina. Primeiro, o sofrimento é o único caminho para a glória. Com Cristo foi assim; e assim
será com os cristãos. Como Paulo irá expressar logo adiante, nós somos "co-herdeiros com Cristo, se de
fato participamos dos seus sofrimentos para que também participemos da sua glória" (8.17). É por isso que
devemos regozijar-nos tanto nos sofrimentos como na glória.

Em segundo lugar, se no final o sofrimento conduz à glória, entrementes ele leva à maturidade. O
sofrimento pode ser produtivo, se a ele reagirmos com atitude positiva e não com indignação e amargura.
Nós sabemos disso, especialmente com base na experiência do povo de Deus em todas as gerações. A
tribulação produz perseverança (3, hypomonê, paciência, resistência). Sem sofrer, nós nunca
aprenderíamos a ser perseverantes, pois sem o sofrimento não haveria nada para suportar. Em seguida, a
perseverança produz caráter aprovado. Dokimê é a qualidade de uma pessoa que foi provada e passou no
teste. E uma "força de caráter" (NTV), "a índole de um veterano em oposição à de um soldado
raso".1Então, o último elo da corrente é que o caráter aprovado produz esperança, talvez porque o Deus
que desenvolve o nosso caráter no presente é digno de confiança também para o futuro.

Em terceiro lugar, o sofrimento é o melhor contexto no qual podemos ter certeza do amor de Deus. Sei
que muita gente dirá logo o contrário; afinal, é o sofrimento que leva muitos a duvidarem do amor de
Deus. Consideremos, porém, o argumento de Paulo. Ele elaborou em corrente a sequência de reações: da
tribulação à perseverança, da perseverança ao caráter provado, e do caráter provado à esperança. Agora
ele acrescenta que a esperança não nos decepciona (5a) — aliás, nunca irá fazê-lo. Ela nunca haverá de
trair-nos, provando ser, no final, apenas uma ilusão. Essa esperança não é fantasia. Mas, como se pode ter
certeza disso? Qual é a base suprema em que se alicerça a nossa esperança cristã, nossa esperança da
glória? É o amor inabalável de Deus. A razão pela qual a nossa esperança nunca nos deixará na mão é que
Deus nunca nos abandonará. Seu amor nunca desistirá de nós.

Mas como é que se pode ter certeza do amor de Deus? Ter certeza do amor dos pais é algo quase
indispensável para o desenvolvimento emocional saudável de uma criança. Se há algo que traz realização
para o ser humano, é ter certeza do amor do cônjuge ou de um amigo fiel. A certeza do amor de Deus traz
bênçãos ainda mais ricas. Este é o maior segredo da alegria, da paz, da liberdade, da confiança e do
respeito próprio.
O apóstolo menciona duas importantes maneiras pelas quais podemos ter certeza de que Deus nos ama. O
primeiro é que Deus derramou seu amor em nossos corações, pelo Espírito Santo que ele nos concedeu
(5b). Esta é a primeira menção que se faz, na Epístola aos Romanos, sobre a obra do Espírito Santo na vida
do cristão; e ela nos ensina algumas lições muito importantes.

