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IBADEP - Instituto Bíblico da Assembleia de
Deus - Ensino e Pesquisa
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Site: www.ibadep.com
Apocalipse e Escatologia
5 a Edição - Dezembro/2006
2
Diretorias
CIEADEP
IBADEP
3
Cremos
4
8) Na necessidade e na possibilidade que temos de
viver vida santa mediante a obra expiatória e
redentora de Jesus no Calvário, através do poder
regenerador, inspirador e santificador do Espírito
Santo, que nos capacita a viver como fiéis
testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e lPe
1.15).
9) No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado
por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a
evidência inicial de falar em outras línguas,
conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44 -46;
19.1-7).
10) Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo
Espírito Santo à Igreja para sua edificação,
conforme a sua soberana vontade (ICo 12.1 - 12 ) .
11) Na Segunda Vinda premilenial de Cristo, em duas
fases distintas. Primeira - invisível ao mundo, para
arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande
Tribulação; segunda - visível e corporal, com sua
Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo
durante mil anos (lTs 4.16. 17; ICo 15.51 -54; Ap
20.4; Zc 14.5; Jd 14).
12) Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal
de Cristo, para receber recompensa dos seus feitos
em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10).
13) No juízo vindouro que recompensará os fiéis e
condenará os infiéis (Ap 20.11 -15).
14) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e
de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46).
5
Metodologia de Estudo
1. Devocional:
a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela
sua salvação e por proporcionar -lhe a
oportunidade de estudar a sua Palavra, para assim
ganhar almas para o Reino de Deus;
b) Com a sua humildade e oração, Deus irá iluminar e
direcionar suas faculdades mentais através do
Espírito Santo, desvendando mistérios contidos em
sua Palavra;
c) Para melhor aproveitamento do estudo, temos que
ser organizados, ler com precisão as lições,
meditar com atenção os conteúdos.
2. Local de estudo:
Você precisa dispor de um lugar próprio para
estudar em casa. Ele deve ser:
6
a) Bem arejado e com boa iluminação (de
preferência, que a luz venha da esquerda);
b) Isolado da circulação de pessoas;
c) Longe de sons de rádio, televisão e conversas.
3. Disposição:
Tudo o que fazemos por opção alcança bons
resultados. Por isso adquira o hábito de estudar
voluntariamente, sem imposições. Conscientize -se da
importância dos itens abaixo:
a) Estabelecer um horário de estudo extraclasse,
dividindo-se entre as dis ciplinas do currículo
(dispense mais tempo às matérias em que tiver
maior dificuldade);
b) Reservar, diariamente, algum tempo para descanso
e lazer. Assim, quando estudar, estará desligado
de outras atividades;
c) Concentrar-se no que está fazendo;
d) Adotar uma correta postura (sentar -se à mesa,
tronco ereto), para evitar o cansaço físico;
e) Não passar para outra lição antes de dominar bem
o que estiver estudando;
f) Não abusar das capacidades físicas e mentais.
Quando perceber que está cansado e o estudo não
alcança mais um bom rendimento, faça uma pausa
para descansar.
7
simplesmente habilidades motoras. Todas, no entanto,
exigem sua participação ativa. Para alcançar melhor
aproveitamento, procure:
a) Colaborar para a manutenção da disciplina na sala -
de-aula;
b) Participar ativamente das aulas, dando
colaborações espontâneas e perguntando quando
algo não lhe ficar bem claro;
c) Anotar as observações complementares do
monitor em caderno apropriado.
d) Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos.
5. Estudo extraclasse:
Observando as dicas dos itens 1 e 2, você deve:
8
e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em
mente:
A necessidade de dar a sua colaboração
pessoal;
O direito de todos os integrantes opinarem.
Bom Desempenho!
9
Abreviaturas
10
Índice
11
Lição 1
Apocalipse: 1ª Parte
13
última batalha e os acontecimentos que causarão a
destruição final das forças malignas.
Ele providenciou o carneiro como sacrifício
substitutivo em lugar de Isaque, é "O Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo", cordeiro que vencerá e
abrirá os selos que colocará em ação os eventos finais da
história humana.
Aquele que em compan hia de dois anjos
visitou Abraão em Manre e ordenou a destruição das
cidades de Sodoma e Gomorra, salvando Ló e suas filhas,
é o mesmo, em meio a inumeráveis hostes de anjos,
ordenará as pragas e castigos que destruirão os rebeldes
ao acontecerem os castig os dos selos, das trombetas e
das taças da ira.
Deus estava no topo da escada que ia da terra
ao céu e anjos subiam e desciam por ela, é o mesmo que
disse a Natanael que no futuro ele veria o céu aberto e os
anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho d o
Homem (Jo 1.51).
Aos judeus do Concilio afirmou em ser o Filho
do Deus Bendito e disse que haveriam de ver o Filho do
Homem assentado à direita do Todo- Poderoso, vindo
sobre as nuvens do céu (Mc 14.62).
Ele que um dia veremos sobre o trono
excelso 1 , com milhões e milhões de anjos e de remidos ao
Seu redor, adorando-o, e Ele mesmo ordenará o
desenvolvimento dos acontecimentos finais.
O Apocalipse é o último livro do Novo
Testamento, singular entre os demais. Ele é, ao mesmo
tempo: s Uma revelação do futur o (Ap 1.1,19);
S Uma profecia (1.3; 22.7,10,18,19); e S Um conjunto
de sete cartas (1.4,11; 2.1 -3.22).
1
A l to, el evado ; subl i me. Excel ente, admi rável .
14
Apocalipse deriva da palavra grega
'apocalupsis', traduzida por revelação em Apocalipse
1. 1. É uma reve lação divina quanto à natureza do seu
conteúdo, uma profecia quanto à sua mensagem e uma
epístola quanto aos seus destinatários.
Cinco fatos importantes no tocante ao contexto
deste livro são revelados no capítulo 1.
O Propósito
O Apocalipse tem por finalidade dar ao
mundo uma última declaração divina de que Jesus é o
Filho de Deus e há de triunfar sobre todo inimigo e será o
Governador do Universo durante a eternidade.
O Apocalipse anunciao últimoconvite escrito por
inspiração divina, chamando aos pecadores a
reconciliarem-se com Deus pormeio da fé em Jesus Cristo.
A admoestação é feita às nações e seus reis:
"Beijai o Filho" (SI 2.10-12). Neste convite de graça (Ap
22.17), há também o aviso da mais triste
15
e irrevogável sentença: "Quanto,porém, aos covardes,
incrédulos, abomináveis 1 , assassinos, impuros, feiticeiros,
idólatras e todos os mentirosos, a parte que lhes cabe
será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a
segunda morte" (Ap 21.8).
A escolha será: "Venha... receba de graça " (Ap
22.17) ou "será lançado para dentro do lago de fogo" (Ap
20.15).
Na presença de Cristo não entra nenhuma
cousa imunda, ou seja, é preciso lavar nossas vestes no
sangue do Cordeiro (Ap 22.14; 12.11; 7.9 -17). Ficarão de
fora os que têm prazer nos delei tes carnais.
Aos crentes, esta profecia tem um propósito
duplo de admoestação e de alento. Repreende e anima,
esquadrinha e exorta. Incentivando e estimulando a
serem santos e ativos diante de Deus , gratos pela
salvação e a bem -aventurada esperança. Não apóia a
idéia errônea de que a salvação eternadas almas é determinada
pelas obras feitas pelo indivíduo. A sua relação com o
Cordeiro de Deus é indispensável.
A maneira de ensinar os cristãos é por
meio dejuízos diretosrelacionados com as sete igrejas da
Ásia; o Senhor Jesus Cristo elogiando ou censurando, os
ensinamentos proféticos do futuro, findando com a
descrição do Juízo Final e visão da Cidade Eterna, a Nova
Jerusalém, com seu divino Rei.
Todas as divisões do livro têm suas lições para
o salvo hodierno 2 . Observando o que o Senhor Jesus
Cristo elogia ou censura nas igrejas, notamos o que lhe
agrada ou não.
1
Q ue deve se r abo mi nado ; detes táv el , execrável , execra nd o ,
abo mi nando , abo mi no so.
2
Rel ati vo ao s di as de ho j e; atu al .
16
Reconhecendo a parte que teremos nos
eventos celestiais como remidos, veremos que convém
aprender agora a louvar ao Senhor Jesus e dar -lhe glória.
Aqui mesmo nos entregamos à tarefa de
aprender como viver devidamente na presença de Deus,
sabendo que os Seus olhos vêem a todos os nossos atos.
Desta forma saberemos viver naquela cidade onde não há
necessidade de sol, lua ou lâmpada, pois a glória de Deus
a ilumina (Ap 21.23). O Cristo, Juiz do capítulo 1, é o
Cordeiro iluminador do capítulo 21!
Quando habitarmos a Nova Jerusalém, te remos
deixado para trás tudo o que é mau e indigno. O Espírito
Santo nos revela o futuro neste livro, ao mesmo tempo
Ele opera em nossas mentes produzindo os resultados
que deseja. O cristão deve pensar que nessa ocasião ele
é um santo preparado para habit ar as mansões celestiais.
Esta é outra prova da graça divina e que o Espírito Santo
mora no crente.
Outra maneira que este último livro da Bíblia
ajuda o cristão é revelando minúcias acerca do futuro.
Apresenta um panorama ou perspectiva dos eventos do
fim da História que, de outro modo, o estudante da
Palavra não teria.
Embora ele faça uso de uma linguagem
figurada e de símbolos, em sua maioria são explicados
aqui mesmo e nas Escrituras Sagradas.
Uma verdade de importância sem igual se
destaca entre as coisas simbólicas e figuradas,
impressionando a pessoa cada vez que lê o Apocalipse, é
esta: Jesus Cristo é o Vencedor! Vencerá todos os
inimigos! Levará o plano divino à sua apoteose 1
triunfante!
1
Co nj unto de ho nras o u ho mena gens t ri butadas a al g ué m. Gl o ri f i cação ;
espl endo r.
17
A presença deste livro no cânon do Novo
Testamento é justificada pela mensagem que anuncia. O
Evangelho de João 14.1 -3 diz que o Salvador prometeu
aos Seus voltar para levá -los, a estarem com Ele no lugar
que Ele mesmo prepararia.
Exortou-lhes ter nEle a mesma fé que tinham
em Deus, evitando a perturbação que estava sujeita. Nos
últimos capítulos do Apocalipse, lemos sobre o lugar que
o Redentor está preparando para os Seus. Que gloriosa
cidade! Ler sobre a Nova Jerusalém é desejar al cançá-la.
O mesmo autor diz que ainda não se
manifestou o que nós, filhos de Deus, havemos de ser,
mas sabemos que quando Ele Se manifestar, seremos
semelhantes a Ele, porque O veremos tal como Ele é (lJo
3.2).
No Apocalipse, João descreve a maneira como
Cristo há de manifestar em forma visível e gloriosa. Que
satisfação deve ter sentido o apóstolo do Senhor ao
receber esta revelação mais plena e ser comissionado a
escrevê-la para torná-la conhecida das igrejas da Ásia
Menor.
Há outras declarações no Evange lho de João
acerca do futuro e este livro propõe a ampliar. Exemplo:
João 3.16 fala da maneira de receber a vida eterna, e não
perecer. Que quer dizer essas frases? No Apocalipse há
mais detalhes acerca desta vida perene ou perdição.
João 11.25-26 ensina o mesmo acerca da
ressurreição ou do arrebatamento, Paulo em I
Tessalonicenses 4 e 5 confirma, e está de acordo com
este último livro profético, isto é, que só os crentes terão
parte na felicidade eterna. Também Cristo mencionou a
Sua volta em João 14.28. V eja-se João 6.40,44,54.
O aspecto mais amplo do futuro que é
mencionado no Quarto Evangelho que ocupa a maior
18
parte deste livro final é o juízo em relação a Jesus Cristo.
É verdade que o Senhor não veio para condenar (ou
julgar, que é a palavra origina l), mas para salvar o
mundo (Jo 3.17). Ele disse em João 8.15: "Eu a ninguém
julgo". Mas, diz em João 5.21 - 22 e 26-29 que o Pai
entregou ao Filho toda autoridade divina para julgar.
Virá o tempo em que Ele chamará a juízo todos
os seres humanos e separará os salvos dos condenados.
Em João 8.26 o Senhor diz: " Muitas coisas tenho para
dizer a vosso respeito e vos julgar".
A maior parte do Apocalipse mostra Jesus
Cristo entronizado e julgando os habitantes deste mundo.
No primeiro sermão que fez na sinagoga d e Nazaré, Jesus
disse que havia vindo para "apregoar o ano aceitável do
Senhor" citando Isaías 61.2 (Lc 4.19). E no Apocalipse
vemos que chegou o tempo a que se refere o resto de
Isaías 61.2 "o dia da vingança do nosso Deus".
Em Amós 5.18-20 diz "Ai de vós que desejais o
dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor?
Trevas será e não luz". Veja Sofonias
1. 14; 2.2.
Nos capítulos 2 e 3 do Apocalipse o juízo
começa com a casa de Deus (lPe 4.17 -18). Mas, de
Apocalipse 6.1 até 19.21 lemos sobre um juízo após
outro, um castigo, uma praga, uma dor, uma pestilência,
etc, cada vez mais severos, até que os homens busquem
a morte, mas esta se distancia deles. Além disto, virá
após o reino milenar, o tempo do juízo final, Cristo
assentado sobre o Grande Trono Br anco, todo o mundo
diante dEle, para o juízo definitivo.
Por esta razão o Apocalipse é chamado de livro
de juízo, de vingança, de terror. Muitos não enxergam
nele mais que castigos, pragas e têm idéia
19
que Deus dará um fim à história humana, fazendo que
todo o mundo sofra grandes penas.
O evento descrito no capítulo 19 mostra os
santos e os seres celestiais alegres ao ver o julgamento
da grande prostituta dizendo: Aleluia... Verdadeiros e
justos são os seus juízos, pois j u lg o u. . .
O objetivo deste livro é dar ao mundo a
mensagem divina de que o fim de todas as coisas se
aproxima. As condições atuais não continuarão sempre
assim. A paciência de Deus não durará eternamente. O
dia do juízo é inevitável.
O diabo e os seus perderão a batalha e
sofrerão eterna perdição. Jesus Cristo gozará a vitória
que obteve na cruz e com os Seus reinará eternamente.
Está decidido, que é o Cordeiro e não a besta
ou dragão que será coroado Vitorioso e Vencedor. A
santidade dominará o Reino perene 1 , enquanto a maldade
deixará de existir. Que propósito digno para este
importante livro final!
