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Lições

Jda Palavra de Deus

POCALIPS
Uma perspectiva profética

Comentarista
Pr. JOÃ CAITANO
Aprenda sobre o
Apocalipse
de forma clara
JOÁ CAITANO e acessível
■a

1o TRIMESTRE
MATERIAL DE APOIO

155
Neste livro, o autor traz
luz ao entendimento
de Apocalipse e trans­

GRANDES mite princípios de


interpretação que

TEMAS do esclarecerão ao leitor


os temas principais

APOCALIPSE desse livro profético,


temas que costumam
gerar muitas dúvidas.
UMA PERSPECTIVA PROFÉTICA
IMPRESSIONANTE DOS ÚLTIMOS TEMPOS 15,5 x 23cm | 240 págs.

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impactando vidas
e conquistando vitórias
Prezado professor,

Nosso sentimento é de alegria e exaltação no Senhor por oferecer-


lhe a Revista de ns 53 da Série Lições da Palavra de Deus, cujo tema
é: Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética
impressionante dos últimos tempos.
Durante muitos anos, o estudo do Apocalipse vem sendo explicado
por diversos conceitos, métodos de interpretação, correntes e pers­
pectivas. Antes de tudo, porém, este livro profético e misterioso deve
ser estudado em atitude de profunda oração, desprovida de ideias ou
pensamentos pré-concebidos. O leitor deve estar totalmente aberto e
submisso à iluminação e à revelação do Espírito Santo e ater-se uni­
camente às regras da Hermenêutica e da boa exegese bíblica, sempre
buscando analisar o texto sagrado sem extremismos.

É muito importante para quem estuda e ensina as verdades, os misté­


rios, as visões e as profecias relatadas no Apocalipse estabelecer, em
relação à Hermenêutica utilizada, princípios de interpretação corretos
e claros, pois isso resultará no entendimento da verdade da Palavra de
Deus.

Esta revista tem esse objetivo. Por meio de uma linguagem clara e
acessível, o comentarista transmite princípios de interpretação que es­
clarecerão ao estudante da Palavra de Deus os temas principais desse
livro profético, que costumam gerar muitas dúvidas.

Que o Senhor nos abençoe.

Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto,


mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as cha­
ves da morte e do inferno. Escreve as coisas que tens visto, e as que
são, e as que depois destas hão de acontecer.
Apocalipse 1.17b-19

Elba Alencar
Diretora Executiva da Central Gospel
Dados Bioaraücos _____
Presidente
Silas Malafaia
Pr. Joá Caitano Vice-presidente
Silas Malafaia Filho

Diretora Executiva
Elba Alencar
• Pastor missionário;
Gerente Financeiro
Talita Malafaia Silveira

Marketing
• Professor de Teologia; Flávia Andrade, Renata Gonçalves, Liérgina
Martins, Fernando Lima e Pamella Caputi

Capa, projeto gráfico e diagramação


• Pesquisador profético; Eduardo Souza

DEPARTAMENTO EDUCACIONAL
Consultor da revista de jovens e
adultos
• Conferencista bíblico; Gilmar Vieira Chaves

Coordenadora das revistas infantis


Albertina Lima Malafaia

• Escatólogo cristão; Coordenadora das revistas de


adolescentes, jovens e adultos
Jane Castelo Branco

Fotos
• Autor de várias obras. Shutterstock

l8 Trimestre/2018

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Penha - (21) 3888-4511 e (21) 2671-4290

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1 A Volta do Senhor Jesus 4

2 O Arrebatamento dos Salvos 12

3 O Anticristo 19

4 A Grande Tribulação 26

5 As Duas Testemunhas do Final dos Tempos 33

6 Os 144 Mil Selados de Deus 40

7 O Cordeiro de Deus 47

8 O Tribunal de Cristo 54

9 As Bodas do Cordeiro 61

10 Armagedom: O Confronto Final 68

11 Mil Anos de Paz, Justiça e Prosperidade 75

12 O Juízo do Trono Branco 82

13 Dois Destinos Finais 89


Aula dada em
DIA MÊS ANO
A Volta do Senhor Jesus
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
João 14.1-3
1 - Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
2 - Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo
teria dito, pois vou preparar-vos lugar.
3- E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim
mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também.

Apocalipse 22.12-17
12 - E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um
segundo a sua obra.
13 - Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o Primeiro e o Derradeiro.
14 - Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do
Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na
cidade pelas portas.
15 - Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os
homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.
16 - Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas.
Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela da manhã.
17- E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem
tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida.

4 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


TEXTO ÁUREO SUBSÍDIOS PARA
Sede vós também
0 ESTUDO DIÁRIO
pacientes, fortalecei o 2a feira - Mateus 24.37-39
Como nos dias de Noé
vosso coração, porque
já a vinda do Senhor 3a feira - Apocalipse 1.4-7
Todo olho contemplará a volta de Cristo
está próxima.
4a feira - Atos 1.1-11
Tiago 5.8 Os anjos proclamam o advento de Jesus
5a feira - Lucas 21.34-36
Vigiando em todo o tempo
6a feira - Apocalipse 11.15-19
O reinado eterno de Cristo
Sábado - Mateus 25.1-13
As virgens loucas e as prudentes

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• descrever, com fundamentação bíblica, as duas fases da
vinda de Cristo;
• relatar, detalhadamente, a forma como o Senhor Jesus
virá em Sua segunda vinda;
• anunciar para todas as pessoas, em todos os lugares, de
todas as maneiras, o significado da morte de Jesus até que
Ele volte.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
O trabalho do educador cristão é oferecer ao educando
orientações para sua aprendizagem. Neste sentido, ele é al­
guém que aponta o caminho para que outros empreendam
uma trajetória de conquista pessoal do conhecimento, por­
que ninguém pode aprender contra sua própria vontade ou
se não o desejar. Desse modo, podemos afirmar que o edu­
cador não é aquele que ensina, mas sim aquele que desem­
penha o papel de orientador da aprendizagem (CHAVES, G.
Central Gospel, 2012, p. 25).
Neste primeiro encontro, promova uma campanha de lei­
tura bíblica simultânea nos livros de Daniel e Apocalipse, pois
em ambos os livros sagrados encontramos predições escato-
lógicas. Diga à turma que um estudo aprofundado no Livro
Daniel permite-nos compreender melhor as 70 semanas pro­
féticas — pesquise gráficos ou tabelas que falem sobre este
assunto; no decorrer das lições, apresente-os à turma, sempre
que necessário.
Boa aula!

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 5
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Desde o momento memorável em que Deus criou o mundo
e tudo que nele existe com o poder maravilhoso de Sua pala­
vra (Gn 1.1-25), formando também o ser humano com Suas
próprias mãos, soprando nele o fôlego da vida (Gn 2.7), houve
muitos dias importantes que se tornaram inesquecíveis na his­
tória da humanidade. Porém, desde a Queda (Gn 3.1-15), há
grande expectativa no coração humano sobre o futuro que o
aguarda.
As Escrituras registram a volta do Senhor Jesus a este
mundo. Este será um dos mais significativos e extraordi­
nários eventos humanos. A importância dessa doutrina bí­
blica é avaliada pelo número de vezes em que aparece no
texto sagrado e também pelos personagens a ela ligados.
As promessas infalíveis e inconfundíveis sobre a vinda do
Senhor são citadas 1.527 vezes no Antigo Testamento e 319
vezes no Novo Testamento. Reis, sacerdotes, profetas, pesso­
as comuns, evangelistas, apóstolos e até anjos mencionam a
vinda de Jesus a este mundo. Do mesmo modo, cerimônias,
parábolas e ilustrações sinalizam fortemente que Jesus virá
outra vez (Gn 3.15; Jd 14).
Sobre este tema, instigante e desafiador, discorreremos nesta
lição.

A VERDADE BÍBLICA ACERCA DA VOLTA DO


SENHOR JESUS
Todas as profecias registradas no texto bíblico vetero-
testamentário sobre a primeira vinda do Senhor Jesus, descri­
tas em seus mínimos detalhes, cumpriram-se literalmente de
acordo com o planejamento do Deus todo-poderoso (SI 16.10;
At 2.22-32).
A doutrina da volta do Senhor Jesus, de igual modo, tem
fundamentos profundos na palavra profética, oferecendo cer­
teza e segurança aos que creem no retomo do Senhor a este
mundo.

1.1. Duas etapas distintas


A volta do Senhor Jesus se dará em duas etapas distintas,
divididas em um período de sete anos. Precisamos deixar bem
claro o que diz as Escrituras a esse respeito, evitando interpre­
tações antibíblicas.

6 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


1.1.1. Primeira etapa
Na primeira etapa, acontecerá o Arrebatamento: o Senhor
Jesus voltará para levar consigo todos quantos morreram
salvos e todos os que estiverem vivos e preparados, ou seja,
aqueles que estiverem, em vida, servindo-o fielmente (1 Ts
4.15-18; Hb 9.28).
Nesta etapa, a vinda do Senhor será invisível aos olhos do
mundo, pois este não serve a Deus. Jesus virá nas nuvens e
não pisará na terra; Ele será contemplado apenas pelos sal­
vos — os mortos ressuscitados e os vivos que serão trans­
formados, num momento, num abrir e fechar de olhos (1 Co
15.52). Os dois grupos, juntos, irão ao encontro do Senhor e
serão trasladados por Ele às mansões celestiais. A maioria dos
salvos será composta de gentios (não judeus); estes subirão
com Cristo nos ares (1 Ts 4.17,18).

1.1.2. Segunda etapa


A segunda etapa da volta de Cristo ao mundo, entretanto,
acontecerá sete anos mais tarde, já no final da Grande Tribu­
lação. Cristo voltará com poder e grande glória, acompanhado
de todos os santos que subiram no
Arrebatamento, isto é, com a Igre­
ja glorificada, que passou pelas Somos alertados a levantar
bodas do Cordeiro e pelo Tribunal a cabeça para ver os sinais
de Cristo (Ap 19.7; 2 Co 5.10). da figueira — a nação de
Esta vinda do Senhor será Israel (Lc 21.28-31); o sinal
contemplada por todos os habi­ das trevas — o pecado
tantes da terra (Ap 1.7) — isto (Is 60.2); e, finalmente,
será possível, devido à tecnologia
o sinal da chuva — o
da comunicação e da informação,
extremamente desenvolvida no fi­
derramamento do Espírito
nal dos tempos (Dn 12.4). As pala­ Santo (Jl 2.28). Esses
vras do Senhor fazem referência sinais proféticos indicam o
ao sinal que aparecerá no céu, vitorioso retorno de Cristo
reafirmando este vaticínio profé­ (Jd 14,15).
tico (Mt 24.30).
Será um retorno majestoso,
glorioso e revestido de poder. Sinais espantosos no céu, na
terra e entre os seus habitantes — com destaque especial nos
territórios habitados pelos judeus, descendentes de Abraão.

1.2. O soar das trombetas


No Antigo Testamento, observamos que as trombetas eram
utilizadas nos ajuntamentos de Israel (Êx 19.13-19; Lv 25.9; 1

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 7
Sm 13.3; 2 Sm 2.28). No Novo Testamento, somos informados
que, na segunda fase da vinda de Cristo, o clamor das trom­
betas será ouvido no céu, na terra, no inferno e em todos os
lugares (Mt 24.31) — essas trombetas não são as sete trom­
betas de juízo, mencionadas no Apocalipse (Ap 8.6,7); tam­
bém não se trata da trombeta do Arrebatamento, citada pelo
apóstolo Paulo (1 Ts 4.16).

1.3. Revelação
Este termo é utilizado nos círculos teológicos para indicar
o caráter público, transparente e visível da segunda etapa da
volta de Jesus. Este evento apocalíptico é descrito, figurativa­
mente, como um relâmpago que cobre todo o universo (Mt
24.27). De acordo com as visões de João (Ap 19.11-16), o céu
se abrirá, e dele surgirá um cavalo branco (não confundir esse
cavalo com o cavalo branco descrito no capítulo seis de Apoca­
lipse), cujo cavaleiro é a pessoa bendita do Senhor Jesus, o
Fiel e Verdadeiro, o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

2. COMO VIRÁ O SENHOR JESUS?


A pessoa bendita do Senhor Jesus está presente em
todo texto bíblico. No Gênesis, Ele é a semente da mulher (Gn
3.15). No Êxodo, o cordeiro pascal (Gn 12.3-14). Em Levítico,
nosso sumo sacerdote (Lv 16). Em Josué, o capitão da nossa
salvação (Js 1.2). Em Salmos, o nosso Pastor (SI 23). Nos livros
de Provérbios e Eclesiastes, a nossa sabedoria. Em Isaías, o
Príncipe da Paz (Is 9.6). Em Mateus, o Messias. Em Lucas, o Fi­
lho do Homem. Em Atos, o Espírito Santo. Nas três epístolas de
João, o amor. Na carta de Judas, o Senhor vindo com os anjos
e milhares dos seus santos.
Mas, como virá o Senhor nos dias finais? As profecias bíbli­
cas fornecem-nos, também, esta descrição.

2.1. O Senhor Jesus virá como Noivo


Isto ocorrerá durante a primeira etapa da volta do Senhor.
Esta vinda não será virtual ou espiritual; também não será
para juízo, destruição ou castigo sobre a humanidade. Ela
atenderá à esperança da Noiva, a Igreja verdadeira que vem
sendo edificada pelo Senhor Jesus durante a dispensação que
estamos vivendo (dispensação da graça ou dispensação do
Espírito Santo; conf. Mt 16.18). No capítulo 5 da Carta de Pau­
lo aos Efésios, aliás, encontramos verdades maravilhosas a res­
peito do relacionamento presente e futuro entre o Senhor Jesus
Cristo e Sua Igreja. Observe o quadro a seguir.

8 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


FATOS BÍBLICOS SOBRE CRISTO E SUA IGREJA

Cristo é o Cabeça da Igreja (Ef 5.23) Cristo é o Salvador da Igreja (Ef 5.23)

A Igreja deve ser submissa a Cristo (Ef 5.24) Cristo deu-se a si mesmo por ela (Ef 5.25)

Cristo santifica a Igreja (Ef 5.26) Cristo purifica a Igreja (Ef 5.26)

Cristo receberá a Igreja para si mesmo (Ef 5.27) Cristo está tomando a Igreja gloriosa (Ef 5.27)

Cristo está tomando a Igreja sem mácula (Ef 5.27) Cristo está tomando a Igreja perfeita (Ef 5.27)

Cristo está tomando a Igreja santa (Ef 5.27) Cristo está tomando a Igreja irrepreensível (Ef 5.27)

Cristo está alimentando a Igreja (Ef 5.29) Cristo está sustentando a Igreja (Ef 5.29)

A Igreja é parte de Cristo (Ef 5.30-32) A Igreja é uma com Cristo (Ef 5 30-32)

2.2. O Senhor Jesus virá como Juiz


Diferentemente da primeira eta­
pa da segunda vinda — quando Ele A Igreja é comparada a
virá como um ladrão em oculto, in­ uma noiva que está sendo
visível, surpreendendo a todos (2 Pe preparada para o casamento
3.10) —, na segunda etapa, Cristo com Cristo; e é o próprio
virá como um guerreiro preparado Noivo quem se encarrega
para a batalha final, acompanhado deste procedimento. Por
dos exércitos celestiais (Ap 19.11- meio da Palavra de Deus,
14); dos santos (a Igreja glorificada; Ele lava, purifica e santifica
conf. Jd 14,15); e de um número in­ integralmente a Igreja, para,
contável de anjos (Ap 5.11). por fim, unir-se eternamente
Jesus voltará com as nuvens (lite­ a ela (Ef 5.25-27).
rais; conf. Ap 1.7), em glória, no fim
da Grande Tribulação, para estabele­
cer justiça sobre a terra. Ele voltará
da mesma maneira como subiu, sen­
do contemplado por muitas pessoas, A volta do Senhor Jesus, em
na presença dos anjos (At 1.9-12). sua segunda etapa, será
exatamente como a sua
2.2.1. O justo Juiz em ação ascensão: real, corporal,
Cristo virá na glória do Pai, jun­ literal e visível; os homens
tamente com Seus anjos, para julgar o verão novamente com os
e recompensar a cada um de acordo olhos da carne (Dn 7.13,14;
com as obras praticadas (Mt 16.27; Zc 14.1-5; Mt 24.29-31;
Ap 22.11,12), pois foi constituído por 25.31-46; 2 Ts 1.7-10;
Deus Juiz dos vivos e dos mortos (At Ap 1.7; 19.11-21).
10.42). Todas as nações serão reuni­
das diante de Cristo, que estará as­
sentado no trono da Sua glória para julgar os homens (2 Co
5.10). O justo Juiz fará justiça aos salvos e aos ímpios (repre-

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
sentados pelas figuras de ovelhas e bodes, respectivamente;
conf. Mt 25.32,33).
As sentenças serão proferidas, quando o Senhor Jesus de­
clarar a razão da salvação dos justos e da condenação dos
ímpios (Mt 25.31-46). Não haverá delação premiada, nem
prorrogação de forma alguma. Nada permanecerá escondido,
pois Ele trará à luz as coisas ocultas das trevas (1 Co 4.5).
Os segredos de todas as pessoas serão julgados pelo Senhor
Jesus, de forma imparcial, no dia pré-determinado por Deus,
segundo a Sua vontade (Rm 2.15,16). De outra parte, todas
as pessoas que praticaram boas obras receberão prêmios e
galardões (1 Co 3.14).

2.3. O Senhor Jesus virá como Rei


As profecias mencionam claramente os três principais ofí­
cios de Cristo: profeta (Mt 21.10,11); sacerdote (Hb 3.1; 7.26-
28); e rei (Mt 2.1-6; 1 Tm 6.13-15).
Em Seu ministério público, o Senhor Jesus atuou como pro­
feta, ao transmitir ao povo as instruções divinas; e como sa­
cerdote, ao oferecer-se como único mediador entre Deus e os
homens (1 Tm 2.5). Quando voltar, na segunda fase, entre­
tanto, Ele virá como Rei, e Seu reinado terá início na batalha
do Armagedom, que continuará durante a dispensação real,
conhecida como Milênio.
Os judeus e todos os moradores de Jerusalém contem­
plarão o Senhor Jesus em forma corporal humana, pisando
no monte das Oliveiras, que se partirá em duas porções (Zc
14.4). Após a estrondosa vitória sobre o diabo, o Anticristo,
o Falso Profeta, os demônios e todos os ímpios — bem como
sobre os exércitos inimigos [que ultrapassam o número de 200
milhões de soldados (Ap 9.16)] —, o Senhor Jesus estabelecerá
o Seu reinado sobre a terra (Dn 2.44,45).

3. ASPECTOS DA VINDA DO SENHOR JESUS


Todos os que estudam a escatologia cristã destacam os
diversos detalhes relacionados às duas fases da vinda de Je­
sus. Mais de uma vez, os discípulos ouviram o Senhor descre­
ver, com minúcias, o que ocorrerá nos tempos do fim, exortan-
do-os quanto à necessidade de estarem preparados.
Através das profecias bíblicas, podemos visualizar como
estará o mundo e seus habitantes nos aspectos político, so­
cial, científico, econômico e religioso; e podemos compreen­
der o importante papel da nação de Israel nos dois períodos
da volta de Cristo.

10 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


3.1. 0 mistério da Hora
Segundo as palavras bíblicas, ninguém, absolutamente nin­
guém — no céu, na terra, no inferno ou em qualquer outro lugar
—, sabe o dia ou a hora em que Cristo voltará (Mt 24.36,37,42,44).
Todos que tentaram determinar dia e hora para a segun­
da vinda do Senhor à terra foram envergonhados, desacre­
ditados e, até, ridicularizados. Os sinais preditos nas Escri­
turas indicam que esse tempo aproxima-se com celeridade
(Ap 2.16; 3.11; 16.15; 22.7,12,20); e Ele aparecerá de súbito,
de repente, surpreendendo a humanidade e confirmando que
ninguém conhece a agenda do Senhor. Estejamos prontos!

3.2. Como devemos esperar


Em primeiro lugar, devemos crer na vinda do Senhor de
todo coração (1 Ts 4.14; 1 Co 1.8). Além disso, devemos estar
vigilantes (Mt 24.45-47); orar continuamente (1 Pe 4.7); amar
a volta de Jesus (2 Tm 4.8); anunciar Sua vinda em todos os
lugares (2 Tm 4.1,2); observar, à luz da Bíblia, os sinais indi­
cadores de Seu regresso (Mc 13.35; 2 Ts 2.1,3) e despertar
nossa consciência, a todo instante, para o glorioso advento de
Jesus (Rm 13.11; 2 Pe 1.13).

CONCLUSÃO
O samaritano que salvou o judeu semimorto na estrada
para Jericó afirmou ao dono da pousada, para a qual o judeu
fora levado, que voltaria por ele (Lc 10.35). Figurativamente,
pode-se dizer que o bom samaritano é Jesus, pois, quando
esteve neste mundo, encontrou-nos roubados, abusados, vio­
lentados, feridos e quase mortos na estrada da vida.
O sempiterno Senhor desceu da Sua glória, chegou bem
perto de cada um de nós e compadeceu-se de nosso estado
lamentável, ligando a Sua alma e o Seu coração afável ao que
restava de nossa amarga existência. Em Sua infinita miseri­
córdia, Ele nos deu o Seu vinho (Mt 10.34) — simbolizado em
Seu sangue puro e inocente derramado na cruz — e o Seu
azeite — símbolo do Espírito Santo —; limpou nossas feridas;
estancou o sangue que se esvaía; levantou-nos e levou-nos
para a estalagem — a Sua Igreja —, onde estamos sendo cui­
dados na expressão maior do grande amor do Pai (Jo 3.16)!
Jesus prometeu voltar para nos buscar. E isto vai acontecer!

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO


1. De acordo com o que foi exposto nesta lição, responda:
Como virá o Senhor Jesus nos dias finais?
R.: Como Noivo, Juiz e Rei.

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
oAu=ÍÊds"“»o O Arrebatamento
dos Salvos
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
1 Tessalonicenses 4.13-17
13 - Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dor­
mem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm espe­
rança.
14 - Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos
que em Jesus dormem Deus os tomará a trazer com ele.
15 - Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos
vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.
16 - Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de ar­
canjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressus­
citarão primeiro;
17- depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente
com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos
sempre com o Senhor.

1 Coríntios 15.52-55
52 - num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta;
porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e
nós seremos transformados.
53 - Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilida­
de e que isto que é mortal se revista da imortalidade.
54 - E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto
que é mortal se revestir da imortalidade, então, cumprir-se-á a palavra
que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.
55 - Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?

12 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


TEXTO ÁUREO SUBSÍDIOS PARA
O ESTUDO DIÁRIO
E, se eu for e vos
preparar lugar, virei 2a feira - 1 João 3.10-13
Seremos semelhantes a Cristo
outra vez e vos levarei
para mim mesmo, para 3a feira - 1 Tessalonicenses 4.13-18
Os salvos reunidos com o Salvador
que, onde eu estiver,
4a feira - João 5.24-29
estejais vós também.
Os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus
João 14.3 5a feira - 2 Coríntios 12.1-4
Arrebatado até o terceiro céu
6a feira - Apocalipse 4
João é um dos tipos dos arrebatados
Sábado - Efésios 5.14
Hora de despertarmos do sono

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• conhecer o significado do Arrebatamento; a relação entre
Arrebatamento e Grande Tribulação e o grupo de pessoas
que participará deste evento extraordinário;
• discorrer sobre os milagres que ocorrerão durante o Arre­
batamento;
• renovar a esperança de que o futuro será melhor para to­
dos os que conhecem a Cristo como Salvador.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
Como apoio didático, no tópico 1.4, apresente aos alunos o
quadro a seguir.
Arrebatamento e Revelação significam a mesma coisa? Ob­
serve cuidadosamente a comparação entre esses dois eventos.

ARREBATAMENTO REVELAÇÃO

Jesus vem e permanece nos ares (1 Ts 4.16,17) Jesus vem e pisa na terra (Zc 14.4)

Jesus vem buscar os santos (1 Ts 4.16,17) Ele vem com os santos (1 Ts 3.13; Jd 14)

Cristo recebe a Esposa Ele vem com a Esposa

Jesus vem de forma inesperada e iminente Os sinais predizem o evento (Mt 24.4-29)

Haverá um tempo de bênçãos e consolo Haverá um tempo de destruição e juízos


(1 Ts 4.18) (2 Ts 2.8-12)

Vinculam-se os crentes (Jo 14.1-3; 1 Co 15.51-55; Vincula-se a nação de Israel e as nações


ITs 4.13-18) gentias (Mt 24.1-25,46)

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva pn fética impressionante dos últimos tempos 13
ARREBATAMENTO REVELAÇÃO
Num abrir e fechar de olhos, só os salvos verão 0 Senhor Jesus será visto por todo o mundo
a Cristo (1 Co 15.52) (Mt 24.27; Ap 1.7)

Começa a Grande Tribulação Tem início a dispensação do Milênio

Cristo vem como a resplandecente estrela da


Cristo vem como o sol da justiça (Ml 4.2)
manhã (Ap 22.16)

Boa aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Dentre os grandes temas registrados nos 66 livros da
Bíblia, a doutrina do Arrebatamento destaca-se por sua im­
portância, finalidade e papel que exercerá no plano perfeito
determinado por Deus. O cenário profético assinala o Arre­
batamento como o primeiro grande evento escatológico que
dará início à contagem regressiva em sua parte final do fim
dos tempos. Nesta lição, compreenderemos a verdade bíblica
acerca deste assunto essencial à fé cristã.
Uma das questões polêmicas diz respeito à ocasião do Ar­
rebatamento. Alguns grupos defendem que este evento ocor­
rerá no meio da GrandeTribulação; outros advogam que acon­
tecerá após a Grande Tribulação. Entretanto, a maioria dos
escatólogos, intérpretes das Escrituras, defende o ponto de
vista pré-tribulacionista. Segundo eles, o Arrebatamento acon­
tecerá antes da GrandeTribulação (Ap 4.1,2).