A primeira é que o Espírito Santo é uma dádiva de Deus para todos os crentes (note-se que Paulo está
enumerando as consequências da justificação), de forma que é impossível ser justificado pela fé sem que,
ao mesmo tempo, se seja regenerado e habitado pelo Espírito. A seguir, ela nos ensina que o Espírito Santo
nos foi concedido em um tempo específico (dothentos, um tempo aoristo), a saber, no momento que
costumamos chamar de nossa "conversão", ou seja, quando fomos justificados. Em terceiro lugar, uma vez
concedido a nós, um dos ministérios distintivos do Espírito Santo é derramar o amor de Deus em nossos
corações. E ele o faz de tal maneira que, ao derramá-lo pela primeira vez, gera-se um fluxo permanente em
nossos corações (ekkechytai, tempo perfeito). E compreensível que muitos vejam aqui uma referência à
efusão do Espírito no Pentecostes, uma vez que ali se usa o mesmo verbo (ekcheõ, "derramar"). No
entanto, o apóstolo é muito preciso aqui, ao escrever especificamente, não sobre o derramamento do
Espírito, mas sobre o derramamento do amor de Deus por intermédio do ministério do Espírito em nossos
corações. O genitivo da expressão "amor de Deus" deve ser seguramente subjetivo, e não objetivo, o que
significa que o que se tem em mente é o amor de Deus por nós, e não o nosso amor por ele. "Sob a vívida
metáfora de uma chuvarada que cai sobre uma terra seca", o que o Espírito Santo faz é proporcionar-nos a
consciência profunda e refrescante de que Deus nos ama. É muito similar à declaração posterior de Paulo
de que "o próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus" (8.16). Existe
pouquíssima diferença (se é que existe) entre Deus assegurar-nos da sua paternidade e assegurar-nos do
seu amor.

A esta altura, quem sabe seja conveniente fazermos referência ao que ensinavam alguns teólogos
puritanos e que, neste século, tornou-se conhecido através do Dr. Martyn Lloyd-Jones. Segundo eles, esse
derramamento do amor de Deus no coração, seria uma experiência subsequente à regeneração, concedida
somente a alguns. "Não se pode ser um cristão sem ter o Espírito Santo; pode-se, contudo, ser um cristão
sem que o amor de Deus tenha sido derramado no coração ... Nem todos os cristãos passaram por essa
experiência, mas ela é aberta para todos; e todos os cristãos deveriam tê-la." Dr. Lloyd-Jones prossegue
citando exemplos dos séculos XVIII e XIX, nomes de líderes evangélicos famosos que descreveram como o
amor de Deus "parecia ter vindo em ondas, uma após a outra, até eles se quebrantarem sob o efeito da sua
glória".

Agora, não tenho a mínima intenção de negar a autenticidade de tais experiências pós-conversão —
experiências mais profundas, mais ricas, mais plenas do amor de Deus, pois elas se encontram bem
documentadas em biografias cristãs; na verdade, acho que eu mesmo conheço de experiência própria o
que é, em dados momentos, ser tomado de "uma alegria indizível e gloriosa". O que eu questiono aqui é se
o propósito primordial de Romanos 5.5 seria descrever experiências incomuns e sobrenaturais que são
concedidas somente a alguns, embora sejam experiências "abertas a todos". Eu acho que não. Afinal, Paulo
aplica ambas as suas afirmações (que "o Espírito Santo foi concedido a nós" e que "o amor de Deus foi
derramado em nossos corações") ao mesmo "nós" que ele tinha em mente no decorrer de todo o
parágrafo, a saber, todos os crentes que foram justificados. Não deveríamos, portanto, com base na
Escritura como também na experiência, dizer que o Espírito Santo concede a todos os cristãos uma certa
medida de certeza do amor de Deus (5.5) e da sua paternidade (8.16)? Ao mesmo tempo, nós admitimos
que existem diferentes níveis nos quais essa certeza é assegurada, e que às vezes alguns dentre os filhos de
Deus são simplesmente tomados de tanto amor e alegria, que chegam ao ponto de clamar a ele que
sustenha sua mão, do contrário eles acabariam sucumbindo diante de tanta pressão.

Mas Deus tem uma segunda maneira — e esta bastante objetiva — de nos assegurar do seu amor, e é a
seguinte: que ele provou o seu amor pela morte de Cristo na cruz. Já antes Paulo havia escrito que Deus
demonstrou a sua justiça na cruz (3.25s.). Agora ele vê na cruz uma demonstração do amor de Deus. Na
verdade, "demonstrar" é uma palavra demasiado fraca; "provar" seria melhor: pois "Deus prova o seu
próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (v. 8,
ARA).