Autor
1
Q ue não acab a; pe rpé tuo , i mperecí vel , i mpereced o uro , et erno .
20
escrevendo o Apocalipse perto do fim do reinado de
Domiciano, Imperador romano (81 -96 d.C.).
O livro retrata as circunstâncias históricas do
reinado de Domiciano, que exigiu aos seus súditos 1 que
lhe chamassem de "Senhor e Deus". Sem dúvida, o
decreto do Imperador estabeleceu um confronto entre os
que dispunham a adorá-lo e os crentes fiéis que
confessavam que somente Jesus era "Senhor e Deus".
Destarte 2 , o livro foi escrito num período em
que os crentes enfrentavam intensa perseguição por
causa de seu testemunho. A tribulação é demonstrada no
contexto do livro de Apocalipse 1.19; 2.10,13; 7.14-
17;11.7; 12.11,17; 17.6; 18.24; 19.2; 20.4.
1
Q ue es tá s ubme ti do à vo ntade de o ut rem ; suj ei to .
2
Po r est a fo rm a; d este mo do ; assi m. A ssi m send o ; d i ante d i sto .
21
tema predileto. Um homem ideal para transmitir a
revelação que o Senhor deu a ele em Patmos.
A idéia que havia outro ancião chamado João
que escreveu o Apocalipse parece -nos fantasiosa. Dizer
que algum anônimo o fez e atribuiu ao apóstolo a fim de
assegurar a sua aceitação é uma conjectura.
Por que não crer na declaração do próprio
livro? A lógica é aceitar que o autor é o mesmo apóstolo
e, por conseguinte, crer também que ele foi inspirado,
como afirmou.
João não pretende que a obra seja produto da
sua própria sabedoria. Afirma ter recebido a revelação de
Jesus Cristo. Escreveu o que lhe foi ordenado. Temos
aqui, portanto, a "Revelação de Jesus Cristo, que Deus
lhe deu... notificou ao seu servo João" (Ap 1.1). "E eu,
João" (Ap 22.8).
A referência histórica mais recente ao
Apocalipse encontra -se nas obras de Justino Mártir (135
d.C.), por volta da metade do século II. Ele citou que foi
escrito por João, apóstolo de Jesus Cristo ( Diálogo com
Trifon, pág. 81 - Citado por Tenny Interpreting
Revelation, pág. 16).
Irineu cita cinco passagens e declara que João
foi o autor. Também, Pápias, Clemente de Alexandria,
Teófilo de Antioquia, Pastor de Hermas, O Cânon
Muratório, provando que nos fins do século II, o
Apocalipse de João era aceito como livro apostólico, como
parte legítima do cânon do NT.
Os outros livros apocalípticos foram rejeitados.
As igrejas orientais não aceitaram o Apocalipse no cânon
até o quarto século, isto é, não todas as igrejas desde o
princípio. Mas, a decisão final foi favorável ao Apocalipse
e contra os escritos em estilo similar.
Um mesmo autor pode usar estilos diferentes
quando escreve. E é certo que a
22
linguagem é a da época da Igreja Primitiva, pois não
durou muito a influência do aramaico sobre ela. E há
críticos que alegam que o grego do Apocalipse prova que
ele foi escrito antes da queda de Jerusalém no ano 70.
Questionário
23
Marque "C" para Certo e "E" para Errado
24
Data
0 livro em si não oferece muita evidência
acerca da data exata em que foi escrito. (A idéia que
Apocalipse 13.18 se refere a Nero, porque o seu nome
Neron Kesar em hebraico pode ser escri to de tal maneira
que o valor numérico das letras seja 666, não é
razoável).
Tampouco é certo que as referências ao
templo como se ainda estivesse de pé sejam prova de
que o livro foi terminado antes da destruição de
Jerusalém. Pode referir -se a outro temp lo futuro.
A favor da data comumente aceita pelos
evangélicos de teologia conservadora, ao redor do ano 90
ou um pouco mais tarde, há várias considerações. O
próprio texto oferece um testemunho que merece séria
atenção, ao procurarmos descobrir a data da s ua origem.
Os dois capítulos em que constam as cartas às
igrejas, o segundo e o terceiro, descrevem uma condição
de decadência que viria após um período de
desenvolvimento e maturidade.
Este estado de cousas não podia ter
prevalecido durante o Império de Nero. Não havia
transcorrido tempo suficiente depois do estabelecimento
daquelas igrejas, pelo apóstolo Paulo. Além disto, a
evidência externa é a favor de uma data posterior, na
última década do primeiro século.
Irineu diz especificamente que o Apocalipse foi
escrito durante o reinado do Imperador Domiciano (81 a
96 depois de Cristo). Este último dos Césares podia muito
bem ter sido o que desterrou 1 o velho apóstolo João para
a ilha de
1
F azer s ai r da t err a, do paí s; exi l ar, bani r.
25
Patmos. Vitoriano, Eusébio e Jerônimo estão de acordo
com Irineu.
Não há dúvidas de que o autor do Apocalipse
estava familiarizado com o Antigo Testamento, as
Escrituras Sagradas do judaísmo. Considerando a
existência de muitos escritos neste estilo, como o
chamado Apocalipse de Pedro, outro de Paulo, de Esdras,
de Elias, de Zacarias, etc, destaca -se que o livro do
Apocalipse foi realmente escrito pelo apóstolo João, o
discípulo amado.
É lógico deduzir que o Apocalipse foi escrito
quando começaram as perseguições em todo o Impé rio
Romano.
Havendo em circulação várias obras de cunho
apocalíptico, não é estranho que em tempos de
perseguição, esta mensagem às igrejas tomasse este
estilo de comunicação, embora seja uma literatura
diferente e empregue um vocabulário distinto, especia l.
O apóstolo João conhecia bem as igrejas da
Ásia Menor. Sabia da preocupação dos irmãos,
especialmente dos pastores, ao ver o princípio da
perseguição imperial.
Onde está Cristo? Que prometeu: As portas do
inferno não prevaleceriam contra a Sua Igreja? E le havia
vencido o mundo, e que o Pai lhes daria o Reino? E a
vinda do Senhor em glória? Qual era a responsabilidade e
maneira de proceder da igreja, naquelas circunstâncias?
Estas perguntas reclamavam uma mensagem
divina para aquela época, alguma resposta autorizada,
antes de encerrar-se o cânon do Novo Testamento.
Domiciano, o último dos doze Césares, que
reinou até o ano 96, começou, no fim do seu reinado, a
perseguir os cristãos. O governo percebia
26
que o cristianismo não era simplesmente uma seita d o
judaísmo, sem importância, mas um poder que rivalizava
com o próprio Império na demanda da lealdade dos
homens.
Roma decretou a adoração do imperador como
deus visível, que supria as necessidades e outorgava
benefícios ao povo nas festas, corridas e luta s no estádio.
Os cidadãos e escravos estavam acostumados
a adorar deuses de madeira, gesso, pedra e metais. Não
lhes era difícil acrescentar outro deus à lista de
divindades, especialmente um que era visível, de
reconhecido poder e autoridade, capaz de faz er bem ou
mal.
Mas, o Evangelho fazia discípulos e estes
recusavam a dobrar os joelhos diante do Imperador e a
adorar a sua imagem. Não sacrificariam animais nos
altares pagãos. Reconheciam somente a Jesus Cristo nos
céus como seu Senhor e Salvador de suas almas.
Roma não podia permitir tal atitude de
desobediência a suas leis e costumes. Percebeu a
incompatibilidade entre o cristianismo e as outras
religiões. Embora os cristãos não usassem armas carnais
para propagar a sua fé, o Imperador temeu uma
revolução civil como resultado de tais ideologias.
Verifica-se, que no tempo de Domiciano, as
igrejas no Império estavam em perigo, e urgia 1 a
necessidade de uma nova luz e uma visão renovada da
sua gloriosa esperança e destino. Por esta razão também
cremos que o Apocalipse foi escrito pelo apóstolo João na
última década do primeiro século da nossa dispensação.
1
S er ne cessá ri o sem demo ra ; se r ur gen te.
27
Interpretação
28
0 apóstolo João escreve que " para isto Se
manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras
do diabo" (lJo 3.8).
0 apóstolo Pedro ensina que "Cristo morreu, uma
única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos,
para conduzir-vos a Deus" (lPe 3.18).
Paulo diz: "Deus, que nos reconciliou consigo
mesmo por meio de Cristo" (2Co 5.18).
1
Q ual i dade o u pro pri edade de e fi caz; efi ci ênci a.
29
mas também por tê -lo merecido e pelo que fez; não
unicamente como Filho de Deus, mas por ser o Filho do
homem; não só como a Segunda Pessoa da Trindade, mas
porque é o que veio em carne, foi morto, s epultado,
corporalmente ressuscitado, e em corpo glorificado
ascendeu ao Pai.
Por toda eternidade Ele será o Deus revelado,
o Deus visível, o Cordeiro de Deus que foi morto, mas
não pode morrer mais, porém antes, venceu a morte.
Vive Eternamente. É o Crist o porque é Jesus e é Deus.
A exaltação de Jesus Cristo que esvaziou a Si
mesmo é a mensagem principal deste precioso livro que
encerra o cânon da Palavra de Deus.
A Revelação
(Ap 1.1-8)
30
João em Patmos - Mensagens às Igrejas
(Ap 1.9-20)
1
V aso desti nado a d ar l uz, al i mentada po r ó l eo .
31
Apocalipse (Ap 22.18 -19), que adverte sobre o
julgamento futuro e pronuncia uma bênção sobre todos
os que perseveram nos momentos de tribulação e morrem
fiéis ao Senhor (Ap 14.13).
O Apocalipse cheio de autoridade não é um
mistério literário para quem está lutando para sobreviver
em uma época difícil de perseguição e sofrimento. É uma
exortação às igrejas para permanecerem fiéis a Jesus
Cristo, perseverarem firmes nos momentos de tribulação,
sabendo que Cristo é o Senhor das igrejas, aquele que
anda entre os sete candeeiros de ouro (Ap 1.13; 2.1).
Entre os sete candeeiros de ouro, João viu no
meio deles um "semelhante ao Filho do Homem" vestido
até aos pés, usando um cinto de ouro em torno do peito
(diferente do trabalhador que usava o cinto mais
embaixo, em torno da cintura, para poder prender a ele
as pontas da capa enquanto trabalhava).
Como o ancião de dias em Daniel 7.9 -10, esse
personagem glorioso tinha cabelos "brancos como alva
lã, como neve" (Ap 1.14). Seus olhos, com poder
penetrante para julgar e discernir, eram como uma
chama de fogo. Seus pés, provavelmente aludindo a
Daniel 10.6, eram como bronze polido. Sua voz, que João
já comparara ao som de uma trombeta, como o som de
muitas águas, semelhante à descrição da voz de Deus em
Ezequiel 43.2.
Na mão direita ele tinha sete estrelas, que
eram os anjos das sete igrejas (Ap 1.20). De sua boca
viu saindo uma espada de dois gumes para ferir as
nações (Ap 19.15), servindo de advertência às igrejas
que ele é o Senhor do julgamento (Ap 2.12).
João, vencido por essa visão do Filho do
Homem caiu aos seus pés, como morto. O Glorioso,
porém, pôs a mão direita sobre ele e disse: "Não
32
temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive"
(Ap 1.17-18).
Essa definição é sinônima do título Alfa e
Ômega dado ao Senhor Deus em Apocalipse 1.8. 0 "Eu
Sou" de Êxodo 3.14 com a descrição do Senhor,
o rei de Israel, Deus. Igual a Ele não existe outro (Is
44.6). Que foi morto, mas agora está vivo para sempre
(Ap 1.18).
Ele é o Senhor Jesus Cristo ressurreto. Apesar
de "nascido de mulher, nascido sob a lei" (Gl 4.4) por
isso, suscetível 1 e vulnerável 2 à morte, Jesus, depois de
passar pelo sofrimento da morte, ressuscitou para a vida
absoluta e nunca mais pode morrer (Rm 6.9; Hb 7.16 -
25).
Cada característica na descrição que João faz
do Cristo ressuscitado indica a presença de poder e
majestade. Aquele que vive instruiu João escrever e
relatar as coisas que vira e haveria de ver, "das que hão
de acontecer depois destas” (Ap 1.19).
1
Passí vel de receber i mpressõ es, mo di fi caçõ es o u ad q ui ri r q ual i d ad es;
capaz.
2
Di z-se do l ado fraco de um as sun to o u de uma q ues tão , o u d o p o nto
pel o qual al guém po de se r a tac ad o o u feri do .
33
se. As igrejas de Esmirna e de Filadélfia, porém, para as
quais o Senhor elogiou, a exortação era que
permanecessem firmes (Ap 2.10; 3.10 -11).
Cada carta conclui, nem sempre na mesma
ordem, com uma exortação para ouvir o que o Espírito diz
às igrejas e com uma promessa de recompensa para o
"vencedor", isto é, aquele que prevalece por perseverar
na causa de Cristo.
À igreja de Éfeso (Ap 2.1-7) é dito que retorne ao
primeiro amor, ou o seu candeeiro seria retirado do
seu lugar, punição que im plica a morte da igreja,
mesmo que não indique perda individual da salvação
eterna.
A igreja de Esmirna (Ap 2.8-11) foi amavelmente
incentivada a ser fiel até a morte.
As igrejas de Pérgamo (Ap 2.12-17) e Tiatira (Ap
2.18-29) foram advertidas com ternura a tomar
cuidado com os falsos ensinos e as ações imorais.
A igreja de Sardes (Ap 3.1-6) é chamada a despertar
e a completar seus atos de obediência.
A igreja de Filadélfia, perseguida pela sinagoga local
(Ap 3.7-13) recebe a promessa, que a fé em Jesus lhe
daria acesso ao reino eterno. Somente Cristo tem a
chave de Davi e a porta que Ele abre ninguém pode
fechar.
E a igreja de Laodicéia (Ap 3.14-22) recebe a ordem
de não se enganar e de arrepender -se da sua
mornidão.
34
Menor. Todavia, por m ais representativas que possam
ter sido, as sete igrejas eram igrejas que conheciam
João, e este, instruído pelo Senhor ressurreto escreveu
essas palavras de advertêhcia e de esperança.
Alguns comentaristas referem -se às sete
igrejas como sete épocas da história do mundo, mas não
há o mínimo indício no texto que as sete igrejas devem
ser entendidas dessa forma. Trata -se, na verdade, uma
maneira errada de ver a história da Igreja; o propósito é
fazer as cartas às sete igrejas parecerem profecias de
sete épocas da história do mundo.
