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Os fatores que contribuíram para formar aquilo que veio a ser a Religião Orientada Para Resultados não
apareceram da noite para o dia. Os capítulos anteriores descreveram os eventos desde os primórdios da
igreja que se tornaram aspectos fundamentais da moderna Religião Orientada Para Resultados. À
medida que os componentes remanescentes são colocados para formar o quadro completo, deve-se
avaliar meticulosamente todos os principais movimentos religiosos, não somente aqueles que estão
baseados de maneira geral no cristianismo, mas particularmente entre os da "Grande Comunidade
Evangélica". Lembre-se disso, mesmo que o perigo manifesto do Ecumenismo tenha entrado em
hibernação com o crescimento exponencial do fundamentalismo no fim dos anos 60, vê-se, entretanto,
que por volta de 1975 o declínio do fundamentalismo já tinha iniciado e a verdadeira igreja estava
abertamente vulnerável aos ataques de um engano em grande dimensão. Lúcifer estava muito atento
quanto a essa vulnerabilidade e nos anos 70 iniciou aquilo que ficaria conhecido como a "Era do
Engano". Esse engano foi caracterizado pela entrada dos princípios panteístas nos anos 60 que, em
meados dos anos 70 foi infundido com "termos cristãos" e, eventualmente, culminará na Religião do
Mundo Unificado do Anticristo. Um fator importantíssimo que colaborou para esse engano foi a
"Segunda Onda" do Movimento Carismático!, que se alastrou e começou a permear os círculos
evangélicos e fundamentalistas. Embora as raízes do Movimento Carismático não estejam "baseadas na
Bíblia", como é ilustrado no exemplo a seguir, os perigos se estendem muito mais profundamente do
que se possa imaginar.
O pastor Burns notou o homem idoso com uma inquietação ansiosa. O pastor era o primeiro a admitir
que aquele tivesse sido um culto muito incomum — afinal de contas era a primeira vez que a igreja
testemunhava a manifestação dos "dons de línguas", mas com a "interpretação de línguas". Ele achava
que todos os requisitos bíblicos tinham sido satisfeitos. Logo após a arenga de Roger Simpson tê-lo
rendido imóvel no chão, Norm Turner interpretou as maravilhosas obras de Deus, descritas numa
"linguagem angelical", desconhecida dos ouvidos da mesmerizada congregação.
O pastor Burns podia perceber facilmente que aquele senhor idoso, que agora permanecia atrás do local
onde o pastor costumeiramente cumprimentava as pessoas no fim do culto, não iria elogiá-lo pela
"grande renovação espiritual" que ocorrera naquele culto singular. Esse senhor, entretanto, não era um
membro comum da Igreja Batista do Calvário. Era um homem que tinha servido a Deus nas tribos dos
caçadores de cabeças da Nova Guiné por mais de quarenta anos. Sua experiência e sabedoria eram
reconhecidamente preciosas ao pastor Burns, e ele certamente não poupava palavras para aconselhar o
pastor em certos assuntos que punham em risco a verdade da Palavra de Deus.
O pastor Burns podia ver o fogo nos olhos do homem naquela ocasião, e recebeu seu firme aperto de
mão em antecipação a uma severa repreensão. Entretanto, nem mesmo o pastor pôde prever o que
estava prestes a ouvir.
"— O senhor sabe, pastor Burns, passei muitos anos entre as tribos selvagens das florestas da Nova
Guiné. O poder dos lacaios demoníacos era abertamente manifesto entre aquelas pessoas e espíritos
malignos dominavam os corações e as mentes de tribos inteiras. Com base na minha experiência ali,
digo que o senhor deve pôr imediatamente Simpson e Turner para fora da igreja."
"— Irmão Adams, compreendo que existem aqueles que ensinam que as línguas não são para agora — e
assim as deixam fora da igreja… Mas o que isso tem que ver com a Nova Guiné?"
"— Pastor, Roger Simpson falou exatamente no idioma de uma das tribos que procurei evangelizar; e as
palavras que ele disse foram as mais vis blasfêmias contra nosso Senhor Jesus Cristo que já ouvi em
minha vida!" [1].
