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Diretor Geral:

Nildo Ferreira

Secretário Geral:
Aleçandro Moreth

Produção do Material Didático-Pedagógico


Escola Superior Aberta do Brasil

Diagramadores:

Felipe Silva Lopes Caliman

Rayron Rickson Cutis Tavares

Copyright © Todos os direitos desta obra são da Escola Superior Aberta do Brasil.
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Sumário
1. Apresentação .................................................................................................................5
2. Conexão Dial-Up..............................................................................................................6
3. DSL................................................................................................................................13
4. Cabo...............................................................................................................................24
5. ISDN...............................................................................................................................35
6. Fibra Ótica......................................................................................................................45
7. Resumo..........................................................................................................................59
8. Apresentação 1..............................................................................................................60
9. Bluetooth.......................................................................................................................61
10. Wi-Fi..............................................................................................................................71
11. Wimax...........................................................................................................................86
12. Satélite..........................................................................................................................96
13. Broadband over power-lines (BPL)..............................................................................108
14. Resumo 2.....................................................................................................................116
15. Apresentação 2...........................................................................................................117
16. Telefonia Fixa Comutada ............................................................................................118
17. Telefonia Móvel...........................................................................................................128
18. Serviço Móvel Celular...................................................................................................139
19. Sistema de TV..............................................................................................................148
20. Rede Convergente........................................................................................................159
21. Resumo3 ....................................................................................................................168
22. GLOSSÁRIO...................................................................................................................169
23. BIBLIOGRAFIA..............................................................................................................170
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO E DO TUTOR

OBJETIVOS GERIAS: Definir e empregar as principais formas de


distribuição da informação e das tecnologias de acesso a redes de
computadores e banda larga. Diferenciar os tipos de serviços de
telecomunicações.

EMENTA: conexão Dial-UP, DSL, Cabo, ISDN, fibra ótica,


Bluetooth, Wi-Fi, WiMAX, satélite, BPL, telefonia fixa comutada,
telefonia móvel, serviço móvel celular, sistema de TV e rede
convergente.

EIXOS TEMÁTICOS: redes de acesso com fio; redes de acesso


sem fio; serviços de telecomunicações.
SOBRE O TUTOR:
Mestre em Informática (2015) pela UFES, Especialista em
Telecomunicações e Gerenciamento de Redes pela UVV (2003)
- Vitória e Bacharel em Ciência da Computação (2001) pela
FAESA. Atua como Coordenador de TI e Professor da
Coordenadoria de engenharia Elétrica do IFES – Campus
Vitória. Possui experiência na área de Ciência da Computação,
com ênfase em Telecomunicações, Gerenciamento de Redes,
Multimídia e Segurança da Informação.

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EIXO 1 - REDES DE ACESSO COM FIO

Para iniciar os estudos, no eixo temático “redes de acesso com


fio”, vamos começar conhecendo as principais tecnologias de
acesso com fio, tais como: o antigo meio de acesso dial-up, os
meios de acesso muito utilizados DSL e cabo, e os acesso ISDN
e fibra ótica.

Ao final deste eixo temático você deverá:

a) Compreender o método de acesso à Internet de linha discada


também conhecida como Dial-Up.

b) Conhecer o funcionamento das várias tecnologias DSL.

c) Conhecer os conceitos e funcionamento da tecnologia de


acesso à rede, via cabo.

d) Conhecer o funcionamento da tecnologia ISDN.

e) Conhecer os principais conceitos, funcionamentos e


tecnologias de fibra ótica.

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1.1 Introdução

Linha discada ou simplesmente dial-up, é uma forma de acesso à Internet


que usa a rede pública de telefonia comutada para estabelecer uma conexão
com um Provedor de Acesso à internet através de um número de telefone
para com uma linha de telefone. O computador do usuário ou roteador utiliza
um modem para codificar e decodificar a informação em sinais de áudio.

Segundo Tecmundo (2009), os problemas da chamada “banda estreita”


eram vários: instabilidade, lentidão (velocidade máxima de 56,6 kbps),
ocupar a linha telefônica e também o preço. Para se conectar à internet,
você pagava o custo de uma ligação normal, ou seja, se você permanecia
por 30 minutos conectado, pagaria o equivalente a uma ligação de 30
minutos.

Apesar de ser a maneira pioneira de acesso à internet, a conexão discada


está perdendo cada vez mais espaço, devido à massificação de acessos
de banda larga, como DSL, ADSL, ligações por cabo e por rádio, entre
outros tipos de conexões, e também por causa da velocidade da conexão
(máximo de 56,6 kbps), que é baixíssima em relação a outros tipos de
conexões.

Ainda assim, a internet discada ainda é utilizada em áreas onde a banda


larga não está disponível ou não é viável, enquanto a rede telefônica abrange
áreas muito maiores. A linha discada também é uma alternativa de custo
possivelmente menor à banda larga ou uso temporário da Internet num
local.

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Existem meios de aumentar a velocidade da linha discada, como utilizar
compressão de dados ou agregar mais linhas telefônicas. Pode-se juntar
diversos modems e linhas telefônicas num mesmo computador utilizando
software, como midpoint; multiplicando-se assim a velocidade pela
quantidade de linhas e modens, duas linhas de 56k teriam a capacidade
total de 112k, por exemplo. Apesar de ter sido usado no passado, quando
não existiam alternativas, hoje em dia este método custa mais caro do
que outras tecnologias.

Existem também hardwares usados na compressão dos dados, que


possibilitam um aumento significativo de velocidade para a navegação
na internet, por exemplo. Este hardware de compressão pode tanto ser
utilizado pelo usuário ou pelo próprio servidor, como faz o Netscape ISP
nos Estados Unidos para atingir velocidades de até 1000 kbit/s numa
linha telefônica.

1.2 Modems

Os modems são os transmissores de sinais, tanto da Internet quanto de


outros meios de comunicação de dados que exija um aparelho de
reprodução e autentificarão dos mesmos, para entendermos um pouco
mais desse tipo de dimensionamento acompanhemos esta unidade:

1.2.1 Funcionamento dos modens

Os sinais digitais podem ser estudados fazendo-se a aproximação


por um sinal quadrado. Quando analisamos tal sinal segundo as
propriedades de Fourier vemos que eles se decompõem numa
série de sinais senoidais de frequências diferentes os quais são
múltiplos de um sinal fundamental.

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Se aplicarmos tais sinais diretamente sobre uma linha telefônica
haverá diferente resposta de atenuação relativo as diferentes
frequências harmônicas que compõe o sinal. O resultado destas
diferentes respostas da linha de transmissão se traduz em
distorção do sinal digital transmitido. Assim o sinal recuperado no
final da linha terá pouca condição de reproduzir a informação nele
contida, uma vez que a alteração em seu formato irá gerar erros
de interpretação nos mecanismos triggers que identificam os
valores 0 e 1 do sinal digital. Esta distorção aumenta a mediada
que a largura de faixa da linha de transmissão é reduzida.

Este comportamento torna bastante complexa a transmissão de


sinais digitais em linhas analógicas.

Para resolver este problema são utilizados modems.

O nome modem vem da sigla modulador / demodulador. O modem


executa a transformação do sinal através de modulação, no caso
de modems analógicos ou codificação no caso de modems digitais.

1.2.2 Características de especificação dos Modems

• Tipo de Modulação - Os modems se classificam quanto ao


tipo de modulação em Analógicos e Digitais (ou banda base).

• Ritmo de transmissão - Os modems podem ser síncronos ou


assíncronos

• Meio de transmissão – Pode ser dedicado (leased line) ou


discado (dial up)

• Taxa de transmissão – representa a máxima taxa bits/s que


pode ser transmitida pelo modem.

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• Taxa de Sinalização – representa o número de vezes em
que a linha de comunicação é sinalizada. A taxa de sinalização
é igual ou inferior à taxa de transmissão. A taxa de sinalização
é normalmente representada em bauds.

• Modo de operação – Half duplex (transmissão nos dois


sentidos sem simultaneidade), Full duplex (transmissão nos
dois sentidos simultânea).

• Número de fios – 2W (utiliza dois fios para transmissão e


recepção), 4W (utilizada quatro fios para transmissão e
recepção).

• Frequência de Portadora Hz - Representa a frequência do


sinal que será modulado pelo Modem, e transportará a
informação pela rede.

1.2.3 Modems Analógicos

Os modems analógicos convertem o sinal digital em sinal analógico.


A este processo dá-se o nome de modulação.

Os principais tipos de modulação são:

A. Modulação FSK (Frequency Shift Keying)

Na Modulação FSK - modulação por chaveamento de frequência,


uma sãos transmitidas pela linha dois frequência de um sinal
analógico os quais são chaveados conforme o valor do sinal digital.
Assim, quando temos o bit 0 utilizamos a frequência A e quando
temos o bit 1 utilizamos a frequência B.

Na prática as frequências A e B são 1300 Hz e 2100 Hz para um


modem que opere com taxa de transmissão de 1200 bps.

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Como podemos ver as frequências utilizadas são inferiores a 4Khz
o que permite sua perfeita propagação nas redes projetadas para
o tráfego do serviço telefônico.

Esta técnica de modulação permite a implementação de modems


de baixo custo e baixa complexidade tecnológica.

B. Modulação PSK (Phase Shift Keying)

Na modulação PSK, modulação por chaveamento de fase, ao invés


de termos duas frequências distintas chaveadas com base no sinal
digital temos uma única portadora de frequência fixa, porém com
fase variável. Assim para um sinal digital de valor 0 temos fase=0 e
para um sinal digital de valo r 1 temos fase=180 graus.

C. Modulação DPSK (Differential Phase Shift Keying)

A Modulação DPSK, desvio diferencial de fase, atua como uma


variação da PSK. Neste caso a variação de fase ocorre apenas nos
bits de valor zero e não ocorre nos bits de valor 1.

D. Técnicas Multinível – DIBIT,TRIBIT

Nesta técnica o modulador analisa mais que 1 bit para tomar a


decisão de alteração do sinal analógico.

1.2.4 Modems Digitais

Quando se fala em modem digital é importante esclarecer que o


conceito de modulação neste caso é seriamente afetado. Os
modems digitais na verdade não modulam um sinal como no caso
dos modems analógicos. O que realmente ocorre é a codificação
de um sinal digital de modo que o mesmo possa ser transmitido em
uma linha física.

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Estes modems são também conhecidos como modems Banda
Base. A utilização de modems banda base implica em um meio de
transmissão de curta distância (apenas alguns kilômetros) com
boas características e sem a utilização de pupinização ou
repetidores de frequência de voz.

A grande vantagem deste tipo de modem está no menor custo


uma vez que os circuitos apenas recodificam o sinal binário digital
sem realizar a conversão digital-analógico-digital.

Os principais métodos de codificação utilizados são:

Comprimento máximo do trecho para modems Digitais

O cálculo detalhado do alcance máximo do sinal de um modem


digital em uma linha de transmissão deve ser considerado os
seguintes fatores:

• Tipo de modulação

• Frequência de portadora

• Nível de transmissão e recepção

• Características da linha (resistência distribuída, capacitância


distribuída e indutância distribuída)

• Bitola da linha

• Taxa de erro máximo aceita pelo projeto

• Taxa de Sinalização

• Taxa de transmissão

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De modo geral para simples referência podemos considerar os
seguintes alcances:

Tabela 1 - Taxa de transmissão x distância.


Taxa de Distância
transmissão Km
1200 bps 29
2400 bps 17,5
4800 bps 13,2
9600 bps 8,8
19200 bps 6,1

As taxas acima consideram a taxa de erro máxima como uma


parte por milhão.

SAIBA MAIS

Para saber outras curiosidades sobre a Internet discada, acesse:

http://www.garotasgeeks.com/10-coisas-que-voce-fazia-na-internet-

discada

https://www.tecmundo.com.br/internet/79669-internet-discada-aol-ainda-

tem-2-1-milhoes-assinantes-eua.htm

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2.1 Introdução
Com a crescente demanda por serviços de Internet, a tecnologia
das conexões pelo sistema de discagem mostrava sinais de
desgaste, apresentando limitações graves ao desenvolvimento do
mundo online: velocidade extremamente limitada, quedas
constantes de conexão e a impossibilidade de se utilizar o telefone
para fazer ligações. Eliminar esses problemas, sem precisar criar
novas redes de telecomunicação é a grande vantagem do DSL,
uma das tecnologias de banda larga mais utilizadas atualmente.

Segundo BASTOS e GARCIA (2013) “o xDSL (onde o X é uma


notação genérica a qual se refere a família de protocolos para o
Digital Subscriber Line), é uma técnica de comunicação projetada
para coexistir com os velhos serviços de telefonia, onde a infra-
estrutura e os fios de cobre nos pares trançados podem ser
aproveitados para a transmissão de dados em altas taxas, sem
que voz e dados se interfiram mutuamente”. A letra “x” pode
representar uma das seguintes implementações:

• “I”, de ISDN;

• “S”, de Symmetric ou ainda Single-line-high-bit-rate;

• “H”, de High-bit-rate;

• “A”, de Asymmetric;

• “V”, de Very-high-bit-rate.

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A DSL é uma família de tecnologias desenvolvida para prover
serviços de dados de alta velocidade com baixo custo de
implantação, utilizando pares de fios de cobre, procurando
aproveitar a planta externa existente das companhias telefônicas.
Esta pode ser aplicada a qualquer transmissão em formato digital,
tendo como característica principal a superação das limitações
conhecidas dos sistemas analógicos ao que se refere a largura de
banda. (BASTOS e GARCIA, 2013)

A tecnologia DSL utiliza técnicas digitais de processamento de


sinais com frequências de até 2,2 MHz sem interferir na faixa de
voz. Essas técnicas são capazes de otimizar a utilização da largura
de banda do par metálico com velocidades que, dependendo do
comprimento do par e da frequência do sinal, variam de 128 Kbps
a 52 Mbps. (BASTOS e GARCIA, 2013)

A Figura 1 apresenta uma arquitetura de um sistema DSL. Nela


encontra-se apresentada a configuração das redes contidas no
cliente e na operadora. No cliente é possível notar a presença do
divisor de linha que serve para fazer a separação entre a
transmissão da voz e dos dados. Este equipamento garante que
se o DSL falhar a comunicação de voz não é afetada.

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Figura 1 - Arquitetura ADSL. 

A Figura 1 também registra a presença de um modem DSL que


produz pacotes Ehternet. Este equipamento pode ser conectado
diretamente a um computador, roteador ou switch possibilitando
atender às necessidades de uma pequena rede.

No bloco, denominado operadora, o  loop  local proveniente de


vários clientes é conectado ao facilitador principal de distribuição.
Este equipamento separa o tráfego de voz do tráfego de dados
direcionando o primeiro para a rede pública de telefonia e o
segundo para o multiplexador de acesso DSL, que demultiplexa o
fluxo e converte-o em dados conforme a tecnologia existente
no switch presente na operadora, que se encarrega de distribuir
os dados até os provedores de serviços de  internet  (do
inglês Internet Services Providers - ISPs).

Os tipos mais comuns de DSL em uso atualmente


são:  asymmetric  DSL (ADSL) e o  very high data rate digital
subscriber line (VDSL).

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2.2 Arquitetura
Na região entre o assinante e a central telefônica, a atual
infraestrutura de transmissão de voz utilizada pelas concessionárias
de serviços públicos de telecomunicações é formada por um par
de fios metálicos trançados e requer uma largura de banda de 300
a 3.400 Hz.

A tecnologia DSL utiliza técnicas digitais de processamento de


sinais com frequências de 4 KHz até 2,2 MHz sem interferir na
faixa de voz, que são capazes de otimizar a utilização da largura
de banda do par metálico com velocidades.

Há dois tipos de modulação para transmissões DSL, a saber:

• A modulação DMT (acrônimo para Discrete Multi-Tone), que


foi selecionada como padrão pela ANSI através da
recomendação T1.413 e, posteriormente, pela ETSI. Ela
descreve uma técnica de modulação por multi-portadoras
na qual os dados são coletados e distribuídos sobre uma
grande quantidade de pequenas portadoras, com cada uma
utilizando um tipo de modulação analógica QAM (Quadrature
Amplitude Modulation). Os canais são criados utilizando-se
técnicas digitais conhecidas como Transformadas Discretas
de Fourier (vide Transformada de Fourier).

• A modulação CAP (acrônimo para Carrier-less Amplitude/


Phase) determina uma outra versão de modulação QAM na
qual os dados modulam uma única portadora, que depois é
transmitida na linha telefônica. Antes da transmissão, a
portadora é suprimida e, depois, é reconstruída na recepção.

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2.3 ADSL
Segundo Forouzan (2008) “ADSL é uma tecnologia de comunicação
assimétrica desenvolvida para usuário residenciais”. A ADSL
(Asymmetric Digital Subscriber Line) é uma tecnologia que permite
a transmissão de dados (acesso à Internet) em alta velocidade,
utilizando uma linha telefônica normal, sem interferir com o
funcionamento do telefone já existente. Esta utiliza modens e
converte linhas telefônicas, em par trançado existentes em
caminhos de acesso para multimídia e comunicações de dados
em altas velocidades.

A empresa (uma operadora de telefonia) instala um modem próprio


para ADSL, que faz a conversão de dados que chegam e saem
pela linha telefônica. A banda larga funciona com sinais digitais
enquanto os telefones usam sinais analógicos. O splitter separa
esses dois sinais e distribui para o telefone e para o computador.
Isso impede que eles se misturem. Por isso a ligação não interfere
no uso da internet. Veja Figura 2 como funciona na prática:

Figura 2 - Ligação ADSL.

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Quando uma linha telefônica é usada somente para voz, as
chamadas utilizam frequências baixas, geralmente entre 300 Hz e
4000 Hz. Na linha telefônica é possível usar taxas mais altas, mas
elas acabam sendo desperdiçadas. De maneira simples, o que o
ADSL faz é aproveitar para a transmissão de dados as frequências
que não são usadas. Utilizando duas frequências ao mesmo
tempo, é possível usar o telefone para voz e dados ao mesmo
tempo.

Quando uma linha telefônica é usada somente para voz, as


chamadas utilizam frequências baixas, geralmente entre 300 Hz e
4000 Hz. Na linha telefônica é possível usar taxas mais altas, mas
elas acabam sendo desperdiçadas. De maneira simples, o que o
ADSL faz é aproveitar para a transmissão de dados as frequências
que não são usadas. Utilizando duas frequências ao mesmo
tempo, é possível usar o telefone para voz e dados ao mesmo
tempo. 

Vantagens:

• A largura da banda varia muito pouco, sofrendo algumas


reduções apenas nos horários de pico;

• Não ocupa a linha telefônica;

• Variedade na largura da banda (256 Kbps, 512 Kbps etc.)


por preços acessíveis;

• Bom desempenho em jogos online ou outros serviços que


exijam troca rápida de informações.

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Desvantagens:

• Sua instalação necessita a existência prévia de cabeamento


telefônico;

• Péssima para empresas e para servidores (de jogos ou


afins), devido à velocidade limitada de upload.

Em julho de 2002 foi criada a tecnologia ADSL2, que logo foi


aprovada pela ITU-T como G.992.3 e G.992.4, essa variante da
tecnologia de ADSL possui taxas de dowstream de até 24 Mbps e
upstream de 1 Mbps, possui uma melhor modulação que o ADSL
normal e possui um reordenador de tonalidades para dissipar os
sinais de interferência causados pelas ondas de rádio AM para ter
um melhor ganho devido a nova modulação utilizada.

O primeiro ganho é a eficiência. O ADSL tradicional gasta 32Kbps


de banda enquanto o ADSL2 gasta apenas 4Kbps para sinalização,
deixando mais banda para a transferência efetiva de dados.
Através de novos métodos de codificação, o ADSL2+ chega a até
24Mbps de banda (contra 8Mbps do ADSL normal) de download e
1 Mbps de upload (o mesmo do ADSL normal). O grupo de
desenvolvedores do ADSL2+ considerou que, para o perfil de
tráfego típico dos usuários ADSL, a banda de 1Mpbs de upload
era suficiente, assim todo o ganho de banda foi passado para e
velocidade de download. Como o ADSL2/2+ possui mais banda, o
efeito positivo é que, mantendo a mesma velocidade, o ADSL
possui um alcance maior. Assim, um operador de banda larga que
forneça conexões de 4 Mbps, pode chegar a até 3,5 km de distância
até seus usuários usando ADSL e 4Km em ADSL2/2+.

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Outro recurso importante dos modems ADSL2/2+ são os recursos
de auto-diagnóstico: eles podem medir as características de ruído,
margem de ganho (SNR) e atenuação nos dois lados da linha.
Além disso o ADSL2/2+ monitora esses parâmetros continuamente
e geram alarmes quando a qualidade da linha varia para patamares
muitos próximos dos limites.

É comum que, com o tempo, as condições de ruído e atenuação


de uma linha mudem. Isso pode ocorrer lentamente por fatores
como umidade, interferências eletromagnéticas, etc. Além disso
fatores externos (ex.: entrada de água de chuva em alguma caixa
de passagem) podem fazer esses fatores mudarem drasticamente
(dias secos x dias chuvosos). Com os recursos de monitoramento
e alarme é possível ao operador de banda larga tomar atitudes
corretivas e preventivas.

Economiza energia pois o modem para esta tecnologia foi projetado


para funcionar somente quando o computador estiver em uso, ou
seja, quando o computador entra em stand by o modem também
entra.

2.4 HDSL
A tecnologia HDSL (High-bit-rate Digital Subscriber Line) é um
pouco diferente das demais tecnologias xDSL, pois essas permitem
a transmissão de canais a velocidades T1 de 1,544 Mbps com
dois pares de fios metálicos, ou E1 com 2,048 Mbps contendo três
a distâncias de até 3 Km. Muitos fabricantes já apresentaram
modems HDSL E1 para uma distância máxima de 5,5 Km e,
dependendo do hardware e das características elétricas do fio,
pode chegar até uns 7 Km sem repetidores. Apresentam também
características simétricas, isto é, utilizam a mesma velocidade na

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transmissão e na recepção. (BASTOS e GARCIA, 2013)

As operadoras no Brasil vêm há muito tempo utilizando o HDSL


para provimento de serviços de linha dedicada de 2 Mbit/s. A
qualidade deste serviço depende em grande parte da seleção do
par telefônico. O risco de queima de equipamento por incidência
de raios é uma das desvantagens desta tecnologia em regiões
tropicais como grande parte do Brasil. (BASTOS e GARCIA, 2013)

Um maior alcance na transmissão é conseguido devido a redução


da taxa de símbolos no sinal da linha, sendo esse executado em
duas etapas: primeiro o sinal de 2Mbits /s é dividido em duas vias
resultando na metade de bits por via, em seguida, esses sinais
são recodificados com um código quaternário o 2B1Q (dois binários
e um quaternário) resultando assim uma taxa de baud por via
menor que a taxa do sinal de entrada original. Dessa forma, uma
menor taxa em baud carreta numa atenuação menor por quilômetro,
consequentemente um maior alcance. (BASTOS e GARCIA, 2013)

Por empregar técnicas de modulação mais eficientes do que as


usadas nos modens banda base, o uso de HDSL permite
comunicação relacionando velocidades / distância sempre
superiores as utilizadas nos modens banda base. Por exemplo,
para velocidades de 2 Mbps, via codificação AMI, são necessários
repetidores a cada 1,5 km; já com HDSL é possível nessa mesma
comunicação um alcance de até 12 km sem a necessidade de
repetidores. (BASTOS e GARCIA, 2013)

Além da utilização como meio de transporte de linhas telefônicas


canalizadas (troncos E1), as tecnologias HDSL são amplamente
empregadas em soluções de conectividade de redes (conectividade

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LAN-to-LAN, para aplicações busines-tobusines). Estas soluções
incluem as conexões de redes entre edifícios próximos, em
condomínios, em campus de universidade ou como parte integrante
de soluções de acesso à Internet para essas instalações. (BASTOS
e GARCIA, 2013)

Figura 3 - Conexão entre redes locais utilizando HDSL.