Não há nenhum indício no texto de que João
queria que entendêssemos as sete cartas dessa maneira.
É notório que as cartas foram escritas e enviadas às
igrejas locais, estabelecidas e envolvidas em lutas,
tribulações, demonstrando a fé e perseverança em meio à
perseguição.
Questionário
38
ascensão de Jesus é sua entronização como Senhor
celeste (At 2.33-36; Ef 1.20-2.31; Cl 1.18). Ele agora
recebeu poder para executar as decisões judiciais de
Deus.
Ele é digno de tomar o livro, porque foi morto
(Ap 5.9,12). Sua morte redentora, isto é, sua obediência
à vontade de Deus, revelou -o como qualificado para o
papel de Senhor celeste.
Ele "venceu" (Ap 5.5), palavra usada por João
para descrever o sofrimento triunfal de Jesus e sua
subseqüente 1 entronização (veja Ap 3.21), que lhe
permite agora como Senhor celeste, assumir o papel de
agente e executor divino.
Todo o poder no céu e na terra lhe foi dado
(Mt 28.18). Ele pode abrir o livro e os sete selos de juízo,
executando assim os propósitos do Soberano Deus
Criador. Com sua entronização, os céus se alegram (Ap
5.8-14; 12.5-12), porque Ele é digno, e o povo de Deus
agora tem seu Salvador reinando.
Os Sete Selos
(Ap 6.1-8.5)
A abertura dos primeiros quatro selos mostra
quatro cavaleiros de diferentes cores (Ap
6.1- 8). Esses cavaleiros, no mesmo espírito do caos
predito em Marcos 13, representam os juízos de Deus por
meio de guerras (Ap 6.2) e conseqüências sociais
devastadoras, a saber: violência (Ap 6.3 -4), fome (Ap
6.5-6), epidemias e morte (Ap 6.7 -8).
O quinto selo (Ap 6.9 -11) fala do clamor por
justiça dos santos martirizados em relação aos
opressores. Recebem a resposta de que, por enquanto,
precisam esperar, pois o número de mártires do povo de
Deus ainda não está completo.
1
Q ue subs egue no t empo o u no l ugar; i medi ato , seg ui nte :
39
Uma análise atenta do sexto selo (Ap 6.12) é
importante para compreender a estrutura literária e a
seqüência de episódios do Apo calipse.
Ao ser aberto, o sexto selo faz surgir os sinais
do fim: um grande terremoto, escurecimento do sol, lua
que se torna avermelhada ("como sangue") e a queda das
estrelas do céu (Mt 24.29 - 31; Mc 13.24-27).
Ao ler poucos capítulos do Apocalipse e já
somos levados aos acontecimentos finais. O Céu é
enrolado como um pergaminho; montanhas e ilhas são
abaladas. Os poderosos e os insignificantes da terra
percebem que chegou o grande dia da ira de Deus (e do
Cordeiro) e que nada pode salvá -los (Ap 6.14-17).
O terremoto neste livro é um sinal que sempre
indica a destruição que precede imediatamente o fim
(veja Ap 8.5; 11.13,19; 16.18 - 19) da história e a
manifestação do Senhor.
Referências a terremotos em lugares
estratégicos de Apocalipse não significam que a história
em si chega várias vezes ao fim, mas que João empregou
a conhecida técnica literária da "recapitulação" (veja Gn
1-2), isto é, contar de novo a mesma história por
"ângulos" diferentes, focalizando outras dimensões e
personagens da mesma história . Desta forma somos
levados, repetidas vezes em Apocalipse ao fim da história
e à época da volta de Cristo.
João, porém, guardou sua última descrição (e
mais completa) do fim do mundo até a última parte do
seu livro (Ap 19.1-22.5). Usou a técnica literária da
repetição (entre outras) a fim de preparar seus leitores
para os traumas e esperanças da história humana, para o
julgamento que viria pelas mãos do Cordeiro de Deus
entronizado (Ap 6.1 -17, pensando na proteção do se
povo I Ap 7.1-17;11.1)
40
e na responsabilidade que tinha de dar testemunho sobre
ele na terra (Ap 10.1-11.13), no propósito redentor do
julgamento (Ap 8.6-9.21), na perseguição futura (Ap
11.7; 12.1-13.18)e no caráter definitivo do juízo de Deus
(Ap 15.1-18.24).
João tinha muito a explica r a respeito do
sofrimento dos santos e do triunfo aparente do mal, que
parecem negar a confissão do cristão de que Cristo foi
ressuscitado e entronizado como Senhor.
Será que ele protege mesmo o seu povo? Será
que voltará realmente? Por que temos de sofre r, e "até
quando, ó Soberano Senhor" (Ap6.10), temos de
esperar?
Os caminhos misericordiosos e misteriosos de
Deus para a raça humana exigem que se conte a história
humana sob vários pontos de vista. Para certeza que a
condenação ou salvação vem e é por me io de Jesus
Cristo.
A descrição dos juízos iniciados com a abertura
dos primeiros seis selos certamente deixou atônitos 1 os
leitores de João, mas a ira final não é o destino do povo
de Deus (veja Rm 8.35,39; lTs 5.9). João interrompendo
a seqüência de juízos que levavam ao sétimo selo nos
lembra de que o povo de Deus não precisa entrar em
desespero, pois "os servos do nosso Deus'' (Ap 7.3) têm
por promessa: o Céu.
1
Mui to espan tado e qua se se m aç ão ; pas mad o , est up ef at o .
No Apocalipse, o grupo de 144.000 pessoas é
formado pela etnia judaica. O apóstolo João enfatiza essa
etnia identificando-os como membros das doze tribos de
Israel (Ap 7.5-8). Sua presença testemunha a fidelidade
de Deus e a certeza do cumprimento de suas promessas.
No Antigo Testamento, Deus prometeu
preservar da destruição um "remanescente" (uma
pequena fração) de Israel (Is 28.5; 37 .31; Jr 23.3;
50.20; cf. Rm 11.1-5), a despeito dos pecados que a
nação praticou.
Ele só não os salvará da destruição como
também prometeu uma nova aliança (Jr 31.31 -33) e um
novo relacionamento com Ele (Os 2.14 -23; cf. Ap 21.3).
Sua promessa incluía as de z tribos do Norte que é Israel
(Is 11.16; Jr 3.11,12, 18; 23.8) e também as duas tribos
do Sul - Judá (O mito popular das dez tribos perdidas de
Israel é apenas isso - um mito; Deus nunca as perdeu).
Esses judeus não estão aqui por causa de sua
qualificação étnica, mas pelo seu caráter. O livro diz que
foram assinalados com "o nome dele e o de seu Pai" (Ap
14.1; cf. 7.3), para que pudessem ser reconhecidos por
Deus, o Pai e Jesus, o Messias; foram "comprados" ou
"remidos" (Ap 14.3).
Também haviam evitado os pecados de muitos
de seus companheiros judeus, pois não mentiram a
respeito dos cristãos (Ap 14.5; cf. 3.9) e nem se
deixaram envolver pela imoralidade sexual (Ap 14.4; cf.
2.14,20; 9.21; 17.2; 21.8; 22.15).
Sua recompensa será tornarem -se a
companhia constante do Cordeiro (Ap 14.4) e conhecerem
uma canção de adoração que somente eles poderão
cantar (Ap 14.3).
42
Salvar-se-á Alguém no Período da Grande
Tribulação?
1
Esco nde, enco br e; o bscu rec e, o fusc a; v ence ; exc ed e; so b rep õ e.
43
Não há dúvida que haverá salvação no período
da Grande Tribulação, porque ouvirão a Palavra de Deus,
e é por meio dela que o homem recebe o conhecimento
de Cristo e é salvo (Rm 10.17).
João vê e descreve a abertura d o sétimo selo e
novamente vemos a repetição dos sinais do fim, como
"trovões, vozes, relâmpagos e terremoto" (Ap 8.5).
Esses sinais indicam o próprio fim da história
humana e a vinda do Senhor, mas o profeta ainda não
estava pronto para descrever a volta d e Cristo. Ele ainda
tinha muito a dizer (baseado no que vira) sobre a
natureza do julgamento e sobre a perseguição pela besta,
para encerrar sua profecia.
Antes de descrever o fim, João teve de
começar de novo. Usando o instrumento simbólico das
sete trombetas, ele declarou que os juízos de Deus
também têm um propósito redentor porque são sinais,
expressões parciais, do julgamento final do futuro.
As Sete Trombetas
(Ap 8.6-11.19)
44
As últimas três trombetas são tratadas em
conjunto como três "desgraças" que atingem a terra,
destacando o juízo de Deus para a raça humana.
A quinta trombeta (primeira desgraça) libera
gafanhotos infernais que ferroam os que não têm o selo
de Deus (Ap 9.1-12).
A sexta trombeta (segunda desgraça) traz um
poderoso exército de cavaleiros do inferno, que ma tam
um terço da raça humana (Ap 9.13 -19).
Todos os juízos não têm efeito redentor,
pois orestante da raça humana que não
foi morto pelas epidemias recusa -se a se arrepender das
suas Imoralidades (Ap 9.20 -21). As advertências caíam
em ouvidos surdos.
Assim como o interlúdio 1 entre o sexto e o
sétimo selo garantiu aos destinatários de Apocalipse que
os que são de Deus estão protegidos dos efeitos
eternamente destrutivos da ira divina, também entre a
sexta e sétima trombetas somos lembrados da mão
protetora de Deus sobre o seu povo (Ap 10.1 -11.14).
No interlúdio das trombetas, porém,
também ficamos sabendo que a proteção de Deus
durante os dias de tribulação não significa Isolamento,
pois o povo de Deus (os judeus) precisa dar testemunho
profético ao mundo.
Em Apocalipse 10.1-11 o chamado de João
(pelo padrão de Ez 2.1 -3.11) é reafirmado. Ele recebe a
ordem de comer um livro agridoce 2 e "profetizar a
respeito de muitos povos, nações, línguas e reis" (Ap
10.11).
A nota de proteção e testemunho é tocada
novamente em Apocalipse 11.1-13, onde a medição do
templo de Deus alude à mão protetora de Deus sobre seu
povo na hora do caos.
1
I ntermédi o .
2
A gro (azedo ) e do ce ao m esmo t empo ; ag ro -d o ce, acr e - d o ce.
45
As perseguições durarão quarenta e dois
meses, mas seu povo, a "cidade santa" (Ap 11.2), não
será nem destruído nem silenciado.
As "duas testemunhas" (Ap 11.3) darão
testemunho nesse período, também chamado de 1260
dias, da misericórdia e do julgamento de Deus.
Veja bem: os 42 meses e os 1260 dias
referem-se ao mesmo período de tempo de perspectivas
diferentes, porque os dias de testemunho também são
dias de oposição (Ap 11.2 - 7; 12.6, 13-17). Referências
negativas à perseguição e à atividade de Satanás e das
bestas são sempre feitas em termos de "42 meses" (Ap
11.2; 13.5), enquanto asreferênciaspositivas à mão
sustentadora de Deus ou ao tes temunho profético das
suas duas testemunhas são feitascomo "um tempo,
tempose metade de um tempo" (Ap12.14) ou "1260 dias"
(Ap 11.3; 12.6).
A sétima trombeta (terceira desgraça)
novamente traz terremoto, relâmpagos e trovões
(Ap11.15-19. O fim da história chegou, é a hora dos
mortos serem julgados e dos santos serem
recompensados (Ap 11.18).
Sem dúvida o fim chegou de fato, porque o
coro celeste agora fala da vinda do Reino d e Deus (e de
Cristo), assim como do dia do julgamento, como fatos do
passado (Ap 11.17-18). O coro canta: "O reino do mundo
se tornou do nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará
pelos séculos dos séculos" (Ap
11.15).
As Duas Testemunhas
46
i
Outros têm sugerido Moisés e Elias, representando a
lei e os profetas. Porém, não o sabemos o certo.
O objetivo deles é chamar a atenção do
mundo, e especialmente dos líderes do mundo,, para
as reivindicações do Deus do céu, em meio a um
período em que o mundo está seguindo loucamente
as maquinações diabolicamente falsas do homem do
pecado. Nenhuma arma prosperará contra elas até
que a sua obra esteja realizada.
A nota trágica é a louca alegria do mundo
por causa da morte violenta das testemunhas (Ap
11.9,10) . Aqui se manifesta a impiedade do coração
humano, no que ele tem de pior. Mas a sua alegria
frenética 1 tem curta duração. Depois de tr ês dias, os
corpos ultrajados recebem nova vida, e são
arrebatados visivelmente para o céu.
Questionário
1
Q ue te m fr enesi ; del i rante, desv ai rado , furi o so.
47
2. No Apocalipse, o grupo de 144.000 pessoas
a) É formado pela etnia cristã
b) É formado pela etnia judaica
É formado pela etnia gentílica
c) É formado pela etnia gentílica e judaica
48
A Perseguição dos Justos pelo Dragão
(Ap 12.1-13,18)
1
T ermi nant e, cat egó ri co , deci si vo . Mui to i mpo rtante; c ap i tal .
2
Pô r em s egu ndo pl ano ; despre zar.
terra, e sua ira é muito grande. Satanás sabe que foi
derrotado pela entronização de Cristo e que lhe resta
pouco tempo (Ap 12.12).
A mulher (Israel) que gerou Cristo (Ap
12.1- 2) e também outros descendentes (aqueles que
mantêm o testemunho de Jesus) agora recebem todo
o ímpeto da ira frustrada do dragão. Mas quando o
furioso dragão for para descarregar seu furor contra a
mulher, ela será alimentada e protegida por "1260 dias"
(Ap 12.6), ou seja, por "um tempo, tempos e metade de
um tempo" (Ap 12.14).
A descrição muito breve que João faz da vida
de Cristo (apenas seu nascimento e entronização são
especificamente mencionados) não deve induzir ao leitor
a pensar que o menino é "arrebatado para Deus até ao
seu trono" (Ap 12.5).
Essa passagem não tem como propósito
principal narrar a vida de Cristo, pois João sabia que
seus leitores estavam familiarizados com os fatos
decisivos da história de Cristo. Antes, a passagem quer
mostrar a continuidade da perseguição iniciada por
Satanás contra a mulher (Israel) e seu filho (Cristo) e
continuada contra a mulher e o restante dos seus
descendentes (os cristãos).