Se quisermos compreender isso, precisamos lembrar que a essência do amor consiste em dar. Pois "Deus
tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito...". "O filho de Deus ... me amou e se entregou por
mim."Além disso, a intensidade do amor é medida, em parte, pelo preço que custou a dádiva ao seu
doador, e, em parte, pelo quanto o beneficiário é digno ou não dessa doação. Quanto mais custa o
presente ao doador, e quanto menos o receptor o merece, tanto maior demonstra ser o amor. Medido por
esses padrões, o amor de Deus em Cristo é absolutamente singular, pois, ao enviar seu Filho para morrer
pelos pecadores, ele estava dando tudo, até a si mesmo, àqueles que nada mereciam dele, exceto juízo.

O preço da dádiva está claro. Os versículos 6 e 8 dizem apenas que "Cristo morreu". Mas o versículo 10
esclarece quem é esse "Cristo", ao dizer que Deus nos reconciliou consigo mesmo "mediante a morte de
seu Filho". Antes disso Deus havia enviado profetas, e às vezes até anjos. Agora, porém, enviou o seu único
Filho, e ao dar o seu Filho ele estava dando a si mesmo. E tem mais: ele deu o seu Filho para morrer por
nós. Alguns comentaristas parecem ansiosos por acrescentar que aqui não se trata de qualquer doutrina da
expiação e seguramente nenhuma doutrina relativa à substituição, uma vez que a preposição usada na
expressão "por nós" é hyper ("em nome de") e não anti ("em vez de"). Mas esse é um julgamento
superficial. Afinal, o que está escrito é que Cristo morreu por nós "quando nós ainda éramos pecadores"
(8); e, sempre que pecado e morte aparecem juntos na Escritura, a morte é a penalidade ou o "salário" do
pecado (6.23; cf. 5.12). Sendo assim, a declaração de que "Cristo morreu pelos pecadores", de que a morte
foi dele, embora os pecados fossem nossos, só pode significar que ele morreu como uma oferta de pecado,
carregando em nosso lugar a penalidade que nossos pecados mereciam. Isso nos ajuda a entender a
dimensão do que lhe custou essa dádiva.

E o que dizer dos receptores? Seriam ou não dignos desse gesto? Nós, por quem Deus fez sacrifício tão
grande, somos retratados através de quatro epítetos. Primeiro, somos pecadores (8), isto é, nos desviamos
do caminho da justiça, deixamos de corresponder aos padrões de Deus e acabamos nos perdendo.
Segundo, no devido tempo ... Cristo morreu pelos ímpios (6b). Ao invés de amar a Deus com todo o nosso
ser, nós nos revoltamos contra ele. Terceiro, nós éramos inimigos de Deus (10). Isso com toda certeza
significa que nós alimentamos contra Deus uma profunda hostilidade ("a inclinação da carne é inimiga de
Deus", 8.7) e ressentimento contra a sua autoridade. Mas nós não podemos nos contentar com a idéia de
que só havia hostilidade do nosso lado e absolutamente nenhuma do lado de Deus. Afinal, em 11.28 o
contrário de "inimigos" é "amados"; portanto, a palavra "inimigos" também deve ser passiva. O contexto
contém referências à ira de Deus (por exemplo, no v. 9), que é a santa indignação de Deus contra o pecado;
e já que se diz que a reconciliação entre Deus e nós foi "recebida" (11), isso não pode significar que nós nos
arrependemos da nossa hostilidade, mas sim ao fato de Deus ter-se reconciliado conosco. Sanday e
Headlam têm certamente toda razão ao concluírem que: "Infere-se que a explicação natural para as
passagens que falam de inimizade e reconciliação entre Deus e o homem é que elas não existem apenas de
um lado, mas são mútuas.""Além de uma oposição perversa do pecador para com Deus, existe também
uma santa oposição de Deus para com o pecador."

