Você está na página 1de 2

Garantias de Natureza Processual

1. Princípio da inafastabilidade da jurisdição – art. 5º, XXXV CF/88.


a) Conceito. Trata-se do direito constitucional de ação, ou seja, de ter analisado pelo Poder Judiciário a
suposta lesão ou ameaça de lesão de um direito seu. Entretanto, o direito de ação não deve ser confundido com o
direito à procedência do seu pedido, eis que pode ocorre negativa de prestação jurisdicional por meio de decisão
judicial contrária à pretensão da proponente.
b) Destinatários. O princípio não se dirige unicamente ao legislador, mas, também, a toda e qualquer
autoridade. Qualquer tipo de exigência que possa inviabilizar a fruição do direito de ação pode ser considerada
violadora dessa garantia constitucional.
c) Esgotamento da via administrativa. Conforme art. 217, § 1º da CF/88, para ações relativas à justiça
desportiva, há necessidade do esgotamento da via administrativa para, somente depois, ocorrer à concretização
do direito de ação na esteira desportivo-judicial. Nesse mesmo sentido, conforme a Súmula 02 do STJ: Não cabe o
«habeas data» (CF/88, art. 5º, LXXII, «a») se não houve recusa de informações por parte da autoridade
administrativa – o que representa outra manifestação do que chamamos de jurisdição condicionada.
d) Condições. O STF, por meio do RE 631.240/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, decidiu que é plenamente
compatível com a garantia à inafastabilidade de jurisdição, a instituição de condições para fruição do direito de
ação. Desse modo, entendeu a colenda Corte Constitucional que a exigência de prévio requerimento
administrativo não se confunde com o condicionamento ao esgotamento da via administrativa, para a
concretização do direito de ação – circunstância verificada para concessão de benefícios previdenciários por meio
do acesso ao Poder Judiciário.
e) Assistência judicial integral e gratuita. Aos que comprovarem hipossuficiência econômica, a Constituição
assegurou o acesso gratuito à jurisdição, além de também prever a gratuidade das ações de Habeas Corpus e
Habeas Data e, na forma da lei, de atos necessários ao exercício da cidadania, como, por exemplo, o registro civil
de nascimento e a certidão de óbito para os reconhecidamente pobres.

2. Princípio do juiz natural – estudado em processo penal. Cumpre-se complementar: criação de Varas
Especializadas, a competência determinada por prerrogativa de função, as hipóteses de desaforamento no âmbito
do Tribunal do Júri, não caracterizam ofensa ao princípio em tela, tendo em visto que todas as decisões são
revestidas de caráter geral, abstrato e impessoal.
3. Devido processo legal – já estudado em CPP. Brevemente. A privação da liberdade ou de bens só será legítima
quando houver a observância do processo estabelecido pela lei como sendo devido. O devido processo legal tem
como principal destinatário o juiz.
O princípio do devido processo legal é o núcleo material comum de todas as garantias econômicas
relacionadas com o acesso à justiça, não apenas nos processos judiciais, mas, também, nos processos
administrativos.

4. Contraditório e ampla defesa – processo penal. A constituição também assegurou o postulado da ampla defesa
no processo administrativo. Entretanto, por ser momento meramente preparatório, não há necessidade de
observância da ampla defesa em sede de sindicância. Há que verificar também a existência da Súmula Vinculante
05, a qual dispõe que: a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a
Constituição.

5. Inadmissibilidade de provas ilícitas – processo penal.

6. Presunção de não culpabilidade – processo penal.

Você também pode gostar