O Senhor Jesus Cristo advertiu claramente em João 8:44 que Lúcifer é mentiroso. Ele não somente
espalha mentiras para toda a humanidade, mas também, como ilustrado anteriormente, seus falsos
ensinos semeiam mentiras entre os cristãos da igreja. No início do século XX, Lúcifer começou a repetir
as mesmas antigas mentiras que deram tão certo em seu plano no passado. Entretanto, sabendo que
seu tempo é curto, levou sua estratégia apenas um passo à frente. Essas mentiras tornaram-se muito
transparentes conforme o tempo passa, mas as massas crédulas da humanidade ainda parecem cair nas
mesmas velhas mentiras. Algumas delas são:
1. O homem é um deus.
2. O homem pode se tornar um deus.
3. O homem pode se tornar como Deus.
4. A fé é uma "lei" ou "força", que pode ser ativada por qualquer pessoa — cristã ou não.
5. A habilidade de realizar milagres, sinais e maravilhas é um talento intrínseco em nós;
precisamos apenas aprender as técnicas para ativar as leis espirituais em que a fé está
baseada.
6. Deus está preso a essas leis espirituais, e deve responder a qualquer pessoa — mesmo
aos seus piores inimigos — que usa tais conhecimentos.
7. Como "deuses" ("seres divinos"), temos o "direito divino" à saúde e à prosperidade.
8. Jesus é o nosso "irmão mais velho", que dominou as leis espirituais da natureza e é,
portanto, nosso exemplo para que façamos o mesmo.
9. O homem pode se tornar espiritual e fisicamente perfeito quando aprende a dominar
essas leis espirituais.
10. O Reino de Deus será estabelecido na Terra quando um número suficiente de pessoas
tiver se aperfeiçoado. [2].
Nenhuma dessas afirmações é verdadeira, mas essas são exatamente o alicerce em que se baseiam as
modernas teologias carismática e do domínio. As notáveis celebridades carismáticas da atualidade —
Benny Hinn, Kenneth Copeland e Kenneth Hagin estão expondo filosofias e doutrinas mais parecidas
com o panteísmo, misticismo oriental e ocultismo do que com o cristianismo. Por exemplo, sabe-se que
Benny Hinn (foto 1) esteve nos túmulos de carismáticos famosos da primeira onda, entre eles Aimee
Semple McPherson (foto 2) e Kathryn Kuhlman (foto 3) para receber uma unção de seus ossos [3]. Essa
prática macabra e paranormal não é nada nova. Embora pareça ser uma prática originada por Mary
Shelley, a autora de Frankenstein, na verdade, Adolf Hitler enviava suas tropas de elite SS para o
cemitério com suas mulheres para conceberem filhos sobre os túmulos de personagens famosos da raça
ariana. Ele acreditava que o espírito de uma criança concebida receberia uma unção especial dos ossos
daqueles que jaziam nos túmulos. Essa prática paranormal e ocultista é agora repetida mecanicamente
pelo famoso pastor e escritor carismático. Mesmo com ações inimagináveis e luciferianas como essa, o
Movimento Carismático cresceu em três ondas, que progrediram de maneira gigantesca durante todo o
século XX.
Na virada para o século 20, ninguém no mundo usava os termos pentecostal ou carismático para
descrever sua doutrina de fé teológica. Isso não quer dizer que não houvessem aqueles no passado que
"falavam em línguas", chamando a si mesmos de "curandeiros da fé", ou que utilizavam os "manifestos
sinais e maravilhas". Na verdade, tudo isso era esporadicamente evidente nas religiões pagãs e nas
seitas ocultistas desde os tempos do Antigo Testamento. Entre os mais notáveis que exerciam os
métodos dos modernos carismáticos estava Joseph Smith e outros na hierarquia no início do
mormonismo. O próprio Joseph Smith descreve:
"… Em uma de nossas entrevistas, o irmão Brigham Young e John P. Greene falaram em línguas, … e eu
mesmo recebi o dom (Joseph Smith, History of the Church, Volume 1, págs. 295-97). Duas das mais de
quarenta mulheres de Joseph Smith escreveram sobre suas experiências de falar em línguas. Foram elas
Mary Lightner e Zina Huntington… Zina 'recebeu o dom de línguas'. Mais tarde, num povoado dos
mórmons em Kirtland, Ohio, ela 'recebeu o dom de interpretação' (Andrew Jenson, LDS Biographical
Encyclopedia, 1951, vol 1, pág. 697). Mary Lightner testificou: 'Oliver Cowdery, John Whitmer e Thomas
B. Marsh freqüentemente falavam em línguas ao pregarem às pessoas no dia do descanso… Uma noite
os irmãos vieram à casa do tio para discutirmos a respeito dasrevelações que ainda não haviam sido
passadas para o papel. Enquanto eles estavam conversando, ficaram cheios com o espírito e falaram em
línguas. Então, fui chamada para interpretar as línguas. Senti o espírito que estava ali num instante"
("Mary Elizabeth Rollins Lightner, "The Utah Genealogical and Historical Magazine", 17 de julho de
1926)." (ênfase adicionada) [4].