QUATRO PERGUNTAS PRINCIPAIS


Diversas perguntas são formuladas a respeito desta
matéria. Uma das mais comuns declara que esta doutrina não
é bíblica, porque a palavra arrebatamento não se encontra na
Escritura. Em razão desta afirmativa — e de outras mais —,
algumas pessoas tentam negar este importante evento deter­
minado pelo Senhor.
É bem verdade que a palavra arrebatamento não aparece
na Bíblia com esse título; entretanto, a doutrina do Arrebata­
mento está clara e transparente em diversas porções do texto
sagrado (Jo 14.1-3; 1 Co 15.52; 1 Ts 4.17). Estas e outras
passagens destacam o verbo grego harpadzo, que significa
precisamente: arrebatar subitamente, agarrar, levantar, tirar
com força, raptar.

14 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


1.1. Qual o significado do Arrebatamento?
De acordo com as sábias palavras de Paulo, o Arrebata­
mento é um mistério (1 Co 15.51). Ao abordar este assunto
com a Igreja, o apóstolo faz-nos entender que suas declara­
ções são fruto de uma revelação divina. A Teologia postula que
o vocábulo mistério, na Bíblia, designa uma verdade parcial­
mente revelada. A Escritura, inclusive, afirma que as coisas en­
cobertas (ocultas, indizíveis e de difícil compreensão) são para
o Senhor (Dt 29.29).
Arrebatamento será o rapto, o
levantamento, a ascensão, a trasla- O Arrebatamento representa,
dação dos salvos, com corpos trans­ acima de tudo, a volta do
formados e glorificados, quando a Senhor Jesus pela segunda
trombeta de Deus soar (1 Ts 4.16) — vez ao mundo, cumprindo
esse ressoar não se destina ao povo literalmente as profecias
em geral, mas apenas aos mortos em que declaram que os salvos
Cristo e à Igreja militante. Será a gran­ escaparão da Grande
de convocação dos remidos do Se­ Tribulação — esta virá com
nhor. Outro propósito maravilhoso do força total sobre a terra e
Arrebatamento será a transformação seus moradores
sobrenatural dos salvos vivos; estes (Lc 21.36; Ap 6-18).
não experimentarão a morte física.

1.2. Qual o lugar do Arrebatamento relacionado à


Grande Tribulação?
Não existe uma única e comum resposta a esta questão.
Diversas correntes teológicas apresentam diferentes pontos
de vista. As três principais são: pré-tribulacionista, mesotribu-
lacionista e pós-tribulacionista.
O ponto de vista aceito pela maioria dos especialistas nas
profecias escatológicas é defendido na escola pré-tribulacio­
nista. Os salvos, mortos, que ressuscitarão, e os vivos, salvos,
que serão transformados, serão arrebatados antes da Grande
Tribulação, que abrangerá o mundo inteiro. As principais pro­
vas bíblicas que fundamentam este ensino podem ser acessa­
das nos seguintes textos: Zacarias 14.4; João 14.1-3; 1 Tessa-
lonicenses 1.10; 4.16,17; 5.9; Apocalipse 4.1; 6—19.
A escola mesotribulacionista coloca o Arrebatamento em
meio à Tribulação. Segundo os defensores dessa corrente, a
Igreja passará pelos primeiros três anos e meio da Tribulação
e será arrebatada juntamente com os mártires (as duas teste­
munhas mencionadas em Apocalipse 11.3-12). Os mesotribu-
lacionistas classificam a primeira metade da Tribulação, refe­
rida pelo Senhor Jesus, como princípio das dores (Mt 24.5-20),
e os outros três anos e meio como grande aflição (Mt 24.21).

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
Os pós-tribulacionistas afirmam que a Igreja passará os
sete anos sofrendo os horrores da ira de Deus, manifestada
nos terríveis juízos que castigarão a terra e seus moradores. A
operação maligna dos demônios que invadirão o mundo nesta
ocasião, causando catástrofes, destruições, terrores e abusos,
terá como foco principal a Igreja, os salvos por Cristo Jesus (Mt
13.24-30; 24.29-31,40,41).
Cremos na doutrina pré-tribulacionista, baseada em pro­
vas bíblicas robustas e incontestáveis, as quais indicam cla­
ramente que o Arrebatamento ocorrerá antes do período tri-
bulacional (Is 57.1,2).

1.3. Quem participará do


A Igreja verdadeira, com
Arrebatamento?
seus membros integrados e
Todos os mortos, salvos por Cristo,
unidos como Noiva de Cristo,
serão trazidos pelo Senhor (ressusci­
constituída de pessoas de
tarão) e serão arrebatados. Todos os
todas as nacionalidades servos fiéis de Jesus que estiverem
(inclusive judaica), será vivos serão transformados pelo po­
trasladada pelo Senhor der de Deus e serão arrebatados jun­
desde a terra para as tamente com os que ressuscitaram.
mansões celestiais Os ímpios, de uma forma geral, não
(ITs 4.13-18). participarão deste evento glorioso
(Ap 21.8; 22.15).

1.4. Arrebatamento e Revelação significam a


mesma coisa?
Arrebatamento e Revelação são dois acontecimentos dis­
tintos que ocorrerão com uma diferença de sete anos entre
um e outro. O Arrebatamento equivale ao Dia de Jesus Cristo,
como identifica Paulo (Fp 1.6). A Revelação equivale ao Dia
do Senhor, considerado como o dia da ira, da vingança (Jr
46.10; Ez 30.2; Am 5.18; Sf 1.7,14,15).

2. MILAGRES NO ARREBATAMENTO
A narrativa bíblica registra em detalhes grandes mila­
gres que ocorrerão durante o Arrebatamento; o principal de­
les será a presença divina do Senhor Jesus, que descerá do
céu (1 Ts 4.16).

2.1. Ressurreição
A ressurreição dos mortos será um dos primeiros mila­
gres: esta é uma doutrina genuinamente bíblica, citada tan­
to no Antigo quanto no Novo Testamento (SI 16.10; Jó 19.25-

16 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


27; Is 26.19; Dn 12.2; Lc 14.14; Jo 5.21,28,29; At 2.24; Ap
20.4-6,13).
Quando o Senhor descer do céu na segunda vinda, o pri­
meiro fato que ocorrerá será a ressurreição de todos os sal­
vos (1 Ts 4.16) — conforme mencionado na lição anterior. Os
crentes fiéis ouvirão a voz de Jesus, levantar-se-ão dos luga­
res em que foram enterrados, e a morte não terá mais poder
sobre eles (Jo 5.28,29; Ap 1.18).
É riquíssima a descrição do apóstolo Paulo sobre a ressur­
reição dos crentes salvos, mortos em Cristo. Paulo analisa os
detalhes, os procedimentos, o tempo adequado e todas as im­
plicações acerca dessa ressurreição, eliminando as dúvidas e
questionamentos relacionados a esta matéria, essencialmen­
te relevante (1 Co 15.42-55).

2.2. Transformação
Nos círculos teológicos, entende-se por milagre, a suspen­
são das leis naturais, ou seja, a cessação do poder natural-
-humano para a atuação do poder sobrenatural-divino.
O segundo grande milagre durante o processo do Arreba­
tamento será a transformação extraordinária dos crentes sal­
vos, ressuscitados, e a dos crentes salvos que estiverem vivos.
Este milagre obedecerá à seguinte ordem: (1) os salvos que
dormem com Cristo, ou seja, cujos corpos estão mortos, rece­
berão corpos vivos espirituais; (2) em seguida, os crentes sal­
vos, vivos, com corpos carnais, receberão corpos espirituais.
O processo milagroso atua na mudança da corruptibilidade
para a incorruptibilidade. Da mortalidade para a imortalidade.

2.3. Glorificação
Depois da ressurreição dos salvos em Cristo, da transfor­
mação dos dois grupos — dos que ressuscitarem e dos vivos
salvos pelo Senhor —, acontecerá o
milagre da glorificação.
Merece destaque, neste tópico, o Como se dará o processo
fato de que, para usufruir a eterni­ da glorificação do corpo dos
dade com Deus, o corpo formado de salvos em Cristo? Observe
carne e sangue será glorificado na as etapas citadas na Bíblia:
condição de corpo espiritual, pois o salvação (Rm 8.24); adoção
corpo carnal — o homem terreno (1 (Rm 8.23); justificação
Co 15.47) — relaciona-se com o mun­ (Rm 8.30); santificação (2
do físico (limitado ao tempo e ao es­ Co 7.1); redenção (Rm 8.23);
paço), enquanto o corpo espiritual libertação (Rm 8.21)
— o homem celestial (1 Co 15.49) — e glorificação (Rm 8.17).
relaciona-se com a eternidade.

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
3. FATOS ADICIONAIS
Outros aspectos acerca do Arrebatamento aparecem no
texto bíblico, fornecendo uma compreensão clara, sólida e sa­
tisfatória deste evento relacionado a todos os salvos.

3.1. Figuras, tipos e símbolos


Os personagens bíblicos que remontam o cenário do Arre­
batamento são: Enoque, trasladado, levado por Deus (Gn 5.21-
24); Noé e sua família, antes do Dilúvio (Gn 7.7); Ló, retirado
de Sodoma e Gomorra (Gn 19.12-23); Elias, às margens do rio
Jordão (2 Rs 2.6-11); o Senhor Jesus, em Jerusalém (At 1.9-11);
Filipe, ao sair da água (At 8.39,40); Paulo, ao terceiro céu (2 Co
12.1-4); João, na ilha de Patmos (Ap 1.9,10); as duas testemu­
nhas, na Tribulação (Ap 11.11,12); e o Filho varão (Ap 12.1-5).

3.2. Eis aqui vos digo um mistério


Esta alocução paulina (1 Co 15.51a) alude a uma parte dos
arrebatados que irá para o céu, sem passar pela morte física.
Este ensinamento foi uma revelação que o Senhor entregou a
Paulo para ser compartilhado nas igrejas como doutrina: ha­
verá uma geração, composta de crentes fiéis, que será trans­
formada, glorificada e preparada para o Arrebatamento, que
acontecerá em uma fração de segundos. Esses salvos em Cris­
to não serão feridos pelo aguilhão da morte física (1 Co 15.55).

CONCLUSÃO
Quando tudo o que Deus determinou para o dia do Arreba­
tamento acontecer, o mundo inteiro testemunhará a veraci­
dade da Palavra, e todos saberão que as promessas do Senhor
são fiéis e verdadeiras (Js 21.45; 2 Co 1.20).
Os que creem e aceitam Jesus como Salvador e Senhor de
sua vida (At 16.31); os que guardam em obediência os manda­
mentos divinos (1 Tm 6.14); os que fazem parte da verdadeira
Igreja (Ef 5.27); os que vivem em santidade (1 Ts 5.23); e os
que esperam a salvação subirão ao encontro do Senhor nos
ares e irão para o céu (1 Ts 4.16).
Sejamos o povo do Arrebatamento!

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO


1. Considerando o que foi exposto nesta lição, responda:
Quem participará do Arrebatamento?
R.: Todos os mortos, salvos por Cristo, serão trazidos pelo Se­
nhor (ressuscitarão) e serão arrebatados. Todos os servos
fiéis de Jesus que estiverem vivos serão transformados pelo
poder de Deus e serão arrebatados juntamente com os que
ressuscitaram.

18 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


Lição 3

Aula dada em
DIA MÊS ANO
O Anticristo
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
2 Tessalonicenses 2.3-11
3 - Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem
que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho
da perdição,
4 - o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se ado­
ra; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo
parecer Deus.
5- Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava
convosco?
6- E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja
manifestado.
7 - Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, re­
siste até que do meio seja tirado;
8- e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro
da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda;
9- a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e
sinais, e prodígios de mentira,
10 - e com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não rece­
beram o amor da verdade para se salvarem.
11 - E, por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a
mentira.

1 João 2.18
18 - Filhinhos, éjá a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, tam­
bém agora muitos se têm feito anticristos; por onde conhecemos que é
já a última hora.

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
TEXTO ÁUREO SUBSÍDIOS PARA
O ESTUDO DIÁRIO
E o Deus de paz
esmagará em breve 2S feira - Daniel 9.24-27
O príncipe que há de vir
Satanás debaixo dos
vossos pés. A graça 3a feira - Isaías 51.12-15
O furor do angustiador
de nosso Senhor Jesus
4a feira - Daniel 11.37-39
Cristo seja convosco.
Ao deus das fortalezas honrará
Amém!
5a feira - Apocalipse 13.1-3
Romanos 16.20 A besta que sobe do mar
6a feira - 1 João 2.18-29
O mentiroso e enganador
Sábado - Apocalipse 19.11-21
O destino final do Anticristo

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• identificar o verdadeiro e o falso messias, segundo as Sa­
gradas Escrituras;
• compreender que as promessas de paz, segurança e
prosperidade, propostas pelo Anticristo, não se cumprirão;
• concluir que, no final dos tempos o Senhor Jesus Cristo
triunfará poderosamente sobre o Anticristo, lançando-o no
lago de fogo ardente.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
Como apoio didático, sugerimos que, no tópico 2.2, seja
apresentado aos alunos um quadro contendo alguns fatos di­
retamente relacionados ao Anticristo.

PRINCIPAIS EVENTOS RELACIONADOS AO ANTICRISTO


• Seu aparecimento se dará no fim da história de Israel (Dn
8.17).
• Manifestar-se-á no começo do Dia do Senhor (2 Ts 2.1-3).
• Ascenderá ao poder, oferecendo paz e prosperidade a to­
dos (Ap 6.2).
• Firmará e selará publicamente um pacto de paz com Israel
(Dn 9.27).
• Na metade do seu governo, haverá uma morte violenta (Dn
11.45; Ap 13.3).
• Descerá ao abismo e dele emergirá, mais tarde (Ap 17.8).
• Receberá vida após ser curado (Ap 13.11-14).
• O mundo inteiro, maravilhado, o seguirá (Ap 13.3).

20 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


• Governará o mundo nos aspectos político, religioso e eco­
nômico (Ap 13.4-8,16-18).
• Pronunciará grandes blasfêmias contra Deus (Dn 7.8; Ap
13.6).
• Será controlado totalmente pelo diabo (Ap 13.2-5).
• Matará publicamente as duas testemunhas (Ap 11.7).
• Perseguirá furiosamente o povo judeu (Dn 7.21,25; Ap 12.6).
• Convocará todas as nações para conquistar Jerusalém (Zc
12.1,2; 14.1-3. Ap 16.16; 19.19).
• Invadirá Israel e profanará o templo reconstruído (Dn 9.27;
11.41; 12.11; Mt 24.15; Ap 11.2).
• Assentar-se-á no templo para ser adorado como Deus (2 Ts
2.4; Ap 13.4-8).
• Será proclamado como divino com grandes sinais e prodí­
gios (2 Ts 2.9-12).
• Lutará contra Cristo na segunda fase da Sua vinda, na cam­
panha militar do Armagedom. Será derrotado totalmente
com todos os seus exércitos e forças malignas (Ap 19.19).
• Será lançado vivo no lago de fogo ardente (Dn 7.11; Ap
19.20).
Boa aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Ao dirigir-se ao rei Nabucodonosor, Daniel declarou que o
Deus que está nos céus é o único que sabe; é o único que tem
as respostas e o significado dos sonhos e das visões relacio­
nados aos acontecimentos previstos para ocorrer no fim dos
dias (Dn 2.28).
Este mesmo princípio aplica-se, literalmente — em sua
maioria —-, às visões e revelações dadas a Daniel: muitas de
suas profecias fazem referência dire- ______________
ta ao Anticristo que governará o mun- ■■■■■■■■■
do durante sete anos (Dn 9.24-27). a Escritura afirma que
o Anticristo virá para
O SURGIMENTO DO representar o diabo (Ap
13.2), assim como o Senhor
ANTICRISTO
Jesus veio a este mundo
Imediatamente após a consu­ como representante do Deus
mação da segunda vinda do Senhor
eterno, todo-poderoso (Jo
Jesus e o arrebatamento dos salvos,
9.4).
de acordo com as profecias bíblicas,
terá início o Dia do Senhor (Sf 1.15;
Am 5.18-20; 2 Pe 3.10-13). Precisa-
mente nesta ocasião, aparecerá o Anticristo para cumprir um
papel importantíssimo, descrito no panorama profético dos
dias finais. Esses dias serão os piores na vida do ser humano,

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 21
ainda que nos primeiros quarenta e dois meses tudo pareça
transcorrer dentro da normalidade (Ap 13.5b).

1.1. No começo do Dia do Senhor


Escassez de alimentos; enfermidades múltiplas; desempre­
go; violência; roubos; crimes; terrorismo; ódio entre as nações;
lutas acirradas entre as classes empresariais e trabalhadoras,
entre professores e alunos, entre os poderes executivo, legis­
lativo e judiciário; insegurança; liberação das drogas; destrui­
ção da família; anarquia e caos total: tais conjunturas serão
observadas nos dias finais do ser humano.
No fundo do poço, onde não há claridade, esperança ou
motivação positiva, governantes mundiais, líderes e pessoas
comuns — de todos os segmentos, áreas e grupos sociais —
clamarão por alguém forte e carismático — vindo da terra, do
céu ou do inferno —, com respostas e soluções urgentes para
salvar a humanidade.
Diante dessas ocorrências, no momento preestabelecido
por Deus, surgirá o Anticristo, montado em um cavalo bran­
co, com a mensagem da esperança, anunciando um novo tem­
po de prosperidade, felicidade e bênçãos (Ap 6.2).

1.2. Paz para todos


Procurando imitar a pessoa do Senhor Jesus, que veio como
Príncipe da Paz (Is 9.6), o Anticristo começará o seu governo,
apresentando um plano de paz universal em que não haverá
guerras, rebeliões, manifestações ou confrontos em todos os ní­
veis da sociedade. O medo, o terror, o assombro e a insegurança
serão substituídos pela paz, alegria e felicidade. O sonho de cada
pessoa será realizado na nova era prometida pelo Anticristo.
Utilizando os meios de comunicação mais eficientes, po­
derosos e sofisticados, o Anticristo estabelecerá um concerto
de paz com a nação de Israel — e outras nações inimigas —,
concernente à disputa territorial. Como promotor e mediador,
patrocinado oficialmente por seu governo, ele transmitirá uma
mensagem ao mundo, anunciando que o seu objetivo é a paz e
a prosperidade para todos, destituída de preconceitos ou discri­
minações (Dn 9.27).
Com a grande boca que receberá do diabo, seus pronuncia­
mentos serão impecáveis e notáveis; deste modo, persuadirá
milhões de indivíduos em todos os lugares da terra (Ap 13.5).
O Anticristo reconquistará a credibilidade e a confiança das
massas populares, ultrapassando todos os créditos conferidos
aos líderes postados nos anais da história universal.

1.3. Problemas resolvidos


Sete anos será o tempo do Anticristo como governante
mundial, quando a última semana de anos mencionada nas
Escrituras será cumprida, literalmente, em todas as suas ati-

22 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


vidades. Este período (Tribulação e Grande Tribulação) será
dividido em duas partes de três anos e meio cada uma.
Na primeira etapa, o Anticristo aparecerá como um prínci­
pe salvador, um eminente e confiável líder político, com ações
visíveis e comprovadas publicamente. Emprego, saúde, educa­
ção, segurança e lazer serão bens intangíveis garantidos a todas
as pessoas; dívidas contraídas, relacionadas à crise econômica,
serão solucionadas. Por essas e outras iniciativas — inclusive no
que tange à religiosidade (quando nada será proibido) —, o An­
ticristo será aceito e admirado pelas multidões, com um índice
de aprovação jamais visto na história dos grandes líderes. Ele
será um mito, com milhões de seguidores fanáticos, que o ado­
rarão; estes estarão prontos, se necessário, a morrer por ele.

2. TEMOS UM ESPECIALISTA
Líderes, cientistas, autoridades nas áreas da educação,
economia, habitação e segurança não têm soluções definitivas
para o futuro da raça humana. Por essa razão, a incessante
procura por especialistas, em todas as áreas, tomou-se uma
realidade incontestável em nossos dias. Gastam-se milhões,
produzindo e buscando, alguém superdotado, acima da mé­
dia, para enfrentar e vencer os desafios que surgem a cada
instante, tais como: terrorismo; violência urbana; fome; pande­
mias; ideologia de gênero; discriminação, dentre outros. E essa
busca se intensificará nos dias finais.

2.1. O Anticristo: gênio; mestre; especialista


Durante sete anos, o Anticristo será o foco, o centro, o ca­
talisador, a figura mais proeminente em todo o mundo. Ele se
destacará em diversas áreas. Vejamos a seguir.

2.1.1. Na intelectualidade
O mundo será impactado pelo acúmulo de conhecimentos
do Anticristo, cuja mente brilhante terá domínio sobre o in­
telecto. Seus poderes de percepção, entendimento e aprovei­
tamento das informações ultrapassarão qualquer capacidade
cognitiva humana. Ele será inigualável (Dn 8.23).

2.1.2. Na oratória
O mundo será persuadido pelo encanto mágico das ex­
pressões e palavras inteligentes, brilhantes, emocionantes e
convincentes do mais poderoso líder de todos os tempos (Dn
11.36; Ap 13.2,6). O Anticristo será um orador acima da média.

2.1.3. Na política
O Anticristo surgirá do anonimato, trazendo coisas novas e
soluções inovadoras. Nutrido do poder satânico, em um curto
período de tempo, ele ocupará lugar proeminente no cenário

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
político mundial. Sua habilidade di­
plomática, capacidade de articulação
A profecia de Daniel destaca
e astúcia deixarão admirados os espe­
uma ponta pequena cialistas das instituições políticas, fa-
diante da qual três das zendo-os concordar com as ações des­
pontas primeiras foram se líder incomparável. Suas propostas
arrancadas (Dn 7.8). Esta serão seguidas de grandes sinais, que
é uma referência ao último serão realizados publicamente por ele
governante da terra, que e pelo Falso Profeta — sobre o qual fa­
laremos na próxima lição (tópico 2.3)
abaterá todos os que se
—, diante de todos (Ap 13.5).
colocarem em seu caminho
(Ap 6.2; 13.2). 2.1.4. Na economia
O Anticristo será o comandante
geral das nações, o dono da última
palavra. É possível que ele estabele­
A primeira besta ça os preços de todos os produtos e
(o Anticristo) e a segunda serviços, fixando os lucros, juros, des­
pesas e valores das ações públicas e
(o Falso Profeta) serão os
privadas. Em seu governo, todas as
diretores-executivos do ações mercantis serão nacionaliza­
maior e mais pernicioso das; nada escapará do seu controle.
sistema de engano Nos últimos três anos e meio de sua
conhecido na história administração (Grande Tribulação),
da humanidade. ninguém poderá comprar ou ven­
der sem sua permissão pessoal (Dn
11.43; Ap 13.16,17).

2.1.5. No âmbito militar


Será fantástico e inovador, quase perfeito nas estratégias
militares. O Anticristo será o chefe supremo das forças arma­
das de todo mundo. Em seu intento de derrotar o Senhor Je­
sus e as hostes celestiais, ele formará um poderoso exército,
com 200 milhões de soldados supertreinados (Ap 9.16), que
estará disposto a morrer por ele e por sua causa. O exército
do Anticristo terá a mais eficiente, destrutiva e sofisticada
máquina de guerra à sua disposição, desenvolvida com a mais
alta tecnologia disponível no fim dos tempos.

2.1.6. Na religiosidade
Nenhum líder mundial conseguiu realizar o que o Anticristo
fará durante o seu reinado de terror. Ele começará seu gover­
no como um homem de bem, pacificador, jurisconsulto e perito
em economia; ele dará tudo de si, como se fosse o maior inte­
ressado no bem-estar de todos. Entretanto, seu objetivo final
será unir todo o sistema religioso para que todos o adorem, a
despeito da religião que professem. João contempla a parceria
entre os poderes político e religioso nos dias finais (Ap 17.1-3).

24 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


2.2. 0 império do engano
Assim como Satanás utilizou-se do engano, desde o início
dos tempos, ele incorporará essa mesma estratégia no Anti-
cristo no final desta era (2 Co 1.7). Observe o que a Escritura
ressalta a respeito do império do engano.
• Jesus declarou que o diabo é o pai da mentira (Jo 8.44);
esta, aliás, é sua arma principal (Ap 12.9).
• Jesus também disse que, nos últimos dias, surgirão em
todo o mundo falsos cristos, falsos profetas, falsos apósto­
los, falsos mestres, falsos doutores, falsas doutrinas, falsos
espíritos, falsos testemunhos, falsos evangelhos, os quais
desviarão milhões de seres humanos da verdade; se possí­
vel fora, enganariam até os escolhidos (Mt 24.24).
• Paulo acrescentou que, nos últimos dias, espíritos imun­
dos invadirão a terra, promoverão e implantarão o engano,
levando as pessoas à mentira (1 Tm 4.1-3; 2 Tm 3.1-5,13).
• Por fim, Jesus exortou Seus discípulos acerca dos dias finais.
Disse Ele: acautelai-vos, que ninguém vos engane (Mt 24.4).