O quarto epíteto com que Paulo nos descreve é que nós ainda éramos fracos (6a); ou seja, éramos
incapazes de resgatar a nós mesmos. "Pecadores", "ímpios", "inimigos" e "fracos": que retrato mais
horroroso o apóstolo pinta de nós! Mesmo assim, foi por nós que o Filho de Deus morreu. E ele acrescenta:
Dificilmente haverá alguém que morra por um justo (provavelmente referindo-se a alguém cuja integridade
é uma atitude um tanto fria, clínica e sem atrativos); pelo homem bom (cuja bondade é calorosa, generosa
e contagiante) talvez alguém tenha coragem de morrer (7). Mas Deus (o contraste é vívido e destacado)
demonstra (NVI) — até mesmo prova (ARA) — seu amor por nós (um amor bem distinto de qualquer outro
amor, um amor que é peculiar ao próprio Deus) pelo fato de Cristo ter morrido em nosso favor quando
ainda éramos pecadores (nem bons, nem justos, mas ímpios, inimigos e fracos) (8).

O ser humano pode ser muito generoso e fazer doações a quem ele considera digno de sua afeição e
respeito. A majestade incomparável do amor de Deus reside na combinação de três fatores, a saber, que
quando Cristo morreu por nós, Deus estava: (a) entregando a si mesmo; (b) submetendo-se aos horrores
de uma morte por meio da qual carregaria os pecados na cruz; e (c) fazendo isso por seus inimigos
indignos.

Mas, então, como é que podemos duvidar do amor de Deus? O fato é que nós geralmente ficamos
profundamente perplexos diante das tragédias e calamidades da vida. Na verdade, Paulo vem
apresentando o seu ensino com respeito ao amor de Deus dentro do contexto da "tribulação", o que pode
ser muito doloroso. Mas então nós nos lembramos de que Deus, além de provar o seu amor por nós com a
morte de seu Filho (8), ainda derramou seu amor em nós ao dar-nos seu Espírito (5). Tanto objetivamente
(através da história) como subjetivamente (pela experiência) Deus nos tem proporcionado ótimas
evidências para acreditarmos em seu amor. A integração do ministério histórico do Filho de Deus (na cruz)
com o ministério presente de seu Espírito (em nossos corações) é uma das marcas mais salutares do
evangelho e que mais nos satisfaz.

Conceito da Cruz Segundo John Stott


outubro 10, 2008

Ao analisarmos o conceito teológico da cruz segundo John Stott, nós veremos que ele se divide em quatro
observações, sendo estas: Primeira, o entendimento do próprio Senhor quanto à cruz. Segunda, a auto-
substituição de Deus como sendo o coração da mensagem da cruz. Terceira, as conquistas da cruz. E
quarta, o que significa viver de baixo da cruz.

Para Stott, assim como para os outros teólogos que abordamos, a cruz exerce um papel central no
cristianismo. Não apenas como um sinal da fé cristã, mas também como uma associação com o próprio
Cristo crucificado. Esta associação com a cruz, segundo John Stott, se originou na mente do próprio Jesus e
foi mantida pelos discípulos como sinal de fidelidade a Ele (STOTT, 1986:25).

Fazendo sua primeira observação, o teólogo afirma que Cristo começou a se associar com os negócios de
Deus, seu Pai, quando ainda era muito jovem, apenas doze anos de idade. Isto demonstra que Ele sabia
que tinha uma missão, assim a cruz foi se originando na mente do jovem Jesus. A cruz era o propósito do
Pai que deveria ser cumprido. Ao ser iniciado no seu ministério, Jesus falava abertamente com os seus
discípulos a respeito dos sofrimentos que Ele ia padecer e como seu destino estava entrelaçado com a
morte de cruz. Com isso, ressaltando a sua perspectiva exata sobre a vontade do Pai sendo esta
demonstrada através das predições feitas pelo próprio Jesus em relação ao seu sofrimento.

Para Stott, essa perspectiva de Cristo em relação ao seu sofrimento pode ser sustentada por três razões
indiscutíveis. Primeiro, de acordo com Marcos 3.6, Jesus sabia que ia morrer por causa da hostilidade dos
líderes judeus nacionalistas. Segundo, Ele tinha consciência do que estava escrito sobre si mesmo nas
Escrituras. E terceiro, o Senhor sabia que ia morrer por causa da sua deliberada escolha (STOTT,
1986:29,31). Contudo, a sua morte não implicava num fatalismo ou num martírio. Desta forma, Cristo sabia
que ia morrer não por causa dos seus inimigos ou seu destino inflexível, mas sim porque Ele livremente
abraçou o propósito do Pai para a salvação dos pecadores.

