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REDE DOCTUM DE ENSINO 9ºDIR, ES, MG, 2021,2

A DUPLA PATERNIDADE NO REGISTRO CIVIL COMO INSTRUMENTO DE


PRESTÍGIO À DIGNIDADE HUMANA E A MULTIPARENTALIDADE DO
INDIVÍDUO

Eduardo Piazza Vianna1


Renan Rangel Guisso2
Fabiano Marques 3

1. JUSTIFICATIVA

Em face à contemporaneidade aos novos arranjos familiares que constituem


as relações intrafamiliares em hodierno, justifica-se a monta do tema “dupla
paternidade no registro civil” haja vistas que em uma família constituída no seio da
afetividade humana e consolidada pelas esferas jurídica e civil, a prerrogativa inicial
de qualquer literatura que se preste a arrolar elementos teóricos que envolvem como
tema central a paternidade, o zelo pela dignidade humana dos entes em família é
uma condição essencial para a compreensão do fenômeno que enseja-se explorar.
Dessa forma, explica Guerra (2020, p. 01) que:
A necessidade de se registrar na certidão de nascimento o vínculo afetivo
que fora criado no decorrer do tempo surgiu devido ao crescimento de
famílias formadas com um ou mais filhos que possuem somente laço
sanguíneo com o pai ou com a mãe. Isto provocou a necessidade de se
realizar um estudo mais aprofundado sobre o assunto, para que dessa
forma se coloque às claras toda e qualquer dúvida que ainda persista sobre
o tema, e a Lei nº 11.924/2009 trata sobre incluir no registro civil o nome de
família da madrasta ou padrasto ao nome do enteado sem nenhum
malefício à sua família natural, se assim quiserem ambos
O registro do (a) enteado (a) em parte da família biológica acrescido pelo
sobrenome de seus pais afetivos sem ligações de consanguinidade e vice-versa
possibilitou a manutenção e o resgate da dignidade deste (a) e é exatamente esse
fundamento que inspirou tal estudo a aventar as reflexões pertinentes ao
reconhecimento da dupla paternidade no registro civil enquanto corolário para o
reconhecimento da dignidade desse (a) enteado (a) de modo a não ser atinente ao
acréscimo apenas de um sobrenome, mas no reforço ao papel da paternidade

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Rede de Ensino Doctum – Unidade Vitória-ES – email
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Rede de Ensino Doctum – Unidade Vitória-ES – email:
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Rede de Ensino Doctum – Unidade Vitória-ES – email (professor orientador – TCC I)
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socioafetiva compartilhada pelo pai biológico e o padrasto de um determinado


indivíduo.

2. OBJETIVO GERAL

Aclarar os elementos ontológicos e axiológicos da dignidade humana no ato


de reconhecimento da dupla paternidade no registro civil de um indivíduo.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

Apenso às diversas áreas das Ciências Humanas, o conceito de dignidade


faz-se efetivo na doutrina tal como leciona Sarlet (2006) de forma plural, polissêmica
e não-fixista, ou seja, não constitui-se somente um conceito a um modo somente de
interpretação. A dignidade é instruída por diversos autores tanto como princípio
quanto valor ontológico à condição humana. Presente na Carta Magna de 1988, a
dignidade humana faz-se presente como fundamento em seu Artigo 1º inciso III e
está congruente ao Artigo 226 ao proclamar a família enquanto sendo base da
sociedade (BRASIL, 1988) tendo como princípio justamente a dignidade humana
nas palavras iniciais da Carta Magna.

A conclamar a dignidade, Sarlet (2006, p. 41) afirma que no tocante da


discussão acerca da condição humana, a dignidade "como qualidade intrínseca da
pessoa humana, é irrenunciável e inalienável, constituindo elemento que qualifica o
ser humano como tal”, isto é, a dignidade é um Bem maior que uma pessoa pode ter
por ser a dignidade uma das inúmeras fontes de caracterização do ser humano
enquanto ele mesmo.

Assim, ao reconhecer o direito de uma pessoa a ter em seu registro os


sobrenomes de seu pai e de seu padrasto juntos, a lavratura nominal do registro visa
não só que esse reconhecimento fique no averbamento frio de sobrenomes, mas do
reforço dessa qualidade intrínseca.

4. METODOLOGIA

A metodologia a ser adotada neste estudo é a pesquisa bibliográfica do qual


instrui Gil (2002, p. 44), "é desenvolvida com base em material já elaborado,
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constituído principalmente de livros e artigos científicos". A partir dessa metodologia,


será possível localizar e elencar as contribuições teóricas pelos mais diversos
autores.

Outro modo complementar e adjacente à pesquisa bibliográfica é a pesquisa


teórica em que além de recorrer ao arcabouço de produções acadêmicas já
publicadas, a teoria exposta também refletirá espectros de contribuição deste estudo
ao problema outrora aventado neste estudo:

[...] uma pesquisa teórica não tem o compromisso direto com sua
contrapartida prática, o que não a impede de trazer consigo grande carga de
aplicabilidade prática a objetos práticos específicos a serem determinados
em outras pesquisas. Então, nesse caso, não há a obrigação direta de
promover projetos experimentais. (MEZZAROBA e MONTEIRO, 2009, p.
113)

5. REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acesso em: 26.
Ago. 2021

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. – São Paulo:
Atlas, 2002.

GUERRA, Christian Sousa (2020). A dupla paternidade no registro civil


(TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO). Disponível em:
http://repositorio.aee.edu.br/bitstream/aee/16840/1/Monografia%20-CHRISTIAN
%20SOUSA.pdf Acesso em: 25. Ago. 2021

MEZZAROBA, Orides.; MONTEIRO, Cláudia Servilha. Manual de metodologia da


pesquisa no Direito. 5. ed. – São Paulo: Editora SaraivaJur, 2009

SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais


na Constituição Federal de 1988. 4. ed. rev. atual. - Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2006

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