CONCLUSÃO
Quando a apostasia alcançar proporções gigantescas,
abrangendo o mundo inteiro, o Espírito Santo e a Igreja serão
retirados da terra. Só então, haverá a manifestação do Anti-
cristo (2 Ts 2.3-6), que será: revestido de poder satânico; refe­
renciado por sua inteligência, carisma e liderança; e admirado
pelas massas populares (Ap 13.3,4).
O espírito demoníaco da besta — mencionado na Escritura
como o espírito doAnticristo (1 Jo 4.3; 2.18) — já está operando
no mundo. O poder desta força maligna espiritual foi-lhe confe­
rido pelo dragão (o diabo). Essa força controlará a vida pública
e privada de milhões de indivíduos (Ap 13.16,17), durante o
governo do homem do pecado, o filho da perdição (2 Ts 2.3).
Assessorado diretamente pela segunda besta (o Falso Pro­
feta), o Anticristo terá a sua marca — o seu logotipo, a sua
senha, a sua legenda — postada na mão direita (ou na testa)
de todos aqueles que o servirão (Ap 13.16-18).
No final dos sete anos, ele será vencido e condenado, por
ocasião da Revelação do Senhor Jesus na batalha do Armage-
dom, na segunda fase do retomo de Cristo (2 Ts 2.8).

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO


1. De acordo com o que foi exposto nesta lição, responda:
Em que momento da história humana terá início o Dia do
Senhor (Sf 1.15; Am 5.18-20; 2 Pe 3.10-13)?
R.: O Dia do Senhor, de acordo com as profecias bíblicas, terá
início imediatamente após a consumação da segunda vida
do Senhor Jesus e o arrebatamento dos salvos.

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
Aula dada em
DIA MÊS | ANO
A Grande Tribulação
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Mateus 24.21
21 - Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o prin­
cípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais.

Sofonias 1.14-18
14 - 0 grande dia do Senhor está perto, está perto, e se apressa muito a voz
do dia do Senhor; amargamente clamará ali o homem poderoso.
15 - Aquele dia é um dia de indignação, dia de angústia e de ânsia, dia de
alvoroço e de desolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e
de densas trevas,
16 - dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortes e contra as torres
altas.
17- E angustiarei os homens, e eles andarão como cegos, porque pecaram
contra o Senhor; e o seu sangue se derramará como pó, e a sua carne,
como esterco.
18 - Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do Se­
nhor, mas, pelo fogo do seu zelo, toda esta terra será consumida, porque
certamente fará de todos os moradores da terra uma destruição total e
apressada.

Apocalipse 6.15-17
15 - E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos,
e todo servo, e todo livre se esconderam nas cavernas e nas rochas das
montanhas
16 - e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos do
rosto daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro,
17 - porque e vindo o grande Dia da sua ira; e quem poderá subsistir?

26 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


TEXTO ÁUREO SUBSÍDIOS PARA
O ESTUDO DIÁRIO
Como guardaste a
palavra da minha 2a feira - Daniel 12
Um tempo de terrível angústia
paciência, também eu
te guardarei da hora 3a feira - Ezequiel 9
O grande dia do furor do Senhor
da tentação que há
4a feira - Lucas 21.25-33
de vir sobre todo o
Sinais espantosos no céu e na terra
mundo, para tentar os
5a feira - Apocalipse 11.1-3
que habitam na terra. Dois profetas especiais na Grande Tribulação
Apocalipse 3.10 6a feira - Apocalipse 16
As sete taças da ira de Deus
Sábado - Marcos 13.24-31
Os anjos ajuntarão os escolhidos de Deus

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• compreender que as tragédias da Grande Tribulação não
serão, em sua maioria, figurativas, nem simbólicas;
• conhecer os protagonistas deste tempo escatológico;
• descrever os propósitos da Grande Tribulação.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
Como apoio didático, sugerimos que, nos tópicos 2.2 e 2.3,
seja apresentado aos alunos um quadro contendo fatos rela­
cionados ao Anticristo e ao Falso Profeta, registrados nas Es­
crituras.

DEZ IMPORTANTES FATOS REGISTRADOS NAS ESCRITURAS


ACERCA DO ANTICRISTO ACERCA DO FALSO PROFETA
A ponta pequena (Dn 7.8) A besta que subiu da terra (Ap 13.11)

Um rei, feroz de cara (Dn 8.23) Dois chifres, semelhantes aos de um cordeiro (Ap 13.11)

0 príncipe que há de vir (Dn 9.26) 0 último precursor do Anticristo (Ap 13.12)

0 assolador (Dn 9.27) 0 assistente direto do Anticristo (Ap 13.12)

0 rei que fará sua vontade (Dn 11.36) Imitador dos profetas do Senhor (Ap 13.12)

0 pastor insensato (Zc 11.15) Terá a aparência de cordeiro e boca de dragão (Ap 13.11)

0 homem do pecado (2 Ts 2.3) Instrumento do diabo nos últimos dias (Ap 13.13)

Induzirá os habitantes da terra a fazerem uma imagem à


0 filho da perdição (2 Ts 2.3)
besta (Ap 13.14)

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
DEZ IMPORTANTES FATOS REGISTRADOS NAS ESCRITURAS
ACERCA DO ANTICRISTO ACERCA DO FALSO PROFETA
Obrigará as pessoas a colocarem a marca da besta !
0 cavaleiro do cavalo branco (Ap 6.2)
(Ap 13.16)

Será derrotado por Cristo e lançado no lago de fogo


A besta que sobe do mar (Ap 13.1-9)
(Ap 19.20)

Boa aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Conhecer o que o futuro nos reserva oferece-nos a oportu­
nidade de preparação e de definição sobre onde passaremos
a eternidade. Por essa razão, nesta lição, estudaremos este
evento que ocupa a maior parte do livro das revelações pro­
féticas (Ap 6—19); além disso, examinaremos vários textos
proféticos do Antigo Testamento, que nos oferecem uma des­
crição abrangente, rica e esclarecedora acerca do que será,
quando e como se dará o maior tempo de sofrimento na his­
tória da humanidade.

EM QUE CONSISTIRÁ A GRANDE


TRIBULAÇÃO?
Segundo as profecias bíblicas, a Tribulação durará sete
anos — período conhecido como a última das 70 Semanas
Proféticas de Daniel (Dn 9.24; 12.1). Nesse tempo, toda a ter­
ra e seus habitantes experimentarão o caos absoluto e uma
devastação sem precedentes, durante 2.520 dias.
Conforme destacado na Lição 3 (tópico 1.3), esse período
(Tribulação e Grande Tribulação) será dividido em duas par­
tes de três anos e meio cada uma:
• a primeira etapa de três anos e meio — tempo, e tempos,
e metade de um tempo (Dn 7.25; Ap 12.14); equivale a qua­
renta e dois meses (Ap 11.2; 13.5); igualmente a mil duzen­
tos e sessenta dias (Ap 12.6) — é chamada na Bíblia de
Tribulação e abrange os capítulos 6—9 do Apocalipse;
• a segunda etapa é denominada, no texto bíblico, de a
Grande Tribulação e terá a mesma duração que a primeira
(três anos e meio). Esta será a pior e mais terrível época
na história da humanidade; depois dela, outra não será
testemunhada por olhos humanos.

28 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


1.1. Após o arrebatamento dos salvos
No fim dos tempos, a contagem regressiva dos últimos
dias começará após todos os salvos serem arrebatados pelo
Senhor — conforme descrito na Lição 1 (tópico 1.1.1). Esse pe­
ríodo indica o começo do período tribulacional.
Quando a primeira etapa (Tribulação) tiver início, as pes­
soas estarão assustadas com os últimos acontecimentos, es­
pecialmente com o desaparecimento
de milhões de indivíduos em todo
o mundo. A ausência de familiares, Conforme mencionado
amigos e conhecidos impactará des­ na Lição 3 (tópico 1.2), a
mesuradamente os que não tiverem assinatura de um pacto de
sido arrebatados. paz, proteção e colaboração
Neste ponto, autoridades em to­ entre o governante mundial
dos os níveis da sociedade tentarão e a nação de Israel será um
resolver celeremente os problemas sinal profético da Tribulação
causados pelo desaparecimento das que o mundo conhecerá
pessoas. É possível imaginar o caos (Dn 9.27).
que se instalará em todos os lugares.
O mundo enfrentará o desastre da
paralisação de todos os segmentos sociais — das mais altas
esferas, às mais humildes; dos bens e serviços mais elemen­
tares, aos mais específicos.
Mesmo sofrendo, as pessoas procurarão adaptar-se às cir­
cunstâncias nesses primeiros três anos e meio. Será um tempo
de muita dificuldade, mas suportável,
o pior acontecerá na segunda etapa
— na Grande Tribulação —, que ocor­ Na Bíblia, encontramos
rerá nos próximos três anos e meio. termos que descrevem o
período da Grande Tribulação,
1.2. Justiça e ira divina tais como: ira, indignação,
Deus manifestará Sua justiça, ju­ destruição, desolação, juízo,
ízos, julgamentos e ira sobre toda a prova, trevas, sofrimento,
terra, através dos selos, das trom­ ruína, escuridão, nuvens,
betas e das taças. Serão 21 juízos aflição e negridão. Diversas
imediatos; alguns, simultâneos — es­ expressões, aliás, referem-se
pecialmente na segunda etapa (na a essa época como o tempo
Grande Tribulação). da angústia de Jacó; o dia
Todos os termos utilizados na Es­ de trevas; o dia da vingança
critura para fazer referência à Gran­ de nosso Deus; aquele dia; o
de Tribulação indicam, essencialmen­ grande dia e Dia do Senhor.
te, ira, punição, condenação, castigo,
julgamento e juízo divinos. No pano­
rama profético, o Dia do Senhor, especificamente, focaliza os
piores sofrimentos que ocorrerão durante a Grande Tribulação.

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
QUEM SERÃO OS PROTAGONISTAS DESTE
TEMPO ESCATOLÓGICO?
É sabido que o diabo, o Anticristo e o Falso Profeta
constituem a trindade satânica, mas o que acontecerá, no céu
e na terra, durante a Grande Tribulação? Que papel cada um
dos protagonistas mencionados no texto bíblico exercerá nes­
se período? De que maneira os fatos previstos para acontecer
nos tempos do fim influenciarão a vida de cada ser humano?
Vejamos a seguir.

2.1. O diabo
O diabo será um dos mais ativos personagens neste perío­
do — que antecederá sua derrocada final, bem como a de seu
império maligno. Ele fará de tudo; investirá tudo; mobilizará,
convocará, manipulará e tentará todas as pessoas; e utiliza­
rá todos os meios possíveis para arrastar milhões de seres
humanos ao destino final que lhe está reservado — o lago de
fogo ardente, o inferno, lugar real e literal de tormento eter­
no (Ap 20.10).

2.2. O Anticristo
Na opinião de ilustres eruditos da Bíblia, o Anticristo, depois
do Senhor Jesus, é a figura mais importante nas profecias bíbli­
cas e em toda a história humana. Ele será o governante mun­
dial durante os sete anos da Tribulação.
Um estudo detalhado acerca do tema permite-nos afirmar
que João, no Livro do Apocalipse, refere-se ao Anticristo como
rei; o apóstolo Paulo, por sua vez, descreve seu aspecto es­
piritual; e o profeta Daniel destaca o ponto de vista históri­
co relacionado a esta figura satânica. Mas, de onde ele virá?
Qual será sua nacionalidade? Ele já
está entre nós? Quanto tempo durará
As naturezas de Cristo o seu domínio universal?
e do Anticristo são
2.2.1. O homem do pecado
compietamente opostas.
Passagens bíblicas E expressão homem do pecado (2
Ts 2.3) é uma das figuras atribuídas
mencionam o homem
ao Anticristo. Ele fará tudo que esti­
pecador (Lc 5.8) e o servo ver ao seu alcance para aborrecer e
do pecado (Jo 8.34); ofender a Deus, que é pleno em san­
todavia, a expressão tidade. Deus é santo em tudo que é
homem do pecado é e faz (Is 6.3), enquanto o Anticristo é
citada uma única vez iníquo em tudo que é e faz (2 Ts 2.8).
nas Escrituras e se Como homem do pecado, o Anti­
cristo, consciente e voluntariamente,
aplica exclusivamente ao
entregar-se-á a tudo que é errado,
Anticristo (2 Ts 2.3). nocivo e imundo, cumprindo o seu
papel no cenário profético mundial.

30 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


No aspecto espiritual-religioso, a oposição total que o An-
ticristo fará ao Senhor Jesus Cristo pode ser observada no
quadro a seguir.

CRISTO É... O ANTICRISTO É...

a verdade a mentira

o santo o ímpio

o Varão de dores o homem do pecado

o Filho de Deus o filho da perdição

o mistério da santidade o mistério da iniquidade

o purificador do templo o profanador do templo

o Cordeiro a besta

2.2.2. A vinda do Anticristo


Nos dias em que o apóstolo João viveu, os cristãos ouviram
falar sobre a vinda do Anticristo (1 Jo 2.18) e sobre o espírito
do Anticristo que já estava no mundo (1 Jo 4.3).
Comenta-se nos meios teológicos que o Anticristo poderá
surgir, no panorama mundial, como um indivíduo muito im­
portante no conflito do Oriente Médio entre árabes e judeus.
Tal opinião tem como base as profecias que declaram que ele
será um governante universal.
Como poderoso negociador e articulador, o Anticristo se
envolverá profundamente nas instituições e organizações po­
líticas, tais como a União Europeia, o parlamento europeu, o
Mercosul, a OEA (Organização dos Estados Americanos), a ONU
(Organização das Nações Unidas), dentre outras.
A marca, o sinal e a senha da primeira besta, o Anticristo,
será um projeto mundial liderado pelo Falso Profeta na Grande
Tribulação (Ap 13.16,17).

2.3. O Falso Profeta


O Falso Profeta será outro personagem importante duran­
te a Grande Tribulação. Como assessor direto do Anticristo,
suas atividades estarão subordinadas diretamente ao enga­
nador, ao ímpio, ao opressor (Is 14.4). Ele é identificado na
Bíblia como a outra besta (Ap 13.11). Ele controlará o maior
e mais terrível sistema de apostasia religiosa de todos os tem­
pos e promoverá a pior de todas as apostasias morais jamais
existentes na história da humanidade.
O Falso Profeta não buscará glória para si mesmo. Ele não
será o foco, nem será alvo de culto ou adoração. Sua missão
consistirá em dirigir toda a atenção do mundo para o Anticris­
to. Possuído pelo poder de Satanás, a outra besta realizará
falsos milagres e falsos sinais, em proporções incríveis, levan­

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 31
do milhões de pessoas ao engano. Ele conduzirá as nações, os
povos, as famílias e cada pessoa, individualmente, à adoração
do Anticristo (Ap 13.11-15).

2.4. Os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó


Os judeus terão destaque entre os habitantes da terra no
período tribulacional — um dos principais motivos está rela­
cionado ao fato de os acontecimentos mais relevantes deste
período transcorrer em Israel, no Oriente Médio.
De acordo com as profecias, o povo judeu, neste tempo,
será purificado pelo Senhor, a fim de preparar-se para sua
restauração espiritual, política, social e geográfica. Esse tem­
po de dores para os filhos de Abraão é referenciado na Bíblia
como a angústia de Jacó (Jr 30.4-7).

2.5. Outros povos


Nações gentias de todas as partes do mundo vivenciarão
os horrores da Grande Tribulação. As pessoas que rejeitaram
a Cristo e os ímpios (que deliberadamente escolheram servir ao
diabo na prática desenfreada do pecado) serão alvos dos juízos
divinos e serão castigados por toda maldade. Os povos que
perseguiram o povo de Deus serão severamente punidos (Is
13.11-13; J1 3.2; Ob 15,16).

CONCLUSÃO
A Grande Tribulação será um período de sofrimento ini­
gualável. As aflições desse tempo jamais foram vividas pelos
homens em toda a sua história.
A Grande Tribulação serve a alguns propósitos, dentre os
quais se destacam:
• fazer com que Israel reconheça o Messias verdadeiro: Je­
sus Cristo, o Senhor (Ez 20.33-38; Mt 23.37-39);
• julgar as nações gentias pela tentativa de exterminar a na­
ção de Israel e por seus abusos infames (Gn 12.3);
• permitir que os incrédulos experimentem pessoalmente a
tristeza e o sofrimento perpetrados pelo império maligno
— administrado por Satanás, o Anticristo e o Falso Profeta;
• derramamento da ira de Deus sobre todos os que rejeita­
ram o evangelho (Ap 14.9-11).
Ouçamos a voz das profecias!

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO


1. Qual será a grande missão do Falso Profeta, de acordo
com o que foi exposto nesta lição?
R.:O Falso Profeta não buscará glória para si mesmo. Ele não
será o foco. Ele não será alvo de culto ou de adoração. Sua
missão consistirá em dirigir toda a atenção do mundo para
o Anticristo.

32 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


«Su,S"Ãno As Duas Testemunhas
do Final dos Tempos
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Apocalipse 11.3-12
3- E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil du­
zentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco.
4 - Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus
da terra.
5- E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca e devorará
os seus inimigos; e, se alquém lhes quiser fazer mal, importa que assim
seja morto.
6- Estas têm poder para fechar o céu, para que não chova nos dias da sua
profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue e
para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem.
7 - E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes
fará guerra, e as vencerá, e as matará.
8- Ejazerá o seu corpo morto na praça da grande cidade que, espiritualmen­
te, se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado.
9 - E homens de vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão seu corpo
morto por três dias e meio, e não permitirão que o seu corpo morto seja
posto em sepulcros.
10 - E os que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão,
e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas
tinham atormentado os que habitam sobre a terra.
11 - E, depois daqueles três dias e meio, o espírito de vida, vindo de Deus,
entrou neles; e puseram-se sobre os pés, e caiu grande temor sobre os
que os viram.
12 - E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi cá. E subiram ao
céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram.

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
TEXTO ÁUREO SUBSÍDIOS PARA
O ESTUDO DIÁRIO
Vós sois as minhas
testemunhas, diz o 2a feira -1 Crônicas 16.15-22
Senhor, e o meu servo, a Não toqueis nos meus ungidos

quem escolhi; para que 3a feira - Mateus 5.14-16


Resplandecendo como luz no mundo
o saibas, e me creiais, e
entendais que eu sou o 4a feira - João 5.28,29
A ressurreição da vida
mesmo, e que antes de
5a feira - Atos 1.8-11
mim deus nenhum se
Poder para testemunhar
formou, e depois de mim
6a feira - Atos 13.1-3
nenhum haverá.
Profetas na Igreja do Senhor
Isaías 43.10 Sábado - 1 Tessalonicenses 4.15-17
Os salvos serão arrebatados

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• analisar a missão das duas testemunhas no contexto es-
catológico desta lição;
• conhecer as principais características do plano divino para
uma vida de testemunho cristão fidedigno;
• conscientizar-se de que uma testemunha fiel e autêntica
passa por perseguição ou até mesmo pela morte, como as
duas testemunhas.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
Nos dias que antecedem a sua aula, é impreterível que haja
planejamento; portanto, pense em qual método você utilizará
na condução do processo de ensino-aprendizagem.
Um dos métodos mais utilizados em classe é o da preleção
(ou exposição oral), que está centralizado na figura do profes­
sor — o que pode ser uma desvantagem —; todavia, se ele for
empregado em alternância com outros, tornar-se-á mais fun­
cional. Trabalhos em grupo e debates contribuem para uma
aula mais clara e precisa, trazendo melhores resultados.
A seguir, destacamos algumas sugestões para o uso do mé­
todo expositivo:
• utilize-se de ilustrações para aclarar o tema;
• conheça seus ouvintes — isto favorece a adequação da lin­
guagem para que eles sejam alcançados pelo tema;
• domine o assunto que será ministrado em classe;
• no final da aula, apresente uma síntese das ideias centrais
da lição.

34 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


Adaptado de: CHAVES, G. Central Gospel, 2012, p. 148-150.
Boa aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Nesta lição, estudaremos duas personagens misteriosas,
referidas no Livro do Apocalipse apenas como as duas teste­
munhas (Ap 11.3). O que se sabe a respeito dessas duas per­
sonalidades escatológicas é que elas estão ligadas ao tempo
da Grande Tribulação, quando o Anticristo se voltará contra
a nação de Israel, depois de profanar o templo (2 Ts 2.4; Ap
11.1,2).
Essas testemunhas profetizarão na cidade de Jerusalém e
exercerão um ministério impactante e sobrenatural por 42 me­
ses — 1.260 dias, ou três anos e meio. As duas testemunhas
proclamarão uma nova etapa, um novo mundo, onde não have­
rá morte, nem pranto, nem clamor, nem dor (Ap 21.4). Todos os
que aceitarem o dom de Deus, permanecerem fiéis e guarda­
rem os mandamentos do Senhor serão salvos e viverão felizes
na presença do Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16).
Logo que terminarem a sua missão, as duas testemunhas
serão mortas pela besta (Ap 11.7).

DUAS TESTEMUNHAS ESCATOLÓGICAS


Muitas especulações foram feitas no decorrer da His­
tória, a respeito da identidade das duas testemunhas. Uma
das correntes mais conhecidas defende que elas representam
os dois Testamentos (Antigo e Novo). Outros estudiosos, no
entanto, afirmam que elas podem retratar duas dispensações
[como, por exemplo, Lei e Graça], Outros comentaristas bíbli­
cos, ainda, acreditam que podem ser Josué e Zorobabel (Zc
4.3,12), ou João e Paulo (Jo 21.22,23; Fp 1.22-25), ou Enoque
e Elias (Gn 5.24; 2 Rs 2.11), ou, talvez, dois pregadores — um
judeu e outro gentio.
Porém, a hipótese mais aceita pelos exegetas bíblicos, teó­
logos, comentaristas e estudantes da Bíblia versa que as duas
testemunhas, provavelmente, serão Moisés e Elias (Dt 34.6;
Lc 9.30,31; Jd 1.9).

1.1. Testemunhas especiais


Essas duas testemunhas encontram-se no meio da septua­
gésima semana das visões escatológicas de Daniel (Dn 9.24).
Mesmo que este seja um período da falsa paz, em que haverá
demonstrações de poder e muitos sinais, elas se levantarão
contra o Anticristo — para fazer oposição ao seu governo au-

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
tocrático e diabólico — e tentarão libertar o mundo da ce­
gueira espiritual, pois as pessoas, nesse período, o aclamarão
como líder mundial e o adorarão, profanamente, como se fos­
se ele um deus (Is 14.13,14; 2 Ts 2.4).
A coligação infernal — composta pelo Anticristo, pelo Falso
Profeta, pelos demônios e pelas nações ímpias que rejeitam e
blasfemam contra o Deus verdadeiro (Ap 16.9) — formará um
único bloco maligno, que buscará a vitória pública, esmaga­
dora e contundente do diabo e, por essa razão, se posicionará
contra as duas testemunhas (Ap 11.3).

1.2. Castiçais e oliveiras


As testemunhas são No decurso de três anos e meio,
descritas como duas despontará um fato que comprovará
oliveiras e dois castiçais. a origem divina das duas testemu­
[...] O princípio universal nhas, simbolizadas no Apocalipse
como castiçais e oliveiras que estão
para essas e todas as outras
diante do Deus da terra (Ap 11.4b).
testemunhas do Senhor é Como castiçais, elas refletirão a luz
que o testemunho delas pela divina e iluminarão o mundo, envolto
verdade não é por força, em trevas. Como oliveiras (árvore
nem por violência, mas pelo que produz azeitona, e de cujo fruto
Espírito do Senhor se extrai o azeite), representarão a
(Zc 4.6) (RADMACHER; unção do Espírito Santo. Ungidas,
separadas e enviadas pelo Senhor
ALLEN; HOUSE. Central
todo-poderoso, as duas testemunhas
Gospel, 2010b, p. 778). serão instrumentos vivos da glória
de Deus (Lc 4.18,19).

1.3. Profetas na terra dos profetas


As duas testemunhas proclamarão as palavras de Deus em
Israel, terra dos profetas.
Jerusalém, a cidade inesquecível, amada e reverenciada por
judeus em todos os lugares do mundo, será o palco principal
dos eventos mais importantes do tempo do fim. As testemu­
nhas-profetas do Senhor exercerão suas atividades precisa­
mente onde tudo começou e onde tudo terminará (Ap 11.8,9).
O propósito divino para as duas testemunhas é o de que
sirvam como vozes proféticas no tempo do fim. Elas alertarão
as pessoas a buscarem o Senhor, enquanto houver oportuni­
dade (Is 55.6); anunciarão as punições e bênçãos prometidas,
quando os reinos forem do Cristo de Deus (Ap 11.15); profeti­
zarão sobre a restauração espiritual, política, social e territo­
rial de Israel, do remanescente que fugirá para o deserto (Ap
12); e vaticinarão a derrota do Anticristo e seus exércitos (Ap
17.14; 19.11-21). As duas testemunhas exercerão seu minis­
tério profético durante o tempo predeterminado pelo Senhor
(Ap 11.3).

36 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


1.4. Vestimenta significativa
Os panos de saco (tecido grossei­ O Anticristo, fínalmente,
ro. fabricado com pelo de bode; conf. receberá permissão para
Ap 11.3) eram utilizados por aqueles matar as duas testemunhas.
que pranteavam — Jacó (Gn 37.34); Porém, ela (a besta) não
Davi (2 Sm 3.31); Acabe (1 Rs 21.27);
poderá matá-las, até
Ezequias (2 Rs 19.1). Esse tipo de ves­
timenta traduz humildade e modés­ que elas terminem o seu
tia, mas, ao mesmo tempo, indica tris­ testemunho (WILLMINGTON,
teza, insatisfação e desconforto. H. L. Central Gospel,
Trajadas com tais vestes, as duas 2015a, p. 683).
testemunhas, simbolicamente, mani­
festarão seu desagrado e discordân­
cia em relação à situação causada
pelos agentes do mal.