2.5 VDSL
O VDSL (Very High Data Rate DSL) é um serviço projetado para
uso em enlaces curtos, até 1,22 km, sendo 0,3 km o comprimento
mais frequente. Ele utiliza multiplexação por divisão de frequência
(do inglês Frequency Division Multiplexing - FDM) para fornecer
três canais de  upstream  e um canal de downstream. O VDLS
suporta operação entre as frequências de 0,3 MHZ e 30 MHz.
Esta tecnologia é compatível com  Integrated Services Digital
Network  (ISDN),  Plain Old Telephone Service  (POTS) e com o
ADSL. A Tabela 2 resume as principais características do VDSL.

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Tabela 2- Principais características do VDSL.

Tipo Comprimento Taxa máxima Taxa máxima de


máximo do loop de downstream upstream (Mbps)
local (km) (Mbps)
1/4 OC-1 1,37 13 1,6
1/2 OC-1 1,22 26 2,3
OC-1 1,22 52 16

SAIBA MAIS

Para testar a velocidade de download e upload da sua conexão banda

larga, acesse:

http://www.minhaconexao.com.br/

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3.1 Introdução

Atualmente as operadoras de TV a cabo estão competindo com


as companhias telefônicas pelos usuários residenciais que cada
vez mais pedem banda para acessar a Internet em altas
velocidades. A tecnologia DSL utiliza pares trançados sem
blindagem e por isso são muito susceptíveis a interferências. Insto
reflete na conexão modificando o limite superior da taxa de
transmissão. Outra proposta é utilizar a rede de TV a cabo para
acessar a Internet (FOROUZAN, 2008).

Com o passar dos anos, o sistema de televisão cresceu, e os


cabos entre as várias cidades foram substituídos por fibra ótica de
alta largura de banda, de forma semelhante ao que aconteceu no
sistema telefônico. Um sistema com fibra nas linhas principais e
cabo coaxial nas ligações paras as residências é chamado sistema
HFC (Hynrid Fiber Coax) (TANEMBAUM, 2011).

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Figura 4 - Cable modem.

3.2 Redes CATV


Meados dos anos 40, a TV a Cabo entrou em funcionamento com
a finalidade de distribuir sinais de broadcast de vídeo para
localidades onde a recepção da TV aberta não existia ou era muito
ruim, sendo conhecida como Community Antenna TV (CATV) e
consistia em uma antena instalada no alto de uma colina ou em
uma construção mais elevada recebendo os sinais e retransmitindo
por meio de cabos coaxiais.
O centro de distribuição da TV a cabo era conhecido como cabeça
de rede (head end), sua função era receber os sinais de vídeo
das estações de broadcasting utilizando-os para alimentar a rede
de cabos coaxiais que, por sua vez, conduzia os sinais até as
casas. Sendo na época a tecnologia bem precária, era necessário
instalar muitos amplificadores entre a cabeça de rede e as
residências, uma vez que o sinal enfraquecia à medida que o sinal

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viajava pelo cabo. Era possível instalar até 35 amplificadores entre
a cabeça e o usuário final. Próximo às residências eram instalados
divisores de sinal, conectores de derivação (taps) e pequenos
segmentos de cabos que levavam o sinal do cabo alimentador
para dentro das residências.
O sistema de TV a cabo padrão utiliza cabos coaxiais em toda a
extensão da rede, isso devido às altas taxas de atenuação de
sinais e o grande número de amplificadores, a comunicação numa
CATV padrão era unidirecional. Os amplificadores a comunicação
numa CATV padrão era unidirecional. Os sinais de vídeo eram
transmitidos em downstream da cabeça de rede até os assinantes.
(FOROUZAN, 2008)

Figura 5 - Estrutura de redes CATV.

3.3 Componentes da Internet a Cabo


Na Figura 6 é explicado cada elemento, dando uma visão exata
de como os dados trafegam nesta tecnologia.

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Figura 6 - Diagrama de Internet a cabo.

No conceito de transmissão de sinais por cabo, chamamos de


Head End, o local da empresa operadora que recebe sinais via
satélite ou antenas locais (para os canais locais, por exemplo),
ajusta-os, melhora sua definição, decodifica-os e depois transmite
ao usuário (assinante) através de uma rede (malha) de cabos, que
pode ser híbrida, ou seja, cabos ópticos e cabos coaxiais. Em
geral os sinais ocupam nesta malha um espectro que vai de 40
Mhz até 550 Mhz, nas tecnologias mais novas, 750 Mhz. Esta
faixa é dividida em porções de 6 Mhz, que são os canais disponíveis.
(ABUSAR, 2009)
Enviar (downstream) e receber (upstream) dados dos assinantes
é uma tarefa não trivial para as operadoras. O nível de sinal tem
que ser sempre mantido não podendo ter variações em sua
qualidade. Situação que para os canais normais, ou seja, vídeo
analógico sendo transmitido, se há variações, elas passam quase
que despercebidas pelo assinante. Para que este sinal seja
mantido, as operadoras estão cuidando para que as malhas sejam
híbridas (hybrid fiber-coax - HFC) e bem dimensionadas, quanto a

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um número limitado de usuários por célula (agrupamento de
residências, bairro, condomínio, etc). (ABUSAR, 2009)
Para levar a Internet aos seus assinantes, a operadora tem que
ter uma conexão à Internet. Esta conexão é feita através de
elementos normais de rede, roteadores, estações, etc. O sinal de
Internet e TV são combinados, e disponibilizados aos assinantes,
que para acessarem a Internet precisam de um cable modem com
propriedades de bridge ou gateway. Não necessariamente esta
conexão precisa ficar no Head End da operadora, mas pode por
exemplo ficar num provedor Internet para a Malha. Em termos de
velocidade é importante que esta conexão seja a mais alta possível.
A razão destas conexões serem altas é óbvia, pois vai se entregar
ao assinante do serviço velocidades que começam em 10 Mbps e
podem chegar a 30 Mbps. (ABUSAR, 2009)
Levar dados da Internet para os assinantes através de TV a Cabo
é muito mais difícil do que levar sinais de TV, como já foi dito. As
arquiteturas das malhas em forma de árvore e suas ramificações
faz com que, para que o sinal consiga sair do Head End e chegar
até a casa do assinante num nível satisfatório, hajam amplificadores
ao longo do caminho. Estes amplificadores fortalecem o sinal
enfraquecido, porém também fortalece qualquer ruído inserido na
malha (aparelhos elétricos na casa de usuários, transformadores
elétricos nos postes, conectores desajustados, etc). Estes ruídos
causam erros nos dados trafegados. Para resolver estes problemas
as operadoras estão tentando levar os cabos ópticos o mais
próximo possível da casa do assinante. Quanto mais cabos ópticos
houver na malha, melhor. Sendo estas malhas híbridas (HFC), os
ruídos estão presentes nos cabos coaxiais, seus repetidores,
amplificadores, etc. (ABUSAR, 2009)

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Os cabos oriundos do Head End chegam até uma célula: bairro ou
aglomerado residencial. Então, cada novo assinante será ligado à
rede, pela companhia, fazendo um split do cabo coaxial na
vizinhança. Este split, enfraquece o sinal, necessitando que a
operadora coloque amplificadores para fortalecê-lo. Outro fator
importante na malha é o poder destes amplificadores em “amplificar”
sinais altos e baixos (altos, de 40 a 550 Mhz; baixos, de 5 a 40
Mhz), justamente para a questão de interatividade ou
bidirecionalidade, no sinal baixo (sinal de retorno) trafega o
upstream, no sinal alto, o downstream (ABUSAR, 2009).
• Cable Spliter (Divisor de cabo): Na residência ele vai servir
para levar os sinais até o cable modem e também à TV. Os
dois aparelhos podem funcionar simultaneamente. O canal
usado para Televisão não interfere no de dados e vice-versa.
(ABUSAR, 2009)
• Cable Box (Conversor, Sintonizador): Nem sempre as
TV’s ou vídeos usados pelos assinantes têm capacidade
para sintonizar todos canais disponíveis pela companhia.
Neste caso é usado um conversor/sintonizador para o
assinante ver além da programação básica, mais canais que
sua TV não consegue sintonizar. (ABUSAR, 2009)
• Cable Modems: Os principais “atores” da tecnologia. Eles
demodulam os sinais vindos em pacotes IP, para que o
computador entenda. Isto vem numa faixa de 40 Mhz até
550 Mhz. O Cable Modem também envia dados de volta ao
sistema de cabos na faixa de 5 Mhz até 40 Mhz. Portanto,
um par de frequências é usado para a tecnologia, ou um par
de canais. A variedade de fabricantes já é muito grande, e
até a indústria adotar um padrão, eles não conversarão entre

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si, assim, se é adotado um fonecedor em uma rede, ele vai
ser o mesmo na rede inteira, ou pelo menos em um par de
canais (downstream, upstream). (ABUSAR, 2009)
O Computador é conectado ao cable modem através de uma placa
ethernet. Em geral define-se um número IP para ele, e também
para o cable modem. Pode-se ter casos em que, ao invés de
conectarmos um computador à rede de cabos, gostaríamos de ter
mais, então um Hub ethernet poderia ser conectado ao cable
modem, fazendo este então o papel de uma bridge ou mesmo
router (para isso ele tem que ter estas características). (ABUSAR,
2009)

SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
Para conhecer mais o funcionamento da Internt a cabo,
assista o vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=mHZ9UindNqk

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3.4 Cabo Coaxial
Cabo coaxial é uma espécie de cabo condutor usado para a
transmissão de sinais. Ele recebe tal nome por ser constituído de
várias camadas concêntricas de condutores e isolantes. O cabo
coaxial é basicamente formado por um fio de cobre condutor
revestido por um material isolante, e ainda rodeado por uma
blindagem. (POZZEBOM, 2013)
Em virtude de sua blindagem adicional, o cabo coaxial possui
vantagens em relação aos outros condutores usados em linhas de
transmissão, como proteção contra fenômenos da indução, que é
causado por interferências elétricas ou mesmo magnéticas
externas.
A principal razão da sua utilização deve-se ao fato de poder reduzir
os efeitos e sinais externos sobre os sinais a transmitir, por
fenômenos de IEM (Interferência Eletromagnética). (POZZEBOM,
2013)
Os cabos coaxiais geralmente são usados em múltiplas aplicações
desde áudio até as linhas de transmissão de frequências da ordem
dos giga-hertz. A velocidade de transmissão é bastante elevada
devido a tolerância aos ruídos graças à malha de proteção desses
cabos. (POZZEBOM, 2013)

3.4.1 Funcionamento

O cabo coaxial é constituído por uma parte central, denominada


alma, ou seja, trata-se de um fio de cobre, envolvido num isolador,
em seguida uma blindagem metálica entrançada e por último uma
bainha externa. (POZZEBOM, 2013)

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Figura 7 - Cabo coaxial.

• Capa ou Bainha:  é responsável por proteger o cabo do


ambiente externo. Geralmente é de borracha (às vezes de
Cloreto polivinil (PVC), ou raramente de teflon).
• Blindagem:  é o envelope metálico que envolve os cabos
permitindo proteger todos os dados que são transmitidos
nos suportes dos parasitas (que são também chamados
«barulho») que podem ocasionar em uma distorção dos
dados.
• Isolador: envolve a parte central e é formado por um material
dielétrico que tem a função de evitar qualquer contato com a
blindagem, provocando interações eléctricas, ou seja, um
curto-circuito.
• Condutor:  possui a função dede transportar os dados,
geralmente é formada somente por um fio de cobre ou vários
fios entrançados.
O cabo coaxial é responsável por exercer uma onda eletromagnética
entre o núcleo interno e blindagem. Em decorrência da blindagem,
o sinal é muito melhor, já que não há possibilidade de qualquer
interferência.

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3.4.2 Aplicações

O cabo coaxial é usado para transportar sinais de televisão e


também ligar equipamentos de vídeo. Os cabos também podem
ser usados para transportar sinais de rádios, conectar receptores,
transmissores e antenas.  Esse tipo de cabo já foi utilizado para
ligar computadores me redes locais (LANS), porém, foi trocado
para o par trançado. (POZZEBOM, 2013)
A principal razão da sua utilização deve-se ao fato de poder reduzir
os efeitos e sinais externos sobre os sinais a transmitir, por
fenômenos de IEM (Interferência Electromagnética). Os cabos
coaxiais geralmente são usados em múltiplas aplicações desde
áudio até as linhas de transmissão de frequências da ordem dos
gigahertz. A velocidade de transmissão é bastante elevada devido
a tolerância aos ruídos graças à malha de proteção desses cabos.
Os cabos coaxiais são utilizados nas topologias físicas em
barramento. (POZZEBOM, 2013)
Os cabos coaxiais são usados em diferentes aplicações:
• Ligações de áudio
• Ligações de rede de computadores
• Ligações de sinais de radiofrequência para rádio e TV -
(Transmissores/receptores)
• Ligações de radioamador

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ESTUDO COMPLEMENTAR

Para conhecer a comparação entre DSL e Cable modem,


acesse:
http://www.lee.eng.uerj.br/~falencar/arquivos-flavio-uerj/
redes1/2-cablemodem_dsl.pdf

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4.1 Introdução
ISDN é a sigla para Integrated Service Digital Network, ou em
português, RDSI (Rede Digital de Serviços Integrados) e é um
sistema de conexão de telefonia digital criado pelo ITU na década
de 80 tendo como objetivo principal a integração de diversos
serviços de voz e dados em uma única conexão digital entre a
central da operadora e o usuário. Atualmente é mais utilizado para
o trafego de voz enquanto outras tecnologias cuidam do trafego
de dados. (BARROS, 2013)

Trata-se de um serviço disponível em centrais telefônicas digitais,


que permite acesso à internet e baseia-se na troca digital de
dados, onde são transmitidos pacotes por multiplexagem
(possibilidade de estabelecer várias ligações lógicas numa ligação
física existente) sobre condutores de “par-trançado”. (ALECRIM,
2003)

A tecnologia ISDN já existe há algum tempo, tendo sido consolidada


entre os anos de 1984 e 1986. Através do uso de um equipamento
adequado, uma linha telefônica convencional é transformada em
dois canais de 64 Kb/s, onde é possível usar voz e dados ao
mesmo tempo, sendo que cada um ocupa um canal. Também é
possível usar os dois canais para voz ou para dados. Visto de
modo grosso, é como se a linha telefônica fosse transformada em
duas. (ALECRIM, 2003)

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Um computador com ISDN também pode ser conectado a outro
que utilize a mesma tecnologia, um recurso interessante para
empresas que desejem conectar diretamente filiais com a matriz,
por exemplo. (ALECRIM, 2003)

A tecnologia ISDN possui um padrão de transmissão que possibilita


aos sinais que trafegam internamente às centrais telefônicas
serem gerados e recebidos em formato digital no computador do
usuário, sem a necessidade de um modem. No entanto, para que
um serviço ISDN seja ativado em uma linha telefônica é necessário
a instalação de equipamentos ISDN no local de acesso do usuário
e a central telefônica deve estar preparada para prover o serviço
de ISDN. (ALECRIM, 2003)

O ISDN oferece inúmeras vantagens:

• Qualidade: alta qualidade da linha digital ISDN;

• Conexão: baixo tempo para se estabelecer a conexão (em


até três segundos);

• Aplicações básicas: ISDN é um produto que duplica a linha


telefônica e permite a utilização simultânea de duas funções:
uso de voz nas duas linhas, transmissão de dados nas duas
linhas ou uso de voz e dados, um em cada linha;

• Velocidade:  maior velocidade de conexão (conexões a 64


kbps ou 128 kbps). Pode-se usar as linhas para acessar a
internet e alcançar velocidade de acesso de até 128 kbps.
Além disso, pode fazer e receber chamadas enquanto se
navega na internet, em velocidades de até 64 kbps;

• Videoconferência:  por meio de um aparelho de

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videoconferência, pode-se realizar apresentações e reuniões
com participantes em diferentes localidades.

4.2 História
Os primeiros casos de uso da tecnologia ISDN datam entre os
anos de 1984 e 1986, logo após o as primeiras especificações do
ISDN terem sido determinadas. Nesta época não havia a
necessidade de uma transmissão de dados à 128 Kbps. Mas
então, para que a tecnologia ISDN foi desenvolvida? Na verdade,
a tecnologia ISDN era uma “solução” para um “problema” que
ainda não existia para a grande maioria dos usuários. Em 1990 o
ITU-T (International Telecommunication Union), emitiu as
especificações Px64 para a videofonia, cuja idéia central permitiria
o uso de vídeo em ligações telefônicas. Entretanto, os preços dos
terminais eram inviáveis para a grande maioria dos usuários e a
troca de imagens e áudio em uma conexão telefônica era uma
novidade da qual poucas pessoas tinham interesse, tal como se
fosse uma ideia futurista (e não deixa de ser). Viu-se ainda que a
videofonia nas linhas analógicas, gerava custos maiores para ter
uma qualidade aceitável. O ISDN foi criado para solucionar este
problema e deixar os equipamentos mais baratos. (ALECRIM,
2003)

Pouco tempo depois, a internet começava a aparecer para o


mundo. Rapidamente, usuários que conseguiam velocidade
satisfatória durante as conexões aos BBS (Bulletin Board System/
Service - sistema disponível ao usuário comum no período
conhecido como: “pré-Internet”) perceberam que na internet, a
mesma eficiência não existia, mesmo com modems de 28.8 Kb/s,

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os mais velozes na época. O despreparo das companhias
telefônicas em fornecer acesso ao fenômeno “Internet”, além do
precário estado da infraestrutura dos primeiros provedores de
acesso, contribuíram para isso. No entanto, o mundo do “WWW”
era algo fascinante e imperdível. Diante desta percepção, muitos
começaram a se perguntar como obter velocidades maiores e
mais estáveis nas conexões à internet. A tecnologia ISDN se
mostrou interessante a estes propósitos e passou então a ser
usada para tal finalidade, substituindo seu objetivo de
desenvolvimento inicial. (ALECRIM, 2003)

4.3 Características
A sinalização empregada pelo ISDN para informar a central remota
sobre a entrada de uma chamada telefônica e conhecida como
CCS, sigla para Common Channel Signaling. Isso significa que
toda a sinalização é feita por um canal de dados comum e que não
está associado a nenhum dos canais de voz como ocorre no CAS.
Este canal comum é o D-channel e por convenção utiliza o time
slot 16 de um E1. (BARROS, 2013)

O ISDN pode ser dividido em uma estrutura de três camadas onde


uma camada superior depende da camada inferior para funcionar.
Cada uma dessas camadas executa uma função específica
conforme apresenta Barros (2013):

• A primeira é a camada física que trata das características


físicas/elétricas das interfaces ISDN;

• A segunda camada especifica a estrutura do quadro


(delimitação), o formato de campos, detecção de erros e
procedimentos de alinhamento de enlace;

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• A terceira camada especifica os procedimentos para o
estabelecimento, manutenção e limpeza de conexões, ou
seja, é responsável pela geração das mensagens de
sinalização (SVERZUT, 2011).

A Figura 8 mostra as camadas e as respectivas normas que


determinam o padrão de funcionamento do ISDN em cada uma
delas.

Figura 8 - Estruturas de camadas ISDN.

No ISDN existem dois tipos de canais, segundo Barros (2013):

• O canal B chamado de B-channel (Bearer Channel) é


utilizado para transportar a voz já digitalizada pelo processo
de gitalização PCM.

• O canal D chamado de D-channel (Delta Channel) é utilizado


para transportar a sinalização responsável pelo
estabelecimento ou desconexão de uma chamada. A
sinalização presente no D-channel é definida pelas normas
Q.921 e Q.931 do ITU-T. Existem ao redor do mundo algumas
variações destas recomendações, são elas: National ISDN1
(Bellcore), National ISDN-2 (Bellcore), 5ESS (AT&T), Euro

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ISDN (ETSI), VN3, VN4 (France), 1TR6 (Germany), ISDN
30 (England), Australia, NTT-Japan, ARINC 746 Attachment
11, ARINC 746 Attachment 17, Northern Telecom - DMS 100,
DPNSS1, Swiss Telecom, QSIG (PROTOCOLS, 2013). A
variante a ser utilizada deve ser definida pela operadora de
telefonia.

ISDN suporta duas estruturas de taxas de sinalização: Básica e


Primária.

4.3.1 Acesso básico - BRI

A primeira forma é o acesso básico destinado ao usuário doméstico


ou pequenas empresas: ISDN-BRI (Basic Rate Interface), onde é
possível ligar vários equipamentos terminais. A ligação de acesso
básico põe sempre à disposição dois canais, possibilitando assim
o uso máximo de dois equipamentos ou ligações simultaneamente.
No entanto, é possível conectar até 8 equipamentos ao ISDN, mas
somente dois poderão utilizar a tecnologia ao mesmo tempo.
(ALECRIM, 2003)

O reconhecimento do serviço é feito pelo MSN (Multiple Subscriber


Number) que determina a qual dos equipamentos se destina a
ligação. O ISDN-BRI também pode servir como substituto para
acessos telefônicos tradicionais e é composto, conforme já citado,
de dois canais de dados (B channels) de 64 Kb/s, e um canal de
sinalização de 16 Kb/s (D channel). (ALECRIM, 2003)

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Figura 9 – ISDN BRI.

4.3.2 Acesso Primário - PRI

A segunda forma é o acesso primário (Primary Multiplex), que


permite a utilização de, no máximo, 30 canais, com taxa de
transmissão de 2048 kbits. Neste caso, o ISDN é fornecido
diretamente da central telefônica e não através de uma linha
telefônica convencional. O acesso primário possibilita a
comunicação simultânea em 30 equipamentos, sendo, portanto,
útil a empresas de porte médio e grande e a provedores de acesso
à internet. Este tipo de ISDN também possui um canal D, que
opera a 64 Kb/s. (ALECRIM, 2003)

Figura 10 - ISDN PRI

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4.3.3 O canal D

Independentemente do tipo de ISDN usado (BRI ou PRI) há um


canal, denominado D (D channel), também conhecido como “canal
de dados”, que é responsável por manter uma “reserva” de 8.000
bits e também informações necessárias aos dois canais B, como
protocolo de transmissão de dados, tipo de equipamento, além de
informações de interesse da companhia telefônica, como taxas,
data e horas de conexão, enfim. (ALECRIM, 2003)

Com a combinação das características do canal D com o


equipamento de hardware adequado é que se tornar possível
“juntar” os canais B para transmitir dados com maior rapidez.
(ALECRIM, 2003)

4.4 Protocolos
Na tecnologia ISDN, existem basicamente 4 protocolos
significativos para o usuário. Todos os protocolos são utilizados no
canal útil e não no canal de dados. São eles, segundo Alecrim
(2003):

• V.110: o protocolo de velocidade V.110 é um processo de


transmissão que existe desde os princípios da tecnologia
ISDN. Os dados são transmitidos em até 38.400 bit/s. O
restante da capacidade (até 64 kbits) fica ocupado com
pacotes de dados redundantes;

• V.120: é o sucessor do V.110 e possui poucas diferenças em


relação ao primeiro. A principal é que nele os dados são
transmitidos em até 54.000 bit/s;

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• X.75 e T70NL: ambos são mais recentes e conseguem
aproveitar integralmente a capacidade de transmissão do
Canal B. Foram estes protocolos que permitiram à tecnologia
ISDN ser uma solução viável para acesso à internet.

4.5 Funcionamento
Na Figura 11 é representada a troca de sinalização entre uma
central PABX e a central da operadora do estabelecimento até a
desconexão de uma chamada utilizando o protocolo de
sinalização ISDN. Neste cenário um ramal do PABX deseja
originar uma chamada externa para um número de destino que
se encontra atrás da central da operadora. (BARROS, 2013)

Figura 11 - Fluxo de chamada utilizando protocolo ISDN.

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Os passos representados, segundo Barros (2013), são:
a) Central PABX monta mensagem SETUP com o número
chamado (B), identificação do canal B a ser utilizado e a
capacidade de transporte (dados ou voz);
b) Central da operadora ao receber o SETUP responde com
um CALL PROCEEDING e passa a processar a mensagem
recebida;
c) Quando o destino é localizado a central da operadora envia
mensagem ALERTING para informar que telefone de
destino está tocando;
d) Quando destino atende é enviado pela central da
operadora a mensagem CONNECT;
e) Central PABX envia confirmação do atendimento com a
mensagem CONNECT ACK;
f) Neste ponto passa a ocorrer conversação pelo canal B
especificado na primeira mensagem;
g) Origem desconecta a chamada e é enviado pela central
PABX uma mensagem DISCONNECT com a causa da
desconexão;
h) Central da operadora envia a mensagem RELEASE para
desconectar a chamada;
i) Central PABX confirma a desconexão com a mensagem
RELEASE COMPLETE.