A segunda observação que John Stott faz sobre a cruz, diz a respeito da auto-substituição do próprio Deus.
O autor explica que foi necessário um substituto divino, Jesus, que nos substituísse na cruz para que fosse
possível a Deus expressar simultaneamente a sua santidade em julgamento e o seu amor no perdão, sem
infringir o seu caráter moral. A natureza deste conceito da auto-substituição tem seus fundamentos no
Antigo Testamento. Era através da substituição do povo de Israel por um cordeiro sacrifical que os pecados
eram expiados, cobertos pelo sangue do sacrifício. Desta maneira a ira de Deus causada pelo pecado era
apaziguada no cordeiro que morria.

Citando uma definição do Dr. J. I. Packer, Stott relata que:

A auto-substituição é a noção que Jesus Cristo nosso Senhor, movido por um amor que estava determinado
a fazer todo o possível para nos salvar enfrentou o destrutivo julgamento divino o qual nós outrora
estávamos destinados, e assim nos adquiriu perdão, adoção e glória. Afirmar à substituição penal é afirmar
que os crentes estão em dívida com Cristo especificamente por isso, e que isso é a mola propulsora de toda
sua alegria, paz e louvor tanto agora como para a eternidade (STOTT, 1986:143).

Para Stott, a prioridade da cruz não está na demanda do homem para com Deus, tão pouco na demanda de
Deus para com o homem, mas supremamente, está na demanda de Deus para com Ele mesmo, Deus
suprindo a sua própria demanda (STOTT, 1986:152). Este substituto divino seria o próprio coração de Deus,
pois ao usar as palavras de Karl Barth, Stott coloca que o próprio coração de Deus sofreu na cruz, nenhum
outro a não ser o único Filho de Deus, logo, o próprio Deus eterno. Sendo assim, Stott reafirma a
exclusividade do Evangelho, pois somente ele nos ensina a respeito da substituição divina como único
caminho para a salvação.

A terceira observação importante que o teólogo faz sobre a cruz diz a respeito das conquistas alcançadas
no calvário. De acordo com Stott essas conquistas podem ser resumidas em três palavras, salvação,
revelação e triunfo. Ao discorrer a respeito das propriedades soteriológicas da cruz, o teólogo inglês nos
apresenta quatro conceitos: Propiciação, redenção, justificação e reconciliação. Todos como sendo
resultado da deliberada ação de Deus em prol da humanidade. Estes quatro conceitos são as principais
figuras neotestamentárias que apontam para a salvação.

Para o teólogo, cada um dos quatro conceitos sublinha em diferentes aspectos a nossa necessidade
humana.

Propiciação apazigua a ira de Deus para conosco, nos redime do cativeiro do pecado, justifica a nossa culpa
e nos reconcilia da nossa inimizade para com Deus. Estas metáforas expõem a magnitude da nossa
necessidade (STOTT, 1986:202).

Elas também enfatizam a nossa substituição por Cristo no iminente sofrimento. O autor coloca que a auto-
substituição não é a teoria da expiação, tão pouco uma figura qualquer a ser colocada com as demais. Mas
sim, a essência de cada figura e o coração da própria expiação.

As conquistas da cruz também implicam na revelação do próprio Deus. No Calvário Ele revelou sua glória,
justiça, amor, poder e sua sabedoria. Quando olhamos para a cruz nós vemos a justiça, amor, sabedoria e o
poder de Deus. A justiça foi revelada ao julgar o pecado, o amor em tomar o julgamento em nosso lugar, a
sabedoria em perfeitamente combinar os dois e o poder de Deus em salvar todos os que crêem.