Alguns pontos muito interessantes dessas citações precisam ser observados em detalhes:
Não é muito difícil discernir a verdade nessa situação. Se aqueles que sustentavam as crenças e práticas
ocultistas do mormonismo falavam uma glossolalia incompreensível, que hoje é definida como
"línguas", essa assim chamada manifestação do espírito não era a manifestação do Espírito Santo de
Deus, mas algum outro espírito. Além do mais, se os primeiros mórmons e outros ocultistas falavam em
línguas, como alguém poderia estar convencido que verdadeiros cristãos praticariam esse fenômeno?
Com esse objetivo, uma análise minuciosa da progressão do Movimento Carismático revelará uma
infinidade de anormalidades e contradições que de fato revelam a verdadeira fonte dessas doutrinas.
1901, Topeka, Kansas, Seminário Bíblico Betel, — Agnes Ozman recebeu o que chamou
de "batismo no Espírito Santo" e falou em "línguas".
1906, Los Angeles, Califórnia — Igreja da Rua Azusa.
1983 — "Terceira Onda" — termo cunhado por Peter Wagner: "… estamos agora na
terceira onda. Vejo a terceira onda dos anos 80 como uma abertura dos evangélicos
tradicionais e outros cristãos ao trabalho sobrenatural do Espírito Santo que os
pentecostais e carismáticos experimentaram, mas sem se tornarem carismáticos ou
pentecostais."
A Primeira Onda
A origem "oficial" do pentecostalismo moderno começou em 1901, no Colégio Bíblico Betel, em Topeka,
Kansas, quando Charles Parham impôs as mãos sobre Agnes Ozman. Ela imediatamente começou a falar
em "línguas".
"Afirmou-se (apesar de que nunca foi confirmado com credibilidade) que ela falou em chinês durante
três dias, incapaz de falar em inglês, e no segundo dia falou em boêmio. Logo, a maioria dos outros na
escola estavam falando e cantando em 'línguas'… os jornais locais do dia descreveram o fenômeno
como linguagem ininteligível… Em 1914, Charles Shumway procurou diligentemente por evidências para
comprovar que as línguas dos primeiros pentecostais eram línguas reais, isto é, línguas conhecidas. Ele
não conseguiu sequer uma pessoa para confirmar as afirmações…"
Um dos aspectos mais interessantes dos eventos no Colégio Bíblico Betel foi a tentativa dos
participantes de provar que suas "línguas" eram na verdade línguas faladas. Eles achavam que de acordo
com a Palavra de Deus, o dom de "Falar em Línguas" era a habilidade que um indivíduo tinha de falar
numa língua que lhe era desconhecida para comunicar o Evangelho na língua de quem estivesse
ouvindo. Tal tentativa cessaria muito cedo, pois aqueles que "falavam em línguas" não conseguiam
produzir nenhuma evidência de que aquelas assim chamadas línguas, não eram nada mais do que uma
linguagem sem sentido e obscura [3]. Assim, o incidente no Colégio Bíblico Betel era somente o
precursor do que ainda estava por vir, a Primeira Onda Carismática começou com os cultos de
avivamento na Missão da Rua Azusa, em Los Angeles, Califórnia. Essa Missão era pastoreada por William
Seymour, que cria na necessidade de "duas obras da graça" para a salvação, que a verdadeira igreja
estava sendo restaurada em um milagroso reavivamento dos últimos tempos, e (apesar de ele mesmo
nunca ter falado em línguas) fortemente argumentava que as línguas eram a evidência do recebimento
do Espírito Santo. Seymour raramente pregava, mas ao invés disso ficava atrás do púlpito com um
caixote vazio cobrindo sua cabeça. Os cultos na Missão da Rua Azusa eram "caracterizados por
confusão, dança, pulos, quedas no chão, transes, quedas no espírito, línguas, contorções, histeria, sons
estranhos, e risada santa… descrito como "demonstrações selvagens e histéricas". Charles Parham,
conhecido como o Pai do Pentecostalismo e presidente do referido Colégio Bíblico Betel, fez uma
avaliação menos que satisfatória em sua visita à Missão da Rua Azusa, em 1906:
A Primeira Onda continuou com aqueles que diziam ressuscitar os mortos (ninguém jamais provou isso),
oravam sobre lenços, curavam os enfermos, caíam no espírito, garantiam prosperidade àqueles que
contribuíssem com o ministério deles, e ainda desenvolviam o diálogo católico romano-pentecostal.