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5.1 Introdução
Além de melhorar extraordinariamente as telecomunicações, as
fibras óticas são usadas também numa variedade de equipamentos,
como automóveis, mísseis, blindados, satélites, fiação de
computadores, eletrodomésticos e ainda em microeletrônica,
engenharia genética, fotografia etc. O Brasil, com tecnologia
desenvolvida a partir de 1973 pela Universidade de Campinas
(Unicamp), em conjunto com a Telebrás, produz cerca de 20 mil
quilômetros de fibras por ano.

Em virtude das suas características, as fibras óticas apresentam


bastantes vantagens sobre os sistemas elétricos:

• Dimensões Reduzidas

• Capacidade para transportar grandes quantidades de


informação (Dezenas de milhares de conversações num par
de Fibra);

• Atenuação muito baixa, que permite grandes espaçamentos


entre repetidores, com distância entre repetidores superiores
a algumas centenas de quilômetros.

• Imunidade às interferências eletromagnéticas;

• Matéria-prima muito abundante;

• Custo Cada vez mais baixo.

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5.2 Aplicações e Funcionamento
As fibras óticas nada mais são do que cabos que em seu meio de
transmissão propagam a informação através de luz.

O cabo transmite a luz por diversos meios, não só de modo


retilíneo, mas também em diagonais e todas as direções possíveis
pela qual o interior do cabo possa retransmitir a luz. Um exemplo
disso segue conforme apresenta a Figura 12.

Figura 12 - cabo de fibra ótica.

Perceba que a luz pode tomar qualquer caminho e mesmo assim


ela chega ao seu destino, porem sua velocidade varia. Se não
houver nada que a atrapalhe no caminho e ela vá de forma retilínea,
os dados que ela carrega consigo vão chegar mais rápido do que
os outros feixes de luz que foram sendo rebatidos pelo caminho.

O ângulo em que ela é transmitida manter-se-á o mesmo até sua


saída, como por exemplo: se a luz entra com um ângulo de 45˚ ela
permanecerá nesse ângulo até sair, já que quando for refletida
dentro do cabo sal reflexão manter o mesmo grau no qual foi
refletido.

Apesar de serem mais caros os cabos de fibra ótica não sofrem


interferências com ruídos eletromagnéticos e com radiofrequências

www.esab.edu.br 46
e permitem total isolamento entre transmissor e receptor.

O cabo de fibra ótica pode ser utilizado tanto em ligações ponto a


ponto quanto em ligações multiponto. A exemplo do cabo de par
trançado, a fibra ótica também está sendo muito usada em conjunto
com sistemas ATM, que transmitem os dados em alta velocidade.
O tipo de cabeamento mais usado em ambientes internos (LANs)
é o de par trançado, enquanto o de fibra ótica é o mais usado em
ambientes externos

5.3 Funcionamento
A transmissão da luz pela fibra segue um princípio único,
independentemente do material usado ou da aplicação: é lançado
um feixe de luz numa extremidade da fibra e, pelas características
óticas do meio (fibra), esse feixe percorre a fibra por meio de
reflexões sucessivas.

A fibra possui no mínimo duas camadas: o núcleo e o revestimento.


No núcleo, ocorre a transmissão da luz propriamente dita. A
transmissão da luz dentro da fibra é possível graças a uma
diferença de índice de refração entre o revestimento e o núcleo,
sendo que o núcleo possui sempre um índice de refração mais
elevado, característica que aliada ao ângulo de incidência do feixe
de luz, possibilita o fenômeno da reflexão total.

As fibras óticas são utilizadas como meio de transmissão de ondas


eletromagnéticas (como a luz) uma vez que são transparentes e
podem ser agrupadas em cabos. Estas fibras são feitas de plástico
ou de vidro. O vidro é mais utilizado porque absorve menos as
ondas eletromagnéticas. As ondas eletromagnéticas mais
utilizadas são as correspondentes à gama da luz infravermelha.

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O meio de transmissão por fibra ótica é chamado de “guiado”,
porque as ondas eletromagnéticas são “guiadas” na fibra, embora
o meio transmita ondas omnidirecionais, contrariamente à
transmissão “sem-fio”, cujo meio é chamado de “não-guiado”.
Mesmo confinada a um meio físico, a luz transmitida pela fibra
ótica proporciona o alcance de taxas de transmissão elevadíssimas,
da ordem de dez elevado à nona potência de bits por segundo,
com baixa taxa de atenuação por quilômetro. Mas a velocidade de
transmissão total possível ainda não foi alcançada pelas tecnologias
existentes. Como a luz se propaga no interior de um meio físico,
sofrendo ainda o fenômeno de reflexão, ela não consegue alcançar
a velocidade de propagação no vácuo, que é de 300.000 km/
segundo, sendo esta velocidade diminuída consideravelmente.

Cabos fibra ótica atravessam oceanos. Usar cabos para conectar


dois continentes separados pelo oceano é um projeto monumental.
É preciso instalar um cabo com milhares de quilômetros de
extensão sob o mar, atravessando fossas e montanhas submarinas.
Nos anos 80, tornou-se disponível, o primeiro cabo fibra ótica
intercontinental desse tipo, instalado em 1988, e tinha capacidade
para 40.000 conversas telefônicas simultâneas, usando tecnologia
digital. Desde então, a capacidade dos cabos aumentou. Alguns
cabos que atravessam o oceano Atlântico têm capacidade para
200 milhões de circuitos telefônicos.

Para transmitir dados pela fibra ótica, é necessário um equipamento


especial chamado infoduto, que contém um componente
fotoemissor, que pode ser um diodo emissor de luz (LED) ou um
diodo laser. O fotoemissor converte sinais elétricos em pulsos de
luz que representam os valores digitais binários (0 e 1).

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As fibras óticas podem ser basicamente de dois modos,
conforme apresenta a Figura 13:

A. Monomodo: menor número de modos; dimensões


menores que as fibras ID.Maior banda por ter menor
dispersão.

B. Multimodo: permite o uso de fontes luminosas de baixa


ocorrência tais como LEDs (mais baratas); diâmetros
grandes facilitam o acoplamento de fontes luminosas e
requerem pouca precisão nos conectores

Fibra ótica monomodal Fibra ótica multimodal


Figura 13 - Fibra ótica monomodo e multimodo.

5.4 Fibra Ótica no Brasil


O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a dominar a
tecnologia de fibras óticas, ainda no final dos anos 70. Essa vitória
se deu, em grande parte, ao trabalho do professor José Ellis Ripper
Filho, na Unicamp. Acreditando nas perspectivas da fotônica, ou
seja, das comunicações via fibras óticas, Ripper fundou em 1989
a AsGa, empresa constituída para produzir lasers semicondutores
de arseneto de gálio e outros produtos de microeletrônica.

O aumento contínuo da velocidade dos sistemas de transmissão


de informações e telecomunicações deve-se ao uso da luz em
sistemas de comunicações. Só com o uso de comunicações óticas
(baseadas em luz) é possível atingir hoje velocidades de

www.esab.edu.br 49
transmissão de centenas de Gigabits por segundo. Isto se tornou
possível a partir da descoberta de fibras óticas com baixas perdas
de luz, ocorrida nos anos 70. O Brasil entrou cedo nesta atividade,
com a instalação do Projeto de Pesquisa em Sistemas de
Comunicação por Laser no Instituto de Física da Unicamp em
1973, financiado pela Telebrás.

Campinas não virou pólo tecnológico por acaso. Se as grandes


empresas de telecomunicações e informática se instalaram na
região nos últimos anos, com a abertura do mercado, foi porque já
existiam recursos humanos de alta qualidade formados por
universidades como a Unicamp. O Instituto de Física Gleb Wataghin
(IFGW), da Unicamp, pesquisa na área de comunicações óticas
desde 1971. O primeiro contrato de pesquisa & desenvolvimento
(P&D) feito no Brasil foi feito entre a Unicamp e a Telebrás em
1974. Em 1976, a primeira fibra ótica nacional levou à criação do
Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (CPqD), com pesquisadores
do instituto, na cidade. Em 1978, eles também fariam o primeiro
laser de diodo da América Latina. O que aquele grupo de cientistas
- muitos deles vindos dos EUA, onde trabalhavam em centros de
pesquisa como o Bell Labs - não imaginava é que, ao longo dos
20 anos seguintes, muitos se tornariam empresários. Diversas
pequenas empresas nasceram das atividades do IFGW ao longo
desse período, como AsGa, Fotônica, Xtal, Unilaser, Optolink,
Ecco, AGC NetTest e Laser Lab. Em 2000, essas empresas
faturaram mais de R$ 250 milhões em conjunto.

Paralelamente, outro pesquisador, Rege Scarabucci, iniciou um


projeto de transmissão digital, na Faculdade de Engenharia da
Unicamp, sob a coordenação de Ripper e com apoio da Telebrás,

www.esab.edu.br 50
antes da criação do CPqD. Todo esse esforço inicial ganhou novas
dimensões e, com o trabalho do CPqD, a partir de 1976, tornou-se
viável o desenvolvimento e a produção industrial de fibras óticas,
de sistemas de transmissão e comutação digitais, de que é
exemplo as centrais telefônicas Trópico.

Transformado em fundação privada em 1998, durante o governo


de Fernando Henrique Cardoso, o CPqD é uma das maiores
instituições de pesquisa em telecomunicações do mundo. Com
mais de duzentas patentes depositadas, o órgão foi o responsável
pelo desenvolvimento de projetos de comunicação sem fio, dos
telefones públicos operados por fichas e cartões e da fibra ótica.
Para isso, o CPqD contou desde sua origem, em 1975, com o
trabalho de professores e alunos do Instituto de Física da Unicamp,
caso de Ildefonso. As pesquisas desenvolvidas na universidade e
no centro de pesquisa resultaram na formação do maior pólo de
empresas de telecomunicações do Brasil.

5.5 SONET, SDH


O aumento crescente na demanda por banda de transmissão, em
face da maciça utilização da internet, em conjunto com uso cada
vez mais elevado de aplicações multimídia, tem sido um estímulo
à popularização das redes óticas.

As características mais marcantes das redes óticas são: oferecer


largura de banda muito maior que os cabos de par trançado, serem
menos susceptíveis a diversos tipos de interferência
eletromagnética, possuir baixas perdas e taxas de erro de bit, ser
leve e permitir grande economia de espaço, além do material não
conduzir eletricidade.

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A largura de banda espetacular dos cabos de fibra ótica é bastante
apropriada às modernas tecnologias de transmissão de dados (como
vídeo conferência) que requerem altas taxas de dados e para
transportar ao mesmo tempo, um número grande de tecnologias que
operam em velocidades menores. Por esse motivo, a importância
das fibras óticas cresce em conjunto com ao desenvolvimento de
tecnologias que requerem altas taxas de transmissão de dados.
Como qualquer outra tecnologia foi necessário criar uma padronização.
A ANSI padronizou a chamada Synchronous Optical Network
(SONET). O ITU-T padronizou a hierarquia síncrona digital SDH
(Synchronous Digital Hierarchy). Os dois padrões são bastante
parecidos. (FOROUZAN, 2008)

Segundo FOROUZAN (2008), as principais características da SONET


são:

• SONET é uma rede síncrona. Um relógio único é utilizado para


controlar a temporização das transmissões e os equipamentos
dentro da rede como um todo.

• SONET traz nativamente padrões recomendados para os


sistemas de transmissão por fibra ótica, equipamento vendidos
por fabricantes diferentes.

• As especificações físicas da SONET e o uso de quadros


específicos incluem mecanismos capazes de transportar sinais
de sistemas distribuídos incompatíveis. É nesta flexibilidade
que reside a reputação de conectividade universal da SONET.

Enquanto o padrão de transmissão e multiplexação SONET foi


adotado na América do Norte; seu semelhante, o SDH, tornou-se
padrão na Europa, Japão e na maior parte dos enlaces submarinos.

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Tanto o SONET quanto o SDH possuem diferentes e elaborados
esquemas de multiplexação que podem ser implementados em
circuitos integrados em grandíssima escala (do inglês Very Large
Scale Integration - VLSI).

No SONET a taxa de sinal básico é 51,84 Mbps, denominado nível


de sinal de transporte síncrono–1 (STS–1). Sinais de altas taxas
(STS-N) são sempre múltiplos do STS–1. É importante ressaltar
que o sinal STS é um sinal elétrico e só existe dentro do equipamento
SONET. Na interface ótica o valor mínimo para transmissão é o
OC-3 (optical carrier–3) que equivale ao STS–3 existente no
SONET.

No SDH a taxa mínima existente é 155,52 Mbps e é denominada


STM–1 (Synchronous Transport Module–1). Este valor é igual ao
STS–3 existente no SONET.

Um frame SONET é a soma de alguns Bytes de  overhead,


chamados de  overhead  de transporte, e os Bytes da carga útil
(payload). A carga útil é transportada no envelope síncrono de
carga útil (SPE – synchronous payload envelope).

Tanto SONET quanto SDH utilizam extensivamente ponteiros para


indicar a localização de uma carga útil multiplexada dentro
do frame.

Os fluxos cuja taxa de transmissão está abaixo do STS-1 são


mapeados em tributários virtuais (VTs – Virtual Tibutaries). Cada
VT é projetado para ter largura de banda suficiente para transportar
sua carga útil. Estes VTs podem ser de 4 tamanhos 1.5 (VT1.5), 2
(VT2), 3 (VT3) e 6 (VT6) Mbps, embora o 1,5 Mbps seja o mais
comum. Um VT agrupado consiste de quatro VT1.5, três VT2, dois

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VT3 e um VT6. Sete grupos de VT intercalados juntamente com o
overhead criam SPE SONET básico.

O mapeamento de taxas mais altas, que não sejam sinais SONET,


são realizadas utilizando um STS-Nc, que consiste em sinal com
payload bloqueado que também é definido no padrão. O “c”
significa concatenado e o N é o número de payloads STS-1. Um
sinal concatenado não pode ser demultiplexado em fluxo com
velocidades menores. O menor sinal SONET concatenado que
pode se transmitido em enlace Gigabit  Ethernet  é 2.5 Gbs ou
STS-48c.

O SDH trabalha de forma semelhante. Essa tecnologia


utiliza containers virtuais (VCs – Virtual Containers) para acomodar
taxas de dados inferiores ao STM-1. Estes VCs podem ser
definidos de cinco maneiras. VC-11, VC-12, VC-2, VC-3 e VC-4.
Estes VCs são projetados para transportar 1,5 Mbps, 2 Mbps, 6
Mbps, 45 Mbps e 140 Mbps. Sendo que VC-11s, VC12s e VC-2s
podem ser multiplexados em VC-3s ou VC-4s e os VC-3 e VC-4
são então multiplexados em um sinal STM-1.

5.6 OTN
OTN (Optical Transport Networks) é uma tecnologia para transporte
em redes óticas. É uma evolução dos padrões SONET/SDH. A
OTN utiliza multiplexação DWDM, em que cada comprimento de
onda se comporta como uma fibra em particular. A OTN é
formalizada pela recomendação ITU-T G.872.

As redes de transporte ótica, padronizada pela G.709, foram


projetadas para transportar tráfego de pacotes tais como IP
e Ethernet sobre fibra ótica, assim como o tráfego proveniente do

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SONET/SDH. A tabela abaixo relaciona a taxa de dados OTN com
SONET/SDH.

Tabela 3 - Taxa de dados OTN em comparação com taxa SO-


NET/SDH

OTN Taxa (Gbps) SONET/SDH Taxa (Gbps)


OTU1 2,666 STS-48 / STM-16 2,488
OTU2 10,709 STS-192 / STM-64 9,953
OTU3 43,018 STS-786 / STM- 39,813
128
 

Características da OTN:

• Correção de erros: quando as taxas de dados são muito


elevadas ou as distâncias muito longas o ruído é significativo
e se torna um problema. A presença de corretores de erros,
denominado de  Forward Error Corretion  (FEC) é
imprescindível para que as taxas de erro de bit sejam
minimizadas.

• Gerenciamento: OTN também possui uma estrutura para


monitorar a conexão fim-a-fim sobre vários segmentos.
Esses segmentos podem ser sobrepostos com até seis tipos
de segmentos de monitoramento em qualquer ponto.

• Protocolo transparente: os serviços de operação,


administração e gerenciamento das suas conexões são
transparentes aos clientes. Isso permite que o OTN transmita
pacotes: IP, 10 Gigabit Ethernet e também SONET/SDH.

• Cronometragem assíncrona: OTN realiza um mapeamento

www.esab.edu.br 55
assíncrono dos sinais clientes em  frames  OTN onde
o clock que gera o frame pode ser um simples oscilador.

5.7 Redes FTTx


Uma rede FTTX é uma rede de acesso baseada em fibra que
conecta uma grande quantidade de usuários finais a um ponto
central, conhecido como nó de acesso ou ponto de presença
(POP) da operadora. As redes FTTx começaram a ser desenvolvidas
no início da década de 1980. A primeira rede a ser apresentada foi
a FTTH (fiber to the home). Atualmente além da FTTH, existem:
FTTB, FTTC, FTTN e FTTP.

• FTTB (fiber to the buiding) - Nessa rede, a fibra atinge o


limite de um edifício ou até uma central existente no edifício.

• FTTC (fiber to the cabinet) - Nesse modelo de rede, a fibra


chega até um armário de rua a uma distância de
aproximadamente 300 m do cliente.

• FTTN (fiber to the node) - Nesse tipo de rede, a fibra chega


até um armário de rua pertencente a operadora, distante
alguns quilômetros do cliente.

• FTTP (fiber to the premises) - Esse tipo de rede pode


atender tanto a pequenas empresas como a residências.

• FTTH (fiber to the home) - Esse é o tipo de rede mais


conhecido. Nesse modelo, a fibra é entregue na residência
do cliente. Há dois tipos de projetos básicos para FTTH:
FTTH dedicado e a rede ótica passiva (PON).

• FTTH dedicado - No FTTH dedicado o cabeamento conecta


a residência do cliente com a operadora. Este tipo de FTTH

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permite ao cliente dispor de uma largura de banda maior. No
entanto, o custo deste tipo de FTTH é bastante elevado
tornando-o altamente proibitivo.

ESTUDO COMPLEMENTAR
As fibras também são utilizadas interconectando continentes por meio de
cabos submarinos, Para saber mais, acesse:

https://olhardigital.com.br/noticia/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-
cabos-submarinos/57006

https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/05/30/Como-%C3%A9-a-
rede-de-cabos-submarinos-que-sustenta-as-
comunica%C3%A7%C3%B5es-do-mundo

http://revistagalileu.globo.com/Tecnologia/Inovacao/noticia/2016/06/7-
coisas-que-voce-nao-sabia-sobre-cabos-submarinos.html

ATIVIDADE
Chegou a hora de você testar seus conhecimentos em relação às unidades
1 à 5. Para isso, dirija-se ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e
responda às questões. Além de revisar o conteúdo, você estará se
preparando para a prova. Bom trabalho!

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ESTUDO COMPLEMENTAR

As fibras também são utilizadas interconectando continentes por meio


de cabos submarinos, Para saber mais, acesse:
https://olhardigital.com.br/noticia/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-
cabos-submarinos/57006
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/05/30/Como-%C3%A9-
a-rede-de-cabos-submarinos-que-sustenta-as-
comunica%C3%A7%C3%B5es-do-mundo
http://revistagalileu.globo.com/Tecnologia/Inovacao/noticia/2016/06/7-
coisas-que-voce-nao-sabia-sobre-cabos-submarinos.html

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EIXO 1

Neste eixo temático você conheceu que as r tecnologias de acesso


banda larga evoluíra, muito, desde o acesso discado (Dial-Up),
até os acessos melhores e largamente utilizados como cabo e
DSL. O Cabo e a ADSL são os principais tipos de conexão
disponíveis aos usuários domésticos. Sua supremacia, no entanto,
vem sendo fortemente ameaçada com a recente expansão dos
serviços de fibra ótica e internet móvel.

E a tecnologia ISDN trata-se de um serviço disponível em centrais


telefônicas digitais, que permite acesso à internet e baseia-se na
troca digital de dados, onde são transmitidos pacotes por
multiplexagem sobre condutores de “par-trançado”.

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EIXO 2 - REDES DE ACESSO SEM FIO

No eixo temático “redes de acesso com fio”, vamos continuar


conhecendo mais algumas tecnologias que permite acesso à rede,
desde redes PAN (personal area network) até à Internet. Então,
conheceremos as principais tecnologias: Bluetooth, Wi-Fi, WiMAX,
satélite e BPL.

Ao final deste eixo temático você deverá:

a) Conhecer o funcionamento da tecnologia Bluetooth e suas


utilizações.

b) Conhecer a arquitetura IEEE 802.11 e seus padrões.

c) Conhecer o funcionamento da tecnologia de acesso banda


larga WiMAX.

d) Conhecer a tecnologia de comunicação por satélite, e se


uso no GPS.

e) Conhecer a tecnologia de comunicação por meio da rede


de energia elétrica e suas aplicações.

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6.1 Introdução
Bluetooth é uma tecnologia de comunicação entre dispositivos de
curto alcance. Em 1994, a Ericsson iniciou o desenvolvimento
dessa tecnologia, pesquisando uma forma barata de comunicação
sem fio entre o celular e seus acessórios. Após essas pesquisas
iniciais, ficou clara a potencialidade desse tipo de conexão. Em
1998, seis grandes empresas: Sony, Nokia, Intel, Toshiba, IBM e
Ericsson, realizaram um consórcio para conduzir e aprofundar o
estudo dessa forma de conexão, formando o chamado Bluetooth
Special Interest Group.

O nome “Bluetooth” é uma homenagem ao rei da Dinamarca e


Noruega, Harald Blåtand, que na língua inglesa é chamado de Harold
Bluetooth. O nome do rei foi escolhido pelo fato dele ter unificado as
tribos de seu país, semelhantemente ao que a tecnologia pretende
fazer: unificar tecnologias diferentes. O símbolo do Bluetooth é a
união de duas runas nórdicas para as letras H e B, suas iniciais.

A tecnologia é bastante vantajosa:

• Com Bluetooth as conexões através de cabos têm os seus


dias contados. Da mesma maneira a tecnologia IrDa ou
conexão via porta infravermelhas (mais um tipo de conexão
sem fio), perderá importância, evitando assim a desvantagem
da sua pequena largura de banda ademais de ter que manter
os dispositivos em linha de visão;

www.esab.edu.br 61
• Esta forma de conexão permite uma solução viável de
baixo custo para a interconexão de curto alcance;

• Mais de 2000 empresas demonstraram interesse em


adotar esta tecnologia em seus aparelhos, atualmente
existe o Grupo Especial de Interesse (SIG) que reúne as
empresas que lideram o desenvolvimento deste sistema
cujo comprometimento é desenvolver software e hardware
seguindo as especificações impostas;

• Devido a que as comunicações sem fio terão importante


uso no futuro, este tipo de tecnologia, será adequada para
ser utilizada na interconexão de dispositivos; deverá ser
criado um amplo leque de software que permita a correta
comunicação entre aplicações de diferentes dispositivos;

• A especificação suporta comunicação de voz e dados,


razão pela qual também pode ser estendida à comunicação
“mãos livres”;

• Maximização do uso de protocolos existentes, ou seja, a


tecnologia Bluetooth pode ser facilmente integrada aos
protocolos que estão em uso como o TCP/IP.

Como tudo, existe também algumas desvantagens, entre elas:

• O número máximo de dispositivos que podem se conectar


ao mesmo tempo é limitado, principalmente se
compararmos com a rede cabeada;

• O alcance é bastante curto, por isso uma rede pode ser


apenas local;

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• Com rede cabeada pode-se conseguir uma banda
passante maior.