A aparência das duas


2. TESTEMUNHAS
testemunhas é peculiar;
PODEROSAMENTE
elas estarão vestidas de
CAPACITADAS POR DEUS saco (Ap 11.3), simbologia
Para desenvolverem a sua mis­ que indica tristeza,
são, as duas testemunhas escatoló- humildade e lamento
gicas receberão, de Deus, poder (Ap (Gn 37.34; 2 Sm 3.31).
11.3) para enfrentar o governo do Elias e João Batista
Anticristo, que opera por Satanás
vestiram-se desta maneira
(Ap 13.2).
Vejamos, portanto, como Deus as (2 Rs 1.8; Mt 3.4).
capacitará para enfrentar as forças
das trevas (Ap 11.4).

2.1. O poder de Deus


Deus declara que as duas testemunhas são dele (minhas;
conf. Ap 11.3) e que as dotará de poder — como a Moisés e a
Elias (Êx 7.19,20; Tg 5.17) —, a fim de que possam comprovar
suas profecias e executar, em última instância, Seus planos
eternos.
Durante três anos e meio, as duas personagens escatoló-
gicas serão imbatíveis, poderosas e invencíveis. Como profe­
tas, vaticinarão juízos divinos sobre seus inimigos (Ap 11.5)
e sobre a Natureza (Ap 11.6), e seus vaticínios se cumprirão
imediatamente — como aconteceu a Eliseu (2 Rs 5.27) e a Pau­
lo (At 13.11).

2.2. A manifestação do poder de Deus


Obras maravilhosas, fruto do incomparável poder do Se­
nhor, aparecem em todo texto bíblico. Lembremo-nos de al­
gumas delas.

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 37
• Libertação de cativeiros — como ocorreu no Egito, após
430 anos de escravidão (Êx 12.40,51) — e prisões — como
aconteceu ao apóstolo Pedro (At 12.10).
• Aniquilação dos inimigos de Deus e de todos os que se
levantam contra Sua obra — como aconteceu nos dias de
Ezequias, rei de Judá (2 Rs 19.20-35).
• Provisão de alimentos — como aconteceu à viúva de Sarep-
ta e a seu filho (1 Rs 17.14-16) e no ministério do Senhor
Jesus (Mt 14.13-21; Mc 6.30-44; Lc 9.10-17; Jo 6.1-14).
• Proteção de todo mal (doenças, desastres, ataques e tra­
gédias) — como aconteceu ao patriarca Jacó (Gn 28.15;
35.3).
Assim como aconteceu no passado, nos tempos do fim, as
duas testemunhas — investidas, revestidas e possuídas pelo
poder de Deus — cumprirão integralmente a missão divina.

3. QUATRO ETAPAS DA MISSÃO DAS


TESTEMUNHAS ESCATOLÓGICAS
O ministério das duas testemunhas subdivide-se em
quatro etapas: perseguição, morte, ressurreição e arrebata­
mento. Suas obras repercutirão no céu, no inferno, na terra
— especialmente em Israel e nações vizinhas — e nas regiões
celestiais.

3.1. Perseguidas pelo império das trevas


A Escritura narra o sofrimento, a perseguição e até a morte
(martírio) dos que servem ao Senhor com fidelidade e incon­
dicional retidão (Ez 3.25; Mt 10.16-18,21,22; Jo 15.20; 16.2; At
14.22; 2 Tm 3.12).
As duas testemunhas escatológicas não escaparão à per­
seguição feroz e cruel que se levantará por todos os lados,
visando à sua destruição. Certamente, nesse tempo, os algo­
zes desses servos de Deus utilizarão os recursos midiáticos
e tecnológicos disponíveis para este fim. E a mensagem que
propagarão será uma só: Eles são inimigos públicos do Estado,
do sistema, do grande líder, das instituições e da família. São
perigosos porque se utilizam de forças estranhas, místicas e as­
sombrosas; por essa razão, precisam ser eliminados a qualquer
custo.

3.2. Mortas pela besta, o Anticristo


Ao fim de três anos e meio, o ministério público das duas
testemunhas terá fim. Neste momento, o Anticristo fará guer­
ra aos santos (Dn 7.21) e os vencerá (Ap 11.7). Os habitantes
da terra celebrarão a morte dos mensageiros de Deus e tro­

38 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


carão presentes (Ap 11.9,10). Tudo isso acontecerá na cidade
de Jerusalém, que é chamada, espiritualmente, de Sodoma e
Egito, devido à sua apostasia e pecado (Ap 11.8).

3.3. Ressuscitadas por Deus na praça de Jerusalém


Em sinal de infâmia e desonra, homens de vários povos,
e tribos, e línguas, e nações impedirão que as duas testemu­
nhas sejam sepultadas. Todavia, após três dias e meio, os cor­
pos jacentes na praça ouvirão a voz de Deus e ressuscitarão
(Jo 5.25; Ap 11.11) — como aconteceu no vale de ossos secos,
Deus trará à vida os seus servos (Ez 37.10). O impacto desse
acontecimento confundirá o mundo.
O texto bíblico diz ainda que, naquela ocasião, as pessoas
testemunharão — seja pela televisão ou por quaisquer outros
recursos midiáticos — o terremoto que abalará a cidade e tra­
gará sete mil homens (Ap 11.13); e acrescenta que os sobre­
viventes, muito atemorizados, darão glória ao Deus do céu
(Ap 11.13b).

3.4. Arrebatadas aos céus


Deus chamará as duas testemunhas ao céu, e elas subirão
em uma nuvem, sob os olhares estupefatos dos seus persegui­
dores (Ap 11.12).
Esse evento corrobora o arrebatamento dos mortos salvos,
que ressuscitaram e foram arrebatados ao céu — juntamente
com os salvos vivos transformados —, para encontrar-se com
o Senhor Jesus (1 Ts 4.16-18).

CONCLUSÃO
Deus sempre apresenta ao mundo um testemunho, para
que ninguém fique inescusável diante Dele — inclusive os ho­
mens cegos pelo Anticristo.
Durante a Grande Tribulação, dois profetas do Senhor se
levantarão entre os homens, dando mostras de Seu imenso
poder para julgar o mundo, destruir Satanás e desmascarar o
erro (Ap 11.3-6). Eles levarão ao reino do Anticristo — como
Elias e Moisés levaram a Acabe e Faraó (1 Rs 18.17; Êx 9.1-
9,14) — o desassossego e a perturbação.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO


1. Por que Deus levantará duas testemunhas escatológicas
no meio da Grande Tribulação?
R.: Porque elas servirão de testemunho para o mundo. As
duas testemunhas terão um ministério semelhante ao de
Moisés e Elias: elas serão vozes proféticas nesse tempo
(Ap 11.2-19).

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
«Au'S£"«no Os 144 Mil Selados
de Deus
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Apocalipse 7.2-4
2- E vi outro anjo subir da banda do sol nascente, e que tinha o selo do
Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado
o poder de danificar a terra e o mar,
3- dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que
hajamos assinalado na testa os servos do nosso Deus.
4 - E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil
assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel.

Apocalipse 14.1-5
1 - E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento
e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome dele e
o de seu Pai.
2- E ouvi uma voz do céu como a voz de muitas águas e como a voz de um
grande trovão; e uma voz de harpistas, que tocavam com a sua harpa.
3- E cantavam um como cântico novo diante do trono e diante dos quatro
animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão
os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.
4- Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque são
virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai.
Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias
para Deus e para o Cordeiro.
5- E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante
do trono de Deus.

40 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


TEXTO ÁUREO SUBSÍDIOS PARA
O ESTUDO DIÁRIO
E olhei, e eis que estava
o Cordeiro sobre o monte 2S feira - Atos 13.1-5
Servindo ao Senhor
Siâo, e com ele cento e
quarenta e quatro mil, 3a feira - 1 Coríntios 6.10-20
Comprados por bom preço
que em sua testa tinham
4a feira - 2 Coríntios 7.1-10
escrito o nome dele e o
Purifiquemo-nos de toda a imundícia
de seu Pai.
5a feira - Efésios 1.3-14
Apocalipse 14.1 Selados com o Espírito Santo
6a feira - 1 Timóteo 3.1-7
Irrepreensível e exemplar
Sábado - Apocalipse 22.3-7
O nome de Deus escrito nas testas

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• conhecer as principais características do grupo seleto dos
144 mil assinalados por Deus na Grande Tribulação;
• compreender que, em cada dispensação, Deus seleciona
e sela um remanescente fiel para ser Seu agente na terra;
• aplicar as características espirituais do remanescente do
Apocalipse em nossa vida cristã.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
É importante ressaltar que uma aula se dá antes, durante
e depois do tempo estabelecido pela Escola Bíblica Dominical.
O professor deve chegar, no mínimo, uma hora antes do
encontro para preparar o layout da classe, ou seja, para fazer o
devido posicionamento das cadeiras — tenha em mente que as
formas de "U" e "V" permitem o livre trânsito entre os alunos.
No momento da exposição do conteúdo, sugerimos que os
alunos sejam organizados em pequenos grupos (de até seis
pessoas).
Ao final da ministração, um representante de cada grupo
deverá escrever (na lousa ou no quadro) as características
morais e espirituais mais impactantes desta lição.
Ao orarem para finalizar a ministração, pergunte quem
aceita o desafio de aplicar em sua vida o que aprendeu, du­
rante a próxima semana.
Boa aula!

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 41
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
No começo da Grande Tribulação, os anjos de Deus assi­
nalarão o remanescente fiel de Israel — um grupo formado
por 144 mil pessoas, descendentes da linhagem natural de
Abraão (Gn 12.2), sendo 12 mil de cada tribo (Ap 7.4).
Pela observação da cronologia bíblica (1 Ts 4.17; Ap 3.10),
nesse período, a Igreja — linhagem espiritual (G1 3.7,29) —
já estará no céu para as bodas do Cordeiro e, logo a seguir,
comparecerá diante do Tribunal de Cristo para receber re­
compensas e galardões (2 Co 5.10).
No panorama profético, os 144 mil aparecerão na terra, no
começo da última semana de Daniel (Dn 9.24). Eles confron­
tarão a trindade satânica e o mundo, declarando as verdades
do Reino (Ap 17.17).

IDENTIFICANDO OS 144 MIL


Diversas teorias e opiniões especulativas surgiram no
decorrer da História, na tentativa de apontar quem serão os
144 mil, mencionados no Livro do Apocalipse; muitas delas
contradizem o sentido correto da interpretação bíblica.
Como mencionado anteriormente, os Í44 mil não são a
Igreja. O texto bíblico declara apenas que eles são servos do
nosso Deus que devem ser assinalados (Ap 7.3).
Alguns intérpretes das Escrituras entendem que estes po­
derão ser gentios (judeus espirituais), baseados no texto pau-
lino que referencia Abraão como pai de todos (Rm 4.11). Os
mais eruditos e fundamentalistas expositores das profecias
bíblicas, no entanto, defendem o argumento de que os 144
mil serão todos judeus legítimos, procedentes das 12 tribos de
Israel (Ap 7.4-8) — 12 mil pessoas de cada tribo, perfazendo
um total de 144 mil indivíduos.
A melhor interpretação — feita por eruditos mestres bí­
blicos — assinala que os 144 mil são a semente da mulher
vestida de sol (Ap 12.1), ou seja, Israel, que, no transcurso
da história humana, foi perseguido, na intenção de impedir o
nascimento do Messias (Ap 12.4).

1.1. Começou com os judeus, terminará com eles


Deus revelou-se a Abraão e lhe propôs uma aliança incon­
dicional: ele seria o patriarca da nação de Israel, tanto física
quanto espiritualmente.
A iniciativa de formar um povo, a partir do qual nos se­
ria trazido o Salvador, foi de Deus, não de Abraão (Gn 12.3).
Esta é a razão de Ele não invalidar, não alterar e não deixar

42 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


de cumprir os termos estabelecidos no pacto abraâmico, que
consistia em:
• formar um povo, uma nação, para um propósito especial;
• escolher um líder para este projeto: Abraão;
• mostrar a Abraão o lugar específico do projeto;
• ordenar que ele saísse de sua terra e de sua parentela;
• garantir abençoá-lo e engrandecer o seu nome;
• torná-lo uma bênção;
• agir com reciprocidade em relação àqueles que viessem a
conviver com o patriarca — abençoar os que o abençoas­
sem e amaldiçoar os que o amaldiçoassem;
• assegurar que Abraão seria uma fonte de bênção para to­
das as famílias de terra.
Quatrocentos e trinta anos depois, Deus chama e comis­
siona Moisés para libertar e conduzir o Seu povo ao cum­
primento da promessa. Deus firma um pacto com os judeus
(Israel), por intermédio de Moisés, mantendo os princípios da
aliança abraâmica (Êx 19.5; Dt 7.6-9; 14.2).
A nação de Israel é o receptáculo da revelação divina e
do que é necessário ser e fazer para recebê-la (Jo 4.22). Nos
dias finais, os judeus (144 mil), outra vez, serão instrumentos
poderosos para abençoar todas as famílias da terra.

2. ESCOLHIDOS POR DEUS PARA SEREM


SELADOS
Deus escolheu 144 mil, dentre o remanescente fiel.
Sua escolha está relacionada ao estilo de vida desses repre­
sentantes escatológicos dos judeus.
Assim como o Senhor escolheu, Ele dotou o homem de li­
vre-arbítrio, dando-lhe condições de decidir-se por uma vida
de santificação (1 Ts 4.7). Em todo o texto bíblico, o próprio
Deus alerta a humanidade sobre a importância de se fazer
boas escolhas (Dt 30.19).

2.1. Os critérios da escolha divina


Deus escolheu a nação de Israel e declarou expressamente
as razões de Sua escolha:
• amor — esta foi a razão primeira de sua eleição (Dt 7.8);
• lealdade — o Senhor cumpriria a promessa que fizera a
Abraão (Dt 7.8);
• propriedade particular — Deus escolheu Israel para ser
Sua herança (SI 33.12), Seu reino sacerdotal e Seu povo
santo (Êx 19.6; Is 62.12);
• reinado eterno — Deus escolheu Davi para ser rei de Isra­
el (1 Sm 16.1-13), e nele firmou o Seu trono por todas as
gerações (SI 89.3,4; Lc 1.32);

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 43
• santidade — Deus escolheu e escolhe os que têm um cora­
ção disposto a obedecer (At 13.22).
0 Todo-poderoso Senhor não escolhe pela aparência exter­
na, mas pelo coração (Mt 5.8). Os padrões divinos são imutá­
veis. Ele continua escolhendo servos e servas fiéis para a Sua
obra (Jo 15.16).

2.2. Os 144 mil são selados


A Escritura revela-nos que Deus assinalou (marcou, selou)
pessoas para propósitos especiais. Vejamos:
• no Livro do Êxodo, lemos que, nas casas dos israelitas, o
selo da proteção estava sobre os umbrais das portas, e, com
ele, a garantia de vida ao filho primogênito (Êx 12.7,13);
• no Livro de Ezequiel, lemos que o sinal é a marca que ga­
rante proteção e preservação aos servos de Deus, a fim
de que eles não sejam exterminados com os ímpios, por
ocasião da manifestação de Seu julgamento (Ez 9.4-6);
• no Livro do Apocalipse, lemos que Cristo foi selado pelo
Pai com um nome misterioso (Ap 19.12);
• no Evangelho de João, lemos que o Senhor Jesus foi selado
para alimentar espiritualmente os Seus discípulos (Jo 6.27);
• na Carta aos Efésios, lemos que a Igreja é selada para o dia
da redenção com o Espírito da promessa (Ef 1.13; 4.30).

2.3. Benefícios para os selados


Nos tempos do fim, os que forem selados receberão os pri­
vilégios concedidos pelo Cordeiro, a fim de que a missão divi­
na se cumpra.
Vejamos, portanto, na tabela a seguir, os benefícios que o
selo do Senhor promoverá na vida dos 144 mil (Ap 7.4).

. .
O SELO PROMOVE
Enquanto os moradores da terra serão identificados na mão direita ou na
Identificação testa pela marca da besta (Ap 13.16-18), os 144 mil serão identificados
pelo selo de Deus colocado na testa (Ap 7.3,4).
Propriedade ou
0 selo indicará que eles têm um dono a quem servem e obedecem.
pertencimento
Nenhum deles morrerá, antes serão protegidos do Anticristo. Eles estarão
Proteção
em lugar seguro: no monte Sião (Ap 14.1-5).

Os selados por Deus estarão seguros de qualquer mal. Em suas testas


Segurança estará estampado o nome do Deus Vivo (Ap 7.2-4; 14.2), indicando que
Ele estará presente com os 144 mil.

Mesmo quando atravessarem a mais intensa crise — que afetará todas


Presença divina
as áreas e níveis da sociedade —, os 144 mil (escolhidos e selados) terão
em todo o tempo
a presença do Senhor garantida (Gn 28.13-15; Mt 28.20b).

44 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


3. O CARÁTER DOS 144 MIL
Na língua grega, a palavra cará­
144 mil (Ap 7.4) parece um
ter designa marca, imagem ou selo (in­ número quantitativamente
crustado em madeira, pedra ou metal). reduzido, se comparado à
Caráter é, sobretudo, a soma total dos descrição de Apocalipse
valores e crenças de um indivíduo. Essa 7.9: uma multidão, a qual
soma reflete-se em seu comportamen­ ninguém podia contar, de
to e em suas ações. todas as nações, e tribos,
O caráter de uma pessoa é infini­ e povos, e línguas [...].
tamente mais importante do que sua Entretanto, esses 144 mil
reputação, pois, enquanto a reputação
têm uma missão específica
está relacionada àquilo que se fala
dentro dos remanescentes
dessa pessoa, o caráter traduz o que
ela, de fato, é. O caráter, portanto, pre­ de Israel, antes da
cisa ser mais bem cuidado, protegido conversão nacional
e guardado do que a mais valiosa joia (Rm 11.26).
existente no mundo.
Vejamos, nos tópicos subsequen­
tes, o caráter desse remanescente de
Israel.
A palavra grega sõtéria
(salvação, cujos
3.1. Virgens (incontaminados)
significados relacionados
Os 144 mil serão moral e espiritu­ são: salvar, resgatar e
almente puros — separados da cor­
curar; veja sõizõ) traduz
rupção da falsa religião dominante
do Anticristo (Ap 14.4). Eles não acei­ várias palavras em
tarão a sedução do homem do peca­ hebraico. [...] Os eventos
do (2 Ts 2.3), nem se submeterão ao da salvação histórica
sistema herético e imundo da grande antecipam o cumprimento
prostituta, parceira aliada do Anticris­ escatológico (Is 43.1-3, 5-7)
to nos dias finais (Ap 17.1-3). (ROTZ, C. Central Gospel,
2015, p. 150,1).
3.2. Persistentes
Os 144 mil estarão inteiramente
dedicados ao serviço de Deus, mes­
mo durante os dias terríveis de trevas
da Grande Tribulação. Eles seguirão Os 144 mil proclamarão a
o Cordeiro por onde Ele for (Ap 14.4), glória do Senhor entre as
pois, nas trevas, os mandamentos di­ nações nos tempos do fim
vinos iluminarão o seu caminho (SI (Is 66.19).
119.105). Nesta era, devemos pregar
as boas-novas de salvação
3.3. Verdadeiros
aos perdidos, até que o
Eles serão irrepreensíveis diante Senhor Jesus venha buscar
do trono de Deus, não haverá engano
em seus lábios, pois estarão cheios
Sua Igreja (Jo 20.21).
do Espírito da Verdade (Jo 16.13). O

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
remanescente de Israel proclamará a única verdade salvado­
ra, levando a cabo a missão que lhe será entregue.
Observe as ações do Espírito, relacionadas aos 144 mil:
• Espírito da verdade, para esclarecer e santificar (Jo 14.17);
• Espírito de poder, para mover e operar (At 6.5,8);
• Espírito de amor, para integrar e intensificar (Cl 1.8);
• Espírito de vida, para reproduzir e frutificar (Gl 5.22,25);
• Espírito de liberdade, para acrescentar e purificar (Gl
5.13,16);
• Espírito de sabedoria, para habilitar e qualificar (Êx 28.3);
• Espírito de juízo e ânimo, para potencializar e testificar
(Mq 3.8).

4. A TAREFA DOS 144 MIL


A tarefa prioritária dos 144 mil judeus durante a
Grande Tribulação será, sem dúvida, a proclamação do
evangelho do Reino de Deus.
O Senhor enviará, como Seu verdadeiro representante,
um seleto e especial grupo, que testemunhará a todas as
nações (Mt 24.14) e realizará uma grande colheita final (Ap
7.9,14; 12.10,11).
Na Tribulação, Deus não ficará sem o testemunho humano
e celeste: juntamente com o sétimo anjo, os 144 mil anuncia­
rão que os reinos da terra pertencem a Cristo e Ele reinará
para todo o sempre (Ap 11.15).

CONCLUSÃO
Os 144 mil judeus que recebem o selo do Deus vivo exer­
cerão seu ministério profético na fase mais intensa da Grande
Tribulação; exatamente no olho do furacão, a saber: na terra
de Israel.
Eles iniciam seu ministério no capítulo sete do Apocalipse
e, depois, reaparecem no capítulo catorze com o Cordeiro, no
céu, no monte Sião.
A profecia de João revela que junto do remanescente de
Israel estará uma multidão incontável de salvos de todos os
povos, fruto do grande trabalho missionário dos 144 mil.
Glória a Deus!

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO


1. Quais são as características principais dos 144 mil do re­
manescente fiel de Deus e do Cordeiro?
R.: Eles são incontaminados (virgens); irrepreensíveis; e servem
a Deus no período mais sombrio da História (Ap 14.3; 17.1-3)
como proclamadores do evangelho do Reino (Mt 24.14).

46 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


Aula dada em

“ "És A"° O Cordeiro de Deus


TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Apocalipse 5.8-10
8- E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos
prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de
ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.
9- E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de
abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste
para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação;
10 - e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a
terra.

Apocalipse 7.9-14
9- Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém po­
dia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam
diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com
palmas nas suas mãos;
10 - e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está
assentado no trono, e ao Cordeiro.
11 - E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro
animais; e prostraram-se diante do trono sobre seu rosto e adoraram a
Deus,
12 - dizendo: Amém! Louvor, e glória, e sabedoria, e ações de graças, e hon­
ra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém!
13 - E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes
brancas, quem são e de onde vieram?
14- E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram
de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no san­
gue do Cordeiro.

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
TEXTO ÁUREO SUBSÍDIOS PARA
O ESTUDO DIÁRIO
No dia seguinte, João
viu a Jesus, que vinha 2a feira - 1 Pedro 1.13-19
0 Cordeiro incontaminado
para ele, e disse: Eis
o Cordeiro de Deus, 3a feira - Apocalipse 14.1-5
0 Cordeiro e o remanescente fiel de Israel
que tira o pecado do
mundo. 4a feira - Apocalipse 12.11-17
Vencedores pelo sangue do Cordeiro
João 1.29 5a feira - Apocalipse 19.7-9
As bodas do Cordeiro
6a feira - Apocalipse 21.9-27
Seu nome está no livro da vida do Cordeiro?
Sábado - Apocalipse 22.1-5
O trono e os servos do Cordeiro

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• conhecer os principais significados espirituais das lições
extraídas da pessoa do Senhor Jesus Cristo como Cordeiro
de Deus;
• sumariar o privilégio de ser a Igreja do Cordeiro e suas
responsabilidades na perseverança da doutrina apostólica;
• compreender que o sangue do Cordeiro é uma arma espi­
ritual nas batalhas da vida cristã contra o pecado, a morte
e o império das trevas.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor.
Ao iniciar a aula, faça uma breve revisão do conteúdo da
lição anterior e, na introdução desta, busque organizá-la em
etapas do processo de ensino-aprendizagem: logicidade, gra-
dualidade e continuidade (Adaptado de: RODRIGUES, A. Di­
dática Contemporânea, 2015, p. 77).
• Logicidade: crie uma sequência coerente, partindo dos ele­
mentos de mais fácil compreensão para os mais comple­
xos.
• Gradualidade: exponha o conteúdo de forma sistemática,
em etapas, mantendo a continuidade do assunto.
• Continuidade: facilite a apreensão do conteúdo para o alu­
no, já que a temática desta revista é considerada difícil por
muitas pessoas, por se tratar de escatologia. Essa etapa
visa a promover a maturidade e o crescimento discente e
está estritamente relacionada às anteriores na transição
dos saberes e ideias.
Boa aula!

48 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


COMENTÁRIO
Palavra introdutória
No início do ministério terreno de Cristo, Ele é chamado
por João Batista de o Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo (Jo 1.29). E essa tipologia é
significativa para entendermos o pla­
no de salvação para a humanidade. O Sangue — isto é, a
O nome Cordeiro é mencionado morte sacrificial — de
27 vezes no Apocalipse — de fato, ne­ Jesus Cristo aplacou a
nhum outro livro da Bíblia (dentre os ira de Deus contra nós e
66 existentes) cita tantas vezes o ter­ assegurou-nos de que Seu
mo [cordeiro] como este. Há grande
tratamento para conosco
significado e completude na pessoa
será propício e favorável.
do Senhor Jesus (Ap 5.6; 12.11).
Apocalipse é o livro do Cordeiro Daqui por diante, em
(Ap 5.8,12,13)1 Esta verdade não lugar de mostrar-se contra
invalida — tampouco diminui — o nós, Ele fará por nós, em
valor que o Cordeiro tem em outros nossa vida e experiência
livros da Escritura (Jo 1.29,36; 1 Co (PACKER apud BOICE,
5.7; 1 Pe 1.19). Pelo contrário, rea­ Central Gospel,
firma a importância do Seu sacrifí­ 2011a, p. 273).
cio (Êx 12.5).