Naturalmente, é o Senhor crucificado e
ressurreto que é entronizado e cuja ascensão ao trono
traz consigo a derrota das trev as (Ef 1.19-23; lPe 3.22;
compare Rm 1.4; lTm 3.16).
O relato da derrota do dragão no céu e sua
expulsão dali começam claramente com a entronização
do descendente da mulher e é causada por ela. Do
mesmo modo, veja bem que a história de Apocalipse
12.6, em que a mulher foge para o deserto e é protegida
por Deus por "1260 dias” tem dois "ganchos"
inconfundíveis que a inserem na história do capítulo 12.
50
Em primeiro lugar, a fuga da mulher e os
"1260 dias" de proteção em Apocalipse 12.6 começam
claramente com a entronização de Apocalipse 12.5. Mas
em Apocalipse 12.14-17 é a perseguição do dragão, que
agora foi lançado do céu para a terra, que motiva a
mulher a fugir para o deserto. Por isso, o que temos em
Apocalipse 12.14- 17 é a retomada e ampliação da
história da mulher começada em Apocalipse 12.6.
Observe as referências paralelas em
Apocalipse 12.6 e 12.14 a "deserto", alimentação e "um
tempo, tempos e metade de um tempo" (Ap
12.14) ou a seu equivalente "1260 dias" (Ap 12.6).
Esse elo na história em que dois
acontecimentos são vistos com a fuga da mulher
entre a entronização do descendente da mulher (Cristo) e
a perseguição da mulher pelo dragão não é, nem
estranha nem surpreendente. É a entronização que
(praticamente ao mesmo tempo) causa a guerra no céu,
que resulta na expulsão do dragão e depois
imediatamente leva o dragão agora furioso a perseguir a
mulher e "os restantes da sua descendência" (Ap 12.17).
Não apenas fica claro que os "1260 dias" de
Apocalipse 12.6 eqüivalem a "um tempo, tempos e
metade de um te mpo" de Apocalipse 12.14.
Depois o dragão levanta dois carrascos 1 (Ap
13) para ajudá -lo a perseguir aqueles que crêem em
Jesus. Um deles é apersonificação de Satanás
em um líder político, a besta do mar (Ap 13.1),
chamado "o homem do pecado" ou "anticristo" (2Ts
2.3,4; lJo 2.18), que falará blasfêmias durante "quarenta
e dois meses" (Ap 13.5) e "pelejará contra os santos" (Ap
13.7), enquanto a segunda besta (ou "falso profeta", Ap
19.20), que procede da terra (Ap
1
I ndi ví duo cruel , desuma no .
51
13.11) , procura enganar a terra de modo que seus
habitantes adorem a primeira besta, o anticristo.
Portanto, os capítulos 12 -13, é mais uma
forma de se referir aos três anos e meio, indicando o
mesmo período de tempo.
(Ap 14.1-20)
1
Q ue ame aça aco n tece r breve ; que est á so branc ei ro ; q ue está em vi a
de efe ti vação i medi ata; i mpenden te.
52
A queda da "grande Babilônia" (Ap 14.8),
símbolo veterotestamentário de uma nação inimiga do
povo de Deus é anunciado. Depois o povo de Deus é
advertido para não seguir a besta, e aqueles que a
seguem são advertidos dos futuros tormentos da
separação de Deus (Ap 14.9 -12).
Em seguida uma bênção é pronunciada aos
que permanecem fiéis (Ap 14.13). Por fim, duas vozes
convocam para a colheita. Uma chama o Filho do Homem
para colher a terra como se fosse uma gigantesca
plantação de trigo (Ap 14.14 -16), enquanto a última voz
compara a colheita da terra a uma vin dima, pois a vinda
do Senhor equivalerá a pisar o lagar 1 da terrível ira do
Deus Todo-poderoso (Ap 14.17-20).
As Sete Taças
(Ap 15.1-16.21)
Assim como os sete selos e as sete trombetas
mostram aspectos diferentes do julgamento de Deus
efetuado por Cristo, agora mais uma dimensão do seu
juízo é revelada.
As sete taças da ira são semelhantes às sete
trombetas e aos sete selos, mas também são diferentes;
pois vem o tempo em que à ira de Deus não será mais
parcial ou temporária, mas completa e permanente.
1
Espéci e de ta nque o n de se espre mem e se r ed uz em a l í q ui d o s certo s
fruto s, espe ci al mente as uvas.
2
Q ue não s e po de r evo gar ; n ão revo gáv el ; i nco ntrast ável .
53
As taças da ira representam os juízos do
Cordeiro que atingem a terra, e especialmente às
pessoas que receberam a marca da besta.
Entre o sexto e o sétimo selo e a sexta e a
sétima trombeta somos avisados da proteção do povo de
Deus e da missão de Deus para ele.
Nas sete taças não há interrupção entre o
sexto e o sétimo derramamento de punição. Só resta a
ira; a grande Babilônia, símbol o de todos os que se
levantaram contra o Deus Altíssimo, cairá. Ao ser
derramada a sétima taça da ira há novamente o grande
terremoto acompanhado de " relâmpagos, vozes e
trovões" (Ap 16.18), pois o fim chegou.
A noção da ira de Deus nem sempre é um
tema bem vindo pelo leitor da Bíblia, mas é um ensino
evidente do Antigo e do Novo Testamento. A realidade do
mal, da liberdade humana, a justiça e o anseio de Deus
de ter criaturas que, apesar de distintas dEle como
criaturas, mesmo assim se relacionam com Ele e m
confiança e em amor, tornam inevitáveis as noções da ira
de Deus.
Um Deus justo reage aos que persistem em
sua recusa maligna de reconhecê -lo como Senhor. Deus
deseja ver o homem rebelde depor as armas e voltar -se
para Ele.
Deus agiu em misericórdia, por todos os meios
possíveis a ponto de assumir pessoalmente, por meio do
seu Filho unigênito, a pena que Ele mesmo prescrevera 1
para o pecado.
A ira causa tristeza até mesmo no coração de
Deus, mas Ele não nos obriga a amá -lo. Ele deu
liberdade aos seus filh os e não destruirá a humanidade
deles tirando-lhes essa liberdade, mesmo se seus filhos
insistem com teimosia em usar
1
I ndi car co m preci são ; deter mi nar, fi xar, precei tu ar.
54
da liberdade para rebelar -se contra Ele. É incrível que,
apesar da imensa misericórdia de Deus revelada [ em Jesus
Cristo, existem pessoas que rejeitam sua misericórdia.
Nesses casos, o Deus fiel da criação e da redenção
responderá fielmente de ac ordo com sua própria natureza e
palavra, dando aos seus filhos e: filhas rebeldes aquilo em
que insistiram com teimosia, isto é, a separação eterna
dEle.
Certamente, enquanto a ira de Deus, este é o
ponto alto do tormento e da desgraça: estar separado
daquele que é a verdadeira fonte de vida, ser separado
do seu Criador compassivo e, assim, ex perimentar para
sempre a morte eterna que resulta da rejeição daque le
que é a fonte da vida eterna. Todavia, não devemos
negar nem lamentar a sabedoria de Deus em suas
manifestações passadas ou futuras de ira.
Nosso Deus evidentemente ama a retidão, a
justiça e a misericórdia a tal ponto que não tolera nossa
tolerância covarde do mal. Não podemos descartar como
insignificante o fato que o céu não está em silêncio nem
embaraçado quando o mal é punido. O céu festeja com a
justiça e com o juízo de Deus (Ap 19. 1-6).
55
Júbilo no Céu e a Revelação do Cordeiro
(Ap 19.1-22.5)
O céu festeja porque a grande Babilônia caiu e
está na hora de aparecer a noiva do Cordeiro. O grande
banquete da salvação está pronto para começar. Depois
de ter evitado a descrição da vinda do Senhor em pelo
menos três ocasiões anteriores, João agora está
preparado para descrever as glórias da manifestação do
Senhor.
Todo o céu festeja com a gloriosa punição do
mal por Deus (Ap 19.1 -6). A noiva do Cordeiro, o povo
de Deus, preparou -se com sua fidelidade para seu
Senhor por meio do sofrimento. Por isso "lhe foi dado" (a
salvação é semp re uma dádiva de Deus) vestir -se de
linho fino, "porque são chegadas as bodas do Cordeiro"
(Ap 19.7-8).
O céu está aberto, e aquele cuja vinda foi
fielmente pedida desde os tempos antigos, o Verbo de
Deus, Rei dos reis e Senhor dos senhores, surge para
combater os inimigos de Deus em um conflito sobre cujos
resultados não restam dúvidas (Ap
19.11-16).
Quando o Cordeiro vir com seus exércitos
celestes, as duas bestas serão lançadas no lago de fogo
(Ap 19.20). O dragão, a antiga serpente, Diabo e
Satanás são lançados em um abismo, que é fechado e
lacrado por mil anos (Ap 20.1 -3).
Os poderes do mal reinarão por " três anos e
meio", mas, Cristo reinará por "mil anos". Os que
morreram em Cristo serão ressuscitados para governar
com Ele (Ap 20.4-6), e o governo do direito de Deus
sobre a terra é vindicado.
O reino de mil anos é chamado milênio. O
termo vem do latim (mille, mil, e annum, ano) e significa
período de mil anos.
56
A palavra "mil" na Bíblia é eleph em hebraico e
chilioi em grego. Em muitas passagens do AT o termo é
usado em contagens, assim como no NT (veja Gn 24.60; Lc
14.31). Às vezes é usado para referir -se a um grande
número, sem a pretensão de ser exato (veja Mq 5.2; 6.7;
Ap 5.11). A referência específica usada para criar a
doutrina do reinado de mi l anos ligado à última vinda de
Cristo que se encontra em Apocalipse 20.2 -7.
O material bíblico não apresenta uma
escatologia sistemática em que todas essas diferentes
referências ao tempo do fim são organizadas em um só
ensino. Por isso, na história crist ã, surgiram diferentes
tipos de interpretação.
Os estudiosos cristãos que querem elaborar uma
doutrina sistemática coerente dos últimos acontecimentos
relacionam:
Os trechos apocalípticos das profecias do AT (Vide o
livro de Daniel);
Os trechos apocalíptic os do NT (Ver Mt 24 -25;
Mc 13; 2Pe; Jd; Ap);
Os escritos de Paulo sobre a última vinda (lTs 4.13 -
18; 2Ts 2.1-11 - o homem da iniquidade);
As opiniões de Paulo sobre o relacionamento
entre judeus e gentios (Rm 9 -11); e
As referências ao anticristo (ou anticristos) em 1
João.
Nosso interesse nas questões do milênio, ou
seja, se a volta de Cristo ocorrerá antes do
milênio (pré -milenismo) ou depois do milênio (como no
pós-milenismo e no amilenismo) é uma preocupação cujo
valor é muito exagerado quanto à interpretação de
Apocalipse.
O que realmente importava para João é que os
seguidores de Cristo, aqueles que sofreram
57
as aflições e perseguições desta época má, um dia serão
resgatados pela vinda de Cristo, quando Ele destruirá os
poderes do mal.
Está claro no NT que a forma e a promessa da
esperança futura devem exercer influência sobre nossa
conduta presente e sobre nossa dedicação moral a Cristo
(compare com Rm 8.18 -25).
Na verdade, o objetivo do Apocalipse é
incentivar os cristãos a perseverar no p resente à luz do
triunfo de Deus no futuro por meio de Jesus Cristo.
A interpretação sobre o reino de mil anos com
a volta de Cristo dada no comentário acima poderá ser
mais bem entendida na lição 3.
Logo após o término dos "mil anos" (Ap 20.7,
o dragão de verá ser solto. Permite -se a ele mais um
tempo para enganar as pessoas, mas de curta duração.
Depois desse episódio de engano, no fim dos
mil anos, o dragão é recapturado e dessa vez lançado no
lago de fogo e enxofre, "onde já se encontram não só a
besta como também o falso profeta" (Ap 20.10).
O destino reservado para a besta e para o
falso profeta na volta de Cristo é estendido também ao
dragão, no fim do reinado de Cristo. Então ocorre o
julgamento final, e os que não estiverem incluídos no
livro da vida serão lançados no lago de fogo (Ap 20.11-
15).
Com frequência pensa-se que o capítulo 21
refere-se ao período que segue o reinado de mil anos,
mas ele está mais provavelmente recontando a volta de
Cristo do ponto de vista da noiva.
Aqui temos indicações cl aras de uma
"repetição" literária. Assim como o capítulo 17 é uma
recapitulação da sétima taça e da queda da meretriz, a
grande Babilônia (compare a linguagem de
58
Apocalipse 17.1-3, que apresenta claramente uma
"narrativa repetida", com a linguagem de A pocalipse
21.9-10), o capítulo 21 recapitula a glorificação da noiva
do Cordeiro (Ap 22.1 -22.5).
Aqui a revelação é contada da perspectiva da
noiva. Ser a noiva significa ser a cidade santa, a nova
Jerusalém, viver na presença de Deus e do Cordeiro, e
ter proteção, alegria, luz eterna e vivificadora de Deus
(Ap 21.9-27).
A árvore da vida cresce ali, onde também flui
o rio da água da vida. Ali não haverá mais noite; não
haverá mais nenhuma maldição, pois o trono de Deus e
do Cordeiro está presente. Ali seus servos o servirão e
reinarão com ele para todo o sempre (Ap 21.1-5).
Conclusão
(Ap 22.6-21)
59
Questionário
60
Lição 3
Escatologia: 1 a Parte
61
Os acontecimentos do futurotêm sido assunto
do interesse da humanidade, principalmente neste século.
A Igreja de Cristo aguarda um futuro glorioso como
consequência de sua comunhão com Deus, Apesar de
estarmos tratando de um tema que, se nãohouver cuidado
entra no terreno da especulação.
Deus tem um plano eterno de ação em
andamento (Ef 3.11):
Em relação ao homem;
Em relação à criação;
Ao universo material.
Este plano eterno e divino aproxima -se do seu
fim, quanto ao ciclo da históriahumana, inclusive a
história de redenção (lPe 4.7). Abrange:
1. Israel. Seu renascimento nacional e seu atual
desenvolvimento;
2. Os gentios. Sua expansão, seus movimentos, suas
convulsões 1 sociais; seu humanismo e sua salvação;
3. A Igreja. O derramamento do Espírito Santo na Igreja
em geral; a renovação da Igreja;
4. Satanás e suas hostes 2 . Proliferação do satanismo
sob os mais diversos nomes e formas.
1
Gra nde agi tação o u t ra nsfo rm ação .
2
T ro pa; exé rci to . B ando s, chusma ; mul ti dão .