6.2 Descrição técnica


O Bluetooth pode se conectar com até  oito
dispositivos  simultaneamente. Com todos esses dispositivos no
mesmo raio de 10 metros, você pode achar que ocorrerá
interferência mútua, mas isso é improvável. O Bluetooth usa uma
técnica chamada salto de frequência de espalhamento espectral,
que praticamente impossibilita que mais de um dispositivo
transmita na mesma frequência ao mesmo tempo. Com essa
técnica, um dispositivo usa 79 frequências individuais escolhidas
aleatoriamente dentro de uma faixa designada, mudando de uma
para outra com regularidade. No caso do Bluetooth, os
transmissores alteram as frequências 1.600 vezes por segundo, o
que significa que muitos dispositivos podem utilizar totalmente
uma fatia limitada do espectro de rádio. Como todos os
transmissores Bluetooth usam automaticamente a transmissão de
espalhamento espectral, é improvável que dois transmissores
compartilhem a mesma frequência simultaneamente. Essa mesma
técnica minimiza o risco de interferência de telefones portáteis ou
babás eletrônicas nos dispositivos Bluetooth, já que qualquer
interferência em uma frequência particular dura somente uma
fração de segundo.

Quando dispositivos com Bluetooth entram na faixa um do outro,


uma comunicação ocorre para determinar se eles possuem dados
compartilháveis ou se um deve controlar o outro. O usuário não
precisa pressionar um botão ou dar um comando - a comunicação
acontece automaticamente. Assim que a conversa termina, os

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dispositivos - sejam eles parte de um sistema de computadores ou
um estéreo - formam uma rede. Os sistemas Bluetooth criam uma
rede de área pessoal (PAN), ou piconet, que pode abranger uma
sala ou uma distância não superior à existente entre o celular no
seu cinto e o headset em sua cabeça. Assim que uma piconet é
estabelecida, os dispositivos saltam entre as frequências
aleatoriamente em uníssono para permanecer em contato uns
com os outros e para evitar que outras piconets que possam estar
operando, no mesmo espaço.

6.3 Pilha de Protocolos


A especificação Bluetooth divide a pilha de protocolos em três
grupos lógicos. São eles: grupos de protocolos de transporte,
grupo de protocolos de middleware e o grupo de aplicação, como
ilustrado na Figura 14.

Figura 14 - Pilha de protocolos Bluetooth.

O grupo de protocolos de transporte permite dispositivos Bluetooth


localizar outros dispositivos e gerenciar links físicos e lógicos para
as camadas superiores. Neste contexto, protocolos de transporte
não se equivalem aos protocolos da camada de transporte do
modelo OSI (utilizado na especificação de protocolos de rede). Ao
invés disso, estes protocolos correspondem às camadas físicas e

www.esab.edu.br 64
de enlace do modelo OSI. As camadas de rádio frequência (RF),
Baseband, Link Manager, Logical Link Control and Adaptation
(L2CAP) estão incluídas no grupo de protocolos de transporte.
Estes protocolos suportam tanto comunicação síncrona quanto
assíncrona e todos estes são indispensáveis para a comunicação
entre dispositivos Bluetooth (SIQUEIRA, 2006).
O grupo de protocolos de middleware inclui protocolos de terceiros
e padrões industriais. Estes protocolos permitem que aplicações já
existentes e novas aplicações operem sobre links Bluetooth.
Protocolos de padrões industriais incluem Point-to-Point Protocol
(PPP), Internet Protocol (IP), Trasmission Control Protocol (TCP),
Wireless Application Protocol (WAP), etc. Outros protocolos
desenvolvidos pelo próprio SIG também foram incluídos como o
RFComm, que permite aplicações legadas operarem sobre os
protocolos de transporte Bluetooth, o protocolo de sinalização e
controle de telefonia baseada em pacotes (TCS), para o
gerenciamento de operações de telefonia e o Service Discover
Protocol (SDP) que permite dispositivos obterem informações sobre
serviços disponíveis de outros dispositivos (SIQUEIRA, 2006).
O grupo de aplicação consiste das próprias aplicações que
utilizam links Bluetooth. Estas podem incluir aplicações legadas ou
aplicações orientadas a Bluetooth (SIQUEIRA, 2006).

6.4 Processo de comunicação


Um transceiver Bluetooth é um dispositivo que opera em uma faixa
de rádio não licenciada (ISM) a 2.4 GHz. Na maioria dos países,
há 79 canais disponíveis. Entretanto, alguns países permitem
apenas o uso de 23 canais. A taxa de transferência nominal de
cada canal é de 1 MHz (SIQUEIRA, 2006).

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Quando conectado a outros dispositivos Bluetooth, um dispositivo
troca de frequência a uma taxa de 1600 vezes por segundo. Cada
frequência é utilizada apenas 625 microssegundos. A especificação
Bluetooth utiliza o esquema de divisão de tempo (Time Division
Duplexing - TDD) e divisão de tempo com múltiplos acessos (Time
Division Multiple Access - TDMA) na comunicação de dispositivos.
Como discutida na seção anterior, a transmissão de dados é feita
através de slots de tempos. Um único slot possui 625
microssegundos de comprimento, representando um pacote de
dados que ocupa um único slot. Na camada de baseband, um
pacote consiste de um código de acesso, um cabeçalho e payload,
como mostra a Figura 15.

Figura 15 - Estrutura de um pacote de uma piconet.

O código de acesso contém o endereço da piconet (para filtrar


mensagens de outra piconet) e possui geralmente 72 bits de
comprimento. O cabeçalho possui 18 bits e inclui o endereço de
um dispositivo escravo ativo na rede Bluetooth. O campo payload
é onde trafega os dados da aplicação. Pode conter de 0 a 2745
bits de dados (SIQUEIRA, 2006).
Em uma piconet, o mestre transmite em slots de tempo pares
enquanto que os escravos transmitem apenas em slots de tempo
ímpares. Em cada slot de tempo, devido ao mecanismo frequency
hopping, um canal de frequência diferente é utilizado, ou seja,
após cada envio ou recebimento de pacotes, o canal é trocado,
antes mesmo da transmissão do próximo pacote. Um dispositivo
Bluetooth pode estar em um dos seguintes estados: espera,

www.esab.edu.br 66
solicitação, página, conectado, transmissão, bloqueado, escuta e
estacionado, como mostra a Figura 16 (SIQUEIRA, 2006).

Figura 16 - Diagrama de estados da especificação Bluetooth.

Um dispositivo está no estado de espera quando está ligado mas


ainda não se juntou a uma piconet. Este entra no estado de
solicitação quando envia requisições de busca de outros
dispositivos com os quais possa se conectar. Um dispositivo
mestre de uma piconet existente pode também estar no estado de
página, enviando mensagens à procura de dispositivos que
possam se juntar e sua piconet (SIQUEIRA, 2006).
Quando uma comunicação é bem-sucedida entre mestre e um
novo dispositivo, este novo dispositivo assume o papel de escravo
e entra no estado de conectado, e então recebe um endereço que
o identifica na piconet. Enquanto conectado, um escravo pode
transmitir dados, quando o mestre o permite fazê-lo. Durante a
transmissão de seus dados, os escravos estão no estado de
transmissão. Ao fim de sua transmissão, este retorna ao estado
de conectado (SIQUEIRA, 2006).

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O estado de escuta é um estado de baixo consumo de energia
onde um escravo “dorme” por um número pré-definido de slots. O
dispositivo então acorda para realizar a transmissão de dados em
seu slot de tempo apropriado. Após a transmissão o dispositivo
escravo retorna então para o estado de escuta até que seus
próximos slots de tempo designados cheguem. O estado de
bloqueado é outro estado onde se verifica o baixo consumo de
energia, em que o escravo não está ativo por um período pré-
determinado de tempo. Entretanto, não há transferência de dados
dentro do estado bloqueado (SIQUEIRA, 2006).
Quando um dispositivo escravo não tem dados a serem enviados
ou recebidos, o dispositivo mestre pode instruí-lo a entrar no
estado de estacionado. Quando no estado de estacionado, o
dispositivo escravo perde seu endereço atual na piconet, o qual
será dado a outro escravo que o mestre está retirando do estado
de estacionado (SIQUEIRA, 2006).

6.5 Segurança do Bluetooth


A segurança é uma preocupação em qualquer configuração de
rede sem fio. Como os dispositivos podem captar facilmente ondas
de rádio do ar, as pessoas que enviam informações sigilosas por
uma conexão sem fio precisam tomar precauções para assegurar
que esses sinais não sejam interceptados. A tecnologia Bluetooth
não é diferente - ela é sem fio e, portanto, suscetível à espionagem
e acesso remoto, do mesmo modo que o WiFi é suscetível se a
rede não for segura. Com o Bluetooth, no entanto, a natureza
automática da conexão, que é um grande benefício em termos de
tempo e esforço, também é benéfica às pessoas que tentam enviar
dados sem a sua permissão.

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O Bluetooth oferece diversos modos de segurança, e os fabricantes
de dispositivos determinam qual modo  deve ser incluído  em um
produto capacitado para Bluetooth. Na maioria dos casos, os usuários
de Bluetooth podem estabelecer “dispositivos de confiança” que
podem trocar dados sem solicitar permissão. Quando qualquer outro
dispositivo tenta estabelecer uma conexão com o aparelho do usuário,
este deve decidir quanto à permissão.  O nível de segurança  de
serviço e o nível de segurança do dispositivo trabalham juntos para
proteger os dispositivos Bluetooth da transmissão de dados não-
autorizada. Os métodos de segurança incluem procedimentos de
autorização e identificação que limitam o uso dos serviços Bluetooth
ao usuário registrado e exigem que os usuários tomem uma decisão
consciente para abrir um arquivo ou aceitar uma transferência de
dados. Enquanto essas medidas estiverem ativadas no telefone ou
outro dispositivo do usuário, a possibilidade de um acesso não-
autorizado é mínima. Um usuário pode simplesmente alternar seu
modo Bluetooth para “invisível” e bloquear totalmente a conexão com
outros dispositivos Bluetooth. Se um usuário usa a rede Bluetooth
principalmente para a sincronização de dispositivos em casa, essa
pode ser uma boa maneira de evitar qualquer possibilidade de uma
brecha de segurança enquanto estiver em público.

Além disso, autores de vírus de celular já se aproveitaram do processo


de conexão automatizada do Bluetooth para enviar arquivos
infectados. No entanto, como a maioria dos celulares usa uma
conexão Bluetooth segura que requer a autorização e a autenticação
antes da aceitação dos dados de um dispositivo desconhecido,
normalmente o arquivo infectado não se alastra. Quando o vírus
chega ao celular do usuário, ele precisa concordar em abrir o arquivo
e concordar em instalá-lo.

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SAIBA MAIS

Saiba um exemplo de uso da tecnologia Bluetooth quando


estiver dirigindo, nesta reportagem do Auto Esporte:

http://g1.globo.com/carros/autoesporte/videos/t/edicoes/v/
bluetooth-ganha-cada-vez-mais-adeptos/2356714

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7. 1 Introdução
A comunicação sem fios é uma das tecnologias que mais vem
crescendo nos últimos anos. A demanda pela conexão de dispositivos
sem a utilização de cabos aumentou muito em todo o mundo, de
forma que as redes locais sem fios são encontradas atualmente em
várias áreas, tais como, campos universitários, escritórios de
empresas, áreas públicas, residências, entre outros locais. As redes
locais sem fios (WLAN) proporcionam uma série de benefícios, tais
como: mobilidade dos usuários; instalação rápida: sem necessidade
de infraestrutura; flexibilidade: possibilidade de criar WLANs
temporárias e específicas, como eventos, demonstrações de
produtos, etc.; escalabilidade; aumento de produtividade com
conexão permanente em todo o escritório, facilitando o andamento
das reuniões e projetos em equipes distintas;

O IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) criou o


grupo de trabalho 802.11 com o objetivo de definir padrões de uso
em redes sem fio, que basicamente, definem o detalhamento da
camada física e da camada de enlace.

7. 2 Arquitetura
Em uma arquitetura IEEE 802.11, cada computador, móvel ou fixo,
é referenciado como uma estação; a diferença entre elas é que
uma estação fixa pode se mover de ponto-a–ponto, mas somente é
utilizada em um ponto fixo. Já uma estação móvel tem acesso à
LAN durante o movimento.

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O padrão IEEE 802.11 define dois tipos de serviço: BSS (Basic
Service Set) e ESS (Extended Service Set). (FOROUZAN, 2008)

A. BSS: célula básica de uma LAN sem fio. É construído a


partir de estações fixas ou móveis e, possivelmente, uma
estação base central conhecida como ponto de acesso
(Access Point – AP). O serviço BSS sem um ponto de acesso
é uma rede isolada e não pode transmitir dados para outros
BSSs. Esta arquitetura é chamada de Ad-hoc e nela as
estações simplesmente localizam-se mutuamente e
“concordam” em fazer parte de um BSS (FOROUZAN,
2008). A Figura 17 apresenta os tipos de arquitetura que
uma rede sem fio 802.11 permite.

Figura 17 - Tipos de arquitetura em uma rede IEEE 802.11

B. ESS (Extended Servive Set): consiste de BSSs contendo


uma estação base central (AP), que por sua vez se conectam
a um sistema de distribuição. O AP tem a função conectar as
estações do BSS ao sistema de distribuição. A Figura 18
apresenta uma arquitetura de rede sem fio utilizando o
serviço ESS. O sistema de distribuição geralmente é uma
rede cabeada. O uso do serviço ESS faz com que a rede
tenha uma maior cobertura. (FOROUZAN, 2008)

www.esab.edu.br 72
Figura 18 – ESS

Quando BSSs estão conectados entre si tem-se o que é


denominada configuração de infra-estrutura. Nessa rede, as
estações dentro do raio de alcance de um AP podem se
comunicar sem a intervenção do AP; entretanto, as
comunicações entre duas estações em diferentes BSSs
usualmente utilizam dois APs.

7.2.1Serviços

Os serviços que são oferecidos em uma arquitetura IEEE 802.11


são divididos em: serviços do sistema de distribuição e serviços
da estação.

A. Serviços do Sistema de Distribuição

O sistema de distribuição provê os serviços de: associação,


reassociação, desassociação, distribuição e integração.

Associação é o serviço que permite a uma estação afiliar-se com


um AP e então comunicar-se com o sistema de distribuição. As
associações são dinâmicas e naturais porque as estações

www.esab.edu.br 73
movem-se, ligam-se, desligam-se. Uma estação pode ser associada
com apenas um AP por vez, desta forma é assegurado que o sistema
de distribuição sempre saiba onde cada estação se encontra.

A reassociação permite a uma estação sem fio sair de uma célula e


conectar-se a outra célula (associar-se a um AP) sem perder a
comunicação com rede, podendo continuar com o mesmo endereço
IP. Tanto a associação quanto a reassociação são iniciadas pela
estação.

A desassociação é quando a associação entre a estação e o AP é


terminada. Este serviço pode ser iniciado tanto pela estação, quanto
pelo AP. Uma estação desassociada não pode transferir dados na
rede.

Distribuição é o serviço responsável por transmitir os dados do


remetente para o receptor. Os dados são encaminhados para o AP
ao qual o remetente está associado, que encaminha os dados para o
sistema de distribuição, que por sua vez encaminha os dados para o
AP ao qual a estação receptora está associada. Se o remetente e o
receptor estão no mesmo BSS, o AP de entrada e o AP de saída são
os mesmos.

Integração é o serviço que provê comunicação entre estações sem


fio e estações cabeadas.

B. Serviços da Estação

Os serviços providos pela estação são: autenticação, desautenticação


e privacidade.

www.esab.edu.br 74
O serviço de autenticação é responsável por verificar a veracidade da
identidade da estação, antes de liberar a estação a transmitir dados.
Depois que a estação é autenticada, esta pode se associar ao AP.

Desautenticação é o serviço que permite terminar a autenticação. Este serviço


pode ser iniciado tanto pelo AP como pela estação. Quando a desautenticação
é efetuada, a estação é automaticamente desassociada.

O serviço de privacidade tem o objetivo de criptografar os dados a serem


transmitidos para que usuários desautorizados, mesmo que capturem o tráfego
da rede, não consigam entendê-lo.

7.3 Camadas Física e Enlace

O padrão IEEE 802.11 tem seu foco em duas camadas do modelo de referência
OSI: a camada física e a camada de link de dados (também chamada de
camada de enlace) como mostram a Figura 19.

Figura 19 - IEEE 802.11 e modelo OSI.

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7.3.1 Camada Física

As funções da camada física são: a codificação e decodificação


de sinais; geração/remoção de parâmetros para sincronização;
recepção e transmissão de bits e especificações para o meio de
transmissão.

O padrão IEEE 802.11 define uma série de técnicas de transmissão


e codificação para comunicações sem fio, sendo os mais comuns:
FHSS (Frequency Hopping Spread Spectrum), DSSS (Direct
Sequence Spread Spectrum) e OFDM (Orthogonal Frequency
Division Multiplexing).

A. FHSS

Na técnica de Spread Spectrum que emprega a tecnologia de


saltos de frequência - Frequency Hopping Spread Spectrum
(FHSS) - a banda de 2,4 GHz é dividida em 75 canais de 1 MHz,
e a informação é enviada numa sequência pseudo-aleatória, em
que a frequência de transmissão dentro da faixa vai sendo alterada
em saltos. Essa sequência de transmissão segue um padrão
conhecido pelo transmissor e pelo receptor, que uma vez
sincronizados, estabelecem um canal lógico. (RUFINO, 2005)

B. DSSS

Na técnica de Spread Spectrum que emprega a tecnologia de


sequência direta – Direct Sequence Spread Spectrum (DSSS) - o
sinal de informação é multiplicado por um sinal codificador com

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característica pseudo-randômica, conhecido como “chip sequence”
ou pseudo-ruído. A técnica divide a banda de 2.4 GHz em 14
canais de 22 MHz. Canais adjacentes sobrepõem-se uns sobre os
outros parcialmente. Os dados são enviados em um desses canais
de 22 MHz sem pular para outros canais. (RUFINO, 2005)

C. OFDM

OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing) é uma técnica


de transmissão no qual um único sinal é transmitido por diversos
canais de frequências harmônicas, resultando em uma transmissão
mais veloz e com menos problemas de interferência e distorção.
O princípio de operação desse esquema é a compressão de
múltiplas sub-portadoras moduladas, reduzindo a largura de faixa
requerida, mas mantendo-se a ortogonalidade, por meio de uma
particular sobreposição espectral de sub-portadoras, de forma
que não causem interferência entre si. (COIMBRA, 2006)

7.3.2 Camada de Enlace

O padrão IEEE 802 define duas sub-camadas na camada de


enlace no modelo de referência RM-OSI: LLC (Logical Link Control)
e MAC (Media Access Control).

 As funções da camada MAC são:

 Aspectos de transmissão: reunir dados dentro de um pacote


com endereços e campos detecção de erro.

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 Aspectos de recepção: abre pacote e executa reconhecimento
de endereços e detecção de erros.

 Controle de acesso ao meio de transmissão LAN.

A função da camada LLC é prover uma interface para as camadas


superiores e executar o controle de fluxo e erro de pacotes.  

A sub-camada LLC no padrão 802.11 é a mesma sub-camada


utilizada em redes Ethernet. Entretanto a sub-camada MAC sofreu
alterações para atender as necessidades das redes sem fio.
(TUTORIAL-REPORTS, 2013)

Numa rede local Ethernet o método de acesso utilizado pelas


máquinas é o CSMA/CD (Carrier Sense Multiple Access with
Collision Detect), no qual, cada estação é livre para comunicar-se
a qualquer momento. Cada estação que deseja enviar dados pela
rede, primeiro verifica se o meio de comunicação está livre (se
não há dados sendo transmitidos). Se o meio físico estiver livre,
então a estação envia os dados; caso o meio esteja ocupado,
então ela espera até que o meio esteja livre, para pode transmitir
os dados.

Em um ambiente sem fios não é possível aplicar o método de


acesso CSMA/CD, devido a problemas como desvanecimento
do sinal e terminal oculto. Assim, para aplicar um método de
acesso ao meio, que se adapte as necessidades de um ambiente
sem fio, a norma 802.11 definiu o protocolo CSMA/CA (Carrier
Sense Multiple Access with Collision Avoidance).

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O protocolo CSMA/CA sonda o canal antes de transmitir e abstém-
se de transmitir quando percebe que o canal está ocupado. Utiliza-
se de pacotes de confirmação (ACK) - um pacote ACK é enviado
pela estação receptora para confirmar que os dados foram
recebidos com sucesso – para prevenir colisões; além de usar um
esquema de reconhecimento/retransmissão (ARQ) de camada de
enlace, devido às taxas relativamente altas de erros de bits em
canais sem fio. (KUROSE, 2013)

7.4 Padrões IEEE 802.11

O padrão IEEE 802.11 subdivide-se em diversos padrões com


diferentes características. Como o foco desta monografia é
segurança em redes sem fio locais, e não necessariamente a
infra-estrutura da rede, iremos descrever abaixo, apenas os
padrões de rede sem fio que de alguma forma tenham relação
com segurança ou que são mais utilizados atualmente.

7.4.1 IEEE 802.11b

Ratificado em 1999, possui uma taxa de transmissão da ordem de


1 Mbps a 11 Mbps. Opera na faixa de frequência de 2,4 GHz e
utiliza a codificação DSSS (Direct Sequence Spread Spectrum). A
banda de 2,4 GHz é uma faixa de frequência não-licenciada, e
que portando pode ser utilizada livremente. Esta frequência é
utilizada por uma vasta quantidade de equipamentos e serviços
– aparelhos de telefones sem fio, Bluetooth, forno microondas,
babás eletrônicas e pelos padrões de rede sem fio 802.11b e
802.11g -, o que, muitas vezes, causa problemas de interferência
de sinais. É considerada uma faixa de frequência poluída ou suja.
(RUFINO, 2005)

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Neste padrão, o sinal de rede possui um alcance de até 100 metros
indoor e 300 metros outdoor. (FARIAS, 2005)

A grande vantagem do uso do padrão 802.11b é a facilidade de


implementação, o uso da frequência de 2,4GHz – que não depende
de licença -, o baixo custo e a larga quantidade de equipamentos
que utilizam esta especificação.

Sua maior desvantagem é a baixa taxa de transmissão, de no


máximo 11 Mbps, que para as necessidades atuais é muito
limitada. Outra desvantagem, é que a banda de frequência
utilizada, 2,4 GHz, está saturada, e sujeita à interferência de outras
tecnologias de rede, fornos microondas, telefones sem fio, e
Bluetooth.

7.4.2 IEEE 802.11a

Apesar do desenvolvimento do padrão IEEE 802.11a ter sido


iniciado antes do IEEE 802.11b, o seu desenvolvimento foi
demorado, tornando-se assim, a segunda variante do padrão
802.11, que foi ratificada em 2001.

A taxa de transmissão permitida neste padrão foi o grande


diferencial, alcançando, na teoria, uma taxa de transmissão em
torno de 54 Mbps, mas na prática alcança taxas de transmissões
de 25 Mbps a 36 Mbps – o que já é bastante expressivo se
comparado com o padrão anterior.

Outro diferencial deste padrão é a utilização da faixa de freqüência


de 5 GHz e a utilização da codificação OFDM (Orthogonal

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Frequency Division Multiplexing) - um esquema de codificação
que oferece benefícios em relação à disponibilidade e taxas de
transmissão do espectro de frequência. (RUFINO, 2005)

Este padrão tem a vantagem de ter uma maior quantidade de


canais não sobrepostos disponíveis, um total de 12 canais,
diferentemente dos 3 canais livres disponíveis nos padrões
802.11b/g, o que permite cobrir uma área maior e mais densamente
povoada, em melhores condições que outros padrões. (RUFINO,
2005)

As principais desvantagens deste padrão são: a) a não


interoperabilidade com os padrões 802.11b/g, pois utilizam faixas
de frequências diferentes, e b) menor raio de alcance - 60 metros
indoor e 100 metros outdoor. (FARIAS, 2005)

7.4.3 IEEE 802.11g

Com o objetivo de obter maiores taxas de transmissão e manter a


compatibilidade com o padrão 802.11b foi ratificado em 2003 o
padrão IEEE 802.11g que reúne as melhores características dos
padrões 802.11b e 802.11a.

Este padrão utiliza a faixa de frequência de 2.4 GHz, o que permite


a compatibilidade com o padrão IEEE 802.11b que é mais
largamente utilizado do que o padrão 802.11a.