Por fim, o autor conclui esta terceira observação ao declarar que o poder da cruz triunfou sobre o mau.
Tanto em nossas vidas quanto na missão da igreja, é que apenas a cruz de Cristo, pela qual Satanás foi
derrotado, pode prevalecer contra ele. Para isso o nosso testemunho é essencial (STOTT, 1986:251).

Na sua quarta observação a respeito da cruz, o autor enfatiza que a cruz serviu para fundar uma
comunidade onde os membros iriam pertencer à Cristo, amar uns aos outros e servir o mundo (STOTT,
1986:255). O real entendimento da cruz de Cristo serve para revolucionar a nossa atitude para com Deus,
da mesma forma que ela altera a maneira que vemos a nós mesmos. Este entendimento nos impulsiona ao
serviço, à auto-abnegação e ao amor sacrifical. O autor coloca que: viver de baixo da cruz significa que
todos os aspectos da vida da comunidade cristã são moldados e coloridos pela cruz (STOTT, 1986:295).
Para isso, o santo amor da cruz deve caracterizar a nossa resposta àqueles que praticam a maldade hoje
(STOTT, 1986:310). Por esta razão, a cruz deve exercer centralidade total na vida de um cristão.

Por que alguns perdem a fé em meio a dor, enquanto outros a fortalecem? Imprevisibilidade
humana misteriosa.

“Deus, onde está você?”. E a resposta é: “estou bem aqui, ao seu lado, chorando com você sua dor e
restaurando todas as coisas”.
Padre Fábio

Eu não posso evitar, mas posso pedira para saber conviver com ele, saber sofrer, pois sofro
dobrado quando não sei sofrer.

Quantas vezes vc olhu para seu sofrimento cmo termino. Depende da forma como nos olhamos, a
fornteira o limite esta estabelecdo e eu preciso interpretá-lo.

): “Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno,
quanto mais a vós outros, homens de pequena fé”?

A fé, de acordo com o ensinamento do nosso Senhor neste parágrafo, é basicamente o ato de
pensar, e todo o problema de quem tem uma fé pequena é não pensar. A pessoa permite que as
circunstâncias lhe oprimam... temos de dedicar mais tempo ao estudo das lições de nosso
Senhor sobre a observação e dedução. A fé cristã é, em sua essência, o ato de pensar. Olhem
para os pássaros, pensem neles, e façam suas deduções.

A fé , se quiserem, pode ser definida assim: É insistir em pensar quando tudo parece estar
determinado a nos oprimir e a nos pôr por terra, intelectualmente falando. O problema com as
pessoas de pequena fé é que elas , ao invés de controlarem seus próprios pensamentos, os seus
pensamentos é que são controlados por alguma circunstância e, como se diz, elas passam a
rodar em círculos. Isso é a essência da preocupação...Isso não é pensamento; isso é ausência
completa de pensamento, é não pensar.

bispo J.C. Ryle: “Uma grande parte de nossas dúvidas e de nossos temores provém de sombrias
percepções do que seja a real natureza do Evangelho de Cristo... a raiz de uma religião feliz é
um claro , preciso e bem definido conhecimento de Jesus Cristo”.

O problema do sofrimento C.S. Lewis


quando é preciso suportar a dor, um pouco de coragem ajuda mais do que muito conhecimento, um pouco de
simpatia humana tem mais valor do que muita coragem, e a menor expressão do amor de Deus supera tudo.

Deus é mais glorificado em você, quando vc está mais satisfeito nele em meio a dor e a pobreza, e não em
meio a prosperidade.

Oração para um bêbado que sofria de gastrite e queria melhorar. O pastor orou pedindo para aumentar, ele
estranhou e o pastor disse q talvez se Deus aumentasse ele se tocaria e parava de beber e se melhorasse ele
iria logo para um bar.
"Para alguns a vida sepulta mais que a morte", Mia Couto

Habac 3-17-19

"O homem que teme o sofrimento já está sofrendo pelo que teme."
(Michel de Montaigne)

Por exemplo, Públio Élio Aristides, do segundo século informa que "em cada rua de Corinto pode-se encontrar um
"sábio" que tem sua própria solução para os problemas da vida".

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