3
Dar o ri gem a ; ge rar, pro d uzi r. I nventar, i mag i n ar, eng en har.
62
profetas, fecundou -a nos Evangelhos e Epístolas, e deu -
a a pleníssima luz no Apocalipse.
Ela desvenda-nos o Estado Intermediário e o
que há de suceder-se no Arrebatamento da Igreja, na
Grande Tribulação, no Milênio, na instauração do Juíz o
Final e no estabelecimento do Eterno Estado.
Se alguma coisa esconde, isto fica por conta
da economia divina (Dt 29.29). É revelação; não admite
hipóteses. Onde ela se cala, não precisamos ter voz.
No essencial e básico: unidade; nos adiáforos 1
e pontos secundários: liberdade; mas nunca sem o amor.
A Igreja sempre se preocupou com a Doutrina
das Últimas Coisas. A História mostra que o cristianismo,
desde a sua fundação, vem sendo caracterizado por um
decisivo enfoque escatológico. E, hoje, segundo o Dr.
Orr, a Escatologia Bíblica vive o seu ápice 2 . Nunca os
cristãos estudaram tanto as Últimas Coisas quanto
nestes dias que se abreviam.
1
N ão essenci al ; acessó ri o , secundári o , di spensável .
2
O mai s al to grau; a po geu.
63
2.11) . Ela existe por causa da esperança (Rm 5.2;
8.24; Ef 4.4 e lTs 4.13). A esperança indica uma meta;
traça planos para um futuro.
O mundo pagão se fecha dentro de um
1
fatalismo histórico, sem expectativas, sem futuro, mas a
Bíblia revela o futuro.
1
A ti tude o u do utri n a que admi te que o curso d o s aco nteci mento s estej a
previ amen te fi xado , nada po dendo al ter á - l o .
64
de somenos 1 importância; corremos o sério risco de
anular a revelação de Deus.
1
De me no r v al o r que o utro ; i nferi o r.
65
6. As promessas; e por fim
7. Israel rejeitou o próprio Cristo que nós
consideramos o "privilégio dos privilégios" (Rm
9.5).
66
Deus a Abraão e à nação de Israel poderiam permanecer
válidas, quando a ação de Israel, como um todo, não
parece ter parte no Evangelho?
O presente estudo resume o argumento de
Paulo. Há três elementos distintos no exame que Paulo
faz de Israel no plano divino da salvação.
67
1. Deus não rejeitou o Israel verdadeiro, pois Ele
permaneceu fiel ao "remanescente " que permanece
fiel a Ele, aceitando a Cristo (Rm 11.1-6).
2. No presente, Deus endureceu a maior parte de
Israel, porque os israelitas não quiseram aceitar a
Cristo (Rm 11.7-10; cf. 9.31-10.21).
3. Deus transformou a transgressão de Israel (i.e., a
crucificação de Cristo) n uma oportunidade de
proclamar a salvação a todo o mundo
(Rm11.11,12,15).
4. Durante esse tempo presente da incredulidade
nacional de Israel, a salvação de indivíduos, tanto
os judeus como os gentios (Rm 10.12,13)
dependem da fé em Jesus Cristo (Rm 11.13 -24).
5. A fé em Jesus Cristo, por uma parte do Israel
nacional, acontecerá no futuro (Rm 11.25 -29).
6. O propósito sincero de Deus é misericórdia, tanto
dos judeus como dos gentios, e incluí -los em seu
reino todas as pessoas que crêem em Cristo (Rm
1.30-36; 10.12,13; 11.20-24).
1
O ri gi nári o, pro veni ente, pro cede nte ; na tu ral .
68
Nada tinham que ver com seu destino eterno,
ou seja, quanto a sua salvação ou condenação como
indivíduos.
1
Z el o em presta r q ual quer e spéci e de assi stênci a; d ed i cação . A tenç ão
i nqui eta; cui dado co nstan te; bo a vo nt ade.
69
advertência aos gentios em Romanos 11.20 -23, pelo fato
da falha de Israel, é tão válida hoje quanto o foi no dia
em que Paulo a escreveu.
Questionário
70
3. É a preocupação principal e atenção da escatologia
a) Interpretar os textos de leis da Bíblia v,
bjKI Interpretar os textos proféticos da Bíblia
c) Interpretar os textos de adoração da Bíblia
d) Interpretar os textos de exortaçã o da Bíblia
O Início da Contagem
72
Ascensão de Artaxerxes
1
Co nfo rme o cal endá ri o egí pci o na sua versão mai s p ri mi ti va, q ue
servi u de base pa ra o cal endári o grego ri ano , o ano ti nha 12 mese s d e
30 di as, to tal i zando 360 di as di vi di do s em três q uad ri mest res
co rrespo nde ntes às tr ês es taçõ es regi das p el o Ni l o : Chei a, Pl anti o e
Co l hei ta.
73
1
Cálculo
A Igreja.
O cumprimento da 70 a semana será no
futuro. A contagem das semanas proféticas parou na
69 a com a mortedo Messias e a destruição de
Jerusalém. Pelo contexto dos versículos 26 e 27 do
capítulo 9 do livro de Daniel podemos afirmar que
1
O que tem 3 66 di as, sen do que a i ntro du ção de um d i a ext ra no mê s
de feve rei ro co mpensa a i nco men sur abi l i dade entre o s p erí o d o s d e
tra nsl ação e ro t ação da T er ra.
74
entre um e outro existe um intervalo, o qua l denomina
hoje como "dispensação da graça", o período do
surgimento da Igreja.
A Bíblia se refere à Igreja como o "mistério"
que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as
gerações e que agora foi manifestado aos seus santos (Cl
1.26; ICo 2.7; Rm 16.25; Ef 3.9). O intervalo entre a
69 a e a 70 a semana já alcança mais de 1.900 anos, sendo
que neste período os gentios foram beneficiados por
Deus com a grande oportunidade de salvação pela graça
(Ef 2.8,9; Rm 1.16,17).
1
Lacun a, i nterv al o , fal ha.
75
Fatos marcantes no decorrer das semanas (Dn
9.24).
Extinguir a transgressão de Israel. Daniel confessou
a transgressão do seu povo em oração (Dn 9.11);
Dar fim aos pecados. Por fim aos pecados de Israe l.
Acontecerá antes do reinado milenial de Cristo na
terra (Ez 37.22-28);
Expiar a iniqüidade. Expiação em favor de Israel
que rejeitou o sacrifício vicário de Jesus no Calvário
(Jo 1.11; Rm 11.25-27);
Trazer a justiça eterna. Trata-se da justiça de
Cristo, adquirida na cruz do Calvário (Is
9.6,7);
Selar a visão e a profecia. É óbvio que se trata da
profecia das setenta semanas. A profecia será
selada quando o povo andar em retidão, deixando
suas práticas abomináveis 1 ;
Ungir o Santo dos Santos. Refere-se à purificação
do Templo de Jerusalém que foi profanado 2 pela
abominação desoladora, mencionada por Daniel
11.31 e por Jesus (Mt
24.15).
A morte.
É um inimigo (ICo 15.26, Ap 21.4), que entrou
no mundo através do pecado (Rm 5. 12). A Bíblia nos
revela três tipos de morte:
1
Q ue dev e se r abo mi nado ; d etes táv el , execrável , execr and o ,
abo mi nando , abo mi no so :
2
T rat ar co m i rrev erê nci a (co i sas sagrad as); d esco ns ag ra r.
76
Morte física. Separação entre o corpo, a
alma e o espírito (Gn 3 .19; Jo 11-14; Lc
16.19-31);
Morte espiritual. Separação entre Deus, a
alma e o espírito (Gn 2.17; 3.6,7; Ef 2.1);
Morte eterna. Também chamada segunda
morte, sofrimento final do corpo novamente
unido à alma e ao espírito, no caso do
pecador não regenerad o, ficando
completamente separado de Deus e dos
redimidos por toda a eternidade (Ap 20.11 -
15; 21.8).
O Estado Intermediário.
Os primeiros cristãos não tinham uma
concepção clara sobre esse assunto. Como aguardavam a
vinda de Cristo para aqueles dias, acred itavam que os
justos, tão logo morriam, eram recolhidos por Deus ao
paraíso, enquanto que os ímpios, de imediato, eram
lançados ao inferno.
Frustrados em sua espera puseram -se a
estudar com mais serenidade as profecias. Daí Justino, o
Mártir, (100 a 165 d.C.) haver concluído: "As almas dos
piedosos estão num lugar melhor, e as dos injustos num
lugar pior, aguardando o tempo do juízo".
Se o dogma 1 do Estado Intermediário ainda
não estava esboçado, a concepção já era clara. A
doutrina seria desenvolvida por I rineu, Hilário, Ambrósio
e Agostinho. Acreditavam que Deus conduzia os mortos
ao Hades, onde, nas várias seções desse cárcere
extradimensional, permaneceriam até ao Dia do Juízo.
Mas os mártires, segundo Tertuliano (155 -222 d.C.), não
tinham necessidade de passar por tal processo; seu
sofrimento garantia -lhes acesso direto aos céus.
1
Po nto fu ndam ent al e i ndi scutí vel duma do utri na rel i gi o sa.
77
A mente de Agostinho avançou no Estado
Intermediário, extra biblicamente, avançou e concluiu
que, no Hades, as almas eram submetidas a um processo
de amorosa purificação para, em seguida, serem
recolhidas pelo Senhor ao paraíso. Concebia -se, assim, o
embrião do Purgatório que tantos malefícios trouxeram
ao cristianismo.
Se o purgatório foi concebido por Agostinho,
viria à luz através de Gregório, o Grande: "Deve ser
crido que existe, por causa das pequenas falhas, um fogo
purgatorial antes do juízo". Em conseqüência de
semelhante alocução 1 , esse papa entrou para a história
como o pai do purgatório, cuja doutrina seria redefinida
e dogmatizada pelo Concilio de Trento em 1563.
1
Di scurso breve, pro f eri do em o casi ão sol ene.
2
Di gno de vêni a o u de sc ul pa; perdo áv el , descul p ável .
78
Ensinavam ainda que o Purgatório localizava-
se na fronteira do Hades com o inferno. Foi em conexão
com esta extravagância doutrinária que a venda de
indulgências 1 foi popularizada, somente estas,
proclamavam a Igreja Cat ólica, haveriam de abreviar o
estágio das almas que se encontravam no Purgatório.
A idéia do Purgatório foi energicamente
combatida pelos reformadores protestantes. Os Artigos
de Smacald decretaram que Purgatório pertence "á
geração pestilenta da idolatria, gerada pela cauda do
dragão".
As Escrituras ensinam tanto a existência dos
judeus como a existência dos ímpios após a morte e
antes da ressurreição.
Tártaro
1
Cl emênci a, mi seri có rdi a. Tol erânci a, benevo l ênci a. Remi ção das
penas; perd ão .
79
versão revista inglesa traduz Sheol por morte em
ICoríntios 15.55.
Não há certeza quanto à etimologia da
palavra. Sheol tem o sentido de insaciável em Provérbios
27.20 e 30.15,16. Hades pronunciado sem aspiração,
significa invisível. Tanto um como outro termo denotam
o lugar dos mortos.
Não existe evidência quanto ao verdadeiro
sentido, pode afirmar -se, porém, que durante alguns
séculos, os hebreus partilharam a idéia semít ica a
respeito de Sheol.
Era uma concepção vaga e indefinida, e,
portanto, abria caminho para a imaginação, que
inventava pormenores fantásticos para descrever o
Sheol. É preciso muito cuidado para não confundir os
frutos da imaginação com a fé.
Os antigos hebreus, semelhantes a outras
raças semíticas, imaginavam o Sheol embaixo da
terra (Nm 16.30,33; Ez 31.17; Am 9.2). Pintavam -no
como tendo portas (Is 38.10), região tenebrosa e
melancólica, onde se passa uma existência consciente,
porém triste e inativa ( 2Sm 22.6; SI 6.6; Ec 9.10).
Imaginavam o Sheol como sendo o lugar para
onde vão as almas de todos os homens, sem distinção
alguma (Gn 37.35;SI 31.17; Is 38.10),
onde os ímpios sofriam e os justos gozavam.
Pensavam também que havia possibilidade de virem à
terra (ISm 28.8-19; Hb 11.19).
É importante notar que a doutrina autorizada
dos hebreus sobre Sheol, dizia que só Deus era
conhecido, e que estava na sua presença (Pv 15.11; Jó
26.6); que Deus estava presente a ele (SI 139.8); e que
os espíritos de seu po vo e as suas condições naquela
habitação, estavam sob a vigilância de seu olhar.
80
Esta doutrina inclui a grande bênção de Deus
para com o seu povo depois da morte, gozando da sua
presença e de seu constante amor, e, ao mesmo tempo,
a miséria dos ímpios.
Dois lugares de habitação para os mortos: um
para os justos com Deus, e outro para os ímpios, banidos
para sempre da sua presença. Esta doutrina subjaz à
doutrina da ressurreição eventual do corpo para a vida
eterna.
A doutrina a respeito da glória futura e da
ressurreição do corpo, já era confortadora aos crentes do
AT (Jó 19.25-27; SI 16.8-10; 17.15; 49.14,15; 73.24;
Dn 12.2,3). Uma base para esta doutrina encontra -se no
exemplo de Enoque e de Elias que foram arrebatados, e
também na crença dos egípcios com que se relacionaram,
durante séculos, os hebreus.
81
talvez por servir de depósito ao lixo da cidade, veio a
servir de emblema do pecado e da miséria, e o nome
passou a designar o lugar do castigo eterno (Mt 18.8,9;
Mc 9.43).
Das cenas que se observam ali, a imaginação
tirou as cores para pintar a Geena dos perdidos (Mt
5.22; cf. 13.42; Mc 9.48).
Na Segunda Epístola de Pedro capítulo 2 e
versículo 4, onde se lê: ".. .precipitando-os no
inferno", é a tradução do verbo tartaroô, significando -
lançar no Tártaro.
O Tartarus dos romanos, o Tartaros dos
gregos, era o lugar por eles imaginado para onde iam as
almas, situado abaixo do Hades, quando o Hades estava
abaixo do céu.
Ainda que a etimologia seja diferente,
Geena e Tártaro incluem essencialmente a mesma idéia -
lugar de punição para os perdidos.
3. Seio de Abraão.
Conforme o teólogo Claudinor C. de Andrade, o
termo vem do gr. kólpon Abraám, e é a designação que
os judeus do tempo de Cristo davam ao lugar,
provavelmente no centro da terra, para onde e ram
enviadas as almas dos justos (Lc 16.22,23).