Entretanto, os membros da Primeira Onda nunca receberam o respeito dos protestantes tradicionais ou
da população em geral. O caráter moral de muitos de seus seguidores e líderes não ajudava muito.
William Parham (o Pai do Pentecostalismo) foi removido do ministério depois de ser preso acusado de
sodomia. William Branham profetizou falsamente que o arrebatamento ocorreria em 1977. Aimee
McPherson (depois do divórcio e diversos relacionamentos amorosos) morreu de overdose. Kathryn
Kuhlman envolveu-se romanticamente com um homem casado, com o qual se casou após ele se
divorciar de sua mulher (posteriormente, ela se divorciou dele). [10] Benny Hinn, um dos atuais líderes
da Segunda Onda, afirma que o manto de Aimee McPherson caiu sobre Kathryn Kuhlman; e então foi
passado dela para ele. De acordo com Benny Hinn:
"… o dia virá, e digo isso a vocês, sei disso como sei meu nome, o dia virá em que não haverá nem um
santo doente no corpo de Cristo. Ninguém ficará doente, ninguém será arrebatado de uma cadeira de
rodas. Ninguém será arrebatado de uma cama de hospital. Todos vocês serão curados antes do
arrebatamento." [12].
As discussões nos capítulos anteriores nos dão alguns indícios dos fatores contribuintes:
Entretanto, seriam apenas esses fatores capazes de servir de suporte para posições teológicas que há
tempo tinham sido geralmente vistas como pertencentes a um segmento marginal e lunático dos
"Bíblias"? O que faria um católico romano que tivesse sido criado em uma tradição de formalismo rígido
interessar-se pelos atos extravagantes dos pentecostais? Como os batistas e os outros evangélicos
poderiam ser atraídos às posições que foram tradicionalmente ensinadas como sendo descaradamente
antibíblicas? Deve ter havido algo mais em ação aqui — algo quase como (Deus nos livre) uma
conspiração. Mas quem ganharia com isso? E qual seria o resultado de tal conspiração?
Historicamente, a primeira organização que vem à mente junto com a palavra "conspiração" é a Ordem
dos Illuminati. Para os propósitos desta discussão, a história do Iluminismo não será discutida em
detalhes exceto para dizer que a Ordem dos Illuminati (organizada em 1776) ainda existe nos dias de
hoje, e essa organização compreende aqueles que literalmente governam o mundo. Esses indivíduos
também têm um plano proeminente para instituir um Governo Mundial Unificado e uma Religião
Mundial Unificada. De fato, é essa mesma organização que tem em seu poder a chave não somente
para essa questão, mas também para o entendimento da Religião Orientada Para Resultados.
Um relato (não confirmado) de uma testemunha ocular revela que os Illuminati se infiltraram
intencionalmente entre os pastores pentecostais em 1946. Por que a "Elite Globalista" se incomodaria
em se infiltrar nessa ramificação marginal do cristianismo? Para achar a resposta, é necessário
considerar cuidadosamente este cenário:
Desde 1983, os laços entre carismáticos, Roma e os evangélicos têm se estreitado cada dia mais. Isso é
resultado de vários fatores:
Os fatos desse cenário exibem um chocante alerta para todos aqueles que estão dispostos a considerá-
los até às conclusões lógicas:
Aqueles que acham a sugestão de uma conspiração nesse cenário uma idéia execrável não estão
enxergando a visão de longo prazo dos Illuminati dentro (e não entre) das linhas apresentadas
anteriormente. O plano é criar uma Igreja Mundial Unificada debaixo da liderança do papado e a Bíblia
confirma o sucesso final desse plano em Apocalipse 13 e 17. O ponto principal nesse caso é o ataque
contínuo aos cristãos fundamentalistas, que se mantêm em oposição ao sucesso do plano. Entretanto, a
calamidade do fundamentalismo e do evangelismo é encontrada na Religião Orientada Para Resultados,
que produz crescimento da igreja em detrimento da doutrina. Esses métodos produzem membros que
não têm a menor idéia no que crêem ou por que crêem. Tais soldados mal equipados são presas fáceis
nas batalhas espirituais que aqueles que são verdadeiramente nascidos de novo no Espírito de Deus
enfrentam.
