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Susana Gercwolf
Professora, advogada e pesquisadora. Mestre em Direito
Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie. Especialista em Direito Público e formada em
Direito pela Universidade do Estado do Amazonas. E-mail:
susanagercwolf@gmail.com.
SUMÁRIO
1. Considerações introdutórias
2. Base legal
3. Conceitos
1. Considerações introdutórias
2. Base legal
I - projeto básico;
II - projeto executivo;
III - execução das obras e serviços.
(...)
§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados
quando:
(...).
Referida obrigação legal também se verifica da leitura do art. 14, que dispõe:
(...)
(...)
II - termo de referência;
3. Conceitos
A Lei n. 8.666/93, em seu artigo 6º, inciso IX, conceitua projeto básico da
seguinte forma: conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão
adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto
da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que
assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos
métodos e do prazo de execução.
Termo de referência, segundo disposto pelo artigo 9º, §2º do Decreto nº
5450/2005 é o documento que deverá conter elementos capazes de propiciar avaliação
do custo pela administração diante de orçamento detalhado, definição dos métodos,
estratégia de suprimento, valor estimado em planilhas de acordo com o preço de
mercado, cronograma físico-financeiro, se for o caso, critério de aceitação do objeto,
deveres do contratado e do contratante, procedimentos de fiscalização e
gerenciamento do contrato, prazo de execução e sanções, de forma clara, concisa e
objetiva.
Vemos, assim, que os dois documentos são bastante similares.
A utilização de projeto básico e de termo de referência na instrução de processos
de contratação (bens e serviços) é obrigatória, tendo em vista serem documentos
imprescindíveis à caracterização do objeto. O termo de referência é exigido
obrigatoriamente nas contratações mediante a modalidade pregão, enquanto o projeto
básico é exigido nas demais modalidades licitatórias.
Assim, ambos antecedem o procedimento licitatório e se destinam à finalidade
de definição e descrição do objeto da licitação, de maneira clara e precisa. O termo de
referência, no entanto, é mais simples em função da natureza comum que reveste o
objeto a ser contratado via pregão.
Com relação ao responsável pela elaboração do projeto básico/termo de
referência, a lei estabelece que compete à autoridade competente a responsabilidade
pela aprovação de termos de referência/projetos básicos nos processos licitatórios (art.
7º, §§1º e 2º, I da Lei n. 8.666/93 e art. 9º, II do Decreto n. 5.450/05). Mas quem seria
então essa autoridade competente?
Ela pode variar conforme o órgão. Em alguns casos, o ordenador de despesas
assume essa responsabilidade e, em outros, ela é repassada à autoridade máxima da
unidade demandante da aquisição/serviço, visto que estas possuem
atribuições/responsabilidades vinculadas às suas áreas. Geralmente, a aprovação
compete a quem autorizou a realização do procedimento licitatório.
Importante mencionar que, ainda que não haja uma predeterminação sobre a
posição dessa autoridade competente, existem limites ao exercício dessa competência.
Uma delas consiste na impossibilidade de delegação a terceiros (particulares). Nesse
sentido, leia-se o Acórdão nº 1.667/2011 do Tribunal de Contas da União: “Os atos de
aprovação de projetos básicos, à luz do art. 7º, § 1º, da Lei 8.666/1993, é atribuição das
autoridades administrativas do órgão contratante, não sendo passível de delegação a
terceiros, estranhos à Administração Pública”.
Em suma, uma licitação bem-sucedida vai depender de um projeto básico/termo
de referência muito bem elaborado, o que por sua vez requer o planejamento
adequado. A seguir veremos como elaborar esses documentos.