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03 - Estrutura Cognitiva
03 - Estrutura Cognitiva
UNIME – Itabuna/BA
RESUMO
Este artigo objetiva, por meio de uma revisão literária, estabelecer num primeiro
ponto, a relação entre as tensões causadas pelo progresso na modernidade,
variante fortemente influente nas alterações dos modos de vida e concepções
particulares acerca das realizações pessoais, que se configura num padrão de
comportamento irreflexivo em busca de imediatismo por reconhecimento a
excelência, o que leva a desconfortos psíquicos e mesmo adoecimento
psicossomático. A estas mudanças culturais no parâmetro de entendimento da
realidade, que impõe em excesso, ao sujeito, a necessidade de mostrar-se sempre
em ideal de potencial extenuante, soma-se num contraponto, o entendimento dos
conceitos de resiliência e auto eficácia, quando estes em contrapartida a desajustes
frente as situações adversas fomentam a importância da Terapia Cognitivo
Comportamental neste cenário.
1. INTRODUÇÃO
1
Discente do 9º período do curso de Psicologia.
² Psicóloga; Mestre em Ciências e Técnicas Nucleares pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.
2. MAL-ESTAR NA CONTEMPORANEIDADE
Tal projeto exige a consciência acerca das várias fases da vida de maneira
que a cognição torna-se ponto chave na tarefa de reinterpretação da
autobiografia, bem como de avaliação do futuro. Giddens (1999/2002)
salienta que a reflexividade tem que ser exercida continuamente porque a
instabilidade da alta modernidade continuamente traz novos movimentos
conflitivos para o indivíduo. (BECK Aaron.. pag 639)
Fica evidente que neste contexto o modo de subjetivação era inscrito pelo
poder do Pai e sua perpetuação no transcorrer da vida assumia formas de
instâncias – totêmicas – reguladoras, efetivadas pelas autoridades
instituídas e legitimadas culturalmente. Tratava-se do controle externo,
exercido pela religião, família, trabalho, pelo Estado e pelo próprio
ordenamento Psic. Rev. São Paulo, volume 23, n.1, 9-29, 2014 Formas do
mal-estar na sociedade contemporânea 13 jurídico, ou seja, pela própria lei.
Fora exatamente a essa exorbitância da Lei que Freud imputou o mal-estar
do sujeito moderno (COSTA, D. B. & MOREIRA, J. O., 2010). Diante do
exposto, inicia-se um movimento libertário com o intuito de contestar a
ordem legitimada e “solucionar” a angústia e insatisfação provenientes da
mesma, evidencia-se pois, a transição e inauguração da
contemporaneidade.
“num lugar de certa filosofia imanente da existência indo muito além de sua
função terapêutica. Trata- -se de um segmento ao qual se incumbe à tarefa
de preencher os vazios do discurso pós-moderno arregimentado nos novos
modos de alienação, direcionados ao gozo e ao consumo” (SHICOTTI,
VIDOTTE, 2014, pag 17).
Sim, é natural ter aspiração a auto realização, aqui não há nenhum enfoque
negativo quanto ao aspecto do sucesso, porém também é comum situações se
tornarem adversas e dificultarem assim as conquistas pessoais, tornando-se eventos
estressores, ou mesmo impedimento ao bem-estar; satisfação que não se sabe bem
ao certo a dosagem para cada indivíduo em particular, mas pode-se entender como
felicidade.
A resiliência então nada mais é que uma habilidade de adaptação às
situações problemas, de maneira a facilitar no enfrentamento e na resolução das
questões, uma vez que aqui o indivíduo tende a ter uma percepção promissora das
experiências negativas, evitando que se tornem transtornos mentais. Indivíduos
resilientes desenvolvem competência para se posicionarem frente aos desafios que
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Isto posto, observou-se que esta busca do homem moderno pela plenitude,
traduz-se em desamparo, frente a frustração causada pelo conflito de
autoidentidade, comprometida pela imposição de ideais de sucesso pautada no
consumo, posse de bens, e excelência de capacidades e potencias pessoais, como
valores que ressaltam a importância do indivíduo junto a sociedade, onde o
capitalismo que engloba também a subjetividade deste indivíduo, apregoa, que o
que se produz em números, é que delimita o valor de cada um.
Este estudo na literatura, confirmou que o sofrimento psíquico que se
denuncia como mal do século, deriva do desenraizamento na perda dos referências
simbólicos, quando há superação da sociedade tradicional, pela vigência dos dias
atuais, em que se percebe cada vez mais crescentes, demandas que expressam
insatisfação, insegurança, desesperança, desmotivação e dificuldade para lidar com
as próprias dores e amarguras. Tal postura de despreparo, expressa-se na fuga e na
atitude de evitamento, que é indício da inconsistência pessoal a que se afigura a
despersonificação do sujeito, na sociedade do cansaço.
Ao confirmar tal sofrimento humano proveniente de peculiaridades deste
momento contemporâneo, este estudo também relata a relação de causalidade
entre a necessidade de glorificar o ‘eu’ e o sofrimento daqueles que fracassam,
manifesto através das patologias próprias deste momento, desta conjuntura social e
cultural, do espetáculo; depressão, síndromes como a do pânico, transtornos como o
de ansiedade e as dependências químicas que também se enquadram num padrão
de fuga e evitamento das situações problemas, que chacoalham justo o emocional
do indivíduo, que vive o conflito da busca incessante pelo prazer.
Deste modo as discussões discorridas no desenvolvimento deste trabalho,
evidenciam o desafio de lidar com este sujeito multifacetado. Para tanto surgem
fatores relacionados com a bivalência Resiliência e Auto eficácia, correspondentes a
estilos de respostas positivas, mais adaptativas as adversidades, relativas a
habilidades cognitivas eficazes, preditoras de comportamentos que contribuem para
uma vida pessoal e profissional mais também mais positiva. A terapia Cognitiva
Comportamental é enfatizada, por suas técnicas estarem voltadas para o
desenvolvimento das capacidades cognitivas humanas no sentido de promover ao
indivíduo, mais qualidade de vida, através do fortalecimento da autoestima, maior
controle sobre si, o meio e as situações vividas, proporcionando maior amplitude de
estratégias e habilidades para solucionar conflitos.
7. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, C.I.; PIRES, A.C.; VIEIRA, T.M. A Terapia Cognitiva de Aaron Beck como
Reflexividade na Alta Modernidade: Uma Sociologia do Conhecimento. Psicologia:
Teoria e Pesquisa Out-Dez 2009, Vol. 25 n. 4, pp. 637-645.