Permite uma taxa de transmissão máxima de 54 Mbps, mas pode


em alguns casos chegar a 108 Mbps. Assim como o padrão
802.11a utiliza a codificação OFDM.

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Possui um raio de alcance do sinal de aproximadamente 100 a
150 metros indoor. (FARIAS, 2005)

As vantagens deste padrão são:

 Maior velocidade de transmissão de dados;

 Alcance do sinal é bom e não é facilmente obstruído.

As desvantagens deste padrão são:

 Os equipamentos que suportam este padrão custam mais


do que 802.11b;

 Como utiliza a faixa de frequência de 2.4 GHz, outros


equipamentos podem interferir no sinal.

7.4.4 IEEE 802.11n

Em setembro de 2009, o IEEE ratificou o padrão 802.11n, que


define mecanismos que proporcionam taxas de dados
significativamente melhores (até 600Mbps), além de melhorias
com relação à latência, ao alcance e à confiabilidade de
transmissão. Esta nova subdivisão do padrão IEEE 802.11 foi
designada para ajudar a indústria de comunicações de dados a
atender à crescente demanda de maior largura para transferência
de dados e para utilização de aplicações multimídia, tanto em
empresa como em casas e em rede wireless públicas. (MCCABE,
2010) (MORIMOTO, 2010)

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A alta taxa de transmissão de dados foi alcançada mediante a
combinação de várias melhorias, mas principalmente com o do
uso do MIMO (multiple-input multiple-output), que permite que a
placa-de-rede utilize diversos fluxos de transmissão, utilizando
vários conjuntos transmissores, receptores e antenas, transmitindo
os dados de forma paralela.

A princípio, o uso de diversos transmissores, transmitindo


simultaneamente na mesma faixa de frequência parece improdutivo
visto que geraria interferência (como no caso de ter várias redes
operando no mesmo espaço físico), fazendo com que os sinais se
cancelassem mutuamente. O MIMO trouxe uma resposta criativa
para o problema, tirando proveito da reflexão do sinal. A ideia é
que, por serem transmitidos por antenas diferentes, os sinais
fazem percursos diferentes até o receptor ricocheteando em
paredes e outros obstáculos, o que faz com que não cheguem
exatamente ao mesmo tempo. O ponto de acesso e o cliente
utilizam um conjunto de algoritmos sofisticados para calcular a
reflexão do sinal e assim tirar proveito do que originalmente era
um obstáculo. Este recurso é chamado de Spatial Multiplexing.
(MORIMOTO, 2010)

Outras melhorias que, combinadas, ajudam a atingir a alta taxa de


transmissão são:

 Redução do guard interval (o intervalo entre as transmissões)


de 800 ns para 400 ns;

 Aumento no número de subportadoras (utilizando o protocolo

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de retransmissão OFDM) de 48 para 52;

 Aumento do canal de transmissão de 20MHs para 40MHz.

 Melhoria no algoritmo de transmissão.

Produtos designados como “Wi-Fi CERTIFIED n” (que suportam o


padrão IEEE 802.11n) podem operar na frequência de 2.4 ou 5
GHz, e são compatíveis com os padrões 802.11a/b/g.

7.4.5 IEEE 802.11ac

O sucessor do 802.11n é o padrão 802.11ac, cujas especificações


foram desenvolvidas entre os anos de 2011 e 2013, tendo sua
aprovação final de suas características pelo IEEE somente em
2015. A principal vantagem do 802.11ac está em sua velocidade,
estimada em até 433 Mb/s no modo mais simples. Mas é possível
fazer a rede superar a casa dos 6 Gb/s de maneira mais avançada
através de múltiplas antenas – no máximo, oito. A tendência é que
a indústria priorize equipamentos com uso de até três antenas,
fazendo a velocidade máxima ser de aproximadamente 1,3 Gb/s.
Também chamada de 5G WiFi, o 802.11ac trabalha na frequência
de 5 GHz, sendo que, dentro desta faixa, cada canal pode ter, por
padrão, largura de 80 MHz (160 MHz como opcional). (PÓVOA,
2017)

O 802.11ac possui também técnicas mais avançadas de modulação


– trabalha com o esquema MU-MUMO (Multi-User MIMO), que
permite transmissão e recepção de sinal de vários terminais. Eles
trabalham na mesma frequência de forma colaborativa.

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Outro método de transmissão chamado Beamforming (também
conhecido como TxBF) é usado no padrão 802.11n portanto, é
opcional. Esta tecnologia permite que o aparelho transmissor
avalie a comunicação com um dispositivo cliente para otimizar a
transmissão em sua direção. (PÓVOA, 2017).

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Introdução

Padronizado pelo IEEE 802.16 o WiMAX (Worldwide Interoperability


for Microwave Acess) tem como objetivo fornecer a “última milha”
do acesso de banda larga sem fio, oferecendo uma alternativa ao
serviço de telefonia DSL (Figura 20). O WiMAX oferece cobertura
e vazão ótimas paras assinantes em linha de visada, ou seja, para
os quais o caminho não esteja obstruído. (FOROUZAN, 2008)

rming (também conhecido como TxBF) é usado no padrão 802.11n


portanto, é opcional. Esta tecnologia permite que o aparelho
transmissor avalie a comunicação com um dispositivo cliente para
otimizar a transmissão em sua direção. (PÓVOA, 2017)

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Figura 20 - Representação de uma rede WiMAX

O objetivo do WiMAX é fornecer uma conexão Internet de alta


velocidade numa área de cobertura de vários quilômetros. Em
teoria, o WiMAX proporciona velocidades de, aproximadamente,
70 Mbps numa área de 50 quilômetros. O padrão WiMAX tem a
vantagem de permitir conexões sem fio entre uma estação básica
(Base Transceiver Station - BTS) e milhares de assinantes, sem
precisar de linha visual direta (LOS - Line Of Sight ou NLOS - Non
Line Of Sight). Na realidade, o WiMAX pode atravessar apenas
obstáculos pequenos como árvores ou uma casa, mas não pode,
em nenhum caso, atravessar colinas ou edifícios. O rendimento
real na presença de obstáculos pode ser inferior a 20 Mbp/s.
(CCM, 2017)

Segundo CCM (201), um dos usos possíveis do WiMAX consiste


em cobrir a área do ‘último quilômetro’ (last mile), ou seja, fornece
um acesso à Internet de alto débito nas áreas que não são cobertas
pelas tecnologias telegráficas clássicas (linhas xDSL, como o

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ADSL, Cabo ou ainda as linhas especializadas T1, etc.). Outra
possibilidade, consiste em utilizar esta tecnologia como rede de
retorno (backhaut) entre redes locais sem fio, utilizando, por
exemplo, o padrão Wi-Fi. Backhaut é o transporte dos dados entre
sites distribuídos por pontos de acesso e pontos de presença
centralizados. Em última instância, o WiMAX permitirá que dois
pontos de acesso se conectem para criar uma rede em malha
(mesh network), como apresenta a Figura 21.

Figura 21- Como o WiMAX pode ser usado.

8.2 Arquitetura
Segundo Najar (2017), a arquitetura de rede especificada pelo IEEE
802.16 A esta compostas pelos itens abaixo, e como apresenta a Figura
22:

• BS (Estação Base) permite a interação entre a rede sem fio e a


rede-núcleo (Core Network);

• IP (Protocolo de internet) é único meio em que as máquinas e


dispositivos moveis usam para se comunicarem na Internet;

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• ATM (Modo de transferência Assíncrono) é uma tecnologia
de rede baseada na transferência de pacotes relativamente
pequenos, com isso suas células já são pré-definidas
conhecida como células de tamanho definido. Devido seu
tamanho reduzido é possível a transmissão de áudio, vídeo
e dados pela mesma rede.

• A Estação de assinantes (SS) permite ao usuário acessar


a rede, por intermédio de ligações entre dispositivos à ligação
entre dispositivos de comunicação em dois ou mais locais,
que possibilita transmitir e receber informações.

Figura 22- Topologia e Arquitetura da rede WiMAX.

O mais importante da tecnologia WiMAX é a estação básica, ou


seja, a antena transceptora encarregada de se comunicar com as

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antenas de assinantes (subscribers antennas). O termo ponto
para multipontos é usado para descrever o método de comunicação
do WiMAX. (CCM, 2017)

Originalmente, o padrão WiMAX inclui a noção de qualidade de


serviço (QoS - Quality of Service), ou seja, a capacidade de garantir
o funcionamento de um serviço a um usuário. Na prática, o WiMAX
permite reservar uma banda larga para um uso específico. Na
verdade, certos usos não podem tolerar engarrafamentos. Este é
o caso da voz em IP (VOIP), porque a comunicação oral não pode
tolerar cortes de segundos. (CCM, 2017)

8.3 WiMAX fixa e móvel

As revisões do padrão IEEE 802.16 dividem-se em duas categorias,


segundo CCM (2017): WiMAX fixo e WiMAX móvel.

A. WiMAX fixo:

Também chamado de IEEE 802.16-2004, determina as conexões


de linha fixa por meio de uma antena montada num telhado, como
uma antena de televisão. O WiMAX fixo opera nas bandas de
frequência 2.5 GHz e 3.5 GHz, para as quais é necessária uma
licença, e na banda livre de 5.8 GHz. (CCM, 2017)

Não faz nenhum tipo de handover, sair de uma célula para outra.
Esse padrão foi desenvolvido como uma extensão sem fio para a
infraestrutura cabeada (com fio). A técnica utilizada nesse padrão
Wimax é a OFDM em que é possível diminuir alguns efeitos, como
por exemplo, múltiplos caminhos e melhora a propagação de
sinais sem linha de visão. (NAJAR, 2017)

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B. WiMAX móvel:

Igualmente conhecido como padrão IEEE 802.16e, que prevê a


possibilidade de conectar clientes móveis à rede Internet. A
tecnologia WiMAX móvel abre as portas para o uso de dispositivos
móveis por IP, inclusive para serviços móveis de alta velocidade.
(CCM, 2017)

Utiliza a técnica SOFDMA (Scalable Orthogonal Frequency


Division Multiplexing Access), sua transportadora é dividida em
até 2048 sub-portadoras. Esse processo melhora e possibilita a
entrada de sinais em prédios e como consequência seus produtos
ficam acessível para o assinante final, como exemplos as placas
de PC e USB. (NAJAR, 2017)

A particularidade básica do WiMAX móvel para fixa é a sua


flexibilidade, o móvel oferece estrutura aos usuários em movimento
em uma velocidade de 120 km / h, e ativa o mecanismo de entrega,
quando um usuário se desloca de uma estação rádio base para
outra. A principal diferença entre os padrões WiMAX fixa e móvel
são mostrados na Tabela 4. (NAJAR, 2017)

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Tabela 4 - Comparativo entre WiMAX fico e móvel.

Padrões WiMAX
A. IEEE 802.16-2001: O padrão foi desenvolvido em
dezembro de 2001. Ele usa a faixa do espectro de 10-66
GHz para fornecer conectividade de banda larga fixa sem
fio e de técnicas de modulação de portadora única, como
16-QAM, 64-QAM e QPSK na camada física e divisão de
tempo multiplexado (TDM) técnicas na camada MAC. A
norma inclui técnicas de diferencial de QoS para a melhoria
das condições LOS base. O padrão utiliza TDD (Time
Division Duplex) e FDD (Frequency Division Duplex), como
técnicas de duplexação. (NAJAR, 2017)

B. IEEE 802.16a-2003: A norma alterou a base IEEE 802.16,


usando uma faixa de frequência de 2-11 GHz, que inclui

www.esab.edu.br 92
ambos licenciados e bandas de frequência de licença livre.
Devido à inclusão das frequências baixas, inferiores a 11
GHz, a comunicação NLOS é possível. As operações
NLOS introduziram os efeitos de propagação multipath,
que foram superados através da adaptação das técnicas
de modulação multiportadora na camada física. A OFDM foi
escolhida como técnica de modulação. O padrão melhorou
também questões de segurança, tornando as
características da camada de privacidade obrigatórias.
(NAJAR, 2017)

C. IEEE 802.16c: O padrão desenvolveu os detalhes do perfil


de 10 - 66 GHz e corrigiu as inconsistências envolvidas na
norma anterior. (NAJAR, 2017)

D. IEEE 802.16d-2004: Alteração do padrão IEEE 802.16a.


Ele foi inicialmente considerado como a revisão do padrão
IEEE 802.16 e IEEE 802.16 foi nomeado rev d. Mas em
setembro de 2004, devido à credibilidade das alterações,
foi nomeado IEEE 802.16d. O padrão foi desenvolvido para
usuários fixos, nômades e móveis de modo a proporcionar
fixo BWA. Ele suporta ambos os modos de transmissão
TDD e FDD. A característica mais importante dessa norma
é a prestação de apoio aos sistemas avançados de antena
e modulação adaptativas e técnicas de codificação.
(NAJAR, 2017)

E. IEEE 802.16e-2005: O IEEE 802.16e-2005 é a alteração


do padrão IEEE 802.16d-2004 e fornece suporte para a
mobilidade dos assinantes, que podem se mover a uma
velocidade de veículos e oferece serviços como de alta

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velocidade handoffs devido a seus avanços tecnológicos.
Ele aumenta o desempenho geral do sistema devido ao
apoio da AAS (Adaptive Antenna Systems) e MIMO.
Facilita aos usuários móveis, fixos e portáteis. O padrão
atualizou o recurso de segurança incluindo a subcamada
de privacidade. (NAJAR, 2017)

A Tabela 5 apresenta um breve resumo dos padrões WiMAX.

Tabela 5 - Padrões WiMAX.

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ESTUDO COMPLEMENTAR

Para conhecer mais profundamente sobre a tecnologia


WiMAX, como por exemplo as camadas de protocolo e física,
bem como a modulação OFDM, acesse:

http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialredes4gcomp1/
pagina_3.asp

www.esab.edu.br 95
9.1 Introdução
Os satélites de comunicação possuem algumas propriedades
interessantes, que os tornam atraentes para muitas aplicações.
Em sua forma mais simples, um satélite de comunicação pode ser
considerado um grande repetidor de micro-ondas no céu.
(TANEMBAUM, 2011)

Figura 23 - Satélite artificial.


Uma rede de satélites é uma combinação de nós organizados
espacialmente de modo a prover comunicação de um ponto a
outro sobre a superfície da Terra. Um nó numa rede pode ser um
satélite artificial, uma estação fixa na Terra ou um usuário final de
terminal ou telefone via satélite. Embora um satélite natural, como

www.esab.edu.br 96
a Lua, possa ser utilizado como um nó na rede, o uso de satélites
artificiais é preferido porque neles instalamos equipamentos
eletrônicos para regenerar os sinais que invariavelmente perde
energia durante a viagem. Outra restrição quanto à utilização de
satélites naturais é que as distancias desses corpos relativamente
à Terra é muito grande, e por isso provocam muitos atrasos na
comunicação. (FOROUZAN, 2008)

As redes de satélite funcionam de modo bem semelhante às redes


de telefonia móvel. Elas dividem o planeta em grandes células. Os
satélites conseguem atingir quaisquer pontos sobre a Terra, não
importando quão remoto estejam. Esta vantagem torna possível a
comunicação com as partes mais longínquas sobre a Terra com
relativamente pouco investimento em infraestrutura baseada em
solo. (FOROUZAN, 2008)

9.2 Órbitas
O posicionamento do satélite no espaço ao redor da terra é
chamado de órbita, e pode ser equatorial, inclinada ou polar
como mostra a Figura 24.

Figura 24 - Tipos de órbitas.

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O período de um satélite é o tempo necessário para que o
satélite dê uma volta completa em torno da Terra. O período é
determinado pela Lei de Kepler, a qual define o período como
uma função da distância do satélite ao centro da Terra.
(FOROUZAN, 2008)

9.3 Footprint 
Os satélites realizam transmissões em micro-ondas através de
antenas bidirecionais. Assim, o sinal oriundo de um satélite cobre
uma área cônica especifica sobre a Terra denominada footprint. A
potência do sinal no centro do footprint é máxima. A potência
decresce à medida que nos movemos do centro em direção à
borda do cone. Na borda do footprint estão localizados os pontos
onde a potência atinge um limiar predeterminado. (FOROUZAN,
2008)

9.4 Tipos de Satélites


Baseado na localização da orbita, os satélites podem ser divididos
em três categorias: GEO (Geostationaryorbit Earth Orbit), LEO
(Low Earth Orbit) e MEO (Medium Earth Orbit). A Figura 23 mostra
as altitudes dos satélites com respeito à superfície da Terra.

www.esab.edu.br 98
Figura 25 - Tipos de satélites.
Os satélites GEO só podem estar localizados a uma altitude de
35.786Km da Terra. Os satélites MEO estão localizados em
altitudes entre 5.000 e 15.000Km. Os satélites LEO estão
normalmente abaixo dos 2000Km. Uma razão para as diferentes
orbitas é devido à existência de dois cinturões de Van Allen. Um
cinturão de Van Allen é uma camada que contem partículas
carregadas. Um satélite orbitando em um desses cinturões poderia
ser destruído por partículas carregadas de alta energia. As orbitas
MEO estão localizadas entre os dois cinturões. (FOROUZAN,
2008)

9.4.1 Satélites GEO

São satélites que se deslocam à mesma velocidade da Terra de


modo a permanecer fixo acima de determinado ponto. E como a
velocidade orbital se baseia na distância em relação ao planeta,

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apenas uma orbita pode ser geoestacionária. Essa orbita ocorre
no plano equatorial aproximadamente a 35.410Km da superfície
da Terra. (FOROUZAN, 2008)
No entanto, um satélite geoestacionário não é capaz de cobrir a
Terra inteira. Um satélite em orbita tem um contato linha de visada
com um grande número de estações, mas a curvatura da Terra
ainda mantém grande parte do planeta fora de visão. São
necessários pelo menos três satélites equidistantes entre si na
orbita terrestre geoestacionária para fornecer transmissão global
completa. (FOROUZAN, 2008)

9.4.2 Satélites MEO

Um satélite nessa orbita leva cerca de eis horas para dar uma
volta em torno da Terra. Um exemplo importante de sistema de
satélites MEO é o GPS (Global Positioning System) orbitando a
uma latitude de 18.000km acima da Terra. (FOROUZAN, 2008)

9.4.3 Satélites LEO

Os satélites LEO apresentam orbitas polares e possui um período


de rotação de 90 a 120 minutos. O satélite tem velocidade de
20.000 a 25.000 Km/h. Geralmente tem um acesso tipo celular,
semelhante ao sistema de telefonia celular. A área de cobertura
tem um diâmetro de 8.000 Km. Como estão próximos à Terra, o
retardo é menor que 20 ms, o que é aceitável para comunicação
de áudio. (FOROUZAN, 2008)

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9.5 GPS
O Sistema de Posicionamento Global, conhecido por GPS (do
acrônimo do inglês Global Positioning System), é um sistema de
posicionamento por satélite, por vezes incorretamente designado
de sistema de navegação, utilizado para determinação da posição
de um receptor na superfície da Terra ou em órbita.

O sistema GPS entrou em operação em 1991 e em 1993 a


constelação dos satélites utilizados pelo sistema foi concluída.
Desde o lançamento dos primeiros receptores GPS no mercado,
tem havido um crescente número de aplicações nos levantamentos
topográficos, cartográficos e de navegação, face às vantagens
oferecidas pelo sistema quanto à precisão, rapidez, versatilidade
e economia, além de permitir em tempo real o posicionamento em
3D.

O sistema de posicionamento global é baseado em satélites de


navegação, consistindo em uma rede de 24 satélites orbitando a
uma altura de cerca de 20.000 km no espaço e em seis diferentes
rotas orbitais com uma inclinação de 55º em relação ao equador,
e com um período de revolução de 12 horas siderais emitindo
simultaneamente sinais de rádio codificados. Estes satélites estão
em constante movimento, dando duas voltas em torno da Terra
em quase 24 horas. Isso vem acarretar uma repetição na
configuração dos satélites com uma repetição de quatro minutos
mais cedo diariamente em um mesmo local (Figura 26).

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Figura 26 - Sistema GPS.

9.5.1 Categorias dos sistemas GPS

O Serviço de posicionamento padrão (SPS-Standard Positioning


Service) está disponível para todos os utilizadores. O Serviço de
posicionamento preciso (PPS-Precise Positioning Service) está
disponível apenas para utilizadores autorizados pelo governo dos
E.U.A.

O objetivo inicial do U.S. DoD era disponibilizar dois serviços com


precisões diferenciadas. O SPS foi idealizado para proporcionar
navegação em tempo real com uma exatidão muito inferior ao
proporcionado pelo PPS, mas verificou-se que os receptores
usando apenas o código C/A proporcionavam uma exatidão muito
próxima dos que usavam o código P. Como resultado o
Departamento de Defesa implementou duas técnicas para limitar
a precisão do sistema aos utilizadores autorizados:

• Acesso Selectivo (SA - Selective Availability) - Consiste na


manipulação da mensagem de navegação de modo a
degradar a informação inerente ao relógio do satélite e às

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efemérides radiodifundidas. O SA foi, entretanto, removido
em 1 de maio de 2000.

• Anti-Sabotagem (AS - Anti-spoofing) - é semelhante ao SA,


no propósito de negar, aos civis e potências hostis, o acesso
ao código P. Este sistema impede que os receptores GPS
sejam enganados por falsos sinais encriptando o código P
num sinal chamado código Y. Apenas os receptores militares
conseguem desencriptar o código Y.

Os militares americanos fazem uso dos receptores GPS para


estimar suas posições e deslocamentos quando realizam manobras
de combate e de treinamento. Como exemplos podem ser citados
a Guerra do Golfo e, mais recentemente, a Guerra do Afeganistão,
onde os receptores GPS foram usados para o deslocamento de
tropas e na navegação de mísseis até o alvo inimigo.

Existem, contudo, equipamentos para usuários autorizados de


uma precisão na ordem de milímetros. Estes receptores são
utilizados em estudos geodésicos.

Segmento de Usuários:

• Navegação para aviões, carros, navios e outros meios de


transporte;

• Posicionamento de objetos e dados no espaço;

• Movimentos de placas tectônicas;

• Esportes radicais.

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Usuários Militares Autorizados:

• Soldados Norte Americanos (Guerra do Afeganistão)

• Pesquisa Geodésica.

O suprimento de energia para os GPS da primeira geração foi um


fator crítico, entretanto nos aparelhos modernos foram concebidos
para terem um consumo mínimo de energia. Alguns chegam
mesmo a operar com pilhas, embora possam ter bateria interna
recarregável.

Os receptores GPS podem ser classificados de três formas: para


uso da comunidade usuária militar ou civil; para aplicação em
navegação, geodesia e uso direto em Sistema de Informações
Geográficas (SIG). Estas divisões ajudam os usuários na
identificação do receptor adequado às suas necessidades,
independentemente da classificação adotada.

Os receptores GPS de uso militar têm precisão de 1 metro e os de


uso civil, de 15 a 100 metros. Cada satélite emite um sinal que
contem: códigos de precisão (P); código geral (CA) e informação
de status. Como outros sistemas de rádio-navegação, todos os
satélites enviam seus sinais de rádio exatamente ao mesmo
tempo, permitindo ao receptor avaliar o lapso entre emissão/
recepção. A potência de transmissão é de apenas 50 Watts. A
hora-padrão GPS é passada para o receptor do usuário. Receptores
GPS em qualquer parte do mundo mostrarão a mesma hora,
minuto, segundo e até mili-segundo. A hora-padrão é altamente
precisa, porque cada satélite tem um relógio atômico, com precisão
de nano-segundo - mais preciso que a própria rotação da Terra.

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9.5.2 Fatores Que Afetam A Precisão Do Sistema

A primeira e maior fonte de erro é a Disponibilidade Seletiva


(Selective Availability - S.A.), é uma degradação intencional
imposta pelo Departamento de Defesa dos EUA. O Sistema foi
originalmente projetado para uso militar, mas em l980, por decisão
do então presidente Ronald Reagan, liberou-se o Sistema para o
uso geral, reservando aos militares a melhor precisão. Desde
então, satélites sujeitos à degradação SA têm sido regularmente
lançados.

