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Faculdade de Engenharia - Licenciatura em Engenharia Civil

AULA 1
Materiais de Construção I

Capítulo Aula 1
I – Betão como Material de  Apresentação do professor e dos estudantes;
Construção  Apresentação e discussão do programa da disciplina;
 Importância da cadeira “Materiais de Construção”;
 Evolução histórica dos materiais de construção;
 Propriedades gerais dos corpos.

— Definição:
São considerados materiais de construção, aqueles que possuindo uma certa
resistência e propriedades próprias e que possam constituir matéria sólida, são
destinados a suportar cargas a que estarão submetidos durante a vida útil do edifício.
Podem ser simples ou compostos; podem ser obtidos directamente da natureza ou
elaborados industrialmente.

Classificam-se em:
 Materiais Principais – os que têm como função suportar as cargas
principais e conceder uma estrutura resistente ao edifício. Ex.:
Pedra, Betão, Aço, Madeira.
 Materiais de Ligação – são materiais com dimensões muito
reduzidas, cuja função é ligar outros materiais originando
estruturas mais complexas. Ex.: Cimento, cal, gesso, asfalto, cola.
 Materiais de Acabamento – servem para dar um acabamento
estético ao edifício, melhorando as suas propriedades servindo
também para proteger os elementos resistentes do mesmo e para
permitir o seu funcionamento. Ex.: Argamassa, gesso, madeira,
tinta, plástico, vidro, cerâmico, alumínio.

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— Importância:
É o conhecimento dos materiais de construção que possibilita ao
projectista (engenheiro ou arquitecto) escolher, dos materiais disponíveis, aquele que
melhor atenda às condições de solidez, durabilidade, custo e acabamento da obra,
sendo estes, factores determinantes da qualidade da construção.

1.1 Evolução histórica dos materiais de construção

Os materiais de construção definiam a História nos seus primórdios sendo dividida


conforme a predominância do emprego de um ou de outro material. É o caso da Idade
da Pedra e da Idade do Bronze.

Nas civilizações primitivas, o Homem empregava os materiais assim como os


encontrava na Natureza; não os trabalhava. Não demorou muito, porém, para que
começasse a aprender a modelá-los e adaptá-los às suas necessidades. A partir dai a
evolução se deu a passos lentos. Até a época dos Grandes Descobrimentos, a técnica
se resumia em modelar os materiais encontrados, os quais eram poucos, tendo quase
sempre o mesmo emprego. Na construção predominavam a pedra, a madeira e o
barro. Os metais eram pouco empregados, e, ainda menos, os couros e as fibras
vegetais.

Aos poucos foram aumentando as exigências do Homem, e, consequentemente, os


padrões requeridos. Ele passou a demandar materiais de maior resistência, maior
durabilidade e melhor aparência do que aqueles até então empregados. Assim, por
exemplo, é o caso do betão armado. Durante muito tempo, para grandes vãos e
cargas, só se usou a pedra. Tornava-se necessário um material de confecção e
moldagem mais fáceis, que fosse trabalhável como o barro e resistente como a
pedra. Surgiu dai o betão. Posteriormente, com a difusão do uso deste material,
procurou-se, naturalmente, aperfeiçoá-lo para que pudesse vencer grandes vãos –
apareceu o betão armado, que, por sua vez, incentivou a pesquisa dos aços e, com o
tempo, levou ao betão pré-esforçado.

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Presentemente, a tecnologia avança com rapidez e o engenheiro precisa estar
actualizado para poder aproveitar as técnicas mais avançadas, utilizando materiais de
melhor padrão e menor custo.

1.2 Propriedades gerais dos corpos

Dá-se o nome de propriedades de um corpo às qualidades exteriores que o


caracterizam e distinguem. Um dado material é conhecido e identificado por suas
propriedades e por seu comportamento perante agentes exteriores.

As propriedades variam de material para material. No entanto, são propriedades


gerais dos corpos:

— Extensão – é a propriedade que possuem os corpos de ocupar um lugar no


espaço;
— Impenetrabilidade – é a propriedade que indica não ser possível que dois
corpos ocupem o mesmo lugar no espaço;
— Inércia – é a propriedade que impede os corpos de modificarem, por si
mesmos, seu estado inicial de repouso ou movimento;
— Atracção – é a propriedade de a matéria atrair a matéria, de acordo com a lei
de atracção das massas;
— Porosidade – é a propriedade que tem a matéria de não ser contínua, havendo
espaço entre as massas;
— Divisibilidade – é a propriedade que os corpos têm de se dividirem em
fragmentos cada vez menores;
— Indestrutibilidade – é a propriedade que a matéria tem de ser indestrutível.

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As seguintes propriedades são específicas dos corpos sólidos:

— Elasticidade – é a tendência que os corpos apresentam a retornar à forma


inicial após a aplicação de um esforço;
— Plasticidade – é a tendência que os corpos apresentam a não retornar à forma
inicial após a aplicação de um esforço. É uma propriedade
contrária da elasticidade;
— Ductibilidade – é a capacidade que têm os corpos de se reduzirem a fios sem
se romperem (o barro tem boa plasticidade e pequena
ductibilidade);
— Fragilidade – é a capacidade que têm os corpos de apresentarem pequenas
deformações antes de romperem (é o contrário de ductibilidade);
— Maleabilidade – é a capacidade que têm os corpos de se adelgaçarem até
formarem lâminas sem, no entanto, se romperem;
— Dureza – é a resistência que os corpos opõem ao serem riscados;
— Tenacidade – é a resistência que os corpos opõem ao choque ou percussão
(observem-se que o vidro tem grande dureza, mas pequena
tenacidade);
— Resiliência – é a resistência que os corpos opõem às cargas dinâmicas (ou
seja, é capacidade que têm os corpos de armazenar energia de
deformação sem sofrer deformações permanentes);
— Durabilidade – é a capacidade que os corpos apresentam de permanecerem
inalterados com o tempo (ou seja, resistem ao meio ambiente em
que estão colocados);
— Desgaste – é a perda de qualidades ou de dimensões dos corpos com o uso
contínuo (durabilidade e desgaste não são necessariamente
inversos);
— Resistência Mecânica – é a capacidade que têm os corpos de suportarem
mecanicamente várias cargas sem se romperem;

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Dessa maneira, os esforços mecânicos ou solicitações simples a que um corpo
pode ser submetido são:

1) Compressão 2) Tracção

3) Flexão 4) Torção 5) Cisalhamento

São propriedades intrínsecas dos corpos:

— Massa – é a quantidade de matéria e é constante para o mesmo corpo, esteja


onde estiver;
— Peso – é a força com que a massa é atraída para o centro da terra, varia de
local para local (num mesmo local os pesos são proporcionais às
massa, porque a gravidade é a mesma);
— Peso específico – é a relação entre o peso de um corpo e o seu volume
(consequentemente não é constante);
— Densidade – é a relação entre a massa de um corpo e a massa de mesmo
volume de água destilada a 40 C, no vácuo. É uma relação
expressa por um número abstracto.

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