Esses membros de igreja que são produto da Religião Orientada Para Resultados são ainda enganados
por causa da fama dos líderes carismáticos, que não podem ser criticados pelo fato de terem igrejas
grandes e lotadas. Este autor presenciou isso em primeira mão em uma Igreja Batista Independente. No
culto de domingo à noite, um famoso pastor carismático do Brooklyn, em Nova York, estaria pregando
em uma mensagem gravada em vídeo. O pastor local declarou: "Podemos discordar desse homem em
alguns pontos doutrinários 'menos importantes', mas ele tem uma grande igreja, de modo que deve
estar fazendo alguma coisa certa!". Essa é a essência da Religião Orientada Para Resultados — O pastor,
nesse exemplo, estava disposto a violar os mandamentos das Escrituras sobre separação porque achava
que a congregação se beneficiaria com as instruções sobre "a igreja em crescimento" que aquele
homem podia transmitir.
A Terceira Onda
A Terceira Onda do Movimento Carismático foi concebida no interior do Seminário Teológico Fuller, em
Pasadena, na Califórnia, pelos professores de Crescimento de Igrejas Peter Wagner e o falecido John
Wimber. Ambos lecionavam no curso "Sinais e Maravilhas e Crescimento de Igrejas", no Seminário de
Pasadena. Evidentemente, eles nunca leram as palavras de Jesus quando disse: "Uma geração má e
adúltera pede um sinal" [Mateus 16:11a]. Esses dois homens se tornaram os co-conspiradores em um
plano de marketing para incitar o crescimento de igrejas por meio do livro de Wimber, "Evangelismo de
Poder", que definia o conceito de poder do Reino e sua relação com o evangelismo. Wimber afirmou,
"Os primeiros cristãos claramente tinham uma abertura ao poder do Espírito, o que resultou em sinais e
maravilhas e crescimento da igreja." [13]. Essa afirmação pode ser escrita de forma analítica para definir
a essência exata da teologia da Terceira Onda Carismática:
Essa equação tem mais complexidades intrínsecas do que os nossos olhos podem ver. Em primeiro
lugar, qualquer referência a uma frase como "Poder do Reino" já deveria ser imediatamente um alerta
vermelho a qualquer indivíduo que estuda a Palavra de Deus. Biblicamente falando, não existe "Poder
do Reino" nesta era, e não importa quão constantemente essa ou frases semelhantes como "Autoridade
do Reino" apareçam nos textos de Wimber ou nos modernos hinos de louvor (veja o hino, Majestade,
de Jack Hayford), esse é um conceito antibíblico. Em suas observações editadas nas salas de aula do
Seminário, Wimber empregava grosseiramente mal o conceito do Reino de Deus à igreja. Sua tese
inteira baseava-se em uma falsa premissa que como a igreja é o Reino de Deus, seus membros devem
exercer os sinais e maravilhas que Jesus operava. Ele foi tão longe que atacou a onisciência (como
também a fundamental deidade de Jesus Cristo) quando declarou:
"Jesus freqüentemente fazia perguntas sobre a necessidade de cura, indicando que (a) embora algumas
vezes recebesse palavras de conhecimento, outras vezes não as recebia, e (b) queria ter seu foco
exatamente no alvo." [14].
Será que Wimber não percebeu que Jesus Cristo, quando andou aqui na Terra era Deus em carne? Será
que não percebeu que Jesus Cristo era Deus, possuindo todos os atributos de Deus? A discrepância de
que Jesus às vezes não tinha conhecimento de uma enfermidade e precisava de assistência do Espírito
Santo é blasfêmia contra o Deus encarnado! No entanto, os métodos de crescimento da igreja nas aulas
de Wimber e Wagner eram um exercício de Evangelismo do Reino, Princípios do Reino e Autoridade do
Reino. Para que isso acontecesse o "Povo do Reino" deveria utilizar sua Autoridade do Reino para, entre
outras coisas, "ressuscitar os mortos".