Nesse local de delícias, separado do Hades
por um grande abismo, ficariam até a ressurreição
de Cristo. Nessa ocasião, o paraíso foi esvaziado, sendo
seus habitantes transferidos, pelo Senhor, à destra de
Deus, onde permanecerão até o arrebatamento (Ef 4.8 -
10), quando voltarão gloriosa e incorruptivelmente aos
seus corpos para unir -se à Igreja numa santa e eterna
assembléia.
82
Estado dos Mortos
*" Antes da ressurreição de Cristo.
No AT todos os mortos justos e ímpios iam
para o Hades (palavra grega equivalente a Sheol no
hebraico).
Havia, porém uma separação entre os
justos e os maus. Os justos ficavam no "Seio de
Abraão" (chamado também de paraíso), os ímpios iam
para o sofrimento, um lugar medonho, de dores (Lc
16.19-31).
Vale-se dizer, que todos os mortos, justos e
ímpios, ficavam conscientes no Estado Intermediário.
83
do reino milenial de Cristo (Ap 6.9,10; 20.4).
Portanto, os crentes que agora dormem no Senhor, estão
no Céu, pois o Paraíso está agora ali, como um dos
resultados da obra redentora do Senhor Jesus Cristo (2Co
5.8).
"Num momento, num abrir e fechar de olhos,
ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os
mortos ressuscitarão primeiro, e nós seremos
transformados".
"Porque convém que isto que é corruptível se
revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se
revista da imortalidade".
Depois que Cristo ascendeu ao Céu, a Bíblia nunca
mais se refere ao Paraíso como estando "em baixo ".
Desse ponto em diante todas as referências no
NT sobre o assunto, falam da localização do Paraíso
como estando "em cima" ou "no alto".
84
(Ap 1.18). Alma de outro mundo não vem a terra, pois os
salvos estão em Jesus e os perdidos que morreram estão
encerrados para o grande dia do juízo do Grande Trono
Branco.
Estão vivos e conscientes (Lc 16.2 3);
Estão separados de Deus (Lc 16.23);
Encontram-se em prisão (lPe 3.19);
Estão debaixo da punição (2Pe 2.4,9).
O Céu
85
0 "Céu" é um lugar de maior conhecimento.
Os santos na terra, quando comparados com os
pecadores, são incomparavelmente sábios; porém
comparados com os santos que estão no "Céu", sabem
mui pouco.
Há textos nas Escrituras que falam da
imperfeição do conhecimento dos crentes no estado
presente, o que agora sabemos "sabemos em parte",
agora não detemos a totalidade do conhecimento que há
no "Céu".
Na verdade, ainda não é manifestado o que
adquiriremos no "Céu" e nem o que havemos de ser (ICo
13.12; Jo 13.7; lJo 3.2). Sem dúvida, o "Céu" é um lugar
de "Santidade Perfeita",lá não há pecado. A santidade
que há no "Céu" seconstitui num dos seus mais
poderosos atrativos.
É um local onde os salvos viverão para
sempre nos domínios da pureza perfeita. Um lugar de
"Amor Santo”. Todos os santos daquele mundo amam a
Deus no sentido mais elevado. É um reino repleto de
santo amor.
O Inferno
Jesus ensinou.
Que há um lugar de castigo eterno para aqueles
que são condenados por rejeitarem a salvação (Mt
5.22,29,30; 10.28; 18.9;
23.15,33; Mc 9.43,45,47; Lc 10.16; 12.5).
86
Trata-se da realidade do inferno, como o lugar
onde o fogo nunca se apaga (Mc 9.43);
Um local com fogo eterno, preparado para o diabo
e seus anjos (Mt 25.41);
Lugar de pranto e ranger de dentes (Mt 13.42,50);
Onde os perdidos ficarão aprisionados nas trevas
(Mt 22.13);
Lugar de tormento e angústia e de separação do
céu (Lc 16.23).
As Epístolas ensinam.
Fala de um julgamento vindouro da parte de
Deus;
Da sua vingança sobre os que desobedecem
ao Evangelho (2Ts 1.5 -9);
De uma separação da presença e da glória
do Senhor (2Ts 1.9);
Da destruição dos inimigos de Deus (Fp
3.18,19; ver Rm 9.22; ICo 16.22; Gl 1.9; Hb
10.27; Jd 7; 2Pe 2.4; Ap 14.10; 19.20;
20.10,14).
Um alerta.
Devemos sempre ter em mente que Deus
enviou seu Filho para morrer por nós, para que ninguém
pereça (Jo 3.16).
87
É intenção e desejo de Deus que ninguém vá
para o inferno! Quem for para o inferno é porque rejeitou
a salvação provida por Deus (Rm 1.16; 2.10). O fato e a
realidade do inferno devem levar todo o povo de Deus a
aborrecer e repelir o pecado com toda veemência 1 ; a
buscar continuamente a salvação dos perdidos, e a
advertir todos os homens a respeito do futuro e justo
juízo de Deus.
1
Gr ande en ergi a; vi go r . I ntensi dade, ati v i dade, vi vaci dad e. El o q u ênci a
co mo vente.
88
Questionário
89
Lição 4
Escatologia: 2a Parte
2) Segunda fase:
Jesus virá para livrar Israel (Zc 1.17; Rm
11.25-29);
Virá publicamente, todo olho o verá (Ap 1.7).
Tomará vingança contra os rebeldes (Ap
19.11-21);
Estabelecerá o Trono de Davi (Is 9.6,7);
Estabelecerá um governo teocrático 1 (SI 2.1-9; Dn
2.44,45).
1
F o rma de go verno em q ue a a uto ri dade, ema nad a d e De u s, é exerci d a
po r seus repr esen ta ntes na T err a.
91
0 Arrebatamento da Igreja
1
V er pági na 12 1.
2
Lugar re ti rado o u o cul to , i ndetermi nado , di stante; rec an t o .
92
da mesma ressurreição referida em Apocal ipse 20.4, que
somente ocorrerá depois de Cristo voltar a terra, julgar
os ímpios e prender Satanás (Ap 19.11 -20.3).
Ao mesmo tempo em que ocorre a ressurreição
dos mortos em Cristo, os crentes vivos serão
transformados; seus corpos se revestirão de imorta lidade
(I Co 15.51,53). Isso acontecerá num instante, " num
abrir e fechar de olhos " (IC o 15.52). (7 décimos de um
segundo).
Os crentes ressurretos e os vivos
transformados serão "arrebatados juntamente" (l Ts
4.17) para encontrar-se com Cristo nos ares, o u seja: na
atmosfera entre a terra e o céu.
Estarão unidos com Cristo (l Ts 4.16,17),
levados à casa do Pai, no céu (Jo 14.2,3; l Ts 4.13- 18).
Estarão livres de todas as aflições (2Co 5.2,4; Fp 3.21),
de toda perseguição e opressão (ver Ap
3.9) , de todo domínio do pecado e da morte (I Co
15.51-56); o arrebatamento os livra da "ira futura" (ver l
Ts 1.10; 5.9), ou seja: da Grande Tribulação.
A esperança que Cristo logo voltará para nos
arrebatar e estarmos "sempre com o Senhor" (l Ts 4.17)
é a bem-aventurada esperança de todos os redimidos (Tt
2.13). É fonte principal de consolo para os crentes que
sofrem (lTs 4.17,18; 5.10).
Paulo emprega o pronome "nós" em I
Tessalonicenses 4.17. A Bíblia insiste que anelemos 1 e
esperemos confiantemente à volta do nosso Senhor (cf.
Rm 13.11; ICo 15.51,52; Ap 2 2 . 1 2 , 2 0 ) .
Os infiéis não terão parte no arrebatamento
(Mt 25.1-13; Lc 12.45). Os tais ficarão neste mundo e
farão parte da igreja apóstata 2 (ver Ap 17.1), sujeitos à
ira de Deus.
1
Desej a r a rde ntem en te; aspi rar a.
2
A bando no da f é C ri stã.
93
Após o arrebatamento, virá o Dia do Senhor,
um tempo de sofrimento e ira sobre os ímpios (lTs 5.2 -
10). Seguir-se-á a segunda fase da vinda de Cristo,
quando, Ele virá para julgar os ímpios e reinar sobre a
terra (Mt 24.42,44).
94
Fome (Mt 24.7). Exemplos: índia, Etiópia, Angola e
outros.
Pestes (Mt 24.7). Atualmente podemos destacar: o
câncer, enfermidades psicossomáticas 1 , praga
2
bubônica , AIDS, dengue, e algumas mais;
Terremotos (Mt 24.7). Um bom exemplo é o grande
e terrível maremoto que provocou a morte de quase
300.000 (trezentas mil) pessoas em vários países do
sudeste asiático em dezembro de 2004;
Ódio, traição e morte (Mt 24.9,10);
O aumento da ciência (Dn 12.4); automóvel (Na
2.4) ; avião (SI 55.6; Is 60.8); o homem na lua (Jr
51.53; Ob 4);
Propagação do ocultismo e satanismo (2Co 4.4; lTm
4.1);
Indiferentismo, tempos trabalhosos (2Tm 3.1,6; Jd
18);
O derramamento do Espírito Santo (Jl 2.28,29; At
2.1-18);
A Igreja morna (Ap 3.15,16);
Restauração de Israel como nação (Is 66.8; Ez
36.33,35; Mt 24.32,33);
Apostasia (Mt 24.11; 2Ts 2.3; 2Tm 4.3,4; Jd 4).
Propósitos do Arrebatamento
1
Di z-se das pertu rbaçõ es ou l esõ es o rg âni cas p ro d uzi d as por
i nfl uênci as psí qui cas (emo çõ es, desej o s, med o , etc. ).
2
Per tenc ent e o u r el ati vo a bubão (í ngua; A d eni te).
95
Consumar a salvação do crente (lPe 1.5; Rm
13.11; 8.7,8,23);
Glorificar os seus (Cl 3.4; Rm 8.16 -18);
Julgar e recompensar a todos (Mt 13.30,40,43;
16.27; 2Co 5.10; Ap 22.12). A recompensa do
crente terá por base sua fidelidade ao Senhor
(Mt 25.14,35);
Promover o casamento entre o Cordeiro e sua
Noiva (Ap 19.7).
Há duas ressurreições.
A dos justos e a dos injustos, havendo um
intervalo de mil anos entre elas (Jo 5.28,29; Ap 20.5; Dn
12.2).
A expressão "ressurreição dentre os mortos"
em Lucas 20.35 e Filipenses 3.11, implica
96
numa ressurreição em que somente os justos
participarão.
A ressurreição dos justos é o corruptível
revestido de incorruptibilidade. É o mortal se revestindo
da imortalidade. Dar-se-á de forma gloriosa. Os sant os
que descansam em Cristo no Paraíso ressuscitarão no
momento do arrebatamento da Igreja (lTs 4.14 -17). São
todos os santos desde o tempo de Adão.
Encontramos na Bíblia Sagrada três grupos de
ressurretos. Todos, mesmo em condições distintas estão
relacionados com a primeira ressurreição:
3) Os rabiscos da colheita:
É composto pelos gentios e judeus salvos e
martirizados durante a Grande Tribulação, os quais (com
o grupo anterior) ressuscitarão à revelação de Cristo, logo
antes do Milênio (Ap 6.9 -11; 7.9-14; 15.2; 20.4 -
Compare com Lv 23.22; Rt 1.15 -17).
97
Quanto a segunda ressurreição, ela abrange
todos os ímpios mortos, e ocorrerá ao findar o Mil ênio
(Ap 20.5,6; Jo 5.28,29; Dn 12.2).
A palavra ressurreição implica em ressurreição
num corpo glorioso em vários sentidos (ICo 15), e os
ímpios, num corpo ignominioso 1 , em que sofrerão pela
eternidade (Mt 10.28).
O Tribunal de Cristo
"Porque todos devem comparecer ante o
tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o
que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2Co
5.10).
O Tribunal de Cristo nada tem a ver com o
Grande Trono Branco, que ocorrerá após a segunda
ressurreição, mas sim com todos os fiéis de todas as
épocas, em que receberão as recompensas pelos
trabalhos prestados ao Senhor da seara (Is 40.10; Ap
22.12).
O crente foi julgado como pecador através da
pessoa de Cristo, como o Cordeiro de Deus sacrificado em
seu lugar. Foi julgado como filho de Deus durante a sua
vida. Agora no Tribunal de Cristo, será julgado como
servo, isto é, quanto ao serviço prestado a Deus, e seu
testemunho.
1
Q ue me rece rep ul são ; o pro bri o so , i nfame.
98
Considerações sobre o Tribunal.
Será um julgamento dos crentes em Jesus Cristo (Ap
22.12; ICo 3.13-15);
Ocorrerá logo após o arrebatamento da Igreja (2Tm
4.8; lPe 5.4);
O juiz será o Senhor Jesus Cristo (2Tm 4.7,8; Jo
5.22; 2Co 5.10);
O instrumento de juízo será o fogo (Ap 1.14). O
juízo pelo fogo mostra a grande seriedade do
tribunal de Cristo, e nos revela a ação disciplinadora
de Deus sobre nossos atos;
A base do julgamento será a fidelidade dos crentes
(ICo 4.2; Ef 1.1; Mt 24.45);
O Tribunal de Cristo terá lugar nas regiões celestiais
(lTs 4.17). Paulo ao escrever, usou a expressão
grega, "Bema" que originalmente quer dizer "uma
plataforma elevada, ao ar livre, com acesso por
meio de degraus". O termo técnico conhecido pelos
leitores a quem o apóstolo falava era empregado
com relação aos jogos olímp icos, quando o juiz
recebia na plataforma o vencedor da justiça atlética
e lhe entrega como recompensa uma coroa de
louros 1 (ICo 9.24; 2Tm 4.8);
O seu propósito é galardoar os servos que foram
achados fiéis (Ap 22.12; Mt 25.21).
1
Gl ó ri as, tri unfo s, l auréi s.
99
A evange lização (2Co 5.11a; Ez 33.8);
Pastores (Hb 13.17).
100
A coroa da alegria (lTs 2.19,20; Fp 4.1), para os
ganhadores de almas;
A coroa incorruptível (ICo 9.25-27), para aqueles
que venceram a própria carne, sujeitando -se a
Deus.
As Bodas do Cordeiro
"Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-
lhe glória porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a
sua esposa se apronto u" (Ap 19.7).
A Bíblia tem início com o casamento de Adão e
Eva (Gn 2.18) e termina com o casamento de Cristo (o
segundo Adão) e a noiva (Igreja).