Figura 27 - Geometria de Satélites.

Hoje, todos os satélites permitem degradação AS. A razão principal


é evitar que organizações terroristas ou forças inimigas se utilizem
da precisão, outro fator que afeta também a precisão é a ‘Geometria
dos Satélites’ - localização dos satélites em relação uns aos outros
sob a perspectiva do receptor GPS (Figura 27).

Se um receptor GPS estiver localizado sob 4 satélites e todos


estiverem na mesma região do céu, sua geometria é pobre. Na
verdade, o receptor pode não ser capaz de se localizar, pois todas

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as medidas de distância provêm da mesma direção geral. Isto
significa que a triangulação é pobre e a área comum da intersecção
das medidas é muito grande, isto é, a área onde o receptor busca
sua posição cobre um grande espaço. Dessa forma, mesmo que
o receptor mostre uma posição, a precisão não é boa. Com os
mesmos 4 satélites, se espalhados em todas as direções, a
precisão melhora drasticamente. Suponhamos os 4 satélites
separados em intervalos de 90º a norte, sul, leste e oeste. A
geometria é ótima, pois as medidas provêm de várias direções. A
área comum de intersecção é muito menor e a precisão muito
maior.

A geometria dos satélites torna-se importante quando se usa o


receptor GPS próximo a edifícios ou em áreas montanhosas ou
vales. Quando os sinais de algum satélite são bloqueados, a
posição relativa dos demais determinará a precisão, ou mesmo se
a posição pode ser obtida. Um receptor de qualidade indica não
apenas os satélites disponíveis, mas também onde estão
localizados, permitindo ao operador saber se o sinal de um
determinado satélite está sendo obstruído.

Outra fonte de erro é a interferência resultante da reflexão do sinal


em algum objeto, a mesma que causa a imagem ‘fantasma’ na
televisão. Como o sinal leva mais tempo para alcançar o receptor,
este ‘entende’ que o satélite está mais longe que na realidade. O
erro causado é de aproximadamente 2m. Outras fontes de erro:
atraso na propagação dos sinais devido aos efeitos atmosféricos
e alterações do relógio interno. Em ambos os casos, o receptor
GPS é projetado para compensar os efeitos.

www.esab.edu.br 106
SAIBA MAIS

O Brasil lançou em 2017 o primeiro satélite geoestacionário.


Assista as reportagens para saber mais:

https://www.youtube.com/watch?v=EPtXn3gQnGE

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10.1 Introdução
A tecnologia BPL (Broadband over Power Line) ou PLC (Power
Line Communications) é a tecnologia de comunicação de dados,
voz ou imagem que utiliza a rede de energia elétrica como meio
de transmissão. O princípio de trafegar outros sistemas pela rede
elétrica não é novo, pois há quase nove décadas atrás, já se tinha
registros de transmissões de voz por redes elétricas de alta tensão.
Nesta época as concessionárias necessitavam estabelecer
comunicações entre suas unidades e pretendiam monitorar e
gerenciar as redes. (ANDRADE, 2008)
O crescente interesse na utilização das redes de distribuição de
energia elétrica como uma alternativa para o fornecimento de
diversos serviços de telecomunicações, notadamente voz e dados
com alta velocidade na chamada última milha, rede de baixa
tensão conectada ao usuário final, motivou e tem motivado a
pesquisa e o desenvolvimento de sistemas capazes de superar as
características hostis deste ambiente como canal de comunicação.
(ANDRADE, 2008)
A forma acentuada com que o uso da internet tem crescido nos
últimos anos contando com aplicativos sofisticados e incorporando
recursos multimídia, faz com que seja cada vez mais interessante
contar com sistemas que, além de proporcionarem altas taxas de
transmissão, forneçam conexão permanente ou dedicada aos
usuários.

www.esab.edu.br 108
Os sistemas BPL possibilitam uma boa opção adicional de prover
dados em banda larga para áreas urbanas e rurais, aumentando
a competitividade no fornecimento de serviços de comunicação
de dados em banda larga e provendo o serviço para áreas de
difícil ou limitado acesso. Como mencionado, o princípio de
funcionamento desta tecnologia não é novo, entretanto, apenas
nos últimos quatro anos aproximadamente, com o advento dos
novos equipamentos de conectividade, a tecnologia tem sido
avaliada e considerada por algumas empresas e incluída em
planos de ação social do governo federal. (ANDRADE, 2008)
No entanto, a tecnologia PLC usa a faixa de frequências de 1,705
MHz a 80 MHz sobre linhas de distribuição de energia elétrica e a
disseminação de sistemas de comunicação de dados utilizando
esta tecnologia sem normalização e homologação dos
equipamentos pode contaminar o espectro reservado em
ambientes que operem com serviços baseados em radiofrequência
nesta faixa.
Podem ser citadas utilizações clássicas dessa parte do espectro
como o Serviço Móvel Aeronáutico (inclui-se comunicações de
tráfego aéreo), Serviço Fixo Aeronáutico, Serviço Móvel Marítimo,
canais para uso em correspondências governamentais, faixas de
frequências para uso exclusivo militar, Serviço Fixo, Radioamador
e outros. (ANDRADE, 2008)
A importância da tecnologia PLC no plano de governo atual para
a inclusão social e digital é que a mesma utiliza um meio de acesso
com infraestrutura instalada e presente em quase todos os
domicílios do país. Fato que reduz os custos de implantação do
serviço e da utilização dos acessos à banda larga para o usuário
final.

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10.2 Aplicações para Telecomunicações
Segundo Andrade (2008), a tecnologia PLC em banda larga
abrange um grande leque de possibilidades e serviços, tais como:
• Acesso à internet em alta velocidade para edifícios comerciais
e residenciais;
• Redes de computadores;
• Telefonia.
Com a internet via PLC não existe a situação de venda casada,
onde as operadoras mantêm contatos com as companhias
provedoras de acesso, obrigando os usuários a pagar pelo meio
de transmissão e pela autenticação na rede, e que muitos
contestam na justiça. O que ocorre é que existe a possibilidade da
própria concessionária de energia prover o acesso. (ANDRADE,
2008)
10.2.1 Serviços de Internet

Como topologia básica para distribuição de sinais de


telecomunicações, temos um equipamento OM (Outdoor Master)
instalado, no lado de baixa tensão, próximo ao transformador de
distribuição da rede elétrica, onde é realizado o acoplamento do
backbone de dados com as três fases de baixa tensão da rede de
energia elétrica. O acoplamento, conforme discutido anteriormente
é em paralelo. O OM é o responsável por gerenciar e prover a
transmissão das informações aos demais equipamentos como os
OA (Outdoor Adapter) e os IA (Indoor Adapter) que são instalados
nos assinantes. (ANDRADE, 2008)
 Na Figura 28 pode ser observada a topologia de fornecimento de
banda larga por toda uma zona de distribuição de um transformador.
Neste exemplo, estão sendo utilizados repetidores OAP/IC

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(Outdoor Access Point/Indoor Controller) ao longo da rede de
distribuição de energia elétrica para obter maior alcance dos sinais
enviados pelo OM. Os assinantes próximos do transformador de
baixa tensão utilizarão os modems OA, que se comunicam
diretamente com o OM, distribuindo o sinal pelos equipamentos
internos da casa. Para os assinantes mais afastados do
transformador de baixa tensão, há a necessidade da utilização
dos repetidores OAP/IC para fazer a conexão do modem IA ao
OM. O modem OA utiliza a faixa de frequência compreendida entre
1 MHz e 12 MHz, o modem IA utiliza a faixa de frequência
compreendida entre 18 MHz e 26 MHz. (ANDRADE, 2008) 

Figura 28 - Topologia básica externa e interna.


 
 10.2.2 Redes de Computadores

 Uma aplicação mais específica e limitada da tecnologia PLC está


na criação de redes de computadores sem utilização do tradicional
cabo UTP ou Coaxial como meio de transmissão. Para usuários
não tão exigentes, que buscam apenas conexão entre laptops e
seus micros domésticos com a finalidade de trocar arquivos ou

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jogos  multi-player, foram desenvolvidos pela COGENCY,
dispositivos simples de acoplamento em redes elétricas que
utilizam o  chipset  conhecido como PIRANHA, que modulam e
acoplam o sinal do computador na rede elétrica. Por uma questão
de versatilidade, existem as versões USB e RJ-45, conforme pode
ser visto na figura 4 (ANDRADE, 2008).

 
Figura 29 - Adaptador BPL conectado a tomada.
A Figura 30 mostra uma representação simplificada de uma rede
BPL na casa ou empresa do cliente.
 

Figura 30 - Representação de rede BPL em um cliente.

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10.2.3 Telefonia

  Em países de economia emergente, onde a penetração da


telefonia ainda é baixa, a utilização da rede elétrica existente tem
muitas vantagens, principalmente em se falando de redução de
altos investimentos em infraestrutura. Estes países são clientes
potenciais para utilização da telefonia sobre a rede elétrica.
(ANDRADE, 2008).
  Como principal atuante nesse ramo está a MAIN.NET, a qual
idealizou e implementou o sistema  PLUS Telephony, capaz de
prover cobertura telefônica sem instalação de novos condutores.
Os benefícios desta infraestrutura podem ser listados como segue
(ANDRADE, 2008):
• Uso da rede elétrica existente;
• Os usuários podem continuar utilizando seus aparelhos
analógicos;
• Significativo retorno de investimentos;
• Garantia de interconexão segura utilizando interfaces PSTN;
• Adição de serviços de valor agregado à rede (SMS,
conferência, etc.);
• Custos reduzidos ou usuário final;
• Quebra de monopólio das companhias telefônicas devido à
possibilidade de outras operadoras compartilharem o mesmo
meio de transmissão.
 Outra aplicação bastante interessante surgiu de um problema que
afeta a maioria das pessoas no mundo. Quem nunca precisou
instalar uma extensão telefônica em casa ou no escritório e se
deparou com a tubulação interna totalmente obstruída ou
inexistente? Partindo dessa dificuldade, a empresa americana

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PHONEX, desenvolveu um dispositivo modulador-filtro capaz de
acoplar uma linha telefônica à rede elétrica doméstica. (ANDRADE,
2008).

10.3 Aplicações Residenciais


A automação residencial tem se tornado cada vez mais aplicada.
A integração entre todos os eletrodomésticos, lâmpadas, portas,
dispositivos de detecção e segurança são cada vez mais comuns
em residências de muitos países. A dificuldade está na adequação
das residências antigas à esta nova realidade devido à
obrigatoriedade de se instalar novo cabeamento. (ANDRADE,
2008)
Os sistemas de segurança e aplicações do gênero são a fatia mais
interessante neste mercado, principalmente quando se é possível
integrar sinalizações e comandos com a Internet e permitindo ao
usuário observar e controlar sua residência, esteja ele onde estiver,
basta estar conectado. (ANDRADE, 2008)
Os serviços de automação residencial podem ser divididos em
dois grupos principais, segundo Andrade (2008):
• Aplicações de banda larga – Serviços em tempo real como
câmera de segurança;
• Aplicações de banda estreita – Comando de ativação e
desativação de eletrodomésticos.
Se pararmos para pensar, uma boa parte das residências no
mundo possui um microcomputador, o que possibilita a criação de
uma casa inteligente. Você pode ter um aparelho de DVD em um
cômodo enviando o vídeo para uma TV ou um computador apenas
conectado à tomada elétrica comandando os eletrodomésticos.
(ANDRADE, 2008)

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Podemos observar na Figura 31 as inúmeras possibilidades de
interação entre o usuário e seus eletrodomésticos, ou ainda, entre
eles.

Figura 31 - Casa inteligente.

10.4 Aplicações Industriais


Outro grande grupo que pode ser explorado é a utilização da
rede elétrica para serviços de uso industrial. A maior aplicação
está na área de distribuição de energia, na qual é possível se
obter um melhor monitoramento do sistema, levando o mesmo à
maiores níveis de segurança, confiabilidade e eficiência. Por não
necessitarem de altas velocidades ou grandes volumes de
informação, este grupo de aplicações foi o primeiro a ser
desenvolvido. (ANDRADE, 2008)

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Neste eixo temático você conheceu um pouco mais a tecnologia
de rede pessoal Bluetooth. Também conheceu o principal padrão
largamente utilizado em redes locais: Wi-Fi. Também conheceu o
padrão WiMAX que permite acesso à última milha, onde outras
tecnologias não conseguem fornecer acesso.

Você conheceu a tecnologia quer permite acesso em todo o


mundo, via satélite, e a sua utilização principalmente no sistema
de navegação GPS.

E finalmente, conheceu a tecnologia, que é pouco utilizada no


Brasil, BPL que fornecesse acesso via rede elétrica, e que tem
muitas vantagens.

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SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES

No eixo temático “serviços de telecomunicação”, vamos conhecer


os serviços que permitem a comunicação, tais como telefonia fixa,
telefonia móvel, acesso à Internet móvel, sistema de TV e a
tendência de redes convergentes.

Ao final deste eixo temático você deverá:

a) Conhecer o funcionamento da telefonia fixa comutada, seus


componentes e serviços.

b) Conhecer as principais do sistema de telefonia móvel.

c) Conhecer as principais tecnologias de banda larga móvel

d) Conhecer o funcionamento da TV a cabo e da TV digital.

e) Entender o conceito de rede convergente, suas principais


funções e a tendências dadas Redes de Próxima Geração.

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Introdução

Telefonia é a área do conhecimento que trata da transmissão de


voz e outros sons através de uma rede de telecomunicações.
Surgiu da necessidade das pessoas que estão a distância se
comunicarem. (Dic. Aurélio: tele = longe, a distância; fonia = som
ou timbre da voz). (TUDE e SOUZA, 2014)

As redes de telefonia usam comutação de circuitos. Elas


começaram a ser desenvolvidas no final do século XIX. Toda a
antiga rede de telefonia, utilizava sinais analógicos para transmitir
voz. Com o advento dos computadores, as redes de telefonia
passaram a receber dados adicionalmente à voz (início dos anos
80). Posteriormente, as redes de telefonia fixa experimentaram
muitas mudanças tecnológicas, e hoje a rede é tanto analógica
como digital. (FOROUZAN, 2008).

11.2 Componentes Macro de Uma Rede

Uma rede de telefonia, como mostra a Figura 32, é constituída a


partir de três componentes principais: as conexões locais
(assinante), os troncos e as centrais de comutação. Ela admite
muitos níveis de centrais de comutação, tais como as locais, as
interurbanas e as regionais ou interurbanas. (FOROUZAN, 2008).

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Figura 32 - Sistema telefônico.

A. Linhas de Comunicação Local: é o componente telefônico


mais próximo do usuário final, que conecta o aparelho
telefônico do assinante à central local mais próxima. A linha
local quando utilizada para voz, possui uma largura de banda
de aproximadamente 400Hz. A estrutura do número de cada
linha segue um padrão numérico que depende da região.
(FOROUZAN, 2008).

B. Troncos: são os meios de comunicação que desempenham


a comunicação entre centrais de comutação. Um tronco
disponibiliza centenas ou milhares de conexões através de
multiplexação. Hoje em dia, existe uma predileção em
montar troncos de transmissão em fibra ótica ou links de
satélite. (FOROUZAN, 2008).

C. Central de Comutação: para evitar conexões físicas


permanentes entre dois ou mais assinantes, as companhias
telefônicas possuem grandes dispositivos comutadores
montados numa central de comutação. Uma central desse

www.esab.edu.br 119
porte conecta muitos assinantes ou troncos e permite a
conexão entre diferentes assinantes em diversas partes do
mundo. (FOROUZAN, 2008).

11.3 Chamada Telefônica


Para que um assinante do sistema telefônico fale com o outro é
necessário que seja estabelecido um circuito temporário entre os
dois. Este processo, que inicia com a discagem do número
telefônico do assinante com quem se deseja falar, é denominado
chamada ou ligação telefônica. (TUDE e SOUZA, 2014)

11.3.1.1 Numeração

No Brasil, a cada assinante do serviço telefônico fixo foi atribuído


um código de acesso de assinante, ou número telefônico, formado
de 8 dígitos (N8+N7+N6+N5+N4+N3+N2+N1) que é discado
quando a ligação é local. Normalmente os primeiros 4 dígitos
correspondem ao prefixo da central telefônica local a qual o
assinante está conectado e os 4 últimos dígitos ao número do
assinante na rede de acesso desta central. Para ligações nacionais
ou internacionais, é necessário que sejam discados códigos
adicionais (nacional, internacional e seleção de operadora). (TUDE
e SOUZA, 2014)

Para permitir a busca de um assinante na rede mundial, A UIT –


União Internacional de Telecomunicações - definiu o Plano de
Numeração Internacional, definindo o código de cada país (Brasil
55, EUA 1, Itália 39, Argentina 54, etc.), assim como algumas
regras básicas que facilitam o uso do serviço, como o uso de
prefixos. (TUDE e SOUZA, 2014)

www.esab.edu.br 120
O Regulamento de Numeração do STFC define, segundo Tude e
Souza (2014):

• 0 (zero) como Prefixo Nacional, ou seja, o primeiro dígito a


ser discado numa chamada de longa distância nacional.

• 00 (zero zero) como o Prefixo Internacional, ou seja, o


primeiro e segundo dígitos a serem discados numa chamada
internacional.

• 90 (nove zero) como o Prefixo de chamada a cobrar.

• N12+N11 – CSP - código de seleção de prestadora – como


o código a ser discado antes do código de acesso nacional
ou internacional e imediatamente após o Prefixo Nacional
ou Prefixo Internacional.

• N10+N9 – Código Nacional (DDD) da cidade do assinante


chamado (assinante B), a ser discado após o código de
seleção de prestadora em chamadas nacionais.

Desta forma, é possível repetir os números de assinantes de


forma não ambígua, em cidades diferentes. Este esquema
hierárquico de planejar a numeração é adotado internacionalmente,
com pequenas diferenças entre um país e outro. Normalmente a
diferença está nos prefixos escolhidos para acesso nacional e
internacional, no uso do código de seleção de prestadora, na
digitação interrompida por tons intermediários, etc. (TUDE e
SOUZA, 2014)

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11.3.1.2 Sinalização

As linhas telefônicas dos assinantes são conectadas através das


conexões locais às centrais de comutação locais. Para acessar uma
estação de comutação dentro da central é necessário realizar uma
discagem. Para que a chamada seja estabelecida o sistema telefônico
tem que receber do assinante o número completo a ser chamado,
estabelecer o caminho para a chamada e avisar ao assinante que existe
uma chamada para ele. O sistema que cumpre estas funções em uma
rede telefônica é chamado de sinalização. (FOROUZAN, 2008).

A sinalização entre o terminal do assinante e a central local é transmitida


por abertura e fechamento do circuito da linha telefônica (pulso) ou pelo
envio de sinais em frequências específicas (tom). (TUDE e SOUZA,
2014)

No passado, praticamente todos os aparelhos telefônicos apresentavam


um disco de discagem de onde as ligações telefônicas partiam na forma
de pulsos. Para cada número escolhido e discado era associado um
sinal digital prontamente enviado à central mais próxima. Este tipo de
discagem ficava sujeito a muitos erros de manuseio devido a
inconsistência humana durante o processo de discagem. (FOROUZAN,
2008).

Hoje em dia o disco foi substituído por teclas e os pulsos de discagem


cada vez mais estão sendo substituídos por tons. Nesse método, em
vez de enviar um sinal digital, o usuário envia duas pequenas “rajadas”
ou sequências de sinais analógicos de frequências diferente, chamada
“tom dual”. A frequência dos sinais analógicos enviados depende da
linha e da coluna onde a tecla está posicionada. (FOROUZAN, 2008).

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11.3.1.3 Digitalização

Nos anos 70 as centrais telefônicas iniciaram uma evolução de


uma concepção analógica para digital. Esta transformação iniciada
no núcleo das centrais, pela substituição de componentes
eletromecânicos por processadores digitais estendeu-se a outras
áreas periféricas das centrais, dando origem às centrais digitais
CPA-T (Controle por Programa Armazenado -Temporal). Em 2002,
no Brasil, 98 % das centrais eram digitais. (TUDE e SOUZA, 2014)

Com as centrais digitais foi possível evoluir os métodos de


sinalização, passando de sistemas onde a sinalização é feita
utilizando o próprio canal onde se processa a chamada telefônica
(canal associado) para a padronização estabelecida pelo sistema
de sinalização por canal comum número 7 (SS7) que utiliza um
canal dedicado para sinalização (Canal Comum). Esta evolução
trouxe flexibilidade e uma série de benefícios ao sistema telefônico
principalmente quanto ao oferecimento de serviços suplementares
e de rede inteligente. (TUDE e SOUZA, 2014)

11.4 Serviços Analógicos


Nas primeiras décadas da era telefônica, as companhias proviam
aos usuários serviços de telefonia analógicos. Estes serviços
continuam até os dias de hoje, e são, segundo Forouzan (2008):

A. Serviços de chamadas locais: A operadora que presta o


serviço local é aquela que possui a central local e a rede de
acesso à qual o terminal do assinante está conectado. É
considerado serviço local aquele destinado à comunicação
entre dois terminais fixos em uma área geográfica contínua

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de prestação de serviços, definida pela Anatel, segundo
critérios técnicos e econômicos, como uma área local. Se
em uma área local existirem duas operadoras prestando
serviço local deverá haver interconexão entre estas redes,
tornando possível uma ligação local entre assinantes destas
duas operadoras. Neste caso, para uma chamada normal, o
assinante originador da chamada paga a ligação à sua
operadora local e esta remunera a outra pelo uso de sua
rede. Na chamada a cobrar, a situação se inverte. (TUDE e
SOUZA, 2014)

Figura 33 - Interconexão de operadoras de serviço local.

B. Serviços de Longa Distância: O Serviço de Longa Distância


Nacional é aquele destinado à comunicação entre dois
terminais fixos situados em áreas locais distintas no território
nacional. Uma ligação de longa distância envolve
normalmente três operadoras. A operadora local 1 que
presta o serviço local ao assinante que origina a chamada,
a operadora local 2 que presta o serviço local ao assinante
que recebe a chamada, e a operadora de longa distância.
(TUDE e SOUZA, 2014)

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Figura 34 - Chamada de longa distância.

C. Serviços 800: se um assinante precisar prover chamadas


gratuitas para outros assinantes, ele pode solicitar, junto a
alguma companhia telefônica, um serviço 800. Nesse caso,
a chamada é grátis para quem faz a ligação, mas é paga
pela empresa que contratou o serviço.

D. WATS (Wide-Area Tehephone Services): são os serviços


opostos ao 800. São chamadas recebidas por uma
organização que disponibiliza algum serviço de utilidade
pública. As WATS são taxadas através do número de
chamadas realizadas por uma organização. Este serviço
pode ser menos oneroso que que o serviço tradicional de
chamadas interurbanas, porque são cobrados de acordo
com a quantidade de ligações. Esse serviço está disponível
nos níveis estadual, regional ou nacional.

E. Serviços 900: são parecidos com os serviços 800, que são


chamadas recebidas de um grupo de assinantes. Entretanto,
diferentemente dos serviços 800, a chamada é paga pela
pessoa que liga e normalmente é mais cara que uma ligação
de longa distância. O motivo dessa taxa ser mais elevada é
que uma companhia normalmente faz duas cobranças: a

www.esab.edu.br 125
primeira pela chamada interurbana e si e a segunda pelos
serviços pagos à empresa que mantem a linha. Este serviço
normalmente é utilizado por organizações que taxam os
consumidores ou clientes pelos serviços prestados.

F. Serviço de Aluguel de Linhas Analógicas: oferece aos


consumidores a oportunidade de alugar uma linha, chamada
às vezes de linha dedicada, e conectá-la permanentemente
a outro usuário. Embora essa conexão ainda passe por
centrais de comutação numa rede telefônica, os assinantes
tratam-na como uma linha única porque o circuito de
comutação está sempre disponível, dispensando até mesmo
o processo de discagem.