"Deus usa nossas experiências para nos mostrar mais completamente o que ensina para nós nas
Escrituras, muitas vezes derrubando ou alterando elementos de nossa teologia e da nossa cosmovisão."
[15].
Se esse é o caso, todo cristão que já andou na face da Terra deveria escrever crônicas de
suas experiências como apêndices à inspirada Palavra de Deus. Se nossas experiências alteram nossa
teologia, isso não faz com que a Palavra de Deus esteja subordinada à experiência humana? De onde
nossa teologia deve se originar? A única fonte para a verdadeira teologia está dentro das páginas da
escrita e preservada Palavra de Deus. A teologia não deve vir de visões, sonhos ou experiências
humanas. Ela é derivada apenas do ensino doutrinário encontrado na Palavra de Deus.
Quando o clamor contra o curso de Wagner e Wimber no Seminário de Pasadena chegou ao ponto em
que o curso foi cancelado (a despeito do fato de ser a maior classe do seminário), Wimber colocou sua
teologia em ação e fundou a Comunidade Cristã Vineyard (Videira). As Comunidades Videira cresceram
sob a liderança de Wimber para setecentas congregações no mundo inteiro, e tornaram-se o catalisador
para a TERCEIRA ONDA do Movimento Carismático, que enfatizava os "sinais e maravilhas", sobre
aqueles que no passado enfatizaram o falar em "línguas". O efeito torrencial do Movimento Videira
incluiu a formação da organização do Promise Keepers (o fundador doPromise Keepers, Bill McCartney, é
membro da Comunidade Videira, em Boulder, no Colorado, e os membros da Videira dominam o quadro
dos PK) e o infame e sem base bíblica "Reavivamento do Riso", que varreu o mundo todo e foi originado
na Comunidade Videira do Aeroporto, em Toronto, no Canadá. Embora Wimber tenha cortado relações
com a Comunidade de Toronto por causa de extravagâncias como "o rugido do leão" em 1996, em 1995
a revista Charisma informou que em mais de 500 igrejas Videira nos Estados Unidos ocorria o fenômeno
do Avivamento do Riso. [16] A Comunidade Videira em Kansas City tornou-se a casa dos infames
"Profetas de Kansas City", liderados por Paul Cain. Hank Hanegraaff relata:
"John Wimber, o fundador da Videira, acredita que Paul Cain é o principal profeta da Terceira Onda...
que viria com sinais e maravilhas... nas palavras de Wimber, 'ele é muito parecido com Jeremias e com
João Batista, separado antes do nascimento para o ministério que exerce agora.'" [17].
A Teologia do Domínio
Um dos fios de ligação mais comuns que permeiam a teologia carismática de Seymour a Robertson é a
idéia de que a verdadeira igreja está sendo restaurada (ou reconstruída) em um grande reavivamento
dos últimos tempos. Parece que muitos, se não a maioria dos notáveis pregadores e evangelistas
carismáticos acreditaram que foram chamados por Deus se não para iniciar, ou certamente para lançar
tal reavivamento na criação errônea de uma "coisa nova" baseando-se em Isaías 43:18-19 "Não vos
lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço uma coisa nova, agora sairá à luz;
porventura não a percebeis? Eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo". Por exemplo,
Alexander Dowie (que foi justamente o mentor de Charles Parham) proclamou-se "Elias, o Restaurador"
e o "primeiro apóstolo da igreja dos últimos tempos" [18]. Embora o termo técnico para alguém que
proclama tal coisa seja "paranóia esquizofrênica com mania de grandeza", proclamações desse tipo
continuam nos círculos carismáticos até os dias de hoje. No momento que essa linha de pensamento
alcançou o sistema da Videira, sob a liderança de John Wimber, os profetas da Videira estavam
anunciando "que nos últimos dias o Senhor estaria restaurando ministérios quíntuplos, caracterizados
por apóstolos, profetas, pastores, mestres e evangelistas para a igreja atual" para também iniciar um
grande reavivamento no fim dos tempos. [19].