Após termos recebidos a salvação pela fé, no
sangue do Cordeiro, e os galardões pela fidelidade e
trabalhos prestados a Deus, entraremos nas Bodas do
Cordeiro para a grande festa.
101
Miríades 1 celestiais comparece rão às bodas do
Cordeiro como convidados.
Questionário
Assinale com "X" as alternativas corretas
1. A vinda de Jesus se dará em duas fases distintas,
porém, na primeira fase
a) Jesus virá para livrar Israel
b) Jesus virá publicamente, todo olho o verá
c) Jesus virá para a Igreja
d) Jesus tomará vingança contra os rebeldes
d) Coroa da justiça
1
Q uanti dade i ndet ermi nad a, po rém g randí ssi ma.
102
A Grande Tribulação
O Anticristo
O anticristo será o maior líder de toda a
história. Personificando o diabo, será portador de
faculdades sobrenaturais como: oratória, sabedoria,
103
intelectualidade, estratégia, liderança, carisma,
popularidade, e uma personalidade irresistível.
A Bíblia o chama ainda de:
Homem do pecado (2Ts 2.3);
Filho da perdição (2Ts 2.3);
O iníquo (2Ts 2.3);
A besta (Dn 7.11; Ap 13);
O ímpio (Is 11.4);
O príncipe que há de vir (Dn 9.26,27);
O chifre pequeno (Dn 7);
O assírio (Mq 5.5).
A Grande Tribulação está intimamente
relacionada com o anticristo. A terra estará sob seu total
controle; os homens sujeitos às suas normas e
subordinações.
Seu poderio será total, controlará o mu ndo em
seus aspectos variados:
A Trindade Satânica
O dragão.
É o próprio diabo (Ap 13.1 -3). Imitará a
Deus.
104
O anticristo.
É a besta que subiu do mar (significa as
nações - Is 17.12,13; Ap 17.15).
A palavra "besta" no original "therion", que
significa uma fera, revela a verdadeira identidade do
anticristo. Imitará a Cristo.
O falso profeta.
A segunda besta que subiu da terra. Imitará o
Espírito Santo. As atividades do falso profeta serão:
Será o secretário particular do anticristo;
Na figura da segunda besta terá dois
chifres: poder político e religioso (Ap
13.11);
Terá a figura de um cordeiro (Ap 13.11).
Terá um aspecto de docilidade e mansidão,
logo revelará a personalidade do dragão, o
diabo;
Operará sinais e milagres (Ap 13.13) - fará
fogo descer do céu, imitação dos
verdadeiros profetas do Senhor do Velho
Testamento;
Edificará uma imagem da primeira besta
(anticristo), para ser adorada;
Dará espírito à imagem da besta para que
fale; vale dizer que a imagem terá somente
movimento e não vida (Ap 13.14 -16).
105
2. Retorno numeroso dos judeus, desejosos pelo
estabelecimento do reino do Messias (At 1.6 -7);
3. A reconstrução do Templo (Mt 24.15; 2Ts
2.3,4) . Ainda durante a Grande Tribulação o
Templo será destruído, possivelmente por
terremotos que assolarão a terra (Ap
11.13;16.18,19);
Primeiro selo.
Aparece o cavalo branco (Ap 6.1,2). Perí odo de
falsa paz, o anticristo arranca para a conquista sobre as
nações.
O branco fala da falsa paz (lTs 5.3). O arco
fala do alcance (extensão do domínio do anticristo). A
coroa é para o vencedor.
Nesse período o mundo terá grande
prosperidade (Dn 11.36), porém, todo esse progresso
será falso, posteriormente a besta revelará seu caráter
diabólico.
Segundo selo.
Guerra e carnificina (Ap 6.3,4). O cavalo
vermelho figura o horror da Grande Tribulação.
Nesse período o acordo com os judeus será
quebrado (Dn 9.27), e tanto a igreja apóstata como os
judeus serão perseguidos (Ap 17.16; Jr 30.7).
106
Terceiro selo.
Fome e carestia 1 (Ap 6.5-6). Fome causada
pela guerra, a balança fala de racionamento. O cavalo
preto.
Quarto selo.
Morte (Ap 6.7,8). O cavalo amarelo. A morte
será em decorrência de quatro fatores:
1. Espada: O anticristo estará dominado
amplamente a terra. A igreja apóstata sofrerá nesse
tempo, tendo seu sangue derramado.
2. Fome: É o que está incluso no terceiro selo.
3. Peste: Possivelmente pelo aparecimento d e
bactérias e vírus que promoverão a morte de
muitos.
4. Feras: Certamente animais bravios 2 . Surgirão nesse
período as "duas testemunhas" (Ap 11.3-
13).
Quinto selo.
O clamor dos mártires (Ap 6.9 -11). Judeus e
gentios que morreram pela fé, mesmo tendo seu pró prio
sangue derramado estarão debaixo do altar de Deus (Ap
6.9; 7.14). Cremos assim, que haverá salvação durante a
Grande Tribulação.
Sexto selo.
Sinais no céu e angústia na terra (Ap 6.12,17).
Houve um grande tremor de terra (Ap 6.12);
O sol tornou-se negro (Ap 6.12);
A lua tornou-se como sangue (Ap 6.12);
1
Q ual i dade do que é caro . Preço al to, superi o r ao val o r real . Al ta d e
preço ; en car eci mento . Escas sez, fal ta; car ênci a.
2
B ruto , sel vagem; b ravo . F ero z.
107
=>As estrelas caíram do céu (Ap 6.13);
=>O céu retirou-se como um livro (Ap 6.14);
=>Todos os montes e ilhas foram removidos (Ap
6.14,15);
=>Conforme Apocalipse 6.17, Deus respondeu ao
clamor dos mártires, sua ira manifestou -se.
Sétimo selo.
Surpresas evidentes (Ap 8.1 -21). Primeiro
houve silêncio no céu por quase meia hora, em atitude de
respeito ao que sucederia (Ap 8.1).
Sete anjos aparecem com sete trombetas (Ap
8.2). O sétimo selo engloba as quatro primeiras
trombetas.
1ª Trombeta: Saraiva, fogo e sangue (Ap 8.7). A
terceira parte da terra morre.
2 a Trombeta: Algo como um incandescente 1 !
caindo no mar e contaminando -o (Ap 8.8,9). Um terço da
vida marítima e um terço dos navios serão destruídos.
3a Trombeta: O absinto 2 (Ap 8.10,11). A terça parte da
água fica contaminada.
4a Trombeta: Trevas na terra (Ap8.12), um terço do sol,
da lua, e das estrelas deixará de brilhar.
5 a Trombeta: A praga dos gafanhotos (Ap 9.1 - 12). Uma
grande estrela que caiu do céu (Satanás), e foi -lhe
dado a chave do poço do abismo (Hades), e os
gafanhotos saíram (demônios) p ara atormentar os
moradores da terra que não tiveram 0 sinal de Deus
(Ap 9.4). A 5 a trombeta equivale ao primeiro Ai.
1
Q ue es tá e m br asa; ard en te, cand en te.
2
A marguí ssi mo .
108
6a Trombeta: (Ap 9.13-21). Anjos infernais em
número de quatro, liberarão esta cavalaria infernal
(demônios), que são em número de 200 milhões. A
terça parte dos homens morrerá. A 6 a trombeta
equivale ao segundo Ai.
7 a Trombeta: (Ap 11.15; 12.1-12). A mulher e o
dragão. A 7 a trombeta equivale ao terceiro Ai.
As Sete Visões
Primeira Visão: o Cordeiro triunfante com os
remidos no Monte Sião (Ap 14.1 -5);
Segunda Visão: o anjo proclama o Evangelho eterno
(Ap 14.6,7);
Terceira Visão: o anjo anuncia a queda de Babilônia
(Ap 14.8);
Quarta Visão: o julgamento dos adoradores da besta
(Ap 14.9-12);
Quinta Visão: a Bem-aventurança dos mortos (Ap
14.13);
Sexta Visão: a ceifa da terra (Ap 14.14 -16);
109
A Revelação de Jesus Cristo (Zc 14,4; Cl 3.4)
110
A Batalha do Armagedom
111
Jesus virá em glória para livrar Israel (Ap
19.11-16). Todo olho o verá (Ap 1.7);
pisará o monte das Oliveiras, e este se
fenderá ao meio (Zc 14.3,4);
Haverá a conversão dos judeus (Zc 12.10-
14; Os 3.5; Is 4.3; 60.21; Rm 9.27; 11.25-
27);
O Senhor sairá contra o anticristo como um
fogo, e os seus carros como uma
tempestade (Is 66.15,16). Segurará a sua
espada e brandirá 1 sua foice (Jl 3.13; Ap
14.17,18);
As forças do anticristo se desorganizarão
ante a glória do Senhor, e voltarão suas
espadas uns contra os outros (Zc 14.13);
O morticínio será incalculável (Ap 19.21);
O sangue chegará até aos freios dos
cavalos (Ap 14.20);
Formar-se-á um rio de sangue, cuja
torrente chegará até 30km
aproximadamente;
Gases mortíferos apodrecerão os olhos dos
homens (Zc 14.12);
O anticristo e o falso profeta serão lançados
no lago de fogo e enxofre (Ap 19.20);
Os abutres 2 se ajuntarão para comer a
carne dos mortos (Ap 19.17,18).
1
Ergue r (a arm a) an tes d a ar reme ti da o u d i sp aro . A gi tar -se, vi b rar,
o sci l ar.
2
Desi gnação co m um às a ves falconiformes vulturídeas d o V el ho Mund o ,
na m ai o ri a sarcó fag a ( urub us br asi l ei ro s).
112
Ovelhas: são as nações que protegerão e
defenderão Israel durante a Grande Tribulação.
Bodes: nações aliadas ao anticristo que
perseguirão Israel.
O julgamento girará em torno do tratamento
dispensado a Israel, conforme o texto de Mateus 25.40 -
43. Os judeus são identificados como os "irmãos" de
Jesus (compare Gn 12.3; Zc 13.6).
As nações que estiverem contra Israel, os
bodes, serão lançadas no inferno (Mt 25.41 ,46). As
nações protetoras de Israel, as ovelhas, participarão do
Milênio (Mt 25.34).
113
Questionário
114
Lição 5
Escatologia: 3a Parte
O Milênio
Propósitos do Milênio
1
Di spo si ção de reco nhe cer o di rei to de cada um. Re ti d ão .
115
descendentes haveriam de governar para sempre (ver
2Sm 7.8,17; SI 89.3,4,19,37; Jr 33.14,26). Conforme
já vimos, tem havido uma interrupção nesse governo
e essas predições continuam esperando cumprimento
(Dn 2.34,35,44,45; Rm 8.18,25).
Características do Milênio
116
Os súditos 1 do Rei nesse reino terrestre, ao que
parece serão os sobreviventes da Grande
Tribulação;
A paz será uma das características fundamentais
desse reino milenar, porquanto, o governante será
o Príncipe da Paz. Sem a maligna influência de
Satanás, não haverá mais guerras (Is 11.6,7);
Aparentemente, os crentes remidos 2 ajudarão a
administrar os negócios do reino. Os apóstolos
governarão a nação de Israel (ICo 6.2,3; Ap 5.10;
Mt 19.28; 25.31);
O reino animal experimentará uma ma ravilhosa
transformação. Os animais ferozes tornar -se-ão
mansos e os animais mansos não viverão
atemorizados. Antes, todos viverão juntos,
pacificamente (Is 11.6,9);
As pessoas desejarão conhecer a Deus e as
realidades espirituais. Eles estudarão a Palavra de
Deus, de tal maneira que o conhecimento de Deus
tornar-se-á evidente por toda à parte (Is 2.3;
11.9; Zc 8.20,23).
O Milênio e Jesus
1
Q ue es tá s ubme ti do à vo ntade de o ut rem ; suj ei to .
2
Resga tado s, l i bertado s; s al vo s.
0 Milênio e a Igreja
A Igreja terá sido glorificada (Ap 20.4 -6;
5.9,10);
A Igreja estará na Jerusalém celeste (Cl 3.4; Rm
8.17-18). A Jerusalém celeste pairará 1 sobre a
terrestre (Is 2.2; Mq 4.1) e quando os santos
quiserem descer à Jerusalém terrestre isto será
possível - compare com Gênesis 28.12.
O Milênio e Israel
Israel se alegrará (Is 25.9);
Israel terá sido totalmente ajuntado e purificado
(Zc 8.1-3; 13.1);
Israel terá possuído toda terra prometida (Gn
15.18; 17.8; Êx 23.31);
O Templo estará reconstruído (Ez 48 -8-12; Ap
11.1.2) . Os sacrifícios oferecidos em harmonia
com os gentios não terão o mesmo caráter do AT,
serão sem "Memórias". Algumas festas como a dos
Tabernáculos, Páscoa, serão reeditadas também;
Jerusalém será a sede do governo milenial e
mundial de Cristo (Is 2.3; 60 -3; 66.20; Zc 8.3,
22,23; 14.16; Jr 3.17);
Todas as leis sairão de Jerusalém (Is 2.2; Mq 4.2);
Um rio fluirá do Templo milenial (Jl 3.18; Zc 14.8);
As águas do mar Morto serão transformadas e
darão muitos peixes (Ez 47.8 -12).
1
Esta r o u fi car no al to , so brancei ro .
118
0 Milênio e a Terra
A terra será elevada (Rm 8.19-22, Zc
14.9,10) . Pela mudança no relevo do solo,
dificilmente se saberá onde ficava determinado
país;
Haverá grande fertilidade (Am 9.13,14);
Os desertos desaparecerão (Is 35.1,6;
41.19,20);
Haverá abundância de água (Is 30.25; Jl 3.18);
Animais voltarão a ser dóceis (Is 65.25; 11.6 - 9);
Somente a serpente não terá sua natureza
removida como os demais animais, ela comerá o
pó da terra (Is 65.25);
As armas se converterão em objetos de lavoura (Is
2.4).
119
A Salvação no Milênio
Os Pregadores no Milênio
Os judeus serão os mensageiros do Rei (Is 14.1,2;
66.6; Zc 8.17; Mq 4.1 -3);
Os judeus realizarão um grande movimento
missionário (Is 52.7).
120
1. Como os nascidos durante o Milênio não foram
provados por não haver maldade na época, serão
agora provados com a soltura de Satanás.
2. Deus quer revelar a dureza do co ração do homem e
sua natureza pecaminosa. Pois mesmo com os
benefícios físicos, morais e espirituais do Milênio o
homem ainda terá a audácia de se juntar a Satanás
para lutar contra Cristo e os santos.
