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1. Introdução
2. Objetivos da aula
3. Conceitos importantes
4. Síntese da aula
5. Referências bibliográficas
Tratamento Pedagógico:
Diretoria de Relações Institucionais e Pós-Graduação
Responsabilidade Editorial:
Tribunal de Contas da União
Secretaria Geral da Presidência
Instituto Serzedello Corrêa
Este material tem função didática. A última atualização ocorreu em Agosto de 2020.
As afirmações e opiniões são de responsabilidade exclusiva dos autores e podem
não expressar a posição oficial do Tribunal de Contas da União.
12 p. : il., color.
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ANA CLAUDIA DE CARVALHO CABRAL LOPES
1. Introdução
Caro(a) participante,
Seja bem-vindo(a)!
Este curso foi elaborado pelo Serviço de Gestão de Biblioteca e Arquivo (SGBA), do Instituto Serzedello
Corrêa (Isc), com o intuito de esclarecê-los sobre a importância da gestão documental e de ajudá-los
nas tarefas de gerenciamento de documentos e processos. O material didático baseia-se em legislação,
normativos internos, rotinas de trabalho, perguntas frequentes, filmes, tutoriais e bibliografia especializada.
A gestão documental visa à simplificação e racionalização dos procedimentos, como também à preservação
do patrimônio documental do Tribunal de Contas da União.
A gestão documental tem evoluído rapidamente nos últimos anos e se tornado ponto de partida nos projetos
de implementação de processo eletrônico e elaboração de planos de preservação digital. Por isso, conhecê-la
é essencial em tempos de constante evolução tecnológica.
Esperamos que o curso seja útil e que contribua para o aperfeiçoamento das atividades diárias.
Equipe do SGBA/Cedoc/ISC
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ISC // EAD // GESTÃO DOCUMENTAL NO TCU
2. Objetivos da aula
3. Conceitos importantes
Todos nós temos documentos pessoais e, quando não os organizamos, corremos o risco não só de perdê-los
ou estragá-los, mas também de não os encontrar quando mais precisamos deles. Certamente você tem em
seu arquivo pessoal documentos que guarda com muito cuidado, como escritura, certidão de casamento,
certidão de nascimento, certidão de óbito, apólice do seguro do carro, certificado de reservista, passaporte,
comprovante de pagamento, nota fiscal e documentos legais de todos os tipos.
Esses documentos, se estiverem em papel, podem ser guardados em uma caixa ou pasta rotulada como
“documentos importantes”, ou mesmo em um arquivo de pastas suspensas ou em um cofre. Caso sejam
documentos eletrônicos, você provavelmente os organizou em seu computador em pastas por assunto e
fez uma cópia em outra mídia, talvez um pen-drive ou nas “nuvens”1, para garantir que não vai perdê-los.
O importante é que eles estejam guardados, e seguros, de forma a você sempre saber com absoluta certeza
onde estão.
1 “O acesso a programas, serviços e arquivos é remoto, através da Internet - daí a alusão à nuvem.” (Wikipedia)
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ANA CLAUDIA DE CARVALHO CABRAL LOPES
Antes de arquivá-los, é provável que você tenha levado algum tempo pensando o que é necessário guardar
e como guardar. Pode ser que você tenha consultado leis ou outras referências para saber por quanto
tempo deve manter este ou aquele documento e que tenha feito algum tipo de classificação por assunto
para facilitar a sua localização. Quando você faz isso, está fazendo gestão documental.
O conceito de gestão documental surgiu na década de 40, quando Estados Unidos e Canadá começaram
a sentir a necessidade de lidar com grandes massas de documentos da administração pública e, visando
a racionalidade, passaram a intervir no ciclo de produção, utilização, conservação e destinação de
documentos.
No Brasil, a gestão de documentos foi institucionalizada com a aprovação da Lei nº 8.159 de 08 de janeiro
de 1991, que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados. A mencionada lei, em seu
artigo 3º, define gestão documental como sendo
A Resolução TCU nº 233/2010, que dispõe sobre o funcionamento do processo eletrônico e demais serviços
eletrônicos, traz uma definição mais atual de gestão documental:
2 Documento de arquivo: documento produzido ou recebido por uma organização ou pessoa, no cumprimento das suas obrigações
legais ou na condução das suas atividades.
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ISC // EAD // GESTÃO DOCUMENTAL NO TCU
Na prática, a gestão de documentos deve ser feita para todo documento produzido ou recebido nos órgãos
públicos e compreende o desenvolvimento das seguintes tarefas:
4. Coordenação e colaboração entre organismos produtores (setores que produzem documentos dentro
de um órgão) e arquivo central (o Arquivo Central do Executivo é o Arquivo Nacional. No Legislativo
e no Judiciário cada órgão tem o seu arquivo central);
7. Estudo dos descartes e suas listas, com o consequente estabelecimento de acordos para evitar a
remessa de séries descartáveis aos arquivos centrais;
Objetivo referente à preservação: assegurar a guarda dos documentos que apresentam valor permanente,
após a prescrição do valor administrativo, fiscal e legal.
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ANA CLAUDIA DE CARVALHO CABRAL LOPES
a. Produção
Um programa de gestão documental deve incentivar a utilização dos documentos que são necessários
e evitar a produção daqueles que não são essenciais, diminuindo o volume dos documentos que serão
manuseados, controlados e armazenados.
b. Utilização e tramitação
Nessa fase é monitorado o fluxo percorrido pelos documentos, necessário ao cumprimento de sua função
administrativa, assim como sua guarda após cessação do trâmite. Envolve métodos de controle que estão
relacionados às atividades de protocolo e às técnicas específicas para classificação, organização e elaboração
de instrumentos de recuperação da informação. Desenvolve-se, também, a gestão de arquivos correntes e
intermediários e a implantação de sistemas de arquivo e de recuperação da informação.
c. Destinação
Aqui são desenvolvidas as atividades de análise, seleção e fixação de prazos de guarda dos documentos, ou
seja, implica decidir quais os documentos serão eliminados e quais serão preservados permanentemente.