A questão então deve ser perguntada: aonde tão grande reavivamento nos guiaria? Quando levado a
conclusões lógicas, a resposta é muito simples. Se tivesse de haver tão grande reavivamento que
afetaria a humanidade, não seria então a condição mundial mudada drasticamente? A lei secular não se
tornaria a lei do próprio Deus? Não seriam os pastores a classe dominante a interpretar e estabelecer as
leis de Deus? Isso não daria domínio à igreja de toda a humanidade? Isso não restauraria assim o
sistema da Lei do Antigo Testamento como governante catalisador para iniciar uma nova era de paz e
justiça? Isso não prepararia a Terra para sua apresentação a Jesus Cristo, para seu retorno físico e
reinado?
A resposta para todas essas perguntas é: SIM. Entretanto, essa linha de pensamento apresenta muitas
barreiras bíblicas:
1. A origem de um "Reino Cristão" terreno governado por homens de carne e sangue não-ressurretos foi
a fabricação do sistema católico romano. A Igreja de Roma era (e é) antimilenar — rejeita o reinado
literal de mil anos de Cristo, e vê as referências ao Reino terreno de Deus como manifestas em si mesma
— A Igreja Católica Romana. Sendo assim, algumas denominações protestantes (por exemplo, a
luterana) retiveram a idéia que a igreja é a manifestação do Reino de Deus.
O sincretismo dessas posições errôneas conduzem ao conceito de que o Reino de Deus na Terra seria:
Em resumo, essa é a essência da Teologia Reconstrutivista, ou de Domínio. Ela ensina que a igreja ou
que os cristãos ganharão o controle do planeta antes da Segunda Vinda para tornar o mundo um lugar
perfeito para o reinado de Jesus Cristo. Os assim chamados profetas e apóstolos do reavivamento dos
últimos tempos criariam uma força tão forte que todos na Terra se renderiam ao controle da igreja.
Quando o dominionista Pat Robertson declarou que a organização dos Promise Keepers era um "direto
cumprimento da profecia bíblica", estava fazendo referência ao fato de que sentia que os Promise
Keepers eram um dos primeiros passos em direção ao domínio cristão na Terra.
Análise Final
Uma análise detalhada do Movimento Carismático nas três ondas leva a algumas conclusões muito
significativas:
Embora existam inumeráveis aspectos antibíblicos nas filosofias carismáticas e de domínio que
poderiam ser exploradas, esta discussão deve ficar limitada aos efeitos e contribuições para a Religião
Orientada Para Resultados. Ninguém precisa fazer mais nada do que apenas recordar as experiências
pessoais deste autor para ficar grandemente preocupado com os efeitos do Movimento Carismático
naqueles que se consideram "evangélicos" ou "fundamentalistas". Para reiterar a ilustração, este autor
foi um membro de uma Igreja Batista Independente cujo pastor pelo menos uma vez chamou a si
próprio de fundamentalista. O pastor dessa congregação se tornou obcecado com o crescimento da
igreja e rapidamente se tornou completamente consumido pela Religião Orientada Para Resultados. No
culto de um domingo à noite, um famoso pastor carismático do Brooklyn, Nova York, pregaria em uma
mensagem gravada em fita de vídeo. O pastor local disse: "— Podemos discordar deste homem em
alguns pontos doutrinários 'menos importantes', mas ele tem uma grande igreja — de modo que deve
estar fazendo alguma coisa certa!"
Aqueles que aderiram ao "Movimento de Crescimento de Igrejas" estão perfeitamente dispostos a fazer
sua cama junto com tipos como Jim Cymbala, John Maxwell, Peter Wagner e até com o Seminário Fuller,
de Pasadena, de modo a alcançar os resultados — o crescimento exponencial da igreja. Lembre-se,
Peter Wagner, o progenitor da Terceira Onda, é um "especialista em crescimento de igrejas".
A Religião Orientada Para Resultados foi a exata estratégia de Wimber e Wagner. Eles utilizaram sinais e
maravilhas para atingir o resultado desejado. As congregações conservadoras, evangélicas ou
fundamentalistas que iriam se levantar ostensivamente contra o Movimento Carismático estão
diariamente se tornando mais e mais tolerantes com seus métodos, sua música e sua teologia, a fim de
alcançar "aqueles que não freqüentam a igreja". Esse é o perigo intrínseco das filosofias carismáticas e
de domínio.
Algumas congregações tornaram-se tão cegas, enfocando os resultados (o crescimento da igreja), que
não vêem problema algum com as pequenas contemporizações, o que depressa as conduzirá a um
ponto sem base nas Escrituras e sem retorno, em que elas abertamente abraçarão o erro ao obterem o
tão desejado resultado.