1. A MORTE DO CORDEIRO
No Éden, Deus mata um animal e tira-lhe a pele para fa­
zer vestes para Adão e Eva. Esta ação profética prefigurava a
morte do Cordeiro de Deus, que morreria em lugar e em favor
de toda humanidade (Ap 13.8).
Em todas as dispensações — inocência, consciência, gover­
no humano, patriarcal, graça e governo divino (ou Milênio) —,
nota-se a figura e a presença do Cordeiro. Durante a dispen-
sação da graça, Ele é gerado pelo Espírito Santo, no útero de
uma virgem chamada Maria, cumprindo, assim, literalmente
a profecia de Isaías (Is 7.14); neste mesmo livro, o profeta
vaticina Seu sacrifício e morte em uma das mais expressivas
passagens bíblicas (Is 53.5-7).

1.1. O Cordeiro morreu por todos os pecadores


A morte do Cordeiro foi uma demonstração plena e mara­
vilhosa do amor de Deus em favor da humanidade (Rm 5.8;
Cl 1.20). Nas palavras do apóstolo Paulo, esse amor é a ex­
pressão maior do próprio Cordeiro: e andai em amor, como
também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós, em
oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave (Ef 5.2).

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 49
Ao morrer voluntariamente na cruz pelos pecadores, o
Cordeiro puro e incontaminado derramou o Seu sangue e, por
meio deste, redimiu o homem dos seus pecados (Mt 26.28).
A Sua morte atendeu à exigência da justiça divina (Hb 9.22).
Deste modo, os ímpios — pecadores — são reconciliados com
oPai (Rm 5.8,10; Tt 2.14).
Deus amou o mundo e deu o Seu Filho para morrer em fa­
vor de todos — povos, raças, tribos, línguas e nações (Jo 3.16).
O Cordeiro santo morreu por toda humanidade, sem distinção
(2 Co 5.15). Sua morte substitutiva propicia ao pecador arre­
pendido a absolvição dos delitos cometidos (Is 53.10-12).

1.2. O Cordeiro morreu para dar vida aos que


nele creem
O filho pródigo, quando retornou à casa, maltrapilho, en­
vergonhado e cabisbaixo, devido às decisões que tomara,
ouviu a voz amorosa do pai: Mas era justo alegrarmo-nos e
regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e revi­
veu; tinha-se perdido e foi achado (Lc 15.32).
O homem foi criado imortal, mas, por ter desobedecido a
uma ordem expressa de Deus, o pecado entrou no mundo e,
com ele, a vergonha, o medo, a desordem e a expulsão do
primeiro casal do jardim do Éden; todavia, a pior de todas as
consequências foi a morte — espiritual e física (Rm 5.12).
A morte vicária do Cordeiro revela, acima de tudo, a gra­
ça de Deus: Jesus desceu do céu e veio à terra, onde se en­
contravam os homens — mortos em delitos e pecados (Ef 2.1
ARA) — para, por Seu infinito amor e misericórdia, vivificá-los
juntamente com Ele (Ef 2.5).
A morte do Cordeiro trouxe, ainda, vida abundante aos que
aceitam a Cristo como Salvador (Jo 10.10). Tudo se torna novo
na vida daquele que recebe a nova vida conquistada pelo Cor­
deiro de Deus que tira (mata) o pecado do mundo (Jo 1.29).
Receber o Cordeiro — que ressuscitou e vive para sempre
— e permanecer nele significa tornar-se uma nova criatura e
implica adotar uma nova maneira de pensar, sentir e agir (2
Co 5.17).

1.3. O Cordeiro morreu para aproximar homens e


mulheres de Deus
Antes da morte vicária de Cristo na cruz, o ser humano
encontrava-se totalmente perdido e longe de Deus. O pecado
separa e distancia homens e mulheres do olhar do Altíssimo
— nas palavras do profeta Isaías: vossos pecados encobrem o
seu rosto de vós, para que vos não ouça (Is 59.2).
No plano espiritual, só existem duas classes de pessoas: as
que estão çerto de Deus e as que estão longe. Deus não deseja
que ninguém, absolutamente ninguém, esteja distanciado dele
e se perca, sem conhecer a verdade salvadora.

50 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


O Cordeiro veio salvar e buscar os que estavam perdidos,
segundo a ótica e perspectiva humanas (Lc 19.10): os per­
didos no deserto do mundo (Lc 15.4); os que se perderam
dentro de casa (Lc 15.8); e também os perdidos que abando­
naram a casa do Pai (Lc 15.32). ______________

Deus, provavelmente, matou


2. A IGREJA DO CORDEIRO um cordeiro e daquele cordeiro
Um dos principais objetivos obteve vestimentas de pele
do nascimento do Cordeiro foi a para vestir a nudez tanto física
fundação e edificação da Igreja:
como espiritual de Adão e Eva
Deus a projetou em Seu coração;
fundou-a em Cristo; e inaugurou- (Gn 3.7), o que representa as
-a pela ação do Espírito Santo no vestes de justiça que Jesus dá
Pentecostes. Desde então, ela vem aos pecadores arrependidos
sendo edificada, a cada dia (Mt (Rm 4.6; 1 Co 1.30; 2 Co 5.21;
16.18). Fp 3.9) (WILLMINGTON, H. L.
No Livro do Apocalipse, a Igreja
do Cordeiro ocupa dois capítulos in-
Central Gospel, 2015, p. 95).
teiros, que somam um total de 51 «hmmbbwmbb
versículos (Ap 2; 3). Depois da fa­
mília, a Igreja — que é constituída de pessoas redimidas, justifi­
cadas e santificadas pelo sangue do Cordeiro — ocupa posição
privilegiada na sociedade.

2.1. O Cordeiro é o Cabeça da Igreja


Os membros da Igreja formam um corpo, cujo Cabeça (lí­
der) é Cristo (Ef 5.23). O Senhor zela por sua manutenção, ou
seja, Ele trabalha no sentido de fazê-la receber os benefícios
outorgados pela unidade de seus membros, vindo, assim, a
apropriar-se dos tesouros do conhecimento e da revelação.
O Cabeça da Igreja — a quem todas as coisas estão sujei­
tas, inclusive as forças angelicais (Cl 2.10) — pode salvar o
Corpo (Ef 5.22,23), pois é Senhor e Cristo (At 2.36). Em outras
palavras: a Igreja cresce, frutifica e expande-se por meio do
Cordeiro (Ef 1.22; 4.15).

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 51
2.2. A Igreja do Cordeiro é perseverante
A incipiente Igreja do Cordeiro dava os seus primeiros
passos em Jerusalém (At 2.46). Conforme foi agregando no­
vos membros, passou a reunir-se como corpo (Rm 12.4,5);
família de Deus (1 Jo 3.1-10); e rebanho, conduzido por um
único Pastor (Jo 10.16; 1 Pe 5.4). Com a direção do Espirito
Santo, os novos conversos e cristãos viviam na doutrina dos
apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações
(At 2.42).

2.2.1. Na doutrina apostólica


Alicerçada na Palavra, a Igreja primitiva conservava os
princípios apostólicos, mantendo-se vigilante contra os falsos
mestres enviados por Satanás (2 Pe 2.1-3; 1 Tm 4.2); contra
os falsos profetas (Mt 7.15,16; 2 Ts 2.3,9,10); e contra os ca­
minhos falsos (Cl 2.18,23; SI 119.118).
A Igreja do Cordeiro retinha o ensino apostólico — a dou­
trina das Escrituras (2 Pe 1.21; 2 Tm 3.15-17) — relacionado à
divindade de Cristo (Jo 1.1-3); à salvação pela graça (Ef 2.8);
ao batismo em águas (Mt 28.19; At 10.47,48); ao batismo com
o Espírito Santo (At 10.44-46); à Trindade divina (Mt 28.19);
e à segunda vinda de Cristo (1 Ts 4.16,17).

2.2.2. Nas orações


Deus pode falar ao homemde várias maneiras, mas o ho­
mem tem na oração seu principal meio de comunicação com
o Pai (SI 6.9). A Igreja do Cordeiro revela sua perseverança
quando ora em todo o tempo (1 Ts 5.17): pela manhã (Mc
1.35); em ocasiões emergenciais (Jo 11.41,42); diante das
tentações (Lc 22.41,42); em tempos de paz ou de guerra (Lc
22.41,42); para demonstrar gratidão (Mt 11.25-27) ou inter­
ceder (Jo 17.1-26).

2.2.3. Na comunhão e no partir do pão


A Igreja do Cordeiro demonstra o amor ágape (Jo 13.34):
no ser de Cristo; no estar em Cristo; no amar em Cristo; e na
unidade em Cristo —- Pai, Cordeiro e Igreja, todos em perfeita
comunhão (Jo 17.21). Em unanimidade, em todos os lugares,
a Igreja do Cordeiro vive com alegria e simplicidade (At 2.46).

2.2.4. Na proclamação do evangelho


A Igreja mantém-se perseverante, quando obedece ao
mandato do Cordeiro (Mc 16.15), consciente de que o evan­
gelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê

52 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


(Rm 1.16). Assim, tenazmente, dedica-se ao evangelismo e às
missões, ganhando para Cristo pessoas em todos os lugares,
em todo o tempo, enquanto é dia (Jo 9.4).

3. A GLÓRIA DO CORDEIRO
João contemplou quatro seres celestiais e vinte e quatro
anciãos ajoelhados diante do Cordeiro, com harpas e taças de
ouro nas quais estavam deposita­
das as orações dos santos (Ap 5.8).
Todos entoavam um novo cântico A dignidade divina baseia-se
ao Senhor (Ap 5.9,10). Em seguida, nas seguintes realidades (Ap
uma forte e grande voz de milhões 4.11):
e milhões de anjos e de todos os • Ele é Criador de tudo quanto
que ali habitam declaravam a dig­ existe — causa primeira.
nidade do Cordeiro (Ap 5.11,12).
• Ele é o Preservador e
Tudo e todos no céu têm um úni­
sustentador da Criação.
co objetivo: render glórias ao Cor­
deiro por Sua dignidade (Ap 5.8-14), • Ele é a causa final de todas
isto porque Ele venceu todos os Seus as coisas — pelo prazer
inimigos e recebeu outra vez a glória e vontade criou tudo.
que era Dele (Jo 17.1-10). (Adaptado de: Bíblia de Estudo
O Cordeiro santo (Ap 3.7), fiel Matthew Henry. Central Gospel,
(1 Ts 5.24), inocente (Mt 27.4), jus­ 2014, p. 2110).
to (At 22.14) e misericordioso (Hb
2.17) é glorificado no céu, na ter­
ra e debaixo da terra (Fp 2.9,10),
pelo que Ele é, não apenas pelo qu Ele faz. E Ele virá outra
vez para ser glorificado em Seus sc tos (2 Ts 1.10).

CONCLUSÃO
A morte do Cordeiro de Deus, o Senhor Jesus, é o maior e
mais valioso evento na história humana. As profecias se cum­
priram literalmente.
O sangue inocente e poderoso que Cristo derramou na
cruz foi suficiente para: satisfazer a justiça divina; redimir o
homem da condenação do inferno; e conceder-lhe vida eter­
na, pela fé em Seu sacrifício (1 Jo 1.7; At 16.31).

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO


1. Qual é a importância da simbologia de Cristo como Cordei­
ro de Deus?
R.:É importante porque representa a substituição e expiação
do pecador diante de Deus (Jo 1.29).

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
Aula dada em

dia mês ano q Tribunal de Cristo


TEXTO BÍBLICO BÁSICO
1 Coríntios 3.12-15
12 - E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata,
pedras preciosas, madeira, feno, palha,
13- a obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque
pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.
14- Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá
galardão.
15 - Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será
salvo, todavia como pelo fogo.

2 Coríntios 5.7-10
7- (Porque andamos por fé e não por vista.).
8- Mas temos confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para habi­
tar com o Senhor.
9- Pelo que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes,
quer ausentes.
10 - Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que
cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem
ou mal.

54 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


TEXTO ÁUREO SUBSÍDIOS PARA
O ESTUDO DIÁRIO
Mas tu, por que
julgas teu irmão? Ou 2a feira - 1 Coríntios 4.1-5
Despenseiros fiéis
tu, também, por que
desprezas teu irmão? 3a feira - 1 Coríntios 9.22-27
Coroa incorruptível
Pois todos havemos
de comparecer ante o 4a feira - Hebreus 11.24-27
Buscava uma recompensa maior
tribunal de Cristo.
5a feira - Hebreus 12.1-11
Romanos 14.10 Perseverança na trajetória
6a feira - Apocalipse 21.1-8
O vencedor herdará todas as coisas
Sábado - Apocalipse 22.6-12
Galardão segundo a sua obra

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• estimular todos os cristãos a dedicarem-se, intensamen­
te, às boas obras;
• desempenhar com excelência as obras que glorificam a
Deus, com aproveitamento das oportunidades;
• conscientizar os crentes salvos que as recompensas, prê­
mios, galardões e coroas são destinados aos servos fiéis na
eternidade.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
Preparar a aula com antecedência revela o nível de dedica­
ção e zelo de todo educador cristão. Quando o professor age
desta maneira, os alunos absorvem melhor o conteúdo e, além
disso, podem realizar novos exercícios, elaborar tarefas em
casa, ou fazer uma redação sobre o tema apresentado. Esse
conjunto de medidas melhora a organização do conteúdo e
otimiza o tempo em sala de aula.
Tenha em mente que uma aula não se restringe à quanti­
dade de conhecimentos ou informações passadas; uma aula
deve ser, acima de tudo, transformadora.
A aprendizagem sempre será seguida de mudança de con­
duta [...]. Uma transformação sempre ocorre no nosso interior
quando aprendemos algo novo [...]. O aprendizado resulta [...]
na abertura de um leque imenso de oportunidades para que a
pessoa, outrora relegada a uma existência sem sentido e dele­
téria, agora tenha diante de si um futuro promissor (CHAVES, G.
Central Gospel, 2012, p. 58,9).
Boa aula!

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Os julgamentos do Senhor foram estabelecidos tanto para
o bem como para o mal. Do Gênesis ao Apocalipse, encontra­
mos Sua perfeita justiça em ação. Após a Queda, no Éden, na
condição de Juiz supremo, Deus declarou Seu primeiro juízo
sobre a serpente, a mulher e a Terra (Gn 3.14-19).
A linha dos juízos divinos percorre toda a Escritura e culmi­
na na realização do último julgamento: o Juízo Final ou o Juízo
do trono branco.
As Escrituras destacam cinco juízos divinos que acontece­
rão no futuro: o juízo sobre Israel e as nações gentias, antes
do Milênio (Mt 25.31-46); o juízo sobre os anjos, pela Igreja (1
Co 6.3); o juízo sobre Satanás (Ap 20.3,10) e o juízo da huma­
nidade perdida diante do trono branco (Ap 20.11-15).
Nesta lição, estudaremos o juízo da Igreja ou o Tribunal de
Cristo (2 Co 5.10).

1. LUGAR E TEMPO DO JULGAMENTO


Não encontramos na Bíblia a localização exata deste
tribunal. Não há referência que indique um ponto específico;
porém, acredita-se que este ocorrerá
nas regiões celestiais (Ef 1.20; 2.6).
Pode-se afirmar que não se dará na
Deus tem um propósito para terra, pois, nesta época, os que dele
cada cristão e as obras fazem participarão já terão sido arrebatados
parte desse plano. Contudo, por Jesus para as moradas celestiais
nossa insensibilidade em (Jo 14.2).
relação aos planos divinos Com certeza, será um lugar es­
e nossa preguiça são tão pecial, preparado por Deus exclu­
grandes, que nós sempre sivamente para avaliar as obras
tentamos escapar dessa de todos os crentes. Para muitos,
será uma cerimônia de premiação,
obrigação (BOICE, J. Central
de recompensas e galardões; toda­
Gospel, 2011, p. 435).
via, para aqueles cujas obras forem
queimadas, quando julgadas, será
lugar de vergonha (1 Co 3.12-15).
Acerca da ocasião, ocorrerá após o arrebatamento da
Igreja, preenchendo o panorama profético dos últimos dias. A
cronologia dos eventos escatológicos terá o seu cumprimento
literal em todos os seus detalhes, da mesma forma como se
cumpriram todos os vaticínios messiânicos na pessoa bendita
do Senhor Jesus (Lc 24.44-48).

56 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


1.1. O lugar está pronto
A palavra tribunal remete a duas O Tribunal de Cristo será
sentenças autoexcludentes: conde­ um evento escatológico,
nação e/ou absolvição. O Tribunal profético, que vai
de Cristo, entretanto, é o lugar em ocorrer em um lugar
que a justiça — relacionada ao servi­ preparado por Deus,
ço prestado ao Senhor — será feita.
onde o Senhor Jesus
Nesse lugar santo, todos os presen­
estará com Sua Igreja
tes estarão alegres e felizes.
para julgar as obras
A primeira razão da alegria deve-
de cada um na terra
-se ao fato de, no Tribunal de Cris­
(CAITANO, J. Central
to, só estarem os salvos e vitoriosos
desta vida. Nosso Salvador, como
Gospel, 2010, p. 79).
Ele mesmo predisse, será também o
nosso Juiz (Jo 5.22). A segunda razão
é que o Senhor Jesus, pessoalmente, dará aos servos fiéis os
seus respectivos galardões (Ap 22.12). Significa dizer que o
Tribunal de Cristo é um lugar de glória, festa e regozijo pela pre-
miação que os santos receberão.

1.2. A hora está marcada


Não se sabe exatamente quando se dará esse evento es­
catoiógico, mas podemos ter a certeza de que ele se cumpri­
rá no tempo determinado pelo Pai (At 1.7), como transcorreu
em todos os outros acontecimentos proféticos. O que o cristão
precisa saber é que, após o Arrebatamento, os fiéis irão com
Cristo para o lugar desse julgamento, ou seja, para o Tribunal
do seu Senhor (2 Co 5.10).
Assim como não sabemos quando Jesus virá outra vez — o
próprio Senhor comparou Sua segunda vinda à chegada de um
ladrão, ou seja, ela se dará de forma inesperada (Mt 24.42-44)
—, não sabemos a hora exata em que seremos julgados, só
Ele sabe (Mc 13.35). Significa dizer que a vigilância é essencial
ao crente.
Para não sermos surpreendidos, devemos: vigiar; orar; pre­
gar o evangelho; ganhar almas para Jesus; e guardar o que
Dele temos recebido, servindo-o com fidelidade e integridade,
para que ninguém, em absoluto, tome a coroa que Ele tem
para nos dar naquele dia e lugar (Ap 3.11).

1.3. Todos os cristãos comparecerão perante o


Tribunal de Cristo
Ao ensinar sobre o Tribunal de Cristo, o apóstolo Paulo
referiu-se a um julgamento pelo qual a Igreja passará — ele

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 57
mesmo incluiu-se neste evento,
DE QUE MANEIRA OS FIÉIS quando disse: todos devemos com­
SERVIRAM AO SENHOR parecer ante o Tribunal de Cristo (2
PARA SEREM PREMIADOS? Co 5.10a).
Todos os salvos, de todos os po­
Com alegria (SI 100.2)
vos, tribos e nações; de todas as épo­
Com fervor (Rm 12.11)
cas e nacionalidades — homens, mu­
Com humildade (At 20.19)
lheres ou crianças — estarão nesse
Com todo o coração (Js 22.5) tribunal para serem recompensados.
Com lágrimas (At 20.19)

Com temor (Dt 6.13)


2. FINALIDADES DO
Com santidade (2 Cr 30.8)
TRIBUNAL DE CRISTO
Antes de estudarmos sobre
| as finalidades do Tribunal de Cristo, precisamos estabelecer
a diferença entre o julgamento que se dará diante do Tribunal
de Cristo (2 Co 5.10) e o julgamento que acontecerá diante do
trono branco (Ap 20.11-15).
No Tribunal de Cristo, o foco não é a condenação eter­
na, mas, como dito anteriormente, a recompensa dos salvos.
Logo, esse julgamento não está relacionado à salvação, mas às
obras de cada crente, salvo.
O crente recebe a salvação, com direito à vida eterna, no mo­
mento em que se encontra com Cristo, arrepende-se dos seus
pecados e, pela fé, recebe-o como Salvador. Neste momento
especial, ocorre o novo nascimento (Jo 3.36), ou seja, a salvação
acontece agora, pela graça, mediante a fé (Jo 6.47; Ef 2.8,9).
Quanto ao galardão, é algo que ocorrerá no futuro, precisa­
mente diante desse tribunal (Rm 3.8). Nessa ocasião, não ha­
verá memória de falhas ou pecados (Hb 10.17), mas as obras
dos fiéis serão julgadas (1 Jo 4.17). Apesar de ninguém ser
salvo pelas obras praticadas (Ef 2.9), seremos devidamente
recompensados por elas (Cl 3.24).
No trono branco, em contrapartida, se dará o Juízo Fi­
nal. Ali, os pecadores serão sumariamente condenados (Ap
20.11-15).

2.1. Julgar as obras


Pessoas não serão julgadas diante do Tribunal de Cristo:
nem os santos, nem os ímpios. Nesse tribunal, os pecadores
ímpios não estarão presentes, apenas a Igreja.
O primeiro objetivo desse tribunal será julgar todas as
obras praticadas pelos salvos, durante sua peregrinação na
terra: o que fizeram; como fizeram; suas intenções, motiva­
ções e propósitos.

58 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


As obras serão submetidas a julgamento, para fins de con­
cessão de galardões ou recompensas pelo trabalho prestado
ao Senhor.

2.2. Recompensar os fiéis


A segunda finalidade do Tribunal de Cristo será homena­
gear, honrar, recompensar, gratificar e galardoar todos os que
tomaram sua cruz e carregaram-na por onde estiveram; to­
dos os que receberam a semente, deixaram seus lares, sua
zona de conforto, e saíram pelas cidades, vilas, aldeias e ca­
minhos inóspitos, semeando a semente das boas-novas de
Deus aos homens (SI 126.6); todos os que ajudaram o pobre,
socorreram os necessitados, levantaram os caídos, restaura­
ram o caráter e edificaram o Corpo de Cristo; enfim, todos os
que foram fiéis e trabalharam incansavelmente na obra do
Senhor (SI 41.1-3).

3. JESUS VIRÁ COM RECOMPENSAS E


GALARDÕES PARA OS FIÉIS
E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo
para dar a cada um segundo as suas obras (Ap 22.12). O Tri­
bunal de Cristo será revestido de glória indescritível, pois o
Senhor Jesus estará presente; visível, acessível, poderoso!
Ele não enviará um anjo, nem um querubim, nem um serafim,
nem um arcanjo. Ele disse: virei outra vez e vos levarei para
mim mesmo (Jo 14.3), e Paulo confirmou: o mesmo Senhor
descerá do céu (1 Ts 4.16).
E o Senhor Jesus não virá com as mãos vazias. Aquelas
benditas, santas e poderosas mãos que curaram os enfermos
(Mc 1.41), levantaram os caídos, ressuscitaram os mortos (Lc
7.14), receberam os pequeninos, fortaleceram os discípu­
los, partiram o pão e alimentaram milhões (Jo 6.11); aquelas
mãos que não rejeitaram o madeiro, nem se esquivaram da
maldição da cruz (Jo 19.71), mas, antes, entregaram-se vo­
luntariamente ao furor dos cravos, salvando milhões de seres
humanos (Zc 13.6); essas mesmas mãos coroarão o fiel, que
trabalhou, fez o bem, exaltou e glorificou o Senhor (2 Tm 4.8).
Enquanto as mãos de Jesus estiverem colocando o galardão
sobre a cabeça do fiel, os céus irromperão em glórias, louvores
e adoração (SI 95.6).

3.1. Coroas para os salvos


O Rei dos reis e Senhor dos senhores, que recebeu uma
coroa de espinhos por escárnio (Jo 19.2), agora, no Tribunal,

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 59
com muitos diademas sobre Sua
cabeça (Ap 19.12), procederá à en­
A firmeza se destaca em
trega dos prêmios e galardões, coro­
assumirmos um propósito
ando pessoalmente todos os crentes
específico na obra de
Deus, não desistindo e fiéis.
Eis as principais coroas dos salvos:
nem voltando atrás, mas
sendo perseverantes • a coroa da vida, para aqueles que
[...], servir a Deus não é viveram como mártires (Tg 1.12);
um trabalho inútil. Todo • a coroa da glória, para os pasto­
serviço ao Reino de Deus res fiéis (1 Pe 5.4);
gera resultados que, na • a coroa da justiça, para os que
maioria das vezes, só serão amaram a vinda do Senhor (2 Tm
plenamente medidos na 4.7,8);
eternidade (MALAFAIA, S. a coroa da alegria, para os ganha­
Central Gospel, 2012, p. dores de almas (1 Ts 2.19,20);
52,3). a coroa da incorruptibilidade, para
o autodomínio (1 Co 9.25-27).

CONCLUSÃO
Tudo o que fazemos dentro da vontade Deus — social, ma­
terial ou espiritualmente —, a despeito de quantidade ou va­
lor, será recompensado.
As obras dos salvos aparecem na Bíblia como sendo de ouro,
prata, pedras preciosas, madeira, feno e palha (1 Co 3.11-15).
As obras qualificadas como ouro, prata ou pedras preciosas re­
ceberão premiação; as que forem qualificadas como madeira,
feno ou palha, todavia, apesar de não invalidarem a salvação,
nem levarem o crente a sofrer o castigo de uma eternidade
sem Deus, farão com que ele perca o seu galardão, já que não
resultaram em valor duradouro.
Todos nós recebemos do Senhor algum talento para ser
investido em Sua obra; portanto, meus amados irmãos, sede
firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor,
sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor (1 Co
15.58). E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu
tempo ceifaremos [no Tribunal de Cristo]; se não houvermos
desfalecido (G1 6.9).