11.5 Serviços Digitais


Recentemente as companhias telefônicas começaram a oferecer
serviços digitais aos assinantes, que são menos sensíveis ao
ruído e outras formas de interferência que os serviços
analógicos. Os dois serviços digitais mais comuns são, segundo
Forouzan (2008):

A. Serviço Switched/56: é a versão digital da linha analógica


comutada. É um serviço de comutação digital que permite
taxas de transmissão de até 56kbps. Para se comunicar
através deste serviço ambas as partes devem assina-lo. A
pessoas que faz a chamada utilizando um serviço
telefônico comum não pode se conectar a um comutador
ou telefone que utilize um switched/56, até mesmo se um
modem for utilizado. De outro modo, os serviços
analógicos e digital representam domínios diferentes para
as companhias telefônicas.

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B. Serviço ou Rede Digital de Dados (DDS): é a versão
digital da linha telefônica alugada. Ela é uma linha digital
que suporta velocidade de transmissão de até 64 kbps.

SAIBA MAIS

Telefonia IP é um termo geral para as tecnologias que usam


conexões de comutação de pacotes de Protocolo de Internet
para transmitir voz, fax e outras formas de informação que
têm sido. Para saber mais acesse:

https://www.youtube.com/watch?v=FJOKto7mYPc

www.esab.edu.br 127
12.1 Introdução

A telefonia celular é projetada para estabelecer comunicação entre


duas unidades móveis, denominadas MSs (Mobilesattions -
estações móveis) ou entre uma unidade móvel e outra fixa,
normalmente chamada unidade terrestre. Um provedor de serviços
tem de ser capaz de localizar e rastrear uma unidade que faz
chamada, aloca rum canal à chamada e transferir o canal de uma
estação rádio base a outra à medida que o usuário que faz a
chamada deixa a área de cobertura. (FOROUZAN, 2008)

Para permitir esse rastreamento cada área de serviço celular é


dividida em pequenas regiões chamadas células. Cada célula
contém uma antena que é controlada por uma estão de rede como
alimentação CA ou por energia solar, denominada estação rádio
base (ERB). Por sua vez, cada estação rádio base é controlada
por uma central de comutação conhecida como MSC (Mobile
Switching Center - Central de Comutação Móvel). A MSC coordena
a comunicação entre todas as estações rádio base e a central
telefônica. Trata-se de uma central computadorizada responsável
pela conexão de ligações, registros de informações de chamadas
e tarifação. (FOROUZAN, 2008)

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Figura 35 - Sistema telefônico.

O tamanho da célula não é fixo e poder ser aumentado ou


diminuído, dependendo da população da região. O raio de
cobertura típico de uma célula é de 1 a 20 km. Áreas densamente
povoadas requerem células geograficamente menores para
atender às exigências de tráfego que aquelas de áreas de menor
densidade. Uma vez determinado, o tamanho da célula é otimizado
para evitar interferências de sinais de células adjacentes. A
potência de transmissão de cada célula é mantida baixa, de modo
a evitar que seu sinal interfira nessas outras células. (FOROUZAN,
2008)

12.2 Princípios de Reuso de Frequência

Em geral, células vizinhas não podem usar o mesmo conjunto de


frequência para comunicação, pois poderão gerar interferência
para os usuários localizados às fronteiras das células. Entretanto,
o conjunto de frequências disponível é limitado e estas precisam
ser reutilizadas. Um padrão de reutilização de frequência é uma
configuração de N células, com N sendo o fator de reutilização no
qual cada célula usa um conjunto de frequências exclusivo.

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Quando o padrão é repetido, as frequências podem ser reutilizadas.
Existem vários padrões diferentes e a Figura 36 apresenta dois
deles. (FOROUZAN, 2008)

Figura 36 - Reutilização de frequências.

12.3 Transmissão

Para fazer uma ligação de uma estação móvel, aquele que faz a
chamada digita um código que é o número de telefone. A estação
móvel rastreia então a banda, procurando um canal de configuração
com um sinal forte e envia os dados (o número de telefone) para
a estação rádio base mais próxima que utiliza esse canal. A
estação rádio base retransmite os dados para a MSC. Esta envia
os dados para a central telefônica. Se a parte chamada estiver
disponível, é estabelecida uma conexão e o resultado é
retransmitido de volta para a MSC. Nesse ponto, a MSC aloca um
canal de voz para a ligação e é estabelecida uma conexão. A
estação móvel ajusta automaticamente sua sintonia para o novo
canal e a comunicação pode ser iniciada. (FOROUZAN, 2008)

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12.4 Recepção

Quando um telefone celular é chamado, a central telefônica envia


o número para a MSC, que procura a localização da estação móvel
enviando sinais de consulta para cada célula, em um processo
denominado paging. Assim, que a estação móvel for encontrada,
a MSC transmite um sinal de discagem e, quando a estação rádio
base responder, aloca um canal de voz para a ligação, permitindo
que a conversação possa ser iniciada. (FOROUZAN, 2008)

Roaming

Em um sistema Celular, o terminal móvel se comunica com o


sistema através da Estação Rádio Base (ERB) mais próxima. A
ERB que o terminal móvel se utiliza para se comunicar com o
sistema vai mudando conforme o terminal se move.

Figura 37 - Roaming.

www.esab.edu.br 131
Um terminal móvel é registrado em uma Área de Registro, que é
a área de localização do terminal móvel por ocasião da sua
habilitação no serviço celular. Esta área serve de referência para
o cálculo do valor das chamadas destinadas ao assinante. (TUDE
e SOUZA, 2002)

De acordo com o Plano de Serviço escolhido pelo cliente, é definida


uma Área de Mobilidade que, segundo Tude e Souza (2002):

• corresponde a Área Geográfica que é considerada como


referência para aplicação dos itens “Adicional por Chamada”
e “Deslocamento” de Planos de Serviço do SMC;

• é estabelecida de forma independente dos limites geográficos


da Área de Concessão da operadora celular, podendo ser
contínua ou não; e

• pode ser diferenciada entre os Planos de Serviço da


operadora celular.

Quando o terminal está fora de sua Área de Mobilidade ele está


em roaming, ou seja, ele é um assinante visitante no sistema
celular daquela região. Esta condição é sinalizada no visor do
terminal celular. (TUDE e SOUZA, 2002)

Os casos possíveis de roaming são, segundo Tude e Souza (2002):

• Roaming na operadora do assinante: Quando o assinante


se move para fora de sua Área de Mobilidade, mas dentro
da área de cobertura de sua operadora. Neste caso o
roaming é inteiramente automático, pois as características
técnicas do sistema não mudam.

www.esab.edu.br 132
• Roaming com outra operadora: Quando o assinante se move
para a área de cobertura de outra operadora (operadora
visitada). Neste caso o roaming será possível se o terminal
for compatível com as características técnicas da operadora
visitada e existir um acordo de roaming desta com a
operadora do assinante.

12.6 Primeira Geração (1G)


A primeira geração de sistemas celulares, chamada 1G, teve seu
grande impacto na sociedade principalmente pela novidade: sem
fio. Até então, todos os sistemas de telefonia móvel eram
centralizados e, como consequência, tinham uma baixa capacidade
de tráfego e alto custo. Estas características restringiam a poucos
usuários a possibilidade de se comunicar em movimento com um
serviço de telefonia (FONTANA, 2014).
Uma característica, que viria a ser marcante, era o fato de os
sistemas de primeira geração serem analógicos, utilizando
sistemas de modulação em frequência (Frequency Modulation –
FM), onde a voz do usuário é transmitida em radiofrequência
(Radio Frequency – RF) na faixa UHF (Ultra High Frequency) Os
primeiros celulares utilizavam o chamado sistema analógico de
telefonia móvel — AMPS, com múltiplo acesso por divisão de
frequência — FDMA, operando na faixa de 800MHz (FONTANA,
2014).
O sistema AMPS propiciava a cada telefone um par de frequências
de rádio, sendo uma para receber e outra para enviar informações.
O telefone contava com um canal de voz que permanecia ativo
durante toda a ligação (FONTANA, 2014)
Esse sistema gerava uma largura de banda útil dividida em dois

www.esab.edu.br 133
blocos de 832 canais de 30KHz, sendo atribuídos para duas
operadoras — banda A e banda B, com o intuito de estimular a
concorrência comercial entre operadoras. Com essa medida, cada
operadora contava com 416 canais bidirecionais, sendo: 395
canais de voz e 21 canais de dados (FONTANA, 2014).
Atualmente os telefones celulares de primeira geração estão em
desuso e, com a implantação da terceira geração deverão ser
totalmente abandonados.

12.7 Segunda Geração (2G)


A segunda geração da telefonia celular móvel surgiu no início dos
anos 90 e se baseia na tecnologia digital, contrapondo-se à
analógica. Essa nova tecnologia que permitia codificar sob a forma
de números, ou dígitos, sons e imagens, facilitou o envio e o
recebimento de informações, com a sua digitalização na origem e
reconversão no aparelho de destino (FONTANA, 2014).
A segunda geração trouxe melhor qualidade de voz, além de um
número considerável de novos serviços, tais como: identificador
de chamada, conferência, serviço de mensagens curtas (SMS),
serviços de mensagem multimídia (MMS), roaming internacional,
chip de segurança, direcionamento de chamadas, aviso de
tarifação, plano de numeração de privados, chamadas em
conferência (FONTANA, 2014). Utiliza os seguintes sistemas: de
acesso múltiplo por divisão de tempo — TDMA; acesso múltiplo
por divisão de código — CDMA-One; e o sistema móvel global —
GSM.
Operando na frequência de 850 a 1900 MHz, o sistema TDMA
propicia a transmissão de voz, com uma divisão do canal de
frequência em seis intervalos distintos de tempo. O TDMA permite

www.esab.edu.br 134
três chamadas simultâneas dentro de uma mesma frequência,
permitindo que cada usuário utilize um determinado período de
transmissão. O sistema CDMA permite que todos os usuários
assinantes transmitam e recebam informações por um mesmo
canal, simultaneamente. Para cada usuário é fornecido um código
específico. Para utilizar o sistema, os usuários devem conhecer
seus respectivos códigos (FONTANA, 2014).
Esse sistema permite que os telefones celulares recebam múltiplos
sinais ao mesmo tempo, pois, por meio de um sistema inteligente,
definem o melhor sinal de cada um, dentro da faixa de frequência
dos 800 aos 1900 MHz.
O sistema GSM atua dentro da frequência dos 900 aos 1800 MHz,
apresentando superioridade em relação às demais tecnologias
em termos de segurança. Esse benefício se deve ao chip,
conhecido como cartão do Módulo de Identidade do Assinante —
SIM — que armazena as informações dos usuários, praticamente
impedindo a clonagem do aparelho (FONTANA, 2014).
A evolução do sistema GSM se deve, principalmente, ao fato de a
maio parte das operadoras terem adotado essa tecnologia,
facilitando o roaming internacional, com a celebração de acordos.
Atualmente, quase dois milhões de pessoas, em mais de duzentos
países, utilizam o sistema GSM.

12.8 Segunda Geração e Meia (2,5G)


Conhecida como segunda geração e meia, esta tecnologia
apresenta uma evolução considerável em relação à anterior: é
orientada a pacotes e não à conexão, permitindo que os usuários
fiquem conectados por tempo indeterminado. O sistema 2,5G
inclui as seguintes tecnologias, segundo Fontana (2014):

www.esab.edu.br 135
• GPRS — padrão de transmissão de rádio por pacote, que
possibilita a transmissão de dados sem a necessidade de se
estabelecer uma conexão, pois a tarifação é feita por
utilização e não por tempo de uso.
• EDGE — Taxa de dados ampliados para GSM/GPRS, uma
evolução do GPRS e um dos principais fatores que
possibilitaram o sistema de terceira geração. Possibilita a
transmissão avançada de dados, pois conta com taxas de
transmissão rápida. Esta tecnologia propiciou o
desenvolvimento da telefonia celular rural, pois a sua
qualidade de propagação é excelente.
• CDMA2000 1X conhecidas como Sistema de Segunda
Geração e Meia (2,5G) é o primeiro passo para o
desenvolvimento da tecnologia 3G, além de possibilitar a
cobertura de redes não digitais.

12.8 Terceira Geração (3G)


O Brasil contava em 2007 com os sistemas 1G, 2G e 2,5G, sendo
que as adaptações tecnológicas necessárias já estavam sendo
adotadas para a implantação do sistema 3G, a última palavra em
tecnologia celular.
Fontana (2014) declara ainda que o sistema 3G inclui as seguintes
tecnologias:
• WCDMA (Banda Larga CDMA) que é um aperfeiçoamento
do GSM, fundamentando-se no Protocolo de Internet — IP.
O acesso a essa tecnologia se dá por meio de códigos,
possibilitando a transmissão de voz e de dados, com taxas
elevadas de transmissão, podendo chegar a 2 Mbps. O
sistema 3G a ser implantado no Brasil prevê a instalação de

www.esab.edu.br 136
frequências entre 1900 e 2100 MHz, possibilitando que até
cem usuários simultaneamente, num mesmo canal.
• CDMA 2000 1XEV-DV, para pacote HSDPA (Acesso em
pacote com enlace de descida em alta velocidade) que
aumenta a capacidade da WCDMA.
• CDMA 2000 1XEV-DO que é um aperfeiçoamento da
tecnologia de telefonia celular CDMA2000, viabilizando a
conectividade sem fio de alta velocidade comparável à
banda larga com fio. Esta tecnologia cria uma nova geração
das transmissões sem fio multifuncionais. Por meio dela os
usuários podem enviar e receber e-mails com grandes
anexos, joguem interativamente em tempo real, enviem
imagens e vídeos de alta resolução, “baixem” músicas e
vídeos da Internet e permaneçam on-line com seus
computadores domésticos ou comerciais em um único
aparelho.

12.10 Quarta Geração (4G)


Quando se pensa em 4ª geração de sistemas celulares se pensa
em uma total convergência de voz e dados. Pensa-se, também na
convergência de todas as redes sem fio (LANs, IEEE802.11,
Bluetooth, etc.) e na integração das redes públicas fixas e celulares.
Toda esta integração e convergência dos serviços possuem
basicamente uma única causa: a crescente demanda dados e
mobilidade. Por causa disto, vem surgindo com 4ª geração as
WMAN (Wireless Metropolitan Area Network), e, também, padrões
que garantem, além de uma cobertura metropolitana, uma maior
taxa de transmissão de dados com maior qualidade (FONTANA,
2014).

www.esab.edu.br 137
Com isto estavam sendo desenvolvidos os padrões IEEE 802.16,
o WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access) e o
IEEE 802.20, o Mobile-Fi. A grande similaridade das diversas
tecnologias 4G é a utilização da técnica de modulação OFDM
(Orthogonal Frequency Division Multiplexing). Todas estas
tecnologias trabalham em redes IP/OFDM. É através destas
eficientes técnicas de modulação e de múltiplo acesso como
OFDMA (Orthogonal Frequency Division Multiple Access) que é
garantir a escalabilidade, alta taxa de dados e segurança da rede
4G – WiMAX (FONTANA, 2014).
A evolução desses estudos foi consolidada no LTE, tecnologia de
4G que está sendo amplamente implantada em todo o mundo, e
que se tornou a mais importante dentre as tecnologias
desenvolvidas.

SAIBA MAIS

Para conhecer um pouco mais sobre a telefonia móvel,


assista a reportagem:

https://olhardigital.com.br/video/a-tecnologia-por-tras-da-
telefonia-movel/34603

www.esab.edu.br 138
13.1 Ultra Mobile Broadband – UMB
O Ultra Mobile Broadband (UMB) é uma tecnologia de banda larga
4G proposta pelo 3GPP2 para ser o sucessor natural do 1xEVDO.
O UMB está sendo projetado para fornecer acesso de banda larga
móvel com alta eficiência espectral e curta latência utilizando
modulação avançada, adaptação de enlace e técnicas de
transmissão por múltiplas antenas. Além disso, esta tecnologia
promete prover, rápido  handoff, controle rápido de potência e
gerenciamento de interferência entre setores que foi incorporado
no projeto para facilitar a comunicação em ambientes altamente
móveis.

O sistema UMB utiliza OFDM como principal técnica de transmissão


possibilitando elevadas capacidade e confiabilidade. Além disso, o
UMB possui codificação adaptativa, modulação com sincronia Hybrid
automatic repeat request (HARQ) e codificação turbo com pequena
latência de retransmissão.

O enlace direto do UMB é realizado utilizado a tecnologia


MIMO  (Multiple Input Multiple Output) através do  Space-Division
Multiple Access (SDMA) como técnica de múltiplo acesso. A taxa
máxima de transmissão é de 260 Mbit/s. O link reverso é baseado
nas técnicas de acesso Orthogonal Frequency Division Multiplexing
Access  (OFDMA) e também na utilização de múltiplas antenas
receptoras. Ele ainda emprega Code division multiple access (CDMA)
para o controle de segmentos do canal e rápido acesso,

www.esab.edu.br 139
eficiente  handoff  e agendamento de subbanda.UMB fornece
gerenciamento de interferência através reuso da frequência,
controle de potência visando atender a possível usuário que se
encontram na borda da célula. O dinâmico reuso da frequência
também possibilita a otimização da largura de banda.

Este padrão pode ser utilizando em um grande número de


aplicações proporcionado aos usuários de redes 4G que utilizam
esta técnica mais flexibilidade.

O principal objetivo do UMB é fornecer melhor desempenho aos


sistemas celulares existentes mantendo-se competitivo em relação
aos sistemas WiMAX2 e LTE-Advanced.

13.2 Long Term Evolution (LTE)


A 3º Geração de Projetos de Parceria (3GPP) começou a trabalhar
na evolução do sistema de celulares 3G em novembro de 2004. O
3GPP é o acordo de colaboração para a promoção de normas
para celulares para fazer frente às necessidades futuras (altas
taxas de dados, a eficiência espectral, etc.) O LTE 3GPP foi
desenvolvido para proporcionar maiores taxas de dados, latências
mais baixas, espectro mais largo e pacotes otimizados de
tecnologia de rádio. (NAJAR, 2017)

Como outras tecnologias celulares, LTE utiliza OFDM como técnica


de multiplexação. LTE utiliza OFDMA como downlink e Single
Carrier FDMA (SC FDMA) como técnica de transmissão de uplink.
A utilização de SC FDMA em LTE reduz o pico de potência média,
que é a principal desvantagem de OFDM. (NAJAR, 2017)

O LTE utiliza um espectro mais amplo, até 20 MHz, para oferecer


compatibilidade com as tecnologias celulares como UMTS e HSPA

www.esab.edu.br 140
e aumenta a capacidade do sistema. LTE utiliza o espectro flexível
que torna possível ser implantada em todas as combinações de
largura de banda. Isso torna o LTE apropriado para vários tipos de
recursos de espectro. LTE utiliza FDD e TDD duplex como técnicas
para acomodar todos os tipos de recursos de espectro. (NAJAR,
2017)

Entre os motivos que motivaram o LTE está: a necessidade de


assegurar a continuidade da competitividade do sistema 3G para
o futuro, a demanda do usuário por melhores taxas e qualidade de
serviço, prosseguimento da redução de custos, a necessidade de
uma arquitetura com menor complexidade, otimização da
comutação de pacotes e a eliminação de uma possível
fragmentação das tecnologias já desenvolvidas.

13.2.1 Características

As características do LTE são:

• Aumento da eficiência espectral através da utilização do


OFDM na execução do processo de recepção dos dados,
utilizando QPSK, 16 QAM ou 64 QAM, proporcionando,
robustez contra múltiplos percursos e elevada afinidade com
técnicas como agendamento dependente do canal no
domínio da frequência e MIMO em aplicação de múltiplas
antenas;

• Subtração da latência através de utilização de curtos


períodos de atraso e de tempo de setup;

• Permissão de até 10 vezes mais usuários por célula que o


permitido no  Wide-Band Code-Division Multiple

www.esab.edu.br 141
Access (WCDMA) tecnologia utilizada em sistemas 3G ;

• Suporte a várias larguras de banda: 1.4, 3, 5, 10, 15 e 20


MHz;

• Permite taxas de até 75 e 300 Mbit/s na transmissão e


recepção respectivamente.

• Utilização de subportadoras com espaçamento igual a 15


kHz;

• Simplificação da arquitetura do protocolo por meio


compartilhamento do canal e utilização do  Voice over
IP (VoIP);

• Compatibilidade com os  releases  publicados pelo


3rd Generation Partnership Project(3GPP) e outros sistemas
como CDMA2000;

• Elevação da eficiência de Multicast / Broadcast;

• Suporte a automação de processo de redes – Self-Organising


Network (SON) – permitindo as redes se autoconfigurarem
e sincronizarem com redes adjacentes;

• Utilização do protocolo IP.

www.esab.edu.br 142
A Tabela 6 apresenta o desempenho e as metas do LTE:
Tabela 6- Desempenho LTE.

13.2.2 Camada Física

A camada física do LTE é construída sobre o OFDM e inclui


técnicas avançadas de processamento que viabilizar o sistema
alcance alta eficiência espectral, alta capacidade e baixa latência.
Exemplos de tais técnicas são: múltiplo acesso OFDMA/SC-
FDMA, codificação MIMO (Multiple Input Multiple Output),
codificação turbo entre outras.

www.esab.edu.br 143
Os principais serviços e funções realizados pela camada MAC
incluem mapeamento entre canais lógicos e canais de transporte,
seleção do formato de transporte mais adequado para transmissão,
apresenta medição gerando relatórios de tráfego e correção de
erros através da HARQ. Existem dois níveis de retransmissões
para fornecer confiabilidade, Hybrid Automatic Repeat reQuest
(HARQ) que está na camada MAC e o ARQ externa na camada
RLC, ele atua complementando os erros residuais, onde o HARQ
não consegue corrigir. O mecanismo HARQ é realizado em
combinação com a camada MAC e física, reenvia os blocos de
transporte (TBs – Transport Blocks) para recuperar qualquer tipo
de erro. O HARQ na camada física executa a buferização e a
recombinação (redundância incremental), e na camada MAC o
gerenciamento e a sinalização.

O quadro genérico de LTE tem uma duração de 10ms e é


subdividido em dez sub-quadro de 1ms de duração. Cada sub-
quadro é dividido em dois slots de 0,5ms e em seis ou sete símbolos
OFDM, dependendo do comprimento do CP. Cada slot usa 7
símbolos OFDM em caso de CP normal, enquanto que 6 símbolos
OFDM em caso de CP estendido. Sub-quadros podem ser
atribuídos tanto para uplink e downlink, como apresenta a Figura
38.

www.esab.edu.br 144
Figura 38- Estrutura básica do quadro LTE.

Em caso de FDD, todos subframes são usados para downlink e


uplink para transmissões de dados. Para TDD, subframe 1 e 6 são
usados para a transmissão downlink enquanto o resto dos quadros
são utilizados tanto para uplink ou downlink. Subframes 1 e 6
contêm sinais de sincronização para downlink. A Figura 10 mostra
downlink e uplink atribuições subframe para FDD.

13.2.3 LTE - Advanced

Adotada pelos principais fabricantes de dispositivos móveis como


uma legítima tecnologia 4G de banda larga, o LTE–Advanced pode
considerar como sua certidão de nascimento o release 10 aprovada
em março/2011. As qualidades mais importantes do LTE–
Advanced são:

 Agregação de Portadora - No release 10 a largura de banda da


transmissão pode ser estendida através de uma técnica

www.esab.edu.br 145
denominada agregação de portadoras, que é a junção de
portadoras contíguas ou não.

  Multiplexação Espacial - Essa técnica, denominada  Multiple


Input Multiple Output, permite a emissão do sinal através das
várias antenas presentes no transmissor.

Relaying - Relaying permite que o terminal comunique com a rede


através de um nó intermediário.

Redes Heterogêneas - Consistem em montar células com ERBs


possuindo diferentes potências de transmissão no downlink. Um
exemplo desta técnica é implantar uma  small cell  dentro de
uma macro célula.

13.2.4 LTE no Brasil

A faixa 700 MHz, que é hoje destinada à televisão aberta, com


previsão de sua extinção gradual entre 2016 e 2018, poderia ser
utilizada pois os canais que seriam afetados são atualmente pouco
utilizados, no UHF estaria ainda disponível vários canais do canal
13 ao canal 51.