3. Satanás é incorrigível. Isto é o que Deus também
provará ao soltá-lo da prisão.
4. Satanás sairá a enganar as nações para lutarem
contra Deus; a ação será dupla: cercarão o
arraial dos santos (os judeus) e assolarão a
cidade amada (Jerusalém). Cristo só intervém
depois de se completar o cerco à nação de
Israel; de Deus desce fogo dos céus e os devora (Ap
20.9). E o diabo será lançado no lago de fogo e
enxofre, preparado para ele e seus anjos (Mt 25.41).
A besta e o falso profeta estarão ali desde o início do
Milênio, entregues ao seu eterno destino.
5. Com o ato de lançar Satanás no lago de fogo, findará
toda rebelião do povo da terra - findará todo pecado
e toda morte no planeta.
1
Em grego , prese nça, vi nda o u chegad a. T ermo usad o p ar a d escreve r a
vo l ta gl o ri o sa de Cri sto par a b usca r a sua I g rej a e aq ui i mp l antar o
Rei no de Deus (Mt 1 3. 39; 16. 2 7, 28; 24. 3).
121
proferidas pelo Cristo. Haja vista este pequeno discurso
que, segundo Papias, teria emanado dos lábios do
Senhor:
"D/as virão quando as vinhas terão cada uma,
mil varas, e cada vara dez mil ramos, cada ramo dez mil
hastes, cada haste dez mil cachos, e cada cacho dez mil
bagos, e cada bago, quando espremido, dará quatro
barris de vinho".
Teria os fragmentos das explicações sobre as
sentenças de Jesus sofrido alguma interpolação? De
qualquer forma, Jesus jamais se perderia em algo tão
simplório.
Para justificar tal declaração, Papias, que fora
bispo de Hierápolis e reclamado discípulo de João,
ajuntou esta explicação bizarra: "Isto é crível 1 aos
cristãos, pois se o leão vai se alimentar da palha, qual
não será a qualidade do próprio trigo, se a palha ser ve de
alimento a leões?".
As perseguições romanas redimensionaram a
escatologia da Igreja. No tempo de Severo, apareceu um
peregrino chamado Judas dando a entender que o Cristo
viria no final do reinado desse Imperador. Como teria o
místico chegado a semel hante conclusão? Através de um
estudo arbitrário das Setenta Semanas de Daniel. Já
forçando os algarismos e já tratando aleatoriamente as
profecias, o falso profeta infere 2 : a parousia dar-se-ia no
último ano de Severo - 203 d.C.
O presbítero Hipólito de Roma, martirizado em
235 d.C., informa em sua Tradição Apostólica que certa
vez um bispo sírio retirou -se para o deserto com toda a
sua igreja para recepcionar o Cristo. Mas retornaram
tristemente aos seus lares. E não foram poucos os que
naufragaram na fé .
1
Q ue se po de cre r; ac redi tável .
2
T i rar po r co ncl usão ; deduzi r pel o raci o cí ni o .
122
Eusébio de Cesaréia (263-340), cognominado o
pai da História da Igreja, acreditava que o anticristo
surgiria ainda naquela geração. Foi graças a Eusébio que
tivemos acesso a muitos documentos valiosíssimos dos
primeiros séculos do cristianismo. Suas predições,
contudo, não tinham a mesma precisão de suas crônicas.
Dos relatos acima, denota -se: os primeiros
cristãos tinham uma idéia quase que distorcida da vinda
do Cristo. Todavia, acreditavam que viria o Senhor
arrebatar a sua Igreja. Em momento algum, eles
deixaram de crer no glorioso retorno do Filho de Deus.
1
Mui to di sti nto ; no tável , cél ebre, assi nal ado .
2
Q ue po de se r fei to ; fazí vel , exeqüí vel .
123
despendeu 1 os seus dias como monge em Belém de Judá.
O que pensavam os contemporâneos de
Jerônimo acerca do Milênio? Se o assunto era tratado
oficialmente, não o sabemos. Nos cânones, nenhuma
menção era feita ao reinado literal de Cristo neste
mundo. Mas a situação mudaria drasticamente com a
ascensão 2 de Constantino.
1
Gasto u ; co nsu mi u.
2
S ubi da, el evação .
3
De ago r a e m di ante; par a o fu turo .
124
mudou de idéia com o passar dos tempos. Lendo
Apocalipse 20.5, aplicou de imediato o texto à Igreja. Na
Cidade de Deus, mostra que o Milênio referia -se à Igreja
Cristã.
Tal interpretação condicionou os fiéis a
pensarem que o mundo acabaria no ano mil. Ao chegar o
ano mil, nada aconteceu.
Forçando um casuísmo 1 e tratando a
Escatologia Bíblica de maneira artificiosa, as autoridades
eclesiásticas resolveram alterar os cálculos. Tomando por
base, agora, não o nascimento, mas a crucificação do
Cristo, concluíram que o mundo acabaria em 1030. Como
nada acontecesse novamente, acharam por bem dar uma
interpretação mais alegórica aos versículos que tratam do
reinado do Messias.
Por causa desse fals o anúncio, muita gente
deixou-se prostrar. Não foram poucos os que doaram suas
propriedades à Igreja de Roma, tornando -a ainda mais
rica e poderosa. Enquanto isso, o povo mantinha -se na
miséria e já em densas trevas espirituais.
1
A cei tação passi va de i déi as, do utri nas o u pri n cí pi o s.
125
acreditar que o mundo teria uma duração de seis mil
anos. Logo, já estavam vivendo o início do fim. Foi por
causa dessa interpretação de Lutero que a igreja
evangélica pouco avançou nas missões.
O reformador sugeria que, como Cristo estava
às portas, não havia porquê dedicar -se à salvação das
almas. Iam os católicos, enquanto isto, conquistando os
mais distantes lugares: dominaram o Novo Mundo,
chegaram ao Oriente Longínquo 1 , e ainda barraram a
Reforma no Sul da Europa.
Os reformadores, de um m odo geral,
acreditavam ser a Igreja Católica a Babilônia do
Apocalipse, e o Papa, o homem do pecado referido por
Paulo. Todos pareciam estar de acordo: Tyndale,
Bulinger, Knox, Melanchton, Zwínglio, Calvino etc.
Eles achavam ainda que as agitações
decorrentes da Reforma fossem os feitos da soltura de
Satanás de que falara o Apocalipse. Ou seja: o Milênio da
Igreja terminara, e todos deveriam suportar o diabo até
que fosse definitivamente lançado às trevas exteriores.
1
Remo to ; af ast ado , di stante.
126
Questionário
1
Q ue tem m á fam a. Q ue pr ati ca ato s vi s, abj eto s; to rp e, b ai xo . Pró p ri o
de i ndi ví duo i nfame; o di o so, i ndi gno.
128
"Fugiu a terra e o céu" (Ap 20.11). A glória de
Jesus em seu aspecto mais maravilhoso fará recuar a
terra e o céu (2Pe 3.10,12).
129
0 Eterno e Perfeito Estado
Todos os crentes aguardam, com ansiedade,
os benefícios espirituais de nosso Senhor na eternidade
de glória.
A história se findará para o início do "dia
eterno" ou "dia da eternidade" conforme falou o apóstolo
Pedro profeticamente (2Pe 3.18).
O Apocalipse nos capítulos 21 e 22 nos dão a
visão real do estado eterno. Todas as coisas serão
restauradas (At 3.21), e a Igreja, em estado de glória
governará a terra sob o Senhorio de Cristo (Dn 7.18,28).
130
O Grande Trono Branco
131
Deus (Ap 20.11). É o trono do julgamento final de Deus.
Todavia, aquele que se assenta no trono deve ser o
glorificado Rei dos reis e Senhor dos senhores, o nosso
Senhor Jesus Cristo.
Idéias judaicas populares em vigor nos dias do
NT não concebiam que o Messias fosse o derradeiro Juiz do
mundo, embora realmente esperassem que Ele tivesse uma
participação ativa na destruição do mundo pagão (SI
2.8,9).
Não obstante, Jesus disse:"O Pai a ninguém
julga, mas deu ao Filho todo o juízo, para que todos
honrem o Filho, como honram o Pai" (Jo 5.22,23; cf. 5.27).
Jesus, o Juiz
Lucas escreve em Atos 17.31, as palavras de
Paulo declarando que Deus "tem determinado um dia em
que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão
que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando o
dos mortos".
Em Romanos 2.16, também lemos que "Deus há
de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo".
Jesus, entretanto, será o Mediador entre
Deus e a humanidade neste julgamento final, assim
como hoje é o Mediador em nossa redenção (lTm
2.5) e também foi o Mediador na criação (Jo 1.3).
O fato de Jesus ser o derradeiro Juiz, também
prova que Ele compartilha da majestade de Deus e que Ele
é mais que um Mestre entre outros mestres, mais que um
Guia entre outros guias.
132
não estão incluídos os mencionados em Apocalipse 20.4,
pois já foram ressuscitados com novos corpos que não
podem mais morrer ou definhar 1 ).
Grandes e pequenos serão ressuscitados para
serem julgados. Visto que a ressurreição é corpórea,
essas pessoas terão algum tipo de corpo, mas não serácomo o corpo
crentes, pois os descrentes, por causa de sua natureza
pecaminosa, só podem ceifar destruição (gr. Phthoran,
"ruína", "corrupção").
Eles sairão dos túmulos (Dn 12.2; Jo
5.28,29) e serão julgados pelas obras (anota das em
registros divinamente mantidos, nos quais sem dúvida
estará inclusa a sua rejeição a Jesus e
submissão a Satanás, além de seus pecados públicos e
particulares).
Nessa ocasião, o Livro da Vida também será
aberto, provavelmente como prova de que seus nomes
não estão ali. Quer dizer, Jesus fará mais do que
sentenciar os ímpios. Ele dará respostas a questões no
que respeita à qualidade da graça, retidão, justiça,
cuidado, paciência e amor de Deus, tudo em contraste
com a base da ira de Deus contra o peca do e o mal.
Como ressalta Charles Ryrie: "Este julgamento
não é para verificar se deverá ser o céu ou o inferno o
destino final daqueles que são julgados; é um julgamento
para provar que o inferno é o destino merecido".
Então, com o lançamento da morte e d o inferno
no lago de fogo, a justiça de Deus finalmente triunfará e a
justiça e a paz serão estabelecidas para sempre no novo
céu e na nova terra.
Alguns consideram o julgamento pelas obras
contraditórias aos ensinamentos bíblicos sobre
1
Co nsumi r -se ao s p o u co s; enf raq uece r - se, ab at er -s e.
133
a justificação pela fé. Mas, visto que somos salvos pela graça m
pelo qualDeus olha para nós como se nunca tivéssemos
pecado. Entretanto, os dons de Deus somente são
verdadeiramente nossos quando os tomamos e os
colocamos em prática.
A fé deve agir ou se expressar através do amor
(Gl 5.6), visto que não é real, a menos que seja
demonstrada pela ação. Se realmente crermos, estaremos
nos importando com as outras pessoas, com suasnecessidades e, so
sofrimentos. Não atenuaremos 1 o que a Bíblia ensina "no
intuito de torná-la menos exigente". As nossas obras,
então, tornam-se evidências da realidade de nossa fé.
Também é verdade que os motivos são
importantes nesse proce sso de julgamento das obras.
Alguns que nunca foram condenados por qualquer crime
pelos tribunais humanos podem estar cheios de ódio,
amargura, inveja ou orgulho presunçoso e egocêntrico. E
tudo será revelado "no dia em que Deus há de julgar os
segredos dos homens, por Jesus Cristo" (Rm 2.16).
"Nada há encoberto que não haja de ser
descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido" (Lc
12.2). "Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa 2 que
os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo"
(Mt 12.36).
Naquele dia "todo joelho se dobrará diante de
mim (do Senhor), e toda língua confessará a Deus" e
"cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm
14.11,12).
Alguns especulam que aqueles que forem
salvos durante o Milênio (quer dizer, depois do
1
Reduzi r a meno s; di mi nui r, abater.
2
S upérfl uo , desnecess ári o , i núti l .
134
julgamento do Tribunal de Cristo) também podem ter de
comparecer diante do Grande Trono Branco para receber
cada uma a sua recompensa. Entretanto, a Bíblia não
afirma isso em nenhum lugar.
Parece provável que eles receberão a plenitude
da salvação, incluindo novos corpos, e se ajuntarão ao
restante dos santos glorificados assim que forem salvos e
se comprometerem com Jesus.
Outros Julgamentos
135
anjos, ou seja, é o estado final, e não o Milênio, que está
em apreço nesta descrição.
James Oliver Buswell faz uma interessante
sugestão. Visto que a cena é "de uma vasta e cósmica
perspectiva", pode ser que Jesus tenh a colocado tanto o
julgamento do Tribunal de Cristo quanto o do Grande
Trono Branco em um só quadro, em prol da lição de que
"julgamento" significa separação uns dos outros bem
como separação de Deus. Então, assim como os profetas
do AT não mostraram a dif erença de tempo entre a
primeira e a segunda vinda de Jesus, este, da mesma
forma, não indica a diferença de tempo entre os dois
grandes julgamentos.
Os cristãos devem levar esses julgamentos a
sério: "Se o justo apenas se salva, onde aparecerá o
ímpio e o pecador?" (lPe 4.18).
"Porque, se pecarmos voluntariamente, depois
de termos recebido o conhecimento da verdade, já não
resta mais sacrifício pelos pecados, mas certa
expectação 1 horrível de juízo e ardor de fogo, que há de
devorar os adversários. Quebrando alguém a lei de
Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas
ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós
será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus,
e tiver por profano o sangue do testamento, com que foi
santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça? Porque
bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança,
eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O
Senhor julgará o seu povo. Horrenda coisa é cair nas
mãos de Deus vivo" (Hb 10.26-31).
Existe a possibilidade de que aqueles que uma
vez foram salvos se retirem para a perdição (Hb
1
Espera nça f und ada em supo sto s di rei to s, p ro bab i l i d ad es ou
pro messas.
136
10.39), embora o escritor de Hebreus nos encoraje a não
rejeitarmos a nossa confiança, a perseverarmos e
continuarmos firmes, sendo um daqueles que crêem e são
salvos (Hb 10.35,36,38,39).
Questionário 4? Assinale
137
Marque "C" para Certo e "E" para Errado
139
HALLEY, Manual Bíblico de Halley. São Paulo: Ed Vida,
2000.
140