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO


1. Quantos tipos de julgamentos são descritos nas Escrituras?
R.:O juízo sobre Israel e as nações gentias, antes do Milênio
(Mt 25.31-46); o juízo sobre os anjos, pela Igreja (1 Co 6.3);
o juízo sobre Satanás (Ap 20.3,10); o juízo da humanidade
perdida diante do trono branco (Ap 20.11-15); e o juízo da
Igreja ou o Tribunal de Cristo (2 Co 5.10).

60 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


Aula dada em _ .

dia mês ano As Bodas do Cordeiro


TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Apocalipse 19.7-10
7- Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são
as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou.
8- E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; por­
que o linho fino são as justiças dos santos.
9- Ê disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à
ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras pala­
vras de Deus.
10 - E eu lancei-me a seus pés para o adorar, mas ele disse-me: Olha, não fa­
ças tal; sou teu conservo e de teus irmãos que têm o testemunho de Jesus;
adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia
2 Coríntios 11.2
2 - Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho prepa­
rado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber,
a Cristo.
Efésios 5.27
27 - Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga,
nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Lucas 12.35-37
35 - Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas, as vossas candeias.
36 - E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando
houver de voltar das bodas, para que, quando vier e bater, logo possam
abrir-lhe.
37 - Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar
vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa,
e, chegando-se, os servirá.

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
TEXTO ÁUREO SUBSÍDIOS PARA
O ESTUDO DIÁRIO
Regozijemo-nos,
e alegremo-nos, e 2a feira - Juízes 14.12-17
Bodas celebradas por sete dias
demos-lhe glória,
porque vindas 3a feira - Cantares 2.1-4
A sala do banquete
são as bodas do
4a feira - Mateus 8.5-13
Cordeiro, e já a sua
Assentar-se à mesa com Abraão, Isaque e Jacó
esposa se aprontou.
5a feira - Mateus 22.1-14
Apocalipse 19.7 Sem as vestes nupciais
6a feira - Mateus 25.1-6
A chegada do esposo
Sábado - Apocalipse 19.1-9
Felizes são os convidados para as Bodas

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• compreender biblicamente que a Igreja é a Noiva de Cris­
to e se tornará a Esposa do Cordeiro;
• identificar, de acordo com a concepção bíblica, as carac­
terísticas de uma noiva que espera a chegada do noivo;
• descrever o amor do Noivo e da Noiva, cujo clímax se dará
na glória do maior casamento de todos os tempos.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
Inicie a aula dividindo a lousa em duas partes: na parte
direita, escreva casamento; na outra, preparativos. Use o mé­
todo de perguntas e respostas.
Dirija-se aos alunos, individualmente, e pergunte a cada
um deles: qual a sua concepção de casamento. Oriente-os so­
bre o que a Bíblia diz acerca do assunto e, em seguida, sobre
quais são os preparativos para esse grande dia.
Selecione algumas respostas e escreva os conceitos na lou­
sa; então, trabalhe-os no contexto da aula, fazendo uma ana­
logia com as bodas do Cordeiro.
Não é à toa que Jesus utilizou-se do método de perguntas,
que também é chamado de método catequético. Por meio des­
se recurso, o professor pode avaliar o nível de interesse e o co­
nhecimento da classe ou de um aluno em particular [...]. Com
esse método, o Mestre conferia grande praticidade às Suas
preleções e ensinava de modo enfático grandes verdades do
Reino de Deus (CHAVES, G. Central Gospel, 2012, p. 36,7).
Boa aula!

62 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Deus criou o homem e a mulher com Suas próprias mãos
— como pessoas adultas — e uniu-os em santo matrimônio
(Gn 2.24).
No final dos tempos, após o Tribunal de Cristo, Deus cele­
brará outra união, como no início. Será o grande casamento:
grande em amor, felicidade, alegria, significado, beleza, gló­
ria, louvor, reverência, mistério e santidade! Esse matrimô­
nio chama-se as bodas do Cordeiro; nele, o Senhor Jesus será
o Noivo, e a Igreja, a Noiva (Ap 19.7).

1. CARACTERÍSTICAS DO CASAMENTO JUDAICO


O casamento judaico era uma ocasião de grande júbilo
familiar (Jr 33.11). Os nubentes usavam trajes especiais nes­
se dia (Is 61.10; Ez 16.9-13).
A noiva usava um fino vestido, em
geral adornado com joias e outros Em paralelo, a nação
ornamentos (SI 45.14,15; Is 61.10), de Israel e a Igreja são
e um véu (Gn 24.65; Ct 4.3), que era comparadas a uma noiva,
removido no aposento nupcial — isto observando-se suas
explica a necessidade de Rebeca ter- diferenças: (1) a nação de
-se coberto com véu na presença de Israel é descrita como uma
Isaque, seu noivo (Gn 24.65), como
esposa imoral (Is 54.5,6;
também explica o fato de Labão ter
encontrado certa facilidade para tro­
Ez 16.28; Os 2.2; 5.3;9.1);
car Raquel por Leia, sua filha mais ve­
(2) a Igreja é descrita como
lha, na noite do casamento com Jacó uma noiva pura e virgem
(Gn 29.23-25). O noivo, por sua vez, (2 Co 11.2) (Adaptado de:
geralmente trajava roupas finas e WILLMINGTON, H. L. Central
um diadema (Ct 3.11; Is 61.10). Gospel, 2015b, p. 85).

1.1. Procedimentos do jovem pretendente


Segundo a tradição hebraica, na maior parte das vezes, o
pai dizia ao seu filho com qual moça ele deveria se casar; de
outra parte, a jovem teria o marido escolhido por seu pai (1
Sm 18.17-28). Em outras ocasiões, no entanto, o rapaz poderia
contrair matrimônio com a moça por quem se interessasse (Jz
14.1-3). A partir de então, a proposta de casamento era feita
— por meio de um contrato (legal e verdadeiro), no qual se es­
tabeleciam os termos do acordo. O mais importante a ser con­
siderado na transação era o preço que o noivo estava disposto
a pagar para desposar aquela noiva em particular (Gn 34.12).

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
Depois de firmado o contrato, o noivo pagava o valor esti­
pulado e, depois, partia. Historiadores informam que o noivo
deveria fazer um breve discurso à noiva, dizendo: eu vou pre­
parar lugar para você (Jo 14.2). De volta à casa de seu pai, o
noivo deveria construir para a noiva uma câmara nupcial, na
qual passariam a lua de mel.
Se alguém visse o noivo trabalhando para concluir sua
câmara nupcial, e porventura lhe perguntasse quando se­
ria o grande dia, ele deveria responder: só meu pai sabe
(Mt 24.36).

1.2. Deveres da noiva pretendida


Nesse período, a noiva era considerada consagrada, se­
parada e comprada por preço. Ela não poderia retirar o véu,
símbolo do seu compromisso (Gn 24.65).
A noiva estaria obrigada a esperar pacientemente pelo dia
do matrimônio. Nesse ínterim — além de preparar o enxoval
e organizar todas as coisas, até que o noivo viesse buscá-la —,
a noiva deveria convocar suas irmãs, suas melhores amigas e
todos aqueles que seguiriam com ela para as bodas.
Segundo a tradição, a noiva deveria ter consigo uma lâm­
pada com azeite, para o caso de o noivo demorar a chegar, ou
para o caso de ele chegar tarde da noite — ela deveria estar
pronta para partir, assim que fosse solicitada, e isso poderia
acontecer de um momento para o outro, sem prévio aviso (Mt
25.6).

1.3. É chegada a hora das bodas


Os amigos do noivo eram obrigados a dar um sinal à noiva,
quando se aproximassem da casa dela, que poderia ser um
grito: aí vem o esposo! (Mt 25.6) — ao ouvir o brado, ela sabe­
ria que a hora das bodas chegara.
Ao se encontrarem, os nubentes entravam na câmara nup­
cial e trancavam a porta para consumar o casamento. Algum
amigo ou parente ficava à porta, pelo lado de fora, para vigiá-
-la, a fim de garantir que eles não se­
riam incomodados. Enquanto isso, o
A Noiva do Cordeiro ficará pai do noivo recebia os convidados
sete anos no céu, na casa para as bodas.
do Pai, e depois virá. Desta Passados sete dias, os noivos saí­
vez, com seu Esposo, e am da câmara nupcial e eram anun­
todos conhecerão a mais ciados por alguém que estivesse jun­
to à porta (Gn 29.27,28; Jz 14.12; Jo
formosa entre as mulheres
2.2-10). Nesta ocasião, a noiva apre­
(Ct6.1; Jd 1.14).
sentava-se sem o véu, por já estar
desposada.

64 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


A aparição dos recém-casados na festa era celebrada com
uma ceia em homenagem ao casal.

2. O AMOR DO NOIVO E DA NOIVA


A essência de todo e qualquer casamento reside na maior
de todas as virtudes: o amor (1 Co 13.1-13). O amor é o vínculo
da perfeição, pois reveste os cônjuges de afeto, misericórdia,
bondade, humildade, mansidão e longanimidade (Cl 3.14) e re­
veste a união conjugal de beleza, força e estabilidade.
O amor do Noivo pela Noiva é infinitamente superior ao
amor storge (grego = amizade entre familiares); philia (gre­
go = companheirismo) ou eros (grego = amor romântico ou
sensual, associado à atração física, ao prazer e ao ato sexual
propriamente dito).
O amor de Cristo pela Igreja — Sua futura esposa — é ága­
pe (grego = divino e puro).

2.1. Características do amor do Noivo


Agostinho disse que, no céu, o amor que recebermos de
Deus para a nossa alma transbordará para nosso novo corpo
ressurreto em uma torrente de prazer (KREEFT; TACELLI. Cen­
tral Gospel, 2008, p. 418).
O amor (ágape) do Noivo (Jesus) possui as seguintes ca­
racterísticas:
• sacrificial — porque Ele entregou-se, deu-se por sua Noi­
va, a Igreja (Éf 5.25);
• incondicional — porque não há qualquer exigência ou co­
brança (Is 53.7);
• intenso, robusto, crescente e edificante (Ef 4.16);
• provedor — porque Ele supre as necessidades da Noiva,
em todas as áreas (Ef 5.29);
• purificador, com mensagens extraídas da Palavra divina
(Ef 5.25,26b);
• eterno — maior do que o tempo, as circunstâncias, a Terra
e tudo mais (Jo 13.1).

2.2. Características do amor da Noiva


A essência do amor da Noiva (Igreja) é o Espírito Santo, pre­
figurado no azeite, citado por Jesus na parábola das dez virgens
(Mt 25.1-4). Significa dizer que o amor da Noiva é essencial­
mente consagrado, dirigido e orientado pela terceira pessoa da
Trindade divina.
O amor da Noiva, eleita pelo Cordeiro, é:
• santo e puro — porque ela não se conforma aos padrões

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
mundanos, que contaminam e corrompem aqueles que se
deixam levar por eles (1 Jo 2.15,16);
• engrandecedor — porque a prepara, habilita e aperfeiçoa
(Ef 5.27), até que ela esteja pronta para o encontro com o
Noivo, a quem tanto ama e a quem prometeu fidelidade (Et
2.12; 2 Co 11.2);
• paciente — porque a Noiva, submissa, espera, a chegada do
Seu amado (Tg 5.7);
• pacífico, equilibrado e seguro — porque ela confia na pro­
messa do seu Noivo: Ele voltará para buscá-la (Jo 14.1-3);
• diligente, dinâmico e operante — porque ela trabalha en­
quanto é dia, anunciando as virtudes do Seu amado, até que
Ele venha (Jo 9.4; 1 Co 11.26);
• alerta — porque, até na escuridão da noite, ela está pron­
ta, aguardando o Noivo, que poderá chegar de repente
(Mt 25.6).

3. A GRANDE FESTA DAS BODAS


Nenhuma festa de casamento terrena pode ser compa­
rada, sob qualquer aspecto, às bodas do Cordeiro. Todos os
salvos e remidos, de todas as épocas e lugares, aguardam
esse grande dia (Ap 19.7).

3.1. Onde tudo acontecerá


O céu foi criado e configurado por Deus para ser Sua mora­
da (1 Rs 8.27,30; Is 63.15; 57.15) e para ser a morada eterna
dos remidos (Hb 11.16). A grande festa das bodas do Cordeiro
acontecerá nesse lugar de perfeição, onde não haverá mais
morte, nem pranto, nem clamor, nem dor (Ap 21.4); nem noite
(Ap 21.25); nem maldição (Ap 22.3); nem fome, sede ou calor
excessivo (Ap 7.16); nem condenação (Jo 5.24), tampouco cor­
rupção (1 Co 15.54; 1 Pe 1.4).
A festa das bodas do Cordeiro acontecerá na Jerusalém ce­
lestial, a cidade do Deus vivo (Hb 12.22), exatamente na sala
do trono de Deus, onde resplandece a luz perpétua e divinal,
que o Noivo dará à Sua Noiva (Is 60.1-3,19,20).

3.2. Vestimenta adequada


A veste nupcial será o traje de todos os participantes esco­
lhidos e convidados para o grande casamento — estas foram
lavadas e alvejadas pelo sangue do Cordeiro (Ap 7.14; 22.14).
O vestido da Noiva são os atos de justiça, representados
como linho fino, puro e resplandecente (Ap 19.6-8) — como
na parábola do grande rei que celebra as bodas do seu filho
(Mt 22.1-12). Aqueles que não estiverem devidamente traja-

66 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


dos, seguindo as exigências do evento, serão reconhecidos,
confrontados e punidos (Mt 22.14).

3.3. Convidados especiais


Estarão presentes neste casamen­ Veste significa fidelidade em
to o Pai, o Espírito Santo e todos os fazer as boas obras. Essa
seres criados que habitam os céus (1
vestimenta deve ser usada
Tm 5.21a). Somente os chamados te­
pelo crente e consiste de
rão acesso (Ap 19.9), conjuntamente
com a Igreja Triunfante e os santos
boas obras realizadas na
do Antigo Testamento (Mt 8.11; Lc dependência do Espirito
14.15) — como disse o senhor Jesus, Santo (RADMACHER; ALLEN;
os amigos do Noivo (Jo 3.29). HOUSE. Central Gospel,
2010b, p. 792).
3.4. O tempo de cantar chegou!
Nas bodas do Cordeiro, haverá
grande alegria, celebração, júbilo, regozijo e felicidade (Ap
5.11-14). Ao som de instrumentos preparados exclusivamen­
te para este fim, em meio a cânticos e louvores, estarão o Noi­
vo e a Noiva. Veja! O inverno passou; as chuvas acabaram e
já se foram. Aparecem flores sobre a terra, e chegou o tempo
de cantar (Ct 2.11, 12 NVI).

CONCLUSÃO
A figura da Igreja como uma noiva que se prepara para
contrair núpcias com o Senhor Jesus — para tornar-se a Espo­
sa do Cordeiro — aparece em várias passagens bíblicas. Este
é um dos mais relevantes símbolos neotestamentários, cujos
significados são importantíssimos para todos os crentes sal­
vos de todas as épocas.
Nesta era — na dispensação da graça —, Deus, por inter­
médio do Seu Santo Espírito, tem-nos dado Sua unção, Sua
Palavra e Seu poder para anunciarmos o evangelho ao mundo,
até que o Noivo volte para o qrande dia das bodas celestiais
(Jo 14.1,2).
Devemos estar disponíveis e cautelosos para o dia do enla­
ce eterno com o Senhor Jesus (2 Co 11.2)

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO


1. Por que a Bíblia descreve a Igreja como uma noiva que
aguarda as bodas?
R.: Porque se trata do relacionamento mais íntimo e duradouro,
de acordo com os padrões bíblicos. A Noiva, pura e santa,
aguarda com paciência, alegria e esperança, a consuma­
ção deste casamento na segunda vinda de nosso Senhor
(Ap 17.7-9; 21.9).

Grandes ternas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
Lição 10

„ Armagedom:
O Confronto Final
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Apocalipse 16.12-16
12 - E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua
água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do Oriente.
13 - E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi
saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs,
14 - porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao
encontro dos reis de todo o mundo para os congregar para a batalha,
naquele grande Dia do Deus Todo-Poderoso.
15 - (Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda
as suas vestes, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas.)
16 - E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom.

68 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


TEXTO ÁUREO SUBSÍDIOS PARA
O ESTUDO DIÁRIO
Estes combaterão
contra o Cordeiro, e o 2a feira - Daniel 9.24-27
Virá o assolador
Cordeiro os vencerá,
porque é o Senhor 3® feira - Joel 3.9-14
Porque o Dia do Senhor está perto
dos senhores e o Rei
4a feira - Sofonias 1.14-18
dos reis; vencerão os
O grande Dia do Senhor
que estão com ele,
5a feira - Zacarias 14.1-4
chamados, eleitos Todas as nações contra Jerusalém
e íiéis.
6a feira - 2 Tessalonicenses 2.1-8
Apocalipse 17.14 O esplendor da sua vinda
Sábado - Apocalipse 20.1-20
E a besta foi presa

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• compreender a revelação bíblica acerca da batalha do Ar-
magedom;
• verificar as etapas dessa batalha escatológica e suas con­
sequências;
• conhecer as principais características da conversão de Is­
rael, por ocasião dessa grande batalha escatológica.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor.
Um estudo sintético (leitura geral de todos os textos) deve­
rá ser acompanhado de um estudo analítico (exame profundo
e detalhado de cada palavra ou expressão); a combinação de
ambas as análises fornecerá um entendimento claro de todos
os acontecimentos relacionados ao Armagedom.
Além disso, esse evento serve de alerta à Igreja, para o que
o futuro nos reserva no panorama profético (Ap 1.3).
Para ampliar o conhecimento dos alunos, disponibilize, no
início da aula, um quadro com outros nomes relacionados ao
espaço escatológico, denominado Armagedom:

NOMES RELACIONADOS AO ARMAGEDOM REFERÊNCIA BÍBLICA


0 lagar Is 63.1-6

Lugar do julgamento divino JI3.12

Seara pronta para colheita Jl 3.13

Vale da Decisão Jl 3.14

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos
NOMES RELACIONADOS AO ARMAGEDOM REFERÊNCIA BÍBLICA
0 lagar da ira de Deus Ap 19.15

0 lugar da ceia do grande Deus Ap 19.17

Boa aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Nesta lição, conheceremos o que
será, segundo a profecia bíblica, a
Armagedom (hb. batalha do Armagedom, que revela­
Harmagedõn): a explicação rá o Dia do Senhor ou o grande Dia
mais comum é que o nome é do Deus Todo-poderoso, menciona­
do em Apocalipse 16.14 — na Escri­
uma combinação do hebraico tura, esse evento escatológico rece­
har (montanha, monte,) e a be outros nomes: dia da vingança (Is
cidade bíblica de Megido, 61.2); dia da angústia (Jr 16.19); dia
que ficava no vale deJezreel. da indignação (Ez 22.24); dia de ân­
Sua localização estratégica sia, de alvoroço e de desolação, dia
de trevas e de escuridão, dia de nu­
tornou-a uma região de vens e de densas trevas (Sf 1.15).
batalhas significativas ao longo A batalha do Armagedom —- con­
da história israelita (ex:Jz siderada a mais sangrenta de toda a
5.19,20; 2 Cr 35.22) (ROTZ, C. História, quando sairá sangue do la­
Central Gospel, 2015, p. 287). gar até aos freios dos cavalos, pelo
espaço de mil e seiscentos estádios
(300km; conf. Ap 14.20) — é citada
já no Antigo Testamento (J1 3.9-12)
e representa o ajuste entre Deus e Israel, visto que, por meio
dela, o Anticristo será derrotado e, depois, lançado no lago de
fogo e de enxofre (Ap 19.20).

1. A VERDADE BÍBLICA SOBRE A BATALHA DO


ARMAGEDOM
Durante muitos anos, estudos, palestras, seminários e
conferências especiais acerca do tema produziram provas pu­
jantes, que comprovam a realidade da maior batalha de todos
os tempos, que acontecerá no vale de Josafá, nas proximida­
des de Jerusalém (Jl 3.9-12).
Os mais renomados e respeitados expositores da teologia
cristã aceitam e defendem a doutrina do Armagedom, mor­
mente em razão de haver fundamentação bíblica para este
evento, que se dará nos dias do fim. As principais referências bí­
blicas relacionadas a esse evento escatológico são: Salmo 2.1-
12; Isaías 34.1-16; 63.1-6; Joel 3.1-17; Zacarias 12.1-9; 14.1-15;
Malaquias 4.1-5 e Apocalipse 14.14-20; 16.12-16; 19.19-21.

70 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


1.1. 0 Testemunho profético
Sobretudo no Antigo Testamento, encontramos diversas
profecias relacionadas à batalha do Armagedom. Vejamos a
seguir.

1.1.1. Isaías
O profeta Isaías faz referência ao Armagedom, pela apre­
sentação de um guerreiro que vem de Edom, de Bozra, com
as vestes manchadas de sangue; ele é glorioso, justo, impo­
nente e poderoso para salvar os redimidos na batalha final (Is
63.1-6).

1.1.2. Jeremias
O profeta das lágrimas tem a visão de homens com dores
de parto e semblantes macilentos (pálidos, sem brilho, des­
corados) —; estes são os judeus sendo punidos, purificados
e restaurados durante a campanha do Armagedom. Jeremias
refere-se a este tempo inédito como aquele dia tão grande,
que não houve outro semelhante, e denomina-o a angústia de
Jacó (Jr 30.6,7).

1.1.3. Zacarias
Zacarias tem muito a dizer sobre o evento do Armagedom.
Um dos maiores focos da sua profecia está na cidade de Je­
rusalém, que será reconquistada e purificada, e no povo de
Israel, que será restabelecido (Zc 12.1-3; 13.1,2).

2. PERSONAGENS NA BATALHA DO
ARMAGEDOM
Este é o evento que porá fim ao reino da mentira, para
que o reino eterno, no qual a Igreja reinará com Cristo no Mi­
lênio, seja estabelecido. A trindade satânica se reunirá com
um propósito infernal, mas será derrotada pelo Senhor Jesus,
na segunda fase da segunda vinda (Ap 19.11-21).

2.1. Satanás, nosso arqui-inimigo, e os demônios


(Ap 13.2; 19.1-12)
O fim de Satanás (Ap 13.2) e seu reino estão em contagem
regressiva: esta é uma realidade que não se pode ignorar (Rm
16.20). O diabo será o grande mentor e promotor da bata­
lha do Armagedom; ele tentará estabelecer o seu reino de
trevas em todo o mundo, mas não obterá êxito, porque já
foi julgado (Jo 12.31; 16.11).
Nesse tempo, Satanás possuirá plena e completamente o
corpo de um homem — o Anticristo —, a fim de executar seus
intentos malignos (Ap 13.2-5). Deus permitirá que ele tenha
domínio e controle sobre os elementos da Natureza; assim,
poderá realizar sinais, milagres e façanhas de engano e men-

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 71
tira (Ap 13.13-15). A vitória do inimigo será parcial sobre os
judeus: muitos povos da terra o adorarão e servirão (Ap 13.7).

2.1.1. Os demônios (Ap 9.1-12; 16.13,14)


Todos os demônios e seres espirituais da maldade atuarão
nesta grande batalha. Legiões e legiões de espíritos imundos,
literalmente, invadirão o mundo inteiro, concentrando sua
maior força e seus ataques atormentadores e mortíferos na
campanha do Armagedom.
Abadom (gr. Apoliom = exterminador), um poderoso supe-
ragente especial das hostes infernais, comandará um exército
assombroso (Ap 9.1-11) — uma força combinada de elementos
humanos, animais e demoníacos. Abadom e sua hoste subirão
no abismo para atormentar os seres humanos durante cinco
meses (Ap 9.5).

2.2. O Anticristo, a primeira besta (Ap 13.1)


Depois da pessoa bendita do
Senhor Jesus Cristo, o personagem
Geograficamente, o mais conhecido e citado nos círcu­
los teológicos, no cenário apocalíp­
Anticristo obrigará todos os tico, é o Anticristo.
líderes mundiais, juntamente Como estudamos na Lição 3,
com os seus países, a durante sete anos, o Anticris­
estarem presentes no vale to será o grande líder mundial.
Na primeira parte da última se­
do Megido (Armagedom), nas mana profética de Daniel — nos
planícies dejezreel, cerca primeiros três anos e meio —,
de 90km a noroeste ele fascinará o mundo. A grande
de Jerusalém. maioria dos habitantes da ter­
ra o adorará como um salvador
mundial (Ap 13.4).

2.2.1. As principais atividades do Anticristo


No fim dos tempos, a primeira besta:
• será o maior e mais eficiente agente do diabo (Ap 13.2);
• governará o mundo nos aspectos políticos, econômicos e
religiosos, durante três anos e meio (Ap 13.4-8; 16-18);
• firmará um tratado de paz com Israel na primeira parte da
semana profética (Dn 9.27) — este será rompido, levando-o
a declarar guerra à nação (Ap 13.4-8; 16-18);
• perseguirá implacavelmente os judeus (Dn 7.21,25; Ap
12.6);
• matará as duas testemunhas (Ap 11.7);
• convocará todas as nações a atacar e conquistar Jerusa­
lém, com 200 milhões de soldados (Zc 12.1,2; 14.1-3; Ap
16.16; 19.16,19);
• após invadir e profanar o templo israelita, proclamar-se-á
um deus (2 Ts 2.4);

72 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


• lutará contra o Senhor Jesus no seu regresso à terra (Ap
19.19);
• na campanha militar do Armagedom, sofrerá uma derrota
pública, esmagadora e total (Ap 19.20);
• depois de derrotado, será lançado no lago ardente de fogo
e enxofre (Ap 19.19,20).