O governo brasileiro está tentando fazer o leilão da faixa 2500


MHz onde, a cobertura seria muito menor e mais cara porque
precisaria de muito mais antenas. Além disso, celulares e tablets
vindos dos Estados Unidos (EUA) e Europa não funcionariam
aqui, a exemplo do Apple iPad 3 LTE que só funciona em 700
MHz. Fabricantes como a Qualcomm líder em tecnologia 4G
recomendam o uso do espectro de 700 MHz na América Latina.

Liberar os canais de 52 ao 69 em UHF (TV aberta analógica) traria


o 4G a um custo menor pois haveria um gasto menor para aumento

www.esab.edu.br 146
da cobertura, já que a frequência 700 MHz tem um alcance até 4
vezes maior que o 2500 MHz.

Porém, o serviço nos 700Mhz que já funciona no Japão, causa


interferências severas nas TV digitais na faixa do UHF. Por sua
vez, entidades do setor de radiodifusão como a ABERT defendem
a não implantação deste segmento para o 4G, e apenas para uso
de serviços da TV Digital no Brasil.

www.esab.edu.br 147
14.1 TV a cabo
A transmissão por cabo surgiu em 1948, nos Estados Unidos, com
o objetivo de melhorar a qualidade da imagem nas cidades do
interior. Hoje, naquele país, 65 milhões de casas têm TV a cabo.
No Brasil, o primeiro sistema surgiu em São José dos Campos,
em São Paulo, em 1976. O cabo diminui a interferência do meio
ambiente, melhorando bastante a transmissão. O sistema passou
a ser usado também para distribuir canais específicos, aos quais
só tem acesso quem paga. A TV a cabo funciona assim: o centro
de controle eletrônico tem várias antenas com alto poder de
recepção, para captar sinais vindos dos satélites e das antenas
repetidoras das emissoras de TV. Nessa central, os sinais são
processados e enviados para as casas das pessoas por meio de
dois tipos de cabo: óptico e coaxial. O cabo de fibra óptica pode
conduzir luz por caminhos que não são retos. É usado nos troncos
principais, que se estendem por distâncias maiores, pois transmite
melhor os sinais. (MUNDO ESTRANHO, 2011)
Já os cabos coaxiais, feitos de fios condutores, são usados apenas
nas ramificações, pois neles o sinal vai se atenuando conforme a
distância. Os cabos podem ser fixados em postes ou seguir por
caminhos subterrâneos. Para receber os sinais em sua casa, o
assinante precisa ter um televisor adequado para receber sinais
do cabo ou utilizar um conversor, que converte esses sinais para
uma frequência que a TV consegue captar. (MUNDO ESTRANHO,
2011)

www.esab.edu.br 148
A tradicional recepção de TV através de Antenas individuais em
residências vem mudando ao decorrer dos tempos, superada por
meios de sistemas de antenas com recepção via satélite e
retransmitida via cabo. Uma extensão deste sistema é chamada
cabodifusão ou televisão via cabo (Cable Television - CATV).
(ROSI, 2007)

14.1.1 Funcionamento

Para captar e retransmitir o sinal por cabo, uma central técnica


equipada com antenas via satélite e outras para receber as ondas
terrestres reúne os canais e distribui através da rede de cabos aos
domicílios. No início, os cabos usados eram os chamados “coaxiais”
e conforme a distância que precisassem ir deixariam perder
gradualmente o sinal que carregavam. Para solucionar o problema,
os engenheiros responsáveis tinham que colocar incontáveis
amplificadores pelo caminho e manter a qualidade de som e
imagem que distribuíam.

Figura 39 - Sistema de TV a cabo.

www.esab.edu.br 149
Com o surgimento da fibra óptica, as empresas de TV a cabo
puderam reduzir bastante o número de amplificadores, melhorar
ainda mais a estabilidade do serviço, aumentar a oferta de canais,
e ainda agregar outras funcionalidades aos assinantes como o
pay-per-view e o acesso à Internet.
Além disso, hoje estamos vivendo uma fase de migração para o
sistema de televisão digital. A novidade vem sendo implantada
pelas operadoras de TV por assinatura e foi capaz não só de
melhorar ainda mais a qualidade do sinal, como também de ampliar
vertiginosamente a capacidade de suportar mais canais na mesma
faixa de frequência. A tecnologia da compressão de áudio e vídeo
multiplicou as opções de transmissão pelas programadoras e
pelas emissoras. A TV digital também serviu para aprimorar a
segurança do sistema. Surgiram os canais codificados, guardados
dos espectadores por exibirem conteúdo impróprio ou simplesmente
como medida antipirataria, só sendo liberado com um código
correto.
Os sinais via satélite são recebidos em um local identificado como
“Head End” que recebe os sinais digitais e analógicos de vários
canais de TV, e retransmite os mesmos por cabos para vários
assinantes através de em sinais analógicos ou digital onde causa
uma recepção, maior confiabilidade e, com alternativa de escolha
para programas de melhor nível, tendo estética de eliminação de
antenas em cima de casas e prédios das cidades. (ROSI, 2007)
E mesmo tendo boa segurança e qualidade, pode melhorar, pois
o mercado vem com novas tecnologias com TV’s Digitais visando
a melhorar a qualidade da imagem. Esta tecnologia de mercado
que cresce ao decorrer dos anos, força as empresas que transmitem
sinais analógicos a se adequarem as novas tecnologias, como

www.esab.edu.br 150
também, transmitir sinais digitais, para ter compatibilidade com
alta qualidade, e sempre visando a necessidade de se adequar as
novas tecnologias continuas com qualidade de bons serviços.
(ROSI, 2007)
A rede de TV a cabo é composta de três partes:
• CMS - Central Multisserviços ou denominada como head-
end;
• Planta de distribuição e unidade de assinante (conversor ou
Decoder);
• Caminhos para aplicações de Internet.

Figura 40 - Sistema de TV e Internet a cabo.

A CMS recebe os múltiplos sinais de TV, VHF e UHF dos canais


livres das emissoras de broadcast (ou via fibra óptica direta dos
estúdios) e também de geradoras de programas via satélites. Além
dos programas já prontos, a CMS faz geração local, padrões de

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barras coloridas, proteção dos canais codificados para “pay-per-
view”, geração do menu eletrônico da programação de todos os
canais (guia eletrônico da malha de programas) e, finalmente, um
processamento dos sinais recebidos para condicioná-los para a
distribuição.
(ROSI, 2007)
Os canais recebidos sob forma codificada são decodificados antes
de entrar no processamento interno da CMS. O processamento se
faz nas seguintes fases: recebem-se os sinais de TV que a seguir
são separados canal a canal e demodulados para separar os
componentes de vídeo e áudio. Os canais de vídeo e áudio são
encaminhados a uma matriz roteadora que vai alocar os canais
nas posições do espectro de RF. Assim, o operador determina
onde ficará cada canal no espectro a ser distribuído. Aqueles
canais que terão pagamento por assinatura especial (ou pay-per-
view), isto é, aqueles canais aos quais os assinantes comuns
somente terão acesso mediante um pagamento extra, são
codificados. Após a codificação, o canal é modulado na portadora
RF correspondente ao canal do espectro e passam por um
combinador para seguir para a planta de distribuição.
(ROSI, 2007)

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Figura 41 - Formas de sinais recebidos e codificados.

SAIBA MAIS
Para conhecer mais sobre o funcionamento das TVs a cabo, assista a
reportagem:
https://olhardigital.com.br/video/voce-sabe-como-funciona-a-tv-a-
cabo/14461
https://www.tecmundo.com.br/tecnologia/49850-tecmundo-explica-como-
funciona-uma-conexao-de-internet-por-tv-a-cabo.htm

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14.2 TV Digital
O avanço que a adoção da transmissão digital traz à experiência
de assistir à televisão é comparável à transição da imagem em
preto-e-branco para a colorida, e talvez vá ainda além.

Além de oferecer qualidade de imagem e áudio superiores, a TV


digital possibilita diversificar a programação e oferecer ao usuário
maior interatividade com os conteúdos.

14.2.1 A adoção de um Padrão

Na tentativa de evitar o fiasco do sistema Pal-M (adotado na época


da transição da transmissão preto-e-branco para a colorida), que
só emplacou no Brasil e atrasou a migração por falta de economia
de escala na produção de equipamentos, o governo optou por
criar um modelo nacional de TV digital baseado em um dos padrões
vigentes no mundo: o norte-americano (ATSC), o europeu (DVB)
e o japonês (ISDB).

Essa decisão traz consigo o peso das organizações internacionais


na pressão por conquistar um mercado do porte do Brasil para
seu bloco, sem falar na divergência interna da preferência dos
diversos setores envolvidos na adoção do sistema.

“A TV digital é uma mudança de paradigma que afeta diversos


segmentos. Não só a radiodifusão, mas também a telefonia,
internet, os fabricantes de eletrônicos, entre outros”, argumenta
Marcelo Zuffo, professor da Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo.

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“De um lado temos a telefonia, que está estagnada e busca novos
mercado. De outro, a radiodifusão, que tem sua atuação limitada
pelo espectro disponível e quer exportar conteúdo para ampliar
sua receita. Além disso, há a indústria de eletrônicos que está
rachada. Fabricantes europeus pressionam a adoção do DVB e o
mesmo vale para os demais”, detalha o professor.

14.3 Quais são os benefícios da TV digital?


A TV digital proporciona imagem com maior definição (a resolução
média da TV analógica é de 480 linhas, enquanto na digital é de
1.080 linhas) e cores mais vivas, além de som mais rico (a transmissão
suporta até seis canais de som - Dolby Digital -, enquanto a analógica
suporta somente dois - mono e estéreo).

O formato da imagem no sistema digital é widescreen (16:9), como a


tela de cinema, diferente do padrão analógico (4:3). Enquanto no
sistema analógico a emissora pode enviar apenas um programa por
vez, no digital é possível enviar até seis programas simultaneamente,
permitindo variar a programação ou oferecer uma experiência mais
rica, como assistir um jogo a partir de câmeras diferentes.

Além disso, é possível receber informações junto com a programação,


como detalhes do que aconteceu no último capítulo da novela, dados
estatísticos em um jogo de futebol ou a sinopse de um filme. Por fim,
é possível interagir com a programação, votando no time mais cotado
para ganhar uma partida pelo controle remoto, por exemplo.

Além disso, as emissoras podem optar por transmitir programações


diferentes pelo mesmo canal, no formato padrão (SDTV) utilizando a
taxa de transporte de 19,4 Mbits por segundo.

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“Isto significa que a emissora poderia enviar ao usuário,
simultaneamente, uma novela, um jogo de futebol e um programa
educativo, por exemplo. Ou mandar três opções de ângulos de
câmera para uma mesma partida esportiva ou filme”, explica Lauro
Ferreira, gerente de negócios da FITec.

Em relação ao som, o ganho também é notável. Enquanto no


sistema analógico as opções se limitam a Mono (um canal) ou
estéreo (dois canais), com a transmissão digital á possível ter
acesso a uma experiência similar à proporcionada pelos sistemas
de home theater mais avançados, com seis canais diferentes de
saída.

Configura-se também como uma oportunidade para direcionar a


capacitação tecnológica de que dispõe o País para desenvolver
soluções tecnológicas adequadas ao contexto brasileiro. Estas
soluções, embora de caráter eminentemente técnico em sua
maioria, devem levar em conta nos seus requisitos, vários outros
aspectos de interesse da sociedade como: cultura digital, política
tecnológica, industrial e comercial, independência tecnológica,
educação e saúde.

A maioria dos telespectadores não deve se preocupar de imediato


porque o sinal da TV digital só começa em São Paulo e mesmo
assim, para receber este sinal será preciso adquirir um conversor
(set top box), um decodificador parecido com aqueles aparelhos de
TV a cabo e satélite, mas que ainda não está à venda. As emissoras
serão obrigadas a operar simultaneamente o (espectro) digital e
manter o analógico pelo menos até 2016 - tranqüiliza Alexandre
Hashimoto, consultor de telecomunicações e coordenador do curso
de Sistemas de Informação das Faculdades Integradas Rio Branco.

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Algumas emissoras, como a Rede Globo, SBT, Band e Record, já
enviam para todos os brasileiros programas gerados com qualidade
digital - como as novelas “Dance Dance Dance” (Band) e “Duas
Caras” (Globo) -, mas isso é apenas produção em qualidade digital
e não “TV digital”. Como lembra o presidente da Associação
Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel
Slaviero, uma vez equipados com o aparelho conversor, os
telespectadores serão capazes de desfrutar, de fato, da TV digital,
que envolve receber na tela do televisor as informações do
programa preferido, “clicar” nestes dados, “navegar” no menu da
programação e personalizar a forma como este conteúdo será
exibido, como já acontece com serviços de TV fechada (a cabo ou
via satélite).

A TV digital vai permitir que o usuário receba o sinal de TV em um


celular, em tevês móveis e até mesmo dentro do carro, mas é
claro que primeiro teremos que ter equipamentos compatíveis
com isso. E o outro principal atributo é a interatividade. Inicialmente
o que teremos são informações extras sobre o programa ou a
novela na tela da TV, como uma grade de programação, mais
detalhes sobre aquele capítulo ou sobre o anterior, e ainda as
principais notícias do dia acessíveis na tela da TV, com um clique
do controle, como acontece no computador.

Cada emissora deverá definir o grau de conteúdo e de interatividade


com o telespectador, mas em São Paulo todas as transmissoras e
retransmissoras estão preparadas, garante o presidente da Abert,
que conta com mais de 320 empresas afiliadas. De acordo com o
cronograma do Ministério das Comunicações e da Anatel, a partir
de janeiro de 2008 emissoras das cidades do Rio de Janeiro,

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Brasília e Belo Horizonte podem iniciar testes com sinais de TV
aberta digital, com previsão de início em definitivo até julho de
2008. Nas demais capitais, só há previsão de início das operações
de TV digital em dezembro do ano que vem, sendo que o
cronograma total de implantação das transmissões digitais em TV
aberta no Brasil está previsto para durar 10 anos.

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15.1 Introdução
A evolução das comunicações é contínua e cada vez mais rápida.
Nos dias atuais, não estamos mais presos exclusivamente ao
telefone para interagir com pessoas e empresas. Porém, nas
empresas é necessário manter o controle das informações e de
custos para manter a estabilidade e segurança. Para tal, é
necessário interligar todas as ferramentas por meio das redes
convergentes. (MARKETING ALCTEL TELECOM, 2017)

Até pouco tempo atrás, as organizações contavam com redes


distintas para cada meio de comunicação, como apresenta a
Figura 42. Essa rede separada usava tecnologias diferentes para
transmitir o sinal de comunicação. Cada rede possuía seu próprio
conjunto de regras e padrões para assegurar a comunicação bem-
sucedida.

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Figura 42 - Redes separadas.

As redes convergentes vieram justamente para unir imagens, voz


e dados em uma única rede digital, que atua de forma integrada,
como apresenta a Figura 43. Dessa forma, essa infraestrutura de
rede usa o mesmo conjunto de regras, os mesmos contratos e
normas de implementação e o ambiente pode ser gerenciado com
maior facilidade pelo gestor de TI, oferecendo maior controle sobre
as atividades nos canais de comunicação e redução dos custos
operacionais, além de permitir a criação de políticas de utilização
dos recursos disponibilizados pela organização, garantindo o
monitoramento e a qualidade das atividades. No entanto, a
utilização de soluções para redes convergentes vai além do
ambiente organizacional. O sistema interligado não atende apenas
ao ambiente interno, podendo ser ampliado para a comunicação
com fornecedores, parceiros comerciais e outros stakeholders da
empresa. (CISCO NETWORKING ACADEMY, 2017)

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Figura 43 - Redes convergentes.

15.2 Vantagens das Redes Convergentes


Segundo Marketing Alctel Telecom (2017), as principais vantagens
oferecidas pelas redes convergentes são:

a) Maior agilidade na comunicação:

Independentemente do canal utilizado, o sistema convergente


oferece uma comunicação mais rápida e eficaz, por smartphone,
Internet corporativa ou telefone fixo. Isso proporciona uma maior
interação entre gestores e colaboradores, que conseguem
trabalhar e desenvolver projetos de forma mais rápida e com
inteligência corporativa.

b) Redução de custos na manutenção de estrutura de TI:

Como as redes convergentes tornam o sistema centralizado, as


reuniões podem ser realizadas por áudio ou teleconferências.
Com a redução de deslocamentos e a mobilidade que a tecnologia
oferece, há uma redução de custos significativa com viagens e

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telefonia convencional, favorecendo ainda mais a comunicação
digital.

Além disso, todas as interações são realizadas por meio de uma


única solução de tecnologia, o que torna o processo de manutenção
mais simples, gerando um custo inferior, se comparado ao sistema
tradicional de múltiplas redes.

c) Centralização das informações:

Em sistemas obsoletos, a equipe de TI fica com a responsabilidade


de gerenciar as redes de telefonia e internet de forma separada,
tornando essa tarefa mais complexa e lenta. Com as redes
convergentes, isso não acontece, já que pessoas de diferentes
departamentos e unidades da companhia conseguem trocar
informações e desenvolver projetos com total sinergia por meio de
uma única plataforma.

As redes convergentes trazem para as empresas benefícios


significativos em relação ao setor financeiro e nas diversas
funcionalidades que a tecnologia oferece. Contudo, é preciso que
o gestor de TI faça um mapeamento das necessidades corporativas
para eleger as funcionalidades e ferramentas mais adequadas
para usufruir o máximo de seu potencial para o negócio.

15.3 Redes de Próxima Geração


As NGNs (Next Generation Networks ou Redes de Próxima
Geração) podem ser consideradas o resultado de uma evolução
no sentido da convergência das tecnologias originadas,
principalmente, nas redes telefônicas digitais e nas redes de dados
tradicionais (tipicamente da Internet e seus protocolos TCP/IP).
Tal convergência, permeada de aspectos econômicos, históricos,

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culturais e regulatórios, teve como motivação inicial o
compartilhamento e consequente otimização dos recursos da
rede. (COLCHER e MELLHO, 2004)

A convergência das tecnologias de informática e telecomunicações


também é evidenciada na introdução de vários tipos de serviços
chamados de serviços de valor adicionado: serviços que se juntam
a um serviço principal complementando-o de forma a adicionar
valor e gerar mais interesse por parte do consumidor. Por exemplo,
conjugado ao serviço de telefonia móvel celular, tem-se os serviços
de caixa de mensagens, chamada em espera, identificador de
chamadas, serviço de mensagens curtas etc. O oferecimento
dessa variedade de serviços pressupõe um grau elevado de
integração das tecnologias, como ilustra a Figura 44. (COLCHER
e MELLHO, 2004)

Figura 44 - NGN.

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As Redes de Próxima Geração (NGN) oferecem suporte a diversas
redes de acesso, onde os terminais do usuário são conectados,
tais como: Redes Móveis, STFC, Redes Corporativas e a Internet.
Tais acessos são possíveis graças as funções de interconexão de
rede as quais permitem a tradução de sinalização e troca de dados
entre as diferentes redes de acesso e a NGN.

A arquitetura do Sistema Universal de Telecomunicações Móveis


pode ser dividida em comutação de circuitos, comutação de
pacotes e IMS (IP Multimedia Subsystem). Já no plano de serviços,
pode ser dividido em serviço de voz, serviços de dados e serviços
multimídia baseados em pacotes (CHANG et. al., 2010).

No caso das redes corporativas, estas já possuem sua arquitetura


semelhante ao modelo da Internet, em uma estrutura cliente-
servidor (podendo ser distribuída ou local) utilizando o protocolo
de comunicação TCP/IP. Além disso, os serviços de voz que antes
eram puramente providos por uma central PABX (Private Automatic
Branch Exchange), agora podem ser ofertados por meio da
tecnologia de Voz sobre IP (VoIP) utilizando o mesmo protocolo
de comunicação do segmento de dados das redes corporativas
(com ou sem a utilização de critérios de Qualidade de Serviço -
QoS).

Para que a NGN possa oferecer suporte à convergência de


serviços das diversas redes de comunicação de voz e dados, um
componente de sua estrutura - o IMS (IP Multimedia Subsystem)
- é o responsável direto por todo o plano de controle, sinalização
e oferta de serviços. Trata-se de uma arquitetura de controle de
serviço e de conectividade IP, de abrangência global, com acesso
independente e baseada em padrões que permite a oferta de

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vários tipos de serviços multimídia para usuários finais usando
protocolos comuns baseados na Internet.

O conceito do IMS é mesclar tecnologias de telecomunicações


(telefonia móvel celular, telefonia fixo comutada, redes corporativas
e a Internet) em um ambiente totalmente IP, visando fornecer
serviços extensíveis, multimídia em tempo real e interativos para
seus clientes.

Outra função importante é combinar os domínios de comutação


de circuitos e de pacotes. Os conteúdos não são mais limitados
por meio de acesso, tornam-se extensíveis para oferecer mais
serviços de valor agregado aos usuários (ALCATEL LUCENT,
2010). A Figura 45 apresenta uma visão geral da rede NGN, em
especial do subsistema multimídia IP.

Figura 45 - IMS em redes convergentes.

A organização do IMS apresentada na Figura 46, pode ser dividida em três


camadas:

• O plano de mídia e transporte referencia uma ampla faixa de diferentes


tecnologias de acesso. A partir da camada de transporte IP, os clientes

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originários das diversas infraestruturas de acesso obtém conectividade à
rede.

• No plano de controle e sinalização existem uma série de componentes


tais como o P-CSCF (Proxy-CSCF), o I-CSCF (Interrogating-CSCF) e o
S-CSCF (Serving-CSCF) os quais oferecem suporte a entrega de
serviços multimídia, baseados no protocolo SIP, para terminais NGN
conectado ao IMS. A sinalização SIP será processada e encaminhada
ao terminal de destino por meio desse plano (CHANG et. al., 2010)

• Para o plano de serviço e aplicações, existem vários servidores de


aplicações. Estes servidores oferecem aos clientes uma ampla variedade
de serviços IMS. As operadoras podem fazer uso dos padrões da
arquitetura do IMS para implementar seus próprios servidores
de aplicações.

Figura 46 - Arquitetura IMS.

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PARA SUA REFLEXÃO

As redes de dados convergidas transportam múltiplos tipos de

comunicação. Porém, os recursos das redes de dados estão sempre

restringidos por orçamentos, limitações físicas e tecnologia. A existência

destas limitações significa que as decisões precisam ser tomadas

levando em conta a prioridade dos diferentes tipos de comunicação.

Tendo em vista essas demandas e limitações, o que é Qualidade de

Serviço (QoS) e qual sua importância nas redes convergidas?

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Neste eixo temático você conheceu o sistema de telefonia fixa
comutada, que já existia mesmo antes da Internet. Conheceu
o sistema de telefonia móvel, sua evolução, suas vantagens, e
como o acesso à Internet é provido por esta tecnologia.

Você também conheceu o funcionamento do sistema de TV, TV a

cabo e a tecnologia de TV digital, que provê inúmeras vantagens.

E finalmente, você conheceu a tendência de convergir as redes,

provendo por meio de uma única infraestrutura vários serviços.

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ATM – do inglês Asynchronous Transfer Mode é um conceito de
telecomunicações definido pelos padrões ANSI e ITU para transporte
de uma variedade completa de tráfego de usuários, incluindo sinais
de voz, dados e vídeo. R

Desvanecimento do sinal - é um problema comum em redes sem


fio, causado pela diminuição da força do sinal, o que pode causar
que uma estação A escute transmissões das estações B e C, embora
as estações B e C não consigam escutar as transmissões uma da
outra. R

OFDM - do inglês Orthogonal frequency-division multiplexing, é um


método de codificação digital que utiliza múltiplas subportadoras. R

SOFDMA - do inglês Scalable Orthogonal Frequency Division Multiple


Access, técnica de múltiplas portadoras que utiliza subcanalização. R

Stakeholders - significa público estratégico e descreve uma pessoa


ou grupo que tem interesse em uma empresa, negócio ou indústria,
podendo ou não ter feito um investimento neles. Em inglês stake
significa interesse, participação, risco. Holder significa aquele que
possui. R

Terminal oculto - Quando obstruções físicas existentes no ambiente


(por exemplo, uma montanha ou um edifício) impedem uma estação
A e C de escutarem as transmissões de um e de outro, mesmo que
as transmissões de A e C estejam interferindo no destino B, tem-se
um problema denominado terminal oculto.R

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