Anotações sobre integração imprópria.

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Rodrigo Carlos Silva de Lima

rodrigo.uff.math@gmail.com
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1
Sumário

1 Cálculo de integrais impróprias 3

1.1 IntegraisZ envolvendo exponenciais . Z. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
∞ ∞
−ax a b
1.1.1 e cos(bx)dx = 2 2
, e−ax sen(bx)dx = 2 . . . 4
Z∞ 0 a +b 0 a + b2
sen(x) π
1.2 = . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
0 xZ 2
∞
1.2.1 f(x)dx com f ı́mpar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
−∞

2
Capı́tulo 1

Cálculo de integrais impróprias

1.1 Integrais envolvendo exponenciais

Z Exemplo 1. Mostre que

Z∞
eax − e−ax 1 a
dx = tg( ).
0 eπx − e−πx 2 2
e − e−ax
ax
e−πx
Tome a expressão multiplique por , que resulta em
eπx − e−πx e−πx

e−(π−a)x − e−(π+a)x X −(π−a)x

∞
= (e − e−(π+a)x )e−2πkx
1 − e−2πx
k=0

1 X ∞
onde usamos a série geométrica = ak . Integrando tal expressão chegamos
1−a
k=0
em

X
∞ 
1 1
 X
∞
1 1 X
∞
1
− =− =−
n + π+a


k=0
(2k + 1)π − a (2k + 1)π + a n=−∞
(2k + 1)π + a 2π
k=−∞ 2π

expanda a expressão acima para verifica que o somatório pode ser escrito como
o somatório de −∞ até ∞,
usando

3
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE INTEGRAIS IMPRÓPRIAS 4

X
∞
1
= π cot(πz)
k=−∞
k+z

Z∞
eax − e−ax
 
1 π+a 1 a
πx −πx
dx = − cotg = tan .
0 e −e 2 2 2 2

4r2 − πr2
4
Z∞ Z∞
a b
1.1.1 e−ax cos(bx)dx = 2 , e−ax sen(bx)dx = .
0 a + b2 0 a 2 + b2

b Propriedade 1. Valem as identidades

Z
ax eax
e cos(bx)dx = 2 (acos(bx) + bsen(bx))
a + b2
Z
eax
eax sen(bx)dx = (asen(bx) − bcos(bx)).
a2 + b2

ê Demonstração. Considere a integral

Z Z
ex(a+bi)
e e dx = ex(a+bi) dx =
ax bix
=
a + bi
multiplicando pelo conjugado

ex(a+bi) (a − bi) eax (cos(bx) + isen(bx))(a − bi)

= = =
a2 + b2 a2 + b2
separando a parte real da complexa
Z Z
eax (acos(bx) + bsen(bx)) eax (asen(bx) − bcos(bx))
+i = e cos(bx)dx+i eax sen(bx)dx
ax
a2 + b2 a2 + b2
igualando as partes segue
Z
eax
eax cos(bx)dx = (acos(bx) + bsen(bx)),
a2 + b2
Z
eax
eax sen(bx)dx = (asen(bx) − bcos(bx)).
a2 + b2
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE INTEGRAIS IMPRÓPRIAS 5

$ Corolário 1. Sendo a > 0, temos as integrais impróprias.

Z∞ ∞
−ax e−ax a
e cos(bx)dx = 2 (−acos(bx) + bsen(bx)) = ,
0 a + b2 0 a2 + b2
Z∞ −ax
∞
e b
e−ax sen(bx)dx = (−asen(bx) − bcos(bx)) = .
0 a2 + b 2
0 a 2 + b2
Portanto
Z∞
a
e−ax cos(bx)dx = ,
0 a2 + b2
Z∞
b
e−ax sen(bx)dx = .
0 a2 + b2

Z∞
sen(x) π
1.2 =
0 x 2
Z∞
sen(x) π
Veremos algumas maneiras de deduzir o resultado = .
0 x 2
ê Demonstração.[1]
Da identidade
Z
e−sx
e−sx sen(x)dx = (−s.sen(x) − cos(x))
s2 + 1
temos Z∞
e−s.0 1
e−sx sen(x)dx = − 2
(−1) = 2
0 s +1 s +1
logo

Z∞ Z∞ Z∞ Z∞ Z∞ Z∞
sen(x) −sx −sx 1
dx = e sen(x)dsdx = e sen(x)dxds = ds =
0 x 0 0 0 0 0 s2 +1
∞
 π
= arctg(x) = .
0 2

Z∞
1.2.1 f(x)dx com f ı́mpar .
−∞
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE INTEGRAIS IMPRÓPRIAS 6

Z Exemplo 2. Calcule Z∞
f(x)dx,
−∞

sendo f uma função ı́mpar e supondo a existência da integral.

Temos que
Z∞ Z∞ Z0
f(x)dx = f(x)dx + f(x)dx,
−∞ 0 −∞

como f é ı́mpar, vale que f(−x) = −f(x) além disso a segunda integral podemos
Z0 Z∞ Z∞
escrever como f(x)dx = f(−x)dx = − f(x)dx, substituindo na identidade
−∞ 0 0
acima segue que
Z∞ Z∞ Z∞
f(x)dx = f(x)dx − f(x)dx = 0.
−∞ 0 0

Por isso se f é ı́mpar e integrável, tem-se

Z∞
f(x)dx = 0.
−∞

Z Exemplo 3. Calcule Z∞
x
dx.
−∞ (x2 + 1 )2
x
Como f(x) = 2 é ı́mpar, isto é,
(x + 1)2
−x
f(−x) = = −f(x),
(x2 + 1 )2

sendo também integrável segue pelo exemplo anterior que

Z∞
x
dx = 0.
−∞ (x2 + 1 )2