2.3. O Falso Profeta, a segunda besta (Ap 13.11)


Este personagem completa a trindade satânica, formada
pelo dragão (antideus); pela primeira besta (Anticristo); e pela
segunda besta (o Falso Profeta, o antiespírito santo).
Com falsa aparência de cordeiro e linguagem de dragão
(Ap 13.11), por meio de falsos sinais, o Falso Profeta enga­
nará o mundo — os que não têm o selo do Cordeiro —, con­
duzindo-o à idolatria (Ap 10.14; 13.12,13; 20.4). Além disso,
ele marcará os seguidores da primeira besta com o número
666 (Ap 13.14-18; 19.20) — esse sinal é mais que um símbolo
econômico, antes, trata-se de uma insígnia que separará os
que servem e adoram a Jesus dos que adoram e servem ao
Anticristo (Ap 13.16,17); os marcados receberão a perdição
eterna e a separação de Deus (Ap 14.9-11; 16.2).

2.4. Outros participantes na grande batalha


Dentre outros personagens, seres espirituais, bestas e ani­
mais terão papéis importantes nesta batalha, que não deve
ser confundida com a batalha de Gogue e Magogue, citada pelo
profeta Ezequiel (Ez 38—39) — esta última ocorrerá após o Mi­
lênio, quando Satanás for solto para, novamente, enganar a hu­
manidade (Ap 20.7-9). Vejamos a seguir:
• aves de rapina (Ap 19.17,18,21) — elas farão a limpeza da
terra, preparando o mundo para o Milênio, que ocorrerá após
o Armagedom;
• a nação de Israel e as nações gentias (SI 2.1,2; Zc 14.2);
• todas as tribos da terra (Ap 1.7);
• os anjos que acompanham o Senhor Jesus (Mt 24.29-31);
• a Esposa do Cordeiro, com os san­
tos glorificados (Jd 1.14);
• os exércitos celestiais com vestes A palavra traduzida como
brancas (Ap 19.14); batalha, em Apocalipse
• os cadáveres dos soldados (Ap 19.21).
16.14, é o vocábulo grego
pólemos, que não indica
2.5. O Senhor Jesus, o Verbo
uma única batalha, mas
Eterno (Ap 19.11-16)
uma série de batalhas, em
A maior e mais importante persona­ outras palavras, uma guerra
lidade na batalha do Armagedom será (CAITANO, J. Central Gospel,
o Senhor Jesus. Ele descerá sobre o
monte das Oliveiras, e todo olho o verá
2010, p. 168).
(Ap 1.7), para: (1) vencer os exércitos

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 73
do mal; (2) derrotar a trindade satânica; (3) julgar as nações;
(4) ordenar a precipitação do Anticristo e do Falso Profeta no
lago de fogo (Ap 19.20,21) e a prisão de Satanás no abismo
(Ap 20.1-6); e (5) salvar Israel, que se converterá a Cristo,
após testemunhar o acontecimento (Zc 14.1-5; Ap 1.7).

3. O FINAL MARAVILHOSO
Diversas passagens bíblicas versam sobre a realidade
de o céu ter-se aberto diante dos homens (Ez 1.1,25-28; Mt
3.16,17; Lc 3.21,22; At 7.56); no último livro da Bíblia, ele se
abre diante dos olhos de João, que contempla o que foi pre­
parado para o grande Dia do Deus Todo-poderoso (Ap 16.14).
Pode-se resumir a campanha do Armagedom com a seguin­
te expressão: O Senhor vencerá a guerra (Ap 19.19-21)1 A Es­
critura utiliza expressões que traduzem a derrota do mal: sem
mão, será quebrado (Dn 8.25); o Senhor desfará pelo assopro
da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda (2 Ts 2.8).
Todos os exércitos celestiais, vestidos de linho fino, bran­
co e puro, e todos os soldados em prontidão militar, monta­
dos sobre cavalos brancos, esperam a ordem do Senhor Jesus
para com Ele marchar ao encontro do inimigo, na missão de
salvamento do povo de Deus (Ap 19.14).
Se considerássemos apenas as forças militares de Israel e
o poderio bélico das nações que irão contra Jerusalém para
sitiá-la, invadi-la e conquistá-la, diríamos que Israel não tem
chance de vencer tão terrível batalha; porém, esse confronto
concluirá a vitória do Cordeiro de Deus sobre o mal (Is 49.26b;
Ap 17.14): a trindade satânica e todas as hostes espirituais do
inferno serão derrotadas no Dia do Senhor (Ap 19.20), e as
aves se fartarão com a carne dos soldados mortos (Ap 20.21).

CONCLUSÃO
A palavra profética acerca da batalha do Armagedom é
descrita como a ação do Poderoso de Jacó: Tu os esmigalharás
com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso
de oleiro (SI 2.9; 132.2). Cristo, no final da Tribulação, retor­
nará para livrar Israel; empreender uma conversão nacional
(Is 4.3-6; Os 3.5; Rm 11.26,27); e inaugurar o Milênio (Ap
20.4). A Igreja, então, reinará com Ele em glória (Ap 17.14).

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO


1. Qual é a diferença entre o Anticristo e o espírito do Anti­
cristo?
R.: O espírito do Anticristo diz respeito à ação demoníaca, pro­
motora de heresias e imoralidades — a ideia de deificação
do homem. Já o Anticristo, propriamente dito, é um perso­
nagem que aparecerá para liderar, pela força de Satanás,
as nações do mundo na batalha do Armagedom.

74 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


Aula dada em
DIA MÊS ANO
Mil Anos de Paz,
Justiça e Prosperidade
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Apocalipse 20.2-6
2- Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e
amarrou-o por mil anos.
3 - E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que
mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois
importa que seja solto por um pouco de tempo.
4 - Evi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder
de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho
de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua
imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e rei­
naram com Cristo durante mil anos.
5- Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram.
Esta é a primeira ressurreição.
6- Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição;
sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de
Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos.

Isaías 11.6-9
6- E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e
o bezerro, e o filho de leão, e a nédia ovelha viverão juntos, e um menino
pequeno os guiará.
7- A vaca e a ursa pastarão juntas, e seus filhos juntos se deitarão; e o leão
comerá palha como o boi.
8 - E brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e o já desmamado
meterá a mão na cova do basilisco.
9- Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade,
porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas
cobrem o mar.

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 75
TEXTO ÁUREO SUBSÍDIOS PARA
E o Senhor será
O ESTUDO DIÁRIO
rei sobre toda a 2a feira - Isaías 32.14-20
terra; naquele 0 efeito da justiça será a paz

dia, um será o 3a feira - Ezequiel 47.1-12


O rio do Milênio produz vida e saúde
Senhor, e um
será o seu nome. 4a feira -Joel 3.14-18
Uma fonte da casa do Senhor
Zacarias 14.9 5a feira - Miqueias 4.2-7
De Sião sairá a Lei, e a Palavra do Senhor, de Jerusalém
6a feira - Zacarias 6.12-15
Ele mesmo edificará o templo do Senhor
Sábado - Apocalipse 20.4
Reinaram com Cristo durante mil anos

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• compreender as razões para a instauração do Milênio na
terra;
• descrever as mudanças e/ou transformações feitas por
Deus no mundo na dispensação milenial;
• entender que todos aqueles que têm fome e sede de jus­
tiça serão plenamente satisfeitos na dispensação milenial,
em razão das transformações que ocorrerão na Terra.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Esta lição trata de um tema difícil, por ser escatológico; po­
rém, com estudo e dedicação, é possível que os conteúdos fi­
quem claros para o aluno, se você, professor, compreender o
assunto em questão. Busque enfatizar o que está reservado
para a Igreja gloriosa e triunfante nesta dispensação: a última, e
aquela que antecede a criação de novos céus e terra (Ap 21.1).
Explique, sinteticamente, o significado da palavra dispen­
sação, que quer dizer: economia ou administração, ou seja, o
modo como Deus trata a humanidade (Cl 1.25).
Aproveite para explicar quais são as dispensações bíblicas:
• inocência (Gn 2.7);
• consciência (Gn 3.24);
• governo humano (Gn 9.1);
• patriarcal ou familiar (Gn 12.1-3);
• lei ou mosaica (Êx 19.8);
• graça ou Igreja (Jo 1.17);
• milênio ou reino (Ef 1.10; Ap 20.4).

76 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


Enfatize as bênçãos no Milênio e a participação da Igreja na
teocracia divina.
Boa aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Desde a Queda, no Éden, os homens sonham com um tem­
po de paz, segurança e prosperidade, em que as ruas da ci­
dade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão
(Zc 8.5), e em que todos poderão estar em perene comunhão
com Deus, o eterno Criador (Tg 4.8).
A humanidade sonha com uma nova era, em que as notí­
cias de roubos, sequestros, fome, pestes, crimes hediondos,
revoluções sanguinárias e guerras
destruidoras serão substituídas por
manchetes de altos índices de abun­ O Livro do Apocalipse é uma
dância, crescimento, estabilidade e das principais fontes de
tranquilidade entre todos os povos escatologia ou estudo do fim
da terra (Mq 4.3). dos tempos, e sua escatologia
Com esperança, aguardamos o
dia em que o trigo crescerá mais
é consistente com o resto
depressa do que poderá ser colhi­ do Novo Testamento. Cada
do, e as parreiras produzirão uvas cristão pode ter a certeza
mais depressa do que se poderá fa­ da vida após a morte. Os
zer vinho (Am 9.13 NTLH). cristãos também podem ter
Esse tempo de cumprimento de a certeza de sua ressurreição
promessas (Gn 12.1-3; 17.8; 2 Sm pessoal e da recompensa
7.12-16; Is 42.6), que desde o tem­
po antigo nunca houve, nem depois
por uma vida justa vivida na
dele haverá pelos anos adiante, é terra (VARUGHESE, A. Central
maravilhosamente descrito na Bí­ Gospel, 2012, p. 481).
blia como Milênio (Is 11.1-9).

TEMPO DE MILAGRES E TRANSFORMAÇÕES


Conforme destacado na Lição 2, entende-se por milagre
a suspensão das leis naturais, para que as leis sobrenaturais
interfiram no mundo físico. Isto significa que, diante da limi­
tação humana, Deus intervém na linearidade presumível da
Natureza, operando sinais e maravilhas (At 10.38; Hb 2.4).
Quando Jesus esteve entre os homens pela primeira vez,
Seus milagres manifestaram a glória do Pai (Jo 9.3; 11.4;
At 10.38); o mesmo ocorrerá na dispensação milenial (no
Milênio).
Quando o Salvador comandar mil anos de paz, justiça e
prosperidade, a humanidade testemunhará inúmeros milagres
e profundas transformações para a glória de Deus (Is 65.17-25).

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 77
1.1. Milagres na Natureza
A Natureza será transformada pelo milagre da fertilidade;
a Terra apresentará condições semelhantes às encontradas no
Éden (Is 11.6-9): os lugares secos tomar-se-ão jardins verde­
jantes (Ez 34.26,27); a água será abundante (Is 30.25); a con­
figuração geológica e hidrográfica do planeta será modifica­
da (Is 2.2; Ez 47.8-12); a iluminação será suficiente (Is 30.26);
e os frutos das árvores servirão de alimento, e suas folhas, de
remédio (Ez 47.12).

1.1.1. Milagres no mundo animal


No Milênio, não haverá animais carnívoros, nem preda­
dores, mas apenas herbívoros (Is 11.6-8). Como no princípio
da Criação, as diferentes espécies coexistirão pacificamente.

1.2. Milagres nos corpos físicos


Não haverá deformidades físicas: os cegos terão os olhos
abertos; os surdos ouvirão; os coxos saltarão; e o mudo pode­
rá falar normalmente (Is 35.5,6; Zc 8.4).
Some-se a isto a longevidade dos indivíduos (Is 65.20-22):
a sobrevida humana aumentará consideravelmente, ultrapas­
sando com facilidade os cem anos de existência; a morte che­
gará depois de longa velhice, porque as doenças serão removi­
das (Is 33.24; Ez 34.16).

1.3. Milagres na vida material


Este será um tempo de grande prosperidade econômica
(Am 9.13-15): as pessoas terão o suficiente para viver confor­
tavelmente, sem qualquer prejuízo; não haverá necessidade ou
necessitados (Is 65.21,22; J1 2.21-27). Os homens serão fartos,
porque o Rei atenderá pessoalmente aos Seus súditos (Ap 21.4).

1.4. Milagres na administração e governo


No Milênio, a forma de administração será teocrática (go­
verno de Deus). Aquele que tem o principado sobre os seus
ombros, o Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eterni­
dade e Príncipe da Paz (Is 9.6), não permitirá qualquer tipo de
ditadura, opressão ou manipulação (Is 14.3-6; Zc 9.11,12).
Todos os povos desfrutarão de paz, segurança, justiça e com­
preensão (Is 11.13). Porém, apesar de tudo isso, como obser­
vou o Dr. René Pache: por mais belo que seja o Milênio, ele não
será o céu (WILLMINGTON, H. L. Central Gospel, 2015, p. 572).

1.4.1. Milagres na vida militar


Os profetas veterotestamentários vaticinaram que a justiça
divina reinaria sobre a terra, e, consequentemente, a paz (Mq
4.3; Os 2.18). A concórdia — individual e internacional — só
será possível, porque os governos do mundo serão unificados
em um único Reino: o de Cristo.

78 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


1.5. Milagres na vida espiritual
Um grande mover de Deus, o maior de todos os avivamen-
tos, alcançará todo o mundo. O Espírito Santo será derrama­
do abundantemente sobre os habitantes do reino milenar (Jl
2.28), especialmente sobre os judeus das casas de Davi e Isra­
el (Ez 39.29; Zc 12.10).
Com a unificação do governo e a transformação militar,
outro ponto importante será a unificação linguística nas re­
lações interpessoais (Sf 3.19), o que possibilitará, acima de
tudo, a adoração ao verdadeiro Deus e a Jesus Cristo, o Mes­
sias Regente (Is 66.17-23; Ml 1.11).

2. A CAPITAL DO MILÊNIO
O Milênio alcançará todos os povos, tribos e nações — des­
de os grandes centros até as áreas mais inóspitas do Globo. De
Norte a Sul, de Leste a Oeste, todas
as pessoas da terra serão abençoa­
das pelo Todo-poderoso (Gn 28.13- A alegoria da entronização —
17). Todavia, a despeito do alcance [...] os ressurretos reinam com
universal deste evento escatológico, Cristo durante mil anos (Ap
é preciso ressaltar que a capital do
20.6) e para todo sempre (Ap
reino milenar será Jerusalém.
22.5). Aqueles perseguidos por
A terra dos profetas, a cidade
escolhida, amada e protegida por sua fé seriam confortados para
Deus (Zc 2.5), a cidade histórica compreenderem que seu breve
e sagrada, tanto para os cristãos, sofrimento de dez dias (Ap
como para os judeus e muçulma­ 2.10) não pode ser comparado
nos — sem a presença abominável a sua exaltação por mil anos
do incircunciso e do impuro ves­ (ROTZ, C. Central Gospel,
tirá suas vestes santas, esplendoro­
2015, p. 336).
sas e intocadas, para ser coroada a
capital do Milênio (Is 52.1,2).

2.1. Seu valor histórico e religioso


A história da humanidade estaria incompleta sem a pre­
sença da cidade de Jerusalém em seus registros. Seus filhos
formam o povo escolhido do Senhor e foram estabelecidos por
Ele como cabeça das nações (Dt 28.10,13).
Todos os fatos, objetos e elementos relacionados a esse espa­
ço geográfico singular são fonte inesgotável de estudo, pesquisa
e comentário. Jerusalém, a terra santa, a cidade mais citada
em todo texto bíblico (1 Sm 17.54; 2 Sm 5.7; 6.1-19; 24.25; 2
Cr 3.1; Lc 2.22; Mt 21; 23.37; 24), atrai os olhares do mundo
para si, não apenas por seu valor histórico, mas, sobretudo,
por sua importância religiosa.

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 79
Jerusalém está localizada na região noroeste do deserto dejudá
FONTE: VARUGHESE, A. Central Gospel, 2012, p. 65.

2.2. Sua posição estratégica


Geograficamente, o Senhor estabeleceu a nação de Israel
no centro do planeta. A partir de um simples olhar no mapa
mundial, pode-se identificar a cidade de Jerusalém: ela está
no coração dos povos. Deus cercou a cidade de altos montes
protetores, tomando-a uma fortaleza natural (SI 125.2).

2.3. Sua importância espiritual


O lugar mais sagrado do mundo, para o judeu, é Jerusalém.
Durante o Milênio, a terra dos antigos profetas tornar-se-á a
capital religiosa do mundo.
Após o Armagedom, a cidade e o templo dos judeus serão
restaurados, e os povos do mundo inteiro subirão a Jerusa­
lém, todos os anos, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos
(Zc 14.16).
Jerusalém será chamada de trono do Senhor (Jr 3.17): um
lugar de bênçãos para as nações gentílicas (Zc 8.22) e de
honra para os judeus (Zc 8.23).

3. PARTICIPANTES DO MILÊNIO
As profecias bíblicas fazem-nos saber que os santos glo­
rificados e os sobreviventes da Grande Tribulação participa­
rão da dispensação milenial. A Escritura também nos dá ciên­
cia de que nenhum incrédulo participará dessa dispensação (Jr
31.33,34; Ez 20.37; Jo 3.3).

80 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


Terá destaque, neste cenário, a
nação de Israel, pela reedificação do
tabernáculo de Davi (At 15.16), e pelo
O que acontecerá a Satanás
cumprimento literal da promessa que no início do Milênio? Ele será
o Senhor fez a Abraão, o primeiro ju­ aprisionado no abismo por
deu: Em ti serão benditas todas as um anjo, que o colocará em
famílias da terra (Gn 12.1,2). uma grande cadeia, isto é,
3.1. Os crentes glorificados em um local tenebroso, que
Participarão do Milênio todos os limitará sua esfera de ação
salvos — tanto do Antigo Testamen­ e influência maligna
to quanto do Novo Testamento — e (Ap 20.1-3).
os mártires de todas as eras — em
especial os procedentes da Grande
Tribulação —, com direitos a todas as
bênçãos advindas dessa dispensação (Ap 20.4-6).
Seremos, segundo a Escritura, reis e sacerdotes (Ap 1.6,10;
11.15), e, por essa razão, reinaremos com Cristo sobre as na­
ções (Ap 2.26-29).

3.2. Os sobreviventes da Grande Tribulação


Existirão outros tipos de corpos no Milênio, além dos
glorificados (1 Co 15.51-53; Hb 11.35; Ap 20.5,6)? Segundo
Harold Willmington (2015, p. 572), a resposta é sim, e es­
ses serão os corpos não glorificados dos que sobreviveram
ao cataclismo da Grande Tribulação; dos crentes judeus (Mt
25.10); dos crentes gentios (Mt 25.34) e o dos filhos que nas­
cerão durante o Milênio (Zc 8.5).
Muitos dos nascidos durante o Milênio (Zc 8.5) podem de­
cidir desobedecer a Deus e a Cristo; isto explica a razão de o
Messias reinar com vara de ferro (Zc 14.17-19; Ap 2.27; 12.5;
19.15) e o fato de haver uma rebelião final (a de Gogue e Ma-
gogue), quando Satanás for solto (Ap 20.7,8).

CONCLUSÃO
Apesar de alguns segmentos teológicos atribuírem um
sentido figurativo à duração deste evento, as profecias bíbli­
cas indicam claramente que o Milênio será um período de mil
anos literais — cada ano, com 365 dias.
No Milênio, Deus demonstrará, na terra, como será o céu.
Jesus reinará etemamente na casa de Jacó, e o seu Reino não
terá fim (Lc 1.33).

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO


1. De acordo com a lição de hoje, responda: Em quais esferas
acontecerão milagres e transformações, na dispensação
milenial?
R.: Milagres na Natureza; nos corpos físicos; na vida material;
na administração e governo; e na vida espiritual.

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 81
Lição 12

Aula dada em
DIA MÊS ANO
O Juízo do Trono Branco
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Atos 17.30,31
30 - Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia ago­
ra a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam,
31 - porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o
mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos,
ressuscitando-o dos mortos.

Apocalipse 20.11-15
11 - E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de
cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.
12 - E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono,
e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os
mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros,
segundo as suas obras.
13 - E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram
os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas
obras.
14 - E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda
morte.
15 - E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago
de fogo.

82 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


TEXTO ÁUREO SUBSÍDIOS PARA
O ESTUDO DIÁRIO
E os céus anunciarão a
sua justiça, pois Deus 2a feira - 1 Samuel 24.8-12
mesmo é o Juiz. Julgue o Senhor
3a feira - Eclesiastes 3.16,17
Salmo 50.6 Deus julgará o justo e o ímpio
4a feira - Daniel 5.17-28
Pesado foste na balança
5a feira - João 5.16-24
Não entrará em condenação
6a feira - Romanos 2.1-16
Julgar os segredos dos homens
Sábado - Hebreus 12.12-23
Deus, o Juiz de todos

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• saber que o juízo não é uma figura de linguagem; ao con­
trário, ele é real e vindouro;
• conscientizar-se de que o pecado afasta o homem de
Deus e leva-o, mormente, ao inferno por toda a eternidade;
• compreender que a obediência aos mandamentos do Se­
nhor Jesus livra-nos da condenação eterna.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
Esta lição, que versa sobre o Juízo Final, foi elaborada com
o objetivo de fazer seus alunos enriquecerem-se com um con­
teúdo teológico sadio e maduro. Esperamos que ao fim da ex­
posição todos possam ser fortalecidos na fé em Cristo.
Se possível, realize uma dinâmica de grupo para tratar dos
seguintes temas: julgamento, tribunal, condenação e absol­
vição. Peça a quatro alunos para falarem, em 30 segundos, o
que entendem a respeito do assunto. Esse recurso didático é
bastante útil para ilustrar o argumento exposto e, ao mesmo
tempo, provocar a conscientização dos alunos sobre o tipo de
conduta que eles têm adotado em sua vida cristã.
Faça desse momento uma experiência vívida, não apenas
teórica. Ensine, no decorrer da dinâmica, que qualquer pessoa
pode livrar-se do julgamento do grande trono branco, por meio
de uma vida de dedicação a Cristo e santificação pessoal.
Boa aula!

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 83
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Nas primeiras páginas da Bíblia, no Livro de Gênesis, temos
uma clara descrição da Criação de Deus: todas as coisas eram
boas e perfeitas. Nossos primeiros pais tinham livre acesso ao
Paraíso, um lugar destinado à habitação do homem, que de­
veria ser conquistado e desfrutado pelo primeiro casal e seus
respectivos descendentes (Gn 1.22).
Não se sabe ao certo por quanto tempo Adão e Eva goza­
ram da exuberância do Éden e da tranquilidade proporcionada
pela presença do Criador; fato é que a cena de absoluta per­
feição foi alterada para a cena do juízo divino sobre a história
humana. O homem, a mulher, a serpente e a Terra foram jul­
gados pelo Senhor, e cada um recebeu sua respectiva senten­
ça (Gn 3.14-24).
Além deste primeiro e definitivo juízo divino, outros tantos
são citados no texto bíblico. Observe:

OUTROS JULGAMENTOS NA BÍBLIA REFERÊNCIA BÍBLICA


Juízo do pecado deste mundo, que viria por meio da
Jo 12.31,32
morte de Cristo
0 autojulgamento dos cristãos por toda a vida, para não
1 Co 11.31,32
sermos condenados com o mundo

Julgamento de Israel por seus muitos séculos de rebelião Ez 20.33-44


Julgamento dos anjos, devido à rebelião contra Deus 2 Pe 2.4; Jd 6,7
Julgamento das obras dos cristãos Rm 14.10; 2 Co 5.10,11
Julgamento das nações que estiverem vivas no segundo
Mt 25.31-46
advento

Julgamento dos ímpios mortos Ap 20.11-15; At 17.31; Rm 2.16

Nesta lição, estudaremos o Juízo do grande trono branco,


que marca o fim dos tempos e a consequente entrada no Es­
tado Eterno — esse acontecimento foi anunciado por João nas
últimas páginas da Bíblia.
O vaticínio bíblico serve basicamente a dois propósitos: (1)
convocar-nos ao estado de alerta, a fim de não sermos conde­
nados naquela ocasião; (2) dizer às pessoas, como atalaias do
Senhor, como elas poderão escapar da condenação eterna,
que será promulgada neste evento escatológico (Ez 3.17-21).

O GRANDE JULGAMENTO
O texto bíblico, insistentemente, ressalta a grandiosida­
de de Deus. Observemos alguns aspectos da majestade divina,
destacados no Livro dos Salmos, por exemplo: Deus é grande

84 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


em bondade (SI 31.19); justiça (SI
36.6); misericórdia (SI 25.6); notorie­ O trono branco representa
dade (SI 76.1); obras (SI 92.5); glória
a pureza e a santidade
(SI 138.5); e poder (SI 145.5).
Tal como o salmista, o apósto­
(Ap 20.11), atributos de
lo utilizou a expressão grande tro­ Deus, que o qualificam
no branco (Ap 20.11) para indicar a para julgar com justiça e
imensidade da pessoa divina: o termo imparcialidade (CAITANO, J.
grande alude ao tribunal que alcan­ Central Gospel, 2010, p. 205).
ça os mortos, grandes e pequenos
(Ap 20.12a NVI); o termo branco, por
sua vez, revela que quem sobre o tro­
no se assenta não é outro senão o perfeito e justo Juiz, como
declarou o apóstolo Paulo: [...] aguardando a bem-aventurada
esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso
Senhor Jesus Cristo (Tt 2.13).