Vamos esclarecer a seguir mais alguns conceitos importantes para entendermos melhor a gestão de
documentos.
Documento é toda informação registrada em um suporte material (papel, fita, disco ótico etc.) utilizada
para consulta, estudo, prova, pesquisa, e que comprova fatos, fenômenos, formas de vida e pensamentos do
homem em uma determinada época.
Arquivo é o conjunto de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter
público, entidades privadas e pessoas físicas em decorrência do exercício de suas atividades, qualquer que
seja o suporte da informação ou a natureza do documento.
Processo, no TCU, é o “conjunto de documentos, reunidos em capa especial, organicamente acumulados no curso
de uma ação administrativa ou de controle externo.”
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ISC // EAD // GESTÃO DOCUMENTAL NO TCU
Processo eletrônico é definido no TCU, como o “conjunto de documentos eletrônicos e atos processuais
organicamente acumulados no curso de uma ação administrativa ou de controle externo do TCU.”
a. Gênero
Informáticos ou eletrônicos: disco ótico (cd rom), disco magnético (disquete, disco rígido), fita magnética,
pen drive, banco de dados e outros.
b. Natureza
Ostensivos: documentos cuja divulgação não prejudica a administração;
Sigilosos: documentos que, por sua natureza, devam ser de conhecimento restrito e, portanto, requeiram
medidas especiais de salvaguarda para sua custódia e divulgação.
A Lei de Acesso à Informação prevê os seguintes prazos máximos de restrição de acesso à informação para
documentos sigilosos:
c. Espécie
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ANA CLAUDIA DE CARVALHO CABRAL LOPES
d. Tipo ou tipologia
As diferenças entre as organizações implicam variação das espécies somadas às funções informacionais
dos documentos, o que chamamos de tipologias documentais. Entende-se como tipologia o resultado do
somatório entre a espécie e a função dos documentos.
Veja a seguir uma lista genérica das espécies e tipologias documentais em organizações públicas e privadas
e nos arquivos pessoais:
1. Contrato = espécie
2. Certidão = espécie
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ISC // EAD // GESTÃO DOCUMENTAL NO TCU
3. Atestado = espécie
4. Processo = espécie
Os documentos arquivísticos passam por sucessivas fases desde sua produção até sua eliminação ou guarda
permanente, de acordo com os seus valores.
Administrativo - Valor que um documento possui para a instituição que o recebeu ou produziu, na medida
em que informa, fundamenta ou aprova seus atos presentes ou futuros.
Probatório - Valor intrínseco de um documento de arquivo que lhe permite servir de prova legal.
Informativo - Valor que um documento possui pelas informações nele contidas, independente de seu valor
probatório.
Legal ou jurídico - Valor processual que um documento possui perante a lei para comprovar um fato ou
constituir um direito.
Histórico - Valor probatório ou valor informativo que justifica a guarda permanente de um documento
pela instituição. Também referido como valor permanente.
Enumeramos a seguir as três fases desde a criação até a destinação final do documento: corrente,
intermediária e permanente.
1. Fase corrente
O documento corrente é aquele necessário ao desenvolvimento das atividades de rotina. São documentos
frequentemente consultados e seu arquivamento tem o objetivo de facilitar o acesso à informação.
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ANA CLAUDIA DE CARVALHO CABRAL LOPES
Possuem valor administrativo, fiscal, probatório ou legal. No TCU os arquivos correntes estão localizados
nas Unidades.
2. Fase intermediária
São documentos que possuem prazos longos de precaução ou prescrição e aguardam a destinação final,
sendo a guarda permanente ou a eliminação. Estes documentos possuem uma frequência de consulta
menor do que os correntes.
Expirado o prazo da fase corrente, esses documentos devem ser preparados para transferência ao arquivo
central.
3. Fase permanente
Estes documentos perderam o valor administrativo, mas são providos de valor histórico-cultural. Os
documentos nessa fase são preservados definitivamente. Como exemplo de documento permanente no
TCU podemos citar processos de apreciação das Contas do Governo da República, original de Ata de Sessão,
ou registro visual ou sonoro que reflita fato relevante da vida do TCU.
4. Síntese da aula
Vimos nessa primeira aula o que é gestão documental, e os conceitos importantes relacionados a ela.
Em nossa segunda aula, saberemos por que se deve fazer gestão documental, qual a sua importância e as
principais vantagens. Conheceremos também a legislação pertinente.
Após a realização das atividades desta primeira aula, esperamos que você seja capaz de:
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ISC // EAD // GESTÃO DOCUMENTAL NO TCU
5. Referências bibliográficas
CASTRO, Astréia de Moraes e; CASTRO, Andresa de Moraes e; GASPARIAN, Danuza de Moraes e Castro.
Arquivística - técnica, arquivologia - ciência. Brasília: ABDF, 1985- 2v.
Conselho Nacional de Arquivos (Brasil). Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos. e-ARQ Brasil: Modelo
de Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos /Câmara Técnica de
Documentos Eletrônicos. 1.1. versão. - Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2011.
Legislação federal
Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados,
em seu art. 20, define a competência e o dever inerente aos órgãos do Poder Judiciário Federal de proceder
à gestão de documentos produzidos em razão do exercício de suas funções.
Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, que regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do
art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei 8.112, de 11 de
dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro
de 1991; e dá outras providências.
Lei nº 12.682, de 9 de julho de 2012, que dispõe sobre a elaboração e o arquivamento de documentos em
meios eletromagnéticos.
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