1.1. Quem estará diante do trono branco?


Quem será julgado neste evento?
Todas as pessoas, exceto os salvos
O verbo julgar e palavras
em Cristo que foram arrebatados
na primeira ressurreição. Estes não
relacionadas a esse verbo,
serão julgados (CAITANO, J. Central tais como julgamento, julgado,
Gospel, 2010, p. 205). juízo, dentre outras correlatas,
Além de tais pessoas — de todas aparecem 263 vezes em
as épocas e classes sociais, sejam ambos os Testamentos
grandes ou pequenas (At 17.31) —,
(Concordância Bíblica Joshua.
estarão presentes neste juízo os an­
jos caídos que aderiram à rebelião Centra! Gospel, 2012b, p. 719)
satânica; estes receberão, individual­
mente, sua sentença final (Jd 6).

1.2. Falsos cristãos e falsos obreiros


Segundo as palavras de Jesus, naquele Dia — no dia do
Juízo Final - , falsos cristãos comparecerão diante do grande
trono branco e tentarão escapar da condenação eterna. Tais
pessoas argumentarão que serviram ao Senhor e agiram em
Seu nome, e a confirmação de suas palavras estaria nos sinais
e maravilhas que operaram entre os homens durante toda a
vida. Cristo, no entanto, as chamará de praticantes da iniqui­
dade, ou seja, elas não escaparão ao Juízo do trono branco (Mt
7.22,23).

1.2.1. A manifestação do fruto do Espírito


Esses homens e mulheres, autodenominados cristãos, de­
monstraram os dons espirituais, contudo não manifestaram

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 85
o fruto do Espírito — precisamos lembrar-nos sempre disto:
dons, sem fruto, não garantem a salvação eterna.
Tais pessoas supostamente conheceram a Deus, mas não
foram conhecidas por Ele (Lc 13.27); utilizaram-se do nome
de Cristo, mas aceitaram a proposta satânica de praticar a de­
sobediência (Gn 3.5); produziram ações contrárias à vontade
de Deus; foram amantes do dinheiro (1 Tm 6.10); adoraram a si
mesmas; buscaram para si admiradores e estiveram cercadas
de discípulos que não seguem a Cristo (2 Tm 3.1-5).

1.3. A ressurreição de Cristo e o Juízo Final


A ressurreição de Jesus é o fundamento da nossa fé (1 Co
15.14). Observemos os testemunhos deste milagre incompa­
rável:
• o testemunho da Palavra (SI 16.10; Jo 11.25; 1 Co 6.14);
• o testemunho da Natureza (Mt 28.2);
• o testemunho do túmulo vazio (Mc 16.8);
• o testemunho dos anjos (Lc 24.4-7);
• o testemunho das mulheres (Lc 24.1);
• o testemunho dos discípulos (Mt 28.9; Mc 16.9; Lc 24.15,36;
Jo 20.19; 21.1,14).
Assim como nosso Salvador ressuscitou, todos os homens
ressuscitarão para serem julgados por Ele (At 17.31; 1 Co
15.1-23): uns para a salvação, na primeira ressureição; ou­
tros para a condenação, após o Milênio (Ap 20.5).

2. A PRESTAÇÃO DE CONTAS
Todos os homens, de todos os tempos e lugares, terão
de prestar contas a Deus, seja diante do Tribunal de Cristo
(2 Co 5.10), seja diante do trono branco (Ap 20.11-15). Essa
prestação de contas evidenciará a trajetória terrena de cada
um de nós.
O sábio Salomão, inspirado por Deus, já havia dito: [...] há
tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tem­
po de arrancar o que se plantou (Ec 3.2). Porque Deus há de
trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer
seja bom, quer seja mau (Ec 12.14).

2.1. O registro dos livros


No texto bíblico, são mencionados os seguintes tipos de li­
vro: o livro da redenção (Ap 5.1); o livro das lágrimas (SI 56.8);
o livro das palavras (Mt 12.36,37); o livro da consciência (Rm
2.15,16); o livro da natureza (Rm 1.25-27); o livro das escolhas
(Js 24.15); o livro do Senhor (Is 34.16); o livro do concerto (2 Rs
23.2); o livro de Deus (SI 139.16); e o livro da vida (SI 69.28).

86 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


Os livros terão um papel es­
sencial no Juízo do trono branco.
As recompensas são para cujos
O mais importante deles é o livro
da vida, no qual estarão escritos os
nomes estão escritos no livro
nomes dos salvos. Observe: da vida (Ap 3.5; 20.12; 21.27).
• Paulo, ao escrever aos filipenses, Pela divina graça, o Cordeiro
mencionou as mulheres que tra­ morreu para redimir cada
balharam com ele no evangelho, povo, tribo e nação (Ap 5.9,10;
Clemente e os outros cooperado- 20.15; 21.27); no entanto,
res, cujos nomes estão no livro as pessoas são responsáveis
da vida (Fp 4.3).
por suas escolhas, como
• No Livro do Apocalipse, João, em enfatizado pelo conteúdo de
várias passagens, igualmente,
outro conjunto de livros
fez menção a esse livro (Ap 3.5;
13.8; 17.8; 20.12,15; 21.27). (Ap 20.12-13) (ROTZ, C.
O livro das obras (2 Co 5.10 Central Gospel, 2015, p. 52).
NVI), tão importante quanto o da
vida, também será aberto no dia
do Juízo. Grande parte dos comentaristas bíblicos afirma que
cada pessoa tem um livro específico; nele, todos os nossos atos
e pensamentos — exatamente da forma como os concebemos
— estão sendo registrados e jamais serão apagados ou esque­
cidos (Is 65.6).

2.2. Fazer o bem


A recomendação paulina é extremamente relevante e pode
ser parafraseada da seguinte maneira: façamos o bem e não
olhemos a quem (Gl 6.9). Nunca deixemos de praticar o que é
bom, direito, honesto, puro e cuja finalidade seja beneficiar,
levantar, encorajar e ajudar aqueles que cruzarem o nosso
caminho.
O tempo para a prática de boas obras — que serão julga­
das no Juízo do trono branco — é agora (Gl 6.10; Jo 9.4). Cada
um de nós deve ser ensinável, ou seja, ter o coração aberto e
disposto a aprender, com o Senhor, a contar o tempo de sua
existência (SI 90.12).

3. O ÚLTIMO JULGAMENTO
O dia do fim é uma realidade que não pode ser ignorada
— o próprio Senhor Jesus anunciou que esse tempo chegaria
(Mt 24.1-14):
Diante dessa realidade bíblica, precisamos considerar com
muita seriedade e responsabilidade alguns fatos sobre o Ju­
ízo do trono branco — o derradeiro julgamento estabelecido
no plano divino —, que ocorrerá nos últimos dias da história
humana. Vejamos:

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 87
• será universal, e todos, obrigatoriamente, estarão de pé
diante do trono do juízo (Ap 20.12);
• o Senhor Jesus, junto com o Pai, procederá o julgamento
(Jo 5.22,27);
• os mortos ressuscitados, grandes e peguenos, serão julga­
dos (Ap 20.12);
• haverá um veredito final, inapelável e inafiançável, para os
julgados;
• o destino dos condenados será a segunda morte, ou seja, o
espírito separa-se de Deus etemamente (Ap 20.15).

CONCLUSÃO
O apóstolo João viu um grande trono branco; essa visão,
por si só, deveria levar-nos a refletir sobre nossa caminhada
cristã. O trono é grande, para fazer-nos lembrar de quão ili­
mitado é o poder de julgamento do Altíssimo; ele é branco,
para não nos deixar esquecer de que a justiça divina é perfei­
ta (SI 96.10).
Matthew Henry disse que ninguém é tão mau que não te­
nha algum talento para apresentar a Deus, e ninguém é tão
grandioso para evitar a jurisdição do grande trono branco.
Mantenhamos nossos olhos fixos em Cristo Jesus, autor e
consumador da nossa fé (Hb 12.2); apeguemo-nos até o fim
à confiança que tivemos no princípio (Hb 3.14); sejamos fiéis
até a morte, para recebermos do Senhor a coroa da vida (Ap
2.10); e, por último, mas não menos importante, não nos can­
semos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não
houvermos desfalecido (G1 6.9).

ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO


1. Quem estará diante do trono branco?
R.: Todas as pessoas, exceto os salvos em Cristo que foram
arrebatados na primeira ressurreição.

2. Quais aspectos estão relacionados ao julgamento do trono


branco?
R.: (1) Julgamento pelas obras praticadas: Os mortos foram jul­
gados de acordo com o que tinham feito, segundo o que
estava registrado nos livros (Ap 20.12d NVI). (2) Julgamen­
to pelo fato de não ter o nome registrado no livro da vida
— esse último aspecto está relacionado à prova final do
juízo, destituído de equívocos ou primazias — Se o nome de
alguém não foi encontrado no livro da vida, este foi lançado
no lago de fogo (Ap 20.15 NVI).

88 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


Aula dada em

o,* mês ano pojs Destinos Finais

TEXTO BÍBLICO BÁSICO


Apocalipse 4.1,2
1 - Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e
a primeira voz, que como de trombeta ouvira falar comigo, disse: Sobe
aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer.
2 - E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no
céu, e um assentado sobre o trono.

Mateus 6.19-21
19 - Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo conso­
mem, e onde os ladrões minam e roubam.
20 - Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem conso­
mem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.
21 - Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.

Salmo 9.17
17 - Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem
de Deus.

Oseias 13.14
14 - Eu os remirei da violência do inferno e os resgatarei da morte; onde
estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua perdição? O
arrependimento será escondido de meus olhos.

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 89
TEXTO ÁUREO SUBSÍDIOS PARA
Porque sabemos
O ESTUDO DIÁRIO
que, se a nossa 2a feira - Jó 17
casa terrestre deste Até os ferrolhos do inferno

tabernáculo se 3a feira - Mateus 6.19-24


Tesouros permanentes no céu
desfizer, temos de
Deus um edifício, 4a feira - Mateus 25.14-30
Pranto e ranger de dentes
uma casa não feita
por mãos, eterna, 5a feira - João 14.1-3
Na casa do meu Pai há muitas moradas
nos céus.
6a feira - 1 Pedro 1.3-9
2 Coríntios 5.1 Guardada nos céus para vós
Sábado - Apocalipse 1.17-20
E tenho as chaves da morte e do inferno

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• compreender, pelas Sagradas Escrituras, que só existem
dois destinos reservados ao homem na eternidade, céu ou
inferno — não há outra opção;
• alertar o maior número de pessoas possível (familiares,
amigos e conhecidos) acerca da realidade do inferno e de
seus tormentos eternos;
• decidir firmemente, aqui e agora, pelo céu como seu des­
tino final, mediante a confissão de Cristo como Salvador.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
Nos dias atuais, o educador (cristão ou secular) não deve
prender-se a uma única fonte de informação. Isto não quer
dizer que se deve abandonar o conteúdo da revista, prepa­
rada com grande zelo e esmero pelo comentarista; também
não significa que se deve apenas ler o conteúdo da revista em
classe, pois esse ato costuma ser traduzido como falta de con­
sideração pelos alunos, que nutrem grande expectativa pela
exposição do professor.
Eis aí a importância e necessidade de o educador preparar-
-se para ministrar a aula. As observações apontadas pelo Pr.
Gilmar Vieira Chaves são bastante oportunas. Disse ele: O pro­
fessor deve ministrar a sua aula, considerando os tópicos da
revista e as ideias principais dos parágrafos de cada tópico.

Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


Contudo, não deve ficar restrito apenas a o que as revistas
trazem. É preciso ter discernimento e coragem para pesquisar
e ir — com responsabilidade — além do que está no material
didático (CHAVES, G. Central Gospel, 2012, p. 142).
Boa aula!

Palavra introdutória
Os números possuem elevada importância na Escritura,
tanto que, entre os 66 livros que a compõem, um deles rece­
beu o título de Números — o quarto volume da Bíblia, com 36
capítulos, 1.288 versículos e 32.889 palavras.
O número dois, aliás, aparece abundantemente no texto
sagrado. Observe:
• duas portas (Mt 7.13,14);
• dois caminhos (Mt 7.13,14);
• duas árvores (Mt 7.18);
• dois senhores (Lc 16.13);
• dois alicerces (Mt 7.24-27);
• dois salteadores (Mc 15.27);
• duas mulheres (Lc 10.38-42);
• dois filhos (Lc 15.11-32);
• duas escolhas (Js 24.14-16);
• dois destinos (Jr 21.8).
O final da História segue na mesma toada: apenas dois des­
tinos aguardam a humanidade; não há uma terceira via. Desde
a criação do homem, essas duas vias
foram claramente estabelecidas:
vida ou morte; céu ou inferno; luz Vamos conhecer uns aos
ou trevas; tormento ou gozo eterno. outros no céu? Certamente!
Escolher entre uma dessas veredas Como seres espirituais,
é questão pessoal e intransferível.
haverá uma percepção
Por mais íntima, profunda e in­ espiritual entre todos os
tensa que seja a relação entre duas
salvos [...]. Saberemos,
ou mais pessoas, absolutamente
no espírito, quem somos
ninguém pode decidir o destino de
(CAITANO, J. Central Gospel,
outrem; portanto, escolha correta­
2010, p. 191).
mente o seu destino (Dt 30.19).

O CÉU É UM LUGAR REAL


A palavra céu aparece mais de 500 vezes no texto bíbli­
co, e pode ser entendida como: espaço indefinido em que se
movem todos os astros; o ar, a atmosfera; região habitada por
Deus e os anjos.

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 91
O salmista disse que a Palavra da Verdade, para sempre,
está firmada nos céus (SI 119.89 NVI). Isto nos leva à com­
preensão de que todo estudo sobre o céu começa no Eterno,
continua com Ele e termina Nele. O Altíssimo é Seu único
Criador (Gn 1.1) e também Seu único dono (Dt 10.14).
Todos os que desejam, no fim dos tempos, habitar a mo­
rada celestial, obrigatória e invariavelmente, precisam estar
conscientes desta realidade.

1.1. Habitantes do céu


Além do Deus soberano, santo e todo-poderoso que governa
tudo e todos (1 Tm 6.15,16), no céu, está o Senhor Jesus, que
vive à Sua destra (At 1.11; Cl 3.1; Hb 12.2). E, juntamente
com o Pai e o Filho, está o Espírito Santo (Ap 14.13).
Talvez alguém se pergunte: Ora, se o Espírito Santo está
nos céus, como poderia estar na terra também? A resposta
parece simples: de fato, Ele está em ambos os lugares ao mes­
mo tempo, porque é Deus — os atributos do Pai pertencem ao
Filho e ao Consolador de igual modo. Um desses atributos é a
onipresença, ou seja, a capacidade de fazer-se real em todos
os espaços simultaneamente: no céu, na terra e em cada cren­
te fiel, inclusive (1 Co 6.19).
Além da santíssima Trindade, nos céus, estão os anjos: E
olhei e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos ani­
mais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões e
milhares de milhares (Ap 5.11). Além de servirem os cristãos
como espíritos ministradores (Hb 1.14), os anjos adoram o
Criador (Hb 1.6).

1.2. Tronos no céu


Os registros bíblicos mencionam vários tronos no céu,
sempre indicando um símbolo de dignidade e poder sobera­
no. Na visão apocalíptica, João contemplou 24 tronos magní­
ficos ao redor do trono principal (trono de Deus), nos quais
se assentavam 24 anciãos, com vestes brancas e com coroas
áureas sobre suas cabeças (Ap 4.4).
Vinte e quatro pode significar dois conjuntos de anciãos,
representando o antigo (doze tribos) e o novo Israel (doze
apóstolos), ou as horas em um dia e a divisão de turnos de
oração, ou os autores dos livros do Antigo Testamento (ROTZ,
C. Central Gospel, 2015, p. 115).

1.2.1. O trono de Deus


Dentre todos os tronos que aparecem na Bíblia, este é o mais
importante (SI 11.4). Por diversas vezes, a Palavra de Deus men­
ciona que o Senhor Eterno está assentado em Seu trono (SI
47.8; 113.5; Is 6.1; Ap 7.10,15), e João indica o local em que

92 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


esse trono está posto: no céu (Ap
4.2; 5.13; 19.1,4; 21.1,5). O Apocalipse é o texto
Destacamos, a seguir, algumas
mais importante do
características desse trono incompa­
rável:
Novo Testamento para a
• o trono de Deus é alto e sublime compreensão da liturgia
(Is 6.1); cristã e sua relação com a
• o trono de Deus é poderoso (1 Rs História [...]. Num mundo
22.19); onde as forças do mal se
• o trono de Deus é santo (SI 47.8); opõem à Igreja, os hinos
• o trono de Deus se parece com do Apocalipse expressam
chamas de fogo (Dn 7.9); a resistência dos santos
• o trono de Deus é chamado de ao mal, celebrando e
trono da graça (Hb 4.16);
antecipando a vitória de
• o trono de Deus também é cha­
Deus (ROTZ, C. Central
mado de trono da Majestade (Hb
8.1);
Gospel, 2015, p. 52).
• diante do trono eterno estão os
sete Espíritos de Deus (Ap 4.5).

1.3. Céus abertos


Quando os céus estão abertos, algo acontece! O maior rei
de Israel, Davi, declarou que os céus manifestam a glória de Deus
(SI 19.1); Isaías, o profeta messiânico, revelou que o céu é o trono
de Deus (Is 66.1); Asafe, ministro de louvor no Antigo Testamen­
to, afirmou que os céus anunciarão a justiça de Deus (SI 50.6);
Ageu, profeta cujo nome significa festivo, proclamou que Deus
faz tremer os céus (Ag 2.6).
Do mesmo modo, Estevão, o primeiro mártir cristão, viu os
céus abertos e Cristo Jesus, de pé, aguardando por ele (At
7.55,56). No rio Jordão, em Seu batismo, Jesus contemplou os
céus abertos e o Espírito de Deus descendo sobre Ele. Naque­
le instante, o Senhor ouviu a voz do Pai declarar para todo o
Cosmo ouvir: Este é o meu Filho amado, em quem me com­
prazo (Mt 3.16,17).

2. A VERDADE BÍBLICA ACERCA DO INFERNO


O teólogo Finis Jennings Dake discorre, com riqueza de de­
talhes, acerca do inferno: Hades, no grego, o mundo invisível
dos espíritos, equivalente ao hebraico sheol (SI 9.17) — por ve­
zes traduzido como inferno aparece uma dezena de vezes no
Novo Testamento (Mt 11.23; 16.18; Lc 10.15; 16.23; At 2.27,31;
Ap 1.18; 6.8; 20.13,14).
Na língua grega, basanos [indo ao mais profundo e terrível
nível de tortura ou sofrimento]; basanizo [torturar; estar sofrendo
(Mt 8.6,29; Mc 5.7; Lc 8.28; Ap 9.5; 11.10; 14.10; 20.10)]; basa-

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 93
nismos [tortura (Ap 14.11)]; e odunao [o estado de luto, triste­
za e sofrimento (Lc 16.24,25)] são palavras usadas para indicar
o presente e eterno inferno (sheol, hades e gehennaf
No texto bíblico, o inferno é relatado como:
• um lugar de trevas, onde as pessoas permanecerão na es­
curidão eterna (Mt 8.12);
• um lugar onde o fogo — que representa a ira de Deus pu­
nindo os ímpios — nunca se apagará (Is 33.14);
• um lugar de aflições e angústias indescritíveis, onde o bi­
cho que não morre é o remorso eterno (Mc 9.43,48);
• uma prisão eterna (Mt 5.25,26).

2.1. O Senhor Jesus e o inferno


Mesmo com a crescente incredu­
Originalmente, havia duas
lidade acerca da existência do infer­
sessões do Hades, uma no na pós-modemidade, não pode­
para os salvos e outra para mos nos esquecer de que o Senhor
os perdidos. A sessão dos Jesus, por várias vezes, referiu-se ao
salvos é, às vezes, chamada inferno como um lugar real de tor­
de Paraíso (Lc 23.43); mentos (Lc 16.23), criado por Deus
outras vezes, é chamada de para punir o diabo, os demônios e,
consequentemente, os ímpios que
seio de Abraão (Lc 16.22)
se esquecem de Deus (SI 9.17).
(WILLMINGTON, H. L. Central
Gospel, 2015, p. 596).
2.2. O inferno aguarda seus
moradores eternos
Quem habitará essa morada eter­
na de sofrimento, tristeza e, acima de tudo, separação de Deus?
A maldição infernal está destinada a todos que rejeitarem
o dom de Deus em Cristo Jesus (Mt 25.41; Rm 6.23). Serão
eles:
• os falsos cristos e falsos profetas (Mt 24.24);
• os homens e mulheres infiéis (Mt 24.48-51);
• os tímidos, os incrédulos, os abomináveis e os homicidas
(Ap 21.8);
• os fornicadores e os feiticeiros (Ap 21.8);
• os idólatras e todos os mentirosos (Ap 21.8);
• os injustos, obstinados, os ímpios e pecadores (1 Tm 1.9);
• os que se esquecem de Deus (SI 9.17).

3. ESCOLHA O SEU DESTINO FINAL AQUI


EAGORA
Apesar de Deus poder controlar nossas escolhas, Ele não
o faz. O Criador dotou-nos de livre-arbítrio, ou seja, da capacidade

94 Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 53


de decidir o que ser ou fazer. Nossa consciência, a voz interior da
alma, avisa-nos o que acontece, sem, contudo, determinar o que
devemos escolher.
Em sendo assim, enquanto estamos aqui, agora, devemos es­
colher o céu como nosso destino final (Jo 3.16-18).

3.1. Os cidadãos do céu serão recompensados


Diversas passagens bíblicas corroboram o ensinamento so­
bre a distribuição de galardões aos fiéis, no Dia de Cristo (SI
58.11; 62.12; Is 40.10; 62.11; Mt 6.1,2; 10.42; Lc 6.35; 1 Co
3.8,14; Hb 10.35,36; 11.6; 2 Jo 1.8; Ap 2.23; 11.18). Quando o
Senhor Jesus apresentar ao Pai a Esposa do Cordeiro (a Igre­
ja), haverá uma grande festa no céu, a celebração da vitória, a
distribuição das recompensas.

3.2. Como garantir o céu como destino final?


Esses são os passos para garantir o céu como destino final,
percorra-os e garanta já o seu futuro:
• reconhecer que é pecador (Rm 3.23-26);
• arrepender-se dos seus pecados (Mc 1.15; At 2.38);
• crer e confessar Jesus como seu Salvador e aceitá-lo como
Senhor (At 16.31; Rm 10.9,10).

CONCLUSÃO
A doutrina do destino e estado final de todos os homens
encontra-se claramente registrada na Bíblia. Um dos mais
perfeitos exemplos foi narrado pelo Senhor Jesus, na pará­
bola do homem rico e de um mendigo chamado Lázaro (Lc
16.19-31).
Diante da verdade bíblica sobre os dois destinos finais,
devemos atender ao clamor do profeta boiadeiro, que dis­
se: Prepara-te [...] para te encontrares com o teu Deus (Am
4.12). (Am 4.12).

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO


1. Quais são os dois destinos finais e eternos possíveis aos
homens? Como escapar do inferno?
R.: Os dois destinos finais e eternos possíveis aos homens são:
o céu para os justos, e o inferno para os injustos. Todo ho­
mem pode escapar do inferno, se: reconhecer que é pe­
cador (Rm 3.23-26); arrepender-se dos seus pecados (Mc
1.15; At 2.38); crer e confessar Jesus como seu Salvador e
aceitá-lo como Senhor (At 16.31; Rm 10.9,10).

Grandes temas do Apocalipse — Uma perspectiva profética impressionante dos últimos tempos 95
Bíblia Sagrada. Almeida Revista e Corrigida. São Paulo: Sociedade Bíblica do
Brasil, 2009.
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_______ . Português. Bíblia de Estudo Plenitude. São Paulo: Sociedade Bíblia do
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____ . Escatologia Revelação do Futuro. Belém do Pará: Editora Boas Novas,
2016.
CHAVES, Gilmar. Educação Cristã: Uma Jornada para Toda a Vida. Rio de
Janeiro: Central Gospel, 2012.
HAGER, J. The Beginning ofthe End [O Começo do Fim], Editora Caribe, 1996.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2009.
KAMPEN, Robert Van. The Sign [O Sinal], New Publishers, 1996.
KREEFT; Peter; TACELLI, Ronald K. Manual de Defesa da Fé. Rio de Janeiro:
Central Gospel, 2008.
STRONG, J. The Strongest Strong's Exhaustive Concordance of the Bible.
Grand Rapids, MI: Zondervan, 2001.
LOCKER. H. Apocalipse, o Drama dos Séculos. São Paulo: Editora Vida, 1992.
MALAFAIA, Silas. Renovação Espiritual é Fundamental. Rio de Janeiro: Cen­
tral Gospel, 2012.
MURDOCK, Mike. Manual sobre o Espírito Santo. Rio de Janeiro: Central
Gospel, 2007.
OLIVEIRA, Oseias Gomes. Concordância Bíblica Exaustiva Joshua, Vol. 2. Rio
de Janeiro: Central Gospel, 2012.
RADMACHER, Earl D.; ALLEN, Ronald B.; HOUSE, H. Wayne (ed.). O Novo
Comentário Bíblico. 2 Vol. AT e NT. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2010.
RODRIGUES, Alex (et al). Didática Contemporânea: A Hora da Virada. Rio de
Janeiro: Abrindo Página, 2015.
ROTZ, Carol. Novo Comentário Bíblico Beacon: Apocalipse. Rio de Janeiro:
Central Gospel, 2016.
VARUGHESE, Alex (ed.). Descobrindo a Bíblia. Rio de Janeiro: Central Gos­
pel, 2013.
WALVOORD, John F. Armageddon, Oil and Terror [Armagedom, Óleo e Ter­
ror], Illinois: Tyndale House Publishers, 2007.
WILLMINGTON, H. Guia de Willmington para a Bíblia. 2 Vol. Rio de Janeiro:
Central Gospel, 2015.

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